Aprender e Conhecer a ASTROLOGIA e as Artes Adivinhatórias - Vol. 1a - Descobrir a Astrologia - DIDIER C

October 2, 2017 | Author: HundoArgento | Category: Astrology, Zodiac, Planets, Earth, Pluto
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Para ajudá-lo a encontrar respostas claras e concretas às suas perguntas

O Zodíaco Para compreender como nasceu o Zodíaco, é necessário impregnar-nos da mentalidade do homem da Antigüidade, que considerava a natureza, o céu e a terra como um grande livro aberto cujos sinais tinha que aprender a interpretar.

O

Zodíaco é um círculo de 360 graus, composto de 12 setores iguais, de 30 graus cada, que são as 12 casas dos 12 signos astrológicos. No interior deste círculo fictício e perfeito, imaginado e colocado ao redor da Terra pelos ho­ mens da Antigüidade, movem-se os planetas. 0 ZODÍACO E 0 CALENDÁRIO Cada signo do Zodíaco está situado dentro de um dos 12 setores mencio­ nados, segundo uma ordem cronoló­ gica estabelecida pelo ritmo das esta­ ções e pelos ciclos do Sol e da Lua. Com efeito, os criadores dos calendá­ rios — relógios do mundo antigo — observaram e mediram os ciclos do Sol e da Lua, ou seja, os movimentos repe­ titivos e relativamente imutáveis que o astro-rei, aparentemente, e o satélite da Terra realizam à volta do planeta (ver quadro). 0 MAPA CELESTE O Zodíaco é, portanto, um quadro de coordenadas, um instrumento de me­ didas criado para observar, acompanhar e situar os fenômenos celestes que ocorrem à volta da Terra. N o interior

dos 12 setores do Zodíaco, agrupados de 3 em 3 du­ rante cada uma das 4 es­ tações do ano, podemos fixar um instante preciso de um céu sempre em movimento, se situarmos com exatidão os planetas e as estrelas. Deste modo, pode­ mos elaborar um mapa celestial como se fosse uma fotografia do céu, tirada num determinado momento ob­ servado pelo astrólogo. Por outro lado, como o Zodíaco é for­ mado por um círculo perfeito de 360 graus que contorna a Terra, ele nos ofe­ rece uma visão panorâmica do céu. Ou seja, isto significa que estudamos tanto o céu visível — o que podemos observar a olho nu ou com a ajuda de um telescópio — quanto o céu que se encontra simultaneamente no hemis­ fério oposto da Terra e que, como é óbvio, não conseguimos ver. Ao confi­ gurar um mapa celestial com a ajuda do Zodíaco, o astrólogo age exatamente como se tivesse um sexto sentido! Dois astrólogos: um interroga o dia, o outro a noite.

Os calendários solares e lunares 0 calendário solar egípcio era dividido em 360 dias, agrupados em 12 meses de 30 dias cada. 0 Zodíaco, estabelecido também segundo o aparente movimento do Sol em volta da Terra, era portanto formado por um círculo perfeito de 360 graus. Cada grau Zodíaco correspondia, deste modo, a um dia do ano solar.

Por outro lado, os Caldeus, no século VIII a. C, dividiram já o dia em 12 partes iguais de 2 horas cada, a partir do pôr do Sol. Finalmente, os Hebreus dividiram a semana em 7 dias, criando deste modo um calendário ao mesmo tempo solar e lunar, isto é, estabelecido segundo os movimentos aparentes do Sol em volta da Terra e segundo as fases da Lua.

PARA QUE SERVE O ZODÍACO O Zodíaco não existe. Com efeito, se erguermos a cabeça e olharmos para o céu a qualquer hora do dia ou da noite, não veremos Zodía­ co algum. Observando o céu e os movi­ mentos cronométricos dos as­ tros com regularidade, o homem da Antigüidade concebeu o Zo­ díaco como um anel colocado en­ tre a Terra e o Sol, em cujo inte­ rior se podia ver como circulavam os astros, isto é, as estrelas e os pla­ netas.

antecipar de forma lógica todas as suas conseqüências sobre a natureza ou sobre o seu próprio espaço vital. Sendo assim, o homem compreendeu pouco a pouco os elementos da natureza e foi capaz de melhorar todos os cam­ pos da sua vida sobre a Terra. Evidentemente, tratavase de uma ambição cien­ tífica, estimulada por um de­ sejo de conhecimento e por uma fmalidade prática. f

As primeiras representações do universo Entre os milêniosIVeIIIa. C, na época dos Sumérios — quando foram estabelecidos os primeiros sistemas astrológicos —, o universo era concebido como uma imensa esfera vazia composta por dois hemisférios, e cujo centro era a Terra; em cima encontrava-se o Céu e embaixo o Inferno. Segundo esta interpretação do mundo, os antigos mesopotâmicos imaginaram que os dois hemisférios se uniam na linha do horizonte, onde se fundiam o Céu e as águas das quais emergia a Terra. Segundo este critério e da sua perspectiva, as estrelas e os planetas deslocavam-se do Inferior para o Superior e do Superior para o Inferior, acima e abaixo do plano do horizonte da superfície do mar, nesta enorme esfera do universo em cujo centro estava alojada a Terra. Sem dúvida que a imagem desta esfera nos faz pensar no Zodíaco!

Graças a esta invenção genial, era possí­ vel observar e medir as deslocações dos astros ao mesmo tempo. De certo mo­ do, podemos dizer que o Zodíaco torna­ va o homem daquela época o conhece­ dor, não do céu em profundidade, mas sim dos movimentos que os astros pro­ duziam constantemente, embora estes não pudessem ser vistos a olho nu ou no tempo presente. Com a ajuda deste ins­ trumento que é o Zodíaco, era possível "prever" com toda exatidão a chegada deste ou daquele astro, num determi­ nado momento do ano, num ou nou­ tro setor do céu e, portanto, num setor determinado do Zodíaco, visto que os movimentos celestes apresentam uma regularidade cronométrica ao longo dos séculos. Desta forma, o que um ante­ passado nosso observou, mediu e codi­ ficou num momento preciso, podia oco­ rrer um, dois ou três séculos mais tarde. Hoje ainda se pode confirmar a exatidão de alguns fenômenos celestes que foram observados há pelo menos cinco mil anos! Daí que, afirmando a simultanei­ dade, por um lado, do aparecimento de um astro num setor do céu e do Zodíaco e, por outro, da manifestação de um ou vários fenômenos naturais na Terra ou no seu meio envolvente imediato, o ho­ mem da Antigüidade tenha conseguido prever os fenômenos mencionados e an­

0 ZODÍACO, A FERRAMENTA DO ASTRÓLOGO A controvérsia que com freqüência en­ volve de maneira confrontacional os as­ trônomos e astrólogos contemporâneos baseia-se muitas vezes na própria estru­ tura do Zodíaco e na sua possível falta de rigor científico. Como veremos ao abordar o tema da cosmografia, trata-se de um mal-enten­ dido. Astronomicamente, é certo que os sig­ nos do Zodíaco aos quais nos referimos não estão situados num lugar preciso. De fato, nada é imutável sob a abóbada celeste. Assim, o ponto de partida do Zo­ díaco da Antigüidade já não corresponde exatamente ao que podemos observar hoje em dia. No próprio Zodíaco existe uma diferença de alguns graus. Mas este fato não deve ser considerado como uma restrição nem nos deve levar a reformu­ lar os fundamentos básicos do Zodíaco nem do sistema astrológico criado pelos nossos antepassados. É conveniente considerá-lo unicamente como um conjunto de dados de leitura, uma ferramenta útil para a observação da deslocação dos astros e necessária pa­ ra averiguar a sua posição num dado momento. Devemos considerar o Zo­ díaco sempre como um instrumento útil do astrólogo, apesar das imprecisões que possa apresentar, mas sem esquecer de que ele não existe.

Constelações, signos do Zodíaco e calendário No grande cenário do céu e das estrelas, os homens viram e desenharamfigurase símbolos. Desta forma, e graças à sua imaginação fértil, nasceram os 12 signos do Zodíaco, a partir do qual estabeleceram o calendário.

A

exata origem do Zodíaco não é conhecida, mas sabe-se que se sima por volta do milênio V a. C , na Sumé­ ria. Em contrapartida, não existem dú­ vidas quanto à universalidade do prin­ cípio do Zodíaco, cujo símbolo, uma roda dividida em 12 setores iguais, está presente em todas as civilizações e em todas as épocas, nos cinco continentes. AS CONSTELAÇÕES O cenário de fundo do Zodíaco é for­ mado pelas constelações. Trata-se de representações simbólicas, que evocam animais ou personagens míticos e que seguramente foram ima­ ginadas pelos sacerdotes astrólogos da

Mesopotâmia, a partir de um grupo de estrelas fixas. Sabe-se hoje que nada é fixo no uni­ verso. Porém, vistos da Terra, é inegá­ vel que alguns astros aparentam ou criam a ilusão de uma certa imobili­ dade. Seguindo o ritmo das estações, e ao longo dos anos e dos séculos, o mes­ mo céu estrelado volta a aparecer de forma cíclica e imutável perante nos­ sos olhos. Foi, portanto, sobre este pano de fundo constituído por constelações que os sa­ cerdotes astrólogos da Suméria pude­ ram observar, seguir e medir os movi­ mentos "aparentes", primeiro da Lua

— evidentemente, as estrelas só são visí­ veis à noite — e a seguir do Sol, embora muito mais tarde. Deste modo, as constelações foram dis­ tribuídas em 28 setores correspondentes às 28 fases mensais da Lua. A primeira roda zodiacal, ou Zodíaco das constela­ ções, foi constituída a partir das fases lu­ nares.

Zodíaco dos signos Zodíaco das constelações Embora o Zodíaco dos signos astrológicos tenha sido criado sobre o pano de fundo das constelações, não se deve confundi-lo com o Zodíaco das constelações. É certo que ao longo da Era de Áries, isto é, durante mais ou menos os dois milênios anteriores à nossa era, havia uma tendência para confundir os dois Zodíacos. No entanto, hoje sabe-se que no Zodíaco das constelações figura a faixa de estrelas visíveis que circunda a Terra, ao passo que no Zodíaco dos signos astrológicos figura a posição relativa entre o Sol e a Terra.

A partir do que os astrólogos sumérios conseguiram observar em relação aos movimentos da Lua, nasceu o calendário lunar, que representa as 28 fases mensais da Lua.

Mais tarde, e baseando-se na estrela Sírio, si­ tuada na cons­ telação do Cão Maior e cuja lu­ minosidade é a mais potente que se pode observar da Terra, criaram um grande arco (Sírio signi­ fica estrela do arco) ao redor do qual o Sol se deslocava.

A astrologia nasceu na Mesopotâmia

AS ORIGENS DOS SIGNOS DO ZODÍACO Não existem hoje dúvidas de que foi por "Desde os tempos imemoriais, sob o céu do Oriente quase permanentemente trans- volta do princípio do milênio II a. C. que parente, todas essas jóias douradas relu¬ o Zodíaco foi criado. ziam com pleno fulgor durante noites in- Com efeito, já se podem encontrar teiras, aquele povo [os Mesopotâmicos] vestígios do Zodíaco nas tabelas caldéias do século XII a. C. Cada signo, corres­ ficou fascinado pelos astros e durante séculos observou, anotou e estudou com pondente a um mês do ano, era re­ afinco as suas aparições e ciclos. Não só presentado por um dos 12 símbolos que se tratava de uma multidão de estrelas atualmente se conhecem, com certas va­ riantes, é claro, que davam conta dos fixas e suas constelações — das quais os mitos e crenças ancestrais que presi­ Mesopotâmicos acabaram por extrair, em meados do primeiro milênio antes de nos- diram à criação do Zodíaco. sa era, uma seqüência zodiacal —, mas A partir do movimento aparente do Sol dentro dos 360 graus da roda zodiacal, também das grandes luzes do dia e da noifoi criado o ano zodiacal ou solar. A par­ te, o Sol e em especial a Lua, que regia o seu calendário, e finalmente os plane- tir daí, pôde facilmente dividir-se o ano tas: Vênus, que chamavam de Ishtar, nome em 12 partes de igual duração — os da deusa do Amor; Júpiter, o 'Astro Branco'; meses —, seguindo as deslocações do Mercúrio, o 'Carneiro' (Áries); Marte, o 'Ar- Sol de um setor do Zodíaco para outro. dente', e Saturno, o 'Constante', cujas apa- Visto que cada signo formava um ân­ rições, movimentos, ausências e eclipses gulo de 30 graus e o Sol percorria um conseguiam prever sem erro. É possível grau por dia, cada mês zodiacal foi, se­ que tivessem visto brilhar os astros e que guindo o mesmo critério, dividido em os confundissem com pictogramas dese- 30 dias. nhados lá em cima pelos deuses, para se Os astros que constituem a hierarquia decidirem a divulgar as suas conclusões." celeste e divina e que se deslocam no (Jean Bottero, 1992) universo do Zodíaco, são 7: o Sol, a Lua,

Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Sa­ turno. A cada um deles foi atribuído um dia e, juntos, formaram os sete dias da semana. N o entanto, devemos mencionar aqui que a Igreja, na sua liturgia, e querendo apagar estes traços pagãos, baniu os no­ mes mitológicos dos dias da semana, substituindo-os por feria (feria seconda, feria tertia, feria quarta...), conservando o sabatum (dos hebreus) e substituindo ainda o dia do Sol pelo dia do Senhor. Muitas línguas, como o francês e o es­ panhol, por exemplo, mantiveram uma semelhança muito próxima aos nomes originais destes astros, sendo muito mais fácil, portanto, descortinar esta analogia, coisa que não aconteceu na língua portuguesa, que adotou para seu vocabulário os nomes em latim: segun­ da-feira, terça-feira, quarta-feira, etc. Temos portanto domingo que corres­ ponde ao dia do deus do Sol, segunda à Lua, terça a Marte, quarta a Mercú­ rio, quinta a Júpiter, sexta a Vênus e sá­ bado a Saturno.

Qual a proveniência dos signos do Zodíaco? Trata-se de 12 figuras simbólicas, que os homens da Antigüidade imaginaram ao observar os grupos de estrelas. Viram formas, desenhos, caras, seres naturais e sobrenaturais, a partir dos quais constituíram, ao longo dos séculos, uma hierarquia celeste e um bestiário divino. Estes grupos de estrelas converteram-se em constelações, das quais 12 formam o Zodíaco, palavra grega que significa "círculo de animais e almas".

Os deuses e os astros Para o homem da Antigüidade, o céu era a moradia dos deuses. As constelações e, em seguida, os astros, transformaram-se em figuras destes deuses.

S

ob uma aparente imo­ bilidade, todo se mo­ ve constantemente so­ bre nossas cabeças. Este simples fato, do qual o homem da Antigüidade tomou consciên­ cia, e que o ho­ mem moderno soube demons­ trar cientifica­ mente, confirma que em nosso mundo terreno tu­ do é pura ilusão. Com efeito, julga­ mos ver um céu per­ petuamente idêntico a si mesmo, onde tudo pare­ ce no mesmo lugar, mas se o observarmos atentamente no­ taremos que se move e se transfor­ ma diante dos nossos olhos. Do mesmo modo, supomos que nos encontramos num ponto fixo: com os pés assentados na terra. Mas, na realidade, a Terra gira sobre si mesma e em volta do Sol, que por sua vez se desloca pela Via Láctea (a nossa galáxia), a qual também ainda avança no universo. DAS CONSTELAÇÕES AOS DEUSES Se permanecermos imóveis num pon­ to concreto do nosso planeta, nunca veremos a Terra girar. Teremos a im­ pressão de que são o céu, os astros e as estrelas que se deslocam à volta do nosso planeta. Imaginemos o homem da Antigüidade nesta situação. Este movimento dos astros, do qual foi uma primeira tes­ temunha privilegiada, não podia deixálo indiferente. Ao ver o céu "em mo­ vimento" sobre ele, transformar-se

diante de seus olhos, ora luminoso, ora escuro, com uma cadência relati­ vamente regular e aparentemente au­ tônoma; ao ver a chuva, a neve, o gra­ nizo, o raio caírem do céu, pensou, evidentemente, que este era povoado por seres superiores a ele, dotados de um poder sobrenatural. Assim nas­ ceram os deuses. Ao observar o céu, nossos antepassados viram nele grupos de estrelas que for­ mavam figuras: as constelações. A par­ tir dessa altura, os deuses ganharam rostos. E em seguida, nomes próprios. Uma vez individualizados e isolados, foram-lhe atribuídas identidades e qualidades. Ganharam vida, estavam mais presentes, mais próximos de nós, o homem pôde então comunicar-se com eles. O contato estava estabele­ cido.

DOS DEUSES AOS ASTROS A partir de então, tor­ nou-se evidente que a presença de um ou outro astro no céu, e em um período determinado do ano, coincidia, por sua vez, com o aparecimento de certos fenômenos cíclicos que se produziam na Ter­ ra ou na vida social dos indivíduos. O fato é que o homem sempre sentiu a neces­ sidade de dar um sentido à sua vida. Vejamos alguns exemplos simples: o apareci­ mento do Sol coincide com o surgimento do dia, da luz, do calor, da secura; o aparecimento da Lua é si­ multâneo com a chegada da noite, da escuridão, do frio ou da umidade... Foi precisamente a partir desta bipo­ laridade luz/escuridão, desta cadência dia/noite, que foi idealizado o Zodía­ co, essa roda fictícia inventada pelo homem da Antigüidade para observar os movimentos dos astros, prever seu aparecimento ou desaparecimento, as suas influências e as suas prováveis ou fatais conseqüências. Os primeiros astrólogos eram, por­ tanto, adivinhos, isto é, homens que, graças às suas observações, tinham o poder de adivinhar as decisões dos deuses. DOS ASTROS AOS HOMENS Ao longo dos séculos — já que tudo isto não foi assimilado em um só dia —, o Zodíaco, ou o universo dos deuses, foi o espelho panorâmico das idéias, dos

sentimentos, das paixões divinizadas pelos homens. Assim, tudo que acon­ tece no Zodíaco, as informações que nele podemos ler e extrair, resultam das nossas próprias projeções e da nossa imaginação, da nossa cons­ ciência ou, mais exatamente, dos nossos antepassados, cujo pensa­ mento e espírito estão muito mais próxi­ mos dos nossos do que podemos ima­ ginar. Para o homem da Antigüidade, entrar no universo do Zodíaco era ele­ var-se ao nível dos deuses, mas sobre­ tudo era entrar de cheio no território do conhecimento imediato e espontâneo do mundo cotidiano e, de um modo mais sutil, e também mais profundo, da consciência individualizada. Entrar no universo do Zodíaco e consultar os as­ tros, ou seja os deuses, como acabamos de defini-los, é mergulhar na descoberta do mundo e de si próprio. A CAPACIDADE DE DESLUMBRAMENTO Como é possível não ficar deslumbra­ dos quando contemplamos o grande espetáculo do céu estrelado? O céu não nos dá a impressão de ser um imenso oceano sem limites, que envolve a Terra e em cujas águas o nosso planeta pare­ ce apenas uma pequena ilha? O homem da Antigüidade raciocinava deste modo quando falava das Águas Superiores e das Águas Inferiores e quando imagina­ va poeticamente que, nas suas origens, durante a criação do mundo, as Águas Superiores e as Águas Inferiores se se­ pararam. Nas Águas Superiores, os astros, essas grandes naves do espaço tripuladas pelos deuses, viajavam seguindo as órbitas, ou círculos, relativamente imutáveis ao redor da Terra; deslocavam-se no Zo­ díaco para anunciar, com regularidade, o regresso de fenômenos naturais com os quais, ao longo dos séculos, foram identificados. Os astros adquiriram uma identidade. Foram-lhes atribuídas qua­ lidades naturais e, em seguida, huma­ nas, que lhes corresponderam com per­ feição. São estas qualidades que vamos descobrir.

Os sete astros primordiais

O Sol (Apolo)

Os sete astros regentes do Zodíaco são o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. São os astros primordiais que compõem a hierarquia celeste do Zodíaco, tal como a concebeu o homem da Antigüidade, segundo um princípio sutil e coerente, uma interpretação da composição do universo que, naqueles tempos, poderíamos chamar científica. Devem ser considerados primordiais visto serem os elementos constitutivos essenciais, os mecanismos fundamentais do Zodíaco.

Júpiter

Saturno

Os três astros secundários

Mercúrio

Vênus

Marte

Os três astros secundários do Zodíaco são Urano, Netuno e Plutão, localizados pelos astrônomos em 1781, 1846 e 1930, respectivamente. No século xx principalmente, ou, para ser mais exato, nos últimos 150 anos, os astrólogos acrescentaram-nos aos planetas conhecidos; porém, não temos nenhuma prova tangível de que o homem da Antigüidade tenha tido conhecimento da sua existência. Todavia, podemos supô-lo por muitas razões, embora não haja registros constantes da sua presença no Zodíaco. Temos que assinalar que o Zodíaco, tal como foi criado na sua origem, não tem necessidade alguma de acoplar elementos básicos suplementares. Urano, Netuno e Plutão revelam apenas informações adicionais às oferecidas pelos astros primordiais. Urano exerce assim uma regência secundária sobre o signo de Aquário, juntamente com Saturno, seu regente. Finalmente, Plutão é o regente secundário de Escorpião, juntamente com Marte, seu regente.

Urano

Netuno

Plutão

Os 7 astros primordiais e os 3 astros secundários Estrelas, planetas ou satélites, os astros têm um sentido, uma identidade, uma função. Inscritos no seu mapa astral, revelam os diversos componentes de sua personalidade. a hierarquia celeste que rege o Zodíaco, o Sol é uma estrela, a Lua é um satélite; Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno são planetas, da mesma forma que Urano, Netuno e Plutão. E todos são astros. Porém, como já salientamos em oca­ siões anteriores, Urano, Netuno e Plutão devem ser considerados à par­ te porque, se sua situação em um mapa astral está longe de ser desprezada, a informação que fornecem corres­ ponde mais ao âmbito das cor­ rentes coletivas, enquanto que os outros sete as­

N

astros indicam qualidades próprias do in­ divíduo como tal. De qualquer forma, todos têm signi­ ficados particulares, diferentes, origi­ nais que, a depender da posição no Zo­ díaco, combinam-se com as qualidades inerentes a cada um dos 12 signos as­ trológicos. Por exemplo, o Sol no signo de Áries, Câncer ou Libra conserva sempre seus

atributos solares, mas impregna-se mais ou menos das qualidades reveladas por cada um destes signos, dependendo se sua natureza está em afinidade ou em oposição a eles. Deste modo, um nativo de Áries — cu­ jo Sol se encontra neste signo — ma­ nifesta uma vontade ativa, impulsiva, entusiasta. Mas, um nativo de Câncer é dotado de uma vontade sensitiva, receptiva, doce, e um nativo do signo de Libra re­ vela uma vontade sutil, sem­ pre equilibrada e contem­ plativa.

SATURNO é regente de Capricórnio e de Aquário.

.. VÊNUS é regente de Touro e de Libra.

JÚPITER-é regente de Sagitário e de Peixes.

MERCÚRIO é regente de Gêmeos e de Virgem.

•... O SOL é regente de Leão.

MARTE-''' é regente de Aries e de Escorpião. '••

Os 7 astros primordiais.

ALUA é regente de Câncer.

O SOL

O

É a expressão e a manifestação da von­ tade instintiva do indivíduo, a persona­ lidade em vias de realização. É a essên­ cia do ser, o núcleo em volta do qual os componentes de sua personalidade são estruturados. 1 A vontade instintiva é o que o indivíduo deseja espontane­ amente, sem refletir, o que suscita nele afinidades e atrações, indiferenças e re­ pulsas.

A LUA

MARTE C f É a expressão e a manifestação da afir­ mação do ego e do poder de ação do in­ divíduo, o eu ativo. Para se distinguir, o indivíduo deve afirmar-se, impor as suas escolhas, suas iniciativas, agir. O poder de ação é o instrumento através do qual o ser manifesta a sua força entusiasta pela vida, exterioriza-se, concretiza as suas idéias, alcança os seus objetivos, cumpre as suas promessas, satisfaz os seus desejos.

])

É a expressão e a manifestação da sen­ sibilidade do indivíduo, o eu sensível. Com a ajuda dos seus cinco sentidos (a visão, a audição, o olfato, o pala­ dar e o tato), o indivíduo toma cons­ ciência da sua personalidade, do m u n d o que o cerca, o qual percebe plenamente e interpreta à sua maneira. Assim, a imagem que forma dele mes­ mo e do que o cerca é fruto de sua imaginação.

MERCÚRIO £ E a expressão e a manifestação da inte­ ligência do indivíduo, o eu cerebral e subjetivo. Uma vez estabelecido o con­ tato sensível com o mundo, o indivíduo apreende-o, isto é, toma-o, capta-o. A imagem torna-se idéia. O espelho re­ flete e devolve a imagem, suscitando a "reflexão". A inteligência procura então instrumentos que lhe facilitem a co­ municação com o mundo exterior e a relação com os demais. Mercúrio é o instrumento de comunicação e de so­ ciabilidade do ser.

JÚPITER 1+ É a expressão e a manifestação da ale­ gria de viver do indivíduo, o eu ex­ pansivo. U m a vez afirmado, o indi­ víduo aspira a possuir o mundo que o cerca, dando livre curso à sua ale­ gria de viver, abrindo-se e gozando dos bens deste m u n d o , ao mesmo tempo que adota um estilo de vida e uma forma de expressão que lhe são próprios.

SATURNO

h

E a expressão e a manifestação da ma­ turidade do indivíduo, o eu racional e objetivo. O ser toma consciência de suas limitações. Reúne, sintetiza, concentra, interioriza. Aperfeiçoa-se. Adquire cons­ ciência de si mesmo, rigor, domínio dos elementos próprios do seu destino, que distingue do seu livre arbítrio. Desco­ bre as suas verdadeiras motivações. Vai ao essencial. E, pois, um indivíduo ín­ tegro.

VÊNUS Ç

$

NETUNO

yj

E a expressão e a manifestação do poder de transformação do indivíduo, o eu receptivo. Graças a esta receptividade psíquica fornecida por Netuno, o ser será capaz de adaptar-se a todas as si­ tuações. Agora tem mais possibilidades de fazê-lo, já que se transformou em um indivíduo livre, independente, ín­ tegro. Por um fenômeno de osmose, que resulta ao mesmo tempo da iden­ tificação e da diferenciação, adapta-se às correntes exteriores, às quais se mos­ tra receptivo. Transforma-se graças a elas. Descobre nele mesmo outra di­ mensão, uma consciência muito mais ampla e sutil de si próprio e do mundo, que lhe permite abarcar e misturar a re­ alidade exterior e sua vida interior. A partir de então, pode ter confiança em si mesmo.

PLUTÃO "5"

0 que dizem os astros É a expressão e a manifestação dos sen­ timentos e das motivações do indivíduo, o eu emocional. Ser sentimental é com­ binar a expressão dos sentidos e a sen­ sibilidade (o sentido) com a das ativi­ dades cerebrais (o mental). N o entanto, se o sentimento tem algo de cerebral, o amor é mais espontâneo, mais ins­ tintivo (qualidades solares). O amor põe em movimento o ser, levando-o a ex­ pressar suas emoções e suas verdadeiras motivações.

URANO

É a expressão e a manifestação do es­ pírito de independência do indivíduo, o eu impulsivo. Consciente de seus li­ mites, este ser é capaz de distinguir-se de seus semelhantes revelando seu in­ dividualismo ativo, sua força de decisão, sua autonomia. Pode agora desligar-se das contingências e obrigações morais e sociais. É dinâmico, compreensivo, so­ lidário com os demais. N o que se refere ao indivíduo, Urano corresponde sem­ pre a um ponto de rotura entre ele e seu passado, que o deixa livre para realizarse, para ser ele próprio.

0 Sol: eu desejo! A Lua: eu sinto! Mercúrio: eu sou! Vênus: eu amo! Marte: eu atuo! Júpiter: eu gozo! Saturno: eu sei! Urano: eu liberto! Netuno: eu confio! Plutão: eu creio!

É a expressão e a manifestação do po­ tencial da criatividade do indivíduo, o seu eu impulsivo. O ato de criação é má­ gico, instintivo, irreprimível. Levado pelo ciclo da vida e da morte, oferece a possibilidade de fazer e desfazer, de pro­ duzir e de destruir. O poder de criati­ vidade do indivíduo confronta-se com o mistério da vida e da morte, da sua pró­ pria vida e da sua própria morte — con­ tra a qual se rebela, criando, produzindo — e da qual deve tomar consciência mais cedo ou mais tarde, para aprender a re­ generar-se ou a consciencializar-se.

O ascendente e o descendente O ascendente é o eu, a aparência externa. O descendente é a união, a associação com os outros. Juntos, constituem a base da personalidade.

S

ou Libra, ascendente Touro. O que significa isso? A posição do ascen­ dente é calculada a partir do dia, mês, ano, hora e local de nascimento, bem como pela posição do Sol e de todos os astros que figuram em um mapa as­ tral. Mas, assim como as posições do Sol e dos astros indicam as efemérides do dia a dia, o mesmo não acontece no caso do ascendente. Este último é um dos 360 graus do Zo­ díaco que aparece no horizonte orien­ tal, no momento de nascer: calcula-se, concretamente, em função da hora e do local de nascimento. Em outras pala­ vras, é o ponto exato do Zodíaco on­ de nasce, nasceu ou nascerá o Sol, no exato momento e segundo o lugar em que nasce uma pessoa. Por que disse­ mos "nasce, nasceu ou nascerá"? Por

que um nascimento pode ocorrer tanto de dia como de noite, ao meio-dia ou à meia-noite. Então, em um mapa as­ tral, se a hora de nascer do sol: • coincidir com a hora do nascimento, o ascendente será o ponto exato do Zo­ díaco onde nasce o Sol; • for anterior à hora do nascimento, o ascendente será o ponto exato do Zo­ díaco onde o Sol nasceu; • for posterior à hora do nascimento, o ascendente será o ponto exato do Zo­ díaco onde o Sol nascerá. O descendente é o ponto diametral­ mente oposto a este grau, o horizonte ocidental, onde o Sol se põe, se pôs ou se porá, também de acordo com cada caso. Em resumo, podemos dizer que o ponto do Zodíaco onde o ascendente

se encontra (nascer do Sol) e o do des­ cendente (pôr do Sol) formam um eixo que representa o horizonte. Por exemplo, o ascendente de uma pes­ soa nascida no momento do nascer do Sol situa-se sempre no mesmo signo do Zodíaco que o seu Sol natal, enquanto o descendente, evidentemente, se en­ contra no signo oposto. Ao contrário, o ascendente de uma pessoa nascida no mesmo momento que o Sol se põe, situa-se sempre no signo oposto ao do seu Sol natal que, por sua vez, se situa perto do descendente.

DE ONDE VEM 0 ASCENDENTE? Os primeiros sacerdotes-astrólogos da Mesopotâmia não realizavam um ma­ pa astral a partir da hora do nasci-

nascimento de uma pessoa em particular, importantes, que marcariam a mentali­ já que as considerações e preocupações dade greco-romana, latina e depois a da de então não eram individuais, mas Idade Média e do Renascimento. Ainda coletivas. Muito mais tarde, alguns sa­ hoje falamos do nosso signo zodiacal cerdotes caldeus emigraram para a e ascendente. Grécia, levando consigo notáveis co­ nhecimentos de matemática, geome­ A IMPORTÂNCIA tria e astronomia. U m deles, Beroso, DO ASCENDENTE historiador e astrólogo, instalou-se na EM UM MAPA ASTRAL ilha de Kos (no Dodecaneso) onde Praticamente, a partir do ascendente (ou fundou a primeira escola de astrolo­ extremo ou cúspide da casa I) no Zo­ gia, no século II a. C. Mas, não foi ali díaco, podemos determinar as posições onde se aplicou pela primeira vez o das outras casas. princípio da astrologia chamada ge¬ Mas a situação em um signo é igual­ netlíaca (aquela que se baseia na po­ mente importante e reveladora, porque sição dos astros no momento do nas­ informa-nos do aspecto, da aparência cimento de um indivíduo). física e psicológica de uma pessoa ou, Mas a partir desta época transformouse se quiser, da sua própria morfopsi¬ se em uma descoberta e preocupação cologia.

Desta forma, poderemos quase sem­ pre definir o físico, o aspecto, os traços do rosto, o ar, a forma de andar, a par­ tir da posição do ascendente do signo, tendo sempre em conta ao mesmo tempo a situação do regente do signo onde se encontra o ascendente. Por exemplo, para definir a morfop¬ sicologia ou o comportamento físico e moral de uma pessoa com ascen­ dente Sagitário, e compreender sua aparência, devemos, obviamente, ter em conta as características do ascen­ dente neste mapa astral, mas também as características provenientes do seu regente (Júpiter), que terão significa­ dos diferentes, conforme se trate de Gêmeos, Leão, Escorpião ou Capri­ córnio...

Como familiarizar-se com o ascendente e o descendente? Para compreender o princípio do ascendente e as casas astrológicas, sugerimos que observe este simples esquema. É um círculo dividido em 12 partes iguais, cada uma delas representando 2 horas de um dia de 24 horas. Imagine que se trata de uma pessoa de Gêmeos, nascida em 5 de Junho, por exemplo. Devemos lembrar que para uma pessoa nascida no Brasil, é preciso retirar ou acrescentar horas à hora do nascimento, já que o astrólogo se refere sempre à hora solar (ou hora sideral) e não à hora indicada por nossos relógios (ou hora legal). Partiremos do princípio de que a hora de nascimento aproximada que nos interessa são as 17 horas. No espaço que vai das 16 às 18 horas, ligeiramente para o exterior, desenhe o símbolo do Sol e, no interior, o símbolo de Gêmeos (ver o esquema abaixo, à direita), já que o Sol se encontrava neste signo no momento do nascimento.

A partir deste setor, coloque os símbolos dos outros signos, girando no sentido inverso ao dos ponteiros do relógio. Agora você só precisa saber, a partir de um calendário do ano do nascimento em questão, da hora do nascer do Sol do dia do nascimento, para descobrir o ascendente. No nosso exemplo, o Sol nasceu entre as 4 e as 6 horas de 5 de Junho; logo, o ascendente encontra-se no signo de Sagitário. Só nos falta situar o descendente no signo oposto (tal como explicamos anteriormente). No nosso exemplo, situa-se, portanto, no signo de Gêmeos. Insistimos sobre o fato de que se trata de um posicionamento aproximado. Este exemplo não se destina a ensinar a calcular a posição do seu ascendente, mas sim permitir a sua familiarização com a utilização do Zodíaco e, com certa prática, habituar-se aos complicados cálculos, necessários para aprender a desenhar um mapa astral.

O Meio do Céu e o Fundo do Céu O Meio do Céu (Medium Coeli) representa a independência do eu, o lugar privilegiado na presença social de uma pessoa, e o Fundo do Céu (Inmum Coeli), as bases de sua existência. Juntos formam um eixo fundamental no mapa astral.

O

bserve e consulte os planetas que aparecem no Zodíaco — tal como estão em um mapa no céu —. É como olhar-se em um espelho. De fato, o Zodíaco devolve-nos nossa própria imagem ou, mais exatamente, mostra-nos a imagem do nosso duplo. Não é, portanto, por ser nativos deste ou daquele signo do Zodíaco, nem por se encontrar sob um ou outro ascen­ dente, que o nosso ser (revelado pela posição do Sol) e o nosso as­ pecto (revelado pela posição do ascendente) são como são. Em outras palavras, nem os planetas, nem as casas, nem os restantes elementos do nosso mapa astral exercem qualquer influência sobre nós: são o que nós somos, não o inverso.

0 ZODÍACO COMO UM ESPELHO O Zodíaco é um espelho. O mapa astral é o espelho do indivíduo; foi calculado só para ele. Assim, observando qualida­ des ou defeitos inerentes ao seu comportamento e ao seu mapa astral veremos es­ ta ou aquela configuração astral que os revelam. Sabendo disso, quando um astrólogo dá sua interpreta­ ção de um mapa, não se de­ ve sentir, portanto, que o reflexo do consulente (ou a imagem do seu duplo) nos

chega deformado. Se você tiver este sentimento é porque a interpretação realizada não está correta ou porque o astrólogo interfere ao observar, fazendo intervir os seus próprios juízos e valo­ res pessoais. Com efeito, temos que nos mostrar to­ lerantes e solidários quando realizamos a interpretação de um mapa astral. E, se possível, dar uma visão objetiva ao rea­ lizar a análise e a síntese dos elemen­

tos inscritos no mapa, embora saibamos que serão sempre subjetivos, visto que todos somos pessoas e não objetos. Na realidade, quando você observa seu mapa astral, você se encontra de pé, face a face, em frente ao espelho. Mas, em vez de esperar que o espelha lhe devolva seu exato reflexo, tente re­ conhecer o seu duplo, que é representa­ do pelos signos e símbolos inscritos no mapa astral. Sua cabeça é então re­ presentada pelo Meio do Céu, sua mão direita pelo ascendente e seus pés pelo Fundo do Céu. Dito de outra forma, no espelho do seu mapa as­ tral, seu olho direito não olha para seu olho di­ reito, nem tampouco seu olho esquerdo olha para seu olho esquerdo, sendo que é o seu olho direito que esquadrinha o esquerdo do seu duplo e o seu olho esquerdo que encara o olho direito do seu duplo. Esta precisão é de gran­ de importância se ad­ mitirmos que o univer­ so, tal como o vemos, tal como está representado no Zodíaco, e ainda com mais motivo no nosso mapa astral, é um uni­ verso ao contrário, uma espécie de duplo do mundo visível.

O MEIO DO CÉU O Meio do Céu — cúspide da casa X — é o ponto preciso do seu mapa astral onde se encontra sua cabeça, o ponto mais alto do seu corpo. Astrologicamente, é o ponto exato onde o Sol está no seu zênite; isto é, o ponto onde o Sol estará ao meio-dia, nesse dia determinado. É, portanto, o ponto culminante de um mapa astral. Sua posição no mapa astral de uma pes­ soa permite valorizar e compreender como esta pessoa obterá fácil ou dificil­ mente uma autonomia, expressará ou manifestará sua vontade de indepen­ dência. Assim, os planetas que se encontram às vezes situados nesse setor fornecem informa­ ções importantes e revelam quase sempre as qualidades e defeitos impor­ tantes de uma pessoa. Podemos consi­ derar o Meio do Céu como um símbo­ lo do destino social de um indivíduo, do mesmo modo que o ascendente é uma representação do eu e da aparên­ cia. A partir daí, esta relação entre a ex­ pressão da vontade de independência, por um lado, e o destino social, por ou­ tro, pode parecer, à primeira vista, para­ doxal ou contraditória. Ora, desta forma podemos ver como uma pessoa, cum­ prindo seu destino social, adquire uma certa independência moral e material face ao contexto natural e familiar em que cresceu c evoluiu.

0 FUNDO DO CÉU Este meio natural e familiar revela-se no ponto exatamente oposto, no Zodía­ co e no mapa astral, ao Meio do Céu. O Fundo do Céu é o ângulo ou cúspide da casa IV

Assim como o Meio do Céu é o zênite do Sol, o Fundo do Céu é logicamente o seu nadir, isto c, o lugar preciso onde se encontrava este astro à meia-noite da­ quele dia. Quando você se olha no espelho do seu mapa astral terá que compreendê-lo co­ mo o ponto do Zodíaco onde seus pés assentam, onde se encontram suas raí­ zes, a fonte onde estão inscritos o princí­ pio e o fim de sua vida social. Por extensão, muitas vezes diz-se que o Fundo do Céu e Meio do Céu — de­ pendendo do signo do Zodíaco sob o qual se situam no mapa astral, obvia­ mente — revelam o ambiente familiar,

o contexto social, as condições materiais e psicológicas nas quais a pessoa em questão viveu sua infância e viverá até o final de sua vida. Trata-se das bases da existência. Daí que o eixo Meio do Céu-Fundo do Céu seja tão importante cm um mapa astral como o eixo ascendente-descen¬ dente. E, da mesma maneira que pode­ mos resumir esquematicamente este último eixo com a fórmula "eu e os ou­ tros", podemos definir o primeiro eixo como "minha independência c minha família". Finalmente, observemos que estes dois eixos formam uma cruz no in­ terior do Zodíaco e do mapa astral.

Como familiarizar-se com o Meio do Céu e o Fundo do Céu? Para ir avançando de forma progressiva na descoberta das posições dos elementos em uma roda zodiacal, sugerimos que você retome o exemplo que utilizamos anteriormente para explicar como se situam o ascendente e o descendente. Assim, para nossa pessoa nascida sob o signo de Gêmeos, em um 5 de junho, às 18 horas, o ascendente estará situado em Sagitário e o descendente no signo oposto: Gêmeos. Como vimos, os eixos ascendente-descendente e o Meio do Céu-Fundo do Céu formam uma cruz. Basta desenhar esta cruz pa­ ra descobrir que o Meio do Céu deste indivíduo está em Virgem e seu Fundo do Céu em Peixes.

As casas C

hamamos casa a cada um dos 12 setores que dividem a esfera local — isto é, o globo terrestre, representa­ do em função de uma hora e local geo­ gráficos determinados — a partir dos pólos e do horizonte. Seis destes seto­ res encontram-se sempre sobre o ho­ rizonte, os outros seis encontram-se sistematicamente abaixo dele. O siste­ ma de cálculo destes setores, chama­ dos casas, utilizado normalmente pelos astrólogos de hoje em dia, remonta à Antigüidade. Foi estabelecido em uma época em que os astrólogos passaram gradativamente das considerações de ordem co­ letiva à preocupação com os indivíduos, sua personalida­ de, destino e futuro. SETORES TERRESTRES E CELESTES Os setores que cortam a es­ fera local e se situam nos 360 graus do Zodíaco são chamados "setores terres­ tres". Com efeito, como vi­ mos, eles são estabelecidos a partir de uma hora e local geo­ gráfico terrestre, que permitem si­ tuar o horizonte, isto é, a linha de saída e o pôr do Sol nesse dia concre­ to, e segundo o local de nascimento. Por oposição, os signos do Zodíaco são os chamados "setores celestes", já que, obviamente, estão inscritos na roda zo­ diacal situada na esfera celeste. Mas a idéia de setor terrestre e setor celeste tem um significado próprio na interpre­ tação que devemos fazer das posições das casas, por um lado, e dos signos do Zodíaco, por outro. Assim, as casas revelam a vida existen­ cial ou material de um indivíduo, sua integração na vida social e sua indivi­ dualização. Em contrapartida, os signos A esfera terrestre e a esfera celeste.

do Zodíaco revelam as grandes tendên­ cias fundamentais da expressão natural de uma pessoa, sua personalidade e as analogias que apresenta com os elemen­ tos da natureza. Com efeito, os signos do Zodíaco estão intimamente associados às estações e períodos do ano que lhe correspondem. Quanto às casas, representam um mo­ mento fixo na esfera local. A partir daí, simplificando um pouco, podemos di­ zer que os primeiros revelam a nature­

za e a vida da pessoa e as segundas nos informam sobre sua existência na Terra. Os astros situados nos signos do Zo­ díaco ou as combinações astros/signos nos informam sobre a psicologia pro­ funda da pessoa, as bases de sua perso­ nalidade. Os astros que se encontram nas casas ou em combinações astro/casa indicam como se manifesta e expressa a pessoa na vida social e em sua realida­ de material, além de mostrar caracterís­ ticas inerentes ao indivíduo. OS DOMICÍLIOS Aos setores terrestres deu-se o nome de casas. N o entanto, no começo, eles eram chamados "domicílios" ou "moradas", esta última palavra procedente do latim morari, que significa "tardar", "demorar", "atrasar", "parar", "reter" e que tomou o sentido de ficar, permanecer, morada, domi­ cílio e casa. Por outro lado, o termo "do­ micílio" provém do latim do¬ micilium, palavra que se rela­ cionava com dominari: dominar, dirigir, domesticar. O dominus era o dono da casa. Portanto, po­ de-se dizer que dominari tem sua raiz etimológica em domus, que signi­ fica "casa". Deste modo, os doze domi­ cílios a que hoje chamamos "casas" for­ mam juntos a grande casa do Zodíaco. Esta divide-se, assim, em 12 domicí­ lios distintos e específicos. Para evitar confusão, vamos chamá-los casas, no­ me que recebem atualmente. De qualquer forma, para sermos fiéis aos grandes princípios enunciados pe­ los astrólogos da antigüidade, sublinhese que o mapa astral dividido em 12 sig­ nos do Zodíaco e 12 domicílios pode ser comparado a uma casa — ou seja, forma um todo coerente e homogêneo —, que é a casa de uma pessoa, cujo mapa do céu estamos realizando e es­ tudando.

A partir daí, se para compreender a psicologia profunda da pessoa em questão dispomos de 12 signos do Zodíaco, 12 casas, 10 astros e dois pontos fictícios, o eixo dos Nós luna­ res e a Lua negra, que podemos ana­ lisar em cada ponto, um por um, não devemos esquecer que a interpretação de um mapa astral é a síntese de todas as informações que, juntas, formam um todo indissolúvel. AS 12 CASAS OU DOMICÍLIOS • A casa I ou a s c e n d e n t e revela a expressão do indivíduo, seu caráter, seu eu, sua aparência. Sua maneira de dizer "eu" procede dos elementos indicados por esta casa. • A casa II revela a expressão do ins­ tinto de conservação do indivíduo, sua tomada de posse do meio natural, suas aquisições, sua relação com os bens materiais e com o dinheiro. • A casa III revela as relações do in­ divíduo com seu meio social, seus costumes, sua inteligência prática, sua sociabilidade e a natureza de seus in­ tercâmbios com os demais. • A casa IV revela as bases da existên­ cia dos indivíduos, isto é, sua famí­ lia, seu país de origem, suas raízes, re­ lações de parentesco, seu lar, seu habitat. • A casa V revela a expressão da energia vital do indivíduo, seus sen­ timentos, prazeres, capacidade de criação, de produção, sua capacidade de amar, de procriar e também suas relações com as crianças. • A casa VI revela a relação do indi­ víduo com a vida material do dia a dia, com seu corpo, suas aptidões de tra­ balho e capacidade de preservar seu bem-estar e sua saúde. • A casa VII revela sua capacidade de adaptação aos outros, suas disposições para a união e associação. Por tanto aqui, o indivíduo diz "nós!". • A casa VIII revela a expressão do instinto da vida e da morte do indi­ víduo, sua capacidade de regeneração, de se recuperar, de captar os elemen­

tos externos que vai herdar, seu com­ portamento face à mudança e à morte. • A casa IX revela o potencial de inte­ ligência superior do indivíduo, isto é, suas aptidões para ampliar seu hori­ zonte intelectual, social ou geográfico, sua tendência ou inclinação para as aventuras e viagens. • A casa X revela a expressão da von­ tade de independência social e existen­ cial do indivíduo, sua capacidade de se expor, de assumir responsabilidades e triunfar.

• A casa XI revela a capacidade do in­ divíduo para emitir juízos objetivos, que lhe permitirá encontrar um equilí­ brio psicológico e afetivo. Informa so­ bre as relações de amizade e sobre sua capacidade de elaborar e concretizar seus projetos. • A casa XII revela a expressão da for­ ça moral e espiritual do indivíduo, seu comportamento quando enfrenta uma prova, sua faculdade de abstração e sua capacidade de transformar-se e evo­ luir.

O mapa do céu e o mapa astral Quando observamos o céu em um momento determinado, podemos estabelecer o chamado "mapa do céu". Se este mapa efeito emfunção da data de nascimento de um indivíduo, obtemos um "mapa astral".

A

s palavras ou expressões utilizadas de forma habitual não têm o mes­ mo sentido que lhe são comumente atribuídas. Devido à grande quantidade de informações falsas e idéias precon­ cebidas que existem sobre a astrologia, quando falamos dela nunca é demais esclarecer certos pontos do Zodíaco. Além disso, a astrologia se relaciona tan­ to com a ciência como com a arte. Nor­ malmente, as pessoas reconhecem sua categoria de ciência porém sem ter mui­ ta certeza nem saber as razões para isso. Inclusive, os mais cépticos com respeito a este tema afirmam que a astrologia é uma ciência falsa, porém uma ciência. N o entanto, todos ou quase todos, pare­ cem ignorar que se trata também de uma arte, que exige determinadas qua­ lidades, como a intuição, a inspiração, a imaginação e a interpretação, por parte da pessoa que a exerce. Salientemos a propósito disto que uma boa prática da astrologia implica possuir certas qualidades humanas, requer ge­ nerosidade e um espírito espontâneo e solidário com os demais, que em ne­ nhum caso deve restringir, forçar, limi­ tar, separar ou dividir. O conhecimento da astrologia não tem porque transfor­ mar-se em um muro entre si mesmo e os demais, mas sim em uma infinidade de portas abertas ao mundo exterior. Finalmente, as investigações astrológi­ cas proporcionam certo júbilo, um gosto pela descoberta, pela aprendizagem e pe­ lo conhecimento. Se não for assim, me­ lhor não interessar-se por ela. 0 MAPA DO CÉU Tal júbilo, impaciência e entusiasmo um tanto infantis podem ser sentidos

na elaboração de um zodíaco e ao rea­ lizar-se um mapa do céu. Que é um mapa do céu? Para um astrólogo, é um esquema constituído por um Zodíaco onde figuram os 12 signos astrológicos, em cujo interior são inscritas as posições

exatas dos astros, reveladas pelas Efe­ mérides, a partir de uma hora, dia, mês, ano e lugar determinados. O mapa do céu é para o astrólogo o que a partitura é para o músico. Uma pes­ soa leiga se perguntará, observando uma

partitura, como é possível que a partir de uma linguagem incompreensível para ela, seja criada uma melodia. N o entanto, o músico, seguindo as notas inscritas na partitura, captará com na­ turalidade uma melodia, os acordes e as harmonias. Para um astrólogo prepa­ rado e com certa experiência em dados astrológicos é a mesma coisa: ele pode ler um mapa com um lance de olhos. N o entanto, ler é uma coisa, mas inter­ pretar é outra bem diferente. O astrólo­ go lê para si mesmo porém precisa in­ terpretar para os demais. Da mesma forma, quando um músico lê uma par­ titura, ele se limita a decifrá-la. Se quer interpretá-la, o passo seguinte será ex­ pressar seus sentimentos e emoções pessoais, íntimos, e fará uso de suas qualidades sensíveis, intuitivas e artísti­ cas para comunicar-se com seu auditó­ rio. E evidente que o domínio de uma técnica e sua habilidade instrumental lhe serão muito úteis. A qualidade de um bom intérprete é medida tanto por sua sensibilidade como por sua habi­ lidade e virtuosismo. O mesmo acontece com o astrólogo. Di­ ferentes astrólogos podem realizar um idêntico mapa do céu de um momento dado, assim como lê-lo automaticamen­ te. Porém, quanto à interpretação, esta será menos ou mais interessante em fun­ ção do que cada um deles comunique e revele. Não esqueçamos que, na Antigüidade, não era permitido alguém adquirir co­ nhecimentos astrológicos sem ser um iniciado. Com efeito, nossos antepas­ sados não colocavam em dúvida que os princípios da observação dos movimen­ tos dos astros no céu e no interior do Zodíaco tinham sido estudados e expe­ rimentados por outros homens; porém, estavam também convencidos de que seus próprios antepassados, ao atuar desta maneira, tinham tido uma reve­ lação. Para eles, a astrologia tinha um caráter sagrado ou divino. 0 MAPA ASTRAL Atualmente, este caráter sagrado ou di­ vino caiu em desuso. Já não se tem

Exemplo do mapa astral de uma pessoa nascida em 21 de julho de 1997, às cinco da manhã, em Paris. mais o sentimento de estar-se introdu­ zindo em uma religião quando se aprende astrologia. Além disso, como mencionamos, também não dizemos "iniciar-se" na astrologia, mas sim "aprender". É verdade que, historica­ mente, a religião associou-se em de­ masia com o poder, o dinheiro e a vio­ lência, pois alguns viram nela um meio para satisfazer suas ambições pessoais, em detrimento das necessidades ou as­ pirações da comunidade. Entretanto, a religião, no sentido puro e verdadeiro do termo, sejam quais forem os deuses venerados ou as crenças e cultos ado­ tados, é um princípio que une o indiví­ duo com os demais. Desta forma, abordar a astrologia com a intenção de unir-se a si mesmo e aos demais revela um estado de espírito no qual é muito agradável sentir-se e per­ manecer.

De qualquer forma, é indispensável para se poder estudar, analisar e interpretar um mapa astral. Mas, o que é um mapa astral? E um mapa do céu, estabelecido não mais a partir de uma hora, dia, mês, ano e lugar, mas sim a partir da data, hora e lugar de nascimento de um indivíduo. Em outras palavras, o mapa astral é um mapa personalizado do céu. Com efeito, pode-se também realizar um mapa astral de um acontecimento, por exemplo: a assinatura de um contrato, a criação de uma empresa, um casa­ mento.. . Mas, trata-se de uma consulta horária, chamada assim para distinguila do mapa astral, que se refere sempre a uma pessoa e não a uma coisa ou acontecimento. Deste modo, a carta as­ tral pode ser útil para realizar tanto um mapa do céu como uma consulta ho­ rária.

Os aspectos Os aspectos são os ângulos que formam os astros entre si no interior do Zodíaco e que têm uma importância relativa na interpretação de um mapa astral.

A

propósito dos aspectos, existem duas escolas. Certos astrólogos consideram que os ângulos formados pelos astros entre si no interior do Zo­ díaco de um mapa astral são determi­ nantes para a interpretação que realiza­ mos; outros astrólogos pensam que são secundários e aleatórios. Nós optamos por esta segunda tendência e, antes de apresentarmos os diferentes aspectos maiores e menores, vamos expor nosso ponto de vista sobre esta questão.

OS ASPECTOS, 0 INDIVÍDUO E AS PREVISÕES COLETIVAS Quando os sacerdotes-astrólogos e ma­ temáticos da Mesopotâmia estabelece­ ram as bases da astrologia e criaram deste modo o Zodíaco tal como o co­ nhecemos em nossos dias, com alguns matizes, sabemos que o fizeram prin­ cipalmente com o propósito de salva­ guardar sua comunidade. Previram assim, por meio de instrumentos de medição — e vale a pena ser preciso: de suas medições — e de obser­ vações dedutivas, os acontecimen­ tos prováveis suscetíveis de influir na evolução de sua sociedade. Se­ gundo este princípio, as múltiplas disposições dos astros no interior do Zodíaco e os numerosos ân­ gulos que formavam entre si aca­ baram tendo significados e resso­ nâncias específicas. Compreendemos portanto que, em uma época na qual os cálculos da domificação, e as posições do ascendente e das Casas ainda não existiam, as preocupações dos as­ trólogos não eram de ordem indi­ vidual, mas sim coletiva, exceto aquelas que afetavam o nascimento e a vida de um rei, pois o destino e futuro estavam intimamente interli­ gados com os de seu povo. A partir das

posições dos astros nos 360 graus do Zodíaco e nos decanatos, e os ângulos ou aspectos que formavam entre si, os astrólogos daquela época remotas fize­ ram suas previsões. Tratava-se de "influências" (veja o qua­ dro) relacionadas à coletividade, em pri­ meiro lugar, e indiretamente ao indiví­ duo que formava parte dela. N o entanto, o fato dos seres experi­ mentarem o mesmo acontecimento no mesmo momento não significa que ca­ da um deles o sinta, o sofra ou o do-

As "influências" Há muito tempo eliminamos este termo de nosso vocabulário astrológico, e aconselhamos que você faça o mesmo. Na verdade, o princípio dos aspectos nos põe face a face com esta noção de "influência" que fez as delícias dos detratores da astrologia. Desta forma, alguns astrólogos não duvidam em falar do influxo que os astros exercem uns sobre os outros quando formam os aspectos. Trataremos deste tema com muito cuidado, quando considerarmos que, durante uma conjunção do Sol e de Plutão no Zodíaco, por exemplo, embora só estejam a poucos graus um do outro no interior do mesmo signo, estão na realidade separados por uma distância astronômica, de 5 a 7 milhões de quilômetros. Pode-se assim, portanto, falar de influxo e de influências?

mine da mesma maneira. Se o acon­ tecimento em questão pode ser pre­ venido ou definido pelo apareci­ mento deste ou daquele aspecto concreto que se produz no interior do Zodíaco, nem por isso devemos necessariamente deduzir que ele possa ser previsto e definido da mesma maneira e segundo os mes­ mos critérios para o indivíduo. Por este motivo abordaremos as interpretações dos aspectos no in­ terior do mapa astral com muita cautela e com matizes, mesmo que, por outra parte, consideremos que desempenham um papel pre-

As constelações velam pelo rei da Babilônia, pois do seu destino depende o mundo. (Museu do Louvre, Paris)

preponderante nas previsões estabelecidas tanto para o indivíduo como para a co­ munidade de povos e nações; aspectos c previsões que é preciso saber inter­ pretar com sutileza e prudência, pois muitos astrólogos extraem conclusões muitas vezes precipitadas e aproxima­ tivas, para alimentar o catastrofismo rei­ nante.

A

QUADRATURA

REPRESENTAÇÃO DOS ASPECTOS MAIORES A

CONJUNÇÃO

Não se trata, propriamente fa­ lando, de um aspecto, pois o ângulo que forma é quase ine­ xistente. Na realidade, a conjunção entre os astros é produzida quando, no Z o ­ díaco, dois astros dão a impressão de estar presos um ao outro ou estão muito próximos, a zero ou poucos graus de distância. O

É um aspecto formado por dois astros que se encontram em torno dos 90 graus, sempre dentro do Zodíaco. O

TRÍGONO

SEXTIL

Este aspecto aparece entre dois astros quando se encontram em ' um ângulo de cerca de 120 graus. A

OPOSIÇÃO

Aspectos benéficos e aspectos maléficos No Ocidente, gostamos muito de acre­ ditar que de um lado está o bem e do outro o mal. Na cultura oriental e asiática é muito diferente. Não nos esqueçamos que as raízes da astro­ logia se encontram no Oriente Médio. Portanto, não é necessário ver os as­ pectos sob um ângulo sistematica­ mente positivo ou negativo. Seu valor, mais fácil ou mais difícil, é calculado segundo a natureza dos astros em questão e sua situação no Zodíaco.

APRESENTAÇÃO DOS ASPECTOS MENORES Em nosso método de interpretação não levaremos em conta os aspectos meno­ res. Eles indicam apenas informações secundárias que não acrescentam nada às que os aspectos maiores nos ofere­ cem, e principalmente os significados dos astros e os pontos fictícios nos sig­ nos e nas Casas. N o entanto, para sua informação, os apresentaremos aqui. O SEMI-SEXTIL E a metade de um sextil, formado por dois astros situados aproximadamente a 30 graus um do outro. A SEMI-QUADRATURA É meia quadratura, relativa a dois astros separados no Zodíaco por 45 graus, aproximadamente.

Trata-se de um aspecto for­ mado por dois astros que estão separados por uma distância de mais ou menos 60 graus no interior do Zodíaco.

A SESQUIQUADRATURA E um ângulo um pouco maior que o do trígono, cerca de 135 graus, formado por dois astros.

0 que é um orbe?

O QUINCÚNCIO E um ângulo situado à mesma distância do trígono e da oposição, formado por dois astros situados, um em relação ao outro, a 150 graus.

Em astrologia, o orbe é a distância má­ xima que diz se o aspecto entre dois as­ tros existe ou não. Por exemplo: o orbe do aspecto entre a Lua e Mercúrio é de 10 graus. Por isso, a 11 graus de desvio, já não formam nenhum aspecto no Zo­ díaco.

Designa dois astros opostos um ao outro, com freqüência em dois signos opostos, que for­ mam um ângulo de 180 graus, às vezes um pouco mais ou um pouco menos.

Para finalizar, mencionaremos o decil (aproximadamente 36 graus) o quintil (12 graus) e o biquintil (144 graus), mas estes últimos aspectos são quase ignorados.

Os decanatos Este termo pode desanimar o iniciante, que o ouviu muitas vezes ser usado por "especialistas" em astrologia, sem saber muito bem ao que corresponde. Na realidade, designa apenas uma subdivisão de cada um dos 12 signos do Zodíaco.

S

e alguém sabe contar até dez e fazer uma multiplicação, coisa que não duvidamos, compreenderá rapida­ mente o que é um decanato. Basta lembrar que o Zodíaco, elaborado pelo homem da Antigüidade, é um círculo de 360 graus, dividido em 12 signos, cobrindo, cada um deles, 30 graus. Todos os signos estão divididos em 3 partes iguais de 10 graus, chamadas decanatos. Assim, temos: 12 signos x 3 partes iguais = 36 decanatos.

A UTILIDADE DOS DECANATOS ONTEM E HOJE A meta dos primeiros astrólogos era prever os acontecimentos coletivos e os fenômenos naturais capazes de pertur­ bar a harmonia, o bem-estar, a pleni­ tude e a evolução de sua comunidade. De fato, para os primeiros povos se­ dentários e agrícolas era de vital impor­ tância prever as pragas que sempre asso­ laram a humanidade: a seca, a fome, as inundações, as epidemias, as guerras. Com este objetivo, os astrólogos com­ preenderam rapidamente o quanto que restava por fazer.

Tinham que ter a maior exatidão possí­ vel no momento de revelar informa­ ções úteis para a proteção de sua comu­ nidade. Mas, se prestarmos atenção, concluiremos que os perigos que in­ quietavam nossos antepassados tam­ bém nos preocupam atualmente. Inde­ pendentemente do progresso da ciência e da tecnologia, nós nos sentimos ainda impotentes, principalmente como indi­ víduos, diante de fenômenos naturais ou movimentos coletivos. O uso dos decanatos no Zodíaco ajuda a assinalar previsões relativamente mais fiáveis e mais precisas do que as que te­ ríamos se estes não existissem, pois cada um deles oferece informações que lhe são próprias em um setor privilegiado do Zodíaco.

DO GERAL A 0 PARTICULAR Por volta dos séculos III ou II a. C , os astrólogos se preocuparam em adaptar os dados e as informações que utiliza­ vam, com o fim de dar uma solução às preocupações da sociedade ou de res­ ponder às perguntas de qualquer indiví­ duo. Para isto, exploraram da mesma

maneira, segundo os mesmos princí­ pios, as características originais e espe­ cíficas oferecidas pela distribuição dos 36 decanatos no interior do Zodíaco. Quando aprender a realizar suas previ­ sões, você compreenderá o valioso uso que poderá fazer dos decanatos. Mas, para começar, é preciso descobrir as ca­ racterísticas mais importantes de cada um deles tal como são apresentadas na roda zodiacal, bem como os astros que os regem. Portanto, assim como os 12 signos do Zodíaco, cada decanato tem um planeta regente, ou seja, um astro que reina nos 10 graus que o constituem. A partir daqui, combinando os dados oferecidos pela natureza do planeta re­ gente de um signo com os indicados pela natureza do regente de qualquer dos decanatos desse mesmo signo, ob­ teremos, sim dúvida, informações mais aperfeiçoadas, mais sutis, mais preci­ sas, mais acertadas e muito mais de­ finidas sobre a posição do Sol, do as­ cendente, de um astro ou do ângulo de uma Casa situados nesse signo e nesse decanato, dentro do mapa astral de um indivíduo.

Os 36 decanatos do Zodíaco CAPRICÓRNIO regido por Saturno Primeiro decanato: de 270° a 280°, chamado decanato da Organização. Regente: Júpiter (combinação Saturno-Júpiter). Segundo decanato: de 280° a 290°, chamado decanato da Perseverança. Regente: Urano (combinação Saturno-Urano). Terceiro decanato: de 290° a 300°, chamado decanato do Valor. Regente: Urano (combinação Saturno-Urano).

LIBRA regido por Vênus Primeiro decanato: de 180° a 190°, chamado decanato da Sociabilidade. Regente: a Lua (combinação Vênus-Lua). Segundo decanato: de 190° a 200°, chamado decanato do Livre Arbítrio. Regente: Saturno (combinação Vênus-Saturno). Terceiro decanato: de 200° a 210°, chamado decanato da Justiça. Regente: Júpiter (combinação Vênus-Júpiter).

AQUÁRIO regido por Saturno e secundariamente por Urano Primeiro decanato: de 300° a 310°, chamado decanato da Originalidade. Regente: Vênus (combinação Satumo/Urano-Vênus). Segundo decanato: de 310° a 320°, chamado decanato das Inspirações. Regente: a Lua negra (combinação Saturno/Urano-Lua negra). Terceiro decanato: de 320° a 330°, chamado decanato das Utopias. Regente: Netuno (combinação Saturno/Urano/Netuno).

ESCORPIÃO regido por Marte e secundariamente por Plutão Primeiro decanato: de 210° a 220°, chamado decanato dos Impulsos. Regente: Marte (combinação Marte/Plutão-Marte). Segundo decanato: 220° a 230°, chamado decanato do Inconformismo. Regente: Urano (combinação Marte/Plutão-Urano). Terceiro decanato: de 230° a 240°, chamado decanato da Força Psíquica. Regente: Vênus (combinação Marte/Plutão-Vênus).

PEIXES regido por Júpiter e secundariamente por Netuno. Primeiro decanato: de 330° a 340°, chamado decanato da Clarividência. Regente: Saturno (combinação Júpiter/NetunoSaturno). Segundo decanato: de 340° a 350°, cha­ mado decanato da Grandeza de Espírito. Regente: Júpiter (combinação Júpiter/Netuno-Júpiter). Terceiro decanato: de 350° a 360° ou 0°, chamado decanato da Receptividade. Regente: Marte (combinação Júpiter/Netuno-Marte). ÁRIES regido por Marte Primeiro decanato: de 0° a 10°, chamado decanato do Ardor. Regente: Plutão (combinação Marte-Plutão). Segundo decanato: de 10° a 20°, chamado decanato do Carisma. Regente: o Sol (combinação MarteSol). Terceiro decanato: de 20° a 30°, chamado decanato das Paixões. Regente: Vênus (combinação Marte-Vênus).

SAGITÁRIO regido por Júpiter Primeiro decanato: de 240° a 250°, chamado decanato da Sabedoria. Regente: Mercúrio (combinação Júpiter-Mercúrio). Segundo decanato: de 250° a 260°, chamado decanato das Aventuras. Regente: a Lua (combinação Júpiter-Lua). Terceiro decanato: de 260° a 270°, chamado decanato do Conhecimento. Regente: Saturno (combinação Júpiter-Saturno). CÂNCER regido pela Lua Primeiro decanato: de 90° a 100°, chamado decanato das Emoções. Regente: Vênus (combinação Lua-Vênus). Segundo decanato: de 100° a 110°, chamado decanato das Revelações. Regente: Mercúrio (combinação Lua-Mercúrio). Terceiro decanato: de 110° a 120°, chamado decanato da Sensibilidade. Regente: a Lua (combinação Lua-Lua).

TOURO regido por Vênus Primeiro decanato: de 30° a 40°, chamado decanato do Senso Comum. Regente: Mercúrio (combinação Vênus-Mercúrio). Segundo decanato: de 40° a 50°, chamado decanato da Fertilidade. Regente: a Lua (combinação Vênus-Lua). Terceiro decanato: de 50° a 60°, chamado decanato do Realismo. Regente: Saturno (combinação Vênus-Saturno).

LEÃO regido pelo Sol Primeiro decanato: de 120° a 130°, chamado decanato do Extremismo. Regente: Saturno (combinação Sol-Saturno). Segundo decanato: 130° a 140°, chamado decanato do Orgulho. Regente: Júpiter (combinação Sol-Júpiter). Terceiro decanato: de 140° a 150°, chamado decanato do Poder. Regente: Plutão (combinação Sol-Plutão).

GÊMEOS regido por Mercúrio Primeiro decanato: de 60° a 70°, chamado decanato das Intuições. Regente: Netuno (combinação Mercúrio-Netuno) Segundo decanato: de 70° a 80°, chamado decanato do Idealismo. Regente: Marte (combinação Mercúrio-Marte). Terceiro decanato: de 80° a 90°, chamado decanato do Discernimento. Regente: o Sol (combinação Mercúrio-Sol).

VIRGEM regido por Mercúrio Primeiro decanato: de 150° a 160°, chamado decanato da Habilidade. Regente: o Sol (combinação Mercúrio-Sol). Segundo decanato: de 160° a 170°, chamado decanato da Diplomacia. Regente: Vênus (combinação Mercúrio-Vênus). Terceiro decanato: de 170° a 180°, chamado decanato do Altruísmo. Regente: Mercúrio (combinação Mercúrio-Mercúrio).

As fases da Lua A Lua no Zodíaco, com suas 4 fases, seus 8 tipos e suas 28 moradas, é uma autêntica mina de informação para o astrólogo.

S

abemos que a Lua exerce uma grande influência sobre as f marés, mas... como se ex­ plica este fenômeno na rea­ lidade? Seu ritmo e sua amplitude dependem da posição relativa da Ter­ ra, do Sol e da Lua, que muda todos os dias. Esta influência cícli­ ca, portanto mensu­ rável, diz também respeito a outros fe­ nômenos terrestres. Por que não acontece o mesmo com os ou­ tros astros, por mais afastados que estejam da Terra? Afirma-se com freqüência que a astrologia é uma ciência baseada no princípio da influência dos astros. N o entanto, historicamente, esta ques­ tão, que foi a origem de um amálgama entre os dois astros luminosos e os de­ As 28 moradas lunares, segundo um mais astros, é contemporânea do des­ manuscrito espanhol do século XIV. cobrimento do sistema heliocêntrico, que demonstrava que o Sol era o cen­ zações da Antigüidade exerceram tal tro do sistema planetário e que os as­ fascínio sobre os homens do Renasci­ tros giravam à sua volta. Esta pretensa mento, que houve uma espécie de re­ influência dos astros nasceu na mente gresso às origens, mas ficou-se em um dos astrólogos e astrônomos do Renas­ nível superficial, o qual provocou nu­ cimento: Copérnico, Tycho Brahe, Ke­ merosos mal-entendidos que ainda hoje pler e Galileu. perduram. N o entanto, esta teoria foi a causa da O astrólogo deve saber distinguir as in­ cisão entre a astronomia e a astrolo­ fluências físicas do Sol e da Lua sobre gia, visto que os astrônomos modernos certos fenômenos terrestres e, também, negavam que fosse possível qualquer conhecer minuciosamente a linguagem ação dos astros sobre nós. simbólica dos astros. Por este motivo, N o entanto, devemos sublinhar que os quando se trata da Lua, temos que levar sacerdotes-astrólogos da Antigüidade em conta estes dois campos de interpre­ nunca conceberam em termos de in­ tação. fluência o deslocamento dos astros pelo interior do Zodíaco, mas sim de coin­ AS FASES LUNARES cidências ou analogias entre certos fenô­ Para o astrólogo, as fases lunares são menos celestes e terrestres. As civilizações divididas em três séries:

1. As 4 fases l u n a r e s e l e m e n t a ­ res: Lua nova, quarto crescente, Lua cheia ou plenilúnio, quar­ to minguante. 2. O s 8 t i p o s l u n a r e s : Lua nova, Lua crescente, quarto crescente, Lua corcunda, Lua cheia, Lua propagadora, quarto minguante, Lua minguante. 3. As 28 m o r a d a s l u n a r e s : correspon­ dem às 28 fases de um ciclo lunar ou lunação, ou seja, uma revolução completa da Lua em vol­ ta da Terra. Observemos agora as características as­ tronômicas e astrológicas das 4 fases elementares da Lua. LUA NOVA Do ponto de vista astronômico, esta tem lugar no dia em que a Lua nasce e se põe ao mesmo tempo que o Sol. Ambos se encontram na mesma posição em relação à Terra. Dessa forma, quando os dois astros lu­ minosos se encontram exatamente no mesmo eixo, durante um breve mo­ mento, em relação à Terra, com a Lua situada entre o Sol e a Terra, produz-se sempre um eclipse ou, mais exata­ mente, uma ocultação do Sol. Quando a Lua nova aparece, nosso sa­ télite mostra seu lado escuro à Terra. Do ponto de vista astrológico, a Lua nova tem lugar no momento em que o Sol e a Lua se encontram no mesmo grau do Zodíaco, isto é, no mesmo signo. Imaginemos, por exemplo, que no dia de Lua nova o Sol está a 8 graus do signo de Áries: a Lua também estará nesta posição. Dizemos então que o Sol e a Lua estão em conjunção.

As 4 fases da Lua

Lua nova

Os 8 tipos lunares

Lua cheia ou plenilúnio Quarto minguante

Quarto crescente

QUARTO CRESCENTE OU LUA CRESCENTE Astronomicamente, esta tem lugar 7 dias depois da Lua nova. A depender do período do ano, a Lua mostra uma diferença horária, em relação ao Sol, de 6 a 12 horas, ou seja, nasce e põe-se entre 6 e 12 horas mais tarde que aquele. Vista da Terra, tem um aspecto de uma meia lua que cresce da es­ querda para a direita, formando uma espécie de C maiúsculo. Astrologicamente, a Lua nova tem lugar no momento em que o Sol e a Lua for­ mam um ângulo de 90 graus no Zo­ díaco, com a Lua precedendo o Sol. Retomando o nosso exemplo, se em um dia de quarto crescente o Sol está a 15 graus do signo de Áries, — efeti­ vamente o Sol se desloca no Zodíaco um grau por dia —, a Lua estará situada a 15 graus do signo de Câncer. Diz-se então que está em quadratura.

LUA CHEIA D o ponto de vista da astronomia, a Lua cheia tem lugar 14 dias depois da Lua nova, isto é, no dia em que a Lua nasce quando o Sol se põe e vice-versa. Encontram-se portanto, um em frente ao outro, com a Terra entre os dois. Os eclipses da Lua acontecem sempre na fase de Lua cheia. O Sol, a Terra e a Lua encontram-se no mesmo eixo e a sombra da Terra oculta a face ilu­ minada da Lua. Efetivamente, no pe­

Lua nova

Lua crescente

ríodo de Lua cheia, o disco lunar passa a ser totalmente visível. Do ponto de vista da astrologia, a Lua cheia é produzida no momento em que o Sol e a Lua distam 180 graus no Zodíaco, situados, portanto, em dois signos opostos. Continuando nosso exemplo, se o Sol estiver a 22 graus do signo de Áries em um dia de Lua cheia, esta estará situada a 22 graus do signo de Libra. Diz-se então que estão em oposição.

QUARTO MINGUANTE OU LUA MINGUANTE Na astronomia, o quarto minguante tem lugar 21 dias depois da Lua nova. A diferença horária entre o nascer e o ocaso dos dois astros luminosos reduzse a uma diferença semelhante à do quarto crescente. Vista da Terra, a Lua oferece-nos o aspecto de uma meia lua cuja parte iluminada diminui, formando deste modo um D maiúsculo. Do ponto de vista da astrologia, o quarto minguante tem lugar quando o Sol e a Lua formam novamente um ângulo de 90 graus no Zodíaco, como no quarto crescente. N o entanto, ao longo desta fase, o Sol precede sempre a Lua. Para concluir com nosso exemplo, se o Sol estiver a 29 graus do signo de Áries, a Lua es­ tará situada a 29 graus do signo de Capricórnio. Encontram-se novamente em quadratura no Zodíaco.

Quarto crescente

Lua corcunda

Lua cheia

Lua propagadora

Quarto minguante

Lua minguante

Os eclipses da Lua e as ocultações do Sol O Sol e a Lua brincam de esconde-esconde com a Terra. O resultado disso são os eclipses e as ocultações, que podem incidir em nosso destino individual e coletivo.

Q

ual foi o episódio mais espetacu­ lar para nossos antepassados: o re­ pentino desaparecimento da Lua no meio da noite ou do Sol em pleno dia? Para eles, ambosforamigualmente sur­ preendentes, pois encontraram-se imer­ sos, durante alguns segundos, na mais profunda escuridão, enquanto o farol da noite se extinguia pouco a pouco no céu claro e puro, ou porque, também em alguns segundos, viram como decli­ nava rapidamente o dia e em seguida desaparecia durante um curto instante, como se uma mão gigantesca escondesse o astro do dia, como se um monstro engolisse a Lua ou o Sol. De fato, em muitas mitologias orientais, asiáticas ou ociden­ tais, um monstro, serpente ou dragão, devora a Lua ou se apodera do Sol. Mas o que tal­ vez foi ainda mais extraor­ dinário foi o fato de que estes acontecimentos insólitos, má­ gicos e dramáticos eram in­ quietantes mensagens celestes e divinas que quase sempre anunciavam a cólera dos deu­ ses contra os homens. Se atualmente nos sentimos per­ feitamente seguros e não ne­ cessitamos da prevenção — o que, paradoxalmente, não nos deixa menos ávidos de saber o que nos espera no futuro, de conhecer o amanhã e de fazer previsões —, para nossos an­ tepassados era muito dife­ rente. Eles, simplesmente por razões de sobrevivência, ne­ cessitavam prever para armar-

se de antemão contra as catástrofes ou as calamidades suscetíveis de perturbar o frágil equilíbrio de um mundo, que eram plenamente conscientes de não dominar. Não importa o que se diga ou se pense hoje com respeito a isso, e com razão. Os homens da Antigüidade, baseandose em um sistema que não deixa nada a dever à estatística, definiram certas regras básicas inerente aos eclipses, que seria muito importante que voltásse­

mos a levar em consideração e a es­ tudar novamente do ponto de vista de nossos antepassados, e que não deve­ mos guardar pejorativamente e com pressa no baú das superstições de outra época ou de um tempo passado. Ci­ temos por exemplo o tratado de astro­ logia mais antigo, cujos primeiros estu­ dos datam sem dúvida da primeira metade do II milênio antes de nossa era, isto é, da época paleobabilônica, período durante o qual a Babilônia exercia sua supremacia. Este tratado, tal como foi encon­ trado, é composto de 70 pla­ cas de barro que datam da primeira metade do milênio seguinte, que representam somente uma parte do mes­ mo e nas quais estão com­ pilados aproximadamente 10.000 presságios, que se ba­ seiam evidentemente em uma interpretação dedutiva: "Se a Lua ao sair se mostra parcialmente ofuscada, com a ponta direita de seu quarto diminuída, mas a outra afi­ lada e perfeitamente visível, durante três anos, a atividade econômica do país se estan­ cará". E mais à frente: "Se, no mês de Nisán (março-abril, o primeiro mês do ano me­ sopotâmico), se produzir um eclipse do Sol, neste mesmo ano, o rei morrerá". (Jean Bottéro, "L'astrologie est née en Mésopotamie", in Initiation à l'Orient ancien, éditions du Seuil, 1992). Citemos também a placa escrita por

um astrólogo assírio dirigida a Assur­ banipal, na metade do século VII antes de nossa era: "No dia 14 deste mês se produzirá um eclipse da Lua. Anuncia sofrimento para nossos vizinhos, do Sudoeste ou do Noroeste, mas é de bom augúrio para sua Majestade".

QUE IMPORTÂNCIA DEVEMOS DAR AOS ECLIPSES? É preciso distinguir entre o eclipse da Lua, que se produz quando a Terra se en­ contra exatamente entre o Sol e a Lua, o que significa que estes estão frente a frente, isto é, na Lua cheia — neste caso a sombra da Terra é a que escurece a Lua vista da Terra, pois ela mesma está diante do Sol —, e o que chamamos impro­ priamente o eclipse do Sol. Este último, na verdade, é uma ocultação que a Lua faz do astro do dia, desta vez, como sa­ bemos, no momento da Lua nova, a qual se encontra entre o Sol e a Terra, neste caso é a Lua que escurece o Sol visto da Terra, já que está diante do Sol. Assim, podemos interpretar o eclipse da Lua ou a ocultação do Sol de dois pontos de vista diferentes: 1. Calculando e realizando um mapa ho­ rário baseado nas coordenadas que cor­ respondem ao instante em que se pro­ duzirá o eclipse ou a ocultação, a partir da qual estabeleceremos as previsões cha­

madas mundiais, isto é, relativas aos acon­ tecimentos suscetíveis de produzir-se no país. 2. Observando em que lugar de um mapa astral se produzirá este eclipse ou esta ocultação, já que se tiver lugar em um ponto chamado sensível, por exemplo em conjunção perfeita ou a 2 o ou 3 o de orbe ou separação de um astro, um ponto fictí­ cio ou um ângulo do mapa astral, segu­ ramente terá incidência sobre os aconte­ cimentos futuros relacionados com o nativo.

Evidentemente, tanto em um caso como no outro, devemos levar em conta as posições dos astros em trânsito no preciso instante deste eclipse ou ocul­ tação. No entanto, devemos fazer mais uma vez uma distinção entre o eclipse parcial ou total. Quando é total, isto é, quando a Lua ou o Sol desaparecem completamente, sua incidência obviamente é mais forte que quando é parcial, isto é, quando so­ mente se escurece uma parte da Lua ou do Sol.

26 de Fevereiro de 1998 a 7º 55' de Peixes

Exemplo de interpretação de uma ocultação do Sol em um mapa astral Tomemos o exemplo da ocultação total do Sol que teve lugar em 26 de fevereiro de 1998 a 7º 55' do signo de Peixes, exatamente. No mapa astral de nosso exemplo, observamos que se manifestou a menos de 2o de orbe do Meio do Céu. Podemos, portanto, dizer que esta ocultação incide na posição social da pessoa em questão, confirmada pelo trânsito de Plutão a 8o do signo de Sagitário e a Casa VI do mapa astral — a Casa das atividades habituais, da vida cotidiana e do trabalho de cada dia —, e em quadratura com a cúspide da Casa X ou Meio do Céu. Daí podemos deduzir que suas atividades profissionais e sua vida social estarão "ocultas" durante as próximas semanas ou os próximos meses e, neste âmbito, uma inevitável transformação será produzida.

O Sol e a consciência Desde o momento do nascimento até sua morte, a posição do Sol no mapa astral nos informa sobre seu nível de consciência e de vontade,quesão a manifestação de sua consciência.

R

espirar, ouvir e ver nos parece al­ go completamente normal. São atos que realizamos sem pensar. N o entanto, se observarmos bem, ao fazêlo, estamos tomando conhecimento, posse e consciência do mundo exte­ rior, o qual se transforma em uma rea­ lidade para cada um de nós. E este mundo exterior, embora o tenhamos conhecido desde o momento em que nascemos — instante a partir do qual o mapa astral é estabelecido —, o des­ conhecíamos antes do momento em que, ao sair do ventre de nossa mãe, efetuamos pela primeira vez nossa res­ piração completa, abrimos olhos e ou­ vidos à vida, a este mundo exterior que existe sem nós. Em outras palavras, podemos dizer que o mundo onde vivemos existe em si mesmo. N o entanto, se pensamos bem, para nós existe porque o vemos. Antes de nosso nascimento, o Sol já brilhava há muito tempo. E depois de nossa morte continuará brilhando du­ rante muito mais tempo. Segundo os astrofísicos, o Sol é uma estrela que nasceu há 5 bilhões de anos e está ape­ nas na metade de sua vida, enquanto que o homem nasceu há aproximada­ mente 100.000 anos. Mas, concreta­ mente, quanto aos seres humanos, o Sol, o grande distribuidor de luz e de vida na Terra, parece que brilha para cada um de nós e ilumina o que para nós é o mundo exterior, permitindonos distinguir o que é visível do que não é. Por isso, o que chamamos o mundo físico, tudo que vemos, tudo que nos cerca onde vivemos o nosso dia-a-dia, se mistura conosco. Não imaginamos estar na escuridão abso­ luta. De fato, se assim vivêssemos, tudo que pensamos, nossa situação no tempo e no espaço, nossa percepção do mundo e da realidade, o conheci-

Sem nossa capacidade de ver este mundo iluminado pelo Sol, não seríamos o que somos e talvez não saberíamos quem somos, não teríamos nenhuma consciência de nossa existência e nossa presença na Terra. conhecimento que temos do mundo nascer e a cons­ do Sol e da Lua têm lugar dia­ ciência que temos de nós mesmos, de­ riamente, na hora prevista, segundo a sapareceriam. época do ano, evidentemente, sem que nos demos conta. Tudo isto é perfei­ 0 NASCER E 0 PÔR DO SOL: tamente normal. Para que nos preocu­ FENÔMENOS CORRIQUEIROS, parmos se temos tantos problemas que ACONTECIMENTOS resolver, tarefas que cumprir e desejos MARAVILHOSOS que satisfazer? Para nossos antepassa­ Atualmente, estamos tão absorvidos dos era totalmente diferente. com as preocupações da vida material O aparecimento do Sol e o nascimento que alguns fenômenos naturais — os do dia tinham um caráter mágico, quase quais, segundo sabemos ao tê-los ob­ sobrenatural. Quanto ao crepúsculo, servado e medido com precisão, são para eles era inquietante, pois anunciava produzidos em função de alguns me­ um período durante o qual o mundo canismos imutáveis —já não guardam no qual viviam estaria imerso na obscu­ nenhum interesse para nós. Por isso o ridade. De maneira que quando foram

capazes de compreender que o Sol nas­ cia e se punha em função de certo ritmo mensurável, não o acharam normal. O atribuíram a um verdadeiro dom do céu, pois, para nossos antepassados, o pragmatismo jamais excluía certo res­ peito e admiração ante os fenômenos da natureza, que desgraçadamente já perdemos. 0 SOL NO MAPA ASTRAL, A CONSCIÊNCIA E A VONTADE Mas, cm função deste princípio fun­ damental devemos interpretar a pre­ sença do Sol em um mapa astral, o qual representa, de alguma maneira, o ama­ nhecer de um ser, seu aparecimento à luz do mundo visível, o momento úni­ co de seu nascimento. Para isso, podemos considerar que a si­ tuação do Sol em um mapa astral, que ilumina o signo do Zodíaco no qual se encontra, é uma representação simbó­ lica da consciência do ser em questão. Entendemos por consciência a capaci­ dade que possui um ser para ver o mundo que o cerca, conhecê-lo e iden­ tificar-se c nele integrar-se, quase ape­ sar dele.

Desde o começo, que quase sempre se eterniza, sem perceber nos identifica­ mos literalmente com o mundo exte­ rior, somos o que ele é. Até o ponto em que, às vezes, já não distinguimos entre o que somos em essência e o que nos cerca, ou, se se prefere, quando dizemos "eu" nos re­ ferimos a tantos elementos exterio­ res que formam parte de nossa vida, nos quais nos reconhecemos, que já não diferenciamos entre o que só nos pertence, que unicamente provém e depende de nós, e o que procede do mundo exterior. Assim, quanto mais forte é a vontade de um ser, tanto mais pode aprender a distinguir-se de seus semelhantes e dos elementos que o cercam. Esta é a razão pela qual, em astrono­ mia se define a posição do Sol em um mapa astral como o que nos informa sobre "a expressão da vontade instin­ tiva do indivíduo", isto é, o que um ser quer instintivamente, sem raciocinar. Então a vontade é um instrumento que emprega sua consciência para che­ gar a ser um autêntico indivíduo, com suas forças e debilidades inatas, com

suas partes de destino e de livre arbí­ trio. Sua vontade é a manifestação de sua consciência. O SOL E A REALIZAÇÃO DE SI MESMO N o entanto, assim como o Sol no mapa astral marca o amanhecer de um ser ou seu nascimento, também revela o anoi­ tecer do ser em questão e, conseqüen­ temente, sua morte. Mas, em astrologia, a morte não deve opor-se à vida, mas sim ao nascimento. Por isso não é falso dizer que o Sol si­ tuado em seu mapa astral contém po­ tencialmente tudo aquilo que você é, e vai ser, durante sua vida, e que, no mo­ mento de sua morte, conterá também tudo aquilo que você é e realizou. De maneira que, se estabelecemos um mapa astral tomando como coordena­ das as do momento da morte de um ser, poderemos fazer uma idéia do trajeto percorrido por este indivíduo durante toda a sua vida, desde o nascimento até sua morte, e do nível de consciência que alcançou no momento de sua última hora.

A Lua e a emoção A Lua em um mapa astral representa em grande medida a sensibilidade de um ser. Informa-nos sobre esta sensibilidade ante o mundo e a vida, e também sobre as emoções que este ser sente.

A

consciência, tal como é represen­ tada pelo Sol em um mapa astral, não tem nada a ver com a lucidez. Por mais sutil que possa parecer, se racio­ cinarmos e observarmos bem, com­ preenderemos e admitiremos muito fa­ cilmente que alguns seres, que dão mostras de uma grande lucidez e san­ gue-frio, não estão necessariamente equipados com uma consciência clara, forte e singular. Por exemplo, uma pes­ soa pode ser razoável, séria e ao mesmo tempo não ter força de vontade, ou, ao contrário, mostrar-se muito voluntario­ sa, mas demonstrar uma falta total de moderação, rigor c lógica. N o entanto, embora todas as qualida­ des possam ser adquiridas com o tempo e com a experiência, e sejam reconhecí­ veis em um mapa astral graças à situação de Saturno, o mesmo não acontece com a consciência, que parece fundamental­ mente adquirida pelo ser desde seu pri­ meiro dia e que espera re­ velar-se tal como é, para que o indivíduo cm questão pos­ sa educar-se, crescer, desen­ volver a sua personalidade e realizar-se. É, portanto, através do exercício de sua vontade que o ser expressará e manifestará sua consciên­ cia, a qual, desde o começo, no momento mesmo de seu nascimento, já figura tal como vai ser: inalterável e autônoma, como o Sol, que é uma estrela que gera por si mesma a energia que neces­ sita para existir.

A INICIAÇÃO E A INSTRUÇÃO Costuma-se dizer: "mudei muito", como se nos sentís­ semos culpados de ser como

somos. Seria mais correto dizer: "não estou de acordo comigo mesmo", pois, na realidade, não se muda nunca, em­ bora no caminho, com o tempo e a ex­ periência, e com nossa consciência comportando-se corretamente, nos ve­ jamos sob um ou mais ângulos dife­ rentes. Porém, nossos desejos, nossas necessidades e nossas emoções se trans­ formam; por isso, temos a impressão de que mudamos, enquanto que o que mudou é o nosso ponto de vista, a nossa maneira de olhar para o mundo, só isso. Significa isto que não temos nenhuma perspectiva de mudança, transformação, evolução c que estamos nos enganando continuamente ao respeito? Evidente­ mente que não. Mas na maioria das vezes, as profundas transformações pro­ duzidas em nós são do tipo emocional

e não procedem do domínio da reflexão e da razão. Talvez partam daí as diferenças e os mati­ zes que existem en­ tre a iniciação, que etimologicamente significa "entrar, co­ meçar", e a instrução, que quer dizer "ação de dispor, de adaptar". A iniciação é uma espécie de nascimento, enquanto que a instrução procede da capacidade de adaptação, tão apreciada pelo ser humano, e de sua propensão a dispor, a organizar as coisas, a dar-lhes uma ordem, uma função, uma razão de ser.

Por não receber a influência emocional da Lua, os homens tentam "pescá-la", mas o que pegam é apenas seu reflexo (adaptação de uma gravura do século XIX).

A iniciação, o nascimento, o princípio e o começo quase sempre suscitam uma ou mais emoções fortes. Mas, estas emoções e sensações, todas j u n ­ tas, formam a "expressão e manifes­ tação da sensibilidade de um ser", que é o que nos indica a Lua em um mapa astral. A EMOÇÃO E A RAZÃO Em um mundo onde reinam a razão, a análise, o espírito lógico ávido de or­ dem, de método, de organização e de cálculos, a emoção sofre. A tal ponto que a maioria das vezes os homens e as mulheres retêm ou inibem suas emoções; assim, a televisão e o cinema se transformaram em suas válvulas de escape e seus catalisadores. Diante de uma tela com imagens, choramos e nos transtornamos, mas já não nos

emocionamos com nossa própria vida. Já não c o outro que nos emociona, mas sim sua imagem virtual. Porém, quanto mais razoáveis, reservados, em uma só palavra, civilizados queremos nos mostrar, mais danos infringimos a nossas emoções e mais a tememos. De fato, ao nos negarmos, apesar de nós mesmos, a senti-las, a integrá-las em nossas vidas, a simplesmente vivêlas, deixamos de conhecê-las. Mas, em um mundo onde fazemos tudo para conseguir ter segurança e preservar os bens adquiridos a todo custo, embora digamos o contrário, o que nos dá mais medo é o desconhecido. Por isso, não devemos ter medo de dizer que as mulheres — que evoluem espontanea­ mente em um universo de emoções, cuja natureza é basicamente receptiva, e vibra e vive na emoção pura — se

A Lua afeta diretamente às mulheres em suas vidas, em sua natureza e em sua mente, onde a emoção ocupa o lugar mais importante (adaptação de uma gravura do século XVII).

equivocam ao adotar os papéis dos ho­ mens em um mundo masculino, não por seu aspecto viril, mas sim por sua sede de impor uma ordem, um poder, uma realidade única no mundo e na vida. De maneira que, como vemos, não é a consciência revelada pelo Sol que se opõe à emoção indicada pela pre­ sença da Lua no mapa astral, mas sim a razão fria e dura, a temível lucidez própria de Saturno, pois quando di­ zemos que temos razão, a emoção não tem nenhuma importância. E, no en­ tanto, c no coração da emoção onde emergem, nascem e movem-se os pen­ samentos, os sentimentos, as sensações boas c más — que nos permitem es­ colher, nos distinguir, nos diferenciar uns dos outros, nos singularizar —, os impulsos e repulsas instintivas, a noção do bem e do mal, do visível e invisí­ vel, a imaginação e os sonhos, todas as percepções. É a emoção que nos en­ caminha, que nos inicia na mais bela e mais forte das sensações, dos pen­ samentos e das criações humanas: o amor! Ao relegar a emoção a um pas­ sado antiquado para o homem, esta­ mos repudiando, afogando e negando todo isto. Nossa consciência e vontade, repre­ sentadas pelo Sol, requerem tanto a emoção e a sensibilidade da Lua, como a razão e a lucidez, encarnadas por Sa­ turno, para nos ajudar a nos realizar plenamente. Como já declaramos anteriormente, nunca mudamos. Às vezes, no entanto, temos a ilusão de achar que mudamos porque, em um momento dado, deci­ dimos dar mais importância a um ou outro componente de nossa persona­ lidade, em detrimento dos demais. Na realidade, nunca devemos negar, re­ pudiar ou contrariar nada em nós. A vontade, a sensibilidade c a lucidez devem viver livremente. E se, às vezes, inevitavelmente, engendram tensões, contradições e dúvidas simultanea­ mente, estas últimas agudizarão nossa razão, nossas emoções c nossa cons­ ciência.

Mercúrio ou a mente, a alma e a inteligência Através dos significados de Mercúrio em um mapa astral podemos entrar em relação com a alma de um ser e compreender como se expressa.

V

ivemos cm um mundo organi­ zado pela linguagem, mas no qual está ficando cada vez mais difícil com­ preender as palavras, pois, quanto mais avançamos, também damos com maior freqüência um sentido equivocado a elas ou as esvaziamos de seu signifi­ cado, e cada vez nos custa mais en­ tender-nos. Historicamente, a __ humanidade nunca dispôs de tantos instrumentos e meios para a comunicação. Porém, ao mesmo tempo, nunca os mal-entendidos foram maio­ res e o isolamento e o mu­ tismo tão flagrantes. De fato, poderíamos ter a im­ pressão de que nosso mun­ do, em qualquer povo ou nação, funciona em dois níveis di­ ferentes. N o nível inferior está situado o que chamamos a maioria silenciosa, da qual muitos de nós fazemos parte, c que vive, move-se e atua, vítima das necessidades e de seus impulsos, às vezes simples e fáceis de entender, ou­ tras vezes estranhas e contraditórias, incompreensíveis e imprevisíveis. N o outro nível figura a economia de um país ou de uma nação, e por sua vez o equilíbrio das forças do mundo, que se baseia nestas necessidades e impul­ sos desta famosa maioria silenciosa. De fato, se por exemplo amanhã decidir­ mos parar de consumir gasolina — o que, obviamente, parece impensável pois o uso do automóvel se transfor­ mou em uma segunda natureza para nós — provocaríamos uma catástrofe econômica. Mas, para evitar que se produzam acontecimentos deste tipo — pois no fundo sabemos que tudo

é possível e que tudo pode acontecer em qualquer momento —, estabelece­ mos uma espécie de olho vigilante eletrônico, um sistema de vigilância muito sofisticado. N o nível superior exis­ te, portanto, tudo que nossas sociedades mo­ dernas chamam os "mí­ dia" (meios de comuni­ cação, a forma plural do latim medium), que juntos formam uma espécie de barômetro dos estados de ânimo ou es­ tado mental das massas, das quais são um reflexo, mas que, ao mesmo tem­ po, tentam também influir, modificar e modelar, e que, com freqüência, é di­ fícil acompanhar e compreender. Por isso, os meios de comunicação que, como seu nome aparentemente indica,

Para ver o que existe na alma, a linguagem não é necessária. É esta a mensagem de Mercúrio, que nos convida ao silêncio. são intermediários — ou ao me­ nos deveriam ter este papel — entre os dois níveis que acaba­ mos de descrever, acabam se transformando cm instrumentos de jogo, de poder e de influên­ cia e deixam de ser os instrumen­ tos de comunicação que eram em um princípio, comunicação para a qual foram criados. Sua influência se tornou demasiado forte em nossa mente e costumes, isto é, nossos há­ bitos de pensamento e de vida. Impõenos em demasia o que pensamos e o que vivemos, o que devemos pensar e viver. Então, acabamos reprimindo o pensar e o viver como sentimos, es­ pontaneamente, apesar do que somos.

Por isso, o nível denominado inferior — do qual, repetimos, a maioria de nós forma parte —, que é o da vida e das preocupações coletivas, tende cada vez mais a inibir nossas emoções que, em conseqüência, são suscetíveis de de­ sencadear em qualquer momento outra explosão. Não nos surpreenda­ mos, portanto, diante do sucesso, em todos os países do mundo, dos filmes de catástrofes. As pessoas se reconhecem a si mesmas, ou mais exatamente, percebem em si mesmas este excesso de emoções que temem um dia encontrar fora de con­ trole, sem poder retê-las MENTE E MENTALIDADE, INTELECTO E INTELIGÊNCIA Porém, o que é certo no âmbito co­ letivo também é certo na escala indi­ vidual, pois cada um de nós se distin­ gue por seus pensamentos, seus gostos,

suas escolhas, suas tendências, suas idéias ou convicções pessoais, caracte­ rísticas que, juntas, compõem a men­ talidade de um ser. Falamos então de mentalidade individual, porém tam­ bém de mentalidade coletiva. Por outro lado, observamos que, com freqüên­ cia, associamos a mentalidade de um povo ou uma comunidade — como, por outro lado, a de um ser cm parti­ cular — com sua alma. Quando sabe­ mos que o latim mentalis, que deu "mentalidade", significava no começo "da alma, do intelecto", compreende­ mos melhor porque, em nossos espí­ ritos, as noções de mentalidade c alma se confundem. Parece que a partir do século XIV as mentes bem pensantes quiseram dis­ tinguir a alma do intelecto. E, nos sé­ culos seguintes, estas mesmas mentes relegaram a alma aos calabouços, antes de ser recuperada e reatualizada pelos psicanalistas a princípios do século XX.

A mentalidade de um ser é seu estado de ânimo, suas crenças, suas convicções, que, obviamente, influem sobre suas escolhas e seu comportamento. Assim o compreendemos atualmente, e é exa­ tamente o que nos revela a posição de Mercúrio no signo, nas Casas e seus eventuais aspectos no mapa astral, pois se definimos esta posição de Mercú­ rio, de uma forma simples e superfi­ cial, como a que nos informa sobre a natureza e a expressão da inteligência do indivíduo, estaremos dando ao termo "inteligência" o sentido de "ex­ pressão da alma através do intelecto ou da mente". Dito de outra forma, a inteligência é a expressão da alma de um ser que em­ prega sua mente ou seu intelecto para se manifestar. Assim, o sentido etimo­ lógico original de "mentalidade" está muito próximo do que Mercúrio re­ presenta astrologicamente. E não nos cansaremos de sublinhar até que ponto este astro e o que representa são importantes no estudo de um mapa astral. De fato, nunca devemos esquecer que as informações que nos proporciona a posição de Mercúrio em um mapa as­ tral nos indicam como o ser cm questão emprega, utiliza e explora suas faculdades para expressar seus senti­ mentos e desejos que provêm direta­ mente de sua alma. Com respeito a este astro, podemos falar, pois, tanto de mentalidade como de inteligência de um ser. Melhor ainda, podemos dizer: a mentalidade é a inteligência e viceversa. Nunca subestimemos, portanto, a po­ sição de Mercúrio no mapa astral de um ser. De fato, como acabamos de expor, as interpretações que você obterá lhe porão diretamente em relação com sua alma, pois se somos capazes de definir, graças a Mercúrio, exatamente que é a alma, como se forma, onde se en­ contra, de onde vem e até onde vai, po­ deremos compreender e ver como se expressa, estudando a mentalidade ou a inteligência de um ser.

Vênus e o amor De Vênus e o amor até Eros e Amor, vamos descobrir como este astro nos informa sobre a iniciação de um ser na vida amorosa.

O

amor é certamente o sentimento humano que fez correr mais rios de tinta desde que o homem aprendeu a escrever. Não podemos negar-lhe o papel primordial que ocupa em nossa vida, embora, observando-o bem, qual­ quer que seja a época, cultura ou civi­ lização, o amor, sob seus múltiplos as­ pectos e manifestações, sempre foi o mesmo. N o entanto, assim como com as 7 notas da escala musical obtemos infinitas combinações harmônicas, o amor tam­ pouco nunca deixa de nos surpreender, de nos maravilhar e, obviamente, tam­ bém de nos pôr à prova. Em função de como o vivemos ou sonhamos, imagi­ namos, consideramos ou idealizamos, nos faz formosos, inteligentes, corajo­ sos... ou, ao contrário, monstruosos, idiotas ou covardes. Inevitavelmente impulsa-nos a realizar tanto proezas como qualquer tolice. Mas, em todo caso, podemos conside­ rar que o amor nos leva a ser mais cons­ cientes de nós mesmos, de nossos li­ mites, de nossas emoções e de nossa capacidade de dar e receber. Por isso, embora Vênus seja o astro do amor ou, mais concretamente, se sua posição em um mapa astral nos informa sobre a ex­ periência dos sentimentos, emoções e motivações de um ser, não podemos negar que em si mesmo este planeta re­ presenta uma fonte de informações va­ liosas e fundamentais. VÊNUS OU A INICIAÇÃO AO AMOR Mas, neste caso, devemos abordar nossa interpretação de Vênus em um mapa astral a partir da chave das informações indicadas sobre o comportamento amo­ roso de um ser. De fato, não parece que, quase sempre, nos custa amar, fazer-nos amar e tudo

o que vivemos no registro do amor — trate-se de relações amorosas ínti­ mas e privilegiadas entre dois seres ou, mais amplamente, de relações afetivas que cultivamos com nossos pais, nos­ sos amigos — nos submerge em uma espécie de confusão de sentimentos, em um clima inefável de angústia e incer­ teza, mais que em uma sensação de ple­ nitude? Por que o amor é tão difícil de viver? Talvez, simplesmente, porque queremos pôr limites a algo que não os tem ou que não está feito para tê-los. A situação de Vênus em um mapa astral nos permite compreender como um ser é capaz de viver o amor e, em nossa opinião, como vai realizar sua apren­ dizagem do amor. O Zodía­ co nos oferece, portanto, 12 inscrições diferentes, se se permite tal interpretação, e, melhor ainda, 36 ex­ pressões puras e originais do amor, se levamos em conta os

decanatos. Mas, evidentemente, sua posição nas Casas, assim como os even­ tuais aspectos que forma, também deve­ mos levá-los em conta e acrescentá-los à nossa análise, para que possa ficar mais preciso e afinado.

Por outro lado, ao estudar a situação de Vênus em um mapa astral, nunca de­ vemos esquecer que, embora todas as histórias de amor se pareçam, cada ser tem uma maneira pessoal e íntima de experimentar seus sentimentos e que, em sua experiência, intervêm muitos parâmetros inerentes à personalidade. Por isso, é legítimo considerar a Vênus o instrumento de nossa iniciação ao amor.

A PROVA DO AMOR A "prova do amor" remete a uma fór­ mula comumente admitida e rica de ensinamentos. O verbo "provar", para referir-nos ao amor, é mais fácil de ser manejado que o conhecido "sentir", pois, em seu sentido puro e original, "provar" nos remete a "verificar, ex­ perimentar, conhecer algo através de uma experiência pessoal". E se dize­ mos muitas vezes que o amor não exige razões, mas sim ações, isso quer dizer que nossa natureza humana exige provas.

Estamos feitos de maneira que temos necessidade de dar e receber provas de nosso amor. Não podemos nos con­ formar com amar ou ser amados. Que­ remos certezas ao respeito. Trata-se de uma fraqueza? Sem dúvida. Mas isso se deve a que as sensações, emoções e sen­ timentos que experimentamos quando amamos têm algo de incompatível com a razão, a lucidez e o domínio de si mesmo, que, como sabemos, são qua­ lidades atribuídas a Saturno. Em outras palavras, o amor nos faz per­ der nossas faculdades. Por isso busca­ mos segurança tentando encontrar pro­ vas de que o que sentimos é certo. De fato, em geral, o amor é irracional e totalmente fora de parâmetros. Ten­ demos, portanto, a exigir-lhe algum tipo de prova.

Correspondências entre os astros Com respeito a Vênus e ao amor, é oportuno sublinhar as correspondências ou relações espontâneas que os astros estabelecem entre si. Assim, o que o Sol representa está situado acima de qualquer união, e as relações entre o feminino e o masculino são estabelecidas pelo eixo Lua, Vênus, Júpiter, por uma parte, e pelo eixo Mercúrio, Marte, Saturno, por outra, com outros dois vínculos representados pelas relações Lua-Saturno e Mercúrio-Júpiter. Este diagrama o ajudará a compreender melhor porque foi tão evidente para os criadores do Zodíaco que todo ser possuía um duplo pólo masculino e feminino, independente de seu sexo.

EROS E AMOR O conceito grego de Eros, tal como nos é apresentado pela mitologia, está muito mais próximo do amor, tal como sen­ timos e experimentamos, que da tar­ dia e esquemática interpretação que fizemos reduzindo-o ao sentido do ero­ tismo ou desejo sensual. De fato, em um princípio Eros, deus do amor dos gregos, se­ gundo a lenda cosmogô­ nica, nasceu ao mesmo tempo que a Terra e, em conseqüência, da mesma forma que esta, do Caos original, do Ovo cósmico. Este Ovo teria sido engendrado pela Noite. Quando este Ovo surgiu, no mo­ mento em que Eros saiu de sua casca, a parte inferior desta formou a Terra, e sua parte superior, o Céu. Entretanto, não esqueçamos que Vênus era Afrodite para os gregos, a deusa do desejo, e não do amor.

Em um mapa astral, o astrólogo se re­ fere, portanto, a Vênus, não a Eros. Disto podemos deduzir, inspirando-nos na legenda de Eros — que aqui repre­ senta o amor primordial que unificou o mundo —, que Vênus-Afrodite é quem experimenta o desejo que con­ duz ao amor, no sentido do amor per­ feito, absoluto, sem limites, de que todos nós, sem dúvida, somos capazes; mas ao qual todos tememos, pois so¬ brepassa os limites da razão e da com­ preensão. No entanto, é este desejo que nos empurra a amar.

Marte e o contato físico com a realidade Marte, a capacidade de ação, a afirmação de si mesmo, a agressividade, a força e a potência, é o instrumento para o contato físico de um ser com a realidade material.

C

omo já dissemos muitas vezes nestas páginas, a astrologia é uma ciência antiga, baseada em prin­ cípios e critérios dos nossos ante­ passados, sobre a qual, com o tempo, fomos perdendo tanto o sentido quanto a essência. É uma pena, mas não é algo irreversível. De fato, se queremos tirar o melhor partido das informações que as po­ sições dos astros nos revelam cm um mapa astral, primeiro devemos en­ contrar o sentido original atribuído a cada um deles. Em seguida, devemos delinear e nos aprofundar em uma in­ terpretação de um mapa astral. Isto é o que já lhe ensinamos a fazer in¬ centivando-o a cada momento a ten­ tar obter a sua própria interpretação de um mapa astral e insistindo no fato de que a parte de interpretação prá­ tica em astrologia é mais importante que os cálculos de precisão milimé­ trica das posições dos astros. Por isso, destacamos que a astrolo­ gia, tal como a temos revelado, está mais próxima da arte que da ciên­ cia, no sentido que a entendemos atualmente. Dessa forma, acredita­ mos que seja muito importante, tanto para o iniciante quanto para o pro­ fissional, alcançar e "experimentar" o sentido profundo de cada um dos astros presentes em um mapa astral. Considere que não estamos citando o verbo "experimentar" à toa. De fato, em cada um de nós, a von­ tade instintiva — revelada pela po­ sição do Sol natal —, a sensibilidade e a emoção — qualidades atribuídas à Lua —, a mente e a mentalidade re-

O poder da ação de Marte é a capacidade de entrar em contato com a realidade material.

resultante — que, como já vimos, são detectadas graças à posição de Mer­ cúrio no mapa astral —, o amor e a aprendizagem dos sentimentos — in­ dicados por Vênus —, pertencem ao âmbito da vida e não da teoria inte­ lectual e do conceito filosófico. Por isso não seria exagerado dizer que a força de exercer a arte da astrologia, de se unir a ela, de usá-la na nossa vida não deve ser encarada como apoio ou

guia, mas como um instrumento de pesquisa e de integração na vida. Por isso, devemos experimentar o que as posições do Sol, da Lua, de Mercúrio, de Vênus e dos demais astros revelam em algum signo zodiacal do mapa as­ tral. Do contrário, o seu estudo sem­ pre será teórico e você terá dificuldade para envolver o consulente e menta¬ lizá-lo dos fatos sem mentiras e en­ ganos, encarando a realidade.

MARTE OU O CONTATO FÍSICO COM A REALIDADE Dessa forma, ao falar do que Marte representa em um mapa astral, não é possível se prender à teoria. De fato, estamos nos referindo às qualidades que revelam o verdadeiro contato fí­ sico de u m ser com a realidade tan­ gível e material. Mais uma vez é importante c neces­ sário realçar que os componentes da personalidade revelados pelos astros, os ângulos e os pontos fictícios em um mapa astral nunca devem ser de¬ sassociados. Evidentemente, podem ser analisados u m a u m . Também é recomendável fazê-lo para com­ preender melhor o seu significado intrínseco. Porém, com a condição de que não esqueçamos nunca que cada um deles tira todo o seu sentido apenas quando se inscreve em uma tabela da personalidade, ou seja, no conjunto do mapa astral da pessoa em questão. De u m ponto de vista clínico, ou melhor, fisicamente, pode-se separar o cérebro do coração. Porém, além de saber da importância e onde esses órgãos se situam, você realmente acredita que o seu cérebro e o seu co­ ração não possuem nenhum vínculo? Evidentemente, estão em relação um com o outro; não será porque o san­ gue que bombeia o seu coração é exa­ tamente o m e s m o que irriga o seu cérebro? Por isso, em relação à Marte, você nunca deve esquecer que sem esse contato físico com a realidade, pró­ prio deste astro, sem o ato de "apre­ ender", não haveria compreensão possível. De fato, compreender é estar "com" o que "prendemos" (apreendemos), confundir-se com ele, integrá-lo dentro de nós. Pois, a partir desse ato, as funções de Mer­ cúrio — ou seja, da mente, a inte­ ligência e o espírito prático —, en­ tram em atividade. Portanto, existe um vínculo evidente entre Marte e Mercúrio, prender e compreender.

Deste modo, podemos nos confor­ mar em querer algo de forma ape­ nas instintiva. Porém, para consegui-lo, obtê-lo, ad­ quiri-lo e ganhá-lo, devemos agir. Também existe u m vínculo entre o Sol e Marte, a vontade c a ação. Como vimos, o amor requer provas, tanto do que estamos dando como do que estamos recebendo, visto que este é o sentido da prova do amor, ou mais exatamente de sua expressão, em função da qual experimentamos sentimentos. Porém, para que tais provas existam, devemos agir. Em conseqüência, há um vínculo entre Vênus e Marte, a sede de amor e o ato de amar; as mo­ tivações que também pertencem ao âmbito de Vênus, tampouco podem ser realizadas sem ações. Poderíamos citar do mesmo modo numerosos exemplos de interações, relações,

causas e efeitos que existem entre diferentes fatores aparentemente alheios à personalidade. Contudo, os que escolhemos bastam para destacar o papel primordial e onipresente das características reveladas pela posição de Marte no mapa astral. E, se que­ remos reconhecer que Marte indica a natureza, a capacidade de ação de um ser e sua forma de entrar em con­ tato físico com a realidade, compre­ endemos por que tendemos a dizer que julgamos os indivíduos pelos seus atos. De fato, trata-se da clara expressão do que o indivíduo quer, pensa e sente; considerando-se que ao agir, deixa a sua marca, intervém e existe. Deixa de ser inocente. Por nosso lado, acreditamos que de­ vemos ser mais benévolos c dizer que, pelos atos de um ser, o compre­ enderemos, mas não o julgaremos.

Júpiter ou um estilo de vida Através da posição de Júpiter no seu mapa astral, você pode descobrir o seu estilo de vida.

O

s astrólogos contemporâneos são unânimes em relação a Júpiter: o consideram o "grande benfeitor". As qualidades atribuídas a esse planeta são a expansão, o êxito, a vitória, o sucesso e a alegria de viver, que favorecem a realização da personalidade e da feli­ cidade do ser em questão. N o entanto, Júpiter — considerado atualmente pelos astrofísicos e astrônomos como um astro que esteve a ponto de ser uma estrela ou que ainda se situe no futuro estado de estrela "oculta" ou la­ tente —, é um planeta que, do ponto de vista astrológico, revela outras ca­ racterísticas mais sutis sem, porém, deixarem de serem básicas. De fato, como já destacamos, apesar da astrologia ser uma ciência antiga, é um moderno instrumento de pesquisa da alma humana que devemos enrique­ cer e aperfeiçoar à medida que o uti­ lizamos. O astrólogo nunca deve achar que sabe tudo dessa ciência, a qual deve exercer como uma arte. As in­

formações fornecidas pelo instru­ mento astrológico sempre devem ser colocadas cm dúvida e questionadas para que se evitem a repetição de es­ quemas, idéias preconcebidas ou prin­ cípios estabelecidos de forma deter­ minada e invariável. É a partir desta ótica que incentivamos você a calcular e a montar ura mapa as­ tral, atuando como um "descobridor", ou seja, dando uma interpretação ori­ ginal e abordando-a desde uma nova perspectiva cada vez que realizar e in­ terpretar um mapa astral. JÚPITER E 0 SEU ESTILO O escritor francês Jean Cocteau escre­ veu que é mais fácil ter estilo que pos­ suir "um estilo". Em outras palavras, podemos imitar ou nos identificar fa­ cilmente com qualquer tipo de estilo de­ vida, de pensamento e de personalidade. N o entanto, é mais difícil aceitar um estilo próprio e assumi-lo, ou seja, sin­ tetizar todas as qualidades que nos ca­

caracterizam, combinando-as e reunin¬ do-as para formar um todo original que será unicamente nosso. Diríamos, in­ clusive, que a presença de Júpiter no seu mapa astral revela, principalmente, o seu estilo. Para que você compreenda como o seu estilo pode ser visto no seu mapa as­ tral, Júpiter indica a expressão natu­ ral e espontânea da sua personalidade, sintetizando todas as suas qualidades que, por sua vez, são reveladas pelos demais astros presentes no seu mapa astral. Quando pensamos em estilo, costu­ mamos relacioná-lo com a literatura. Porém, atualmente também refere-se a todas as opções que fazemos ao longo da vida, principalmente em relação ao nosso comportamento, nossas opi­ niões, nosso aspecto, nosso look, como costuma-se dizer, e nossos gostos; em suma, tudo que a princípio desperta o nosso interesse, nos proporciona pra­ zer e nos delicia, nos faz felizes e nos

Júpiter nos ensina que temos o nosso próprio estilo de vida e a nossa própria maneira de nos apresentar.

realiza, apesar de também compreen­ der o que nos deixa indiferentes e o que não nos chama a atenção. Desta forma, se escolhemos uma determinada roupa é porque, usando-a, nos sentimos bem com nós mesmos. Temos a impressão de que nos protege e nos revaloriza. Ao escolhermos a nossa roupa, determi­ namos nosso estilo. N o entanto, em certas ocasiões, não es­ tamos certos da nossa escolha, pois no mundo em que vivemos nada nos ajuda realmente a encontrar o nosso autên­ tico estilo. Isso não ocorre por falta de opções, muito pelo contrário. Possuir uma opção não significa que tenhamos encontrado o que buscamos, princi­ palmente quando procuramos por nós mesmos. Por isso, sem que percebamos, quase sempre adotamos o estilo de uma pes­ soa ou de um grupo de pessoas, ape­ sar de possuirmos a nossa própria in­ dividualidade. Isso não ocorre somente com a escolha das nossas roupas. Ocor­ re também com o nosso estilo de vida. Por esse motivo, é de extrema im­ portância que você analise com toda a atenção a situação de Júpiter no seu mapa astral. Ela pode ser uma fonte inesgotável de valiosas informações sobre o seu estilo de vida tal como aca­ bamos de defini-lo.

Descubra o seu estilo de vida em função da situação de Júpiter no seu mapa astral ■~\- Júpiter em Áries *5|?) Você é um ser otimista e extrovertido. Por­ tanto, o seu estilo é o de uma pessoa que pode se expressar com entusiasmo, de forma espontânea e generosa e, às vezes, um pouco escandalosa ou chamativa, mas sem deixar de ser agradável. "^f- Júpiter em Touro Q Você é voluptuoso, afetuoso, de caráter brincalhão, muito ligado aos valores tra­ dicionais, principalmente familiares, e à moral. Você tem bom senso, muita vita­ lidade e para você é muito importante viver com segurança. ■^f- Júpiter em Gêmeos ^J3T Você é um ser sociável e descontraído. As trocas, os contatos e as relações, tanto múltiplas quanto variadas, estimulam você moral e fisicamente. Você possui um espírito jovial que desperta muita sim­ patia. -*f- Júpiter em Câncer © x Você é muito sensual e sensível aos odo­ res, às cores e aos ambientes. Muito liga­ do ao passado e às tradições, você pos­ sui a arte de manter sua tranqüilidade. Não lhe falta imaginação nem uma certa eloquência persuasiva. -ÃJúpiter em Leão Q / Você é generoso, pródigo, com tendência ao luxo e à pompa. Você é orgulhoso e suscetível, sentindo a necessidade de se destacar e de ser o centro de todas as atenções. Precisa ser admirado, va­ lorizado e amado pelos demais. ■^\- Júpiter em Virgem W/C Você é um ser prestativo, perfec­ cionista e detalhista. Você gosta que todas as coisas estejam nos seus lugares. Precisa de ordem e método. 0 seu estilo é o mais sim­ ples possível, o que lhe dá originali­ dade.

JL.

Júpiter em Libra ML.

Você é um esteta. Gosta dos matizes, tudo o que é sutil e harmonioso. Possui o dom de estar sempre bem sem nenhuma os­ tentação. Você é muito ligado aos valores formais e tem um sentido inato de justiça para todos. -^- Júpiter em Escorpião | J L Você é um ser inconformista motivado por uma grande curiosidade que o faz experimentar todas as coisas desde que saiam da normalidade. Mais carnal que sensual, você tem a necessidade de estar em contato físico com a vida e com os demais. ■Á- Júpiter em Sagitário y( Você é conformista, mas generoso e apai­ xonado pelos valores seguros, demons­ tráveis. Você gosta de pregar seus valo­ res aos demais, de se cansar fisicamente e de desfrutar dos prazeres mais simples. Você é leal e muito didático. - 4 - Júpiter em Capricórnio Wp\ Você é prudente e pragmático. Aspira a realizar a síntese de todos os elementos dos quais dispõe. Você é muito mais am­ bicioso do que aparenta. Expressa-se de forma erudita e gosta de ser muito sério. ■^f- Júpiter em Aquário uVj) Você é um ser apaixonado pelas novida­ des, pelas inovações e pela independên­ cia. Extremamente diplomático e opor­ tunista, você tem o dom de se adaptar às circunstâncias e de aproveitar as opor­ tunidades. Também sabe se abster dos seus desejos. - 4 - Júpiter em Peixes AJr Você é muito emotivo e de caráter afe­ tuoso, mas, às vezes, de comportamento egocêntrico. Possuidor de um grande ca­ risma e de um sutil dom de persuasão, precisa de comodidade. Você também pos­ sui uma natureza doce e sonhadora.

Saturno e a força de espírito Independentemente de nossas características, Saturno nos ajuda a encontrar e a cultivar uma das qualidades humanas mais valiosas: a força de espírito.

S

omos muito injustos com Saturno ao atribuir-lhe a má fama que pos­ sui. Quando ouvimos determinados astrólogos ou apaixonados neófitos da astrologia falar sobre ele, temos a sen­ sação de que é o responsável por todos os males da Terra. Por isso, é impor­ tante fazer certas considerações a res­ peito. Se atualmente os astrônomos e astro­ físicos verificam, sondam e estudam o céu de cima a baixo, tendo, inclusive, detectado no universo o eco e a luz do famoso big bang que supostamente ocorreu há bilhões de anos, do qual o universo surgiu, é, principalmente, para aprenderem muito mais sobre as es­ truturas físicas e químicas do céu e todos seus componentes. Para nossos antepassados foi suficiente compreen­ der os grandes princípios de certos fenômenos celestes visíveis desde a Terra para estabelecer um sistema, uma tabela, neste caso o Zodíaco, que lhes permitiria organizar o mundo e clas­ sificar metodicamente os presságios e as analogias entre os elementos natu­ rais e eles mesmos. N o entanto, ao criarem dessa forma os fundamentos da astrologia, que ainda hoje estudamos, a sua intenção não era conhecer melhor o céu e o universo, mas dispor de um instrumento prático e facilmente transmissível de geração a geração, que lhes possibilitasse viver melhor sobre a Terra. Em outras pa­ lavras, como já mencionamos antes, os criadores do sistema astrológico eram seres pragmáticos cujo objetivo era usar o céu para fins utilitários e práticos na sua vida cotidiana. Por esse motivo, ao analisar um mapa astral, nunca se esqueça de que o es­ sencial está no ser que tal mapa repre­ senta, sua vida e sua realização pessoal dos fatos. As posições dos astros no céu

não revelam nada por si mesmas. Por outro lado, ganham sentido ao afeta­ rem um ser específico quando uma configuração planetária, em um deter­ minado momento do céu, coincide com a aparição deste ser sobre a Terra. Tal como nossos antepassados, devería­ mos nos preocupar com a nossa vida atual e presente sobre a Terra antes de buscarmos desesperadamente em ou­ tros lugares o que nunca encontrare­ mos enquanto não procurarmos den­ tro de nós mesmos.

SATURNO, 0 INICIADOR DO ZODÍACO Isso é exatamente o que Saturno nos dita ou obriga a fazer, dependendo de cada caso. Se o grande princípio de Jú­ piter é abrir, dilatar e estender, o de Sa­ turno é voltar a fechar, concentrar e conservar. Saturno atrai tudo para si. Saturno nos ajuda ou nos obriga a com­ preender que tudo encontra-se em nós mesmos. Saturno ocupa o lugar do iniciador do Zodíaco. Limita, restringe, freia e retém

Saturno, o astro da maturidade, tem a vantagem de nos colocar a prova de forma positiva. Pode nos aproximar da grandeza do ser quando vamos muito longe, quando caímos na facilidade do ter.

para induzir-nos a procurar o essencial. É precisamente devido à sua função res­ tritiva que possui tão má reputação. De fato, todos sabemos que a natureza hu­ mana é fraca, que freqüentemente se sa­ tisfaz com situações ou estados que lhe prejudicam ou lhe impedem de evoluir, crescer e amadurecer. Além disso, atual­ mente aprendemos muito pouco a nos restringir e dominar. A paciência, a te­ nacidade e a sobriedade são qualidades muito pouco difundidas, favorecidas ou apreciadas. Não as consideramos agra­ dáveis. Costumamos preferir a quanti­ dade em vez da qualidade. É normal. A população aumenta cada vez mais sobre a Terra. Nunca fomos tão nume­ rosos. Desejamos, portanto, de forma espontânea, que todos lucrem e vivam em paz, ou seja, satisfeitos e saciados, apesar de que no final não seja assim. N o entanto, ao atuarmos dessa forma, olhamos a realidade deste mundo mais com olhos jupiterianos que saturninos. Neste momento, estamos pensando em expansão, abundância, produtividade, generosidade e boa vontade. Porém, não seria mais sábio restringir-nos, parando de produzir ou subproduzir e desper­ diçar como fazemos atualmente para aprendermos a ser seletivos, a demons­ trar discernimento e saber renunciar a tempo antes de aceitarmos tudo? O que é correto no âmbito coletivo o é, em primeiro lugar, no âmbito indivi­ dual. Dessa forma, quando vamos longe demais e ultrapassamos nossos próprios limites em qualquer âmbito da nossa vida, costumamos receber uma adver­ tência de Saturno, cm outras palavras, uma repreensão, uma freada, uma ad­ versidade. Mas não devemos nos es­ quecer que, mediante os elementos e as características próprias deste astro, es­ tamos dando uma advertência a nós mesmos, em outras palavras, todos os freios e advertências estão dentro de nós. Porém, nem sempre possuímos a mes­ ma facilidade de pisar no acelerador das alegrias, da expansão e dos prazeres reve­ lados por Júpiter para pisar fundo no freio, utilizando a reflexão, a lucidez e a sensatez inerentes a Saturno.

SATURNO OU A MATURIDADE MEDIANTE A RAZÃO E A ADVERSIDADE Qualquer ser pode optar desta forma: integra as qualidades próprias de Satur­ no tal como estão indicadas no mapa astral ou as ignora. Se as integra, passa por um lento processo de maturidade resultante do fato de saber esperar quando necessário, renunciar ou se restringir se necessário, aproveitar o próprio poder de concentração, o es­ pírito lógico, valorizar racionalmente as circunstâncias, aprender a se domi­ nar, dar provas de discernimento, liv­ rar-se a tempo do que já não serve ou não tem razão de ser na vida, conhecer os próprios limites, ser auto-suficiente e assumir as próprias responsabili­ dades. Dessa forma será capaz de cultivar essa força de espírito, a mais bela qualidade de Saturno. Se pelo contrário as ignora,

a vida, ou mais precisamente os acon­ tecimentos e as circunstâncias da vida, se encarregará de testá-lo e talvez fique claro que enquanto não aprenda a lição, as adversidades se repetirão regular­ mente na sua existência até o momento em que tenha tomado consciência das mesmas. N o entanto, como quase sem­ pre somos mais negligentes ou igno­ rantes que vigilantes c clarividentes, somos testados com freqüência. Nes­ sas ocasiões, Saturno assume a grande responsabilidade das provas que nos são infligidas. Porém, não seria errôneo afirmar que seus efeitos, tanto se nos fazem sofrer como também se são benéficos, sem­ pre acabam sendo saudáveis pois nos permitem cultivar esta força de espí­ rito que nos torna mais resistentes tanto no aspecto físico quanto no in­ telectual, mais maduros c felizes de sermos o que somos.

Urano e o altruísmo Urano no mapa astral pode fazer alusão, principalmente, a esta parte de altruísmo da qual todos somos capazes.

C

om Urano, entramos no universo dos três astros do Zodíaco que, como você sabe, já estudamos em seu aspecto de informações complemen­ tares ou de advertências sutis, nem sempre perceptíveis no comporta­ mento ou na vida de um ser, mas que podem enriquecer a interpretação do mapa astral. Estamos falando, obvia­ mente, de Urano, Netuno e Plutão, que podem revelar tanto característi­ cas inerentes à personalidade de um indivíduo como considerações de ca­ ráter coletivo. Isto é, enquanto o Sol, a Lua, Mercú­ rio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, com o ascendente e as 11 Casas restan­ tes do Zodíaco do mapa astral, sempre nos mostram componentes originais, particulares e singulares da personali­ dade; Urano, Netuno e Plutão aludem a certos comportamentos que são os do indivíduo em questão, mas que ao mes­ mo tempo encontramos em muitas

outras pessoas nascidas na mesma época. É o que em astrologia vem a se chamar "fator geracional". Assim, no estudo do mapa astral, devemos des­ cobrir quais são as características par­ ticulares reveladas por um destes três astros e que estão presentes nos mapas astrais de toda uma geração de seres que vivem na Terra no mesmo mo­ mento, aos quais o indivíduo em questão dá prioridade e integra em sua personalidade. DO DINAMISMO À CAPACIDADE DE DECISÃO E DO ESPÍRITO DE SOLIDARIEDADE A0 ALTRUÍSMO Quanto a Urano, este nos informa sobre o dinamismo que impulsiona uma geração de indivíduos a progre­ dir juntos, c do espírito de solidarie­ dade de que são capazes. Mas, no âm­ bito da personalidade, como já vimos ao descobrir Urano, este dinamismo

coletivo se transforma em capacidade de decisão individual. Quanto ao espírito de solidariedade, interpretado do ponto de vista cole­ tivo, expressa-se em forma de al­ truísmo pessoal. Já falamos ampla­ mente sobre a capacidade de decisão revelada pela presença de Urano no mapa astral. Agora, concentremo-nos no altruísmo. O QUE É O ALTRUÍSMO? Esta palavra foi criada pelo filósofo francês Auguste Comte em seus seis Cours de Philosophie Positive, publicados entre 1835 e 1842 e que constituem a obra de referência do fundador desta filosofia chamada "positivismo". Estabeleceu este termo tomando "a outredade" como ponto de partida, pa­ lavra que deriva do latim alter, e dis­ pondo assim de uma palavra oposta ao egoísmo. Por isso, Auguste Comte de­ finiu a noção de altruísmo como uma

Urano em um mapa astral nos informa sobre a capacidade de um indivíduo para ser solidário com os demais e para dar mostras de altr

disposição inata à benevolência e à so¬ lidaridade, e não à abnegação como con freqüência se interpreta erroneamente. O altruísta não tende, portanto, à ab­ negação, embora tampouco faça dis­ tinção entre o interesse pessoal e o de seus semelhantes. Essa é a razão de ser tão solidário com o próximo. Assinalemos a título informativo que Auguste Comte nasceu em 19 de ja­ neiro de 1798, quando o Sol em seu mapa astral se encontrava a mais de 29° de Capricórnio; dito de outra maneira, a menos de 1o do signo de Aquário, e que, em seu mesmo mapa astral, a Lua e Mercúrio se encontravam no signo de Aquário, enquanto que Urano es­ tava situado no signo de Virgem, cujo regente é evidentemente Mercúrio, o qual como acabamos de afirmar, se en­ contrava em Aquário. Neste caso, subentende-se que, astro­ logicamente falando, nos encontramos em presença de um ser, cuja inte­ ligência estava imersa em característi­ cas tipicamente uranianas. Não c, por­ tanto, por acaso que o recente termo de altruísmo encaixe tão bem com este astro, que, por outro lado, apareceu no telescópio de um astrônomo que nas­ ceu menos de vinte anos antes que Au­ guste Comte.

Descubra a natureza de seu altruísmo em função .. da posição de Urano em seu mapa astral (fo) Urano em Áries G p Às vezes você tende a acreditar que os demais têm os mesmos pontos de inte­ resse e as mesmas preocupações que você. Por isso, faz por eles o que faria por você próprio, sem se perguntar se lhes convém. Daí os mal-entendidos que às vezes você provoca. (to) Urano em Touro Cy Saber que os demais podem viver em paz e beneficiar-se de certa comodidade, de certa tranqüilidade de espírito, lhe dá se­ gurança em si mesmo. Portanto, você acha normal que cada um tenha o que necessita e você está convencido de que tem razão. (j5) Urano em Gêmeos ^pf Você possui uma grande amplitude men­ tal que lhe faz espontaneamente recep­ tivo às idéias, pensamentos, conceitos e sentimentos dos demais. Aferra-se à idéia de que cada um pode viver e pensar tão livremente como queira Urano em Câncer ^ ^ Para você, os demais formam uma grande família, no centro da qual você quer viver e evoluir com toda liberdade. Muito sen­ sível às vibrações psíquicas dos demais, capta suas sensações, seus estados de ânimo e suas angústias. (to) Urano em Leão Q / Os demais são você mesmo. Ou se preferir de outro modo, os de­ mais têm que ser como você. É seu altruísmo particular. Assim, pode mostrar-se es­ pecialmente entregue aos demais, com a condição de que em troca lhe amem e admirem. (to) Urano em Virgem |TP Põe-se espontaneamente ao serviço dos demais, principal­ mente quando se trata de ajudar a preservar seu bem-estar ou de ali­ viar seus males, embora com a condição

de que querem fazer o esforço de reali­ zar para eles o que são capazes de fazer sozinhos. © Urano em Libra J < •_■ Intuitivamente, sabe que os demais po­ dem lhe trazer este pequeno toque de ori­ ginalidade ao qual aspira. Então você vai até eles, está de acordo com eles e crê que a base da solidariedade é unicamente a equidade. (§) Urano em Escorpião j | L Sendo basicamente inconformista, não duvida em impulsionar os demais à re­ belião, a livrar-se de seus obstáculos, a questionar seus hábitos e suas condutas cotidianas equivocadas. (to) Urano em Sagitário \S Um para todos, todos para um. Seu al­ truísmo é o dos mosqueteiros. Você tem realmente um coração valioso e nada lhe parece impossível se os seres estão uni­ dos em uma vontade única e uma obra comum. (&) Urano em Capricórnio \ÍQ\ Você é pouco expansivo e aparentemente está pouco preocupado com os interesses dos demais; na realidade, você manifesta sua vocação através dos atos, mostrandose capaz de assumir grandes responsabi­ lidades e às vezes responsabilizando-se pelos demais. (to) Urano em Aquário Qfò "A liberdade do outro estende minha li­ berdade até o infinito." Esta frase escrita pelo anarquista Bakunin é ideal para você. De fato, você aspira a que todos seja­ mos livres de atuar e de viver à nossa ma­ neira, começando por si próprio. (fo) Urano em Peixes jJ? Você gostaria de ser um só com os de­ mais, com todos os demais. Sempre sente a necessidade de formar parte de um grupo, de uma associação ou de uma co­ munidade, com a que comparte as mes­ mas motivações, idéias e crenças.

Netuno e a clarividência A posição de Netuno em um mapa astral, como acontece com a de Mercúrio, Saturno e a Lua, pode nos ajudar a valorizar o nível de clarividência de um ser.

N

etuno é um astro de qualidades complexas. O que este revela em um mapa astral quase sempre faz re­ ferência às profundidades da alma do ser em questão. Por isso é difícil falar de sua influência sem cair em abs­ trações. N o entanto, embora atual­ mente não se preste muita atenção à vida interior, pois preferimos falar de psicologia, reflexos do comporta­ mento e condicionamentos, ainda fa­ zemos referência a aquilo que se pro­ duz em nós, apesar de ser próprio de nós. É como se quiséssemos justificar e dar explicações racionais a fenôme­ nos que, em realidade, não se podem medir e continuam sendo irracionais. Quanto a Netuno, a questão c a se­ guinte: somos capazes de definir o in­ definível? Sc fazemos um esforço neste sentido, não corremos o perigo de parecer confusos ou cair na ten­ tação das simplificações? Com res­ peito a isso, reforçamos novamente

que, da mesma forma que Urano e Plutão, Netuno se integrou recente­ mente ao Zodíaco; suspeita-se que este planeta tenha sido criado há apro­ ximadamente 3.500 anos. Estes três novos astros descobertos pelos astrô­ nomos foram recuperados, por assim dizer, pelos astrólogos modernos para, segundo eles, completar os regentes do Zodíaco. Assim que, durante mais de 3.400 anos, o Zodíaco bastou-se a si mesmo c os astrólogos tinham mais que o suficiente com os 7 astros que o regiam. N o entanto, acharam opor­ tuno acrescentá-los. Tal fato partia de uma louvável intenção, mas engana­ ram-se ao encontrar qualidades pri­ mordiais em Urano, Netuno e Plutão, pois estas são quase sempre comple­ mentares e diferentes dependendo de cada indivíduo. N o que se refere a

Netuno, do qual sabemos que indica a capacidade de transformação de que um indivíduo é capaz, a questão re­ side cm saber se nos permite avaliar e definir outro aspecto de sua perso­ nalidade: sua clarividência. A EQUAÇÃO MÁGICA DA CLARIVIDÊNCIA Em primeiro lugar, devemos nos pôr de acordo com o termo, pois nem sempre foi utilizado adequadamente. Clarividência é um termo relativa­ mente recente, pois data do século XVI. Utilizou-se para designar um ser que possuía o dom da adivinhação. N o en­ tanto, em um princípio, o clarividente era um ser dotado de uma aguçada visão em sentido figurado, isto é, pers­ picaz. Podemos, portanto, dizer que o clarividente foi considerado por nos-

Todos estes fenômenos que se produzem em nós e, apesar de ser nosso, pertencem ao âmbito de Netuno.

velada pela posição de N e t u n o no nossos antepassados um ser com uma boa mapa astral. capacidade de discernimento. A pers­ Dito de outra maneira, podemos le­ picácia é uma qualidade atribuída a vantar a seguinte equação: Mercúrio e a capacidade de discerni­ mento quase sempre a encontramos ao perspicácia + lucidez + percepção = clarividência. falar de Saturno. Isso é facilmente O que vem a significar: compreensível. A cada astro corres­ pondem suas qualidades específicas. Portanto, como é possível que Netuno, que revela sutis mecanismos interio­ res, pode absorver ao mesmo tempo Mercúrio Saturno Lua Netuno qualidades próprias de Mercúrio e de Saturno, as quais, juntas, derivam do COMO MEDIR poder de concentração? N o entanto, é A CLARIVIDÊNCIA exatamente daí que uma conjunção DA QUAL UM SER Mercúrio-Saturno em um mapa astral É CAPAZ? acentua a capacidade de concentração Assim, se você quiser medir o da qual um ser é capaz, assim como seu grau de clarividência de um in­ sentido inato de reflexão e de dedução, divíduo, cujo mapa astral está es­ seu espírito de análise, de síntese c sua tudando, isto é, sua perspicácia, mente lúcida. sua lucidez, sua capacidade de discernimento ou, se preferir, de Como se pode ver, nos encontramos discernir o verdadeiro do falso, longe dos transtornos emocionais que avaliar seu nível de percepção I caracterizam a Netuno e que às vezes dos seres e das coisas — todas sufocam o indivíduo de tal maneira elas qualidades que, juntas, que não vê nada claro com respeito a podem dar-lhe a capacidade de ele, que se angustia sem razão, que é adivinhar a evolução natural incapaz de compreender as coisas ob­ dos seres que conhece ou fre­ jetivamente e também de se auto-ana­ qüenta — e conhecer o de­ lisar com objetividade. senlace lógico dos fatos, acon­ De fato, o resultado do que acabamos tecimentos e circunstâncias i de descrever com relação à fusão Mer­ de sua vida, não se conforme I cúrio-Saturno é que a perspicácia c a com levar em consideração lucidez são suas maiores qualidades. exclusivamente a posição de Logo, não temos mais que acrescentar Netuno, mas sim que deve qualidades insuspeitas, embora sejam proceder da seguinte dificilmente identificáveis em um ser, forma: para obter uma equação mágica: a per­ cepção. 0 Divida em quatro partes uma folha cm branco. O que é a percepção? Temos que en­ 0 Na primeira parte, es­ trar novamente de acordo com o creva a palavra: I termo. Em um princípio, significava Perspicácia "ação de colher e recolher". Mais tarde, e destaque as indicações relativas à po­ tomou o sentido de "ter conhecimento sição de Mercúrio no signo, na Casa e de fatos, objetos ou seres que produ­ nos eventuais aspectos no mapa astral. zem uma forte impressão em nossos 0 Na segunda parte, escreva: sentidos". Neste caso, nos encontra­ Lucidez mos no terreno das qualidades próprias e destaque as informações reveladas e caraterísticas da Lua: impressões e pela posição de Saturno no signo, na sensações. Casa e por seus eventuais aspectos no Eram, precisamente, as qualidades que mapa astral. nos faltavam, cujo resultado é a clari­ 0 Na terceira parte, escreva: vidência da qual um ser é capaz, re­

Percepção e destaque as características indicadas pela posição da Lua no signo, na Casa e por seus eventuais aspectos no mapa astral. 0 Faça a síntese de todas estas inter­ pretações, resumindo-as, se possível, em uma frase curta. 0 Destaque as indicações proporcio­ nadas por Netuno no signo, na Casa e por seus eventuais aspectos no mapa astral.

0 Na quarta parte, escreva a palavra: Clarividência e faça novamente uma síntese da pri­ meira síntese que você realizou ( 0 ) , e acrescente as informações relativas à posição de Netuno ( 0 ) . Agora você já está em condições de medir onde, quando e como o indi­ víduo em questão é ou não é capaz de ser clarividente.

Plutão, o instinto e a inteligência da vida A posição de Plutão no mapa astral é o que nos revela a parte de instinto que todos trazemos conosco.

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omo já mencionamos com fre­ qüência, Plutão ainda é objeto de estudo para os astrólogos modernos. De fato, não só ainda não deu a volta completa ao Zodíaco desde que foi descoberto pelos astrônomos, e inte­ grado no mesmo pelos astrólo­ gos, mas também tem sido ob­ jeto de tantas especulações, às vezes obscuras e aterradoras, que desde o começo provocou uma grande confusão e inúme­ ros mal-entendidos. De qualquer forma, tanto em astrologia como em outros se­ tores do saber e das ciências hu­ manas, é muito difícil resistir às simplificações... e todos sabe­ mos que os tópicos nunca mor­ rem. Por outro lado, diante de um astro, por assim dizer, tão novo, todas as especulações estão per­ mitidas e todos nos sentimos com autoridade para projetar nossos próprios fantasmas com respeito a este astro, que julga­ mos oportuno definir como o regente único do signo Escor­ pião, signo que, por outro lado, para os astrólogos, não se en­ contra entre os mais santos. Resumindo: aqui reunimos to­ dos os ingredientes e fatores para atribuir a Plutão caracte­ rísticas, se não sombrias, pelo menos ambíguas. E com maior motivo ao levar o nome latino de um deus grego, Hades, que também tinha uma nefasta reputação. Tentaremos, portanto, fazer-lhe justiça.

Para isto, nos parece bom precisar uma vez mais que o Zodíaco, tal como nos­ sos antepassados o constituíram, se bastava a si mesmo e ainda contém uma lógica simbólica intrínseca, uma das bases da cultura das civilizações an­

antigas, inteiramente fundamentada no fato de que o regiam 7 astros, sendo 7 e 12 os dois Números sobre os quais se baseava toda sua estrutura. Certamente, a astrologia, como qual­ quer ciência humana, vai evoluindo ao longo dos séculos. Pesquisadores e descobridores podem encontrar e revelar novos e enriquecedores valores. Mas, da mesma forma que, por razões evidentes, não podería­ mos acrescentar uma nota musical suplementar à escala musical, embora as combi­ nações harmônicas que pode­ ríamos obter ou criar a partir da mesma foram inúmeras, tampouco podemos acrescen­ tar um astro para reger o Zo­ díaco, com o simples pretexto de que somente tem 12 signos e 7 astros. Por isso, mais uma vez e para reforçar, lembremos que Ura­ no, N e t u n o e Plutão são um pouco como os sustenidos c os bemóis, que representam um papel importante na harmonia, oferecendo às vezes algumas uniões entre as notas de re­ conhecida importância, mas que não são notas e, conse­ qüentemente, se subentende que do ponto de vista astroló­ gico não são astros cem por cento. Plutão, regente do signo de Escorpião, não é outro senão Hades, o deus do reino dos mortos.

PLUTÃO, O INSTINTO E A INTELIGÊNCIA DA VIDA Dizer que Plutão é uma representação do instinto é uma afirmação vaga. É preciso saber que esta palavra ("ins­ tinto"), à qual quase sempre damos o sentido de inclinação natural ou de tendência inata irreprimível, tem sem dúvida uma raiz de origem indoeuro¬ péia na palavra stig, que significa "picar", de onde saiu o verbo latino ins¬ tingere, a partir do qual formamos "ins­ tigação", isto é, "ação de incitar ou im­ pulsionar alguém a fazer algo". É sempre bom compreender como se formou uma palavra c porque nossos antepassados a escolheram para desig­ nar determinada coisa, pois isso nos permite saber o que percebiam atra­ vés de tal termo ou se hoje em dia lhe damos o mesmo sentido. Se tomamos, portanto, a raiz original do termo "instinto", nos remetemos ao verbo "picar". Ora, na natureza, quem possui um ferrão c os que picam para se alimentar ou se defender em caso de perigo são os insetos. Hoje em dia, sa­

bemos que os insetos, depois das bac­ térias, são as espécies vivas mais antigas que povoaram a Terra c também as mais resistentes, pois sobreviveram a todos os desastres geológicos ou climatoló¬ gicos que se produziram cm nosso pla­ neta. Sabemos igualmente que a maio­ ria dos insetos voadores que possuem um ferrão, como os mosquitos, algu­ mas moscas, as abelhas e as vespas, por exemplo (mas existem evidentemente muitas outras, pois só a mosca há mais de 100.000 espécies), possuem células sensoriais olfativas de uma sensibili­ dade extraordinária, que lhes permitem detectar um perfume ou um odor a quilômetros de distância. Resumindo, poderíamos dizer que cada espécie de inseto está "presa" ao perfume ou ao odor do alimento que necessita e que, desta forma, sempre o encontra. Nesta característica, pode-se ver um reflexo condicionado sem nenhuma imaginação, ou talvez uma inteligên­ cia vital que, ao ser ativada, atua sobre todos os princípios viventes que a constituem, de maneira que estes se

comunicam entre si e participam na grande corrente da vida que o homem contemporâneo está rompendo peri­ gosamente em alguns lugares sem darse conta, provocando conseqüências a longo prazo que hoje em dia não es­ tamos em condições de avaliar de ma­ neira razoável. O que é ao mesmo tempo um condi­ cionamento reflexo e uma inteligência vital, é o que a maioria das vezes cha­ mamos de "instinto". Este instinto pró­ prio da vida não se pode medir com escalas de valor moral de espírito hu­ mano. É algo que é em si mesmo e que só podemos entender se o observarmos sem intervir, pois no momento em que intervirmos acabamos por destruí-lo A FORCA INSTINTIVA E CRIATIVA Embora nos custe fazer uma idéia disso sem cair na tentação de simplificações reducionistas e no estereótipo do ho­ mem animal, este instinto ainda existe em todos nós. Na maioria das vezes, o homem o combate com razão, pois nos negamos a crer ou a admitir que nos regemos por leis que não somos capazes de controlar. N o entanto, parece que quanto mais ignoramos, repudiamos ou lutamos contra o instinto, mais as forças se­ cretas nele encerradas se voltam con­ tra nós. Desta forma, o instinto oculto se mostra destruidor ou autodestrui¬ dor exatamente onde, no entanto, se apresenta como uma força que impul­ siona na direção da vida c da perpe­ tuação. E não é o menor dos parado­ xos o homem ter engendrado nele sua própria força de destruição, lutando contra uma parte de si mesmo que as­ pira à vida. N o entanto, e também curiosamente, é ao aproveitar esta força inerente em qualquer tipo de vida na Terra que o homem pode produzir um ato criador, pois a força do instinto é fundamen­ talmente criadora. Assim, portanto, Plutão em um mapa astral nos infor­ ma sobre a força instintiva e criadora do ser.

As grandes correntes coletivas e os fatores geracionais Urano Dizemos que Urano, Netuno e Plutão representam os fatores geracionais, pois cada um transita durante muitos anos por um mesmo signo do Zodíaco e porque muitos de nós nascemos enquanto um destes astros estava presente em um mesmo signo.

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mbora Urano, Netuno e Plutão desempenhem papéis secundários, apesar de sutis e complementares aos realizados por outros astros, como por exemplo Saturno, Júpiter e Marte, não é exagero que um dia cheguemos a con­ siderar que intervêm de modo flagrante em nosso mapa astral no tocante a as­ suntos universais, isto é, os relativos a correntes, movimentos e acontecimen­ tos de ordem coletiva. Achamos opor­ tuno lembrar, a este respeito, um grande princípio astrológico que nunca deve­ mos perder de vista: tanto se você está estudando o mapa astral de uma pessoa como se estiver estudando um mapa as­ tral relativo a um acontecimento ou a movimentos coletivos, sempre se en­ contrará face a uma configuração sim­ bólica que representa uma realidade hu­ mana. Em outros termos, não são os

astros nem as inscrições de um ou outro mapa astral que determinam nosso des­ tino ou decidem nossa sorte. Estes não fazem senão refletir e revelar o que somos ou em que correntes coletivas nos situamos ou nos vemos implicados, pois, quer queiramos quer não, embora não estejamos condicionados, é verdade que nos encontramos, pelo menos, in­ fluenciados por nossa época, o meio em que nascemos e crescemos, o contexto cultural, econômico e social em que evoluímos. Mas, podemos dizer que de­ pendemos em maior ou menor medida de nosso caráter e personalidade. Da mesma forma, ninguém, por mais sin­ gular, individualista, forte ou imper­ turbável que seja, pode mostrar-se to­ talmente insensível ao que acontece ao nosso redor e aos seres que freqüenta e com os quais se relaciona.

Pensando bem, nos damos conta de que todos tratamos com todos e que, em um momento ou outro, alguém inter­ vém junto a nós ou desempenha um grande papel em nossa vida, como se existisse uma sutil corrente, um laço misterioso que une os seres entre si. Por mais incrível ou insuportável que isto possa parecer para alguns — que se negam a acreditar que no mundo, no universo, podemos ler tudo como cm um grande livro aberto —, um mapa astral ou um mapa do céu nos propõem uma leitura ou interpretação particu­ lar daquilo que somos, assim como do contexto geral e comum no qual nos si­ tuamos, vivemos e evoluímos. Se admitimos que os astros refletem o que somos, podemos ler um mapa astral como sefosse um livro.

URANO, UM FATOR GERACIONAL A revolução zodiacal de Urano é apro­ ximadamente de 80 anos. Isto significa que, em média, permanece pouco mais de 6 anos e meio em um mesmo signo do Zodíaco. Por isso, durante 6 anos e meio, todas as crianças que nasçam na Terra, onde quer que estiverem, com­ partirão a situação de Urano em um mesmo signo do Zodíaco em seu mapa astral. Por exemplo, depois de ter feito uma incursão muito breve no signo de Sa­ gitário em fevereiro de 1981, Urano entrou ali completamente cm novem­ bro do mesmo ano. E só saiu defini­ tivamente em maio de 1988. Assim, tardou quase 7 anos em atravessar o signo de Sagitário, e durante estes 7 anos, de novembro de 1981 a maio de 1988, todas as crianças de nosso planeta têm Urano em Sagitário em seus mapas astrais. É a isto que se denomina um "fator geracional". URANO E AS GRANDES CORRENTES DE ORIGINALIDADE, DE REBELIÃO E LIBERDADE De um ponto de vista coletivo, Urano traz dinamismo às consciências, desperta e sacode os espíritos dormentes, favo­ rece os impulsos, às vezes levando a atos de rebelião, de violência ou destruição. Com muita freqüência, tendemos a acreditar que a violência é uma fatali­ dade, um acontecimento do destino, e que não podemos evitá-la. Por nossa parte, não damos uma interpretação fa­ talista da história e não vemos nenhuma fatalidade na leitura de um mapa astral,

Um ciclo e um século em torno de Urano De janeiro de 1905 a outubro de 1912 De novembro de 1912 a dezembro de 1919 De janeiro de 1920 a março de 1927 De abril de 1927 a março de 1935 De abril de 1935 a abril de 1942 De maio de 1942 a maio de 1949 De junho de 1949 a maio de 1956 De junho de 1956 a julho de 1962 De agosto de 1962 a setembro de 1968 De outubro de 1968 a agosto de 1975 De setembro de 1975 a outubro de 1981 De novembro de 1981 a maio de 1988

o qual não é outra coisa senão o espelho da alma e da personalidade, da vida e da existência de um ser. Acreditamos que a noção de fatalidade, tal como se entende hoje, é apenas uma expressão da preguiça, da negligência, da indolência e da impotência às quais achamos estar reduzidos ou, mais exa­ tamente, às quais tendemos a nos re­ signar. Mas, obviamente, sempre do ponto de vista do coletivo, Urano in­ tervém e se manifesta quando as tensões acumuladas são tais que não podem fazer senão explodir. Alguns carregam a chama da rebelião e encarnam uma violência ou participam mais dela que os outros, mas afeta a todos ao mesmo tempo. Neste momento, estamos fa­ lando de história. Do ponto de vista astrológico, os cha­ mados acontecimentos históricos sem­ pre são previsíveis, já que está na na­ tureza humana o exercer pressões c repressões, comportar-se de forma con­ servadora até chegar ao ponto de que­ rer salvaguardar a todo custo os valo­ res ou os elementos que já não têm

Urano em Capricórnio. Urano em Aquário. Urano em Peixes. Urano em Áries. Urano em Touro. Urano em Gêmeos. Urano em Câncer. Urano em Leão. Urano em Virgem. Urano em Libra. Urano em Escorpião. Urano em Sagitário.

razão de ser. De maneira que, em um dado momento, uma mesma geração, que traz consigo novos valores comuns, pode sentir a necessidade de pôr tudo em dúvida. Basta uma chispa para que se produza uma espécie de reação em cadeia nas consciências de toda uma ge­ ração, sendo a geração precedente a que resiste e a que, por sua vez, comparte outros valores e convicções comuns. Obviamente, e por sorte, a noção de progresso, que sempre vem unida a Urano, não se expressa sistematica­ mente em forma de violência. Também a encontramos nas invenções, ino­ vações, novas técnicas, tecnologias de ponta, em tudo aquilo que faz o homem mais capacitado e mais livre. Mas, no momento de realizar uma mudança de direção decisiva ou de produzir uma ruptura, Urano sempre está presente e envolvido nisso. O que Urano mostra, entre outras coisas de ordem coletiva, é o espírito de rebeldia de toda uma geração, um vento de liberdade.

As grandes correntes coletivas e os fatores geracionais Netuno

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ão é, sem dúvida, por acaso que, segundo os astrólogos, Netuno sirva de pretexto para os grandes delí­ rios e fantasmas. De fato, que melhor, falando-se de caos, que encontrar-se entre os elementos incompreensíveis que o constituem, partindo de um ponto concreto ou de uma situação bem definida, mas sem saber onde se vai parar, para acabar em parte nenhuma ou encontrar-se diante da noção ver­ tiginosa e impensável do infinito? As características próprias de Netuno, tal como os astrólogos as definiram nos começos do século XX , época em que a psicanálise e a psicologia davam seus primeiros passos, nos levam ao limite da loucura ou, às vezes, nos submer­ gem em zonas onde a consciência e a razão estão submergidas, afogadas e aniquiladas. Netuno provoca uma es­ pécie de dilatação, exagero, exacerbação e aberração da consciência que, no pior dos casos, priva o indivíduo de discer­ nimento, lucidez e medida, e no me­ lhor dos casos revela autênticos dotes de clarividência, uma inspiração má­ gica e uma imaginação intuitiva sem limites. Mais uma vez, devemos destacar o fato de que Netuno em um mapa astral não representa nada em si mesmo. Não se pode observar este formoso astro no te­ lescópio e dizer: "é meu planeta". N e ­ tuno não é o planeta de ninguém. Os astros não pertencem a ninguém. É possível que se pertençam a si mesmos em um nível de consciência que nos escapa, mas é talvez tão real como o nível e consciência que percebemos e aprendemos comumente. Em todo caso, Netuno, tal como o en­ tendemos astrologicamente, só é um

símbolo que contém indicações con­ cretas, relativas à constituição física e metafísica, ou se prefere, falando em linguagem moderna, referentes à cons­ tituição corporal c psicológica do ser humano. A TRANSFORMAÇÃO É 0 IMUTÁVEL Nunca devemos esquecer que a visão mítica e simbólica de nossos antepas­ sados, quanto à realidade deste mundo, não é totalmente antinômica com res­ peito à interpretação científica atual. Se admitíssemos isto, já não necessitaría­

mos viver entre dois mundos, passando de um para o outro, tomando partido, agora por um, mais tarde por outro, mas tanto se nos situamos em um como em outro pólo, nunca consegui­ remos encontrar referências suficien­ temente sólidas, profundas e genero­ sas para enfocar ou compreender a realidade deste mundo tal como é, isto é, ao mesmo tempo em mudança e per­ petuamente em evolução e, no entanto, imutável, repetitivo e conservador. De fato, é um dos grandes princípios da vida e, ao mesmo tempo, o supremo paradoxo da vida, o que nos empurra a

tomar consciência de que, aqui em baixo, nunca muda nada embora tudo esteja em perpétuo movimento. Sem dúvida, é o que nossos longínquos an­ tepassados, que compreenderam e me­ diam a existência deste fenômeno pa­ radoxal, quiseram nos transmitir ao afirmar que "a transformação é imu­ tável". Observe uma corrente de água ou analise o céu durante algumas horas deitado no chão, sem mover-se, e você compreenderá o que significa. E tal significado, justamente, remete às qua­ lidades que os astrólogos atribuem a Netuno. NETUNO, UM FATOR GERACIONAL E se isto acontece no âmbito individual, é mais ainda correto onde as grandes correntes de pensamento unem os seres, quase sempre inconsciente­ mente, e os levam a perceber, selecio­ nar ou aprovar o mesmo no mesmo momento; portanto, se cada um de nós tem a vaidade de crer que é o único que se encontra em determinada situação, o único que escolhe um produto em vez de outro e o único que cantarola determinada melodia, está, na verdade, muito equivocado. Tudo que está relacionado com a co­ modidade material e moral que nos é oferecido atualmente neste mundo procede, em grande parte, do fato de que a cada dia que passa é maior o nú­ mero dos que sentimos as mesmas ne­ cessidades, experimentamos as mesmas sensações, pensamos o mesmo, quais­ quer que sejam nossas opiniões e con­ vicções pessoais, embora tenhamos a ilusão de acreditar que somos diferen­ tes dos demais. Estas são as infor­ mações que Netuno nos revela em um mapa astral, e por isso está considerado um fator geracional, ainda mais quan­ do, da mesma forma que Urano, mas em maior medida, sua revolução zo­ diacal é muito mais longa, porque tarda aproximadamente 165 anos em dar uma volta completa ao Zodíaco e por­ que permanece durante pouco menos de 14 anos em média em um mesmo

signo. Assim, por exemplo, todas as crianças da terra nascidas entre janeiro de 1984 e janeiro de 1996 têm Netuno situado no signo de Capricórnio cm seu mapa astral. Desta maneira, se estudamos as carac­ terísticas fundamentais reveladas por Netuno neste signo, podemos indagar quais são as correntes religiosas, espi­ rituais, filosóficas ou místicas que in­ fluirão nas crenças, idéias e convicções desta geração de indivíduos que terá mais ou menos 50 anos no ano 2040. Igualmente, sempre nos baseando nas qualidades próprias de Netuno neste signo, podemos avaliar a natureza dos transtornos neuróticos de que esta ge­ ração sofrerá. Voltaremos em breve a este ponto e teremos então a oportu­ nidade de estudá-lo em mais detalhes.

De fato, embora o indivíduo adote às vezes atitudes passionais e tenha rea­ ções excessivas deixando-se levar pelas emoções, todas estas características próprias de Netuno, também é certo para aquelas pessoas ou comunidades que, às vezes, caem na mais extrema auto-sugestão, enganam-se ou deixamse arrastar por crenças perigosas. Mas, por sorte, como já sublinhamos, o grande princípio ao qual corresponde Netuno é o da transformação, que uti­ liza mudanças constantes ou uma evo­ lução permanente.

A mais bela representação natural, embora também simbólica, da transformação de Netuno é, sem dúvida, a da metamorfose.

As grandes correntes coletivas e os fatores geracionais Plutão Plutão, mais que qualquer outro astro, nos informa sobre as grandes correntes coletivas que levam uma geração a atuar ou reagir de uma forma determinada. Do ponto de vista coletivo, Plutão em um mapa do céu revela este laço sutil que une a todos os seres vivos da Terra, sem que eles o saibam.

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evemos a Carl Gustav Jung, um dos fundado­ res da psicanálise, o estabe­ lecimento de um princípio muito difícil de avaliar cien­ tificamente, mas que projeta a luz da verdade sobre cada um de nós. De fato, algumas invenções ou criações rece­ bem uma aprovação quase imediata, como se as conhe­ cêssemos inclusive antes de surgirem na imaginação de um ou vários seres, de ma­ neira que todos nos reco­ nhecemos nelas. Este é o caso da noção do in­ consciente coletivo. A maio­ ria de nós não sabemos o que significa, mas pensamos e sentimos que contém algo de verdade e que tem a ver com algo que conhecemos. 0 INCONSCIENTE COLETIVO Assim, tudo que existe, isto é, tudo que forma parte de nossa vida cotidiana, tudo que vemos diariamente, é como se já existisse ante­ riormente em cada um de nós, como se tivesse sido extraído de nós mesmos e que, mais tarde, uma mão um pouco mais hábil ou ilustrada que as demais o tivesse levado até a su­ perfície. Assim, de forma simples e es­ quemática, podemos considerar que este princípio enunciado por C. G.

Jung, é um laço sutil, secreto e im­ palpável, que une a todos os seres vivos da Terra entre si, sem eles saberem, isto é, sem que sejam conscientes disso. N o entanto, o fato de não serem cons­ cientes não significa que não sabem. Mais uma vez, todos nós sentimos ou

percebemos, às vezes de forma inefável, sem tentar realmente compreender sua verdadeira natureza, este fe­ nômeno muito estranho que nos faz pensar, ver, ex­ perimentar e viver a mesma coisa no mesmo momento, às vezes a milhares de quilô­ metros de distância. Embora experimentemos ou vibre­ mos com o som do mesmo diapasão, não é por isso que deixamos de experimentar e vibrar de forma única, sin­ gular ou, como se costuma dizer, pessoal. Por isso, o que quase sem­ pre acontece conosco é que nos fazemos a ilusão ou em­ barcamos na vaidade de acreditar que somos os úni­ cos que nos sentimos emo­ cionados, cativados, impres­ sionados ou interessados. U m exemplo muito ilustrativo disto é o fenômeno que se produz quando nos reunimos em uma sala de projeção e olhamos o mesmo filme, rimos c cho­ ramos, segundo o caso, ao mesmo tempo. Sem nenhuma dúvida, o ro¬ teirista e o diretor da película anteci-

anteciparam nossas reações e sentimentos. Por isso, cada cena do filme foi con­ cebida com muita criatividade ou sim­ plesmente, muita verdade, que os cria­ dores do filme sabiam que teria um efeito inevitável sobre o público. Mas, não acaba acontecendo o mesmo na vida ou na realidade, quando alguns acontecimentos afetam a imaginação coletiva com tanta veracidade que quase provocam a unanimidade a favor ou contra? Assim, qualquer que seja nossa raça, cultura, crenças, convicções e modo de viver e pensar, temos uma estrutura ge­ nética c psicológica — graças à qual pa­ rece que somos todos frutos de uma mesma árvore — e compartimos tam­ bém os mesmos sentimentos, preocu­ pações, motivações, impulsos, embora cada um de nós os expresse à nossa ma­ neira e segundo nossos próprios cri­ térios. Isto é o que nos revela Plutão em um mapa astral: a parte de nosso ser, esse ponto concreto onde nossas No ano 2000, dezenas de milhões de indivíduos terão Plutão em Virgem em seus preocupações íntimas e pessoais se respectivos mapas astrais. unem às que compartimos com os de­ mais seres de nossa geração, não so­ Voltemos agora para descobrir juntos Virgem é o signo que ressalta a questão da mente com os que se encontram em a interpretação de Plutão no signo de identidade, em um momento em que, nossa região e país, mas com todos os Virgem que, obviamente, afeta aquele por exemplo, uma nova Europa está que vivem na Terra, no mesmo mo­ indivíduo que tenha este astro em tal sendo criada e, por conseguinte, seus mento que nós, sobretudo com os que posição em seu mapa astral. Podemos habitantes estão se comprometendo têm Plutão no mesmo signo em seus dizer que o que é certo para um indi­ em uma causa comum, supomos que respectivos mapas astrais. víduo também é certo, e às vezes in­ os habitantes de cada nação que cons­ clusive mais, a nível coletivo, sobre­ titui a Europa serão vítimas de uma 0 EXEMPLO DE PLUTÃO tudo quando se trata de um fator crise de identidade, de atitudes fecha­ EM VIRGEM geracional, como é o caso de Plutão, das e de uma maior preocupação jus­ evidentemente. tamente por preservar sua identidade. Utilizemos o exemplo de Plutão, que É uma das características das correntes permaneceu no signo de Virgem entre Nos conteúdos relativos a Plutão em setembro de 1957 e setembro de 1971, Virgem, poderemos descobrir que, no coletivas que nos revela a presença de isto é, durante 14 anos. indivíduo em questão, a necessidade Plutão em Virgem e que afeta, por­ Como acabamos de explicar, todas as de prever, calcular e proteger-se sai re­ tanto, as preocupações de, pelo menos, crianças que nasceram durante este forçada. Em suas palavras-chave lere­ 50 milhões de pessoas na Europa. longo período, tinham Plutão em Vir­ mos: "forças psíquicas utilizadas com Assim, são previstas crises de identi­ gem em seus respectivos mapas astrais. fins conservadores, fechado em si dade até finais do ano 2007, em que Deste modo, no ano 2000, os mais j o ­ mesmo, agudo sentido do presente, ex­ Plutão transitará pelo signo de Sagi­ vens deles terão 29 anos e os mais ve­ trema necessidade de preservação". tário, na quadratura com Plutão e Vir­ lhos terão 43 anos. Se levarmos em Disto podemos deduzir que se trata de gem, fato que tomamos como exem­ conta que a população mundial atual uma geração preocupada pela segu­ plo, deduzindo que toda esta geração supera os cinco bilhões de indivíduos, rança material e moral vítima das dú­ experimentará tensões e um mal-estar quantos milhões pertencerão a esta vidas existenciais, que tende a adotar que a levará a adotar atitudes fecha­ faixa etária de 14 anos? Dezenas ou atitudes fechadas c com uma necessi­ das e conservadoras para preservar-se centenas de milhões, sem dúvida. dade vital de preservar-se. Como Vir­ e sentir-se segura.

A astrologia kármica

Astrologia e karma A astrologia kármica é um bom método de investigação para nos ajudar a compreender melhor em que consistem o destino e o livre arbítrio, e como estes se inscrevem em nosso mapa astral.

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ara começar, devemos ter cuidado com a asso­ ciação entre astrologia e kar­ ma, pois este enfoque, ba­ seado no estudo do mapa astral sob o ponto de vista do karma, dá lugar a confusões e suscita especulações total­ mente descabidas, a ponto de nos falar de vida anterio­ res. Mas, na maioria das ve­ zes, você vai observar que as vidas às quais faz alusão, que são as nossas, têm sempre algo de benéfico ou gratifi­ cante. Assim, descobrimos que em uma vida anterior ti­ vemos uma existência feliz, brilhante ou confortável, e como abusamos de certos dons, poderes, riquezas ou privilégios, fomos obrigados a renascer na Terra para re­ dimir nossas faltas. Neste caso, devemos salientar que na mente das pessoas, e par­ ticularmente na daquelas que acreditam na astrologia kármica, as noções de pe­ cado, de dívida a pagar, de falta a re­ dimir, são as que prevalecem. N o en­ tanto, não devemos abordar este tipo de astrologia deste ponto de vista, pois corremos o risco de nos deslumbrar­ mos ou de nos deixarmos enganar.

A ASTROLOGIA, 0 KARMA E 0 MAPA ASTRAL O passado tem algo de mítico e de confortável, pelo simples fato de nos permitir que nos evadamos do nosso presente, algumas vezes demasiado apressado ou inquietante. Atualmente,

Na roda da vida, a personalidade de um ser depende dele, mas também dos outros e das circunstâncias. o interesse pela história, principal­ mente pelos relatos e romances his­ tóricos, está em alta. Na vida cotidiana, feliz ou não, dos homens e das mu­ lheres do passado, encontramos as raí­ zes e os pontos de referência — não só históricos, mas também morais e es­ pirituais — que tínhamos perdido e que, infelizmente, estão ausentes de nossas sociedades contemporâneas.

Ora, em uma época em que nunca o número de habi­ tantes da Terra foi tão gran­ de, em tempos em que existe um verdadeiro problema de sobrevivência para a huma­ nidade e para a realização do indivíduo — o qual se sente mais ou menos, e contra sua vontade, sufocado entre a massa de milhões e milhões de seres humanos que po­ voam nosso planeta —, co­ mo poderíamos encontrar soluções, novos valores, no­ vas referências sem olhar pa­ ra nosso passado, para nossa história, para a vida dessas mulheres e desses homens, nossos antepassados que, no fundo, tinham as mesmas preocupações que nós, em uma outra escala e em uma outra época? Precisamos, portanto, olhar para o passado para dele ex­ trair lições, experiências hu­ manas. Daí a nos identificar­ mos com este ou aquele personagem é só um passo, que o mau uso da astrologia kármica, mal inter­ pretada ou utilizada com fins comer­ ciais, nos levará a dar. Mas a astrologia kármica não é isso. Quando estudamos um mapa astral do ponto de vista de tais princípios, de­ vemos nos desligar de todas essas noções de pecado, faltas e erros co­ metidos em um passado hipotético; não devemos acreditar que uma alma reencarnada está aqui para pagar seus pecados e redimir-se deles. Pois, se le­ vássemos este raciocínio ao extremo,

chegaríamos à conclusão de que todos os seres humanos presentes hoje em dia na Terra são culpados de alguma coisa. Seu mapa astral nunca lhe irá permitir que saiba quem você era fisicamente em uma vida anterior, se é que houve al­ guma. Entretanto, se você quiser com­ preender e saber melhor quem é e como é atualmente, quais são seus bons e maus reflexos de comportamento, qual é sua experiência, quais são seus dons e suas qualidades, mas também suas carências, defeitos, fraquezas, como pode comportar-se consigo mesmo para explorar os primeiros sem ter que so­ frer os segundos, então encontrará tudo escrito em seu mapa astral. Desta forma, os princípios da astrolo­ gia kármica, adaptados ao estudo e à in­ terpretação do mapa astral, poderão ajudá-lo.

OS DOIS GRANDES PRINCÍPIOS DA ASTROLOGIA KÁRMICA De fato, para fazer um bom uso da as­ trologia kármica, você precisa pôr sua técnica e seus elementos de investi-

Destino e livre arbítrio 0 homem aspirou sempre a ser dono de si mesmo, da natureza e de seus elementos. Hoje, mais do que nunca. Entretanto, os sábios de todos os tempos, de todas as civilizações e de todas as culturas deram a entender que, na existência de um ser humano, há uma parte de livre arbítrio e uma parte de destino. É, efetivamente, a grande lição que podemos extrair da astrologia kármica, que nos permite ver que parte do indivíduo está nas mãos do destino, ou seja, as circunstâncias e os acontecimentos que ocorreram ao longo de sua vida e que estão inscritos nele. Por outro lado, podemos considerar que, no final das contas, estes acontecimentos e circunstâncias são menos importantes do que a maneira como uma pessoa os vive, do que as experiências e as lições que obtém deles, pois é aí que intervém o seu livre arbítrio.

investigação ao serviço da in­ terpretação do mapa astral. Estes dois gran­ des princípios ba­ seiam-se, por um la­ do, nas posições dos Nodos Lunares Norte e Sul no mapa astral — sua situação nos signos, nas Casas e os eventuais aspectos que formam com os outros astros ou pon­ tos fictícios — e, por outro lado, nas po­ sições dos astros re­ trógrados, isto é, aqueles dos quais se tem a impressão que retrocedem no Zodíaco durante certos períodos do ano. Por último, é necessário entender o karma no verdadeiro sentido desta pa­ lavra sânscrita, que significa literal­ mente "ato". Segundo os hindus, obviamente, o karma é a conseqüência do que eles chamam Samskâra. Com este termo definem o conjunto de impressões, tendências, gostos, expressões e po­ tencialidades de todo o tipo, que a per­ sonalidade de um ser possui desde o dia do seu nascimento, ou seja, o que guia seus gostos, atitudes, comporta­ mentos, pensamentos, desejos, moti­ vações e atos de sua vida atual e futura, conjunto que teria ramificações ou ori­ gens em eventuais vidas anteriores ou encarnações do passado. Falamos de modo potencial, pois trata-se de crenças específicas, inerentes à religião hindu, que aplica, evidentemente, uma filo­ sofia de vida particular e um ponto de vista do mapa astral totalmente orien­ tado. Desta maneira, os astrólogos ociden­ tais que se apegaram a este campo de investigação da astrologia indiana, às vezes acham positivo interpretar o karma como um valor absoluto no mapa astral. Porém, para evitar qual­ quer confusão e especulação errada a partir deste campo de investigação, é mais sensato revelar e reter como com­

Saudação a Brahma, o deus hindu criador de todas as coisas. plementares as informações que pos­ sam nos levar a estudar e interpretar um mapa. Da astrologia kármica, portanto, limi­ tamo-nos a conservar os elementos que revelam o que o Samskâra contém, os quais resumiremos em um conceito: eles integram o conjunto de qualida­ des — no sentido do que "qualifica"— boas e más a um ser, as quais são as cau­ sas dos reflexos do comportamento; ou, em outras palavras, fazem referência às qualidades e aos defeitos pessoais, os quais dependem tanto do indivíduo e de seus atos, como dos outros e das cir­ cunstâncias. Trata-se, portanto, das bases da perso­ nalidade de um indivíduo — que só lhe pertencem, revelam e dependem dele —, da matéria-prima sobre a qual é possível trabalhar para melhorar e en­ riquecer e, ao fazê-lo, poder evoluir e realizar-se. É freqüente manifestar-se através de uma ambivalência fundamental, sobre a qual está baseada a estrutura da per­ sonalidade. Esta permite-lhe afirmar a diferença, a originalidade e a singu­ laridade na expressão do seu destino e do seu livre arbítrio, legíveis em seu mapa astral. É esta a riqueza de informações que po­ demos obter se utilizarmos os princí­ pios da astrologia kármica.

A astrologia kármica

O Nodo lunar Norte e a realização de si mesmo Existe uma vida anterior? Teremos outra vida? Podemos passar toda uma eternidade fazendo esta pergunta, mas não será mais importante realizar-se a si mesmo, aqui e agora?

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uer nos encontremos na era de Aquário quer não, o certo é que estamos na era da comunicação. A partir de agora, graças aos inúme­ ros satélites que circulam sobre nos­ sas cabeças, podemos localizar qualquer pessoa, quase a partir de qualquer lugar do planeta. Simultaneamente, as au¬ topistas da informação e a rede de co­ municações unem todos os computa­ dores do planeta, por pouco que cada um de nós queira fazer contatos. N o entanto, podemos objetar que não é porque dispomos dos meios tecnológicos para nos comunicarmos que temos mais coisas que dizer. Assim, no meio da vertigem do pro­ gresso, continuamos a nos perguntar as mesmas coisas: De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos? Ao estabelecer um diálogo através de um monitor ou de um telefone, o homem vive cada vez mais virtual­ mente, de modo que elimina a reali­ dade, cerceia o contato físico com o mundo e, antes de mais nada, com seu próprio meio natural. Em conseqüência, permitirmo-nos todos os fantasmas e, se não se tiver­ mos cuidado, nos converteremos em nossa própria vítima, prisioneiro de um mundo abstrato que teremos for­ jado por completo e que, no dia em que não tiver nenhuma razão de ser, nos deixará totalmente desarmados. Obviamente, ainda não chegamos a este ponto. Isso não impede que pensemos que este frenesi do ser humano por querer

Buda representa a encarnação da realização de si mesmo. comunicar e transmitir revela um pro­ fundo desenraizamento, um desen­ canto, um medo da realidade material, uma inadaptação à vida, que compensa criando um novo sonho tecnológico: a realidade virtual. A LENDA DE NOSSA VIDA Esta realidade virtual fomos nós tam­ bém que a criamos, imaginando que

vamos poder descobrir nossas vidas anteriores. De fato, se sentimos um mal-estar em nossa vida, e as expli­ cações dos psicanalistas ou dos psicó­ logos — que irão buscar em nossa infância as causas profundas de todos os nossos traumas, comportamentos e reflexos — não nos satisfazem; se \ ainda tivermos, apesar de tudo, sede ■ de esperança e de sonhos, de nos ma­ ravilharmos e de amar — o que ao fim e ao cabo é um mínimo vital —, por que não nos convencemos de que em i outra vida conhecemos melhores dias? Por que não pensar que nossa ex­ periência atual é sem dúvida uma prova e à nossa espera encontra-se outra mais tolerável? Isto acontece, simplesmente, porque a mulher e o homem estão feitos de ma­ neira que não possam viver sem a es­ perança ou o medo do futuro, o por­ vir que queriam descobrir, desvelar, conhecer e dominar. Existem métodos e técnicas para fazer incursões em nosso passado e, deste modo, tornar-nos mais suscetíveis para compreender melhor nosso presente e prever nosso futuro? Infelizmente, achamos que não. Por outro lado, se abordarmos a as­ trologia kármica do ponto de vista do conhecimento de si mesmo e da nossa realização pessoal, se quisermos acei­ tar o fato de que todos estamos mar­ cados, isto é, que cada um de nós tem marcas e sinais particulares que podem ajudar-nos a nos descobrir, a nos co­ nhecer, a compreender de onde viemos

— não geográfica e historicamente, mas espiritualmente, — quem somos — não cientificamente, mas humanamente — e para onde vamos — não teórica, mas realmente —, então poderemos desco­ brir a informação que nos levará pelo caminho certo, a lenda de nossa vida.

A REALIDADE DE NOSSA VIDA Como toda lenda, a de nossa vida tem seus pontos fortes, mas também seus remansos de paz e seus períodos difí­ ceis, problemáticos, que nos põem à prova. Mas para entrar nesta lenda, é preciso inscrever-se na realidade da vida, sentir-se ao mesmo tempo único e solidário. É uma verdadeira ginástica do espírito. Por exemplo, devemos ser capazes de dizer que onde vivemos, respiramos,

pensamos e agimos, participamos de tudo que vive, respira, pensa e atua à nossa volta. Também devemos ser ca­ pazes de admitir que, no instante de nosso nascimento, já éramos tal como somos hoje. Daí que o mapa do céu estabelecido no momento do nascimento seja um pou­ co como um contrato que assinamos com nós mesmos. Se assim for, devere­ mos então reconhecer, em nosso mapa astral, as qualidades — sempre entendi­ das no sentido do que qualifica — que só pertencem a nós, as que são de al­ guma maneira inatas e tanto poderiam ter-se revelado ou manifestado segundo outros critérios, em outras condições, ou ser a conseqüência de combinações de elementos diferentes. O que que­ remos dizer é que todos temos coisas

em comum, que todos somos feitos com o mesmo molde. N o entanto, cada um de nós também alberga aquela pe­ quena coisa que o torna diferente e que implica que, precisamente — acreditese ou não, apesar da pouca importân­ cia que se dá a isto hoje em dia —, todo ser humano é insubstituível. É isto que uma investigação sutil e in­ teligente de um mapa astral, do ponto de vista kármico, pode nos ajudar a compreender, especialmente tendo em conta os nodos lunares nas casas do mapa astral. Para ajudá-lo neste estudo e nesta téc­ nica, pomos à sua disposição (ver abaixo) um Zodíaco de interpretação, que você poderá utilizar uma vez que tenha calculado, levantado e interpre­ tado seu mapa astral.

A realização de si mesmo nas 12 Casas do céu, \ sob o ângulo do Nodo Norte a desenvolver as faculdades sensoriais, o bom gosto e o bom senso. Tem que ser curioso com tudo, que aprender a abrir-se para todos, para as idéias dos outros, a descobrir, dialogar, ouvir, intercambiam comunicar e transmitir. Casa IV Tem que poder se identificar com naturalidade com as raízes ou criá-las você mesmo, converter-se em um suporte, em uma pedra angular, em um apoio para os outros.

0 setor onde se encontra o Nodo Norte revela os campos em que o indivíduo deve viver uma experiência primordial, a qual favorece sua evolução pessoal e sua auto-realização. Casa I Você precisa trabalhar sobre a estrutura da personalidade, aprender a reforçá-la, a desenvolvê-la, a converter-se em um indivíduo de pleno direito, a dizer "não" e "eu". Casa II Tem que aprender a ser construtivo, a realizar-se no mundo material e físico, a não ter medo de adquirir, possuir, a deixar vestígios.

Tem que realizar-se no campo da criatividade, dos sentimentos desinteressados, da entrega e do amor às crianças. Casa VI Tem que aprender a benevolência, o discernimento, o sentido de organização, o gosto pelo método, o trabalho bem feito, a força da humildade, a arte do bem-estar. Casa VII Tem que aprender a compartilhar, a viver a dois, adaptar-se às circunstâncias e aos outros, a concordar, associar-se e unir-se. Casa VIII Tem que aprender a prescindir, a desenrai¬ zar-se, a romper, a ser autônomo, a desen-

volver suas capacidades psíquicas e para¬ sensoriais, para ajudar aos outros. Casa IX Tem que evadir-se, que sair da monotonia, dos caminhos trilhados, adquirir as próprias opiniões, convicções, ampliar os horizontes, explorar, procurar, descobrir, aprofundar as idéias, olhar sempre mais alto e mais longe. Casa X Tem que expor-se ao olhar dos outros, participar em uma missão, em um papel social, tomar posição, fazer-se ver, assumir uma carreira profissional, uma função. Casa XI Tem que encontrar imperativamente um equilíbrio psicológico, moral, espiritual, aprender a ser solidário com os outros, a empreender e realizar os projetos, a cultivar relações sociais e de amizades privilegiadas. Casa XII Tem que passar pela experiência da saudade, a descida ao fundo de si mesmo, da superação das adversidades e vicissitudes da vida prática e material; tem que experimentar o abandono, o êxtase, o arrebatamento, a fé, a vida espiritual.

A astrologia kármica

Os planetas retrógrados Em um mapa astral, os planetas retrógrados permitem compreender que elementos da personalidade podem ajudar um indivíduo a viver melhor o presente.

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ada um dos dez astros presentes no mapa astral representa al­ gum dos elementos essenciais da personalidade. Com relação a este assunto, insistimos mais uma vez no fato do mapa do céu ser uma representação gráfica e simbólica do que hoje chamamos a psico­ logia profunda de um ser.

AS INFLUÊNCIAS U m indivíduo é como é, comporta-se de uma certa maneira e age e reage se­ gundo suas próprias caracte­ rísticas. Tal idiossincrasia se deve a que no seu mapa astral estão claramente inscritos alguns as­ tros citados em determinados signos e em determinadas casas, que nos per­ mitem achar em seu mapa do céu sutis mecanismos, engrenagens complexas e elementos essenciais de sua personali­ dade, e não o inverso. Pode parecer estranho insistir neste ponto. N o entanto, ao serem estimu­ lados entre aqueles que praticam uma astrologia de fim-de-semana, os meios de comunicação, que se aproveitam da popularidade que tem a astrologia — e que não vacilam em contratar pes­ soas despreparadas, sem nenhum co­ nhecimento astrológico, para redigir os horóscopos —, e os que usurparam uma astrologia tratada do ponto de vista do racionalismo científico, caí­ mos na tentação de dizer que, se al­ guns querem nos fazer crer que os as­ tros nos influenciam, seria mais correto e sensato perguntar-nos que influências sofremos de verdade ou,

N o entanto, vamos observar que esta teoria é totalmente aceitável quando, no final das contas, cada um se sente "normal". Escrevemos "normal" entre aspas porque nos abstemos de definir a normalidade. N o entanto, devemos ad­ mitir que todos temos, inconscientemente, uma noção comum dela. Fe­ lizmente, a inteligência nos permite relativizar e matizar este senso co­ mum. Embora este "normal" im­ plique sentir-se mal, não é tranqüilizador, reconfortante e "desculpabilizador" descobrir que esse mal que cada um tem den­ tro de si, ou esse sofrimento, já estava escrito? Por outro lado, a partir do mo­ mento em que se sai desta "normali­ dade", esta teoria das influências se con­ Para compreender bem a ilusão de ótica produzida pelos astros retrógrados, basta verte totalmente em inaceitável. imaginar que um trem se adianta a outro. Como poderíamos pensar que o des­ tino de um ser que nasce vítima de uma Quando o que se adianta diminui a doença genética grave, ou em condições velocidade, temos a impressão de ir para econômicas desastrosas que arruinarão trás em relação ao segundo. sua saúde, sua vida e todas suas espe­ ranças de se converter em um indiví­ mais exatamente, sob que influencias duo de pleno direito, é conseqüência de vivemos. sua autodeterminação? Como pode Nossa opinião é que não existe outra uma pessoa ter escolhido nascer doente influência senão a que exercemos sobre ou paralítica quando teve a possibili­ nós mesmos. dade de viver saudável e com plenas fa­ Em resumo, trata-se de um ponto de culdades? vista comum, não sem interesse, que consiste em admitir que queremos ver Esta teoria a que se referem todos os e crer apenas naquilo que aceitamos que acreditam sem restrições no karma ver e crer. Dito de outra maneira, pode e na predestinação, não é muito gene­ considerar-se que um indivíduo tem rosa. uma certa autodeterminação de ser Então, é preciso encarar as coisas sob como é. outro ponto de vista.

DO FUTURO A0 PRESENTE Q u e m se preocupar com seu futuro, finja que não o está fazendo, diz um provérbio chinês. Em outras palavras, o futuro não existe. Está por fazer e in­ ventar. Mas, sobretudo, quanto mais se vive o presente, mais se aprende a estar presente consigo mesmo e menos razões cada um terá para se preocu­ par com o futuro. Esta é a grande lição revelada em nosso mapa astral pelos astros retrógrados, que são planetas que dão a impressão de andar para trás no Zodíaco durante certos períodos do ano. Em um mundo em que tudo nos leva a falar do futuro, a trabalhar para o futuro, pode parecer paradoxal ou

chocante afirmar que o futuro não existe. N o entanto, assim é. Se pen­ samos tanto no futuro, é porque temos medo e vivemos na esperança. Ambos os sentimentos nos põem fora de nós mesmos, nos afastam de nossas verda­ deiras preocupações, impedem-nos de viver plena e simplesmente o mo­ mento presente. Ora, o futuro é sempre conseqüência do presente e só podemos viver o pre­ sente em função das qualidades que possuímos, sem juízos de valor. Desta forma, os elementos que com­ põem nossa personalidade revelados pelos astros retrógrados trazem à or­ dem este tema. Ao se encontrarem pa­ ralisados no céu, ou retrógrados em

certos momentos — pelo menos é a impressão que nos dão, claro —, impe­ dem a nossa fuga desesperada para a frente. "Retrogradar" é um verbo que não gostamos muito de utilizar, pois impli­ ca uma regressão, um retrocesso e uma perda. Nada disso é exatamente grati­ ficante, entusiasmador ou enérgico. Mas, como não podemos evitar ter sentimentos contraditórios e emocio­ nais mais ou menos fortes, que nos fa­ zem mover e agitar interiormente, é positivo que haja em nós princípios que nos obrigam a nos acalmar, a nos tolher um pouco, para que tomemos consciência do nosso ritmo e vivamos o presente, aqui e agora.

Os astros retrógrados e seus significados Observaremos que os astros luminosos, ou seja, o Sol e a Lua, nunca são retrógrados. Em outras palavras, tudo que foge da vontade instintiva, pura, espontânea, e do poder criador do ser e de sua sensibilidade, não pode ser bloqueado, atrasado nem mudado em caso algum nem de nenhuma maneira. Assim, o que poderíamos definir como o eu profundo (o Sol) e o eu sensível (a Lua), isto é, o potencial masculino e feminino que possui um ser, seja homem ou mulher, permanece igual a si mesmo, tal como está inscrito no mapa astral no seu nascimento e tal como está inscrito no ser em questão, evidentemente.

Por outro lado, Mercúrio é quase sempre retrógrado. Nestes momentos a inteligência é reprimida, paralisada, fixada no presente 0 espirito é mais primário, mais realista, mais pragmático. 0 indivíduo em questão é quase sempre obrigado a realizar maiores esforços que os outros para se concentrar ou refletir. Não pode deixar de apreciar as qualidades de uma mente bem exercitada.

Júpiter retrógrado retém quase sempre o eu expansivo, que poderia tender para a inflação, a auto-satisfação, e dilatar-se de forma excessiva e complacente até afogar ou aniquilar os outros elementos da personalidade.

Vênus retrógrado reprime oportunamente as emoções quase sempre demasiado vivas e exacerbadas, que condicionam ou ofuscam o indivíduo. 0 indivíduo em questão pode aprender perfeitamente a dominá-las.

retrógrado inibe a capacidade de decisão para que o indivíduo possa ter acesso a uma forma de independência de espírito ou caminho destacável.

Marte retrógrado indica um poder de ação essencial e tão coerente que nunca se utiliza em vão, pois os recursos energéticos do indivíduo em questão estão quase sempre restringidos ou limitados. Deve tomar precauções entes de agir, fazê-lo apenas quando é absolutamente necessário.

retrógrado revela um indivíduo justamente lúcido e razoável. Nada escapa, nem dele nem do que o cerca.

Netuno retrógrado é próprio de um ser que encontra unicamente em si mesmo todos os recursos de que precisa para se transformar de forma profunda. Plutão retrógrado indica um ser que é capaz de se regenerar, afastando-se totalmente do mundo e dos outros.

A astrologia ou a ciência dos presságios, o destino e o livre arbítrio Como passamos dos simples presságios ao complexo e elaboradíssimo sistema zodiacal, até chegar no final às noções de destino e de livre arbítrio?

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á vimos como os homens, durante a pré-história e a Antigüidade, com o olhar dirigido para o céu, além de ver ali sinais dos deuses, reconheceram fi­ guras, desenhos, representações que, ao longo dos séculos, se transforma­ ram no que hoje em dia chamamos as constelações. Graças ao achado de provas gravadas em escritura cuneiforme sobre placas de argila que datam dos finais do III milênio antes de nossa era, hoje somos capazes de fixar exatamente o nasci­ mento da astrologia. De fato, uma destas placas encontra­ das na Mesopotâmia faz alusão a um eclipse lunar que teria anunciado a morte do rei acádio Naram-Sin, no ano 2259 a. C. Se tal dado astrológico é claramente mencionado para esta época, deve-se provavelmente a que a astrologia já existia há algum tempo e era utilizada como referência. Podemos, portanto, supor que ela nasceu por volta do ano 2500 a. C , isto é, há 4.500 anos aproximadamente. N o en­ tanto, parece que o sistema do Zodíaco e dos signos as­ trológicos apareceu mais tarde. Encontramos suas marcas escritas por volta do ano 1700 a. C , e o Zodíaco perfeitamente constituído tal como o conhecemos atualmen­ te faz seu aparecimento em 1010 a. C , enquanto

que um século antes, isto é, no ano 1120 a. C , foi escrito na Babilônia o Poema da Criação ou Enuma Elish, no qual toda a cosmogonia já se baseava na astrologia. Atualmente, custa-nos imaginar que nos tempos passados, porém também em épocas não tão distantes, fiel à sua

antiga tradição, o homem de ciência e de saber estava em condições de exer­ cer várias disciplinas: astrônomo, as­ trólogo, médico, matemático, mago, poeta, artesão, etc. Ao fazê-lo, tinha uma visão mais sintética dos elemen­ tos que constituíam a vida e a natureza, de sua interação, das relações cons­ tantes, visíveis e invisíveis, evidentes e sutis, que mantêm permanentemente entre eles. E uma visão que já perde­ mos, em favor de uma especialização talvez mais afinada e eficaz, ao menos mais adaptada ao nosso mundo e ao nosso modo de vida atuais onde, quase sempre, solucionamos o mais urgente e vivemos com emergência. N o en­ tanto, ao nos especializarmos, nos iso­ lamos e dividimos princípios que só têm sentido quando estão juntos; e, além disso, sempre com a finalidade de sermos, sem dúvida alguma, mais eficazes, porém fazendo também in­ tervir importantes interesses econô­ micos e financeiros que, por força, acabaram pondo em segundo plano, qualquer outra conside­ ração. Perdemos, mais que uma ética, um sentido inato da vida, um instinto da natureza. Esta esteia cuneiforme que representa o rei Naram-Sin com seu exército, data do III milênio a. C. O nascimento da astrologia pode datar pelo menos desta época.

Se o homem, sem dúvida, se preocu­ pou com sua alma desde o momento em que solucionou o problema da ali­ mentação, pois suas necessidades vi­ tais já estavam solucionadas e se sen­ tia aliviado e seguro, nem por isso é menos paradoxal que seja quase sem­ pre na adversidade, no medo, no so­ frimento e nas dificuldades que toma consciência de sua alma e do que deve ou deveria ser a essência de sua vida. É como se uma demasiada segurança ou comodidade material e moral ini­ bisse sua consciência, proibindo-lhe qualquer perspectiva de evolução. Esta observação nos leva naturalmente à pergunta de como e porque nossos antepassados fundaram a astro­ logia e que uso real fizeram dela, pois, ao nos perguntarmos isto, remontaremos às origens, aos l fundamentos verdadeiros so­ bre os quais a astrologia re­ pousa. A ASTROLOGIA, UMA CIÊNCIA DE PRESSÁGIOS A nossa opinião é que tudo parece ter come­ çado com os presságios. O que é um presságio? É um fenômeno natural cuja aparição ou mani­ festação coincide com a de um acontecimento, uma circunstância parti­ cular relativa à vida hu­ mana, que antecipa ou anuncia algo. Por isso, estes sinais de reconheci­ mento que foram os primeiros pres­ ságios, sem dúvida, são a origem de todos as linguagens. Davam aos ho­ mens a oportunidade de poder se co­ municar com a natureza e com seu ambiente, e pela mesma razão, entrar em contato com os deuses. De fato, para o homem do passado estes fenômenos que se reproduziam de forma regular e pareciam sempre anunciar o mesmo, tinham que ser produzidos por uma inteligência. E, embora nosso antepassado não racio­

cinasse ainda do ponto de vista da in­ teligência, já pressentia que havia cer­ tas semelhanças entre tais fenômenos e outros produzidos por ele mesmo. N o entanto, como as manifestações destes fenômenos naturais eram fisi­ camente muito mais impressionantes que os que ele era capaz de gerar, e que, por outro lado, tais fenômenos afeta­ vam os elementos (a água, o fogo, o ar, a terra, mas também o Sol, a Lua, os animais, etc), chegou à conclusão de que era nesse momento que se as­ sociavam a uma inteligência ou a uma força superior à sua. Tudo leva a supor que, através dos presságios, o homem reconheceu a existência de deuses que

Para os habitantes da antiga Babilônia, a astrologia era uma verdadeira religião que identificava os astros com os deuses. Assim é como viam no Céu, no Sol e na Lua, o corpo da deusa-mãe Tiamat. utilizavam esta linguagem para dirigirse a ele ou simplesmente para expres­ sar-se. Então concluíram que se que­ ria tirar benefícios ou prevenir-se, era de seu interesse compreender e falar aquela linguagem. Assim, durante milênios, os homens foram acumulando presságios que,

ricos em lições e muito úteis para sua vida prática ou, simplesmente para sua sobrevivência, eram transmitidos por via oral, de geração em geração. Os presságios se transformaram não somente em uma linguagem sagrada, mágica, como também em uma ciên­ cia completa. Desta ciência nasceram todas as man­ ­ias e todas as artes adivinhatórias. Quanto ao Zodíaco, que apareceu mui­ to mais tarde, foi criado para organi­ zar os presságios. 0 DESTINO E O LIVRE ARBÍTRIO Nos séculos XIII, XII e XI a. C , na Ba­ bilônia, a astrologia foi objeto de um verdadeiro culto religioso, os as­ tros então eram considerados deuses. Eram eles que governavam o destino humano. Nenhum indivíduo podia es­ capar a seus desígnios. Por isso, o que estava escrito não podia deixar de ocorrer. Mas, em vez de resignar-se ante a fatalidade como ten­ demos a fazer hoje, os sa­ cerdotes astrólogos da Ba­ bilônia previam o futuro para antecipar melhor as coisas e, se possível, evitar suas conseqüências nefas­ tas, desastrosas ou dra­ máticas. Além disso, se­ gundo eles, os homens sempre estavam mais ou menos implicados, inclusive eram res­ ponsáveis pelas irrupções do destino determinadas pelo astro-deuses. Ao saber lê-los, interpretá-los, prevêlos e antecipá-los, davam-se todas as oportunidades não só de poder tirar proveito e lições de seus próprios erros e fraquezas, como também de poder exercer seu livre arbítrio. Se levantamos a possibilidade de que a astrologia possa transformar-se em ob­ jeto de um culto religioso, acreditamos que seria bom para todos nós recupe­ rar a noção de destino e de livre arbí­ trio de nossos antepassados.

Astrologia e psicologia Às vezes nós nos perguntamos se o astrólogo é um psicólogo; porém, por que não formulamos esta pergunta ao contrário? Simplesmente porque a psicologia pode ser aplicada ao Zodíaco, mas a astrologia é um campo de investigação demasiado vasto para entrar no âmbito do psicólogo. assim o que pode haver de comparável entre estas duas maneiras de investi­ gar a alma humana e o que as distingue.

S

abemos que a psicologia, pelo menos o que en­ tendemos como tal, c uma prática moderna muito apre­ ciada em toda parte. Pode­ mos afirmar que já entrou em nossa vida cotidiana. Atualmente, as empresas e até mesmo as escolas, dedi­ cam-se a fazer testes psico­ lógicos com o louvável ob­ jetivo de definir melhor a personalidade, mas também com o fim menos nobre, é preciso admitir, de integrála pela força em moldes ou esquemas fechados. De fato, a primeira associação que fa­ zemos quando comparamos as pesquisas astrológicas e psicológicas é que ambas são vítimas desta tendência que os homens modernos têm de ver um indivíduo, o mundo e a realidade de um ponto de vista limitado e es­ quemático. Existe um ver­ dadeiro laço ou relação entre a psicologia e a astrologia? São complementáveis e compatíveis? De nossa parte, conhe­ cemos psicólogos que, hoje em dia, se converteram em astrólogos; outros que odeiam a astrologia, ao considerála — quase sempre com razão, tendo em conta seu mau conhecimento e a maneira incorreta como esta é prati­ cada e ensinada — um veículo e um amálgama de princípios c conceitos confusos, sem interesse e sem fun­ damento. Entretanto, como já sublinhamos, na mente de qualquer pessoa, as duas são disciplinas bastante parecidas ou, cm todo caso, totalmente comparáveis no

O astrólogo tem uma visão tanto coletiva como individual do destino do homem. seu objetivo. Imaginamos que não se­ ria totalmente descabido um esclareci­ mento a respeito disso. Em primeiro lugar, c indispensável que nos ponha­ mos de acordo em relação à própria noção de psicologia. O que é? De onde vem? Para que serve? A seguir, tentaremos estabelecer um parale­ lismo entre os fundamentos, o objeto e o uso que se faz atualmente da psi­ cologia, e os da astrologia. Veremos

O QUE É A PSICOLOGIA? A psicologia é "uma prática terapêutica baseada na en­ trevista direta e no exame do caso, a partir da obser­ vação das condutas indivi­ duais", segundo alguns tra­ tados de psicanálise. Em outros manuais, consta que foi o norte-americano Light¬ ner Witmer quem a em­ pregou pela primeira vez em 1896 e que depois foi retomada pelo próprio Sigmund Freud em uma carta a Wilhelm Fliess, de 30 de janeiro de 1899: "Bem", escreve ele, "a psi­ cologia, tal como se apre­ senta nos Estudos sobre a Histeria, provém do caos. Descubro as relações com o conflito, com a vida, com tudo que eu gostaria de chamar psico­ logia clínica." Em princípio, se compararmos as ori­ gens da psicologia e da astrologia, po­ demos observar que os fundamentos enunciados pela psicologia têm um sé­ culo, ao passo que os da astrologia têm, no mínimo, sete mil anos. Alguns poderão insinuar que os prin­ cípios transmitidos pela astrologia de­ sapareceram, enquanto os revelados pela psicologia, embora ainda não te­ nham sido plenamente experimenta­ dos, pelo menos têm o mérito de estar inscritos na dinâmica do progresso do

espírito humano, isto c, adaptaramse melhor ao nosso tempo. Aqueles que assim pensam diremos que tal comparação não c possível, porque os próprios fundamentos da psicologia — que como sabemos, derivam do mo­ delo psicanalítico clínico — orienta­ ram-se para um enfoque terapêutico, para simplificar as coisas, para curar os homens e as mulheres "psicologica­ mente" doentes, enquanto que os princípios básicos sobre os quais nas­ ceu a astrologia tiveram sempre uma mesma preocupação: a de organizar o mundo a partir de uma visão globali¬ zadora e unificadora, considerando que o homem e o universo, ou seja, o microcosmo e o macrocosmo, cons­ tituem um só elemento. O psicólogo tem por missão curar o mal-estar do indivíduo em particular. ASTRÓLOGO E PSICÓLOGO Em resumo, poderíamos dizer que o astrólogo ideal aspira a iniciar o ser, cujo mapa astral ele estuda, em seu próprio conhecimento, no papel que tem ou que lhe cabe ter no jogo do universo e no destino que deve cum­ prir para ser ele mesmo, ao passo que o psicólogo ideal observa o comporta­ mento de uma pessoa, estuda suas in¬ quietudes e mal-estares e fornece-lhe meios para se curar. Ora, se por um lado ambos os estudos têm algo de parecido, por outro são ra­ dicalmente diferentes no sentido em que a astrologia não alude a nenhuma norma. Não se ocupa em classificar os indivíduos em sãos e enfermos, sociais e anti-sociais, normais e anormais. Nunca examina o indivíduo sem levar em conta o todo onde ele existe, se ma­ nifesta e vive, sabendo que cada um pos­ sui uma série de tendências e qualida­ des que lhe cabe aproveitar, ou não, em sua alma e em sua consciência. De maneira que dois fatores essenciais dividem a astrologia e a psicologia: 1. A astrologia é uma ciência humana atávica que se interessa tanto pelo des­ tino do indivíduo como pelo do ser universal. Quanto à psicologia, seu ob­ jetivo é o ser social, doente, inadap­ tado, com uma fmalidade terapêutica,

estabelecendo assim os princípios de uma certa normalidade. 2. A astrologia baseia-se em uma visão sintética, global e unificadora, do mun­ do e do ser humano. A psicologia faz referência a um princípio analítico que divide, separa e isola. Provavelmente, esta é toda a diferença que existe entre o olho astronômico do astrólogo, que examina a abóbada celeste, e o olho microscópico do assistente do labo­ ratório, que fixa seu olhar em uma cé­ lula ou em um átomo único e isolado. Sem dúvida alguma, o que a psicolo­ gia pode censurar à astrologia é, evi­ dentemente, a preocupação pelo bemestar do outro e a vontade de não ser vítima dos nossos reflexos de com­ portamento, não anormais, mas equi­ vocados, porque estão na origem de circunstâncias difíceis, adversas ou de­ sastrosas em nossa vida. Entretanto, se acreditamos que as pes­ quisas dos psicólogos podem ser in­ tegradas na roda do Zodíaco, e assim proporcionar ao astrólogo instrumen­ tos, se não suplementares, pelo menos melhor adaptados à nossa cultura mo­ derna, não serve de nada querer passar sistematicamente a linguagem astro­ lógica pelo filtro da linguagem psico­ lógica, pois desta maneira reduziría­

mos consideravelmente o ponto de vista penetrante, profundo e generoso que a roda zodiacal põe à nossa dis­ posição. Ao basear-se em um princí­ pio analógico de grande riqueza, a as­ trologia está em condições de integrar todas as formas do espírito humano, do qual sabemos que pode chegar a ser tão rico em possibilidades quanto a na­ tureza. Por último, assinalemos que a psico­ logia é a prática terapêutica nascida na mente dos primeiros psicanalistas. Ora, precisamente eles encontraram nos mitos e símbolos pontos de referência indispensáveis para decifrar as mensa­ gens, quase sempre ocultos, transmi­ tidos por seus doentes e que procedem do seu inconsciente. Os mitos e os símbolos são justamente a linguagem que o astrólogo emprega. Por outro lado, o psicanalista não procede de forma diferente do astrólogo ao in­ terpretar o discurso de seu paciente, baseado na livre associação. De fato, o astrólogo é também um intérprete do discurso profundo do ser, que tam­ bém poderíamos dizer silencioso, ins­ crito em seu mapa astral, que o revela intimamente. Como vemos, as práti­ cas da psicanálise e da psicologia de­ vem muito à astrologia.

Os tipos lunares e planetários A partir dos 4 elementos que constituem a base do Zodíaco — o Fogo, a Terra, o Ar e a Água —, definimos 8 tipos lunares básicos, dos quais derivam os tipos planetários. 7.º t i p o p l a n e t á r i o : m a r c i a n o , nervoso e fleumático, corresponde à Lua convexa; o rosto é mais quadrado, porém cheio, com supercílios acentuados, nariz proeminente e queixo agudo.

6.° tipo planetário: saturnino, me­ lancólico, corresponde ao quarto crescente da Lua; o rosto é muito alongado e com forma an­ gular, a testa muito alta, atormentado, o olhar k cheio de certa tristeza ou seriedade.

8.° tipo planetário: lunar, fleuma tico, corresponde à Lua cheia; o rosto, os olhos, o nariz e a boca são redondos. Á

1.° tipo planetário

5.° tipo planetário: mercuriano, colérico

v e n u s i a n o , fleumático e sangüíneo ao mesmo tempo, corresponde à Lua propagadora; a parte alta do rosto é arredondada, j a parte mais baixa pontia­ guda, mas com o queixo j redondo. ■

e melancólico, corresponde à Lua crescente; o rosto é ligeiramente angular e alongado, com pequenos olhos e supercílios que in­ dicam ironia.

2.° tipo planetário: jupiteriano, corres­

r 4.° tipo planetário: solar, f

ponde ao quarto minguante da Lua; o rosto é mais retangular, com traços ^ generosos e simpáticos, com as maçãs do rosto ligeiramente salientes.

r

colérico, corresponde à Lua nova; o rosto é alongado, a testa alta, espaçosa, o olhar profundo e brilhante.

3.° t i p o planetário: marciano, sangüíneo e colérico ao mesmo tempo, corresponde à Lua minguante; o rosto é mais quadrado com um queixo pontiagudo e maçãs do rosto salientes.

m nossa opinião a astrologia não deve nada à psicologia. Sem ne­ nhuma dúvida, a psicologia é um en­ foque original do estudo dos reflexos e mecanismos de comportamento do indivíduo. N o entanto, além de ser ho­ je uma prática científica bastante repre­ sentativa das correntes intelectuais e das preocupações filosóficas, sociais, mate­ rialistas do final do século XIX, e prin­ cipalmente da primeira metade do sé­ culo xx, esta disciplina está limitada às

E

observações clínicas e foi vítima das grandes correntes contemporâneas de pensamento: a especialização e o culto aos esquemas. Daí que, embora as bases sejam infi­ nitamente mais abertas e generosas que sua utilização, as práticas da psi­ cologia moderna são com freqüência demasiado parciais e aproximativas, pois desmontam os mecanismos sem saber como voltar a montá-los e não vêem o ser como um todo indissociá­

vel, conferindo um lugar especial ao ambiente circundante, ao contexto e às circunstâncias exteriores e mini­ mizando, inclusive excluindo, toda responsabilidade do indivíduo por en­ contrar-se no lugar onde vive e por ser como é. Sem recusar o ponto de vista com que a psicologia moderna enfoca o estudo da personalidade, o astrólogo não deve cair jamais na tentação de dar uma in­ terpretação psicológica de um mapa as-

astral. Isto reduziria seu campo de inves­ tigação e excluiria os fundamentos na­ turais e espirituais nos quais o Zodíaco se apoia, sabendo-se que este, não es­ queçamos, é uma representação do homem e do universo — considerados semelhantes e parecidos — ou, se pre­ ferimos, do microcosmo e do macro­ cosmo. Mas, com respeito aos fundamentos na­ turais, um deles está formado eviden­ temente pelos 4 elementos que estão em relação com as 4 fases lunares, e a par­ tir das quais foram revelados 4 tempe­ ramentos que, combinando-se, dão lugar a 8 tipos planetários. Para compreender melhor os princípios da psicologia, a morfologia, a tipologia e o estudo do metabolismo, que se in­ tegram no universo do Zodíaco, a se­ guir apresentamos os tipos lunares e pla­ netários. 4 ELEMENTOS, 4 LUAS 4 TEMPERAMENTOS Não voltaremos a falar sobre os fun­ damentos naturais e simbólicos dos 4 elementos, sobre os quais existe uma abundante bibliografia. Lembremos simplesmente que estes 4 elementos (o Fogo, a Terra, a Água e o Ar) apa­ recem nessa ordem quando se segue a hierarquia dos signos do Zodíaco: Áries: Fogo; Touro: Terra; Gêmeos: Ar; Câncer: Água, etc. Além disso, cada estação está relacionada com um ele­ mento que a domina: Primavera: Ar; Verão: Fogo; Outono: Terra; Inverno: Água. E são sempre 4 as principais fases lunares: Lua nova, Quarto cres­ cente, Lua cheia, Quarto minguante. Por último, lembremos que o dia se divide em 4 partes: manhã, tarde, anoi­ tecer e noite. Para sermos mais com­ pletos, acrescentamos que os pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste) são evidentemente 4 e que estão em correlação com os elementos, as es­ tações, as fases lunares e solares. Desta maneira dispomos de um sistema coerente a partir do qual são organiza­ das as analogias entre os temperamen­ tos, os comportamentos, as bases da per­

sonalidade das pessoas e os elementos, as estações, a Lua, o Sol, os astros, os sig­ nos, o Zodíaco. Definimos, portanto, 4 temperamentos a partir dos 4 ele­ mentos. 0 TEMPERAMENTO SANGÜÍNEO Associa-se ao Ar, que é o elemento domi­ nante da Primavera. Deste modo, está também relacionado com esta estação. Re­ cebe este nome porque na maioria das vezes caracteriza-se por uma potente cir­ culação sangüínea, que inclui as funções respiratórias importantes, o que explica que se ache em correlação com a Primavera, cujo elemento predominante é o Ar. N o temperamento sangüíneo, prevalecem Vênus e Júpiter, isto é, Vênus de Touro e de Libra, e Júpiter de Sagitário. Também nos referimos ao tipo sangüíneo venusiano ou jupiteriano. 0 TEMPERAMENTO COLÉRICO Está associado ao Fo­ go, que é o elemento dominante no Verão, estação com a qual tem certas afinida­ des. Morfologicamente, possui um esque­ leto corpulento e uma forte muscula­ tura. Evidentemente, segundo o indiví­ duo, prevalecerá mais uma ou outra, porém em todo caso será uma das prin­ cipais características que se destacam nele, assim como também se destacam seu crânio e sua testa. Neste tipo ex­ pressam-se espontaneamente a força, a vontade, a agressividade, a necessidade de afirmação, de conquista, de domi­ nação. Peca com freqüência pelo excesso de impaciência e ansiedade e tem uma natureza colérica, o que faz com que as secreções biliares de seu fígado sejam muito fortes. Daí ser conhecido em alguns lugares com o nome de "bilioso". Nos tipos marciano e solar, quando nos referimos a Marte de Áries e ao Sol de Leão, são os coléricos que mais abundam.

0 TEMPERAMENTO MELANCÓLICO Associa-se à Terra, is­ to é, o elemento do­ minante no Outono, estação com a qual apresenta numerosos pontos em comum. Este tipo se apresenta com freqüência sob o aspecto de uma pessoa magra ou magricela, dando uma aparência de fra­ gilidade. Seu rosto alongado é muitas vezes desproporcional com respeito a seu corpo, destacando o predomínio de seu cérebro. De fato, dominam nele o sistema nervoso e as faculdades psíqui­ cas e mentais. Seu comportamento é muitas vezes nervoso, agitado ou ins­ tável; devido a isso é também conhecido pelo nome de "nervoso". Fazemos distinções entre o tipo melan­ cólico mercuriano e o melancólico saturnino; o primeiro é muito mais fantasioso, sonhador e menos retraído que o se­ gundo. Trata-se do Mercúrio de Gêmeos e de Virgem, e do Saturno de Capricórnio e também de Aquário. 0 TEMPERAMENTO FLEUMÁTICO Associa-se à Água, elemento dominante no Inverno, a estação com a qual se encon­ tra em correspon­ dência. Morfologicamente, distingue-se pelas formas arredondadas e generosas de seu rosto e seu corpo. Seu nome deriva da palavra "fleuma", que era um dos qua­ tro humores em torno dos quais se agrupava antigamente os do corpo hu­ mano. Em alguns lugares recebe tam­ bém o nome de "linfático". Dá às vezes a impressão de uma pessoa tranqüila, de uma grande serenidade, impassível ou apática, ingênua, que aspira à paz e à tranqüilidade. Os fleumáticos são geralmente do tipo lunar, com traços gerais arredondados, em relação com a Lua de Câncer, e jupiteriano, mais típico, de cara mais ova­ lada, em correspondência com o Júpiter dos nativos de Peixes.

A astrologia e a saúde O corpo tem suas próprias razões e opiniões; quase sempre, boas razões. Estas se manifestam em forma de sintomas. O estudo do mapa astral nos permite descobri-las e conhecê-las melhor.

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eja qual for nosso signo, cada um de nós já esteve doente alguma vez. Não estamos falando aqui, evidente­ mente, de doenças graves, mas sim de pequenos males, indisposições ou mal-estares, certos sintomas que respondem tanto a uma patologia como a um comportamento psi­ cológico. Os sintomas são, com efeito, indícios distinguíveis, índi­ ces específicos que nos proporcio­ nam informação sobre nossa sensibili­ dade e vulnerabilidade. São nosso corpo e nosso organismo ex­ pressando-se em forma de transtornos. Para nós, são transtornos comuns e corriqueiros, mas se prestamos um

pouco de atenção, veremos que têm um sentido especial para cada um de nós. Uma enxaqueca, por exemplo, é um sintoma, mas a causa desta dor de ca­ beça, tão comum em nossa sociedade moderna, pode ser diferente em dife­ rentes pessoas. O mapa astral pode nos ajudar a des­ cobrir a sintomatologia de todas as pes­ soas.

INFORMAÇÕES SOBRE A SAÚDE PROPORCIONADAS PELO MAPA ASTRAL Para determinar o , há de estudar-se a Através da relação de regência dos as­ tros, podemos saber se os traços he­ reditários de um indivíduo vêm da linha materna ou paterna, dependendo de ser a Lua (ou o Sol) e Saturno, di­ reta ou indiretamente, os regentes da Casa IV Consideremos, por exemplo, que em um mapa astral a Casa IV ou Fundo do Céu se encontre no signo de Virgem, cujo regente é Mercúrio. E que, além disso, neste mapa astral, Mercúrio se situe no final do signo de Capricórnio, cujo regente é Saturno em conjunção com o Sol, que se encontra em Aquário. Ora, o Sol e Saturno são os astros que estão em relação com a imagem do pai. Além disso, tanto o Sol como Saturno se encontram em Aquário, que é o signo da pessoa em questão. O segundo regente de Aquário, Urano, está em conjunção com o Fundo do Céu ou Casa IV, e está igualmente no signo de Virgem. De todos estes elementos podemos de­ duzir que neste caso se trata de uma he­ rança paterna. Isto significa que o com­ portamento psicológico do indivíduo

do nosso exemplo é muito parecido com o de seu pai, mas também que sua herança é paternal. Será portanto na herança paterna de sua família onde poderemos encontrar in­ dicações de sua patologia. A casa V nos informa sobre o uso que o indivíduo faz de sua energia, de suas forças vitais, reveladas pela posição de Marte. A casa VI, a do bem-estar, oferece importantes indicações sobre a higiene de vida de uma pessoa, suas atenções e cuidados, os males de que possa so­ frer ou que possam se manifestar em sua vida diária e, finalmente, sobre todas as precauções que a pessoas de­ verá tomar. Com efeito, esta Casa é também a da prevenção. A casa VIII nos informa sobre o sistema imunitário, os recursos psí­ quicos e fisiológicos de uma pessoa, seu potencial de regeneração. Neste aspecto, a posição de Plutão está cheia de indicações, mas é preciso estudála com muita precaução. Com efeito, as forças psíquicas reve­ ladas por Plutão nem sempre são uti­ lizadas corretamente. São facas de dois gumes. Por isso é preciso aprender a utilizá-las nos momentos mais adequados, pois embora possam aparentar ser muito re­ sistentes, às vezes produzem um efeito inverso. N o entanto, é preciso assinalar que as pessoas que possuem um autêntico dom para curar ou aliviar as dores dos demais revelam quase sempre uma forte po­ sição de Plutão em seu mapa astral. A casa XI, que normalmente está re­ duzida ao âmbito das amizades e pro­ jetos, é antes de mais nada a do equi­ líbrio p s i c o l ó g i c o e m o r a l de um indivíduo. Devido a isso, sua posição no mapa as­ tral, assim como a do astro regente, terá que ser levada muito em conta no momento de medir o equilíbrio psi­ cológico vital de uma pessoa. Com efeito, sabemos até que ponto o equilíbrio psicológico desempenha um

As Casas IV, V, VI, VIII, XI e XII fornecem informações sobre a saúde da pessoa. papel importante quando se trata do bem-estar e da saúde. Por exemplo, as informações revela­ das pela Casa XI n u m mapa astral sempre moderam e reduzem uma eventual tendência aos excessos po­ tenciais, estes sendo indicados através da Casa V, que está sempre situada, como já sabemos, exatamente em frente à Casa XI. É preciso também prestar muita atenção à C a s a XII, pois esta nos oferece in­ dicações sobre a capacidade de um indivíduo para não se autoenganar, para não se deixar levar por suas fra­ quezas e não acabar sendo vítima de suas circunstâncias; mostra também a capacidade de superar e vencer suas ad­ versidades. Devemos observar a posição de Saturno para saber se a pessoa está sujeita a males ou doenças crônicas. A posição de N e t u n o nos informa sobre o grau de receptividade do indivíduo em re­ lação às doenças contagiosas. A da Lua

é importante principalmente durante a infância e, obviamente, quando esta­ mos diante de uma pessoa com herança materna. As relações entre o Sol e Marte de um lado, e Urano e Plutão, de outro, nos informam sempre sobre o ritmo car­ díaco e também da tensão arterial. Por outro lado, como já vimos, todos os 12 signos do Zodíaco e os 10 astros têm uma série de analogias anatômicas e pa­ tológicas determinadas; convém ob­ servá-las e analisá-las com prudência e muita atenção. Finalmente, não devemos esquecer de sublinhar que a posição da Lua negra e de seus trânsitos anunciam tanto cri­ ses psicológicas solucionáveis como, igualmente, crises de saúde de solução não menos possível. Neste sentido, é preciso saber que estas crises favorecem a necessária ex­ pulsão de tensões e de infecções, sem as quais nenhuma regeneração seria possível.

As crianças no Zodíaco

As crianças da primavera Se todas as crianças do mundo se dessem as mãos... No Zodíaco, isto acontece há muito tempo, pois todos os homens e mulheres são ou foram originalmente crianças do Zodíaco. ma mulher de Áries, Câncer ou Aquário, e um homem de Gê­ meos, Virgem ou Escorpião, eram antes crianças, depois adolescentes, antes de se transformarem no homem ou na mu­ lher que conhecemos. Seu mapa astral mudou à medida que eles mudaram? É muito normal ouvir-se esta pergunta: sempre terei o mesmo mapa astral? Ou, mais exatamente: as configurações ins­ critas em meu mapa astral são imutáveis? Responder afirmativamente significa­ ria que só poderíamos interpretar o mapa astral daqueles indivíduos com uma personalidade já estruturada. Estas perguntas não são tão insignificantes e absurdas como parecem. Respondêlas permite-nos ver até que ponto,

U

atualmente, a astrologia é vítima de uma cruel falta de ética, tanto em seu estudo como em seu uso. Em primeiro lugar, é preciso dizer que um mapa astral que se baseia no dia, mês, ano, hora e lugar de nascimento, serve para sempre. N o entanto, é possível se fazer uma lei­ tura para cada período da vida, que não é que seja diferente, pois os dados ins­ critos não variam, mas sim que vai sendo atualizada em função do ciclo se­ tenário das idades da vida e também, principalmente, de acordo com a idade da pessoa inscrita neste ciclo vital. Sempre temos o mesmo mapa astral. Entretanto, o estudo dos trânsitos pla­ netários nos informa sobre os aconte­

cimentos que nos cercam ou com os quais cruzamos, assim como sobre nossa própria evolução em relação aos mesmos. Este movimento no interior do Zodíaco reflete a constante formação da pessoa ao longo de sua vida. Dize­ mos "formação" e não "evolução" pois para nós a vida é uma experiência rica em lições, ao longo da qual temos que aprender e compreender tudo. Neste aspecto, somos todos eternamente crianças. Portanto, não é difícil compreender que a criança que fomos e que ainda somos pode ser perfeitamente encontrada na sutil configuração dos astros, nos pon­ tos fictícios, nas Casas e nos aspectos contidos em nosso mapa astral.

A CRIANÇA ÁRIES Acaba de nascer e já deseja crescer com todas as suas forças. Já desde o começo é impaciente, febril, ansioso, reage diante de uma mínima contrariedade e é tomado por acessos temperamentais inesquecí­ veis. Seria muito surpreendente que esta criança, ávida para exteriorizar suas ener­ gias, crescesse sem um único galo na ca­ beça, já que está sempre inquieto. Mostra tal entusiasmo e precipitação, que é pre­ ciso temer por suas quedas e acidentes, assim como pelas decepções precoces. Sente-se mais atraído pelas atividades ma­ nuais e esportivas que pelos estudos e elu­ cubrações intelectuais, porém pode de­ monstrar uma intuição que se sobressai ou ter o dom da antecipação. Entretanto, não deixe-a avançar muito, pois ao mí­ nimo obstáculo ficará desanimada e então será muito difícil encaminhá-la nova­ mente. É preciso ensinar-lhe desde cedo que seja paciente, pois necessitará disto para poder traduzir com eficácia suas idéias em ações e fatos. Seja qual for a ati­ vidade que escolha, será muito empre­ endedora, porém pecará pela falta de pa­ ciência e perseverança. Precisam que a animem, a adulem e a ajudem a pôr um freio ou a canalizar sua ansiedade e sua energia febril.

A CRIANÇA TOURO Enquanto estiver cercada de afeto e ob­ tiver o que necessita, será doce e tran­ qüila; porém, ao mínimo sinal de mu­ dança no cotidiano, se mostrará nervosa com muita facilidade. Esta criança tem uma grande necessidade de se sentir se­ gura, de ter a sensação ou acreditar que seu ambiente ou meio onde vive é rela­ tivamente imutável. E muito gulosa, porém também muito lenta, leva mais tempo para comer que as demais crianças. Esta característica do seu comportamento com respeito à co­ mida, desde o início de sua infância, é o mesmo também com relação aos de­ mais aspectos. Desta forma, compre­ enderá melhor as coisas se lhe forem ex­ plicadas com o tempo necessário e de forma prática, se lhe fizerem um es­ quema ou desenho fáceis de compre­ ender. Não é uma pessoa de pouca in­ teligência, porém é de natureza muito ingênua, que não devemos estragar por uma maliciosa concepção da vida. Teria muita dificuldade de recuperar-se quan­ do adulto, pois sua natureza a empur­ ra além do normal a que as coisas, os sentimentos, as idéias, assim como os costumes, quer sejam bons ou ruins, fi­ quem intensamente gravados. E teimosa e se obstina com facilidade. No entanto, é também muito sentimental e

quase sempre é convencida através dos sentimentos. Evidentemente, ao crescer adquire sensatez e desenvolve principal­ mente um sentido da realidade quase inato, estimulada por sua necessidade de comodidade e segurança material.

A CRIANÇA GÊMEOS Desde muito pequena é amável, sorri­ dente e muito viva. Mas, também desde muito cedo observamos o aspecto ca¬ maleônico de sua personalidade, a ca­ pacidade que tem para adotar ou imitar o modelo dos costumes, idéias e hábi­ tos dos demais e mudar os seus com uma facilidade surpreendente. Desde muito cedo, dá amostras de uma facilidade de expressão e de intercâmbio com os demais, atraindo em conse­ qüência grande quantidade de amigos. Entretanto, esta criança seguramente tão simpática e viva nem sempre está de bom humor em seu ambiente familiar. Mais uma vez, aparece a dupla natureza dos Gêmeos. Desta forma, sua inte­ ligência natural e alerta a leva a desen­ volver um espírito crítico, às vezes exa­ gerado e nem sempre benévolo. É de natureza curiosa. Gosta de aprender e compreender porém, ao mesmo tempo é faladora e indisciplinada. Nervosa, às vezes irritável e suscetível, prefere obe­ decer aos conselhos que às ordens.

As crianças no Zodíaco

As crianças do Verão P

or que calculamos o mapa astral a partir da data de nascimento e não a partir da data de concepção da criança? Fazemos esta pergunta com freqüência e com certa razão, pois para o astrólogo cada instante corresponde a uma configuração astral precisa e única. A priori, poderíamos dizer que se trata simplesmente de tomar uma decisão entre uma data e outra, mas não é assim. Para começar, salientemos que, por evi­ dentes razões, é muito mais difícil e ale­ atório definir o instante preciso da con­ cepção de uma criança que saber o momento e a hora exata de seu nasci­ mento. De fato, a concepção é realizada na misteriosa vida intra-uterina e em­ bora algumas mulheres tenham uma

idéia do dia em que teve lugar, nunca estamos totalmente certos. Porém, este não é o critério essencial que leva os astrólogos a considerar o momento e as coordenadas do nasci­ mento para calcular e estabelecer o mapa astral. A razão principal é o fato de que o momento do parto é quando a criança adquire sua primeira autono­ mia de ser, realizando sua primeira res­ piração completa. Assim, para o astrólogo, pode-se dizer que uma criança nasce no momento em que respira e espira uma quantidade de ar pela primeira vez. Lembremos que, segundo as antigas crenças, o ar era associado simbolica­ mente à alma. Atualmente sabemos que faz circular e oxigena o sangue. Os ho­

mens da Antigüidade o viram desta ma­ neira embora tenham se baseado em critérios diferentes dos nossos. Acreditavam que a alma circulava pelo sangue e se manifestava no momento do nascimento. Atualmente as inves­ tigações e estudos científicos demons­ traram que a memória reflexa, na vida intra-uterina, começa a se manifestar a partir do terceiro mês de gravidez. Portanto, a partir deste momento a per­ sonalidade da futura criança começa a estruturar-se. Desta maneira, quando realizamos o mapa astral de um recém-nascido, es­ tamos diante de uma personalidade já estruturada, embora esta ainda não tenha se manifestado ou desenvol­ vido.

A CRIANÇA CÂNCER

A CRIANÇA LEÃO

A CRIANÇA VIRGEM

Cheia de doçura e ternura, dificilmente esta criança consegue desprender-se da fusão carnal e afetiva que a une a sua mãe. Tarda mais que o normal a andar, pois adora ser carregada, gosta muito de ser ninada no berço, que se ocupem dela e que os demais dependam de seu humor. Boa, afetuosa, tímida, sociável, tem prin­ cipalmente a necessidade de se sentir acompanhada, amada, mimada, ani­ mada, segura. É mais vulnerável que as demais crianças. A menor falta de gen­ tileza, incompreensão ou decepção, fecha-se em si mesma e às vezes pode ser intratável ou extremamente suscep­ tível. O desconhecido e o futuro trazemlhe angústia. E sensível aos costumes e ritos de seu ambiente familiar e não gosta de mudanças. N o entanto, quanto mais cresce, tanto mais se interessa pelo pas­ sado, suas origens ou a história. Necessita sonhar, embora às vezes é pre­ ciso baixá-la das nuvens; mas é preciso também deixá-la nutrir-se de seus so­ nhos, pois é neles onde se fortalece. Seu espírito é mais meditativo que ativo. Ter sucesso, lutar e vencer não são coisas que a motivem. Só consegue ser mo­ tivada por um certo gosto pelo poder ou pela sede de popularidade.

É uma criança à qual a natureza e a vida trataram bem. Para começar, é sadia e transborda vitalidade, acha-se o rei ou a rainha de seu ambiente, que considera seu território. Desde muito cedo co­ meça a sorrir para atrair a atenção dos demais, sentir a aprovação e admiração dos que a cercam. Pelas mesmas razões, não demorará muito a fazer tudo aquilo que se espera dela. Possui um caráter franco, leal e generoso. Instintivamente, sabe que tudo que deseja está ao alcance de sua mão. Por isso, nunca se sente cul­ pada em vadiar. Se a acusam, considera isso um desafio e enfrenta a acusação. Consegue sempre sair-se bem das si­ tuações, dominando-as, evidentemente, à sua maneira. Realiza isso com tanta habilidade que nem sempre é fácil en­ contrar seu ponto fraco, nem exercer autoridade sobre ela, pois, desde muito cedo, ela mesma encarna a autoridade e o poder, que a fascinam. É positivo confiar nela, considerá-la de igual para igual, e não como uma criança, motivando seu coração nobre e animando-a a cultivar sua generosidade natural. É lícito admitir que tem sorte, visto que dá mostras de um bom estado de ânimo. Só é preciso ajudá-la a mo­ derar seu amor próprio e seu orgulho.

Se não gosta de comer alguma coisa, descobre-se rapidamente por causa de seus problemas digestivos. É preciso prestar toda atenção a tudo que está re­ lacionado com seus cuidados pois, para ela, todos os detalhes contam. E uma criança pensativa, introvertida, discreta, não muito expressiva, porém diligente e muito mais afetuosa do que aparenta. Como quem não quer a coisa, observa com uma lupa tudo que acontece ao seu redor. Não deixa escapar o gesto mais insignificante..., essas coisas que são tão reveladoras da verdadeira natureza das pessoas. Assim, desde muito cedo aprende a fazer estimativas, avaliar, medir, calcu­ lar, contar. Este dom inato a faz correr o risco de transformar-se em contadora de seus sentimentos e emoções, pois tem muitos escrúpulos no momento de deixar-se levar por eles. De fato, ela sente a necessidade de pre­ servar seu eu, sua identidade, razão pela qual pode ser muito desordenada, ou ex­ cessivamente organizada e meticulosa. A ordem ou a desordem a protegem. Se a fazem sentir-se útil, deixará com na­ turalidade de ser reservada e expressará seus sentimentos mais livremente.

As crianças no Zodíaco

As crianças do Outono D

uas crianças nascidas no mesmo ano, mesmo dia, mesma hora e mesmo lugar... terão o mesmo destino ou semelhantes atitudes de comporta­ mento? Com esta pergunta, tantas vezes formulada por quem se preocupa com a legitimidade de um dos grandes fun­ damentos que diz respeito tanto a crian­ ças quanto a adultos, pomos em relevo um ponto importante, para não dizer essencial.

De fato, para dar uma resposta, deve­ mos admitir que um mapa do céu não significa nada em si mesmo. Trata-se simplesmente de posições de astros ins­ critos no Zodíaco a partir de um dia, uma hora e um local. Poderíamos de­ dicar-nos a calcular e estabelecer um mapa do céu de cada minuto durante 24 horas, por exemplo, c isso não sig­ nificaria grande coisa. Entretanto, quando se trata de um mapa astral, cal­ culamos e elaboramos, não um mapa

do céu, mas um mapa astral a partir de uma data e de um local de nascimento. N o entanto, o mapa astral não é o in­ divíduo c, por conseguinte, ninguém é de uma determinada forma por causa das configurações que um mapa astral apresenta, de onde o astrólogo retirará suas impressões e interpretações, pelo contrário. Em outras palavras, todas as posições dos astros, os aspectos e ou­ tros elementos inscritos no mapa astral são o reflexo exato do que se é, e não o inverso. Para ilustrar estas palavras, tomemos o exemplo de um bebê recém-nascido, cujo Sol se situa no terceiro decanato do signo de Sagitário. Observando seu mapa astral, estaremos em condições de descrever a expressão e manifestação de sua vontade instin­ tiva, segundo as qualidades próprias do signo de Sagitário, concretamente as do terceiro decanato do referido signo.

Mas a criança não é como é por ter nascido sob o signo de Sagitário. Nem tampouco, uma vez adulta, reconhe­ ceremos nela a candura e a honestidade próprias deste signo, mas, mais exa­ tamente, tem tais características pois sua natureza e seu ser apresentam traços de uma pessoa simples, honesta, generosa, espontânea, nascida no mo­ mento em que o Sol transitava em um determinado setor do Zodíaco..., mas que, desta maneira, estamos em con­ dições de descobrir nele estas quali­ dades, inclusive antes delas se mani­ festarem. Dois seres que nascem sob configu­ rações parecidas terão em comum qua­ lidades semelhantes, mas cada um irá vivê-las ao longo de uma existência in­ dividual única, já que nada está escrito de antemão, exceto o que somos. Quanto ao resto, tudo depende de nós mesmos.

A CRIANÇA LIBRA Em princípio, é uma criança que aspira à tranqüilidade, a viver em condições serenas e equilibradas. Dorme muito, mas seu sono está cheio de pesadelos que a deixam em um estado fora da rea­ lidade, como se pressentisse que a bar­ reira entre sonho e realidade é muito tênue. É psiquicamente frágil e recep­ tiva. Por isso precisa sentir-se em har­ monia com seu ambiente familiar. Os climas de tensão e desarmonia inco­ modam-na muitíssimo. Possui uma natureza delicada, um ca­ ráter flexível, vulnerável, adaptável, sem­ pre disposta a satisfazer os outros, a não fazer nada que possa ferir ou contra­ riar alguém. Não é por acidente que sa­ be preservar sua independência. É com­ placente mas não servil. A criança Libra detesta as injustiças. Também neste aspecto, gosta de man­ dar de forma discreta mas com seguran­ ça, arranjar as coisas à sua maneira, pôr ordem à sua volta, sua própria ordem, evidentemente. Precisa de tempo e reflexão para esco­ lher ou tomar decisões. Não a force, mas também não lhe permita hesitações. Devemos ajudá-la a tomar consciência da importância que as circunstâncias têm em sua vida.

A CRIANÇA ESCORPIÃO Embora ainda não esteja em con­ dições de expressar ou mostrar com clareza, esta criança tem o dom de tes­ tar tudo o que toca, vê, encontra. O que nela poderíamos atribuir aos so­ nhos é, na realidade, a manifestação de uma psique em estado de alerta permanente. Calibra, julga, sonda, provoca. De um estado de tranqüili­ dade e de mistério, passa rapidamente para ser vítima de impulsos que po­ dem levá-la muito longe, pois tem sempre necessidade de saber até onde pode chegar. As proibições não basta­ rão para travá-la nem inibi-la, pois gosta de desafios e, inclusive, de cer­ ta forma, estimulam-na. Instintivamente, sabe que nunca deve confiar nas aparências, que há sempre algo escondido que se deve ver, com­ preender, observar, encontrar ou mudar. Mais orgulhosa e possessiva do que apa­ renta, a mentira e a traição ferem-na profundamente. Desde muito cedo, suas paixões, im­ pulsos e repulsas transbordam. E pre­ ciso ajudá-la de forma construtiva a ca­ nalizar suas energias instintivas e essenciais para que possa lançar-se nas profundezas da vida, encontrar a pérola rara c compreender que não pode viver ou ser como todo mundo.

A CRIANÇA SAGITÁRIO Seu bom humor, seu entusiasmo, basi­ camente sua vontade, trazem a alegria para seu meio. É uma criança que ama a vida e demonstra isso claramente. O mal não é algo que permanece nela, é como se tudo deslizasse, como se nada acontecesse. Isso não significa que seja insensível. Simplesmente, tem a ingenuidade de achar que, nesta vida, tudo acaba dando certo, mesmo que as pessoas não con­ tribuam para isso. E é, em princípio, exatamente isso que faz com os meios de que dispõe, sa­ bendo que, se precisar de mais, basta ir buscá-los. Afável, sociável, alegre, ingênua, gosta de se cansar fisicamente mais do que as outras crianças, de praticar esportes e participar em competições, mas mais por prazer do que para demonstrar sua capacidade aos outros, pois o que a atrai é participar, sentir que pode expressarse livremente, dar aos outros o melhor de si mesma. Ao crescer, sente mais ainda a necessi­ dade de grandes espaços. Ajude-a por­ tanto a tomar consciência dos limites das coisas, pois a ela isto escapa quase sempre. N o entanto, confie em sua na­ tureza generosa e benévola.

As crianças no Zodíaco

As crianças do Inverno P

odemos seguir as fases da idade da vida — marcadas por períodos cí­ clicos de sete anos ou outros — em um mapa astral e assim fazer prognósticos sobre a evolução de um ser. Mas, se admitirmos que o que somos está inscrito em nosso mapa astral desde o momento do nosso nasci­ mento, como podemos ler c interpre­ tar as características fundamentais da nossa personalidade, ainda em um es­ tágio infantil, ou seja, sem estarem ainda estruturadas ou determinadas? Por exemplo, em relação a uma pessoa qualquer, nascida em 22 de janeiro de 1963, como podemos imaginar ou de­ cifrar sua infância lendo e interpre­ tando seu mapa astral? E muito simples. Em primeiro lugar, fixando nossa atenção nas situações da Lua, astro que, não esqueçamos, nos informa sobre a natureza e a expressão da sensibilidade da pessoa em questão,

sua relação com sua mãe e a imagem que se faz dela. A respeito disso, de­ vemos saber que um astrólogo expe­ riente pode descrever a sensibilidade da mãe da pessoa cujo mapa astral está analisando, unicamente a partir da po­ sição da Lua. Em seguida, devemos dirigir nossa atenção para Saturno e não para a po­ sição do Sol, como normalmente se pensa. De fato, existe uma tendência a se pen­ sar, superficialmente, que, do mesmo modo que a Lua representa a figura da mãe, o Sol teria de ser logicamente a do pai; mas não é isso que acontece. O pai, a autoridade, a razão, a maturidade potencial do indivíduo e a identificação deste com todos os elementos essen­ ciais de sua personalidade são revela­ das por Saturno. Também devemos nos fixar em dois setores do Zodíaco:

- A Casa IV que, no caso do mapa as­ tral de uma jovem — que mais tarde será uma mulher adulta —, é o domi­ cílio do pai, enquanto que no de um rapaz, — que mais tarde será um homem adulto, — é o setor do pai. - A Casa X, que, no caso do mapa as­ tral de uma jovem — que depois será uma mulher adulta —, é o domicílio do pai, enquanto que no de um rapaz, mais tarde homem adulto, c o d a mãe. Em outras palavras, a casa IV nos in­ forma do apego pela mãe por parte de uma garota ainda jovem e pelo pai no caso de um garoto, enquanto a casa X nos informa sobre as capacidades de independência e desapego da garota ou do rapaz em relação às suas duas fi­ guras primordiais. Finalmente, a Casa II revela a força da união com a mãe e com o pai, e a Casa VIII a força potencial da inde­ pendência dos pais.

A CRIANÇA CAPRICÓRNIO É a criança do silêncio, pouco barulhenta, que parece muito concentrada em si mesma, pouco aberta ao mundo exterior. Na realidade, se em princípio se fecha em si mesma, é para reunir melhor suas forças, pois quase sempre possui uma vi­ talidade frágil, que compensará com uma grande resistência e um sistema de au­ todefesa muito elaborado. Sua sensatez e seu semblante sério algumas vezes in­ comodam, pois dá mostras de uma grande maturidade precoce. Esta carac­ terística do caráter é muito flagrante nas garotas deste signo, que têm uma luci­ dez e um realismo que confundem. A criança Capricórnio mostra-se mais razoável que seus pais, assumindo fa­ cilmente o papel de pai ou de mãe quando uma das duas figuras está au­ sente. Pouco aberta, é muito sensível à estima que lhe é dirigida. Suas feridas de amor-próprio a mortificam e podem transformá-la em intransigente, podem irritá-la, fazendo-a rejeitar toda a con­ cessão, não ceder nem perante suas fra­ quezas nem perante as dos outros. É mais indisciplinada e independente do que parece e odeia o imprevisto. Para proteger-se disso, aproveita seu espírito lógico, seu sentido de organização, sua vontade tenaz e ousada.

A CRIANÇA AQUÁRIO É uma criança bastante imprevisível. Aparentemente tranqüila, amável, en­ cantadora, mas que, de repente, pode ser irrequieta, indomável, resmungona, suscetível. Estas mudanças de atitude devem-se ao fato de ser receptiva a todas as correntes exteriores que se cruzam em seu caminho e que lhe custa canalizar, das quais se defende e contra as quais se rebela para poder se proteger delas. Possui o instinto do relativo, as mudanças de valores, as vol­ tas nas situações e a outra face da moeda. Daí seu gosto pelo paradoxo, pois vê o lado oposto de cada coisa. Por brincadeira ou por simples curiosidade, dirá "não" quando tiver vontade de dizer "sim", só para experimentar uma situação paradoxal e para pôr à prova nossas reações. Dinâmica, sociável, de­ senvolta, às vezes instável e muito in­ disciplinada, mostra-se unicamente efi­ caz quando algo a motiva de verdade, caso contrário faz o que tem de fazer e ponto final. Interessa-se por tudo que é novo, moderno, original, de van­ guarda. Entretanto, não dá muita im­ portância às convicções, princípios e regras. Gosta da amizade, das relações múltiplas e variadas, mas aspira a ser o mais livre possível.

A CRIANÇA PEIXES Esta criança possui antenas receptivas que captam tudo o que acontece à sua volta no mundo visível e invisível. Intuitiva­ mente, sabe se é amada ou se é rejeitada. Em princípio, vive em um estado de tal identificação e fusão com a mãe, em cujo ventre teria ficado encantada, e depois com seu meio relacionai e físico, que as­ pira durante toda sua vida a encontrá-lo de novo, quase sempre contra sua von­ tade ou inconscientemente. Isso explica sua natureza angustiada, sua frágil vita­ lidade, suas emoções exacerbadas, que compensa mostrando uma grande capa­ cidade de adaptação face aos demais ou aproveitando desde muito pequena seu dom inato de compreender e participar nas alegrias e tristezas dos outros. Hiper­ sensível, tem uma personalidade poten­ cialmente rica e abundante. Devemos ajudar esta criança a dar um sentido à sua vida. De fato, sem uma motivação específica, sem um objetivo, sem disciplina, sem discernimento, corre o risco de afogar-se em si mesma, fazendo com que suas qualidades e dons fiquem em um estado letárgico. Entre­ tanto, se conseguirmos situá-la em um determinado âmbito, será capaz de rea­ lizar grandes coisas, tanto para ela quanto para os outros.

Os Zodíacos

O Zodíaco do corpo Cada signo do Zodíaco apresenta analogias com determinadas zonas da anatomia. Cada um tem seus sintomas, seus pontos sensíveis ou fracos. Descubramos estes e atuemos de modo preventivo, segundo nosso signo natal.

Áries Cabeça, crânio, cérebro, mandíbula superior, maçãs do rosto, músculos faciais, olhos, artéria carótida. Crises inflamatórias agudas, febres intermitentes, neuralgias, enxaquecas, vertigens, hemorragias nasais. Gêmeos Braços, mãos, pulmões, brônquios, vias respiratórias, oxigenação do sangue, caixa torácica, esterno, sistema nervoso. Problemas pulmonares, asma, alergias, dificuldades respiratórias, doenças nervosas

Touro Pescoço, nuca, garganta, lábios, língua, laringe, amigdalas, maçãs do rosto, queixo, vértebras cervicais, veia jugular. Afonia, problemas de garganta e cervicais; todos os inconvenientes que podem ser produzidos pelo bom viver.

Câncer Estômago, esôfago, fígado, pâncreas, seios, sistema linfático, suco gástrico, diafragma, tireóides. Problemas digestivos, aerofagia, úlcera, obesidade, crises hepáticas, contrações do diafragma devidas a angústias.

Leão Coração, aorta, ritmo cardíaco, vértebras dorsais, músculos da espalda, medula espinhal, plexo solar. Hipotensão ou hipertensão arterial, doenças do coração, escoliose, fragilidade das vértebras dorsais..

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Libra Ouvido, rins, uretra, vértebras lombares, dilatação e contração dos vasos. Problemas e cálculos renais, problemas do sistema urinário, lumbago, eczemas, vertigem com perdas de equilíbrio. -

Sagitário Quadris, pélvis, glúteo, cóccix, sacro, coxas, osso ilíaco, fêmur, nervo ciático, artéria femoral. Desgaste dos quadris ou da pélvis ciática, reumatismos. ^--^^

Aquário Pernas, tíbia, astrágalo, perônio, tornozelos, calcanhar, tendões, nervos. Doenças nervosas, hipertensão, fragilidade das extremidades. ,

Virgem Baço, vesícula biliar, intestinos, duodeno, região abdominal. Hipocondria, depressão, prisão de ventre, cálculos biliares, dores de barriga, doenças —a intestinais crônicas.

Escorpião

Nariz, órgãos genitais, púbis, bexiga, uretra, próstata, glândulas sexuais, hemoglobina. Reumatismo e sinusite crônicos, hérnias, problemas uterinos ou da ""•* próstata, doenças venéreas. Capricórnio Cabelos, pele, unhas, joelhos, rótulas, meniscos, fixação do cálcio. Problemas com as articulações, descalcificação, — fragilidade dos meniscos, doenças de pele. Peixes Pés e dedos dos pés, circulação do sangue, veias, humores, sinóvia, glândula pineal ou epífise. Problemas circulatórios e venenosos, inflamações dos gânglios, pés frágeis, doenças estranhas ~~~ e difíceis de diagnosticar.

O

s antigos povoadores da Mesopo­ tâmia, os egípcios e os chineses de há dois ou três mil anos, e, mais próximos a nós, os árabes do século X de nossa era, praticavam corrente­ mente a medicina chamada dos três corpos, contidos e revelados no Z o ­ díaco. Segundo a tradição milenar dos médi­ cos da Antigüidade — que exerciam com freqüência e simultaneamente funções de astrólogos ou de sábios em muitos campos — o ser humano está formado por três corpos: o corpo físico, o corpo etéreo (o vital) e o corpo as­ tral (o emocional) também chamado corpo do desejo, ou ainda, na Índia, corpo sutil. OS TRÊS CORPOS O corpo físico é, naturalmente, o alvo para o qual a medicina moderna tem dirigido toda sua atenção e todo seu in­ teresse. Está constituído, segundo a tradição, de três princípios ou es­ tados corresponden­ tes aos três elemen­ tos primordiais: sólido (elemento Terra), líquido (ele­ mento Água) e ga­ soso (elemento Ar). Trata-se do corpo da matéria, do invólucro físico c carnal, cujos mús­ culos, nervos, ór­ gãos c vísceras estão sustentados pela ar­ Corpo físico mação óssea. O corpo etéreo, tam­ bém chamado corpo vital, está composto de quatro éteres ou fluidos sutis: O éter químico, que rege as fun­ ções de assimilação e de elimina­ ção, de absorção e de expulsão do corpo físico, está em analogia com o signo de Touro.

O éter pitai, que favorece as funções de reprodução, de procriação e de ges­ tação no corpo físico, encontra-se em analogia com o signo zodiacal de Escorpião. O éter luz, que ativa a circulação san­ güínea, o ritmo cardíaco e as funções receptivas dos cinco sentidos do corpo físico, está em relação com o signo de Leão. O éter espelho, que estimula e coordena as funções do pensamento no cérebro do corpo físico, tem muita influên­ cia sobre nossos desejos e nossos atos e está em relação com o signo de Aquário.

Corpo astral

Assim, os quatro fluidos sutis do corpo etéreo estão regidos pelos quatro signo fixos do Zodíaco. Pode ocorrer que este corpo seja cha­ mado, erroneamente, corpo astral. É certo que algumas pessoas privilegia­ das conseguem perceber uma auréola em torno da cabeça ou do corpo das outras pessoas, de cor cinza rosada, azulado ou violeta índigo. O apareci­ mento fugaz desta auréola deu aos pin­ tores da Idade Média a idéia de repre­ sentar a Trindade e os santos como personagens com auréolas sobre ou em torno de suas cabeças. Diz-se também hoje a propósito de alguém brilhante, que está envolto em uma certa aura. Mas esta manifestação é do corpo e não tem nada que ver com a vibração do corpo astral, demasiado sutil para ser notado a olho nu. Chakras O corpo astral, também cha­ mado emocional, tem de fato, um grau de vibração e de esplendor muito mais elevado que o do corpo etéreo. A tradi­ ção dos médicos da Antigüidade revela que este resplendor cobre aproximada­ mente um campo que abarca de 40 centímetros a 3 me­ tros cm torno do corpo físico, de­ pendendo dos esta­ dos psíquicos do ser cm questão. Este terceiro corpo está formado por uma en¬ Corpo etéreo voltura oval difusa, presa por torvelinhos constantes, redemoinhos fulgurantes que se acele­ ram, às vezes segundo os pensamentos, as emoções, os humores e os desejos. Seu ele­ mento primordial é o Fogo c está provido de 7 pontos ou portas de per­ cepção, que correspondem exatamente aos chakras.

O Zodíaco das flores e dos perfumes (I) Cada signo do Zodíaco tem suas flores. Cada flor tem seu perfume, suas virtudes e suas propriedades medicinais. Entre no jardim do Zodíaco!

D

a mesma forma como os 12 signos astrológicos são distribuídos em relação às estações, também existem nu­ merosas analogias entre cada um des­ ses e os elementos da natureza. Pedras, plantas, flores, árvores, frutos e animais estão em correspondência com cada um dos signos do Zodíaco, segundo uma distribuição sutil e minuciosamente ela­ borada. Tal associação nem sempre tem uma relação direta com a estação ou perío­ do do ano propícios ao aparecimento de um ou outro fenômeno natural, mas que se relaciona algumas vezes com as características fundamentais do signo em questão. Quanto às plantas e

às flores, por exemplo, é óbvio que se nos referíssemos exclusivamente aos seus períodos de germinação, rebento, floração, grande parte delas, para não dizer a maioria, corresponderiam aos signos da Primavera e do Verão, algu­ mas com os signos do Outono e muito poucas com os signos pertencentes ao Inverno. Certas flores que aparecem durante a Primavera ou Verão são atribuídas aos signos de Libra, Escorpião, Sagitário, Capricórnio, Aquário ou Peixes, de­ vido a suas características, a seu aspecto ou a propriedades medicinais conhe­ cidas desde o início dos tempos. De fato, as virtudes das plantas e das flo­

res, as poções, as apózemas, os elixires, as beberagens mágicas, as essências, os remédios medicinais que se prepara­ vam a partir dos elementos encontra­ dos no jardim da natureza, eram já uti­ lizados pelas diferentes culturas da Antigüidade cm todos os confins do planeta. A partir destes critérios tradicionais re­ construímos o Zodíaco das flores, que lhe permitirá descobrir que flores co­ rrespondem a seu signo e poder assim vir a favorecer o seu bem-estar ou ale­ grar sua vida cotidiana, pois "as flores de ontem são os sonhos de hoje", se­ gundo um antigo e conhecido provér­ bio japonês.

Áries

A urze Relaciona-se com este signo pelo seu aspecto de arbusto, muito decorativo. Suas propriedades medicinais diuréticas são um anti-séptico para as vias urinárias, conferem-lhe uma correspondência com o signo de Escorpião, cujo regente, Marte, é também o regente de Áries.

Touro

A genciana É associada a este signo por sua lentidão em florescer e por sua longevidade. De fato, a genciana amarela pode viver até 50 anos. Além disso, sua raiz era empregada nos rituais de amor consagrados a para favorecer o retorno do carinho e es- signo. timular a sensualidade. A lavanda Favorece o cumprimento dos desejos e sonhos amorosos. Seu perfume apazigua a agitação mental própria dos nativos deste signo.

Gêmeos

A camomila É conhecida porque acalma as enxaquecas nervosas de que sofrem muitas vezes os nativos deste signo.

A margarida Seu nome, de origem oriental, significa "pérola rara". É um símbolo do amor que muitas vezes faz sofrer, impacienta, amor exclusivo do nativo de Áries. Seu oráculo, que consiste em des¬ folhá-la, é algumas vezes tranquilizador... e outras não.

O lírio-dos-vales O lilás Acreditava-se que proDe origem persa, é a flor duzia um encantamento do amor por excelência. de amor. Possui também Tal como a andorinha um poder estimulante anuncia a Primavera, a das faculdades intelecfloração dos lilases anuntuais e da curiosidade cia a estação dos amores Vênus, o regente deste dos nativos deste signo, que têm muitas vezes uma mente lenta e conservadora.

O narciso Seu perfume embriaga¬ dor adormece aquele que o sente. Leva-o a sonhar a vida mais do que a vivê-la, a ser mais espectador do que ator; possui propriedades medicinais recomendadas para combater a asma e problemas nervosos, freqüentes nos nativos deste signo.

A peônia Está relacionada com este signo por sua bela cor vermelha e por suas propriedades calmantes, contra as doenças nervosas destes nativos.

A madressilva O lírio O hipericão Conhecida também coComo os nativos deste É a flor da imortalidade. mo erva-de-são-joão, prosigno, só consegue abrirMuito apreciada pelos tege contra os demônios se em um lugar propicio, nativos deste signo, que da angústia, a melancobenéfico, tranqüilo. Suas aspiram muitas vezes a lia e as ilusões perniciovirtudes estimulam a con­ que o tempo pare. Suas sas das quais podem ser fiança em si mesmos dos propriedades estimulam seres nostálgicos com tendência a refugiar- e favorecem a inspiração e a imaginação vítimas os nativos de Câncer. Apazigua a se em seus sonhos ou em seu passado. alma e fortalece o espírito. criativas. Câncer A flor-de-lis O lótus É a flor dos deuses e dos Pela exuberância de suas reis, da força divina e do ' sementes, simboliza a ripoder temporal. É tamqueza e a prosperidade, bém a flor do amor e da o amor absoluto, a feli­ beleza da pele, uma flor cidade perfeita. Suas vir­ sagrada digna dos natitudes atenuam os arrevos deste signo. bates de orgulho e favorecem a expressão serena da identidade.

O girassol Como seu nome indica, gira em busca do sol. Sua forma e aspecto lembram inevitavelmente o astro regente deste signo zodiacal.

Leão O ranúnculo Também chamado botão-­ de-ouro, possui propriedades conhecidas para reforçar o eu e a iden­ tidade de quem, como os I nativos de Virgem, tem tendência para duvidar e subestimar-se. Virgem

A chicória Afasta os estados depressivos dos quais são muitas vezes vítimas os nativos deste signo. Além disso, estimula as funções digestivas.

A digital purpúrea Também chamada dedo-­ da-virgem pois, segundo a lenda, Maria a utilizou para curar uma ferida no seu dedo polegar. Possui virtudes conhecidas para proteger o bem-estar e a saúde com a qual os nativos deste signo tanto se preocupam.

O Zodíaco das flores e dos perfumes (II)

Libra

Escorpião

Sagitário

A rosa A dália A violeta É a rainha das flores. Com Está relacionada com o É uma das flores que cres­ aquele perfume tão pro­ signo de Libra, sempre cia entre as rosas e ja­ fundo e penetrante, sim­ tão preocupado com a cintos no jardim onde boliza o amor perfeito, aparência, as formas e as Hades-Plutão seqüestrou eterno, mais forte que a normas, pelo seu aspecto Perséfone. Utilizava-se morte. Quando descobri­ ornamental e harmonioso para elaborar poções de ram o túmulo de Tut Ank Amon, em 1922, amor. Relaciona-se com a doçura, o encanto e por seu perfume sutil. foram encontrados vários ramos de rosas in­ delicado, a necessidade de harmonia e a de­ tactos, que a rainha Ank Sen Amon, sua es­ licadeza dos nativos deste signo. posa, tinha colocado sobre o sarcófago há mais de 3200 anos. A rosa é bela, frágil, delicada, preciosa, refinada... qualificativos que se encaixam bem no signo de Libra.

A O Crisântemo A orquídea dormideira É literalmente a "flor de Relacionada com o signo Possui virtudes narcóti­ ouro", símbolo de pleni­ de Escorpião, a orquídea cas e alucinógenas, mas tude, perfeição e imor­ é considerada a flor da estes efeitos podem atuar talidade, cuja floração paixão amorosa e sen­ como um veneno mortal. ocorre no período que sual. Etimologicamente Relaciona-se com o so­ corresponde ao signo de significa "testículos" e nho, o esquecimento, a Escorpião. Em alguns lugares, é conhecida corresponde aos órgãos reprodutores. Na morte e a ressurreição, atributos dos na­ também por flor de todos-os-santos. É o Idade Média, as infusões com o tubérculo tivos do signo de Escorpião. emblema da vida eterna. da flor eram utilizadas como afrodisíacos.

A angélica O jasmim É a flor do anjo ou, mais Simboliza a felicidade e a I precisamente, do arcanjo prosperidade. Suas pro­ I Rafael, o que cura. Sua priedades medicinais fa­ lenda conta que revelou vorecem o despertar e a as virtudes desta flor, clareza da inteligência concretamente, para ven­ prática e as faculdades cer a peste. É considerada o agente de união superiores do espírito. entre a vida material e a vida espiritual, ambas necessárias para a total realização dos nativos deste signo.

A Calêndula Seu nome em latim re­ mete a calenda e Calendarium. Chamada tam­ bém de maravilha, é a flor da felicidade e da providência. Dela tira-se a tinta de Calêndula, que desinfeta, cicatriza e cura as feridas. Deixa-nos sociáveis, co­ municativos, compreensivos, tolerantes e condescendentes, tal como são ou aspiram a ser os nativos deste signo.

Capricórnio

Aquário

Peixes

A capuchinha O azevinho Chamada assim pelo seu Esta planta conserva sua aspecto em forma de cor verde durante o Incapuz, que lembra o do verno. Simboliza o renashábito dos monges francimento do dia e da luz ceses, é conhecida por que se produz no solstísuas virtudes tonificantes cio de Inverno, quando o e estimulantes das energias vitais. Favorece Sol entra no signo de Capricórnio. E sinal de a flexibilidade e a abertura de espírito, coisa felicidade, longa vida e riquezas adquirique falta, às vezes, aos nativos deste signo. das graças a seus esforços. Combate também a senilidade, da qual podem sofrer prematuramente, pois as pessoas de Capricórnio tendem a uma maturidade precoce.

A malva É uma flor irisada de violeta. Segundo Plínio, o Velho, escritor e naturalista latino do século I d. C, "quem beber, todos os dias, meio copo de seiva de malva livra-se de todas as enfermidades". É escolhida para afugentar o fatalismo ou as idéias sinistras dos nativos de Capricórnio.

O loureiro A primavera É a primeira planta em Na Grécia era dedicado a flor da estação do ano Apolo, que o mastigava que lhe dá o nome. Mas para realizar seus orácuestá relacionada com o los, e também ao deus do segundo signo do Inverno vinho, Dionísio. Em Roma, porque simboliza a espeera consagrado a Júpiter e simbolizava as honras. É uma árvore pre- rança, a renovação, as aspirações e os prosente em todo o Mediterrâneo. Nos antigos jetos, embora esteja ao mesmo tempo vinJogos Florais, coroava-se os poetas com fo- culada com a libertinagem. lhas desta planta.

A verbena Significa literalmente "erva das insolações", já que reflete a luz solar e, ao esfregar o corpo com um ungüento à base de verbena, os antigos romanos protegiam-se dos efeitos dos raios ultravioleta. Acalma a agitação dos nativos deste signo, modera seu entusiasmo, alivia a dor das câimbras e fadiga aos que são tão propensos os nativos de Aquário.

A papoula É uma bela flor vermelha da família das dormidei¬ ras. Desde os tempos da Antigüidade, é conhecida por acalmar os distúrbios emocionais e o sono dos quais são muitas vezes vítimas os nativos de Peixes. Além disso, ajuda a uma melhor adaptação à vida cotidiana. Seu nome provém do vocábulo moçárabe habapáura. É sudorífera e um pouco calmante.

A Sálvia É a planta que "salva" e cura todos os males. "Como pode morrer aquele que tenha Sálvia em seu jardim?", diz-se em algumas regiões. Os médicos da Antigüidade e os fisioterapeutas modernos estão de acordo em que possui virtudes universais. Estas noções de universalidade e milagre relacionamse com as aspirações dos nativos de Peixes, signo considerado pela astrologia tradicional como o salvador do mundo.

O miosótis Relaciona-se com a memória e a vivacidade de espírito, que estimula, mas também com a fidelidade e a constância. Não é em vão que suas flores são conhecidas pelo nome de "nãome-esqueças". Afasta os estados de angústia irracional e de idéias negativas que com tanta freqüência afligem os nativos deste signo.

O Zodíaco das pedras preciosas Utilizando analogias sutis, os sacerdotes da Mesopotâmia atribuíram aos 12 signos do Zodíaco pedras cujas propriedades e virtudes guardam afinidades com cada um deles.

A

famosa pedra da sorte, por mais an­ tiquada que esteja no espírito de muitos pessoas, é no mínimo um ob­ jeto de curiosidade. Em certas publi­ cações duvidosas, vemos uma publici­ dade — muitas vezes enganosa — que vende virtudes protetoras e benfazejas desta ou daquela pedra milagrosa, res­ paldada por testemunhos. É certo que, como vivemos em um mundo de uma grande insegurança e ao termos necessidade de consolo moral ou afetivo, há um número cada vez maior de pessoas que afirmam que, ao fim e ao cabo, se a pedra em questão não nos faz nenhum bem, tam­ bém não nos provoca nenhum mal.

Nossos antepassados, mais pragmáticos que nós, atribuíram um caráter mágico e sagrado a certas pedras com virtudes terapêuticas evidentes para eles. Foram principalmente os sacerdotes ba­ bilônios e caldeus da Mesopotâmia que estabeleceram analogias entre as pedras, os signos do Zodíaco e os astros. Porém seu propósito não era o de entregar-se ao jogo intelectual das analogias nem enganar as pessoas, ao atribuir às pedras

qualidades ou propriedades totalmente imaginárias para fazer um comércio lu­ crativo; suas conclusões foram o pro­ duto de longas observações atentas e metódicas. Estudaram escrupulosamente as quali­ dades de cada pedra e o uso que podiam fazer a título preventivo ou terapêutico e, em um afã classificador e de utilidade pública, por assim dizer, realizaram um Zodíaco das pedras. Nós o reconstruímos, sublinhando as razões que levaram os antigos a atribuir tal pedra a um signo em vez de outro, permanecendo assim fiéis ao grande princípio do sistema analógico que preside à estrutura do Zodíaco.

ÁRIES A este signo se atribui a ame­ tista, que tem uma cor violeta devido ao seu cristal de quartzo estar colorido com o óxido de ferro. Seu nome de origem grega significa literal­ mente "não se embriaga" ou "não está ébrio". Suas virtudes fisiológicas são su­ postamente as de curar os alcoólatras ou preservar os que bebem contra a em­ briaguez. Segundo algumas culturas da antigüidade, curava os problemas ocu­ lares c as dores de cabeça e favorecia o bom equilíbrio moral, espiritual e ener­ gético. TOURO A ágata, uma variedade de Cal­ cedônia constituída de veias de quartzo e de opala em zonas concêntricas, é geralmente branca, polida e brilhante, algumas vezes negra, com lis­ tras brancas. Em analogia com o signo de Touro, favorece à prosperidade, a ferti­ lidade, as colheitas abundantes e a lon­ gevidade. Suas virtudes terapêuticas são famosas por reforçar as cordas vocálicas e curar as dores de garganta.

confere poder de imortalidade a quem a leva consigo. Câncer está em analogia com a opala, cuja origem vem do hindu upala c significa "pedra nobre". LEÃO

O rubi, cujo nome em latim significa "vermelho, averme­ lhado", é uma pedra vermelha da família dos corindos, à qual também pertence a safira. Como simboliza a fe­ licidade e é considerada a mais bela das pedras preciosas criadas pela natureza, ela foi considerada um atributo do signo de Leão. Mas também é por causa de suas supostas virtudes, como dar alegria, êxito e riqueza, e representar o valor, a força de ânimo e a lealdade. VIRGEM Sua pedra, o Jaspe, cujo nome é de origem semítica, é uma Calcedônia de cores variadas. Anteriormente acreditava-se que tinha poder de animar o espírito, de recon¬ fortar e fazer com que o indivíduo triunfasse em todas as ocasiões. Além de acalmar os nervos, favorece a reali­ zação dos partos.

sentimentos extremos, a fé e o ardor, possuía virtudes regenerativas e podia revelar a traição e a mentira; pelo menos, é isso que diziam. SAGITÁRIO Agranada, que recebe seu nome de "grano" e "semente", é uma pedra fina de silicato natural de cor vermelha. E considerada símbolo da sinceridade, da boa fé, da franqueza e da fidelidade e de suscitar otimismo e bom humor, honestidade e felicidade e que atrai honrarias. Sagitário está também em relação com o carbúnculo, uma variedade vermelho-escura do corindo. CAPRICÓRNIO O ônix, cujo nome significava antigamente "unha" ou "garra", é uma variedade de ágata de cores variadas, ou também branco e negro. Tinha muito má reputação, pois acreditava-se que provocava pessimismo e tristeza. Porém a ele era atribuída tam­ bém a virtude de liberar as pessoas de conflitos, de dramas e desgraças c de tra­ zer sabedoria e paciência para quem o trazia consigo.

GÊMEOS

Sua pedra, o berilo, cujo nome cm grego significa "brilhante", tem o aspecto de uma gema transparente de cores variadas, como são as cores da floração da primavera com a qual este signo está em cor­ respondência. Por outro lado, ela está associada à inteligência teórica e à ha­ bilidade intelectual manual, e é con­ hecida a sua utilização na prática da cristalomancia para favorecer a medi­ tação, a reflexão, a concentração ou a vidência.

LIBRA O diamante, a mais preciosa das pedras, é um cristal de car­ bono puro, cujo nome signi­ fica literalmente "atravessa o ferro duro". Evidentemente deve ser sua grande pureza a associação com o signo de Libra, mas também porque é o sím­ bolo da perfeição e do equilíbrio irre­ movível. Além disso, os sacerdotes cal­ deus o empregavam para fazer justiça. Por último, favorece a harmonia dos sentimentos e preserva a inocência.

ESCORPIÃO CÂNCER O topázio é originário de uma Sua pedra é a esmeralda, cuja raiz ilha do mar Vermelho, da qual I etimológica tem origem sâns­ recebe seu nome, e da qual crita (samarka). Normalmente sua cor é verde-mar, mas também ama¬ vem a lenda segundo a qual estava sub­ relo-verde ou amarelo. Não é de estra­ mersa dia e noite nas névoas e era po­ nhar que suas virtudes sejam as da eterna voada exclusivamente por serpentes. De juventude, mas também as da esperança cor amarela ou amarelo-verde, suscitou e da fertilidade. Certas pessoas crêem que em outras épocas as paixões e os senti­

AQUÁRIO A safira recebe seu nome de uma raiz semítica que significa simplesmente "pedra azul". É também uma espécie de corindo. É um símbolo da verdade última ou suprema e de justiça imanente. Favorece o al­ truísmo e a generosidade, estimula a imaginação e a curiosidade e atrai a sim­ patia e numerosas amizades. PEIXES O Crisólito, verde-claro, é uma variedade de ferro e magnésio. Está associado ao Sol e simbo­ liza o poder, a riqueza e o triunfo. No entanto, é a pedra que se atribui ao signo de Peixes, pois possui propriedades cal­ mantes da emotividade, dos loucos e dos doentes. Além disso, estimula os dons da premonição. Peixes também está em relação com a alga-marinha, mineral de cor semelhante.

Os zodíacos

As afinidades entre os signos Será ele o homem de sua vida? Será você a mulher ideal para ele? O Zodíaco das afinidades pode nos ajudar a desvendar estas questões. ..e a aumentar nosso auto-conhecimento.

E

xistem combinações perfeitas entre certos signos do Zodíaco que podem nos ajudar a constituir um casal ideal? Sim, mas... As boas relações e as boas alianças acontecem primeiro entre as i pessoas e não entre os signos. Aproveitemos a oportuni­ dade para destacar um tópico em astrologia, baseado em informações errôneas: é falso acreditar que certos signos estão sistematicamente pre­ destinados a se entenderem, ao * passo que outros estariam defi­ nitivamente condenados a se odia­ rem e a se ignorarem. A complexa na­ tureza das motivações, dos sentimentos e dos desejos de cada um de nós, a har­ monia de relações a que aspiramos, pode revelar-se tanto na complemen­ taridade como na oposição de alguns signos do Zodíaco. 0 SUTIL JOGO DAS AFINIDADES Não devemos esquecer que os astrólo­ gos, que imaginaram, conceberam e criaram o Zodíaco, o fizeram à nossa imagem. Assim, o jogo das afinidades entre os seres, e portanto entre os sig­ nos, é às vezes óbvio, claro, evidente, lógico; outras vezes sutil, turvo, com­ plexo, paradoxal. Por exemplo, no mapa astral de alguns dos nativos de Leão, Vênus — o astro que rege o amor — está situado no signo de Câncer ou de Virgem, ao pas­ so que, para outros nativos de Leão, Vênus se encontra no signo de Gêmeos ou no de Libra. Em ambas as situações encontramos nativos de Leão que ex­ pressam e manifestam sua vontade

como tal c que, no entanto, experi­ mentam sentimentos próprios dos nativos do signo de Câncer ou de Virgem, no primeiro caso, ou de Gêmeos ou Libra, no se­ gundo. A partir daqui, nosso nativo do signo de Leão, que do pon­ to de vista astrológico está es­ pontaneamente em harmo­ nia com os signos de Fogo como ele — Áries e Sagitário — poderá sentir atração ou afinidade, de acordo com o que estiver indicado em seu mapa as­ tral, por um nativo de Câncer ou de Peixes (signos de Água), se Vênus se encontrar em Câncer no seu mapa astral; por um nativo de Touro ou de Virgem (signos de Terra), se Vênus es­ tiver situado no signo de Virgem; por um Gêmeos, Libra ou Aquário (signos de Ar) ou por um Leão como ele, se Vênus se encontrar em Gêmeos ou em Libra. A COMUNICAÇÃO ELEMENTAR ENTRE OS SIGNOS Na triplicidade de Fogo, Áries admira e gosta de Leão; Leão observa e aprecia Sagitário; Sagitário apaixona-se ou conquista Áries, que o seduz. Porém, o signo de Sagitário pode tam­ bém apaixonar-se por Leão, ao qual ten­ tará conquistar e domar; Leão pode apaixonar-se por Áries e Áries pode ati­ rar-se cegamente nos braços de um na­ tivo de Sagitário. Seus amores são apaixonados. Suas re­ lações e ligações são escandalosas, exi¬ bicionistas, ardentes, passionais e ge­ nerosas. Há muita nobreza entre eles.

Qual dos dois se consumirá mais pelo outro? Na triplicidade de Terra, Touro se inte­ ressa por Virgem; Virgem acalma-se to­ talmente ao lado do racional e tenaz Capricórnio; o nativo do signo de Capricórnio gosta da paz, do senso co­ mum e do comportamento saudável e folgazão de Touro. Mas Capricórnio também não fica in­ diferente diante do sutil mas irresistí­ vel encanto de Virgem; o nativo de Virgem sente-se atraído pelo senti­ mentalismo de Touro; e Touro gosta de ser apoiado por Capricórnio, que lhe assegura tranqüilidade e bem-estar ma­ teriais. De tudo isso, resultam amores sólidos, duradouros, às vezes indefectíveis, ca­ sais modelo, que resistem a ventos e tempestades, por suas relações se base­ arem em interesses comuns e numa fi­ delidade infalível. Na triplicidade de Ar, o nativo de Gêmeos é freqüentemente atraído pelo encanto da beleza plástica de Libra; o de Libra, pelo espírito livre e o gosto pelo paradoxal de Aquário; Aquário i fica fascinado pela leveza e as múltiplas facetas da personalidade do nativo de Gêmeos. Mas o nativo de Aquário pode também ficar subjugado pela ética e pela dupla personalidade de uma pessoa de Libra; o de Libra deixa-se influenciar pela in­ teligência flexível e brilhante do nativo

0 que é a triplicidade? No Zodíaco, uma triplicidade é formada por três signos zodiacais que têm um ele­ mento em comum. • • • •

Áries, Leão, Sagitário: Fogo, Touro, Virgem, Capricórnio: Terra, Gêmeos, Libra, Aquário: Ar, Câncer, Escorpião, Peixes: Água.

Cada um dos três signos que comparti­ lha o mesmo elemento tem afinidades com os outros dois. De fato, juntos, represen­ tam os três aspectos e as três expressões naturais e complementares do elemento em questão.

0 Zodíaco das afinidades entre os signos Linhas azul-escuras: se quiserem en­ contram a harmonia, valorizam-se. É o caso dos signos de Áries, Leão e Sagi­ tário; Touro, Virgem e Capricórnio; Gê­ meos, Libra e Aquário; Câncer, Escorpião e Peixes. Linhas azul-claras: compreendem-se, apóiam-se mutuamente, são cúmplices no verdadeiro sentido da palavra. Tratase de Áries e Gêmeos; Touro e Câncer; Gêmeos e Leão; Câncer e Virgem; Leão e Libra; Virgem e Escorpião; Libra e Sagi­ tário; Escorpião e Capricórnio; Sagitário e Aquário; Capricórnio e Peixes; Aquário e Áries; Peixes e Touro.

Linhas vermelho-escuras: repelemse ou atraem-se, opõem-se ou fundemse. É o caso de Áries e Balança; Touro e Escorpião; Gêmeos e Sagitário; Câncer e Capricórnio; Leão e Aquário; Virgem e Peixes. Linhas vermelho-claras: ignoramse, evitam-se ou então descobrem-se e adaptam-se um ao outro. Trata-se de Áries e Câncer; Touro e Leão; Gêmeos e Virgem; Câncer e Libra; Leão e Escorpião; Virgem e Sagitário; Libra e Capricórnio; Escorpião e Aquário; Sagitário e Peixes; Capricórnio e Touro; Aquário e Touro; Peixes e Gêmeos.

As relações complexas

As relações harmoniosas

de Gêmeos; ao passo que o nativo de Gêmeos pode sentir-se seduzido pelo caráter independente e as idéias origi­ nais de Aquário. Em conseqüência, daqui resultam amo­ res ao mesmo tempo leves e cerebrais, uniões onde a fantasia e a imaginação ocupam um lugar importante. Na triplicidade de Água, o nativo de Câncer aspira a ficar submetido aos desejos ou a servir às ambições do nativo de Escorpião; o de Escorpião fica enfei­ tiçado pela agitação emocional e intui­ tiva do nativo de Peixes; o nativo de Peixes é sensível à doçura sensual e ma­ ternal do nativo de Câncer.

N o entanto, este nativo do signo de Peixes pode sentir-se seduzido ou atra­ ído como um ímã pelos impulsos secre­ tos e passionais do nativo de Escorpião, enquanto que o nativo do signo de Escorpião verá exaltado seu desejo ao lado de uma pessoa de Câncer que, por sua vez, encontrará a ternura e a doçura de que necessita nos braços de um na­ tivo de Peixes. Deste modo, encontramo-nos diante de relações ideais, sensuais e apaixonadas. Às vezes desenvolvidas com uma co­ notação mística e uma forte tendência para o transbordar das emoções e dos sentimentos.

As previsões

A astrologia de prognósticos

E sefalássemos dofuturo? Não é este o objetivo de qualquer estudo astrológico? De nossa parte, pensamos que o estudo de um mapa astral ilumina a personalidade de um ser, seu destino e seu futuro.

V

ivemos em uma época em que os homens crêem que são raciona­ listas. Só queremos acreditar nas coisas que nos parecem tangíveis e que pos­ sam ser medidas, comprovadas, que sejam padronizadas e uniformes. Hoje em dia, a nosso ver, para que um fenô­ meno seja levado em consideração deve poder repetir-se ou reproduzir-se de forma imutável, constante e idêntica. Não estamos longe de pensar que a na­ tureza procede de uma imensa mecâ­ nica complexa, certamente, mas que não resiste a nenhuma análise, e o homem — que é uma de suas mani­ festações — também é uma mecânica biológica, química e física bem lubri¬ fícada, que tampouco resiste a uma aná­ lise mais profunda. Assim, nos dedicamos crescentemente a compreender como funcionam os fenômenos da natureza e de que está

feito o homem. Já tentamos inclusive remeter-nos às origens da vida para ma­ nipulá-la, fazê-la mais sadia, mais fiá­ vel c, por que não, mais uniforme. Isto produz uma série de problemas éti­ cos, mas não importa: nossa visão c in­ terpretação do mundo c da realidade são mais fortes. Estamos tão convencidos de que temos razão que não nos ques­ tionamos nem por um instante sobre a possibilidade de podermos estar equi­ vocados. 0 MEDO DO AMANHÃ E A DESILUSÃO Ora, se refletimos um pouco, se nos atrevemos a levantar dúvidas, a nos per­ guntar se estamos no caminho certo, se o que fazemos é justo e bom para todos, temos a sensação de que este compor­ tamento e esta visão unilateral adotados pelo homem moderno procedem de

uma angústia inerente à natureza hu­ mana: que nos espera o amanhã? De fato, quer queiramos quer não, e em­ bora pareça uma visão um pouco fata­ lista e derrotista da vida, o futuro do homem, qualquer que seja seu nasci­ mento, sua inteligência, seus dons, suas qualidades e seu valor, é morrer e de­ saparecer. O homem da Antigüidade soube combater a angústia com a morte imaginando um além, uma vida depois da vida, uma viagem para mais além do tempo, e do mundo visível de limites bem claros. Para ele, a vida do homem na Terra era apenas uma passagem, uma etapa que atravessar antes da grande via­ gem da verdadeira vida. Mas desde o dia cm que decidiu medir os limites de seu mundo, ver neles as manifestações de uma mecânica universal onde tudo é coerente e comprovável em qualquer momento, onde o infinitamente pe-

pequeno se une com o infinita­ mente grande, onde não há nenhum mistério, pois a todo problema se impõe sistematica­ mente uma explicação lógica ou uma solução racional, o ser hu­ mano se refugiou em um uni­ verso fechado, no centro do qual, sem se atrever a admiti-lo, já não tem nenhuma perspec­ tiva, nenhuma esperança nem nenhum sonho. Ao querer ver o mundo com um olho científico e racional, o homem engendrou sua pró­ pria desilusão. Só consegue crer no que vê, sabendo que tudo que imagina é uma ilusão e não existe. A única vantagem e be­ nefício que pode tirar de sua imaginação é a habilidade que esta lhe confere para estabelecer instrumentos que fazem a vida mais confortável, segundo ele. Facilidade, conforto, ganhar tempo, distrações: não se trata aqui de palavras que predomi­ nam no mundo atual embora, simultaneamente, o horror tenha en­ trado em nossos costumes, forma parte de nossa vida cotidiana, sem que nos al­ cance diretamente? Desta forma, entramos paulatinamente em nosso próprio paradoxo. Nunca fomos tantos sobre a Terra, nunca houve tanta memória humana histórica, po­ deríamos dizer; dito de outra forma, nunca tivemos tantos meios de prolon­ gar a vida, dar a mais pessoas a opor­ tunidade para viver, enquanto que so­ breviver em condições decentes, isto é, simplesmente humanas, a escala mun­ dial, estamos ainda longe de fazê-lo. Porém, simultaneamente, nunca esti­ vemos tão desencantados, sem acredi­ tar em nada nem esperar grande coisa. Podemos deduzir de tudo isto que, ape­ sar de todos os descobrimentos, de todo o saber acumulado, nos vemos reduzi­ dos às mesmas perguntas: de onde venho? quem sou? para onde vou? Nossa interpretação racional c utilitária do mundo não fez mais que reforçar nossa

"Que aquele que se preocupar com seu futuro o faça como se realmente não o estivesse" angústia, nosso medo pelo amanhã, eli­ minando tudo que possa nos ajudar a combatê-los, sob o pretexto de que como os meios empregados por nossos ante­ passados para chegar até eles não são comprováveis e conseqüentemente não são fiáveis, revelam-se irracionais... 0 ASTRÓLOGO QUE PROGNOSTICA E 0 FUTURO DE UM SER A astrologia que prognostica nos parece um recurso possível pelo fato mesmo de que, tal como foi elaborada por nos­ sos antepassados, nunca implicava uma visão fatalista nem derrotista da vida, mas sim um retorno sobre si mesmo. Uma das maiores fraquezas do homem é sua propensão a ter razão. Porém, por que se comporta desta forma, por que quer sempre ter a última palavra se não

for para combater sua angústia pela morte, seu medo pelo amanhã, ao desconhecido, ao não ser? Ao querer acreditar em suas convicções e suas cer­ tezas, o homem se proíbe pen­ sar em si mesmo e em seus li­ mites, na incomodidade e na fugacidade de sua existência. N o entanto, seguindo o curso dos astros que marcam os ci­ clos da natureza e da vida, está mais em condições de com­ preender, e não de saber, de onde vem, quem é e para onde vai. E está mais preparado para conhecer suas origens e seu fu­ turo, para tomar consciência de seu presente, de suas respon­ sabilidades atuais, de seus atos que também têm uma res­ sonância, conseqüências e re­ percussões no jogo da vida, dos acontecimentos, as circunstân­ cias que se formam e defor­ mam continuamente, como fazem as inúmeras e invisíveis correntes de água que se cru­ zam, se misturam, se confundem, se re­ generam, aparecem e desaparecem no oceano. A astrologia que prognostica não faz outra coisa senão observar estas co­ rrentes e prever sua provável evolução para ajudar àquele ou àquela afetados por essas correntes, antecipando-as. Por isso, aqui não existe nenhuma visão fa­ talista do mundo e da vida, se enfoca­ mos o destino sob este ângulo, já que o princípio mesmo da provável evolução de um ser ou das circunstâncias de sua vida se baseia no princípio de um tor­ nar-se constante, legível a partir de ci­ clos aparentemente imutáveis, mas que, a cada ano, se mostram sob novas con­ figurações. N o entanto, apenas a noção do tornar-se constante pode ajudar o homem a juntar todas as forças, todas suas qualidades, todos seus dons em si mesmo para viver seu presente com tal intensidade, tal verdade, que ele mesmo consiga solucionar sua angústia meta­ física e existencial.

As previsões

Trânsitos planetários, acontecimentos e destino Acompanhando os movimentos ou trânsitos dos astros no Zodíaco do mapa astral, podemos prevenir, antecipar ou simplesmente nos conscientizar dos acontecimentos que afetarão nossa própria vida e nosso destino. crito em você parece este mundo em fixo, determinado, imu­ que vivemos, se tável, na realidade não existe alguma regra ge¬ existe nada mais mutá­ neralizadora, algo de vel, mais maleável que constante, é que tudo a natureza humana, a se move, tudo muda, qual, no fundo, nunca tudo evolui sem parar muda. Ou seja, no as­ e nunca nada é definiti­ pecto formal, aparente­ vo, apesar de sua apa­ mente, não muda. N o rente imutabilidade. O entanto, muda em to­ universo encontra-se dos os momentos, trans­ em perpétuo movimen­ formação sem a qual to: desde os átomos até não poderia ser, visto os astros, a vida é o re­ que representa a própria sultado deste movi­ essência da vida. mento, palavra que De qualquer modo, sa­ compartilha sua etimo­ bemos que evoluímos, logia e tem conotações mesmo que submetidos comuns com amor e a ciclos, ritmos e leis. motivação. Em primeiro lugar, evo­ Em conseqüência, não luímos fisicamente, de será ingênuo ou insen­ maneira espetacular: de sato dizer que este O ser humano nasce, cresce, envelhece, evolui, mas seu mapa astral continua embrião nos transfor­ mundo é amor, uma sendo o mesmo. mamos em feto, depois vez que está em movi­ em bebê, criança, adolescente, adulto e Esta questão é levantada com freqüên­ mento. idoso. Isto no que se refere à forma, à cia pelas pessoas que se interessam pela aparência. N o que diz respeito ao con­ astrologia: terei o mesmo mapa astral UM MESMO MAPA ASTRAL teúdo, somos sempre nós próprios, tal durante toda a vida? Seria o mesmo que PARA TODA A VIDA como éramos no momento do nosso perguntar: terei os mesmos olhos du­ Você tem razão em pensar que o mapa nascimento, tal como os outros nos rante toda a vida, o mesmo coração, o astral que se estabelece no momento de vêem e tal como o astrólogo pode ler mesmo corpo? Evidentemente que sim. seu nascimento não é definitivo, mes­ em nós ao realizar o mapa astral, que Seu mapa astral é estabelecido definiti­ mo que mantenha o que astrologica­ será o mesmo durante toda a nossa vida. vamente no preciso momento em que mente chamamos um mapa astral natal, Mas, mesmo que no fundo saibamos você nasce, como já tínhamos dito. O como se nesse preciso momento tivés­ que se trata sempre de nós e que con­ que está inscrito no céu não é mais do semos tirado uma fotografia panorâmica tinuamos a ser sempre os mesmos, tam­ que o reflexo exato do que está escrito da esfera celeste, com todos os astros bém evoluímos interiormente. Nos­ em você. Caso contrário, seria impos­ que estão no interior do Zodíaco de seu sas idéias, pensamentos, convicções e sível fazê-lo. Assim, fica claro que tudo mapa astral, as cúspides das Casas e os crenças transformam-se, afinam-se e depende de você. E, se o que está ins­ pontos fictícios.

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agudizam-se pouco a pouco, dependen­ do da maneira como vemos, abordamos c compreendemos os outros seres, as coisas e a vida. Assim, tanto na forma como no con­ teúdo, evoluímos, transformamo-nos pouco a pouco e, no entanto, continua­ mos a ser os mesmos. TODOS SOMOS INFLUENCIÁVEIS Como acabamos de expor, estas trans­ formações aparentes estão submetidas a ciclos naturais que nos regem, condi­ cionam e influenciam. Porém, tais con­ dições e influências devem ser consi­ deradas "boas influências". Estas atuam para extrair o melhor de nós, o mais va­ lioso, aquilo que somos exatamente e não o que imaginamos ser. Se abordamos os ciclos tal como a as­ trologia tradicional os mostra, poderí­ amos ficar preocupados com o que nos prenunciam, a partir do momento em que observamos os caminhos que es­ colhemos. Observando ainda o mapa as­ tral estabelecido definitivamente no mo­ mento de nosso nascimento, o astrólogo pode nos dizer em que ponto estamos, quais são os embriões dos aconteci­ mentos futuros, quais as circunstâncias e as situações em que determinados acontecimentos, bons ou maus, flores­ cerão e se expandirão em nossa vida. Pode nos iluminar cm função das es­ colhas que fizemos e dos caminhos com que nos comprometemos, tendo em conta o trânsito dos astros, ou seja, seu movimento perpétuo no ciclo e no Zo­ díaco.

mento, as Efemérides indicarão que Marte está posicionado a 11, 12, 13, 14 ou 15 graus de Peixes. Assim, diremos que Marte transita por seu Júpiter natal ou, de maneira mais coloquial, que Marte transita por Júpiter. Evidentemente, esta indicação pode re­ velar informações especialmente inte­ ressantes quanto ao clima psicológico,

moral, social, das relações e aconteci­ mentos em que o interessado está imer­ so. Mas, para diagnosticar a verdadeira natureza deste trânsito, devemos levar em consideração os restantes elementos inscritos em seu mapa astral e os trân­ sitos dos outros astros nos setores de seu mapa astral, em um ou outro período de sua vida.

Um novo exemplo Analisemos um novo exemplo, cujo mapa astral foi secretamente reproduzido até este momento. Em muitas das seções que compõem esta coleção, mostramos um mapa astral diferente daquele que fizemos em função dos dados de determinada pessoa nascida em Salvador a 22 de janeiro do ano de 1963, às 15:30 horas, e que utilizamos como modelo nos capítulos de Aprender Astrologia dedicados à aprendizagem e interpretação do mapa astral.

Pois bem, a partir de agora vamos revelar e trabalhar com este mapa astral, que corresponde ao de uma mulher nascida em 22 de janeiro de 1963, na cidade de Alen¬ çon (França). Assim, graças a esta variante, você poderá verificar, entre outros pormenores, que nos mapas astrais as diferenças geográficas afetam majoritariamente o âmbito das Casas e dos ângulos, enquanto as de horário atuam mais diretamente sobre o âmbito dos astros e planetas.

QUE É UM TRÂNSITO PLANETÁRIO Trata-se, simplesmente, da passagem de um astro por um signo do Zodíaco. Di­ zemos, por exemplo, que Marte tran­ sita por Leão. Ou seja, no momento em que observamos o céu, onde encontra­ remos nossa posição consultando as Efemérides, Marte encontra-se no signo de Leão. Se recorrermos ao nosso novo exemplo (ver quadro), descobriremos que Júpiter se encontra a 13 graus do signo Exemplo de um trânsito de Marte porJúpiter natal no Zodíaco do mapa astral de nosso de Peixes e que, em determinado mo­ novo exemplo.

As previsões

A revolução solar ou a arte de prever e antecipar o futuro Seguindo a revolução do Sol no Zodíaco de um mapa astral, é possível realizar previsões. Mas, em nossa opinião, conjugar simultaneamente os verbos prever, prevenir e antecipar é uma regra de ouro.

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rever é antecipar. Esta é nossa divi­ sa. A nosso entender, este c o eixo sobre o qual deve basear-se toda análi­ se inteligente do futuro, seja qual for nossa preocupação ou motivação ao respeito. De fato, achamos que não adianta abso­ lutamente nada empreender estudos c pesquisas para descobrir o futuro prová­ vel se isto não for feito com um espíri­ to de prevenção. Para compreender cla­ ramente este estado de espírito, o melhor exemplo que podemos encon­ trar é, obviamente, o que entra em rela­ ção com o bem-estar, o que se traduz hoje mais comumente por "manter-se em forma". Quem conhece seus pon­ tos fracos ao respeito, se­ jam devidos a uma herança familiar, conseqüentemen­ te genéticos, ou a uma psi¬ cossomatização pessoal, conhece ao mesmo tempo os riscos que corre se co­ mete certos excessos que poderiam sobrecarregar seu equipamento hereditá­ rio ou/e psicossomático, ou correria simplesmente o risco de favorecer a evo­ lução de certos sintomas que se encontram em es­ tado latente. Partamos, portanto, da hi­ pótese de que, para cada um de nós, pode ser esta­ belecida uma espécie de guia preventivo, mediante um diagnóstico instantâ­ neo realizado imediata­ mente depois do nasci­

mento, que revela o provável futuro de nosso estado de saúde a curto e a longo prazo.

PREVER, PREVENIR E ANTECIPAR Devemos especificar que um postulado deste tipo talvez seja mais que pura an­ tecipação por nossa parte, pois nada nos impede afirmar que, científica e prati­ camente, desde o momento em que os homens saibam respeitar entre eles cer­ tas regras éticas básicas, algum dia po­ deremos estabelecer um verdadeiro his­ tórico de saúde — e de doenças, como acontece hoje em dia —, que permitirá a cada um conhecer tanto seus pontos

fracos como seus pontos fortes, seus de­ feitos e suas qualidades, seus riscos e suas fontes de energia inatas, de ma­ neira que, durante toda sua vida, poderá atuar a título preventivo c assim ter sua parte de responsabilidade ativa — com seus pais na primeira parte de sua vida, e só, na idade adulta —, no que se re­ fere à evolução de seu estado de saúde. Lembremos que o mapa astral realizado a partir das coordenadas do nascimento Durante o Renascimento, os estudantes de medicina aprendiam a arte da dissecação na Universidade. Da mesma forma, seu programa incluía também cursos de astrologia.

de um ser põe precisamente à disposição do astrólogo um instrumento de pes­ quisa deste tipo. Lembremos também que, na Antigüidade, o mapa astral de um ser era utilizado em geral como ajuda e suporte do diagnóstico. Também é bom recordar que, no Renascimento, os estudantes de medicina da Univer­ sidade, como François Rabelais e Mi­ chel de Nostre-Dame, chamado Nos­ tradamus, tinham aulas de astrologia em seu programa. Por último lembremos que, hoje alguns médicos homeopatas e fitoterapeutas utilizam a astrologia e, concretamente, o mapa astral como ajuda para seus diag­ nósticos. Assim, supondo que tivéssemos a cu­ riosidade e o interesse de estabelecer um histórico de saúde preventivo, o faría­ mos evidentemente com uma preocu­ pação de prevenção. Do contrário não teria nenhuma utilidade. Portanto, com o mesmo objetivo devemos realizar toda busca ou pesquisa que tenha a ver com nosso próprio futuro, com os aconteci­ mentos ou circunstâncias que talvez nos aguardam. Já não se trata de enfocar as coisas do ponto de vista de um destino fatal, de acontecimentos inexoráveis que se produzirão com segurança em nossa vida, mas sim de prováveis circunstân­ cias que poderiam ser produzidas segundo o caminho que tomemos, se­ gundo a escolha que façamos, segundo atuemos de uma ou outra forma, se­ gundo, portanto, nossa natureza pro­ funda, nosso caráter e o tipo de vida que adotemos. NOSSO DESTINO E NOSSO LIVRE ARBÍTRIO Se queremos alcançar este estado es­ piritual, então podemos ver em nosso mapa astral um leque de possibilida­ des, disposições, qualidades — que evi­ dentemente parecem conosco pois são o que nós somos —, as quais temos a opção de utilizar, empregar, explorar como melhor achamos. Podemos então considerar que o que resulta do des­ tino é justamente este leque que temos entre as mãos. Quanto às cores que va­

Da mesma forma que o artista imagina um quadro e o pinta com sua paleta de cores, graças a nosso destino nós podemos exercer nosso livre arbítrio para que se cumpra o previsto. mos escolher para viver, segundo nos­ sas motivações e desejos, só dependem de nós. Esquematizando, você pode dizer: o que sou é meu destino; o que faço é meu livre arbítrio. Por isso, nosso futuro não está preestabelecido. Em­ bora nos encontremos em condições de revelar as grandes tendências que regem a evolução de um ser, graças aos trânsitos, concretamente dos planetas lentos, não podemos dar por fixos seus atos, suas escolhas e reações a longo prazo, que somente pertencem a ele. N o entanto, na evolução psicológica e moral de um ser, que tem lugar ao ritmo do tempo, durante anos, assim como nos acontecimentos importantes e nas circunstâncias que se produzirão even­ tualmente em certo momento de sua vi­ da, existe um simples método astrológi­ co: a revolução solar. 0 QUE É A REVOLUÇÃO SOLAR? Como seu nome indica, é uma técnica baseada na revolução do Sol no interior do Zodíaco. Astrologicamente, consi­

dera-se que todos os anos, em uma data fixa, o Sol transita pelo Sol natal ou, em outras palavras, que o Sol (que como sa­ bemos dá uma volta completa ao Zo­ díaco em um ano) volta a encontrar-se exatamente no grau onde se encontrava no Zodíaco, no signo e na Casa, do ma­ pa astral da pessoa em questão. Esta data coincide com o dia do aniver­ sário. Mas, desta vez, o astrólogo leva em consideração a posição exata, o grau e o minuto do Sol natal, de maneira que possa determinar o instante preciso em que o Sol em trânsito esteja justamente em conjunção com o Sol natal. Este ins­ tante pode ser considerado como um novo nascimento que se reproduzirá to­ dos os anos. A partir deste momento, uma nova hora de nascimento é revela­ da e um novo mapa astral é estabelecido. Realizando um estudo comparativo da revolução solar e do mapa astral, po­ demos formular certas previsões par­ tindo do dia do aniversário deste ano em questão, até o dia do ano seguinte, isto é, previsões de um ano.

As idades da vida ou os ciclos planetários Podemos ver a evolução de uma pessoa observando a progressão dos astros em seu mapa astral, mas também podemos ver as idades da vida através de um ciclo planetário dividido em períodos de sete anos.

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odos nós estamos submetidos a ciclos, ritmos, períodos da nossa vida que voltam e se repe­ tem constantemente. Sen­ timos isso perfeitamente mas não sabemos muito bem como explicá-lo, e quando tentamos, quase sempre o fazemos de uma forma superficial, aproxi­ mativa ou supersticiosa. Nossos antepassados, que no fundo tinham as mes­ mas preocupações que nós e sentiam as mesmas emoções, dedicaram-se não só a encontrar expli­ cações lógicas para estes fenômenos, mas também a medi-las e dominá-las para tirar maior proveito de sua vida individual e coletiva. É assim que, em astrologia, nos referimos a di­ versos ciclos planetários a partir dos quais foram estabelecidas as idades da vida, ou seja, períodos regidos, cada um deles, por um signo do Zodíaco. O primeiro desses ciclos baseia-se sim­ plesmente nos períodos de revolução zodiacal de cada astro, a partir de sua posição no mapa astral. Para definir estes ciclos rápidos de 28 dias aproxi­ madamente parte-se da Lua para che­ gar, quase 30 anos mais tarde, a Saturno (o qual se encontra no mesmo grau do Zodíaco em um mapa astral), passando pelo Sol, Mercúrio, Vênus e seu ciclo anual, Marte e seu ciclo bienal e Júpiter, cujo ciclo é de 12 anos. Existem dife­ rentes ciclos, baseados nos números 7, 9 e 12. O mais fiável é sem dúvida o sis­

tabela da página seguinte, veremos em seguida que o décimo oitavo ano de vida se encontra no ciclo sete­ nário de Marte, inscrito na coluna superior, ao mesmo tempo que o referido ano é dominado por Mercúrio. Ambos os astros revelamnos a cor e o ambiente des­ te ano.

Cada idade da vida é regida por um signo do Zodíaco. tema realizado a partir do princípio dos domínios que exercem os 7 astros que regem os 12 signos do Zodíaco. 0 CICLO SETENÁRIO DAS IDADES DAVIDA Cada período de sete anos está sob a in­ fluência de um astro, e cada ano deste signo é igualmente dominado por ou­ tro astro. Assim, dispomos de uma combinação de dois astros que combi­ nam cada ano da vida, a partir da qual podemos realizar previsões referindonos evidentemente às suas posições no mapa astral, bem como às suas posições em trânsito ao longo do ano que nos interessa. Deste modo, consultando a

Outro exemplo: o trigé­ simo terceiro ano de vida situa-se sob a dupla in­ fluência de Júpiter, regente dos ciclos setenário e anual, enquanto o trigé­ simo sétimo, bem como o octogésimo sexto, estão sob a dupla influência de Vênus e da Lua. Aqui está uma apreciação das interpretações que podem ser dadas a estas combinações de astros, con­ forme as idades da vida nas quais ocor­ rem. Ciclos primeiro e oitavo Regente setenário: o Sol. Idades da vida: de 1 al anos e de 50 a 56 anos. Regente anual: o Sol. Idades da vida: 1 ano e 50 anos. O primeiro ano de vida é evidente­ mente o ano do despertar, ou seja, a pri­ meira manifestação da vontade instin­ tiva e da consciência (Sol) da criança que acaba de nascer. Os 50 anos são a idade da maturidade, a fase ideal para que a vontade instin­ tiva predomine e possa se realizar ple­ namente.

Regente anual: a Lua. Idades da vida: 2 anos e 51 anos. Aos 2 anos a criança desenvolve sua sen­ sibilidade. Aos 51 anos, a pessoa tem que conseguir cumprir sua vontade e viver sua sensibilidade de uma maneira equi­ librada. Regente anual: Marte. Idades da vida: 3 anos e 52 anos. O terceiro ano de vida é a primeira fase da afirmação do eu. Aos 52 anos, a von­ tade deve afirmar-se em toda sua ple­ nitude. Regente anual: Mercúrio. Idades da vida: 4 anos e 53 anos. O quarto ano de vida corresponde ao despertar da inteligência, à abertura para os outros e para o mundo. Os 53 anos exaltam a habilidade e a capacidade de discernimento. Regente anual: Júpiter. Idades da vida: 5 anos e 54 anos. Aos 5 anos a criança desenvolve-se. Aos 54 anos, a pessoa obtém sua consagra­ ção, um êxito pessoal na vida ou em sua situação. Regente anual: Vênus. Idades da vida: 6 anos e 55 anos. Os 6 anos são a idade do despertar dos sentimentos individuais. Aos 55 anos,

chega o cumprimento das motivações profundas que impelem o indivíduo. Regente anual: Saturno. Idades da vida: 7 anos e 56 anos. Aos 7 anos assistimos à primeira fase da maturidade da pessoa em formação. Aos 56 anos entra-se na idade da razão, segundo este ciclo planetário. Ciclos segundo e nono Regente setenário: a Lua. Idades da vida: de 8 a 14 anos e de 57 a 63 anos. Regente anual: o Sol. Idades da vida: 8 anos e 57 anos. Aos 8 anos a vontade ativa é expressada através da sensibilidade. Os 57 anos são uma idade em que a pessoa vive sere­ namente e de forma equilibrada em re­ lação à sua sensibilidade e vontade. Regente anual: a Lua. Idades da vida: 9 anos e 58 anos. Aos 9 anos a imaginação está no poder e participa na formação da criança. Aos 58 anos, a pessoa enfrenta a angústia do futuro e sente a nostalgia do passado. Regente anual: Marte. Idades da vida: 10 anos e 59 anos. Aos 10 anos, a criança é quase sem­ pre instável, irritável e muito capri­

chosa. Estabelece seu sistema de au­ todefesa. Aos 59 anos, a pessoa atémse às suas paixões ou sonhos, cum­ pridos ou não. Regente anual: Mercúrio. Idades da vida: 11 anos e 60 anos. Aos 11 anos a criança aprende a ser so­ ciável utilizando sua inteligência. Aos 60 anos, a pessoa recorre à sua expe­ riência, medita e tira lições dela. Regente anual: Júpiter. Idades da vida: 12 anos e 61 anos. Os 12 anos significam o despertar dos sentidos e a tomada de consciência das sensações acumuladas durante a infân­ cia. Aos 61, a pessoa é particularmente sensível às relações familiares. Regente anual: Vênus. Idades da vida: 13 anos e 62 anos. Os 13 anos significam o despertar dos sentimentos pessoais, emoções e mo­ tivações. Para a pessoa de 62 anos os sentimentos profundos e a necessidade de ternura são essenciais. Regente anual: Saturno. Idades da vida: 14 anos e 63 anos. Aos 14 anos a criança começa a domi­ nar suas emoções e sentimentos. Aos 63 anos, a procura do equilíbrio entre a razão e os sentimentos é onipresente.

O mapa horário e as horas planetárias O mapa horário permite encontrar uma resposta instantânea para um problema especifico, enquanto que as horas planetárias nos ajudam a escolher o momento idôneo para atuar.

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oder escolher o momento para atuar é uma das grandes vantagens que a astrologia nos oferece. Desnecessário dizer que não devemos abusar dela. Nem fazer com que o instrumento as­ trológico se transforme na muleta na qual se apoia aquele que, por fraqueza ou por falta de valentia ou vontade, sente-se incapaz de decidir-se, de atuar ou de comprometer-se. É preciso utilizá-la com moderação e unicamente quando realmente necessi­ tamos que nos ofereçam alguma luz. Para isso, além da revolução solar, da qual sabemos que nos informa sobre os prováveis acontecimentos ou fatos fu­ turos que nos afetarão tanto iminente­ mente, como ao longo de nossa evo­ lução geral e a partir do momento em que a realizamos, dispomos também de dois métodos específicos de pesquisa: o mapa horário e as horas planetárias. 0 MAPA HORÁRIO É um método muito simples, que não requer nenhum esforço de cálculo extra, mas que exige uma grande sutileza in­ terpretativa e alguma experiência neste campo. Não se precipite rapidamente sobre ele. Espere até ter realizado, es­ tudado e interpretado alguns mapas as­ trais antes de aventurar-sc sem pre­ caução na via das previsões. De fato, não pense que o instrumento astrológico lhe transformará milagrosamente em um protagonista ou dono de todos os ele­ mentos de ordem psicológica, moral ou espiritual que regem as relações huma­

nas, em dono do conhecimento dos de­ mais, do tempo e do futuro. Admita que a única coisa da qual podemos estar con­ vencidos quando descobrimos um mapa do céu ou um mapa astral é que não temos certeza de nada. Se utilizamos o verbo descobrir, não foi por acaso. De fato, como cada um de nós é um in­ divíduo completo, com suas qualidades e seus defeitos, suas afinidades e suas contradições, o olhar que projetamos sobra a vida, as coisas e nós mesmos e, com maior motivo, nosso olhar em di­ reção a qualquer elemento exterior, só pode ser subjetivo. O que significa que a objetividade se origina sem nenhuma dúvida de um sentimento de boa von­ tade que nos interessa adotar, mas, re­ pitamos, em nenhum caso, individual­ mente, podemos ser objetivos. Somos sujeitos pensantes e ativos, não um ob­ jeto inerte. Por isso, quer queiramos quer não, sem­ pre interferimos no que vemos, obser­ vamos, compreendemos e estudamos. Assim, cada vez que você tiver um mapa astral do céu em sua frente, tente ser seu descobridor, sem preconceitos nem apriorismos. Assim você será o mais ob­ jetivo possível. Mas, considerando que cm astrologia trata-se de interpretar um mapa astral, não podemos ser totalmente objetivos. Sendo consciente disso, você já está em condições de estabelecer um mapa as­ tral horário, isto é, de realizar um mapa do céu; não de estabelecer um mapa as­

tral de um ser, mas sim de obter um es­ clarecimento imediato sobre uma si­ tuação específica; às vezes, uma resposta instantânea a um problema crucial que se apresenta. Este método é muito eficaz. Traz a adi­ vinhação à tona. E chamado «mapa ho­ rário» porque se baseia na hora em que realizamos uma pergunta, em que con­ sultamos sobre a evolução ou o de­ senvolvimento das circunstâncias ou acontecimentos. Em função desta hora e lugar, você poderá realizar um mapa do céu ou um mapa horário que in­ terpretará do ponto de vista da situação que lhe preocupa neste preciso mo­ mento. AS HORAS PLANETÁRIAS Segundo uma tradição astrológica com raízes na Babilônia, e que foi também empregada pelos caldeus c mais tarde pelos gregos, cada hora do dia se situa sob a influência de um dos 7 astros deu­ ses que regem o Zodíaco, de maneira que podemos escolher o dia e a hora apropriados para atuar em nossa vida co­ tidiana, ou para empreender algo, por exemplo, e ter maiores oportunidades de sucesso. Consultando a tabela das horas plane­ tárias aqui reproduzida, você descobrirá quais são as ações propícias para cada um dos 7 astros deuses e que é mais aconselhável empreender a uma hora concreta. Você deve saber que a hora local do lugar onde você se encontra é a que deve sem-

sempre ser levada em conta, isto é, a hora r Lua para realizar uma solar exata e não a hora oficial. Assim, pequena mudança saudá­ você terá que subtrair as horas de verão vel, empreender qualquer que são acrescentadas no país onde você iniciativa, procedimento, se encontrar. Por exemplo, se você vive ação que requeira inspi­ no Brasil e deseja saber que astro rege ração, entabular uma nova relação ou as 15 horas, supondo que a hora em amizade, fazer uma pequena viagem, vigor neste momento seja a hora de começar um tratamento preventivo. verão, é preciso subtrair 2 horas. Serão, portanto, as 13 horas que você terá que < para realizar consultar na tabela. Se se trata da hora uma proeza, atuar ou rea­ de inverno, deverá subtrair 1 hora. Desta gir energicamente, correr forma, a hora consultada será as 14 qualquer risco ou levantar horas. uma nova iniciativa, atre­ ver-se a tomar a dianteira, expor-se, realizar uma intervenção, pôr um fim TABELA a um período difícil. DAS HORAS PLANETÁRIAS

Horas de 0 h a 1 h de 1 h a 2 h de 2 h a 3 h de 3 h a 4 h de 4 h a 5 h de 5 h a 6 h de 6 h a 7 h de 7 h a 8 h de 8 h a 9 h de 9 h a 10 h de 10 h a 11 h de 11 h a 12 h de 12 h a 13 h de 13 h a 14 h de 14 h a 15 h de 15 h a 16 h de 16 h a 17 h de 17 h a 18 h de 18 h a 19 h de 19 h a 20 h de 20 h a 21 h

Domingo Sol Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte

a hora do Sol para esclarecer uma situação, solicitar uma entrevista em um lugar importante, conhecer al­ guém importante ou in­ fluente, obter uma proteção, um apoio, uma ajuda, uma promoção ou um au­ mento, realizar uma transação financei­ ra, vender, comprar ou alugar um bem imobiliário, estabelecer um diagnóstico.

Segunda Lua Saturno Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio

Terça Marte Sol Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter

Quarta Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte Sol Vênus

para qualquer gestão, iniciativa, ação ou empreendimento suscetí­ vel de produzir uma ex­ pansão, maior comodidade, maiores possibilidades numa situação, para se relaxar, começar uma noitada, uma festa ou oferecer um presente. para tudo que se refere aos prazeres, o lazer, as crianças. É a hora ideal para ir ao cabelei­ reiro, comprar um vestido novo, passar um momento agradável entre boas companhias, um encontro amoroso ou um jantar íntimo, etc.

Quinta Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Lua Sol Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Lua Sol Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Lua Sol

para enta­ bular ou estabelecer con­ tatos, transmitir uma mensagem ou uma co­ municação, escrever qual­ quer carta, publicar um trabalho es­ crito, empreender uma busca, expressar-se em público, assinar um contrato ou realizar um negócio, fazer um exame.

Sexta Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte Lua Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte Lua Vênus Mercúrio Lua Saturno Júpiter Marte Lua

Sábado Saturno Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Marte Saturno Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Marte Saturno Júpiter Marte Sol Vênus Mercúrio Marte

para iniciar um projeto a longo prazo, construir, edificar, pôr as bases ou fundamentos de um empreendimento am­ bicioso, solicitar conselhos audazes, comprometer-se por muito tempo, empreender um tratamento curativo a fundo, estudar um informe complexo ou dedicar-se a estudos sérios.

O Zodíaco chinês Se há 5000 anos, aproximadamente, foi criado na Mesopotâmia o Zodíaco e o sistema astrológico que ainda utilizamos no Ocidente, na China, outro Zodíaco viria à luz mil anos depois.

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s rastos do nascimento do Z o ­ díaco chinês, e do importante papel que teve nas civilizações da Ásia, encontram-se na abundante literatu­ ra clássica chinesa. Assim, podemos ler comentários sobre astrologia — ma­ téria que os Chineses transformaram em elemento principal da sua filoso­ fia — no Livro das Mutações (o I Ching); no Livro dos Ritos ao qual se referia o imperador da China (lem­ bre-se que a China chamava-se "o im­ pério celestial" e que este nome era o resultado da humildade carregada de fatalismo que os chineses sempre sentiram perante os mistérios do céu e da vida) e no Livro da Poesia, do sé­ culo I a. C , onde se classificaram as estrelas e as constelações. Por outro lado, a China teve também os seus almanaques nos quais figura­ vam numerosas indicações astrológicas, como ainda acontecia com alguns al­ manaques da Europa do século XIV.

Leitura do Zodíaco chinês Sobrepondo o Zodíaco chinês ao Zodíaco ocidental, você poderá descobrir as analogias existentes entre os signos orientais e os signos astrológicos do nosso Zodíaco. Por exemplo, através desta experiência, você poderá constatar rapidamente as correspondências entre o signo de Áries, primeiro signo do Zodíaco ocidental, e o signo chinês do Dragão; ou então entre o Rato, primeiro signo do Zodíaco chinês, e Sagitário. Sendo assim é bastante simples, basta encaixar sobre o anel zodiacal o aro onde estão representados os CHI (os 24 períodos do ano solar do calendário zodiacal chinês).

OS SIGNOS DO ZODÍACO CHINÊS O Zodíaco chinês, tal como o Zodíaco ocidental, consiste em uma roda fic­ tícia na qual podemos ver representa­ dos 12 signos, simbolizados por 12 animais. Estes desempenham um papel importante na mitologia chinesa, que difere, evidentemente, das mito­ logias mesopotâmica, egípcia e grega, nas quais se inspira o Zodíaco oci­ dental. Além disso, depois do aparecimento de Buda, por volta do século VI a. C , os signos astrológicos utilizados na China, demasiado complexos e her­ méticos, foram substituídos pelos 12 animais míticos que conhecemos atual­ mente: Rato, Búfalo, Tigre, Lebre, Dragão, Serpente, Cavalo, Cabra, Macaco, Galo, Cão e Javali.

A lenda de Buda e os 12 animais Sabendo que se aproximava o final de sua vida, Buda convidou os 12 animais do Zodíaco para se despedir deles antes de sua morte. 0 primeiro a responder ao apelo foi o Rato, que desta forma passou a ser o primeiro signo do Zodíaco chinês; em seguida, apresentou-se o Búfalo e mais tarde o Tigre, seguido da Lebre e do Dragão. A Serpente respondeu por sua vez ao desejo de Buda, assim como o Cavalo e a Cabra. Depois, chegou a vez do Macaco, do Galo, do Cão e, finalmente, do Javali, que foi o último animal que viu Buda vivo.

O CALENDÁRIO CHINÊS O calendário chinês consiste no que se de­ nomina um "calendário lunissolar", isto é, ela­ borado a partir dos ciclos do Sol e da Lua. N o entanto, se bem que os chineses consi­ derem equinócios de Primavera e Outono, e solstício de Verão e de Inverno, os mesmos da astrologia ocidental, afastam-se desta ao não considerarem os quatro pontos cardeais, nem as estações, como eixos do seu calendário ou articulações do seu Zodíaco. Assim, durante o ano solar chinês, o primeiro signo do Z o ­ díaco (Rato) e o início da Primavera situamse no mesmo momento, 4 ou 5 de fevereiro conforme os anos. O Verão começa entre 5 e 7 de maio, com o signo do Cavalo. Entre 5 e 7 de agosto, a chegada do Outono coincide com o signo do Javali. Finalmente, o Inverno, entre 5 e 7 de novembro, coincide com o signo da Serpente. Porém, também aqui existe uma diferença im­ portante entre o Zodíaco ocidental e o chinês: neste último, o ano solar não está dividido em 12 meses, mas sim em 24 metades de meses, ou seja, em 24 partes, de 15 dias cada, denomina­ das CHI (energia).

0 PRINCÍPIO DA ASTROLOGIA CHINESA Sabemos que ainda, o princípio da astrologia chinesa não se baseia única e exclusivamente em um ciclo solar e lunar, como acabamos de ver, mas também no ciclo de Júpiter, cuja evo­ lução zodiacal (período durante o qual dá a volta completa ao Zodíaco) é de 12 anos. A partir daí, um âmbito zodiacal chinês do­ mina cada ano o signo pelo qual Júpiter tran­ sita durante esse mesmo ano. Da mesma for­ ma que na astrologia ocidental se diz, às vezes, que o ano em que Júpiter transita por este ou aquele signo do Zodíaco é o ano desse signo, na China o ano em que Júpiter percorre um signo é atribuído a esse mesmo signo. Por exemplo, quando Júpiter transita pelo signo de Capricórnio, para nós é o "ano de Ca­ pricórnio" e para os chineses é o "ano do Búfalo". N o entanto, se seguirmos a evolução do Sol no Zodíaco, a partir do Ano Novo chinês (4 ou 5 de fevereiro), encontramo-nos com uma influência complementar do Sol graças à pre­ sença de Júpiter neste ou naquele signo.

Os 24 CHI e as suas correspondências com o ano zodiacal ocidental 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

04fev. 20fev. 05 mar. 21 mar. 04abr. 21 abr. 05 maio 21 maio 05 jun. 22 jun. 06jul. 12 jul. 07 agô. 22 agô. 07set. 23set. 08 out. 23 out. 07nov. 22 nov. 06 dez. 22 dez. 05 Jan. 21 Jan.

LI CHUN YU SHUI LIN ZHI CHUN FEN QING MING GU YU LI XIA XIAO MAN MANG ZHONG XIA ZHI HSIAO SHU DA SHU LI CHUI QIU SHU BAI LU QIU FEN HAN LU SHUANG JIANG LI DONG XIAO XUE DA XUE TUNG CHIH XIAO HAN DA HAN

Rato Búfalo Tigre Lebre Dragão Serpente Cavalo Cabra Macaco Galo Cão Javali Javali Cão Galo Macaco Cabra Cavalo Serpente Dragão Lebre Tigre Búfalo Rato

15° de Aquário 0 o de Peixes 15° de Peixes 0 o de Áries 15° de Áries 0 o de Touro 15° de Touro 0° de Gêmeos 15° de Gêmeos 0° de Câncer 15° de Câncer 0° de Leão 15° de Leão 0° de Virgem 15° de Virgem 0° de Libra 15° de Libra 0° de Escorpião 15° de Escorpião 0° de Sagitário 15° de Sagitário 0° de Capricórnio 15°de Capricórnio 0° de Aquário

A astrologia chinesa

Afinidades e oposições entre os signos do Zodíaco chinês Atração ou repúdio, conivência ou indiferença, no Zodíaco chinês os casais também se fazem e se desfazem.

O

s astrólogos chineses e indianos contemporâneos ainda conser­ vam uma antiga regra sobre a qual temos insistido muito, pois é conside­ rada um dos fundamentos essenciais da criação do Zodíaco: prevenir o que está por vir só é interessante se nos encon­ tramos em condições de antecipar o fu­ turo. N o entanto, não devemos ter muitas ilusões a este respeito. N o conjunto, os grandes princípios fundamentais da as­ trologia quase que já desapareceram da face da terra e do espírito dos homens de hoje. E se o astrólogo beduíno do deserto ou um jogador de cartas de Bombaim nos parecem mais autênticos é apenas por­ que confiamos em sua aparência e por­ que cedemos ante nosso gosto ou nos­ talgia pelo exótico, pelo espontâneo e pela simplicidade. Na realidade, na maioria das vezes, não fazem mais que reproduzir os mesmos gestos, seguir as mesmas regras, enunciar idênticas leis, sem realmente compreender nem saber como funcionam, de onde vêm e o que significam. N o entanto, desde que o Zodíaco chi­ nês existe, sempre foi empregado, por exemplo, para encontrar as afinidades entre os seres c definir com precisão o lugar, dia e hora em que duas pessoas teriam mais possibilidades de conhe­ cer-se ou unir-se. O que vamos revelar a seguir são estas afinidades entre os doze signos do Zo­ díaco chinês.

AS AFINIDADES DO ZODÍACO CHINÊS Vejamos primeiro os signos que estão feitos para se darem bem, para viver ou atuar juntos, inclusive para amar-se ou unir-se. RATO Este nativo se sente seguro com o Bú­ falo, mas prefere o Tigre e adora o Dragão. O Macaco pode sentir-se apai­ xonado por ele e o Cão lhe é muito fiel.

tante longe. Com o Búfalo leva uma vida tranqüila. Com o Javali tem uma paixão carnal.

DRAGÃO Com a Serpente forma um casal sur­ preendente. Mas o Macaco ou o Rato são principalmente seus companheiros complementares. N o entanto, como gosta das relações de força, pode gos­ tar de um Cão. SERPENTE

BÚFALO Junto com a Lebre, vai avançando pouco a pouco, mas na Serpente en­ contra o grande amor mútuo. O Galo e o Javali também podem ser admira­ dores de sua sabedoria.

TIGRE Gosta um pouco do Dragão, gosta muito do Cão, mas ao Cavalo adora com paixão. O Rato pode sentir uma certa fra­ queza por ele. Às vezes, persegue a Lebre.

Adora o Búfalo, que lhe corresponde. Juntos podem construir um império. Gosta também muito do Galo, com a condição de que seja tão brilhante quanto pretende. CAVALO E muito eclético e, para ser sincero, mais inconstante no amor. Precisa de ação, movimento e aventura. Então, com um Cão ou um Tigre, pode fun­ cionar.

CABRA LEBRE É fascinado pelo Dragão, mas quase sempre custa segui-lo. Por outro lado, com a Cabra, juntos podem chegar bas­

Este nativo gosta muito do Macaco, mas custa domesticá-lo. Admira o Galo e se deixa fascinar pela Serpente. Mas é com a Lebre com quem conhecerá o grande amor.

não impede de ir onde quiser. O Rato o põe nervoso. MACACO Sente-se atraído pelo Cão ou pelo Rato. Tanto com um como com o outro, pode estabelecer uma relação dura­ doura. Mas a paixão quase sempre des­ cobrirá ou viverá com um Dragão.

BÚFALO

As demonstrações de força com o Dragão podem ser temíveis. Sem que­ rer, às vezes seduz a Cabra. Mas o Cão e ele não vivem na mesma galáxia.

TIGRE GALO Faz todo o possível para gostar do Bú­ falo, mas só alcançará seu objetivo se aprende a ser um pouco mais humilde. Por outro lado, com uma Serpente, se deliciará.

A Serpente e o Tigre não têm nenhum interesse em tocar-se, pois sempre aca­ bam muito mal. Com um Javali, custa manter-se calmo e de sangue-frio.

LEBRE

CÃO Gosta da perspicácia do Macaco e da sensibilidade do Rato. Mas o amor louco será vivido com um Tigre ou com um Cavalo, que é com quem se dará melhor.

O Rato e ele não vivem no mesmo mundo. Não têm os mesmos valores. Aprecia a sede de liberdade do Cavalo, mas não quer tratar com ele. O Galo lhe diverte, mas de longe.

JAVALI (J Búfalo o atrai, mas para ele e de­ masiado sensato. Com uma Lebre con­ seguirá uma verdadeira fusão carnal. Pode gostar da Cabra c do Galo, mas nem sempre é fiel a eles. AS OPOSIÇÕES DO ZODÍACO CHINÊS Vejamos agora os signos que não se dão bem. Mas isto não significa que não pos­ sam estabelecer um acordo entre eles.

RATO A Lebre e o Rato passam um ao lado do outro sem se verem. Não pode su­ portar o orgulho, às vezes superficial, do Galo. Com o Cavalo às vezes choca, mas podem chegar a se entender.

Gosta de submeter a Cabra e o Cão à sua vontade dominadora. Luta também contra o Búfalo, mas neste caso, em­ bora ganhe uma batalha, nem sempre ganha a guerra.

SERPENTE Embora o fascine a beleza do Tigre, nunca consegue estar em paz com ele. O Javali e ele podem ser incompatíveis, mas inseparáveis. Com o Macaco ra­ ramente está de acordo.

CAVALO Quanto menos tratar com o Galo, me­ lhor se dará com ele, pois não têm grande coisa em comum. Pode ser que a Lebre não lhe dê descanso, mas isto

CAPRA O Dragão deixa-o inquieto, febril ou na defensiva. Teme-o e prefere evitálo. O Cão o enfurece ou, pelo menos, deixa-o susceptível. Entre discussão e discussão, pode chegar a entender-se com um Búfalo.

MACACO O Javali é demasiado primário para ele. Não tem muita vontade de relacionarse com ele. Gosta bastante da inteligên­ cia sutil da Serpente, mas é difícil se sin­ cronizarem. O Tigre o deslumbra, mas não o impressiona.

GALO O Rato deixa-lhe agressivo; podem ter enfrentamentos terríveis. O Cavalo ri­ se dele; não o suporta. Pode gostar da Lebre, mas com a única condição de que o admire.

A sensatez do Búfalo lhe agrada, mas realmente não estão na mesma sinto­ nia. C o m o Dragão, leva-se mal. A Cabra prefere ignorá-lo e ele lhe cor­ responde com a mesma moeda.

JAVALI Com o Tigre e o Javali quase sempre há tensão no ambiente. É melhor que se evitem mutuamente. O Macaco lhe mostra às vezes um profundo desprezo, mas não o teme. A Serpente pode sur­ preendê-lo, atraí-lo ou repudiá-lo, de­ pendendo do caso.

A astrologia chinesa

As Xiu, ou moradas da Lua O Palácio Oriental e o Palácio Setentrional Os chineses também dividiram o Zodíaco em 28 moradas lunares, cada uma das quais revela informações próprias do caráter do indivíduo, assim como acontecimentos que se podem prever.

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istoricamente, é bastante prová­ vel que ao criar as Xiu, ou 28 moradas da Lua que se estabelecem na esfera celeste no Zodíaco chinês, os astrólogos chineses se inspiraram nas Nakshatra ou moradas da Lua estabe­ lecidas pela astrologia indiana, que sem dúvida procediam, por sua vez, das 28 moradas lunares da astrologia árabe. Assim, cada mansão ou morada da Lua, Xiu em chinês, contém significados que entram em analogia com a morada lunar correspondente da astrologia árabe. E as 28 Xiu se situam e se dis­ tribuem ao longo do Zodíaco exata­ mente nos mesmos graus que as 28 moradas da astrologia árabe. OS 5 PALÁCIOS DO CÉU CHINÊS Segundo o antigo sistema astrológico chinês, o céu se divide em 5 Palácios que correspondem aos 5 agentes ou elementos: a Madeira, o Fogo, a Terra, o Metal e a Água. O Palácio central corresponde à constelação da Ursa Maior, chamada naquele país o "Co­ lherão" (ou a "Concha"), e não con­ tém nenhuma Xiu. Os outros 4 Pa­ lácios contêm, cada um, 7 Xiu. N o entanto, na China, a ordem das m o ­ radas lunares é inversa, pois, eviden­ temente, quando amanhece no Oci­ dente, e a Lua desaparece, no Extremo Oriente anoitece e a Lua aparece.

3 A RAIZ Do Céu

AS XIU DO PALÁCIO ORIENTAL

de 168 A 179 graus do Zodíaco

Dia: sábado. Astro: Saturno. Elemento: Terra. Caráter: o nativo é sério, ambicioso, Dia: quinta-feira. consciente de suas responsabilidades, Astro: Júpiter. mas depende dos demais e das cir­ Elemento: Madeira. cunstâncias. Caráter: o nativo é mais compreensivo Previsões: favorece os favores mútuos, a e sensato, mas a nativa é muito inde­ vida cotidiana, mas não favorece as via­ pendente. gens, as uniões, a cultura e os bens pes­ Previsões: favorece as uniões, os nasci­ soais. mentos, criações, semeaduras, plan­ tações..., ajuda na compra de um te­ rreno ou uma casa, mas não favorece 4 A SALA DO BICHO DE SEDA os assuntos de família. de 180 A 192 graus do Zodíaco

1 Os Chifres do Dragão de 142 a 154 graus do Zodíaco

Dia: domingo. Astro: Sol. Elemento: Fogo. Caráter: o nativo é radiante, brilhante, Dia: sexta-feira. orgulhoso, às vezes altivo e dominador. Astro: Vênus. Previsões: favorece os investimentos e Elemento: Água transações imobiliárias, a concepção de Caráter: o nativo é apaixonado, impul­ uma criança, mas não favorece as em­ sivo, imprudente, imoderado. presas de grande envergadura. Previsões: favorece as decisões de justiça imparciais ou eqüitativas, mas não fa­ vorece a saúde, as uniões nem tam­ 5 O Coração pouco as criações. be 193 A 205 graus do Zodíaco

2 O Pescoço do dragão de 155 A 167 graus do Zodíaco

Dia: segunda-feira Astro: Lua.

Elemento: Metal. Caráter, o nativo é sonhador, inspirado, esteta; é atraído pelas artes e triunfa de forma tardia. Previsões: favorece as realizações arte­ sanais e as criações artísticas, mas não favorece a vida familiar e social nem os empreendimentos.

gestões administrativas, as relações com os meios oficiais e os trabalhos sérios.

9 O Boiadeiro de 245 A 257 graus do Zodíaco

Dia: sexta-feira. Astro: Vênus. 6 A Cauda d Dragã Elemento: Metal. be 206 A 218 graus do Zodíaco Caráter: o nativo é passional em seus amores, ofuscado por seus sentidos, mas corajoso e perseverante. Dia: terça-feira. Previsões: favorece as viagens, os em­ Astro: Marte. preendimentos comerciais, os inter­ Elemento: Fogo. Caráter: o nativo é ambicioso mas é des­ câmbios em todas as suas formas, mas não favorece a vida amorosa. provido de lucidez na escolha de com­ panheiros e aliados. Previsões: favorece o sucesso, o triunfo 10 A Tecelã ou a Criada na vida social e profissional, no ensino be 258 A 269 graus do Zodíaco e nos estudos, mas não favorece nas as­ sociações. Dia: sábado. Astro: Saturno. Elemento: Terra. 7´A Cesta Caráter: o nativo é leal, franco, honesto, be 219 A 231 graus do Zodíaco fiel, dedicado a seus próximos, mas às vezes pródigo e imprevisível. Dia: quarta-feira. Previsões: favorece as atividades comer­ Astro: Mercúrio. ciais, mas não favorece a vida familiar, Elemento: Água Caráter: o nativo é original, inovador, os assuntos de dinheiro e a vitalidade. precursor, bem como impulsivo, des­ medido e passional. Previsões: favorece as mudanças na si­ 11 O CAOS tuação profissional, as inovações, mas be 270 A 282 graus do Zodíaco não favorece os compromissos ou rea­ lizações a longo prazo. Dia: domingo. Astro: Sol. Elemento: Fogo. AS XIU DO PALÁCIO SETENTRIONAL Caráter: o nativo é voluntarioso, deci­ dido, sedento de justiça e equidade, co­ rajoso, mas às vezes mostra-se impru­ 8 A Peneira m e r i d i o n a l dente e inflexível. be 232 A 244 graus do Zodíaco Previsões: favorece as decisões de justiça, Dia: quinta-feira. mas não favorece a vida familiar nem a Astro: Júpiter. situação financeira. Elemento: Madeira. Caráter: o nativo é muito dedicado, ser­ viçal, corajoso e generoso, cheio de boa vontade. Previsões: favorece as iniciativas to­ madas no âmbito dos estudos, as

12 O Teto

be 283 A 295 graus do Zodíaco Dia: segunda-feira. Astro: Lua. Elemento: Água Caráter: o nativo é um realizador, um construtor. Previsões: favorece as iniciativas cons­ trutivas, os empreendimentos dura­ douros, mas não favorece as viagens nem as finanças.

12 A CASA

be 296 A 308 graus do Zodíaco Dia: terça-feira. Astro: Marte. Elemento: Fogo. Caráter: o nativo tem espírito de inicia­ tiva, é empreendedor, inventivo, audaz, construtivo, realista, independente e também perseverante. Previsões: favorece as fundações, cons­ truções, criações, a vida de casal e fa­ miliar, os bens materiais, mas não fa­ vorece as viagens nem as mudanças.

14 A luz

de 309 A 321 graus do Zodíaco Dia: quarta-feira. Astro: Mercúrio. Elemento: Água Caráter: o nativo é sério, estudioso, cu­ rioso, ávido por descobrir, aprender, saber e conhecer, mas mais para o in­ constante, infiel e até mesmo incon­ formista. Previsões: favorece os estudos, desco­ brimentos, exames, as atividades co­ merciais, as relações com as pessoas de idade avançada, mas existe o risco de um fraude ou atos repreensíveis.

A astrologia chinesa

As Xiu ou moradas da Lua O Palácio Ocidental e o Palácio Austral AS XIU DO PALÁCIO OCIDENTAL

17 O Ventre be 348 A 359 graus do Zodíaco

nanceiros, as aquisições proveitosas, os assuntos comerciais, as ações, as proe­ zas c as reivindicações.

15 A Forca

be 322 A 334 graus do Zodíaco

sábado. Astro: Saturno. Elemento: Terra. Dia: quinta-feira. Caráter: o nativo é sedutor, curioso, in­ Astro: Júpiter. dependente, intuitivo e receptivo. Elemento: Madeira. Caráter: o nativo é sociável, corajoso e Previsões: favorece os investimentos, as tenaz. Alcança quase sempre seus fins, especulações e os benefícios de todo tanto graças a seus esforços como pelas tipo, assim como as colheitas. simpatias que suscita. Previsões: favorece o êxito dos empre­ endimentos a longo prazo, mas não fa­ 18 Os Olhos e as Orelhas do Céu vorece as relações familiares ou de casal, be 0 A 12 graus do Zodíaco nem os processos nem a saúde. Dia: domingo. Astro: Sol. Elemento: Fogo. 16 A Pequena Montanha de 335 A 347 graus do Zodíaco Caráter: o nativo é brilhante, audaz, im­ pulsivo e vítima de seus sentimentos Dia: sexta-feira violentos e apaixonados. Astro: Vênus. Previsões: favorece o bom desenvolvi­ Elemento: Metal. mento dos processos, mas não favorece Caráter: o nativo é idealista, impaciente, a paz, a saúde das crianças e das pessoas entusiasta, mas às vezes mostra-se ilu­ de idade avançada, nem os acordos. dido ou inconstante. Previsões: favorece os acordos, as re­ lações amorosas, os prazeres compar¬ 19 A Rede tidos, a colheita dos frutos dos próprios be 13 A 25 graus do Zodíaco esforços e os cuidados destinados a pre­ servar o próprio bem-estar ou para Dia: segunda-feira. curar-se. Astro: Lua. Elemento: Água. Caráter: o nativo é expressivo, brilhante, voluntarioso, independente, mas im­ prudente e excessivo no amor. Previsões: favorece os investimentos fi­

20 A Cabeça da tartaruga be 26 A 38 graus do Zodíaco Dia: terça-feira Astro: Marte. Elemento: Fogo. Caráter: o nativo é compreensivo, per­ missivo, de mente aberta, mas também muito moralista e sentimental. Previsões: favorece a preservação da lei c da ordem, assim como a do bem-estar das crianças e das pessoas de idade avançada, mas não favorece as idéias originais ou inconformistas.

21 O Coração do Guerreiro be 39 A 51 graus do Zodíaco DIA: quarta-feira. Astro: Mercúrio. Elemento: Água. Caráter: o nativo é engenhoso, produ­ tivo, cheio de sentido comum, mas muito possessivo, rancoroso e às vezes briguento. Previsões: favorece os assuntos comer­ ciais, culturais e as negociações, não fa­ vorece as uniões nem os contratos.

AS XIU DO PALÁCIO AUSTRAL

25 A Estrela PÁSSAARO

27 As ASAS

be 90 A 102 graus do Zodíaco

de 116 A 128 graus do Zodíaco

Dia: domingo. Dia: terça-feira. Astro: Sol. Astro: Marte. Elemento: Fogo. Elemento: Fogo. Caráter: o nativo entrega-se muito, é Dia: quinta-feira. Caráter: o nativo é ambicioso, corajoso, compreensivo e bom, benévolo, res­ Astro: Júpiter. trabalhador, ativo, vê mais além das ponsável, maternal, e protetor. Elemento: Água. aparências e possui certa grandeza de Caráter: o nativo é inspirado, muito re­ Previsões: favorece as proteções provi­ espírito. ceptivo às artes, corajoso, trabalhador, denciais, as transações imobiliárias, as Previsões: favorece as ambições, o êxito, mas inconstante, principalmente no construções e realizações a longo prazo, o reconhecimento dos méritos, as porém não favorece as uniões nem os amor. criações e manifestações artísticas, mas Previsões: favorece as criações, as via­ matrimônios. não favorece as relações amorosas nem gens, os trabalhos da terra, os estudos os encontros. e os exames mas não favorece a vida amorosa. 26 O Arco tensado de 103 A 115 graus do Zodíaco 28 O Carro e m marcha

22 o Poço de 52 A 64 graus do Zodíaco

be 129 A 141 graus do Zodíaco 23 O Fantasma be 65 A 77 graus do Zodíaco

Dia: segunda-feira. Astro: Lua. Elemento: Água. Caráter: é um ser prudente, sagaz, sério, Dia: sexta-feira ensimesmado e tenaz, mas às vezes Astro: Vênus. também intransigente e implacável. Elemento: Metal. Caráter: o nativo é inteligente, sutil, as­ Previsões: favorece a vida familiar, os es­ forços perseverantes, os empreendi­ tuto, adaptável, oportunista e hábil para mentos ambiciosos a longo prazo, os aproveitar-se das riquezas do passado. Previsões: favorece os assuntos comer­ progressos na vida social lentos porém ciais, sociais, econômicos e políticos, seguros, mas não favorece as viagens. mas não favorece a vitalidade, as uniões, os casamentos nem as associações.

Dia: quarta-feira. Astro: Mercúrio. Elemento: Água. Caráter: o nativo é corajoso, paciente, consciente do que vale, mas é susce­ tível e iracundo. Previsões: favorece todos os empreen­ dimentos, iniciativas, criações, viagens, uniões, assuntos comerciais, benefícios, etc.

Os 5 Palácios do céu chinês 24 O Salgueiro be 78 A 89 graus do Zodíaco Dia: sábado. Astro: Saturno. Elemento: Terra. Caráter: o nativo é inteligente, sério, muito apegado a seu passado e respei­ toso dos costumes, hábitos, crenças e leis antigas. Previsões: favorece a vida familiar, amis­ tosa e social, mas não favorece nenhum tipo de empreendimentos, iniciativas, nem tampouco inovações ou outras criações.

0 Palácio Central contém a constelação da Concha, chamada Ursa Maior no Oci­ dente, que contém, por sua vez, a Estrela Polar, a partir da qual se calculam as horas e se marcam as estações da Terra. Seu ele­ mento ou agente é a Terra, mas não in­ dica nenhuma Xiu. 0 Palácio Oriental contém a constelação do Dragão Verde, que corresponde à de Escorpião dos ocidentais, cuja estrela principal é Antares. Relaciona-se com a Primavera, seu elemento é a Madeira e indica as 7 primeiras Xiu. 0 Palácio Setentrional contém a conste­ lação da Tartaruga Negra, isto é, a de Aquário no Ocidente, cuja estrela maior

é Aquarii. Corresponde ao Inverno na China, seu elemento é a Água e indica da Xiu 8 à Xiu 14. 0 Palácio Ocidental contém a constelação do Tigre Branco, que é a das Plêiades ou a dos Sete Astros e é considerada a Raiz do Céu na China. Corresponde ao Outono, seu elemento é o Metal e indica da Xiu 15 à Xiu 21. 0 Palácio Austral contém a constelação do Pássaro Vermelho, isto é, Hidra Fêmea do céu dos ocidentais, a constelação mais extensa da esfera celeste, cuja estrela mais brilhante é Alphard. Corresponde ao Verão chinês, seu elemento é o Fogo e in­ dica da Xiu 22 à Xiu 28.

O Zodíaco dos territórios e das nações ou a geografia astral Da mesma forma como as pedras, asflores,as plantas, as árvores e os pássaros estão relacionados com os 12 signos do Zodíaco, o mesmo acontece com os territórios, as nações e os Estados do mundo.

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odemos dizer que um país tem alma? Às vezes somos tentados a acreditar que sim. Não é em vão que existem sempre determinados territórios ou nações que nos fascinam, sem que nada apa­ rentemente nos ligue a eles. Existe na astrologia uma tra­ dição muito antiga relacionada com este assunto, que re­ monta, pelo menos, até Pto­ lomeu, pois já existem vestí­ gios escritos em sua obra. N o entanto, o mesmo Ptolomeu obteve-a de uma experiência certamente anterior à sua. Provavelmente, em sua época, li­ mitou-se a fazer eco dela. Era uma época em que, se a escrita ainda per­ tencia a uma elite, o homem comum aprendia a redigir, a transmitir e a se co­ municar com seus semelhantes e con­ temporâneos através de outros meios diferentes da palavra escrita. QUEM ERA PTOLOMEU Cláudio Ptolomeu era um astrônomo, astrólogo, matemático e geógrafo gre­ go, do qual não se sabe grande coisa, apenas que viveu no século II d. C , cm Alexandria. Foi autor de obras consi­ deradas verdadeiros clássicos em sua época e que exerceram uma profunda influência no pensamento que vai des­ de a Idade Média até o Renascimento. Entre os livros que escreveu, que foram aquilo que hoje se chama compilações de conhecimentos adquiridos e acu­ mulados pelos homens da Antigüidade,

Entre as obras que Cláudio Ptolomeu nos deixou, há uma que nos interessa particular­ mente aqui: a que contém as mais antigas correspondências conhecidas entre certos países e territórios do mundo e os sig­ nos do Zodíaco, também cha­ mada geografia astral. Recuperamos esta obra para vo­ cê, elaborando um Zodíaco de territórios c nações, segundo os princípios da astrologia coletiva, chamada astrologia mundial. No século XV, segundo Ptolomeu, o mundo dividia-se em duas partes iguais: uma conhecida e outra não. encontramos tratados de música, física, mecânica, astronomia, matemática, ge­ ografia, gnomônica (um gnômon era uma espécie de ponteiro de quadrante luminoso que se usava durante a Anti­ güidade, utilizado como instrumento astronômico especial para medir os movimentos dos astros no Zodíaco) e, evidentemente, de astrologia. Seu co­ nhecido Tetrabiblos foi durante muito tempo a Bíblia dos astrólogos. Nessa obra, Ptolomeu fez um balanço desta ciência e distinguiu entre a antiga e a nova preocupação dos astrólogos, ou seja, a astrologia que se aborda de um ponto de vista das previsões mundiais e a outra mais próxima de sua época, chamada judicial e que se referia ao destino e à personalidade de um indi­ víduo, revelados a partir do seu mapa astral.

Os signos, os territórios e as nações Um território pode ser atribuído perfeitamente a um signo, embora a nação e o Estado de tal território correspondam a outro signo. Isto se deve ao fato das nações e dos Estados terem sido criados em datas determinadas, mais ou menos recentes, que conhecemos perfeitamente. Por exemplo, uma lenda antiga atribui a fundação da Coréia em Tangun, a 3 de outubro de 2333 antes de nossa era, sob o signo de Libra. Por outro lado, a República da Coréia do Sul é de 15 de agosto de 1948, sob o signo de Leão e a Coréia do Norte, de 9 de setembro de 1948, sob o signo de Virgem. Igualmente, na seção de "nações", você encontrará algumas que não contam como Estado soberano, pois tratamse de nações associadas a outro Estado, nações sob tutela, etc. À margem das questões políticas internacionais, aqui continuam a ser consideradas como nações.

Também a atualizamos e moderniza­ mos, incluindo as nações cuja procla­ mação de independência como re­ pública ou cuja constituição são relativamente recentes; portanto, em todos os casos, estes aconte­ cimentos tiveram lugar em um período que corresponde a este ou àquele signo do Zodíaco. Por esta razão, o chamamos de "Zo­ díacos dos territórios e das na­ ções". ÁRIES Territórios: Alemanha, Inglaterra, Japão, Mongólia, Palestina, Polônia, Síria, África do Sul. Nações: Bangladesh, Canadá, República Tcheca, Haiti, Irã, Luxemburgo, Mar­ rocos, Mongólia, Síria, Zimbabwe. TOURO Territórios: Ilhas Caiman, Chipre, Gré­ cia, Irlanda, Pérsia, Rússia, Suriname, Vanuatu. Nações: Áustria, Equador, Guadalupe, Guiana, Israel, Jamaica, Mayotte, Pa­ raguai, Serra Leoa, Togo. GÊMEOS Territórios: Bélgica, Canadá, Baixo Egito, Estados Unidos, País de Gales, Gibraltar, Santa Lucia, Suécia. Nações: Angola, Bermudas, Grécia, Islândia, Itália, Kuwait, Ilhas Maldivas, Noruega, Saint Pierre e Miquelon, África do Sul, Suíça. CÂNCER Territórios: Holanda, Ilhas Maurício, México, Nova Zelândia, Paraguai, Ro­ désia. Nações: Argélia, Argentina, Ilhas Baha­ mas, Cabo Verde, Ilhas Caiman, Colôm­ bia, Ilhas Comores, Dinamarca, Djibuti, Estados Unidos, Iraque, Laos, Malavi, Moçambique, Filipinas, Ruanda, Ilhas Salomão, Ilhas Seychelles, Somália, Ve­ nezuela, Vietnã, Wallis, Futuna. LEÃO Territórios: Bósnia, Colômbia, França, Itália, Romênia, Sicília, Suíça.

SAGITÁRIO Territórios: Arábia Saudita, Austrá­ lia, Espanha, Hungria, Madagas­ car, Mayotte, Santo Domingo. Nações: Antilhas, Benin, Butão, Burundi, Espanha, Irlanda, Quê­ nia, Líbano, Mauritânia, Países Bai­ xos, República Centro-Africana, Suriname, Tanzânia, Iêmen. CAPRICÓRNIO Territórios: Afeganistão, Albânia, Bósnia, Bulgária, Índia, Ilhas Maurício, México. Nações: Austrália, Bélgica, Brunei, Ca­ marões, Hong Kong, Líbia, Mônaco, Myanmar, Nicarágua, Nova Caledônia, Polônia, Sudão, Suécia. Nações: Afeganistão, Barém, Bolívia, Burkina Faso, Congo, Coréia do Sul, Costa do Marfim, Gabão, Índia, In­ donésia, Libéria, Mali, Oman, Peru, Porto Rico, Romênia, Senegal, Cin­ gapura, Vanuatu. VIRGEM Territórios: Brasil, Croácia, Iraque, Cur¬ distão, Nova Caledônia, Silésia, Tur­ quia. Nações: Arábia Saudita, Brasil, Coréia do Norte, Egito, Etiópia, Guatemala, Honduras, Malásia, Malta, Niger, Pa­ pua-Nova Guiné, Qatar, San Marino, Salvador, Trindade e Tobago, U r u ­ guai. LIBRA Territórios: Argentina, Áustria, Ilhas Ba­ hamas, China, Coréia, Alto Egito, In­ dochina, Saint Pierre e Miquelon, El Salvador, Tibete. Nações: Botswana, China, Costa Rica, Cuba, Ilhas Fidji, França, Guiné, Lesoto, Madagascar, Nigéria, Uganda, Portugal, Tailândia. ESCORPIÃO Territórios: Argélia, Cuba, Dominica, Marrocos, Martinica, Noruega, Porto Rico, Ilhas Seychelles. Nações: Antígua c Barbados, Camboja, Chade, Finlândia, Hungria, México, Pa­ namá, São Vicente-Granadinas, Turquia, Zâmbia.

AQUÁRIO Territórios: Austrália, Chile, São Vi­ cente-Granadinas, Venezuela. Nações: Chile, Chipre, Gâmbia, GrãBretanha, Granada, Japão, Jordânia, Liechtenstein, Nepal, Nova Zelândia, Sri Lanka, Vaticano. PEIXES Territórios: Albânia, Costa do Marfim, Guadalupe, Ilhas Maldivas, Portugal. Nações: Bulgária, Gâmbia, Gana, Guiana Francesa, Martinica, Ilhas Maurício, Ilha da Reunião, República Dominicana, Saara Ocidental, Santa Lucia, Taiwan, Tunísia.

Suas afinidades com os territórios Para saber se você tem afinidades com um ou outro território, é preciso levar em conta a posição do Sol, do ascendente e da Casa IX de seu mapa astral, bem como os as­ tros regentes. Por exemplo, se o Sol e parte da CasaIXse encontram em Aquário, e o ascendente em Gêmeos, tende-se a dizer que este nativo se sentirá atraído para os países correspondentes a esses signos. No entanto, ao ser Saturno, e secundariamente Urano, os regentes do Sol em Aquário e ao estar a cúspide da CasaIXem Aquário, é principalmente com os países correspon­ dentes a este signo que o nativo terá afi­ nidades.

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