Aprendendo História - Reflexão e Ensino

April 19, 2018 | Author: TyroneMello | Category: Schools, Science, Libraries, Knowledge, Historiography
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práticas, ensino de História...

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Obra

\ o da Lingua

*

FADE PROFESSOR 2010



Prezada professora e prezado professor, Este faz do do Programa Nacional Biblioteca da Escola - PNBE do Professor, composto por varias obras de apoio foram encaminhadas a sua escola com o objetivo de facilitar a sua e o seu desenvolvimento profissional. Por ser bem cultural, a deste livro e responsabilidade de todos.

Boa leitura!

o

Dados Internacionais de na Publicacao Brasileira do Livro, Brasil) Ferreira, Marieta de Moraes Aprendendo Historia: e ensino / Marieta de Moraes Ferreira, Renato Franco. - Sao Paulo: Editora do Brasil, 2009. Bibliografia. ISBN Aprendizagem 2. Historia- Estudo e ensino 3. de ensino 4. Professores I. Franco, Renato. II. Tftulo.

09-11310

CDD-907

Indices para Historia: Estudo e ensino 907 ©Editora do Brasil S.A., 2009 direitos

Diretora Maria Lucia Kerr Cavalcante Superintendente Frederico Wolfgang Cibele Mendes

Santos

Supervisao Editorial Rita Supervisao de Direitos Autorais

Marilisa

Mendes

de Revisao de Textos Fernando Supervisao de Supervisao de Supervisao de

ia

e Editoracao

de

S. Pires

Monica de Ricardo

Editorials

Dias Evangelista da Silva

Editorial Renata Lara de Moraes Apoio Editorial Julio Silva Fonseca Revisao de Textos Camila Gutierrez Martins Pesquisa

Adriana Vaz

Design e capa

Daniela

e Juliane

Maria Aparecida

s. Primeira no Foto da capa Victor Meirelle sobrete!a, 268 cm x 356 cm.

Editoracao

Andrea

Assistentes de Controle de

1860.

Editorials

no

Regiane Santana e Janaina Lima Leila P. Jungstedt,Carlos Nun es e Vane ssa Ouros - 2010 da Editora

EDITORA do BRASIL Rua Conselheiro Nebi as, 887 - Sao Fone: - Fax:

- CEP 3222-5583

www.editoradobrasil.com.br

Os

res Marieta de Moraes

na Ecole de Hautes Etudes em Sinces Sociales -

Paris.

Doutora em Historia pela Universidade Federal Fluminense. Professora do Depa rtame nto de Historia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pesquisadora do CPDOC de Historia

de Pesquisa e Documentado Brasil).

Renato Franco Mestre em Historia pela Universidade Federal Fluminense. em Historia pela Universidade de Sao Paulo. Pesquisador da Getulio Vargas.

Muito se sobre as possibilidades de renodo ensino da Historia, seja nas escolas ou universidades. Um dos grandes desafios e como transmitir as historiograficas, a e no uso das fontes, a de projetos e atividades que o ensino basico e das licenciaturas a aplicarem no seu cotidiano os princlpios que a construcao do conhecimento historico. E a de histori ografica para os alunos do ensino basico? O ensino da Historia deve estar tado para a da cidadania? Ou e posaprender de como se o conhecimento e, dessa forma, demonstrar as e que a historiografica? A deste e exatamente demonstrar a possibilidade de o conhecimento historico a formacao da cidadania e alunos e nas teoricas, metodologicas e hist orio graf icas que tern sido t ravadas em a Historia como campo disciplinar. A adotada foi dividir o trabalho em quatro partes, que pro cur am discutir os conceitos de Histor ia, as vertentes historiograficas, os e possibilidades de em sala de aula. Uma segunda que adotamos para

cada uma dessas foi apresentar d e for ma sucinta e ra um e, posteriorm ente, selecionar imagens, documenextratos de textos de introduzidos por pequenos que buscam Com essa poder contribuir para en fre nt ar as dificuldades de compreens ao de grandes debates especificos do A historia e um tema de interesse de e po r isso en volve dife rente s profissionais, conscientes do grau de complexidade da escrita e do ensino da Historia. Nesse sentido, procuramos mostrar a pluralidade de que pode abarcar, a de induzir a uma em verdades absolutas e atemporais. Por isso e fundamental a de que a Historia e um conhecim ento construido a o do tem po e que se altera em

dos do presente. A Historia e um conhecimento congelado, conganha dinamismo a medida que professores e alunos os temas e Por outro embora com pontos de ela diametralmente da ratura, da ou da E importante destacar que, embora Historia e memoria de acessar o passado e elementos em de campos distintos na medida em que a um compromisso

com a

das fontes, do de

tir a

e de

que

garan-

saber

Para que serve a Historia? Essa

nao tern

res-

posta unica, mas acreditamos que a Historia antes de um conhecimento nao por ter uma unica mas por ser fundamental no desenvolvi-

mento de Sua fecundidade na capacidade de retomar aspectos do passado sob novas No entanto, que esse processo de conhecimento nao e feito a revelia de regras, mas exige a familiartzacao com os que a disciplina ao do tempo. Conhecer elementos basicos da escrita da Historia a capacidade de leitura da de discursos de diferentes srcens. Nao se trata de induzir mas habilitar a leitura de diferentes discursos, vera que e professo res — ou qualquer — expostos na sociedade A de inforacessaveis atraves das varias midias (internet, videos, que se de maneira exige uma capacidade de e de perspectiva temporal que so a Historia pode oferecer. Os

e

e Historia

I-O Os

de

Para

o

Clio, a musa da historia O que e Historia?

sugerida 1.2. As

da Historia: a mestra da vida

Para aprofundar o tema

o Os

18

da Historia

da narrativa

19

daAs Historia

20

Bibliografia sugerida O seculo XIX e as

21 no conceito de Historia. 22

Para aprofundar o tema Os impactos da Francesa

24 24

A tarefa do historiador para Humboldt Historia:

25

disciplina em

25

Bibliografia sugerida 1.4. A

do disciplinar

Para aprofundar o tema A O

do campo disciplinar na e a escrita da Historia

Bibliogra fia sugerida

26 27 28 28 29

30

No o sacramento do era a toda poe seu registro deveria um como em todas as da Assim, o no me do batizado, o sexo , os dos dos . data da sao que se repetem em todos os registros. O r. a partir de um metodo pode a com que as comunidade ou se nasciam mais meninos ou meninas. das decadas de 1950 e 1960 dessa >gia,

as conjunturas que

A analise massiva de fo ntes encontrado uma

)gia

em termos de De fato, a dos era conseguir um grande volume de possibilitava com certa grandes ea de fenomenos. a Historia em voga nas decadas de 1960 e 1970, os pesquiestabelecer de de taxas de e de etc.). No a de series longas e e os . a historiog rafia das grandes fo ram favorecendo cada vez metodos O principal feito era de que esses grandes cide analise macro O metodo

por difere do

o papel dos na na medida em que

se utiliza

estatisticas como base de analise de um problema, nao pretendendo medir ou categor ias. A pesquisa quantitativa com incoletadas que sao expressa s em As fontes incluem, das de srcem documentos como fotograflas, desenhos, videos e Seu papel e forne cer a possibil idade de de >ntes que acrescentem qualidade a pesquisa, ou permitem a )s casos em de Dentro dessa o privilegi a fenome nos ao da e trabalh a com complexas que n ao permi tem exapriori. Sua passa a no processo A de qualitativos torn ou-se cad a vez mais f re qu en te a partir da segunda de cada 1960. A utilizacao de fontes como a o oral, se mo stra ram um recurso cada vez mai s utilizado ou Historia Os metodos nao foram mas deixaram de a principal forma de para se tornarem mais uma a los pesquisadores. Assim, os trabalhos de Historia podem se beneficiar de metodos na verdade, sao compl ementa res, cada com suas vantagens e limites.

Para aprofundar o tema A

e a dito,

O

quantitativa

uma

de

parte do

(quantitativa

do

ou

pode ser analisada

Asfontes que seguem

as

de

casamento e obito, podem ser muito uteis para analises quantitativas porque permitem a de elementos que se repetem ao longo de anos.

sua

podem

na medida em que

ao conjunto dos documentos. A demografia

uma

muito em voga

novos

Europa ao longo dos anos 1960 e 1970.

fornecer

de

No trecho a

de

reavaliando

a historiadora Maria Luiza

da

ser objeto de analises meio da

uma

critica sobre a

para a Historia.

com os trabalhos da Demografia Histonca, Agora,

inusitadas,

antes vislumbradas ou

des

de

documentadas e de forma abrangente. [...]

O suas

da

(que

sociais

ser resgatado. O mundo das famflias foi outro vies que foi

penetrado por novos grafia de. A

poucos

e com muitas

e com novas

das analises da Dem

baseadas em Registros tao escondida nos

veio a em toda a sua varied e particulare s do passado pode

ter parte de seu passado desvendado. A morte, a

passado

outros tantos estudos que das

foi

de

as epidemias

do

a luz. Ate mesmo a

com base nas

contidas nos registro

e de [...]

O mundo da

brasileira na Historia

de filhos ao nascer,

dos

a parte

e

pre-

escrava, o ato de abandonar o

e dos

dados as pessoas na

difundida de a maioria das

sociais ante a tas epidemias que de suas

a ser desvendado. A

dentro da

que

no Brasil

a caracterizar boa

de ontem e de

as

ea a de anos e do volume de cernossas populacoes do passado, o mundo do trabalho e no Brasil

muitas vezes pioneiros desvendados Maria Luiza

foram

e realidades

estudos de Demografia Historica." Os

e a Historia do Brasil,

e

e quaisquer fontes, os registros e

poesias) sao

ao leitor

De

professor, as obras da sociedade,

s.

nao

ou

a andli se de uma a dos Esau e

do

na

em qualitativa,

no contexto

tempo. A

em

pode

em que revelam

mesmo que do

com e prdticas de seu tempo e No de Assis (1839-1908), os personagens Pedro e Paulo Pedro e

e republicano e liberal. para a

de

que

e de

la

o

sao fontes

em 1904, a obra no

e

fa

No trecbo a seguir, Machado

Paulo sobre a

o

15 de

de

por meio de um dos personagens.

o que contado, era costume de Aires sair a Nem s emp re acertava. Desta vez foi ao Passeio Cheg ou as sete e entrou, subiu ao e para o mar. O mar estava crespo. ouvindo as ondas, e chegando-se a passear ao do 2 borda, de quando em quando, para bater e recuar. Gostava delas uma de alma fort e, qu e as movia para mete r a terra. A enroscando-se em si uma mais que de de a qu e nao faltava m nervo s nem nem a voz que bradava as suas cansou e foi-se ao ao e passeou a toa, revivendo e coisas, ate que se sentou em um banco. Notou que a pouca que nao estava sentada, de costume, a toa, gazetas ou a vigilia de uma noite sem cama. Estava de pe, falando entre si, e a que entra va ia pegando na sem conhecer os interlocutores; asparec eu, ao menos. Ouviu palavras soltas, etc. ditas em torn alto, acaso para a ver se esa e se obtinham mais uma as Nao que assim fosse, po rqu e o dia vai e as pessoa s nao eram conhecidas. O se coisa suspeitou, nao a disse a tambem nao o ouvido o resto. Ao lembrando-lhe algo particular, escreveu a uma nota na carteira. Tanto bastou para que os curiosos se dispersassem, sem algum epiteto de louvor, uns ao governo, outros ao exercito: podia ser de um ou de outro.

Aires

do Passeio

suspeitava

coisa, e seguiu ate o

Largo da Carioca. Poucas palavras e sumidas, tos que do

caras espantadas,

mas nenhuma noticia clara nem completa. Na soube que os militares tinham feito uma

da

ouviu

e das pessoas, e noticias desencontradas. Voltou ao

buris o disputaram;

entrou no que

ficou

a

Catete. Nao perguntou nada ao cocheiro; este e que

onde tres

e ma ndou tocar par a c disse tudo e o resto.

de uma de dois ministros mortos, um fugido, os demais presos. O perador, capturado em vinh a descendo a serra. Aires olhava para o cocheiro,

palavra saia deliciosa de novidade. Nao

era desconhecida esta criatura. Ja a

sem o tilburi, na rua ou na

ou a bordo, nem de

alguma vez

Quis saber

a

vestida de seda ou |

interessado e curioso, e acabou

tando se realmente houvera o que dizia. O cocheiro contou que ouvira tudo um homem que trouxera da Rua dos

e levara ao Largo da Gloria, por

que estava assombrado, nao podia

que corresse, que

pagaria o dobro; e pagou. — Talvez fosse pode que

implicado no barulh o, sugeriu Aires. porque ele levava o derrubado, e a principio pense:

sangue nos dedos, mas reparei e vi que era barro; com certeza, vinha de

descer algum muro. Mas,

bem, creio que era sangu e; barro nao tern aque la

cor. A verdade e que ele pagou o dobro da viagem, e com esta segura, e a gente

grande risco

po rqu e a cidade nao

pessoas de um

p ara outro...

a porta d e Aires; este mandou par ar o tabela e desceu. Subindo a escada, ia possiveis. No alto

pensando nos

o criado que sabia tudo, e

— O que e que nao e

pagou

pe rgun tou se era cert o...

Jos e? E mais que cer to.

— Que mataram tres ministros? — Nao; ha so um ferido. — Eu ouvi que mais gente — A morte e um nao

rezes por

falaram em dez mortos... a vida; talvez os mortos

porqu e nao

bom

Em todo

Jose." de

Esau

1904.

sugerida Pierre. A Historia )ocamode rna. Rio

Social: a

Janeiro: Jorge

o

eo

na

1976.

Sheila. Historia da familia e

In: CARDOSO,

da Historia. Rio

marion; VAINFAS, Ronaldo

Janeiro: Campus,

p. 241-258.

Joao

FLORENTINO, Manolo. Historia Economica: In: CARDO-

VAINFAS, Ronaldo

Dominios da Historia.Rio de Janeiro: Campus,

Maria Luiza. Os registros paroquiais e a Historia do Brasil.

Historia,

Hori zonte, n. 31, p. Eni de; SILVEIRA,

Belo Horizonte:

2004. Historia &

e

2007.

Bassanezi

Sao Paulo:

2005.

Rio de Janeiro:

n.

1998.

ISIS, Machado de. Esau e

Disponlvel Acesso em: set. 2009.

IV - Em

de

A Historia na escola Ensinar Historia dos aspectos que respeito

e uma tarefa respeito ao

Ate procurou-se tratar de do historiador, mas falar de Historia

ao seu ensino.

toes tao complexas e que que, muitas vezes, A simples

diferentes,

tempo de de de Historia somente ate o Ensino

de conteudos acaba por

na, professores e de Historia do processo de

a

para

o entendimento da

de conteudos e afastando o do conhecimento. Nesse sentido, vale

tar, para que serve a Historia? Ao longo dos tempos, a Historia ensinada sempre uma

No caso brasileiro, o ensino de Historia

fundamento

e acabou por se encarregar de formar cidadaos. De uma maneira ou de outra, a escolar a projetos de fosse da fosse de segmentos

Esse comprometimento

sobre o passado baseados discursos plicidade de 102

que constitui a

que fornece acaba por contrib uir para a

com os do do conhecimento.

afastando a

dm

O ensino escolat ganha na medida em que pode se da diversidade de como forma de expor a multiplicidade de enfoques, do coNesse sentido, compreender as de da escrita da pode con tribu ir para a autonomia da Histo ria ensinad a, ten do p or base a diversidade. A compreensao das questoes e dos hisprete nde r fazer com que professo res e al unos reproduz am historiadores ajuda na da aprendizagem e aproxiconhecimentos que sao, complementares. Por o historico em de dinamismo e diversobretudo, a por parte de profes sores e alunos, de que a Historic a e relativas. como acontece com a Medicina, em que o conhecim ento e novas tecpicas e tratamentos sao a cada dia descobertos, a Historia com verque respondem questoes de uma determinada Como o conhecimento em Historia nao e todos os documento s e estudos devem ser entendidos seu contexto. O processual da do conhecimento a contribuir par a o ensino da Historia. Por isso, no conhecimento de aspectos fundamendo oficio do e de algumas vertentes historiograficas. Po r deles, possivel element os importantes e o de algumas recorrentes nos livros didaticos. Naose trata de tutelar o ensino escolar as historiograficas, mas, compreender que o processo de do conhecimento histor ico e a Historia ensinada sa o saberes A Historia e uma que elabora discursos sobr e o passado. Por i sso, e fu ndamental o e nten dim ento de que passado e Historia s ao instancias autonomas, que intimamente relacionadas. Cabe a professores e alunos a compreensao de que reler os vestigios do passado e reinterpreta- los constitui a base do conhe cimento historico.a A divers idade de abordagense caracteristico faz parte da da contemporaneidade Esse relativismo, campo e consritui o cern e do exerci cio intelectual. O ensin o da Histori a ganha na medida em que essas com utilizando a multiplicidade como elemento agregador e sem ter de se a de ordem sejam Nesse sentido, a Historia pode contribuir para diversas sem ter obrigato riam ente uma fun cao preestabele cida, seja ela de formar civilizar, valorizar a como se acreditou muito tempo. A por exemplo, e elemento mas por si so nao determina a ea da Historia na escola. Nesse sentido, a disciplina um de ensinar a

ea

o os

a partir de na em que a entenderem o tempo, as as o e, a partir disso, serem capazes de selecionar e criticar as do seu dia a dia. A ou outra disciplina, forma por outro e impossivel sem as de historicidade, de do saber sobreo vivido e sobre o tempo que so o pode dar.

Paraap rofun Escoia e A

das

ultimas

para a

do

escola das

da

Jean-Claude

escolar (que

posta sobre a

sobre os de

e

da

q ue a cultura se

a cultura como m emoria viva. No que

e da

lado, a

do trabalho de e de

o

das

que, se por

a educacao

sobre o

e cultura,

de

por outro, e pela

"A

estudos e

da memoria

sobre o

de

XX,

das relacoes

para

a

sdo

e os

a serem suas

de e de da nao de prestar ao fato de qu e toda e em particular toda de tipo sempre na verdade uma no interior da cultura e uma dos conteudos da cultura destinados a serem transmitidos as novas Esta de na cultura e de redidatica faz com que nao se possa apegar-se a e de uma unidade de e da cultura: e matizar e isto e. constru ir um a verdadeira das relacoes entre escola e cultura. [...] No que se refere particularmente a de tipo escolar, a de tudo o que conserva do passado nao deve a de tudo o q ue esquece, abandona ou A cada a cada da pedagogia e dos programas, partes inteiras da que desaparecem da ao tempo que novos surgem, novos conteudos e novas formas de saber, novas novos modelos de certeza, novas dede ou reconhecer o grande poder de da sua capacidade de ativo'. Pode-se quais sao os os os fatores

selecao cognitiva e cultural que faz com que assim

salvo do esquecimento', de

parte da a

e

enquanto que o resto

consagrado ao Mas nao e

em

cultural

ao

[...] que se

o problema da

e tambem, e ate mesmo mais ainda, em das ideias, dos

dos

da sociedade.

no

a escola nao ensina

restrita de tudo o que constitui a comunidade humana. [...] O que se ensina e, que esta parte ou esta

a cultura viva de com efeito, menos a cultura de

autorizada', sua face legitima. [...] Segundo

as ideologias

: alunos aos quais se

uma parte extre-

da cultura que constitui o

social e [...] sua os paises, as

ao estado dos co-

que se

ou

os

dominantes, os

da

cultural

variar e se

[...] Mas ha mais: a

escolar nao se

a fazer uma

num dado momento,

entre os saberes e

deve tambem, para

as de

de

que a do assim do teorico nao sao diretamente

a ou de

a obra do ou do ou o pensaao aluno: e necessaria a de

[...], a elabora-

" — de todos os elementos de saberes

que sao

mas e de todos os

[...]

por exemplo, dos

da

cognitivas escolares), estas

a emer-

(os saberes e os modos de pensamentendem a

de instrumentos toara se constituir numa

das

[...]

que, se o de

de seu estatuto

e de

das aprendizagens,

de

dos limites da

a toda especie de outras lazeres, dos

imagens

mas tambem o dos exercicios

dos deveres, dos controles

e capaz de

eo

dotada de sua para

sua marca didatica e aca-

(que

do turismo, no

por exemplo no contexto

politico ou no

sus-

assim com as outras dinamicas culturais (com as diferentes expressoes da cultura

com as diferentes formas da cultura dita

de

de grupos)

aos

com as

cognitivas ou as

complexas e [...] de nenhum de simples

ou de

de

com os meios de em todo caso, Sabe-se, por exemplo, 105

[...] como na

Media, o pensamento esta 'arte de inventada por e para a escola e obedecendo a com [...], inscrever-se, como 'forga formadora de profundo, nos dos que se encontre a em cercos caracteres Do modo, pode-se com os na de uma srcinal saberes, de sistemas de e na

de para da a e

possivel ver o puro e simples de uma preexistente, ou a direta dos interesses de ou grupo de exterior a o que nao a impede de se atraves de e em funcao de Reconhecer esta da nao pois, a separar os de subjacentes aos de ensino' dos outros dispositivos e que em no social, mas leva a a na das entre escola e cultura e na de ver naquela o simples veiculo ou de uma cultura posta como uma entidade una e e

Jean-Claude

as bases

e

do

escolar, 1993.

Histo ria e saber escolar Uma das

caras aos professores de Historia

a

ressurge em nova perspectiva, que rompe com as

XX,

no

objetivo de texto, a

de racionalidade melhor o seu

As e o fazer

brasileira Ana Maria

do saber escolar. Essa I

vigentes desde meados do

para o interior da escola com o no dmbito da cultura escolar. Neste e

ao ensino da

disciplina envolvendo o dommio de saberes referentes ao passado e seu didlogo com outros saberes que tirculam e se

nas sociedades. Aborda as

os conceitos de saber escolar e de

didatica para

de diferentes autores que as

com e limites de

no campo da Historia.

"Pesquisas que o curriculo e campo de e permeado por conflitos e de complexa e hibrida, com diferentes de curriculo formal, real, oculto. [...] Essas novas em a estudos e que, ao nao reconhecerem a especificidade da cultura escolat, buscavama melhoria do ensino atraves da maior na medida em que a

com o conhecimento coerente e

O ensino seria fosse em

1.5. O Para O A O sugerida

do

31 32

o do historiador dos ea do Arquivo Nacional 34

32 32 33

Parte II -

35

2.1. O que e Para aprofundar Por que rescrever a A neces sidad e de repensar a Historia

35 37 37 38 39

2.2. A Escola Para aprofundar o tema e o offcio do historiador

40 42

A

42 de

Seignobos e

Charles

43

sugerida

44

2.3. Para aprofundar o tema A diversidade da "Escola" dos

45 47 47

uma "Escola" dos Annales? Bibliografia sugerida

48 49

2.4. A Nova Historia

50

Para aprofundar o tema A Historiavista de baixo Bibliografia sugerida

52 52 52

2.5. A

,

Para aprofundar o tema Os atuais da Historia A

A da Micro-Historia Bibliografia sugerida

53 55 55 55

56 57

2.6. Novos caminhos da historiografia Para aprofundar o tema O retorno da Historia Bibliografia sugerida

58 60 60 62

Parte

63

-

e

3.1. As fontes e ado historiador Para aprofundar o tema Historia e prova Lorenzo Valla e a de Constantino A mentira Bibliografia sugerida

63 64 64 65 66 67

Essa escolas,

em que sua

a se faz

erros no ensino e

nas porque

processo de e com a de de autores, alguns deles com pressupostos para explicaou Ao ser radicalizada, esta critica a considerar o saber escolar um saber segunda inferior ao cientifico, porque resulrante de simplifi.cac.6es para o ensino a e adolescentes, ou adultos ignorantes. Nao defendemos aqui que todo ensino escolar e desenvolvido e a erros. A apoiada em autores que a especificidade da cu ltura e do saber escolar tern, no para sua melhor Nao podemos negar que o com o conhecimento cientifico e fundamental. Mas e compreender melhor se da a do saber escolar, que envolve a com o conhecimento cientifico, mas com outros saberes que no contexto cultural de referenda. Nesse sentido, o conceito de saber refere nciado em pesquisadores do campo da area do e da das disciplinas escolares, oferece para a melhor dos educarivos. [...] A perspectiva com a reconhece a especificidade ca desta que tern na escola o por escola que de ser considerada apenas local de e transmissao de saberes, para ser compreendida como educacional, (por) e de cultura escolar, onde se confrontam diferentes e interesses politicos, culturai s. mais aos autores franceses que estudam os de Nessa perspectiva, os saberes escolares,antes e passam a ser de que se para aspectos relacionados a cultural — quais saberes, motivos de culturais e sociais e politicas das ocultamentos, Mas, basta selecionar. E os saberes possiveis de Nesse sentido, os voltados para os de destes saberes invesos de sup erar a perspectiva instrumental e o conceito de didatica para os para Por o processo que um saber em saber a ensinar, e este, em saber Por ultimo, e nao menos importante, e lembrar que o saber escolar, em sua transmissao e

passa por um processo de de valores entre os

ou A

e veiculo de por107

tanto, e estruturante deste saber, e ou

sob a forma de

saberes de

ou

baseados na

dos no desenvolvimento do

mas

da

formas e

ou basea-

e

Ana Maria

Ensino de Historia e Historia

dialogos

2005.

sugerida FONSECA, Thais Nivia de Lima e. Historia & ensino de Historia.Belo Horizonte: 2003. Jean-Claude. Escola e escolar.

as bases

e

do co-

Guacira Lopes Louro. Porto

Artes

1993. p. 14-18. Rio

do ensino da Historia

Janeiro: I

Access, 1999.

Brasileira de Historia.

ensino de

Historia. Sao Paulo: Editora Marco

v. 13, n.

set.

ago. 1993.

MONTEIRO, Ana Maria F. da C. Ensino de Historia e Historia cultural: dialogos possiveis. In:

R.;

M. F. B.;

politicas — Ensaios de Historia cultural - Historia

neiro:

e ensino de Historia. Rio de Ja-

p.

; GASPARELLO, Arlette

ria:

M. F. S. (Org.).

saberes e

ROCHA,

Marcelo

Ensino de Histo-

Rio de Janeiro: Mauad X, 2007. Luis. A Historia na escola:

livros e leituras. Rio de I

2009. SOIHET, Rachel; ABREU, Martha. Ensino de Rio de Janeiro: Casa da Palavra/Faperj, 2003.

108

e

4.2. O Brasil e

pafs sem

memoria? O

com a memoria nos

podemos

nossos nossas escolher diferentes que

E possivel

personagens do nosso passado. ser depoimentos atra-

do metodo de Historia oral ou documentos escritos de dente

possibilidade

Vargas

como tema as As

como relatorios, livros e personagem, o ex-presi-

como material de dos 50 da morte de Vargas, em torno da figura de Vargas sao uma

jornais e em 2004. na nossa

isso sao elementos importantes para entendermos os mecanismos de cons e func ionamento da memoria coletiva brasileira. E bom lembrar que o sentido primordial de comemorar e trazer a memoria, recordar. Nem sempre a e festa ou

pois pode expressar, tambem,

do passado para Os

o presente. para a

dos 50 anos do

de que a memoria ternsido A que se materializa de diversas essas

de controle

das ao passado conduz sendo a

de Vargas

a

culturais mais importantes das sode um a memoria apenas uma delas. O que

nos trazer?

109

Brasil. Julgavam que haviam vencido a tadas as

vez que

do movimento: as

1933; a

conquis-

pa ra a Assembleia Constituinte, em

de 1934, a reco nquis ta da autonomia e a garantia do princip io

Para alem dos social

publicados desde 1932, outras

de

da

acionadas para asse-

a verdade dessa da

Desde 1932, a

aos

a que o

aos

nas co-

da

Consti-

Em 1934, vez,

primeira

cerimonias ci-

vicas que

a

da

dos

Em

1955, as com a

do

A partir desse a

e ate hoje,

do passado concen-

trou-se na

dos

oitocentos

de

mortos no

interior do monumento. Nas duas os rituais

contra

em 5m X Monumento do

o esquecimento ideias centrais: democracia,

72m com cripra X ao soldado de Sao Paulo, 2004.

autonomia e unidade regional. Neste sentido, entre 1934 e e liberal

encontra mais

a ideia de democracia ilustrada de vies elitista para

Nos anos 1950,

a de-

mocracia representativa funcionava plenamente, as leituras que os participantes das cerimonias do 9 de ju lh o, inclusive a conceito provavelmente

mais

acaso, portanto, que, alem dos fosse incorporado ao A

na

que em 1934.

silenciosa, podiam fazer desse do que nos anos 1930. Nao e um os

tempo ao na

social, e

um

do

de Piratininga'. mais pronunciada em 1955

a

no da autoridade no ritual de 1934 e o sentido atribuido a de Direito

ocupava nas

ea

a figura de Pedro de Toledo

pelo Trianon. Em 1955, as hierarquias rituais, mas de forma

e

mortos que

objetivadas

rigida, pois o da

ABREU, Marcelo Santos de. As de 1932: do passado e

Estudos

Paulo, 1934 e 1955). p.

aos

de 1932, 2007.

da social do Rio

Constitucionalista regional (Sao

Janeiro:

n. 40,

2007. Quillet. O "devoir de

e

do ritual e o

o par de Abreu. As

tre

passa-

Historia,

na

con

en-

e direitos. In: GOMES,Angela de Castro.

Rio de Janeiro: FGV, 2007.

memoria. Rio de Janeiro:

Andreas. Estudos n. 14, 1994.

2000.

Rio de Janeiro: CPDOC-FGV, v.

REVISTA Estudos Historicos. n. ROUSSO, Henry. A memoria e

Rio de Janeiro:

v. 14,

e mais o que era. In: AMADO, de Historia oral. Rio de Janeiro: FGV, 1998. p. 93-

101.

do

do

sobre o

XX.

Sao Paulo: Arx, 2002.

113

4.3.

com Historia oral

A oral" e e permite muitas e guns ser possivel a todo oral, por qualquer individuo e em qualquer circunscancia, sem nenhuma previa. E que ha entre o metodo de pesquisa denominado Historia oral e o simples regiscro de sonoras. A Historia oral pressupoe a de uma fonte oral que e o resultado da pesquisa e do estudo para a coleta de depoimentos com fins documentais, ou seja, da de uma Nesse o metodo de pesquisa deve ser confundido com o emprego das "fonte oral" ou oral", que se referem a registradas atraves do som em sentido como um programa de radio ou uma entrevista Algumas das da pesquisa com o metodo de Historia oral das a problemas para o arquivarnento e a das fontes produzidas a partir de entrevistas, em virtude de sempre adequadas para dar o material. Na maioria dos casos, as entrevistas nas de pesquisadores nao havendo possibilidade de consulta por interessados. Para contorna r esta muitos arquivos e bibliotecas tern criado acervos de depoimentos produzidos por seus mas abertos para o 114

recebimento e de de depoimentos produzidos por pesquisadores externos. A Historia oral, como de pesquisa que produz fonte especial, se revelado impo rtante no sentido de possibilitar uma presere uma melhor da coletiva e dos de construde identidades de gruposou nas sociedades. Como foi visto, as possibilidades de uso da Historia oral portanto, como atividade didatica o desenvolvimento de um projeto de de tema seria voltado para o com a e com a Historia. Para isso, um primeiro ponto seria a fazer uma pesquisa sobre a trajetoria da de maneira a conhecer alguns A etapa e levantar alguns livros e pesquisar em para se obter cias e alguns eventos marcantes do bairro, Se nao for possivel disponiveis nesse primeiro entrevistas ser realizadas. O importante e possuir ou elementos para nizar um projeto e ter uma ideia do que se pretende fazer, uma dos depoentes e os objetivos do projeto e os seus resultados. Com essa iniciativa, os alunos nao so vao estar se preparando para conhecer melhor seu bairro, mas aprendendo a fazer um projeto de o que ser para qualquer outra disciplina. a tarefa de do projeto, para a do roteiro das entrevistas, E importante que os alunos o que pretendem descobrir com esses depoimentos, estabelecer um ponto de partida. E que as entrevistas surpresas e essa uma parte interessante, pois podem nos revelar desconhecidas e diferentes sobre um mesmo Os alunos e professores pelo projeto devem ficar para que as tenham uma minima, que realizadas em ciosos, que muitas pessoas ao mesmo tempo, ou intervenham na fala dos depoentes com de maneira que ao final o registrado seja compreensivel. E muito que em projetos feitos em comunidades, sem as devidas na da os depoimentos sejam incompreensiveis, segunda etapa do projeto e o trabalho com os depoimentos, Como isso pode ser feito? As ou CDs gravados podem ser transcritos para o e transformados em um texto para ou podem ser ouvidos. O importante que os do projeto tenham possibilidade de analisar o material que foi coletado. Como podemos fazer isso? Em primeiro e possivel retirar dos depoimentos as sobre a trajetoria do bairro; datas eventos,

Mas podemos e as das memorias contadas. ver que poncos de vistas fatos que sao silenciados, ou que sao destacados. O que podemos fazer I dessas sobre e, como ja dissemos, que a memoria esta sempre em processo de e e seletiva, ou seja, existem coisas que sao lembradas e outras que sao dependendo da pessoa que E como a memoria individual e coletiva funcioe como existem de memorias como a memoria retrata uma verdade e pode um instrumento de de ser tambem uma polftica. Uma terceira etapa do pode ser o de um texto escrito sobre a historia do no os e professores articular as inforja obtidas da pesquisa em outras inclusive nos livros e as memorias provenientes dos Outra atividade que pode ser pensada e a dos depoimentos tados. Seria interessante que a escola reservasse na biblioteca um local para forum acervo dos projetos em desenvolvimento e de possiveis projetos Com essa os alunos poderiam sobre a necessidade da preservado patrimonio cultural do seu e aprender de de um pequeno arquivo. A de um projeto de Historia oral, como se pode ver, permite o desenvolvimento de habilidades: a escolha e a pesquisa de um que pode ser articulado com outras disciplinas; a de um roteiro e o aprendizado do com pessoas de fora da escolar — os depoentes; a do material coletado; a de um texto escrito cuja pode contar com o apoio das disciplinas de Portuguesa e Essa tambem pode o desenvolvimento das de memoria, patrimonio e

Para aprofundar o tema Historia O

de

polftica e oral

se

de e as

vezes

sao

de

com a Historia oral que

mas

coloca dos depoentes. Para

fazer

com e bom aos nossos

dos que nao podemos que

mma carta de

que e um docum ento de autorizafao para a

a carta, deve ser explicado sempre ao

de entrevi stas. Se

o uso que

de sett

e que a Historia oral pode ser usada com

temos

para

mas tambem aqueles

opositores, ou pessoas as quais temos muitas

que sao

e discordancias. Mesmo

a

deve ser

conduzida sempre com os mesmos criterios e cuidados de maneira que possa serfeito um trabalho com

Historia oral, Hebe

e

em

chama a

instrumento para captar uma

para

das en trevistas de Histori a oral

oral. Seus depoentes nao vivendaram a

mas atraves dos

captar uma memoria

Inacio tinha 72 em 1995. Nasceu

a

atraves de

da entrevista concedida a Ana Maria

Fazenda Sossego, em

do

estado do Rio de Janeiro,

onde — segundo seu depoi mento — foi escravo o seu avo Inacio (que

uma lingua

dido). Tambem seu antes e depois do

com seus



teria morado na Fazenda do Sossego,

do cativeiro. [..,]

da

filho

de Vicente

e seus

em regime de parceria, na

mento a Robson Marti ns — nascera Estes sao pequenos em

minadas

homens que se

que

a

areas escravistas do avo e avo,

ate o cativeiro. Tornados em

do

Seus

como

com

produzem deter-

comuns sobre escravidao e liberdade, Historia e

que assumem estar referidas a

ea

entrevistas depositadas no acervo Oral e

pois — segundo seu depoi-

ventre

depoimentos rememoram com nitidez pai e facilidade suas

lavoura'

fazenda em que seu

dos depoimentos de

como negros e descendentes de com a

ex-ca-

em Alegre, no Espirito Santo, Cresceu

pai havia sido escravo. Sua mae nao chegou a ser

do

parte de

sempre que nao queria ser enten-

Paulo Vicente Machado nasceu em tivo na

um

do

familiar. [...] Sao do

de de Historia

do Departa ment o de Historia da Universidade Federal Fluminen-

se

[...] A primeira

q ue emergiu ao a enveredar por outr o tipo de

de trabalho so produziu nestes

a ser desenvolvido nos sobre o

no

[os depoimentos] em conjunto Por que este anos? [...] Muito se desde a

de

mas pouco sobre os escravos e a experiencia da escravi dao e da [...] Deste a prim eira questa o que a leitura da daquelas entrevistas efetivamen te fo rmulav a relacionava-se as formas como, no B rasil, a Historia da escravidao e da foram apropriadas como objetos de [...] se do [...] as como via de a entre e [...] Foi tendo em vista esta que os [...] foram negro nas deste mem6ria familiar da da escravidao e da Ou o fato da como tambem uma memoria familiar da [,.,] Como uma abordagem sobre o das entrevistas sem perder de vista a riqueza de subjetividades que os de Historia oral as tensoe s en tre os individuos que a Como sar estas tensoes e, portanto, os bias de cada sem me ap ropriar indevidament e do dos pesquisadores que cada dos analisados? [..,] O primeiro passo foi tentar definir em termos mais as principais — em termos de e — que mente

cada um dos conjuntos analisados. busquei soe o conjunto de da acervos, como explicitar o mais possivel o que se reconhece aos pesquisadores em cada um dos projetos. Os com as espea Historia oral sabem das muitas que circundam a questao dos direitos autorais. De modo, apesar da de de direitos, a autoria nestes projetos reconhecida aos entrevistados. Mesmo sendo do po nto de vista legal, considero que, do pont o de vis ta apenas a autoria con jun ta da conta do entendimento do documento produzido por este tipo de trabalho, [,..] De forma geral, diferentes da nos depoireferidos a abordagem do a historia de vida do trevistado ou ao contexto de cada Para resp ond er as perguntas dos entrevistadores, os entrevistados fre que ntem ente recorr eram a contos popu lares ou ao que um a vez nos livros na igreja ou nos como as veiculadas sobre o cinema e [...] de a escravidao apesar nos conjuntos de entrevistas analisados. Em todos eles, os entrevistados se da ou cia aos termos e Em todos os co njuntos tambem os depoentes a de do como refe renda mais geral de A ideia de e So de coerentemente com estas e que

3.2. Os limites da Para o paraPedro II sugerida

68 70 70

71

3.3. Historia e temporalidade Para aprofundar o tema O tempo como fundamento da Historia As em Historia Existe As Bibliografia 3.4. Historia c verdade Para aprofundar o tema Historia e verdade sugerida

72 74 74 74 75

75 77

78 80 80 81

3.5. Fazer a Historia Para aprofundar o tema O conhecimento Bibliografia sugerida

82 84 84 85

3.6. Identidade e

86

Para aprofundar o tema Memoria e identidade Memoriae Historia: fonte ou dever? Bibliografia sugerida

88 88 88 90

3.7. Historia oral Para aprofundar o tema O estatuto da Historia oral Dilemas e para o uso da Historia orai Bibliografiasugerida Sites

91 93 93

3.8.

96

94 95 95

quantitativos e

Para aprofundar o tema A ea A literaturaqualitativas e Bibliografia sugerida Site

Em

de

A Historia na escola Para aprofundar o tema Escola e cultura Historia e saber escolar Bibliografia sugerida

98 quantitativa

98 99

101 102

se

no aos

que os depoentes Ventre nas

da

cativo, frequentemente

e

[...] E selecionadas, os do do sentido de de seres a condicao de simples mercadoria da [...] Os tigos fisicos este tempo, presente nas diversas tivas de requintes de crueldade, vezes associadas a do ou a uma do torturador por meio de poderes do cativo torturado — a morte dos filhos nos casos das ciumentas, perda total da etc. — como e [...] As narrativas neste texto nos portanto, de uma de cativeiro como ausencia absoluta de direitos e de alternativas de rompimento com esta da de direitos ou privilegios. Neste contexto, a a dedaqueles privilegios efetivamente em direitos. [...] portanto, de certo significado da brasileira no Brasil frequentemente negligenciado [...] E ter em a da escrapara mensurar o significado dos atribuidos aos cidadaos brasileiros no

e a todos os nascidos no B rasil

a Lei

Hebe Mattos. Os nos arquivos orais de

da memoria:

de

e liberdade brasileiros, 1998.

sugerida Verena. Man ual de

neiro:

Marieta de Moraes 1994.

LANG, Ana Beatriz. de pesquisa.

Oral. 2. ed. Rio de Janeiro:

Rio de Ja-

Historia Oral e

com Historia Oral: Sao Paulo, n. 11, p.

2004.

sobre

MATTOS, Hebe; RIOS, A na Lugao. Mem orias do cativei ro: familia, tra balho e cidadania no Rio Janeiro: Brasileira, 2005. . Os combates da memoria: descendentes de escravos brasileiros. 1998.

e liberdade nos arquivos orais de v. 3, n. 6, p.

MONTENE GRO, Antonio Torres. Historia oral e mem oria: a cultura popular da. Sao Paulo: Contexto, 1992.

119

4.4. Historia e imagens No

XIX, com a da Historia e que possuia um de estudo de textos, os documentos escritos adquiriram um valor especial, em detrimento das fontes visuais e orais. A partir de entao, os historiadores concentraram sua no uso desse tipo de fonte para escreverem seus tecendo muitas criticas a dade das fontes orais e relegando a um piano o uso de imagens. Nos anos, o surgimento de novos objetos e temas tern provocado um aumento na de diferentes fontes para a pesquisa historica, corn a especial das imagens. Nossa aqui, e exatamente discutir a das imagens para a historica e suas possibilidades de usos para a dos nismos de de projetos de e de de identidade Pinturas, e esculturas um caminho fundamental para nos a e a compreender a Historia do pais. No apreender o dessas fontes implica entender que nao sao neutras. fotografos e escultores selecionam, enquadram, omitem alguns elementos e destacam segundo demandas do presente. as imagens sao construidas para passar dada que expressa politicas e Para e sempre compreender o contexto: por e por que produzidas. dessa perspec120

as imagens podem ser entendidas nao que

mas

uma

do real, do

uma narrativa que pode

em uma dada sociedade. A

ou

desse pressuposto implica

que as ima-

gens nao se constituem apenas em uma A pesquisa com as imagens nos permite uma melhor

de como

esse tipo de documento pode se constituir em elemento fundamental para a consde

para o

ordens e podem tanto ticar

pois expressam

as

e

de diferentes

da

quanto

da nossa cultura.

Com essa

podemos entender quanto e fundamental

sentido das imagens para nos

a entender eventos, personagens e conjun-

turas da nossa Historia. Algumas imagens da

tornaram

por nos permitir

se desenhavam

momento. As

no seculo XIX se

os projetos de relativas a

dos seus

de elementos

brasileira.

No da as possibilidades de uso ricas. Surgida no seculo XIX, tendo como o freu uma grande

que

obras dos pintores Pedro

co e Victor Meirelles expressam constitutivos da identidade

o

a

so-

nao so do ponto de vista da tecnologia como

que podem abarcar tanto albuns familiares ou institucionais come-

morativos ate as fotos utilizadas nas diferentes

A possibilidade de registro de

da

personagem ou de um evento,

da fi-

de uma imagem, seja de forma predeterminada, seja de instantaneos que rejeitavam a muitos a

e valorizavam o

em tomadas nao

que as imagens reproduziam os acontecimentos

teceram.

como acon-

que por meio da fotografia seria aberta a possibilidade de

registrar a historia com fidedignidade. Os desdobramentos desse argumento culado por fotografos tern levado muitos a rejeitarern uma critica sobre a fotografia e as

sobr e seu significado. No entanto, e

fato de que a foto graf ia nao e neut ra e traduz sempre um vista do

atento ao do ponto de

ou do ponto de vista da midia que veicula a imagem. os

constitue m suportes im portan tes para desvendar projetos, nos permitem entender os

nal. Aprender a

ea

de

da

imagens pode nos oferecer

nar Historia e melhor compreender o mundo em que

e valores que coletiva nacio-

para ensi-

Para aprof und ar o A

da O

de

no

nacionai: a primeira missa no Brasil de

e um tema

mas

de ser

que? A primeira

e que as

de

uma

O que

com isso?

Victor Meirelles,

brasileiro que

primeira missa no Brasil, Essa

obras no seculo XIX e que

se

como

nos

em 1500.

tado quando o

os

que

nesses livros, na epor

a

do Brasi l, com o

uma leitura dessa

a cbe-

das

A

da posse,

Como

a

no seculo XVI.

gada de Cabral as terr as da missa como a

e

como exemplo uma

dos indios.

e

que essa pintu-

no seculo XIX, por Victor Meirelles, com o objetivo de destacar a dos Portugueses e a

dos indios, visdo essa que expressa as

e tendencias do seculo X IX. Os ideais contidos na pi ntura a ideia de

de uma

ligados a

brasileira,

e catolica. Assim, essa

nos ajuda a entender mais sobre o seculo XIX do que sobre o seculo XVI.

Victor Meirelles. Primeira missa no

sobre

projeto das elites do seculo

268cm X 356cm.

As

do rei XIV e tambem

do

o de

a

passar

abso-

Este para de Luis XIV e

a Filipe V, rei da

Acabou

no

salbes,

de Ver-

o rei aparece na

XIV

estivesse com 63 anos), os

com

de

e

para a O rei e representado com o je da

religiosa

durante a

o rei era

do. Os

de diferentes

naturezas.

do •a

politico: simbolo e

da

do

Carlos •o

do de 6leo

a espada da •o

da

que e

o poder

e a defesa da

de Us, cor e simbolo da

Sinais da

• o colar da Ordem do

Santo, ordem da cavalaria reservada aos membros da

nobreza) e da • os saltos

279cm X

o rei da

era o

detalb e do

que so os nobres

a usar no

Sinais o

de

• as

da

que tornavam o rei da

ssntada a • a mdo

que

a

do G rande Sacerdote no Antigo equivalente a

bispo. As vezes tambem era repre-

do rei com seu reino;

(apoiada na mesinha) lembrando que so o rei e "fonte

e simbolizando o

dos

123

Philippe

professor da

das imagens. Segundo mas

estar

de Paris

a para

sobre

do contexto em quefoi o que as

nos

e das

e sua sobre a do para as imagens? A resposta e simples: nao existe metodo. Mas, ao dizer isto, a fazer? Nao existe metodo. [...] Mas eu que, do que um problema de e um problema de atitude. As imagens sao e como sempre, e nossa atitude em as imagens que a do que sobre sao Mas ao de que podemos uma primeira atitude ea que toma a imagem como um a de uma de uma abordagem como o na sociedade dos por Nesse caso, a imagem e totalmente e uma de algo que existe antes dela e fora Seja para uma abordagem historica ou nao im- j esta atitude nao me interessa de todo, pois e a da imagem. Meu ponto de vista e o de partir da ideia de que a imagem que de nos e ao mesmo tempo um objeto de cultura e um objeto por E um objeto de cultura sobre o existe um enorme saber e que e preci- ] so dominar este saber para abordar esta imagem. Se estou diante de um quadro do Renascimento, e evidente que nao posso compreender minirnamente o que esta em jogo nesse quadro se nao possuo um conhecimento que diga respeito a Minha se as teorias que que e necesconhecer as teorias sobre o Renascimento para um quadro daquela Considero em termos de objeto de conhecer e fundamental. A imagem como objeto de cultura requer um conhecimento mais ou menos 1 nado, desenvolvido, e os historiadores justamente para fornecer muito material a este saber — o da da arte e a esse respeito. [...]

Com o historiador acontece da forma. Um historiador que estuda as imagens dizendo: isto que eu estava procurando, porque esta imagem se inscreve em contexto, pertence a encontrar o q ue procura, mas nao vai encontrar o que nao estava procurando. Por isso, e nao procurar nada imagem para ser capaz de descobrir aquilo em que nao pensando, que nao era a priori. 124

E ha

como em 4 de

a

de 1944, uma

Guerra

feita

em

sobre a cidade de e para

estas imagens e os

as fabricas. Todos os

do

as imagens nao de

as fabricas da de

que

uma coisa:

tambem o

de Auschwitz, com as

1944 nao havia campos. Mesmo com essas

das

de gas, os fornos

E

prova da dos que? Porque o que se

ninguem viu nada.

queria com essas imagens era ver as fabricas da IG Farben. Ninguem que

havia um campo de

de

Depois viram, mas era muito

Esse

e tipico. O

que procura

coisa numa imagem

mas nao vai ver o que

Para que isto

esquecer de e

aquilo que

ter

o qual nao

o que

se

E

a imagem

na imagem, entender que a

ideia, mas e

porque ela e um se pode descon fiar, me parece

a nos

ao

sobre

tempo desconfiar da ima-

e objeto de por

e

foi Mas esta

de

e de

Philippe D ubois. Entrevista concedida em 2003.

O falseamento das fotografia

na

a falsa ideia de

com fotografia do

o

a

e inquestiondvel. No entanto, o do contexto em

uma vez

a

tambem

ou oculta aspectos, segundo as intengoes do autor. Para

balbar com e no entanto nao sao a fotografo. O

ter em mente que essas imagens sao um as

acontece em um determinado

aspectos

e

sao de

Um exemplo dessa

de

o

ao

as

de

de

do

da fotografia pode ser notado nas

anos 1930,

sobretudo, sob o comando de ou

visual e material do do

do historiador, todas essas

no

feitas na

por

bistorico, no qual estdo inseridos

Para o

sendo em

como as

do real (e nao a realidade). Tal como

Stalin

Os

foram

havia

em

e

por

do

125

As pessoas indesejadas

e recortando

a ser

das

As imagens mostram a

pov

Joseph Stalin

do partido comunista em 1926: Nikolai

Sergei Kirov (1886-1934) e Nikolai Shvernik (1888-

1970) em Leningrado. Com o passar dos anos, os componentes foram

restar

a

de Stalin, retocada

um a

.

a

1929.

• Imagens da do Partido Comunista em Nikolai Stalin, Sergei Kirov e Nikolai Shvernik em Leningrado.

Joseph

sugerida DUBOIS, Philippe. Entrevista a nis Historicos, n. 34, p.

de Moraes Ferre ira e Monica Kor-

. O Vega, 1992. KNAUSS, Paulo. Porto v. 15, n. 28, p. 151-168, dez. 2008,

arte e imagem.

Ana Maria. O da

Anos 90,

e as

visual. Revista

v.

p.

KNAUSS, Paulo (Org.).Revista Tempo.Rio de Janeiro, n. 14 (Imagem e cultura visual), 7. ed., Rio Janeiro:

2003.

REVISTA Estudos Historicos, Historia e Imagem. Rio de Janeiro: CPDOC-FGY. v.

126

4.5. Historiae A historia do cinema surgiu com a do em 1895, um aparelho que fllmava e projetava as imagens numa superficie. Desde a sua origem, a filme, de srcem inglesa, passou a a gravada sobre a pelicula. Inicialmente passaram a com o som

a partir do fim da decada de 1920 os aumentando o poder de

do novo meio de

com a mistura de som e imagem em movimento. novo tipo de o fordo documentario, propaganda

dos governos. Desde o o Boleslas animadas" como o

a historia foi objeto deleitura e de verdadeiro

que Matuszewski defendeu a

da de um

de que o filme de do e

o valor das

base nessa

de

no Essa tario, e a

em 1898,

seja

e ou documenO filme

e

fonte em e, por isso, deve ser objetode e Em e que todo filme, independentemente do seu ou documentario, ou drama) e produto do tempo em que foi feito. Esse elemento e fundamental para 127

Nos dem pode se ches,

temos um problema porque polivremente e ser uma o filme da para produzir O filme pode cliou novas realidade e ficcao sem o filme ou do passado sem em de Com base nessas o

filme pode ser de Ou serve para certos modos de de forma a uma dada historica? Se em que ha Historia e que nede do serve apenas como O e um agente historico na em que interfere na realidade e reelabora o passado as necessidades do seu se de uma mesmo que as os filmes a ser fontes para se as de sobre os temas Assim, como mantem indissollivel com seu momentode o filme revela interesses, jogos de poder e do seu momento de o filme O descobrimento do de feito em possui a do momento em que foi produzido, embora se propusesse a como a chegada dos Portugueses ate a da primeira A utilidade do cinema na das foi percebida por Vargas um recurso a para veicular o e o ideal de sociedade que se queria para o momento. Humberto Mauro o roteiro com base na de Pero Vaz de e no quadro A primeira missa no de 1861, do pintor Victor Teve o do Instituto do Cacau da Bahia e a do Instituto Nacional do Cinema orgao do da Em O descobrimento do o encontro entre e indigenas uma visao idealizada, sem unida em torno do catolicismo, aos moldes corporativos que o Estado Novo propunha. Por isso, para e em conta que todo "filme historico" e sempre um misto de historia e do momento em que foi feito. Os filmes a ideia de uma fiel da realidade mas nada e mais porque eles nao em si mas uma consque a realidade por da de imagens, sons e Os elementos relacionados a de cores) fazem da que e interpreta a realidade. Os a e

com uma ser objeto de conforme as

de descrever mais fielpor que, como filme, do seu

4.2. O Para

e um

sem o tema pouco para morrer para viver as

4.3.

morreram jovens da

com Historia oral

Para aprofundar o tema Historia e oral, memoria e Bibliografia sugerida

4.4. Historia e imagens Para aprofundar o tema A da memoria nacional: a no Brasil 122 As do rei O de imagens O falseament o das imagens na Bibliografia sugerida

120

4.5. Historia e

127

Para aprofundar o tema As visoes sobre

A necessidade Outras visoesde sobre As

a

daH istori a

130 130

Bibliografia sugerida 4.6. Historia e internet Para a profundar o tema O computador na escola A BibliotecaDigita l Mundial sugerida Bibliografia

13 2

135

O filme,

objeto de os objetivos de

rida numa realidade critico, no derando esses

o criou, Sua

aspectos que

sua producao

inse-

como recurso

professores e alunos

urn

tornar-se aptos a

o filme pode ser um de

traz

Consi-

aliado para

valores e identidades de

de

sociedade em um

dado momento

Para aprofun dar o

de e

e

que mas cabe ao leitor

por Carla

de dizer que os filmes

que agem

princesa do

filme Nanini e

e

silenciam. Nao se

producao. Um bom

seria

de 1995,

Marco

O

sobre

reforfando de Carlota

VI e

verdade ou

como um rei a

e

No dos personagens

a

e a producao

Cartaz de do filme

princesa do Brazil, 1995.

129

Luis Torgal e

historiador

Neste

eie

a necessidade de

este-

de Carlota Joaquina.

Joaquina de Bourbon (1775-1830), de Fernando VII e mulher de D. VI [...], e imagem da rai nha com atributos inere ntes ao estado i mperial — e coroa o q ue elucida s obre o que ter e que hoje se na totalidade, pois as sob esta sonagem da historia portuguesa apenas transmitem uma lenda negra ou anedotica ou uma imagem recuperada pela historiografia e ideologia Torgal, 1992.

visoes sobre Carlota Joaquina Nos

de

Historia.

de um a intensa

de Carlota: de

sobre o papel de Carlota nos

de grande

da e

na

a bistoriadora reve a importdncia de arias visoes

por

e

Joaquina de B ourbo n e mul her de D. Joao e talvez a mais e personagem de nossa Historia. Apesar de popularizada no Carlota Princesa do dirigido por Camurati em 1995, e no seriado Nos do da TV os autores das duas proreproduzem imagens estereotipadas da do forjadas pela que e pela consda coletiva da personagem. O historiador Marc ressalta que que um erro de uma testemunha se torne o de muitos para que uma ma se transforme rumor, e que o estado da sociedade Seguindo as trilhas do historiador imprescindive l C arlota Joaqu ina em seu tempo a de as e que marcam o Antigo Regime, tambem o tempo da de sua memoria."

As

Historia

O filme O

de

do

cena, ve-se daramente a

pretendesse fornecer uma

mento do Brasil o em

130

do

foi

da obra A primeiramissano Portugueses e aos

em 1937. Nesta do pintor Victor

de

no filme O descobri-

real dos uma

que o Estado

sem propunba.

O

1937.

sugerida ABUD,

M. A de

uma

da historia: Sao Paulo, 2003.

no ensino.

ideias sobre a

Francisca Nogueira de. Carlota Joaquina

do da Robert. Cinema: eo das Letras, 1990.

Paulo:

Regina H. et

2004. sentido. 0

do Brasil; o cinema

Revista de

de eo

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Juiz de Fora, 2000.

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Revista da

Sao Paulo, v.

4.6.

e internet

O

do computador e as possibilidades abertas a partir de sua de grande impacto sobretudo ultimas As de as os pessoais e os em passaram por que e possivel virada cultu ral. Nos dias de hoje, viver computador parece coisa impossivel, sobretudo nos grandes urbanos. Rapidamente, as tornaram-se e os antigos suportes, livros, revistas, passaram a ter concorrente a World Wide Web, ou a rede mundial de que une os quatro cantos do Uma nova forma de leitura e de das inimplicando novas maneiras de com o conhecimento. Os primeiros de de dados computadores surgiram ao dos anos 1950, a Guerra Fria. Mas foi a partir dos 1990 que a interne t a se popularizar globais. A possibilidade aberta dos computadores pessoais ao tempo, motivae causa do crescimento da rede. as das diversas naturezas e a entre as pessoas foram afetadas por uma nova maneira de se relacionar com o mundo. A global passou a a troca de dados numa rapidez nunca antes vista.

A ece ser

nossa esta cheia tecnologia a sua dado natural. e mais espantoso se percebermos que toda essa e muito recente e rapida. E dificil que em termos como e-mail, A Historia nao de fora desse processo de das ultimas . Os computadores muito uteis as pesquisas como a deles, tornou-se manipular um grande de fontes, em bancos de dados a partir disso, tabelas, percentuais que a se constituir numa metod ologia a mais para as Os computadores ferramentas uteis ao historiador. meio deles, tornou-se mais armazenar dados, compor graficos e utilizar processadores de texto no das de escrever. A rede de computadores, por sua vez, passou a ser usada para troca de e-mails e buscas em de arquivos e bibliotecas. Em o passou a a maior dos de dos Essa do computador andou junto com a da Professores, historiadores ou apenas interessados a acessar a rede de computadores para obter dados sobre os mais diferentes assuntos, inclusive Historia. A do de Historia na internet passou a ter possibilidades de porque podem variar de artigos e livros em formato digital, feitos por historiadores ate textos sem maior e que e dificil de ser diferenciado leitor comum. a Historia se beneficia das po ssibilidades desde a e de fontes que durante muito tempo ficavam acessiveis a um pequeno grupo de pessoas, passando troca rapida de e de possibilidades de em termos globais, ate o so on-line de varias bibliotecas pelo mundo. Por outro a internet e muitas vezes, por multiplicar as sem compromisso vulgarizar um tipo de memoria sobre o passado baseada em identidades coletivas. A rede esta repleta de sites com que distorcem Nesse sentido, o estudo do conteudo disponivel na internet tambem oferecer possibilidades para a discussao da memoria coletiva e da identidades virtuais.

de

133

O desaflo da

dessas

possibilidades de uso parece ser a interdia internet cada vez um na vida das pessoas. O ensino da Historia pode se benefl ciar na medid a em capacitar alunos e professores a e a distinguir as fontes de onde suas e, fazer com que a internet se constitua recurso e a mais, na medida em que fornec e, com uma rapidez possibilidad es de leitura. Cabe ao leitor tornar-se apto para diferenciar a qualidade e a das disponibilizadas.

Para aprofund ar o tema na esco la

O A

dos

1990, a

do com putador pessoal e da internet

maior, tom ando dimen soes ghba is. Diferentes tip os de O uso dos

cada

e da internet pode ser extremamen te benefico a alun os e professores. O

no entanto, para varias

um

passaram a ser transm itidas em

disponibilizadas

leitor

sendo o

esse

2006.

de

e de

das

A

Dig ital Com o advento da internet, a ter

no

(bibliotecas,

disponibilizam

para

passaNo Brasil, e

o portal da Biblioteca National do teca do

pela Unesco e

Biblio-

a World Digital Library (Biblioteca

Mundial —

que

o objetivo de digitalizar e

vasto material de bibliotecas do

ingles, francos,

mapas, material

Em 2007, foi

dos Estados

na rede

por

na rede

e

Portal do site da Biblioteca Acesso em: out. 2009.

O site

nos idiomas arabe,

material em

Mundial.

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I - O que e Historia Os

icados de historia

as vezes que corn outro

a

historia, fazemos referenda a urn termo

a

palavra para

se

dos seus

sentidos ao

perceberemos rapidamente que a historia tern Ora,

o

por

da palavra historia

Em sua "historia" e indo-europeia e que

coisas dizer,

do grego ligadaa

e ato de ver. Dai,

do grego ter o sentido de

entender os significados que a palavra historia

assume no dia a dia das pessoas, conforme suas d iferentes se refere ao conjunto de o que a se todos

Sua

poderia

desses sentidos, e

ou

historia.

o tempo e a sua

em grego antigo,

saber";

do tem-

vividos por um como um

uma sociedade,

de conhecimento

historia, por que a Historia e escrita por

da, a His toria precisa ser escrita

Se a historia

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Seriamos todos

11

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143

Essas perguntas

parte das

surgir ao

que, o

prime iro momento , po-

da Historia

do conjunto de eventos narrados por

disciplina e dife-

pessoa : ne m tod o aquele que

conta uma historia e historiador, assim como nem todo aquele que tern historia {afinal todos tern historia) e historiador.

o que e Historia e

o

do historiador? De forma

a palavra historia

• Em primeiro

Historia e o

fundamentals. dado a uma disciplina que analisa o que ja

e de regras

acontece u, a partir de renciar das outr as

Para dife-

quando se referem a disciplina,

com a • A palavra historia tambe m design a a ou

de

o qu e ja ocorreu, todas as

do ao diferenciar a

dos

e a segunda

nao e a hisroria "total" da

dos historiadores,

no tempo. E a Historia feita

historiadores

porque esta historia e

na

sua totalidade. Os historiadores, a partir de vestigios do passado, recuperam aspectos da historia da humanidade.

historia e o nome dado a disciplina

e ao seu objeto de analise. Parece complicado a primeira vista, mas para

a

basta pensarmos n um medico, cuja e medicina e por objeto de pesquisa a ou das pessoas. A Fisica tern por objeto a natureza. A historia traz em si essa ambiguidade: o nome da disciplina e do seu objeto

iguais.

• A historia ain da pode ter u m tercei ro sentido, o da narrativa. Na rra r um acontecimento,

ou

e contar uma historia. Em

nha a

entre historia,

ha

verdadeira, e

propopara designar

uma narrativa A escrita da Historia como disc iplina cados

de uma so

historia das pessoas e da narrati va)

os ou tros dois signifi-

tirar a

No

a escri ta da Historia nao se da simples ajunta ment o de acontecimento s. Existem regras que dizem respeito ao metier (trabalho) do historiador, que o eo diferenciam de urn contador de

A Historia em damentadas ao

e uma disciplina que teve suas bases conceituais fundo

XIX e e importante para todo professor, histo-

riador ou estudante deist H oria saber difer enciar o campo de onh c ecimento, da

cotidiana da palavra historia, porque, alem de homonimas, as convergem tambem em estamos

aspectos. Sempre que falamos de historia,

referindo ao que ja acontec eu, mas que e se mpre revisto por de

e conforme as perguntas que cada epoca faz. ra toda vez que falamos em historia tenhamos o passado objeto principal, o campo disciplinar da Historia possui regras delimitadas para produzir um discurso sobre o que se passou. ha um conceito de historia, um significado que consiga abarcar todos os s entidos que a palavra pode ass umir no dia a dia das pesso as. O portante e estabelecermos que consigam tornar fundamental: a Historia como campo disciplinar diferencia-se de outros tipos de historia, porque apresenta e Apesar de todos historia, nem todos sao historiadores. Cabera ao professor estabelecer essa afinal o que torna a Historia um campo disciplinar especifico e a distancia da simples de fatos ocorridos?

Para aprofund ar o a

ICE

Clio e a musa da

e da

de Zeus, o rei

e

a Clio e de

um

Nescomo uma nas

do

de da historia

e da poesia, s.d.

O que e Historia? fiances Marc Bloch (1886-1944),

a

seminal sobre o

O

ficou

Apologia da Bloch

em

na

foi

e e,

uma das

as

e

a

do

a

da

disda Hisum a

ciencia em

Marc Bloch,

vezes: Hist oria e a ciencia do E [no de ver] falar errado. [Pois, em pri mei ro a prop ria ideia de que o passado, enquanto possa ser objeto de ciencia e absurda. Como, sem uma poderiamos de que nao tern caracteristica a nao ser nao terem sido um conhecimento [...] Sem nas srcens da historiografia, os velhos analistas nao se constrangiam nem um pouco com tais Narravam, desordenadamente, acontecimentos era terem se produzido ou menos no os as chuvas de granizo, a de espantosos meteoros junto com

tratados, de e dos reis. Mas nessa da confusa como a de um um constante de pouco a pouco operou a E a conserva o de historia para todo estudo de uma na Ha, nesse sentido, uma histor ia do sistema sola r, na med ida em q ue os ast ros que o compo em nem sempre como os vemos. e da da astronomia. Ha uma historia das qu e e, estou convencido disso, do mais vivo interesse para a fisica do Ela nao pertence a Historia dos historiadores [...]. 14

Ha muito langes,

com efeito,

precursores,

Fustel de

ensinaram a reconhecer: o objeto da Historia e, por

o homem.

Digamos melhor: os homens. Mais que o singular, favoravel a eo

da relatividade,

dos 'dos homens, no

o plural, que

a um a ciencia da

[...]

dissemos. E ainda vago demais. E O historiador apenas pensa

acrescentar: A atmosfe-

ra em que seu pensamento respira naturalmente e a categoria da Marc

Apologia da Historia, 1941-1942.

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As

da Historia:

a mestra da vida Nas sociedades arcaicas, o se da srcem ou da

exercia uma

dos povos (de

O mito e uma realidade e

primordial de

principais feitos etc.).

uma

a partir de

ou nao. Embo ra uma e mu ita s vezes, a

va. Assim, podem ser de srcem (do podem compromisso com

fos-

o mito de temporalidade na narratide uma

profecias e personagens

de um povo) ou dedes-

Nao tern, grande dose de

de historia, Historia e mito entre o que e o mito e o que passou a se entender Antiga. A primeira historiadores: a Historia e o

e uma

fatos. A

fundamental para os

a partir de fatos. Foi o grego Herodoto

a estabelecer um problema para

crita da Hist oria. Conhecido como o a narrativa

que se das

Historia, na

e

a.C.) na es-

da Historia, Herodoto aband onou, em parte,

ao sabor da

e da necessidade para se basear em

estabelecida estava no

de contar o que o autor acreditava

estar baseado em acontecimentos.

Esse relato

produzidos pattia de

doto

e tinha uma

o

pesquisa.

temporal.

de

denota esse

de

apresentou os fatos que considerou relevantes, selecionou as

sobre os acontecimentos que julgou Esse

e interpretou-os a sua

narrativo foi continuado por outro

entre 460 e 396 a.C. Sua Historia da a

de

do Peloponeso entre 431 e 404 a.C.

pot

ra, e,

Tucidides, que viveu

do Peloponeso

a guerra entre

e a Liga de (liderada foi um general atenie nse que servi u na guer-

aos acontecimentos que registrou. Essa e uma

das

do pensamento de Tucidides, que acreditava nao ser escrever uma Historia do passado remoto. Dessa forma, restringiu o

da Historia ao passado recente. Na Antiguidade

portanto, a historia tecente era o foco central da

dos

Para

de exemplos que atestados,

e Tucidides, a Historia era um

ser preservados, e o trabalho do historiador era que possivel, por

antes de tudo, um relato

diretos. A ideia de que

para os

uma vez que tinham uma nature-

za imutavel, e

sintetizada por Ciceto (106-43 numa Historia magistra vitae est (em pottu gues, "A Historia e a mestra da vida"). A

de

que o passado deveria servir de exemplo para o futuro foi a base para as narrativas da Antiguidade ate o de

do

XVIII. Tinham, portanto, a utilidade

instrutivas, exemplares. Segundo o pensador

se fez sentir ao na

de

se podia

da Historia magistra vitae

(1923-2006), o de dois mil

sempre

o papel de

a ser sabio e prudente sem

do historiador era

em grandes erros. Assim, a

os exemplos que

Com o advento do

escola

se

a escrita da Historia

no tempo. essa

instrutiva. No diferente da Antiguidade, onde a Historia era vista uma possibilidade de evitar porque a natuteza era imutavel e se

de tempos em tempos, a eta

deu maior

a uma

visao religiosa da vida. Assim, o exemplo tirado da Historia nao tinha somente um mas

moralizante. A vida dos santos, as

exemplares

dos reis deveriam servir de modelos de comportamento. Da

Media, passando

ate o

teve seu paradigma de

e, embora pudesse mudar a

o denominador comum que unia essas deveria

exemplos de

a Historia man-

ao

a ser

era a ideia de que o passado como form a de evitar erros e ensin ar.

O a e progresso. O passado por

a

ideias de que

repleto de

exemplos ao como Voltaire Kant

em

em ao ou Condorcet (1743-1794)

da

em

a

estado ideal.

Para aprofund ar o Herodoto,o

da

Herodoto (485? — 420 a.C.)

O 450 e 430

uma

a

Historias, que

do

Persa e as

das

perante o em 479 a.C. com a

Historias na

de Plateias e o recuo da

para a costa da

do

Herodoto

do fim da

e, para dar conta de sua do

A

dos

dessa

da Africa, Asia e fez um

e

dos

das

pelos

barbaros. a partir de suas e

uma documen-

orais de pessoas

O daqueles Herodoto

de

de uma

pessoal dos acontecimentos e seu reldt o tinha uma pode ser que lo

Herodoto. romana

de

na ultima

ao Egito, e nao daquele que

temporal. A

das

do

os helenos.

que

o

dos ea

das

feitos dos

se nao

de Herodoto de Halicarnasso, para que os com o tempo, nem fiquem

renome as

grand es e m aravilhosas empresas , reali zadas quer peloseleno h s quer pelosbarbaros ;

e sobret udo a

por que

em guerra uns contra os outros.

Os conhecedores entre os persas res do

sustentam que,

do

e ocupada a

ram

18

que os fenicios do mar

que

os causado-

Eritreu para as de

commercad orias egipc ias e assiri as, aportaram a

entre as estava que se superiorizava a todos os Estados da qu e chamamos a os fenicios procuraram vender a carga. No quinto ou sexto dia apos a sua ja com quase tudo vendido, vieram ace a borda do mar numerosas encre as quais se encontrava a do cujo que tambem os era Io, de Enquanto paradas, junto a popa do barco, negociavam as de que os uns aos outros, sobre A parte das mulheres conseguiu mas Io foi raptada com as oucra s. Arrastar am-n as para o barco e de vefeitas para o Egito. Deste os persas que Io chegou ao Egito, e daquele qu e dizem os helenos. Assegu ram tamb em que esse foi o dos agravos de

seculo V a.C.

da (460-396 a.C.) de

O

sobre a Guerra do 431 va

a a

de sua que

404

os a

Atenas e

de narrati-

dos

de

romana de grego do seculo IV.

aos discursos pronunciados por diversas personalidades quando estavam presces a desencadear a guer ra ou qu ando ja estavam engajados foi dificil com rigorosa os que eu ouvi ou os que me tidos por varias fonres. Tais discursos, portanto, sao reproduzidos com as palavras que, no meu os d iferentes oradores deve riam ter usado, considerando os respectivos assuntos e os mais pertine ntes a em que foram utilizados, embora ao mesmo tempo eu tenha ad erido quanto ao sentido do que havia sido dito. Quanto aos fatos da guerra, considerei meu dever nao apurados de casual nem como me parecia mas somence apos cada detalhe com maior rigor possivel, seja no caso dos eventos dos quais eu mesmo participei, seja 19

naqueles a respeito dos os fatos se

de tercei ros. O empenho em apura r

numa tarefa

pois as

eventos nem sempre faziam os mesmos variavam de acordo com

a respeito das mesmas por um do

ao ouvido, mas

dos eventos ocorridos

mas

ou de acordo

com sua memoria. Pode acontecer que a menos

oculares de

em

narrativa

quer que deseje ter uma ideia

daqueles que

dia

ousemelhantes em

a ocorrer em

do seu

a minha Historia util e isto me bastard. Na verdade, ela foi feita para ser um sempre util e

uma

a ser ouvida apenas no momento da

por algum Historia da

As

do

V a.C.

da Historia

Neste

o

2006)

(1923-

ao

de 2 000

um

ser,

ro (106

43

a

da Historia como

da vida. Os

com base

Como a

era

um

a Historia tinba

contra os

historiador

"Ate o seculo

2002.

o emprego de nossa da

da

[Historia] permanece como humana,

ins-

trumentos recorrentes apropriados para comprovar juridicas ou

morais,

[...]

o uso da expressao associado a outras as tarefas da Historia. Historia vero testis tempor um, lux qua voce alia nisi oratoris immortalitati commendatur

dos

a

a

atribui aqui a

e especialmente dirigida a

20

do

se serve da [a historia e

por

[A Historia e a testemunha

da verdade, a vida da memor ia, a mensag eira da

nada e recomendado exerce sua

que rescrevem

memoriae,

como

de exemplos] — a

por cu ja voz

A tarefa principal que Cicero sobre a

o orador

de exemplos — plena de que

possivel

su gerida e realidade.6. ed. Sao Paulo: Perspectiva, 2002. O espelbo de Herodoto:ensaio sobre a UFMG, 1999.

HARTOG, HERODOTO.

Lisboa:

I, III, IV, V, VI e VIII)

. portuguesa de Jose va. Lisboa: Edicoes 70, 1994. p. 53-57. Livro I. HOMERO. .

Ferreira e Maria de

Haroldo de Campos. Sao Paulo: Carlos Alberto Nunes.

Janeiro:

2003. 2 v.

Marcus Rei

Rio

1997.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: Rio de Janei ro:

do outro.

a semantica dos tempos historicos. 2006. p. 43.

RUSEN, Jor n. Historia viva:formas e funcoes do conhecimento de Rezende Martins. Brasilia: UnB, 2007. (Teoria da Historia, 3) TUCIDIDES. Historia da Guerra do Peloponeso.3. ed. UnB, 1987. p. 28. Livro 22.

Mario da Gama Kury.

21

1.3. O seculo XIX e as

no de Historia Foi a

ocorrida em 1789, a

de a Historia seria escrita a partir de po nt o de vista social, economic o e politico, essa na forma de perc ebe r o mundo. As convulsoes soc iais do

por alterar os de uma ruptura do representou uma do seculo XVT II nao

reduzidas a e, curto de uma social cular foi desmantelada. A ordem " natural" da s coisas era cada mais questionada ea de valores como igualdad e, liberdade e fraternidade, a

de

o mundo os surtos de As cidades

a

sistema consi derado antigo e

dar um

de anos. Junto com todas essas muacelera vam o ritmo de das pessoas.

de homens, mulheres e

do

vida nos te observaria espantado omundo em 1840. De repente, seculares, e o estado das coisas rapidez ainda nao vista.

Essa

de

afetou

se a

a fo rma como a Historia foi

um alto grau de que ocorriam

do seculo XVIII? O

Francesa e de suas no seculo XIX.

como de

da Re-

ocupou

europeia

dos acontecimentos, o sentido das acoes

percebido de forma

passou a ser

Duas correntes

de

ser percebidas na

os acontecimentos recentes: uma

nista, e

as mu-

e

sobretudo, iluministas franceses e e conservadora que procurava ver na um erro a ser superadoe esquecido.A entre as

ficara

uma importancia

a

que a Historia for assumindo

O passado foi

de ser apenas um reposi-

de acoes exemplares para ser compreend ido em sua Embora a

Francesa tenha

uma

de

na

forma de perceber o tempo e, mais

a das pessoas, a imporda Historia como uma disciplina ainda era bem incipiente no do seculo XVIII. Nao cursos especializados e o saber era uma ligada as ou ainda nao se constituia num dotado de regras segundo

e feito por que melhor

na medida em que seu Para o caso

A Historia era feita por amadores, aos autores, mas sua

assumiu novas no

na sociedade.

do seculo XIX, o ensino secundario de Historia teve

um papel mais efetivo e precoce, antecipando-se ao dos ensinos gundo o

Antoine Prost, o

seculo XIX a

a

Se-

do secundario

boa parte do

para a sua importancia, sobretudo, no que diz respeito

das

aparecer timidamente nas escolas

e liceus

a disciplina

gramas de Ensino

da em 1814, nos pro-

e, em 1818, tornou-se

Logo

o

ensino passou por uma serie de mas nao chegou a ser extinto. Apesar de todos os ptoblemas, um processo estava em marcha: o ensino de Historia

das humanidades,

sequencia diretas da As

de seus professores.

na forma de

as

de curta, media e longa duracao. A de

autonomia, causa e conhumanas estavam ligadas a Francesa era consequencia de uma serie

que estavam sendo geridas ha tempos e representou a

novos ideais que abriram um papel diferenciado para a importancia da O papel da Historia nao culo XIX, com a

a todas essas

de humana.

mas foi a partir do se-

de instituicoes laicas e o surgimento do nacionalismo,

que a Historia assumiu um papel diferente

que ate

vinha ocupando.

Para

o

Os impactos da A

Francesa

Francesa representou uma

e da

A

ou

de perceber a

das

as

ao

o

do

Mas uma coisa era

imune as repercussoes da onda

se

do em 1798 e traz uma alegoria

da

na Franca. Este Francesa. O

(1760-1833) representou a liberdade sob a forma de uma antiga, e (cores da a (simbolo da sobre

(simbolo romano da unidade da

cesa. Sett cortejo e precedido da

Este quadro,

ao

tempo, a

seja, da

da liberdade; no do estilo da

universal da e

24

O

Jacques de da

branco a

e brandindo uma

5,

a

o e da conquista. No

um

sobre

e

afasta as trevas e

com suas vestes a moda antiga, ea

fruto

que a liberdade

Jacques

foi pinta-

deusa Atena (Minerva), deusa da sabedoria, da

que expulsa os

o

das pessoas

da liberdade, ou as

do

arefa do

para

von Humboldt (1767-1835)

em linguista,

e historiador. Em

a

No texto a dos

em 1821, Humboldt na

ebe a

do passado. O autor

de recuperar na

em que

e

como a

dos

da

da Historia como a

da vida.

das filosofias da sentido

destino

recusa pois

Para

ser

a Historia da

de de

von linguista, diplomata e historiador

que age sobre a do possui que pode ser deno minad o seu sua forca o misterio de sua sobre o espirito [...] O elemento, em que se move a Historia, e o sentido para a e se o da da no tempo e a em as causas passadas e a tais se contrapoem a da espiritu al interna e o conhecimento de que a realidade, a despeito de sua p or uma necessidade A dita um aos eventos, e esta por causas finais, da da nature za ou do homem, pertu rba e toda sobre a das A Historia a de viva dos do porque, o precisaria o seu apogeu den tro do de sua existencia conseguindo de ra alguma a vida o que o final dos mas e na busca de conceitos qu e de uma totalidade ideal." Whilhelm von

o

Manoel

a

disdplinarde Historia. M esmo que em ritmos em

nas a Historia, e

Sobre a

do e

do

do historiador,

XIX na

do

no Oddente, o

Progressivamente, o historiador se

em

de cao

sem

25

consensual entre o

de

de

deter o

e

de

de urn que parecia dar unidade ao

peia e e sobretudo de como rias', a

no seculo XIX,

o

de conceber a

em

de

este quadro se de conceber a

que

a

que esse processo nao

da mesma forma e os e de conceber

por

por

de uma

sobre o passado,

se de em todos os

dispucas e

que o seculo XIX

e da Historia era atravessado por

do

adequados a

assim como dos fatos

ainda complexo se com o passado em termos de

a

No as nao apenas o passado adquire uma de conhecimento, mas certos para esse conhecia ser o com as 'fontes da de Leopold von e dos que para a do trabalho de conhecimento a ser historiador."

DOSSE, F. A Historia,Traducao Maria Elena

Ortiz. Bauru:

2003,

A da Historia. Gradiva, GINZBURG, Carlo. — Historia, e prova. Batista Neto. Sao Paulo: das 2002. Luiz Salgado. a Historia, domesticar o passado. In: LOPES, Antonio Herculano; VELLOSO, Monica Pimenta; Sandra fOrg.). Historia e oralidade e Rio de Janeiro: 7Letras, 2006. p. 45-58. HARTOG, O seculo XIX e a Historia:o caso Fustel de Coulanges. Rio de Janeiro: 2003.

FURET,

HUMBOLDT, Whilhelm von. Sobre a tarefa do historiador. In: Anima: teoria ano 1, 2, Rio Janeiro, da Imagem, p. 81-84, 2001.

KOSELLECK, Reinhart. Rio

Luciana Villas-Boas Castelo-Branco.

Critica e crise.

Janeiro: UERJ/Contraponto, 1999.

PROST, Antoine. Doze

sobre a Historia.

2008.

Guilherme Joao de Freitas

A

o

do campo O seculo XIX um periodo de intensas na quando ocorreu a da disciplina e foi insticucionalizado o to historico nas universidades. Desde o desse seculo era possivel notar maior empenho no sentido de considerar a Historia disciplina diferente dos outros A como a de que a Historia teria uma esao conhecimento pode ser percebida dos Estados em organizarem arquivos como foi o caso dos arquivos nacionais franceses, em 1808; ou a Escola Nacional de grande francesa de ensino da Histor ia. Na Alemanha, onde a da Historia foi precoce, destaca-se o de de fontes, como a da obra cujo primeiro volume foi em 1819. Progressivamente, a Historia foi se revestindo de um ao da e passou a rivalizar de com outras disciplinas. Contudo, ate 1880, a Historia, na era uma disciplina que tinha, de fato, real dominada literatura e filosofia e subordinada ao jogo politico. O historiador frances Gabriel Monod (1844-1912), um dos fundado res da Revue em 1876, declarou em seu primeiro que quase todos os seus predecessores eram autodidatas.

Foi a partir da III Repub lica, em 18 70, que esse qu adro foise alterando de ma

na verdadeiro

A derrota na

para a socied ade francesa,que impl icou a qu eda do

de

III e a

com a

dos

no poder. Preocupad as

que os cons ervad ores fazi am da H istoria, as nov as elitesre-

publicanas se

desde sua cheg ada ao poder, em

de

da

A de

coleti va do pais.

da Historia com o que era e umapratica regu lar de

que

implicou a

da

historiadores ainda

um

pressupostos que

Charl es Seignobos (1854 -1942), coaut or,

aos

ju nt o com Charles Langiois (1863-1929), de

manual

as regr as de escri ta da Historia,

procedimentos e

divu lgar os

da pratica da iH storia cientffi ca entreos jovens es tudan-

tes e histori adores. N a sua

a Historia

como

desc rever "po r

meio de docum entos" as sociedad es passadas euas s sua

eram assim

O docum ento e

para distinguir a istori H a cientffica da istoria h

precedente), ou seja, os Para Seignobo s, a pratica ci entffica da Historia ficar rior e aos periodos

uma

os

dos ao ensi no sup e-

Os historiadores de

os estudos sob re o de

de estudo de

construida sobre

tern por

em 189 8 que

o controle das

portanto, que nesse

seria

Assim, os historiadores recrutados

no

XIX eram especiali zados naAntiguidade e na Id ade M edia,periodosque ex igiam o domfnio de um conjunto de procedimentos Com

rigidos que

O

os verd adeiros histor iadoresdos amado res.

A

Para

um

para a

o

para a

do

da Historia como disciplina na

para o controle

"Ate 1880, a H istoria na pela

quisa

e

28

de Historia e

O trecho seledonado A

os conflitos

campo

era uma disc iplina

real autonomia,

e subordina da aojogo pol itico das

estav a sob ocontrole dos eruditos

hav ia um ensi no especializado e Histori d a. A sa histo rica

pretendia-se

A

a Repu blica,e de

para a pesqu i-

a grand e heterog eneidad e de normas par a a pratica cientifi ca.

Gabriel fundador da Revue (1876), declarava no dessa revista que quase todos os seus predecessores autodidatas. Dois tipos de pessoas se destacavam autores dos livros de Historia. Nas eram os profissionais notadamente os que faziam de historiadores; no rural, eram os da sociedade trada Igreja e da que dominavam o Esses hisamadores eram muito e organizados, e nas que se

a escrita e ao estudo da Historia, subHistorique e pela de por Guizot. A Historia era igualmente valorizada mais da cultu ra francesa, que eram a des e t Bell es ea notadamente por todos os que aos melhores de Historia. Foi somente no da III nos anos 1870, que o da Historia na socieda de fran cesa se alterou, e as regras e do metier imenso coletivo para romper com o estado de coisas. Preocupadas com a que os conservadores faziam da historia, as novas elites des

republicanas dese

da

desde coletiva chegada do ao pod er em assum ir o cont role das de

O texto do

Historia do

presence:

o papel do

Brasileiro (IHGB), nacional

no seculo XIX, como com a

A Revista do IHGB o amor a

Historico e

voltada para a

de uma Historia

de valores que

de um como um

2000.

para

para a nas novas

e as

"E no bojo do processo de do Estado Nacional que se um projeto de pensar a Historia brasileira de forma sistematizada. A em 1838, do Historico e Brasileiro vem apont ar em direca o a dest e empreendim ento, que profundas com a proposta em curso. Uma vez o E stado Nacional, como tarefa o delineamento de um pe rf il par a a capaz de uma no conjunto mais das de acordo com os novos princ ipios organ izadores da vida social do seculo XIX. E ntret anto, a de um projeto nacion al para uma socieda de marcada pelo trabalho escrav o e pela de ind lgenas envolvia especiflcas, para as qua is ja alertava 29

Jose Bonifacio em '[...] muito dificil sera a de metal como mulatos, pretos livres e escravos, indios etc. etc. etc., em I um corpo e E, a tarefa de pensar o Brasil segundo os postu lados de Historia comprometida com o desvendamento do processo de da que I se os letrados reunidos em torno do [...] A Revista do penetrada da exemplar da Historia, abre uma rubrica em seu interior dedicada as capazes de fornecerem as desta forma para a da galena dos Mas e apenas uma e exemplar da Historia que se ga no projeto do IHGB. A de Historia instiguarda nitido sentido teleologico, conferindo ao atraves de seu oficio, um central na dos deste ultimo da Historia. A este respeito a Revista em seu de a de 1847: o historiador, se nao quiser que sobre carregue grave e dolorosa ponsabilidade, a em satisfazer aos fins politicos e moral da Historia. Com os sucessos do passado ensinar a presente em que consiste a felicidade, a urn nexo o mais patriotiso amor as aos bons costumes'."

o

ea

Salgado

o

e

e

Brasileiro e o projeto de

Historia

sugerida FERREIRA,

de Moraes. Historia do tempo presente:

n. 3, v. 94.

In:

Vozes, 2000. p. M anoe l Luiz Salgado.

e

nos

o

Historic o e Ge ogra fico Brasile iro e o projeto de uma Histo ria nacional. In: Revista Estudos Rio de Janeiro: n. 1, p.

Madrid: Minima Trotta, 2004. PROST, Antoine.Doze lifdes sobre a Historia, Horizonte:

Guilherme Joao de Freitas

2008.

Jose Carlos. A historia

ea

3. ed. Belo Horizonte: Autentica,

2006.

Paul. WEHLING, Arno. A

UGF;

historia e

das

UFF, 1994.

da

Sao Paulo:

1983.

estudos sobre o historicismo. Rio de Janeiro:

O

do

A Historia como surgiu ao do seculo XIX. Ate a de compreender os fatos do passado era bem diferente. Do seu surgimento como na ate a sua no seculo a Historia ocupou variada, as do O historiador, muitas vez es pro xim o de urn dentro do espirito da a recolher exemplares do passado, ticas dos reis, genealogias dos descrever batalhas. O entendimento da do historiador diretamente relacionado a da Historia no piano social. Seu sera importante for a da reda Historia para a leitura e a do cotidiano das pessoas de seu tempo. A par tir do seculo XI X, prog ressivame nte, a Historia foi se tornando u m de saber dominado por especialistas, que passaram a ter O surgi men to de um campo disciplinar — dotado de de de entrada e — provoco u a defesa de um saber esp ecializado, fei to por um profissional: o historiador. ganhou espaco a de que, embora o historiador seja o do passado, e quern instrupara um baseado em acordados comunidade de porque detem as e que respeito a um conhecimento 31

Essas comu nidades de

(e

de qu alidade da H istoria etc.

por

as

de

gradari vamente,a "qualidad e" da esc rita da H istoria, como era qualquer campo passou a

O

do

das

em que

de fronte iras entre o que e Historia

vivid a foi(e continua sendo) umos d grandes

com a

e o que e a para todos os que

se trata de defini r melho res ou piores

mas de estabelecer os eri crit os,

e

em quecada uma

foi escrita.

Para aprof und ar o O

social do

I

O texto do no

para a

do

do historiador

XIX.

"A historia esta prese nte na nossa so ciedade nao apenas de livrose de algum as grandes um grupo de pessoas que sermam afi

do

Esse grupo, por sua

de uma isci d -

mas

[...]

como acordo de seuscolegas e

diversificado, compreendendo

te professores e pesquisadores, esta unido por uma de

e de

como

da importancia

da histori a.

de compartilhar criterios de

obras

so bre o que e umbom ou

um historiador d eve, ou nao deve, despeito de

uma rede



a

de

de Historia, sobre o que esta unido por normas comuns, aj

clivagen s internas. Em suma, estamos em

—poderiamos o grande

quase, de uma de

de uma

—se levarmos em consi -

ao

a oficina e a bancad a de

que circulam no interior do

A

dos arquivos Durante o

memoria das

XIX

a ser

Foi durante

os "arquivos

a

que os arquivos ganharam espaco institutional,

a ser

a todos os

"A

com os docum entos

na

Durante a Antiguidade os Romano

32

arquivos onde se

data de as cidades gregas e o

a

os

os

povos e os

da

as familias

do Imperio Romano do e

e as

muitos desses arquivos

pouca co isa ante rior ao seculo XI su bsistiu. [...] Os

s Portugueses

•e do

1378

em

o

de

do Arquivo da

Esses arquivos de Estado,

do

tinham como principal importante

secretos e

colocar nas

de go verno —a exclusivamente a

dos

Nesse senti-

das monarquias. A

com esse modelo criando os arquivos

em atender ao Estado e a

isto e, as

do

A partir do seculo XIX, os

no modelo

de

e convencidos da necessidade do documento como prova empirica desenvolver

a

Estado pa ra abrirem suas portas a pesquisa surgimento de Xo

Assiste-se

arquivos nacionais, entre

o Arquivo

de

do Imperio

da

os arquivos

o daInglaterra, em 1838.

foi

em 1838, no

do

Costa. O Arquivo Piiblico do Imperio:

O Brasil e a na conserva

da nacionalidade, 2000.

do Arquivo

No Brasil, o Arquivo do Imperio,

ao

do Imperio foi

de 1824. por

em 2 de Janeiro de 1838, na

os

Em

de Estado dos a

Arquivo Nacional.

do Arquivo Nacional, Rio de

33

sugerida Marc. Apologia da

o

Jacques

do

A. Telles. Rio de Janeiro; Jorge

2001.

CERTEAU, Michelde. A escrita da Historia. 2. ed. Rio de Janeiro: Fore nse

fazer

Jean.

Goff

Maria de Lourdes de

2002.

rasa do

Sobre a Historia e os

riadores. Sao Paulo: Atica, 1995. COSTA, Celia. O Arquivo do Imperio: legado absolutista na

da

Rio de Janeiro: CPDOC-FGV, v. 14, n. 26, p. FALCON, Francisco. A idenridade do

Estudos

Rio de Janeiro:

n. 17, p.

Doze

PROST, Jorn. 2007.

VEY NE, Paul .

Horizonte: p. 33. sobre a Historia. do passado: os princfpios da pesquisa historica. Brasilia: da H istoria,2)

se escreve a

3. ed. Brasilia: UnB, 1995.

I O que e A palavra historiografia do e designa que a Historia". Em sintese, his torio grafia refere-se a Historia elaborada a partir da escrita da Historia. Diz respeito a qualquer parte da

ou

to de escritos dos historiadores acerca de A fia e rever e

ou

da Historia e sempre afetada os enfoques as

de

ou documentos,

historico

tempo, por as

os

em que a narrativa Por que a Historia e cons tantemente

ao

utilizados

de

a historiograo uso

historiadores no

sobre os acontecimentos passados. em um eterno re pensar sobre os acon-

tecimentos Porque as sobre o vivido com o tempo e conforme a pessoa que o interpreta. A chegada dos portugueses as terras que o no desse evento

22 de

de 1500, e um fato h istoric o com alto grau de pre-

as sobre os ser cons tante mente revistas.

o contexto e as consequencias

35

Os

do passado nao

cem

as Os

de que o

apresenta no

estao certos de que a

desencadeou dos

em 1789 e de que

importances para a

os

do

nas ou

por exemplo, sobre a

sobre o

nas

compreensao dos fatos esta trabalhos sobre

de sua

quer

do historiador, e,

Para das questoes de ria tambem sofre das

ao tempo em que

perguntas

que a de novos feitas.

ao historiador, a escrita da Histoque sao geradas nas nas e

As correntes historiograflcas no nos e nos temas que serao escolhidos. algum acreditou-se que a Historia quantitativa era a de escrever a Historia. Dentro dessa produzidos varios trabalhos. Mas a partir de um debate e da de novos os trabalhos a analise quantitativa e novas formas de escrita, novas sempre de acordo com as tendencias em Embora a Historia tenha buscado outras formas de os trabalhos titativos nao seu valor e sua relevancia a Historia nao fornecer mais verdadeiras que as mas compreender as perguntas que foram no momento de do Cabe ao estudo da historiografia, para que encender o funcionamenco

da disciplina, conhecer as e as redes de poder em que os historiadores estavam inseridos quando produziram uma E por da historiografia que os conseguem perceber quais as de Historia vigentes, quais as metodologias e quais os aspectos de do passado estao em voga momento. Questoes em certas sao negligenciadas em outras. O nio das fontes deu as possibilidades de documentos para a analise do historiador. Somente do estudo desses varios aspectos e possfvel entender o

de determinadas visoes, ou a de Quando que uma historiografia esta de

que

sobre certos assuntos. por Os historiadores

seus ob-

a partir das tendencias vigentes. Se no do na I o da a partir dos 1940, se cada vez mais a dos propondo novas formas de de fontes do tempo. Dentro dos e possfvel outras correntes com enfoques diferenciados. A a Nova Historia e a Historia tural tambem sao vertentes historiograflcas que de diferenciados sobre o passado. Como ja foi dito, as correntes historiograflcas nao devem ser entendidas

d e verdades Seu e o da da de uma ou leitura do uma vez que a verdade absoluta a Estud ar a "Historia da Histori a" a entender o e e sustentado por verdades sempre sujeitas a reavafato que demonstra de que o passado nao e assunto e Pelo tern por pressuposto ser capaz de a ita por

tambem como objeto de e analise: e o contexto em que foi escrita, onde e po r

em

aprofundaro tema que rescrever a Historia? Neste

o historiador

Jose Carlos Reis discute a

passado e presente

do conhe dmento bistorico . Por que uma a nalise, e muitas vezes cbeg a a serabandonada? Por que os historiador uma verdade

aceita, sojre es

sua s analises? Existe

em te xtos de diversos histori adores, Reis lembra q ue toda

leitura do passado e e nao e

afetada pelo presente. Tambem por i sso, a ideia de uma verdade as

"A

do passado e afetada pelo tempo. [...] O passado e selecionado e cada presente. Este sempre sobre o passado um novo, No presente, o historiador se tambem com o futuro : a pianos e faz de valor e age. O do tempo pode o tipo e a da O passado e em cada presente sempre sob um novo. Um fato pode ser no presente e decisivo no futuro. O passado e no presente e O presente nao e um mero do passado. Cada presente estabelece uma particular ent re passado e futuro , isto e, ao desdobram ento da Historia, um faz uma de si em as suas — o passado e o futuro. [...] Cada presente, e ao tempo srcinal e inclui como interlocutoras as criando verdade disso, o historiador nao e um E se e nao o e sem A Historia produz verdades: apoia-se em documentos, busca ser O historiador tern liberdade de causas; fo rmu la problemas e seleciona fatos, eventos e Mas a entre os historiadores e a verdade: os a ea uns dos ou tros. A Historia e capaz de recuperar

os eventos com 37

Mas a da verdade historica esta no juizo que e feito desses fatos. Que juizo de valor atribuir-lhes ? A teoria da Historia e que sustenta o sentido dos fatos e fontes. A Historia vai alem dos fatos e fontes. Estruturas nao sao observaveis; sao E a teoria que decide e que conta — se a Historia e ou

e a teoria que decide. que es trutura a subjetividade do verdade historica

a necessidade da teoria da Historia, pois e e o leva a fazer as fontes. exige o da historiografia El

do passado feita por um presente [...] e que dialoga com as o utras desse passado ou de outros passados feitas em outros sentes. A verdade historica aqui se aproximaria talvez do que se pode obter em uma de arte: sujeito ou ate mesmo um mesm o tema, cada presente o e a sua maneira. Cada presente o passado e o pinta ou esculpe com a sua com as suas com o seu enfoque e perspectiva, com as suas com as suas e interesses. Verdade e perspectiva temporais sao [...] O passado e retomado em um novo, mas que o conhecimento e o com os ante riores. A verdade historica se relaciona com a da [...] A verdade historica nao pode se a um enunciado simples, neo e proximo todas as leituras possiveis de um objeto. O exame de um tema e que a sua verdade. Como as possibilidades novas de abordar um tema historico sao as novas leituras sao multiplas no presente e ao longo do tempo. Conhecer a verdade de um tema historico e reunir e todas as do passado e do presente sobre ele." Historia

Carlos

A necessida de de Paul Ricoeur (1913-2005)

a um dos

fiensadores ele

sob as

necessidade de

o passado

do presente do h istoriador. A

dos

o

da,

cerca a

Por isso, a o

e e da Historia.

do que se pode mas, pelo contrdrio,

ou

foi

e Mundial. No tex-

a

esta

e verda de, 2003.

aspectos

de um

o passado nao na

em que pode a

em que

incessante de rea-

dos acontedmentos que a historiografi a repensa seus objetos e

Ricoeur, e

38

A Historia escrita do

nao ter um

da a

de

as

passadas. A

que SAO mais caros

em que

escrita da Historia deve ser o

tempo

forma a

as

de

da Historia nao na

constituir

o caso se ficassemos presos

pode mats ser mudado so o

por essa

aberto

nesse

se nao podemos mais desfazer o que foi feito, nem

com que a quilo que aconteceu nao

ocorrido, em

nao e determinado de uma vez por todas;

o sentido do de os acontecimentos do

poderem ser contados e interpretados de outra forma, a de

o passado

parece determinado. De acordo com essa

pode ser tido

fato, se os fatos

um segundo

moral

a

para com o passado pode se tornar mais pesada ou mais

A

compreende o passado como 'retorno' de possibilidades

.

sug erida Guy; MARTIN,

Lisboa:

As

Laureano Pelegrin.

a

Bauru:

2000.

2003. Michel de. A escrita da Historia. 2. ed. Traducao Maria de Lourdes de Me-

nezes. Rio de Janeiro: Forense

2002.

FRE1TAS, Marcos Cezar de.

Sao Paulo:

1998.

MALERBA,

(Org.). A Historia escrita — Teoria e

da historiografia.

Sao Paulo: Contexto, 2006. Jose Carlos. Historia & dade.

de Janeiro:

RICOEUR, Paul. A p. 392-393.

historicismo,

tempora lidade e ver-

2003. p. 173-175.

a

o

Campinas: Unicamp, 2007.

39

A

Metodica

A Escola Metodica surgiu em Historia se constituir

ideia, vigente em fins do seculo XIX, de que a positiva. Os por

pretenderem dotar a Historia d e um estatuto o Por meio de um ziam parte da

criticavam as

de e

no

com as fontes.

rigorosa dos

que

esses historiadores fa-

a organizar a profissao em varios

na

os primeiros a

reforma do ensino

de

no

europeus,

as novas cadeiras depois da

O

a

de exercer uma influencia dificil de imaginar alguns anos antes: os historiadores

a

e

de Historia

destinados aos alunos dos ensinos primario e secundario. Com o processo de em massa, vigente em grande parte dos paises europeus ao longo do seculo XIX, a Historia passou a ser uma disciplina de grande Uma das

para as massas.

da corrente metodi ca foi o

Leopold von Ranke (1795-1886). Suas ideias ses e

por

Ranke formulou

da Historia, acusando-as de vas e do

Seu lugar no

historiadores ao

das

excessivamente especulativas, da "Historia da Historia"

aquele que inaugurou a moderna forma de conceber a

ria, segundo os proced imen tos de uma ciencia. Ranke

da

para o trabalho com o passado: a Historia deixava de ser disciplina para estudos assentados na universidade (como a Teologia, o Direito) e passava a ter identidade vez que o passado passou a ser do conhecimento e da A que a disciplina na estava l igada a conju ntu ra hisde foi vista

do seculo XIX. A vitoria al ema na Gue rra como resultado di reto da perfeita alemas. Os para conseguir

em 1871, das usar a sua superioridade da

posta superioridade das teorias francesa derrotada. Em 1898, os Charles-Victor Langlois e Charles SeignoproFessores da publicaram o aos estudos que se tornou uma da Escola Metodica. Trata-se de uma obra que as diretrizes do do historiador de Forma a deFinir um conjunro de regras que atingir a chamada de positivista. Contudo, distintos: a Escola Metodica a

Essa escola Foi, muitas vezes erroneamenressaltar que se trata de de encontrar uma Histor ia (e

positivisra), no sentido de ser por meio de documentos. Frequente a entre a Escola Metodica e a pretensao de uma verdade absoluta no conhecimento do passado, e estabelecer na sua Langlois e Seignobos, na obra aos estudos advertiam que conhecimento historico e sempre um conhecimento pois so e possivel conhecer o passado por meio de (documentos) que de dos historiadores. Na sua ao do que e conhecido, o passado nao pode ser conhe cido aconteceu. No entanto, embora essa corrente tenha pretendido a risca os preceitos do metodo historico, conFrontada com de ordem Como dito os h istoriadores da Escola Metodica os os primeiros programas e escolares Na nas escolas a da III (1870-1940) teve vies teresses da elite que estava no poder. a de Formar e, po r isso, as diretr izes pressuposto que o ensino da Historia as novas

por a Historia ensinada ea dos q ue a disciplina por no amor a re-

ea clerical. Na producao de de Historia, destinados ao muitos dos pressupostos deFendidos metodo historico Foram esquecidos. Assim, a Historia para um passado a todos os da as riquezas e belezas do a coragem e o

dos seus grandes homens e

a

o Estado 41

-

Na Escola especialmente figura de Charles Seignobos, e possivel perceber duas faces, tipicas dessa de urn o com a de um de regras que as de uma nova disciplina e, ao mesmo tempo, seu republicano nas grandes lutas politicas do seu tempo. Esta segunda orientacao manifestou-se de forma na producao dos que deo comprometimento com os ideais da III

Para

o

Ranke e o

do

Leopold von Ranke (1795-1886) foi um dos do

XIX e

de

os

as

um

na pesquisa historica. A a de

a

de

de

de Historia na

e

tos para o com o passado. A Historia de ser uma disciplina para passava a ter

uma vez

passou a ser

do

Para isso,

os

e da para

a producao dess e

os

trabalbo com os

dita

das

Ranke e que

von Ranke, historiador

a Historia como a

e simples historiador

em que o

a partir do

No como

e

o passado

no passado, feita da pesquisa e reproducdo e ate mesmo ao

N do e rara a associacdo de seu nom e d

num claro desconhecimento do que

Ranke. No

a seguir, R anke aproxima a Histor ia dapoesia e da

da

historica no trabalho do historiador.

o trabalho de

ressa ltando a importdncia

"A H istoria distingue-se das demais por ser, e ao achar, investigar. Ela e arte ao dar forma ao ao e ao Outras ciencias em mostrar o achado meramente como achado. Na Historia, opera a faculdade da Como e aparentada a como arte a Leopold von Ranke, 1835.

42

historicos de

Seignobos

Lang lois Em 1897, os

Charles Seignobos e Charles

aos estudos

o manual que

as

de

e

da Historia

da

di-

rientifica

os

o manual, a Historia de documentos" as e sua critica

O a Historia precedente),

obe essenciais Charles

da Historia

seja, para

os

"I — Encaremos,

dos

os materials da Historia.

e su a forma e sua

Em que sao diferentes dos das outras ciencias? Os fatos historicos provem da analise critica dos documentos. Eles dai saem cortados aos bocadinhos, em e, nao

porq ue um a unica frase contem aceitamos

tas afirmacoes constitui

e

as outras; cada uma

fato.

Os fatos historicos apresentam o carater comum de serem todos tirados de documentos;

sao eles

mento

fatos de

costumes, de

de natureza diferente. De um (escrita e de estilo, de A

no

de

as

nos revela fatos da lingua

de seu

dos

con tra Israel. Todos estes fatos sua

Esta

de

de fatos

sem se

sequer

e um dos

que

a Historia das outras ciencias. As ciencias de

escolhem

os fatos que

a

fatos de

uma so As ciencias recebem os fatos apenas peautores dos documentos, que os apresentam em desordem. Para esta desordem e

proceder a uma a triagem

para

e saber, com

constituir uma especie de fatos; para agrupar

de

os fatos por

Mas

o que em Historia

fatos

aos fatos historicos. Ora, em

necessidade de um

a estes dois

assuntos nao os historiadores a regras precisas. Os fatos historicos se apresentam em graus muito diversos de desde os muito gerais, comuns a um povo e com de costumes, ate os atos de um (uma 43

palavra ou de

atitude).

isto

a em as de fatos particulares e metodicamente por em fato s gerais. Para for mar grupos e reduzir os fatos ao grau de a que podemos ou reduzir as diferentes de fatos. E e este, um dos pontos sobre nao se entendem os Os fatos historicos em uma e um dados; se retiramos a do tempo e do em que se perdem o historico e so ser ucilizados para o da universal acontece com os fatos do cia ignoram os). necessidade de e ignorada, ciencias gerais; as ciencias que estudam a e a dos E que a Historia a de estudar os fatos dos diferentes paises e das Os fatos dos documentos se apresentam panhados de uma critica sobre a sua probabilidade. Em todos os em que nao a certeza completa, todas as vezes em que o fato e — com mais fort e e suspeito — o da critica o entrega ao com uma etiqueta que nao o de retirar e que o impede de para a Ate os fatos que, a por ser estabelecidos, por esta como os casos que se nas revistas antes de provados e, facos e

1897.

FERREIRA, Marieta de Moraes. Historia, tempo presente e Historia oral. Topoi RevisRio Janeiro, n. 5, p. de Sergio (Org.). von Sao Paulo: Atica, 1979. Le opoldo von, apud RUSEN, Jorn. Historia formas e do conhecimento historico. Brasilia: 2007. p. 18. (Teoria da 3) REIS, Jose Carlos. A Historia 3. ed. Horizonte: 2006. Jorn. viva: formas e funcoes do conhecimento historico. Brasilia: UnB, 2007. (Teoria da Historia, 3) SEIGNOBOS, Charles; LANGLOIS, Charles-Victor. Sao Paulo: 1946. p. 148 e ss.

aos estudos historicos.

2.3. Os ter

de

prestigio

todo o XIX, a de Historia em processo de declinio. A na da Annales, em 1929, por Marc (1886-1944) e Febvre Pratique Etudes (Escola (1878-1956) e da de Altos Estudos), em 1948, tendo pre sidente Lucien Febvre, deu a profundo de no da Historia. Em de Historia total, gede qu e mais tarde conhecida como Ecole des dos Annales), passou a a hegemonia da Hi storia politica, um de defeitos: era elitista, subjetiva, factual. Em contrapartida, esse grupo defendia uma nova em que o e o social privilegi ado. D entro dessa novos e novas fonte s passaram a s er incorpo rada s e a fornec er novas aos estudos Essa nova Historia sustentava que as estruturas sao mais e determido que os acidentes de conjuntura, ou para a da os em um tempo a chamada sao mais vos do que aqueles de fraca amplitude , de pequ ena segundo os os coletivos mais sobre o curso da histor ia do que as individuals. As do e da e mais os regimes politicos e os eventos, deveriam ser da dos historiadores. O fun damental era o estudo das estruturas, no

assumia primazi a nao mais o que e manifesto, o que 45

se

mas o que por O que as que — independas e das das pessoas — os mecanismos economicos, as sociais, produz em as do Segundo a defendida Annales, na Historia politica ocorria o dessa nova proposta, pois estava voltada para os acidentes e as circunssuperficiais e negligenciava as dos eventos com as causas Noutras palavras, a Historia politica era o exemplo tipico da Historia dita (Historia do s eventos) f eita Escola Metodica. Ao o o o a H istoria politica pr ivava-se da possibilidade de no e no tempo e incapaz de elaborar explicativas ou pro du zir e sinteses que as do sua dimensao Era uma Hiscoria que permanecia restrita a uma linear e relevo, concentrando sua nos grandes personagens e desprezando as E ra chegada a de passar de u ma "His-

toria dos tronos e das para aquela dos povos edas Ainda nos primeiros tempos dos Annales, as dirigiam-se mais a "Historia Marc e em para politicas, estudo s etc., a recaisse sobre os aspectos economicos. Mas dos anos de Altos Estudos) em des Etudes (Escola des Hautes Etudes (Escola de Altos E studos em Sociais), por Fernand en Sciences (1902-1985), os para os estudos relacionados ao politico fecharam-se. Para Braudel, o essencial na historia era explicado grandes economicas. Nos anos 1960, o conheceu uma grande na e aprofund aram os contatos entre est a vertente historiograflca e os Annales, a dimensao politica dos fatos sociais foi Essa postura deveu-se essena de criticas ao do Estado, visto insttumento da classe sem nenh uma margem de autonomia. O politico va a ser apenas um das economicas, destituido de Assim como a Escola Metodica, os Annales a postura no que aos periodos de interesse e as fontes e visuais, por exemplo. Da mesma for ma que na chamada Historia os periodos que maior e se tomaram alvo dos estudos renovadores foram prioritariamente as Idades Media e Moderna. O XX manteve o de objeto de estudo e a legitimidade de sua aborda gem pela Historia foi constantem ente questionada. A impossibilidade de recuo no tempo, aliada a de apreciar a e a dimensao dos a como o risco de cair no puro relato foram mais uma vez colocados como para a

46

recente. Em seculo XX, a historia do seculo XX uma historiadores. A chamada Histori a era das :iais em mas da Historia. As que no campo da Histor ia a da e que se para outros paises, tampouco o predominio das >ntes escritas. Ao contrario, o reafirmou. Ao valorizar o estudo das estruturas, dos de a Historia proposta Annales atribuiu as see as de uma fundamental. Em contrapartida, desvalorizar a do do das conjunturas, dos aspectos rais e politicos, tambem o uso dos pessoais, das de ida, das a sua sobre que apresentavam, enfati zava-se a de se obter que os depoimentos pessoais nao ser conlerados de uma ou pois a individual >ressava p articular que nao

aprofundar o tema dos Annales (1927-1997) historiadores e

Ciencias

Jacques Revel da

de Altos

de Paris.

da

chamada Escola dos Annales visoes sobre a

em

nos textos dessa

para a dificuldade em os historiadores que se

de Marc

Febvre (1878-1956) .

Francois Furet,

"Em outras creio que a dos Annales foi veiculada tampo r outros fatores ale m da propr ia da corrente dos Annales. Alias, se voce sincera, penso que os Annales nunca propuseram uma epistelologia que nao existiu um na e que, por conseguinte, o que fez sua foi bastante vago, ou seja, sua >roposta de deslocar o tema da Historia, do politico, para o e o social, curto prazo para o longo prazo. E acrescentar ainda que o acaso fez com aparecesse um relativamente grande de bons historiadores na

depois da Segunda Guerra que divulgaram aEcole des tudo somado a de e forte a Ecole des Etudes. sabe que existe uma realidade da Ecole des Annales. \ Eu sempre digo brincando que a Ecole des Annales nao tern out ra definicao senao a de que ela e as pessoas que eu encontro de no elevador. O que existe de comum entre Le Roy Le Goff , eu, Richet Como podem no s identi ficar sob dizendo: sao da em

"E um Em primeiro nao que exista uma Sempre dos resisti a essa de Penso que nao ha um de doutrina que nos permita em uma De modo que, quando se em ese por comodidade, ou para fazer existir ou, como no caso de Furet, para afirmar: que ha

de 1987.

REVEL

uma escola, mas ela nao Nao acho que exista uma escola, mas ao de Furet, nao penso que nao exista coisa alguma. Penso que ha um movimento. Esse movimento e mais misturado, como sao todos os movimentos, como os e isso nada de novidade.

politicos, capa da porque, na epoca REVEL

Jacques

Revel.

A

Drfef, 1989.

em que Furet considerava que ele fazia do movimento dos Annales, nos anos 60/70, quando ele era ate um dos representantes mais autorizados desse movimento, que havia entr e que ele fazia e o que faziam Le Roy Ladurie, Pierre Goub ett ou Marc Ferto? N enhuma . Que havia entre o que fazia Furet e o que fazia Mas, naquela epoca, ligava. Se nao me engano, Furet teria dito certo dia: dos Annales sao as pessoas que eu encontro no Ja eu usaria a de um onibus. No onibus, ha gente que entra e que sai, mas e sempre a mesma Esse problema e relevante para ja que estou escrevendo uma his toria da Annales. E verdade que ha um monte de coisas difere ntes des se movimento. Mas acredi to que, apesar de tudo, ha um pequ eno de fortes em comum, A e a de que a Historia e uma social. Essa nao e desprovida de nem de A segunda e que a Historia tern a voca-

48

ao do

com as demais ciencias de confronto

ate

Histori a e Ciencias .

da historia da Annales, as

Ao

Mas a ideia de que a

nasce de uma

parece ser uma ideia forte e

da identidade da revista. O terceiro aspecto que me parece importanque nem sempre tenh a sido urn de

constante —

e

na Historia. Nao no sentido das ciencias da

o sentido de que a Historia funciona por . Hipoteses explicitas e

je, e menos

empiricas. Este

do que era 15 anos

esteve presente nas

cri tica — a

da

Annales. A revista, tempo e aberta.

mas ao

existe ortodoxia, a revista pode aceitar coisas .

mas

de urn jogo de hipoteses e

da Annales e ressurgiu recentemente. Nada disso uma identidade. Nao ha uma .

pres ente — e

gente

diversas. Mas penso que a Furet ficou de for a — foi

meio de e streitar a ide ntidad e da revista. Na esteira da Annales ha gente como que sou

e gente como Bernard Lepetit, que foi assumida-

. - te macro-historiador. Isso nao nos impediu de que uma revista seja um

juntos, nem de conversar. de

Jacques Revel. Entrevista

em fevereiro de 1997.

sugerida BLOCH, Marc. Os reis Inglaterra.

o carater sobrenatural do poder regio, Julia

BURKE, Peter. A Traducao

Sao Paulo:

Annales

das Letras, 1993. francesa da

Sao Paulo:

CASTRO, Celso;

e

1991.

Marieta de

OLIVEIRA, Lucia Lippi

com... Rio de Janeiro: FGV, 2003. p.69, 144-145. A Historia em migalhas:dos Annales a Nov a Historia. Bauru: Edusc,

DOSSE, 2003. Lucien.

3. ed. Lisboa:

REIS, Jose Carlos. Escola dos Annales: a Paz e Terra, 2000.

1989.

ao em Historia. Sao Paulo:

2.4. A Nova Historia Em meados dos 1960, em grande parte dos movimentos estouraram durante a a Historia passou por uma nova onda de renovacao vinda em diversos Na esteira dos movimentos das minorias, a escrita da Historia tambem a o das homossexuais, pobres. Dentro dessas categorias, abriram-se de estudos que, em grande contestavam os modelos em voga, fazendo emergir uma "Historia vista de Os movimentos de mostrar que tudo historia. Em paralelo a esse processo de de assistiu-se ao de fon tes. Tudo passava a ser de atenta do historiador. ha que possa ser desconsiderado, porque todos os acontecimentos cruzados a melhor da realida de vivida. Na ainda qu e de for ma o movimento de conhecido a terceira dos Vindos do interior dos esses autores procuravam contestar categorias consideradas abstratas e generalizant es como estrutur a e O termo "Historia nova", em foi par a designar ess a recente da academia francesa. dos defensores Jacques Le Go ff, Pie rre Nora , Marc Ferro, Emma nuel Le Roy Ladurie , Roger Chartier, dentre

50

dado as novas possibilidades de

O

no

de uma

de artigos,

historica pode ser perceem 1974, por Jacques Le Goff

Pierre Nora, Historia: novos problemas, novas

novos objetos.

Em 1975, Ladurie publicou

um estudo que reuniu

quantidade de fontes de srcem

para desvendar o

um povoado no sudoeste

entre 1294 e 1324.

com as estruturas sociais do povoado com outras

as

o poder temporal e

as praticas cotidianas de cultivo a

e as formas de

as praticas

aos

Braudel, Ladurie procurava recuperando a

herdeiro de

a necessidade de

metodo-

do evento na analise historica.

Respondendo as criticas do historiador dentre outros historiadores A

de se preo-

o autor procurou analisar o

as

a sexualidade, a

de

Robert Darnton, Roger passaram a rever a

de

do ter-

retirava o individuo da Historia: a designa-

era

pareceu

de grupos sociais

e incapaz de resumir a

Segundo essa critica,

em "mentalidade medie-

val" como uma a todos os que na Media retirava a acao de individuos e de grupos muito diferentes. Era como se todas as pessoas, dude uma "mentalidade" comum. Dentro dessa persa

de cultura, num

cada vez

estreito com a

e deu novos contornos as foco de da escola

veio da

No interior

desde a decada de 1960, historiadores como Eric Hobsbawrn Hill (1912-2003) e Edward Palmer Thompson (1924-1993)

redimensionar as sociais. A

historicas para

de uma

que

das

em suas

as cotidianas pas-

sou a ser o mote de uma Historia marcadamente social, repleta de descontinuidades e com

margem de

A Micro-Historia

dos atores

na decada de 1960,

por Carlo

conseguiu adeptos rapidamente.Por meio de um Micro-Historia busca a compreensao das desvendar uma realidade macro. O

em O

e os

temporal e espacial, a

no nivel micro analitico de forma a mais

acabado pode ser encontrado

de Carlo Ginzburg, publicadoem 1976,no

sa uma grande quantidade de de Menochio, um moleiro condenado

o autor

inquisitoriais e procura desvendar a no

XVI.

Para aprofun dar o A

vista de baixo Edward Palmer Thompson (1924-1993), responsdveis

ingles e

de

do movimento

foi in-

e setts estudos sobre as das pessoas

e

ditados por

Capa da obra de Edward Palmer Thompson. THOMPSON, Edward Palmer. A da da liberdade. Sao

I: a Paz e

1997.

que

da

das certo como

de humildesmoradores das as que

e aos

em

as me a sociedade inglesa em mesmas a a de "baixo". Evitei, ate o final do livro, qualquer dessa sociedade que pudesse ter a atraves das

de outros Edward Palmer Thompson.

e

1975.

su geri da Roger.A Michel.

cultural:entre praticas e Rio de Janeiro: 1990. do poder. 26. ed. Rio de Janeiro:

LADURIE, Emanuel Le Roy.Montaillou:povoado das Letras, 1997. LE

A

Maria 2008.

de 1294 a 1324. Sao Paulo:

6. ed. Sao Paulo: Martins Fontes, 2005.

. NORA, Pierre (Dir.). Janeiro: Francisco 1988. 3 v.

3. ed.

Rio de

THOMPSON, E. P. Co stumes em comum:estudos sobre a cultura popular tradicional. Sao Paulo: Companhia das 1998. . Senb ores e

2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 17.

2.5. A A Micro-Historia e um movimento de que ceve os primeiros por historiadores a de meados da decada de 1960. nas academias e os a valorizar o papel das pessoas comuns nos hiscoricos. Em resposta uma historiografla essencialmente economica e os historiadores italianos buscaram os as de tempo a dos sujeitos As da decada de 1960, o surgimento de novas de do o de novos atores ate pobres) fatores que para uma do papel dos na escrita da Historia. A nova do processo sugeria que a dos modelos estruque a sociedade como um obedecendo a todas as normas sociais e economicas, nao condizia de neira a de sua sociedade. A partir de do presente historiadores, a Micro-Historia a novas formas de das sociedades do passado. Um marco para a sobre a metodologia foi o surgimento, em 1966, da revista que se tornou um dos prinde Historia, reunindo de pesquisadores. Os debates promovidos revista por exemplo, a

53

de

em voga

histor iografia francesa. Mas, por sua vez, a sobre o uso de da na do conhecimento um dialogo pro ffcuo com os Annales. Ao longo das decadas de 1970 e 1980, as duas historiograficas travaram ea

A Micro-Historia seguidos da

a

da escala de analise, o recorte temporal e es-| intensiva do objeto estudado. escala de obser-

reduzida, a analise a partir da exaustiva das fontes, envolvendo, inclusi ve, a ligadas ao cotidiano das comunidades, as vezes de figuras que passadespercebidas na relacionadas a de microcontexcos. Dessa forma, recobra a dinamica de vida de pessoas desconhecidas, um a vivacidade que a tend ia a ver e Os do m icro, recolhidos historiador, sao, na verdade, os indicios, as pistas que sobre que nao sao vistas primeiro I Assim o historiador italiano Carlo Ginzburg que, como foi dito, em 1976, 0 e os um dos importantes de -Historia. Nesse o autor analisou o cotidiano de Domenico Scandella, tambem I por Menocchio, um moleiro que viveu no XVI e foi condenado Ginzburg procurou reconstituir o de um de a recuperar o ea de vida das pessoas Outro importante e o do historiador italiano Giovanni Junto Levi coordenou a na da entre 1981 e 1988. Em 1985, Levi publicouA analisa as do do povoado de Santena, no regime. Levi procu ra recons tituir as redes familiares e clientelares, ao longo dos e XVIII, que se em torn o do exorcista Giovan Para canto, pesquisou em arquivos paroquiais e administrativos da na tentativa de reconstruir a social do povoado, que, partindo de um que e a se do micro, as dessa nao sao da Micro-Historia tenta compreender como pequenos sinais nas mais fontes dar acesso a e sociais que tambem de grupos ou de maiores. De uma forma os guidores da Micro-Hist6ria que o de fontes pode os da grande que as Nesse sentido, a Micro-Historia um grande as fontes, servando um alto grau de empiria,

ra aprofund ar o tema Os

atuais da de

o

na

frames Roger

um

da

da Micro-

das

dez anos, essas certezas, e partilhadas, foram abaladas. De um sensiveis a novas abordagens ou os historiadores o dos individuos na consdos Dai resultaram deslocatnentos das para as redes, dos sistemas de para as vividas, das coletivas para as estrategias singulares. A inicialmente espanhola, foi a mais viva dessa da abordabaseada no recurso a modelos ou Radicalmente da a Micro-Historia pretende a partir de particular, normal porque a maira os individuos o mundo social, por de suas e das que os ou dos que os )6em. O da Historia, portanto, sao, ou nao sao mais, as estruturas mecanismos que regulam, fora de controle subjetivo, as :iais, e as e as estrategias acionadas comunidades, as as familias, os individuos." Roger Chartier. A

hoje -

desafios,

1994.

A Micro-Historia se como Jacques Revel,

de Micro-Historia: a por corrente

defende que as

uma nao leva ao

para q ue se tenha uma

Ou seja, a analise das relacoes

de toda as

de uma determinada

mais complexa

de analise.

significados que sao ou o sistema politico do

fo micro como forma explicativa de toda a

do dia a dia das pessoas,

com

de

A

or corrente fundamentalista, inspirada na obra do antropologo

sodas sao constituidas sempre a partir das

ao analisarmos o cotidiano de

e

respeito a uma conjuntura social que pode ou nao ter

da escala de analise e

obedecendo a que

conforme o

como a

essa

variar a escala de

conforme a escala, uma

pequena

por bis-

conbecida Frederik

bavendo um

social. No trecbo a seguir,

para o

da Micro-Historia.

defende que

da analise como a

"A

da escala de analise e compreender sua assim como os antropologos,

para a da Micro-Historia. e suas implicacoes. Os historiador es, com conjuntos circunscrit os, de

tamanh o reduzido . A abordagem sim como em seus

e profundamente diferente em suas intencoes, Ela afirma em que a escolha de uma

escala de analise particular de produz efeitos de conhecimento, e pode ser posta a de estrategias de conhecimento. a nao significa apenas aumentar (ou diminuir) o tamanho do no visor, significa sua forma e sua trama. Ou, para recorrer a um outro sistema de referencias, as escalas de representacao em nao consiste apenas em representar uma realidade constante em tamanho ou menor, e sim o da (ou seja, a escolha daquilo que e representavel). Notemos desde que a "micro" nao nesse sentido, de privilegio especial . E o da que conta, nao a escolha da escala em particular," Jacques Revel. Microanalise e

A

do

1998.

da Micro-His tori a No

a das

o

fr ances J acques Revel e

"A social durante um Seu entre si os diferentes aspectos das categorias ou curtas e com

o

da Micro-Historia

de

sobre agregados acompanhados peso nao permitir se interessava Ela para apreender as duainda os nao sabia mu it<

o que fazer com os grupos por a em conta o individual. Assim, vastos permaneciam abandonados, q ue se poderia tent ar [...] Apoiados jazida os autores Ginzburg e Ca rlo Poni] pro punh am de conceber a historia soo proprio dos individuos ou dos grupos de individuos. [...] Sobretudo, permite ao longo de um — o de um de uma de uma obra a complexa rede de a multiplicidade dos e dos tempos nos quais se inscreve. [...] analise microtern portanto duas faces. Usada em pequena escala, muitas vezes possivel uma do as outras abordagens

x

por outro

a

vivido se articula.' [...] o social de

as

invisiveis segundo as quais

objeto dotado de moveis dentro de

Percebe-se

aqui a

por vezes, a

o desejo fortement e mas sim em constante

de

de

um

mais atenta,

e a sua Jacques

Roger. A



2000.

propostas. Revista

Janeiro: CPDOC-FGV, v.7, n. 13, p. O de Martin Guerre.Sao Paulo: Paz e Terra, 1987.

Rio DAVIS, Natalie

GEERTZ, Clifford. A

das

Rio de Janeiro:

1989.

GINZBURG, Carlo. A Micro-Histori a e outros ensaios. Rio de Janeiro: Bertrand, 1989.

.O

e os

Sao Paulo:

das Letras, 2006.

LEVI, Giovanni. A

imaterial:tr ajetoria de um exorcista no Piemonte no seculo XVII. Rio de Janeiro: 2000.

REVEL, Jacques. Microanalise e

do social.Jogos de escala.

Dora

Rio Janeiro: 1998. p. 19-20 Jogos de escala. Dora Rocha. Rio Janeiro: FGV, 1998. . In: LEVI, Giovanni. A imaterial: trajetoria de um exorcista no Piemonte do seculo XVII. Cynt hia Marques de Rio Janeiro: Brasileira, 2000. p. 16-17.

2.6. Novos da 1980,

regiscradas

expressi vas nos diferentes campos da pesquisa h istorica: incor por ou- se o estudo de temas contemporaneos, revalorizou-se a analise qualitativa, resgatou-se a das

individuals, ou

o interesse das estru-

turas para as red es, das estru tura s de classe para as

letivas para as

das normas

singulares. Paralelamente,

cultural e ocorreu

novo

a Historia

renascimento do estudo da politica.

A cham ada Histo ria cultural, renova da nas contato com a tropologia, o conceito de cultura, agora entendido como o conjunto dos costumes,

e

de

que

a

Progressivamente, a cultura passou a ser para a

das

das

os aspectos de

58

com das

e se de que a politica era

economicas, os estudos

de fu nd o politico ou mes-

os historiadores

de cultura erudita e popular, como elementos que se

como um

fossem

A par tir dessa

historica dos

estruturas

a perceber que a politica tinha consistencia propria

em

a outras

um todo

social. O resgate da

mas como o

a tona

Bores e de suas

para a

Associada a

por

de da

da Historia politica, e nao apenas de-

ocorreu uma revalorizacao do

Dentro dessa postura, fo ram

dos

na

novos

e

aos depoimentos, re-

os limites e as

as de mentalidade e de periodos e em

dessas fontes.

que diluiam os individuos em a procurou re-

a abordagem argumentando que o podia de uma experiencia coletiva, constituindo-se em uma spelharia uma visao de mundo. A da historia do tempo presente,

a que de

com testemunhos vivos que, sob certo aspecto,

o

do

Desde o seculo XIX, a necessidade de uma visao dos fatos colocava uma As

que cada vez a uma

eo

para os estudos da historia recente.

das sociedades modernas e as

dos

dos

no

a dispor de

sonoros,

do papel das fontes escritas e

dade do tempo presente como objeto de nova de estudos e e O retorno da politica e a

a

Nesse sentido, a legitimiabriu para uma para o oficio do historiador.

do papel dos individuos

o

dos processos de tomada de do lugar dos eventos e da pode oportunidade ao uso dos depoimentos orais. Outra de no campo da historia do seculo XX operou via da historia das do social e dos usos do passado presente do debate sobre as en tre historia e Podem ser citados como exemplos os trabalhos de Maurice Pierre Nora e Henry Rousso. litica. Esses novos

Nora e seus permitiram aos

utilizando uma repensar as

renovada de memoria coletiva, entre o passado e o presente, e

para a historia do tempo presente o estudo dos usos do passado. Pierre Nora a entre o e o discurso da memoria e das

A historia busca produzir um

uma analise critica atraves de uma passado. A memoria e tambem uma e ela e e os eventos quente e das necessidades do presente.

dos acontecimentos e vidas do do passado, mas pautada em lembrados a da experi encia subse-

Todas essas

se

nas,

de forma

a a

a

das abordagens a ea para a e nas perspectivas abertas

forneceram novos partir de uma

Para

de outras

com a por exemplo. As dos estudos a

o

O retorno da Historia Rene

(1918-2007),

do

National de

para defender a importancia da Historia politica

Por uma Historia

o

no

as

de uma nova Historia politica.

Capa da de Rene REMOND, Rene,Por uma Historia Rio FGV, 2003.

a

de uma filosofia que

as verdadeiras realidades daquelas que, no de forma

de

uma filosofia

Ser

e

ao

e bem verdade que prevaleceu durante muito tempo, de forma um

que

com o

os postulados

de uma visao que

uma visao

de

para

o

da filosofia, a

infraestrutura da superestrutura. Entendia-se que a infraestrutura determinava a restrutura e

a verdadeira

as ou

O que importava

o resto era superestrutura e, nao a

Os fatos

— as

que as

dos a esta

os

as

de pro-

mera

as verdadeiras realidades. a

e... a



preocupados em

relegaas ver-

dadeiras realidades, a de certa forma desvalorizar um bom numero de aspectos da vida coletiva, tais como as

as

de direito e a vida

As

lor exemplo, nao passavam de atos cartoriais que Deter-se

de

era, de certa

idade estava em outro

A

Nessa nada

as verdadeiras relacoes de

nao passava de

o politico, de certa

da

gato por das

nao passava de um engodo, nao

em um outro

de

fundamentals.

politico, pot si so, nao podia agir sobre o resto, estava na idades. O

— abro

. a politica toda dos Temos que

de

um que as

um

das verdadeiras

— e que esta

que a que

A

que ne-

impotente, foi, talvez, a que suscitou os homens a sua

um desses fatos mas que so obedecem a uma

..]

Nao tentarei

aqui o que e o politico, mas tambem nao podemos perder de

o fato de que existe um campo politico absorve problemas ou casos, tornam a

do politico, ainda que A esfera que nao se colocavam antes e que, alias, Os contornos

poucos dominios escapam da politica.

pouco nitidos, mas hoje em

ver a diversidade das

po-

icas publicas. Existem hoje pollticas publicas de de biologia, de meio de uma de problemas que nossos antecessores nao imaginavam tornar-se um dia objeto de debates politicos ou de escolhas pollticas.

tentado a dizer que nunca foi fator superficial ou exterior.

dificil como hoje

o politico

[...]

Eis alguns elementos de resposta pergunta dizer — embora talvez seja melhor de do politico nao

que Historia do

E des-

— que nesta tentativa de tipo de de he-

a seu favor. Se o politico e importante, se e possivel pensar hoje em dia que dos pontos de

do percurso, que seja a atividade, que ele da sociedade, e dizer tambem que nem tudo e

que nao se deve reduzir tudo a que o politico nao esta sozinho e mas guarda com o resto, com as demais expressoes da atividade humana e a sociedade civil. para o politico todo o a que faz jus, mas nada desse espa9o. Chego as vezes a preocupado quando constato o sucesso de ele goza hoje em dia. Temo que alguns acabem por esquecer que o se inscreve contexto mais e que so se e do politico — da forma como se e historiador do ou do cultural — sendo-se tambem historiador, nao da o que seria mas um historiador reocupado em inscrever este objeto numa

de Historia

dizia Giovanni

do para

'nenhum sistema e de fato

toda possibilidade de escolha consciente,de das regras.

a

de que as pessoas

constitui o

ou

para se

e para se observar

a liberda< concretamente

sistemas Rene

Pot- que a Historia

1

sugerida BERNSTEIN, Serge. A cultura politica. In:

Jean-Pierre;

(Org.). Pa ra uma Historia

Moura. Lisboa:

1998. p. 349-364. CERTEAU, Michelde. A

do cotidi ano ; artes de fazer. 9. ed. Petropolis:

2003. Francisco. Historia e Poder. In: CARDOSO,

Flamarion;

da Historia:ensaios de teoria e neiro: Campus, 1997. p, 61-90. REMOND, Rene. Por que a Historia politica?

CPDOC-FGV, v. 7, 13, p.

Rio de

1994.

(Org).Por uma Historia politica.

_

Estudos

Rio de Ja-

Dora

Rio de Janeiro: UF1

1996. RIOUX, Jean-Pierre;

Para uma Histor ia cultural.

Ana Moura. Lisboa: Editorial Estampa, 1998. p. 259-280. ROSANVALLON, Pierre. Por uma Historia conceitualdo politico.Historia, Sao Paulo. v. p. THOMPSON, Eduard P. 1989. 3v.

62

da dasse

inglesa. Sao Paulo: Paz e

- Problemas e As fontes e a

do

historiador O

do historiador se faz a partir de fontes, que basicamente os

gios deixados pel os homens aoongo l d e sua ex istencia.Sem fontes, nao haHistoria. Podem teras a

distintas

e cada uma, a sua

traduz aspectos qu e

elementosdo pass ado.

Todo trabalho deHistoria

em primeiro

uma

tica (qual o assunto), temporal (qual o periodo) e espacial (qual a regiao) do objeto

a ser est udado. A partir dessas com as

pretende

recer elementos diferentes e Emb ora, de um a maneira

cab e ao histori ador um a As fontes podemser de srcem

de fontes e ofe-

sobre uma todos os

constit uir emfontes para o historiador, nemtodas dependem dem u processode crit ica que as

do passado poss am se a mesma qualidade,ou seja, em termos de

e

representatividade para as per guntas que o ist h oriador fazao seuobjeto de estu do.

63

E a partir das fontes que os

extraem os fatos que

escrita da Histori a. Os fatos nunca

co isas dad as, mas o resultado de

entre o documento e o seu leitor.

das

que o historiador pro-

dos elementos que para poder confrontar corn com outras fontes. Dito

fatos, do

parece que o fato historico pode ser construido ao

prazer dos pesquisadores, no

diferente dos

que todo fa to histori co carec e de prov as. das fontes no cabe ao historiador

para a

e preciso

isso, e de

indicar as

dohistor iador.Estae uma regra da

nao

discursos, inventar

O trabalho do his toriador d eve ser passiv el de

por isso,

car asobras que leu eos docu mentos que consu ltou.O

deve indi-

historico parte

dessanecessidad e de clareza. Somenteo exerc icio ri goroso deritica c da s fontes possibiao historiador a

do seutrabalho. Obv iamente, isso nao

de umaverdad e absolu ta, mas determina uma das

o

fund arnentai s

do conh ecimento histori co: trata-se de urn conhecimento controlado. E e preciso

que o processo de critica nao e trabalho de

de um docum ento

A

com tudo oque se sabe sob re

determinado assunto. Tod a fonte deve passarpor um processorigorosode critica, que

a sua

fisica, porexemplo.Um doc umento do

seria feit o em um

a sua

mesmas natureza e

ea

por exem plo,

XX, apresentam

X

com ou tros textos de de nascimento do

do

A critica d a fonte nao termina ao averi guar a

sua au tenti cidade, mas gue se o docum ento?

continuo proc esso de interpret acao:de onde

o produziu? Quando for feito? Como foi

Haveria

conscientes ou inconscientes, para que o u a tor deform asse as

Esses

estend em-se atodas asfontes,porque todo docu mento eo

sulta do de uma riador

de fator es, jogos de pod er e Nao ha doc umentoneutro,

Por isso, asfontes,

interessesquecabe ao histofonte que traga a v erdad e

escri tas (docu mentos a

critica.

Historia e prova O historiador Eric mento historico e

64

faz uma a

sobre a da

como uma

do vdlida e dotada de

ent rar no debat e

sobre essas

e

que os

o

de sua disciplina: a da evidencia. Se os seus textos > como o sao em certo constituindo-se de . dessas ficco es sao fatos O fato de que os fornos nazistas nao pode ser estabelecido por meio de Uma que foi estabelecido, os que negam sua escrevendo Historia , que s ejam suas narrativas. Se romance deve tratar do de de Santa Helena em vid a, poderia se r literatura, mas nao ser Historia. Se a Historia e u ma arte e uma arte que na o inventa, mas za frouves encontrados). A pode pedante ao nao historiador, que utiliza material historico pa ra seus

[...] De fato, a dos historiadore s em 'procedimentos cieno nde cada decl aracao e acompanhada de provas , fonte s de refer encia e ; e as vezes pedante e trivial, principalmente agora que isso nao participa uma po ssibilida de de uma v erdade positivista, que uma certa grandeza No entanto, os procedimentos do tribunal a, qu e na suprema cia da evidenci a com a mesma a que os "

historicos, e, muitas vezes quase da mesma demonstram que a entr e fato historico e falsidade nao e [...] Insistir na supremacia da evidencia e na central da distincao entre a historico e e apenas um a das manei ras de exercer a resp onsa bido e, como a nao e o que era talvez nao seja a mais importante. Ler os desejos do presente no passado ou, em . ea mais e conveniente de criar uma Historia qu e as necessidades do que Benedict Anderson " : imaginadas' ou coletivos, que nao sao, de modo apenas nacionais. tempo, a de politicos ou sociais como Historia foi pa rte das

profis siona is do hist oriador." Eric

Valla e a A

de Constantino

de Constantino e um bom

sobre a importancia da

a

foi

'.perador Constantino (306-337) o, o a

e Constantinopla), de Roma

terras

das fontes.

como um

no

o

doacoes ao Papa Sao Silvestre (314-335). dizia qu e fora

doava ao

na

de

sobre as as

por

do papa antes de

do do

em diversos p ontos do

de Sao Pedro e de Sao Paulo disso,

ao papa a

65

faculdade de elevar senadores do Imperio ao nivel de sacerdotes. Produzido provavelmente no seculo um clerigo romano, a

de Constan-

tino ja hafia sido constestada no tempo do imperador germanico Otto HI, no

XL Mas foi

em 1440 que o bumanista italiano Lorenzo Valla (1407-1457)

um trabalho de critica

textual do documento e pos um ponto final nas discussoes sobre a sua autentiddade.

em

1506, o texto de Valla mostrava que a Unguagem do documento nao era

do

era do seculo como

IV. O latim

O edito, apresentado

era

e

ao da bistoria e responde a interesses de um Nesse caso, da Igreja de

Anonimo.

como suds do Imperio Romano.

a

a doacao de Constantino,

epoca em que foi

dos do seculo

sua

Afresco do seculo de Constantino.

Pode ser

X II I

nao seja

como uma fonte para

A mentira tambem pode ser objeto de estudo do a

representando a

da doacao de Constantino no

A imagem medieval.

A mentira tambem Todo documento e

nao.

bistorico. Cabe ao sobre dade

desvendar as fato

bistorico.

ou seja,

o

por ser

o documento nao perde seu

de poder e interesses que produziram aquela pode auxiliar

de uma

que uma sociedade desejava falsear e

na o basta o E tamb em descobr ir seus mot vos. Mesmo que, a para rastrea-l o. Enq uan to subsistir uma vida sobre suas srcens, em si de rebelde a por conseguinte, de apenas ate de tudo, uma enquanto e, a seu um testemunho. Provar, que o dip lom a de Carlos Magno para a igreja de nao e e um erro; nao e adquirir um Conseguiremos, em que a foi composta de Barba-Ruiva? Que iria, por todos os aos grandes sonhos riais? Uma nova se abre para vastas perspectivas Eis critica levada a buscar, por da o impostor; ou seja, divisa da Historia, o Apologia da

66

sugerida da Historia —Ou o oficio do historiador. Rio

Marc.

Janeiro: Jorge

2001. p. 98. >OSO,

Flamarion;

da Historia: ensaios

teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. JAZELLI, Cesar et al. Questoes de teoria e metodologia da Historia.

2000. Eric J. Sobre Historia. Sao Paulo:

Porto Alegre:

das Letras, 1998.

Jacques. Documento/Monumento. In: E ncidopedia Einaudi: Memoria-Historia. Lisboa: Imprensa

v. 1.

Eni de; SILVEIRA,

Historia &

e metodologia

Horizonte: ezi

Sao Paulo: Contexto, 2005.

Henry. O arquivo ou o

de uma falta.

Estudos

Rio de

v. 9, n. 17, 1996.

67

3.2. Os limites da o

de uma posru ra critica diante d os docum entos,

uma atitude facilmente executada por qualquer pessoa. No entanto, criticar e tarefa

complexa do que se imagina.

trata-se de um processo de

da um a pos tura criti ca ao outro, questionamento e aprendizado de

que se desenv olve a partir do exercicio de leitura das fon tes . E nesse sentido que

que a critica nao e natur al,

sabendo criticar, mas aprende, por meio de um exercicio constante de namento, a

toda e qualquer

como resultado de uma toriador,

de natureza escrita, oral, de pode res concorrentes. Por isso, todo his-

leitor critico, deve saber que nao existem documentos que

po r Nao a natureza : oficiais, pes soais, imageticos: todos devem ser objeto de questionamento. O exercicio da tica e da

pressupoe o conhecimento

a leitura de

sobre o as sunto e a capacidade de ler o universo de possibi-

Essa e um a das

entre a

fei ta por amadores: a escrita da cimento das fontes. Como a percurso de

feita por

e aquela

pressupoe controle da

e conhe-

do saber

nao e um romance, todo o

deve ser claramente indicado, dos arquivos pesquisados a consultada.

68

de fontes

Esse conhecimento produzido por historiadores interpreta aspectos do passado. pura e simplesmente, que a Historia e um conhecimento do passado, nos cometendo uma

por que a Histori a e sempre um conhecimento

de vestigios. O conhecimento do passado, como conjunto de todas as aconteceram, e um

impossivel.

do conhecimento historico esta diretamente ligada ao olhar que o riador

sobre os acontecimentos. Assim, diferente de outras disciplinas

um de analise preestabelecido, para fazer a Historia nao e possivel fatos historicos espalhados na natureza; existem conforme a leitura o pesquisador faz dos s eus documentos. E o historiador que, de critica, estabelece,

o valor ou a

classificar os fat os e, a pa rti r disso,

do seu exer-

dos acontecimentos para sua narrativ a. Tal como

o

frances Charles Seignobos (1854-1942): "Os fatos historicos so existem sua

em

a um observador. Sem a curiosidade do historiador, o

nao existe". Por isso, a

e sempre de

leitor: o fato historico e uma

entre o vestigio e o

feita a partir dos vestigios do passado.

a data de 22 de abril de 1500 e considerada um fato historico marcante para . Histo ria do Btasil, nao po rq ue ela seja mas porque e o resultado do de fontes e do exercicio da critica dos historiadores. Esse fato pode ser em termos de

e

de

A desc oberta de outras f ontes , por exem plo, pode

distinta

es-

a veracidade

da data fixada em abril de 1500. O fato e sempre uma elaboracao, um Assim funciona, tambem, com a postura critica na modernidade. Todos os bombardeados por noticias de

srcens e

por exemplo, nos telev isao ou a inte rnet. Cabe ao leitor

de

fato que pode em massa, como

o olhar e saber diferenc iar as varias

de que convergem sobre um determinado assunto. Nao se trata de ::ar a verdade, porque, tal como a Historia, o conhecimento da presente ou passada, e dado por vestigios. A de que o leitor

e sempre feita a partir das

no mo mento . Sua leitura ser a

for a sua capacidade de conjugar E

ter em

seja ela

m ais verossimil

leitura e critica.

que qu alqu er leitura e form ulad a por homens situad os em

um dado tempo e sociedade . A cri tica dos docum entos esta tambem ligad a ao tempo em que

feita. Nao existe Historia fora do tempo, portanto, cada epoca le os vesti-

gios do passado de uma forma diferente. Esta aqui o grande dinamismo da escrita da disci plina: toda H istoria diz mento

do m ome nto em que foi feita. Nao ha conheci-

do passado. A critica

a fornecer

Para

o para Dom Pedro do italiano caricare

caricatura, em a

a caricatura e satira, sendo tambem comum

O

do

a expressoes

dessa fonte, como o de qualquer outra,

sob pena de de um qu e a caricatura per de sett va lor para a Historia. Nesse as duas imagens a

do

que que

(1843-1905) e

o

o

na

eo

da Assembleia anos depois

com

historico. No um serve como um contraponto inte-

feita

das

brasileiro Pedro em 1872, com as vestes imperials.

pretende mostrar um rei sem

a dizer coisa que ndo desenbista ital iano que se

o

dos

Dom Pedro II. A

A segunda imagem e uma caricatura feita

como uma forma de

inverificdveis do ponto de vista

e

(1843-1910), autor da imagem, foi um

como um dos principals caricaturistas do Segundo Reinado brasileiro.

oferecia uma

do reinado do Dom Pedro II.

rfe

n. Ago stini.In: caricatura , o rei Dom Pedro e descrito por um bobo da corte.

urn

Pedro

D.

da Assembleia Geral, 1872. sobre tefa, 2,88 cm x 2,05 cm.

sugerida Marc. Apologia da

~ o oficio do historiador. A. Telles. Rio de Janeiro: Jorge

Goff.

Robin. A

Jacques Le

de Historia. Lisboa:

fBY, Georges. A Historia

Rio de Janeiro: Jor ge Zahar, 1993.

Carlo. Apontar e citar: a verdade da Historia. (Dossie Antoine. Os fatos e a

de Historia da

Campinas, n. 2/3, p. 91-106, 1991. historica. In: PROST, Antoine. Doze sobre a

Traducao

Joao de Freitas Teixeira. Belo Horizonte:

2008. p. 53-73. os

da ciencia historica. Brasilia: UnB, 2001.

da Historia, 1)

71

3.3.

e temporalidade

O que e o tempo? Essa pergunta

areas. O tempo e, por dentro de uma

e

ha

uma

de dife-

por

que procur a situar a

hu-

diferenciada de acontecimentos. Se todos os dias fos-

exatamente iguais, nao haveria sentido pensar sobre o tempo. Ele existe porque cada dia, para os seres humanos, e diferente de outro: ontem e diferente de sera diferent e de

Essa e a

que da sentido a Historia, por que e o tem-

po que da sentido as acoes das pessoas e torna possivel perspectiva de presente, passado e sociedades que parece A natureza

urn tempo, por

tempo e a contagem de sente ou

os acontecimentos

O calendario e dado da natureza. exterior,

enraizado

e

O

consequentemente, nao ha passado, pre-

O tempo da Lua e a

identidade ou

de

naturais: nao apre-

o que foi

ser. O tempo

por sua

apresenta um forte grau de irreversibilidade: o dia de hoje nao se humano conta seu tempo, consciente de sua Os lar e

tern

que

e,

esse intuito: contar a

do

O ser da sua duracao.

do tempo natural (ciclos

a duracao das coisas. Diferente da natureza, o tempo humano e uma do calendario, e possivel localizar acoes ao

da

seja de pessoas,

ou sociedades. So a partir da nocao de tempo e possivel ao historiador como

Marc

"a Historia e a

dos ho-

no tempo". a nocao de tempo, nao ha nocao de Por isso, a pergunta "quando e tao fundamental para os historiadopara pessoa que queira compreender historico). Nao e analisar nada em termos

levarmos em

a epoca

cm que dete rminado fato aconteceu. Como a Historia se constitui de eventos •es e

descon siderar o tempo faci lita incor rer

dos mais graves erros

ie analise: eventos e fatos sem em conta a epoca em que aconteceram. E o que os historiadores chamam de anacronismo. Cada fato historico deve ser preendido no tempo em que aconteceu. Por isso os calendarios sao tao as

de passado, presente e cada dia e

e

os calendarios sao

nao

o

porque

pontos

No

de de

contam o tempo a partir da

de para Medina, em o tempo: o relogio e um

de de 622 d.C. fundamental os con-

mas um muito recente dade. Quando para o interior, por exemplo, o tempo do que nas

cidades,

O historiador as pessoas se o ritmo de

as

A maneira como

a

da o tempo de sociedade conta o

As sociedades urbanas

historia ter um

menos

uma rapidez e

George

em boa das pessoas,

de

3761

do calendariojudaico; por sua vez, os a

de que to-

de uma nova contagem

o Genesis aconteceu em 7

ou Ha outras

que

valor universal: para os

de Jesus e o marco

do tempo; :

como fontes de referenda. Sao

cada para como

os sinos das comer,

que

tempo diz muito de sua

cada vez mais ocupadas, organizam-se

de um controle rigido do relogio; embora compartilhem de um

ca-

lendario, as sociedades por exemplo, vivenciam o tempo de forma bem distinta. Por isso, e possivel dizer que dentro de uma de analise Essa e fundamental a Historia. Foi o historiador frances Fernand cado em na analise

(1902-1985) que, num artigo

chamou a para a importancia das temporalidades Braudel dividiu o tempo em grandes categorias: o tempo

curto, dos eventos; o tempo

das

e o tempo

das grandes

estruturas. A proposta de de Braudel mostra como o tempo historico, diferente do tempo do calendario, nao e linear: em toda analise historica convivem diferentes 73

Para aprofund ar o da H istoria

O tempo O

Claude

Historia. O

faz

da Historia

sobre a

se resume a datas; no

o

do tempo para

nao

da Historia

do

de

os

"Nao ha Historia

para convencermo-nos basta o Historia, a corpo descarnado queleto e formado por datas. Nao foi sem que se contra esse mas, no extremo oposto. Se a Historia nao e unicamente por datas, que seu aspecto interessante, o aspecto sem o a Historia deixaria de existir que sua verdadeira ginalidade e da entre um 'depois', a seria votada a se dissolver — virtualmente — se nao pudessem ser Claude

As

O

em H ist oria

E

a Historia em Media e os

que

Moderno e

Como

para a Historia da em

n ao seja

ca, a

com o com o

no

De

do

Romano nessa

na

As

e na

a existir

de Idade Media, a qual sucederam os em que

da America e dos

por

Ocidental no

ainda que

no as

a Historia

traditional e

e

de dez

Tempos

de que o e

do

no qual

do seculo XVIII, na

o Periodo Contem pordneo. Como o seculo XIX e

cada

mais de a

o qual

e com isso nos

entre Historia e

que seria o periodo anterior a (1922-2007)

que cada sociedade essas

do secul o XX

menos o

aquele sobre

Nesse sentido

o e

cada

de Historia do tempo presente, para

vivas ainda podem

No texto a

74

com

das

ate o seculo X V. Esse

se ter em

a se

com base em da Historia.

entender a da sobre a

de E preciso obser-

"E

que esse sistema Medieval, Historia universal e

de

— Historia

e Historia

fato

diferente, em

— de

Em outros

o passado

de pontos de refe renda diferentes. Na

grega chega ate o seculo XV e a de

Media. Na de

a Anti-

turca corresponde a uma

a Historia moderna de 1919.

vai das guerras do ao este ultim o a Historia 'contempo-

Nos Estados Unidos, a Historia nacional se organiza em dois blocos, em funcao dos eixos que sao em a Guerra da em fins do seculo XVIII, a Guerrade em 1860-1864."

uma Pre-Historia? bistorico se

O

a

das fontes,

seja, das

do tempo. Por uma divisdo arbitraria, e comum nomear de Pre-Historia o da escrita,

as sociedades que

reelaborada e

a escrita

ao longo das

escrita foi organizacao do tempo vivido.

anterior a

uma

do passado,

que as das

bistorico. A a

uma forma

de

As Koselleck (1923-2006)

do

como se deve entender o tempo na Historia?

uma dimensdo temporal unifo rme para os os chineses na as

dos

em

o bisto-

define

da A merica ou para

diferente sua

de tempo? De acordo

e as diferentes dindmicas sociais sao aspectos que ndo podem ser analisa-

as

que

"Que e o tempo campo da

da

da Europa, para os

Ou cada sodedade elabora de

com

fundamental

um

o ano do

a

Essa e uma das perguntas A

de

nos leva necessariamente a

da Historia, sob uma perspectiva ainda mais as fontes do passado sao capazes de nos

o terreno

do que a

noticia imediata

fatos e ideias,

pianos e mas sobre o tempo historico em si. Para responder a essa questao, recorrente no campo dos estudos da Historia, precisamos de uma abordagem [...] No curso de uma com as nao e formular a pergunta sobre um tempo historico. Ainda assim, a

exata e

para que se possa

e

esse

constituido de

Mas a

correta e

um pressuposto, e

da natureza daquilo que se pode A cronologia — como a medida que

que e — responde as

as

empregados ao o sistema

de

entre os

da Historia,

a ter, entao, o

valor para todos os

ra (se considerarmos as nas do ano e nas dia). Pode-se partir do mesmo principio no que se refere ao tempo o

a despeito dos recursos da

de

Quern busca encontrar o ja

de

na

do

de um

[...]

bastante

nas quais se delineiam as marcas de

Ou ainda, deve evocar na

em ruinas e

da Ter-

do tempo historico deve contemplar as rugas

no rosto de um homem, ou entao as um

de tempo

em um unico tempo, segundo as da e da Astronomia. Esse

e

tempo unico, natural,

calendarios e

a

recentes,

a assim a

trans-

de estilo que empresta uma profunda

temporal a uma simples o diferente ritmo dos de modernizapor de transporte, que, do ao e uns aos permitindo que se vislumbrem, nessa Por fim, que contemple a das dentro da propria assim como no do nos quais se da a de diferentes de e o de distintas perspectivas de ao lado de ainda em Esse em ja e suficiente para que se perceba a impossibilidade de traduzir, de forma imediata, a de um tempo e natural mesmo que esse tempo uma propria — para um conceito de tempo historico. [.,.] O tempo historico [...] associado a social e politica, a homens que e sofrem as de a suas e Todos homens e instituicoes, formas de e que

de

que observe

e que possuem um ritmo temporal exemplos do mundo cotidiano, nos calendarios dade, na a Na

para ficarmos em que ar ticulam a vida em socie-

dos tempos dedicados ao trabalho e em sua da vida no passado e

a

[...]

de tematizar o tempo historico, nao se pode deixar de empregar me-

didas e unidades de tempo derivadas da za; as datas, bem como a

criticos de uma sequencia de meios de transporte e sua dustrial; a velocidade dos 76

que determi -

da nature-

da vida de individuos e

ou a

ou tudo isso, para

os momentos a velocidade dos da inapenas

so pode ter seu peso a

se for medido e datado com o re-

do tempo natural.

No

a

das

conduz para

a

dos

das

As

de

politicas

sob

de

e de

teico da velocidade dos

fisica

de prazos e

o

sobre a economia ou

militares, a permanencia ou instabilidade de determinadas formas de comportasocial no

das

e politicas

isso conduz



ou de cm

de

determina-

de um processo de — a um tipo de

e temporal que,

e condicionada pela natureza, mas que tambem precisa ser definida especisob o ponto de vista

rentos, isso nos

Se

o conjunto dessa cadeia de

a um processo de determinacao e a uma doutrina das

conforme o dominio

visado, podem

ou

as

de maneira

as a

dos

2006,

sugerida sobre a

Fernand. A

Sao Paulo: Perspecti-

1992. O tempo das Rio

Janeiro; Campus, 1988. p. 25-40.

Jean.

Sobre a Historia e os histo-

tabula

riadores. Sao Paulo: Norbert.

e o tempo da

1995. p. 92-93. Rio

tempo.

Reinhart. ricos.

Janeiro:

1998.

a semantica dos tempos histoPatricia Mass e Carlos Alemeida Pereira. Rio de Janeiro: 2006. p. 13-15.

Claude. O pensamento selvagem apud PROST, Antoine. Doze

sobre a Historia.

Horizonte:

2008. p. 95-96.

Adauto (Org.). Tempo e Historia. Sao Paulo: Companhia das Letras, 1992. Carlos.

Historia e

James. O tempo

Campinas:

— riaaos nossos dias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.

1994.

do tempo da

3.4. Historia e verdade Os cricicos do conhecimento a verdade

sempre apontam a

de ad

o pr inci pal entrave ao con hec ime nto do passa do. Na opi-

desses

a Historia parece um joguete nas dos poderosos, vagando ao sabor das necessidades

Mas a questao e

j

complexa do que parece e desde a Grecia antiga a

na Hiscoria e um

que merece a

dos historiadores: afinal,

que podemos conhecer da historia dos seres humanos?

a natureza

conhecimenco?

Embora

vale a pena voltar a um debate

XIX, que estabelecia a s

em fins do

entre as ciencias da na tu re za e as ciencias do e s-

as ciencias naturais explicam as coisas, a

as ciencias do

proc uram c om pre end er os homens e suas acoes. A Historia e um conhecimento

Para alem desse co e

acrescentar mos que o conhecime po rq ue as ac oes humanas

f osse m, alem de atingirmos a verdade do pas sado, o futuro. Mas

cada individuo

cabe aos historiadores nao o de

em si um de

que estao ligadas ao seu de

nto

regidas por causas e

Se

prever de escolhas. mas de, a partir

compreender os fatos sociais como

Essa comp reens ao dos

esta diretamente ligada

prese nre dos historiad ores. Marc Bl och

bem o conhecirnento historico:

fcncia dos hom ens no tem po. O objeto dos historiadores e o em no tempo. Mas o passado nao e um obj eto acaba do, porq ue cada faz perguntas diferentes ao que

aconteceu. Ou seja, o conhecirnento

implica um grande di namismo, por que est a inti mam ent e ligado ao presente historiador.

isso, a Histori a e sempr e rescrit a:

estudos, novas fontes, novas formas

as pergu ntas, surgem

de analise. O exercicio do historiador e

melh or, e nao atingir a verda de. escreve a Historia de rerespeito ao seu mas nao pretende atingir a verdade, porque,

que

suma, a com pree nsao do O objeto de

humano e sempre parcial e do historiador nao diz respeito a uma

fcrna ou

O acontecido e

fato em

e

Uma

ex-

o passado nao po de ser re-

jamais se rep ete

da

isso, o conhecimento historico e sempre indireto. Ele e feito por fonte s que servem a

de uma

a verdade:

Mas es sas fon tes jamais for ne-

sao lacunares, muitas vezes resultado de uma Cabe ao historiador exercer o

da

estabelec er criterios de

Um historiador que, ao as XVI, se contentasse em apenas os discursos protestan-

do

certamente teria acesso a uma o pano d e fund o entre Caso 20 pessoas se .

de

parcial dos acontecimentos que e

por exemplo.

a descrever um a mesma

teriamo s 20

s, silenciando

em conjunto,

diferen tes, cada um destacando

aspec-

A escrita da Historia passa por um processo

o

nhecimento historico e subjetivo. Esta intimamente ligado ao historiador, mas na medida em que apresenta analise e critica dos discursos. E o hispor isso a

do conhecimento

do oficio)

faz

ao passado, que permanece silencioso caso

nao seja questionado. Mais que envol vem o conh ecim ento historico, cab e ao

das

fazer um exercicio de compreensao, e nao de em uma

que se resuma

de causa e efeit o. A escr ita da Historia se da

pode oferecer

conclusivas.

O papel do historiador e acessar o passado com base em criterios especificos. pode elaborar

e parciais, que sao

reelaboradas. Mas isso nao e necessariarnente um defeito de Historia. Se, de fato, nao podemos dizer que a Historia produz um conhecimento tampouco podemos afirmar que se trata de um conhecimento

da

fazer uma pe rgunt a simples: o que seria a verdade? como a Historia, todo conhecime nto h um an o e soci al e historico. A no cao de cienci a e dade varia e as tidas como como a ea passaram por constan tes de paradig ma ao do tempo. A plena e uma Utop ia. O ato de rever , e o discurso histori co torna-se fecu nd o na medida em que se da prete nsa o de verdade. Nesse o nao a de ofe rec er uma verdade a bsoluta, mas a part ir de seu o co mpromi sso com a verdade. Trata-se da etica que diz respeito ao das do oficio: e de foncom das provas documentais. O hist oriador nao e um artista, um literato ou um poeta, seu discurso nao e mais ou menos dadeiro, mas distingue-se dos anteriores por ter de uma serie de atender a que entre os colegas de

da

e

do a

dos

de

do Tempo

dos de H istoria

de "Historia do

em Paris. com os

e

o

para t oral como

de

"Historia e verdade: n ob re e A verdade do passado, a verdade do presente: nao ai uma aporia? O oficio do histo riador pres ta-se em si mo ao conhecim ento da ve rdade? Podemo s a ou devemos nos em a incapazes de e menos de de historiadores e de com essa lancinante. Alias, de nos proclamar que possui a verdade ainda que em ela seja nosso e nosso guia? Nao obstante, e espero, no q ue a despeito de tu do a busca da verdade deve ser a regra de ouro de todo historiador digno desse nome. Alfa e omega desse oficio. Mesmo sabendo que conseguiremos dominar essa verdade, mas apenas nos ap roximar e na noite, ma s que apesar de tud o nosso e sem a nas trevas. De fa to, a verd ade da Histo ria da entre os componentes do passado, como nos chega de seus documentais, e o espirito do histo riador que o buscando 80

..] Mas eis que

deparamos com a espinhosa questao da objetividade. Certamente que a objetividade absoluta

[...] A

existe.

se deu um pouco mais tarde. Foi a descoberta do

negacionista — o que se

de

tentando dissolver pura e

supremo do

os fatos mais estabelecidos, a

de

e contorcionismos de linguagem, apelando para urn aos

seja preferindo negar todos os resultados da pesquisa historica um gigantesco

[...]

maquinado

a objetividade, em vez de que o

,

e

cumpre

o status de

por

Na verdade a na de

pobre,

em toda a sua de Sartre.

de uma

complexa de objetivi-

do saber, e o grau de que vai desde

como a

de

to

historica

e :te do

antes a

judeus.

da

em boa simples e

tropas

estabeleci-

em 1- de setembro de

ou o

da rainha da Inglaterra perante o Parlamento europeu em Estrasburgo em de

de 1992, ate

mais

de

ti pos ideais etc. a necessidade de ou grau de

os e

elevada deve

de verdade historica que comportam de certeza, mas nos quais repercutir na

do historiador."

Tempo

e presenca da Historia,

sug erida Francois. Tempo presente e

da Historia, apud AMADO, Ja-

naina; FERREIRA, Marieta de Moraes.

ro:

e

da Historia oral. Rio de Janei-

1998. p. 221-224.

de

Carlo.

Historia, Retorica e Prova. Traducao

Batista Neto. Sao Paulo:

das Letras, 2002.

— Morfologia

.. Sinais: raizes de um paradigma Historia. Sao Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 143-179. Antoine. Verdade e

social da Historia. In: PROST, Antoine.Doze

a Historia. Traducao 2008. p. 253-272.

de Freitas Teixeira.

Jose Carlos. Historia e teoria —Historicismo, modernidade, dade. 3. ed. Rio

Horizonte: e ver-

Jane iro: FGV, 2006.

[COEUR, Paul.Historia e verdade.Rio de Janeiro: Companhia Editora Forense, 1968.

81

3.5. Fazer a Historia Diante das

uma

que discutimos ate o

convem estabelecer

que os leigos tem pouca clareza: a

entre a Historia

zida nas universidades e a historia vivida por todos os seres conf undem-se as dua s sa. Trata-se, neste

como se

de palavras

mote, mas com

e

nos gum

parte de uma

manchetes que anunciem "a

Como temos procurado

terminada

sobre "o que

para boa parte dos leigos, que as pessoas que

tem

sobre em mente a

o passado em sua for ma plena.

nao e dificil Parece

e dificil en-

essa certeza sobre o passado e

forma de acesso ao que aconteceu deve ter de

coi-

que tem no passado seu principal consideravelmente distintos.

e

De um

credibilidade para

os

aconteceu". em

pois

seriam uma especie de testemunhas vivas do passado. Esse desejo de do vivido e

senso

enquanto a variabilidade de

dos historiadores e vista como um aspecto que a Historia nao e mais que um No

to, convem esclarecer que a

a

sinalizador de

dos interesses do momento. do conhecimento

varias especificidades e deve atender a uma serie de exigencias proprias do oficio. Essa

Historia e feita por

O fato de todas as pessoas

sentido de serem agentes

nao quer dizer que todos "fazem" Historia, no

de produzirem um com base em documentos,

O saber e

Nao e verdade que o historiador nao Pedro

historia, no pressupoe conde uma narrativa.

certezas: por exemplo, sabe-se que

Cabral aportou em terras brasileiras em 1500; que as elites do Esta-

imperial brasileiro importaram milhares de por meio de um

ou que o Estado Novo foi

em 1937. Essas

sao

e

no entanto, a do passado nao se limita a esse tipo entendimento. o trabalho de Historia pressupoe taseadas nas fontes que o historiador no momento. para compreendermos o

da

portuguesa na America nao

sabermos sobre o dia do descobrimento. Cabe aos historiadores o entendimento das causas, das do contexto. Esse exercfcio sera feito a da fcitura dos documentos da epoca. Quando um historiador decide escrever um livro sobre do Brasil, elementos que contribuem para a

reconstituir, com base nas fontes que pesquisou, daquele determinado momento. Para

essa narrativa produzida a partir de determinadas fontes, precisamos saber

documentos o historiador consultou, pretendeu responder e, soquando escreveu o seu texto. Esse livro sera, como todo texto escrito, o de muitas e, acima de nao a ultima verdade sobre o descobrimento do Brasil, mas uma leitura possivel, uma proposta de uma forma fe acesso ao passado. Essa narrativa do historiador enfrentou uma de para que se o possivel dos acontecimentos. No entanto, se um historiador, 200 do nosso primeiro exemplo, resolvesse fazer uma sobre os a diferentes, primeiro sera outra pessoa que que e que A disciplina e o resultado dessas do passado. O discurso dos historiadores ser confrontado entre seus conhecimento baseado em vestigios, e a forma do passado porque

e

Esse de compreensao

de compreensao continuo, fontes e

Nesse sentido, a narrativa da historia de vida das pessoas pode se tornar uma fonte de estudos para o historiador. Esse e o caso da

uti-

fczada na Historia oral, por exemplo. Quando uma pessoa concede um os acontecimentos de determinada epoca, fcranca. Os histo riadores p odem se utilizar desses a narrativa

Como os

o faz com base em sua para, a partir dai, produzir

nao sao "a verdade",

toda fonte , passar pela critica documental e o cru zament o de

como De modo

semelhante, os cronistas que ao da portuguesa na America pas terras do Brasil e os habitos das pessoas, as sao testemunhos que nao os acontecimentos como eram. sao fontes par a o historiador produ zir o conhecimento his torico, mas tao longe de ser a palavra final sobre determinado E sentido podemos que o conheciment o historico e um discurso duzido historiadores. Quando conta um pelo esta baseada na memoria e pode escolher, independente compromisso com a verdade, os fatos. Nao quer dizer que toda historia no falsa Quer dizer apenas que ela nao atende as exigencias de rigor tes ao discurso historico. Em suma, a Historia disciplina da historia em que a um conhecimento para ser

Para apr ofunda r o O conh ecim entohistori co Jacques Le

um dos

da conhecimento historico

dos

No trecho a Le a seguinte afmal, o disciplina? Emb ora todos parte da historia,

historiadores? Le

que nao. A Historia, longe de ser simples opiniao, e um

das Ciencias Sociais. O historiador nao

dotado de

de

o "dono da verdade", mas de oferece um

• -

e

"Tal como o passado nao e Historia, mas seu objeto, a memoria nao e um de Historia, mas um dos seus objetos e [...] E que a Historia nao atingiuo grau de das da naturezaj ou da vida e nao desejo que o para que possa continua r a ser e ate pelo de pessoas. A Historia a sorte ouj infelicidade entre todas as ciencias?) de poder ser feita convenientemente De fato, ela tem necessidade de — e os historiadores nem sempre sedignam aceder a esta no e da se mas a era dos novos media multiplica a necessidade e as para Devo acrescentar que prazer em let — quando sao feitos e — os romances e que recc aos seus autoresa liberdade de fantasia que e Mas se me a minha de nao com Historia as des [...] todos ser historiadores? Nao poder 84

fora do seu territorio, a saber, o

historico e o seu efeito na socie-

global — em especial, no ensino. [...] A Historia ainda, a sociedade. Mas, os

o

o

de ciencias

ou

o

e

entre

: presente nao

— e, de outro

o

a Historia deve ser considerada

Tal como as

deve reger as outras ciencias e, deve ser fu ndamental do saber.

e Historia, tambem as

a

entre passado

e ao ceticismo. Sabemos agora que o passado

do presente. Toda Historia e

na medida

que o passado e apreendido no presente e responde, portanto, aos seus interesses, nao e so ado e ao

como legitimo. Pois se a escrever Historia e

o pas-

tempo passado e presente. Compete ao historiador fazer um estudo do passado sob a sua

forma. Comprometido na Historia, nao

certamente a verdadeira ) historiador

ainda

mas nenhuma outra Historia e na

em causa, no seu processo de as

que

A cultura (ou

da Historia,

tern em

introduz no seu objeto de

[...]

nao depende apenas das relacoes

presente-passado. A Historia e a de tempo que existem

ligada

[...] Lembramos aos

para nao a

do tempo. sociedade e sao um elemento

mental dos seus

dar sobre o tempo,

de Santo Agostinho sao representativas: sei; se me

da que a

um tempo historico se tivessem em conta

as

para

tal como um observador

que e o tempo? Se nao

para o explicar, seria incapaz deo Jacques

1977.

sug erida A de Pero de Sao Paulo, n. p. 2000. Historia. Campinas: 1997. Roger. A Historia hoje: duvidas, desafios, propostas. Estudos Rio de Janeiro: CPDOC-FGV, v.7, n. 13, p. FALCON, Francisco. Historia e In: CARDOSO, Jurandi r (Org.). a um debate transdisciplinar. Campinas: 2000. Reinhart. Madrid: Minima Trotta, 2004. Historia:

Maria do da

LE GOFF, Jacques. In: Memoria-Historia. Lisboa: da Moeda, 1977, p. 181-182. 85

3.6. Identidade e memoria As

demonstrad o grande interess e no

de

das

relativ as as ident idades e as

A identidad e e

em voga nos dias de culturais. Com a

das

na midia e nos estudos a

as pessoas

das

e dos

a reagrupa r-se em identidade s (religiosas, Cada vez mais, tanto a identidade pessoal

tidade coletiva

de

a iden-

de

elementos

para as sociedades. Nesse quadro de incertezas e e uma pessoa se

a identidade

diferentes

E possivel definir identidade como o processo e de tendo por base

conjunto de atributos que o distingue dos familiar ou pode

local de

por exemplo.

a

de identidade

as formas como individuos ou grupos/coletividades se reconhecem

ou se assemelham por

de um

ao Um ponto

caracteristico ou de uma

col

tempo , um elemento distintivo e unific ador. ser destacado e

ria e um elemento sentimentos de 8 ?

atributo

do

entre identidade e de identidade, na e de

A em que respondc

e importante reter que

s identidades sao construldas e estao

de serem fixas e imutaveis. Essa

isenta de

e

e identidade p odem ser ser

que

negociadas e

como

sao

que de-

de uma pessoa ou de

A memoria, por sua vez, nao deve ser vista o passado. Ao

como urn

de dados

e uma

que define o

se deve esquecer e o que se deve

do passado, e e tambem um

e um objeto de poder. A memoria nao e demandas do presente.

ee

sempre em

de memoria

ter em mente uma re-

qu e envolve o passado, o presen te e o Uma maneira

de entendermos os mecanismos de

de

e atua-

e o estudo das comemoracoes. O que e comemorar? Aparente-

comemorar pode parecer um

sem maiores

mas, na verdade,

escolhas politicas, que, por sua vez, ea soa ou de um

de idencidade.

destinada a trazer de

a

de uma pes-

que indica a ideia de ligacao entre os homens

so-

a memoria. Essa ligacao tambem pode ser chamada de identidade. E e te porque permit em um

e atualizar identid ades q ue as

central no

Na

politico

a espontaneidade da memoria da lugar a

pendentes de agentes

na sua

determinadas, de-

Assim emerge a necessidade

perman ente de constituir no vas formas de

de

de arquiva-

As comemoracoes em torno de personagens ou morte.

de

os eventos fundadores privilegiam os momentos de

de

empresas. As modalidades de os

assumem formas

a serem

monumentos, seme valores. O sentido das comemoracoes

a harmonia entre os grupos ou atores sociais.

podem tambem desencadear A grande

ou

dos histori adores p rofissionais e que as comemoracoes sao

momentos de a

com

Podem ser organizadas

podem ser pre com o objetivo de e promover o

de

do conhecimento de

como instrumentos de distanciamento e a

sem

que muitas vezes permitem As comemoracoes

de trajetorias de uma

ou eventos sem o necesaprofundada. No entanto,

a despeito das criticas e dos riscos que as comemoracoes encerram, e possivel benefici os dessas

ou iniciativas. 87

e

podem se

para uma melhor

e

do passado.

de estabelecer

de

em um desse aspecto das co-

com o grande

de estritamente podem ser morativos, dai beneficios para a As

nos

te de

de

a oport unidad e de

da memor ia ao

o

o que deve ser valo riza do e o qu e deve sen

esquecido. A Historia das ao do tempo e desnudar os

nos permite captar a diversidade de e da memoria.

Para aprofund ar o tema Memoria e identidade Michael

(1948-1992),

dos estudos sobre a

a

na s sociedades contempordneas e os

as

as

coletivas fortemente a de sua

a memoria naA memoria, essa do passado que se

[...] em tentativas

ou

conscientes de

de pertencimento e fronteiras

e de

entre coletividades de tamanhos

diferentes: partidos, igrejas, referenda ao passado serve para manter a

etc. A que

dos grupos e das

uma soci edade, para de fi ni r seu mas

construfdo. Merecem

a memoria e as

coletiva dos acontecimentos e das dar, se

de

sua complementa ridade,

suas

Manter a coesao interna e defender as fronteiras daquilo que um comum, em que se inclui o territorio senciais da memoria comum."

era]

caso dos Estados), eis as duas Pollak. Memoria.

es1989.

Memoria e Historia: fonte ou dever? historiadores que o estabelcdmento de riscos. A em valor

88

os que

de uma unica visdo da

dos

de

como devem ser tratados

da memoria e eventos h istoricos acarreta serios

segundo esses historiadores, transforma uma memoria possibili dade de discussdo sobre os

historicos.

para o

XXI,

de maneira

testemunhos como fontes

Esse

ao comprometimento

de

e, em grande parte,

das sociedades

com o chama-

De acordo com Olivier

de

ao uso

essa

foi

de atos de

em seu artigo

para designar

de

aos

e de traumas politicos, culto esse que

e

nos

historicos,

Nesse contexto, o ato de

um novo

ou seus

e

em agentes fundamentais para o

do dever de memoria,

agora

em sua

de

culto aos mortos, de dever de lembranca e homenagem, mas tambem como direito e cial e

resultados

nos dominios

[...]

Entretanto, o abuso das teria tran sfo rmad o as

para usar as palavras de Todorov, politicas e garantido uma

em

pata os testemunhos, que conduz a

de uma

de

A

do passado dessas

politi-

intensos debates e criticas nas comunidades dos e tem levado ao na

dos

legais

de passados e nos processos de

de

Um primeiro ponto que tem gerado historicos

relacionado a

por

com a

que

O ao

de

tado muitas vezes se choca com a

pelos Estados

de

estar em

de politicas memorials de

por parte das vitimas ao Esde eventos historicos e coloca sob

o saber produzido pelos historiadores, bem como seu papel no

de

Ferreira e

Forces. Memorias do

as vozes de seus

2008.

89

sugerida FERREIRA, Marieta de Moraes; FORTES, Alexandre. Memorias do PT: as vozes de seus construtores. In: FICO, Carlos; FERREIRA, Marieta de Moraes et al. (Org.).

e

e perspectivas. Rio del

Janeiro: FGV, 2008. p. 294-296. Maurice. A memoria

Sao Paulo: Centauro, 2004.

LE GOFF, Jacques. Memoria. Historia e memoria. Campinas: Unicamp, 1994. p. 423-483. NORA, Pierre. Entre a memoria e a H istoria: a prob lematica dos lugares. Projeto HisSao Paulo, n. 10, p.

dez. 1993.

POLLAK, Michael. Memoria, esquecimento, silencio. Janeiro: CPDOC-FGV,

Paul. A memoria, a p. 105-142. Beatriz. Tempo das

90

Rio de

2, n. 3, p. 3-15, 1989.

o esquecimento. Campinas: Unicamp, 2007.



da memori a e guinada subjetiva. Sao Paulo:

Horizonte:

2007.

3.7. Hi st or ia oral ria

Durante tempo, a acerca dos problemas despertou interesse entre os em incorporar ao seu

da Histoe explicado, em grande

de pesquisa a possibilidade do

uso de fontes orais. Tal desinteresse e resultam, por sua vez, em formas de a Historia e a validade de suas fontes. Se essa era a postura dos da Historia, por isso o interesse orais — que, alias, estiveram na srcem da completamente. No

— desapareceu

XX, o

abriu a possibilidade

da coleta de depoimentos

a

de um gravador. Foi o jorna-

norte-americano Allan Nevins que, na decada de 1940, desenvolveu um programa de entrevistas voltado para a

de

sobre os grupos Oral H ist ory

nos Estados Unidos. Esse programa veio a constituir o que serviu de

para outros

criados nos

cas e arquivos no pais. Esse primeiro ciclo de oral privilegiou o estudo das elites e a se registro escrito Nas

da

de arquivos com

duas

das

passado recente e o estudo das

de mundo de

que as entrevistas orais fossem vistas como minadas

1950 em bibliote-

do que se chamou de Historia a taref a de preencher as lacunas do

Assim, as possiveis

transcritas. dos usos grupos

do possibili-

que espelham deterdos depoimentos e a

91

de veracidade a eles imputada deixaram de ser um problerna crucial para serem de nova nao mas como

fonte adicional para a pesquisa. Uma mais detida do campo que sido permite detectar linhas de que, embora nao

de Historia oral excludentes e

entrecruzadas em muitos casos, revelam abordagens distintas. A

a

uti-

"Historia oral" e trabalha prioritariamente com os depoimentos

orais como

para preencher as lacunas tem se voltado tanto para os

plementadas

fontes escritas, Essa

das

das politicas

Estado (estudos sobre a

em diferentes

as

e grupos), como para a fontes sao

da trajetoria dos Na

os depoimentos orais

servir

de identidade e de

da

como

de

social. O ponto central que

daqueles que se

as

ao estudo das elites e dos que se

excluidos e garantir o

de veracidade e de

para o estudo aos depoimentos

produzidos. Os instrumentos para atingir tais dos estudos

dos

seriam a

no caso

de roteiros de entrevistas consistentes, de maneira a

o depoimento, como o trabalho com outras fontes, de forma a para a contraprova e excluir as Com base nesses

en

argumentos em defesa da Historia oral como capaz de se nao eliminam a subjetividade, Uma

instrumentos para

abordagem no campo da Historia oral e aquela que privilegia o

das

e atribui um realizar

central as

mais

memoria e

dos

do passado. Nesta

a subjetividade e as deformacoes do depoimento oral nao sao vistas como elementos o uso da Historia oral. Consequentemente, a das entrevistas nao

dos roteiros e

para a checagem das

ea

de elementos que se constituir em contraprova, de maneira a] ou os depoimentos obtidos. As distorcoes da memoria se velar maisum recurso do que um problerna, que a veracidadedos depoimentos

a

central. Esta abordagem,

estudo das elites

a

como a

tem sido adotada

principal e compreender o seu

politico e, para o estudo das representacoes das populares. Uma terceira abordagem trabalha com a Historia oral como um instrumento social voltada especialmente para a recuperacao da trajetoria de tos excluidos e marginalizados ou para registrar de grupos impactados por tr aumas como guerras, genocidios e massacres. Nesses casos, os depoimentos 92

orais, inseridos em intitulados sao como dever de memoria, destinados a recompensar perdas morais e materials das vitimas. Aind a nesta linha, a Historia oral e concebida como um para a de identidades e de social e os usos do conceito de memoria cole tiva nao evidenciam um a discussao aprofunda da sobre as da de memoria. Em casos, essa e apre sentada como algo estavel e congelado no passado a resgatado executores dos projetos.

o tema da

oral

trecho temos a discussao sobre o estatuto da mantes no campo: a

e uma tecnica, uma

oral e a

de tres

uma

e possivel reduzir a tres as posturas a do da Historia A advoga ser a Historia oral uma tecnica; a segunda, uma disciplina; e a uma metodologia. Aos da Historia oral como tecnica as com e de entrevistas, e o que cerca: tipos de de formas de de modelos de orgade acervo etc. defensores dessa sao pessoas envolvidas na e de orais; [...]. A essas >mam-se as que efetivame nte concebem a Historia ora l como um a tecnica, ou teorica: nao passa um de procedimentos para a do gravador em para poste rior conservacao das Querer mais do que isso e no . pura fantasia. A Historia oral nao possui os da os que [...] ser como [...]'

[...] Os que

para a Historia de d isciplina baseiam-se em p or vezes entre si. parecem de uma fundamenta l: a Historia inaugurou de pesquisa, metodologicos e um conjunto de este conjunto, sua vez, norteia as duas outras e empresunidade ao novo campo do conhecimento: 'Pensar a Historia oral dissociada teoria e o que conceber qualquer de Historia como um conjunto de incapaz de sobre si [...]. Nao so a Historia oral e teorica, como um corpus distinto, diretamente relacionad o as suas

93

Entre os defensores da Historia oral como e

[...]

situam-se as autoras

do presence

Em nosso

a Historia oral, como

e ordena

de

e as

as

de cada um deles para a de

apenas

— tais como os diversos tipos de

suas

as

possibilidades de

e desvantagens, as dif erentes maneiras de c

relacionar-se com seus entrevistadose as

disso sobre

como ponte entre teoria e pratica. Esse e o terreno da Historia I oral — o que, a nosso ver, nao permite classifica-Ia unicamente como pratica. Mas, area

a Historia oral e capaz apenas de

form ula as perguntas, As

de

I

nao pode oferecer as respostas.

e

ser buscadas onde sempre estiveram: na boa

antiga teoria da Historia. Ai se os

conceitos capazes de pensar

gerados e

e O

e

da

para o uso da Historia

com Historia

em

os

com

que

disso, o

poentes. Lidar com essas situacoes exige

que

Ferreira.

de

e

com os de maneira a

eticamente os

suas

como esse

que constituem verdadeiros

para os historiadores orais. As entrevistas que exploram os

empregados

pessoa para se recordar de seu passado podem ser tado, Ao

mas

ser ou ate prejudiciais para o os historiadores orais podem nao estar por per:

do

para juntar os

para o

da memoria que foi desmantelada e que ja nao e mais feitas com

mental de que o

caucela e sensibilidade, e

do entrevistado sempre prevalece sobre os interesses

pesquisa, as entrevistas que exploram a natureza e os precisos os

da regra

do

da

na Historia oral.

[...] O trabalho de Historia oral que se vale de teorias sobre a memoria e a

de aponta um

94

este com

politica. E relativamente

para a

de

Historia que de aval e que

de

os que

de Historia oral que se

:

mitos

que

de

e

[...] Mas o do

oral para explorar

de

e que contestadas?

a pessoas cujas

para as pessoas que

desejem ter suas memorias questionadas ou suas um

os

que nao tern o

as memorias das pessoaspara fazer

que contestem ou critiquem

e que isso constitui abuso de

outro

os historiadores

pode m achar que outro dever para com e a Historia, a de contestar mitos que certas pessoas em detrimento de outodos os pesquisadores com este mas para os historiadores mais presente, porque com nossas Michael Frisch; Paula

alguns aspecros

sobre memoria e

1994

sugerida Verena.

do

Historia oral. Rio de Janeiro: FGV-

o

Janaina; FERREIRA, Marieta de Moraes (Org.). Usos e

Rio

da Historia oral.

Janeiro: FGV, 1998. . Usos e abusos da Historia oral. Rio de Janeiro: FGV, 2006.

Marieta de Moraes oral. Rio

abordagens e usos da Historia

Janeiro: FGV, 1998.

FRISCH, Michael; HAMILTON, Paula; THOMSON,Alistair. Os debates sobre memoria e

alguns aspectos Moraes

SIMSON,

In: AMADO, Janaina; FERREIRA, Marieta

Usos e abusos da Historia oral. Rio

Janeiro: FGV, 2006. p. 65-91. da Historia oral.

Rodrigues de Moraes von. Os

Campinas: Area de

1997.

THOMPSON, Paul. Historia oral: a voz do passado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

Sites •

Brasileira de Historia Oral em:



de Fesquisa e

de Historia

do Brasil

em: •

de

em Historia Oral da Universidade de Sao Paulo

Disponivel em:



quantitativos e qualitativos Para a

da

o pesquisador pode se utilizar de

com as

diversas caracteristicas (escritas,

vezes,

trabalha com os poucos regist ros que tos.

para produzir seu

formas de

noutras ve-se repleto de o historiador tera de selecionar e escolher as

seus documentos. Essas possibilidades

das font es

estao diretam ente ligad as as caracteristicas de cada doc ume nto, ma s cabera ao riador definir a abordagem que considera mais adequada. O metodo quantitativo, como o

nome

dados contidos nos documentos. historiador

da coleta

de informacoes, o

aspectos que se repetem de fo rm a a

que possibilitem de

utiliza a

a

ou

de

O metodo

putador, que permitiu a analise em

em e permi tir a

ao

a partir do advento do de uma grande quantidade de fontes. Os

dados passaram a ser reun idos em bancos de dad os que filtram informac oes, qua ntiprodu zem indices e ta xas das fon tes pes quisadas. Sao as caracteristicas inerentes as fontes que determinam a especi fica. Os registros de batismo,

de uma possibilitam a analise

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