Aprendendo História - Reflexão e Ensino
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práticas, ensino de História...
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Obra
\ o da Lingua
*
FADE PROFESSOR 2010
•
Prezada professora e prezado professor, Este faz do do Programa Nacional Biblioteca da Escola - PNBE do Professor, composto por varias obras de apoio foram encaminhadas a sua escola com o objetivo de facilitar a sua e o seu desenvolvimento profissional. Por ser bem cultural, a deste livro e responsabilidade de todos.
Boa leitura!
o
Dados Internacionais de na Publicacao Brasileira do Livro, Brasil) Ferreira, Marieta de Moraes Aprendendo Historia: e ensino / Marieta de Moraes Ferreira, Renato Franco. - Sao Paulo: Editora do Brasil, 2009. Bibliografia. ISBN Aprendizagem 2. Historia- Estudo e ensino 3. de ensino 4. Professores I. Franco, Renato. II. Tftulo.
09-11310
CDD-907
Indices para Historia: Estudo e ensino 907 ©Editora do Brasil S.A., 2009 direitos
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de Revisao de Textos Fernando Supervisao de Supervisao de Supervisao de
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e Editoracao
de
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s. Primeira no Foto da capa Victor Meirelle sobrete!a, 268 cm x 356 cm.
Editoracao
Andrea
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1860.
Editorials
no
Regiane Santana e Janaina Lima Leila P. Jungstedt,Carlos Nun es e Vane ssa Ouros - 2010 da Editora
EDITORA do BRASIL Rua Conselheiro Nebi as, 887 - Sao Fone: - Fax:
- CEP 3222-5583
www.editoradobrasil.com.br
Os
res Marieta de Moraes
na Ecole de Hautes Etudes em Sinces Sociales -
Paris.
Doutora em Historia pela Universidade Federal Fluminense. Professora do Depa rtame nto de Historia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pesquisadora do CPDOC de Historia
de Pesquisa e Documentado Brasil).
Renato Franco Mestre em Historia pela Universidade Federal Fluminense. em Historia pela Universidade de Sao Paulo. Pesquisador da Getulio Vargas.
Muito se sobre as possibilidades de renodo ensino da Historia, seja nas escolas ou universidades. Um dos grandes desafios e como transmitir as historiograficas, a e no uso das fontes, a de projetos e atividades que o ensino basico e das licenciaturas a aplicarem no seu cotidiano os princlpios que a construcao do conhecimento historico. E a de histori ografica para os alunos do ensino basico? O ensino da Historia deve estar tado para a da cidadania? Ou e posaprender de como se o conhecimento e, dessa forma, demonstrar as e que a historiografica? A deste e exatamente demonstrar a possibilidade de o conhecimento historico a formacao da cidadania e alunos e nas teoricas, metodologicas e hist orio graf icas que tern sido t ravadas em a Historia como campo disciplinar. A adotada foi dividir o trabalho em quatro partes, que pro cur am discutir os conceitos de Histor ia, as vertentes historiograficas, os e possibilidades de em sala de aula. Uma segunda que adotamos para
cada uma dessas foi apresentar d e for ma sucinta e ra um e, posteriorm ente, selecionar imagens, documenextratos de textos de introduzidos por pequenos que buscam Com essa poder contribuir para en fre nt ar as dificuldades de compreens ao de grandes debates especificos do A historia e um tema de interesse de e po r isso en volve dife rente s profissionais, conscientes do grau de complexidade da escrita e do ensino da Historia. Nesse sentido, procuramos mostrar a pluralidade de que pode abarcar, a de induzir a uma em verdades absolutas e atemporais. Por isso e fundamental a de que a Historia e um conhecim ento construido a o do tem po e que se altera em
dos do presente. A Historia e um conhecimento congelado, conganha dinamismo a medida que professores e alunos os temas e Por outro embora com pontos de ela diametralmente da ratura, da ou da E importante destacar que, embora Historia e memoria de acessar o passado e elementos em de campos distintos na medida em que a um compromisso
com a
das fontes, do de
tir a
e de
que
garan-
saber
Para que serve a Historia? Essa
nao tern
res-
posta unica, mas acreditamos que a Historia antes de um conhecimento nao por ter uma unica mas por ser fundamental no desenvolvi-
mento de Sua fecundidade na capacidade de retomar aspectos do passado sob novas No entanto, que esse processo de conhecimento nao e feito a revelia de regras, mas exige a familiartzacao com os que a disciplina ao do tempo. Conhecer elementos basicos da escrita da Historia a capacidade de leitura da de discursos de diferentes srcens. Nao se trata de induzir mas habilitar a leitura de diferentes discursos, vera que e professo res — ou qualquer — expostos na sociedade A de inforacessaveis atraves das varias midias (internet, videos, que se de maneira exige uma capacidade de e de perspectiva temporal que so a Historia pode oferecer. Os
e
e Historia
I-O Os
de
Para
o
Clio, a musa da historia O que e Historia?
sugerida 1.2. As
da Historia: a mestra da vida
Para aprofundar o tema
o Os
18
da Historia
da narrativa
19
daAs Historia
20
Bibliografia sugerida O seculo XIX e as
21 no conceito de Historia. 22
Para aprofundar o tema Os impactos da Francesa
24 24
A tarefa do historiador para Humboldt Historia:
25
disciplina em
25
Bibliografia sugerida 1.4. A
do disciplinar
Para aprofundar o tema A O
do campo disciplinar na e a escrita da Historia
Bibliogra fia sugerida
26 27 28 28 29
30
No o sacramento do era a toda poe seu registro deveria um como em todas as da Assim, o no me do batizado, o sexo , os dos dos . data da sao que se repetem em todos os registros. O r. a partir de um metodo pode a com que as comunidade ou se nasciam mais meninos ou meninas. das decadas de 1950 e 1960 dessa >gia,
as conjunturas que
A analise massiva de fo ntes encontrado uma
)gia
em termos de De fato, a dos era conseguir um grande volume de possibilitava com certa grandes ea de fenomenos. a Historia em voga nas decadas de 1960 e 1970, os pesquiestabelecer de de taxas de e de etc.). No a de series longas e e os . a historiog rafia das grandes fo ram favorecendo cada vez metodos O principal feito era de que esses grandes cide analise macro O metodo
por difere do
o papel dos na na medida em que
se utiliza
estatisticas como base de analise de um problema, nao pretendendo medir ou categor ias. A pesquisa quantitativa com incoletadas que sao expressa s em As fontes incluem, das de srcem documentos como fotograflas, desenhos, videos e Seu papel e forne cer a possibil idade de de >ntes que acrescentem qualidade a pesquisa, ou permitem a )s casos em de Dentro dessa o privilegi a fenome nos ao da e trabalh a com complexas que n ao permi tem exapriori. Sua passa a no processo A de qualitativos torn ou-se cad a vez mais f re qu en te a partir da segunda de cada 1960. A utilizacao de fontes como a o oral, se mo stra ram um recurso cada vez mai s utilizado ou Historia Os metodos nao foram mas deixaram de a principal forma de para se tornarem mais uma a los pesquisadores. Assim, os trabalhos de Historia podem se beneficiar de metodos na verdade, sao compl ementa res, cada com suas vantagens e limites.
Para aprofundar o tema A
e a dito,
O
quantitativa
uma
de
parte do
(quantitativa
do
ou
pode ser analisada
Asfontes que seguem
as
de
casamento e obito, podem ser muito uteis para analises quantitativas porque permitem a de elementos que se repetem ao longo de anos.
sua
podem
na medida em que
ao conjunto dos documentos. A demografia
uma
muito em voga
novos
Europa ao longo dos anos 1960 e 1970.
fornecer
de
No trecho a
de
reavaliando
a historiadora Maria Luiza
da
ser objeto de analises meio da
uma
critica sobre a
para a Historia.
com os trabalhos da Demografia Histonca, Agora,
inusitadas,
antes vislumbradas ou
des
de
documentadas e de forma abrangente. [...]
O suas
da
(que
sociais
ser resgatado. O mundo das famflias foi outro vies que foi
penetrado por novos grafia de. A
poucos
e com muitas
e com novas
das analises da Dem
baseadas em Registros tao escondida nos
veio a em toda a sua varied e particulare s do passado pode
ter parte de seu passado desvendado. A morte, a
passado
outros tantos estudos que das
foi
de
as epidemias
do
a luz. Ate mesmo a
com base nas
contidas nos registro
e de [...]
O mundo da
brasileira na Historia
de filhos ao nascer,
dos
a parte
e
pre-
escrava, o ato de abandonar o
e dos
dados as pessoas na
difundida de a maioria das
sociais ante a tas epidemias que de suas
a ser desvendado. A
dentro da
que
no Brasil
a caracterizar boa
de ontem e de
as
ea a de anos e do volume de cernossas populacoes do passado, o mundo do trabalho e no Brasil
muitas vezes pioneiros desvendados Maria Luiza
foram
e realidades
estudos de Demografia Historica." Os
e a Historia do Brasil,
e
e quaisquer fontes, os registros e
poesias) sao
ao leitor
De
professor, as obras da sociedade,
s.
nao
ou
a andli se de uma a dos Esau e
do
na
em qualitativa,
no contexto
tempo. A
em
pode
em que revelam
mesmo que do
com e prdticas de seu tempo e No de Assis (1839-1908), os personagens Pedro e Paulo Pedro e
e republicano e liberal. para a
de
que
e de
la
o
sao fontes
em 1904, a obra no
e
fa
No trecbo a seguir, Machado
Paulo sobre a
o
15 de
de
por meio de um dos personagens.
o que contado, era costume de Aires sair a Nem s emp re acertava. Desta vez foi ao Passeio Cheg ou as sete e entrou, subiu ao e para o mar. O mar estava crespo. ouvindo as ondas, e chegando-se a passear ao do 2 borda, de quando em quando, para bater e recuar. Gostava delas uma de alma fort e, qu e as movia para mete r a terra. A enroscando-se em si uma mais que de de a qu e nao faltava m nervo s nem nem a voz que bradava as suas cansou e foi-se ao ao e passeou a toa, revivendo e coisas, ate que se sentou em um banco. Notou que a pouca que nao estava sentada, de costume, a toa, gazetas ou a vigilia de uma noite sem cama. Estava de pe, falando entre si, e a que entra va ia pegando na sem conhecer os interlocutores; asparec eu, ao menos. Ouviu palavras soltas, etc. ditas em torn alto, acaso para a ver se esa e se obtinham mais uma as Nao que assim fosse, po rqu e o dia vai e as pessoa s nao eram conhecidas. O se coisa suspeitou, nao a disse a tambem nao o ouvido o resto. Ao lembrando-lhe algo particular, escreveu a uma nota na carteira. Tanto bastou para que os curiosos se dispersassem, sem algum epiteto de louvor, uns ao governo, outros ao exercito: podia ser de um ou de outro.
Aires
do Passeio
suspeitava
coisa, e seguiu ate o
Largo da Carioca. Poucas palavras e sumidas, tos que do
caras espantadas,
mas nenhuma noticia clara nem completa. Na soube que os militares tinham feito uma
da
ouviu
e das pessoas, e noticias desencontradas. Voltou ao
buris o disputaram;
entrou no que
ficou
a
Catete. Nao perguntou nada ao cocheiro; este e que
onde tres
e ma ndou tocar par a c disse tudo e o resto.
de uma de dois ministros mortos, um fugido, os demais presos. O perador, capturado em vinh a descendo a serra. Aires olhava para o cocheiro,
palavra saia deliciosa de novidade. Nao
era desconhecida esta criatura. Ja a
sem o tilburi, na rua ou na
ou a bordo, nem de
alguma vez
Quis saber
a
vestida de seda ou |
interessado e curioso, e acabou
tando se realmente houvera o que dizia. O cocheiro contou que ouvira tudo um homem que trouxera da Rua dos
e levara ao Largo da Gloria, por
que estava assombrado, nao podia
que corresse, que
pagaria o dobro; e pagou. — Talvez fosse pode que
implicado no barulh o, sugeriu Aires. porque ele levava o derrubado, e a principio pense:
sangue nos dedos, mas reparei e vi que era barro; com certeza, vinha de
descer algum muro. Mas,
bem, creio que era sangu e; barro nao tern aque la
cor. A verdade e que ele pagou o dobro da viagem, e com esta segura, e a gente
grande risco
po rqu e a cidade nao
pessoas de um
p ara outro...
a porta d e Aires; este mandou par ar o tabela e desceu. Subindo a escada, ia possiveis. No alto
pensando nos
o criado que sabia tudo, e
— O que e que nao e
pagou
pe rgun tou se era cert o...
Jos e? E mais que cer to.
— Que mataram tres ministros? — Nao; ha so um ferido. — Eu ouvi que mais gente — A morte e um nao
rezes por
falaram em dez mortos... a vida; talvez os mortos
porqu e nao
bom
Em todo
Jose." de
Esau
1904.
sugerida Pierre. A Historia )ocamode rna. Rio
Social: a
Janeiro: Jorge
o
eo
na
1976.
Sheila. Historia da familia e
In: CARDOSO,
da Historia. Rio
marion; VAINFAS, Ronaldo
Janeiro: Campus,
p. 241-258.
Joao
FLORENTINO, Manolo. Historia Economica: In: CARDO-
VAINFAS, Ronaldo
Dominios da Historia.Rio de Janeiro: Campus,
Maria Luiza. Os registros paroquiais e a Historia do Brasil.
Historia,
Hori zonte, n. 31, p. Eni de; SILVEIRA,
Belo Horizonte:
2004. Historia &
e
2007.
Bassanezi
Sao Paulo:
2005.
Rio de Janeiro:
n.
1998.
ISIS, Machado de. Esau e
Disponlvel Acesso em: set. 2009.
IV - Em
de
A Historia na escola Ensinar Historia dos aspectos que respeito
e uma tarefa respeito ao
Ate procurou-se tratar de do historiador, mas falar de Historia
ao seu ensino.
toes tao complexas e que que, muitas vezes, A simples
diferentes,
tempo de de de Historia somente ate o Ensino
de conteudos acaba por
na, professores e de Historia do processo de
a
para
o entendimento da
de conteudos e afastando o do conhecimento. Nesse sentido, vale
tar, para que serve a Historia? Ao longo dos tempos, a Historia ensinada sempre uma
No caso brasileiro, o ensino de Historia
fundamento
e acabou por se encarregar de formar cidadaos. De uma maneira ou de outra, a escolar a projetos de fosse da fosse de segmentos
Esse comprometimento
sobre o passado baseados discursos plicidade de 102
que constitui a
que fornece acaba por contrib uir para a
com os do do conhecimento.
afastando a
dm
O ensino escolat ganha na medida em que pode se da diversidade de como forma de expor a multiplicidade de enfoques, do coNesse sentido, compreender as de da escrita da pode con tribu ir para a autonomia da Histo ria ensinad a, ten do p or base a diversidade. A compreensao das questoes e dos hisprete nde r fazer com que professo res e al unos reproduz am historiadores ajuda na da aprendizagem e aproxiconhecimentos que sao, complementares. Por o historico em de dinamismo e diversobretudo, a por parte de profes sores e alunos, de que a Historic a e relativas. como acontece com a Medicina, em que o conhecim ento e novas tecpicas e tratamentos sao a cada dia descobertos, a Historia com verque respondem questoes de uma determinada Como o conhecimento em Historia nao e todos os documento s e estudos devem ser entendidos seu contexto. O processual da do conhecimento a contribuir par a o ensino da Historia. Por isso, no conhecimento de aspectos fundamendo oficio do e de algumas vertentes historiograficas. Po r deles, possivel element os importantes e o de algumas recorrentes nos livros didaticos. Naose trata de tutelar o ensino escolar as historiograficas, mas, compreender que o processo de do conhecimento histor ico e a Historia ensinada sa o saberes A Historia e uma que elabora discursos sobr e o passado. Por i sso, e fu ndamental o e nten dim ento de que passado e Historia s ao instancias autonomas, que intimamente relacionadas. Cabe a professores e alunos a compreensao de que reler os vestigios do passado e reinterpreta- los constitui a base do conhe cimento historico.a A divers idade de abordagense caracteristico faz parte da da contemporaneidade Esse relativismo, campo e consritui o cern e do exerci cio intelectual. O ensin o da Histori a ganha na medida em que essas com utilizando a multiplicidade como elemento agregador e sem ter de se a de ordem sejam Nesse sentido, a Historia pode contribuir para diversas sem ter obrigato riam ente uma fun cao preestabele cida, seja ela de formar civilizar, valorizar a como se acreditou muito tempo. A por exemplo, e elemento mas por si so nao determina a ea da Historia na escola. Nesse sentido, a disciplina um de ensinar a
ea
o os
a partir de na em que a entenderem o tempo, as as o e, a partir disso, serem capazes de selecionar e criticar as do seu dia a dia. A ou outra disciplina, forma por outro e impossivel sem as de historicidade, de do saber sobreo vivido e sobre o tempo que so o pode dar.
Paraap rofun Escoia e A
das
ultimas
para a
do
escola das
da
Jean-Claude
escolar (que
posta sobre a
sobre os de
e
da
q ue a cultura se
a cultura como m emoria viva. No que
e da
lado, a
do trabalho de e de
o
das
que, se por
a educacao
sobre o
e cultura,
de
por outro, e pela
"A
estudos e
da memoria
sobre o
de
XX,
das relacoes
para
a
sdo
e os
a serem suas
de e de da nao de prestar ao fato de qu e toda e em particular toda de tipo sempre na verdade uma no interior da cultura e uma dos conteudos da cultura destinados a serem transmitidos as novas Esta de na cultura e de redidatica faz com que nao se possa apegar-se a e de uma unidade de e da cultura: e matizar e isto e. constru ir um a verdadeira das relacoes entre escola e cultura. [...] No que se refere particularmente a de tipo escolar, a de tudo o que conserva do passado nao deve a de tudo o q ue esquece, abandona ou A cada a cada da pedagogia e dos programas, partes inteiras da que desaparecem da ao tempo que novos surgem, novos conteudos e novas formas de saber, novas novos modelos de certeza, novas dede ou reconhecer o grande poder de da sua capacidade de ativo'. Pode-se quais sao os os os fatores
selecao cognitiva e cultural que faz com que assim
salvo do esquecimento', de
parte da a
e
enquanto que o resto
consagrado ao Mas nao e
em
cultural
ao
[...] que se
o problema da
e tambem, e ate mesmo mais ainda, em das ideias, dos
dos
da sociedade.
no
a escola nao ensina
restrita de tudo o que constitui a comunidade humana. [...] O que se ensina e, que esta parte ou esta
a cultura viva de com efeito, menos a cultura de
autorizada', sua face legitima. [...] Segundo
as ideologias
: alunos aos quais se
uma parte extre-
da cultura que constitui o
social e [...] sua os paises, as
ao estado dos co-
que se
ou
os
dominantes, os
da
cultural
variar e se
[...] Mas ha mais: a
escolar nao se
a fazer uma
num dado momento,
entre os saberes e
deve tambem, para
as de
de
que a do assim do teorico nao sao diretamente
a ou de
a obra do ou do ou o pensaao aluno: e necessaria a de
[...], a elabora-
" — de todos os elementos de saberes
que sao
mas e de todos os
[...]
por exemplo, dos
da
cognitivas escolares), estas
a emer-
(os saberes e os modos de pensamentendem a
de instrumentos toara se constituir numa
das
[...]
que, se o de
de seu estatuto
e de
das aprendizagens,
de
dos limites da
a toda especie de outras lazeres, dos
imagens
mas tambem o dos exercicios
dos deveres, dos controles
e capaz de
eo
dotada de sua para
sua marca didatica e aca-
(que
do turismo, no
por exemplo no contexto
politico ou no
sus-
assim com as outras dinamicas culturais (com as diferentes expressoes da cultura
com as diferentes formas da cultura dita
de
de grupos)
aos
com as
cognitivas ou as
complexas e [...] de nenhum de simples
ou de
de
com os meios de em todo caso, Sabe-se, por exemplo, 105
[...] como na
Media, o pensamento esta 'arte de inventada por e para a escola e obedecendo a com [...], inscrever-se, como 'forga formadora de profundo, nos dos que se encontre a em cercos caracteres Do modo, pode-se com os na de uma srcinal saberes, de sistemas de e na
de para da a e
possivel ver o puro e simples de uma preexistente, ou a direta dos interesses de ou grupo de exterior a o que nao a impede de se atraves de e em funcao de Reconhecer esta da nao pois, a separar os de subjacentes aos de ensino' dos outros dispositivos e que em no social, mas leva a a na das entre escola e cultura e na de ver naquela o simples veiculo ou de uma cultura posta como uma entidade una e e
Jean-Claude
as bases
e
do
escolar, 1993.
Histo ria e saber escolar Uma das
caras aos professores de Historia
a
ressurge em nova perspectiva, que rompe com as
XX,
no
objetivo de texto, a
de racionalidade melhor o seu
As e o fazer
brasileira Ana Maria
do saber escolar. Essa I
vigentes desde meados do
para o interior da escola com o no dmbito da cultura escolar. Neste e
ao ensino da
disciplina envolvendo o dommio de saberes referentes ao passado e seu didlogo com outros saberes que tirculam e se
nas sociedades. Aborda as
os conceitos de saber escolar e de
didatica para
de diferentes autores que as
com e limites de
no campo da Historia.
"Pesquisas que o curriculo e campo de e permeado por conflitos e de complexa e hibrida, com diferentes de curriculo formal, real, oculto. [...] Essas novas em a estudos e que, ao nao reconhecerem a especificidade da cultura escolat, buscavama melhoria do ensino atraves da maior na medida em que a
com o conhecimento coerente e
O ensino seria fosse em
1.5. O Para O A O sugerida
do
31 32
o do historiador dos ea do Arquivo Nacional 34
32 32 33
Parte II -
35
2.1. O que e Para aprofundar Por que rescrever a A neces sidad e de repensar a Historia
35 37 37 38 39
2.2. A Escola Para aprofundar o tema e o offcio do historiador
40 42
A
42 de
Seignobos e
Charles
43
sugerida
44
2.3. Para aprofundar o tema A diversidade da "Escola" dos
45 47 47
uma "Escola" dos Annales? Bibliografia sugerida
48 49
2.4. A Nova Historia
50
Para aprofundar o tema A Historiavista de baixo Bibliografia sugerida
52 52 52
2.5. A
,
Para aprofundar o tema Os atuais da Historia A
A da Micro-Historia Bibliografia sugerida
53 55 55 55
56 57
2.6. Novos caminhos da historiografia Para aprofundar o tema O retorno da Historia Bibliografia sugerida
58 60 60 62
Parte
63
-
e
3.1. As fontes e ado historiador Para aprofundar o tema Historia e prova Lorenzo Valla e a de Constantino A mentira Bibliografia sugerida
63 64 64 65 66 67
Essa escolas,
em que sua
a se faz
erros no ensino e
nas porque
processo de e com a de de autores, alguns deles com pressupostos para explicaou Ao ser radicalizada, esta critica a considerar o saber escolar um saber segunda inferior ao cientifico, porque resulrante de simplifi.cac.6es para o ensino a e adolescentes, ou adultos ignorantes. Nao defendemos aqui que todo ensino escolar e desenvolvido e a erros. A apoiada em autores que a especificidade da cu ltura e do saber escolar tern, no para sua melhor Nao podemos negar que o com o conhecimento cientifico e fundamental. Mas e compreender melhor se da a do saber escolar, que envolve a com o conhecimento cientifico, mas com outros saberes que no contexto cultural de referenda. Nesse sentido, o conceito de saber refere nciado em pesquisadores do campo da area do e da das disciplinas escolares, oferece para a melhor dos educarivos. [...] A perspectiva com a reconhece a especificidade ca desta que tern na escola o por escola que de ser considerada apenas local de e transmissao de saberes, para ser compreendida como educacional, (por) e de cultura escolar, onde se confrontam diferentes e interesses politicos, culturai s. mais aos autores franceses que estudam os de Nessa perspectiva, os saberes escolares,antes e passam a ser de que se para aspectos relacionados a cultural — quais saberes, motivos de culturais e sociais e politicas das ocultamentos, Mas, basta selecionar. E os saberes possiveis de Nesse sentido, os voltados para os de destes saberes invesos de sup erar a perspectiva instrumental e o conceito de didatica para os para Por o processo que um saber em saber a ensinar, e este, em saber Por ultimo, e nao menos importante, e lembrar que o saber escolar, em sua transmissao e
passa por um processo de de valores entre os
ou A
e veiculo de por107
tanto, e estruturante deste saber, e ou
sob a forma de
saberes de
ou
baseados na
dos no desenvolvimento do
mas
da
formas e
ou basea-
e
Ana Maria
Ensino de Historia e Historia
dialogos
2005.
sugerida FONSECA, Thais Nivia de Lima e. Historia & ensino de Historia.Belo Horizonte: 2003. Jean-Claude. Escola e escolar.
as bases
e
do co-
Guacira Lopes Louro. Porto
Artes
1993. p. 14-18. Rio
do ensino da Historia
Janeiro: I
Access, 1999.
Brasileira de Historia.
ensino de
Historia. Sao Paulo: Editora Marco
v. 13, n.
set.
ago. 1993.
MONTEIRO, Ana Maria F. da C. Ensino de Historia e Historia cultural: dialogos possiveis. In:
R.;
M. F. B.;
politicas — Ensaios de Historia cultural - Historia
neiro:
e ensino de Historia. Rio de Ja-
p.
; GASPARELLO, Arlette
ria:
M. F. S. (Org.).
saberes e
ROCHA,
Marcelo
Ensino de Histo-
Rio de Janeiro: Mauad X, 2007. Luis. A Historia na escola:
livros e leituras. Rio de I
2009. SOIHET, Rachel; ABREU, Martha. Ensino de Rio de Janeiro: Casa da Palavra/Faperj, 2003.
108
e
4.2. O Brasil e
pafs sem
memoria? O
com a memoria nos
podemos
nossos nossas escolher diferentes que
E possivel
personagens do nosso passado. ser depoimentos atra-
do metodo de Historia oral ou documentos escritos de dente
possibilidade
Vargas
como tema as As
como relatorios, livros e personagem, o ex-presi-
como material de dos 50 da morte de Vargas, em torno da figura de Vargas sao uma
jornais e em 2004. na nossa
isso sao elementos importantes para entendermos os mecanismos de cons e func ionamento da memoria coletiva brasileira. E bom lembrar que o sentido primordial de comemorar e trazer a memoria, recordar. Nem sempre a e festa ou
pois pode expressar, tambem,
do passado para Os
o presente. para a
dos 50 anos do
de que a memoria ternsido A que se materializa de diversas essas
de controle
das ao passado conduz sendo a
de Vargas
a
culturais mais importantes das sode um a memoria apenas uma delas. O que
nos trazer?
109
Brasil. Julgavam que haviam vencido a tadas as
vez que
do movimento: as
1933; a
conquis-
pa ra a Assembleia Constituinte, em
de 1934, a reco nquis ta da autonomia e a garantia do princip io
Para alem dos social
publicados desde 1932, outras
de
da
acionadas para asse-
a verdade dessa da
Desde 1932, a
aos
a que o
aos
nas co-
da
Consti-
Em 1934, vez,
primeira
cerimonias ci-
vicas que
a
da
dos
Em
1955, as com a
do
A partir desse a
e ate hoje,
do passado concen-
trou-se na
dos
oitocentos
de
mortos no
interior do monumento. Nas duas os rituais
contra
em 5m X Monumento do
o esquecimento ideias centrais: democracia,
72m com cripra X ao soldado de Sao Paulo, 2004.
autonomia e unidade regional. Neste sentido, entre 1934 e e liberal
encontra mais
a ideia de democracia ilustrada de vies elitista para
Nos anos 1950,
a de-
mocracia representativa funcionava plenamente, as leituras que os participantes das cerimonias do 9 de ju lh o, inclusive a conceito provavelmente
mais
acaso, portanto, que, alem dos fosse incorporado ao A
na
que em 1934.
silenciosa, podiam fazer desse do que nos anos 1930. Nao e um os
tempo ao na
social, e
um
do
de Piratininga'. mais pronunciada em 1955
a
no da autoridade no ritual de 1934 e o sentido atribuido a de Direito
ocupava nas
ea
a figura de Pedro de Toledo
pelo Trianon. Em 1955, as hierarquias rituais, mas de forma
e
mortos que
objetivadas
rigida, pois o da
ABREU, Marcelo Santos de. As de 1932: do passado e
Estudos
Paulo, 1934 e 1955). p.
aos
de 1932, 2007.
da social do Rio
Constitucionalista regional (Sao
Janeiro:
n. 40,
2007. Quillet. O "devoir de
e
do ritual e o
o par de Abreu. As
tre
passa-
Historia,
na
con
en-
e direitos. In: GOMES,Angela de Castro.
Rio de Janeiro: FGV, 2007.
memoria. Rio de Janeiro:
Andreas. Estudos n. 14, 1994.
2000.
Rio de Janeiro: CPDOC-FGV, v.
REVISTA Estudos Historicos. n. ROUSSO, Henry. A memoria e
Rio de Janeiro:
v. 14,
e mais o que era. In: AMADO, de Historia oral. Rio de Janeiro: FGV, 1998. p. 93-
101.
do
do
sobre o
XX.
Sao Paulo: Arx, 2002.
113
4.3.
com Historia oral
A oral" e e permite muitas e guns ser possivel a todo oral, por qualquer individuo e em qualquer circunscancia, sem nenhuma previa. E que ha entre o metodo de pesquisa denominado Historia oral e o simples regiscro de sonoras. A Historia oral pressupoe a de uma fonte oral que e o resultado da pesquisa e do estudo para a coleta de depoimentos com fins documentais, ou seja, da de uma Nesse o metodo de pesquisa deve ser confundido com o emprego das "fonte oral" ou oral", que se referem a registradas atraves do som em sentido como um programa de radio ou uma entrevista Algumas das da pesquisa com o metodo de Historia oral das a problemas para o arquivarnento e a das fontes produzidas a partir de entrevistas, em virtude de sempre adequadas para dar o material. Na maioria dos casos, as entrevistas nas de pesquisadores nao havendo possibilidade de consulta por interessados. Para contorna r esta muitos arquivos e bibliotecas tern criado acervos de depoimentos produzidos por seus mas abertos para o 114
recebimento e de de depoimentos produzidos por pesquisadores externos. A Historia oral, como de pesquisa que produz fonte especial, se revelado impo rtante no sentido de possibilitar uma presere uma melhor da coletiva e dos de construde identidades de gruposou nas sociedades. Como foi visto, as possibilidades de uso da Historia oral portanto, como atividade didatica o desenvolvimento de um projeto de de tema seria voltado para o com a e com a Historia. Para isso, um primeiro ponto seria a fazer uma pesquisa sobre a trajetoria da de maneira a conhecer alguns A etapa e levantar alguns livros e pesquisar em para se obter cias e alguns eventos marcantes do bairro, Se nao for possivel disponiveis nesse primeiro entrevistas ser realizadas. O importante e possuir ou elementos para nizar um projeto e ter uma ideia do que se pretende fazer, uma dos depoentes e os objetivos do projeto e os seus resultados. Com essa iniciativa, os alunos nao so vao estar se preparando para conhecer melhor seu bairro, mas aprendendo a fazer um projeto de o que ser para qualquer outra disciplina. a tarefa de do projeto, para a do roteiro das entrevistas, E importante que os alunos o que pretendem descobrir com esses depoimentos, estabelecer um ponto de partida. E que as entrevistas surpresas e essa uma parte interessante, pois podem nos revelar desconhecidas e diferentes sobre um mesmo Os alunos e professores pelo projeto devem ficar para que as tenham uma minima, que realizadas em ciosos, que muitas pessoas ao mesmo tempo, ou intervenham na fala dos depoentes com de maneira que ao final o registrado seja compreensivel. E muito que em projetos feitos em comunidades, sem as devidas na da os depoimentos sejam incompreensiveis, segunda etapa do projeto e o trabalho com os depoimentos, Como isso pode ser feito? As ou CDs gravados podem ser transcritos para o e transformados em um texto para ou podem ser ouvidos. O importante que os do projeto tenham possibilidade de analisar o material que foi coletado. Como podemos fazer isso? Em primeiro e possivel retirar dos depoimentos as sobre a trajetoria do bairro; datas eventos,
Mas podemos e as das memorias contadas. ver que poncos de vistas fatos que sao silenciados, ou que sao destacados. O que podemos fazer I dessas sobre e, como ja dissemos, que a memoria esta sempre em processo de e e seletiva, ou seja, existem coisas que sao lembradas e outras que sao dependendo da pessoa que E como a memoria individual e coletiva funcioe como existem de memorias como a memoria retrata uma verdade e pode um instrumento de de ser tambem uma polftica. Uma terceira etapa do pode ser o de um texto escrito sobre a historia do no os e professores articular as inforja obtidas da pesquisa em outras inclusive nos livros e as memorias provenientes dos Outra atividade que pode ser pensada e a dos depoimentos tados. Seria interessante que a escola reservasse na biblioteca um local para forum acervo dos projetos em desenvolvimento e de possiveis projetos Com essa os alunos poderiam sobre a necessidade da preservado patrimonio cultural do seu e aprender de de um pequeno arquivo. A de um projeto de Historia oral, como se pode ver, permite o desenvolvimento de habilidades: a escolha e a pesquisa de um que pode ser articulado com outras disciplinas; a de um roteiro e o aprendizado do com pessoas de fora da escolar — os depoentes; a do material coletado; a de um texto escrito cuja pode contar com o apoio das disciplinas de Portuguesa e Essa tambem pode o desenvolvimento das de memoria, patrimonio e
Para aprofundar o tema Historia O
de
polftica e oral
se
de e as
vezes
sao
de
com a Historia oral que
mas
coloca dos depoentes. Para
fazer
com e bom aos nossos
dos que nao podemos que
mma carta de
que e um docum ento de autorizafao para a
a carta, deve ser explicado sempre ao
de entrevi stas. Se
o uso que
de sett
e que a Historia oral pode ser usada com
temos
para
mas tambem aqueles
opositores, ou pessoas as quais temos muitas
que sao
e discordancias. Mesmo
a
deve ser
conduzida sempre com os mesmos criterios e cuidados de maneira que possa serfeito um trabalho com
Historia oral, Hebe
e
em
chama a
instrumento para captar uma
para
das en trevistas de Histori a oral
oral. Seus depoentes nao vivendaram a
mas atraves dos
captar uma memoria
Inacio tinha 72 em 1995. Nasceu
a
atraves de
da entrevista concedida a Ana Maria
Fazenda Sossego, em
do
estado do Rio de Janeiro,
onde — segundo seu depoi mento — foi escravo o seu avo Inacio (que
uma lingua
dido). Tambem seu antes e depois do
com seus
—
teria morado na Fazenda do Sossego,
do cativeiro. [..,]
da
filho
de Vicente
e seus
em regime de parceria, na
mento a Robson Marti ns — nascera Estes sao pequenos em
minadas
homens que se
que
a
areas escravistas do avo e avo,
ate o cativeiro. Tornados em
do
Seus
como
com
produzem deter-
comuns sobre escravidao e liberdade, Historia e
que assumem estar referidas a
ea
entrevistas depositadas no acervo Oral e
pois — segundo seu depoi-
ventre
depoimentos rememoram com nitidez pai e facilidade suas
lavoura'
fazenda em que seu
dos depoimentos de
como negros e descendentes de com a
ex-ca-
em Alegre, no Espirito Santo, Cresceu
pai havia sido escravo. Sua mae nao chegou a ser
do
parte de
sempre que nao queria ser enten-
Paulo Vicente Machado nasceu em tivo na
um
do
familiar. [...] Sao do
de de Historia
do Departa ment o de Historia da Universidade Federal Fluminen-
se
[...] A primeira
q ue emergiu ao a enveredar por outr o tipo de
de trabalho so produziu nestes
a ser desenvolvido nos sobre o
no
[os depoimentos] em conjunto Por que este anos? [...] Muito se desde a
de
mas pouco sobre os escravos e a experiencia da escravi dao e da [...] Deste a prim eira questa o que a leitura da daquelas entrevistas efetivamen te fo rmulav a relacionava-se as formas como, no B rasil, a Historia da escravidao e da foram apropriadas como objetos de [...] se do [...] as como via de a entre e [...] Foi tendo em vista esta que os [...] foram negro nas deste mem6ria familiar da da escravidao e da Ou o fato da como tambem uma memoria familiar da [,.,] Como uma abordagem sobre o das entrevistas sem perder de vista a riqueza de subjetividades que os de Historia oral as tensoe s en tre os individuos que a Como sar estas tensoes e, portanto, os bias de cada sem me ap ropriar indevidament e do dos pesquisadores que cada dos analisados? [..,] O primeiro passo foi tentar definir em termos mais as principais — em termos de e — que mente
cada um dos conjuntos analisados. busquei soe o conjunto de da acervos, como explicitar o mais possivel o que se reconhece aos pesquisadores em cada um dos projetos. Os com as espea Historia oral sabem das muitas que circundam a questao dos direitos autorais. De modo, apesar da de de direitos, a autoria nestes projetos reconhecida aos entrevistados. Mesmo sendo do po nto de vista legal, considero que, do pont o de vis ta apenas a autoria con jun ta da conta do entendimento do documento produzido por este tipo de trabalho, [,..] De forma geral, diferentes da nos depoireferidos a abordagem do a historia de vida do trevistado ou ao contexto de cada Para resp ond er as perguntas dos entrevistadores, os entrevistados fre que ntem ente recorr eram a contos popu lares ou ao que um a vez nos livros na igreja ou nos como as veiculadas sobre o cinema e [...] de a escravidao apesar nos conjuntos de entrevistas analisados. Em todos eles, os entrevistados se da ou cia aos termos e Em todos os co njuntos tambem os depoentes a de do como refe renda mais geral de A ideia de e So de coerentemente com estas e que
3.2. Os limites da Para o paraPedro II sugerida
68 70 70
71
3.3. Historia e temporalidade Para aprofundar o tema O tempo como fundamento da Historia As em Historia Existe As Bibliografia 3.4. Historia c verdade Para aprofundar o tema Historia e verdade sugerida
72 74 74 74 75
75 77
78 80 80 81
3.5. Fazer a Historia Para aprofundar o tema O conhecimento Bibliografia sugerida
82 84 84 85
3.6. Identidade e
86
Para aprofundar o tema Memoria e identidade Memoriae Historia: fonte ou dever? Bibliografia sugerida
88 88 88 90
3.7. Historia oral Para aprofundar o tema O estatuto da Historia oral Dilemas e para o uso da Historia orai Bibliografiasugerida Sites
91 93 93
3.8.
96
94 95 95
quantitativos e
Para aprofundar o tema A ea A literaturaqualitativas e Bibliografia sugerida Site
Em
de
A Historia na escola Para aprofundar o tema Escola e cultura Historia e saber escolar Bibliografia sugerida
98 quantitativa
98 99
101 102
se
no aos
que os depoentes Ventre nas
da
cativo, frequentemente
e
[...] E selecionadas, os do do sentido de de seres a condicao de simples mercadoria da [...] Os tigos fisicos este tempo, presente nas diversas tivas de requintes de crueldade, vezes associadas a do ou a uma do torturador por meio de poderes do cativo torturado — a morte dos filhos nos casos das ciumentas, perda total da etc. — como e [...] As narrativas neste texto nos portanto, de uma de cativeiro como ausencia absoluta de direitos e de alternativas de rompimento com esta da de direitos ou privilegios. Neste contexto, a a dedaqueles privilegios efetivamente em direitos. [...] portanto, de certo significado da brasileira no Brasil frequentemente negligenciado [...] E ter em a da escrapara mensurar o significado dos atribuidos aos cidadaos brasileiros no
e a todos os nascidos no B rasil
a Lei
Hebe Mattos. Os nos arquivos orais de
da memoria:
de
e liberdade brasileiros, 1998.
sugerida Verena. Man ual de
neiro:
Marieta de Moraes 1994.
LANG, Ana Beatriz. de pesquisa.
Oral. 2. ed. Rio de Janeiro:
Rio de Ja-
Historia Oral e
com Historia Oral: Sao Paulo, n. 11, p.
2004.
sobre
MATTOS, Hebe; RIOS, A na Lugao. Mem orias do cativei ro: familia, tra balho e cidadania no Rio Janeiro: Brasileira, 2005. . Os combates da memoria: descendentes de escravos brasileiros. 1998.
e liberdade nos arquivos orais de v. 3, n. 6, p.
MONTENE GRO, Antonio Torres. Historia oral e mem oria: a cultura popular da. Sao Paulo: Contexto, 1992.
119
4.4. Historia e imagens No
XIX, com a da Historia e que possuia um de estudo de textos, os documentos escritos adquiriram um valor especial, em detrimento das fontes visuais e orais. A partir de entao, os historiadores concentraram sua no uso desse tipo de fonte para escreverem seus tecendo muitas criticas a dade das fontes orais e relegando a um piano o uso de imagens. Nos anos, o surgimento de novos objetos e temas tern provocado um aumento na de diferentes fontes para a pesquisa historica, corn a especial das imagens. Nossa aqui, e exatamente discutir a das imagens para a historica e suas possibilidades de usos para a dos nismos de de projetos de e de de identidade Pinturas, e esculturas um caminho fundamental para nos a e a compreender a Historia do pais. No apreender o dessas fontes implica entender que nao sao neutras. fotografos e escultores selecionam, enquadram, omitem alguns elementos e destacam segundo demandas do presente. as imagens sao construidas para passar dada que expressa politicas e Para e sempre compreender o contexto: por e por que produzidas. dessa perspec120
as imagens podem ser entendidas nao que
mas
uma
do real, do
uma narrativa que pode
em uma dada sociedade. A
ou
desse pressuposto implica
que as ima-
gens nao se constituem apenas em uma A pesquisa com as imagens nos permite uma melhor
de como
esse tipo de documento pode se constituir em elemento fundamental para a consde
para o
ordens e podem tanto ticar
pois expressam
as
e
de diferentes
da
quanto
da nossa cultura.
Com essa
podemos entender quanto e fundamental
sentido das imagens para nos
a entender eventos, personagens e conjun-
turas da nossa Historia. Algumas imagens da
tornaram
por nos permitir
se desenhavam
momento. As
no seculo XIX se
os projetos de relativas a
dos seus
de elementos
brasileira.
No da as possibilidades de uso ricas. Surgida no seculo XIX, tendo como o freu uma grande
que
obras dos pintores Pedro
co e Victor Meirelles expressam constitutivos da identidade
o
a
so-
nao so do ponto de vista da tecnologia como
que podem abarcar tanto albuns familiares ou institucionais come-
morativos ate as fotos utilizadas nas diferentes
A possibilidade de registro de
da
personagem ou de um evento,
da fi-
de uma imagem, seja de forma predeterminada, seja de instantaneos que rejeitavam a muitos a
e valorizavam o
em tomadas nao
que as imagens reproduziam os acontecimentos
teceram.
como acon-
que por meio da fotografia seria aberta a possibilidade de
registrar a historia com fidedignidade. Os desdobramentos desse argumento culado por fotografos tern levado muitos a rejeitarern uma critica sobre a fotografia e as
sobr e seu significado. No entanto, e
fato de que a foto graf ia nao e neut ra e traduz sempre um vista do
atento ao do ponto de
ou do ponto de vista da midia que veicula a imagem. os
constitue m suportes im portan tes para desvendar projetos, nos permitem entender os
nal. Aprender a
ea
de
da
imagens pode nos oferecer
nar Historia e melhor compreender o mundo em que
e valores que coletiva nacio-
para ensi-
Para aprof und ar o A
da O
de
no
nacionai: a primeira missa no Brasil de
e um tema
mas
de ser
que? A primeira
e que as
de
uma
O que
com isso?
Victor Meirelles,
brasileiro que
primeira missa no Brasil, Essa
obras no seculo XIX e que
se
como
nos
em 1500.
tado quando o
os
que
nesses livros, na epor
a
do Brasi l, com o
uma leitura dessa
a cbe-
das
A
da posse,
Como
a
no seculo XVI.
gada de Cabral as terr as da missa como a
e
como exemplo uma
dos indios.
e
que essa pintu-
no seculo XIX, por Victor Meirelles, com o objetivo de destacar a dos Portugueses e a
dos indios, visdo essa que expressa as
e tendencias do seculo X IX. Os ideais contidos na pi ntura a ideia de
de uma
ligados a
brasileira,
e catolica. Assim, essa
nos ajuda a entender mais sobre o seculo XIX do que sobre o seculo XVI.
Victor Meirelles. Primeira missa no
sobre
projeto das elites do seculo
268cm X 356cm.
As
do rei XIV e tambem
do
o de
a
passar
abso-
Este para de Luis XIV e
a Filipe V, rei da
Acabou
no
salbes,
de Ver-
o rei aparece na
XIV
estivesse com 63 anos), os
com
de
e
para a O rei e representado com o je da
religiosa
durante a
o rei era
do. Os
de diferentes
naturezas.
do •a
politico: simbolo e
da
do
Carlos •o
do de 6leo
a espada da •o
da
que e
o poder
e a defesa da
de Us, cor e simbolo da
Sinais da
• o colar da Ordem do
Santo, ordem da cavalaria reservada aos membros da
nobreza) e da • os saltos
279cm X
o rei da
era o
detalb e do
que so os nobres
a usar no
Sinais o
de
• as
da
que tornavam o rei da
ssntada a • a mdo
que
a
do G rande Sacerdote no Antigo equivalente a
bispo. As vezes tambem era repre-
do rei com seu reino;
(apoiada na mesinha) lembrando que so o rei e "fonte
e simbolizando o
dos
123
Philippe
professor da
das imagens. Segundo mas
estar
de Paris
a para
sobre
do contexto em quefoi o que as
nos
e das
e sua sobre a do para as imagens? A resposta e simples: nao existe metodo. Mas, ao dizer isto, a fazer? Nao existe metodo. [...] Mas eu que, do que um problema de e um problema de atitude. As imagens sao e como sempre, e nossa atitude em as imagens que a do que sobre sao Mas ao de que podemos uma primeira atitude ea que toma a imagem como um a de uma de uma abordagem como o na sociedade dos por Nesse caso, a imagem e totalmente e uma de algo que existe antes dela e fora Seja para uma abordagem historica ou nao im- j esta atitude nao me interessa de todo, pois e a da imagem. Meu ponto de vista e o de partir da ideia de que a imagem que de nos e ao mesmo tempo um objeto de cultura e um objeto por E um objeto de cultura sobre o existe um enorme saber e que e preci- ] so dominar este saber para abordar esta imagem. Se estou diante de um quadro do Renascimento, e evidente que nao posso compreender minirnamente o que esta em jogo nesse quadro se nao possuo um conhecimento que diga respeito a Minha se as teorias que que e necesconhecer as teorias sobre o Renascimento para um quadro daquela Considero em termos de objeto de conhecer e fundamental. A imagem como objeto de cultura requer um conhecimento mais ou menos 1 nado, desenvolvido, e os historiadores justamente para fornecer muito material a este saber — o da da arte e a esse respeito. [...]
Com o historiador acontece da forma. Um historiador que estuda as imagens dizendo: isto que eu estava procurando, porque esta imagem se inscreve em contexto, pertence a encontrar o q ue procura, mas nao vai encontrar o que nao estava procurando. Por isso, e nao procurar nada imagem para ser capaz de descobrir aquilo em que nao pensando, que nao era a priori. 124
E ha
como em 4 de
a
de 1944, uma
Guerra
feita
em
sobre a cidade de e para
estas imagens e os
as fabricas. Todos os
do
as imagens nao de
as fabricas da de
que
uma coisa:
tambem o
de Auschwitz, com as
1944 nao havia campos. Mesmo com essas
das
de gas, os fornos
E
prova da dos que? Porque o que se
ninguem viu nada.
queria com essas imagens era ver as fabricas da IG Farben. Ninguem que
havia um campo de
de
Depois viram, mas era muito
Esse
e tipico. O
que procura
coisa numa imagem
mas nao vai ver o que
Para que isto
esquecer de e
aquilo que
ter
o qual nao
o que
se
E
a imagem
na imagem, entender que a
ideia, mas e
porque ela e um se pode descon fiar, me parece
a nos
ao
sobre
tempo desconfiar da ima-
e objeto de por
e
foi Mas esta
de
e de
Philippe D ubois. Entrevista concedida em 2003.
O falseamento das fotografia
na
a falsa ideia de
com fotografia do
o
a
e inquestiondvel. No entanto, o do contexto em
uma vez
a
tambem
ou oculta aspectos, segundo as intengoes do autor. Para
balbar com e no entanto nao sao a fotografo. O
ter em mente que essas imagens sao um as
acontece em um determinado
aspectos
e
sao de
Um exemplo dessa
de
o
ao
as
de
de
do
da fotografia pode ser notado nas
anos 1930,
sobretudo, sob o comando de ou
visual e material do do
do historiador, todas essas
no
feitas na
por
bistorico, no qual estdo inseridos
Para o
sendo em
como as
do real (e nao a realidade). Tal como
Stalin
Os
foram
havia
em
e
por
do
125
As pessoas indesejadas
e recortando
a ser
das
As imagens mostram a
pov
Joseph Stalin
do partido comunista em 1926: Nikolai
Sergei Kirov (1886-1934) e Nikolai Shvernik (1888-
1970) em Leningrado. Com o passar dos anos, os componentes foram
restar
a
de Stalin, retocada
um a
.
a
1929.
• Imagens da do Partido Comunista em Nikolai Stalin, Sergei Kirov e Nikolai Shvernik em Leningrado.
Joseph
sugerida DUBOIS, Philippe. Entrevista a nis Historicos, n. 34, p.
de Moraes Ferre ira e Monica Kor-
. O Vega, 1992. KNAUSS, Paulo. Porto v. 15, n. 28, p. 151-168, dez. 2008,
arte e imagem.
Ana Maria. O da
Anos 90,
e as
visual. Revista
v.
p.
KNAUSS, Paulo (Org.).Revista Tempo.Rio de Janeiro, n. 14 (Imagem e cultura visual), 7. ed., Rio Janeiro:
2003.
REVISTA Estudos Historicos, Historia e Imagem. Rio de Janeiro: CPDOC-FGY. v.
126
4.5. Historiae A historia do cinema surgiu com a do em 1895, um aparelho que fllmava e projetava as imagens numa superficie. Desde a sua origem, a filme, de srcem inglesa, passou a a gravada sobre a pelicula. Inicialmente passaram a com o som
a partir do fim da decada de 1920 os aumentando o poder de
do novo meio de
com a mistura de som e imagem em movimento. novo tipo de o fordo documentario, propaganda
dos governos. Desde o o Boleslas animadas" como o
a historia foi objeto deleitura e de verdadeiro
que Matuszewski defendeu a
da de um
de que o filme de do e
o valor das
base nessa
de
no Essa tario, e a
em 1898,
seja
e ou documenO filme
e
fonte em e, por isso, deve ser objetode e Em e que todo filme, independentemente do seu ou documentario, ou drama) e produto do tempo em que foi feito. Esse elemento e fundamental para 127
Nos dem pode se ches,
temos um problema porque polivremente e ser uma o filme da para produzir O filme pode cliou novas realidade e ficcao sem o filme ou do passado sem em de Com base nessas o
filme pode ser de Ou serve para certos modos de de forma a uma dada historica? Se em que ha Historia e que nede do serve apenas como O e um agente historico na em que interfere na realidade e reelabora o passado as necessidades do seu se de uma mesmo que as os filmes a ser fontes para se as de sobre os temas Assim, como mantem indissollivel com seu momentode o filme revela interesses, jogos de poder e do seu momento de o filme O descobrimento do de feito em possui a do momento em que foi produzido, embora se propusesse a como a chegada dos Portugueses ate a da primeira A utilidade do cinema na das foi percebida por Vargas um recurso a para veicular o e o ideal de sociedade que se queria para o momento. Humberto Mauro o roteiro com base na de Pero Vaz de e no quadro A primeira missa no de 1861, do pintor Victor Teve o do Instituto do Cacau da Bahia e a do Instituto Nacional do Cinema orgao do da Em O descobrimento do o encontro entre e indigenas uma visao idealizada, sem unida em torno do catolicismo, aos moldes corporativos que o Estado Novo propunha. Por isso, para e em conta que todo "filme historico" e sempre um misto de historia e do momento em que foi feito. Os filmes a ideia de uma fiel da realidade mas nada e mais porque eles nao em si mas uma consque a realidade por da de imagens, sons e Os elementos relacionados a de cores) fazem da que e interpreta a realidade. Os a e
com uma ser objeto de conforme as
de descrever mais fielpor que, como filme, do seu
4.2. O Para
e um
sem o tema pouco para morrer para viver as
4.3.
morreram jovens da
com Historia oral
Para aprofundar o tema Historia e oral, memoria e Bibliografia sugerida
4.4. Historia e imagens Para aprofundar o tema A da memoria nacional: a no Brasil 122 As do rei O de imagens O falseament o das imagens na Bibliografia sugerida
120
4.5. Historia e
127
Para aprofundar o tema As visoes sobre
A necessidade Outras visoesde sobre As
a
daH istori a
130 130
Bibliografia sugerida 4.6. Historia e internet Para a profundar o tema O computador na escola A BibliotecaDigita l Mundial sugerida Bibliografia
13 2
135
O filme,
objeto de os objetivos de
rida numa realidade critico, no derando esses
o criou, Sua
aspectos que
sua producao
inse-
como recurso
professores e alunos
urn
tornar-se aptos a
o filme pode ser um de
traz
Consi-
aliado para
valores e identidades de
de
sociedade em um
dado momento
Para aprofun dar o
de e
e
que mas cabe ao leitor
por Carla
de dizer que os filmes
que agem
princesa do
filme Nanini e
e
silenciam. Nao se
producao. Um bom
seria
de 1995,
Marco
O
sobre
reforfando de Carlota
VI e
verdade ou
como um rei a
e
No dos personagens
a
e a producao
Cartaz de do filme
princesa do Brazil, 1995.
129
Luis Torgal e
historiador
Neste
eie
a necessidade de
este-
de Carlota Joaquina.
Joaquina de Bourbon (1775-1830), de Fernando VII e mulher de D. VI [...], e imagem da rai nha com atributos inere ntes ao estado i mperial — e coroa o q ue elucida s obre o que ter e que hoje se na totalidade, pois as sob esta sonagem da historia portuguesa apenas transmitem uma lenda negra ou anedotica ou uma imagem recuperada pela historiografia e ideologia Torgal, 1992.
visoes sobre Carlota Joaquina Nos
de
Historia.
de um a intensa
de Carlota: de
sobre o papel de Carlota nos
de grande
da e
na
a bistoriadora reve a importdncia de arias visoes
por
e
Joaquina de B ourbo n e mul her de D. Joao e talvez a mais e personagem de nossa Historia. Apesar de popularizada no Carlota Princesa do dirigido por Camurati em 1995, e no seriado Nos do da TV os autores das duas proreproduzem imagens estereotipadas da do forjadas pela que e pela consda coletiva da personagem. O historiador Marc ressalta que que um erro de uma testemunha se torne o de muitos para que uma ma se transforme rumor, e que o estado da sociedade Seguindo as trilhas do historiador imprescindive l C arlota Joaqu ina em seu tempo a de as e que marcam o Antigo Regime, tambem o tempo da de sua memoria."
As
Historia
O filme O
de
do
cena, ve-se daramente a
pretendesse fornecer uma
mento do Brasil o em
130
do
foi
da obra A primeiramissano Portugueses e aos
em 1937. Nesta do pintor Victor
de
no filme O descobri-
real dos uma
que o Estado
sem propunba.
O
1937.
sugerida ABUD,
M. A de
uma
da historia: Sao Paulo, 2003.
no ensino.
ideias sobre a
Francisca Nogueira de. Carlota Joaquina
do da Robert. Cinema: eo das Letras, 1990.
Paulo:
Regina H. et
2004. sentido. 0
do Brasil; o cinema
Revista de
de eo
Sao da
Juiz de Fora, 2000.
FERRO, Marc. Cinema e Historia.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. Monica. Historia e cinema:
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princesa do Brazil: entre a Historia e afic^ao, um
Revista da
Sao Paulo, v.
4.6.
e internet
O
do computador e as possibilidades abertas a partir de sua de grande impacto sobretudo ultimas As de as os pessoais e os em passaram por que e possivel virada cultu ral. Nos dias de hoje, viver computador parece coisa impossivel, sobretudo nos grandes urbanos. Rapidamente, as tornaram-se e os antigos suportes, livros, revistas, passaram a ter concorrente a World Wide Web, ou a rede mundial de que une os quatro cantos do Uma nova forma de leitura e de das inimplicando novas maneiras de com o conhecimento. Os primeiros de de dados computadores surgiram ao dos anos 1950, a Guerra Fria. Mas foi a partir dos 1990 que a interne t a se popularizar globais. A possibilidade aberta dos computadores pessoais ao tempo, motivae causa do crescimento da rede. as das diversas naturezas e a entre as pessoas foram afetadas por uma nova maneira de se relacionar com o mundo. A global passou a a troca de dados numa rapidez nunca antes vista.
A ece ser
nossa esta cheia tecnologia a sua dado natural. e mais espantoso se percebermos que toda essa e muito recente e rapida. E dificil que em termos como e-mail, A Historia nao de fora desse processo de das ultimas . Os computadores muito uteis as pesquisas como a deles, tornou-se manipular um grande de fontes, em bancos de dados a partir disso, tabelas, percentuais que a se constituir numa metod ologia a mais para as Os computadores ferramentas uteis ao historiador. meio deles, tornou-se mais armazenar dados, compor graficos e utilizar processadores de texto no das de escrever. A rede de computadores, por sua vez, passou a ser usada para troca de e-mails e buscas em de arquivos e bibliotecas. Em o passou a a maior dos de dos Essa do computador andou junto com a da Professores, historiadores ou apenas interessados a acessar a rede de computadores para obter dados sobre os mais diferentes assuntos, inclusive Historia. A do de Historia na internet passou a ter possibilidades de porque podem variar de artigos e livros em formato digital, feitos por historiadores ate textos sem maior e que e dificil de ser diferenciado leitor comum. a Historia se beneficia das po ssibilidades desde a e de fontes que durante muito tempo ficavam acessiveis a um pequeno grupo de pessoas, passando troca rapida de e de possibilidades de em termos globais, ate o so on-line de varias bibliotecas pelo mundo. Por outro a internet e muitas vezes, por multiplicar as sem compromisso vulgarizar um tipo de memoria sobre o passado baseada em identidades coletivas. A rede esta repleta de sites com que distorcem Nesse sentido, o estudo do conteudo disponivel na internet tambem oferecer possibilidades para a discussao da memoria coletiva e da identidades virtuais.
de
133
O desaflo da
dessas
possibilidades de uso parece ser a interdia internet cada vez um na vida das pessoas. O ensino da Historia pode se benefl ciar na medid a em capacitar alunos e professores a e a distinguir as fontes de onde suas e, fazer com que a internet se constitua recurso e a mais, na medida em que fornec e, com uma rapidez possibilidad es de leitura. Cabe ao leitor tornar-se apto para diferenciar a qualidade e a das disponibilizadas.
Para aprofund ar o tema na esco la
O A
dos
1990, a
do com putador pessoal e da internet
maior, tom ando dimen soes ghba is. Diferentes tip os de O uso dos
cada
e da internet pode ser extremamen te benefico a alun os e professores. O
no entanto, para varias
um
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2006.
de
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A
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disponibilizam
para
passaNo Brasil, e
o portal da Biblioteca National do teca do
pela Unesco e
Biblio-
a World Digital Library (Biblioteca
Mundial —
que
o objetivo de digitalizar e
vasto material de bibliotecas do
ingles, francos,
mapas, material
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na rede
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O
da
I - O que e Historia Os
icados de historia
as vezes que corn outro
a
historia, fazemos referenda a urn termo
a
palavra para
se
dos seus
sentidos ao
perceberemos rapidamente que a historia tern Ora,
o
por
da palavra historia
Em sua "historia" e indo-europeia e que
coisas dizer,
do grego ligadaa
e ato de ver. Dai,
do grego ter o sentido de
entender os significados que a palavra historia
assume no dia a dia das pessoas, conforme suas d iferentes se refere ao conjunto de o que a se todos
Sua
poderia
desses sentidos, e
ou
historia.
o tempo e a sua
em grego antigo,
saber";
do tem-
vividos por um como um
uma sociedade,
de conhecimento
historia, por que a Historia e escrita por
da, a His toria precisa ser escrita
Se a historia
res? Ou
Seriamos todos
11
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143
Essas perguntas
parte das
surgir ao
que, o
prime iro momento , po-
da Historia
do conjunto de eventos narrados por
disciplina e dife-
pessoa : ne m tod o aquele que
conta uma historia e historiador, assim como nem todo aquele que tern historia {afinal todos tern historia) e historiador.
o que e Historia e
o
do historiador? De forma
a palavra historia
• Em primeiro
Historia e o
fundamentals. dado a uma disciplina que analisa o que ja
e de regras
acontece u, a partir de renciar das outr as
Para dife-
quando se referem a disciplina,
com a • A palavra historia tambe m design a a ou
de
o qu e ja ocorreu, todas as
do ao diferenciar a
dos
e a segunda
nao e a hisroria "total" da
dos historiadores,
no tempo. E a Historia feita
historiadores
porque esta historia e
na
sua totalidade. Os historiadores, a partir de vestigios do passado, recuperam aspectos da historia da humanidade.
historia e o nome dado a disciplina
e ao seu objeto de analise. Parece complicado a primeira vista, mas para
a
basta pensarmos n um medico, cuja e medicina e por objeto de pesquisa a ou das pessoas. A Fisica tern por objeto a natureza. A historia traz em si essa ambiguidade: o nome da disciplina e do seu objeto
iguais.
• A historia ain da pode ter u m tercei ro sentido, o da narrativa. Na rra r um acontecimento,
ou
e contar uma historia. Em
nha a
entre historia,
ha
verdadeira, e
propopara designar
uma narrativa A escrita da Historia como disc iplina cados
de uma so
historia das pessoas e da narrati va)
os ou tros dois signifi-
tirar a
No
a escri ta da Historia nao se da simples ajunta ment o de acontecimento s. Existem regras que dizem respeito ao metier (trabalho) do historiador, que o eo diferenciam de urn contador de
A Historia em damentadas ao
e uma disciplina que teve suas bases conceituais fundo
XIX e e importante para todo professor, histo-
riador ou estudante deist H oria saber difer enciar o campo de onh c ecimento, da
cotidiana da palavra historia, porque, alem de homonimas, as convergem tambem em estamos
aspectos. Sempre que falamos de historia,
referindo ao que ja acontec eu, mas que e se mpre revisto por de
e conforme as perguntas que cada epoca faz. ra toda vez que falamos em historia tenhamos o passado objeto principal, o campo disciplinar da Historia possui regras delimitadas para produzir um discurso sobre o que se passou. ha um conceito de historia, um significado que consiga abarcar todos os s entidos que a palavra pode ass umir no dia a dia das pesso as. O portante e estabelecermos que consigam tornar fundamental: a Historia como campo disciplinar diferencia-se de outros tipos de historia, porque apresenta e Apesar de todos historia, nem todos sao historiadores. Cabera ao professor estabelecer essa afinal o que torna a Historia um campo disciplinar especifico e a distancia da simples de fatos ocorridos?
Para aprofund ar o a
ICE
Clio e a musa da
e da
de Zeus, o rei
e
a Clio e de
um
Nescomo uma nas
do
de da historia
e da poesia, s.d.
O que e Historia? fiances Marc Bloch (1886-1944),
a
seminal sobre o
O
ficou
Apologia da Bloch
em
na
foi
e e,
uma das
as
e
a
do
a
da
disda Hisum a
ciencia em
Marc Bloch,
vezes: Hist oria e a ciencia do E [no de ver] falar errado. [Pois, em pri mei ro a prop ria ideia de que o passado, enquanto possa ser objeto de ciencia e absurda. Como, sem uma poderiamos de que nao tern caracteristica a nao ser nao terem sido um conhecimento [...] Sem nas srcens da historiografia, os velhos analistas nao se constrangiam nem um pouco com tais Narravam, desordenadamente, acontecimentos era terem se produzido ou menos no os as chuvas de granizo, a de espantosos meteoros junto com
tratados, de e dos reis. Mas nessa da confusa como a de um um constante de pouco a pouco operou a E a conserva o de historia para todo estudo de uma na Ha, nesse sentido, uma histor ia do sistema sola r, na med ida em q ue os ast ros que o compo em nem sempre como os vemos. e da da astronomia. Ha uma historia das qu e e, estou convencido disso, do mais vivo interesse para a fisica do Ela nao pertence a Historia dos historiadores [...]. 14
Ha muito langes,
com efeito,
precursores,
Fustel de
ensinaram a reconhecer: o objeto da Historia e, por
o homem.
Digamos melhor: os homens. Mais que o singular, favoravel a eo
da relatividade,
dos 'dos homens, no
o plural, que
a um a ciencia da
[...]
dissemos. E ainda vago demais. E O historiador apenas pensa
acrescentar: A atmosfe-
ra em que seu pensamento respira naturalmente e a categoria da Marc
Apologia da Historia, 1941-1942.
Bib lio graf ia sugerida O que
BORGES, Marc. Apologia
2. ed. Sao Paulo: Brasiliense, 1993.
da Historia — OH o
2001. p. 53-55. CARDOSO, Ciro Flama rion. Uma
do historiador,
Rio de
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As
da Historia:
a mestra da vida Nas sociedades arcaicas, o se da srcem ou da
exercia uma
dos povos (de
O mito e uma realidade e
primordial de
principais feitos etc.).
uma
a partir de
ou nao. Embo ra uma e mu ita s vezes, a
va. Assim, podem ser de srcem (do podem compromisso com
fos-
o mito de temporalidade na narratide uma
profecias e personagens
de um povo) ou dedes-
Nao tern, grande dose de
de historia, Historia e mito entre o que e o mito e o que passou a se entender Antiga. A primeira historiadores: a Historia e o
e uma
fatos. A
fundamental para os
a partir de fatos. Foi o grego Herodoto
a estabelecer um problema para
crita da Hist oria. Conhecido como o a narrativa
que se das
Historia, na
e
a.C.) na es-
da Historia, Herodoto aband onou, em parte,
ao sabor da
e da necessidade para se basear em
estabelecida estava no
de contar o que o autor acreditava
estar baseado em acontecimentos.
Esse relato
produzidos pattia de
doto
e tinha uma
o
pesquisa.
temporal.
de
denota esse
de
apresentou os fatos que considerou relevantes, selecionou as
sobre os acontecimentos que julgou Esse
e interpretou-os a sua
narrativo foi continuado por outro
entre 460 e 396 a.C. Sua Historia da a
de
do Peloponeso entre 431 e 404 a.C.
pot
ra, e,
Tucidides, que viveu
do Peloponeso
a guerra entre
e a Liga de (liderada foi um general atenie nse que servi u na guer-
aos acontecimentos que registrou. Essa e uma
das
do pensamento de Tucidides, que acreditava nao ser escrever uma Historia do passado remoto. Dessa forma, restringiu o
da Historia ao passado recente. Na Antiguidade
portanto, a historia tecente era o foco central da
dos
Para
de exemplos que atestados,
e Tucidides, a Historia era um
ser preservados, e o trabalho do historiador era que possivel, por
antes de tudo, um relato
diretos. A ideia de que
para os
uma vez que tinham uma nature-
za imutavel, e
sintetizada por Ciceto (106-43 numa Historia magistra vitae est (em pottu gues, "A Historia e a mestra da vida"). A
de
que o passado deveria servir de exemplo para o futuro foi a base para as narrativas da Antiguidade ate o de
do
XVIII. Tinham, portanto, a utilidade
instrutivas, exemplares. Segundo o pensador
se fez sentir ao na
de
se podia
da Historia magistra vitae
(1923-2006), o de dois mil
sempre
o papel de
a ser sabio e prudente sem
do historiador era
em grandes erros. Assim, a
os exemplos que
Com o advento do
escola
se
a escrita da Historia
no tempo. essa
instrutiva. No diferente da Antiguidade, onde a Historia era vista uma possibilidade de evitar porque a natuteza era imutavel e se
de tempos em tempos, a eta
deu maior
a uma
visao religiosa da vida. Assim, o exemplo tirado da Historia nao tinha somente um mas
moralizante. A vida dos santos, as
exemplares
dos reis deveriam servir de modelos de comportamento. Da
Media, passando
ate o
teve seu paradigma de
e, embora pudesse mudar a
o denominador comum que unia essas deveria
exemplos de
a Historia man-
ao
a ser
era a ideia de que o passado como form a de evitar erros e ensin ar.
O a e progresso. O passado por
a
ideias de que
repleto de
exemplos ao como Voltaire Kant
em
em ao ou Condorcet (1743-1794)
da
em
a
estado ideal.
Para aprofund ar o Herodoto,o
da
Herodoto (485? — 420 a.C.)
O 450 e 430
uma
a
Historias, que
do
Persa e as
das
perante o em 479 a.C. com a
Historias na
de Plateias e o recuo da
para a costa da
do
Herodoto
do fim da
e, para dar conta de sua do
A
dos
dessa
da Africa, Asia e fez um
e
dos
das
pelos
barbaros. a partir de suas e
uma documen-
orais de pessoas
O daqueles Herodoto
de
de uma
pessoal dos acontecimentos e seu reldt o tinha uma pode ser que lo
Herodoto. romana
de
na ultima
ao Egito, e nao daquele que
temporal. A
das
do
os helenos.
que
o
dos ea
das
feitos dos
se nao
de Herodoto de Halicarnasso, para que os com o tempo, nem fiquem
renome as
grand es e m aravilhosas empresas , reali zadas quer peloseleno h s quer pelosbarbaros ;
e sobret udo a
por que
em guerra uns contra os outros.
Os conhecedores entre os persas res do
sustentam que,
do
e ocupada a
ram
18
que os fenicios do mar
que
os causado-
Eritreu para as de
commercad orias egipc ias e assiri as, aportaram a
entre as estava que se superiorizava a todos os Estados da qu e chamamos a os fenicios procuraram vender a carga. No quinto ou sexto dia apos a sua ja com quase tudo vendido, vieram ace a borda do mar numerosas encre as quais se encontrava a do cujo que tambem os era Io, de Enquanto paradas, junto a popa do barco, negociavam as de que os uns aos outros, sobre A parte das mulheres conseguiu mas Io foi raptada com as oucra s. Arrastar am-n as para o barco e de vefeitas para o Egito. Deste os persas que Io chegou ao Egito, e daquele qu e dizem os helenos. Assegu ram tamb em que esse foi o dos agravos de
seculo V a.C.
da (460-396 a.C.) de
O
sobre a Guerra do 431 va
a a
de sua que
404
os a
Atenas e
de narrati-
dos
de
romana de grego do seculo IV.
aos discursos pronunciados por diversas personalidades quando estavam presces a desencadear a guer ra ou qu ando ja estavam engajados foi dificil com rigorosa os que eu ouvi ou os que me tidos por varias fonres. Tais discursos, portanto, sao reproduzidos com as palavras que, no meu os d iferentes oradores deve riam ter usado, considerando os respectivos assuntos e os mais pertine ntes a em que foram utilizados, embora ao mesmo tempo eu tenha ad erido quanto ao sentido do que havia sido dito. Quanto aos fatos da guerra, considerei meu dever nao apurados de casual nem como me parecia mas somence apos cada detalhe com maior rigor possivel, seja no caso dos eventos dos quais eu mesmo participei, seja 19
naqueles a respeito dos os fatos se
de tercei ros. O empenho em apura r
numa tarefa
pois as
eventos nem sempre faziam os mesmos variavam de acordo com
a respeito das mesmas por um do
ao ouvido, mas
dos eventos ocorridos
mas
ou de acordo
com sua memoria. Pode acontecer que a menos
oculares de
em
narrativa
quer que deseje ter uma ideia
daqueles que
dia
ousemelhantes em
a ocorrer em
do seu
a minha Historia util e isto me bastard. Na verdade, ela foi feita para ser um sempre util e
uma
a ser ouvida apenas no momento da
por algum Historia da
As
do
V a.C.
da Historia
Neste
o
2006)
(1923-
ao
de 2 000
um
ser,
ro (106
43
a
da Historia como
da vida. Os
com base
Como a
era
um
a Historia tinba
contra os
historiador
"Ate o seculo
2002.
o emprego de nossa da
da
[Historia] permanece como humana,
ins-
trumentos recorrentes apropriados para comprovar juridicas ou
morais,
[...]
o uso da expressao associado a outras as tarefas da Historia. Historia vero testis tempor um, lux qua voce alia nisi oratoris immortalitati commendatur
dos
a
a
atribui aqui a
e especialmente dirigida a
20
do
se serve da [a historia e
por
[A Historia e a testemunha
da verdade, a vida da memor ia, a mensag eira da
nada e recomendado exerce sua
que rescrevem
memoriae,
como
de exemplos] — a
por cu ja voz
A tarefa principal que Cicero sobre a
o orador
de exemplos — plena de que
possivel
su gerida e realidade.6. ed. Sao Paulo: Perspectiva, 2002. O espelbo de Herodoto:ensaio sobre a UFMG, 1999.
HARTOG, HERODOTO.
Lisboa:
I, III, IV, V, VI e VIII)
. portuguesa de Jose va. Lisboa: Edicoes 70, 1994. p. 53-57. Livro I. HOMERO. .
Ferreira e Maria de
Haroldo de Campos. Sao Paulo: Carlos Alberto Nunes.
Janeiro:
2003. 2 v.
Marcus Rei
Rio
1997.
KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: Rio de Janei ro:
do outro.
a semantica dos tempos historicos. 2006. p. 43.
RUSEN, Jor n. Historia viva:formas e funcoes do conhecimento de Rezende Martins. Brasilia: UnB, 2007. (Teoria da Historia, 3) TUCIDIDES. Historia da Guerra do Peloponeso.3. ed. UnB, 1987. p. 28. Livro 22.
Mario da Gama Kury.
21
1.3. O seculo XIX e as
no de Historia Foi a
ocorrida em 1789, a
de a Historia seria escrita a partir de po nt o de vista social, economic o e politico, essa na forma de perc ebe r o mundo. As convulsoes soc iais do
por alterar os de uma ruptura do representou uma do seculo XVT II nao
reduzidas a e, curto de uma social cular foi desmantelada. A ordem " natural" da s coisas era cada mais questionada ea de valores como igualdad e, liberdade e fraternidade, a
de
o mundo os surtos de As cidades
a
sistema consi derado antigo e
dar um
de anos. Junto com todas essas muacelera vam o ritmo de das pessoas.
de homens, mulheres e
do
vida nos te observaria espantado omundo em 1840. De repente, seculares, e o estado das coisas rapidez ainda nao vista.
Essa
de
afetou
se a
a fo rma como a Historia foi
um alto grau de que ocorriam
do seculo XVIII? O
Francesa e de suas no seculo XIX.
como de
da Re-
ocupou
europeia
dos acontecimentos, o sentido das acoes
percebido de forma
passou a ser
Duas correntes
de
ser percebidas na
os acontecimentos recentes: uma
nista, e
as mu-
e
sobretudo, iluministas franceses e e conservadora que procurava ver na um erro a ser superadoe esquecido.A entre as
ficara
uma importancia
a
que a Historia for assumindo
O passado foi
de ser apenas um reposi-
de acoes exemplares para ser compreend ido em sua Embora a
Francesa tenha
uma
de
na
forma de perceber o tempo e, mais
a das pessoas, a imporda Historia como uma disciplina ainda era bem incipiente no do seculo XVIII. Nao cursos especializados e o saber era uma ligada as ou ainda nao se constituia num dotado de regras segundo
e feito por que melhor
na medida em que seu Para o caso
A Historia era feita por amadores, aos autores, mas sua
assumiu novas no
na sociedade.
do seculo XIX, o ensino secundario de Historia teve
um papel mais efetivo e precoce, antecipando-se ao dos ensinos gundo o
Antoine Prost, o
seculo XIX a
a
Se-
do secundario
boa parte do
para a sua importancia, sobretudo, no que diz respeito
das
aparecer timidamente nas escolas
e liceus
a disciplina
gramas de Ensino
da em 1814, nos pro-
e, em 1818, tornou-se
Logo
o
ensino passou por uma serie de mas nao chegou a ser extinto. Apesar de todos os ptoblemas, um processo estava em marcha: o ensino de Historia
das humanidades,
sequencia diretas da As
de seus professores.
na forma de
as
de curta, media e longa duracao. A de
autonomia, causa e conhumanas estavam ligadas a Francesa era consequencia de uma serie
que estavam sendo geridas ha tempos e representou a
novos ideais que abriram um papel diferenciado para a importancia da O papel da Historia nao culo XIX, com a
a todas essas
de humana.
mas foi a partir do se-
de instituicoes laicas e o surgimento do nacionalismo,
que a Historia assumiu um papel diferente
que ate
vinha ocupando.
Para
o
Os impactos da A
Francesa
Francesa representou uma
e da
A
ou
de perceber a
das
as
ao
o
do
Mas uma coisa era
imune as repercussoes da onda
se
do em 1798 e traz uma alegoria
da
na Franca. Este Francesa. O
(1760-1833) representou a liberdade sob a forma de uma antiga, e (cores da a (simbolo da sobre
(simbolo romano da unidade da
cesa. Sett cortejo e precedido da
Este quadro,
ao
tempo, a
seja, da
da liberdade; no do estilo da
universal da e
24
O
Jacques de da
branco a
e brandindo uma
5,
a
o e da conquista. No
um
sobre
e
afasta as trevas e
com suas vestes a moda antiga, ea
fruto
que a liberdade
Jacques
foi pinta-
deusa Atena (Minerva), deusa da sabedoria, da
que expulsa os
o
das pessoas
da liberdade, ou as
do
arefa do
para
von Humboldt (1767-1835)
em linguista,
e historiador. Em
a
No texto a dos
em 1821, Humboldt na
ebe a
do passado. O autor
de recuperar na
em que
e
como a
dos
da
da Historia como a
da vida.
das filosofias da sentido
destino
recusa pois
Para
ser
a Historia da
de de
von linguista, diplomata e historiador
que age sobre a do possui que pode ser deno minad o seu sua forca o misterio de sua sobre o espirito [...] O elemento, em que se move a Historia, e o sentido para a e se o da da no tempo e a em as causas passadas e a tais se contrapoem a da espiritu al interna e o conhecimento de que a realidade, a despeito de sua p or uma necessidade A dita um aos eventos, e esta por causas finais, da da nature za ou do homem, pertu rba e toda sobre a das A Historia a de viva dos do porque, o precisaria o seu apogeu den tro do de sua existencia conseguindo de ra alguma a vida o que o final dos mas e na busca de conceitos qu e de uma totalidade ideal." Whilhelm von
o
Manoel
a
disdplinarde Historia. M esmo que em ritmos em
nas a Historia, e
Sobre a
do e
do
do historiador,
XIX na
do
no Oddente, o
Progressivamente, o historiador se
em
de cao
sem
25
consensual entre o
de
de
deter o
e
de
de urn que parecia dar unidade ao
peia e e sobretudo de como rias', a
no seculo XIX,
o
de conceber a
em
de
este quadro se de conceber a
que
a
que esse processo nao
da mesma forma e os e de conceber
por
por
de uma
sobre o passado,
se de em todos os
dispucas e
que o seculo XIX
e da Historia era atravessado por
do
adequados a
assim como dos fatos
ainda complexo se com o passado em termos de
a
No as nao apenas o passado adquire uma de conhecimento, mas certos para esse conhecia ser o com as 'fontes da de Leopold von e dos que para a do trabalho de conhecimento a ser historiador."
DOSSE, F. A Historia,Traducao Maria Elena
Ortiz. Bauru:
2003,
A da Historia. Gradiva, GINZBURG, Carlo. — Historia, e prova. Batista Neto. Sao Paulo: das 2002. Luiz Salgado. a Historia, domesticar o passado. In: LOPES, Antonio Herculano; VELLOSO, Monica Pimenta; Sandra fOrg.). Historia e oralidade e Rio de Janeiro: 7Letras, 2006. p. 45-58. HARTOG, O seculo XIX e a Historia:o caso Fustel de Coulanges. Rio de Janeiro: 2003.
FURET,
HUMBOLDT, Whilhelm von. Sobre a tarefa do historiador. In: Anima: teoria ano 1, 2, Rio Janeiro, da Imagem, p. 81-84, 2001.
KOSELLECK, Reinhart. Rio
Luciana Villas-Boas Castelo-Branco.
Critica e crise.
Janeiro: UERJ/Contraponto, 1999.
PROST, Antoine. Doze
sobre a Historia.
2008.
Guilherme Joao de Freitas
A
o
do campo O seculo XIX um periodo de intensas na quando ocorreu a da disciplina e foi insticucionalizado o to historico nas universidades. Desde o desse seculo era possivel notar maior empenho no sentido de considerar a Historia disciplina diferente dos outros A como a de que a Historia teria uma esao conhecimento pode ser percebida dos Estados em organizarem arquivos como foi o caso dos arquivos nacionais franceses, em 1808; ou a Escola Nacional de grande francesa de ensino da Histor ia. Na Alemanha, onde a da Historia foi precoce, destaca-se o de de fontes, como a da obra cujo primeiro volume foi em 1819. Progressivamente, a Historia foi se revestindo de um ao da e passou a rivalizar de com outras disciplinas. Contudo, ate 1880, a Historia, na era uma disciplina que tinha, de fato, real dominada literatura e filosofia e subordinada ao jogo politico. O historiador frances Gabriel Monod (1844-1912), um dos fundado res da Revue em 1876, declarou em seu primeiro que quase todos os seus predecessores eram autodidatas.
Foi a partir da III Repub lica, em 18 70, que esse qu adro foise alterando de ma
na verdadeiro
A derrota na
para a socied ade francesa,que impl icou a qu eda do
de
III e a
com a
dos
no poder. Preocupad as
que os cons ervad ores fazi am da H istoria, as nov as elitesre-
publicanas se
desde sua cheg ada ao poder, em
de
da
A de
coleti va do pais.
da Historia com o que era e umapratica regu lar de
que
implicou a
da
historiadores ainda
um
pressupostos que
Charl es Seignobos (1854 -1942), coaut or,
aos
ju nt o com Charles Langiois (1863-1929), de
manual
as regr as de escri ta da Historia,
procedimentos e
divu lgar os
da pratica da iH storia cientffi ca entreos jovens es tudan-
tes e histori adores. N a sua
a Historia
como
desc rever "po r
meio de docum entos" as sociedad es passadas euas s sua
eram assim
O docum ento e
para distinguir a istori H a cientffica da istoria h
precedente), ou seja, os Para Seignobo s, a pratica ci entffica da Historia ficar rior e aos periodos
uma
os
dos ao ensi no sup e-
Os historiadores de
os estudos sob re o de
de estudo de
construida sobre
tern por
em 189 8 que
o controle das
portanto, que nesse
seria
Assim, os historiadores recrutados
no
XIX eram especiali zados naAntiguidade e na Id ade M edia,periodosque ex igiam o domfnio de um conjunto de procedimentos Com
rigidos que
O
os verd adeiros histor iadoresdos amado res.
A
Para
um
para a
o
para a
do
da Historia como disciplina na
para o controle
"Ate 1880, a H istoria na pela
quisa
e
28
de Historia e
O trecho seledonado A
os conflitos
campo
era uma disc iplina
real autonomia,
e subordina da aojogo pol itico das
estav a sob ocontrole dos eruditos
hav ia um ensi no especializado e Histori d a. A sa histo rica
pretendia-se
A
a Repu blica,e de
para a pesqu i-
a grand e heterog eneidad e de normas par a a pratica cientifi ca.
Gabriel fundador da Revue (1876), declarava no dessa revista que quase todos os seus predecessores autodidatas. Dois tipos de pessoas se destacavam autores dos livros de Historia. Nas eram os profissionais notadamente os que faziam de historiadores; no rural, eram os da sociedade trada Igreja e da que dominavam o Esses hisamadores eram muito e organizados, e nas que se
a escrita e ao estudo da Historia, subHistorique e pela de por Guizot. A Historia era igualmente valorizada mais da cultu ra francesa, que eram a des e t Bell es ea notadamente por todos os que aos melhores de Historia. Foi somente no da III nos anos 1870, que o da Historia na socieda de fran cesa se alterou, e as regras e do metier imenso coletivo para romper com o estado de coisas. Preocupadas com a que os conservadores faziam da historia, as novas elites des
republicanas dese
da
desde coletiva chegada do ao pod er em assum ir o cont role das de
O texto do
Historia do
presence:
o papel do
Brasileiro (IHGB), nacional
no seculo XIX, como com a
A Revista do IHGB o amor a
Historico e
voltada para a
de uma Historia
de valores que
de um como um
2000.
para
para a nas novas
e as
"E no bojo do processo de do Estado Nacional que se um projeto de pensar a Historia brasileira de forma sistematizada. A em 1838, do Historico e Brasileiro vem apont ar em direca o a dest e empreendim ento, que profundas com a proposta em curso. Uma vez o E stado Nacional, como tarefa o delineamento de um pe rf il par a a capaz de uma no conjunto mais das de acordo com os novos princ ipios organ izadores da vida social do seculo XIX. E ntret anto, a de um projeto nacion al para uma socieda de marcada pelo trabalho escrav o e pela de ind lgenas envolvia especiflcas, para as qua is ja alertava 29
Jose Bonifacio em '[...] muito dificil sera a de metal como mulatos, pretos livres e escravos, indios etc. etc. etc., em I um corpo e E, a tarefa de pensar o Brasil segundo os postu lados de Historia comprometida com o desvendamento do processo de da que I se os letrados reunidos em torno do [...] A Revista do penetrada da exemplar da Historia, abre uma rubrica em seu interior dedicada as capazes de fornecerem as desta forma para a da galena dos Mas e apenas uma e exemplar da Historia que se ga no projeto do IHGB. A de Historia instiguarda nitido sentido teleologico, conferindo ao atraves de seu oficio, um central na dos deste ultimo da Historia. A este respeito a Revista em seu de a de 1847: o historiador, se nao quiser que sobre carregue grave e dolorosa ponsabilidade, a em satisfazer aos fins politicos e moral da Historia. Com os sucessos do passado ensinar a presente em que consiste a felicidade, a urn nexo o mais patriotiso amor as aos bons costumes'."
o
ea
Salgado
o
e
e
Brasileiro e o projeto de
Historia
sugerida FERREIRA,
de Moraes. Historia do tempo presente:
n. 3, v. 94.
In:
Vozes, 2000. p. M anoe l Luiz Salgado.
e
nos
o
Historic o e Ge ogra fico Brasile iro e o projeto de uma Histo ria nacional. In: Revista Estudos Rio de Janeiro: n. 1, p.
Madrid: Minima Trotta, 2004. PROST, Antoine.Doze lifdes sobre a Historia, Horizonte:
Guilherme Joao de Freitas
2008.
Jose Carlos. A historia
ea
3. ed. Belo Horizonte: Autentica,
2006.
Paul. WEHLING, Arno. A
UGF;
historia e
das
UFF, 1994.
da
Sao Paulo:
1983.
estudos sobre o historicismo. Rio de Janeiro:
O
do
A Historia como surgiu ao do seculo XIX. Ate a de compreender os fatos do passado era bem diferente. Do seu surgimento como na ate a sua no seculo a Historia ocupou variada, as do O historiador, muitas vez es pro xim o de urn dentro do espirito da a recolher exemplares do passado, ticas dos reis, genealogias dos descrever batalhas. O entendimento da do historiador diretamente relacionado a da Historia no piano social. Seu sera importante for a da reda Historia para a leitura e a do cotidiano das pessoas de seu tempo. A par tir do seculo XI X, prog ressivame nte, a Historia foi se tornando u m de saber dominado por especialistas, que passaram a ter O surgi men to de um campo disciplinar — dotado de de de entrada e — provoco u a defesa de um saber esp ecializado, fei to por um profissional: o historiador. ganhou espaco a de que, embora o historiador seja o do passado, e quern instrupara um baseado em acordados comunidade de porque detem as e que respeito a um conhecimento 31
Essas comu nidades de
(e
de qu alidade da H istoria etc.
por
as
de
gradari vamente,a "qualidad e" da esc rita da H istoria, como era qualquer campo passou a
O
do
das
em que
de fronte iras entre o que e Historia
vivid a foi(e continua sendo) umos d grandes
com a
e o que e a para todos os que
se trata de defini r melho res ou piores
mas de estabelecer os eri crit os,
e
em quecada uma
foi escrita.
Para aprof und ar o O
social do
I
O texto do no
para a
do
do historiador
XIX.
"A historia esta prese nte na nossa so ciedade nao apenas de livrose de algum as grandes um grupo de pessoas que sermam afi
do
Esse grupo, por sua
de uma isci d -
mas
[...]
como acordo de seuscolegas e
diversificado, compreendendo
te professores e pesquisadores, esta unido por uma de
e de
como
da importancia
da histori a.
de compartilhar criterios de
obras
so bre o que e umbom ou
um historiador d eve, ou nao deve, despeito de
uma rede
—
a
de
de Historia, sobre o que esta unido por normas comuns, aj
clivagen s internas. Em suma, estamos em
—poderiamos o grande
quase, de uma de
de uma
—se levarmos em consi -
ao
a oficina e a bancad a de
que circulam no interior do
A
dos arquivos Durante o
memoria das
XIX
a ser
Foi durante
os "arquivos
a
que os arquivos ganharam espaco institutional,
a ser
a todos os
"A
com os docum entos
na
Durante a Antiguidade os Romano
32
arquivos onde se
data de as cidades gregas e o
a
os
os
povos e os
da
as familias
do Imperio Romano do e
e as
muitos desses arquivos
pouca co isa ante rior ao seculo XI su bsistiu. [...] Os
s Portugueses
•e do
1378
em
o
de
do Arquivo da
Esses arquivos de Estado,
do
tinham como principal importante
secretos e
colocar nas
de go verno —a exclusivamente a
dos
Nesse senti-
das monarquias. A
com esse modelo criando os arquivos
em atender ao Estado e a
isto e, as
do
A partir do seculo XIX, os
no modelo
de
e convencidos da necessidade do documento como prova empirica desenvolver
a
Estado pa ra abrirem suas portas a pesquisa surgimento de Xo
Assiste-se
arquivos nacionais, entre
o Arquivo
de
do Imperio
da
os arquivos
o daInglaterra, em 1838.
foi
em 1838, no
do
Costa. O Arquivo Piiblico do Imperio:
O Brasil e a na conserva
da nacionalidade, 2000.
do Arquivo
No Brasil, o Arquivo do Imperio,
ao
do Imperio foi
de 1824. por
em 2 de Janeiro de 1838, na
os
Em
de Estado dos a
Arquivo Nacional.
do Arquivo Nacional, Rio de
33
sugerida Marc. Apologia da
o
Jacques
do
A. Telles. Rio de Janeiro; Jorge
2001.
CERTEAU, Michelde. A escrita da Historia. 2. ed. Rio de Janeiro: Fore nse
fazer
Jean.
Goff
Maria de Lourdes de
2002.
rasa do
Sobre a Historia e os
riadores. Sao Paulo: Atica, 1995. COSTA, Celia. O Arquivo do Imperio: legado absolutista na
da
Rio de Janeiro: CPDOC-FGV, v. 14, n. 26, p. FALCON, Francisco. A idenridade do
Estudos
Rio de Janeiro:
n. 17, p.
Doze
PROST, Jorn. 2007.
VEY NE, Paul .
Horizonte: p. 33. sobre a Historia. do passado: os princfpios da pesquisa historica. Brasilia: da H istoria,2)
se escreve a
3. ed. Brasilia: UnB, 1995.
I O que e A palavra historiografia do e designa que a Historia". Em sintese, his torio grafia refere-se a Historia elaborada a partir da escrita da Historia. Diz respeito a qualquer parte da
ou
to de escritos dos historiadores acerca de A fia e rever e
ou
da Historia e sempre afetada os enfoques as
de
ou documentos,
historico
tempo, por as
os
em que a narrativa Por que a Historia e cons tantemente
ao
utilizados
de
a historiograo uso
historiadores no
sobre os acontecimentos passados. em um eterno re pensar sobre os acon-
tecimentos Porque as sobre o vivido com o tempo e conforme a pessoa que o interpreta. A chegada dos portugueses as terras que o no desse evento
22 de
de 1500, e um fato h istoric o com alto grau de pre-
as sobre os ser cons tante mente revistas.
o contexto e as consequencias
35
Os
do passado nao
cem
as Os
de que o
apresenta no
estao certos de que a
desencadeou dos
em 1789 e de que
importances para a
os
do
nas ou
por exemplo, sobre a
sobre o
nas
compreensao dos fatos esta trabalhos sobre
de sua
quer
do historiador, e,
Para das questoes de ria tambem sofre das
ao tempo em que
perguntas
que a de novos feitas.
ao historiador, a escrita da Histoque sao geradas nas nas e
As correntes historiograflcas no nos e nos temas que serao escolhidos. algum acreditou-se que a Historia quantitativa era a de escrever a Historia. Dentro dessa produzidos varios trabalhos. Mas a partir de um debate e da de novos os trabalhos a analise quantitativa e novas formas de escrita, novas sempre de acordo com as tendencias em Embora a Historia tenha buscado outras formas de os trabalhos titativos nao seu valor e sua relevancia a Historia nao fornecer mais verdadeiras que as mas compreender as perguntas que foram no momento de do Cabe ao estudo da historiografia, para que encender o funcionamenco
da disciplina, conhecer as e as redes de poder em que os historiadores estavam inseridos quando produziram uma E por da historiografia que os conseguem perceber quais as de Historia vigentes, quais as metodologias e quais os aspectos de do passado estao em voga momento. Questoes em certas sao negligenciadas em outras. O nio das fontes deu as possibilidades de documentos para a analise do historiador. Somente do estudo desses varios aspectos e possfvel entender o
de determinadas visoes, ou a de Quando que uma historiografia esta de
que
sobre certos assuntos. por Os historiadores
seus ob-
a partir das tendencias vigentes. Se no do na I o da a partir dos 1940, se cada vez mais a dos propondo novas formas de de fontes do tempo. Dentro dos e possfvel outras correntes com enfoques diferenciados. A a Nova Historia e a Historia tural tambem sao vertentes historiograflcas que de diferenciados sobre o passado. Como ja foi dito, as correntes historiograflcas nao devem ser entendidas
d e verdades Seu e o da da de uma ou leitura do uma vez que a verdade absoluta a Estud ar a "Historia da Histori a" a entender o e e sustentado por verdades sempre sujeitas a reavafato que demonstra de que o passado nao e assunto e Pelo tern por pressuposto ser capaz de a ita por
tambem como objeto de e analise: e o contexto em que foi escrita, onde e po r
em
aprofundaro tema que rescrever a Historia? Neste
o historiador
Jose Carlos Reis discute a
passado e presente
do conhe dmento bistorico . Por que uma a nalise, e muitas vezes cbeg a a serabandonada? Por que os historiador uma verdade
aceita, sojre es
sua s analises? Existe
em te xtos de diversos histori adores, Reis lembra q ue toda
leitura do passado e e nao e
afetada pelo presente. Tambem por i sso, a ideia de uma verdade as
"A
do passado e afetada pelo tempo. [...] O passado e selecionado e cada presente. Este sempre sobre o passado um novo, No presente, o historiador se tambem com o futuro : a pianos e faz de valor e age. O do tempo pode o tipo e a da O passado e em cada presente sempre sob um novo. Um fato pode ser no presente e decisivo no futuro. O passado e no presente e O presente nao e um mero do passado. Cada presente estabelece uma particular ent re passado e futuro , isto e, ao desdobram ento da Historia, um faz uma de si em as suas — o passado e o futuro. [...] Cada presente, e ao tempo srcinal e inclui como interlocutoras as criando verdade disso, o historiador nao e um E se e nao o e sem A Historia produz verdades: apoia-se em documentos, busca ser O historiador tern liberdade de causas; fo rmu la problemas e seleciona fatos, eventos e Mas a entre os historiadores e a verdade: os a ea uns dos ou tros. A Historia e capaz de recuperar
os eventos com 37
Mas a da verdade historica esta no juizo que e feito desses fatos. Que juizo de valor atribuir-lhes ? A teoria da Historia e que sustenta o sentido dos fatos e fontes. A Historia vai alem dos fatos e fontes. Estruturas nao sao observaveis; sao E a teoria que decide e que conta — se a Historia e ou
e a teoria que decide. que es trutura a subjetividade do verdade historica
a necessidade da teoria da Historia, pois e e o leva a fazer as fontes. exige o da historiografia El
do passado feita por um presente [...] e que dialoga com as o utras desse passado ou de outros passados feitas em outros sentes. A verdade historica aqui se aproximaria talvez do que se pode obter em uma de arte: sujeito ou ate mesmo um mesm o tema, cada presente o e a sua maneira. Cada presente o passado e o pinta ou esculpe com a sua com as suas com o seu enfoque e perspectiva, com as suas com as suas e interesses. Verdade e perspectiva temporais sao [...] O passado e retomado em um novo, mas que o conhecimento e o com os ante riores. A verdade historica se relaciona com a da [...] A verdade historica nao pode se a um enunciado simples, neo e proximo todas as leituras possiveis de um objeto. O exame de um tema e que a sua verdade. Como as possibilidades novas de abordar um tema historico sao as novas leituras sao multiplas no presente e ao longo do tempo. Conhecer a verdade de um tema historico e reunir e todas as do passado e do presente sobre ele." Historia
Carlos
A necessida de de Paul Ricoeur (1913-2005)
a um dos
fiensadores ele
sob as
necessidade de
o passado
do presente do h istoriador. A
dos
o
da,
cerca a
Por isso, a o
e e da Historia.
do que se pode mas, pelo contrdrio,
ou
foi
e Mundial. No tex-
a
esta
e verda de, 2003.
aspectos
de um
o passado nao na
em que pode a
em que
incessante de rea-
dos acontedmentos que a historiografi a repensa seus objetos e
Ricoeur, e
38
A Historia escrita do
nao ter um
da a
de
as
passadas. A
que SAO mais caros
em que
escrita da Historia deve ser o
tempo
forma a
as
de
da Historia nao na
constituir
o caso se ficassemos presos
pode mats ser mudado so o
por essa
aberto
nesse
se nao podemos mais desfazer o que foi feito, nem
com que a quilo que aconteceu nao
ocorrido, em
nao e determinado de uma vez por todas;
o sentido do de os acontecimentos do
poderem ser contados e interpretados de outra forma, a de
o passado
parece determinado. De acordo com essa
pode ser tido
fato, se os fatos
um segundo
moral
a
para com o passado pode se tornar mais pesada ou mais
A
compreende o passado como 'retorno' de possibilidades
.
sug erida Guy; MARTIN,
Lisboa:
As
Laureano Pelegrin.
a
Bauru:
2000.
2003. Michel de. A escrita da Historia. 2. ed. Traducao Maria de Lourdes de Me-
nezes. Rio de Janeiro: Forense
2002.
FRE1TAS, Marcos Cezar de.
Sao Paulo:
1998.
MALERBA,
(Org.). A Historia escrita — Teoria e
da historiografia.
Sao Paulo: Contexto, 2006. Jose Carlos. Historia & dade.
de Janeiro:
RICOEUR, Paul. A p. 392-393.
historicismo,
tempora lidade e ver-
2003. p. 173-175.
a
o
Campinas: Unicamp, 2007.
39
A
Metodica
A Escola Metodica surgiu em Historia se constituir
ideia, vigente em fins do seculo XIX, de que a positiva. Os por
pretenderem dotar a Historia d e um estatuto o Por meio de um ziam parte da
criticavam as
de e
no
com as fontes.
rigorosa dos
que
esses historiadores fa-
a organizar a profissao em varios
na
os primeiros a
reforma do ensino
de
no
europeus,
as novas cadeiras depois da
O
a
de exercer uma influencia dificil de imaginar alguns anos antes: os historiadores
a
e
de Historia
destinados aos alunos dos ensinos primario e secundario. Com o processo de em massa, vigente em grande parte dos paises europeus ao longo do seculo XIX, a Historia passou a ser uma disciplina de grande Uma das
para as massas.
da corrente metodi ca foi o
Leopold von Ranke (1795-1886). Suas ideias ses e
por
Ranke formulou
da Historia, acusando-as de vas e do
Seu lugar no
historiadores ao
das
excessivamente especulativas, da "Historia da Historia"
aquele que inaugurou a moderna forma de conceber a
ria, segundo os proced imen tos de uma ciencia. Ranke
da
para o trabalho com o passado: a Historia deixava de ser disciplina para estudos assentados na universidade (como a Teologia, o Direito) e passava a ter identidade vez que o passado passou a ser do conhecimento e da A que a disciplina na estava l igada a conju ntu ra hisde foi vista
do seculo XIX. A vitoria al ema na Gue rra como resultado di reto da perfeita alemas. Os para conseguir
em 1871, das usar a sua superioridade da
posta superioridade das teorias francesa derrotada. Em 1898, os Charles-Victor Langlois e Charles SeignoproFessores da publicaram o aos estudos que se tornou uma da Escola Metodica. Trata-se de uma obra que as diretrizes do do historiador de Forma a deFinir um conjunro de regras que atingir a chamada de positivista. Contudo, distintos: a Escola Metodica a
Essa escola Foi, muitas vezes erroneamenressaltar que se trata de de encontrar uma Histor ia (e
positivisra), no sentido de ser por meio de documentos. Frequente a entre a Escola Metodica e a pretensao de uma verdade absoluta no conhecimento do passado, e estabelecer na sua Langlois e Seignobos, na obra aos estudos advertiam que conhecimento historico e sempre um conhecimento pois so e possivel conhecer o passado por meio de (documentos) que de dos historiadores. Na sua ao do que e conhecido, o passado nao pode ser conhe cido aconteceu. No entanto, embora essa corrente tenha pretendido a risca os preceitos do metodo historico, conFrontada com de ordem Como dito os h istoriadores da Escola Metodica os os primeiros programas e escolares Na nas escolas a da III (1870-1940) teve vies teresses da elite que estava no poder. a de Formar e, po r isso, as diretr izes pressuposto que o ensino da Historia as novas
por a Historia ensinada ea dos q ue a disciplina por no amor a re-
ea clerical. Na producao de de Historia, destinados ao muitos dos pressupostos deFendidos metodo historico Foram esquecidos. Assim, a Historia para um passado a todos os da as riquezas e belezas do a coragem e o
dos seus grandes homens e
a
o Estado 41
-
Na Escola especialmente figura de Charles Seignobos, e possivel perceber duas faces, tipicas dessa de urn o com a de um de regras que as de uma nova disciplina e, ao mesmo tempo, seu republicano nas grandes lutas politicas do seu tempo. Esta segunda orientacao manifestou-se de forma na producao dos que deo comprometimento com os ideais da III
Para
o
Ranke e o
do
Leopold von Ranke (1795-1886) foi um dos do
XIX e
de
os
as
um
na pesquisa historica. A a de
a
de
de
de Historia na
e
tos para o com o passado. A Historia de ser uma disciplina para passava a ter
uma vez
passou a ser
do
Para isso,
os
e da para
a producao dess e
os
trabalbo com os
dita
das
Ranke e que
von Ranke, historiador
a Historia como a
e simples historiador
em que o
a partir do
No como
e
o passado
no passado, feita da pesquisa e reproducdo e ate mesmo ao
N do e rara a associacdo de seu nom e d
num claro desconhecimento do que
Ranke. No
a seguir, R anke aproxima a Histor ia dapoesia e da
da
historica no trabalho do historiador.
o trabalho de
ressa ltando a importdncia
"A H istoria distingue-se das demais por ser, e ao achar, investigar. Ela e arte ao dar forma ao ao e ao Outras ciencias em mostrar o achado meramente como achado. Na Historia, opera a faculdade da Como e aparentada a como arte a Leopold von Ranke, 1835.
42
historicos de
Seignobos
Lang lois Em 1897, os
Charles Seignobos e Charles
aos estudos
o manual que
as
de
e
da Historia
da
di-
rientifica
os
o manual, a Historia de documentos" as e sua critica
O a Historia precedente),
obe essenciais Charles
da Historia
seja, para
os
"I — Encaremos,
dos
os materials da Historia.
e su a forma e sua
Em que sao diferentes dos das outras ciencias? Os fatos historicos provem da analise critica dos documentos. Eles dai saem cortados aos bocadinhos, em e, nao
porq ue um a unica frase contem aceitamos
tas afirmacoes constitui
e
as outras; cada uma
fato.
Os fatos historicos apresentam o carater comum de serem todos tirados de documentos;
sao eles
mento
fatos de
costumes, de
de natureza diferente. De um (escrita e de estilo, de A
no
de
as
nos revela fatos da lingua
de seu
dos
con tra Israel. Todos estes fatos sua
Esta
de
de fatos
sem se
sequer
e um dos
que
a Historia das outras ciencias. As ciencias de
escolhem
os fatos que
a
fatos de
uma so As ciencias recebem os fatos apenas peautores dos documentos, que os apresentam em desordem. Para esta desordem e
proceder a uma a triagem
para
e saber, com
constituir uma especie de fatos; para agrupar
de
os fatos por
Mas
o que em Historia
fatos
aos fatos historicos. Ora, em
necessidade de um
a estes dois
assuntos nao os historiadores a regras precisas. Os fatos historicos se apresentam em graus muito diversos de desde os muito gerais, comuns a um povo e com de costumes, ate os atos de um (uma 43
palavra ou de
atitude).
isto
a em as de fatos particulares e metodicamente por em fato s gerais. Para for mar grupos e reduzir os fatos ao grau de a que podemos ou reduzir as diferentes de fatos. E e este, um dos pontos sobre nao se entendem os Os fatos historicos em uma e um dados; se retiramos a do tempo e do em que se perdem o historico e so ser ucilizados para o da universal acontece com os fatos do cia ignoram os). necessidade de e ignorada, ciencias gerais; as ciencias que estudam a e a dos E que a Historia a de estudar os fatos dos diferentes paises e das Os fatos dos documentos se apresentam panhados de uma critica sobre a sua probabilidade. Em todos os em que nao a certeza completa, todas as vezes em que o fato e — com mais fort e e suspeito — o da critica o entrega ao com uma etiqueta que nao o de retirar e que o impede de para a Ate os fatos que, a por ser estabelecidos, por esta como os casos que se nas revistas antes de provados e, facos e
1897.
FERREIRA, Marieta de Moraes. Historia, tempo presente e Historia oral. Topoi RevisRio Janeiro, n. 5, p. de Sergio (Org.). von Sao Paulo: Atica, 1979. Le opoldo von, apud RUSEN, Jorn. Historia formas e do conhecimento historico. Brasilia: 2007. p. 18. (Teoria da 3) REIS, Jose Carlos. A Historia 3. ed. Horizonte: 2006. Jorn. viva: formas e funcoes do conhecimento historico. Brasilia: UnB, 2007. (Teoria da Historia, 3) SEIGNOBOS, Charles; LANGLOIS, Charles-Victor. Sao Paulo: 1946. p. 148 e ss.
aos estudos historicos.
2.3. Os ter
de
prestigio
todo o XIX, a de Historia em processo de declinio. A na da Annales, em 1929, por Marc (1886-1944) e Febvre Pratique Etudes (Escola (1878-1956) e da de Altos Estudos), em 1948, tendo pre sidente Lucien Febvre, deu a profundo de no da Historia. Em de Historia total, gede qu e mais tarde conhecida como Ecole des dos Annales), passou a a hegemonia da Hi storia politica, um de defeitos: era elitista, subjetiva, factual. Em contrapartida, esse grupo defendia uma nova em que o e o social privilegi ado. D entro dessa novos e novas fonte s passaram a s er incorpo rada s e a fornec er novas aos estudos Essa nova Historia sustentava que as estruturas sao mais e determido que os acidentes de conjuntura, ou para a da os em um tempo a chamada sao mais vos do que aqueles de fraca amplitude , de pequ ena segundo os os coletivos mais sobre o curso da histor ia do que as individuals. As do e da e mais os regimes politicos e os eventos, deveriam ser da dos historiadores. O fun damental era o estudo das estruturas, no
assumia primazi a nao mais o que e manifesto, o que 45
se
mas o que por O que as que — independas e das das pessoas — os mecanismos economicos, as sociais, produz em as do Segundo a defendida Annales, na Historia politica ocorria o dessa nova proposta, pois estava voltada para os acidentes e as circunssuperficiais e negligenciava as dos eventos com as causas Noutras palavras, a Historia politica era o exemplo tipico da Historia dita (Historia do s eventos) f eita Escola Metodica. Ao o o o a H istoria politica pr ivava-se da possibilidade de no e no tempo e incapaz de elaborar explicativas ou pro du zir e sinteses que as do sua dimensao Era uma Hiscoria que permanecia restrita a uma linear e relevo, concentrando sua nos grandes personagens e desprezando as E ra chegada a de passar de u ma "His-
toria dos tronos e das para aquela dos povos edas Ainda nos primeiros tempos dos Annales, as dirigiam-se mais a "Historia Marc e em para politicas, estudo s etc., a recaisse sobre os aspectos economicos. Mas dos anos de Altos Estudos) em des Etudes (Escola des Hautes Etudes (Escola de Altos E studos em Sociais), por Fernand en Sciences (1902-1985), os para os estudos relacionados ao politico fecharam-se. Para Braudel, o essencial na historia era explicado grandes economicas. Nos anos 1960, o conheceu uma grande na e aprofund aram os contatos entre est a vertente historiograflca e os Annales, a dimensao politica dos fatos sociais foi Essa postura deveu-se essena de criticas ao do Estado, visto insttumento da classe sem nenh uma margem de autonomia. O politico va a ser apenas um das economicas, destituido de Assim como a Escola Metodica, os Annales a postura no que aos periodos de interesse e as fontes e visuais, por exemplo. Da mesma for ma que na chamada Historia os periodos que maior e se tomaram alvo dos estudos renovadores foram prioritariamente as Idades Media e Moderna. O XX manteve o de objeto de estudo e a legitimidade de sua aborda gem pela Historia foi constantem ente questionada. A impossibilidade de recuo no tempo, aliada a de apreciar a e a dimensao dos a como o risco de cair no puro relato foram mais uma vez colocados como para a
46
recente. Em seculo XX, a historia do seculo XX uma historiadores. A chamada Histori a era das :iais em mas da Historia. As que no campo da Histor ia a da e que se para outros paises, tampouco o predominio das >ntes escritas. Ao contrario, o reafirmou. Ao valorizar o estudo das estruturas, dos de a Historia proposta Annales atribuiu as see as de uma fundamental. Em contrapartida, desvalorizar a do do das conjunturas, dos aspectos rais e politicos, tambem o uso dos pessoais, das de ida, das a sua sobre que apresentavam, enfati zava-se a de se obter que os depoimentos pessoais nao ser conlerados de uma ou pois a individual >ressava p articular que nao
aprofundar o tema dos Annales (1927-1997) historiadores e
Ciencias
Jacques Revel da
de Altos
de Paris.
da
chamada Escola dos Annales visoes sobre a
em
nos textos dessa
para a dificuldade em os historiadores que se
de Marc
Febvre (1878-1956) .
Francois Furet,
"Em outras creio que a dos Annales foi veiculada tampo r outros fatores ale m da propr ia da corrente dos Annales. Alias, se voce sincera, penso que os Annales nunca propuseram uma epistelologia que nao existiu um na e que, por conseguinte, o que fez sua foi bastante vago, ou seja, sua >roposta de deslocar o tema da Historia, do politico, para o e o social, curto prazo para o longo prazo. E acrescentar ainda que o acaso fez com aparecesse um relativamente grande de bons historiadores na
depois da Segunda Guerra que divulgaram aEcole des tudo somado a de e forte a Ecole des Etudes. sabe que existe uma realidade da Ecole des Annales. \ Eu sempre digo brincando que a Ecole des Annales nao tern out ra definicao senao a de que ela e as pessoas que eu encontro de no elevador. O que existe de comum entre Le Roy Le Goff , eu, Richet Como podem no s identi ficar sob dizendo: sao da em
"E um Em primeiro nao que exista uma Sempre dos resisti a essa de Penso que nao ha um de doutrina que nos permita em uma De modo que, quando se em ese por comodidade, ou para fazer existir ou, como no caso de Furet, para afirmar: que ha
de 1987.
REVEL
uma escola, mas ela nao Nao acho que exista uma escola, mas ao de Furet, nao penso que nao exista coisa alguma. Penso que ha um movimento. Esse movimento e mais misturado, como sao todos os movimentos, como os e isso nada de novidade.
politicos, capa da porque, na epoca REVEL
Jacques
Revel.
A
Drfef, 1989.
em que Furet considerava que ele fazia do movimento dos Annales, nos anos 60/70, quando ele era ate um dos representantes mais autorizados desse movimento, que havia entr e que ele fazia e o que faziam Le Roy Ladurie, Pierre Goub ett ou Marc Ferto? N enhuma . Que havia entre o que fazia Furet e o que fazia Mas, naquela epoca, ligava. Se nao me engano, Furet teria dito certo dia: dos Annales sao as pessoas que eu encontro no Ja eu usaria a de um onibus. No onibus, ha gente que entra e que sai, mas e sempre a mesma Esse problema e relevante para ja que estou escrevendo uma his toria da Annales. E verdade que ha um monte de coisas difere ntes des se movimento. Mas acredi to que, apesar de tudo, ha um pequ eno de fortes em comum, A e a de que a Historia e uma social. Essa nao e desprovida de nem de A segunda e que a Historia tern a voca-
48
ao do
com as demais ciencias de confronto
ate
Histori a e Ciencias .
da historia da Annales, as
Ao
Mas a ideia de que a
nasce de uma
parece ser uma ideia forte e
da identidade da revista. O terceiro aspecto que me parece importanque nem sempre tenh a sido urn de
constante —
e
na Historia. Nao no sentido das ciencias da
o sentido de que a Historia funciona por . Hipoteses explicitas e
je, e menos
empiricas. Este
do que era 15 anos
esteve presente nas
cri tica — a
da
Annales. A revista, tempo e aberta.
mas ao
existe ortodoxia, a revista pode aceitar coisas .
mas
de urn jogo de hipoteses e
da Annales e ressurgiu recentemente. Nada disso uma identidade. Nao ha uma .
pres ente — e
gente
diversas. Mas penso que a Furet ficou de for a — foi
meio de e streitar a ide ntidad e da revista. Na esteira da Annales ha gente como que sou
e gente como Bernard Lepetit, que foi assumida-
. - te macro-historiador. Isso nao nos impediu de que uma revista seja um
juntos, nem de conversar. de
Jacques Revel. Entrevista
em fevereiro de 1997.
sugerida BLOCH, Marc. Os reis Inglaterra.
o carater sobrenatural do poder regio, Julia
BURKE, Peter. A Traducao
Sao Paulo:
Annales
das Letras, 1993. francesa da
Sao Paulo:
CASTRO, Celso;
e
1991.
Marieta de
OLIVEIRA, Lucia Lippi
com... Rio de Janeiro: FGV, 2003. p.69, 144-145. A Historia em migalhas:dos Annales a Nov a Historia. Bauru: Edusc,
DOSSE, 2003. Lucien.
3. ed. Lisboa:
REIS, Jose Carlos. Escola dos Annales: a Paz e Terra, 2000.
1989.
ao em Historia. Sao Paulo:
2.4. A Nova Historia Em meados dos 1960, em grande parte dos movimentos estouraram durante a a Historia passou por uma nova onda de renovacao vinda em diversos Na esteira dos movimentos das minorias, a escrita da Historia tambem a o das homossexuais, pobres. Dentro dessas categorias, abriram-se de estudos que, em grande contestavam os modelos em voga, fazendo emergir uma "Historia vista de Os movimentos de mostrar que tudo historia. Em paralelo a esse processo de de assistiu-se ao de fon tes. Tudo passava a ser de atenta do historiador. ha que possa ser desconsiderado, porque todos os acontecimentos cruzados a melhor da realida de vivida. Na ainda qu e de for ma o movimento de conhecido a terceira dos Vindos do interior dos esses autores procuravam contestar categorias consideradas abstratas e generalizant es como estrutur a e O termo "Historia nova", em foi par a designar ess a recente da academia francesa. dos defensores Jacques Le Go ff, Pie rre Nora , Marc Ferro, Emma nuel Le Roy Ladurie , Roger Chartier, dentre
50
dado as novas possibilidades de
O
no
de uma
de artigos,
historica pode ser perceem 1974, por Jacques Le Goff
Pierre Nora, Historia: novos problemas, novas
novos objetos.
Em 1975, Ladurie publicou
um estudo que reuniu
quantidade de fontes de srcem
para desvendar o
um povoado no sudoeste
entre 1294 e 1324.
com as estruturas sociais do povoado com outras
as
o poder temporal e
as praticas cotidianas de cultivo a
e as formas de
as praticas
aos
Braudel, Ladurie procurava recuperando a
herdeiro de
a necessidade de
metodo-
do evento na analise historica.
Respondendo as criticas do historiador dentre outros historiadores A
de se preo-
o autor procurou analisar o
as
a sexualidade, a
de
Robert Darnton, Roger passaram a rever a
de
do ter-
retirava o individuo da Historia: a designa-
era
pareceu
de grupos sociais
e incapaz de resumir a
Segundo essa critica,
em "mentalidade medie-
val" como uma a todos os que na Media retirava a acao de individuos e de grupos muito diferentes. Era como se todas as pessoas, dude uma "mentalidade" comum. Dentro dessa persa
de cultura, num
cada vez
estreito com a
e deu novos contornos as foco de da escola
veio da
No interior
desde a decada de 1960, historiadores como Eric Hobsbawrn Hill (1912-2003) e Edward Palmer Thompson (1924-1993)
redimensionar as sociais. A
historicas para
de uma
que
das
em suas
as cotidianas pas-
sou a ser o mote de uma Historia marcadamente social, repleta de descontinuidades e com
margem de
A Micro-Historia
dos atores
na decada de 1960,
por Carlo
conseguiu adeptos rapidamente.Por meio de um Micro-Historia busca a compreensao das desvendar uma realidade macro. O
em O
e os
temporal e espacial, a
no nivel micro analitico de forma a mais
acabado pode ser encontrado
de Carlo Ginzburg, publicadoem 1976,no
sa uma grande quantidade de de Menochio, um moleiro condenado
o autor
inquisitoriais e procura desvendar a no
XVI.
Para aprofun dar o A
vista de baixo Edward Palmer Thompson (1924-1993), responsdveis
ingles e
de
do movimento
foi in-
e setts estudos sobre as das pessoas
e
ditados por
Capa da obra de Edward Palmer Thompson. THOMPSON, Edward Palmer. A da da liberdade. Sao
I: a Paz e
1997.
que
da
das certo como
de humildesmoradores das as que
e aos
em
as me a sociedade inglesa em mesmas a a de "baixo". Evitei, ate o final do livro, qualquer dessa sociedade que pudesse ter a atraves das
de outros Edward Palmer Thompson.
e
1975.
su geri da Roger.A Michel.
cultural:entre praticas e Rio de Janeiro: 1990. do poder. 26. ed. Rio de Janeiro:
LADURIE, Emanuel Le Roy.Montaillou:povoado das Letras, 1997. LE
A
Maria 2008.
de 1294 a 1324. Sao Paulo:
6. ed. Sao Paulo: Martins Fontes, 2005.
. NORA, Pierre (Dir.). Janeiro: Francisco 1988. 3 v.
3. ed.
Rio de
THOMPSON, E. P. Co stumes em comum:estudos sobre a cultura popular tradicional. Sao Paulo: Companhia das 1998. . Senb ores e
2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. p. 17.
2.5. A A Micro-Historia e um movimento de que ceve os primeiros por historiadores a de meados da decada de 1960. nas academias e os a valorizar o papel das pessoas comuns nos hiscoricos. Em resposta uma historiografla essencialmente economica e os historiadores italianos buscaram os as de tempo a dos sujeitos As da decada de 1960, o surgimento de novas de do o de novos atores ate pobres) fatores que para uma do papel dos na escrita da Historia. A nova do processo sugeria que a dos modelos estruque a sociedade como um obedecendo a todas as normas sociais e economicas, nao condizia de neira a de sua sociedade. A partir de do presente historiadores, a Micro-Historia a novas formas de das sociedades do passado. Um marco para a sobre a metodologia foi o surgimento, em 1966, da revista que se tornou um dos prinde Historia, reunindo de pesquisadores. Os debates promovidos revista por exemplo, a
53
de
em voga
histor iografia francesa. Mas, por sua vez, a sobre o uso de da na do conhecimento um dialogo pro ffcuo com os Annales. Ao longo das decadas de 1970 e 1980, as duas historiograficas travaram ea
A Micro-Historia seguidos da
a
da escala de analise, o recorte temporal e es-| intensiva do objeto estudado. escala de obser-
reduzida, a analise a partir da exaustiva das fontes, envolvendo, inclusi ve, a ligadas ao cotidiano das comunidades, as vezes de figuras que passadespercebidas na relacionadas a de microcontexcos. Dessa forma, recobra a dinamica de vida de pessoas desconhecidas, um a vivacidade que a tend ia a ver e Os do m icro, recolhidos historiador, sao, na verdade, os indicios, as pistas que sobre que nao sao vistas primeiro I Assim o historiador italiano Carlo Ginzburg que, como foi dito, em 1976, 0 e os um dos importantes de -Historia. Nesse o autor analisou o cotidiano de Domenico Scandella, tambem I por Menocchio, um moleiro que viveu no XVI e foi condenado Ginzburg procurou reconstituir o de um de a recuperar o ea de vida das pessoas Outro importante e o do historiador italiano Giovanni Junto Levi coordenou a na da entre 1981 e 1988. Em 1985, Levi publicouA analisa as do do povoado de Santena, no regime. Levi procu ra recons tituir as redes familiares e clientelares, ao longo dos e XVIII, que se em torn o do exorcista Giovan Para canto, pesquisou em arquivos paroquiais e administrativos da na tentativa de reconstruir a social do povoado, que, partindo de um que e a se do micro, as dessa nao sao da Micro-Historia tenta compreender como pequenos sinais nas mais fontes dar acesso a e sociais que tambem de grupos ou de maiores. De uma forma os guidores da Micro-Hist6ria que o de fontes pode os da grande que as Nesse sentido, a Micro-Historia um grande as fontes, servando um alto grau de empiria,
ra aprofund ar o tema Os
atuais da de
o
na
frames Roger
um
da
da Micro-
das
dez anos, essas certezas, e partilhadas, foram abaladas. De um sensiveis a novas abordagens ou os historiadores o dos individuos na consdos Dai resultaram deslocatnentos das para as redes, dos sistemas de para as vividas, das coletivas para as estrategias singulares. A inicialmente espanhola, foi a mais viva dessa da abordabaseada no recurso a modelos ou Radicalmente da a Micro-Historia pretende a partir de particular, normal porque a maira os individuos o mundo social, por de suas e das que os ou dos que os )6em. O da Historia, portanto, sao, ou nao sao mais, as estruturas mecanismos que regulam, fora de controle subjetivo, as :iais, e as e as estrategias acionadas comunidades, as as familias, os individuos." Roger Chartier. A
hoje -
desafios,
1994.
A Micro-Historia se como Jacques Revel,
de Micro-Historia: a por corrente
defende que as
uma nao leva ao
para q ue se tenha uma
Ou seja, a analise das relacoes
de toda as
de uma determinada
mais complexa
de analise.
significados que sao ou o sistema politico do
fo micro como forma explicativa de toda a
do dia a dia das pessoas,
com
de
A
or corrente fundamentalista, inspirada na obra do antropologo
sodas sao constituidas sempre a partir das
ao analisarmos o cotidiano de
e
respeito a uma conjuntura social que pode ou nao ter
da escala de analise e
obedecendo a que
conforme o
como a
essa
variar a escala de
conforme a escala, uma
pequena
por bis-
conbecida Frederik
bavendo um
social. No trecbo a seguir,
para o
da Micro-Historia.
defende que
da analise como a
"A
da escala de analise e compreender sua assim como os antropologos,
para a da Micro-Historia. e suas implicacoes. Os historiador es, com conjuntos circunscrit os, de
tamanh o reduzido . A abordagem sim como em seus
e profundamente diferente em suas intencoes, Ela afirma em que a escolha de uma
escala de analise particular de produz efeitos de conhecimento, e pode ser posta a de estrategias de conhecimento. a nao significa apenas aumentar (ou diminuir) o tamanho do no visor, significa sua forma e sua trama. Ou, para recorrer a um outro sistema de referencias, as escalas de representacao em nao consiste apenas em representar uma realidade constante em tamanho ou menor, e sim o da (ou seja, a escolha daquilo que e representavel). Notemos desde que a "micro" nao nesse sentido, de privilegio especial . E o da que conta, nao a escolha da escala em particular," Jacques Revel. Microanalise e
A
do
1998.
da Micro-His tori a No
a das
o
fr ances J acques Revel e
"A social durante um Seu entre si os diferentes aspectos das categorias ou curtas e com
o
da Micro-Historia
de
sobre agregados acompanhados peso nao permitir se interessava Ela para apreender as duainda os nao sabia mu it<
o que fazer com os grupos por a em conta o individual. Assim, vastos permaneciam abandonados, q ue se poderia tent ar [...] Apoiados jazida os autores Ginzburg e Ca rlo Poni] pro punh am de conceber a historia soo proprio dos individuos ou dos grupos de individuos. [...] Sobretudo, permite ao longo de um — o de um de uma de uma obra a complexa rede de a multiplicidade dos e dos tempos nos quais se inscreve. [...] analise microtern portanto duas faces. Usada em pequena escala, muitas vezes possivel uma do as outras abordagens
x
por outro
a
vivido se articula.' [...] o social de
as
invisiveis segundo as quais
objeto dotado de moveis dentro de
Percebe-se
aqui a
por vezes, a
o desejo fortement e mas sim em constante
de
de
um
mais atenta,
e a sua Jacques
Roger. A
—
2000.
propostas. Revista
Janeiro: CPDOC-FGV, v.7, n. 13, p. O de Martin Guerre.Sao Paulo: Paz e Terra, 1987.
Rio DAVIS, Natalie
GEERTZ, Clifford. A
das
Rio de Janeiro:
1989.
GINZBURG, Carlo. A Micro-Histori a e outros ensaios. Rio de Janeiro: Bertrand, 1989.
.O
e os
Sao Paulo:
das Letras, 2006.
LEVI, Giovanni. A
imaterial:tr ajetoria de um exorcista no Piemonte no seculo XVII. Rio de Janeiro: 2000.
REVEL, Jacques. Microanalise e
do social.Jogos de escala.
Dora
Rio Janeiro: 1998. p. 19-20 Jogos de escala. Dora Rocha. Rio Janeiro: FGV, 1998. . In: LEVI, Giovanni. A imaterial: trajetoria de um exorcista no Piemonte do seculo XVII. Cynt hia Marques de Rio Janeiro: Brasileira, 2000. p. 16-17.
2.6. Novos da 1980,
regiscradas
expressi vas nos diferentes campos da pesquisa h istorica: incor por ou- se o estudo de temas contemporaneos, revalorizou-se a analise qualitativa, resgatou-se a das
individuals, ou
o interesse das estru-
turas para as red es, das estru tura s de classe para as
letivas para as
das normas
singulares. Paralelamente,
cultural e ocorreu
novo
a Historia
renascimento do estudo da politica.
A cham ada Histo ria cultural, renova da nas contato com a tropologia, o conceito de cultura, agora entendido como o conjunto dos costumes,
e
de
que
a
Progressivamente, a cultura passou a ser para a
das
das
os aspectos de
58
com das
e se de que a politica era
economicas, os estudos
de fu nd o politico ou mes-
os historiadores
de cultura erudita e popular, como elementos que se
como um
fossem
A par tir dessa
historica dos
estruturas
a perceber que a politica tinha consistencia propria
em
a outras
um todo
social. O resgate da
mas como o
a tona
Bores e de suas
para a
Associada a
por
de da
da Historia politica, e nao apenas de-
ocorreu uma revalorizacao do
Dentro dessa postura, fo ram
dos
na
novos
e
aos depoimentos, re-
os limites e as
as de mentalidade e de periodos e em
dessas fontes.
que diluiam os individuos em a procurou re-
a abordagem argumentando que o podia de uma experiencia coletiva, constituindo-se em uma spelharia uma visao de mundo. A da historia do tempo presente,
a que de
com testemunhos vivos que, sob certo aspecto,
o
do
Desde o seculo XIX, a necessidade de uma visao dos fatos colocava uma As
que cada vez a uma
eo
para os estudos da historia recente.
das sociedades modernas e as
dos
dos
no
a dispor de
sonoros,
do papel das fontes escritas e
dade do tempo presente como objeto de nova de estudos e e O retorno da politica e a
a
Nesse sentido, a legitimiabriu para uma para o oficio do historiador.
do papel dos individuos
o
dos processos de tomada de do lugar dos eventos e da pode oportunidade ao uso dos depoimentos orais. Outra de no campo da historia do seculo XX operou via da historia das do social e dos usos do passado presente do debate sobre as en tre historia e Podem ser citados como exemplos os trabalhos de Maurice Pierre Nora e Henry Rousso. litica. Esses novos
Nora e seus permitiram aos
utilizando uma repensar as
renovada de memoria coletiva, entre o passado e o presente, e
para a historia do tempo presente o estudo dos usos do passado. Pierre Nora a entre o e o discurso da memoria e das
A historia busca produzir um
uma analise critica atraves de uma passado. A memoria e tambem uma e ela e e os eventos quente e das necessidades do presente.
dos acontecimentos e vidas do do passado, mas pautada em lembrados a da experi encia subse-
Todas essas
se
nas,
de forma
a a
a
das abordagens a ea para a e nas perspectivas abertas
forneceram novos partir de uma
Para
de outras
com a por exemplo. As dos estudos a
o
O retorno da Historia Rene
(1918-2007),
do
National de
para defender a importancia da Historia politica
Por uma Historia
o
no
as
de uma nova Historia politica.
Capa da de Rene REMOND, Rene,Por uma Historia Rio FGV, 2003.
a
de uma filosofia que
as verdadeiras realidades daquelas que, no de forma
de
uma filosofia
Ser
e
ao
e bem verdade que prevaleceu durante muito tempo, de forma um
que
com o
os postulados
de uma visao que
uma visao
de
para
o
da filosofia, a
infraestrutura da superestrutura. Entendia-se que a infraestrutura determinava a restrutura e
a verdadeira
as ou
O que importava
o resto era superestrutura e, nao a
Os fatos
— as
que as
dos a esta
os
as
de pro-
mera
as verdadeiras realidades. a
e... a
—
preocupados em
relegaas ver-
dadeiras realidades, a de certa forma desvalorizar um bom numero de aspectos da vida coletiva, tais como as
as
de direito e a vida
As
lor exemplo, nao passavam de atos cartoriais que Deter-se
de
era, de certa
idade estava em outro
A
Nessa nada
as verdadeiras relacoes de
nao passava de
o politico, de certa
da
gato por das
nao passava de um engodo, nao
em um outro
de
fundamentals.
politico, pot si so, nao podia agir sobre o resto, estava na idades. O
— abro
. a politica toda dos Temos que
de
um que as
um
das verdadeiras
— e que esta
que a que
A
que ne-
impotente, foi, talvez, a que suscitou os homens a sua
um desses fatos mas que so obedecem a uma
..]
Nao tentarei
aqui o que e o politico, mas tambem nao podemos perder de
o fato de que existe um campo politico absorve problemas ou casos, tornam a
do politico, ainda que A esfera que nao se colocavam antes e que, alias, Os contornos
poucos dominios escapam da politica.
pouco nitidos, mas hoje em
ver a diversidade das
po-
icas publicas. Existem hoje pollticas publicas de de biologia, de meio de uma de problemas que nossos antecessores nao imaginavam tornar-se um dia objeto de debates politicos ou de escolhas pollticas.
tentado a dizer que nunca foi fator superficial ou exterior.
dificil como hoje
o politico
[...]
Eis alguns elementos de resposta pergunta dizer — embora talvez seja melhor de do politico nao
que Historia do
E des-
— que nesta tentativa de tipo de de he-
a seu favor. Se o politico e importante, se e possivel pensar hoje em dia que dos pontos de
do percurso, que seja a atividade, que ele da sociedade, e dizer tambem que nem tudo e
que nao se deve reduzir tudo a que o politico nao esta sozinho e mas guarda com o resto, com as demais expressoes da atividade humana e a sociedade civil. para o politico todo o a que faz jus, mas nada desse espa9o. Chego as vezes a preocupado quando constato o sucesso de ele goza hoje em dia. Temo que alguns acabem por esquecer que o se inscreve contexto mais e que so se e do politico — da forma como se e historiador do ou do cultural — sendo-se tambem historiador, nao da o que seria mas um historiador reocupado em inscrever este objeto numa
de Historia
dizia Giovanni
do para
'nenhum sistema e de fato
toda possibilidade de escolha consciente,de das regras.
a
de que as pessoas
constitui o
ou
para se
e para se observar
a liberda< concretamente
sistemas Rene
Pot- que a Historia
1
sugerida BERNSTEIN, Serge. A cultura politica. In:
Jean-Pierre;
(Org.). Pa ra uma Historia
Moura. Lisboa:
1998. p. 349-364. CERTEAU, Michelde. A
do cotidi ano ; artes de fazer. 9. ed. Petropolis:
2003. Francisco. Historia e Poder. In: CARDOSO,
Flamarion;
da Historia:ensaios de teoria e neiro: Campus, 1997. p, 61-90. REMOND, Rene. Por que a Historia politica?
CPDOC-FGV, v. 7, 13, p.
Rio de
1994.
(Org).Por uma Historia politica.
_
Estudos
Rio de Ja-
Dora
Rio de Janeiro: UF1
1996. RIOUX, Jean-Pierre;
Para uma Histor ia cultural.
Ana Moura. Lisboa: Editorial Estampa, 1998. p. 259-280. ROSANVALLON, Pierre. Por uma Historia conceitualdo politico.Historia, Sao Paulo. v. p. THOMPSON, Eduard P. 1989. 3v.
62
da dasse
inglesa. Sao Paulo: Paz e
- Problemas e As fontes e a
do
historiador O
do historiador se faz a partir de fontes, que basicamente os
gios deixados pel os homens aoongo l d e sua ex istencia.Sem fontes, nao haHistoria. Podem teras a
distintas
e cada uma, a sua
traduz aspectos qu e
elementosdo pass ado.
Todo trabalho deHistoria
em primeiro
uma
tica (qual o assunto), temporal (qual o periodo) e espacial (qual a regiao) do objeto
a ser est udado. A partir dessas com as
pretende
recer elementos diferentes e Emb ora, de um a maneira
cab e ao histori ador um a As fontes podemser de srcem
de fontes e ofe-
sobre uma todos os
constit uir emfontes para o historiador, nemtodas dependem dem u processode crit ica que as
do passado poss am se a mesma qualidade,ou seja, em termos de
e
representatividade para as per guntas que o ist h oriador fazao seuobjeto de estu do.
63
E a partir das fontes que os
extraem os fatos que
escrita da Histori a. Os fatos nunca
co isas dad as, mas o resultado de
entre o documento e o seu leitor.
das
que o historiador pro-
dos elementos que para poder confrontar corn com outras fontes. Dito
fatos, do
parece que o fato historico pode ser construido ao
prazer dos pesquisadores, no
diferente dos
que todo fa to histori co carec e de prov as. das fontes no cabe ao historiador
para a
e preciso
isso, e de
indicar as
dohistor iador.Estae uma regra da
nao
discursos, inventar
O trabalho do his toriador d eve ser passiv el de
por isso,
car asobras que leu eos docu mentos que consu ltou.O
deve indi-
historico parte
dessanecessidad e de clareza. Somenteo exerc icio ri goroso deritica c da s fontes possibiao historiador a
do seutrabalho. Obv iamente, isso nao
de umaverdad e absolu ta, mas determina uma das
o
fund arnentai s
do conh ecimento histori co: trata-se de urn conhecimento controlado. E e preciso
que o processo de critica nao e trabalho de
de um docum ento
A
com tudo oque se sabe sob re
determinado assunto. Tod a fonte deve passarpor um processorigorosode critica, que
a sua
fisica, porexemplo.Um doc umento do
seria feit o em um
a sua
mesmas natureza e
ea
por exem plo,
XX, apresentam
X
com ou tros textos de de nascimento do
do
A critica d a fonte nao termina ao averi guar a
sua au tenti cidade, mas gue se o docum ento?
continuo proc esso de interpret acao:de onde
o produziu? Quando for feito? Como foi
Haveria
conscientes ou inconscientes, para que o u a tor deform asse as
Esses
estend em-se atodas asfontes,porque todo docu mento eo
sulta do de uma riador
de fator es, jogos de pod er e Nao ha doc umentoneutro,
Por isso, asfontes,
interessesquecabe ao histofonte que traga a v erdad e
escri tas (docu mentos a
critica.
Historia e prova O historiador Eric mento historico e
64
faz uma a
sobre a da
como uma
do vdlida e dotada de
ent rar no debat e
sobre essas
e
que os
o
de sua disciplina: a da evidencia. Se os seus textos > como o sao em certo constituindo-se de . dessas ficco es sao fatos O fato de que os fornos nazistas nao pode ser estabelecido por meio de Uma que foi estabelecido, os que negam sua escrevendo Historia , que s ejam suas narrativas. Se romance deve tratar do de de Santa Helena em vid a, poderia se r literatura, mas nao ser Historia. Se a Historia e u ma arte e uma arte que na o inventa, mas za frouves encontrados). A pode pedante ao nao historiador, que utiliza material historico pa ra seus
[...] De fato, a dos historiadore s em 'procedimentos cieno nde cada decl aracao e acompanhada de provas , fonte s de refer encia e ; e as vezes pedante e trivial, principalmente agora que isso nao participa uma po ssibilida de de uma v erdade positivista, que uma certa grandeza No entanto, os procedimentos do tribunal a, qu e na suprema cia da evidenci a com a mesma a que os "
historicos, e, muitas vezes quase da mesma demonstram que a entr e fato historico e falsidade nao e [...] Insistir na supremacia da evidencia e na central da distincao entre a historico e e apenas um a das manei ras de exercer a resp onsa bido e, como a nao e o que era talvez nao seja a mais importante. Ler os desejos do presente no passado ou, em . ea mais e conveniente de criar uma Historia qu e as necessidades do que Benedict Anderson " : imaginadas' ou coletivos, que nao sao, de modo apenas nacionais. tempo, a de politicos ou sociais como Historia foi pa rte das
profis siona is do hist oriador." Eric
Valla e a A
de Constantino
de Constantino e um bom
sobre a importancia da
a
foi
'.perador Constantino (306-337) o, o a
e Constantinopla), de Roma
terras
das fontes.
como um
no
o
doacoes ao Papa Sao Silvestre (314-335). dizia qu e fora
doava ao
na
de
sobre as as
por
do papa antes de
do do
em diversos p ontos do
de Sao Pedro e de Sao Paulo disso,
ao papa a
65
faculdade de elevar senadores do Imperio ao nivel de sacerdotes. Produzido provavelmente no seculo um clerigo romano, a
de Constan-
tino ja hafia sido constestada no tempo do imperador germanico Otto HI, no
XL Mas foi
em 1440 que o bumanista italiano Lorenzo Valla (1407-1457)
um trabalho de critica
textual do documento e pos um ponto final nas discussoes sobre a sua autentiddade.
em
1506, o texto de Valla mostrava que a Unguagem do documento nao era
do
era do seculo como
IV. O latim
O edito, apresentado
era
e
ao da bistoria e responde a interesses de um Nesse caso, da Igreja de
Anonimo.
como suds do Imperio Romano.
a
a doacao de Constantino,
epoca em que foi
dos do seculo
sua
Afresco do seculo de Constantino.
Pode ser
X II I
nao seja
como uma fonte para
A mentira tambem pode ser objeto de estudo do a
representando a
da doacao de Constantino no
A imagem medieval.
A mentira tambem Todo documento e
nao.
bistorico. Cabe ao sobre dade
desvendar as fato
bistorico.
ou seja,
o
por ser
o documento nao perde seu
de poder e interesses que produziram aquela pode auxiliar
de uma
que uma sociedade desejava falsear e
na o basta o E tamb em descobr ir seus mot vos. Mesmo que, a para rastrea-l o. Enq uan to subsistir uma vida sobre suas srcens, em si de rebelde a por conseguinte, de apenas ate de tudo, uma enquanto e, a seu um testemunho. Provar, que o dip lom a de Carlos Magno para a igreja de nao e e um erro; nao e adquirir um Conseguiremos, em que a foi composta de Barba-Ruiva? Que iria, por todos os aos grandes sonhos riais? Uma nova se abre para vastas perspectivas Eis critica levada a buscar, por da o impostor; ou seja, divisa da Historia, o Apologia da
66
sugerida da Historia —Ou o oficio do historiador. Rio
Marc.
Janeiro: Jorge
2001. p. 98. >OSO,
Flamarion;
da Historia: ensaios
teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. JAZELLI, Cesar et al. Questoes de teoria e metodologia da Historia.
2000. Eric J. Sobre Historia. Sao Paulo:
Porto Alegre:
das Letras, 1998.
Jacques. Documento/Monumento. In: E ncidopedia Einaudi: Memoria-Historia. Lisboa: Imprensa
v. 1.
Eni de; SILVEIRA,
Historia &
e metodologia
Horizonte: ezi
Sao Paulo: Contexto, 2005.
Henry. O arquivo ou o
de uma falta.
Estudos
Rio de
v. 9, n. 17, 1996.
67
3.2. Os limites da o
de uma posru ra critica diante d os docum entos,
uma atitude facilmente executada por qualquer pessoa. No entanto, criticar e tarefa
complexa do que se imagina.
trata-se de um processo de
da um a pos tura criti ca ao outro, questionamento e aprendizado de
que se desenv olve a partir do exercicio de leitura das fon tes . E nesse sentido que
que a critica nao e natur al,
sabendo criticar, mas aprende, por meio de um exercicio constante de namento, a
toda e qualquer
como resultado de uma toriador,
de natureza escrita, oral, de pode res concorrentes. Por isso, todo his-
leitor critico, deve saber que nao existem documentos que
po r Nao a natureza : oficiais, pes soais, imageticos: todos devem ser objeto de questionamento. O exercicio da tica e da
pressupoe o conhecimento
a leitura de
sobre o as sunto e a capacidade de ler o universo de possibi-
Essa e um a das
entre a
fei ta por amadores: a escrita da cimento das fontes. Como a percurso de
feita por
e aquela
pressupoe controle da
e conhe-
do saber
nao e um romance, todo o
deve ser claramente indicado, dos arquivos pesquisados a consultada.
68
de fontes
Esse conhecimento produzido por historiadores interpreta aspectos do passado. pura e simplesmente, que a Historia e um conhecimento do passado, nos cometendo uma
por que a Histori a e sempre um conhecimento
de vestigios. O conhecimento do passado, como conjunto de todas as aconteceram, e um
impossivel.
do conhecimento historico esta diretamente ligada ao olhar que o riador
sobre os acontecimentos. Assim, diferente de outras disciplinas
um de analise preestabelecido, para fazer a Historia nao e possivel fatos historicos espalhados na natureza; existem conforme a leitura o pesquisador faz dos s eus documentos. E o historiador que, de critica, estabelece,
o valor ou a
classificar os fat os e, a pa rti r disso,
do seu exer-
dos acontecimentos para sua narrativ a. Tal como
o
frances Charles Seignobos (1854-1942): "Os fatos historicos so existem sua
em
a um observador. Sem a curiosidade do historiador, o
nao existe". Por isso, a
e sempre de
leitor: o fato historico e uma
entre o vestigio e o
feita a partir dos vestigios do passado.
a data de 22 de abril de 1500 e considerada um fato historico marcante para . Histo ria do Btasil, nao po rq ue ela seja mas porque e o resultado do de fontes e do exercicio da critica dos historiadores. Esse fato pode ser em termos de
e
de
A desc oberta de outras f ontes , por exem plo, pode
distinta
es-
a veracidade
da data fixada em abril de 1500. O fato e sempre uma elaboracao, um Assim funciona, tambem, com a postura critica na modernidade. Todos os bombardeados por noticias de
srcens e
por exemplo, nos telev isao ou a inte rnet. Cabe ao leitor
de
fato que pode em massa, como
o olhar e saber diferenc iar as varias
de que convergem sobre um determinado assunto. Nao se trata de ::ar a verdade, porque, tal como a Historia, o conhecimento da presente ou passada, e dado por vestigios. A de que o leitor
e sempre feita a partir das
no mo mento . Sua leitura ser a
for a sua capacidade de conjugar E
ter em
seja ela
m ais verossimil
leitura e critica.
que qu alqu er leitura e form ulad a por homens situad os em
um dado tempo e sociedade . A cri tica dos docum entos esta tambem ligad a ao tempo em que
feita. Nao existe Historia fora do tempo, portanto, cada epoca le os vesti-
gios do passado de uma forma diferente. Esta aqui o grande dinamismo da escrita da disci plina: toda H istoria diz mento
do m ome nto em que foi feita. Nao ha conheci-
do passado. A critica
a fornecer
Para
o para Dom Pedro do italiano caricare
caricatura, em a
a caricatura e satira, sendo tambem comum
O
do
a expressoes
dessa fonte, como o de qualquer outra,
sob pena de de um qu e a caricatura per de sett va lor para a Historia. Nesse as duas imagens a
do
que que
(1843-1905) e
o
o
na
eo
da Assembleia anos depois
com
historico. No um serve como um contraponto inte-
feita
das
brasileiro Pedro em 1872, com as vestes imperials.
pretende mostrar um rei sem
a dizer coisa que ndo desenbista ital iano que se
o
dos
Dom Pedro II. A
A segunda imagem e uma caricatura feita
como uma forma de
inverificdveis do ponto de vista
e
(1843-1910), autor da imagem, foi um
como um dos principals caricaturistas do Segundo Reinado brasileiro.
oferecia uma
do reinado do Dom Pedro II.
rfe
n. Ago stini.In: caricatura , o rei Dom Pedro e descrito por um bobo da corte.
urn
Pedro
D.
da Assembleia Geral, 1872. sobre tefa, 2,88 cm x 2,05 cm.
sugerida Marc. Apologia da
~ o oficio do historiador. A. Telles. Rio de Janeiro: Jorge
Goff.
Robin. A
Jacques Le
de Historia. Lisboa:
fBY, Georges. A Historia
Rio de Janeiro: Jor ge Zahar, 1993.
Carlo. Apontar e citar: a verdade da Historia. (Dossie Antoine. Os fatos e a
de Historia da
Campinas, n. 2/3, p. 91-106, 1991. historica. In: PROST, Antoine. Doze sobre a
Traducao
Joao de Freitas Teixeira. Belo Horizonte:
2008. p. 53-73. os
da ciencia historica. Brasilia: UnB, 2001.
da Historia, 1)
71
3.3.
e temporalidade
O que e o tempo? Essa pergunta
areas. O tempo e, por dentro de uma
e
ha
uma
de dife-
por
que procur a situar a
hu-
diferenciada de acontecimentos. Se todos os dias fos-
exatamente iguais, nao haveria sentido pensar sobre o tempo. Ele existe porque cada dia, para os seres humanos, e diferente de outro: ontem e diferente de sera diferent e de
Essa e a
que da sentido a Historia, por que e o tem-
po que da sentido as acoes das pessoas e torna possivel perspectiva de presente, passado e sociedades que parece A natureza
urn tempo, por
tempo e a contagem de sente ou
os acontecimentos
O calendario e dado da natureza. exterior,
enraizado
e
O
consequentemente, nao ha passado, pre-
O tempo da Lua e a
identidade ou
de
naturais: nao apre-
o que foi
ser. O tempo
por sua
apresenta um forte grau de irreversibilidade: o dia de hoje nao se humano conta seu tempo, consciente de sua Os lar e
tern
que
e,
esse intuito: contar a
do
O ser da sua duracao.
do tempo natural (ciclos
a duracao das coisas. Diferente da natureza, o tempo humano e uma do calendario, e possivel localizar acoes ao
da
seja de pessoas,
ou sociedades. So a partir da nocao de tempo e possivel ao historiador como
Marc
"a Historia e a
dos ho-
no tempo". a nocao de tempo, nao ha nocao de Por isso, a pergunta "quando e tao fundamental para os historiadopara pessoa que queira compreender historico). Nao e analisar nada em termos
levarmos em
a epoca
cm que dete rminado fato aconteceu. Como a Historia se constitui de eventos •es e
descon siderar o tempo faci lita incor rer
dos mais graves erros
ie analise: eventos e fatos sem em conta a epoca em que aconteceram. E o que os historiadores chamam de anacronismo. Cada fato historico deve ser preendido no tempo em que aconteceu. Por isso os calendarios sao tao as
de passado, presente e cada dia e
e
os calendarios sao
nao
o
porque
pontos
No
de de
contam o tempo a partir da
de para Medina, em o tempo: o relogio e um
de de 622 d.C. fundamental os con-
mas um muito recente dade. Quando para o interior, por exemplo, o tempo do que nas
cidades,
O historiador as pessoas se o ritmo de
as
A maneira como
a
da o tempo de sociedade conta o
As sociedades urbanas
historia ter um
menos
uma rapidez e
George
em boa das pessoas,
de
3761
do calendariojudaico; por sua vez, os a
de que to-
de uma nova contagem
o Genesis aconteceu em 7
ou Ha outras
que
valor universal: para os
de Jesus e o marco
do tempo; :
como fontes de referenda. Sao
cada para como
os sinos das comer,
que
tempo diz muito de sua
cada vez mais ocupadas, organizam-se
de um controle rigido do relogio; embora compartilhem de um
ca-
lendario, as sociedades por exemplo, vivenciam o tempo de forma bem distinta. Por isso, e possivel dizer que dentro de uma de analise Essa e fundamental a Historia. Foi o historiador frances Fernand cado em na analise
(1902-1985) que, num artigo
chamou a para a importancia das temporalidades Braudel dividiu o tempo em grandes categorias: o tempo
curto, dos eventos; o tempo
das
e o tempo
das grandes
estruturas. A proposta de de Braudel mostra como o tempo historico, diferente do tempo do calendario, nao e linear: em toda analise historica convivem diferentes 73
Para aprofund ar o da H istoria
O tempo O
Claude
Historia. O
faz
da Historia
sobre a
se resume a datas; no
o
do tempo para
nao
da Historia
do
de
os
"Nao ha Historia
para convencermo-nos basta o Historia, a corpo descarnado queleto e formado por datas. Nao foi sem que se contra esse mas, no extremo oposto. Se a Historia nao e unicamente por datas, que seu aspecto interessante, o aspecto sem o a Historia deixaria de existir que sua verdadeira ginalidade e da entre um 'depois', a seria votada a se dissolver — virtualmente — se nao pudessem ser Claude
As
O
em H ist oria
E
a Historia em Media e os
que
Moderno e
Como
para a Historia da em
n ao seja
ca, a
com o com o
no
De
do
Romano nessa
na
As
e na
a existir
de Idade Media, a qual sucederam os em que
da America e dos
por
Ocidental no
ainda que
no as
a Historia
traditional e
e
de dez
Tempos
de que o e
do
no qual
do seculo XVIII, na
o Periodo Contem pordneo. Como o seculo XIX e
cada
mais de a
o qual
e com isso nos
entre Historia e
que seria o periodo anterior a (1922-2007)
que cada sociedade essas
do secul o XX
menos o
aquele sobre
Nesse sentido
o e
cada
de Historia do tempo presente, para
vivas ainda podem
No texto a
74
com
das
ate o seculo X V. Esse
se ter em
a se
com base em da Historia.
entender a da sobre a
de E preciso obser-
"E
que esse sistema Medieval, Historia universal e
de
— Historia
e Historia
fato
diferente, em
— de
Em outros
o passado
de pontos de refe renda diferentes. Na
grega chega ate o seculo XV e a de
Media. Na de
a Anti-
turca corresponde a uma
a Historia moderna de 1919.
vai das guerras do ao este ultim o a Historia 'contempo-
Nos Estados Unidos, a Historia nacional se organiza em dois blocos, em funcao dos eixos que sao em a Guerra da em fins do seculo XVIII, a Guerrade em 1860-1864."
uma Pre-Historia? bistorico se
O
a
das fontes,
seja, das
do tempo. Por uma divisdo arbitraria, e comum nomear de Pre-Historia o da escrita,
as sociedades que
reelaborada e
a escrita
ao longo das
escrita foi organizacao do tempo vivido.
anterior a
uma
do passado,
que as das
bistorico. A a
uma forma
de
As Koselleck (1923-2006)
do
como se deve entender o tempo na Historia?
uma dimensdo temporal unifo rme para os os chineses na as
dos
em
o bisto-
define
da A merica ou para
diferente sua
de tempo? De acordo
e as diferentes dindmicas sociais sao aspectos que ndo podem ser analisa-
as
que
"Que e o tempo campo da
da
da Europa, para os
Ou cada sodedade elabora de
com
fundamental
um
o ano do
a
Essa e uma das perguntas A
de
nos leva necessariamente a
da Historia, sob uma perspectiva ainda mais as fontes do passado sao capazes de nos
o terreno
do que a
noticia imediata
fatos e ideias,
pianos e mas sobre o tempo historico em si. Para responder a essa questao, recorrente no campo dos estudos da Historia, precisamos de uma abordagem [...] No curso de uma com as nao e formular a pergunta sobre um tempo historico. Ainda assim, a
exata e
para que se possa
e
esse
constituido de
Mas a
correta e
um pressuposto, e
da natureza daquilo que se pode A cronologia — como a medida que
que e — responde as
as
empregados ao o sistema
de
entre os
da Historia,
a ter, entao, o
valor para todos os
ra (se considerarmos as nas do ano e nas dia). Pode-se partir do mesmo principio no que se refere ao tempo o
a despeito dos recursos da
de
Quern busca encontrar o ja
de
na
do
de um
[...]
bastante
nas quais se delineiam as marcas de
Ou ainda, deve evocar na
em ruinas e
da Ter-
do tempo historico deve contemplar as rugas
no rosto de um homem, ou entao as um
de tempo
em um unico tempo, segundo as da e da Astronomia. Esse
e
tempo unico, natural,
calendarios e
a
recentes,
a assim a
trans-
de estilo que empresta uma profunda
temporal a uma simples o diferente ritmo dos de modernizapor de transporte, que, do ao e uns aos permitindo que se vislumbrem, nessa Por fim, que contemple a das dentro da propria assim como no do nos quais se da a de diferentes de e o de distintas perspectivas de ao lado de ainda em Esse em ja e suficiente para que se perceba a impossibilidade de traduzir, de forma imediata, a de um tempo e natural mesmo que esse tempo uma propria — para um conceito de tempo historico. [.,.] O tempo historico [...] associado a social e politica, a homens que e sofrem as de a suas e Todos homens e instituicoes, formas de e que
de
que observe
e que possuem um ritmo temporal exemplos do mundo cotidiano, nos calendarios dade, na a Na
para ficarmos em que ar ticulam a vida em socie-
dos tempos dedicados ao trabalho e em sua da vida no passado e
a
[...]
de tematizar o tempo historico, nao se pode deixar de empregar me-
didas e unidades de tempo derivadas da za; as datas, bem como a
criticos de uma sequencia de meios de transporte e sua dustrial; a velocidade dos 76
que determi -
da nature-
da vida de individuos e
ou a
ou tudo isso, para
os momentos a velocidade dos da inapenas
so pode ter seu peso a
se for medido e datado com o re-
do tempo natural.
No
a
das
conduz para
a
dos
das
As
de
politicas
sob
de
e de
teico da velocidade dos
fisica
de prazos e
o
sobre a economia ou
militares, a permanencia ou instabilidade de determinadas formas de comportasocial no
das
e politicas
isso conduz
—
ou de cm
de
determina-
de um processo de — a um tipo de
e temporal que,
e condicionada pela natureza, mas que tambem precisa ser definida especisob o ponto de vista
rentos, isso nos
Se
o conjunto dessa cadeia de
a um processo de determinacao e a uma doutrina das
conforme o dominio
visado, podem
ou
as
de maneira
as a
dos
2006,
sugerida sobre a
Fernand. A
Sao Paulo: Perspecti-
1992. O tempo das Rio
Janeiro; Campus, 1988. p. 25-40.
Jean.
Sobre a Historia e os histo-
tabula
riadores. Sao Paulo: Norbert.
e o tempo da
1995. p. 92-93. Rio
tempo.
Reinhart. ricos.
Janeiro:
1998.
a semantica dos tempos histoPatricia Mass e Carlos Alemeida Pereira. Rio de Janeiro: 2006. p. 13-15.
Claude. O pensamento selvagem apud PROST, Antoine. Doze
sobre a Historia.
Horizonte:
2008. p. 95-96.
Adauto (Org.). Tempo e Historia. Sao Paulo: Companhia das Letras, 1992. Carlos.
Historia e
James. O tempo
Campinas:
— riaaos nossos dias. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.
1994.
do tempo da
3.4. Historia e verdade Os cricicos do conhecimento a verdade
sempre apontam a
de ad
o pr inci pal entrave ao con hec ime nto do passa do. Na opi-
desses
a Historia parece um joguete nas dos poderosos, vagando ao sabor das necessidades
Mas a questao e
j
complexa do que parece e desde a Grecia antiga a
na Hiscoria e um
que merece a
dos historiadores: afinal,
que podemos conhecer da historia dos seres humanos?
a natureza
conhecimenco?
Embora
vale a pena voltar a um debate
XIX, que estabelecia a s
em fins do
entre as ciencias da na tu re za e as ciencias do e s-
as ciencias naturais explicam as coisas, a
as ciencias do
proc uram c om pre end er os homens e suas acoes. A Historia e um conhecimento
Para alem desse co e
acrescentar mos que o conhecime po rq ue as ac oes humanas
f osse m, alem de atingirmos a verdade do pas sado, o futuro. Mas
cada individuo
cabe aos historiadores nao o de
em si um de
que estao ligadas ao seu de
nto
regidas por causas e
Se
prever de escolhas. mas de, a partir
compreender os fatos sociais como
Essa comp reens ao dos
esta diretamente ligada
prese nre dos historiad ores. Marc Bl och
bem o conhecirnento historico:
fcncia dos hom ens no tem po. O objeto dos historiadores e o em no tempo. Mas o passado nao e um obj eto acaba do, porq ue cada faz perguntas diferentes ao que
aconteceu. Ou seja, o conhecirnento
implica um grande di namismo, por que est a inti mam ent e ligado ao presente historiador.
isso, a Histori a e sempr e rescrit a:
estudos, novas fontes, novas formas
as pergu ntas, surgem
de analise. O exercicio do historiador e
melh or, e nao atingir a verda de. escreve a Historia de rerespeito ao seu mas nao pretende atingir a verdade, porque,
que
suma, a com pree nsao do O objeto de
humano e sempre parcial e do historiador nao diz respeito a uma
fcrna ou
O acontecido e
fato em
e
Uma
ex-
o passado nao po de ser re-
jamais se rep ete
da
isso, o conhecimento historico e sempre indireto. Ele e feito por fonte s que servem a
de uma
a verdade:
Mas es sas fon tes jamais for ne-
sao lacunares, muitas vezes resultado de uma Cabe ao historiador exercer o
da
estabelec er criterios de
Um historiador que, ao as XVI, se contentasse em apenas os discursos protestan-
do
certamente teria acesso a uma o pano d e fund o entre Caso 20 pessoas se .
de
parcial dos acontecimentos que e
por exemplo.
a descrever um a mesma
teriamo s 20
s, silenciando
em conjunto,
diferen tes, cada um destacando
aspec-
A escrita da Historia passa por um processo
o
nhecimento historico e subjetivo. Esta intimamente ligado ao historiador, mas na medida em que apresenta analise e critica dos discursos. E o hispor isso a
do conhecimento
do oficio)
faz
ao passado, que permanece silencioso caso
nao seja questionado. Mais que envol vem o conh ecim ento historico, cab e ao
das
fazer um exercicio de compreensao, e nao de em uma
que se resuma
de causa e efeit o. A escr ita da Historia se da
pode oferecer
conclusivas.
O papel do historiador e acessar o passado com base em criterios especificos. pode elaborar
e parciais, que sao
reelaboradas. Mas isso nao e necessariarnente um defeito de Historia. Se, de fato, nao podemos dizer que a Historia produz um conhecimento tampouco podemos afirmar que se trata de um conhecimento
da
fazer uma pe rgunt a simples: o que seria a verdade? como a Historia, todo conhecime nto h um an o e soci al e historico. A no cao de cienci a e dade varia e as tidas como como a ea passaram por constan tes de paradig ma ao do tempo. A plena e uma Utop ia. O ato de rever , e o discurso histori co torna-se fecu nd o na medida em que se da prete nsa o de verdade. Nesse o nao a de ofe rec er uma verdade a bsoluta, mas a part ir de seu o co mpromi sso com a verdade. Trata-se da etica que diz respeito ao das do oficio: e de foncom das provas documentais. O hist oriador nao e um artista, um literato ou um poeta, seu discurso nao e mais ou menos dadeiro, mas distingue-se dos anteriores por ter de uma serie de atender a que entre os colegas de
da
e
do a
dos
de
do Tempo
dos de H istoria
de "Historia do
em Paris. com os
e
o
para t oral como
de
"Historia e verdade: n ob re e A verdade do passado, a verdade do presente: nao ai uma aporia? O oficio do histo riador pres ta-se em si mo ao conhecim ento da ve rdade? Podemo s a ou devemos nos em a incapazes de e menos de de historiadores e de com essa lancinante. Alias, de nos proclamar que possui a verdade ainda que em ela seja nosso e nosso guia? Nao obstante, e espero, no q ue a despeito de tu do a busca da verdade deve ser a regra de ouro de todo historiador digno desse nome. Alfa e omega desse oficio. Mesmo sabendo que conseguiremos dominar essa verdade, mas apenas nos ap roximar e na noite, ma s que apesar de tud o nosso e sem a nas trevas. De fa to, a verd ade da Histo ria da entre os componentes do passado, como nos chega de seus documentais, e o espirito do histo riador que o buscando 80
..] Mas eis que
deparamos com a espinhosa questao da objetividade. Certamente que a objetividade absoluta
[...] A
existe.
se deu um pouco mais tarde. Foi a descoberta do
negacionista — o que se
de
tentando dissolver pura e
supremo do
os fatos mais estabelecidos, a
de
e contorcionismos de linguagem, apelando para urn aos
seja preferindo negar todos os resultados da pesquisa historica um gigantesco
[...]
maquinado
a objetividade, em vez de que o
,
e
cumpre
o status de
por
Na verdade a na de
pobre,
em toda a sua de Sartre.
de uma
complexa de objetivi-
do saber, e o grau de que vai desde
como a
de
to
historica
e :te do
antes a
judeus.
da
em boa simples e
tropas
estabeleci-
em 1- de setembro de
ou o
da rainha da Inglaterra perante o Parlamento europeu em Estrasburgo em de
de 1992, ate
mais
de
ti pos ideais etc. a necessidade de ou grau de
os e
elevada deve
de verdade historica que comportam de certeza, mas nos quais repercutir na
do historiador."
Tempo
e presenca da Historia,
sug erida Francois. Tempo presente e
da Historia, apud AMADO, Ja-
naina; FERREIRA, Marieta de Moraes.
ro:
e
da Historia oral. Rio de Janei-
1998. p. 221-224.
de
Carlo.
Historia, Retorica e Prova. Traducao
Batista Neto. Sao Paulo:
das Letras, 2002.
— Morfologia
.. Sinais: raizes de um paradigma Historia. Sao Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 143-179. Antoine. Verdade e
social da Historia. In: PROST, Antoine.Doze
a Historia. Traducao 2008. p. 253-272.
de Freitas Teixeira.
Jose Carlos. Historia e teoria —Historicismo, modernidade, dade. 3. ed. Rio
Horizonte: e ver-
Jane iro: FGV, 2006.
[COEUR, Paul.Historia e verdade.Rio de Janeiro: Companhia Editora Forense, 1968.
81
3.5. Fazer a Historia Diante das
uma
que discutimos ate o
convem estabelecer
que os leigos tem pouca clareza: a
entre a Historia
zida nas universidades e a historia vivida por todos os seres conf undem-se as dua s sa. Trata-se, neste
como se
de palavras
mote, mas com
e
nos gum
parte de uma
manchetes que anunciem "a
Como temos procurado
terminada
sobre "o que
para boa parte dos leigos, que as pessoas que
tem
sobre em mente a
o passado em sua for ma plena.
nao e dificil Parece
e dificil en-
essa certeza sobre o passado e
forma de acesso ao que aconteceu deve ter de
coi-
que tem no passado seu principal consideravelmente distintos.
e
De um
credibilidade para
os
aconteceu". em
pois
seriam uma especie de testemunhas vivas do passado. Esse desejo de do vivido e
senso
enquanto a variabilidade de
dos historiadores e vista como um aspecto que a Historia nao e mais que um No
to, convem esclarecer que a
a
sinalizador de
dos interesses do momento. do conhecimento
varias especificidades e deve atender a uma serie de exigencias proprias do oficio. Essa
Historia e feita por
O fato de todas as pessoas
sentido de serem agentes
nao quer dizer que todos "fazem" Historia, no
de produzirem um com base em documentos,
O saber e
Nao e verdade que o historiador nao Pedro
historia, no pressupoe conde uma narrativa.
certezas: por exemplo, sabe-se que
Cabral aportou em terras brasileiras em 1500; que as elites do Esta-
imperial brasileiro importaram milhares de por meio de um
ou que o Estado Novo foi
em 1937. Essas
sao
e
no entanto, a do passado nao se limita a esse tipo entendimento. o trabalho de Historia pressupoe taseadas nas fontes que o historiador no momento. para compreendermos o
da
portuguesa na America nao
sabermos sobre o dia do descobrimento. Cabe aos historiadores o entendimento das causas, das do contexto. Esse exercfcio sera feito a da fcitura dos documentos da epoca. Quando um historiador decide escrever um livro sobre do Brasil, elementos que contribuem para a
reconstituir, com base nas fontes que pesquisou, daquele determinado momento. Para
essa narrativa produzida a partir de determinadas fontes, precisamos saber
documentos o historiador consultou, pretendeu responder e, soquando escreveu o seu texto. Esse livro sera, como todo texto escrito, o de muitas e, acima de nao a ultima verdade sobre o descobrimento do Brasil, mas uma leitura possivel, uma proposta de uma forma fe acesso ao passado. Essa narrativa do historiador enfrentou uma de para que se o possivel dos acontecimentos. No entanto, se um historiador, 200 do nosso primeiro exemplo, resolvesse fazer uma sobre os a diferentes, primeiro sera outra pessoa que que e que A disciplina e o resultado dessas do passado. O discurso dos historiadores ser confrontado entre seus conhecimento baseado em vestigios, e a forma do passado porque
e
Esse de compreensao
de compreensao continuo, fontes e
Nesse sentido, a narrativa da historia de vida das pessoas pode se tornar uma fonte de estudos para o historiador. Esse e o caso da
uti-
fczada na Historia oral, por exemplo. Quando uma pessoa concede um os acontecimentos de determinada epoca, fcranca. Os histo riadores p odem se utilizar desses a narrativa
Como os
o faz com base em sua para, a partir dai, produzir
nao sao "a verdade",
toda fonte , passar pela critica documental e o cru zament o de
como De modo
semelhante, os cronistas que ao da portuguesa na America pas terras do Brasil e os habitos das pessoas, as sao testemunhos que nao os acontecimentos como eram. sao fontes par a o historiador produ zir o conhecimento his torico, mas tao longe de ser a palavra final sobre determinado E sentido podemos que o conheciment o historico e um discurso duzido historiadores. Quando conta um pelo esta baseada na memoria e pode escolher, independente compromisso com a verdade, os fatos. Nao quer dizer que toda historia no falsa Quer dizer apenas que ela nao atende as exigencias de rigor tes ao discurso historico. Em suma, a Historia disciplina da historia em que a um conhecimento para ser
Para apr ofunda r o O conh ecim entohistori co Jacques Le
um dos
da conhecimento historico
dos
No trecho a Le a seguinte afmal, o disciplina? Emb ora todos parte da historia,
historiadores? Le
que nao. A Historia, longe de ser simples opiniao, e um
das Ciencias Sociais. O historiador nao
dotado de
de
o "dono da verdade", mas de oferece um
• -
e
"Tal como o passado nao e Historia, mas seu objeto, a memoria nao e um de Historia, mas um dos seus objetos e [...] E que a Historia nao atingiuo grau de das da naturezaj ou da vida e nao desejo que o para que possa continua r a ser e ate pelo de pessoas. A Historia a sorte ouj infelicidade entre todas as ciencias?) de poder ser feita convenientemente De fato, ela tem necessidade de — e os historiadores nem sempre sedignam aceder a esta no e da se mas a era dos novos media multiplica a necessidade e as para Devo acrescentar que prazer em let — quando sao feitos e — os romances e que recc aos seus autoresa liberdade de fantasia que e Mas se me a minha de nao com Historia as des [...] todos ser historiadores? Nao poder 84
fora do seu territorio, a saber, o
historico e o seu efeito na socie-
global — em especial, no ensino. [...] A Historia ainda, a sociedade. Mas, os
o
o
de ciencias
ou
o
e
entre
: presente nao
— e, de outro
o
a Historia deve ser considerada
Tal como as
deve reger as outras ciencias e, deve ser fu ndamental do saber.
e Historia, tambem as
a
entre passado
e ao ceticismo. Sabemos agora que o passado
do presente. Toda Historia e
na medida
que o passado e apreendido no presente e responde, portanto, aos seus interesses, nao e so ado e ao
como legitimo. Pois se a escrever Historia e
o pas-
tempo passado e presente. Compete ao historiador fazer um estudo do passado sob a sua
forma. Comprometido na Historia, nao
certamente a verdadeira ) historiador
ainda
mas nenhuma outra Historia e na
em causa, no seu processo de as
que
A cultura (ou
da Historia,
tern em
introduz no seu objeto de
[...]
nao depende apenas das relacoes
presente-passado. A Historia e a de tempo que existem
ligada
[...] Lembramos aos
para nao a
do tempo. sociedade e sao um elemento
mental dos seus
dar sobre o tempo,
de Santo Agostinho sao representativas: sei; se me
da que a
um tempo historico se tivessem em conta
as
para
tal como um observador
que e o tempo? Se nao
para o explicar, seria incapaz deo Jacques
1977.
sug erida A de Pero de Sao Paulo, n. p. 2000. Historia. Campinas: 1997. Roger. A Historia hoje: duvidas, desafios, propostas. Estudos Rio de Janeiro: CPDOC-FGV, v.7, n. 13, p. FALCON, Francisco. Historia e In: CARDOSO, Jurandi r (Org.). a um debate transdisciplinar. Campinas: 2000. Reinhart. Madrid: Minima Trotta, 2004. Historia:
Maria do da
LE GOFF, Jacques. In: Memoria-Historia. Lisboa: da Moeda, 1977, p. 181-182. 85
3.6. Identidade e memoria As
demonstrad o grande interess e no
de
das
relativ as as ident idades e as
A identidad e e
em voga nos dias de culturais. Com a
das
na midia e nos estudos a
as pessoas
das
e dos
a reagrupa r-se em identidade s (religiosas, Cada vez mais, tanto a identidade pessoal
tidade coletiva
de
a iden-
de
elementos
para as sociedades. Nesse quadro de incertezas e e uma pessoa se
a identidade
diferentes
E possivel definir identidade como o processo e de tendo por base
conjunto de atributos que o distingue dos familiar ou pode
local de
por exemplo.
a
de identidade
as formas como individuos ou grupos/coletividades se reconhecem
ou se assemelham por
de um
ao Um ponto
caracteristico ou de uma
col
tempo , um elemento distintivo e unific ador. ser destacado e
ria e um elemento sentimentos de 8 ?
atributo
do
entre identidade e de identidade, na e de
A em que respondc
e importante reter que
s identidades sao construldas e estao
de serem fixas e imutaveis. Essa
isenta de
e
e identidade p odem ser ser
que
negociadas e
como
sao
que de-
de uma pessoa ou de
A memoria, por sua vez, nao deve ser vista o passado. Ao
como urn
de dados
e uma
que define o
se deve esquecer e o que se deve
do passado, e e tambem um
e um objeto de poder. A memoria nao e demandas do presente.
ee
sempre em
de memoria
ter em mente uma re-
qu e envolve o passado, o presen te e o Uma maneira
de entendermos os mecanismos de
de
e atua-
e o estudo das comemoracoes. O que e comemorar? Aparente-
comemorar pode parecer um
sem maiores
mas, na verdade,
escolhas politicas, que, por sua vez, ea soa ou de um
de idencidade.
destinada a trazer de
a
de uma pes-
que indica a ideia de ligacao entre os homens
so-
a memoria. Essa ligacao tambem pode ser chamada de identidade. E e te porque permit em um
e atualizar identid ades q ue as
central no
Na
politico
a espontaneidade da memoria da lugar a
pendentes de agentes
na sua
determinadas, de-
Assim emerge a necessidade
perman ente de constituir no vas formas de
de
de arquiva-
As comemoracoes em torno de personagens ou morte.
de
os eventos fundadores privilegiam os momentos de
de
empresas. As modalidades de os
assumem formas
a serem
monumentos, seme valores. O sentido das comemoracoes
a harmonia entre os grupos ou atores sociais.
podem tambem desencadear A grande
ou
dos histori adores p rofissionais e que as comemoracoes sao
momentos de a
com
Podem ser organizadas
podem ser pre com o objetivo de e promover o
de
do conhecimento de
como instrumentos de distanciamento e a
sem
que muitas vezes permitem As comemoracoes
de trajetorias de uma
ou eventos sem o necesaprofundada. No entanto,
a despeito das criticas e dos riscos que as comemoracoes encerram, e possivel benefici os dessas
ou iniciativas. 87
e
podem se
para uma melhor
e
do passado.
de estabelecer
de
em um desse aspecto das co-
com o grande
de estritamente podem ser morativos, dai beneficios para a As
nos
te de
de
a oport unidad e de
da memor ia ao
o
o que deve ser valo riza do e o qu e deve sen
esquecido. A Historia das ao do tempo e desnudar os
nos permite captar a diversidade de e da memoria.
Para aprofund ar o tema Memoria e identidade Michael
(1948-1992),
dos estudos sobre a
a
na s sociedades contempordneas e os
as
as
coletivas fortemente a de sua
a memoria naA memoria, essa do passado que se
[...] em tentativas
ou
conscientes de
de pertencimento e fronteiras
e de
entre coletividades de tamanhos
diferentes: partidos, igrejas, referenda ao passado serve para manter a
etc. A que
dos grupos e das
uma soci edade, para de fi ni r seu mas
construfdo. Merecem
a memoria e as
coletiva dos acontecimentos e das dar, se
de
sua complementa ridade,
suas
Manter a coesao interna e defender as fronteiras daquilo que um comum, em que se inclui o territorio senciais da memoria comum."
era]
caso dos Estados), eis as duas Pollak. Memoria.
es1989.
Memoria e Historia: fonte ou dever? historiadores que o estabelcdmento de riscos. A em valor
88
os que
de uma unica visdo da
dos
de
como devem ser tratados
da memoria e eventos h istoricos acarreta serios
segundo esses historiadores, transforma uma memoria possibili dade de discussdo sobre os
historicos.
para o
XXI,
de maneira
testemunhos como fontes
Esse
ao comprometimento
de
e, em grande parte,
das sociedades
com o chama-
De acordo com Olivier
de
ao uso
essa
foi
de atos de
em seu artigo
para designar
de
aos
e de traumas politicos, culto esse que
e
nos
historicos,
Nesse contexto, o ato de
um novo
ou seus
e
em agentes fundamentais para o
do dever de memoria,
agora
em sua
de
culto aos mortos, de dever de lembranca e homenagem, mas tambem como direito e cial e
resultados
nos dominios
[...]
Entretanto, o abuso das teria tran sfo rmad o as
para usar as palavras de Todorov, politicas e garantido uma
em
pata os testemunhos, que conduz a
de uma
de
A
do passado dessas
politi-
intensos debates e criticas nas comunidades dos e tem levado ao na
dos
legais
de passados e nos processos de
de
Um primeiro ponto que tem gerado historicos
relacionado a
por
com a
que
O ao
de
tado muitas vezes se choca com a
pelos Estados
de
estar em
de politicas memorials de
por parte das vitimas ao Esde eventos historicos e coloca sob
o saber produzido pelos historiadores, bem como seu papel no
de
Ferreira e
Forces. Memorias do
as vozes de seus
2008.
89
sugerida FERREIRA, Marieta de Moraes; FORTES, Alexandre. Memorias do PT: as vozes de seus construtores. In: FICO, Carlos; FERREIRA, Marieta de Moraes et al. (Org.).
e
e perspectivas. Rio del
Janeiro: FGV, 2008. p. 294-296. Maurice. A memoria
Sao Paulo: Centauro, 2004.
LE GOFF, Jacques. Memoria. Historia e memoria. Campinas: Unicamp, 1994. p. 423-483. NORA, Pierre. Entre a memoria e a H istoria: a prob lematica dos lugares. Projeto HisSao Paulo, n. 10, p.
dez. 1993.
POLLAK, Michael. Memoria, esquecimento, silencio. Janeiro: CPDOC-FGV,
Paul. A memoria, a p. 105-142. Beatriz. Tempo das
90
Rio de
2, n. 3, p. 3-15, 1989.
o esquecimento. Campinas: Unicamp, 2007.
—
da memori a e guinada subjetiva. Sao Paulo:
Horizonte:
2007.
3.7. Hi st or ia oral ria
Durante tempo, a acerca dos problemas despertou interesse entre os em incorporar ao seu
da Histoe explicado, em grande
de pesquisa a possibilidade do
uso de fontes orais. Tal desinteresse e resultam, por sua vez, em formas de a Historia e a validade de suas fontes. Se essa era a postura dos da Historia, por isso o interesse orais — que, alias, estiveram na srcem da completamente. No
— desapareceu
XX, o
abriu a possibilidade
da coleta de depoimentos
a
de um gravador. Foi o jorna-
norte-americano Allan Nevins que, na decada de 1940, desenvolveu um programa de entrevistas voltado para a
de
sobre os grupos Oral H ist ory
nos Estados Unidos. Esse programa veio a constituir o que serviu de
para outros
criados nos
cas e arquivos no pais. Esse primeiro ciclo de oral privilegiou o estudo das elites e a se registro escrito Nas
da
de arquivos com
duas
das
passado recente e o estudo das
de mundo de
que as entrevistas orais fossem vistas como minadas
1950 em bibliote-
do que se chamou de Historia a taref a de preencher as lacunas do
Assim, as possiveis
transcritas. dos usos grupos
do possibili-
que espelham deterdos depoimentos e a
91
de veracidade a eles imputada deixaram de ser um problerna crucial para serem de nova nao mas como
fonte adicional para a pesquisa. Uma mais detida do campo que sido permite detectar linhas de que, embora nao
de Historia oral excludentes e
entrecruzadas em muitos casos, revelam abordagens distintas. A
a
uti-
"Historia oral" e trabalha prioritariamente com os depoimentos
orais como
para preencher as lacunas tem se voltado tanto para os
plementadas
fontes escritas, Essa
das
das politicas
Estado (estudos sobre a
em diferentes
as
e grupos), como para a fontes sao
da trajetoria dos Na
os depoimentos orais
servir
de identidade e de
da
como
de
social. O ponto central que
daqueles que se
as
ao estudo das elites e dos que se
excluidos e garantir o
de veracidade e de
para o estudo aos depoimentos
produzidos. Os instrumentos para atingir tais dos estudos
dos
seriam a
no caso
de roteiros de entrevistas consistentes, de maneira a
o depoimento, como o trabalho com outras fontes, de forma a para a contraprova e excluir as Com base nesses
en
argumentos em defesa da Historia oral como capaz de se nao eliminam a subjetividade, Uma
instrumentos para
abordagem no campo da Historia oral e aquela que privilegia o
das
e atribui um realizar
central as
mais
memoria e
dos
do passado. Nesta
a subjetividade e as deformacoes do depoimento oral nao sao vistas como elementos o uso da Historia oral. Consequentemente, a das entrevistas nao
dos roteiros e
para a checagem das
ea
de elementos que se constituir em contraprova, de maneira a] ou os depoimentos obtidos. As distorcoes da memoria se velar maisum recurso do que um problerna, que a veracidadedos depoimentos
a
central. Esta abordagem,
estudo das elites
a
como a
tem sido adotada
principal e compreender o seu
politico e, para o estudo das representacoes das populares. Uma terceira abordagem trabalha com a Historia oral como um instrumento social voltada especialmente para a recuperacao da trajetoria de tos excluidos e marginalizados ou para registrar de grupos impactados por tr aumas como guerras, genocidios e massacres. Nesses casos, os depoimentos 92
orais, inseridos em intitulados sao como dever de memoria, destinados a recompensar perdas morais e materials das vitimas. Aind a nesta linha, a Historia oral e concebida como um para a de identidades e de social e os usos do conceito de memoria cole tiva nao evidenciam um a discussao aprofunda da sobre as da de memoria. Em casos, essa e apre sentada como algo estavel e congelado no passado a resgatado executores dos projetos.
o tema da
oral
trecho temos a discussao sobre o estatuto da mantes no campo: a
e uma tecnica, uma
oral e a
de tres
uma
e possivel reduzir a tres as posturas a do da Historia A advoga ser a Historia oral uma tecnica; a segunda, uma disciplina; e a uma metodologia. Aos da Historia oral como tecnica as com e de entrevistas, e o que cerca: tipos de de formas de de modelos de orgade acervo etc. defensores dessa sao pessoas envolvidas na e de orais; [...]. A essas >mam-se as que efetivame nte concebem a Historia ora l como um a tecnica, ou teorica: nao passa um de procedimentos para a do gravador em para poste rior conservacao das Querer mais do que isso e no . pura fantasia. A Historia oral nao possui os da os que [...] ser como [...]'
[...] Os que
para a Historia de d isciplina baseiam-se em p or vezes entre si. parecem de uma fundamenta l: a Historia inaugurou de pesquisa, metodologicos e um conjunto de este conjunto, sua vez, norteia as duas outras e empresunidade ao novo campo do conhecimento: 'Pensar a Historia oral dissociada teoria e o que conceber qualquer de Historia como um conjunto de incapaz de sobre si [...]. Nao so a Historia oral e teorica, como um corpus distinto, diretamente relacionad o as suas
93
Entre os defensores da Historia oral como e
[...]
situam-se as autoras
do presence
Em nosso
a Historia oral, como
e ordena
de
e as
as
de cada um deles para a de
apenas
— tais como os diversos tipos de
suas
as
possibilidades de
e desvantagens, as dif erentes maneiras de c
relacionar-se com seus entrevistadose as
disso sobre
como ponte entre teoria e pratica. Esse e o terreno da Historia I oral — o que, a nosso ver, nao permite classifica-Ia unicamente como pratica. Mas, area
a Historia oral e capaz apenas de
form ula as perguntas, As
de
I
nao pode oferecer as respostas.
e
ser buscadas onde sempre estiveram: na boa
antiga teoria da Historia. Ai se os
conceitos capazes de pensar
gerados e
e O
e
da
para o uso da Historia
com Historia
em
os
com
que
disso, o
poentes. Lidar com essas situacoes exige
que
Ferreira.
de
e
com os de maneira a
eticamente os
suas
como esse
que constituem verdadeiros
para os historiadores orais. As entrevistas que exploram os
empregados
pessoa para se recordar de seu passado podem ser tado, Ao
mas
ser ou ate prejudiciais para o os historiadores orais podem nao estar por per:
do
para juntar os
para o
da memoria que foi desmantelada e que ja nao e mais feitas com
mental de que o
caucela e sensibilidade, e
do entrevistado sempre prevalece sobre os interesses
pesquisa, as entrevistas que exploram a natureza e os precisos os
da regra
do
da
na Historia oral.
[...] O trabalho de Historia oral que se vale de teorias sobre a memoria e a
de aponta um
94
este com
politica. E relativamente
para a
de
Historia que de aval e que
de
os que
de Historia oral que se
:
mitos
que
de
e
[...] Mas o do
oral para explorar
de
e que contestadas?
a pessoas cujas
para as pessoas que
desejem ter suas memorias questionadas ou suas um
os
que nao tern o
as memorias das pessoaspara fazer
que contestem ou critiquem
e que isso constitui abuso de
outro
os historiadores
pode m achar que outro dever para com e a Historia, a de contestar mitos que certas pessoas em detrimento de outodos os pesquisadores com este mas para os historiadores mais presente, porque com nossas Michael Frisch; Paula
alguns aspecros
sobre memoria e
1994
sugerida Verena.
do
Historia oral. Rio de Janeiro: FGV-
o
Janaina; FERREIRA, Marieta de Moraes (Org.). Usos e
Rio
da Historia oral.
Janeiro: FGV, 1998. . Usos e abusos da Historia oral. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
Marieta de Moraes oral. Rio
abordagens e usos da Historia
Janeiro: FGV, 1998.
FRISCH, Michael; HAMILTON, Paula; THOMSON,Alistair. Os debates sobre memoria e
alguns aspectos Moraes
SIMSON,
In: AMADO, Janaina; FERREIRA, Marieta
Usos e abusos da Historia oral. Rio
Janeiro: FGV, 2006. p. 65-91. da Historia oral.
Rodrigues de Moraes von. Os
Campinas: Area de
1997.
THOMPSON, Paul. Historia oral: a voz do passado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
Sites •
Brasileira de Historia Oral em:
•
de Fesquisa e
de Historia
do Brasil
em: •
de
em Historia Oral da Universidade de Sao Paulo
Disponivel em:
—
quantitativos e qualitativos Para a
da
o pesquisador pode se utilizar de
com as
diversas caracteristicas (escritas,
vezes,
trabalha com os poucos regist ros que tos.
para produzir seu
formas de
noutras ve-se repleto de o historiador tera de selecionar e escolher as
seus documentos. Essas possibilidades
das font es
estao diretam ente ligad as as caracteristicas de cada doc ume nto, ma s cabera ao riador definir a abordagem que considera mais adequada. O metodo quantitativo, como o
nome
dados contidos nos documentos. historiador
da coleta
de informacoes, o
aspectos que se repetem de fo rm a a
que possibilitem de
utiliza a
a
ou
de
O metodo
putador, que permitiu a analise em
em e permi tir a
ao
a partir do advento do de uma grande quantidade de fontes. Os
dados passaram a ser reun idos em bancos de dad os que filtram informac oes, qua ntiprodu zem indices e ta xas das fon tes pes quisadas. Sao as caracteristicas inerentes as fontes que determinam a especi fica. Os registros de batismo,
de uma possibilitam a analise
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