Aprendendo a Compor - Roy Bennett

September 24, 2017 | Author: Marcelo Santos de Souza | Category: Pop Culture, Sound, Performing Arts, Entertainment (General), Leisure
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Um Livro que ensina a estudantes de música como fazer composições musicais...

Description

Cadernos

de Música

A

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da Universidade

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de

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Cambridgt

N

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O

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O

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JOHN HOWARD Editado por Roy Bennett

Jorge Zahar Editor

APRENDENDO A COMPOR Este Aprendendo

a compor é mais um

volume da série Cadernos de Música da Universidade de Cambridge e é sempre importante ressaltar o quanto uma série desse tipo fazia falta à nossa bibliografia — para o estudante; o jovem compositor ou para o professor — propiciando, em seu conjunto, uma visão unificada e abrangente dos múltiplos aspectos da

compositor e não somente no sentido de ouvir música, mas de ouvir toda a variedade de sons que fazem parte de nossa vida cotidiana. As outras seções exploram as diversas dimensões da música através da prática de composição, voltando-se especificamente para um público jovem: o conhecimento e a experiência, quando adquiridos desde cedo, podem desenvolver-se ainda melhor ajudando o aluno a encontrar a

música ocidental.

sua abordagem correta para o trabalho.

John Howard aborda a composição de

Duas seções especiais fecham o

maneira artesanal, apoiando-se na

volume:

arte de ouvir e interpretar. Não há

O banco de recursos

preferência por qualquer estilo musical: para o autor, o estilo só pode resultar da experiência e do gosto pessoal de cada um. Compor é, ao mesmo tempo, uma atividade e uma forma de pensar que engloba todos os estilos, e as primeiras tentativas nesse campo podem buscar inspiração em qualquer tipo de música.

do

compositor

funciona como uma memória ou banco de dados para o estudante, contendo alguns procedimentos usados em composição, mas serve também como um trampolim para suas ideias.

A lista de peças para ouvir é um suporte para o professor na elaboração de um programa para suas aulas e visa apenas sugerir, não tendo

Os exercícios que ele apresenta são

um caráter prescritivo. As peças

apropriados tanto para o trabalho em

podem ser usadas de acordo com as

grupo quanto para o individual e,

tendências reveladas em suas

possivelmente, uma combinação dos

composições.

dois seria a melhor maneira de abordá-los. A opinião do autor é de que seria desejável, do ponto de vista social assim como do musical, que os alunos fizessem música em grupo. A primeira seção do livro é de iniciação à composição, com exercícios fáceis, interessantes e divertidos. É possível aprender muito compondo as próprias músicas. Na verdade, esta é uma das maneiras mais fáceis e estimulantes de se ficar sabendo como funcionam os mecanismos da música, adquirindo técnica e habilidade através da própria experiência. Mas ouvir é parte fundamental da atividade do

A p r e n d e n d o

a

C o m p o r

C A D E R N O S D E MÚSICA D A U N I V E R S I D A D E D E C A M B R I D G E

Volumes da série:

Urna breve história da música Forma e estrutura na música Instrumentos da orquestra Instrumentos de teclado Elementos básicos da música Como ler uma partitura Aprendendo a compor

J o h n

H o w a r d

editado p o rR o y

Bennett

Aprendendo a compor Tradução e adaptação: Maria Teresa de Resende Costa Licenciada em piano, Escola Nacional de Música/UFRJ

Revisão: Luiz Paulo Sampaio

Professor adjunto de história da ópera da Uni-Rio Diretof artístico da Fundação Teatro Municipal, RJ

Jorge Zahar Editor Rio de Janeiro

Título original: L e a r n i n g to

Compose

Tradução autorizada da primeira edição inglesa publicada era 1990 por Cambridge University Press, da Inglaterra, na série Cambridge Assignments in Music Copyright © 1990, Cambridge University Press Copyright © 1991 da edição em língua portuguesa:

Jorge Zahar Editor Ltda. rua México 31 sobreloja 20031 Rio de Janeiro, RJ Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação do copyright. (Lei 5.988) Capa: Gustavo Meyer Editoração eletrônica: TopTextos Edições Gráficas Ltda.

Howar de,ndendo John a compor / John Howard ; editado por AprBennet Roy t ; t;radreuvçiãsãoo eLuiazdaPaul ptaçoão,Sampai Mariao.Teresa Resende — Rideo de JaneiroCost: aJorge Zahar Ed. ,m 1991. (Cadernos de ú s i c a / da Uni v ersidade de Cambridge) T radução de: Learning to compose. Bibliografia. ISBN 85-7110-203-1

Impressão: Tavares e Tristão Ltda. ISBN: 0-521-33910-3 (ed. orig.) ISBN: 85-7110-203-1 (JZE, RJ)

Agradecimentos Pela permissão dada para reproduzir trechos de material regulamentado por copyright, o autor e a editora inglesa agradecem a: (pp. 24, 85) Music ofthe Whole Earth de David Reck, pp. 164,403 respectivamente, © 1977, David Reck reedição de Macmillan Publishing Company, autorizada por Charles Scribner*s Sons; (p. 27) "America", peça de West Side Story de Leonard Bernstein e Stephen Sondheim, © 1957, renovado pelos autores; (p. 30) "Sumraer Night", extraído de An Introduction to Haiku de Harold Henderson, © 1958, do autor, reeditado com a permissão de Doubleday, departamento de Bantam, Doubleday, Dell Publishing Group, Inc.; (p. 49) P o v e r t y Knock, p. 5, de Roy Palmer, Cambridge University Press, 1974; (p. 57) "Abime des Oiseaux", 3 movimento do Quarteto para o Fim d o s Tempos de Messiaen, reproduzido com a permissão de Editions Durand S.A., Paris e United Music Publishers Ltd; (p. 58) "Navegando" do 5 volume Mikrokosmos de Bartók, © 1940, de Hawkes and Sons (Londres) Ltd., reproduzido com a permissão de Boosey & Hawkes Music Publishers Ltd.; (p. 62) "Charlie Rutledge" de Charles Ives, © 1920 Associated Music Publishers Inc.; (p. 62) "The Circus Band" de Charles Ives, reproduzido com a permissão de Peer-Southern Organisation; (p. 63) "Street Boy", extraído de Salford Road de Gareth Owen, © 1974 de Gareth Owen, editado por Macmillan; (p. 76) Sagração da Primavera de Stravinsky © 1921 da Edition Russe de Musique, copyright de Boosey & Hawkes Inc. para todos os países, concedido em 1947, reproduzido com a permissão de Boosey & Hawkes Music Publishers Ltd. Gostaríamos ainda de agradecer pelo uso de material fotográfico e outros itens ilustrativos a: (pp. 8, 22, 86 — à direita, centro) Science Photo Library; (pp. 29, 33 — o relógio) Bridgeman Art Library; (p. 30) Penny Price; (p. 33 — nuvens — pp. 79, 86 à esquerda, centro) Robert Harding Picture Library; (p. 45) Stadtische Galerie im Lenbachhaus, Miinchen; (pp. 54, 86 — era cima, à esquerda, à direita e no centro) Ardea; (p. 86) — centro, embaixo) Jim Hansom; (p. 86 — à direita, embaixo) Landscape Only. Todos os esforços foram feitos para localizar os detentores de copyright, no entanto, teremos a maior satisfação de entrar em contato com aqueles que, porventura, tiveram seus direitos desrespeitados. 8

5

Agradecimentos d o autor Pela ajuda recebida, gostaria de agradecer a: Roy Bennett, Annie Cave, Chen Chi-Lin, meus alunos, David Reck, Andy Smith e Wong Ching-Ping.

u m a n o

Ao Professor

7

A Iniciação

8

C o m o a b o r d a r a composição S o n s : a matéria-prima A ideia musical Próximo estágio: c o m o u s a r a s i d e i a s m u s i c a i s Pensando estruturalmente: u m a abordagem inicial T e x t u r a e timing

8 8 1 2 1 5 1 7 22

técnicas

2 4

Introdução

2 4

1

Tempo U n i d a d e d e t e m p o (pulsação o u b a t i d a ) Ritmo Divisão e adição A ornamentação d e u m a u n i d a d e d e t e m p o

2 2 2 3 4

5 5 8 6 0

2

Melodia Linha e contorno Fraseado C o m o encontrar as notas da melodia: escalas C o m o encontrar as notas da melodia: acordes C o m o desenvolver uma melodia Melodia + acompanhamento

4 4 4 5 5 5 5

2 2 8 0 1 2 7

3

Palavras

6 0

4

ACORDES

6 4

5

Timbre C o m o o u v i r o s harmónicos D u a s i m p o r t a n t e s características d a série harmónica O que é o timbre? C o m o explorar o s sons da v o z O s harmónicos d a v o z

6 6 6 6 7 7

8 8 9 9 1 3

6

Textura Harmonia C o m o u s a r a série harmónica O s bordões e o s o s t i n a t o s n a criação d e t e x t u r a s Várias m e l o d i a s simultâneas

7 7 7 7 8

4 4 7 8 1

7

Estruturação C o m o começar e c o m o t e r m i n a r C o m o p o d e a f a l a a j u d a r n a estruturação d a música Princípios e s t r u t u r a i s C o m o u s a r o envoltório n a criação d e e s t r u t u r a s

8 8 8 8 8

5 5 7 8 9

PROJETO FINAL

9 1

A Emboscada

9 1

O Banco deRecursos d oCompositor

9 3

L i s t a d e Peças p a r a

Ouvir

95

OBSERVAÇÃO D O A U T O R S O B R E A L I S T A D E PEÇAS P A R A O U V I R O propósito desta l i s t a é o de p r e s t a r u m a a j u d a e x t r a às c l a s s e s de c o m p o s i ção. E l a v i s a apenas s u g e r i r e não t e m caráter p r e s c r i t i v o . O u s o q u e se dará às peças poderá o r i e n t a r - s e d e a c o r d o c o m as tendências r e v e l a d a s p e l o s a l u n o s e m suas composições. A seção 7 d a l i s t a (Estruturação) contém e x e m p l o s d e peças o u m o v i m e n t o s q u e s e r v e m p a r a i l u s t r a r a l g u n s p o n t o s d o capítulo 7 . A S i n f o n i a n 5 , d e B e e t h o v e n , e as S i n f o n i a s para i n s t r u m e n t o s d e s o p r o , d e S t r a v i n s k y , i l u s t r a m b e m os princípios estruturais: a repetição e o contraste. A s obras de L u t o s l a w s k i e d e Varèse são e x e m p l o s de u m a e s t r u t u r a dramática e a d e B e r i o r e v e l a não só o u s o da f a l a n a estruturação m u s i c a l ( 2 m o v i m e n t o ) , c o m o também o e m p r e g o d e c o l a g e n s e citações ( 3 m o v i m e n t o ) . A s o u t r a s peças estão l i g a d a s a o exercício 6 4 ( p . 8 9 ) , q u e t e m c o m o o b j e t i v o l e v a r os a l u n o s a o u v i r u m m a i o r número d e músicas e ajudá-los a f o c a l i z a r a s e s t r u t u r a s m u s i c a i s através d o e m p r e g o de u m s i m p l e s princípio. E s t e s e x e m p l o s f o r a m e s c o l h i d o s p o r o f e r e c e r e m d e t a l h e s q u e p o d e m ser a b o r d a d o s d i v e r s a m e n t e e t a m bém p o r a p r e s e n t a r e m u m a f o r m a básica c o m as seções d e a b e r t u r a , d e e n c e r r a m e n t o e a d o c o r p o p r i n c i p a l da música, c o m p r e e n d i d o e n t r e as o u t r a s duas. 2

2

2

A o

professor

A m a n e i r a c o m o , n e s t e l i v r o , a composição é a b o r d a d a , é a r t e s a n a l e apóia-se n a a r t e d e o u v i r e i n t e r p r e t a r . N e l e , não há preferência p o r q u a l q u e r e s t i l o m u s i c a l : o e s t i l o r e s u l t a d a experiência e d a predileção d e c a d a u m . C o m p o r é, a o m e s m o t e m p o , u m a a t i v i d a d e e u m a m a n e i r a de pensar q u e engloba todos o s estilos. A s primeiras tentativas nesse t e r r e n o p o d e m s e r i n s p i r a d a s p o r q u a l q u e r t i p o d e música. O q u e p o s s a s e r a música está f o r a d o n o s s o c o n t r o l e , d e p e n d e m u i t o d o g o s t o e d a experiência d a p e s s o a . N o s s o t r a b a l h o , c o m o p r o f e s s o r e s , i n i c i a - s e n o m o m e n t o e m q u e começamos a d a r f o r m a às ideias d o a l u n o , s e j a m q u a i s f o r e m suas afinidades musicais. E m b o r a a c r i a t i v i d a d e s e j a m u i t o i m p o r t a n t e n e s s e género d e t r a b a l h o , é e s s e n c i a l , n u m c u r s o d e música, q u e f i q u e b e m d e f i n i d a a relação e n t r e c r i a t i v i d a d e e composição. A composição é um d o s m o d o s d e s e r c r i a t i v o e m música; há o u t r o s , a interpretação, p o r e x e m p l o . O u t r a distinção necessária é a q u e d i z r e s p e i t o à composição e à improvisação. A m b a s estão i n t e r l i g a d a s , m a s a composição não é u m a a t i v i d a d e q u e d e c o r r e n o t e m p o r e a l . E l a não t e m d e s e r f e i t a n o m o m e n t o d a execução d a peça. Já a improvisação i m p l i c a u m c o n t e x t o r e a l d e t e m p o , d u r a n t e o q u a l a s decisões têm d e s e r t o m a d a s i n c o n t i n e n t i . São duas atividades que p o d e m ser praticadas tanto e m g r u p o c o m o i n d i v i d u a l m e n t e ; a p r i m e i r a está m u i t o m a i s d e a c o r d o c o m a f i l o s o f i a d e s t e l i v r o . M u i t o s d o s exercícios são i g u a l m e n t e a p r o p r i a d o s às d u a s práticas e a combinação d a s d u a s s e r i a , p o s s i v e l m e n t e , a m e l h o r m a n e i r a d e abordá-los. N a v e r d a d e , o s exercícios f o r a m i n t e n c i o n a l m e n t e p l a n e j a d o s d e m o d o a a b a r c a r u m d e t e r m i n a d o número d e p e s s o a s : a opinião d o a u t o r é a d e q u e , p a r a o s a l u n o s , s e r i a desejável, t a n t o d o p o n t o d e v i s t a s o c i a l c o m o m u s i c a l , q u e f i z e s s e m música e m g r u p o , q u e p o d e v a r i a r q u a n t o a o número d e p e s s o a s . A p r i m e i r a seção v a i p o s s i b i l i t a r a iniciação d o c o m p o s i t o r o u a s u a reiniciação, n o c a s o d e já e x i s t i r u m a experiência a n t e r i o r . A s seções s e g u i n t e s e x p l o r a m a s d i v e r s a s dimensões d a música através d a prática d e composição. O s exercícios e a a b o r d a g e m f o r a m p l a n e j a d o s e s p e c i f i c a m e n t e , p a r a o s a l u n o s q u e s e p r e p a r a m p a r a a obtenção d o c e r t i f i c a d o g e r a l d e educação secundária; o c o n h e c i m e n t o e a experiência, q u a n d o adquiridos cedo, p o d e m desenvolver-se extraordinariamente e fazer c o m q u e o a l u n o e n c o n t r e o nível c o r r e t o d e a b o r d a g e m d o t r a b a l h o . N e s s a f a s e , u m a direção c u i d a d o s a e sensível d o p r o f e s s o r é e s s e n c i a l . O banco de recursos do compositor e a lista de peças para ouvir c o n s t i t u e m d u a s p a r t i c u l a r i d a d e s d o l i v r o . O propósito d o banco de recursos é o d e f u n c i o n a r t a n t o c o m o u m a memória, c o n t e n d o a l g u n s p r o c e d i m e n t o s u s a d o s e m composição, c o m o o d e também s e r v i r d e t r a m p o l i m p a r a a s i d e i a s . Já a lista de peças para ouvir o b j e t i v a a u x i l i a r o s p r o f e s s o r e s n a elaboração d e u m p r o g r a m a q u e s i r v a d e s u p o r t e às a u l a s d e composição.

7

A

INICIAÇÃO

Como abordar a COITipOSiçãO

Sons: matéria-prima

N e s t e l i v r o , a composição d a música é t r a t a d a c o m o u m t r a b a l h o a r t e s a n a l . Você p o d e a p r e n d e r m u i t o c o m p o n d o a s próprias músicas. N a v e r d a d e , e s t a é u m a d a s m a n e i r a s m a i s fáceis e e s t i m u l a n t e s d e f i c a r s a b e n d o c o m o s e p r o c e s s a m o s m e c a n i s m o s d a música. A i d e i a c o r r e n t e d e q u e o s c o m p o s i t o r e s f i c a m s e n t a d o s à e s p e r a d a inspiração n e m sempre é correta. Eles d e s e n v o l v e m s u a arte, a d q u i r e m habilidade e a p r e n d e m a p a r t i r d a própria experiência. T o d o s nós t e m o s q u e começar d e a l g u m p o n t o e n o s s a s experiências m u s i c a i s são, d e l o n g e , a m e l h o r m a n e i r a . A q u e l a s m a i s a n t i g a s , q u e estão m a i s a r r a i g a d a s e m n o s s a s m e n t e s , são a s q u e m a i s n o s s e r v e m , m e s m o q u a n d o l h e s a c r e s c e n t a m o s outras novas. I m p r o v i s a r e o u v i r constituem-se e m duas importantes atividades secundárias. Você p o d e t i r a r b o a s lições d a s músicas f e i t a s p o r o u t r o s e também p o d e a p r e n d e r m u i t o t e s t a n d o n u m i n s t r u m e n t o ( o u c a n t a n d o ) s u a s i d e i a s m u s i c a i s . C a s o f i q u e s a t i s f e i t o c o m a música q u e compôs, ótimo; d o contrário, o m e l h o r será f a z e r alterações e o u v i r , e m s e g u i d a , p a r a s a b e r q u a l f o i o r e s u l t a d o . O f u n d a m e n t a l n e s t e l i v r o é q u e você a d o t e u m a a t i t u d e d e experimentação, d e workshop ( o f i c i n a ) , e também q u e ouça m u i t a música d o s m a i s v a r i a d o s e s t i l o s . N o f i n a l d o l i v r o , você encontrará u m a l i s t a d e peças q u e r e c o m e n d a m o s p a r a o u v i r .

S e você e s t u d o u a r t e n a e s c o l a , é b e m possível q u e t e n h a e n t r a d o e m contato c o m diferentes tipos de materiais e feito uso d e u m a variedade d e técnicas, e é possível também q u e t e n h a c r i a d o a l g u m a c o i s a d a q u a l t i r o u a l g u m a lição q u a n d o , m a i s t a r d e , pôde d i s c u t i - l a c r i t i c a m e n t e c o m o s e u p r o f e s s o r . E s t e p r o c e d i m e n t o é m u i t o s e m e l h a n t e a o d a composição q u e , a n t e s d e t u d o , é o a t o d e f a z e r . S e você a c h a graça e m f i c a r t i r a n d o s o n s das coisas, c o m o t a l v e z , e m o u t r o s t e m p o s , t e n h a g o s t a d o de m o n t a r c o i s a s c o m t i j o l i n h o s , então, você e a composição f o r a m f e i t o s u m p a r a o o u t r o . Você irá amá-la e , c o m e l a , s e d i v e r t i r e a p r e n d e r m u i t o . A q u i , vão d o i s exercícios p a r a você s e i n i c i a r . A n a t u r e z a está r e p l e t a d e f o r m a s m a r a v i l h o s a s , c o m o e s t e s c r i s t a i s de gelo:

8

Estes são apenas alguns exemplos da rica variedade de formas visuais. A natureza está cheia de formas e sons maravilhosos.

9

Exercício 1

E s c o l h a u m lugar interessante para visitar, q u e pode s e r aberto o u f e c h a d o ; p o r e x e m p l o , u m a estação d e t r e n s , u m b o s q u e , u m a b i b l i o t e c a . D u r a n t e c i n c o m i n u t o s f i q u e e m silêncio, e a p e n a s e s c u t e . D e p o i s , faça u m a l i s t a d a s f o r m a s d o s s o n s m a i s i n t e r e s s a n t e s q u e o u v i u . D e s creva-os d ojeito que achar melhor, indicando se e r a m sons breves o u longos, fortes o u fracos, d e ataque (o instante inicial) i n c i s i v o o u suave. Mostramos, aqui, u m exemplo. S O N S

O S 5 o vw

N U M A

ESTAÇÃO

Brev/e/km^o

^raco

suaue

d e wvédio a t r a c o

iwc\s\vx>

vwu\Tò f o r t e

iwcisivo

t>i/v\a v * V s t u r a ,

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covvTTvwo

-forte

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breve

as portoe d o s

Vozes *trevw

conversando avvdawdo

T R E M S

fòrTè^ F r o c o

p a s s a g e i r o s sevNTa\Ado Gyy\ f>ev>6 l u g a r e s passos

T>&

rvúsfúra

D e p o i s d e f e i t a a l i s t a , s e p a r e o s t i p o s d e s o n s : h u m a n o s , mecânicos e naturais. T e n t e agora representar n u m desenho s i m p l e s cada u m d o s sons. O d e passos, por e x e m p l o , poderia s e r representado d a seguinte maneira:

E s t a s e r i a a representação d e alguém q u e v a i c a m i n h a n d o p a r a l o n g e do ouvinte. O sinal ~ significa "ficando cada v e z mais f r a c o " (diminuendo). O b a r u l h o d e u m a porta d e t r e m batendo poderia ser v i s t o a s s i m :

wtuilb forte



D u r a n t e t o d o o t e m p o e m q u e e s t i v e r f a z e n d o e s t e exercício, l e m b r e - s e d e s t a s três e t a p a s : OUVIR RELEMBRAR REGISTRAR

(escrevendo) 10

S e você p o s s u i r u m g r a v a d o r portátil, poderá levá-lo a o l o c a l , p a r a , m a i s t a r d e , r e g i s t r a r o s s o n s , a j u d a d o p e l a gravação.

Exercício 2 A

E s c o l h a u m i n s t r u m e n t o , p o r e x e m p l o , u m p r a t o s u s p e n s o ( d e preferência, g r a n d e ) , u m a g u i t a r r a o u a l g u m que seja b e m s i m p l e s c o m o a b a r r a d e u m carrilhão. P o n h a - s e a tocá-lo, i n v e s t i g a n d o t o d o s o s s o n s q u e e l e é c a p a z d e p r o d u z i r . Faça experiências: t i r e s o n s f o r t e s e f r a c o s , l o n g o s e b r e v e s , v a r i e a m a n e i r a d e t o c a r o i n s t r u m e n t o ; s e e l e f o r d e percussão, u s e b a q u e t a s d i f e r e n t e s . D e p o i s d e t e r d e s c o b e r t o u m número razoável d e s o n s , faça u m a l i s t a d e l e s , d e s c r e v e n d o - o s s u m a r i a m e n t e . E m seguida, estude a lista e ordene o s sons d a m a n e i r a que j u l g a r m e l h o r . P o r e x e m p l o , p o d e r i a arrumá-los p a r t i n d o d o m a i s f r a c o p a r a o m a i s f o r t e o u , então, d e a c o r d o c o m a a l t u r a , i s t o é, começando d o m a i s b a i x o e t e r m i n a n d o c o m o mais alto. U s e o s e uinstinto e b o m senso. V o l t e m a i s u m a v e z a tocá-los, a g o r a , n a o r d e m q u e e s c o l h e u e , s e possível, g r a v e - o s p a r a o u v i - l o s . A q u i , d a m o s a s d i f e r e n t e s e t a p a s d e s t e exercício: I N V E S T I G A R n u m i n s t r u m e n t o d esua escolha F A Z E R A L I S T A dos sons R E S O L V E R q u a l será a o r d e m d e l e s TOCAR G R A V A R ( n u m teipe) OUVIR

B

V o l t e , n o v a m e n t e , a e x a m i n a r a l i s t a e faça d e s e n h o s sumários a o l a d o de cada u m dos sons. P a r a o p r a t o , poderíamos d a r a s s e g u i n t e s sugestões:

Som -fbrtè,baqueta

Desenho dura

rufo suave

-——-——

b a t i d a n o o c o d o f>ratò

u m r u f o c r e s c e n d o e,d£^is,á\w^uivido

—\aJ^a*~~«

N a t u r a l m e n t e , e s t a m o s a p e n a s s u g e r i n d o , você m e s m o terá d e i m a g i n a r o s seus desenhos. E n q u a n t o você p r o c u r a v a r e s o l v e r o s exercícios 1 e 2 , e s t a v a já c o m p o n d o e , p r o v a v e l m e n t e , s e m s e d a r c o n t a d i s s o . E , também, já está começando a a p l i c a r o s e u p e n s a m e n t o a o s s o n s e à maneira como e l e s s e a g r u p a m e s e o r d e n a m . A g o r a , poderá p a s s a r a o próximo estágio. 11

A

ideia

musical

Você já começou a c o m p o r , m a s d e v e e s t a r f a z e n d o - s e a l g u m a s p e r g u n t a s d o t i p o : c o m o v o u s a b e r s e o q u e faço é b o m o u r u i m ? A o n d e levará e s s e t r a b a l h o ? O q u e v o u f a z e r c o m e s s a s f o r m a s q u e p r o d u z i ? Uma r e s p o s t a ( e é b o m d e i x a r b e m c l a r o q u e não e x i s t e a p e n a s u m a ) s e r i a a d e q u e você d e v e r i a , p r i n c i p a l m e n t e , p r e o c u p a r - s e e m a p r e n d e r c o m o d a r f o r m a a u m a c o i s a pequena q u e , d e p o i s , s e t r a n s f o r m a s s e n u m a p a s s a g e m d e música o u m e s m o n u m a peça m u s i c a l . O p r o c e d i m e n t o p o d e r i a ser e s q u e m a t i z a d o d a seguinte m a n e i r a : ma-se €k»\ \ P A S S A G E M

» PEÇA

?

COMPLETA

U m a ideia m u s i c a l é u m a f o r m a m u i t o simples. E l a não contém q u a l q u e r r e c h e i o o u repetição óbvia. A s e g u i r , d a m o s a l g u n s e x e m p l o s de ideias musicais: 2 iv>sfromen1õs àt s o f > r o

3

-f-g^bor m

P>



1

>• > i•

L .•

>

^ o t a ^o f o n e i+

prato

C o m o você p o d e o b s e r v a r p e l o s e x e m p l o s , a s ideias p o d e m t o m a r m u i t a s e d i f e r e n t e s f o r m a s . E m 1 , e l a é u m p e q u e n o m o t i v o melódico; e m 2 , u m a c o r d e c o m c o n t o r n o rítmico; e m 3 e 4 , são, p o r excelência, rítmicas, m a s específicas d o s o m d e t a m b o r e d o p r a t o e , e m 5 , f o r m a u m padrão baseado n o r i t m o e n a altura das notas. A s i d e i a s m u s i c a i s só p o d e m s e r e x p r e s s a s n a f o r m a d e m e l o d i a , a c o r d e e r i t m o o u , então, p e l a combinação d e s s e s três e l e m e n t o s . O q u e m a i s i m p o r t a é s a b e r s e e l a p o s s u i o u não a l g u m a p a r t i c u l a r i d a d e q u e dê condições a o s e u d e s e n v o l v i m e n t o . A s p a l a v r a s - c h a v e s , a q u i , são: •

capacidade de D E S E N V O L V I M E N T O e



P O T E N C I A L I D A D E para o futuro

V e j a m o s c o m o é possível m o d e l a r n o s s a s i d e i a s .

12

1 C o m o u m a melodia A b a i x o , m o s t r a m o s c o m o u m a ideia melódica b e m s i m p l e s v a i g r a d u a l m e n t e s e d e s e n v o l v e n d o ( o u g a n h a n d o f o r m a ) . Nós n o s v a l e m o s , n e s t e exemplo, d o emprego d o c o n t o r n o (a linha formada pela altura d a s n o t a s ) , d o c o n t r a s t e e d a q u i l o q u e é d o domínio d a i m p r e v i s i b i l i d a d e . T o d a s a s três m a n e i r a s p r o c u r a m d e s e n v o l v e r a ideia n o s e n t i d o d e torná-la m a i s e q u i l i b r a d a .

-7 •V

p—1F h R - r - r — I )—j



2 C o m o u m acorde 6 o

c t o

( O ri

I

P

3 Como u m ritmo CO

(te



13



\—

Exercício 3

C o n c e b a u m número d e i d e i a s e t o q u e - a s e m u m o u e m d i f e r e n t e s i n s t r u m e n t o s . Ouça-as c o m atenção e t e n t e d a r - l h e s f o r m a . D e p o i s q u e se s e n t i r r a z o a v e l m e n t e satisfeito c o m a l g u m a , escreva-a d a m a n e i r a que lhe parecer m a i s apropriada. Se ela puder, c o m facilidade, ser e x p r i m i d a p e l a notação u s u a l , u s e e s t a , m a s t a l v e z u m a notação m a i s gráfica s e j a m e l h o r p a r a o s s e u s s o n s . É possível q u e você t e n h a d e c r i a r u m a m a n e i r a s u a d e e s c r e v e r . D e q u a l q u e r m o d o , p r o c u r e s e m p r e f a z e r notações c l a r a s e simples.

uv* S o m deslizado

mw\ sovn complexo (covv\ K v w i l a s u o 2 e s cow\ d i f e r e n t e s s o n s )

Sons curToS d a d o s |7or d i f e r e n f e s n o t a s

u w \ s o w \ cjue \xx\ t o r n a n d o - s e - p o r t e e í ívíterrovn \>\ào Knov\w\en1õ c o m o w \ a o n d a s o a o e q u e s e a l t e r n a e n T r e d u a s t/votas

L e m b r e - s e , o s o m d a música t e m m u i t o m a i s importância d o q u e a s u a aparência n a f o l h a d e p a p e l . E n t r e t a n t o , s e r i a u m a b o a ideia s e você a d q u i r i s s e o hábito d e e s c r e v e r c l a r a m e n t e a s u a peça q u a n d o f o s s e passá-la a l i m p o p e l a última v e z . A g o r a , e x e c u t e s u a s i d e i a s p a r a o s c o l e g a s e d i s c u t a a peça c o m e l e s . T r o q u e m , e n t r e s i , a s peças, d e m o d o q u e c a d a u m p o s s a t o c a r a s ideias d o outro. Discussão: até q u e p o n t o f o i o u não a peça b e m - s u c e d i d a até q u e p o n t o a notação s e m o s t r o u e f i c a z

14

P r ó x i m o estágio: c o m o usar as ideias musicais

I r e m o s a b o r d a r e s t e p r o b l e m a através d e s u a f o r m a m a i s básica. E x i s t e m três m a n e i r a s possíveis d e p r o c e d e r p a r a t r a n s f o r m a r u m a p e q u e n a ideia m u s i c a l n u m a peça d e m a i o r extensão. 1 + 2 a 3

r e p e t i n d o a ideia m u s i c a l , o q u e p o d e s e r a s s i m r e p r e s e n t a d o : A + A A etc. c o n c e b e n d o u m a c o i s a i n t e i r a m e n t e d i f e r e n t e q u e faça c o n t r a s t e c o m p r i m e i r a ideia o u q u e p o n h a c o m o r e s p o s t a a e s t a : A + B . v a r i a n d o a p r i m e i r a ideia: A + A * + A " e t c .

D a m o s , a q u i , e x e m p l o s construídos c o m u m a única ideia básica. N a t u r a l m e n t e , c a b e a o c o m p o s i t o r e s c o l h e r a q u e l e q u e convém m a i s à s u a ideia. £0

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A g o r a , t e n t e r e s o l v e r o exercício q u e s e s e g u e .

Exercício 4

P a r t i n d o d e u m a ideia s u a , t e s t e o s p r o c e d i m e n t o s i n d i c a d o s a b a i x o ( c a d a u m d e u m a v e z ) , d e m a n e i r a a , m a i s o u m e n o s , d u p l i c a r a extensão d a música. •

REPETIÇÃO



CONTRASTE



VARIAÇÃO

U m a b o a m a n e i r a p a r a você o r d e n a r e s t e t r a b a l h o s e r i a : C O M P O R (pensando e rascunhando) F A Z E R A NOTAÇÃO G R A V A R ( n u m teipe) G r a v a r e r e e s c u t a r são d u a s a t i v i d a d e s secundárias d e v a l o r incalculável q u e vão ajudá-lo a p e r c e b e r o efeito d a q u i l o q u e compôs; i s t o , e m c e r t o s e n t i d o , f u n c i o n a c o m o u m feedback p a r a possíveis correções e d e s e n v o l v i m e n t o s posteriores. Q u a n d o você s e n t i r q u e já está d o m i n a n d o o s três p r o c e d i m e n t o s — o q u e , p r o v a v e l m e n t e , não ocorrerá n a s p r i m e i r a s t e n t a t i v a s —, p a s s e p a r a o próximo exercício.

15

Exercício 5 A B

C o m b i n e d u a s versões d a mesma ideia q u e p o s s a m s e r , s i m u l t a n e a m e n t e , tocadas e m diferentes instrumentos. C o m b i n e d u a s diferentes i d e i a s q u e p o s s a m s e r t o c a d a s , s i m u l t a n e a m e n te, e m diferentes i n s t r u m e n t o s . E s c o l h a duas i d e i a s q u e s e a j u s t e m u m a à o u t r a o u , então, q u e t e n h a m a l g u m a c o i s a e m c o m u m o u q u e s e p o n h a m , razoavelmente, contrastadas. O s exercícios 4 e 5 contêm o s p r i m e i r o s p a s s o s d e d u a s a t i v i d a d e s básicas d a música e d a composição. N o 4 , já s e e n c o n t r a u m esboço d o raciocínio melódico, e m b o r a s u a solução não e s t e j a a p e n a s c o n f i n a d a à m e l o d i a . D e c e r t o m o d o , s e m p r e q u e você a s s o c i a r u m s o m a o u t r o q u e o a n t e c e d e o u s u c e d e , você está r a c i o c i n a n d o melodicamente. N o 5 , está a b a s e d o raciocínio harmónico e contrapontístico; u m e o u t r o s e r e f e r e m a s o n s q u e são t o c a d o s a o m e s m o t e m p o . E m o u t r a p a r t e d o l i v r o , você irá s a b e r m a i s s o b r e a h a r m o n i a , c o n c e i t o d e f u n d a m e n t a l importância. O u t r o m o d o d e p r o c e d e r c o m relação a o p r o b l e m a d o u s o d a i d e i a m u s i c a l i r e m o s d e s c o b r i r n a música d e J a v a e d e B a l i , n a Indonésia. E m c e r t o s e n t i d o , t e m o s , a q u i , u m p r o c e d i m e n t o l i g a d o a o q u e já f o i d i t o c o m referência às i d e i a s m u s i c a i s . N u m a peça j a v a n e s a , a f o n t e p r i n c i p a l d a música está n u m a s i m p l e s m e l o d i a d e q u e s e v a l e m t o d o s o s músicos d o c o n j u n t o . N o r m a l m e n t e , a peça t e m 2 0 o u m a i s p a r t e s , t o d a s r e l a c i o n a d a s u m a s c o m a s o u t r a s . O s músicos, d e c e r t a f o r m a , t o c a m a m e s m a m e l o d i a , c h a m a d a balungão, o q u e p o d e s e r t r a d u z i d o c o m o e s q u e l e t o melódico ( e m javanês, balung s i g n i f i c a " o s s o " ) . A s s i m , a m e l o d i a é o e s q u e l e t o d a música q u e d e v e , c o m d e s e n v o l v i m e n t o s c a p r i c h o s o s , s e r p r e e n c h i d o p o r d e t e r m i n a d o s i n s t r u m e n t o s . O c o n j u n t o é c h a m a d o gamelão, p a l a v r a q u e está a s s o c i a d a à q u e q u e r d i z e r " m a r t e l o ' ' . A m a i o r i a d o s i n s t r u m e n t o s é d e percussão.

Exercício 6 P a r a e s t e exercício, você v a i p r e c i s a r d e u m c o n j u n t o , o m a i o r q u e c o n s e g u i r f o r m a r , c o m n o mínimo três músicos. ( a ) E x a m i n e c o m atenção a s e g u i n t e m e l o d i a : e l a é o balungão d a peça abaixo: rebita t a n l a s oeees quanto t

i4

>

1 —I

1

eJ

necessário 4 — t \| d '

7^ f

1 '

( b ) D i v i d a o g r u p o e m três p a r t e s . (c) A parte 1 c o m p e t e aos i n s t r u m e n t o s de r e g i s t r o b a i x o q u e d e v e m tocar muito lentamente. ( d ) A p a r t e 2 f i c a c o m o s i n s t r u m e n t o s d e r e g i s t r o médio e preencherá, c o m ornamentos, as brechas entre as notas longas da parte 1 . ( e ) A p a r t e 3 será t o c a d a p e l o s i n s t r u m e n t o s d e r e g i s t r o a l t o e d e v e o r n a m e n t a r a m e l o d i a c o m n o t a s rápidas. 16

E s t u d e m j u n t o s , tocando cada qual o seu i n s t r u m e n t o . S e f o r grande o número d e músicos, i n t r o d u z a m i n s t r u m e n t o s s e m afinação e r e s o l v a m q u e participação e l e s p o d e r i a m t e r n a música. G r a v e m a versão f i n a l d a peça e, d e p o i s , ouçam-na. Não d e i x e m também d e o u v i r a l g u m a s músicas j a v a n e s a s e b a l i n e s a s (Ver L i s t a d e peças p a r a o u v i r ) .

Pensando estruturalmente: uma abordagem inicial

A m a i o r i a dos compositores costuma usar, a o m e s m o t e m p o , dois tipos d e raciocínio: o p r i m e i r o está i l u s t r a d o p e l o q u e a p r e n d e m o s até a q u i , i s t o é, a criação d a música p e l a expansão d e u m a ideia i n i c i a l . T a l m a n e i r a d e raciocinar pode ser descrita c o m o • o raciocínio d e d e n t r o p a r a f o r a A segunda é o oposto • o raciocínio d e f o r a p a r a d e n t r o Quase sempre, o s compositores passam, instantaneamente, d e u m a dest a s m a n e i r a s p a r a o u t r a ; i s t o , além d e i n c e n t i v a r - l h e s a imaginação, a j u d a - o s a g u a r d a r o s e n t i d o d e proporção d a o b r a . S e r i a , c o m p a r a n d o , o procedimento dos pintores que, vez por outra, se afastam d a tela para, depois, voltar e retomar o trabalho n o quadro. E s t r u t u r a m e n t o é u m a boa palavra para referir este t i p o d e proced i m e n t o q u e , já e m s i , está r e l a c i o n a d o c o m o p l a n o o u a a r q u i t e t u r a d a peça d e música.

Exercício 7 N o n o s s o t r a b a l h o c o m a s i d e i a s m u s i c a i s , f o m o s , g r a d u a l m e n t e , t r a n s f o r m a n d o u m a p e q u e n a ideia e m a l g u m a c o i s a b e m m a i o r . A g o r a , i r e m o s dar u m salto de • U M A ideia s o n o r a para • u m a peça C O M P L E T A , a b o r d a d a através d e s u a E S T R U T U R A A

B a t a n u m p r a t o s u s p e n s o c o m u m a b a q u e t a d e q u a l i d a d e , uma só vez e b e m forte, de m o d o a conseguir u m s o m b e m cheio. Ouça c o m atenção o s o m p r o d u z i d o e você irá n o t a r d i v e r s a s c o i s a s n e l e . 1 O início é a explosão d o s o m . 2 O s o m será o u v i d o , d u r a n t e a l g u m t e m p o , g r a d a t i v a m e n t e d e s a p a r e cendo. 3 O s o m está s e m p r e m u d a n d o e , s e você p r e s t a r atenção, irá escutá-lo f o r m a n d o padrões s o n o r o s , i n c l u s i v e c o m u m a sugestão d e b a t i d a s . 4 A n o t a i n i c i a l d o p r a t o é, n a v e r d a d e , constituída p o r vários s o n s , m u i t o próximos u n s d o s o u t r o s : s e você t o c a r , c o m o s e u braço, u m montão d e n o t a s n o b a i x o d o p i a n o , irá o b t e r u m e f e i t o p a r e c i d o c o m e s t e d a d o pelo prato. 5 S e você o u v i r c o m m u i t a atenção, poderá também d i s t i n g u i r a l g u n s sons mais a o fundo e apagados; principalmente, se colocar o o u v i d o próximo d o p r a t o a n t e s q u e e l e fique t o t a l m e n t e s i l e n c i o s o . E s t e s s o n s , a u m a c e r t a distância, são q u a s e inaudíveis, m a s d e p e r t o são m u i t o bonitos. 17

B

Faça, o m a i s d e t a l h a d o possível, u m desenho d o s o m d o p r a t o . P o r e x e m p l o , e l e p o d e r i a t e r u m a configuração c o m o e s t a :

JSWNSSM (zx>r\mdo baixo)

C

A última e t a p a d o exercício consistirá n a composição d e u m a música p a r a u m c o n j u n t o d e i n s t r u m e n t o s d o q u a l não deverá c o n s t a r o p r a t o . Só há u m a "restrição": a f o r m a o u e s t r u t u r a c o m p l e t a d e s u a peça deverá corresponder a de u m a batida de prato. E m outras palavras, imagine que o s o m d o prato tenha se expandido n o tempo, d i g a m o s que tenha duplic a d o a duração. Você poderá u s a r s e u d e s e n h o c o m o u m g u i a p a r a a f o r m a d a peça. Não d e i x e d e u s a r t o d a s a s características s o n o r a s q u e p e r c e b e r . P o r exemplo: • a música p o d e r i a começar c o m a explosão d o s o m • ela iria tornando-se cada vez m a i s suave • n e l a , p o d e r i a h a v e r o s d i m i n u t o s padrões s o n o r o s e b a t i d a s q u e são ouvidos n o prato • e l a p o d e r i a s e r construída c o m a c o r d e s d e n o t a s m u i t o próximas

D

G r a v e a peça e d e p o i s d e t e r o u v i d o , m a i s u m a v e z , o s o m d o p r a t o , ouça a s u a gravação.

Binário e ternário D u a s d a s m a i s s i m p l e s e e f i c a z e s m a n e i r a s d e p e n s a r e s t r u t u r a l m e n t e são p o s t a s e m prática d e s d e l o n g a d a t a . E s t a s são, u s u a l m e n t e , c h a m a d a s binária e t e r n á r i a e c o s t u m a m s e r d e s i g n a d a s p o r A B n a s peças d e d u a s seções e p o r A B C n a s d e três seções. D a m o s , a s e g u i r , e x e m p l o s d o s dois casos:

18

Bmária Ar*

ty* /C

r

.

r

r

*i

.

li

.

^

j -

i

i

\

|

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1 -4*

E m b o r a o u s o t r a d i c i o n a l d a s e s t r u t u r a s binária e ternária e s t e j a a s s o c i a d o à t o n a l i d a d e — à " l i n g u a g e m " p o s t u l a d a p e l a tónica, p e l a d o m i n a n t e e p o r t o d o s o s t o n s r e l a t i v o s — e l a s , até h o j e , c o n t i n u a m m u i t o úteis a o s c o m p o s i t o r e s d e t o d o s o s géneros d e música. I s t o s e e x p l i c a p e l a relação s i m p l e s e n a t u r a l q u e têm c o m a c r i a t i v i d a d e m u s i c a l . São c o m o a q u e l a s f o r m a s r e c o r r e n t e s n a n a t u r e z a e n a ciência. A o c o m p o r u m a p a s s a g e m m u s i c a l , você poderá p r o s s e g u i - l a a d i cionando • a l g u m a c o i s a d i f e r e n t e ( m a s não d e s c a b i d a ) , i s t o é, n a e s t r u t u r a BINÁRIA - A B , o u • alguma coisa completamente diferente, seguida d o retorno da prim e i r a seção, i s t o é, u s a n d o a e s t r u t u r a TERNÁRIA — A B A T a n t o n a estruturação binária c o m o n a ternária, f a z e m o s u s o d o c o n t r a s t e . O c o n t r a s t e m u s i c a l p o d e s e r o b t i d o d e várias m a n e i r a s . A seguir d a m o s a lista de algumas: 1 A l t e r a n d o a v e l o c i d a d e ( o a n d a m e n t o ) d a música. 2 M o d i f i c a n d o o s i n t e r v a l o s d a m e l o d i a , o u s e j a , s e n a p r i m e i r a seção h o u v e r m u i t o s intervalos grandes, construa a segunda c o m intervalos pequenos. 3 A l t e r a n d o o s e n t i d o rítmico, p o r e x e m p l o , s e n u m a seção h o u v e r muitas notas d e v a l o r pequeno, n a outra, passe a usar notas m a i s l o n g a s . ( O b s e r v e o e x e m p l o d a página 1 9 : n a versão binária você vê m a i s n o t a s l o n g a s J . n o começo d a seção B . ) 4 U s a n d o sonoridades contrastantes. 5 D a n d o à m e l o d i a u m a direção d i f e r e n t e . ( T a n t o n a versão binária c o m o n a ternária m o s t r a d a s n a p . 1 9 , a m e l o d i a d a seção A t e n d e a a b a i x a r , e n q u a n t o a d a seção B a p r e s e n t a u m m o v i m e n t o m a i s a s c e n d e n t e . ) P a r a c o m p r e e n d e r i s t o , a q u i estão d o i s exercícios n o s q u a i s você deverá c o m p l e t a r a música c r i a n d o a seção a u s e n t e . Não esqueça q u e a c o m p l e t e z a d a s e s t r u t u r a s , t a n t o binária q u a n t o ternária, d e p e n d e d e u m a nítida terminação-da peça.

Exercício 8

E s t r u t u r a binária. A c r e s c e n t e u m a seção B à s e g u i n t e m e l o d i a . Você poderá tocá-la e m q u a l q u e r i n s t r u m e n t o q u e l h e s e j a a d e q u a d o .

®

Unte

para qualquer instrurvvev\tõ(ou \x>z)adequado

20

Exercício 9

E s t r u t u r a t e r n á r i a . A c r e s c e n t e a seção d o m e i o ( B ) a e s t a m e l o d i a :

m

»TV—

Ê

a

r ir

É

*

r r

I I

B e c f K o v e n , Sonosk.,

l i

g

r

rr-HÊ

\-\o-r\ 3. contorno ondeado

/f. descida

5-

^orvuu*, de cero©

6- subida

Exercício 32

C o m p o n h a u m a versão p a r a c a d a u m d o s c o n t o r n o s a c i m a , p o d e s e r p a r a canto o u para qualquer i n s t r u m e n t o d e s u a escolha. S e preferir, u s e d i f e r e n t e s i n s t r u m e n t o s , u m p a r a c a d a versão. C o m relação a o e s t u d o d a l i n h a e d o c o n t o r n o , d e v e m o s l e m b r a r q u e — e i s s o v a l e também p a r a t o d o s o s o u t r o s a s p e c t o s d a composição — não há r e g r a s p r o p r i a m e n t e d i t a s . A s decisões d e v e m s e r t o m a d a s e s e g u i d a s c o m coerência. N o e n t a n t o , e x i s t e m divergências c u l t u r a i s s o b r e o q u e é u m a b o a l i n h a melódica. A n a l i s e o s c i n c o e x e m p l o s q u e s e s e g u e m e d e s c u b r a q u a l , n a s u a opinião, é o m e l h o r .

(o) &a\\

P

i

(b)

Iv^dio

i ± i

P

(oqui,os irVt^rvolos

S«M> « H > R > X Í w\ad©s)

É

wvortfe-^mericano

i

n n i j - j

41

j

j

u

j

j

4—#

Parte 2

C o m p o n h a , a g o r a , u m a peça o n d e s e e n c o n t r e m s o m e n t e o s s o n s v o c a i s ( a s p a l a v r a s ) d o t e x t o . Não é p e r m i t i d o , a q u i , n e m o c a n t o c o n v e n c i o n a l n e m o uso de qualquer instrumento. Pense n o texto c o m o u m material q u e v a i f i c a n d o c a d a v e z m a i s p a r e c i d o c o m u m a peça m u s i c a l , até q u e e l e se torne, d e f a t o , u m a música. N e s t a s e g u n d a p a r t e , t a l v e z você o b t e n h a m e l h o r e s r e s u l t a d o s , s e t r a b a l h a r c o m u m grupo d e p e s s o a s p a r a , d e p o i s , t e n t a r a 'orquestração'' do texto: 4

solos (vozes isoladas) duetos (duas vozes) t u t t i s (várias v o z e s j u n t a s ) F i n a l m e n t e , c o m b i n e a s d u a s p a r t e s d e m o d o a o b t e r u m a peça única, q u e p o d e s e r e x e c u t a d a s i m u l t a n e a m e n t e o u a r r a n j a d a d a m a n e i r a que lhe parecer m e l h o r .

COITIO e n c o n t r a r aS n o t a s d a m e l o d i a : eSCalaS

A s escalas nos s e r v e m , m u i t o c o n v e n i e n t e m e n t e , para indicar o c o n j u n t o d e n o t a s q u e estão s e n d o e m p r e g a d a s n u m a peça o u peças. V i s t a s s o b ângulo, e l a s s e c o n s t i t u e m também n u m a e x c e l e n t e f o n t e d e i d e i a s p a r a m e l o d i a s . D o m e s m o m o d o q u e u s a m o s o s espaços e n t r e a s n o t a s l o n g a s d e u m a e s c a l a p a r a c r i a r u m a m e l o d i a , também p o d e m o s criá-la

o u t r o

• o m i t i n d o a l g u m a s notas d a escala ou • u s a n d o padrões d e n o t a s s u g e r i d o s p e l a e s c a l a P o r e x e m p l o , consideremos a seguinte escala: _p . y — — i

i —

i

i *

J

i •

. 1

=

» 1

e l a produzirá u m a m e l o d i a c o m o e s t a :



J #

m

Sabendo-se que as escalas ocidentais representam apenas u m a pequena p a r c e l a d a música e q u e e l a s estão s u b o r d i n a d a s à música — e hão o contrário —, deveríamos p r o c u r a r e s c a l a s d i f e r e n t e s p a r a n o s s a s c o m p o sições.

50

Exercício 35

O b s e r v e a s três e s c a l a s a s e g u i r . C o n c e b a u m a m e l o d i a a p a r t i r d e c a d a u m a delas, para canto o u qualquer i n s t r u m e n t o apropriado. GO •

t

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i

J

i

^

1

CO

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r«3"

É i n t e r e s s a n t e u s a r a e s c a l a p a r a d e f i n i r a extensão d a m e l o d i a , e m o u t r a s p a l a v r a s , a n o t a m a i s a l t a d a e s c a l a será a n o t a m a i s a l t a d a m e l o d i a . Você também poderá l e v a r e m c o n t a s e t o d a s a s n o t a s , e m c a d a u m a d a s e s c a l a s m o s t r a d a s a c i m a , têm i g u a l importância o u s e a l g u m a s s e r i a m m a i s adequadas que outras para concluir a m e l o d i a .

COITIO e n c o n t r a r aS n o t a s d a m e l o d i a ! a c o r d e s

O s a c o r d e s também p o d e m c o n s t i t u i r - s e n u m a f o n t e d e n o t a s p a r a a m e l o d i a . A s composições d e H a y d n e M o z a r t estão r e p l e t a s d e m e l o d i a s criadas a partir de acordes. P o r e x e m p l o , observe estas m e l o d i a s d e Mozart:

1

# | M

J i

w

\iT=m

Artcy r

n

7

f

P

f

f

f

O s c o l c h e t e s i n d i c a m a s n o t a s p r o v e n i e n t e s d e a c o r d e s . São m e l o d i a s criadas a partir de acordes comuns, facilmente f o r m a d o s , mas podemos u s a r o u t r o s m a i s c o m p l e x o s . V e j a , p o r e x e m p l o , e s t e s três:

° G

Oh

^

-O.

-e-

/Vi

"

:

:

E l e s p o d e m dar o r i g e m a estas m e l o d i a s :

*?

7> * - 3 — •

i

^ =

1 —

r

1

k n

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1 - tfH r):l

-

;

Exercício 36

COITIO d e s e n V o l v e r Lima m e l o d i a

p

u.

1

T

'

P f f -

U—-—P



1 A p a r t i r d o s três a c o r d e s m o s t r a d o s a c i m a , c o n c e b a d u a s m e l o d i a s p a r a qualquer instrumento. 2 A c o m p a n h e a m e l o d i a c o m e s t e s três a c o r d e s , t o c a d o s n a o r d e m correta, e m u m o u mais instrumentos.

A s três i d e i a s q u e e x p o m o s a s e g u i r , s o b r e c o m o e n r i q u e c e r u m a m e l o d i a , vão f a z e r c o m q u e você s e l e m b r e d a s q u e a b o r d a m o s n o início d o '* ( P a g i n a 1 5 ) : a repetição, a concepção e a variação. Q u a n d o f o r m o s d e s e n v o l v e r n o s s a s m e l o d i a s , não haverá n e c e s s i d a d e d e f i c a r m o s o t e m p o t o d o à cata de n o v o s m a t e r i a i s , p o d e r e m o s n o s v a l e r d e técnicas q u e p o s s i b i l i t e m u m d e s e n v o l v i m e n t o a p a r t i r d o q u e já t e m o s . v r o

y

e

r

A variação E s t e p r o c e d i m e n t o p o d e s e r p o s t o e m prática d e d u a s m a n e i r a s . A p r i m e i r a c o n s i s t e n a repetição l i g e i r a m e n t e a l t e r a d a d e u m a p e q u e n a célula melódica i n i c i a l o u g r u p o d e n o t a s q u e t o m a m o s c o m o p o n t o d e p a r t i d a . V e j a m o s a s e g u i n t e célula:

52

E l a poderá p r o d u z i r e s t a s variações:

E s t e p r o c e d i m e n t o é u s u a l n a música a f r i c a n a . A segunda m a n e i r a cria u m m a i o r contraste e parte d e u m g r u p o de n o t a s c o m o este:

q u e será d e s l o c a d o o u t r a n s p o s t o p a r a n o t a s m a i s a l t a s o u m a i s b a i x a s . A forma, é claro, permanece exatamente a mesma. V a m o s d a r dois e x e m p l o s deste procedimento: G O

J J

i

J J

g

eJ

ct>->

O

d e s e n v o l v i m e n t o

orgânico

I m a g i n e u m a p e q u e n i n a i d e i a melódica, p o r e x e m p l o :

A g o r a , pense nesta ideia c o m o u m a planta que v a i , aos poucos, crescendo:

m

5SS

P

9

53

E s t e t i p o d e d e s e n v o l v i m e n t o melódico é f r e q u e n t e n a música clássica e u r o p e i a e v a m o s encontrá-lo, p o r e x e m p l o , n o p r i m e i r o m o v i m e n t o d a S i n f o n i a N 5 e m dó m a i o r d e B e e t h o v e n . E l e também é característico da melodia japonesa. 2

Flor-de-páscoa (Anemone

Exercício 37

pulsatillá)

1 I m p r o v i s e s o b r e a ideia a p r e s e n t a d a a b a i x o , p r o c u r a n d o a p a r t i r d e l a formular uma melodia,

mmÈsà

É

2 C o m p o n h a u m a m e l o d i a a p a r t i r d e s t a m e s m a ideia. T o q u e - a n u m i n s t r u m e n t o q u e l h e s e j a a d e q u a d o e peça a u m c o l e g a p a r a gravá-la p a r a você. O

o r n a m e n t o

Há m u i t a s m a n e i r a s d e o r n a m e n t a r u m a m e l o d i a . C o m p a r e u m a m e l o d i a — c o m o a d o c o r a l a b a i x o —, o n d e p r a t i c a m e n t e não e x i s t e q u a l q u e r ornamento O começo d e " 3Ísu, * \ e v x -fr^tMe. J e

1

li 1

4

54

| r

• L o — — ~ J

L__

1

1

1

J

J •

1

c o m e s t a o u t r a — u m a peça p a r a cítara c h i n e s a — q u e contém m u i t o s e diferentes ornamentos.

Com

CÃO d o

A d e u s

Émi 0 i> f ~*. a U L i f

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L_4_

E m n o s s o s e s t u d o s s o b r e o c o n t o r n o , a p r e n d e m o s a técnica d e p r e e n c h e r c o m n o t a s o s espaços c o m p r e e n d i d o s e n t r e a q u e l a s c o n s i d e r a d a s c o m o a s p r i n c i p a i s d a m e l o d i a . E s t e u s o d e n o t a s não-essenciais é u m m e i o m u i t o c o m u m n a ornamentação d e m e l o d i a s . C h a m a m o s n o t a s não-es-

1

s e n c i a i s a q u e l a s q u e , g e r a l m e n t e , não provêm d e a c o r d e s . N a música o c i d e n t a l , o s o r n a m e n t o s m a i s f r e q u e n t e s d e u m a l i n h a m u s i c a l são: • t r i n a d o (alternância rápida d e d u a s n o t a s )

• apojaturas (nota de apoio) _

I

s

0 >

zttt

1— *

n-

^ 1

JM

• apojatura breve, simples

• ou e m grupo

M o s t r a m o s , a s e g u i r , u m a m e l o d i a p a r a c l a r i n e t e o n d e são u s a d o s t o d o s os ornamentos indicados acima. Clarinete

56

Exercício 38 A

Ouça o s o l o d e c l a r i n e t e n o t e r c e i r o m o v i m e n t o , " A b i m e d e s O i s e a u x " , d o Quarteto para o Fim dos Tempos d e M e s s i a e n , q u e a p r e s e n t a m o s — apenas u m trecho — a seguir.

ÉÊÉI

•iSÉi m % g

Nota: é ilegal fotocopiar a música acima.

B

C o l o q u e o r n a m e n t o s nas seguintes linhas escritas para clarinete.

Au

0

i

j

0 H

Melodia + acompanhamento

i

u

———— F

f

«

o

II

Apesar de podermos fazer u m a quantidade d etrabalhos valiosos c o m a m e l o d i a s o z i n h a , q u a s e t o d a s têm u m a c o m p a n h a m e n t o . Há a c o m p a n h a m e n t o s , c o m o n o c a s o d a s canções d e S c h u b e r t , q u e são e x t r e m a m e n t e e l a b o r a d o s . Ouça, p o r e x e m p l o , Erlkõnig ( O R e i d o s E l f o s ) . P o r o u t r o l a d o , há u m número d e a r r a n j o s s i m p l e s d e q u e p o d e m o s f a c i l m e n t e lançar mão. O p r i m e i r o destes seria o q u e acrescenta u m bordão o u u m a n o t a contínua à m e l o d i a , c o m o é f e i t o n a s músicas d e g a i t a d e f o l e s . O bordão pode, por vezes, tomar-se mais deu m a nota: geralmente, duas separadas por u m intervalo de quinta.

Exercício 39 T e n t e a c r e s c e n t a r a u m a m e l o d i a o s s e g u i n t e s a c o m p a n h a m e n t o s : u m bordão d e n o t a única u m bordão d e d u a s n o t a s s e p a r a d a s p o r i n t e r v a l o d e q u i n t a u m acorde completo

57

P o d e m o s , também, d a r à m e l o d i a u m padrão d e o s t i n a t o . O s t i n a t o q u e r d i z e r " o b s t i n a d a m e n t e i g u a l " e é u s a d o c o m referência a u m padrão d e ritmo(s) o u d e notas que se repete sempre d a m e s m a maneira. A b a i x o , m o s t r a m o s u m t i p o d e o s t i n a t o t i r a d o d a peça d e Bartók " N a v e g a n d o " d o q u i n t o v o l u m e d e Mikrokosmos.

f

3

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ÊÉÊÉÉ

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Ir T f f TTH i-tfl

p E s t e é o o s t i n a d o q u e f o i u t i l i z a d o p o r Bartók:

58

t Tfr Tf

Exercício 40

C o n c e b a u m padrão p a r a s e r u s a d o c o m o o s t i n a t o . T o q u e - o n u m instrumento qualquer, enquanto u m colega seu i m p r o v i s a u m a m e l o dia que tenha c o m o a c o m p a n h a m e n t o o seu ostinato. 2 E s c r e v a u m a m e l o d i a p a r a i n s t r u m e n t o d e t e c l a d o . T o q u e - a c o m a mão direita, depois, acrescente-lhe u m ostinato executado pela esquerda. 1

(Você encontrará n o f i n a l d o l i v r o u m sumário r e l a t i v o a técnicas u s a d a s n a composição d a m e l o d i a . )

59

2

• 3l3Vr3S

I r e m o s agora nos ocupar de u m aspecto d a palavra que decorre, naturalm e n t e , d e n o s s a s considerações s o b r e o r i t m o , a l i n h a e o c o n t o r n o . Q u a l q u e r u m que queira c o m p o r para canto t e m d e emprestar e n o r m e importância à p a l a v r a q u e além d e p o s s u i r n u m e r o s a s p o s s i b i l i d a d e s s e m o s t r a e x t r e m a m e n t e interessante. O compositor, a o fazer o arranjo de u m a letra m u s i c a l , t e m de considerar quatro pontos importantes: 1 A escolha exata d o texto. 2 A m a n e i r a c o m o será o t e x t o m u s i c a d o , n u n c a s e e s q u e c e n d o d e q u e p o r m e l h o r q u e s e j a o p o e m a , a música s e m p r e deverá a c r e s c e n t a r - l h e u m a dimensão e x t r a , d o contrário não h a v e r i a razão p a r a musicá-lo. 3 A adequação d o t e x t o a o c a n t o . 4 O provável c o n f l i t o e n t r e música e l e t r a . Q u a n d o você q u e r f a z e r c o m q u e a s p a l a v r a s c a n t e m ( j o g a n d o , a q u i , c o m o título q u e R . M u r r a y S c h a f e r d e u a o s e u l i v r o Quando cantam as palavras) t e m q u e d e c i d i r se v a i ter: u m a n o t a p o r sílaba ( = p a l a v r a s d i s t i n t a m e n t e o u v i d a s ) ou u m a c u r v a d e n o t a s s o b r e u m a sílaba ( = e f e i t o m u s i c a l ) . N a t u r a l m e n t e , a solução q u a s e s e m p r e está n a combinação d e s t e s dois procedimentos. E m p r i m e i r o l u g a r , v a m o s c o n s i d e r a r a e s c o l h a d o t e x t o . A prudência manda que se evite arranjos c o m obras-primas d a literatura, porque além d e l a s s e r e m d e m a s i a d a m e n t e c o n h e c i d a s a música n a d a t e m a a c r e s c e n t a r a o s e u v a l o r artístico. Até c e r t o p o n t o , e s t a é u m a e s c o l h a p e s s o a l : o t e x t o p r e c i s a a c e n d e r a imaginação p a r a q u e a música v e n h a a g a n h a r v i d a própria. P o r e s t e m o t i v o , não s e r i a má ideia s e você c o n s e g u i s s e a colaboração d e o u t r a s p e s s o a s q u e f i z e s s e m a s l e t r a s ; i s t o poderá t r a z e r r e s u l t a d o s m a i s i n t e r e s s a n t e s . M a s t a l v e z você m e s m o p r e f i r a f a z e r s u a s l e t r a s . O c o m p o s i t o r M i c h a e l T i p p e t t , p o r e x e m p l o , e s c r e v e u a l e t r a e a música d e s e u oratório A Child ofOur Time ( " U m a Criança d e N o s s o T e m p o " ) . Q u e tal entrarmos agora n o arranjo propriamente da letra? Antes de m a i s n a d a , você p r e c i s a c o n h e c e r m u i t o b e m o s o m d o t e x t o e p a r a i s t o b a s t a lê-lo e m v o z a l t a . D e p o i s , p r o c u r e a métrica, o padrão f o r m a d o pelos acentos o u , mais simplesmente, procure as notas acentuadas da música e faça-as c o i n c i d i r c o m a s sílabas tónicas d a s p a l a v r a s .

Exercício 41

A

E s c o l h a três p e q u e n o s p o e m a s , v e r s o s i n f a n t i s i r i a m b e m . E s t u d e o padrão d o s a c e n t o s e c o l o q u e u m a m a r c a s o b r e a s sílabas a c e n t u a d a s :

/ Era

/ VVY\Q

/

/

vez

três

60

Este seria o e x e m p l o de u m texto apropriado: Era uma vez três. Dois polacos e um francês. Os polacos deram, deram, no francês. O francês, por sua vez, Puxou a espada com rapidez. Que pensam vocês que ele fez?. Matou ? Esfolou ? Foi pro xadrêsl Esperem. Vou começar outra vez. Era uma vez três... ( v o l t a a o começo) C o m p o n h a u m a m e l o d i a p a r a u m d o s t e x t o s . C a n t e - a o u peça a alguém p a r a fazê-lo. P r e s t e atenção n a m a n e i r a c o m o a l e t r a e a música s e ajustam u m a à outra.

A adequação d a l e t r a a o c a n t o é u m a questão d e d i s c e r n i m e n t o q u e você só irá a d q u i r i r c o m a prática. N o e n t a n t o , há a l g u m a s r e g r a s q u e poderão ajudá-lo. P r i m e i r a : a adequação d e p e n d e d a m a n e i r a q u e você e s c o l h e u p a r a m u s i c a r o t e x t o . S e você p u s e r u m a sílaba difícil n u m a n o t a a l t a , haverá sensação d e d e s c o n f o r t o . A s n o t a s a l t a s p e d e m v o g a i s a b e r t a s , fáceis. S e g u n d a : q u a n d o h o u v e r u m a sucessão d e c o n s o a n t e s d u r a s , o ritmo deverá s e r b e m m a r c a d o , b e m i n c i s i v o . T e r c e i r a : e v i t e q u e p a l a v r a s s e m importância pareçam i m p o r t a n t e s . P r o c u r e a q u e l a s m a i s s i g n i f i c a t i v a s q u e dêem m a r g e m a u m t r a t a m e n t o m a i s especial. Q u a r t a : a adequação d e p e n d e também d o t i p o d a l i n g u a g e m u s a d a . P e r g u n t e - s e s o b r e o e s t i l o d o t e x t o : s e r i a e l e enfático e romântico o u c o l o q u i a l e d e s p r e t e n s i o s o ? A compreensão d o e s t i l o poético poderá ajudá-lo a d e t e r m i n a r o caráter d a música. N e s s e p o n t o , u m p o u c o d e e s t u d o d o reggae, d e c o m o , n e l e , s e c a s a m música e l e t r a , l h e f a r i a m u i t o b e m . A s canções reggae d e B o b M a r l e y são ótimas p o i s d e m o n s t r a m u m a m i s t u r a q u a s e p e r f e i t a d o s e s t i l o s m u s i c a l e poético. Ouça d e s t e c o m p o s i t o r " C h a n t D o w n B a b y l o n " e " B u f f a l o S o l d i e r " q u e s e e n c o n t r a m n o s e u L P Confrontation. U m a última c o i s a c o m relação à l e t r a m u s i c a l . P o d e s e r d e g r a n d e utilidade u m recurso que chamaremos p i n t u r a v e r b a l . Isto quer dizer r e a l m e n t e " p i n t a r " c o m música u m a p a l a v r a d o t e x t o , o q u e p o d e s e r u m a coisa b e m simples c o m o u m a subida d enotas, porque o texto fala e m subida, o u o uso deu m acorde, particularmente ' ' d u r o ' ' por causa d a palavra " f r i o " . O s c o m p o s i t o r e s d e m a d r i g a i s d o século X V I , n a I n g l a t e r r a , c o s t u m a v a m d e l i c i a r - s e c o m e s t e p r o c e d i m e n t o ; ouça, p o r e x e m p l o , As Vesta was from Latmos Hill descending ( " Q u a n d o V e s t a d e s c i a a c o l i n a d o s L a t m o s " ) de T h o m a s Weelkes. O s empregos mais interessantes de p i n t u r a v e r b a l o c o r r e m n a s expressões: running down ( " d e s c e n d o às c a r r e i r a s " ) two by two ( " d e d o i s e m d o i s " ) three by three together ( " d e três e m três") ali alone Ç'inteiramente só") 61

" Ó D o r , vais acabar c o m i g o " é o u t r o b o m m a d r i g a l de W e e l k e s , o n d e p o d e m s e r e n c o n t r a d o s a l g u n s c u r i o s o s a r r a n j o s . V e j a o q u e você consegue descobrir n a p r i m e i r a parte deste m a d r i g a l que apresentamos traduzido: O Dor, vais acabar comigo. Se com angústia triste não consigo Subjugar-te Fa la la. Ferida tão mortal só há de curar A alegria feita em arte. Fa la la. Você encontrará e x e m p l o s m a i s m o d e r n o s n a música d e B r i t t e n e d e T i p p e t t . Ouça, d e B r i t t e n , o " N o t u r n o " e o " H i n o " d a Serenata p a r a tenor, t r o m p a e cordas ( u m a boa obra para o estudo dos arranjos da letra, e m g e r a l ) e d e T i p p e t t , Uma Criança de Nosso Tempo. Ouça, p r i n c i p a l m e n t e , o c o r o d a a b e r t u r a d e s t a o b r a : " O m u n d o volta a s u a f a c e escura'', o n d e a s p a l a v r a s " v o l t a " e " e s c u r a " estão r e p r e s e n t a d a s n a música d e m o d o particularmente marcante. N a música d o c o m p o s i t o r a m e r i c a n o C h a r l e s I v e s há i n t e r e s s a n t e s aplicações d e s t e p r o c e d i m e n t o , u s a d o s , i n c l u s i v e , c o m c e r t a extravagânc i a . O b s e r v e , p o r e x e m p l o , s u a s canções The Circus Band ( " A B a n d a do Circo") e "Charlie Rutledge"

" A 60

B o n d a

d o

C i r c o * x>

l ^ e s f a z a m u s i c a " d a r f>inoté n a s ( p a l a v r a s / ^ o r s e - 5 are /brancing (* o$ c a v a l o s € é t ã o ^ m o T e a n d o " , ) :

i i

i i

«

ClO

.

*

i *

M ab o ( ' o n d e e s t a a wioçxx " t o d o . d e r o s a , * ) | v e s i m i t o v v\o £ia*\o a s f a n f a r r a s d a b a r d a d o c i r c o . 1

"CkarUe (a)

Rufled^e*

P e s a d o s a c o r d e s d e \?\n

n

"

°

- --

-

O

"—

U m a m a n e i r a c o n v e n i e n t e e também estilística d e o r g a n i z a r a música seria dividi-la e m compassos de quatro tempos, onde u m acorde para c a d a t e m p o s e r e p e t i r i a q u a t r o v e z e s até c o m p l e t a r o c o m p a s s o . E u m

t i p o d e c a d e n c i a d o rítmico q u e v a i b e m c o m o e s t i l o d o s blues. A notação se m o s t r a a s s i m :

ÉJÉÉÉÉÉÉÉIÉ ÉÉÉÉ ÉÉÉÉ

m a.

J

J

r r rr

J

ÉÉÉÉ U M

gr r r f

J

J

J

J

J

J

J

J

Você p o d e . • repetir tudo • repetir cada

compasso

D e p o i s d e t e r e m e x e r c i t a d o b a s t a n t e e s t e padrão d e a c o r d e s , p a s s e m a abordá-lo s e p a r a d a m e n t e p a r a f a z e r e m s o l o s d e i m p r o v i s o s o b r e s u a s n o t a s . Não d e i x e m d e t r e i n a r c o m r e g u l a r i d a d e , t a l v e z u n s d e z m i n u t o s a n t e s d o começo d a s a u l a s , d u r a n t e três m e s e s s e g u i d o s . Vocês vão s e d i v e r t i r m u i t o e a i n d a acabarão g r a n d e s i m p r o v i s a d o r e s d e blues.

Exercício 45

O u t r a m a n e i r a d e você e x e r c i t a r - s e n o s a c o r d e s I , I V e V será f a z e n d o harmonizações d e m e l o d i a s b e m c o n h e c i d a s ( o s e u p r o f e s s o r poderá ajudá-lo a e s c o l h e r a l g u m a s q u e s e j a m m a i s a p r o p r i a d a s ) . Faça o a r r a n j o delas passando pelas seguintes etapas d e trabalho: 1 H a r m o n i z e a m e l o d i a p o r m e i o d e três a c o r d e s u s a d o s n o s d e v i d o s lugares. 2 C o n c e b a u m padrão rítmico d e a c o m p a n h a m e n t o . 3 E s c o l h a para tocar a m e l o d i a u m i n s t r u m e n t o , o s acordes, u m o u t r o e a linha d o baixo, u m terceiro, deixando o r i t m o a cargo de tambores o u d e q u a l q u e r o u t r o i n s t r u m e n t o d e percussão. O s e g u n d o p r o c e d i m e n t o c o m relação à h a r m o n i a é t o t a l m e n t e d i f e r e n t e . S e a música não e s t i v e r d e n t r o d o s i s t e m a t o n a l ( m a i o r - m e n o r ) , v a i p r e c i s a r d e o u t r o s princípios p a r a o r g a n i z a r s u a h a r m o n i a . U m d e s s e s é o u s o d e i n t e r v a l o s ( o espaço e n t r e d u a s n o t a s ) p a r a c r i a r a c o r d e s . P o r e x e m p l o , u m acorde poderia ser criado a p a r t i r de b e m p o u c o s i n t e r v a l o s , i n c l u s i v e s e r f o r m a d o p o r u m só t i p o d e i n t e r v a l o . A q u i , m o s t r a m o s u m a c o r d e construído c o m i n t e r v a l o s d e s e g u n d a s ( p a r e s d e n o t a s v i z i n h a s ) : P }

_^

^

66

e também u m a c o r d e característico f o r m a d o p o r q u a r t a s :

-O-

P o r o u t r o l a d o , você p o d e r i a c r i a r u m a c o r d e f o r m a d o p o r vários t i p o s de intervalos. A s s i m :

O que devemos evitar, principalmente, neste tipo de h a r m o n i a é o u s o banal d e oitavas entre as notas. C o m o n o e x e m p l o abaixo:

-O.

O e x e m p l o que se segue é b e m melhor, pois a oitava, f o r m a d a entre as d u a s n o t a s s o l , s e a c h a disfarçada:

O: g Exercício 46

=

C o m p o n h a u m padrão d e s e i s a c o r d e s d i f e r e n t e s , construídos p o r m e i o d e i n t e r v a l o s . Faça a orquestração d e l e s p a r a u m c o n j u n t o q u a l q u e r d e i n s t r u m e n t o s — t a l v e z , a o r q u e s t r a o u a b a n d a e s c o l a r . G r a v e a execução. Você p o d e r i a f a z e r experiências c o m a o r d e m e m q u e são t o c a d o s . S e q u i s e r l e v a r a experiência m a i s a d i a n t e , c o m p o n h a u m a peça d e música b a s e a d a n e s t e m e s m o padrão d e a c o r d e s , p o d e n d o , i n c l u s i v e , c o n c e b e r u m a m e l o d i a para ser a c o m p a n h a d a p o r eles.

67

£j m

I IH l D r©

U m d o s c o m p o n e n t e s p r i m o r d i a i s d a música é o q u e c h a m a m o s série h a r m ó n i c a , q u e é u m a sequência n a t u r a l d e n o t a s q u e g u a r d a m s e m p r e m e s m o padrão d e i n t e r v a l o s e está l i g a d a a q u a l q u e r s o m q u e s e j a c a u s a d o p o r vibrações r e g u l a r e s d o a r . N u m a série harmónica estão incluídas t o d a s a s n o t a s c o n v e n c i o n a i s d a música e a m a i s b a i x a d e t o d a s é denominada f u n d a m e n t a l . A c i m a da fundamental se encontram o s harmónicos q u e f o r m a m o padrão d e i n t e r v a l o s d a d o a s e g u i r . ( A s n o t a s m a r c a d a s c o m * f o g e m d a afinação n o r m a l d a s e s c a l a s . )

u

m

* Cora d e tom

"^fufsda^dâL

N a v e r d a d e , a q u i s e e n c o n t r a a p e n a s p a r t e d a série, p o i s e l a p r o s s e g u e , c a d a v e z m a i s a l t a , até q u e o o u v i d o h u m a n o não s e j a c a p a z d e d i s t i n g u i r q u a l q u e r d e s e u s harmónicos.

Como ouvir os harmónicos Exercício 47

1 U s e q u a l q u e r i n s t r u m e n t o de m e t a l . T o q u e a n o t a " a b e r t a ' ' m a i s b a i x a d e t o d a s , i s t o é, a o b t i d a s e m válvulas e c h a v e s ( n o c a s o d o t r o m b o n e , s e m o c o n c u r s o d e v a r a ) , m a s f o r n e c i d a u n i c a m e n t e p e l a pressão l a b i a l . I s s o n o s dá u m b o m t e s t e m u n h o d a audição d e u m a p a r t e d a série. Você deverá o u v i r , p e l o m e n o s , o s s e g u i n t e s s o n s :

áo

>

-e-

o

(os> S o n s m a i s b a i x o s d o f r o i ^ v b o n e )

2 N o piano, abaixe, s e m deixar soar, as teclas das seguintes notas:

t

abaixar:

68

T o q u e esta nota:

0 mais forte que puder e OUÇA: Você deverá o u v i r a l g u n s harmónicos s o a n d o a c i m a d a n o t a dó.

Exercício 48

C o m p o n h a u m pequeno estudo d o qual constem: 1 as notas abertas de u m i n s t r u m e n t o de m e t a l ; 2 a m a n e i r a d e p r o d u z i r harmónicos d o p i a n o , q u e a c a b a m o s d e m e n cionar.

Duas i m p o r t a n t e s características da série h a r m ó n i c a

í Q u a n t o m a i s s u b i r a série, m a i s a s n o t a s ficarão próximas u m a s d a s outras, 2 O que faz u m instrumento soar diversamente d o o u t r o é a particular combinação d e s e u s harmónicos. E m o u t r a s p a l a v r a s , t o d o s i n s t r u m e n t o s p o s s u e m harmónicos: a l g u n s m o s t r a n d o - s e f o r t e s e o u t r o s f r a c o s e é p r e c i s a m e n t e a m a n e i r a c o m o n u m i n s t r u m e n t o estão o r g a n i z a d o s o s harmónicos e m f o r t e s e f r a c o s q u e irá d i s t i n g u i - l o d o s d e m a i s , c o m o s e i s s o f o s s e s u a impressão d i g i t a l .

O

C|Ue

é

O

timbre?

Poderíamos d e f i n i - l o c o m o : • a C O R do som 0 t i m b r e é constituído p o r d i v e r s o s e l e m e n t o s . "

1 P e l a p a r t i c u l a r combinação d o s harmónicos. 2 P e l a f o r n i a d a n o t a o u v i d a , o q u e c h a m a r e m o s envoltório d o s o m , n o s e n t i d o d e a b r a n g e r o u s o d e três e l e m e n t o s : • • •

A T A Q U E (início) SUSTENTAÇÃO ( m e i o ) S O L T U R A (fim)

A n a l i s e e s t e s d e s e n h o s q u e m o s t r a m três t i p o s d e envoltórios: de UKW piaKxO ataqu*

u m \y\S"truyv\ev^tõ cU. a r c o

atãcjue

eostenTaçao

l-A \

soltura

\ \ \ N

O envoltório, p o r c a r a c t e r i z a r o s o m , p o d e t e r g r a n d e u t i l i d a d e p a r a nós, e s p e c i a l m e n t e n a criação d e e s t r u t u r a s m u s i c a i s ( v e j a capítulo 7 ) . 3 P e l a ressonância d o s o m . I s t o s e r e f e r e à influência e x e r c i d a p e l o material de q u e é feito o instrumento sobre o s o m e, n o caso d o s instrumentos de sopro, à maneira c o m o o a r vibra dentro d o instrumento. Compare:

um violino

com um oboé

com um alaúde chinês 70

E m s u a s composições, é p r e c i s o l e v a r e m c o n t a o t i m b r e . E l e p o d e t o r n a r - s e u m a f a s c i n a n t e dimensão d a música, e s p e c i a l m e n t e s e você a p l i c a r t u d o q u e já d i s s e m o s às combinações não só d e i n s t r u m e n t o s e v o z e s , c o m o também às peças p a r a s o l o .

Exercício 49

A

B

Exercício 50

E s c o l h a , d e s e n h e e g r a v e q u a t r o s o n s c o m d i f e r e n t e s envoltórios. Faça os desenhos, usando c o m o m o d e l o o s exemplos dados aqui. C o m p o n h a u m a p e q u e n a peça b a s e a d a n o c o n t r a s t e e n t r e e l e s .

E s c o l h a m quatro instrumentos que possam tocar u m a m e s m a nota, n u m a d a d a afinação. P r o c u r e m t o c a r a n o t a c o m b i n a n d o d e m a n e i r a d i f e r e n t e o s i n s t r u m e n t o s . C o m p o n h a u m a p e q u e n a peça q u e e x p l o r e o s d i f e r e n t e s t i m b r e s criados c o m esta nota.

Reúna 1 5 d i f e r e n t e s t i m b r e s . G r a v e - o s e faça u m a l i s t a d e s c r e v e n d o - o s o m a i s d e t a l h a d a m e n t e possível. A q u i estão a l g u m a s i d e i a s q u e poderão ajudá-lo: u m a v o z nasal u m tambor e u m bloco tocando perfeitamente e m sintonia três v o z e s simultâneas, e m i t i n d o a m e s m a n o t a u m a nota n u m metalofone u m a g u i t a r r a e u m v i o l i n o p i c a n d o a c o r d a , m a s não a m e s m a nota E s c o l h a d e s u a l i s t a o s c i n c o t i m b r e s d e q u e você m a i s g o s t e . Faça u m a composição o n d e e l e s apareçam o r d e n a d o s d a m e l h o r f o r m a , s e quiser use alguns m a i s d e u m a vez.

CoiTIO e x p l o r a r OS S O n S d a VOZ

E m certo sentido, v a m o s tratar a v o z c o m o se fosse u m i n s t r u m e n t o . P r o v a v e l m e n t e , o c o m p o s i t o r d o século X X q u e m a i s c o n t r i b u i u p a r a d e s e n v o l v e r este aspecto d a v o z f o i o i t a l i a n o L u c i a n o B e r i o . C o m ele, a s p o s s i b i l i d a d e s d a v o z a u m e n t a r a m m u i t o , não f i c a n d o m a i s r e s t r i t a s apenas a o canto convencional. A v o z é m u i t o mais ampla d o q u e isto. E l a pode incluir coisas c o m o : sussurro brado grito fala c o m diferentes sotaques rosnado guincho

71

Exercício 51

Há m u i t o m a i s p o s s i b i l i d a d e s . P a r a conhecê-las ouça u m a o u d u a s d e s t a s composições d e B e r i o : Circles Sequenza III p a r a v o z f e m i n i n a Visage The ma (Omaggio aJoyce) V a l e r i a a p e n a s e g u i r a p a r t i t u r a d a s d u a s p r i m e i r a s , não só p e l o método p a r t i c u l a r d e s u a e s c r i t a m u s i c a l c o m o também p e l o r e g i s t r o d a i m a g i nação v i s u a l . N a s d u a s últimas peças, Visage e Omaggio a Joyce, a v o z é u s a d a c o m o u m a f o n t e d e c u r i o s o s s o n s eletrônicos. Você poderá f i c a r sabendo mais ainda sobre isto, o u v i n d o : Anti credos d e T r e v o r W i s h a r t Lux aeterna d e L i g e t i São d o i s c o m p o s i t o r e s q u e e x p l o r a r a m a u d a c i o s a m e n t e a s p o s s i b i l i d a d e s vocais. Wishart, sobretudo, t e m u m detalhado estudo sobre d o q u e é capaz a v o z e certas partes d o c o r p o , chegando m e s m o a usar sons labiais, palmas de diversos tipos, formatos variados d e boca e muitas outras técnicas.

N o n o s s o u s o d a v o z é e s s e n c i a l q u e t e n h a m o s c e r t a compreensão d a m a n e i r a c o m o o u t r a s c u l t u r a s a e m p r e g a m . P o r e x e m p l o , a índia, o O r i e n t e Médio, a África e a América p r o v a m não s e r a n o s s a ideia d e c a n t o a única n o m u n d o . N o s u l d a África, a s s o v i a r , c a n t a r o l a r , m u r m u r a r , b e m c o m o o u t r o s s o n s v o c a i s , c o s t u m a m f a z e r p a r t e d a música. N o c a n t o d o índio a m e r i c a n o , você poderá o u v i r além d e s o n s n a s a i s o u t r o s q u e r e p r o d u z e m t r e m o r e s ( v i b r a t o s ) e g l i s s a n d o s d e várias espécies. Também n a música d e n o s s a c u l t u r a você perceberá m u i t o s e s t i l o s d e c a n t a r : c o m p a r e o blues c o m o soul, a ópera c o m a s canções r e g i o n a l i s t a s e o jazz scat c o m o s c o r o s d e i g r e j a .

Exercício 52

G r a v e d i f e r e n t e s t i m b r e s v o c a i s , o máximo q u e c o n s e g u i r . A q u i vão a l g u m a s sugestões: murmúrio canto brado rosnado gargarejo canto e tremor de queixo c a n t o e t r e m o r d e língua grito suspiro fala

72

Os

hariTIÔniCOS d a V O Z

Exercício 53

N o T i b e t e , o s m o n g e s b u d i s t a s d e s e n v o l v e r a m técnicas s i n g u l a r e s p a r a ° u s o d a v o z . E m v e z d e c o n c e n t r a r e m - s e só n a emissão d e u m a n o t a ( a f u n d a m e n t a l ) , e l e s também a p r e n d e r a m a c o n t r o l a r a i n t e n s i d a d e d o s harmónicos. Há v e z e s e m q u e p a r e c e m e s t a r c a n t a n d o várias n o t a s a o m e s m o t e m p o . É difícil e x p l i c a r c o m o i s t o é f e i t o , e m b o r a t e n h a a v e r c o m a a l t u r a d a n o t a f u n d a m e n t a l , q u e é m u i t o b a i x a , p e r t o d o dó o u s i d o b a i x o , c o m o s s e u s harmónicos m a i s a l t o s s e n d o o u v i d o s c l a r a m e n t e . Você poderá i n v e s t i g a r o s harmónicos d e s u a v o z f a z e n d o o s e g u i n t e : 1 E s c o l h a u m a n o t a fácil d e s e r e m i t i d a . 2 C a n t e f o r t e a n o t a , u s a n d o a s l e t r a s H O O H p a r a pronunciá-la. 3 Passe de u m a letra à outra, devagar e c o m cuidado, m u d a n d o a f o r m a d a b o c a o m a i s l e n t a m e n t e possível. 4 O u ç a c o m atenção. U m a p a r t e d o t r u q u e c o n s i s t e e m a p r e n d e r a o u v i r o s harmónicos. E l e s estão lá o t e m p o t o d o , a p e n a s não são n o r m a l mente percebidos. x

Se conseguir u m m i c r o f o n e o u m e s m o u m gravador para a m p l i a r a v o z , m e l h o r ainda. D e p o i s d e d u a s o u três t e n t a t i v a s , você começará a o u v i r a série d o s harmónicos m u d a n d o d e a c o r d o c o m a n o t a q u e está s e n d o c a n t a d a . Quando emitir b e m vagarosamente I I - O O , abrindo a boca apenas ligeir a m e n t e , irá o u v i r a série harmónica d e s c e n d o , e q u a n d o e m i t i r O O - I I , irá o u v i - l a s u b i n d o . U m a explicação p a r a i s t o s e r i a a d e q u e a b o c a , a o - m o v e r - s e , e s t a r i a , d e f a t o , p a s s a n d o p e l a série c o m p l e t a d o s s o n s d a s v o g a i s , c o m c a d a u m d e s t e s s o n s e n f a t i z a n d o u m d i f e r e n t e harmónico d a série. A peça d e S t o c k h a u s e n Stimmung, c u j o título s i g n i f i c a , l i t e r a l m e n t e , * 'afinação'', b a s e i a - s e n o princípio d o c o n t r o l e v o c a l d o s harmónicos. E l a está construída s o b r e e s t e a c o r d e :

c o m s e i s c a n t o r e s c o n t r o l a n d o , c a d a u m , o s harmónicos q u e s o a m p o r c i m a das notas d o acorde.

73

g I © X t U T 3

Harmonia

Você d e v e l e m b r a r - s e ( v e r a página 2 2 d e s t e l i v r o ) q u e o t e r m o t e x t u r a pode, p o r u m lado, referir-se a u m particular " s e n t i d o " de passagem m u s i c a l e , p o r o u t r o , p o d e e s t a r r e l a c i o n a d o c o m a m a n e i r a c o m o estão t r a m a d o s o s f i o s d e u m t e c i d o . Há vários t i p o s d e t e x t u r a m u s i c a l . I r e m o s i n v e s t i g a r a l g u m a s p a r a a p r e n d e r m o s a utilizá-las.

H a r m o n i a é o q u e a c o n t e c e q u a n d o d u a s o u m a i s n o t a s são o u v i d a s a o m e s m o t e m p o . N a seção e m q u e t r a t a m o s d o s a c o r d e s , f i c a m o s s a b e n d o a l g u m a c o i s a s o b r e o s p r o c e d i m e n t o s d a h a r m o n i a : u m a área c o m p l e x a e f a s c i n a n t e d a música. M a s , a h a r m o n i a também p o d e s e r e x a m i n a d a d o ponto de vista da textura. P o r e x e m p l o , você poderá t e r u m a h a r m o n i a s i m p l e s o u c o m p l e x a . N u m a s i m p l e s , são e m p r e g a d o s s o m e n t e u n s p o u c o s a c o r d e s d e f o r m a contínua, c o m o n a m e l o d i a a b a i x o :

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P o r o u t r o lado, n u m a passagem c o m o a deste coral, h a r m o n i z a d o p o r Bach, v a m o s encontrar u m a quantidade de acordes e d e notas ornamentais:

C o r a l : * t í S t « W o r * e w s i h a r m o n i z a d o por 4hk

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O u t r o m o d o d e p e s q u i s a r a s t e x t u r a s harmónicas s e r i a vê-las o u c o m o r e s u l t a n t e s d e u m p l a n e j a m e n t o , o u c o m o p r o v i n d a s d a inspiração d o m o m e n t o , m a i s p r e c i s a m e n t e d a intuição. M u i t o s jazz e pop t i v e r a m s u a h a r m o n i a c r i a d a p e l o método i n t u i t i v o .

Exercício 54 A

F o r m e m u m g r u p o d e q u a t r o o u c i n c o p e s s o a s . U m a p a r t e deverá t o c a r a melodia abaixo e mqualquer instrumento apropriado.

i ^ T T

1

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T

l i l rrr

Ir

I I tt

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A o u t r a deverá t o c a r n u m i n s t r u m e n t o g r a v e o u n a p a r t e b a i x a d o p i a n o . A g o r a , t e n t e m j u n t a r o s acordes e a parte d o b a i x o à m e l o d i a . T e n h a m e m v i s t a o " s e n t i d o " d a música p a r a q u e e l a p o s s a t e r u m padrão d e s o n o r i d a d e c o r r e t o — e s t e não é u m exercício e s c r i t o . Façam várias tentativas e quando alguma lhes parecer b o a , gravem. P a r e m alguns m o m e n t o s p a r a e s c u t a r a versão f i n a l , e t a l v e z s e j a b o m a n o t a r n u m p a p e l algumas das coisas q u e f i z e r a m . 75

1

B

Usando a mesma melodia, procurem duas outras maneiras de harmonizá-la p a r a q u e f i q u e c o m d i f e r e n t e s t e x t u r a s . Ouçam a s três versões, p r e s t a n d o atenção n a s t e x t u r a s harmónicas d e c o n t r a s t e . U m dos m e i o s m a i s eficazes e simples d e h a r m o n i z a r é o uso d e notas p a r a l e l a s à m e l o d i a , à m a n e i r a d o organum m e d i e v a l . O r a O-rsU/vA

4*

#-

A q u i são u s a d a s q u i n t a s p a r a l e l a s ; p r o c e d i m e n t o s e m e l h a n t e a e s t e p o d e s e r e n c o n t r a d o n a música folclórica d a Islândia e d e B u r m a . E s t a técnica, m a s c o m o u t r o s i n t e r v a l o s , f o i m u i t o e m p r e g a d a p o r Stravinsky:

(Z clar*me1ee> e** e>ilp) trecho de A S^rocQQ da PrírvKWero de STravmsKvj, N a t u r a l m e n t e , você não é o b r i g a d o a u s a r a p e n a s i n t e r v a l o s p a r a l e l o s ; acordes inteiros p o d e m ser transportados para c i m a e para baixo, n o "rastro" da melodia. Por exemplo:

i Exercício 5 5

Dê à m e l o d i a a p r e s e n t a d a a s e g u i r e s t e s três t r a t a m e n t o s : 1 A c r e s c e n t e - l h e u m a p a r t e construída c o m i n t e r v a l o s d e q u i n t a a b a i x o . 2 A c r e s c e n t e - l h e u m a p a r t e construída c o m i n t e r v a l o s d e s e g u n d a a b a i x o . 3 A c r e s c e n t e - l h e d u a s p a r t e s , a m b a s construídas c o m u m a terça a b a i x o d a p a r t e q u e está e m c i m a .

1

G r a v e a s três versões e ouça-as. 76

C o m o usar a série harmónica

N a seção s o b r e t i m b r e , começamos a a p r e n d e r p o r m e i o d a série harmónica a criar e a misturaros sons de u m a maneira mais interessante. A g o r a , v a m o s n o s s e r v i r d a série p a r a c o n s t r u i r e s t r u t u r a s . O b s e r v e , m a i s u m a v e z , c o m o estão espaçadas a s n o t a s d a série harmónica:

.a.

O

s

z

Você p o d e v e r q u e q u a n t o m a i s s o b e a série, m e n o r e s vão f i c a n d o o s i n t e r v a l o s . N a música, e s t e espaçamento p o d e s e r u s a d o d e três m a n e i r a s : 1 U s a n d o a s n o t a s m u i t o próximas d a região a l t a d a série:

á 2 U s a n d o a s n o t a s a f a s t a d a s n a região b a i x a d a série:

á o

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-e-

3 U s a n d o , i n d i f e r e n t e m e n t e , q u a l q u e r espaço d a série:

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Mo.

vfjf b&

E s t a s i d e i a s s o b r e espaçamento a p l i c a m - s e a seções i n t e i r a s d e música e não só a a c o r d e s . U m a peça p o d e t e r m u i t o b e m u m p l a n o d e t e x t u r a q u e passe do t i p o (1) ao (2), d o ( 2 ) ao (3), e por todos eles e m q u a l q u e r o r d e m .

Exercício 56 C o m p o n h a u m a peça p a r a q u a l q u e r i n s t r u m e n t o o u p a r a u m c o n j u n t o d e i n s t r u m e n t o s . E s c r e v a a s n o t a s espaçadas d e a c o r d o c o m o s e g u i n t e plano: a* le sepao 3* 4* notas nru/itb juntas

nofas bem esf>aoOvdo;S 77

notas bem €& {cacadas

mis+ura dos dois +if>os

Os b o r d õ e s e o s o s t i n a t o s na c r i a ç ã o de texturas

N a seção s o b r e m e l o d i a s d e s c o b r i m o s q u e o s bordões e o s o s t i n a t o s p o d e m t e r g r a n d e u t i l i d a d e n a criação d e a r r a n j o s ( a c o m p a n h a m e n t o s ) para melodias. Eles, sozinhos, s e r v e m para criar texturas simples, mas de resultados m u i t o convincentes. E x a m i n e e s t a s sugestões d e utilização d o bordão: 1

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1

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O bordão d e u m a n o t a só. C o m e l e é possível f a z e r q u a s e t u d o . P o d e m o s jogá-lo c o n t r a q u a l q u e r n o t a e r i t m o e , m e s m o a s s i m , o b t e r u m a b o a composição. O s e u p a p e l é c o m o o d e u m c o n t r o l a d o r d a música q u e e l e i n f l u e n c i a e à q u a l dá s e n t i d o . A b a i x o , u m e x e m p l o : 1

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2 O bordão d e d u a s o u três n o t a s . D e c e r t o m o d o , e l e s e m o s t r a c o m o o anterior:

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3 A q u i , o bordão v a i p a s s a n d o d e u m a p a r t e p a r a a o u t r a , e n q u a n t o o c o r r e m o u t r o s a c o n t e c i m e n t o s n a música:

2 tro»^^>et«s

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4 N e s t e e x e m p l o , a t e x t u r a é f o r m a d a u n i c a m e n t e p o r u m a série d e superposições d e p e d a i s o u bordões. A m e l o d i a ( o u q u a l q u e r o u t r a c o i s a ) poderá s e r , p o s t e r i o r m e n t e , a c r e s c e n t a d a à t e x t u r a , c o m o a l g o que fosse aposto a u m a paisagem: 3 {|ai>t

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D e certo m o d o , o o s t i n a t o p o d e ser e m p r e g a d o d a m e s m a f o r m a q u e o s bordões, e m b o r a a música pareça m a i s c o m p l e x a q u e a construída c o m bordões — será s e n t i d a c o m o m e n o s estática. Ouça e s t e o s t i n a t o e observe a maneira c o m o ele é usado:

d u m A p a r t i r d e s t a ideia p o d e r e m o s c r i a r u m a t e x t u r a b e m c o m p l i c a d a e usá-la n u m a composição p a r a d i v e r s o s i n s t r u m e n t o s : Trompete •

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C o m o você p o d e o b s e r v a r a l g u n s i n s t r u m e n t o s m u d a m o padrão d o ostinato.

" O centro vermelho", tapeçaria f e i t a à mão d o a r t i s t a australiano B e n Shearer

P o d e m o s ainda criar texturas bastante interessantes usando, n u m a mesm a peça, vários t i p o s d e o s t i n a t o s : para f e r i a d o

(cada

o o m j x x s s o e tocado

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R e p a r e n a d i v e r s i d a d e d o s padrões q u e estão s e n d o u s a d o s a o m e s m o t e m p o ; o b s e r v e , também, o t a m a n h o d e l e s e a v e l o c i d a d e c o m q u e são t o c a d o s u n s e m relação a o s o u t r o s . T o d a s e s t a s c o i s a s a j u d a m a d a r f o r m a à música, c r i a n d o •

a TENSÃO ou



o RELAXAMENTO

de acordo c o m o q u e pensa o compositor. 80

Exercício 5 7

Várias melodias SÍ I T I U l t â n G a S

1 F o r m e m u m p e q u e n o c o n j u n t o d e músicos. 2 C a d a u m deverá c o n c e b e r o padrão d e o s t i n a t o q u e irá t o c a r p a r a o s outros. 3 I m a g i n e m três p r o c e d i m e n t o s d i f e r e n t e s q u e s i r v a m p a r a a j u s t a r u m padrão a o o u t r o . P o r e x e m p l o , c a d a música entrará s e p a r a d a m e n t e c o m s u a p a r t e , d e p o i s , t o d o s s e colocarão a t o c a r j u n t o s e , p o r f i m , terminarão s a i n d o u m a u m . O u , s e q u i s e r e m , poderão a r q u i t e t a r u m e s q u e m a m a i s e l a b o r a d o q u e este. 4 G r a v e m e c o m p a r e m a s três versões.

É possível c r i a r t e x t u r a s i n t e r e s s a n t e s e c u r i o s a s j o g a n d o c o m d i v e r s a s m e l o d i a s a o m e s m o t e m p o . Ouça a s músicas i n d i c a d a s a s e g u i r , o n d e você encontrará t e x t u r a s d e s t e género. Tippett: terceiro m o v i m e n t o d o C o n c e r t o para dupla orquestra de cordas I v e s : " T h e H o u s a t o n i c a t S t o c k b r i d g e d a peça Three Places in New England Britten: segunda parte d o " T e m a Seriale c o n F u g a " , N V I I I , da Cantata académica, carmen basiliense , ,

2

Há m u i t o s m e i o s d e a b o r d a r a t e x t u r a polifônica, i s t o é, a q u e l a c o m m a i s de u m a melodia. 1 O p r i m e i r o refere-se à m e l o d i a , que praticamente é a m e s m a e m todas a s p a r t e s , diferençada a p e n a s p o r a l g u n s o r n a m e n t o s e antecipações. Este procedimento, conhecido como heterofonia, significa que todos estão e x e c u t a n d o , a o m e s m o t e m p o , d i f e r e n t e s versões d e u m a só melodia. Observe o e x e m p l o que se segue: *teda d o s

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2 C o m o já a p r e n d e m o s ( v e r página 8 0 ) , u m a t e x t u r a polifônica p o d e s e r construída c o m vários o s t i n a t o s u s a d o s s i m u l t a n e a m e n t e . 3 C o m o também já s a b e m o s d a s páginas 7 7 e 7 8 , p o d e m o s c o n s t r u i r u m a t e x t u r a d e bordão e , d e p o i s , c o m p o r o u i m p r o v i s a r m e l o d i a s u s a n d o as s u a s n o t a s .

61

4 P o d e m o s c r i a r u m a sequência d e a c o r d e s c o m o e s t e s :

e, e m s e g u i d a , c o m p o r d i v e r s a s l i n h a s melódicas c o m a s s u a s n o t a s s e r v i n d o c o m o armação.

5 Podemos, simplesmente, c o m b i n a r melodias s e m qualquer parentesco, c o m o s e f a z n o free jazz e n a s composições d e jam session. É o p r o c e d i m e n t o , p o r e x e m p l o , q u e e n c o n t r a m o s n o The Fourth ofJuly de Charles Ives.

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Exercício 58

E s c o l h a d o i s d o s p r o c e s s o s d e c o m b i n a r m e l o d i a s d e s c r i t o s n a página 8 2 . C o m u m d e l e s faça u m a composição d e i m p r o v i s o e c o m o o u t r o u m a peça p a r a , d e p o i s , você executá-la. A s composições d e v e m s e r b e m c u r t a s , m o s t r a n d o - s e c o m o d u a s p e q u e n a s "explosões" m u s i c a i s , c o m m a i s o u m e n o s 3 0 s e g u n d o s d e duração. P a r a t e r m i n a r , d u a s i d e i a s s o b r e o q u e você p o d e r i a f a z e r c o m t o d a s e s t a s texturas que criou.

1 Faça u m a combinação d e l a s , e m p i l h a n d o - a s s i m p l e s m e n t e u m a p o r c i m a d a o u t r a . Você irá p r e c i s a r o u d e u m c o n j u n t o d o t a m a n h o d e u m a b a n d a o u d e u m a p e q u e n a o r q u e s t r a , o u então d e u m g r a v a d o r mulú-track. 2 A r r u m e a l t e r n a d a m e n t e d i f e r e n t e s t i p o s d e t e x t u r a s . A Sagração da Primavera d e S t r a v i n s k y p o d e s e r a n a l i s a d a d e s t e p o n t o d e v i s t a . N e s t a o b r a há t e x t u r a s q u e p a s s a m d o a b r u p t o a o s u a v e e o u t r a s q u e são u s a d a s t a n t o e m p a s s a g e n s l o n g a s c o m o c u r t a s . Ouça: p a r t e 1 : " A Adoração d a T e r r a " — Introdução p a r t e 2 : " O Sacrifício" — Dança S a c r i f i c i a l

Exercício 59

C o m p o n h a , p a r a u m a b a n d a o u p e q u e n a o r q u e s t r a , u m a versão e x p e r i m e n t a l c o m a s i d e i a s e x p o s t a s a c i m a , ( 1 ) e ( 2 ) . Não há n e c e s s i d a d e d e u m a partitura complexa e detalhada, pois o mais importante, aqui, é o j o g o d e combinações d a s t e x t u r a s q u e l e v a m f a c i l m e n t e a u m t i p o d e notação gráfica a p r o x i m a d a . O e x e m p l o a b a i x o poderá ajudá-lo:

83

METAIS:

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usar estes a c o r des na ordem que estão aqui

PBRC.: cada músico usa i ndepcnd enTe te do outro fc&tes ritmos

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Até e s t e p o n t o d e n o s s o s e s t u d o s não n o s m o s t r a m o s p r e o c u p a d o s e m f a z e r peças c o m m a i s d e u m o u d o i s m i n u t o s , e n o e n t a n t o s e r i a u m equívoco p e n s a r q u e p o r i s s o i g n o r a m o s a e s t r u t u r a c o m o u m a dimensão d a música. Há, n o m u n d o d a s a r t e s , e x e m p l o s d e m u i t a s c o i s a s p e q u e n a s q u e supõem e s t r u t u r a s d e g r a n d e c o m p l e x i d a d e . I n c l u e m - s e n e s t e c a s o o s h a i c a i s j a p o n e s e s e músicas c o m o o C o n c e r t o O p u s 2 4 p a r a n o v e i n s t r u m e n t o s d e W e b e r n . C o m o concepção o u f o r m a d e p e n s a m e n t o , a estruturação não só t e m g r a n d e importância c o m o p o d e s e r matéria d a s m a i s fascinantes. O b s e r v e a s f o r m a s v i s u a i s m o s t r a d a s n a página s e g u i n t e . O v i s u a l pode fornecer m u i t a s pistas para estruturar as obras m u s i c a i s . O m u n d o está r e p l e t o d e f o r m a s i n t e r e s s a n t e s , c a d a q u a l c o m s e u t i p o particular d e estrutura. Pense, por e x e m p l o , nas das PIRÂMIDES CADEIRAS CASAS PONTES T o d a s , e v i d e n t e m e n t e , precisam s e r não só f u n c i o n a i s c o m o agradáveis à v i s t a . O e x e m p l o d a s c a s a s poderá n o s a j u d a r n a reflexão s o b r e u m a d a s d u a s p r i n c i p a i s dimensões d a e s t r u t u r a m u s i c a l . D a v i d R e c k , n o s e u l i v r o Music ofthe Whole Earth ("Música d e T o d a a T e r r a " ) c i t a u m a criança q u e d i s s e : • MÚSICA É A C A S A O N D E M O R A O S O M U m a e x c e l e n t e m a n e i r a p a r a e x p r e s s a r a relação e n t r e o s s o n s e a e s t r u t u r a m u s i c a l : d u a s c o i s a s inseparáveis. Poderíamos, i n c l u s i v e , i r m a i s além e d i z e r q u e a música é o s o m e s t r u t u r a d o . P o r c o n s e g u i n t e , a e s t r u t u r a é a f o r m a c o m o , n a música, estão c o m b i n a d a s • a sua arquitetura com • a s u a expressão dramática o u psicológica P a s s a r e m o s , a g o r a , a f a z e r a l g u m a s considerações s o b r e d e t e r m i nados procedimentos que ajudam a construir u m a estrutura musical.

Como começar e c o m o terminar

Exercício 60 A

E m c e r t o s e n t i d o , o início e o f i m d e u m a peça f u n c i o n a m c o m o a s p a r e d e s e x t e r n a s d e u m prédio o u c o m o a s u a e n t r a d a e saída. P o r e x e m p l o , você poderá e n t r a r n a peça s u b i t a m e n t e e d a r - l h e u m f i n a l d o t i p o q u e v a i a o s p o u c o s d e s a p a r e c e n d o , e poderá até t e r , s e q u i s e r , u m a seção introdutória a n t e s q u e a peça s e i n i c i e p r o p r i a m e n t e . F o r m e u m c o n j u n t o c o m q u a l q u e r número d e músicos. C o m p o n h a m d e i m p r o v i s o a l g u m a s peças c o m a s s e g u i n t e s versões d e entrada: súbita gradativamente progredindo

85

i n i c i a d a p o r u m padrão d e a c o m p a n h a m e n t o q u e será a c r e s c i d o d e u m a ( o u mais) m e l o d i a n a parte de c i m a c o m u m a introdução q u e t e r m i n e f a z e n d o p e q u e n a alusão à seção p r i n c i p a l d a música B

C o m p o n h a m d e i m p r o v i s o a l g u m a s peças c o m o s s e g u i n t e s t i p o s d e terminação. N a t u r a l m e n t e , você deverá i m a g i n a r o q u e o c o r r e u a n t e s n a música; i n v e n t e então a música q u e deverá a c o n t e c e r j u s t o a n t e s d o f i n a l : com que com com

u m a interrupção a b r u p t a tenha o efeito de u m desmoronamento musical a música t o r n a n d o - s e m a i s c a l m a e v a g a r o s a u m instrumento tocando u m a longa nota que assinala o f i m da

peça c o m a música d e s a p a r e c e n d o g r a d a t i v a m e n t e à distância c o m u m a seção e x t r a d e e n c e r r a m e n t o , o u s e j a , f i n a l i z a d a p o r u m a coda

C o m o pode a fala ajudar na e s t r u t u r a ç ã o da música

A f a l a p o d e c o n s t i t u i r - s e n u m a ótima f o n t e d e ideias p a r a e s t r u t u r a r m o s u m a peça d e música. Q u a n d o t r a t a m o s d a m e l o d i a , nós n o s r e f e r i m o s à ideia d e expressões q u e f o r m a m u m a sequência d e p e r g u n t a s e r e s p o s t a s . E s t e é u m m e i o u s a d o n a a b o r d a g e m d e e s t r u t u r a s m u s i c a i s q u e dá b o n s resultados. P o d e m o s ter: • a conversa musical e • u m a ideia m u s i c a l não a c a b a d a q u e será c o m p l e t a d a p o r u m a outra A s p a l a v r a s são e m s i u m m a t e r i a l d e composição. E l a s pressupõem u m m u n d o d e s o n s e p o d e m também g e r a r u m a e s t r u t u r a , p o i s n u m a única p a l a v r a a p e n a s p o d e e s t a r c o n t i d o o p l a n o d e t o d a u m a o b r a . T o m e m o s , por exemplo, a palavra REFÉM E l a p o s s u i d u a s sílabas. A p r i m e i r a p r e p a r a a acentuação q u e v a i i n c i d i r s o b r e a s e g u n d a . I s t o p o d e r i a s i g n i f i c a r m e t a f o r i c a m e n t e u m a pe.. a d e d u a s seções q u e s e r e l a c i o n a m u m a c o m a o u t r a à m a n e i r a d a s sílabas. I s t o é, u m a peça o n d e a s e g u n d a seção é m a i s i m p o r t a n t e q u e a p r i m e i r a . ( P r o v a v e l m e n t e você estará p e n s a n d o n o s p r o c e d i m e n t o s m u s i c a i s q u e p o s s a m e s c l a r e c e r m e l h o r e s t a relação. S e r i a , p o r e x e m p l o , o c a s o d e u m a p r i m e i r a seção q u e começasse c a l m a e f o s s e g r a d u a l m e n t e c r e s c e n d o até o início d a s e g u n d a seção q u e já e n t r a r i a f o r t e . ) M a s , a s e g u n d a sílaba d a p a l a v r a refém, a q u e a a r r e m a t a , n o s l e v a a p e n s a r n o f i n a l d a peça. Q u e t i p o d e terminação o " f é m " p o d e r i a s u p o r p a r a u m a música? T a l v e z , u m a conclusão d e caráter m a i s a b r u p t o d o q u e u m a q u e f o s s e lentamente desaparecendo. A n t e s d e a b a n d o n a r m o s este e x e m p l o , v a m o s c o n s i d e r a r o s s o n s s u g e r i d o s p o r e s t a p a l a v r a . N a p r i m e i r a sílaba, a vibração d o ' V ' p o d e r i a ser b e m expressa por u m rufar d e t a m b o r que c u l m i n a s s e n u m acorde r

87

dado por diferentes instrumentos de registros diversos, mas d e m o d o a c a r a c t e r i z a r s o m b r i a m e n t e o f e c h a m e n t o d a v o g a l **e*\

Exercício 61

E s c o l h a u m a das palavras a b a i x o . U s e - a para c r i a r a e s t r u t u r a d e u m a peça, p r o c u r a n d o e x p r i m i r c o m o máximo d e f i d e l i d a d e t u d o q u e e l a puder sugerir. Naturalmente, aescolha dos instrumentos e vozes depende d a p a l a v r a q u e você u s a r . ABISMO ENERGIA SEIO

Princípios estruturais

VÔO LABIRINTO

Você já c o n h e c e a l g u n s m a s v a l e a p e n a abordá-los n o c o n t e x t o d e u m exercício.

Exercício 62 A

Repetição C o n c e b a u m a ideia m u s i c a l n u m i n s t r u m e n t o q u a l q u e r . A p a r t i r d e l a , c o m p o n h a u m a p e q u e n a seção d e música. R e p i t a e s t a seção.

B

Repetição v a r i a d a C o m p o n h a u m a seção d e música p a r a q u a l q u e r i n s t r u m e n t o o u t i p o d e v o z . G r a v e - a e e s c r e v a - a . Faça, a g o r a , u m a versão m o d i f i c a d a d e s t a m e s m a seção. T o q u e o u c a n t e a s d u a s versões, u m a s e g u i d a d a o u t r a .

C

Contraste C o m o n o exercício p r e c e d e n t e , c o m p o n h a u m a seção d e música. O b s e r v e c o m atenção o q u e você f e z . C o m p o n h a o u t r a seção q u e c o n t r a s t e c o m a p r i m e i r a : s e u m a f o r l e n t a , a o u t r a deverá s e r rápida, s e u m a t i v e r s o n o r i d a d e s u a v e , a o u t r a deverá s e r f o r t e e a s s i m p o r d i a n t e . A b a i x o , d a m o s u m a versão p a r a o s três c a s o s . I repetição (trom^e+e \\?)

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Exercício 63 D a m o s a q u i a l g u n s m e i o s d e e x p r e s s a r o c o n t r a s t e : feitura simples/feitura complexa caráter relaxado/caráter n e r v o s o música a o e s t i l o tradicional/música i n o v a d o r a V e j a s e c o n s e g u e usá-los e m composições d e i m p r o v i s o .

ComO U S a r O e n v o l t ó r i o na criação de estruturas

C o m o f i c a m o s s a b e n d o d a seção e m q u e t r a t a m o s d o t i m b r e , o envoltório é u t i l i z a d o n a caracterização d o s três e l e m e n t o s q u e compõem o s o m :

• • •

ATAQUE SUSTENTAÇÃO SOLTURA

E s t e s e l e m e n t o s , q u a n d o u t i l i z a d o s n a concepção d e e s t r u t u r a s m u s i c a i s , p o d e m p r e s t a r g r a n d e a j u d a . A o invés d e r e p r e s e n t a r e m a s p a r t e s d e u m s o m , e l e s p o d e m t r a n s f o r m a r - s e e m seções i n t e i r a s d a peça, c o m o p o r exemplo: • a INTRODUÇÃO • a SEÇÃO D O M E I O ( A P R I N C I P A L ) • OFINAL (CODA)

Exercício 64

1 I n v e s t i g u e a s peças q u e m e n c i o n a m o s a b a i x o e v e j a ( n a v e r d a d e , ouça) s e c o n s e g u e i d e n t i f i c a r e s t e s três e l e m e n t o s e m s u a s e s t r u t u r a s . S e d e s e j a r poderá u s a r a s referências d a d a s a s e g u i r q u a n d o f o r a c o m p a nhá-las c o m a p a r t i t u r a . B e e t h o v e n l m o v i m e n t o d a s o n a t a e m fá, O p . 7 8 introdução compassos de 1 a 4 seção p r i n c i p a l compassos de 5 a 9 4 coda c o m p a s s o s d e 9 5 até o f i n a l 2

89

Copland

Stravinsky

S u i t e d o balé Appalachian Spring ( E s t a peça é f o r m a d a p o r u m a introdução e m a i s s e t e seções seguidas da coda.) I m o v i m e n t o d a S i n f o n i a e m dó 2

introdução seção p r i n c i p a l coda

figuras de 1 a 5 figuras de 5 a7 1 f i g u r a s d e 7 1 até o f i n a l

Schubert " G u t e N a c h t " d e Winterreise, O p . 8 9 2 C o m p o n h a você m e s m o u m a peça, u s a n d o a ideia d o envoltório p a r a fornecer-lhe os dados estruturais.

PROJETO FINAL A embOSCada

A Emboscada é u m a f a m o s a peça p a r a p i i p a , u m t i p o d e alaúde chinês. E l a d a t a a p r o x i m a d a m e n t e d e 5 8 0 d . C . e o s e u n o m e e m chinês é a s s i m :

É i m p o r t a n t e a m a n e i r a c o m o estão a r r a n j a d a s a s seções d a peça. E l a s c o n s t i t u e m u m a espécie d e p r o g r a m a r e f e r e n t e à b a t a l h a e n t r e o s exercícios do povo de H a n , comandado por L i u - B a u n , e o do p o v o d e C h u , sob a s o r d e n s d e S h i a n g - Y u . O s títulos d a s seções são o s s e g u i n t e s : 1 A s t r o p a s s e reúnem 2 A s t r o p a s s e põem e m f i l e i r a s 3 B a t e m os tambores 4 C h a m a m as cornetas 5 Barragem de artilharia 6 A s t r o p a s estão p r o n t a s 7 O s exercícios e m p r e e n d e m a m a r c h a 8 A emboscada 9 A escaramuça 1 0 O s s o l d a d o s d e C h u estão a m e d r o n t a d o s H O fogo da artilharia 12 O combate 13 G r i t o s d e c o m b a t e 14 O assalto 15 O cerco 16 T o q u e de retirada 17 A m o r t e d o general C h u 1 8 O t r i u n f o d o exército d e H a n C o m p o n h a , p a r a q u a l q u e r combinação d e i n s t r u m e n t o s o u v o z e s , c i n c o peças i n s p i r a d a s n o s títulos d a s s e g u i n t e s seções: 1 3 5 12 17

A s t r o p a s s e reúnem B a t e m os tambores B a r r a g e m de artilharia O combate A morte d o general C h u

D a m o s a q u i a l g u m a s sugestões q u e poderão auxiliá-lo e m s e u trabalho: seção seção seção seção seção

1 poderia 3 poderia 5 poderia 12 poderia 17poderia

conter u m a melodia e x p l o r a r a métrica e o r i t m o explorar o timbre aventurar-se n o u s o das palavras e dos seus s o n s usar, sobretudo, acordes 91

U m a v e z c o m p o s t a e e n s a i a d a t o d a s a s seções, a versão q u e f e z d e A Emboscada estará p r o n t a p a r a s e r e x e c u t a d a . G r a v e a s u a execução e ouça-a p a r a s a b e r c o m o f i c o u . E i n t e r e s s a n t e n o t a r q u e a s execuções d e s t a peça p o d e m v a r i a r d e a c o r d o c o m q u e m a i n t e r p r e t a e , a g o r a , você v e i o , através d e s u a s r e s p o s t a s , c o n t r i b u i r c o m m a i s u m a versão d e s t a música p a r a a p i i b a c h i n e s a . I s t o n o s dá e x a t a m e n t e o s e n t i d o d a composição, p o i s s e o título* d e s t e l i v r o é Aprendendo a Compor, d e c e r t o m o d o e l e b e m q u e p o d e r i a s e r c h a m a d o Compor para Aprender. Despeço-me, d e s e j a n d o q u e você p o s s a e n c o n t r a r o u t r a s a l e g r i a s e m s u a s f u t u r a s explorações n o c a m p o d a composição.

92

O

b3IICO

d© ClO

compositor Como COmeçar

ComO terminar

Estruturas/ formas

R e s u m i m o s a q u i o s p r o c e d i m e n t o s , d e s c r i t o s n e s t e l i v r o , q u e poderão s e r úteis a você. E s t a seção é p a r a s e r c o n s u l t a d a c o m o u m a l i s t a a u x i l i a r d a composição e c o m o u m a l i s t a o n d e você encontrará d e t e r m i n a d o s p o n t o s q u e ajudarão a a v i v a r - l h e t a n t o o raciocínio c o m o a imaginação musical.

1 E n t r a d a súbita 2 Gradativamente progredindo 3 Começo c o m u m padrão d e a c o m p a n h a m e n t o s e g u i d o d o acréscimo da m e l o d i a 4 U m a seção introdutória e x t r a

1 2 3 4 5 6

Interrupção súbita O efeito de u m "desmoronamento" musical Gradativamente mais calmo e mais lento U m instrumento/voz indicando o f i m por meio de u m a nota longa G r a d a t i v a m e n t e d e s a p a r e c e n d o à distância U m a seção d e e n c e r r a m e n t o e x t r a , c h a m a d a c o d a

A l g u m a s possibilidades

_

t

. .

1 P o r m e i o d e seçoes 2 A música contínua 3 A construção d e u m clímax

Como continuar

ContOmOS

í variação 2 Repetição 3 Contraste

1 2 3 4 5 6

N o t a s repetidas Acréscimo d e n o t a s c o l o c a d a s e n t r e d u a s n o t a s l o n g a s A forma ondulada A f o r m a descendente A f o r m a e m arco A f o r m a ascendente

93

Como construir uma melodia

Como fazer o arranjo de uma melodia

OmamentOS

TeXtUraS

TipOS de aCOrde

Ti m bre

Você p o d e c o n s t r u i r u m a m e l o d i a 1 2 3 4 5 6

a partir d e u m a escala a p a r t i r d e u m a c o r d e o u d e vários a c o r d e s u s a n d o n o t a s q u e s e g u e m u m a l i n h a ( o u u m d e s e n h o ) imaginário valendo-se daimprevisibilidade usando u m a mistura de intervalos pequenos e grandes p r e e n c h e n d o o s espaços e n t r e n o t a s d e v a l o r l o n g o

1 2 3 4

A c r e s c e n t a n d o u m bordão Acrescentando u m ostinato Acrescentando acordes V a l e n d o - s e d e u m i n s t r u m e n t o p a r a t o c a r a introdução, o f i n a l e u m a linha de acompanhamento simples

1 2 3 4 5 6

Apojaturas simples o u e m grupo Apojatura: nota de apoio Grupeto N o t a s repetidas Ligaduras e portamentos Trinados

1 2 3 4 5 6 7 8

A melodia e u m a harmonia simples A melodia e uma harmonia complexa A melodia harmonizada c o m quintas paralelas ( o u outros intervalos) U s a n d o a região m a i s a l t a d a série harmónica U s a n d o a região m a i s b a i x a d a série harmónica U s a n d o t o d a s a s regiões d a série harmónica T e x t u r a c o m bordão o u o s t i n a t o U s a n d o d i f e r e n t e s versões d e u m a m e s m a m e l o d i a ( h e t e r o f o n i a )

1 2 3 4

Tríades ( I , I V e V ) U s a n d o u m só i n t e r v a l o ( o d e s e g u n d a , p o r e x e m p l o ) Usando diferentes tipos de intervalos Construídos c o m n o t a s d e u m a região d a série harmónica

Podemos valer-nos d o timbre usando 1 o s harmónicos e m d i f e r e n t e s combinações 2 o envoltório: a t a q u e , sustentação, s o l t u r a 3 a ressonância: a influência s o b r e o s o m , c o m o r e s u l t a d o d a f o r m a d o instrumento e d o material de que é feito FINALMENTE •

COMPOR É FAZER A L G U M A COISA C O M OS SONS 94

Lista de peças para ouvir Para começar Bach Debussy Gamelão

F u g a e m lá b e m o l M a i o r d e O Cravo Bem Temperado, V o l . I I Prelúdio p a r a p i a n o , 1 l i v r o , " L a Cathédrale E n g l o u t i e " Música b a l i n e s a p a r a gamelão ( W O M A D Talking Book, V o l . I , l a d o 1 faixa 3) Javanese Court Gamelan, V o l . I I ( N o n e s u c h , H - 7 2 0 7 4 ) u m dos madrigais " H u a S a n L i u " , d e Popular Jiangnan Music ( H o n g K o n g Records, 4 . 3 4 0 0 9 4 (cassete) Catalogue d*oiseaux, q u a l q u e r v o l u m e u m dos madrigais Bolero N 2 d e Sechs Kleine Klavierstucke, O p . 1 9 C i n c o peças p a r a o r q u e s t r a , O p . 1 0 Q

Gesualdo Heterofonia Messiaen Monteverdi Ravel Schoenberg Webern, A.

2

Tempo Bartók

" S e i s Danças a o R i t m o Búlgaro", Mikrokosmos V o l . V I Concerto para Orquestra, l m o v i m e n t o Variações L i v r e s , N 1 4 0 , Mikrokosmos, V o l . V I " A m e r i c a " d e West Side Story " J e u x d e V a g u e s " , d e La Mer V e j a a c i m a : " P a r a Começar" Sinfonia N 100 ( " A M i l i t a r " ) , l m o v i m e n t o R a g a s , Songs of índia ( F o l k w a y s , F G 3 5 3 0 ) " P u t n a m ' s C a m p , R e d d i n g , C o n n e c t i c u t " , d e Three Places in New England The Fourth ofJuly Japanese Treasures with Shamisen and Shakuhachi ( L y r i c h o r d , L L S T 7228) Et exspecto resurrectionem mortuorum, l e 2 m o v i m e n t o s N 2 d e Sechs Kleine Klavierstucke, O p . 1 9 Petrushka, P r i m e i r o Q u a d r o A Sagração da Primavera: P a r t e 1 : " A Adoração d a T e r r a " — Introdução P a r t e 2 : " O Sacrifício" — Dança S a c r i f i c i a l Sinfonias para I n s t r u m e n t o s d e S o p r o 2

2

Bernstein Debussy Gamelão Haydn Música i n d i a n a Ives

Música j a p o n e s a Messiaen Schoenberg Stravinsky

2

2

2

2

2

2

Melodia

Música a f r i c a n a

Bach Música p a r a g a i t a de foles Bartók Beethoven Berio

Africa: South ofthe Sahara ( F o l k w a y s , F E 4 5 0 3 ) para o contorno de f o r m a ondulada: B u i u song, f a i x a 2 8 para o contorno descendente: T w a song, faixa 1 4 F u g a e m dó m e n o r , O Cravo Bem Temperado, V o l . I Northumbrian Folk ( B B C R e c o r d s , R E C 1 1 8 S ) " R a k i s h P a d d y " ( W O M A D Talking Book, V o l . I , l a d o 2 , f a i x a 5 ) " N a v e g a n d o " , Mikrokosmos V o l . V Sonata para piano e m sol, Op. 79, l m o v i m e n t o Canções Populares, Canções 1 e 2 Medieval Music: Sacred Monophony, T h e O x f o r d A n t h o l o g y o f M u s i c ( O U P 161) China 's Instrumental Heritage ( L y r i c h o r d , L L S T 7 9 2 ) Chinese Classical Music ( L y r i c h o r d , L L 7 2 ) The Chinese Cheng ( L y r i c h o r d , L L S T 7 3 0 2 ) Courante da Suite e m Sol R a g a s , Songs of índia ( F o l k w a y s , F G 3 5 3 0 ) Early Medieval Music up to 1300, l a d o 3 , f a i x a 5 — T h e H i s t o r y o f M u s i c in Sound, Vol. I ( E M I , H L P 4 ) Quarteto para o Fim dos Tempos, I I I A b i m e d e s O i s e a u x Tallest Trees ( P r e s t i g e , 2 4 0 1 2 ) Mariachis (The Street Musicians) ( R C A P L 1 0 9 3 9 ) Q u i n t e t o para Clarinete, 2 m o v i m e n t o S o n a t a p a r a P i a n o e m fá, K 3 3 2 , l m o v i m e n t o S o n a t a p a r a P i a n o e m dó, K 5 4 5 , l m o v i m e n t o 2

C a n t o litúrgico Música c h i n e s a Handel Música i n d i a n a Organum Medieval Messiaen Miles Davis Mingus Mozart

2

2

2

3

Palavras 2

Schubert Tippett Weelkes

4

2

Sinfonia, 2 e 3 movimentos " N o c t u r n e " e " H y m n " d e Serenade p a r a t e n o r , t r o m p a e c o r d a s Canções: " T h e C i r c u s B a n d " e " C h a r l i e R u t l e d g e " " C h a n t d o w n B a b y l o n " e " B u f f a l o S o l d i e r " d o d i s c o Confrontation (Island Records, 1983) Erlkõnig O c o r o d e a b e r t u r a d e A Child ofOur Time Madrigais: " A s Vesta was f r o m Latmos H i l l descending" e " O Care, t h o w w i l t despatch m e "

Berio Britten Ives Marley

Acordes

Blues Lutoslawski Schoenberg

Muddy Waters at Newport ( 1 9 6 0 ) ( G r e e n L i n e R e c o r d s , G C H - 8 0 2 2 ) T-Bone Walker: The Collection (Déjà V u , D V L P 2 0 4 7 ) S i n f o n i a N 3 ( p r i n c i p a l m e n t e a s seções d e a b e r t u r a ) N 2 d e Sechs kleine Klavierstucke, O p . 1 9 2

2

96

5

Timbre

Música a f r i c a n a

Berio

Britten Cage Crumb Ives Jazz (ao estilo scat singing) Ligeti Messiaen Stockhausen Música t i b e t a n a

Varèse Webern Wishart

6

Africana: South ofthe Sahara ( F o l k w a y s , F E 4 5 0 3 ) Para o uso davoz; Swazi Song, faixa 2 B u s h m a n songs, faixas 5 e 6 Sequenza III p a r a v o z f e m i n i n a Visage Thema (Omaggio aJoyce) " P r e l u d e " e " P o s t l u d e " d e Serenade p a r a t e n o r , t r o m p a e c o r d a s Sonatas and Interludes ( p a r a p i a n o p r e p a r a d o ) Ancient Voices ofChildren, seção I V " T h e H o u s a t o n i c a t S t o c k b r i d g e " d e Three Places in New England, d o começo até D L o u i s A r m s t r o n g , " S k i d - d a t - d e - d a t " d o d i s c o The Louis Armstrong Legend ( W o r l d R e c o r d s , P 4 2 , 4 - r e c o r d s e t ) Aventures, Nouvelles Aventures, Lux aeterna Et exspecto resurrectionem mortuorum, 3 m o v i m e n t o Stimmung Tibet: Musique rituelle ( R a d i o F r a n c e , O C R 4 9 M M 5 7 ) Ancient and Oriental Music, T h e H i s t o r y o f M u s i c i n S o u n d , V o l . I ( E M I , HLP1) lonisation C i n c o Peças p a r a O r q u e s t r a , O p . 1 0 , I e 2 peças Anticredos ( u s a d o c o m a permissão d o c o m p o s i t o r , T r e v o r W i s h a r t , a / c de M u s i c Dept., Keele U n i v e r s i t y , Staffs.) 2

a

a

Textura

Bach

F u g a e m dó m e n o r , O Cravo Bem Temperado, V o l . I Corais: "Lass, o Herr, dein Ohr sich neigen"; "Jesu, meine Freud" Paixão segundo São Mateus ( a música c o r a l ) ' T e m a S e r i a l e c o n F u g a " , p a r t e 2 , N V I I I d a Cantata Académica, Carmen Basiliense Ancient Voices ofChildren, Seção V " H u a S a n L i u " , d e Popular Jiangnan Music ( H o n g K o n g R e c o r d s , 4 . 3 4 0 0 9 4 — cassete) " P u t n a m ' s C a m p , R e d d i n g , C o n n e c t i c u t " , d e Three Places in New England, d o começo até E Bolero Petrushka, P r i m e i r o Q u a d r o , d o começo até 2 0 C o n c e r t o para D u p l a Orquestra d e Cordas, 3 m o v i m e n t o Concerto, Op. 24, para n o v e instrumentos, 2 m o v i m e n t o C i n c o Peças p a r a O r q u e s t r a , O p . 1 0 , 3 peça 2

BC rr iut m t e bn Heterofonia Ives Ravel Stravinsky Tippett Webern

2

2

a

97

7 Estruturação Beethoven Berio Copland Lutoslawski Schubert Stravinsky Varèse

2

S i n f o n i a N 5 e m dó m e n o r S o n a t a p a r a P i a n o e m fá s u s t e n i d o , O p . Sinfonia, 2- e 3 m o v i m e n t o s S u i t e d o balé Appalachian Spring Jeux Vénitiens Chain I " G u t e Nadir \ d e Winterreise, O p . 89 S i n f o n i a e m dó, l m o v i m e n t o Sinfonias para Instrumentos de S o p r o Intégrales 2

2

Uma das características da série didática CADERNOS DE MÚSICA DA UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE é a indicação cuidadosa de gravações a serem ouvidas, procurando sempre apontar peças de fácil acesso para o leitor. Outras características são o uso extensivo de exercícios e ilustrações de variadas espécies para melhor auxiliar o aprendizado da música. Volumes

da série:

Instrumentos da Orquestra Uma Breve História da Música Forma e Estrutura na Música Instrumentos de Teclado Elementos Básicos da Música Como Ler uma Partitura Aprendendo a Compor

J Z E | Jorge Z a h a r E d i t o r

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