Apostila_Refrigeração_Mustafa.pdf
Short Description
Download Apostila_Refrigeração_Mustafa.pdf...
Description
Universidade Salvador - UNIFACS Departamento de Engenharia e Arquitetura
REFRIGERAÇÃO
Profº M.Sc. George de Souza Mustafa
Salvador, 2011
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
1. INTRODUÇÃO 1.1 DEFINIÇÕES Refrigeração: resfriamento de fluídos a níveis de temperatura inferiores à temperatura ambiente. Tonelada de refrigeração: quantidade de calor removida do ambiente para a fusão de uma tonelada de gelo à temperatura de 0ºC durante 24 horas. Efeito frigorífico: calor removido do sistema por unidade de massa de fluido refrigerante. Refrigerante Primário: fluido que participa do ciclo de refrigeração.
1.2 TIPOS DE SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO Os principais tipos de sistemas de refrigeração são:
Refrigeração por Compressão Mecânica Refrigeração por Absorção Refrigeração por Termocompressão Refrigeração a Gás
2. REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO MECÂNICA 2.1 UTILIZAÇÃO A refrigeração por compressão mecânica é o sistema mais utilizado em unidades industriais, sendo utilizada para temperaturas na faixa de – 130 a + 5 ºC, em capacidades de até 5.000 toneladas de refrigeração. É o sistema utilizado também em aparelhos de ar condicionado e geladeiras. 2.2 CARACTERÍSTICAS DOS DIAGRAMAS T-S E P-H
T
H
P
T
P
S
S
H
Diagrama T-S
Diagrama P-H 2
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
2.3 CICLO DE CARNOT INVERTIDO É o ciclo mais eficiente. Entretanto, não é realizável na prática, pois tanto o compressor como a turbina trabalhariam com misturas bifásicas.
D Condensador C Turbina Compressor
B
A Evaporador
Os quatros componentes básicos são: Um evaporador, no qual o calor é absorvido do processo, vaporizando o fluido refrigerante e resfriando o processo. Um compressor, que comprime os vapores saídos do evaporador, aumentando sua pressão e temperatura. Um condensador, que condensa o vapor superaquecido saído do compressor, geralmente por intermédio de água ou ar. Uma turbina, que reduz a pressão do condensado até o nível correspondente à temperatura desejada no evaporador. Onde: QA = HB – HÁ = calor absorvido pelo refrigerante [Kcal/kg] QR = HD – HC = calor rejeitado pelo refrigerante [Kcal/kg] W = HC – HB = trabalho de compressão [Kcal/kg] A eficiência do ciclo é expressa pelo seu coeficiente de performance: COP =
efeito refrigerante trabalho de compressão
=
QA W
=
HB – HÁ HC – HB
3
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
2.4 CICLO REAL SIMPLES Neste caso, a turbina é substituída por uma válvula de expansão ou qualquer outro tipo de restrição capaz de trabalhar com fluido bifásico. O fluido refrigerante é totalmente vaporizado no evaporador, de modo a não permitir o ingresso de líquido no compressor. Em alguns casos, o vapor formado é inclusive superaquecido no evaporador. Caso a diferença de pressões entre o compressor e o evaporador seja muito grande, o compressor utilizado poderá ter mais de um estágio.
Este ciclo apresenta um COP menor devido à expansão na válvula, que é irreversível, e ao trabalho de compressão requerido. 2.5 CICLO COM RESFRIAMENTO DOS CILINDROS Este ciclo pode ser utilizado com compressores alternativos desde que a temperatura alcançada pelo fluido refrigerante seja superior à temperatura da água de resfriamento dos cilindros. Consegue-se, com isso, transformar a compressão de isentrópica em politrópica, diminuindo-se o trabalho requerido na compressão.
Devido ao menor trabalho de compressão, este ciclo tem maior COP que o ciclo de compressão real simples. 4
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
2.6 CICLO COM “INTERCOOLER” Este ciclo também é utilizado para redução do trabalho de compressão. Entretanto, só pode ser utilizado para compressão em mais de um estágio e desde que a temperatura alcançada pelo refrigerante seja superior à da água de resfriamento do “intercooler”.
Devido ao menor trabalho de compressão, este ciclo tem maior COP que o ciclo de compressão real simples. 2.7 CICLO COM RESFRIAMENTO ENTRE ESTÁGIOS POR DESSUPERAQUECEDOR Este ciclo é usado quando, no caso de dois compressores acoplados em série, a temperatura de descarga pode alcançar valores muito altos, gerando problemas de tensão e expansão térmica nos materiais do compressor. No dessuperaquecedor colocado entre os dois compressores o gás de descarga é misturado a uma quantidade de refrigerante líquido.
5
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
2.8 CICLO COM SUBRESFRIAMENTO Este ciclo tem como vantagem o aumento do efeito refrigerante com a conseqüente redução da quantidade de refrigerante circulante. O subresfriamento é usualmente feito no próprio condensador. Consegue-se assim um aumento de 6 a 8% na eficiência do ciclo. Pode ser qualquer tipo de ciclo, apenas é necessário que o condensador possua área de troca térmica suficiente para subresfriar o fluido refrigerante.
Condensador
2.9 CICLO COM INTER-RESFRIAMENTO REGENERATIVO Neste ciclo o líquido saturado do condensador é subresfriado em um trocador adicional por meio do superaquecimento do vapor gerado no evaporador. Consegue-se assim um aumento no efeito refrigerante mas também se aumenta o trabalho requerido por unidade de massa do refrigerante, pois as isentrópicas nos diagramas P-H não são paralelas, mas divergentes, no sentido do aumento de pressão; assim o COP pode ser maior ou menor que o do ciclo de compressão real simples. Uma vantagem adicional é garantia de fornecimento de vapor seco no compressor.
6
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
2.10 CICLO COM ECONOMIZADOR ABERTO Este ciclo só pode ser utilizado para compressão em mais de um estágio, sendo o economizador uma variante do “intercooler” do ciclo de compressão com “intercooler”. Foram incluídos dois componentes, um vaso para “flasheamento” do condensado (economizador) e uma nova válvula de expansão. O condensado é expandido até uma pressão intermediária devido à primeira restrição, e o vapor e líquido formados são separados no economizador; este vapor (saturado) é então adicionado ao vapor superaquecido efluente do 1º estágio do compressor, baixando sua temperatura, sendo então a mistura alimentada à sucção do 2º estágio de compressão. Note-se que os dois estágios de compressão lidam com vazões diferentes de refrigerantes, sendo o trabalho fornecido pelo compressor expresso por: W = W 1 + W 2 = m1 x (HC – HB) + m2 x (HE – HD)
m2
E
F
m2 – m1
D
I G
H
m1
C A B
7
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
2.11 CICLO COM ECONOMIZADOR FECHADO Este ciclo é uma variante do ciclo do item anterior. O efluente do condensador é dividido em duas correntes, sendo uma “flasheada” à pressão intermediária entre os estágios do compressor, e a outra subresfriada pela vaporização do líquido resultante do “flasheamento” da primeira corrente. A corrente subresfriada é então enviada para o evaporador, após expansão na 2ª válvula de controle. Este ciclo é usado quando o evaporador está distante do condensador e se deseja aproveitar a diferença de pressão existente entre o condensador e o evaporador e é menos eficiente que o ciclo com economizador aberto.
F
G
E D
I
H
J
C
A B
2.12 CICLO COM CARGAS SECUNDÁRIAS Este ciclo é utilizado quando são necessários dois evaporadores operando a temperaturas e pressões diferentes.
8
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
Para o caso de cargas proporcionais:
F
E I
D
G
H
C
A B
Para o caso de cargas não proporcionais: F
E D
H
G
C B
A
9
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
2.13 CICLO EM CASCATA Este ciclo é utilizado quando se deseja obter temperaturas muito baixas, sendo utilizados dois ou mais refrigerantes. Cada ciclo pode ser qualquer um dos ciclos anteriores. A particularidade deste ciclo é que o condensador do refrigerante de baixa temperatura é o evaporador do refrigerante de alta temperatura.
CC
DD
BB AA
D
C
B
A
10
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
2.14 REFRIGERANTES UTILIZADOS EM CICLOS DE COMPRESSÃO Alguns dos principais refrigerantes são:
NÚMERO
R-10 R-11 R-12 R-13 R-14 R-20 R-21 R-22 R-23 R-30 R-50 R-160 R-170 R-290 R-600 R-630 R-717 R-718 R-744 R-1150 R-1270
NOME
Tetracloreto de Carbono Triclorofluormetano Diclorodifluormetano Clorotrifluormetano Tetrafluoreto de Carbono Clorofórmio Diclorofluormetano Clorodifluormetano Trifluormetano Cloreto de Metileno Metano Cloreto de Etila Etano Propano N-Butano Metilamina Amônia Água Dióxido de Carbono Eteno Propeno
TEMPERATURA DE EBULIÇÃO (ºC) 76,6 23,8 -29,8 -81,4 -127,9 61,1 14,5 -40,8 -82,0 40,0 -161,4 12,3 -88,6 -42,2 -0,6 -6,4 -33,4 100 -78,0 -103,9 -48,0
Os fluidos refrigerantes devem obedecer as seguintes características:
Permanecer fluido em todo o sistema; Permanecer abaixo da pressão crítica para poder condensar; Não exceder a temperatura de degradação; Calor latente alto de modo a se utilizar vazões menores; Baixa viscosidade; Alta condutividade térmica; Estabilidade química e térmica; Não ser inflamável; Atóxico; Baixo custo.
11
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
2.15 SELEÇÃO DO REFRIGERANTE PRIMÁRIO, PRESSÕES E TEMPERATURAS
Temperatura do evaporador É tipicamente de 2 a 10ºC inferior à temperatura de saída do fluido de processo.
Temperatura do condensador A temperatura de condensação (ou final de subresfriamento, conforme o caso) deve ser tipicamente de 2 a 10ºC superior à temperatura do meio de resfriamento e inferior à temperatura crítica.
Pressão do evaporador Conhecendo-se o refrigerante, esta é amarrada pela temperatura de evaporação.
Pressão do condensador Conhecendo-se o refrigerante, esta é amarrada pela temperatura de condensação.
Refrigerante Um critério para seleção do refrigerante é que a pressão do evaporador não deve ser inferior à atmosférica para que não haja entrada de ar no sistema. A pressão de condensação deve ser inferior à pressão crítica e a temperatura de evaporação deve ser superior à de fusão.
2.16 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS EM CICLOS DE COMPRESSÃO
Condensadores Podem ser trocadores casco-e-tubo, resfriadores a ar, condensadores evaporativos ou trocadores “plate-fin”.
Evaporadores São usualmente trocadores casco-e-tubo, tipo “kettle”, ou trocadores “plate-fin”.
12
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
Compressores Podem ser alternativos (pequenas capacidades), centrífugos (grandes capacidades) ou de parafuso (altíssimas capacidades).
Válvulas de Expansão São usualmente válvulas de controle cuja abertura é controlada pelo nível de líquido no trocador.
Economizadores Abertos São separadores líquido-vapor de desenho especial.
Economizadores Fechados Podem ser trocadores casco-e-tubo ou casco-e-serpentina.
Garrafa Desaeradora e Sistema de Purga de Incondensáveis Para eliminar ar existente na partida ou durante a operação (com a pressão de evaporação menor do que 1 atm).
Vasos de Acúmulo Para armazenamento de líquido efluente do condensador ou separação do vapor efluente da válvula.
Secadores Para eliminação de umidade, que pode congelar, reagir com o refrigerante etc..
Filtros Para remoção de sujeira.
Separadores de Óleo Para remoção de óleo arrastado do compressor.
13
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
3. REFRIGERAÇÃO POR ABSORÇÃO 3.1 UTILIZAÇÃO Os ciclos de refrigeração por absorção podem ser utilizados para capacidades de até 5.000 toneladas de refrigeração. Caso o refrigerante empregado seja o sistema água-LiBr, pode-se obter temperaturas de até 5ºC, e caso o refrigerante seja o sistema amônia-água pode-se obter temperaturas de até – 40ºC. 3.2 CICLO EM UM ESTÁGIO Este ciclo substitui o compressor do ciclo de compressão por um conjunto de equipamentos que também tem como objetivo o aumento da pressão e temperatura do refrigerante. A figura abaixo representa o ciclo para o sistema amônia-água. Água
QR1 QR
NH3 vapor
Vapor
QA1
Sol. Diluída NH3
QA Água QR2
Sol. Concentrada NH3
14
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
A amônia vaporizada no evaporador é absorvida por uma solução aquosa diluída de amônia, sendo o calor de solução removido por água de resfriamento; a solução fica então concentrada, sendo bombeada (aumento de pressão) para o gerador de vapor, onde a ela é aquecida (aumento de temperatura) por meio de vapor ou outro meio de aquecimento qualquer. Este aquecimento provoca a vaporização da amônia, gerando uma solução fraca de amônia que volta à absorvedora cedendo calor à solução concentrada; amônia vaporizada é retificada para eliminação de água e enviada ao condensador para seguir o ciclo usual. Neste ciclo temos: QA QA1 QR QR1 QR2 W
= calor absorvido no evaporador = calor absorvido no regenerador = calor rejeitado no condensador = calor rejeitado no retificador = calor rejeitado no absorvedor = trabalho fornecido pela bomba
COP =
QA QA1 + W
QA QA1
3.3 CICLO EM VÁRIOS ESTÁGIOS Fazendo-se a etapa de absorção em vários estágios consegue-se reduzir quantidade de energia requerida no regenerador, a quantidade de água de resfriamento, a área total de troca térmica e a quantidade de solução circulante. Além disto, consegue-se também utilizar meios de aquecimento de temperaturas mais baixas no regenerador, possibilitando assim o uso de calor residual de processo de conteúdo energético mais baixo.
15
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
4. REFRIGERAÇÃO POR TERMOCOMPRESSÃO 4.1 UTILIZAÇÃO A refrigeração por termocompressão é utilizada para obtenção de água na faixa de temperaturas de 2 a 25ºC. 4.2 CICLO COM CONDENSADOR BAROMÉTRICO Neste ciclo, o vácuo equivalente à temperatura desejada da água gelada é mantido no tanque de “flash” por meio de ejetor. A água a ser resfriada é introduzida no tanque, sendo o vapor formado retirado, comprimido e transportado pelo ejetor até o condensador barométrico, onde os vapores motivo e de “flash” são condensados, por contato direto, e os incondensáveis (principalmente ar que entra nos equipamentos devido ao vácuo) são removidos por um ejetor secundário (junto com o vapor d’água de saturação) e enviados a outro condensador barométrico ou para a atmosfera.
4.3 CICLO COM CONDENSADOR CASCO-E-TUBO Neste ciclo, o condensador barométrico é substituído por um trocador casco-e-tubo que utiliza água de torre de resfriamento para efetuar a condensação.
4.4 CICLO COM CONDENSADOR EVAPORATIVO O condensador evaporativo é um equipamento que reúne a torre de resfriamento e o condensador casco-e-tubo no mesmo bloco.
16
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
5. PROCESSOS CRIOGÊNICOS 5.1 INTRODUÇÃO Processos criogênicos são utilizados para liquefação de gases a baixa temperaturas (inferiores a – 128ºC). Três processos podem ser utilizados para efetuar a refrigeração: refrigeração em cascata, processo Linde e processo Claude. 5.2 REFRIGERAÇÃO EM CASCATA É composto de vários ciclos de refrigeração por compressão mecânica em cascata, com o refrigerante mais volátil absorvendo calor do sistema a ser refrigerado e rejeitando-o para um refrigerante de maior ponto de ebulição. Pode-se obter uma temperatura de até – 210ºC, o ponto triplo do nitrogênio. Uma aplicação típica deste processo é a obtenção de gás natural liqüefeito, quando usados propano, eteno e metano em cascata. Uma variante deste processo é a utilização de um refrigerante misto de propano, etano e metano; isto permite o uso de apenas um compressor. Após a compressão, o refrigerante é apenas parcialmente condensado, quando uma fase vapor rica em etano e metano e uma fase líquida rica em propano, que é expandida e vaporizada, condensando o etano e resfriando o metano e o gás natural. O etano é expandido e vaporizado, resfriando o metano e o gás natural. O metano é expandido resfriando o gás natural, que é a seguir expandido em uma válvula, liquefazendo-se parcialmente. Caso se deseje fracionar o gás natural é necessário a inclusão de várias colunas de destilação.
5.3 PROCESSO LINDE Consiste na expansão de um gás comprimido resfriado através de uma válvula. É utilizado também para obtenção de hidrogênio e hélio líquidos, sendo necessário observar que a expansão só pode ser feita caso aqueles gases estejam a temperaturas inferiores a – 73ºC e – 230ºC, respectivamente, para que o coeficiente de Joule-Thompson (T/P)H seja positivo, isto é, que o gás se resfrie ao ser reduzida a sua pressão. Deste modo, é usual pré-resfriar-se o gás com nitrogênio líquido no caso de hidrogênio, e com hidrogênio líquido no caso do hélio.
17
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
5.4 PROCESSO CLAUDE É semelhante ao processo Linde, porém a expansão é realizada em uma turbina. A produção de oxigênio e nitrogênio a partir de ar é um exemplo típico deste processo. A descrição do fluxograma anexo é: 1º - O ar passa inicialmente por um filtro para eliminação de contaminantes ditos primários (poeira etc.); 2º - O ar é então comprimido até cerca de 600 psia em 3 compressores em série; 3º - O ar comprimido passa em um leito de peneiras moleculares para remoção dos contaminantes principais (CO2, água e hidrocarbonetos) por adsorção; 4º - O ar purificado é então resfriado em um trocador “plate-fin” por troca de calor com correntes de N2 e O2 residuais que deixam o processo e por freon de uma unidade auxiliar de refrigeração por compressão mecânica, saindo a cerca de –100ºC; 5º - O ar frio é então dividido em duas correntes: uma se dirige à turbina e é expandida até 70 psig e – 170ºC; outra se dirige a uma válvula de expansão tendo sua pressão reduzida também para 70 psig; 6º - Ambas as correntes se dirigem à coluna inferior de destilação, da qual se obtêm N2 gasoso como produto de topo e ar líquido enriquecido com O2 (40%) como produto de fundo; 7º - A coluna superior opera a 7 psig e fornece O 2 líquido como produto de fundo e N2 residual no topo que é aproveitado no pré-resfriamento; 8º - O N2 produzido pela coluna inferior é condensado no refervedor da coluna superior servido como meio de aquecimento para o fundo desta coluna. Uma variante deste processo é a compressão do ar até 100 psia e préresfriamento até 4ºC com freon, sendo então alimentado ao resfriador (no processo anterior, o ar entra no resfriador a 600 psia e temperatura ambiente).
18
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
6. REFRIGERANTES SECUNDÁRIOS 6.1 PROPRIEDADES FÍSICAS DESEJÁVEIS Segurança, relacionada principalmente a toxidez e inflamabilidade; Viscosidade baixa, de modo a diminuir perdas de carga e resistências à transmissão de calor; Calor específico alto, de modo a diminuir a vazão circulante; Condutividade térmica alta, de modo a diminuir a resistência à transmissão de calor; Ausência de corrosividade; Ponto de fusão baixo, de forma que ele permaneça fluido em todo o ciclo; Custo baixo.
6.2 REFRIGERANTES SECUNDÁRIOS UTILIZADOS
Solução aquosa de NaCl: atóxico, não inflamável, muito corrosivo e só pode ser utilizado para temperaturas superiores a – 10ºC;
Solução aquosa de CaCl2: não inflamável, muito corrosivo; só pode ser utilizado para temperaturas superiores a – 35ºC; não pode ser utilizado em indústrias alimentícias; concentração máxima de 30%;
Etilenoglicol e soluções aquosas de etilenoglicol: inflamável, muito corrosivo, tóxico; só deve ser utilizado para temperaturas superiores a – 25ºC; não pode ser utilizado em indústrias alimentícias;
Solução aquosa de propilenoglicol: atóxico, inflamável, pouco corrosivo; só deve ser utilizado para temperaturas superiores a – 10ºC devido a sua alta viscosidade;
Solução aquosa de metanol: muito tóxico, muito inflamável, não corrosivo; só pode ser utilizado para temperaturas superiores a – 25ºC, sendo mais econômico na faixa mais baixa de temperaturas; excelentes propriedades de transmissão de calor (alta condutividade térmica e baixa viscosidade);
Solução aquosa de etanol: atóxico, muito inflamável; utilizado em indústrias de alimentos;
Cloreto de metileno: atóxico, não inflamável, não corrosivo (desde que se evite a entrada de água no sistema); utilizado para temperaturas na faixa de – 35ºC a – 85ºC; baixa viscosidade, mesmo nesta faixa de temperaturas;
19
UNIFACS
REFRIGERAÇÃO
Tricloroetileno: características semelhantes (mas não tão boas) quanto às do cloreto de metileno;
R-11: características semelhantes (mas não tão boas) quanto às do cloreto de metileno; mais caro que o cloreto de metileno mas tem a vantagem de não atacar o alumínio.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. REGO, Ronaldo Tavares de Almeida, Liquefação de Gases. Petroquisa, Rio de Janeiro, 1982. 2. SMITH, J. M., VAN NESS, H. C., Introdução à Termodinâmica da Engenharia Química. Editora Guanabara Dois S.A., Rio de Janeiro, 1980.
20
View more...
Comments