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Geologia....
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Vera Lúcia da Rocha
Geologia
APRESENTAÇÃO É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Geologia, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidisciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital
SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 5 1 DEFINIÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS.......................................................................................... 7 1.1 Subdivisão da Geologia.................................................................................................................................................7 1.2 Resumo do Capítulo........................................................................................................................................................8 1.3 Atividades Propostas.......................................................................................................................................................9
2 ORIGEM DO SISTEMA SOLAR E ESTRUTURA TERRESTRE....................................... 11 2.1 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................13 2.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................14
3 TECTÔNICA DE PLACAS................................................................................................................... 15 3.1 Evidência de que os Continentes Estiveram Unidos........................................................................................16 3.2 Evidências Científicas sobre a Tectônica...............................................................................................................18 3.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................20 3.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................21
4 NOÇÕES DE GEOMORFOLOGIA................................................................................................. 23 4.1 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................25 4.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................25
5 TIPOS E PROCESSOS FORMADORES DE SOLO............................................................... 27 5.1 Perfis de Solo...................................................................................................................................................................31 5.2 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................33 5.3 Atividades Propostas....................................................................................................................................................33
6 ÁGUA SUBTERRÂNEA........................................................................................................................ 35 6.1 Classificação dos Aquíferos Segundo a Pressão da Água..............................................................................36 6.2 Classificação Segundo a Geologia do Material Saturado...............................................................................36 6.3 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................37 6.4 Atividades Propostas....................................................................................................................................................38
7 INTRODUÇÃO À PALEONTOLOGIA......................................................................................... 39 7.1 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................41 7.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................42
8 MINERAIS E ROCHAS......................................................................................................................... 43 8.1 Recursos Minerais..........................................................................................................................................................44 8.2 Rochas................................................................................................................................................................................46 8.3 O Ciclo das Rochas........................................................................................................................................................49 8.4 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................50 8.5 Atividades Propostas....................................................................................................................................................50
9 TEMPO GEOLÓGICO........................................................................................................................... 51 9.1 Resumo do Capítulo.....................................................................................................................................................54 9.2 Atividades Propostas....................................................................................................................................................54
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS...................................... 55 REFERÊNCIAS.............................................................................................................................................. 59
INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), O objetivo geral do curso é o de lhe oferecer subsídios para um estudo completo sobre a Terra como um planeta vivo em constante transformação e que possui um dinamismo próprio. Esta apostila e a disciplina como um todo buscam apresentar a caracterização do planeta Terra, bem como estudar sua estrutura e composição. Também foram evidenciados os mecanismos que engendram a dinâmica terrestre (deriva continental e tectônica de placas), oferecendo, assim, um aprofundamento nas questões relativas à formação e dinamismo da superfície terrestre. Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado de forma a promover sempre um debate sobre e com os autores, além de mostrar as transformações das teorias ao longo dos processos geológicos. Dessa forma, serão estudadas a Gênese e a morfologia dos principais minerais e rochas, além dos processos que atuam sobre eles (intemperismo físico e químico), bem como o ciclo das rochas, classificação e datação petrográfica. Será dado enfoque à formação de depósitos minerais e jazidas e à associação com a dinâmica interna e intemperismo, sua utilização comercial e suas implicações ambientais, visando, assim, ao desenvolvimento sustentável de nossa sociedade contemporânea. Ao compreendermos que a Geologia é a ciência que trata da estrutura da Terra, da sua composição, de seus processos internos e externos e de sua evolução, e que como ciência procura decifrar a história geral da Terra, desde o momento em que se formaram as rochas até o presente, será possível finalizar este trabalho versando sobre esse assunto. No último capítulo, buscamos, então, elencar as possibilidades da datação geológica realizada com a utilização de diversos conhecimentos científicos. Será um prazer acompanhá-lo(a) ao longo desse trajeto. Vera Lúcia da Rocha
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DEFINIÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS
Figura 1 – Charles Lyell.
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos dos conceitos iniciais que definem a Geologia, sua importância para nossa sociedade, bem como sua subdivisão como ciência. Podemos afirmar que a Geologia é a ciência que trata da estrutura da Terra, da sua composição, de seus processos internos e externos e de sua evolução. Como ciência, procura decifrar a história geral da Terra, desde o momento em que se formaram as rochas até o presente. Na Figura 1, vamos visualizar Charles Lyell (1797-1875), geólogo britânico, considerado o “Pai” da Geologia.
Fonte: http://www.stephenjaygould.org/people/ charles_lyell.html.
Atenção O campo de atividade da Geologia é, então, a porção da Terra constituída de rochas, que são as fontes de informações sobre seus processos formadores e evolutivos.
A partir desse contexto, podemos compreender que a formação das rochas é, por sua vez, dependente de um conjunto de fatores físicos, químicos e biológicos, cíclicos, relacionados à evolução crustal e sedimentar do planeta.
1.1 Subdivisão da Geologia
A Geologia Geral tem como seu objeto o estudo dos agentes de formação, transformação, composição e disposição das rochas na crosta terrestre e pode ser subdividida da seguinte forma: Petrologia: é a ciência das rochas no sentido estrito, constituindo uma das bases das ciências geológicas, fundamentada na mineralogia; Paleontologia: descreve e classifica os
antigos seres viventes que se encontram nas rochas, os fósseis; Geologia Histórica: descreve os eventos biológicos e estruturais dentro de uma cronologia, denominada tempo geológico; Estratigrafia: ordena as rochas estratificadas, ou seja, dispostas em camadas de sedimentos, sistematizando-as a partir de sua cronologia determinada a
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partir dos estratos mais antigos; Geografia: cujos campos de ação estão na superfície da Terra e seus habitantes; quando se ocupa da conformação da crosta e da sua evolução, onde se encaixa a Geografia Física, esta passa a ser um campo integrado à Geologia. Estas são algumas Geologia entre inúmeras outras, notadamente de sentido prático e aplicado à pesquisa de minerais ou às obras de engenharia.
Temos também que, em Geologia, a noção de tempo é diferente da visão de tempo cotidiano da vida humana. O tempo, embora em si não seja um agente preponderante, perfaz sutilmente a execução de todas as formas e estruturas existentes no globo terrestre.
Podemos concluir que a Geologia tem um papel marcante e decisivo na qualidade da ocupação e aproveitamento dos recursos naturais, das ramificações da que compreendem desde os solos onde se planta e se constrói, até os recurSaiba mais sos energéticos e matérias-primas industriais. A Geologia como ciência baseia-se, primeiramente, na observação do planeta Terra, incluindo: • minerais;
Em Geologia, é pos- • rochas; sível supor que o presen- • fósseis. te é a chave do passado e que todos os acontecimentos que ocorrem hoje na Terra são similares aos acontecidos no passado e suficientes para que se expliquem todos os aspectos da forma e estrutura do planeta no presente.
O desconhecimento quantitativo e qualitativo da dinâmica terrestre tem resultado em prejuízos muitas vezes irreparáveis para a Natureza em geral e para a espécie humana em particular.
1.2 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos a definição de Geologia e compreendemos sua importância para nossa sociedade. Entendemos, também, que a Geologia é a ciência que trata da estrutura da Terra, da sua composição, de seus processos internos e externos e de sua evolução, e que o objeto da Geologia Geral é o estudo dos agentes de formação, transformação, composição e disposição das rochas na crosta terrestre. O campo de atividade da Geologia é, então, a porção da Terra constituída de rochas, que são as fontes de informações sobre seus processos formadores e evolutivos. Também compreendemos que a Geologia pode ser subdividida da seguinte forma: Petrologia; Paleontologia; Geologia Histórica; Estratigrafia. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
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1.3 Atividades Propostas
1. Como podemos definir Geologia? 2. De que forma a Geologia se subdivide? 3. O que é Estratigrafia?
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ORIGEM DO SISTEMA SOLAR E ESTRUTURA TERRESTRE
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos da origem do sistema solar e da complexa estrutura interna do globo terrestre. Sabemos que o sistema solar é formado por nove planetas e por milhares de asteroides, além de um cinturão de objetos além da órbita de Plutão. Por ordem de distância do sol, estão: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão (por vezes é Netuno o mais afastado, devido à órbita de Plutão, que atravessa a de Netuno). Analise, a seguir, a figura que ilustra quais são os planetas que formam o sistema solar. Figura 2 – Sistema solar.
Dessa forma, o sistema solar nasceu a partir de uma gigantesca nuvem de gás e poeira. Essas nuvens giram ao redor de um único ponto, de maior gravidade, onde se localiza a estrela (Sol); por efeito dessa rotação, a nuvem vai ganhando a forma de um globo, que concentra em seu núcleo a maior parte da massa e poeira, esse disco torna-se cada vez maior, mais quente, se condensando cada vez mais. O calor que isso resulta dá início à transformação do hidrogênio em hélio; por meio desse processo, em que é liberada energia, desencadeia-se uma série de reações termonucleares que ativam o núcleo da nuvem, surge, assim, uma estrela. Enquanto tudo isso ocorre no núcleo, na parte mais externa, as nuvens também se adensam até formar massas bem menores do que a estrela, essas massas se transformam nos planetas, todas elas presas pela força maior do Sol, girando ao seu redor. Esse processo que deu origem ao sistema solar há 5 bilhões de anos continua; estrelas semelhantes ao Sol nascem em muitos locais da galáxia, principalmente na nebulosa de Órion, a cerca de mil anos luz da Terra. Essas estrelas e seus planetas são irmãos do sistema solar, pois o Sol emergiu do Cinturão de Gould, do braço da espiral de Órion.
Fonte: http://www.webciencia.com/04_sistema.htm.
Os planetas menores, de formação rochosa e mais próximos do Sol e uns dos outros são chamados planetas internos (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte), já os planetas mais afastados, de formação gasosa e gigantes em relação aos internos, são denominados planetas externos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, além de Plutão).
Vamos, agora, analisar a composição interna da estrutura de nosso planeta e, para isso, iniciaremos com uma pergunta: como se pode conhecer as camadas geológicas abaixo de nossos pés e outras estruturas localizadas no interior e no centro da Terra, situado a cerca de 6.370 km de profundidade? A resposta é: por meio de perfurações, o homem tem acesso direto apenas aos primeiros
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quilômetros. Daí para baixo, são as ondas sísmicas que revelam conhecimentos sobre o interior de nosso planeta. A propagação das ondas sísmicas produzidas pelos terremotos varia de velocidade e de trajetória em função das características do meio elástico em que trafegam. A correta interpretação do registro dessas ondas, por meio dos sismogramas, permite inferir valores de velocidade e densidade tanto em rochas no estado sólido, ou parcialmente fundidas, como naquelas situadas próximas à superfície ou em grandes profundidades. Dessa forma, é possível comprovar suposições sobre o estado dessas estruturas internas. A partir desse contexto, a camada mais externa e delgada da Terra é chamada Crosta, cuja espessura varia de 35 a 10 km ao longo de uma seção, cortando áreas continentais e oceânicas. Analise a figura seguir, onde é possível observar as camadas que formam a estrutura interna do planeta Terra. Figura 3 – Estrutura interna da Terra.
material mais denso. Assim, a maior parte do volume das massas continentais posiciona-se abaixo do nível do mar pela mesma razão que a maior parte dos icebergs permanece mergulhada por baixo do nível dos oceanos. Trabalhos sismológicos vêm corroborando informações quantitativas para o mecanismo da isostasia. Ainda analisando a figura anterior, podemos compreender que o manto é a porção mais volumosa (80%) de todas as geosferas. O Manto divide-se em Superior e Inferior, situa-se logo abaixo da Crosta e estende-se até quase a metade do raio da Terra. A profundidade do contato Manto-Núcleo foi calculada pelo sismólogo Beno Gutenberg, em 1913. O Manto é grosseiramente homogêneo e oferece as melhores condições para a propagação de ondas sísmicas, recebendo a denominação “janela telessísmica”. No período de 1965 a 1970, os geólogos e geofísicos concentraram seus esforços para pesquisar as primeiras centenas de quilômetros abaixo da superfície terrestre como parte do Projeto Internacional do Manto Superior. Muitas descobertas importantes foram feitas, entre elas a definição de “litosfera” e “astenosfera”, com base em modelos de velocidades das ondas S. Já a litosfera é uma placa com cerca de 70 km de espessura, que suporta os continentes e áreas oceânicas. A Crosta é a camada mais externa dessa porção da Terra. A litosfera é caracterizada por altas velocidades e eficiente propagação das ondas sísmicas, implicando condições naturais de solidez e de rigidez de material. A litosfera é a responsável pelos processos da Tectônica de Placas e pela ocorrência dos terremotos.
Fonte: http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/ start.htm?infoid=1266&sid=129.
Saiba que, nas regiões montanhosas, a crosta pode alcançar 65 km de espessura. A figura anterior nos sugere que a Crosta Continental flutua acima de material muito denso do manto, à semelhança dos icebergs sobre os oceanos. Este é o Princípio da Isostasia, que assegura que as “leves“ áreas continentais flutuem sobre um manto de
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A astenosfera é também chamada zona de fraqueza ou de baixa velocidade, pela simples razão do decréscimo da velocidade de propagação das ondas S. Nessa região, em que se acredita que as rochas estão parcialmente fundidas, as ondas sísmicas são mais atenuadas do que em qualquer outra parte do Globo. A astenosfera, que se estende até 700 km de profundidade, apresenta variações físicas e químicas. É importante assinalar que é o estado
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não sólido da astenosfera que possibilita o deslocamento, sobre ela, das placas rígidas da litosfera. O Manto Inferior, que se estende de 700 até 2.900 km (limite do Núcleo), é uma região que apresenta pequenas mudanças na composição e fases mineralógicas. A densidade e a velocidade aumentam gradualmente com a profundidade, da mesma forma que a pressão. Já o Núcleo, apesar de sua grande distância da superfície terrestre, também não escapa das investigações sismológicas. Sua existência foi sugerida pela primeira vez, em 1906, por R. D. Oldham, sismólogo britânico.
dados sismológicos. Assim, foi possível determinar uma incompleta, mas razoável aproximação sobre a constituição do interior do Globo. Ele corresponde, aproximadamente, a 1/3 da massa da Terra e contém principalmente elementos metálicos (ferro e níquel). Em 1936, Inge Lehman, sismóloga dinamarquesa, descobriu o contato entre o Núcleo Interno e o Núcleo Externo. Esse último possui propriedades semelhantes aos líquidos, o que impede a propagação das ondas S. O Núcleo Interno é sólido e nele se propagam tanto as ondas P quanto as S.
A composição do Núcleo foi estabelecida comparando-se experimentos laboratoriais com
2.1 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos a origem do sistema solar e da complexa estrutura interna do globo terrestre. Compreendemos que o sistema solar é formado por nove planetas e por milhares de asteroides, além de um cinturão de objetos além da órbita de Plutão. Por ordem de distância do sol, estão: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão (por vezes é Netuno o mais afastado, devido à órbita de Plutão, que atravessa a de Netuno). Logo em seguida, analisamos a composição interna da estrutura de nosso planeta e analisamos todos os componentes dos elementos que compõem essa estrutura. Surpreendeu-nos a resposta de que, em relação às características internas de nosso planeta, por meio de perfurações, o homem tem acesso direto apenas aos primeiros quilômetros. Daí para baixo, são as ondas sísmicas que revelam conhecimentos sobre o interior de nosso planeta. A propagação das ondas sísmicas produzidas pelos terremotos varia de velocidade e de trajetória em função das características do meio elástico em que trafegam. Vimos, também, a potência da energia geotérmica e da pressão que atuam constantemente nas camadas internas e são a mola propulsora de vários dos fenômenos que estão relacionados diretamente à formação da superfície terrestre. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
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2.2 Atividades Propostas
1. De que forma o sistema solar nasceu? 2. Do que se trata o principio de Isostasia? 3. Explique o que é o Manto Inferior.
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TECTÔNICA DE PLACAS
Figura 4 – Alfred Wegener.
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos dos conceitos que nos farão compreender os processos que dão origem à formação da estrutura interna de nosso planeta. Iniciaremos esses conhecimentos por meio do estudo da tectônica de placas. A teoria de que os continentes não estiveram sempre nas suas posições atuais foi conjecturada muito antes do século XX; esse modelo foi sugerido, pela primeira vez, em 1596, por um fabricante holandês, Abraham Ortelius. Ortelius sugeriu que as Américas “foram rasgadas e afastadas da Europa e África por terremotos e inundações” e acrescentou: “os vestígios da ruptura revelam-se, se alguém trouxer para a sua frente um mapa do mundo e observar com cuidado as costas dos três continentes”. A ideia de Ortelius foi retomada no século XIX. Entretanto, só em 1912 a ideia do movimento dos continentes foi seriamente considerada como uma teoria científica, designada por Deriva dos Continentes, escrita em dois artigos publicados por um meteorologista alemão chamado Alfred Lothar Wegener. Wegener argumentou que, há cerca de 200 milhões de anos, havia um supercontinente – Pangeia = Pangea – que começou a fraturar-se. Alexander Du Toit, professor de geologia na Universidade de Johanesburgo e um dos defensores mais acérrimos das ideias de Wegener, propôs que a Pangeia, primeiro, se dividiu em dois grandes continentes, a Laurásia, no Hemisfério Norte, e a Gondwana, no Hemisfério Sul. Laurásia e Gondwana continuaram, então, a fraturar-se, ao longo dos tempos, dando origem aos vários continentes que existem hoje.
Fonte: http://www.infoescola.com/biografias/alfred-wegener/.
Wegener também estava intrigado com as ocorrências de estruturas geológicas pouco comuns e dos fósseis de plantas e animais encontrados na América do Sul e África, que estão separadas, atualmente, pelo Oceano Atlântico. Deduziu que era fisicamente impossível para a maioria daqueles organismos ter nadado ou ter sido transportado por meio de um oceano tão vasto. Para ele, a presença de espécies fósseis idênticas ao longo das costas dos litorais da África e América do Sul seria a evidência que faltava para demonstrar que, uma vez, os dois continentes estiveram ligados. Saiba mais A teoria de Wegener foi apoiada em parte por aquilo que lhe pareceu ser o ajuste notável dos continentes americanos e africanos do sul, argumento utilizado por Abraham Ortelius três séculos antes.
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3.1 Evidência de que os Continentes Estiveram Unidos
Há algumas evidências de que os continentes estiveram unidos e a primeira delas é geográfica, uma vez que as linhas da costa de alguns continentes encaixam perfeitamente.
Essas evidências também podem ser paleontológicas, uma vez que a distribuição de fósseis acompanha um padrão característico. Veja, na figura a seguir, essas evidências.
Figura 5 – Distribuição geográfica dos fósseis gondwânicos.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gondwana.
Em relação às condições climáticas, há evidências de glaciações coerentes com a união de continentes.
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Analise a figura a seguir, onde essa evidência é mostrada.
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Figura 6 – Evidências climáticas.
Fonte: http://geografiamazucheli.blogspot.com.br/2012/10/terremotos-origens-causas-e.html.
A teoria da Deriva Continental transformar-se-ia na “bomba” que explodiu na comunidade científica da época, de tal modo, fez surgir uma nova maneira de ver a Terra. Contudo, apesar das evidências, a proposta de Wegener não foi tão bem recebida pela comunidade científica, como se possa pensar, embora estivesse, em grande parte, de acordo com a informação científica disponível naquele tempo. Uma fraqueza fatal na teoria de Wegener era o fato de não poder responder satisfatoriamente à pergunta mais importante levantada pelos seus críticos: que tipo de força podia ser tão forte para mover massas de rocha contínua tão grandes ao longo de distâncias tão grandes? Wegener sugeriu que os continentes se separavam por meio do fundo do oceano, mas Harold Jeffreys, um geofísico inglês notável, contra-argumentou, de modo científico, que era
fisicamente impossível para uma massa de rocha contínua tão grande separar-se por meio do fundo oceânico sem se fragmentar na totalidade. Atenção Só após a morte de Wegener, em 1930, novas evidências a partir da exploração dos fundos oceânicos, bem como outros estudos geológicos e geofísicos, reacenderam o interesse pela teoria de Wegener, conduzindo finalmente ao desenvolvimento da teoria da Tectônica de Placas.
Note que, apenas com tais comprovações de fato, houve um crescimento acadêmico e científico no que se refere aos estudos que comprovam o desenvolvimento de processos geológicos esclarecedores sobre a formação de nosso planeta.
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3.2 Evidências Científicas sobre a Tectônica
Você sabia que aproximadamente dois terços da superfície da terra encontram-se abaixo dos oceanos? Antes do século XIX, a profundidade dos oceanos era matéria de pura especulação e a maioria das pessoas pensava que os fundos dos oceanos eram relativamente lisos e sem quaisquer aspectos relevantes. A exploração oceânica, durante os tempos seguintes, melhorou profundamente o nosso conhecimento sobre os fundos dos oceanos e a sua expansão. Nós sabemos, agora, que a maioria dos processos geológicos que ocorrem na Terra está ligada, diretamente ou indiretamente, à dinâmica dos fundos oceânicos. Em 1947, os sismologistas que se encontravam no navio de pesquisa Atlantis dos Estados Unidos (EUA) descobriram que a camada de sedimento no fundo do Oceano Atlântico era muito mais fina do que pensavam inicialmente. Os cientistas acreditavam que os oceanos existiam, pelo menos, há 4 bilhões de anos, logo, a camada de sedimento deveria de ser muito espessa. Por que é que havia tão pouca acumulação de sedimento, restos e fragmentos sedimentares no fundo do oceano? A resposta a esta e outras perguntas, que surgiram após uma exploração mais pormenorizada e avançada, provariam ser vital para o surgimento do conceito de tectônica de placas. No início dos anos de 1950, os cientistas, usando instrumentos de medida do magnetismo (magnetômetros), começaram a reconhecer variações magnéticas ímpares por meio do fundo dos oceanos. Essa descoberta, embora inesperada, não foi inteiramente surpreendente, porque se sabia que o basalto, uma rocha vulcânica rica em ferro e que faz parte dos fundos dos oceanos, contém um mineral fortemente magnético (magnetita), que pode localmente obrigar a distorção das leituras da bússola. Sabendo que a presença da magnetita dá ao basalto propriedades magnéticas mensuráveis, essas variações magnéticas
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recentemente descobertas forneceram novos meios para o estudo dos fundos dos oceanos. Como, durante os anos das décadas de 1950 e 1960, foram sendo traçados mais mapas das anomalias magnéticas dos fundos oceânicos, logo, obtendo-se mais informações, ficou provado que as variações magnéticas não eram aleatórias, mas obedeciam a padrões determinados. Quando esses padrões magnéticos foram traçados sobre grandes regiões, o fundo do oceano apresentou um padrão do tipo “zebra”. As bandas alternas, de diferentes polaridades magnéticas, estavam colocadas, do lado de fora, em faixas, de um e do outro lado da crista média-oceânica (meso-oceânica): uma faixa com polaridade normal e a faixa adjacente com polaridade invertida. O teste padrão total, definido por essas faixas alternadas de rocha magnetizada com polarização normal e inversa, tornou-se conhecido como o “listado” magnético. A descoberta do “listado” magnético alertou, naturalmente, para mais perguntas: como se forma o teste padrão magnético do “listado”? Por que são as faixas simétricas em torno das cristas ou dorsais média-oceânicas? Essas perguntas não poderiam ser respondidas sem se saber o significado dessas dorsais. Em 1961, os cientistas começaram a teorizar sobre a estrutura das zonas das dorsais da crista média-oceânica, onde o fundo oceânico era rasgado em dois, longitudinalmente, ao longo da crista. O magma novo, proveniente de grandes profundidades da terra, subia facilmente ao longo dessas zonas de fraqueza e era expelido ao longo da crista, criando uma crusta oceânica nova. Esse processo, operando durante muitos milhões de anos, construiu o sistema de 50.000 km ao longo das cristas ou dorsais média-oceânicas. Essa hipótese era suportada por diversas linhas da evidência: 1) junto à crista, as rochas são muito novas e tornam-se progressivamente mais velhas quando afastadas da crista; 2) a rocha mais nova, junto à crista, tem sempre
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uma polaridade (normal) atual; e 3) as “listas” das rochas paralelas e simétricas à crista alternam na polaridade magnética (normal-invertida-normal etc.), sugerindo que o campo magnético da terra se inverteu muitas vezes. Note essa questão na figura a seguir. Figura 7 – Cadeia meso-oceânica.
Quando as idades das amostras foram determinadas por métodos de datação paleontológica e isotópica, forneceram a evidência que faltava para provar a hipótese da expansão dos fundos oceânicos. Uma consequência profunda da expansão dos fundos oceânicos seria que a nova crusta oceânica, sendo continuamente criada ao longo das cristas oceânicas, implicava um grande aumento no tamanho da terra desde a sua formação. A maioria de geólogos sabe que a Terra mudou pouco no tamanho desde sua formação há 4,6 bilhões de anos, levantando uma pergunta-chave: como pode a nova crusta oceânica ser adicionada, continuamente, ao longo das cristas oceânicas sem aumentar o tamanho da Terra? Essa pergunta intrigou, particularmente, Harry H. Hess e Robert S. Dietz. Hess formulou o raciocínio seguinte: se a crusta oceânica se expandia ao longo das cristas oceânicas, ela tinha de ser “consumida” noutros lugares da terra.
Fonte: http://ppegeo.igc.usp.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0100.
A evidência adicional da expansão do fundo oceânico veio de uma fonte inesperada, a exploração do petróleo ao longo das margens continentais, nas plataformas marinhas.
Desse modo, sugeriu que a nova crusta oceânica espalhou-se, continuamente, afastada das cristas, segundo um movimento de transporte do tipo “correia”. Milhões de anos mais tarde, a crusta oceânica desce, eventualmente, nas fossas oceânicas, onde seria “consumida”. De acordo com Hess, enquanto o Oceano Atlântico estava a expandir-se, o Oceano Pacífico estava a contrair-se. Assim, as ideias de Hess davam uma explicação clara do porque a Terra não aumentava de tamanho. Veja, na figura a seguir, um esquema mostrando um mecanismo de transporte das placas, análogo ao modelo animado de correntes de convecção térmica.
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Figura 8 – Mecanismo de transporte das placas tectônicas.
Fonte: http://domingos.home.sapo.pt/tect_placas_5.html.
Sabemos que o calor radioativo acumulado no interior da Terra e não completamente dissipado pelo vulcanismo é suficiente para aquecer as camadas do manto e gerar correntes de convec-
ção térmica ascendentes, semelhantes às que se formam com a água a ferver, que transportam as placas por arrastamento, provocando, assim, um efeito de correia.
3.3 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos teorias fundamentais que dão embasamento aos estudos geológicos, como a tectônica de placas. A definição de que os continentes não estiveram sempre nas suas posições atuais foi conjecturada muito antes do século XX; esse modelo foi sugerido, pela primeira vez, em 1596, por um fabricante holandês, Abraham Ortelius. Ortelius sugeriu que as Américas “foram rasgadas e afastadas da Europa e África por terremotos e inundações” e acrescentou: “os vestígios da ruptura revelam-se, se alguém trouxer para a sua frente um mapa do mundo e observar com cuidado as costas dos três continentes”. Também foram estudadas diversas evidências de que a Deriva Continental pode ser comprovada cientificamente. Estudamos todas essas evidências científicas sobre a tectônica de placas. Por fim, compreendemos que o calor radioativo acumulado no interior da Terra e não completamente dissipado pelo vulcanismo é suficiente para aquecer as camadas do manto e gerar correntes de convecção térmica ascendentes, que movimentam as placas, definindo assim a Deriva Continental. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
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3.4 Atividades Propostas
1. Brasil e África unidos em um só continente no passado geológico de nosso planeta, como você pode explicar essa afirmação? 2. O que é convecção térmica? 3. Por que a teoria da Deriva Continental transformar-se-ia na “bomba” que explodiu na comunidade científica da época?
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NOÇÕES DE GEOMORFOLOGIA
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos das noções básicas de geomorfologia e sua intrínseca ligação com conceitos importantes da Geologia e a formação da superfície terrestre. Vamos lá? Você sabia que por meio da Geomorfologia é possível explicar os processos que formam toda a superfície terrestre, inclusive sua dinâmica e a história desses acontecimentos?
são as que melhor se conhecem e as que, com certeza, foram objeto das mais antigas investigações científicas. Vejamos a figura a seguir, que nos mostra as cadeias de montanhas continentais dos Andes, Montanhas Rochosas, Apalaches, Atlas, Pirinéus, Alpes, Cárpatos e os Himalaias. Figura 9 – Cadeias montanhosas continentais.
Atenção Geomorfologia é a parte da Geografia que estuda os arranjos, formas e toda a dinâmica formadora da superfície terrestre, bem como seus aspectos genéticos, cronológicos e morfológicos.
Dessa forma, compreenda que as montanhas são formas de relevo da superfície da Terra que, normalmente, se elevam para um topo estreito em forma de cume, originando escarpas. São vastas elevações e depressões. Podem apresentar-se como extensos alinhamentos de relevo ou sob a forma de Montanhas Isoladas, estas normalmente associadas a fenômenos vulcânicos. Vamos procurar dar algumas explicações, tendo sempre em conta o conhecimento atual, para a formação das montanhas. Na Terra, os extensos alinhamentos de relevo que cruzam oceanos e continentes têm uma origem direta ou indiretamente ligada ao movimento das grandes placas litosféricas terrestres. Entre essas estruturas, as cadeias de montanhas
Fonte: http://dc337.4shared.com/doc/LPHWDLPo/preview.html.
As montanhas formam-se por meio de diversos processos geológicos. Assim, podemos considerar quatro tipos diferentes de montanha: vulcânicas, erodidas, falhadas e dobradas. Montanhas vulcânicas, também conhecidas como vulcões, apresentam, na maioria dos casos, uma parte emersa que, por sua vez, faz parte de uma sucessão de grandes vulcões. Uma região com uma sucessão de vulcões é o Havaí. O Mauna Kea (4.205 m) é um exemplo típico de uma montanha vulcânica. Os vulcões podem associar-se às cadeias de montanhas ou a montes individuais associados a eventos intraplacas litosféricas, chamados Hot Spots (ou “Pontos Quentes”). Veja, a seguir, o Vulcão Chimborazo, que fica no Equador e é associado à Cordilheira dos Andes.
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Figura 10 – Vulcão Chimborazo.
Figura 12 – Alpes franceses.
Fonte: http://www.europa-turismo.net/franca-hoteis.htm. Fonte: http://quintogeo.blogspot.com.br/2009_06_01_archive. html.
Veja, a seguir, o Vulcão Kilauea, que fica no Havaí e é associado a um Hot Spot.
A seguir, veja o Himalaia, que fica no Nepal. Figura 13 – Cordilheira do Himalaia.
Figura 11 – Vulcão Kilauea.
Fonte: http://cienctec.com.br/wordpress/index.php/raro-fenomeno-moonbow-e-fotografado-no-havai-juntamente-com-a-erupcao-de-um-vulcao-e-com-o-ceu-estrelado/.
Montanhas dobradas são as mais típicas e frequentes, razão por que, a seguir, iremos examinar, com algum pormenor, sua formação. Foram originadas pelo lento movimento das placas litosféricas convergentes, isto é, colisões entre massas continentais ao longo do Tempo Geológico, unindo-as e originando cadeias montanhosas. Veja, a seguir, a região dos Alpes, que fica na França.
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Fonte: http://www.infoescola.com/geologia/dobramentos-modernos/.
Montanhas erodidas são formadas pelo fenômeno da erosão (ou seja, não tectônico). As águas, os ventos, as variações de temperatura e os seres vivos causam o desgaste das rochas. Em simultâneo, dá-se o fenômeno do transporte dos materiais desagregados. Quando existem, na mesma região, rochas resistentes à erosão e rochas facilmente erodidas, dá-se o fenômeno de erosão diferencial, acontecendo que as rochas resistentes à erosão acabam por formar um grande relevo terrestre, isto é, uma montanha.
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Geologia
O Grand Canyon (USA) é um exemplo de uma formação decorrente de processos erosivos e não tectônicos.
Saiba mais O Cume do Lança (4.301 m) é um exemplo de uma montanha erodida, sendo uma grande massa de granito que tem resistido à erosão de milhões de anos.
4.1 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos a importante contribuição que a Geomorfologia oferece à Geologia, sendo possível por meio dela explicar toda a dinâmica formadora do relevo que se encontra tanto na crosta terrestre quanto na crosta oceânica. Dessa forma, compreendemos que as montanhas são formas de relevo da superfície da Terra que, normalmente, se elevam para um topo estreito em forma de cume, originando escarpas. São vastas elevações e depressões. Podem apresentar-se como extensos alinhamentos de relevo ou sob a forma de Montanhas Isoladas, estas normalmente associadas a fenômenos vulcânicos. Compreendemos que montanhas erodidas são formadas pelo fenômeno da erosão. As águas, os ventos, as variações de temperatura e os seres vivos causam o desgaste das rochas. Em simultâneo, dá-se o fenômeno do transporte dos materiais desagregados. Quando existem, na mesma região, rochas resistentes à erosão e rochas facilmente erodidas, dá-se o fenômeno de erosão diferencial, acontecendo que as rochas resistentes à erosão acabam por formar um grande relevo terrestre, isto é, uma montanha. Por fim, foram levantadas algumas explicações para tais processos, tendo sempre em conta o conhecimento atual, de formação das montanhas. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
4.2 Atividades Propostas
1. Explique de que maneira as montanhas vulcânicas se formam. Cite um exemplo. 2. O que são montanhas? 3. O que é Geomorfologia?
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TIPOS E PROCESSOS FORMADORES DE SOLO
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos dos conceitos relacionados aos tipos de solo, bem como de seus processos formadores. Vamos iniciar pela definição de intemperismo, pois é a partir dele que os solos são formados. Sabe-se que o intemperismo constitui o conjunto de processos operantes na superfície terrestre que ocasionam a decomposição dos minerais das rochas, graças à ação de agentes atmosféricos e biológicos que formam os diversos tipos de solo. Já a erosão é o processo de remoção e transporte do material que constitui o manto do intemperismo, sendo que o intemperismo é um fenômeno de alteração das rochas executado por agentes essencialmente imóveis, enquanto a erosão é a remoção e transporte de materiais por meio de agentes móveis (água, vento etc.). Há, também, o Intemperismo Físico ou Mecânico, que envolve processos que conduzem à desagregação da rocha sem que haja necessariamente uma alteração química maior dos minerais constituintes. Os principais agentes do intemperismo físico são: variação de temperatura, cristalização de sais, congelamento da água, atividades de seres vivos. Podemos, também, compreender o Intemperismo Químico, que implica transformações químicas dos minerais que compõem a rocha. O principal agente do intemperismo químico é a água. Os feldspatos e micas são transformados em argilas, ao passo que o quartzo permanece inalterado.
No que se refere ao Intemperismo físico, sabemos que seus processos mais importantes são: congelamento, alívio de carga, contração e expansão termal da rocha, e crescimento de cristais estranhos. Congelamento A água da chuva ou de derretimento facilmente penetra em fraturas ou em planos diversos existentes nas rochas. Quando congela, ela expande seu volume em cerca de 9%, exercendo uma grande pressão nas paredes das rochas que as contêm. Eventualmente, os blocos fraturados e/ou planos são destacados do corpo rochoso. O stress (tensão) produzido cada vez que a água congela é de cerca de 110 kg/cm², equivalente ao produzido por uma bola de ferro abandonada a uma altura de 3 metros. Esse intemperismo ocorre sob as seguintes condições: a) quando existem fraturas nas rochas, com poros ou qualquer tipo de abertura por onde a água possa penetrar; e b) locais onde a temperatura varie o suficiente para congelar e descongelar a água. A flutuação da temperatura é importante devido à pressão que é exercida em cada congelamento. Em áreas onde o congelamento e derretimento ocorrem várias vezes ao ano, o intemperismo é mais eficiente do que em áreas onde a água é permanentemente congelada. Esse tipo de intemperismo ocorre em regiões com inverno rigoroso (temperaturas abaixo de 0 °C) e verão relativamente quente.
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Veja, a seguir, um exemplo de rochas suscetíveis ao congelamento.
período é insignificante em comparação com a capacidade elástica da rocha.
Figura 14 – Rocha suscetível ao congelamento.
Veja, a seguir, um exemplo de processo de expansão térmica provocada pelo intemperismo. Figura 15 – Expansão térmica.
Fonte: http://www.jornaljovem.com.br/edicao17/antartida_clima04.php. Fonte: http://conceitosetemas.blogspot.com.br/2009/03/intemperismo.html.
Alívio de Carga
Algumas rochas são formadas nas profundezas da crosta terrestre sob uma pressão confinante muito elevada. Conforme a camada sobreposta vai sendo removida pela erosão, a pressão confinante é liberada e a rocha tende a se expandir. A tensão interna aumentada devido à expansão pode gerar uma série de grandes fraturas ou juntas de extensão paralelas à superfície topográfica do terreno. O resultado do processo é o chamado sheeting. Na realidade, forma-se uma série de lascas. Assim que a lasca mais superficial se desprende, outra se forma logo abaixo. O mesmo processo ocorre em minas e túneis. Também pode ocorrer em paredes de vales para escavações de rodovias etc. Contração e Expansão Termal da Rocha Causadas pela variação diária ou sazonal da temperatura, são um processo bastante efetivo do intemperismo físico. A ideia é plausível, mas experimentos mostram que o stress desenvolvido por aquecimento e resfriamento por um longo
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Crescimento de Cristais Estranhos Pode ocorrer em fraturas ou poros da rocha, pelo congelamento da água ou cristalização de sais. Cada um desses processos afeta de maneira diferente os vários tipos de rocha. As plantas podem atuar como agentes de intemperismo mecânico, quando o crescimento de suas raízes exerce pressão sobre uma rocha, desde que a rocha possua fendas por onde possam penetrar as raízes e a resistência oferecida pela rocha não seja muito grande. Assim, as raízes crescem ao longo de zonas de menor resistência e acomodam-se nas pequenas irregularidades das fraturas. As raízes vegetais também atuam fortemente separando as rochas, sob a ação de ventos fortes, que balançam suas copas e fazem com que a raiz “empurre” a rocha para o lado oposto ao sentido do vento. No que diz respeito ao Intemperismo biológico, temos que a atividade orgânica de bactérias, fungos, líquens, algas e musgos tomam parte na
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Geologia
decomposição das rochas pela ação dos seus metabólitos (CO2, nitratos, ácidos orgânicos etc.).
cesso global. Todavia é menos efetivo nos desertos e nas regiões polares.
Já a respeito do Intemperismo químico, a decomposição química consiste na desintegração da rocha pela alteração química de seus constituintes. Ela envolve uma série importante de reações químicas entre elementos da atmosfera e aqueles dos minerais. São três os grupos principais de reações químicas: a) hidrólise; b) dissolução; e c) oxidação.
Torna-se importante compreender a definição de hidrólise, que é a união química da água com um mineral. O processo envolve não somente a absorção da água, como uma esponja, mas uma troca química específica na qual um novo mineral é criado. Na hidrólise, íons derivados de um mineral reagem com o H+ ou OH- da água para produzir um mineral diferente.
Durante a decomposição química, as rochas são decompostas, a estrutura interna dos minerais é destruída e novos minerais são criados. Assim, ocorrem mudanças significativas na composição química e na aparência física da rocha.
Um bom exemplo da hidrólise é o intemperismo químico do feldspato. Esse mineral é muito abundante na crosta terrestre. Dessa forma, torna-se importante entender como o feldspato sofre intemperismo e se decompõe, originando as argilas, que são muito abundantes na superfície da Terra.
A água é o agente mais importante do intemperismo químico. Ela toma parte diretamente nas reações químicas, atuando como meio de transporte de elementos da atmosfera para os minerais, onde a reação ocorre e remove o produto do intemperismo deixando exposta a rocha fresca. A taxa e o grau do intemperismo químico são influenciados pela temperatura. Nenhuma área da Terra é completamente seca. Assim, o intemperismo químico é um pro-
2KAlSi3O8 feldspato
+
H2CO3 + ácido carbônico
H20
O hidrogênio do íon H2CO3 desloca o potássio do feldspato e, assim, quebra a estrutura cristalina, e, então, se combina com o aluminossilicato do feldspato para formar um mineral de argila. O potássio associado com o íon carbonato origina um sal solúvel. A sílica também é solta, mas se mantém em solução. O novo mineral não contém o potássio que estava presente no feldspato original. O novo mineral também contém uma estrutura cristalina nova. Já a dissolução é um processo em que o material rochoso passa diretamente para soluções, como o sal na água. Quantitativamente, os
Duas substâncias são essenciais para o intemperismo do feldspato: o dióxido de carbono e a água. A atmosfera e o solo contêm dióxido de carbono, o qual se transforma, em contato com a água, em ácido carbônico. Se o feldspato entrar em contato com o ácido carbônico, ocorrem as seguintes reações:
K2CO3 + carbonato de K
Al2Si2O5(OH)4 argila
+ 4SiO2 quartzo
minerais mais importantes nesse processo são os carbonatos. A dissolução ocorre porque a água é um dos melhores solventes conhecidos. A estrutura molecular da água requer dois hidrogênios que se posicionam do mesmo lado de um átomo de oxigênio. A molécula tem, então, uma concentração de carga positiva de um lado, balanceado pela carga negativa do outro. Como resultado, a molécula da água é polar e se comporta como um imã. Devido a essa polaridade da molécula da água, todos os minerais são solúveis em água em maior ou menor proporção.
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Alguns tipos de rocha podem ser completamente dissolvidos e carregados pela água. As rochas com sais diversos (evaporitos) são, talvez, os melhores exemplos. Elas são extremamente solúveis, sobrevivendo na superfície terrestre apenas em regiões áridas. O gipso é menos solúvel do que as rochas à base de sal, mas também dissolve com facilidade. Margas e calcários também são dissolvidos em água, principalmente se a água contiver dióxido de carbono. Em regiões úmidas, os calcários formam vales, mas, em regiões áridas, dão origem a altos topográficos.
H2O
+
CO2
→
H2CO3 ácido carbônico
Esse ácido vai reagir com a calcita, formando o bicarbonato de cálcio, que se mantém em solução, sendo removido pela água de subsolo.
H2CO3
+
CaCO3 → calcita
Ca(HCO3)2 bicarbonato de cálcio
Análises químicas das águas dos rios ilustram a eficácia da dissolução no intemperismo das rochas. A água da chuva contém relativamente poucos minerais dissolvidos, mas a água de escoamento superficial logo dissolve os minerais mais solúveis das rochas e os transporta em solução. A cada ano, os rios carregam cerca de 3,9 milhões de metros cúbicos de minerais dissolvidos para os oceanos. Não é surpresa, então, que a água do mar contenha 3,5% de seu peso de sais dissolvidos, muitos trazidos dos continentes pela água das chuvas. Devemos, também, compreender a definição de oxidação, que é a combinação do oxigênio da atmosfera com um mineral produzindo um óxido. O processo é essencialmente importante
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no intemperismo de minerais que contêm grande quantidade de ferro, tais como a olivina, piroxênio e anfibólios. O ferro nos silicatos se une com o oxigênio formando a hematita (Fe2O3) ou limonita (Fe(OH)2.nH2O). Saiba mais Como em muitas reações químicas, a taxa de intemperismo químico aumenta com o aumento da temperatura. A decomposição química é mais importante em regiões quentes e úmidas (regiões tropicais).
Plantas e bactérias também são agentes importantes no intemperismo químico, pois produzem ácidos orgânicos e outros compostos. A água quando atinge esses compostos orgânicos aumenta sua acidez, tornando-se um agente de intemperismo mais eficaz. Os intemperismos físico e químico foram trabalhados separadamente, como processos individuais. Na natureza, esses processos não podem ser separados, porque muitos deles estão intimamente ligados e envolvidos. O fraturamento mecânico de uma rocha aumenta a área de superfície onde a ação química acontece e permite uma penetração mais profunda dos reagentes para a decomposição química. O decaimento químico facilita a desintegração mecânica. Um processo pode dominar em uma área qualquer, dependendo do clima e da composição das rochas envolvidas, mas os intemperismos físico e químico geralmente atacam a rocha ao mesmo tempo. Vejamos, agora, os principais produtos do intemperismo: Resíduos: minerais resistentes ao intemperismo e produtos do intemperismo (argilominerais, óxidos de Fe e Al, sílica); Precipitados: óxidos, sais, sílica coloidal.
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Geologia
5.1 Perfis de Solo
O termo ‘regolito’ vem do grego ‘rego’ = coberto. É uma camada de material rochoso, macio e desagregado formado no local pela decomposição e desintegração das rochas situadas em profundidades.
tam, como bactérias, minhocas etc.; horizonte B – muitos dos nutrientes lixiviados dos horizontes superiores ocorrem nesse nível, que ainda tem restos de húmus e pode ser atingido por raízes maiores das plantas;
A espessura do regolito vai desde poucos centímetros a centenas de metros, dependendo do clima, tipo de rocha e tempo de atuação dos processos intempéricos. Muitas vezes, em cortes de rodovias podemos observar a passagem do regolito para a rocha sã.
horizonte C – nível da rocha parcialmente alterada, podendo manter vestígios da estrutura e mesmo textura da rocha que deu origem ao solo, sem húmus; horizonte R – rocha não alterada que deu origem ao solo e que pode ser a rocha-mãe local ou camada de material fragmentário rochoso trazido por gelo, por gravidade etc. cobrindo a rocha local.
Muitos sedimentos depositados pelo vento, água e geleiras são algumas vezes chamados “regolitos transportados”, para distinguir daqueles regolitos residuais produzidos pelo intemperismo. A primeira camada do regolito é o solo. O solo é composto por pequenas partículas de rochas e minerais adicionados de matéria orgânica. O solo é tão amplamente distribuído e tão importante economicamente que adquiriu uma série de definições (ex.: para engenheiros, geólogos, agrônomos, fazendeiros etc.).
Veja, a seguir, esquemas dos horizontes de solos. Figura 16 – Esquema dos horizontes de solo.
A transição da superfície do solo até a rocha inalterada é chamada perfil do solo, o qual mostra uma sequência de camadas ou horizontes, que são distintos pela composição, cor e textura. Um perfil completo de solo apresenta as seguintes camadas: horizonte O – nível superficial, de acumulação de material orgânico de restos de plantas e animais (húmus), expressivo em regiões florestadas; horizonte A – camada superior, de mistura da rocha alterada, muitas vezes fortemente lixiviada de elementos solúveis e de húmus, onde se fixa a maior parte das raízes das plantas e vivem animais e vegetais do solo que ajudam a decompor restos orgânicos e deles se alimen-
Fonte: http://www.dct.uminho.pt/pnpg/gloss/horizontes.html.
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Figura 17 – Esquema dos horizontes de solo.
em vegetação decomposta e saturados em água, enquanto inclinações muito irregulares permitem a rápida remoção do regolito, inibindo a acumulação de material intemperizado. Atenção O tempo de atuação dos agentes intempéricos é importante no desenvolvimento do solo.
Sedimento
Fonte: http://www.uenf.br/uenf/centros/cct/qambiental/so_ composicao.html.
O tipo e a espessura do solo dependem de um número de fatores, sendo os mais importantes o clima, o tipo de rocha e a topografia. O clima é, sem sombra de dúvida, o mais importante, pois a temperatura, a precipitação anual e trocas de estações afetam diretamente o desenvolvimento do solo. Por exemplo, em desertos, regiões áridas e em montanhas muito altas predomina o intemperismo físico, e a quantidade de matéria orgânica é mínima. O resultado é que o solo será composto principalmente por fragmentos rochosos. Em regiões equatoriais, quentes e úmidas, os processos químicos dominam e o solo é espesso e se desenvolve rapidamente. O perfil do solo pode atingir mais de 150 m. A composição mineralógica de rocha sã influencia fortemente o tipo de solo, pois ela irá fornecer elementos e grãos minerais para o desenvolvimento do solo. O quartzito puro, que contém 99% de SiO2, origina um solo estéril e fino (pouco espesso). A topografia afeta o desenvolvimento do solo devido à sua influência na taxa de erosão e na natureza da drenagem. Terras baixas, planas e com poucas drenagens desenvolvem solos ricos
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Material originado por intemperismo e erosão de rochas e solos que é transportado por agentes geológicos (rio, vento, gelo, correntes etc.) e que se acumula em locais baixos, desde os sopés de encostas e as planícies aluvionares até as grandes bacias geológicas ou sedimentares. Para entender a sedimentologia (estudo dos sedimentos): de onde veio? (determina as características químicas e mineralógicas dos grãos – sedimentos); os sedimentos podem ser classificados segundo sua origem: ••
rocha fonte (desagregação – sedimento clástico – intemperismo); •• processos químicos (evaporação – precipitação); •• processos biológicos (bioclastos); como foi transportada? (determina as características físicas e granulométricas –tamanho e forma – dos grãos); agentes de transporte: •• água corrente; •• geleiras; •• ventos; •• fluxos gravitacionais; onde e como se depositou? (bacia sedimentar): •• ••
estruturas sedimentares; presença de fósseis.
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Geologia
5.2 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos o conceito de intemperismo, devido à sua importância como elemento fundamental para a formação dos diversos tipos de solo. Compreendemos que o intemperismo constitui o conjunto de processos operante na superfície terrestre que ocasiona a decomposição dos minerais das rochas, graças à ação de agentes atmosféricos e biológicos que formam os diversos tipos de solo. Também estudamos os diversos tipos de intemperismo, inclusive sua ação nos processos de formação da superfície terrestre. Já a erosão é o processo de remoção e transporte do material que constitui o manto do intemperismo, sendo que o intemperismo é um fenômeno de alteração das rochas executado por agentes essencialmente imóveis, enquanto a erosão é a remoção e transporte de sedimentos. Por fim, para entender a sedimentologia (estudo dos sedimentos), estudamos de que forma os sedimentos podem ser classificados segundo sua origem: • rocha fonte (desagregação –sedimento clástico – intemperismo); • processos químicos (evaporação – precipitação); • processos biológicos (bioclastos). Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
5.3 Atividades Propostas
1. O que é Intemperismo Físico? 2. O que é Intemperismo Químico? 3. O que é um regolito?
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ÁGUA SUBTERRÂNEA
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos dos conceitos iniciais ao ciclo hidrológico, as águas subterrâneas e sua importância para a Geologia. Você sabe qual é a importância da água para a formação da superfície terrestre? Torna-se importante saber que o principal agente exógeno modelador do relevo é a água. Saiba mais São considerados agentes exógenos: umidade, vento e gravidade, que atuam acima da superfície terrestre, modelando o relevo.
A transferência e o movimento das águas desgastam e modificam o relevo terrestre, tendendo a uniformizá-lo. Além disso, o desgaste das formas de relevo está associado à maior ou menor resistência da rocha à erosão. As rochas sedimentares, por exemplo, formadas por sedimentos originários de outras rochas, geralmente dispostos em camadas, são menos resistentes à erosão do que as rochas magmáticas, originárias da solidificação do magma, e metamórficas, que são rochas transformadas por variações de pressão e temperatura. O movimento da água entre os continentes, oceanos e a atmosfera é chamado ciclo hidrológico. Vejamos, agora, na figura a seguir, a água subterrânea e todo seu trajeto de infiltração.
Figura 18 – Ciclo da água subterrânea.
Fonte: http://www.lneg.pt/CienciaParaTodos/edicoes_online/diversos/agua_subterranea/texto.
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O mais importante processo de recarga de água no subsolo, a infiltração, depende de vários fatores: 1. porosidade: a presença de argila no solo diminui sua porosidade, não permitindo uma grande infiltração; 2. cobertura vegetal: um solo coberto por vegetação é mais permeável do que um solo desmatado; 3. inclinação do terreno: em declividades acentuadas, a água corre mais rapidamente, diminuindo o tempo de infiltração;
vas finas e demoradas têm mais tempo para se infiltrarem. Você sabe o que é aquífero? É uma formação geológica formada por rochas permeáveis, seja pela porosidade granular ou originada pelas fissuras, capaz de armazenar e transmitir quantidades significativas de água. O aquífero pode ser de variados tamanhos. Os aquíferos podem ter extensão de poucos a milhares de km² ou, também, podem apresentar espessuras de poucos a centenas de metros.
4. tipo de chuva: chuvas intensas saturam rapidamente o solo, ao passo que chu-
6.1 Classificação dos Aquíferos Segundo a Pressão da Água
Os aquíferos podem ser classificados da seguinte forma: 1. Aquíferos livres ou freáticos A pressão da água na superfície da zona saturada está em equilíbrio com a pressão atmosférica, com a qual se comunica livremente. São os aquíferos mais comuns e mais explorados pela população. São, também, os que apresentam maiores problemas de contaminação. 2. Aquíferos artesianos Nesses aquíferos, a camada saturada está confinada entre duas camadas impermeáveis ou
semipermeáveis (aquífugos), de forma que a pressão da água no topo da zona saturada é maior do que a pressão atmosférica naquele ponto, o que faz com que a água suba no poço para além da zona aquífera. Se a pressão for suficientemente forte, a água poderá jorrar espontaneamente pela boca do poço. Nesse caso, diz-se que temos um poço jorrante. 3. Aquífugos Unidades impermeáveis. Não absorvem nem transmitem água. Como exemplo, temos o poço artesiano – poço que atinge o aquífero entre aquífugos (aq. Confinado) – pressão hidrostática!
6.2 Classificação Segundo a Geologia do Material Saturado
Ainda podemos classificar os aquíferos segundo a Geologia do material saturado, da seguinte forma:
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1. Aquíferos porosos Ocorrem em rochas sedimentares consolidadas, sedimentos não consolidados e solos are-
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Geologia
nosos, decompostos in situ. Constituem os mais importantes aquíferos, pelo grande volume de água que armazenam e por sua ocorrência em grandes áreas. Esses aquíferos ocorrem nas bacias sedimentares e em todas as várzeas onde se acumularam sedimentos arenosos. Uma particularidade desse tipo de aquífero é sua porosidade quase sempre homogeneamente distribuída, permitindo que a água flua para qualquer direção, em função tão somente dos diferenciais de pressão hidrostática ali existentes. Essa propriedade é conhecida como isotropia. Poços perfurados nesses aquíferos podem fornecer até 500 m³ de água de boa qualidade por hora. 2. Aquíferos fraturados ou fissurados Ocorrem em rochas ígneas e metamórficas. A capacidade dessas rochas para acumular água está relacionada à quantidade de fraturas, suas aberturas e intercomunicação. Atenção No Brasil, a importância desses aquíferos está muito mais em sua localização geográfica, do que na quantidade de água que armazenam.
Poços perfurados nessas rochas fornecem poucos metros cúbicos de água por hora. A possibilidade de se ter um poço produtivo dependerá, tão somente, de este interceptar fraturas capazes de conduzir a água. Há casos em que, de dois poços situados a pouca distância um do outro, somente um venha a fornecer água, sendo o outro seco.
Para minimizar o fracasso da perfuração nesses terrenos, faz-se necessário que a locação do poço seja bem estudada por profissional competente. Nesses aquíferos, a água só pode fluir onde houver fraturas, que, quase sempre, tendem a ter orientações preferenciais e, por isso, dizemos que são meios aquíferos anisotrópicos, ou que possuem anisotropia. Um caso particular de aquífero fraturado é representado pelos derrames de rochas ígneas vulcânicas basálticas, das grandes bacias sedimentares brasileiras. Essas rochas, apesar de ígneas, são capazes de fornecer volumes de água até dez vezes maiores do que a maioria das rochas ígneas e metamórficas. 3. Aquíferos cársticos São os aquíferos formados em rochas carbonáticas. Constituem um tipo peculiar de aquífero fraturado, onde as fraturas, devido à dissolução do carbonato pela água, podem atingir aberturas muito grandes, criando, nesse caso, verdadeiros rios subterrâneos. É comum em regiões com grutas calcárias, ocorrendo em várias partes do Brasil. A água subterrânea é abundante e vulnerável à contaminação. Algumas de suas feições a tornam um recurso útil e frágil. A forma como a água subterrânea se movimenta sob a superfície da terra torna-a aparentemente insegura, pois ela mantém-se permanentemente sob o risco de ser contaminada pelos resíduos urbanos e industriais depositados pelo homem na superfície e pelos vazamentos decorrentes do manuseio inadequado e acidentes com produtos químicos.
6.3 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos os conceitos iniciais ao ciclo hidrológico, as águas subterrâneas e sua importância para a Geologia.
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Estudamos que a transferência e o movimento das águas desgastam e modificam o relevo terrestre, tendendo a uniformizá-lo. Além disso, o desgaste das formas de relevo está associado à maior ou menor resistência da rocha à erosão. As rochas sedimentares, por exemplo, formadas por sedimentos originários de outras rochas, geralmente dispostos em camadas, são menos resistentes à erosão que as rochas magmáticas, originárias da solidificação do magma, e metamórficas, que são rochas transformadas por variações de pressão e temperatura. Compreendemos que o movimento da água entre os continentes, oceanos e a atmosfera é chamado ciclo hidrológico. Ainda, podemos classificar os aquíferos segundo a Geologia do material saturado da seguinte forma: aquíferos porosos; aquíferos fraturados ou fissurados; aquíferos cársticos. Ocorrem em rochas ígneas e metamórficas. A capacidade dessas rochas para acumular água está relacionada à quantidade de fraturas, suas aberturas e intercomunicação. Por fim, compreendemos de que forma os aquíferos podem ser classificados, conhecendo, assim, esse importante formador da natureza. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
6.4 Atividades Propostas
1. O que é um aquífero? 2. O mais importante processo de recarga de água no subsolo depende de quais fatores? 3. O que é ciclo hidrológico?
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INTRODUÇÃO À PALEONTOLOGIA
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos dos conceitos introdutórios à paleontologia e sua importância para os estudos da Geologia. Vamos começar pela definição de paleontologia. A palavra ‘paleontologia’ vem da união de termos gregos, que são: ‘palaios’, que significa “antigo”, ‘ontos’, que significa “ser”, e ‘logos’, que significa “estudo, pesquisa”, assim sendo traduzida como “o estudo dos seres antigos” ou, melhor explicando, é a ciência que se dedica ao estudo dos fósseis (restos fossilizados) de seres pré-históricos, o que de fato é, de forma simplificada. Saiba mais A palavra ‘fóssil’ é derivada do latim ‘fossilis’, que significa “extraído da terra”, mas possui uma designação ampla e abrangente: reúne restos de organismos pré-históricos, impressões deixadas por restos de organismos e estruturas biogênicas, que se originaram de certos tipos de atividade de antigos animais e vegetais.
Os fósseis normalmente são encontrados em rochas sedimentares ou metassedimentares. Porém, a Paleontologia em si é muito mais abrangente do que o limitado estudo dos seres unicamente, assim ela possui subdivisões que a tornam uma ciência intermediária entre a Geologia, a Biologia e outras. Como relação mais sólida com a Geologia, a Paleontologia possui em destaque a Estratigrafia, sendo os outros ramos uma espécie de “mistura” entre Biologia e Geologia, principalmente, mas possui correlação com muitas outras áreas. A Paleontologia possui entre as
suas subdivisões o estudo do clima, da ecologia e do comportamento dos seres e do ambiente antigo, entre outras. Entre as subdivisões, podemos citar: Paleobotânica (Paleofitologia): dedica-se ao estudo dos fósseis de vegetais; Paleozoologia: dedica-se ao estudo dos fósseis de animais e divide-se em: Paleozoologia dos Vertebrados e Paleozoologia dos Invertebrados; Paleoecologia: tem como objeto de estudo as condições do ambiente em que viveram esses fósseis, com base em sua morfologia ou nos caracteres de adaptação que estes apresentam; Paleoicnologia: esse ramo é dedicado ao estudo de qualquer tipo de vestígio fossilizado de seres viventes em eras anteriores, como pegadas, coprólitos (do grego ‘kopros’ = excremento, ‘lithos’ = pedra, sendo traduzido como “excremento fóssil”), pelotas fecais (excrementos de animais de pequeno tamanho, não compostos de fosfato), gastrólitos (pedras encontradas no estômago de certos animais e que servem para auxiliar na trituração, facilitando a digestão), perfurações, marcas e pistas; Paleofisiologia: dedica-se ao estudo da anatomia fisiológica dos fósseis; Paleopatologia: estuda as enfermidades observadas nos fósseis e que afligiam estes em vida; Paleogeografia: é o ramo responsável pelo estudo da posição dos continen-
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tes, sua evolução tectônica e a distribuição das espécies ao longo do tempo; Micropaleontologia: é o ramo que estuda os fósseis microscópicos (que variam de micrômetros a milímetros); Tafonomia: é a investigação das condições e processos que propiciaram a preservação de restos de animais ou de vegetais pré-históricos.
b) Permineralização (preenchimento de poros e cavidades por minerais): ••
madeiras petrificadas, preenchimento de ossos.
Veja, a seguir, um tronco fossilizado. Figura 20 – Tronco fossilizado.
Vejamos, agora, alguns processos de fossilização e como podem ser realizados: 1. COM PRESERVAÇÃO DE PARTES DURAS E MOLES a) Criopreservação. b) Permafrost. c) Inclusão em âmbar (artrópodes, vertebrados, plantas). Veja, a seguir, mosquitos capturados em âmbar. Figura 19 – Mosquitos capturados em âmbar.
Fonte: http://geoparkararipe.urca.br/applications/fotos/paleontologia/listarFotos.php?idCatfoto=paleontologia.
c) Incrustação (cobertura por película mineral): ••
ossos e conchas em cavernas.
3. COM ALTERAÇÃO APENAS DA ESTRUTURA a) Recristalização (crescimento de minerais ou mudança na estrutura): ••
aragonita/calcita (cristais visíveis a olho nu).
4. COM ALTERAÇÃO DA COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA a) Incarbonização de quitina ou material vegetal. Fonte: http://www.cyberartes.com.br/artigo/?i=2090&m=43.
2. COM PRESERVAÇÃO SOMENTE DE PARTES DURAS a) Sem alteração da composição e estrutura: ••
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conservação.
b) Substituição: silicificação. 5. ICNOFÓSSEIS a) Evidências de atividades de organismos: ••
pistas, pegadas, tubos, perfurações, coprólitos etc.
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Geologia
Atenção Vale lembrar que existem processos de extinções, ou seja, desaparecimento durante a história geológica.
Veja, na figura a seguir, o fóssil de Trilobita, um artrópode marinho que viveu em todos os oceanos do planeta, entre 600 e 250 milhões de anos e que já não existe mais.
Figura 21 – Fóssil de Trilobita.
Fonte: http://www.statesymbolsusa.org/Wisconsin/fossil_trilobite.html.
Entre os motivos que podem levar à extinção, estão a predação, competição, mudanças
ambientais, mudanças ocasionais na população e a própria extinção “em massa”.
7.1 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos os conceitos introdutórios à paleontologia e sua importância para os estudos da Geologia. Compreendemos que a palavra ‘paleontologia’ vem da união de termos gregos, que são ‘palaios’, que significa “antigo”, ‘ontos’, que significa “ser”, e ‘logos’, que significa “estudo, pesquisa”, assim sendo traduzida como “o estudo dos seres antigos” ou, melhor explicando, é a ciência que se dedica ao estudo dos fósseis (restos fossilizados) de seres pré-históricos, o que de fato é, de forma simplificada. Vimos que, entre as subdivisões da Paleontologia, podemos citar: Paleobotânica; Paleozoologia; Paleoecologia;
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Paleoicnologia; Paleofisiologia; Paleopatologia; Paleogeografia; Micropaleontologia; Tafonomia. Analisamos, também, diversos métodos que apresentam de que maneira ocorre o processo de fossilização de plantas e animais, aliás, de fundamental importância inclusive para a Biologia, pois é por meio desses estudos que se torna possível conhecer o passado do planeta no que diz respeito à evolução biológica de plantas e animais. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
7.2 Atividades Propostas
1. O que significa Paleontologia? 2. Quais são as subdivisões da Paleontologia? 3. O que pode levar à extinção de seres?
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MINERAIS E ROCHAS
Caro(a) aluno(a),
sulfetos (tais como a galena – um mineral de chumbo comum):
Neste capítulo, trataremos dos conceitos relacionados à definição de minerais e rochas, bem como estudaremos os tipos de rocha e a importância dos minerais para a economia mundial.
•• galena (PbS); óxidos (geralmente minerais duros e densos, tais como o minério de ferro hematita):
Dessa forma, você deve estar se perguntando, afinal, o que são minerais?
•• hematita (Fe2O3); carbonatos (minerais leves e de cor clara, tais como a calcita e a dolomita):
São elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de certos limites, cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geológicos inorgânicos, na terra ou em corpos extraterrestres. A composição química e as propriedades cristalográficas bem definidas do mineral fazem com que ele seja único dentro do reino mineral e, assim, receba um nome característico.
•• malaquita (CuCO3); sulfatos (minerais comuns, como o gesso e barita): •• barita (BaSO4); silicatos (o maior grupo mineral, contendo a maioria das rochas com formação mineral: quartzo, feldspato): •• ••
quartzo (SiO2); feldspato (KAlSi3O8).
Saiba mais Cristal é todo mineral que possui uma forma geométrica definida. A forma geométrica adquirida está totalmente relacionada à organização atômica dos elementos que formam o mineral. Ou seja, refere-se ao arranjo interno tridimensional para os minerais. Os átomos constituintes de um mineral encontram-se distribuídos ordenadamente, formando uma rede tridimensional, denominada “retículo cristalino”.
Vejamos, agora, de que forma podemos classificar os minerais. Os minerais podem ser classificados por sua composição química. Os principais grupos são: elementos nativos (tais como ouro e prata): ••
puro (Au);
Propriedades Físicas Entre as propriedades físicas para a classificação dos minerais, podemos destacar: estrutura – quase todos os minerais apresentam estrutura cristalina, que se caracteriza pela regularidade da forma geométrica; cor – a cor exibida por um mineral é o resultado da absorção seletiva da luz. O fato de o mineral absorver mais um determinado comprimento de onda do que outros faz com que os comprimentos de onda restantes se componham numa cor diferente da luz branca que chegou ao mineral. O principal fator
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que colabora para a absorção seletiva é a presença de elementos químicos de transição, como Fe, Cu, Ni, V e Cr; brilho – trata-se da quantidade de luz refletida pela superfície de um mineral. Os minerais que refletem mais de 75% da luz exibem brilho metálico; clivagem – é a propriedade que os minerais têm de se dividirem em planos paralelos a uma face possível do cristal;
dureza – é a resistência que o mineral oferece ao risco. A Escala de Mohs mostra a dureza relativa dos minerais. A menor dureza é 1 (talco) e a maior é 10 (diamante). Veja, a seguir, a figura que exemplifica a Escala de Mohs.
Figura 22 – Escala de Mohs.
Fonte: http://odeneide.blog.uol.com.br/images/mohs4.png.
8.1 Recursos Minerais
Sabemos que a expressão “recursos minerais” qualifica materiais rochosos que efetiva ou potencialmente possam ser utilizados pelo ser humano. Costumeiramente, representam desde porções relativamente restritas até grandes massas de crosta terrestre e a própria rocha ou um ou mais de seus constituintes que despertam um interesse utilitário.
rais encontradas em concentrações anômalas em comparação à média da crosta terrestre. Pode ser também chamado “jazida” e a substância explorada: “minério”. Diferença de teores em jazidas em relação à média da crosta terrestre (Clarke) representa seu fator de concentração (fc).
“Reserva mineral” refere-se à parte dos recursos naturais com determinadas características indicativas de seu aproveitamento econômico.
Por exemplo: Alumínio – Clarke = 8,2%. Teores médios para produção 22%, então fcAl = 22/8,2 = 2 a 3;
“Depósito mineral” quando, a partir de estudos geológicos e econômicos, é comprovada a viabilidade de exploração de substâncias mine-
Chumbo – Clarke = 3,5%. Teores médios para produção 0,14%, então fcPb = 3,5/0,14 = 2.500.
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Geologia
Minérios
Químico
Metálicos – Fe, Mg, Pb, W, Al.
Condições físico-químicas de sedimentação (ex.: NaCl).
Não metálicos – material de construção, cerâmica, industriais, isolantes, cimento, gemas.
Veja, a seguir, a extração de sal (NaCl) a partir de evaporação (precipitação). Figura 24 – Extração de sal a partir de evaporação.
Há, também, uma classificação segundo os tipos genéticos, veja: Supérgeno Referente a depósitos cuja geração se relaciona às alterações físicas e químicas sofridas pelas rochas submetidas ao intemperismo. Depende das condições da rocha original. Processos de intemperismo concentram determinado elemento como resíduo não solúvel. Ex.: depósitos de bauxita (Al2O3). Veja, a seguir, a figura que ilustra uma amostra de bauxita, minério de Al e de origem supergênica. Figura 23 – Amostra de bauxita.
Fonte: http://www.profpc.com.br/Separação_misturas.htm.
Magmático Associado à formação primária de rochas (ígneas) em condições físico-químicas (tectônicas) específicas. Caso de metais raros, por exemplo. Pode aparecer por segregação magmática ou mineralização pós-magmática. Ex.: estanho, rubídio, berílio, tungstênio – depósitos primários estão associados a um tipo específico de granito que, em sua formação, concentra teores elevados desses minerais. Veja, a seguir, uma amostra de cassiterita, minério magmático de estanho. Figura 25 – Amostra de cassiterita.
Fonte: http://portuguese.alibaba.com/products/mining-bauxite. html.
Sedimentar Pode ser detrítico (plácer) ou químico. Placeres geralmente associam-se a diferentes densidades em relação ao meio que permite deposição (ex.: Au).
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cassiterita.
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Extraindo os Minérios
Hidrotermal Produzido por soluções hidrotermais ou soluções aquosas aquecidas e ricas em minerais dissolvidos. Metamórfico Decorrente da recristalização de rochas por pressão e temperatura (°C). Pode modificar a estrutura cristalina e/ou a textura (ex.: mármore).
O conjunto de operações que é realizado visando à retirada do minério denomina-se “lavra”. O depósito em lavra é denominado “mina”. O garimpo constitui uma atividade de lavra em jazida sem a realização de estudos prévios, costumeiramente com métodos rudimentares.
8.2 Rochas
Consideramos as rochas como agregados naturais de uma ou mais espécies de minerais; constituem unidades mais ou menos definidas da crosta terrestre. Classificação das rochas quanto à quantidade de tipos de mineral: rocha simples: quando formada por um só tipo de mineral. Exemplo: quartzito – mineral único: quartzo; rocha composta: quando formada por mais de uma espécie mineral. Exemplo: granito – minerais presentes: quartzo, feldspato e mica. Vamos analisar a classificação das rochas quanto à sua origem: magmáticas ou ígneas; sedimentares; metamórficas. Agora, estudaremos com maior profundidade cada um dos tipos de rocha, começando pelas ígneas. As rochas ígneas (do latim, ignis – fogo), também conhecidas como rochas magmáticas, são formadas pela solidificação (cristalização) do magma.
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Classificação das rochas ígneas: Rochas Extrusivas ou Vulcânicas: são rochas que se consolidaram na superfície da Terra, na forma de derrames de lavas vulcânicas (basalto). Rochas Intrusivas ou Plutônicas: são rochas formadas pela consolidação do magma em profundidade, não atingindo a superfície (granito). As rochas ígneas apresentam variação de temperatura de esfriamento do magma (solidificação da rocha), o que determina sua estrutura (crescimento dos minerais). Em rochas intrusivas, o magma foi resfriado lentamente (portanto com lentidão na cristalização) e as partículas minerais têm a oportunidade de atingir tamanho considerável – textura fanerítica. Em rochas extrusivas, o magma extravasou como lava e sua solidificação progrediu rapidamente, sendo a rocha resultante de granulação fina e textura afanítica. Quando o magma se cristaliza próximo à superfície, mas ainda no interior da crosta, as rochas são chamadas subvulcânicas (diabásio). Veja, a seguir, uma amostra de granito, que é uma rocha ígnea intrusiva (plutônica) com textura fanerítica (minerais visíveis) rica em sílica e alumínio.
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Geologia
Figura 26 – Amostra de granito.
magma pobre em SiO2 (quartzo) – rochas básicas – basalto. Exemplos: Minerais: quartzo, feldspato, biotita – ácido: •• ••
Fonte: http://www.infoescola.com/geologia/rochas-magmaticas/.
Veja, a seguir, uma amostra de basalto, que é uma rocha ígnea extrusiva (vulcânica) com textura afanítica pobre em sílica. Figura 27 – Amostra de basalto.
rocha plutônica – granito; rocha vulcânica – riolito.
Minerais: piroxênio, olivina – básico: •• ••
rocha plutônica – gabro; rocha vulcânica – basalto.
Agora, vamos estudar as rochas sedimentares. Saiba que qualquer que seja a natureza de uma rocha, magmática, metamórfica ou sedimentar, ela passará por diferentes processos de intemperismo, que irão originar diversos tipos de sedimento. As rochas intemperizadas perdem sua coesão e passam a ser erodidas e transportadas por diferentes agentes (água, gelo, vento, gravidade) até sua sedimentação em depressões da crosta terrestre, denominadas bacias sedimentares. A transformação dos sedimentos não consolidados (a areia) em rochas sedimentares (por exemplo, o arenito) é denominada diagênese, sendo causada por compactação e cristalização de materiais que cimentam os grãos dos sedimentos.
Fonte: http://www.infoescola.com/rochas-e-minerais/basalto/.
Composição (associada à composição química do magma): magma rico em minerais de magnésio e ferro – rochas máficas (coloração escura) – gabro; magma rico em minerais de silício e alumínio – rochas félsicas (coloração clara) – granito; magma rico em SiO2 (quartzo) – rochas ácidas – granito;
Diagênese é o nome dado ao conjunto de transformações que o depósito sedimentar sofre após a deposição, consistindo em mudanças nas condições de pressão, temperatura, Eh, pH e pressão de água, ocorrendo dissoluções e precipitações a partir das soluções aquosas existentes nos poros. O processo termina na transformação do depósito sedimentar não consolidado em rocha, ou litificação. Então: desagregação das rochas preexistentes – intemperismo;
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transporte de sedimentos – erosão; deposição de sedimentos – sedimentação; transformação de sedimentos soltos em rochas sedimentares coesas – diagênese. Os sedimentos são materiais inorgânicos e orgânicos depositados ou precipitados por agentes naturais na superfície terrestre. A sedimentologia é a ciência que se ocupa do estudo e da interpretação dos sedimentos. A organização tridimensional dos sedimentos e dos solos responde a critérios bem definidos, dando origem à estratificação, objeto de estudo da estratigrafia. Agora, vamos estudar as rochas metamórficas, sendo que a palavra ‘metamorfismo’ deriva das palavras ‘meta’ (transformação) e ‘morphe’ (forma), ou seja, há uma transformação da forma. Em outras palavras, podemos dizer que as rochas metamórficas derivam da modificação das sedimentares, ígneas ou mesmo já metamorfizadas. Certos tipos de metamorfismo se dão no interior das cadeias de montanhas em formação, onde as rochas são comprimidas pelas que se lhes sobrepõem e também pelas forças tectônicas. Embora, nesse processo, as rochas nunca se fundem, a sua textura e estrutura modificam-se pelo crescimento de cristais ou minerais de metamorfismo, que podem apresentar ou não vestígios das estruturas originais. O metamorfismo (uma resposta das rochas e minerais à pressão e ao calor) é um processo lento, pois é necessário muito tempo para que as rochas fiquem suficientemente profundas, quentes e sob pressão para que as modificações comecem a se operar. O metamorfismo pode ser baixo, médio e de alto grau. Vamos ver, agora, fatores que controlam o metamorfismo:
Temperatura A temperatura aumenta com a profundidade, mas, para além disso, quando ocorre uma intrusão magmática, o calor vai sobreaquecer as rochas encaixantes, calor proveniente desse magma. Assim, as rochas ficarão submetidas a temperaturas que provocarão diversas alterações, embora essas temperaturas não sejam suficientes para fundir as rochas. Portanto, a temperatura favorecerá reações químicas entre minerais, aumentando, assim, a vulnerabilidade das rochas que serão sujeitas a pressões. Normalmente, no metamorfismo, o efeito da pressão combina-se ao da temperatura. Pressão A maior parte das pressões é devida ao peso das camadas superiores, designando-se por isso pressões litostáticas. Podem-se sentir essas pressões facilmente a profundidades relativamente pequenas. Existem, ainda, outras pressões orientadas que se relacionam diretamente a compressões provenientes dos movimentos laterais das placas litosféricas. A orientação e deformação de muitos minerais existentes nas rochas metamórficas evidenciam a influência desse tipo de pressão. Tipo de Metamorfismo Metamorfismo regional ou dinamotermal Desenvolve-se em grandes extensões e profundidades na crosta e está relacionado a cinturões orogênicos nos limites de placas convergentes. As transformações metamórficas são geradas pela ação combinada da temperatura, pressão litostática e pressão dirigida atuantes durante milhões de anos. Atenção O fluxo de calor pode ser intenso.
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Geologia
As rochas são fortemente dobradas e falhadas, e sofrem recristalização, formando novas texturas e associações minerais estáveis nas novas condições; geralmente apresentam estrutura foliada, tendo como exemplos: ardósias, filitos, xistos, gnaisses, anfibolitos, granulitos e migmatitos.
Esse tipo de metamorfismo é considerado responsável pela formação da grande maioria das rochas da crosta terrestre e frequentemente está associado a expressivos volumes de rochas graníticas.
8.3 O Ciclo das Rochas
Os três grupos de rochas – magmáticas, sedimentares e metamórficas – transformam-se continuamente na natureza num conjunto de processos geológicos denominado ciclo das rochas. Este foi descrito pela primeira vez, em 1785, pelo escocês James Hutton, numa apresentação oral diante da Royal Society of Edimburg. O ciclo das rochas representa as diversas possibilidades de transformação de um tipo de rocha em outro. Os continentes se originaram ao longo do tempo geológico pela transferência de materiais menos densos do manto para a superfície terrestre. Esse processo ocorreu principalmente por meio de atividade magmática. As rochas, uma vez expostas à atmosfera e à biosfera, passam a sofrer a ação do intemperismo, por meio de reações de oxidação, hidratação, solubilização, ataques por substâncias orgânicas, variações diárias e sazonais de temperatura, entre outras. O intemperismo faz com que as rochas percam sua coesão, sendo ero-
didas, transportadas e depositadas em depressões, onde, após a diagênese, passam a constituir as rochas sedimentares. A cadeia de processos de formação de rochas sedimentares pode atuar sobre qualquer rocha (ígnea, metamórfica, sedimentar) exposta à superfície da Terra. Devido à migração dos continentes durante o tempo geológico, as rochas podem ser levadas a ambientes muito diferentes daqueles onde elas se formaram. Qualquer tipo de rocha (ígnea, sedimentar, metamórfica) que sofra a ação de, por exemplo, altas pressões e temperaturas sofre as transformações mineralógicas e texturais, tornando-se uma rocha metamórfica. Se as condições de metamorfismo forem muito intensas, as rochas podem se fundir, gerando magmas que, ao se solidificar, darão origem a novas rochas ígneas. O ciclo das rochas existe desde os primórdios da história geológica da Terra e, por meio dele, a crosta de nosso planeta está em constante transformação e evolução.
Figura 28 – Ciclo das rochas.
Fonte: http://www.profpc.com.br/ciclo_rochas.htm.
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8.4 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos os conceitos relacionados à definição de minerais e rochas, bem como os tipos de rocha e a importância dos minerais para a economia mundial. Compreendemos que os minerais são elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de certos limites, cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geológicos inorgânicos, na terra ou em corpos extraterrestres. A composição química e as propriedades cristalográficas bem definidas do mineral fazem com que ele seja único dentro do reino mineral e, assim, receba um nome característico. Compreendemos que os continentes se originaram ao longo do tempo geológico pela transferência de materiais menos densos do manto para a superfície terrestre. Esse processo ocorreu principalmente por meio de atividade magmática. As rochas, uma vez expostas à atmosfera e à biosfera, passam a sofrer a ação do intemperismo, por meio de reações de oxidação, hidratação, solubilização, ataques por substâncias orgânicas, variações diárias e sazonais de temperatura, entre outras. Estudamos, também, a definição de rochas e todos os seus tipos, bem como visualizamos exemplos dessas rochas e analisamos seu ciclo. Por fim, estudamos também a utilização dos minerais como minérios e sua importância econômica para a sociedade. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
8.5 Atividades Propostas
1. O que são minerais? 2. De que forma as rochas podem ser classificadas quanto à sua origem? 3. O que representa o ciclo das rochas?
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TEMPO GEOLÓGICO
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos dos conceitos que definem o tempo geológico e sua importância nos estudos da própria Geologia. Vamos lá? Sabemos que, a partir da disposição geométrica dos estratos e formações geológicas, é possível determinar a cronologia relativa em que os eventos geológicos ocorreram. É relativa porque se pode determinar que tal evento ocorreu antes ou depois de outro, mas não exatamente quando.
Atenção Para determinarmos a data absoluta para as rochas e minerais, precisamos lançar mão de outro tipo de metodologia: a Datação Radiométrica.
Dessa maneira, o elemento-pai (radioativo) se desintegra, emitindo radiação e se transforma no elemento-filho (radiogênico), como o 87Rb quando se transforma em 87Sr. Há dois pontos importantes que permitem o cálculo da idade absoluta de uma rocha ou mineral: 1. as rochas são formadas por minerais, os quais são constituídos por elementos químicos e alguns destes, por sua vez, são nuclídeos radioativos; 2. o conceito de decaimento radioativo envolve uma constante chamada meia-vida, que é o tempo decorrido para que metade da massa do elemento-pai se transforme no elemento-filho. Essa constante é conhecida e diferente para cada núcleo radioativo existente.
O método absoluto utiliza os princípios físicos da radioatividade e fornece a idade da rocha com precisão. Esse método está baseado nos princípios da desintegração (ou decaimento) radioativa. Dessa maneira, o uso desse método só foi possível depois da descoberta da radioatividade (1896), no final do século XIX. Em 1911, Arthur Holmes, publicou um trabalho sobre datação radioativa. Entre os elementos químicos existentes, há alguns que possuem o núcleo do átomo instável e são conhecidos como nuclídeos radioativos. Esses elementos, por meio da emissão espontânea de radiação, se transformam em elementos estáveis (nuclídeos radiogênicos).
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Figura 29 – Tabela de datação radioativa.
Fonte: http://turmalina.igc.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1980-44072005000100002&lng=pt&nrm=iso.
Existe uma série de métodos de datação radioativa. Em cada um deles um tipo de nuclídeo é utilizado, dado o tempo de meia-vida e o tipo de material a ser datado (mineral, matéria orgânica, associação mineral etc.). Entre os métodos mais utilizados, destacam-se: Método U – Pb Método de datação geocronológica absoluta baseado na desintegração radioativa de dois isótopos de U (235U e 238U), dando origem a dois isótopos de Pb (207Pb e 206Pb). As meias-vidas dos isótopos de urânio são de ca. 0.704 Ga e 4,47 bilhões de anos, respectivamente. É aplicado especialmente para a datação de minerais ricos em urânio, tais como zircão, monazita, titanita, xenotima, badeleíta e perovskita. Rotineiramente aplicado a rochas e minerais mais velhos que 1 milhão de ano. Método K – Ar Método baseado na desintegração radioativa de 40K originando 40Ar. Rotineiramente usado para a datação de minerais ricos em potássio, especialmente micas (biotita e muscovita). Pode
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também ser usado para a datação de alguns tipos de anfibólio e feldspato. Aplicado normalmente em minerais mais velhos que 2 milhões de anos. Método Rb – Sr Método baseado na desintegração radioativa de um isótopo de Rb (87Rb), dando origem a um isótopo de Sr (87Sr) (meia-vida de 48,8 bilhões de anos). Aplicado especialmente em amostras de rocha-total, de composição intermediária à ácida, por meio do método da isócrona. Normalmente aplicado em rochas mais antigas que 10 milhões de anos. Método Sm – Nd Método baseado na desintegração radioativa do isótopo 147Sm, originando 143Nd, com a meia-vida de aproximadamente 106 bilhões de anos. Usado normalmente para rochas antigas (pré-cambrianas), em função da elevada meia-vida do sistema. Utiliza-se do método da isócrona e é particularmente útil para a datação de rochas máficas e ultramáficas. Também permite a datação de eventos metamórficos, por meio de isócronas com granada, e também a datação de
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Geologia
Os animais e os humanos comem os tecidos vegetais, assim tudo que vive vem a conter radiocarbono na mesma proporção em que é encontrado no ar. Enquanto algo vive, o radiocar Método 14C bono nele, que se desintegra, é reabastecido por Método baseado na desintegração radioatinova ingestão. Mas, quando morre uma árvore ou va de 14C originando 12C. Usado para datar eventos um animal, cessa a ingestão de radiocarbono fresgeológicos cenozoicos e material arqueológico, co e começa a diminuir o nível de radiocarbono tendo em vista a pequena meia-vida do isótopo nele. Se um pedaço de carvão vegetal ou um osso radioativo 14C. de animal acha-se preservado por 5.700 anos, Todos os relógios conterá apenas a metade Saiba mais precedentes andam tão do radiocarbono que poslentamente que são de suía quando estava vivo. muito pouca ou nenhuma A idade da Terra foi calculada pelo método absoluto e Assim, em princípio, se indica que o nosso planeta tem 4,56 bilhões de anos, valia para se estudar os portanto bem mais velho do que os estudiosos antimedirmos a proporção de problemas arqueológicos. gos imaginavam. 14 C que resta em algo que Precisa-se de algo muito certa vez estava vivo, pomais rápido para igualar a demos dizer por quanto escala de tempo da histótempo está morto. ria humana. Porém, o registro mais antigo do planeta, Essa necessidade foi suprida pelo relógio determinado em cristais contidos em rocha, tem radiocarbônico. O 14C, um isótopo radioativo do 4,4 bilhões (Austrália). A Terra está em constante 12 C, emite fracos raios beta; tem uma meia-vida de mudança. Sua crosta está continuamente sendo apenas 5.700 anos, o que é apropriado para a dacriada, modificada e destruída (saiba mais sobre tação de coisas associadas à história primitiva do o ciclo das rochas). Como resultado, rochas que homem; e foi inicialmente descoberto nos experiregistram a história embrionária do planeta não mentos de bombardeio de átomos num cíclotron. foram encontradas e provavelmente não existem Esse sistema de datação mede a taxa de mais. Portanto, a idade da Terra não pode ser obdecomposição do carbono radioativo a partir do tida diretamente de material terrestre. momento da morte do organismo. Então, como saber que a Terra tem essa idaeventos de formação de crosta continental, com o uso de idades modelo.
Mas o radiocarbono possui tão curta vida, em comparação com a idade da Terra, que ele só pode ainda estar aqui se tiver sido produzido continuamente de alguma forma. Essa forma é o bombardeio de raios cósmicos na atmosfera, o que converte os átomos de nitrogênio em carbono radioativo.
Esse carbono, na forma de dióxido de carbono, é utilizado pelas plantas no processo da fotossíntese e é convertido em todas as espécies de compostos orgânicos nas células vivas.
de? Os cientistas presumem que todos os corpos do Sistema Solar (Figura 2) se formaram na mesma época, inclusive os meteoritos (provenientes do cinturão de asteroides). Sendo assim, como os meteoritos são corpos extraterrestres que caem na superfície da Terra, eles podem ser datados e sua idade é a mesma da formação do planeta, ou seja, 4,56 bilhões de anos. Essa idade foi determinada, pela primeira vez, por Claire Patterson, em 1956, usando os isótopos de chumbo (Pb).
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9.1 Resumo do Capítulo
Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos os conceitos que definem o tempo geológico e sua importância para os estudos da própria Geologia. Compreendemos que, a partir da disposição geométrica dos estratos e formações geológicas, é possível determinar a cronologia relativa em que os eventos geológicos ocorreram. É relativa porque se pode determinar que tal evento ocorreu antes ou depois de outro, mas não exatamente quando. Estudamos, também, que existem diversos métodos que nos ajudam nessas datações e que há dois pontos importantes que permitem o cálculo da idade absoluta de uma rocha ou mineral: 1. as rochas são formadas por minerais, os quais são constituídos por elementos químicos e alguns destes, por sua vez, são nuclídeos radioativos; 2. o conceito de decaimento radioativo envolve uma constante chamada meia-vida, que é o tempo decorrido para que metade da massa do elemento-pai se transforme no elemento-filho. Essa constante é conhecida e diferente para cada núcleo de radioativo existente. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem.
9.2 Atividades Propostas
1. Explique o Método U – Pb. 2. De que forma é possível determinar a cronologia relativa em que os eventos geológicos ocorreram? 3. Qual é o registro mais antigo do planeta, determinado em cristais contidos em rocha?
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RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS
Capítulo 1 1. Geologia é a ciência que trata da estrutura da Terra, da sua composição, de seus processos internos e externos e de sua evolução. Como ciência, procura decifrar a história geral da Terra, desde o momento em que se formaram as rochas até o presente. 2. Petrologia. Paleontologia. Geologia Histórica. Estratigrafia. 3. A Estratigrafia ordena as rochas estratificadas, ou seja, dispostas em camadas de sedimentos, sistematizando-as a partir de sua cronologia determinada, partindo dos estratos mais antigos. Capítulo 2 1. A partir de uma gigantesca nuvem de gás e poeira, essas nuvens giram ao redor de um único ponto, de maior gravidade, onde se localiza a estrela (Sol). Por efeito dessa rotação, a nuvem vai ganhando a forma de um globo, que concentra em seu núcleo a maior parte da massa e poeira. Esse disco torna-se cada vez maior, mais quente, se condensando cada vez mais. 2. O Princípio da Isostasia que assegura que as “leves“ áreas continentais flutuem sobre um Manto de material mais denso. Assim, a maior parte do volume das massas continentais posiciona-se abaixo do nível do mar pela mesma razão que a maior parte dos icebergs permanece mergulhada por debaixo do nível dos oceanos. 3. O Manto Inferior é parte da estrutura interna do globo terrestre e se estende de 700 até 2.900 km (limite do Núcleo). É uma região que apresenta pequenas mudanças na composição e fases mineralógicas. A densidade e a velocidade aumentam gradualmente com a profundidade da mesma forma que a pressão. Capítulo 3 1. Esta é considerada a teoria de Wegener, sobre a tectônica de placas, e foi apoiada em parte por aquilo que lhe pareceu ser o ajuste notável dos continentes americanos e africanos do sul. Wegener também estava intrigado com as ocorrências de estruturas geológicas pouco comuns e dos fósseis de plantas e animais encontrados na América do Sul e África, que estão separados Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
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atualmente pelo Oceano Atlântico. Deduziu que era fisicamente impossível para a maioria daqueles organismos ter nadado ou ter sido transportado através de um oceano tão vasto. Para ele, a presença de espécies fósseis idênticas ao longo das costas dos litorais de África e América do Sul seria a evidência que faltava para demonstrar que, uma vez, os dois continentes estiveram ligados. 2. Pode ser considerada como um mecanismo de transporte das placas, idêntico ao modelo de correntes de convecção térmica. A parte do magma que é aquecida pelo calor do núcleo torna-se menos densa e, por isso, este sobe para as partes mais altas. Lá, esse material se resfria, tornando-se mais denso e pesado, retornando às partes mais baixas e novamente se aquecendo, graças ao calor intenso emanado pelo núcleo. 3. Isso porque fez surgir uma nova maneira de ver a Terra, porém havia uma fraqueza fatal na teoria de Wegener, que era o fato de não poder responder satisfatoriamente à pergunta mais importante levantada pelos seus críticos: que tipo de força podia ser tão forte para mover massas de rocha contínua tão grandes ao longo de tais distâncias tão grandes? Capítulo 4 1. Montanhas vulcânicas, também conhecidas como vulcões. Apresentam, na maioria dos casos, uma parte emersa que, por sua vez, faz parte de uma sucessão de grandes vulcões. Uma região com uma sucessão de vulcões é o Havaí. 2. São formas de relevo da superfície da Terra que, normalmente, se elevam para um topo estreito em forma de cume, originando escarpas. São vastas elevações e depressões. 3. Geomorfologia é parte da Geografia que estuda os arranjos, formas e toda a dinâmica formadora da superfície terrestre, bem como seus aspectos genéticos, cronológicos e morfológicos. Capítulo 5 1. Envolve processos que conduzem à desagregação da rocha, sem que haja necessariamente uma alteração química maior dos minerais constituintes. Os principais agentes do intemperismo físico são: variação de temperatura, cristalização de sais, congelamento da água e atividades de seres vivos. 2. Implica transformações químicas dos minerais que compõem a rocha. O principal agente do intemperismo químico é a água. 3. O termo ‘regolito’ vem do grego ‘rego’ = coberto. É uma camada de material rochoso, macio e desagregado formado no local pela decomposição e desintegração das rochas situadas em profundidades. Capítulo 6 1. É uma formação geológica formada por rochas permeáveis, seja pela porosidade granular ou a originada pelas fissuras, capaz de armazenar e transmitir quantidades significativas de água. O aquífero pode ser de variados tamanhos. Os aquíferos podem ter extensão de poucos a milhares de km² ou, também, podem apresentar espessuras de poucos a centenas de metros.
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Geologia
2. Porosidade. Cobertura vegetal. Inclinação do terreno. Tipo de chuva. 3. O movimento da água entre os continentes, oceanos e a atmosfera é chamado ciclo hidrológico. Capítulo 7 1. A palavra ‘paleontologia’ vem da união de termos gregos ‘palaios’, que significa “antigo”, ‘ontos’, que significa “ser”, e ‘logos’, que significa “estudo, pesquisa”, assim sendo traduzida como “o estudo dos seres antigos” ou, melhor explicando, é a ciência que se dedica ao estudo dos fósseis (restos fossilizados) de seres pré-históricos, o que de fato é, de forma simplificada. 2. Paleobotânica. Paleozoologia. Paleoecologia. Paleoicnologia. Paleofisiologia. Paleopatologia. Paleogeografia. Micropaleontologia. 3. Entre os motivos que podem levar à extinção, estão a predação, competição, mudanças ambientais, mudanças ocasionais na população e a própria extinção “em massa”. Capítulo 8 1. São elementos ou compostos químicos com composição definida dentro de certos limites, cristalizados e formados naturalmente por meio de processos geológicos inorgânicos, na terra ou em corpos extraterrestres. A composição química e as propriedades cristalográficas bem definidas do mineral fazem com que ele seja único dentro do reino mineral e, assim, receba um nome característico. 2. Magmáticas ou ígneas. Sedimentares. Metamórficas. 3. O ciclo das rochas representa as diversas possibilidades de transformação de um tipo de rocha em outro.
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Capítulo 9 1. Método de datação geocronológica absoluta baseado na desintegração radioativa de dois isótopos de U (235U e 238U), dando origem a dois isótopos de Pb (207Pb e 206Pb). As meias-vidas dos isótopos de urânio são de ca. 0.704 Ga e 4,47 bilhões de anos, respectivamente. 2. Sabemos que, a partir da disposição geométrica dos estratos e formações geológicas, é possível determinar a cronologia relativa em que os eventos geológicos ocorreram. É relativa porque se pode determinar que tal evento ocorreu antes ou depois de outro, mas não exatamente quando. 3. Esse registro tem 4,4 bilhões de anos e foi encontrado na Austrália.
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REFERÊNCIAS
BLOOM, A. L. Superfície da Terra. Série de Textos Básicos de Geociências. São Paulo: Edgard Blücher, 2000. FLEURY, J. M. Curso de geologia básica. Goiânia: UFG, 1995. GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. (Orgs.). Geomorfologia: uma atualização de bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. GUERRA, A. T.; GUERRA, A. J. T. Novo dicionário geológico-geomorfológico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997. LEINZ, V.; AMARAL, S. E. do. Geologia geral. 13. ed. São Paulo: Nacional, 1998. OS RECURSOS FÍSICOS DA TERRA. Campinas: Unicamp, 2003. Tradução da publicação britânica da The Open University. ROSS, J. L. S. (Org.). Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996. SCHUMANN, Walter. Guia dos minerais. Lisboa: Editorial Presença, 1992. (Coleção Habitat). TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000.
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