Apostila - PM BA

July 20, 2019 | Author: Igor Seeger | Category: Partidos políticos, Geleira, Brasil, Água, Política (Geral)
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Apostila - PM BA...

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Sumário Língua Portuguesa........... ....................... ........................ ........................ ........................ ........................ ........................ ................13 ....13 1. Interpretação e Compreensão de Texto ......................................................... 17 2. Reescritura de Frases e Parágrafos do Texto ................................................. 23 3. Formação de Palavras ..................................................................................... 30 4. Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa ................................................... 36 5. Emprego das Classes de Palavras ................................................................. 43 6. Sintaxe ............................................................................................................. 70 7. Pontuação ........................................................................................................ 92 8. Redação de Correspondências Oficiais .......................................................... 96

Redação ............ ........................ ........................ ........................ ........................ ........................ ........................ ........................ ..................102 ......102 1. Redação para Concursos Públicos .............................................................. 103 2. Dissertação Expositiva e Argumentativa ..................................................... 114

Matemática / Raciocínio Lógico ................ ............................ ........................ ........................ ........................132 ............132 1. Teoria dos Conjuntos ................................................................................... 134 2. Conjuntos Numéricos ................................................................................... 139 3. Razões e Proporções...................................................................................... Proporções...................................................................................... 146 4. Porcentagem e Juros ..................................................................................... 152 5. Proposições .................................................................................................... 155 6. Psicotécnicos ................................................................................................. 165

História do Brasil ............ ........................ ........................ ........................ ........................ ........................ ........................ ................172 172 1. O Sistema Colonial Português na América ................................................ 175 2. O Período Joanino e a Independência ......................................................... 191 3. Brasil Imperial .............................................................................................. 195 4. Brasil República............................................................................................. 206 5. Revolução de 1930 ......................................................................................... 213 6. Conjuração Baiana ........................................................................................ 224 7. Independência da Bahia................................................................................ 230 8. A Revolta dos Malês e a Sabinada ................................................................ 237 9. Revolta de Canudos....................................................................................... Canudos....................................................................................... 243

Geografia do Brasil................................ ............................................ ........................ ........................ ........................ ................251 ....251 1. O Território Nacional ................................................................................... 254 2. O Espaço Natural Brasileiro ......................................................................... 266 3. Políticas Públicas Ambientais Brasileiras.................................................... 283 4. Modelo Econômico Brasileiro ...................................................................... 289 5. A População Brasileira.................................................................................. Brasileira.................................................................................. 302 6. Políticas Territoriais e Regionais ................................................................. 317 7. Características Gerais do Território Baiano ............................................... 325 8. Aspectos Físicos (Geologia, Relevo e Hidrografia do Território Baiano) 334 9. Aspectos Físicos (Clima e Vegetação do Território Baiano) ..................... 345 10. Organização do Espaço Econômico Baiano ............................................. 351 11. Aspectos Sociais e Demográficos do Território Baiano .......................... 359 12. Manifestações Socioculturais ..................................................................... 367 13. A Organização do Espaço ........................................................................... 375

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Sumário Noções de Direito Constitucional .............. .......................... ........................ ........................ .......................380 ...........380 1. Teoria Geral da Constituição ....................................................................... 384 2. Direitos Fundamentais - Direitos e Garantias Individuais e Coletivos ..... 391 3. Direitos de Nacionalidade ............................................................................ 412 4. Direitos Políticos e Partidos Políticos ......................................................... 419 5. Organização Político-Administrativa do Estado ........................................ 426 6. Administração Pública ................................................................................. 437 7. A Defesa do Estado e das Instituições Ins tituições Democráticas .................................. 458

Noções de Direitos Humanos ............. ......................... ........................ ........................ ........................ ...................465 .......465 1. Evolução Histórica, Classificação e Características C aracterísticas dos Direitos Humanos ........................................................................................................... 466 2. Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) ............................. 470 3. Convenção Americana sobre Direitos Humanos (CADH) ........................ 477 4. PIDESC e PIDCP .......................................................................................... 496

Noções de Direito Administrativo ............... ........................... ........................ ........................ .....................515 .........515 1. Introdução ao Direito Direito Administrativo........................................................ 518 2. Administração Pública ................................................................................. 522 3. Princípios Fundamentais da Administração Administração Pública................................. 531 4. Poderes e Deveres Administrativos ............................................................ 537 5. Ato Administrativo ...................................................................................... 545 6. Órgão Público............................................................................................... 552 7. Agentes Públicos .......................................................................................... 555 8. Lei nº 13.201 de 09 de Dezembro de 2014 ................................................... 558

Noções de Direito Penal ............................... ........................................... ........................ ........................ .....................572 .........572 1. Introdução ao Direito Penal e Aplicação da Lei Penal ............................... 577 2. Do Crime ....................................................................................................... 594 3. Dos Crimes Contra a Pessoa ........................................................................ 612 4. Dos Crimes Contra o Patrimônio ............................................................... 646 5. Dos Crimes Contra a Dignidade Sexual ...................................................... 674 6. Dos Crimes Contra a Paz Pública ............................................................... 681

Noções de Igualdade Racial e de Gênero ........... ....................... ........................ ....................... ............... ....684 684 1. Lei nº 7.716/1989 Lei de Discriminação Racial ........................................... 685 2. Lei nº 11.340/2006 Lei Maria da Penha ....................................................... 690 3. Decreto nº 65.810, de 8 de Dezembro de 1969 ............................................ 697 4. Decreto nº 4.377, de 13 de Setembro de 2002 ............................................. 703 5. Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher ................................................................................................. 704 6. Lei nº 9.455, de 7 de Abril de 1997 ............................................................... 710 7. Lei nº 10.549, de 28 de Dezembro de 2006 .................................................. 710 8. Lei nº 12.212, de 04 de Maio de 2011 ........................................................... 713 9. Lei nº 10.678, de 23 de Maio de 2003 ........................................................... 727

Noções de Direito Penal Militar........... ....................... ........................ ........................ ....................... .................729 ......729 1. Código Penal Militar: dos Crimes em Espécie ............................................ 730 12

1. Interpretação e Compreensão de Texto O que é Interpretar Textos? Interpretar textos é, antes de tudo, t udo, compreender o que se leu. Para que haja essa compreensão, é necessária uma leitura muito atenta e algumas técnicas que veremos no decorrer dos textos. Uma dica importante é fazer o resumo do texto por parágrafos.

EXERCÍCIOS COMENTADOS COMENTADOS Causas da infidelidade partidária no Brasil   A infidelidade infidelidade partidária partidária é uma peculiaridade peculiaridade da  política  política brasile brasileira. ira. Não é raro raro observ observar ar parlamentares parlamentares mi grarem  grarem de uma legenda legenda para outra outra durante durante o mandato. mandato. Entre 1985 e 1998, por exemplo, cerca de 30% dos deputados federais mudaram de sigla ao longo da legislatura. O fenômeno, pouco comum em qualquer democracia, é recente no Brasil. No intervalo entre 1946 e 1964, não houve muitos casos de mudança de partido. Identificar os motivos da infidelidade partidária foi o objetivo da tese de doutorado de Carlos Ranulfo Félix de Melo, cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A pesquisa, realizada sobretudo junto à Câmara dos Deputados, contou também com outras fontes, como artigos da imprensa. Ranulfo limitou o estudo ao período da democracia recente (entre 1985 e 1998) e constatou duas causas principais para a inconstância dos  parlamentare  parlamentares. s. Em primeiro lugar, o cientista verificou que a maioria das trocas de legenda tem por trás a busca de maior ex pressão.  pressão. “O chamado chamado ‘baixo ‘baixo clero’ clero’ procede procede desse desse modo  para ampliar seu poder no estado de origem, origem, adquirir cargos e recursos ou simplesmente prolongar a carreira, pois no Brasil, a renovação da câmara chega a ser de 40%, contra uma média de 5% dos Estados Unidos”. Em  segundo  segundo lugar, lugar, a infidelidade infidelidade interessa interessa aos líderes dos  partidos,  partidos, pois permite permite que aumentem aumentem suas suas bancadas bancadas e,  portanto,  portanto, seu poder. poder. “A tendência tendência é que o partido em voga cresça”, constata Ranulfo. O PSDB, por exemplo, começou o ano de 1994 com 62 deputados federais e terminou 1998 com 96. Ranulfo identifica ainda um outro tipo de político políti co que costuma flutuar entre os partidos: os chamados ‘caciques’. Nem sempre se pode ligar uma única legenda a nomes como Jânio Quadros, Itamar Franco, Fernando Collor ou César Maia. Segundo o cientista, o fenômeno é típico da política brasileira, que personaliza a figura do ‘salvador da pátria’ em detrimento da linha do partido.  A infideli infidelidade dade partidár partidária ia é vista vista por Ranulfo Ranulfo como como prepre judicia  judiciall para o proce processo sso democr democrátic ático. o. A troca troca de legen legenda da reflete uma alteração no comportamento do eleito: um  polític  políticoo com perfil perfil de ‘esquer ‘esquerdist dista’ a’ que se transf transfere ere para para uma agremiação de ‘direita’ desgasta a significação do  partido  partido e enfraq enfraquec uecee a repres represent entação ação política política..

Para Ranulfo, uma solução possível para o fim da infidelidade partidária poderia ser o uso de mecanismos como o sistema de listas, praticado na Europa. “Mas a alternativa mais simples seria a adoção de uma nova legislação”, avalia. A lei poderia, por exemplo, obrigar o deputado a permanecer na mesma legenda até o fim do mandato. Já existe um projeto de lei para combater a infidelidade partidária, que está em trâmite há algum tempo e nunca foi votado. “Evidentemente, por trás disso, há um interesse dos próprios deputados”. (FERREIRA, Pablo Pires. Ciência Hoje, mar. 2001.)

01. (UFPR) Indique a alternativa em que a expressão entre colchetes pode substituir o trecho grifado, mantendo o mesmo sentido da expressão original. a) A infidelidade partidária é uma peculiaridade da política brasileira. [é uma idiossincrasia] b) (...) cerca de 30% dos deputados federais mudaram de sigla ao longo da legislatura. [através da legislação] c) Ranulfo (...) constatou duas causas principais para a inconstância dos parlamentares. [para a inconsistência] d) Já existe um projeto de lei para combater a infidelidade partidária, que está em trâmite (...). [está em transe] e) O chamado ‘baixo clero’ procede desse modo para ampliar seu poder no estado de origem (...). [O grupo de políticos mais expressivos] RESPOSTA: A. Este exercício exige do candidato conhecimento de vocabulário. Da segunda até a quinta alternativa, observa-se que os termos entre colchetes alteram o significado dos períodos. Idiossincrasia é a disposição de um indivíduo para reagir de maneira especial à influência de certos agentes. “Ao longo da legislatura” não condiz com “através da legislatura”, assim como inconstância (volubilidade, instabilidade) não tem o mesmo significado de inconsistência (incoerente, sem fundamento); estar em trâmite (estar a caminho) não é o mesmo que estar em transe (estar em crise) e “baixo clero” não tem relação com o grupo de políticos mais expressivos. expressivos. 02. (UFPR) Pode-se inferir, a partir das informações do texto, que a motivação para o crescimento da bancada do PSDB no período de d e 1994 a 1998 foi: a) A mobilização dos líderes do partido governista para aumentar sua bancada. b) A ausência de “caciques” no partido. c) O enfraquecimento da oposição ao presidente Fernando Henrique Cardoso. d) A mudança na legislação eleitoral. e) A dificuldade de sobrevivência dos partidos pequenos. RESPOSTA: A. O que justifica a marcação da primeira alternativa como correta é o excerto: excerto: ...a infidelidade 17

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interessa aos líderes dos partidos, pois permite que aumentem suas bancadas e, portanto, seu poder. “A tendência é que o partido em voga cresça”, constata Ranulfo. O PSDB, por exemplo, começou o ano de 1994 com 62 deputados federais e terminou 1998 com 96.

Ambiguidade

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Ambiguidade ou anfibologia é a falta de clareza em um enunciado que lhe permite mais de uma interpretação. É conhecida, também, como duplo sentido. Observe os exemplos a seguir: Exs.: Maria disse à Ana que sua irmã chegou. (A irmã é de Maria ou Ana?)  A mãe falou com a filha caída no chão. (Quem estava caída no chão?) Está em dúvida quanto à configuração da sua máquina? Então, acabe com ela agora mesmo! (Acabe com a dúvida, com a configuração ou com a máquina?) Em alguns casos, especialmente na publicidade e nos textos literários, a ambiguidade é proposital; mas, para que ocorra a compreensão necessária, é preciso que o leitor tenha conhecimento de mundo suficiente para interpretar de maneira literal e não literal. No entanto, ela se torna um problema nos textos quando causa dúvidas em relação à interpretação. Ela também pode gerar problemas e fazer com que o autor seja mal interpretado, como na frase “Sinto falta da galinha da minha mãe”. Ao escrever, para que não haja problemas relacionados à ambiguidade, é necessária atenção do autor e uma leitura cuidadosa.

FIQUE LIGADO É importante observar que os textos não são estáticos e dificilmente apresentarão apenas uma tipologia. É comum que o texto seja, por exemplo, dissertativo-argumentativo, narrativo-descritivo ou descritivo-instrucional. É importante, portanto, identificar a tipologia que predomina.

Coesão e Coerência Observe as orações a seguir:  Mariana estava cansada. Viajou a noite toda. Foi trabalhar no dia seguinte. Perceba que a relação entre elas não está clara. Agora, veja o que acontece quando são inseridos elementos de coesão: 18

 Mariana estava cansada porque viajou a noite toda. Mesmo assim, foi trabalhar no dia seguinte. Os elementos de coesão são responsáveis por criar a relação correta entre os termos do texto, tornando-o coerente. Os elementos de coesão são representados pelas conjunções. As principais relações estabelecidas entre eles são: Concessão

Adversidade

Conclusão

embora – ainda que – se bem que – mesmo que – por mais que.

mas – contudo – no entanto – todavia – se bem que – porém – entretanto.

dessa forma – logo – portanto – assim sendo – por conseguinte

Causa

Tempo

Porque – quando pois – já – na hora que – em que – visto que logo que – uma – assim vez que que

Leia o trecho a seguir, publicado no jornal Correio Popular: “Durante a sua carreira de goleiro, iniciada no Comercial de Ribeirão Preto, sua terra natal, Leão, de 51 anos, sempre impôs seu estilo ao mesmo tempo arredio e disciplinado. Por outro lado, costumava ficar horas aprimorando seus defeitos após os treinos. Ao chegar à seleção brasileira em 1970, quando fez parte do grupo que conquistou o tricampeonato mundial, Leão não dava um passo em falso. Cada atitude e cada declaração eram pensados com um racionalismo típico de sua família, já que seus outros dois irmãos são médicos.” Correio Popular, Campinas, 20 out. 2000.

Observe que neste trecho há problemas de coerência. “(...) costumava ficar horas aprimorando seus defeitos (...)” Entende-se o que o redator do texto quis dizer, mas a construção é indevida, uma vez que a definição para aprimorar, segundo o dicionário, é aperfeiçoar, melhorar a qualidade de.  Portanto, se interpretada seguindo esta definição, entender-se-ia que o jogador melhorava seus defeitos. Além da escolha inadequada do vocábulo, há também um problema causado pelo uso indevido dos elementos de coesão. Observe o uso da expressão “Por outro lado”, que deveria indicar algo contrário ao que foi dito anteriormente, mas neste caso precede uma afirmação que confirma o que foi dito no período anterior, deixando o texto confuso. Perceba, portanto, que: Coesão é a relação entre as afirmações do texto, de maneira a deixá-lo claro e fazer sentido: Ontem o dia foi bom porque vi Lucas. Ontem o dia foi bom apesar de eu ter visto Lucas. A relação de sentido estabelecida pela conjunção fará o sentido do texto. Coerência é o sentido do texto, é o fato de o texto fazer sentido e ser compreendido pelo leitor em uma primeira leitura. O que torna um texto coerente, entre outras coisas, é a escolha correta das conjunções. Por isso, a coesão e a coerência do texto andam juntas e muitas vezes se confundem.

b) é contestado legalmente no corpo do

VAMOS PRATICAR Os exercícios a seguir são referentes ao conteúdo: Interpretação e Compreensão de Texto. É justo que as mulheres se aposentem mais cedo? A questão acerca da aposentadoria das mulheres em condições mais benéficas que aquelas concedidas aos homens suscita acalorados debates com posições não somente técnicas, mas também com muito juízo de valor de cada lado. Um fato é certo: as mulheres intensificaram sua participação no mercado de trabalho desde a segunda metade do século 20. Há várias razões para isso. Mudanças culturais e jurídicas eliminaram restrições sem sentido no mundo contemporâneo: um dos maiores e mais antigos bancos do Brasil contratou sua primeira escriturária em 1969 e teve sua primeira gerente em 1984. Avanços no planejamento familiar e a disseminação de métodos contraceptivos permitiram a redução do número de filhos e liberaram tempo para a mulher se dedicar ao mercado de trabalho. Filhos estudam por mais tempo e se mantêm fora do mercado de trabalho até o início da vida adulta. Com isso, o custo de manter a família cresce e cria a necessidade de a mulher ter fonte de renda para o sustento da casa. A tecnologia também colaborou: máquinas de lavar roupa, fornos micro-ondas, casas menores e outras parafernálias da vida moderna reduziram a necessidade de algumas horas nos afazeres domésticos e liberaram tempo para o trabalho fora de casa. A inserção feminina no mercado de trabalho ocorreu, mas com limitações. Em relação aos homens, mulheres têm menor taxa de participação no mercado de trabalho, recebem salários mais baixos e ainda há a dupla jornada de trabalho. Quando voltam para a casa, ainda têm que se dedicar à família e ao lar. Essas dificuldades levam algumas pessoas a defender formas de compensação para as mulheres por meio de tratamento previdenciário diferenciado. Já que as mulheres enfrentam dificuldades de inserção no mercado de trabalho, há de compensá-las por meio de uma aposentadoria em idade mais jovem. A legislação brasileira incorpora essa ideia. Homens precisam de 35 anos de contribuição para se aposentar no INSS; mulheres, de 30. No serviço público, que exige idade mínima, as mulheres podem se aposentar com cinco anos a menos de idade e tempo de contribuição que os homens. (Marcelo Abi-Ramia Caetano, Folha de São Paulo, 21/12/2014.)

01.

(FGV) O tema contido na pergunta que serve de título ao texto a) é defendido por uma opinião pessoal do

autor.

texto. c) é visto como uma injustiça em relação ao homem. d) é tido como legal, mas moralmente injusto. e) é observado de forma técnica e legal. 02. (FGV) “A questão acerca da aposentadoria das mulheres em condições mais benéficas que aquelas concedidas aos homens suscita acalorados debates com posições não somente técnicas, mas também com muito juízo de  valor de cada lado.” Ao dizer que há “muito juízo de valor de cada lado”, o autor do texto diz que na discussão aparecem a) questões que envolvem valores da Previdência. b) problemas que prejudicam economicamente os empregadores. c) posicionamentos apoiados na maior experiência de vida. d) opiniões de caráter pessoal. e) questionamentos injustos e pouco inteligentes. 03. (FGV) Dizer que as mulheres intensificaram sua participação no mercado de trabalho desde a segunda metade do século XX equivale a dizer que a) o trabalho feminino não existia antes

dessa época. b) a atividade de trabalho até essa época apelava para a força física. c) as mulheres entraram no mercado de trabalho há pouco tempo. d) os homens exploravam as mulheres até a época citada. e) as famílias passaram a ter menos filhos desde o século XX. 04. (FGV) “Mudanças culturais e jurídicas eliminaram restrições sem sentido no mundo contemporâneo: um dos maiores e mais antigos bancos do Brasil contratou sua primeira escriturária em 1969 e teve sua primeira gerente em 1984.”

Os exemplos citados nesse segmento do texto a) comprovam as mudanças citadas. b) contrariam as modificações culturais e jurídicas. c) demonstram o atraso cultural das mulheres. d) indicam a permanência de determinadas restrições. e) provam o despreparo das mulheres para o mercado de trabalho masculino. 19

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05.

(FGV) Segundo o texto, a necessidade ou possibilidade de a mulher trabalhar se prende a diferentes motivos.

06.

(FGV) Assinale a opção que indica duas razões que mostram as limitações femininas no mercado de trabalho.

a) As opções a seguir apresentam motivos presentes no texto, à exceção de uma. Assinale-a. b) a) Aumento do tempo livre, em função da redução do número de filhos. c) b) O desenvolvimento tecnológico, que auxilia nos trabalhos domésticos. d) c) A manutenção dos filhos por mais tempo. d) O desequilíbrio econômico da Previdência. e) e) Os métodos contraceptivos, que limitam o número de filhos. Árvores de Araque





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Dupla jornada de trabalho / tecnologia de apoio doméstico. Tecnologia de apoio doméstico / necessidade de força física. Necessidade de força física / interrupções legais do período de trabalho. Interrupções legais do período de trabalho / salários mais baixos. Salários mais baixos / dupla jornada de trabalho.

— Você está vendo alguma coisa esquisita nessa paisagem? — perguntou o meu amigo Fred Meyer. Olhei em torno. Estávamos no jardim da residência da Embaixada do Brasil no Marrocos, onde ele vive — é o nosso embaixador no país — cercados de tamareiras, palmeiras e outras árvores de diferentes tipos. Um casal de pavões se pavoneava pelo gramado, uma dezena de galinhas d’angola ciscava no chão, passarinhos iam e vinham. No terraço da casa ao lado, onde funciona a Embaixada da Rússia, havia um mar de parabólicas, que devem captar até os suspiros das autoridades locais. Lá longe, na distância, mais tamareiras e palmeiras espetadas contra um céu azul de doer. Tudo me parecia normal. — Olha aquela palmeira alta lá na frente. Olhei. Era alta mesmo, a maior de todas. Tinha um ninho de cegonhas no alto. — Não é palmeira. É uma torre de celular disfarçada. Fiquei besta. Depois de conhecer sua real identidade, não havia mais como confundi-la com as demais; mas enquanto eu não soube o que era, não me chamara a atenção. Passei os vinte dias seguintes me divertindo em buscar antenas disfarçadas na paisagem. Fiz dezenas de fotos delas, e postei no Facebook, onde causaram sensação. A maioria dos meus amigos nunca tinha visto isso; outros já conheciam de longa data, e mencionaram até espécimes plantados no Brasil. Alguns, como Luísa Cortesão, velha amiga portuguesa que acompanho desde os tempos do Fotolog, têm posição radicalmente formada a seu respeito: odeiam. Parece que Portugal está cheio de falsas coníferas. [...] A moda das antenas disfarçadas em palmeiras começou em 1996, quando a primeira da espécie foi plantada em Cape Town, na África do Sul; mas a invenção é, como não podia deixar de ser, Made in USA. Lá, uma empresa sediada em Tucson, Arizona, chamada Larson Camouflage, projetou e desenvolveu a primeiríssima antena metida a árvore do mundo, um pinheiro que foi ao ar em 1992. A Larson já tinha experiência, se não no conceito, pelo menos no ramo: começou criando paisagens artificiais e camuflagens para áreas e equipamentos de serviço. Hoje existem inúmeras empresas especializadas em disfarçar antenas de telecomunicações pelo mundo afora, e uma quantidade de disfarces diferentes. É um negócio próspero num mundo que quer, ao mesmo tempo, boa conexão e paisagem bonita, duas propostas mais ou menos incompatíveis. Os custos são elevados: um disfarce de palmeira para torre de telecomunicações pode sair por até US$ 150 mil, mas há fantasias para todos os bolsos, de silos e caixas d’água à la Velho Oeste a campanários, mastros, cruzes, cactos, esculturas. A Verizon se deu ao trabalho de construir uma casa cenográfica inteira numa zona residencial histórica em Arlington, Virgínia, para não ferir a paisagem com caixas de switches e cabos. A antena ficou plantada no quintal, pintada de verde na base e de azul no alto; mas no terreno em frente há um jardim sempre conservado no maior capricho e, volta e meia, entregadores desavisados deixam jornais e r evistas na porta. A brincadeira custou cerca de US$ 1,5 milhão. A vizinhança, de início revoltada com a ideia de ter uma antena enfeiando a área, já se acostumou com a falsa residência, e até elogia a operadora pela boa manutenção do jardim. Claro que, a essa altura, já existem incontáveis projetos artísticos sobre as antenas que não ousam dizer seu nome. O que achei mais interessante foi o do fotógrafo sul-africano Dillon Marsh, que saiu catando árvores artificiais pelo seu país e fez um ensaio com doze imagens que dão, se não motivo para pensar, pelo menos razão para umas boas risadas. (O Globo, Economia, 22.3.2014)

07.

(CESGRANRIO) No seguinte trecho do texto, a vírgula pode ser retirada mantendo-se o sentido e assegurando-se a norma-padrão:

permitir a exploração de reservas de petróleo e abrir novas rotas de navegação. O que se vê nas fotos de James Balog é um mundo em transformação.

a) “cercados de tamareiras, palmeiras” (l. 3)

(Adaptado de Carolina Melo. Veja, 7 de novembro de 2012, p. 121-122)

b) “gramado, uma dezena de galinhas

d’angola” (l. 4) c) “o que era, não me chamara a atenção” (l. 12) d) “fotos delas, e postei no Facebook” (l. 13) e) “Luísa Cortesão, velha amiga portuguesa” (l. 15) 08. (CESGRANRIO) No trecho “casa ao lado, onde” (l. 5) a palavra onde pode ser substituída, sem alteração de sentido e mantendo-se a norma-padrão, por

09.

a) a necessidade do desenvolvimento da

agropecuária em uma região carente de recursos, submetida a condições de temperatura excessivamente baixa. b) a ocorrência de fenômenos naturais que

confirmam plenamente as análises de cientistas sobre as consequências da presença do homem em algumas regiões da Terra. c) a importância das imagens obtidas por satélites, que permitem observação mais eficaz de fenômenos naturais ocorridos em regiões distantes, muitas vezes inacessíveis.

a) que b) cuja c) em que d) o qual

d) o papel fundamental dos relatórios feitos

e) no qual

Os cientistas já não têm dúvidas de que as temperaturas médias estão subindo em toda a Terra. Se a atividade humana está por trás disso é uma questão ainda em aberto, mas as mais claras evidências do fenômeno estão no derretimento das geleiras. Nos últimos cinco anos, o fotógrafo americano James Balog acompanhou as consequências das mudanças climáticas nas grandes massas de gelo. Suas andanças lhe renderam um livro, que reúne 200 fotografias, publicado recentemente. Icebergs partidos ao meio e lagos recém-formados pela água derretida das calotas de gelo são exemplos. Esse derretimento é sazonal. O gelo volta nas estações frias − mas muitas vezes em quantidade menor, e por menos tempo. Há três meses um relatório da Nasa, feito a partir de imagens de satélites, mostrou que boa parte da superfície de gelo da Groenlândia foi parcialmente derretida − transformada em uma espécie de lama de neve − em um tempo recorde desde os primeiros registros, feitos trinta anos atrás. Outro relatório, elaborado pela National Snow and Ice Data Center, mostra que o gelo do Ártico, durante o verão do hemisfério norte, teve a maior taxa de derretimento da história, superando o recorde anterior, de 2007. Nem sempre, porém, menos gelo significa más notícias. A alta da temperatura na Groenlândia permitiu a volta da criação de gado leiteiro e o cultivo de vários tipos de vegetais, como batata e brócolis. Além disso, o derretimento do gelo no Ártico vai

(FCC) Percebe-se claramente no texto

com base em estudos científicos, que propõem medidas de contenção do derretimento de geleiras em todo o mundo. e) o emprego de recursos auxiliares, como o oferecido pela fotografia, nos estudos  voltados para a preservação das belezas naturais existentes no mundo todo. 10.

(FCC) O último parágrafo do texto expressa a) as previsões alarmistas que, ao conside-

rarem os dados resultantes das pesquisas sobre o aquecimento global, vêm confirmar os riscos de destruição do planeta. b) a possibilidade de destruição total de uma  vasta região do planeta, pondo em risco a sobrevivência humana, por escassez de água e de alimentos. c) as conclusões dos cientistas a respeito das evidências do atual aquecimento mais rápido do planeta, fenômeno que prejudica a agricultura nas regiões polares. d) um posicionamento otimista quanto às

consequências de um fenômeno que, em princípio, é visto como catastrófico para o futuro do planeta. e) uma opinião pouco favorável à exploração econômica, ainda inicial, de uma das regiões mais frias do planeta, coberta por geleiras. 21

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GABARITO 01

E

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10

D

ANOTAÇÕES

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1. Redação para Concursos Públicos Os editais de concurso público disponibilizam o conteúdo programático das matérias que serão cobradas nas provas, mas nem sempre deixam explícito como se preparar para a prova discursiva, ou prova de redação – que, na grande maioria dos concursos, é uma etapa eliminatória. Portanto, é necessário preparar-se com bastante antecedência, para que possa haver melhoras gradativas durante o processo de produção de um texto.

Posturas em Relação à Redação Antes de começar a desenvolver a prática de escrita, é preciso que ter algumas posturas em relação ao processo de composição de um texto. Em posse dessas posturas, percebe-se que escrever não é tão complexo se você estiver orientado e fizer da escrita um ato constante.

Leitura Apenas a leitura não garante uma boa escrita. Então, deve-se associar a leitura constante com a escrita constante, pois uma prática complementa a outra. E o que ler? Direcione sua prática de leitura da seguinte forma: fique atento às ATUALIDADES, que é um conteúdo geralmente previsto na prova de conhecimentos gerais. Ademais, conheça a instituição e o cargo a que  você pretende candidatar-se, como as FUNÇÕES e RESPONSABILIDADES exigidas, as quais estão pre vistas no edital de abertura de um concurso. E, também, tenha uma visão crítica sobre os conhecimentos específicos, porque a tendência dos concursos é relacionar um tema ao contexto de trabalho. Considere que, nas provas de redação, também podem ser abordados temas sobre algum assunto desafiante para o cargo ao qual o candidato está concorrendo. Uma dica é estar atento às informações veiculadas sobre o órgão público no qual pretende ingressar.

Produção do Texto A produção de um texto não depende de talento ou de um dom. No processo de elaboração de um texto, pode-se dizer que um por cento (1%) é inspiração e noventa e nove por cento (99%) é trabalho. Escrever um excelente texto é um processo que exige esforço, planejamento e organização.

Escrita O ato de escrever é sempre desta maneira: basta começar. Escrever para ser avaliado por um corretor

é colocar pensamentos organizados e articulados, num papel, a partir de um posicionamento sobre um tema estabelecido na proposta de redação.

Tema O seu texto deve estar cem por cento (100%) adequado à proposta exigida na prova, ou seja, você não pode escrever o que quer, mas o que a proposta determina. Desse modo, antes de começar a escrever, é necessário entender o TEMA da prova. O tema é o assunto proposto que deve ser desenvol vido. Portanto, cabe a você entendê-lo, problematizá -lo e delimitá-lo, com base no comando da proposta.

Objetividade Seu texto deve ser objetivo, isto é, o enfoque do assunto deve ser direto, sem rodeios. Além disso, as bancas dão preferência a uma linguagem simples e objetiva. E não confunda linguagem simples com coloquialismos, pois é necessário sempre manter a sua escrita baseada na norma padrão da língua portuguesa. Além disso, é fundamental o candidato colocarse na posição do leitor. É um momento de estranhamento do próprio texto para indagar-se: o que escrevi é interessante e de fácil entendimento?

Apresentação do Texto Para que se consiga escrever um bom texto, é preciso aliar duas posturas: ter o hábito da leitura e praticar a escrita de textos. Além disso, é importante conhecer as propostas das bancas e saber quais são os critérios de correção previstos em edital.

Letra - Legibilidade Escreva sempre com letra legível. Pode ser letra cursiva ou de imprensa. Tenha atenção para o espaçamento entre as letras/palavras e para a distinção entre maiúsculas e minúsculas.

Respeito às Margens As margens (tanto esquerda quanto direita) existem para serem respeitadas, portanto, não as ultrapasse no momento em que escreve a versão definiti va. Tampouco deixe “buracos” entre as palavras.

Indicação de Parágrafos É preciso deixar um espaço antes de iniciar um parágrafo (mais ou menos dois centímetros).

Título Colocar título na redação vale mais pontos? Se o título for solicitado, ele será obrigatório. Caso não seja colocado na redação, haverá alguma 103

      O        Ã       Ç       A       D       E       R

perda, mas não muito. Os editais, em geral, não informam pontuações exatas. No caso de o título não ser solicitado, ele se torna facultativo. Logo, se o candidato decidir inseri-lo, ele fará parte do texto, sendo analisado como tal, mas não terá um valor extra por isso. O título era obrigatório, e não o coloquei... E agora?

      O        Ã       Ç       A       D       E       R

Quando há a obrigatoriedade, a ausência do título não anula a questão, a menos que haja essa orientação nas instruções dadas na prova. Não há um desconto considerável em relação ao esquecimento do título, porque a maior pontuação, em uma redação para concurso, está relacionada ao conteúdo do texto. É preciso pular linha após o título? Em caso de obrigatoriedade do título, procure não pular linha entre o título e o início do texto, porque essa linha em branco não é contada durante a correção. Quando se deve escrever o título? O título é a síntese de sua redação, portanto, prefira escrevê-lo ao término da redação.

Erros na Versão Final Quando você está escrevendo e, por distração, erra uma palavra, você deve passar um traço sobre a palavra e escrevê-la corretamente logo em seguida: exeção exceção

formação

FIQUE LIGADO Em relação ao posicionamento do hífen de separação, deixe-o ao lado da sílaba. Nunca acima.

Quando a palavra for escrita com hífen e a separação ocorrer justo nesse espaço, você deve usar duas marcações. Por exemplo: entende-se entende-se

Se a palavra não tiver hífen em sua estrutura, use apenas uma marcação: apresentação

Impessoalidade O texto dissertativo (expositivo-argumentativo) é impessoal. Portanto, pode-se escrever com verbos em: - 3ª pessoa: A qualidade no atendimento precisa ser prioridade. Percebe-se que a qualidade no atendimento é essencial. Notam-se várias mudanças no setor público.

FIQUE LIGADO Não rasure seu texto. Não escreva a palavra entre parênteses, mesmo se estiver riscada: (exeção) (exeção). Não use a expressão “digo”.

Translineação Quando não dá para escrever uma palavra completa ao final da linha, deve-se escrever até o limite, sem ultrapassar a margem direita da linha, e o sinal de separação será sempre o hífen. Sempre respeite as regras de separação silábica. Nunca uma palavra será separada de maneira a desrespeitar as sílabas: transformação

Caso a próxima sílaba não caiba no final da linha, embora ainda haja um espaço, deixe-a e continue na próxima linha. 104

trans-

- 1ª pessoa do plural: Observamos muitas mudanças e melhorias no serviço público.

FIQUE LIGADO NÃO escreva na 1ª pessoa do singular: Observo mudanças significativas.

Adequação Vocabular Adequação vocabular diz respeito ao desempenho linguístico de acordo com o nível de conhecimento exigido para o cargo/área/especialidade, e a adequação do nível de linguagem adotado à produção proposta. Portanto, devem-se escolher palavras adequadas, evitando-se o uso de jargões, chavões, termos muito técnicos que possam dificultar a compreensão.

Domínio da Norma Padrão da Língua Deve-se ficar atento aos aspectos gramaticais, principalmente: Estrutura sintática de orações e períodos Elementos coesivos Concordância verbal e nominal Pontuação Regência verbal e nominal Emprego de pronomes Flexão verbal e nominal Uso de tempos e modos verbais Grafia Acentuação

Repetição Prejudica a coesão textual, e ocorre quando se usa muitas vezes a mesma palavra ou ideia, as quais poderiam ser substituídas por sinônimos e conectivos.

Informações Óbvias Explicações que não precisam ser mencionadas, pois já se explicam por si próprias.

Generalização É percebida quando se atribui um conceito que é específico de uma forma generalizada. Os menores infratores saem dos centros de ressocialização e retornam ao o do crime.  (isso ocorre com todos?) É preciso que o governo tome medidas urgentes  para resolver esse problema. (que medidas?)

Gerúndio É muito comum usarmos o gerúndio na fala, mas não se usa com tanta recorrência na escrita.

O Texto Dissertativo Dissertar é escrever sobre algum assunto e pressupõe ou defender uma ideia, analisá-la criticamente, discuti-la, opinar, ou apenas esclarecer conceitos, dar explicações, apresentar dados sobre um assunto, tudo de maneira organizada, quer dizer, com início, meio e fim bem claros e objetivos. A dissertação pode ser classificada quanto à maneira como o assunto é abordado: I - EXPOSITIVA: são expostos fatos (de conhecimento e domínio público, divulgados em diversos meios de comunicação), mas não é apresentada uma discussão, um ponto de vista.

FIQUE LIGADO  A dissertação expositiva também é usada quando a  proposta exige um texto técnico. Este tipo de texto pode ter duas abordagens: Estudo de Caso (em que é feito um parecer a partir de sua situação hipotética) e Questão Teórica (em que é preciso apresentar conceitos, normas, regras, diretrizes de um determinado conteúdo).

II - ARGUMENTATIVA: há a exposição de pontos de vista pessoais, com juízos de valor sobre um fato ou assunto. E qual a melhor maneira de abordar um assunto numa prova de redação para concursos públicos? Para que seu texto seja MUITO BEM avaliado, o ideal é conseguir chegar a uma forma mista de abordagem, ou seja, escrever um texto dissertativo em que você expõe um assunto e, ao mesmo tempo, dá sua opinião sobre ele. Desse modo, os fatos que são conhecidos (domínio público) podem se transformar em exemplificação atualizada, a qual pode ser relacionada à sua argumentação de forma contextualiza e crítica.

Aspectos Gerais da Produção de Textos Em face da limitação de espaço, é muito difícil apresentar muitos enfoques relativos ao tema. Por essa razão, dependendo do limite em relação à quantidade de linhas, a dissertação deve conter de 4 a 5 parágrafos, sendo UM para Introdução, DOIS a TRÊS para Desenvolvimento e UM para Conclusão. Além disso, cada parágrafo deve possuir, no mínimo, dois períodos. Cuidado com as frases fragmentadas, ambiguidades e os erros de paralelismo. Procure elaborar uma introdução que contenha, de maneira clara e direta, o tema, o primeiro enfoque, o segundo enfoque, etc. E mantenha sempre o caráter dissertativo. Por isso, no desenvolvimento, dê um parágrafo para cada enfoque selecionado, e empregue os articuladores adequados. Por fim, fundamente sempre suas ideias.

FIQUE LIGADO Nunca use frases feitas, chavões. Não repita palavras ou expressões. Use sinônimos.  Jamais converse com o leitor: nunca use você ou tu. Não empregue verbos no imperativo.

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      O        Ã       Ç       A       D       E       R

Quanto aos exemplos, procure selecionar aqueles que sejam de domínio público, os que tenham saído na mídia: jornais, revistas, TV. E nunca analise temas por meio de emoções exageradas – especialmente política, futebol, religião, etc.

Estrutura de um Texto Dissertativo

      O        Ã       Ç       A       D       E       R

Para escrever uma dissertação, é preciso que haja uma organização do texto a fim de que se obtenha um texto claro e bem articulado: I- INTRODUÇÃO: consiste na apresentação do assunto a fim de deixar claro qual é o recorte temático e qual a ideia que será defendida e/ou esclarecida, ou seja, a TESE. II- DESENVOLVIMENTO: é a parte em que são elaborados os parágrafos argumentativos e/ou informativos, nos quais você explica a sua TESE. É o momento mais importante do texto, por isso, É NECESSÁRIO que a TESE seja explicada, justificada, e isso pode ser feito por meio de exemplos e explicações. III- CONCLUSÃO: esta parte do texto não traz informações novas, muito menos argumentos, porque consiste no fechamento das ideias apresentadas, ou seja, é feita uma reafirmação da TESE. Dependendo do comando da proposta de redação e do tema, pode ser apresentada uma hipótese de solução de um problema apresentado na TESE. Introdução

TESE 

- Assunto - Recorte temático - TESE

Desenvolvimento

- Tópico/TESE +  justificativa

Conclusão

- Retomada da introdução - Reafirmação da TESE

Introdução É o primeiro parágrafo e serve de apresentação da dissertação, por essa razão deve estar muito bem elaborada, ser breve e apresentar apenas informações sucintas. Deve apenas apresentar o TEMA e os ENFOQUES e ter em torno de cinco linhas.

Desenvolvimento É a redação propriamente dita. Deve ser constituído de dois a três parágrafos (a depender do tema da proposta), um para cada enfoque apresentado na Introdução. É a parte da redação em que argumentos são apresentados para explicitar, em um parágrafo distinto, cada um dos enfoques. Cada parágrafo deve ter de 5 a 8 linhas. Pode-se desenvolver os argumentos por meio de relações que devem ser usadas para deixar seu texto coeso e coerente. 106



Conectores

As relações comentadas acima são estabelecidas com CONECTORES: Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, primeiramente, acima de tudo, principalmente, primordialmente, sobretudo. Tempo: atualmente, hoje, frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente, agora. Semelhança, comparação, conformidade: de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como, igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira idêntica, de conformidade com. Condição, hipótese: se, caso, eventualmente. Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, por outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, não só... como também, não apenas ... como também, não só ... bem como, com, ou (quando não for excludente). Dúvida: talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é que. Certeza, ênfase: certamente, decerto, por certo, inquestionavelmente, sem dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás. Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidade de, com o intuito de, para que, a fim de que, para. Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, dessa forma, dessa maneira, assim sendo. Explicação: por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho)... que, porque, porquanto, pois, já que, uma vez que,  visto que, como (= porque), portanto, logo, que (= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista.

Contraste, oposição, restrição: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, apesar de que, ainda que, mesmo que, posto que, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo que, por outro lado, em contrapartida, ao contrário do que se pensa, em compensação. Contraposição: É possível que... no entanto... É certo que... entretanto... É provável que ... porém... Organização de ideias: Em primeiro lugar ..., em segundo ..., por último ...; por um lado ..., por outro ...; primeiramente, ...,em seguida, ..., finalmente, .... Enumeração: É preciso considerar que ...; Também não devemos esquecer que ...; Não podemos deixar de lembrar que... Reafirmação/Retomada: Compreende-se, então, que ... É bom acrescentar ainda que ... É interessante reiterar ...

Conclusão É o último parágrafo. Deve ser breve, contendo em torno de cinco linhas. Na conclusão, deve-se retomar o tema e fazer o fechamento das ideias apresentadas em todo o texto e não somente em relação às ideias contidas no último parágrafo do desenvol vimento. Pode-se concluir: - Fazendo uma síntese das ideias expostas. - Esclarecendo um posicionamento e/ou questionamento, desde que coerente, com o desenvolvimento. - Estabelecendo uma dedução ou demonstrando uma consequência dos argumentos expostos. - Levantando uma hipótese ou uma sugestão coerente com as afirmações feitas durante o texto. - Apresentando possíveis soluções para os problemas expostos no desenvolvimento, buscando prováveis resultados. Conectores •

Pode-se iniciar o parágrafo da conclusão com: Assim; Assim sendo; Portanto; Mediante os fatos expostos; Dessa forma; Diante do que foi dito; Resumindo; Em suma; Em vista disso, pode-se concluir que; Finalmente; Nesse sentido; Com esses dados, conclui-se que; Considerando as informações apresentadas, entende-se que; A partir do que foi discutido.

Critérios de Correção da Redação para Concursos Públicos Conteúdo Neste critério, observa-se se há apresentação marcada do recorte temático, o qual deve nortear o desenvolvimento do texto; se o recorte está contextualizado no texto, por exemplo: quando a proposta propuser uma situação hipotética, ela deve estar diluída em seu texto. Lembre-se: a proposta não faz parte de seu texto, ou seja, sua produção não pode depender da proposta para ter sentido claro e objetivo.

FIQUE LIGADO O único gênero textual que permite a referência ao texto motivador, bem como a cópia de alguns trechos, é o estudo de caso, pois é preciso fazer uma análise em relação a uma situação hipotética.

Em outras palavras: se há algum texto ou uma coletânea de textos, eles têm caráter apenas motivador. Portanto, não faça cópias de trechos dos textos, tampouco pense que o tema da redação é o assunto desses textos. É preciso verificar o recorte temático, o qual fica evidente no corpo da proposta.

Gênero Neste critério, verifica-se se a produção textual está adequada à modalidade redacional, ou seja, se o texto expressa o domínio da linguagem do gênero: narrar, relatar, argumentar, expor, descrever ações, etc. Os concursos públicos, quase em sua totalidade, têm como gênero textual a dissertação argumentati va ou o texto expositivo-argumentativo. Desse modo, a banca avalia a objetividade e o posicionamento frente ao tema, a articulação dos argumentos, a consistência e a coerência da argumentação. Isso significa que há uma valorização quanto do conteúdo do texto: a opinião, a justificativa dessa opinião e a seletividade de informações sobre o tema.

Coerência Neste critério, avalia-se se há atendimento total do comando, com informações novas que evidenciam conhecimento de mundo e que atestam excelente articulação entre os aspectos exigidos pela proposta, o recorte temático e o gênero textual requisitado. Ou seja, é preciso trazer informações ao texto que não estão disponíveis na proposta. Além disso, é essencial garantir a progressão textual, quer dizer, seu texto precisa ter uma evolução e não pode trazer a mesma informação em todos os parágrafos. 107

      O        Ã       Ç       A       D       E       R

Coesão e Gramática Neste critério, percebe-se se há erros gramaticais; se os períodos estão bem organizados e articulados, com uso de vocabulário e conectivos adequados; e se os parágrafos estão divididos de modo consciente, a fim de garantir a progressão textual.

Critérios de Correção da Bancas Cada Banca Examinadora delimita, na publicação do edital de abertura de um concurso, que critérios serão utilizados para corrigir as redações. Por isso, é essencial que se conheça quais são esses critérios e como cada Banca os organiza. A seguir, são apresentados critérios de algumas Bancas. Você perceberá que são predominantemente os mesmos itens; o que muda é a nota atribuída para cada um e como a proposta é organizada.

Banca Cespe       O        Ã       Ç       A       D       E       R

Aspectos Macroestruturais 1. Apresentação (legibilidade, respeito às margens e indicação de parágrafos) e estrutura textual (organização das ideais em texto estruturado). 2. Desenvolvimento do tema Tópicos da proposta Aspectos Microestruturais Ortografia Morfossintaxe Propriedade vocabular

FIQUE LIGADO Quando forem apresentados tópicos, deve-se escrever 1 parágrafo para cada tópico.

Banca FCC O candidato deverá desenvolver texto dissertativo a partir de proposta única, sobre assunto de interesse geral. Considerando que o texto é único, os itens discriminados a seguir serão avaliados em estreita correlação: Conteúdo – até 40 (quarenta) pontos: ˃ perspectiva adotada no tratamento do tema; ˃ capacidade de análise e senso crítico em relação ao tema proposto; ˃ consistência dos argumentos, clareza e coerência no seu encadeamento. Obs.: A nota será prejudicada, proporcionalmente, caso ocorra abordagem tangencial, parcial ou diluída em meio a divagações e/ou colagem de textos e de questões apresentados na prova. 108

Estrutura – até 30 (trinta) pontos: ˃ respeito ao gênero solicitado; ˃ progressão textual e encadeamento de ideias; articulação de frases e parágrafos (coesão ˃ textual). Expressão – até 30 (trinta) pontos: A avaliação da expressão não será feita de modo estanque ou mecânico, mas sim de acordo com sua estreita correlação com o conteúdo desenvolvido. A avaliação será feita considerando-se: ˃ desempenho linguístico de acordo com o nível de conhecimento exigido para o cargo/área/especialidade; ˃ adequação do nível de linguagem adotado à produção proposta e coerência no uso; ˃ domínio da norma culta formal, com atenção aos seguintes itens: estrutura sintática de orações e períodos, elementos coesivos; concordância verbal e nominal; pontuação; regência verbal e nominal; emprego de pronomes; flexão verbal e nominal; uso de tempos e modos verbais; grafia e acentuação.

Banca Cesgranrio A Redação será avaliada conforme os critérios a seguir: adequação ao tema proposto; ˃ adequação ao tipo de texto solicitado; ˃ ˃ emprego apropriado de mecanismos de coesão (referenciação, sequenciação e demarcação das partes do texto); ˃ capacidade de selecionar, organizar e relacionar de forma coerente argumentos pertinentes ao tema proposto; e ˃ pleno domínio da modalidade escrita da norma-padrão (adequação vocabular, ortografia, morfologia, sintaxe de concordância, de regência e de colocação).

Banca Esaf A avaliação da prova discursiva abrangerá: Quanto à capacidade de desenvolvimen˃ to do tema proposto: a compreensão, o conhecimento, o desenvolvimento e a adequação da argumentação, a conexão e a pertinência, a objetividade e a sequência lógica do pensamento, o alinhamento ao assunto abordado e a cobertura dos tópicos apresentados, valendo, no máximo, 20 (vinte) pontos para cada questão, que serão aferidos pelo examinador com base nos critérios a seguir indicados:

Conteúdo da resposta (seguem os pontos a deduzir para cada questão): Capacidade de argumentação (até 6 ) Sequência lógica do pensamento (até 4 ) Alinhamento ao tema (até 4 ) Cobertura dos tópicos apresentados (até 6 ) Quanto ao uso do idioma: a utilização correta do vocabulário e das normas gramaticais, valendo, no máximo, 10 (dez) pontos para cada questão, que serão aferidos pelo examinador com base nos critérios a seguir indicados: Tipos de erro (seguem os pontos a deduzir): Aspectos formais: Erros de forma em geral e erros de ortografia (-0,25 cada erro) Aspectos Gramaticais: Morfologia, sintaxe de emprego e colocação, sintaxe de regência e pontuação (-0,50 cada erro) Aspectos Textuais: Sintaxe de construção (coesão prejudicada); concordância; clareza; concisão; unidade temática/estilo; coerência; propriedade vocabular; paralelismo semântico e sintático; paragrafação (-0,75 cada erro) Cada linha excedente ao máximo exigido (-0,40) Cada linha não escrita, considerando o mínimo exigido (-0,80).

Propostas de Redação Proposta 01 As vendas de automóveis de passeio e de veículos comerciais leves alcançaram 340 706 unidades em  junho de 2012, alta de 18,75%, em relação a junho de 2011, e de 24,18%, em relação a maio de 2012, segundo informou, nesta terça-feira, a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Segundo a entidade, este é o melhor mês de junho da história do setor automobilístico. Disponível em: . Acesso em: 3  jul. 2012 (adaptado).

Na capital paulista, o trânsito lento se estendeu por 295 km às 19 h e superou a marca de 293 km, registrada no dia 10 de junho de 2009. Na cidade de São Paulo, registrou-se, na tarde desta sexta-feira, o maior congestionamento da história, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Às 19 h, eram 295 km de trânsito lento nas vias monitoradas pela empresa. O índice superou o registrado no dia 10 de junho de 2009, quando a CET anotou, às 19 h, 293 km de congestionamento. Disponível em: . Acesso em: 03  jul. 2012 (adaptado).

O governo brasileiro, diante da crise econômica mundial, decidiu estimular a venda de automóveis e, para tal, reduziu o imposto sobre produtos industrializados (IPI). Há, no entanto, paralelamente a essa decisão, a preocupação constante com o desen volvimento sustentável, por meio do qual se busca a promoção de crescimento econômico capaz de incorporar as dimensões socioambientais. Considerando que os textos acima têm caráter unicamente motivador, redija um texto dissertati vo sobre sistema de transporte urbano sustentável, contemplando os seguintes aspectos: ˃ Conceito de desenvolvimento sustentável; (valor: 3,0 pontos) ˃ Conflito entre o estímulo à compra de  veículos automotores e a promoção da sustentabilidade; (valor: 4,0 pontos) Ações de fomento ao transporte urbano ˃ sustentável no Brasil. (valor: 3,0 pontos)

Proposta 02 I Venham de onde venham, imigrantes, emigrantes e refugiados, cada vez mais unidos em redes sociais, estão aumentando sua capacidade de incidência política sobre uma reivindicação fundamental: serem tratados como cidadãos, em vez de apenas como mão de obra (barata ou de elite). (Adaptado de: http://observatoriodadiversidade.org.br)

II A intensificação dos fluxos migratórios internacionais das últimas décadas provocou o aumento do número de países orientados a regulamentar a imigração. Os argumentos alegados não são novos: o medo de uma “invasão migratória”, os riscos de desemprego para os trabalhadores autóctones, a perda da identidade nacional. III Ainda não existe uma legislação internacional sólida sobre as migrações internacionais. Assim, enquanto que os direitos relativos ao investimento estrangeiro foram se reforçando cada vez mais nas regras estabelecidas para a economia global, pouca atenção  vem sendo dada aos direitos dos trabalhadores. (II e III adaptados de: http://www.migrante.org.br)

Considerando o que se afirma em I, II e III, desenvolva um texto dissertativo-argumentativo, posicionando-se a respeito do seguinte tema: Mobilidade Humana e Cidadania na atualidade. 109

      O        Ã       Ç       A       D       E       R

1. Teoria dos Conjuntos Nesta seção, estão os principais conceitos sobre conjuntos e suas operações. Um assunto importante e de fácil aprendizagem.

Definições O conceito de conjunto é redundante visto que se trata de um agrupamento ou reunião de coisas, que serão chamadas de elementos do conjunto. Ex.: Se quisermos montar o conjunto das vogais do alfabeto, os elementos  serão a, e, i, o, u.

FIQUE LIGADO  A nomenclatura dos conjuntos é formada pelas letras maiúsculas do alfabeto.

 Ex.: Conjunto dos estados da região sul do Brasil:  A = {Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul}.     O     C     I     G      Ó     L     O     I     N      Í     C     O     I     C     A     R     /     A     C     I     T      Á     M     E     T     A     M

Representação dos Conjuntos Os conjuntos podem ser representados tanto em chaves como em diagramas.

Representação em Chaves Ex.: Conjuntos dos estados brasileiros que fazem  fronteira com o Paraguai: B = {Paraná, Mato Grosso do Sul}.

Representação em Diagramas Ex.: Conjuntos das cores da bandeira do Brasil: D

Verde Amarelo Azul

Conjunto Unitário e Conjunto Vazio Conjunto unitário: possui um só elemento. Ex.: Conjunto da capital do Brasil: K = {Brasília} Conjunto vazio: simbolizado por Ø ou {}, é o conjunto que não possui elemento. Ex.: Conjunto dos estados brasileiros que fazem  fronteira com o Chile: M = Ø.

Subconjuntos Subconjuntos são partes de um conjunto. Ex.: Conjunto dos algarismos: F = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 0}. Ex.: Conjunto dos algarismos ímpares: H = {1, 3, 5, 7, 9}. Observe que o conjunto H está dentro do conjunto F sendo, então, o conjunto H um subconjunto de F. As relações entre subconjunto e conjunto são de: “está contido = ” e “contém = ”. Os subconjuntos estão contidos nos conjuntos e os conjuntos contém os subconjuntos. Veja: H F F H

FIQUE LIGADO Todo conjunto é subconjunto de si próprio (D D); O conjunto vazio é subconjunto de qualquer con junto (Ø D);  Se um conjunto A possui “p” elementos, então ele  possui 2p subconjuntos; O conjunto formado por todos os subconjuntos de um conjunto A, é denominado conjunto das partes de  A. Assim, se A = {4, 7}, o conjunto das partes de A, é dado por {Ø, {4}, {7}, {4, 7}}.

Branco

Operações com Conjuntos Elementos e Relação de Pertinência Quando um elemento está em um conjunto, dizemos que ele pertence a esse conjunto. A relação de pertinência é representada pelo símbolo (pertence).

União de conjuntos: a união de dois conjuntos quaisquer será representada por “A ∪ B” e terá os elementos que pertencem a A “ou” a B, ou seja, todos os elementos.

Ex.: Conjunto dos algarismos pares: G = {2, 4, 6, 8, 0}. Observe que: 4 G 7 G 134

A

U

B

Interseção de conjuntos: a interseção de dois conjuntos quaisquer será representada por “A ∩ B”. Os elementos que fazem parte do conjunto interseção são os elementos comuns aos dois conjuntos. A-B

A

B

U

EXERCÍCIO COMENTADO 01. (FCC) Duas modalidades de esporte são oferecidas para os 200 alunos de um colégio: basquete e futebol. Sabe-se que 140 alunos praticam basquete, 100 praticam futebol e 20 não praticam nenhuma dessas modalidades. O número de alunos que praticam uma e somente uma dessas modalidades é: a) 120 b) 100 c) 80 d) 60 e) 40 RESPOSTA: A. Representando o enunciado, temos:

x

140 - x

Basquete

100 - x

Futebol

20 não praticam nenhuma modalidade

Calculando o valor de “x”: 140 – x + x + 100 – x + 20 = 200 260 – x = 200 X = 260 – 200 X = 60  Se x = 60, então 80 praticam somente basquete e 40 praticam somente futebol. Como a questão está pedindo o número de alunos que praticam somente uma modalidade, essa será de: 80 + 40 = 120.

Diferença de conjuntos: a diferença de dois con juntos quaisquer será representada por “A – B” e terá os elementos que pertencem somente a A, mas não pertencem a B, ou seja, que são exclusivos de A.

Complementar de um conjunto: se A está contido no conjunto universo U, o complementar de A é a diferença entre o conjunto universo e o conjunto A, será representado por “CU(A) = U – A” e terá todos os elementos que pertencem ao conjunto universo, menos os que pertencem ao conjunto A. U A

Cp(A)

EXERCÍCIOS COMENTADOS 01. (EsPCEx) Sejam os conjuntos A = {1, 3, 4}, B = {1, 2, 3} e X. Sabe-se que qualquer subconjunto de A∩B está contido em X, que por sua vez é subconjunto de A∪B. Quantos são os possíveis conjuntos de X? a)  3  b) 4 c)  5  d) 6  e) 7  RESPOSTA: B. O conjunto A∩B = {1, 3} tem como  subconjuntos: {Ø, {1}, {3}, {1,3}}. Como a questão fala que qualquer subconjunto de A ∩B está contido em X e que o conjunto X é um subconjunto de A ∪B, então o conjunto X pode ser: X = {1, 3} ou X = {1, 2, 3} ou X = {1, 3, 4} ou X = {1, 2, 3, 4}. Portanto, a quantidade de conjuntos X pode ser igual a 4. 02. (ESAF) X e Y são dois conjuntos não vazios. O conjunto X possui 64 subconjuntos. O conjunto Y, por sua vez, possui 256 subconjuntos. Sabe-se, também, que o conjunto Z = X ∩ Y possui 2 elementos. Desse modo, conclui-se que o número de elementos do conjunto P = Y - X é igual a: a) 4 b) 6 c) 8 d) vazio e) 1 RESPOSTA: B. Calculando o número de elementos do conjunto “X”, temos:  2n = 64  2n = 26  n = 6 (elementos de “X”) 135

    O     C     I     G      Ó     L     O     I     N      Í     C     O     I     C     A     R     /     A     C     I     T      Á     M     E     T     A     M

Nessas condições, é correto afirmar que: a) O número de alunos que só acertaram a 2ª questão é o dobro do número de alunos que acertaram todas as questões. b) Metade da turma só acertou uma questão. c) Mais de 50% da turma errou a terceira questão. d) Apenas 3/4 da turma atingiu a média maior ou igual a 5,0.

Calculando o número de elementos de “Y”, fica:  2 n = 256 (elementos de “Y”)  2 n = 2 8  n = 8 (elementos de “Y”)  Se Z = X ∩ Y = 2 elementos, então temos a seguinte representação dos conjuntos, com a quantidade dos  seus elementos:

4

X

2

03.

6

Y

Então P (número de elementos) = Y - X = 6.

(Upenet) Se A, B e C são conjuntos não  vazios, sendo N(X) = número de elementos do conjunto X, é CORRETO afirmar que das afirmativas abaixo:

A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) U (A ∩ C); II. N (A ∩ B) = N (A ∪ B) - N(A) + N(B); III. Se A ∩ B = Ø, então, obrigatoriamente, A = B = Ø. a) I é verdadeira. b) I e II são verdadeiras. c) III é verdadeira. d) I, II e III são verdadeiras. e) II e III são verdadeiras. 04. (Cesgranrio) 1000 pessoas responderam a uma pesquisa sobre a frequência do uso de automóvel. 810 pessoas disseram utilizar automóvel em dias de semana, 880 afirmaram que utilizam automóvel nos finais de semana e 90 disseram que não utilizam automóveis. Do total de entrevistados, quantas pessoas afirmaram que utilizam automóvel durante a semana e, também, nos fins de semana? I.

VAMOS PRATICAR

    O     C     I     G      Ó     L     O     I     N      Í     C     O     I     C     A     R     /     A     C     I     T      Á     M     E     T     A     M

Os exercícios a seguir são referentes ao conteúdo: Teoria dos Conjuntos. 01. Dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 6}, B = {1, 2, 3, 5, 7} e C = {3, 4, 5, 8, 9}, determine o conjunto X sabendo que X C e C – X = B ∩ C. a) X = {3, 5} b) X = {1, 2, 7} c) X = {2, 3, 4} d) X = {3, 4, 7} e) X = {4, 8, 9} 02.

(Epcar) Para uma turma de 80 alunos do CPCAR, foi aplicada uma prova de Matemática valendo 9,0 pontos distribuídos igualmente em 3 questões sobre:

1ª FUNÇÃO 2ª GEOMETRIA 3ª POLINÔMIOS Sabe-se que: Apesar de 70% dos alunos terem acertado a questão sobre função, apenas 1/10 da turma conseguiu nota 9,0; 20 alunos acertaram as questões sobre função e geometria; 22 acertaram as questões sobre geometria e Polinômios; 18 acertaram as questões sobre função e polinômios. A turma estava completa nessa avaliação, ninguém tirou nota zero, no critério de correção não houve questões com acertos parciais e o número de acertos apenas em geometria é o mesmo que o número de acertos apenas em polinômios. 136

a) 580 b) 610 c) 690 d) 710 e) 780 05.

(FCC) Dos 36 funcionários de uma agência bancária, sabe-se que: apenas 7 são fumantes, 22 são do sexo masculino e 11 são mulheres que não fumam. Com base nessas afirmações, é correto afirmar que o: a) Número de homens que não fumam é 18. b) Número de homens fumantes é 5. c) Número de mulheres fumantes é 4. d) Total de funcionários do sexo feminino

é 15. e) Total de funcionários não fumantes é 28.

(Cesgranrio) Considere os conjuntos A, B e C, seus respectivos complementares A C, BC e CC e as seguintes declarações:

06.

A ∪ (B ∩ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C); II. A ∩ (B ∪ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C); III. (B ∩ C)C = BC ∩ CC. Para esses conjuntos e seus respectivos complementares, está(ão) correta(s) a(s) declaração(ões): a) II, somente. b) III, somente. c) I e II, somente. d) I e III, somente. e) I, II e III. 07. (Fumarc) Em minha turma da Escola, tenho colegas que falam, além do Português, duas línguas estrangeiras: Inglês e Espanhol. Tenho, também, colegas que só falam Português. Assim:

10.

I.

08.

4 colegas só falam Português; 25 colegas, além do Português, só falam Inglês; 6 colegas, além do Português, só falam Espanhol; 10 colegas, além do Português, falam Inglês e Espanhol. Diante desse quadro, quantos alunos há na minha turma? a) 46 b) 45 c) 44 d) 43 e) 42 (Cesgranrio) Em um grupo de 48 pessoas, 9 não têm filhos. Dentre as pessoas que têm filhos, 32 têm menos de 4 filhos e 12, mais de 2 filhos. Nesse grupo, quantas pessoas têm 3 filhos? a) 4 b) 5 c) 6 d) 7

a) A = B e C B b) A B e C B c) A B e C B d) A B e C = B e) A = B e B = C 11.

(Cesgranrio) Se A e B são conjuntos quaisquer e C (A, B) = A - (A ∩  B) então C (A, B) é igual ao conjunto: a) Ø b) B c) B - A d) A - B e) (A U B) - A

(Cespe) Sabendo-se que dos 110 empregados de uma empresa, 80 são casados, 70 possuem casa própria e 30 são solteiros e possuem casa própria, julgue o item seguinte.

Mais da metade dos empregados casados possui casa própria. Certo ( ) Errado ( ) Texto para as questões 12 a 15 Considere que todos os 80 alunos de uma classe foram levados para um piquenique em que foram ser vidos salada, cachorro-quente e frutas. Entre esses alunos, 42 comeram salada e 50 comeram frutas. Além disso, 27 alunos comeram cachorro-quente e salada, 22 comeram salada e frutas, 38 comeram cachorroquente e frutas e 15 comeram os três alimentos. Sabendo que cada um dos 80 alunos comeu pelo menos um dos três alimentos, julgue os próximos itens. 12.

(Cespe) Quinze alunos comeram somente cachorro-quente.

Certo ( ) Errado ( ) 13. (Cespe) Dez alunos comeram somente salada. Certo ( ) Errado ( ) 14. (Cespe) Cinco alunos comeram somente frutas. Certo ( ) Errado ( ) 15. (Cespe) Sessenta alunos comeram cachorroquente. Certo ( )

e) 8 09.

(CEPERJ) Dois conjuntos B e C são subcon juntos de um conjunto A, porém A também é subconjunto de B e contém os elementos de C. Desse modo, pode-se afirmar que:

16.

Errado ( )

(Cespe) Considere que os conjuntos A, B e C tenham o mesmo número de elementos, que A e B sejam disjuntos, que a união dos três possuía 150 elementos e que a interseção entre B e C possuía o dobro de elementos da interseção entre A e C. Nesse caso, se a interseção entre B e C possui 20 elementos, então B tem menos de 60 elementos. Certo ( )

Errado ( ) 137

    O     C     I     G      Ó     L     O     I     N      Í     C     O     I     C     A     R     /     A     C     I     T      Á     M     E     T     A     M

(FCC) Do total de Agentes que trabalham em um setor da Assembleia Legislativa de São Paulo, sabe-se que, se fossem excluídos os:

17.

- Do sexo feminino, restariam 15 Agentes; - Do sexo masculino, restariam 12 Agentes; - Que usam óculos, restariam 16 Agentes; - Que são do sexo feminino ou usam óculos, restariam 9 Agentes. Com base nessas informações, o número de Agentes desse setor que são do sexo masculino e não usam óculos é: a) 5 b) 6 c) 7 d) 8 e) 9 18. (ESAF) Um colégio oferece a seus alunos a prática de um ou mais dos seguintes esportes: futebol, basquete e vôlei. Sabe-se que, no atual semestre.     O     C     I     G      Ó     L     O     I     N      Í     C     O     I     C     A     R     /     A     C     I     T      Á     M     E     T     A     M

20 alunos praticam vôlei e basquete; ˃ 60 alunos praticam futebol e 65 praticam basquete; ˃ 21 alunos não praticam nem futebol nem  vôlei; ˃ o número de alunos que praticam só futebol é idêntico ao número dos alunos que praticam só vôlei; ˃ 17 alunos praticam futebol e vôlei; ˃ 45 alunos praticam futebol e basquete; 30, entre os 45, não praticam vôlei. O número total de alunos do colégio, no atual semestre, é igual a: a) 93 b) 110 c) 103 d) 99 e) 114 19. (FGV) Dado um conjunto A, chamamos subconjunto próprio não vazio de A a qualquer conjunto que pode ser formado com parte dos elementos do conjunto A, desde que:Algum elemento de A seja escolhido; Não sejam escolhidos todos os elementos de A. Sabemos que a quantidade de subconjuntos próprios não vazios de A é 14. A quantidade de elementos de A é igual a: ˃

a) 4 b) 5 138

c) 6 d) 7 e) 8 20.

(FCC) Em um grupo de 100 pessoas, sabe-se que: - 15 nunca foram vacinadas; - 32 só foram vacinadas contra a doença A; - 44 já foram vacinadas contra a doença A; - 20 só foram vacinadas contra a doença C; - 2 foram vacinadas contra as doenças A, B e C; - 22 foram vacinadas contra apenas duas doenças. De acordo com as informações, o número de pessoas do grupo que só foi vacinado contra as doenças B e C é: a) 10 b) 11 c) 12 d) 13 e) 14

GABARITO 01

E

11

ERRADO

02

C

12

ERRADO

03

A

13

ERRADO

04

E

14

CERTO

05

A

15

CERTO

06

B

16

ERRADO

07

A

17

E

08

B

18

D

09

D

19

A

10

A

20

C

ANOTAÇÕES

1. O Sistema Colonial Português na América Período Colonial A chegada da expedição de Martim Afonso de Sousa marca o início do chamado Período Colonial. Os portugueses passaram a povoar as terras brasileiras, tornando-as produtivas segundo os interesses europeus. A colonização apresenta-se como um desdobramento da expansão marítima. Ao povoar, os portugueses inseriam o Brasil no projeto europeu de ampliação das áreas comerciais. Pero Lopes de Sousa relata em seu diário a fundação das duas primeiras vilas no Brasil. Martim Afonso de Sousa organizou o primeiro engenho de açúcar na Vila de São Vicente, em 1533 – trouxe as primeiras cabeças de gado e realizou algumas expedições exploradoras que alcançaram a foz do Rio da Prata.

FIQUE LIGADO O Estado entregou o ônus dessa tarefa a particulares, como fizera com a exploração do pau-brasil.

O governo português resolveu adotar o sistema de Capitanias Hereditárias, sistema que já havia sido empregado, com bons resultados, na ocupação das ilhas do Atlântico. O território brasileiro pertencente a Portugal foi dividido em 14 capitanias, correspondendo a 15 lotes de terra, entregues a 12 donatários.  Principais Documentos  Carta de Doação

Posse da terra aos donatários

Foral

Direitos edeveres dos donatários

FIQUE LIGADO Das 14 capitanias apenas duas apresentaram um crescimento: Pernambuco ou Nova Lusitânia e São Vicente.

Pela falta de recursos dos donatários em colonizar a terra e pelos ataques das populações nativas aos núcleos de povoamento, Dom João III criou o Go verno-Geral, em 1548.

A implantação desse governo não significou o fim das Capitanias Hereditárias, que existiram até a segunda metade do século XVIII, quando o Marquês de Pombal as transformou todas em Reais. Durante o período colonial, a administração sofreu várias alterações. Em alguns momentos foi centralizada e, em outros, dividida em dois governos. De 1548 a 1572 havia apenas um governador-geral, sendo a sede do governo a cidade de Salvador, fundada por ordem do primeiro governador Tomé de Sousa. Entre 1572 e 1578 a colônia foi dividida em dois governos: a do Norte, com sede em Salvador, e a do Sul, tendo o Rio de Janeiro como sede administrativa. Após uma breve reunificação, em 1621, ocorreu uma nova divisão, dessa vez foram criados os estados do Maranhão e do Brasil.

Estrutura Político-Administrativa Administração e Tributação Administração da região mineradora ficava sob a tutela da Intendência das Minas, órgão responsá vel tanto pela parte judiciária quanto pela tributária. As riquezas do subsolo da colônia eram propriedade da Coroa. O minerador que encontrasse alguma jazida deveria comunicar às autoridades para que a área de exploração fosse dividida em datas (lotes de terra). O rigor fiscal das autoridades portuguesas sobre a mineração foi muito maior que na exploração açucareira, pois a sonegação e o contrabando eram marcantes.

FIQUE LIGADO  A tributação mais comum era o quinto (20%), e a comercialização de ouro em pó era proibida,  sendo liberado o comércio apenas de ouro em barras  por meio das casas de fundição, onde o metal era derretido e quintado.

Transformações A mineração, além de permitir a ocupação do interior, chamou a atenção da metrópole para a região centro-sul, sendo a sede administrativa da colônia transferida de Salvador para o Rio de Janeiro. Aumentou-se, ao mesmo tempo, a fiscalização sobre o comércio aurífero escoado pelo porto desta cidade. Nas áreas mineradoras, houve a diversificação da economia, pois a mineração absorvia as pessoas, não permitindo que, ao mesmo tempo, o minerador atuasse em atividades de subsistência. Surgiram, assim, diversas atividades paralelas à mineração, como artesanato, comércio, agricultura de subsistência etc. 175

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FIQUE LIGADO  Apesar das transformações, o pacto colonial ainda era mantido, e a mineração não retirou a economia portuguesa da estagnação.

O Tratado de Methueen (1703), assinado entre Inglaterra e Portugal, fez com que o valor das exportações portuguesas fosse muito inferior ao das importações, criando um elevado déficit comercial. Este tinha que ser coberto pelo ouro extraído da colônia e enviado para a Inglaterra, que acumulou capital o qual foi posteriormente, investido na Re volução Industrial.

Pecuária Bovina

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O  gado  bovino foi introduzido no Brasil colonial por Martim Afonso de Sousa, criando uma atividade subsidiária à produção de açúcar. Com a expansão do plantio da cana no litoral, a criação de gado foi sendo empurrada para o interior e, no Nordeste, expandiu-se sobretudo ao longo do vale do rio São Francisco (Rio dos Currais), surgindo grandes fazendas de criação extensiva.

FIQUE LIGADO  A criação exigia poucos investimentos e um contingente de mão de obra bem inferior aos da agricultura comercial ou da mineração, daí  predominarem trabalhadores livres nessa atividade.

No século XVIII consolidou-se a pecuária no interior do atual estado do Rio Grande do Sul. Aproveitando-se das pastagens naturais, portugueses e paulistas desenvolveram uma atividade criadora, gerando a comercialização de charque para as regiões mineradoras e a venda do couro. Independente da área de criação, a pecuária bo vina no Brasil Colônia destinava-se ao abastecimento interno, diferenciando-se de outras atividades como as de açúcar e mineração.

Outras Explorações Foram desenvolvidas outras atividades econômicas de importância bem menor, como o plantio de fumo e a exploração de drogas do sertão. Fumo (tabaco) era plantado, sobretudo na Bahia, para ser usado como meio de troca na aquisição de escravos negros da África. Drogas do sertão, representadas pelas ervas aromáticas e medicinais (cacau, guaraná, salsaparrilha etc.), eram extraídas, principalmente, da região amazônica, onde jesuítas e outros colonizadores as adquiriam dos índios. 176

Estrutura Socioeconômica Câmaras Municipais Um dos principais órgãos administrativos no Brasil Colônia. Integrada pelos senhores de terras e escravos, chamados de “homens bons”, essas câmaras tinham poder de organizar missões de guerra ou de paz com os índios, fixar salários e impostos.

Economia Colonial Consequência da expansão marítima portuguesa – “descoberta” de novas terras. Foram instaladas colônias de exploração. Tratado de Tordesilhas – divisão do globo entre Portugal e Espanha. Brasil – colônia de exploração – fornecer riquezas para Portugal. Pacto Colonial ou exclusivo metropolitano, segundo o qual a colônia só poderia manter relações econômicas com a sua Metrópole (país colonizador). As atividades econômicas no Brasil colonial obedeciam a ciclos, ou seja, em determinados períodos uma atividade econômica predominava sobre as demais.

Pau-brasil Durante as três primeiras décadas do século XVI, o único produto a ser explorado no Brasil era uma madeira avermelhada, que os índios chama vam de ibirapitanga ou arabutã, a qual servia para a produção de corantes. Os portugueses a chamavam de pau-brasil ( Caesalpina echinata). Nessa época, o comércio com o Oriente era muito mais lucrativo. Exploração do produto era monopólio real. Primeira concessão para se explorar a madeira – Fernando de Noronha, um cristão-novo (judeu con vertido ao catolicismo) que comandava um grupo de comerciantes. As Expedições Guarda-Costas eram comandadas por Cristóvão Jacques e deviam combater os piratas franceses que contrabandeavam o pau-brasil – a França não reconhecia o Tratado de Tordesilhas. A exploração do pau-brasil  deu-se de forma predatória, destruindo a mata nativa e usando o trabalho indígena. Pela madeira extraída, os índios recebiam dos europeus diversos tipos de quinquilharias, troca denominada escambo.

Não contribuiu para a fixação efetiva de colonos, pois foram fundadas apenas algumas feitorias no litoral, uma espécie de fortificação para a defesa e o depósito temporário de pau-brasil.

Açúcar Após 1530 o comércio com o Oriente não apresenta a mesma lucratividade. Portugal temia perder suas terras na América para outros países europeus, caso não ocupasse de maneira efetiva seus domínios. Não havia metais preciosos no litoral brasileiro, e a forma que os portugueses encontraram para valorizar essas terras e iniciar a ocupação efetiva da colônia foi o plantio de cana para a produção de açúcar. Pontos favoráveis ao plantio da cana: clima quente, solo do tipo massapê (litoral nordestino), experiência dos portugueses em suas ilhas no Atlântico (Madeira e Cabo verde), grande disponibilidade de terras, financiamento e transporte, facilitados pelas associações com comerciantes holandeses, e mercado consumidor garantido na Europa. Devido à falta de mão de obra tentaram, no início, escravizar os índios. Depois usaram os africanos, que já eram escravizados pelos portugueses, além de que o tráfico negreiro proporcionar elevados lucros à burguesia mercantil (ricos comerciantes) metropolitana. A empresa açucareira só seria rentável, devido aos elevados custos de sua instalação, se fosse obedecido um modelo de agricultura comercial denominado plantation, que se sustentava na exploração de um latifúndio escravista, monocultor e exportador.

Engenho Propriedade rural onde se plantava a cana e se produzia o açúcar, cujo proprietário era chamado de Senhor de Engenho. O primeiro Engenho do Governador, fundado em São Vicente (litoral paulista) por Martim Afonso de Sousa. Casa-Grande

Sede da fazenda onde moravam o senhor e a família.

Senzala Capela

Onde os escravos dormiam. Celebração dos ofícios religiosos. Moenda, caldeira, casa de purgar – onde a cana era moída e se transformava em açúcar.

Engenho

A mão de obra predominante era a escrava, mas havia uma minoria de trabalhadores livres, como os feitores, artesãos (carpinteiros, ferreiros etc.) e mestres do engenho. Século XVI - uma parte considerável do litoral nordestino abrigava uma quantidade significativa

de engenhos, cujo destino final da produção era o mercado europeu. A produção açucareira do Brasil Colônia só iria sofrer um forte abalo a partir da segunda metade do século XVII, diante da concorrência com as colônias holandesas no Caribe.

Mineração A maior ambição de qualquer país colonizador era encontrar metais preciosos nas novas terras. Mercantilismo que avaliava a riqueza de uma nação de acordo com o acúmulo de ouro e prata. Primeira metade do século XVI – espanhóis descobriram jazidas de ouro e prata em suas colônias: o mesmo não ocorreu no Brasil. A efetiva ocupação lusa do território brasileiro começou com a lavoura açucareira. Final do século XVII – bandeirantes paulistas descobriram ouro em áreas do interior do atual estado de Minas Gerais, na Serra do Espinhaço. O interior brasileiro começou a ser ocupado pela atividade mineradora, surgindo, em consequência, as primeiras estradas, vilas e cidades na região. A população da colônia teve um crescimento extraordinário, a ponto de o governo português limitar a emigração para o Brasil.

Invasões Estrangeiras Apesar de o governo português ter tomado posse do Brasil e ter feito desta terra sua colônia, outros países, como França e Inglaterra, contestavam tal situação por não reconhecerem o Tratado de Tordesilhas, pelo qual Portugal e Espanha dividiram a América apenas entre si. Em consequência, o Brasil passa a sofrer invasões e ataques executados por piratas ingleses e franceses. Os piratas saqueavam cidades portuárias e carregamentos de navios. Holandeses e franceses tentaram ocupar o território, durante os séculos XVI e XVII.

Invasões Francesas Nos primeiros anos do século XVI, piratas franceses já agiam no litoral brasileiro praticando o contrabando de pau-brasil, o que levou a metrópole a enviar E xpedições Guarda-Costas ao Brasil com o fim de defendê-lo, impedindo a ação dos piratas, mas sem muito sucesso.

Franceses no Rio de Janeiro (1555-1567) A Reforma Religiosa na França provocou inúmeros conflitos sangrentos dentro do País. Os franceses que optaram por seguir a doutrina calvinista 177

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foram denominados huguenotes e passaram a sofrer duras perseguições. Isso levou seu líder, Almirante Coligny, a executar a proposta de Nicolau Villegaignon, de fundar uma colônia calvinista no Brasil. Invadiu a Baía de Guanabara, estabelecendo uma colônia com o nome de França Antártica (15551567), dividindo os domínios portugueses, pois separava São Vicente (litoral paulista) da região Nordeste. A construção do Forte Coligny, na ilha de Serigipe, colocava em perigo o domínio luso na região. Os franceses possuíam língua e religião diferentes das dos portugueses. O governador Mem de Sá conseguiu frustrar os planos franceses com o envio de tropas comandadas por Estácio de Sá – venceu os franceses e derrotou os índios tamoios, aliados dos invasores. Em 1711, após a frustrada tentativa de ataque do corsário (pirata contratado pelo governo de seu país) Duclerc ocorrida no ano anterior, a expedição do também corsário Duguay-Trouin saqueou a cidade do Rio de Janeiro. Convém notar que esse tipo de atuação não tinha por objetivo a ocupação da terra, mas apenas a pilhagem. O Forte Coligny localizava-se na entrada da baía de Guanabara.

Franceses no Maranhão (1612-1615) Inicialmente, os portugueses se empenharam em ocupar o litoral brasileiro entre o Cabo de São Roque, atual Rio Grande do Norte, até a atual costa paulista, permitindo uma maior atuação dos franceses no litoral norte da colônia. Em 1612, o governo francês enviou uma expedição militar comandada por Daniel de la Touche, senhor de Rardière, que fundou o forte de São Luís, localizado na ilha onde hoje fica a capital maranhense. Era a França Equinocial, a segunda tentativa de ocupação francesa da colônia portuguesa.

FIQUE LIGADO  A primeira expedição contra os franceses, comandada por Jerônimo de Albuquerque, não obteve sucesso, só conseguindo expulsar os invasores após receber reforços da metrópole e da Bahia.

A invasão francesa na região deu origem à cidade de São Luís, considerada a única cidade do Brasil colonial que não nasceu portuguesa. Expulsos do Brasil, os franceses ocuparam áreas mais ao norte do Grão-Pará, estabelecendo-se na região hoje com o nome de Guiana Francesa. 178

Invasões Holandesas As relações comerciais entre portugueses e holandeses eram bastante estreitas, principalmente porque os comerciantes flamengos participavam no refino, no transporte e na distribuição do açúcar brasileiro no mercado europeu, além de vários senhores de engenho terem sido financiados por banqueiros holandeses. Com a União Ibérica (1580-1640), Portugal e suas colônias passaram para o domínio espanhol . No ano seguinte, os holandeses proclamaram sua independência em relação à Espanha, fundando as Dezessete Províncias Unidas dos Países Baixos. O governo espanhol fechou seus portos, incluindo os portugueses, aos navios holandeses. Em represália os holandeses invadem o nordeste brasileiro, na tentativa de recuperar os lucros com o comércio açucareiro, buscando o controle sobre os centros produtores.

FIQUE LIGADO  As invasões holandesas foram organizadas e financiadas pela Companhia das Índias Ocidentais (West-Indische Compagnie ou WIC).

Holandeses na Bahia (1624-1625) Em 9 de maio de 1624, uma esquadra holandesa invade a Bahia e domina a cidade de Salvador. Tendo em vista a prisão do governador pelos in vasores, a resistência passou para o comando do bispo Dom Marcos Teixeira, cuja tática de guerrilha se revelou eficiente, pois o inimigo ficou encurralado em Salvador. Os holandeses foram obrigados a se render após a chegada de uma grande esquadra luso-espanhola (52 navios e 13 mil homens) em 1º de maio de 1625, frustrando a primeira tentativa de ocupação flamenga no Brasil. Os invasores voltaram cinco anos mais tarde, atacando Pernambuco, área de maior produção açucareira da colônia.

Holandeses em Pernambuco (1630-1654) Apesar da derrota na Bahia, a Companhia das Índias Ocidentais conseguiu se apropriar de um grande carregamento de prata que estava a bordo de uma esquadra espanhola originária do México. Tal lucro permitiu a organização de uma nova invasão holandesa, agora em Pernambuco. Matias Albuquerque, governador pernambucano, tentou resistir, mas foi inútil, pois os holandeses ocuparam Olinda e Recife.

A resistência se organizou e fundou o Arraial do Bom Jesus, impedindo o avanço holandês para fora de Recife, mediante a tática de guerrilha. Domingos Fernandes Calabar, profundo conhecedor da região, tornou-se aliado dos invasores, indicando os pontos fracos da defesa pernambucana e os caminhos da região. Os holandeses venceram a resistência do Arraial e passaram a dominar a Paraíba e o Rio Grande do Norte, além de Pernambuco. Durante a guerra de ocupação holandesa, engenhos e canaviais foram destruídos e inúmeros escra vos fugiram, incentivando a formação de quilombos.

Administração Nassoviana (1637-1644) A Companhia das Índias Ocidentais enviou para Pernambuco um novo governador, o Conde João Maurício de Nassau-Siegen. O novo governador iniciou uma política de bom relacionamento com os senhores de engenho, pois tanto estes quanto os comerciantes flamengos esta vam desejosos de lucrar com a produção açucareira. Foram concedidos créditos aos senhores de engenho a baixos juros, o que permitiu o retorno da produção de açúcar. Nassau garantiu a liberdade religiosa, permitiu a participação de senhores de engenho nas câmaras de escabinos (espécie de câmara municipal, nos moldes holandeses) e trouxe para Pernambuco vários cientistas, arquitetos e artistas plásticos, o que impulsionou pesquisas sobre a fauna e a flora da região e provocou um grande embelezamento urbano de Recife e Olinda. O domínio holandês sobre o Nordeste brasileiro se estendia de Sergipe até o Maranhão. Nassau entrou em atrito com o conselho de administração da Companhia das Índias Ocidentais, por não concordar com a elevação dos juros e a rigorosa cobrança dos empréstimos concedidos aos senhores de engenho, o que o levou a demitir-se. Após a saída de Nassau, este foi substituído por uma junta formada por três comerciantes que não deram continuidade à administração anterior, criando um pesado clima de descontentamento entre os senhores de engenho e provocando o retorno da luta contra os invasores.

Insurreição Pernambucana Marcou a expulsão dos holandeses do Brasil e foi o primeiro grande movimento nativista, no qual se uniram o branco, o negro e o índio numa causa comum. Seus líderes foram: o índio Felipe Camarão (Poti), o branco André Vidal de Negreiros, o negro Henrique Dias.

Diversos combates marcaram o episódio: Batalha do Monte das Tabocas (tomada de Olinda); Primeira Batalha de Guararapes (1648); Segunda Batalha de Guararapes (1649). Reunidos no Engenho de São João os líderes insurretos de Pernambuco assinam um compromisso para lutar contra o domínio holandês na capitania em 15 de maio de 1645. A primeira vitória importante dos insurretos se deu no Monte das Tabocas, no atual município de Vitória de Santo Antão, dando ao seu líder Antônio Dias Cardoso, o apelido de Mestre das Emboscadas. Os holandeses foram novamente derrotados graças a uma aliança dos mazombos, índios nativos e escravos negros que acabaram por trazer aos holandeses sucessivas derrotas: Cabo de Santo Agostinho, Pontal de Nazaré, Sirinhaém, Rio Formoso, Porto Calvo e Forte Maurício até a recuperação de Olinda pelos rebeldes. Os holandeses devido à falta de alimentos atacam as plantações de mandioca nas vilas de São Lourenço, Catuma e Tejucupapo. A Batalha de Tejucupapo aconteceu em 24 de abril de 1646, quando mulheres camponesas armadas de utensílios agrícolas e armas leves expulsaram os invasores holandeses, fato considerado como a primeira importante participação militar da mulher na defesa do território brasileiro. O desgaste holandês era cada vez maior, principalmente porque havia uma luta sendo travada em duas frentes, ou seja, tinham que enfrentar os colonos brasileiros no Nordeste e a marinha inglesa na Europa. Devido à Primeira Guerra Anglo-Neerlandesa ou Anglo-Holandesa – de um total de 4 guerras que ocorreram entre os Séculos XVII e XVIII entre o Reino Unido e a República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos pelo controle das rotas marítimas, também conhecidas como Guerras Holandesas na Inglaterra e Guerras Inglesas nos Países Baixos. A Primeira Guerra Anglo-Neerlandesa (1652 a 1654) terminou com o Tratado de Westminster, mantendo em vigor a Lei da Navegação de 1651 – a República Holandesa não pôde auxiliar os holandeses no Brasil. No entanto, ao fim da guerra, os holandeses exigem a devolução da colônia em maio de 1654 e, sob ameaça, Portugal se compromete a indenizar a Holanda em 4 milhões cruzados, por um período de 16 anos, e permitir que permanecessem no Brasil as famílias holandesas que assim desejassem. Todavia, em 6 de agosto de 1661, a República da Holanda, por meio do Tratado de Haia, cede formalmente o Nordeste brasileiro a Portugal. Holanda se rende na Campina do Taborda e desocupa o Nordeste brasileiro em 1654. 179

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Consequências Presença holandesa – formação de uma sociedade mais urbanizada em Olinda e Recife; surgimento de um sentimento nativista devido à união dos di versos grupos sociais e étnicos durante a insurreição pernambucana; a retirada holandesa provocou a decadência da atividade açucareira, porque os fazendeiros ficaram apenas com recursos próprios; a introdução da cultura da cana pelos holandeses em suas colônias no Caribe (América Central) gerou uma concorrência de consequências negativas para a economia brasileira.

Sociedade Colonial Sociedades da época: a açucareira, no Nordeste, e a mineradora, em determinadas regiões do interior, sempre com a participação dos três elementos étnicos = brancos, negros e índios.

Sociedade Açucareira (séculos XVI e XVII)

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No litoral nordestino, apresentava as seguintes características: Patriarcal: o senhor de engenho (latifundiário) exercia poderes absolutos sobre a família, empregados livres e escravos. Aristocrática: formava uma elite na qual não admitiam membros de outros grupos sociais, criando, basicamente, uma sociedade de senhores e escravos. Rural: as famílias viviam isoladas nos engenhos, mantendo pouco contato com o meio urbano. Religiosidade: em quase todas as famílias havia um padre, além de sempre haver uma capela nos engenhos. A base da sociedade açucareira era composta pelos escravos, verdadeiras “máquinas” para o trabalho, a ponto de Antonil (jesuíta, autor de Cultura e Opulência do Brasil) compará-los “às mãos e aos pés dos senhores de engenho”.

Sociedade Mineradora (século XVIII) Localizada no interior brasileiro (Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso). As principais características são: Urbana: a maior parte da população vivia nas vilas e cidades, pois precisava vender seu ouro e comprar os produtos para abastecer suas áreas de mineração. Mobilidade social: ao contrário do Nordeste açucareiro, a mineração representava maiores condições de ascensão social, a ponto de possibilitar o enriquecimento de pessoas simples, por meio de um rico garimpo, e de haver expedição de cartas de alforria (documento que concedia liberdade) para alguns escravos. 180

Diversificação: a necessidade de abastecer as áreas de mineração permitiu o aparecimento de diversos grupos sociais, cujos representantes poderiam ser os tropeiros, artesãos diversos, comerciantes, boticários (antigos farmacêuticos), advogados, alfaiates etc. No entanto, o prestígio e o poder na região mineradora não estavam necessariamente ligados à posse da terra, mantendo-se, no entanto, certo patriarcalismo.

Expansão Territorial Brasileira O atual território brasileiro resultou de uma conquista empreendida pelos colonizadores portugueses entre o final do século XVI e o século XVIII. O elemento motivador dessa expansão em direção oeste da América do Sul, empurrando a linha de Tordesilhas, foi o mesmo que alimentou o expansionismo europeu no século XV e motivou a colonização do brasil no início do século XVI: a busca de terras que pudessem complementar a economia metropolitana.

Conquista do Vale Amazônico Os portugueses foram precedidos na conquista do Vale Amazônico pelos espanhóis, ingleses e franceses. Em 1614-1615, os portugueses começaram a  voltar-se para a região, com o intuito de “marcar os pontos extremos das Coroas Ibéricas, mesmo na condição de unificadas, como então ocorria”. Mas foi após a expulsão dos franceses do Maranhão, que teve início a ocupação efetiva da região, com a fundação, em 1615, por Caldeira Castelo Branco, do forte do presépio, que deu origem a Belém, hoje capital do Pará. Os portugueses nesse empreendimento não esta vam apenas delimitando as fronteiras coloniais, mas procurando assegurar o domínio dessa vasta região fornecedora das chamadas drogas do sertão, que poderia compensar as perdas que vinham sofrendo no comércio de especiarias no Oriente, em função do expansionismo de outras nações europeias. Na obtenção das drogas do sertão (cravo-do-maranhão, canela, castanha-do-pará, cacau, urucum, tabaco silvestre, resinas, sementes oleaginosas, essências para perfume), o nativo tornava-se fundamental, uma vez que conhecia o território e as suas peculiaridades. Mas, para forçá-lo a trabalhar para o colonizador, era necessário o apoio das ordens religiosas, que, mediante a catequese, integravam-no às necessidades comerciais europeias.

Conquista do Sertão No Nordeste açucareiro, até o final do século XVII, o gado era criado ao lado da lavoura de canade-açúcar, sendo empregado na alimentação e como força motriz nas atividades do engenho.

O governo português, em 1701, chegou a proibir a criação de gado a menos de 10 léguas do litoral. O colono se interiorizou em busca de pastagem, o sertão nordestino foi sendo ocupado. Surgiram os currais, as fazendas de criação e as feiras em que se comercializava o gado, dando origem a vários po voados, como Feira de Santana (BA), Pastos Bons (MA), Oeiras (PI), entre outros. Na região entre Salvador e Fortaleza, chamada de Sertões de Fora, desenvolveu-se uma criação de gado que atendia ao mercado do litoral açucareiro. O gado também ocupou o Sertão de Dentro, ou seja, as regiões que margeiam o rio São Francisco, conhecidas como o Rio dos Currais, e os rios Canindé, Parnaíba e Itapicuru, integrando o litoral da Bahia e a região de São Luís, no Maranhão, com o interior. No século XVIII, o gado criado nessa região abastecia, além dos engenhos no litoral, as minas do Brasil central. A criação de gado no interior levou à formação de uma nova sociedade no Bbrasil Colônia. A sociedade pecuarista mostrou-se muito mais aberta do que aquela que se desenvolveu nos engenhos de açúcar. Afinal, o trabalhador da fazenda de criação de gado desfrutava de uma liberdade que não era vivida pelo trabalhador dos canaviais. Por ser uma atividade de seminomadismo, a pecuária pôde incorporar os descendentes das populações indígenas.

Conquista do Brasil Meridional A incorporação do Sul do Brasil foi resultado de uma ofensiva portuguesa com o objetivo de controlar o estuário do Prata, para abastecer a região com manufaturas europeias, em especial os tecidos ingleses, e produtos brasileiros como tabaco, açúcar e algodão, além de controlar o mercado de couro e sebo na região. Para tal empreendimento, os portugueses contaram com o apoio inglês. Em 1680, as fronteiras do Brasil meridional são estendidas até a margem esquerda do estuário platino, com a fundação da Colônia do Santíssimo Sacramento, em frente à cidade de Buenos Aires, no atual Uruguai. Ante o avanço português, o governo espanhol atacou e ocupou no mesmo ano a colônia. Para socorrer seu posto avançado em terras espanholas, os portugueses intensificaram o povoamento do Sul. Em 1737, fundaram o forte do Rio Grande de São Pedro, na entrada da Lagoa dos Patos, e, em 1740, promoveram a ocupação da região mediante a fixação de 4.000 açorianos. Surgiram várias vilas, destacando-se Porto dos Casais (Porto Alegre), com uma economia baseada na pequena propriedade e na produção de trigo.

Os portugueses ocupavam a parte oriental do Rio Grande, enquanto a oeste, os jesuítas espanhóis organizavam suas reduções: Sete Povos das Missões Orientais do Uruguai.

Interiorização da Colonização Bandeirantismo As expedições de Entradas e Bandeiras que se embrenharam pelo interior, também foram as responsáveis pelo alargamento das fronteiras do Brasil. Busca de metais preciosos ou no preamento de índios, os colonos portugueses avançaram além da linha de Tordesilhas, principalmente, durante a união ibérica. Entradas, expedições de caráter militar para conhecer a terra, à procura de metais e de índios, organizadas pelo Estado; Bandeiras, organizadas pelos vicentinos, eram expedições que ultrapassaram o meridiano de Tordesilhas. As primeiras entradas ocorreram no período pré-colonial e com a primeira expedição colonizadora de Martim Afonso de Sousa. Outras foram organizadas pelos governos-gerais. Os habitantes de São Vicente viram na organização das Entradas e Bandeiras a solução para seus problemas. Embrenhando-se pelo interior da colônia, procuravam riquezas que atraíssem a atenção da metrópole sobre a região. O movimento de Entradas e Bandeiras foi di vidido em ciclos, de acordo com a atividade que as motivou.

Ciclo do Ouro de Lavagem No século XVI, na própria capitania de São Vicente, Luís Martins e Brás Cubas descobrem o ouro que se assentava no leito dos rios, chamado ouro de aluvião. A busca desse ouro teve efeitos colonizadores no Paraná e em Santa Catarina, onde surgiram vilas como Paranaguá, Curitiba, São Francisco do Sul, Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), Laguna.

Ciclo da Preação de Índios Devido à sua pobreza, os colonos de São Vicente  viram-se obrigados a escravizar as populações indígenas, em substituição à mão de obra de origem africana, muito cara e destinada quase que exclusi vamente ao Nordeste açucareiro. Entre 1617 e 1641, os holandeses conquistaram as principais áreas fornecedoras de escravos africanos (São Jorge da Mina, São Tomé e São Paulo de 181

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Luanda), provocando uma escassez ainda maior dessa mão de obra na região. Isso provocou uma valorização da mão de obra nativa, impulsionando a organização de expedições contra as reduções jesuíticas, em que se encontrava grande contingente de índios  já “pacificados”, ou seja, acostumados ao trabalho agrícola em regime de semisservidão. Apesar da resistência dos padres jesuítas e dos índios aldeados, os bandeirantes de São Vicente, em 1631, destruíram as missões de Ciudad Real del Guairá e Vila Rica del Espírito Santo (ambas no Paraná) e, a partir de 1632, atacaram as do Itatim, Tape e Uruguai. Raposo Tavares saindo de São Vicente dirigiu-se para Itatim, no Sul, depois para o Vale Amazônico, retornando por via marítima. Essa viagem de 10 000 quilômetros durou três anos, sendo que dos 1200 integrantes da expedição somente 58 regressaram.

Ciclo do Sertanismo de Contrato

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Com a diminuição do ouro de aluvião e a recuperação das áreas fornecedoras de mão de obra africana pelos portugueses, provocando uma desvalorização do escravo índio, os bandeirantes vicentinos passaram a dedicar-se à ação repressiva contra as populações indígenas e de negros aquilombados que ameaçavam o processo colonizador.

Ciclo do Ouro e dos Diamantes No final do século XVII e XVIII, os bandeirantes partiram para o interior do país em busca do Eldorado em função do declínio da lavoura açucareira. Assim, em 1674, partiu a expedição de Fernão Dias Pais, marcando o início deste ciclo do bandeirantismo.

Formação das Fronteiras Tratados de Limites Uma das grandes preocupações tanto de Portugal quanto da Espanha era a demarcação dos limites do extremo sul do Brasil. Assim, foi realizada uma série de tratados com esse objetivo. Dentre os principais, temos: Tratado de Lisboa de 1681 – Os espanhóis ˃ devolveram a colônia do Santíssimo Sacramento aos portugueses. ˃ Tratados de Utrecht de 1713 e 1715 – A colônia de Sacramento foi devolvida aos portugueses e garantiu-se a posse do Amapá para Portugal. Tratado de Madri de 1750 – Com a utiliza˃ ção do princípio do “ uti possedetis” (quem tem a posse da região possui a soberania sobre ela) defendido por Alexandre de Gusmão, tanto os Sete Povos das Missões quanto a 182

Colônia de Sacramento deveriam pertencer a Portugal. O descontentamento dos Jesuítas dos Sete Povos das Missões deu origem à Guerra Guaranítica entre 1754 e 1756. Tratado do Pardo de 1761 –  Anulou as ˃ decisões do Tratado de Madri quanto ao Sul do Brasil e devolveu Os Sete Povos das Missões para a Espanha. Tratado de Santo Ildefonso de 1777 ˃ –  Além dos Sete Povos das Missões a Espanha também ficou com a posse de Sacramento e devolveu a Ilha de Santa Catarina para Portugal. Tratado de Badajós (1801) – Retornou às ˃ determinações do Tratado de Madri, após o ataque dos gaúchos aos Sete Povos das Missões e a saída dos jesuítas da região. As fronteiras do Brasil atual só foram definidas no final do século XIX e início do XX, com a anexação do Acre, em 1903 e a definição dos limites com as Guianas, em 1900 e 1904, e com a Argentina (1895).

Administração de Marquês de Pombal (1750-1777) No reinado de D. José I, foi nomeado Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, para o cargo de primeiro-ministro do governo português. Por mais de 25 anos dirigiu o destino do Reino e da Colônia. Medidas tomadas durante a administração do Marquês de Pombal: ˃ Incentivos para a instalação de manufaturas. 1755: criação da Capitania de São José do ˃ Rio Negro, hoje Estado do Amazonas. ˃ 1755: criação da Companhia de Comércio do Estado do Grão-Pará e Maranhão, estimulando as culturas do algodão, do arroz, do cacau, etc., e tentando resolver o problema da mão de obra escrava para a região. ˃ 1755: criação do Diretório Pombalino para gerir os antigos aldeamentos. Pombal proibiu a utilização de línguas gerais (uma mistura das línguas nativas com o português), tornando obrigatório o uso do idioma português em toda a Colônia. ˃ 1759: criação da Companhia de Comércio de Pernambuco e Paraíba, com o objetivo de estimular o cultivo da cana-de-açúcar e do tabaco. ˃ 1759: extinção do sistema de capitanias e a expulsão dos jesuítas (inacianos) da metrópole e da colônia, confiscando-lhes os bens. ˃ 1762: criação da Derrama com a finalidade de obrigar os mineradores a pagar os impostos atrasados.

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1763: transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de janeiro. Em 1777, com a morte de D. José I, subiu ao trono Dona Maria I, que afastou Pombal do governo. O monopólio das companhias de comércio foi suspenso e um alvará proibiu a produção manufatureira da colônia (com exceção do fabrico de tecidos grosseiros para uso dos escravos).

Antecedentes da Independência do Brasil Insere-se nos quadros das transformações do capitalismo europeu, para o qual aquela política mercantilista era um entrave ao seu desenvolvimento, no século XVIII. A Revolução Industrial exigia uma ampliação das fronteiras comerciais, o que significava a eliminação do pacto colonial e de todas as práticas econômicas dele decorrentes: monopólio, companhias de comércio, estancos etc. Até que se chegasse ao rompimento dos laços entre Brasil e Portugal, em 7 de setembro de 1822,  várias tentativas de emancipação ou de contestação à política colonialista foram organizadas.

Rebeliões Coloniais Movimentos que antecederam o 7 de setembro: as revoltas nativistas que buscaram apenas a liberdade econômica, tais como a Aclamação de Amador Bueno, a Revolta dos Irmãos Beckman, a Revolta de Filipe dos Santos, a Guerra dos Emboabas e a Guerra dos Mascates.

Aclamação de Amador Bueno (1641) No século XVII, o preamento de índios constituía-se numa atividade rentável ao fornecer mão de obra para os proprietários da capitania de São Vicente, mas os padres jesuítas reagiram contra a escravização do ameríndio e os conflitos entre colonos e padres jesuítas tornaram-se inevitáveis. Reagindo às medidas metropolitanas contra a escravização indígena e na tentativa de expulsar os padres jesuítas, os vicentinos aclamaram Amador Bueno Rei de São Paulo, que não aceitou o título, decretando o fracasso do movimento.

Conjuração de “Nosso Pai” (1666) O centro da revolta foi o Porto do Recife, no século XVII, quando a Capitania de Pernambuco luta va para reconstruir suas principais cidades – Recife e Olinda – destruídas na luta contra os holandeses.

Os senhores de engenho de Olinda devido à sua contribuição na expulsão dos holandeses queriam reconhecimentos por parte da Coroa Portuguesa. Portugal enviou Jerônimo de Mendonça Furtado para governar a Capitania, porém, os pernambucanos se julgavam merecedores de ocupar tal função, e não um estrangeiro. O governador foi apelidado de Xumberga (ou Xumbregas) – referência ao general alemão Von Schomberg, mercenário que lutara na Guerra da Restauração, por ter um bigode semelhante ao dele. A presença, no porto de Recife, de uma esquadra francesa foi o estopim do movimento que culminou com a prisão e deposição do Governador, que foi acusado de estar a serviço dos estrangeiros que se preparavam para atacar e saquear a província.

Revolta dos Beckman (1684-1685) A falta de mão de obra no Maranhão levou os colonos a escravizarem as populações indígenas entrando em conflito com os padres jesuítas, principalmente o padre Antônio Vieira. A Coroa Portuguesa criou a Companhia de Comércio do Maranhão, que tinha o controle do comércio na região, fornecendo escravos e produtos europeus e adquirindo a produção da região para exportar para a Europa. A Companhia não conseguia fornecer escravos em número suficiente para a região, e as mercadorias para o comércio local não eram de boa qualidade. Liderados por Manuel e Tomás Beckman, os colonos expulsaram os jesuítas da região e fizeram um levante contra o monopólio do comércio pela Companhia. O resultado foi a extinção da Companhia de Comércio do Maranhão e, em seu lugar, veio a Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão; hou ve ainda a prisão e execução de dois de seus líderes, Manuel Beckman e Jorge Sampaio.

Guerra dos Emboabas (1707-1709) Com a descoberta de ouro pelos bandeirantes paulistas, ocorreu um afluxo populacional para a região de Minas Gerais. Esses forasteiros eram chamados de emboabas – pés recobertos de penas ou plumas - pelos paulistas. Conflitos entre paulistas e recém-chegados, pela posse e exploração das minas, levaram à Guerra dos Emboabas, com a derrota dos paulistas, que foram expulsos da região e partiram em busca de novas minas, aumentando, assim, a área mineradora. 183

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Guerra dos Mascates (1710-1711) Ocorreu na, então, Capitania de Pernambuco e é considerada como um movimento nativista pela historiografia. Muitos comerciantes vindos de Portugal logo após a invasão holandesa eram chamados, pejorativamente, de “mascates”. Eles estabeleceram-se no Recife e fizeram com que a vila prosperasse. Olinda, por sua vez, não via com bons olhos esse crescimento baseado no comércio, pois grande parte de seus moradores era formada por senhores de engenho em dificuldades econômicas. Assim estes foram apelidados pelos recifenses de “pés-rapados” por não possuírem dinheiro. Tal situação mostra a decadência econômica de Olinda que sofria com suas dívidas financeiras em crescimento.

FIQUE LIGADO

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 A economia da região encontrava-se em crise, devido à baixa do açúcar no mercado internacional e à concorrência do açúcar produzido pelos holandeses nas Antilhas.

Os senhores de engenho de Olinda entraram em decadência pela queda dos lucros na produção açucareira e começam a se endividar para saldar suas dívidas. Os comerciantes portugueses de Recife possuíam dinheiro para emprestar aos senhores de Olinda, porém, com juros altíssimos, ocasionando um endividamento cada vez maior dos olindenses. O conflito de interesses entre a oligarquia açucareira pernambucana e os comerciantes deu origem à Guerra dos Mascates, considerada como um movimento nativista. Os Senhores de Engenho dependiam dos comerciantes portugueses, devido aos empréstimos. Porém, não aceitavam a emancipação político-administrativa do Recife que estava subordinado à comarca de Olinda. A emancipação foi um agravante na situação dos senhores de engenho que deviam fortunas aos burgueses do Recife que, por meio da elevação à categoria de vila passava a ter igualdade política com Olinda. Olinda era a principal cidade de Pernambuco até o final do século XVII e lá moravam os ricos senhores de engenhos. Todavia, Recife crescia com o avanço do comércio e dos empréstimos e, conscientes de sua importância, os comerciantes pediram ao rei de Portugal que o povoado fosse elevado à condição de vila. Em 1710, quando da separação das duas cidades e da elevação do povoado à condição de vila, os comerciantes inauguraram o Pelourinho e o prédio da Câmara Municipal, separando formalmente o Recife de Olinda, a sede da capitanias. Os senhores de Olinda se revoltaram, 184

liderados por Bernardo Vieira de Melo. Os comerciantes mais ricos do Recife, sem condições de oferecer resistência, fugiram para não serem capturados. As hostilidades ocorreram em Vitória de Santo Antão, lideradas pelo seu Capitão-Mor, Pedro Ribeiro da Silva. Estas forças, em Afogados, tiveram reforços vindos de São Lourenço e de Olinda, sob a liderança de Bernardo Vieira de Melo e de seu pai, o coronel Leonardo Bezerra Cavalcanti. Assim, invadiram Recife, demolindo o Pelourinho, rasgando o Foral Régio, libertando os presos e perseguindo pessoas ligadas ao governador Sebastião de Castro Caldas Barbosa (mascates) que se retirou para a Bahia, deixando o governo da capitania a cargo do bispo Manuel Álvares da Costa. Os mascates contra-atacaram em 1711 e invadiram Olinda incendiando engenhos e vilarejos na região. Foi nomeado como governador Felix José de Mendonça e ocorreu a intervenção de Portugal, ainda em 1711, que prendeu os líderes da rebelião e Recife tornouse capital de Pernambuco. Com a vitória dos comerciantes, essa guerra apenas reafirmava o predomínio do capital mercantil (comércio) sobre a produção colonial.

Revolta de Filipe dos Santos ou de Vila Rica (1720) Organizado pelo minerador Filipe dos Santos foi uma resposta à política de arrocho colonial empreendida pela metrópole sobre a região das minas. A Coroa Portuguesa aumentou o controle e a taxação sobre a exploração aurífera. Em 1719, por exemplo, criaram-se as Casas de Fundição, com o nítido objetivo de assegurar a cobrança do quinto real, pois todo o ouro extraído deveria ser entregue a essas casas para ser fundido e selado. A circulação de ouro em pó ou pepitas tornou-se um crime contra o Estado. O governador Dom Pedro de Almeida Portugal, Conde de Assumar, desferiu uma ação repressiva  violenta ao movimento, e seu líder, Filipe dos Santos, foi enforcado e teve seu corpo esquartejado e pendurado nos postes de Vila Rica. Para evitar novos conflitos, o governo português adiou o funcionamento das Casas de Fundição por cinco anos e desmembrou Minas Gerais de São Paulo, em 1720. E entre os que almejavam a Independência do Brasil, influenciados pelas Ideias Iluministas, pela Re volução Francesa e pela Independência dos Estados Unidos, temos a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana e a Revolução Pernambucana de 1817.

Quilombo dos Palmares Zumbi dos Palmares, nascido na Capitania de Pernambuco, é considerado o maior herói negro do Brasil. Após a destruição do Quilombo de Palmares,

Zumbi foi decapitado e sua cabeça exposta em praça pública no Recife. A data de sua morte foi adotada como o Dia da Consciência Negra. O Quilombo dos Palmares localizava-se na Serra da Barriga na Capitania de Pernambuco, hoje município alagoano de União dos Palmares. Os quilombos, de maneira geral, representavam uma ameaça à ordem escravocrata e à economia do açúcar, pois, nestas áreas, os negros fugidos dos engenhos tenta vam reviver o modo de vida africano. Há um aumento no número de quilombos que é provocado pela ocupação holandesa em Pernambuco, pois os escravos, aproveitando a desorganização produzida pela guerra, fugiam em maior quantidade. O famoso Batalhão de Negros, comandados pelo negro Henrique Dias, que combateu durante a Insurreição Pernambucana, também combateu no Quilombo dos Palmares. Palmares foi o maior dos quilombos do período colonial, havendo relatos de sua existência desde 1602, e o envio de expedições pelo governador-geral da Capitania de Pernambuco para pôr fim ao aldeamento situado na Capitania de Pernambuco, entre os atuais estados de Alagoas e Pernambuco, numa região de palmeiras (daí o seu nome). Teve sua população estimada entre 6 mil e 20 mil pessoas e tornou-se o símbolo da rebeldia e resistência escrava. A presença holandesa na região trouxe aos escravos uma oportunidade para a fuga, levando-os a instalar em Palmares um “Estado” baseado na pequena propriedade e na policultura. No entanto, após a expulsão dos holandeses, o quilombo passou a sofrer ataques dos fazendeiros e das autoridades. A resistência foi árdua e garantiu uma duração de quase um século, lideradas pelo rei Ganga Zumba e seu sucessor, Zumbi.

Movimentos e Tentativas Emancipacionistas Inconfidência Mineira (1789) No século XVIII, diante dos excessivos gastos da corte e para reorganizar a economia metropolitana, aumentaram-se as pressões metropolitanas sobre a economia colonial. Durante o governo do Marquês de Pombal (1750-1777), criaram-se empresas monopolistas e houve ampliação dos monopólios, aumento e criação de novos impostos e a proibição de determinadas atividades econômicas , conforme o Alvará de 1785, instituído por Dona Maria I (1777-1816), que proibia a instalação de indústrias no Brasil. Essa pressão coincidia com certo desenvolvimento da economia colonial, como por exemplo: integração territorial iniciada com a exploração de ouro na região das Minas; o Rio Grande do Sul no fornecimento

de gado, couro e de alimentos, como cebola e trigo; na capitania de São Paulo, a produção agrícola diversificou-se, transformando-a no principal fornecedor para as regiões mineradoras de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso; o Rio de Janeiro tornou-se o principal núcleo urbano da colônia, sendo a porta de entrada para a região das Minas; tanto que, em 1763, foi elevado à condição de capital do Brasil. Centros têxteis, na segunda metade do século XVIII: um no Pará, que recebeu apoio do próprio governo do Marquês de Pombal, e outro em Minas Gerais, que se desenvolveu com a queda na extração do ouro, pois muitos proprietários passaram a in vestir na plantação de algodão e teares. Em 1765, o governo autorizou a exploração de ferro, chumbo e estanho por Domingos Ferreira Pereira, que chegou a montar uma pequena siderúrgica. Essa atividade siderúrgica funcionou até o final do século XVIII, produzindo balas de canhão e cunhas para o governo e os mineradores.

Repressão em Minas Gerais O novo governador, Luís da Cunha Meneses, em 1783, mandou prender e espancar todos os tecelões, para fazer cumprir o Alvará de 1785 de Mona Maria I e, em 1788, para completar a cota de impostos sobre o ouro, anunciou a Derrama, que consistia no confisco dos pertences dos colonos. A rebelião foi desencadeada em um contexto marcado pela diminuição da produção aurífera e o aumento da cobrança de impostos. Essa pressão por parte da metrópole levou a elite da região de Minas Gerais, influenciada pelas ideias iluministas, a pensar na Independência do Brasil. Os boatos sobre a Derrama produziram o elemento que faltava para a decisão e os membros da elite tornaram-se conspiradores. No ano de 1788 se preparava o levante contra Portugal, e a Derrama deveria ser cobrada no primeiro semestre de 1789, data marcada para dar início ao movimento de libertação do Brasil. O projeto político dos inconfidentes era o de estabelecer uma República após a Independência, criar uma capital em São João del Rey, uma universidade em Vila Rica e implantar uma nova ordem econômica mediante a instalação de indústrias e até mesmo uma bandeira, com fundo branco e um triângulo verde ao centro, tendo a sua volta, em latim, o lema “Liberdade Ainda que Tardia”, que representou o ideal do movimento . Com a denúncia de Joaquim Silvério dos Reis, o go vernador de Minas Gerais, dom Luís Antônio Furtado de Mendonça, Visconde de Barbacena, suspendeu a cobrança da Derrama desarticulando todo o movimento. 185

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Após dois meses, ordenou a prisão de Tiradentes e, a partir de 21 de maio, foram presos Tomás Antônio Gonzaga, Domingos Abreu Vieira, o Padre Lopes de Oliveira, Inácio José de Alvarenga Peixoto, o Padre Carlos Correia de Toledo, o Tenente-Coronel Freire de Andrade, Cláudio Manuel da Costa e o Padre Oliveira Rolim. Após três anos, 35 pessoas foram condenadas por crime de lesa-majestade, ou seja, contra o Estado. Onze acusados foram condenados à morte por enforcamento. Desses, somente um foi executado, em 21 de abril de 1792: o Alferes Joaquim José da Silva Xa vier, o Tiradentes. Os demais receberam o perdão real da rainha Dona Maria I, a louca, que os condenou ao degredo perpétuo, com mais cinco réus.

Inconfidência Baiana (1798)

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Também chamada de Conjuração dos Alfaiates, ocorreu na Bahia e, diferentemente do movimento ocorrido em Minas Gerais, este apresentava uma composição mais popular. Dos 34 inconfidentes indiciados, 23 eram mulatos ou negros escravos ou alforriados, os demais eram soldados ou artesãos. A Inconfidência Mineira queria apenas uma ruptura política entre metrópole e colônia. Os baianos propunham o fim da escravidão e dos privilégios e o aumento da remuneração dos soldados, a igualdade de raça e cor. Inicialmente, o movimento era restrito à elite, que organizou uma sociedade secreta, os Ca valeiros da Luz. Principais participantes – Cipriano Barata, Tenente Pantoja e o Padre Agostinho Gomes. O movimento passou rapidamente à liderança dos mulatos, entre eles João de Deus Nascimento e Manuel Faustino dos Santos. Em 12 de agosto de 1798, apareceram, em Sal vador, panfletos e boletins anunciando novos tempos e propondo a independência e a implantação de uma República nos moldes da República Jacobina Francesa (1793-1794), a modificação do sistema tributário, a abolição da escravatura, liberdade de comércio e a representação popular. Os líderes chegaram a enviar uma carta ao governador da capitania, convidando-o a aderir ao movimento e a resposta não poderia ser outra: a repressão. O soldado Luís Gonzaga das Virgens foi preso e submetido a torturas. Para libertá-lo, João de Deus organizou um ataque à prisão, usando os mulatos da cidade, soldados e novos adeptos de última hora. Isso acabou comprometendo o movimento. Os principais líderes, João de Deus, Manuel Faustino, Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas, foram presos e enforcados, enquanto outros 28 indiciados foram condenados ao degredo ou à prisão. 186

Conspiração dos Suassunas (1801) Revolta que se registrou em Olinda, no começo do século XIX, e foi influenciada pelos ideais do Iluminismo e pela Revolução Francesa de 1789. Salientamos que podem ser encontradas as duas grafias: Suassunas e Suaçunas. As revoltas tornavam claras as insatisfações dos colonos contra os desmandos de Portugal e a divulgação das ideias liberais aprofundava a crise do sistema colonial. Nesse contexto, a Conspiração dos Suassunas em Pernambuco estimulou o debate político contra o sistema colonial português. Manuel Arruda Câmara – membro da Sociedade Literária do Rio de Janeiro – está entre os fundadores, em 1796, da primeira Loja Maçônica do Brasil, o Areópago de Itambé, localizada no município pernambucano de Itambé, da qual não participavam europeus. Seus membros se reuniam para discutir essas novas ideais, as quais também eram discutidas por padres e alunos do Seminário de Olinda, fundado pelo bispo Dom José Joaquim da Cunha Azeredo Coutinho em 16 de fevereiro de 1800. Esta última instituição teve, entre os seus membros, o Padre Miguel Joaquim de Almeida Castro (Padre Miguelinho), um dos futuros implicados na Revolução Pernambucana de 1817. As discussões dos ideais filosóficos e políticos do Iluminismo despertaram uma conjuração contra o domínio português no Brasil, com o objetivo de emancipação de Pernambuco, constituindo-se uma república sob a proteção de Napoleão Bonaparte. Entre os conspiradores, encontramos os irmãos Cavalcanti – Luís Francisco de Paula, José Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque e Francisco de Paula – este proprietário do Engenho Suassuna, que daria nome ao movimento. Em 21 de maio de 1801 ocorreu a detenção de diversos implicados, que acabaram sendo absolvidos por falta de provas, e em 1802 o Areópago foi fechado, reabrindo depois com o nome de Academia dos Suassunas.

Revolução Pernambucana (1817) A bandeira da Revolução Pernambucana de 1817, cujas estrelas representam Pernambuco, Paraíba e Ceará, inspirou a atual bandeira de Pernambuco. A Revolução Pernambucana foi caracterizada por um profundo sentimento antilusitano e pela participação política do clero local. Por isso, ela chegou também conhecida como “Revolução dos Padres”. Teve início em 6 de março de 1817 na Pro víncia de Pernambuco. As causas principais do movimento são; a crise econômica da região em função da Grande Seca, que atingiu Pernambuco em 1816, acentuando a fome e a miséria, a consequente queda na produção do açúcar e do algodão, que eram a base da economia da região

e, ainda, a concorrência do algodão nos Estados Unidos e do açúcar na Jamaica; a pressão dos abolicionistas na Europa criava restrições tráfico de escravos encarecendo a mão de obra; a influência das ideias iluministas que eram divulgadas pelas sociedades maçônicas; o governo absolutista de Portugal contrário a estas ideias e os enormes gastos da Família Real recém-chegada ao Brasil, já que Pernambuco devia enviar ao Rio de Janeiro dinheiro para pagar salários, comidas, roupas e festas da Corte e, ainda, para manter a iluminação pública no Rio da Janeiro, enquanto em Pernambuco vivia-se às escuras, gerando descontentamento junto à população. Esta revolução foi o único movimento separatista do período colonial que ultrapassou a fase conspiratória e atingiu o processo revolucionário de tomada do poder, já que o movimento buscava a Independência de Pernambuco sob um regime republicano. Diversamente dos outros eventos que a precederam, somente ela rompeu efeti vamente com a Monarquia e seus valores. O comandante do Regimento de Artilharia, Barbosa de Castro, foi morto a golpes de espada pelo Capitão José de Barros Lima, o “Leão Coroado”, que na companhia de outros militares rebelados ergueu trincheiras nas ruas vizinhas para impedir o avanço das tropas monarquistas. O governador Caetano Pinto de Miranda Montenegro refugiou-se no Forte do Brum, mas, cercado, acabou se rendendo. Os principais líderes do movimento foram Domingos José Martins, Antônio Carlos de Andrada e Silva e Frei Caneca, que dominaram o Governo Provincial e tomaram posse do tesouro da província e instalaram um go verno provisório com a proclamação de uma República. Foi convocada uma Assembleia Constituinte em 29 de março, com representantes eleitos em todas as comarcas. Entretanto, os principais líderes da revolta não se guiavam pelos interesses das camadas populares, mas pelas ideias liberais francesas. Apesar de o governo revolucionário ter decretado ser representante de todas as classes, a Constituição revolucionária garantia o “direito de propriedade”, que na época significava inclusive, “propriedade de escravos”. Estabeleceu-se, assim, a separação dos três Poderes; o catolicismo foi mantido como religião oficial, porém, com liberdade de culto; majourou-se a liberdade de imprensa e foram abolidos alguns impostos. A escra vidão, no entanto, foi mantida.

FIQUE LIGADO O descontentamento da população e o aumento do sentimento patriótico puderam ser percebidos  por pequenos atos de rebeldia, tais como o uso de aguardente nas missas no lugar do vinho e hóstias feitas de mandioca no lugar do trigo.

O movimento expandiu-se, então, para outras pro víncias, pois os revolucionários desejavam formar uma república e, até mesmo, a constituição de uma República de Lavradores. Pernambuco, no entanto, não obteve apoio das províncias vizinhas, pois na Bahia, o emissário da revolução, José Inácio Ribeiro de Abreu e Lima, o Padre Roma, foi preso ao desembarcar e fuzilado por ordem do governador, o Conde dos Arcos. No Rio Grande do Norte, André de Albuquerque Maranhão, um grande proprietário de engenho, prendeu o governador, José Inácio Borges, e ocupou Natal formando uma junta governativa. Todavia, não despertou o interesse da população e foi tirado do poder em poucos dias. O jornalista Hipólito José da Costa foi convidado para o cargo de ministro plenipotenciário da nova República em Londres, mas recusou. No Ceará, Bárbara de Alencar, a primeira mulher heroína do Brasil, e seu filho Tristão Araripe, cujo nome Tristão Gonçalves Pereira de Alencar, na Confederação do Equador, ele o alterou para Tristão Gonçalves de Alencar Araripe, aderiram ao mo vimento, mas foram detidos pelo Capitão-Mor do Crato, José Pereira Filgueiras, sendo que este também participou da luta pela Independência do Brasil no Maranhão e da Confederação do Equador, quando se uniu a Tristão Gonçalves contra o governo imperial, sendo considerado um de seus heróis. Tropas enviadas da Bahia, chefiadas por Luís do Rego Barreto, avançaram pelo sertão pernambucano, enquanto uma força naval, despachada do Rio de Janeiro, bloqueou o porto do Recife. No interior, a batalha decisiva foi travada na localidade de Ipo juca. Derrotados, os revolucionários tiveram de recuar em direção ao Recife. Antônio Gonçalves Cruz, o Cruz Cabugá em maio de 1817, desembarcou na Filadélfia (Estados Unidos) com 800 mil dólares na bagagem, com três missões: comprar armas para combater as tropas de D. João VI; convencer o governo americano a apoiar a criação de uma república independente no Nordeste brasileiro; recrutar revolucionários franceses exilados nos Estados Unidos e libertar Napoleão Bonaparte exilado na Ilha de Santa Helena e levá-lo ao Recife para comandar a Revolução Pernambucana. Nesse momento, no entanto, os revolucionários pernambucanos já estavam próximos da rendição. Em 19 de maio as tropas portuguesas, enviadas por terra e mar, entraram no Recife e encontraram a cidade abandonada e sem defesa. O governo provisório, isolado, rendeu-se no dia seguinte, em função a forte repressão que se iniciou. Seus líderes seriam sumariamente executados, todavia.apesar de sentenças severas, um ano depois todos os revoltosos foram anistiados, e apenas quatro haviam sido executados. 187

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Apesar de menos de três meses no poder, o mo vimento abalou a confiança de D. João VI em construir um império americano. A repercussão da Revolução Pernambucana contribuiu para facilitar o processo de emancipação de Alagoas, que obtém sua autonomia pelo Decreto de 16 de setembro de 1817. O desmembramento da Comarca de Alagoas da jurisdição de Pernambuco foi sancionado por D. João VI, pois seus proprietários rurais haviam se mantido fiéis à Coroa e, como recompensa, puderam formar uma província independente.

VAMOS PRATICAR Os exercícios a seguir são referentes ao conteúdo: O Sistema Colonial Português na América. 01.

a) o enfraquecimento do mercado interno. b) a integração econômica da colônia. c) o povoamento da região das minas. d) a conquista do Brasil central.

EXERCÍCIO COMENTADO 01. A respeito da Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil Colônia em 1789, pode ser afirmado com correção que a) a extinção da escravidão no Brasil era defendida pelo movimento inconfidente. b) entre os projetos dos inconfidentes estava o fechamento dos engenhos e minas. c) a coroa portuguesa propôs a anistia de todos os revoltosos e o perdão das dívidas em troca da rendição incondicional dos inconfidentes. d) a rebelião foi desencadeada em um contexto marcado pela diminuição da produção aurífera e o aumento da cobrança de impostos. e) as lideranças do movimento defendiam a extinção da propriedade privada. RESPOSTA: D. O contexto histórico em que ocorreu a Inconfidência Mineira foi marcado, sobretudo, pela diminuição da produção aurífera (de ouro) e a crescente cobrança de impostos (o quinto, com a declaração da “derrama”).  J ustificativas das alternativas que não respondem à questão.  A:  A pesar discutida internamente por alguns  poucos integrantes do grupo, o movimento de inconfidência não t eve como proposta o fim da escravidão no Brasil. B: N ão houve propostas no sentido de fechar engenhos e minas. C :  A coroa portuguesa reprimiu duramente o movimento, não propondo qualquer anistia e  perdão de dívidas em troca da rendição incondicional dos inconfidentes  E : A extinção da propriedade privada não compôs a pauta do movimento inconfidente.

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Entre as consequências da atividade mineradora na colônia do Brasil, nos séculos XVII e XVIII, é incorreto afirmar que favoreceram:

e) o desenvolvimento urbano. 02.

As batalhas dos Guararapes (1648 e 1649) marcaram a vitória da Insurreição Pernambucana, que levou à expulsão do território brasileiro os invasores a) ingleses b) franceses c) holandeses d) portugueses e) espanhóis

03.

O episódio conhecido como “Capão da Traição” ocorreu na História do Brasil durante a: a) Rebelião de Beckman. b) Revolta dos Malês. c) Guerra dos Mascates. d) Revolta de Felipe dos Santos. e) Guerra dos Emboabas.

04.

Em 1720, a Coroa Portuguesa decidiu proibir definitivamente a circulação de ouro em pó, instalando a Casa de Fundição em Vila Rica, onde todo o metal extraído das minas deveria ser transformado em barras para depois ser transportado ao litoral.

A medida pretendia acabar com o contrabando e incrementar a arrecadação de impostos, prejudicando os interesses dos proprietários de lavras auríferas, comerciantes e profissionais liberais que recebiam ouro em pó pelos seus serviços, além dos tropeiros que escoavam a produção. As novas diretrizes foram intensamente discutidas nos bares, nas tavernas, e críticas ferozes eram lançadas, nas rodas de conversa, contra a administração local. Uma revolta se levantaria contra as medidas de controle da Coroa. (Fábio Pestana Ramos e Marcus Vinicius de Morais. Eles formaram o Brasil).

A revolta ocorrida contra as medidas de controle da Coroa portuguesa foi: a) a Guerra dos Emboabas; b) a Revolta de Felipe dos Santos; c) a Inconfidência Mineira; d) a Guerra dos Mascates; e) a Revolta de Beckman. 05. Em 1798, surgiu na Bahia um movimento rebelde conhecido como Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates, que contou com a participação das camadas sociais mais humildes. Esse movimento a) pretendia fundar uma universidade e aproveitar as jazidas de ferro da região. b) contava, no plano político, com elementos adeptos da monarquia constitucional. c) defendia o estímulo à produção de couro e charque, principais produtos da Bahia. d) foi o primeiro movimento de rebeldia no Brasil a questionar o Pacto Colonial. e) defendia a abolição da escravatura e o aumento da remuneração dos soldados. 06. As lutas do período colonial são divididas em Revoltas Nativistas e Revoltas Emancipacionistas. Entre essas últimas podemos incluir a a) Revolta de Vila Rica. b) Revolta de Palmares. c) Revolta dos Alfaiates. d) Revolta dos Mascates. e) Revolta de Amador Bueno. 07. Ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII o Brasil estendeu consideravelmente seu território, o que obrigou o estabelecimento de novos Tratados de Limites entre os Reinos Ibéricos. Neste sentido, podemos afirmar que a) o Tratado de Madri deu origem às Guerras Guaraníticas. b) ficou estabelecido, no Tratado de Santo Ildefonso, o princípio de Uti possidetis. c) Portugal, pelo Tratado de Badajós, assumiu o controle sobre o território da Guiana. d) o Tratado de Utrecht, de 1713, reconheceu a posse da Colônia de Sacramento por Portugal. e) o Tratado do Pardo reconheceu o direito exclusivo de Portugal navegar pelo rio Amazonas.

08.

O responsável pela transferência da capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro em 1763, foi: a) D. João VI. b) D.Pedro I. c) Marquês de Pombal. d) D. Manuel. e) Visconde de Barbacena.

09.

No ano de 1817, na Província de Pernambuco, deu-se uma revolta contra o governo de D. João VI que ficou conhecida como a) Revolução Liberal. b) Cabanagem. c) Confederação do Equador. d) Revolta dos Alfaiates. e) Revolução Pernambucana.

10.

Levando em consideração a presença da escravidão no Brasil colonial, analise a Veracidade (V) ou Falsidade (F) das proposições abaixo:

Nos primeiros tempos da colonização, a mão-de- obra utilizada foi a indígena, notabilizando-se os bandeirantes paulistas na captura e comercialização dos chamados “negros da terra”. Com a introdução da mãode-obra africana, não se abandonou por completo a escravização do índio, ainda que houvesse legislação proibitiva a esse respeito. ( ) Segundo um observador da época, os escravos “eram as mãos e os pés dos senhores”, isso porque de modo geral os colonos não eram afetos ao trabalho braçal, posto que sua pratica poderia imporlhes restrições a ocupação de postos de destaque na sociedade a que pertenciam. ( ) A Igreja combatia com veemência o uso do trabalho escravo africano na Colônia, sendo a atuação do Padre Vieira merecedora de destaque a esse respeito. Para Vieira, o batismo dos escravos na fé católica era motivo mais que justifcável para emancipa -los do cativeiro. ( ) A prática livre da alforria foi muito comum durante todo o período colonial e, era entendida, de forma geral, como uma ação caritativa. Fazia-se também uso da coartação, que consistia na concessão da liberdade mediante o pagamento em parcelas por parte do cativo. Quando o pagamento era finalizado, o escravo recebia sua carta de liberdade. ( )

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Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE os parênteses, de cima para baixo: a) (F) (F) (F) (V). b) (V) (V) (F) (V). c) (F) (V) (F) (V). d) (V) (V) (F) (F).

GABARITO 01

A

06

E

02

C

07

C

03

E

08

A

04

B

09

E

05

E

10

B

ANOTAÇÕES     L     I     S     A     R     B     O     D     A     I     R      Ó     T     S     I     H

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1. O Território Nacional A Construção do Espaço A formação do território brasileiro iniciou-se no século XVI, quando os portugueses ocuparam na América a parte que lhes cabia de acordo com o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, entre Portugal e Espanha. Por esse tratado foi estabelecida uma linha imaginária (meridiano) passando a 370 léguas a oeste das Ilhas de Cabo Verde (África). As terras a oeste dessa linha pertenceriam à Espanha, e as terras a leste da mesma linha pertenceriam a Portugal. Tratado de Tordesilhas (1494)  .    o    c    i    r     ó    t    s    i     h    s    a     l    t    A   :    e    t    n    o    F     L     I     S     A     R     B     O     D     A     I     F     A     R     G     O     E     G

A pecuária, inicialmente, adentrou o Sertão do Nordeste, os Campos Gerais, no Paraná, a Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul e os Campos de Lages, em Santa Catarina, mas não ficou restrita somente a essas áreas. No século XVIII, essa atividade econômica estabeleceu um elo de ligação com a área mineradora do interior do país concentrada em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, passando a abastecê-la de carne, couro e animal de transporte. Com a decadência da mineração, a pecuária passou a ser a principal atividade econômica de Goiás, de Minas Gerais e do Mato Grosso.

FIQUE LIGADO Os bandeirantes foram os principais responsáveis  pela ampliação da área territorial brasileira desde o século XVI até o século XVIII. A maioria partia, geralmente, de São Paulo (Planalto de Piratininga) em direção ao interior, ultrapassando a linha divisória estabelecida  pelo Tratado de Tordesilhas.

Os bandeirantes não foram instrumentos conscientes do colonialismo português. A principal preocupação do bandeirante não era expandir as fronteiras do Brasil, mas sim o seu enriquecimento pessoal por meio do ouro e pedras preciosas, da caça, escravização e posterior venda dos indígenas nos engenhos de cana-de-açúcar, localizados no litoral. A legalização e a posse efetiva das terras conquistadas além do Tratado de Tordesilhas ocorreram em 1750 com a assinatura do Tratado de Madri, entre Portugal e Espanha. Esse tratado reconheceu, com base no direito de posse da terra para quem a usa ( uti  possidetis), a presença luso-brasileira na maioria dos territórios brasileiros desbravados e em fase de ocupação. Em 1777, foi assinado o Tratado de Santo Ildefonso, que reafirmou o Tratado de Madri com apenas pequenas modificações na fronteira ao sul do Brasil.

O Brasil, segundo esse tratado, possuía aproximadamente 2.800.000 km². Os movimentos expansionistas realizados por portugueses e brasiTerritório brasileiro após o Tratado de Madri (1750) leiros sobre áreas de domínio espanhol nos séculos seguintes, proporcionaram a área e a configuração atuais do nosso país. As maiores conquistas foram realizadas no período colonial pelas expedições militares a serviço de Portugal, pelas missões religiosas, com o intuito de catequizar os indígenas, por pessoas que coletavam especiarias vegetais, os chamados “droguistas” do sertão, pela pecuária e pelos bandeirantes. As expedições militares, as missões religiosas e os “droguistas” do sertão asseguraram a Portugal a colonização do litoral do Nordeste ao norte de Pernambuco, do litoral Norte e todo o Vale Amazônico, desde a Foz do Rio Amazonas até a fronteira com o Peru. 254

Para que o Brasil adquirisse a forma e a superfície atuais, nos séculos XIX e XX ainda foram incorporadas ao nosso território, por meio de tratado bilateral e arbitramento internacional, algumas áreas disputadas com o Uruguai, o Paraguai, a Argentina, a Guiana Francesa, a Bolívia e a Guiana. Vejamos essas áreas no mapa a seguir.

aos interesses do capitalismo vigente nos países dominantes em suas diferentes fases: capitalismo comercial, capitalismo industrial e capitalismo financeiro.

Áreas incorporadas nos séculos XIX e XX  .    o    c    i    r     ó    t    s    i     h    s    a     l    t    A   :    e    t    n    o    F

Diante das exigências dos mercados externos e da divisão internacional do trabalho, verifica-se nos períodos de Brasil-Colônia, Brasil-Império e até quase a metade do século XX, que a economia brasileira, de um modo geral, orientou-se por um único produto na pauta das exportações. Foi o caso da agroindústria da cana-de-açúcar, estruturando o espaço nordestino nos séculos XVI e XVII, do ouro em Minas Gerais, deslocando o centro econômico para o interior do país no século XVIII e provocando a mudança da capital do Brasil de Salvador para o Rio de Janeiro, e do café nos séculos XIX e XX, transformando, desde então, o espaço do Sudeste no maior centro financeiro do país, especialmente o estado de São Paulo. Paralelamente a essas atividades econômicas, desenvolveu-se a pecuária, bem como as relacionadas ao tabaco, ao algodão, à borracha e ao cacau, todas consideradas secundárias diante da importância atribuída aos três produtos de sustentação da economia brasileira nas diferentes épocas.

FIQUE LIGADO Em 1903, na questão do Acre, por um tratado bilateral (Tratado de Petrópolis), o Brasil comprou, por dois milhões de libras esterlinas, 189 mil km� de terras bolivianas que eram ocupadas por seringueiros brasileiros. Parte dessas terras forma, hoje, o estado do Acre.

Ocupação e Povoamento do Território Brasileiro por meio das Atividades Econômicas A grande expansão marítimo-comercial realizada pelos europeus consolidou, entre os séculos XV e XVIII, o capitalismo comercial como novo modo de produção e de organização do espaço geográfico, tanto na Europa como nas terras descobertas. A imposição do colonialismo às novas terras (colônias) visava subordinar os territórios conquistados e sua gente aos interesses econômicos, políticos, culturais e sociais dos conquistadores (metrópole). Sendo assim, podemos afirmar que a produção e a organização do espaço brasileiro, por meio da história, sempre esteve voltada

Mesmo depois de sua independência política (1822), quando já se havia estabelecido o capitalismo industrial como forma de produção, o espaço brasileiro continuou, até 1930, subordinado ao modelo econômico agroexportador. Como consequência da crise de 1929, o espaço monocultor cedeu lugar a outras atividades, principalmente à indústria, que ganhou grande impulso e um papel relevante a partir da década de 1950. Hoje, a atividade industrial e o setor de serviços se constituem nas duas atividades econômicas mais importantes e colocam o Brasil, diante da comunidade internacional, na condição de país urbano e industrializado.

Superfície e Dimensões O território brasileiro tem, segundo o IBGE, uma superfície de 8.515.767 km², destacando-se entre os países de maior extensão territorial, ocupando o 5º lugar no mundo, o 3º lugar no continente americano e o 1º lugar na América do Sul. No mapa a seguir, constam os dez maiores países do mundo e suas respectivas superfícies. 255

    L     I     S     A     R     B     O     D     A     I     F     A     R     G     O     E     G

Os dez maiores países do mundo em extensão territorial

Pontos Extremos, Limites Territoriais e Posição Geográfica do Brasil na América do Sul  .    o   -    d    a   v   n    /    r   u     b  .    m   v      o   o    n    g  .    l   -    s  .    e    g   i    s    e    õ     b    a    i  .    r    ç    a    2    b    /    t    1    o   p    a   i    a    r    7     d    /    /    t   :    o    i    a    p    r    t    t    r    m    o    t     h   e   -    C    <  .   :    o    s    6    s    1    m    e   o   1     l    n    /    0    e    l    2   v   i  .     í    s    t    a   e    n   r    o    b   s   :    p   -    m    s    o    i   -    e    D    r  .    e   o    s    E   c    e   s    e    G     h   c    B    n   A    I    o  .   :    c   >    e   -    l    t    s    n   o   m    o    t    F   m     h

Fronteiras Terrestres Nosso país faz fronteira com quase todos os países da América do Sul, menos com o Chile e o Equador.     L     I     S     A     R     B     O     D     A     I     F     A     R     G     O     E     G

Com essa área territorial, o Brasil pode ser considerado um país de dimensões continentais quando comparado à Europa com, aproximadamente, 10,5 milhões de km² e à Oceania com, aproximadamente, 8,9 milhões de km². As distâncias entre os pontos extremos norte-sul e leste-oeste e a extensão das fronteiras marítimas e terrestres confirmam a grandeza do nosso território. Do ponto extremo norte, situado no Monte Caburaí, no estado de Roraima, fronteira com a Venezuela (5° 16’ latitude norte), até o ponto extremo sul, localizado no Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul, fronteira com o Uruguai (33° 44’ latitude sul), a distância é de 4.394 km. Do ponto extremo leste, situado na Ponta do Seixas (Cabo Branco), no estado da Paraíba (34° 47’ longitude oeste), até o ponto extremo oeste, localizado na Serra Contamana, no estado do Acre, fronteira com o Peru (73° 59’ longitude oeste), a distância é de 4.319 km. Os limites territoriais do Brasil, isto é, suas fronteiras, totalizam 23.086 km, sendo 15.719 km com os países vizinhos e 7.367 km com o Oceano Atlântico. Observe no mapa a seguir as distâncias entre os pontos extremos, os limites territoriais e a localização geográfica do Brasil na América do Sul. 256

As fronteiras do Brasil com os países sul-americanos são: Ao norte: Guiana Francesa, Suriname, República da Guiana e Venezuela. A noroeste: Colômbia. A oeste: Peru e Bolívia. A sudoeste: Paraguai e Argentina. Ao sul: Uruguai. A maior fronteira terrestre do Brasil é com a Bolívia (3.126 km), e a menor é com o Suriname (593 km). A fronteira é definida pela Constituição como sendo a faixa de 150 quilômetros de largura ao longo dos limites com os países, indispensável à defesa do país. O serviço de proteção às fronteiras está exclusi vamente a cargo da União, O quadro a seguir mostra a consolidação das fronteiras com os países vizinhos e os períodos políticos nos quais ocorreram.  Períodos

Segmentos de fronteiras terrestres demarcadas 

Colonial

Suriname, Bolívia (território de Guaporé – atual Rondônia) e Argentina (rio Uruguai).

Imperial

Venezuela, Peru, Paraguai, Bolívia (Pantanal) e Uruguai.

Republicano

Guiana Francesa, Guiana, Colômbia, Bolívia (Acre) e Argentina (região de Palmas).

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