Material pedagógico para professor da SEEDUC-RJ....
História Professor
Caderno de Atividades Pedagógicas de Aprendizagem Autorregulada - 03 6º Série | 3° Bimestre
Disciplina
Curso
Bimestre
Ano
História
Ensino Fundamental
3°
6º
Habilidades Associadas 1. Compreender os conceitos e noções de cidade-Estado ( polis) e democracia. 2. Perceber as diferenças e semelhanças da democracia e cidadania grega em relação ao mundo contemporâneo. 3. Identificar a influência da cultura grega na formação do Mundo Ocidental.
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Apresentação
A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – – docentes preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado. A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional. Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem. Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam, também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática. Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as ferramentas da autorregulação. Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser. A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br www.conexaoprofessor.rj.gov.br,, a fim de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às suas aulas. Estamos à disposição através do e-mail
[email protected] para quaisquer esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.
Secretaria de Estado de Educação
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Caro Tutor, Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas habilidades e competências do 3° Bimestre do Currículo Mínimo de História da 6º ano do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante o período de um mês. A nossa proposta é que você atue como tutor na realização destas atividades com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você estimular o desenvolvimento da disciplina e independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de nossos alunos no mundo do conhecimento do século XXI. Neste 3° bimestre do 6º ano, o Currículo Mínimo estabeleceu como proposta a abordagem de um conteúdo, civilização greco-romana: Grécia, por acreditar que na Grécia reside a base da Ocidentalidade. Assim, estudá-la nos ajuda no processo de compreensão da sociedade em que vivemos. A Filosofia e a Ciência são exemplos de heranças gregas que marcaram a História do Ocidente. A própria ideia de História aparece com Heródoto na Grécia Antiga, bem como, a democracia. As grandes formas de divertimento da nossa sociedade (os jogos olímpicos, o teatro, a poesia) foram moldadas, também, na Grécia. Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas relações diretas com todos os materiais que estão disponibilizados em nosso portal eletrônico Conexão Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedagógico para o Professor Tutor. Este documento apresenta 3 (três) aulas. As aulas podem ser compostas por uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as principais ideias relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em questão, e atividades respectivas. Estimule os alunos a ler o texto e, em seguida, resolver as Atividades propostas. As Atividades são referentes a dois tempos de aulas. Para reforçar a aprendizagem, propõe-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliação sobre o assunto. Um abraço e bom trabalho! Equipe de Elaboração
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Sumário
Introdução .............................................................................................
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Objetivos Gerais ....................................................................................
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Materiais de Apoio Pedagógico ............................................................
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Orientação Didático-Pedagógica ..........................................................
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Aula 1: As cidades-Estado ( polis) e a democracia ................................
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Aula 2: A democracia e a cidadania .......................................................
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Aula 3: A cultura grega na formação do Mundo Ocidental ...................
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Avaliação ................................................................................................
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Pesquisa ...................................................................................................
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Referências .............................................................................................
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Objetivos Gerais
Nesse caderno de atividades vamos abordar alguns conteúdos do 3º bimestre do 6º ano do Ensino Fundamental II. Aqui, abordaremos o período da História Geral conhecido como Antiguidade clássica. Tratamos da construção e uso do conceito de democracia assim como também o conceito de cidadania, buscando problematizar o papel do cidadão grego e o cidadão na contemporaneidade. Por fim, relacionaremos a questão da cidadania e a construção da ocidentalidade. Analisaremos ainda a contribuição dos gregos para o nosso modelo de civilização.
Materiais de Apoio Pedagógico
No portal eletrônico Conexão Professor, é possível encontrar alguns materiais que podem auxiliá-los. Vamos listar estes materiais a seguir:
Teleaulas Orientações Pedagógicas do CM
Teleaulas n° 47, 54, 55, do Ensino Médio 3º Bimestre
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Orientação Didático-Pedagógica Para que os alunos realizem as Atividades referentes a cada dia de aula, sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no Caderno do Aluno: 1° - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa compreendê-lo sem o auxílio de um professor. 2° - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na página 3. 3° - Reproduza as atividades para que os alunos possam realizá-las de forma individual ou em dupla. 4° - Se houver possibilidade de exibir vídeos ou páginas eletrônicas sugeridas na seção Materiais de Apoio Pedagógico, faça-o. 5° - Peça que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos abordados no texto base. 6° - Após a leitura do material, os alunos devem resolver as questões propostas nas ATIVIDADES. 7° - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas com toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala para que os alunos possam verificar se acertaram as questões propostas na Atividade. Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementação.
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Aula 1: As cidades-Estado ( polis) e a democracia
Moçada ligada na história, a imagem ao lado
representa
um
dos
mais
importantes símbolos da cultura grega e de certa forma também da nossa cultura, se levarmos em consideração que o Brasil faz parte do mundo ocidental (parte oeste do mundo). Ágora era um lugar de encontros, debates, um lugar de convívio entre os cidadãos gregos. A cultura grega é http://www.klepsidra.net/klepsidra26/maquete.jpg
muito rica e vale muito você conhecer mais com o seu professor de História.
No ano de 2013, fomos testemunhas de diversas manifestações no Brasil que exigiam melhorias nas condições de transporte, educação e saúde por exemplo. O povo brasileiro levantou-se do “berço esplêndido” e passou a ser mais atuante na sua democracia? Mas o que isso significa, afinal? Quais foram as mudanças trazidas por esse novo modelo político criado na Grécia antiga?
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Precisamos, entretanto, recuperar um pouco do que certamente você já ouviu falar, mas talvez não compreenda os conceitos para dar a devida importância. Sabe quando alguém manda em você e não permite que a sua voz, sua opinião, seus pensamentos sejam respeitados? Quando alguém está agindo assim não está sendo DEMOCRÁTICO (“demo”: povo / “cracia”: poder). Ao contrário está sendo DITADOR, AUTORITÁRIO. A democracia criada pelos gregos foi uma maneira muito inteligente de melhor conviver em sociedade, no coletivo e impedir o autoritarismo assim como ditadores, especialmente porque sabemos que as escolhas e gostos, da mesma forma que as maneiras de pensar e agir não são iguais. De maneira que, ser democrático significa respeitar a vontade da maioria que vai, após debates e exposições de argumentos, submeter as ideias aos votos . A partir da votação, o seu ponto de vista poderá ser aceito ou não. Ser democrático também é aceitar o que a maioria decidir.
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Na Grécia antiga a organização política dos lugares onde viviam as pessoas era a “pólis”, lugar do coletivo, de muitos e depois também entendida como cidade. Só que as cidades gregas tinham tamanha liberdade ou autonomia, diferenças entre elas que os historiadores chamaram de Cidades-estados. Ou seja, cidades que eram quase países independentes no local onde hoje chamamos Grécia. Atenas e Esparta eram exemplos de cidades-estados. A organização de um espaço coletivo ou espaço público, mesmo uma sala de aula, necessita de que os que convivem no mesmo ambiente criem regras, direitos e deveres, estabeleçam o que pode e o que não é permitido para o bem comum. Todo
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indivíduo, consciente ou não, é por essa razão um indivíduo político, na medida em que o que faz ou deixa de fazer tem consequências para os demais, para sua sociedade. Das situações mais simples como respeitar os espaços públicos não escrevendo nas carteiras por parte dos usuários das escolas, até as mais complexas como administrá-los sem sucatear, não fazendo reformas, reparos ou manutenções por parte dos administradores públicos. O modo de vida urbano foi ganhando essas características e até hoje somos herdeiros, de certa forma, dessa maneira de nos organizarmos. Por isso, para muitos historiadores e cientistas sociais, a Grécia é o berço da civilização ocidental. Porém, precisamos usar nossa capacidade crítica para ponderar, questionar que na Grécia nem todos eram considerados cidadãos, como as mulheres, os escravos e os estrangeiros. O que torna a participação ou a democracia grega à época muito limitada, porém, foi essa magnífica civilização que criou esses entre outros importantes conceitos que fazem parte da nossa cultura ocidental.
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Atividades Comentadas 1
01 – Atenas foi uma importante cidade-estado grega na antiguidade. Qual das alternativas abaixo aponta características importantes da sociedade ateniense.
a) Atenas foi uma cidade exclusivamente voltada para a guerra. b) Em Atenas todas as pessoas podiam participar da democracia, inclusive escravos, mulheres e crianças. c) Os atenienses valorizavam muito a democracia, as manifestações artísticas e a Filosofia. d) Atenas possuía uma sociedade igualitária, ou seja, não havia classes sociais e todos viviam com o mesmo padrão de renda.
Gabarito: C – Os atenienses estimulavam os estudos e o conhecimento filosófico, assim como as demais expressões artísticas da sua visão de mundo como o teatro.
2 – Como podemos definir o processo democrático. O processo democrático se define como o respeito a vontade da maioria que, após debates e exposições de argumentos, submete as ideias aos votos dos participantes.
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Aula 2: A democracia e a cidadania
Moçada animada em conhecer a história, acabamos de conhecer o conceito de democracia na aula anterior, lembra? Faça um esforço e tente responder mentalmente o que é democracia, caso não consiga volte e leia novamente esse importante conceito que está descrito e explicado na primeira aula desse caderno. Certamente onde mora, no seu bairro ou comunidade há coisas boas e também o que precisa melhorar, não? É exatamente sobre essa participação nos rumos da vida coletiva que a cidadania ganha maior relevância. Muito se fala sobre direitos do cidadão, mas precisamos também lembrar e exercer os deveres do cidadão. E o que seriam esses direitos e deveres do cidadão? São os procedimentos básicos para a vida na cidade (ou campo), pois cidadania (do latim, civitas, "cidade") é uma palavra que deriva de cidade, lugar de muitos ou a “pólis” grega.
Só há democracia quando há participação coletiva http://www.newsrondonia.com.br/imagensNoticias/image/129_135-alt-Marcha%20Corrup%C3%A7%C3%A3o(1).jpg
E quando vivemos no coletivo não podemos fazer o que achamos que devemos ou podemos, há regras que evidentemente podem ser modificadas, mas enquanto elas existem precisam ser respeitadas mesmo quando são alvo de importantes questionamentos. O indivíduo ou o cidadão também pode simplesmente não se importar com a vida coletiva, com as condições do que é público (transporte, ruas, iluminação...) entretanto, os gregos inventaram um nome para quem assim procedia:
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IDIOTA. O idiota para os gregos era exatamente aquele que não participava da vida pública, quem não exercia sua cidadania, não se envolvia nos debates na “Ágora” grega e rejeitava a “pólis” + tica (política). Quantos idiotas existem onde moramos que não se importam com a vida pública, só querem saber do que é privado, ou seja, do que pertence ao indivíduo? Lamentável constatar que há mais idiotas do que cidadãos na nossa sociedade, não? E, no entanto, quando temos a situação contrária, quando todos ou pelo menos uma grande maioria deseja participar da vida pública? Imagine a confusão quando todos querem participar e cada um ou cada grupo quer decidir de uma maneira... Pronto! Para essas situações não tem jeito o melhor é a ditadura, alguém que mande e o resto obedecendo se tiver juízo, como aprendemos no ditado popular, não é mesmo? Não mesmo! Como estudamos no primeiro tema, os gregos inventaram a “Democracia” e como cidadãos podemos e devemos exercê-la.
Há limites para a democracia? http://anonymouslegiao.files.wordpress.com/2012/03/democracia-e-pensamento-dominante.jpg
A capacidade de convencer alguém sobre alguma coisa faz parte do processo de exercício de cidadania, assim como organizar o coletivo de maneira que possa ampliar a força de uma ideia ou de um posicionamento político (luta para deliberar, decidir os rumos de uma questão coletiva). Quando você amiga(o) estudante vai lutar na sua escola para que tenha espelho nos banheiros ou um bebedouro no andar da sua sala para que não precisem descer toda vez que forem beber água, por exemplo, só a sua voz não tem tanta força, mas se você representar a sua turma não será
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somente a sua voz, imagine a força quando forem todos os estudantes da escola. A direção precisará, no mínimo, ouvir. Não acha? A organização do coletivo, das decisões em grupo garante maior legitimidade (maior validade, dá mais “ moral ”) para o que está sendo decidido. Não podemos ser ingênuos e acreditar em tudo que nos dizem sem nenhuma reflexão. Muito menos não levar em consideração que em todos os lugares e situações há interesses e estes nem sempre são conciliáveis. Por isso, a necessidade de debates democráticos para que o que a maioria decidir seja cumprido, fazendo valer a DEMOCRACIA.
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Os gregos conheciam bem essa importante forma de participar da vida coletiva e, não por acaso, também foram eles que passaram da explicação mitológica (mitos como a explicação para a paixão, explicado pelo “cupido”) para a filosófica, de filosofia (“ filo”: amor + “ sofia”: sabedoria). Era importante o saber no momento de dizer algo no espaço coletivo. E quanto mais sabemos, criamos argumentos (ideias bem construídas), maiores chances temos de convencer os cidadãos que estão nos ouvindo. E qual a importância disso? Vamos retomar o que explicamos sobre democracia e maioria. Se estabelecemos como regra de escolha o que a maioria decidir (democracia), faz ou não diferença saber falar bem e convencer os demais sobre o seu ponto de vista? Por isso, os gregos gostavam tanto de conhecer, aprender, conhecer novas informações e criar
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novas maneiras de viver. Afinal, quem não quer ser feliz? E essa é uma das questões para a filosofia, para a vida coletiva. Muito se engana quem acha que os filósofos eram aqueles que ficavam o dia inteiro sem “fazer nada”, ao contrário, muitos filósofos eram também comerciantes, excelentes matemáticos... precisavam ser práticos para a necessária objetividade das exigências do cotidiano (dia a dia). Assim como a democracia e a cidadania, os gregos criaram novas formas e procedimentos para a melhor maneira possível de vivermos no coletivo, em sociedade. As olimpíadas, o teatro entre outras maneiras que temos ainda hoje de entreter e compreender melhor a nossa própria sociedade foram criações gregas. Porém, esses são assuntos da nossa próxima aula.
Atividades Comentadas 2
01 – Qual era a definição de idiota na sociedade grega? O idiota para os gregos era exatamente aquele que não participava da vida pública, quem não exercia sua cidadania, não se envolvia nos debates na “Ágora” grega e rejeitava a “pólis” + tica (política).
02 – De acordo com o conhecimento adquirido na última aula, responda qual a importância dos debates democráticos? O aluno deve compreender que em todos os lugares e situações há interesses e estes nem sempre são conciliáveis. Por isso, a necessidade de debates democráticos para que o que a maioria decidir, baseado em argumentos, seja cumprido, fazendo valer a DEMOCRACIA.
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Aula 3: A cultura grega na formação do Mundo Ocidental
Moçada ligada na história, sabemos que não somos apenas produto da cultura que nos cerca e na qual estamos ligados pela origem e/ou convivência, somos também criadores, produtores de cultura. A criação de cultura, de um determinado modo de viver não é algo simples e a complexidade não está apenas no processo que se constitui, de um modo geral, em médio e longo prazo, mas nas condições criadas por um povo para transmitir essa cultura às futuras gerações. Nesse aspecto, os gregos também nos ensinaram muito, pois à rigor foram os povos gregos que iniciaram a preocupação em sistematizar (organizar) a sua cultura e a sua história. Para muitos estudiosos foi Herótodo “pai da história”, um dos primeiros historiadores e criador do estudo da história como a conhecemos. Ele não foi o primeiro a narrar a história das guerras, dos conflitos para as gerações seguintes, mas foi um dos primeiros a se preocupar com a pesquisa, a fazer “ historie” (investigação). Quando você, caro estudante, tá interessado em saber algo sobre alguém, algum lugar ou alguma coisa, passa a pesquisar, a investigar, não é mesmo? Quando assim procedemos estamos fazendo história tal como o historiador ou historiadora faz. Evidente que há outros importantes ingredientes para o ofício do historiador, porém, o mais importante é a sua compreensão de que o que está escrito nos livros resulta de um grande trabalho de pesquisa de um historiador e tal como Herótodo fez, nós brasileiros fazemos como também fazem os demais povos que se preocupam em garantir para gerações que estão por vir o que a humanidade criou, inventou e realizou no seu tempo.
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A cultura brasileira é muito influenciada por outras culturas que fazem parte do mundo ocidental (lado oeste) do globo terrestre. E estas tem uma origem, uma fonte de criação e formação. Grande parte dos historiadores entende que a cultura ocidental teve como berço principal a Grécia antiga e por isso torna-se fundamental conhecer os elementos que compõem a sua história e características da sua cultura que se tornaram importantes referências para a história da humanidade. Os gregos tinham muita curiosidade e interesse em compreender o mundo. E a primeira maneira de interpretar e tentar explicar o mundo e os seus fenômenos foram a mitologia. Os mitos ajudavam os gregos a fundamentar as suas crenças, história e também a sua religião. Eles eram politeístas, acreditavam em vários deuses. Cada deus tinha características específicas e bastante humanizadas, os deuses tinham características físicas e emocionais humanas como a raiva, se vingavam, tinham filhos com mortais criando os semideuses na mitologia como “ Hércules”. Há diversas histórias ou mitos que explicam a relação dos deuses com os mortais. Podemos entender que a mitologia grega ajudava na própria identidade social grega, no conhecimento que eles tinham sobre a humanidade à época e sobre as suas criações e distinções culturais entre as cidades-estados.
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Coro Grego Teatro grego http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aul
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Outro importante elemento da cultura grega que constitui a cultura ocidental foi o teatro. O teatro era uma forma diferente, divertida de contar as suas histórias, fazer crítica de sua política, de seus governantes. Muito da nossa humanidade: nossas memórias, comédias e dramas nasceram no teatro grego. As artes cênicas atuais são herdeiras dessa variante cultural grega. Uma característica interessante e específica do teatro grego era o coro que funcionava com diversas funções nas peças como uma espécie de consciência coletiva dando conselhos ou expressando opiniões, um personagem da peça, apontando questões políticas ou ainda promovendo críticas de ordem social e moral. Na tragédia clássica, existe uma de ligação importante entre o drama e o coro. De fato, crê-se que a tragédia tenha surgido em virtude das atuações ora líricas ora religiosas de um coro composto por dançarinos mascarados que cantavam. O coro no teatro trágico grego era formado por um grupo de atores que se mantinham afastados da ação principal da peça, dispondo-se em retângulo, tendo por função exclusiva comentar os acontecimentos dramáticos, como atestam as peças de Sófocles e Ésquilo.
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A cidade do Rio de Janeiro vai sediar a primeira olimpíada no continente Sul Americano em 2016. As “Olimpíadas” e a ideia de usar o esporte para promover convivência pacífica (paz olímpica) entre os povos foi também uma invenção grega. Como as olimpíadas eram de caráter político, religioso (homenagem aos deuses) e esportivo, durante os jogos eram proibidas as guerras e conflitos. A trégua era para garantir a segurança dos atletas que transitavam nas cidades-estados. A realização também era de quatro em quatro anos e os jogos, os esportes e as modalidades não eram como as de hoje, porém, o ritual da tocha olímpica é até hoje em dia uma prova clara de que nossa humanidade atual tem grande relação com os povos gregos.
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Atividades Comentadas 3
01 - Qual das alternativas abaixo aponta uma importante característica da cultura na Grécia Antiga? a) As artes plásticas na Grécia Antiga não apresentou grande valor artístico, pois as esculturas e pinturas não eram realistas. b) A arquitetura grega foi a principal manifestação cultural da Grécia Antiga, pois recebeu muita influência dos egípcios e mesopotâmicos. c) O teatro foi uma importante manifestação cultural na Grécia Antiga. Nos anfiteatros, os atores gregos representavam comédias e dramas. d) No campo cultural, os gregos se dedicaram quase que exclusivamente às danças e festas musicais.
Gabarito: C – o teatro representava grande autenticidade e crítica aos costumes e valores morais da Grécia antiga.
02 - Sobre a religião grega é falso afirmar que:
a) Os gregos antigos eram monoteístas, ou seja, acreditavam na existência de apenas um deus. b) Os gregos antigos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários deuses. c) Os gregos antigos faziam consultas aos deuses no oráculo de Delfos. d) Em homenagem aos deuses, principalmente a Zeus (deus dos deuses), os gregos criaram os Jogos Olímpicos.
Gabarito: A – Os gregos eram politeístas (crença em vários deuses) e estes tinham características humanizadas.
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Avaliação
1- Leia o trecho a seguir. "Os deuses, quaisquer que tenham sido as suas origens longínquas, nada mais são do que seres humanos, maiores, mais fortes, mais belos, eternamente jovens; adquiriram não só a forma humana, mas também os sentimentos, as paixões, os defeitos e até os vícios dos homens; o mundo divino apresenta, portanto, uma imagem engrandecida, mas não depurada, da humanidade." Fonte: A. Jardé, A GRÉCIA ANTIGA E A VIDA GREGA, 1977. De acordo com o texto, A) os gregos adoravam mais os seres humanos que os seus próprios deuses. B) os deuses gregos eram espécies de seres humanos divinizados e engrandecidos. C) a diferença entre os humanos e os deuses gregos é que estes não possuíam defeitos. D) os deuses gregos assemelhavam-se aos deuses egípcios, exceto pelas qualidades. Gabarito: B – como está no nosso caderno, os deuses assumiam na mitologia características humanas, um espelho da sociedade grega à época. 2- Nossa constituição política não segue as leis de outras cidades, antes lhes serve de exemplo. Nosso governo se chama _____________________, porque a administração serve aos interesses da maioria e não de uma minoria. De acordo com nossas leis somos todos iguais no que se refere aos negócios privados. Quanto à participação na vida pública, porém, cada qual obtém a consideração de acordo com seus méritos e mais importante é o valor pessoal que a classe a que se pertence; isto quer dizer que ninguém sente o obstáculo de sua pobreza ou da condição social inferior quando seu valor o capacite a prestar serviços à cidade." (Trechos de um discurso de Péricles. In: Rubim Santos Leão de Aquino e outros. História das sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais . Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico. p. 201.) A forma de governo que se expressa pelo que diz o texto anterior é: A) Democracia. B) Tirania.
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C) Oligarquia. D) Ditadura. Gabarito: A – Embora os gregos não tenham vivido plenamente (mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos) a democracia, foi uma criação cultural. Até hoje tentamos praticá-la para melhor convivência na vida coletiva ou em sociedade.
3- ”Governo de poucos, geralmente dos que eram donos das terras”. a) IDENTIFIQUE qual o tipo de governo que existiu na Grécia Antiga caracterizado na afirmativa. Gabarito: Oligarquia. (“oligo”:pouco/ “arquia” : poder). Regime político onde poucos, privilegiados participam das decisões políticas. b) EXPLIQUE por que esse tipo de governo era privilégio dos que possuíam terras. Gabarito: Porque a terra era um símbolo de muito poder e status. Quem tinha terra, tinha poder, ou seja, a minoria.
4 – Da coesão temporária entre aristocratas e populares, provocada pela luta contra um inimigo em comum, aproveitou-se o governante Clístenes para fazer a reforma que implantou a Democracia em Atenas. A democracia surgiu:
a) Com o fim das disputas entre as facções políticas, formalizadas pela aliança entre a elite e o povo. b) A partir da ascensão de Clístenes ao poder, do partido popular, que aliado a exescravos derrotou os aristocratas. c) Para atender aos interesses políticos da nova elite, os mercadores, e preservar certos privilégios da antiga aristocracia, como o latifúndio e a escravidão. d) Como forma de promover maior desenvolvimento da cidade, equiparando-se agricultura e comércio, baseados nos trabalhos dos thetas.
Gabarito: C – A democracia grega foi muito limitada, era praticada por uma minoria privilegiada da sociedade grega.
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5) Qual o objetivo das alianças militares no contexto da chamada “Paz Olímpica”? a) Exercitar o poder político e econômico entre as cidades-estados. b) A abertura oficial para os combates entre Atenas e Esparta. c) Garantir trégua e segurança entre os atletas nas olimpíadas. d) Serviu como estopim para o início da Guerra do Peloponeso.
Resposta: C – importante cultura de paz temporária entre as cidades-estados durante os jogos olímpicos para a mobilidade dos atletas entre as cidades.
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Pesquisa
Moçada ligada na história, um dos assuntos tratados nesse caderno foi a questão das olimpíadas e a cidadania gregas. Será que as olimpíadas na cidade do Rio de Janeiro vão promover melhorias para os cidadãos cariocas? Ou apenas poucos privilegiados ficarão com os legados (herança) do que se pretende mudar para a realização dos jogos olímpicos no Rio? Nos grandes centros urbanos, as pessoas não estão tão satisfeitas com a mobilidade urbana (transporte) como ficou evidente nas passeatas contra o aumento de R$0,20 centavos na passagem dos ônibus em junho de 2013. Ajude-nos a completar esse caderno fazendo uma pesquisa sobre a questão da cidadania no meio urbano nos dias de hoje e as melhorias prometidas pelos nossos governantes em função dos jogos olímpicos. Procure saber sobre outras cidades que já sediaram olimpíadas como Barcelona na Espanha ou Atenas na própria Grécia. Essas cidades, por exemplo, ganharam ou perderam com os jogos olímpicos? Foi um bom investimento? Uma dica: Você pode pesquisar pela internet, conversar com seus familiares e professores sobre a questão da mobilidade urbana e as olimpíadas. Faça sua escolha e mãos à obra!
Pessoal _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________
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Referências
[1] FINLEY, Moses. Democracia Antiga e Moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1988. [2] FLORENZANO, Maria Beatriz. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga . São Paulo: Atual, 2000. [3] FILHO, Daniel Aarão Reis (Org). O Século XX : o tempo das crises. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2008. [4] HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos : o breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
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Equipe de Elaboração
COORDENADORES DO PROJETO Diretoria de Articulação Curricular Adriana Tavares Maurício Lessa Coordenação de Áreas do Conhecimento Bianca Neuberger Leda Raquel Costa da Silva Nascimento Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva Marília Silva PROFESSORES ELABORADORES Daniel de Oliveira Gomes Danielle Cristina Barreto Erica Patricia Di Carlantonio Teixeira Renata Figueiredo Moraes Sabrina Machado Campos
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