Apostila Fundamentos Da Estatística para Metrologia

April 7, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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FUNDAMENTOS DA ESTATÍSTICA PARA METROLOGIA Prof. Pedro Paulo Novellino do Rosário, M.Sc. (021) 99948.6288 [email protected]

 

1. ESTATÍSTICA ESTATÍSTICA APLICADA A METROLOGIA

SUMÁRIO 1.1. Apresentaçãoaleatórios dos dados  Experimentos  Dados não agrupados  Dados agrupados em rol  Dados agrupados por valor  Histograma 1.2. Medidas de tendência central e medidas de dispersão  Média da população, média da amostra, mediana, moda  Amplitude  Variância da população e variância da amostra  Desvio padrão da população e desvio padrão da amostra  Coefciente de variação

1.3. Distribuições de probabilidades  Distribuição discreta e connua  Média, variância e desvio padrão de uma distribuição       

de probabilidade Distribuição uniorme ou retangular Distribuição triangular Distribuição em orma de U Distribuição Distribuição normal normal padronizada Distribuição t-Student Fator de abrangência

1.4. Teorema central do limite Combinação de distribuições  Teorema central do limite 

1.5. Exemplos de aplicações de distribuições de probabilidade  



Critério de Chauvenet: rejeição de uma leitura Incerteza da resolução de leitura: estudo de duas situações disntas Incerteza da histerese

 

1. Estasca Aplicada a Metrologia Neste curso você aprenderá os conceitos e as principais, e necessárias, erramentas estascas. Entretanto, nossa abordagem será na eeva eeva ulização destes conteúdos para as aplicações da Metrologia. Não discuremos, por exemplo, arranjos, permutações, combinações, espaço amostral, técnicas de amostragem ..., e sim ormas de apresentação e tratamento de dados mensurados, medidas de tendência central e de dispersão (tais como média, amplitude, variância, desvio padrão, coefciente de variação) e as principais distribuições de probabilidade adotadas no estudo da Metrologia (uniorme, triangular, normal, t -Student -Student e orma de U). E o mais importante, como aplicar corretamente essas erramentas!

3  

Aqui caberia uma pergunta: mas por quê precisamos conhecer essas erramentas estascas para trabalhar na Metrologia? Bem, é sabido que toda medida realizada apresenta uma incerteza de medição  associada e que, dependendo do po e da qualidade do instrumento ou do sistema ulizado, pode ser pequena, ou não, comparavamente alando com o resultado da medição propriamente dita. Desta orma, podemos afrmar que: RM = X + U onde RM = expressão do resultado fnal da medição, X = valor da medição (ou da média das medições) realizada e U = incerteza da medição.

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No Vocabulário Internacional de Metrologia (também conhecido por VIM-2012) encontramos a seguinte defnição para a Incerteza de Medição: caracteriza a a dispersão dispersão   dos valores “ parâmetro não negavo que caracteriz atribuídos a um mensurando ... ” O VIM-2012 cita, ainda, que “o parâmetro pode ser um desvio desvio   padrão  padrão   (incerteza padrão) ou a metade da amplitude de um intervalo tendo uma  probabilidade de abrangência determinada.” 

Percebemos, então, que a incerteza de medição é um parâmetro avaliado por meio de algumas erramentas erramentas estascas.

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1.1. Apresentação dos Dados

Em uma medição existem diversos atores metrológicos que podem inuenciar no seu resultado, uns mais, outros menos. Assim, utuações naturais podem implicar que medições repedas nem sempre apresentem valores iguais, ou seja, cada ator pode inuenciar dierentemente no sistema de medição, podendo inclusive ocasionar erros.

6  

Medições são experimentos podem ser obteremos repedos indefnidamente, e uma vez aleatórios repedos, eprovavelmente resultados dieren dierentes. tes. Experimentos aleatórios estão associados a um espaço amostral, ou população. A população N  é   é defnida como todos os elementos que estão disponíveis  para uma avaliação. Essa população pode ser um número fnito (por exemplo, o total de moradores de um prédio) ou infnito (por exemplo, o conjunto de números naturais). Uma amostra n  representa uma parcela da população, mas que deve ser rerada de modo a apresentar as caracteríscas e representar adequadamente essa população de origem.

7

 

Exemplo: medição de um produto com uma balança Podemos considerar que a população N é infnita, pois não há um número fnito de medições possíveis de serem realizadas. Entretanto, quando estabelecemos um determinado número de medições (em uma calibração ou verifcação, por exemplo) estamos criando uma amostra n. Assim, se defníssemos 5 medições, teríamos n = 5; 10 medições, n = 10.

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Finalizado esseuma processo de medição obtém-se da um medição. determinado valor que representará esmava do resultado A parr do resultado dessa amostra e atribuindo-se um determinado grau de confança, pode-se analisar o comportamento da balança como um todo. Conclusões obdas com base em uma amostra, ou quandade de dados, agilizam o processo de medição e reduzem cust custos. os. Por isso que a análise estasca é undamental para a Metrologia, pois possibilita a descrição dos dados a parr de medidas de tendência central, medidas de dispersão, distribuição de probabilidades, seguido da análise e interpretação interpret ação dos resultados obdos.

9

 

Dados não agrupados A norma ABNT NBR 14105, por exemplo, estabelece que a temperatura do local de calibração de manômetros po Bourdon deve estar compreendida entre (20 ± 2) °C. Foram realizadas 80 medições ao longo de um dia e os resultados obdos encontram-se a seguir. Pergunta: Todas as medições estão dentro do intervalo de tolerância estabelecido pela norma?

10  

Vamos realizar outras perguntas. Qual oi o valor que preponderou p reponderou no conjunto de medições? As medições variaram muito ou pouco? Já pensaram se ao invés de 80 medições véssemos 8 000? Concordam que deve haver uma orma mais adequada de dispor esses dados para acilitar as respostas?

11

 

Dados agrupados: Rol O rol   consiste rol em agrupar os colocar dados em de ordem orma crescente crescente,deou decrescente. Para o exemplo da temperatura vamos valores. 18 18 19

18 18 19

18 18 19

18 18 19

18 18 19

18 18 19

18 18 19

18 19 19

19 19 20 21 21 21

19 20 20 21 21 21

19 20 20 21 21 21

19 20 20 21 21 22

19 20 20 21 21 22

19 20 21 21 21 22

19 20 21 21 21 22

19 20 21 21 21 22

22

22

22

22

22

22

22

22

Com o rol fca ácil responder se os resultados estão dentro da tolerância. Basta olhar o primeiro (18 °C) e o úlmo (22 °C). Mas ainda não está tão imediato responder as outras perguntas!

12

 

Dados agrupados por valor Signifca ordenar semelhante com semelhante, ou seja, agrupar valores iguais em classes dispondo-os em uma tabela, que tem o nome de distribuição de requências. Existem quatro pos de requências: • requência absoluta simples ( a) • requência absoluta acumulada (Fa) • requência relava simples ( r) • requência relava acumulada (Fr)

13  

• Frequência absoluta simples (f a):

Corresponde ao número de ocorrências de um valor dentro de uma classe. 18 18 19 19 19 20 21 21 21 22

18 18 19 19 20 20 21 21 21 22

18 18 19 19 20 20 21 21 21 22

18 18 19 19 20 20 21 21 22 22

18 18 19 19 20 20 21 21 22 22

18 18 19 19 20 21 21 21 22 22

18 18 19 19 20 21 21 21 22 22

18 19 19 19 20 21 21 21 22 22

Valor °C 18

f a 15

19 20 21 22

18 12 22 13 80

 

(soma)

Por essa tabela podemos observar que o valor preponderante oi 21 °C, que apareceu 22 vezes!

14  

• Frequência absoluta acumulada (Fa):

Corresponde à soma das requências absolutas da classe atual com o somatório das requências imediatamente anteriores a ela. Valor °C

f a

Fa

18 19 20 21 22

15 18 12 22 13

15 33 45 67 80

Por essa tabela observa-se que mais da metade dos dados (45 de 80) está entre 18 e 20 °C!

15  

• Frequência relava relava simples (f r):

É a razão entre a requência absoluta simples da classe e o tamanho da amostra(n). Valor °C 18

f a 15

f r 18,75 %

19 20 21 22

18 12 22 13 80

22,5 % 15 % 27,5 % 16,25 % 100%

 

 f r  =

Por essa tabela percebe-se que os valores de 19 e 21 °C juntos representam 50% dos valores. Os 50% restantes estão distribuídos por 18, 20 e 22 °C.

16  



Frequência relava acumulada (Fr Corresponde à soma imediatamente das requênciasanterior. relavas da classe atual com o somatório das requências relavas Valor °C

f a

f r

Fr

18 19 20

15 18 12

18,75 % 22,5 % 15 %

18,75 % 41,25 % 56,25 %

21 22

2 12 3

1267,,255%%

8130,705%%

Por essa tabela observa-se que mais da metade dos dados (56,25 %) está entre 18 e 20 °C!

17

 

Histograma O histograma é um gráfco de barras retangulares que permite visualizar a distribuição das requências relavas, ou absolutas, do conjunto de dados. A base de um retângulo representa uma classe da tabela de requências. A altura da barra é proporcional ao valor da requência conda na classe. A escala horizontal do gráfco é quantava. A escala vercal indica a requência absoluta ou relava. Histograma No exemplo verifca-se que o valor 2,1 tem a maior requência (35). 40 30 Além de ser o valor mais recorrente é o 20 valor central do conjunto de dados. Os 10 demais valores estão dispersos no 0 entorno desse valor central. 1,1 1,4 1,6 1,8 2,1 2,3 2,5 2,7 M aaiis      a       i

     n      c       ê      u      q      e      r       f

intervalo

18

 

Como desenvolver um Histograma? Temperatura ((°C) °C) 49,63 49,64

49,59

49,60

49,66

49,68

Ex.: Considere o conjunto de dados como 60 valores de

49,59

49,61

49,63

49,65

49,67

49,68

49,59

49,62

49,63

49,65

49,67

49,68

temperatura de um orno de temperatura calibração, estabilizado em torno de 50,00 °C.

49,59

49,62

49,64

49,65

49,67

49,69

49,60

49,62

49,64

49,66

49,67

49,69

49,60

49,62

49,64

49,66

49,67

49,69

49,60

49,62

49,64

49,66

49,67

49,69

49,60

49,62

49,64

49,66

49,67

49,70

49,60

49,62

49,64

49,66

49,67

49,70

49,60

49,63

49,64

49,66

49,68

49,70

19  

É possível obter um histograma ulizando o soware Excel. Como fazer isso?

20

 

1.2. Medidas de Tendência Central e Medidas de Dispersão MEDICÃO COLETA DE DADOS  VALORES DISTINTOS DISTINTOS

 VALORES AGRUPADOS AGRUPADOS ALEATORIAMENTE ALEATORIAMENTE EM TORNO DE UM VALOR MAIS PROVÁVEL

ESTATÍSTICA –medidas medidasdededispersão tendência central e

21

 

Medidas de Tendência Central Média da População (μ) Corresponde à soma de todos os valores pertencentes ao conjunto dividido pelo número de dados do conjunto.



A população n  pode ser fnita (ex.: total de alunos de uma escola) ou infnita (ex.: número de medições eitas por um instrumento). Quando n → , usamos uma amostra com n fnito, e a média será representada pela média amostral (). 22

 

Média Amostral () A expressão é idênca à da média µ, entretanto, n é o tamanho da amostra e não da população:

43,0

32,0

45,0

Massa de um produto em kg 37,0 41,0 48,0 44,0 35,0

49,0

=

 1



   ∑  =



 1

39,0

39,0

52,0

23

 

Mediana É o número central de um grupo de números. Se houver uma quandade par de números, a mediana é a média dos dois números do meio. Massa de um produto em kg 43,0

43,0

32,0

32,0

45,0

45,0

37,0

37,0

41,0

48,0

44,0

35,0

49,0

Massa de um produto em kg 41,0 48,0 44,0 35,0 49,0

39,0

39,0

39,0

39,0

38,0

52,0

52,0

24

 

Moda É o número que ocorre comMassa mais requência em um grupo de números. de um produto em kg 43,0

32,0

45,0

37,0

41,0

48,0

44,0

18 18 19

17 20 19

18 18 19

18 18 19

21 18 19

18 18 19

18 19 19

18 19 19

19 19 20 21 21 21 22

19 20 20 21 23 21 22

20 20 18 21 21 21 22

19 20 20 21 21 22 22

19 20 20 20 19 20 20

19 20 21 20 20 22 22

19 20 21 21 23 21 22

19 20 21 21 21 22 22

35,0

49,0

39,0

39,0

52,0

25

 

Medidas de Dispersão As medidas de tendência central ornecem apenas o valor do centro dos dados. Elas não indicam como está a dispersão dos valores entorno do valor central. Exemplo: as fguras possuem o mesmo valor central, entretanto, a curva azul possui a menor dispersão de valores e a vermelha a maior.

26

 

Amplitude É a medida de dispersão mais simples, e corresponde a dierença entre o maior e o menor valor do conjunto de dados.

Valores em °C

18 18 19 19 19 20 21 21 21 22

18 18 19 19 20 20 21 21 21 22

18 18 19 19 20 20 21 21 21 22

18 18 19 19 20 20 21 21 22 22

18 18 19 19 20 20 21 21 22 22

18 18 19 19 20 21 21 21 22 22

18 18 19 19 20 21 21 21 22 22

18 19 19 19 20 21 21 21 22 22

A = Xmáximo - Xmínimo

A amplitude é usada na montagem de um histograma. 27

 

Apesar de ser uma medida de dispersão, a Amplitude não considera, e também não é inuenciada, pelos valores intermediários. Mesmo aumentando o número de dados a Amplitude nunca diminuirá. Ela poderá até aumentar. Por exemplo, se em três novas medições encontrarmos 18, 20 e 19 °C, a amplitude permanece 4 °C. Porém, se em uma nova medição encontrarmos 17 ou 23 °C, a amplitude aumenta para 5 °C (22-17 ou 2318).

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Variância da população (2) A variância da população é o somatório dos desvios ao quadrado, que corresponde à dierença de cada valor do conjunto de dados em relação à média .

  2=   (  ) = 

 =  (  )   =    (  ) =  ¿ 2

¿

29

 

Variância Amostral (s²) Como na metrologia trabalhamos com amostras, temos a média . Assim, iremos ulizar a variância amostral s². A unidade de medida da variância corresponde à unidade da grandez grandezaa ao quadrado, exceto quando se tratar de grandezas adimensionais, como por exemplo o pH ou o índice de reração. Veremos que a variância será úl na esmava da incerteza de medição, entretanto, ela é pouco práca na apresentação da dispersão pois sua unidade é ao quadrado. Dessa orma, precisamos recorrer ao desvio padrão.

30

 

Desvio Padrão Amostral (s) O desvio padrão amostral (s) descreve a variação do conjunto na unidade original da medida, a parr da raiz quadrada da variância.

Dessa orma, o desvio padrão torna-se muito úl para descrever a variabilidade do conjunto de dados quando comparado à amplitude e à variância. O desvio padrão amostral e a média aritméca são, sem dúvida, as medidas estascas mais ulizadas no conte contexto xto metrológico.

31  

Coeciente de Variação (CV)

O coefciente de variação, ou desvio padrão relavo, trata-se de uma medida sem unidade e representa a relação entre o desvio padrão e a média aritméca.

  =

 

  .100

 O CV é ulizado para comparar dispersões de resultados de medições provenientes de grandezas disntas, uma vez que o desvio padrão depende da grandeza que está sendo medida. O CV tem aplicação na propagação da incerteza de medição por meio de incertezas relavas.

32  

Exemplo:: Considere o circuito ao lado. Exemplo Foram realizadas 5 medições da tensão e da corrente elétrica, e o resultado encontra-se na tabela abaixo. Grandeza Tensão (V) Corrente (A)

Medições Média s 1 2 3 4 5 200,21 200,22 200,10 199,99 199,90 200,08 0,139 1,992 2,020 1,986 1,990 1,989 1,995 0,0139

Pergunta: qual grandeza apresentou a maior variação, a tensão ou a corrente elétrica?

33    

1.3. Distribuição de Probabilida Probabilidades des A distribuição de probabilidades descreve a probabilidade do valor de uma variável ocorrer dentro de um intervalo de valores especifcados. São unções que possuem um domínio  x , correspondente aos valores da variável sob estudo, e uma imagem  f(x), correspondente à probabilidade da variável assumir dierentes valores do domínio.

Probabilidade P(a
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