Apostila Economia Politica

April 25, 2019 | Author: jeffersonfideles | Category: Mercantilism, Economics, Profit (Economics), Capitalism, Socialism
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Economia Politica...

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS (UEA) ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS (ESO) CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS (MODALIDADE PRESENCIAL MEDIADO)

ECONOMIA POLÍTICA

Prof. Dr. Sylvio Mário Puga Prof. Msc. Neuler André S. de Almeida

Manaus 2012

APOSTILA ECONOMIA POLÍTICA I - EMENTA: EMENTA: A gênese da Economia Política: O contexto histórico da Economia Política; Produção e Consumo; Distribuição e Troca; A Teoria do Valor em Marx; A Teoria marxista da reprodução do capital. A transformação de valores em preços de produção. Teoria Marxista das Crises. Teoria marxista da renda da terra. Teoria marxista do capital financeiro. Objetivos do curso •





O aluno estará apto a compreender os conceitos básicos da Economia Política; O aluno estará apto a identificar as principais Teorias Marxistas sobre a produção, consumo, trabalho e valor; O aluno estará apto a analisar a relação entre entre capital e trabalho a partir da Economia Política em nível Nacional Regional e Internacional.

Introdução O que se pode e o que se deve entender exatamente por “economia política”, nos dias de hoje? No século XIX, não haveria dúvida em relação ao seu significado: a expressão era usada para designar uma determinada área do conhecimento, ou campo da ciência, voltada para o estudo dos problemas da sociedade humana relacionados com a produção, acumulação, circulação e a distribuição de riquezas, bem como para as proposições de natureza prática a eles associadas. Em sua Contribuição à crítica da Economia Política, Karl Marx no capitulo intitulado “Apontamento para uma história da mercadoria” ele afirma textualmente que a economia política clássica “começa na Inglaterra, com Adam Smith e na França, com Willian Petty e termina na Inglaterra com David Ricardo. Em qualquer caso no entanto – seja no dos que simplesmente �

preservam a antiga designação para tratar dos problemas da “economia moderna”, com as melhores intenções, pretendem avançar no conhecimento da interação entre o aspecto social, econômico e político da sociedade humana. Na busca de tentar entender um pouco melhor o que é a Economia Política, sua importância e contribuição para o desenvolvimento do senso critico referente à politica econômica adotada pelos governos e o comportamento da dinâmica das economias que regem as sociedades modernas. Foi assim, que elaboramos esta apostila que serve de suporte para as aulas teóricas desta disciplina cujo, intuito é que esta apostila sirva de ferramenta para o acompanhamento das aulas pelos alunos de economia do interior do estado.



Unidade 1 A gênese da Economia Política: O contexto histórico da Economia Política A Economia Política 

Formação Social:  é um termo que designa uma sociedade historicamente determinada, um todo social em um momento de sua existência.

A FS é uma combinação particular, específica, de vários modos de produção puros. Assim, a FS constitui por si mesma uma unidade complexa na qual domina um certo modo de produção, que determina o caráter dos outros. Economia Política: É a ciência social que estuda a produção, a distribuição e o consumo dos bens e serviços que são utilizados para satisfazer as necessidades humanas. 

Problema econômico fundamental:  Os desejos e necessidades de uma sociedade são ilimitados e os recursos para efetivar-se a produção dos bens e serviços que devem atendê-los são limitados.



O que produzir: o dilema da escolha que a sociedade terá que fazer, diante do leque de possibilidades de produção;



Como produzir: sociedade terá que escolher também quais os recursos produtivos que serão utilizados para a produção dos bens e serviços elegidos dado o nível tecnológico existente;



Para quem produzir: a sociedade terá também que decidir como os seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção, ou seja, se todos participarão igualmente desses resultados ou, em caso contrário, quais deles serão os mais ou menos beneficiados.



A maneira como esses problemas são resolvidos depende do modo de produção predominante (sistema econômico).



O contexto social da escola mercantilista 

Doutrina econômica que apareceu entre a idade média e o período de triunfo do “laissez-faire” , embora as datas variem em países e regiões diferentes.



Revolução Comercial: conjunto de mudanças que marca a transição da economia estática e contrária ao lucro, dos fins da Idade Média, para o dinâmico regime capitalista do século XV e seguintes.

Causas da Revolução Comercial 

A conquista do monopólio comercial do Mediterrâneo pelas cidades italianas;



o desenvolvimento de um lucrativo comércio entre as cidades italianas e os mercadores da Liga Hanseática, no norte da Europa;



a introdução de moedas de circulação geral, como o ducado veneziano e o florim toscano;

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a acumulação de capitais excedentes, frutos das especulações comerciais, marítimas ou de mineração;



a procura de materiais bélicos e o estímulo dado pelos novos monarcas ao desenvolvimento do comércio, afim de criar mais riquezas tributáveis; e



a procura de produtos oriundos do extremo Oriente

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Essa combinação de fatores deu aos homens do começo da Renascença novos horizontes de opulência e poder e dotou-os com parte do equipamento necessário à expansão dos negócios.



Era inevitável a insatisfação com o acanhado ideal das corporações medievais, que proibia o comércio lucrativo.

A essência da Escola Mercantilista





Os mercantilistas consideravam o ouro e a prata como a forma mais desejável de riqueza.



Para acumular esse metal, propunham a obtenção de excedente de exportações, necessárias para um País que deseja receber pagamentos em moeda.



Os mercantilistas promoveram o nacionalismo. “O lucro de um homem representa o prejuízo de outro. (...) Nenhum homem pode receber lucros exceto pelo prejuízo de outros” (Michel de Montaigne)



O nacionalismo mercantilista implicava em militarismo.



Ênfase sobre as exportações e relutância em importar.



Os capitalistas mercantes acreditavam na dominação e exploração de colônias e no monopólio do comércio em seu próprio benefício. (As colônias eternamente dependentes).



Para promover seus interesses comerciais, os mercantilistas acreditavam no livre comércio dentro do país , isto é, opunham-se a impostos internos, taxas e outras restrições sobre o movimento de bens, o que não quer dizer que eram favoráveis à entrada de qualquer pessoa no ramo do comércio.



O mercantilismo favorecia a existência de um governo centralizado forte para garantir a regulamentação dos negócios. (garantir regulamentação nacional uniforme).

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Embora o mercantilismo promovesse riqueza para a nação, não encorajava a riqueza para a maioria da população.

A Quem serviu a Escola Mercantilista?   

Aos capitalistas mercantes; Aos Reis e a seus seguidores imediatos; Aos mais poderosos e fortalecidos, que possuíam monopólios, detinham privilégios e outros favores oficiais; �

Validade, utilidade e adequação, na época 

Com o rápido crescimento do comércio que exigia uma maior circulação e a existência de um deficiente sistema bancário, justificavam a acumulação metalista;



Sem um sistema de finanças internacionais desenvolvido, a acumulação de metais preciosos desempenhou um importante papel na efetuação dos pagamentos internacionais;



O uso da teoria quantitativa da moeda;



Mudanças de atitude em relação aos comerciantes e à prática do lucro;



Promoção do nacionalismo;

Como fomos influenciados pelo Mercantilismo? 

Desenvolvimento do sistema bancário que superou a necessidade de as trocas basearem-se em moedas de ouro ou prata;



Os bens de capital passaram a ser a ser itens mais importantes de riqueza do que o ouro e a prata;

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O crescimento conseguido desencadeou grandes transformações e mudanças de comportamentos;

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Atualmente existem políticas e idéias que se assemelham às mercantilistas:



O Nacionalismo

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Protecionismo



Garantias de monopólios para encorajar novos investimentos.

Os Autores Mercantilistas



Thomas Mun (1571-1641)



Comerciante Ingl s, nascido em Londres e reconhecido como um dos mais destacados membro da escola mercantilista.



Foi um ativo e pr spero comerciante na Itália e Oriente, onde fez grande riqueza. Regress u a Londres, onde foi membro do conselho e diretor da Companhia das ndias Orientais.



Em 1621 publicou “A Discourse of Trade from England unto the East Indies”.

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principal tese: enquanto as exportações totais excedessem as importações totais, a drenagem de espécies de um país em qualquer ramo de comérci não importava”;



Analisando o bal nço de pagamentos totais, foi quem rimeiro incluiu itens invisíveis.

GERARD MALYNES 

Mercador no comércio exterior;

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Não sendo bem sucedido, passou uma temporada na prisão de devedores;



Comissário britânico de comércio na Bélgica; �



Assessor governamental nas questões de comércio e da moeda.



Embora achasse que o comércio e tráfico fossem saudáveis, elaborou uma lista dos que estavam isentos de serem mercadores;



Defendia a regulamentação dos bens para assegurar a boa qualidade;

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Tinha pavor da superpopulação e por isso defendia o apoio aos mercadores que objetivassem descobrir novas terras;



Mais dinheiro, elevados preços bons negócios

CHARLES DAVENANT (1656-1714) 

Escritor inglês que tratou dos temas políticos e econômicos.



Entre sus obras sobre estas materias, se destaca: Discourses on the Publick Revenues and on the Trade of England (2 vols. 1698), em que estuda amplamente o comércio regional da África, Indias Orientais e ilhas do Pacífico.



Passou grande parte de sua vida ocupando cargos governamentais relacionados à arrecadação de impostos e ao controle de importações e importações;

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Membro do Parlamento Embora se mostrasse um iluminista ou um eclético, que tentou combinar o novo com o velho, não passava de um mercantilista ortodoxo;





Reagiu contra o Ato do Sepultamento em Mortalha de Lã;



Defendeu o benefício do valor completo;



Preferia as guerras dentro do país às no exterior;



Defendeu a regulamentação governamental dos negócios.

JEAN BAPTISTE COLBERT (Reims, 1619-Paris, 1683) 

Marques de Seignelay



Ministro das Finanças (1661),



Controlador Geral (1665),



Superintendente das Artes e Manufaturas (1664),



Secretário de Estado



Representa o coração e a alma do mercantilismo na França, que por isso passou a chamar-se de COLBERTISMO;



Defensor da acumulação de metais preciosos;

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Acreditava que a força do estado depende de suas finanças, que depende da arrecadação de impostos;



Apoiava a expansão de exportações, redução de importações e leis que impedissem a saída de ouro do País;

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Arquinacionalista e Militar, acreditava que apenas quatro atividades eram importante: agricultura, comércio, guerra em terra e guerra no mar;



As Colônias eram importantes como mercado e fontes de matériasprima;



Era necessária uma grande navegação e marinha mercante;



Um país só fica mais rico às custa de outros;



O comércio é uma guerra contínua e amarga entre nações em busca de vantagens econômicas;



Defendeu a regulamentação governamental dos negócios com fortes características feudais;

SIR WILLIAM PETTY (1623-1687) 

Foi marinheiro, físico, professor de anatomia, inventor, pesquisador e membro do parlamento, estatístico e grande proprietário de terras;



Defensor do pleno emprego; ��



Apoiava um comércio exterior mais livre, para evitar o contrabando;



Apoiava a sôbre taxa nas importações de bens de consumo que eram produzidos internamente;



Apoiava a produção mais que o comércio

A Escola Fisiocrata 

Foi desenvolvida na França entre 1756 - 1776



Teve como marco inicial a publicação do Artigo de Quesnay intitulado Grande Encyclopédie; 

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Apesar de ter subsistido formalmente por apenas duas décadas, provocou influências por muito mais tempo.

O Contexto Social da Escola 

Sobre a proibição de importação de mercadorias. A respeito escreve Nicholas Bardon, na obra A Discourse of Trade : “ A proibição do comércio é a causa de sua decadência, pois todos os produtos estrangeiros são trazidos pela troca com as mercadorias locais, assim, proibindo-se qualquer mercadoria estrangeira, impede-se o fabrico e exportação de parte correspondente da mercadoria nacional, que pela primeira costumava ser trocada. Os artífices e mercadores que trabalham em tais mercadorias perdem seu comércio...”



Sobre o argumento da balança de comércio. A respeito escreveu Dudley North, no livro Discourse Upon Trades : “Não há muito, houve grande agitação com pesquisas sobre a balança de exportação e importação, e com a balança de comércio, como diziam. Imaginava-se que, se trouxéssemos mais ��

mercadorias do que mandávamos para fora, estávamos a caminho da ruína. Pode parecer estranho ouvirmos dizer, hoje, que todo o mundo é, quanto ao comércio, apenas uma nação ou um povo, e que as nações são como pessoas... ... Que não pode haver comércio sem lucro para o público, pois quando não há lucros, o comércio é abandonado... ... Quando nenhuma lei pode estabelecer prêmios, ao comércio, pois estes devem vir por si mesmos. Equanto essas leis são baixadas em qualquer país, constituem um empecilho ao comércio, e, portanto, são prejudiciais”. 

Sobre a política mercantiliste dos monopólios, escreveu Joseph Tucker: “Nossos monopólios, companhias públicas e companhias por ações são um prejuízo e destruição para o comércio livre... Toda a nação sofre em seu comércio, e fica privada do comércio com mais de três quartos do Globo, para enriquecer alguns diretores ambiciosos. Eles se enriquecem dessa forma, ao passo que o público se torna pobre”.



Sobre a noção mercantilista da importância que para um país tinha o estoque de ouro e prata, escreveu David Hume: “Um grande tesouro não traz vantagens duradouras para um país... ... Em conseqüência do comércio internacional, todo país com um dinheiro metálico consegue o volume de ouro que estabelece seus preços de modo a equilibrar as importações e as importações... ... Se considerarmos qualquer reino em si, é evidente que a maior ou menor abundância de dinheiro não tem importância: pois o preço das mescadoris é sempre proporcional à abundância do dinheiro”. ��

As Estruturas 

A estrutura econômica desenvolvida pelo Colbertismo, principalmente pela regulamentação detalhada da produção;



A indústria foi prejudicada em seu desenvolvimento em função dos impostos e tarifas e pedágios internos, que dificultava o movimento das mercadorias;



A agricultura vivia sobrecarregada pelas condições impostas pela nobreza que era a proprietária das terras;



As guildas continuaram a ser um grande obstáculo ao impedir a entrada de mão-de-obra especializada em certas ocupações;



A escola Fisiocrata foi assim uma reação contra uma sociedade corrupta e decadente e a um mercantilismo com fortes características feudais.



Controle demasiado da indústria estimulou a luta pela ausência total de controle.



Turgot escrevendo sobre Gournay: “Espantou-se ele ao verificar que um cidadão não podia fazer nem vender nada sem ter comprado o direito disso, conseguido, por alto preço, sua admissão numa corporação... Nem havia imaginado que um Reino onde a ordem de sucessão fora estabelecido apenas pela tradição... O governo teria condescendido em regulamentar, por leis expressas, o comprimento e largura de cada peça de tecido, o número de fios de que deve ser formada, e consagrar com o selo da legislatura quatro volumes in-quarto cheios desses detalhes importantes, bem como deixar numerosas leis ditadas pelo espírito monopolista. Não o surpreendeu menos ver o governo ocupar-se da regulamentação de preços de ��

cada mercadoria, proibindo um tipo de indústria com a finalidade de fazer florescer outro... E julgar que assegurava a abundância do cereal, tornando a situação do agricultor mais incerta e desgraçada do que a de todos os outros cidadãos”.  

Surpreso com a regulamentação excessiva, Gourmay queria ver a França livre dela e imaginou a famosa frase: laissez-faire, laissez-passer 

...que tornou-se o lema dos fisiocratas franceses A essência da Escola 

Os fisiocratas desenvolveram a idéia da ordem natural: Na esfera econômica, o direito natural das pessoas era desfrutar seu próprio trabalho, desde que isso fosse coerente com o direito dos outros;

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Oposição a quase todas as restrições feudais, mercantilista governamentais;



A indústria, o comércio e as profissões eram úteis mais estéreis. Somente a agricultura era produtiva, pois criava um excedente, um produto líquido acima dos custos de produção;



Somente os proprietários de terras deveriam pagar impostos, porque a agricultura era a única que gerava excedente;

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Condenava o consumo de produtos de luxo. Era um ato que dificultava a acumulação de capital;

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Consideravam a economia como um todo e analisavam o fluxo circular da riqueza.

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A quem a Escola Serviu? 

À indústria



À agricultura ��



Ao comércio interno de grãos



Às exportações de produtos agrícolas



Às importações de produtos manufaturados.

A utilidade da Escola



Ao considerar a sociedade como um todo e analisando as leis que governam a circulação de riqueza, fundaram a Economia como ciência;

Os Autores da Escola

FRANÇOIS QUESNAY (1694-1774)  

Médico;



Interessou-se por economia em 1750, depois que conheceu Vicent de Gournay (1712-1759), que era inspetor da qualidade de produtos de acordo com as marcas registradas e é considerado o autor da famosa frase laissez-faire, laissez-passer ;  ��



A sociedade era análoga ao organismo físico. A circulação de riqueza de riqueza e de bens na economia era como a circulação do sangue no corpo;



Tableu Economique  (1758): precursor da análise da renda nacional.

A Escola Clássica O contexto social da escola 

O período de influência da Escola Clássica pode ser datado de 1776, com a publicação da obra de Adam Smith, a 1871, quando Stanley Jevons e Carl Menger publicaram os trabalhos que deram origem à teoria neoclássica.



No Século XVII, a Inglaterra ocupava uma posição inferior à da Holanda em comércio, e inferior à França em produção manufatureira.

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Em meados do Século XVIII, a Inglaterra assumiu supremacia em comércio e indústria.



A Revolução Industrial, que em seqüência à Revolução Comercial, que foi o ponto de partida de rápidas e decisivas mudanças no campo econômico, não só ampliou ainda mais a esfera dos grandes empreendimentos comerciais mais ainda se estendeu aos domínios da produção.



Em síntese, podemos dizer que a Revolução Industrial compreendeu:

1) A mecanização da indústria e da agricultura; 2) A aplicação da força motriz à industria; 3) O desenvolvimento do sistema fabril; 4) Um sensacional aceleramento dos transportes e das comunicações; 5) Um considerável acréscimo do controle capitalista sobre quase todos os ramos de atividades econômicas. ��

Thomas Hobbes 1588–1679 O Esquema Egoísta de Thomas Hobbs 

O Sistema Egoísta de Hobbs pode ser sintetizado na afirmação de um estado  natural   no qual cada comportamento humano somente possui como objetivo a mera autoconservação, ou egoísmo , de cada indivíduo, e do qual, se alguma vez se tornar possível sua realização integral, decorreria uma guerra geral  e desagregadora entre os seres humanos.

Consequência dessa filosofia moral no terreno da política: 

Se os atos humanos não possuem outro objetivo natural que não o egoísmo, torna-se impossível a constituição da sociedade sem a intervenção coercitiva do Estado;



A política não é considera simplesmente como a atividade ordenadora de uma sociedade que extrai seu próprio fundamento e seu próprio princípio de uma tendência natural e espontânea dos homens no sentido da construção de um tecido de relações recíprocas estáveis;

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A política converte-se no meio ao qual todos os homens são encaminhados pelo temor, como contrapartida a uma tendência natural à desagregação. Ou seja, a política chega a ser a própria fonte da vida social. Portanto, inexiste uma sociedade civil que, em ��

sua ordem natural, preceda logicamente ao Estado; ao contrário, é exatamente em virtude da constituição desse Estado que a sociedade se forma; 

Conseqüentemente, a sociedade subsiste apenas enquanto os homens renunciem à própria liberdade, ou seja, segundo Hobbes, enquanto o homem renuncie às suas próprias tendências centrífugas e destrutivas em favor da autoridade estatal, qualquer que seja a forma pela qual esta venha a se configurar constitucionalmente.

John Locke (1632–1704) 

Segundo Locke é da natureza do homem um estado essencialmente bom, logo a existência de contrastes, independente de uma perversidade natural, tem a ver com uma espécie de avareza da natureza física.



O Estado, assim, não é mais a fonte da sociedade civil, mas a simples garantia da PROPRIEDADE, que cada ser humano pode conquistar através do seu próprio trabalho – A propriedade privada torna-se o único argumento da moral econômica.



A realidade do Estado, diferente da existente no Sistema Egoísta, não implica na alienação da liberdade por parte dos seres humanos. Essa realidade configura o instrumento através do qual a LIBERDADE pode se desenvolver de forma plena, constituindo-se numa garantia contra qualquer tentativa de desordem.

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O Estado limita suas funções à contínua conservação da ordem da sociedade civil;



O estado não tem condições de superar os limites impostos pela natureza física, do qual deriva a possibilidade de desordem.



Existência de um fenômeno não eliminável, os EXCLUÍDOS, cuja existência é explicada por uma menor capacidade de conquista de uma propriedade por intermédio do trabalho.



A lógica do Estado de Locke resume-se na convivência entre a bondade natural e a desigualdade natural.

Os Autores da Escola Clássica

ADAM SMITH (1723-1790)





Filho de um comissário da alfândega, nasceu na cidade portuária de Kirkaldy, na Escócia.



Estudou Ciência Moral e Política e Línguas.



Foi professor de Filosofia Moral por 12 anos, no Glasgow College, em 1751.



Principais obras:

The Theory of Moral Sentiments (1759)

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An Inquiry into the Nature and Cause of the Wealth of Nations  (

1776) 

Com Smith o dualismo psicológico do ser humano (ser bom e avarento),  já antevisto por Locke e desenvolvido pelos filósofos ingleses, torna-se o problema mais importante do discurso filosófico;



Separa o comportamento humano em duas áreas: de um lado, a moral, na qual a utilidade dos indivíduos e da sociedade é obtida através do exercício da simpatia. De outro lado, a econômica na qual, a mesma, utilidade é obtida através do exercício do egoísmo.

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O conflito entre as duas faculdades, para ser evitado, exige uma condição: Ninguém, na busca de seus próprios interesses, impeça aos demais a obtenção de seus respectivos interesses, ou seja, todos são livres para usufruir de suas propriedades, desde que não prejudique alguém – Princípio do Direito Natural.



Existe, assim, o direito de comer, de estudar, de trabalhar, mas não se contempla o direito ao alimento, ao lugar de trabalho, ao estudo, razão pela qual, em relação à comunidade, a pessoa tem o direito de não ser impedida, mas não tem o direito de ser sustentada. – Toda ajuda ao mais fraco não é exigível pelo mais fraco como direito, mas só possível de ser implorada como esmola.



A competição reprime o egoísmo e a busca da satisfação individual promove a riqueza social. A sociedade, assim, seria conduzida por uma mão invisível de um Deus Benevolente – O MERCADO

A Riqueza das Nações A Divisão do Trabalho “Um maior aproveitamento das forças produtivas do trabalho e da maior parte da habilidade, destreza e julgamento com que é sempre dirigido, ou aplicado, parece ter sido o efeito da divisão do trabalho”. Motivos da eficiência da divisão do trabalho: ��



Cada trabalhador desenvolve destreza crescente no desempenho de uma tarefa simples;



Poupa-se tempo se o trabalhador não precisa mudar o tipo de trabalho que realiza;



Pode-se inventar maquinaria para aumentar a produtividade, uma vez que as tarefas foram simplificadas e rotinizadas com a divisão do trabalho.



O lado obscuro da divisão do trabalho: estupidifica a mente e embrutece a personalidade. “... em toda a sociedade desenvolvida e civilizada, este é o estado em que os operários pobres, isto é, a maior parte do povo, deve necessariamente cair, a menos que o governo tome algumas medidas para impedir isto”.

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O governo deveria promover a educação das pessoas comuns em escolas paroquiais gratuitas e possivelmente obrigatórias.

As leis econômicas de uma sociedade livre. a) Valor: 1. Valo-de-uso: expressa a utilidade de um objeto particular. 2. Valor-de-troca: expressa o poder de compra de outros bens que a posse daquele objeto contém 

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O valor de um bem para a pessoa que o possui, caso deseje trocar por outros bens, é igual a quantidade de trabalho que lhe permita adquirir ou comandar. O trabalho é a medida real do valor-de-troca de todos os bens. Contradição do valor-trabalho: produção que evitam grandes investimentos e garantem o mesmo retorno para seu trabalho. ��



Em uma sociedade em que os investimentos de capital se tornam importantes, os bens são trocados normalmente por outros bens, por dinheiro ou por trabalho a um valor suficiente para cobrir salários, lucros e aluguéis.



A quantidade de trabalho que um bem pode comprar excede a quantidade de trabalho envolvida em sua produção pelo montante de lucros e aluguéis. O valor é influenciado pelo custo de produção.

b) Preço de mercado 1. Preço natural: é um preço a longo prazo, que é o menor preço ao qual os empresários continuam a vender seus bens. Quando um bem é vendido ao seu preço natural, haverá receita exatamente suficiente para pagar as taxas naturais de salário, lucros e rendas. 2. Preço real ou de mercado: depende da oferta e da procura a curto prazo e tenderá a flutuar em torno do preço natural. c) Salários 

Conflito na determinação dos salários.



Taxa salarial mínima: deve ser aquela que permita ao trabalhador com sua família sobreviver e perpetuar a oferta de trabalho.



A variação da riqueza nacional determina a demanda por trabalho e o salário.

d) Lucro 

Todo investimento está exposto ao risco de perda, de forma que a menor taxa de lucro deve ser suficiente para compensar essas perdas e ainda deixar um excedente para o empresário.

1. Lucro bruto: inclui a compensação pela perda e o excedente. 2. Lucro líquido: corresponde apenas ao excedente, a receita líquida do negociante.

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Concorrência e salários podem reduzir o lucro.

e) Renda 

Na terminologia clássica, a renda é um preço pago pelo uso da terra. É o preço mais alto que o rendeiro pode pagar após a dedução dos salários, da depreciação do capital, dos lucros médios e de outras despesas de produção.



Preços altos, rendas elevadas. Preços baixos, rendas baixas. Mas Smith havia afirmado que a renda da terra entra no preço do produto. Que contradição.

Desenvolvimento econômico  

A maquinaria e a divisão do trabalho aumentavam a produção de riqueza.



O comércio é significativo, porque permite a especialização do trabalho, que é limitado pelo tamanho do mercado. Portanto, mercados em ampliação aumentam a produtividade.



Os que vivem de salários seriam mais beneficiados, não pela grande riqueza, mais pela riqueza crescente.

DAVID RICARDO (1772 - 1823) ��



Pensador dedutivo (do geral para o particular) que fazia generalizações vastas, as quais denominava de leis econômicas (leis que regulavam a distribuição de metais preciosos no mundo; leis que governavam o intercâmbio internacional de bens; leis que governavam a distribuição da renda.

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Mudou a ênfase da análise econômica da produção para a distribuição. Da noção de que a produção e a divisão do trabalho determinavam o bem-estar da nação, para a de que a distribuição era o problema principal. Apontava como problema-chave a divisão da produção da terra entre três classe: proprietários de terras, capitalistas e trabalhadores.



Para Ricardo, o otimismo de Smith sobre um mundo em constante aperfeiçoamento era errôneo, visto que a pressão populacional forçaria as pessoas ao trabalho em solos cada vez mais pobres e ao cultivo mais intensivo dos solos melhores o que faria cair a produtividade empobrecendo o mundo a longo prazo. Logo, o problema central pareceria ser a questão de como e por que certo padrão de distribuição de produção limitada se desenvolvia entre números sempre crescentes de pessoas.

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Principal obra:  On the Principles of Political Economy and Taxation.

Algumas questões relevantes Salário e Lucros 

Preço Natural do trabalho: é o preço que permite aos trabalhadores subsistirem e perpetuarem sem mudança em seu número e depende do preço das necessidades vitais requeridas pelos trabalhadores e por suas famílias.



Se o custo de vida subir os salários também sobem. Se cair os salários também caem.



O preço de mercado do trabalho depende da oferta e da procura. ��

A Lei de Ferro dos Salários: No longo prazo o trabalhador somente recebe um salário de subsistência.  

As taxas de lucro em áreas empresariais diferentes dentro de um mesmo país tendem a igualar-se.



Lucros e salários variam inversamente devido : Salários mais elevados devem sair dos lucros em vez de serem transferidos para preços mais elevados. (igualdade de troca e balanço internacional de pagamentos).

A Lei dos Rendimentos decrescentes 

Com a aproximação do final das guerras napoleônicas, fazendeiros e donos de terras temiam a entrada de grão, em abundância, na Inglaterra, com baixos preços e por isso solicitavam ao Parlamento maior proteção em nome do bem-estar geral



Os empresários faziam oposição às elevadas tarifas para a importação de cereais baseados nos argumentos de Ricardo: “Se os salários tendem para um nível mínimo de subsistência, então, preços mais baixos para os grãos e para o pão manterão os salários baixos, reduzindo, desta forma, os custos de produção dos empresários e permitindo aos bens ingleses competirem mais eficientemente em mercados externos”.

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Sacrificar os interesses dos senhores de terras para beneficiar os empresários, gerou a Teoria da Renda.

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Renda: “é a porção do produto da terra paga a seu proprietário pelo uso dos poderes originais e indestrutíveis do solo”.



Essa definição foi modificada por Ricardo ao incluir o retorno sobre os investimentos de capital, a longo prazo, conseguido com o uso da terra e com o aumento de sua produtividade. ��



A Renda deriva do uso de terras de diferentes qualidades ou do cultivo intensivo da terra em virtude da Lei dos Rendimentos Decrescentes: “Se unidades sucessivas de trabalho e capital forem adicionadas a um pedaço de terra, enquanto a tecnologia permanece constante, cada unidade adicional de investimento acrescentará menos à produção do que as unidades anteriores”. 

Todo aumento no preço do grão cria renda e toda redução diminui renda.



A renda é, assim um retorno diferencial e um excedente sobre os custos.



A renda é determinada pelo preço, mas não é determinante do preço.



A taxa de lucro é determinada pela taxa de lucro sobre a terra marginal. Não se paga renda sobre essa terra e o produto total é dividido entre empregadores e empregado. Se os salários sobem os lucros caem, e vice-versa.



Se a taxa de lucro na indústria for maior do que a da terra marginal cultivada o capital fluirá para a indústria e a nova terra marginal passa a ser a de melhor qualidade.



Se a agricultura for mais lucrativa que a indústria, o capital fluirá para a agricultura, e a terra de pior qualidade seguinte tornar-se-á a terra marginal cultivada.



Grande conflito entre senhores de terra e o restante da sociedade.À medida que a população aumentava, aumentando a procura por alimentos, elevava os preços. Terra mais pobre será cultivada e terra melhor será cultivada de maneira intensiva, elevando as rendas e os salários e reduzindo os lucros.

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“Todas as classes, portanto, exceto os senhores de terra, serão prejudicadas pelo aumento no preço dos cereais”.

THOMAS R. MALTHUS (1766-1834) Principais contribuições: 

A Teoria da População



A Teoria da saturação dos mercados ou da superprodução.

Principais Obras: 1. An Essay on the Principle of Population  2. Principles of Political Economy  3. A Summary View of the Principle of Population  “A população, quando não controlada, aumenta geometricamente; os meios de subsistência aumentam, na melhor das hipóteses, apenas aritmeticamente”.

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Os controles populacionais preventivos: 1) Que reduziam a taxa de nascimento  (restrições morais): as pessoas que poderiam sustentar filhos deveriam adiar o casamento ou nunca casar-se: a conduta anterior ao casamento deveria ser estritamente casta. 2) Que aumentavam a taxa de mortalidade: a fome, a miséria, as epidemias e as guerras. Estes controles deveriam ser tratados como fenômenos ou leis naturais, males necessários para limitar a população e como punição àqueles que não haviam praticado a restrição moral. A pobreza e a miséria deveria, assim, ser encarada como uma punição à classe inferior, ou seja, a todos aqueles que não restringiram sua multiplicação, o que sugere uma conclusão política altamente significativa: não deve haver auxílio governamental aos pobres. Auxiliá-los permitiria que mais crianças sobrevivessem, piorando, desta forma, o problema da fome. Proposição à Lei dos Pobres: “Refleti muito sobre a questão das leis dos pobres, e espero ser perdoado por aventurar-  me a sugerir uma forma para sua abolição gradual. ... Devemos, por justiça e honra, formalmente destruir o direito dos pobres de reivindicar sustento”. ��



Lei dos Pobres: Foi criada com a finalidade de proporcionar conforto aos pobres. A responsabilidade na organização e execução da Lei era da Igreja (1536)



Lei Speenhamland: garantia ao homem um mínimo de subsistência, independente de sua contribuição em impostos. Era baseada no preço do pão e no número de filhos de cada família.

Apesar de teoricamente ser uma grande conquista social, a Lei Speenhamland foi criada durante a expansão da Revolução Industrial e, portanto, não teve o êxito esperado por seus mentores. As características competitivas do período exigiam o rompimento de qualquer entrave que impedisse a disseminação do trabalho livre e ao proclamar que nenhum homem deveria temer a fome porque a paróquia local se responsabilizaria em oferecer sustento a ele e à sua família por menos que ganhasse, a referida Lei foi duramente criticada - por significar a fixação do trabalhador à sua micro-região de origem e por representar um impedimento à formação de um proletariado industrial nas regiões mais urbanizadas. Em 1834, para atender aos ditames do Liberalismo, o sistema de proteção social foi revisto na Poor Law Amendment Act , que transformou um auxilio aos necessitados que antes era universal, em seletivo e residual. Essa Lei revisionista permitiu a formação de um mercado de trabalho mais competitivo e desprotegido, abrindo espaço para a ampliação do processo de industrialização e para a consolidação de uma economia de mercado. Ou seja, o conceito de renda mínima como um direito de cada cidadão foi bruscamente abolido e aos pobres, voltou a ser atribuída a responsabilidade de garantir sua própria sobrevivência. A Lei da Superprodução Princípios básicos: a) O ilimitado desejo humano por bens; b) A necessidade de obtenção de lucro na produção;

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c) a existência de um mercado consumidor que não elimine o lucro e nem aumente os custos. A questão, então, resume-se em: quem consumirá o excedente? 1. Os trabalhadores não podem porque os lucros desapareceriam. 2. Os capitalistas não o fariam por não ser parte de seus hábitos 3. Os senhores de terras e seus serviçais seriam os responsáveis por esse consumo, pois o uso de outras rendas que não a da terra, tais como salários, juros e lucros, elevam os custos de produção, que devem ser mantidos baixos para que o País mantenha sua posição na competição comercial. Por isso a defesa da “Lei dos Cereais”. 

Ao governo deveria ser proibido o consumo improdutivo, tais como a remuneração pelos serviços públicos.



A sociedade deveria considerar sagrada a propriedade privada.



Não deveria ser permitida uma redistribuição da riqueza por meio de tributação excessiva.



A guerra deveria ser considerada como um instrumento para eliminar a superprodução.

A essência da Escola Clássica  

A doutrina clássica é frequentemente chamada de liberalismo econômico.



Baseia-se na liberdade pessoal, na propriedade privada, na iniciativa individual e no controle individual da empresa, apoiadas na doutrina do laissez-faire; 

Principais características: 

O primeiro princípio da Escola Clássica era o laissez-faire. O melhor governo é aquele que menos governa. As forças do mercado competitivo livre orientam a produção, a troca e a distribuição. A ��

economia era considerada auto ajustável e tendia para o pleno emprego, sem a intervenção governamental; 

Com exceção de Ricardo, enfatizava a harmonia de interesses;

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Ressaltava a importância de todas as atividades econômicas, especialmente a indústria;

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Visava a promoção do máximo crescimento e desenvolvimento econômico e a crença do desejo individual inato de acumular riqueza como um fim em si mesmo;



Os Clássicos consideravam a economia como um todo – a abordagem macroeconômica.

A validade da Escola Clássica em sua época. 

A doutrina clássica foi uma racionalização das práticas adotadas pelos empresários. A concorrência era um fenômeno crescente e a indicação dela como grande reguladora da economia era um ponto de vista válido. Promoveu a empresa de negócios.



No início da industrialização a maior necessidade da sociedade era concentrar recursos na maior expansão possível da produção. A elevação do setor privado acima do setor público serviu a esse propósito. Qualquer crescimento do setor público teria exigido maior tributação, desviando recursos da formação de capital privado.

Como a utilidade da Escola Clássica influenciou épocas posteriores?  

A doutrina do laissez-faire   sucumbiu quando as flutuações das empresas abalaram o equilíbrio da sociedade capitalista e quando a concorrência cedeu lugar a estruturas de mercado alteradas, caracterizadas pelo quase-monopólio, pelo oligopólio, pelas indústrias regulamentadas e assim por diante.



Menosprezo a mudanças tecnológicas futuras;



Comércio Internacional que prejudica aos menos desenvolvidos. ��

A Escola Socialista O Contexto social do Socialismo 1) Destruição da antiga economia agrícola, quase artesanal dos vilarejos; 2) Surgimento de grandes fábricas; 3) Aglomeração dos trabalhadores, nas proximidades das fábricas, em favelas onde a forma de vida era caracterizada pela miséria, a fome, as doenças, os crimes e os vícios; 4) Os acidentes industriais traziam miséria, sem nenhuma compensação para as famílias dos aleijados ou mortos; 5) Não existiam direitos políticos para os assalariados e os sindicatos eram proibidos; 6) A pobreza das massas parecia cada vez mais opressiva à medida que as grandes fortunas se multiplicavam. 7) A Revolução Industrial não conduziu ao paraíso. O Socialismo Utópico 

Fundadores: Saint-Simon, Charles Fourier, Robert Owen, Sismondi e Proudhon



Idéia básica:



consideravam injusta e irracional a economia de mercado capitalista competitiva;

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crença em que o mundo todo adotaria seus conceitos de arranjos sociais;



substituição da luta de classe pela fraternidade universal.

Principais Autores

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HENRI CONTE DE SAINT-SIMON (1760-1825) 

Desenvolveu suas idéias antes de o movimento político da classe trabalhadora na França tomar forma. Portanto, não apelou aos trabalhadores pelo confronto com os empregadores.



Tomou a produção, e não a propriedade, como base para a sua nova sociedade, fazendo do trabalho e a indústria os elementos centrais.



Propôs um Parlamento industrial constituído por três câmaras:

1) Invenção: composta por artistas e engenheiros, planejaria as obras públicas. 2) Revisão: comandado por cientistas, examinaria os projetos e controlaria a educação. 3) Execução: composta pelos líderes das indústrias, realizaria os projetos e controlaria o orçamento.  

Primeira proposta de uma economia centralmente planejada e governada por uma elite educada.



Insistia no fato de que a nova ética era necessária para restringir o egoísmo anti-social dos ricos e para impedir uma ascensão anárquica dos pobres.



A defesa de uma indústria de larga escala ajudou a inspirar grandes bancos, ferrovias, rodovias e enormes empreendimentos industriais. ��



Não defendia a apropriação da propriedade privada, o que o afastava do ideário socialista.

CHARLES FOURIER (1772-1837) 

Foi um socialista utópico, que adquiriu numerosos seguidores, embora não possa ser considerado um revolucionário, dirigindo seus apelos, usualmente, aos ricos e ao rei.

Críticas ao capitalismo:  

A concorrência multiplicava o desperdício na venda, pois os comerciantes retêm ou destroem os bens para elevar seus preços.



O comércio era perniciosa e corrupto e demonstrava cruamente a pobreza moral e material do mundo burguês;



Denunciava a proteção aos agentes da fome e da peste;



Via o progresso das finanças , um sistema de extorsão e as falências indiretas como a arte de devorar o futuro.



Relacionava o espírito mercantil com seques comerciais e à patifaria;

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Via a corretagem como algo que usurpava todos os frutos da sociedade.

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A solução de Fourier para os problemas sociais: a organização de comunidades cooperativas denominadas FALANGES.



A Falange era um sistema cooperativo de habitação e produção, base de um novo tipo de indivíduo inteiramente nobre.

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As Falanges forneceriam segurança social vitalícia e para os primeiros estágios de uma sociedade ideal deveria ser praticado o garanteísmo, que consistia na segurança de que cada pessoa receberia um mínimo de subsistência, segurança e conforto.

Funcionamento de uma Falange: 1. Cada associação combinaria trezentas famílias (1.800 pessoas) em nove milhas quadradas de terra. 2. Todos viveriam em uma habitação com três andares. 3. A produção agrícola e artesanal predominaria. 4. Se as pessoas vivessem juntas com honra e conforto, seriam eliminados os roubos e as despesas para a proteção contra os mesmos. 5. O trabalho coletivo melhoraria as condições climáticas, e menor quantidade de roupas seria necessária.  

A falange resolveria o principal problema, que não era de desigualdade de riqueza, mas de insuficiência.



Apelou aos capitalistas que financiassem tal projeto, com base em retornos satisfatório.

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Sismonde de Sismondi (1773-1842) Economista e Historiador e um dos primeiros a atacar diretamente a economia clássica, embora tenha sido um ardente seguidor de Adam Smith. Principais obras: 1) History of the Italian Republucs of the Middle Ages 

2) History of the Franch  3) New Principles of Political Economy  

Pressuposto básico: básico: A empresa capitalista não restringida, em lugar de produzir os resultados esperados, conforme o previsto pelos clássicos, conduzira à miséria e ao desemprego.



Principais contribuições teórica: teórica: Argumentando a respeito da possibilidade de superprodução e crise, contribuiu com o desenvolvimento das seguintes teorias: 1) Teoria dos ciclos econômicos 2) Teoria do imperialismo econômico 3) Teoria da distribuição da riqueza



Acreditava que quando os salários estão ao ao nível de subsistência, maior quantidade de fundos de capital se tornam disponíveis para investimento em máquinas. Portanto, a produção de bens manufaturados aumenta, ��

enquanto a procura por bens de consumo diminui. Como conseqüência desenvolvem-se crises de superprodução periódicas que liquidam uma grande parte do capital investido nas indústrias de larga escala. 

A crise de superprodução superprodução pode ser agrava agrava pelos banqueiros quando quando estes aumento o crédito.



Questionando o argumento clássico clássico de que que a maior produção agregada agregada possível necessariamente corresponde a maior felicidade para o povo, advogava:

1. A necessidade da intervenção intervenção estatal para garantir ao trabalhador um salário de subsistência e um mínimo de segurança social. 2. Melhor distribuição da riqueza, alegando que seria preferível uma produção menor, porém bem distribuída. À medida que a concentração de riqueza diminui, cada vez mais, o mercado interno, a indústria é, cada vez mais, compelida a abrir-se para mercados externos, o que necessariamente resulta em guerras nacionalistas, logo o Imperialismo Econômico seria inerente ao capitalismo.

Robert Owen (1771-1858) 

Por muitos é considerado considerado o mais espetacular e famoso dos socialistas utópicos.

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Suas principais idéias estão contidas contidas em em um ensaio intitulado “A New View of Society and Other Writings”.



Principal tese: “A natureza natureza humana é moldada para melhor ou para pior de acordo com a conjuntura”.



Uma vez que o caráter é formado pelas circunstâncias, circunstâncias, as pessoas pessoas não são responsáveis por seus atos, e deveriam ser moldadas para a bondade em vez de serem punidas pela maldade. Ou seja “a criação de melhores condições geraria pessoas melhores”.



Chocou o mundo quando ao denunciar que todas as religiões existentes existentes ensinavam que as pessoas eram responsáveis por suas maldades em vez de atribuir o mal a uma má conjuntura. Assim a reforma social era preferível à reforma moral.



Tentou materializar materializar suas idéias idéias convertendo a Fiação Fiação New Lanark em uma comunidade-modelo;

1. pressionando o governo a empregar os pobres em vilas de cooperação; cooperação; 2. criando uma comunidade cooperativa modelo (a Colônia de New Harmony), através da qual pensava eliminar o capitalismo e o sistema competitivo. 

Suas idéias, também, contribuíram para:

1. incentivar o desenvolvimento desenvolvimento dos sindicatos; sindicatos; 2. Incentivar o cooperativismo de consumo, este baseado no National Equitable Labour Exchange, que Exchange, que era um mercado em que os produtos poderiam ser trocados com base em notas que representassem o tempo e trabalho. Assim esperava eliminar o dinheiro e os lucros, males sociais gêmeos, colocando produtores e consumidores em contato direto.

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Louis Blanc (1811-1882) 

Foi um socialista utópico francês que teve um importante papel na Revolução de 1848, quando suas idéias foram colocadas em prática devido à associação entre liberais e socialistas, na tentativa de derrubar a monarquia.



Principais Idéias:

1. criação de associações profissionais de trabalhadores de um mesmo ramo de produção e das Oficinas Nacionais, financiadas pelo Estado; 2. divisão do lucro entre o Estado, os associados e para outros fins. 

Como líder do proletariado

1. exigia que o Estado se apoderasse do sistema econômico para garantir trabalho e justiça para todos. Porém, os liberais e os socialistas romperam relações e o Estado fechou as Oficinas Nacionais, começou a perseguir os socialistas e anulou todas as reformas feitas em benefício da classe operária. Principais contribuições: 

A popularização das idéias socialistas;



Pressupondo a solidariedade de toda a comunidade, advogava o planejamento econômico estatal para o pleno emprego; ��



Advogava a necessidade de o Estado ser a fonte do capital inicial para as cooperativas de trabalhadores e assim tornar-se o banqueiro dos pobres.

Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) De origem pobre, promoveu o anarquismo como movimento de massa. O anarquismo, que não significa desordem, mas a ausência de um chefe, um soberano. O Estado deveria ser totalmente suprimido, assim como a polícia e os tribunais porque, segundo ele, estes eram meios de opressão. Deste modo, o poder político seria o resultado da combinação entre os trabalhadores. Principais Obras: 

O que é a propriedade? 



Sistema das Contribuições Econômicas ou Filosofia da Miséria 

Propriedade é roubo.  A grande propriedade que permitia a seu proprietário viver sem trabalhar com o recebimento de renda, juros e lucro dos produtores. Assim, defendeu a demolição da grande propriedade capitalista que, segundo ele, estava na origem da exploração do proletariado e da desigualdade. ��

A cada trabalhador deveria ser dada uma pequena propriedade, e estes, por sua vez, organizar-se-iam em cooperativas. 

A liberdade individual e a justiça eram os objetivos por ele proclamados.

O socialismo científico - O marxismo

Karl Heinrich Marx (1818-1883) Biografia 

05/05/1818, Trier (Alemanha) (*)



14/03/1883, Londres (Inglaterra) (†)



Teórico do socialismo, Karl Marx estudou direito nas universidades de Bonn e Berlim, mas sempre demonstrou mais interesse pela história e pela filosofia. Quando tinha 24 anos, começou a trabalhar como  jornalista em Colônia, assinando artigos racial-democratas que provocaram uma grande irritação nas autoridades do país.



Integrante de um grupo de jovens que tinham afinidade com a teoria pregada por Hegel (Georg Wilhelm Friedrich, um dos mais importantes, um dos mais influentes filósofos alemães do século 19), Marx começou ater mais familiaridade dos problemas econômicos que afetavam as nações quando trabalhava como jornalista.

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Após o casamento com uma amiga de infância (Jenny von Westplalen), foi morar em Paris, onde lançou os "Anais Franco-Alemães", órgão principal dos hegelianos de esquerda. Foi em Paris que Marx conheceu Friedrich Engels, com o qual manteve amizade por toda a vida.



Na capital francesa, a produção de Marx tomou um grande impulso. Nesta época, redigiu "Contribuição à crítica da filosofia do direito de Hegel". Depois, contra os adeptos da teoria hegeliana, escreveu, com Engels, "A Sagrada Família", "Ideologia alemã" (texto publicado após a sua morte).



Depois de Paris, Marx morou em Bruxelas. Na capital da Bélgica, o economista intensificou os contatos com operários e participou de organizações clandestinas. Em 1848, Marx e Engels publicaram o "Manifesto do Partido Comunista", o primeiro esboço da teoria revolucionária que, anos mais tarde, seria denominada marxista.

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Neste trabalho, Marx e Engels apresentam os fundamentos de um movimento de luta contra o capitalismo e defendem a construção de uma sociedade sem classe e sem Estado. No mesmo ano, foi expulso da Bélgica e voltou a morar em Colônia, onde lançou a "Nova Gazeta Renana", jornal onde escreveu muitos artigos favoráveis aos operários.



Expulso da Alemanha, foi morar refugiado em Londres, onde viveu na miséria. Foi na capital inglesa que Karl Marx intensificou os seus estudos de economia e de história e passou a escrever artigos para  jornais dos Estados Unidos sobre política exterior.



Em 1864, foi co-fundador da "Associação Internacional dos Operários", que mais tarde receberia o nome de 1ª Internacional. Três anos mais tarde, publica o primeiro volume de sua obra-prima, "O Capital".

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Depois, enquanto continuava trabalhando no livro que o tornaria conhecido em todo o mundo, Karl Marx participou ativamente da definição dos programas de partidos operários alemães. O segundo e o terceiro volumes do livro foram publicados por seu amigo Engels em 1885 e 1894. ��



Desiludido com as mortes de sua mulher (1881) e de sua filha Jenny (1883), Karl Marx morreu no dia 14 de março. Foi então que Engels reuniu toda a documentação deixada por Marx para atualizar "O Capital".



Embora praticamente ignorado pelos estudiosos acadêmicos de sua época, Karl Marx é um dos pensadores que mais influenciaram a história da humanidade. O conjunto de suas idéias sociais, econômicas e políticas transformou as nações e criou blocos hegemônicos. Muitas de suas previsões ruíram com o tempo, mas o pensamento de Marx exerceu enorme influência sobre a história.

Friedrich Engels (1820-1895) Biografia  

28/11/1820, Barmen (Alemanha) 05/08/1895, Londres (Reino Unido)



Junto com Karl Marx, Friedrich Engels realizou uma obra marcante na filosofia e na política, cuja característica principal foi a elaboração das teorias do materialismo histórico.

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Engels era filho de um rico industrial alemão e soube analisar a sociedade de forma muito eficiente, como poucos antes dele. ��



Na juventude, ficou impressionado com a miséria dos trabalhadores das fábricas de sua família, uma delas em Manchester, Inglaterra.



Engels completou e publicou o segundo e o terceiro volumes de O Capital, principal obra teórica do socialismo, após a morte de Marx. Com grande capacidade crítica e estilo claro - ao contrário do de seu parceiro, escreveu sozinho algumas das obras mais importantes do marxismo, como "A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado".

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Ao mesmo tempo, tentou ir além de sua área de conhecimento, provando que os fundamentos do marxismo poderiam ser encontrados também nas ciências biológicas. Para isso, escreveu obras como "A Dialética da Natureza" e "O Papel do Trabalho na Transformação do Macaco em Homem", que não têm o menor fundamento científico, como se sabe atualmente.



O filósofo cursou a escola secundária, abandonando-a um ano antes de se formar: seu pai insistiu em que fosse trabalhar nos negócios da família. Passou os três anos seguintes (1838-41) nos escritórios da empresa de exportação em Bremen.

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Sob o pseudônimo de Friedrich Oswald, escreveu artigos que lhe abriram as portas do Clube de Doutores, freqüentado por Marx.

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Interessou-se pelo movimento dos "Jovens Hegelianos", intelectuais esquerdistas como o teólogo e historiador Bruno Bauer e o anarquista Max Stirner que cultivavam a dialética do filósofo alemão Hegel: o conceito de que o progresso racional e as mudanças históricas resultam do conflito de idéias e classes opostas, concluindo numa nova síntese.



Rejeitavam, portanto, a interpretação oficial e conservadora da filosofia hegeliana que justificava a Monarquia prussiana (décadas mais tarde, ��

em 1871, Guilherme, rei da Prússia, receberia a coroa do recém unificado Império Alemão).  

De 1841 a 1842, Engels serviu como voluntário num regimento de artilharia em Berlim. A experiência foi útil na derrotada revolução de 1848 na Alemanha, contra o poder feudal dos junkers (grandes proprietários de terras).



Em Manchester, em 1842, Engels passou a viver com Mary Burns, uma operária irlandesa sem instrução. Quando Mary morreu em 1863, Engels exigiu que Marx se desculpasse por ter recebido a notícia com indiferença.



Engels endossou sua nova interpretação materialista da História, após reencontrar Marx em Bruxelas (1845). Ambos montaram o fundamento de uma nova teoria, a do socialismo científico, em oposição ao socialismo religioso, idealista e utópico. Os dois fundadores do comunismo procuraram uma organização revolucionária alemã socialista. Engels e Marx convenceram o Segundo Congresso Comunista em Londres a adotar suas posições. Eles foram indicados para escrever uma declaração política: "O Manifesto do Partido Comunista", de 1848.



Após a derrota da Revolução de 1848, Marx e Engels tiveram de sair da Alemanha e ir para a Inglaterra. Para sustentar-se e ajudar Marx, Engels trabalhou como subordinado nos escritórios da Ermen & Engels, em Manchester. Novamente foi bem-sucedido como homem de negócios.

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Assim pôde também sustentar Marx, sua mulher e as duas filhas, enquanto o filósofo se dedicava exclusivamente aos estudos. Ou melhor, talvez nem tanto, Afinal, Marx engravidou a empregada de sua família. Para evitar o escândalo, Engels assumiu a paternidade da criança. ��

A teoria do valor   Toda coisa útil pode ser considerada sob duplo aspecto, segunda qualidade e quantidade: Como valor-de-uso e valor-de-troca. “A riqueza das sociedades onde rege a produção capitalista configura-se em imensa acumulação de mercadorias, e a mercadoria, isoladamente considerada, é a forma elementar dessa riqueza”. 



Como valor-de-uso revela-se pela utilidade determinada pelas propriedades materialmente inerentes à mercadoria e só existe através dela. “A mercadoria é, antes de mais nada, um objeto externo, uma coisa que, por suas propriedades, satisfaz necessidades humanas, seja qual for a natureza, a origem delas, provenham do estômago ou da fantasia. Não importa a maneira como a coisa satisfaz a necessidade humana, se direta, como meio de subsistência, objeto de consumo, ou indiretamente, como meio de produção”. Como valor de troca, revela-se, de início na relação quantitativa entre valores-de-uso de espécies diferentes, nas proporções em que se trocam. Essa relação muda no tempo e no espaço.

Qualquer mercadoria se troca por outra, nas diversas proporções. Logo: 1) Os valores-de-troca vigentes da mesma mercadoria expressam, todo, um significado igual; 2) O valor-de-troca só pode ser a maneira de expressar-se, a forma de manifestação de uma substância que dele se pode distinguir.

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Trabalho humano concreto ou útil: chamamos simplesmente de trabalho útil aquele cuja utilidade se patenteia no valor-de-uso do seu produto ou cujo produto é um valor-de-uso. Sob esse ponto de vista será considerado sempre associado a seu efeito útil.   No conjunto formado pelos valores-de-uso diferentes ou pelas mercadorias materialmente distintas, manifesta-se um conjunto correspondente de trabalhos úteis diferentes – a divisão social do trabalho.   A divisão social do trabalho é, assim, condição para que exista a produção de mercadorias, embora, reciprocamente, a produção de mercadorias não seja condição necessária para a existência da divisão social do trabalho.  Trabalho humano abstrato ou homogêneo:  É uma objetividade impalpável, ou seja, massa pura e simples de trabalho humano em geral ou do dispêndio de força de trabalho humano, sem consideração pela forma como foi despendida. 

No processo de troca os produtos passam a representar apenas a força de trabalho humana, gasta em sua produção, o trabalho humano que nele se corporificou. Assim, como configuração dessa substância social que lhes é comum, são valores, valores-mercadorias Todo trabalho é: 1. Dispêndio de força humana de trabalho, no sentido fisiológico, e, nessa qualidade de trabalho humano igual ou abstrato, cria o valor das mercadorias; 2. Dispêndio de força humana de trabalho, sob forma especial, para um determinado fim, e, nessa qualidade de trabalho útil e concreto, produz valores-de-uso. 

A grandeza do valor: é o tempo de trabalho socialmente necessário para produzir-se um valor-de-uso qualquer, nas condições de produção socialmente normais, existentes, e com o grau social médio de destreza e intensidade do trabalho. ��

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Como valores, as mercadorias são apenas dimensões definidas do tempo de trabalho que nelas se cristaliza.

Para criar mercadoria, é mister não só produzir valor-de-uso, mas produzi-lo para outros, dar origem a valor-de-uso social. O produto, para se tornar mercadoria, tem de ser transferido a quem vai servir como valor-deuso por meio da troca. Nenhuma coisa pode ser valor se não é objeto útil. Se não é útil, tampouco será o trabalho nela contido, o qual não conta como trabalho e, por isso, não cria nenhum, valor. As formas do valor

a) Forma simples, singular ou fortuita 20 metros de linho = 1 casaco 20 metros de linho valem 1 casaco Os dois pólos da expressão do valor: 1) a forma relativa do valor: a mercadoria cujo valor é expresso 2) a forma equivalente do valor: a mercadoria através da qual se expressa o valor b) Forma total ou extensiva do valor: o valor de uma mercadoria é expresso em inúmeros outros elementos do mundo das mercadoria. c) Forma geral do valor: imprime à mercadoria eleita o caráter de equivalente geral, ou seja a mercadoria equivalente geral expressa o valor de todos os outros elementos do mundo das mercadorias. d) Forma dinheiro do valor: mercadoria determinada, com cuja forma natural se identifica socialmente a forma equivalente. e) Forma preço: é a expressão simples e relativa do valor de uma mercadoria, através de uma mercadoria que já esteja exercendo a função de mercadoria-dinheiro. ��

Como o Dinheiro se transforma em Capital 

A FÓRMULA GERAL DO CAPITAL

1. A circulação das mercadorias é o ponto de partida do capital; 2. Todo capital novo, para começar, surge no mercado de mercadorias. 3. Dinheiro que é dinheiro se distingue do dinheiro que é capital, através da diferença na forma de circulação. A forma Simples da circulação das mercadorias: M - D - M A forma da circulação do capital: D - M - D O que ambas tem em comum? 1. Ambos os circuitos se decompõem nas mesmas duas fases: M–D (VENDA) D-M (COMPRA) 2. Em cada uma das duas fases se defrontam os mesmos elementos materiais, mercadoria e dinheiro  e os mesmos personagens econômicos, um comprador e um vendedor; 3. Cada um dos dois circuitos constitui a unidade das mesmas fases antitéticas; 4. Em ambos os casos essa unidade é efetivada pela intervenção de três contratantes: um que apenas vende, outros só compra e o terceiro compra e vende alternadamente. O que as distingue? 

A sucessão inversa de ambas as fases opostas de circulação;

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Na circulação da mercadoria o dinheiro é gasto de uma vez por todas, enquanto na circulação do capital, o comprador gasta dinheiro para fazer dinheiro como vendedor;



Na forma M - D - M a mesma peça de moeda muda de lugar duas vezes, enquanto que em D - M - D quem muda de lugar duas vezes e a mesma mercado;



Na circulação simples das mercadorias, a dupla mudança de lugar da mesma peça de dinheiro ocasiona sua transferência definitiva de uma mão para outra, já na circulação D - M - D, a dupla mudança da mesma mercadoria ocasiona a volta do dinheiro a seu ponto de partida;



Na circulação M - D - M, o dispêndio do dinheiro nada tem a ver com o seu retorno. Em D - M - D, ao contrário, a volta do dinheiro é determinada pela maneira como foi despendido;



Em M - D - M, o objetivo final é o valor-de-uso, enquanto que em D M - D o objetivo é o valor-de-troca.



Comprar para vender, ou mais precisamente comprar para vender mais caro é a forma particular do capital mercantil D - M - D’;



O Capital industrial  também é dinheiro que se converte em mais dinheiro, através de fatos que ocorrem fora da esfera da circulação, entre a compra e a venda, não ocorrendo nenhuma mudança na forma de movimento: D-M...p...M’-D’;



No capital que rende juro, o Capital Bancário, a circulação D - M D’ é abreviada pelo desaparecimento do estágio intermediário: D D’;

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Portanto D - M - D’  é a forma geral do capital conforme ele aparece diretamente na circulação.

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Compra e venda da Força de Trabalho 

D’- D = ∆D (mais-valia ou excedente)



Para extrair valor do consumo de uma mercadoria, nosso possuidor de dinheiro deve ter a felicidade de descobrir, dentro da esfera de circulação, no mercado, uma mercadoria que possua a propriedade peculiar de ser fonte de valor: a capacidade de trabalho ou a força de trabalho.



Força de Trabalho: é o conjunto das faculdades físicas e mentais, existentes no corpo e na personalidade viva de um ser humano, as quais ele põe em ação toda vez que produz valor-de-uso de qualquer espécie.

Para que a força de trabalho seja mercadoria é necessário algumas condições: 1) Enquanto for e por ser oferecida ou vendida como mercadoria no mercado pelo próprio possuidor , pela pessoa da qual ela é a força de trabalho; 2) A continuidade dessa relação exige que a força de trabalho seja vendida por tempo determinado; 3) O dono da força de trabalho não pode vender mercadoria em que encarne trabalho, e é forçado a vender sua força de trabalho que só existe nele mesmo; 

Quem quiser vender mercadorias que não seja sua força de trabalho, tem de possuir meios de produção;



Para transformar dinheiro em capital, o possuidor de dinheiro tem que encontrar o trabalhador livre no mercado de trabalho.



Como se determina o valor da força de trabalho? Pelo tempo de trabalho socialmente necessário à sua produção e, por consequência, à sua reprodução;

Processo de Trabalho e Processo de Valorização ��

Processo de Trabalho 

A utilização da força de trabalho é o próprio trabalho. A realização do que antes era apenas potencialmente capacidade de trabalho em valor-de-uso, sob o controle do capitalista.



É muito importante não esquecer que a produção do valor-de-uso pode ser realizada independentemente do capitalista. Faz parte da natureza do homem, pois o processo de trabalho é o processo de produzir as satisfações.



Trabalho: é um processo em que participam o homem e a natureza, processo em que o ser humano com sua própria ação, impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza.

Elementos componentes do processo de trabalho: a) O objeto de trabalho:  a matéria a que se aplica o trabalho.Todas as coisas que o trabalho apenas separa de sua conexão imediata com seu meio natural são objetos de trabalho fornecidos pela natureza. b) Matéria-prima: é todo o objeto de trabalho filtrado através de trabalho anterior. c) Os meios de trabalho: é uma coisa ou um complexo de coisas que o trabalhador insere entre si mesmo e o objeto de trabalho e lhe serve para dirigir sua atividade sobre esse objeto. d) O próprio trabalho. Material acessório: é todo material consumido pelo meio de trabalho ou adicionado à matéria-prima para modificá-la materialmente, ou ainda para facilitar a execução do próprio trabalho. 

O mesmo produto pode servir de matéria-prima de processos de trabalho muito diversos.



O mesmo produto pode no processo de trabalho servir de meio de trabalho e de matéria-prima. ��



Um produto que existe em forma final para consumo pode tornar-se matéria-prima.

 

Um valor-de-uso pode ser considerado matéria-prima, meio de trabalho ou produto, dependendo inteiramente da sua função no processo de trabalho, da posição que nele ocupa, variando com essa posição a natureza do valor-de-uso.



O processo de trabalho é um processo de consumo produtivo cujo resultado é um produto distinto do consumidor, por consumir os meios através dos quais funciona a força de trabalho posta em ação.



Consumo individual:  é o processo que gasta os produtos como meios de vida do indivíduo e tem como produto o próprio consumidor.



O processo de trabalho, quando ocorre como processo de consumo da força de trabalho pelo capitalista, apresenta dois fenômenos características:

1. O trabalhador trabalha sob o controle do capitalista, a quem pertence seu trabalho; 2. O produto é propriedade do capitalista, não do produtor imediato, o trabalhador. O processo de valorização 

O capitalista objetiva produzir mercadoria e não apenas o valo-deuso.



Como a mercadoria é a unidade de valor-de-uso e valor o processo de produzi-la tem de ser um processo de trabalho e, ao mesmo tempo, um processo de produzir valor.

Para 10Kg de fio: 10Kg de algodão....................R$ 10,00 Fusos......................................R$ 2,00 ��

sub-total

R$ 12,00................24 horas

Força de trabalho....................R$ 3,00................ 6 horas Total

R$ 15,00................30 horas

Para 20 Kg de fio 20Kg de algodão................R$ 20,00.........R$ 20,00 Fusos..................................R$ 4,00 ........R$ 4,00 Sub-total

R$ 24,00

R$ 24,00

Força de trabalho................R$ 3,00..........R$ 6,00 Total

R$ 27,00..........R$ 30,00 54 horas..60 horas

Mais-Valia Absoluta e Mais-Valia Relativa I.

Capital Constante e Capital Variável 

Capital Constante: é a parte do capital que se converte em meios de produção, isto é, em matéria-prima, materiais acessórios e meios de trabalho e que, portanto, não muda a magnitude do seu valor no processo de produção.



Capital Variável: é a parte do capital convertida em força de trabalho e que por isso muda de valor no processo de produção. Ou seja, reproduz o próprio equivalente e, além disso, proporciona um excedente, a mais-valia. C=c+v

onde C = Capital adiantado c = Capital constante v = Capital variável

II.

A taxa da mais valia

w = (c + v) + m criada)

onde m = mais-valia (magnitude absoluta da mais valia

��

m/v = m’ - taxa de mais-valia = magnitude relativa da mais-valia criada 

Tempo de trabalho necessário: é a parte do dia de trabalho na qual é gerado o valor diário da força de trabalho



Trabalho necessário: o trabalho despendido durante o tempo de trabalho necessário.



Tempo de trabalho excedente: é a parte do dia de trabalho em que o trabalhador opera além dos limites do trabalho necessário, que embora constitua trabalho, dispêndio de força de trabalho, não representa nenhum valor para o trabalhador.



Trabalho excedente: o trabalho realizado durante o tempo de trabalho excedente.

Portanto: m/v = trabalho excedente/ trabalho necessário A taxa de mais-valia é, por isso, a expressão precisa do grau de exploração da força de trabalho pelo capital ou do trabalhador pelo capitalista. A Jornada de Trabalho: é o período pelo qual o trabalhador alienou sua força de trabalho.



Jornada I

Jornada II

jornada III

A......B.C

A......B...C

A.......B......C

A Jornada de trabalho não é uma grandeza constante, mas variável.



A parte constante é determinada pelo tempo de trabalho necessário



A parte variável é determinada pelo tempo de trabalho excedente



A jornada de trabalho é portanto determinável, mas, considerada em si mesma, é indeterminada.

Limites da Jornada de trabalho: 1) Mínimo que é indeterminado ��

2) Máximo que é determinado duplamente por um limite físico e por um limite moral. 

A mais-valia absoluta: é a extraída pelo prolongamento da jornada de trabalho.



A mais-valia relativa: é a produzida pela contração do tempo de trabalho necessário e da correspondente alteração na relação quantitativa entre ambas as partes componentes da jornada de trabalho.

A produtividade é o principal fator determinante da mais-valia relativa. “Para diminuir o valor da força de trabalho, tem o aumento da produtividade atingir ramos industriais cujos produtos determinam o valor da força de trabalho...” 

O valor da mercadoria varia na razão inversa da produtividade, mas a mais-valia relativa varia na razão direta da produtividade do trabalho.



O valor absoluto da mercadoria não interessa, por si mesmo, ao capitalista que a produz. Só lhe interessa a mais-valia nela inserida e realizável através da venda.

Taxa e Massa da Mais-Valia

M = (m/v) * v M = f(t´/t)*n



Não é qualquer quantidade arbitrária de dinheiro ou de valor que se pode transformar em capital. ��



O montante mínimo de valor de que tem que dispor um possuidor de dinheiro ou de mercadorias, para virar capitalista muda de acordo com diferentes estágios da produção capitalista e, em determinado estágio de desenvolvimento, difere nos diferentes ramos de produção, segundo as condições técnicas de cada um.

Formas de Organização e Controle: Fordismo e Taylorismo  

Os manuais de engenharia de produção, de ergonomia e de psicologia industrial, estão permeados da ideologia taylorista, traduzida explicitamente pelos seus princípios ou implicitamente pelos seus pressupostos.



A administração tradicional:  Funcionava com os mecanismos de iniciativa e incentivo. O administrador deveria induzir o trabalhador a usar a atividade, o melhor esforço, os conhecimentos tradicionais, a habilidade, a inteligência e a boa vontade, ou seja, sua INICIATIVA no sentido de dar maior rendimento ao patrão. O administrador deveria, para isso, fornecer um INCENTIVO, que poderia assumir várias formas.



Crítica à administração tradicional: A persuasão (incentivo) do operário só poderia ter efeito quando se tivesse o controle do trabalho. Logo a administração não poderia depender da iniciativa operária, mesmo porque os métodos de trabalho ainda guardavam algumas tradições das corporações de ofício e, portanto, eram obsoletas em face das necessidades econômicas de aumentar o excedente naquele momento histórico.



A Administração científica:  é um marco no desenvolvimento das técnicas de gestão e controle do trabalho. “A administração científica consiste fundamentalmente em certos princípios gerais ou numa filosofia, aplicável de muitos modos, mas a descrição do que algumas pessoas acreditam ser o melhor meio de implantar esses princípios gerais não deve ser, absolutamente, confundida com os princípios em si”.

Os Princípios ��

1) A interferência e disciplina do conhecimento operário sob o comando da gerência.”À gerência é atribuída ... A função de reunir os conhecimentos tradicionais que no passado possuíam os trabalhadores e então classificá-los, tabulá-los, reduzi-los a normas, leis ou fórmulas, grandemente úteis ao operário para execução do seu trabalho diário”. Estudos de tempos e movimentos para identificar o tempo ótimo para realizar uma tarefa. Estava eliminada a iniciativa do operário na escolha do melhor método. 2) Tratava da seleção e treinamento. Não se desejam qualidades profissionais, mas habilidades pessoais específicas para atender à exigência do trabalho. A par da seleção estava a necessidade de treinar o indivíduo, não em uma profissão, mas de modo que executasse uma tarefa conforme a gerência indicasse. 3) O planejamento e o controle do trabalho. Para cada uma das funções da produção deveria existir especialistas responsáveis (disciplina, reparação, métodos, preparação do trabalho etc.). Surgimento dos departamentos de PCP, TeM, CQ, AI, Ferramentaria etc. Surge a “Tarefa”ou a “Ordem de Produção” como elemento central da programação do trabalho. Ford e a linha de montagem 

Henry Ford (1863 – 1947)



Somente em 1913, dez anos após a inauguração da Ford Motor Company, que Ford aplicaria pela primeira vez, plenamente, os princípios da linha de montagem, substituindo o sistema de carretilhas aéreas, usado nos matadouros, pela esteira rolante, que passou a ter um funcionamento ininterrupto, combinando operações extremamente parceladas dos trabalhadores.

Os princípios: 

Sempre que for possível, o trabalhador não dará um passo supérfluo;

��

 

Não permitir, em caso algum, que ele se canse inutilmente, com movimentos à direita ou à esquerda, sem proveito algum. As regras gerais que nos levaram a consegui-los são as seguintes:



Tanto os trabalhadores como as peças devem ser dispostos na ordem natural das operações, de modo que toda peça ou aparelho percorra o menor caminho possível durante a montagem;



Empreguem-se planos inclinados ou aparelhos similares, de modo que o operário sempre possa colocar no mesmo lugar as peças em que trabalhos, e sempre ao seu alcance. Todas as vezes que for possível deve-se usar a gravitação como meio de transporte, para chegar às mãos do operário próximo à peça em trabalho;



Construa-se uma rede auxiliar para a montagem dos carros, pela qual, deslizando as peças que devem ser ajustadas, cheguem ao ponto exato onde são necessárias.

O resultado prático destas normas é a economia das faculdades mentais e a redução ao mínimo dos movimentos de cada operário que, sendo possível, deve fazer sempre o mesmo movimento ao executar a mesma operação. A simplificação e o parcelamento extremo do trabalho reduziu as necessidades de todo o potencial humano para o trabalho. Alargamento da oferta de trabalho. A linha de montagem tornou-se um notável instrumento de intensificação do trabalho. Trabalho produtivo e improdutivo 

Trabalho Produtivo: é aquele que serve diretamente ao capital como instrumento da sua auto-valoração, como meio para a produção da mais-valia.



Considerando uma mercadoria de forma isolada o trabalho produtivo é aquele que, numa parte alíquota desta, representa trabalho não pago.



Considerando o produto total, trabalho produtivo é aquele que, numa parte alíquota da massa total de mercadorias, representa ��

simplesmente trabalho não pago, ou seja um trabalho que nada custa ao capitalista. 

Trabalhador improdutivo: aquele que executa um trabalho produtivo. Ou seja, só é produtivo o operário cujo processo de trabalho seja igual ao processo de consumo produtivo de capacidade de trabalho – pertencente ao depositário desse trabalho – por parte do capital ou do capitalista..

Consequências 

Com o desenvolvimento da subordinação real do trabalho ao capital ou do modo de produção especificamente capitalista não é o operário individual que se converte no agente real do processo de trabalho no seu conjunto mas sim uma capacidade de trabalho socialmente combinada.

 

O trabalhador defronta-se com o capitalista, no mercado, como vendedor de um trabalho vivo, não de uma mercadoria. É UM TRABALHADOR ASSALARIADO



Todo trabalhador produtivo é um assalariado, mas nem todo assalariado é um trabalhador produtivo.



Assim, mesmo um trabalho de idêntico conteúdo pode ser produtivo ou improdutivo.

Fontes das definições de trabalho produtivo e de trabalho improdutivo em função do seu conteúdo material: 1) A concepção fetichista, que é peculiar do modo de produção capitalista. 2) Se se considerar o processo de trabalho enquanto tal, é produtivo o trabalho que desemboca num produto. 3) O estabelecimento da diferença entre o trabalho que se manifesta em artigos reprodutivos e o que se manifesta em meros artigos sumptuários.

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A Teoria Maxista da Reprodução do Capital I.

Pressupostos básicos 1) Que o capital realiza normalmente seu processo de circulação; 2) Que o capitalista que produz a mercadoria vende-a pelo seu valor; 3) Que o produtor capitalista é o proprietário de a mais-valia ou o representante de todos s que participam com ele do butim. 4) Encaramos a acumulação, de início, de um ponto de vista abstrato, como simples fase do processo imediato de produção. 5) Que a acumulação, quando ocorre de fato, é porque o capitalista conseguiu vender a mercadoria produzida e reconverter o dinheiro recebido em capital.

III.

A Reprodução 

“Qualquer que seja a forma social do processo de produção tem este de ser contínuo ou de percorrer, periódica e ininterruptamente, as mesmas fases. ... Por isso, todo processo social de produção encerrado em suas conexões constantes e no fluxo contínuo de sua renovação, é ao mesmo tempo processo de reprodução”.



As condições da produção são simultaneamente as da reprodução.



No modo capitalista de produção, o processo de trabalho é apenas um meio de criar valor; analogamente, a reprodução é apenas um meio de reproduzir o valor antecipado como capital, isto é como valor que se expande.

A reprodução Simples 

Refere-se a um sistema capitalista que preserva indefinidamente o mesmo volume e as mesmas proporções entre as várias partes. É um sistema que funciona ano após ano pelos mesmos canais e sem modificações, mas nos permite compreender a estrutura das

��

relações existentes no sistema como um todo, em sua forma mais clara e simples. Pressupostos: 1) Os capitalistas devem substituir anualmente o capital desgastado ou consumido e empregar toda a sua mais-valia em consumo; 2) Os trabalhadores devem gastar todo o salário, também, em consumo. Hipótese: Não há acumulação ou desgaste do estoque de meios de produção. O Esquema de Reprodução a) Setores econômicos: Setor I: onde os meios de produção são criados Setor II: onde os bens de consumo são produzidos b)

Condição básica da Reprodução I: c1 + v1 + m1 = w1 II: c2 + v2 + m2 = w2 c1 + c2 = c1 + v1 + m1



c2 = v1 + m1

v1 + m1 + v2 + m2 = c2 + v2 + m2



c2 = v1 + m1

Mostra apenas que o valor do capital constante utilizado no ramo de bens de consumo deve ser igual ao valor das mercadorias consumidas pelos trabalhadores e capitalistas empenhados na criação de meios de produção. Se essa condição for satisfeita, a escala de produção permanece inalterada de um ano para outro.

Produção e Renda 

Produção dos meios de produção e produção dos bens de consumo oferta total social de mercadorias.



Renda: a renda do capitalista que deve ser empregada em meios de produção para que ele mantenha sua posição como capitalista e no



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consumo (mais-valia); a renda do trabalhador (salários). de mercadorias.



Procura total

Análise 

Cada um dos dos itens do esquema de reprodução tem um caráter duplo pelo fato de representar um elemento de procura e ao mesmo tempo em elemento de oferta:

c1: constitui parte do valor dos meios de produção e também constitui parte das rendas dos capitalistas do setor I, derivada da venda dos meios de produção e normalmente destinada a ser empregada em novos meios de produção. Assim c1 representa tanto a oferta como a procura dos meios de produção. As trocas serão feitas entre os capitalistas do setor I.

v1: é oferta dos meios de produção e, por ser salário dos trabalhadores do setor um, é também procura de meios de consumo. Não há correspondência entre os elementos de oferta e procura.

m1: é oferta dos meios de produção e renda dos capitalistas do setor I e por isso é procura de meios de consumo. Não há correspondência entre os elementos da oferta e da procura.

v1 + m1: oferta de meios de produção sem destino e demanda de meios de consumo insatisfeita.

c2: oferta do bens de consumo e demanda de meios de produção. Não há correspondência entre oferta e demanda. Demanda insatisfeita.

v2 e m2: oferta e meios de consumo e demanda de meios de consumo. As trocas serão feitas entre os capitalistas do setor II.

C2: é demanda insatisfeita do setor II e v1 + m1 demanda insatisfeita do setor I. Ambos os setores pode estabelecer relações comerciais, desde que

c2 = v1 + m1

��



O esquema de reprodução simples é em essência um recurso para colocar a estrutura da oferta e procura da economia capitalista em termos de gêneros de mercadorias produzidas e de funções dos recipientes de rendas.

Reprodução Ampliada  

Como o capital nasce da mais-valia, Aplicação de mais-valia como capital ou conversão de mais-valia em capital é o que se chama de acumulação de capital.



Para acumular, é necessário transformar parte do produto excedente em capital. A mais-valia só pode ser transformada em capital porque o produto excedente, do qual ela é o valor, já contém os elementos materiais de um novo capital.

Pressupostos: 1) Os capitalistas devem substituir anualmente o capital desgastado e gastar a mais-valia em novos meios de produção e meios de consumo; 2) Os trabalhadores devem gastar todo o salário, também, em consumo. 2.2 Hipótese:  Há acumulação ou desgaste do estoque de meios de produção. O Esquema de Reprodução a) Setores econômicos: Setor I: onde os meios de produção são criados Setor II: onde os bens de consumo são produzidos b)

Condição básicas da Reprodução

I: c1 + v1 + m1 = w1 II: c2 + v2 + m2 = w2 ��

c1 + c2 + m1c + m2c = c1 + v1 + m1c + m1v + m1

c2 + m2c = v1 + m1v + m1 A Lei Geral da acumulação do Capital Examinar a influência que o aumento do capital tem sobre a sorte da classe trabalhadora.   Fatores mais importantes: A composição do capital e as modificações que experimenta no curso do processo de acumulação. 

A composição do capital a) Do ponto de vista da matéria que funciona no processo de produção (Composição técnica do capital): é determinada pela relação entre a massa dos meios de produção empregados e a quantidade de trabalho necessária para eles serem empregados. b) Do ponto de vista do valor (Composição segundo o valor ou composição orgânica do capital): É determinada pela proporção em que o capital se divide em constante, o valor dos meios de produção, e variável, o valor da força de trabalho, a soma global dos salários. Ou seja, é a medida da relação entre o capital constante e capital variável no capital total usado na produção. Em linguagem não-técnica, a composição orgânica do capital é uma medida da proporção na qual o trabalho é equipado com materiais, instrumentos e maquinaria no processo produtivo L = c/(c+v) 

A taxa de lucro: a razão entre a mais-valia e o investimento total de capital. É a razão crucial para o capitalista. L = m/(c+v)

Observações sobre a razão que determina a taxa de lucro: ��

1. Ao identificar diretamente a mais-valia como lucro, estamos supondo que nenhuma parte dela terá de ser paga como outra forma de renda. 2. A fórmula mostra a taxa de lucro sobre o capital realmente usado na produção de determinada mercadoria. 

Os fatores determinantes da taxa de lucro são idênticos aos fatores determinantes da mais-valia (índice dos salários, produtividade do trabalho, etc.)

A taxa de lucro é uma função da taxa de mais-valia e da composição orgânica do capital: L = m´(1 – q) Esta expressão foi obtida pelo seguinte artifício algébrico: �

 �

Acrescentamos v  ao numerador e ao denominador. A função não se altera; �

�  � � �

Somamos e subtraímos mc  ao numerador; �

 �  −  � � �

Colocamos m  em evidência; �

� � � −  � � �

Simplificamos; �

� � � � � �



�  � � �

Separamos de forma conveniente; �

 









 � � � ��

Substituímos m/v  por m´  �  � − � � 



� � − �

Esta última expressão tem a vantagem de mostrar claramente a relação entre a taxa de lucro, mais-valia e a composição orgânica do capital. Aumento da acumulação com a composição orgânica do capital constante: Acréscimo do capital implica acréscimo de sua parte variável. Se a COC não for alterada haverá um aumento na demanda por trabalho e do fundo de salários na mesma proporção do capital, e tanto mais rapidamente quanto mais rápido for o crescimento do capital.  A força de trabalho tem de incorporar-se continuamente ao capital como meio de expandi-lo, não pode livrar-se dele. Acumular capital é portanto aumentar o proletariado.  A elevação do preço do trabalho não liberta o trabalhador de sua condição de submissão ao capital, significando apenas redução quantitativa do trabalho gratuito que o trabalhador tem que realizar.  Ou o preço do trabalho continua a elevar-se por não perturbar a acumulação ou a acumulação retarda-se devido a elevação do preço do trabalho.  Não é a diminuição no crescimento absoluto ou proporcional da força de trabalho ou da população trabalhadora, que torna o capital supérfluo, mas, ao contrário, é o aumento do capital que torna insuficiente a força de trabalho explorável.   Não é o aumento que ocorre no crescimento absoluto ou proporcional da força de trabalho ou da população trabalhadora que torna o capital insuficiente, mas, ao contrário, é a diminuição do capital que torna superabundante a força de trabalho explorável ou excessivo o seu preço.  A magnitude da acumulação é a variável independente, o montante dos salários, a variável dependente, não sendo verdadeira a afirmação oposta. 

O Exercito Industrial de Reserva ��

Já sabemos o que Malthus e Ricardo pensam dos Salários. Para eles os Salários sobem conforme a população aumenta ou diminui.   A população aumenta quando os salários estão acima do nível de subsistência e diminui quando estão abaixo deste nível.  Marx rejeita este modo de ver a situação. Para ele também o nível de salário oscila para cima e para baixo do nível de subsistência, mas estas oscilações são causadas pelo excedente populacional relativo.  Este excedente de populacional é a quantidade de trabalhadores que não conseguem emprego no mercado de trabalho.  Este excesso de trabalhadores e denominado por Marx de “Exército industrial de reserva” 

Teoria das crises A natureza da crise capitalista  

A atenção do capitalista está focalizada na mais-valia; ele está interessado em fazer que esta seja a maior possível.  O êxito ou o fracasso não é julgado pelo tamanho absoluto da maisvalia, mas pelo seu tamanho em relação à grandeza do capital original, ou seja, pela relação m/c+v (taxa de lucro).  O capitalista está interessado em elevar ao máximo a taxa de lucro, que esse é o objetivo imediato que tem em vista ao empregar seu capital na produção.   Se algo acontecer à mais-valia, o capitalista reconsiderará imediatamente a possibilidade de lançar seu dinheiro em circulação. Senão vejamos: 1) Quando a mais-valia desaparecer ou se tornar negativa: o incentivo ao capitalista desaparece, este retirará seu capital, a circulação se contrairá e a crise, seguida da superprodução, terá início. 2) Quando a mais-valia cai, embora a taxa de lucro permaneça positiva: a motivação do capitalista não desaparecerá totalmente, mas haverá razão para esperar que em certos estágios os capitalistas possam reduzir suas

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operações o suficiente para provocar uma crise. A taxa de lucro usual não precisa ser uma cifra definida, basta que seja uma escala definida. 

Portanto, não é preciso que a taxa de lucro deva desaparecer ou tornese negativa, para produzir uma crise. É necessário apenas induzir os capitalistas a começar a reter seu capital em forma de dinheiro, à espera da volta de condições mais favoráveis.



A forma específica da crise capitalista é uma interrupção do processo de circulação, provocada por um declínio da taxa de lucro abaixo de seu nível usual.

Tipos de Crises I) Crises ligadas à tendência decrescente da taxa de lucro O processo de acumulação encerra em si uma tendência de declínio na taxa de lucro. Se essa tendência não for contida de forma contínua e gradualmente, o desfecho será a crise.  Satisfação plena da lei do valor.   Crise provocada pela elevação dos salários, que possa levar à redução do lucro e à redução da taxa de lucro. 

II) Crises de realização 



Se as mercadorias não são vendidas pelos seus respectivos valores, independente dos motivos, surge, então, outra possível fonte de decréscimo do lucro, pois estará havendo uma dificuldade para a realização do valor já corporificado nas mercadorias prontas para a venda. A crise resultante é de realização Nesse caso, o declínio do lucro já é um sintoma de desequilíbrio, intensificado pala crise iminente.

Tipos da crise de realização: Crises provocadas pela Desproporção 

Este tipo de crise decorre de um conhecimento incompleto, por parte dos capitalistas, dos mercados em que atuam, resultando que ora ��

muito pouco, ora demais é produzido, o que se reflete nos preços de venda, ora superiores, ora inferiores aos valores. 

Este fato, sem que as condições sejam modificadas, poderia ser resolvido pelas tendências que levariam à conformidade dos preços.



Na prática, porém, as condições se modificam, de forma que a conformidade dos preços de venda com valores é, na melhor das hipóteses, aproximada e temporária.

 

A desproporção entre os vários ramos da produção é o vetor principal desse tipo de crise, o que, por sua vez, tem raízes no caráter anárquico da produção capitalista.

A Crise provocada pelo subconsumo (Teoria do Subconsumo) O capitalismo tem uma tendência inerente de expandir a capacidade de produzir bens de consumo mais rapidamente do que a procura desses bens. Em outras palavras, há uma tendência a utilizar os recursos de tal modo que deforma a relação entre a oferta potencial e a procura potencial de bens de consumo. Formas de manifestação da tendência: I.

II.

Quando a capacidade se expande realmente e a dificuldade só se torna aparente quando um aumento no volume de bens de consumo começa a chegar ao mercado. Haverá, então, um ponto além do qual a oferta excede a procura em preços normalmente lucrativos, e ultrapassa-se o ponto em que a produção de bens de consumo, ou produção de capacidade adicional, ou mais provavelmente ambos, serão reduzidos. Nesse caso, então, a tendência em questão manifesta numa crise. Quando há recursos produtivos ociosos que não são utilizados para produzir capacidade adicional, porque se compreende que essa capacidade seria redundante, em relação à procura de mercadorias que pudesse produzir. Nesse caso, a tendência não se manifesta numa crise, mas numa estagnação da produção. ��

Hipótese 

Se todos os recursos são sempre igualmente utilizados, na ausência de forças contrabalançadoras, isso leva a uma contradição que só pode ser resolvida por uma violação da suposição original, que por sua vez significa, na prática, crise e estagnação.

Supostos I. II.

Que os trabalhadores consomem todos os salários; Que a mais-valia, em poder dos capitalistas, pode ser dividida em quatro partes: a primeira, que mantém seu consumo no nível anterior; a segunda, que aumenta se consumo; a terceira, que é acumulada e serve para empregar novos trabalhadores; e a quarta, que é acumulada e contribui para o estoque de capital constante: m = mcs+macs+mav+mac

mav+mac = acumulação mac = investimento * A acumulação é em parte consumida pelos trabalhadores e em parte investida em novos meios de produção. III.

IV.

Que os capitalistas extraem tanto lucro quanto possível, o que compreende um aperfeiçoamento constante dos métodos de produção, principalmente pela utilização de mais e mais máquinas e material por trabalhador. Que os capitalistas acumulam a maior parte possível dos lucros, o que implica na acumulação de proporções cada vez maiores de um lucro crescente.

Formalização 

Pela ótica do crescimento do consumo (demanda)

* Pelo suposto (II) a acumulação aumenta com o crescimento da mais-valia e os investimentos crescem com a acumulação. ��

* O consumo aumenta porque os capitalistas aumentam seu próprio consumo e investem parte de sua acumulação no aumento de salários. (aumento do consumo= macs+mav) * Mas, como pelo pressuposto (iv) o incremento do consumo do capitalista é uma proporção decrescente da acumulação total. ou seja, como o crescimento do consumo dos capitalista é menor do que o crescimento da acumulação, implica que a razão entre a taxa de crescimento do consumo e a taxa de crescimento dos meios de produção e decrescente.

0 < (a%demanda / a% mac) < 1 Pela ótica do crescimento da produção de de bens de consumo (oferta) * Considerando: A) a existência de uma relação definida entre a massa de meios de produção e a produção de bens de consumo (dada pela função de produção); B) a existência de uma relação definida entre os investimentos e a produção de bens de consumo; C) rendimentos constantes de escala (a relação tecnicamente determinada entre o estoque de meios de produção e a produção de bens de consumo permanece constante). * Partindo de uma situação de equilíbrio: a razão entre a taxa de crescimento da produção de bens de consumo e a taxa de crescimento dos meios de produção permanece constante.

0 < (a%oferta / a%investimentos) < 1 * Logo há uma tendência inerente para o crescimento da demanda por bens de consumo atrasar-se em relação ao crescimento do oferta.

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REFERÊNCIAS

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��

BLAUG, Mark. La teoria económica en retrospección. Madrid, Luiz Miracle, 1973. DOBB, M.. Teorias do valor e distribuição desde Adam Smith. Lisboa: Presença Martins Fontes. 1977 FLICHMAN, Guillermo. Sobre a teoria da renda fundiária. Estudos CEBRAP, São Paulo, (20): 29-73, abr/jun.1977. KEIPER, J.. Theory and measurement of rent. New York: Clinton Company. 1961. LENZ, M.aria Heloisa. A categoria econômica renda da terra. Porto Alegre/FEE. 1981. LENZ. Maria Heloisa. A teoria da renda da terra: Ricardo e Malthus. Ensaios FEE, Porto Alegre, v.6, n.1, p.81-104. 1985. MALTHUS, T. Princípios de Economia Política, Abril Cultural, São Paulo, 1978. MARX, K. Teorias da mais-valia. In: MARX, K. O capital. São Paulo: DIFEL. v.2 (História crítica do Pensamento Econômico, livro 4), 1983. MARX, Karl, ENGELS, Friedrich. Cartas sobre el capital. Barcelona, Laia, 1974. MARX, Karl. O Capital; crítica da economia política; Livro Terceiro: O processo global de produção capitalista. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira. v.6, 1978. MAZZUCCHELLI, Frederico. Economia e Sociedade, Campinas, v.11, n.1(18), p.185-192, jan/jun.2002. MARX, Karl. Theories of surplus value. London, Lawrence and Wishart, 1969. ��

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