Apostila de Semio II Completa

July 22, 2017 | Author: Rafael Oliveira | Category: Mouth, Nursing, Infection, Public Health, Drugs
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Faculdade Santa Emília de Rodat - FASER

Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem II

Org. Profª. Adriana Marques Pereira de Melo Alves Cizone Maria Carneiro Acioly Jacqueline Oliveira de Paiva Ferreira Maria Amélia de Sousa Maria de Fátima Alves dos Santos

2007

O conteúdo desta apostila constitui numa coletânea de textos sobre a assistência de enfermagem direcionada ao indivíduo, família e comunidade e, se torna, portanto, um dos meios para o aluno sistematizar seu conhecimento. Vale ressaltar que estes conteúdos devem ser complementados com outras leituras no sentido de enriquecer seu conhecimento. Que a leitura deste material sirva de alicerce para trilhar pela disciplina Semiologia e Semiotécnica em enfermagem, em busca de novos conhecimentos.

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO UNIDADE I Assistência de enfermagem nas necessidades de higiene pessoal

04

UNIDADE II Assistência de enfermagem na administração de medicamentos

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UNIDADE III Assistência de enfermagem nas necessidades de termoterapia e crioterapia

78

UNIDADE IV Assistência de enfermagem no tratamento de feridas

86

UNIDADE V Assistência de enfermagem na aplicação de ataduras

101

UNIDADE VI Assistência de enfermagem nas necessidades de oxigenioterapia

105

UNIDADE VII Assistência de enfermagem nas necessidades de sondagens

111

Cateterismo gástrico

111

Cateterismo vesical

117

Lavagem intestinal

128

UNIDADE VIII Assistência de enfermagem aos pacientes graves e agonizantes

REFERÊNCIAS

131

93

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS NECESSIDADES DE HIGIENE PESSOAL. A higiene é a ciência da saúde e quando é bem executada é importante para a saúde geral do indivíduo. A pele sadia íntegra é a primeira barreira de defesa contra a infecção e a lesão dos tecidos. Dentes e gengivas saudáveis são essenciais à manutenção das condições nutricionais. A má condição da cavidade oral representa fontes potenciais de infecção, assim como causa desconforto e dor ao paciente. Neste sentido, o fato de ajudar a se manter limpo através de remoção de impurezas, produtos de secreções e excreção, elimina muitas substâncias nas quais estas bactérias se reproduzem. Além disso, as medidas higiênicas ajudam o paciente a sentir-se mais confortável e relaxado. Freqüentemente, as pessoas doentes sentem-se preocupadas com os odores desagradáveis que se instala em seu corpo pela falta de higiene que, temporariamente ou não, estará suspensa. Sabemos que a auto-estima ficará afetada com o comprometimento da higiene de um paciente e que a resolução deste poderá se concentrar na execução desta higiene. Fatores que influenciam as medidas de higiene  Auto-imagem: O profissional não deve transmitir sentimentos de desaprovação se a higiene do paciente for insatisfatória;  Nível socioeconômico: Os hábitos de higiene são influenciados pelos recursos econômicos disponíveis do paciente.  Conhecimento: geralmente o seu nível de conhecimento influencia sua motivação e prática de higiene.  Variáveis culturais: As crenças culturais, a formação, a idade, os valores pessoais e os hábitos familiares influenciam nos cuidados de higiene do indivíduo.  Preferências pessoais: Cada paciente tem seus hábitos pessoais e de higiene. O profissional de Enfermagem pode adotar horários em um plano individualizado. O profissional de Enfermagem deve procurar manter seus pacientes limpos e livres de maus odores, incentivando para que participem do seu autocuidado.

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HIGIENE ORAL Conceito É a limpeza da cavidade oral, ou seja, dentes, gengivas, lábios, véu palato e língua. Um dos fatores essenciais à manutenção da saúde é prevenir o aparecimento de infecção na boca, pois esta faz parte do sistema digestório e também do respiratório. A higiene oral é indicada pela manhã, após as refeições e de 02 em 02 horas em pacientes graves, febris, e com SNG. Objetivos Proporcionar conforto e bem estar ao paciente, favorecendo o aumento do apetite e permitindo que ele se sinta socialmente aceitável; - Evitar halitose; - Prevenir cáries dentárias; - Prevenir infecções bucais, digestivas e respiratórias; - combater infecções já instaladas;

PACIENTE QUE PODE CUIDAR DE SI Material Escova de dente ou espátula e gaze; - creme dental ou solução dentrifícia; - copo com água; cuba rim ou similar; - toalha de rosto; Lubrificante para os lábios, se necessário; Procedimentos 1. Explicar ao paciente o procedimento e observar as condições da cavidade oral. 2. Lavar as mãos 3. Prepara o material necessário 4. Erguer a cabeceira da cama (posição de fowler) ou solicitar ao paciente que se sente. 5. Fornecer a toalha de rosto para que proteja o tórax. 6. Dispor o material junto ao paciente. 7. Solicitar ao paciente que escove a face anterior e posterior dos dentes, no sentido gengiva-dente inclusive a língua; 8. Orientar o paciente para que deixe escorrer a água na cuba rim por um dos cantos da boca, enxaguando bem a cavidade oral; 9. Solicitar ao paciente que enxugue a boca com a toalha de rosto. 10. Orientar o paciente para enxaguar, secar e guardar a escova de dente; 11. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem

12.Fazer anotações na prescrição do paciente: horário; condições da cavidade bucal.

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PACIENTE DEPENDENTE Material: acrescentar ao material tubo plástico (canudo) e Saco de lixo. Procedimentos 1. Orientar o paciente sobre o procedimento, observando as condições da cavidade oral. 2. Lavar as mãos 3. Preparar o material 4. Erguer a cabeceira da cama (posição de fowler) 5. Colocar a toalha de rosto sobre o tórax do paciente. 6. Colocar a cuba rim próxima ao rosto do paciente. 7. Umedecer a escova na água, colocar creme dental. Na falta de escova, umedecer a gaze envolta na espátula com solução dentrifícia. 8. Escovar a face anterior e posterior dos dentes no sentido gengiva-dente. 9. Escovar a língua evitando feri-la e provocar náuseas 10. Oferecer água para o paciente bochechar e enxaguar a boca; se necessário, usar canudo. 11. Orientar o paciente para que deixe escorrer a água na cuba rim, por um dos cantos da boca. 12. Retirar a cuba rim e enxugar a boca com a toalha de rosto 13. Lubrificar os lábios, se necessário. 14. Enxaguar a escova de dente, seca-la e guarda-la; 15. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem. 16. Lavar as mãos. 17. Fazer anotações na prescrição do paciente: horário; condições da cavidade bucal.

HIGIENE ORAL EM PACIENTE INCONSCIENTE Material Duas espátulas e gaze; copo com solução dentifrícia (Cepacol ou similar a 50% e bicarbonato de sódio a 2%); saco para lixo; toalha de rosto; um par de luvas de procedimento; lubrificante para os lábios; Para paciente entubado um aspirador montado.

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Procedimento 1. Informar ao paciente sobre o procedimento, observando as condições da cavidade oral. 2. Lavar as mãos 3. Preparar o material 4. Posicionar o paciente de lado e lateralizar a sua cabeça colocando a toalha; 5. Envolver a gaze na espátula ou pinça e umedece-la com solução dentifrícia 6. Abrir a boca do paciente com o auxilio da outra espátula e, delicadamente, friccionar a espátula envolta em gaze nos dentes, gengiva e língua. 7. Repetir a limpeza quantas vezes for necessária, trocando as gazes. 8. Secar os lábios e lubrifica-los. 9. Retirar a toalha de rosto, deixar o paciente confortável e a unidade em ordem. 10. Lavar as mãos 11. Fazer anotações na prescrição do paciente: horário; condições da cavidade bucal (ex. presença de sangramento gengival, mucosa ressecada, ulcerações ou crostas na língua). Cuidados importantes 1. Orientar ou fazer higiene oral no mínimo três vezes ao dia 2. Quando o paciente apresentar gengivas edemaciadas ou sangrando, usar bolas de algodão para a limpeza dos dentes. 3. Para lábios ressecados recomenda-se usar pomada específica, manteiga de cacau ou vaselina. 4. Cuidados com a prótese dentária. a. Proceder à limpeza das próteses. b. Orientar ou fazer a higiene oral e recolocar a prótese. c. Qualquer anormalidade observada na cavidade oral (cáries, aftas, moniliases), anotar no prontuário e comunicar ao médico assistente. d. No caso de pacientes que necessitam permanecer sem a prótese, a mesma deverá ser mantida em solução anti-séptica em recipiente identificado (ex.: inconsciente, fratura mandibular, traumatismo facial). e. Efetuar a troca da solução anti-séptica diariamente.

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TRATAMENTO DE PEDICULOSE Conceito É a eliminação de parasitas (parasitas hematófagos), conhecidos popularmente por PIOLHOS. São encontrados no couro cabeludo e regiões pilosas do corpo. Objetivos Evitar a propagação de infecções e pedículos; Proporcionar higiene e conforto; Proporcionar higiene do couro cabeludo. Material Solução para pediculose (Benzoato de Benzila, Tetmosol, micosina, preparados caseiros); um par de luvas; toalha de banho ou similar e impermeável; fita adesiva; bolas de algodão; pente; recipiente para lixo; biombo. Procedimentos 1. Lavar as mãos 2. Explicar ao paciente o procedimento. 3. Desocupar a mesa-de-cabeceira e colocar biombo. 4. Lavar as mãos 5. Preparar o material. 6. Levar o material para junto do paciente, organizar a bandeja 7. Calçar as luvas 8. Forrar o travesseiro com o impermeável e toalha de banho. 9. Aplicar a solução para pediculose, mecha por mecha – com auxilio de algodão e pente – umedecendo todo o cabelo e o couro cabeludo (começando pelo lado mais distante para o mais próximo); 10. Envolver a cabeça do paciente com a toalha de banho, fixando-a com fita adesiva, de maneira que todo o cabelo permaneça oculto por duas horas, no mínimo. De preferência colocar a noite para que seja retirado no outro dia, não deixando que os outros pacientes saibam; 11. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.

9

12. Lavar as mãos. 13. Fazer anotações na prescrição do paciente: horário; reações do paciente. Cuidados importantes No caso de pedículos nos pêlos da região pubiana, convém executar tricotomia na área. 1. Proceder ao tratamento de pediculose e lêndeas por três dias consecutivos após uma semana do primeiro dia de tratamento, ou de acordo com indicação da solução aplicada. 2. Duas horas após o tratamento, realizar a higiene dos cabelos prosseguindo posteriormente com o tratamento de lêndeas, conforme a técnica padronizada. 3. Evitar que a solução atinja os olhos. 4. Caso o paciente concorde, cortar os cabelos. 5. Em casos de pedículos nos cílios usa-se pomada de óxido amarelo de mercúrio; 6. Devido ao ciclo biológico do parasita, recomenda-se mais de uma aplicação do produto para exterminar os pedículos; 7. Após a aplicação do produto faz-se necessário a troca de toda a roupa de cama e colocação desta em um saco plástico com a identificação Piolho.

REMOÇÃO DE LÊNDEAS Conceito: É o extermínio de ovos dos pedículos nos fios de cabelo, que precisam ser removidos para extermínio completo dos parasitas. Objetivo: Exterminar e remover as lêndeas. Material: Vinagre puro aquecido ou ácido acético a 5%; bolas de algodão; pente fino e gazes; toalha de banho e impermeável; recipiente de lixo; um par de luvas. Procedimentos 1. Explicar ao paciente o procedimento 2. Lavar as mãos. .

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3. Preparar o material. 4. Forrar o travesseiro com a toalha de banho ou, caso o paciente esteja sentado, coloca-la nos ombros. 5. Embeber o algodão no vinagre aquecido. Aplicar ao longo dos cabelos, mecha por mecha. 6. Deixar o vinagre nos cabelos, no mínimo meia hora. Neste período, utilizar o pente fino ou gazes para remover as lêndeas. 7. Fazer higiene dos cabelos. 8. Trocar a roupa de cama e do paciente. Coloca-la dentro do saco plástico e lacra-la com a identificação de PIOLHO. 9. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem. 10. Lavar e guardar o material. 11. Lavar as mãos. 12. Fazer anotações na prescrição do paciente: horário; reações do paciente. Cuidados importantes 1. Fazer aplicação de vinagre durante três dias consecutivos. Até a remoção completa de todas as lêndeas. 2. Repetir o tratamento após uma semana do primeiro dia do tratamento. HIGIENE DOS CABELOS Conceito: Consiste na limpeza do couro cabeludo e dos cabelos do paciente acamado. Objetivos: Proporcionar conforto; Estimular a circulação do couro cabeludo; Proteger o couro cabeludo. Eliminação da seborréia; Evitar o aparecimento de pedículos, caspas e infecções. Material: Impermeável ou saco de lixo plástico com as duas extremidades abertas e a lateral até o meio envolvendo o cobertor (na forma de um funil); toalha de banho e rosto; impermeável; cuba rim; duas bolas de algodão; cotonetes; recipiente para lixo; jarro com água morna e adaptador com borracha de látex, chuveiro ou pinça; balde vazio; papel toalha; um par de luvas; shampoo ou sabão líquido; pente.

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CONFECÇÃO DE UM FUNIL COM COBERTOR E IMPERMEÁVEL a) Dobrar o cobertor ao centro no sentido diagonal. b) Enrolar e entrelaçar suas extremidades de modo a formar um círculo. c) Envolver o cobertor com a extremidade do saco plástico que está aberta na lateral e deixar a outra extremidade para que seja colocada dentro do balde no ato do banho. Procedimentos 1.Explicar ao paciente o procedimento. 2.Preparar o ambiente: fechar janelas; esvaziar a mesinha-de-cabeceira. 3.Preparar o material. 4.Lavar as mãos. 5.Forrar o travesseiro com o impermeável e sobre este, colocar a tolha de banho. 6.Colocar a toalha de rosto no ombro do paciente. 7.Colocar o travesseiro sob os ombros do paciente. 8.Colocar o rolo com o impermeável (funil) sob a cabeça do paciente. 9.Colocar a escadinha próxima da cabeceira da cama. Forra-la com papel toalha e colocar o balde em cima da mesma. 10.

Colocar a extremidade mais fina do impermeável (bico do funil) dentro do balde.

11.

Calçar as luvas.

12.

Colocar as bolas de algodão nos ouvidos do paciente.

13.

Irrigar, ensaboar e massagear o couro cabeludo com a polpa dos dedos.

14.

Enxaguar retirando todo o sabão.

15.

Retirar o impermeável do rolo com cuidado para não molhar o cobertor.

16.

Repetir os itens 12 e 13 quantas vezes forem necessárias.

17.

Enxugar a cabeça com a toalha de rosto e retirar as bolas de algodão do ouvido

18.

Colocar o travesseiro no lugar.

19.

Limpar os ouvidos com cotonetes.

20.

Pentear os cabelos.

12

21.

Retirar o impermeável e toalha de banho do travesseiro.

22.

Lavar e guardar o material.

23.

Lavar as mãos.

24.

Anotar na prescrição do paciente: horário; reações do paciente; condições do couro cabeludo.

Cuidados importantes 1. Observar condições do couro cabeludo (lesões, lêndeas, pedículos, etc.). 2. No caso de cabelos embaraçados, aplicar álccol com auxilio de bolas de algodão. 3. Evitar que escorra água e sabão nos olhos do paciente. 4. Pentear os cabelos iniciando das pontas para a raiz. 5. Preferencialmente, estas técnicas devem ser executadas por duas pessoas.

TRICOTOMIA Conceito: É a retirada de pêlos de uma determinada área. Objetivos: Preparar uma área para cirurgias ou exames; - Facilitar a higiene. Material: Aparelho de barbear; cuba de anti-sepsia; água; recipiente com sabão; gazes; papel higiênico; recipiente para lixo; biombos e foco auxiliar, se necessário; toalha impermeável. Procedimentos 1. Lavar as mãos. 2. Comunicar ao paciente o procedimento e sua finalidade. 3. Preparar o material. 4. Cercar a cama com biombo, se necessário. 5. Proteger a cama com impermeável, se necessário. 6. Colocar o paciente em posição confortável e expor apenas a área a ser tricotomizada. 7. Ensaboar as bolas de algodão, aplicando-as na pele em pequenas áreas de cada vez.

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8. Esticar a pele com uma das mãos e, com a outra, raspar seguindo a direção do crescimento dos pêlos. 9. Retirar o excesso de pêlos do aparelho com papel higiênico e/ou com a água da cuba. 10. Com a gaze, remover os pêlos soltos. 11. Revisar a área tricotomizada e refazer a raspagem nos pintos necessários. 12. Encaminhar o paciente ao chuveiro ou lavar e enxugar a área. 13. Proceder á desinfecção do material conforme rotina e desprezar a lâmina no recipiente de material cortante. 14. Lavar as mãos. 15. Anotar na prescrição do paciente: horário; área tricotomizada. Cuidados importantes 1. Fazer a tricotomia na sala de curativo, sempre que possível. 2. Na tricotomia de pêlos longos, cortar os cabelos com tesoura antes de iniciar a raspagem. 3. Limpar bem a cicatriz umbilical, quando for tricotomia abdominal. 4. Nas proeminências ósseas, cuidar para não cortar o paciente. 5. Na tricotomia ciliar, lubrificar a tesoura (curva, de preferência) com vaselina para que os pêlos fiquem retidos na mesma.

HIGIENE ÍNTIMA FEMININA (Lavagem externa feminina) Conceito: É a lavagem da região genital e perianal. Objetivos: Proporcionar limpeza e conforto da paciente; Prevenir infecções; Auxiliar no tratamento de infecções. Indicações  Pela manhã e à tarde  Pacientes com corrimento  Pacientes com sangramento vaginal  Antes de curativos ginecológicos  Antes da realização de cateterismo vesical

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 Após o ato de micção e evacuação  Após parto eutócico Material: Biombo; comadre forrada; jarra com água morna; toalha de banho ou rosto; Impermeável; sabonete líquido ou solução medicamentosa prescrita; cuba rim ou similar; bolas de algodão; gazes; um par de luvas de látex; recipiente para lixo. Procedimentos 1. Identificar os pacientes em risco de contrair infecções genitais, isto é, presença de cateter, incontinência fecal e infecção cirúrgica; 2. Orientar a paciente sobre o procedimento, observando as condições de higiene. 3. Prepara o ambiente cercando o leito com biombo, desocupar a mesa de cabeceira e dispor uma cadeira aos pés da cama. 4. Preparar o material 5. Lavar as mãos 6. Levar o material e dispô-lo na mesa de cabeceira, de modo que facilite o procedimento. Bandeja na mesa de cabeceira e comadre na cadeira. 7. Soltar o lençol protetor do paciente coloca-lo na diagonal e fazer o sapatinho. 8. Colocar a toalha transversalmente sob a região pubiana. 9. Colocar a comadre forrada sob as nádegas. 10. Pedir a paciente para fletir as pernas mantendo-as separadas e protegidas com lençol. 11. Calçar as luvas de látex. 12. Irrigar as coxas e púbis 13. Ensaboar e secar as regiões antes citadas 14. Enxaguar e secar as regiões antes citadas. 15. Colocar gazes dobradas na região inguinal 16. Separar com uma das mãos os grandes lábios; utilizando bolas de algodão, ensaboar os grandes lábios, fazendo movimentos de cima para baixa. 17. Utilizar outra bola de algodão para proceder à limpeza do vestíbulo vaginal, observando as condições do clitóris e do orifícios (meato uretral, vaginal e glândulas). 18. Lavar o ânus e região perianal por ultimo. Utilizar movimentos delicados e trocar as bolas de algodão quantas vezes necessárias.

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19. Enxaguar irrigando. 20. Retirar a comadre e enxugar com a toalha 21. Deixar a paciente confortável e a unidade em ordem 22. Fazer desinfecção do materiais e guardá-los 23. Lavar as mãos 24. Fazer anotações na prescrição da paciente: horário; condições da região e queixas do paciente. Obs.: NA HIGIENE ÍNTIMA MASCULINA (Lavagem externa masculina), muda-se apenas o item 16 e 17, onde se deve proceder da seguinte maneira: a) Afastar o prepúcio e ensaboar com bolas de algodão – no sentido meato uretral – raiz do pênis – bolsa escrotal – voltar o prepúcio à posição norma após enxaguar. b) E o item 07, onde se deve descer o lençol em leque até o joelho. Cuidados importantes 1. Retirar todo o sabão ao enxaguar e enxugar corretamente para evitar irritação da pele. 2. Sempre que possível, orientar e estimular o paciente a auxiliar na higiene. 3. Manter o diálogo constante e respeitar a privacidade.

BANHO NO LEITO Conceito: É o método utilizado para higiene corporal realizada no leito. É indicada uma vez ao dia de preferência pela manhã e sempre que for necessário. Objetivos: Remover odores. – Proporcionar um bom sono e repouso. Limpar e proteger a pele; Estimular a circulação; Proporcionar conforto físico e mental ao paciente. Aliviar a sensação de fadiga. Identificar alterações na integridade da pele. (ex.: Úlcera de pressão). Material: Biombo; cotonete; roupa de cama; toalhas de banho e rosto; camisola ou pijama; um par de luvas de banho; sabonete; cuba rim ou similar; uma bacia; um balde para desprezar a água utilizada; jarra com água morna; hidratante; comadre forrada; material para desinfecção

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concorrente; recipiente para lixo; pente; material para higiene íntima; material para higiene oral. Procedimentos 1. Orientar o paciente,observando as condições de higiene. 2. Preparar o material. 3. Prepara o ambiente: colocar biombo; fechar janelas, se necessário. 4. Afastar a mesinha de cabeceira e retirar o material da mesma. 5. Lavar as mãos. 6. Colocar o material de modo que facilite a execução do procedimento. 7. Colocar a roupa de cama no espaldar da cadeira. Fronha, camisola e toalhas no assento da mesma. 8. Soltar as roupas de cama. 9. Improvisar hamper, evitando colocar as roupas no chão 10. Desamarrar as tiras da camisola e tira-la por baixo do lençol, não expondo o paciente. 11. Fazer a higiene do rosto. a. Lavar os olhos sem sabão. b. Ensaboar, enxaguar, enxugar e secar o rosto, orelhas e pescoço anterior e posterior. c. Limpar ouvidos e nariz com cotonetes. 12. Proteger o tórax com a toalha de banho no sentido transversal. Colocar os membros superiores sobre a mesma. Dobrar o lençol em leque até a cintura. 13. Ensaboar, enxaguar e enxugar o antebraço, braço, escápula e por último a axila, no sentido de baixo para cima friccionando e fazendo movimentos circulatórios; Começando do lado distal para o proximal. 14. Mergulhar as mãos na bacia, ensaboar, enxaguar e enxuga-las. 15. Abaixar o lençol em leque até o abdome sem expor o paciente. 16. Colocar a toalha de banho, no sentido Transversal, do tórax até o abdome. 17. Ensaboar, enxaguar e enxugar o tórax e abdome. Tomar cuidados especiais ao lavar as pregas inframamamárias nas mulheres, observando sinais de assaduras; 18. Colocar a toalha de banho, no sentido longitudinal, sob os membros inferiores. Começando do distal para o proximal.

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19. Ensaboar,enxaguar e secar, no sentido de baixo para cima friccionando e fazendo movimentos circulatórios. 20. Colocar um dos pés na bacia , lavar, enxaguar e secar. Em seguida fazer proceder da mesma forma no outro pé. Desprezar a luva. 21. Colocar comadre e fazer higiene íntima conforme técnica descrita anteriormente. 22. Desprezar a luva e toalha de rosto 23. Retirar a comadre e posicionar o paciente em decúbito lateral. 24. Forrar o lençol com a toalha de banho. Ensaboar e enxugar as costas, coxa posterior, glúteos e interglúteos. 25. Massagear, com vaselina sólida, as costas no sentido do retorno venoso, coxa posterior e glúteos. 26. Trocar a roupa de cama fazendo a desinfecção concorrente. 27. Massagear com vaselina sólida os membros superiores no sentido do retorno venoso. 28. Colocar a camisola ou pijama e pentear os cabelos. 29. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem. 30. Fazer a desinfecção do material usado e guarda-lo. 31. Lavar as mãos. 32. Fazer anotações na prescrição do paciente: horário; condições da pele (sinais de escara, pele ressequida, lesões); cavidade bucal e couro cabeludo. Cuidados importantes 1.

Retirar o sabão ao enxaguar e enxugar corretamente para evitar irritações na pele.

2.

Trocar a água sempre que necessário.

3.

Manter o diálogo constante e respeitar a privacidade.

4.

Sempre que possível, orientar e estimular o paciente a auxiliar na higiene.

5.

Utilizar vaselina em pele seca e álcool em pele oleosa.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Essa técnica de Enfermagem é merecedora de reflexão na prática de Enfermagem, pois envolve aspectos legais e éticos de impacto na prática de Enfermagem. Na nossa realidade de trabalho este procedimento quase sempre é executado por auxiliares e técnicos de Enfermagem. Neste sentido a administração de medicamentos consiste: Em uma das mais sérias responsabilidades que pesam sobre o Enfermeiro Administrar medicamentos é um papel fundamental à maioria da equipe de Enfermagem. Não é somente uma tarefa mecânica a ser executada em complacência rígida com a prescrição médica. Requer pensamento e o exercício de juízo profissional. Sendo assim, uma falha pode ter conseqüências irreparáveis. A terapia medicamentosa consiste na administração de substâncias químicas que modificam o funcionamento corporal, de modo a obter um efeito terapêutico. 1.

Drogas: é qualquer substância química capaz de produzir efeito farmacológico.

2.

Formas das drogas: as drogas estão disponíveis em uma variedade de formas e preparados, tais com: a. Cápsula: fórmula sólida para uso oral, medicamento envolto numa cápsula de gelatina, em forma de pó, líquido ou óleo. b. Loção: droga em suspensão líquida que é aplicada externamente para proteger a pele; c. Pasta: preparado semi-sólido mais espesso, absorvido mais lentamente. d. Pílula: forma sólida que contém uma ou mais droga. e. Solução: preparado líquido que pode ser usado via oral, parenteral ou externamente, também pode ser instilado para um interior de um órgão ou cavidade do corpo; dever ser estéril se o uso for parenteral. f. Supositório: forma sólida misturada com gelatina sob forma de olinha para inserção em uma cavidade do corpo (reto ou vagina); desfaz-se quando atinge a temperatura do corpo.

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g. Suspensão: partículas de drogas finamente divididas que estão dispersas em um meio líquido; quando deixadas em repouso as partículas assentam-se no fundo do frasco, comumente uma forma de apresentação oral que não deve ser administrada por via endovenosa. h. Xarope: medicação dissolvida em uma solução concentrada de açúcar. i. Comprimido: forma em pó, comprimida em discos ou cilindros rígidos. 3.

Problemas relacionados com os efeitos das drogas a. Efeito desejado: é a resposta desejada ou previsível que a droga causa ao paciente. Os efeitos das drogas podem ser influenciados por outros fatores individuais e ambientais, tais como: Diferenças genéticas, variáveis fisiológicas (sexo, idade, peso, estado nutricional e estado da doença), condições ambientais ( o estresse e a exposição ao frio e ao calor), fatores psicológicos (a atitude de um paciente, a reação ao propósito de uma droga). b. Efeitos colaterais: são efeitos adversos da droga. Efeitos leves como náusea discreta, podem ser aceitáveis se o beneficio da droga for maior. Estes efeitos podem ser inofensivos ou prejudiciais. c. Efeitos tóxicos: desenvolve-se após a ingestão prolongada de doses altas de medicamentos, ou quando uma droga acumula-se no sangue em função de deficiência no metabolismo ou excreção. d. Reações idiossincráticas: o paciente reage de modo excessivo ou deficiente ao medicamento ou tem uma reação diferente da normal. e. Reações alérgicas: podendo ser de forma leve ou grave, dependendo do individuo ou da droga. f. Vício: é a dependência física e/ou psicológica da droga, em função do bem-estar ou alívio do sintoma. Obs.: medicamentos iguais podem provocar reações diferentes em indivíduos diferentes.

1.

Classificação da dosagem: a. Dose de manutenção: é a dose necessária para manter os níveis desejáveis b. Dose mínima: menor quantidade do medicamento em produzir o efeito terapêutico.

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c. Dose máxima: é a maior quantidade da droga capaz de produzir efeito terapêutico sem danos para o organismo. d. Dose letal: quantidade necessária para causar a morte. 2.

Componentes essenciais da prescrição médica: a. Nome completo do paciente: distingue o paciente de outras pessoas homônimas. b. Data e hora em que a prescrição é feita: dia, mês e ano são incluídos. A hora ajuda a esclarecer certas medicações foram atualizadas ou suspensas. c. Nome do medicamento: a grafia correta é muito importante. d. Dosagem: são incluídas a dosagem e potência do medicamento. e. Via de administração: são usadas abreviaturas comuns para indicar as vias f. Tempo e freqüência de administração: serve para saber quando iniciar o tratamento e por quanto tempo. g. Assinatura do médico ou profissional de enfermagem: a assinatura transforma a prescrição em requisição legal.

Regras gerais na administração de medicamentos. 1.

Todo medicamento a ser administrado ao paciente dever ser prescrito pelo médico ou profissional de enfermagem.

2.

Lavar as mãos antes de prepara e administrar o medicamento

3.

Fazer a desinfecção concorrente da bandeja antes do preparo e após administração do medicamento.

4.

Manter o local de preparo de medicamento limpo e em ordem.

5.

Anotar qualquer anormalidade após administração do medicamento (vômitos; diarréia; erupções; urticárias, etc.).

6.

Não conversar durante o preparo do medicamento para não desviar a atenção.

7.

A prescrição do paciente deve ser mantida à vista do executante.

8.

Ao prepara a ao administrar, seguir a regra dos CINCO CERTOS: a. Paciente certo b. Via certa c. Dose certa

21

d. Horário certo e. Medicamento certo 9.

Certificar-se das condições de conservação do medicamento (sinais de decomposição; turvação; deteriorização; precipitação, etc.).

10.

Nunca administrar medicamento sem o rótulo.

11.

Ler o rótulo do medicamento três vezes: a. Antes de retirar o recipiente do local onde estiver (farmácia; armário; etc.). b. Antes de preparar o medicamento. c. Antes de guardar o recipiente no local apropriado.

12.

Sempre verificar a data de validade do medicamento.

13.

Em caso de dúvida nunca administrar o medicamento, até que a mesma seja esclarecida.

14.

Os antibióticos devem ser administrados no máximo 15 minutos antes ou 15 minutos depois do horário prescrito

15.

Não administrar medicamento preparado por outras pessoas, evitando assim causar danos ao paciente.

16.

Manter sob refrigeração medicamentos como: insulina; vacinas; soro antiofídico, antitetânico, anti-rábico; supositórios; alguns antibióticos; frascos de Nutrição Parenteral Prolongada (NPP); entre outros.

17.

Controlar rigorosamente os narcóticos e seus derivados, guardando-os em GAVETA FECHADA COM CHAVE.

18.

Registrar todos os narcóticos e guardar as ampolas utilizadas.

19.

Identificar o paciente, certificando-se do seu nome completo.

20.

Manter a bandeja de medicamento sempre à vista do executante.

21.

Orientar quanto ao perigo da automedicação.

22.

Posicionar o paciente adequadamente mantendo-o confortável.

23.

Identificar a seringa ou recipiente de via oral: enfermaria; leito; via; nome do medicamento, hora a ser administrado.

24.

Checar e rubricar o horário do medicamento administrado durante a noite, com tinta vermelha e durante o dia com azul.

22

25.

Ao prepara o medicamento, colocar um ponto (•) ao lado do horario da medicação da prescrição médica, evitando administração em dose dupla ou não administração do mesmo. Ex: 8•, 10•;

26.

Circular o horário em azul e anotar o motivo na coluna da observação quando. a. O medicamento está em falta no hospital. b. O paciente recusa o medicamento ou apresenta náuseas ou vômitos. Comunicar ao médico responsável e aguardar a sua conduta. c. O paciente está em jejum. d. O paciente não se encontrar na unidade. e. O medicamento foi suspenso. f. Caso o medicamento não tenha sido administrado por esquecimento. Obs.: Medicamento não identificado, fora do prazo de validade, ou com embalagem avariada, deve ser desprezado.

Administração de medicamentos: É o processo de preparo e introdução de substância química no organismo humano, visando a obtenção de efeito terapêutico. Vias de administração.  Gastrintestinal: ora ou bucal; sublingual; gástrica; retal, duodenal.  Cutânea ou tópica;  Auricular;  Nasal;  Ocular;  Vaginal;  Parenteral: intradérmica (ID); subcutânea (SC); intramuscular(IM); endovenosa(EV) ou IV); Cuidados na diluição •

Todas as drogas que provocam irritações e com gosto forte, devem ser diluídas, caso não haja contra-indicação.



Satisfazer o quanto possível os pedidos do paciente quanto ao gosto, que pode ser melhorado, dissolvendo-se o medicamento em água, leite, suco de frutas.

23



Xaropes devem ser administrados puros ou com leite quente.



Salicilatos, digital, corticóides, irritam a mucosa gástrica e põem produzir náusea e vômitos. Devem ser servidos com leite e/ou durante as refeições .



O óleo de rícino ou outros óleos podem ser misturados com suco de laranja, limão ou chá ou café.



Antibióticos, de maneira geral , devem ser ingeridos somente com água, não distante das refeições.



Medicamentos que danifiquem o esmalte dos dentes devem ser administrados com o uso de canudinho.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR VIA GASTRINTESTINAL É a via em que a absorção da droga ocorre no aparelho gastrointestinal. Objetivos -

Obter efeitos no trato digestivo; - Produzir efeitos sistêmicos após a absorção na circulação sangüínea.

Via oral – é a administração de medicamentos pela boca. Contra-indicações  Pacientes incapazes de deglutir ou inconscientes.  Em casos de vômitos.  Quando o paciente está em jejum para cirurgias ou exames. Vantagens  Método simples de administração.  Econômico por custarem menos.  Seguro por não romper as defesas orgânicas. Desvantagens  Paladar desgostoso.  Irritação gástrica.

24

 Uso limitado, no caso de clientes estar com dieta zero.  Avaliação inadequada da absorção.  Efeito sobre os dentes.  Não pode ser administrado em cliente inconsciente. Formas de apresentação  Forma líquida (xarope, suspensão, elixir, emulsão, outros).  Forma sólida (comprimidos, drágeas, cápsulas, pérolas, pastilhas, outros). Material: conta-gotas; copos graduados ou colher; gaze; fita adesiva; recipiente para medicamento sólido. Procedimentos 1.

Lavar as mãos

2.

Identificar o paciente, perguntando seu nome completo.

3.

Verificar as condições do paciente: condições de deglutição; presença de SNG; higiene das mãos.

4.

Verificar se o paciente não está em jejum.

5.

Prepara o material mantendo a prescrição medica próximo à bandeja.

6.

Colocar os medicamentos nos recipientes adequados com a respectiva identificação: nome do paciente; quarto; leito; via; nome do medicamento abreviado (com fita adesiva. Esparadrapo ou etiquetas auto-adesivas).

7.

Diluir o medicamento se necessário

8.

Chamar o paciente pelo nome completo.

9.

Informar o paciente o nome e a ação do medicamento.

10.

Certificar-se de que o paciente tenha deglutido o medicamento.

11.

Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.

12.

Lavar as mãos.

13.

Checar o horário da administração do medicamento.

14.

Anotar qualquer intercorrências antes, durante e após administração do medicamento.

25

Obs.: Sempre colocar o medicamento na tampa invertida do vidro ou em copos, nunca oferecer o medicamento ao cliente na sua própria mão. Cuidados importantes 1.

Antes de prepara o medicamento certificar-se da dieta, jejum e ou controle hídrico do paciente.

2.

Ao manusear vidros com medicamentos líquidos, colocar o rotulo voltado para a palma da mão para evitar suja-lo.

3.

Homogeneizar os medicamentos em suspensão antes de colocar no recipiente.

4.

O copo graduado tem as seguintes medidas (sistema caseiro): a. 15 ml = 1 colher de sopa. b. 10 ml = 1 colher de sobremesa c. 5 ml = 1 colher de chá d. 3 ml = 1 colher de café e. 15 ml = 1 medida adulta f. 5 ml = 1 medida infantil

5.

Ao colocar o medicamento no recipiente, mantê-lo no nível dos olhos, certificando-se da graduação correta.

6.

Fazer limpeza do frasco de medicação e devolve-lo ao local apropriado.

7.

Evitar mistura dos medicamentos em forma líquida.

8.

Dissolver os medicamentos para os pacientes que apresentam disfagia (dificuldade na deglutição)

9.

Os medicamentos por via oral devem ser diluídos, no máximo, em 15 ml de água.. Após a ingestão deste, oferecer mais água.

10.

Quando não houver correspondência entre a dose prescrita e o comprimido disponível, devese preferencialmente diluí-lo para obtenção de dosagem correta.

11.

Os medicamentos em pó devem ser dissolvidos.

12.

Os medicamentos à base de óleos devem ser administrados com outros líquidos de sabor agradável (sucos, por exemplo).

26

Via sublingual: nesta via os medicamentos são colocados sob a língua e absorção se dá nos vasos sanguíneos existentes no dorso da língua. Material: recipiente com medicamento; copo com água e cuba rim. Procedimentos 1.

Fornecer água ao paciente para enxaguar a boca e remover resíduos alimentares.

2.

Colocar o medicamento sob a língua do paciente e orienta-lo para não deglutir a saliva até dissolver o medicamento, a fim de obter o efeito desejado.

3.

Não administrar por VIA ORAL porque o suco gástrico inativa a ação do medicamento.

4.

A via sublingual possui ação mais rápida do que a via oral.

Via gástrica: É a administração do medicamento através da sonda gástrica, quando utilizada em cliente inconsciente ou incapacitado de deglutir. Material – estetoscópio; triturador; copo graduado; seringa de 20 ml; gaze; espátula; recipiente para lixo; bolas de algodão com álcool. Procedimentos 1.

Colocar o paciente em posição de fowler para evitar aspiração, exceto quando contraindicado.

2.

Certificar-se se a sonda está no estômago através da ausculta com estetoscópio e aspiração do suco gástrico.

3.

Introduzir lentamente o medicamento por sinfonagem, ou através de seringa, evitando desconforto para o paciente.

4.

Na introduzir ar evitando, desta forma, a flatulência.

5.

Lavar a sonda com 10 a 20 de água ou soro fisiológico, após a administração do medicamento,a fim de remover partículas aderidas na sonda e introduzir todo medicamento até o estômago.

6.

Fazer a desinfecção da extremidade da sonda antes e após a administração de medicamentos, utilizando bolas de algodão com álcool.

27

7.

Caso a sonda tenha a finalidade de drenagem, mantê-la fechada por 30 minutos após a administração de medicamentos.

Via retal: É a introdução de medicamento na mucosa retal, através do ânus, sob a forma de supositório ou clister medicamentoso. Material: gaze; papel higiênico; recipiente para lixo; medicamento; luva de látex. Procedimentos 1.

Envolver o supositório numa gaze.

2.

Colocar o paciente em decúbito lateral ou SIMS expondo somente a área necessária para a introdução do supositório.

3.

Calçar a luva de látex para autoproteção.

4.

Afastar a prega interglútea, com auxílio do papel higiênico, para melhor visualização do ânus.

5.

Orientar o paciente a respirar fundo ao introduzir o supositório.

6.

Introduzir o supositório além do esfíncter anal delicadamente, com o dedo indicador, numa profundidade correspondente ao dedo indicador, e pedir ao paciente que o retenha por trinta minutos.

7.

Certificar-se de que o supositório realmente tenha sido introduzido.

8.

Caso o paciente tenha condições de auto-aplicação, orienta-lo quanto ao procedimento.

Via cutânea ou tópica: É a aplicação do medicamento na pele. Pode ser aplicado por fricção à pele, na forma de loções, pomadas, cremes ou gel, adesivos, antissépticos. Visando absorção através de poros até atingirem acorrente sanguínea. Tem ação local ou sistêmica. Material – gaze; espátula; medicamento; recipiente para lixo. Procedimentos

28

1.

Fazer a limpeza da pele com água e sabão antes da aplicação do medicamento, se necessário (pele oleosa e com sujidade).

2.

Desprezar a primeira porção da pomada.

3.

Aplicar o medicamento massageando a pele delicadamente.

4.

Observar qualquer alteração na pele: erupções; pruido; edema; eritema; etc.

5.

Quando o medicamento for armazenado em recipiente, retira-lo com auxílio da espátula.

6.

Antes de aplicar a pomada, fazer o teste de sensibilidade.

Via auricular: É a introdução de medicamentos no canal auditivo externo, com o objetivo de prevenir ou trata processos inflamatório e infeccioso; Facilitar a saída de cerúmen e corpo estranho. Material: gaze; medicamento prescrito; recipiente para lixo. Procedimentos 1.

Posicionar o paciente e lateralizar a cabeça.

2.

Posicionar o canal auditivo no adulto da seguinte maneira: segurar o pavilhão auditivo e puxar delicadamente para cima e para trás.

3.

Desprezar uma gota de medicamento.

4.

Instilar o medicamento no canal auditivo sem contaminar o conta-gotas.

5.

Orientar o paciente quanto à manutenção da posição inicial por cerca de 03 a 05 minutos.

Via nasal: É a aplicação de medicamento na mucosa nasal. Com o objetivo de aliviar a congestão nasal; Facilitar a drenagem de secreção nasal, proteger a mucosa nasal e tratar infecções. Material: frasco de medicamento; gaze; recipiente de lixo; conta-gotas. Procedimentos 1.

Prepara o paciente. a. Paciente em decúbito dorsal: colocar o travesseiro sob o ombro, de modo que a cabeça fique inclinada para trás (cabeça em hiperextensão); b. Paciente sentado: inclinar a cabeça para trás.

29

2.

Instilar o medicamento nas narinas evitando que o conta-gotas toque a mucosa nasal.

3.

Instruir o paciente para que permaneça nesta posição por 02 a 03 minutos, a fim de que o medicamento penetre profundamente na cavidade nasal.

Via ocular: Consiste em aplicar medicamento, sob forma de colírio ou pomada, no saco conjuntival inferior. Com o objetivo de Combater infecção; Evitar ulceração da córnea; Provocar midríase (dilatação da pupila) ou miose (constrição da pupila); - Aplicar anestésico; Diminuir a congestão ocular. Material: medicamento (pomada ou colírio); gaze; conta-gotas se necessário; recipiente de lixo. Procedimentos 1.

Preparar o paciente colocando-o em decúbito dorsal ou sentado com a cabeça inclinada para trás.

2.

Antes da aplicação do medicamento, remover secreções e crostas.

3.

Afastara a pálpebra inferior com o dedo polegar – com auxílio da gaze – apoiando a mão na face do paciente.

4.

Desprezar a primeira porção da pomada ou uma gota do colírio.

5.

Pedir ao paciente que olhe para cima. Pingar o medicamento no núcleo da conjuntiva ocular (porção média da pálpebra inferior), sem tocar o conta-gotas ou o tubo de pomada na conjuntiva.

6.

Ao aplicar a pomada, deposita-la ao longo de toda extensão do saco conjuntival inferior.

7.

Solicitar ao paciente que feche as pálpebras e faça movimentos giratórios o globo ocular, a fim de dispersar o medicamento.

8.

Remover o excedente do medicamento com a gaze.

Via vaginal: Consiste em introduzir o medicamento na mucosa vaginal, sob a forma de óvulos, pomadas, geléias, espumas ou lavagem vaginal. Com o objetivo de diminuir a infecção vaginal; Prevenir infecção vaginal; Preparar a paciente para cirurgias dos órgãos genitais.

30

Material – medicamento (óvulos e pomadas vaginais); gaze; recipiente para lixo; aplicador próprio. Procedimentos 1.

Respeitar a privacidade da paciente cercando a cama com biombos.

2.

Colocar a paciente em posição ginecológica.

3.

Colocar o óvulo ou a pomada vaginal no aplicador próprio.

4.

Afastar os pequenos lábios com o dedo indicador e o polegar – com auxilio de gazes.

5.

Introduzir delicadamente o aplicador, 10 cm aproximadamente, e pressionar seu êmbolo.

6.

Retirar o aplicador e pedir que è paciente para que permaneça no leito.

7.

Lavar o aplicador com água e sabão ( o aplicador é de uso individual).

8.

Em caso de paciente VIRGEM: qualquer medicação via vaginal pode ser administrada utilizando-se ESPÉCULO DE VIRGEM, ou uma seringa na qual adapta-se uma sonda uretral nº 4 ou nº 6.

9.

Fazer higiene íntima, antes da aplicação, se necessário.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR VIA PARENTERAL Conceito – É a administração de um agente terapêutico pelas vias Intradérmica (ID), Subcutânea (SC), Intramuscular (IM), Intravenosa ou Endovenosa (IV ou EV). Vantagens  Absorção mais rápida e completa.  Maior precisão em determinar a dose desejada.  Obtenção de resultados mais seguros.  Possibilidade de administrar determinadas drogas que são destruídas pelos sucos digestivos. Desvantagens  Dor, geralmente causada pela picada da agulha ou pela irritação da droga.  Em casos de engano pode provocar lesão considerável

31

 Devido ao rompimento da pele pode ocorrer o risco de adquirir infecção.  Uma vez administrada a droga, impossível retirá-la. Requisitos básicos para a administração da droga  As soluções devem ser absolutamente estéreis, isentas de substâncias pirogênicas  O material usado na aplicação deve ser estéril e descartável.  A introdução de líquidos deve ser lenta, a fim de evitar rutura de capilares. Problemas que podem ocorrer na administração  Infecções: Pode resultar da contaminação do material, da droga ou em conseqüência das condições predisponentes do cliente (mal estar geral e presença de focos infecciosos). Podem ser 1) locais (áreas avermelhadas, intumescidas, ruborizada, dolorida, podendo aparecer abscesso), ou 2) sistêmicas (Esta infecção pode generalizar-se dando origem à infecção sistêmica – septicemia – provocada por microorganismos oriundos de um ou mais foco de infecção e multiplicação dos microorganismos na corrente sanguínea).  Fenômeno alérgicos: Aparecendo devido á susceptibilidade do índividuo ao produto usado para anti-sepsia ou ás drogas injetadas. Podendo ser local ou geral.  Má absorção das drogas: Quando a droga é de difícil absorção, ou é injetada em local inadequado pode formar nódulos ou abscessos, que fazem com que a droga não surta efeito.  Embolias: Resultam da introdução na corrente sangüínea de ar coágulos, óleos ou cristais de drogas em suspensão. É um acidente grave conseqüente da falta de conhecimento e habilidade do profissional (falta de aspiração antes de injetar a droga; introduzir ar coágulos ou substância oleosa ou suspensões por vis IV, ou à aplicação de pressão muito forte na injeção de drogas em suspensão ou oleosa, causando a rutura de capilares, com conseqüências microembolias locais ou gerais).  Traumas: Psicológico podendo ser: medo, tensão, choro, recusa do tratamento,lipotímia. O medo pode à contração muscular impedindo a penetração da agulha acarretando acidentes ou contaminação acidental do material. O traumas tissulares são de etiologias diversas, podendo ser decorrentes de agulhas romba ou de calibre muito grande, que causa lesão na pele ou ferimentos, hemorragias, hematomas, equimoses, dor parestesias, paralisias, nódulos e

32

necroses, causado por técnica incorreta, desconhecimento dos locais adequados para diversas aplicações, falta de rodízio dos locais. Cuidados gerais  Lavar as mãos.  Utilizar técnica asséptica no preparo a fim de minimizar o perigo de injetar microorganismos na corrente sangüínea ou nos tecidos.  Fazer anti-sepsia da pele.  Manejar corretamente o material esterilizado.  Explicar ao paciente quanto ao procedimento.  Utilizar o método de administração corretamente. Via intradérmica (ID) Conceito – É a introdução de pequena quantidade de medicamento na derme, onde o suprimento sangüíneo é reduzido e a absorção ocorre lentamente. A droga é injetada, geralmente, para testes cutâneos, dessensibilazação e imunização (BCG). A inserção da agulha deve ser somente o bisel. Volume máximo permitido é de 0,5 ml. Posição da agulha – A agulha é inserida na pele formando ângulo de 15º ou paralela à superfície da pele. Áreas de aplicação – Face interna do antebraço, escapular, inserção inferior do deltóide. Locais onde há pouca pilosidade e pigmentação. Material  Seringa de 1cc  Agulha 13x3, 8 ou 4,5.  Etiqueta de identificação.

33

Procedimentos 1.

Fazer anti-sepsia ampla da pele.

2.

Esticar a pele com auxílio dos dedos polegar e indicador, para facilitar a introdução da agulha.

3.

Introduzir somente o bisel, voltado para cima, sob a epiderme.

4.

Injetar o medicamento, lentamente , até a formação da pápula.

5.

Retirar a agulha sem fazer compressão no local, pois o objetivo é retardar a absorção da droga que, quando injetada por esta via, pode provocar fenômenos alérgicos graves dependendo das condições do cliente.

Via subcutânea (SC) Conceito – É a introdução de uma droga no tecido subcutâneo ou hipoderme. É indicada para drogas que não necessita ser rapidamente absorvidas (absorção mais lenta que a via IM e EV). Administra somente de 0,5 a 1 ml de medicamentos. Posição da agulha – O ângulo depende da quantidade de tecido subcutâneo, local de aplicação e do comprimento da agulha. Em geral, a agulha 25x6 é inserida na pele formando ângulo de 45º. A agulha de 13x3,8 é inserida perpendicularmente à pele ou em ângulo de 90º. Áreas de aplicação – Face externa do braço, região glútea, face externa da coxa, região periumbilical, região escapular, e flanco direito ou esquerdo. Procedimentos 1.

Fazer anti-sepsia ampla no local.

2.

Fazer uma prega na pele com os dedos polegar e indicador, levemente.

3.

Introduzir a agulha com impulso. Em seguida, tracionar o êmbolo para certificar-se de que não tenha atingido um vaso.

4.

Aplicar lentamente o medicamento.

5.

Retirar agulha fazendo leve compressão do local, sem friccionar a pele.

6.

Evitar aplicação próxima à região inguinal, às articulações e ao umbigo, na cintura e na linha mediana do abdome e face anterior do antebraço (insulina).

34

7.

Mudar diariamente o local de aplicação (insulina). Obs.: A posição do bisel da agulha na via subcutânea é indiferente.

Via intramuscular (IM) Conceito – É a introdução de medicamentos nas camadas musculares. Depois da via EV é a mais rápida de absorção devido a maior vascularização deste tecido. A quantidade a ser administrada não deve ultrapassar 05 ml. Posição da agulha – A inserção da agulha deve ser perpendicular à pele, ou formando ângulo de 90º, a fim de evitar o risco de lesar as fibras musculares, ou a droga ser injetada no tecido subcutâneo. Áreas de aplicação – A seleção de uma região para injeção intramuscular depende de vários fatores: idade, quantidade de tecido, natureza do medicamento e estado da pele.

Locais utilizados DELTÓIDE  A aplicação do medicamento deve ser na parte mais volumosa de massa muscular.  A localização correta é importante para não lesar o nervo radial. GLÚTEO  Observar o local de introdução da agulha para evitar lesão do nervo ciático, responsável pela motricidade dos membros inferiores. DORSO GLÚTEO (MÚSCULO GLÚTEO MÉDIO)

35

 Para evitar lesar o nervo ciático: divide-se a nádega em quatro partes, toma-se uma linha que vai da crista ilíaca posterior à borda inferior da nádega, e outra que vai das últimas vértebras sacrais à parte superior da articulação coxofemoral  A injeção é feita no quadrante superior externo. VENTROGLÚTEO OU HOCHSTETTER (MÚSCULO GLÚTEO MÉDIO)  Esta região é indicada para crianças ou adultos, pois não há vasos e nervos importantes, e tem pouco tecido adiposo.  Para localização correta, coloca-se a mão esquerda no quadril direito, ou vice-versa, apoiando o dedo indicador sobre a espinha ilíaca ântero-superior e a palma voltada sobre a cabeça do fêmur; afastar os demais dedos formando um triângulo e aplicar no meio deste. COXA – MÚSCULO LATERAL DA COXA  Aplica-se no terço médio externo da coxa, local livre de vasos e nervos importantes. Procedimentos 1.

Fazer anti-sepsia ampla.

2.

Posicionar o bisel da agulha seguindo o sentido da fibra muscular para minimizar lesão das mesmas.

3.

Aplicar com um único impulso, sem hesitar, para diminuir o desconforto.

4.

Tracionar o êmbolo até retornar as bolhas de ar.

5.

Injetar o medicamento lentamente.

6.

Fazer massagem no local após aplicação.

Acidentes na aplicação de injeção intramuscular 

Abscesso; necrose de tecido; lesões nervosas; dores tardias.

Aplicação em Z ou com desvio: É usada para evitar o refluxo da medicação, prevenindo irritação subcutâneas ou manchas pelo gotejamento da solução no trajeto da agulha. 

Puxar a pele ou o tecido para um dos lados e manter assim até o fim da aplicação.

36



Com a outra mão, inserir a agulha, aspirar com a ajuda dos dedos polegar e indicador e empurrar o êmbolo com o polegar.



Retirar a agulha e só então liberar a mão não dominante, deixando o tecido SC e a pele voltar ao norma.

Via intravenosa (IV) ou Endovenosa (EV) Conceito – É a introdução do medicamento diretamente na corrente sangüínea. Finalidade 

Obter efeito imediato do medicamento.



Administração de drogas contra-indicadas pelo VO, SC, IM, por sofrerem a ação dos sucos digestivos ou por serem irritantes para tecidos.



Administração de grandes volumes de solução em casos de desidratação, choque, hemorragias e cirurgias.



Efetuar NPP



Instalar terapêutica com sangue.

Áreas de aplicação – Veias superficiais de grande calibre da região cubital (cefálica, mediana e basílica), dorso da mão e antebraço. Condições da droga: sem precipitação; sem flocos; diluição correta; estéril. Posição da agulha – Ângulo de 15º ou paralelo à pele. Material 

Bandeja contendo seringa de preferência de bico lateral.



Agulhas



Algodão e álcool à 70%.



Garrote



Toalha, papel toalha.

37



Etiqueta de identificação.



Luva de procedimento.



Saco para lixo.

Procedimentos 1.

Calçar as luvas.

2.

Garrotear 4 cm acima do local escolhido para punção a fim facilitar a visualização e seleção das veias.

3.

Fazer antissepsia ampla obedecendo o retorno venoso.

4.

Posicionar o bisel da agulha voltado para cima.

5.

Fixar a veia e esticar a pele com auxilio do dedo polegar.

6.

Puncionar a veia. Refluindo o sangue, soltar o garrote.

7.

Aplicar a droga, lentamente, observando a reação do paciente.

8.

Retirar a agulha fazendo compressão no local, sem friccionar a pele. Obs.: Para facilitar o aparecimento de veia pode-se utilizar os seguintes recursos: aquecer o local; pedir ao paciente que faça movimentos com as mãos, com o braço voltado para baixo, aumentando assim o fluxo sangüíneo; fazer massagem no local.

Acidentes na aplicação de injeção por via endovenosa 

Infiltração; hematoma; equimose; esclerose da veia; flebite e tromboflebite; choque; embolia; inflamação local e abscessos.

Aplicações de medicações EV em paciente com soro: 

A aplicação através de borrachinha deve ser evitada. Devendo-se usar equipos com infusor lateral ou na falta deste dispositivo, desconectar o equipo do sóror e conectar a seringa com a medicação tendo cuidado para não contaminar o equipo.

38

VENÓCLISE Conceito – É a infusão de solução dentro da veia, em quantidade relativamente grande.Puncionar veias que estejam, distantes de articulação para evitar que com o movimento transfixe a veia. Objetivos: Manter veia para medicação; Repor líquidos; Manter equilíbrio dos eletrólitos; Administrar nutrientes. Material: frasco com solução prescrita; equipo de soro; escalpe ou agulha; esparadrapo ou adesivo antialérgico; recipiente com bolas de algodão embebido em álcool; garrote; identificação de soro; tesoura estéril; tesoura limpa; recipiente para lixo. Procedimentos 1.

Orientar o paciente quanto ao procedimento.

2.

Lavar as mãos.

3.

Preparar o material.

4.

Abrir o pacote do equipo de soro.

5.

Desinfetar o gargalo e o bico do frasco de soro com algodão embebido em álcool.

6.

Cortar o bico do frasco de soro com tesoura estéril.

7.

Conectar o equipo no frasco de soro.

8.

Fazer o nível da câmara gotejadora e do equipo e retirar todo o ar do mesmo. Em seguida, fechar a presilha.

9.

Identificar o soro.

10.

Colocar escala de horário no frasco de soro.

11.

Levar todo o material na unidade do paciente.

12.

Colocar o frasco de soro no suporte.

13.

Conectar escalpe ou agulha na extremidade do equipo e retirar o ar.

14.

Puncionar a veia conforme as inscrições para injeção endovenosa.

15.

Abrir a presilha do equipo imediatamente e certificar-se de que a agulha esteja dentro da veia.

39

16.

Fixar a agulha ou escalpe com esparadrapo.

17.

Controlar o gotejamento do soro conforme a prescrição médica.

18.

Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.

19.

Lavar as mãos.

20.

Anotar na prescrição médica: horário de início do soro e checa-lo.

Ex. de rótulo de soro: Nome: Manoel Silva

Enf.: 03 1.05

Soro glicosado à 5%

500ml

Início: 08 horas Término: 16 horas Gotejamento: 21 gts/min Data: 08/02 Iniciais de quem preparou

Cuidados importantes 1.

Caso modifique a altura do frasco, controlar o gotejamento do soro para manter o fluxo constante.

2.

Controlar rigorosamente o gotejamento de soro para evitar desequilíbrio hidroeletrolítico.

3.

Verificar a infusão em intervalos regulares para manutenção do volume do fluxo.

4.

Evitar punções venosas em veias localizadas nas articulações.

5.

Caso haja dificuldade em puncionar a veia, anotar a freqüência e o motivo.

6.

Se a punção venosa for próxima de uma articulação aconselha-se o uso de tala para evitar transfixação da veia pela agulha.

7.

Observar o local da punção venosa freqüentemente, observando a presença de edema, rubor, infiltração de soro e queixas do paciente.

8.

Manter o equipo sem bolhas de ar.

9.

Para verificar se a agulha está dentro da veia, abaixar o frasco de soro a níveis inferiores ao do local da infusão. Ocorrendo retorno de sangue constata-se que a agulha está dentro da veia.

40

10.

A identificação de soro deve conter os seguintes dados: nome; enfermaria; leito;medicação; números de gotas; início; término; data; rubrica.

11.

Pacientes que deambulam devem ser orientados para manter o frasco elevado com gotejamento contínuo.

12.

Sempre que possível iniciar a punção das veias pelas extremidades do membro superior.

Cálculo de gotejamento 1ml = 20 gotas 20 gotas = 60 microgotas. Para fazer o cálculo em macrogotas é só seguir a fórmula: Onde: V = volume em ml

T = tempo em horas

Nº de gotas/min = V/T.3

Como deveríamos fazer a fita de horário, para controlar o volume infundido? 

Marcar na fita o inicio e o fim da infusão do soro; dividir a fita em 6 partes iguais;



À medida que o soro vai sendo infundido será possível verificar se ele estará adiantado, atrasado ou no horário, bastando compara o seu nível com a marcação no horário da fita.

Para fazer o cálculo em microgotas é só seguir a formula: Nº microgotas/min = V/T Podemos fazer cáculo do número de microgotas de uma outra maneira como uma gota é igual a 3 microgotas, então temos: Nº de microgotas = nº de gotas x 3 Retirada de venóclise Material: recipiente com bolas de algodão seco; recipiente com bola de algodão embebido em álcool; benzina ou éter; recipiente para lixo; tira de esparadrapo. Procedimentos

41

1.

Lavar as mãos.

2.

Orientar o paciente quanto ao procedimento.

3.

Prepara o material.

4.

Fechar a presilha do equipo. Descolar o esparadrapo com bolas de algodão embebido em benzina.

5.

Comprimir o local junto ao escalpe ou agulha com algodão embebido em álcool e retira-lo.

6.

Pressionar o local, de onde foi retirada a agulha ou escalpe, até obter a hemóstase. a. O algodão com álcool não deve ser friccionado. b. Se necessário, promover a hemostasia utilizando uma tira de esparadrapo.

7.

Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem.

8.

Lavar as mãos.

9.

Anotar na prescrição: horário e procedimento.

42

ANEXOS

43

44

ASSIMILAÇAO FISIOLÓGICA DAS SOLUÇÕES SALINAS SALINAS 1.

PRINCIPIOS:  As células (por exemplo, neurônios, critrócitos) são envolvidas por uma membrana semipermeável.  A pressão osmótica é aquela que “puxa” água através da membrana semipermeável das células, de uma região com pequena concentração para outra com concentração maior de solutos (por exemplo: íons sódio, glicose sanguínea). O resultado final é a diluição e o equilíbrio entre os compartimentos intracelular e extracelular.

2.

TIPOS DE LÍQUIDOS:  ISOTÔNICO – uma solução com a mesma pressão osmótica do plasma. a. Solução fisiológica a 0,9%, 0,7%. b. Ringer com lactato. c. Componentes do sangue i. Albumina a 5% ii. Plasma d. Solução glicosada a 5% (SG 5%).  HIPOTÔNICO – Uma solução com pressão osmótica inferior à do plasma. A administração desta solução geralmente dilui a concentração de soluto do plasma e força a passagem de água para as células, de maneira a restabelecer o equilíbrio intracelular e extracelular; as células se expandirão ou incharão. a. Solução glicosada em 2,5% em soro fisiológico a 0,45%. b. Solução fisiológica a 0,45%. c. Solução fisiológica a 0,2%.  HIPERTÔNICO – Uma solução com pressão osmótica maior do que a do plasma. A administração deste líquido aumenta a concentração de soluto no plasma, no sentido de restaurar o equilíbrio osmótico; as células encolherão. a. Glicose a 5% em solução fisiológica a 0,9%.

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b. Glicose a 5% em solução fisiológica a 0,45% (apenas levemente hipertônica porque a glicose é rapidamente metabolizada e só produz uma pressão osmótica temporária). c. Solução glicosada a 10%. d. Solução glicosada a 20%. e. Solução fisiológica a 3% e 5%. f. Glicose a 5% em Ringer lactato. g. Albumina a 25%. 

COMPOSIÇÃO DOS LÍQUIDOS: a. Soluções Salinas – água e eletrólitos (Na+, Cl- ). b. Soluções glicosada – água glicose e calorias. c. Ringer lactato – água e eletrólitos (Na+, K+, Cl-, Ca ++, lactato). d. Isotônica balanceada – água, eletrólitos, algumas calorias (Na+, K+, Mg++, Cl- gluconato). e. Sangue total e seus componentes. f. Expansores do plasma – albumina, dextran, fração protéica plasmática a 5% (Plasmanato), hetamido (Hespan), (exercem maior pressão oncótica, puxando o líquido do interstício para a circulação e aumentando temporariamente a volemia). g. Hiperalimentação parenteral – água, eletrólitos, aminoácidos e calorias.

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53

CÁLCULO DE DOSE DE MEDICAMENTOS CÁLCULO DE GOTEJAMENTO: GT = VT TX3

T = VT 3XGTS

VT = VOLUME TOTAL T = TEMPO EM HORAS

OBS.: Nº DE MICROGOTAS X3

3 = CONSTANTE DA FÓRMULA GT =

V X 20 Nº DE MINUTOS

GT = GOTEJAMENTO 20 = CONSTANTE DA FÓRMULA

(1ML = 20 GOTAS)

OBS.: Um exemplo simples para cálculo de dose de medicamento é feito com a regra de três. CÁLCULO DE DOSES INFANTIS: As doses infantis podem ser calculadas pelas regras de YOUNG, FRIED E CLARCK. As doses infantis são baseadas na idade ou peso. São naturalmente, somente uma fração de uma dose de adulto. REGRA DEYONG: DOSE INFANTIL = I. C. X D. A. 1. C + 12 IC = IDADE DA CRIANÇA EM ANOS DA = DOSE DO ADULTO 12 = CONSTANTE DA FÓRMULA

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REGRA DE FRIED: A regra de Fried é usada para calcular a dose de bebês com menos de um ano. DOSE INFANTIL IC (EM MESES) X DA 150 IC = IDADE DA CRIANÇA EM MESES DA = DOSE DO ADULTO 150 = CONSTANTE DA FÓRMULA REGRA DE CLARCK = DI = PESO (KG) X DA 70 DA = DOSE DO ADULTO DI = DOSE INFANTIL 1. No rótulo de liquemine, lê-se: 25.000 U cm 5 ml. Para administrar-se 1.000 U, debe-se aspirar a seguinte unidade em ml. a. 0,1 ml b. 0,2 ml c. 0,3 ml d. 0,4 ml e. 0,5 ml 2. Devemos administrar o seguinte soro: SG5º/

400 ml

Nacl 30%

20 ml

Kcl 19,1%

10 ml

Vit. C

5 ml

Complexo B

3 ml

Em um período de 6 horas. Quantas gotas deverão correr por minuto? Considerando o equipo macrogotas).

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3. Calcule o nº de gotas/min. Das seguintes prescrições médicas: a. Gramicina 10 mg cm 20 ml de SF 0,9% correr em 30 minutos. (macrogotas) b. Penicilina cristalina 50.000 UI em 50 ml de SF 0,9% correr em 30 minutos (macrogotas). c. 1000 ml de SG 5% em 8 horas (microgotas). d. 500 ml de SG 5% em 8 horas (macrogotas). e. SG 5% 300ml + SF 0,9% 100 ml em 12 horas (macrogotas). f. SG 5% 500 ml + Nacl 30% 20 ml + Kcl 19,1% 10 ml em 8 horas (microgotas). 4. Um paciente precisa receber ampicilina sódica 500 mg, de 6 em 6 horas, via intramuscular. A enfermeira dispõe do medicamento em frasco de 1 grama em pó e do diluente cm ampla de 3,0 ml. Para atender a dose prescrita, ela deverá administrar. a. 1,5 ml b. 1,7 ml c. 2,0 ml d. 2,5 ml e. 3,0 ml 5. Foi prescrito 16 U de insulina, mas temos disponível insulina de 80 U, sabendo-se que na enfermaria há somente seringa de 1 ml, qual será o volume aspirado para fazer a dose prescrita. a. 0,4 ml b. 0,3 ml c. 0,5 ml d. 0,2 ml e. 0,7 ml. Obs.: FRASCO U --------------------------- SERINGA PRESCRIÇÃO ------------------------- X

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6. O fenômeno de Arthus é uma reação provocada por: a. Injeções repetidas no mesmo local b. Injeções que seguem rotatividade dos músculos c. Erro da via de administração d. Erro na dose de administração. 7. Referente ao enunciado anterior, o fenômeno ocorre devido a não absorção do antígeno, o que ocasiona: a. Infiltração, cianose, hiperemia, edema de glote e hemorragia. b. Infiltração e tremores, edema, dilatação dos vasos. c. Infiltração, edema, hemorragia e necrose no ponto de inoculação. d. Edema infiltração, hemorragia e congestionamento da face. 8. No preparo de medicamento injetável IM e/ou EV utilizando frasco (pó), após a diluição, a enfermagem deve: a. Utilizar agulha 13X3,8. b. Utilizar a mesma agulha no procedimento. c. Identificar a seringa e adaptar a agulha 40X6. d. Trocar a agulha após o preparo e identificar a seringa. 9. Correlacione os acidentes que podem ocorrer na aplicação de injeção endovenosa. a. Choque pirogênico.

(

) Presença de coagulo sanguíneo ou medicamento oleoso na

luz do vaso b. Choque anafilático

(

)Rompimento da mesma veia ou aplicações de substâncias

irritante. c. Embolia

(

) Hipersensibilização à droga

d. Hematoma

(

) Presença de bactéria na solução

e. Flebite a.) 53421

b) 45132

c) 52134

d) 34521

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10. Podemos reduzir a dor nas injeções, utilizando as seguintes técnicas exceto: a. Realizar rodízio de locais b. Injetar solução vagarosamente c. Deixar pequena bolha de ar na seringa d. Introduzir a agulha vagarosamente e injetar o líquido rapidamente. 11. Foi prescrito Teinam 250 mg EV 6/6horas. E temos disponível Teinam 500 mg fr/amp para diluir em 20 ml. Quantos ml devemos aspirar?

12. Foi prescrito Keflin 120 mg EV 6/6horas. Temos no posto Keflin 1g para diluir em 10ml. Quantos ml devemos aspirar. 13. O enfermeiro recebeu o plantão ás 19 horas e, após verificar o prontuário, do paciente dôo L 01, observa que o mesmo encontra-se na sexta e última fase de soro, restando apenas 400 ml a ser infundido. Qual o gotejamento que deve ser colocado para essa infusão permanecer até as 7:00 hs do dia subseqüente? 14. Se a dose adulto de certa droga é 1 cc, quanto deverá ser dado a uma criança que pese 20 quilos? 15. A dose adulta de biontal é 2,0 g para dose de manutenção. Qual será a dose de biontal para uma criança de 12 anos? 16. Um bebê de 6 kg precisa tomar uma dose de acetato de cortisona. A dose adulta é 150 mg. Qual deverá ser a dose para a criança?

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17. Um paciente foi atendido com uma crise de asma, o medicamento que deve ser prontamente providenciado é: a. digoxina b. Aminotilina c. Dolantina d. Heparina e. Insulina 18. Os corticosteróides são: a. Potentes antinflamatórios e antialérgico. b. Utilizados na anafilaxia. c. Imunossupressor. d. Todas estão corretas.

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CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS QUANTO A SUA CAUSA (SITUAÇÃO

EM

QUE

FORAM

RODUZIDAS:

CIRÚRGICAS,

TRAUMÁTICAS

E

ULCERATIVAS) SEGUNDO O RISCO DE INFECÇÃO AS FERIDAS CIRÚRGICAS PODEM ESTAR EM 4 CATEGORIAS:

FERIDAS

CARACTERÍSTIC

CIRÚRGICAS

AS/CIRCUNSTÂNC S

EXEMPLO

IAS LIMPAS:

órgãos

manipulados

• Sem

sinais

de Mastectomia,

não

inflamação

cirurgia

população

• Condições

cardíaca

bacteriana ou são de

assépticas.

contém fácil

neurológica

• Risco de infecção 1 sem

descontaminação.

• Sem

sinais

de Apencidectomi

TE

processo

a

CONTAMINADAS

inflamatório.

supurado),

:

Envolvem

abertura

do

a

• Condições

trato

Assépticas

ou colecistectomiu

pequena quebra na a.

digestivo,

técnica. • Risco de infecção de 7 a 8%

(não

gastrectomia,

respiratório, geniturinário.

pré-

contaminação.

a 2%

POTENCIALMEN

e

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CONTAMINADAS:

CARACTECRISTICAS/

EXEMPLOS

CIRCUNSTÂNCIAS Pelas circunstâncias que a provocaram, possuem maior probabilidade de altas cargas bacterianas.

• Grande desvio da técnica Cirurgias

de

emergência,

estéril.

• Grande derramamento de trauma abdominal penetrante

fluido gástro-intestinal.

• Lesão traumática exposta envolvendo intestino

há menos de 4 horas. • Feridas cronicamente.

por abertas (ferimento arma branca ou de

• Risco de infecção de 15 a fogo). 20%.

INFECTADAS: Realizadas em tecidos com processo infeccioso já instalado no momento da cirurgia

• Presença de secreção Apendicite supurado,

purulenta.

• Infecção clínica Pré- drenagem abscessos,

existente.

• Trauma penetrante há empiema. mais de 4horas. • Corpo

estranho

contaminação fecal. • Risco de infecção

ou

de

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VARIEDADES DE COBERTURAS DE FERIDAS PELE

PERDA

AVERMELHADA

BOLHAS

DE

PELE,

OU PERDA DE PELE

PERDA

DE

(MÚSCULO,

NÃO ROMPIDA

PELE, TENDÃO,

OSSO)

ESTÁGIO I

ESTÁGIO II

ESTÁGIO III

PROTEGER, COBRIR,

ESTÁGIO IV

COBRIR,

COBRIR,

PROTEGER.

HIDRATAR,

ISOLAR, HIDRATAR,

ISOLAR, HIDRATAR,

ISOLAR,

ABSORVER.

ABSORVER,

LIMPAR, ABSORVER,

LIMPAR,

PREVENIR

PROTEGER, COBRIR,

INFECÇÃO, PREVENIR INFECÇÃO,

PROMOVER

PROMOVER

GRANULAÇÃO.

GRANULAÇÃO.



SPRAY



GEL



PELÍCULAS



HIDROCOLÓIDES.

CÁLCIO

TRANSPARE



ALGINATO

EXSUDAÇÃO).

NTES.



PELÍCULAS



HIDROCOLÓIDES

TRANSPARENTES.



ALGINATO

DE

CÁLCIO. (SOMENTE FERIDAS EXSUDATO).

(



ESPUMA

DE

DE

POLIURETANO

COM

DE CAVIDADE. •

HIDROCOLÓIDE.



GRÂNULO

PARA COM

PROTEGER,

E

PASTA. •

ALGINATO CÁLCIO.

DE

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS NECESSIDADES DE TERMOTERAPIA E CRIOTERAPIA Introdução Desde de a antiguidade, o calor e o frio são usados como coadjuvantes em diversos tratamentos e situações. O calor e o frio, quando corretamente empregados, muito nos auxiliam através de suas várias propriedades. As aplicações frias agem sobre as terminações nervosas periféricas, produzindo analgesia, daí seu emprego em dores pós-traumaticas. Também têm a propriedade de produzir vasoconstricção e por isso são empregadas para interrupção de hemorragias, auxiliando sobremaneira na hemostasia em diversas situações de socorrismo e em intensivismo. O frio também tem ação antitérmica, pois quando aplicado em regiões mais vascularizadas, baixam a temperatura do corpo pelo esfriamento gradual. Dentre as aplicações frias mais comuns, estão a bolsa de gelo, as compressas geladas, as compressas com álcool + éter, os banhos com álcool e os banhos frios. No corpo humano, o calor tem como principal ação provocar a vasodilatação no local em que é aplicado, tendo como conseqüência a maior irrigação sanguínea. Normalmente é utilizado nos hospitais para facilitar as punções venosas, provocando a dilatação das veias, facilitando a visualização das mesmas, e ainda para facilitar a reabsorção de líquidos extravasados, como soros e sangue. Terapia com Calor e Frio A aplicação local de frio e calor a uma parte lesada do corpo, pode proporcionar benefícios terapêuticos. Antes, porém, da utilização desses tratamentos, o profissional precisa compreender as reações de um organismo normal às variações da temperatura local, alem de avaliar a integridade da parte do corpo em questão, determinar a habilidade do paciente em sentir as variações de temperatura e assegurar o funcionamento correto do equipamento. O profissional é legalmente responsável pela administração segura de todas as aplicações de calor e frio.

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As aplicações externas de calor e de frio têm por objetivo ajudar as funções naturais do corpo. É um dos tratamentos mais antigos e os pacientes recebem-no muito bem, encontrando alívio após a sua aplicação. Modernamente, além dos raios solares, água fria ou quente, vapor, compressa, as aplicações elétricas, raios infravermelhos, bolsas elétricas e duchas, são empregadas com bons resultados. O calor age estimulando ou acalmando, de acordo com a temperatura, tempo de aplicação e local onde é aplicado. Calor moderado relaxa os músculos, calor em grau mais elevado facilita a circulação, pela dilatação dos vasos sanguíneos e diminui a dor local. O frio diminui a circulação pela contração dos vasos sanguíneos, retarda a supuração de abscesso, diminui a dor local. 

São utilizados de forma seca (bolsa de água quente ou fria, forno de Bier) ou úmida (compressas ou cataplasma).

Reações corporais ao calor e ao frio A exposição ao calor e frio pode provocar reações tanto sistêmicas quanto locais. Reações sistêmicas ocorrem através de mecanismos de perda de calor ou de mecanismos que promovem sua conservação e produção de calor; As reações locais ao calor e ao frio ocorrem através do estímulo das terminações nervosas da pele, sensíveis à temperatura. O corpo humano pode tolerar amplas variações de temperatura. A temperatura normal na superfície da pele é de 34ºC, mas os termorreceptores normalmente se adaptam rapidamente a temperaturas locais entre 45ºC e 15ºC. Quando as temperaturas locais ultrapassam esses limites, aparece a dor; o estímulo quente excessivo produz uma sensação de dormência antes do aparecimento da dor. A habilidade de adaptação do corpo cria o maior problema na proteção dos pacientes contra lesões resultantes de extremos de temperatura; cabe ao profissional conhecer os pacientes com maior risco de lesões provocadas pela aplicação de calor e frio como mostra o quadro 1.

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Quadro 1 Condições que Aumentam o Risco de Lesão pela Aplicação de Calor e Frio Condição

Fatores de Risco

Pessoas muito jovens ou muito idosas

Camadas de pele mais finas nas crianças aumentam o risco de queimaduras; os idosos apresentam reduzida sensibilidade à dor.

Feridas abertas, fissura na pele, estomas

Os tecidos subcutâneos ou vicerais são mais sensíveis às variações de

temperatura;

esses

tecidos

também

não

dispõem

de

termorreceptores e apresentam pouca quantidade de receptores para dor. Áreas

com

edema

ou

Reduzida sensibilidade aos estímulos de temperatura devido à pouca espessura das camadas de pele, em função da formação de

formação de cicatriz

líquidos ou cicatrizes. Doença vascular periférica (p.

ex.

diabetes

Extremidades do corpo menos sensíveis a estímulos de

ou temperatura e dor devido ao comprometimento circulatório e lesões

arteriosclerose)

no tecido local; a aplicação de frio comprometeria ainda mais o fluxo sanguíneo.

Confusão ou inconsciência Lesão na medula espinhal

Reduzida percepção de estímulos sensoriais e dolorosos. Alterações nas vias nervosas prevenindo a recepção dos estímulos .sensoriais ou dolorosos.

Abscesso apêndice

no

dente

ou

Infecção altamente localizada; a aplicação de calor pode provocar ruptura coma disseminação sistêmica de microorganismos.

Efeitos local do Calor e Frio Os estímulos de calor e frio criam reações fisiológicas diferentes. A escolha da terapia de calor ou frio depende das reações locais desejadas para a cura da lesão. O calor é geralmente muito terapêutico, melhorando o fluxo sanguíneo em uma região lesada do corpo;já a exposição prolongada da pele ao frio resulta em um reflexo de vasodilatação. Fatores que influenciam a tolerância ao Frio e ao Calor A reação do corpo às terapias de calor e frio depende de vários fatores:

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1.

Duração da aplicação. Uma pessoa tem maior capacidade de tolerar exposições de curta duração a extremos de temperatura.

2.

Parte do corpo. O pescoço, a superfície interna do pulso e antebraço e as regiões do períneo são mais sensíveis às variações de temperatura. Os pés e as palmas das mãos são menos sensíveis.

3.

Lesões da superfície do corpo. As camadas expostas da pele são mais sensíveis èas variações de temperatura.

4.

Temperatura prévia da pele. O corpo reage melhor a ajustes menores de temperatura.

5.

Área da superfície do corpo. Uma pessoa é menos tolerante a alterações de temperatura em uma grande área do corpo.

6.

Idade e condições físicas. Os mais jovens e os mais idosos são mais sensíveis ao calor e ao frio. Se a s condições físicas de um paciente reduzem a recepção ou percepção de estímulos sensoriais, a tolerância a extremos de temperatura é alta, mas o risco de lesões também é elevado.

APLICAÇÕES QUENTES As aplicações quentes são indicadas com freqüência para envolver os membros inferiores em casos de flebite e superiores quando há traumatismos resultantes de punções venosas, flebites e soroma. O calor geralmente acelera as reações químicas e, em conseqüência, o metabolismo geral e local, porquanto este ultimo é devido em grande parte a reações químicas. A aplicação quente pode ser de duas formas: a úmida que inclui o emprego de banho, cataplasmas, compressas e embebição; e a seca que também inclui o emprego de raios infravermelhos, almofada elétrica, cobertor elétrico e bolsa de água quente. De acordo com o quadro 2, pode-se demonstrar as vantagens e desvantagens de aplicações úmidas e aplicações secas. As aplicações quentes têm como finalidade à supuração; aliviar a dor; aumentar a circulação; tornar os exsudados mais fluidos; acelerar a cicatrização; relaxar os tecidos e aumentar a temperatura. Está indicado no tratamento e fraturas; traumatismos (após 24 horas); distenções e entorses (após 24 horas); mialgias; furunculoses e abscessos; torcicolos; fascites; artralgias reumáticas; contraturas

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musculares; fibrosites; rinite; sinusite; miosites; tendinites; rigidez pós-imobilização; dentre outras diversas indicações. O profissional de enfermagem, também deve estar atento as inúmeras contra-indicações na hora de fazer as aplicações quentes como, por exemplo, pacientes com feridas cirúrgicas; hemorragias; lesões abertas; febre alta; traumatismo agudos; tumores malignos; áreas anestesiadas; dentre outras.

Quadro 2. Vantagens e Desvantagens das aplicações Úmidas e Aplicações Secas Vantagens

Desvantagens

Aplicações Úmidas A aplicação úmida reduz o ressecamento da pele e amoloce o material de exsudação da ferida

A exposição prolongada pode provocar maceração da pele. O calor úmido esfria rapidamente devido

Compressas úmidas se ajustam melhor à região do corpo sob tratamento.

à evaporação da umidade. O calor úmido cria maior risco de

O calor úmido penetra profundamente nas camadas de tecidos.

queimaduras da pele pois a umidade conduz

O calor úmido aquecido não provoca calor. transpiração e perda insensível de líquido Aplicações Secas O calor seco representa menor risco de queimar a pele que as aplicações úmidas.

O calor seco aumenta a perda de líquidos

A aplicação seca não provoca a maceração corporais através da sudorese. da pele.

As aplicações de calor seco não penetram

O calor seco mantém a temperatura por mais profundamente nos tecidos. tempo, pois não sofre influência da evaporação.

O

calor

seco

provoca

aumento

de

ressecamento da pele.

Procedimento: aplicação de Calor Úmido Trata-se de aplicar compressas de água quente, ou banho parcial de água quente. Serve como analgésico e vaso dilatador local. Favorece, também o aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos e a

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eliminação de resíduos, ajuda à reabsorção de edemas, eleva a temperatura corporal, é um relaxante muscular e favorece a sedação. Indicações do procedimento 

Em abscessos, para diminuir exsudatos, ajudar a cicatrização, aumentar o peristaltismo, favorecer o relaxamento e o bem estar do adulto e da criança e em caso de hipotermia.

Material necessário 

Compressas



Panos



Recipiente para água quente



Toalha pequena



Toalha de banho



Protetor para a cama



Termômetro.

Procedimento: Aplicação de Calor Seco 

Trata-se da aplicação de bolsas de água quente, almofadas ou mantas elétricas, e outros métodos não citados neste manual, com a diatermia. Serve como analgésico e vasodilatador local. Favorece o aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos, a eliminação de resíduos, ajuda à absorção de edemas, eleva a temperatura corporal, é um relaxante muscular e favorece a sedação.

Indicações de procedimento 

Em abscessos,para diminuir exsudatos, ajudar a cicatrização aumentar o peristaltismo, favorecer o relaxamento e o bem-estar do adulto e da criança, em caso de hipotermia.

Material necessário 

Bolsa de água quente



Almofada elétrica



Manta elétrica

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APLICAÇÕES FRIAS As aplicações frias são geralmente usadas para aplicar na testa ou sobre os olhos, para diminuir congestão e dor. Quando se faz aplicação fria em uma região do corpo do paciente, acontecerá uma mudança local ou sistêmica da temperatura tissular. As reações ao frio modificam-se pela forma e duração da aplicação, o grau de temperatura, estado do tecido e superfície corporal. O frio é aplicado ao organismo visando efeitos sistêmicos e locais; para os fins sistêmicos, utiliza-se o frio para tornar lento o metabolismo basal. É indicado em certos tipos de cirurgias cardíacas, para baixar a febre, controlar as hemorragias, aliviar a dor, além de outras indicações. As aplicações frias têm como finalidade diminuir a inflamação local; baixar a temperatura; aliviar a dor; dentre outras. Os profissionais de enfermagem devem ficar atentos as contra-indicações no momento de fazer a aplicação fria. Existem dois tipos de aplicação fria: aplicação fria úmida e aplicação fria seca. Procedimento: Aplicação de Frio Úmido 

Trata-se de aplicar compressas de água fria, ou um banho parcial de água ou álcool. Serve como anestésico e vasoconstritor local, para diminuir a dor ou a inflamação, reduzir o aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos, diminuir os processos supurativos, evitar pequenas hemorragias, baixar a temperatura corporal, ou diminuir o metabolismo em algumas cirurgias.

Indicações do procedimento 

Em contusões, entorses e no caso de hipertemia.

Material necessário 

Compressa



Panos



Recipiente para água fria



Toalha pequena



Toalha de banho



Protetor para cama

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Procedimento: Aplicação de Frio Seco 

Trata-se da aplicação de sacos ou colares de gelo ou de mantas hipotérmicas. Serve como anestésico e vasoconstritor local, para diminuir a dor ou inflamação, reduzir o aporte de oxigênio e nutrientes aos tecidos, diminuir os processos supurativos, evitar pequenas hemorragias, baixar a temperatura corporal, ou diminuir o metabolismo em algumas cirurgias.

Indicações do procedimento 

Em contusões, entorses e no caso de hipertemia.

Material necessário 

Bolsas de gelo



Colares de gelo



Bolsas de frio comerciais



Mantas de hiportemia

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DE FERIDAS O tegumento do corpo constitui uma barreira protetora contra organismos causadores de doenças, além de funcionar como um órgão sensorial para a dor, temperatura, termorregulação, metabolismo, comunicação/identificação e sensação tátil. Lesões do tegumento colocam em risco a segurança do organismo e provocam uma reação complexa de cicatrização dessas lesões. Vários fatores interferem nas características da pele, dentre eles podemos citar: a idade (envelhecimento, enrugamento, velocidade de epitelização, processo de cicatrização), o estado nutricional

(reparação/manutenção,

energia),

processo

patológico

(diabetes,

Doenças

cardiovasculares, imunodeficiências), medicamentos (corticosteróide, antibacterianos, hormônios), sabões (altera a flora e pH), exposição ao sol (causa envelhecimento, risco de CA, risco de queimaduras), hidratação (ressecamento e descamação). Qualquer interrupção da integridade da pele representa uma ferida. Assim, o tratamento de uma ferida e a assepsia cuidadosa têm como objetivos evitar ou diminuir riscos de complicações decorrentes, bem como facilitar o processo de cicatrização Quando cuidamos de pacientes com feridas – de todos os tipos – é importante que adotemos uma abordagem holística no tratamento. Há muitos fatores que afetam o processo de cicatrização; se forem levados em conta no preparo do histórico e na avaliação do paciente, será possível mitigar alguns dos seus efeitos. A intervenção da enfermagem não consegue resolver todos os problemas, como o da idade, por exemplo. Quando a intervenção da enfermagem puder ser eficaz, sugeriremos estratégias apropriadas. Um processo de enfermagem oferece um referencial útil para avaliar os pacientes. “Atividades de Vida” é o processo que foi selecionado para discutir os fatores que podem afetar a cicatrização. Mas embora ele seja útil quando consideramos os aspectos físicos do tratamento, também devemos dar atenção aos cuidados psicológicos e espirituais, pois os três estão indissoluvelmente ligados. Classificação das feridas A classificação as feridas é de grande importância para a avaliação e definição do cuidado adequado. Várias são as formas de classificar as feridas, de acordo com diferentes critérios. Deve-se considerar as condições de integridade da pele, causa da lesão, gravidade da lesão dos tecidos, limpeza do local da incisão cirúrgica ou qualidades descritivas do mesmo.

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a) Estado de integridade da pele 

Feridas abertas: quando há ruptura da pele ou mucosa. Ex.: punção venosa.



Feriadas fechadas: não há ruptura da pele ou mucosa. Ex.: fratura óssea, ruptura de víscera.

b) Causa 

Lesão intencional: que resulta de tratamento. Ex.: Incisão cirúrgica.



Lesão não intencional: Lesão traumática que ocorre inadvertidamente. Ex.: lesão com faca, queimadura.

c) Gravidade 

Lesão superficial: que envolve apenas a camada epidérmica da pele. Ex.: queimadura de primeiro grau.



Lesão penetrante: que envolve ruptura da camada epidérmica, assim como da derme e tecidos mais profundos ou órgãos. É causada por corpo estranho que entra profundamente nos tecidos. Ex.: ferimento à bala, punhalada.

d) Limpeza 

Ferida Limpa: que não contém organismos patogênicos. É causada por ferida cirúrgica que não entra no trato gastrointestinal, no trato respiratório ou na cavidade orofaríngea. Estas feridas possui um baixo risco de infecção. Ex.: mastectomia, cirurgia cardíaca e neurológica sem prévia contaminação.



Ferida potencialmente contaminada: provocada sob condições assépticas, mas envolvendo penetração em cavidade do corpo que normalmente abriga microorganismos. Riscos de infecção maior que nos casos de ferida limpa. Ex.: gastrectomia, apendicectomia sem supuração, colecistectomia.



Feridas contaminadas: existente sob condição propícia à presença de microorganismos,. Pode ser causada por feridas traumáticas, ferida cirúrgica na qual ocorreu uma falha nos padrões de assepsias. Ex.: cirurgia de emergência, trauma abdominal envolvendo penetração do intestino.

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Feridas infectadas: envolvendo bactérias presentes no local da lesão. É causada por qualquer ferida que não cicatriza adequadamente, permitindo a proliferação de microorganismos, feridas traumáticas antigas, incisão cirúrgica em uma área infeccionada E.]x.: apêndice supurado, drenagens de abscesso.

e) Qualidade descritiva 

Laceração: a ruptura de tecidos resulta em uma lesão com bordas irregulares. É causada por lesão traumática grave. Ex.: ferimento por faca, maquina industrial e vidros quebrados.



Escoriações: lesão superficial envolvendo esfoladuras ou esfregaduras de superfícies da pele por atrito. Resulta freqüentemente de queda.



Contusões: lesão fechada causada por um golpe infringido ao corpo por meio de um objeto rombo; contusão ou equimose caracterizada por edema, descoloração e dor. Há sangramento nos tecidos, causado por golpe brusco contra uma parte do corpo.

A cicatrização Durante os processos dinâmicos da cicatrização, ocorre uma seqüência de fases, no qual a efetividade do evento depende do sucesso do procedente. O corpo mobiliza sua força no sentido de:  Estancar a perda de sangue.  Remover patógenos e restos celulares.  Regenerar a cobertura epidérmica natural.  Repara o tecido mais profundo danificado.

Fases de cicatrização da ferida  1ª Fase exsudativa: do trauma, os capilares se tornam dilatado na área afetada; É ativado o sistema de coagulação, de desbridamento da ferida e de defesa imunológica.  2ª Fase proliferativa: inúmeras células são produzidas para rápida multiplicação dos tecidos vizinhos;É a fase de formação de um tecido novo (tecido de granulação), do colágeno e da epitelização.  3ª Fase de manutenção: de contração, redução do tamanho da lesão pela ação de fibroblastos.

90

Processo de cicatrização da ferida Este processo é basicamente o mesmo para todas as lesões, mas sofre o efeito da localização, gravidade e extensão da lesão, além da habilidade de regeneração das células atingidas.  Por primeira intenção = quando a cicatrização se dá nas bordas da ferida sem presença de infecção; Ex.: incisão de ferida cirúrgica limpa.  Por segunda intenção = quando se dá a cicatrização por união indireta das bordas da ferida, devido à quantidade de tecido de granulação. A ferida é mantida aberta até ser preenchida por tecido de cicatrização; Ex.: Ferida por queimadura, úlcera de pressão.  Por terceira intenção = é a cicatrização corrigida ou estimulada cirurgicamente. Implica na sutura das bordas ou na aplicação de enxertos. Fatores que influenciam a cicatrização das feridas  Nutrição: a reparação dos tecidos e a resistência às infecções dependem de uma dieta equilibrada.  Idade: a circulação sangüínea e o envio de oxigênio para o local da lesão, curativo, reações inflamatórias fagocitose são processos prejudicados pelo envelhecimento. O risco de infecção é maior.  Obesidade: A sutura de tecido adiposo é mais difícil. O suprimento sangüíneo menos abundante dos tecidos adiposos impede o envio de nutrientes e elementos celulares necessários à cicatrização norma.  Extensão da lesão: Lesões mais profundas envolvendo maior perda de tecido cicatrizam mais vagarosamente.  Oxigenação: a oxigenação mais reduzida no local da lesão inibe a reparação dos tecidos.  Fumo: os níveis de hemoglobina funcional diminuem; a liberação de oxigênio nos tecidos fica prejudicada.  Imunossupressão: redução da reação imunológica contribui para uma cicatrização da lesão.  Diabetes:o paciente portador de diabetes tem uma pequena doença vascular que prejudica a perfusão dos tecidos. O suprimento de oxigênio pode ser insuficiente. Estresse de uma lesão:

91

situações estressantes como vomito, distensão abdominal e tosse rompem as camadas da ferida e a recuperação dos tecidos. Complicações da cicatrização de feridas  Hemorragias: O sangramento de um local de uma ferida é normal durante e imediatamente após o trauma inicial, mas a hemostasia ocorre geralmente após alguns minutos. A hemorragia pode ocorrer interna ou externamente e quando ela está presente após o período de hemostasia indica uma sutura cirúrgica desfeita, um coágulo deslocado, uma infecção ou crosão de um vaso sangüíneo, devido a um objeto estranho (um dreno). O profissional deve observar as lesões com atenção,particularmente as cirúrgicas, nas quais o risco de hemorragia é grande durante as primeiras 24 a 48 horas.  Infecção: A infecção de uma lesão por bactéria inibe a cicatrização devido ao aumento da lesão dos tecidos e alteração das camadas da pele e tecidos. A infecção sistêmica afeta a cicatrização, porque a ferida precisa disputar os glóbulos brancos e os nutrientes com qualquer infecção. A cicatrização só ocorrerá depois que o organismo tiver superado a infecção. A infecção sistêmica está freqüentemente associada à pirexia. A pirexia causa um aumento do ritmo metabólico, aumentando assim o catabolismo ou colapso tecidual. Tabela 11 Fatores de risco de infecção. Fatores gerais Idade

Muito jovem ou muito idoso.

Nutrição

Emaciado; magro; obeso; desidratado.

Mobilidade

Limitada; imóvel; temporária; permanente

Estado Mental

Confuso; deprimido; senil

Incontinência

Urina; fezes; temporária; permanente.

Saúde geral

Fraca; debilitada

Higiene geral

Dependência; boca/dentes; pele

Fatores locais Edema

Pulmonar; ascite; efusão

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Isquemia

Trombo; êmbolo; necrose

Lesões na pele

Trauma; queimaduras; ulceração

Corpo estranho

Acidental; planejado

Procedimentos invasivos Canulação

Periférica; central; parenteral

Cateterização

Intermitente; fechada; drenagem; irrigação

Cirurgia

Ferida; drenagem de ferida; colostomia; implante

Entubação

Sucção endrobronquial; ventilação; umidificação

Fármacos Citóxicos; antibióticos; esteróides Doenças Carcinoma; leucemia; anemia aplástica; anemia grave; diabetes. Doença hepática; doença renal; transplante; AIDS. 

Deiscência: quando a ferida não cicatriza adequadamente, pode ocorrer a separação parcial ou total das camadas da pele e tecidos.



Evisceração: Quando ocorre a separação de camadas cirúrgicas as vísceras poderão se projetar para fora. É uma emergência médica que exige a colocação de compressas estéreis embebidas em solução salina estéril sobre os tecidos protraídos, para reduzi as possibilidades de invasão bacteriana e ressecamento antes que se execute a reparação cirúrgica.



Fístula: Caracteriza-se por uma passagem anormal entre dois órgãos ou entre um órgão e o lado externo do corpo. Um cirurgião pode criar uma fistula por razões terapêuticas (gastrostomia). Porém, a maioria das fistulas resulta de processos inadequados de cicatrização ocasionados por traumas, infecções exposição à radiação e doenças malignas. Aumentam os riscos de infecção, de desequilíbrio hidroeletrolítico e ruptura da pele devido a processos de drenagem crônica.

93

CURATIVO É um meio que consiste na limpeza e aplicação de uma cobertura estéril em uma ferida, quando necessário, com finalidade de promover a rápida cicatrização e prevenir contaminação e infecção. Critérios para o curativo ideal 

Promover meio ótimo para cicatrização.



Manter umidade.



Proteger contra infecção secundária.



Formar isolamento térmico.



Permitir trocas gasosas.



Ser de fácil remoção, sem provocar traumas.



Ser de fácil obtenção e custo acessível.

Finalidades 1.

Prevenir a contaminação.

2.

Remover corpos estranhos.

3.

Manter a umidade da superfície da ferida.

4.

Promover a cicatrização do tecido.

5.

Proteger a ferida.

6.

Facilitar a drenagem.

7.

Aliviar a dor.

8.

Promover o conforto e bem estar do paciente.

9.

Limitar a movimentação dos tecidos em torno da ferida.

10.

Fornecer isolamento térmico.

11.

Fazer desbridamento mecânico e remover tecido necrosado.

12.

Absorver exsudato e edema.

13.

Promover hemostasia.

94

Tipos de curativos O curativo é feito de acordo com as características da lesão. 1.

Aberto: Curativos feitos em ferida sem infecção que após a limpeza podem permanecer abertos; Ex.: curativo de ferida cirúrgica.

2.

Oclusivo: Curativo que após a limpeza da ferida e aplicação do medicamento é fechado ou ocluido com gaze ou atadura. Permite vedar a ferida em casos drenagem torácica prevenindo um pneumotórax.

3.

Compressivo: É o que faz compressão para levar à hemostasia ou vedar bem uma incisão, quando se deseja aproximar as bordas de um ferimento.

4.

Com irrigação: Realizado nos ferimentos com infecções, dentro de cavidades ou fístulas, com indicação de irrigação com soluções salinas ou anti-sépticas. A irrigação é feita com seringa.

5.

Com drenagem: Realizado nos ferimentos com grande quantidade de drenagem de exsudato, são utilizados drenos, tubos, cateteres ou bolsas de colostomia.

6.

Outros tipos de curativos: Bota de unna, bota de algodão, Hidrocolóides, etc.

Produtos mais utilizados no tratamento de feridas Para a escolha do curativo para o tratamento da ferida temos que observar as seguintes características da ferida: Seca (usar curativos que seja hidratante); Com pouco exsudato (curativos que mantenham a umidade); Muito exsudato (curativos absorventes); Necrose (curativo com ação debridante).

DESBRIDAMENTO CRUENTO

REMOÇÃO DO TECIDO NECRÓTICO COM USO DE BISTURÍ, TESOURA OU LASER. É CLASSIFICADO COMO CONSERVADOR OU CIRÚRGICO. CONSERVADOR:

REMOÇÃO

DO

TECIDO

NECROSADO CIRÚRGICO: REMOÇÃO DO TECIDO NECRÓTICO E TECIDO SAUDÁVEL (MÉDICO)

95

MECÂNICO

COM IRRIGAÇÃO

QUÍMICO OU ENZIMÁTICO

COM

AGENTES

ENZIMÁTICOS

DESBRIDANTES

(IRUXOL, COLAGENASE, FIBRASE, FIBRINOLISINA, PAPAÍNA) AUTOLÍTICO

OCORRE

AUTODESTRUIÇÃO

DO

TECIDO

NECROSADO POR ENZIMAS PRODUZIDAS PELA FERIDA

Açúcar: tem poder bactericida quando usado puro ou em pasta, porém não atua sobre bactérias esporuladas. Tem como característica diminuir o edema local; reduzir a congestão vascular, promovendo melhor oxigenação e irrigação da ferida; desenvolvendo a maturação de tecido de granulação; desbridar tecidos mortos e desvitalizados. Deve-se limpar com SF antes. A troca deve ser freqüente, mais de 4 horas se torna mio de cultura (chama insetos, baratas, trocar a cada 2 horas). Papaína: pode ser encontrado na forma de pasta, pó e na forma líquida. Possui ação bactericida, cicatrizante, antiinflamatória e desbridante. Facilita a ação de drogas na ferida. É utilizada em feridas necróticas. Deve ser preparado em frascos de vidro pelo poder de oxidação que possui (Fé, O2 e I). Desvantagens: exige cobertura secundária com gaze ou outro curativo, o preparo deve ser antes do uso, deve-se trocar diariamente, deve ser aplicado a limpeza. Ácidos Graxos Essenciais (AGE) e ácido linoléico: uso em todo tipo de lesão deve ser realizado debridamento prévio, limpar, cobrir com gaze e irrigar, trocar a cada 48h, pode ser associado a qualquer tipo de cobertura. Hidrocolóides: (atualmente mais usado). Mantém a umidade da ferida, possui barreira contra infecção, favorece debridamento, reduz calor, é de fácil remoção. À prova d’água. É indicados em lesões não infectantes, lesão com médio ou pouco exsudato, feridas operatórias, úlceras de pressão, áreas de transplantes, proteção da pele. É contra-indicado em

96

lesões infecciosas de queimaduras de 3º grau, lesões infectadas por fungos ou micobactérias e lesões sifilíticas. Não usar em tendão, osso ou músculo e feridas com muito exsudato. Alginato: É altamente absorvente, promove hemostasia em feridas com baixo exsudato. Protege as terminações nervosas, facilita a formação de tecido de granulação, necessita de curativo secundário. Não usar em feridas com pouco exsudato, com sangramento, não utilizar em implantes cirúrgicos. Trocar de 2 a 3 dias. Filmes transparentes: promove umidade local. É indicado em ferida superficiais (com acometimento da derme e epiderme), para proteção da pele, enxertos, pouco exsudato, curativo de cateter. Deve ser trocado na presença de exsudato. Tempo de permanência é de 05 a 12 dias. Carvão ativado: Usados em feridas exsudativas e infectantes. Possui ação bactericida com alto grau de absorção de exsudato. Diminui odor, é de fácil remoção, pode ser usado com ácidos graxos e deve ser aplicado após limpeza com SF. A troca deve ser realizada a cada 48 a 72h. É contra-indicado em lesão que esteja com tecido de granulação (absorve e resseca muito); em áreas queimadas; área doadora; distúrbios de coagulação. Tem como desvantagem ter que se usar uma cobertura secundária (fita crepe ou micropore). Água e sabão: emoliente utilizado para limpeza. Éter: utilizado para desprendimento do adesivo. Clorexedine: anti-séptico. Permanganato de Potássio: anti-séptico útil na supuração. PVPI: bactericida e fungicida. Pode causar lesão retardatária à cicatrização, age retirando todo o processo de cicatrização da ferida; é tóxico para cavidades, não usar em lesões abertas. Solução fisiológica: usada para limpeza de lesões.

97

Violeta de Genciana: Substância germicida e fungicida utilizada em mucosas ou lesões da pele e mucosas. Vaselina: Emoliente utilizado para retirar crostas e impermeabilizar a pele. Material: Bandeja contendo: 

Pacote de curativo estéril (1 pinça Kocher, 2 anatômica – com dente e sem dente, tesoura).



Recipientes com solução a serem usadas no curativo.



Pomadas e ataduras quando indicados.



Soro fisiológico, PVPI.



Esparadrapo.



Dersani para ferida infectada ou outra solução prescrita.



Éter para retirar o esparadrapo.



Cuba rim.



Pacotes com gases.



Saco para lixo



Impermeável e traçado para proteger a cama.



Par de luvas, estéril ou de procedimento, de acordo com o tipo de ferida e curativo.



Seringa de 20ml.



Espátula.

Observação: seqüência da pinça da direita para a esquerda. 

Pinça anatômica com dente, pinça de Kocher, pinça anatômica sem dente e tesoura.



Nos curativos grandes e purulentos deve-se usar lençóis e compressas, para melhor absorção de exsudato.

CURATIVO DE FERIDA LIMPA Procedimentos 1.

Conservar com o paciente e explicar sobre o cuidado a ser feito;

98

2.

Observar o ambiente: - fechar janelas e desligar ventiladores para evitar correntes de ar e poeira; - desocupar mesa de cabeceira; - colocar biombo, se necessário;

3.

Lavar as mãos;

4.

Preparar todo o material de acordo com o tipo de curativo a ser executado;

5.

Levar o material e dispô-lo sobre a mesa de cabeceira;

6.

Deixar o paciente confortável, expor somente a área que vai ser tratada; proteger a cama com impermeável e lençol móvel;

7.

Abrir o pacote estéril e colocar junto ao paciente, colocando as pinças em seqüência, de acordo com a ordem de uso;

8.

Abrir o pacote de gazes e coloca-las sobre o campo;

9.

Com a 1ª pinça (anatômica com dente) e espátula, retirar o curativo com a técnica, utilizando éter ou benzina na gaze, e jogar no lixo o curativo e espátula, não esquecendo de desprezar a pinça anatômica utilizada, na área do campo considerada contaminada;

10.

Com a 2ª pinça (kocher, pean ou Kelly), limpar a área menos contaminada da ferida, utilizando gazes embebidas em soro fisiológico (lembrar de desprezar a 1ª porção do SF);

11.

Fazer este movimento quantas vezes se tornar necessário; (se ferida limpa – deve-se utilizar movimentos de dentro para fora; se ferida contaminada – utilizar movimentos de fora para dentro);

12.

Secar com gaze; colocar o anti-séptico; (obs.: Colocar o anti-séptico se esta ferida for limpa);

13.

Com a 3ª pinça (anatômica sem dente), limpar as bordas da lesão com gaze embebida em soro fisiológico, secar e proteger com gaze, fixando com adesivo indicado ou apropriado; a. Usar a técnica do toque com o tampão rotativo, evitar os movimentos de dentro para fora da ferida, tanto quanto de fora para dentro; b. Observar as condições da ferida: apertar a ferida para ver a existência de secreção;

14.

Desprezar a 2ª e 3ª pinça e envolver todas no campo, que deverá ser recolhido com os demais materiais e encaminhado ao expurgo;

15.

Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem;

16.

Lavar as mãos;

17.

Escrever no prontuário o procedimento: colocando a hora, dia, medicamento utilizado, condições observadas na área da ferida (existência de secreções: cor, odor, quantidade viscosidade; - sinais de inflamações; queixas do paciente) e assinar.

99

CURATIVO COM DRENAGEM Procedimentos 1.

Lavar as mãos;

2.

Observar no coletor as características da secreção (cor, odor, etc);

3.

Organizar bandeja estéril, mais o material necessário, de acordo com o tipo de curativo;

4.

Observar o ambiente (ventilação, iluminação);

5.

Conversar com o paciente confortável;

6.

Deixar o paciente confortável;

7.

Descobrir a área a ser tratada e proteger a cama com impermeável e traçado;

8.

Colocar as luvas;

9.

Colocar as pinças na ordem com os cabos voltados para fora. Abrir o pacote de gase e colocar dentro do campo;

10.

Retirar o curativo com o auxilio da pinça e espátula com gaze embebida em éter, desprezar esta pinça no campo e espátula com curativo no saco de lixo;

11.

Pinçar o látex se necessário, principalmente no caso de necessidade de troca da solução;

12.

Fazer a limpeza da ferida obedecendo aos princípios de contaminação e seguindo a ordem de seqüência e de uso.

13.

Limpar e secar inicialmente nas bordas e depois na área ao redor do dreno;

14.

Prepara a gaze fazer uma abertura com a tesoura pegando pela parte que não vai tocar no dreno, se usa 2 ou mais gases dependendo da necessidade;

15.

Tirar as luvas com a técnica;

16.

Colocar os esparadrapos, prendendo toda a gaze pela extremidade;

17.

Organizar o material e recolher deixar o paciente confortável;

18.

Lavar as mãos;

19.

Anotar no prontuário todo o procedimento: colocando hora, dia o que foi observado.

Retirada do dreno 1.

Se for retirar o dreno o paciente não deve estar em fawler médio;

2.

Colocar bastante gaze perto do dreno e mandar o paciente respirar;

3.

Fazer o curativo compressivo (vedar todo o curativo);

100

4.

Dreno torácico exige troca de curativo extremamente rápida e curativo oclusivo para evitar que ocorra pneumotórax. Não deve apresentar dobras para garantir uma boa drenagem;

CURATIVO INFECTADO Procedimento 1.

Conversar com o paciente e explicar o que vai ser feito;

2.

Organizar o material e organizar o ambiente *ventilação, iluminação);

3.

Colocar o biombo;

4.

Lavar as mãos;

5.

Levar o material até a mesa de cabeceira;

6.

Colocar o impermeável ou lençol, expondo a área do ferimento;

7.

Abrir com técnica o pacote de curativo estéril;

8.

Colocar as luvas de procedimento e proceder a retirada da atadura, em seguida retira-las;

9.

Colocar as luvas estéril e organizar pela seqüência os instrumentos do pacote: anatômico com dente, kocher, anatômica sem dente e tesoura;

10.

Umedecer a gaze com soro fisiológico para soltar com maior facilidade;

11.

Retirar as gazes com a pinça anatômica com dente despreza-la;

12.

Limpar as bordas da ferida;

13.

Irrigar a ferida com a seringa e soro fisiológico;

14.

Depois enxugar, da parte mais limpa para a mais contaminada, sempre utilizando o auxilio da pinça de kocher;

15.

Colocar solução prescrita,pomada ou anti-séptico prescrito;

16.

Colocar gazes suficientes e fixar com a atadura;

17.

Organizar todo o material, deixar o paciente confortável;

18.

Lavar as mãos;

19.

Anotar no prontuário todo o procedimento.

101

CURATIVO INFECTADO COM O USO DE AGE 1.

Segue o mesmo procedimento do curativo infectado;

2.

Colocar algumas gazes abertas em cima da bandeja e a pessoa que está auxiliando coloca o dersani em cima das gazes;

3.

A gazes embebidas com dersani é colocada sob a ferida, em seguida coloca atadura prende com fita adesiva;

4.

Organizar o material;

5.

Deixa o paciente confortável;

6.

Lavar as mãos;

7.

Anotar no prontuário todo o procedimento.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM 1.

Isolar o paciente com biombo se necessário.

2.

Observar a data da esterilização do pacote do curativo ( o prazo de validade é sete dias).

3.

Desprezar a porção inicial do anti-séptico utilizado pela primeira vez.

4.

Se as gazes estiverem aderidas à ferida, umedece-las com soro fisiológico antes de retira-las.

5.

Não falar e não tossir sobre a ferida e ao manipular material esterelizado.

6.

Considerar contaminado qualquer objeto que toque em locais não esterilizados.

7.

Se houver mais de uma ferida iniciar pela lesão menos contaminada.

8.

Limpar as feridas partindo sempre da área menos contaminada para a mais contaminada. Nas feridas não infectadas, a pele ao redor é considerada mais contaminada que a incisão, e nas feridas infectadas, a área mais contaminada é a da lesão.

9.

Orientar o paciente para não tocar a ferida com as mãos.

10.

Retirar o esparadrapo no sentido dos pêlos.

11.

Ao embeber a gaze faze-la sobre a cuba rim.

12.

Ao embeber a gaze com anti-sépticos, manter as pontas das pinças voltadas para baixo devido ao risco de contaminação.

13.

Evitar correntes de ar (janelas abertas, ventiladores, etc.).

102

14.

Quando o paciente necessitar de vários curativos, iniciar pela incisão fechada e limpa, seguindo-se as lesões abertas não infectadas e, por último as infectadas;

15.

Geralmente, nas feridas cirúrgicas, 48 horas após a cirurgia, é recomendado deixar o curativo aberto;

16.

Ao dar banho em pacientes com curativo, aproveitar para lavar a lesão;

17.

Não jogar o curativo anterior e as gazes utilizadas na cesta de lixo do paciente.

18.

Não comprimir demais com ataduras e esparadrapo o local da ferida a fim de permitir boa circulação.

19.

O saco plástico que recebe gazes e ataduras usadas no curativo deve ser de uso individual. Um para cada paciente.

20.

Não é necessário o uso de luvas para fazer curativo. Exceto quando não utilizar pinça. Neste caso as luvas devem ser esterelizadas.

21.

Nas feridas, com exsudato, com suspeita de infecção deve ser colhida amostra para bacterioscopia e encaminhada imediatamente ao laboratório.

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA APLICAÇÃO DE ATADURAS Conceito 

Atadura é uma faixa de várias larguras e comprimentos, geralmente enrolada. Usada para envolver, fixar e proteger partes lesadas, e ainda, manter curativos no lugar.



As ataduras mais usadas são de gaze, crepe e elástica, estão disponíveis no mercado em rolo de varias larguras e comprimento; sendo recomendados:

Finalidade de sua aplicação 

Contenção: fixar curativos, conter talas (luxação) e imobilizar.



Compressão: exercer pressão sobre uma determinada área do corpo (curativos compressivos), estancar hemorragias.



Correção: manter posicionamento funcional do corpo e corrigir deformidades.

103



Proteção: para evitar o contato das partes em tratamento com o meio exterior, proteger curativos, proporcionar calor.

Regras na aplicação de uma atadura 

Deixar sempre que possível as extremidades do membro descobertas, a fim de verificar se a circulação está sendo perfeita.



Não ajustar demais a atadura devido ao perigo de grangena por falta de circulação.



Não deixar muito folgado para não sair com facilidade, expondo assim, o curativo.



Não deixar duas superfícies em contato para evitar o aparecimento de úlceras de pressão.



Dar apoio à parte em que está sendo aplicada a atadura.



Escolher tipo e tamanho de atadura adequado de acordo com o local e a indicação.



Colocar sempre o membro em posição funcional.



Proteger as saliências ósseas ou os ferimentos com curativos de gaze ou algodão.

Princípios científicos na aplicação de ataduras 

Os microorganismos multiplicam-se nas regiões quentes, úmidas e poluídas (sujas).



A pressão exercida pelos tecidos orgânicos pode afetar a circulação do sangue.



A fricção pode causar traumatismo mecânico do epitélio.



O corpo é mantido na posição anatômica natural com leve flexão das articulações para evitar o estiramento articular: a observância deste princípio evita deformidades e desconforto e estimula a circulação sanguínea da parte envolvida.



A compressão excessiva ou não das superfícies do corpo pode interferir com circulação sanguínea e, por conseguinte com a nutrição das células contidas nessa área.

Aplicação 

Para melhor compreendermos a aplicação, dividimos o corpo humano em formas geométricas:

104

Formas fundamentais de ataduras e sua utilização 1.

Circular ou orbicular: É feita com uma volta sobre a outra. Usada em partes cilíndricas do corpo ou para manter curativos; Ex: testa, pescoço, pulso, tornozelos, tórax.

2.

Espiral: a atadura é enrolada obliquamente num segmento corporal. A volta é colocada sempre do diâmetro menor para o maior, para evitar que se desmanche. a. Lenta: é aplicada nas partes cilíndricas do segmento corporal: braço, antebraço, dedos, tronco e pernas. b. Apressada ou oblíqua: as voltas não se tocam entre si. É usada para fixar talas imobilizando as articulações e para unir a mesma atadura duas partes, como mão e cotovelo. Deve-se tomar cuidado, pois com os espaço sem compressão que ficam entre as voltas da atadura podem ocasionar edema, devido à deficiência circulatória, se a atadura estiver muito apertada. c. Reversa ou espiral com inversão: em cada volta se inverte a atadura, de forma tal que sua parte interna fique sendo externa e na seguinte volta, vice-versa. Desta forma há diminuição na largura da atadura, evitando que a atadura fique frouxa. A volta em espiral reversa é aplicada nas partes cônica; regiões onde há acentuado aumento do diâmetro (braço, antebraço, pernas, coxas).

3.

Cruzada ou em oito: também conhecida com espica. Consiste em cruzar a atadura em forma de oito. É usada, sobretudo nas articulações (cotovelo, joelho, punho, tornozelo), nas partes cilíndricas do corpo (braço, tórax) e quando se quer mudar de um segmento para outro: cabeça – pescoço, braço – tórax, mão – punho, etc. Permitindo os movimentos articulares.

4.

Recorrente: utilizada para cobrir porções distais do corpo como cabeça (capacete), extremidades dos dedos da mão e pé cotos de membros amputados.

105

Pontos a serem observados 1.

A atadura deve ser bem feita e apresentar aspecto agradável;

2.

Ao aplicar a atadura observar: a. O local e a extensão da lesão; b. as condições da circulação; c. presença de lesões, edema.

3.

Ao passar uma atadura, evitar pregas e rugas;

4.

As ataduras devem ficar firmes, indeslocáveis, adaptando-se ás formas corporais, sem serem muito apertadas;

5.

Para controlar as condições de irrigação sangüínea, é necessário deixar descobertas as extremidades (dedos da mão e pedartículos);

6.

Ao passar uma atadura, colocar o membro em posição funcional;

7.

As talas para imobilização devem ser resistentes e leves;

8.

Evitar que duas superfícies corporais fiquem em contato, para evitar escaras ou aderências;

9.

Todas as voltas deverão sempre percorrer o caminho mais curto; do contrário soltam-se com facilidade;

10.

A porção terminal da atadura não deverá ser aplicada em parte do corpo que se estreita, porque se desajusta facilmente, ou sobre lesão porque pode traumatizar;

11.

A largura da atadura deve ser de acordo co diâmetro do membro, ou parte do corpo a ser enfaixado;

12.

Caso queira exercer compressão, as ataduras deverão ser acolchoadas;

13.

Ao colocar alfinetes ou fazer nós, cuidar para que não fiquem sobre o ferimento, saliência óssea, ou do lado que não que o paciente deita ou outro lugar que não possa incomodá-lo;

14.

Caso seja necessário um segundo rolo de atadura, coloca-se a sua extremidade inicial sob a extremidade terminal da primeira.

Para retirar a atadura 

Retirar a atadura passando-a de uma mão para outra, enrolando-a



Caso a atadura esteja aderente, umedece-la com soro fisiológico aquecido.



Ataduras muito sujas devem ser removidas com pinças ou luvas.

106

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS NECESSIDADES DE OXIGENIOTERAPIA Oxigenioterapia Consiste na administração de oxigênio medicinal com finalidade terapêutica. Trata-se de uma intervenção mais comum para melhorar as trocas gasosas entre alvéolos e sangue, aumentando a concentração de oxigênio no sangue, enquanto diminui o trabalho da respiração e o estresse do miocárdio. O oxigênio é uma droga terapêutica e deve ser usado com cautela. Indicações 

Hipoxemia de qualquer origem;



Reanimação cardiorespiratória;



Manutenção da integridade capilar;



Infarto agudo do miocárdio;



Pós-operatório imediato;



Doenças pulmonares agudas, infecciosas e crônicas;



Pacientes com DOPCs.

A oxigenioterapia do organismo se situam em 3 níveis: 1.

Ao nível do alvéolo: a ventilação respiratória assegurada a renovação de O2

2.

Ao nível do sangue circulante: que transporta o O2 até os tecidos.

3.

Ao nível dos tecidos: o O2 transportado pelo sangue assegura a renovação dos tecidos e participa do metabolismo celular.

Meios de administrar O2: 

Cateter nasal;



Cânula nasal:;



Máscara;



Incubadora;



HOOD ou HALO;



CPAP nasal;



VM através de uso de cânula endotraqueal.

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Material básico: 

Oxigênio canalizado ou em torpedo;



Manômetro e/ou fluxômetro;



Umidificador;



Aviso de não fumar;



Esparadrapo, micropore ou fita adesiva;



Gaze;



Água destilada;



Lubrificante;



Saco para resíduos;



Intermediário de látex ou plástico.

Cânula nasal 

Tubo plástico com pequeno diâmetro e duas protusões que são introduzidas nas fossas nasais. Seu uso é mais confortável do que a maioria dos dispositivos, especialmente o cateter nasal;



Controla o fluxo de oxigênio (1 a 6 1/min);



Fornece concentração de oxigênio de 25 a 40%;



É usada quando não é necessária grande pressão na administração de oxigênio. Obs: Acrescentar ao material básico a cânula nasal.

Procedimento 1. Conversar com o paciente sobre o cuidado; 2. Preparar ambiente , verificando as medidas de segurança; 3. Organizar o material; 4. Lavar as mãos; 5. Colocar o paciente em posição confortável; 6. Adaptar a cânula ao tubo de látex ou plástico; 7. Abrir o oxigênio; 8. Colocar a cânula no nariz do paciente, fixando-a com a fita adesiva; 9. Manter o fluxo de oxigênio – 1 a 6 1/min ou de acordo com pm; 10. Lavar as mãos; 11. Anotar no prontuário os cuidados prestados.

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Máscaras de oxigênio  É um dispositivo de plástico transparente com uma saída para a expiração que recobre o nariz e a boca;  Usa a parte da face e os seios nasais como reservatório do oxigênio, se mistura com o ar ambiente entra pelos orifícios durante a inspiração;  A quantidade de oxigênio através da máscara oscila entre 5 a 8 1/min. Obs: alguns pacientes podem sentir claustrofobia, tranqüilizálo de que existe ar e oxigênio suficiente para respiração. Procedimento 1. Prepara ambiente verificar a medida de segurança; 2. Conversar com o paciente e explicar o que vai ser feito; 3. Colocar o paciente confortável em posição de fowler; 4. Preparar o material e colocar na mesa de cabeceira; 5. Unir a máscara ao intermediário e este ao umidificador; 6. Abrir a válvula do torpedo e deixar sair um pouco de oxigênio para evitar saída intempestiva; 7. Regular o número de litros de oxigênio até a quantidade prescrita (5 a 8 litros); 8. Deixar o ambiente em ordem; 9. Lavar as mãos; 10. Anotar os cuidados prestados no prontuário. Cateter nasal  Caracteriza-se pela introdução de uma sonda fina de plástico ou borracha, com alguns orifícios pequenos na extremidade, que introduz no nariz e na faringe;  Concentração de oxigênio é de 60%. Material: (acrescentar) 

Cateter nasal estéril (sonda número 6, 8, 10 ou 12);



Luva de procedimento.

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Procedimentos 

Lavar as mãos;



Explicar o paciente o que vai ser feito;



Preparar o ambiente, verificando as medidas de segurança;



Preparar o material, levando para junto do paciente;



Lavar as mãos;



Colocar o paciente em posição fowler;



Verificar a quantidade de litro prescrita pelo médico;



Colocar o umidificador no local e adaptar o látex;



Colocar xilocaína na gaze;



Medir a distância entre a ponta do nariz e lóbulo da orelha e marcar com esparadrapo;



Com gaze umedecida de xilocaína, introduzir a porção do cateter correspondente à fossa nasal;



Fazer fixação correta do cateter de O2 junto a narina e sobre a orelha;



Quantidade de O2 é de 2 a 3 1/min;



Organizar o material;



Deixar o paciente confortável;



Lavar as mãos;



Anotar no prontuário todo o procedimento.

Cuidados de enfermagem 

Fazer a troca de narina a cada seis horas e proceder a uma limpeza do cateter e da narina;



Substituir o cateter a cada 24 horas no caso de permanência de O2, considerando a profilaxia de infecções;



Colocar avisos para não fumar;



Ao verificar que o nível da água no umidificador está baixo, desprezar a água restante e recolocar nova água. Jamais acrescentar água ao volume restante;



Manter o umidificador sempre com água até a marca 2/3 de sua capacidade;



Água usada no umidificador deve ser estéril;



Observar o paciente durante o tratamento;



Capacidade do cilindro 300 libras, se estivar abaixo de 50 libras chamar a manutenção;

110



Evitar atrito do cateter na mucosa nasal;



Paciente que recebe oxigênio requer um especial cuidado com a cavidade oral.

Cuidados importantes 1.

Seguir rigorosamente a prescrição médica quanto à quantidade de oxigênio por minuto, para evitar graves complicações;

2.

Observar a presença de vazamento de oxigênio em todo o sistema;

3.

Nunca ligar o oxigênio sem umidificação para evitar sérias lesões no trato respiratório;

4.

Ao utilizar o torpedo de oxigênio, observar os seguintes cuidados: 

Proibir o uso de fumo próximo ao cilindro ou torpedo de oxigênio;



Transportar em carrinho apropriado;



Abrir lentamente a válvula de cilindro ou torpedo;



Evitar quedas.

5.

Trocar o cateter a cada horas devido à obstrução e mudar o local de fixação;

6.

Anotar na prescrição do paciente o horário da suspensão do tratamento. Obs: A administração de oxigenioterapia pode ser iniciada pelo enfermeiro, se o cliente começar a apresentar problemas respiratórios, mas o tratamento geralmente é prescrito pelo médico, portanto, em seguida, é fundamental que o enfermeiro comunique a intercorrência ao médico.

AEROSSOLTERAPIA/NEBULIZAÇÃO Conceito É a introdução de medicamentos, transformados em pequenas partículas voláteis, através do trato respiratório por um aparelho chamado nebulizador. Pode ser realizada por meio de ar comprimido ou oxigênio.

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Objetivo Fornecer um excesso de umidade às mucosas que revestem o trato respiratório. A umidade ajuda a aliviar a irritação da mucosa, dilui secreções espessas e afrouxa as crostas. Material: nebulizador; solução prescrita. Procedimentos 1. Lavar as mãos; 2. Retirar o nebulizador já desinfetado do recipiente; 3. Colocar a solução prescrita no nebulizador; 4. Posicionar o paciente de maneira confortável, de preferência em Fowler ou sentado; 5. Orientar o paciente para manter a máscara junto à face, inspirar pelo nariz e expirar pela boca; 6. Graduar o fluxômetro até visualizar a saída de névoa (no máximo 5 litros por minuto); 7. Manter a nebulização por 15 a 20 minutos ou de acordo com prescrição médica; 8. Deixar o paciente confortável; 9. Fazer a desinfecção do nebulizador conforma a rotina; 10. Lavar as mãos; 11. Checar o horário na prescrição. Cuidados importantes 1. Ao fechar a válvula do fluxômetro, observar se não há vazamento; 2. Estimular a expectoração e anotar a quantidade e características; 3. Nos pacientes traqueostomizados adaptar o nebulizador próximo à traqueostomia; 4. Na nebulização contínua, manter a água esterilizada do frasco em níveis adequados; 5. Utilizar oxigênio somente quando não houver ar comprimido disponível ou quando houver prescrição médica para uso do oxigênio.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NAS NECESSIDADES DE SONDAGENS Introdução A sonda é um instrumento para ser introduzido em um canal ou cavidade para fins propedêuticos (determinar a presença de estenose, corpo estranho ou uma outra situação mórbida). Pode ser fina e flexível, para explorar ou dilatar um canal natural; ou rígida, geralmente com uma extremidade pontiaguda, para separar tecidos de dissecação. A sondagem é um método muito utilizado e eficiente em pacientes em situações delicadas, quase sempre dentro do hospital. Ela pode ser utilizada no pré-operatório, por exemplo, para fazer esvaziamento vesical, no pós-operatório para exercer funções que o corpo ainda não está adaptado (por exemplo: uso de sonda nasogástrica para alimentação após uma cirurgia esofagiana) e no caso de perda de funções vitais (exemplo: um paraplégico que não tem reflexos vesicais que tem necessidade de estar sempre com uma sonda vesical). CATETERISMO GÁSTRICO Conceito É a introdução de uma sonda plástica ou de borracha, flexível, podendo ser curta ou longa, pela boca (SOG) ou nariz (SNG) até o estômago. Objetivos 

Estabelecer uma via para alimentar o paciente;



Examinar o conteúdo gástrico;



Administrar medicamentos;



Preparar para cirurgias e exames;



Para aspirar ou esvaziar o conteúdo gástrico;



Nas cirurgias e afecções da boca;



Estabelecer um meio de drenar o conteúdo gástrico;



Aliviar distensão abdominal.

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Tipos de sonda 

Sonda Levine: é uma das mais usadas, existindo no mercado tanto tubos de plástico como de borracha com orifícios laterais próximos à ponta; são passadas normalmente pelas narinas. Apresenta uma única luz (números 14 a 18 ). A sonda é usada para remover líquidos e gases do trato gastrointestinal superior em adultos, obter uma amostra do conteúdo gástrico para estudos laboratoriais e administrar alimentos e medicamentos diretamente no trato gastrointestinal;



Sonda Ewald: usada para retirada do conteúdo gástrico (tubo de borracha com uma grande abertura);



Sonda Jutte: com ponta de malha metálica;



Sonda Rhefus: ponta metálica, aumenta força da gravidade;



Sonda de Miller-Abbott: sonda longa de borracha, com luz dupla e com um balão na extremidade, que é introduzida, geralmente, através de uma narina e levada até o piloro; é utilizada para localizar e tratar processos obstrutivos do intestino delgado;



Sonda de Dobhoff: usada para alimentação.

Contra-indicações 

TU de mediatisno



Estenose de esôfago



Varizes de esôfago

Material 

Biombo, sonda gástrica; cuba rim; toalha de rosto; anestésico local e lubrificante (xilocaina gel à 2%); gaze; seringa de 20 ml; estetoscópio; esparadrapo, recipiente para lixo; copo com água. Obs: O número da sonda nasogástrica deve ser proporcional à constituição física do paciente. Geralmente, nº 14 a 20 para adulto e de 04 a 12 para Rn e crianças.

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Procedimentos 1. Verificar na prescrição do paciente a finalidade da sondagem. 2. Explicar o procedimento ao paciente. 3. Prepara o material. 4. Lavar as mãos. 5. Posicionar o paciente em Fowler ou sentado. 6. Cortar o esparadrapo para fixação e para marcar a sonda. 7. Medir a sonda: a. Da asa do nariz ao lóbulo da orelha. b. Medir do lóbulo da orelha até o apêndice xifóide e marca-la com esparadrapo. 8. Lubrificar a sonda com anestésico local do tópico com auxilio de gaze. 9. Introduzir a sonda lentamente, sem forçar. 10. Fletir a cabeça do paciente para frente quando a sonda ultrapassar o obstáculo da parede nasofaríngea. 11. Pedir ao paciente para deglutir e respirar profundamente, enquanto, a sonda é introduzida. A sonda deve ser introduzida delicadamente até a marca do esparadrapo. 12. Verificar se a sonda está no estômago através dos seguintes procedimentos: a. Colocar o estetoscópio abaixo do apêndice xifóide: introduzir 10 ml de ar pela sonda com auxilio de seringa. O ar introduzido produzirá ruídos que serão auscultados através do estetoscópio, confirmando a localização correta da sonda. b. Aspirar suco gástrico. c. Colocar a sonda em um copo d’água se não borbulhar está no estômago. d. Pedir ao paciente que diga “HUM” com a boca fechada; 13. Fixar a sonda com esparadrapo, sem comprimir a narina, de modo que fique segura. 14. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem. 15. Guardar o material. 16. Lavar as mãos. 17. Anotar na prescrição do paciente: horário; nº da sonda; reações do paciente.

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Cuidados importantes 1. Caso o paciente apresente tosse durante a introdução da sonda, interromper o procedimento até cessar o estado tussígeno. Se a tosse persistir, retirar totalmente a sonda. 2. Anotar volume e aspecto da secreção gástrica quando a sonda permanecer aberta. 3. Limpar as narinas, duas vezes ao dia, com cotonete. 4. Trocar a fixação diariamente, massageando as narinas para evitar lesão. 5. Cercar a cama com biombo, se necessário. 6. Verificar se houve desvio na introdução, em caso de cianose, ruídos sibilantes, sair ar pela sonda, tosse intensa e rouquidão. 7. Uma radiografia e o único meio seguro de se verificar a posição da sonda. Possíveis complicações  Gastrointestinais: diarréia, náuseas vômito, gases, plenitude gástrica, cólicas, Síndrome de Dumping, constipação.  Mecânicas: pneumonia por aspiração, má colocação, obstrução da sonda, resíduo, irritação nasofaríngea.  Metabólicas: hiperglicemia, desidratação, azotemia, Síndrome das alimentações por sondas.

GAVAGEM Conceito: É a introdução de alimentos através de uma sonda gástrica. Objetivo: Este procedimento é utilizado para oferecer alimentos aqueles pacientes que não conseguem alimentar-se devido à perda de apetite, inconsciência fraqueza ou debilidade excessiva ou obstrução do esôfago, bebês prematuros ou crianças que sofrem cirurgias reparadoras da boca. Cuidados com o alimento 

Conferir se a dica está correta.



Retirar o ar do equipo deixando escorrer um pouco de alimento pelo equipo.



Colocar o alimento aquecido.

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Material: seringa de 20 ml; pacote de gaze; copo com água; recipiente para lixo; estetoscópio; recipiente com alimentos; bolas de algodão com álccol. Procedimentos 1. Lavar as mãos. 2. Preparar o material. 3. Orientar o paciente sobre o procedimento. 4. Lavar as mãos. 5. Elevar a cabeceira da cama, se não houver contra-indicação. 6. Verificar se a sonda está no estômago conforme técnica da sondagem gástrica. 7. Verificar temperatura do alimento (próxima à temperatura corporal). 8. Limpar a extremidade da sonda com bola de algodão embebida em álccol. 9. Aspirar o alimento com a seringa. 10. Introduzir o alimento lentamente. 11. Repetir o procedimento até o término, evitando a introdução de ar, ou injetar a dieta por sifonagem (colocar a extremidade da sonda dentro do recipiente da dieta e eleva-lo para obter a cão da gravidade). 12. Injetar 10% de água em relação à quantidade do alimento. 13. Limpar a extremidade da sonda novamente. 14. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem. 15. Proceder à limpeza dos materiais. 16. Lavar as mãos. 17. Anotar na prescrição do paciente: horário; tipo e a unidade do alimento; intercorrências se houver. Cuidados importantes  Antes de administrar o alimento aspirar a sonda para verificar se o estômago não está repleto de alimento;  Não deixar entrar ar mantendo a sonda fechada evitando distensão abdominal;  Pinçar a sonda para evitar a entrada de ar sempre que for manuseá-la;  Elevar o decúbito ou deixar o paciente em decúbito lateral nos casos em que o paciente tenha facilidade de rugurgitamento.

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ALIMNTAÇÃO PELA GASTROSTOMIA É a introdução de alimentos líquidos diretamente no estômago, por meio de uma sonda nele colocada através da parede abdominal, onde é feita pelo cirurgião uma incisão nesta e introduzindo a sonda. O procedimento de alimentação segue o mesmo da gavagem. LAVAGEM GÁSTRICA Conceito: É a limpeza do estômago realizada através de uma sonda gástrica. Objetivos: 

Remover substâncias tóxicas ou irritantes;



Preparar pacientes para cirurgias e/ou exames;



Auxiliar no tratamento de hemorragia gástrica.

Material: o mesmo material de sondagem gástrica acrescida da solução prescrita para lavagem (Soro fisiológico, solução de bicarbonato de Na, água), pedaço de látex. Procedimentos 1. Lavar as mãos; 2. Verificar se o paciente deverá permanecer com a sonda após a lavagem; 3. Preparar o material; 4. Orientar o paciente sobre o procedimento; 5. Executar técnica de sondagem gástrica; 6. Colocar o paciente em posição de Fowler ou decúbito lateral; 7. Adaptar o frasco de soro fisiológico (S.F.) na sonda e injeta-lo lentamente; 8. Deixar que a solução retornasse ao frasco através da força da gravidade, deixando o frasco mais baixo que o corpo; 9. Proceder desta forma quantas vezes forem necessárias, usando tantos frascos de soluções forem prescritos; 10. Deixar o paciente confortável e o ambiente em ordem; 11. Fazer limpeza dos materiais;

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12. Lavar as mãos; 13. Anotar na prescrição do paciente: horário; volume infundido e drenado; aspecto do líquido drenado; reações do paciente. RETIRADA DA SONDA NASOGÁSTRICA A retirada da sonda deve ser feita de acordo com a prescrição médica. Material: gaze; éter; recipiente para lixo; toalha de rosto; cotonetes. Procedimentos 1. Lavar as mãos; 2. Preparar o material; 3. Explicar o procedimento ao paciente; 4. Colocar a toalha sobre o tórax do paciente; 5. Retirar o espadrapo que fixa a sonda com auxílio de gaze e éter; 6. Fechar a sonda; 7. Retirar a sonda lentamente com auxílio de uma gaze; 8. Proceder à limpeza das narinas com auxílio de cotonete; 9. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem; 10. Fazer limpeza dos materiais; 11. Lavar as mãos; 12. Anotar na prescrição do paciente: horário; motivo; reações do paciente em relação à retirada da sonda. CATETERISMO OU SONDAGEM VESICAL Conceito 

É a introdução de uma sonda na bexiga através do meato urinário, devendo ser feito com técnica rigorosamente asséptica.

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Objetivos 

Aliviar a distensão vesical pela retenção de urina;



Evitar a constante umidade em pacientes com incontinência urinária;



Proceder ao preparo pré-operatório de algumas cirurgias;



Possibilitar o controle rigoroso da diurese;



Obter amostra estéril de urina.

Observações 1. Antes da sondagem em pacientes com retenção urinária, procura meios que estimulem a diurese espontânea do paciente: a. Abrir uma torneira perto do paciente; b. Fazer lavagem externa com água aquecida; c. Colocar o paciente sobre uma comadre com água aquecida; d. Colocar bolsa de água quente sobre a região hipogástrica; e. Pingar água morna sobre o clitóris; f. Colocar as mãos do paciente em água aquecida. 2. Para pacientes com incontinência urinária, ao invés de cateterizar, é preferível usar fraldas descartáveis para mulheres e uropen para homens. Indicações do cateterismo ☺ Método intermitente: (sonda nelaton ou de alívio) a. Para alívio imediato da distensão da bexiga: nos casos de paciente que não consegue urinar 8 a 12 horas de cirurgia; pacientes com retenção urinário aguda, devido a traumatismo na uretra; pacientes sob efeitos sedativos; b. No tratamento prolongado de pacientes com incompetência vesical; c. Obter amostra estéril de urina; d. Verificar presença residual após a micção. ☺ Método de demora: (sonda de borracha – SVD) a.

Presença de obstáculo à eliminação (aumento do volume prostático, estenose da uretra);

b. Pacientes com cirurgias de uretra e estruturas vizinhas; c. Prevenir obstrução da uretra por coágulos de sangue (TU de bexiga, cirurgia da uretra).

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Minimização de traumatismos 

O traumatismo da uretra pode ser minimizado com um cateter do tamanho apropriado. O cateter é lubrificado de modo a ser introduzido de forma fácil e de forma delicada. O cateter é fixado apropriadamente para evitar sua movimentação, causando tração da uretra, ou remoção acidental. Obs.: Sonda nelaton ou de alívio: varia de nº 04 a 22 Sonda de foley ou de borracha: varia de nº 12 a22

Riscos de infecção A presença de um cateter de demora pode levar à infecção. Os patógenos responsáveis pelas infecções do trato urinário associado ao cateter incluem Escherichia coli, Klesbsiella, Proteus, Pseudomonas, Enterobacter, Serratia e Cândida. Os cateteres impedem a maioria das defesas naturais do trato urinário inferior através da obstrução dos dutos peri-uretrais, irritando a mucosa vesical e promovendo uma via artificial para a entrada de organismos na bexiga. Por isso (devido aos riscos de infecção), o paciente com um cateter de demora é avaliado quanto aos sinais e sintomas de infecção do trato urinário: urina turva, hematúria, febre, calafrios, anorexia, e mal-estar. Além disto, determinados princípios são essenciais nos cuidados de um sistema fechado de drenagem urinária, de modo a prevenir essas indesejáveis infecções. Cuidados importantes 1.

A sondagem vesical de demora tem indicações específicas conforme descrito nos objetivos. Assim, nos casos de retenção urinária de qualquer origem, quando o objetivo for essencialmente a sondagem de alívio, deve-se antes executar medidas visando estimular a micção espontânea, como descritas anteriormente;

2.

Utilizar sempre o sistema de drenagem fechado estéril;

3.

Observar rigorosamente a técnica asséptica;

4.

Utilizar a posição ginecológica em pacientes obesos ou quando for difícil a visualização do meato;

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5.

Caso a executante da técnica seja destra, deve permanecer ao lado direito do paciente. Se for sinistra, permanecer ao lado esquerdo e calçar a luva na mão direita;

6.

Perfurar o bico do anestésico com agulha estéril após desinfecção do mesmo;

7.

Em pacientes com sonda de Foley, observar os seguintes cuidados: a. Higiene íntima duas vezes ao dia; b. Esvaziar a bolsa de drenagem a cada seis horas; c. Orientar o paciente para não elevar a bolsa de drenagem acima do nível da bexiga; d. A bolsa nunca deve tocar no chão; e. Preservar o bom fluxo urinário evitando dobras; f. Anota no relatório de enfermagem do paciente: alteração no aspecto da urina, queixas de dores e elevação da temperatura;

8.

O cateter não deve ser mantido mais tempo do que o necessário;

9.

Se o cateter é mantido por dias ou semanas, então deve ser trocado periodicamente, uma vez por semana, e nunca ser suspenso sem um treinamento prévio da bexiga, a fim de evitar a instalação da atonia vesical;

10.

Deve ser evitada a manipulação inadvertida do cateter pelo paciente ou pela equipe.

SONDAGEM VESICAL DE DEMORA FEMININA Material 

Luva látex esterilizada; máscara; pacote de cateterismo vesical estéril contendo (cuba redonda, cuba rim, pinça, bolas de algodão, gazes, campo fenestrado); antiséptico; anestésico local tópico (xilocaina à 2%); um pacote de gaze esterilizada; saco para lixo; material para higiene íntima; sonda foley de calibre adequado; uma seringa de 10 ml com água destilada para encher o balão; uma seringa de 10 ml para testar o balão; esparadrapo; sistema de drenagem fechado estéril.

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Procedimentos 1.

Verificar as condições de higiene íntima da paciente;

2.

Orientar a paciente com relação as tapas o procedimento e ao objetivo do mesmo. Importância de sua colaboração no relaxamento muscular. Informa-la sobre a sensação d ardência no local e que também pode provocar o desejo de urinar;

3.

Preparar o ambiente;

4.

Lavar as mãos;

5.

Prepara o material e deixar o sistema de drenagem ou similar montado (frasco, tampa de borracha e prolongamento). Manter o intermediário protegido;

6.

Fazer higiene íntima;

7.

Dobrar as roupas de cama em leque até os pés da cama deixando apenas o lençol;

8.

Deixar o paciente em decúbito dorsal e afastar os membros inferiores o máximo possível, sem provocar desconforto;

9.

Trazer o lençol e colocar na diagonal fazendo o sapatinho ou ajusta-lo sob as coxas internamente (os genitais ficam protegidos), deixando a paciente em posição ginecológica;

10.

Abrir o pacote de cateterismo em cima da mesa de cabeceira que já deve estar ao lado dos pés da paciente, e colocar todo o material (anti-séptico, sonda, seringa para teste do balão, lubrificante) e prepara na seringa a água destilada que deverá ficar fora do campo. Desprezar a 1ª porção do anestésico e anti-séptico;

11.

Colocar o saco de lixo próximo à cama;

12.

Calçar a luva da mão esquerda e expor a genitália da paciente;

13.

Calcar a luva na mão direita;

14.

Testar a sonda;

15.

Lubrificara sonda com xilocaina;

16.

Colocar o campo fenestrado em cima da genitália;

17.

Colocar a cuba rim e cuba redonda em cima do campo fenestrado, entre as pernas da paciente;

18.

Iniciar a anti-sepsia da genitália, começando pela vulva, grandes lábios, pequenos lábios, clitóris, meato urinário e introito vaginal, usando o algodão no sentido de cima para baixo e desprezando sempre que usar em cada uma destas partes;

19.

Desprezar a pinça na lateral do campo;

123

20.

Introduzir metade da sonda (5 a 8 cm), lentamente e com movimentos delicados, diretamente no meato sem tocá-la nas áreas adjacentes;

21.

Constatar a saída de urina e injetar água destilada para encher o balão;

22.

Testar se a sonda está fixa na bexiga tracionando-a delicadamente e conectar o prolongamento;

23.

Cobrir os genitais com a camisola;

24.

Retirar as luvas e fixar a sonda com esparadrapo na face interna da coxa, sem tracioná-la;

25.

Retirar os materiais da cama;

26.

Colocar a paciente em posição confortável e a unidade em ordem;

27.

Proceder à desinfecção dos materiais;

28.

Lavar as mãos;

29.

Anotar na prescrição da paciente: horário; reação da paciente; nº da sonda; tipo de sondagem; volume e aspecto da urina retirada; volume de água destilada injetada no balão de sonda.

SONDAGEM VESICAL DE DEMORA MASCULINA Material: o mesmo do procedimento anterior. Procedimentos Técnica idêntica à anterior com exceção de: 1. Manter o paciente em posição deitada; 2. Anti-sepsia do local: Fazer anti-sepsia do meato urinário, glande e prepúcio; 3. Elevar o pênis, quase que perpendilcularmente ao corpo, para colocar a uretra em linha reta. SONDAGEM VESICAL DE ALÍVIO FEMININA Material 

Luva látex esterilizada; máscara; pacote de cateterismo vesical estéril contendo (cuba redonda, cuba rim, pinça, bolas de algodão, gazes, campo fenestrado); antiséptico; anestésico

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local tópico (xilocaina à 2%); um pacote de gaze esterilizada; saco para lixo; material para higiene íntima; sonda nelaton de calibre fino; comadre. Procedimentos 1. Verificar as condições de higiene íntima da paciente; 2. Orientar a paciente com relação às etapas do procedimento a ao objetivo do mesmo. Importância de sua colaboração no relaxamento muscular. Informa-la sobre a sensação de ardência no local e que também pode provocar o desejo de urinar; 3. Preparar o ambiente; 4. Lavar as mãos; 5. Fazer higiene íntima; 6. Dobrar as roupas de cama em leque até os pés da cama deixando apenas o lençol; 7. Deixar o paciente em decúbito dorsal e afastar os membros inferiores o máximo possível, sem provocar desconforto; 8. Trazer o lençol e colocar na diagonal fazendo o sapatinho ou ajusta-lo sob as coxas internamente (os genitais ficam protegidos), deixando a paciente em posição ginecológica e colocar a comadre entre as pernas da paciente; 9. Abrir o pacote de cateterismo em cima da mesa de cabeceira que já deve estar ao lado dos pás da paciente, e colocar todo o material (anti-séptico, sonda, lubrificante). Desprezar a 1ª porção do anestésico e anti-séptico; 10. Colocar o saco de lixo próximo à cama; 11. Calçar a luva da mão esquerda e expor a genitália da paciente; 12. Calçar a luva na mão direita; 13. Lubrificar a sonda com xilocaina; 14. Colocar o campo fenestrado em cima da genitália; 15. Colocar a cuba rim e cuba redonda em cima do campo fenestrado, entre as pernas da paciente; 16. Iniciar a anti-sepsia genitália começando pela vulva, grandes lábios, pequenos lábios, clitóris, meato urinário e introito vaginal, usando o algodão no sentido de cima para baixo e desprezando sempre que usar em cada uma destas partes; 17. Desprezar a pinça na lateral do campo; 18. Pegar a sonda lubrificada, abrir a extremidade de entrada e a outra colocar dentro da cuba rim;

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19. Afastar os pequenos lábios com o dedo indicador e o polegar da mão esquerda, mantendo-os firmemente e tracionando-os em direção a sínfese púbica; 20. Introduzir metade da sonda (5 a 8cm), lentamente e com movimentos delicados, diretamente no meato sem toca-la nas áreas adjacentes; 21. Após a extração total da urina retirar a sonda; 22. Cobrir os genitais com a camisola; 23. Retirar as luvas; 24. Colocar a paciente em posição confortável e a unidade em ordem; 25. Proceder à desinfecção dos materiais; 26. Lavar as mãos; 27. Anotar na prescrição da paciente: horário; reação da paciente; nº da sonda; tipo de sondagem; volume e aspecto da urina retirada. SONDAGEM VESICAL DE ALÍVIO MASCULINA Material 

Luva látex esterilizada; máscara; pacote de cateterismo vesical estéril contendo (cuba redonda, cuba rim, pinça, bolas de algodão, gazes, campo fenestrado); antiséptico, anestésico local tópico (xilocaína à 2%); um pacote de gaze esterilizada; saco para lixo; material para higiene íntima; sonda nelaton de calibre fino;comadre.

Procedimentos Técnica idêntica à anterior com exceção de: 1. Manter o paciente em posição deitada, afastar as pernas e colocar entre as mesma a comadre; 2. Anti-sepsia do local: Fazer anti-sepsia do meato urinário, glande e prepúcio. 3. Elevar o pênis, quase que perpendicularmente ao corpo, para colocar a uretra em linha reta. 4. Para a lubrificação pode-se usar a seringa de 10ml com xilocaína, e introduzir no meato urinário.

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DRENAGEM VESICAL SUPRAPÚBICA É um método de estabelecimento da drenagem vesical através da introdução de um cateter ou tubo na bexiga através de uma incisão ou punção suprapúbica. É utilizada como uma medida temporária o fluxo de urina da uretra quando a via uretral não oferecer passagem, após cirurgias ginecológicas, quando tende a haver disfunção vesical e após fraturas pélvicas. Essa drenagem é feita por um processo cirúrgico e pode ser mantida durante várias semanas. Ela oferece certas vantagens como: 

Os pacientes, geralmente, são capazes de urinar mais cedo;



Pode ser mais confortável que um cateter de demora;



Proporciona maior mobilidade ao paciente;



Apresenta menor risco de infecção vesical.

O cateter suprapúbico é removido quando não é mais necessário, sendo colocado um curativo estéril sobre o local. AUTOCATETERIZAÇÃO INTERMITENTE Proporciona drenagem periódica da urina. É o tratamento de escolha após lesão medular e outros distúrbios neurológicos nos quais há comprometimento na capacidade de urinar. São necessárias técnicas assépticas durante o treinamento intra-hospitalar do paciente, devido ao risco de contaminação cruzada. O paciente pode utilizar uma técnica “limpa” (não-estéril) em casa, onde o risco de contaminação cruzada é menor. A autocateterização promove independência, resulta em poucas complicações e permite relações sexuais mais normais LAVAGEM VESICAL Conceito: É a lavagem da mucosa que reveste a bexiga, através da introdução de uma solução, via sonda vesical.

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Objetivos: Evitar a obstrução da sonda; Combater infecção. Material 

Bandeja; solução prescrita; cuba rim estéril; duas bolas de algodão com álccol; material de lavagem de sonda (cuba rim, seringa de 20ml); uma tira de esparadrapo; éter e uma bola de algodão; um pacote de luva látex estéril.

Procedimentos 1. Lavar as mãos; 2. Lar a prescrição médica; 3. Preparar o material; 4. Orientar o paciente a respeito do procedimento; 5. Retirar o esparadrapo que fixa a sonda com o éter e a bola de algodão; 6. Posicionar a cuba rim ao lado do paciente, sem abri-la; 7. Utilizando as bolas de algodão com álccol, fazer a desinfecção da extremidade bifurcada da sonda adaptada ao prolongamento; 8. Abrir a cuba rim posicionada ao lado do paciente; 9. Desconectar o prolongamento e apoiar a bifurcação da sonda na borda da cuba rim; 10. Proteger a extremidade do prolongamento adaptada à sonda na borda da cuba rim; 11. Abrir o material de lavagem de sonda e montar a seringa sem contamina-la; 12. Colocar a solução na cuba rim; 13. Calçar as luvas; 14. Aspirar solução imergindo apenas o bico da seringa; 15. Injetar, lentamente, 20ml da solução e aspirar sem forçar demasiadamente; 16. Repetir o processo quantas vezes for necessário; 17. Adaptar o prolongamento e fixar a sonda; 18. Proceder à desinfecção dos materiais; 19. Lavar as mãos; 20. Anotar na prescrição do paciente: horário; solução utilizada; aspecto do retorno; quantidade introduzida e retirada; reação do paciente.

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Cuidados importantes 1. Não permitir que a sonda fique imersa na solução e urina eliminada; 2. Evitar contato com os dedos na extremidade da sonda ao introduzir a solução. RETIRADA DE SONDA VESICAL DE DEMORA Material: seringa de 20ml; benzina; gaze; luva de ´látex de procedimento; recipiente de lixo. Procedimentos 1. Lavar as mãos; 2. Preparar o material; 3. Explicar o procedimento ao paciente; 4. Retirar o esparadrapo que fixa a sonda com auxílio de gaze e éter; 5. Colocar luva de látex; 6. Adaptar a seringa a via do balonete, esvaziando totalmente o balão; 7. Retirar a sonda delicadamente, solicitando ao paciente respirar profundamente enquanto a sonda estiver sendo retirada; 8. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem; 9. Medir o volume de urina drenado; 10. Fazer a limpeza dos materiais; 11. Lavar as mãos; 12. Anotar na prescrição do paciente: horário; reação do paciente; volume e aspecto da urina. Cuidados com a retração e Atonia Vesical na retirada da sonda Quando estiver preparando a retirada de um cateter que permaneceu por um período prolongado, o treinamento da bexiga deve ser iniciado para desenvolver o tônus vesical e, assim, prevenir a retenção. Quando o cateter está instalado, a bexiga não enche, nem se contrai. Assim, a bexiga geralmente perde um pouco de sua tonicidade (atonia). O treinamento é feito da seguinte forma:

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Antes de se retirar o cateter, ele é fechado por 20 minutos e, então, aberto. Este procedimento deve favorecer o enchimento da bexiga e a contração do músculo, evitando que a pessoa fique incapacitada de urinar após a retirada do cateter.

LAVAGEM INTESTINAL (ENTEROCLISMA, CLISTER OU ENEMA) Conceito 

É a introdução de uma solução, medicamentosa ou não, no intestino grosso através de uma sonda retal.

Objetivos 

Combater constipação intestina;



Preparar o paciente para cirurgia, parto e exames;



Promover evacuação através de estimulação do peristaltismo;



Para fins terapêuticos.

Tipos de enema 

Enema de limpeza: remover as fezes;



Enema de retenção à base de óleo: lubrifica o reto e cólon, as fezes absorvem o óleo e amolecem;



Enema carminativo: alivia a distensão gasosa e facilita a eliminação de flatos;



Enema medicamentoso: contêm remédios.

Material 

Sonda reta nº 14 a 30; solução prescrita; pinça; lubrificante vaselina; gaze; impermeável ou similar; esparadrapo; lençol móvel; cuba rim ou similar; comadre forrada; biombo; papel higiênico.

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Procedimentos 1. Orientar o paciente sobre o procedimento; 2. Lavar as mãos; 3. Aquecer a solução prescrita; 4. Cercar a cama com biombo; 5. Preparar os materiais: a. Marcar 8 a 10cm na sonda retal com esparadrapo; b. Adaptar a sonda retal no frasco da solução; c. Deixar escoar pequena quantidade da solução na cuba rim para retirar o ar testar a temperatura no dorso da mão (temperatura corporal) e pinçar; d. Lubrificar a sonda retal com vaselina ou xilocaína gel; 6. Dispor o material de modo que facilite o procedimento; 7. Proteger a cama com o impermeável, ou similar, forrado com lençol móvel; 8. Colocar o paciente em posição lateral; 9. Dobrar as cobertas deixando exposta apenas a região glútea; 10. Afastar os glúteos com auxílio de papel higiênico; 11. Solicitar ao paciente que inspire profundamente e introduzir delicadamente a sonda retal até o ponto marcado, no máximo 10cm; 12. Abrir a pinça e infundir lentamente a solução; 13. Pinçar a sonda retal ao término da solução; 14. Retirar a sonda retal e colocar na cuba rim; 15. Solicitar ao paciente que retenha a solução por 10 a 15 minutos; 16. Colocar a comadre ou acompanhar o paciente ao banheiro orientando-o para não para não dar descarga; 17. Observar a quantidade e o aspecto da eliminação; 18. Deixar o paciente confortável e a unidade em ordem; 19. Lavar e guardar o material; 20. Lavar as mãos; 21. Anotar

na prescrição do paciente: horário; quantidade e aspecto da eliminação (cor,

consistência); reação do paciente.

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Obs: Lavagem Intestinal com Prolongamento: colocar o irrigador no suporte de soro, até no máximo 50 cm, acima do nível da cama para evitar espasmo muscular e desconforto. Cuidados importantes 1. Pinçar a sonda em caso de dor e desconforto e aguardar o alívio dos sintomas; 2. A infusão rápida ou a temperatura inadequada da solução levam a um efeito insatisfatório da lavagem intestinal devido ao desconforto, espasmo e à dificuldade de retenção da solução; 3. Em pacientes acamados, colocar a comadre para eliminação das fezes e após, proceder à higiene íntima; 4. Em casos de enteroclisma gota a gota (Murphy), fixar sonda retal e controlar o gotejamento da solução de acordo com a prescrição médica; 5. Em pacientes com muita dificuldade de retenção da solução, utilizar a posição genupeitoral ou Trendelemburg.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AOS PACIENTES GRAVES E AGONIZANTES O paciente grave ou agonizante está com as funções vitais muito comprometedoras, o que caracteriza sintomas desagradáveis com sinais de morte. AS ETAPAS DO ATO DE MORRER O paciente pode passar por cinco estágios psicológicos em preparação para a morte. Apesar de serem percebidos de forma diferente em cada paciente, e não necessariamente na ordem mostrada, o entendimento de tais sentimentos pode ajudar na satisfação dos pacientes. 

A negação: quando o paciente toma conhecimento pela primeira vez de sua doença terminal, pode ocorrer uma recusa em aceitar diagnóstico;



A ira: uma vez que o paciente parando de negar a morte, é possível que apresente um profundo ressentimento em relação aos que continuarão vivos após sua morte – a você, ao pessoal do hospital e até contra sua própria família;



A barganha: apesar de haver um aceitação da morte por parte do paciente, pode haver uma tentativa de negociação de mais tempo de vida junto a Deus ou com o destino;



A depressão: é possível que o paciente se afaste dos amigos, da família, médicos e também da enfermeira. É possível que venha sofrer de anorexia, aumento da fadiga, falta de cuidados pessoais;



A aceitação: nessa fase, o paciente aceita a inevitabilidade e a iminência de sua morte, sem emoções. É possível que deseje simplesmente o acompanhamento silencioso de um membro da família ou de um amigo.

ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA E RELIGIOSA a) Paciente consciente: 

Conversar com ele m termos da verdade, usando tática especial para que aceite a morte;



Dar-lhe toda assistência: transmitir seus recados, escrever sua cartas, procurando tranqüilizalo.

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b) Paciente inconsciente: 

Não deixar pessoas da família chorar perto do paciente ou comentar seu estado;



Falar-lhe frases curtas, palavras bem pronunciadas, junto à orelha para que não tenha a sensação de isolamento e solidão;



Providenciar sacerdote ou ministro religioso.

ASSISTÊNCIA À FAMÍLIA 

Prestar esclarecimento sobre o estado do paciente;



Orienta-la sobre a conduta ideal, preparando-a psicológicamente;



Permitir que permaneça o máximo possível junto ao paciente.

ATENDENDO AS NECESSIDADES DO PACIENTE Satisfazendo as Necessidades Físicas 

Determine com freqüência os sinais vitais, observando a existência de palidez, diaforese e nível reduzido de consciência;



Reposicione o paciente no leito a, pelo menos, cada duas horas, porque a sensibilidade, os reflexos e a mobilidade diminuem primeiramente nas pernas e, gradualmente, nos braços;



Como a audição pode estar em perfeito funcionamento mesmo em estados de perda de consciência, evite sussurro ou conversar de maneira imprópria sobre o paciente na sua presença;



Mude a roupa de cama e a vestimenta do paciente sempre que necessário. Forneça um cuidado para a pele durante as mudanças de roupa, ajustando a temperatura do quarto para maior conforto, se necessário;



Observe a presença de incontinência ou anúria, o resultado de um controle neuromuscular reduzido ou uma redução da função renal. Utilize luvas e forneça um cuido perineal com sabonete, um pano de banho e toalhas para evitar irritações e desconforto;



Utilizando um equipamento de sucção, aspire a boca e vias aéreas superiores do paciente para remover secreções. Eleve a cabeceira do leito para diminuir a resistência respiratória;



Ofereça liquido com freqüência e lubrifique os lábios do paciente com vaselina para combater o ressecamento;

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Se os olhos do paciente em coma, estiverem abertos, proporcione um cuidado ocular apropriado para evitar lesões na córnea. Essas lesões podem causar a cegueira e impedir que os tecidos sejam utilizados em transplantes após a morte do paciente;



Forneça as medicações prescritas contra dores, se necessário. Os remédios devem ser dados por via intravenosa, se possível, para resultados eficientes;



Durante o atendimento a estas necessidades deve-se proporcionar conforto físico.

Satisfazendo as Necessidades Emocionais 

Explique detalhadamente ao paciente todos os cuidados e tratamentos, mesmo que esteja inconsciente porque é possível que ainda seja capaz de ouvir;



Permita que o paciente expresse seus sentimentos, os quais podem variar de i à solidão. Não tenha pressa ao conversar com o paciente. Ao fazer isso, sente-se em local próximo à cabeceira da cama;



Notifique os membros da família, caso não estejam presentes quando o paciente desejar vêlos. Permita que o paciente e sua família discutam a morte como desejam. Se os membros da família pretendem permanecer junto ao paciente, mostre-lhes a localização dos banheiros, salas de espera e lanchonete. Explique-lhes a necessidade do paciente, bem como os tratamentos e planos de cuidado. Se for apropriado, se ofereça para ensinar-lhes tarefa específica, de modo que possam participar dos cuidados de enfermagem. Enfatize que seus esforços serão importantes e efetivos. Ao se aproximar à morte do paciente, procure fornecer um suporte emocional à família.

Na ocasião apropriada, pergunte aos familiares se já consideravam a possibilidade de doação de órgãos e tecidos. Verifique os registros do paciente para determinar se foi preenchida por uma ficha para doação de órgãos. Obs: nos cuidados a esse tipo de paciente, proteja a cama com biombo e se o paciente estiver agitado ou inconsciente, coloque grades ou faça restrições.

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Sinais Iminentes de Falecimento a)

Sistema Circulatório = hipotensão, extremidades frias, pulsos irregular, pele fria e úmida, hipotermia, cianose, às vezes, sudorese abundante;

b)

Sistema Respiratório = dificuldade de respirar pela boca, a respiração torna-se ruidosa (estertor da morte), causando pelo acúmulo de secreção, o maxilar inferior se movimenta a cada respiração;

c)

Sistema Digestivo = diminuição das atividades fisiológicas e do reflexo da deglutição com muita atenção para o perigo da regurgitação e aspiração, incontinência fecal e constipação. O último dos reflexos a desaparecer é a sucção;

d)

Sistema Locomotor

= ausência total da coordenação dos movimentos, relaxamento

muscular; e)

Sistema Urinário = retenção ou incontinência urinária;

f)

Sistema Neural = diminuição dos reflexos até o desaparecimento total, sendo que a audição é o último a desaparecer;

g)

Faces = face hipocrática: cor pálida ou acinzentada, olhos fundos e olhar fixo, nariz afilado,presença e lagrima,o que significa perda do tônus muscular.

Sinais Evidentes 

Parada cardíaca e respiratória sem possibilidade de ressuscitação;



Pupilas dilatadas, não reagindo à presença de luz;



Ausência total de movimentos;



Rigidez muscular;



Palidez cadavérica.

Morte Aparente 

O termo morte aparente é a dominação aplicada ao corpo, o qual parece morto, mas que tem condições de ser reanimado. É mais freqüente nos casos de asfixia parcial, catalepsia, síncope e parada cardíaca, podendo o paciente ser reanimado.

136

Preparação do Corpo Após a Morte 

Após o falecimento do paciente, os cuidados incluem a preparação deste para a família, o arranjo de transporte para o necrotério ou casa funerária e determinação de como serão dispostos os pertences do paciente. Além disso, os cuidados aos membros da família, amigos, proporcionando privacidade a essas pessoas;



Os cuidados após morte serão iniciados normalmente após o médico certificar que o paciente faleceu. Se o paciente morreu de forma violenta ou em circunstâncias suspeitas, os cuidados pós-morte podem ser adiados até que o legista complete uma autópsia.

Finalidades 

Deixar o corpo limpo e asseado;



Colocar em boa posição;



Evitar a saída de gazes, mau odor, sangue e excreções.

Material 

Gaze ou fitas macias; luvas; cuba rim com pinça anatômica; esparadrapo ou fita adesiva; saco plástico para colocar os pertences do paciente; material para banho; bolas de algodão; envoltório plástico para o corpo ou lençóis; duas etiquetas de identificação; material para curativo; ataduras; maca.

Implementação 1. Cercar o corpo com biombo; 2. Colocar avental e calçar luvas; 3. Posicione o corpo em decúbito dorsal, com os braços ao lado do corpo e a cabeça sobre um travesseiro. Em seguida, eleve um pouco a cabeceira da cama para impedir a descoloração ocasionada pelo sangue retido na face; 4. Se o paciente usava dentaduras e a política do hospital assim o permitir, coloque delicadamente e em seguida feche a boca, se necessário faça uso de ataduras; 5. Feche os olhos do corpo, se fizer necessário utilize algodão embebido em éter, aplicando compressa;

137

6. Remova sonda vesical, drenos, outros dispositivos e fitas adesivas de fixação, aplicando bandagens adesivas nos locais perfurados. 7. Remova todos os pertences valiosos do paciente para evitar extravio. Se não for possível remover um anel, cubra com gaze, e cubra com uma fita adesiva até o pulso para evitar que se solte; 8. Limpe o corpo com cuidado, usando o sabonete, uma bacia com água e panos de banho; 9. Realiza os tamponamentos: ouvido, nariz, ororfaringe, vagina e ânus. Coloque uma ou mais compressas entre as nádegas para absorver drenagens retais e coletar urina; 10. Vista a roupa que será utilizada no sepultamento; 11. Enfaixe pés e mãos, usando ataduras; 12. Cubra o corpo usando um lençol limpo; 13. Preencha as duas fitas etiquetas de identificação. Cada etiqueta deve conter o nome do paciente falecido, número do quarto e leito, data e horário da morte, e o nome do médico. Fixe uma etiqueta na mão ou pé do paciente, mas não remova a pulseira de identificação do hospital para garantir uma correta identificação; 14. Envolva o corpo e feche o envoltório. Em seguida, coloque outra etiqueta de identificação, cobrindo o corpo com um lençol limpo; 15. Coloque os pertences pessoais do paciente falecido, incluindo valores, em uma sacola e identifique com a terceira etiqueta; 16. Se o paciente morreu devido a uma doença infecciosa, identifique o corpo seguindo a política do hospital; 17. Feche as portas de quartos vizinhos, se possível. Em seguida, leve o corpo ao necrotério. Utilize corredores pouco utilizados e, se possível, use um elevador de serviço; 18. Providencie a limpeza e ordem do material; 19. Tire o avental, as luvas e lave as mãos; 20. Providencie a documentação. Antes da morte  Fazer higiene oral sempre que necessário;  Lubrificar os lábios ressecados.

138

Depois da morte 

Avisar a família;



Avisar ao setor de informações ou portaria e internações;



Avisar ao serviço social;



Anotar no prontuário do paciente, na folha de relatório de enfermagem, com todos os detalhes;



Anotar no relatório geral da clínica;



Providenciar o atestado de óbito para ser preenchido pelo médico;



Enviar o prontuário depois de todas as anotações ao arquivo;



Fazer limpeza terminal da unidade.

DOCUMENTAÇÃO 

Registra as alterações ocorridas nos sinais vitais do paciente, a ingestão e a eliminação, e o nível de consciência. Anote os horários de ocorrência da paradas cardíacas e o final da respiração, notificando o médico quanto a essas ocorrências, bem como o momento da constatação do óbito, relatando o nome do médico assistente;



Apesar de haver uma certa variação nos hospitais quanto aos documentos necessário, sempre registre o destino dado aos pertences do paciente, especificamente no caso de jóias e dinheiro (se possível, protocole). Anote também a data e hora em que o paciente falecido foi transportado ao necrotério..

Cuidados importantes 

Evitar comentários desnecessários e manter atitude de respeito ao morto;



Em casos de necropsia e encaminhamento para IML, não fazer tamponamento.

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REFERÊNCIAS ASPERHEIM, M. K. Farmacologia para enfermagem. Rio de Janeiro: Koogan, 1992. ATKINSON, L. D., MURRIA, .E. Fundamentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Koogan, 1989. BEVILLAQUA, F. C. et al. O manual do exame clínico. 8 ed. Rio de Janeiro: Koogan, 1989. BRUNNER, L.S., SUDDART. D.S. Prática de enfermagem. 3 ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 2002. BRUNNER, L.S., SUDDART. D.S. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 9 ed. Rio de Janeiro: Koogan. 2002. CÂNDIDO, L.C. Nova abordagem no tratamento de feridas. São Paulo: Ed Senac. 2001 281p. DUGAS, B.W. Enfermagem prática. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. GAYTON, ªC. Fisiologia humana. 6 ed. Rio de Janeiro: Koogan, 1988. HOOD, G.H., DINCHER, J.R. e Cols. Fundamentos e prática de enfermagem: atendimento completo ao paciente. 8 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. NETTIN S.M. Prática de Enfermagem. 6 ed. Rio de Janeiro: Koogan, 1998. KOCH, R.M. et al Técnicas básicas de enfermagem. 9 ed. Curitiba: Lítero Técnicas, 2002. PRADO, M.L. do, GELBCKE, F.L. Fundamento de Enfermagem. 2ed. Florianópolis. Cidade Futura, 2002, 368p. PORTO, C.C. Exame clínico. 3 ed. Rio de Janeiro. Guanabara: Koogan, 1996. POSSO, M.B.S. Semiologia e semiotécnica de enfermagem. Rio de Janeiro: Atheneu, 1999. POTTER, P.A., PERRY, A.G. Grande tratado de enfermagem prática: clínica e prática hospitalar. São Paulo: Santos, 2002. POTTER, P.ª, PERRY, A.G. Semiologia em Enfermagem. 4 ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Ed. 2002. 436p. SWARTZ, M.H. Semiologia: anamnese e exame físico. Rio de Janeiro: Koogan, 1992.

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ANEXOS

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142

RECOMENDAÇÕES PARA O PERÍODO DE PERMANÊNCIA DE DISPOSITIVOS Dispositivos Período de Troca Cânula traqueostomia descartável

CPM

Cânula traqueostomia metal

24 horas

Cateter oxigênio extra-nasal

48 horas

Cateter oxigênio intra-nasal

12 horas

Equipo p/ câmara graduada (bureta, microfix)

72

Equipo bomba de infusão

72 horas

Equipo conexão 2 e 4 vias

72 horas

Equipo macro e microgotas

72 horas

Equipo nutrição enteral sistema fechado (bomba infusão)

24 horas

Equipo nutrição enteral – sistema aberto Equipo com injetor lateral Equipo nutrição parenteral e emulsões lipídicas Equipo para bolsa de sangue e derivados de sangue

A cada troca de frasco 72 horas A cada troca de frasco A cada troca frasco ou unidade

Equipo para antibiótico

24 horas

Extensofix

72 horas

Protetor de cone (tampa polifix)

SN

Veda seringa + equipo

SN

Extensor de silicone para oxigênio

24 horas

Extensor de látex para oxigênio

24 horas

Extensor de látex para aspiração

12 horas

Extensor silicone para aspiração

12 horas

Sonda de aspiração

A cada uso

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Sonda nasoenteral

A cada 30 dias

Sonda nasogástrica

Não há recomendação para freqüência da troca Trocar somente quando apresentar obstrução vazamento ou qualquer outro problema 24 horas

Sonda vesical e bolsa coletora sistema fechado Dispositivo urinário (tipo preservativo) com intermediário Frasco coletor de urina – sistema aberto

72 horas

Torneira 3 vias

72 horas

Frasco com água destilada para aspiração oral e traqueal

A cada uso

(50ml) Kit de drenagem torácica ou mediastino

CPM

Umidificador de oxigênio ou macronebulização

24 horas

Vidro coletor de aspirador

6 horas

Curativo subclávia

A cada 24 horas – o tradicional 5 dias – película transparente

Curativo drenagem torácica Curativo flebotomia

48 horas A cada 24 – horas o tradicional 5 dias – película transparente

Curativo biológico (hidrocolóide) – para tratamento

A cad 2 dias

Curativo biológico (hidrocolóide) – para prevenção

A cada 5 dias

Curativo biológico – Alginato cálcio

A cada 24 horas ou conforme comissão curativo

Curativo biológico – Hidrogel

Para prevençãoo – a cada 5 dias Para tratamento – 2 dias

Curativo biológico – carvão ativado

A cada 2 a 5 dias, dependendo da avaliação Comissão de Curativo

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Curativo – Papaína

24 horas

Bolsa colostomia com placa

7 dias

Pó protetor de estoma – para evitar ou tratar escoriações em

1 por paciente

colostomia ou ileostomia Esponja protetora – (úlcera de pressão) – em cm de comp.

7 dias

Máscara de venturi

48 horas

Macro – nebulização

24 horas

Colchão piramidal

7 dias

Cateter venoso periférico Cateteres

arteriais

periféricos

72 horas e

dispositivos

de

4 dias

monitoramento de pressão (P.A.M.) Cateteres venosso centrais (com ou sem túnel: Hickmans groshongs pro hs; flbotomia, subclávia) Cateteres arteriais centrais (cateteres de artéria pulmonar;

Não há recomendação para freqüência da troca 5 dias

Sawn – Ganz) Cateteres centrais de hemodiálise

Não há recomendação para freqüência de troca

Cateteres umbilicais

Não há recomendação para freqüência de troca

Obs: Caso algum material dessa lista for usado mais vezes além do período determinado na rotina terá que ser justificado por escrito no prontuário.  Curativo de cateteres – A recomendação da troca de curativo é a cada 24 horas e/ou sempre que o mesmo estiver molhado, sujo ou deslocado.  Cateter Periférico: A literatura refere até 72 horas. Após este tempo aumenta o risco de infecção.

145

 Cateter venoso profundo – trocar qualquer tipo de cateter quando apresentar sinais de inflamação/infecção e fazer cultura da ponta do mesmo.  Curativo de lesões – As trocas de curativos são orientadas conforma a Comissão de curativo, podendo a rotina ser alterada.  CPM: conforma prescrição médica. FONTE: FERNANDES, Antonio Tadeu. Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Área da Saúde, editora Atheneu, volume 1 e 2, São Paulo, 2000. Guias de Prevenção do Centro de Controle de doenças (CDC), Atlanta, Estados Unidos. CCIH/2001 Neusa Maria Martini Enfermera chefe do SCIH www.saude.sc.gov.br/infecção/rotinas/período permanenciadispositivos. Html.

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