Apostila de Fabricação de instrumentos de Bambu

August 5, 2017 | Author: Cassio Dias | Category: String Instruments, Wood, Nature, Entertainment (General)
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Apostila de Fabricação de Instrumentos Musicais

Instituto do Bambu Grupo Bambuzal Carlos Melo

O BAMBUZAL - ONDE TUDO COMEÇA

Foto 1 – Bambuzal em Alagoas Existem mais de mil espécies de bambu, espalhadas por quase todos os continentes da terra. Seu potencial é conhecido principalmente no continente asiático, onde inúmeras formas de utilizálo vem sendo desenvolvidas conforme a tecnologia disponível, desde a idade da pedra lascada até os dias de hoje, quando a laminação tem aberto novas utilizações para o bambu. Em Alagoas o bambu mais comum é o Bambuza vulgaris,

muito utilizado no Brasil para fazer papel como o de sacos de cimento. O Bambu é uma planta da família das gramíneas, que se presta para fabricar uma infinidade de produtos, desde colheres e utensílios de cozinha até habitações, passando por móveis, artesanato, etc.. Nossa apostila está voltada para a fabricação de Instrumentos Musicais utilizando o bambu como matéria prima. Este processo começa com a escolha de bambus maduros e cortados de forma adequada. Dentre as muitas qualidades do bambu uma é muito atraente, pois em comparação com a madeira seu crescimento é de impressionar. Enquanto a madeira demora entre 10 e 30 anos para ser cortada, dependendo da espécie, no bambu essa média é de 3 a 5 anos, e em muitos casos vem a substituir com grandes vantagens o uso da madeira, o que o torna um material economicamente viável e ecologicamente correto. Lembre-se de EVITAR A DEPREDAÇÃO ao retirar material da touceira. Sua forma já é uma caixa acústica, o que abre muitas possibilidades para a construção de instrumentos musicais, além de ser muito leve.

O BAMBU COMO ALIMENTO HUMANO Seu broto até os trinta dias é utilizado como fonte de alimentação humana, principalmente no Oriente. Lá existe uma grande variedade de pratos que utiliza o broto do bambu. O processo de tratamento é ferver por duas ou três vezes o broto, trocando a água, e após esse procedimento utilizá-lo como ingrediente culinário.

Foto 2 – Broto de Bambu O BAMBU MADURO

Foto 3 – Bambu maduro a esquerda

A escolha do bambu para ser trabalhado seja como artesanato ou como instrumentos é de extrema importância para um bom resultado. Começa no bambuzal, onde se deve observar a forma de cortar o colmo para não deixar os tocos em forma de copos, pois estes acabam prejudicando a touceira. Depois de cortado deixa-se secar à sombra para que parte de sua umidade e amido saia através da evaporação nas folhas. Pode-se aplicar um tratamento preservativo contra insetos logo a seguir da secagem ou após o instrumento pronto. O Bambu na esquerda da foto está “maduro” e pronto para ser cortado. Notamos que, em relação ao da direita, aquele já perdeu as bainhas e os pêlos em volta do nó. Observamos também que sua cor é mais escura.

O INSETO QUE MAIS ATACA O BAMBU A “BROCA” é o inseto que mais ataca o bambu, porém outros que normalmente atacam madeira também atacam o bambu, como o cupim. Estes dois são os mais freqüentes, porém o tratamento feito com cuidado resolve o problema.

Foto 04 – Dinoderus Minutus

TRATANDO O BAMBU CONTRA INSETOS O Tratamento recomendado pelo Instituto do Bambu é ferver o bambu com água sanitária ou soda cáustica até que ele começe a mudar de cor (isso se faz utilizando-se tonéis de metal cortados ao meio colocados em um suporte) ou aplicar inseticidas recomendados. CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS •

AEROFONES - O som é produzido pela vibração do ar.



CORDOFONES - O som é produzido pela vibração de cordas, seja percutida ou fissionada.



ELETROFONES - O som é produzido pela vibração de altofalantes.



IDEOFONES - O som é produzido pela vibração do corpo do próprio instrumento, é o caso do BAMBU.



MEMBRANOFONE – O som é produzido pela vibração de uma membrana.

INSTRUMENTOS MUSICAIS DE BAMBU O Bambu é muito utilizado na fabricação de Instrumentos Musicais, principalmente nos continentes africano e asiático, onde muitos instrumentos tradicionais milenares são feitos com esse material. Atualmente alguns instrumentos industrializados são produzidos, como um Violão da Yamaha e de alguns Luthiers (quem constrói instrumentos), Baterias que algumas fábricas produzem , etc... Dentre os mais conhecido Instrumentos de Bambu temos as Flautas, entre elas as da Região da Cordilheira dos Andes conhecidas como Soponhas ou Flautas de Pan. No Brasil existem as Flautas de Pífanos, muito populares principalmente no Sertão Nordestino, feitas com um Bambu cujos entrenós são mais longos, facilitando a construção da flauta. Embora tenha muitos nomes populares esse bambu é mais conhecido como “Taboca”.

O TRABALHO COM FERRAMENTAS Toda ferramenta é potencialmente perigosa, desde que manuseada sem seguir rigorosamente as “NORMAS DE SEGURANÇA”. Nas mãos de um artesão atento e cuidadoso nenhuma ferramenta é perigosa, porém em mãos de descuidados qualquer ferramenta é “perigosíssima”. Então como regra geral temos que observar: SEMPRE SEGURAR FIRMEMENTE A FERRAMENTA; A PEÇA A SER TRABALHADA DEVE ESTAR MUITO BEM PRESA; muita atenção e concentração no trabalho; e NUNCA DEIXAR A MÃO NA LINHA DE CORTE DA FERRAMENTA. • USE SEMPRE ÓCULOS DE PROTEÇÃO. • USE SEMPRE LUVAS QUANDO ESTIVER TRABALHANDO COM MÁQUINAS. • ANTES DE USAR QUALQUER MÁQUINA, VEJA BEM SE ESTÁ FUNCIONANDO CORRETAMENTE. • PRESTE ATENÇÃO ONDE PISA. • LEMBRE-SE SEMPRE QUE SEU TRABALHO É IMPORTANTE PARA VOCÊ E SEUS ENTES QUERIDOS, POIS É DELE QUE VEM SEU SUSTENTO. • PRENDA BEM O MATERIAL A SER TRABALHADO AO USAR MÁQUINAS.

NOSSO CURSO SE COMPÕE DE UMA SÉRIE DE QUATRO INSTRUMENTOS SEGUINDO UMA METODOLOGIA GRADATIVA DE COMO TRABALHAR COM BAMBU. TÉCNICAS APLICADAS NA PRÁTICA PERMITEM A VOCÊ ALUNO FAZER ,ALÉM DE INSTRUMENTOS, VÁRIOS OUTROS OBJETOS COM BAMBU.

PRIMEIRO INSTRUMENTO O RECO-RECO (Ganzá) Reco-reco ou ganzá é um instrumento de percussão que produz um som provocado por atrito. É mais conhecido como um pedaço de madeira ou bambu com sulcos transversais, que são friccionados com uma haste de madeira. Possui vários nomes: na Bahia, ganzá, casaca no Espírito Santo e catacá ou caracaxá no Amazonas. Já era usado pelos negros africanos e indígenas brasileiros e hoje acompanha muitas danças populares do Brasil, sendo muito conhecidos os de metal com uma corneta e duas ou três molas esticadas, utilizados pelas Escolas de Samba. Na América Latina Espanhola é conhecido como Guiuro, muito usado em ritmos como salsa, rumba, bolero, ect..

Foto 03 – Material e ferramentas

Um dos passos mais importantes na construção dos instrumentos é a escolha do bambu. O mesmo deve estar seco (com mais de quarenta e cinco dias de secagem) não estar rachado e preferencialmente um de aparência agradável. Depois de escolhido se lava com água e escova. Na foto ao lado algumas ferramentas manuais para este passo. Devemos tomar muito cuidado ao prender o bambu, pois, embora seja muito resistente em alguns aspectos, é muito frágil quando o prendemos em tornos de mesa como o da foto. De apertamos muito, este racha, então toda atenção neste momento, pois qualquer descuido pode significar perda de trabalho.

Foto 4 – Escolha do bambu É melhor prendê-lo utilizando uma borracha para que o torno não marque o futuro instrumento, lembrando que não podemos apertar demais, sentindo a pressão suficiente para fixar bem a peça.

Foto 5 – Prendendo o Bambu

Serrar o bambu com serrote requer muito cuidado e atenção, pois a sua fibra é muito longa e muito fácil de lascar. O serrote pode também ser utilizado para “adiantar” o corte, e a partir daí deixamos para finalizar com a serra e arco, como na Foto 07. Foto 6 – Utilizando o serrote Utilizamos o arco de serra porquê possui dentes menores que o serrote, então é mais fácil serrar o bambu sem que ocorram aquelas lascas.

Foto 7 –Utilizando o arco e serra Fazemos as marcações para que os “sulcos” fiquem uniformes e com um visual padronizado.

Foto 8 – Fazendo as marcações .

Foto 9 – Fazendo os sulcos com ferro em canto (goiva em V)

Usando um “ferro em canto” entalhamos os sulcos no bambu. Esse tipo de ferramenta merece muito cuidado, pois sua afiação requer muito tempo. Um bom artesão sabe da importância de se manter as ferramentas em boas condições para o trabalho.

Usamos uma esmerilhadeira, com disco de desbaste, para fazer os sulcos no instrumento. Lembre-se sempre de não travar a ferramenta, usar com o dedo no botão liga/desliga, e prestar muita atenção.

Foto 10 – Esmerilhadeira

Com o instrumento já pronto damos acabamento, lixando ou polindo o mesmo. O acabamento pode melhorar um trabalho razoável, como também pode “matar” um bom trabalho. Nessa fase final a paciência é muito importante pois isso é um grande fator de valor agregado.

Foto 11 – Reco-Reco Pronto

São muitas as formas possíveis de se fabricar recorecos, tente uma diferente. Lembre-se sempre que um bom produto requer paciência e dedicação e, sobretudo, um bom acabamento. Isto valoriza muito a peça. Tenha certeza que a recompensa virá, em forma de reconhecimento e remuneração financeira.

Fototo12 – Outros Modelos

SEGUNDO INSTRUMENTO O PAU-DE-CHUVA Esse instrumento é muito comum nas culturas Indígenas Brasileiras, e é originário da América do Sul, Peru, Bolívia e Brasil. É ideal para ser construído com bambu, evitando o uso de madeiras quase extintas. Muito apreciado como instrumento de “efeito”, o pau-de-chuva também exerce uma grande atração nas pessoas comuns pelo seu som característico e relaxante. Para construí-lo utilizamos o bambu e palitos feitos com bambu ou mesmo palitos de dentes que, além de serem muito baratos, estão padronizados, o que adianta muito o trabalho. Ferramentas usadas: furadeira, canivete, alicate de corte, goiva com cabo de vassoura, goiva comum. Por uma questão de praticidade utilizamos palitos de dentes, pois fazer estes, de bambu, leva muito tempo. Foto 13 – Ferramentas

Temos que usar uma goiva, com cabo de vassoura para conseguir retirar a parte interna dos nós. Usamos um pedaço de bambu com quatro nós, ou seja, três entrenós. Só retiramos três nós, deixando o “de baixo” fechado.

Foto 14 – Tirando os Nos

Passamos uma fita crepe em volta do bambu seguindo uma espiral, depois marcamos com o lápis, sempre seguindo a mesma distância, e para facilitar utilizamos um “gabarito”.

Foto 15 – Marcando os furos Usamos uma broca do mesmo diâmetro dos palitos, e tomamos cuidado para não furar o lado oposto, para que fique um espaço vazio entre a ponta do palito e a parede do bambu.

Foto 16 – Fazendo os furos dos palitos

Os palitos não se encostam à parede oposta aos furos do bambu, ficando um espaço entre a ponta do palito e o bambu.

Foto 17 –.Os palitos colocados

Fazemos um nó de bambu encaixar na extremidade aberta, por onde vamos colocar as sementes (ou outro material) que vão fazer o efeito, quando inclinarmos o instrumento.

Foto 18 – Fazendo a tampa do pau-de-chuva Conforme o tipo do material colocado no interior do bambu temos um tipo de som diferente. Por exemplo: colocando arroz teremos um som mais delicado do que se colocarmos miçangas de plástico.

Foto 19 – Colocando as Sementes Devemos tomar muito cuidado na hora de travar a tampa pois se o furo ultrapassar o nó ficara um acabamento muito feio. Foto 20 – Travando a tampa Depois de fecharmos o instrumento, podemos fazer uma decoração. Isso agrega mais valor ao produto. Lembre-se que a Identidade Cultural de um povo é sempre muito valorizada quando usada como ornamentação em artesanato, isso pode ser aplicado aos instrumentos. Foto 21 – O pau-de-chuva pronto

TERCEIRO INSTRUMENTO O DJEMBE Este é um Milenar Instrumento Africano, construído com uma árvore chamada Dejem e pele de Cabra. Portanto Djembe é a junção das palavras árvore+cabra. Esse instrumento tem a particularidade de dar três sons diferencias: Agudo, Médio e Grave, que faz dele um instrumento muito versátil. Está hoje em moda na Europa, onde existem clubes no qual pessoas e famílias se juntam para tocar esse instrumento. No Brasil foi introduzido há pouco tempo, e a cada dia cresce o número de entusiasmados pelo Djembe. Relembrando que um bom produto começa com um bom material, escolha bem o bambu.

Foto 22 – Material Usamos uma fita métrica para dividir quantos serão os cortes feitos no bambu com a serra circular portátil .

Foto 23 – Fazendo as Marcações

Para tirar o nó do bambu usamos uma goiva adaptada a um cabo de vassoura, assim alcançando a parte interna dos nós. Tome cuidado para que a ponta da goiva não bata nos chão.

Foto 23 – Abrindo o Nó do bambu

Seguindo as marcas serramos o mais reto possível, pois isto facilitará muito o trabalho. Muita atenção ao utilizar a serra circular portátil, nunca use uma máquina com a trava acionada.

Foto 24 – Serrando o bambu Prendemos uma abraçadeira e apertamos bem, pois isso evita que o bambu rache.

Foto 25 – Fixando abraçadeira Usamos um aro feito de barra chata para abrir o bambu.

Foto 26 – Dando a forma

Nesse momento aquecemos o bambu com um maçarico, para que a forma se mantenha

Foto 27 - O aro segura a forma Marcamos com lápis as ripas a serem ajustadas.

Foto 28 – Marcando as Ripas

Dando forma às ripas com o disco de lixa.

Foto 29 – Ajustando as Ripas

Ajustando as ripas. Aqui é necessário ter muita paciência e atenção para se obter um bom resultado.

Foto 30 – Montando as ripas Fechando o instrumento com as ripas. Escolha bem as ripas, e procure deixá-las as mais parecidas possíveis, ou seja, de preferência com a mesma espessura.

Foto 31 – Fechando o Instrumento

Aplicando resina para fechar as frestas. Isso melhora o som do instrumento. Foto 32 – Passando Resina Dando acabamento com cola. Aqui tenha muita atenção para não deixar nenhuma falha.

Foto 33 – Dando acabamento

Lixando. Essa etapa é importantíssima, pois o acabamento por si só já agrega muito valor ao produto.

Foto 34 – Lixando

Na foto pode-se ver o instrumento lixado e pronto para receber a pele. Nesta fase vem o acabamento com seladora e cera de abelha diluída em querosene.

Foto 35 - Pronto para a Pele Fazendo o aro com vergalhão de ferro “doce”. Dê a forma ao aro e depois o solde.

Foto 36 – Fazendo os aros Usamos uma fita de cetim para enrolar o aro. Muita atenção para que a fita fique uniforme. No final passamos um pouco de cola branca para fixar a fita.

Foto 37 – Enrolando o Aro

Dando os nós no aro com corda de nylon seda. Deixe uma mesma distância entre cada nó.

Foto 38 – Dando os nos do aro Deixamos a pele de molho em água. Feche-a no primeiro aro, que não precisa de fita.

Foto 39 – Colocando o aro na pele Colocamos o aro com os nós sobre o que esta por baixo da pele.

Foto 40 - Colocando o aro do Cordal Colocando a corda que vai afinar a pele. Muita atenção quando esticar as cordas, este será apertado progressivamente. Cortamos as sobras e apertamos para afinar a pele, depois do que “trançamos” as cordas. Isto irá subir a afinação do instrumento.

Foto 41 - Ajustando as cordas

O instrumento pronto. Lembre sempre que o acabamento é a fase mais importante do trabalho, quando todo o produto aparece de forma valorizada. Podemos ainda fazer alguma forma de decoração, com isso agregando mais valor ao instrumento. Foto 42 – O Instrumento Pronto

Fotos 43 e 44 – Tambor Falante e Bata – Família Djembe*

Entre os instrumento possíveis de serem fabricados com esta técnica temos: Bata, Mirdanga, Djembe e tambor Falante. Quem sabe você poderá fabricar outros? * instrumentos cuja técnica consiste em abrir o bambu e preencher as aberturas com ripas ajustadas.

QUARTO INSTRUMENTO FAMÍLIA SURDO O REPINIQUE

O surdo é um instrumento derivado de tambores e bumbos, que no Brasil teve uma grande aceitação no Samba. Com as Escolas de Samba passou a ter uma importância muito grande na Musica Popular Brasileira. Nosso protótipo é baseado nos que são muito usados nas Escolas de Samba.

Usaremos: barra chata de ½”, arrebites, ripas de bambu e furadeira.

Foto 45 – Ferramentas e material Dando forma circular à barra chata. Muita atenção para que o aro fique uma circunferência o mais regular possível.

Foto 46 – Preparando o aro com barra chata

Fotos 47 e 48 – Arrebitando

Arrebitando as ripas nos aros. Aqui muita atenção para que as ripas arrebitadas fiquem alinhadas, pois isso deixa o instrumento aprumado, o que facilitará a colocação das demais ripas.

Lixamos as ripas para deixá-las com lados paralelos. Isso é muito importante pois quanto mais retas as ripas mais facil seu ajuste. Foto 49 – Acertando as ripas

Ajustando as ripas nos aros. Aqui utilizamos elásticos para fixá-las nos aros. Tenha muita paciência e atenção pois é aqui que o instrumento toma a forma definitiva.

Foto 50 – Ajustando as ripas

Terminando o ajuste das ripas. Quanto melhor o ajuste, melhor será a aparência final do instrumento.

Foto 51 - Ripas ajustadas

Aplicamos resina para fechar as frestas internas do Instrumento e, como já dito, isso melhora o som do instrumento.

Foto 52 – Aplicando Resina

Passando cola nas frestas externas. Essa fase requer muita atenção e concentração, afinal é a fase de acabamento.

Foto 53 – Colando as ripas Dando acabamento com raspadeira e lixadeira orbital. Quanto mais esmero, melhor ficará o instrumento. Fotos 53, 54 – Dando acabamento

Na foto se vê os aros externos já prontos. Dois deles são decorados com fitas de cetim e envoltos com os nós. Os outros dois ficarão por baixo da pele. Os nós devem ficar o mais regular possível, e com o mesmo número e distância nos dois aros.

Foto 55 – Os aros prontos

Aparando o excesso de pele, porém deixando uma sobra. Esta fase é onde o instrumento vai tomando a sua forma final.

Foto 56 – Preparando as Peles

Ajustando as peles e os aros. Aqui todo cuidado é pouco, pois qualquer falha compromete o instrumento, e significa desfazer tudo e refazer outra vez. Portanto muita atenção e concentração.

Foto 57 – Ajustando as peles Colocando as cordas. Aqui o começo da fase final, portanto preste atenção. As cordas passam duas vezes no mesmo nó, e estes, nos dois aros, devem estar alinhados, pois qualquer falha fará o instrumento ficar com o cordal desalinhado.

Foto 57 – Colocando as Cordas

Esticando as peles. Cuidado para não rasgar a pele com o alicate.

Foto 58 – Esticando as Peles

Retirando os pêlos da pele. Cuidado, pois aqui utilizamos um bisturi, um vidro ou outra ferramenta altamente cortante, o que pode cortar a pele, significando perda de trabalho.

Foto 59 – Tirando os Pêlos O repenique pronto. Este instrumento é muito usado em Escolas de Samba e Bandas Afro. Caso seja necessário afinar o instrumento basta trançar o cordal.

Foto 60 – O repenique

Dentre os instrumentos desta família, temos: Surdos, Timbal, Timbales, Caixas, Zabumba, entre outros.

Fotos 61 - Surdo

* Instrumentos que utilizam a técnica de colar ripas em volta de um aro ou barra chata.

Foto 62 - Caixa e Timbal Família Surdo* ALGUNS CUIDADOS FUNDAMENTAIS COM A SEGURANÇA • NUNCA É DEMAIS FALAR E PRATICAR A SEGURANÇA. • TENHA SEMPRE EM MENTE QUE, SEGUINDO AS NORMAS DE SEGURANÇA, A CHANCE DE ACIDENTES É MÍNIMA. • QUANTO MAIS HABILIDADE AQDQUIRIMOS COM FERRAMENTAS, MAIS SEGUROS NOS SENTIMOS, PORÉM NADA DE RELAXAR COM AS NORMAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO, AFINAL SÃO ELAS QUE GARANTEM NOSSO SUSTENTO E NOSSA INTEGRIDADE FÍSICA. • LEMBRE-SE SEMPRE QUE AS FERRAMENTAS MANUAIS E AS MAQUINAS, PRESCISAM DE MANUTENÇÃO PARA QUE SEU FUNCIONAMENTO E RENDIMENTO SEJAM SATISFATÓRIOS, PORTANTO MELHORANDO O DESEPENHO DO PROFISSIONAL.

RELAÇÃO DE FERRAMNTAS UTILIZADAS

TODAS AS FERRAMENTAS UTILIZADAS NESTA APOSTILA

FERRAMENTAL -

Alicates: comum, de corte e bico fino. Arco de serra Arrebitadeira Bisturi Brocas Canivete Disco de Lixadeira de 7 ½” adaptado ao moto esmeril Facão Fita métrica Ferro em Canto (Goiva em “V”) Furadeira Esmerrilhadeira Goiva adaptada em cabo de vassoura Goiva Comum Lixadeira Orbital Maçarico de ouvires Metro Moto esmeril adaptado com mandril de 5/8” Réguas: comum de um metro e flexível Serra Circular de 7 ½” Serra Tico-Tico Serrote Tesoura Trena

MATERIAIS DE CONSUMO -

Abraçadeira em fita Arrebites Barra Chata de ½” Colas: arraudite, branca e prego liquido. Corda de Nylon Seda na cor preta Couro de Cabra Disco de lixa: pedra de 7 ½” e 4 1/2 “ de números 24 e 100 Elástico de bagageiro de motocicleta Fita adesiva Fita de Cetim Fita crepe Lixas: ferro números 60 e 100 e madeira números 150 e 220 Lamina de bisturi Lápis 6B Vergalhão de ferro doce

EPI (Equipamentos de Proteção Individual) -

Luvas Mascara Protetores de Ouvidos Óculos

Ferramentas Utilizadas em cada Protótipo RECO-RECO Ferramentas – Arco de Serra, Serrote, Ferro em canto, Esmerrilhadeira com disco de desbaste, trena, lápis. Material – Um entrenó de bambu, lixa, selador, cera. Custo aproximado de materiais – R$ 1,50 Tempo de execução aproximado: uma hora com ferro a canto e 15 minutos com esmerrilhadeira. *Acrescentar mão de obra PAU DE CHUVA Ferramentas – Arco de serra, furadeira, trena, goiva adaptada com cabo de vassoura, canivete, broca da espessura dos palitos de dentes. Material – Quatro entrenós de bambu, 50 palitos de dentes, lixa, selador, cera. Custo aproximado de materiais – R$ 2,50 Tempo de execução aproximado: duas horas *Acrescentar mão de obra DJEMBE Ferramentas – Serra circular, fita métrica, trena, goiva adaptada com cabo de vassoura, Moto esmeril com disco de lixa, lixadeira orbital. Material – Dois entrenós de bambu, uma pele de cabra, três aros de ferro doce, 150 gramas de corda de nylon seda, cola, 1,20 metro de fita de cetim, disco de lixa de 4 ½” de números 24 e 80, folhas de lixa números 100, 150 e 220, selador, cera. Custo aproximado de materiais – R$ 45,00 Tempo de execução aproximado: Seis horas *Acrescentar mão de obra

REPINIQUE Ferramentas –Arrebitadeira, facão, fita métrica, metro, Moto esmeril com disco de lixa, lixadeira orbital, folhas de lixa, esmerrilhadeira. Material –Trinta ripas de bambu, duas peles de cabra, quatro aros de ferro doce, cola, resina com aerosil,150 gramas de corda de nylon seda, dois metros de fita de cetim, disco de lixa de 4 ½” de números 24 e 80, folhas de lixa números 100, 150 e 220, selador, cera. Custo aproximado de materiais – R$ 55,00 Tempo de execução aproximado: Seis horas *Acrescentar mão de obra. *Valor de referencia da hora trabalhada do artesão em Maceió Alagoas R$ 7,00. OBS: A pele de cabra ou de bode, quando comprada de forma natural, ou seja, apenas esticada ao sol sem nenhum produto é bem mais barata que as compras em lojas, e redem duas peles, porem temos que raspar os pelos.

Esta publicação foi desenvolvida pelo Instituto do Bambu através de financiamento do SEBRAE-AL e da FAPEAL.

INSTITUTO DO BAMBU CNPJ 05478561/0001-14 Fone/Fax: 82-2141503 Av Lourival Melo Mota S/N Campus A. C. Simões/UFAL Tabuleiro dos Martins, Maceió – CEP 57072-900 Alagoas – Brasil http://www.institutodobambu.org.br [email protected] * Veja também a Cartilha de Fabricação de Móveis de Bambu para maiores informações sobre o trabalho de colheita, tratamento e artesanato com bambu. * Visite também a parte informativa em http://www.bambubrasilerio.com

GRUPO BAMBUZAL Consultores: ABEL DOS ANJOS – flautista, desenhista, fotógrafo, pesquisador e construtor de instrumentos. CARLOS MELO – escultor, designer, baixista, pesquisador e construtor de instrumentos. WILSON SANTOS – percussionista, professor de percussão, pesquisador de ritmos afrobrasileiros, ritualísticos de cultos afro-brasileiros e folclóricos, pesquisador e construtor de instrumentos. ISAIAS SILVA – percussionista, artesão e aprendiz do Projeto de Instrumentos Musicais. PAULO GONZAGA – percussionista e aprendiz do Projeto de Instrumentos Musicais.

Fotos e Texto: Carlos Melo Revisão: Raphael Moras de Vasconcellos Maio de 2004 As informações contidas nesse documento não podem ser reproduzidas em sua totalidade ou parcialidade nem repassadas a terceiros sem a devida autorização por escrito do INSTITUTO DO BAMBU . A infringência da mesma estará sujeita a sanções legais conforme Lei nº 9.610/98 , Lei nº 9.279/96 e Lei nº 9.609/98 .

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