Apostila de Blaster
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Apostila de Curso de Blaster...
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Prof. Julio Cesar de Pontes. Eng. de Minas e Segurança no Trabalho CREA-1600876986
CAMPINA GRANDE – 2014. ______________________ __________________________________ ________________________ ______________ __
Índice 1. Objeti Objetivo vo.................................................................................................05 2. Função Função...................................................................................................05 2.1 Definição.........................................................................................05 2.2 O que todo Blaster deve saber.......................... ...................... .......05
3. Aspectos Aspectos Legais Legais...................................................................................05 3.1 Aspectos Legais........................... ....................... ...................... ......05 3.2 Uso Legal de Explosivos................................ Explosivos....................................................... ....................... ..........05 3.3 Certificado de Registro......................... ...................... .....................05 3.4 Carta Blaster...................... ....................... ...................... .................06
4. Explos Explosivo ivoss..............................................................................................06 4.1 Histórico.......................... Histórico................................................ ...................... ...................... .....................06 4.2 Definição..........................................................................................06 4.3 Energia de Ativação............................. Ativação................................................... ...................... ...................... 07 4.4 Reação de Decomposição..................................... ...................... ....07 4.5 Propriedade dos Explosivos.................................. Explosivos......................................................... ....................... ....07 4.5.1 Propriedades Físicas............................. Físicas................................................... ...................... ...........07 4.5.2 Propriedades Químicas............................ Químicas.................................................. ...................... ........07 4.5.3 Propriedade Mecânicas............................... Mecânicas...................................................... ....................... ....08 4.5.4 Propriedades Termodinâmicas................................... ............08 4.6 Classificação dos Explosivos................................. Explosivos........................................................ ....................... ...09 4.6.1 Carbonitratos........................................................................09 4.6.2 Lamas Explosivas e Aquágeis.............................. Aquágeis..............................................09 ................09 4.6.3 Emulsões.............................. Emulsões.................................................... ...................... ....................... ...09 4.6.4 Agentes Detonantes............................... Detonantes..................................................... ...................... ........10
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Índice 1. Objeti Objetivo vo.................................................................................................05 2. Função Função...................................................................................................05 2.1 Definição.........................................................................................05 2.2 O que todo Blaster deve saber.......................... ...................... .......05
3. Aspectos Aspectos Legais Legais...................................................................................05 3.1 Aspectos Legais........................... ....................... ...................... ......05 3.2 Uso Legal de Explosivos................................ Explosivos....................................................... ....................... ..........05 3.3 Certificado de Registro......................... ...................... .....................05 3.4 Carta Blaster...................... ....................... ...................... .................06
4. Explos Explosivo ivoss..............................................................................................06 4.1 Histórico.......................... Histórico................................................ ...................... ...................... .....................06 4.2 Definição..........................................................................................06 4.3 Energia de Ativação............................. Ativação................................................... ...................... ...................... 07 4.4 Reação de Decomposição..................................... ...................... ....07 4.5 Propriedade dos Explosivos.................................. Explosivos......................................................... ....................... ....07 4.5.1 Propriedades Físicas............................. Físicas................................................... ...................... ...........07 4.5.2 Propriedades Químicas............................ Químicas.................................................. ...................... ........07 4.5.3 Propriedade Mecânicas............................... Mecânicas...................................................... ....................... ....08 4.5.4 Propriedades Termodinâmicas................................... ............08 4.6 Classificação dos Explosivos................................. Explosivos........................................................ ....................... ...09 4.6.1 Carbonitratos........................................................................09 4.6.2 Lamas Explosivas e Aquágeis.............................. Aquágeis..............................................09 ................09 4.6.3 Emulsões.............................. Emulsões.................................................... ...................... ....................... ...09 4.6.4 Agentes Detonantes............................... Detonantes..................................................... ...................... ........10
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4.6.5 Quanto a Aplicação Industrial......................... ....................... .11
5. Escolhas Escolhas dos Explosivos Explosivos.......................................................................11 6. Diâmetro Diâmetro do Furo....................................................................................11 7. Acessório Acessórioss...............................................................................................12 7.1 Finalidades............................... Finalidades..................................................... ...................... ...................... ............12 7.2 Tipos............................ ...................... ...................... ...................... ...12 7.2.1 Estopim..................................................................................12 7.2.2 Espoleta Simples......................... ...................... ....................12 7.2.3 Espoleta Elétrica...................... ...................... ...................... ..13 7.2.4 Cordel Detonante............................ Detonante.................................................. ...................... .................15 7.2.5 Retardos para Cordel Detonante ..........................................17 ..................... .....................17 7.2.6 Sistema de Iniciação Não-Elétrico de Tubo-de-choque.........20 7.2.7 Booster ou Reforçador........................... Reforçador.................................................. ....................... .........21
8. Elementos Elementos do Plano Plano de de Fogo Fogo.................................................................21 8.1 Introdução..........................................................................................21 8.2 Altura da Bancada............................... Bancada..................................................... ...................... ...................... ...22 8.3 Ângulo de Inclinação da Bancada................................ Bancada...................................................... ...................... 22 8.4 Subfuração................................ Subfuração...................................................... ...................... ...................... .............22 8.5 Profundidade dos Furos............................ ...................... ...................23 8.6 Malha de Perfuração............................ Perfuração.................................................. ...................... ...................... ..23 8.7 Tipo de Carregamento............................. Carregamento................................................... ...................... ....................23 8.7.1 Carga de Fundo………………………………………………….23 8.7.2 Carga de Coluna…………………………………………………24 8.8 Tampão.............................. Tampão.................................................... ...................... ...................... ....................24 8.9 Razão de Carga........................ ...................... ...................... .............24
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8.9.1 Razão Linear de Carregamento................................................24 8.9.2 Razão de Carregamento...........................................................24
9. Técnicas de Detonação............................................................................26 9.1 Triagem de Bom Rendimento do Explosivo........................................26
10. Soluções Para os Principais Problemas no Desmonte........................27 10.1 Fragmentação Excessiva..................................................................27 10.2 Fragmentação Insuficiente...............................................................27 10.3 Lançamento e Empilhamento ..........................................................27 10.4 Laçamento Excessivo.......................................................................27 10.5 Quebra para trás...............................................................................27 10.6 Repé e Piso Irregular........................................................................27 10.7 Furos “falhados”................................................................................27 10.8 Vibrações.........................................................................................27 10.9 Ruído................................................................................................28
11. Fogos Secundários................................................................................28 12. Segurança...............................................................................................28 12.1 No Transporte .................................................................................28 12.2 No Armazenamento................................... .....................................29 12.3 No Manuseio de Explosivos e Acessórios.....................................30 12.4 Nos Procedimentos para Detonação............................................31 12.5 Na Destruição de Explosivos.........................................................31
13. Referencias Bibliográficas ....................................................................33
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1- OBJETIVO Este curso tem a finalidade de treinar os usuários de explosivos industriais e acessórios (blaster), para sua aplicação racional dentro dos mais altos padrões de segurança, procurando atingir a eficiência máxima na operação de desmonte de rochas.
2- FUNÇÃO 2.1 O Blaster é encarregado de organizar e conectar a distribuição e disposição dos explosivos e acessórios utilizados no desmonte de rocha. Deve conhecer os procedimentos, as normas e as conseqüências que podem prejudicar a empresa no caso do uso indevido das substâncias explosivas. Todo Blaster deve saber: empregar as normas de segurança, conhecer a legislação R-105/ S.F.P.C, as noções básicas de desmonte de rocha e utilizar os explosivos e acessórios industriais.
2.2 O Que todo Blaster deve Saber? a. b. c. d.
Empregar as normas de segurança; Conhecer a legislação R-105/ S.F.P.C (www.dfpc.eb.mil.br); As noções básicas de desmonte de rocha; Utilizar os explosivos e acessórios industriais.
3- ASPECTOS LEGAIS 3.1 Aspectos Legais: O manuseio de explosivos implica em riscos de grande monta, conseqüentes da alta periculosidade de que são providos. Estes riscos são representados pelos danos físicos ou materiais que podem ocasionar a terceiros. Normalmente a ação penal recairá sobre o responsável técnico (Engenheiro e Blaster), e a ação civil na empresa. Cabe destacar a responsabilidade penal do Engenheiro ou Blaster, pois o mesmo será incurso no crime de natureza culposa, caracterizado por negligência, imprudência ou imperícia.
3.2 Uso legal de Explosivos: Processo Criminal na Justiça: Art. 16 In III da Lei 10.826/03 – Uso ilegal de explosivos. Pena: 3 a 6 anos de reclusão.
3.3 Certificado de Registro: Fornecido pelo Ministério do Exército através dos SFPCs, é o documento que habilita as empresas a comprar, estocar, consumir e/ou vender produtos controlados como: explosivos, armas,munições e pirotécnicos.
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3.4 Carta Blaster: Documento fornecido pelo Departamentos Estaduais de Segurança Pública através da Polícia Civil.
4- EXPLOSIVOS 4.1 Histórico A pólvora foi o primeiro passo para o desenvolvimento de centenas de produtos conhecidos como explosivos. No início era utilizada pelos chineses como pirotécnico, passando após algumas modificações a propelente de projéteis e armamentos em geral. O grande passo foi dado em 1846 com a descoberta do italiano Ascanio Sobreiro de um preparado com maior poder de explosão que a pólvora, chamado nitroglicerina (NG), porém, sem aplicação prática face as suas dificuldades de fabricação e manuseio. Posteriormente em 1863 e 1867 o sueco Alfred Nobel resolve este problema, fabricando industrialmente a NG e em seguida adicionando diatomácea a nitroglicerina, produzindo a primeira dinamite com condições de segurança e manuseio. Em 1923, na cidade alemã de OPPAU, a casualidade deu existência industrial a um novo membro da família dos explosivos, quando ao tentar-se dinamitar aproximadamente 4.500 toneladas de uma partida de Nitrato de Amônio que empedrou pela ação da umidade, provocou-se uma enorme explosão destruindo parte da cidade. Em 1947, outro acidente grave ocorreu no porto da cidade do Texas (USA), manuseando o Nitrato de Amônio. Em 1958, surgem as lamas explosivas que são misturas de nitratos, óleos, água e outros componentes energizantes e/ou gelatinizantes. Em 1962, no Canadá, foram definidas as primeiras patentes para utilização das emulsões, como explosivo.
4.2 Definição É uma substância ou mistura de substâncias químicas, que quando excitadas por algum agente externo suficientemente energético, são capazes de se decompor quimicamente, gerando considerável quantidade de energia em curto intervalo de tempo (Reação de Detonação). Quando esta reação química de decomposição ocorre a baixa velocidade, através da simples queima do material (oxidação somente pelo oxigênio do ar), dizemos que houve uma combustão. No caso da pólvora e de explosivos iniciados inadequadamente ou mal confinados, diz-se que ocorre uma deflagração quando a reação de decomposição é de velocidade baixa a média (até 1.000 m/s), com participação tanto do oxigênio contido na própria substância explosiva quanto do oxigênio da atmosfera. Já a detonação é uma transmissão energética que ocorre na coluna explosiva por onda de choque. Com velocidades que variam de 1.500 a 8.000m/s, com a participação exclusiva do oxigênio contido na substância explosiva. Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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4.3 Energia de ativação É a energia mecânica necessária para iniciar a reação de detonação. Os explosivos são essencialmente produtos de pequena estabilidade química, mas há necessidade de rompê-la. Qualquer ação que possa provocar a elevação localizada de temperatura pode iniciar a massa explosiva.
4.4 Reações de Decomposição Agentes Mecânicos
Ação do Calor
Ação de Produtos explosivos
Pressão
Aquecimento
Atrito
Faísca
Vibração
Chama
Choque
Espoleta Booster
4.5 Propriedades dos Explosivos Para perfeita utilização dos explosivos é necessário conhecer suas propriedades físicas, químicas, mecânicas, termodinâmicas e de segurança, de forma a garantir a melhor interação do explosivo com a rocha.
4.5.1 Propriedades Físicas - Densidade: É a relação entre o peso do explosivo e seu volume, sendo comumente expressa g/cm3. - Estado Físico: que pose ser líquido, gasoso, sólido ou plástico. - Metrológicas: as dimensões dos explosivos são padronizadas internacionalmente ou regionalmente, face à necessidade de compatibilidade entre o explosivo e o furo. 4.5.2 Propriedades Químicas - Toxidez : é medida pela concentração de gases nocivos a saúde: monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono (CO 2), dióxido de nitrogênio (NO2), gases nitrosos (NO) e anidrido sulforoso (SO 2), que limitam o uso de um determinado explosivo, se as condições de ventilação forem precárias. - Higroscopicidade: é o grau de afinidade que o explosivo tem com a água, isto é, a tendência do explosivo absorver umidade. - Estabilidade química: é a propriedade do explosivo conservar suas características de desempenho e segurança quando submetido a períodos de armazenamentos.
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4.5.3 Propriedade Mecânica - Rusticidade: refere-se à resistência da embalagem dos explosivos às solicitações mecânicas de transporte, armazenamento e manuseio. 4.5.4 Propriedades Termodinâmicas - Potência: é a capacidade máxima de produção do trabalho de um explosivo, ou seja, sua disponibilidade real. Exprime a quantidade de energia liberada por um explosivo durante a sua detonação. - Resistência: 1 Resistência à água: intervalo de tempo que o explosivo pode ficar em contato com a água sem perder suas características. 2 Resistência ao armazenamento: período que o explosivo pode ficar estocado sem perder qualidade e/ou deteriorar-se. Geralmente é de 6 meses. 3 Resistência ao choque: propriedade que avalia a possibilidade de detonação por choque. - Calor de combustão: é a quantidade de calor liberado por um explosivo durante o processo de detonação. - Temperatura de explosão : é a temperatura na qual o explosivo entra em decomposição exponencial, é fundamental para a segurança de fabricação e análise. - Sensibilidade de iniciação: esta propriedade mede a capacidade de um explosivo ser iniciado por um detonador ou explosivo iniciador. - Sensibilidade à propagação : é a medida do poder de propagação do explosivo. É importante que os explosivos sejam sensíveis o suficiente para detonar toda a extensão da carga, porém não tão sensíveis a ponto de se tornarem perigosos. Brizância: capacidade que o explosivo possui de fragmentar obstáculo (está relacionada com a modelagem de fragmentação dos blocos). -
- Volume gasoso: é o volume total de gás produzido na detonação por unidade de peso de explosivo. O volume gasoso é uma propriedade muito importante para se avaliar um explosivo, pois fornece uma idéia aproximada de sua capacidade de lançamento de fragmentos. Pressão de detonação: é a pressão na onda de detonação quando ela caminha ao longo da carga explosiva. É devido a esta pressão que é gerada a onda de choque na rocha que circunda a carga, sendo o seu valor diretamente relacionado com o grau de fraturamento na detonação. -
- Velocidade de detonação : é a velocidade com que a onda de detonação se propaga na coluna de explosivos. Varia com o diâmetro do Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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cartucho, com o tamanho das partículas (granulometria), com o grau de confinamento, com a densidade de carregamento.
- Energia absoluta ou disponível: é a energia do explosivo capaz de desenvolver trabalho útil. São utilizadas para: pulverização da rocha nas paredes dos furos, formação das fissuras, movimento da rocha, vibração do terreno, sopro de Ar, rompimento da rocha, calor e luz. 4.6
Classificação dos Explosivos
Existem diversas maneiras de classificar os explosivos. Uma vez que nossa ênfase recai sobre os explosivos de uso industrial, consideraremos como mais importante, por sua aplicação prática, a classificação dos explosivos quanto à sua composição química. Os elementos químicos básicos de um explosivo detonante são: carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O) e nitrogênio (N).
4.6.1 Carbonitratos São os explosivos granulados ou pulverulentos industrializados, que além do nitrato de amônio recebem óleos especiais, estabilizantes e/ou energizantes adequados. Possui baixa densidade, nenhuma resistência à água e exigem sensibilidade por altos explosivos.
4.6.2 Lamas Explosivas e Aquagéis Os explosivos desta família usualmente ainda utilizam um “alto explosivo” como sensibilizante para que se desenvolva a detonação total da sua massa. Os principais componentes utilizados na sua fabricação são nitrato de amônio, nitrato de sódio, produtos aluminizantes e agentes gelatinizantes, dando a consistência emborrachada ao produto no caso dos aquagéis. Também para estes últimos, o fator de adensamento no furo é um pouco maior que aquele obtido com os explosivos nitroglicerinados. Já as lamas explosivas possuem um bom adensamento. Apresentam ainda, boa resistência à água e geralmente são embaladas em cartuchos de filme plástico.
4.6.3 Emulsões Constituem a mais moderna geração de explosivos. São massas explosivas a base de solução de nitratos emulsificados, que não possuem “altos explosivos” em sua formulação. A sua detonação só é possível devido a uma aeração da massa (micro-bolhas). As emulsões oferecem as seguintes vantagens: maior segurança, pois, só ocorre detonação com ondas de choque superior a três vezes a velocidade sônica; alta velocidade de detonação, sendo excelentes para fragmentação dos maciços mais resistentes e para utilização como iniciadores de explosivos menos sensíveis; não causa efeitos fisiológicos; excelente resistência à água; ótimo fator de adensamento permitindo o preenchimento total do furo e a densidade pode variar de acordo com a aplicação, quanto maior a densidade menor volume gasoso, mais força, melhor tratamento de impedância explosivo/rocha, carga mais concentrada e quanto Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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menor a densidade maior volume gasoso, menos força e carga mais distribuída. A utilização de emulsões também gera a redução de custos, tais como: compra e transporte de explosivos, redução dos custos finais do desmonte, maior abertura de malha de perfuração, redução de metragem perfurada / m3 desmontado e boa fragmentação em função da distribuição de carga.
4.6.4 Agentes Detonantes ou Agentes explosivos De alguns anos para cá, empresas de mineração que utilizam grandes quantidades de explosivos por detonação (da ordem de toneladas de explosivos), têm optado por fazerem o carregamento dos furos (na maioria das vezes,de diâmetro maior que 3 ½”), através de unidades móveis de bombeamento (no caso das emulsões) e/ou de caminhões tanque que simplesmente derramam explosivos tipo carbonitrato diretamente dentro dos furos. Nestes casos, o material que é transportado pelos caminhões só é sensibilizado no momento da aplicação nos furos, sendo classificado para efeito de transporte como agente explosivo ou simplesmente como “Oxidante”, o que facilita a sua liberação para o tráfego e armazenagem.
Quadro de Composição Explosiva “ANFO”
+ Óleo combustível + Água, Óleo Emulsificantes Nitrato de Amônia.
Combustível
e
Emulsão
+ Emulsão
ANFO pesado (“heavy ANFO”)
+ Água, Óleo combustível e Goma
Gelatina explosiva (“water gel”)
+ Nitroglicerina
Dinamite
4.6.5 Quanto a Aplicação Industrial Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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Segurança no Manuseio Sensibilidade
Iniciadores
Reforçadores
Terciários
Massa Explosiva em Uso Efeito Destrutivo Custo por Unidade de Massa Explosiva
5. ESCOLHA DOS EXPLOSIVOS É baseada em função dos custos, finalidades, presença de água, danos ambientais, diâmetro dos furos, produção desejada, tamanhos dos blocos, região a que se destina (C F ou CC), dureza da rocha (dura, média, branda), natureza da rocha (homogênea ou fraturada) e tipo de rocha (ígnea, sedimentar ou metamórfica).
6. DIÂMETRO DO FURO O diâmetro do furo tem que ser compatível com o diâmetro do Cartucho. Abaixo de 7/8” considera-se diâmetro crítico, o explosivo não detona, ou seja, 7/8” é diâmetro limite.
7. ACESSÓRIOS
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7.1 Finalidades Têm a função de iniciar e/ou controlar corretamente a detonação para alcançar o resultado ideal dentro dos completos padrões de segurança, além de fornecer ou transmitir a chama para iniciar a explosão e propagar onda explosiva de um ponto para outro ou de uma carga para outra.
7.2Tipos 7.2.1 Estopim Consiste em um núcleo de pólvora negra, envolvido por camadas de materiais têxteis e revestimento plástico (Fig. 07). Sua velocidade de queima deve estar entre 120 a 150 segundos/metro com uma variação de + ou - 5%, recomendando-se verificar na embalagem do fabricante o tempo de queima. É sempre importante lembrar de algumas dicas de segurança para se utilizar o estopim tais como: não tente aproveitar o estopim que estiver exposto à água mesmo quando estiver seco; evite dobrar o estopim; sempre armazenar o estopim no paiol de acessório; não use estopim curto; não lace o estopim ao redor dos cartuchos; acender o estopim com segurança; não acenda o estopim perto de espoletas simples; ao iniciar o corte em rolo do estopim, deve-se cortar 10cm para prevenir falha causada pela umidade e para se destruir o estopim é preciso queimá-lo, tomando o cuidado de verificar se não existe espoleta.
SEGURANÇA DO ESTOPIM:
Não use estopim curto; Evite dobrar o estopim; Acender o estopim com segurança; Armazenar estopim no paiol de acessório; Não lace o estopim ao redor dos cartuchos; Não acenda o estopim perto de espoletas simples; Não tente aproveitar estopim, que estiver exposto à água, mesmo quando já estiver seco; Ao iniciar o corte em rolo de estopim deve-se cortar 10cm do estopim para prevenir falha causada pela umidade.
7.2.2 Espoleta simples Uma cápsula metálica contendo uma carga primária (azida de chumbo) e uma carga secundária detonadora de nitropenta. É utilizada para iniciar a detonação de cargas explosivas. Detona por chispa ou fagulha emitida pelo estopim.
7.2.2.1
Para Efetuar o Amolgamento
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Cortar o estopim com comprimento suficiente para garantir total segurança no manuseio (recomenda-se um mínimo de 0,8 m). Por precaução ao iniciar o corte em um rolo de estopim, recomendamos tirar fora o primeiro pedaço de (10 cm) para prevenir contra falha de queima por possível penetração de umidade; efetuar o corte perpendicular (reto) com canivete afiado; introduzir o estopim cuidadosamente até tocar no fundo da espoleta e utilizar o alicate amolgador.
SEGURANÇA DAS ESPOLETAS
Não tente retirar a carga da espoleta Não introduza qualquer objeto na espoleta simples Não tente arrancar os fios de uma espoleta elétrica Espoletas são muito sensíveis ao calor, choque e atrito Não deixe as espoletas diretamente expostas aos raios solares.
7.2.2.2 Cartucho Escorva É o cartucho que contém o iniciador. Cuidados que devem ser tomados com os cartuchos escorva: não faça escorva dentro do paiol; a espoleta deve adentrar-se no centro do cartucho escorva; o mínimo de força deve ser usada na preparação das escorvas; cuidado especial ao introduzir na mina a escorva; não force a escorva em furos obstruídos; prepare as escorvas no momento de introduzi-las no furo e não segure o cartucho escorva na ocasião de acender o estopim.
SEGURANÇA NA CONFECÇÃO DAS ESCORVAS:
A espoleta ou cordel não pode sair do cartucho – escorva; A espoleta deve ficar na posição mais eficaz e segura no cartucho – escorva; Os fios dos dispositivos elétricos e o estopim não devem estar sujeitos a esforços ou dobras acentuadas que possam danificá–los; A escorva deve ser resistente à água, quando necessário; O cartucho – escorva deve ser carregado facilmente, de modo conveniente, seguro e na posição perfeita junto à carga; Os cartuchos – escorva não devem ser cortados ou socados.
7.2.3 Espoleta Elétrica São acessórios de detonação destinados a iniciar à distância, por meio de corrente elétrica, cargas explosivas ou ainda linhas de cordel detonante. Estão divididas em dois grupos principais: elétricas instantâneas e elétricas de retardos. Por questão de segurança é preciso tomar os seguintes cuidados: não deixe as espoletas diretamente expostas aos raios do sol; não tente retirar a carga das espoletas; não tente arrancar os fios de uma espoleta elétrica; não Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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use espoletas elétricas de fabricantes diferentes no mesmo circuito; verificar se as pontas dos fios das espoletas estão brilhantes e limpas antes de utilizá-las e não use espoletas elétricas em serviços muito úmidos. . As espoletas elétricas de retardo têm as mesmas características das elétricas instantâneas com uma única diferença de que, entre a pérola de iniciação e a carga primária de azida de chumbo, existe um elemento de retardo com a função específica de atrasar por um tempo determinado sua detonação (Fig. 1.a)
Espoleta Elétrica
Fios encapados
Azida
Isolante Resistência
Nitropenta
Figura (1.a)
Espoleta de Retardo
Elemento de retardo
Figura (1.b)
SEGURANÇA DAS ESPOLETAS ELÉTRICAS:
Devem ser transportadas sozinhas e acondicionadas em caixa antiestática; Nunca aplicar na presença de fontes geradoras e receptoras de ondas eletromagnéticas ( celular, rádio etc..) Não utilizar nas proximidades da rede elétrica pública; Não utilizar em situações em que estejam ocorrendo descargas elétricas atmosféricas; Utilizar mantendo os fios em curto-circuito até o momento da ligação;
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Aplicar um galvanometro apropriado para testar as espoletas e o circuito de detonação; Verificar se as pontas dos fios das espoletas elétricas estejam brilhantes e limpas, antes de utilizá-las.
7.2.4 Cordel Detonante Basicamente é constituído de um núcleo de nitropenta, envolvido por fios de nalyon e recobertos por uma camada plástica de PVC. É o acessório mais seguro utilizado atualmente, com velocidade de detonação da ordem de 7.200 m/s garantindo a iniciação instantânea de vários furos. Pode ser armazenado por longos períodos, mesmo sob temperaturas extremas, sem sofrer deterioração e é indicado para iniciação de misturas à base de nitrato de amônio. Também utilizado quando é necessário o emprego de cargas escalonadas e em furos de grande diâmetro. Existem variações dos tipos de cordel quanto à gramatura: TIPO NP-03 NP-05 NP-10
GRAMATURA 03 gramas de nitropenta / metro linear 05 gramas de nitropenta / metro linear 10 gramas de nitropenta / metro linear
7.2.4.1 Ligação da Espoleta ao Cordel Detonante Deve ser feita no momento da detonação, fixando a espoleta paralela ao cordel através de fita adesiva. A espoleta deve ficar apontada para a direção da detonação. Recomenda-se ainda a utilização de um par de espoletas simultaneamente por precaução contra falhas (Fig. 02).
F ita A d e s iv a C o rd el
E s p o le ta
Figura (02)
S e n ti d o d a D e t o n a ç ã o Pela facilidade de manuseio e segurança elevada, principalmente em comparação com as espoletas e pela confiabilidade dos seus resultados, o Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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cordel detonante é o acessório mais indicado para a iniciação de cargas explosivas e ligação entre as mesmas. O cordel detonante é bem mais seguro que as espoletas, pois pode ser manuseado à vontade, receber pequenos impactos e ser friccionado sem perigo de detonação. Também não está sujeito à possibilidade de detonação prematura por correntes elétricas. Precauções que devem ser tomadas ao utilizar o cordel detonante: o ângulo entre as linhas secundárias e as linhas troncos que conduzem as ondas de detonação deve ser de 90º; evitar contato de umidade com as pontas do cordel; a espoleta deve estar ligada à linha do cordel com a carga de detonação dirigida no sentido de detonação; cobrir o cordel de amarração superficial com barro e quando for destruir o cordel deve-se queimar em quantidade limitada de 50Kg por vez, retirando do carretel original. Algumas dicas de como investigar falhas ocorridas no cordel detonante: não transmissão da detonação da linha tronco para todas ou para algumas derivações; espoleta afastada do cordel; verificação das conexões à linha tronco (perpendicular); penetração de umidade pela extremidade da linha tronco; colocação de fita isolante entre a espoleta e o cordel; penetração de umidade pelas derivações; conexão com nós pouco firmes e interrupção da alma explosiva por algum esforço de tração violento.
7.2.4.2 Conexão de Linhas de Cordel Detonante Uma conexão bem feita deve ficar bem firme e manter a ramificação em posição perpendicular à linha tronco. Se a derivação formar ângulo com a linha tronco ou cruzar a mesma, pode a detonação de acordo com o sentido em que se propaga, danificar a ramificação antes de iniciá-la, provocando a falha do furo (Fig. 03).
Figura (03)
7.2.5 Retardos para Cordel Detonante
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O tipo mais comum de retardo para cordel detonante é basicamente constituído por um tubo plástico com duas cargas explosivas em cada extremidade, separadas por um elemento de retardo. Existem algumas vantagens em se utilizar os retardos, são elas: controle de lançamento e da energia explosiva; maior confinamento; posiciona e formata a pilha de material; menor over-break e maior aproveitamento da energia de detonação. Para o uso dos retardos é preciso tomar algumas considerações, tais como: sensibilidade do terreno; fragmentação necessária; deslocamento da rocha; geologia; água; tipos de explosivos; direção e deslocamento; restrições de vibrações e ruídos; quilos de explosivo por retardo e custos.
7.2.5.1 A Função dos Retardos e suas Vantagens A função dos retardos é criar uma diferença de tempo (retardar) entre dois segmentos quaisquer do cordel detonante ou entre a detonação de furos adjacentes. Isto permite que cargas explosivas conectadas a estes segmentos detonem a intervalos de tempos diferentes, originando uma seqüência na detonação dos furos em um plano de fogo.
Vantagens da utilização dos elementos de retardos entre linhas de furos: 1 Ao fazer com que uma linha de furos detone antes da linha imediatamente posterior a ela, gera-se um alívio no “peso” de rocha a ser deslocado pela linha de trás. Isto faz com que a linha ou as linhas subseqüentes à primeira, tenha maior facilidade em arremessar o material à sua frente, fazendo com que a pilha de material detonado fique mais espalhada e baixa; 2 Pelo mesmo motivo anterior, o alívio criado entre a linha da frente e a de trás, ou entre um furo à frente de outro, melhora o arranque da detonação no fundo do furo, reduzindo problemas de repé; 3 Ainda como conseqüência do alívio entre linhas, a diminuição do “peso” a ser deslocado pela última fileira, ou último furo, diminui a ultra-quebra e 4 Também por estar submetido a um menor esforço de deslocamento (alívio) o explosivo utiliza melhor a sua energia no desmonte, diminuindo a parcela de energia dispersada para o maciço rochoso sob a forma de vibração.
Figura (04) NOTA: Quanto aos tempos de retardos pode se dizer que para os retardos entre linhas, quanto maior o tempo de retardo, maior o alívio e Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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conseqüentemente maior à distância de lançamento. Já para os retardos entre furos, valores muito pequenos, menores que 10 ms, faz pouco ou nenhum efeito. Valores de 15 ms a 25 ms produzem melhores resultados de fragmentação que retardos de 30 ms ou maiores, por propiciarem entre choque de fragmentos. No caso de retardos entre furos da mesma linha, quanto maior o tempo de retardo menor à distância de lançamento perpendicular à linha detonada. Amarrações em linha como a da fig. (04) favorecerem o lançamento e o arranque do pé da bancada. Retardos de maior tempo podem ser utilizados nos furos do canto para gerar um maior alívio da frente destes furos, melhorando o arranque desta porção mais engastada e diminuindo a ultra-quebra lateral (Fig. 04). Recomenda-se também a colocação de retardos em duas posições de passagem de uma linha tronco para outra, garantindo a detonação da linha de frente em caso de falha de cordel (Fig. 04).
Vantagens da utilização dos retardos entre furos de uma mesma linha: 1 Criam-se novas faces livres entre os furos adjacentes melhorando sensivelmente a fragmentação; 2 Diminui a distância de lançamento horizontal; 3 Reduz a carga por espera, diminuindo diretamente os valores de vibração do terreno e sobre pressão acústica. Amarrações em “V” fechado ou diagonal fechada, produzem excelentes fragmentações, porém, a pilha a ser detonada ficará muito alta dificultando o trabalho com carregadeiras e obtendo um bom resultado com as escavadeiras
(Fig. 05). As amarração em diagonal fechada com iniciação pelo meio, devido os cantos estarem presos, formam um acentuado ângulo entre as linhas da amarração e as fileiras dos furos, podendo aparecer fraturas indesejáveis na última fileira (ultra-quebra), devido ao prolongamento das fraturas diagonais.
Figura (05) Amarrações em “V” aberto ou diagonal aberta, produzem boa fragmentação devido à redução do afastamento efetivo com bom lançamento Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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devido ao menor ângulo entre as diagonais e as fileiras de furos, resultando em menor ultra-quebra (Fig. 06).
Figura (06) Uma utilização muito comum dos retardos é no direcionamento do lançamento dos fragmentos da pilha do material detonado. Isto pode ser útil quando se deseja proteger alguma estrutura ou local de algum eventual ultralançamento. Uma das possíveis formas de se amarrar um fogo nesta situação é exemplificada pela fig. (07).
Figura (07)
OBS :Existe uma relação entre o tempo de retardo e o tipo de rocha a ser desmontada, veja tabela abaixo: Rochas Competentes Menor tempo de retardo entre furos Maior tempo de retardo entre linhas
Rochas Incompetentes Maior tempo de retardo entre furos Menor tempo de retardo entre linhas
7.2.6 Sistema de iniciação Não-Elétrico de Tubo-de-Choque O princípio básico de funcionamento é a energia transmitida dentro de Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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um tubo plástico (tubo-de-choque) com partículas explosivas impregnadas em sua parede interna. Estas partículas garantem a transmissão de uma onda choque-aérea que se propaga pelo tubo-de-choque a uma velocidade de aproximadamente 2.000 m/s. O tubo permanece inteiro após a passagem da onda, não causando dano algum nos arredores e nem ruído. O facho energético penetra a cápsula de isolamento da espoleta e inicia a queima do elemento de retardo, cujas características determinam o tempo de queima. Este sistema é composto basicamente por 2 tipos de elementos:
Elemento não-elétrico de coluna – constituído de um tubo-de-choque de comprimentos variados, conforme a profundidade do furo, tendo em uma de suas extremidades uma espoleta de retardo que serve para escorvar um cartucho no fundo do furo ou um “booster”. Na outra extremidade, que deve ficar fora do furo, tem-se um conector plástico para a linha tronco de cordel detonante. Este conector pode ser dispensado caso se utilize a própria extremidade do tubo-de-choque para conectá-la a um outro elemento nãoelétrico de ligação. Os valores de tempo de retardo das espoletas do elemento não-elétrico de coluna variam normalmente de 250 ms a alguns segundos. São estes elementos que ao iniciarem os explosivos nos furos, através de uma espoleta, não detonam ao longo da coluna, permitindo a iniciação pontual no fundo dos furos, fazendo com que a detonação dos mesmos se dê de baixo para cima. Elemento não-elétrico de ligação – é constituído por um tubo-dechoque com uma espoleta de retardo em uma das extremidades, alojadas em um conector de plástico que permite transmissão de detonação (em geral 5 no máximo) a vários outros tubos-de-choque, sejam eles elementos de coluna ou ligação. Os tempos destas espoletas correspondem a princípio, aos mesmos tempos utilizados nos retardos de cordel detonante. Para a iniciação do primeiro tubo-de-choque da ligação utiliza-se comumente um estopim espoletado. Como vimos, a maior vantagem deste sistema consiste em ter a iniciação pontual da detonação a partir do fundo do furo, com o efeito adicional de não causar danos ao tampão antes da detonação completa do furo. Outra grande vantagem está na redução quase completa dos problemas com ruídos das detonações, quando se usa o elemento de ligação em conjunto com o de coluna, substituindo o cordel detonante da linha tronco que é o maior causador de ruído nas detonações. As vantagens dos acessórios iniciados através de tubos de choque em relação aos comuns são elas: pouco nível de beckbreak; menos vibração; ruídos e pulsos de ar; pouco ultralançamento; pilhas adequadas para o tipo de equipamento de carregamento e melhor fragmentação da rocha. As desvantagens são as possibilidades de se ter falhas na detonação caso haja interrupções na coluna explosiva ou danos ao tubo-de-choque por falta de cuidados no carregamento. Deve-se ter em mente, também, que para se reduzir o desperdício deva-se ter “a priori” um bom conhecimento das profundidades e distâncias entre os furos, para se conhecer exatamente o número de peças e seus respectivos comprimentos exatos necessários para o carregamento. Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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7.2.7 Booster ou Reforçador Recomendável para explosivos pouco sensíveis, como ANFO. Utilizado tanto com cordel detonante como com os sistemas de iniciação não-elétricos, o boosters possui dois elementos explosivos: 1 O primário que é iniciado pelo cordel ou pela espoleta do nãoelétrico e 2 O secundário ou amplificador que inicia o explosivo. Desta forma o booster garante melhor iniciação e mantém velocidade de detonação na coluna de explosivos. Para o caso geral, recomenda-se posicionar o booster no furo coincidentemente com a posição da linha de “grade” (Fig. 08).
Figura (08) 8. ELEMENTOS DO PLANO DE FOGO 8.1 Introdução Todo planejamento de uma detonação envolve as considerações de uma série de parâmetros, que influenciam diretamente no resultado do desmonte. Aqui estudaremos os principais parâmetros a serem considerados para o caso de um desmonte de lavra em bancadas, o qual o método de lavra é o mais utilizado atualmente em minerações a céu aberto. A figura (09) apresenta três planos que constituem as superfícies delimitantes de uma bancada: a praça onde operam os equipamentos de carga e transporte; a face que é a superfície vertical ou inclinada resultante após o desmonte de uma das “fatias” da bancada e o topo onde operam os equipamentos de perfuração a partir do qual é feito o carregamento de explosivos nos furos.
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Figura (09) Onde, A – Afastamento
T – Tampão
E – Espaçamento
Cc – Carga de coluna
H – Altura da bancada
Cf – Carga de fundo
- Ângulo de inclinação
S – Subfuração
8.2 Altura da Bancada ( H ) A altura da bancada é à distância na vertical, entre o plano de topo da bancada e a praça (ver figura 09). É muito comum em algumas minerações se confundir a altura da bancada com a altura inclinada, que é a medida da distância da crista do banco ao pé da bancada, medida com uma trena ao longo da face inclinada da bancada. A altura da bancada só será igual à altura inclinada se a face da bancada for vertical.
8.3 Ângulo de Inclinação da Bancada (
)
O ângulo de inclinação da bancada é coincidente com o ângulo de inclinação dos furos. Sua medida é expressa em graus e deve ser considerada como o ângulo entre a face da bancada e um plano vertical (Ver figura 09).
8.4 Subfuração ( S ) Para que se obtenha um piso regular da praça após a detonação da bancada, é necessário que se perfure uma porção a mais dos furos abaixo da linha de “graide”. Esta perfuração é mais chamada de subfuração. O comprimento da subfuração varia conforme o diâmetro e a inclinação dos furos, do afastamento entre linhas, do tipo de explosivo da carga de fundo, do tipo de iniciação dos furos e as características da rocha detonada. Alguns autores estipulam este valor inicial como sendo igual a 30% do valor adotado para o afastamento, ou seja, S= 0,3 A.
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8.5 Profundidade dos Furos A profundidade dos furos é calculada somando-se a altura inclinada com a subfuração.
PROFUNDIDADE DO FURO = Altura da Bancada Cosseno de
+
Subfuração
8.6 Malha de perfuração Este elemento do plano de fogo talvez seja aquele onde mais se faz valer a experiência profissional do indivíduo responsável pelo planejamento do desmonte. Atualmente, a adoção de malhas escalonadas conhecidas como perfuração em “pé-de-galinha” parece ser quase uma unanimidade em detrimento das malhas quadradas ou retangulares. Em um plano de fogo a malha de perfuração é normalmente mencionada como uma relação entre o afastamento versos o espaçamento, geralmente nesta ordem (A x E), onde:
A – Afastamento entre furos de linhas diferentes ou da primeira linha à face.
E – Espaçamento entre furos de uma mesma linha. Mais uma vez, o desenvolvimento de uma malha ideal passa pela adoção de valores iniciais que deverão ser ajustados após uma série de detonações. 8.7 Tipo de Carregamento A escolha do tipo de explosivo a ser utilizado baseia-se principalmente no tipo de material rochoso que compõe o maciço, na presença ou não de água nos furos e no tipo de resultado que se planeja alcançar no desmonte.
8.7.1 Carga de Fundo ( C F ) O primeiro segmento localizado na parte inferior do furo é chamado carga de fundo, composto principalmente por explosivos mais densos e energéticos, de alta velocidade de detonação e capazes de quebrar a rocha situada próxima ao pé da bancada, onde geralmente encontramos afastamentos mais “pesados”. O explosivo da carga de fundo será encarregado de iniciar os explosivos da carga de coluna, razão pela qual ele deve ser bastante energético para garantir a melhor iniciação possível do segmento superior do furo. 8.7.2 Carga de Coluna ( C C ) Por motivo de economia, os explosivos de carga de coluna mais Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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utilizados são os carbonitratos, que apresentam densidade baixa e a média da velocidade de detonação é moderada. As maiores vantagens deste tipo de explosivo são o seu baixo custo, a rapidez no carregamento e o acoplamento perfeito, uma vez que preenchem totalmente o furo.
8.8 Tampão ( T ) Como o próprio nome diz, a função primordial do tampão é tamponar os furos impedindo pelo máximo de tempo possível que ocorra escape dos gases da explosão. Se o tampão for insuficiente, ocasionará perda de pressão dos gases dentro do furo, comprometendo o rendimento da detonação. Além disso, esta liberação prematura dos gases para a atmosfera é fator causador de ultralançamento e sobre-pressão acústica. Por motivos de segurança quanto à possibilidade de ultra-lançamentos, admiti-se o valor do Afastamento como sendo o valor mínimo para o comprimento de tampão. Entretanto, para rochas maciças e resistentes, pode ser necessário utilizar-se de um tampão igual ou até 70% do valor de afastamento. T = A ou até 0,7 A
8.9 Razão de Carga 8.9.1 Razão Linear de Carregamento ( RL ) Exprime a quantidade em peso de explosivos por metro linear de furo carregado. Pode ser calculada a partir dos dados de carregamento dos furos pela fórmula:
__Carga Total de Explosivos _ Metragem da Coluna com Explosivos Ou, utilizando-se a tabela existente no catálogo dos produtos, pode ser calculada teoricamente a partir dos dados de diâmetro do furo e densidade do explosivo.
8.9.2 Razão de Carregamento ( RC ) A razão de carregamento é o resultado da divisão do total de explosivos gastos em uma detonação pelo volume desmontado ou tonelagem desmontada.
RC = Consumo de Explosivos Total Volume
Onde,
V = Volume total desmontado “In situ” Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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V = Afastamento X Espaçamento X Altura da Bancada X Nº de Furos Ou,
RC = Consumo de Explosivos Total Tonelada Onde,
T = Tonelada Desmontada Total T=Vxd Sendo: d = Densidade da rocha “In situ” Esta razão nos dá uma idéia da dificuldade oferecida por uma rocha para ser fragmentada e deslocada. Os responsáveis pela elaboração do plano de fogo para uma determinada bancada fazem uso de uma razão de carga conhecida para aquele tipo de rocha como ponto de partida para determinação dos outros elementos do plano de fogo. A tabela abaixo nos dá uma idéia aproximada de razões de carga típicas utilizadas no desmonte dos tipos de rocha mais comuns, com valores diferenciados conforme o tipo de equipamento de carregamento.
EQUIPAMENTO DE RAZÃO DE CARREGAMENTO CARREGAMENTO Carregadeira 450 – 500 g/m3 Granito Carregadeira 450 – 500 g/m3 Gnaisse Basalto com disjunção colunar Carregadeira 250 – 300 g/m3 Basalto Carregadeira 300 – 350 g/m3 Carregadeira 80 – 120 g/t Carvão Calcário Carregadeira 70 – 110 g/t Hematita Escavadeira 100 – 150 g/t Arenito Drag-Line 200 – 250 g/m3 Carregadeira 200 – 250 g/m3 Arenito Siltito Carregadeira 150 – 200 g/m3 Arenito Escavadeira Hidráulica 150 – 200 g/m3 ROCHA/MINÉRIO
9- TÉCNICAS DE DETONAÇÃO Diagrama do Melhoramento Contínuo
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Avaliação da área
Redefinição do plano de fogo
Plano de fogo Preparação da Bancada
Avaliação do rendimento
Transporte do desmonte
Bom Rendimento da Detonação
Marcação da Bancada Condição dos furos
Registro dos dados da Detonação Carga dos furos
Avaliação da área
9.1 Triagem do Bom Rendimento do Explosivo Distribuição da energia: distribuição da energia de fragmentação ao longo do furo. Confinamento da energia do explosivo: devem ser usados retardos com tempos precisos; o carregamento dos furos deve respeitar a geologia local; deve-se usar material e comprimento do tampão adequados ; deve-se usar tempos de retardos conforme as condições locais ; deve-se controlar a frente de menor resistência que envolve o explosivo e a energia do explosivo deve ser confinada por tempo suficiente para que sejam estabelecidas as fraturas e o desplacamento do material. Nível de Energia do Explosivo: trabalhe com fabricantes idôneos e exija dele as especificações do explosivo; a quantidade de energia liberada pelo explosivo deve ser suficiente para promover um desmonte controlado; a utilização de altos explosivos é necessária apenas em condições especiais: afastamentos excessivos, repés, etc., o nível de energia liberado tem que ser suficiente apenas para a fragmentação do maciço rochoso, evitando assim o ultralançamento.
10- SOLUÇÕES PARA OS PRINCIPAIS PROBLEMAS NO DESMONTE 10.1 Fragmentação Excessiva Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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Escalonar carga; aumentar tampão; diminuir carga dos furos; alterar geometria da malha; aumentar malha de perfuração; utilizar explosivo de menor energia e utilizar explosivo de menor densidade.
10.2 Fragmentação Insuficiente Aumentar carga dos furos; alterar sistemas de ligações; reduzir malha de perfuração; utilizar explosivos de maior energia; fazer malha paralela às camadas e utilizar explosivo de maior densidade.
10.3 Lançamento e Empilhamento (Reduzidos) Inclinar furos; estudar a malha; aumentar razão de carga; reduzir afastamento da primeira linha; ajustar tempo de retardo entre linhas e utilizar explosivos com maior razão de energia.
10.4 Lançamento Excessivo Aumentar tampão; controlar desvio de furos; escalonar coluna de carga; controlar tempo de retardo; investigar cavidades na rocha e usar explosivo com menor velocidade na primeira linha.
10.5 Quebra para Trás Reduzir afastamento; diminuir número de linhas; alterar ângulo de perfuração; diminuir carga/energia na última linha e aumentar tempo de retardo entre linhas.
10.6 Repé e Piso Irregular Inclinar furos; diminuir malha; aumentar subfuração; aumentar carga de fundo; conferir profundidade dos furos; controlar afastamento na primeira linha; aumentar energia da carga de fundo e aumentar tempo de retardo entre linhas.
10.7 Furos “Falhados” Consultar fabricante; ajustar tempos de retardo; investigar ligações da malha; investigar presença de água e investigar qualidade dos explosivos.
10.8 Vibrações Reduzir carga por “espera”; aumentar tempo de retardo; fazer acompanhamento sismográfico; planejar frentes com grandes superfícies; diminuir furos com igual tempo de retardo; estudar desenho geométrico das ligações; ajustar tempo de retardo e seqüência das iniciações e identificar eventuais ocorrências de água subterrânea.
10.9 Ruído Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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Aumentar tampão; cobrir cordel detonante; diminuir carga por espera; usar sistema não elétrico; aumentar tempo de retardo; diminuir o número de furos detonados por espera; detonar em horário e condições de tempo favorável.
11- FOGOS SECUNDÁRIOS (Fogachos) Os fogos secundários são comumente chamados de “fogachos” e devem ser tratados, em termos de segurança, com os mesmos cuidados de segurança tomados para o caso dos fogos primários. (Fig. 10) Desvantagens em se fazer fogo secundário: percentual elevado de ultralançamento, riscos de acidentes e Iniciação com cordel em vez de mantopim. Método Bloco Perfurado
Figura (10)
Método João de Barro
Método Buraco de Cobra
12- SEGURANÇA As regras de segurança visam, afastar os principais riscos provocados pelos fatores de iniciação: fogo, calor, choque e atrito. 12.1 No Transporte a) Ao transportar explosivos ou acessórios verifique se o veículo está em boas condições de funcionamento, com bons freios e com circuitos elétricos bem isolados para evitar outros curtos-circuitos; b) Coloque sempre dois extintores de incêndio em todo e qualquer veículo que vai transportar a carga; c) Se o veículo for aberto, é recomendável cobrir a carga com lona impermeável; d) Coloque sempre a carga bem arrumada e amarrada, de preferência sobre um estrado de madeira; Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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e) Ao iniciar o carregamento e/ou descarga de explosivos ou acessórios, o veículo deve estar freado e calçado. Fazer esta operação com o máximo de cuidado; f) Nunca transporte juntamente com explosivos ou acessórios, cargas tais como: óleos, carbureto, gasolina, munições, armas de fogo, ácidos, produtos corrosivos ou oxidantes, tambores de ferro, etc; g) Nunca dê carona a amigos ou estranhos quando transportando explosivos ou acessórios; h) Nunca carregue ou descarregue quando a situação do tempo for desfavorável (tempestades, relâmpagos, etc.); i) Sinalizar o veículo com placas de advertência adequadas para transportar explosivos; j) Nunca transporte explosivos e acessórios simultaneamente; k) Nunca estacione o veículo carregado com explosivos ou acessórios em locais habitados, principalmente próximo a escolas, hospitais, igreja ou postos de abastecimento; l) A velocidade do veículo não deve ultrapassar 80 Km/h e m) Os motoristas devem portar habilitação profissional “E”
12.2 No Armazenamento a) A fim de proteger os depósitos contra incêndios, deve-se manter em torno dos mesmos, uma faixa de terreno limpo com largura mínima de 20 metros; b) Não é permitido fumar ou carregar fósforos dentro e nas proximidades dos depósitos; c) Antes da aproximação de tempestade, os depósitos devem ser fechados e o pessoal afastado para uma distância segura; ( em torno de 600 metros) d) O piso dos depósitos deve estar sempre limpos; e) Os estoques mais antigos devem ser empilhados na frente e consumidos em primeiro lugar; f) As caixas devem estar dispostas em pilhas da seguinte forma: Alojadas sobre estrados de madeira para isolá-las do piso; Afastadas das paredes no mínimo 10 cm; Afastadas do teto no mínimo 70 cm; Separadas entre filas por 60 cm; Ter altura máxima de 2 metros ou 10 caixas, prevalecendo o menor valor; Separadas entre si para permitir a passagem, entrada e saída de caixas com segurança. g) Todos os depósitos devem permanecer trancados quando não estiverem em operação de carga ou descarga; h) Não armazene caixas de encartuchados de modo que os cartuchos fiquem em posição vertical; i) Não guarde ferramentas ou utensílios de metal em paiol de explosivo; j) Não armazene explosivos que já foram abertos, sem o devido cuidado de envolver na sua embalagem original; k) Deverão os paióis serem protegidos com cercas de arame farpado;
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l) Quando existir dois paióis na mesma área, deve-se se manter uma distância mínima de 150m entre eles, para evitar propagação de um para outro; m) Em locais de topografia acidentada, uma depressão natural ao terreno, oferece proteção extra. Quando não for possível, deve-se guardar a distância ideal de segurança e erguer barricadas; n) Para controle de estoque, sugere-se três tipos de registros: Registro por depósito – indica o tipo de produto e suas especificações, sua disposição e a quantidade estocada; Registro por produto – fornece a quantidade em estoque, bem como sua disposição e seu movimento de entrada e saída e Registro por data de fabricação – destinado a controlar o tempo de fabricação dos produtos em estoque.
12.3 No Manuseio de Explosivos e Acessórios a) Evite maus tratos com explosivos e acessórios; b) Não faça qualquer tipo de chama ou fagulha próximo a explosivos; c) Não coloque explosivos ou acessórios onde fiquem expostos a calor excessivo, fagulhas ou impacto; d) Não coloque várias caixas de explosivos ou acessórios juntos ou muito próximos; e) Não deixe sobras de explosivos ou acessórios jogados de qualquer jeito. Guarde-as sempre no paiol após o uso; f) Não carregue explosivos ou acessórios dentro do bolso; g) Ao iniciar uma perfuração, certifique-se de que não existem minas falhadas nas proximidades; h) Fure os explosivos com furadores de madeira e nunca force uma espoleta a entrar em uma banana de explosivo; i) Sopre o furo a ser carregado: Veja se o furo está desobstruído até o fundo e Verifique a presença de água. j) Não force o explosivo, principalmente o cartucho escorva através de obstruções; k) Prepare as escorvas no momento de introduzi-las no furo. Escorvas que não forem utilizadas devem ser desfeitas; l) Sobre as espoletas simples: Não tente retirar a carga de uma espoleta; Espoletas são extremamente sensíveis ao calor, choque, atrito; Faça o amolgamento em local isolado, sempre fora do paiol de acessórios ou explosivos; Nunca enfie prego, arame, ou outro objeto dentro da espoleta simples e Use sempre o alicate amolgador. m) Evite sempre a presença de pessoas não especializadas na área de carregamento e detonação; n) Não use explosivos que estejam evidentemente estragados; o) Não use caixas vazias de explosivos como lenha; p) Não atire em explosivos com arma de fogo; q) A embalagem do explosivo nunca deve ser retirada;
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r) Deve ser transportados somente a quantidade necessária de explosivos e acessórios para a área de detonação; s) Não manuseie, não detone, nem fiquem próximo de explosivos durante a aproximação de uma tempestade elétrica (relâmpagos e trovoadas); t) Não abra caixas de explosivos dentro do paiol; u) Não deixe explosivos abandonados. Destrua-os conforme regulamento e v) Certifique que todo material excedente seja recolhido aos paióis.
12.4 Nos Procedimentos para Detonação a) Verifique com antecedência todas atitudes que deverão ser tomadas para isolar a área de risco; b) Isolar toda a área momentos antes da detonação, utilizando recursos como bandeiras vermelhas, placas, correntes, comunicação via rádio, etc; c) Determinar horário específico para detonações e divulgar a todos funcionários e terceiros envolvidos na lavra; d) Necessidade da supervisão do blaster; e) A iniciação deverá ser feita por duas pessoas; f) Cortar o estopim em tamanho suficiente para que depois do acendimento, o funcionário possa abrigar-se com segurança; g) Nunca faça uma detonação sem antes ter absoluta certeza de que todas as pessoas e máquinas estão abrigadas seguramente; h) Utilizar sistema de sirene para alertar sobre o momento exato da detonação; i) Só liberar a área de risco após o cabo de fogo conferir os resultados e j) Espere a dissipação total dos gases: CO (monóxido de carbono) e NO 2 (dióxido de nitrogênio). 12.5 Na Destruição de Explosivos a) A destruição dos encartuchados deve ser feita por queima, espalhando-se os cartuchos cortados em metades em camadas de 10 cm de largura e no máximo 7,5 cm de altura, dispostas sobre material combustível (papel, papelão, serragem, etc) e derramando-se sobre o explosivo óleo diesel ou querosene; b) iniciação de queima deve se utilizar um rastilho de papel ou estopim para que haja tempo para todos se abrigarem; c) Para o caso de destruição de grandes quantidades, distribuir o material em pilhas de no máximo 50 Kg separadas de no mínimo 7,5 de distância; d) A destruição de cordel detonante deve ser feita preferencialmente pelo método da queima, limitando-se a quantidade de 50 Kg por vez e guardando-se uma distância mínima de 130 m. e) O cordel deve ser estendido em linhas paralelas, separados por 4 cm ou mais e não no carretel; f) A destruição de espoletas deve ser feita pelo método da detonação, utilizando-se no máximo 100 espoletas de cada vez; g) As espoletas devem ser depositadas em um buraco de 30 cm de profundidade, em sua embalagem original ou num pequeno saco e escorvadas em seguida com 500g de explosivos encartuchados; h) Tudo deve ser coberto com um papel e depois com areia ou terra; Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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i) Detona-se em seguida a uma distância segura e verifica-se ao final se alguma espoleta não foi destruída. Para outras destruições devem ser usados buracos diferentes; j) No caso de estopins, a destruição deverá ser por queima, fazendo-se uma fogueira, tomando-se o cuidado de verificar se não existem espoletas amolgadas a algum pedaço de estopim e k) Recomenda-se que não se queime grande quantidade de estopim simultaneamente, pois o efeito é o mesmo que a queima de uma quantidade equivalente de pólvora.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bjarnholt, in Cameron & Hagan, 1996 - Curso Internacional de Engenheiro de Minas Julio Cesar Pontes
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