Apostila Da Mandioca (1)

November 25, 2018 | Author: Acleide Cardoso | Category: Crop Rotation, Root, Agriculture, Primary Production, Plants
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CULTURA DA MANDIOCA

Aspectos Agro-Econômicos da Mandioca Além da destacada importância na alimentação humana e animal, as raízes de mandioca são também utilizadas como matéria-prima em inúmeros produtos industriais. A cultura da mandioca é uma das mais importantes fonte de carboidratos para os consumidores de renda mais baixa em países tropicais da América Latina. A mandioca é produzida principalmente por produtores de pequeno porte, em sistemas de produção complexos, com pouco ou nenhum uso de tecnologia moderna, especialmente agroquímicos. A parte aérea da mandioca pode ser consumida pelos animais na forma "in natura" , sob forma de silagem, feno ou peletizada, pura ou misturada com outros alimentos. A mandioca apresenta potencialidades para participar de outros mercados alternativos. O amido (independente de sua origem) é tradicionalmente empregado na indústria alimentícia, metalúrgica, mineração, construção, cosmética, farmacêutica, papel e papelão, têxtil etc. Tradicionalmente a produção de mandioca da Região Nordeste é orientada para produção de farinha. As indústrias de processamento de farinha - as chamadas "casas de farinha" - são próprias (individuais, às vezes com objetivos empresariais), ou comunitárias. Mandioca como Matéria-Prima Industrial A principal importância da mandioca, como matéria-prima industrial, é a de ser fonte de amido e seus derivados. O amido acumula-se nas raízes e funciona como um depósito de reservas para os períodos de crescimento e dormência das plantas. O uso de derivados de amido para uso alimentar se justifica pelas seguintes razões: 1) é provido de atributos funcionais que os amidos nativos, normalmente, não possuem. Na mistura para pudim, o amido provêm a capacidade espessante, uma textura suave e capacidade de atuar de forma instantânea; 2) o amido é uma matéria-prima abundante e fácil de se obter; 3) a utilização do amido pode representar uma vantagem econômica quando comparado com outros polímeros como as gomas, que são de alto custo. O amido de mandioca (fécula) natural possui um sabor suave e pasta clara. O amido, nativo ou modificado, podem ser usados para diversos fins industriais: na indústria de alimentos: como espessante, utiliza as propriedades de gelatinização em cremes, tortas, pudins, sopas, alimentos infantis, molhos, caldos, etc; como Recheio, aumento do teor de sólidos em sopas enlatadas, sorvetes, conservas de frutas, preparados farmacêuticos, etc; como Ligante, impede a perda de água durante o cozimento em salsichas, carne enlatada, etc; como Estabilizante, capacidade de retenção de água em sorvetes, fermento em pó, etc; utilizado também para produtos de panificação na elaboração de pães, biscoitos, extrusados e outros. Na Indústria Têxtil: na Engomagem, para reduzir ruptura e desfibramento nos teares; na Estamparia, para espessar os corantes e agir como suporte das cores; no Acabamento, para aumentar a firmeza e o peso de papel, papelão e tecidos. Na Indústria de Papel: para dar Corpo, aumenta a resistência a dobras; no Acabamento, melhora a aparência e a resistência; Goma, para sacos comuns de papel, papel laminado, ondulado e caixas de papelão. No Brasil, o uso de amidos e féculas modificados é recente e restrito. O amido, pode sofrer modificações físicas, químicas ou enzimáticas, dando-lhe características próprias para aplicações industriais específicas: polvilho doce, polvilho azedo, amidos modificados, amido pré-gelatinizado, amido modificado por ácidos, amido fosfatado, amido oxidado por hipocloreto de sódio, amido intercruzado ou amido com ligação cruzada, glicose e xarope de glicose. Farinha de Mandioca A farinha é a principal forma de utilização de mandioca no Brasil, atingindo índices superiores a 90% fabricados e comercializados, são as farinhas torradas, farinha de mesa e farinha d'água, com predomínio da primeira, e a nível local, a farinha do Pará que consiste na mistura das massas das duas anteriores. Há ainda a farinha de raspa, farinha proveniente de raiz seca sem passar por cozimento que já foi muito utilizada como farinha panificável até início da década dos anos 70. Atualmente o seu principal uso é na composição de rações. As farinhas de mandioca que passam por torrefação tais como: farinha seca, farinha d'água ou farinha do Pará, são geralmente, utilizadas no consumo direto à mesa, enquanto que as farinhas provenientes de raízes secas: farinha de raspa ou farinha de apara, tem fins mais diversificados, como farinha alimentícia panificável destinando-se também para massas (biscoitos, macarrões e similares) em misturas com a farinha de trigo. Pode ainda ser usada na composição de rações, de lama aquosa na mineração do petróleo, na produção de álcool, indústria de papel (preparo da massa e recobrimento da superfície), indústria têxtil (para evitar encolhimento de tecido), produção de adesivos e de agentes ligantes, na indústria de fundições. Mandioca na Alimentação Animal

A mandioca pode ser utilizada na alimentação animal, fresca, seca ao sol sob a forma de raspa da raiz, feno de ramas e ensilada. Como é um produto que se deteriora rapidamente após a colheita, seu uso na forma de raspa e silagem são os mais eficientes, uma vez que têm a vantagem de concentrar os princípios nutritivos e são de fácil armazenamento. Utilização da Mandioca Fresca É o modo mais simples de fornecer raízes e parte aérea da mandioca aos animais. Deve-se triturá-las e fazer uma murcha (condições de ambiente) por um período de 24 horas e somente depois servir aos animais. Tratando apenas de parte aérea, aconselha-se misturá-la com 50% de outros volumosos, quando destinada a ruminantes (poligástricos, como bovinos, caprinos e ovinos) e com 80% de concentrado, quando a não ruminantes (monogástricos, como aves, suínos e eqüinos). É importante lembrar que a introdução desse material na dieta do animal deve ser feito gradativamente (aos poucos) até que o animal se "adapte" a esse novo alimento. A quantidade a ser fornecida depende da espécie, da idade e da produção do animal. Silagem da Parte Aérea da Mandioca O segredo para preparação de uma boa silagem está na rapidez da colheita, picagem e acondicionamento do material a ser armazenado. Passos para obtenção de uma boa silagem da parte aérea da mandioca: 1. Colher a parte aérea perto da picadeira 2. Picar em pedaços inferiores a 2 cm 3. Encher o silo o mais rápido possível 4. Compactar o máximo possível para retirada do ar 5. Encher o silo até ficar abaulado 6. Fazer uma valeta de proteção contra a água de chuva 7. Não abrir o silo antes de 30 dias. Preparo do Feno Os passos para a preparação do feno da rama de mandioca, da colheita até a picagem do material, não diferem do processo da ensilagem: 1. Colheita da parte aérea (quando mais verde, melhor a qualidade em termos de qualidade protéica) 2. Picar em pedaços até 2 cm 3. Espalhar o material picado (15kg/m2) sobre lona ou terreiro cimentado 4. Revolver o material de 2 em 2 horas no primeiro dia 5. Juntar o material e cobrir com lona impermeável à tarde 6. Pela manhã do dia seguinte espalhar o material 7. Deixar ao sol até o material ficar completamente seco 8. Ensacar o material fenado (seco) ou transformá-lo em farelo em moinhos de peneira e armazená-lo em depósitos arejados à granel ou em sacos de boa ventilação sobre estrados de madeira

Cultura da Mandioca Origem e distribuição geográfica É considerada a mais Brasileira de todas as plantas cultivadas. O centro de origem é o “Brasil Oriental tenha surgido na região amazônica ). Encontrada entre as latitude de 30º N e S, concentrando-se entre os paralelos 15º N e S (regiões quentes e úmidas ). No Brasil, a mandioca distribui-se por todo o território nacional, ( desde o Amazonas até o sul do país, tanto no litoral quanto nas regiões mais ocidentais). Tropical” (provavelmente

Classificação botânica

Divisão Classe Subclasse Ordem Família Gênero

Engler Angiospermae Dicotyledoneae Polycarpicae Trococcae Euphorbiaceae Manihot 

Cronquist Magnoliophyta Magnoliopsida Rosidae Euphorbiales Euphorbiaceae Manihot 

O gênero Manihot conta com um número aproximado de 200 espécies sendo a mais importante a Manihot  esculenta Crantz, pelo seu maior interesse econômico. Anatomia e morfologia: Raízes, caule, folhas, inflorescência, fruto, sementes, raízes. Plantas oriundas de sementes : Raízes modelo axial tuberoso, com muita freqüência com raízes secundárias feculentas. Plantas oriundas propagação agâmica :Raízes modelo pseudofasciculado tuberoso. Raízes

As raízes são ricas em fécula, apresentando-se sob várias conformações: Cilíndricas; Cilindro-cônicas; Cônicas; Fusiformes; Globosas (menos comum). O número de raízes oscila de 5 a 12 por planta. Independente da forma, podem ocorrer raízes tortuosas ( característica indesejável para aproveitamento industrial ). Caule

O caule é subarbustivo ereto. Pode ser indiviso no ciclo vegetativo e ramificado no ciclo produtivo. Quando adulto é lenhoso, quebradiço e dotado de nós salientes, apresentando ramificação baixa ou alta (caule ereto), dicotômica, tricotômica, tetracotômica e tipos ntermediários. Entre nós bem definidos e o crescimento é contínuo, a partir do crescimento ativo do meristema apical. Nas axilas dos nós encontra-se uma gema característica, responsável pela propagação vegetativa da espécie. Folhas

São simples, inseridas no caule em disposição alterna-espiralada, lobadas e longamente pecioladas. Os lobos apresentam variação : Na cor, variam do verde-claro ao roxo; Na forma, podem ser espatulados, lanceolados, oblongos etc.; Em número, geralmente são de 5 a 7, podendo ocorrer folhas com 3 ou 9 (depende da idade da planta). Em tamanho. O pecíolo: É de comprimento variável com o cultivar e com a idade da planta. Pode ser verde, rosado ou vermelho. Inflorescência As flores estão dispostas em inflorescências cimosas. As flores masculinas, localizadas na extremidade da ramificação da inflorescência são maiores em número e tamanho que as femininas na base. São unissexuadas por aborto, monoclamídeas (perianto com um só verticilo) e apresentam pré-floração calicina. As flores femininas amadurecem alguns dias antes das masculinas (dicogamia protogínica), numa mesma inflorescência e, também, na mesma planta, admitindo-se, por isto que a mandioca seja do grupo das plantas alógamas. Fruto

É uma cápsula com três sementes, que se abre quando completamente madura. A abertura ocorre na planta mas pode também ocorrer no solo. Há cultivares com frutos providos de asas bem desenvolvidas e sinuosas e outros, sem essas formações. Sementes São carunculadas, com testa, micrópila, hilo, rafe e chalaza. O embrião é central, com folhas cotiledonares grandes, maiores que a radícula. O endosperma é abundante e oleaginoso.

Crescimento e desenvolvimento da Cultura da Mandioca O desenvolvimento da planta, a partir da estaca pode ser dividido em 5 fases fisiológicas. A presença e a duração da cada fase estão na dependência dos fatores ambiental, cultural e genético FASE 1 Brotação das estacas: aparecimento de raízes na região dos nós e na extremidade basal das estacas, a partir do  quinto dia após o plantio. Os primeiros talos surgem logo após, seguidos por pequenas folhas (10-12 dias após o plantio) A fase completa-se 15 dias após o plantio. Crescimento e desenvolvimento FASE 2 As folhas verdadeiras são expandidas após 30 DAP, quando ocorre o início do processo fotossintético (até então a maniva supria). Prossegue a formação de novas raízes absorventes, com maior capacidade de penetração no solo (40 a 50 cm). A fase dura de 70 a 80 dias. FASE 3

Desenvolvimento da parte aérea, ramificação e definição do porte da cultivar. As folhas alcançam a expansão máxima após 2 semanas do início do seu desenvolvimento e duram na planta cerca de 60 a 120 dias. As folhas novas totalmente expandidas, vão se tornando maiores até os quatro meses de idade da planta e menores, a partir dessa idade. Essa fase tem a duração aproximada de 90 dias. FASE 4 Engrossamento das raízes de reserva: intensifica-se a translocação de carboidratos das folhas para as raízes, onde se acumulam sob a forma de amido. 2 a 3 meses após o plantio, as raízes de reserva começam a representar uma parcela considerável da massa total da planta. Dura em média 5 meses e coincide também com o processo de lignificação dos ramos da planta. FASE 5 Fase de repouso: a taxa de emissão foliar começa a diminuir e a taxa de queda de folhas por senescência  aumenta, reduzindo a área foliar total (oscilação de temperatura ou seca durante o ano acentuam a característica). Com essa fase a planta completa um ciclo de 9 a 12 meses, após o qual começa um novo período de atividade  vegetativa, acumulação de matéria seca nas raízes e um novo repouso.

Plantio da Mandioca Solos

Os solos indicados são aqueles de topografia plana, com boa profundidade efetiva, sem camadas de impedimento físico ou químico ao desenvolvimento de raízes, com a textura variando de franco arenosa a argilo arenosa e com pH entre 5,0 e 6,0. São totalmente desaconselháveis solos sujeitos a encharcamento, devido a dificuldade de aeração que ocasiona podridão nas raízes, e também os excessivamente argilosos, pois impedem o desenvolvimento adequado das raízes tuberosas. Calagem e adubação. Apesar de adaptada a solos de baixa fertilidade, a mandioca somente atinge seu potencial máximo de produção com adubação adequada. A pesquisa revelou que, dentre os macronutrientes, o fósforo permite resposta mais acentuada em termos de produtividade. Quanto às adubações nitrogenadas e potássica, tem ocorrido respostas com menor intensidade e frequência. O uso de solos com características físicas e químicas limitantes tem contribuído para o baixo rendimento. Os solos devem ser escolhidos, preparados, corrigidos e adubados conforme preferência/exigência da cultura. Há evidência que a mandioca tolera as condições de acidez do solo. Seleção e preparo de material de plantio O plantio da mandioca é realizado com manivas ou manivas-sementes, também denominadas manaíba ou toletes ou rebolos, que são partes das hastes ou ramas do terço médio da planta, com mais ou menos 20 cm de comprimento e com 5 a 7 gemas. Devido a multiplicação vegetativa a seleção das ramas e o preparo das manivas são pontos importantes para o sucesso da plantação. A seleção e preparo do material de plantio são determinantes para um ótimo desenvolvimento da cultura da mandioca, resultando em aumento de produção com pequenos custos. Nesta fase alguns aspectos de ordem fitossanitária e agronômica devem ser considerados. Dentro do aspecto fitossanitário vale ressaltar que o material de plantio deve estar sadio, ou seja, livre de pragas e doenças, considerando que a disseminação de patógenos é maior nas culturas propagadas vegetativamentedo que nas espécies propagadas por meio de sementes sexuais. Sendo necessário, entretanto, inspeção constante da área com o plantio de onde serão retiradas as ramas para avaliar sua sanidade. Devendo ser evitados mandiocais com alta ocorrência de bacteriose, broca da haste, ácaros, percevejo de renda, ou que sofreram granizos ou geadas. Outros aspectos a serem observados são os agronômicos, que apesar de simples resultam em aumento de produção do mandiocal, e às vezes, sem acréscimo ao custo e produção: a) Escolha da cultivar: De acordo com o objetivo da exploração, se para alimentação humana in natura, uso industrial ou forrageiro, e a que melhor se adapte às condições da região. É sempre indicado o plantio de uma só cultivar numa mesma área, evitando-se a mistura de cultivares. Necessitando-se usar mais de uma cultivar, o plantio deverá ser feito em quadras separadas. b) Seleção de ramas: As ramas devem ser maduras, provenientes de plantas com 10 a 14 meses de idade, e do terço médio da planta, eliminando-se a parte herbácea superior, que possui poucas reservas, e a parte de baixo, muito lenhosa e com gemas geralmente inviáveis ou "cegas". É importante verificar o teor de umidade da rama, o que pode ser comprovado se ocorrer o fluxo de látex imediatamente após o corte. c) Conservação de ramas: A falta de coincidência entre a colheita da mandioca e os novos plantios tem sido um dos problemas na preservação de cultivares, a nível de produtor, e muitas vezes resulta na perda de

material de alto valor agronômico. Quando as ramas não vão ser utilizadas para novos plantios imediatamente após a colheita, elas devem ser conservadas por algum tempo para não reduzir ou perder a viabilidade. Recomenda-se que a conservação ocorra o mais próximo possível da área ser plantada, em local fresco, com umidade moderada, sombreado, portanto protegidas dos raios solares diretos e de ventos frios e quentes. O período de conservação deve ser o menor possível, podendo as ramas, serem dispostas vertical ou horizontalmente. Na posição vertical, as ramas são preparadas cortando-se as ramificações e a maniva-mãe, tendo a suas bases enterradas, cerca de 5 cm, em solo previamente afofado e molhado durante o período do armazenamento. Quando armazenadas na posição horizontal, as ramas devem conservar a cepa ou maniva-mãe e serem empilhadas e cobertas com capim seco ou outro material. O armazenamento também pode ser feito em silos tipo trincheira ou em leirões, em regiões onde ocorrem geadas, para proteger as manivas das baixas temperaturas. Vale ressaltar que deverá ser reservada uma área, com cerca de 20% do mandiocal, como campo de multiplicação de maniva-semente, para a instalação de novos plantios, exceto em áreas com riscos de geadas. d) Seleção e preparo das manivas: As manivas-semente devem ter 20 cm de comprimento, com pelo menos 5 a 7 gemas, e diâmetro em torno de 2,5 cm, com a medula ocupando 50% ou menos. As manivas podem ser cortadas com auxílio de um facão ou utilizando uma serra circular em motores estacionários, ou mesmo as existentes em máquinas plantadeiras, de modo que o corte forme um ângulo reto, no qual a distribuição das raízes é mais uniforme do que no corte em bisel. No caso da utilização de facão, o corte é realizado segurando a rama com uma mão dando-lhe um golpe com o facão de um lado, gira a rama 180 graus, e dá outro golpe no outro lado da rama cortando a maniva; evitando, assim, apoiar a rama em qualquer superfície, para não esmagar as gemas das manivas. e) Quantidade de manivas: A quantidade de manivas para o plantio de um hectare é de 4 m³ a 6 m³, sendo que um hectare da cultura, com 12 meses de ciclo, produz hastes para o plantio de 4 a 5 hectares. Um metro cúbico de hastes pesa aproximadamente 150 kg e pode fornecer cerca de 2.500 a 3.000 manivas com 20 cm de comprimento. Época de plantio Em todo o Brasil, o mais tradicional é plantar-se a mandioca no início da estação chuvosa, a qual coincide com o reinício ou o prosseguimento de um período quente. É que nessas condições, reúnem-se as duas condições essenciais de natureza climática- umidade e calor - para brotação e o enraizamento das estacas plantadas, ponto de partida para o estabelecimento da cultura. ESTADO/REGIÃO ÉPOCA DE PLANTIO Amazônia ano todo Amazônia (várzea) agosto a setembro Nordeste (Tabuleiros Costeiros) maio a junho Maranhão dezembro a janeiro Piauí janeiro a fevereiro Ceará janeiro a março Rio Grande do Norte fevereiro a março Paraíba março a abril Alagoas, Pernambuco e Sergipe maio a junho Bahia (Recôncavo) abril a junho Bahia (Barreiras e Semi-Árido) outubro a dezembro Goiás outubro a março Mato Grosso e Mato Grosso do Sul outubro a fevereiro Minas Gerais (Cerrado) outubro a dezembro Minas Gerais (Zona da Mata) junho a setembro Espírito Santo outubro a março Rio de Janeiro março a julho São Paulo maio a julho Paraná setembro a dezembro Santa Catarina (Alto Vale Itajaí) agosto a novembro Santa Catarina (Médio e Baixo Vale e Litoral) julho a outubro Rio Grande do Sul setembro a novembro Na região Centro-Sul do Brasil, onde os plantios normais sempre foram efetuados no início da estação chuvosa e quente (setembro - outubro), as pesquisa demonstraram que o plantio antecipado (maio agosto) apresenta ponderáveis vantagens, principalmente as ligadas à menor incidência de ervas daninhas, melhor controle de erosão, maior controle de pragas e moléstias e aumento da produtividade (Tabela 14). Tabela 14. Efeito da época de plantio na produção de raízes de mandioca no Estado de São Paulo.

Época deplantio

Produção de raízes (t/ha)

Maio 25,8 Junho 23,4 Julho 27,1 Agosto 23,4 Setembro 16,6 Outubro 15,5 Fonte: Normanha & Pereira (1950) citados por Lorenzi & Dias (1993).

Diferença sobre o plantio de outubro (%) +66,4 +50,9 +74,8 +49,7 +7,1 0,0

Nessa região, quando os plantios são realizados entre outubro/novembro é comum aumentarem certos problemas fitossanitários operacionais, ocasionando maior incidência de larva dos brotos e o favorecimento à propagação da bacteriose. Além da utilização de um material de propagação mais esgotado de reservas, proveniente de conservação ou não. Nos cultivos industriais de mandioca é necessário combinar as épocas de plantio com os ciclos das cultivares e com as épocas de colheita, visando garantir um fornecimento contínuo de matéria-prima para o processamento industrial. Espaçamento e plantio O espaçamento no cultivo da mandioca depende da fertilidade do solo, do porte da variedade, do objetivo da produção (raízes ou ramas), dos tratos culturais e do tipo de colheita (manual ou mecanizada). De maneira geral, recomenda-se os espaçamentos de 1,00 x 0,50 m e 1,00 x 0,60 m, em fileiras simples, e 2,00 x 0,60 x 0,60 m, em fileiras duplas. Em solos mais férteis deve-se aumentar a distância entre fileiras simples para 1,20 m. Em plantios destinados para a produção de ramas para ração animal recomenda-se um espaçamento mais estreito, com 0,80 m entre linhas e 0,50 m entre plantas. Quando a colheita for mecanizada, a distância entre as linhas deve ser de 1,20 m, para facilitar o movimento da máquina colhedeira. Se o mandiocal for capinado com equipamento mecanizado, deve-se adotar espaçamento mais largo entre as linhas, para facilitar a circulação das máquinas; nesse caso, a distância entre fileiras duplas deve ser de 2,00 m, no caso do uso de tratores pequenos, ou de 3,00 m, para uso de tratores maiores. O espaçamento em fileiras duplas oferece as seguintes vantagens: a) aumenta a produtividade; b) facilita a mecanização; c) facilita a consorciação; d) reduz o consumo de manivas e de adubos; e) permite a rotação de culturas na mesma área, pela alternância das fileiras; f) reduz a pressão de cultivo sobre o solo; e g) facilita a inspeção fitossanitária e a aplicação de defensivos. Quanto ao plantio da mandioca, geralmente, é uma operação manual, sendo em solos não sujeitos a encharcamento pode ser feito em covas preparadas com enxada ou em sulcos construídos com enxada, sulcador a tração animal ou motomecanizados. Tanto as covas como os sulcos devem ter aproximadamente 10 cm de profundidade. Quando em grande áreas, para fins industriais, utiliza-se plantadeiras mecanizadas disponíveis no mercado que fazem de uma só vez as operações de sulcamento, adubação, corte das manivas, plantio e cobertura das manivas. Nesse caso, há plantadeiras com duas linhas de plantio, com capacidade para plantar até 5 ha/dia e mais recentemente surgiu as de quatro linhas, com o dobro da capacidade de plantio da anterior, porém, com necessidade de tratores com alta potência para sua operação. Nas regiões produtoras da região Centro Sul do Brasil, é significativo o uso dessas máquinas para a operação de plantio Em solos muito argilosos ou com problemas de drenagem, recomenda-se plantar em cova alta ou matumbo, que são pequenas elevações de terra, de forma cônica, construídas com enxada, ou em leirões ou camalhões, que são elevações contínuas de terra, que podem ser construídos com enxada ou arados ou taipadeiras. Quanto à posição de colocação das manivas-semente, estacas ou rebolos no plantio, a mais indicada é a horizontal, porque facilita a colheita das raízes, colocando-se as manivas no fundo das covas ou dos sulcos. Quando se usa a plantadeira mecanizada, as manivas também são colocadas na posição horizontal. As posições inclinada e vertical são menos utilizadas porque as raízes aprofundam mais, dificultando a colheita, sendo, assim, utilizadas apenas para plantios em matumbos ou camalhões.

Consorciação e rotação de culturas Os sistemas de cultivos múltiplos ou policultivos com culturas anuais e fruteiras, agroflorestais e agrosilvipastoris tem sido amplamente utilizados nas regiões tropicais, pelos pequenos produtores. A difusão desses sistemas tem como base as vantagens apresentadas pelos mesmos, em relação aos monocultivos, como o de promover maior estabilidade da produção, melhorar a utilização da terra, melhorar a exploração de água e nutrientes, melhorar a utilização da força de trabalho, aumentar a eficiência no controle de ervas daninhas, aumentar a proteção do solo contra erosão e disponibilizar mais de uma fonte alimentar e de renda. Neste contexto, a mandioca é importante como cultura consorte pelo seu ciclo vegetativo longo, crescimento inicial lento, variedades com hábito de crescimento ereto e vigor de folhagem médio, caracterizando as possibilidades de consórcio, principalmente com culturas anuais. O plantio de culturas associadas nesses policultivos, em uma mesma área, deve ser feito procurando distribuir o espaço da lavoura o mais conveniente possível, buscando uma baixa competição entre plantas pelos fatores de produção como luz, água e nutrientes. Esta distribuição das linhas de plantio dependerá das características agronômicas de cada uma das culturas envolvidas na consorciação, especialmente o ciclo vegetativo, as épocas de cultivo distintas e o porte das plantas. Na Região Centro Sul Brasileira, apesar de boa parte da produção ser obtida de grandes cultivos, com lavouras conduzidas com visão empresarial, é altamente significativo o cultivo realizados por pequenos produtores, em particular, os de assentamentos rurais. Nessas condições onde a força de trabalho, basicamente, é composta pela mão-de-obra familiar, e as áreas são minifúndios, os cultivos múltiplos revestem de maior importância, porque otimizam o uso mais intensivo dos recursos escassos, representados pela mão-de-obra, terra e capital. De um modo geral, as culturas a serem consorciadas ou os sistemas a serem utilizados pelo produtor, são determinados por aspectos econômicos regionais e as próprias atividades produtivas na propriedade. A mandioca pode ser utilizada em policultivos com culturas anuais, perenes, agroflorestas e agrosilvipastotis. Com culturas anuais o arranjo espacial de plantio das linhas de mandioca pode ser emfileiras simples ou em fileiras duplas. Nas fileiras simples recomenda-se a distribuição das plantas em forma retangular com espaçamento de 1,00 a 1,20 m entre linhas e 0,60 a 0,80 m entre plantas, sendo que a cultura intercalar é plantada em fileiras alternadas com as de mandioca. Neste caso, recomenda-se o plantio de uma a duas fileiras da cultura intercalar a depender do porte da cultura. Nas fileiras duplas, a distribuição das plantas é realizada reduzindo o espaçamento entre duas fileiras simples para 0,60 m , deixando um espaço maior (2,00 a 3,00 m) até as outras duas fileiras simples, também espaçadas de 0,60 m; onde o espaçamento das fileiras duplas ficam de 0,60 x 0,60 a 0,80 m x 2,00 a 3,00 m. Sendo recomendado, para este caso,.de duas a quatro fileiras da cultura consorciada a depender do porte da mesma. Quanto ao consórcio com cultura perene e em sistemas agroflorestais, as culturas.intercalares são utilizadas, além das vantagens já mencionadas, com o objetivo de propiciar retorno econômico durante o período de crescimento das culturas perenes, contribuindo para o custo de implantação das mesmas. Nestas condições, a mandioca é utilizada como cultura intercalar, onde o número de fileiras a ser utilizada estará em função da cultura perene e do espaçamento e arranjo espacial de plantio da mesma. Vale ressaltar, que nos plantios de sistemas de policultivos ou consorciados deverão ser utilizadas as tecnologias recomendadas para cada cultura componente do sistema. Na cultura da mandioca, em condições de Cerrado, a utilização da prática de rotação de culturas, além de outras vantagens, visa principalmente o controle da bacteriose e a depauperação do solo. Assim, recomenda-se que seja realizada pelo menos a cada dois cultivos da mandioca, utilizando outras culturas como gramíneas ou leguminosas para produção de grãos, ou leguminosas para adubação verde, ou deixando a área em pousio. Nesse particular, o sistema de plantio em fileiras duplas da mandioca em consorciação, reveste de importância para pequenas áreas por permitir a rotação das culturas em uma mesma área. Outro ponto a destacar é o aproveitamento da adubação residual realizado pela cultura da mandioca.

Cultivares de mandioca Região centro-sul do Brasil

As cultivares de mandioca podem se classificadas em: 1) doces ou de "mesa", também conhecidas como aipim, macaxeira ou mandioca mansa e  normalmente utilizadas para consumo fresco humano e animal;  2) amargas ou mandiocas bravas, geralmente usadas nas indústrias. Cultivares de mandioca mansa ou de mesa

Para consumo humano, a principal característica é que as cultivares apresentem menos de 100 ppm ou 100 mg de ácido cianídrico (HCN) por quilograma de polpa crua de raízes. O teor de HCN  varia com a cultivar, com o ambiente e com o estado fisiológico da planta, e é um fator decisivo na  escolha da cultivar de aipim. Cultivares de mandioca mansa ou de mesa Outros caracteres importantes:  -tempo de cozimento das raízes, que varia de acordo com a cultivar, condições ambientais e  estado fisiológico da planta. É comum passarem um determinado tempo de seu ciclo "sem cozinhar", o  que é um fator crítico para o mercado in natura. -ausência de fibras na massa cozida, -resistência à deterioração pós-colheita, -facilidade de descascamento das raízes, -raízes bem conformadas  Cultivares de mandioca para mesa em geral devem apresentar um ciclo mais curto (8 a 14 meses) para  manter a qualidade do produto final. Cultivares de mandioca para industria Na indústria podem ser utilizadas tanto cultivares de mandioca mansas como bravas. As cultivares devem apresentar alta produção e qualidade do amido e da farinha. Além disso, é importante que as cultivares apresentem raízes com polpa de colaração branca ou amarela, córtex branco, ausência de cintas nas raízes, película fina e raízes grossas e bem conformadas, o que facilita o descascamento e garante a qualidade do produto final. Cultivares de mandioca para alimentação animal O ideal é que as cultivares apresentem alta produtividade de raízes, de matéria seca e de parte aérea, com boa retenção foliar e altos teores de proteínas nas folhas. O teor de ácido cianídrico baixo, tanto nas folhas como nas raízes, para evitar intoxicação dos animais. As cultivares pioneiras Um dos trabalhos pioneiros no Brasil, teve início, em São Paulo, com a criação, em 1935, da Seção de Raízes e Tubérculos do Instituto Agronômico(IAC). Naquela época, os trabalhos iniciaram-se com a constituição de uma coleção de variedades da região e de outros estados e avaliação desses materiais. A variedade mais difundida era a Vassourinha. Foram desses trabalhos que surgiu a variedade Branca de Santa Catarina que, a partir da década de 40, provocou uma transformação profunda no parque agroindustrial mandioqueiro paulista. Essa variedade aumentou a produtividade agrícola, conferiu maior estabilidade da produção e melhorou a qualidade dos derivados e chegou a seu apogeu com mais de 100 mil dos 120 mil hectares plantados no final da década de 60. Atualmente, a IAC 576, de mesa e polpa amarela, responde por mais de 90% da área cultivada em São Paulo. Cultivares de mandioca para indústria indicadas para plantio na região Centro Sul do Brasil. Branca de Sta Catarina: Broto roxo esverdeado, altura média da primeira ramificação, película branca, polpa branca. Teor de ácido cianídrico acima de 200ppm na polpa crua das raízes (alta t oxicidade). Raiz de bom aspecto com teor médio a baixo de matéria seca (30%). Colheita fácil- SP; MS. Roxinha, Mico ou Chuamba: Resistente à bacteriose, película da raiz marrom e aderente, o que contra indica para o fabrico de farinha, polpa branca. Teor de ácido cianídrico entre 100 e 150 ppm na polpa crua das raízes. Baixo teor de matéria seca (25 a 30%). Tendência de chochamento no segundo ciclo da cultura. Fácil colheita -SP Fibra: Indicada especialmente para produção de farinha. Película branca. Ramas linheiras, sem ramificação. Medianamente resistente à bacteriose. Polpa branca. Teor de ácido cianídrico entre 100 e 150 ppm na polpa crua das raízes. Teor médio de matéria seca (30-35%). -SP, PR e MS IAC 12 : Resistente à bacteriose. Indicada para a produção de fécula pelo alto teor de matéria seca (3540%). Recomendada para colheita com dois ciclos. Cor da película da raiz marrom, porém, não aderente. Polpa branca. Teor de ácido cianídrico entre 100 e 150 ppm na polpa crua das raízes. Facilidade regular de colheita - SP e MS

IAC 13: Apresenta grande adaptabilidade para produção de raízes em solos pobres. Rica em amido. Pele clara. Medianamente resistente à bacteriose e altamente susceptível ao superalongamento. Polpa branca. Alto teor de matéria seca. Fácil colheita.SP, PR e MS IAC 14: Alta resistência à bacteriose e ao superalongamento. Arquitetura da parte aérea favorável aos tratos culturais. Alto teor de matéria seca. Indicado para solos pobres. Em solos com alta fertilidade apresentam altura de planta elevada. Película de raiz de cor marrom, o que impõe algumas restrições quando a destinação do produto é a produção de farinha. Alto teor de ácido cianídrico. Facilidade regular de colheita -SP, PR e MS IAC 15: Resistente à bacteriose e ao superalongamento, muito produtivo. Apresenta médio a baixo teor de matéria seca. Arquitetura intermediária, favorável ao cultivo e realização de tratos culturais. Película clara. Polpa branca. Fácil colheita.SP, PR e MS Fécula Branca: É o material que tem apresentado maior expansão de área plantada em MS. Película da raiz clara. Hábito de crescimento ereto, favorável aos tratos culturais. Altamente produtiva. Exigente em fertilidade. Medianamente resistente à bacteriose e ao superalongamento. Polpa branca. Alto teor de matéria seca. Fácil colheita. SP, PR e MS Espeto: Porte ereto, com pouca ramificação, o que facilita os tratos culturais. Em contra partida não protege bem o solo contra erosão e ervas daninhas. Película da raiz clara. Polpa branca. Médio teor de matéria seca. Fácil colheita -SP, PR e MS Cultivares de mandioca para mesa indicadas para plantio na região Centro Sul do Brasil. Mantiqueira (IAC 24-2): Primeira variedade melhorada por cruzamento. Resistente à bacteriose, produtiva e ampla adaptação à diferentes ecossistemas. Altura de primeira ramificação média para alta. Película suberosa da raiz semi-rugosa e marrom. Feloderma róseo e polpa branca.SP Verdinha (IAC 14-18): Resistente à bacteriose, produtiva, alto teor de matéria seca, gerando uma massa cozida mais farinácea. Exigente quanto à fertilidade do solo.Película suberosa da raiz semirugosa e marrom. Feloderma e polpa brancas.SP Jaçanã (IACX – 352-7): Chegou a ocupar áreas expressivas de cultivo. Produtiva. Resistente à bacteriose, fácil cozimento, todavia com massa cozida um tanto aguada. Seu maior defeito é a ausência de pedúnculo na raiz deixando exposto a base da raiz, facilitando a deterioração. Película suberosa da raiz semi-rugosa e marrom. Feloderma e polpa brancas. SP Preta (IAC 59-210): Resistente à bacteriose.Produtiva raízes com tamanho e forma de bom aspecto. Qualidade culinária irregular. Película suberosa da raiz semi-rugosa e marrom. Feloderma e polpa branca.-SP IAC 576: É atualmente, a variedade de mandioca de mesa mais plantada em São Paulo, ocupando em torno de 90% da área. Apresenta alta produtividade e excelentes qualidades culinárias. Medianamente resistente à bacteriose e ao superalongamento. Arquitetura favorável aos tratos culturais. Película marrom. A polpa apresenta cor creme quando crua e amarela quando cozida. SP e MS Pioneira:(IAPAR), apresenta ótimo padrão culinário, principalmente quanto ao aspecto de cozimento, o que levou a ser conhecido como a “mandioca que frita sem cozinhar”. Medianamente resistente à bacteriose e ao superalongamento. Apresenta película marrom, semi-rugosa, polpa creme quando crua e amarela quando cozida.SP, PR e MS Paraná: Variedade mais cultivada em Mato Grosso do Sul, em particular, em Campo Grande, apresenta ótimo padrão culinário, com rápido cozimento e boa qualidade de massa cozida. Susceptível à bacteriose. Película marrom. Cor de polpa crua creme e amarela quando cozida. MS Gema de Ovo: Cultivada na região de Dourados-MS, apresenta ótimo padrão culinário, bom cozimento e padrão de massa cozida. Susceptível à bacteriose. Película de cor marrom. Polpa creme quando crua e amarela quando cozida. MS

Região Norte A mandioca é utilizada na fabricação de farinha de mesa, a principal demanda é por cultivares com alta produtividade de raíz, resistentes a podridão de raízes e com polpa de coloração amarela. Cv: Bubão (Farinha), a Pretinha (Farinha) e a Mandioca Branca, Amazonas (mansa), Pecuí para farinha; a Mameluca, para fécula e farinha; a Xingú, para farinha; e a Jurará, para fécula e farinha. Região Nordeste

Os principais problemas: os estresses hídricos, os ácaros e as podridões de raízes. Nessa Região a mandioca é usada principalmente na fabricação de farinha e beiju. A maiora das utilizadas nesta Região são resultados de seleções feitas por agricultores. Cv: „Bujá Preta‟, a „Aciolina‟ e a „Fragosa‟, Cariri, Trouxinha, Engana Ladrão, Milagrosa e Olho Verde, Platina, Cigana Preta, Olho Roxo, Corrente, Cidade Rica, Tola, Lazam, Aipim Cachorr o e Cemitério; a „Caravela‟ Vermelhinha e Goela de Jacu; „Najazinha‟, „Amarelinha‟ e „Tomazinha‟.

Região Sudeste A mandioca é usada para fécula, farinha e forragem. O principal problema é a bacteriose. Para esta Região inúmeras cultivares de mandioca têm sido recomendadas pela pesquisa, principalmente para o Estado de São Paulo, pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) que vem desenvolvendo um programa de melhoramento com a cultura desde os anos de 1930. Centro-Oeste A mandioca é usada principalmente para fabricação de farinha e como forragem. A bacteriose é a principal doença e os ácaros são a principal praga que afeta o cultivo. Cv: „Vassourinha‟ e „Cacau‟ no Estado de Minas Gerais, „Fitinha‟, „Amarelinha‟, „Olho Junto‟, „Espeto‟ e „Fécula Branca‟ nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Região Sul É usada na fabricação de farinha e fécula. A bacteriose é o principal problema que afeta a cultura. As cultivares de mandioca mais cultivadas no Estado do Paraná são: Fibra, Olho Junto, Espeto, Fécula Branca, Mico, IAC 13 e IAC 14. As cultivares Mico, Aipim Gigante e Mandim Branca são as mais plantadas no Estado de Santa Catarina para utilização na indústria de farinha e fécula. Cultivares de mandioca para o RS Recomendadas para a indústria: “Vassourinha” e a “Paraguaiana”, Para mesa, indica -se as cultivares “Aipim -gigante” e “Aipim -mimoso”. Segundo Fukuda (2005), a cultivar “Vassourinha” é uma das mais utilizadas pelos agricultores da Região Centro-Oeste para a indústria. Já, no Rio Grande do Sul foram selecionadas pelos agricultores e são mais plantadas as cultivares “Taquari” e “Pernambucana”. Quanto à suscetibilidade das raízes à podridão, ela pode ser estimulada em solos de

pH neutro a alcalino. Por isso, recomenda-se o cultivo da mandioca em solos com pH em torno de 5 e 6.

Tratos Culturais Cultura da Mandioca Os tratos culturais compreendem, basicamente, capina ou manejo das ervas daninhas e a poda. A poda nem sempre é indicada porque: -reduz a produção de raízes; -reduz o teor de carboidratos, -facilita a disseminação de pragas e doenças, -aumenta a infestação de ervas daninhas, -aumenta o teor de fibras nas raízes, -eleva o número de hastes por planta e, conseqüentemente, a competição entre plantas. A poda somente é recomendada quando: se necessita de manivas para novos plantios, no caso de alta infestação de pragas e doenças; necessidade de ramas para alimentação animal e como medida para preservação das ramas em áreas sujeitas a geadas. Quando necessária, deve ser efetuada no início do período chuvoso, a uma altura de 10 a 15 cm da superfície do solo e em plantas com 10 a 12 meses de idade. Mandiocais que sofreram poda devem aguardar de 4 a 6 meses para que sejam colhidos. Manejo das plantas daninhas As invasoras concorrem com a cultura principalmente por água, luz e nutrientes, podendo causar perdas de até 90% na produtividade, dependendo do tempo de convivência e da quantidade de mato. O controle de plantas daninhas representa a maior parcela dos custos de produção (cerca de 35% do total). O período crítico de competição das plantas daninhas com a mandioca são os primeiros quatro a

cinco meses do seu ciclo, exigindo nessa fase cerca de 100 dias livre da interferência do mato, a partir de 20 a 30 dias após sua brotação, dispensando daí em diante as limpas até à colheita. Controle cultural Consiste em criar condições para que a mandioca se estabeleça o mais rápido possível, proporcionando-lhe vantagem competitiva com as plantas daninhas na disputa por água e nutrientes. Para isso é importante um bom preparo do solo, manivas de boa qualidade, escolha da variedade  adaptada ao ecossistema, densidade de plantio adequada, rotação de culturas e uso de coberturas  verdes. A rotação de culturas previne o surgimento de altas populações de certas plantas daninhas adaptáveis a determinada cultura; quando a mandioca é cultivada ano após ano na mesma área, a associação plantas daninhas-cultura tende a aumentar, sendo maior sua interferência sobre a cultura. O uso de coberturas vegetais como o feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), que inibem determinadas espécies, é também importante na redução da população das plantas daninhas, além de melhorar as condições do solo. Controle mecânico: O uso de enxadas rotativas e cultivadores, dependendo do espaçamento entre as plantas também podem ser usados. Controle químico: A maioria dos herbicidas utilizados na mandioca são aplicados em pré-emergência (antes da emergência do mato e da brotação da cultura) e aplicados logo após o plantio ou preparo do solo, no máximo, três dias depois. A escolha do herbicida depende do seu custo e das espécies de plantas daninhas que ocorrem na área. Uma aplicação da mistura de tanque de diuron + alachlor representa 8,5% do custo total de produção e substitui aproximadamente duas limpas à enxada; Controle integrado: Consiste na integração dos métodos cultural, biológico, mecânico e químico, com o objetivo de aproveitar as vantagens de cada um deles e, assim, obter um resultado mais eficiente, redução dos custos e menor efeito sobre o meio ambiente. O uso de herbicidas nas linhas de plantio, combinado com o cultivador animal ou tratorizado nas entrelinhas da mandioca, tem proporcionado o mais baixo custo no controle do mato, em comparação com métodos mecânicos de controle. Para os pequenos produtores, onde o uso de herbicidas ainda é de difícil uso a curto prazo, a substituição do controle com enxada pelo cultivador a tração animal é uma excelente alternativa para redução dos custos das limpas e liberação de mão-de-obra familiar para outras atividades da propriedade. O uso do feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) é uma boa opção para controlar plantas daninhas nas entrelinhas da mandioca plantada em fileiras duplas, por inibir o mato e melhorar o solo, permitindo também ao produtor fazer a rotação da cultura na mesma área; deve-se deixar uma distância de 0,80 m entre as plantas de cobertura e as linhas de mandioca, para evitar a competição com esta mandioca. Em virtude do alto custo das sementes das leguminosas, só justifica sua utilização quando a semente for produzida pelo produtor.

Doenças da Mandioca Bacteriose (Xanthomonas axoponodis pv. manihotis) É a principal doença da mandioca, sobretudo no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nas condições de Cerrado tem grande expressão econômica, podendo provocar perdas totais. Sintomas: Manchas angulares, de aparência aquosa, nos folíolos, murcha das folhas e pecíolos, morte descendente e exsudação de goma nas hastes, além de necrose dos feixes vasculares e morte da planta. A variação brusca de temperatura entre o dia e a noite (amplitude diária de temperatura > a l0ºC durante um período > que cinco dias) é a condição ideal para o pleno desenvolvimento da doença.

As perdas de produção estão em torno de 30% ( com variedades suscetíveis). Com condições favoráveis para a doença, os prejuízos podem ser totais. Variedades tolerantes, mesmo com condições favoráveis as perdas de produção chegam no máximo a 30%. Métodos de Controle: - uso de variedades resistentes (é a medida mais eficiente). -utilização de manivas sadias. -a adequação das épocas de plantio. As variedades atualmente em uso nas áreas de ocorrência da bacteriose caracterizam-se por apresentar uma tolerância aceitável à doença. Podridão radicular (Phytophthora sp . e Fusarium sp ) Pouca expressão nas Regiões de Cerrado, sendo mais limitante na Região Nordeste (perdas de produtividade de raízes em torno de 30%). Na Região Norte nos ecossistemas de Várzea e de Terra Firme (perdas > 50% no primeiro e até 30% no segundo). Em áreas com solos adensados e sujeitos a constantes encharcamentos os prejudica. Phytophthora  sp . é mais acentuada em plantios em áreas sujeitas a encharcamento, com textura argilosa e de pH neutro ou ligeiramente alcalino. Fusarium sp . estaria relacionada a solos ácidos e adensados. Sintomas: São bastante distintos em função dos agentes causais. Normalmente, Phytophthora sp . ataca a cultura na fase adulta, causando podridões "moles" nas raízes, com odores muito fortes, semelhantes ao de matéria orgânica em decomposição; mostram uma coloração acizentada que se constitui dos micélios ou mesmos esporos do fungo nos tecidos afetados. O aparecimento de sintomas visíveis é mais freqüente em raízes maduras; entretanto, existem casos de manifestação de sintomas na base das hastes jovens ou em plantas recém-germinadas, causando murcha e morte total. Fusarium sp . os sintomas podem ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento da planta e raramente causam danos diretos nas raízes. O ataque ocorre no ponto da haste junto ao solo, causando infecções e muitas vezes obstruindo totalmente os tecidos vasculares, impedindo a livre circulação da seiva e, conseqüentemente, provocando podridão indireta das raízes. Os sintomas são caracterizados por uma podridão de consistência seca e sem o aparente distúrbio dos tecidos. Métodos de controle: Envolvem a integração do uso de variedades tolerantes, associado a práticas culturais como rotação de culturas, manejo físico e químico do solo, sistemas de cultivo. O uso de variedade tolerante, associado à rotação de culturas e sistemas de plantio, reduz a podridão em cerca de 60%. Superalongamento (Sphaceloma manihoticola ), É uma das doenças causadas por fungos mais importantes da cultura da mandioca. Atualmente a doença encontra-se sob controle, não constituindo problema para a mandioca. Sintomas: Alongamento exagerado das hastes tenras ou em desenvolvimento, formando ramas finas com longos entrenós. Em casos severos (lesões típicas de verrugoses nas hastes, pecíolos e nervuras; retorcimento das folhas, desfolhamento e morte dos tecidos). Os esporos são facilmente transportados a longas distâncias pelo vento e chuva. Se instala na área por meio de manivas-semente contaminadas. Cultivares suscetíveisl originada de plantação afetada, e com ocorrência de condições ambientais favoráveis, as perdas podem atingir até 70%, enquanto nas tolerante, a perda chega no máximo a 30%. Medidas de controle: seleção de manivas sadias para o plantio, eliminação de plantas infectadas, uso de cultivares tolerantes.

Superbrotamento O superbrotamento é uma doença causada por fitoplasma, que tem sido encontrada atacando a cultura da mandioca no Brasil, sendo particularmente importante na microrregião da Serra da Ibiapaba, no Ceará, apesar da sua ocorrência ser registrada em quase todas as regiões produtoras de mandioca.

Em condições altamente favoráveis ao desenvolvimento da doença, pode provocar uma redução de até 70% no rendimento de raízes, e acentuada diminuição nos teores de amido, que chega a 80% em cultivares suscetíveis. O superbrotamento também pode causar perdas na produção de manivassemente, tendo em vista que, nas plantas afetadas, as hastes apresentam-se com um tamanho muito reduzido e excesso de brotação das gemas. Os sintomas da doença caracterizam-se pela emissão exagerada de hastes a partir da haste principal, também chamados de envassouramento ou flocos, além de provocar raquitismo e amarelecimento generalizado das plantas afetadas. Acredita-se que a disseminação da doença ocorra por meio de vetores transmissores, normalmente insetos que têm o hábito sugador, além de manivassemente contaminadas utilizadas para o plantio. O controle do superbrotamento pode ser efetuado preventivamente evitando a introdução de material de plantio de áreas afetadas, seleção rigorosa do material de plantio em áreas de ocorrência da doença e eliminação de plantas doentes dentro do cultivo. A utilização de variedades resistentes é o método mais eficiente de controle da doença; em trabalho realizado no Ceará foram identificados os genótipos Embrapa 54-Salamandra, Embrapa 55-Tianguá, Embrapa 56-Ubajara e Embrapa 57Ibiapaba, resistentes à doença e com características agronômicas e industriais desejáveis. Viroses O mosaico das nervuras apresenta ampla abrangência geográfica, embora seja particularmente importante no ecossistema do semi-árido nordestino, não somente pela severa manifestação produzida, como também pela influência negativa na qualidade dos produtos obtidos. Não existe definição clara do seu efeito na produção pois, enquanto alguns acreditam que o ataque severo pode reduzir a produtividade em até 30%, outros afirmam que ela não é afetada pelo vírus, e sim a qualidade do produtos, especialmente o teor de amido na raiz. Os sintomas caracterizam-se pela presença de cloroses intensas entre as nervuras primárias e secundárias, nas plantas afetadas. Em casos severos da doença é comum observar um forte retorcimento do limbo foliar. O "couro de sapo" tem sido observado de modo muito restrito em algumas lavouras localizadas no Amazonas, Pará e Bahia. Entretanto, a doença é considerada como potencialmente importante, pois sua manifestação severa em plantios de mandioca pode inviabilizar economicamente a produção. O ataque severo do vírus pode provocar redução em torno de 70% na produtividade ou até mesmo perdas totais em variedades suscetíveis. O vírus pode também reduzir drasticamente a qualidade do produto, especialmente os teores de amido nas raízes, cuja diminuição pode variar de 10 a 80%. O mosaico comum ocorre normalmente em regiões com temperaturas mais amenas, no Sul e Sudeste do Brasil. A manifestação severa da doença em variedades suscetíveis pode causar perdas de produção entre 10 a 20%; o vírus também prejudica a qualidade dos produtos, causando reduções nos teores de amido que variam entre 10 a 50%. Os sintomas são clorose da lâmina foliar e retorcimento dos bordos das folhas, especialmente em folhas em formação. Em alguns casos tem-se observado que, quando as folhas vão se desenvolvendo, os sintomas desaparecem por completo, notadamente quando as condições ambientes tornam-se adversas para o desenvolvimento da doença. Como métodos de controle das viroses são sugeridos a seleção de material de plantio, uso de variedades resistentes e eliminação de plantas afetadas dentro do cultivo. Outras doenças Em alguns casos, dependendo das condições ambiente e da suscetibilidade das variedades utilizadas, a antracnose causada por Colletotrichum gloeosporioides pode causar prejuízos esporádicos ou temporários na mandioca; em determinadas épocas ela ocorre de maneira mais intensiva, causando perdas significativas na produção de raízes e redução da qualidade dos produtos. As cercosporioses em mandioca são bem conhecidas, apesar de não causarem maiores prejuízos para a cultura; portanto, não são motivo de preocupação para os produtores.

Pragas da mandioca A cultura da mandioca por ser de ciclo bianual, está sujeita a diversos ataques de insetos e ácaros, alguns classificados como pragas de maior importância podem causar danos severos a cultura e resultar em perdas no rendimento. Recomenda-se que sejam utilizadas práticas de manejo que

contribuam para o bom desenvolvimento das plantas e possam reduzir os danos causados pelo inseto nas áreas de cultivo, tais como: obtenção de ramas para plantio em áreas não infestadas, seleção de manivas-semente, plantio em áreas corrigidas e adubadas conforme a análise de solo, plantio em cultivos múltiplos ou consorciados e rotação de culturas. Percevejo de renda: Uma das pragas que vem preocupando a pesquisa no cerrado é o percevejo-derenda, Vatiga illudens (Drake, 1922), que normalmente não causava danos nos cultivos, tem-se constituído num problema, tanto nas áreas de pesquisa, como nas áreas de produtores, aumentando sua ocorrência de ano para ano. É uma praga de hábito sugador que ocorre durante épocas secas. O adulto é de cor cinzenta e a ninfa (fase jovem do inseto) é branca, sendo ambos encontrados na face inferior das folhas basais e medianas da planta; quando o ataque é severo, podem chegar até as folhas apicais. O dano é causado tanto pelas ninfas como pelos adultos, cujos sinais de ataque manifestam-se por pontuações amarelas pequenas que se tornam de cor marrom-avermelhada. Na face inferior das folhas aparecem inúmeros pontos pequenos, de cor preta, que correspondem aos excrementos dos insetos. Quando a infestação é severa pode ocorrer o desfolhamento da planta. O dano na folhagem pode causar redução na fotossíntese e queda das folhas inferiores. Podem ocorrer perdas no rendimento, a depender da cultivar utilizada, idade da cultura, intensidade e duração do ataque. O ataque dessa praga começa normalmente na parte basal da planta, atingindo as partes mediana e apical. As folhas apresentam uma coloração amarelo-bronzeada semelhante ao dano causado por ácaros. A infestação ocorre no início da estação seca e pode causar perdas significativas no rendimento da cultura em condições de baixa umidade. Trabalhos no Cerrado verificaram reduções de 21% e 50%, respectivamente na produção de raízes e massa verde do terço superior de diferentes cultivares de mandioca avaliadas nas condições do Distrito Federal. Mostram ainda que as cultivares mansas (Mantiqueira e Jaçanã) foram as mais infestadas, enquanto as cultivares bravas (EAB-670 e IAC 12829) as menos infestadas. A maior infestação de insetos ocorre no primeiro semestre do ano até a desfolha das plantas, concentrando-se no período de fevereiro a maio, reiniciando uma infestação crescente até setembro. O melhor controle consiste na utilização de cultivares mais tolerantes ao ataque. Essa praga pode ser controlada com inseticidas organofosforados sistêmicos que resultam num incremento da produção de raízes e parte aérea da ordem de 23% e 22% , respectivamente. Evidenciado-se assim, o efeito nocivo de populações elevadas de percevejo-de-renda sobre o comportamento de diversos parâmetros agronômicos da mandioca. Embora eficientes, esses inseticidas não estão registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para uso na cultura da mandioca. Sugerindo-se a necessidade de desenvolver estudos no sentido de se determinar o nível de dano econômico causado pelo inseto, e métodos integrados de controle da praga, utilizando principalmente o controle biológico e sistemas de cultivos, face aos inconvenientes do uso indiscriminado de defensivos agrícolas. Ácaros Os ácaros são pragas severas que atacam a mandioca, sendo encontrados em grande número na face inferior das folhas, freqüentemente durante a estação seca do ano, podendo causar danos consideráveis, principalmente nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste. Os sintomas típicos do dano são manchas cloróticas, pontuações e bronzeamento no limbo, morte das gemas, deformações e queda das folhas, reduzindo a área foliar e a fotossíntese. Os ácaros mais importantes para a cultura da mandioca no Brasil são o ácaro verde ou "tanajoá" e o ácaro rajado. O ácaro verde alimenta-se da seiva das folhas que estão brotando e localiza-se na parte apical da planta, picando as folhas não expandidas e as hastes. Seu dano é maior no broto, nas gemas e folhas jovens, embora também ocorra nas partes mais baixas da planta, que são menos afetadas. Os sintomas iniciais são pequenas pontuações amareladas nas folhas, que perdem sua cor verde característica, crescendo geralmente deformadas. Quando o ataque é severo, as folhas não expandidas não alcançam seu desenvolvimento normal e há uma grande redução foliar, induzindo novas ramificações; as hastes tornam-se ásperas e de cor marrom, e o desfolhamento e morte delas se iniciam progressivamente, começando pela parte superior da planta.

O ácaro rajado tem preferência pelas folhas que se encontram nas partes média e basal da planta, cujos sintomas iniciais são pontos amarelos na base das folhas e ao longo da nervura central. Quando as populações aumentam, os ácaros se distribuem em toda a folha, e as pontuações amarelas aparecem na totalidade da folha, que adquire uma coloração marrom-avermelhada ou de ferrugem, à medida que a infestação aumenta. Em ataques severos, observa-se um desfolhamento intenso nas partes mediana e basal da planta, avançando progressivamente até a parte terminal, quando a planta apresenta o broto muito reduzido e com grande quantidade de teias de aranha. As folhas atacadas secam, caem e, em casos mais severos, as plantas podem morrer. Em geral, os ácaros inicialmente atacam plantas isoladas, pequenos grupos de plantas em determinados locais (focos) e, posteriormente, invadem toda a cultura, pela dispersão causada pelo próprio deslocamento dos ácaros, pela ação involuntária do homem e dos animais e pelo transporte pelo vento, sendo este último o meio mais importante. Outro meio de dispersão, e a maiores distâncias, é o transporte de material vegetativo infestado. Durante os períodos secos (baixa umidade relativa e alta temperatura) os ácaros têm uma alta taxa de reprodução. Além disso, o aumento da população dos ácaros varia segundo a planta hospedeira, o seu estado nutricional e a presença de inimigos naturais. A temperatura é um dos fatores de maior influência na população de ácaros, sendo que temperaturas baixas ou mudanças bruscas de temperatura reduzem suas populações. A umidade relativa, quando alta e contínua, provoca redução na população da praga, por afetar sua oviposição, eclosão e sobrevivência das larvas e aparecimento de inimigos naturais. A precipitação é outro fator que ajuda a diminuir as populações; as chuvas fortes não somente causam aumento da umidade relativa, como também lavam as folhas, podendo ocorrer também a eliminação dos ácaros por afogamento ou pelo golpe direto das gotas de água. Existem vários inimigos naturais dos ácaros que exercem um bom controle, dentre os quais destacam-se alguns coleópteros e diversos ácaros benéficos da família Phytoseiidae; estes ácaros vivem e ovipositam entre as colônias dos ácaros-praga e consomem os seus ovos, larvas (ninfas recém-eclodidas) ninfas e adultos. Outro inimigo natural importante é o fungo Neozygites sp., que tem sido encontrado atacando as fêmeas do ácaro verde. O controle cultural dos ácaros deve ser utilizado e consiste na realização de práticas que dificultam o desenvolvimento populacional da praga e retardam a sua dispersão, tais como: 1) destruição de plantas hospedeiras; 2) inspeções periódicas na cultura para localizar focos; 3) destruição dos restos de cultura, prática indispensável naquelas plantações que apresentaram altas populações de ácaros; 4) seleção do material de plantio livre de ácaros, insetos e enfermidades; e 5) distribuição adequada das plantas no campo, para reduzir a disseminação dos ácaros. Não há nenhum produto registrado para o controle químico de ácaros da mandioca. Este tipo de controle, além de anti-econômico, provoca desequilíbrio por eliminar os inimigos naturais (insetos e ácaros benéficos), muito comuns nos mandiocais. Mandarová O mandarová da mandioca, Erinnys ello , é uma das pragas de maior importância para a mandioca, pela ampla distribuição geográfica e alta capacidade de consumo foliar, especialmente nos últimos instares larvais. A lagarta pode causar severo desfolhamento, o qual, durante os primeiros meses de cultivo, pode reduzir o rendimento e até ocasionar a morte de plantas jovens. No início, a lagarta é difícil de ser vista na planta, devido ao tamanho diminuto (5 mm) e à coloração, confundindo-se com a da folha. Quando completamente desenvolvidas, o colorido das lagartas é o mais variado possível, havendo exemplares de cor verde, castanho-escuro, amarela e preta, sendo mais freqüentes as de cores verde e castanho-escura. A lagarta passa por cinco fases e dura aproximadamente de 12 a 15 dias, período em que consome, em média, 1.107 cm² de área foliar, sendo que 75% dessa área é consumida no 5o ínstar. A utilização de práticas culturais adequadas, boa preparação do terreno e o controle de ervas daninhas podem reduzir as populações de pupas e adultos do mandarová. Inspeções periódicas das lavouras, identificando os focos iniciais, também tornam o controle mais eficiente. Em plantios pequenos, recomenda-se a catação manual das lagartas e sua destruição. O inseticida biológico seletivo à base de Bacillus thuringiensis tem mostrado grande eficiência no controle do mandarová, principalmente quando aplicado em lagartas com tamanho entre 5 mm e 3,5 cm de comprimento, ou seja, quando as lagartas estão entre o 1o e 3o ínstares. Outro agente biológico de grande eficiência no controle do mandarová é o Baculovirus erinnyis, um vírus que ataca as lagartas. O controle deve ser feito quando forem encontradas de 5 a 7 lagartas

pequenas por planta, embora este número seja flexível, a depender da idade, do vigor da planta, da cultivar e das condições ambientais. O B. erinnyis pode ser obtido pela maceração de lagartas infectadas na lavoura, as quais apresentam-se descoradas, com perda dos movimentos e da capacidade alimentar, encontrando-se dependuradas nos pecíolos das folhas. Para o preparo da "calda", utilizar apenas as lagartas recém-mortas. As lagartas não usadas de imediato devem ser conservadas em congelador e descongeladas antes da aplicação. A dose para pulverizar um hectare é obtida usando-se oito lagartas grandes (7 a 9 cm de comprimento), 22 médias (4 a 6 cm), 30 pequenas (até 4 cm) ou 18 gramas de lagartas ou 20 ml de líquido (lagartas esmagadas). Deve-se proceder da seguinte forma para o preparo da "calda": 1) esmagar bem as lagartas infectadas, juntando um pouco de água para soltar o vírus; 2) coar tudo com um pano limpo ou passar em peneira fina, para não entupir o bico do pulverizador; 3) misturar o líquido coado numa quantidade de 200 litros de água por hectare a ser pulverizado; e 4) aplicar o Baculovirus nas primeiras horas da manhã ou à tardinha. Devese levar em consideração que as lagartas infectadas levam cerca de seis dias para morrer, porém a partir do 4o dia deixam de se alimentar. Além disso, o mandarová tem uma série de inimigos naturais que são capazes de exercer um bom controle, não se recomendando aplicações de produtos químicos, porque ocorre destruição desses insetos benéficos. Podem ainda ser utilizadas armadilhas luminosas para capturar adultos, o que não constitui propriamente um método de controle, mas, além de fornecer dados para o conhecimento da curva populacional do mandarová, previne o produtor contra ataques intensos e ajuda a planejar melhor as diferentes alternativas de controle. Mosca branca Os adultos geralmente são encontrados na face inferior das folhas da parte apical da planta, podendo ser vistos sacudindo-se os brotos da planta para fazê-los voar. Já as ninfas (fase jovem do inseto) podem ser encontradas na face inferior das folhas mais velhas. Tanto os adultos como as ninfas sugam a seiva das folhas. Quando em altas populações, a mosca branca pode causar perdas no rendimento, especialmente se o ataque é muito prolongado. O dano direto do adulto consiste em amarelecimento e encrespamento das folhas apicais, enquanto o dano das ninfas manifesta-se por meio de pequenos pontos cloróticos. O dano indireto, tanto de adultos como ninfas, devido a seus excrementos, cuja substância é açucarada e comumente chamada de "mel" ou "mela" pelo agricultor, consiste na presença de um fungo conhecido como fumagina, que reduz a capacidade fotossintética da planta. Na Bahia, local onde este inseto vem causando sérios problemas à cultura, o ataque nas plantas hospedeiras causam os seguintes sintomas: as folhas ficam encarquilhadas, secam e caem, enquanto as hastes começam a secar do ápice para a base, podendo provocar também a podridão de raízes. Nos municípios onde ocorre, o ataque afeta o rendimento das raízes e a qualidade da farinha, que adquire sabor amargo. A utilização de cultivares resistentes e/ou tolerantes é o método mais racional de controle. Em caso de haver necessidade de controle químico, pode ser usado um inseticida sistêmico. Entretanto, deve-se atentar para o fato de que os inseticidas somente devem ser aplicados quando houver altas populações da mosca branca, visto que populações baixas não afetam o rendimento da mandioca. Mosca do broto ou mosca da mandioca A fêmea da mosca do broto, Silba pendula , efetua postura entre folhas não expandidas no ponto de crescimento ou em pequenas cavidades feitas pelo ovipositor na parte mais tenra e macia do broto; as larvas perfuram o tecido e matam o ponto de crescimento. No broto afetado podem ser encontradas várias larvas esbranquiçadas. O dano causado pela praga manifesta-se por meio de uma exsudação amarelada (quando o ataque é recente) ou marrom (quando o ataque é mais velho), no ponto de crescimento da planta afetada. A morte do broto pode retardar o crescimento normal das plantas jovens, romper a dominância apical e induzir a emissão de gemas laterais que também podem ser atacadas. As plantas mais jovens são mais suscetíveis, sendo que ataques repetidos podem causar o nanismo da planta. Recomenda-se o uso de práticas culturais como a destruição dos brotos atacados, plantio fora da época de ataque (se realmente a praga é importante na região) e plantio intercalado com outras culturas para reduzir a incidência da praga. As larvas são difíceis de controlar mas, em casos estritamente necessários, podem ser usados inseticidas sistêmicos, se ocorrerem ataques severos em plantas jovens (até dois meses). Entretanto, é

interessante salientar que a aplicação de inseticida destrói insetos benéficos e aumenta a população de outras pragas, como ácaros. Broca das hastes As larvas da broca das haste, Coelosternus granicollis , são encontradas no interior das hastes, sendo o ataque detectado pela presença de excrementos e serragem que saem das galerias feitas pelo inseto. Durante os períodos secos, as plantas atacadas podem perder suas folhas e secar, reduzindo assim a qualidade do material para plantio. Quando a infestação é severa, as plantas podem morrer. Não é aconselhável o controle com inseticidas, pois as larvas se alimentam no interior das hastes. Recomenda-se observar periodicamente a cultura, especialmente durante o verão, removendo e queimando as partes ou plantas infestadas, mantendo-se o mandiocal limpo. Recomenda-se também a utilização de manivas sadias para o plantio, procurando sempre utilizar material proveniente de plantações onde não houve ataque da praga, e usar ainda cultivares menos preferidas pela broca. Cupins Apresentam o corpo branco-cremoso e asas maiores que o abdome. Atacam o material de propagação armazenado, penetrando pela parte seca, podendo destruí-lo totalmente. Nas plantas novas, constroem galerias entre a medula e o córtex, impedindo assim o transporte de nutrientes, fazendo com que elas apresentem um secamento progressivo descendente e logo depois morram. Quando esses insetos atacam as raízes de plantas desenvolvidas, observam-se, na epiderme, agregações de terra cristalizada sob as quais se localizam os cupins. Acredita-se que o maior dano é causado quando atacam as manivas, embora possam afetar seriamente as plantas adultas, podendo também afetar o estabelecimento do cultivo, especialmente durante épocas de secas prolongadas. É necessário proteger as manivas por ocasião do plantio, a fim de garantir boa germinação e bom desenvolvimento das plantas. Recomenda-se incorporar um inseticida ao solo, abaixo da manivas, no sulco ou na cova, por ocasião do plantio. Formigas Podem desfolhar rapidamente as plantas quando ocorrem em altas populações e/ou não são controladas. Fazem um corte semicircular na folha, podendo também atingir as gemas quando os ataques são severos. Os formigueiros podem ser distinguidos facilmente no campo, pelos montículos de terra que são formados em volta do orifício de entrada. O ataque ocorre geralmente durante os primeiros meses de crescimento da cultura e seus efeitos provocam perdas de até 22% sobre o rendimento. Além disso, como a acumulação de carboidratos nas raízes depende da fotossíntese que ocorre nas folhas, qualquer distúrbio nessa parte da planta pode prejudicar a quantidade de substâncias amiláceas elaboradas. Deve-se efetuar o controle logo que se observem plantas com folhas e pecíolos cortados. Os insetos podem ser destruídos dentro do ninho, por meio de fumigação feita nas épocas chuvosas. O uso de isca granulada, colocada ao longo dos caminhos deixados pelas formigas, faz um bom controle durante épocas secas. Os inseticidas líquidos devem ser utilizados nas épocas chuvosas, enquanto os em pó e as iscas granuladas são indicados para as épocas secas.

Colheita e Pós-colheita

O início da colheita da mandioca depende de fatores como: Técnicos,ambientais e econômicos. Técnicos -Ciclo das cultivares (precoces - 10-12 meses; semiprecoces - 14-16 meses; e tardias - 18-20 meses). Considerando também o objetivo do produto, se mandioca de mesa, aipim ou macaxeira, colhidas aos 8 a 14 meses e para indústria 12 a 24 meses. -Ocorrências observadas ao longo do ciclo de cada cultivar ou de cada gleba, como o ataque de pragas ou doenças, que podem antecipar ou retardar a colheita. -Condições em que se encontram as diferentes áreas de mandioca na ocasião da colheita, como o grau de infestação de plantas daninhas e a recuperação das plantas, por exemplo, do ataque de mandarovás e/ou de ácaros, já tendo ocorrida a reposição do amido consumido na reconstituição da parte aérea danificada.

-Sistema de plantio em relação às condições de umidade do solo, desde quando nas culturas instaladas em covas ou camalhões, as raízes de reserva se desenvolvem mais superficialmente em relação ao nível do solo, o que não acontece quando o plantio é em sulcos Ambientais -Condições de solo e clima, que determinam as facilidades e dificuldades ao arranquio das plantas. Nas regiões em que se predominam indústrias de produtos de mandioca, a colheita é feita geralmente nos períodos secos e quentes ou secos e frios, entre as estações chuvosas, pois as raízes apresentam suas qualidades desejáveis em seu mais alto grau. Nas Regiões Norte e Nordeste, em que a mandioca é considerada produto de subsistência, a colheita ocorre o ano inteiro, para atender ao consumo e à comercialização nas feiras livres;. -Estado das estradas e dos caminhos de acesso ao mandiocal Econômicos -Situação do mercado e dos preços dos produtos. -Disponibilidade de mão-de-obra e de recursos de apoio, pois a colheita da mandioca é a operação do sistema de produção que requer maior emprego do elemento humano, sendo mais dificultada em solo endurecido, com cultivar ramificada e com maior infestação de ervas daninhas. Um homem colhe 600 a 800 kg de raízes de mandioca numa jornada de trabalho de oito horas, podendo alcançar até 1.000 kg se o mandiocal estiver em solo mais arenoso, limpo e com boa produção por planta. -Premência de tempo, em casos em que, por exemplo, compromissos financeiros ou de âmbito contratual devem ser satisfeitos dentro da época preestabelecida, apesar de não combinarem com a época da colheita da mandioca. As épocas mais indicadas para colher a mandioca são aquelas em que as plantas encontram-se em período de repouso, ou seja, quando pelas condições de clima e do ciclo elas já diminuíram o número e o tamanho das folhas e dos lobos foliares, condição em que atinge o máximo de produção de raízes com elevado teor de amido. A colheita da mandioca na região Centro Sul Brasileira é feita de maneira manual ou com auxílio de implementos (afofador e arrancador), sendo esse último, o método mais utilizado nas grandes áreas e cuja destinação é a industrialização, pois, há um ganho significativo no re ndimento de colheita. Quando executado pelos implementos, o processo de colheita tem as seguintes etapas: a) poda das ramas, efetuada a uma altura de 20 a 30 cm acima do nível do solo, pode ser feito de maneira manual ou com auxílio de implementos ; b) passagem de implementos mecanizados como o afofador ou arrancador de raízes. c) arranquio das raízes do solo que pode ser executado de maneira manual, com a ajuda de ferramentas ou através de implementos mecanizados, como o arrancador d) Arranquio das raízes das cepas da mandioca, também conhecido como "despinicar" Após o arranquio ou colheita das raízes, estas devem ser amontoadas em pontos na área a fim de facilitar o recolhimento pelo veículo transportador, devendo-se evitar que permaneçam no campo por mais de 24 horas, para que não ocorra a deterioração fisiológica e/ou bacteriológica. O carregamento das raízes do campo até o local do beneficiamento é feito por meio de cestos, caixas, sacos, grades de madeira etc. Na Região Centro Sul do Brasil é comum a utilização bolsões de lona conhecidos por "big bag", para grandes carregamentos de raízes. Esses bolsões são distribuídos na área para colocação das raízes, mais ou menos 800 kg, e um trator equipado com hidráulico eleva as bolsas para cima dos caminhões, ocasião em que um operário desfaz o nó e as raízes caem dentro da carroceria do caminhão. Pós-colheita As raízes da mandioca são uma ótima fonte energética, onde estão também presentes compostos cianogênicos potenciais, que oferecem riscos à saúde em caso de processamento inadequado. As raízes de mandioca podem ser usadas para consumo de mesa ("aipim" ou "mandioca mansa", com baixo teor de compostos cianogênicos potenciais - concentração menor que 100 ppm) ou de forma industrial ("mandioca" ou "mandioca brava", com alto teor de compostos cianogênicos potenciais – (concentração maior que 100 ppm).

Em termos tecnológicos, o escurecimento enzimático é um fator importante a ser considerado no processamento. Após a colheita e após o descascamento, inicia-se esse processo de deterioração de forma mais intensa, que pode ser evitado com a aplicação de tratamentos antioxidantes (por exemplo, por imersão em solução diluída de ácidos orgânicos) e/ou branqueamento (tratamento térmico brando). Os principais produtos derivados do "aipim" ou "mandioca mansa" são o minimamente processado ou os processados como mandioca pré-cozida congelada, como os "chips", por exemplo. Os principais produtos derivados da "mandioca" ou "mandioca brava" são a farinha seca e farinha d'água, fécula ou polvilho doce e polvilho azedo.

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