Antropometria

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Antropometria Trabalho prático 1

Departamento de Engenharia Industrial Ergonomia Prof. José Miquel Cabeças

Data de realização da experiência: 21/09/2010 Data de entrega do relatório: 12/10/2010

Henrique Leal nº33756 Nuno Lagartixo nº30986 Tiago Antão nº30834

- Universidade Nova de Lisboa

Ergonomia

Índice

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.

Introdução e fundamentos ___________________________________________________ 3 Objectivos _________________________________________________________________ 5 Equipamentos e Materiais ___________________________________________________ 5 Procedimento ______________________________________________________________ 5 Dados Empíricos ___________________________________________________________ 6 Cálculos e Análise __________________________________________________________ 7 Discusão, conclusões e recomendações ______________________________________ 10 Bibliografia________________________________________________________________ 11 Anexos ___________________________________________________________________ 12

2 Trabalho prático I – Antropometria

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1. Introdução e fundamentos A antropometria define dimensões e propriedades físicas do corpo humano, utilizando variáveis como as dimensões lineares, a massa e a forma do corpo humano. Distinguem-se dois tipos de dados: estáticos e dinâmicos. A antropometria estática refere as dimensões estruturais fixas e as posturas standard do corpo humano. A antropometria dinâmica refere as medidas para alcançar e as folgas estabelecidas em condições funcionais. Dentro das posturas standard, existem dois tipos: Em pé e sentada. No trabalho prático vamos apenas referir a Postura standard sentada (Añez, 2000).

Postura standard sentada Esta postura caracteriza-se pelo sujeito sentado numa superficie horizontal, mantendo a sua postura com a altura máxima e com o olhar focado em frente e os ombros relaxados. Em relação aos braços, estão pendentes lateralmente e o antebraço na horizontal. A altura do assento deve ser ajustável, até que a coxa esteja horizontal e a perna vertical. As medições são realizadas relativamente a dois planos: o plano horizontal de referência e o plano vertical de referência A postura standard sentada serve principalmente para medir:             

Altura da vista sentado Altura do cotovelo sentado Espessura da coxa Distância nádega-joelho Distância nádega-poplíteo Altura do poplíteo Largura da anca Profundidade abdominal Distância do cotovelo à extremidade dos dedos Altura funcional sentado (palma da mão – barra cilíndrica apreendida na mão) Altura sentado Altura dos ombros sentado Largura dos ombros (biacromial)

Contudo, neste relatório só vamos utilizar as sete primeiras, uma vez que as restantes não são importantes para o nosso objectivo.

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Abaixo encontra-se uma figura que representa as medidas que vamos utilizar e a sua função.

Figura 1 – Distâncias antropométricas

Fonte: Geronimo 2010

Legenda

A. Distância nádega - joelho Distância horizontal desde a face posterior das nádegas até á face exterior da rótula. Serve para se saber a folga entre as costas da cadeira e qualquer obstáculo que possa estar em frente aos joelhos. B. Distância nádega – poplíteo Distância horizontal desde a face posterior das nádegas onde a superfície posterior das pernas intersecta a superfície interior das coxas (ao ângulo poplíteo). É importante para definir a profundidade máxima da cadeira. C. Espessura da coxa Distância vertical desde a superfície do assento até ao topo da coxa (na zona de maior espessura). Serve para se considerar uma folga entre a altura da mesa de trabalho e da cadeira. D. Altura à vista sentado. Distância vertical deste a superfície do assento até à córnea da vista. Esta medida é o ponto de referência para a localização do monitor de visualização. E. Altura poplítea Distância vertical entre o solo e o poplíteo estando o utilizador calçado. É importante para definir a altura máxima que a cadeira e o apoio de pés devem ter. 4 Trabalho prático I – Antropometria

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F. Altura ao cotovelo sentado (olecrânio) Com o braço a 90º, mede-se a distância entre a superfície da cadeira/assento até ao cotovelo (olecrânio). É útil para a altura relativamente ao assento da mesa para se trabalhar com computadores.

G. Largura da anca Distância entre as extremidades do osso da anca. Esta medida serve para determinar as dimensões da cadeira para o operador específico. Fonte: Cabeças, 2006

2. Objectivos Através da realização desta actividade experimental, conseguimos dimensionar uma estação de trabalho utilizando as dimensões de um operador e atendendo aos requisitos antropométricos da população portuguesa (neste caso um operador P5 feminino e um P95 masculino).

3. Equipamentos e Materiais - Régua antropométrica - Cadeira regulável - Mesa c/ apoio de pé - Fita métrica - Monitor

4. Procedimento - Procedeu-se às medições de uma estação de trabalho simulada - Procedeu-se à medição das dimensões antropométricas do Operador em pé e sentado.

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5. Dados Empíricos Cálculo e Análise dos dados empíricos Tabela 1 – Resumo dos valores tabelados.

Legenda

Dimensão Vista do operador acima do bordo superior do visor do monitor Altura do bordo superior do monitor ao limite inferior da base Altura do tampo inferior ao solo Altura do tampo da mesa ao solo Altura da vista ao tampo da cadeira Altura do cotovelo ao tampo da cadeira Altura do poplíteo (10%) ao solo Espessura da coxa Altura dos sapatos Largura da anca Distância nádega - poplíteo

A B C D E F G H S T U

P5 ♀

P95 ♂

Op.

50

50

50

345

345

345

850 945 703 204 319 140 25 355 421

850 945 866 304 423 204 25 420 538

850 945 810 212 435 170 25 377 520

Cadeira 

Largura do assento: 430 mm



Profundidade da cadeira: regulável entre 370 – 390 mm



Altura máxima da cadeira (com operador sentado, medida à zona central): 770 mm



Altura mínima da cadeira (com operador sentado, medida à zona central): 550 mm

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6. Cálculos e Análise Operações de dimensionamento antropométrico do posto de trabalho: Todas as dimensões abaixo mencionadas nas imagens e nas tabelas foram calculadas segundo o esquema de cálculo que se encontra em anexo.

Operador P5 feminino: 1) O valor da profundidade da cadeira óptimo para este operador é 390 mm porque este valor é inferior ao valor da distância nádega – poplíteo (421 mm). 2) A largura do assento da cadeira é ideal dado que a largura da anca do operador é inferior à largura do assento.

Figura 2 – Valores para um posto de trabalho P5 feminino.

Fonte: Cabeças, 2006

Operador P95 masculino: 7 Trabalho prático I – Antropometria

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1) O valor da profundidade da cadeira óptimo para este operador é 390 mm porque este valor é inferior ao valor da distância nádega – poplíteo (538 mm). 2) A largura do assento da cadeira é ideal dado que a largura da anca do operador é inferior à largura do assento.

Figura 3 – Valores para um posto de trabalho P95 masculino.

Fonte: Cabeças, 2006

Operador modelo: 1) O valor da profundidade da cadeira óptimo para este operador é 390 mm porque este valor é inferior ao valor da distância nádega – poplíteo (538 mm). 2) A largura do assento da cadeira é ideal dado que a largura da anca do operador é inferior à largura do assento.

Figura 4 – Valores para um posto de trabalho do Operador Modelo.

Fonte: Cabeças, 2006

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Tabela 2 – Resumo dos valores calculados.

Legenda I J K L M N O P Q

Dimensão Altura da cadeira ao solo Altura do cotovelo ao solo Incremento na altura do monitor Altura do bordo superior do monitor ao tampo da mesa Altura da vista ao solo Altura do apoio de pés ao solo Altura da cadeira à mesa Altura da coxa à mesa Altura máxima do cotovelo ao tampo

P5 ♀ 691 895 54

P95 ♂ 626 930 152

Op. 660 872 130

399

497

475

1394 372 159 19 50

1492 203 224 20 15

1470 235 190 20 73

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7. Discusão, conclusões e recomendações Através da realização deste trabalho podemos concluir que foram analisádos os dados estáticos, na medida em que se observou uma postura standard sentada e que foram utilizadas as respectivas medidas antropométricas de referência para analisar a postura do operador a nível de comodidade. Quando dimensionamos estações de trabalho temos sempre de ter em conta alguns factores de risco, tais como a postura, a repetição, a precisão e a acuidade visual, que podem envolver um grande risco de lesões após um elevado tempo de exposição. Conseguimos minimizar esses riscos, aplicando medidas de controlo preventivas e assim, benneficiar a empresa e o operador. Para um operador do sexo feminino com dimensões antropométricas P5, a mesa em causa adequa-se perfeitamente, pois os valores encontram-se dentro dos parâmetros ergonómicos da estação de trabalho. Para manter a vista do operador acima do bordo superior do visor do monitor nos 50mm é necessário colocar um objecto com 54mm debaixo do suporte do monitor. Para um operador do sexo masculino com dimensões antropométricas P95, concluímos que o posto de trabalho não se adequa facilmente, pois o apoio dos pés necessita de ser ajustado a 203mm, e o ajustamento mínimo do mesmo é de 225mm, havendo assim um sobredimensionamento. No entanto dado que a diferença não é relevante, podemos assumir que a nível prático o posto é ergonómico, tento em consideração a comodidade do operador. Para manter a vista do operador acima do bordo superior do visor do monitor nos 50mm é necessário colocar um objecto com 152mm debaixo do suporte do monitor. Para o nosso operador modelo, o posto de trabalho enquadra-se em todas as dimensões lineares antropométricas, excepto na altura máxima do cotovelo ao tampo onde a medida máxima é ultrapassada em 23mm. No entanto dado que a diferença não é relevante, podemos assumir que a nível prático o posto é ergonómico, tento em consideração a comodidade do operador. Para manter a vista do operador acima do bordo superior do visor do monitor nos 50mm é necessário colocar um objecto com 130mm debaixo do suporte do monitor. Em suma, conclui-se que a estação de trabalho tem capacidade antropométrica para satisfazer as necessidades ergonómicas dos três casos estudados.

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8. Bibliografia 

CABEÇAS, José Miquel – As dimensões antropométricas. [Em linha]. Almada, Portugal: FCT-UNL, [2006]. [Consult. 9 Out. 2010]. Disponível em WWW: .



GERONIMO, Flávia Campos - Durante quanto tempo você permanece sentado [Em linha]. São Paulo: UNIFESP-EPM, [2010]. [Consult. 9 Out. 2010]. Disponível em WWW: .



AÑEZ, Ciro Romelio Rodriguez - Antropometria na Ergonomia [Em linha]. Paraná, Brasil: UCP, [2000]. [Consult. 11 Out. 2010]. Disponível em WWW:

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9. Anexos Operações numéricas para o cálculo das medidas antropométricas de um posto de trabalho. 1º Operação Calcular o valor de “Altura inicial da vista ao solo”:

M’ = D + L (K+B) + A

2º Operação: Calcular o valor de “Altura da cadeira ao solo”:

I’ = M - E

Verificar se o valor se encontra nos limites admissíveis da cadeira! Caso os valores não estejam dentro dos limites admissíveis será necessário subir ou baixar a cadeira (I). O cálculo do valor da variação da altura cadeira será explicado mais adiante. 3º Operação: Calcular o valor de “Altura do cotovelo ao solo”:

J=I+F

4º Operação

10 < D – J’ < 50 Verificar se a altura do cotovelo ao tampo da mesa está no intervalo de 10 a 50mm. Caso os valores não estejam dentro dos limites admissíveis será necessário calcular o valor que será necessário incrementar na altura da cadeira para que o resultado final se localize no intervalo estabelecido. Ex.: Considerando que se pretende estabelecer a altura do cotovelo ao tampo em 50mm. D = 945 J’ = 841 945-841 = 104mm K = 104 – 50 = 54mm Assim há a somar na altura da cadeira 54mm. Esta dimensão será igualmente incrementada na altura do monitor através da colocação de objectos (ex: livros).

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5º Operação: Calcular o novo valor de “Altura da cadeira ao solo”:

I = I’ + K

6º Operação: Calcular o novo valor de “Altura do cotovelo ao solo”:

J = J’ + F

7º Operação: Calcular o valor de “Altura do poplíteo (10%) ao solo com os sapatos”:

G = G’ x 0,9 + S

8º Operação: Calcular o valor de “Altura do apoio dos pés ao solo”:

N=I-G

9º Operação: Calcular o valor de “Altura da cadeira à mesa”:

O=C-I

10º Operação: Calcular o valor de “Altura da coxa à mesa”:

P=O-H

Verificar se o valor se encontra nos limites admissíveis (2030mm). Caso o valor não esteja dentro dos limites admissíveis teremos de ser críticos na forma como interpretar os resultados. Caso o espaço esteja muito superior (>45mm) ou muito inferior (
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