Análise do livro - Alem do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro (Friedrich Nietzsche)
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Agora celebramos, seguros da vitória comum, a festa das festas: O amigo Zaratustra chegou, o hóspede dos hóspedes! Agora...
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ANÁLISE DO LIVRO
Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro – Friedrich Friedrich Nietzsche Agora celebramos, seguros da vitória comum, a festa das festas: O amigo Zaratustra chegou, o hóspede dos hóspedes! Agora o mundo ri, rasgou-se a terrível cortina, é a hora do casamento entre a Luz e as Trevas... (Do alto dos montes – Canção Canção epílogo)
Friedrich Nietzsche foi um filósofo, crítico cultural e poeta alemão. Nasceu em Röcken, no dia 15 de outubro de 1844. Foi vítima de um distúrbio mental, provavelmente causado causado pela sífilis, e morreu em 25 de agosto de 1900 1.
‘Além
do Bem e do Mal ’ foi escrito no verão de 1885, na
Suíça e no inverno de 1885-6, em Nice, sul da França. Depois de ser recusado por vários editores, o livro foi publicado à custa do autor, em agosto de 1886, numa edição de trezentos exemplares. Quase um ano depois, apenas 114 exemplares haviam sido vendidos e 66 tinham sido enviados para jornais e revistas. Nietzsche considerava considerava esta obra, juntamente juntamente com "Assim Falou Zaratustra", o seu livro principal abarcando uma maior multiplicidade de assuntos e reflexões. Nesta obra, Nietzsche traz como um dos temas principais a precariedade precariedade cultural e espiritual do seu tempo. Ele afirma a necessidade de que, no eterno retorno da vida e da história humana, os homens se ergam, aceitando a própria finitude, ultrapassando a própria condição e vivendo soberanamente no gozo e na dor da própria verdade. O livro é composto de nove capítulos, cujos parágrafos são são numerados. Nietzsche começa o livro fazendo uma reflexão sobre a verdade, ou melhor, a vontade da verdade já que é preciso questionar o valor dessa vontade. Assim, faz uma crítica à crença fundamental da metafísica na oposição de valores, na medida em que, a verdade é ofuscada pela aparência, à vontade do engano, ao egoísmo e a cobiça. Portanto, o pensamento filosófico deve ser um pensamento consciente que também inclui atividades instintivas, ou seja, por trás da lógica há exigências fisiológicas para a preservação de uma determinada espécie. Mas o autor destaca que os juízos mais falsos são indispensáv i ndispensáveis: eis: renunciar a esses juízos é renunciar a vida. A filosofia que se atreve a enfrentá-lo está além do bem e do mal. Qual seria então a definição de uma grande filosofia? Nietzsche a define como uma 1
http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/o_declinio_de_nietzsche.html
1
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confissão pessoal do seu autor através de memórias involuntárias e inadvertidas. A filosofia não surge do conhecimento, este foi apenas um instrumento. Mas nasce de cunho moral, assim: todo impulso ambiciona dominar e, portanto, procura filosofar fil osofar.. O autor distingue o
‘homem douto ’ do
filósofo. Enquanto o primeiro se interessa pela família, negócios ou política, seria apenas um “esperançoso
trabalhador ”, para o segundo absolutamente nada é impessoal, sua moral dá um
decidido e decisivo testemunho de quem ele é. Nietzsche faz uma severa crítica aos estóicos 2 na perspectiva perspectiva destes destes de viver conforme conforme a natureza. Na verdade viver é absolutamente o oposto disso. Viver é avaliar, preferir, ser injusto, ser limitado e querer ser diferente. Mas os estoicos deixaram uma herança relevante: criou-se uma filosofia com o mundo a sua imagem e não consegue evitá-lo. Para Nietzsche, a filosofia é um impulso tirânico, a mais espiritual vontade de poder (capacidade, autoridade, domínio) – toda toda força propulsora. Assim, a própria vida é a vontade de poder. poder. O saber não tem uma certeza imediata. O povo crê nessa certeza imediata, mas o filósofo deve questionar esse conceito. De alguma forma toda t oda vontade é comandada pelo pensamento. Ela é comandada pelo livre arbítrio. Somos ao mesmo tempo a parte que comanda e a que obedece e, como a parte que obedece, conhecemos as sensações de coação, sujeição e resistência após um ato de vontade. Na verdade, o autor define livre arbítrio como cativo arbítrio, Somos nós apenas que criamos as causas, a sucessão, a reciprocidade, a relatividade, a coarção, o número, a lei, a liberdade, o motivo, a finalidade; e ao introduzir e entremesclar nas coisas desse mundo de signos, como algo ‘em si’, agimos como sempre fizemos, ou seja, mitologicamente. O ‘cativo-arbítrio’não passa de mitologia: na vida real há apenas vontades fortes e fracas. (NIETZSCHE, 2014, p. 26)
Essa não liberdade de arbítrio é vista por Nietzsche como um problema por duas razões: uns não querem abandonar a fé em si, o seu mérito, e os outros não desejam se responsabilizar por nada e partem para o auto desprezo, estes quando escrevem tem uma espécie de
“compaixão
socialista”. O autor define moral como a teoria das relações de dominação sob as quais se origina o fenômeno
‘vida’e
a força dos preconceitos morais penetrou, principalmente, o mundo
espiritual de forma muito nociva e inibidora. No capítulo intitulado
‘espírito
livre’, Nietzsche diz que o homem vive acomodado em
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saber sobre a base de uma vontade mais forte: a vontade de não saber. A ciência busca prender a esse mundo simplificado, completamente fabricado. Assim, todo homem seleto procura se salvar da multidão, onde possa esquecer a regra
‘homem’ enquanto
exceção a ela,
“toda
companhia é
má, exceto a companhia dos iguais ”(NIETZSCHE, 2014, p. 31). O cinismo é o meio em que as almas vulgares se aproximam do que seja a honestidade, o homem superior fica atento a todo cinismo grosseiro ou sutil. A independência independência é algo para poucos. É prerrogativa dos fortes, E quem procura ser independente sem ter a obrigação disso, ainda com todo o direito, demonstra que provavelmente é não apenas forte, mas temerário além de qualquer medida. Ele penetra num labirinto, multiplica mil vezes os perigos que o viver já traz consigo; dos quais um dos dos maiores é que ninguém pode ver como e onde se extravia, se isola e é despedaçado por algum Minotauro da consciência. Supondo que alguém assim desapareça, isso ocorre tão longe do entendimento dos homens que eles não sentem nem compadecem: - e ele não pode voltar! Já não pode voltar sequer para a compaixão dos homens! homens! (NIETZSCHE, 2014, p. 34)
Com relação às virtudes, Nietzsche diz que o que é alimento para um homem superior deve ser quase veneno para um tipo menor. As virtudes de um homem vulgar talvez significassem fraqueza e vício num filósofo. Um homem de alta linhagem, se degenerar ou sucumbir, adquire qualidades que o levariam a ser venerado como um santo,
“não
se deve frequentar igrejas quando
se deseja respirar ar puro ” (NIETZSCHE, 2014, p.35). Nietzsche estabelece estabelece o período pré-moral da humanidade quando os atos dos filhos recaíam sobre os pais, o
‘conhece-te
a ti mesmo ’ não era conhecido e o período moral onde se origina a
ação e não mais as consequências, que determina seu valor primeiro na tentativa do autoconhecimento. O valor da ação reside no valor da intenção. A intenção como origem é préhistórica de uma ação: sob a ótica desse preconceito é que sempre se louvou, condenou, julgou e também filosofou moralmente. O caráter errôneo do mundo é a coisa mais firme e segura que nosso olho ainda pode apreender. Portanto, o princípio da
‘essência
das coisas ’ é enganador. Mas não
existiria vida se não fosse à base de aparências e perspectivas. Se os filósofos filósofo s abolissem o
‘mundo
aparente’ a sua verdade não resistiria a nada. O mundo visto de dentro, o mundo definido e designado conforme o seu
‘caráter
inteligível ’ seria justamente
‘vontade
de poder ’ e nada
mais. Para ser um bom filósofo é preciso ser seco, claro e sem ilusão. Nietzsche cita os caminhos
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embora sejam porventura o jogo mais perigoso que se pode jogar e, em última instância, provas de que nós mesmos somos as testemunhas e os únicos juízes. Não se prender a uma pessoa: seja ela a mais querida – toda toda pessoa é uma prisão, e também um canto. Não se prender a uma pátria: seja ela a mais sofredora e necessitada – menos difícil é desatar de uma pátria vitoriosa o coração. Não se prender a uma compaixão: ainda que se dirija a homens superiores, cujo martírio e desamparo o acaso nos permitiu vislumbrar. Não se prender a uma ciência: ainda que nos tente com os mais preciosos achados, guardados especialmente para nós. Não se prender a seu próprio desligamento, ao voluptuoso abandono e afastamento do pássaro que ganha sempre mais altura, para ver mais e mais coisas abaixo de si: - o perigo daquele que voa. Não nos prendermos às próprias virtudes e nos tornarmos, enquanto todo, vítimas de uma nossa particularidade, por exemplo, de nossa ‘hospitalidade’: o perigo por excelência para as almas ricas e superiores, que tratam a si mesmas prodigamente, quase com indiferença, exercitando a liberdade ao ponto de torná-la um vício. É preciso saber preservar preservar-se se: a mais dura prova de independência. (NIETZSCHE, 2014, p. 43)
Portanto, os espíritos livres são os mais comunicadores e a natureza do filósofo tem três condições básicas: ser um espírito livre, um livre pensador e está além do bem e do mal. No capítulo que destaca a fé religiosa, Nietzsche define a fé cristã como um sacrifício de toda liberdade, todo orgulho, confiança do espírito em si mesmo. Há três caraterísticas da neurose religiosa: solidão, jejum e abstinência sexual. Só a 'vontade de poder' que obriga ao homem se deter na frente do santo, ou seja, interrogá-lo. O autor faz duras críticas à Bíblia. No Velho Testamento (livro da justiça divina) há grandiosidade dos feitos – relação relação do pequeno e grande. Já no Novo Testamento (livro da graça), “nele há muito cheiro úmido e adocicado dos beatos e das almas pequenas” (NIETZSCHE, 2014, p.
52). O autor considera a Bíblia o maior pecado contra o espírito que a Europa literária tem consciência. Assim, a filosofia moderna é abertamente ou não anticristã, mas de nenhuma maneira antirreligiosa porque pensar é uma atividade para a qual um sujeito TEM que ser pensado como uma causa. Nietzsche estabeleceu estabeleceu uma escala escala para determinar determinar a crueldade crueldade religiosa:
Nível 1 – Sacrificava Sacrificava ao Deus seres humanos;
Nível 2 – Na Na época da moral sacrificava os instintos mais fortes, a própria 'natureza';
Nível 3 – Sacrificar o próprio Deus e, por crueldade a si mesmo, “adorar a pedra, a imbecilidade, a gravidade e o destino” (NIETZSCHE, 2014, p. 54)
Uma autêntica vida religiosa requer ócio. Um ócio que remete a um sentimento
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verdade. Assim o filósofo se utilizará da religião para a sua obra de educação e cultivo da mesma forma que se utilizará das condições políticas e econômicas, Para os fortes, independentes, preparados e predestinados ao comando, nos quais se encaram a razão e a arte de uma raça dominante, a religião é mais um meio de vencer resistências para dominar: é um laço que une dominadores e súditos, e que denuncia e entrega àqueles a consciência destes, o que neles é mais íntimo e oculto, que bem gostaria de se subtrair à obediência; e se algumas naturezas de origem nobre se inclinarem, por uma elevada espiritualidade, a uma vida mais afastada e contemplativa, guardando para si apenas a mais refinada espécie de domínio (sobre discípulos eleitos ou irmãos de ordem), a religião pode ser usada inclusive como meio de obter paz frente ao barulho e à fadiga de modos mais grosseiros grosseiros de governo, e limpeza frente a necessária sujeira de toda a política. (NIETZSCHE, (NIETZSCHE, 2014, p. 58)
Mas a religião fornece a uma parte dos dominados a orientação e oportunidade de preparar-se para dominar algum dia. Assim, para os homens ordinários – que que tem apenas o direito de 'existir' – a religião proporciona uma inestimável satisfação com seu estado e modo de ser. Nietzsche destaca que o grande mérito do cristianismo e do budismo é ter a arte de ensinar, mesmo nos mais humildes, a se colocar, pela devoção, numa ilusória ordem superior das coisas, mantendo assim o contentamento com a ordem real. O cristianismo é a mais funesta das presunções que transformou o destino da Europa e obteve uma espécie diminuída, um animal de rebanho, um ser doentio e medíocre. No capítulo intitulado 'contribuição à história natural da moral”, Nietzsche estabelece
alguns tipos de moral:
Que pretende justificar perante os outros o seu autor;
Que pretende acalmá-lo e deixá-lo contente consigo mesmo;
Quer crucificar e humilhar a si mesmo;
Quer vulgarizar-se;
Quer esconder-se;
Quer transfigurar-se e colocar-se nas alturas;
Exercer sobre a humanidade seu poder e seu capricho criador.
Em suma, a moral não passa de uma 'semiótica dos afetos'. Toda moral é um pouco de tirania contra a 'natureza' e contra à razão. Ela é uma demorada coerção.
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Para o autor, apenas a partir da experiência é possível opinar sobre a elevada questão da hierarquia. A declaração da independência do homem científico, sua emancipação da filosofia, significa a autogl orificação e exaltação do erudito se encontra em pleno florescimento, “ com o que não se quer dizer que, nesse caso, o elogio de si mesmo tenha cheiro agradável” (NIETZSCHE, 2014, p. 93). O verdadeiro filósofo não vive recluso, 'sabiamente', prudente e afastado. af astado. O verdadeiro filósofo vive de modo pouco filosófico, pouco sábio, sente o fardo e a obrigação das tentações da vida – ele arrisca a si próprio constantemente. O homem objetivo é um espelho: habituado a submeter-se ao que quer ser conhecido. Nietzsche destaca que o ceticismo nasce quando se juntam, de súbito, raças por longo tempo separadas. separadas. A nova geração como que herda no sangue medidas e valores diversos, nela tudo é inquietude, perturbação, tentativa, dúvida: as melhores forças inibem, as próprias virtudes não permitem uma à outra crescer e se fortalecer, no corpo e na alma faltam f altam equilíbrio, gravidade, segurança perpendicular. Mas o que em tais mestiços adoece e degenera mais profundamente é a vontade: eles não conhecem mais a independência no decidir , o ousado prazer no querer – duvidam até em sonhos da 'liberdade da vontade' (NIETZSCHE, 2014, p. 100)
Nietzsche procura fazer uma descrição das principais virtudes, na medida que, julgar e condenar moralmente é a forma favorita dos espiritualmente limitados se vingarem daqueles que o são menos. Seria uma forma de igualar a todos 'perante Deus' e para isso precisam crer em Deus. Para o autor, o sentido histórico é a capacidade de compreender rapidamente a hierarquia de valorações – foi foi adquirido através da semibarbárie em que a mistura de classes e raças mergulhou a Europa. Isso acaba formando labirintos de culturas incompletas. Esse sentido histórico significa quase que sentido e instinto para tudo, gosto e língua para tudo: no que logo se revela o seu caráter não nobre. Para exemplificar, Nietzsche faz uma dura crítica ao dramaturgo Shakespeare, Shakespeare, Shakespeare, essa estupenda síntese hispano-mouro-saxã do gosto, que faria um antigo ateniense das relações de Ésquilo morrer de riso e de raiva: mas nós – nós aceitamos, com secreta familiaridade e afeto, essa selvagem policromia, essa miscelânea do que é mais delicado, mais grosseiro e artificial, nós o fruímos como um refinamento de arte reservado justamente para nós, e nos sentimos tão pouco incomodados i ncomodados pelos repugnantes miasmas e a promiscuidade da ralé inglesa, em que vivem a arte e o gosto de Shakespeare (NIETZSCHE, 2014, p. 116).
Para Nietzsche a honestidade é a grande virtude dos homens de 'espírito livre' e procura
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Mas um homem que tenha profundidade tanto no espírito como nos desejos, e também a profundidade da benevolência que é capaz de rigor e dureza, e é confundida facilmente com estes, não pode pensar sobre a mulher senão de modo oriental – ele tem que conceber a mulher como posse, como propriedade a manter sob sete chaves, como algo a lgo destinado a servir e que só então se realiza (NIETZSCHE, 2014, p. 129).
No último capítulo do livre Nietzsche faz a pergunta: o que é nobre? Nesse momento ele vai melhor descrever sua concepção sobre a moral dos senhores e a moral dos escravos. Portanto, a moral dos senhores, entre outras características, é originada dentro de uma espécie dominante. Despreza os seres que divergem dos estados de elevação e orgulho. A oposição entre 'bom' e 'ruim' é 'nobre' e 'desprezível'. Despreza-se o covarde, o medroso, o mesquinho – não não é a moral das 'ideias modernas'. Já a moral dos escravos não é favorável a virtude dos poderosos: é cética e desconfiada. É cheia de compaixão e coração cálido, “A moral dos escravos é essencialmente uma moral de utilidade” (NIETZSCHE, 2014, p. 158).
Enfim, como diz o posfácio da edição estudada 3, 'Além do Bem e do Mal' é uma obra inesgotável. Nietzsche o permeia de razão mas, sobretudo, de emoção ao provocar nos leitores profunda imersão em suas reflexões reflexões muitas vezes ácidas, muitas vezes poéticas. poéticas. É quase impossível ler Nietzsche e ficar à margem dele.
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