Altares e Tronqueiras

AULA 02 – Parte 1 Tronqueiras Olá meus irmãos, estamos de volta com o curso de Altares, Altar, Tronqueiras e Assentamentos e agora nossa segunda aula nós daremos inicio a questão da Tronqueira. Lembrando que a nossa primeira aula foi em relação ao altar, localização, mudança de solo, estruturação e terminamos a primeira aula com a questão do altar caseiro. Agora nessa segunda aula há a necessidade de um entendimento no que foi dito na questão da polaridade, muitas pessoas trazem na sua doutrina, na sua liturgia, a questão da localização da Tronqueira, antes de falarmos da localização é importante termos em mente a função da Tronqueira. Ora é chamada de firmeza de Exu, casa de Exu, assentamento de Exu, o entendimento que vai ser abordado nesse curso e no conteúdo é que a tronqueira é o receptáculo do assentamento de Exu. Então como nós teremos mais uma aula à frente dando ênfase e focando a questão do assentamento aí falaremos da particularidade, a montagem de um assentamento para Exu. A Tronqueira em sim fica sendo como o espaço que vai fazer a sua parceria junto com o altar naquela questão da polaridade. Então eu preciso pensar no terreiro agora como uma grande pilha que tem polo positivo e radiador, sustentador, estabilizador e tem o seu polo negativo, esgotador que vai ter a função de puxar ou descarregar todo o excesso negativo que a casa produz ou que os consulentes trazem para casa, os próprios médiuns produzem energia negativa, essa pilha vai ter uma ativação. Quando eu falo em tronqueira nós buscamos na origem ou na etimologia da palavra, não se tem a tradução exata, muitos vão atribuir à palavra tronqueira a tronco que de origem Tupi-Guarani, outros vão atribuir a Tronqueira ou a estrutura de tronco comparando com a estrutura corporal, o tronco superior e alguns darão também a comparação ao mastro da vela do navio. Outros ainda dão uma interpretação que tronqueira vem de tronco dando referência o tronco familiar. Todas são interpretações, não vou entrar também na questão de certo ou errado, mais há necessidade de um entendimento. A Tronqueira é o espaço onde você vai alocar o seu assentamento de Exu, o seu assentamento de Pomba Gira, as suas firmezas de Exu, Pomba Gira e Exu Mirim, o porquê assentar, quem deve assentar como assentar e a diferenciação entre assentamento para Orixá, assentamento para Exu, assentamento de Exu de trabalho aí nós entraremos na aula de assentamento.

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Tutor Ministrante: Jorge Scritori

O que tem que colocar hoje bem colocado é a preparação dessa tronqueira e o que eu vou precisar para ter uma tronqueira. Uma pergunta muito importante é quem deve ter tronqueira? Eu comentei na primeira aula que muitas vezes o médium era acometido de um gás, de um momento na vida dele com aquele espirito do eu quero, eu quero isso, eu quero aquilo e a hora que chega à parte da esquerda ele quer tudo quer capa, quer cartola, quer imagem, quer tridente, se pudesse sairia montado já, um perfeito Exu. Mais eu preciso de um entendimento maior e de desenvolver uma nova linha de pensamento à necessidade de uma tronqueira. Então muitas vezes a pessoa mora num apartamento ou mora numa casa pequena, vira e fala ah, eu quero uma tronqueira. Ao afirmar isso há necessidade da pergunta. Pra que e por que você quer uma tronqueira? E tem gente que vai fazer aquela adaptação, e muda o registro de água de lugar e coloca as coisas de Exu lá, manda o Exu para a lavanderia, manda o Exu para o banheiro do desativado. Lembrando também que a tronqueira vem atender também a necessidade do coletivo. Você pode ter o seu assentamento de Exu individualizado, seu assentamento de Exu que responde as suas necessidades corporais, emocionais, há necessidade material, há necessidade da casa mais a tronqueira em si vai trabalhar como um todo onde forças bem firmada, onde forças bem locadas estarão cumprindo uma tarefa. Aí outro questionamento além de quem quer fazer, onde fazer a tronqueira? Há uma situação dentro do ritual por influência de outras estruturas que se fala Exu se firma fora, Exu se firma dentro, não pode firmar fora, não pode firmar dentro, não pode tomar chuva, não pode ficar descoberto, não pode ficar aberto, não pode ser visto por todos, eu já estou quebrando alguns dogmas a respeito a esse monte de proibições porque nós vamos filmar a tronqueira, não tem nada para esconder pra ninguém, acredito que quem deixa de mostrar, ou uma casa onde a estrutura do médium não tem acesso a tronqueira a gente só esconde aquilo que não serve ou muitas vezes não tem consciência do que tem. Então há necessidade de um caminho aberto, há necessidade de mostrar, na tronqueira você tem estruturas firmadas, estruturas assentadas assim como o altar numa polaridade e num padrão diferenciado. Aqui no Instituto, ele funciona hoje numa sede de 600m² onde é uma sobreloja, embaixo tem uma instituição bancária e aí na aula de assentamento vamos tem aquela questão de aterrar o assentamento ou deixar na superfície. Eu estou em cima de um banco, se eu furar 10 cm toca o alarme e a policia vem parar na porta, então eu tenho que atender necessidades e principalmente criar um entendimento, a Umbanda, o candomblé, todas as estruturas com fundo mediúnico espiritual estão passando por um processo de

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urbanização, se eu estou numa sobreloja numa avenida principal da cidade de São Paulo como é que vou montar uma tronqueira externamente. Eu preciso entender que os Exus vão me abandonar, que a esquerda vai me abandonar e eu só vou fazer o trabalho espiritual contando com a direita? Não, eu preciso entender que a força é um poder ali instalado e essa força vai criar uma adaptação, essa força vai criar uma logística de adequação fazendo que o ritual prevaleça, fazendo que o trabalho aconteça. Então aqui no nosso caso o altar está à nossa direita, aqui eu já estou com a tronqueira e eu preciso de entendimento, ela está internalizada dentro do trabalho, só que quando eu faço uma atividade fora e eu gosto muito de exemplificar dessa forma, às vezes as pessoas falam pai eu sou feliz, porque eu moro numa casa e a tronqueira fica do lado de fora da casa não do terreno, porque o terreno faz parte do todo da casa, pensando dessa maneira a tronqueira está internalizada no ambiente que você está. Nós entendemos por interno então, fechado e externo céu aberto só que muitas vezes o processo que você tem, o lugar que você tem simplesmente não tem condições de externalizar. E os guias possuem uma logística, os guias possuem uma dinâmica de trabalho extremamente adaptável. Eu já tive oportunidade de acompanhar terreiros, visitar casas onde a tronqueira era atrás do altar, o altar era fixado numa parede e tinha uma porta lateral e atrás era a tronqueira. Tem um colega do sul, ele tem um altar num mezanino grande e a tronqueira fica embaixo e aí alguns vão se horrorizar e falar meus Deus como é que pode Oxalá tá em cima e Exu tá em baixo, a casa desse colega atende em média 1000 pessoas por semana, uma casa que atende 1000 pessoas por semana que tem o altar em cima e a tronqueira em baixo alguma coisa tá muito bem feita, porque uma pessoa volta no terreiro porque ela está sendo bem atendida, está sendo bem orientada e está tendo resultados na vida, no crescimento e na evolução dela. Então nós fugimos novamente do conceito de certo e errado e vamos administrar as diferenças, uma tronqueira pode sim está internalizada pode estar em comunhão como acontece na maioria dos terreiros, e quando muitas vezes você tem isso em outro local, num sitio, em uma casa, numa fazenda ou numa chácara o ambiente ali está em comunhão. Aqui no Instituto quando estamos de costa para o altar, a tronqueira está perfeitamente à nossa esquerda e no caso também a entrada é lateral né pela sobreloja e as pessoas acessam a escada passando obrigatoriamente pelo eixo da tronqueira. Muitas vezes montar externo não é possível e nem sempre adequar ao ponto da passagem onde as pessoas passam é possível. Então a tronqueira deve estar localizada num ponto onde ela pode ser bem

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firmada, onde ela possa estar com as suas ferramentas colocadas com tudo bem calçado e tudo bem ativado. Existem alguns tabus, ora herdados pelos irmãos de nação que não pode muita coisa, só que eu preciso entender como religioso que religião também às vezes funciona como roupa e uma roupa que me serve não vai servir em outro irmão e a roupa de outro irmão pode ficar folgada ou pode ficar apertada. Então muitas vezes o preceito, a condição, o dogma, aquilo que não pode, aquilo que não serve pro seu irmão de outra atividade, pra você vai funcionar perfeitamente entendendo que a parte espiritual é moldável, a parte espiritual vai se adaptando. No inicio do nosso curso eu coloquei que a filosofia que nós iríamos usar era questão da tradição Banto, a tradição Banto prega que quando você assenta, quando você chama uma força o poder toma conta daquele ambiente e você não tem necessariamente espíritos ali respondendo ou espíritos presos àquela estrutura, você tem entidades que transitam por aquele polo para a realização de um trabalho. Teve uma conhecida anos atrás naquela ânsia, médium iniciante querendo, fazendo e acontecendo, vou montar uma tronqueira na porta de casa porque vai me trazer mais proteção, mais isso, mais aquilo, foi lá deslocou o registro de água do lugar, encheu lá o espaço do registro com as coisas do Exu e aí ficou preocupada porque ele fechou a portinha e não tinha saída, aí ela perguntou mais e agora como que o Exu vai olhar para rua, vai me defender se ele tá fechado lá às duas portas aí ela foi lá e mandou cerrar dois quadradinhos em cada porta para o Exu ganhar a visão da rua. Então isso vai de casa para casa de pessoa para pessoa. Pessoas que vem de uma cultura Ioruba e Nagô entende que a força é denominada por um espirito na tradição Banto que é a estrutura que nós seguimos nós temos a ideia que há um poder ali naquela estrutura e esse poder ele via emanar e no caso da tronqueira vai cumprir o seu papel junto ao altar, enquanto o altar está polarizando de forma positiva, irradiando, sustentando, estabilizando, a tronqueira estará esgotando, descarregando, retirando, afastando e envolvendo o ambiente. Vamos pensar num dia de trabalho, na logística de trabalho, a pessoa chega o altar está firmado, a tronqueira está firmada, assentamentos firmados, defumação, tudo certinho, a pessoa acaba sendo envolta tem a sua ligação frontal no altar e o magnetismo da tronqueira também vai envolver, muitas vezes aquela carga mais pesada, aquela carga mais violenta que está no corpo da pessoa que poderia estourar ali no ambiente já começa a passar por um processo de esgotamento. Então posso fazer a tronqueira internamente e posso fazer a tronqueira externamente, o que você deve obedecer primeiro é a sua orientação espiritual e segundo você conseguir tratar a sua realidade geográfica, o espaço que você tem, a localização que você tem e trabalhar com aquilo que você tem,

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uma tronqueira não se dá pelo tamanho, ou pela quantidade de assentamentos ou firmezas, mais se dá pela logística dos materiais que eu tenho ali dentro e principalmente como usa-los. Você pode ter um assentamento, uma tronqueira maravilhosa, do tamanho de um salão, um assentamento gigantesco se você não sabe manipular ou lidar com aquela energia você vai ter um objeto belo, bonito, mais sem serventia espiritual, magnética e até religiosa. Então a gente encerra esse primeiro bloco da segunda aula com esse entendimento, tronqueira para quem tem hiperatividade espiritual, para quem tem trabalho frequente e precisa de polo negativo magnético e pode ser feito internamente e externamente. E no segundo bloco eu vou começar a detalhar a preparação da tronqueira, do mesmo que preparamos o solo inteiro para o terreiro, preparamos um pedaço daquele solo que já está no estado sagrado para um magnetismo de padrão negativo e aí vamos começar a montar e idealizar o espaço de tronqueira. A gente encerra aqui o primeiro bloco e daqui a pouco a gente se vê.

Digitação: Equipe ICA – Umbanda EAD

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