Almirante - Incrível, Fantástico, Extraordinário! - 1951
October 11, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
Short Description
Download Almirante - Incrível, Fantástico, Extraordinário! - 1951...
Description
Almirante
Incrível, fantástico, extraordinário! Casos verídicos de terror e assombração Edições O Cruzeiro , outubro de 1951
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
prefácio Eis aqui um livro livro nos moldes de tantos que têm surgido em todo o mundo. Este apresenta, apr esenta, entretanto, um indiscutí indiscutível vel mérito mérito sobre os demais. Os livros de assunto fantasmagórico relatam fatos ocorridos em épocas remotas ou indic indicam am vagamente, vagamente, às vezes vezes some somente nte por simpl simples es in inic icia iais, is, seus protagonistas, protagonistas, suas testem tes temun unhas has e os lu lugar gares es ond ondee os epi episód sódios ios se desenr desenrol olara aram. m. essa essa mane maneir iraa fi fica cam m impossibilitadas todas as investiga!"es dos estudiosos. #este volume figuram nomes, endere!os, datas, profiss"es e todos os detalhes indi indispe spens$ ns$ve veis is aos que que,, porv porvent entura, ura, dese% dese%em em ti tirar rar a li limp mpoo a veraci veracidad dadee de qua qualqu lquer er narrativa. Os fato fatoss aq aqui ui pu publ blic icad ados os fo fora ram m trans transmi miti tido doss no pro progra grama ma Incrí Incrível, vel, fantástico fantástico,, extraordinário! a r$dio &upi do 'io de (aneiro e, a despeito da vasta publicid publicidade ade de que se viram cercados, %amais sofreram a mais leve contesta!)o. * interessante notar que esta ini iniciat ciativa iva n)o est$, e nunca esteve, sob qualquer influên influência cia religiosa. Os fatos irradiados e agora trazidos à publica!)o foram escolhidos sem o menor intuito de ressaltar ou favorecer a cren!a ou a descren!a em qualquer doutrina. +qui podem ser encontrados episódios de fundo nitidamente católico ao lado de fatos narrados narrad os à inc inconfu onfundí ndível vel manei maneira ra espí espírit rita, a, acontecim acontecimento entoss de cunho decl declarada aradamen mente te fet fetichi ichist sta, a, form forman ando do pa pare relh lhaa co com m na narra rrati tiva vass en envo volt ltas as em ne negro gro mis isté téri rio, o, mas mas surpreendente pela lógica do desfecho. + fim de que ficasse evidente a absoluta imparcialidade no tocante às v$rias doutrinas religiosas, as narra!"es foram epurgadas de todas as epress"es peculiares nas obras que abordam fen-menos da natureza destes, onde os relatos geralmente aparecem pontilhados de terminologia nem sempre a alcance do grande pblico. /r /raa que que n)o n)o se pe perd rdes esse se o sabo saborr do doss v$ v$ri rios os es esti tilo loss as na narr rrat ativ ivas as de dest stee livr vroo correspondem quase literalmente à forma epistolar de nossos informantes. &ais casos nos chegaram em cartas vindas de todos os recantos do 0rasil, algumas escritas em estilo inve%$vel, denotando o elevado grau de cultura dos missivistas, e outras de maneira simplória e ingênua do povo, onde, ali$s, a sinceridade melhor transparece, %ustamente atr atravé avéss do próprio próprio descon desconhec hecim iment entoo dos voc$ voc$bul bulos os ou das mais mais comezi comezinha nhass regras regras gramaticais. + fim de que a eatid)o em nada sofresse na transferência do estilo epistolar ao da narrativa, tomamos a precau!)o de submeter a reda!)o definitiva de todos os episódios à aprecia!)o de seus remetentes. +ssim, foram retificados os possíveis enganos de nomes, datas, etc., bem como evitados possíveis desvirtuamentos de interpreta!)o. 1om isso os fatos tiveram também a valiosa confirma!)o de sua veracidade. Os problemas anímicos, psíquicos, mentais, etc, est)o cada vez mais despertando a aten!)o dos estudiosos em todo o mundo. &écnicas modernas de investiga!)o apoiadas em rigo rigoros rosas as ba base sess ci cien entí tífi fica cass su subm bmet etem em,, ho ho%e %e em di dia, a, ta tais is fe fenn-me meno noss à lu luzz de eperimentos quase infalíveis, dissecando cada fato, cada manifesta!)o, e oferecendo laudos impressionantes impressionantes que, por vezes, destruem as teorias mais consagradas. 1ertamente que, a tais investigadores, têm sido facultados campos irrestritos pra seus estudos. +s cobaias, contudo, nunca s)o demais nos laboratórios. * o que, com este livro, podemos oferecer aos estudiosos.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
+ volumosa correspondência que o programa de r$dio provocou até ho%e nos deu ense%o a certas observa!"es curiosas cu riosas que n)o podemos deiar de revelar revelar.. 2nmer 2n meras as s)o as car cartas tas que descre descrevem vem,, oferec oferecend endoo provas provas concret concretas, as, si situa tua!"es !"es absol abs oluta utame mente nte id idênt êntica icass em que se vi viram ram env envol olvi vida dass pessoas pessoas di dive versa rsas, s, em épocas épocas diferentes difere ntes e lugares variados. 3e diria até que os fen-menos anímicos podem ser submetidos a uma classifica!)o folclórica enquadrados emsaciclos perfeitamente /ra melh meelhor or ep epor or nossa nos observ observa!) a!)o, o, nesse nessedefinidos. particu particula lar, r, daremos daremos,, a segui seguir, r, r$pida r$pida descri!)o dos episódios que mais se repetem na contribui!)o de nossos informantes, cu%a veracidade é, na maioria das vezes, posta acima de qualquer dvida pela abund4ncia de prova que oferece. 1 • + prociss)o da meia5noite, da qual se destaca um vulto que entrega uma vela ao temer$rio que a assiste da %anela, lhe pedindo que a guarde até o dia seguinte. #o outro dia, no lugar da vela é encontrado um osso humano. 2 • 6m recém5nascido aparece como que abandonado numa estrada, é recolhido por alguém que ali transita em hora tardia. 7evado no colo o recém5nascido come!a a pesar desmesuradamente se transformando em monstro horroroso, cabeludo e dentu!o. 8uem o transporta o atira ao ch)o saindo em disparada até encontrar alguém que caminha em senti sen tido do contr$ri contr$rio. o. 3at 3atis isfe feit itoo por deparar deparar com compan panhi hiaa na estrad estradaa desert desertaa lh lhee conta conta o Eram dentes medonho que encontro e ao se 3ó referir dentes ouve do a pergunta9 maiores os meus? ent)oaos o desconhecido foioutro observado e mostrou presas de
:;cm saindo da boca. 3 • O encontro com uma criatura de beleza deslumbrante, noite alta, que assediada pelos galantei galanteios os procura fugir ora enveredando em ruas escuras onde acaba parando e mostrando ser uma horrenda caveira, ora conduzindo o perseguidor sem que este o pressinta, à proimi proimidade dade dum cemitér cemitério io onde lhe faz cena idêntica idêntica à anterior, lhe indica indica como morada o nmero de determinada sepultura ou lhe faz qualquer surpreendente revela!)o, geralmente ligada a falta de cumprimento de promessa. 4 • 6m indivíduo se vê atraído por linda %ovem e com ela passa uma noite de delícia em certa casa abandonada ou escuso recanto de rua. #o dia imediato, verificando ter se esquecido dalgum ob%eto olta àquele lugar e constata que é um cemitério e que seu relógio ali est$?or!ada sobre uma das campas que a casa emser quest)o se acha fechada, desabitada h$ anos. a porta, tudo l$oudentro, a n)o o estado de abandono e a poeira, corresponde ao que fora visto na noite anterior e o relógio é encontrado eatamente no ponto indicado por quem o deiou. Em tais casos, geralmente, a vítima vítima enlouquece. 5 • 6ma criatura sem trabalho, em risco de passar fome, tem providencial encontro com um am$vel desconhecido que lhe fornece indica!)o de casa onde poder$ obter emprego. +li termina verificando que seu informante era parente morto. #a maioria das vezes filho de quem a emprega. Essa variante oferece curiosos pontos de contato com o conhecido episódio do médico procurado em condi!)o singular por um desconhecido a fim de que v$ atender certa doente. epois de a salvar reconhece, por acaso, num retrato, a pessoa que o chamara. 3e trata invariavelmente de parente da enferma, falecido h$ tempo. • +s incont$veis partidas em que indivíduos audaciosos promovem a invas)o dum cemitério na meia5noite ema ponto comassustados, algum propósito pilhérico e que,sempre por qualquer raz)o inesperada, terminam debandar tendo um deles erbic$rio, prefeito municipa municipall e clíni clínico co em 3anta Daria Daria Dadalen Dadalena. a. Eis E iste te em Dada Dadale lena na,, a @C qu quil il-m -met etro ross de di dist st4n 4nci ciaa da ci cida dade de,, e ete tens nsaa re regi gi)o )o montanhosa comdoflora e fauna deslumbrantes, denominada Doribeca. #essa terra, terrea,devoluta, patrim-nio estado, inteir inteiramente amente desabitada, proliferam on!a, queiada, ofídioss perigosíssim ofídio perigosíssimos, os, bem como plantas e orq orquídeas uídeas que co constituem nstituem autênticas raridades. #as matas de Doribeca, tentadas por ca!adores e bot4nicos, ninguém ninguém se atreve a penetrar sozinho, n)o só pelo risco de se perder, perd er, sen)o pelo de ser morto de surpresa pelas feras que as habitam. aí se organizarem verdadeiras epedi!"es, qualquer que se%a o ob%etivo dos que àli v)o. ?az poucos anos vivia em Dadalena not$vel bot4nico, o doutor 3antos 7ima, recém5 fale faleci cido, do, que se fez persev persevera erante nte in inve vesti stigad gador or das ma matas tas da Dor Doribe ibeca ca em busca de eemplares de sua flora opulenta com que enriquecia o horto do qual era diretor. #essa busca, que durava muitos dias, levav levavaa em sua companhi companhiaa alguns trabalhadores de sua reparti!)o. /ra facilidade facilidade e comodidade das pesquisas havi haviaa até sido construído no mais cerrado da mata um pequeno rancho onde os ecursionistas pernoitavam a seguro de ataque de fera e inseto. #uma daquelas ecurs"es, na noite, reunida a turma no rancho irtuosas, ho%e 7ambari, Dinas Qerais. (uram por sua autenticidade, além de quem o escreve, o senhor +rmando Qomes de Darais e o senhor +nt-nio 1oveiro, figura muito conhecida no lugar. &oda a popula!)o da cidade poder$ ainda atestar a veracidade do medonho episódio. ami)o de 1arvalho, 1arvalh o, mo!o ainda, ficara apesarcom de pacato trabalhador, fatos ocorridos em tempos passados, a famaede valent)o. valent)o. por circunst4ncias ou #o dia @@ de agosto de @B:@ ozes balbuciavam ora!"es enquanto %ustificar o fato, descambando ao terreno da lenda e supersti!)o. Pouveoutras mesmotentavam quem ecla eclamasse masse pateticamente9 I Ele pede %usti!aK %usti!aK 8uando um morto sai do cai)o é porque pede %usti!aK Dil indaga!"es se cruzaram de repente. E, à medida que eram passadas em revista as circunst4ncias do tenebroso transporte, o terror ia crescendo em toda gente. O fundo do cai)o estava intato, o que foi verificado pelo próprio +rmando de Dorais, que o havia construídoK O cadeado, entretanto, e as argolas que prendiam a tampa à parte inferior davam mostras de terem sido arrancados viole violentamente ntamente por uma m)o poderosaK Desmo, porém, que estivessem frouas as argolas e se tivessem desprendido a um solavanco maior, como poderia o cad$ver ter se evadido se a tampa presa como estava pelas duas cordas que circundava circundavam m o cai)o nunca se poderia ter aberto o suficiente suficiente pra dar passagem ao corpoLK
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
E mesmo que tal houvesse acontecido, argumento definitivo, como é que nenhum daqueles que observavam a descida à cova n)o notou o mais ligeiro estremecimento nas cordas ou no atadeL +s con%eturas se unificaram numa só frase que corria de boca em boca9 I Ele n)o queria ser enterradoK *>cio dos Fantos
'ua 'icardo Filva 3elh elho, o, municí município pio de 3)o Qon!alo, 'io de (aneiro. Deu pai, Danoel ?oga!a, possuía ali uma indstria na qual %untos trabalh$vamos. 1erta vez, numa dar um 'oSal, passeioho%e até demolido. a ponte das barcas, #iterói e, ali chegando, resolvi ir aquinta5feira, uma sess)o fui no cinema +ssisti calmamente, na segunda sess)o, a passagem do filme cu%o nome n)o me recordo mas que tinha como artista principal ParrS 1arreS. +o sair, chegando à pra!a Dartim +fonso, verifiquei que o bonde das :G9@;h, da linha +lc4ntara, %$ havia seguido seu destino. &endo perdido essa condu!)o, ali$s a ltima que passava no /orto do >elho naquela hora, n)o tive remédio sen sen)o )o seguir no bonde ddee #eves. +o saltar no fim dessa linha, %$ passava da meia5noite e meia, vi um botequim aberto. Entrei, tomei um café e fiquei pensando na longa caminhada que teria de empreender até /orto do > >elho. elho. De recordava também de certas coisas anormais contadas por pessoas de minha zona referentes à rua que eu teria de percorrer e, principalmente, a uma certa ponte de t$bua, das Brandoas muito velha, se denominava , onde, segundo diziam, qualquer pessoa que alique passasse a alta alta hora ponte da noite ouvia gemido, via via assombra!)o e coisas mai mais. s. + rua a que me refiro se chama +lberto &orres. * muito longa e, de certo trecho a diante, deserta e perigosa. 8uan 8u ando do o re reló lógi gioo do bot botequ equim im assina assinala lava va um umaa ho hora ra da madr madrug ugada ada o do dono no se aproimou e me disse com seu sotaque lusita lusitano9 no9 I 1omo éL, rapaz. >ou >ou fechar o boteco. 1onfesso que estava temeroso de enfrentar algum perigo e, ao sair, caminhei até o port)o da oficin oficinaa Pime na esperan!a de que aparecesse alguém que me servisse de companhiaa até /orto do >elho. companhi >elho. ?inalmente, depois de aguardar meia hora, saiu da oficina um rapaz que deiara o servi!o naquela hora. /assou por mim e seguiu seu caminho. #)o tive dvida em o seguir e tomar a mesma dire!)o até o alcan!ar. O cumprimentei cumprimentei e
fomos conversando /aiva erifi >erifiquei quei se tratar de quatro velas acesas nos cantos dum len!ol branco estendido no ch)o. +o lado, de pé, olhando atentamente o len!ol, estava um homem alto vestindo um longo capote preto que ia até os pés e trazendo na cabe!a um grande chapéu da mesma cor. +o ver aquele quadro o que mais me impressionou foi observar que o homem mais parecia uma mmi mmia, a, imó imóvel vel como est$tua. 1om dificul difi culdade dade consegu conseguibem i passar passa no loca local. /orém, adiante, adia %$ em /ortosedorepetiu elho, elhoa, próimo a min minha ha residência, nor meio do l.cruzamento dasnte, lin linhas has de trem, rep>etiu mesma cena9 vi as velas, o len!ol e o homem de capote e chapéu pretoK +o enfrentar aquele quadro em tudo semelhante ao anterior, ainda mais horrorizado fiquei, mas n)o havia outro caminho. ?ui seguindo na etremidade oposta e, ao passar pelo vulto, tentei ver a fisionomia do homem. #)o consegui divisar o rosto da estranha personagem porque o grande chapéu encobria a metade da cabe!a. 7ogo que consegui me distanciar daquele macabro local ouvi uma voz me chamar e caí na tolice de olhar atr$s. 0em próimo a mim estava o tal homem. 1om o chapéu numa m)o e uma vela na outra, mas... sem cabe!aK +o ver t)o horripilante figura corri desabaladamente em dire!)o a minha casa ouvindo em minha minha retaguarda repetidas gargalhadas e longos assobios. 1heguei a casacom metendo os pés na da ao salachegar, de %antar minha m)e sempre deiava escorada uma cadeira praporta que eu, n)o que perturbasse o sono dos demais.. ?azendo uma barulhada inf demais infernal ernal caí desacordado sob sobre re o assoalho. Deus pais e irm)os, despertados pelo estrépito, acudiram a ver o que acontecera comigo e me socorreram. 3ó após recuperar o sentido, ainda cheio de pavor, pude contar o sucedido. #a manh) seguinte, ainda ddee nervo abalado, fui por, curiosidade, verificar verificar os lugares onde havia passado na véspera, pra ver se eistia algum indício anormal. #enhum vestígio vestígio de cera de vela. #ada que relembrasse o que vira ccom om meus próprios olhosK &odavia, no pontilh)o, %$ rodeado por muitas pessoas, %azia o cad$ver dum homem que o trem da 7eopoldina apanhara naquela noite. O corpo estava coberto com um len!ol branco colocado por pessoas caridosas logo após o desastre. Dinha que curiosidade que mea aproimasse e levantasse o len!ol. verifiquei ali estavafez umcom corpo com cabe!a esmigalhada. 3e tratava dum +ssombrado homem alto, tra%ando roupa e capote pretos, tendo ao lado um grande chapéu também preto. +loriano +oa-a 'ua Costa %endes 1", apt o 1oltando a perto de dona 'osinha esta me acusou de estar imaginando coisa mas quando mencionei o nome que a preta me dera e me referi a seu dese%o de saber do estado de sua perna, a senhora se mostrou assustada. E o que revelou, ent)o, me deiou com um frio na espinha9 I &enho, &enho, de fato, aqui na perna uma feri ferida da %$ quase cicatrizada cicatrizada proveniente de variz. + negra Dariana sabia disso. ?oi uma criada muito boa que viveu conosco muito tempo. Dorreu h$ um ano, mais ou menos. :anc& MendricH de i$a
'ua 2N de #osto 223 Curiti/a, )araná
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
I$penetrável $ist>rio O que venho a contar aqui se passou comigo mesmo em 0arra Dansa, 'io de (aneiro, numa casa que ficava à rua (ansen de Delo. ?oi assim9 em @BGF eu era o operador do cinema *den. +pós a sess)o que terminava sempre às :@9G;h costumava ir em companhia de amigos até o bar 3)o 7uís e dali rumava até #uma casa. noite n oite fique fiqueii até mais tarde na rua e só me re recolhi colhi por volta das :Gh. Entrei no quarto, despi o paletó e o dependurei, como de costume, na própria chave da porta, que eu trancava sistematicamente. epois tirei o cigarro e o fósforo, os coloquei sobre a mesinha de cabeceira, verifiquei se a %anela estava bem fechada, fiz minhas ora!"es e me deitei. +o lado de meu quarto havia outros dois c-modos. #o primeiro dormia meu irm)o com sua esposa e dois filhos. #o segundo três primos. #a parte de cima da casa moravam meus tios. Em certa altura, quando %$ estava ferrado no sono, fui despertado de maneira brusca. Era como se tivesse levado um bruto empurr)o e tive a impress)o perfeita de que uma for!a estranha me atirara por uma ribanceira. Estava tudo escuro. /rocurei o interruptor de luz mas n)o houve meio de o encontrar. Eu estava como tolhido meu pernas, movimento. 6mcorpo aprisionamento nosvaga msculos a a!)o de meus bra!os, de em minhas de meu todo. &inha no!)olimitava de que uma mudan!a radical se operara em meu leito leito a meu redor. 2mpotente pra sair dali, pra me levantar e vencer o torpor, gritei com imensa dificuldade9 I +cordai, +cordai, genteK #)o tardou que meu irm)o se le levantasse vantasse e vies viesse se me atender atender.. &inha &inha consciência consciência de tudo e n)o podia compreender como conseguira ele entrar em meu quarto se eu havia fechado fechado a porta por po r dentro a chave. 3e eu estava espantado, porém, a surpresa de meu irm)o n)o era menor, pois me via deitado sob a mesa na sala de visitaK Dinha cabe!a pousava num de meus próprios travesseiros mas eu estava coberto com uma colcha que antes se achava no quarto onde dormiam meus meus três primos. a beira do travesseiro até a porta de meu quarto o cigarro e o fósforo espalhados no ch)o faziam umme verdadeiro rastro. de acesso de sonambuli &udo aquilo dava impress)o sonambulismo. smo. Estranheza era maior pelo fato de que eu nunca fora son4mbulo. Deu irm)o estava p$lido, trêmulo e n)o dizia palavra. (untei a roupa, apanhei o cigarro e o fósforo e me dispus a voltar ao quarto. 8uando bati a m)o na ma!aneta da porta senti um calafrio no corpo todo9 + porta estava fechada por dentroK Deu pavor n)o teve li limit mite. e. 3ob o olhar estarrecido de meu irm)o gritei alucinadam alucinadamente ente até acordar todos na casa. +té os vizinhos acudiram ante tamanho alarde e em pouco a sala estava superlotada. I &em &em gente dentro de meu quartoK I Qritava eu afl aflito. ito. #a verdade era só o que se podia supor com a por porta ta e a %anela fec fechadas hadas por dentroK Era aquela a nica hipótese lógica. I &em &em gente aí dentroK I 'epetia eu cada vez mai maiss agitado. vizinhos selapreveniram. +lguns foram conta buscardaarma e ficaram distribuídos uns foraOsfiscalizando fiscal izandologo a %ane %anela e outros dentro tomando pporta. orta.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
6m de meus primos foi buscar o machado e o meteu na porta. Em poucos instantes a madeira cedeu aos golpes do ferro e a porta rodou violentamente nas dobradi!as. Das voltou incontinenti como impulsionada por alguém que estivesse atr$s. I &em &em gente, simK * ladr)oK 3aias daí, band bandidoK idoK I & &odos odos gritavam ferozes. + porta foi novamente empurrada a dentro e fez o mesmo movimento de retorno. + cena se repetiu algumas vezes e, como n)o passasse daquilo, alguns se encora%aram e entraram norgal quarto. 6maa ga 6m garg alha hada da es estou tourou rou em tod todas as as boc bocas. as. +tr$s +tr$s da porta porta,, a fa faze zend ndoo vo volt ltar ar insistentemente, estava um velho e inofensivo colch)o. I '$5r$5r$5r$K '$5r$5r$5r $K I Qargalhara Qargalharam m todos. Das no meio da risota geral eu fazia minhas observa!"es. Dinha seriedade contagiou toda gente. Em pouco tempo quietos, cabisbaios, todos se curvaram ao peso daquele estarrecedor mistério. E n)o era pra menos. + porta, mesmo toda despeda!ada, mostrava a lingeta da fechadura a fora, sinal de que estava fechada por dentro, com a chave ainda no lugar. + %anela, conforme todos constataram, estava hermeticamente fechada por dentro. E, da porta até a mesinha de cabeceira, o fósforos e o cigarro espalhados no ch)o continuavam o misterioso rastro que se estendera pela sala de visita até minha cabeceira. /or muito tempo o coment$rio nas ruas de 0arra Dansa foi eclusivamente em torno daquele espantoso fato9 O homem que fora atirado através da porta fechadaK ;iovanni Carneiro 'ua ;odofredo iana 4 Bacarepauá, *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
$ enterro fantástico Em @BGN era eu ainda muito novo e residia na cidade de Dagé, em cu%a esta!)o meu pai possuía um bufê onde eu o a%udava. &odos os dias esper$vamos o ltimo trem, que chegava a Dagé às @Hh. #as setas5 feiras permanecíam permanecíamos os a postos até as dez da noite, quando passava o noturno campist campista. a. De lemb lepapai mbro ro verificou be bem m que, num des dessas sas setas tas5fe 5feira iras, s, quando qua ndo est$va est $vamos mos esp espera erando ndo o noturno, quenuma n)oahavia maisse fósforo e me mandou comprar. O nico bar que podia atender naquela hora ficava ficava na rua doutor douto r 3iqueira, no largo (a. a esta!)o até o largo h$ um bom peda!o marginando marginando o cemitério. 1onfesso que n)o me agradou muito a ordem de papai mas n)o podia discutir determina!)o determina !)o superior. E l$ fui passando no lado do cemitério até chegar ao bar bar.. +o me aproimar do bar encontrei no meio da rua um bando de crian!a brincando e fazendo enorme algazarra. #ada vi de mais naquilo, naquilo, apesar da hora tardia da noite, e decer decerto to por ver tanta crian!a brincando brinca ndo ali foi que n)o estranhei o que aconteceu logo depois. >i um enterro com quatro homens carregando um cai)o mas continuei meu caminho até o bar onde comprei o fósforo e voltei. 7$ estavam no mesmo lugar as crian!as brinca brincando ndo alegremente. nte. O corte%o fnebre, distanciara um tanto e eu, n)o resistindo resistin do àalegreme curiosidade, tratei de o alcan!ar. alcan! ar. porém, %$ se distanciara +ssim que me aproimei dos quatro homens percebi que, se eu atrasava os passos eles faziam o mesmo, se os apressava eles se adiantavam no mesmo ritmo. 'epeti essa eperiência eperiência duas ou três vezes antes de alcan!ar alcan!armos mos a entrada do cemitério. >i, nesse moment momento, o, que o port)o por t)o se abria sozinho e que os homens entrando nele foram ao meio do cemitério, depuseram o atade no ch)o, acenderam velas e vieram a fora esfregando os bra!os. O que me encheu de medo e me deiou com arrepio no corpo foi que tudo isso se passou em poucos segundosK #ada mais vi. 8uando dei em mim estava sentado na esta!)o, cercado de gente que perguntava o que me acontecera. 3ó depois dalgum tempo pude contar o que vira. pra se certificar docomo fato, no dia imediato o coveiro, queefetuado naquele tempo era/apai, um velhote conhecido +ntonico, e lheprocurou perguntou se havia algum enterro na véspera, na noite. I #)o fiz enterro algum ontem na noite e nem emprestei a chave do cemitério cemitério a alguém. d>sio Cardoso ravessa ravessa #l/erto orres orres 1N", F.o ;on-alo :iter8i, 'io de Baneiro
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
C7uva de pedra P$ dois anos morava eu com minha mulher e duas filhas menores, Elza e Wiza, na rua +lzira >aldetaro C;, em 3ampaio. + casa era de propriedade duma senhora chamada Daria 2taliana que ocupava a parte da frente. (amais not$ramos coisa alguma de anormal até que, numa tarde, entre as Ch e C9G;h, quando mebatendo sentava à mesa pedrinhas batendo num prato.pra %antar, ouvi certos ruídos nítidos semelhantes aos de #ossa mesa ficava encos encostava tava na parede e isso fez com que pens$ssemos haver algum rato ou qualquer outro bicho localizado no forro fazendo caírem as pedras. Entretanto, como nada houvéssemos visto, somente ouvido o pequeno rumor, fomos dormir dorm ir sem atr atrib ibui uirr car$ car$ter ter et etraord raordin in$ri $rioo ao fat fato. o. + noite noite transcor transcorreu reu em abs absol oluta uta normalidade. #o dia seguinte, na mesma hora, quando est$vamos à mesa, novamente voltou a ser ouvido o mesmo ruído de pedrinhas batendo num prato. ?izemos uma busca mais atenta, sem resultado pr$tico. E assim se encerrou o episódio daquela noite. #o terceiro dia, na mesma hora, se repetindo o inep ineplic lic$vel $vel ruído, %$ o espanto nos dominava. /erguntei a minha mulher, 7iberata, se tinha ouvido. I Ouvi simK, (o)o. donde achava que provinham tais pedras, 7iberata protestou9 1omo lhesimK, indagasse protesto u9 I Das que pedrasL, (o)o. Onde é que est)o as ppedrasL edrasL + gente procura e nada acha. /ropus, ent)o, a minha mulher, que tirasse a mesa daquele lugar e a colocasse no lado oposto, com o que ela concordou. &odavia, quando fomos %antar, no dia imediato, %$ com a mesa em nova posi!)o, o mesmo barulho barulho se produziu. 1ome!ou a ter lugar, daí por diante, naquela casa, uma febre de eperiências quanto à posi!)o di$ria da mesa, tudo pra fugirmo fugirmoss daquele som enervante. + colocamos, finalmente, no centro da sala. +o nos sentarmos pro %antar do dia seguinte estrondou um ruído muito mais forte, como se uma pedra maior houvesse caído e partido um dos pratos. 1onsiderei que podia ser brincadeira de alguém que estivesse l$ fora e combinei fecharmos a %anelaestarrecidos9 pra maior certeza. +ssimsefoi foalguém i feito. 6m fen-meno estranho apavorante logo nos deiou Era como atirasse pedras e maise pedras nas paredesK #ada se via mas o ruído era t)o níti nítido do e insi insistente stente que 7iberata, apavorada, correu a chamar dona Daria 2taliana assim como outros vizinhos. O espantoso é que quando minha mulher voltou com toda essa gente %$ o ruído cessara completamente. aí a diante n)o conhecemos mais sossego à hora do %antar. ($ n)o nos sent$vamos à mesa9 comíamos comíamos em pé com o prato na m)oK #em assim assim o barulho cessou. #essa altura a nnotícia otícia do fen-meno se esp espalhara alhara e era sem5conta o nmero de pessoas que ali afluíam na hora costumeira pra presenciar tais fatos. /or fim a notícia chegou ao conhecimento do @B ; distrito policial, que designou o investigador inve stigador de apelido 1ai #$gua pra apurar o que ocorria.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
1ai #$gua combinou comigo comparecer a casa na tardinha acompanhado de v$rios subordinados seus que tomaram posi!"es estratégicas na redondeza observando tudo e se dispondo a deter qualquer indiv indivíduo íduo suspeito. O investigador se fechou em casa conosco, verificando tudo internamente pra afinal se sentar absolutamente certo da efic$cia de suas medida medidas. s. I ?iques descansado, seu (o)o (o)o.. I isse ele I 1omo vês9 até agora ago ra nada aconteceu. &udo est$ quieto o que havia era brincadeira com de o senhor. desocupadas. Daseagora, agor a, com a políci polícia, a, a coisa muda figuraK #aturalmente de pessoas Dal o zeloso 1ai #$gua acabara de pronunciar tais palavras, se p-s a fazer gestos como quem se defende de ataques inesperados vindos de v$rias dire!"es. Entretanto nada se via que %ustificasse tal atitude. #a 4nsia de verificar verificar quem seria, fora de casa, o promotor daquele bombardeio, bombardeio, 1ai #$gua abriu a porta e se defrontou com um repórter do Diário Carioca, o qual ainda p-de presenciar alguma alguma coisa do fen-meno. &al repórter, pelo que chegou a perceber, concluiu imediatamente que aquilo n)o era caso de políci polícia. a. iante disso o investigador se retirou com seus homens e o repórter se aprestou pra concluir sua reportagem que foi estampada no Diário Carioca de dezembro de @B:B. + publica!)o da notícia fez com que afluísse à casa mal5assombrada em que residíamos. e minha parte %$ mealiachava disposto a me mudar, quando, em se certa tarde, desconhecida passou e, vendo o a%untam a%untamento, ento, quis saber do que tratava. tratava . uma velha 2nformada de tudo, me falou9 I *s a dona da casaL 1omo lhe respondesse que era o inqui inquili lino no me perguntou9 I 8ueres que dê um %eito nissoL I 2sso nem se perguntaK I 'espondi I /odes conseguir issoL I ?arei o possível. +manh) +manh) voltarei voltarei.. #o outro ou tro dia, conforme prometera, a velha voltou. De pediu um copo cop o li limpo mpo com $gua e uma vela. Em seguida rezou algumas ora!"es, introduziu a vela acesa equilibrada dentro do copo cheio d$gua e me mandou o colocar sobre o parapeito dum arco que separava as duas salas. ?eito isso fiques desconhecida afirmou impressionante I +gora fiaques descansado porquecom nada mais ha haver$K ver$K convic!)o9 8uando, no dia seguinte, fomos ver o copo, este se achava completamente vazio e seco. #)o havia nele vestígio de $gua nem de vela, como se tudo se tivesse evaporado misteriosamente. Em verdade, a partir de ent)o, n)o mais se registraram os fen-menos auditivos e a paz voltou a nossa casa. +lém do testemunho da imprensa, muita gente presenciou aqueles surpreendentes fen-menos, dos quais eu e minha mulher 7iberata /ereira do #ascimento, fomos as principais princi pais ttestemunhas. estemunhas. Bo.o %eneses do :asci$ento, $ecPnico das caixas reistradoras :ational F@ #@ 'ua eríssi$o %ac7ado 43
'oc7a %iranda, *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
*estino i$placável /or volta do ano de @B:H eu trabalhava como marceneiro no instituto ona Escol$stica 'osa, à avenida 0artolome 0artolomeuu de Qusm)o @@@, @@@, em 3antos, onde fui também educado. Entre meus colegas de profiss)o havia um de nome +nt-nio >entura, que eercia seu mister trabalhando numa serra de desdobro. Essas serras s)o assim chamadas porque se destinam a dividir as serras toras de em pranchas e tabuados, se sentido empregando, conforme o caso, cinco ou seis quemadeira ss)o )o fiadas a um bra!o e agem em senti do vertical. Em certa manh) +nt-nio > >entura entura se apresentou ao chefe da serraria, Qraciano Dorales, %$ falecido, falecido, que eerceu longos anos essa fun!)o naquele colégio, e lhe comunicou que n)o dese%ava trabalhar naquele dia por ter um pressentimento de que algo de mau iria se dar. E %ustificou esse estado de espírito contando o sonho que tivera naquela noite9 6ma prancha se desprendia do guindaste guindaste e caía sobre ele o esmagando. O chefe, sem querer insistir, ponderou ao >entura que n)o tivesse preocupa!)o devido a um simples sonho e, como n)o houvesse muito servi!o, o aconselhou a que ao menos aproveitasse o dia pra a limpeza e lubrifica!)o da m$quina, sem lidar com as toras de madeira. 3e encontrava o infeliz companheiro entregue à eecu!)o do servi!o de limpeza da m$quina quando uma das pe!as anteriormente desmontadas entura como um de seus bons servidores. Este fato, de t)o estranha coincidência, coincidência, pode ser comprovado ainda pelo senhor +lcides +lcides /into, atualmente funcion$rio da 0razilian Xarrante, de 3antos. audelino )into de Oliveira F.o Bos> dos Ca$pos, F.o )aulo
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
# $ul7er de /ranco P$ dois ou três anos, aproimadamente, quando em nossa casa ainda n)o tínhamos luz elétrica, mam)e, em certa noite, se levantou e procurou acender o lampi)o utilizando um isqueiro. 1omo esse acendedor falhasse ela desistiu de seu intento e, sem qualquer idéia de temor, %anesurpresa %anela la do quarto a fim de verduma comomulher estava adefronte noite. a casa nmero AB@, ao ?oi abriu muitaasua ao ver o vulto lado da nossa. Essa criatura estava toda vestida de branco, de cal!)o e blusa da mesma cor e com o cabelo comprido e solto. Dam)e, porém, n)o conseguiu ver o rosto. +gu!ando o olhar notou que a mulher desaparecera pela cerca da frente sem utilizar o port)o que se achava fechado. 7ogo depois surgiu na entrada do prédio vizinho, onde h$ uma cerca de bambu. E repetiu esse tra%eto duas ou três vezesK Dam)e fechou a %anela e olhou o mostrador fosforescente do relógio9 Era %ustamente meia5noite. 8uando, no dia seguinte, nos contou o que se passara, ninguém acreditou, e até meu irm)o mais velho, Woco, lhe disse9 I Das mam)e, mam)e, a senhora, uma criatura idosa, contando uma coisa dessaK /assaram os conversando dias e, certaperto vez, da Woco passeio com um colega. #a volta ficaram os dois casafoiatéfazer tardeum da noite. Deu irm)o se despediu do colega e, quando se dispunha a entrar em casa, viu aquele mesmo vulto vulto de mulher toda de branco, tal como acontecera acontecer a a mam)e. 1hamou papai, que ainda estava acordado por ter vindo duma briga de galo. O velho, chegando à porta, declarou nada ver de anormal. #o outro dia, entretanto, me coube a vez9 >i a estranha mulher mulher dando três de suas voltas misteriosas e depois entrei em casa seriamente impressionado. ?inalmente, papai, indo na alta madrugada ao matadouro de 3anta 1ruz, onde trabalha, maiss tarde confessou ter visto a mulher de branco. mai E n)o fomos somente nós, da família, pois nossa vizinha Dercedes, seu marido 1liantes e sua irm) 3inh$, 3inh$, todos viram e tornaram a ver a estranha figura. Dinha m)e se chamava (acinta, meu pai Dateus de 3$ ?reire, e todos podem atestar a veracidade do aparecimento que aqui estoudaquela relatando, sem que algum com de nós possa eplicar o estranho fen-meno do mulher de branco o cabelo comprido e solto, dando voltas em torno da casa vizinha. vizinha. #nastásia da Filveira +reire rua +elipe Cardoso 4N3 Fanta Cruz, 'io de Baneiro
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
$ Audas do outro $undo O re$e e$eten entte des estte epis8di s8dio o > /as asta tan n te relaci rel acionado onado nos $eios $eios artíst artístico icoss e radiofQ radiofQnico nicos@ s@ ra/al7a ra/al7a e$ palco e circo e, n.o raro, cola/ora cola/o ra e$ Aornal e prora$a radiofQnico, onde inR$era produ-.o sua 6urou co$ sucesso@ G autor du$ pe=ueno livro de poesia intitulado Goiambês@
&rabalhava eu como secret$rio do circo5teatro #orip, instalado em /aul, bairro de >itória. +li estava substituindo o (osé 0rito 1oelho, antigo secret$rio do circo, que falecera dias antes, na 3anta 1asa de >itória. Pavia grande consterna!)o na casa de espet$culos, pois o (osé era, n)o só bom companheiro, companhei ro, como ecelente secret$rio, além da ar artista tista de mérito invulgar invulgar.. #aquela noite o circo apanhara uma de suas maiores enchentes. Era o ltimo ltimo espet$culo naquela pra!a e estava pra ser representada a pe!a sacra Vida, paixão e morte de N. . esus Cristo . De achava eu no controle da transmiss)o, pronto pra fazer rodar os v$rios discos de msica especializada, bem como produzir ao microfone os ruídos pra cenas como a do enforcamento de (udas, toda sincronizada com trov)o e ra%ada de vento. ($ havia soado o segundo sinal. O velho #orip, diretor do circo, dava suas ltimas ordens. ona QuetS, sua filha, verificava as roupas das v$rias personagens. ?oi qua quando ndo vi entrar na barraca barraca5ca 5camar marim im um vu vulto lto env enver ergan gando do tra tra%e %e marrom marrom,, se encaminhando ao espelho onde os artistas davam os ltimos retoques em sua maquiagem. &ra%e de tal cor, naquela representa!)o, só mesmo o de (udas. M ($ deu o segundo sinalK sinalK M gritei, advertindo a personagem, que supus fosse dona QuetS. 8uem era n)o respondeu. eu alguns passos à frente e sumiu de maneira ineplicada. ?iquei surpreso. 3aí imediatamente do estdio de transmiss)o e fui até o palco. +li estavam todos os artistas participantes da pe!a. I 8uem foi que que esteve, agorinha mesmo, no cama camarimL rimL I 2ndaguei. &odas as respostas foram negativas. E meu espanto cresceu ao ver dona QuetS com uma vestimenta branca. M 8uem esteve no camarim, camarim, vestido de marrom, agora mesmoL M 'epeti. M 3ó se foi Xalter Xalter 1iri 1iricola, cola, que far$ o (udas. I De disseram. 'ealmente. e marrom, naquela representa!)o, só o tra%e de (udas. /rocurei Xalter no mesmo instante. 7$ estava ele, à volta com uma cortina. 3ua indument$ria era igual à do vulto. I ?oi tu quem esteve agora no camarimL I Eu n)o. Estou Esto u aqui h$ um tempo enorme consertando esta cortina que engui!ou. #aquele instante soava o terceiro sinal. sinal. 1ada um tomou sua posi!)o. >oltei a meu posto. + representa!)o ia correndo sem incidente. 3e aproimava a cena culminante do enforcamento de (udas. 6ma apreens)o tomava todos os protagonistas. Xalter 1iricola era ecelente acrobata mas péssimo declamador. ?ora apanhado pro papel a fim de salvar a renda infalível daquela pe!a tradicional.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
Em todo caso l$ ia ele sem maior trope!o. ?altava, entretanto, o grande momento que eig eigee do intér intérpret pretee ecepc ecepcio iona nall quali qualida dade de hi histr stri-n i-nic icaa que todos sabia sabiam m fa falt ltar ar ao ineperiente ginasta. ?oi com crescente surpresa que todos perceberam a transfigura!)o por que passou o 1iri iricola cola.. +s pala palavr vras as saía saíam m de su suaa bo boca ca co com m se segu gura ran! n!aa e vi vigo gorr de infle e)o )o impressionantes. 3ua gesticula!)o assumia propor!"es incomuns, num desembara!o só visto 0ritoestava 1oelho. 3eantes diria em que(osé ali n)o Xalter 1iricola e sim o próprio Wé 1oelho, representando seu papel preferido que lhe gran%eara gran%eara vibrantes aplausos em toda sua carreira. Eu estava impressionado. Ts vezes parecia perceber na voz de Xalter infle"es e timbre de Wé 1oelho. Os gestos de ambos tinham semelhan!as pasmosas. + própria maneira manei ra de preferir certos pontos ddoo tablado pra declamar declamar sua fala era a de Wé 1oelho. #o final, final, antes de fazer qualquer coment$rio sobre o que observara, ouvi dos demais artistas epress)o de entusiasmo e assombro9 I >istes >istes como o X Xalter alter no papel de (udas até parecia o Wé 1oelhoL 6m calafrio calafrio passou pela espinha de todos nós. (osé 1oelho voltara pra representar mais uma vez o papel que nunca abandonara em toda a eistência do circo5teatro #orip. Esse fato poder$ ser testemunhado por todos que trabalhavam naquele espet$culo, entre eles a família 1amargo, as irm)s 1hulvis, /edro uara, (lio #orip e sua família. 'o/erto Filva *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
erra erra $al9ad $al9ad=uirida =uirida Em certa noite de setembro de @BGF ?ernando &olentino foi despertado por um barulho vindo vindo da cozi cozinh nhaa com comoo se al algué guém m estiv estivess essee la lava vando ndo panel panela. a. epois epois ouviu o rumor rumor inconfundível de alguém soprando o fogo e logo a seguir um forte cheiro de quei%o assado encheu toda a casa. ?ernando &olentino alugara aquela fazenda. /ensou logo que fossem seusrecentemente dois vaqueiros, Diguel e +riel +riel,, que se levantavam sempre muito cedo. 'aciocinou, porém, que n)o podia ser algum dos dois, pois eles dormiam em dependência separada da casa da fazenda e esta se achava inteiramente trancada por dentro. /or desencargo de consciência os chamou. I +rielK +rielK D Diguel iguelKK #)o obtendo resposta, e como o barulho continuou, acordou sua mulher mulher e ambos foram até a cozinha veri verificar ficar o que havia. +ssi +ssim m que chegaram o ruído cessou dando lugar a uma ventania t)o forte que ambos mal podiam respirar. /ercebendo se tratar dalgum fen-meno sobrenatural voltaram ao quarto e nada mais aconteceu no resto daquela noite. #o dia seguinte e por muito tempo ainda a barulhei barulheira ra se repetiu sempre de maneira maneira igual mas nunca mais os dois foram até a cozinha, deiando de observar se a ventania continuava. #uma noite, entretanto, os ruídos mudaram completame completamente nte de fei!)o9 +o lado do quarto do casal havia outro muito grande onde o antigo morador, propriet$rio de fazenda, deiara inmeros ob%etos seus guardados. ali partia um som ineplic$vel semelhante ao que produziria um animal roendo vorazmente alguma coisa. urante a noite inteira o insuport$vel som se fez ouvir parecendo apenas variar de local, ora mais próimo próimo ora mais afastado. E só cessou no raiar do dia. ?ernando &olentino se dirigiu ao quarto vizinho, interessado em descobrir a causa do insólito rumor. O que viu o encheu de pavor. +s qua quatro tro pare paredes des do quarto quarto estava estavam m tota totalm lment entee destruí destruídas das,, só restand restandoo del delas as o engr engrada adado do de ma made deir iraa qu quee su sust sten enta tava va o re reboc boco. o. O n nic icoo ponto ponto em que a pared paredee conservava seu revestimento normal era no lugar em que estava dependurado um quadro com+preensivo a estampa com de #ossa 3enhoraK o rumo daqueles fen-menos, ?ernando &olentino resolveu chamar um padre pra benzer a casa. +o anoitecer daquele mesmo dia ali chegavam o padre avino Dora Do rais is,, vi vig$ g$ri rioo da pa paróq róqui uia, a, e seu seu sacr sacris ist) t)o, o, Qera Qerald ldoo 'om) 'om)o, o, qu quee me na narro rrouu os acontecimentos acontecimen tos aqui descritos. 7ogo que qu e o sacerd sacerdote ote principiou a benzer os c-modos, v$rias vozes se fizeram ouvir do lado de fora, como que vindas de diversas dire!"es em redor da casa. + princípio eram sons imperceptíveis imperceptíveis mas depois se fazia faziam m entender claramente, repetindo sempre a mesma frase9 I ?oi terra mal5adquirida... mal5adquirida... ?oi terra mal adqui adquirida... rida... O vozerio perdurou até que findassem as ora!"es e, terminadas estas, uma forte ventania zuniu zuniu l$ fora se afastando ssempre empre até desaparecer completamente. completamente. &ambém, depois daquele dia, a paz voltou àquela casa e nunca mais seus moradores foram perseguidos por fen-menos de qualquer espécie.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
;eraldo de Fena ;on-alves 'ua %onsen7or )in7eiro 5 F.o Bo.o vanelista, %inas ;erais
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O piano de Carlos ;o$es +o fato etraordin$rio que vamos narrar est$ ligado o nome imortal de 1arlos Qomes. #ome imortal imortal,, sem sombra de dvida, porque nele se perpetua a glória imperecíve imperecívell do maior gênio musical musical das + +mérica méricas, s, que abriu os olhos à luz da vida e os cerrou até sempre na terra aben!oada do 0rasil que tanto ealtou e soube amar. evem ev emos os da seuvelha conhec con5guarda hecim iment ento o aumum %o %orna rnali list sta paraen paraense perten pertencen cente grupo grup o dos profission profissionais ais velha5guarda com eercício dea mais desequarenta anoste noaoministério mini stério da imprensa. 2nicia 2nic iando ndo seu racio raciocín cínio io %ornalí %ornalísti stico co em @B;C, no /ar$, como repórter da "ol#a do Norte, %orn %ornal al fund fundad adoo por doutor doutor Enéa Enéass Da Dart rtin inss e ho ho%e %e de propri propried edad adee de /aulo /aulo Daranh)o, tem ele eercido sua atividade profissional em v$rios estados da federa!)o, no /ar$, no +mazonas, no Daranh)o, no 1ear$, em 3)o /aulo e, nos ltimos anos, no 'io de (aneiro, como redator d$ man#ã e do venerando ornal do commercio desta capital.
Em @B@N, de regresso do +mazonas, (o)o +lfredo de Dendon!a reassumiu, em 0elém, o cargo de redator5secret$rio da "ol#a do Norte. Em certo dia foi convidado a assistir a reinaugura!)o do cassino /araense, cu%a sede fora instalada na pra!a da 'epblica, onde, aodacentro, imficava ponente o ma%estoso teatro da /az. #um dos 4ngulos do sal)o principal sede doavulta clubeimponente localizada a pequena orquestra que animava dan!a e da qual fazia parte um piano de meia5cauda em que tocava um pianista português apelidado Dan%erico, alcunha que lhe adviera de sua preferência pela eecu!)o constante da msica duma revista com aque aquele le nome. #o grupo de %ornalistas %ornalistas presentes à noitada alegre surgiu de repente uma notícia sensacional9 O piano que se encontrava nos sal"es boêmios do cassino era, nada mais, nada menos, que o piano de 1arlos QomesK 1oment$rios, dvidas, opini"es e controvérsias se cruzaram de pronto em torno da revela!)o. #)o faltou quem fornecesse um detalhe interessante9 O piano fora adquirido duma família família pobre, rresidente esidente no bairro da cidade velha, velha, que o vendera por dez réis de mel coado a Ot$vio de Dorais 'ego, um dos diretores do cassino. 6ma profana!)o, uma irreverência imperdo$vel imperdo$vel à memória do grande criador de beleza, a presen!a do precioso instrumento num sal) sal)oo de cabaré. (. Eust$quio de +zevedo, autor da $ntologia $ma%&nica, e 'ocha Doreira, autor de 'ã, poeta poetass de val valor or,, am ambo boss redat redatore oress da "ol "ol#a #a do Norte Norte, escreveram nesse %ornal inspiradas cr-nicas lamentando o destino do piano5relíquia. (o)o +lfredo, porém, por mero palpite de repórter, n)o prestava crédito à atoarda e fundamentava fundame ntava sua oopini)o pini)o num argume argumento nto simples9 simples9 O piano do cassino, embora denotasse ser um instrumento velho, com alguns anos de uso, n)o oferecia na aparência, em sua estrutura, na disposi!)o de suas linhas, uma perfeita semelhan!a com o piano reproduzido em parte no quadro magnífico que fia os ltimos momentos de 1arlos Qomes, obra dos pintores itali italianos anos oméni oménico co de +ngel +ngelis is e Qiovani 1apoanezi, grande tela que figura na pinacoteca da prefeitura munici municipal pal de 0elém. O assunto, por sua natureza, despertava %ustificado interesse, e o secret$rio da "ol#a do Norte iniciou pessoalmente uma sindic4ncia a respeito do paradeiro real do piano de 1arlos Qomes.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
#a capital paraense residia residiam m naquele tempo dois ilustres ilustres artistas, contempor4neos e amigos do grande operista de (o c#iavo e Condor. Eram eles o maestro italiano Ettore 0osio, 0osi o, h$ muit muitoo radicado radicado no /ar$, autor de v$rias compos composi!"e i!"es, s, entre as quais quais ) du*ue de Vi%eu, ópera de assunto português louvada pelo próprio autor d ) guarani, que em carta de apresenta!)o do maestro 0osio ao empres$rio ?. 0rito, do 'io, o considerava egrégio autor e musicista de primeira ordemY o outro era que, como representante da +ssocia!)o 7írica do /ar$, firmava com 1arlos Qomes, em Dil)o, no ano de @HBF, contrato pruma temporada líric lírica a no /ar$. + esses dois maestros, seus amigos pessoais, se dirigiu (o)o +lfredo de Dendon!a, ouvindo de ambos interessantes informa!"es sobre o destino do precioso instrumento, as quais qua is con consti stituí tuíram ram ma matér téria ia dum dumaa am ampl plaa entrev entrevis ista ta publi publicad cadaa na "ol "ol#a #a do Norte Norte e transcrita em %ornais da /araíba, 0ahia e Dinas Qerais, e que pode ser assim resumida9 +pós o falec falecime imento nto de 1arlos Qomes, ocorrido em 0elé 0elém, m, em @C de setembro de @HBC, foi seu piano removido de sua residência na travessa 8uintino 0ocaiva, antiga travessa do /ríncipe, prédio de propriedade do ma%or +nt-nio /edro 0orralho, herói da guerra do /araguai, fundador do clube republicano do /ar$ e tio materno de (o)o +lfredo, à sede da escola de 0elas +rtes, onde funcionava o conservatório musical do /aran$ que tomou depois o nome de 2nstituto 1arlos Qomes. +li permaneceu o piano até quando foi etinto o conserv conservatór atório io pel peloo gov govern ernador ador +ugus +ugusto to Dontene Dontenegro gro em seu prime primeir iroo períod períodoo de governo, de @B;@ abe@B;F. +o que se sa sabe o dou doutor tor +ugu +ugusto sto Do Dont nten eneg egro, ro, que reali realizo zouu no /a /ar$ r$ em dois quatriênios uma obra fecunda de administrador, n)o gostava de msica, tanto assim que a preteto de economia etingui etinguiuu o 2nstituto 1arlos Qomes, ent)o dirigido dirigido pelo maestro paraense Denele Deneleuu 1ampos, e todas as bandas de msica da gloriosa polícia polícia do /ar$, a brigada mili militar tar do estado de que era regente o maestro itali italiano ano 7uís Daria Daria 3mido. 3mido. ?echado o conservatório foi o piano removido ao pal$cio do governo e colocado numa das salas da secretaria geral. +lgum tempo depois foram iniciadas grandes obras de readapta!)o do pal$cio, sendo o instrumento novamente transferido a outro local, desta vez o teatro da /az, em cu%o amplo foyer ficou ficou instalado. 3ucedeu que concluída a reforma do pal$cio, foram atacadas as obras de remodela!)o do teatro da /az, e o piano mais uma vez mudou de lugar. 'etirado do sal)o nobre foi encafuado elado elado pelo símbolo augusto da p$tria, n)o era franqueado a eecu!)o musical, fechado a chave de prata que cerrava o teclado, guardada no cofre da associa!)o, sob responsabilidade responsabilidade do tesoureiro, senhor (. (. Donteiro de /aiva, mais tarde oficial de gabinete do ministro 7ira 1astro, quando titular da pasta de agricultura. 3omente uma vez se abriu uma ece!)o, em favor do maestro baiano Danuel +ugusto, ho%e diretor do conservatório musical de 'ecife, que em visita à associa!)o, lhe sendo mostrado o piano, pediu que lhe fosse concedida honra de dedilhar aquelas teclas que haviam sido sagradas pelos dedos de 1arlos 1ar los Qom Qomes. es. 3at 3atis isfei feito to o pedido pedido,, Danue Danuell +ugus +ugusto, to, de pé, em res respei peitos tosoo si silê lênc ncio io,, eecut ee cutou ou os aco acordes rdes vi vibra brante ntess da prot protofon ofonia ia d ) +ua +uaran ranii, os encerrando com os primeiros prime iros compassos do Pino #acional 0rasile 0rasileiro. iro.
Eis, afinal, afinal, a parte principal do fato narrado por po r (o)o +lfredo de Dendon!a. 1erto dia, ao entardecer, se achava o secret$rio da "ol#a do Norte atarefado com o amanho do %ornal pro dia seguinte quando foi procurado na reda!)o pelo velho 1unha, o porteiro da associa!)o, que q ue comunica comunicava va ao presidente uma surpreendente novidade. novidade. I outor. ou tor. #esta madrugada alguém entrou na associa!)o e tocou to cou no piano de 1arlos QomesK
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
I 8ue história é essaL, seu 1unha. I 2ndagou (o)o +lfredo +lfredo I 1om certeza est$s sonhando. I #)o, senhor, do doutor utor Dendon!a. Po%e, quando fui abrir a sede pra fazer a limpeza, limpeza, um chofer que faz ponto na pra!a da 'epblica, diante do Qrande Potel, me garantiu que por volta de três horas da manh) manh),, estacionado à po porta rta do 1itS 1lub esperando os ltim ltimos os fregueses, ouviu sons de piano que partiam do prédio p rédio da associa!)o. I impossí velK1hamou I 2nterrompeu (o)ode+lfredo espantado. I *E impossívelK tem mais. a aten!)o seus colegas e também ouviram a msica que partia dali. O porteiro 1unha era homem de absoluta probidade, digno da confian!a e da estima de todos os diretores por sua conduta eemplar e zelo inecedível com que desempenhava sua modesta mas trabalhosa fun!)o. #)o era de crer que se houvesse descuidado no dever dei de ian ando do o pré prédi dioo mal mal fe fech chado ado ou conse consent ntin indo do qu quee al algu guém ém per perno noit itas asse se al alii se sem m conhecimento da diretoria. + associa!)o ficava aberta das @Ah até pouco depois da meia5 noite, no m$imo até uma hora da manh). 3ua sede estava instalada em prédio dum só pavimento, pavim ento, com um por)o habit$v habit$vel, el, situado à pra!a da 'epblica, 'epblica, no centro do quarteir)o, limitado pelas ruas 1aetano 'ufino e Dacap$, ficando ao lado esquerdo o palacete da famí famíli liaa do etinto desembargador desembargador #apole)o de Oliveira Oliveira e o cinema cinema Olímpi Olímpia. a. #o lado direito, contíguo, c ontíguo, o amplo edifíci edifícioo da rotisseria ro tisseria 3uí!a e do teatro tea tro *den. #o alto o moderno edifício rotisseria estava instalado o 1itS 1lub, de reuni)o da boemia elegante de 0elém.da3eus freqentadores permaneciam ali atéponto altas horas, ficando à porta do clube v$rios carros de pra!a esperando noctívagos. +lguns desses autos ocupavam o trecho fronteiro à associa!)o e, daí, a informa!)o prestada pelo chofer ao velho 1unha. O fato, como era natural, foi comentado entre diretores e sócios do grêmio %ornalístico e todos verificaram se achar o piano sem altera!)o, fechado como costume. + chave no cofre do tesoureiro, a bandeira nacional na mesma disposi!)o e o prédio sem vestígio de arrombamento ou presen!a de estranho. 1om certeza tudo n)o passava de ilus)o auditiva do primeiro chofer ou dalgum grace%o contra o bondoso 1unha. Das a verdade é que o presidente quis ver e ouvir pessoalmente o que de real haveria no estranho fato. #ada viu... mas ouviu ouviu algo... #a madrugada cerca de três e meia, postados em asilêncio silluz êncio no trecho %ardim %ardim fronteiro à sede daseguinte, associa!)o completamente fechada e com apagada, (o)odo+lfredo e alguns companheiros de diretoria9 Per$cito ?erreira, (. (. Donteiro de /aiva, (lio 7obato, entre outros, perceberam um vago ruído que parecia vir do prédio da sede social. 3e aproimaram e permaneceram sob as %anelas da sala, que davam à rua. O ruído n)o vinhaa do por)o vinh por)o,, vinha do alto, da ssala ala onde estava o piano de 1arlos Qomes. + princípio som distante como abafado por uma surdina. epois mais audível, mais nítido, nítido, em tonal tonalidad idadee suave suave,, mel melanc ancóli ólica, ca, numa numa seqência seqência de acorde soturno, lento, lento, demorado, como um murmrio distante mas perfeitamente melódico. epois o silêncio. #)o havia nem podia haver dvida9 O som partia do piano que estava no sal)o. Os ouvi ouvint ntes es daq daque uele le es estra tranh nhoo not noturn urno, o, co como movi vido doss e pe perp rple leo oss di dian ante te do fa fato to inacredit$vel, inacred it$vel, abrira abriram m o prédio, acenderam a luz e penetraram na sede do grêmio. O piano de 1arlos Qomes estava fechado. + chave de prata continuava no cofre. + bandeira brasileira, brasileira, sem que ruga,foicompletam completamente entemaior estendida o instrumento, instrum ento, continuava a velar a relíquia preciosa deiada pelo gêniosobre musical das +méricas.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
(o)o +l +lfre fredd de De Dendo ndon!a n!a,, em com compl plem ement entoo à narrat narrativ ivaa ac acim ima, a, posteri posteriorm orment entee à irradia!)o, nos enviou as seguintes notas elucidantes9 + sociedade que guarda ho%e o piano de 1arlos Qomes é o 1entro de 1iência, 7etra e +rte de 1ampinas. + senhora p$gina :FF9 Ztala Qomes >az de 1arvalho, em seu livro >ida de 1arlos Qomes, diz na 1entro de 1iência, 7etra e +rte de 1ampinas reuniu e conserva numerosas cartas, docu docume ment ntos os e aut autógr ógraf afos os mu musi sica cais is de 1arl 1arlos os Qo Qome mes, s, as assi sim m co como mo o pi pian anoo qu quee o acompanhava sempre ao longo de sua vida artística, no qual compusera todas suas óperas, a partir da "osca, gra!as ainda à generosa condescendência do doutor 7auro 3odré, que prontamente acedeu ao pedido do centro quando este eteriorizara o dese%o de possuir como relíquia o piano de 1arlos Qomes que figurava no museu do /ar$ desde a morte do maestro. Era o grande piano de concerto, prêmio do 1onservatório de Dil)o, em que minha m)e, +delina /eri, dava recital quando ainda solteira. +o se casar o levou à nova residência e 1arlos Qomes o adotou, o preferindo sempre a todos os outros instrumentos similares que teve em seguida. P$ dois pontos a retificar nas assertiva assertivass da autora da biografia de seu glorioso pai9 @[= #)o foi fo i o dou doutor 7auro 7auro 3odré 3oddo ré piano qu quem em de satisf sati0elém sfez ez oa pe pedi dido do do 1ent 1e ro +r +rtí tíst stic icoo 1ampineiro quando dator transferência 1ampinas. 3uantro Ecelência, como se verifica na narrativa acima, confiou o piano à guarda carinhosa da +ssocia!)o de 2mprensa do /ar$, que o mandou restaurar e o conservou como preciosa relíquia até quando o senhor doutor ionísio 0entes, governador do /ar$ de @B:F a @B:B, retirou o piano do poder da associa!)o ass ocia!)o e o remeteu a 1ampinas. :[= O piano de 1arlos Qomes nunca esteve no Duseu do /ar$, como disse dona Ztala. O /ar$ tem o grande Duseu /araense Emílio Qoeldi, de etnografia e história natural, que, por sua finalidade finalidade n)o se prestaria a guardar preciosidade histórica. histórica. #ota fina final9 l9 /elo que se depreende do interessante artigo Visita cidade natal de Carlos +omes, publicado na 'evista 0rasileira de Dsica pelo senhor +lberto /izarro (acobina em @BGC,n)o figura mais no piano o cart)o de prata que a +ssocia!)o de 2mprensa do /ar$ mandara colocar na tampa do instrumento.
Bo.o #lfredo de %endon-a 'ua Fanta Clara 2 *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
Os f8sforos salvadores 3acrovir de 7auro, funcion$rio da prefeitura de Dadalena, 'io de (aneiro, e que ali reside com sua família, certo dia contou a mim e a outros amigos um fato ocorrido consigo h$ algum tempo e de cu%a veracidade n)o h$ que duvidar. &inha ele um cunhado que era débil mental. 3eu apelido era 7eléo e se tornara muito por muito tod os em todos raz)o de ser Bmuito e inofensi inofensivo. vo. e o próprio 7auro Emquerido certa noite chuvosa, pelas horas,dócil bateram à porta foi abrir. Era um colono da fazenda da >argem Qrande, que dista uns A quil-metros da cidade. O homem trazia um recado do d o propriet$rio pro priet$rio da fazenda, seu amigo +scendi +scendino. no. I 3eu +scendi +scendino no mandou dizer que o 7eléo chegou l$ todo molhado mas quando o convidaram a pernoitar na fazenda se recusou. 8uis vir embora a toda for!a mas n)o quer companhia, companhia, preferindo vir sozinho. 3acrovir de 7auro se disp-s imediatamente a ir até >argem Qrande, embora isso representasse um transtorno. Das temia que o cunhado regressando sozinho se perdesse em noite t)o chuvosa e escura. +companhado pelo colono seguiu a >argem grande, decorrendo a viagem de ida sem incide incidente nte.. /ra vol voltar tar,, como como n)o hav havia ia le levad vadoo la lante nterna rna,, lh lhee arran% arran%ara aram m um archote feito de trapo velho embebido em querosene e introduzido num gomo de bambu. ?oi ainda +scendino quem cedeu a caia de fósforo ao amigo, tendo a mesma uns @; palitos. essa forma 3acrovir de 7auro partiu trazendo em sua companhia o 7eléo. Dal haviam caminhado uns F;; metros, foram fustigados por um ventinho frio que espalhava a chuva e impedi impediaa que o archote permanecesse aceso por muito tempo. aí a pouco n)o restava mais fósforo e a caminhada se tornou um suplício, pois era feita em plena escurid)o, sem que pudessem saber onde pisavam. 3acrovir n)o tardou a perceber que havia perdido o caminho. +bandonara a es estr trad adaa que que mar argi gina nava va um ri ribe beir ir)o )o qu quee co com m a ch chuv uvaa de devi viaa es esta tarr qu quas asee transbordando, o que representava um certo perigo. 3em saber a que lado enveredar, 3acrovir de 7auro parou e segurou o cunhado pelo enquanto manifestava va sua afli!)o aflinervosismo. !)o em voz alta, como se fosse possível ao pobrebra!o demente alcan!manifesta alcan!ar ar o motivo de seu I Dinha Dinha #ossa #oss a 3enhoraK + gente perdida aqui, aq ui, sem saber onde on de est$. O fósforo acabou. 3e alguém aparecesse... +lguém que cedesse uns palitos pra eu acender o archote... Dal acabara de pronunciar tais palavras, ouviu pertinho de si, na escurid)o, uma voz que dizia, enquanto fazia chocalhar uma caia de fósforo9 I +qui est$ o fósforo. 2nsti 2ns tinti ntiva vame ment ntee est estend endeu eu a m) m)oo e apa apanho nhouu a caia. caia. 'acioc 'aciocin inand ando, o, porém, porém, perguntou9 I 8uem est$ me dando este fósforoL 'enovou a pergunta por mais duas vezes mas ninguém lhe respondeu. 3ó se ouvia o ruído da chuva que n)o cessara de cair cair..
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
3ofregamente riscou um palito da caia que misteriosa misteriosamente mente lhe chegara às m)os e acendeu o archoteK Das, quando levantou o archote, clareando ao redor, viu a sua frente algo que o deiou estarrecido. Dais um passo e ambos teriam caído no riacho que ali corria silenciosamente apesar da velocida velocidade de da $gua naquela noite. ?oram baldados o esfor!o e investiga!)o pra descobrir o providencial indivíduo que, naquele pontoeafastado estrada, forneceu a 3acrovir de 7auro a caia de fósforo que salvou, a 7eléo, da de morte certaK B@ #l$eida Fantos %adalena, 'io de Baneiro
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
# escurid.o apavora os $ortos evo o conhecimento deste caso a uma prima recém5chegada da 2t$lia, que reside à rua outor /edro Dascarenhas CN, 1atumbi, e que poder$ confirmar a qualquer tempo. Dinh Di nhaa pri prima ma,, que se cha chama ma 1es 1esira ira de Dar Daria ia,, morava morava numa numa local localid idade ade da 1al$bria, denominada &ranscorria o mês 3cigliano de agostodio de altos e /aixos de constru-.o antia e situado e$ local /astante isolado@ Feu Fe u aspe aspect cto o ext xter erio iorr era, era, po posi siti tiva va$e $ent nte, e, $e $ela lanc nc8l 8lic ico, o, pois pois er era a circundado por u$ $uro alto e$ for$a de ferradura =ue se elevava at> o seundo pavi$ento@ O inte interi rior or er era a de $e $ete terr $e $edo do,, te tend ndo o cor corredo redore ress co co$p $pri rido doss e nu$er nu$ eroso ososs =uar =uartos, tos, sendo sendo ser servid vido o por esc escadas adas $ui $uito to est estre reita itass e$ for$a de caracol@ # $o/í $o/íli lia a es esta tava va $u $uit ito o ve vel7 l7a, a, ap apodr odrec ecid ida a e asta, asta, n. n.o o s8 pelo pelo a/andono co$o pela a-.o do te$po@ Ora, Or a, a casa casa er era a r ran ande de de de$a $ais is pra pra $i $i$ $ e, na natu tura ral$ l$en ente te,, seu seu alu al uue uell se seri ria a $u $uit ito o al alto to@@ n ntr tret etan anto to,, a títu título lo de curi curios osid idad ade e fu fuii procurar o proprietário, a 6$ de con7ecer as condi-Kes@ Co$ espanto ouvi $e pedir apenas 3poca toda a rei.o estava no escuro devido a te$pestade =ue 7avia a/alado a rede el>trica =ue a servia@ :a=u :a =uel elas as noit noites es de es escu curi rid.o d.o a de de$e $ent nte e er era a at atac acada ada de fo forte rtess crisess de loucu crise loucura ra por=ue tin7a pavor de treva@ a vel7a $orreu antes =ue a luz se resta/elecesse@ *esd *e sde e su sua a $or orte te a cas asa a n.o n.o $ai $ais fo fora ra 7a 7a/i /ita tada da,, send sendo o eu a pri$eira $oradora@ G possí possíve vell =ue =ue $e $eu u es espí píri rito to pr prev even enid ido o te ten7a n7a exer exerci cido do rande rande inSuLncia so/re a i$aina-.o $as o fato > =ue nas noites seuintes passei a ouvir nitida$ente passos no corredor, al>$ de e$idos e piarros@ #$ed #$ edro ront ntada ada co co$ $ os es estra tran7 n7os os ac acont ontec eci$ i$ent entos os fui proc procura urarr o pr prop opri riet etári ário o pr pra a de desfa sfaze zerr o ne ne8c 8cio io,, reso resolv lvid ida a co co$o $o es estav tava a a n.o n.o per$anecer $ais ali@ Infeliz$ente 7avia partido dias antes a :ápoles@ oltei constranida ?=uela casa, resinada a auardar a volta do responsável@ +oi na noite seuinte, 5 de sete$/ro de 1N41, =ue se deu o fato $ais pavoroso@ Cerca de 22 7oras@ u e $in7a 6l7a nos recol7e$os ao leito se$ =ue alu$ ru$or viesse pertur/ar nossa tran=Tilidade@ +er ernand nanda a ador ador$ec $ecera@ era@ nt nt.o .o per perce/ ce/ii =ue alu>$ alu>$ ca$ ca$in7 in7ava ava no corredor co$ passos cal$os e lerdos@ %e enc7i de corae$ e resolvi $e levantar pra a/rir a porta e =uando $in7a $.o tocou na $a-aneta senti =ue os passos cessara$ co$o por encanto@ #ssi$ $es$o a/ri a porta $as, sentindo =ue alu>$ $e aarrava ao /r /raa-o, o, $e vol olte teii rapi rapida da$e $ent nte e e de depa parrei co$ u$ esp spec ectr tro o fantas$a8rico =ue, co$ /ril7o $alino nos ol7os e express.o de 7orror na face, $ur$urava co$ os lá/ios se$ia/ertos nu$a voz de al>$9tR$uloD E Juero luz, $uita luz@@@ #terrorizada 0creio at> =ue desfaleci $o$entanea$ente $as loo reco/rando a no-.o das coisas, acendi a luz e isso $e fez reco/rar a serenidade@ Os ruídos cessara$@@@ %inutos depois, $ovida por u$a coraAosa decis.o, fui at> o corredor e, pra $in7a surpresa e indina-.o, veri6=uei =ue a lP$pada =ue eu conservava se$pre acesa durante a noite inteira estava inexplic ine xplicavel$ avel$ente ente apaada, deixan deixando do tudo $erul7ado $erul7ado e$ escur escurid.o id.o sepulcral@ *aí, certa$ente o $otivo da apari-.o@ :a=uela noite conservei ta$/>$ acesa a luz de $eu =uarto@ :a $an7. seuinte a/andonei a=uele luar $aca/ro@ Bo.o Carino 'ua ;eneral )olidoro 11
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
*istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
# $.o do *ia/o Este fato se passou comigo, mais ou menos em @BAN. >oltava eu duma festa e caminhava despreocupadamente na rua /aulo de ?rontim. Era %$ tarde da noite e a rua estava deserta. + certa altura ouvi passos arrastados. Olhei ao lado donde vinha o som mas nada vi porque o trecho era escuro demais. #)o tardou, porém, que a pessoa se mostrasse sob a nica l4mpada que havia na rua. 3e tratava dum homem alcoolizado e, o que logo chamou minha aten!)o, n)o tinha uma das m)os. 1aminhando em sentido contr$rio, quando cruzamos, est$vamos %ustamente no trecho mais escuro da rua. O homem, quando passou a meu lado, parou e pediu. I O senhor tem um cigarroL +tendi.i. +o chega +tend chegarr o fósforo fósforo ao cigarro cigarro pude ver em seu rosto os sinai sinaiss evidentes evidentes dos estragos causados causado s pela bebida. Ent)o apoiou a m)o v$lida sobre meu ombro e, sem maiores pre4mbulos, se p-s a contar sua vida. Eu n)o tinha a menor pressa. + noite estava quente, o sono n)o vinha. vinha. /or isso fiquei parado, pacientemente ouvindo sua história. I #em sempre fui este trapo de gente que o senhor est$ vendo. ($ tive minh minhaa época de felicidade. #aqueleétempo, contudo, euon)o davaera import4ncia minha que estou na desgra!a, que compreendo quanto feliz antes.a 6m diasorte. veio +gora, o desastre9 perdi minha minha m) m)o. o. Era preferível ter morrido. #ela estavam todas minhas esperan!as, esperan!as, todos meu sonhos... O senhor %$ imaginou um violinista sem uma das m)osL ?oi quando compr compreend eendii toda a tragédi tragédiaa do pobre homem.n homem.num um impu impulso lso instinti instintivo, vo, penalizado penali zado ppelo elo abatimento com que contava aquelas coisas tristes, me pus a o eortar a que tivesse paciência. 7he lembrei as vantagens da calma, da resigna!)o. (eitosamente procurei o fazer sentir as inconveniênc inconveniências ias de se entregar assim à bebida que, no fin final al de conta, n)o constituía lenitivo. 7he acenei com a suprema compensa!)o da fé, aventando que, no imprevisível futuro que lhe estaria reservado, podiam estar as regalias com que o destino haveria de premiar seu sacrifício atual. Dinhas palavras produziram efeito inteiramente diverso. Em vez de se conformar, o maneta se easperou de manei maneira ra assustadora. /arecia um desatinado. I #)oa beleza posso crer num deus que#um me priva da m)o, queminha eu só m)o queria pro bem,a pra espalhar da msica divina. deus que arranca e conserva de tantos outros que só a utilizam na pr$tica dos maiores pecados. E assim, cambaleando, reencetando sua caminhada, seguiu blasfemando9 I &alvez o iabo fosse mais %usto e n)o fizesse uma coisa dessas. 3e ele devolvesse minha m)o %uro que o seguiria pra todo o sempre. E nunca mais quereria saber desse deus que ainda h$ quem considere %usto. Eu %$ havia também recome!ado a andar, seguindo minha dire!)o. +quelas palavras, ditas com impressionante veemência, me fizeram voltar a cabe!a pra observar mais uma vez o inf infeli eliz. z. /resenciei /resenciei,, ent)o, uma cena espantosa que me gelou o sangue nas veias. #a rua vinh vinhaa um c)o trazendo algo entre os dentes. +o passar sob um lamp lampi)o, i)o, próimo ao qual %$ estava o homem, o anim animal al parou e largou no ch)o o que conduzia na boca. /ude ver distintamente distintamente que era uma m)o humana muito muito branca. O maneta, decerto aterrorizado, parara à margem da luz. O c)o o fitava de maneira curiosa.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
/oucos segundos durou aquela agonia. 'epentinamente o bêbado estremeceu como em convuls)o e, agitando os bra!os como pra afastar uma vis)o sinistra, gritou com acentos de pavor9 I #)oK #)o queroK quer oK #)o darei minha alma ao iabo. E saiu em louca disparada na rua, a gritar como um possesso. O c)o desandou em sua persegui!)o latindo latindo desesperadamente e ambos sum sumiram iram na dist4ncia dist4ncia e na escurid)o. Eu estava sem a!)o. #)o sei como pude, ao fim dalgum tempo, sair do torpor que me grudava ao ch)o. + m)o l$ ficara, branque%ando à luz da l4mpada. 'eunindo toda minha coragem me aproimei e apanhei o despo%o humano. ?oi quando percebi, assombrado, que tudo n)o passara de espantosa coincidência9 a m)o era uma pe!a de cera, peda!o de manequim que alguém lan!ara ao lio. O fato do c)o ter saído em persegui!)o ao maneta tinha eplica!)o lógica no espanto do animal diante dos gritos e da d a atitude do pobre infel infeliz. iz. #unca mai maiss encontrei aquele homem, por mais que o procurasse. +ssim n)o posso saber se ficou acreditando realmente que seu desesperado apelo foi ouvido e atendido pelo iabo. #/ra$ %eHler 'ua %ac7ado Coel7o N3, so/@ *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
*esapareceu da cova 3e chamava Dauro o filho do advogado Pipólito 3antana, residente à avenida Qóis 1almonn AN, na cidade de 3anta 2nês, 0ahia. 1almo Dauro morreu aos @A anos de idade, em : de novembro de @BGA, em conseqência de meningite. /assado o tempo regulamentar, Pipólito 3antana tratou de providenciar a euma!)o dos ossos do filho e ent)o ocorreu o fato etraordin$rio que aqui venho relatar, tendo, entre ent re mu muit itas as outr outras as test testem emunh unhas, as, os senhore senhoress Danue Danuell 0atist 0atistaa 3oares 3oares ?i ?ilh lho, o, Qenési Qenésioo 3antos, 7eoc$dio 3ilv 3ilva, a, +genor +genor /ereira e +nt-nio (osé de 3ouza. 1hegado o dia da euma!)o, logo que o coveiro iniciou a tarefa de remover a terra pra descobrir o cai)o, Pipólito se afastou a fim de providenciar, na proimidade, a $gua e o sab)o prà costumeira cos tumeira la lavagem vagem dos ossos. +o regressar, ainda a certa dist4ncia, p-de perceber que o coveiro parecia et$tico, olhando com verdadeiro pavor a dentro da caia fnebre fnebre que %$ retirara da cova. 2ntrigado, Pipólito 3antana se aproimou ap roimou rapidam rapidamente, ente, indagando logo9 I O que h$L +lgum +lgumaa coisaL I *, sim senhor. senhor. O cai)o est$ vazio vazioKK 1om um salto, %$ o advogado estava a seu lado. E, de fato, dentro do cai)o que se achava perfeito, parte da tampa arrancada, mais havia além dum pequeno crucifioapenas de ourocom queuma acompanhara o %ovem Dauro Dauro a nada sua ltima morada. +ssombrado com o ineplicado desaparecimento, Pipólito 3antana entregou a solu!)o do caso a seu grande amigo e brilhante advogado, +lfredo +morim, que, por sua vez, o passou a 3abino 3ilva 3ilva,, médico, médico, lente catedr$tico da escola de medicina medicina da 0ahia. 6m e outro, porém, declararam sua impossib impossibil ilidad idadee em dar eplica!)o ao estranho fato. (amais foi descoberto o menor vestígio do cad$ver. 3omente a cruzinha de ouro permaneciaa como prova irrefut$vel de que o cad$ver estivera naquele cai)o e naquela permaneci sepultura. erilo )eixoto #venida Utila %enezes 4 Fanta InLs, a7ia
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
$ $orto =ue socorre os vivos 3e passou assim mesmo o caso que venho narrar. 'esidindo 'esidi ndo no 'io de (aneiro e tendo conseguido férias, resolvi passar em companhi companhiaa de minha min ha irm irm)) 2saura 3ouza, que reside em +raca%u, à rua 'os$rio do 1atete FFC. Em @F de mar!o de @BAC l$ chegava eu. /or coincidência, no dia seguinte recebemos a visita duma amiga que h$ muito n)o víamos e que também ali se achava a passeio. #o meio da conversa nos contou que dese%ava visi visitar tar algumas algumas cidades do interior se serg rgip ipan ano. o. e epo pois is se de desp sped ediu iu e se retiro retirouu à ca casa sa du duns ns pa paren rente tess on onde de se ac acha hava va hospedada. +conteceu, porém, que em :; de mar!o, portanto A dias depois, recebíamos daquela famí famíli liaa a not notíc ícia ia de que noss nossaa am amig igaa havia havia sofrid sofridoo um desast desastre re ferrov ferrovi$ i$ri rio, o, tendo, tendo, felizmente, escapado ilesa, %$ se achando de volta, procurando se restabelecer do choque que sofrera. 2mediatamente eu e minha irm) rumamos até l$ a encontrando mais refeita do susto, embora nervosa, principalmente principalmente pela ocorrência que nos passou pass ou a relatar. relatar. I 3atisfazendo o dese%o que epressei a vós, via% via%ei ei ao interior a fim de passear um pouco. +ssim sendo tomei um terem na esta!)o da 7este no dia @H, aqui em +raca%u, e em @N9G;h embarquei num suburbano com destino à cidade de 1apela. Em @H9G;h, depois duma r$pida parada na cidade de 7aran%eiras, a composi!)o corria na mais perfeita ordem, se descortinando o magnífico panorama dos canaviais. Eu, debru!ada na %anela, apreciava tudo aquilo. +pós passarmos pela baiada do 1otinguiba, ao avistarmos a cidade de 'iachuelo, precisamente em @Bh, se deu a cat$strofe. + locomotiva saltou dos trilhos, fazend faz endoo tom tombar bar al algun gunss carros, carros, enquan enquanto to outros outros rol rolava avam m pelo pelo despen despenha hadei deiro. ro. Qritos Qritos lancinantes se ouviram e eu, saindo daquela imensa confus)o, custava crer que estivesse com vida no meio de escombros e pilhas de ferro torcido e madeira estra!alhada. + muito custo consegui sair dali e me sentei na relva, etenuada. ai a pouco me apareceu um rapaz de :F anos, aproimadamente, bem apessoado, de cor branca, denotando fino trato. De perguntou se eu era passageira do trem e, como a depress)o nervosa n)o me deiasse responder prontamente, ainda indagou se eu me achava muito abalada, achando natural que assim acontecesse. De ofereceu seus préstimos pr éstimos e, como vi que se tr tratava atava dum perfeito cavalheiro, lhe dissegentil que mente dese%ava ao hotel ou coisa parecida, pernoitar. %ovem se ofereceu gentilmente prairme acompanhar acompanhar, , me dizendoonde quepudesse poderíamos fazer Oo percurso a pé, pois n)o est$vamos mui muito to distanciados de 7aran% 7aran%eiras. eiras. Qastamos quase duas horas no percurso e na cidade meu distinto companheiro se despediu me indicando um hotel. #)o é preciso dizer que tomando um aposento caí no leito e dentro em pouco adormecia eausta. #o dia seguinte, Ah da manh), fui despertada com pancadas à minha minha porta. Era uma pessoa da casa que me disse estar l$ fora uma senhora que me dese%ava falar, falar, pois soubera que ali se achava uma passageira do trem sinistrado. ?ui atender a visitante, vendo logo se tratar de pessoa de certa posi!)o, ainda mais porque descera dum carro. emonstrando grande afli!)o, a senhora foi desde logo perguntando se eu tinha visto entre queapresentou. se achavam na composi!)o, um rapaz que logo identifiquei pela fotografia que elaosme
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
'econheci na fotografia o rapaz que t)o gentilmente me socorrera na véspera e lhe contei tudo o que ocorrera, lhe assegurando que ele nada sofrera e me prontificando à acompanhar a fim de o procurar. Em seu próprio automóvel nos dirigimos aos arredores, indagando a v$rias pessoas se haviam havia m vist vistoo o %ovem e onde estaria hospedado. #enhuma informa informa!)o !)o obtendo, seguimos seguimos ao local do desastre onde, com espanto, constatamos que turmas socorro removiam e descobriam cad$veres. oloroso espanto nosde causou, ent)o, ver quedestro!os retiravam dos escombros, completamente mutilado, o filho daquela senhora, o mesmo que tinha sido meu cicerone na noite anterior, me acompanhando acompanhando ao hotel. Bos> ieira de Fouza 'ua eixeira eixeira 'i/eiro 2"2 onsucesso, *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O nerin7o de Itauaí ?oi em @B@B. Eu era msico e certo dia fui convidado pra tocar numa festinha da capela de #ossa 3enhora do /erpétuo 3ocorro num povoado distante uns três quil-metros do município de 2taguaí. Deus companheiros eram Danoel Pil$rio, Pil$rio, o trombonistaY 0rand)o, pistonistaY Weferino, contra5baiistaY e um outro, que tocava bombardino, conhecido pelo apelido de 1aiumba. Deu instrumento era o clarin clarinete. ete. Ts :G9G;h, acabada a fun!)o na igre%a, fomos pra a casa do festeiro, onde tocamos algumass contradan!as até @9G;h da madrugada. alguma /or fim saímos e, antes de alcan!ar a estrada, ficamos ficamos a discutir se seria mais vanta%oso vanta%oso esperar o trem ou seguir a pé numa caminhada de @:Rm até 3anta 1ruz. Eu e Weferino preferimos ir a pé enquanto Danuel Pil$rio e 1aiumba 1aiumba seguiram pra pr a a esta!)o a fim de pegar o trem que chegaria em 3anta cruz mais ou menos ao mesmo tempo que nós outr outros. os. + noite estava muito escura e n)o havia ilumina!)o pblica naquele lugar. 8uando pass$vamos debaio duma amendoeira ouvimos bem próimo a nós um choro de crian!a. +cendemos fósforos e vimos um garoto de cor preta, completamente nu, aparentando ter H anos de idade. & &inha inha os l$bio l$bioss grandes e grossos gross os e olhos vermelhos como duas brasas. ?icamos impressionados com a eótica figura mas n)o deiamos de acudir o menino lhe perguntando por quê chorava e onde morava. 3ó depois de muita insistência, insistência, numa voz estranhamente grossa pra sua idade, respondeu9 I Doro l$ na terceira porta. Era muito vaga tal informa!"es. Em 2taguaí só havia uma rua que ho%e, ali$s, se chama Qeneral 0ocaiva. /or ser a nica n)o tinha esquinas. 7he perguntei pra que lado ficava sua moradia ele, sempre chorando, apontou pra a parte que subia. 1ombinamos 1ombin amos ent)o que o Weferino, como era o mais ve velho, lho, levasse o menino pra casa. I >ai >ai na frent frente, e, moleque, pra me ensi ensinar nar o caminh caminhoo I ordenou o Weferino. E os dois come!ara a subir a pequena ladeira. #)o se havia haviam m passado F minutos minutos quando ouvimos gritos aterrorizados vindos da dire!)o que os dois tinha tinham m tomado. I teino perdoeK em eusndo, /adreK ve DariaK... Daria Eraeus Wefer Weferin o que 1reio che chegav gava a corre correndo, assomb ass+ombrad rado, o,K...com a fi fisi siono onomi miaa transtorn transtornada ada.. /reocupados, indagamos o que lhe havia acontecido mas ele, em vez de nos responder, repetia uma frase de censura9 I /or que vocês fizera fizeram m isso comi comigoL... goL... /or que vocês fizeram isso comigo comigoL... L... /ercebemos, incontinenti, se tratar dalgo fora do comum, pois o velho msico era homem cora%oso e muito acostumado a andar a desoras. Entretanto, por mais perguntas que lhe fizéssemos durante todo o resto da caminhada, até a esta!)oY pois resolvemos esperar o trem das C horas em 2taguaíY Weferino repisava seu estribil estribilho ho enervante9 I /or que vocês fizera fizeram m isso comi comigoL... goL... /or que vocês fizeram isso comigo comigoL... L... aí em diante Weferino mudou completamente. >ivia em grande melancolia e %amais alguém conseguiu uma só palavra sua que eplicasse o que vira naquela noite, talvez a mais tenebrosa de sua vida. &rês meses depois estava morto.
+rancisco Bos> ossi +il7o
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
)ra-a %ar=uLs de Verval 5 Fanta Cruz, *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
# co$unica-.o i$possível &ragédia brutal ocorreu na manh) de G de maio de @BAA, no p$tio da esta!)o de 1ascadura. 6m %ovem de :C anos, no eercício de suas fun!"es como marcador de dormente, foi colhido pelo elétrico, tendo morte quase imediata. imediata. 3e tratava de meu irm)o Ot$vio era conferente da 1entral do 0rasil e também h$bil telegrafista, eercendo em comiss)o as fun!"es de marcador de dormente, a isso levado por necessidade de ordem econ-mica, de vez que a central atribui gratifica!)o gratifica!)o a esses servidores. /ra conseguir essa melhora de vencimento se serviu do interesse que lhe dispensou o doutor 'enato Penriot, meu cunhado, e5engenheiro da central. + fim de dar a triste noticia a nossos pais, 'aul da >eiga e &eresa >eiga, residentes em /aulo de ?rontin eiga Penrio Penriot,t, minha irm). Eu, em estado de profundo abatimento, fiquei em casa, tanto mais que devia seguir na madrugada seguinte a 'odeio, onde Ot$vio seria enterrado. +penas eu e meu sogro havíamos ficado aqui, em minha residência no 'io. #os recolhemos ao leito logo após :; horas, indo cada qual a seu quarto. #)o é preciso dizer que n)o preguei olho durante a noite. ecorrida, talvez, meia hora depois de me haver deitado, com o pensamento voltado a meu prateado irm)o, comecei a ouvir nitidamente certo ruído em tudo semelhante ao produzido pelos aparelhos telegr$ficos, telegr$ficos, e que vinh vinhaa da sala de %antar a qual se comunica com meu quarto. Era o tique5taque característico dos manipuladores que os telegrafistas utilizam pra transmitir transmit ir despacho. /restando maior aten!)o, observei que os sinais pareciam produzidos por um l$pis batendo na mesa. Era como se alguém procurasse transmitir transmitir telegraficamente telegraficamente alguma mensagem. +sseguro que nunca fui covarde nem dado a acreditar em almas doutro mundo, mas diante daquele fato concreto tratei de me sentar na cama e apurar o ouvido. #otei, ent)o, que as pancadas aumentaram de intensidade. De deitei e o ruído quase silenciou pra voltar mais forte daí a instantes, quando, novamente, me sentei no leito. era telégrafo, puro telégrafoK ?iz men!)o men!)o de me leva levantar ntar mas o tique5taque cessou. ormi. #a madrugada, ao me erguer e me preparar pra tomar o trem, meu primeiro cuidado foi eaminar a mesa da sala, nada encontrado de anormal, se achando sobre ela apenas um %ornal que ali eu deiara na véspera. +panhei um l$pis e batendo com ele sobre a mesa obtive sons eatamente iguais aos que ouvira na véspera. E foi assim que, na madrugada de A de maio, embarquei a 'odeio absolutamente convencido de que Ot$vio, @: horas depois de sua morte, tentara se comunicar comigo utilizando sua habilidade de telegrafista. ?oi ele, n)o ten tenho ho dv dvid ida, a, mas mas desg desgra! ra!ada adame mente nte n)o sabia sabia penetra penetrarr no mun mundo do misteriosament mist eriosamentee estranho daquelas batidas.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
De escapou, dessa forma, a primeira e, talvez, nica oportunidade de me comunicar com o +lém, por n)o saber traduzir uma mensagem telegr$fica transmitida com o l$pis sobre a superfície duma mesa. /or incrível que pare!a, essa é a verdade. +rancisco de )aula %ontenero eia 'ua duardo 'a$os "
iAuca, *istrito +ederal +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O recado do fantas$a O caso se passou com o av- de meu pai de cria!)o, +velino 0arbosa, residente em Outeiro, 3ergipe. 3e chamava Danuel Danuel 0arbosa e era carpinteiro. Pomem destemido, Danuel 0arbosa preferia sempre a noite pra sua viagem de ida e volta toda vez que era chamado pra trabalhar nalgum lugare%o distando do local onde morava. #uma dessas noites, ao regressar dum lugar chamado 1ol-nia, ao passar %unto duma capelinha edificada no fundo do pequeno cemitério 1ruz do +bano, perto de sua casa, lhe pareceu escutar uma voz. /restou aten!)o. 3im, era uma voz de além5tmulo, que lhe dizia atr$s do muro da capelinha9 I DanuelK >$s até casa e voltes. 8uero falar contigoK contigoK 1ora%oso como sempre, o carpinteiro n)o teve dvida em cumprir a estranha ordem. +presou o passo na dire!)o da casa e l$ chegando foi dizendo à esposa9 I Dulher, Dulher, boa5noite. De desculpes, mas só vi vim m la largar rgar a ferramenta... I Onde é que vais a esta horaL, homem de eusK I >oltar >oltar à capelinha capelinha do cemitéri cemitério, o, que l$ tem uma voz me chamando. chamando. + esposa o quis demover mas ele insistiu e foi. +pós alguns minutos estava de volta. + mulher, ansiosa e preocupada, correu a seu encontro. I Qra!as5a5deus que voltaste, porque p orque eu estava com mau pressentiment pressentimento. o. Danuel 0arbosa estava de pé no meio da sala. + esposa recuou apavorada perguntando num grito9 I O que te aconteceuL, Danuel. /orque Danuel 0arbosa %$ n)o parecia o mesmo homem. ?ace contraída como num ríctus de dor, p$lido como um cad$ver, olhos arregalados fitando um ponto longínquo. 3ua figura era profundamente impressionante. ebalde ela insistia9 I O que foi que te aconteceuL, Danuel. Danuel 0arbosa n)o respondeu àquelas perguntas nem às outras outr as que depois lhe fizeram fizeram as demais pessoas da família. #inguém mais lhe ouviu a voz nem conseguiu que tocasse num prato de comida. +pós três dias, sem ter proferido uma só palavra, sem apresentar qualquer sintoma de doen!a, com os olhos fitos num ponto longínquo, ealava o ltimo suspiro sem revelar o que lhe dis dissera sera a vo vozz que o chamara %unto à capelinha capelinha do cemitério.
Bos> leut>rio dos Fantos Fa ntos 'ua Caiu/i 4 Fantos, F.o )aulo
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O $ist>rio da ca-ada 8uando vim a residir nesta serraria da Ind-stria e/filo e/filo Cun#a $, onde trabalho na se!)o eletromec4nica, trazia uma vontade imensa de ca!ar. ($ quando morava em 1uritiba tinha ca!ado v$rias vezes mas sempre ca!a mida e essa n)o mais me despertava emo!)o. +qui fiz amizade com velhos ca!adores, veteranos em aventuras cinegéticas e, em pouco tempo, me tornava companheiro insepar$vel nas ca!adas a tatu, caititu, capivara, veado, etc. ?iz muita ca!ada com o velho (uca Dendes, atirador que n)o perdia tiroY com 3im)o 3antosY +lvino Peidam e 3ebasti)o Qon!alves que %$ havia abatido v$rias on!as. +o lado deles eu n)o fazia m$ figura. /ossuía uma Xinchester GH e, pra me adestrar, furava caias caias de fósforo a @;; metros de dist4ncia. Em certo dia combinamos uma batida aos veados que andavam causando sério estrago numa ro!a distante. 3aímos na madrugada e ao clarear o dia est$vamos no local. 3im)o 3antos, que era o soltador, procurou os vestígios e ao encontrar soltou a matilha. #osso melhor c)o era o &igre, &igre, que nunca perdera rastro. #esse dia, porém, ineplicavelmente, se revelou um fracasso. ?ormava a corrida mas logo perdia a dire!)o. +ssim levou longo tempo nos deiando espantados com tal anomalia. Domentos depois ouvimos o gani!o da matilha que vinh vinhaa de corrida cor rida feita. 1ada um em sua espera estava atento pra ver em que dire!)o iria a corrida e logo se verificou que o rumo era do velho (uca Dendes. #)o tardou e ouvimos o estrondo de sua @C falando pelos dois canos. 3e seguiu o berro da GA do +lvi +lvino no Peidam e logo depois falava falava a G: do 0asti)o Qon!alves. Eu %$ estava espantado com aquele tiroteio, nunca necess$rio antes pra se abater um veado e, quando dei fé vi em minha dire!)o um enorme pardo em desabalada carreira. 'apidamente levei a GH à cara e fiz fogo. >i o veado estremecer com o ímpeto da bala e continuar seu galope sem esmorecer. +certei mais quatro tiros, sem o melhor resultado, antes que desaparecesse na capoeira. 8uando nos reunimos pra voltar, comentando o estranho caso, foi que 3im)o se lembrou lem brou de que est$vamos no dia :F de mar!o, considerado aziago por muitos ca!adores. (ustamente quando proferia aquelas palavras, todos ouvimos uma ruidosa gargalhada a nossa retaguarda. #os voltamos num relance e vimos o tal veado que fora atingido e nada sofrera com os tiros. &inha um aspecto pavoroso e nos fitava com olhos em brasa, rindo diabolicame diabol icamente. nte. 1om o cabelo arrepiado corremos ao cami)o que nos havia transportado e regressamos a toda à serraria. +quela foi minha ltima ca!ada. duardo Bo.o %eneotto Ferraria F.o Boa=ui$ )al$ital, )araná
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O son7o pr prof>tico of>tico 'elato aqui o sonho que certo amigo me contou e que, por sua natureza teve todas as características de profecia. e @BGG a @BGN estive no 'io de (aneiro e em 0elo Porizonte, vindo de minha terra natal, 3)o 7uís, Daranh)o, onde deiei v$rios amigos, inclusive Qregório 7obato, que, se fosse ainda vivo, seria meu cunhado, pois vim a me casar com uma de suas irm)s em @BAF. 8uando, em @BGN, voltei a minha terra natal, 7obato foi dos que compareceram a meu desembarque acompanhando pessoas de minha família. ias depois, em 3)o 7uís, quando cont$vamos as novidades um ao outro, esse amigo que estava abatido e com o sistema nervoso abalado me contou que estava convalescente de grave enfermidade e, além disso, disso, seriamente preocupado com um sonho que tivera. I 1raveiro, acho que desta n)o escapoK 2magines que sonhei que tinh tinhaa morrido... &ratei de o animar, animar, fazendo ver que sonhos n)o representam a verdade mas acrescentou que só n)o se afastava de sua própria casa de negócio porque isso importava em abandonar seus interesses nas m)os dos empregados. /ra %ustificar a causa de suas preocupa!"es me contou o seguinte9 E Fon7 Fon7ei ei =u =ue e tin7 tin7a a $or $orri rido do@@ Fe fo foss sse e so$e so$ent nte e isso isso,, n. n.o o te teri ria a i$portPncia, $as a =uest.o > =ue $e vi no caix.o, dentro de casa! # sala estava repleta e $a$.e per$anecia Aunto ao caix.o alisando $eu ca/elo e c7orando copiosa$ente@ eu assistia tudo a=uilo co$o se ta$/>$ fosse espectador@ O interessante > =ue e$ dado $o$ento $e levantei levantei da cade cadeira ira onde estava sentado sentado,, indo fazer =uanto a $i$ $es$o e, co$punido, c7euei Aunto a $in7a $.e e l7e disseD E e e acal$es@ # sen7ora n.o está vendo =ue estou vivoW! *e nada valeu $e diriir a ela por=ue $a$.e n.o $e dava ouvido@ In=uieto co$ isso voltei a $e sentar na cadeira =ue ocupava@ # essa altura entrou na sala u$a sen7ora de nossa rela-.o, trazendo u$a /andeAa co$ caf> e /olac7a@ *isse, ent.o, co$io $es$oD E a$os ver se $e oferece$@ Juero tirar a prova de se $e est.o vendo! +oi co$p co$ple leta ta $i $in7a n7a de desi silu lus.o s.o =ua =uando ndo a=uel a=uela a sen7 sen7ora ora serv serviu iu ?s pessoas =ue estava$ a $in7a direita, a $in7a es=uerda, $e deixando no $eio, de /ra-o estirado se$ ser atendido@ udo udo a=uilo cada vez $ais $e intria intriava va e, por 6$, c7eou o padre@ *epo *e pois is os pr pre ese sent ntes es esp spal al7a 7ara ra$ $ So Sorr so so/r /re e $eu cadáv adáver er e se levantara$ pra sair sair@@ a$/>$ a$/>$ $e levantei@ %a$.e e as $eninas c7orava$ e eu ol7ava a=uela cena, ad$irado n.o s8 co$ a atitude delas $as, principal$ente, por $e ver de terno de lin7o /ranco /e$ passado, esticado dentro do ataRde@ *epois de $uito c7oro conduzira$ o caix.o ? carreta e o enterro seuiu ao ce$it>rio de F.o )antale.o@ oo $e incluí entre as pessoas =ue ia$ aco$pan7ando o f>retro, ouvindo os co$entários so/re o =ue eu tin7a sido e$ vida@ )or $ais
=ue desseperce/ia de$onstra-.o =ue estava ali no $eio dos aco$pan7antes, ninu>$ $in7a presen-a@
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
Juando passáva$os pelo 7ospital )ortuuLs, na rua do )asseio, es=u es =uin ina a co$ co$ a trav traves essa sa do %ont %ontei eiro ro,, ouvi ouvi u$ u$as as pe=u pe=uen enas as =ue =ue $orava$ ali dizer entre siD E *e =ue$ > esse enterroW E G da=uele rapaz =ue saiu no /loco das Uuias, o o/ato@ *isse co$io $es$oD E Ferá Ferá po poss ssív ível el =ue =ue es essa sa ent ente e n. n.o o $e ve veAa Aa a=ui a=ui seu seuin indo do o enterroW C7e C7 ea$ a$os os ao ce ce$i $it> t>ri rio o e, de depo pois is da en enco co$e $end nda a do co corp rpo o na capela, para$os Aunto da sepultura, tendo sido nova$ente a/erta a ta$pa do caix.o, podendo eu nova$ente ver $eu corpo ali dentro! *epois de nova$ente fec7ado tratara$ de fazer o caix.o descer os sete pal$os Aá a/ertos a/e rtos pra o rece/er rece/er@@ :esse instante vi u$ vel7in7o a $eu lado@ %e diriindo a palavra $e $ostrou duas estradasD u$a /onita e plana e outra áspera e co/erta de pedra@ E #ora escol7as, $eu 6l7o@ #cordei so/ressaltado e tive forte crise de c7oro@ #=uele son7o $e deixou $ais profunda tudo se apassará co$o vi@ i$press.o@ en7o certeza de =ue ao $orrer Esse sonho parece ter sido um verdadeiro aviso, pois meu amigo 7obato, tendo recaído da moléstia de que convalescia, oito meses depois faleceu, no dia de #ossa 3enhora da 1oncei!)o, H de dezembro de @BGN. %anuel Craveiro 'ua Clara de arros 4 'io de Baneiro, *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O pianista fantas$a Eu e minha coleguinha 1leonice, desde o tempo de colégio prim$rio em 1uritiba, fomos amigas insepar$veis, por isso gozava eu a estima de sua família. 2sso me levou a aceitar em fim de @BAC o convite pra passar as férias em sua companhia no 'io, onde residiam h$ três anos. 3endo grande meu dese%o de conhecer a cidade maravilhosa, consegui que papai me acompanhasse nessa viagem. 1leonice e seus pais residiam naquela época num edifício de apartamento, à rua do 'iachuelo 'iachu elo cu%o nmero n)o me recordo e onde fomos recebidos com grande fidalgui fidalguia. a. Deu pai, no dia seguinte, após fazer compra de material destinado à empresa em que trabalhava, regressou a 1uritiba e fiou de vir me buscar buscar dentro de duas semanas. #o terceiro dia de min minha ha permanência em casa de minha minha amigo, verificand verificandoo mais uma vez que, alta noite, alguém no apartamento vizinho vizinho eecutava com grande maestria a valsa Nanc0, procurei saber se a pianista era uma senhora idosa que morava ao lado e com quem eu %$ havia falado ligeiramente. 1leonice me revelou, ent)o, que a pessoa que eecutava ao piano era o fantasma ou espírito do filho daquela senhora, desaparecido seis meses antes. + princípio %ulguei ser brincadeira tal informa!)o, porém minha amiga reafirmou o que dissera, acrescentando que o rapaz em quest)o se apaionara por uma %ovem chamada #ancS e daí sua s ua preferência pela valsa do mesmo nome que costumava eecutar ao piano na casa de seus pais. Desmo depois de morto vinha em todas as noites, precisamente :G9G;h, tocar a aludida valsa ao piano. ?iquei assombrada com a notícia e n)o descansei enquanto 1leonice n)o obteve permiss)o da vizinha pra nos receber, %ustamente na hora em que o estranho pianista piani sta viri viriaa eecutar sua msica preferida. +pós o %antar ouvimos um pouco de r$dio e nós duas fomos até o apartamento de nossa vizinha, momentos antes da hora indicada. ?omos recebidas com afabilidade e enquanto a senhora nos falava de seu pranteado filho meus olhos se dirigiam ao relógio da sala em ansiosa epectativa. 8uan 8u ando do o mo mostr strado adorr se apro aproim imou ou da dass on onze ze e meia meia no nossa ssa vi vizi zinh nhaa pe pedi diuu qu quee guard$ssemos silêncio silêncio enquanto seu espos esposoo apagava a luz. /assados alguns segundos ouvimos os primeiros acordes da valsa, feridos com nitidez, e me sen senti ti com comoo que pet petri rifi fica cada da na cad cadeir eira, a, ol olhan hando do fi fia ame mente nte o in instr strum ument entoo que permaneciaa fechado sem indi permaneci indica!)o ca!)o de que ali eestivesse stivesse alguém. alguém. &erminada a eecu!)o a luz novamente foi acesa e o velho casal, assim como 1leonice, verificaram que eu estava suando frio e, branca como cera, como se o sangue houvesse fugido de minhas veias. 'eanimada aos poucos, pude ouvir a senhora continuar sua referência ao filho, nos mostrando o retrato da mo!a por quem o rapaz se apaionara, informando que a mesma residia em 1uritiba. aí passei a aguardar com ansiedade o dia de minha volta. +o regressar a casa, logo depois, fui a encontro de #ancS. Ela me contou que de fato havia namorado um rapaz no 'io, 'i o, de cu% cu%oo fa fale leci cime mento nto ti tiver veraa ci ciên ênci ciaa e cu% cu%os os tra!os, tra!os, pel pelaa descri descri!)o !)o que me fez fez,, coincidiam perfeitamente com os do filho da vizinha, tal como eu o havia avisto num retrato eistente sobre o piano da sala.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
BRlia *a$asceno 'ua ar.o de F.o +>lix +>lix 114, so/@ *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
stran7a coincidLncia 3e%a pura coincidência ou caso fant$stico, o episódio que venho narrar é verídico e se passou na cidade de +legre, Espírito Espírito 3anto, no n o lugar denominado denominado ch$cara do 3alazar. +li eistia eistia um homem de nome (osé Qodofr Qodofredo, edo, de cor morena, alto e forte. Em certo dia teve uma desinteligência com seu camarada conhecido como +nt-nio das 1obras. #)o chegara, contudo, às vias de fato. * de res ressal saltar tar que a al alcun cunha ha desse desse ltim ltimoo ti tinh nhaa ori origem gem %ust %ustam ament entee por vi vive verr tal indivíduo apanhando cobra pro instituto 0utant), além de se apresentar na cidade como camel-, trazendo sempre em volta do pesco!o um desses répteis, atraindo dessa forma a aten!)o pblic pblica. a. +nt-nio das 1obras, após discuss)o, disse em tom amea!ador9 I &u, Wé Qodofredo, arran%aste ar ran%aste cobra pra te morder. + coisa ficou por isso mesmo e Qodofredo foi até casa, onde tomou banho, %antou, vestiu o pi%ama e se deitou. 3eu quart quartoo est estav avaa he herm rmet etic icam amen ente te fe fech chad adoo por de dent ntro ro e o ho home mem m n) n)oo ta tardo rdouu adormecer. ormiu algum tempo e acordou l$ pelas tantas, vítima duma estranha opress)o, como se tivesse um peso no peito, %unto com uma estranha sensa!)o de frio. +pesar da fraca ilumina!)o do quarto, p-de ver, aninhada sobre seu peito, por dentro do pi%ama, uma cobra. Porror Por roriz izad ado, o, de deuu um sa salt lto, o, arr arreb eben enta tand ndoo os bo bot"e t"ess do pi pi%a %ama ma,, se liv ivra rand ndoo do repugnante réptil. 3em demora acendeu a luz, vendo se debater entre as cobertas uma enorme e venenosa %araracu!u5correntino, que matou a paulada a%udado por vizinhos que chamou. chamou. O estranho fato encheu de apreens)o (osé Qodofredo que, supondo ser cobra mandada, voltou a procurar +nt-nio das 1obras pra fazer a paz, assim se livrando daquela amea!a que, propositalmente ou por acaso, quase se concretizou de maneira funesta. (osé Qodofredo nunca mais se esqueceu dos maus len!óis em que se viu metido naquela noite noite em que brigara com o tratador de cobra e dele ouvira a frase amea!adora9 I &u, Wé Qodofredo, arran%aste ar ran%aste cobra pra te morder. #ntQnio Filva )er )ereira eira 'ua Fete de Fete$/ro "ila!a ?reire. Olavo é suboficial5enfermeiro, servindo na esta!)o da radio da Darinha na ilha do Qovernador. +lém deles diversas pessoas que testemunharam os fatos aqui narrados est)o vivas e poder)o confirm c onfirmar ar pessoalme pessoalmente. nte. 1orria o ano de @BGF. Olavo e sua esposa residiam à rua 7auro 3odré, na capital paraense, e, em certa tarde min minha ha irm), enquanto aguardava o regresso de seu marido, estava à %anela em companhia de dona 7ola, senhora que morava em sua casa. Em dado momento notaram, caminhando pela rua, um marinheiro que, pelos modos parecia estar alcoolizado. alcoolizado. +s duas se encheram encheram de medo. I 7ola, é melho melhorr irmos a dentro. Esse marin marinheiro heiro parece estar embriagado embriagado e n)o convém ficarmos na %anela. + amiga concordou e ambas deiaram a %anela. Dinutos após alguém bateu à %anela. (lia foi foi abrir e teve a surpresa de ver o marinheiro. marinheiro. I VK * o senhorK O que dese%asL I ?a!as favor. favor. Olavo ?reire est$L Obtendo resposta negativa e vendo o modo receoso da dona da casa o marítimo eclamou9 I 6éK /arece que a senhora est$ com medoK (lia disfar!ou disfar!ou como p-de. I #)o, n)o. O senhor quer esperar meu mar maridoL idoL I #)o posso esperar, sabesL Das digas a ele que estive aqui. igas que foi o (osé +nt-nio dos +n%os. E se retirou com a maior naturalid naturalidade. ade. #a noitinha, noitinha, quando meu cunhado chegou, (lia llhe he transmi transmitiu tiu o recado. I Olavo, esteve aqui um marin marinheiro heiro te procurando. I 6m marinheir marinheiroL oL O que ele queriaL I #)o sei. +penas +penas pediu pra te dizer que era o (osé +nt-nio dos +n +n%os. %os. +o ouvir o nome Olavo se encheu de espanto. I 1omoL (osé +nt-nio +nt-nio dos +n +n%osL %osL &ens certezaL I &enho, &enho, sim. ?oi esse o nome que me deuK Olavo, com evidente evidente surpresa, acrescentou9 I O marin marinheiro heiro que conheci com esse nome morreu no 'io, no hospital central da Darinha, quando eu l$ servia também. Ora essaK &odavia meu cunhado n)o queria acreditar no que ouvia. 3ó depois que a esposa e dona 7ola lhe deram detalhes sobre o marinheiro, acabou convencido de que se tratava realmente realmen te de seu antigo conhecido. 6ma ponta de incredulidade, entretanto, n)o o abandonava de todo, tanto assim que acrescentou9 I (osé +nt-nio dos +n%os era eatamente como descreverdes. Das só vendo é que eu acreditaria. #essa altura 7ola, espírita praticante, prop-s a realiza!)o realiza!)o imediata imediata duma pequena sess)o em casa pra que com o auílio dum copo obter alguma mensagem esclarecedora. E assim se fez. Os três se concentraram murmurando preces.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
entro de pouco o copo come!ou a dar sinais, movido por for!a misteriosa, sob os dedos dos presentes, que se apoiavam leveme levemente nte sobre o vidro. Era como se algu alguém ém estivesse estivesse tentando transm transmiti itirr alguma alguma mensagem mensagem.. #o mes mesmo mo instante se percebeu com espanto que o copo caminhava em dire!)o ora a uma ora a outra letra do alfabeto, desenhado em circulo na mesa. /rimeiramente à letra (, depois ao O e a seguir ao 3, e assim até completar o nome (osé +nt-nio dos +n% +n%os. os. #essa altura Olavo se mostrava plenam plenamente ente convencido convencido de que fora realmen realmente te o marinheiro morto quem o procurara naquela tarde e perguntou, ent)o, em voz alta, se seu espírito se achava ali presente pra dizer o que dese%ava. >elozmente o copo encetou uma caminhada pelas letras, acabando por formar uma frase que era, ao mesmo tempo, uma resposta e um apelo emocionantes9 emocionantes9 I ?reire, tenho atrasado tua vida e por isso vim pedir perd)oK >endo formada aquela frase de arrependimento, dona (lia piedosamente respondeu pelo marido9 I Em nome de eus, est$s perdoado. esde es de ent ent)o )o nun nunca ca ma mais is o mari marinh nhei eiro ro (os (oséé +nt-n +nt-nio io dos +n%o +n%oss aparece apareceuu àquela àquelass criaturas. Bos> ila-a 'ua Boa=ui$ )al7ares 4"3 *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O pil.o de ipL #o lugar denominado 1aracol, neste município, município, próimo à entrada que liga 1aratinga à vila de 3anto +nt-nio de Danhua!u, residia h$ muitos anos atr$s o senhor 7iberato 1aetano, que vivia com a família num sítio de sua propriedade. Esse pequeno fazendeiro era parente da viva 1aetano, pessoa muito conhecida no fórum de 1aratinga por suas demandas e que ainda reside aqui, sendo sabedora dos fatos que ocorreram ocor reram com a famí famíli liaa do citado 7iberato. Deu pai, Danuel 3ilvano da 'ocha, residente nesta cidade, à rua /rincesa 2sabel :@;, também conheceu todas essas personagens e n)o só contava repetidamente esta história como ainda apontava como testemunha o senhor (osé /io de Oliveira, que atualmente eerce o mandato de vereador na c4mara munic municipal ipal de 2panema, estado de Dinas Qerais. #o sítio de 7iberato 1aetano, onde a vida até ent)o era calma e sem preocupa!)o, a partir de certo dia passaram a acontecer coisas etraordin$ria etraordin$rias. s. 6m ente invisível invisível troue o desassossego àquela morada. Em toda todass as no noit itees a mist ster eriiosa ent ntiidade dade su surr rraava os c) c)es es,, qu quee ladr draava vam m incessantemente mal percebiam sua indese%$vel presen!a. epois punha os cavalos a galopar inesperadamente, vacas e bois eram atrelados aos carros, fazendo mover o engenho de cana e o moinh moinho. o. #)o satisfeito com os desmandos praticados durante a noite, o fantasma atormentava a família em pleno dia, fazendo aparecer imundícies nas panelas de comida ou atirando adentro ade ntro da cas casaa ni ninh nhos os de ma mari rimb mbon ondo do e madei madeiras ras apodrec apodrecida idass pe%ada pe%adass de for formi miga ga daninha. esaparecera a tranqilidade daquele lar, até que seu chefe resolveu se mudar a um local distante. +ssim foi feito. Em certo dia 7iberato 1aetano se p-s a caminho com sua gente, levando seu pertence9 gado, animal de sela, móvel, etc. ?icou na casa somente um enorme pil)o, pe!a, ali$ ali$s, s, de grande utili utilidade, dade, trabalhada em tronco de ipê e que só n)o foi transportada devido a seu peso ecessivo. O novo sítio aonde se transferiu a família se chamava /araíso e ficava no distrito de /ocrane do 2panema, a cerca de H;Rm de 1aracol. &rês dias depois, quando 7iberato se achava sentado no terreiro, respirando o ar fresco e olhando o céu, cercado de pessoas da casa e dalguns viz vizinhos, inhos, ecl eclamou amou a certa altura9 I Qra!as5a5deus estamos livres daquela daquela pesteK Dal acabou de pronunciar tais palavras, todos ouviram uma voz sarc$stica bradar9 I +rreK 7ogo a carga mais pesada foi que ficou ficou pra mim mimKK E, boqui boquiab aber ertos tos,, vi vira ram m %u %unt ntoo à por porta ta de en entr trada ada o grand grandee pi pil) l)oo qu quee ha havi viaa si sido do abandonado no sítio do 1aracol. E ninguém vira o carregador que o trouera de t)o longeK Bos> Filvano )ortes 0' 0'eloAoaria eloAoaria )ortes #venida Oleário %aciel 22< Caratina, %inas ;erais
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O fantas$a du$ vivo Em @BGB eu trabalhava em +imorés, Dinas Qerais, como telegrafista da ferrovia >itória5Dinas. &inha @H anos. Eiste Ei stem m al ali, i, no p$t p$tio io da est esta!)o a!)o,, conhec conhecido ido com comoo &r &ri4n i4ngul gulo, o, di diver versas sas casas casas de funcion$rio da companhia. #uma delas morava um guarda5chave de nome (osé 3antana. Embora pequena, a casa abrigava o guarda5 guarda5chave chave e sua famíli famíliaa em dois quartos, a mim e o file file da esta!)o em outro outro,, e mais doi doiss conferentes ainda noutro. O fiel, que ocupava o mesmo quarto que eu, se chamava (orge 1urto. Os dois conferentes eram os colegas +ltamiro 1orreia e +rlindo +lves. >ivíamos ali n)o só como companheiros de trabalho mas como verdadeiros irm)os. Eu, por ser o de menor idade, era considerado pelos demais demais como o ca!ula. +ltamiro +ltam iro esta ho%e casado, é meu compadre e permanece em +i +imorés. morés. +rl +rlindo indo também casou e reside atualmente em +rgolas, esta!)o de /edro #olasco. O fiel (orge 1urto ainda mantém estreita rela!)o comigo, e ho%e, casado, é o agente da esta!)o do 'esplendor. &rabalho atualmente no escritório do centro telegr$fico de /edro #olasco, em minha profiss)o de telegrafista. telegrafista. +contece que em +imorés, quando saiamos a servi!o, depois do banho e do %antar, ou fic$vamos reunidos conversando, ou ent)o saiamos, indo cada um a seu lado, marcando encontro pra que volt$ssemos sempre %untos. O fiel (orge 1urto arran%ou uma namorada de nome +bigail, que é ho%e sua esposa, tratada na intimidade pelo apelido de 0iga, e por isso raramente regressava conosco à casa. 3empre que chegava eu apagava a vela ou a lamparina i um homem entrar ali no quarto, quar to, vindo do corredor, trazendo um pau no ombro, tendo pendurado nele uma troua com se estivesse em viagem. /ensei que a pessoa, após colocar os ob%etos e o chapéu no cabide, viesse ate aqui mas como demorou fui ver de quem se tratava. 1hegando l$ nada vi e a ninguém encontrei. #a manh) seguinte seguinte se espalhou a notici noticiaa da morte sbita de 2solino ocorrida na noiti noitinha nha da véspera. (uliano, aterrorizado, tirou do fato a seguinte conclus)o9 I Era dele, papai, o vulto que vi ontem na noite. Estou certo de que foi seu 2solino. +cho que veio me pedir perd)o pela amea!a in%usta que me fez. C>lio ieira de %iranda 'ua Vu$aitá 1N it8ria, spírito Fanto
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
)assaeiros do al>$ Em @BG:, estando minha esposa seriamente doente, %$ cansado de recorrer aos médicos da terra sem resultado, resolvi a levar a uma sess)o espírita na casa dum amigo na avenida 3uburbana, esquina com 7icínio 7icínio 1ardoso, onde se realizava reuni reuni)o )o dessa natureza. 7$ estivemos em dia que n)o me recordo bem e, determinados aos trabalhos, saímos tomando o bonde da +legria, :G9G;h, embarcando %ustamente no ponto que fica além do hospital 1entral do eército. O bonde vinha completamente cheio, tanto no carro5motor, onde subimos, como no reboque, sem trazer pingente iste >iste o reboque quando tomamos o bondeL #)o est$ mais l$. I >i, >i, sim. E olhando atr$s ela respondeu9 I * engra!ado. &odavia, como era a primeira vez que íamos naquela zona, pois havíamos chegado fazia pouco tempo no 'io, acreditei ser aquilo uma medida ccomum omum no trafego carril e n)o dei maior import4ncia ao caso, seguindo viagem até casa, na rua Wizi N@, 1abu!u, onde mor$vamos. #a semana seguinte, seguinte, tendo se agravado o estado de sade de minha esposa, fui sozinho à sess)o ainda na esperan!a de conseguir melhora pra ela, o que n)o se realizou, vindo ela a falecer pouco depois, sendo eu ho%e casado em segunda npcia. 1omo na vez anterior, terminados os trabalhos, me despedi da família e fui esperar o bonde no mesmo lugar. lugar. epois dun dunss @F minutos apareceu. 8uando se aproimava do poste em que me encontrava, num lance de olho, me lembro de ter visto sentado num dos primeiros bancos do reboque um homem moreno e forte usando palheta no alto da cabe!a, camisa li listrada, strada, tipo estivador. estivador. Esse passageiro me chamou a aten!)o porque era o nico que se encontrava naquele banco e ali estava com ar de quem gozava um passeio noturno. De recordo de que nos outros bancos vi apenas, difusamente, passageiros de seo e idade diferentes e nada neles me atraiu particularmente a aten!)o. &udo isso se passou num relance e eu me dispunha a tomar o reboque quando repentinamente repentinam ente mudei de opini)o e subi no carr carro5motor o5motor ainda em movimento movimento me sentando num dos ltimos bancos. Dais adiante, olhando atr$s, tive nova surpresa9 o reboque %$ n)o estava ligado ao elétrico. 1omo via%asse via%asse sozinho, sem ter a qquem uem falar, falar, aproveitei a presen!a do condutor que me cobrava a passagem pra perguntar onde ficara o reboque. O cobrador, por sinal um português, desses que falam bem carregado, me olhou espantado e respondeu9 I Este carro n)o troue reboq reboque, ue, sinhoir sinhoireeK O ltimo reboque é de dez horas da noite. +gradeci e n)o quis pedir mais eplica!)o.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O fato, entretanto, n)o me saía da cabe!a e decidi tomar aquele reboque de qualquer maneira. ias depois voltei à sess)o onde, a bem da verdade, nenhum proveito poderia tirar, pois minha idéia testava distante. 3ó pensava na volta. &erminada a reuni)o em casa naquele domingo, me despedi apressadamente na firme resolu!)o de enfrentar o reboque fantasma. O carro quase n)o demorou a chegar mas a mim aquela espera pareceu mais longa que nas outras vezes, tal a epectativa em que me encontrava. 8uando o bonde passou na curva do hospital verifiquei que n)o trazia reboque, o que me deiou seriamente decepcionado. +inda ho%e permanece uma dvida em meu espírito9 /or que naquela noite, com todas as circunst4ncias favor$veis à auto5sugest)o, o fen-meno n)o se produziuL #em me faltaram, pra tanto, a ecita!)o nervosa, a epectativa alerta e o fato de ser tarde da noite.
poderia fina finali lizar zar aqui esta narrativa, n)o fosse o dese%o de relatar outro fen-men fen-menoo observado nessa mesma noite no bonde. O elétrico vinha mais ou menos lotado e tomei lugar num dos ltimos bancos. evido, porém, a um impedimento natural do tr4nsito, o bonde tomou linha contra5 m)o e, assim, entrou na rua 0ela. Dais ou menos no meio daquela rua verifiquei que o impedimento era causado por um cami)o que conduzia um bovino e que ficara atravessado na linha que dava m)o, tentando entrar num port)o que devia ser est$bulo ou garagem. Em 3)o 1ristóv)o o veículo entrou na linha onde trafega o bonde 3)o 7uís ur)o, em manobra pra entrar na m)o e prosseguir viagem. /arou bem na esquina e tanto condutor como motorneiro se dirigiram a um bar bar pra tomar algo. #aquela ocasi)o eu estava sozinho no bonde. &odos os demais demais passageiros %$ haviam saltado. 3em perder a lembran!a do reboque, estava decidido a o tomar se, por ventura, aparecesse. E, nesse propósito, me virei àtr$s. 1aso estranhoK #)o vi o reboque mas na parte destinada ao motorneiro, como se estivesse levantando levantando do banco, divisei o vulto duma senhora baia, morena, gorda, vestida de preto e de cabelo cortado, como era uso na época. >i a senhora se encaminhar ao balastre mas mas n)o a vi descer do estribo. (ulgando se tratar dalguma sí síncope ncope que a tivesse acometi acometido do sem lhe dar tempo de pedir socorro, me precipite precipiteii à socorrer. /ra grande espanto meu ninguém havia aliK /ouco depois motorneiro e condutor voltaram ao veículo e continuei como passageiro nico até a 1entral do 0rasil, onde saltei. +pós tantos anos, relembrando os fatos, fico analisando um detalhe que ent)o me escapou e que ho%e me faz chegar a uma conclus)o epressiva9 * quase impossí impossível vel que um bonde +legri +legria, a, naquela hora da noite, fique literalme literalmente nte lotado de passageiro eclusivamente à rua 0elaK 6maa só epl 6m eplic ica! a!)o )o e eis iste te pro fa fato to de te terr eu fi fica cado do t) t)oo al alhe heio io a tu tudo9 do9 * que, que, preocupado com o reboque, eu nem mesmo prestava aten!)o pra ver se o condutor cobrava a passagem dos outros outr os passageiros, ou ainda onde os mesmos iam iam saltando. saltando. #aquela noite via%ei via%ei com os mortosK
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
Bo.o atista de %ello, su/tenente su/ tenente sta-.o9rádio do =uartel9eneral da seunda rei.o $ilitar F.o )aulo
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
# $issa enco$endada P$ muitos anos ouvi do virtuoso c-nego >arela, residente em Dariana, um espantoso caso por ele presenciado. 2a >arela celebrar a missa cotidiana que tinha lugar no alvorecer e, no momento em que se revestia do paramento litrgico, viu entrar na sacristia uma senhora cu%a fisionomia fisionomia n)o lhe era estranha. 3e dirigindo ao padre a senhora, sem mencionar a inten!)o, encomendou uma missa pro dia seguinte. >arela tomou o aponto necess$rio, tendo a senhora declinado seu nome e residência. I Daria (oaquina Qouvea. 'ua ireita ireita @F. #o dia seguinte, na hora marcada, rezava, o c-nego, o santo sacrifício sacrifício da missa, missa, oferecendo toda ora!)o com a mente na senhora, procurando assim corresponder a suas inten!"es n)o mencionadas. esde o início constatara a presen!a de dona Daria (oaquina Qouvea a%oelhada, rezando contrita perto do altar. &erm ermin inad adaa a cer cerim im-ni -niaa o sacerdo sacerdote te se ret retiro irouu à sacri sacristi stia. a. Enquan Enquanto to guarda guardava va o paramento estranhou que até o momento n)o tivesse sido procurado pela senhora a fim de efetuar o pagamento da missa. 1omentando o fato com o sacrist)o este quis saber o nome da encomendante encomendante.. > >arela arela mostrou mostrou o caderno caderno de aponto e vi viuu o pobre sacrist)o sacrist)o ter quase um desfalecime desfalecimento nto ao ler o qque ue estava escrito9 I Daria (oaquina Qouvea. 'ua ireita ireita @F. I #)o te lembras de que essa senhora morreu h$ uns cinco anosL 3ó ent)o o padre se recordou. +inda atordoado correu à nave acompanhado do sacri sac rist) st)o. o. 7$ ia a sen senhor horaa se enc encam amin inha hando ndo à entrad entradaa da ig igre% re%a, a, onde onde desapa desaparece receuu misteriosament mist eriosamentee atr$s duma pia de $gua benta. #na %arse ; ical7o 'ua %arec7al %arec7al BoXre 134, apt 3ida >idal, l, empre empregad gadoo da Compan#ia (eopoldina que, ouvindo no r$dio um dos casos fant$sticos se recordou doutro, passado em 3anta 'ita do 'io #egro, município de 1antagalo, cidade ho%e chamada Euclidel4ndia. 1ontou ele que em @B@F residida em 3anta 'ita, ali eercendo o cargo de gerente da Congel Con gelame amento nto e "á1ric "á1rica a de 2anteig 2anteiga a 2adonet 2adonet, ent)o de propriedade do senhor Danuel 0orges, %$ falecido. #a referida locali localidade dade eistia eistia um ferreiro5fundidor chamado +nt-nio Dendon!a, português radicado r adicado no 0rasil desde crian!a. Dendon!a, mesmo %$ velho, era dotado de espírito %ovial e andava sempre rodeado da rapaziada daquele tempo, proporcionando festa em sua casa e ainda acompanhando os boêmios em em serenata e farra noturna. +pesar de ateu e descrente em tudo que fosse sobrenatural, era homem de bom costume e muito trabalhador trabalhador.. &empos depois come!ou o ferreiro a se ver perseguido por um moleque preto, de baia estatura, musculoso, que n)o o deiava em hora alguma, fosse no trabalho ou passeio. 1omo era dotado de grande coragem e despido de crendice, Dendon!a enfrentava o negrinho com a maior intrepidez, se tendo munido dum chicote tran!ado que brandia contra o desaforado até o fazer desaparecer. O interessante é que todos viam o velhote dar chicotada nalgo que ninguém conseguia distinguir mas ele afirmava ser o moleque. 8uando 8ua ndo Den Dendon don!a !a se recolh recolhia ia ao quarto quarto pra dorm dormir ir,, l$ aparecia aparecia o endia endiabra brado, do, encarapitado no forro, donde se punha a gritar9 I Eu caio. Eu caio... o anci)o, irritado, respondia9 I /ois caias, moleque moleque do em-nioK E se seguiam os nomes mais cabeludos. O estranho visitante caía, ent)o, ao solo, produzindo enorme barulho mas o ferreiro n)o se intimidava intimidava e dei deiava ava o leito pra brandir o chicote, o enotando a fora do quarto. quarto . (lio >idal, certa vez, indo à oficina do Dendon!a encomendar um servi!o qualquer prà f$brica onde trabalhava, presenciou fatos interessantes. Pavia ali um fole destinado a alimentar o fogo, que, desde a interven!)o do moleque, todas as vezes que Dendon!a ia o acionar engui!ava como se tivesse algo de anormal dentro. #aquele dia, estando presente >idal, >idal, o ferreiro disse sem se perturbar9 I Essa peste %$ est$ aqui dentro mas darei um %eito. %eito. Esquentando um ferro em forma de espeto até ficar em brasa, o meteu fole adentro gritando9 I 3aias daí, moleque moleque dos diabosK O fole voltava a funcionar pra em seguida engui!ar novamente, como se o moleque ali entrasse e saísse a seu talante. + visagem perseguia Dendon!a na garupa do cavalo ou em plena rua, onde quer que estivesse. uma feita, estando o velho português po rtuguês conversando no largo de 3anta 'ita, interrompeu a palestra pra correr, vociferando impropérios atr$s dalguma coisa invisível aos demais. epois, voltando a conversar com c om os amigos, assim se epressou9 I Esse raio n)o me deia mas mas hei de o cortar cor tar a relho ate que se v$ embora duma vez.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
&udo isso ia num crescendo assustador e %$ Dendon!a, apesar de toda sua serenidade, come!ava a dar sinal de descontente quando uns amigos o aconselharam a procurar um centro espírita eistente no largo de 3anta 'ita. epois de relutar o ferreiro acedeu, afinal, sem ir a uma sess)o, à qual estava presente também seu amigo >idal. 2niciados os trabalhos e feitas as ora!"es e c4nticos do ritual, o presidente pediu aos irm)os do espa!o pra baia baiarem rem a fim de prestar ou receber caridade. +pós uns dez minutos eis que se manifestou, em transe, uma menina de dez anos que recebeu certo espírito endiabrado que de nenhuma maneira quis revelar seu nome, se limitando a dizer que na sala estava um irm)o que havia cometido uma grande falta. E terminou eortando esse irm)o a restituir uma corrente que havia tirado duma sepultura e rezar depois dez ladainh ladainhas, as, acender vela, etc, que tudo voltaria à normali normalidade. dade. &odos quando %ulgavam Dendon!a incapaz de desliza ficaram surpresos quando o viram se levantar e confessar que o caso havia se passado com ele. E contou que, certa vez, passando num cemitério ainda eistente em 3anta 'ita, parou diante duma sepultura abandonada e tida como mal5assombrada. + sepu sepult ltur uraa er eraa ce cerc rcad adaa po porr um umaa co corr rren ente te de fe ferr rroo pi pint ntad adaa de br bran anco co e el ele, e, impensadamente, resolveu retirar, a levando a sua oficina, onde a reparou, emendando os elos partidos e a vendendo em seguida a um fazendeiro de Vgua 8uente. esde ent)o teve início a série de persegui!)o de que vinha sendo vítima. /or duvida, após o que ouviu na sess)o espírita, procurou o fazendeiro comprador, eplicando o que estava acontecendo e conseguindo a devolu!)o da corrente. + troue à oficina ofici na onde novamente a colocou na situa!)o em que a encontrara. #o mesmo dia foi ao cemitér cemitério io e rep-s a corrente na sepultura s epultura abandonada e cumpriu as demais recomenda!"es. O fato é que desse dia a diante nunca mais o mole moleque que endiabrado apareceuK
(osé (osé >idal idal ci cito touu al algu guns ns morad moradore oress de 3ant 3antaa 'i 'ita ta daque daquela la ép época oca qu que, e, co com m el ele, e, testemunharam esse fato9 +rnaldo de 1arvalho, Elestar Dendes, 7aurentino 'ibeiro, 'ibeiro, +lice +lice Dendes e o maestro (oaquim #egle, esse ltimo muito conhecido em ?riburgo, onde foi regente da banda musical 1ampesina, estando atualmente residindo no 'io de (aneiro. *er$eval %aia :etto 'ua *ona BRlia 3", +onseca :iter8i, 'io de Baneiro
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
# prote-.o do $orto Este caso me foi relatado por uma cliente, h$ tempo, quando fui a sua residência, aqui em >itória, ver sua sobrinha que adoecera. Essa cliente, que se chama Daria #eves Darques, é professora aposentada do estado e reside atualmente no 'io. 3eu pai, ?rancisco #eves, morava com a família aqui em >itória, em casa própria, vizinha à catedral. 1erta vez, como o negocio n)o andasse bem, foi obrigado a hipotecar a casa a um comerciante português com quem mantinha rela!)o de amizade. Densalmente resgatava uma parcela da dívida colecionando religiosamente os recibos até que, ao se aproimar o vencimento, vencimento, havia pago toda tod a a hipoteca. Ent)o, por esquecimento ou confian!a no amigo, ?rancisco #eves n)o legalizou a transa!)o. &empo dep depois ois falecia. Dais tarde dona &erência #eves, a viva, era visitada pelo tal comerciante português. izia ele que o falecido n)o havia resgatado a dívida, tanto que n)o dera baia na hipoteca, e que era preciso solucionar o caso pelo pagamento ou mediante eecu!)o %udicial %udi cial.. ona &erência se escandalizou com a atitude do comerciante, afirmando estar certa de que seu esposo pagara o que devia. O homem n)o se conformou e muitas vezes a procurou insi insistindo stindo em seu ponto de vista, pois p ois a viva n)o apresentava documento que provasse sua alega!)o. #uma noite dona &erência &erência estava na sal salaa conversando com um amigo amigo da famí família lia a quem relatava a pretens)o do negociante que lhe queria tomar o nico bem que possuía9 a casa. Os dois comentavam o assunto, quando ouviram um grito e o baque dum corpo no quarto da viva. 1orreram ate l$, encontrando caída no ch)o, desacordada, a empregada. 'eanimaram 'eanim aram a rapariga que se levantou assombrada, dizendo9 I ?oi seu 1hico #eves. >im ao quarto apanhar um ob%eto e, quando entrei, vi seu #eves de pé, me olhando e apontando o ltim ltimoo gavet)o desta c-moda. ei um grito e nada mais vi. O caso procurou ser eplicado como fruto, talvez, de impress)o, ou simples alucina!)o visual. + rapariga, porém, teimava ter visto perfeitamente. I Era ele, seu 1hico #eves. Ent)o o visit visitante ante se lembrou9 I /or que n)o abrem o gavet)oL ?oi o que fizeram. 7ogo encima se achava uma sobrecasaca do falecido. #um dos bolsos encontraram um pequeno volume. Eram os recibos do pagamento parcelado da hipoteca, passados pelo comerciante e somando o total da dívida. 1om essa documenta!)o dona &erência p-de dar baia na hipoteca, salvando, assim, sua casa. #reo/aldo ellis 'ua Venri=ue Coutin7o N" it8ria, spírito Fanto
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O indispensável perd.o Este episódio fant$stico aconteceu na cidade de (a, em @B:;, no bairro (o)o ( o)o da >elha. >elha. Deu pai, ?rancisco 'ibeiro Daciel, casado com Qraciana de +zevedo, era um dos sitiantes do lugar. #aquela época mantí mantínhamos nhamos estreita rela!)o de amiza amizade de com uma famí famíli liaa pobre ali residente, a do senhor &ibrcio 1orre e sua esposa dona Daria, conhecida como Daria do &ibrcio. #ossas duas famíli famílias as viviam viviam em grande amizade amizade até o aparecimento aparecimento duma preta, tia 0enta, mulher inve%osa, que passou a promover discórdia entre dona Daria e mam)e, que se tinham como verdadeiras irm)s. 6m dia, num baile em casa de /edro /oli, todos se divertiam a valer, inclusive as duas famílias amigas. Em dado instante a preta chamou dona Daria a parte e lhe disse ter ciência de que a amizade que mam)e lhe demonstrava era falsa porque ela gostava do &ibrcio, com quem mantinha rela!)o pecaminosa. +o ouvir essa revela!)o, dona Daria se encheu de ódio, dando crédito às palavras da preta. +conteceu que no dia seguinte, quando mam)e foi a uma fonte próima buscar $gua, ao se aproimar da casa do &ibrcio 1orrea observou que dona Daria estava no terreiro em companhia de tia 0enta. 1om surpresa, no entanto, viu que a amiga, %ustamente quando passava diante da casa, lhe fechou fechou a porta na cara, o que naquela época signi significa ficava va a maior ofensa. Dam)e chegou a casa chorando e só mai maiss tarde veio se inteirar do motivo de tudo. tudo . e %oelhos pronunciou uma praga terrível9 se ela, Qraciana, fosse culpada, quando morresse iria ao 2nferno, mas em caso contr$rio n)o perdoaria Daria do &ibrcio, a qual deveria mugir como uma vaca e comer palha como um animal. +conteceu que dali a dois meses dona Daria passou a sofrer da cabe!a, procurando palha pra comer e mugindo mugindo como um bovino, tal co como mo mam)e prague%ara. prague%ara. /ouco tempo durou a infeliz senhora que, nos momentos lcidos pedia a mam)e que a perdoasse. Dam)e, que nunca mais a visitou e, estando no nossas ssas famíl famílias ias separadas, deiou de tomar conhecimento conhecim ento desses pedidos. #o dia da morte de dona Daria muitos fizeram fizeram o velório ao corpo, menos qualquer de nós. #o outro dia, entretanto, foram a nossa casa buscar dois bambus pra fazer um bangê, rede pra transportar cad$ver. onaa Dar on Daria ia foi enterr enterrada ada no di diaa im imed edia iato to ma mass durante durante aquel aquelaa noite, noite, in intri trigad gados, os, ouvimos com clareza um rumor l$ fora, tal como se alguém batesse com um bambu ao ch)o enquanto gemia9 I +i, ai. ai. entro da d a casa ficamos tentando adivinh adivinhar ar o que seria aquilo. Dam)e eclamou9 eclamou9 I #ada mais que Daria, que veio devolver o bam bambu. bu. #esse instante ouvimos passos como de alguém que se dirigisse dirigisse ao interior da casa, se sucedendo um barulho como de pratos caindo ao ch)o. 1orremos pra ver mas nada de anormal encontramos. /ouco depois, todavia, a casa ficou iluminada por uma luz verde, surgindo encostada à porta a figura de dona Daria do & &ibrcio. ibrcio.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
I ona Qraciana, me perdoes. +i, +i, ai, meu meu eusK ?alou, dando um grito prolongado e desaparecendo. #os dias seguintes em quase todas as noites ouvimos os mesmos rumores fora e dentro de casa, até que fomos surpreendidos pela visita da m)e da desventurada senhora, que nos fez a seguinte revela!)o9 I Daria me apareceu nesta noite me causando grande gr ande perturba!)o a princípi princípio. o. epois criei coragem prà ouvir. E ela assim me falou9 I Qraciana n)o me perdoou, mas v$s até l$ pedir pra levar meus fil filhos hos a sua casa porque ho%e cair$ um terrível temporal e as crian!as têm têm muito medo. Dam)e, que muito %$ fizera por aquelas crian!as, respondeu à pobre senhora que iria as buscar mas que %amais %amais perdoaria a falecida. falecida. Em quatro horas da tarde o céu come!ou a escurecer e mam)e anunciou9 I +í vem vem a tempestadeK /reciso buscar as crian crian!asK !asK ito e feito. Dal troue os órf)os até nossa casa e o temporal desabou terrível, caindo o telhado de todas as casas da redondeza, menos o da nossa, que ficou intato. &oda aquela gente sem teto veio, ent)o, se abrigar em nossa casa, a enchendo. E assim ficou penando Daria do &ibrcio, até o dia em que meu pai mandou desfolhar fumo na ro!a. +té l$ nos dirigimos e no meio do caminho nos deparamos com a falecida dona Daria, de cabelo solto, vestindo cami camisola sola su%a de terra. #ós, as crian!as, saímos em desabalada carreira mas minha irm) 7aurentina, presa pr esa de medo, n)o p-de dar um passo. #isto se aproimou a falecida falecida e a men menina ina pediu, aterrorizada9 I #)o me batas, pelo amor de eusK Dinha m)e ainda n)o te perdoou mas n)o tenho culpa. 3ou uma crian!a e posso te perdoar em lugar delaK Em nome de eus, dona Daria, est$s perdoadaK #esse instante nós, que tudo presenci$vamos presenci$vamos a menor dist4ncia, dist4ncia, ouvimos um grito e uma eclama!)o9 I Qra!as a eusK epois desse fato nunca mais a morta apareceu. %arcílio %arcíl io 'i/eiro %aciel 0falecido e$ pri$eiro de Aun7o de 1N4N no 7ospital #de$ar de arros, Fapecado, F.o )aulo
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O al7o de Aa=ueira +conteceu na cidade de >i!osa, 1ear$, em @B:B, o fato que venho narrar e que chegou a meu conhecimento por intermédio do senhor ?rancisco ?reire e de seu irm)o (o)o ?reire, este residente à rua 14ndido Dendes :F, e aquele à rua 1oronel 1ota B:, nesta capital. 6m tio dos mesmos, chamado Danuel 1oelho, que ent)o contava F: anos de idade, tinha h$bito de acompanhar em seu regresso ao lar uma parente, residente na cidade de 1amocim, todas as vezes que a mesma o ia visitar. 3ucedia que, montado a cavalo, logo na saída do sitio, invariavelmente batia com a cabe!a no galho duma %aqueira eistente no p$tio, devido à rapidez com que o animal dava a partida e, também, em raz)o da deficiência visual que atormentava o velho Danuel 1oelho. #uma seta5feira, quando se dirigia a 1amocim 1amocim com sua parente, mais uma vez bateu a cabe!a no galho da %aqueira e seu chapéu foi ao ch)o. +peou do cavalo, apanhou o chapéu, o colocou na cabe!a e, se voltando à $rvore, eclamou enraivecido9 I 3er$ 3er $ a ltima vez que bato neste galho porque quando eu voltar, na próima ter!a5 feira, o cortarei duma vezK 3eguiu viagem a 1amocim. +li deiou a parente e, quando se preparava pra regressar, adoeceu subitamente, vindo a falecer horas após. ias depois, em certa manh), os parentes que se achavam na varanda da casa ouviram de repente um barulho vindo de fora do p$tio e correram a ver de que se tratava. ?ora %ustamente o galho da %aqueira que tombara sem que houvesse raz)o plausível pra isso, pois n)o estava ventando na ocasi)o nem tal se dera durante a noite. &odos se recordaram, ent)o, da %ura que Danuel 1oelho havia feito, tanto mais que estavam numa ter!a5feira. E ficaram plenament plenamentee convencidos de que o velho, mesm mesmoo depois de morto, voltara pra cumprir a promessa. ;uil7er$e 'a$os :oueira
'ua +erreira iana 1", ap 41 *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
Calafrio 2ola \ansas é uma cidade de Estados 6nidos e o que ali se deu por volta do ano de @B;H me foi transmitido por minha m)e, \atherine 'itter, de nacionalidade ianque. Dinha m)e, que naquela época, h$ A; anos, residia em sua terra natal, afirma ser absolutamente verídico o fato comentado por todos seus contempor4neos e que narro a seguir. #aquele ano, em dia que ela n)o se rec recorda, orda, a cidade de 2ola \ansas fora abalada pela morte dum homem que caíra do trem de ferro a grande velocidade. Esse passou a ser o assunto do dia. O corpo foi encontrado por um fiscal de linha duas horas após o tr$gico evento, tendo o funcion$rio providenciado a remo!)o do cad$ver ao necrotério, onde foi colocado sobre o m$rmore da mesa a fim de sair, no dia seguinte, à sepultura. O rapaz, que ent)o eercia a fun!)o de vigia vigia do necrotério era primo de minha m)e e se chamava 1larence /etter, sendo reconhecidament reconhecidamentee cora%oso e descrente de supersti!)o. #a noite se achava ele sentado numa cadeira em seu posto de vigia vigia quando, pelas : horas, ouviu um estalo fortíssimo produzido na própria sala em que se encontrava. 3e levantou rapidamente pra verificar donde viera o rumor. Olhou, escutou e nada viu ou ouviu. >oltando a seu posto, %$ ent)o alerta pra n)o ser surpreendido, viu nitidamente o cad$ver se levantar do m$rmore e, em ritmo cadenciado, caminhar em sua dire!)o. ?oi sóK 1om os olhos saltando da órbita o vigia saiu em louca disparada nas ruas escuras de 2ola \ansas, naquele tempo sem ilumina!)o elétrica. 3eus gritos apavorantes acordaram quase toda a cidade. +s primeiras pessoas que chegaram se aproimaram do pobre vigia o encontraram lívido lívido e trêmulo. 3 3óó momentos depois conseguiu contar a horripilante história. Em seguida um grupo acompanhou 1larence ao necrotério, onde se verificou estar o cad$ver no ch)o, contraído em arco. 3omente no dia imediato veio a ser desvendado o mistério que tanto pavor causou a 1larence /etter e a tantos outros9 a queda do trem que o desventurado homem sofrera foi de tal modo violenta que seu corpo rolou celeremente, tendo permanecido longo tempo enrodilhado, enrodilha do, sobrevindo nessa posi!)o a rigidez cadavérica. +o ser levado ao necrotério, necro tério, a fim de que voltasse à posi!)o normal e facilitasse depois sua coloca!)o no atade, foi amarado à mesa com corda no peito e nos pés, for!ando o corpo a retomar a posi!)o horizontal. #)o resistind resistindoo à enorme press)o que o corpo fazia pra tomar a posi!)o em que enri%ecera, a corda arrebentou e provocou o estalo que causara o enorme susto ao vigia e o cad$ver caíra ao ch)o, tendo antes dado a impre impress)o ss)o de haver caminhado. +crescentou minha m)e m)e que seu primo, por via da dvida, n)o voltou àquele emprego. *ario 'itter da Costa #venida rasil elo Vorizonte, %inas ;erais
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
is.o do passado 6m fato passado em 7avras, Dinas Qerais, h$ uns quinze anos, foi ob%eto de repetida referência por parte de minha m)e, que o ouviu da própria protagonista, senhor +gripino de +ndrade. Era uma seta5feira da /ai)o e aquele senhor, depois de assistir a prociss)o realizada na noite se dirigiu a sua residência, que ficava um tanto retirada da cidade, à rua do &nel. &udo estava deserto mas havia luar e +gripino, a certa altura, viu perto de si uma mulher com uma crian!a no colo embrulhada num cobertor. #aquela hora tardia era estranho que uma mulh mulher er sozinha se encontrasse ali e ele, reparando melhor, viu viu que a pouc poucos os passos um porco a acompanhava grunhindo. grunhindo. /or curiosidade, passando à frente, procurou ver de quem se tratava. ?oi o bastante pra que ela ocultasse o rosto com a m)o, se voltando ainda ao lado. 2ntrig 2nt rigado, ado, +gr +grip ipin inoo andou andou ma mais is dep depres ressa sa ai ainda nda,, al alcan can!an !ando do um umaa curva, curva, onde onde se escondeu atr$s duma $rvore donde podia observar toda a estrada. Em seguida se aproimaram desconhecida desconhecida e o animal, animal, parando a poucos passos daquele local. O porco come!ou a cavar a terra fazendo um buraco, no que foi auiliado pela mulher, que havia colocado a crian!a no ch)o. 8uando a cova se mostrou suficientemente funda a mulher depositou nela a crian!a e depois a cobriu de terra enquanto se ouvia o choro da vítima que n)o diminuiu de intensidade nem mesmo depois de inteiramente soterrada. 3em titubear, sem pensar sequer no sobrenatural, +gripino tratou de chamar gente, ao mesmo tempo que corria no encal!o da desalmada criatura. + malvada, porém, tomando a dire!)o dum curral que havia na proimidade, desapareceu ineplicadamente. +os gritos de socorro acudiram moradores da vizinhan!a, que também se empenharam na busca que resultou totalmente intil. Enquanto isso outros cavavam o ch)o no ponto indicado por +gripino. ?oi geral a surpresa ao ser encontrada ali n)o a crian!a enterrada minutos antes mas o esqueleto duma crian!a aparentemente da mesma idade. +gripino de +ndrade vive e mora atualmente na rua do 1apim, em 7avras.
n& +ara7 'ua a/apu. 1N Bacarepauá, *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
:inu>$ $orre na v>spera 3ucedeu com meu pai, Darcelino 'odrigues, h$ alguns anos, o fato que serve de tema a esta narrativa. /apai morava em 3)o 3ebasti)o da /edra 0ranca, sul de Dinas, e trabalhava num engenho de a!car de propriedade de 1asemiro Osório. O sítio distava :Rm daquela vi vila. la. Em todos os domingos e também em certos dias da semana meu pai ia a 3)o 3ebasti)o visitar alguns amigos, se demorando em palestra e passeio, voltando quase sempre à fazenda em alta hora da noite. #a saída da vil vila, a, do lado esquerdo, eisti eistiaa uma venda onde os o s caboclos tomavam seus tragos. #o lado direito ficav ficavaa o cemitério. /erguntou por que voltava e o homem respondeu9 I >ou >ou à venda tomar um trago. 3eguindo seu caminho sem dar import4ncia ao caso, papai, ao chegar à curva da estrada de rodagem, avan!ou no atalho. 6ma estranha e desusada sensa!)o de medo se apoderou dele repentinam repentinamente. ente. &entou &entou a vencer mas foi intil. Desmo reconhecendo a puerilidade de seu receio, resolveu n)o seguir à fazenda naquela noite. 2ria à casa dum amigo a quem pediria pousada. 8uando se dirigia, de volta, à casa desse amigo, encontrou outro colono, chamado (osé, e este lhe perguntou por que vinha quando devia ir. 1omo papai lhe confessasse o pressentimento pressentime nto que tivera, se ofereceu pra lhe servir servir de companhia até a fazenda. Deu pai recusou o oferecimento declarando que %$ se decidira a n)o voltar e que só regressaria a casa na manh) seguin seguinte. te. +o raiar o outro dia foi encontrado um homem morto perto do cap)o. Era o caboclo (osé. O assassino, na fuga, deiou cair o boné, pelo qual a polícia o identificou e prendeu. +o ser inquirido, o facínora confessou o crime e declarou que o atentado era contra (o)o e n)o contra (osé. +crescentou que, ao ver aquele caboclo sair da venda, ele, que também ali se achava, se dirigiu ao cap)o do mato, onde ssee %untam as as duas estradas. estrad as. 1omo 1o mo a noit noitee es esta tava va es escu cura ra n) n)oo pp-de de di dist stiing ngui uirr qu quem em vi vinh nhaa no at atal alho ho e, conseqentemente, quem matara. (o)o, efetivamente, deiara a venda, chegando a caminhar alguns metros rumo ao cap)o. 2neplicavelmente, porém, resolveu voltar a beber mais um trago. #essa ocasi)o cruzou com papai, que seguia à fazenda. Deu pai, prosseguindo, foi logo adiante, vitima da estranha sensa!)o de medo, que o fez desistir da caminhada. >oltando encontrou (osé, que lhe ofereceu companhia. iante ia nte da recusa recusa,, (osé seguiu sozi sozinho, nho, pra tombar tombar morto, por engano, engano, poucos metros metros depois. #)o sei como se poder$ negar a misteriosa in inspira!)o spira!)o que livrou da morte dois homens cu%o dia final n)o fora ainda fiado pela %usti!a divina. %aria l/a 'odriues #venida *uarte *uar te e$os 3" it8ria, spírito Fanto
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O tesouro enterrado 7$ pelo ano de @B;A meu av-, capit)o 7iberato (osé de 3ouza, engenheiro da obra do /orto, muito conhecido e estimado na /araíba, em cu%a capital residia, teve, certa vez, de mudar de residência, indo ocupar uma casa na rua da +reia. + família de vov- era composta de nove filhos9 +nchSses 0euttermller de 3ouza ovó acudiu correndo e, quando o menino lhe falou da horrível apari!)o, tratou de o dissuadirr dizendo que tudo n)o passava duma inofensiva dissuadi inofensiva barata. /apai n)o se convenceu e pediu a sua m)e que verificasse também e, quando dona 0albina se abaiou e olhou embaio da cama soltou um terrível grito, caindo desmaiada. &odos correram ao quarto mas ninguém ninguém viu al algo go de etraordin$rio. Deu av- vi vivi viaa num inc incrí ríve vell estado estado ne nervo rvoso, so, poi poiss sua esposa esposa se conser conservav vavaa em permanente preocupa!)o, além de assustada e machucada, conseqência dos desmaios. +lém disso as crian!as viviam agarradas umas às outras, receosas de fen-menos t)o desagrad$veis quanto impre imprevistos. vistos. 1erta vez minha avo mandou que sua filha Vurea fosse embalar na rede o ca!ula +belardo. e repente a menina notou que o recém5nascido chorava nervosamente sem
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
que, a princípio, soubesse o motivo. Entretanto, olhando atr$s, Vurea viu a suas costas um estranho macaco pendurado na rede, fazendo caretas amedrontadoras. >ovó correu aos gritos da menina e só com sua chegada o quadrmano se desprendeu, caminhando pesadamente e tomando a dire!)o da cama, onde desapareceu enquanto fazia estranho rumor. outra feita estava a família reunida na sala, quando todos ouviram estrondos na cozinha, como se a mesma estivesse desmoronando, enquanto caiam panelas, pratos, etc. 3egui 3eg uiram ram im imed edia iata tame mente nte até l$ e, com espa espanto nto,, ver verif ific icara aram m que tudo est estava ava in intat tato9 o9 nenhumaa pe!a de lou!a quebradaK nenhum 1onstantemente eram ouvidos ruídos estranhos, como se alguém rasgasse fazenda nova, o que causava desagrad$vel impress)o aos moradores. >ovó continuava a sonhar com a mulher de branco, sempre perseguida pelo macaco que, nas três ltimas vezes que se fez ver lhe apresentava um boti%a cheia de ouro que seria dada em troca duma vela e uma missa no altar de nossa senhora da 1oncei!)o, pra salva!)o de sua alma. >ovó n)o deu import4ncia ao caso ate que, em certo dia, quando se encontrava na sesta, quase adormecendo, foi acordada pelo contato duma m)o fria. 3e tratava da mesma criatura que lhe vinha aparecendo em sonho, acompanhada do macaco que lhe puava a saia. essa vez a mulher se dirigiu a vovó e lhe disse9 I #o quarto, embaio embaio da cama, na altura de tua cabeceira, h$ um ladrilho ladrilho branco, diferente dos demais. O levantes e caves até retirar o dinheiro que se acha enterrado ali, sem o que minha alma n)o ter$ sossego. >ovó pediu licen!a pra se fazer acompanhar por dona 0elmira e, no dia seguinte, ambas munidas de ferramenta, se trancaram no quarto e se puseram a cavar até que, retirando o terceiro ti%olo, encontraram grande quantidade de casca de ostra. #essa altura, dentro do d o quarto, surgiu o macaco, fazendo mímica mímica e pulando amea!ador amea!ador.. Dinha bisavó rezava o ter!o e pedia a eus coragem pra resistir e ter for!a pra continuar o trabalho empreendido mas, como o anim animal al conti continuasse nuasse a amea!ando, acabou perd perdendo endo o sentido soltando um grito de pavor. >ov-, que estava em epectativa atr$s da porta, a arrombou e entrou no quarto com enorme cacete mas %$ n)o encontrou o gorila fanta fantasma. sma. 1onsiderando n)o ser mais possível continuar morando naquela casa, vov- decidiu se mudar o mais breve possível, desistindo de obter a fabulosa fortuna. ias depois a família se mudou. 3e soube que após a saída de meus avós o senhorio mandou reparar a casa e os dois oper$rios que se ocupavam naquele mister, se achando um no tel elhhad adoo e ou outr troo no qu quiintal al,, viram su surrgi girr um eno norm rmee c)o ro rossna nanndo amea!adoramente e perseguindo o que se encontrava embaio. Este gritou socorro e o outro, que no momento trabalhava na cumeeira, percebendo se tratar de algo sobrenatural, caiu e morreu instanta instantaneamente. neamente. O que estava no solo, chegando ao auge do pavor, enlouqueceu. 1onsta 1on sta que outr outraa fa famí míli lia, a, in indo do ocupar ocupar aquel aquelaa casa casa mal5 mal5ass assomb ombrad rada, a, conseg consegui uiuu desenterrar a boti%a repleta de ouro e prata. ?oi cren!a geral que a mulher de branco, antes de morrer, enterrara dinheiro mas sua alma n)o teria sossego enquanto o mesmo n)o fosse retirado do abrigo subterr4neo em que se achava. E, enfim, o macaco que a acompanhava, lhe puando a saia, nada mais
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
seria que um espírito mau, empenhado a todo transe em impedir que ela encontrasse o caminho do 1éu.
&odos esses fatos foram revelados por meu pai, +nchSses 0euttermller de 3ouza, morador à rua 1arolina Dachado AFA, sobrado, Dadureira, que aponta como testemunhas minhas duas tias, +ristotelina de 3ouza +lbuquerque, moradora à avenida N de 3etembro HN, Darechal Permes, e +gripina de 3ouza, residente à rua Emberê :, >ila >alqueire. Ele, porém, poderia citar muitas outras testemunhas. Vaid> de Fouza Carrazedo 'ua Carolina %ac7ado 454 %adureira, *istrito +e +ederal deral
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
# co$pan7eira $aca/ra &odos os anos, no primeiro domingo de abril, se realiza em 'ecife a tradicional festa de #ossa 3enhora dos /razeres. /razer es. 7$ pelo ano de @B:B resolvi comparecer à festa em companhia dalguns amigos cu%os nomes nom es forne! forne!o9 o9 ?ra ?ranci ncisco sco 1ost 1osta, a, comerc comercia iante nteYY (osé (osé 0oaven 0oaventura tura,, constru construtorY torY +nd +ndré ré 2taliano, comerci$rioY Xalfrido, chofer do carro que nos levouY e meu irm)o ?l$vio +rag)o. +o lado da igre%a eiste um velho cemitério que é visitado por quase todos os que v)o à festa. ?omos nós também visitar visitar o cemitério cemitério pra n)o destoar. /ercorríamos o campo5santo quando eu, ao passar por uma velha catacumba, descobri uma caveira que ostentava quase todos os dentes. 3em mais pensar a retirei dali e a apresentei aos companheiros, lhes lembrando que todos nós, algum dia, seríamos %ustam %ustamente ente aquilo que eu tinha na m)o. + seguir a coloquei novamentee no lugar donde a tirara. novament 3aímos depois, indo beber num dos bares que ali se improvisam durante a festa. #a hora de dividir a despesa ?rancisco 1osta prop-s9 I /agarei toda a despesa se um de vós buscardes aquela caveira. 3e ninguém ninguém tiver coragem irei mas, nesse caso, pagareis tudoK #)o tive dvida. 7evantei e fui marchando em dire!)o à casa dos mortos, que distava do bar uns cem metros. Dinutos depois estava de volta no meio dos amigos, sendo recebido com grande entusiasmo e logo dispensado de entrar na vaca pro pagamento da despesa. + cerve%a voltou a encher os copos, que se ergueram num brinde à caveira. E eu, que a conservava na m)o esquerda, entornei v$rias vezes meu copo na cavidade bucal daquele fnebre achado, lhe dizendo9 I 0ebas a vontade, que aqui nada pagasK #essa altura nossas mesas estavam cercadas de v$rias pessoas que conosco compartilhavam da brincadeira. &erm ermin inad adaa a pago pagodei deira ra tomam tomamos os o automóv automóvel el de Xal alfr frid idoo e rumam rumamos os à ci cidad dadee trazendo a caveira em meu colo ate certa altura, quando a %oguei fora a pedido dos amigos. 3eria mais ou menos meia5noite quando chegamos à cidade, tendo cada qual tomado o rumo de casa pra descansar descansar.. 3ó eu fiquei parado, %ustamente na esquina da rua @ de Dar!o com a avenida Dartins de 0arros, esperando um bonde que me levasse até minh minhaa casa. 0em próimo estava o bar /ereira ?erreira, ainda aberto. Em seguida, quase em minha frente, parou um automóvel do qual desceu uma senhora aparentando entre GF e A; anos, bem conservada e simp$tica, tra%ando elegante vestido branco. O carro partiu imediatamente e a dama se dirigiu a mim9 I Qostei muito da festa. + farra da caveira, ent)o, foi formid formid$vel. $vel. /erguntei se tinha assistido assistido tudo e ela9 I OraK 1omo n)oL +té bebi bebi convoscoK
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
e minha arte n)o estranhei essa declara!)o, pois embora n)o me recordando da fisionomia de alguém que se encontrava na festa, tudo atribuí ao estado em que me achava9 de completa embriaguez. + senhora, senhora, ent)o, me convidou9 I 8ueres tomar algo comigo ali no barL +ceitei,, adiantando que a despesa seria por min +ceitei minha ha conta. I 3er$ como dese%as. Entramos e fomos ao reservado, on onde de ficamos inteiram inteiramente ente sós. 1omo amabilidade lhe disse em dado momento9 I 3abes que estou simpatizando muito muito com a senhoraL I /ois fiques sabendo que gostei tanto de ti que te acompanhei desde o cemitério. #essa altura o gar!)o havia colocado na mesa uma garrafa de quinado 1onstantino e dois copos com gelo. + desconhecida desconhecida apanhou a garrafa e encheu seu copo e o meu enquanto dizia9 I 1omo prova de amizade bebamos bebamos a nossa sadeK De levantei e, quando tentei tocar seu copo, eis que vi diante de mim um esqueleto, ostentando a mesma cavei caveira ra que me servira de troféu naquela noiteK #)o dando tempo a me refazer do espanto, a fnebre figura me lan!ou ao rosto ros to todo o contedo de seu copo, enquanto, com tremenda gargalhada, desaparecia como fuma!a de cigarro. Deio sufocado com a bebida que me entrara pelas narinas, caí ao ch)o. +o recobrar o sentido, instantes depois, encontrei o gar!)o a meu lado. I O que tensL, senhor. /or que est$s t)o p$lido e assomb assombradoL radoL Eu, que ainda tinha nos ouvidos aquela estranha gargalhada, nada pude responder a princípio. princí pio. 8uando me refiz perguntei ao gar!)o quanto devia e onde se encontrava a mulher que entrara comigo no bar. I 8ue mulherL mulherL Entraste aqui sozinhoK E arrematou9 I 1omo me pediste um litro de quinado e dois copos, pensei que esperavas alguém. e repente ouvi um baque e, correndo co rrendo até aqui, te encontrei sem sentido.
#uusto #ra.o 'ua italina 3 *u=ue de Caxias, 'io de Baneiro 0+alecido@ # exatid.o os detal7es foi con6r$ada por sua viRva, Budite da Filva #ra.o #ra. o
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O canoeiro providencial ?oi l$ pelo ano de @B:N, quando se realizava a elei!)o governamental na 0ahia, que se deu um fato verdadeiramente etraordin$rio ocorrido com o senhor (uvenal ?ranRlin &orres, ali re residente sidente à rua do 1éu @:. 1omo testemunha aponto o senhor Dílton da silva 0ittencourt, 0ittencourt, residente nesta capital à rua 1orreia utra @FH. 3e encontrava (uvenal em 7argo da 1al!ada, 0ahia, entre conhecidos e amigos que esperavam sua vez de votar, entretendo uma palestra sobre assuntos políticos, no que levou quase toda a noite. Eram cerca de :Gh quando chegou sua oportunidade. Dal acabou de depositar a cédula na urna e saiu apressado a fim de apanhar o ltimo bonde que o conduziria a 7argo da 'ibeira, 'ibeira, donde tomaria uma canoa pra alcan!ar 2tacaranha. E, de fato, assim fez. 3altou do bonde e seguiu direto à praia, procurando ver se havia alguma canoa das que fazem a travessia. epois de quase uma hora de espera, quando %$ se dispunha a aguardar o dia seguinte, ouviu o rumor característico de remo sobre a $gua e p-de verificar que se tratava dum velho dirigindo sua canoa. (uvenal &orres eultou. Estava disposto a pagar vinte vezes o pre!o da remada, pois o custo da condu!)o era apenas de mil réis naquela época. I Escutes, velhinho, velhinho, queres me levar a 2tacaranhaL 3em responder, o barqueiro encostou a embarca!)o e o via%ante se sentou numa das t$buas que serviam de banco. O velho fez a manobra e come!ou a remar, remar remar,, passando rapidamente rapidamente os A; minutos da travessia. #a praia de 2tacaranha o via%ante entregou os vinte mil réis ao prestimoso remador. O velho, depois de olhar a cédula, eclamou9 I P$ muito n)o pego tanto dinhe dinheiroK iroK (uvenal riu enquanto dava um pulo pra n)o molhar os pés mas quando se voltou pra dar um até5logo ao velho canoeiro nada mais viu além da imensid)o do mar e o vaivém incessante incessa nte das ondas. &)o apavorado ficou com o acontecido que, dias depois, se mudava de 2tacaranha, com dona 'icardina, sua esposa, e suas duas filhi filhinhas. nhas. Orlando rindade 'ua Correia Castro 15"
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
Os trLs ca-adores O caso me foi contado pelo próprio #ico. >inha ele de /ortela a um lugar chamado 'etiro, pertinho de (aguarembê, município de 2taocara, em companhia de + +nt-nio nt-nio e de 0enedito +ndré. #oite linda linda e enluara enluarada. da. #aquele ponto a estrada passava nnoo sopé dum morro. #outro lado ficava ficava uma v$rzea etensa onde se destacava o vulto dum pé de crundiba. ?oi +nt-nio quem viu primeiro. I 'epares l$, seu #icoK 8ue bicho bicho grande est$ pousado na $rvoreK I * verdadeK 6aiK #)o conhe!oK I #em euK I 3er$ urubuL #)oK * grande gr ande demais. I >amos >amos passar fogo nele. I isse 0enedito +ndré. I 0oa idéiaK, homem. homem. 'aio de ave esqui esquisitaK sitaK #ico puou um revólver da cintura cintura o entregando ao outro outro.. I #)oK +tires +tires tu que tens melhor pontaria. I isse 0enedito. 0enedito. e fato, #ico n)o atirava mal. Empun Empunhou hou a arma, a levou à altura dos olhos, dormiu na mira. Os outros dois, um na direita e outro na esquerda, emparelhados com ele, tinham a aten!)o voltada ao estranho p$ssaro. Dais um instante e #ico, tendo enquadrado o bicho na linha de visada, puou o gatilho. 7he respondeu um grito humano a seu lado9 I +iiii +iiiiii iiiK iK I +nt-nioK O que foiL I Estou baleadoK 3im. + ba bala la que #ico destinara ao p$ssaro, sem que alguma vez se pudesse dizer como, atingira na testa o companheiro que se achava ao lado,o pondo a terra ensangentado. #ico, ecitadíssim ecitadíssimo, o, n)o se cansara de repetir9 I Das n)o podeK, gente. +tirei até l$K +nt-nio estava atr$s. 1omo a bala iri iriaa voltarL ?elizmente o tiro pegara de rasp)o e, embora perdendo muito sangue, o estado de +nt-nio n)o era grave. Das #ico, até ho%e, quando se lembra do caso, co!a o queio, intrigado, intrig ado, resmungando9 I Das se eu estava com a pontaria feita no bicho pousado no pé p é de crundiba, como é que a bala pegou +nt-ni +nt-nioo quase atr$s de mimKL mimKL 1redoK & &ee escon%uroK *a$i.o +erreira +erreira da Costa ila )onte )onte do ;ra$a 'io de Baneiro
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
$a vis.o apavorante 3e passou comigo mesm mesmaa o caso qu quee narrarei. Em @BGA fui a um centro espírita em 3)o Dateus, 'io de (aneiro, a fim de pedir uma vaga pra pessoa de minha família. 3e tratava do %ovem Xaldomiro, que n)o queria trabalhar, vivendo entregue ao %ogo de azar, bebida, etc. Xaldomiro estava noivo em &omazinho, situado na estrada de #ilópolis a 3)o Dateus. 8uando volt$vamos da sess)o espírita, mais ou menos :G9A;h, procuramos inutilmente condu!)o. Ent)o, a eempl eemploo doutras pessoas, resolvi ir a pé ate minha casa, devendo gastar uns F; minutos. 8uando 8ua ndo chega chegamos mos à im imed edia ia!)o !)o de &oma omazi zinho nho di divi visam samos os um vu vult ltoo im imóv óvel el que a princípio princí pio n)o nos causou receio por %ulga %ulgarmos rmos se tratar de pessoa qualquer que ali transitasse. #os aproimamo aproimamoss e vimos que era Xaldomi aldomiro ro que, naturalmente, naturalmente, tinha vindo da casa de sua noiva. O chamamos e nos respondeu normalmente, sendo grande nossa satisfa!)o em poder ter companhi companhiaa naquela hora. > >eio eio nos acompanhando na retagua retaguarda. rda. Em certa altura, ao olharmos atr$s, nos espantamos ao ver que ali estava um vulto acéfalo vestindo vestindo cal!a branca e paletó escuroK 8uanto a mim, nada mais vi e, ao recobrar o sentido, estava dentro dum automóvel. O motorista, conhecido nosso, informou que me havia encontrado caída no meio da estrada, tendo se servido de algod)o com gasolina pra me fazer recobrar o sentido. Em casa tive conhecimento do que havia ocorrido9 Xaldomiro estava mortoK &inha sido degolado pelos maus companheiros de %ogo. O motorista, de nome 3ebasti)o, tinha %ustamente %ustame nte ido a meu encontro em 3)o Dateus a fim de me infor informar mar o evento e me trazer até casa. :oL$ia $ília 'ineiro 'ua eresin7a 213, casa 2 :il8polis, 'io de Baneiro
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
*espedida de a$ios #ossa pequena cidade foi, h$ cerca de @H anos, palco dum caso estranho, sendo sua principal princi pal personagem um engenheiro que ho%e reside em 0elo Porizonte, doutor +lfredo +lfredo +lves. 6m amigo amig o seu seu, , chama cha (on (onas asa. dos 3an 3antos, tos, se achav achavaa muit muitoo doente, doente, ví víti tima ma de pneumoni pneumonia a dupla segui seguida damado dedopleurisi pleurisia. +lfredo, constantemente, prometia visitar aquele amigo, nunca conseguindo devido ao fato de estar sempre via%a via%ando ndo a servi!o profissional. profissional. +conteceu que, tendo +lfredo +lves demorado cinco dias numa viagem, nesse intervalo de tempo (onas faleceu n)o resistindo à terrível doen!a. +o regressar, o primeiro pensamento do engenheiro foi visitar o amigo cu%a morte ignorava. 1hegando ao %ardim da pra!a da Datriz, a primeira pessoa que viu caminhando a seu encontro foi f oi seu amigo (onas, elegantíss elegantíssimo, imo, vesti vestindo ndo terno escuro. +l +lfr fred edoo +l +lve vess fi fico couu de deve vera rass desco desconc ncert ertado ado com es esse se en enco cont ntro, ro, recon reconhe hece cendo ndo inti intima mame mente nte haver haver tar tardado dado tan tanto to a vi visi sita ta ao am amig igoo que ess essee %$ tivera tivera tempo tempo de se restabelecer completame completamenteK nteK I Ol$, (onasK *s de a!oK PemL 2maginava que estivesses fraco, convalescente, convalescente, e te encontro assim t)o dispostoK I * verdade. #unca pensei ficar bom t)o depressa e confesso que estou admirado. admirado. Das nos sentemos aqui neste banco a fim de melhor conversar. 3e sentaram e longo tempo palestraram amistosamente sobre negócio enquanto o engenheiro volta e meia se desculpava de só ter podido visitar o amigo naquele dia. Enfim (onas alegou n)o poder ddemorar emorar mais. ($ se haviam eesgotado sgotado os poucos pouc os minutos de que dispunha, fato que se esquecera de t)o entretido na palestra. E se despediu em tom patético9 I +deus, +lfredo. +lfredo. +deusK +lfredo, sem dvida, achou a despedida ecessivamente tocante, mais do que seria de se esperar de seu amigo, mas nem as assim sim suspeito suspeito de algo. >oltando a sua residência contou à espos esposaa o que se passara. Ela retrucou9 I #)o é possível possívelKK #)o pode ter sido (onas, pois foi enterrado anteontem e me esquecera de te contar. O marido nada mais ouviu e ali mesmo desmaiou, se seguindo ao desmaio uma febre com delírio delírio tremendo, dur durante ante os quais repetia seguidamente9 seguidamente9 I +bracei um um morto e me sentei com el elee no mesmo bbancoK ancoK #)o, n)o pode pod e serK Iraídes ar/osa %ac7ado #venida )edro Feundo, se$ nR$ero )atrocínio, %inas ;erais
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O Credo O fato que passo a relatar se verificou l$ pelo ano de @B:C, quando eu tinha B anos de idade. + epidemia de varíola grassava no subrbio. #essa época a popula!)o praticava o catolicismo com mais fervor, obedecendo sacerdotes se fazer prociss)o noturna, princip principalm almente ente no fito deàserecomenda!)o obter a gra!a dos de ser aplacadopra o mal que, como se sabia, era muito contagioso. Deus pais, que eram portugueses, apoiavam aquelas peregrina!"es e prociss"es e obrigavam a família a tomar parte no que se denominava a sagrada luta. &odos, munidos de vela acesa, se punham em marcha cheios de fé, desfilando em silêncio da ?ontinha até 1ampinho, 1ampi nho, (acarepagu$ (acarepagu$.. #uma quinta5fei q uinta5feira ra de novembro daquele ano eu, minha minha m)e 7aura, minha minha irm) 7ídia, 7ídia, meu irm)o 3alvador e um amigo 'afael partimos da ?ontinha em dire!)o a 1ampinho segundo na estrada 'ioI3)o /aulo. &udo correu normalmente e, %$ de volta, :G9G;h, apressamos o passo pra n)o chegar muito tarde a casa. #a frente caminhavam caminhavam mam)e e meus dois irm irm)os. )os. Eu e 'afael éramos os ltim ltimos. os. #ossa casa c asa ficava na rua 1oelho 7isboa @:, em Osvaldo 1ruz, e, pra chegarmos até l$ tínhamos tínham os de passar novamente na ?ontinha e atravessar a estrada do 0arro >ermelho. >ermelho. Em dad dadoo mom moment entoo eu e 'afael 'afael ouvimo ouvimoss ni niti tidam dament entee passad passadas as fortes fortes em nossa nossa retaguarda. O som se acentuou quando atravess$vamos o lugar denominado 1aminho do 1achorro. Ol Olha hamo moss atr$ atr$ss e vi vimo moss per perfe feit itam ament entee que al algué guém m nos segui seguiaa a salto. salto. /rocura /rocurando ndo satisfazer nossa curiosidade paramos um pouco tentando identificar quem vinha em nosso encal!o. >imos, ent)o, uma forma que mais parecia um espantalho9 pernas compridas e abertas, quase sem corpo, e cabe!a semelhante a uma bola de grande propor!)o. #)o se via seu rosto porque o monstro tinha os bra!os cruzados na altura da face, com os cotovelos virados a fora. Enquan Enq uanto to isso isso se pas passav savaa os outros outros %$ se hav havia iam m afastado afastado de nós sem perceber perceber.. &odavia, como mam)e nos chamasse corremos até a alcan!ar, n)o sem olhar de vez em quando atr$s, %$ ent)o verifica verificando ndo que o fantasma havia havia desaparecido. /erguntamos aos demais se tinham visto algo de anormal e obtivemos respostas negativas. Em raz)o disso nos %untamos ao grupo g rupo e só em casa descrevemos a terrível vis)o. #a manh manh)) do dia seguinte, ao relatar o caso a alguns vizinhos, vizinhos, vim a saber s aber que aquela apari!)o era habitual ali. De contaram, ent)o, que em alta hora da noite o fantasma costumava aparecer dizendo se chamar 1redo. +o cora%oso que dese% dese%asse asse saber o que pretendia pretendia,, perguntava perguntava com voz de além5tmulo9 I 3abes rezar o credoL cr edoL E continuava na mesma posi!)o, imóvel, terrífico, pernas abertas, cabe!a escondida pelos bra!os. &al apari!)o, acrescentaram, era bastante conhecida de todos os moradores de Osvaldo 1ruz.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
3ua ltima vítima foi um pobre rapaz que passou no local fatídico, certa vez, na meia5 noite. +parecendo o fantasma, perguntou quem era e o que dese%ava, obtendo como resposta a costumeira pergunta9 I 3abes rezar o credoL cr edoL +pavorado, o %ovem correu enquanto berrava9 I 1redo em cruz, santo nome de (esusK Dal, entretanto, acabou de pronunciar o sagrado nome de 1risto, ouviu um estouro surdo e percebeu que a vis)o se desfazia em peda!os que desapareceram antes de tocar o ch)o. esde ent)o o 1redo nunca mais apareceu. #ltair ar/osa de #l$eida C7e6a de lin7a e instala-.o do *C aro do %ac7ado 35, 3Y *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O fantas$a do 7otel Deu filho mais velho tinha, naquela época, :: anos e, em certa noite, via%ando a negócio no sul, chegou a um hotel onde era hóspede antigo, quando percorria aquela zona de 1ruz +lta, 'io Qrande do 3ul. isse o hoteleiro9 I 2nfelizment 2nfeli meu caro, n)o dispomos destaquarto. vez de quarto vago. Das, zmente, n)o é e, possívelK 3empre me arran%aste I * verdade. Entretanto, Entretanto , desta vez n)o posso te satisfazer satisfazer,, por estar es tar tudo ocupado. Deu filho insistiu. I Ora essaK &enho que dormir aqui. +onde ireiL ireiL De arran%es qualquer coisa9 durmo dentro duma banheira, em cima duma mesa. 8ualquer coisa serve, contanto que eu possa passar a noite abrigado e amanh) cedo seguir viagem. I * pena mas nada tenho. + n)o ser... I + n)o ser o quêL & &ens ens algum %eitoL I *. Eu estava pensando que se o senhor quisesse ficar ficar no apêndice... I UtimoK Est$ muito bom. Dandes Dandes aprontar um leito. ormirei l$. O apêndice era uma constru!)o separada do corpo do hotel e constituído por pequenos quartos de madeira, com portas e %anelas envidra!adas, servidas de contra5ventos de madeira. Em instantes estava preparado um daqueles c-modos e até l$ seguiu o rapaz com a bagagem. 2nstantes depois se deitou e, sem demora, demora, adormeceu., #)o teve idéi idéiaa %usta do tempo que dormiu e só sabe que, a tanta da noite, foi despertado por um ruído de espora, batendo na la%e do p$tio. Eram Era m pas passad sadas as ní níti tidas das,, for fortes, tes, que ia iam m e vi vinh nham am dum lado a outro. outro. 3e tratava, tratava, naturalmente, de alguém cal!ado de bota e espora que ali estava passeando diante do quarto em que meu filho se achava. 1omo a cama estava colocada bem diante da %anela, o rapaz viu através da vidra!a o vulto dum militar indo e vindo no p$tio. +borrecido por ter sido despertado de modo t)o importuno, esperou o momento em que o passeante se achava de costas e subindo o p$tio, se levantou, foi fechar a %anelinha de madeira e voltou ao a o leito resmungando9 I Esses camaradas n)o têm mais o que fazer. fazer. OraK 3e isso é hora de alguém estar passeando, batendo com os tac"es assim com essa for!a. #)o têm respeito aos ooutrosK utrosK 'ealmente, com a %anelinha de madeira fechada, os passos se tornaram menos audíveis e, felizmente, pouco depois, %$ n)o eram mais ouvidos, podendo o hóspede novamente reatar o sono interrompido. #o dia seguinte, cedo, o rapaz se dirigi dirigiuu à sala de refei!)o pra tomar café. 8uando o hote hotele leir iroo se apr apro oim imou ou pra da darr bo bom5 m5di dia, a, aprov aprovei eito touu o en ense se%o %o pra formu formula larr uma uma reclama!)o. I 0om. ormiste bemL bemL I 8uêK ormiL 8ue nadaK ?rancamente, precisais dar um %eito e convidar aquele oficial a ir passear noutro ponto. 8ue diaboK O homem n)o me deiou dormir em paz. #)o parou de andar de l$ a c$, de c$ a l$. /arece que escolheu logo a frente de meu quarto pra pisar mais mais forte. 8uem era eleL 1omo o hoteleiro ho teleiro mostrou um ar de assombro, meu filho filho acrescentou9 I 6êK 8ue tensL, senhor. senhor. 1om uma cara t)o espantadaK I 8ueres dizer que viste o homemL
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
I >i, >i, sim, mas o que tem isso demai demaisL sL 8ue mi mistério stério é esseL I Ent)o, por favor, n)o contes a alguém. O hot hotel elei eiro ro pa pass ssou ou a re rela lata tarr a meu meu fi fillho que no quarto quarto ond ondee el elee dormi dormira ra fo fora ra assassinado um capit)o. esse dia a diante, vez e outra, aparece e fica passeando no p$tio. /$ra diante da %anela, mas somente quanto ela fica de vidra!as abertas. epois continua o passeio que se prolonga, às vezes, até a madrugada. 1om as %anelas %anelas fechadas nunca o vulto apareceu. >$rias pessoas o viram e nunca mais voltaram àqui. /or isso pe!o que n)o contes a alguém, sen)o os hóspedes hó spedes me abandonam.
8uando meu filho me fez esta impressionante narrativa, tive a curiosidade de saber se teria coragem de voltar a dormir naquele quarto, após tudo o que vira e soubera. I 3im. Das Das teria o cuidado de fechar as %anel %anelinha inhass de madeira. madeira. %adeira %@ @ is/oa aro do %ac7ado 21 *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O a/ra-o $ilaroso $ilaroso Este fato sucedeu com o senhor (osé 'ibeiro, sargento5a%udante de ordem, de A; anos de idade, casado e com dois filhos. 'eside ele à rua 3ouza ?ranco, Daracan). muitoda tempo vinha servindo no quartel da vilatempo Dilitar mas(osé ultimamente servia naa casaesde de ordem mesma vila. +contece que dalgum a c$ 'ibeiro contraiu moléstia molést ia mal de p$rquinson com tremor constante no lado esquerdo esquerdo.. 1erta vez, indo à cidade pra legalizar uns papéis com os quais pretendia conseguir a reforma, se deu o episódio que é ob%eto desta narrativa. +o percorrer a avenida /assos, em certa altura se viu for!ado a parar diante da eclama!)o duma senhora que em alta voz, chamando a aten!)o de quanto que ali transitavam, lhe disse9 I 1oitadoK >enhas >enhas a c$, meu herói. De dês um abra!oK E assim dizendo o apertava entre os bra!os. #aturalmente a dama o vendo fardado e caminhando caminhando com certa dificulda dificuldade, de, o chamava de herói por o considerar vítima de guerra. O surpreendente, entretanto, é que (osé 'ibeiro, logo após o abra!o da desconhecida, senti sen tiuu ces cessar sar por compl completo eto o tre tremor mor,, fi fica cando ndo perfei perfeita tamen mente te curado. curado. 6m ver verdade dadeiro iro milagreK #unca mais (osé 'ibeiro viu ou soube da tal senhora de cu%o tra!o fision-mi fision-mico co nem se recorda. #lice Faraiva 'ua ar.o de %es=uita 1419#, 1Y *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
O oitatá Em @BA@ eu morava em 1astro, /aran$, onde nasci e onde ainda tenho pais e irm)os. + uns A;;Rm da cidade, no sítio denominado +pari!)o, trabalhava meu irm)o /aulo numa serraria pertencente à fazenda Darumbi. +li próimo, GRm,que meu (o)o 1arradi amos, livrarei perigoK izendo issote deu umdopulo com rapidez sobre5humana, caindo sobre a garupa do animal, anim al, que estremeceu como se fosse alcan!ado por uma corrente elétrica. O menino sentiu, ent)o, duas m)os vigorosas mas frias como gelo, que seguravam seus bra!os na altura do ombro, enquanto uma voz sussurrava ao ouvido. I >amosK >amosK #)o tenhas medo. O cavalo arrancou como uma bala e passou pela cruz e no tnel de $rvore com velocidade dum raio. urante a travessia (osé teve a impress)o de ouvir o trotar doutro cavalo que o seguia de perto e, quando instintivamente, ia se voltar a fim de ver de quem se tratava, ouviu seu estranho companheiro murmurar %unto a sua face9 I #)o olhes atr$sK * uma coisa horrível. Ele tenta te assombrar porque estou te protegendo. + curiosidade ou o instinto fizeram com que o menino insistisse em olhar e viu, ent)o, um vulto gigantesco montado num cavalo sem cabe!aK O homem e a montaria eram verdadeiramente verdadeirame nte aapavorantesK pavorantesK (osé n)o encontrou palavra capaz de descrever os dois monstros disformes. 3eu cora!)o batia com tal for!a que ele próprio o ouvia. /ra concluir basta dizer que o herói da história chegou a casa em tal estado que só muito tempo depois conseguiu recuperar a fala e contar o que lhe tinha tinha acontecido. Dinha tia, tia, depois de ouvir em silê silêncio ncio tudo o que papai relatou, comentou9 I >$rias pessoas aqui do sítio %$ me falaram desse mesmo fantasma que ontem apareceu a (osé. Embora se%a dif difíci ícill acreditar acreditar é %$ t)o grande o nmero dos que declaram o ter visto que qu e estou incl inclinada inada a admitir admitir que se%a tudo verdade. #ntQnio *uarte %acedo Bucás, Ceará
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
# cruz da sepultura 8uando eu era crian!a residida com meus pais no estado do 'io de (aneiro, entre as esta!"es de 3anta 0$rbara e 3anta Daria de 1ampos, servidas pela estrada de ferro 7eopoldina. /erto de nossa casaentre morava um esta!"es. senhor de nome ?elício, funcion$rio da estrada, que servia como rondante as duas (ustamente naquele trecho havia na beira da linha férrea a sepultura dum homem que fora apanhado e morto pelo trem havia v$r v$rios ios anos. ?elício era quem cuidava daquele tmulo pobre, o mantendo sempre capinado e limpo, com sua cruz ereta ere ta e firme. 1erta vez, ao passar ali, em sua ronda habitual, notou que a sepultura estava muito coberta de mato e, sem demora, fez uma limpeza limpeza em regra. + seguir, seguir, como a cruz estivesse bastante carcomida, pensou em a substituir substituir por outra em perfeita perfeita condi!)o. /róimo a sua residência havia um pequeno cemitério e dali retirou a cruz duma sepultura e a levou ao tmulo da estrada.
freqentemente ?elíciotarde ?elício tinhadanecessi necessidade de ir à cidade compra. #essas ocasi"es voltava noite.dade 3ua esposa, receosa receosde a de3anta ficar0$rbara sozinha sozinha fazer com os fil filhos hos pequenos, ia à casa da famíli famíliaa Di Diano, ano, gente amig amigaa que morava num si sitio tio próimo. #uma daquelas noites, chegando tarde a casa e n)o encontrando ap mulher e os fil filhos, hos, se dirigiu ao sítio do amigo pra os trazer. +o passar diante do cemitério viu sair de l$ um vulto de mulher vestida de preto. Era uma figura estranha que imediatamente se dirigiu a ?elício, gesticulando como se quisesse o agarrar, o obrigando a correr a um lado e a outro, se desviando, se defendendo, ora se abaia abaiando, ndo, ora cami caminhando nhando de costas. Enfim, depois dalgum tempo de persegui!)o, o vulto pareceu desistir, se postando dum lado da estrada e deiando ?elício em paz. #a residênci residênciaa de seu amigo Diano, onde chegou etenuado, descreveu sua impressionante aventura, o que deiou a todos alarmados. iante do que contava, sua mulher, num etremo nervosismo, se de recusou a voltar até casa naquela noite. muito custo, e só depois que Diano seu filho @H anos se prontificaram a acompanh acompanhar ar + ?elício ?elíc io e sua esposa, esta concordou no regresso. &odos %untos se puseram a caminho. #o ponto em que o vulto desistira da persegui!)o nada se via. 1om a aproima apr oima!)o !)o do do grupo, no meio da estrada, interceptando a passagem, surgiu mais uma vez a mesma mulher de preto, demonstrando disposi!)o de reencetar a persegui!)o. 3ó ent)o ?elí ?elício cio compreendeu tudoK ?oi por causa da cruz que trocara de sepultura. 3ua legítima dona ali estava a reclamando. 3e soube, depois, que o vulto era duma mulher falecida v$rios anos atr$s, chamada 3ebastiana. Ent)o, se a%oelhando na estrada, ?elício prometeu, solenemente, repor a cruz em seu lugar primitivo. Dal acabar denhando fazer tal promessa emdesapareceu vol alta e anaapari!)o abandonou meio da estrada, se encami encaminhando à marge margem, m, onde escurid)o, deiando ao passagem livre.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
P$ v$rias testemunhas desse espantoso fato.
enedito ;o$es eixeira 'ua iRva %endon-a 12 'a$os, *istrito +ederal
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
# $o-a de azul Em /atrocínio de Duriaé, Dinas Qerais, reside dona Elza Qodinho, esposa do senhor (o)o Qodinho, funcion$rio da estrada de ferro 7eopoldina. 6m de seus filhos, Wezé, de @@ anos de idade, faleceu de mal sbito em estranha circunst4ncia. Em certo dia estava entregue a suas brincadeiras no quintal, enquanto sua m)e e uma vizinha amiga, dona Qeni, que ainda reside na mesma cidade, conversavam na sala. Em dado momento o menino entrou com ar entre curioso e assustado, falou às duas senhoras9 I >inde >inde ver uma m mo!a o!a de azul enci encima ma da la laran%ei ran%eira, ra, que est$ me chamando. +s duas seguiram imediatamente ao quintal mas nada viram, apesar da insistência do menino, meni no, que apontava a $rvore, rrepetindo epetindo cada vez com maior convic!)o9 I Das ela est$ l$ encima. encima. #)o estais vendoL #essa altura outras pessoas haviam haviam chegado, atraídas pelo alarde alarde que o menino menino fazia9 fazia9 I Est$ l$, ela... Estou vendo direitinho. direitinho. #)o é possível que n)o a vedes... Estar)o todos cegosL /ra oo iludir9 acalmar, outra vizinha, dona Daricota, que também nada via, achou de bom alvitre I &ens &ens raz)o, Wezé. &am &ambém bém estou vendo. * uma mo!a de azul en encima cima da laran%eira. laran%eira. 3ó assim o menino se aquietou e se entregou novamente a suas brincadeiras, enquanto as vizinhas debandavam a suas casas. ona Elza %$ nem pensava mais na ocorrência, quando viu Wezé entrar a casa, instantes depois, com as m)os apoiadas nos rins. I Dam)e, estou com uma dor horrível aqui. aqui. 8ueres me fazer um ch$ ch$LL 3olícita, dona Elza preparou imediatamente a beberagem e, quando a foi levar ao filho, que se achava deitado em sua própria cama, ouviu dele, surpreendida, esta imprevista revela!)o9 I Dam)e, o misto descarrilou. descarrilou. Pouve um desastre com papai mas n)o te assustes. >$s à esta!)o e procures telegrafar a ele. Era t)o sérioaseu modo de falar que dona procurar Elza, depois de o inquirir v$riasa vezes, obtendo sempre mesma informa!)o, resolveu o telegrafista da esta!)o fim de saber noticia do acidente. #a esta!)o nada se sabia sobre desastre na estrada mas a senhora, impressionada, impressionada, tratou de passar o telegrama aconselhado pelo filho, pedindo notícia notícia do marido. >oltou até casa, onde tentou tranqilizar o menino. Das este continuava irredutível em seu vaticínio9 I Pouve um desastre, sim, mam)e. mam)e. Das papai n)o morrer$. > >ou ou em seu lugar. + nica nica coisa que me preocupa é Edite. 8uero que a senhora e papai a eduquem muito bem. 3e eu crescesse haveria de trabalhar só pra a educar. Edite Edi te era sua ni nica ca ir irm) m)zi zinh nha, a, que atua atualm lmen ente te estuda estuda no gi gin$s n$sio io 0i 0itte ttencou ncourt, rt, de 2taperuna. + m)e m)e ouvia estarrecida aquela série de conselho e infor informa!)o. ma!)o. E o menino prosseguia9 Ise#)o quero que alguém chore. /apai h$ de vos olhar olhar.. Eu é que n)o poderia fazer algo, ficasse. ito isso, se virou à parede pare de e ficou quieto como ad adormecido. ormecido.
Incrível, fantástico, extraordinário extraordinário Almirante
+lgumas horas depois chegava a casa, com as duas pernas fraturadas, numa padiola, acompanhado de dois médicos
View more...
Comments