Acidente de Seveso
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas Engenharia Química
ACIDENTE DE SEVESO
Arthur Henrique Rodrigues Rezende – 201110636 201110636 Dilson David Luiz da Costa – 201010726 201010726 Fernando Pacheco Tofanello – 201110854 201110854 Guilherme de Freitas Silva – 201210553 201210553 Nicolas de Castro Castro Penholato – 201110664 201110664
Disciplina: SIAR Professora: Adriene Artiaga Pfeifer
Uberaba – MG MG 2014
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 3 2. LOCALIZAÇÃO.................................................................................................................... 3 3. A ICMESA ............................................................................................................................. 4 4. DIOXINA TCCD ................................................................................................................... 4 5. VAZAMENTO.......................................................................................................................5 6. DESTINO FINAL DA DIOXINA ......................................................................................... 6 7. CONSEQUÊNCIAS...............................................................................................................7 8. DIRETIVA DE SEVESO ....................................................................................................... 7 9. CONCLUSÃO......................................................................................................................10 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 10
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1. INTRODUÇÃO No dia 10 de julho de 1976, em Seveso, na Itália, um vazamento de dioxina da fábrica ICMESA da Roche causou a contaminação de 320 hectares, atingindo milhares de pessoas e animais. Foi uma das maiores catástrofes ecológicas do mundo. A causa do acidente foi um superaquecimento do reator de dioxina e o veneno foi liberado no meio ambiente, através de uma válvula defeituosa. A fábrica não dispunha de sistema de advertência nem planos de alarme à população. O prefeito local, avisado do acidente com 27 horas de atraso, não foi informado de que se tratava de um vazamento de dioxina. De repente, pássaros atingidos pela nuvem tóxica começaram a cair do céu e crianças foram hospitalizadas com diarréia, enjoos e irritação na pele. Nove dias após o acidente, mencionou-se, pela primeira vez, a palavra "dioxina".
2. LOCALIZAÇÃO O nome do desastre é referente à comuna de Seveso, local aonde a população foi mais afetada, a qual na época tinha 17 mil habitantes. Outras populações também foram afetadas, como em Meda (19 mil), Desio (33 mil), Cesano Maderno (34 mil). Porém, a planta industrial da indústria ICMESA, subsidiaria do grupo suíço ROCHE, estava localizada na comuna de Meda.
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3. A ICMESA Criada na Suíça em 1924 com o nome de Società Industrie Chimiche Karl Benger e C.S.A.,mudou sua planta industrial para a cidade de Meda em 1945, trocando seu nome para Industrie Chimiche Meridionali S.A. Foi só em 1947 que a empresa assumiu o nome atual. A fábrica produzia herbicidas, pesticidas e outros venenos utilizados em plantações. A fábrica foi fechada após o incidente, e o grupo Roche foi responsabilizado pela limpeza de toda a área afetada.
4. DIOXINA TCCD Na verdade, dioxina não corresponde a apenas uma substância, mas a um grupo de cerca de 75 compostos altamente persistentes no meio ambiente e que apresentam diferentes graus de toxidade. A dioxina mais perigosa é a 2,3,7,8-tetraclorodibenzeno-p-dioxina, que é mais conhecida por TCCD.
Ela é o derivado clorado mais tóxico que existe e é popularmente conhecida por “dioxina”. Mas as estruturas das dioxinas podem se apresentar de diferentes formas, com
variação no número de átomos de cloro ligados aos anéis aromáticos. As dioxinas são compostos que não ocorrem naturalmente. Elas são subprodutos não intencionais de vários processos envolvendo o cloro ou substâncias e/ou materiais que o contenham, como a produção de diversos produtos químicos, em especial os pesticidas, branqueamento de papel e celulose, incineração de resíduos, incêndios, processos de combustão, etc. A exposição à dioxina pode levar a uma série de efeitos danosos à nossa saúde incluindo câncer, defeito de nascimento, diabetes, retardamento no desenvolvimento e na aprendizagem, endometriose e anormalidades no sistema imunológico. A dioxina causa também uma série de efeitos negativos além do câncer. Estão entre eles, os danos aos sistemas reprodutivo, imunológico, endócrino e ao desenvolvimento tanto 4
de humanos como de outros animais. Estudos em animais mostraram que exposições à dioxina estão associadas com a endometriose, à diminuição da fertilidade, inabilidade de levar a gestação a termo, abaixamento nos níveis de testosterona, decréscimo na contagem de espermatozóides, defeitos de nascimento e inabilidade na aprendizagem. Em crianças, a exposição à dioxina poderá gerar déficit em seus QI’s, efeitos negativos sobre a
psicomotricidade e ao neurodesenvolvimento além de alterações comportamentais incluindose a hiperatividade. Pesquisas feitas com trabalhadores foram detectados baixos níveis de testosterona, diminuição no tamanho dos testículos e defeitos de nascimento nas proles dos veteranos norte-americanos do Vietnam expostos ao Agente Laranja.
5. VAZAMENTO A substância 2,4,5-triclorofenol (2) estava sendo produzida a partir do 1,2,4,5tetraclorobenzeno por uma reação de substituição nucleofílica com o hidróxido de sódio.Logo o 2,4,5-triclorofenol deveria ser o intermediário para o hexaclorofenol, embora também também possa ser utilizado com intermediário para o 2,4,5-T (ácido 2,4,5triclorofenoxiacético).
Esta reação deve ser realizada em uma temperatura maior do que era possível com o maquinário disponível na planta industrial, então foi decidido que o vapor de exaustão, advindo da turbina geração de energia elétrica, seria utilizado para complementar este aquecimento. Em situação normal, o vapor de exaustão estava a 190°C e a 12 bar, o que fazia com a temperatura da reação chegasse a 158°C, muito próximo aos 160°C do ponto de ebulição. Já os testes de segurança mostravam que o inicio de uma reação exotérmica se a temperatura atingisse os 230°C. O desastre teve inicio quando foi interrompida a produção de um lote antes da realização do passo final - remoção de etilenoglicol, obedecendo a uma lei italiana que exigia o desligamento das máquinas durante o fim-de-semana. Outras partes da planta industrial já haviam terminado suas operações, o que reduziu o consumo de energia de toda a indústria, 5
provocando uma queda dramática na carga sobre a turbina e um consequente aumento da temperatura do vapor de exaustão para cerca 300°C. A planta industrial não apresentava leitor de temperatura do vapor de exaustão, logo os operadores da indústria não tiveram como saber desse calor adicional, logo, eles finalizaram o lote como sempre fizeram – isolando o vapor de exaustão e desligando o agitador do reator. Com isso, o calor acabou se tornou altamente localizado nas camadas superiores da parede do reator. Além disso, a temperatura crítica mostrou ser de apenas 180°C, 50°C mais baixa do que os testes de segurança haviam calculado. Com isso, um lento processo de decomposição se iniciou, até que a válvula de segurança do reator se rompeu, liberando no ambiente 6 toneladas de químicos, dentre os quais se destacaram o TCDD. Posteriormente, ficou evidenciado que a válvula não abriu por estar defeituosa e sim para evitar a explosão do reator por sobrepressão já que era uma válvula Vent que foi instalada justamente para isso (aliviar pressão). Como não havia operadores de produção naquele dia para acionar o sistema água de refrigeração, a reação química exotérmica ficou sem controle subindo a pressão perigosamente. O acionamento da válvula Vent para aliviar esta pressão é automático, dando or igem assim ao “vazamento”. O grande problema é que a descarga dessa válvula era feita diretamente para atmosfera ao invés de um local seguro como um vaso de contenção, já que o produto era altamente tóxico.
6. DESTINO FINAL DA DIOXINA O solo contaminado foi removido e lacrado em duas bacias de concreto do tamanho de um estádio de futebol. O conteúdo do reator foi guardado em 41 galões para tratamento final. Em setembro de 1982, esse material foi transportado para França ilegalmente para um local desconhecido. Durante oito meses, os galões desaparecidos foram procurados em toda a Europa. A participação de detetives e serviços secretos na busca aumentou a pressão sobre as firmas envolvidas no escândalo. O conglomerado químico suíço Hoffmann-La Roche fora responsável pelo transporte, já que o vproduto vinha de uma de suas filiais. Com isso muitos médicos passaram a boicotar produtos farmacêuticos da La Roche. Finalmente, em maio de 1983, o esconderijo do veneno foi revelado. Os barris de dioxina foram depositados num sítio, a 60 metros de uma escola, num vilarejo de 300 moradores, no norte da França. Nove anos depois da catástrofe, o lixo tóxico foi incinerado em Basiléia, na Suíça.
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7. CONSEQUÊNCIAS Devido à contaminação, 3.000 animais morreram e outros 70.000 animais tiveram que ser sacrificados para evitar a entrada da dioxina na cadeia alimentar. Acredita-se que não tenha havido mortes de seres humanos diretamente vinculadas ao acidente, mas diversas pessoas nas áreas afetadas sofreram de cloracne e outros sintomas. O vazamento causou a contaminação de 1.800 hectares de terra e a evacuação da área. "O acidente não causou mortes mas ainda tem consequências sobre a população", lembra o médico Paolo Mocarelli, da Universidade de Milão, que estuda a questão há 25 anos. O número de vítimas de doenças cardíacas e vasculares em Seveso aumentou drasticamente, os casos de morte por leucemia duplicaram e triplicaram-se as ocorrências de tumores cerebrais. Os casos de câncer do fígado e da vesícula multiplicaram-se por dez vezes e aumentou o número de mortes em decorrência de doenças da pele. Gerou doentes crônicos e bebês com má formação genética. Na área contaminada, hoje existe uma reserva natural com milhares espécies de árvores e pássaros. No meio do parque, há uma espécie de colina, onde a grama cobre um tanque de cimento com 200 mil metros cúbicos de terra e dejetos industriais contaminados pela dioxina. Outra consequência do acidente de Seveso é a Convenção de Basiléia sobre o lixo tóxico, em vigor desde 1992. Os países signatários se comprometem a reduzir a produção de dejetos industriais e são obrigados a eliminá-los. A exportação só é autorizada se o país produtor não puder eliminar o lixo sem poluir e com autorização do país importador
8. DIRETIVA DE SEVESO Este evento mais tarde veio a ser conhecido como o Desastre de Seveso ou Acidente de Seveso e foi considerado como um dos maiores desastres ecológicas do mundo. Motivado por este desastre ambiental, a União Europeia criou uma política para a prevenção e controle dos perigos associados a acidentes graves envolvendo substâncias perigosas. Essa normativa é denominada DIRETIVA DE SEVESO e possui regulamentos industriais mais rígidos onde, muito países europeus classificam diversas fábricas como sendo de "tipo Seveso", quando existe alto risco de contaminação ambiental em caso de acidente.
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A Diretiva de Seveso foi atualizada em 1999 e complementada em 2005 e é atualmente conhecida como Diretiva de Seveso II (ou Regulamentos COMAH no Reino Unido). O âmbito de aplicação da diretiva é alargado e simplificado. A diretiva é aplicável a todos os estabelecimentos nos quais, em resultado de um acidente, se encontrem presentes ou possam ser produzidas substâncias perigosas. Abaixo segue algumas das tantas providências a serem tomadas pelas empresas: Obrigações gerais do operador Os Estados-Membros devem assegurar que o operador:
Adote todas as medidas necessárias para prevenir a ocorrência de acidentes graves e limitar as suas consequências para o homem e o ambiente;
Possa provar à autoridade competente, em qualquer momento, que adotou as medidas necessárias previstas pela diretiva.
No que respeita a esta última obrigação, a prova incumbe ao operador. Notificação A diretiva impõe uma obrigação de notificação, segundo o qual as empresas não podem deter uma quantidade elevada de substâncias perigosas sem comunicar tal fato às autoridades competentes, nos prazos previstos pela diretiva. Política de prevenção Os Estados-Membros devem assegurar:
A redação pelo operador de um documento que defina a política de prevenção dos acidentes graves;
A aplicação adequada da referida política.
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Precauções relativas à localização A autoridade competente deve:
identificar os estabelecimentos ou grupos de estabelecimentos cuja localização, proximidade e inventário de substâncias químicas reforcem a probabilidade de ocorrência de um acidente grave e suas consequências;
assegurar o intercâmbio de informações e a cooperação entre os estabelecimentos.
Planos de urgência Os Estados-Membros devem assegurar que todos os operadores sujeitos à obrigação de apresentar um relatório de segurança elaborem também um plano de emergência interna e forneçam às autoridades competentes os elementos necessários à elaboração de um plano externo. Estes planos de emergência devem ser reexaminados, testados e, se necessário, revistos e atualizados, pelo menos, de três em três anos. Informações a prestar pelo operador após um acidente grave Após um acidente grave, o operador deve:
informar a autoridade competente;
comunicar-lhe as circunstâncias do acidente, as substâncias perigosas em causa, os dados disponíveis para avaliar os efeitos do acidente no homem e no ambiente, os dados disponíveis para avaliar as consequências do acidente no homem e no ambiente, e as medidas de emergência tomadas;
informá-la das medidas previstas para minimizar os efeitos do acidente e evitar que o mesmo se repita;
atualizar as informações relativas ao acidente.
A autoridade competente deve:
certificar-se de que são tomadas as medidas de emergência;
recolher as informações necessárias para uma análise completa do acidente;
assegurar que o operador tome as medidas paliativas necessárias;
formular recomendações relativas a futuras medidas de prevenção. 9
9. CONCLUSÃO Com base no acidente de Seveso, conclui-se que é importante manter o controle dos processos de forma rígida, evitando acidentes da grandiosidade do acidente de Seveso em 1976. É de extrema relevância o treinamento de todos os funcionários de uma indústria para se comportar de forma adequada durante um acidente industrial de tal gravidade. Além disso, é importante ter formas de aviso à população localizada nas proximidades da fábrica. O acidente de Seveso, não causou mortes de forma direta, entretanto as pessoas ali presentes naquela data tiveram suas vidas afetadas até os dias atuais, isso mostra o tamanho da importância de manter o controle dos processos químicos com rigor e qualidade.
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1]. Acesso em: 27 jun. 2014. [2]. Acesso em: 27 jun. 2014. [3]. Acesso em: 27 jun. 2014. [4]. Acesso em: 27 jun. 2014. [5]. Acesso em: 27 jun. 2014.
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