ACHCAR, Francisco - Lírica e lugar-comum
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (CàInara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Achcar, Francisco Lúica e Lugar-eomwn : Alguns Temas de Horácio e sua Presença em Português I Francisco Achcar. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1994. - (Ensaios de Cultura; voI. 4)
1. Hotácio, 65·8 a.C. - Critica e Inte:pretação 3. Poesia Lírica I. Titulo. 11. Série.
2. Poesia Latina
94-0372
CDD-874.0109
ne te souvient-il pas d'Oraces,
Índices para catalogo sistemático: 1. Horácio: Apreciação crítica; Literatura lírica latina
1/[ jJ.S.
Para a Paula no seu 8 de Dezembro
874.0109
906cVs6330 80?-9/;;;/3
Direitos reseNados à Edusp - Editora da Universidade de São Paulo Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374 6' andar - Ed. da Antiga Reitoria - Cidade Universitária 05508-900 - São Paulo - SP - Brasil Fax (011) 211-6988 Tel. (011) 813-8837/818'4156/818-4160
qui tant ot de sens et de grâces?
Apresentação . Prólogo . . . .
Parte I GÊNERO E TÓPICA
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Parte II TÓPICA DA EFEMERIDADE
Genealogia do Carpe Diem: Imagens do Efêmero de Homero a Catulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3. Variações Horacianas: Carpe Diem . . . . . 4. Variações Horacianas: O Convite Amoroso .
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59 87 127
Parte lU TÓPICA DA ETERNIDADE
APRESENTAÇÃO Excurso - Metamorfoses de Pirra Antologia - Horácio a Várias Vozes Bibliografia índice de Nomes
185 209 271
281
Este livro trata, principalmente, de um gênero poético muito conhecido, mas que não costuma ser considerado e estudado como tal, isto é, como um conjunto de poemas que fazem uso de um mesmo repertório de elementos básicos e motivos opcionais. O g~J!~o em questão pode ser chamado carpediem ("colhe o dia"), provindo o nome do principal de seus Íugares-comuns. A expressão com que o denomino é de Horácio, um de St;US cultores máxímqs. Ao estudo desse gênero segue-se o de um outro, de alguma forma conexo a ele, pois consiste na afirmação da eternidade da obra poética; denominei-o, também com uma frase horaciana, exegi monumentum (" concluí um monumento"). finalmente, um excurso, que adentrauma nova área~ temática, volta-se para um terceiro gênero, o da renúncia ao amor, freqüente na poesia antiga e não desconhecido da moderna. As análises dos poemas latinos, precedidas de considerações sobre seus antecedentes gregos, sempre introduzirão o exame de traduções e variações que deles se fizeram em português, ao longo de cinco séculos. Horácio é o centro deste trabalho e são traços essenciais de sua poética que estarão sendo discutidos, mesmo quando se tratar de problemas gerais. Assim, no Prólogo, o tema é a poética da alusão, dominante na Antigüidade -_uma poética que marca a poesia culta grega e latina e, por excelência, a poesia horaciana. Os assuntos do primeiro capítulo são, entre outros, a lírica, o lugar-comum, os gêneros
poéticos e a carga de convenções neles presente - uma carga muito mais pesada do que as nossas modernas concepções do gênero lírico podem suportar. As questões aí envolvidas são decisivas para a caracterização adequada das odes horacianas enquanto peças de uma lírica culta a que, desde o barroco, nos desabituamos. Encerra o volume uma pequena antologia em que os poemas de Horácio - tanto os poemas antes tratados como outros de temática próxima - são apresentados em traduções variadas, elaboradas por diversos tradutores, de épocas e estilos diferentes.
PRÓLOGO
São Paulo, 8 de Dezembro de 1992, bimilenário da morte de Horácio.
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de 11mpoeIa [vem] o ollIro, no passado como hoje: não é fácil encolllrar as porIas das palavras não-diIas
Se a relação entre os poetas é essa de que fala Baquílides, nada mais compreensível que se busquem nas obras poéticas os pontos de semelhança que as ligam umas às outras. A procura por tais [oei similes sempre foi uma atividade predileta, e em alguns casos quase exclusiva, dos comenta dores de textos clássicos. A crítica idealista, o hegelianismo crociano ou marxista consideraram essa prática irrelevante ou a impugnaram como superficialmente formalista, um descaminho, um estorvo à compreensão verdadeira da obra literária. Mesmo críticos positivistas interessados na chamada" crítica de fontes" , Quellenforsehung, não viam ou vêem na caça de semelhanças mais que comparatismo rudimentar, trabalho ancilar, mero fornecedor de subsídios para a análise crítica. Nas últimas duas décadas ou pouco mais, com as questões suscitadas pela obra de Bakhtin (ou, mais precisamente, por sua divulgação atrasada fora do que era a União Soviética), o assunto ganhou outro interesse. O fenômeno de um texto retomar outro, por meio de citações, alusões, inversões, paródicas ou não, passou a ser
visto como el~m~llt()es1>~!lcial do discurso lit~t:ário, traço tipificador da literatura no universo -dos discursos. A itÍtertextualidade litedrfa
t~mõu::seiaerêncià-cõns"tant~·d~-;rÚka,m;;n~ma.p~~p~~trvaque também desqllllHfica o tipo âe'CõIfípa'rãTiSiriõ'lfadicioi1ã['CÕm'efe1to, se a obra é por defiriição um pontõ de cruzã"inentü"CIetextos, não é de "fonte" ou então de coincidência ocasional que se trata - ou seja, o ponto relevante não é que um poeta tenha haurido algo em outro, ou então que sua obra casualmente se assemelhe a outra;. trata~se antes ~e um fell§l!l~11
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