Abrãao (Hernandes Dias Lopes)

April 10, 2019 | Author: Daniel Dutra | Category: Isaac, Hagar, Faith, Sarah, God
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Uma das maiores dificuldades do ser humano é esperar. Nossa paciência é curta. Queremos que tudo aconteça de nosso modo e no nosso tempo. Gostamos de cantar a música que expressa esse imediatismo: Bem, vamos embora, porque esperar não é saber. Quem sabe, faz a hora, não espera acontecer.

O século 2 é o século do imediatismo. !aciência parece ser uma "irtude em extinç#o. $sperar produ% em n&s estresse. fast-f -foo ood, d, da co 'omos a (eraç#o do fast comun munic icaç# aç#o o "irtu "irtual) al) da *nternet +anda lar(a) da celeridade. ,lcançamos o mundo na ponta de nossos dedos. -ra%emos o uni"erso para o recesso de nossa sala. $m tempo real) assistimos concomitantemente ao que se passa no planeta terra) essa pequena aldeia (lo+al. $ imperati"o que tudo funcione dentro das leis do imediatismo. $spe $spera ramo moss que que até até me mesm smo o eus eus se enqu enquad adre re dent dentro ro desse crono(rama. N#o temos paciência para esperar. $sperar um dia) dia) uma uma sem eman ana) a) um mê mês) s) um ano) ano) pare parecce/ e/no noss uma uma eternidade. Neste mundo de impaciência) desespero e desesperança) muit muitos os têm têm uma uma es espe pera ranç nça a que que n#o n#o se dese desesp sper era. a. , lend lenda a (re(a de Ulisses e !enélope retrata esse fato. Na Guerra de  -r&ia) Ulisses foi para a pele0a e n#o "oltou. 1uitos anunciaram anunciaram sua morte. Os pretendentes insta"am com !enélope para que lhe lhes dess desse e uma chance. nce. $la di% di%ia aos que que a cor orte te0a 0a" "am: am: Quando eu terminar de +ordar essa colcha) pensarei em sua proposta. '& que !enélope tra+alha"a durante o dia e) 3 noite) desfa%ia o que ha"ia feito. $la 0amais desistiu de esperar a "olta de Ulisses. $la 0amais desistiu do sonho de ter de "olta seu amor. $la esperou contra a esperança e alcançou seu dese0o) pois Ulisses) quando todos aposta"am em sua morte) retornou para casa. O (rande (rande e"an(e e"an(elis lista ta ameri america cano no 4i(ht 4i(ht 5. 1ood6 1ood6)) que durante sua "ida anunciou a (loriosa esperança em 7risto) na hora de sua morte disse aos que esta"am ao seu redor: ,fasta/ se a -erra) aproxima/se o céu) estou entrando na (l&ria. ,o cru%ar a cortina do tempo e entrar na sala da eternidade) seus pés esta"am pisando o firme solo da esperança. Um dos maio/ res pastores do século 28) o médico (alés 1art6n 5lo6d/9ones) depois de uma +atalha contra o cncer) disse a sua fam;lia e a seus paroquianos: N#o orem mais por minha cura. N#o me detenham da (l&ria. !ara ele) a morte n#o era uma "ia(em rumo ao desconhecido) mas a entrada no céu) no para;so) na casa do !ai) na p. O ap&stolo !ulo di% que eus c hama as coisas que n#o s#o) como se 0< fossem =Pm J.K>. O corpo de ,+ra#o 0< esta"a amortecido. 9< ha"ia passado para 'ara a idade pr&pria de ser m#e. 'e isso n#o +astasse) 'ara ainda era estéril. O +om senso di%ia: *mposs;"el. , ra%#o (rita"a: N#o pode ser. 1as a fé di%: -udo é poss;"el. ,+ra#o esperou 2E anos desde a promessa até *saque nascer. 'er< que ter;amos condiçAes de esperar uma promessa de eus tanto tempoD 'er< que n#o ter;amos sepultado essa promessa no túmulo de nossa incredulidade e desesperançaD ,+ra#o acredita"a que a promessa de eus n#o podia falhar. $le confia"a no car. ,o todo) s#o BH anos desde o dia da promessa até o dia em que eus pede *saque de "olta a ,+ra#o. ,(ora) ,+ra#o) de posse da promessa) escuta eus lhe falando: ,+ra#o) a(ora desista dê/me seu filho renuncie/o entre(ue/o a mim em sacrif;cio. ?a"ia uma paciência t#o (rande em ,+ra#o que ele acredita"a que a promessa de eus n#o poderia ser frustrada) que eus ressuscitaria seu filho. $le acredita"a que nem a morte podia colocar limites ao poder de eus. ,credita"a que) quando andamos com eus) a morte n#o tem a última pala"ra.

2 OLHE PARA O C! E CO"#E AS ES#RELAS =Gn E./F> eus falou e ainda fala fala de forma t#o eloqente que é imposs;"el deixar de ou"ir 'ua "o%. eus falou no passado e ainda fala no presente. Os li+erais di%em que eus n#o fala mais os m;sticos di%em que eus fala) mas fala diretamente) sem a instrumentalidade de 'ua !ala"ra. 7remos) entretanto) que eus fala) mas fala por meio da 'ua !ala"ra. , !ala"ra de eus é a "o% de eus. $ssa pala"ra é "i"a) poderosa e efica%. Gênesis E di% que) depois destas coisas) eus apareceu a ,+ra#o e falou com ele. , per(unta que precisamos fa%er é: depois de que acontecimentosD O texto n#o responde. $nt#o) precisamos "er a resposta nos cap;tulos anteriores. O+ser"ando o contexto) "erificamos que aconte/ ceram coisas +oas e ruins. $m primeiro lu(ar) ve'amos as coisas ruins*

R Mome e fu(a para o $(ito =Gn 2.8> R 1entira no $(ito por causa de 'ara =Gn 8.B> R @ri(a dos seus ser"os com os ser"os de 5& =Gn B.K> R 'eparaç#o de 5& =Gn B.H> R Guerra com os quatro reis =Gn J.2/K>. $m se(undo lu(ar) ve'amos as coisas boas* R !romessa de uma terra =Gn B.H> R , +ênç#o de 1elquisedeque quando ,+ra#o pa(a a este o d;%imo =Gn J.C/2J>. eus tam+ém fala com "ocê no meio dos acontecimentos normais da sua "ida. N#o é preciso um clima celestial ou m;stico para eus romper o silêncio e falar. eus nos fala pelos

caminhos de 'ua pro"idência. !recisamos ter olhos para "er) ou"idos para ou"ir e coraç#o para perce+er. -al"e%) antes de começar a ler este li"ro) "ocê tenha enfrentado circunstncias dif;ceis) ou"ido insultos) sofrido pre0u;%os financeiros) sentido a dor da solid#o) se decepcionado com um ami(o) se frustrado com o cIn0u(e e até este0a passando pelo "ale escuro da depress#o. -al"e% "ocê tenha aca+ado de che(ar ao médico) e ele) ao o+ser"ar seus exames) lhe tenha dado m. Os astrInomos di%em que h< tantas estrelas no firmamento quantos os (r#os de areia nas praias do mar. ,+ra#o começou a contar as estrelas do céu) mas perce+eu que era imposs;"el cont ,+ra#o ama"a *saque e tinha constru;do todo o seu futuro ao redor dele B> quando eus pediu *saque a ,+ra#o) $le esta"a testando n#o apenas sua fé) mas tam+ém sua esperança e seu amor. eus parecia tirar tudo o que ,+ra#o ama"a na "ida. Quando eus nos en"ia uma pro"a) nossa primeira reaç#o é per(untar: $U') !OP QUSD !OP QU$ 7O1*GOD Queremos explicaçAes. eus tem ra%Aes) 0< expostas em 'ua !ala"ra: > !urificar nossa fé =l!e F/H> 2> aperfeiçoar nosso car B> prote(er/nos do pecado =27o 2.K/8>.

,+ra#o ou"iu a pala"ra de eus e) imediatamente) a o+edeceu a ela pela fé. N&s sa+emos que a "ontade de eus  0amais contradi% 'ua promessa. ,+ra#o 0< tinha escutado: !orque em *saque ser< chamada a tua descendência =Gn 2.2>. ?e+reus .K/H nos informa que ,+ra#o se dispIs a sacrificar seu filho na certe%a de que eus o ressuscitaria dentre os mortos. , fé n#o exi(e explicaçAes a fé descansa nas promessas. As características da %9 adu&ta de A0raão ,+ra#o é o pai da fé. $le te"e uma fé ro+usta e adulta. e0amos suas caracter;sticas: $m primeiro lu(ar) sua fé responde ao chamado de Deus =22.>. eus o chamou desde o céu: ,+ra#o. $le respondeu imediatamente: $is/me aqui. ,+ra#o +ateu continência para eus antes de sa+er para que eus o chama"a. $m se(undo lu(ar) sua fé se disp#e a obedecer a Deus  prontamente, sem questionamentos =22.2>. , fé de ,+ra#o triunfou porque ele se recusou a "er a incoerência ou infidelidade da parte de eus. O 'enhor n#o queria *saque queria o amor de ,+ra#o. $m terceiro lu(ar) sua fé revela-se pela ação e pela direção =22.2)B>. , fé de ,+ra#o n#o é especulati"a) do tipo que quer sa+er onde) por que) para quê. $le a(e e caminha na direç#o dada por eus. $m quarto lu(ar) sua fé é uma fé que não adia a ação =22.B>. Quando se sa+e o que eus quer) n#o h< ra%#o para di"a(açAes) testes) per(untas) para ficar parado. , procrastinaç#o é um con"ite 3 ru;na. !rotelar aquilo que sa+emos a "ontade de eus é um laço peri(oso. $m quinto lu(ar) sua fé é capaz de transformar as provas em adoração =22.E>. ,+ra#o disse a seus dois ser"os: $u e o mance+o iremos até l. !orque ,+ra#o cria em eus) ele n#o tinha a intenç#o de tra%er de "olta um cad. ,+ra#o disse a seus ser"os) antes de su+ir o monte 1ori< para sacrificar o seu filho: oltaremos. $m ?e+reus .H) lemos que ,+ra#o cria que eus ressuscitaria *saque) o filho da promessa. eus nos pro"a n#o para nos derru+ar) mas para nos fortalecer. ,+ra#o 0< tinha aprendido a crer em eus e o+edecer ao 'enhor mesmo quando ele não sabia onde =?+ .C> não sabia quando =?+ .H/8)B/F>) não sabia como =?+ ./2>) e n#o sabia por que =?+ .K/H>.

Dependa tota&mente da provisão de Deus '(n ..+28):, uas expressAes re"elam a ênfase desta passa(em: eus pro"era para si o cordeiro para o holocausto) meu filho =Gn 22.C> e: No monte do 'enhor se pro"era =Gn 22.J>. , medida que su+ia o monte 1ori. $m se(undo lu(ar) o 4ilho tinha de morrer. ,+ra#o pe(ou o cutelo e o fo(o) os dois instrumentos de morte. No caso de *saque) hou"e um su+stituto) mas nin(uém pode tomar o lu(ar

de 7risto na cru%. '& $le poderia morrer por n&s na cru%. ,penas $le poderia oferecer um sacrif;cio perfeito em nosso lu(ar. '& $le é o 7ordeiro de eus que tira o pecado do mundo. O fo(o é s;m+olo da santidade e do 0u;%o de eus. Na cru%) 9esus experimentou mais do que a morte experimentou o 0u;%o de eus pelos pecados do mundo. *saque n#o suportou nem o cutelo nem o fo(o) mas 9esus suportou am+os. O pai de *saque esta"a l. ,+ra#o disse a seus ser"os: ... depois de adorarmos) "oltaremos. $le n#o mataria seu filho: ele o sacrificaria. $le le"antaria um altar. $le adoraria. ,+ra#o compreendeu que de"emos o+edecer a eus ainda que $le pa/ reça contradit&rio. !arece que eus luta contra eus a "erdade) contra a "erdade e o mandamento) contra a promessa. ,+ra#o compreende que *saque pode morrer) mas eus n#o pode deixar de ser eus fiel) e n#o pode deixar de cumprir 'ua promessa. eus n#o procura pessoas que ar(umentem) mas as que adorem e o+edeçam Oita"o) ,+ra#o) pela fé) crê na ressurreiç#o de todas as promessas de eus =Gn 22.E>. ,+ra#o ainda di% a seus ser"os: ... "oltaremos. $m ?e+reus ) lemos que ,+ra#o creu que eus ressuscitaria *saque. ,s promessas de eus n#o morrem.

!ara eus) nunca ha"er< impossi+ilidades no cumprimento

de

'uas promessas. ,+ra#o espera"a um mila(re. $le "islum+ra"a a ressurreiç#o Nono) ,+ra#o crê na pro"is#o di"ina =Gn 22.K)C>. ,li) ,+ra#o proferiu pela primeira "e% este nome de eus:  5eov(-5iré. $le sa+ia que eus nunca falha) nunca decepciona. $le sa+ia que os caminhos de eus) mesmo na tormenta) s#o se(uros. Nas horas das tre"as mais espessas) eus sempre acende uma lu% em nosso caminho. Quando estamos na estrada da o+ediência) $le sempre pro"era X no monte do 'enhor) na terra da o+ediência sacrificial) que o 'enhor pro"e

Esse episódio reve&a a recompensa da %9  -rês "erdades +enditas emanam dessa experiência de ,+ra#o: $m primeiro lu(ar) o livramento =Gn 22.)2)J>. O li/ "ramento de eus pode ser "isto de duas maneiras (loriosas: !rimeiro) *saque é poupado. O mesmo eus que ordena ,+ra#o sacrificar *saque é o eus que pro;+e ,+ra#o de imolar o filho. O mesmo eus que pede *saque em sacrif;cio pro"idencia o su+stituto. O mesmo eus que pede o filho pro"idencia o cordeiro. eus n#o queria *saque) mas a o+ediência de ,+ra#o. 'e(undo) ,+ra#o é exaltado. eus di%: ,(ora sei.... N#o que eus n#o sou+esse. , firme%a de ,+ra#o n#o surpreendeu eus) mas foi um testemunho para o mundo. eus pro"ou ,+ra#o para que seu exemplo se tornasse uma fonte de encora0amento para milhAes de outras pessoas. !orque ,+ra#o o+edeceu) eus o exaltou e fe% dele o pai e o paradi(ma de todos os que crêem. $m se(undo lu(ar) o substituto =Gn 2.B>. O cordeiro) s;m+olo de 7risto) é pro"idenciado para su+stituir *saque. No monte 1ori. , @;+lia di% que ,+ra#o exultou por "er o dia de 7risto) "iu/o e ale(rou/se =9o C.EF>. $m terceiro lu(ar) a promessa =Gn 22.F/H>. eus fa% menç#o da o+ediência de ,+ra#o como consideraç#o do pacto =Gn 22.F>. eus a(ora confirma a promessa do pacto =?+ F.B>. eus promete a ,+ra#o uma numerosa descendência. $le n#o perde o filho e ainda (anha milhares de milhares de outros filhos.

Esse episódio reve&a o ;&orioso e6emp&o da %9 que aponta para o maior acontecimento da História 7omo nenhum outro epis&dio) este aponta para o amor do !ai e o sacrif;cio de 9esus na cru%. , entre(a de *saque é um farol a apontar o amor eterno e sacrificial do !ai que deu 'eu Milho para morrer por n&s) pecadores. ,l(umas semelhanças entre esse (esto de ,+ra#o e o amor do !ai podem ser aqui identificadas.

$m primeiro lu(ar) assim como Abraão, Deus não poupou 0eu prprio 4ilho =?+ .K Pm C.B2>. ,+ra#o entre(ou seu filho a eus) e eus entre(ou 'eu Milho para morrer pelos pecadores. $m se(undo lu(ar) %saque foi o filho do coração como 5esus foi o 4ilho amado =Gn 22.2 9o B.F>. ,ssim como *saque era o filho da promessa) o filho amado de ,+ra#o) 9esus é o Milho amado) em Quem eus tem todo o pra%er. $m terceiro lu(ar) %saque foi a 1or;< sem reclamar6 5esus, como ovelha muda, foi obediente até a morte, e morte de cruz- A

lança lu% so+re a atitude de 9esus caminhando para o 7al"
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