February 19, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
Download A Virgem Maria e o Demônio Nos Exorcismo1 5001509087142215790...
Francesco
amonte
Virgem Maria e o
iabo nos exor ismos
ª edição
1. edição : Abril 2011 2 .ª edi ção : unho 2016 3.ª edi ção : Abril 2017
Titulo original :
Vergine Maria e il Diavolo negli esorcis esorci s mi Paol oloo - Mi Milã lãoo © 2010 2010,, Figlie d i San Pa Tradução Tradu ção : Ant Antóó ni nioo Maia d a Rocha Gráfico co Paulinas Editora Capa Departamento Gráfi Foto da ca pa : Cario Maratta 1625-1713 1625-1713)) , Nossa Senhora em glória entre São Francisco de Sales e São Tomás de Vilanova Igreja de San to Agos tinho , _1e n a Scala,, Florença © 2010 2010.. Foto Scala Pr é-impre ss ão : Paulinas Editora - Prio Priorr Velho Impresscto e acabamentos Arti Artipol pol - Art Artes es Tipog Tipográf ráfica icass , Lda Lda.. - Ág Águue da Deppós ito legal n .º 424 826/17 De l SBN 978-989-673-159-5 edi dição ção original original 978-88-315 978-88-315--3834-3) a
Miss.. Filhas de São Paul Pauloo © Abril 2017 2017,, l nst. Miss Francisco co Salgado Zenha Zenha,, 11 - 2685 Velhoo Ru a Francis 2685--332 Prior Velh 6400 - Fax 21 2199 405 649 Te . 2 19 405 64
[email protected] t editora@paulinas wwwpaulina ulinass .pt
refácio edição portuguesa
O momento mome nto histórico que q ue vivemos vivemos é , d o ponto de vista teoló gico , caracterizado por uma pluralidade de interpretações d a Palavra de Deus, Deus , muitas delas inconciliáveis entre si. Tal fenó meno não é novo nem necessariamente nega negativo tivo,, se tivermos presente que qu e muito mu itoss elemento elem entoss na Revel Revelaç ação ão divina são são de dif difíci ícill interpretação e que cada teólogo tem a sua própria abordagem abordagem,, mesmo respeitando os elementos irrenunciáveis do método teo lógico . O que surpreende , porém porém,, nos nossos dias , é u m certo ceticismo com raízes filosóficas , e que leva a considerar, considerar, e m ma téria teológica, teológica , que tud t udo o é opinável opinável,, minand minando o os próprios funda mentos da fé apostólica. Longe estamos dos tempos e m que a regula fideí vivificava e orientava o debate teológico . Hoje Hoje,, depa depa ramo-nos,, com alguma frequência , com a ditadura do «cá p ra ramo-nos mim» , certamente menos fecunda . Em âmbito católico , estas reflexões adquirem ainda uma maior pertinência, pertinência , pois pois,, acreditam acreditamos os que o Senhor Jesus infun
diu nos seus Apóstolos, e nos Bispos seus sucessores, sucessores , u m carisma certo da verdade 1 para que possam realizar fielmente a missão que lhes foi conf confiada iada de pregar pre gar a «Palavra da verdade» (Ef 1,13 1,13;; Cl 1,5 ; 2Tm 2 , 15 ; Tg 1 , 18) 2 que conduz , pela fé , à salvação eterna . Este carisma do Espírito Santo habilita o colégio epis copal,, juntame copal juntamente nte com o Papa, Papa , sua cabeç cabeçaa , a interpretar autenti autenti-d haereses Ib . IV e . 40 n . 2.
1
Cf SAN TO IRENEU DE LIA o
2
Na sua oração sacerdotal sacerdotal,, Jesus pede ao Pai Pai: «Consagra «Consagra--os na verdade verdade.. A tua Pa
lav avra ra é a verdade » ü o 17 17) .
3
irgem Maria e o Diabo nos exorcismos
camente - isto
sem erro em matéria de
é
fé
e de costumes - a
3
divina Revelação • «A existência dos seres espiritua espiritu ais is,, não-corporais não-corporais,, a que a Sa grada Escritura habitualmente chama anjos anjos,, é uma verdade de fé » e , portanto portanto,, não se se encontra no âmbito âmbi to das hipóteses o u op opii niões teológicas . Alguns desses anjos , criados bons por Deus Deus,, liderados por Satanás, Satanás , ta mbém chamado Diabo, «radical e ir irre re vogavelmente recusaram Deus e o seu Reino» 5 e , portanto, deve -se afirm afirmaar que, que , «de facto , o Diabo e os outros demónios foram por De Deus us criados criados naturalmente bons bon s ; mas eles, por si próprios, é 4
que se fizeram maus >>º. Os demónios «esforçam-se por associar o homem à sua rebelião contra Deus» 7 , por induzir o homem ao pecado mortal, mortal , o qual «tem como consequência a perda per da da cari dade e a privação da graça santificante, santificante , o u seja, d o estado d e graça.. E se não for graça for resgatado resgatado pelo pelo arrepen arre pendim diment ento o e pelo perdão per dão de Deus, originará a exclusão exclusão do Re Reino ino de Cristo e a morte mo rte eterna no Inferno» ª . Como se tal não bastasse, bastasse , h á que ter presente que « [a] maléfica e adversa ação do Diabo e dos d e mó nios afeta pe pess soas, coisas e lugares, lugares , manifestando-se de diversos modos» 9 . Facto este que os sacerdotes exorcistas, exorcistas , infelizmente infelizmente,, constatam com frequência frequência.. Na realidad realidade, e, « [u]m duro combate cont r a os
poderes das tre trevas vas atravessa , co com m efeit efeito , toda a história humana ; começou no princípio do mundo e , segundo a p ala lav vr a do Senhor 13;; 13,24-30 13,24-30..36-43 , durará até at é ao últi últim m o d ia» h l _ cf. Mt 4 , 13 Aconselho vivamente a leitura do prese prese n t e livro - A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos - d o padre Fran Francesco cesco Bamonte, exorcista, por três motivos principais. principais .
3
Cf. CONCILIO DO V TIC NO
II ,
o n st. d o m .
Dei Verbum n . 10 .
• Ca tecis mo da Igreja Cató lica n . 32 328 8. Jbid n. 39 1.
cap . 1, De fide ca th olica : DH 80 cap 800 0. 1 Ritual Romano . Rito do s exorcismos Proémio . 8 Ca tec ismo da Igreja Católica n . 1861 . Ritual Romano . Rito dos exo rcis mos Proémi Proémio o. i CO Gaudium 37.. CON N CILIO DO V TI C NO II , Gaudi um et spes n . 37 6
CO N CILI O DE L TR O IV
9
4
refá refáci cio o
edição ediçã o portuguesa
Em primeiro lugar, é uma profunda catequese acerca d a Virgem Maria e d o seu papel singular n a história d a salvação salvação.. Maria ocupa u m lugar único , como o demonstra com clareza o autor, baseando-se na Sagrada Escritura, Escritura , n o Magistério da Igreja, Igreja , na experiência dos santos, santos , nas reflexões reflexões dos teólogos e conco co ncorde rde , também,, com algumas palavras e reações dos demónios durante também os exorcismos. exorcismos . medida que q ue prog progredim redimos os n a leitura destas pági nas , vamo-nos dando conta de quanto é real a presença d a Virgem Santa Maria nas nossas vidas. vidas . Maria acompanha-nos nos combates desta vida. vida . Nos exorcismos «tocamos» a sua presença materna ao nosso lado e fazemos experiência da eficácia da sua intercessão . Os relatos, relatos , aqui reportados, reportados , de algumas reações diabólicas podem suscitar e m alguns leitores uma certa perplexidade. Mas a realidade é de facto esta . Posso afirmá-lo não só pelo facto d e considera cons iderarr o autor au tor u m test testemunho emunho cred credíve ívell , ma mass também porque tive a graça de o comprovar em primeira pessoa, ao longo dos pude acom acompanh panhar ar o padre Gabriele Gabriele Amor Amorth th nos
dez anos anos em e m que seus exorcismos e, e , depois depois,, n o ministério de exorcista que me foi confiad con fiado o pela Igreja Igreja.. Satanás e os seus anjos ode odeiam iam a Deus e não nã o suportam a sua santidade santi dade.. Ma Maria ria Santí Santíssi ssima, ma, pela sua su a humild hum ildade ade,, é e caridade, caridade , transborda desta santidade divina, divina , é a «cheia d e graça» Lc 1,28) 1,28),, resplandecente de luz cf. Ap 12,1), 12,1) , que conti conti nuamente intercede junto d e Deus pelos seu seuss filho filhoss cf cf.. o 19 ,27) , e daí esta forte inimizade entre Satanás e a Imaculada . Em segundo lugar, lugar, parece parece--me que estas páginas nos estimu lam bastante, bastante , seja a crescer n a nossa devoção a Maria Santíssima, seja a compreender melhor a natureza desta devoção e a sua grande importância n o atual momento histórico que vivemos . Concretamente,, ajudam -nos a penetrar melhor n o papel único Concretamente que foi confiado por Deus a Maria n a história da salvação. Maria est stáá impli impliccada nas duas mis missões divinas. divinas . Foi, de facto , por Ma Marria quee o Verbo e, qu e , d e alguma maneira , o Espírito Santo vieram até nó s para nos salvar. Não é , pois pois,, de estr estranhar anhar que qu e a Maria Santís Santís sima caiba uma missã missão especial de p ô r-nos e m contac contacto to e relação 5
Virgem Mari Maria ae o
iabo
nos exorcismos
com estas duas Pessoas divinas , e isto realiza-se sem que a sua mediação ofusque em nada a mediação única e universal d e
Cristo . Antes bem pelo contrário, contrário , a vocação e missão d e Maria exaltam , confirmam e apontam para o único mediador entre Deus e os homens : Jesus Cris Cristo to cf. 1T m 2 ,5) 5).. Finalmente,, estou convencido de que esta obra nos ajuda a Finalmente valorizar melhor a eficácia de alguns meios de santificação. Por exemplo , d a Eucaristia Eucaristia,, d o Terço Terço,, d a Consagração ao Coração Imaculado de Maria. Maria . E ass assiim, uma vez que vemos melhor a sua força espiritual , acaba por nos estimular a usá-los com maior diligência diligênc ia e devoção. devoção. Sobr Sobree este ponto, pon to, parece-me oportuno par tilhar aqui, que, uma vez vez,, depois de terminado u m exorcismo, estava a impor o escapulário de Nossa Senhora d o Carmo a uma jovem que era atormentada pelo demónio, e, n o momento e m que lhe introduzia o escapulário pela cabeça , o demónio reagiu
urrand o com alguma urrando alguma violência violência.. No final final do exorcismo exorcismo,, tenho por hábito rezar a Salve ainha com os presentes e convido a pessoa e m que atormentada pelo demónio a ,rezar connosco Nos casos o domínio diabólico é maior, maior constato que a. pessoa não conse conse gue rezar e que o demónio demón io re reag agee com as habit habituais uais blasf blasfémia émiass , pa pa lavrões,, et lavrões etcc . , mas à medida que tal domínio s e vai enfraque cendo , a pessoa começa progressivamente a conseguir reza rezarr cada vez mel melhor hor esta bonita oração oração mariana. mariana . Estou certo que a leitura deste livro nos ajud ajudaa rá a t o d os a crescer n a fé , esperança e caridade, caridade , e a dar abund abundante antess frutos frutos de santidade para glória de Deus Pai, Pai , Filho e Espírito Sa San t o .
Lamego , 19 de março de 2011 Lamego, Solenidad Solen idadee de Sã São o José, Esposo da Virgem Virgem Santa Maria P . DUARTE SOUSA LARA *
* Presbítero da Diocese de Lamego. Lamego. Doutorou-se em Teologia junto d a Pontifícia
Universidade da Sant Santaa Cruz, onde o nde colabo colabora ra como d ocente desde 2005 . Actualmeme é pároco d a Paróquia de Folgosa do Douro Armamar Armamar)) , professor n o Instituto Supe rior de Teol Teologia ogia Beiras Beiras e Dour D ouro o Viseu Viseu)) , capelão do M o ste iro de Nossa Senho Senho ra d a Eu caristia Lamego Lamego)) e exorcista exorcista..
refácio
Mais d o que fazer u m apresentação conceptual e uma ava
liação do que está escrito neste li vro interessante interessante pref preferi eri seguir segui r o caminho d o coraçã coração o para descrever os sentimentos sentimentos as impres sões as reflexões e o s efeitos benéficos que brotaram da leitura sões do texto texto que o padre Francesco Bamonte gentilmente me sub meteu para u m prévia e cautelosa avaliação. Posteriormente o leitor lei tor poderá avali avaliar ar diretamente diretam ente o seu s eu alc alcance ance e apreciar apreciar os múl múl tiplos aspetos nele encerrados. encerrados . São quatro os pontos de vista de que pude extrair elementos de medita meditação ção intensa e de comprazimento compr azimento interior inter ior à medida que eu avançava na leitura. leitura . 1. Em primeiro lugar lugar brotaram l uns sentim ntime ent os que m u i to me comoveram comoveram beneficamente beneficamente:: pude contemplar a grandeza e a beleza de Maria Maria de maneira man eira tã tão o luminosa lumino sa e incisi incisiva va como nunc me tinha acontecido. acontecido . claro que se trata de coisas j á conhecid conhecidaas mas são desc descritas com uma vivacidade e ex ex pressividade que ilu ilu minam o ânimo e a mente suscitando profundas emoções de admiração e de mor par paraa com c om a Santíssima Vir Virge gem m. Paradoxalmente verifica-se este fenómeno estranho: Paradoxalmente estranho : dos rela toss turbulentos dos exorc to exorcismos ismos emerge emerge e m toda a sua el eleva vação ção e magnificência a figura puríssima e esplêndida da Mãe de Deus magnificência diante de quem todos ficam deslumbra deslumbra dos e fascinados . Poder Poder dizeer que que perante as tenebrosa tenebrosass manifesta manifestações satânicas satânicas se - ia diz aparecce ainda com maior ful apare fulgor gor aquela aquela que qu e foi escolhida escolhida com a 7
Virg Virgem em Maria eo
iabo
nos exorcismos
força da sua santidade santidade para envergonhar e desmascarar a feal dade e a mesquinhez mesqui nhez de Sata Satanás nás.. Por isso isso nasce destes relatos uma terrível representação do Maligno que se mostra repelente e miserável débil e derrotado Maligno mesmo n ferocidade e n fealdade d sua raiva e d o seu ódio implacável e blasfemo. blasfemo . e facto Satanás revelarevela -se nestes relatos ainda mais abrutalhado e asqueroso prov provocan ocando do reações reações de re re
pulsa e de desgost desgosto o . De Deste ste mod modo o o leitor é estimulado n luta e desaprovação contra o diabo diabo e todas as suas manobras de modo que nun n unca ca se se deixe deixe seduzir nem enganar. enganar. Os seus olhos ol hos abrem-se à clara visão de uma realida realid ad e mons monstruos truosaa e neg negati ativa va de que é preciso desconfiar e não se se deixa deixarr de modo nenhum iludir iludir.. ondee deriva deriva u m conv convite ite urgente e sereno sereno a amar com co m todo to do e ond o coração co ração a Virgem Virgem Maria Maria e através dela dela o seu dileto Filho Filho Jesus Cristo . Por isso o leit leitor or encontr dentro de si muitos movi mentos que o impelem eficazmente à oração e a u m entrega confiante cada vez mais mais total e ínt íntima ima a Maria Santíssima para permanecer ligado ao seu socorro materno e repelir todas as se se duções diabólicas. diabólicas . Trata-se de estabelecer u m cam camiinho autenti autenti camente cristão e m plena fidelidade a Cristo e ao seu m o r na obediência e docilidade à sua Palavra e à vont vontaad e do Pa i n co con n fiança filial à sua Mãe. Mãe . 2 . Os sentimentos são acompanhados por algumas consider ções teológic s de grande relevo sobre argumentos tão tão deli delicados cados e complexos como a mariologia e a demonologia. No ta ta-se -se com economi a sa lví u m precisão clara a dimensão mariológica da economia fica j á que o livro mostra a presença e a ação de Maria ao longo de todo o percurso perc urso da história da d a salvaç salvação ão:: das origens da d a c ri riação ação à plenitude dos tempos da encarnação do Verbo Verbo d obra de re denção com a morte e a ressurreição através d o c minh o da Igreja até à parusia final. Não se poderá compreender plen Igreja plena a mente o projeto divino de mor para salvar a hun1anidade s e não se considerar devidamente a realidade realidade de Maria Maria que perma nece subordinada à ação principal d o Verbo encarnado embora
refácio
estivesse plenamente envolvida com ela de maneira tão íntima e vital,, que não se poderá esquecer o u marginalizar vital marginalizar..
Consegue a s u cooperação insubstituível no evento redentor e no seu desapego eficaz ao longo de u m percurso histórico. histórico . Ela presta-se , generos generosaa e totalmente totalme nte,, a esta tarefa altíssima; nunca se separa dela nem se mostra reticente. Ao contrário contrário,, aparece com evidência a s u disponibilidade e submissão à vontade de Deus , que a leva a desenvolver todas as suas forças na assistência maternamente cuidadosa com os filhos redimidos pelo seu Filho . Para o cristão , isto constitui u m gran grande de conforto e uma confia confiança nça serena.. serena Por causa desta presença mariana n econo economia mia sal salvíf vífica ica,, é muito mais forte forte e cruel cr uel a luta lu ta de Satanás cont contra ra aqueles qu quee são são protegidos e assistidos por Maria Maria.. Uma luta frenética e ines gotável , insidiosa e prepotente até à possessão diabólica com manifestações d e extrema desordem e perturbação . E o diabo vai-se embora derrotado e miseravelmente desbaratado. A vitó ria pertence a Cristo e à Mã Mãee , não ao Maligno. Maligno . Trata-se de u m d do de facto incontrolável, incontrolável , que suscita ma ravilha e u m alegria surpreendente. surpreendente . O cristão não pode deixar -see subjugar -s subju gar pelas pela s forças forças adversas, adversas , por porque que com c om ele ele também també m Mari Mariaa combate· e a Maria está unida a comunidade dos crentes , tendo por base o poder da redenção realizada por Cristo. Cristo . São estas as possibilidades que brot m dessas experiências exorcísticas. O bem prevalece sobre o mal , a verdade sobre a mentira, mentira , o amor sobre o ódio , a humildade sobre o orgulho . Surge espontânea a oração ora ção de louvor lou vor e d e agradecimento ao Senhor omnipotente omnipoten te e o vitorioso itorioso,, nosso Salvado Salvadorr, qu quee «nos deu e pôs ao nosso lado a sua Mãe
amorosa» .
3 . Sublinhe-se u m m r vilhos correspondênci entre tudo o que é descrito no livro e os dados da revelação cristã. Nos Evan gelhos,, vemos muitas vezes que Satanás reconhece a divindade gelhos de Cristo Cristo e manifesta-a manifesta -a com perturbação e temor, temor, tal como é nar rado nos nos relatos de exorci exorcismos smos cf cf.. M e 1 ,24[; 3, 3 , ; 5 ,6]) ; por 9
Virgem Maria e o Diabo nos exo exorr ci cis sm s
outro lado, Jesus reco rec o n h ece-o e ameaça-o, orden a n d o -l h e q u e saia do homem e que nunca mais vo lte a ele cf. Me 1 ,2 5; 3,12 3,12;; 5,8). O seu saber não é cont con t radi raditto p o r Jes J esu u s, mas valid validaamente reconhecido (cf. Me 1,34) e confir confi rmado por po r ou t ras p ass assaagens em em que se usam os mesmos termos (c f M e 1,11 ; 9, 7; 15 ,3 9 ) . Por or tanto o conhecimen conhecimento to dos d emónios refere-se refere -se ao aspeto dec decisi isiv vo da pessoa de J esus, à su a re lação fi lial com De Deu us. Contudo , J es us proíbe-lhes proíbe-l hes que fa fale lem m disso (cf. M e 1,3 1,34 4 ; 3 , 12 12)) . Essa proibição não se refere ao conteúdo das afirmações dos demónios, mas ao modo mo do de manifestá manifestá-lo , porque o verdadeiro conhecimen to de Jes Jesus us também comport comp ortaa o seu seguimento seguimento , a acee itaç ac itação ão da sua presenç presen ça e da sua obra salv sal vífica. Precisamente nestee ponto nest pont o , os diabos diabos permanecem do d o lado de fora d a autênt autêntic icaa rella ção com Cristo e, re e , por isso , podem ser instrumentos instrumento s válidos para u m testemunho verdad verdadeiro eiro sobre e le m es m o. Is to é, eles conhecem conhece m jesus jesu s , mas não o aceitam n e m , muit? me m en os , o amam, pelo contrário, contrário , desd desdeen h a m e detestam-no . Daí a s ua condenação condenação.. E eles a gem d o mesm mes m o modo com Maria. Revela Revelam m os seus dott es e a sua gr do graça, a sant sa ntii dade e a humildade , as suas prerro gativas ú n icas - como a Imaculada Conceição , a Ma Matt e r ni ni redenççã , m as alimen limenttam dade Virginal, a su suaa coope ooperação ração n a reden contra ela u m ó dio ir re p ri rim mível e venenoso. Se p u d ess ssee m , ani ni quilá-la-- ia quilá-la iam m . Po r isso , o p õ em-se à sua aç açãão e conside r a m -n a a mu lher d estr estru u idora do seu seu império. império . Daqui resulta result a u m a p e rene conflitu conflit u osi dade e ntre eles e e la . Este liv li v ro confirma o cl a r a e surr preen su preend d en te mente. També m n os Pa dre Também dress da Igreja se afirm firmaam as mesmas c ois oisaas . Ba s ta a p enas a cit itaa ç ão d e Ago Agosstinho . Ele p r e c isa que o s d e món mó n ios, an tes da su a cu l p a, p ossu suííam sabedoria, sabedoria , embora n ã o se saiba e m qu e medid medida, a, se igu a l o u inferior aos a njos bo b o n s . Ao afastar-se afastarse d a lu z, os d e mó n i os recusar cusaraam a b e m aventuran ça, e mbora conserva n d o a vid vi d a ra ci cional onal,, mas de d e modo incipient incipientee . D e facto , possu possuem em a ci ciên c ia sem sem carid aridaade ; m as a ciência sem ca ridade , não va le de n a da , a ntes se t or n a u m a atitud atitudee d e sob e r b a
r e pleta de u m v az io ba lo ivil ila a te Dei 9 ,2 0 ), que o s loffo c f. De Civ 10
refácio
entenebrece e fecha à verdade verdade.. Eles conhecem Deus, Cristo e a Virgem:: mas odeiam-nos e combatem-nos ferozmente . Daqui a Virgem sua estultícia estultícia e dureza durez a d e coração. No Magistério da Igreja, Igreja , e m particular n o Concílio Vaticano II fala-se várias vezes d o diab diabo; o; realçarealça-se se a relação entre entr e ele e Mar Maria ia,, tendo por referência a ligação que existe entre a serpente e a mulher d o Génesis . À luz da revelação de Cristo, «ela [Maria] aparece , a esta luz, luz , profeti profeticament camentee figurada, figurada, n promessa de vitó riaa sobre a serpente, ri serpen te, fe feit itaa aos primeiros antepassados, antepassados , caídos n o pecado» LG 55 55)) . Além disso , o paralelo , ent entre re Maria Maria e Ev Evaa , quer ilustrar a cooperação de Maria n o evento d salvação com a sua fé n palavra de Deus, Deus , e m contraste com Eva que colaborou n queda original original com co m a s u adesão à se serpe rpent ntee LG 63). Aqui, trata -se da fé incondicional d Virgem, início da vitória sobre a ser pente sedutora, que nela não encontrou a debilidade de Eva e, por isso, isso , não pôde rr nh r minimamente a sua confiança e m Deus e a [sua] firme adesão ao projeto divino. Estas breves notas mostr m a perfeita sintonia do livro com os documentos d doutrin d Igreja e da sua tradição , até aos textos evangélicos. evangélicos . Nada a objetar, objetar, mesmo que se descubra descubra uma válida confirmação , porque o testemunho provém d e sujeitos declaradamente declaradamen te inimigos i nimigos d verdade revelada revelada,, d qual se se tornam torn am defensores sincer mente convencidos , embor forçadamente mensageiros.. mensageiros 4 . Os aspetos até aqui aqu i enumerado enume radoss não sobreca sobrecarregam rregam,, antes nim m as págin s d o texto texto,, po porq rque ue os relatos relatos dos exorcismos são descritos de u m modo mu muit ito o concreto concre to e vi vivo vo.. Dentro dessas des crições criçõ es encontram-se e revelam-se os elementos significativos e basilares de que se falou . Daqui brota uma leitura absorvente e timulant lante, e, sempre semp re rica rica de conteúd con teúdos os e de verdades doutrinais doutrinais.. es timu Descobrem-se sempre o s valores cristãos com clareza e lucidez. lucidez . Além de oferecer u m leitura agradável, o livro suscita u m im im pulso pu lso contínuo à conversão e à santidade santidade.. Isto acontece devido Maria,, solicitando u m plena confiança ao amor intenso e filial a Maria
11
Virg Virgem em Maria e o
iabo
nos exorcismos
nela , de onde brota uma serenidade interior d o coração . Por outro lad lado o , assiste assiste--se a u m apelo contínuo à vigilância e à oração oração,, para enfrentar e superar supe rar os ataques d o maligno maligno.. Extrai-se daqui u m bom material para sugestões espirituais e de edificação da consciência,, de modo a ilumináconsciência iluminá -la para seguir o caminho d o se
guimento d e Cristo e evitar entregar-se às seduções satânicas. Isto constitui uma verdadeira vantagem para os cristãos, que sentirão uma alegria envolvente por permanecerem unidos a Cristo e à Igreja Igreja,, sob a proteç proteçãão materna de Maria. Maria . Assim coura çados,, poderão caminhar na peregrinação terrena, çados terrena , embora atra vessando momentos de cansaço e dificuldade, com a certeza de superar tudo , f ce à conquista d o Reino dos Céus. Céus . Resta-nos, enfim, fazer-lhe u m caloro caloroso so convite para pa ra que leia e medite este livro d o padre Franc Francesco, esco, de modo a extrair dele os mais úteis proveitos espirituais. espirituais . Roma, 25 de março de 2 1 Solenidade da Anunciação d o Senhor REN NZO lAVATO lAVAT OR P E . RE
*
Docente de Teologia Dogmática e m Roma, n a Pontifícia Universid Universidaade Urb rbaa at er d a niana , no ISSR d a Pontifícia Universidade d a Santa Cruz e na ccles ia Pontiflcia Universidade Lateranense. Lateranense . Entre as suas obras , há trts grandes volumes dedicados à demonologia demonologia..
12
ntrodução
Este livro livro ainda que se tenha inspirado nos fundamentos bíblicos e n o ensino d Igreja sobre Nossa Senhora não é a apresentação de u m estudo exegético ou um discussão de questões ques tões e disputa disp utass doutrin dout rinais ais sobre a Virge Virgem m Ma Mari ria. a. Trata-se Trata-se sobretudo de u m t st munho da amorosa e especi especial al solicitude que Maria Santíssima mostr a favor dos seus filhos que sofr so frem em dur durant antee o delicado ministério dos exorcismos exorcismos e d o poder que u m autên autêntico tico culto cu lto a Nossa Nossa Senhora Sen hora exerce exerce sobre o mundo demoníaco. demoníaco . motivo de gra grande nde alegr alegria ia para nós sacer sacerdote dotess também investido invest idoss com co m o delicado ministério minist ério d o exorcismo exorcismo constatar no trabalho pastoral com as pessoas possessas a incessante e quas qu asee palpável palpável presença prese nça e proteção de Nossa Senhora prova e confirmação ulterior d o insanável conflito confli to entre ent re ela e as forças forças do mal. O que acontece durante os exorcismos testemunha o papel importantíssimo da Virgem na luta contra Satanás e n libertação daqueles que estão possuídos . Na c minh d d e libertação o exorcista e a pessoa possuída fazem u m expe libertação
riência viva da presença e d o amor incomensurável d Virgem que com imensa que imensa ternura ternu ra d e Mã Mãee intervém ao lado dos seus filhos lutando por eles e com eles contra Satanás. De facto ao observar obse rvar as atitud ati tudes es e s rea reaçõe çõess dos demónio dem ónioss e ao assistir às suas consecutivas der errrot otas as - que com gra grande nde desilusão e raiva raiva vão recebendo por intervenção d Virgem Maria - veem-se confirmadas as palavras que Deus dirigiu a Satanás : «Porei 13
Virg Virgem em Maria e o
iabo
nos exorcismos
inimizade entre ti e a mulher» (Gn 3,15) . Maria é a «Mulher» quee , d o Génesis ao Apocalipse 1 , segundo o desígnio d e Deus qu Pai , está sempre ligada ao Filho , «encostada ao seu amado » Pai, (Ct 8 ,5) , a Ele inseparavelmente unida , n a luta contra o ini migo infernal e n a realização da sua própria mi m issão salvífica: salvífica : reconduzir o género humano ao seio d o Pai Pai.. Nenhum homem redimido é capaz de dar a Cristo u m contributo ao desenvol vimento da obra salvífica igual ao que a Virgem Maria, sua Mãee , lhe oferece. Mã oferece . Neste texto, texto , que me foi pedido insistentemente por diver sos setores, setores , pretendo testemunhar esta grande e consoladora verdade que a Sagrada Escritura nos revela; revela ; isto é, Deus quis livremente, não apenas que qu e Maria Maria esteja presente presen te n a execução da obra salvífica de Cristo, Cristo , mas também os efeitos decisivos que u m autêntico culto à Senhora produz na lut lutaa contra con tra Sat Sata nás, u m culto que atinge a sua plenitude n a consagra consagraçção e en en trega ao Coração Imaculado d e Maria. Além disso , tenciono testemunhar que os demónios que nós - os e x o rci cist staas - en frentamos , intimamente unidos à Virgem Maria, frentamos, Maria , s ão obriga obrigad os a testemunhar a dignidade extraordinária extraordinária que qu e el elaa d e té m aci acim ma de todas t odas as cria criatur turas as huma hu mana nass e angél angélicas icas,, e a confessar t oda a verdade acerca dela e a total impotência dele deless n o se u con con
fronto com el a. De facto , n o decorrer dos exor exorcismo cismoss . ve rificcafi a-se se uma u ma singular si ngular alternância de expressoes d e p reci reciat at i\·as e 1
«O si na l gr grandi andioso oso q ue o Apó Apóssto lo S. J oã oão o viu n o Céu: Céu : um a Mulher rewsuda
d e so l Ap 12 , 1) , n ão sem se m fundamento fundament o o interpret interpretaa a Sagrad Sagradaa Litur Liturgia gia c o mo refe ri nd o-se à Santí Santísss ima Virgem Virgem Maria, Maria , Mãe de to do doss os h omens pela pela g raça d e Cr C ris istt o R · d e n tor» PAULO VI , Exo Exort rtaação Apo Apo st stó ó lica Signum magnum Introdu Introdução ção , 19 6 7 ) . «Le mos no t recho d o Ap oc ocaa lipse ipse,, h oj e p ro rop p osto à n o ss a m e d it ação ação:: Ap Aparece areceu u n o céu um
graa nd e s i nal: u m a Mu lh gr lhee r ve vess tid a d e so l , co m a Lu a d ebaixo d os pés e com um umaa ente d e lu coroa de d oze e st re las na ca beça beça 1 2 , 1). Nes ta mulhe r respla respla n d ec ecente luz, z, os Pa d res d a Igreja reco n h ece cera ram m Maria. Maria . No seu triunfo , o povo crist crist ã o pe p e re gri rin no na h istóri a entrevê o c umprime nt nto o d as p ró pria priass ex pe pecc tati tativ vas e o sinal seguro d a s ua es pe· ran ra nça» ( B ENTO XVI , Ang lus na So Solenid lenidaa d e d a Assu n ção , 15 d e agosto agosto d e 2006) .
14
ntrodução
vulgares e de «catequeses» involuntárias e louvores afectuo vulgares síssimos à Mãe de Deus qu quee - com como o de descreverei - os de demó mó nios malgrad nios malgrado o seu se u sã são o obrigados a pronuncia pron unciarr com grandís simo desagrado . A certeza de que o conhecimento dessas experiências poderá pod erá servir de edificação espiritual espiri tual dos d os fiéis e e consequente mente motivo de futura glória da Virgem Imaculada induziu -me a publicá-las. Com este livro pretendo também unir-me ao cortejo das almas de todos os tempos apaixonadas pela Virgem Maria e instar a todos que recorram com grande conf confianç iançaa sua inter cessão materna materna e m particular mediante o conhecimento e a experiência de consagração e de entrega ao seu Coração Ima culado a fim de cooperarem o mais eficazmente possível com culado ela n a luta contra Satanás e os anjos rebeldes pelo triunfo d o Reino de Deus. Deus . Al Além ém disso desejo cont contrib ribuir uir para promo promover ver nos crentes uma cada vez mais viva devoção mariana ani mada pela consciência d o vínculo incindível entre Cristo e a sua Mãe Santíssima na obra da Redenção : Ela continua a coo
perar com o Filho na sua missão salvífica a nosso favor. favor. Por fim espero que possa faze fazerr com que tenhamos uma experiên cia cada vez mais viva d a maternidade de Maria e contribuir para que o amor a Maria Maria Mãe de Deus e Mãe d a Igreja Igreja cresça nos nossos corações corações para que possa animar «todos aqueles que colaboram n a missão apostólica da Igreja para a regene ração dos homens» 2 . Roma 13 de maio de 2 1 Roma Memóri? de Nossa Senhora d e Fátima
2
Lum ngenti gentium um 65 .
5
papel de ossa Senhora na história da Salvação
Embora o
ssunto princip l deste texto seja a lut
entre
Maria Mar ia e Satanás Sataná s , tal como se manifesta dur nte os exorcismos,
é preciso conhecer, ntes d e mais , mesmo que somente nas
suas gr ndes linh s , d e que modo essa lut é revelada por Deus no âmbito do cumprimento d obra salvífica de Cristo. Cristo . «[A Sagrada Escritura] apresenta a Virgem Maria intimamente Elee . Mãe e unida ao seu Filho divino e sempre solidária com El Filh Fi lho o aparecem estreitame estreitamente nte associados n luta contra o ini ini migo infernal até a plena vitória sobre ele» 3 • Do primeiro ao último livro da Bíblia, Bíblia , d o Génesis ao Apocalipse, Apocalipse , Nossa Se nhora está está sempre sem pre liga ligada da - segundo o desígnio d o Pai Celeste - a o F i l h o redentor e a Ele insep r velmente unid p r arrancar os homens ao poder d e Satanás. «Depois d o pec do original,, Deus volta-se para a serpente, que representa Sata original nás,, amaldiçoa-a e acrescenta u m promessa nás promessa:: Farei reinar a inimizade entre ti e a mulher, entre a t u
descendênci
ea
dela : ela esmagar-te-á a cabeça ca beça,, ao tentares mordê-la n o calca nhar (Gn 3 , 15). nhar
Éo
núncio de u m
vitória:: nos primórdios vitória
da criação, Satanás parece ter levado a melhor, mas virá u m
i
BE ·r n XV XVll
n
lu s de
5
de agos to de 20 0 7.
7
Virgem
aria e o Diabo nos exorcismos
filho de mulher que lhe esmagará a cabeça cabeça.. Assim, o próprio Deus vencerá , mediante a descendência da mulher. Aquela
mulher é a Virgem Maria , d a qual nasceu Jesus Cristo q u e , com o seu sacrifício, sacrifício , derrotou de uma vez para sempre o an an
tigo Tentador. Por isso , e m muitos quadros o u imagens da Imaculada,, ela é representada Imaculada representad a n o ato d e esmagar uma serpente sob os seus pés pés» » 4•
A Sagrada Escritura reve revela la-- nos que Cristo Senhor é o único Redentor, o único Mediador junto d o Pai, o único Salvador e
Libertador da humanidade d o poder d e Satanás. Contudo , não está sozinho na sua batalha contra Satanás, mas com Maria, os anjos bons e os santos. Ent Entre re eles, eles , n o entanto, sua Mãe tem u m papel singular e especial especial porque precisamente porque é mãe , coopera, como nenhuma outra criatura, com o Filho redentor n o mistério d a Redenção d a humanidade. Embora Maria seja uma criatur criaturaa redimida a primei primeira ra dos redimidos e d a maneira mais sublime), sublime), coopera coop era com Cristo d e modo único e irrepetí irrepetí
vel. A cooperação dos cristãos tem lugar depois d o próprio evento d a Redenção, c uj os frutos eles se empenham e m difun difun dir mediante a oração e a união da oferta d e si com Cristo ao
Pai. A cooperação d e Maria Maria,, porém realizou-se j á durante o próprio evento d a Redenção, isto é, ao longo d a vida terre na
d o Filho , tendo inclusivamente sido sid o necessário o livre livre consen consen
timento da futura mãe para que a Redenção se iniciasse. Se não tivesse dado o consentimento à Encarnação do Filho,, Ele não teria podido tomar dela o corpo que ofereceu Filho e m sacrifício n a Cruz. Além disso, Cristo não subiu a o Calvá
rio para ofere oferecer-s cer-see como vítima por nós sem a livre vontade d e Maria Maria.. De facto, ela consentiu n a paixão d o Filho porque , embora não tivesse podido negar o seu consentiment consentimento o pois já
estava incluído n o que fora dado n a Anunciação pôde con-
• B NTO XVI ,
ng lu de 8 de dez dezee mbro de 2009 2009..
8
O papel de Nossa Senhora na história da Salvação
firmá-lo aos pés da Cruz. Cruz . Esse consentimento «dado à imola ção çã o de Jesus não cons constitu tituiu iu uma aceitação passiva, mas foi u m ato at o autêntico de amor am or,, com que ela ofereceu ofereceu o seu Filho como c omo 5 vítima d e expiação pelos pecados da humanidade inteira» para, deste modo , arrancar os homens ao poder de Satanás. Satanás .
Aos pés d a Cruz , Maria «sofreu profundamente com o seu Filh Fi lho o unigénito e associou-se, associou-se, de coração coraç ão maternal, matern al, ao seu sa crifício, consentindo amorosamente n a imolação da vítima que havia gerado» 6 • Com a paixão e morte de Jesus e com a com-paixão de Maria, e m cujo coração se reverberou tudo isto que Jesus padeceu n a alma e n o corpo , Satanás foi derrotado. O seu poder pode r e o dos outros anjos rebeldes, rebeldes, de que qu e ele ele é o chefe e que, com ele e sob ele, formam u m reino (cf. Mt 12,16 , foi destruído . Embora continue ativo n o mundo - e, por vezes , nas vári vezes, várias as épocas épocas histórica históricas, s, tam também bém de d e maneira mu muit ito o intensa e evidente-, deixa de ser invencível, invencível , enqua enquanto nto a graça da Redenção, Redenção , na medida em que é acolhida acolhida por po r nós, nós , nos torna capa ca paze zess de destru de struir ir as obras do d o diabo. Essa graça é particularmente reforçada pelo nosso recurso confiante à intercessão especial d a Virgem Maria. Maria . De facto, pela sua Imaculada Concei Conceição ção,, ela está, está , no ser se r e n o agir agir,, clara e absolutamente em oposição ao ao ser s er e ao agir agir de Satanás e dos outros anjos rebeldes, outros rebeldes, totalm totalmente ente voltada - como nenhum outro ser humano o u an angé géli lico co - para a neut neutrali ralizaç zação ão dos ata ata ques demoníacos e para a expansão do Reino do Filho , que é justiça,, paz e alegria no Espírito Santo 7 . Ela «participa mater justiça 1997.. Cf. ]OÃO PAULO II , Audiência geral de 3 de abril de 1997 6 Lumen gentium 58 . 7 aria,, ícone perfeito da Igreja, Igreja , foi resgatada resgatada,, preservada do pecado, pecado , cheia de «Maria 5
capaz,, como e ainda mais do que qualquer outro homem redi graça , isto é, tornada capaz mido , de oferecer um contributo ao desenvolvimento da obra salvífica. salvífica . » S. S. M. PERRELLA « a verità dell'lmmacolata Concezione di Maria e il depositum fidei . Dalla ~lneffabilis Deus'· alle catechesi mariane di Giovanni Paolo II» , in AA AAV VV, «Signum magnum apparuit in crelo» . IJmmacolata, segno della bellezza e dell amore di Dia Cidade do Va tican ano o , PAMI , 2005 , pp pp.. 204-205 .
19
Virgem Maria e o Dia Diabo bo no nos s exorcismos exorcismos
nalm ent nte e naqu naquele ele duro combate contra os poderes das tre tre
8
vas ... , que se desenvolve durante toda a história humana » vas... 9 «colocada no próprio centro daquela inimizade» relati relativ va mente à «serpente» , figura de Satanás e dos espíritos d o mal de que ele é príncipe príncipe,, e que qu e será vencido por Jesus Cristo pre pre cisamente com a coopera coopera ção especial d a Mãe Mãe.. Nas palavras dirigidas à serpente serpente:: «farei reinar a inimizade inimizade entre ti e a mulher» mulher » (Gn 3, 3 ,15 15)) , Deus revelou que a mulher, mulher, cujo filho haveria d e debelar Satanás, Satanás , haveria d e ser junta mente com ele a antagonista d o chefe dos demónios e do mundo diabólico . A mul mulher her «que «que,, embora tenha precedido o homem ao ceder à tentação da serpente, torna-se , depois , em
virtude d o plano divino , a primeira pr imeira aliada d e Deus Deus.. Eva tinha sido a aliad aliadaa da serpente ser pente ao arrastar arr astar o homem para o pecado. pecado . Deus anuncia que , subver subvertendo tendo esta situação, fa fará rá d a mulher a inimiga da serpente .. uem é esta mulher? O texto bíbl ic o não refere o seu nome pessoal , mas deixa deixa entrever u m a mu mu lher nova, nova, querida quer ida por Deus para reparar a queda d e Eva ; de facto , ela é chamada a restaurar o papel e a dignidade d a mulher e a contribuir contribui r para a mudança d o destino d a h u m an i
dade,, colaborando mediante dade me diante a sua missão materna para a vitó vitó ria divina sobre Satanás. Satanás . À luz d o Novo Testamento e da d a Tradição d a Igreja Igreja,, sabemos que a mulher nova anunciad a pelo Protoevangelho 10 é Maria e, e , n a sua estirpe , reconhec em os o Filho, Filh o, Jesus Jesu s , triunfador no mistéri mistério d a Páscoa sobre o p od er de Satanás. Observamos também que a inimizade, inimizade , p os ostta por 8
9
J OÃO P ULO II , En cíclica Ibi de m . _«P ro toev toevan an ge lh o»
edempto
is Mater 4 7 .
qu e r dizer «primeira bo que boa -no va» e re fere-s ere-see ao pr pr imeiro anu nciio qu q ue en e nco nt ra mos na Biblia : o da vit itó ória definitiva do Messias e da Mulher nunc cf.. Gn 3,15] . Port M aria) so br bree Satan Satanás e so br bree as forças do mal [cf rtaanto , é um anúnci o que ab abre para a es pe rança de sa sallvação a humanid humanidaade caída so sob b o p ode r de Sata nás depois do pecad o . _ iv
20
O papel d e Nossa Senhora na história da Salvação
Deus entre Satanás e a mulher d o Génesis, realiza-se dupla mente e m Maria. Aliada perfeita d e Deus e inimiga d o diabo, ela foi subtraída completamente ao domínio domín io d e Satanás n a sua conceção imaculada, quando foi plasmada n a graça d o Espírito Santo e preservada de toda a mancha d e pecado . Além disso, associada à obra salvífica d o Filho Filho,, Maria foi ple namente envolvid envolvidaa n a luta contra o espirita d o mal. Assim, os títulos «Imaculada Conceição» e «Cooperadora d o Redentor» , atribuídos a Maria pela fé e pela Igreja para proclamar a sua belez bel ezaa espiritual e a sua ínti í ntima ma participação parti cipação n a obr obraa admirável admirável da Redenção, manifestam a oposição irredutível entre a ser pente e a nova Eva» A antiga versão latina do Protoevangelho - que di dizz : «Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Ela esmagar-te-á a cabeça» G n 3,15) 12 - «inspirou muitas representações d a Imaculada que esmaga a serpente debaixo dos seus pés. pés . N o texto hebraico, não é a mulher, mas a sua estirpe, o seu descendente quem calca a cabeça d a ser pente. Portanto , esse texto atribui não a Maria, mas ao seu Filho a vitória sobre Satanás. Satanás . Todavia Todavia,, como a conceção bí blica estabelece uma profun profunda da solidariedade solidariedade entre o progeniJ OÃO PA PAU U LO II , Audiência
geral de 25 de janeiro de 1996. 12 Ao comentar esta passagem, passagem , que n a versão grega dos Setenta aparece n o mas culin ulino o : «Ele esmagar-te-á a cabeça~ , Santo Afonso Maria de Ligório escreve escreve:: «Seja como co mo fo forr, é certo que Lúcifer foi derrotado pelo Filho por meio da Mãe ou pela ãe po r virtude do Filho Filho.. Diz São São Bernardo Bernar do:: Esmagado e calcado aos pés d e Maria Maria,, sobre uma aviltante escravidão . Por isso , o Maligno é sempre obrigado a obedecer às o rd rdeens d a Rainha como alguém que perdeu a guerra e foi tornado escravo escravo.. São Bruno afirma que Eva, Eva , ao ser vencid vencidaa pela serpente serpente,, trouxe consigo a morte e as trevas trevas;; mas a Bem-aventurada Virgem , ao vencer o demónio , de deu u - nos a vida e a lu luzz . Portanto Portanto,, 11
ossa Senhora ligou o inimigo de tal maneira que não pôde mover-se para causar o ossa maii s pequeno dano aos seus devotos» (in e glorie di Maria 2 .ª edição, ma edição , Milão Milão,, Edi Edi tricee An tric Ancc illa illa,, 1994, parte I, I, ca cap p . IV parágrafo 2 , p . 157) 157).. O texto origina originall de Santo Afo n so Maria de Ligório está e m Opere Spirituali Serie B, B, Trattat Trattatii speci ali ali:: Gesi.t Cn sto , M a ria SS . e i Santi , vol. V e glori e di Maria c . IV par. I, I , Roma-Pagani Roma-Pagani,, Edizio ne PP Re dentoristi dentoristi,, 1954 1954,, p p . 205-206.
21
Virge Virgem m Maria eo Diabo nos exorcismos
tor e a sua descendência , é coerente com o sentido original da passagem a representação da Imaculada que esmaga a cabeça não por virtude própria mas pela graça do Filho . Além disso , no mesmo texto bíblico é proclama proclamada da a inimizade entre a mulher mulher e a sua descendência, descendência , por um lado, lado , e a serpente e a sua estir pe , por outro. outro . Trata-se de uma hostilidade expressamente es tabelecida por Deus , que assume um relevo singular se consi derarmos o problema problema da santidade pessoal da Virgem . Por ser a inconciliável inimiga da serpente e da sua estirpe, Maria devia estar isenta de todo o domínio do pecado, desde o pri meiro momento da sua existência. existência . A propósito, a Encíclica
XII em Fulgens carona publicadaa definição pelo papado Pio 1953 para comemorar o centenário dogma da Imaculada Conceição , argumenta assim: assim : Se, num determin determinado ado momen momen to , a Bem-aventurada Virgem Maria ficasse privada da graça divina,, porque contaminada na sua conceção pela mancha divina hereditária do pecado, pecado , entre ela e a serpente nunca teria exis tido tid o - pe pelo lo men menos os durante este este período de tempo tempo,, mesmo que fosse br breeve - aq aque uela la inimiz inimizade ade de que a tradição primitiv primitiva fala até a definição solene da Imaculada Conceição, mas sobretudo uma certa sujeição sujeição M S 45 [1953], 579). Portanto, a hostili hostili dade absoluta estabelecida por Deus entre a mulher mulhe r e o demó nio exige em Maria a Imaculada Conceição, Conceição , isto é, uma ausê n cia total de pecado , desde o início da vida. vida . O filho de Marb obteve a vitória definitiva sobre Satanás e fez com que dela be neficiasse antecipadamente a Mãe, preservando-a do pecado. pecado . Consequentemente,, o Filho concedeu-lhe o poder de resistir Consequentemente ao demónio demónio,, realizando assim no mistério da Imaculada Con ceição o mais notável efeito da sua obra redentora » 13 .
Portanto , na história da salvação há três grandes protago Portanto, nistas: Cristo redentor, Maria cooperadora de Cristo e Satanás ,
J)
JoAo
ULO
, Audiência gera l de 29 de maio de 1996 (o itálico é noss nosso o).
22
O papel de
ossa Senhora na história da Salvação
seu opositor, opositor , que - como já se disse repetidamente - na Bíblia, é representado pela imagem de uma serpente, mas no curso da história da humanidade, humanidade , por causa da sua crescente obra maléfica entre os homens, é figurado por um dragão ver melho e sanguinário, para fazer ressaltar a sua ferocidade e crueldade desmesurada em contraposição ao sinal que apa rece no céu, da «Mulher vestida de sol» do capítulo 12 do Apocalipse , que também figura a Virgem Maria . Não nos esqueçamos de que, frequentemente, na Bíblia uma mesma figura pode ter diversos significados. significados . Para os exegetas exegetas,, «Mulher vestida de sol» representa o povo hebraico e/ou a Igreja e/ou Maria . Mas é precisamente este último significado que Filho desta mulher mulher é je jesus sus.. «Ela [a Mulher] prevalece , já que o Filho odes es dará à luz um filho varão Uesus Cristo, o Messias], com od tino de governar todas as nações com cetro de ferro» (Ap 12,5).. E a sua Mãe, a «Mulher» do Apocalipse, aparece em 12,5) luta contra Satanás, como Deus já tinha declarado no Génesis .
«Caracterizada «Caracteriza da pela pela sua maternidade, maternidade, a mul mulhe herr está gráv grávida ida e grita com as dores e o trabalho de parto . Esta observação remete-nos para a Mãe de Jesus junto da Cruz (cf. Jo 19 ,25), onde ela participa com a alma trespassada pela espada (cf. Lc 2 ,35), no trabalho de parto da comunidade dos discípulos
[isto é, a Igre Igreja]. ja]. Apesar dos seus sofrime sofrimentos, ntos, está vestida de sol - isto é, tem o ref refle lexo xo do esplendor divin divino o - e apa apare rece ce
como sinal grandioso da relação esponsal de Deus com o seu
povo . Embora não indiquem diretamente o privilégio da Imaculada Conceição, estas imagens podem ser interpretadas como expressão do cuidado amoroso do Pai que envolve Maria com a graça de Cristo e o esplendor do Espírito. Espírito . Final mente,, o Apocalipse convida a que se reconheça mais parti mente cularmente a dimensão eclesial da personalidade de Maria : a mulher vestida de sol representa a santidade da Igreja que se 23
Virgem Maria eo
iabo
nos exorcismos
realiza plenamente n Santíssima Virgem por virtude d e uma graça singular» 14 • À luz de quant qua nto o dissemos até até agora agora compreende-se que os evangelizadores os pregadores e os catequistas não podem calar-se acerca da «serpente» e d o «dragão» : «A evocação da luta contra contr a Satanás Satanás deve entrar ent rar n dinâmica dos dive diversos rsos se ser r viços da Palavra; Palavra ; por iss isso o dever-se-á evit evitar ar silenciá-l silenciá-laa ta talv lvez ez pelo desejo de falar só d Mulher Mulher:: pôr entre parênteses a figura d o Dragão resolver-se-ia num empobrecimento d figura e da missão da Mulher» 15 .
1 •
Ibidem .
i~
M.
ELu u Pio IX e l Imma colata Cidade do Vaticano G. MA SCIA REL Vaticano LEV 2000 2000 p 73.
4
poss ssão di bólic
No livro Possessioni diaboliche ed esorcismo 16 [Possessões diabólicas e exorcismo] , descrevi longa e pormenorizadamen te os critérios de discernimento para distinguir uma possessão
diabólica real de doenças psíquicas ou manifestações de origem natural. Portanto, Portanto , convido a que se consulte aquele texto paradauma pormenorizada sobre esta mani festação açãoinformação extraordinária do demónio. A experiência mariana que desejo tratar situa-se explicitamente no contexto do ministério dos exorcismos e do caminho de libertação dos
nossos irmãos e irmãs que, ajudados pelo exorcista, exorcista , devem enfrentar a luta dramática e pessoal da possessão diabólica. livro , para Aqui , limito-me a sintetizar o que afirmei naquele livro, ajudar o leitor a compreender melhor o contexto em que se insere a obra de Nossa Senhora. Senhora . A possessão diabólica não é um desdobramento da perso nalidade,, como acontece no caso da doença psíquica. nalidade psíquica . É, ao contrário,, uma espécie de «substituição temporária» da pes contrário soa , durante a qual se estabelece o domínio despótico, brutal e vio lento de um espírito demonía demoníaco co ou ou,, ainda ainda,, mais do que um), que opera através da pessoa, pessoa , fazendo com que ela fale e 16
tore
BAMONTE Possessioni diaboliche ed esorcis mo . Come co nosce re l astuto ingannaF BAMONTE
Milão , Paoline ,
2006.. 2006
5
Virgem
aria e o Diabo nos exorcismos
aja como ele quer, sem que ela possa resistir. resistir. Em geral, nos casos de possessão diabólica, diabólica , a pessoa entra em transe, o rosto deforma--se , frequentemente as pupilas deslocam-se comple deforma comple tamente ou quase para baixo ou para cima no globo ocular, ocular, e os olhos aparecem total ou parcialmente brancos ; mais rara mente , acontece que as pupilas pupilas,, embora não desapareçam , rodam velozmente ou permanecem imóveis ou , até, tornam -se semelhantes às da serpente , enquanto a cavidade orbital
assume uma cor vermelho-fogo. vermelho-fogo . Ao mesmo tempo, frequente mente,, a pessoa fica bloqueada mente bloqueada,, porque o demónio reage vio lentamente através dela , gritando cheio de raiva e de ódio frases deste géne género: ro: «Nunca sairei daqui » o u «É minha (É (deram-mo) , e tu nunca ma (mo) tirarás » meu ) Deram-ma (deram-mo), Outras vezes , diz: «Tu não podes fazer nada contra mim » e descobriste-me;; mas vais pagá-las » Quando ainda: «Maldito, descobriste-me o demónio é obrigado a manifestar-se abertamente - nem
sempre acontece imediatamente - por vezes, aparecem os sinais que o ritual dos exorcismos, o Rítuale Romanum 17 , e também o novo ritual ts enumeram nas indicações sobre o dis cernimento.. Isto é : falar correntemente línguas desconhecidas ou cernimento compree nder qu em as fala ; conhecer factos distantes ou desconhe cido s; mo strar for ças sup eriores à idade e à condição natural da estes pessoa. No n .º 3 das normas, o Rituale Romanum elenca es sinais , introduzindo-os com as palavras seguintes: seguintes : «Podem se r sinais da presença do demónio» , sublinhando que , embor a podendo podend o não ter necessariamente origem diabólica numa num a pre
Ritua le Roma~um . Ticu lu s XII : De exorc izan di s obse ssis a dre monio . Cap ut /. No rma: observanda orca exorciza ndos a dremonio Editio ty typica, 1952 [Vat icano. LE\~ 2008] . (Es te nt ual lit úrgico , cuJa · gran de er1 ·các 1·a J·á f01· e st . stad adaa pe los sac erd erdo otes exor -
a lu ntra Satandás pode co ntàmua muar · r a se serrCus usaado p. o r el es, de maneir a perma· cistas mtaa co aprovar~o a ,Co neme .nco . "" ngregaç o pa ra o u1to Divi n o e a Disci plina dos :,acra~~ntos,, p~d 1~0 do Ord má ri o [b is po] do lugar a que pe rt cra~~ntos rteença .) ypiica ernendat ernenda ta Vaticanv . LEV 20De4exRor~ m1 s et supp li cationi bu s quibu sdam Ed iti o typ
,
e1m presso 2005] .
26
possessão diabólica
sença demoníaca demoníaca contudo manifestam-se frequentemente nos casos de possessão .
O Rituale Romanum que se inspirou numa experiência secular depois de ter enumerado os três sinais anteriores secular anteriores acrescenta : «e outros fenómenos deste género que quanto forem em ta tanto nto mais mais indic indicativo ativoss serão» dei mais numerosos for xando campo aberto às possibilidades de muitas outras mani demónio além dos três festações da ação extraordinária do demónio apresentados.. Entre todos todos o primeiro sinal é uma fenómenos apresentados aversão violenta ao sagrado que o Rituale Romanum não men expresssamente samente considerando-o provav prova velmente óbvio; óbvio ; ciona expre em vez dele o novo ritual dos exorcismos apresenta-o explici tamente no n. º 16 das Consid rações Gerais do modo seguinte: tamente seguinte : «Por isso é também necessário estar atento a outros sinais sinais so tudo o de ordem moral e espiritual espiritual que re velam de forma breetud br dife rente a intervenção diabólica. diabólica . Podem ser: ser : uma forte aver Santíssima Pessoa de Jesus Jesus à Bem-a venturada sã o a Deus à Santíssima Virge m Mar ia aos Santos à Igreja à Palavra de Deus às reali da des sag rad as sobretudo aos sacramentos e às imagens sagradas.» perante nte certas manifestações o exorcista não To d av ia pera deve d e modo nenhum avaliar os sinais com superficiali dad e mas se mpr mpree com extrema cautela e prudênc prudência . Quando estas m a nifes ta çõ es se associam a fenómenos ou comporta mentos que não podem ser atribuídos à capacidade da pessoa pessoa não sendo ex press õe s da sua sua pe perrson alidade então a ação do de mónio pode tornartornar-sse uma ce rt rtee za moral. Por isso isso par paraa chegare m a um di scernimento mais profundo profundo muitos exorcis tas adotam o cri té ri o de verifi ca r se à manifestação de av ersão crívell ou de língua uass desconhe onheccid ao sagrado de o rça in incríve idaas se onheccim ento de d e coisa oisass com associa também o nóm en o do conhe pletame nte ignorada ignoradass pe p ela pess oa. Por ex mplo:: a reaçã o a exee mplo 27
Virgem Mari Maria ae
o
iabo
nos exorcismos
relíquias o u a objetos benzidos; mostrar que compreende u até fala língua línguass que qu e a pesso pessoaa não conhece; a reação violenta ao exorcismo feito em silêncio e em particular às ordens imperativas dadas mentalmente mentalmente etc. E m geral geral estes sinais estão da semp sempre re possuída: ligados a: outras ligados manifesta manifestações ções do de demó móni nioo através através u m timbre de voz mais grave pessoa possuída umas vezes grave tenebrosoo rouco ou então tenebros então baritonante; outras vezes vezes estridente ou met metáli álico co.. Nalguns Nalguns o demónio demóni o gane gane como u m cão ou ruge como u m leão leão;; noutros sibila como uma serpente chegando a assumir os seus movimentos movime ntos coleantes. coleantes. À s vezes mas raramente também se verifica o fenómeno da levitação que tanto pode acontecer durante u m exorcismo como durante uma manifestação de possessão fora d o exorcismo exorcismo.. Outra Ou tra manifes manifestação tação típica típica d o de demó móni nioo nas n as pessoas pos possessas é a mu muda danç nçaa imediata de exp expres ressãÓ sãÓ pa pass ssan ando do repentina repentina-atitude de impávida e provocad provocadora ora arrogant arrogantee sarmente de uma atitu cástica e d e palavras cheias d e insultos e ameaças a uma atitude atitu de suplicante e retra retraída ída precisamente de quem se sente intimidada e dominada por uma Autoridade Suprema ; ou . então pas passa sa de sorrisinhos brejeiros e risadas irónicas e pérfifi-das a tremores e espanto. espanto . Além disso os demónios demónios atra atravvés da pessoa possessa insultam e tentam agredir os presentes sobretudo o exorcista; exorcista ; outras vezes tentam fugir dele cospem injuriam ameaçam e amaldiçoam diz dizend endoo palavra palavrass blas blasfe fem mas e grosseiras grosseiras.. Por vez vezes es toda todass estas manifestações são acompanhadas por arrancos d e vómito o u espuma lançada pela boca da pessoa atormentada. Por fim outro fenómeno que também pode acon acontecer tecer durante o exor exorccismo ismo:: o d a materialização d e objeto objetos. s. A experi experiêência co co mum d e vários exorcistas testemunha q u e n o corpo da da pessoa pes soa ou ou p erto dela podem aparecer objetos como peda pedaçços de corre ntes ntes pedras pedras cara caracc óis d e cabelos cabelos vidros vidros pedaço pedaçoss de teci ecidd o carne flore s c o r d a s a n é is brincos e outras c oisas
8
possessão
entre
as
di bólic
mais varia variadas das que a pessoa pode até vomitar vomitar.. Estes
objetos são os que serviram para a confeção d o malefício malefício.. Ordinariamente Ordinariamen te saem pela boca mas nem sempre provêm do estômago d a pessoa ; isto explica o porquê d e o possesso nunca sofrer danos físicos mesmo quando por exemplo saem grandes pedaços de vidro; de facto n o instante em que sai pela boca aco sai aconte ntece ce uma ação de «transfert» d o objeto sobre o qual se operou u m rito oculto; e m geral este fenómeno é sinal da libertação progressiva da pessoa. pessoa . No entanto entanto a libe liberta rtação ção não está necessária e exclusivamente exclusivam ente ligada a estas manifestações . manifestações. Sobre as causas que podem estar na origem da possessão diabólica e sobre os remédios sugeridos sugeridos o leitor leitor pode consu con sulltar o texto que atrás mencionei.
9
poder da invocação d o nome de Maria
Sobre a ação da Virgem Maria contra Satanás dur nte o s exorcismos e na caminhada caminh ada de liberta libertação ção o célebre célebre exorcista padre Cândido Amantini - que exercia o seu ministério n Basílica da Scala Santa [Escadaria Santa] e m Roma onde fale santidade ade em 1992 - es escr crev evia ia as assi sim m n o único ce u em odor de santid livro que publicou e m vida com o título m st ri st ro i « s sim
como atrav como através és dos possessos Satanás é obri obrigad gado oa rec eco onhecer abertamente o poder de Jesus Crist Cristo o contr c ontraa ele assim ta també mbém m é obrigado obrigad o a confessar a fo forç rçaa d o pé imaculado de Maria que lhe espezinha continuamente continuament e a cabeça. cabeça. A pro pósito temos numerosos testemunhos de santos e de muitos pósito sacerdotes sacerdo tes que tiveram de lutar diretamente com Satanás por
meio dos exorcismos. O Ritual Romano dos exorcismos estabelece num nota nota que o sacerdote exorcista investigue cuidadosamente os efei efei tos e os sentimentos que poderão observar-se nos endemoni nhados depois das invocações e louvores dirigidos a Deus e dadass aos aos santos e também depois das ordens imperativas dada demónios de modo a poderem conduzirconduzir-se se adequadame ade quadamente nte no de co correr rrer d os exorcismos exorcismos.. Na verdade a ação d e Satanás dese ncadeia tais resultados p sico sicológicos lógicos nas suas vítimas para 31
A
irgem Maria e o Diabo nos exorcismos
quem , como por uma indução imediata imediata,, as pessoas manife stam as suas próprias reações . Or Oraa , das experiências feitas resulta exatamente isto isto:: quase nenhuma outra coisa provoc provoca tamanho tormento a Satanás quanto a invocação d o nome de Maria . Ordinariamente [nda : durante o fenómeno d a posse sMaria. são , as pe pess ssoa oas} s} não conseguem con seguem sequer sequ er pron pr onunc uncia iarr li v remente o seu nome , por mais que se esforcem. esforcem . Depois , há devoções marianas que os demónios não suportam , j á q u e os po poss sses esso soss só a muitíssimo custo as podem praticar. Entre elas, elas , está a Ave-maria o tributo diário de São Boaventura e o Rosário . Com igual evidência se mostra o poder da Virgem ao esmagar os demónios dos corpos dos possessos, possessos , pelos resultamariana . De dos que se obtêm com uma constante devoção mariana. facto, através dela , eles (os possessos) chegam a melhorar muito. Mesmo aqueles demónios particularmente duros e obstinados q u e , como diz o Evangelho (cf. Me 9,28 , não cedem a não ser a meios meio s extremos, extr emos, as suas sua s forças forças enfraque enfraquecem cem rapidamente quando têm de enfrentar uma proteção especial d a Virgem . A experiência ensina ensin a que todos os que recorrer recorreraam
a ela nessas circunstâncias com grande devoção filial , mais cedo o u mais tarde acabam por sair delas»
19
•
O popular exorcista italiano Gabriele Amorth , n o seu livro ntee a Nuovi racconti di un esorcista descreve pormenorizadament ação d e Maria n o exorcismo e na caminhada de libertaçã libertação o , referida pelo padre Cândido, de quem ele foi discípulo discípulo:: «Palpa mos a v erdade de que Maria é realmente medianeira de gr k ças, porque é sempre ela que obtém do Filho a libertaçã libertação de de
a lguém das garras d o demónio . Quando se começa começ a a e xorci zar u m endemoninhado , un1 daqueles de quem o diabo se s e aposs apossaa
realmente por dentro, somos insultados e gozados: gozados : Eu estoll aqui muito bem ... Nunca sairei daqui. .. Tu não pode s nad nadaa
19
C.
AMA AM A NTINI ,
nmis tcro J, M a na na Fri gen entto (AV , Casa Maria na, 1987 . p.
32
O po er da invocação do nome de
aria
contra mim ... És muito fraco e estás a perder o teu tempo ... Mas, pouco a pouco, Maria vai entrando em campo e a mú sica começa a mudar: mudar : É ela quem quer .. Contra ela não pos so nada ... Diz-lhe que deixe de interceder por esta pessoa ... Ela ama muito esta criatura . . Bem, para mim acabou ... Tam bém m e aconteceu muitas vezes ser-me logo atirada à cara a intervenção de Nossa Senhora, desde o início do exorcismo exorcismo:: Eu estava aqui tão bem, mas foi ela quem te mandou . . Sei porque é que vieste, porque foi ela que quis . . Se ela não ti ti-vesse intervindo, eu nunca te teria encontrado ... » 20 • No mesmo volume, o padre Gabriele Amorth aconselha quem estiver em dificuldade ou desesperado que diga a bela jaculatória de São Bernardo : «Maria é toda a razão da minha esperança.» Estas palavras impressionaram-no muito desde a sua juventude; de facto , à primeira vista, parecem apenas de
9
vocionais; m as , na realidade, exprimem a grande verdade da mediação materna de Maria em Cristo. Todas as graças, todos os dons de Deus, chegam até nós com tanto maior abundân cia quanto mais autenticamente devotos formos de Maria, acolhendo com amor a sua ação materna e confiando-nos to talmente a ela . Por isso, Gabriele Amorth termina o seu livro, dizendo: «São Bernardo não hesita em exprimir estes concei tos com uma afirmação corajosa que marca o ponto mais alto do seu discurso e que inspirou a Dante aquela famosa oração à Virgem: Veneremos Maria com todo o ímpeto do nosso cora co ra ção, dos nossos afetos e dos nossos desejos. desejos . Assim quer Aquele que estabeleceu que recebêssemos tudo por int'ermé dio de Maria . É esta a experiência que, concretamente, todos os exo rcistas experimentam sempre» 21• z.;
G
O T
Nuov i racconti di un eso rcis ta Roma , cista
Edizioni Dehoniane Dehoniane,, 1992 1992..
Novos relatos de um exorcista Pau lu s, 2004 2004)). PP 22 2 1 0- 221 [trad . port .: Ibide m pp pp.. 22 1-222 222.. So br bree este tem a, veja-se tamb tambéém o aprofundamento que faço no ca pitulo 5, no pa rág rafo 7, «A in inter tercessãocessão-media mediaçção de Maria .
33
V
O demónio obrigado a confessar a sua vergonha a sua completa impotência diante d a Virgem aria
As co nsid erações dos dois cé lebres exorcistas italianos, italianos , os padres Gab rie le Amorth Amorth e Când Cândiido Amantini, Amantini , relativamente à prese nça e à açã o de Mari a dur duraante os exorcismos exorcismos,, permitem
-nos enfre enfrent nt ar melhor melhor o problem problemaa, investigando sobre os efei tos de termi nant ntee s qu quee a verd verdaadeira dev devoção a Nossa Senhora produz no âmb âmbii to d a luta contra Satanás. Satanás . O s dem emó ó n ios sabem muitíssimo bem que , quando Deus disse a Sa tanás : «Farei reinar a inimizade entre ti ti e a mulher, mulher, entre a tu tua des cendência e a dela: dela : ela esmagar-te-á a cabeça e tu tentarás mord ê- la no calcanhar» calcanhar » G n 3 ,15 15)) , Ele estabelecera associar a si na Redenção da humanidade, humanidade , uma mulher, mulher, como vel do Mal. Desde o início, adve rsár sáriia invencí cível início , na sua su a infinita sabe d or oriia Deus opô opôss a Sa Sata taná náss e ao aoss demónios demónios - que tinham tinha m arrastado arrastad o a h umanidade para a ruína, com a colaboração de
uma mu lher Ev a - um umaa nov nova mulhe mulherr : a Virgem Maria. Assim como uma m u lher tinha conduzido a humanidade ao poder de Satanás Satanás,, ass im também também,, agora agora,, o Redentor, Redentor, com maior hu milhação de Sa tanás , haveria de libertá-la com a cooperaç cooperação 35
Virgem
Maria
eo
iabo no s exorcis mos
mul her. este um d os m o tivos por que que durante os de outra mulh exorcismo orcismoss os demóni demón ios ficam mais indignados e furi oso s com Mari a do qu quee com o próprio Deus.
A coo peração de Maria na vi tóri a de Deus sobre eles humi lha-os mai s do que se Deus os ven ces cessse so zi nh nho o . Serem derr o tados po r De us me med d ian te a co coope ope ração de uma um a criatu ra humana umana inferi or a eles por nat na tu reza e além disso disso Im inferior Imaa culada a ú nica se sen n1 aque aquele peca d o com o qual qual eles tinham submet bmetiido ao seu poder todo o género humano hu hum milh ilhaa sobremaneira o seu orgulho desmesurado. desmesurado . O fa cto de Maria se ser a Imacu lad a a Sempre Virgem a h u m il íssima Mãe de Deu s assoc associiada co mo ne nhuma outra outra cri atura a Jesus Cristo na obra da da Re denção a Assumpta ao cé u em corpo e alma e a Ra inha do unii ve rso ao lado do se u Filho un Filho irr rrit ita- os enfurece -os mais e torna-os m ai s blasfemo blasfemoss contr contraa el ela do que con ontt ra o próp rio Cristo. es te o motiv motivo pelo qual qual dur durante ante os ex or orccism os . os demóniios se dirigem a Ela urr demón urraando ndo com um ódi dio o in aud ito . pronunciar o seu nome a não ser ra ríssim as mas sem ou ouss ar pro vezes apostr ostrofand ofando o a Virgem Maria num tom dep dep re ciat ivo. di zend endo o «ela» e ac acre scentando blasfé blasfémias e palav avrr as sum,t mentee grosseiras e injúrias contra a sua pess oa . Mas a sant iment dade e o esplendo esplendorr de Maria põem-na tão alto entre to das ~ criaturas humanas e angélicas que frequentem frequentemeente, os demó nios são obrigados a elogiá-la pela sua grandez grand ezaa po der e fulgor divino que resplandece nela . impressiona nt s Estes momentos são extraordinariamente impre porque os demónios ao ficarem cegos c01n tam anho es espl en
dor - que lhes é dolorosíssimo- são obr obriigados a test esteem un har a dignidade extraordi extraord inária da Mãe de Deus entre as cr iaturas humanas e angélicas e a afirmar toda a verdad erdadee sob sob re a \ ir tude dela e a admitir admitir a sua absoluta impotência impotência di ante da von tade daquela que Deus omnipotente por nat natu u reza, ao pro36
O demónio obrig do a confessar a sua vergonha
clamá-la clamála rainha do universo to torn rnou ou «omnipotente por graça». Co Como mo j á antecipei antecipei na na Introdução Introd ução acon acontece tece então uma curiosa alternância de expressões depreciativas e grosseiras por um lado e de catequese e louvores amabilí amabilíssimos ssimos por outro que mesmo contr outro contraa a sua vontade os demónio são obrigados a pronunciar sobre a Virgem Maria o que os des gosta imensamente imensamente.. Sobre estes excecionais testemunhos que os demónios exorcism cismos os o padre Cândido Amantini es fazem durante os exor creve assim assim no seu livro já citado : «Uma Umass vezes po poré rém m o vergonha ha pela boca dos Maligno foi obrigado a confessar a sua vergon possessos a sua completa impotência diante das vontades da Soberana do céu e da terra. terra . Outras vezes teve até de transfor mar-se apesar da sua imensa repugnância em «panegirista» recordar ar o caso de um rapa de Maria. A propósito é-nos caro record zinho de onze anos pos possess sesso o que po porr ordem de dois exorcis tas dominicanos dominicanos ditou de improviso est estee soneto ainda antes de ter sido definido o dogma da Imaculada Conceição» • O episódio é relatado pelo padre Cândido e também no livro já citado do padre Amorth 23 mas sem nenhuma Gabriele encontrei o mesmo soneto indicação das fontes. Também noutros te xt os e at atéé no primeiro volume do Epistolário do Padre Pio mas sempre sem a referência às fontes 24 . Por isso 22
nmi stero di Maria
pp.. 329-330 pp 329-330.. Ver soneto infra . 23 G. AMORTH Nuovi racconti di un eso rcista p . 219 219.. 2 • O padre Agostino de San Mar co in lamis que foi um dos principais diretores espirituais do Padre Pi o esc reveu-lh reveu-lhee numa ca carta rta de 22 de janeiro de 1913 1913:: «Agora 22
C
ANTJNI
para qu e possa alegrar-te e para ve rgonha dos nossos inimigos infernais infernais envio-te uma composiição em ve rso que enc ontre compos ontreii em it itaa liano e que traduzo para francês francês.. » De Dep pois is transcre anscrev ve imediatamente imediatamente o poema em italiano e e depois depois em fran o padre Agost ino tr cts int ro duzindoduzindo-o o co m esta estass pa lavras vras:: «Soneto feito por um possesso de onze anos anos em Ariano di Puglia em louvo r da Im Imaa culada Conceição Conceição com as rimas obrigatórias de Madre e Fig o.» o fim do soneto soneto o padre Agostino revela que não conhece a fon te des te episó di o porque porque ac re sce nta nta:: «Não sei se este poema foi composto verda deirame nt ntee por um ende endem monin oninhad hado o. Creio que sim . Toda Todavia via é muito belo e acolhê-
37
A Virgem Maria e o Diabo nos nos exorcismos
encetei pesquisas aprofu encetei apr ofunda ndadas das para rem r emon ontar tar até às fon fontes e, para minha grand grandee alegria alegria,, precisamente quando j á quase não esperava encontr á -las -las,, descobri que esta composição lírica tin ha sido citada pelo cardeal Francesco Salesio tinha Salesio della Volpe no processo ordinári ordinário o romano que se realizou entre 1907 e Deus,, 0 1928 , para a beatificação e canonização d o Servo d e Deus p a p a Pio IX. O cardeal era u m dos membros ligados ao ser viço pe pess ssoal oal d o Papa Papa,, c o m o t ít ítul ulo o - en entã tão o e m u s o - de «ca ma reiro secreto part partic icipante ipante ». U m padre dominicano, que foi trabalhaa meu professor d u r ante os estudos d e Teologia e que trabalh do s Santos, a meu pedido pedido,, fezn a Congregação para as Causas dos -me cheg che gar uma fotocóp fotocópia ia d o documento que reproduz numa página o tes testt emunho d o Cardeal que apresentou o texto da c ompo omposs içã ção o , d e q u e ele próprio possuía uma cópia. Fi cou re portaad o n a «Po port Posit sitio io : Ro m an a . Be Beaa ti tifícationi fícationiss e t canonizationis Serr v i Dei Pii IX, Se IX , Su m m i Po ntifi ntificis, cis, Posit io super virtut i vol. 1: 1: Summa Summarriu m p . 7 0 .» O fa ct o acontec aconte ce u e m 1 8 2 3 , numa cidade d a Itália meridion al , h oj e na p r ovínc ovínciia d e Avell Avelliin o , e que entã o , se cha mavaa Ari mav Ar iano di Pugli a. Depoi Depois, s, e m 19 3 0 , co com m eçan eçand d o a fazer p a r te da região da Campânia ânia,, aquela te te rra tom o u o nome nom e de Ariano Irpin o. N aque Ari aquele le p e río d o , discutia-s discutia-see m u i to en t re os teól te ólo o gos acerca d a ve rdade da Imaculad a C o n ceição que trintaa e u m anos mais tarde, trint tarde , e m 1854, fo i proclam proclamaad a d ogma de fé . Do Dois is insignes insignes pregadores dominican domi nicanos os , o p a d re Cassetti e o padre Pignatura Pignatura,, durant du rantee uma missão paroquial, paroquial , pa rt rtii cip ram nos exorcismos d e u m rapaz analfabeto d e o n ze ano s. Eles impuseram ao demónio e m nome de Jesu s, q u e m os tras tr asse se que Maria Maria era era Imaculada e mand ma ndara aramm-lh lhee q u e o fizess e
- lo-e is com co m agrado agrado . » Na Na ca carta rta de respos respos t a , de 1 de fevereiro feverei ro de 19 13 , o Pa Pad d re Pio dir3 ao pa d re Ago gostin stino o , agradecendo- lh e : «De «Deste ste -me u m grande pr aze r c om a tr tran ansc scrição
e a tradução tradução d a quele so son n et o»
rio,, I Co rr is po nden za c o n i diretto dirett o n sp spm m tu::ih pi stola rio [19 10 - 1922], 4 ª e diç dição ão , Sa San n Gio Gi ovann i Ro to nd o FG FG)) , Edizi dizio o n i Pa dre Pi o d a Pi etr c ma , 2002 2002,, p p 332 -33 333 3; 33 336 6.
38
O
demónio
obrigado a confessar a sua vergonha
numa composição poética de catorze versos hendecassílabos, com rima obrigatória, obrigatória , em duas quadras dois tercetos um soneto sonet o . Então Então, , o demónio , através do erapaz, compôs um texto poeticamente genial e, ao mesmo tempo, teologicamente verdade da Imaculada Conceição. exato sobre a verdade texto : Eis o texto: Vera Madre son io d un Dio ch e Figlio e son Figlia di Lui benché sua Madre. , e . Egli ed mio Figlio Ab nacqu Nel ceterno tempo io nacqui e pur gli son Madre .
eator ed e mio Figlio, son io sua creatura e gli son Madre, Fu prodígio divin l esser mio Figlio un Dia eterno e me aver per Madre. Egli
emio
r esser qua si ecomun tra Madre e Figlio perché l esser dal Figlio eb be la Madre e l esser dalla Madre ebbe anche il Figlio,
ebbe la Madre o s ha da dir che fu macchiato il Figlio o senza macchia s ha da dir la Madre. Or se l esser dal Figlio
[Verdadeira Mãe sou eu de um Deus que é Filho e sou Filha dele , embora sua Mãe. Ab c:eterno nasceu Ele, e é meu Filho. No tempo eu na sci e contudo , sou d Ele Mãe . Ele é meu Criador e é meu Filho,
sou so sou u eu sua criat ura e lhe so u Mãe. Foi prodígio divino ser meu Filho
um Deus eter no e me ter por Mãe . 39
Virgem
aria e o Diabo nos exorcismos
o ser quase é comum entre Mãe e Filho porque o ser do Filho teve a Mãe e o ser da Mãe teve também o Filho Ora, se o ser do Filho teve a Mãe ou se há de dizer que foi manchado o Filho ou sem mancha se há de dizer a Mãe.] Era imposs impossíível qu quee um rapaz analfabeto pudesse fazer tal composição . Po rt rtaan to , tr triinta anos depois, no mesmo ano da pr oclam aç ão do do dogma gma da Imaculada Conceição 1854) , aqu ele texto foi ap rese ntado ao papa Pio IX . O Pontífice, logo que ouvi u aqueles versos - belíssimos e tão dogmática e teologicamente exatos, exatos , embor emboraa obra daquele singular cantor da Imaculada-,, de rosto resplandecente , comoveu-se profundaImaculadamente , desatando repentinamente num pranto de ternura.
adiantee des desccre v erei uma série de expr expres esssões e de Mais adiant
panegíricos dirig diri gid os a Nossa Senhora pelos demónios , recolhidos da minha ex periê iên ncia pessoal e da de outros exo rcistas . Contu Cont u do , é abs bso olut lutaamente necessária uma precisão, precisão , se m a qual arr arriscar-nos-emos iscar-nos-emos não só a não compreender compreender,, mas at é a desprezar as que claramente não são iniciativa do demónio. mas do próprio Deus que o obriga. obriga . Durante os exorcismos exorcismos,, o demónio é por vezes , obrigado, contra a sua vontade , a testemunhar o que não quereria. quereria . Quando, por exemplo, no dec u so do exorcismo, o fiel possuído é aspergido com água bent a usada - como se lê no Missal Romano 2 5 - para o perd ão d s nossos pecados veniais), para nos defender das insídia s do reage com ~~ligno e como dom de proteção divina. Quando reage irntação à presença de uma relíquia e mostra que ta tamb ém 5
É
O
livro que contém as orações litúrgicas para a celebra elebraçção d a San ta Missa
4
O demónio obrigado a confessar a sua vergonha ..
sa be a que santo pertence é obrigado obrigado a tor tornar nar-se -se testemunha testemunha da santidade daquela pessoa e da origem divina da própria santidade santi dade..
Quando fala uma língua que só o exorcista conhece mas possessa ele testemunha a sua identidade dife não a pessoa possessa rente da do possesso possesso.. Quando durant Quando durantee um exorcismo o sacerdote recit recitaa apenas mentalmente algum trecho evangélico ou o Credo e o demó nio freme d e raiva e reage furio samente é obrigado a testemu nhar a luz e a força salvífica qu quee para nós nós brotam da Palavra de D eu s e da Profissão de Fé . Podd er- se-ia relatar outros numerosos exemplos que podem Po se r referidos por quem exerce este ministério; ministério ; mas antes de
tudo desejo esclarecer o leitor - para ajudá-lo a compreender tudo o que seguidamente apresentarei - que durante os exorcismos há div ersos momentos em que o demónio demónio mesmo contra a sua vontade é indubitavelmente obrigado no seu confronto com a presença divina que o domina domina a confirmar com gestos rea ções e pa lavras a verdade verdade da nossa fé . Naturalmente Naturalmente isto não acrescenta nada ao que já sabemos e em que acreditamos; acreditamos ; no entanto é- n os ex amentee co nsolador e edificante verificar extt rem ament validade dade e a força das verdades da de modo tão evidente a vali nossa fé. Além disso disso esses exemplos acabam por confirmar a ca pa cidade da providencial Sa bedoria divina e transformar conn tinuamente o mal em bem. co E ass im também e so bretudo a propósito da Virgem doss dogma dogmass que se lhe referem os 11aria da sua santidade e do demónios fornece m-no m-noss confirma con firmaçções involuntárias involuntárias.. São proferem umas vezes espontaneamente expressões que eles proferem outras durante uma oração feita pelo exorcista e pelos presen outras tes a Tossa Senhora; ou então por uma ordem explícita co mo no caso do rapazinho de Ariano Irpino de que já falá m o s . Mas essas ordens não são conversas com o demónio 41
A Virgem Maria e o Diabo nos exorcismos
embora possam implicar por assim dizer uma espécie de «per gunta e resposta» entre o exorcista e o demónio, como neste último caso . Trata-se, pelo contrário, precisamente como con vida a fazer o Rituale Romanum de se servir da sua própria experiência . E divers diversos os exorcistas verificaram que, nas suas experiências, o demónio fica particularmente atormentado pelas ordens que lhe impõem louvar a Virgem Maria . O i26
tuale Romanum diz : «E quando se aperceber de que o demó nio fica mais atormentado, insista e persiga ainda mais» 27 . Poderiam ser numerosos os exemplos tirados da hagiogra fia cristã, com os quais se demonstra que o demónio, mesmo fora do contexto do ministério dos exorcismos, por vezes é obrigado a dizer ou fazer o que nunca quereria dizer ou fazer , n1as não é este o objetivo deste vo lume . Que Deus, dentro dos exorcismos, queira e possa operar da maneira que estou ades
teologicamente . Para fazê crever , pode-se facilmente justificar teologicamente. -lo remeto-me para tudo o que já foi dito acerca da capaci dade de Deus de transformar o mal em bem bem.. O grande teó«O mal é , por si mesmo , logo São Tomá s de Aquino escreve : «O ordenado ao be1n ..Ele não contribui para a perfeição e para a bele za do un unii ve rs o a não ser acidentalmente » Suma o19,, a. 9 . Portanto, só em razão do bem a que está lógica l , q. 19 ligado ou que suscita suscita,, se pode dizer que, para Deus, o mal serve para alguma coisa ou que, de algum modo, é um bem.
Ritual e Romanum . Titulus XII : De exorcizandis obsessis a d~moni d~monio o. Capui I Normre observand~ circa ex exor orcizandos a d~monio p . 84 847 7 Prrenotanda n.º 2: «Por isso . lo exorcista] para desempenhar retamente o seu oficio , esforce -se por co nh ecer muitos outros documentos úteis à sua tarefa tarefa,, escritos por autores aprovados e que 26
aqui , por bre vidade , nã o indicamos e sirva-se da experiência; além disso aqui, disso,, deve obser· va r ~?u~as normas , particularmente neces necessá sárrias» t radução do latim pelo auto r . 850 0: «Os exorcismos deve m ser proferidos ou lidos com . Ibid em Prrenotanda 6 p. 85 auto nd ~de com grande fé humildade e f ervo r; e quando se aperceber de que o dernonio fica mais atormentado ormentado,, então insista-se e persiga-se cada vez mais . tradução do latim pel o au tor .
42
O demónio obrigado a confess Sã o Tomás
r a su vergonh
prossegue,, citando Santo Agostinho: prossegue
«Do
conjunto
coisas se depreende a beleza admirável do universo, universo , no quall aquilo a que se chama m al , quando está bem ordenado qua e colocado colocado no seu lugar, faz melhor ressaltar o bem: bem : deste modo,, o bem em confronto com o mal, agrada mais e é digno modo de todo o louvor» louvor » Suma Teológica I, q. 19, a. 9). É, precisamente , esta situação que, durante os exorcismos exorcismos,, se verifica no confronto entre a presença da Virgem Maria e os demónios mónios,, como emerge com evidência das reações e afirmações dos próprios demónios. demónios . Deste modo e sem querer, eles fazem com que ressalte e emirja ainda mais aquele bem que espec ifi camente amente,, neste caso , consiste precisamente na inter ve nção mate nóss , materrna e amorosa de Nossa Senhora a favor de nó seus se us filhos . Portanto Portanto,, experimenta-se de maneira palpável o que também es c reve Santo Agostinho: Agostinho : «E, como Deus, Deus , ao criar Sa Satanás tanás,, não ignorava com certeza a sua futura maldade e prev ia o bem que daí ha veria de tirar tirar,, fez com que o salmista salmista es crev esse esse:: O dragão que Tu criaste para que fosse es es ca rnecido rnecido (SI 104(103),26) 104(103),26),, para fazer compreender que, que , enquaanto por sua vontade o criou bom, enqu bom , na sua presciência tinhha já prosp tin prospet etaado com o também haveria de servir-se dele quando se tornas tornasse mau » De Gen esí ad litteram XI,l 7) . Também o Eva ng elho confirma essa verdade. O s demónios demónios,, diante de Jes us, subjugado subjugadoss pelo se seu poder, poder, «confessam» a sua natu reza di vin a. J es u s ve io ao mundo para destruir as obras do dia bo (c f. l o 3,8): na sua pr preesenç a, os demónios manifestam te rr rror or,, cae m pros tr traado doss po porr terr rraa, urram raivosamente, raivosamente , pe pe-dindo para não se r ma mandados embora embora,, declarando que conhe cem a dig nidade sobr sobreenatu ra l do pró próprio Je Jesus (c f. Mt 8,29 ; das
8
amo Agos t inh nhoo esclare ce u , um pouco ames no texto , que es ta s palavra s não devem se r ent ntend endid as no se ntid o de que Deus ten ha criad o já mau o dragão , isto é , o diab o. para se r des pr preezad o pelos anjos - Deus criou to as as cri aturas boas - IDas que lo dragão] foi des tin ado a esta pena , dep ois do pe cado ado»» De Genesi ad littera m XI, 15). ;
43
Virgem
aria e o Diabo nos exorcismos
Me 1,2 4~ 4 ~5, 7; Lc 4 ,34; ,34 ; 8,28) 8,28).. É verdade que estas atitudes dos
demónios não são ficções , como não o são, nesta situação , s suas afirmações afirmações.. De facto e diferentemente da maior parte dos compreen seus contemporâneos, sabemos quem é Jesus, os demónios demos claramente que,nós quando gritavam: gritavam : «Tu és o Filho do Deus altíssimo » (Me 1,24), afirmavam a verdade · como também quando exclamavam: exclamavam : Vieste para nos arruinar » (Me 1,24 24)) . O silêncio que Jesus lhes impunha, nalguns exorcismos , não se referia ao facto de que naquele momento dissessem coisas falsas : de facto , estavam a dizer a verdade. Jesus preten )
dia impedir que antecipassem aquela revelação sobre a sua identidade, que Ele próprio queria manifestar, manifestar, um pouco de cada vez, de modo que não se comprometesse o êxito da sua missão (o chamado «seg redo messiânico») . Contudo, isto não significa de modo nenhum que possamos atingir a nossa ins trução religiosa também pelo demónio. Seria errado pensar assim . Se , por obrigação divina, as verdades da nossa fé tam bém podem podem,, por vezes , ser afirmadas pelos demónios demó nios,, isso não significa que de vamos aprender deles: a verdade só pode ser procurada em Cristo Cristo.. A intenção com que apresento o que alguns deles certamente obrigados por Deus exprimiram ace rca da Virgem Maria não é o de fazer do demónio um «teólogo » u um Doutor da Igreja» de quem podemos escutar e aprender en sinamentos sobre a Virgem Maria; nem muito menos o de comparar essas afirmações com revelações privadas no modo tradici onalmente entendido pela doutrina da Igreja . Não está bem que seja o demónio a instruir-nos mas o ensino da Sagrada Escritura qu e é a fonte da Revelação divina de que haurimos as verdades necessárias para conhecer e amar a Deus e depois à luz desta font e a
Tradição o Magistério da Igreja o exemplo de vida e das pala vras dos Santos .
· Por isso , o exorcismo pode tornar-se uma confirmaç ão d 44
O demónio obrig do a confessar a sua vergonha
Sagrada Escritura: isto acontece frequentemente . Mas se o confronto com o demónio devesse contradizer a revelação di vin inaa então o exorcista compreenderia imediatamente que o demónio está a tentar enganá-lo. enganá-lo . Este discernimento pressu põe a plena consciência da sã doutrina que cada sacerdote e cada cristão dever ter. Por isso não entendo substituir de ma ma neira nen nenhuma huma os ensi ensiname namentos ntos da Sag Sagrad radaa Escritura Escritura e da Igreja fundamentais para cada católico ; do mesmo modo quero demonstrar que o confronto com o demónio não faça senão que confirmá-los. De facto como veremos neste minis tério ressalta fortemente na luta do bem contra o mal que o Pai juntamente com a presença viva de Cristo no meio de nós deu-nos também a de Maria Virgem . Ela é a Mãe conti nuamente presente ao lado dos seu seuss fi filho lhoss que faz tudo ao seu alcance para acompanhá-los sustentá-los e guardá-los maternamente no caminho par paraa o Paraís Paraíso o do qual o Maligno gostaria de desviá-los desviá-los.. são o publicadas para Ao mesmo tempo estas experiências sã inspirar os corações a elevar um hino de louvor e de agradeci mento a Deus po porr ter-nos dado na Imaculada Concei Conceição ção de adversária ia por excelência do Maligno a fim de cele Maria a adversár brarem as glórias e as gestas maravilhosas desta Mãe sempre pronta para acorrer em socorro dos seus filhos. Além disso querem ser uma ação de graças filial a Nossa Senhora por finalment mentee repre representa sentam m um vivo tudo o que faz por nós. E final
incitamento a cada crente a dar-se e confiar-se a ela para «tê -la » no seu próprio coração coração a «ser e a viver» - ao mesmo tempo - no seu Coração Imaculado Imaculado.. E nele templo tabern taberná á culo e ostensório vivo de Deus unir-se a ela na adoração e ser viço da Santíssi Santíssima ma Trindad Trindadee com a certeza que neste Coração como na torre de David David estamos numa fortaleza invencível contra a qual todos os assaltos do Inferno esbarram e aquele 5
Virgem
aria e o Diabo nos exorcismos
qu e , desde as origens, tem sido inimigo de Deus e inimigo do que homem será definitivamente derrotado . U m possível equívoco, equívoco , do qual quero exonerar o leitor , acerca das vicissitudes que estou a descrever, poderia ser o de pensar que os exorcismos se façam com o objetivo de escutar o demónio, demónio , em vez de expulsá-lo expulsá-lo.. Não O s exorcismos fazem -se com o único objetivo de expulsá-l expulsá-lo o o mais depressa possí vel , a fim de que se abrevie o mais possível o tempo de so frimento daqueles irmãos e irmãs por ele possuídos/as e atormentados/as~ atormentados/as ~O s factos que irei descre ve r não foram pro curados ou queridos queridos:: podem ve rificar-se como «reflexo» , como rea ção às orações ou aos exorcismos e, portanto, portanto , às ordens imperativas pronunciadas. pronunciadas . O fim do exorcista não é suscitar estas reações ou estas expressões mas, embora sa bendo que elas se podem verificar e, de facto, se verificam, é o de chegar à libertação daquele que o demónio mantém como escravo .
Depois de ter aprese apresen n tado estes episódios - alguns dos quais j á aludi nos meus dois an anteriores teriores livros Possessões diabólicc as e exorcísmos e Os anjos rebeldes - para demonstrar que li
eles não são da minha experi experiência ência exclusiva, darei espaço também às intervenções dos padres Domenico Mondrone Mondrone,, Gabriele Amorth , Cipriano De Meo, Mons Mons.. Ferruccío Sutto , Carmine De Fílippis e Tarcísio Zullo D e M eo .
o\ ONT Os · b ld . . , · · · an;os re e cs . O mi stério do mal na exp eri ência exorcista Pnor \-elho , Paulinas Editora Editora,, 2010 2010.. fR
..
cc sc o
46
V
minha experiência mariana
os
exorcismos e nos outros momentos d o confronto o m os demónios
Introdução Estes testemunhos são tomados dos meus últimos dez anos de exorcismos selecionados entre en tre aqueles cas casos os e m q u e eu
e
u
peloss sina pelo sinais is e fenómeno fen ómenoss pret pretern ernatu aturai raiss que qu e se verific verificaram aram estava e continuo moralmente certo de que m e encontro diante de autênticas possessões diabólicas . Quem quisesse perceber o rigor com que procedi n o d iscernimento antes de afirmar que me encontro diante d e uma possessão diabólica real poderá ler e m particular o que descrevi n o livro j á citado real citado:: ossessões diabólicas
e
exorcismos
experiências que relato acerca das reações reações dos demó d emónio nioss em relação à Virgem Maria e e quando por vezes vezes obrigados por Deus se exprimiram acerca dela foram extraídas não só de Deus momentos e m que e u exercia o ministério d o exorcismo - d u rante o qual é necessário ater-se fielmente ao texto d o ritualmas também d e momentos e m que sempre n a presença d o irmã ir mão o ou da irmã possuídos prossegui prosseguiaa o confronto com o ini mig igo o or oran ando do e convidando os presen pr esentes tes a rezar o Ros Rosário ário e as ladainhas ladai nhas de Nossa Senho Se nhora ra o u então prefe preferia ria orações espon tâneas de libertação . De facto nada impede q u e fora d a ação s
47
Virgem Maria e o
iabo nos exorcismos
litúrgica exorcista exorcista quando o considerar oportuno possa livremente rezar na presença da pessoa possuída e e sobretudo quando não se verifica uma particular eficácia as orações d; piedade cristã cristã que são precisamente: precisamente : o Santo Rosário as Ladainhas da Bem -aventurada Virgem Maria mas também a Via -Sacra a Coroinha da Divina Misericórdia as Ladainhas do Sagrado Coração Coração invocações ao Espírito Santo ou ou ainda ainda ora ções espontâneas de intercessão ou de libertação . Farei preceder as narrações de cada um dos episódios de uma catequese na qual apresentarei o ensinamento da Sagrada Escritura ou dos Padres da Igreja ou do Magistério ou tam bém exemplos e palavras de Santos . Como já disse muitas vezes são estas as referências para a nossa vida cristã. cristã . Os «tes
temunhos» involuntários dos demónios sobre a Virgem Maria podem também ser de nossa edificação quando conseguir mos interpretá-los na sua correta aceção . D e facto são sim plesmente reações consequentes ao confronto que os demónios sustentam com a presença desta Mãe na nossa vida ; com a sua intercessão materna para connosco e com o poder de Cristo.. Ele para glória de sua M ãe de que não é ciumento Cristo obriga-os a testemunhar a dignidade extraordinária que ela reveste entre todas as criaturas humanas e angélicas obrigando--os a confessar toda a verdade sobre ela e a sua comgando pleta impotência em relação a ela . Estes testemunhos do mundo demoníaco serão apresentados em cada parágrafo o termo das catequeses que as precede precederam ram que indicarei com título «Exemplos extraídos dos exorcismos» Além disso é muito importante que o leitor saiba que esses testemunhos que que à primeira vis vista ta pode poderiam riam parecer fre quentíssimos não o são assim tanto. quentíssimos tanto . A s mais das vezes os demónios só exprimem injúrias e ofensas em relação à Virgem Maria . O s exemplos que referirei poderiam parecer numerososs m a s não são se considerarmos que foram recolhidos so recolhido s durante de z ano s. 8
A
minha experiência mariana nos exorcismos e nos
outros momentos
s palavras que rep report orto o são expressa e exat exatam am , . ente as propro feridas pelos demon1os n o decurso do doss exorcismos exorcismos .
§ 1 - A re recu cusa sa,, da parte do demónio, demónio,
do projeto da Encarnação do Filho de Deus e de Maria Rainha dos njos e dos homens
atequese O homem foi criado por Deus à sua imagem e semelhança semelhança,, isto é, é , segundo a imagem d o Filho que o Pai Eterno tinha na sua mente , quando , chegad chegadaa a plenitude dos tempos tempos , haveria de enviá-lo ao mundo pa para ra faz fazerer-se se homem e redimir a huma nidade. O homem é, portanto , «fig «figura ura daquele que haveria haveria de vir» Rm 5,14 , Cristo Jesus Por isso, esteve presente n a mente d e Deus, desde a eternidade , antes de qualquer outra criatura , e também a figura daquela e m quem a Encarnação do Filho haveria d e realizar-se : Maria Imaculada. Imaculada . Diz o Con
cílio Vaticano II: «
santíssima Virgem [foi] predestinada
desdee toda a ete desd eterni rnidad dade, e, n o desíg desígnio nio da Encarnação do Verb Verbo o divino , para [ser] Mãe d e Deus» 29 • A natureza humana de Cristo e de Maria é o vértice d a obra da criação. criação . Embora Embora,, cro nologicamente , Cristo e Maria aparecessem no mundo muitos séculos depois d a criação d e todas as coisas , a Santíssima Trindade tinha e m mente desde a eternidade esta obra-prima insuperável , relativamente a qualquer obra criada por Deus insuperável, Deus:: «Uma Mulher imaculada que fosse Mãe d o Filho Filho,, dando dando--lhe a carne humana d o seu seio por obra do Espírito Santo. Santo .» Nesta perspetiva, perspetiva , a Virgem Maria pode ser definida como «primogénita» d o Pai, porque nos seu seuss decretos divinos Ele Ele a predestinou juntamente com o Filho Jesus Cristo, antes de 9
Gaudzum et spes
.
49
Virgem Maria e o
iabo nos exorcismos
todas as criaturas Jo _ Cristo e Maria foram pensados pensados,, querid os e amados pelo Pai Eterno Eterno,, pelo seu Verbo e pelo_ pelo_Espí rito Santo , antes de toda a criação criação,, e, a eles, todas as c01sas estão
subordinadas e se ordenam necessariamente. necessariamente . Todo o universo material mate rial e espiritual espiritual foi criado intimamente unido ao homem , de que Cristo e Maria são o vértice, e só por meio do homem todas as coisas podem atingir o fim para que foram criadas . Portanto,, a criação dos anjos, feita por Deus, esteve ligada à Portanto sua decisão de unir-se ao homem mediante a Encarnação Encarnação:: isto é entrar no mundo da matéria, do espaço e do tempo tempo.. Por tanto,, a criação dos anjos foi orientada, desde o início, tanto início , para a síntese admirável da criação, que é o homem, cujo represe n tante máximo é o Verbo de Deus que se torna carne por meio i-
se faz homem part de Maria homem. A criação - e , em cular, a natureza naetureza huma humana na .do Verbo - do dá homem consistência e signifi cado a todo o universo, universo , incluindo também os anjos anjos.. É claro qu quee , neste projeto de Deus Deus,, a Virgem Maria , em bora constituída, como cada criatura humana, humana , de espírito e de matéria alma e corpo), é ele vada acima dos anjos que são espíritos puros. puros . Pela sua natureza angélica mais semelhante à de Deus , espírito puríssimo, Satanás pretendia que lhe competi
ria a proeminência sobre toda a criação, que Deus conferiu à Virgem Maria . Consequentemente, esta atitude implicava uma estin tin ação não se ent Por pre predes nteend ndee algo de já esta estab bele cid o , indep indepeendente mente da livre decisão da vo ntad e do homem . Aliás , pode-se dizer qu quee Deus já co nhece o que irão f ze r os seus filh os qu e, no enta nt nto o, são sempre livres de decid decidiir m pl ena liber dade . Isto é, Deus pr preedesti tin na que seja jam m conformes com o se u Fil ilh ho Jesus aqu eles que o es escolhem co mo Pa i: «Tud o co ntribui para o bem daquele daqueless que amam a De us, d que les qu e são chamados, de acord o co m o se seu desígni desígnio o. Porqu rquee àqu eles que Ele de ambb ém os pr ant emão con onh hece u, tam preede stin ou pa para serem um a ima gem id ênti ca à do seu Filh ?» Rrn 8 ,28 -29 ) Tra ta-se se mp re de urn a esco lha livr e . Po r isso , embo ra seja predes una da a se r Mã e do Fi lho de De us feito hom homeem , Mari a ad adeeriu a El Ele livremen te. Ta mbém Filh o de De us. mes mo que pre destinado a enca rn rnaar através de Ma ria, es co lheu livrement e reali liza za r es te proj eto de amoo r do Pa i, para qu e os homens fosse m de am co nfo rmes - to diz : « Eis que ve . à sua. im age m· Na eart a aos H bre us , Cns Cnsto venho - como eStá esc mo no hvro ª meu respeit o - para fazer, ó D eu s, a tu tuaa vont ontaade» Heb 10.7) l )
°
50
A minha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos momentos....
contestação decisiva contestação decisiv a quer d a Encarnação do Verbo de Deus _ que haveria d e assumir a natureza humana , inferior à angélica _ quer d a presença daquela Mulher, d a qual , encarnando 0 Filho de Deus haveria d e nascer n o tempo . El Elaa , posta à s~a
direita , como Rainha dos homens e dos anjos, direita, anjos , havia de facto sido eleita não só acima das criatur criaturas as humanas human as,, mas também das angélicas. angélicas . O facto d e Satan Satanás ás rejeitar re jeitar Ma Mari riaa foi uma conse quência lógica d a rejeição d a Encarnação Encarnação.. No momento e m que a Santíssima Santís sima Trindade criou os anjos, anjos , já sa sabi biaa que algu alguns ns dele deless haveriam ha veriam de d e usar us ar o dom da liberdade para recusar o seu projeto de amor sobre toda a criatura : voltar-se-iam contra Deus, seu Criador, operando pela des truição d a sua criação, que era inteiramente boa, boa , e haveriam de introduzir nela o mal, o sofrimento e a morte. Por isso , desde o princípio d a Criação Criação,, Deus estabeleceu que a Encar nação d o Verbo também haveria de ser redentora redentora,, a fim d e salvar as criaturas que haveriam d e continuar fiéis a eles. eles . Por isso , enqu enquanto anto cr cria iava va,, Deus pensava n o seu Filho feito homem - isto é, é, Jesus Cristo - como Redentor Redentor,, e e m sua Mãe, Mãe , coope radora com o Filho redentor. O teólogo jesuíta espanhol Francisco Suárez 3 1, que apre senta a síntese provavelmente mais completa de angelologia e demonologia d a Idade Moderna, retomando a opinião d o Padre das Igreja, Lactâncio cerca d e 260-330 - segundo o qual o pecado d o anjo foi o d e inveja, não e m relação ao h o mem me m , mas e m relação ao Filho d e Deus feito homem o 32 Logos)-, explica que, depois, por esse motivo, Lúcifer have Institution es . ria d e enganar O homem por inveja Divin~ Institutione Suárez afirma que a revolta d e Lúcifer e dos outros anjos 31
Nasce u em Granada em 1548 e faleceu em 16 17 . 32 É o nome qu quee Satanás tinha antes do seu pecado. pecado . Deriva do latim e sign ifica «portador de lu luz» ulterio ores apr apro o fundament os , cf F BAM T_ E, Os anjos rebeldes . z» . Para ulteri O m lério do mal na ex periê ncia de u exorci lho o , Pa ulm as Editora Editora,, 2 1 exp exorcista sta , Prio r Ve lh pp 21 22 .
º º·
51
Virgem
aria e o Diabo nos exorcismos
rebeldes consistiu em não ter aceitado o plano que qu e Deus lhes tinha preanunciado, preanunciado , relativo à futura Encarna~ Encarna ~ão do Verbo . Esta hipótese teológica fundamenta-se nas segu1n~e s pala vras da Carta aos Hebreus 1,6 : «Quando [Deus] introdu introduzz 0 Primogénito no mundo, diz: diz : Adorem-no todos os anjos de Deus .» De algum modo, modo , Deus haveria de mostrar mo strar a todos os anjos a futura imagem do Filho , Deus feito homem homem,, Jesus Cristo,, convidando-os a reconhecer nele, desde então, o seu Cristo chefe, o autor da sua salvação e o seu legislador. legisla dor. Lúcifer e uma parte dos anjos recusaram recusaram-se -se a adorar um home ho mem m inferior a el eles es por natureza, embo embora ra ao mesmo tempo superior,, sendo a Segunda Pessoa da Santíssima superior Santíssima Trindade, Trindade , en carnada.. Eles consideraram o projeto divino da Encarnação carnada como uma ofensa inaudita à sua dignidade angélica e à sua grandeza na hierarquia dos seres; seres ; po porr isso isso , rejeitaram-no des denhosamente 33 . Por isso, tratou-se de um pecado de soberba que brota, brota , no entanto (e de acordo com o Beato Duns Escoto ), do amor desordenado a si mesmo mesmo:: amor de concupiscência e, e, simultaneamente, amor da sua própria excelência. De facto , cego pelo amor desordenado de si mesmo e da sua excelência , Lúcifer pretendeu que a união hi post postática ática do Verbo 34 não se fizesse com uma natureza humana, humana , mas sim, sim , necess ária e ex clusivamente, com a sua natureza angélica. angélica . Por isso, quando os anjos foram convidados a reconhe er Cristo feito homem como seu chefe e seu salvador e a ador á -lo como Deus , Lú ci fer opôs-se, presumindo que essa honra deveria ser dada exclusivamente a ele . N a sua rebelião, rebelião , arras tou os outros anjos anjos,, persuadindo-o persuadindo-oss de que só a ele conviria a 33
Aceitando-s eitando-see a tese de que o pecado dos dos anjos se realiza na rejeição de adorar
0
arnado o, talvez compreen compreend damos melhor o co ntínuo serviço d os própnt 5 ~e rb o encarnad anJOS na o bra da Enca rn rnação ação e na assistência prest pres tada a Jesus Cristo Cristo.. Ao mesm o tempo . intu intuíímos o moti vo mais ra rad d ical da lu ta do dem demó ónio contra Ele . ,. Po . > In Lucam, 2,17 . Maria foi Imaculada Imaculada,, desde o primeiro instante da sua exis
tência, sem ter feito nada para merecer tamanho privil privilégio égio,, exclusivamente por bondade e misericórdia d e Deus Deus.. É urn favorr divino absoluta favo absolutamente mente gratuito que Maria obteve desde de sde 0 primeir prim eiro o momento mome nto d a sua exist existência ência.. Ela não foi libertad libertadaa do pecado original, mas foi de dele le preservada e m virtude dos méri tos do seu Filho, previstos por Deus Deus.. Por isso , Maria é , como nós, redimida por Cristo Cristo:: a primeira dos redimidos, redimido s, mas ma s também bé m ela ela redimida. redimida . Tud Tudo o isto isto é para nós motivo motiv o de grande g rande co con n solação e alegria, porque faz-nos sentir que Maria está mu ito próxima de nós, embora a percebamos tão excelsa e sublime sublime na sua dignidade de Mãe de Deus e nos seus singularíssim os privilégios de graça. Também ela é uma criatura redimid redimidaa, salva, exatamente como nós; ela sabe que o é e connosco agradece continuamente ao Senhor pela sua Redenção É est estee o significado das palavras d o seu cântico d e louvor e ação açã o de graças:: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírit graças espírito o exulta em Deus meu Salvador» (Lc 1 4 7) 7)..
xemplos extraídos dos
exor ismos
Uma vez, o demónio exprimiu assim a contínua gratidão de Maria a Deus: Deus : «Ela canta sempre os louvores daquele, como e n tão fa zia mas só poucos n a terra estão e m condições d e ouvi-la quando quand o canta.. » canta Provavelmente, aqui, o Maligno referia-se à nossa inca incapacidade de compreender profundamente a grandeza daqu daqueele Coração Coraç ão que louva eter eternamen namente te Deus e está está reconhe rec onheci cido do pe p elas am-graças que recebeu , não só para benefício próprio , mas tam bém do doss seus s eus fi filh lhos os..
64
A ,ninha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos ..
4 _ Maria foi re?imida o mo todos os homens rn s de modo mais elevado e sublime Catequese pelo Batismo cada um de nós é libertado do pecado origi nal. Maria ao contrário, foi dele preservada , desde a conce ção . Assim como, no plano natural, quem nos preserva ou poupa a um golpe mortal é considerado nosso salvador, mais do que se nos curasse da ferida produzida por aquele golpe, golpe , assim também na ordem sobrenatural, Maria ao ser poupada à infeção do pecado original, foi redimida «de um modo mais elevado e sublime» Pio IX Bula Ineffabilis Deus isto é de
modo perfeitíssimo. Precisamente por isso, o Filho sofreu mais pela redenção da Mãe do que pela de todos os outros ho mens juntos. D e facto, a Redenção realizou, em relação a Maria uma tarefa maior do que em relação a todos os outros homens. Maria não foi somente redimida pelo Filho, mas é a primeira de todos os redimidos e nela a graça salvífica atuou de tal modo profundamente que não permitiu que o pecado ganhasse raízes nela. Jesus, Salvador do mundo , conseguiu a sua mais o pecado sobre o demónio, de do vitória génerosobre humano, com ae Imaculada Conceição vastadoresbela de Maria que é o seu mais excelso troféu de vitória, o sentido mais precioso do seu triunfo. O Concílio Vaticano II proclaMaria é nova criação e nova criatura desde o primeiro instante da sua Imacriatura,, mas nova criatura no sentido radiculada Conceição . Maria nunca foi velha criatura cal da palavra . Por isso , só a Ela se pode aplicar a expressão «Imaculada Conceição» . De facto , nela não houve uma precedente conceção no pecado pecado,, como aconteceu com todos os outros homens homens.. Para nós nós,, houve a velha criação criação,, a velha criatura. Não temos uma Conceição Imaculada como Maria mas somos criaturas saradas do pecado no Batismo , por graça e renascidas sem mácu mácula la.. Por isso . o termo Imaculada Conceição só se aplica a Maria . Como renascime renascimento nto batismal, pass passámo ámoss da velha à nova criatura e, por isso , não se pode dizer que no Batismo nos tomámos co com mo a Imaculada Conceição. e facto nós fomos concebidos no pecado original. Maria , pelo contrário contrário,, nunca teve uma conceção con ceção que não fosse imaculada imaculada.. •
9
65
. Virgem Mana
Diabo eo
nos exorcismos
. dmira e exalta [em Maria] o fruto mais e I Xue a Igreja «a 10 ) Sacrosanctum Conci ium mou q 3 . celso da Redençao» Redençao »
xemplos extraídos dos exorcismos .
repetidamente
o demónio exprimiu outras . . a o pnv1légio que
Eis como , . desilusão relativamente Sua vezes to da a . _ . teve de ser a Imaculada Conce1çao .
d _ . E Mana Um dia , enquanto eu dizia a o emon10 : « m nome da nossa Mãe Imaculada, sai deste corpo » , ele gritou: gritou : «É a palavra que odeio mais » E e u rebati: «Imaculada?» E ele: «Sim » Uma vez , durante a novena da Imaculada , começou a gritar:: «Manda-a embora, manda-a embora manda-a embora gritar embora Nestes dias, dias , todos a nomeiam, todos a invocam, todos dize m o seu nome. nome . Luz de mais, luz d e mais , luz d e mais » Outra vez exclamou:
«A
Imaculada é o meu contrário. contrário.» »
Noutro exorcismo, enquanto repetíamos algumas vezes a oração:: Ó Maria concebida sem pecado rogai por nós qu e oração recorremos a vós», o demónio disse: «Para com isso Esta ja culatória é [demasiado] poderosa contra mim »
§5
A virg virgind indade ade per perpé pétu tua a
Catequese Como ª Igreja sempre
de
aria
acreditou e professou Nossa
Se -
nhora foi virge mantes d o nascimento . ' u d e Jesus , permanece . ~rgem no momento e m que o deu à luz e conservou a sua virrn gindade durant O . e resto d a sua vida. Maria não concebeu co intervenção h u nce - d mana, mas por obra d o Espírito Santo. A co çao e Cri st0 , n o seio d a Mã Mãee , foi u m evento mira miraccul ulo oso
66
A
ninha experiência mariana nos exorcismos e nos outros momentos ...
obrenatural, uma obra divina que ultrapassa toda a come possibilidade humanas. humanas . p Numa catequese durante a audiência gera], o papa João Paulo II disse disse:: «A Igreja sempre considerou a virgindade de Maria uma verdade de fé, recolhendo e aprofundando o teste teste munho dos Evangelhos de Lucas, de Mateus e, provavel João.. N o episódio da Anunciação, o evan mente, também de João gelista Lucas chama virgem virgem a Maria, referindo não só a sua intenção de perseverar na virgindade virgindade,, mas também o desígnio 5 reensão
divino que concilia esse propósito com a sua maternidade prodigiosa ... A estrutura do texto lucano (cf. Lc 1,26-38 26-38;; 2,19 .51) resiste a todas as interpretações redutoras. redutoras. A sua coe rência não permite que se defendam validamente mutilações dos termos ou das expressões que afirmam a conceção virginal operada pelo Espírito Santo O evangelista Mateus, ao referir o anúncio do anjo aJosé, afirma com Lucas a conceção operada pelo Espírito Santo (Mt 1,20) 1,20),, com exclusão de relações con jugais . Além disso, a geração virginal de Jesus é comunicada a José num segundo momento : para ele , não se trata de um convite a que se deve dar um assentimento prévio à conceção do Filho de Maria, fruto da intervenção sobrenatural do Espírito Santo e unicamente da cooperação da mã mãee Ele só é chamado para aceitar livremente o seu papel de esposo da Virgem e a
menino.. Mateus apresenta a missão paterna relativamente ao menino origem virginal de Jesus como cumprimento da profecia de Isaías : Eis que a virgem conceberá e dará lu luzz um filho; e hão de chamá-lo Emanuel Emanuel,, que quer dizer: dizer: Deus connosco connosco (Mt 1,23 ; cf. Is 7,14) 7,14).. Desse modo, Mateus leva-nos a concluir que a conceção virginal foi objeto de reflexão na primeira comunidade cristã, que compreendeu a sua conformidade com o desígnio divino de salvação e o nexo com a identidade de Jesus, Deus connosco » 50 .
o
Audifncia geral 11 de jul ho de d e 19 96 96..
67
Virge Virgem m Mar Maria iae o
iabo
nos exorcismos
Assim como foi miraculosa a conceção, assim também també m parto de Maria Santíssima. Santíssima . El Elaa , por intervenção sobrenatural sobrenatural,, deu à luz o Filho de Deus, Deus , permanecendo virgem. virgem . Se gu ndo Santo Ambrósio, a Sagrada Escritura revela que não só s ó uma virgem devia conceber ma mass também també m que uma virgem devia devia da r à luz. «O papa Hormisdas precisa que o Filho de Deus se tornou Filho do homem, homem , nascido n o tempo à mane maneiir a de um homem, abrindo ao nascimento o seio d a mãe [c f. Lc 2,23] e, e, pelo poder d e Deus, não quebrando a virgindade d a mãe (DS 368). A doutrina é confirmada pelo Concílio Vaticano Vatican o II, no qual se afirma que o Filho primogénito d e Maria não d iminuiu,, antes consagrou, a sua integridade virginal nuiu virginal L G 5 7)» 51 • Para muitos Padres da Igreja, como a conceção foi div d iviina na,, também o parto foi sem dores. dores . Eles afirmam que, não ten tend do experimentado o prazer sensual sensual n a conceção de Jesus , Nossa Senhora também não teria sofrido as dores d o trabalh trabalho o de parto. Entre os Padr Padres es que ensinara ensi naram m explicitamente explicit amente o «parto indolor» d a Virgem recordemos : Santo Efrém o Sír Síriio São Zenão d e Verona, São Máximo d e Turim, Santo Agosti Agos tin n ho ,
São Proclo d e Constanti Constantinopla, nopla, Antípatro d e Bostra Bostra,, Pro Procópio cópio de Gaza, Venâncio Fortunato São Germano de Con stant stantiinopla, Santo André de Creta, São Gregório d e Nissa, São São J oão Damasceno.. Não se trata d e alguns escritores cristão Damasceno cristãoss anti antigo s mas das autoridades máximas da mariologia patrística do Oriente e d o Ocidente Ocidente.. São Gregório de Nissa, ao fazer uma analogia entre entre Eva e Maria, diz que Eva, que introduziu o pecado no mun do , foi condenada a dar à luz com co m dores do res e incómod incómodos~ os~ porta n to, seria conveniente conveni ente que a Mã Mãe d a Vida, Maria Santíssima, Santíssim a, c oncebess oncebessee com alegria e com alegria desse à l u z : «A sua co nce ção nã acont eceu mediante o com ércio carnal .. . seu na nass cimento nã
'
1
Auditncia ge ral 29 de agos agosto to de d e 1996 1996..
68
A rn
. ha experiência mariana nos exorcismos e nos
outr
os
mom
ntos
..
conheceu a dor; o seu tálamo foi o p~de~ do Altíssimo [poder] qu e ·u quase como uma nuvem e·, cham a nupo bn _ . a propna viroindad o· cial era o esplendor do Espinto Santo .. .» 52_ Assim também Santo
Efrém , nos Hinos sobre a Bem-aventurada Virgem diz que Maria deu à luz permanecendo virgem e sem sofrimentos. sofrimentos . Para São João Damasceno não só a conceção, mas também prazerr não apre nascimento foi indolor indolor:: «Porque assim como o praze cedeu assim também a dor não a seguiu» 53 . Entr En tree os mariólogo marió logoss modernos , bastará citar o célebre René Laurentin que, já em 1968 escrevia escrevia:: «Quanto ao parto indolor, indolor, que a Tradição afirma sem contestação desde o séc . IV, é bas tante paradoxal que se tenha começado a contestá-lo precisa men entte quando o progresso progr esso científico instaura instaurava va o parto sem sem dor par paraa todas todas as mulher mul heres es.. É mirabolante que certos teólogos e pr preg egad ador ores es te tenh nham am come co meça çado do a celebr celebrar ar os sofrimen sofrimentos tos cru cificant cifi cantes es de Mar Maria ia n o nascimento d o Salvador n o momento
em que as clínicas obstétricas se aplicam a denunciar as dores
do parto como u m mito alienante e desumanizante» desumanizante» 54 . Maria permanece perma neceu u virgem tamb ta mbém ém dura d urant ntee todo o rest resto o da
sua vida. vida . Consagrou-se totalmente à missão redentora de Cristo.. Nunca alterou a sua vont Cristo vontade ade de permanecer virg virgem em,, manifestada no momento d a Anunciação (Lc 1, 1 ,34) 55 • Além
44,1053.. Veja SAo GREGÓRIO DE NISSA, ln Cantica canticorum Sermo 13 , in PG 44,1053 -se também IDEM , ln Christi resurrectionem Oratio I, I , in PG 46 ,604 604.. '
2
São João Damasceno Damasceno,, De fide orthodoxa livro 4, 4 , cap cap.. 14 14,, in EM 1920 1920.. Isto cer cer tamente não significa que a dor do parto deva considerar-se como uma consequência do prazer ligado ao uso correto da sexualidade. sexualidade . R lAURENTIN , a Vergine Maria Roma Roma,, Edizioni Paoline , 1984 1984,, p . 301. «Portanto Portanto,, deve considerar-se que Maria foi guiada para o ideal da virgindade por uma inspiração especial daquele mesmo Espírito Santo que , ao longo da história da Igreja, conduzirá muitas mulheres pelo caminho da consagração virginal. A presença singular da graça na vida de Maria levaleva-nos a concluir que houve um empenhamento da jovem na virgindade virgindade.. Cumulada de dons excecionais do Senhor no início da sua existência , ela é orientada para uma dedicação de toda a sua pess pessoa oa - al alma ma e corp corpo o- ª Deus na oferta virginal» QoAo PAUL PAULO O , Audiência geral 25 de julho de 1996 1996)) . B
69
irgem Maria e o Diabo nos exorcismos
disso o sentido imediato das palavras : «Mulher ei·s , . , o teu filho .. . ei eiss a tu tuaa mae» Qo 19 ,26), que Jesus prega pregado do na cru dirigiu a Maria e ao discípulo predileto indica claram z, . ente uma situação que exclui a presença de outros filhos nascido de Ma Mari ria. a. O ter termo mo «prim « primogé ogénit nito», o», dado a Jesus n o Evangelh: (Lc 2,7 , não indica que Maria tenha gerado outros filhos depois de Jesus, mas «significa literalmente criança não precedida de outra e, de per si, prescinde d a existência existê ncia de outros 56 filhos» .
Exemplos extraídos dos exorcismos
Relativamente à conceção virginal d e Cristo, precisamente no dia d a celebração d a solenidade d a Anunciação, o demónio, enquanto era exorcizado, excla exclamava mava fur furios iosame amente nte:: «Pousou sobre ela. ela . .. precisamente u m a sombra e não como um modo de dizer, uma verdadeira sombra uma sombra que o homem não pode ver, não para realizar u m ato sexual, não ,
mas para cumprir a transposição d o Filho para o seu ventre . Depois d o seu sim, aconteceu realmente que a sombra do Altíssimo pousou . Foi assim que entrou n o seu ventre o Filho do Deus vivo» vivo» 57 • · · se Faltavam poucos dias para o Natal d e 2006 e d1scuna muito - ainda n a onda d e u m filme projetado nas salas de cinema cine ma naquela altura alt ura 58 - sobre a atitude d e alguns teólogos que, e m aberta dissonância com o ensino consolidado e u~a . . . . d d de Mana . nimementee acene pela Igreja, nimement Igreja, negavam a virg1n a e . h . . - d · . a nn a • O utros, emb e mbor oraa seJ seJaa uma questão ainda nao e 1n 1 ' t o parto. . parto . a firmado que Nossa Senhora teria sofrido duran e r O p · ezar te recisamente nessa época, enquanto estávamos a r . .
Au diência geral Aud geral 29 de agosto de 1996 . •rito san· e . . . . . «O Espl 3' ) orno orn o nos n os mforma mfo rma Luc Luc as no Evangelho , o anJ O di dissse a Mana. Mana . (LC 1 , , mamie mamies OJo 3 ,8 ). 100
1 1
2
O Concílio Vaticano II , n o capítulo ca pítulo Vlll d a Lu Lum m en gen tium tium e João Paulo II II na d Rede mpt oris Mat e [ l r , a am e «obediência d a fé » d a parte d e Maria.
106
minh experiênci m ri n nos exorcismos e n os outros momentos
xultação e de Espírito Santo a prima Isabel . d . e d , in uzmdo-a a •niciar os louvores que to as as gerações haveri d d . 1 am e 1ng1r à Mãe de Deus . Portanto,, a primeira bem-aventurança do E Portanto lh r . . . vange o 1 1 dirigida a Mana, porque acreditou na palavra de Deus . Maria é bem-aventurada porque acreditou que, pelo poder do Espírito Santo, se tornaria a mãe do Filho de Deus, segundo a revela ção do anjo : «Aquele que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus» (Lc 1,35 . E quando, pouco mais de trinta anos depois , enquanto pregava pregava,, Jesus ouviu aquela mulher do povo gritar gritar:: « Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que te amamentaram ", Ele retorquiu retorquiu:: "Felizes , antes, os que escutam a Palavra de Deus e a põem em prática » (Lc 11,2 7expressão,, Jesus exaltou a grandeza da Mãe -28) . Com esta expressão pela sua fé . «Não é , acaso , Maria a primeira dentre "aqueles que ouvem a pala vra de Deus e a põem em prática ? E ponan ponan to , não se referirão sobretudo a ela aquelas palavras abençoan tes pronunciadas por Jesu Jesuss, em resposta às palavras da mulher
digna , sem dúvida alguma, de tais palavras anónima? Maria é digna, de bênção , pelo facto de se ter tornado Mãe de Jesus segundo a carne ( Ditoso o ventre que te trouxe e os seios a que foste
amamentado ) ; mas é digna delas também e sobretu sobretudo do por que , logo desde o momento da Anunciação, acolheu a palavra de Deus e porque nela acreditou e sempre foi obediente a Deus ; ela, com efeito , g uardava uardava"" a palavra palavra,, meditava-a "no cumpria-aa com toda a seu coração " (cf. Lc 1,38-45; 2,19. 2,19 .51 e cumpria1 3
sua vida»
Portanto , Jesus liga a grandeza da Mãe não só à matern~ dade física relativamente a Ele, mas antes de tudo à sua au tude de fé e de plena disponibilidade à vontade de Deus . Aí~ tima união com Deus e a adesão perfeita à Palavra divina sao
W
f
•JoAo PAULO II , edemptoris Mater
2
.
107
A Virgem Maria e O Diabo nos exorcismos
motivo mais alto da bem-aventurança de Maria. Antes de ser física, a maternidade de Maria foi espiritual, por causa das ligações do espírito que se formam na escuta e na observância da Palavra de Deus, e foi especialíssima porque só ela , entre todas as mulheres da terra, também teve uma maternidade 1 4 física relativamente ao Filho de Deus º • Em contrapartida , todas as outras criaturas humanas geram Cristo em si mesmas e nos outros por meio da escuta e do cumprimento da Palavra e da vontade de Deus , mas espiritualmente . A fé de Maria revela-se novamente nas bodas de Caná 0o de 2,1-12), onde , confiando no poder revelado Jesus, provocou o seu primeiro sinal ainda sinal, , isto é, énão , o seu primeiro prodigiosaa transformação da água em vinho. Tendo milagre: a prodigios Filho,, Maria também ofere alcançado este sinal prodigioso do Filho ceu um apoio à fé dos discípulos discípulos.. E, assim como pela sua é tinha introduzido introduzido Jesus no mundo , no evento fundamental da Encarnação , assim também introduziu Jesus na sua missão pública,, precedendo na fé os discípulos que , como diz o pública
Evangelho , depois do milagre , creram creram:: «Assim , em Caná da Galileia , Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos , com o qual manifestou a sua glória , e os discípulos creram nele» Oo 2,11). A maior batalha contra a fé de Maria , movida por Satanás , desenrolou-se aos pés da cruz cruz,, onde ele pôs em ação toda a ela , para que ela duvidasse . Mas , sua força maléfica contra ela, embora no coração de Maria houvesse a dor mais dilacerante ,
provada por uma cr cria iattur uraa human humanaa - po porq rque ue ela sabia quem era Aquele que morria na cruz e o porquê de morrer daquele 1
Frequentemente , os Padres da Igreja sublinham este aspeto da conceção virgi nal de Jesus. Sobretudo Santo Agostinho ao comentar o Evangelho da Anu nciação , afirma ·· «O an ·O anuncia · , a Virgem · . escuta,, crê e concebe» Sermo 13 in Nat. D0 m· · E escuta ),\
amda : «Cri st0 é crido e concebido mediante a fé . Primeiro , verifica-se a vinda da é ~ coração da Virgem ·, depo1s · , chega a fecundidade ao seio da Mãe» Sermo 293 Qo O P ULO II , Audiência geral 3 de julho de 1996) 1996)..
108
·nha experiência mariana nos exorcismos e n os outros momentos Am
do _ também havia u m amor desmed desmedido ido b . b 1- 1 que rotava da rn é viva e 1na a ave . Embora Satanás procu sua ais m1n1ma , . fenda na fe fe, de Nossa Senhora rasse .provocar Ih m a . _ . , suscitar- e a mínima dúvida dúvida,, na nao o conseguiu sequer arranhar arranhar a sua fé. Marta acreditava firmemente que era precisamente aquele O modo doloroso e aparentemente absurdo, de Jesus vencer, triunfar~ reinar, realizando a Redenção da humanidade inteira, mesmo a sua própria [red~nção, [red~nção , nt] qu~ lhe tinha sido aplicada pre venti vamente. Mana com p reendia que através daquela morte
º
se realiza va a profecia profecia de grande randezza que o arcanjo Gabriel lhe
tinh a pr pree anu nun n ciad ciado o : «Reinará eternamente eter namente sobre a casa de (Lc 1,33 33 . Maria acredi Jacob e o se u reinado não terá fi m » (L tava qu e era o Filho de Deus quem gritava: gritava : «Meu Deus , meu 27,,46 46)) . Maria acreditava Deus, po rqu e m e abandonaste?» M t 27 qu e, por aquele sacrifício e por aquela m o rt e cr uel , ela , hu hu mild e serva de Deus Deus,, tinha sido tornada m a io r que todas as cri atu ras , e que todas toda s as gerações haveriam de ch chamar-lhe
bem-aventurada . Mas tamb tambéé m acreditava qu e, depoi depoiss da morte, o Filho ha hav veri a d e ressuscitar e, e, de pois da s tre trev vas de Sexx ta-Feira Santa Se Santa,, esp espeerou sem duvidar pe la m a nh nhãã da Res
surreição . «Mediante a fé , ela participou na mort mortee do Filho , na sua morte redentora » (RVM 20) e, e, por aq uela fé, qu e perm permaa neceu íntegra numa provação como nu nca houve nem ha ve rá ent re as criaturas humanas, humanas , também mereceu vive r um uma expe riência de intensidade intensidade bem maior do qu quee qu alq lqu u er outra outra cria tur a huma humana, na, a experiência da nova exis tência do Fil ho glori esssu rreiçã rreição o 105 • fica do depois da sua Res Sobre este tema , cf cf.. J OÃO P ULO II , Rosarium Virginis Marice 23. Além di~so, na udiência gera l de 21 de maio de 1997, ele exprimia-se assim : «Como é que ª Vug~m, presente na primeira comunidade dos discípu discíp ulos cf. Act 1,14 , po deriá ter sid o excluída do número daque daquelles com quem o seu divino Fil ho , ress uscitado dos mo rt o~, se e ncontrou? E- po r isso legítimo pensar que veros · m·1me nt ntee a Mãe teria sid o a pn 105
s
ª
°
mei agem e mo d. d í im ulos o enco ntdroeulodda ulgreJr· pessoa a quem Jesus ressuscitado apareceu d . en
a que espe ra pe lo Ress uscitado e qu e, no grupo os isc P
109
r
vtrg
m Maria e o
ia bo nos exorcismo exorcismos s
tornou
bem-aventurada
oi
Portanto, 0 que Maria e grande a fé com que sempre acreditou e m Deus e sempre cooperou com Ele Não houve maior ódio nem nenhuma outra criatura humana foi combatida tão furiosamente pelo demónio como 0
foi Maria durante a vida terrena ; mas ela nunca cedeu em
nada . Maria disse sempre u m «não» seco nada. sec o e total ao demónio e u m «sim» decidido e pleno d e amor a Deus . O cume dos ataques do demónio manifestou-se aos pés d a Cruz quando 0 seu Filho foi deposto d a Cruz, e nas horas seguintes à sepul tura. Maria ofereceu, por amor de Deus e d a humanidade, sofrimentos tão intensos que nenhuma outra cri criatu atura ra hu huma mana na poderá alguma vez experimentar. Durante toda a sua vi da , amando Deus acima d e tudo e conformando-se momento a momento, à sua vontade , Maria elevou-se cada vez mais na sua santidade inicial , j á superior à d e todos o s Anjos e Santos
de todos os tempos , crescendo d e tal maneira n a sua comu nhão de amor com Deus q u e , quando foi assumpta e m al alma ma e corpo ao Paraíso , chegou ao vérti érticce d a união com El Elee , como nenhuma outra criatura humana poderá , algum dia, igualar.
Todavia , embora nunca ninguém possa igualar Maria em santidade , é imitável nas atitudes ev evangélicas. Na sua biogra fia, Santa Teresa d o Menino Jesus exortava o s pregadores e teólogos a falarem d a santidade sublime e das virtudes de Maria, sem desencorajar aqueles que querem imitá-la. Parece que J o ão Paulo II , n o seguimento d o Concílio Vaticano I I tinha feito sua essa exortação d a Santa : «Ela é u m modelo
excelentíssimo d a Igreja, exemplo de perfeição a seguir e
rante as aparições pas ca1s · , parece razoavel , . teve um contacto Pespensar que Mana soal o m ° Filho ressuscitado uscitado,, para também e la gozar a plenitude da alegria pascal. Presente no Calvário , em Sexta-Feira Santa cf. Jo 19 19,,25) 25),, e no Cenácu lo no dia de v· . mu· Pentecostes cf Act 1 14 . . . · , , a irgem Sanuss1ma foi provavelmente tambem te ste nha pnVIleg1ada da R s · · ·pa· es urreiçao de Cristo comp complletando desse modo a sua paruci . . do Mistério pascal.» ção em todos os momentos essenc1a1s 11
minh
experiência mariana nos exorcismos e
nos outros momentos ...
excelentíssi íssimo mo m d ·rnitar. De facto Maria é um excelent
o e1o porqu ua perfeição supera a e todos os outros me b ª s . _ m ros da Igreja Significauvamente o Conc1ho acrescenta que 1 · , .d d e a rea 1iza essa . e. Sem se esquecer qu C . _ função na fe e na can a, .e. e nsto e o pn pn-. rneiro modelo o Conc1ho sugere desse modo que h d. . , . d a 1spos1intenor enores es pr prop opna nass o modelo realizado em M . ções int . _ . ana que d
udam o cnstao a estabelecer uma realização autêntica com ajristo . C · De facto ao olhar para Maria o crente aprend e a viver a sua comunhão _com . Cristo de maneira mais profunda a
aderir a Ele com fe viva a voltar a pôr nele a sua confiança e a sua esperança , amando-o com a totalidade do seu ser» 106_ Nossa Senhora é para cada cristão , modelo perfeito de fé mas também quer tornar-nos participantes da que foi a sua fé
durante a sua existência terrena . Ao descrever os maravilhosos efeitos da consagração à Virgem Maria , São Luís Maria Grig nion de Montfort também indica a participação na fé de Maria . Escreve : «A Virgem Santa far-t e-á participante da sua fé : uma fé que venceu , aqui na terra terra,, a fé dos patriarcas dos profetas , dos
apóstolos e dos santos santos.. Agora , que reina no Céu Maria já não possui essa fé , porque vê claramente todas as coisas em Deus Contudo,, por beneplácito do Altíssimo com a luz da glória . Contudo ela não a perdeu quando entrou na glória : manteve-a para con servá-la na Igreja militante militante,, a favor dos seus mais fiéis servos e
servas . Por isso , quanto mais benevolência receberes desta au gusta Princesa e Virgem fiel mais a tua conduta de vida é ins
«Este texto [de São Luís] parece ter inspirado algumas afirmações de João Paulo II sobre a fé de aria que embora não permaneça formalmente no Céu , é porém comunicada aos fiéis : A peregrinação da fé da Bem -aventurada Virgem Maria representa um constante ponto de pirada somente pela fé»
101 .
106
JoAo PAULO II Audiência geral 6 de agosto de 1997 1997·· . Ii Scritti spiritu.ah Roma ' . E . . rattato del a vera devozione a Maria, n . 120 , m 0 pere 1, dizioni Monfonane , 1990, p. 492 . 1 1
111
A Virgem Maria e o
iabo nos exorcismos
referência da Igreja, para cada indivíduo e para as comunida des, para os povos e as nações e, e m certo sentido, para a hu manidadee int manidad inteir eiraa Redemptoris Mater 6). Tendo por base O tes-
temunho histórico da Igreja, a fé de Maria torna-se, de algum modo, incessantemente a fé do povo de Deus a caminho: caminho: das pessoas e das comunidades, dos ambientes e das assembleias e, por fim, dos vários vários grup g rupos os existentes na Ig Igre reja ja» »
8•
Exemplos extraídos dos exorcismos Sabemos que a fé de Maria Maria não pôde dei deixar xar d e traduzir traduzir-se -se,, desde o primeiro instante da Encarnação, Encarnação, e m adoração do Verbo, presente n o seu ventre imaculado imacu lado e em impulsos de incomensurável comensu rável amor amo r. Eis como o Maligno , na solenidade da Anunciação de 2009, com profunda náusea, náusea , se exprimiu acerca da fé e do amor de Maria por Jesus Jesus,, nos nove meses em que ela o trouxe no ventre: ventre : «Quando aquele o arcanjo Gabriel) chegou chegou,, não duvidou,, não duvidou duvidou duv idou.. Acreditou , acreditou acreditou,, e che c hego gou u aquel aquelaa alma tão branca a alma que o Pai dava a Jesus, juntamente com o corpo e a Segunda Pessoa divina) Ela conhecia as Escrituras, Escrituras, sabia quem tinha n o ventre e guardava-o. guardava-o . Estava sempre em silêncio , com os olhos baixos, sorrindo levemente silêncio, levemente,, mas bela . Exultava no espírito. espírito . O seu Senhor tinha-a escolhido. escolhido. Era esplêndida era esplêndida como é esplêndida agora agora.. O seu Senhor desceu. desceu . Ela que o ama tanto. Ela que o ama tanto. A
partir deste ponto, com ainda maior repugnância, fala na primeira pessoa.) Como hei d e diz dizer er a José? Ele Deus) pe pens nsaa ni niss sso. o. Ele Deus) pensará nisso. nisso . Compreenderá. Tenho n o seio o Salvador d o mundo. Imaginai. Não podei podeiss imaginar imaginar que graça, que
graça, que graça, que alegria e que amor, que amor eu sentia, 108
Ibidem, p. 492 nota 3.
112
A minha experiência mariana nos exorcismos e no
s outros momentos ...
urn arnor que superava tudo, todo
meu m d ( O pelo que José e oderia pensar, quan do se encontrasse diante do . t , . P mis eno daquela am or profundo, um amor amor que se p0 d gravidez , um amor 1 de e papar tão forte que e.» O
Na Sexta Sexta-Feir -Feiraa Santa de 2009 durante um exor · ' cismo repentinamente,, o demónio gritou com grande raiva estas ~alapentinamente vras : «Quando Aquele disse: "Mulher, eis O teu filho " e ao
outro : "Eis a tua mã mãee ", como o disse E de que modo O disse Teria enchido o coração do mais bastardo deste mundo. Disse-o (o demónio batia os dentes, como se tivesse frio com um amor indescritível indescritível;; saiu uma luz dos seus olhos, e amor. "Eis, este é o teu filho ." E Ela ficou com o coração cheio de alegria. Porqu e te alegras? O teu filho está na Cruz, está a morrer, por que estás alegre? Porquê? Se ao menos ela tivesse , tivesse du vi dado uma \'ez Dizia com maior raiva ainda. Nunca duvi douu , nunca ofreu pelos sofri mentos do Filho, mas nunca do duvidou Se vós tiv ésseis ao menos uma migalha daquela fé » No dia 15 d e setembro de 2006, memória litúrgica de Maria Dolorosa olorosa,, porque o demónio invetivava grandemente a Virgem Maria , ordenei-lhe que tecesse os louvores da Virgem Maria . Depo is de ter recusado, com desdém , obedecer à
minha ordem várias vezes repetida, disse com grande repug nância: «Santa e Imaculada, como o mais puro dos metais metais,, mancha ha sem a mínim mínimaa sombra de dúvida dúvida,, nem sequer sem manc quando o via flagelado , pregado. Nunca duvidou das suas palavras. Ela sempre soube que Ele tinha dito a verdade e que tudo servia para cumprir as Escrituras, que ela conhecia tão bem e que ensinava e que seguia e por cujo cumprimento tanto tinha orado desde o nascimento.»
113
Virgem
§ 1o
aria e o Diabo nos exorcismos
A Paixão de
Maria unida à
Paixão
do Filho
atequese
Já vimos que a Virgem Dolorosa não foi - como o resto dos homens - su subt btra raíd ídaa à Redenção, mas beneficiou dela «do modo mais sublime»; com a aplicação preventiva dos seus frutos na Imaculada Conceição, tornou-se partici partic ipante de maneira especial da Paixão do Filho redentor. redentor. «Aos insolentes insultos dirigidos ao Messias crucificado , ela, partilhando as íntimas disposições dele, dele , opõ opõee a indulgência indulgênc ia e o perdão perdão,, associando -se à súplica ao Pai : Perdoai-lhes ciandoPerdoai-lhes,, porque não sabem 0 que fazem (Lc 23 23,,34)» 109 . «Aos pés da cruz, cruz , a Mãe sofreu profundamente com o seu Filho único e associou-se com ânimo materno ao sacrifício dele, dele , assentindo amorosamente na imolação da vítima por ela gerada gerada (LG 58) . Com estas palavras,, o Concílio recordapalavras recorda -nos a c ompaixão de Maria , em cujo coração se repercute tudo aquilo que Jesus padece na alma e no corpo corpo,, sublinhando a vontade de participar no sacrifício redentor e de unir o seu sofrimento materno à oferta sacerdotal do Filho Filho.. N o texto conciliar também se põe em evi dência que o consentimento de dela , dado à imola imolaçção de Jesus não constitui uma aceitação passiva, passiva , ma mass um autêntico ato de amor,, com o qual ela amor ela ofere oferece ce o seu Fil Filho ho como vít vítima ima de expiação pelos pecados da humanidade inteira» inteira » 110 • Sofrendo e quase morrendo com o Filho, Filho , que sofria e morria, morria , com ra zão se pode di zer que Maria «redim «redimiiu o género humano junta junta mente com Jesus Cristo» 111 .
É ao martírio comum de Jesus e da Virgem Dolorosa que devemos a salvação, e todos os os bens bens.. Por isso, ela, de d epois de 1 9
110 11 1
J ·0
p
II , udiên a ge ral 2 de abril de 19 199 97, cit ação de Lumen gent u m 58 . ] O O P ULO II , udi ência ge geral abril de 19 9 7 ral 2 de abril J\ULO
ent o XV Ca na apos tólica Inter
·
soda cia 2 2 de de març o de
19 18)
114
ninha experiência mariana nos exorcismos
e
nos outros
momentos
esus rede redentor ntor,, te tem m dir direit eito o ao reconh reconhecim ecim d J ento e toda a hu ~midade que, com razao, a proclama bem
. _ -aventurada -avent urada M anifestamos a nossa graudao sobretudo na ofe rta cnsta . _ ao· seu Coração Imac Imacu u1ad o de tod todos os os nossos sofrim r . _. entos e 1adigas por amor de Deus e do prox1mo .
Exemplos extraídos dos exorcismos Ainda na Sexta-Feira ~ant~ de 2009, o demónio , como que irresistível , continuou continuou:: obrigado por uma força irresistível, «Ela esteve todo o tempo lá, com as lágrimas que desciam
sem parança e com os olhos postos no rosto do Filho para re pequenino,, cada pequenino, pequenino , cada pequenino sofri ceber cada pequenino mento . Ela vivia a sua Pai xão dentro do seu Coração. A espada estava a traspassar-lhe traspassar-lh e o Coraçãããooo O sangue saía do Filho e do Coração da M ãe . Esteve todo o tempo lá, dilacerada pela dor , mas belíssima na sua dor. dor. Ahhh Ahhh Resplendia de dor e de
oração : "Faça-se a tua tu a vontade vontade.. Faça-se a tua vontade ." Nunca olhar. Só quando Ele foi embora foi deposto da cruz) baixou o olhar. é que o mundo foi abalado abalado.. [Naquele momento,] Ela conti nuou firme , não se abalou , sabia o que estava a acontecer: acontecer : sabia que aconteceria que Deus haveria de fazer sentir a sua
dor pelo Filho . Aqueles olhos fixos nos do Filho , fixos, e olha va para Ele , olha olhav va para todas as suas feridas , olhava para 0 sangue que descia da cabeça e quereria limpar aquele roStü ,
acariciar aqueles cabelos, beijar as feridas , aquele nariz que dizia : "O que te fizeram, meu te brado , aquela face inchada, e dizia: souro? A ti que amas todos? Pai, faça-se a tua vontade , ª tua vontade , Pai; mas dá dá--me força, Pa Paii , dá-me força . Pai Pai , os curaram , abençoa pregos Aquelas mãos belíssimas rezaram, curaram, ram ra m , Pai, aquelas mãos santas Pobres mãos E os bra~os ·. Vê, Paii , que dor Ele que é o teu Filho, Fiiiilho. Pa Fiiiilho .• Pai, seJa feita _ pes tua vontade Aqueles pés que caminharam tanto, aquel es pe que caminharam tanto, que caminharam tanto, como eram 11 5
A Virgem
aria e o Diabo nos exorcismos
belos quando Ele era pequenino Qua Quanta ntass ve veze zess os beijei , quantas vezes os beijei beijei,, deixa-me beijá~los_ beijá~los_outra vez, cheios de sangue, Pai Diz-lhe que estou aqui, diz-lhe que o amo, que compreend compreendo, o, que estou com Ele, sofro com Ele " Neste ponto, demónio urrou tremendamente disse:) Vai-te embora, vai, não m e queimes » N a Sexta-Feira Santa de 2006, três anos antes, enquanto eu exercia o meu ministério, ministério , lendo no Evangelho de João as palavras que Jesus, Jesus , na cruz, cruz , dirigiu a Maria : «Mulher «Mulher,, eis o teu filho» filh o» e a João: «Eis a tua mãe» , o demónio , sempre com cólera e furor, furor , disse : «Num instante, instante , ela amou todos os seus filhos por todas as gerações e disse o seu segundo "sim" . sim m " ao seu Filho na Depois do "sim " dito ao Anjo , disse o seu "si cruz,, porque vos tornastes seus filhos .» Prossegui cruz Prossegui a leitu leitura ra das palavras do Evangelho Evangelho:: «E , desde aquela hora , o discípulo
demónio , com uma repugnância tre acolheu-a como sua .» E o demónio, menda que manifestava na voz e nas atitudes, atitudes , acrescentou acrescentou:: «As almas recebem a Mãe de Deus no seu coração. O vosso corpo e o vosso espírito são a casa do Senhor e nela deveis recebê -lo . Todos os filhos de Deus de veriam receber Maria dentro de si e o que ela vos ensinou com a sua vida. vida . Vós tendes um grande meio , que é Maria , usai -o mais Orai a ela , orai ainda mais a ela , fazei-la vossa , ela caminha sempre ao vosso lado » demónio,, enquanto eu o exorci Diante destas palavras do demónio zava , sabendo que a Sexta -Feira Santa era um dia especial de graça,, recordei graça recordei--lhe o sacrifício de Jesus na cruz por nosso amor,, as suas chagas , o seu coração, amor coração , as suas dores, dores , as suas hu milhações , a sua oferta ao Pai , juntamente com as lágrimas e as dores de Maria, ao pé da cruz cruz,, e a sua oferta juntamente com °Filho ao Pa E, enquanto eu dizia Paii , por nosso amor. E, st todas e as coisas , o demó demónio nio -con conti tinuo nuou u ' afirmando afirmando:: «Tamestávam 1 bém nós aoss pe pess da cru cruzz insti instigámos gámos algun os a 1, ao algunss contra Ele ' incitá vamo- 1os a contestá-lo, a' gritar contra contra E1e, a 116
. h experiênci m ri n nos exorcismos
mtn
e nos
outros m
omentos
fiá-lo tentávamos outros, insinuand ' o nas su as mentes , vidas de que Ele não era verdadeir du amente O M . lguns estavam lá para ver algum milagre e ess1as . A . convencer-se d e Ele era o Messias: que estúpidos Fizem e qu ., _ . os com que muitas pessoas, que Jª nao acreditavam, fugissem d lá · . • e , tiveram d medo quan o o VIram morrer e, aqueles poucos · que 1caram d convenceram-se quan o Ele morreu de que não era d d . . , ver a eideSa
ramente n1ngue~, porque se morreu, _já não havia nada a fazer. Quando tiraram o corpo da .cruz, tentámos também João , dissemos na sua mente : "Olha "Olha que fim teve O vosso
Messias Olha que fim teve o teu Messias ." Também tentámos
a tua M ãe . Ela tinha o coração dilacerado , mas ao mesmo tempo havia nela uma grande paz e perdoava a todos, amava e sofria : o seu perdão era total , o seu amor era total , a sua oferta era tota total. l. E isto venceeeuuu venceeeuuu-nos -nos Insidiámos a sua fé inutilmente , ela continuou a orar, orar, ela era a única que conti nuava a conservar a fé na Ressurreição; Ressurreição ; o seu coração já o sabia e, na aurora do dia a seguir ao sábado sábado,, Ele apresentou-se em primeiro lugar a ela . Não sabemos o que disseram um ao outro, só vimos que naquele encontro circulava uma grande paz e um infinito amor, amor, mas não podíamos ouvir as palavras , a sua conversa de amor estava fora do nosso alcance . Depois , vimos a Madalena que ia ao sepulcro. sepulcro .» Uma vez, o demónio exprimiu-se assim acerca do sacrifí cio de Cristo e de Maria no Calvário, Calvário , que é representado em cada Santa Missa que é celebrada celebrada:: «Aquele Nazareno deixou se pregar e sacrificar para que do seu corpo -superabundasse
Sangue que cobre o altar alta r e, com isso , os vossos pecados. Ela Nossa Senhora) sacri sacrificafica-se se junta ju ntamen mente te com O seu Filho e O
acolhe no seu seio aqueles que foram purificados com seu sangue. Ela está sempre lá ; quem olha para ela , olha para Ele
e quem olha para Ele, olha para ela. ela .» 117
Vir Virgem gem Mar Maria ia eo Dia Diabo bo nos exorci exorcismos smos A humi humildad ldade e de
aria ari a
Catequese
Na linguagem bíblica, humilde é quem reconhece que
deve tudo a Deus e espera tudo dele. Humilde é quem se põe numa atitude de total dependência de Deus, confia só nele e não tem outro dese desejo jo nem encontra outro motivo de alegria
qu e não seja que seja pro p rocur curar ar incess inc essant anteme emente nte Deus D eus e fa faze zerr a sua von tade,, abraçada com amor e completa tade compl eta disponib disponibilidade. ilidade. Desde as fibras mais profundas d o seu ser, o humilde deseja e aspira ser totalmente de d e Deus. A humildade coincide com a pobreza em espírito de que Jesus fala nas bem-aventuranças : «Felizes os pobres e m espírito , porque deles é o Reino d o Céu» M t 5 ,3) . É a pobreza, pobreza , não tanto como condição social, mas como atitude interior de abando aba ndono no confiante à omnipot omnipotência ência de Deus e abertura incondicional incondicional aos seus projetos divinos. divinos . Maria viveu a humildade tão intensamente como nenhuma outra criatura no mundo . Ela estava pronta ao mínimo mínim o aceno da vontade de Deus, que acolheu e m toda a sua vida com o seu «sim» contí nuo e sem reservas , professando-se a serva do enhor «Eis a serva do enhor faça-se em mim segundo a tua palavra» Lc 1,38) . Foi isto que lhe permitiu cantar com absoluta verdade e liberdade d o coração coração:: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra e m Deus Deus,, meu Salvador Salvador.. Porque pôs os olhos n a humildade da sua serva. De hoje e m diante, m e bem-aventurada rada toda s as gerações» (Lc 1,46-48). chamarão bem-aventu Maria, humilde serva d o Senhor, consagrou-se totalmente ao serviço de Deus e à obra d o Filho, pela salvação dos ho mens.. Segundo o ensino dos Evangelhos, servir é reinar. No mens co~entário do lecionário mariano d a Igreja, n a Santa Missa votiva «Maria Virgem serva d o Senhor» lemos: «Maria, hu hu mild~ ~erva, é elevada à dignidade real real:: já que serviu Cristo Cristo (Prefacio), Deus Pai honrou-a muito e, porque aderiu plena118
. ha experiência mariana nos exorcismos e
ntn
me nte
nos outros m omentos ...
à sua vontade, o próprio Deus exaltou
-a como " · h
riosa ao lado do trono do (seu) Filho" (Pref;' . ) . ram a l g . . acio . Nisto está de Mana, como proclama O _ bem-aventurança _ versicu 1o alelull.ático: "Es bem-aventurada, ó Virgem Maria , que te chalu , maste serva do Senhor; agora, exaltada acima dos co • _ • ros angelicos, toda a IgreJa te sauda, rainha do céu"» 112. L
Nunca nenhuma criatura humana igualou a humildade de Maria. Satanás, em vez de reconhecer que é criatura, aspirou a ser adorado como se fosse Deus e, recusando a verdade conhecida sobre Deus, Deus , não quer reconhecê-lo como fonte da vida e o seu bem supremo. Cego pela sua grandeza, recusou Deus, pensando que podia diminuí-lo e propondo-se como alternativa a Ele , à frente das outras criaturas angélicas e hu manas. Assim Assim,, enquanto Maria se afirmou humildemente «serva do Senhor », Satanás, pelo contr?rio, exaltou-se , procla mando-se deus e refilando com a sua atitude em relação ao verdadeiro Deus Deus:: «Não o servirei servire i.» Como já referi anterior mente , pare ce-me que nesta atitude estão incluídas a recusa Encarnação da Encarna ção do Filho de Deus e a predestinação de Maria a ser Mãe do Filho de Deus e Rainha dos anjos e dos homens.
Portanto , enquanto Maria pode ser considerada, com razão , rainha da humildade; Satanás é, é, pelo contrário e por excelência , o rei da soberba soberba.. Exemplos extraídos dos exorcismos Um dia, gritando , o demónio disse: «Sabes como é que ela me combate? Com a humildade Ela sente-se ainda a última,
embora seja a primeira Ela sente-se a mais inútil, embora seja
ª única útil , a única necessária a todos vós, imundos seres hu hu
manos Vós sois a abjeção e ela sente-se maior · ab.~eçao - que 12
C
ON FERENZA EPISCOPALE I TALIANA
·
Messe della Bea eata ta vergme lT
Maria p
' .
.
119
Virgem
aria e O Diabo nos exorcismos
vós Odeio a humildade e odeio todos aqueles que o são, a começar por ela A sua humildade humilha-me mais do que 0 poder dele [de
eus] .»
Outras vezes disse: «A alma daquela resplende d a sua humildade. Se fôsseis humildes, também d e vós emanaria luz e todos vê vê-la-iam -la-iam;; por isso , de devo vo convencer-vos a que sejais soberbos, de modo que todos vejam o negro do Inferno, Inferno , e m vez d a luz d o Paraíso. » «Sempre que ela vos convence a renunciar à soberba soberba,, vence uma batalha .» «N unca ninguém como el elaa , nunca , nunca, nunca, teve a atitude interior e p rofunda de humildade a o seu Deus. Nunca ninguém.. A quem q u iser segui-la, ninguém segui-la , basta isto. isto . »
«Nem por u m instant e , ela deixou d e ser tão estupida mente humilde. Não a suporto d e modo nenhum Não a suporto de modo nenhum » «Mesmo agora que foi coroada , que é Rainha e tem à sua volta anjos, anjos , arcanj o s , serafins serafins,, continua a ser a mais humilde de todas.»
§ 1 2 - Os pecados dos homens e a reparação a o Coração d e Cristo e ao Coração Imaculado d e Maria
atequese Ao longo da história da Igreja , Nosso Senhor Jesus CriStü ,
ao mani·rest estar-se ar-se a diversas almas místicas, prediletas, pediu frequentemente reparação e consolação pelo que sofre, atual ment~, _ o r causa dos pecados dos homens. O Homem-Deus, Homem-Deus ,
na glona, pode pod e ainda ain da sofrer? sofrer? Como Deus certamente que não . Como Homem-D ' · da eus, os santos e os místicos veem-no am f so rer pelos pe d d o ca os os homens, ouvem-no pedir reparaça 120
nh experiênci m ri n
t
nos exorcismo
s e nos outros mom
entos ...
onsolação. Sobretudo, com a revelação d e . . o cu 1to do s d coração, mediante as visões (reconhecidas 1 a_gra o pe ª IgreJa) d d M . Al Santa Margan a ana acoque , est estaa real realid id d . e presencial de . , . das a1mas parece fora de da , e .d Cristo na histona . uvi a. Mas em inte in terp rpre reta tarr es este tess so sofr frim imen entt , N que sentido devemos . d h . . os. o sentido em que ain a OJe continua a sofrer Aind h . . · ª OJe Cnsto continua a sofrer mistenosamente no seu Corpo M . . . . 1st1co , que é a IgreJa ; e, neste sofnmento de hoJe, pode_ actualmente _ ser consolado. São Paulo converteu-se ao compreender os sofrimentos de
Cristo , que continuam na Igreja e no mundo. Enquanto ele se
dirigia para Damasco Damasco , para prender os cristãos daquela ci dade , por vo lta do meio-dia , repentiname nte uma grande luz vi nda do céu refulgiu sobre ele. Caiu por terra e ou viu uma
voz dize r-lh e: «Saulo Saulo porque me persegues?» E Saulo res
pondeu : «Qu em és tu Senhor?» Aquela voz disse-lhe : «Eu sou su s que
tu pers egues.» A perseguição de Saulo não tinha por
objeto di dirreto o própri próprio o Jesus, mas os seus discípulos discípulos;; con tudo,Jesus censura-o censura-o:: «Porque me persegues?» Fala como al guém qu e está a sofrer nos seus. Cristo Crist o co con ntinua a sua Paixão nas perse guições qu e, ainda hoje, na pessoa dos seus disc ípu pu los , quando a sua Igreja é perseguida, quando é vi lipendiada a
pessoa do Pap a e dos legítimos Pastores Pastores.. Cristo continua a sua Paixão naquele s qu quee sofrem .por ca causa usa da sua fé e do seu tes
temunho acerca de dell e. Cristo sofre nos membros chagados do seu corpo, que é a Ig reja. E, co como mo Maria é inseparável de Cristo , também ela sofre juntamente com Ele. . Cristo e Maria sofrem especialmente pelos pecados e as 1 fi