A Última Nau

January 16, 2018 | Author: plofilipe | Category: N/A
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“A Última Nau” Neste poema, está explicito o mito sebastianista. Isto é apoiado por alguns factos que vão ser explicados ao longo da análise. Este poema insere-se na segunda parte da “Mensagem”, com a máxima possessio maris, ou seja, Posse do Mar, por parte do suposto Império português. 1ª Estrofe dá conta da partida de D. Sebastião com o objectivo de cumprir o Império, mas como o sujeito poético diz esta vontade “foi-se” com a “última nau”. Nesta estrofe é de notar que o “eu” fala de uma partida já condenada ao fracasso. Isso é verificável com as expressões “aziago”- prenuncio de desgraça-; “Erma”- sinónimo de solidão-; “pressago”- que pressagia/prevê. Em relação ao mito sebastianista nesta estrofe está presente quando o “sujeito poético” se direcciona ao desaparecimento misterioso da “última nau” e de D. Sebastião, justificados pela ligação entre “Foi-se a última nau (..)/ entre choros de ânsia e de pressago/Mistério.”. 2ª Estrofe A estrofe começa por afirmar um facto que o sujeito poético reitera- a nau foi-se e “não voltou mais.” A impossibilidade da realização do império e a morte de D.Sebastião. O sujeito poético também se questiona sobre o que o futuro trará- “Voltará da sorte incerta/ Que teve?”. E aqui assume-se o mito como esperança do futuro: “Deus guarda o corpo e forma do futuro.”. Pela crença das pessoas em Deus, a fé que as mesmas nele depositam leva-as a acreditar que El-Rei possa um dia regressar e mostra também a importância de Deus pois é este que decide o futuro. 3ª E 4ª Estrofe As duas últimas estrofes referem o regresso de D. Sebastião, que o “eu” diz ser certo embora não saiba quando- “Vejo entre a cerração teu vulto baço/ Que torna”; “Não sei a hora, mas sei que há a hora,” E, D. Sebastião, ao regressar traz ainda com ele a determinação de construir um império universal (não material, mas sim espiritual, que é a fundação da Mensagem)- “A mesma, e trazes o pendão ainda/ Do Império”.

Também Pessoa refere o estado em que o povo se encontra, na miséria "Quanto mais ao povo a alma falta,/Mais a minha alma se exalta" e compara-o a si. Uma antítese entre os dois estados.

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