A TÉCNICA DA REVOLUÇÃO SOLAR COMBINADA À PROFECÇÃO.

May 19, 2019 | Author: shadowgraph | Category: Zodiac, Planets, Mars, Astronomy, Ciência
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Estudos de Casos...

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A TÉCNICA DA REVOLUÇÃO SOLAR COMBINADA À PROFECÇÃO. INTRODUÇÃO

E

e englobar todas as questões pertinentes às Revoluções. Há muito que ser produzido nesse campo, contando com a ajuda de literatura que ainda se mantém escassa. Seu objetivo é passar ao leitor os princípios dessa combinação sob o ponto de vista dos astrólogos medievais. STE ARTIGO NÃO PRETENDE SER EXTENSO

Uma Revolução Solar (R) pode ser lida isoladamente, mas muitas informações contidas nesse mapa nunca se concretizarão. O mapa natal (N) deve ser, sem dúvidas, o grande norte da nossa interpretação, mas o acesso a ele se dá de maneira diferente da usual. Quando estudavam as R combinada às N, os astrólogos medievais acessavam a estrutura natal através de outra técnica preditiva, chamada de Profecções. Dessa forma, toda leitura de R era associada a uma leitura dessa técnica a fim de se aumentar a acurácia dos prognósticos. A constatação de um sinal numa delas, com a posterior confirmação deste sinal na outra, sugere um alto índice de acerto. Na atualidade há pouco material disponível sobre o tema. Os autores modernos costumam usar as Revoluções isoladamente ou acoplada ao mapa natal  buscando “interaspectos”, ou no máximo comparam os seus resultados com trânsitos e progressões. O que este artigo visa é diferente. Aqui veremos as duas técnicas se fundindo numa só, ao invés de serem analisadas em paralelo. Quando eu conheci as profecções, me interessei muito pois elas oferecem um pano de fundo muito seguro do ano. A Revolução, a meu ver, é mais dinâmica e

dramática. Você pode encontrar na R um movimento de aquisição, ou um súbito golpe de sorte, mas é a profecção que mostra a síntese do “saldo bancário” anual.

CAPÍTULO 1 – O  FAMIGERADO “REGENTE DO ANO”

A

NUALMENTE,  O ASCENDENTE SE MOVE TRINTA GRAUS  no sentido do zodíaco (Áries, Touro,

etc.). O mesmo movimento é realizado pelo mapa inteiro: o movimento de qualquer ponto que você deseja analisar em determinado ano pode ser computado da mesma forma. Esta é a profecção anual. A chegada do ascendente ao próximo signo da ordem o torna suscetível às influências de um determinado planeta. Pela sua posição natal e na R, ele confirmará uma síntese do que o ano nos reserva. Este planeta é chamado de Regente do Ano (RA). Até algumas semanas atrás, o autor determinava que o RA seria o regente domiciliar do signo no qual o ponto chegasse. Assim, se o ascendente chega a Câncer, a lua seria RA. Hoje percebo que essa análise é simplista, e pode ocultar outros planetas igualmente importantes. A prática, como sempre, deve ser mãe do saber, e o autor portanto não se furta dela. Na lista abaixo, listo a ordem que permitirá ao astrólogo reconhecer o Regente do Ano, baseado nos estudos da obra de Abu Mashar, On Solar Revolutions. 1. Olhe para a casa na qual o ascendente se encontra esse ano. Se houver um planeta natal ali, ele é RA. 2. Não havendo um planeta natal naquela casa, olhe para a R e veja se neste signo há um planeta ali posicionado, desde que próximo do ascendente ou dentro da casa anual. 3. Caso não haja um planeta ali, aí sim o regente do ano será o planeta que rege o signo. Robert Zoller diz que os outros planetas com menor autoridade no grau do ascendente projetado são importantes

também, mas no momento eu me abstenho de incluí-los pela simplicidade. Além disso, essa técnica visa a síntese do ano, e não sua dissecação em momentos específicos. Um planeta só, aquele com maior autoridade, seja por posição ou regência, já basta. Com esses três passos simples, você encontrará um planeta que dirá sucintamente as condições do ano. Uma vez o conhecendo, veja como ele está na R e no N. Se ele estiver bom em ambas as figuras, o ano será excelente. Se ele estiver ruim em uma e bom na outra, o ano será mediano. Se estiver péssimo em ambas as figuras, não espere por um bom ano. Nota: É importante frisar que a profecção realizada pelo autor segue os padrões medievais  e, portanto, usa um sistema de casas quadrantes, ao invés de signos inteiros. Dessa forma, não é pelo simples fato de um planeta estar posicionado no mesmo signo do ascendente projetado que ele será eleito o RA. Se estiver antes e distante da cúspide da casa do ano, é desconsiderado. Supondo que o ascendente do ano esteja em 24 de capricórnio, e marte estivesse em 16 graus do mesmo signo, ele seria desconsiderado como regente do ano porque não pertence à casa anual. Ao desprezar essa regra, e contar com o planeta que está no signo, mas antes da cúspide, (como o Marte do exemplo) você passa a realizar uma profecção grega, e não medieval. O autor ignora essa técnica devido à escassez de material. Não é bom testar técnicas sem um conhecimento abrangente de todas as suas regras, apenas por conhecer uma delas.

Exemplo número 1: astrólogo, ano de 2003.

Vamos aplicar as regras acima através de um estudo pessoal. No ano de 2003 o nativo sofreu muito com um relacionamento. Não sabia o que fazer e se sentia

Ilustração 1 - A esquerda, o mapa natal. À direita, Revolução Solar de 2003.

desesperado. A seguir, procurou ajuda terapêutica, e rapidamente se restabeleceu. Testaremos, pois, o RA. O ano começa com a profecção de casa 10, ou seja, o ascendente chegou a casa 10 natal. Pela regra simplista, o regente do Ano é Saturno, e de fato o nativo experimentou no ano problemas com relacionamentos. Dessa forma, porque a visão taxada de simplista é errada? O leitor entenderá o porque dessa afirmativa quando aprender as profecções mensais: O planeta regente do ano promete eventos importantes no momento em que o ascendente mensal está no seu signo natal, seja por posição ou regência. Pela profecção anual, o ascendente mensal chegaria à casa de Saturno N em dezembro de 2003, seis meses depois do evento. É na profecção mensal que vemos quando o principal evento do ano acontece. Por esse viés, apesar de Saturno dizer algo importante sobre o ano, ele não é fidedigno para encontrarmos o mês em que o evento aconteceu, e as profecções tendem a ser precisas em dias. Sabendo disso, vamos aplicar os três passos na ordem: 1. A casa dez N começa em 19 de Capricórnio. Temos ali o nodo sul. Como ele não é um planeta, não podemos classificá-lo como RA. 2. Como não há nenhum planeta naquele signo natal, passamos ao procedimento número 2 da lista, que é verificar como está o mesmo signo na revolução solar. Na R, eu encontro marte em posição duvidosa: está em Capricórnio, o que poderia classificá-lo como RA, porém se encontra a cinco graus da cúspide da casa 10 N (lembre-se que aqui ‘N’ significa natal, e ‘R’ da Revolução). Essa orbe é a maior tolerada para um aspecto com a cúspide. Por essa razão, e associado ao fato do mapa não ser retificado, consideramos marte da R como o Regente do Ano (RA). Não foi preciso ir a passo 3. Uma vez sabendo o RA comparamos seu estado nos dois mapas, lembrando-se que o ano promete eventos difíceis caso os dois estejam ruins. Na R marte está em capricórnio, e portanto

exaltado, porém numa casa maléfica e angustiante, a oito, e regendo a casa 12, que indica inimigos secretos, impedimentos e frustrações. No N marte está em libra, em detrimento, na casa seis, mas posicionado no sétimo signo a partir do ascendente, e rege o ascendente Áries e a casa oito, Escorpião. Os testemunhos não são bons, excetuando-se pela conjunção de marte a cúspide da casa 9 da R, indicando espiritualidade ou a explicação da vida por algum sistema filosófico. Em julho de 2003, o nativo se sentiu frustrado com o fim súbito de um namoro no qual ele depositava muita expectativa. Iniciou um processo depressivo e procurou tratamento psicanalítico, iniciando-o em outubro do mesmo ano. Perceba que o RA está em exaltação, indicando um evento dramático e que o nativo sofreu, ao invés de ser o principal agente, mas de duração menos perene que a de um planeta em domicílio: esse é o poder da dignidade de exaltação na qual marte está na figura. No próximo capítulo, vamos aprender como localizar esse evento difícil ao longo do ano.

CAPÍTULO 2 - DIREÇÕES DE PROFECÇÕES?! COMO SE FAZ ISSO?!

T

ALVEZ O LEITOR FIQUE PERPLEXO COM A TABELA 1:

de onde eu a tirei? O Solar Fire 5  (SF5) faz a direção das profecções, ou seja, você escolhe um mapa a ser profectado em determinado ano e a seguir percebe que aspectos o movimento dos seus pontos faz com o mapa natal da pessoa. O SF5 também permite que você veja o momento em que qualquer ponto profetado entre em contato com determinado grau do zodíaco. Isso será explicado mais adiante, mas no momento basta dizer que os pontos acima listados fazem aspecto com o ascendente da profecção. Abaixo dos pontos do ano de 2003, eu adicionei os pontos do ano de 2007, momento em que escrevo esse artigo. Para entender como essa tabela foi confeccionada, basta entender que 365 dias do ano equivalem a profecção do ascascendente por trinta graus. Isso gera uma proporção que possibilitou encontrar os pontos acima. É claro que o autor comparou os cálculos manuais àqueles realizados pelo programa de computador: são fidedignos. Seu uso, portanto, nos polpa tempo considerável. A importância dos graus mencionados aos quais o ascendente projetado entra em conjunção será mencionada a seguir.

 Aspecto

Ponto

Data

Conjunção Quadratura Sextil Conjunção

MC Saturno Mercúrio 22°Cap – Termos de Saturno

28 Mar 2003 31 Mar 2003 25 Apr 2003 26 Apr 2003

Conju nção

26°Cap – Termos de Marte

14 Jun 2003

Conjunção Quadratura Sextil Conjunção Quadratura Trígono Conjunção

00 Aq – Termos de Mercúrio Lua Sol 07°Aq00 – Termos de Vênus Júpiter Marte 13º Aquário – Termos de Júpiter

1 Aug 2003 2 Sep 2003 18 Oct 2003 26 Oct 2003 17 Nov 2003 24 Dec 2003 7 jan 2004

Tabela 1

o

 Maiora Esse

Em 2003, o Regente do Ano foi marte. Já delineamos a posição dele no mapa natal e na Revolução Solar do ano correspondente. Ele, por si só, indica um ano ruim para o estado de espírito do nativo. O envolvimento das “casas de água 1 ” (8 e 12) aponta para um ano com problemas emocionais e psicológicos, como realmente aconteceu. Marte, então, é responsável pela  Maiora Esse  do ano, expressão latina que poderia ser traduzida como a “condição maior” ou “condição predominante” do ano estudado. É marte que nos diz os principais acontecimentos do período. Quando o nativo se referir ao ano de 2003 entre amigos, ele se lembrará dos fatos representados por marte, pois foram os mais marcantes. Apesar do ano ter sido marcante para questões emocionais, existiram outros fatos importantes e muito agradáveis no período em questão. O nativo conheceu a astrologia, e começou a cantar num coral, que ganhou prêmios pela atuação em grupo. Todos os fatos mencionados ocorreram após a “tormenta emocional”. Talvez você esteja se perguntando, assim como eu: como detectar as representações desses eventos por essa técnica? A direção do ascendente projetado responde a essas perguntas. De fato, marte nos diz o principal, mas a condição do ascendente (o principal ponto que representa o nativo durante o ano) muda à medida em que ele faz aspecto com planetas NATAIS  na profecção, ou entra em pequenos territórios dentro do signo anual chamados “termos”, que são regidos por um dos cinco planetas2. 1

 A expressão é moderna, mas indubitavelmente faz sentido no contexto. Muitas situações que envolvem essas duas casas afetam consideravelmente as emoções e o estado de espírito do nativo. O elemento água sempre foi relacionado às emoções. Num raciocínio medieval, afinal de contas, o choro é feito de água! 2  Os lumiares não possuem termos! Portanto, um signo é subdividido em cinco termos, um para Saturno, outro para marte, e assim suscessivamente, menos o sol e a lua. A sua ordem ao longo do signo é aparentemente caótica, e a divisão não é equânime, ou seja, existem

Isso explica as mudanças no estado de espírito do nativo ao longo do ano, bem como a mudança de condições às quais ele se submete. Mais do que isso, através dessa técnica poderemos detectar quando o regente do ano se manifestará! No dia 14 de junho de 2003 (vide tabela 1), o ascendente profetado entrou nos termos do regente do ano, marte, e por ali transitou até o dia primeiro de agosto de 2003, quando passou aos termos de mercúrio. Foi nesse período que o nativo experimentou o término do namoro e os piores momentos do ano. A técnica foi eficaz em mostrar isso! Apesar de entrar em aspecto com planetas natais, ou estar nos termos de um planeta natal, como ocorrido acima, segundo Steven Birchfield, os planetas devem ser analisados na Revolução Solar do ano correspondente. Dessa forma, se quiséssemos antever o que o nativo passaria entre 14 de junho e 1º de Agosto, observaríamos cuidadosamente a condição de marte no mapa da Revolução. O autor no momento não concorda inteiramente com essa afirmação, pois só a observa eventualmente na prática.

O nativo começa a se interessar por astrologia entre outubro e novembro de 2003, comprando seus primeiros livros e instalando programas de astrologia no seu computador doméstico. Aqui há uma mistura de testemunhos, apontando o sol como regente dos tempos, Vênus e a seguir, Júpiter. O processo de interesse inicial foi intenso até dezembro de 2003. Aqui o autor se depara com uma importante verdade: faz mais sentido considerar a casa na qual o planeta da revolução se posiciona, do que a casa que ele rege. Temos Vênus na casa dez, indicando um negócio ligado a arte, no período em que o nativo entra no coral.  Júpiter na casa três, em leão, quando intensifica os termos maiores que outros. Frente a esse aparente caos, é indispensável o uso de uma tabela. O autor usa os termos egípcios .

estudos de astrologia (a casa três rege o aprendizado3). Outros eventos carecem de uma data precisa, mas estes foram os principais. A procura do nativo por uma terapia deve ter ocorrido em outubro de 2003, se não me engano.

Quando as idéias não correspondem aos fatos

Às vezes o astrólogo se lembra da frase de “o tempo não pára”, de Cazuza. Alguns eventos não possuem correlação evidente com as configurações da tabela. Não posso garantir ao leitor que todas as técnicas demonstradas surtam efeito em todos os mapas. No exemplo acima, de fato, a direção do regente do ano surtiu o efeito desejado, porém outros fatos marcantes foram omitidos pela técnica. Não se detectou eficazmente o início do namoro, no início de maio. Não se detectou outra experiência amorosa, em 11 de dezembro. Eventualmente, os planetas apresentam testemunhos incompatíveis com o que realmente aconteceu, e aí a “nossa piscina fica cheia de ratos”... Saturno da R, ativado no início do namoro indica na verdade problemas financeiros, e de fato experimentei com meu pai uma sensação de restrição, por não poder morar sozinho, já que os aluguéis em Niterói eram caros. Meu pai se lamentou, e chegou a chorar por isso. Tive de me mudar para uma pensão, pois a mensalidade era  bem menor. Nesse momento, conheci a tal namorada. À medida em que descrevo os eventos acima, surge um insight: o período no qual experimentei restrições econômicas (saturno na casa 2 da R) foi o mesmo que conheci aquela mulher, e Saturno está no meu mapa 3

 A casa três o aprendizado. Júpiter rege as casas oito (morte, assuntos dos mortos) e onze (esperança, futuro, amigos). O autor confessa não detectar uma conexão clara entre todas essas casas no período, e portanto fica apenas com a casa da posição jupiteriana. Usar todas as casas poderia significar uma deturpação do significado das casas: poderiam ser estudos (casa 3) ocultistas (casa 8) sobre o futuro e as esperanças (casa 11), mas isso deturparia o significado da casa 8 a meu ver.

natal na casa 7. Será que devemos usar as determinações dos planetas nos dois mapas (N e R)? Fica aqui uma sugestão.

CONCLUSÃO

Podemos encontrar um representante celestial para qualquer evento na terra: basta usar a técnica adequada. No exemplo de 2003, algumas configurações que o Ascendente projetado fazia com os planetas do mapa natal eram muito confusas, pois não correspondiam aos fatos. Isto porque o autor se fiou apenas nas determinações dos planetas na Revolução Solar de 2003, embora ele sentisse “por trás” dos eventos uma clara combinação entre o mapa natal e o mapa anual! Neste momento estou muito inclinado a considerar as determinações dos dois mapas para os planetas natais que fazem aspecto com o Ascendente. Lentamente aprendemos.

Rodolfo Veronese, CMA. 03 de abril de 2007.

BIBLIOGRAFIA Abu Mashar. On Solar Revolution s . Translated by Robert Hand. Golden Hind Press. Birchfield, Steven. Excerpts from “ Predictive Techniques in Classical Astrology” .

Zoller, Robert. Diploma Course in Medieval Astrol ogy , New Library.

SOFTWARE UTILIZADO Solar Fire 5, Esoteric

Technologies.

PARÂMETROS DE ANÁLISE Sistema de Casas Quadrantes:  Alchabitius Semi-Arco. Planetas e pont os empregados:  Lua, Mercúrio, Vênus, Sol,

Marte, Júpiter, Saturno, Ascendente, Meio do Céu, Parte da Fortuna. Zodíaco:  Tropical. Regências planetárias:  tradicionais: Lua rege Câncer, Mercúrio

Gêmeos e Virgem, Vênus Touro e Libra, Sol Leão, Marte Áries e Escorpião, Júpiter Sagitário e Peixes, Saturno Capricórnio e Aquário. Subdivisão zodiacal:  Termos Egípcios. Revolução Solar:  sem precessão equinocial, levantada para o

local onde o nativo viva à época do evento. Profecção:  Medieval (emprega o sistema de casas quadrantes ao

invés do sistema de signos inteiros).

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