A Questão Do Petróleo No Oriente Médio e Na África

 

A questão do petróleo no Oriente Médio e na África ETESP - 2010

A questão do petróleo no Oriente Médio e na África Antonio Garrido Neto Gabriel Vinícius Carmona Gonçalves Henri Yugo Mihara Kaíque Garcia Ribeiro Leonardo Shimizu Lucas Sá Ribeiro Escola Técnica Técnica Estadual de São São Paulo - 2º Gama

Resumo: Este artigo apresenta o resultado de uma pesquisa sobre as relações geográficas Resumo: (físicas e políticas) da exploração petrolífera nos países do Oriente Médio e da África, e as complicações decorrentes destas relações. Palavras-chave: Petróleo; Oriente Médio; África; OPEP; conflitos. Palavras-chave: Petróleo; conflitos. 1. Introdução O petróleo foi descoberto no ano de 1909 no Irã. Ir ã. Algum tempo depois, ele passou a ser muito valorizado, então os países próximos ao Irã resolveram buscar, pois estando próximos, achavam que tinham boas chances de ter petróleo em seus territórios. Ao iniciar esta pesquisa, houve uma grande surpresa, foi descoberto que praticamente todos os países da região do Golfo Pérsico eram ricos em petróleo. O Golfo Pérsico é realmente o local com a maior concentraçã concentraçãoo de petróleo no mundo. Porém, a maioria das empresas que exploram o petróleo naquela região são (ou, em alguns casos, eram até pouco tempo) das grandes potências mundiais, como EUA e Reino Unido, sendo destinada uma pequena parte do lucro aos países que são donos do petróleo. Isto acaba gerando certa revolta na população, por isso as constantes guerras e conflitos na região. 2. Aspectos das regiões produtoras no Oriente Médio e África O termo Oriente Médio designa as terras dos litorais sul e leste do Mar Mediterrâneo, que vão do Marrocos à península arábica,(mais precisamente ao Irã) e, em alguns casos, mais além. Assim, integram o Oriente Médio, além do núcleo central - Egito, Síria, Líbano, Jordânia e Israel, o antigo ‘Oriente Próximo’-, os estados da Turquia, Chipre, Irã, Iraque, Líbia, Sudão, Arábia Saudita, Kuwait, Iêmen, Omã, Bahrein, Catar e Emirados Árabes. Posteriormente, ampliaram ainda mais o uso do termo para incluir outros países, como Tunísia, Argélia e Marrocos, situados no norte da África, que têm afinidades geopolíticas com os Estados Árab Ár abes es.. Al Além ém di diss sso, o, en engl glob obam am ta tamb mbém ém co como mo pa part rtee do Or Orie ient ntee Mé Médi dioo pa país íses es co como mo Afeganistão, Paquistão e parte da Europa balcânica. . A ár área ea ce cent ntra rall do Or Orie ient ntee Mé Médi dio, o, do Eg Egit itoo ao Ir Irãã e da Tu Turq rqui uiaa à pe pení níns nsul ulaa ar aráb ábic ica, a, compreende três grandes zonas geográficas. Ao norte, uma região de planaltos, rica em ferro, carvão e petróleo, é limitada por cadeias de montanhas, desde a Turquia até o Irã. Já na África, exploração des petróleo em países como Angola, Nigéria, Argélia e Líbia Líbi a (maiores (maiaores prod produtore utores do continen contconcentra-se inente), te), cont contribui ribuindo ndo em aproximad aprox imadamen amente te 12% da

 

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 produção mundial. A Nigéria, maior produtora de petróleo no continente, obtém 90% de suas receitas externas com sua exportação. O país, porém, mantém-se entre aqueles com os mais  baixos índices de desenvolvimento humano do planeta, ocupando a 158º posição. Angola, o segundo maior produtor africano de petróleo (58% do seu PIB), apresenta índices sociais lamentáveis. Está entre os dez que mais sofrem com a fome crônica no mundo. A economia angolana,, porém, começa a recuperar-se do longo período de conflito e desde 2002 duplicou a angolana  produção de petróleo. Com algum algumas as pes pesqui quisa sass feit feitas, as, pel pelaa Adm Admin inist istraç ração ão da Inform Informaçã ação, o, co conse nsegui guimos mos observar estatísticas oficiais dos Estados Unidos sobre o petróleo. Essas estatísticas nos mostram que o produto mais comercializa globalmente é o petróleo. A produção de petróleo na África é de aproximadamente quatro milhões de barris por  dia. Com esses números, calculou-se um aumento de 36% na produção de petróleo nos últimos últ imos dez anos anos.. Segu Segundo ndo pesquis pesquisadore adoress da “Mon “Monthly thly Oil Marke Markett Repo Report” rt” o aumento aumento na  produção de petróleo vai continuar nos próximos anos. A quantidade elevada de petróleo na área subsaariana chamou a atenção de empresas  petroleiras em todo o mundo. O grande número de países investindo na produção e no comércio de petróleo trouxe alguns problemas. A corrupção aumenta e conflitos entre nações começaram a se desenrolar. 3. A OPEP A OPEP (Organização do Países Exportadores de Petróleo, OPEC no original), foi fundada em 1960, em Bagdá, por Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Venezuela, como frente destes  países às ‘Sete Irmãs’ (cartel formado por sete empresas, americanas e britânicas). Em 1961, foi redigida a ‘Carta de Caracas’, de onde figuravam os objetivos principais da OPEP, como medid me didas as pra aum aument entar ar a pro produç dução ão dos paí países ses-me -membr mbros, os, aum aument entar ar seu co contr ntrole ole sobre sobre a  produção mundial e unificar as políticas de produção. A primeira conquista da OPEP foi o aumento do preço do barril na década de 1960. Alguns anos depois, ocorreu uma nova crise petrolífera, durante a Guerra do Yom-Kipur  (sobre a qual discorreremos mais adiante). Nesta época, a OPEP já detinha dois terços da exportação mundial de petróleo, e aumentou seu preço em 500%, em retaliação aos países  pró-Israel, mostrando a força da organização. organização. Em 1979 eclodiu a segunda crise do petróleo, devido à crise interna do Irã, um dos maiores  produtores do mundo, chegando a atingir o pico do preço no século XX, como evidenciado  pelo gráfico abaixo:

 

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 b Gráfico 1 – Consumo de Petróleo no Mundo e Preço Depois da estabilização do preço, o grande aumento do preço do petróleo ocorre somente neste começo de século XXI, no qual a OPEP atingiu a marca de 40% da produção mundial. Atualmen Atua lmente, te, além dos fund fundadore adores, s, Emi Emirados rados Árabes Unid Unidos, os, Cata Catarr (do Orie Oriente nte Médio); Médio); Angola, Argélia, Líbia e Nigéria (da África) e Equador (da América) fazem parte da OPEP, que se consolidou como o mais importante órgão de negociação de petróleo no mundo. 4. Conflitos ocorridos eem m decorrência decorrência do petróleo 4.1 Guerra do Yom-Kipur Um conflito militar que ocorreu em Outubro de 1971, entre Egito e Síria, liderando uma aliança de outros países árabes, contra Israel. O Egito tinha um novo presidente, Anuar Sadat, que queria adotar uma nova política no país, e sua primeira medida seria recuperar as terras  perdidas para Israel na Guerra dos Seis Dias. A Guerra começou com um ataque do Egito e da Síria no feriado judaico de Yom-Kipur, Dia do Per Perdão dão,, e nos pri prime meiro iross dia dias, s, tive tiveram ram vanta vantagem gem sobre sobre os israe israele lense nses, s, con conse segui guindo ndo recuperar as Colinas do Golã, um trecho da Península do Sinai e do Canal de Suez, que foram os territórios perdidos na Guerra dos Seis Dias. Israel conseguiu reagir com o apoio dos Estados Unidos e depois de duas semanas, já havia reconquistado os territórios de Sinai e as Colinas. O ponto mais importante dessa guerra não são suas causas, seus participantes ou sua história. As conseqüências dessa guerra foram significativas para muitos países, não apenas para seus envolvidos. O Egito rompeu relações com a União Soviética e se aproximou dos Estados Unidos ao contrário da Síria que aprofundou relações com os soviéticos. Mas a conseqüência mais importante foi a crise do petróleo que sucedeu a essa guerra, com o preço do barril chegando a equivalentes US$40 atuais, um aumento de 300% na época. A causa desse aumento foi o boicote das nações árabes da OPEP, contra aqueles países que apoiaram a nação israelense na Guerra de Yom-Kippur. A crise chegou a tal ponto que muitos países abandonaram abandonara m a guerra por causa do preço do petróleo. 4.2 Guerra Irã-Iraque Uma guerra, que ocorreu na década 80, entre as nações do Irã e do Iraque. Ocorreu em

 

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conseqüência de disputas políticas e territoriais desses países. Tudo começou em 1980, quando o então presidente do Iraque, Saddam Hussein, revogou um acordo de 1975, que garantia ao Irã um território de aproximadamente 520 quilômetros quadrados, na região norte do canal Shatt-al-Arab, por onde o Iraque escoava sua produção  petrolífera, em troca da garantia de que o Irã não ajudaria a minoria Curda no Iraque, que lutava por independência. O governo iraquiano tinha um interesse muito grande nas reservas de petróleo iranianas,  principalmente a do Khuzistão, província iraniana mais rica em petróleo, e também queria destituirr o então governante iranian destitui iraniano, o, o aiatolá (chefe religioso) Ruhollah Khomeini, Khomeini, pelo fato dele ser um islâmico xiita, ditador e revolucionário, o que incomodou muito outras nações do Oriente Médio. Sobre o pretexto de que exigia que o acordo fosse cumprido, as tropas iraquianas invadiram o Irã, em Setembro de 1980, e destruíram a maior refinaria de petróleo do mundo, na época, em Abadã. Durante a guerra, o Irã se mostrava muito difícil de ser abatido, sendo que no ano de 1982, o Iraque não havia conseguido dominar nenhum território iraniano iraniano e teve que propor um cessarfogo, recusado pelo Irã, que queria a queda de Saddam Hussein.  Nessa guerra entre duas nações pobres e totalmente dependentes do petróleo, o Iraque era financiado pela Arábia Saudita e pelos EUA, enquanto o Irã era ajudado pela Síria e pela Líbia. A União Soviética, que começou vendendo armas para o Iraque, passou a vender mais equipamento militar para o Irã, conforme crescia o apoio americano ao Iraque. Até o Brasil entrou na história vendendo armas para o Iraque em troca de petróleo. O conflito seguiu-se com destruição, com perdas significativas de cada lado, com acusações de um lado e de outro sobre o uso de armas químicas, até que em 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar fogo, que foi atendido em julho daquele ano.  Nesta guerra não houve vencedores, os dois só perderam com o conflito. A guerra destruiu os dois países e segurou o desejo revolucionário do Irã e no final das contas os territórios se mantiveram os mesmos, uma guerra desnecessária. desnecessária. E enquanto o Irã I rã se recuperava dos danos, o Iraque já estava se envolvendo em mais um conflito conflito:: a Guerra do Golfo. 4.3 Guerra do Golfo Um conflito militar envolvendo o Kuwait, apoiado pelos Estados Unidos, algumas nações européias, além de Arábia Saudita e Egito, contra o Iraque. Em 1990, o presidente do Iraque, Saddam Hussein, acusou o Kuwait de baixar o preço do  petróleo no mercado, o que prejudicou a economia iraquiana, baixou o preço do petróleo iraquiano e causou revolta ao governante, que exigia uma indenização pelos prejuízos econômicos. Além disso, o Iraque reivindicou um território que alegava fazer parte dele no  passado, mas que atualmente era do Kuwait. Como o Kuwait não pagou a indenização e não entregou o território, o governo iraquiano enviou tropas para ocupar seu território. Ao ocupar esses territórios, o Iraque causou uma reação imediata de outras nações e da ONU, que bloqueou os bens do país e também impôs um boicote financeiro, comercial e militar. Como resposta, Saddam Hussein anexou o Kuwait como 19ª província iraquiana. As in inte tençõ nções es do Ira Iraque que era eram m de con contro trola larr todo todo o pet petról róleo eo kua kuait itia iano, no, poi poiss ess essas as riq rique uezas zas recuperariam e fortaleceriam o Iraque economicamente. As reações reações a ess essaa atitud atitudee de anex anexar ar o Kuwa Kuwait it foram rápidas, rápidas, tropas tropas lid liderad eradas as pelos Estados Unidos, foram enviadas enviadas a Arábia Saudita e estavam de prontidão para atacar. Como o Iraque não retirou as tropas do Kuwait, a ONU autorizou a intervenção militar e então as

 

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tropas começaram a atacar o Iraque, ataques que duraram quase dois meses. O Iraque foi derrotado e teve que retirar suas tropas do Kuwait, além de sofrer com um embargo econômico imposto pela ONU e outras severas sanções. Milhares de soldados e civis morreram nesta guerra e os prejuízos econômicos também foram gigantesco gigantescos. s. Porém, Saddam Hussein continuou continuou no poder do Iraque e reorganizou a economia e o exército iraquiano. iraquiano. 4.4 Guerra do Iraque A tensão EUASadam e Iraque, os dois principais adversários do Iraque, começaram em 1990, ente quando Hussein invadiu o Kuwait, aliadona dosGuerra norte-americanos na região. Em 19 1991 91,, os EUA EUA cons conseg egui uira ram m apro aprova varr um umaa re reso solu luçã çãoo na ON ONU U que que de dete term rmin inav avaa o desarmamento desarmamen to do Iraque. Até 1998, a ONU aprovou 11 resoluções anti-Iraque, todas desrespeitadas pelo Governo (agora ditatorial) de Sadam Hussein. Até 2001, o assunto ficou fora da pauta da comunidade internacional, quando, em 11 de setembro, ocorreu o maior atentado terrorista da História, no quall mi qua milha lhares res de pessoa pessoass mor morrer reram, am, nas nas dua duass torre torress do Wo World rld Tra Trade de Cente Center, r, co coraç ração ão comercial americano, no Pentágono e na aeronave abatida na Pensilvânia. Em 2002, George W. Bush, presidente eleito dos EUA, disse que a doutrina de seu país, a partir de sua eleição, seria de ‘atacar antes de ser ata atacado’. cado’. Neste mesmo ano ano,, com o pretexto da busca por armas de destruição em massa, tropas americanas americanas e britânicas invadira invadiram m o Iraque.  Na avaliação de alguns países, acadêmicos e organizações estrangeiras, a ação dos Estados Unidos contra o Iraque não tem como objetivo principal desarmar Saddam Hussein, e sim controlar as reservas de petróleo no país. Os iraquianos têm pelo menos 112 bilhões de barris de petról petróleo eo cru em suas suas reserv reservas, as, sendo sendo o seg segund undoo mai maior or produt produtor or mundia mundiall do óleo. óleo. Os americanos são os principais consumidores de petróleo do planeta, abrigando as sedes de al algum gumas as das das princ principa ipais is emp empres resas as multi multinac nacion ionai aiss do set setor. or. Com a vitóri vitóriaa dos EU EUA A as companhias americanas poderiam participar da exploração do território do Iraque - e isso  provocaria uma grande transformação mercado do petróleo, além de gerar uma influência americana na OPEP. 4. Conclusão "Estes países repararam que o petróleo é um recurso finito. Diversificaram as economias e não são demasiado dependentes do petróleo. Se este recurso se esgota, os outros setores  serão suficientemente fortes a sustentar a economia." - Sumayya Hassan Athmani, Companhia Nacional de Petróleo de Quênia Podemos concluir, concluir, através dos dados apresentados neste artigo, que o petróleo é a base da economia de todo o Oriente Médio e dos países africanos que possuem reservas deste, que é o mais importante recurso mineral em nosso tempo. A prova da importância deste recurso é a organização dos grandes produtores mundiais em entidades, e a sucessiva importância deste nos mais diferentes conflitos nessas regiões. O petróleo, sobretudo no Oriente Médio, é a fonte de desenvolvimento de cidades como Dubai, nos Emirados Árabes, um dos maiores símbolos da opulência dos grandes petroleiros. Enquanto isso, em grandes países produtores, sobretudo na África, em países como Angola e  Nigéria, além de Nações no Oriente Médio, como Iraque, o petróleo susten sustenta ta não só Guerras e

 

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conflitos internos, como supracitado, como a miséria do povo em detrimento da elite que explora o petróleo. A frase acima, dita pela presidente de uma das maiores companhias de petróleo da África, mostra o outro lado, pouco explorad exploradoo por aqui. O petróleo é um recurso finito, que, segundo estimativas, pode acabar em até 50 anos. Nossa maior preocupação com os países pesquisados é o incentivo a pesquisa e produção de energias renováveis, para que se renovem economicamente.

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