A Natureza Mística do Marxismo
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A NATUREZA MÍSTICA DO MARXISMO Uma análise crítica
EDITORA PAZ 1
EDITORA PAZ Copyright © 1986. Léo Villaverde Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro. SP-Brasil) Villaverde, Léo, 1954. Título: Marxismo & Ocultismo. O segredo revelado Título original: A Natureza Mística do Marxismo Publicado em 2011 pela Editora ............, que se reserva a propriedade literária desta edição em língua portuguesa no Brasil. ISBN 00-000-0000-0 Registrado na FBN sob nº 518.694 (L984. F122).. São Paulo-SP Áreas de Interesse: Todas as áreas do conhecimento. 05-0000 CDD 215
Índices para catálogo sistemático: 1. Ficção, história, filosofia e religião. Capa/criação: Léo Villaverde/2011
O primeiro número à esquerda indica a edição, ou reedição, desta obra. A primeira dezena à direita indica o ano em que esta edição, ou reedição, foi publicada.
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A Deus e à humanidade
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SUMÁRIO
Prefácio Nota Sobre a Natureza Humana Introdução
17 27
PARTE I: MARX. O HOMEM E O MÍSTICO / 33 Capítulo 1.
AVIDA DE KARL MARX E A PSICOLOGIA MODERNA A Vida Familiar de Marx O Jovem Cristão Karl Marx A Psicologia e o Papel da Família
35 35 37 38
A ÉPOCA E O AMBIENTE HISTÓRICO DE MARX Contra-Político Contra-Ecônomico Revolucionarismo
41 41 42 44
Capítulo 3.
OS AMIGOS DE MARX Freidich Engels Bakhunin Proudhon Moses Hess
49 49 54 55 56
Capítulo 4.
AS INFLUÊNCIAS IDEOLÓGICAS 61 O Gênesis e o Mito de Prometeu 64 Tradição X Sucessão 70 O castigo Justificado 71 A Origem das Ideologias Atuais 74 Moses Hess 76 Hegel 82 Feurerbach 84 O Romantismo e a Escola Histórica 86
Capítulo 2.
4
Capítulo 5.
Capítulo 6.
Os Socialistas Franceses Os Economistas Ingleses Os Filósofos Ingleses e Franceses
88 89 90
O LADO DESCONHECIDO DA OBRA DE MARX O Contradeus Marx- do Cristianismo ao Ateísmo
95 95 97
MARX COMO HOMEM E PENSADOR 105 Marx Era um Humanista? 105 Leis do Movimento Econômico e a Teoria da Alienação na Sociedade Comunista 107 O Mito da Ciência Marxista 115
PARTE II : A MÍSTICA DO PENSAMENTO MARXISTA Capítulo 7. Capítulo 8. Capítulo 9. Capítulo 10.
121
IDEAL E IDEOLOGIA PROPÓSITO E FINALIDADE IDEAL CRISTÃO E IDEAL MARXISTA A IDEOLOGIA CRISTÃ E A IDEOLOGIA MARXISTA
123 127 131 135
O Deus bíblico e o deus-trabalho / 139 A Queda do Homem e a Tendência à Propriedade Privada 139 O Pecado Original e a Propriedade Privada 140 A História Pecaminosa e a História da Exploração 140 A Natureza Humana Original e a Essência-Epécie Original 141 A Natureza Decaída e a Natureza Burguesa 141 O Remorso e a Autocrítica 142 5
Capítulo 11.
TEOLOGIA x MARXISMO
Capítulo 12.
A Consciência da Fé e a Consciência de Classe 142 A Essência-Divina Humana e a Essência-Trabalho Humana 144 O Valor-Divino do Homem e o Valor-Trabalho do Homem 144 Moral e Ética Cristã x Moral e Ética Marxista 145 A História da Salvação e a História das Lutas de Classe 146 A Salvação Cristã e a “Salvação” Marxista 148 Arrependimento e Rebelião 148 A Igreja Cristã e o Partido Comunista / 149 O Clero Cristão e os Membros do Partido / 150 O amor como Força, o Perdão como Meio e a Harmonia por Fim. O Ódio Como Força, o Ressentimento como Meio e o Conflito por Fim 151 Os Santos Cristo e os Guerrilheiros Marxistas 152 O Messias e Karl Marx 153 O Novo Éden, o Reino do Céu e a Sociedade Comunista / 155
Karl Barth Saduceísmo O Reino de Deus na Terra Cristianismo Horizontal Fé Sem Religião Cristianismo Sem Mitologia Cristianismo Ateu Cristianismo Marxista O Documento Li Whei Whan
MARX E JESUS. A RELAÇÃO AUTOR x OBRA 6
157 159 162 162 162 162 163 163 164 168
175
Os Frutos do Cristianismo Os Frutos do Marxismo Os Neo-bárbaros
177 180 183
PARTE III: A MISTICA DO COMPORTAMENTO MARXISTA
187
Capítulo 13.
189
O PRINCIPIO DA INVERSÃO O paradoxo do Comportamento Humano Antiverdade Contracultura Deus e Antideus
190 191 193 194
Capítulo 14.
O SENTIMENTO COMUNISTA Contramarxismo
197 200
Capítulo 15.
O COMPORTAMENTO OCULTISTA 203 Deusista e Antideusista 204
Capítulo 16.
AS ESCRITURAS “SAGRADAS” MARSISTAS O manual do Ateísta
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
209 211
A AUTODESTRUIÇÃO INCONSCIENTE 215 Utopia e Alienação 218 Fama e riqueza pelo Caminho Político 219 Revolução: do Sistema Social ou do homem?/ 221 A IGREJA MARXISTA INSTITUÍDA / 227 Rituais Pseudo-cristão 230 O “Pai Nosso” e o “Decálogo Comunista” 233 ACRUELDADE DESUMANA 237 Violência e Desequilíbrio Psíquiico 237 Praticidade 241 Espiritualismo na União Soviética 246 Totalitarismo 247 7
Capítulo 20.
Espionagem Terrorismo Psicopolítica
248 251
MITOLOGIA & MARXISMO 259 Mito e Ritual A Leninolatria e o Mito do Super-Homem Marxista O Mito do “Céu Marxista”
253
260 261 264
Capitulo21.
OS SÍMBOLOS DO MARXISMO As Cores A Foice e o Martelo A Estrela O Punho Fechado
267 268 270 275 278
Capítulo 22.
O MARXISMO SEGUNDO NOSTRADAMUS
279
Capítulo 23.
MARXISMO E CRISTIANISMO Anticristianismo O Deus-Proletariado e a História
285 285 289
Capítulo 24.
O MARXISMO, A RÚSSIA E A BÍBLIA 293 A Mística Rússia 299 Dan ― A Origem dos Povos Orientais301 O Caráter Russo 307 Rasputin ― Quem o Enviou? 309 A Rússia na Profecia de Fátima 313
CONCLUSÃO
318
NOTAS BIOGRÁFICAS ADICIONAIS DE MARX E ENGELS
323
BIBLIOGRAFIA
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PREFÁCIO
O conceito de Jung sobre arquétipo deriva de sua observação reiterada de que os mitos, as lendas, os contos da literatura universal e as religiões encerram temas bem definidos ― que reapareceram em toda parte em todos os tempos.Paralelamente na presente obra, o professor Villaverde, além de propor uma nova abordagem da “realidade arquetípica” do marxismo cria verdadeiras filigranas ontológico ao cotejar,com uma propriedade crítica muito próximo do refinamento clássico, os “temas” que há muito refluem na experiência social, política e epistemológica do homem. Sem deter-se em redimensionamento doutrinários ou filosóficos, o autor nos leva às próprias vertentes das certezas arquetipicamente efêmeras do homem, revelando-nos e desenredando um processo história/ humanístico muito bem articulado, que tem como ataque a propagação da desordem organizada, em um mundo cuja defesa é a “liberdade” mais que suicida. Essa é a situação de que se utiliza toda uma corrente de pensamento, tendo como elos a “barbárie com face humana” ― como lembra Bernard Henri Levy ― , cuja auto-denominação é o terror de Estado e a “autodeterminação dos povos”, atuantes não por acaso em regiões de delicado equilíbrio. (Vejam a Indochina, a América Central, o Oriente Médio ...). Desse modo, observamos a práxis marxista e obediência cega aos princípios da “setelitização” serem cruelmente aplicadas. Os exemplos dessa arquetípica realidade nos trazem à mente um “paraíso”, supostamente pretendido como definitivo, que o comunismo internacional, em sua “ânsia de igualdade”, desumanizou. Por outro lado, Jung sustenta que o arquétipo em si mesmo é vazio. Trata-se de um elemento puramente formal, sendo uma forma de representação dada a priori. As representações arquetípicas não são herdadas, apenas suas formas o são, como os instintos. A existência dos arquétipos só pode ser comparada de maneira concreta, através de sua manifestação. Pela breve explanação que acabamos de fazer, podemos agora verificar até que ponto as ideias do professor Villaverde que confrontam sistemas religiosos, investigam a própria essência do lado místico da natureza humana, criticando os valores “herdados” e re-criados, e sugerem uma novíssima apreensão “não dos erros teóricos do marxismo, mas de sue caráter interno”, podem coadunar-se com os ideais do Cristianismo e refutar 9
o marxismo ; vislumbrando, por fim, o real estabelecimento de uma extraordinária cosmovisão teo-científica : o Deusismo. Seria o marxismo uma religião? Uma filosofia mística da história? Uma nova utopia? Outra forma arquetípica de misticismo, criada por Karl Marx? Um místico filosófico? Acreditamos que as duas últimas proposições talvez sejam as que melhor se prestem para analisar a doutrina marxista. O misticismo filosófico é uma doutrina que, constatando a impotência da razão humana para resolver os problemas metafísicos essenciais, vai em busca de recursos suplementares, que possibilitam um conhecimento intuitivo especial. Os orientais, como por exemplo os budistas, pensam que esta é a fonte mediante a qual o homem se liberta do mundo sensível. Tudo se propõe a atingir uma espécie de fusão com o mundo divino, durante o estado de êxtase. O êxtase é considerado um estado paroxístico pessoal, em que o sujeito, rompendo toda comunicação com o ambiente, se encontra transportado para um mundo psicológico impenetrável a qualquer outro indivíduo. Não se transfere e nem se tem palavras para comunicar a outrema experiência e vivência obtidas no estado de êxtase. A propósito da “palavra comunicada”, algo semelhante foi defendido por Walter Bejamim, ao tratar da origem da Língua, em que esta assumiria a figura da língua adâmica. Nesse estágio, Deus e o homem possuíram uma mesma linguagem, que no entanto foi perdida com a queda. À essa perda de “imediatidade do verbo” Bejamim dá o nome de “sobredenominaçao” (Uberdenennung) ― espécie de veiculação do conhecimento que jamais se completa. Assim, todas as línguas, humanas e não-humanas , buscam a reintegração com o Verbo. Em tal contexto, não se faria arbitrária a suposição de que, em sua tentativa de reaproximação com Deus, fonte dos Lagos, o homem cometa muitos e fragmentários desvios. É nesse momento que a língua torna-se signo de uma má interpretação, o que por si mesma engendra a mentira. O marxismo é resultado direto de uma mentira, proposta em um altar alegórico, para o sagrado a retalhamento e êxtase da alma de seus fiéis. Portanto, o marxismo é uma doutrina mística e dogmática. Na prática, apresenta certas características dos dogmas religiosos, principalmente quando se propõe a salvar a humanidade e estabelecer o paraíso na Terra. Diferencia-se em essência das religiões, por negar a existência e a interferência de qualquer “poder divino” na vida pessoal do homem, e na sociedade por ele construída. Na atuação prática, o comportamento do verdadeiro cristão é também antípoda do comportamento marxista. O crente cristão prega e prática os princípios que se encontram nos Evangelhos ― espacialmente no Sermão da Montanha - , com ênfase às mensagens de amor: amor a Deus, à humanidade, á família e ao próximo. O crente 10
marxista militante prega a luta de classe, a marginalização e a eliminação sumária daqueles que opõem à implantação do regime comunista materialista e ateu em substituição ao regime social liberal cristão. Ele abomina todas as religiões, por considera-las “o ópio do povo”, usado pela burguesia para dominar e explorar a classe dos trabalhadores. Para atingir seus objetivos, o marxismo procura levar o proletariado ― principalmente do Terceiro Mundo ― à miséria total (quanto pior melhor), porque somente assim tal miséria coincide com o lado oposto e extremo da contradição capitalista, levando-o à sua destruição final. Karl Marx e Friedrich Nietzsche, na segunda metade do século XIX, declaravam a “morte de Deus”; Feodor Dostoievski, na fábula do Grande Inquisidor, inserida na lenda dos Irmãos Kramazov, escrevia: “se Deus não existe, então tudo é permitido.” Esse pensamento é o adotado pelos marxistas ateus, e aplicado na organização de todas as formas de relações humanas; daí levando o homem ao niilismo. Com base nesse enfoque, os marxistas têm por meta destruir a estrutura em que se assente a sociedade ocidental, e instar o regime comunista, idealizado e proposto por Marx: O homem cuia personalidade foi envolvida pelo “Arquétipo do Velho Sábio”, o dono absoluto da verdade; o homem que destronou todos os deuses de todas as religiões, e se auto-coroou o “único deus”, capaz de misticamente reger os destinos da humanidade. Suas ideias foram adotadas por uma legião de seguidores de todas as nacionalidades, raças e povos do mundo. Cada um deles tem incorporado o “arquétipo do herói” *, o salvador da pátria, disposto a dar a própria vida para implantar, em todas as nações do mundo, ideal do convívio social para o homem, elaborando e proposto pelo “grande messias”; o homem que se “fez” deus, ao mesmo tempo que liquidava todos os deuses: Karl Marx. Caberá ao leitor desta obra tirar suas conclusões. Terá oportunidade de constatar o seu real valor, pela honestidade e precisão das informações sobre a natureza mística da doutrina marxista, e seu emprego na vida pessoal e social do homem. Informações pouco conhecidas sobre a personalidade de Karl Marx, e sua vida familiar são admiravelmente relatadas, assim como a extraordinária influência que o marxismo, em confronto com o Cristianismo, vem exercendo, a partir de meados do século passado, sobre a humanidade. Essa influência continua a atuar profundamente neste final de século.
*
Prevalecendo fundamentalmente o “arquétipo da sombra” (arquétipo da negatividade).
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O autor deste trabalho, professor Villaverde, demonstra que o marxismo, arquetipicamente, tomou a forma de uma pseudo-religião, um pseudocristianismo, que se propôs, conscientemente ou não, a suplantar e substituir o verdadeiro Cristianismo. Por outro lado, o autor destaca o papel da necessidade fundamental da religião na mudança do indivíduo (e, automaticamente, da família, sociedade, nação e mundo), afirmando que a verdadeira revolução do mundo jamais ocorrerá sem a verdadeira revolução do homem. Ao mesmo tempo, essa obra magnífica nos dá novas esperanças e nos preenche um vigoroso entusiasmo, ao desvelar os sinais de um “Cristianismo Universal” ― o Deusismo ― emergindo das cinzas de nossa decadente civilização, como um fênix que iluminará o caminho para o reencontro do Homem com Deus. CESÁRIO MOREY HOSSRI *
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Dr. CESÁRIO MOREY HOSSRI, 65, é membro da comissão examinadora para mestrado e doutorado da Escola Pós-Graduada de Ciências Sociais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo – instituição complementar da USP; pioneiro no estudo, pesquisa e desenvolvimento do Tratamento Autógeno no Brasil; como escritor, publicou tratados e obras originais de caráter internacional na área de Psicologia (Editora “Mestre Jou”); especialista em psicologia da educação, psicólogo clínico e sociólogo. Leciona atualmente na PUCCAMP.
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NOTA SOBRE A NATUREZA HUMANA
Toda corrente filosófica materialista insiste em negar que o homem possua uma natureza original. Dizem que o homem se assemelha a uma folha de papel em branco na qual os objetos exteriores imprimem suas características. Isso significa dizer que o homem é um a mero e total produto do meio social. Não é consciência humana que subjetivamente cria o meio social, que cria a sua consciência. Para fundamentar essa ideia, centenas de textos foram escritos e espelhados por todo o mundo. Gostaria de tecer alguns comentários sobre essa interessante questão, não a título de debater, mas a fim de derramar novas luzes sobre ela. O Deusismo * apresentou uma teoria antropológica que define o ser humano como um ser divino, porém não em pleno estado de aperfeiçoamento. Na Teoria Antropológica Deusista, o homem atual não se encontra em seu estado original. Admitindo Teoria da Queda Humana (um acontecimento primitivo que desligado os seres humanos de seu Criador ― Deus), o Deusismo explica, por esse fato, a existência das guerras e das religiões na história, cuja única finalidade é a de ocasionar o religamento do homem com o seu Criador. Por esse ângulo, a religião é um fenômeno histórico temporário. Ao mesmo tempo, a Teoria da Queda Humana nos fornece a ideia de que a história não teve início de uma forma correta, razão por que as religiões falam em “fim dos tempos” (tempos da ignorância, dos erros e dos sofrimentos humanos). Não se pode negar a atuação do homem sobre a natureza. Tampouco se pode negar a influência da natureza sobre ele. Devemos, portanto, admitir que a sociedade é uma criação humana, uma projeção intelectual e real oriunda da essência do próprio homem. A sociedade, pois, deveria estar no pleno agrado do ser que a criou. Entretanto, isto não ocorre. Por quê?
*
O Deusismo é uma cosmovisão fundamentada nos princípios ético-morais comuns às grandes religiões do mundo, na filosofia idealista-teísta e na ciência do Século XX.
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Em toda a história e em todos os lugares, os homens apresentam certas características comuns, independentemente de fatores externos como cor, raça ou classe, quais sejam: o ser humano busca a verdade, a beleza e a bondade em qualquer parte em qualquer tempo, busca lei, ordem e princípios; busca valores eternos, imutáveis e absolutos; busca a vida eterna, a eterna juventude, a plena verdade, a plena experiência. Em todo tempo e lugar, o homem tem buscado a perfeição das suas obras. Por outro lado ― e é nisso que está o grande paradoxo do comportamento humano ― o homem tem realizado obras absolutamente opostas ao seu desejo. Assim, ele foge da morte indo ao seu encontro (vícios, drogas, etc); foge da guerra, guerreando e aperfeiçoando a guerra (nuclear, química, bacteriológica, etc); foge da impureza, praticando-a (a promiscuidade). Por que isso acontece? Encontramos na Bíblia uma primeira explicação. Certa vez o apóstolo Paulo disse: “Deleito-me na lei de Deus no intimo de meu ser, sinto porém, nos meus membros outra lei do meu espírito e me prende debaixo da lei do pecado. O bem que quero, esse não faço, mas o mal que detesto, esse faço. Ora, se faço o que não quero, não sou eu mesmo que o faço, mas alguma “coisa” que está em mim! Assim, eu, pelo meu espírito, estou sujeito à Lei de Deus, mas pelo meu corpo sou escravo da lei do pecado. Miserável homem que sou, quem me livrará deste estado de morte.” Uma segunda explicação encontramos no pensamento do psiquiatra vienense Sigmund Freud, criador da Psicanálise. Freud apresentou uma teoria chamada “Conflito Intrapsíquico”, na qual demonstrou a existência de um grande conflito no interior da mente humana entre duas forças: uma moral (superego) e uma amoral (id). Segundo Freud, é dessa luta que brotam as neuroses humanas, quanto ao fato da existência desse conflito inferior no ser humano, não há dúvida. A questão que agora se põe é sua origem. Será esse estado natural dos seres humanos, ou esse é uma anomalia originada por algum acontecimento posterior à sua origem? Bem, se esse fosse o estado humano original, não existiriam as religiões e nem todos os movimentos históricos (mesmo a Psicologia e a Psicanálise) voltados para sua eliminação e para a busca do equilíbrio interior do homem ― a paz. As religiões são um fenômeno histórico, que se propõem a eliminar o conflito interior do homem, devolvendo-lhe a paz, o céu, o equilíbrio, o Nirvana, etc. Também as ciências da mente e do corpo têm proposto o mesmo ideal. Numa batalha extraordinária, o homem tem se debatido, ao longo da história, para vencer o mal que lhe massacra, tentando estabelecer o bem geral, mas sem muitos 14
resultados. Tão logo encontra uma solução para um problema, surge-lhe outro, e outros maiores que o anterior. Tem sido assim há seis mil anos. Curiosa e estranhamente apesar de ser assim, os homens têm lutado com desespero para mudar essa situação. Não há paz dentro dos homens; não há paz na sociedade. Entretanto, há na humanidade a esperança do triunfo derradeiro. O homem acredita que vencerá a “força” ou seja lá o que for que o oprime e o escraviza. A luta que se trava no interior da sua mente e se projeta exteriormente nas suas obras (e é quando ele a pode ver), não o agrada; está nele, mas não nasceu com ele. Por isso ele se debate par livrarse dela. Tanto as teorias políticas que tratando da origem política do Estado, quando as religiões, afirmam que o homem já viveu em paz, livre do conflito interior que o atormenta. Nas teorias políticas sustentava-se que o homem vivia na natureza, guiado pela simples lei natural, livre de quaisquer conflitos e dores. Quando, subitamente (sem maiores explicações), desenvolveu-se no interior do homem a tendência para a injustiça e a agressão. Ai se teria iniciado a história da divisão , das classes, das lutas e da miséria humana. Por outro lado, a civilização judaico-cristã apresentou à humanidade uma outra teoria. As narrativas bíblicas contam que há seis mil anos, quando o homem e a mulher (o casal primário ― produto final da evolução humana) haviam sido criados e caminhavam para a maturidade, ao fim da qual seriam unidos por Deus e constituiriam a primeira família, dando início à história humana, ser espiritual chamado Lúcifer interferiu no processo, separando-os do seu criador, induzindo-os a copularem extemporaneamente, para então submetêlo ao seu domínio, educando-os a seu modo. De que forma teria Lúcifer interferido no desenvolvimento do casal primário? O Deusismo concorda com os escritos anteriores ao Novo Testamento, que defenderiam que a Queda humana teria sido um ato sexual extemporâneo. Mas acrescenta que a Queda Humana não teria ocorrido em apenas uma etapa o homem e mulher imaturos. Mas, principalmente, deu-se a queda antinatural entre um ser angélico e a mulher e, posteriormente a queda imatura entre a mulher e o homem.(Gn. 8-13). Se verdadeira essa teoria, deverá existir ainda hoje provas concretas da sua autenticidade, vestígios reais desses tipos de relacionamento antinaturais e imaturos, bem como fatos observáveis quanto ao conflito interior, oriundo da Queda, no homem e na sociedade. Nessa teoria, a mulher teria se relacionado com dois seres de espécies distintas: um anjo e um homem. A genética contemporânea nos comprovou que, cruzando-se duas espécies de vegetais ou animais distintos pode-se 15
perfeitamente obter uma espécie híbrida, que apresenta as características das espécies anteriores que lhe deram origem. Exemplos desse fato são a nectarina (cruzamento do pêssego com ameixa); o tritigal (cruzamento do trigo com centeio); o muar (cruzamento do jumento com a égua). Com relação ao homem, o mulato (produto do branco com o negro) é também um elemento híbrido dentro da espécie humana. O filho é produto da fusão paimãe, sendo, em si mesmo, substancialmente constituído dessa natureza dual (os gens masculinos fundem-se com os gens femininos, originando uma terceira qualidade de gens híbridos). Admitindo-se a dualidade espírito-matéria dos seres humanos, não haveria implicações hereditárias *, também espirituais no cruzamento do homem e a mulher? Logicamente, sim. O filho é produto integral dos pais, tanto espirituais quanto materialmente. Ocorre, porém, que a Queda Humana não foi apenas humana. Um terceiro personagem teve íntima participação nela ― um anjo (ser espiritual antropomorfo). A bíblia afirma que a mulher “provou do fruto do arcanjo Lúcifer” primeiro, e deu do fruto ao homem depois. Se há implicações hereditárias também espirituais, seria lógico admitir que os descendentes humanos, desse “ato-a-três”, apresentassem os vestígios dessa herança “genética” espiritual e desse comportamento social antinatural. Tem sido evidente que a essência dos problemas humanos está diretamente relacionada com a questão da sexualidade. Um estado sociológico nesse campo pode nos fornecer dados extraordinários para a argumentação. As teorias de Freud vêm corroborar essa tese. Para Feud, a raiz dos problemas sociais estavam na sexualidade e no conflito intrapsíquico existente no homem. Trata-se, pois, de um conflito real, travando no plano no psicológico da raça humana. De outro lado , ao observarmos o comportamento sexual do homem, podemos perceber claramente os vestígios chocantes dos relacionamentos antinaturais e imaturos ocorridos no ato da Queda. Vemos relacionamento entre homemhomem, mulher-mulher, homem-animal, adulto-criança, etc. mais modernamente, tornou-se claro o relacionamento entre sexo-violência, sexo terror e sexo-horror. Quanto aos relacionamentos imaturos, bastaria citar o
*
O hinduísmo afirma que o espírito humano é constituído de energia espiritual. Isso nos possibilita falar em genética espiritual, e considerarmos a fusão espiritual, não apenas como complementariedade, mas sim, como fusão real, haja vista que se dá entre corpos constituídos de uma mesma substância amorfa e transmutável.
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casamento indiano aos trezes anos, os casamentos interioranos aos onze ou doze anos, o fenômeno da pederastia, a prostituição infantil, etc. O Existencialismo é uma escola filosófica caracterizada por uma preocupação central com a angústia e o desespero humanos. Os existencialistas entregaram-se à busca da compreensão da natureza humana e dos problemas humanos, bem como à busca de soluções. Entretanto, todas as suas explicações e soluções foram parciais, porque o existencialismos não considerou o fato da Queda Humana. Conseqüentemente, amais compreenderam a causa real da miséria humana. De modo semelhante, a psicologia e a psicanálise vem se debatendo na mesma busca há décadas. Lamentavelmente, enquanto por um lado anunciam progressos, por outro, ansiedade e angústia crescem de modo inexorável. É real o fato do conflito intrapsíquico humano. Há n a natureza humana uma batalha entre duas vontades opostas (herdadas respectivamente de Lúcifer e Adão). Uma, revela-se nociva ao homem e atenta constantemente contra a sua própria existência. A outra é benéfica, a luta para az sua sobrevivência. Enquanto uma vontade o induz a destruir a natureza, a outra o induza defendê-la. E surge a exploração devastadora e a ecologia, a paz e guerra, o egoísmo e o altruísmo. Poderíamos nos reportar aos primórdios da história humana (uma história que teve início de uma forma pervertida) e encontraremos os primeiros frutos da Queda, representados, figurativamente, por Caim e Abel. Neles veremos os inícios do choque entre as duas naturezas humanas opostas. Veremos no Abel o lado manso e bondoso; e no Caim, o lado agressivo e perverso. Séculos adiante, ainda na mesma região (Mesopotâmia), veremos as raças descendentes de ambos, representadas pelos caldeus pacíficos, e pelos assírios agressivos. Desceremos ao longo de todo o rio da história e observaremos a extensão do mesmo conflito. Chegaremos a Grécia com o mito dos irmãos Etéocles e Polinise, com as cidades de Atenas e Esparta. Em Roma encontraremos o mito dos irmãos Rômulo e Remo, e as cidades de Roma e Cartago. Encontraremos os filósofos idealistas e os materialistas, os lógicos e os crentes e os ateus ... Enfim, chegaremos dentro da nossa própria casa e encontraremos em nossa família Caim e Abel lutando sem perceberem, esgotados e à beira da mutua destruição. Olhamos para o mundo atual e nos deparamos com Caim e Abel representados por dois blocos do mundo ― o bloco soviético e o bloco norte-americano ― lutando a um passo da destruição recíproca. Completamente cegos para os verdadeiros sentidos da existência, cansados 17
fracassados, ameaçados, desmoralização, cheios de orgulho e ainda esbravejando um contra o outro; um culpando o outro pela miséria dos dois ... Suas vozes soam fortes, mas os seus olhos se desviam da realidade de seus mundos. Algo está errado. Tanto esforço, tantas guerras, tantas mortes ... Para nada! Enganaram-se reciprocamente, ou foram ambos enganados por um terceiro elemento oculto? Onde estão os louros das vitórias conquistadas? O lado Caim e Abel falaram de paz por milênios. Pela paz guerrearam e sofreram. Ao termino da longa jornada, apenas uma tensão: vêem apontados sobre as suas cabeças armas terríveis, que poderão destruir tudo pelo que lutaram por toada a História. Afinal, o que estou querendo dizer? Quero dizer simplesmente que não elaboro este trabalho pretendendo agredir os comunistas ou os democratas quero dizer que, ao longo da história, os homens se amaram e se mataram, enganaram e foram enganados, prostituíram e foram prostituídos, roubaram e foram roubados. Os fenômenos do nosso século não são novos. Os mesmos vícios e maus costumes, o mesmo comportamento agressivo e imoral; os mesmo anseios interiores do passado estão presentes, o assassino, o mentiroso, o ladrão e o homossexual datam, dos primórdios da história do homem, porque esses traços de seu comportamento são reflexos visíveis de sua natureza pervertida pela Queda. Os comunistas e os democratas sempre existiram, mas com outros nomes. O que presenciamos hoje na Terra nada mais representa do que o estágio mais avançado de uma luta que teve início há seis mil anos atrás. Não entre os homens ― são os instrumentos e o prêmio da luta ― mas entre duas forças ainda incompreensíveis para ao homem atual. Uma força que se utiliza da paz de verdade e do amor, como arma contra uma outra que se utiliza da guerra, da mentira e do ódio. Arnold Toynbee, o grande historiador do século XX em sua extraordinária obra Um Estudo da História ( A Study of History), que engloba o estudo das 23 civilizações existentes nesses 6.000 anos da história, com doze volumes escritos em quase 30 anos, viu a religião como a mais poderosa força da história humana. Estará ele enganado? Ambas, a mansidão e agressão são traços históricos da natureza humana. Mas ambos não são originais, pois um deles produz apenas devastação e dor, enquanto a natureza humana original busca apenas construção e prazer. O escritor José Alberto Gueiros, no seu interessante estudo intitulando O Diabo Sem Preconceito, expôs um curioso trecho: “Modernamente, os adeptos da teoria do Inconsciente Coletivo entraram numa revolucionária interpretação das teses de Carl Jung. 18
Segundo Beatrice Mahler, da Universidade de Colúmbia, o cérebro humano está preparando para receber do exterior não apenas os impulsos sensoriais conhecidos (cheiro, cores, sons, formas, etc), mas também certos estados especiais, como o transe hipnótico, impulsos gestálticos que propiciam a existência de uma consciência marginal. Nestes casos o cérebro humano será governado de fora , o córtex receberia ordens de fora e assim, o paciente estaria agindo por “controle remoto”, manobrando por uma entidade exterior que poderia modificar os elementos fundamentais da sua razão e induzi-lo a praticar atos involuntários estranhos, falar línguas estrangeiras, apresentar força sobre-humana, etc. Essa entidade exterior que atua sobre um cérebro (mente) ou vários cérebros de uma comunidade, em momentos especiais, à maneira de um inconsciente coletivo, poderia ser chamada Satanás. O fenômeno das “epidemias” sociais do tipo Hitler e o nazismo, Khomeíne e os muçulmanos do Irã; os iluministas e os revolucionários franceses; quando um líder leva um povo inteiro a praticar atrocidades, cegamente, estaria dentro desta tese de Beatrice Mahler.” Não poderíamos estar observando um desses fenômenos, nos nossos dias, nas revoluções comunistas? A humanidade atual está atravessando um dos seus mais críticos períodos. O sofrimento está presente a cada instante, em cada recanto da Terra. Centenas de milhões de seres humanos no mundo comunista estão sob intenso sofrimento material e espiritual. De igual modo, outras centenas de milhões se encontram no mesmo estado no mundo livre. No atual estágio da história, obrigatoriamente haveria de aparecer os representantes mundiais de Caim e Abel. No passado eles foram chamados de assírios e caldeus, babilônicos e judeus, romanos e cristãos, em tempos mais recentes eles apareceram com nomes de italianos e alemães (católicos e protestantes), franceses e ingleses (iluministas e puritanos), russos e americanos (ateus e crentes). Não parecem ter muita importância os apelidos como os Cains e Abéis têm sido chamados. O que importa é o fato da sua existência real através da história. Tal fato constitui uma lei objetiva que atua na história e que o Deusismo chama de Lei da Separação. A teoria Deusista da história demonstra que a história humana é a história da luta entre o Bem e o Mal, e que a meta final da história é a vitória do Bem, porque tal é a vontade de Deus e do Homem. O fenômeno do comunismo apareceu na história como uma conseqüência inevitável da natureza do homem decaído. Internamente dividida e conflitada, a sociedade humana é um efeito-reflexo do estado da 19
luta contraditória e paradoxal, existente na mente do homem. O conflito intrapsíquico é um fato científico. O comportamento paradoxal, antinatural (que atenta contra a existência da própria raça humana) é real e cada homem pode constatá-lo fora ou dentro de si mesmo. Aí está a sociedade humana estruturada pelas mãos do homem; porém, numa forma que ele próprio abomina. Enfim, o fenômeno está aí no corpo da história e no corpo do homem. Onde e quando pois, ele teve origem? Como dissemos nas primeiras linhas desse texto, as teorias políticas apresentam o fenômeno ― o comportamento paradoxal do homem ―, mas nada dizem sobre a sua causa ou o seu tempo de origem. Por outro lado, as teorias da Cosmovisão Deusista fornecem explicações coerentes e constatáveis na antropologia, na história, na sociologia e na psicanálise que, se não cabais, pelo menos sugestivas à lógica e ao intelecto. Razão por que as utilizo aqui. O comportamento comunista atual são os traços visíveis do conflito que se tem travado na mente humana há seis mil anos. O mundo dividido e conflitado é uma conseqüência da Queda Humana, mas indesejável pelo homem, pois conduz à auto-destruição. Quem, então, seriam nossos inimigos? Seriam os seres humanos os inimigos uns dos outros, ou estamos no mesmo barco, naufragando juntos, sob a força arrasadora de um impiedoso inimigo? Este trabalho sobre a natureza mística do Marxismo visa derramar alguma luz sobre essa questão fundamental, acender o questionamento e a pesquisa. Talvez o homem não seja o seu próprio inimigo. Se assim for, deveríamos nos abraçar, somar nossas forças, nos aproximar (uma corda de mil fios é, praticamente, indestrutível à mão livre). Comunistas e democratas, Caim e Abel, em união de mente e coração, guerreando lado a lado contra o inimigo comum. Quando Caim e Abel ― comunistas e democratas ― de mãos dadas, reescreverem a história de Esaú e Jacó em pleno século XX, sem dúvida essas serão as verdadeiras sementes da prosperidade e da paz mundial.
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INTRODUÇÃO
Ao longo de toda a história caciques, reis e imperadores e faraós sempre declararam a origem divina de seu poder e de sua posição privilegiada, mesmo que a história das sucessões esteja quase sempre banhada em sangue, não raro, de filho pasi contra filhos e irmãos contra irmãos. Mas declarar a origem divina de sua posição nunca foi o suficiente para os grandes e cruéis tiranos. E eles se autoproclaram filhos dos deuses. E foram lém, declarando-se o próprio Deus; não, visto como o Pai de amor e justiça, dos cristãos, mas como um dono absoluto de tudo, inclusive da vida de seus súditos. Até a Revolução Francesa os tiranos cruéis haviam assassinado cerca de 132 milhões de seres humanos. Os tiranos revolucionários esquerdistas quase dobraram etse número: assassinaram perto de 232 milhões de seres humanos! Por que tanta violência? A Revolução Francesa tinha como meta central descristianizar a França. Cerca de 30 mil padres e freiras foram mortos. Que Robespierre, o líder da Revolução Francesa, era ateísta e defendia o terror-virtude (despertar a virtude por meio do terror) todos sabem. O que poucos sabem é que Robespierre criou uma espécie “religião” ateísta-humanista onde ele próprio se colocou como objeto central de culto e adoração. Chegou a realizar espetáculos públicos nos quais, elevando-se por meio de um elevador ruidimentar, ele emergia no allto diante das multidões. Os ideais da Revolução Francesa morreram em 1804 com a autocoroação de Napoleão Bonaparte (1768-1821). E Napoleão decidiu conquistar o mundo. E vieram as guerras napoleônicas que espalharam o terror na Europa e matavam 30 muil soldados por mês, sem contar as incontáveis vítimas inocentes. Napoleão foi um revolucionário e participou da Revoluçao Frencesa, cujo 21
ideal supremo era a derruibada da monarquia e o estabelecimento da república democrática. Todavia, como era um ateu mentiroso, extinguiu a democracia e se autocoroou imperador já em 1804. Napoleão costumava se comparar ao imperador Carlos Magno, odiava os negros (matou cerca de 100 mil negros no Haiti) e decapitava os prisioneiros. Mesmo assim ainda hoje é aplaudido como herói francês e tem mais de 100 biografias (Cf. Os Crimes de Napoleão. Claude Ribbe. Record, 2008). Comentando os crimes de Napoleão Ribbe escreveu: “150 anos antes do holocausto nazista Napoleão Bonaparte utilizou câmaras de gás embrionárias para exterminar a população civil das Antilhas, criou campos de concentração na Córsega e em Alba, e restabeleceu o tráfico de escravos e a tortura, provocando a morte de 100.000 (cem mil) africanos nas colônias francesas, atrocidades copiadas por Adolph Hitler.” Napoleão inspirou Hitler e o nazismo. Hitler e o nazismo provocaram a II Guerra Mundial, que massacrou cerca de 50 milhões de sers humanos. As relações entre o ocultismo e o nazismo já est bem documentadas e são conhecidas (Cf. Reich Oculto. J.H. Brennam, Madras, 2007; Os Segredos do Nazismo. Sérgio Pereira Couto. Universo dos Livros, 2008. A Lança Sagrada de Hitler. Universo dos Livros, 2008). E mais uma vez o ateísmo ocultista esteve de braços dados com a crueldade desumana e o genocídio. E a história do democidio prosseguiu. com os revolucionários comunistas, filhos dos revolucionários franceses. Claude Henri de Saint-Simon (1760-1825), um dos filósofos prediletos de Marx, defendeu a necessidade de uma nova ideologia que suplantasse os ensinamentos escolásticos cristãos de sua época. Este novo sistema de pensamento deveria ser científico, abrangente e completamente baseado na razão e na objetividade. Sobre esse novo sistema ideológico levantar-se-ia uma Nova Religião da Humanidade que mudaria a mentalidade humana, adaptando-a aos seus novos objetivos. Saint-Simon diza que somente essa Nova Religião poderia criar a sociedade do futuro governada por homens de intelecto superior. Auguste Comte criou a nova “religião” desejada pelos pensadores ateístas, concreizando-a na “igreja” positivista. Por fim veeio Lênin e estabeleceu a a nova “religião” e a nova “igreja” ateístas. Os resultados de 70 anos de prática da nova “religião” estão registrados na obra O Livro Negro do Comunismo. Repressão, crimes e terror (Stéphane Curtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczikowisk, Karel Bartoseek e Jean-Louis Margolin. Editora Bertrand Russel, 2005. 917 páginas). Os autores resumiram as 917 páginas do livro nos seguintes termos: 22
“Outubro de 1917: o golpe de estado bolchevique significou bem mais do que a queda do czarismo e a subida ao poder de um grupo de políticos idealistas. A revolução liderada por Lenin tornou-se o ícone que representaria o começo de uma nova era para a humanidade, anunciando uma sociedade mais justa e um homem mais consciente de sua relação com seu semelhante. Novembro de 1989: a queda do Muro de Berlim e a consequente abertura dos arquivos dos países comunistas apareceram para o mundo como a derrocada final do sonho comunista. O Livro Negro do Comunismo traz a público o salto estarrecedor de mais de sete décadas de história de regimes comunistas: massacres em larga escala, deportações de populações inteiras para regiões sem a mínima condição de sobrevivência, expurgos assassinos liquidando qualquer esboço de oposição, fome e miséria provocadas que dizimaram indistintamente milhões de pessoas, enfim, a aniquilação de homens, mulheres, crianças, soldados, camponeses, religiosos, presos políticos e todos aqueles que, pelas mais diversas razões, se encontraram no caminho de implantação do que, paradoxalmente, nascera como promessa de redenção e esperança. Os autores, historiadores que permanecem ou estiveram ligados à esquerda, não hesitam em usar a palavra genocídio, pois foram cerca de 100 milhões de mortos! Esse número assustador ultrapassa amplamente, por exemplo, o numero de vítimas do nazismo e até mesmo o das duas guerras mundiais somadas. Genocídio, holocausto, portanto, confirmado pelos vários relatos de sobreviventes e, principalmente, pelas revelações dos arquivos comunistas hoje acessíveis. O terror — o terror vermelho — foi o principal instrumento utilizado pelos comunistas tanto para a tomada do poder quanto para a sua manutenção, e também por grupos de oposição e o terrorismo de Estado, com frequência praticados contra o seu próprio povo, são as grandes características d comunismo no século XX. Obstinados, pragmáticos e carismáticos, os lideres comunistas que guiaram o mundo a seu destino inelutável, têm revelada a sua face sombria: Lenin, Stalin, Mao Tse Tung, Pol Pot, Ho Chi Minh, Fidel Castro e muitos outros tornam-se os responsáveis diretos pelas atrocidades cometidas em nome do ideal comunista. Sob seus olhares, os “obstáculos” — qualquer homem, cidade ou povo — foram sendo exterminados com violência e brutalidade. O Livro Negro Comunista não quer justificar nem encontrar causas para tais atrocidades. Tampouco pretende ser mais um capítulo na polêmica entre esquerda e direita, discutindo fundamentos ou teorias marxistas. Trata-se, sobretudo, de dar nome e voz às vítimas e a seus algozes. Muitas vitimas ocultas por demasiado tempo sob a máquina de propaganda dos Partidos 23
Comunistas espalhados pelo mundo. Algozes, muitas vezes, festejados e recebidos com toda a pompa pelas democracias ocidentais. Todos que de algum modo tornaram parte da aventura comunista neste século estão, doravante, obrigados a rever as suas certezas e as suas convicções. Encontra-se, assim, uma das principais virtudes deste livro: à luz dos fatos aqui revelados, o terror vermelho deve estar presente na consciência dos que ainda creem em algum futuro para o comunismo. Como um ideal de emancipação e de fraternidade universal pode ter-se transformado, na manhã seguinte ao Outubro de 1917, numa doutrina de onipotência do Estado, praticando a aniquilação sistemática de grupos sociais ou nacionais inteiros, recorrendo às deportações em massa e, com demasiada frequência, aos massacres gigantescos? O véu da negação pode enfim ser completamente destruído. A rejeição do comunismo pela maioria dos povos em questão, a abertura de inúmeros arquivos que ainda ontem eram secretos, a multiplicação de testemunhos e contatos trazem o foco para o que amanhã será uma evidência: os países comunistas tiveram maior êxito no cultivo de campos de concentração do que nos do trigo; eles produziram mais cadáveres do que bens de consumo. Uma equipe de historiadores e de universitários assumiu o empreendimento — em cada um dos continentes e dos países envolvidos — de fazer o balanço mais completo possível dos crimes cometidos sob a bandeira do comunismo: os locais, as datas, os fatos, os carrascos, as vitimas contadas às dezenas de milhões na URSS e na China, e aos milhões em pequenos países como a Coréia do Norte e o Camboja.” O Livro Negro do Comunismo fala de 100 milhões de vítimas do comunismo. Masainda em 1978 a revista francesa Le Fígaro já falava estimava o genocídio em 150 milhões de vítimas (Cf. O custo humano do comunismo. Le Figaro. Edição de 18 de novembro de 1978). Por sua vez, Rudolph Joseph Rummel, professor de Ciências Políticas da Universidade do Hawaid, USA, em seu livro Statistics and Democide (Estatística e Democídio), baseado em um munucioso estudo históricio-estatístico sobre o democídio na história (o genocídio dos governos tiranos contra seus próprios povos) escreveu: “Do século II a.C., até o final do século XIX os governos tiranos assassinaram cerca de 130 milhões de pessoas. Inspirados pela Revolução Francesa de 1789 os governos revolucionários esquerdistas já assassinaram cerca de 232 milhões de seres humanos. E continuam matando. Como explicar que por trás das promessas de paz, terra, pão, trabalgo, justiça e liberade, dos movimentos ateístas existisse tamanha 24
mentira e cruldade? Não se pode explicar tanta maldade sem falar em ateísmo e satanismo, assim como não se pode explicar a bondade e o amor sacrifical de Jesus, dos mártires, dos padres e das freiras cristãos sem falar de fé e Deusismo. O amor dos verdadeiros cristãos certamente veio de Deus, e o ódio dos ateístas? De onde veio? Responder a essa pergunta é o objetivo deste livro. O autor observa que ninguém conhecerá o marxismo se não conhecer o caráter do seu criador, Karl Marx (ou alguma força perversa por trás dele). A obra de um autor sempre foi um reflexo de si mesmo, de sua natureza mais íntima. Afinal, o que é o marxismo? Que tão profundo mistério carrega ele em suas entranhas capaz de levar milhões de homens, mulheres, jovens e até crianças a sacrificarem suas vidas, movidos por uma utopia e um ressentimento aleatórios pelos mais ricos, poderosos e religiosos? Seriam todos os empresários e todos os religiosos tão culpados a ponto de terem sido julgados e sentenciados à morte sem nem ao menos saberem, ou será que a humanidade mais uma vez, encoberta pela névoa da ignorância e da dor, no afã de alívio, envolveu-se em mais um daqueles acontecimentos bárbaros, em que tão triste e paradoxalmente tem estado envolvida desde o alvorecer da sua história? Fiz essas indagações a mim mesmo, muitas vezes sem resposta alguma. Conheci uma face do marxismo nos tempos em que cursava a faculdade de economia na Universidade Federal de Pernambuco. Conheci as leis da Dialética e os ideais do Marxismo; conheci a Teologia da Libertação e a sua salvação pela violência ... Sim, conheci mas nada compreendi. Parece-me hoje que aquelas ideias exerciam sobre mim um estranho fascínio que me levava a buscá-las e a compreendê-las. Mas, incrivelmente, elas pareciam fugir de mim! Creio que alguma coisa afastoume daquelas ideias. Diria mesmo que “alguma coisa” me livrou do marxismo. Hoje compreendo-o bem. Por esse motivo dispus-me a elaborar este trabalho. Ao longo destas páginas, o leitor algumas vezes se surpreenderá. Outras vezes, poderá até mesmo experimentar sentimento de medo ante a face real do marxismo. Mais ainda se surpreenderá ao perceber o intricado jogo de ideias e emoções que se esconde por trás das palavras do marxismo, e que são a causa última da sua atração e expansão mundial. Duvidará que Karl Marx tenha podido elaborar sozinho tal sistema de pensamento, imbuído de nobres intenções e baseado apenas em sua inteligência; que o marxismo apresenta-se como um jogo de promessas de esperança e felicidade e, bem mais que um sistema filosófico, assemelha-se a uma religião. Uma pseudo-religião, com a força de uma religião mais poderosa que o Cristianismo, razão por que o tem confrontado em todo o mundo. 25
Notamos que a revolta marxista é muito mais contra a ideia da existência de Deus, do que contra a mística propriamente dita. Haja vista que o marxismo possui uma índole profundamente mística. O marxismo se dispôs contra toda fé em deuses e religiões, mas particularmente, o ataque central é desferido contra o Cristianismo. Saberemos a razão disso neste livro. Há também um incisivo ataque à filosofia idealista alemã, em virtude, principalmente, da filosofia de Fitche, Schelling, Kant e Hegel. Este livro certamente não será uma leitura comum. Creio mesmo que poderá ser uma obra pioneira em alguns aspectos do conteúdo. Durante sua leitura, o leitor encontrará diversas menções à pequena obra do Pastor Richard Wurmbrand Seria Karl Marx um Satanista? * Li e considerei essa obra importante e esclarecdora, porém, um tanto misteriosa pela visão evangélica do Pastor Wurmbrand . Convém notar aqui que as visões teístas atuais mostraram-se historicamente impotentes e incapazes de conter, contrapropor e derrotar o Marxismo, enquanto modo de pensar e de viver. Creio e ressalto porém, que o Cristianismo possui em seu bojo, em latência, as ideias-chaves capazes de verdadeiramente contrapropor e suplantar o Marxismo.Não do modo como atualmente é interpretado e estudado (está provado que nas formas atuais, o Cristianismo tem sido abalado pelo Marxismo. A Teologia da Libertação é o mais gritante exemplo desse fato). O Padre Polonês Dr. Miguel Poradowski, Doutorado em Teologia, Sociologia e Direito em Varsóvia e Roma, professor das Universidades de Valparaíso e Santiago, no Chile, em sua pequena obra: A Gradual Marxistização da Teologia (edições Fortaleza ― 1975), deixa claro o fenômeno da fraqueza da Teologia atual. Mostra o padre Miguel como gradualmente, de forma sutil e sem esforço, os comunistas conseguiram se infiltrar e substituir nos estudos teológicos dos seminários, conventos e faculdades, o elemento teológico pelo elemento marxista ateu. Essa é atualmente uma das mais estranhas e chocantes aberrações do século XX. A TFP ― Sociedade Brasileira para a Defesa da Tradição, Família e Propriedade ― fundada pelo professor Plínio Correia de Oliveira em 1960, com a finalidade de combater o que ele chamou de “progresso esquerdista”, que começava a surgir nos meios católicos ― numa volumosa e excelente obra intitulada As Cebs... Das quais muito se fala, pouco se conhece. A TFP as descreve como são. (Editora Vera Cruz ― 1983), da autoria do Professor Plínio Correia de Oliveira, Gustavo Antônio e Luiz Sérgio Solimeo, analisa
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Todas as citações à obra do Pastor Wurmbrand serão indicadas por dois asteriscos (**).
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e denuncia em detalhes o extraordinário equívoco que alguns setores da igreja cristã vem levando acabo, no seio das famílias, através das chamadas “Comunidades Eclesiais de Base ― Cebs”, que através de uma doutrina marxista vem minando a fé e a ingenuidade pueril da América Latina inteira e, especialmente do Brasil. Esses comentários servem apenas para evidenciar a debilidade da visão do Cristianismo atual frente ao marxismo. Alexandre Soljenítsin afirmou que o “marxismo está condenado a jamais derrotar o Cristianismo.” Diríamos porém, outra coisa, e de outra forma: “o ateísmo está condenado a jamais derrotar a fé.” Por quê? Porque a fé é um impulso espontâneo da natureza espiritual do homem. Mesmo em plena ignorância, os selvagens cultivam atividades místicas. De igual modo, mesmo completamente oprimida, perseguida e proibida, a natureza mística do homem florescerá impreterivelmente. Provando essa assertiva, o Governo Soviético divulgou, no mês de outubro de 1984, artigo sobre o crescimento da fé entre a juventude soviética, e propôs a adoção de novas e mais eficazes medidas no sentido de propagar o ateísmo e combater a religião. Tal fato ocorreu, note bem, 67 anos após a religião ter sido proibida na União Soviética. È certo que jamais a fé será derrotada, mas as religiões, envoltas em tão grossas camadas de dogmas e mistérios, já estão derrotadas. A menos que o mundo livre encontre uma ideologia teísta, lógica, com base científica atual e a implante na educação geral, o marxismo não poderá ser detido. Não poderá? Corrigimos: ele já está sendo detido. Os comunistas dizem que o mundo ocidental não encontrará, a tempo, uma ideologia alternativa superior ao marxismo. Por isso, todo o mundo cairá em suas mãos como um fruto maduro. Lamentamos informar àqueles que por acaso lerem este livro, que o mundo livre já possui esta ideologia e que, em definitivo o marxismo está ideologicamente suplantado pelo Deusismo! Marxistas ou não marxistas, todos os homens são seres espirituais e possuidores de uma natureza mística original. Por esse motivo, o Deusismo está rapidamente se expandindo pelo mundo, porque vai ao encontro da natureza originalmente mística do homem ansioso do século XX, ofertandolhe aquilo que constitui o seu desejo fundamental: a alegria integral ― do corpo e do espírito ― através do amor, da verdade e da paz. Para finalizar essa breve introdução, gostaria de expressar nossas sinceras desculpas por algum desagrado, e dizer que nossa intenção não foi produzir um masterpiece da literatura intelectual, nem esgotar o tema, mas simplesmente desnudar e apontar o veio real de onde brota a força intelectual e emocional do marxismo, e trazer à luz a sua natureza mística. Léo Villaverde 27
São Paulo, 1986
..”. Numa era sem fé, o comunismo emergiu como uma poderosa anti-fé, a qual torna irrelevante o nosso quadro de referência habitual. Ele não pode ser derrotado militarmente, nem seus seguidores podem ser induzidos a abandoná-lo. O comunismo somente pode ser derrotado por uma maneira: sendo confrontado com uma ideia melhor....” David Sutter Jornalista
“Há hoje no mundo dois grandes povos: o russo e o angloamericano. O primeiro conquista pela espada, nega a liberdade e concentra em um só homem todo o poder. O segundo conquista pelo arado, respeita a liberdade e descentraliza o poder. Contudo, ambos parecem ter, por desígnio da Providência, os destinos das duas metades do mundo em suas mãos.” 28
Aléxis de Tocqueville Historiador ― 1835
PARTE I MARX, O HOMEM E O MÍSTICO
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Capítulo 1
A V IDA D E K ARL MARX E A PISICOLOGIA MODERNA
A vida familiar de Marx Marx nasceu no dia 5 de maio de 1818, numa província chamada Trier , na Alemanha Renana. Foi o segundo filho de uma família judia. Seus pais chamavam-se Heinrich Marx, advogado, e Henriette Pressburg, filha de rabinos judeus. Naturalmente, ambos foram praticantes do judaísmo por quase toda as vidas. Devido a uma ordem que proibia aos judeus a participação na vida pública, o pai de Marx se converteu ao Cristianismo em 1816; em 1824, converteu ao Cristianismo seus sete filhos. Heinrich Marx tinha nessa época 56 anos e Karl Marx, apenas 6 anos. A mãe de Marx relutou em aceitar o Cristianismo e retornou ao judaísmo em 1825, após a morte de Heinrich Marx. Certa vez Freud contou uma das recordações de infância sobre um acontecimento ocorrido com seu pai. Disse-lhe seu pai: “Quando eu era jovem, passeava um sábado pelas ruas da minha cidade natal, bem vestido e com um chapéu de pele novo. Veio um Cristão,
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jogou o meu chapéu na lama e gritou: “judeu, desça da escada” ― E o que o senhor fez? perguntou-lhe Freud. “Desci e apanhei meu chapéu.” Esta foi a resposta. Por que citei este acontecimento da vida de Freud? Porque ele teve? Porque ele teve um impacto profundamente significativo na personalidade de Freud. Para ele, seu pai era um símbolo da covardia e da vergonha. Hoje sabemos da importância que os acontecimentos da infância têm sobre o homem na sua vida adulta. A professora doutora Mariana Augusto, diretora do curso de pósgraduação da Escola Superior de Medicina de São Paulo, numa palestra por mim assistida em 1984, enfatizou que: “É durante os três primeiros anos de vida que se formam os elementos básicos que nortearão o caráter e a personalidade do homem durante todo o resto de sua vida”*. Cremos que, do mesmo modo que Freud, decepcionado com a covardia do gesto de seu pai judeu ante um cristão, Marx também reteve em si traços dos seus primeiros anos de vida em que seu pai, judeu recémconvertido ao Cristianismo, era rejeitado pelos judeus com um apóstata e pelos cristãos como um judeu (para o leitor ter uma ideia de como os judeus eram mal vistos pelos cristãos, principalmente da Alemanha, basta recordar o ressentimento que Hitler despertou no poço alemão na época da Segunda Guerra, Imagine o leitor como eram vistos os judeus por volta de 1830 na Alemanha protestante). Outrossim, devemos observar que, dentro de sua própria casa, Marx deve ter presenciado e ouvido atritos entre seu pai e sua mãe com respeito à sua conversão interesseira ao Cristianismo. Atitude que ela nunca aceitou. Provavelmente, em virtude de sua formação judaica e à sua posição feminina à época desses acontecimentos, Henriette não pôde se opor a impedir que Heinrich Marx levasse consigo para o Cristianismo todos os seus sete filhos. Essa repulsa da mãe de Marx pelo Cristianismo é confirmada pela sua volta imediata ao judaísmo após a morte de Heinrich. Naturalmente ela desejava levar consigo, outra vez de volta para o judaísmo, todos os seus filhos. Parece no entanto, não o ter conseguido, pelo menos com Marx. O jovem cristão Karl Marx
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A psicologia infantil atual ratifica esse ponto de vista.
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Quando ainda adolescente Marx foi um cristão, como podemos observar na sua primeira obra União dos Fiéis com Cristo: “Através do amor de Cristo, voltamos nossos corações ao mesmo tempo para nosso irmãos que intimamente são ligados a nós e pelos quais Ele deu-se a Si mesmo em sacrifício. A União com Cristo pode da dignidade interior, conforto na tristeza, tranqüila confiança e um coração susceptível ao amor humano, a tudo que é nobre e grande, não por causa da ambição e glória, mas somente por causa de Cristo.” (Marx e Engls, Obras Escolhidas, 1º vol. International Publishers. New York, 1979)**. Em seu “Exame de Admissão ao Ginásio” Marx escreveu: “O homem, o único ser que não atingiu a sua finalidade; o único membro de toda a criação que é indigno do que Deus criou. Mas o Criador benigno não poderia odiar seu trabalho; Ele queria erguer o homem até Ele, e enviou Seu Filho, através do qual proclamou: “Agora estais purificados pela palavra que vos anunciei.. Assim quando em união com Cristo, um sol mais belo nos apareceu, quando sentimos toda nossa iniqüidade, mas ao mesmo tempo, sentimos regozijo por nossa redenção, podemos pela primeira vez amar a Deus que apareceu previamente e nos ofereceu direção e aparece agora como Pai bondoso; como um professor gentil.” Em sua tese doutoral escreveu Considerações de um Jovem na Escolha de sua Carreira: “A própria religião nos ensina que o Ideal que todos lutam para alcançar, sacrificou a Si mesmo pela humanidade, e quem ousará contradizer tal afirmação? Se escolhemos a posição na qual podemos realizar o máximo por Ele, então não poderemos nunca ser esmagados pelas responsabilidades, porque elas são apenas sacrifícios feitos em favor de todos.” Vemos dessa forma que Marx nos seus anos de adolescência foi um cristão. Sua fé e seu amor por Jesus Cristo revelado nesses trechos escritos por ele, dão-nos prova de seu apreço pelo Cristianismo e seus ensinamentos altruístas. Podemos notar também nestes textos o fato de que Marx, ainda jovem e cristão, já revelava uma vocação literária que mais tarde produziria os três componentes do marxismo, que analisaremos mais adiante dentro do enfoque que interessa a esta obra.
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Será que Marx sentia orgulho de sua família? Será que ele recordava do pai sem pensar na sua atitude volúvel ante a fé, e nas palavras e atitudes da sua mãe com relação a tudo o que o seu pai era e fazia? Essas amargas lembranças jamais abandonaram Marx, e ele as expressa claramente quando refere-se a seus parentes como veremos mais adiante. Marx conhecia bem o Cristianismo. Ao terminar o ginásio, como está no “Arquivo para a história do socialismo e do movimento dos trabalhadores da Alemanha”, algumas anotações no seu certificado ginasial feitas pela direção da instituição de ensino “Sobre conhecimento religioso: seu conhecimento da fé e moral cristãs é bastante claro e bem fundamentado. Até certo ponto, conhece também a história da igreja cristã.” Cremos já ter demonstrado que Marx antes de se tornar ateu, foi um cristão.
A psicologia e o papel da família Vejamos agora alguma das opiniões da psicologia e da psicanálise moderna quanto às influências da família no comportamento. Psicólogos e psicanalistas (tanto ortodoxos quanto aqueles que reconhecem a força das condições culturais na formação do caráter), afirmam que todas as crenças, ações e emoções manifestadas na vida adulta das pessoas têm suas raízes na infância. Até mesmo os adeptos da teoria pavloviana dos reflexos condicionados, e outros estudiosos do processo de aprendizagem e socialização, costumam buscar explicações para o comportamento adulto nos anos mais próximos do nascimento. Todos concordam em que, sem dúvida, certas experiências negativas ou positivas e suas conseqüências no mecanismo mental e emocional da criança são determinantes para a futura formação e integração da personalidade. Este processo pode ocorrer de modo suave e harmonioso ― que seria o natural ― ou de modo brusco, marcado por uma forma incomum de a criança responder às exigências do meio físico social em que vive. Muitos fatos significativos e emoções marcantes, principalmente as negativas, são oprimidas e obscurecidas pela criança e vão se alojar em um ponto desconhecido da mente denominado inconsciente; posteriormente contudo, tais acontecimentos dolorosos e reprimidos pela necessidade psíquica (às vezes parecem cair no esquecimento total), manifestam-se através de sofrimentos e desajustes futuros sob as formas de neurose de toda espécie. 33
As provas dessas teorias, dizem os cientistas, são alguns hábitos, tendências e sentimentos considerados normais e espontâneos que nos acompanham por toda a vida, tais como comer, falar, estudar, higiene, vestuário, etc. A aprendizagem é um processo básico, pelo qual sos indivíduos vão adquirindo normalmente formas duradouras de comportamentos. Assim, geralmente sob condições favoráveis, todos nós assimilamos hábitos e modos de agir a pensar. Observou-se que há uma tendência nos adultos de esquecerem completamente fatos que lhe causam maior sofrimento e desamparo. Não podemos entretanto, ignorar que todo acontecimento da nossa vida nos despertam sentimentos de gratidão ou rancor. Esses sentimentos podem apresentar―se na personalidade adulta sob a forma de doação e abnegação ou sob a forma de egoísmo, ressentimento e vingança. Algumas pessoas apresentam-se cheias de revolta com o que lhes foi ensinado na infância, e que elas serem crianças e temerem os seus educadores, tiveram que lhes obedecer. Tais fatos geram frustrações e sentimentos de humilhação diante da sociedade. E as pessoas adquirem uma postura complexada, vergonhosa e desalentada. Dizem tais estudiosos que quando os pais se amam verdadeiramente, transmite às crianças mais benefícios de que qualquer ensinamento formal. Por outro lado, quando são problemáticos e conflitantes perante os seus filhos, legam-lhes uma má impressão e uma atitude repulsiva e traumatizada diante da família. Durante os primeiros anos da infância, os cuidados e atenções de carinho e amor para com as crianças são de grande importância. Por outro lado, um ambiente familiar cheio de maus tratos e choques entre adultos presenciados pela criança, lhe efeitos emocionais e ela tende a se afastar, se sentir-se marginalizada de tudo o que não gosta de ver e ouvir. Crescendo em um ambiente tempestuoso e cheio de discórdia e agressões, a criança apresentará na vida adulta um comportamento depressivo e ansioso, aliado a uma atitude de medo, revolta e contestação. Outra atitude dos pais é dar aos filhos tudo o que acham que eles necessitam e exigir deles constantemente prestação de contas por tudo o que recebem, através de vivacidade, alegria, limpeza, saúde, obediência e rendimento escolar. Essa atitude mantém a criança sob pressão e medo e pode, no futuro, trazer um resultado completamente oposto ao “planejado” pelos pais. Citei todas assas possibilidades e argumentos para demonstrar que o ambiente familiar de Marx foi em parte responsável por sua atitude diante de Deus, da religião e da humanidade. 34
Conviria ainda recordar que a influência que sofremos durante os primeiros anos da nossa existência no seio familiar e, particularmente, a influência de nossa mãe que nos aleita e tem conosco os primeiros, os mais íntimos e carinhosos contatos (em última análise, responsáveis pelo nosso apego inicialmente voltado para ela), fixam-se em nossa memória e marcam decisivamente a nossa personalidade. Aqui poderiam residir as raízes da atitude anticristã de Marx, uma vez que sua mãe sempre se opôs ao Cristianismo. Outrossim, devemos observar que o fato de Marx ter permanecido no Cristianismo até a sua adolescência (foi convertido ao Cristianismo em 1824. Após a morte do pai, sua mãe retornou ao judaísmo. Marx entretanto, como o demonstram os textos que escreveu, permaneceu cristão), revela um outro traço da sua personalidade onde já podemos antever os traços da sua autoconfiança, independência e rebeldia. Por outro lado, a teimosia de Marx em permanecer cristão também poderia significar o grau de influência que as ideias e os ideais cristãos teriam exercido nele. Este faro poderia ser corroborado por outro fato muito curioso relacionado aos líderes marxistas. Trata-se de que, via de regra, os grandes líderes marxistas, antes de se tornarem antirreligiosos e ateus, foram cristãos. Marx e Engels, Lênin e Stálin são os maiores exemplos desse fenômeno. Por esse motivo fomos buscar compreender as raízes de tal fenômeno nas influências da família na personalidade humana. Eis aí um dos pontos onde o freudismo tocou e acertou, pelo menos em parte, sem grandes aberrações.
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Capítulo 2
A ÉPOCA E O AMBIENTE HISTÓRICO DE MARX
Contrapolítico No ano de 1842, Marx entrou em uma séria disputa com o congresso de Rhein. O congresso havia reformado os estatutos para impedir que os pobres cortassem lenha nos bosques, pretendendo evitar a devastação dos mesmos (convém lembrar que a lenha era, nessa época, uma das principais fontes de energia. Portanto, o corte da lenha nos bosques pelos camponeses lenhadores, devia ser controlado e restrito a certas áreas). A lenha dos bosques era a principal fonte de renda para os camponeses, razão por que Marx abriu a disputa com o congresso. Por esse acontecimento, podemos inferir todo um conjunto de fatores para uma melhor compreensão da personalidade de Karl Marx aos 24 anos de idade. Marx era já um intelectual não-cristão. Como vimos anteriormente, o seu sentimento cristão para com os outros homens era bem acentuado. Assim, a disputa com o 36
congresso de Rhein revela-nos o sentimento humanista de Marx (reflexo original da natureza humana e vestígio do Cristianismo) e, face à sua fraqueza e impossibilidade de disputa contra o governo prussiano e vencer, Marx deve ter ficado profundamente revoltado com o Estado; e como este era composto da classe mais alta da sociedade prussiana, como todos os homens ricos e poderosos da Prússia. Noutra ocasião em que Marx era o editor do jornal Rheinische Zeitung, foi pressionado e censurado pelo governo prussiano e obrigado a renunciar ao jornal. Aqui estava mais uma das causas do ressentimento de Marx contra o Estado. Posteriormente, Marx revela esse ressentimento em sua Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel ― Introdução, quando declara: “Guerra à condição germânica! Por todos os meios! Eles estão abaixo do nível da história, abaixo de qualquer crítica, mas mesmo assim, são objetos de crítica, como o crime, que está abaixo do nível da humanidade, é também objeto do carrasco... (o objeto da crítica).Não é para refutar, mas para exterminar... Seu sentimento essencial é a indignação, sua atividade essencial, a denúncia.” Neste trecho da sua obra, Marx revela claramente o incrível ódio que passou a nutrir pelo governo prussiano, motivado pelo seu caráter contestatório. Contraeconômico Um fator de significativa importância a cerca de personalidade de Marx foram as circunstâncias históricas que o envolviam na época Marx nasceu em 1818, 19 anos após a deflagração da Revolução industrial na Inglaterra e a Revolução Francesa. Logo ele viveu e cresceu no alvorecer da sociedade liberal, em seu período mais imperfeito e desumano . Em virtude das reformas agrícolas, milhares de camponeses emigravam para as zonas urbanas e se convertiam em assalariados e sub-empregados. Outros caíam em miséria extrema. A exploração dos donos de fábricas para com os homens empobrecidos, mulheres, jovens e crianças, pagando salários baixíssimos (devido ao excesso de mão-de-obra disponível para o número de fábricas) e, por outros lados, elevando o tempo de trabalho para até 16 e 18 horas diárias, onde centenas de crianças trabalhavam, gratuitamente, sob o título de “aprendizes” até o esgotamento, a era escandaloso. A própria região em que Marx nasceu (Renânia) era, então, uma zona altamente industrial. Engels, no seu livro A Situação da Classe Operária na Inglaterra, descreveu a situação da época de Marx nos seguintes termos: 37
..”.crianças dos abrigos de menores eram empregadas em quantidade, alugadas por número determinado de anos aos fabricantes, como aprendizes. Elas dormiam, eram alimentadas e vestidas em comum. Eram portanto, os escravos dos seus senhores, por quem eram tratadas com a maior desconsideração e barbarismo... A grande mortalidade das crianças da classe trabalhadora, é especialmente entre esses operários de fabricas, é prova suficiente das condições insalubre nas quais eles passam seus primeiros anos. Essas influencias ocorrem, portanto, entre as crianças que sobrevivem, mas não tão poderosamente como entre as que morrem. O resultado no mais favorável dos casos é uma predisposição para a enfermidade, ou certo atraso no desenvolvimento, e conseqüentemente, saúde e constituição física abaixo do normal.” O Dr. Sang Hun Lee, o conhecido teórico do pensamento deusista, em sua já citada obra Comunismo - Crítica e Contraproposta tece um pequeno comentário sobre essa época nos seguintes termos: .”. nesta primeira fase do sistema liberal de produção foram inventadas muitas maquinas, mas ainda eram muito imperfeitas. Tal equipamento não podia corresponder à procura sempre crescente dos produtos. Daí que, para os donos das fábricas, a solução mais eficaz parecia ser tratar os trabalhadores mais duramente, o que fizeram sem hesitação. Contudo, os efeitos sociais desastrosos repercutiam-se por todas as partes. Onde a miséria se manifestava de modo mais severo era na Inglaterra. Pelos epítetos como eram chamadas as fabricas daqueles tempos, tais como “fábricas de suor”, “Bastilha para os pobres” e “Casa de Terror”, podemos imaginar o tratamento duro e desumano que os trabalhadores recebiam. Os baixos salários, as longas jornadas de trabalho, as tarefas difíceis e as condições insalubres e perigosas eram pouco melhores do que a dos escravos.” O historiador Harold Perkins diz: “Em muitas cidades de grande porte da nova era, a angústia era mais concentrada, mais visível, mais clamorosa e, conforme afetava maior número de pessoas descontentes, era mais temida como detonador de explosões revolucionárias do que na antiga sociedade, onde tal condição era menos provável de gerar descontentamento político. Na primeira metade do século XIX cada lapso maior provocava uma onda de protestos políticos e cada crise política coincidia com um período de crise no 38
mercado...Havia crescente segregação da sociedade urbana nas ruas, bairros e subúrbios diferentes, de acordo com a renda e status, o que formava classes isoladas e mutuamente hostis.” Revolucionarismo Paralelamente a essas circunstâncias deploráveis, a Europa da juventude de Marx estava respirando os ares da recente e vitoriosa Revolução Francesa (naturalmente as barbaridades cometidas pelos revolucionários, durante e após a revolução, eram praticamente desconhecidas). Estava em plena expansão o Liberalismo Clássico. O Feudalismo e o Absolutismo, onde quer que se mantivessem, geravam graves conflitos entre as forças conservadoras e liberais, especialmente na Alemanha. Vemos assim que, no apogeu de sua juventude, Marx estava envolto em uma atmosfera revolucionária por todos os lados. Ao entrar para a universidade de Berlim em 1835, Marx, igualmente, encontrou o mesmo clima de tensão e conflito ideológico. Especialmente entre os seguidores de Hegel, que haviam se bipartido em hegelianos de direita e de esquerda. Marx, por sua posição humanista e ateísta, e por sua revolta contra o establishment, tornou-se um hegeliano de esquerda. As transformações econômicas, políticas e sociais da primeira metade do século XIX, engendraram uma grande desorganização social e originaram um amplo sofrimento, especialmente para aqueles mais empobrecidos. Recordamos que Marx foi um Cristão e, naturalmente, deveria se questionar quanto ao papel que o Cristianismo deveria assumir, face ao seu grande poder e às circunstâncias históricas que presenciava. Lamentavelmente, para o desencanto e a revolta de Marx, o Cristianismo não levantou a bandeira da justiça e da igualdade que teoricamente tanto ensinava. Pelo contrário, os industriais e latifundiários exploradores eram cristãos e os próprios religiosos eram os mais ricos e poderosos. O Liberalismo Clássico foi uma reação do homem medieval contra a estrutura político-econômica-religiosa, que se tornara um entrave ao avanço do desenvolvimento. Em 1513 e 1517, respectivamente, dois homens tiveram especial importância : Nicolau Maquiavel e Martinho Lutero. Em 1513, Maquiavel escreveu O Príncipe, uma obra de índole ateísta onde separa completamente a religião da política e propõe aos governantes da Itália, à sua época, um método de tomada e conservação do poder sem as “tolices da moral e dos escrúpulos da fé.” Escreveu Maquiavel: .”.. devido à minha intenção de escrever algo útil para aqueles que o entendam me pareceu mais apropriado ir em busca da verdade eficiente do assunto, em vez daquilo imaginado... Porque há tal abismo entre o como se 39
vive e o como se deveria viver que, quem muda o que está feito por aquilo que deveria fazer, se encaminha mai sà ruína do que à prosperidade; porque o homem que deseja fazer da bondade uma vocação, encontrará sua ruína muitos que não a praticam. Portanto, é necessário para um príncipe que deseje manter sua posição, aprender a nãp ser bom...” Esse trecho da obra de Maquiavel, juntamente com os seus famosos “Os 10 Mandamentos de Maquiavel” (entre os quais o de que ‘o fim justifica os meios’), nos revela, sem sombras, a natureza da obra maquiavélica, como também a motivação sentimental de Maquiavel ao escrevê-la (caberia lembrar que Maquiavel foi um italiano nacionalista e, à sua época, hordas bárbaras europeias andavam invadindo, conquistando e saqueando porto da Europa). A obra de Maquiavel tornou-se famosa rapidamente e não havia governante ou político que não a possuísse entre seus livros. Ainda hoje, O Príncipe alcança popularidade similar. Aproximadamente na mesma época, em 1517, um outro homem desencadeava uma das mais extraordinárias revoluções religiosas da história: Martinho Lutero. Monge Agostino, Lutero pensou em ajudar a igreja a se do estado deplorável em que estava imersa, escrevendo e publicando as suas famosas 95 Teses Luterana, fixando-as na porta de uma igreja na cidade de Wittenberg. Essa atitude de Lutero revela um outro anseio do homem do século XV, dirigindo para a liberdade religiosa e para a autêntica vida de fé. O Luteranismo provocou um renascimento do pensamento e do ideal cristão originais sintetizados nos 10 Mandamentos da Lei Mosaica. Uma nova e autêntica vida de fé desabrochou e floresceu rapidamente em toda a Europa. Devemos, pois, concluir que essas duas correntes de pensamento surgidas no início do século XVI representaram as bases do liberalismo clássico, que deram seus frutos mais claramente na Revolução Francesa (Maquiavelismo) e no Grande Despertar Germânico (Luteranismo). Marx nasceu e cresceu nessa época da história e precisamente em meio a essas ideias. Primeiramente foi protestante enquanto morava na Alemanha e estudava na universidade de Berlim; posteriormente mudou-se para Paris onde se casou com Jenny Von Westphalem, filha de um aristocrata prussiano; conheceu Engels e sofreu a influencia do clima intelectual parisiense. Essas são, pois, as raízes do pensamento de Marx. Como cristão, Marx.provavelmente teria esperado uma do Cristianismo condizente com o que se ensinava nos púlpitos das igrejas. Tal porém, nunca aconteceu. Marx observou que os cristãos e, o que é pior, os lideres religiosos, eram os ricos e poderosos exploradores. Pior ainda, possuíam uma justificativa para a miserável situação em que vivia a 40
grande maioria dos homens: a Predestinação. Reafirmada por Lutero e mais amplamente difundida e utilizada por João Calvino, a Teoria da Predestinação justificava a miséria e a exploração vigentes. O historiador Max Weber na sua obra A ética Protestante e o Espírito do Capitalismo lembra que a Teoria da Predestinação justificativa até mesmo a segregação racial. Alguns homens nasceram para ser ricos e destinados ao céu (ser rico é uma benção divina) e outros à pobreza e ao inferno. Deus é Todo Poderoso e não cai uma folha de uma árvore sem o Seu consentimento. Essa era a ideia vigente, os menos favorecidos deveriam conformar-se à sua condição, haja vista que era a Vontade de Deus (dentro dessa mesma visão, as torturas da Inquisição tinham por justificativa a imposição de castigos físicos para purgar o pecado de alguns hereges, possibilitando-lhe uma chance de salvação). Encontramos hoje uma ideia similar à predestinação na camada Teoria da Reencarnação: uma pessoa é miserável em virtude do “karma” que herdou do seu passado. Portanto, a miséria de cada um é culpa dele mesmo. É perfeitamente justa a sua condição. Essa forma de pensamento nega a injustiça, ignora e inocente as atitudes egoístas e gananciosas dos homens. Necessita, portanto, de uma revisão urgente. Marx analisou a posição do Cristianismo face ao problema social e descobriu esse lamentável erro. Essa constatação o fortaleceu mais nas suas propensões já anti-religiosas. Descobriu, paralelamente, que os ideais originais do Cristianismo estavam sendo defendidos com o risco da própria vida pelos revolucionários franceses. É obvio que Marx sentiu atração pelas ideias do Iluminismo e uma forte repulsa pelo Cristianismo. Numa frase, diríamos que o marxismo nasceu como conseqüência das falhas do Cristianismo e representa tão somente “uma acusação sistematizada contra os erros do Cristianismo e uma contraproposta a ele”
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Capítulo 3 OS AMIGOS DE MARX
Friedrich Engels Marx não falou muito publicamente sobre religião. Mas poderemos compreender o seu caráter e o seu ponto de vista sobre essa questão,estudando e analisando os homens que seus amigos. O primeiro deles é Engels. Engels nasceu a 28 de setembro de 1820, filho de um próspero fabricante de tecido de algodão. Era uma família cristã. Nos seus tempos de juventude, Engels escreveu belíssimos poemas de índole puramente cristã, como podemos observar no poema que se segue: 1. “Senhor Jesus Cristo, Unigênito filho de Deus, Desça do Teu trono Celestial e salve minha alma para mim.Desça em toda Tua bem-aventurança, luz da 42
Santidade de Teu Pai, Conceda que eu possa escolher-te. Adorável, esplêndido, sem magoas É a alegria com que elevamos a Ti, Salvador, nosso louvor. 2. E quando eu der meu ultimo suspiro, E tiver de suportar a angustia da morte, Que eu possa estar seguro de ti; Para que quando meus olhos de trevas se encherem E quando meu palpitante coração dor silenciado, Em ti eu possa morrer. Lá nos céus irá meu espírito louvor teu nome eternamente, Desde que em ti permaneça seguro. 3. Oh, quisera eu que se aproximasse aquele tempo feliz; Quando no teu seio de ternura Possa receber o frescor da nova vida, E com gratidão a Ti, ó Deus, Abraçar aqueles que me são queridos, Sim,vivendo para sempre, Contemplando a ti, face a face, Numa vida nova e florescente. 4. Tu vieste para libertar a raça humana da morte e infelicidade para que pudesse haver bênção e ventura em toda parte E então, na tua próxima vinda, tudo será diferente; E a cada homem darás a sua parte.”** Após ter lido um livro do teólogo liberal Bruno Bauer, Engels passou a duvidar da fé cristã. Nesse tempo, escreveu vários trechos que nos dão hoje uma clara visão do drama que se travou em seu intimo e que o conduziu gradualmente ao ateísmo. Vejamos alguns trechos: Trecho I
“Oro todos os dias pela verdade. Na realidade, quase o dia inteiro. E tenho feito isso desde que comecei a duvidar, mas ainda assim, não consigo voltar atrás. As lagrimas estão jorrando dos meus olhos nesse momento em que escrevo.” 43
(Citando em Franz Mehring, Karl Marx, G. Allen E Unwin Ltda. Londres, 1936).** Trecho II
“Está escrito: ‘Pedi e dar-se-vos-á’. Eu busco a verdade onde quer tenha esperança de encontrar menos uma sombra dela. Entretanto, não posso reconhecer Sua verdade como a verdade eterna. E contudo, está escrito: ‘Buscai e achareis’. Ou dentre vos é o homem que, se porventura o filho lhe pedir pão, lhe dará pedra? Quanto mais vosso Pai que está nos céus. Lágrimas me vêm aos olhos enquanto escrevo. Sou jogado de um lado para outro mas sinto que não ficarei perdido. Eu irei a Deus, por quem toda a minha alma anseia. Este também é um testemunho do Espírito Santo. Com isto eu vivo, e com isto eu morro... O Espírito de Deus me dá testemunho de que sou filho de Deus.” (Carta a amigo)**
Trecho III “Desde a terrível Revolução Francesa, um espírito inteiramente novo e demoníaco entrou em grande parte da humanidade, e o ateísmo levanta sua audaciosa cabeça de um modo tão desavergonhado e insidioso que se poderia pensar que as profecias das estão agora cumpridas. Vejamos primeiramente o que as escrituras dizem quanto ao ateísmo dos últimos tempos. O Senhor Jesus diz em Mt. 24:11-13: ‘Levantar-se-ão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor se esfriará se quase todos. Aquele porem, que perseverar até o fim, esse será salvo... E São Paulo diz, em II Tess. 2:3: “Será revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou objeto de culto... E segundo eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios da mentira... Não há mais indiferença ou frieza em relação ao Senhor. Não, é uma inimizade aberta, declarada, e no lugar de todos as seitas e partidos, temos agora apenas dois: cristão e anticristãos... Vemos os falsos profetas entre nós... Eles circulam pela Alemanha, e querem introduzir-se em toda parte; divulgam seus ensinamentos satânicos nas praças e carregam a bandeira do Diabo de uma cidade para outra, seduzindo a pobre juventude, a fim de lançá-la no mais profundo abismo de inferno e morte... Venho sem demora. Conserva o que Tens, para que ninguém tome e tua coroa. Amém.” (Marx e Engels, 1 a. edição Crítico-histórica Completa).** 44
Esses três trechos dos escritos de Engels, antes de conhecer Marx, revelam um cristão dedicado e um exemplar conhecedor das escrituras. Por outro lado, apresenta a árdua luta de um homem de fé para manter-se fiel às crenças e a impossibilidade que encontrou face a “forças estranhas” e às lógicas do teólogo liberal Bruno Bauer e o que ensinava ele? Vejamos um trecho de seus escritos para termos uma ideia do papel que ele representou na vida de Engels. “Faço conferência aqui na universidade ante uma grande audiência. Não reconheço a mim mesmo, quando pronuncio minhas blasfêmias do púlpito. Elas são tão grandes que esta as crianças, a quem ninguém deveria escandalizar, ficam com os cabelos em pé. Enquanto profiro blasfêmias, lembro-me de como trabalho impiedosamente em casa, escrevendo uma apologia das Sagradas Escrituras e do Apocalipse. De qualquer modo,é um demônio muito cruel que se apossa de mim, sempre que subo ao púlpito, e eu sou forcado a render-me a ele ... Meu espírito de blasfêmia somente será saciado se estiver autorizado a pregar abertamente como professor do sistema ateísta.” Moses Hess, que havia convertido Marx para o comunismo, teve também contado com Engels e, de igual modo, o influenciou. Em uma das suas correspondências, Hess escreveu sobre Engels: “Ele separou-se de mim como um comunista superzeloso. É assim que produzo devastação.”(Moses Hess, Obras Selecionadas, Prublishing House Joseph Melzeer, Cologne, 1962).** Vimos assim, como, de uma forma estranha, Marx pôde contar com a extraordinária ajuda de Engels durante a sua vida e, como após a sua morte, Engels encarregou-se de publicar o que Marx não havia publicado em vida. em livros como A Dialética da Natureza, A Origem da Família, do Estado e da Propriedade, Engels forneceu grandes contribuições ao pensamento marxista como hoje é visto. Devemos notar também que Engels sempre manteve uma posição de respeito e veneração por Marx; isto, em virtude do estranho domínio que Marx parecia ter sobre ele, como podemos ler nos trechos que se seguem. Após encontrar-se com Marx, Engels escreveu: “A quem esta perseguindo com esforço selvagem? Um homem negro de Trier, um monstro notável. Não anda, nem corre, salta sobre os calcanhares e se enfurece, cheio de ira como se quisesse 45
agarrar a tenda do céu e lançá-la sobre a Terra. Estende os braços no ar; o punho perverso está cerrado, ele se enfurece sem cessar, como se dez mil demônios fossem agarra-lo pelos cabelos.” (Marx e Engels, Obras Selecionadas, em alemão. Volume II suplementar, p. 301)**. “Não posso negar que antes e durante minha colaboração de quarenta anos com Marx, tive um papel independente na exposição, e especialmente, no desenvolvimento da teoria. Mas a maior parte de seus princípios básicos, especialmente os econômicos e históricos, e sobretudo sua formação penetrante, pertencem a Marx. O que eu contribuí, com exceção desse meu trabalho em algumas matérias, Marx facilmente poderia havê-lo feito sem mim. O que Marx conseguiu, eu nunca poderia havê-lo conseguido”**. Vejamos agora algumas palavras sobre a esposa de Marx. Jenny Von Westphalem (1814-1881) filha de um aristocrata prussiano. Aqui cabe a observação de que, apesar de defender os pobres e oprimidos e de aparentemente demonstrar profunda e sincera preocupação e amor pelos proletários, Marx quando decidiu casar-se não escolheu um deles. Muitos pelo contrario, casou com a filha de um rico aristocrata prussiano. Quanto à senhora Marx, vejamos algumas das palavras ao seu marido datadas de agosto de 1844, numa correspondência: “A sua última carta pastoral, sumo sacerdote e bispo das almas, novamente transmitiu paz e tranqüilidade às suas pobres ovelhas. (Marx e Engels, Obras Completas, Berlim Oriental ― 1967).** Estas estranhas palavras dirigidas ao seu marido ateu, revelam algo como uma veneração, que podemos observar em quase todos os discípulos e amigos de Marx e também, o seu carisma que tão forte influencia sobre todos eles. Bakhunim Para conhecermos um pouco da personalidade de Bakhunin, basta analisar alguns trechos de sua obra e saber que ele é considerado o Pai do Anarquismo ― uma corrente de pensamento que nega toda e qualquer ordem, ideia, instituição ou sistema, e propõe o retorno da humanidade ao 46
estágio anterior a qualquer ordem. Crêem os anarquistas que as ideias complicaram por demais a vida do homem. Portanto, é necessário abolir todas as ideias sobre todos os assuntos e recomeçar tudo outra vez, de uma forma completamente livre de quaisquer restrições. Sem Deus, sem família sem Estado... Sem absolutamente nada! Noutros termos, Bakhunin propõe a destruição da própria sociedade humana e volta do ser humano ao barbarismo selvagem das cavernas das matas! Vejamos alguns trechos de seu pensamento. Numa obra intitulada Deus e o Estado, citações dos anarquistas (editada por Paul Berman, Prager Publishers. New York ― 1972), Bakhunin escreveu: “Satã é o primeiro livre-pensador e Salvador do mundo. Ele liberta Adão, imprimindo o selo de humanidade e liberdade em sua fronte, Quando o torna desobediente.” Em outro trecho Bakhunin escreveu: “Nesta revolução, teremos que despertar o demônio nas pessoas, incitar as paixões mais vis.” (Citado em Dzerjinskii, de R. Gul, “Most” Publishing House, New York ― em russo).** Marx era amigo de Bakhunin e foi justamente com ele que fundou a International, que apoiou os planos de Bakhunin para levar a efeito a revolução comunista. Posteriormente, Bakhunin e os anarquistas foram expulsos do movimento comunista porque negavam tudo, inclusive o comunismo. Posteriormente, Bakhunin definiu Marx como: “o perverso, rixento, vaidosos, tão intolerante e aristocrático com Jeová, o Deus de seu país, e, como ele, insanamente vingativo.”* Proudhon
*
SOUZA, Nelson Mello , A Dialética do Irracionalismo, Ed. Nova Fronteira, SP, 1985, p. 77.
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Vejamos agora alguns trechos de Proudhon: “Nós alcançamos o conhecimento apesar Dele, alcançamos a sociedade apesar Dele. cada passo à frente é uma vitória na qual derrotamos o Divino.” (Proudhon, Sobre a Justiça de Revolução e da Igreja). “Deus é estupidez e covardia; Deus é hipocrisia e falsidade; Deus é tirania e pobreza; Deus é o mal. Nos lugares em que inclina-se ante um altar, humanidade, escreva de reis e sacerdotes, será condenada. Eu juro. Deus, com a mão estendida para os céus. Que não és nada mais do que o algoz da minha razão, o espectro da minha consciência ... Deus é essencialmente anticivilizado, antiliberal, anti-humano.”** Quando mais tarde Marx se desentendeu com Proudhon e criticou sua obra do livro Filosofia da Miséria. Marx não criticou seus pensamentos e pontos de vista sobre Deus . sequer o mencionou uma única vez. Este fato nos sugere que Marx compartilhava dos mesmos pontos de vista de Proudhon, pelo menos nessa questão. Um fato que pode observar em todos os amigos de Marx da época em questão ele se definia como comunista, é que nenhum deles parece negar a existência de Deus. Todos admitem Deus e a vida eterna, mas combatem-no e o ultrajam desdenhosamente. Com uma infância traumática, uma adolescência e juventude frustrada no seu sonho de poeta e de professor universitário, humilhado pela origem judia, rejeitado no meio cristão que tanto parecia amar, possuidor de uma natureza acentuadamente humanista, perseguindo pelo governo, desiludido pelo comportamento de clero face às injustiças que presenciava, revoltado com os que se diziam cristãos e salvos, e com amigos como Hess, Bakhunin e Proudhon, Marx não poderia ter tido outra direção senão a de cair na revolta e na vingança. Por outro lado, devemos convir que havia nele mesmo, já desde a sua adolescência, uma clara definição para a sua postura antideus. Se tal miséria se abateu sobre ele, naturalmente, tal sucedeu por ele apresentar alguma propensão em sua personalidade para tanto. Se Marx tivesse tido uma familiar regular e se as circunstâncias históricas da época fossem outras, não existindo exploração, miséria ou hipocrisia religiosa, nem a sua alma tivesse sofrido as amargas frustrações que sofreu, talvez a marxismo nunca tivesse vindo a existir. Se, porem, o marxismo, mais que um movimento circunstancial, representar o aparecimento natural da facção que se tem oposto a Deus desde o início da história humana (por exemplo, o 48
Maquiavel e o Luteranismo), ele é então uma conseqüência histórica dos fracassos do homem em cumprir os desígnios de Deus; e pelo contrario, se posicionando contra eles, blasfemando e ultrajando a Deus e a tudo quanto a Ele se refere, o marxismo nada mais representa que efeito conseqüente, que o próprio homem teria atraído sobre si, sendo por ele o único responsável. O psicólogo austríaco Wilhelm Reich escreveu um livro chamado O Assassinato de Cristo* (Ed. Martins Fontes ― 1984), onde desenvolveu analisa a tese de que há a humanidade ― algo como uma epidemia ― à rejeição e destruição de tudo que é sagrado. Nessa obra o leitor verá com detalhes o “espírito de ateísmo desavergonhado que se levantou no mundo”, conforme as palavras de Engels após a Revolução Francesa. Moses Hess Hess foi o mem mais importante na contraconversão de Marx e especialmente, na sua iniciação no comunismo. Quem foi Moses Hess? Pelas palavras e obras podemos conhecer alguma coisa sobre sua personalidade. Vejamos como Hess via Marx e qual a sua opinião sobre a religião, a política e naturalmente, sobre toda a estrutura social da Idade Média: “Dr. Marx ― meu ídolo, que dará o chute final na religião e na política medievais.”** Hess também teve contado com Engels e, após conhecê-lo escreveu as seguintes palavras, que nos ajudam também a revelar as suas estranhas intenções: “Ele afastou-se de mim Como um comunista superzeloso. É assim que eu produzo devastação” (Moses Hess, obra Selecionadas, Publishing House, Joseph Melzer, Cologne, 1962).** Como podemos ver por essas palavras, há alguma coisa verdadeiramente estranha e mística por trás de todos os pensadores,que contractaram com Marx antes da formulação do Marxismo. Como chamar de simples intelectuais homens com ideias tão incomuns?
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Uma obra excepcionalmente estranha na bibliografia de Reich, sabendo-se que ele é considerado o pai da revolução sexual, tendo escrito livros como A Função do Organismo e a Revolução Sexual, entre outros.
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Analisando detalhadamente as palavras dos amigos de Marx, descobrimos as suas opiniões gerais sobre a sociedade humana, sobre Deus e sobre a religião, naturalmente, também estenderemos essa análise para compreendermos o tipo de caráter desses homens como suas opiniões sobre a ética e a moralidade cristãs. Hess disse: “é assim que eu produzo devastação.” Pode-se esperar sentimentos de amor e bondade de um homem, que de modo tão sério e real, pronuncia semelhante frase? Noutra frase Hess diz “meu ídolo, que dará o chute final na religião e na política medievais.” Daí, pode-se inferir que tais expressões de Hess são os sinais de sua indignação ante as injustiças a corrupção do clero, da burguesia e dos monarcas medievais. Por outro lado, isso é bem verdade. Mas a influencia de Hess sobre Marx e Engels, tornando-os ateus, revelam-nos uma outra face das suas intenções. Por quê? Porque a religião é a essência da unidade da sociedade humana, e Deus já é uma realidade do século XX. Negar a religião, semear devastação negado a ética e moralidade (e creio que Hess o sabia muito bem), não podem ser um sincero humanista. Por outro lado, pelos poemas de Marx, vê-se que ele não formulou o marxismo simplesmente por amor à humanidade, Marx disse nutrir ódio e um profundo desejo de vingança em seu coração, não apenas contra Deus, mas também contra a humanidade! Esse é o grande paradoxo da sua obra. A realidade dos fatos históricos contudo, revelam que os efeitos do marxismo somente trouxeram dor e destruição para a humanidade. Lembremo-nos de que Marx foi um aprendiz de Hess e foi através dele que conheceu o socialismo e se tornou comunista. A corrupção de alguns homens praticantes, ou ex-praticantes de uma religião, não invalida os seus ensinamentos básicos. Devemos observar que foi numa época em que a igreja estava mais corrompida (entre os séculos XII e XVI, surgiram Francisco de Assis, Tomás de Aquino e tantos outros exemplos cristãos). Ainda que em sua mente Hess pensasse estar fazendo algum bem para a humanidade, incitando o ódio a Deus e à religião, poderia estar enganado e servia como um instrumento utilizado contra Deus e o Homem. Cremos que o leitor poderá por si mesmo deduzir que tipo de sentimentos motivavam os amigos de Marx, e questionar se tais sentimentos poderiam originar as ideias que trarão a paz e a alegria mundiais. Albert A. Harrison, professor do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, USA, na sua obra A Psicologia como Ciência Social (Editora Cultix/Universidade de São Paulo ― 1975), ao abordar o tema da agressão, apresenta à página 410, o tópico “A Hipótese da 50
Frustação-Agressão.” Vejamos algumas das palavras do professor Harrison, compiladas da sua leitura e análise dos vários pontos de vista dos maiores autores da psicologia atual sobre o assunto. “Grande parte do comportamento humano visa à obtenção de um objetivo ou metas... Os obstáculos que impedem uma pessoa de alcançar uma determinada meta, chamam-se ‘frustrações’. Segundo Freud e numerosos psicólogos experimentais (por exemplo, Dollard, Doob, Miller, Mowrer, Sears, 1939), a frustração é a causa da agressão. Quanto maior a frustração, maior a agressão. É de se esperar que a agressão seja dirigida contra a pessoa ou objeto frustrador...” Num outro trecho de sua obra, as páginas 412 e 413, Harrison apresenta outro tópico chamado Aprendizagem e Agressão. Vejamos alguns pontos a ser ponderados: “Os atuais teóricos da aprendizagem social moderna, como Bandura (Bandura e Walter, 1939; Bandura, 1969), sugerem que a maior parte das agressões podem ser entendidas em termos de aprendizagem. Assim, a agressão será encorajada quando existem modelos agressivos a imitar e quando as respostas agressivas são recompensadas. Através da imitação e do reforço social (estimulo) aprendemos quando agredir e como agredir.” Albert A. Harrison, professor do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, USA. A Psicologia como Ciência Social (A Hipótese da Frustação-Agressão. Pg 410) Cultix/Universidade de São Paulo, 1975. Relacionando esses trechos da obra do professor Harrison com o marxismo, perceberemos que Marx foi uma criatura frustrada, desde a infância até a maioridade. Por outro lado, pela análise que realizamos a seus amigos (Seus modelos sociais), em sua maioria materialista ateus e revoltosos contra a nobreza, Estado, a Igreja, Marx não poderia apresentar um comportamento social manso e amigável.
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Capítulo 4 AS INFLUÊNCIAS IDEOLÓGICAS
Prometeu Durante sua vida Marx sofreu profundas influências das circunstâncias históricas dos personagens célebres e das ideias que orbitavam sua época. Dentre elas porém, há um personagem mitológico que desempenhou um papel decisivo no seu pensamento e caráter:Prometeu.
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Conta a lenda* que as divindades primordiais (a primeira geração mítica), criaram os Titãs. Estes, através de Cronos, destronaram os seus antecessores. Posteriormente, Zeus, filho de Cronos, numa sangrenta batalha, elimina a antiga estirpe e coloca os olímpicos no poder. Prometeu era Titã derrotado que, fingindo-se fiel, permaneceu no Olimpo servindo aos deuses, enquanto criava o homem: o ser que iria destronar os deuses olímpicos e satisfazer seu desejo de vingança. O Homem agradou aos deuses, e a deusa da sabedoria, Atena, filha de Zeus, decide ajudar Prometeu e dá aos homens uma taça do néctar divino.agora eles têm uma alma. São homens. Prometeu cria a consciência dos homens ensinando-lhes tudo sobre a natureza. Eles descobrem a ordem, as riquezas da Terra e também sobre si mesmos. Agora os homens podem reinar; conhecem a natureza, conhecem a si mesmos. Trovoes e pesadelos já assustam. Têm cinco sentidos. Uma consciência. Uma vontade. Uma força poderosa Zeus, observando a raça humana percebe que ela com sua sabedoria e seu trabalho, constituem uma perigosa ameaça às divindades. Assim, entendem os deuses que os homens deveriam suplicar ajuda e sacrificar animais aos poderes celestes; caso contrário seriam destruídos. A humanidade se submete, passando a olhar para o céu com temor, sacrificando animais ao poderoso Olimpo, implorando perdão e graça, entre cantos e murmúrios. Criaram pomposos rituais, cultos e vestimentas especiais... Os deuses estão satisfeitos. (A raça humana, inteligente e trabalhadora, aprenderá também o dom da humildade). Prometeu, entretanto, sempre nutriu um profundo ódio pelos deuses olímpicos que derrotaram os Titãs. Agora que os deuses julgavam ter conquistado o respeito dos homens mortais, surge o momento da vingança: os homens serão mais inteligentes que os deuses. E haverão de derrota-los. Prometeu, o filho de Iápeto, havia criado os homens. Dera-lhes forma física, consciência, conhecimentos e vontade de dominar a natureza. Havia uma única coisa que eles ainda no possuíam: o fogo. Zeus, temendo-os, proíbe que esse fogo lhes seja “conhecido.” Prometeu, seguindo seu plano de vingança, decide entregar o fogo aos homens. Quebra um ramo seco de árvore, voa até o céu o acende no calor do Carro do Sol, acendendo a chama dos homens. Agora eles, de fato, em muito pouco diferem dos deuses.
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Mitologia, Abril Cultural, 1973, p. 305a 320. Vol.II
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Zeus percebe que os homens tornam-se poderosos. Não precisam de mais nada, além do próprio esforço. Tem fé nas próprias mãos. Na própria luta. Já não precisam invocar a proteção dos deuses. O orgulhoso Prometeu observa suas criaturas. Elas são inteligentes, ricas e fortes. Constituem uma grande ameaça aos deuses olímpicos. Podem até mesmo impor ao mundo uma nova ordem, a Ordem Humana, sobrepujando os filhos e irmãos de Zeus. Os deuses discutem apavorados como prevalecer sobre os homens, tornando-os submissos e humildes. Eles não devem vencer os deuses. Zeus chama então Vulcano, e ordena-lhe que confeccione uma imagem feminina em bronze. Uma imagem que fosse semelhante aos homens, mas em alguma coisa diferente deles. Ela deveria encantar e comover, atrasandolhes o trabalho e transtornando-lhes a alma. Cada deus oferece alguma coisa àquela criatura, que já nasce para desconcertar a vida dos mortais. Minerva lhe oferece um vestido bordado e uma grinalda de flores para os cabelos; Mercúrio a presenteia com a língua. Apolo lhe oferece uma voz suave. Finalmente Vênus oferece-lhe a beleza infinita e os encantos que seriam fatais aos indefesos homens. A linda Pandora está pronta para a sua missão destrutiva. Por último, Zeus lhe entrega uma caixa contendo as misérias destinadas a assolarem os mortais. Dores e pestes para enfraquecer-lhes o corpo; inveja e vingança para desesperar-lhes a alma, antes pura e solidária. Chegando à Terra, Pandora encontra Epimeteu e o encanta, oferecendo-lhe a perigosa caixa, como um presente de Zeus. Epimeteu não desconfia que todo sofrimento humano emergiria dali. E sob o encantamento de Pandora esquece o juramento feito ao irmão Prometeu, de jamais aceitar presente algum de Zeus. Agradece e abre a caixa. E delas saem todas as desgraças do mundo. Entretanto, no fundo da caixa havia um tesouro. Um sentimento precioso que poderia reverter todo o plano cruel dos deuses: a esperança. Mas Pandora fecha a caixa imediatamente a um só gesto de Zeus. A esperança é negada para sempre aos homens. E o homem perde o paraíso que Prometeu lhe havia ofertado. Violência, fome e peste se espalham pelo mundo. Os homens adoecem e o amor vira corrupção, agonia e brutalidade. Já não erguem o rosto com orgulho. Tudo se transformou em um inútil festim. Os deuses estão contentes agora. Os homens não tentam mais sobrepujá-los e toleram a escravidão.
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Restava ainda punir Prometeu que, além de roubar o fogo divino, havia ridicularizado o grande Zeus, oferecendo-lhe ossos sem carne alguma, enquanto rejubilava-se ante a cólera dos deuses. Zeus ordena a Vulcano que agrilhoe Prometeu no cimo do monte Cáucaso. Depois envia uma águia gigante e faminta para devorar-lhe o fígado, agora transformando em imortal. Um suplício quase esterno, onde durante o dia, a águia estraçalha o fígado, o qual volta a recompor-se à noite, para ser outra vez retalhado pela águia. Foram trinta séculos de dor. Mas Prometeu dirigiu palavras de impudência a Zeus. Afirmava conhecer um segredo de Zeus e que somente o revelaria se fosse libertado. Trinta séculos de curiosidade e irritação fizeram com que Zeus, subornado, ordenasse a Hércules a liberação de Prometeu. O protetor dos homens será salvo pelos mais forte dos homens. Hércules flecha a águia maldita e liberta Prometeu. Então o Titã revela o segredo: Zeus estava apaixonado por Tétis, uma nereida que estava prometida a Peleu, mas Zeus, enciumado e violento, não queria permitir que sua amada desposasse um homem. Prometeu diz-lhe então que se ele desposasse Tétis, teria com ela um filho que mais tarde o destronaria. Para conservar o poder, Zeus amedrontado, entrega a bela nereida a Peleu. Prometeu quer voltar ao Olimpo. Mas depois de tudo o que fizera, tornara-se mortal. Se pudesse encontrar um imortal que aceitasse trocar de fardo com ele, então poderia retornar ao Olimpo. O centauro Quirão aceita. Prometeu torna-se imortal, é readmitindo no Olimpo, de onde saíra para rebelar a humanidade contra os deuses. Volta a tomar parte das assembleias e dos banquetes. O mundo esta em paz novamente. O Gênesis e o mito de Promete Bem, agora vamos analisar o mito. Fiz questão de sintetizá-lo na íntrega para que o leitor possa perceber com maior clareza a semelhança com as narrativas bíblicas e ao mesmo tempo, sua notável diferença quanto à visão da divindade. O mito de Prometeu subdivide-se em três partes: a) a criação do ser consciente e o roubo do fogo por Prometeu, b) a sedução dos homens pela mulher ― Pandora ― e o aparecimento das misérias humanas; c) a punição de Prometeu e retorno ao Olimpo.
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Do mesmo modo, o Gênesis subdivide-se em três partes, incrivelmente semelhantes às divisões do mito de Prometeu. Vejamos: a) a criação do universo e do homem e roubo do fruto de Lúcifer, b) a sedução do homem pela mulher. Eva, e o aparecimento das misérias do homem; c) a punição de Lúcifer e sua restauração.* Prosseguindo com nossa analogia, traçaremos um quadro comparativo dos elementos contidos em Gênesis e no mito de Prometeu, destacando suas diferentes visões da divindade. O LIVRO DE GÊNESIS
O MITO DE PROMETEU
Deus criou os anjos
As divindades primordiais criaram os Titãs
Deus criou o universo e a vida
As divindades primordiais criaram o Universo e a vida
Deus criou o homem e a mulher Prometeu ― o deus construtor dos homens ― junto com outras divindades deram vida à criatura humana O arcanjo Lúcifer rouba o fruto Prometeu rouba o fogo proibido e o proibido e dá ao homem entrega ao homem Deus pune os homens e o Os deuses punem arcanjo Lúcifer Prometeu
os
homens
e
O arcanjo Lúcifer é derrotado Prometeu “derrota”* os deuses e paz por Deus e a paz volta ao volta ao mundo mundo
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No século III era cristã, um teólogo chamado Orígenes, defendia a teoria da Apocatástase. Ou seja, a teoria de que o Universo seria resultado ao seu estado original, inclusive os anjos. O Livro do Apocalipse fala da restauração de rodas as coisas. * Na verdade, com sua atitude de inquietação e velada rebeldia, Prometeu, ainda que punido, consegue por fim reafirmar-se diante dos deuses, livrar-se da condenação, resgatando a imortalidade.
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Deus criou o homem com o Prometeu criou o homem co argila e as barro da Terra próprias lágrimas Deus inspira no rosto do Atena, a filha de Zeus, traz o néctar homem um sopro de vida e ele divino para os homens beberem. Eles se torna um ser eterno passam a ter uma alma.
Neste sete pontos descritos, podemos perceber algumas das semelhanças básicas entre o Livro do Gênesis e o Mito de Prometeu, uma das suas marcantes diferenças: Prometeu criou os corpos físicos dos homens e derrotou os deuses! Ou seja, Prometeu ocupa lugar de Zeus (quando cria o homem) e ainda chega a derrota-lo quando o suborna e volta ao Olimpo. Uma característica inconteste do mito de Prometeu em relação ao Gênesis, é que aquele denigre os deuses atribuindo-lhes uma natureza perversa e culpando-os por todas as misérias humanas. Enquanto este apresenta Deus como um ser de amor e bondade, que luta para trazer a paz e felicidade entre os homens. Façamos mais uma analogia a fim de se evidenciar este ponto. VISÃO DA DIVINDADE NO LIVRO DO GÊNESIS
VISAO DA DIVINDADE NO MITO DE PROMETEU
Deus cria o Universo e oferta aos Prometeu cria os homens e os homens para a sua felicidade “instrui” no domínio da Terra e na rebelião contra os deuses, libertandoos da escravidão Deus cria a mulher para a felicidade Os deuses criam a mulher para a humana desgraça humana Os homens herdam de Deus o poder Os homens devem ― pela violência sobre o Universo ― tomar dos deuses o poder sobre o Universo (que havia sido usurpado pelos olímpicos) Deus, através de seus mensageiros Os deuses, através de Pandora, envia paz e felicidade para a enviam guerra e miséria para a humanidade humanidade
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Deus é origem de todo o Bem. Os Os deuses são origem de todo o Mal. homens tornaram-se maus. Os homens são bons. Deus deve ser amado e obedecido Os deuses devem ser odiados e desobedecidos Deus é impoluto e incorruptível
Os deuses são corruptos e impuros (envolvem-se em orgias e banquetes)
Deus é o Pai do amor dos homens e o Os deuses são os escravizadores dos anjo Lúcifer é um cruel escravizador homens. O titã Prometeu é o amoroso protetor deles Deus foi justo quando puniu o anjo Os deuses foram injustos quando Lúcifer e a humanidade puniram a humanidade e o titã Prometeu Deus é poderoso e vence o anjo mau Prometeu é poderoso e vence os que escraviza os homens deuses maus que escravizaram os homens
Ao estudar o mito de Prometeu percebi que ele representa muito mais que uma simples história fantasiosa da mitologia grega*. Na verdade, o mito de Prometeu é uma narrativa da história do Universo e do homem, quase que exatamente paralela à história do Universo e do homem descritas no livro do Gênesis. Na Bíblia, o Livro de Gênesis é o mais importante porque contém a narrativa da origem universal, humana, e das causas da miséria do homem. Por isso, ele representa a espinha dorsal do corpo bíblico: a estrutura óssea sobre a qual os nervos e os músculos distribuem-se funcionalmente. De fato, todos os outros demais livros bíblicos não passam de histórias biográficas paralelas ao eixo central, intima e logicamente relacionada, que decorrem dos acontecimentos do Gênesis. Quanto à divisão, o Gênesis está dividido em três partes: a) história da Criação (Deus *
Ao estudar a obra de Freud um detalhe chamou-me sobremaneira a atenção: a constância com a qual ele lançou mão da mitologia grega. Anteriormente havia observado que os mitos gregos foram também utilizados por muitos outros pensadores ateus, entre os quais, o próprio Marx. Este fato intrigou-me a tal ponto que resolvi empreender uma pesquisa mais prolongada da qual resultaram as teses parcialmente aqui apresentadas, e que poderão conduzir o estudo da mitologia a uma revisão de suas premissas e a uma nova visão da mitologia grega e, quiçá, da mitologia universal.
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cria o Universo e o homem); b) a Queda do Homem (o arcanjo Lúcifer rouba o fruto proibido e dá aos homens); c) a história da Salvação ou a história da Restauração (Deus trabalha para salvar o homem). Todos os outros livros posteriores ao Gênesis, inclusive o Novo Testamento. São decorrentes; estão relacionados apenas com a terceira parte do Livro do Gênesis ― história da Restauração. Do mesmo modo que o Gênesis, o mito de Prometeu também possui uma tripla divisão: a) história da Criação pelas divindades primordiais que criam os elementos da natureza e os titãs (Prometeu cria* o corpo físico do homem e os deuses, a alma); b) a Queda do Homem (os deuses criam e enviam a mulher para destruir a paz entre os homens). Prometeu rouba o fogo dos deuses e o entrega aos homens para que se libertem dos deuses); c) a história da Salvação ou a história da Restauração (Prometeu se sacrifica para liberta os homens, suprimindo os cultos e derrotando os deuses maus). A mitologia grega assemelha-se de tal forma à historiografia hebraica, que possui até mesmo uma narrativa do Dilúvio Universal. Porém, mais uma vez, os deuses são cruéis e Prometeu bondoso. Diz o mito que os homens cometiam tantos males contra os deuses que o próprio Zeus decidiu enviar um grande dilúvio e exterminá-los. Prometeu, conhecendo os planos cruéis dos deuses, correu a avisar Deucalião e sua esposa Pirra as desgraças que vieram. Ensinou-os fazer uma arca de madeira para ele, sua esposa e os mantimentos. Foram nove dias de chuvas. A arca encalha sobre o monte Parnaso; Deucalião e Pirra sobrevivem e dão origem a uma nova raça humana. Nesse mito, prometeu é o herói salvador de Deucalião e Pirra, sua esposa. Uma vez que ambos são os pais da nova humanidade, prometeu emerge como o salvador da própria raça humana. Prometeu tem decisiva participação não só no mito que envolve o seu nome, mas também em outras passagens, como no coso de Deucalião e Pirra, já citado.
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Até mesmo os titãs foram criados pelas divindades primordiais. Prometeu é em titã derrotado pelos deuses olímpicos (algo como um anjo ou um semideus) que criou os homens para se vingar dos deuses. Note-se porém,que a alma dos homens foi dada pelos deuses, a mulher foi criada por eles, como também todos os seres na natureza; ou seja, os deuses criaram tudo (até mesmo Prometeu). Por esse prisma, a narrativa mítica de que Prometeu criou o corpo físico do homem e lhe inspirou a consciência par que se liberta-se dos deuses, poderia ser perfeitamente entendida da seguinte forma:Prometeu adquiriu domínio físico sobre os homens, ensinou-lhes a leis da natureza e lhes incutiu uma consciência rebelde e ingrata contra os deuses, transformando-os em instrumentos de sua vingança.
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Este fato indica que a mitologia grega pode ser vista como uma única história ― a história da origem e da formação do povo e da cultura helênica ―, onde Prometeu, acompanhando o seu desenvolvimento, atua em diversas passagens. Também nesse ponto, o mito de Prometeu assemelha-se à história do arcanjo Lúcifer que acompanha a atua ao longo de toda a história do desenvolvimento da esfera cultural hebraica (ou juidaico-cristã). Concluímos, cremos ter demonstrado ― a partir do que dói exposto ― que o mito de Prometeu possui um significado oculto mais profundo que uma mera fantasia da mente perigosa dos helênicos. Se a mitologia grega de fato corresponder a um paralelo da historiografia, suas implicações na história humana tornar-se-ão muito mais amplas e profundas. Do mesmo modo, as motivações de Marx, ao se identificar com Prometeu a ponto de se auto-retratar preso a uma máquina de imprensa sendo atacado por uma águia, e defender Prometeu como o “primeiro santo e mártir do calendário filosófico”, ganham uma impressionante conotação mística*. Estudando o mito de Prometeu para escrever este capítulo, fiquei bastante impressionado com a semelhança entre o comportamento de Prometeu e Marx. Ao analisar a sociedade da sua época, Marx sentiu profunda revolta contra todos os homens poderosos; especialmente os religiosos. Estes, para ele, eram os mentores da injustiça que presenciava. A hipocrisia e a vida nababesca dos lideres religiosos, forneciam um quadro contrastante com a desoladora situação das massas proletárias. Marx sentiu profunda revolta e desprezo por aqueles falsos religiosos e generalizou sua revolta contra todas as religiões, todos os religiosos, contra todos sos deuses ― do mesmo modo que Prometeu, ao olhar para os homens submissos e humilhados. Quando os deuses viram os homens se desenvolvendo, ficaram temerosos e os ameaçaram de destruição caso não se submetessem a eles e não lhes prestassem culto e serviços. Prometeu, vendo o estado humilhante dos homens, decidiu roubar o fogo dos deuses e dá-lo à humanidade para que se libertasse do julgo divino. De modo semelhante, ao ver o estado deplorável dos proletários sob as injustiças dos capitalistas e o jugo dos falsos religiosos, Marx decidiu desafiar a Deus a libertar os proletários. Os sentimentos de Prometeu e de
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Evidentemente, esta analogia está incompleta. Mas o foco central dessa obra não é a mitologia, mas a semelhança entre o comportamento de Prometeu e Marx.
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Marx podem ser observados hoje nas palavras e nos atos comunistas militantes, que doam a própria vida em defesa dos proletários. Quem estudar o mito de Prometeu de modo parcial não poderá deixar se sentir uma certa piedade de Prometeu e revolta contra Zeus. As razões parecem óbvias: Zeus era o Deus poderoso; prometeu, apenas um titã derrotado. Segundo: o erro de Prometeu foi amar e preocupar-se com os homens aponto de sacrificar a si mesmo para que eles pudessem viver bem e em paz. Como isso pôde ser considerado um crime contra os deuses? Terceiro: Prometeu dera aos homens algo bom de que necessitavam e que os deuses lhe negaram. O mito de Prometeu assemelha-se de forma muito particular à história da serpente bíblica (o arcanjo Lúcifer). Aparentemente, tudo o que a serpente fez foi induzir os seres humanos a comerem do fruto que desejavam. Entretanto, isso foi a bastante par que Deus , enfurecido, a condenasse a andar se arrastando sobre o próprio ventre e a comer pó todos os dias de sua existência. Uma condenação severíssima. Até aqui questionamos a aparecimento argumentos favoráveis a Prometeu. Os deuses, vistos desse modo unilateral, emergem como cruéis tiranos; enquanto Prometeu e os homens, como seres indefesos e bondosos castigados pela ira olímpica. Tradição x Sucessão Analisaremos aqui a questão quanto ao modo como a mitologia grega e a historiografia hebraica concebem a sucessão do poder. Na tradição hebraica, os descendentes herdam dos antepassados suas riquezas e posições pacificamente. Na tradição grega, os descendentes rebelam-se e roubam suas riquezas e posições violentamente. Em outros termos: na tradição hebraica os mais velhos legam aos mais jovens tudo o que herdaram de seus antecessores, somado com o que conseguiram por seus esforços pessoais. Já na tradição grega, os mais jovens roubam dos mais velhos o que eles haviam roubado de seus antecessores. Conta a mitologia grega que as divindades primordiais criam os titãs. Um titã chamado Cronos provoca uma rebelião e destrona as divindades primordiais. Zeus, filho de Cronos, ocasiona uma nova rebelião e destrona seus predecessores. Agora os homens, como filhos de Prometeu e dos deuses, deverão se rebelar e derrubar os olímpicos do poder. Nestes termos,
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o mito de Prometeu apresenta a rebelião violenta como ordem natural de sucessão*. Por sua vez, as escrituras hebraicas dizem que com amor e sacrifício Deus criou o Universo e o doou aos homens para que fossem felizes e, com a felicidade dos homens, Deus sentir-se-ia feliz. Dessa forma, o casal primário (ao qual a Bíblia chama de Adão e Eva), legaria aos descendentes tudo o que ganharam de Deus, somado aos frutos de seus esforços, e assim por diante. De acordo com essa tradição, os mais jovens retornariam aos mais velhos respeitosa gratidão. Portanto, a tradição hebraica apresenta a doação e gratidão como a ordem natural da sucessão. Poderíamos então dizer que o Hebraísmo e o Helenismo apresentam a questão da sucessão de modo radicalmente oposto: gratidão vs rebelião. O castigo justificado Procederemos agora à análise imparcial da questão Zeus ― Prometeu. Tudo vai depender do modo como aceitamos a questão da sucessão (eis porque a discutimos anteriormente). Se abraçarmos a visão grega, Prometeu agiu corretamente e o castigo dos deuses foi injusto. Logo, os deuses são cruéis. Se defendermos a visão hebraica. Prometeu foi um rebelde ingrato e perigosamente ousado. O castigo que recebeu foi justo e os deuses não são cruéis. a) Prometeu pertencia à estirpe dos titãs que haviam destronado as divindades primordiais. Se os deuses olímpicos destronaram os titãs, não realizaram nada diferentes; fizeram o que mesmos haviam feito aos seus antecessores. Portanto, os deuses olímpicos não são piores do que os titãs, ambos são agressores. Sendo assim, Prometeu não é uma vítima inocente dos deuses. Por defender a tradição hebraica, tecerei alguns comentários sobre o ato de Prometeu com o propósito de evidenciar o equívoco de Marx ao adotar prometeu como modelo e ao assumir a mesma postura que ele. b) O simples fato de ele conspirar contra os deuses não significou um mal em si. Mas o seu ato de roubar o fogo dos deuses, este sim pôs em perigo a sobrevivência dos deuses. A partir daí, a reação olímpica foi conseqüência da agressão sofrida. Logo, Prometeu é o responsável único e direto por tudo o que aconteceu aos homens e a si mesmo. c) Se o castigo dos deuses tivesse recaído apenas sobre Prometeu, considerando que não era melhor que os deuses olímpicos e que foi o único *
Marx e Prometeu se assemelham-se muito.
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responsável pelas misérias que lhes ocorreu, poderíamos admitir que seu ato não o tornou pior que os olímpicos. Mas sabendo que ele, incutindo no homem uma consciência rebelde, causou imenso sofrimento à humanidade (que era inocente, e nada tinha a ver com a guerra dos deuses), podemos seguramente afirmar que Prometeu tornou-se pior do que Zeus. Ou seja, Zeus havia destronado os titãs que estavam no poder. Mas os titãs, incluindo Prometeu, haviam destronado as divindades primordiais, e Prometeu havia causado grande sofrimento contra estirpe dos titãs, Prometeu cometera duas: quando tomou parte da agressão contra as divindades primordiais, e provocou a miséria humana. Conclusão: Prometeu é culpado e seu castigo foi merecido. Aplicando essa analogia com relação aos comunistas, devemos recordar que por mais justas que possam parecer suas acusações, seus métodos violentos e criminosos não os fazem melhores que os capitalistas. Do mesmo modo que Prometeu, os comunistas enganam os povos ignorantes os conduzem para a morte, aos milhões. Logo, tornam-se piores que aqueles a quem tanto acusam. Se os capitalistas exploram o trabalho dos proletários, os comunistas assassinam os capitalistas os proletários igualmente, além de explorá-los como nenhum capitalista talvez tivesse feito. Conclusão: os comunistas tornaram-se mais cruéis e injustos que os capitalistas. Marx e o marxismo trouxeram sobre a humanidade uma miséria sobejamente maior do que o capitalismo. Poderíamos, resguardando certos limites, estender a analogia ZeusPrometeu, àquela descrita no Gênesis Deus-Lúcifer. Lúcifer, simbolizando pela serpente, violou as normas de Deus quando colheu o fruto e o deu aos homens. Só que, diferentemente de Zeus ― que havia destronado os titãs - o Deus do Gênesis nada havia feito contra Lúcifer. Neste caso, lúcifer é ainda mais culpado que Prometeu pelas misérias que se abateram sobre ele mesmo e sobre a humanidade. Queima os dedos aquele que sabe que o fogo é quente e mesmo assim o toca. O fruto caíra naturalmente quando estiver maduro. Não é sinal de bondade nem de inteligência comê-lo verde. Quem assim o fizer não gostara de seu sabor amargo e não poderá acusar pelo seu infortúnio, uma vez que tal lhe adveio da sua livre e consciente violação das leis da natureza. Conclusão final: Prometeu é culpado; Lúcifer é culpado. Zeus agrediu um agressor, Deus puniu um infrator. Discorri longamente sobre o tema Prometeu, porque considerei-o de relevante importância. Marx, ainda que não o soubesse, identificou-se a tal ponto com Prometeu que, a época em que era editor da Reinische Zeitung 63
(Gazeta Renana), chegou a se auto-retratar acorrentado a uma máquina de imprensa, com fígado sendo estraçalhado por uma imensa águia. Essa autoidentificaçao com Prometeu também foi claramente demonstrada em seus escritos, especialmente em um trecho de sua tese doutoral, escrita em 1841. Marx escreveu: “A filosofia não oculta suas intenções, faz sua profissão de fé de Prometeu: ‘Em uma só palavra, ódio a todos os deuses! Nesta expressão, a filosofia se opõe a todos os deuses do Céu e da Terra que não reconhecem a consciência humana como a suprema deidade. A filosofia não aceita rivais. Mas ás tristes sereias que se rebolam em sua situação social, o filosofia, chegando o momento, dá a mesma resposta que Prometeu deu a Hermes, o servente dos deuses: “Podes estar certo de que jamais trocarei meu destino miserável pelo teu; e dou mais importância em estar acorrentado a esta rocha, que a ser o fiel criado e mensageiro de Zeus, o Pai.” No Calendário filosófico, Prometeu ocupa a primeiro posto entre os santos e mártires.” Karl Marx. Tese de Doutorado, 1841. Vimos anteriormente, que Marx em sua juventude foi um cristão. O que teria provocado a sua teria provocando a sua rebelião contra Deus e Religião? A resposta não pode ser simplista. Destacaremos dois tipos de razoes: as externas e as internas. Dentre a que poderíamos chamar de razão interna inicial, está a frustração. Marx era um poeta medíocre e um professor universitário frustrado. De modo semelhante. Hitler foi também um pintor frustrado e Antonio Saliere, um músico frustrado e medíocre; Goebbles e Rosemberg, um dramaturgo e um filósofo frustrados, respectivamente. Marx, como Prometeu era impotente diante da força de Deus. Fato este que mais ainda o revoltava. Como uma criança, cujo pai lhe negara o doce e a quem ela tentar atirar ao chão inutilmente e, irada, chega e perder as forças e a voz. Quanto ás razões internas, muitos biógrafos de Marx são unânimes em apontar, com estranheza, a rapidez como Marx passou de um jovem e ardoroso cristão a um sádico e revoltado ateu. Argumentam que a apostasia normal não poderia ocorrer de forma tão súbita. Entre os 16 e 17 anos, Marx era um ardoroso cristão: aos 18 era um arrogante e agressivo ateu. Os biógrafos sugerem que Marx pode ter sofrido uma poderosa contraconversão, algo como um arrebatamento súbito e misterioso da fé para o ateísmo. A história registrou diversos casos similares. Aqui, portanto, estaria a razão interna da rebelião de Marx contra Deus e a religião. Os sentimentos, como as lembranças da infância, permanecem. Por vezes, uma lembrança de infância torna-se um trauma que 64
influência inconscientemente o comportamento de um adulto por toda a sua existência. Marx tinha, pois, motivos de sobra para sua frustração e revolta contra Deus, as religiões, os religiosos, os governos, os capitalistas e todo aquele que se opunha a ele. Nos poemas de Marx Oração de um Homem Desesperado e Orgulho Humano, a suplica suprema do homem é para sua própria grandeza. Se o homem está condenado a perecer através da sua grandeza, esta será uma catástrofe cósmica, mas ele morrerá como um ser divino, pranteado por demônios. A balada de Marx, O Violinista, registra as queixas do artista contra um deus que nem conhece nem respeita sua arte... Ao final do poema, “O menestrel puxa a espada e a enterra na alma do poeta.” (Trecho citado por R. Wurmbrand)**. Prometeu disse a Hermes: “Jamais trocarei o meu destino miserável pelo teu; e dou mais importância em estar acorrentando a esta rocha que ser o fiel criado e mensageiro de Zeus, o Pai.” Marx escreveu em seu poema Invocação de Alguém em Desespero: “Assim um deus tirou mim tudo, na maldição e suplicio do destino, todos os meus mundos foram-se, sem retorno! Nada me restou a não ser a vingança!” Tanto Marx quanto Prometeu reconheceram a sua situação e o seu futuro miserável, e ainda o preferiam. Marx se identificou e solidarizou-se com Prometeu, assumindo a mesma postura diante do céu e da terra. Dessa forma vemos que a influência de Prometeu, no pensamento e no comportamento de Marx, foi mais que decisiva: profundamente mística. A origem das ideologias atuais O historiador Arnold Toynbee em sua famosa obra Um Estado da História, confirmou, com base arqueológica, a existência real da civilização minoana. Há 4.000 anos, viveu na região da Hélade (região do Mediterrâneo), na ilha de Creta, o rei Minos, que deu origem à civilização minoana ou helênica. A civilização helênica caracterizou-se como uma cultura de índole humanista, racionalista, horizontalista e temporal; que enaltece a ética social, razão e a estética. Por outro lado, aproximadamente no mesmo período,surgia na Ásia Ocidental a chamada civilização hebraica, com um caldeu chamado Abraão, 65
originando a esfera cultural judaico-cristã, a qual enalteceu a fé, a moral e o coração. O mito de Prometeu surgiu na Grécia Antiga. A postura humanista e antideusista de Prometeu veio a conquistar-se, ao longo da história, em uma forma de pensar e de viver tal, que originou a filosofia humanista materialista. Essa mesma postura foi retomada e revivida em 1513 por Maquiavel cujas ideias inspiraram o Iluminismo e Revolução Francesa. Marx, assumindo a mesma postura com a mesma base históricoideologica, elaborou o Marxismo, ocasionando a Revolução Comunista. Por sua vez, Abraão representa o outro lado da história do pensamento humano. Sua postura humanista e deusista deu origem à esfera cultural judaico-cristã, determinando uma forma específica de pensar e agir pacifista e teísta. O mundo atual acha-se dividido em dois blocos: o comunista e o democrata. O comunista representa ao lado antideusista, nascido com Prometeu (razão pela qual Marx projetou-se tão fielmente nele). O outro bloco representa o lado deusista nascido com Abraão. Prometeu violou os princípios de Zeus e rompeu com Ele. Abraão obedeceu aos princípios de Deus e uniu-se a Ele. Prometeu e Abraão eram opostos. Identificandose solidarizando-se com Prometeu, Marx assumiu a mesma postura, violando os princípios de Deus e rompendo com Ele. Jesus obedeceu e respeitou os princípios de Deus, unindo-se a Ele. Marx e Jesus eram também opostos. Richard Wurmbrand, no seu livro Cristão em Cadeias Comunistas (ed. Voz dos Mártires. SP, 1985, pág 171), conta que um dos professores de teologia da Universidade de Cluj (Romênia), ensina que “Deus deu três revelação na Terra. A primeira a Moises. A segunda a Jesus. E a terceira a Karl Marx.” Assim sendo, vemos que os comunistas consideram Marx como portados de uma missão messiânica; um messias ateu! Essa afirmação dá ao marxismo, assim como ao Cristianismo, um caráter de revelação. Moses Hess Quem foi Moses Hess? A grande maioria dos estudiosos do marxismo, provavelmente, desconhece quase que por completo a figura de Moses Hess. No entanto, Hess foi homem que desempenhou o mais importante e decisivo papel na vida de Karl Marx. Para melhor compreendermos a personalidade de Marx, precisamos compreender, principalmente, a personalidade de
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Moses Hess, tamanha a influência que esse homem exerceu sobre Marx e suas . ideias. Para termos uma ideia de antemão, Hess foi o inspirador do movimento comunista, do sionismo racista e da Teologia de Revolução (modernamente aperfeiçoada e conhecida como Teologia da Libertação). O livro vermelho de Mao-Tsé-Tung nada mais representa que uma ideia-cópia do Catecismo vermelho escrito por Hess que continha os princípios do Partido Social Democrata Alemão, fundado também por Moses Hess. Recordamos que Hess foi contemporâneo de Marx; portanto, estamos na primeira metade do século XIX. A influência de Moses Hess sobre Marx e Engels foi de tal ordem que, antes de conhece-lo pessoalmente, Marx havia começado a escrever um livro criticando-o, mas esse livro nunca foi terminado e desapareceu misteriosamente. Foi Hess que levou Marx e Engels (e, provavelmente, todo o grupo de amigos de Marx) a aceitar a ideia do socialismo. A revista Rheinishce Zeitung dirigida por Marx, publicou as seguintes palavras sobre o socialismo: “As tentativas feitas pelas massas para executar ideias comunistas podem ser respondidas por um canhão tão logo se tornem perigosas.” Tais palavras escritas numa revista dirigida por Marx, revelam com clareza a sua opinião sobre o comunismo em 1842. nessa mesma época a revista Alegemeire Auburge Zeitung desafiou o conceito de Marx sobre socialismo. Marx não soube responder e escreveu: “Francamente admiti, numa controvérsia com a ‘Alegemeine Zeitung’, que os meus conhecimentos prévios de economia e política não me permitiam expressar qualquer opinião sobre as teorias francesas (uma Contribuição à Crítica da Economia Política - Karl Marx).” Por essa mesma época, Marx escreveu sobre “o seu desgosto de fazer de ídolo uma teoria que ele detesta” (Marx Antes do Marxismo ― tradução de O.Mclellan, Macmillam), e chamava os proletários de “loucos.” Foi também Hess que transmitiu para Marx a ideia central das teorias marxistas ― a luta de classes ― e que estabeleceu a cor vermelha como símbolo da revolução comunista. Vejamos a seguir alguns trechos curiosos extraídos do Catecismo Vermelho, obra que contem as principais ideias de Hess extraídas da obra Catecismos Políticos, editados por K. M. Michael, Insel Publishing House, Alemanha ― 1966:**
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“O que é negro? Negro é o clero... Esses teólogos são os piores aristocratas... O sacerdote ensina o príncipe a oprimir o povo em nome de Deus. Em segundo lugar, ensina o povo a permitir que seja oprimido e explorado em nome de Deus. E, principalmente, em terceiro lugar, ele proporciona a si mesmo, com a ajuda de Deus, uma vida esplêndida sobre a terra, enquanto as pessoas são aconselhadas a esperarem pelo céu...” “A bandeira vermelha simboliza a revolução permanente, até a completa vitória das classes trabalhadoras em todos os países civilizados: a republica vermelha... A revolução socialista é a minha religião... ao conquistarem um país, os trabalhadores devem ajudar os seus irmãos no resto do mundo.” “É inútil e ineficaz elevar as pessoas à verdadeira liberdade e fazêlas praticar dos bens da existência sem liberta-las da escravidão espiritual, isto é, da religião... do absolutismo dos tiranos sobre os escravos.” Vejamos a seguir uma coletânea de trechos extraídos de diversas obras de Hess, coletadas pelo Richard Wurmbrand da obra Moses Hess, Obras Selecionadas (Berchtel Publishing House, Alemanha) : A luta de raças é principal, e a luta de classes secundária (Moses Hess, Rosa e Jerusalém, Philosophical Library, N.Y.). “Todo judeu tem formação de um messias em si mesmo, toda judia, a de mãe dolorosa nela mesma.” “Jesus é um judeu a quem os gentios deificaram como seu Salvador.” “O mundo cristão vê Jesus como um santo judeu que se tornou um homem pagão.” “Hoje ansiamos por uma salvação mais ampla do que aquela que o Cristianismo jamais pôde oferecer.” “A salvação vem dos judeus... Nossa religião tem como ponto de partida o entusiasmo de uma raça que, desde o seu aparecimento no palco da história, previu os propósitos finais da raça humana, e que teve pressagio do tempo messiânico no qual o espírito da humanidade será cumprido, não apenas neste ou naquele indivíduo ou parcialmente, mas nas instituições sociais de toda a humanidade.” “A revolução socialista é a minha religião.” “Nosso Deus nada mais é do que a raça humana unida em amor.”
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“O filho de Deus libertou os homens da sua própria escravidão. Hess o libertara também da servidão política. Sou chamado a testemunhar pela luz, como o foi João Batista.” (Diário de Moses Hess, pág 101). A seguir, apresentaremos uma análise de alguns trechos da obra do pastor Richard Wurmbrand nas quais ele apresenta suas conclusões sobre Moses Hess, após estudar cuidadosamente e por longo tempo todas as suas obras, e expô-las na magnífica e inspirada obra, já citada. O pastor Wurmbrand apresenta uma tese fartamente apoiada em dados sobre o pensamento e o comportamento do comunismo, demonstrando que a intenção original de Marx ao elaborar o marxismo, não foi o seu amor ao homem e sua preocupação com o seu sofrimento e a sua felicidade, mas sim, motivado por estranho sentimento contra Deus e contar o homem. Vejamos as conclusões de Wurmbrand: “Hess foi homem que converteu Marx e Engels ao socialismo... A revolução socialista era a religião de Hess... Quando editou o seu Catecismo Vermelho, pela segunda vez, Hess em pregou uma linguagem crista para credenciar-se junto aos crentes. Agora podiam ―se ler, juntamente com a propagação da revolução, algumas bonitas palavras sobre o Cristianismo como religião de amor e fraternidade. Porém sua mensagem precisava ser esclarecida: o seu não deve ser sobre a Terra e nem o seu céu no além. A sociedade será a verdadeira realização do Cristianismo...” “Hess fundou o socialismo moderno e também um movimento totalmente diverso numa específica de sionismo. O Cristianismo está dividido. Do mesmo modo, o sionismo também acha-se dividido. Há um sionismo socialista, um sionismo judaico, um sionismo judaico-cristão um sionismo pacifico, um sionismo agressivo e até um sionismo terrorista. Hess, foi fundador do socialismo moderno , foi o fundador de um tipo de sionismo racista com finalidade de destruir o sionismo religioso... Em 1862 escreveu: ‘a luta de raça é principal, a luta de classe secundária’. Hess acendeu o fogo da luta de classe... em seguida produziu um distorção do sionismo, um sionismo de luta de raças, um sionismo imposto pela contra os homens que são de raça judaica... Hess reivindica Jerusalém para os judeus... Que necessidade terão eles de Jesus? Escreveu: ‘todo judeu tem em si a formação de um messias, toda judia, a de uma mãe dolorosa nela mesma’. Para Hess, Jesus é o judeu a quem os gentios deificaram como seu salvador. Nem ele nem os judeus parecem necessitar de Jesus par si mesmo. Hess não deseja salvação e, para ele, alguém que deseja santificação é 69
indo-germânico. O objeto dos judeus é o ‘‘Estado messiânico.” Para ele, fazer o mundo de acordo com o plano divino é provocar a revolução socialista, usando para este propósito as lutas raciais e de classes ... “Hess ensinou a Marx um socialismo internacionalista ... zombou do conceito de pátria dos alemães e criticava o programa do Partido Social Democrata Alemão por seu reconhecimento irrestrito do princípio nacionalista. Mas, contrariamente a tudo isso, Hess era um ferrenho nacionalista judaico. Par ele o patriotismo judaico devia permanecer. Escreveu: ‘Quem quer que negue o nacionalismo judaico é não somente um apóstata, um renegado no sentido religioso, mas um traidor de seu povo e de sua família. Se fosse provado que a emancipação dos judeus é incompatível com o nacionalismo judaico, então o judeu deveria sacrificar a emancipação...’ O judeu deve ser acima de tudo um patriota judaico... “O patriotismo é uma virtude, se significar o esforço para promover o bem estar econômico, político social e espiritual de todas as nações... Entretanto, o patriotismo unilateral judaico de um ateu revolucionário socialista, que nega o patriotismo de todas as outras nações, é altamente sus peito. Parece-me um plano destinado a fazer todas os povos odiarem os judeus... Hess não foi apenas a fonte que originou o socialismo e o homem que criou o sionismo antideus e antireligioso, foi também o precursor da ‘teologia da revolução’... Hess enaltece os judeus com um propósito consciente de provocar uma violente reação antijudaica. Ele disse que a sua religião é a revolução socialista e que os clérigos de todas as outras religiões são trapaceiros. Ele escreveu: a salvação vem dos judeus... Nossa religião tem como ponto de partida o entusiasmo de uma raça que, desde o seu aparecimento no palco da história, previu os propósitos finais da raça humana, e que teve o presságio do tempo do tempo messiânico no qual o espírito da humanidade será cumprido, não apenas neste ou naquele indivíduo ou parcialmente, mas nas instituições sociais de toda a humanidade... Essa época que Hess chama de “messiânica” é a época da revolução mundial socialista. A ideia de que a religião judaica teve, como um ponto de partida, o conceito de uma revolução socialista sem Deus é uma piada ultrajante... Hess fala continuamente em termos religiosos, porem não crê em Deus. Escreve que “nosso Deus nada mais é do que a raça humana unida em amor...” O caminho para se chegar a tal união é revolução socialista na qual dezenas de milhares de pessoas de seu tão “amado gênero humano” deverão ser mortas! ... O primeiro livro de Hess A Santa História da Raça Humana, foi proclamado por ele mesmo como “uma obra do santo espírito da verdade.” 70
Hess escreveu em seu diário, à folha 101: “O Filho de Deus libertou os homens da sua pátria escravidão. Hess os libertará também da servidão política...” Hess declarou que as religiões judaicas e cristãs estavam mortas e que Kant havia decapitado o “o velho Pai Jeová juntamente com a Sagrada Família” no entanto refere-se constantemente nos seus livros aos nossos santos escritos, a santa linguagem de nossos pais, nosso culto, as leis divinas, os caminhos da previdência, vida piedosa... Hess declarou que “sou chamado a testemunhar pela luz, como foi João Batista” ... Como fará Hess para suas ideias triunfem?” Usarei a espada contra todos os cidadãos que resistirem aos esforços do proletariado”, conclui Hess. Transcrevi essa síntese de trechos da obra de Wurmbrand, porque considerei- a indispensável aos propósitos desses escritos. Creio mesmo que o pastor Wurmbrand apreciaria a divulgação e comentário sobre tão importantes trechos de sua obra que sem dúvida, ele gostaria de ver semeada e leda por todo o mundo. Eis.pois, um perfil do homem que causou a maior e mais profunda influência nos fundadores teóricos do marxismo. Moses Hess foi um homem estranhamente místico. Foi a um tempo, crente e ateu, cristão e judeu, antinacionalista e nacionalista, judeu e antijudeu, “bom” e mau, “divino” e satânico, amigo e inimigo, aliado e traidor, pacífico e guerreiro, falso e verdadeiro, tudo e o nada ... Enfim, um homem sem escrúpulos, que pregou o ódio e o amor indistintamente numa atitude incrivelmente irresponsável e traiçoeira, provocando uma confusão generalizada em tudo o que havia de puro e verdadeiro à sua volta. Suas ideias conduziram a humanidade ao desespero e um estado de loucura e sofrimento sem precedentes. Suas ideias, misteriosamente, triunfaram, e hoje, presenciamos no mundo um profundo ódio contra a raça judaica, o massacre provocado pelas ideias socialistas e comunistas numa luta mundial entre raças e classes, e assistimos, estupefatos, ao aparecimento e rápida expansão da teologia da revolução, sob o disfarce de um humanismo cínico, e baseado na violência contra o próprio homem a quem defende e diz amar acima de tudo. Moses Hess, para surpresa, é praticamente um desconhecido para os marxistas! Esse fato é extraordinariamente estranho pois ele oculta as verdadeiras origens do marxismo e envolve Karl Marx numa falsa imagem de cientista e filósofo. Ele, o leitor concluirá, foi mais um místico revolucionário que elaborou um plano para provocar uma revolução mundial, do que um filósofo bem intencionado e humanista à procura da verdade. Hegel 71
É absolutamente impossível expor em poucas linhas o pensamento de Hegel. Apresentaremos uma síntese de apenas algumas das ideias centrais de seu pensamento, para dar aos leitores uma visão panorâmica de todo o quadro de referências e fontes das ideias presentes no marxismo, e que uma grande porção de pessoas julga serem originais de Marx. Assim, apenas com a finalidade de completar o quadro de referência das influências ideológicas sofridas por Marx, transcrevemos essas poucas linhas. Numa primeira visão, gostaria de chamar a atenção do leitor para o fato de que, ao nosso ver, Marx simplesmente tomou algumas das ideias centrais do pensamento hegeliano e as inverteu. Ou seja, se a dialética hegeliana foi desenvolvida para ser aplicada ao desenvolvimento da ideia, Marx a aplicou ao desenvolvimento da matéria; se na metade e luta dos contrários exposta por Hegel, a unidade é mais importante, visão marxista, luta é o mais importante; se a filosofia hegeliana era originalmente idealista e teísta, Marx a converteu em materialista e ateia. Por que Marx se preocupou tanto co pensamento de Hegel a ponto de estudá-lo cuidadosamente e escrever um livro inteiro criticando-o? Para entender isso, precisamos conhecer algumas das ideias originais de Hegel.primeiramente, Hegel afirma a existência de Deus e o considera enquanto Logos (ideias = palavra), e explica o mundo como tendo sido formado a partir do Logos. Hegel procurou descrever como a ideia se transformou em mundo, que não é uma coisa criada, mas coisas em desenvolvimento a partir do Logos. Como terá ocorrido esse processo? Hegel procurou explicá-lo através de sua Dialética. O Logos é indeterminado e imensurável, mas é. Essa ser puro é na verdade nada (o nada é visto como alguma coisa indefinida, mas real). Esse Ser pode decidir (como o homem), e quando o faz, é por meio da união ou síntese do Ser e do Nada que ele mesmo é. Nesse processo, toma uma forma evoluída de Ser com conteúdo que é chamado devir. Hegel definiu esse processo como Nada-Devir-Ser ou simplesmente, tese-antítese-síntese. Esse novo ser chamado Devir não é o ser e nem o Nada, mas o ser resultante da união (afirmação) entre o Ser e o Nada, que se negaram a si mesmo (negação), e deram origem a um ser distinto deles mesmos (negação da negação). A partir daí, tem início um novo processo semelhante. O novo processo tem como ponto de partida ainda o Ser, porém na manifestação resultante da união entre o Ser e o Nada transformando em Devir. O novo processo dialético agora é o Ser-Essência-Noção em que a essência é o aspecto imutável e eterno do Ser. A Noção (ideia) é o ser concreto e auto-evolutivo resultante da síntese do Ser e da Essência. Vemos, portanto, que a dialética hegeliana era 72
idealista e procurava explicar a origem do movimento e do desenvolvimento a partir do Logos (Deus, visto como ideia). Marx tomou a dialética hegeliana e engendrou uma nova interpretação distorcida, em que o processo de negação eu em Hegel era um processo suave, e não implicava na destruição de uma das partes, passou a ser visto como um conflito violento que obrigatoriamente implicava na destruição de uma das partes. Aos pares complementares sujeito-objeto em harmonia na natureza, Marx chamou-se de contrários em constante luta entre si. Afirmou que era dessa luta os contrários que se originava o movimento e o desenvolvimento da natureza da sociedade. O segundo conceito que Marx tomou da filosofia de Hegel, foi o seu conceito da história. Para Hegel, ao longo da história a humanidade caminha para a liberdade. Na sociedade primitiva, a liberdade era um privilégio exclusivo de apenas uns poucos indivíduos donos dos escravos. Na sociedade monárquica, apenas os reis podiam desfrutar da liberdade; os senhores feudais no feudalismo, e assim sucessivamente. Não obstante, a história conduz a humanidade para a liberdade e por isso, uma parcela cada vez maior da humanidade começava a experimentar a liberdade. Hegel também sustentava que tal processo é reflexo da providencia divina que, através da história, poderia utilizar o Estado como instrumento que trabalharia de modo a conduzir toda a humanidade ao gozo da liberdade. Poderíamos sintetizar a teoria da história na ideia da atualização da liberdade. Essa ideia naturalmente foi abraçada, disfarçando-se porém seu aspecto espiritualista, o qual Marx conservou intacto, assim como toda a sua teoria acha-se mesclada de um idealismo místico que utiliza o anseio emocional e intelectual do homem e promete-lhe uma sociedade utópica sobre a Terra. O terceiro tópico do pensamento hegeliano utilizado por Marx foi a ideia do estabelecimento de uma sociedade ideal na final da história. Marx também abraçou essa ideia integralmente com diferença que, em Hegel, essa sociedade seria estabelecida por Deus através do Estado monárquico, enquanto que para Marx, ela somente poderá ser estabelecida mediante a derrubada de toda ordem estabelecida através da revolução proletária violente. Creio que, do exposto, o leitor já pode perceber a importância da influência de Hegel no pensamento marxista. Hegel foi um dos maiores filósofos idealistas da história e um grande estudioso e admirador de Kant. Através da influência que sobre os círculos acadêmicos alemães, suas ideias foram utilizadas, contudo, tanto por idealistas como 73
materialistas; cada um procurando ajustá-las à sua visão da natureza, da sociedade e do homem. É certo que Hegel não apresentou a verdade última. Mas é também verdade que ele não foi um materialista ateu. Foi um filósofo autentico unicamente interessado na descoberta da verdade. A utilização de seus princípios após a sua morte, já não lhe diz respeito diretamente. Sua obra foi distorcida e utilizada de uma forma lamentável por Marx e os marxistas. Do mesmo modo como outras o foram as obras de Santos Dumont e Alfred Nobel e de tantos outros através da história. Feuerbach Como foi anteriormente citado, Marx, nasceu e cresceu em uma época de transição, de significativas mudanças políticas e econômicas. O ano de 1789 marcou a um tempo o ano da maior transformação política que derrubou o sistema monárquico ― A Revolução Francesa ―, e da maior transformação econômica que marcava o final do sistema feudal do sistema de produção ― A Revolução Industrial na Inglaterra. Logo, a primeira metade do século XIX foi exatamente o período em que os reflexos dessas transformações ecoavam por toda Europa. Em 1835, Marx entrou para universidade de Bonn e, um ano mais tarde, transferiu-se para a Universidade de Berlim. Nessa época as ideias filosóficas de Hegel dominavam os círculos intelectuais da Alemanha. A escola de pensamentos hegeliana dividiu-se em duas correntes, uma de esquerda, que tirava conclusões ateístas e revolucionarias da filosofia hegeliana, e uma corrente de direita, mais conservadora e teístas que considerava o Estado como racional. Marx era filiado à corrente esquerdista, e foi nesse período que conheceu o pensamento de Ludwig Feuerbach, um discípulo de Hegel. Immanuel Kant deu origem à filosofia idealista alemã, e Hegel desenvolveu-a posteriormente. A influência de Hegel foi tal modo marcante que, mesmo após sua morte em 1813, suas ideias continuaram influenciando os pensadores alemães. Segundo Hegel, o mundo material que aparentemente existe, nada mais representa que um efeito secundário ― como uma sombra ― da substancia real que é o espírito absoluto. O desenvolvimento natural e social são o resultado do desenvolvimento do espírito; porque se desenvolve dialeticamente por auto-contradição; este desenvolvimento é refletido no mundo material e social. Para Hegel, Deus é o espírito absoluto e a providência divina era o auto-desenvolvimento do espírito absoluto.
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Embora tivesse sido um admirador e discípulo de Hegel. Feuerbach discordou completamente do pensamento dele, tornando-se ateu e reacendendo o pensamento materialista a um nível sem precedentes. Feuerbach afirmou que o mundo material não é uma sombra do espírito, mas uma substancia objetiva que existe separada e independentemente da consciência do homem. O espírito, por sua vez, é derivado e produto do cérebro e não pode existir separado da matéria. A decomposição do corpo material, automaticamente, anula todo e qualquer vestígio de espiritualidade do homem. Não há eterna. A existência é absolutamente reconhecida apenas pelos sentidos materiais. O pensamento feuerbachiano atingiu o ateísmo. Feuerbach afirmou que a fé era uma superstição e que Deus era projeção exterior da natureza humana. Não foi Deus quem criou o homem, foi o homem que criou Deus. O homem é simplesmente um ser antropológico e biológico. Hegel afirmava que a liberdade total do ser humano se daria mediante o trabalho de Deus utilizando o Estado com veículo. Marx era ateu e não aceitava estas ideias. Por isso, andava à procura de uma solução materialista mais convincente. Quando conheceu Feuerbach foi como se tivesse encontrado um “Salvador.” Ludwig Feuerbach (1804-1872) havia escrito duas obras: A Essência do Cristianismo (1841) e as Teses Provisionais para uma Reforma do Cristianismo (1842), nas quais se opôs radicalmente ao ponto de vista hegeliano e ao idealismo de um modo geral. Feuerbach escreveu as seguintes palavras sobre Deus: “Deus é a natureza humana (a razão, os sentimentos, o amor e a vontade) purificada, liberada dos limites do homem individual, tornada objetiva... O ser divino nada mais é que o ser humano; a projeção da essência humana.” Marx que começava a formular suas teorias por essa época, vibrou com as obras de Feuerbach. Nelas, ele encontrou os fundamentos para expressar o seu ressentimento e amargura contra Deus, religião, o clero, a burguesia e o Estado. Marx sentiu-se aliviado e feliz. O seu entusiasmo pode ser conhecido pelas palavras de engels escritas nessa época: “Alguém deve experimentar o efeito libertador desse livro para se ter uma boa ideia dele. o entusiasmo foi geral, imediatamente todos nós nos tornamos feuerbahiano.” Marx expressou suas impressões sobre Feuerbach no seu livro A Sagrada Família. Foi a a partir de seu ponto de vista feuerbachiano que Marx iniciou a elaboração de uma exaustiva crítica a Hegel. Apesar de utilizar largamente o materialismo de Feuerbach, Marx criticou-o severamente afirmando que ele era um materialista da cintura para baixo e 75
um idealista da cintura para cima. Feuerbach nunca defendeu a violência. Afirmava que toda a confusão social podia ser resolvida mediante o melhoramento das relações humanas através da exaltação das virtudes do homem tais como o amor, a compaixão, a amizade e a razão. Os seres humanos são diferentes das outras porque podem intelectualmente, ter sentimentos e desejos. Dessa forma, Feuerbach via a vontade e o desejo humano como a chave para solucionar todos os problemas da sociedade humana e, também, a força motriz que impulsionava o desenvolvimento histórico. Marx não podia aceita esses pontos de vistas, pois eles estavam voltados para a harmonia social . apesar de tudo , o materialismo de Feuerbach foi adotado como uma das bases fundamentais da teoria materialista de Marx. O Romantismo e a Escola Histórica Em meados do século XVIII desenvolveu-se entre os intelectuais alemães um movimento voltado para o sentimentalismo humano. A partir de uma peça chamada “Sturm und Drang” (Tempestade de Ímpeto), de Friedrich M. Klinger, os filósofos pareciam estar querendo dizer: “não somos animais ou simples máquinas pensantes. Somos seres humanos sensíveis com emoções e desejos infinitos.” Na verdade, começava a se firmar uma escola de pensamento que iria influenciar decisivamente toda a geração de pensadores subseqüentes, inclusive, Marx. Os românticos proclamaram os valores do amor e da emotividade, de uma forma somente comparável aos antigos socráticos. Era como se estivessem gritando: “não queremos desprezar a voz da razão. Mas não podemos ignorar a voz do coração.” Florescendo no coração dos intelectuais da época, o Romantismo deu origem a um a linha de pensamento e estilo literário que se expandiram rapidamente causando uma marcante influência em todo o mundo. Tratavase de uma alta valorização dos aspectos naturais e emocionais da natureza, do homem e da sociedade, que engendrou uma forte tendência conservadora. Os efeitos da onda iniciada pelo Romantismo inspiraram uma das mais belas épocas da história ― “la belle époque” ―na qual o romântico e o clássico davam um tom gracioso e colorido à vida. Marx, como todos os pensadores do século XVIII e XIX, não escapou da influência do Romantismo. Essa influência é notável nas páginas do Manifesto Comunista e de O Capital, em que os apelos emocionais são uma constante, em contradição com a seca visão materialista que pretendia expressar.
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Ao lado do Romantismo, a Escola Histórica também exerceu significativa influência nos sistemas de pensamentos posteriores. Foi o italiano Gianbattista Vico (1668-1744) quem mais se destacou na chamada filosofia da história. Vico concluiu que “a ordem das ideias e acontecimentos seguem a ordem natural das coisas.” Para ele, Deus guiava a história de acordo com suas próprias leis. A história humana caminha no sentido da democracia e do progresso científico. Chegará o momento em que ― como ocorre com os seres vivos ― a sociedade amadurece e caduca, daí resultando em fatos catastróficos que conduzem o indivíduo de volta ao estado primitivo. Em seguida, o progresso torna a manifestar-se outra vez até a maturação e nova desagregação, repetindo-se os ciclos de modo indefinido. Vê-se muito claramente o quanto essa ideia está presente na teoria marxista da história. Vico, coma sua teoria histórica das continuas ascensões, quedas e retornos, forneceu ao marxismo valiosíssimos elementos. Marx e Engels utilizaram-se fartamente das teses e críticas desenvolvidas pelo Romantismo e pela Escola Histórica. As mesmas teses que fundamentavam os sistemas filosóficos idealistas alemães . A Escola Histórica criticou o capitalismo, o individualismo e toda a ordem burguesa consagrada pelos economistas clássicos. Por sua vez, o Romantismo criticou e desprezou a ordem social inspirada pelo capitalismo, acusando-o de ser “o sistema econômico que havia convertido o mundo em um mercado dominado pelo dinheiro e transformado os seres humanos em burgueses e proletários.” Karl Kautski, no seu livro As Três Fontes do Marxismo, diz que o marxismo assimilou a experiência econômica inglesa, a experiência política francesa e a experiência filosófica alemã. Entretanto, como o Cristianismo esteve presente como pivô ou musa inspiradora dessas experiências, sua marca acha-se registrada em praticamente todas as páginas desse período. Desse modo, Marx foi um idealista da cintura para cima, uma vez que forjou o marxismo fundamentando-se, em parte, no mesmo rio de ideias e emoções dos pensadores idealistas cristãos. O socialistas franceses No ano de 1842, Marx mudou-se para Paris a fim de estudar as ideias do socialismo francês, as quais ele desconhecia. Nessa época, alguns pensadores estavam em grande evidência. Eram homens conscienciosos que expressavam simpatia e piedade pela situação dos trabalhadores e 77
criticavam duramente a exploração e desumanidade daqueles que buscavam apenas os lucros de uma forma injusta e imoral. Muitos desses homens propunham a aplicação de processos mais humanos através da razão e da moral. Acreditavam que por meio da razão e da moral era possível mudar a mentalidade humana e, por meios pacíficos, transformar a sociedade onde reinava a desigualdade em uma sociedade de tipo socialista. Destacaram-se entre esses, Robert Owen (1771-1858), Claude-Henri de Saint-Simon (1769-1835), e Charles Fourier (1772-1837). Esses pensadores estabeleceram o centro das suas atividades em Paris e prosseguiram os seus esforços, mas todos resultaram inúteis. Marx chegou a Paris no período áureo das atividades desses pensadores. Ao estudá-los, Marx os criticou severamente chamando-os Socialistas Utópicos. Apesar das criticas, Marx aprendeu muito das suas ideias e as incorporou ao seu sistema em elaboração. No pensamento de Saint-Simon, podemos perceber as largas influências e contribuições desses pensadores ao pensamento de Marx. Saint-Simon merece destaque especial. Ele acreditava que a humanidade havia caminhado através da história por um progresso contínuo, pontuado por períodos tumultuosos de transição chamados épocas críticas. (Marx adotou essa ideia chamando-a revolução). A Revolução Francesa teria sido um desses períodos que desembocaria no socialismo, em que cada homem trabalharia e receberia de acordo com as suas capacidades e necessidades (Marx tomou essa ideia intacta). Entretanto, para que isso acontecesse, era necessária uma nova ideologia que superasse os ensinamentos cristãos escolásticos vigentes. Esse novo sistema de conhecimento deveria ser cientifico, abrangente e baseado na razão e numa objetividade máxima possível. Sobre esse alicerce dizia Simon, levantar-se-ia uma espécie de Nova Religião da Humanidade, que moldaria a mentalidade geral dos homens, adaptando-a à realização dos propósitos coletivos. Dessa forma, surgiria a Sociedade do Futuro, em que a direção da sociedade, ao invés de obedecer a interesses pessoais, de grupos, ou de autoridades tradicionais, seria entregue a homens de intelectualidade superior, que seriam os governantes. Como o leitor pôde apreciar, as ideias de Saint-Simon, em especial, foram literalmente adotadas por Marx e Engels. Para nós contudo, uma ideia em particular nos interessa e voltaremos a ela no capítulo II desse trabalho ― a ideia da Nova Religião da Humanidade que teria por base a razão e a objetividade máxima. Daqui extrairemos um valioso dado relativo à natureza mística do marxismo. Os economistas ingleses
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Na segunda metade do século XVIII, começaram a florescer as ideias liberais econômicas. A nova teoria da economia, alicerçada nos postulados do Iluminismo, tinha seu apoio central na ideia de uma mecânica universal governada por leis inflexíveis. De igual modo, também a esfera econômica achava-se sob leis, do mesmo modo que a física e a astronomia. Era, portanto, um reflexo da teoria liberal da economia. O primeiro grupo de economistas liberais chamados de fisiocratas foi composto por François Quesnay (1694-1744), Marquês Mirabeau (1715-1789) e Dupont de Nemours (1739-1817), como destaques mais eminentes desta corrente de pensamento que viam a base da economia nas atividades naturais-agrícolas, pesqueiras e minerais, como mais importantes que o comércio. Eram antimercantilistas e afirmavam que “a natureza é a verdadeira produtora das riquezas.” Marx utilizaria essa ideia de que o setor de distribuição ― o comércio ― é estéril. Numa segunda fase os fisiocratas adotaram ardentemente a ideia do liberalismo econômico: “nunca se deveria fazer nada para embaraçar a ação das Elis econômicas naturais.” Esse ponto de vista foi chamado de “laissez-faire.” Os maiores expoentes desse veio de economistas ingleses, foram David Ricardo (1772-1823) e Adam Smith (1723-1790). Ricardo era um rico industrial, que elaborou a teoria de que eram os trabalhadores a fonte de todo valor. Afirmou que os operários trabalhavam algumas horas que correspondiam ao valor de sue salário e várias horas excedentes que eram apropriadas pelos empregadores, e que estas, eram a fonte última dos seus lucros. Nasciam as famosas teorias do valor-trabalho e da mais-valia, abraçadas completamente por Marx e seus seguidores. Adam Smith, por sua vez, era um prelecionador de literatura inglesa da Universidade de Edimburgo. Posteriormente assumiu a cadeira de Lógica do Glasgow College. Em 1759 escreveu o livro chamado Teoria Sentimentos Morais, que o tornou famoso. Após dois anos na França, onde conheceu as ideias fisiocratas, constatou que certas teorias fisiocratas eram semelhantes às suas. Disse que a economia de Quesnay era “com todas as suas imperfeições, a coisa mais próxima da verdade que já se publicou sobre os princípios da ciência econômica.” Em 1776 publicou a sua obra principal A Riqueza das Nações, na qual asseverou que o trabalho, mais do que a agricultura e a generosidade da natureza, é a verdadeira fonte de riqueza. Era partidário do Liberalismo Econômico, mas admitia que o governo deveria intervir para prevenir a injustiça e a opressão, fazer progredir a educação e proteger a saúde pública. Ao estudarmos as ideias de Smith, vislumbramos perfeitamente as teorias básicas que compõe a visão marxista da economia. Smith criou a teoria do valor-trabalho e David 79
Ricardo, a teoria da mais-valia. Marx simplesmente as usou de acordo com seus objetivos revolucionários. Os filósofos ingleses e franceses O escritor e professor de história Edward MacNall Burns, da Rutgers University, na sua excelente obra História da Civilização Ocidental ― O Drama da Raça Humana (Vol. I), escreveu: “Todos os grandes movimentos sociais dos tempos modernos têm tido o seu fundamento de causas intelectuais. Para que um movimento possa atingir as proporções de uma revolução verdadeira é necessário que se apóie num corpo de ideias que forneçam não só um programa de ação, mas também uma visão gloriosa da nova ordem a ser por fim instaurada.” A revolução renascentista e a revolução iluminista são exemplos claros deste fato. As ideias do Iluminismo por sua vez, constituíram-se na base teórica para o surgimento do marxismo, que nada mais é que uma ampliação do Iluminismo. As teorias que tiveram efeito decisivo na Revolução Francesa foram as ideias liberais do filósofo John Locke (inglês) e Voltaire (francês), e as ideias democráticas de Rousseau e Montesquieu (franceses). Jonh Locke é considerado o pai da teoria política liberal dos séculos XVII e XVIII. Suas ideias centrais estão num livro chamado Segundo Tratado. Segundo Locke, originalmente, todos os homens viviam num estado natural de liberdade e igualdade plenas, e sem governo de qualquer espécie. A única lei que existia eram as leis da natureza, que cada um seguia por sua livre vontade e seu modo. Muito cedo notam que o seu modus vivendi trazia mais desvantagem que benefícios. Porque cada um queria impor sua vontade e proteger seus direitos à vida, à liberdade e à propriedade. O resultado era a confusão e a insegurança. Por isso, eles decidiram estabelecer uma sociedade civil, instalar um governo e ceder-lhe poderes para que se encarregasse de executar a lei natural, sem absolutismo. Dizia Locke : “O Estado nada mais é que o poder dos seus membros cedidos ao governante. Todos os direitos individuais que não são expressamente cedidos ficam reservados às próprias pessoas. De tal modo, o poder do governo não pode ser maior do que o poder que aquelas pessoas possuíam no estado natural...” Locke condenou o absolutismo e afirmou que a finalidade do governo é preservar a propriedade, que compreendida a vida, a liberdade e 80
os bens materiais. Negou autoridade a qualquer governante de usurpar os direitos naturais do indivíduo. Justificou a adoção de medidas de resistência por parte dos indivíduos, coso seus direitos fossem violados. Locke foi um grande defensor da liberdade individual. Suas teorias dos “direitos naturais” , do “Governo limitado” e do “direito de resistência à tirania”, foram e têm ainda sido as bases do liberalismo. Marx foi para França no ano de 1842 e lá, naturalmente, entrou em contato com todas essas obras e descobriu nelas todos os princípios de que necessitava para estruturar uma ideologia que conduzisse a humanidade à revolução violenta. O segundo importante pensador que influenciou decisivamente Marx foi Voltaire (1694-1778) ― o maior expoente da teoria política liberal francesa. Voltaire considerava o Cristianismo como “o pior inimigo da humanidade.” Estudou o pensamento lockeno durante um período em que esteve na Inglaterra e fora influenciado pelas ideias da Locke; especialmente pela ideias da liberdade individual. A opinião de Voltaire sobre o governo era a mesma de Locke. O poder do governo limitado; e sua finalmente, executar a lei natural e os direitos naturais. Apesar de sustentar que todos os homens eram dotados de direitos iguais, não era um democrata e apreciava a monarquia. Tinha medo das massas, e freqüentou a igreja por um período, com receio de que o seu ateísmo revoltasse os aldeões. Voltaire foi um forte critico do governo despótico e dedicou sua vida à luta pela liberdade intelectual, política e contra a religião organizada. Montesquieu (1689-1755), foi filósofo incomum entre os filósofos políticos do século XVIII. Admirava as instituições britânicas e as ideias de Locke. Seu célebre livro O Espírito das Leis, acrescentou nova luz à teoria do Estado. Estudou os sistemas políticos e discordou de Locke quanto aos direitos naturais e a origem contratual do Estado, afirmando que a lei deve ser procurada nos históricos. Negou uma forma perfeita de governo que agradasse a todos os homens. Sua mais famosa ideia é a teoria dos Três Poderes, formulada para prevenir o abuso pelo excesso de poder nas mãos de um só homem. Rosseau (1712-1778) é considerado o fundador da democracia e o pai do romantismo. Distintamente do liberalismo, que defendia os direitos individuais, a democracia defendia a instauração de um governo popular. O ideal da democracia ressurgiu inspirado nas ideias do grego Clístenes e, na idade moderna, nas ideias de poder de John Locke. O liberalismo e a democracia foram as ideias fundamentais que impulsionaram a Revolução Francesa. Por ser romântico, as ideias políticas de Rousseau possuem um forte e colorido tom sentimental. Suas obras mais célebres foram: O Contrato Social e O Discurso sobre a Origem da Desigualdade. Em ambas, 81
defendeu a ideia tão em voga na sua época, de que o homem viveu originalmente no estado natural ― o qual, em contraste com Locke, ele considerava um verdadeiro paraíso. Dentro da visão de Rousseau, os homens viviam em paz e não era difícil manter os seus direitos e a sua segurança. Não havia conflito até que “alguns homens decidiram demarcar certas porções de terra e declararam: esta terra é minha!.” Foi assim que surgiu a desigualdade e as relações humanas se degeneraram em “impostura fraudulenta”, a “pompa insolente” e a “ambição insaciável.” Nesse ponto, o único modo de garantir a paz e os direitos foi estabelecer foi estabelecer a sociedade civil e ceder todos os direitos à comunidade. Isso foi feito através de um contrato social em que cada indivíduo concordou em se submeter à vontade da maioria. Foi assim, segundo Rosseau, que surgiu o Estado. A concepção de Rousseau de soberania diferiu da de Locke e de outros. Locke afirmou que apenas uma parcela do poder era cedida ao Estado e uma outra ficava com o povo. Rousseau sustentou que a soberania é única e indivisível. Toda a soberania passa para a comunidade dirigente quando se estabelece a sociedade civil. Ao aceitar o contrato social, os indivíduos cediam todos os seus direitos à comunidade dirigente que eles próprios escolheram como seus representantes, concordando em se submeterem à vontade de todo em detrimento de parte. Logo, a soberania do Estado é legitima porque é a expressão da vontade geral através do voto. Dessa forma, o que a maioria decide é justo no sentido político e torna-se obrigatório para cada cidadão. O Estado, portanto, significa praticamente a vontade da maioria que é o tribunal de última instância. Isto não elimina a liberdade individual, pelo contrário, a sujeição ao Estado tem por finalidade garantir e fortalecer a liberdade autentica de cada um e de todos. Ao cederem os seus direitos à comunidade dirigente, os indivíduos nada mais fazem que trocar a liberdade animal do estado da natureza, pela verdadeira liberdade de criaturas racionais dentro da obediência à lei. Rousseau referiuse ao Estado, falava da comunidade organizada politicamente, cuja função principal era expressar a vontade geral. A autoridade do Estado deve expressar-se diretamente através de leis fundamentais promulgadas pelo próprio povo. O governo é simplesmente o agente executivo e não tem função de formular a vontade geral, mas apenas executá-la. Além disso, a comunidade pode estabelecer ou destituir o governo sempre que o desejar. As teorias políticas de Rousseau ecoaram por todo o mundo, influenciando os idealistas alemães que exaltavam o Estado. A onipotência legal do Estado e a ideia de que a verdadeira liberdade consiste na submissão à vontade geral e coletiva, sem nenhuma dúvida, tornaram o Estado em objeto de culto e relegaram o homem, na sua individualidade, 82
quase à nulidade. Marx lançou mão de vários dos princípios de Rousseau na elaboração das teorias políticas, que deveriam vigorar no Estado comunista. Convém lembrar que o marxismo refutou o anarquismo (rejeição total de todas as instituições). Procurei levar a efeito essa breve exposição das ideias centrais que antecederam e foram cenário de fundo da Revolução Francesa, a qual representou os sentimentos das populações quanto à opressão absolutista e à exploração econômica. Marx respirou os ares de Paris e bebeu avidamente de todas essas ideias. Extraiu delas aquilo que lhe interessava para o seu plano de formular uma teoria para as classes trabalhadoras, e conduzi-las à liberdade e à emancipação por meio da revolução violenta. Creio que sem esse quadro ideológico aqui apresentado, não é possível compreender claramente o marxismo. Como já foi dito, Marx foi um estudioso sagaz. Ele tinha um objetivo central para os seus estudos e, dessa forma, de tudo que leu, como o leitor pôde muito bem perceber, soube extrair aqueles fundamentos que sustentariam sua cosmovisão. Mas estudou para elaborar um plano de violência e destruição voltado contra Deus e contra a humanidade. Nestes termos, poder-se-á considerar Karl Marx como um mero filósofo? Ora, um autêntico filósofo como o foram Sócrates, Kant, Hegel e tantos outros, são estudiosos que labutam à procura da verdade última sobre o ser e o existir. Schapenhauer, foi um humanista amargurado e tristonho, no entanto esse seu estado de alma não lhe fez engendrar num plano para destruição de todas as religiões, toda ética e toda a moralidade da sociedade humana*. Muito pelo contrário, ele propôs a apreciação do Belo (a beleza da arte) como uma das soluções para a amargura humana, e milhões de homens o seguiram. Marx, não; ele propôs o ódio, a violência e a morte como soluções! Podemos chamar um homem destes de filósofo humanista?
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.”..para abolir todas as religiões e todos os costumes...” – (O manifesto Comunista, 1848)
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Capítulo 5 O LADO D ESCONHECIDO DA OBRA DE MARX
Em 1841, aos 25 anos, Marx conheceu Moses Hess. Nesse mesmo ano doutorou-se pela universidade de Jena. A partir desse ano um novo Marx começava a nascer. Consta que em sua juventude Marx nutria ambições artísticas na poesia, mas por sua pequena qualidade literária, conforme citação de Richard Wurmbrand, os poemas de Marx não foram reconhecidos. Nota-se que a falta de sucesso na literatura e na pintura dera origem a um Hitler; no drama, um Goebbls; na filosofia, um Rosemberg e na música, um Saliere. O anti-Deus Marx era rejeitado na sociedade prussiana pela sua origem judia, desprezado pela comunidade judia como um apóstata e não obtinha sucesso em seus escritos. Foi também perseguido e exilado pelo governo prussiano, o que
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frustrou o seu sonho de tornar-se professor universitário. “Nestas circunstâncias, Marx sentiu uma profunda insatisfação e total ausência de felicidade em sua alma e universalizou esse sentimento.” E mais... “Marx experimentou sentimentos de solidão, alienação, inferioridade, humilhação e derrota que o levaram à revolta e a uma atitude de repulsa e amargura contra o mundo.” Aliado a tudo isso, os erros e as hipocrisias dos cristãos e do clero contribuíram para distanciá-lo da fé. O pastor Wurmbrand cita que: “Marx nos seus primeiros anos de juventude, tinha convicções cristãs, mas não vivia uma vida compatível com elas, o que pode ser observado, pela sua correspondência com seu pai, sobre as somas de dinheiro gastas em prazeres e sobre a oposição de seu pai a essa sua atitude.” Essa fase da vida de Marx nos vem mostrar o princípio de sua degeneração ante o desespero e o conflito interior que travava quanto à sua fé, que sentia enfraquecer. Conhecer Hess, que lhe introduzir ao socialismo, e Engels que possibilitou meios materiais para a formulação de seus livros, foram os grandes acontecimentos da vida de Marx. Um amigo, chamado George Jung, diz em 1841 : “Marx seguramente afugentará a Deus de seu céu, e até mesmo o processará. Marx chama a religião cristã de uma das religiões mais imorais.”(Conversações com Marx e Engels, Insel Publishing House, Alemanha ― 1973) Estranhamente os comunistas soviéticos adotaram o mesmo slogan nos primeiros tempos da revolução, dizendo : “Vamos expulsar os capitalistas da Terra e Deus do Céu.” Vimos que Hess teve um importante papel na vida de Marx. Retornemos porém ,um pouco atrás, para analisar o início da revolta de Marx contra o mundo e contra Deus. No ano de 1841, Marx escreveu em sua Introdução à Tese Doutoral: “A filosofia não oculta as suas intenções, faz sua profissão de fé de Prometeu: em uma palavra, ódio a todos os deuses! “Nesta expressão, a filosofia se opõe a todos os deuses do céu e da terra que não reconhecem a consciência humana como suprema deidade. A filosofia não aceita rivais. Mas às tristes sereias que se rebolam em sua situação social, a filosofia, chegando o momento dá a mesma resposta que Prometeu deu a Hermes, o servente dos deuses: “Podes estar certo de que jamais trocarei meu destino miserável pelo teu; e dou mais importância em estar acorrentado a esta
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rocha, que a ser o fiel criado e mensageiro de Zeus, o Pai.” No calendário filosófico, prometeu ocupa o primeiro posto entre os santos e mártires.” Mais adiante em 1842, escrevia: “a religião é o instrumento dos que estão no poder.” E em 1843: “A religião é o ópio do povo.” Essa afirmação marcou o ponto final no processo de desencanto de Marx quanto à religião e sua posição definitivamente ateia. Passaremos agora a uma apresentação e análise de alguns dos críticos escritos místicos e desconhecidos de Marx, produzidos em sua juventude e durante a fase de sua vida de conflito e transição do Cristianismo ao ateísmo. Marx. Do Cristianismo ao Ateísmo Marx demonstrava ser um cristão estudioso do Cristianismo e da história da igreja cristã, como o atestam as anotações feitas em seu certificado de conclusão ginasial. Após esse período, já aos 18 anos, Marx começa a revelar sua profunda amargura contra Deus e contra a religião e escreve em um poema: “Desejo vingar-me daquele que governa lá em cima.”** Apesar de ser antideusista, essa frase não é ateísta. Marx admite “alguém que governa lá em cima.” Ora, Marx provinha de uma família media e durante sua infância e juventude, não sofrera privações. De onde, pois, procede esse desejo de vingança expresso por ele, se nessa época não possuía motivos de vingança contra a religião? Lembra o pastor Wurmbrand, que “numa idade em que todos os jovens normais nutrem sonhos quanto a fazer o bem e à sua carreira futura, Marx escrevia linhas amargas em um poema intitulado Invocação de Alguém em Desespero”: “Assim um deus tirou de mim tudo. Na maldição e suplicio do destino Todos os meus mundos foram-se sem retorno! Nada me restou a não ser a vingança! Meu desejo é me construir um trono. Seu topo seria frio e gigantesco Sua fortaleza seria o medo sobre-humano E a negra dor seria seu general
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Quem olhar par ele com olhar são voltará, mortalmente pálido e silencioso,Arrebentando por cega e fria morte. Possa a sua felicidade preparar-lhe o seu tumulo” Karl Marx, Obras Escolhidas, Vol.1. N.Y, Internation Publisher ― 1974**. Outras duas estranhas obras esscritas por Marx nos seus tempos de juventude, intitularam-se O Violinista e Oulanem. Vejamos: O Violinista “Os vapores infernais elevam-see encham o meu cérebro. Até que eu enlouqueça e meu coração seja totalmente mudado. Vê esta espada? O príncipe das trevas vendeu-a para mim.” Oulanem “Pois ele marca o compasso e dá os sinais. Cada vez mais ousado Eu me entrego à dança da morte. Soando até morrer em vil rastejo. Pare! Agora o agarrei! Ergue da minha alma Tão forte como os meus próprios ossos. Contudo os meus braços são possuidores de força Para agarrar e triturar você (Humanidade?) Com a força de um furacão. Enquanto para nós ambos , o abismo se abre nas trevas. Você afundara , e eu seguirei gargalhando. Sussurrando aos seus ouvidos: “Desça, venha comigo amigo.” Arruinado, arruinado. Meu tempo esgotou-se O relógio parou, a casa do pigmeu desmoronou. Breve apertarei a humanidade a meu peito, E breve bradarei gigantescas maldiçoes sobre a humanidade. Ah, eternidade, ela é a nossa eterna magoa, Uma indescritível e imensurável morte,vil e artificialmente concebida para nos escarnecer Nós,próprios automatizamos, cegamente mecânicos, Feitos para sermos o calendário louco do tempo e do espaço, não tendo propósitos, 87
a não ser de acontecer, para ser arruinados. Se existe algo que devora, pulo para ser engolido, Embora deixando o mundo em ruínas Este mundo que se avoluma entre mim e o abismo, Eu o reduzirei a pedaços Com as minhas continuas maldiçoes. Lançarei meus braços ao redor de sua rude realidade. Abraçando-me, o mundo passará silenciosamente. E então mergulhará no nada absoluto, Morto, sem qualquer vida: isso seria realmente viver.” As citações de Oulanem e dos poemas são da obra de Robert Paine O desconhecido Karl Marx, New York University Press,1971.** Convém recordar que Marx, na época em que escreveu esses poemas, tinha apenas 18 anos! Somente após atingir esse estágio em seu modo se pensar, ele veio a conhecer Moses Hess que apresentou o ideal socialista. Nessa época Marx era redator do jornal Rheinische zeitung que se opunha ao socialismo. Essas observações revelam um período e um lado da vida de Marx, de fato, superendente. A visão obtida a partir da análise desses seus poemas vem contradizer muito do que se escreveu sobre o marxismo, nos mais de 40.000 títulos sobre ele em todo o mundo. Vejamosa outros interessantes trechos das obras de Marx datadas desse período de sua vida: Carta de Marx para seu pai (10 de novembro de 1837): “Desceu uma cortina. O meu Santo dos Santos Foi feito em pedaços e novos deuses tiveram que ser instalados.” Resposta do pai de Marx: “Abstive-me de insistir em explicaçõessobre um assunto misterioso Embora parecesse altamente suspeito.” Carta para Marx de seu pai (2 de março de 1837): “O seu progresso, a preciosa segurança de ver o seu nome torna-se um dia muito famoso e o seu bem-estar material, não são os únicos desejos do meu coração, Estas foram ilusões que alimentei por muito tempo 88
Mas passo assegurar-lhe que a sua realização não me teria tornado feliz. Somente se seu coração permanecer puro e humano, e se nenhum demônio for capaz de afastar seu coração dos melhores sentimentos, Somente então eu serei feliz.” Sobre Hegel: “Palavras eu ensino todas misturadas em uma confusão demoníaca. Assim, qualquer um pode pensar Exatamente o que quiser pensar.” A Donzela Pálida: “Eu perdi o direito ao céu,Sei disso perfeitamente. Minha alma outrora fiel a Deus,Está destinada ao inferno.” Outro trecho de um poema de Marx, extraído da obra Marx antes do Marxismo (tradução de D. McLellan, McMillan),** diz: “Com desdém lançarei meu desafio em na cara do mundo e verei o colapso desse gigante pigmeu cuja queda não extinguirá meu ardor.Então vagarei semelhante a um deus, Vitorioso, pelas ruínas do mundo.E, dando às minhas palavras uma força dinâmica Sentir-me-ei igual ao Criador.” Observe a semelhança entre estas palavras de Marx e as palavras do arcanjo Lúcifer, segundo o profeta Isaías: “Então! Caístes do céu, ó Lúcifer, filho da aurora. Então, fostes abatido por terra, tu que prostravas as nações. Tu dizias: ‘Eu escalarei os céus e erigirei meu trono acima das estrelas de Deus. Assentar-me-ei no monte da assembleia, no extremo norte. Subirei sobre as nuvens mais altas e me tornarei igual ao Altíssimo!” (Isaías 14.12-14) Apresentaremos, a seguir, alguns comentários sobre os estranhos poemas de Marx produzidos em sua juventude. Levantaremos diversas questões e as enumeraremos ordenadamente, para apresentar aos leitores uma melhor perspectiva de análise e julgamento. a) O Que teria originado o desejo de vingança e o ódio de Marx contra Deus e contra a humanidade? Para dizer pouco, diremos que as 89
expressões de Marx como “desejo vingar-me daquele que governa lá em cima” e “bradarei gigantescas maldiçoes sobre a humanidade”, são absolutamente incompreensíveis para alguém que vê e lê Marx como um cientista e filósofo. Por que um jovem escreveria tais coisas? Geralmente quando os jovens conhecem suas primeiras decepções com amigos queridos e com seus primeiros romances desfeitos, costumam desabafar suas lágrimas e suas mágoas em diários ou em livros de poesias. Escrevem cadernos inteiros de versos românticos sobre a pessoa amada ou sobre a sua dor, mas nunca, numa situação normal,escreveriam coisas tão terríveis contra Deus e contra a humanidade. Os versos escritos por Marx nessa fase de sua vida, são totalmente incompatíveis com qualquer tipo de sentimento humanista. Mais absurdo ainda se tornam esses versos, quando se dar a Marx o título de cientista. O que há nesses versos de cientifico? Essa coletânea de trechos de poemas da juventude de Marx revelam uma imagem totalmente diversa daquela que se cultiva hoje em dia. sabemos das implicações que uma vida familiar traumática podem ter sobre a personalidade na infância. O comportamento de Marx, enquanto estudante também reflete as conseqüências de sua formação familiar irregular. O que se descortina a partir da análise dessas suas obras é em Marx envolvido em mistérios e misticismo; ressentimentos e blasfêmias, somente comparáveis àquelas histórias medievais de bruxos e fogueiras. Esse mar, como bem dizem os títulos das obras que o revelam (O Desconhecimento Karl Marx e Marx antes do Marxismo, entre outros), é estranhamente desconhecido. Por que será que as biografias de Marx publicadas pelos comunista nunca trazem essa parte de sua obra? Que o leitor interessado descubra. Creio que esse será um trabalho por demais curioso e... místico! b) que relação existira entre o marxismo e o satanismo? O pastor Wurmbrand vasculhou diversas edições sobre a vida de Marx, e toda a sua obra e encontrou uma série de “fatos curiosos” que, segundo Wurmbrand, são mais que suficientes para, no mínimo, demonstrar que Marx conhecia o satanismo. Vejamos alguns desses fatos. Velamos alguns desses fatos. É do conhecimento mundial a existência real do satanismo ou ocultismo. Sabe-se também que o satanismo se caracteriza por um culto às avessas do culto cristão: a chamada missa negra. Nesse culto, o horário é à meia noite, velas são postas nos castiçais de cabeça para baixo, o sacerdote veste-se pelo avesso e lê todas mensagens sagradas e nomes santos de trás para frente, um crucifixo é colocado de cabeça para baixo e um corpo nu de mulher serve como altar. Usa-se uma hóstia roubada com o nome de Satanás escrito, uma Bíblia é queimada e todos os presentes prometem cometer
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todos os pecados e jamais fazerem bem algum. Em seguida envolvem-se em orgia. Nos ritos de iniciação ao satanismo, os iniciados compram uma espada com o seu próprio sangue, que lhes trará sucesso em tudo o que fizeram voltado para o mal. Uma outra estranha característica do satanismo é o que chamaríamos de princípio da inversão. Todas as coisas são invertidas antes de serem usadas no satanismo. Agora apresentaremos aos leitores algumas estranhas curiosidades da vida de Marx e toda essa esquisita narrativa que o leitor acabou de ler. No poema O Violinista, em que Marx fala de um artista frustrado que se queixa de um deus que não conhece e nem respeita a sua arte, ao final desse poema, o menestrel puxa da espada e a enterra na alma do poeta. Nesse poema Marx diz ter comprado uma espada do Príncipe das Trevas (?). Curiosamente, Moses Hess também fala sobre usar “a sua espada” contra todos os seus opositores. O leitor não acha que há alguma coisa muito estranha em tudo isso? Afinal por que Marx utiliza tanto o princípio da inversão? Quando escreve, por exemplo, em sua resposta à obra de Proudhon A Filosofia da Pobreza, ele elaborou A Pobreza da Filosofia. Também escreveu “temos que usar, ao invés da arma da crítica, a crítica das armas...” O pastor Wurmbrand descobriu em suas pesquisas que Marx foi de tal modo influenciado por esse princípio que “ele os empregava em quase tudo.” O título do poema Oulanem é uma inversão de Emanuel, nome bíblico para Jesus que significa “Deus conosco.” Em Oulanem, Marx escreve que o seu sonho é ver humanidade entrando com ele num abismo de trevas, enquanto ele gargalha e blasfema. Com efeito essas expressões são absolutamente anticientificas! Marx não foi o que poderíamos chamar de um jovem normal. Suas atitudes e suas palavras não deixam duvidas. Há muito mistério ainda por se descobrir sobre o caráter de Marx. Este livro é simplesmente uma tentativa de tomar mais publico esse lado de Marx e acender o debate. Certamente, depois da queda do comunismo, ao serem abertas as muralhas do Kremlin o que será revelado deixará o mundo estarrecido. No seu texto O 18 Brumaire, Marx expressou estranhas palavras de admiração à máxima de Mefistófeles em Fausto: “tudo o que existe é digno de ser destruído.” Stalin parece ter seguido tão fielmente esse princípio, que destruiu sua família e centenas dos seus camaradas do partido e do exército vermelho. O pai de Marx exprimiu um profundo receio de que alguma coisa muito grave estava ocorrendo ao seu filho predileto. Curiosamente, essa sua preocupação começou após ele ter recebido os estranhos poemas no seu 55º aniversário. Ele afirmou: “se nenhum demônio for capaz de afastar seu 91
coração dos melhores sentimentos....” As atitudes de Marx para com a família, seus amigos e inimigos, mostram-no como um homem degenerado, injusto e irresponsável que provocou a destruição de muitos de seus parentes. Marx bebia e fumava muito às custas de Engels. As historias de terror que costumava a seus filhos também revelam-no comum irresponsável diante de sua família, com quem não se preocupava muito os cabelos e as barbas de Marx são outro traço peculiar. Por que Marx teve amigos tão vis que ultrajavam a Deus como Bakhunin, Hess e Proudhon? Naturalmente, se o leitor conhecesse pessoas que proferissem as blasfêmias que os amigos de Marx proferiam, os evitaria. Por que ele não os evitou? O que se depreende desse fato? Que Marx compartilhava de tudo o que eles eram, e concordava com o que faziam. Por que um homem, considerado cientista por ele mesmo e pelos seus seguidores, produziria uma obra tão vasta, cheia de misticismo e de conotação tão avessas à humanidade e a Deus, numa idade tão juvenil? Por que o Instituto Marx-Engels de Moscou, que recolhe, analisa e pública toda a obra de Marx, omite essa parte, quando já foram compiladas e editadas em diversas línguas? Para finalizar, gostaria de perguntar aos leitores: poderia um homem com personalidade tão estranha e desequilibrada, formada em uma época tão conturbada da história, cheio de sentimentos de amargura, ódio e desprezo por Deus e pela Humanidade, possuir clareza intelectual e motivação sentimental autentica para criar, sozinho, um sistema de pensamento como o marxismo? Poderia um psicopata criar um dos mais intrincados e complexos planos de destruição, como o leitor verá, e envolvê-lo tão perfeitamente em uma capa de esperança e felicidade geral e eterna, capaz de provocar o impacto mundial que o marxismo causou?
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Capítulo 6 MARX COMO HOMEM E PENSADOR
Antes de qualquer outra coisa, é fundamental procuramos compreender os sentimentos que ocasionaram a formação do marxismo. Geralmente, quando nos motivamos par produzir alguma coisa, tal produto ser um reflexo da motivação que o inspirou. Se decidimos plantar um vegetal ao pe dois muros de nossa casa e escolhermos espinhos ao invés de jasmins, é obvio que a intenção era machucar alguém que se atrevesse a saltar os muros. A presença real dos espinhos é mais que suficiente para revelar nossa intenção original, ao escolhermos aquela espécie de planta.evidentemente, não foi motivada pelo amor aos meus semelhantes. Muito pelo contrário, tal atitude revela o egoísmo, a desconfiança e o pouco respeito que tenho pelo sofrimento dos outros. Não importa (estou a dizer silenciosamente neste gesto), se os outros têm corpo ou se sentem dor. O que me interessa é preservar os muros em pé! Adiantando um pouco nossa analogia, será que 93
são boas as intenções e obras de alguém que enaltece e faz do ressentimento e da violência as suas motivações básicas? Marx era um humanista? Dizem os estudiosos que Marx era muito humanista e que vivia obcecado por uma ideia: “como aliviar o sofrimento das massas exploradas.” A disputa com o congresso do distrito de Rhein parece indicar que Marx era humanista; um homem realmente preocupado com o bem-estar do povo. Mas, após analisarmos seus poemas da juventude, será que poderemos ainda afirmar a mesma coisa? Após a breve apresentação que faremos de seu comportamento moral, suas atitudes par com parentes e pessoas que o cercavam, passaremos a duvidar mais ainda de suas boas intenções. No ano de 1844, quatro anos antes da publicação do Manifesto Comunista escrito em parceria com Engels ― documento que marca o nascimento do movimento comunista ―, Marx escreveu diversos textos que mais tarde foram compilados e publicados sob o título de Manuscritos Econômicos e Filosóficos. Nesses documentos, ele parece demonstrar uma grande preocupação com o sofrimento humano, não apenas dos trabalhadores assalariados, mas também dos donos das fabricas. Vejamos um trecho: “A classe capitalista e a classe do proletariado apresentam o mesmo estado de auto-alienação, com a diferença que a primeira se sente livre e fortificada nessa auto-alienação, pois a percebe como poder próprio, e vê nela a aparência de um a existência humana.”(A Sagrada Família ― Collected Works, Vol. 4, p.36) Neste mesmo trabalho sobre a alienação, Marx chegou a demonstrar preocupação até mesmo com a perda da natureza humana original, ou seja, com o que chamou de Essência―espécie original. Mas, curiosamente, ao concluir seus estudos sobre o sofrimento do homem, Marx havia divergido de Feuerbach quanto à essência do ser humano e havia também alterado o seu ponto de vista quanto ao modo como libertar os homens ― particularmente os ricos ― de seu estado de alienação. Para Feuerbacha, a essência do homem era a razão, o amor e a verdade, e era possível mudar a situação humana por meios pacíficos e educativos. Par Marx a essência do homem era o trabalho, e o único modo fé libertá-lo da alienação era através da revolução violenta. Para alguém que parecia preocupado com os homens indistintamente, essa sua conclusão final parece um tanto contraditória. Marx declarou:
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“Os comunistas declaram abertamente que podem alcançar sua meta somente com a derrota pela força de todos as condições coisas existentes.” (Manuscritos Econômicos e Filosóficos ― Collected Works, Vol 3 p.300) Em outro texto, Marx conclui: “Os comunistas podem, assim , resumir sua doutrina e pensamento em uma única frase: abolição da propriedade privada.” Ora, como é possível concretizar essa ideia? Por meio da revolução violenta. Para Marx, não havia outro modo ele ficava profundamente irritado quando alguém ousava contrariar suas opiniões. Revolução violenta é o mesmo que revolução sanguinária, que é o mesmo que pregar a morte em massa como solução para a felicidade humana! Apesar de em alguns momentos de sua vida e em alguns textos de sua obra Marx parecer preocupados com o bem-estar da humanidade, sua conclusão final, quanto ao método a ser adotado para se alcançar a felicidade, conduziu exatamente ao oposto. Os êxodos em massa dos países ocupados pelo comunismo, os massacres em massa executados pelos comunistas, e as muralhas e entraves postas por eles par impedir a fuga dos povos seus próprios países, demonstram que o comunismo foi uma fraude extraordinária cometida contra a humanidade. Veremos que as profecias de Marx, sobre o que ocorreria no mundo capitalista, estão ocorrendo exatamente no mundo comunista. Um exemplo claro desse fenômeno são as leis do movimento econômico e alienação humana. Analisemos estes pontos. As leis do movimento econômico e a teoria da Alienação na sociedade comunista Marx afirmou que no sistema capitalista atuam certas leis que o levará inevitavelmente à ruína. São as suas contradições internas. Tais leis seriam: 1) Lei da Queda dos Lucros; 2)Lei do Aumento da Pobreza; 3) Lei da Concentração do Capital. Em síntese, Marx conclui que o maquinário não produz lucros, mas os capitalistas, competindo entre si, desejariam baixar seus custos de produção adquirindo maquinário novo. Esta competição generalizada provocaria uma queda geral nos lucros. O maquinário novo significa altos custos que somente os grandes capitalistas poderiam adquirir. A competição levaria à falência os capitalistas menores, que passariam à condição de proletários. Por outro lado, o maquinário novo provoca a dispensa de mão-de-obra e desemprego. Assim, surge um pequeno número 95
de super-capitalistas donos de toda riqueza e, no outro extremo, uma imensa massa de proletários miseráveis sem meios para comprar os bens produzidos, o que levara à recessão, à revolta e, finalmente, à revolução violenta que destruirá o capitalismo. Se observarmos detidamente, notaremos que essas profecias de Marx estão atualmente ocorrendo na União Soviética. A Nomenklatura, pequena parcela da população soviética correspondente a aproximadamente 405.000 pessoas, são os verdadeiros proprietários da União Soviética. Todo o restante da população, de quase 270 milhões de habitantes, são empregados do Estado numa situação de miséria e revolta que, conforme o dissidente soviético Mikhail Makarenko (Tribuna Universitária nº 8, pág. 10 ― 1983): “estão revoltados e começam a sabotar a economia desperdiçando energia e gás, trabalhando lentamente e embriagados quase sempre.” Quanto à teoria marxista da alienação, Marx definiu em seus Manuscritos Econômicos e Filosóficos, quatro tipos de alienação: 1) A alienação do produto do trabalho; 2) A alienação do trabalho em si; 3) A alienação da essência-espécie original e 4) A alienação dos semelhantes. Em síntese: no sistema capitalista o produto do trabalho é tomado pelos capitalistas, o trabalhador é obrigado a vender seu trabalho, as relações de produção destroem e pervertem a natureza humana e, finalmente, as relações de produção capitalista impossibilitam o homem de manter relações humanas dignas com os seus semelhantes e familiares. Curiosamente, mais uma vez, é na própria União Soviética que tais fenômenos ocorrem. Todo produto do trabalho pertence ao Estado que é o supremo patrão, tudo que os trabalhadores soviéticos possuem é a sua capacidade de trabalhar, e são obrigados a vende-la ao único patrão-Estado pelo preço que ele quiser pagar (de um outro modo enfrentam a penúria, ou vão para os campos de trabalhos forçados). Os comunistas reprimem a natureza mística e bondosa do ser humano, ensinando-lhe o ateísmo e o ódio contra Deus e a humanidade e, finalmente, separam filhos e pais, homens e mulheres, etc. Têm separado e dividido nações inteiras como ocorreu na Alemanha com o muro de Berlim e na Coreia com paralelo 38. Na Alemanha, onde o comunismo apossou-se de sua metade oriental, os parentes e familiares separados costumam se encontrar frequentemente nos lados opostos dos muros, e saúdam-se entre lágrimas, mostrando uns aos outros os novos membros da família recém-nascidos. Atualmente, o governo comunista da Alemanha Oriental tem vendido a liberdade de algumas pessoas ao governo da Alemanha Ocidental por altas somas em dinheiro. Naturalmente, àqueles mais interessados caberia uma análise mais profunda. Procuramos apenas ressaltar que as ideias do marxismo estão destruindo não 96
apenas o mundo ocidental, mas também o mundo comunista. Parece ser uma armadilha contra a sociedade humana de um modo geral. Os comunistas estão destruindo a moralidade, a fé, e a natureza dos povos dos países ocidentais, mas também estão destruindo esses mesmos valores, dos povos sob o seu domínio. Certa vez, o filósofo e professor Paul Perry, numa conferência especial promovida pela Associação Internacional Cultural, em Canela ― RS, 1982, disse: “O comunismo é uma teoria para a destruição, não para a construção. É por isso que quando eles se unem para destruir produzem grandes estragos, mas quando se reúnem para construir, os resultados são desastrosos. Acabam destruindo-se mutuamente, ao Ives de construírem alguma coisa boa.” O Dr. Sang Hun Lee, comentando sobre Marx e sua obra detalhadamente, expõe o seguinte ponto de vista no excelente trabalho Comunismo, Crítica e Contraproposta: “Marx era um homem de temperamento inteiramente combativo. Era exclusivista por natureza e convencido do seu próprio virtuosismo. Era intolerante para os que discordavam dele e desprezava todos aqueles que duvidavam dos seus pontos de vista e que não seguiam o seu modo de pensar.” “Talvez porque possuía uma nova visão da vida, subestimava o tipo de vida, interesses e valores da burguesia. Contudo, recusou-se a aplicar princípios éticos e morais para resolver problemas e não gostava de ver meros atos de amabilidade entre as pessoas. Abria uma exceção para a família e colegas, mas em relação às outras pessoas, seu tratamento baseava-se no fato de lhe serem úteis ou não na sua luta política.” “Foi um estudioso até os últimos momentos da sua vida. Era inexorável e implacável para com seus inimigos político. Os que não concordavam com ele eram considerados traidores, criminosos morais ou idiotas políticos.” Passaremos a apresentar algumas atitudes e acontecimentos da vida de Marx, para melhor avaliarmos suas intenções a partir de seu comportamento social e moral. 1) Marx tornou-se antirreligioso e antideus: “A extinção da religião, como felicidade ilusória do homem é uma exigência para a sua felicidade real. O chamado para que ele abandone as ilusões a respeito da sua condição é um chamado para abandonar uma 97
condição que requer ilusões. A crítica à religião é, portanto, a crítica a este vale de lágrimas do qual a religião é a aureola. (Introdução à Crítica da Filosofia da Lei, de Hegel).” “A religião é o gemido da criatura oprimida; é o espírito de uma época sem espírito, é o ópio do povo.”(Manifesto Comunista ― 1848).” “O comunismo vai libertar as consciências do espectro religioso.” Marx chegou a blasfemar contra Deus e contra a humanidade. Mas, afinal, o que significa se opor à religião? O que é religião? Em essência, uma religião nasce de homens simples como Confúcio, Jesus, Gandhi... Moisés e Buda tiveram que abraçar uma humilde e simples para que encontrassem o sentido de suas vidas. As religiões, em última análise, podem ser representadas pelo seu livro básico. Tais livros surgem sempre de uma forma incomum e espontânea. Vejamos, por exemplo, como nasceu o Budismo: Sidharta Gautama era um príncipe indiano que ao conhecer a miséria, a dor, a velhice e a morte, entrou em uma crise existencial e decidiu abandonar as riquezas de seu reino para dedicar-se à procura do verdadeiro significado da vida. Após longo cominho de ascetismo, o príncipe Gautama recebeu uma inspiração divina e apresentou à humanidade o sistema de pensamento budista. Poderíamos condensar o pensamento budista no axioma: “Assim como abelha pousa sobre as flores para delas lhes extrair o néctar, sem danificá-las, assim seja o homem sobre a terra.” Será que de sã consciência poderíamos dizer que tal doutrina é má? As religiões não existiriam sem os seus livros básicos. Se formos analisá-los imparcialmente, descobrimos que, em essência , elas nada mais soa que códigos de éticas e moral. Em geral, todas as religiões apresentam princípios fundamentais comuns, tais como o amor, a paz, a verdade, a bondade, a pureza, etc.Indispor-se contra a religião é, literalmente, indisporse contra a própria sociedade humana. Por quê? Porque são os princípios morais e éticos que constituem os elos primários para a unidade entre os homens, e também o elemento de ligação fundamental para a associação e duração das relações sociais, ou seja, da própria sociedade. A indisposição do marxismo com a religião representa verdadeiramente sua indisposição com a sociedade humana. Por tal motivo, observamos anteriormente, o marxismo está causando imensa destruição no mundo livre e também no mundo comunista, revelando,-se uma doutrina forjada para o aniquilamento 98
recíproco das sociedades comunistas liberais. Temos firme convicção de que tal fenômeno de aniquilação recíproca não é do conhecimento dos marxistas. Creio que, até aqui, ficou claro para o leitor que o posicionamento de Marx contra a religião não é um reflexo de seu amor pela humanidade que, à sal época, estava sendo abandonada e até explorada pela religião (não devemos nos esquecer, especificamente, a igreja católica que representava o grande poder religioso na Europa da época). Mas convém recordar que Marx e seus amigos eram antideus e anti-religiosos, e não simplesmente ateus. A finalidade de guerra de Marx contra a religião era muito mais motivada pelo seu desejo de conduzir os trabalhadores cristãos à luta revolucionaria. Era necessário fazê-lo esquecer o perdão, a fé em Deus e a esperança na vida eterna, para que se predispusessem a matar os seus semelhantes. Naturalmente, o leitor poderá acrescentar outras razões mais profunda e, quiçá, mais misteriosas que estas. Contudo, deixamos ao seu critério tais deduções. 2) Marx também se opôs à Filosofia Idealista Para o escritor Leszec Kolakowski em obra intitulada Correntes Principais do Marxismo, Marx foi um filósofo alemão. Será que esta definição é realmente aplicável ao caso de Karl Marx? Nestes trechos, iremos analisar parcialmente essa questão e também a afirmação de que o marxismo possui caráter cientifico. Marx e Engels apresentam uma definição grosseira da filosofia afirmando-a como “instrumento da classe dominante par proteger os seus lucros e perpetuar seu domínio.” Marx cita alguns exemplos na filosofia de Tomas de Aquino que “ajudou a racionalizar o poderio papal”, etc. Como resposta a essa tosca perspectiva, gostaria de citar o ponto de vista do Dr. Sang Hun Lee, em sua obra Comunismo ― Crítica e Contraproposta (The Freeedom Leadership Foundation, Inc. 1973): “Essa afirmação de Marx, não é verdadeira. Naturalmente, há casos em que a filosofia foi utilizada pela classe dominante, mas nem todas as filosofias mostraram um sectarismo. Também é falso dizer que todos os poderes revolucionários tiveram sempre uma perspectiva materialista. O Império romano, uma sociedade de orientada para a escravatura, não pela classe oprimida. A própria filosofia não é a aprendizagem do partidarismo; é uma ciência que busca a verdade. Filosofia veio a ser necessária com o fim de resolver, dentro da verdade, todos os problemas da vida humana. Mesmo que os pontos de vista dos filósofos (suas teorias) tenham sido 99
diferentes, a atitude para encontrar a verdade tem sido a mesma. De igual modo o partidarismo tem de ser estudado, par se achar quanto de verdade contem. A filosofia tem sido a ciência da verdade, não a ciência do partidarismo. A princípio, todas as filosofias têm de tornar-se ciências da verdade antes de serem ciências do partidarismo. As filosofias que vem a ter significado duradouro não são as que cotem mais partidarismo, mas as que cotem mais verdade.” A finalidade central da filosofia é a descoberta da verdade última sobre o ser e o existir. A filosofia, a nosso ver, tem sido um meio para a descoberta dos verdadeiros que poderão trazer a Deus e à humanidade a alegria, que constitui a finalidade de existência do Cosmos. No final da história, a filosofia dará o seu fruto derradeiro, a sua contribuição na estrutura de uma Ideologia Absoluta a qual, por ser totalmente verdadeira, será aceita por todos os homens. Assim, descoberta desses princípios verdadeiros, tem sido a finalidade essencial da filosofia através da história. É um disparate a afirmação marxista de que a filosofia é um “mero instrumento de opressão.” Vejamos alguns fatos sobre o comportamento de Marx através dos quais poderemos melhor vislumbrar seu perfil moral. A filha de Marx, Eleonor Marx, escreveu um livro no qual conta que Marx costumava contar historias de terror a seus filhos, quando crianças, sobre um feiticeiro chamado Hans Rockle, que tinha feito pacto com o antideus. (O Mouro e o General, Recordações de Marx e Engels, Eleonor Marx, Dietz Publishing House , Berlim, 1964.** . Pode considera-se uma atitude dessa normal? Muito menos poderemos considerá-la cientifica.mesmo após ter se revoltado com a religião, Marx conservou uma postura mística em todas suas atitudes até o final da vida. O escritor Arnold Kunzli, em seu livro Karl Marx ― Um Psicograma (Europa ― Verlag. Zurich, 1966) relata que Marx era um homem irresponsável par com sua família. Era egoísta e sempre viveu na miséria por causa de sua vida econômica desorganizada. O seu extraordinário conhecimento de línguas poderia ter-lhes fornecido uma boa renda paralela. Diz ainda Arnold Kunzli que a vida que Marx levava conduziu ao suicídio duas e um genro. Três de seus filhos morreram de subnutrição. Uma das filhas casadas, chamada Laura, também teve três de seus filhos mortos,. Ela mesma suicidou juntamente com o marido, o socialista Laforgue. Eleonor decidiu tomar a mesma atitude,. Ela morreu, mas o marido retrocedeu no ultimo instante. 100
Um outro escritor, chamado Rolf Bauer, Descreveu a vida financeira de Marx em seu livro Genis end Reichtum. Diz-nos ele: “Enquanto era um ‘filhinho de papai’ estudante da Universidade de Berlim, Marx recebia 700 tálers (aproximadamente 900 marcos alemães) par ‘pequenos gastos’. Era uma soma enorme porque na época. Apenas cinco por cento da população tinha uma renda superior a 300 tálers mensais. No decorrer de sua vida, Marx recebeu de Engels cerca de 6 milhões de francos franceses ao valor da época. (Números do Instituto Marx-Engels).** Marx não possuía sentimentos de delicadeza e amabilidade para com os amigos e nem, par com os parentes. Chamava os proletários de “loucos.” Em uma carta dirigida a Sorge, datada de 19 outubro de 1877, Marx escreveu: “Os trabalhadores, por si mesmos, quando deixam o trabalho e tornam-se literatos profissionais geram sempre,“teoricamente”, o mal e estão sempre prontos a ajuntarem-se a cabeças confusas.” Chamou Feiligranth de “o porco”; Lassalle de “negro judeu”, Liebknetcht de “um boi”; e Bakhunin de “um zero teórico.” Em sua correspondência para Engels, revela-nos os seus sentimentos para com os familiares quando escreve sobre o seu tio que agonizava: “se o cão morrer, estarei fora de complicações.” Engels lhe respondeu: “Congratulo-me pela doença do estorvador de uma herança, e espero que a catástrofe aconteça agora.” Quando finalmente o tio de Marx morreu, ele voltou a comunicar a Engels o fato em 8 de março de 1885: “Um acontecimento muito feliz. Ontem soubemos da morte de meu tio, de 90 anos de idade. Minha esposa receberá cerca de 100 libras; até o velho não deixou parte do dinheiro à mulher que administrava sua casa.”** Marx nutria por seus parentes mais próximos, como sua mãe, um sentimento semelhante. Em dezembro de 1863, escreveu uma carta a Engels dizendo: “Duas horas atrás chegou um telegrama dizendo que minha mãe esta morta. O destino precisava levar um membro da família. Ela já estava com o pé no túmulo. Sou mais necessário do que a velha senhora. Tenho de ir a Trier por causa da herança.” Note-se que ele deveria ir a Trier, não pela morte da mãe, mais tão somente por causa da herança. Também quando da morte do “velho cão” 101
(seu tio) Marx falou entusiasmado sobre a herança. O pastor Wurmbrand cita em seu livro que: “Marx era um intelectual de alto nível, bem como Engels. Entretanto sua correspondência está cheia de obscenidades incomuns a esta classe social. A linguagem suja é abundante, mas não há sequer uma carta na qual se encontre Marx falando sobre seu sonho humanitário e socialista.”** Vejamos mais algumas frases “humanistas” de Marx: Um amigo de Marx, chamado Weitling, disse: “a conversa usual de Marx é sobre ateísmo, guilhotina e comentários sobre Hegel de fio a pavio.” Marx morreu no dia 3 de março de 1883, aos 65 anos de idade. Antes de sua morte escreveu a Engels dizendo: “como a vida é insípida e vazia, mas como é desagradável.” Irônica conclusão para aquele que também escreveu: “A violência é a parteira que tira a nova sociedade do útero da velha sociedade.”(O Capital), e que por suas palavras, indiretamente, destruiu a vida de mais de 150milhoes de seres humanos que como ele, também tinha o mesmo amor pela vida. Outro contemporâneo de Marx, chamado Mazzine, escreveu as seguintes palavras: “Ele possui um espírito destrutivo. Seu coração está mais repleto do ódio que amor pelos homens” (todas essas citações foram extraída da obra de Fritz Raddatz ― Karl Marx. Hoffmann & Publishing Housem, Alemanha, 1975).** O mito da ciência marxista Após a apreciação de todos essas frases e atitudes estranha de Marx (para dizer o mínimo e deixar ao leitor a liberdade de satisfazer sua curiosidade por si mesmo), poder-se-á garantir-lhe o título de cientista? Pelo que se convencionou, um cientista é um estudioso e amante do conhecimento, que dedica sua vida à descoberta dos princípios da natureza visando ao bem estar geral da humanidade. Será que os sentimentos e as motivações de Marx, para formular suas teorias, estavam imbuídos desse espírito benfazejo? Serão as suas teorias verdades científicas de facto? Um homem desequilibrado emocionalmente, imbuído de sentimentos do ódio e revolta e possuidor de um caráter como o de Marx , conforme foi apresentado sem eufemismo, jamais poderia ter encontrado o meio pelo qual a humanidade encontraria a paz a felicidade eterna. Quanto à sua “obra cientifica” analisaremos simplesmente o pilar fundamental de sua teoria ― A Dialética ― e, se esta pedra fundamental do 102
marxismo for um sofismo, todo o resto, naturalmente ruirá (esse de fato é o caso, como prova o Dr. Sang Hun Lee). De acordo com Marx, todos os seres são constituídos de duas partes denominadas tese e antítese, as quais estão em constante conflito entre si. É esse conflito que dá origem e possibilita a existência dos seres, produz o movimento e o desenvolvimento. É através dessa relação contraditória que brota o desenvolvimento. O exemplo clássico citado é op exemplo do ovo. Diz-me que o ovo é a tese que contem em si dois elementos em conflito que são o embrião e a casca, os quais correspondem à tese e à antítese, respectivamente. Como resultado desse conflito, nasce o pintinho que não é o ovo, nem o embrião ou a casca, mas um novo ser superior. Convém lembrar que a dialética hegeliana foi aplicada ao desenvolvimento das ideias , e nela, uma das partes contrárias não era destruída. Marx aplicou a dialética hegeliana ao desenvolvimento social e material e, na dialética marxista, uma das partes contrárias é obrigatoriamente destruída. Analisemos melhor. Serão mesmo contrários os elementos duais de que são constituídos os seres? Essa afirmação é um disparate lógico! A princípio, é indiscutível que sem a casca, o pintinho jamais poderia vir a existir. O que, de antemão, já anula a possibilidade de serem contrários. O critério básico para se analisar a questão dos contrários é a função dos seres. Qual a função da casca? Poderemos aplicar essa indagação para a análise geral dessa questão. Serão contrários o próton e o elétron, o esquerdo e o direito, o baixo e o alto, a produção e a distribuição, o homem e a mulher? O pensamento Deusista propõe que não existem tese ou antítese, mas sim sujeito e objeto. Afirma que todos os seres são constituídos de pares distintos e complementares, denominados sujeitoobjeto, em constante movimento harmonioso; que a harmonia é a base da existência dos seres duais em todo o Cosmo (na natureza e na sociedade) e que essa dualidade é reflexo do Ser Original ― Deus ― que através dela se projetou visivelmente. Em última análise, poderíamos dizer que nem mesmo o fogo e a água são contrários, visto que ambos são responsáveis pelo equilíbrio térmico da Terra. A presença do fogo impede o excesso do frio, e a presença da água impede o excesso do calor. Assim. Ambos possuem funções complementares indispensáveis! O professor e escritor Heraldo Barbuy em seu livro Marxismo e Religião, alude à suposta “ciência marxista” nos seguintes termos: “Se o marxismo vivesse como doutrina cientifica, como viveu, por exemplo, a teoria da geração espontânea, não poderia resistir à contestação dos fatos e das novas perspectivas da ciência atual. Mas não; ele vive como esperança e como uma fé.”
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“O marxismo tornou-se, como todas as contrafacções do Cristianismo, um credo religioso de salvação internacional. Não se trata de um sistema cientifico, mas de uma religião que quer salvar não o homem, como pessoa individual, mas como gênero abstrato...” O ex-comunista e escritor religioso francês, Ignace Lepp, em seu livro Itinerário de Marx a Cristo*, escreveu um interessante trecho chamado “A Ciência Marxista.” Transcrevo-o aqui par a apreciação do leitor: “Como todos os marxistas, eu confessava, naturalmente, a mais viva admiração pela Ciência. Assim, como os crentes grafam com maiúsculas a palavra “Deus”, nós usávamos necessariamente a maiúscula para a palavra “Ciência.” Ao nosso ver, só podia existir verdade cientifica e, em nossas discussões, somente os argumentos científicos tinham valor. “Não me parece contudo, que a concepção que fazíamos da Ciência fosse totalmente idêntica à dos sábios do século XX. Sem muito espírito critico, havíamos adotado, em conjunto, a ideia dominante no século XIX, a Ciência tal qual a conheceram Marx e Engels. Para eles a Ciência opunhase às explicações teológicas e metafísicas como a verdade se opõe aos mitos e à mistificação. Os sábios de nossa época tornaram-se mais modestos. Já não esperam atingir com seus instrumentos, apesar de tudo, mais aperfeiçoados, a verdade total e definitiva. Deixam cair a maiúscula e, de preferência, falam em ciências e não em Ciência. “Professando uma concepção da Ciência pelas ciências, nos havíamos, sem o saber, retornando exatamente àquela atitude intelectual que, com a etiqueta de “metafísica”, Marx havia condenado. Proclamávamos ruidosamente que também a dialética marxista era a Ciência e que as demais ciências não poderiam ser eficientes senão em virtude de sua subordinação à dialética materialista. A dialética de Hegel não se interessava senão pelas ideias eternas. À dialética marxista, porém , atribuímos não só a virtude de proporcionar um conhecimento perfeito do mundo material real, mas também de ser o mais eficaz instrumento de sua transformação. Assim, ainda uma vez sem o sabermos, nos púnhamos de pleno acordo com os escolásticos tão insultados pela filosofia póscartesianal! Também par eles existia uma Ciência suprema que nada tinha em comum com as ciências experimentais: era a metafísica. A dialética para nos, exatamente como a metafísica par os escolásticos, era o critério e a garantia da verdade das demais ciências. *
Editora Agir, quarto capítulo, às páginas 115, 116 e 117.
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“A dialética materialista deveria, ao nosso ver, possibilitar atingir, no domínio do conhecimento cientifico do real, resultado pelo menos tão grandiosos como aqueles que a dialética hegeliana havia conseguido no domínio da fenomenologia do espírito. Acaso Engels não afirmado que, já em seu tempo, as mais importantes descobertas cientificas eram devidas à aplicação, muitas vezes involuntária, da dialética materialista? Assim, atribuía a esta a descoberta da célula como unidade, da conservação da energia, da evolução por Darwin etc. eu não estava, evidentemente, em condições de verificar a verdade de tais assertivas, mas como se enquadravam bem na ideia que eu fazia do marxismo! Não hesitava, portanto, e continuava a narrar esses fatos e a estender, por minha conta, essas ideias de Engels a outros domínios. “Sendo bom marxista, não podia atribuir somente ao gênero humano os progressos científicos. Como todas as coisas, também esses progressos deveriam ser determinados pelo desenvolvimento dos meios de produção. Além do mais, não foi o sábio marxista inglês J. B. S. Haldane que, em sua obra A Filosofia Marxista e as Ciências, adotou uma posição intermediaria semelhante? A astrologia teria nascido da necessidade que tinham os povos primitivos de calcular os acontecimentos importantes par obter a própria subsistência; por exemplo, a estação em que as ovelhas dão cria ou a cheia do Nilo. Depois, estabeleceu-se o calendário, que por sua vez, e em virtude de outras necessidades econômicas, teria gerado a aritmética mais complexa. A agrimensura estaria na origem da geometria ; as necessidades da artilharia teriam levado ao estudo da balística que, por sua vez, teria culminado na dinâmica de Newton. Não hesitávamos mesmo em atribuir à dialética materialista a teoria dos quanta, bem como todas a física e toda a química modernas. Acreditávamos, com efeito, descobrir, em textos obscuros de Engels, a predição ― não profética, mas científica ― de todos os progressos científicos ulteriores. “Na biologia, a doutrina darwinista da evolução das espécies se apresentava par nós como verdade primeira, que ninguém tinha o direito de por em dúvida. Recusávamos, naturalmente, toda a separação de “natureza” entre o biológico, de uma parte, e o químico e o mecânico, outra. Bérgson fora condenado pelos marxistas exatamente por ter estabelecido a irredutibilidade do vital ao mecânico. É verdade que Bérgson havia inquietado, ao mesmo tempo e por motivos opostos, também os católicos. Estes temiam que seu vitalismo fosse irreconciliável com um espiritualismo autentico. Hoje, depois que o livro Deux Sources de la Morale et de la Religion manifestou o verdadeiro espírito bergsoniano, é necessário reconhecer que, com relação ao bergsonismo, os marxistas 105
foram, no começo, mais perspicazes que os cristãos. De fato, a filosofia de Bérgson aluiu os fundamentos do materialismo e não do espiritualismo. “O mais difícil foi dialetizar a psicologia. Para que o edifício marxista do saber humano permanecesse sem fissuras, começamos por rejeitar, em princípio, como anticientifico, todo e qualquer conhecimento do irracional. Este não passa, o nosso ver da sobrevivência absurda mentalidade primitiva. O homem civilizado, tal como o concebia o marxismo, não deveria agir em função exclusiva de categorias racionais. Nesta perspectiva, o psíquico não passaria de um grau mais evoluído do fisiológico. Somente aceitávamos uma psicologia redutível à filosofia e portanto, em última análise, à química e à mecânica. Embora Lênin não possuísse nenhuma competência particular no domínio da psicologia, em meus cursos e artigos sentia-me feliz em poder apoiar-me na seguinte frase escrita por ele “A eliminação do dualismo espírito―corpo por meio do materialismo consiste em professar que o espírito não tem existência independente do corpo, pois nada mais é que um fator secundário, uma função do cérebro, imagem do mundo exterior.” “Em minha obstinação de tudo explicar à luz da dialética marxista, havia sem dúvida, a necessidade de adquirir confiança em mim mesmo. Pois, como poderia eu deixar de perceber, de quando em quando, a força e a grandeza de certas filosofias que os estudos universitários me obrigavam a aprofundar?” Para concluir, gostaria de citar um trecho da obra do Prof. Plínio Correia de Oliveira “As Cebs ― das quais muito se fala e pouco se conhece ― A TFP as descreve como são”: “Pretender que o marxismo seja uma ciência é, em rigor de lógica, um absurdo. Pois como provas cientificas das suas conclusões, ele simplesmente e apresenta suas premissas teóricas. Por outro lado, os fundamentos doutrinários do marxismo não são dedutíveis por via lógica, a partir de pressupostos bem demonstrados, mas na mera decorrência de afirmações gratuitas, tomadas como se fossem dados empíricos revelados. Como a partir do absoluto (como a dialética) tudo é possível, uma vez aceitas como validas essas afirmações, pode-se construir todo um sistema com aparência de correção lógica, no qual umas afirmações vão servindo de “prova” e de sustentação às outras. O padre Baldonero Ortoneda*, *
Princípios Fundamentais do Marxismo-Leninismo, Pe. Baldonero Ortoneda, México – Madrid, 1974).
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jesuíta espanhol, auxiliado por uma equipe e orientado por especialistas, deu-se ao trabalho de analisar do ponto de vista da filosofia e das ciências naturais, os princípios básicos do marxismo-leninismo. Ao final de 700 páginas de comparação das afirmações (mais de 15 mil afirmações) de uma amostragem de cerca de 900 autores marxistas, com os dados reais da biologia, da química, da física, da geologia e das matemáticas, além da filosofia, constatou a existência de nada menos que 400 erros de caráter cientifico, 600 erros de raciocínio e 200 erros filosóficos! Tal fato desqualifica totalmente qualquer sistema. Por conseguinte, a “análise marxista” da realidade não é senão a adaptação da realidade aos pressupostos apriorísticos dos marxistas. Assim, a realidade não é investigada segundo a objetividade dos fatos, mas interpretada e adaptada às conclusões prévias da doutrina e de acordo com a vontade premeditada dos seus autores.”
PARTE II A MÍSTICA DO PENSAMENTO MARXISTA
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Capítulo 7 IDEAL E IDEOLOGIA
A questão do ideal e da ideologia está diretamente relacionada com o homem. Somente o ser humano busca ideias e ideias, porque é dotado de razão e emoção como nenhum outro ser da natureza. Estudando os grandes movimentos históricos, notamos que todos eles possuem uma motivação sentimental (ideal) e uma orientação intelectual (ideologia). Constatamos que sem estas forças, as ações humanas não possuem sentido, nem direção. Conseqüentemente, nada realizam. Analisemos mais profundamente através de exemplos. No antigo Egito, na época do faraó Ramsés II (contemporâneo de Moises), a construção da cidade de Ramsés foi o ideal que movia o império Egípcio naquele período. A ideologia do império egípcio na época eram os conhecimentos científicos que os egípcios cultivavam, como um privilégio 108
dos sábios e sacerdotes. Foi devido a tais conhecimentos que as pirâmides e as esfinges tornaram-se uma realidade extraordinária que, ainda hoje, constituem uma incógnita desafiando os conhecimentos da ciência atual. Naturalmente as pirâmides e as esfinges constituíram os ideais das dinastias anteriores. O ideal e a ideologia representam o que fazer ― o quê ― e o como fazer ― o como. Semelhante ao objetivo e a estratégia e aos temas e as técnicas dos artistas. Na época de Noé, a construção da arca foi o seu ideal, a ideologia foram as suas palavras, para os povos injustos da época. Nos tempos de êxodo dos judeus no deserto, sob a liderança de Moises, o ideal foi o tabernáculo, e a ideologia, os Mandamentos. No reinado de Salomão, a construção do templo foi o ideal; as leis mosaicas e os ensinamentos do Pentateuco, a ideologia. O rei Nabucodonosor construiu os jardins suspensos da Babilônia como o seu grande ideal. A sua ideologia foi representada pelos conhecimentos que ele tanto amava e pelos quais construiu a Grande Biblioteca da Babilônia. Na Grécia Antiga, o Helenismo constituiu a ideologia, enquanto a beleza espelhada na arquitetura das cidades, nas artes e os esportes foram os seus grandes ideais. Na Roma de Nero, a construção da Nova Roma (pela qual mudou incendiar a antiga) foi o seu grande ideal, enquanto constituiu a ideologia do império romano (o estoicismo foi um reflexo do Helenismo na cultura e no pensamento romano, após a Grécia ter sido conquistada pelo império romano). Jesus trouxe para o povo judeu um novo ideal ― O Reino do Céu na Terra ― e uma nova ideologia ― o Cristianismo ―, ainda latente nos evangelhos. Na época do imperador Constantino, quando os cristãos sobrepujam o império romano, sendo a religião cristã oficializada pelo imperador, havia a necessidade de uma ideologia mais clarificada para que os cristãos unissem os povos ao redor do seu ideal, que era a construção do Reino do Céu na Terra. Santo agostinho foi o personagem histórico a quem coube o papel de cristalizar a ideologia cristã. Após 14 anos de estudo e trabalho, ele apresentou em 22 volumes sua obra prima A Cidades de Deus. Nela, Santo Agostinho traçou com clareza o ideal e a ideologia cristã. Foi após essa obra que o Cristianismo iniciou sua expansão mundial. O ideal e a ideologia cristão foram as forças estimulantes da Europa até a época da Revolução Francesa. Época em que se estruturava um novo ideal e uma nova ideologia. O novo ideal era “A Republica Democrática” e a nova ideologia, o Iluminismo. O cristianismo, como ideologia baseada apenas na fé, estava suplantado por uma ideologia baseada na filosofia e na ciência dos séculos XVIII e XIX, e o ideal cristão de separar o homem do mal, purificando-o através de uma vida santa par encaminha-lo ao céu após a morte, estava 109
suplantado pelo ideal de construir uma sociedade liberal real sobre a Terra no aqui e agora; de qualquer forma e pro quaisquer meios. Inclusive a violência! O Pietismo, o Quakerismo, o Metodismo, o Puritanismo, o Mormonismo e o Espiritualismo (grande movimento cristão de pesquisas e práticas espirituais, tendo como principal expoente o visionário alemão Immanuel Swedenborg); somados todos esses movimentos surgidos nos séculos XVIII e XIX, poderemos afirmá-los como uma nova expressão ― mais real e concreta ― do ideal e da ideologia cristã.Paralelamente, uma outra ideologia e um outro ideal se estruturava com base na filosofia e na ciência dos séculos XVII e XIX; o marxismo e a sociedade comunista ateia (o socialismo cientifico). O marxismo, afirmado-se materialista e cientifico, tem confrontado e batido o cristianismo, enquanto sistema de pensamento apoiado na filosofia idealista e na teologia dogmática. Por outro lado, o ideal da “sociedade comunista ateia”, fundamentando-se na acusação contra os equívocos ideológicos cometidos pelo cristianismo na hipocrisia religiosa e na falsa moral social existente na sociedade democrática cristã (notoriamente, o egoísmo materialista), vem se sobrepondo ao ideal social cristão, a ponto de converter pacíficos religiosos ao ateísmo e a violência. Tal é a força da ideologia e do ideal. Urge, pois, que surja na terra uma nova ideologia e um novo ideal superiores à ideologia marxista e ao ideal comunista. Essa nova ideologia e esse deverão possuir uma poderosa base teológica, filosófica e científica, e ser capaz de despertar uma verdadeira revolução intelectual e moral no mundo. Afinal, o que é o ideal e a ideologia e qual a sua importância? O ideal é um dos impulsos fundamentais dos indivíduos e dos grupos. é o ideal que une o grupo para a sua realização. Mesmo uma coisa simples como arrastar uma arvore caída constitui um ideal poderoso ao redor do qual os homens se unem e, numa euforia contagiante, juntos, arrastam a árvore machucando suas mãos e cansando os seus corpos sem sequer o notarem ou se incomodarem consigo mesmo. Essa é a força extraordinária que um ideal exerce sobre um indivíduo, um grupo, uma sociedade ou uma nação. O patriotismo ― o amor, preservação e a prosperidade de nação ― é um belo exemplo de um ideal nacional. Mesmo as Guerras Mundiais são exemplos máximos da força do ideal de liberdade e capaz de liberdade e paz para o lado do mundo que se defendia. Por sua vez, ideologia possui também um imensurável valor e peso nas ações humanas. Como anteriormente citamos, a ideologia é o plano, a 110
estratégia indispensável a uma correta tática; são as técnicas sem as quais seriam impossíveis as artes humanas. Agir sem uma ideologia é o mesmo que iniciar uma construção qualquer sem um projeto anterior, assim como o projeto de uma construção estabelece todos os elementos e medidas necessárias para a solidez e durabilidade da obra construída, a ideologia estabelece todos os princípios (ética, moral e leis) transmateriais para a solidez e unidade da sociedade humana. As ciências da Administração nos ensinaram que as atividades não planejadas anteriormente, tornam-se atividades improdutivas que devido a um alvoroço, agitação e cansaço, dão a ilusão de produtividade. Na realidade, a falta de alternativas para as imprevisibilidades corriqueiras acabam gastando todo o tempo útil e tornam todos os esforços para uma maior produtividade, inúteis. O Cristianismo é o conjunto de todas as ideias de índole teísta e pacifica que até então havia florescido na Terra. Nos evangelhos de Jesus, podemos encontrar traços do hinduísmo, budismo, confucionismo, judaísmo e traços do pensamento helênico idealista. A ideologia é o próprio sentido das ações e das reações humanas na sociedade. Para que homens se associem e cooperem entre si, é necessário um ideal comum que ofereça benefícios, e uma ideologia ― uma orientação ética, moral e intelectual ― para a realização do ideal desejado. De outra forma , união e a cooperação tornam-se impossíveis. Do indivíduo ao mundo, a existência de um ideal e de uma ideologia são as bases elementares das suas ações. O ideal é a motivação sentimental que gera esperança e estimulo de dedicação e abnegação, que dão sentido e motivação para vida. A vida humana, desprovida de um ideal, não possui sentimento. Já a ideologia é a orientação intelectual que dirige as ações humanas por caminhos precisos para a realização do ideal. A ideologia indica os caminhos para se atingir o ideal. O psicólogo e psicanalista vienense, Victor Frankl, criador da Logoterapia, afirma como postulado básico de suas teorias sobre a neurose humana. Na obra fundamental O Deus Desconhecido, que “a falta de sentido e busca por Deus, constituem a causa essencial da neurose.” Vejamos que Frankl considerado o criador da terceira escola psicanalítica vienense (o primeiro foi Freud e o segundo Adler), confirmou com fartos argumentos a importância de um ideal para a vida dos seres humanos. Daqui podemos inferir que, desiludido com seu individualismo de ser artista-poeta, desiludido com a família e sua sociedade, e desiludido com o ideal e ideologia cristã, Marx perdeu o sentido da sua existência e expressou clara mente em seus poemas. Ao entrar em contato com a filosofia idealista alemã, os ideais dos economistas ingleses, e os filósofos iluministas franceses, Marx encontrou outra vez os subsídios para adquirir 111
um novo ideal e uma nova ideologia. Quando encontrou Moses Hess, definitivamente se definiu.
Capítulo 8 PROPÓSITO E FINALIDADE
Outro aspecto de elevada importância nas ações e nas relações humanas são o propósito e a finalidade. O ideal é a motivação sentimental para a ação; ideologia é a orientação intelectual par a realização do ideal... Mas, por que o homem e para quê? O ideal é “o quê”, a ideologia é “o como”, de modo semelhante, o propósito é o “porquê” e a finalidade é o “para quê.” Vamos analisar um pouco a questão do propósito e da finalidade. Por que o homem busca um ideal? Por que um artista busca criar a sua obra prima? A “obra prima” é o mais elevado ideal de todo artista. É o fruto primoroso de seu coração que tanto buscou. Naturalmente, buscou trazer à luz sua obra prima amá-la e mostrá-la às outras pessoas,de modo que também elas amassem 112
essa obra prima. Eis porque o homem cria. Dentro dessa visão, a grande questão da filosofia existencialista “por que existe alguma coisa, ao invés de não existir nada”?, Fica definitivamente resolvida. A causa da existência do ser criado é o desejo de amar do ser criador, dessa forma, criar não foi um mal, e a existência também não o é. Todos as ações humanas são voltadas para a satisfação de uma necessidade ou um desejo. Isso indica que, foram criados com um propósito definido. O propósito é o porque da ação criativa humana. Esse propósito é o amor. O propósito do artista ao criar foi o amor. Ele queria amar sua obra e queria que outros a amassem também... Mas, para quê? O que ele pretendia ou desejava ao amar sua obra? Noutras palavras: ao buscar a beleza nela cristalizada, sem dúvida ele buscava o sentimento de alegria, que é o sentimento, mais desejado pelos seres humanos e, em última análise, a causa derradeira das suas ações e das relações! Assim, o artista criou sua obra prima porque desejou amá-la para sentir alegria o amor é o “porquê” da ação humana e o “para quê”, a alegria. Eis assim as causas fundamentais de toda e qualquer ação humana; isto, para pessoas normais, dentro dos padrões de normalidade que a psicologia atual considera. Esse não parece ter sido o caso de Marx. A motivação de Marx ao engendrar a sua “ideologia” foi muito mais o ódio e o ressentimento contra Deus e alguns grupos de homens, do que o amor e o seu sentimento de justiça. Que justiça queria e ensinou Marx? A violência e destruição das religiões, da burguesia, e do estado, sem piedade, e por quaisquer meios. Será isso justiça? Gostaria de citar um curioso trecho da obra de Julio Verme, As 20.000 Léguas Submarinas, em que o capitão do Náutilus, Nemo, disse: “Somente o ódio pode preencher o coração do homem tanto quanto o amor.” Essa expressão é bem verdadeira. O ódio para Marx era “sua” expressão de amor. Só que, no mundo real, despojado dos delírios da loucura que o ódio gera, amor é amor e ódio é ódio. São elementos incompatíveis, um só existira quando não existir o outro; pois a presença de um é a ausência do outro. Onde houver ódio, não haverá amor, e onde houver amor, não haverá ódio. Eis mais algumas das profundas razões para duvidarmos das “boas intenções” de Marx e seus seguidores. O marxismo é um produto do ódio. A árvore de onde ele nasceu, era uma árvore de ódio. Será que tal árvore nasceria um fruto de amor? Os rastros do marxismo na Terra são os rastros da dor e do sangue. Os povos de países governados pelos marxistas são “os escravos do século XX.” Não precisam ser brancos, negros ou amarelos. Todos valem o mesmo: tanto quanto um animal. O que é uma teoria? Uma teoria é um 113
conjunto de dados parta que, ao serem aplicados, se obtenha um determinado resultado. Se ao serem aplicados os dados, os resultados forem os esperados, isto significa que a teoria é verdadeira e é boa. Se pelo contrário, os resultados forem opostos aos precristos na teoria, isso significa que a teoria é falsa e ma. O comunismo é uma teoria que cotem em seu bojo promessas de paz, amor, liberdade e felicidade. Ao ser em posta em prática, a teoria marxista produziu devastação, dor e morte em todas as partes. O marxismo parece ser o maior engano que a humanidade cometeu. A situação atual da União Soviética, que é rejeitada pelos comunistas como modelo de sociedade marxista que preconizam, sob a alegação de que as ideias de Marx nunca foram aplicadas na União Soviética, não passa de uma desculpa a mais. A situação da União Soviética, especificamente do povo soviético, nada representa que o resultado mais avançado da aplicação do marxismo prático no mundo, simplesmente porque foi lá onde ele foi primeiramente aplicado. Onde quer que o marxismo seja implantado, os resultados serão sempre os mesmos, porque todo efeito é produto de uma causa, e não podem nascer uvas verdes de um arbusto selvagem. O ódio de Marx destruiu sua família e até ele mesmo. A aceitação da violência como princípio fundamental do progresso humano e aceitação do marxismo de um modo integral, apesar do desastre que ele é e que ele traz parace-me mais um dos aspectos místicos do marxismo. Os marxistas ficam como que “enfeitiçados” com as ideias e os ideais do marxismo, a tal ponto que nem mesmo a mais chocante evidencia é capaz de libertá-los do seu estranho “transe.” Não precisamos experimentar veneno para nos certificar de que é mortífero. Bastam-nos os exemplos dos muitos que já o provaram. Essa é a atitude de um homem em perfeito domínio das suas faculdades mentais. Experimentar o veneno ao lado dos corpos de outros que o experimentaram antes, para ver se era mortífero, a ainda assim o experimentar... Definitivamente, tais pessoas estão fora de si! Por incrível que possa parecer e pro mais que me recuse a aceitar esse fato, é exatamente assim que tem agido as sociedades ocidentais. É como se estivessem envolvidas por uma espessa nevoa e dominados por uma força invisível que lhes atrai a mente e o coração, de uma forma irresistível. Presenciando no mundo os êxodos desesperados dos povos dos países comunistas, as declarações-denuncias daqueles que conseguiram escapar e contam as terríveis historias de dor e sofrimento que traz consigo o comunismo, e presenciando a suspensão total dos direitos humanos nos países comunistas, o mundo ocidental ainda lhe permite existir e ser legal dentro de seus próprios territórios! É como trazer para dentro da sua casa ferozes 114
escorpiões e, de luzes apagadas, e pôr a caminhar entre eles. É um delírio insensato!
Capítulo 9 IDEAL CRISTÃO E IDEAL MARXISTA
O marxismo, como demonstraremos nestes escritos, tomou a forma de um Cristianismo às avessas, praticamente em todos os pormenores. Por esse motivo, uma vez que os homens estavam desiludidos com o ideal cristão em virtude das falhas do Cristianismo, também perderam a convicção em sua ideologia. Consideraram-na uma hipocrisia e uma farsa que, ao invés de indicar aos homens o ideal verdadeiro que os conduziria à paz e à felicidade, era uma porção de mentiras para subjugá-los às suas ordens e exploração. Desiludidos com o ideal cristão ― O Reino do Céu ― e com a ideologia 115
cristã ― o Cristianismo ―, estava aberto o espaço para um novo ideal e uma nova ideologia. Marx, como um falso messias, trouxe para a humanidade um novo “ideal” e uma nova “ideologia.” (Aspei as palavras ideal e ideologia, porque, no caso do marxismo, são falsas.) Quais foram o ideal e a ideologia apresentados por Marx? O ideal foi a sociedade comunista ateia, uma sociedade sem famílias, sem estado e sem propriedades, em que os homens viveriam sem leis, sem princípios e... sem ordem! Sim. Como pode haver ordem, onde não há lei e nem princípio? Onde todos poderão fazer o que quiser, quando quiser e como quiser sem nenhuma satisfação a dar a ninguém? É como o próprio Marx afirmou, um retorno (ou retrocesso) ao estágio primitivo e brutal do homem (ao estado anterior à civilização). Quanto à ideologia, Marx propôs o marxismo ateu. Nesse sistema de pensamento, a ética universal é a violência. A violência é fator criativo; a causa do movimento e do desenvolvimento na natureza e na sociedade. Sem violência não há progresso. O homem é um mero animal superior criado pelo trabalho, cuja essência é o próprio trabalho. Matar um homem é o mesmo que amassar um pedaço de barro. Não há direito à vida ou à liberdade para aqueles que não aceitarem a violência como princípio básico para a unidade e o progresso social. Convém recordar aqui que o marxismo afirma que na sociedade comunista não haverá lutas. Isso é um disparate! Como poderá a luta cessar se ela é a causa do movimento e do desenvolvimento na natureza e na sociedade? Se a luta cessar, a sociedade estagnará. Pelo menos é o que diz a ideologia marxista. Não existe vida eterna (não sei como ficará a esperança humana de viver eternamente, quando lhe dizem que se transformará em pó definitivamente). Deus é uma superstição originada pelo medo e pela ignorância. Jeanne Kirkpatrick, exembaixadora dos EUA na ONU, declarou certa vez que a União Soviética é um Estado aético, e o mundo ocidental não pode compreender as suas atitudes. Como ficou demonstrado anteriormente, o marxismo como sistema de pensamento lógico, está completamente ultrapassado. O objetivo desse livro não é apresentar os erros teóricos do marxismo, mas sim apresentar o caráter interno do marxismo: as causas essências de sua formulação e expansão mundial e, principalmente, as causas da sua natureza intrinsecamente perniciosa e cruel. Gostaria, não sei se o conseguirei, de transmitir ao leitor todo o mistério que se oculta sob as camadas pseudocientificas e pseudo-humanistas do marxismo. Ainda que lance mãos de ideias verdadeiras para conquistar as massas (de outra forma como o conseguiria?), o marxismo é intrinsecamente mau, como declarou o Papa 116
Paulo VI. Gostaria de despertar o leitor o fato incrível da força de persuasão do marxismo, notadamente visível no fenômeno da teologia da revolução, onde muitos jovens que entraram para os seminários e conventos religiosos, para aprenderem como semear o amor, o perdão e paz entre os homens, subitamente passaram a ensinar o ódio, o ressentimento e a violência, chegando ao cumulo de empunhar metralhadoras e facas, em nome do amor a Deus e ao Homem! Tal é a força mística do marxismo, de onde provém ela, se o marxismo é ateu? Penso que apenas uma parcela dos leitores desse livro conhece as verdadeiras praticas do comunismo. Mais ainda, muitos sequer acreditariam se lhes fossem contadas as atrocidades inumanas que o marxismo inspirou. A humanidade já conheceu o terror dos assírios e as crueldades dos povos bárbaros da Europa Medieval. Mas jamais conheceu algo cruel, sob um disfarce tão perfeito de bondade, como o marxismo *. O marxismo decepa, arranca e destrói, até às raízes, tudo o que há de amor, perdão e bondade na natureza humana. Alexandre Soljenitsin declarou que os povos escravizados pelos comunistas necessitarão de pelo menos cem anos para se readaptarem outra vez ao convívio mundial. O mais incrível em tudo isso, é que o marxismo oferece aquilo que constitui o desejo humano mais essencial: o fim do sofrimento. Essa, grande ironia. O mundo atual necessita urgentemente de um novo ideal e de uma nova ideologia que possam suplantar o ideal e a ideologia marxista. Essa nova ideologia deve vir apoiada na ciência do século XX e deve oferecer à humanidade a paz que ela tanto tem buscado, sendo enganada e jogada de um lado para o outro, como um trapo imprestável. Se há Deus além da aparência do mundo material, esse dia glorioso chegará para a humanidade. Creio verdadeiramente que essa tão esperada e necessária ideologia já apareceu na Terra. Chama-se Deusismo e, graças a Deus, já está semeada em todas as partes do mundo livre. Tenho estudado o Deusismo e, há longos anos, é meu mais firme propósito torna-lo claro e expandi-lo entre os intelectuais e religiosos. Creio verdadeiramente que essa será a solução verdadeira e final para a ameaça do comunismo internacional. Quanto a esse ponto, gostaria de alertar àqueles que não acreditam na luta ideológica contra o comunismo para o grave engano de que são vítimas. A guerra comunista é uma guerra política. Nessa guerra as armas são os ideais e as ideias, e o campo a conquistar são as mentes e os corações. Somente após *
Como escreveu o filósofo francês Bernard Henri Levy: “o marxismo é uma barbárie com face humana.”
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essa conquista e, somente em caso de necessidade, os comunistas usarão as armas publicamente. A subversão de todos os valores por meio da infiltração tem sido o modo oculto e covarde de atuação dos comunistas. Pergunto àqueles que não perceberam a força da ideologia: como foram conquistados os elementos marxistas já infiltrados? Não foi utilizando os ideais e as ideias do marxismo? Se a ideologia marxista é um erro, isso de nada interessa aos comunistas. O importante para eles é que, errado ou não, a ideologia marxista envolve Karl Marx numa capa de cientista e filósofo absolutamente indispensável para encobrir a sua verdadeira identidade e real intenção. Como também encobrir todos os comunistas em pele de cordeiro, justificando seus crimes atrozes. “O ideal cristão, por sua vez, apresenta-se perante a classe intelectual como um absurdo irreal. Afirmam os cristãos que a consumação da história do homem será o arrebatamento de todos os fiéis a Jesus para o céu ― entendido como uma cidade ― onde habitarão por toda a eternidade como anjos, e o julgamento e condenação dos infiéis ao lago de fogo e enxofre juntamente com o diabo, os falsos profetas, bestas e outras coisas mais, onde permanecerão gemendo por toda a eternidade. Essa teoria da história já de há muito não convence nem mesmo aos cristãos mais devotos. As modernas teorias da parapsicologia, como também as experiências místicas do espiritismo, nos revelam e confirmam as ideias de Immanuel Swedenborg, que afirmava que o mundo espiritual (o que os cristãos entendem por céu), corresponde a uma outra dimensão do mundo natural. Ambos estão unidos como mente e corpo (discutiremos estes tópicos numa outra ocasião mais propícia). Creio que alguns dos leitores desse livro são cristãos. Mas creio também que como tantos milhões de outros, já tomaram a resolução de “viver intensamente aqui na Terra desfrutando de sua beleza e toda sua alegria e... depois da morte... bem, seja o que Deus quiser, pois eu não sei mesmo nada sobre isso!” O ideal cristão é irreal. É inconcebível a existência de uma cidade encantada que desce do espaço sideral. Enquanto o Cristianismo propunha um ideal destes, os comunistas acusavam os cristãos de “o desejaram apenas para as massas ignorantes, enquanto para eles mesmos preferiam o céu na terra aqui e agora.” Com base nesses argumentos eles propunham a sociedade comunista sem religião, sem classe, sem Estado e sem sofrimento para sempre. É obvio que um ideal destes é quase exatamente o que a humanidade anseia. Miseráveis e exploradas, o ideal marxista. O ano de 1917 foi quando os comunistas puseram em prática a sua ideologia. Hoje, passados 68 anos de praticas em 38 países conquistados por eles, o resultado é um rastro de violência e dor como jamais a 118
humanidade conheceu. A ideologia marxista foi a causa; uma desgraça e miséria lamentável, o efeito. O marxismo criou monstros humanos insensíveis e cruéis como nenhum outro sistema de pensamento jamais o fez. Será que é desejável uma tal sorte para os nossos descendentes? O fenômeno do terrorismo internacional é apenas um dos frutos do marxismo. O que dizer mais?
Capítulo 10 A IDEOLOGÍA C RISTA E A IDEOLOGÍA MARXISTA
Como anteriormente destacamos, retomaremos agora uma das ideias de Saint-Simon ― A Nova Religião da Humanidade. Citaremos também o pensamento de Auguste Comte sobre mesma ideia (Comte foi secretário de Saint-Simon). Simon acreditava que a humanidade necessitava de uma nova ideologia que os ensinamentos escolásticos da época. Esse novo sistema de
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pensamento deveria ser cientifico, abrangente e baseado completamente na razão e na objetividade máxima possível. Sobre esse alicerce, Saint-Simon dizia, levantar-se-ia uma “nova religião da humanidade” que mudaria a mentalidade humana, adaptando-a aos seus novos objetivos. Somente essa “religião” poderia criar a sociedade do futuro governada por homens de intelecto superior. Comte, que sofreu influência de Saint-Simon, advogava um ideal semelhante. Ele concluiu que o mundo somente poderia ser redimido (?) por uma “Nova Religião”, cuja função seria exaltar a humanidade fortalecendo o seu altruísmo. Essa exaltação veria a humanidade como objeto de veneração ritual. Comte passou sua velhice elaborando essa religião da humanidade. Chego a criar um intricado sistema de sacerdócio, sacramentos, disciplinas e orações e propôs um novo calendário, no qual as divindades pagãs e os santos cristãos seriam substituídos por “heróis do progresso humano.” Estudando para encontrar subsídios para essa obra, chegarei à conclusão que, se estudasse mil obras de autores diferentes, em todas elas encontraria aspectos místicos para compor o presente trabalho. Naturalmente, não pretendo (nem poderia), reunir nessa obra todos eles. Minha intenção é despertar o leitor para a mística que, ainda que não intencional ou consciente, está sempre presente mesmo em escritos materialistas e ateus. Outro interessante exemplo encontra-se no pensamento de Antonio Gramsci. Gramsci nasceu em Ales, Itália, a 22 de janeiro de 1891. Foi o organizador do Partido Comunista na Itália, e o mais expressivo pensador comunista italiano. Por todo o seu envolvimento nas greves operárias, foi preso no governo de Mussolini e condenado a 20 anos de prisão. Morreu doente a 27 de abril de 1937. Gramsci e considerado o pai do Eurocomunismo. O pensamento de Gramsci foi classificado como uma “heresia” pelos socialistas e comunistas da Itália. Ele se opunha a violência gratuita, defendendo uma postura moralista e culta por parte dos comunistas. Vejamos um trecho do seu pensamento citado no livro Antonio Gransci . Uma Vida (Brasiliense. Laurana Lajota, 1985): “Gramsci recusa o anticlericalismo socialista o qual, rechaçando o sentimento religioso, não avalia adequadamente o seu enraizamento do povo... a religião, ao contrário, deve ser considerada como uma necessidade espiritual inata ao homem, que deve ser substituída por uma outra força moral, a qual o indivíduo possa apelar nos momentos supremos da vida... Mesmo aquele (comunistas) que acredita ser livre de certos preconceitos e convencionalismos burgueses sente, em certas 120
circunstâncias, um pouco de melancolia pela sua condição de olha destacada da árvore, um pouco perdida, um pouco desiludida.” Como vimos, Gramsci representa uma das bases teóricas do comportamento comunista atual. Ele percebeu o papel e a força fundamental da religião e do sentimento religioso no coração dos homens, e afirmou que os comunistas e os proletários deveriam tornar-se homens de alta cultura e alta moralidade e apresentar um comportamento “religioso.” Gramsci, como Saint-Simon e Comte, propôs a substituição do Cristianismo por alguma “outra coisa” que produzisse os mesmos efeitos morais e sentimentais. Da exposição e da análise das ideias desses três pensadores materialistas, podemos notar que eles pareciam aceitar e até gostar dos efeitos da religião (e, por extensão, da religião e do próprio Deus). Entretanto, uma vez que os cristãos andavam de braços dados com a hipocrisia e a corrupção, passavam a criticar, desprezar e propor a destruição das religiões, e encontrar um substituto capaz de satisfazer teoricamente e sentimentalmente os povos (sem dúvida, foi inspirando-se nesse ponto de vista que a União Soviética instituiu os novos rituais pseudoreligiosos, que serão apresentados a página 230 deste trabalho). Ao perceber a influência de Saint-Simon sobre Marx, e ao estudar o marxismo com “olhos de lince para a sua natureza mística”, pude descobrir, que o marxismo, mesmo que Marx não o soubesse (como pelo menos em parte, creio), assumiu todas as características de uma religião. O marxismo, por tudo o que ele e, tomou o corpo da “Nova Religião da Humanidade” defendida por Saint-Simon. Só que, estranhamente, ela e o Cristianismo as avessas! Ou seja, todos os dogmas e rituais do Cristianismo estão presentes no pensamento e na prática marxista. Ao elaborar o marxismo, será que Marx teve essa intenção? Será que ele planejou concretizar a “Nova Religião da Humanidade”,baseada na razão e na objetividade que SaintSimon sugeriu? Conclua por si mesmo o leitor. Faremos a seguir uma comparação e uma análise entre o Cristianismo e o marxismo. Creio que o leitor se surpreendera. Apresentamos em paralelas verticais os principais componentes do Cristianismo e sua replica dentro do marxismo. Depois teceremos alguns breves comentários, apenas para clarificar um pouco mais essa interessante abordagem. Conceito Cristão
Conceito Marxista
Deus
Trabalho
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Jardim do Éden
Sociedade Comunitária Primitiva
A Queda do Homem
A Tendência à Propriedade Privada
O Pecado Original
A Propriedade Privada
História Pecaminosa
História da Exploração
A Natureza Humana Original
A Essência-espécie original
A Natureza Humana Decaída
A Natureza Burguesa
O Remorso
A Autocrítica
A Consciência da Fé
A Consciência da Classe
A Essência-Divina-Humana
A Essência-Trabalho-Humana
O Valor Divino do Homem
O Valor Trabalho do Homem
A Moral e a Ética Cristã
A Moral e a Ética Marxista
História da Salvação
História das Lutas de Classes
A Salvação é o Perdão do A Salvação é a Pecado Original Propriedade Privada
Destruição
da
O arrependimento é o Método A Rebelião Violenta é o Método de de Salvação Salvação A Igreja Cristã
O Partido Comunista
O Clero Cristão
Os Membros do Partido
O Amor como Força
O Ódio como Força
O Perdão como Meio
O Ressentimento como Meio
A Harmonia como Fim
O Conflito como Fim 122
Os Santos Cristãos
Os Guerrilheiros-Marxistas
O Messias
Karl Marx
O Novo Éden
A Sociedade Comunista
O Deus bíblico e o deus-trabalho Para o Cristianismo Deus é a origem do Homem. Para o marxismo, que está apoiado nas teorias evolucionistas de Jean Baptiste Lamarck, foi o esforço humano ― o trabalho ― que criou o homem. Lamarck dizia que as girafas possuíam pescoços curtos e costumavam comer gramíneas rasteiras em seu habitat natural. Com a escassez das gramíneas rasteiras, elas passaram a esticar o pescoço para alcançar as folhas dos vegetais de pequeno porte. À medida que se esforçavam, seu pescoço ia esticando e alongando. A esse fenômeno ele chamou “Lei do Uso e Desuso.” Num próximo passo, os descendentes das girafas com pescoços alongados herdavam essa característica adquirida e nasciam com pescoços alongados. A esse outro fenômeno, Lamarck chamou “Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos.” Essa teoria já foi completamente superada pela biologia atual. As ideias darwinistas, a teoria mutacionista e as leis da genética atual, destruíram completamente a teoria lamarckiana. No entanto, os comunistas evitam tocar nesse assunto. Essa ideia foi apresentada por Engels no seu livro O Papel do Trabalho na Transição do Macaco ao Homem. Citaremos um trecho dessa obra para ilustrar o que foi dito: “Primeiro apareceu o trabalho e em seguida se desenvolveu a linguagem ― estes foram os estímulos de maior influência para que o cérebro do macaco gradualmente se transformasse no cérebro do homem ... O trabalho foi a condição primaria básica de toda a existência humana até tal grau que, em certo sentido, temos que dizer que o trabalho criou o próprio homem ...” Pelo que o leitor acaba de ler, o marxismo considera o trabalho como o criador do homem e de todas as formas vivas. Ou seja, para o marxismo, o trabalho ... é Deus! A Queda do homem e a tendência à propriedade privada
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O Cristianismo diz que o aparecimento do pecado, das guerras e do sofrimento na história humana, não foi a vontade original de Deus. Tal veio a existir por falha do homem ao cumprir o mandamento de Deus. Esse fato é chamado de “Queda do Homem.” Assim, a Queda do Homem foi a causa do sofrimento humano. Apesar de nunca ter tocado no assunto “um tanto quanto místico”, Marx apresenta em sua teoria também uma causa para o início do mal. A Queda do Homem, segundo o marxismo, é chamada “o aparecimento de uma tendência à propriedade privada.” No Cristianismo, foi devido à Queda do Homem que surgiu o egoísmo e o mal. O marxismo entretanto, ignora o fator que teria provocado “o aparecimento da tendência à propriedade privada.” Vemos dessa forma que o marxismo também possui em seu bojo uma teoria semelhante à teoria cristã da Queda do Homem. Mas não a menciona, apenas o efeito é citado. O pecado original e a propriedade privada Pela Queda do Homem, o Cristianismo afirma que o homem passou a ser considerado culpado perante a Deus. Essa culpa é chamada pecado original. Essa macula tem sido herdada por todos os homens que, para se salvarem, necessitam do perdão de Deus, por sua vez, o marxismo também apresenta sua teoria do pecado original. A culpa que os homens passaram a ter depois da “queda”, foi a propriedade privada. A história pecaminosa e a história de exploração Para o Cristianismo a história humana tem sido uma história de pecado contra deus, contra o homem e contra a criação. O homem passou a cometer “vícios contra o uso natural”, e todos os valores originais foram pervertidos. Através das religiões, porém , Deus tem estado a estabelecer a ordem outra vez, providenciando a salvação do homem. Para o marxismo, o pecado fundamental do homem tem sido a mera exploração econômica. Assim, a história humana é a história da exploração econômica e das lutas de classe para acabar com essa exploração. Desse modo, não há nenhuma outra forma de pecado a não ser a exploração econômica. A perversão da natureza bondosa do homem e perversão do seu comportamento moral e ético é completamente ignorado. Também aqui, o marxismo apresenta uma história de pecado semelhante ao Cristianismo. A natureza humana original e a essência―espécie origianal
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Segundo o Cristianismo, antes da queda do homem possuía uma natureza mansa e bondosa. Após a queda, sua natureza foi pervertida e somente através das religiões ele poderá restaurar sua natureza original. De modo idêntico, o marxismo apresenta a mesma tória. Naturalmente, sem mencionar a queda do homem. Diz o marxismo que antes (do acontecimento trágico que provocou a...) do aparecimento da tendência à propriedade privada (antes do aparecimento do egoísmo e maldade no homem), os homens eram naturalmente bons. Viviam em uma sociedade comunitária sem lutas e sem propriedade. Após o “trágico acontecimento” (que ele omite), a essência-espécie original do homem ― sua humanidade propriamente dita ― foi pervertida pela propriedade privada. Assim, somente pela destruição da propriedade privada o homem recuperará outra vez a essência―espécie original. A natureza decaída e a natureza burguesa O marxismo afirma que depois do aparecimento da tendência à propriedade privada, os homens perderam a essência-espécie original. O homem primitivo, naturalmente bom, tornou-se mau e egoísta passando a explorar os semelhantes em seu próprio beneficio. Essa natureza má do homem veio a se tornar mais clara e aberrante no capitalismo. A burguesia (antigos servos que a partir do comércio nos burgos ― feiras livres medievais ― prosperaram e alcançaram o poder através da revolução francesa), a classe dominante, possuía uma natureza intrinsecamente má e explorava de maneira acintosa o trabalho humano sem nenhuma preocupação com a miséria em que viviam aqueles que geravam todo o valor, e que tão somente recebiam o indispensável à manutenção das suas vidas, enquanto a burguesia lhes usurpava tudo o que produziam. A essa natureza má da burguesia, o marxismo chama de natureza burguesa. Precisamente assim, o Cristianismo apresenta a sua versão da natureza má do ser humano. Depois da queda do homem, Deus viu desabrochar na Terra as mais distorcidas relações entre os homens, as quais Ele jamais desejou. Tal comportamento cruel e amoral é o fruto da queda que perverteu a natureza original divina. O homem decaído é possuidor de uma natureza não original, denominada “natureza decaída.” Somente pelas praticas dos princípios morais e éticos ensinados pelas religiões os homens poderão eliminar essa natureza decaída, herdada dos seus primeiros antepassados. Par o marxismo, a natureza burguesa é intrinsecamente má e irrecuperável. Dessa forma, o único meio de suprimi-la da Terra é eliminando os
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burgueses adultos em idade irrecuperável, e educando as crianças dentro de uma visão comunista ateia e proletária. O remorso e a autocrítica Dentro da vivencia cristã, quando um cristão comete um erro ocorre-lhe um sentimento de remorso que o induz à confissão e ao arrependimento, seguindo uma autopunição reparadora. Dentro da vivência marxista, quando um comunista comete um erro, é estimulado a fazer uma autocrítica perante outros camaradas, para alcançar o arrependimento. Esta autocrítica é pública, como forma de punição a que ele se submete espontaneamente, com a finalidade de não mais cometer o mesmo “pecado.” Quanto a este aspecto citarei um trecho do livro Comunismo - Suas Promessa... Suas práticas (Andrew Wilson ― The Freedon Leadership Foundatoin, 1983): “A meta dos lideres comunista é reeducar todas as pessoas para uma crença inquestionável na verdade marxista... Encontros ocorrem freqüentemente, onde ideias falas são expostas e desumanamente as vitimas são acusadas até que admitam seus erros... jovens intelectuais são freqüentemente mandados para colégios revolucionários para “um curso de seis meses” intensivo sobre o comunismo. Nesses curso, o estudante é solicitado a abrir sua alma em frente dos camaradas, confessando-se e criticando a si mesmo até que se sinta deprimido pela culpa. Ele deve então abraçar a liberdade do comunismo, enquanto re núncia a seu passado e a seus pais.” A consciência da fé e a consciência de classe Os cristãos são constantemente educados para que compreendam sua real condição de filhos de Deus convertidos em pecados, necessitando, portando, da vivência religiosa que os purifica do pecado e os prepara para o encontro co Deus. Che Guevara, em uma carta a seus pais relatou claramente esse sentimento comunista quando escreveu: “O marxismo enraizou-se dentro de mim e me purificou. Creio na luta armada como única solução para aqueles que desejam libertar-se e sou fiel às minhas crenças ...” (Che Guevara Speaks. Geórgia Lavan. New York Path finder Press, 1980, p. 159). Citamos esse trecho para dar ao leitor a certeza de que nossa intenção não é levantar meras hipóteses. Mas apresentar fatos a partir das 126
ações das palavras dos próprios comunistas. A consciência de classe dentro do pensamento marxista ocupa o mesmo papel da consciência da fé cristã. O cristão é conscientizado para a realidade de que a realidade de que ele faz parte da família de Deus ― a família cristã ― que peregrina na Terra. E que essa verdade implica em responsabilidade perante Deus e seus irmãos. Esse mesmo sentimento de responsabilidade para com a classe proletária e para a família, é despertado nos comunistas através da consciência de classe. O sentimento comunista da família é revelado pelas palavras de Pablo Neruda em um poema chamado Os Comunistas, onde ele se refere melancolicamente à “família comunista”, dizendo que “os comunistas formam uma família unida...” Lênin certa vez expressou esse mesmo sentimento, onde podemos notar a incrível força do comunismo de despertar a “consciência de classe” e induzir ao sacrifício pela mesma: “Marchamos formando um grupo compacto ao longo de um caminho e escarpado, firmemente presos pelas mãos. Estamos rodeados de inimigos por todos os lados e estamos sob ataque quase constante. Temos nos unido voluntariamente com o propósito determinado de lutar contra o inimigo e não empreender a retirada para as regiões vizinhas, cujos habitantes, desde o mesmo princípio, nos reprovam ter-nos separa dos em um grupo exclusivo e termos escolhido o caminho da luta...” Que Fazer? Lênin. São Paulo, ed Huncitec, 1979. A essência-divina humana e a essência-trabalho humano Como criatura de Deus, como dizia Immanuel Swedenborg em seu livro A Divina Providência, os homens não foram feitos a partir do nada absoluto, mas foram constituídos do “corpo” do próprio Deus. O Criador não criou a partir do nada, mas criou a partir de Si mesmo. Os homens foram criados como filhos de Deus à Sua imagem e semelhança. Portanto, o Cristianismo afirma a essência Divina dos seres humanos. O marxismo admite uma essência no ser humano também. Essa essência é o trabalho (creio que entendido como atividade). Uma vez que para o marxismo o trabalho é Deus, a essência do homem não poderia ser outra coisa senão o trabalho. O valor-divino do homem e o valor-trabalho do homem Como dissemos antes, todas as ações possuem propósito, finalidade, motivação sentimental e orientação intelectual. Isso é assim no homem 127
porque é uma herança uma marca divina. Deus criou pelas mesmas razões que o homem cria, afirma a Teologia, assim, Deus criou o Universo e o homem para sentir alegria. Logo, valor homem é medido pelo grau de alegria que ele retorna a Deus do mesmo modo que um pai estrutura uma família: ele sacrifica-se para fazer feliz o seu filho e, a alegria deste filho, é a sua própria alegria. Se o filho se afasta e repudia o pai, causando-lhe tristeza, será que tal filho o mesmo valor de um outro que reconheceu o amor do pai e correspondeu? Do mesmo modo dá-se com Deus. O valor do homem é originado em Deus mediante o grau de amor e alegria que a ele retorna. É obvio que a finalidade do Universo não foi a infidelidade de Deus. Dessa forma o homem possui um valor divino. Por sua vez, o marxismo afirma que o valor do homem é medido pela sua capacidade produtiva. É o trabalho o fator determinante do valor humano. Dentro da visão de que o trabalho é Deus, o marxismo também afirma um valor para o homem. Numa frase muito popular ― aquele que não trabalha, não come ―, o marxismo demonstra a amplitude do seu conceito de valor humano. Moral e ética cristã x moral e ética marxista A questão da moral e da ética humana acha-se diretamente dependente da crença ou descrença em um Ser Superior aos homens, ao qual o homem deve a sua existência e ao qual deverá prestar contas de suas ações, do cumprimento ou não de seus deveres e do uso dos seus direitos. Nessa relação de causalidade, o direito é a conseqüência do comprimento do dever. A liberdade é um efeito; uma premiação pelo cumprimento da responsabilidade. Assim, responsabilidade e liberdade correspondem a dever e direito. Naturalmente, o dever virá sempre entes do direito. Que sentido há em se premiar um corredor que ainda não começou a correr? Somente após ganhar a corrida ele terá conquistado o direito ao prêmio. Kant em sua excelente obra A Criatura da Razão Pura, demonstrou filosoficamente que o homem não poderá afirmar ou negar a existência de Deus pó meio da razão. Mas em sua outra grande obra A Criatura da Razão Prática demonstrou que Deus pode ser afirmado por meio da “Lei Moral.” Há na natureza humana certas normas de conduta intrínsecas que constituem o comportamento ético e moral do homem em todo tempo e lugar. Tal princípio é, em última análise, a causa essencial da associação e cooperação humana. Dentro dessa visão cristã, o homem respeitará os direitos à vida, à liberdade e ao pensamento de seu semelhante, e nada fará aos outros que não deseja para si mesmo. Isso ocorre pó considerar uma autoridade acima 128
da sua, uma mais perfeita e justa que a Lei Humana ― A Lei de Deus. O grande escritor e cientista intuitivo Pietro Ubaldi, escreveu linhas maravilhosa sobre esse tema numa de suas obras intitulada A Lei de Deus. A moral e a ética cristã são derivadas da crença em Deus e da posição secundária o Cristianismo atribui ao homem. Para o marxismo (ainda que Marx parecesse crer em Deus e odiálo), Deus não existe. Portanto, não há necessidade de nenhuma regra de conduta ética ou moral. Tudo são “bobagens burguesas criadas para inibir a reação da classe proletária.” Um fato muito curioso quando Freud publicou os Três Ensaios sobres a Teoria da Sexualidade. Essa obra representa uma das bases da visão freudiana do homem. Nela o homem é visto como um impulso sexual, a sexualidade é a motivação fundamental do ser humano a repressão sexual, portanto, constitui a raiz da neurose. Freud era ateu a odiava a arte, religião e filosofia. Ao tomarem conhecimento da obra de Freud, os comunistas vibraram afirmando que Freud havia destruído a moral burguesa. Subitamente, perceberam que o ataque de Freud recaía sobre eles também. A passaram a chamá-lo “reacionário burguês.” Os marxistas não respeitam nenhum dos valores morais ou éticos do mundo ocidental. Em relação a nós, são aéticos e amorais. Mas, em relação a eles mesmos, a coisa é um pouco diferente. Eles também possuem uma “moral” e uma “ética.” Tudo que auxilie a causa marxista é moral e ético. Não importa se a conduta necessária é o roubo, o assassinado, a mentira, o terror, ou quaisquer que sejam as atitudes necessárias. Isso e ético e moral, do ponto de vista marxista. Para eles a ética da natureza é o conflito; por isso, tudo que induz ao conflito é natural, legal e legítimo. Contrariamente ao Cristianismo, onde tudo o que induz à paz é natural, legal e legítimo. Naturalmente nesse “tudo” não está incluído o desrespeito à vida, à liberdade e à dignidade humana. Quando estudarmos o terceiro capítulo desse livro, conheceremos um pouco mais sobre “ético e moral” praticas. Diríamos que para os comunistas ética e moral são exatamente o oposto do que nós consideramos como tal. Assim, a ética e a moral marxista são forjadas com base na moral e na ética cristãs, porém às avessas. São a ética e amoral cristãs invertidas e negadas. Por que isto é assim? Porque os comunistas negam a Deus e, conseqüentemente, tudo o que Dele cremos provir. Uma religião nasce de uma inspiração de homens especiais, que a escrevem e a propagam pelo mundo, sob a forma de um livro contendo princípios éticos e morais em essência. Assim sendo, a religião é a fonte de toda ética e de toda ética e de toda moralidade, responsáveis pela associação, cooperação e unidade na sociedade humana. Destruam-se as 129
religiões e se estarão destruindo os elos de ligação que matem a coesão social e a própria sociedade. Por esse prisma, o marxismo apresenta-se como um atentado de morte contra a humanidade, sua “ética” e “moralidade” podem ser vistas como “todo qualquer ato contribua para tal fim.” É a aplicação integral de um dos mais famosos princípios maquiavélicos: “O Fim justifica os Meios.” A história da salvação e a história das lutas de classe Na visão cristã, a história é o trabalho de Deus através das religiões para restaurar o homem decaído, perdoando-lhe o erro, conduzindo-o ao arrependimento e reeducando-o em um novo padrão de ética e moralidade divinas*. Desse ponto de vista, religião é a base fundamental da história e da sociedade e possui um valor indispensável para a restauração do homem. O marxismo afirma que a história humana é uma história de exploração, e a religião é um mero instrumento de exploração, que deverá ser totalmente destruído. Como já foi dito, a má prática de um sistema de pensamento religioso por um grupo de pseudo-seguidores, invalida os ensinamentos que cotem o sistema de pensamento. Por outro lado, o número de verdadeiros praticantes é bem maior que o número de pseudopraticantes. O Cristianismo está correto ao afirmar a importância imprescindível da religião (como instrumento de religação do homem, desligado de Deus). O marxismo se revela como o maior inimigo da humanidade, pois tem como finalidade primordial a destruição do único caminho através do qual o homem poderá voltar a Deus e restaurar a sua natureza original. Para o marxismo, a história é sobretudo uma história de exploração e luta de classe, somente cessarão as lutas se não houver mais classes. Destarte, o marxismo ensina e educa o homem para a destruição da religião e das classes sociais. Destruir as classes sociais é algo semelhante a destruir a hierarquia e a ordem da sociedade humana. O que caracteriza o homem é essa capacidade de ordenar e hierarquizar tudo ao seu redor. Este fenômeno psicológico foi apresentado pela escola de psicologia gestaltista e exposto através de três leis chamadas: 1)Lei da Pragnância (tendência a ordenar todas as coisas); 2) Lei do Fechamento (tendência a fechar todas as coisas dentro de formas conhecidas); 3) Lei do Agrupamento (tendência a agrupar todas as coisas em grupos semelhantes). Assim, vemos que a ordem e a *
Arnold Toynbee em sua obra Um Estudo da História defende essa mesma tese.
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hierarquia são um fenômeno natural e intrínseco à natureza humana. Além do que o progresso social, de uma forma geral (educação, moral, etc), depende em grande parte da responsabilidade individual. Os homens sempre possuirão aptidões e tendências distintas, que se projetarão na sua vida social. Alguns desejarão ser cientistas e outros camponeses. Isto dependerá em partes da aptidão , da capacidade e do esforço de cada um. Pelo que é de todos (usado por todos), ninguém se responsabiliza, porque o comunismo destrói o zelo e a responsabilidade individual. Amenos que se use a força, não há outro meio de preservar tais bens. É isso, precisamente, o que o comunismo faz citarei para finalizar, um trecho de Rui Barbosa sobre o tema: “Os apetites humanos conceberam inverter a norma universal da criação, pretendendo não dar a cada um na razão do que vale, mas atribuir o mesmo a todos como se todos se equivalessem. Essa blasfêmia contra a razão e a humanidade é a filosofia da miséria proclamada em nome dos direitos do trabalho que, executada, não faria senão inaugurar, em lugar da supremacia do trabalho, a organiza;ao da miséria.” Se Rui Barbosa estivesse vivo, presenciaria o cumprimento profético de suas palavras. Cremos que, no mundo familiar do futuro, não existirão diferenças de ordem material. Porém , sempre haverá valores e aptidões distintas. Isso nada mais representaria que a presença da hierarquia imprescindível ao estabelecimento da ordem na família, na sociedade, na nação e no mundo. A salvação cristã e a “salvação” marxista Com a queda, o homem e todos os seus descendentes tornaram-se herdeiros dessa culpa original. Afastados de Deus, os homens adquiriram uma natureza pervertida em virtude do erro original. Assim, o pecado original é como uma âncora que mantém o homem submerso no mar do pecado (o pecado é entendido como qualquer atitude antinatural que fere ou viola um princípio divino ― da natureza); a corda que liga o homem à âncora é a sua natureza pervertida. Salvar o homem é cortar a corda que o prende à âncora. O perdão do Pecado Original, seguindo de uma atitude posterior centrada em Deus, constitui a salvação do homem. Dentro da visão cristã é Restauração. Dentro da visão marxista, uma vez que o pecado original é a propriedade privada, a salvação da humanidade é a abolição da mesma.
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Como se fará possível isso? Com a resolução do proletariado através da violência, que destruirá as classes exploradoras e o sistema capitalista. Arrependimento e rebelião No cristianismo o arrependimento é o passo fundamental e primário, que conduz na trilha da salvação. Após tomar consciência do erro, o cristão se arrepende com lágrimas sinceras e promete a Deus jamais voltar a cometer o mesmo erro. Essa atitude requer muita humildade e autonegação. Reconhecido o erro, o cristão estabelecerá condições propicias para evitar o mesmo erro no futuro. No caso do comunismo, a coisa é diferente. Marx era o orgulho e não admitia que ninguém o contestasse. Para ele, o marxismo era a verdade última e absoluta. Todo verdadeiro comunista pensa da mesma forma. Uma vez que se considera de posse da verdade e reconhece a práxis violenta do marxismo como única, correta e possível, ele se rebela e expressa essa rebelião extrema, através da revolução violenta. Os franceses sentiriam muita alegria quando matavam os aristocratas na revolução francesa, porque os odiavam. Lênin dizia: “para se fazer omelete é preciso quebrar os ovos. Do mesmo modo, não há revolução sem banho de sangue.” Assim, ao invés de ser ensinado o arrependimento para o mal que se prática, o marxismo estimula mais ainda a arrogância e rebelião. É o oposto do Cristianismo. A Igreja Cristã e o Partido Comunista Na obra A Cidade de Deus, Santo Agostinho traçou os princípios para a construção da sociedade cristã. Dividiu o mundo em duas cidades “A Cidade de Deus” e a “A Cidade dos Homens.” A Cidade de Deus tinha que trazer os homens ao seu interior e reeducá-los para se tornarem filhos de Deus. O mosteiro e o convento eram lugar onde se ensinava como tornar-se um filho de Deus ― um homem de amor e bondade a serviço de Deus e a humanidade. Mediante uma disciplina rigorosa e uma estrita obediência, o cristão se educava para a sua missão. Paralelamente, o partido comunista ocupa no marxismo a mesma posição de um mosteiro ou igreja. Marx dizia que a revolução proletária seria efetuada pelos proletários esclarecidos. Lênin como os proletários esclarecidos não aparecessem, propôs que se criasse um partido de revolucionários profissionais sob uma rigorosa disciplina e estrita obediência. O membro do partido deve renunciar à sua vontade de bom grado. O partido forma guerrilheiros e terroristas profissionais. Stálin enviou esses “missionários” subversivos para solapar e 132
destruir todas as bases da sociedade ocidental, convertida em “cidade do inimigo”, enquanto o mundo comunista era considerado a “cidade sagrada”, onde os comunistas viveriam como uma família unida. Citarei para ilustrar, um trecho de um oficial comunista a cerca das escolas comunistas: “Tomar simples camaradas e explorar sua avidez de aprender e criar dentro deles a convicção de que eles estão de posse da verdade a respeito da filosofia, história e política, é um dos mais graves crimes contra a cultura, o partido tende a banir o processo de pensamento crítica... Os camaradas enviados para as escolas freqüentemente acabam sofrendo um colapso físico e nervoso, o que é aceito naturalmente como parte do progresso de adaptação para o mecanismo mental de obediência passiva e supressão da personalidade...” Comunismo Suas Promessas... Suas Práticas. Andrew Wilson. Editora Il Rung, 1983.São Paulo. O clero cristão e os membros do partido Em outubro de 1983 estive na Alemanha oriental, enquanto observava o semblante e o comportamento dos comunistas alemães, pude notar que eles (à exceção dos tristonhos) ostentavam um estranho ar de orgulho e seriedade. Suas roupas eram simples e sérias, e nas bancas de jornal não encontrei nem vestígios de pornografia. Compreendi, meio surpreso, que “aquele comportamento e aquele riso desdenhoso” com que os comunistas nos olhavam, eram o orgulho da “moralidade comunista.” O partido divulga fotos obscenas dos “porcos ocidentais”, como nos chamam, gerando um ar de arrogância e uma atitude desdenhosa semelhante à atitude de certos “religiosos” que costumam olhar para os outros como “incrédulos perdidos.” Acho que o leitor já conhece esse sentimento. Conta-se que Stálin vestia-se de uma forma muito simples e morava em um pequeno quarto. Os comunistas primam pela força do exemplo (aparentemente), do mesmo modo que os cristãos modo que os franciscanos (pelo menos primavam no passado e deveriam primar no presente). Aí está a força dos comunistas. Os lideres cristão são deificados, como exemplos máximos de doação, bondade e sabedoria. Eles geram nos comunistas o mesmo sentimento de respeito e seriedade, que lhes dão orgulho de ser comunistas. Convém notar que isso ocorre com todos eles. Por um lado, dão exemplos de seriedade e doação; por outro lado, são os piores e mais inescrupulosos são, para os comunistas, o mesmo que o clero cristão é os cristãos: um exemplo vivo do caráter, responsabilidade e amor pela causa que defendem. Os membros do partido sentem-se responsáveis pela tradição comunista que 133
pretendem estabelecer no mundo inteiro, do mesmo modo que os clérigos sentem-se responsáveis pela tradição cristã, que deveriam estabelecer no mundo inteiro. Eis aí o paralelo. O amor como força, o perdão como meio e a harmonia por fim. O ódio como força, o ressentimento como meio e o conflito por fim. O Cristianismo utiliza-se da força do amor, defendendo-a como a maior e mais fundamental da natureza e da sociedade. É o amor que possui a força para o mundo profundo e injusto em um mundo santo. Cita essa força em exemplos vivos como Jesus, Francisco de Assis, Santa Clara e, mais atualmente, a Madre Tereza de Calcutá. O amor é a força que transformará o mundo. Um mundo de felicidade somente virá a existir quando os homens aprenderem a amar, perdoar e tolerarem-se uns aos outros. Dessa forma, o que transformará o mundo é a força do amor. O perdão será o meio. A harmonia mundial é o fim derradeiro do amor e do perdão cristão. Gostaria de citar aqui a obra do psicólogo Erich Fromm A Arte de Amar. Nessa obra, Fromm analisa a força do amor com acentuado rigor científico. Para Fromm, amar é uma arte como pintar ou dançar. Como todas as artes humanas, o amor deve ser estudado teoricamente e experimentado praticamente. Caberia porem, indicar um ponto de divergência no pensamento de Fromm. Em A Arte de Amar, ele exalta e estimula o amor-próprio como meio ideal para a felicidade mundial. Tal ponto de vista é completamente dissonante com o pensamento cristão que exalta e estimula o amor sacrificial; a doação até mesmo da própria vida, pela felicidade geral. O marxismo propõe exatamente o oposto de tudo isso; a força fundamental que moverá o homem em direção à sociedade comunista será o ódio a Deus e às classes privilegiadas. É preciso conscientizar as classes exploradora quanto às verdadeiras causas de sua miséria e ensiná-las a se libertarem. Como? Gerando em seus corações um ressentimento mortal contra o clero, a burguesia e o Estado. Mas ainda é preciso acender a centelha da revolução violenta em todo o mundo, e subverter toda a ordem mundial a qualquer custo, por qualquer meio. É uma “estúpida utopia” desejar transformar o mundo por meios pacíficos. O ódio é a força motriz da revolução, o ressentimento, o meio; e o caos mundial, o fim. Os santos cristãos e os guerrilheiros marxistas 134
O Cristianismo possui um amplo santuário, os santos são cristãos exemplares que amaram a humanidade acima de si mesmo; acima de suas próprias vidas. Estátuas e monumentos gigantescos são erigidos exaltandoos. Pinturas famosas são expostas retratando-os cânticos são compostos e livres são escritos contendo as bibliografias dos grandes cristãos que se destacaram pelo seu amor, pela sua fé em Deus. Suas esperanças e visões inspiraram milhares de outros jovens e adolescentes a se dedicarem integralmente ao serviço da paz e do bem para a humanidade. O Cristianismo inspirou nesses homens um fervor e um rigor extraordinário na sua marcha pela Terra. Hoje, centenas de destacados cristãos compõem esse santuário. Os Santos foram homens de amor, paz, humildade, resignação, fé e esforço a serviço de Deus e do homem. Marx disse certa vez que Prometeu ocupava o primeiro lugar no calendário dos mártires da filosofia. Marx exaltou prometeu por sua ação e decisão de desprezar os deuses. O leitor deve ter visto a figura de Che Guevara , estampada nas camisetas de milhares de jovens, como se tratasse de um perfeito exemplo para todos os jovens do mundo. Quem foi Che Guevara? Um guerrilheiro argentino que ajudou Fidel Castro a implantar o comunismo em Cuba e, depois de se desentender com Fidel, viajou para a Bolívia, onde foi morto. Quantas pessoas Che Guevara matou? Ninguém saberá, nem mesmo ele o sabia. Che Guevara é de fato um bom exemplo para todos os jovens da América Latina? Che Guevara é apenas um dos “novos santos”; os “santos” guerrilheiros marxistas ateus do novo “santuário” marxista (talvez o mesmo “santuário” defendido por Comte). Existem livros inteiros escritos sobre esse novo “santuário.” Por todos os países estão sendo alijados dos pedestais os autênticos santos e, em seus lugares, são instituídos guerrilheiros marxistas, ou simples operários e camponeses mortos inocentemente, marxistizados e manipulados como “força bruta” nas manifestações de rua pelos comunistas profissionais. O primeiro “santo” deste novo “santuário” foi o próprio Marx, seguindo de Lênin, para o qual foi construído um templo especial na Praça Vermelha de Moscou e onde todos os dias formam-se longas filas com centenas de “fiéis”, para prestar-lhe culto e levar-lhe flores. Curiosamente, na mesma Praça Vermelha todas igrejas foram transformada em museus. Líderes religiosos e políticos de todo o mundo prestam homenagem ao “santuário” Lênin sempre que visitam Moscou**. *
O culto à personalidade é uma prática regular de todos os lideres comunistas. Um exemplo da força dessa propaganda pode ser muito bem notada no caso de Stálin. Após
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Outra curiosidade: o jornal O Estado de São Paulo (9 de janeiro de 1985) publicou um estranho artigo intitulado Fumaça na Praça. Eis a íntrega: “MOSCOU ― A partir de amanhã, dia 10, está terminantemente proibido fumar na Praça Vermelha, onde fica o Mausoléu de Lênin coração de Moscou. O jornal vespertino VERVHRNAYA MOSKVA publicou ontem o decreto municipal que determina o interdição, que atende, segundo o jornal, “aos apelos de números cidadãos moscovitas, russos e turistas do exterior”, que dizem que a praça “é um lugar sagrado, conhecido universalmente como o mausoléu de Lênin o monumento à revolução e a Tumba do Saldado Desconhecido”, devendo portanto inspirar uma atitude de respeito ‘aos visitantes.” Dessa forma, a Praça Vermelha foi transformada numa espécie de “lugar sagrado” ou “local de peregrinação” da “religião” marxista. O Messias e Karl Marx A Queda do hmem (omitida pelo marxismo) que provocou o aparecimento da tendência ao egoísmo e à exploração, originando a propriedade privada (“o pecado original”), desorganizou a sociedade humana. Assim, a história passou a ser uma história de exploração e miséria para a grande maioria dos homens. Agora porém , com o advento de Marx ― O Messias ― e a sua “revelação” ― o marxismo ― a humanidade finalmente se libertará da miséria e das guerras e um mundo de paz e prosperidade será estabelecido na Terra outra vez. Os “apóstolos” e os “discípulos” serão os revolucionários profissionais e o “povo eleito” será o proletariado (os pobres). Marx anunciou que a revolução violenta, que derrubaria a ordem mundial estabelecida, somente seria possível através do proletariado. Dessa forma, o proletariado se converteu no “novo salvador” da humanidade. Mas, enquanto o “salvador” não chegasse, Lênin resolveu forçar sua criando o intitular o terror e assassinar milhões de cidadãos russos inocentes, quando foi anunciada sua morte, esse mesmo povo russo chorou inconsolavelmente a morte do “Pai” e do “Grande Camarada Stálin.” O metrô de Moscou está repleto de estátuas dos “heróis” comunistas. O marxismo continua inspirando os jovens em todo o mundo a sacrificarem suas vidas pelo ideal comunistas, do mesmo modo que o o marxismo completamente. Gostaria mais uma vez de lembrar ao leitor a existência do sistema de pensamento chamado Deusismo, uma nova visão do Cristianismo apoiada na filosofia, na história e na ciência dói século XX e que tem derrotado o marxismo por todas as partes onde o tem confrontado.
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partido comunista composto de revolucionários profissionais para apressar a “salvação.” Aqui parece haver alguma traição. Marx trouxe a “nova revelação” que traria para a humanidade o “Céu” eterno. Sua “mensagem” trouxe fé e esperança para o homem. Nesses termos, parece que Marx ocupa no marxismo a verdadeira posição do “Messias Salvador.” Lênin é como o “Pedro” do marxismo que fundaria a Igreja Marxista ― o partido ― e expandiria a sua “mensagem de salvação” para o reto do mundo. Quando o proletariado é apresentado como “O Salvador”, isto se parece a um blefe! De fato a ditadura do proletariado, de que Marx falou, jamais foi estabelecida em nenhum país invadido pelos comunistas. Sempre foi o partido que dominou completamente. O proletário sempre foi usado como “bucha de canhão”, apenas durante a revolução. O Cristianismo ensina que a Queda do Homem trouxe o pecado original (algo que se encontra na essência espiritual do homem decaído), o qual induz e gera a natureza má. De tal modo, para salvar o homem é preciso extirpar o pecado original e como ele possui uma origem e natureza mística, somente poderá ser eliminado por um homem especialmente preparado por Deus para isso. Esse homem, por sua natureza e origem divina, é chamado de Messias ― o ungido. A arma que será usada para eliminar o pecado original e natureza má da humanidade será a verdade de Deus, o amor e o perdão. O Messias, portanto, será um homem divino que virá à Terra para ajudar a humanidade, perdoando-a livrando-a do pecado original, em nome de Deus, e utilizando-se do amor e da verdade como instrumento de salvação. Enquanto no Cristianismo o salvador é representado por um indivíduo cheio de amor e paz, no marxismo ele é representado por uma massa cheia de ódio e violência! O proletariado, porém, parece ser uma mera fachada para encobrir a verdadeira identidade do “messias marxista” o próprio Marx! O Novo Éden, o Reino do Céu e a Sociedade Comunista A bíblia relata que o Jardim do Éden é um lugar onde existia terra, rios, peixes, pássaros, flores, frutos, animais e pessoas. Esse local ficava entre dois rios: o Tigre e o Eufrates. Ora, esse lugar fica no Oriente Médio e foi conhecido no passado por Mesopotâmia. Concluímos que a Queda do Homem teria ocorrido aqui na Terra. O paraíso terrestre seria estabelecido pelos primeiros seres humanos que, devido à Queda, não o construíram. Em seu lugar, um mundo de descrença e miséria foi estabelecido. Quando porém, o Messias vier, ele irá restaurar o Éden perdido e estabelecerá o Céu na Terra. De modo semelhante, o marxismo afirma que a propriedade 137
privada* desorganizou e destruiu a sociedade comunitária primitiva, criando em um seu lugar um mundo de miséria e exploração. A história humana passou a ser uma história de miséria e exploração. Com a derrubada pela força da sociedade de classe, será estabelecida a sociedade comunista científica, que nada mais representa uma volta à antiga sociedade comunitária primitiva em um nível superior, ou seja, tanto para o marxismo como para Cristianismo, a história humana caminha no sentido de restaurar o “Jardim do Éden”, perdido com a Queda do hmem.
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A Queda do homem, segundo o Cristianismo.
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Capítulo 11 TEOLOGIA X MARXISMO
Creio que o leitor já ouviu falar ou leu algo sobre a chamada “Teologia da Libertação.” Sendo cristão e conhecido o marxismo, o leitor sabe que a meta final dessa ideologia é a destruição das religiões da fé na existência a meta final dessa ideologia é a destruição das religiões e da fé na existência de deus, como também a supressão de toda atitude derivada dessa fé. Como se pode deduzir pelas palavras dos seus lideres do passado ao presente: ― Marx: “O comunismo vai liberar as consciências do espectro religioso.” ― Engels: “O comunismo visa aniquilar tudo o que se conhece por sobre humano.” ― Lênin: “O comunismo visa liberar o homem desta canga intelectual: a religião cristã.” ― Leonid Brezhnev: “A eliminação das religiosas na Rússia é condição essencial para a edificação do comunismo.” Por tudo isso o leitor ficar meio perplexo diante de tal realidade. Como é possível harmonizar ateus e crentes? O fenômeno é exatamente igual a tentativa de harmonizar Deus e o Diabo, uni-los e fazê-los trabalhar juntos! Como se demonstrou anteriormente, marxismo e Cristianismo são antagônicos. Um não pode existir onde o outro. É como o Bem e o Mal.esse é o único caso em que se aplica a teoria de teses-antíteses de Marx, porque um dos dois é falso. Somente nesses casos faz sentido se falar de tese e antítese. Falaremos mais sobre esse tema oportunamente. Quanto à questão da união entre marxismo e Cristianismo, chegamos à conclusão, depois de estudar anos detidamente, que o aparecimento desse fenômeno absurdo é um dos mais profundos exemplos da força mística do marxismo. Cremos
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que tal somente foi possível devido à sua “semelhança” extraordinária com a ideologia e ideal cristão. O homem (já está mais que demonstrado) é um ser dual, espiritual e material, por isso, é naturalmente místico. Não é possível suprimir a mística humana porque da índole humana é intrínseca e inata à natureza do homem. Em toda a história e em todo lugar, o homem sempre buscou a mística. O animismo é um dos exemplos mais rudimentares desse fato histórico. Convém destacar aqui a diferença entre a mística ― aspecto essencial da natureza humana ― e o mistério ― efeito puro e simples do desconhecimento. Não se conhecendo o porquê de um fenômeno qualquer, seja material ou espiritual, diz-se que tais são mistérios de Deus. Dessa forma, justifica-se a ignorância e desestimula-se a busca da verdade. O mistério, entendido como místico da natureza, homem e de Deus, é perfeitamente aceitável. Mas entendido como explicação para o que se desconhece, é um simples argumento medieval definitivamente suplantado pela ciência do século XX. É impossível reprimir o impulso humano para a mística. O homem somente substituirá sua fonte mística ― uma ideologia e um ideal ― por uma outra que lhe forneça os mesmo elementos e satisfaçalhe a busca natural e constantemente, resulte da sua própria natureza. Assim, uma ideologia para substituir o Cristianismo deverá possuir uma índole necessariamente mística. Convém observar-se aqui, que também a ciência possui aspectos místicos que satisfazem a natureza mística do homem. É precisamente esse aspecto místico que exerce tanta atração no homem. A Cibernética ― ciência dos aparelhos “inteligentes” e automovidos ― abriu o debate sobre a síntese homem-máquina e, mais que todas as outras, é o ramo da ciência que maior atração exerce sobre o homem atual. Ouvimos falar em “seres biônicos”, “aparelhos inteligentes” e “maquinas vivas.” Enfim, a causa essencial da atração do homem pelas ciências (da matemática à sociologia) é essa natureza mística, hoje mais claramente evidenciada. Quis com esses comentários, deixar claro que o homem é místico por natureza, e em tudo, busca também a mística. Hoje vemos que o marxismo está substituindo o Cristianismo. Fomos em busca das causas desse fenômeno e iremos expô-las aqui à apreciação do leitor. Onde começou tudo isso? Poderíamos nos reportar à Grécia antiga. Mas isso nos tomaria muito espaço e alongaria demais esse trabalho. Por isso, apresentaremos as origens da “Teologia da Libertação” a partir do teólogo protestante Karl Barth, pois foi de fato a partir dele que a “Teologia da Libertação” tomou corpo e definição. Creio que a grande maioria dos estudiosos do fenômeno desconhece a figura de Karl Barth, e o seu papel fundamental na formulação da síntese marxismo―Cristianismo. 140
Karl Barth Barth defendia a construção de uma nova sociedade do futuro, cheia de paz e prosperidade. Para os cristãos essa sociedade é chamada “Reino do Céu”, para os marxistas, “Socialismo”, o ideal cristão e o ideal marxista eram o mesmo. Portanto, os cristãos e os marxistas deveriam dar-se as mãos e trabalharem juntos, uma vez que o marxismo e Cristianismo possuíam a mesma finalidade. Barth pertencia a um partido marxista-socialista e estava muito envolvido com as atividades dos sindicatos sob influência total dos marxistas. Quando Hitler chegou ao poder, Barth aproximou-se da organização Freies Deutschand onde entrou em contato direto e constante com o marxismo, e foi conquistado por ele. Um amigo de Barth chamado Helmut Gollwitzer, outro teólogo protestante, escreveu: “Como Barth não pôde compreender o Evangelho sem influência sobre a vida, isto é, sem ética, do mesmo modo não podia compreendê-lo sem inclinações para o socialismo.” Outro nome importante nessa gênese é o de Friedrich-Wilheim Marquardt escreveu um livro chamado Teologia e Socialismo, em que analisa a posição teológica de Barth, e diz? “Barth vai desde o socialismo religioso, através da democracia socialista sem admiração pela revolução russa, e através de sua crítica anarquista da autoridade, até o ‘Reino de Deus.” Marquardt dizia que o socialismo de Barth era mais marxista que ontologista. Não podemos esquecer também a figura de Moses Hess e sal influência sobre os pensadores alemães, que compartiam com ele de sua “teologia da revolução.” Provavelmente, Barth, que veio um século depois, sofreu também a influência de Hess. O fato é que de ser quase desconhecido, Barth é o pai das diversas correntes “teológicas” marxistas da atualidade. Esse fato é muito importante. Barth via na luta pela construção da sociedade socialista o dever mais religioso e primordial do cristão. Os seguidores de Barth acusam o Cristianismo de ter “esquecido a sua tarefa de construir o Reino do Céu.” O marxismo nada está fazendo do que “assumindo a responsabilidade omitida pelos cristãos.” Barth defendia o desaparecimento do Estado e da igreja, exatamente como Marx. A essência do pensamento de Karl Barth está na sua tentativa de identificar a escatologia marxista ― a sociedade comunista ― com a escatologia crista ― o Reino do Céu, concluindo que ambos deveriam trabalhar unidos para alcançarem o mesmo fim. Barth já possuía numerosos discípulos entre os teólogos protestantes mesmo antes da Segunda Guerra Mundial. 141
Dois desses discípulos de Barth foram Josef Hronadka, que escreveu O Evangelho para os Ateus, e Milovan Machovec, que também expôs semelhantes ideias na obra Marxismo e Teologia Dialética. A teologia dialética criada por Barth reaparece nesses ensaios superficiais, de tons fortemente marxistas. Jurgen Moltmann enfocou de uma forma nova a ideologia de Barth, chamando-a de “Teologia da Esperança.” Logo após o Concilio Vaticano II. Ernest Bolck, outro discípulo de Barth, apresentou uma pequena alteração das ideias de Moltmann, chamado O Príncipe da Esperança, título de sua obra principal. O Padre Dr. Miguel Poradowski escreveu em seu livro A Gradual Marxistização da Teologia: “Na realidade, tanto Block como Moltmann, ocupam-se do mesmo problema de que se ocupa anteriormente Barth, mas enfocam-no com outro ponto de vista, mais atraente, o saber: levam em conta a esperança como motor da vida humana, como um elemento dinâmico, como fonte de otimismo e catalisador das energias humanas, dirigidas a um fim concreto, temporal, terreno, prático ― a construção de um porvir; a esperança como confiança. É quase certo que o homem pode, aqui na Terra, construir uma sociedade ideal do futuro, que será uma realização tanto do conceito cristão do “Reino de Deus na Terra”, como do conceito marxista de uma “sociedade socialista...” Um fato curioso para o qual gostaria de chamar a atenção do leitor é que, estranhamente, foi do protestantismo alemão que brotou e floresceu a teologia da revolução. Fato contraditório por se saber que o protestantismo é bem mais ortodoxo que o catolicismo. Paradoxalmante, foram teólogos protestantes que semearam a teologia marxista nos meios católicos. Destacaremos um outro nome, o suíço Konrad Farner, membro do partido comunista, dedicado a promover a aproximação entre cristãos e marxista. Farner escreveu um capítulo em seu livro chamado Agradecimento dos Marxistas a Karl Barth, em que evidencia a influência de Barth sobre ele e outros pensadores. Farner escreveu: “O comunismo não é uma alternativa em faces do Cristianismo, mas uma possibilidade e talvez, a única possibilidade.” E também: “A teologia da esperança deveria desenvolver-se em uma teologia do comunismo, pois o comunismo é a única e total esperança do homem.” Estes trechos foram extraídos de sua obra Teologia do Comunismo. O Pe. Poradowski destaca que, “lendo o trabalho de Farner, tem-se a impressão de que a sua principal preocupação é o futuro do comunismo, o qual o autor considera muito incerto, caso não haja uma 142
colaboração estreita e sincera entre marxistas e cristãos. Em outras palavras, só os cristãos poderão salvar o comunismo marxista.” Farner conclui que “sem comunismo não haverá Cristianismo algum.” Adverte que se não for transformado. Poderá voltar à antiga sociedade, o que somente poderá ser evitado pela colaboração sincera, honesta e duradoura entre cristãos e marxistas. Tudo isso porém, não passa de “belas mentiras”, nas quais grandes números de cristãos têm acreditando, lamentavelmente. Procederemos agora a uma visão geral da gradual marxistização do Cristianismo, segundo a ordem descrita pelo Pe. Poradowski, em seu livro A Gradual Marxistização da Teologia, aqui Poe nós utilizado como fonte de preciosos dados, segundo o Pe. Poradowski, a marxistização ocorreu eficaz de graduação psicológica, primeiramente, utilizando-se uma propaganda sutil durante retiros espirituais e através de revistas teológicas. Procurou-se eliminar a educação dada nos seminários e Universidades; depois, inoculouse em pequenas doses, a cosmovisão marxista e, especialmente, o conceito marxista do Cristianismo. Pe. Poradowski expõe o processo gradual da marxistização em 7 etapas distintas: 1)Saduceísmo do Século XX; 2) O Reino de Deus na Terra; 3) o Cristianismo Horizontal; 4) Fé sem Religião; 5) Cristianismo sem mitologia; 6) “O Cristianismo Ateu”, e 7) “O Cristianismo Marxista.” Faremos uma pequena síntese destas etapas a partir das palavras do próprio texto. Saduceísmo do século XX Nos tempos de Jesus Cristo havia seita, entre os judeus chamada saduceísmo. Os saduceus acreditavam em Deus, e negavam a ressurreição (o que não implicava a negação da vida eterna), uma vez que enfatizavam sobretudo o aspecto temporal da vida. Atualmente existe entre os cristãos uma corrente saduceia semelhante. Reconhecem a Deus como Criador, reconhecem a fé, os dogmas e as praticas religiosas, mas Poe-se a tônica exclusivamente sobre o temporal , sobre a existência material. Os marxistas introduzem essa corrente de pensamento com uma das etapas preparatórias da marxistização do Cristianismo. Essa seria a etapa do Saduceísmo. A etapa seguinte é chamada de O Reino de Deus na Terra. O Reino de Deus na Terra
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Essa corrente defende a ideia de que cristãos e marxistas têm o mesmo objetivo: a construção de uma sociedade ideal na Terra. Os marxistas chamam-na Comunismo, e os cristãos chamam-na Reino de Deus. Essa corrente tem causado forte impressão pela sua força no pensamento cristão atual. Foi Karl Barth quem primeiro defendeu essa tese. A etapa posterior é chamada Cristianismo Horizontal. Cristianismo Horizontal Essa corrente de pensamento parte da premissa de que cada cristão deveria imitar a vida de Jesus de Nazaré, um homem que sacrificou completamente sua vida pelos demais. Nessa visão tudo se resume a “viver para os outros.” Deus é esquecido; deixando de lado. Tudo se centraliza no homem. Dietrich Bonhoeffer foi o mais destacado “teólogo” dessa corrente. O passo seguinte é denominado Fé sem Religião. Fé Sem Religião Nessa etapa os comunistas dizem aos cristãos: “Limpai vosso Cristianismo dos elementos de religião e sereis dignos de tomar parte da revolução marxista e da construção de uma nova sociedade ideal do futuro.” Os marxistas consideram a religião e a fé como uma superstição inútil e alienante. Pretendem exterminar todo e qualquer vestígio de fé e religião na Terra. No entanto, aqui, eles parecem dispostos a tolerar a fé pura. Essa é uma nova tática de conquistar a colaboração preciosa dos cristãos na revolução marxista, enfraquecido-os na reação. Afirmam que os cristãos devem restaurar o Cristianismo primitivo e original, que foi o Cristianismo que Jesus e seus apóstolos viveram. Era uma fé pura e areligiosa. Foi a influência grega e as religiões pagãs que envolveram o Cristianismo em trajes religiosos e o mesclaram com mitos, dando-lhe um caráter de religião. “Viver a fé”, é a expressão que sintetiza essa etapa. Esquecer o culto a Deus e a vida religiosa de devoção e sacramento. Julio Santa Ana é um dos destaques dessa corrente. Em seu livro Cristianismo sem Religião, escreveu: “Fé é um Cristianismo das pessoas adultas, maduras; enquanto a religião é um Cristianismo infantil.” Tirar do Cristianismo seu caráter de religião é ― segundo os marxistas ― a condição previa para a completa marxistização.a próxima etapa é o Cristianismo sem Mitologia. Cristianismo sem Mitologia
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O Pe. Poradowski admite que alguns elementos mitológicos penetraram nas práticas cristãs, e há uma mitologia defendido pelos marxistas nada tem a ver com essa preocupação. Muito pelo contrário, essa nova corrente busca a destruição da fé reduzindo todos os dogmas à categoria de mitos. Assim, os anjos, a Trindade, a Ressurreição, a Redenção, o Pecado Original, o Paraíso, etc, são todos mitos! Resta apenas um fato histórico: Jesus de Nazaré, o fundador de um movimento político-social de libertação da escravidão e exploração dos regimes opressivos da sua época. Tal como Espártaco, Jesus também foi crucificado. Eles anunciam para breve uma “nova tradução da Bíblia sem mitologia.” Para se ter um exemplo, a palavra “anjo” é traduzida por “jovem”! Essa corrente encontra-se viva e crescente no Cristianismo atual. O Jesuíta Porfírio Miranda escreveu um livro chamado Marx e a Bíblia, expondo tal ponto de vista e empregando uma terminologia marxista em relação à Bíblia. Cristianismo Ateu A penúltima etapa desse lamentável progresso é o Cristianismo Ateu. Nessa etapa, dizem os comunistas que o Cristianismo nada tem a ver com fé ou religião; na verdade, era um movimento laico revolucionário. Moisés e Jesus foram grandes lideres políticos. Moisés libertou o povo judeu do Egito, e Jesus pretendia libertar cada homem da opressão romana e imperialista. Toda a face religiosa do Cristianismo, foram acréscimos das pessoas que não compreenderam o carpinteiro de Nazaré. Essa gente transformou o cristianismo em religião em fé, misturando mitos gregos e latinos das religiões pagãs com as palavras de Jesus. Jesus nunca foi Deus é um conceito primitivo criado pelo homem para explicar fenômenos que não conseguia entender. Seguindo a linha de Feuerbach, não foi Deus quem criou o homem, foi o homem quem criou Deus. A ideia de Jesus como adorador de um Deus e fundador de uma religião, não passa de uma lenda. Jesus foi o precursor de Marx e Lênin, como defensor dos oprimidos. Essa ideia de um Cristianismo ateu não é nova. Somente depois de os marxistas a terem captado e reelaborado em uma nova fase atraente, é que começou a penetrar na teologia atual. O ex-padre Jordam Bishop McClave, foi o destaque no livro América Latina e Revolução. Cristianismo Marxista Chegamos finalmente à última etapa do progresso de marxistização da teologia cristã: o Cristianismo Marxista. Poucos cristãos poderiam aceitar o 145
conceito de “Cristianismo Marxista” da forma como foi apresentado por Engels, sem uma preparação previa, por etapas cuidadosamente planejadas e executadas. Vejamos as palavras do padre Poradowski sobre essas etapas: “Hoje, leigos, padres e bispos aceitam o conceito marxista de Cristianismo sem maiores problemas de consciência, isso se deve, talvez, à previa preparação, ao “tratamento prévio.” Quem aceitou o saduceísmo, está disposto, depois de algum tempo, a aceitar participar da “Construção do Reino de Deus na Terra.” Quem assimila isto já está preparado para mais um passo rumo ao marxismo, aceitando o “Cristianismo Horizontal”, que por sua vez, o levará até o Cristianismo concebido como uma “Fé sem Religião.” Seguindo esse “tratamento”, ou seja essa lavagem cerebral, pouco a pouco aproxima-se do “Cristianismo Desmitologizado” e, através dele, chega-se ao “Cristianismo Ateu.” Assim, por graus e etapas, sem maiores dificuldades, atingir-se-á o “Cristianismo Marxista.” Durante a realização do “Congresso Latino-Americano de Cristãos para o Socialismo”, em abril de 1972, sob a direção do padre jesuíta Gonzalo Arroy e grande secretariado de sacerdotes marxistas (em sua maioria, professores de universidades teológicas), foi apresentado um documento chamado A Amizade Estratégica entre Cristãos e Marxistas, em cujo parágrafo 65 lê-se o seguinte texto de Engels, escrito na Introdução à obra de Karl Marx A Luta de Classes na França de 1848 a 1850 ― Londres, 6 de março de 1895: “Há quase exatamente 1600 anos, atuava no império romano um perigoso partido de subversão. Esse partido minava a religião e todos os fundamentos do Estado; negava que a vontade do imperador fosse a suprema lei; era um partido se pátria, internacional, que se estendia por todo o território do império, desde a Gália até a Ásia e ia ainda além das fronteiras imperiais. Vinha há muito tempo desenvolvendo um trabalho de sapa, subterrâneo, ocultamente, mas fazia bastante tempo que se considerava já com força para sair à luz do dia. Esse partido da revolta, que era conhecido pelo nome de ‘os cristãos’, tinha também uma forte representação no exercito: legiões inteiras eram cristãs. Quando eram enviados aos sacrifícios rituais da igreja nacional pagã, para prestarem honras, estes soldados da subversão levavam seu atrevimento ao ponto de ostentar em seus capacetes distintivos especiais ― cruzes ― em sinal de protesto... O Imperador Diocleciano baixou uma lei contra os cristãos. Foilhes vedado terem locais de reunião, foram proibidos seus símbolos ― as cruzes ― como outrora na Saxônia, os lenços vermelhos. Os cristãos foram declarados incapazes para o desempenho de cargos públicos, não podendo sequer chegar a cabo... Diz-se até que puseram fogo no palácio do 146
imperador em Nicomédia. Estando ele dentro. Então, Diocleciano vingou-se com a Grande Perseguição aos Cristãos no ano 303 de nossa era. Foi a última do gênero. E deu tão bom resultado que dezesseis anos depois o exercito estava predominantemente por cristãos, e o autocrata seguinte do Império Romano, Constantino, a quem o clero chama O Grande, proclamou o Cristianismo como a religião do Estado.” Vimos aqui o conceito marxista do Cristianismo, segundo o qual até a época do imperador Constantino, o Cristianismo teve um caráter exclusivamente de partido político, desempenhado um papel semelhante ao que o partido comunista desempenha hoje no mundo. Nessa conclusão, todos os cristãos deveriam entrar para o partido comunista. Chegando-se a essa última etapa na aceitação da teoria, inicia-se a práxis marxista. Os padres são transformados em agitadores e criminosos revolucionários que, levam a cruz numa mão, e na outra o fuzil. Está aí para o leitor observar “estarrecido”, o escândalo do século (um dos grandes escândalos desse século escandaloso). Os homens que semeavam a paz no passado são os semeadores da guerra hoje. Tornaram-se lobos com pele de cordeiros. Esse fenômeno, considero-o uma das maiores provas da força da mística do marxismo. Somente essa identificação intelectual e emocional (ideologia e ideal), tornou possível a inversão do Cristianismo teórico e prático. Para os mais destacados defensores do Cristianismo marxista, o marxismo é uma verdadeira religião, e a única ideologia que trará a verdadeira salvação. Ao conhecer o processo gradual da marxistização do Cristianismo empreendido pelo marxismo, e ao presenciar hoje os seus efeitos no mundo, especialmente na América Latina, não posso deixar de “ver” por trás desse plano sutil, super-inteligente e friamente destrutivo, traços de uma maldade funesta. É impossível unir cristãos marxistas. Não se trata de unir (os marxistas o sabem muito bem), trata-se de destruir completamente a fé e a religião da Terra. Trata-se de destruir a própria natureza mística, essencial à completa felicidade humana. Mais ainda, suprimir a religião é suprimir toda ética e toda moralidade social; é destruir a sociedade humana verdadeiramente! É difícil conceber que tal plano seja obra de um mero ser humano. Os cristãos, nesse plano diabólico, são meros instrumentos de destruição contra eles mesmos; contra a sua família, sua sociedade, nação e mundo. Não é possível que, se estivessem conscientemente livres e compreendessem o significado do marxismo, ainda agissem do mesmo modo. A teologia da 147
liberação como hoje se apresenta ao mundo, é o produto final de um longo e precioso processo de extermínio da religião cristã, considerada a maior força reacionária anticomunista do passado recente. É uma forma de corroer de dentro para fora, uma vez que de fora para dentro não foi possível. Esse fenômeno lamentável é o prenúncio da queda do Cristianismo na sua forma atual, e aprova maior da necessidade que a humanidade tem de uma nova força religiosa, um Novo Cristianismo mais lógico e científico, mais espiritualista e mais real. Uma nova expressão da verdade inter na que possua força lógica e emotiva capazes de suplantar a força lógica e emotiva do marxismo. Não veio nenhuma outra alternativa capaz de fazer frente ao marxismo e vencê-lo. O marxismo é um movimento místico, que engendra um fervor emocional e religioso, semelhante ao fervor que o Cristianismo gerava no passado. Este estudo nos leva a crer que o marxismo é uma “pseudoreligião”; um Cristianismo às avessas, forjado para derrotar o Cristianismo verdadeiro tanto no seu ideal, quanto na sua ideologia e, convenhamos, está conseguindo atingir sua meta, Conseguirá totalmente se os cristãos não opuserem ao ideal e à ideologia marxista, um ideal e uma ideologia superior, semeando-a em nível mundial com o mesmo ímpeto com que o marxismo está sendo semeado. É sob este ponto de vista que vejo o equívoco daqueles que não crêem na necessidade, e nem na força de uma ideologia superior contra o comunismo. O mundo comunista foi conquistado por meio de ideias, inicialmente, e mantido por meio das ideias e das armas. Ainda hoje, a ideologia marxista continua sendo utilizada como arma para conquistar as mentes e os corações dos homens por todo mundo. A menos que essas ideias sejam definitiva e publicamente desmascaradas, e uma ideologia nova e superior seja apresentada para seu lugar, o marxismo não poderá ser detido. O marxismo, como o eucalipto, se não for suprimido na raiz, tenderá sempre a reconstituir-se. As armas poderão impedir a invasão comunista e destruir homens “marxistizados”, mas jamais extirparão o comunismo na sua raiz. Marx disse: “Força material somente pode ser movida por força material. Mas a ideologia, por sal vez, se transformará em força quando penetra as massas.” Essa é a arma primeira e dileta dos comunistas para conquistar corações e mentes desiludidas. Do mesmo modo, deverá ser a arma primeira dos idealistas e crentes. Outro fato curioso: os chamados idealistas não acreditam muito na força das ideias, enquanto os comunistas, que são chamados materialistas, utilizam-se dessa força desde os primórdios da sua organização.
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Os Estados Unidos têm procurado combater o avanço do comunismo com arma e dinheiro. Seus resultados têm se mostrado inúteis. Por quê? Porque eles não possuem uma ideologia alternativa para contrapropor e superar a ideologia marxista. O Cristianismo já enfrentou grandes crises em toda a sua história. De todas elas, sempre saiu-se vitorioso. Ocorre que ele jamais foi ameaçado no plano ideológico. Hoje, porém o Cristianismo enfrenta uma crise a mais profunda e perigosa crise de sua história e que poderá definitivamente desintegrá-lo ― o ataque ideológico. Sempre foi desafiado extra muros (inovações bárbaras, corrupções morais e crises financeiras). Nunca, porém, o Cristianismo havia sido atacado de dentro para fora, em sua ideologia. O marxismo é um corpo de ideias que se opõem frontal e profundamente ao Cristianismo. Sua ideologia e ideal desenvolvidas com base na filosofia e na ciência do século XVIII e XIX, adquiriram a força necessária par derrotar o Cristianismo em sua forma medieval, e aí está o fenômeno da “teologia da libertação” para prová-lo. Para finalizar este tópico, gostaria de transcrever um texto datado de 1959, escrito por Li Whei Whan, comunista chinês, em que se acha traçado o plano de destruição do Cristianismo, que sido aplicado até os nossos dias em todas as partes do mundo cristão. O Documento Li Whei Whan* (Na Íntrega) Item a) objetivo: Destruir a Igreja Católica A Igreja Católica, com sede em Roma, é uma organização que dá origem a atividades contra-revoluncionárias nas democracias populares. Para que as democracias populares possam continuar seu progresso pelo caminho para o socialismo e para o comunismo, é necessário acabar primeiro com a influência e as atividades da Igreja Católica não é nem estéril nem impotente. Pelo contrário, deve-se reconhecer seu poder e tomar uma série de medidas para o enfrentar. Quando a luta política e as forças de produção tiverem alcançado um alto nível de produção, é que se poderá destruí-la. Este é o objetivo que lutaremos para alcançar. A linha de ação contra a igreja é de instruir, persuadir, converter e pouco a pouco, despertar e desenvolver plenamente a consciência política dos católicos por meio de participação nas atividades políticas. Item b) Substituir o Elemento Religioso pelo Marxista
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Por meio dos ativistas, devemos empreender a luta dialética no seio da religião. Progressivamente, substituiremos o elemento religioso pelo elemento marxista. Gradualmente transformaremos a falsa consciência em consciência verídica, de maneira que os católicos destruam por sua própria conta e risco, as imagens divinas que eles mesmos têm criado. Esta é a linha na nossa luta contra a Igreja Católica contra-revolucionária. Item c) Exploração do Conflito Psicológico das Massas Durante esse período, as massas sentirão um conflito psicológico, já que, por um lado, sentirão lealdade para com a Igreja e o seu clero, e por outro, com o patriotismo que as leva apoiar o governo popular. Convém sondar esse conflito e estudá-lo detidamente. Uma ação precipitada, sem levar em contra a agudez desse conflito psicológico, pode isolar o partido das massas. Se os laços entre as massas e a Igreja são muito estreitos, importa seguir o princípio de dois passos para frente e um para trás. Ao dar o passo para trás o governo popular deve afirmar que está defendendo a liberdade religiosa, e que é pela vontade das massas que estabelece comitês de reforma das associações, para que as massas patrióticas possam expressarse mais diretamente na direção dos assuntos da igreja. Item d) O trabalho doa Ativistas Estar alerta. Os ativistas do partido devem dirigir os trabalhos dos comitês de reforma. Estes devem isolar os reacionários que se encontram entre as massas. Para um total trabalho é preciso seguir as instruções. Os ativistas orientam as massas contra os elementos criminosos. Depois que as massas tiverem condenado os elementos criminosos e os isolados das associações, os criminosos devem ser castigados conforme as disposições das leis e do governo popular. Ao mesmo tempo, as associações devem professar o acatamento às leis e procurar descobrir outros contra-revolucionários em seu meio. Item e) Estimular a Fundo as Desavenças Mesmo que os contra-revolucionários tenham sido descobertos, o conflito psicológico continuará nas massas. É importante que as autoridades eclesiásticas e os lideres da igreja assegurem às massas que a religião vai fincando mais dura, por ter sido liberada de elementos criminosos e antipatrióticos. Os ativistas membros das associações têm a importante 150
tarefa de persuadir os lideres da igreja para fazerem estas declarações. Os ativistas também devem assegurar às massas que o governo e o partido estão acatando a vontade das massas. Desde logo, durante esse período, surgirão desavenças. Se atuar de uma forma arbitrária, perder-se-á o impulso do motivo das massas. O governo deve estimular as discussões a fundo de todas as desavenças. Durante essas discussões deve-se tratar de descobrir os elementos contra-revolucionários que tenham passado despercebidos. Durante este período, como no anterior, é preciso seguir instruções patrióticas: é patriótico acatar as leis: a desobediência é antipatriótica e criminosa.Deve-se informar também às massas sobre os entendimentos entre o estado e a igreja e sobre o renascimento patriótico das massas religiosas, dominando os sentimentos decadentes, imperialistas e antipatrióticas. Com exceção de assuntos espirituais, todo indicio ou expressão de vinculação com Cidade do Vaticano deve ser desprestigiado por ser motivado por interesses imperialistas e por apoiar atividades contra-revolucionárias. A experiência de nossos países-irmãos mostra que a Igreja Católica tem ajudado as atividades contra-revolucionárias. Em vista da extensão mundial da Igreja Católica, estas experiências constituem provas inegáveis do seu caráter conspiratórios. Durante este período, podese esperar que da Cidade do Vaticano se ouçam protestos contra nossa campanha. Estes protestos devem ser aproveitados como provas do caráter conspiratório da Igreja dirigindo pela Cidade do Vaticano. Item f) Desarticular a Igreja do Vaticano Isso traz o seguinte ponto de ataque, que é o enlace da Igreja com a Cidade do Vaticano. Importa saber que durante esse ataque o clero reage violentamente, já que é o ponto do seu poderio. Deve ser lembrado que esses protestos pelos ataques contra a sua lealdade ao Vaticano são antipatrióticos e estão em oposição e ao governo. Igualmente, o que o clero representa é antipatriótico. Os ativistas têm a tarefa de convencer as massas de que o indivíduo pode ter sua religião sem que o Vaticano dirija os assuntos da Igreja no mundo todo. Os ativistas devem explicar também o princípio da coexistência entre o patriotismo e a religião. Assim ficam isolados das massas os que seguem os ditames do Vaticano, e abrem o caminho para o estabelecimento de uma Igreja Independente. Item g) Denunciar o Clero
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Tem que ser feita uma campanha de preparação antes de se poder proclamar a Igreja Independente (Igreja Popular). As figuras do clero que não podem ser persuadidas a acatar os ditames do governo popular devem ser denunciadas diante das massas. Aproveitem-se dos seus protestos para destruir o império que sobre as massas. A melhor tática é efetuar um trabalho simples sem que seu autor seja identificado. Os ativistas devem dar origem às denuncias contra eles. Na história são abundantes as provas de que pode ser empregada uma ação legal contra os protestam contra a separação da Igreja do Vaticano. Cumpre ter preparados, durante essa fase, os argumentos necessários para convencer os intelectuais que separar-se do Vaticano é um passo à frente, não para trás. As disposições legais que protegem todas as religiões e a história do movimento protestante servem para esse fim. Ao mesmo tempo, os ativistas têm a tarefa de conduzir as associações num movimento conjunto para solicitar que o governo popular autorize o estabelecimento de uma igreja independente para livrar as associações de toda mancha antipatriótica causada por alguns elementos que continuam mantendo seus laços com o Vaticano. O governo dará a autorização e se organizará a Igreja Independente. Deve-se ter presente que a ruptura da Igreja Católica com o Vaticano somente tem importância para os teólogos. As massas têm pouca afinidade e pouca vinculação direta com Vaticano e suas praticas religiosas. Item h) Última Etapa: Consagrar Sacerdotes Marxistas no Seio da Igreja. Chegamos assim à última etapa. Após a separação entre a Igreja e o Vaticano, podem ser consagrados nossos próprios lideres da Igreja. Isso provocará o mais vigoroso protesto do Vaticano e a excomunhão maior. Deve-se pensar que a luta se está efetuando fora das suas fronteiras e não entre seus associados. As associações funcionam e nas massas são alentadas a praticar sua religião no seio da nova igreja ― A Igreja Popular ― agindo com tato e sutilezas, não se destrói a liturgia e as massas notam pouca diferença na nova igreja. Os protestos do Vaticano contra as consagrações afetam a hierarquia da igreja, e o governo do povo se responsabiliza de repetir a ação do Vaticano. Uma vez isolados, a ação contra eles se torna cada vez mais legal, porque se sentem compelidos a protestar e a se converterem em mártires e, em conseqüência, se comprometem em ações antipatrióticas. Ainda que se tenha triunfado na luta contra a Igreja Católica, deve-se empregar a persuasão com a retaguarda do clero. As massas compreenderão que nessa atitude há uma preocupação sincera pela liberdade de religião de todas as pessoas. Ao 152
mesmo tempo, colocam os que protestam na categoria dos que atuam contra os sentimentos do povo do governo. Item i) Fim: Desintegração e Destruição da Igreja Quando chegar o momento em que os postos de responsabilidade no clero sejam dos nossos e submetidos ao governo popular, se procederá a erradicar paulatinamente os elementos de liturgia incompatíveis com o governo popular. As primeiras mudanças serão as dos sacramentos e das orações. Logo em seguida, tratar-se-á de proteger as massas contra a coação e a pressão de freqüentar as igrejas e praticar a religião ou organizar grupos coletivos, representando quaisquer seita religiosas. Quando a prática da religião se converte em responsabilidade individual, sabe-se que lentamente a religião vai sendo esquecida. As novas gerações substituirão as antigas e a religião será um episodio do passado, digno de ser tratado nas historias do futuro. (O texto que o leitor acaba de ler foi publicado em 1959 pela imprensa de idiomas estrangeiros de Pequim para uso exclusivo da Seção LatinoAmericano de Enlace do Partido Comunista da China. Seu autor chama-se Li Whein Han. O documento trazia o título de Igreja Católica e Cuba. Programa de Ação. Publicado no Jornal de Minas, 1984).
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Capítulo 12 MARX E JESUS. A RELAÇÃO AUTOR X OBRA
Chegamos ao último tópico deste capítulo. Faremos alguns breves comentários sobre Jesus e sua obra, e sobre Marx e sua obra. Isto, ao tempo em que viviam e nos tempos posteriores às suas mortes. Analisaremos seus frutos através da história, partindo do princípio lógico das causas e dos efeitos. Uma teoria é um conjunto de dados para explicar alguma coisa e obter-se um acerto resultado. Por exemplo: enquanto teoria, um sistema econômico é um conjunto de ideias voltadas para a finalidade de produzir riquezas. Se ao serem praticadas, tais ideias de fato funcionarem ― i. e., produzirem riquezas - , significa que o sistema é bom e operante. O mesmo se aplica a um sistema político, social, etc. o sistema de produção liberal, ao qual Marx denominou Capitalismo, contem em seu bojo a ideia central de que, para que se produzam riquezas, deve haver liberdade de criação, produção e distribuição. Se tal ideia, obedecida, produzir os resultados que enuncia, conclui-se que é verdadeira. Logo, se a teoria é boa, a prática o demonstrará. O Sistema Liberal de Produção de fato funciona e produz riquezas (Inglaterra, Suíça, Japão, USA, França, Suécia, Hong Kong, etc.). Quanto à partilha e distribuição das riquezas produzidas, não compete ao sistema econômico fazê-lo. Mas sim ao homem. Se o homem é egoísta e injusto e não o faz, e necessário que se faça uma mudança na mentalidade e no coração do homem, e não no sistema de produção. Essa mudança no homem é a proposta da religião. Porém, ela deverá ser efetuada por meio do amor da verdade e da lei. Ou seja, por um novo sistema de educação moral e ético que desperte no homem essa mudança. Francisco de Assis exemplifica bem essa transformação do egoísmo ao altruísmo por meio da verdade e do amor. Marx, entretanto, ao invés de propor uma mudança no homem, propôs a destruição do sistema
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sócio―político―econômico a partir da violência e destruição do próprio homem. Ou seja, Marx propõe a salvação do homem por meio da sua morte*. Será mesmo verdade tudo isto? Quando estudamos o próximo capítulo deste livro nós o demonstraremos detalhadamente. Apenas para adiantar um pouco e contra propor o argumento de que os comunistas matam apenas os inimigos do povo e os contra-revolucionários, informamos que, conforme o discurso de Nikhita Kruschev, no XX Congresso do Partido Comunista em 1956, Stálin assassinou centenas de milhares dos próprios camaradas que fizeram com ele revolução russa de 1917. Andrew Wilson, no seu livro Comunismo ― Suas Promessas e Suas Praticas, escreveu: “Dos trinta e um membros originais do Comitê Central que organizaram a revolução russa, somente quatro tiveram morte natural, incluindo Lênin e Stálin. Todos os outros foram acusados, torturados e executados pelos seus próprios companheiros. Dos 28 milhões de membros do partido em 1934, uma estimativa de 1,6 milhões foram fuzilados ou enviados para campos de trabalho forçados. Na China durante a revolução Cultural”, muitos lideres comunistas, homem como Liu Shao Chi, que foi companheiro de Mao-Tsé-Tung na Grande marcha, foram humilhados e purgados publicamente...” Visto um pouco sobre o falso argumento marxista de que eles somente eliminariam os “inimigos do povo” prossigamos com a nossa análise. Os frutos do Cristianismo Aqueles que já estudaram com sinceridade a história das religiões, mais especificamente, a história do Cristianismo, não poderão dizer que os frutos do Cristianismo foram todos maus. Menos ainda se poderá afirmar que “sem o Cristianismo, a humanidade estaria melhor.” Tal afirmação seria um disparate. Apenas a história das missões cristãs, o amor, a dedicação e o sacrifício dos missionários cristãos de todas as ordens religiosas, já são mais que suficientes para revelar a natureza injusta do ataque marxista contra o Cristianismo.
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O marxismo conduziu ao massacre indistinto dezenas de milhões de operários, camponeses, empresários, professores, religiosos, etc. Somente na Camboja mais de três milhões de civis foram massacrados. Na Polônia, a perseguição dos comunistas contra os operários é escandalosa. Enfim, em todos os países invadidos, os comunistas tornaram-se inimigos e perseguidores das populações.
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A força do Cristianismo que deu ao mundo homens como Francisco de Assis, ainda hoje é a mesma que produz homens como Soljenítsin e mulheres como a Madre Tereza de Calcutá. No seio do Cristianismo já surgiram santos e demônios. Os santos nasceram da prática da teoria cristã e os demônios, do abandono dela. Não há no Cristianismo nenhum ensinamento quanto à prática da ganância, das mentiras e da luxuria. O cristianismo, sempre que foi praticado, produziu os frutos que suas ideias enunciam. Sempre que foi desprezado, tais frutos não floresceram. Os erros de Inocêncio III podem ser contrapropostos pela honestidade de Pio XII. Os erros do arcebispo Tetzel são ofuscados pelos sentimentos de Huss, Lutero, Kant, Fichte e tantos outros grandes cristãos. Milhões de missionários cristãos sacrificaram suas vidas no passado pelo bem da humanidade. O Cristianismo civilizou a Europa bárbara. Os francos foram bárbaros que, influenciados pelo Cristianismo, transformaram-se em povos civilizados*. O Cristianismo esteve no palco de todas as grandes lutas da história da humanidade errando e acertado, mas sempre se fez presente. Entre erros e acertos e entre bem e o mal, sem nenhuma dúvida, os acertos e bem foram imensamente maiores. É um absurdo e uma grande injustiça omitir esse lado belo da história do Cristianismo. É injusto tentar apresentar uma imagem do Cristianismo como algo inútil e essencialmente mau. Um simples estudo da vida ascética dos monges franciscanos, jesuítas, dominicanos, do seu amor e bondade e das magníficas obras caritativas, educacionais e culturais que semearam por toda a Terra, também nos revelará o seu sincero amor e auto-sacrifício pelo estabelecimento da justiça e da paz entre os homens. Foram incotáveis aqueles que deram suas vidas por essa causa. Também não podemos, de forma alguma, esquecer as grandes perseguições que o Cristianismo sofreu pelo mundo. Desde o seu nascimento e expansão no império romano, até o renascimento sob a forma do protestantismo. Milhões de cristãos sacrificaram suas vidas em defesa do Cristianismo, outros foram enviados para religiões hostis e inóspitas para civilizar bárbaros e selvagens, muitos doaram as vidas por suas missões. A história do Cristianismo registrou todos os seus acertos e todos os seus erros*.
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E que não se cometa a “barbaridade” de negar a civilização, e ainda se falar em socialismo cientifico! Como procedeu Engels, estupidamente, no seu livro “A Origem da Família, da Propriedade Privada e da Estado.” * Por que houve acertos e por que houve erros, será tema de um trabalho posterior que pretendemos elaborar.
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Somente alguém, verdadeiramente mal intencionado, poderia procurar omitir as boas obras do Cristianismo e o seu coração de amor e sacrifício por Deus e pelo homem. Semelhantes ao percurso histórico do Cristianismo, foram os percursos de todas as outras esferas religiosas centrais, tais como o budismo, o confucionismo, o islamismo, o hinduísmo e o orientalismo (os movimentos religiosos orientais nativos). Em todas as épocas e em todos os lugares, as religiões enfrentaram grandes perseguições e dificuldades; cometeram grandes erros e realizaram grandes obras na moral, na ética, na educação e na cultura. Lamentavelmente, os cristãos meio adormecidos e impotentes para gritar e mostrar ao mundo o lado bom da sua história; os rastros de amor, bondade e educação que semearam na Terra. É como se “alguma força poderosa e misteriosa estivesse gelando e imobilizando suas mentes, os seus corpos e enterrando-os vivos.” Foram muitos erros do Cristianismo, mas foram bem maiores e em maior quantidade os seus acertos. Enquanto o Cristianismo se opunha a Galileu e Darwin, enviava milhares de missionários para as religiões mais inóspitas do mundo. Enquanto alguns líderes cristãos compartilhavam da omissão e da exploração dos empobrecidos, milhares de outros doavam as vidas, a cuidar de leprosos e doentes de todo o tipo. Outros saíam pelo mundo em peregrinação ensinando aos homens o valor do amor, da paz e da bondade. O mesmo diremos dos diversos grupos religiosos. Jamais, em tempo algum, uma religião original, que caracteriza pela auto-doação sacrifical e pelo ensinamentos éticos e prático do amor, da verdade e da bondade entre os homens, foi criada por interesses políticos ou econômicos. (A Igreja Anglicana foi mera distorção do Cristianismo). Moises e Buda são exemplos claros dessa afirmação *. O homem é um ser místico e espiritual. As religiões prestam-lhe a assistência e fornecem-lhe os elementos transmateriais para satisfazer a sua natureza mística espiritual. Assim, milhões de homens por todo o mundo fizeram grandes doações matérias às religiões. Que construíram belíssimas catedrais, templos, conventos, seminários e igreja. São inúmeros casos em que uma pequena igreja, construída em um certo lugar, deu origem a uma grande cidade. Esses locais, destinados à vida mística, tornaram-se fontes de alegria e realização para milhões de seres humanos em todos os lugares no passado e no presente. As religiões nascem de pessoas simples e crescem com apoio de populações inteiras. A afirmação marxista de que as religiões são engendradas pela classe dominante para oprimir e explorar a população, é um ataque infundado à verdade. É uma afirmação tão infeliz e perniciosa *
Ambos renunciaram ao luxo, riquezas e posição, pelo caminho do ascetismo.
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que somente poderia ser concebida por uma mente e um coração pervertidos. Os verdadeiros religiosos não são criminosos ou parasitas inúteis, são homens que dedicaram suas vidas ao serviço de Deus e à dimensão espiritual da humanidade. Em diversos lugares, as religiões tomaram corpo de acordo com os costumes e as tradições dos povos. Mas, em essência, os seus ensinamentos são sempre os mesmos: fé, moral e ética. Quem poderá negar tal afirmação. Simplesmente apontando os erros daqueles que não tiveram nem dignidade para viver a religião? Já abordamos anteriormente a questão relativa às causas e efeitos e aos autores e suas obras. Vimos que nada há no efeito que seja proveniente as causa. Essa lei da Causalidade é um dos princípios mais difundidos e utilizados pela ciência atual*. A psicologia é o estudo do comportamento humano e animal, i. e., o estudo do efeito, do comportamento, para se conhecer a causa ― a mente. Analogamente, pelas obras de um homem (seu comportamento e atitudes) pode-se compreender sua personalidade e sua mente. As obras dos grandes líderes religiosos, dos grandes filósofos e dos grandes cientista, deixam os frutos de seus estudos na Terra. O somatório e complementariedade de tais frutos, deram origem à alta tecnologia e ao alto grau de conforto e comodidade de que dispõe a humanidade hoje. Mais uma vez, quero lembrar que a expansão desse grau de conforto para toda a humanidade não depende das descobertas cientificas ou da própria tecnologia em si. Mas do homem. Razão por que faz-se necessária uma revolução no homem; um novo sistema de educação e novas ideias que possuam a força para conduzi-lo do egoísmo ao altruísmo. Sem dúvida, o marxismo não é esse sistema de ideias, nem de educação. O marxismo aplicado engendra homens cruéis, em proporções ao tempo de prática. É obvio que não se pode criar homens pacíficos e bondosos ensinando-lhes o ódio e a violência. Os frutos do Marxismo Quais os frutos das religiões na Terra? Especificamente, quais os frutos de Jesus na Terra? Todos nos sabemos e podemos ver ainda hoje que o Cristianismo deu origem à toda uma rede de instituições de educação moral, ética e cultura por toda a Terra; bem como a uma rede de ordens religiosas femininas e masculinas voltada para o serviço assistencial no plano material e, de modo específico, no plano espiritual. Deu origem aos mais elevados *
O marxismo, ao afirmar que o Universo surgiu por mero acaso, nega o princípio fundamental da ciência – a lei da causalidade – caindo em flagrante anticientificamente.
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ideais através das missões e aos mais elevados valores morais e éticos (como a honestidade, pureza, fidelidade, obediência, respeito, caridade, etc), e ainda, aos mais belos sistemas de ideias como o Agostiniano, Tomista, Kantiano, Hegeliano, etc. Semeou tais valores por rodo o mundo bárbaro e selvagem, por meio de homens bondosos e dedicados, que ofereceram toda sua existência à moralização e aculturação dos povos; que enfrentou as maiores e mais cruéis perseguições nas quais milhares de cristãos foram massacrados, das arenas romanas a cidade de São Bartolomeu. Mesmo assim, eles prosseguiram sua marcha em direção ao que consideravam o seu grande ideal: a preparação de homens de amor e verdade para viverem ao serviço de outros aqui na Terra, alegrando a Deus ao mundo espiritual. O Cristianismo inspirou e produziu milhares de livros em todas as línguas do mundo, nos quais (pelo menos naqueles escritos por cristãos anteriores ao escândalo da “teologia” da revolução ― ou libertação) jamais se encontraram ensinamentos voltados para a destruição da vida humana ou da ordem da sociedade. Assim, a humanidade viu surgir figuras como São Paulo, Agostinho, Tomas de Aquino, Kant Hegel, Wiclyjj, Lutero, Wesley, Luther King e tantos outros grandes pensadores e benfeitores da humanidade... Estes foram os frutos das ideias de Jesus. Todos aqueles que praticaram suas ideias, seguindo o seu exemplo de vida, tornaram-se grandes exemplos de sabedoria e bondade e foram considerados Santos de Deus. No seio no Cristianismo também surgiram homens injustos e até cruéis. Mas será que poderemos dizer que esses homens comportaram-se segundo o exemplo e as ideias de Jesus? Evidentemente que não. Os grandes mentirosos e malfeitores do Cristianismo tornaram-se assim, exatamente porque desprezaram as ideias e o ideal prático do Cristianismo. Por outro lado, com quem Clara e Francisco de Assis aprenderam a se comportar? Naturalmente, não foi alguns falsos religiosos de seu tempo, mas com o próprio Jesus. A figura de Francisco de Assis e da jovem Clara representam a voz-imagem do ideal cristão do homem. Ainda hoje, pode-se encontrar vestígios da forma de viver que caracterizou o Cristianismo na maioria dos anos de sua existência. Eis os frutos de Jesus na Terra. O Cristianismo acha-se hoje enfraquecido e agredido. Seus dogmas antigos e medievais foram solados pelas descobertas cientificas modernas, e completamente distorcidas pelas ideias sofisticadas do marxismo, que atualmente colhe os louros da vitória ideológica contra o Cristianismo, em sua forma atualmente conhecida. Ocorre, porém, que já existe na Terra um Novo Cristianismo. A teoria cristã foi repensada e apoiada na filosofia idealista-teísta e nas descobertas da ciência do século XX. Essa nova visão do Cristianismo tem sido chamada Deusismo. Trata-se de nova expressão do 159
pensamento teísta e já está semeada em todo o mundo, e o marxismo se encontra agora na defensiva ideológica. Pela primeira vez na história do marxismo, ele tem sido confrontado e derrotado por uma outra ideologia. Queria Deus que os governos do mundo livre, muito rapidamente, se dêem conta da existência dessa nova esperança; dessa nova “arma ideológica” que definitivamente desmascarará e derrotará o marxismo onde quer que o que confrontar. Vejamos agora os frutos de Marx. Quais os frutos do marxismo na Terra?* Primeiramente, sintetizaremos alguns das suas ideias essências e alguns dos seus frutos mais aberrantes. O marxismo afirma que não existe Deus. Conseqüentemente, o Universo é a origem criativa de si mesmo (essa afirmação nos dias atuais é um disparate!); Afirma que o homem é um mero animal e que não possui corpo espiritual (outro disparate!); que a base existência do Universo é a luta e o conflito entre elementos contrários intrínsecos a todos os seres (imagine-se o próton e o elétron em luta?! Existiria alguma coisa?) ; afirma que a causa do progresso humano em geral nasce da luta violenta; da guerra em todos as suas formas e independentemente da vontade do homem ― tal afirmação equivalente a dizer que as grandes invenções tecnológicas “inventaram-se a si mesmas”, ou ainda dizer que “a associação e a cooperação nada valem” (gostaria de *
Os frutos do marxismo-comunismo-socialismo foram amplamente pesquisados e publicados na obra O Livro Negro do Comunismo . Crimes, Terror e Repressão.(Editora Bertrand Brasil, 2005) da autoria de Stephane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné,Andrsej Paccz kowiski, Carel Bartosek e Jean-Louis Margolin. O Livro Negro do Comunismo é uma obra histórica com fotografias e 917 páginas que narram a história de crimes e terrorismo dos marxistas-comunistas-socialistas nos 35 países que invadiram. O Livro Negro do Comunismo prova documentalmente que os crimes do comunismo foram 5 vezes piores do que os crimes do nazismo. Quando o domunismo implodiu na União Soviética em 1990 deveria ter sido instaurado o Tribunal de Moscou, uma corte internacional para julgar os crimes dos comunistas contra a humanidade e punir os culpados, assim como o Tribunal de Nurenberg julgou e opuniu os crimes dos nazistas. Por que o Tribunal de Moscou não aconteceu, e em vez disso, a Rússia foi incluída no grupo G7 + Rússia? Porque. Embora seu Exército Vermelho estivesse sucateado e faminto, a exUnião Soviética tinha em seu poder mais de 2000 bombas nuccleares, não hesitariam e usálas contra a humanidade. Por isso, o mundo ocidental optou por apaziguar os comunistas, uma vez que eles já estavam falidos e desmoralizados. E em vez de instaurar o Tribunal de Moscou incluiu a Rússia no grupo G7+Rússia. Na verdade, em vez de punir o menino malvado, puseram um docinho em sua boca para amansá-lo. Alguim dia, com certeza, os comunistas serãojulgados e punidos pelos horrorosos crimes que cometeram contra Deus e contra a humanidade. Quem viver verá.
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lembrar que a antropologia, a sociologia e a psicologia afirmam o contrário); que a família monogâmica deu à prostituição e a infidelidade e que, portanto, deverá ser destruída (Engels ― A origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado livro escrito sob a orientação das anotações de Marx); que o Estado deverá ser destruído, pois é mero instrumento de exploração (imagine-se ausência das lei de trânsito, das estradas pavimentadas, das praças e parques públicos e das forças armadas com Hítleres, Mussulines, Fidéis e Brejneves soltos por aí). Imagine-se uma sociedade onde não haja legislação (poder legislativo) nem justiça (poder judiciário) nem garantia dos deveres e direitos dos cidadãos (poder executivo)? O que quer que o leitor imagine, sem um centro será certamente a instituição das desordens do caos absoluto. O marxismo também afirma que a fábrica e o lugar onde se aprendem as relações básicas da sociedade humana*; que não há necessidade de Deus, nem da ética e nem de amor entre os homens; que a violência é a lei natural mais fundamental... Enfim, que civilizações humana não deu em nada e que, portanto, deverá retornar ao barbarismo selvagem ateu e amoral. Tudo isso, para um leitor “moderado”, parece conter uma certa parcialidade. Quanto a mim, dispenso silogismo ou circunlóquios semânticos, e prefiro chamar de azul o azul, e de vermelho o vermelho. O que estou dizendo é que as coisas, do modo como as descrevo aqui são ainda dóceis e incapazes de transmitir com reais e verossímeis o barbarismo, o cinismo e a malicia intelectual do marxismo. Creio mesmo que somente com uma visão religiosa e possível desvendar os mistérios que envolvem o marxismo e sua expansão mundial. Marx não apenas falou. Ele inspirou e orientou todo o movimento comunista internacional (talvez o esteja fazendo ainda até os nossos dias). Todos as atrocidades e barbaridades cometidas pelos comunistas na União Soviética (e tão bem contadas por alguém é russo, viveu dezenas de anos entre os comunistas, e foi comunista, como Soljenítsin) e no resto do mundo, tiveram origem nas ideias e nos ideais de Karl Marx. Engels, como ele próprio afirmou, não teve lá tanta importância. Lênin e Stálin foram meros seguidores. Porém, seguidores ortodoxos, fiéis o seu mestre. Engels foi o João Batista de Marx. Lênin, o seu Paulo de Tarso. Se Jesus, que recebeu inspiração e revelação mística, deu origem ao Cristianismo em plena consciência do que se tratava, resta saber se o falso messias, Karl Marx, recebeu inspiração e revelação de alguém, e se sabia ou não do que se *
Alvin Toffler em seu livro A Terceira Onda (Editora Record) demonstra que o lar será o Centro da Sociedade do Futuro.
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tratava. Ou seja, se antevia os efeitos de sua obra, criada, parece-me, de uma forma perfeitamente coerente com as conclusões a priori que tirou de suas observações e com um propósito claramente definido! O que o leitor pensa disso? Talvez tudo não passe de mera suposição. Mas de onde estarão vindo todas essas conclusões a que estou chegando, desde que comecei a escrever este trabalho? Que frutos poderemos apresentar do marxismo após seus 138 anos de existência teórica, e seus 68 anos de existência prática? Conforme a revista francesa Le Figaro: 150 milhões de mortos! 1.500.000.000 (um bilhão e quinhentos milhões) de pessoas escravizada dentro de 40 países dominados pelos comunistas, 40 mil livros escritos sobre o marxismo em todas as línguas do mundo que, mesclados com as ideias daqueles países, produziram uma confusão infernal em que já não se sabe mais o que é mentira ou verdade (conforme depoimento de Mikhail Barysnikov, famoso bailarino russo exilado nos Estados Unidos); aproximadamente duzentos tratados internacionais quebrados sem nenhuma consideração a quaisquer que sejam as normas internacionais que os prescreveram, grupos terroristas internacionais que atentam contra todas as altas personalidade do mundo atual, semeando catástrofes e terror entre os povos do mundo; terrível KGB, uma organização de terrorismo oficial e espionagem política, econômica e ideológica infiltrada em todos os países comunistas e não comunistas, responsável por grandes atentados criminosos, e com uma lista mortes que somente será desvendada depois da queda do comunismo na União Soviética... Enfim, são tantos os crimes e jogos de corpos que deixarei para melhor detalhá-los no próximo capítulo deste livro. Lamento muito ter quer cansar o leitor com essas narrativas funestas, mas infelizmente, não se pode dizer muito dos benefícios feitos pelos comunistas na Terra. Os no-bárbaros Eis aí alguns dos frutos do marxismo. Humanidade já conheceu no passado muitos povos bárbaros e cruéis. Porém, nunca conheceu bárbaros cientistas, filósofos e intelectuais empunhando armas nucleares, ideias e retórica poderosas e usando ternos e gravatas! Esses neo-bárbaros surgiram na história da humanidade por algum grave erro das religiões do passado e do presente. Se o marxismo for, de fato, uma pseudo-religião, somente poderá ser derrotado por uma verdadeira religião. Se o Cristianismo atualmente está perdendo a guerra ideológica contra o marxismo (está aí a teologia da libertação para prová-lo), o que fará o mundo livre para enfrentá-lo? Usará apenas armas, numa posição defensiva? Estes instrumentos foram e têm 162
sido, utilizado ainda hoje. Não têm apresentado resultado algum. O expansionismo comunista dá-se primeiramente por meio de ideias e argumentos. Dessa forma, somente com ideias e argumentos poderá o mundo cristão deter e derrotar o mundo ateu. Tudo o mais já foi tentado e o resultado foi nulo. Resta agora descobrir, urgentemente, uma ideologia que possa contra-atacar ofensivamente o marxismo, que seja inspirada em Deus e que possa oferecer à humanidade mais do que tem oferecido o marxismo. O pastor Wurmbrand afirma que Marx não era, mas sim antideus. Procurando demonstrar essa afirmação, Wurmbrand apóia sua tese em bases bibliográficas e biográficas de Marx. Curioso por esse pormenor, e para melhor ilustrá-lo resolvi transcrever um interessante texto anônimo no qual se descreve, com impressionante realismo, aquela que seria a autentica identidade de um antideus: “Com uma visão natural e real do fenômeno, pode-se ver as pegadas do antideus (anticristo) nos atos daqueles que erguem altos muros em volta do seu Estado e metralham friamente todos aqueles que o tentarem transpor; que aprisionam os homens de ciência (cientistas e intelectuais) e aniquilam os homens de Deus (religiosos), classificando-os como “parasitas inúteis” e “criminosos enganadores”, condenando-os à prisão e à morte sem defesa; que incendeiam as casas de Deus (as igrejas, seminários e conventos), as transformam em depósitos de inutilidades ou em museus frios, enquanto apregoam pelo mundo “a morte de Deus”; que negam aos homens todo e qualquer sinal de liberdade, não lhes permitindo sequer ler coisa alguma acerca da sua esperança de vida eterna (Bíblias, livros religiosos, etc); que fazem da mentira, sua verdade, e das armas, suas palavras e meios para invadir e tomar países inteiros (Afeganistão) ante os olhos perplexos e inertes do mundo; para quem matar milhões de seres humanos representa simplesmente um ato progressista “necessário a uma mudança de conduta social”, em prol da edificação da sociedade comunista ateia: que semeiam pelo mundo as sementes do ódio e do ressentimento entre os homens e fornecem as armas para os irmãos de um país mataremse mutuamente, depois de os ter postos uns contra os outros meio de um sofisma ideológico, que afirma o progresso nasce das lutas e da destruição; que como um urso, saltam sobre as pequenas nações destruindo-lhes a ordens, seus valores éticos e morais, resguardados por um imenso arsenal atômico e o maior exército do mundo; que apregoam aos jovens que o amor é uma reação química, anulando-o separando-o da sexualidade e semeando pela Terra a devastação da imoralidade, das drogas e da corrupção; desonrando indivíduos e povos por interesses mesquinhos e egoístas... Esta 163
é, sem dúvida, a verdadeira face de um antideus. Tal é a face do comunismo ateu. Um dos mais estranhos fenômenos que a história conheceu. Criminosos organizados nacionalmente que, em 68 anos, assassinaram aproximadamente 200 milhões de seres humanos e dominaram pela subversão, pela força engano e pela força, um terço da humanidade em aproximadamente 40 países e acham-se infiltrados em todos os países do mundo e em todos os setores da sociedade com a única finalidade de desestabilizá-lo social, política e economicamente, transformando-as em colônias mudas e escravas sem cultura, tradição ou história, completamente isoladas do resto do mundo e submetidas ao mais totalitário império que a humanidade conheceu ― O Império Comunista Ateu. Apud revista Nova Era, n°s 38-39, maio-junho de 1981, p.18, Coimbra-Portugal.
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Parte III
A Mística do Comportamento Marxista
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Capítulo 13 O PRINCÍPIO DA INVERSÃO
Existe uma “igreja” às avessas. Uma “igreja” de adoração a um antideus*. Convém notar que a presença de um antideus acha-se citada em todas as religiões. Na religião persa, ele é chamado “Masda — o deus do mal”; no Budismo, Mara — o demônio da ilusão; no hinduísmo, Siva — o destruidor; no Cristianismo, Satanás, Diabo ou Demônio... Enfim, em todas as religiões esse é o fato intrínseco. Não me proponho a demonstrar a existência real de um antideus, mas sim levantar algumas questões curiosas. Inicialmente, lembramos-nos de que a finalidade da existência humana é a alegria. Assim sendo, toda e qualquer coisa que traga sofrimento não é uma obra livre da natureza original humana. Ora, todas as religiões se caracterizam por ensinar a renúncia e o sacrifício pessoal, estimulando os homens a orarem, jejuarem e a pedirem perdão a Deus pelas suas falhas, com lágrimas de arrependimento. Será que os homens criaram e buscariam livremente as religiões? Outro estranho fenômeno são as guerras. As guerras trazem a devastação, a miséria e um sofrimento extraordinário.Nunca uma guerra deixou atrás de si construções, prosperidade e felicidade. Em toda a história, a humanidade tem procurado se livrar das guerras sem entretanto, alcançar tal escopo. Hoje, mais do que nunca, se observa esse esforço, o mesmo esforço precedeu a I e II Guerra Mundial. Atualmente, prestes a estourar a III Guerra (Nuclear) e, literalmente, devastar a Terra, a humanidade volta a exprimir sua natureza pacifista e suas preocupações com o futuro. *
A Editora Três publicou um livro chamado o Livro Negro do Satanismo. Trata-se de uma espécie de “catecismo” destinado à orientação de cultos e rituais.
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Por todo o mundo, líderes de Estado se reúnem para “conversações de paz” infrutíferas. Será que a guerra é uma criação humana? Ao que nos parece, as religiões e as guerras não correspondem aos desejos originais do homem. Não sendo, portanto, obras originalmente humanas. Podemos também notar esse fato por meio de uma simples análise das necessidades e dos desejos humanos originais (intrínsecos), e nas obras criadas para satisfazê-los. Os homens fogem das religiões por um lado, e buscam-nas por outro; fogem das guerras um lado, e buscam-nas por outro. Esse comportamento paradoxal do homem será estudado em outra oportunidade, aos nos atermos a considerações mais pertinentes à teologia. O paradoxo do comportamento humano Neste trabalho quero apenas constatar e enfatizar o fato do “paradoxo do comportamento humano.” Quem então estaria por trás das religiões e das guerras? Quem estaria movendo os homens nessas direções opostas, em uma tão grande contradição com a sua vontade natural? Se acreditamos que Deus é a origem das religiões, através das quais procura conduzir o homem para o amor, bondade, a educação e a paz, somos constrangidos a admitir, uma vez as guerras não são obra de Deus e nem do homem, um terceiro personagem responsável por elas. Esse personagem deveria ser a antítese de Deus e a finalidade da sua obra deveria ser oposta à de Deus. Se a finalidade da obra de Deus é a paz e a felicidade, a do antideus seria a guerra, miséria, a destruição e a infelicidade. Gostaria de ressaltar que, na história humana, ocorrem certos fatos que também representam grandes contradições no comportamento e na lógica humana. O homem, em toda a história, tem buscado a verdade, a beleza e o bem. Esses são desejos essenciais do espírito humano. Paradoxalmente a esse fato, sempre que novos filósofos, religiosos ou cientistas apareceram anunciando novos aspectos da verdade e novos caminhos para o bem, a humanidade — estranhamente — os perseguiu ou os matou! Podemos citar como exemplo Sócrates, Jesus e Giordano Bruno, Nenhum grande pensador, que trouxe algo novo para a humanidade, foi aceito naturalmente. Todos foram perseguidos, presos ou mortos. De Galileu a Einstein; de Jesus a Gandhi e de Sócrates a Kant. Somente depois de suas mortes a humanidade parece reconhecer-lhes o valor, erigindo estátuas e prestando-lhes homenagens. Não é um paradoxo? Quantas vezes a humanidade já se enganou (ou foi enganada?!) em seus julgamentos e sentenças? Quantos grandes pensadores deixaram de expor suas ideias com receio da miséria que se abateria sobre eles? Os artistas também foram perseguidos ou 167
tiveram uma vida miserável, material e espiritualmente. A surdez de Beethoven ou a loucura Van Gogh; a neurose de Michelangelo ou a angústia de Dante. Quase todos filósofos, religiosos e cientistas enfrentaram a miséria material e viveram em angustia profunda. O existencialismo é o grito angustiante de uma das vertentes da filosofia. Como pode a humanidade que tanto ama a filosofia, a arte, a bondade e a ciência perseguir tão barbaramente os seus grandes autores? Tudo nos leva a crer que esta perseguição é involuntária. O homem, livremente, não envenenaria a água que lhe sacia a sede! Nesse caso, quem os estaria induzindo a perseguir e destruir aqueles que lhes traziam a “água do espírito?” Dentro dessa visão, Freud, que afirma odiar a religião, a filosofia e a arte, perde todo o seu brilho e se converte numa ameaça para a humanidade, se não é Deus e nem o homem quem persegue e destrói os santos e sábios que florescem sobre a Terra, quem o estará fazendo? Podemos negar esse fato histórico? Antiverdade Outro curioso fato nos ocorre: a existência de uma antiverdade para cada aspecto da verdade surgida até os nossos dias (digo “antiverdade” porque tais afirmações são sempre o oposto da verdade). Para todo o conjunto de filósofos idealistas, crentes na existência do ser absoluto — Deus (Platão, Aristóteles, Tomás de Aquino, Hegel, Kant, Fichte, Schelling e outros), surgiu todo um grupo de filósofos materialistas, descrentes na existência do ser absoluto (Heráclito, Demócrito, Strauss, Nietzsche, Freurbach e outros). Teístas e ateístas representam portanto, duas visões do que ambos os grupos afirmam ser a “verdade.” Evidentemente, uma é falsa. As duas não podem ser verdadeiras, visto que são opostas. Do mesmo modo, para todo um grupo de cientistas crentes, surgiu um grupo de descrentes. Uns podem ser chamados criacionistas e outros, evolucionistas (aqui entendidos como aqueles crêem que Deus criou o Universo e aqueles que afirmam que o Universo não foi criado, mas é um produto de um processo evolutivo casual). Naturalmente, não vou negar o fato incontestável da evolução. O que parece questionável aqui é a causa haja vista que ela se apresenta como um efeito. Aqueles pois, que crêem numa causa para a evolução, denominoos criacionistas, e àqueles que não crêem , denomino-os evolucionistas. A posição da ciência atual tende à unidade entre essas duas correntes. Conviria lembrar aqui que a ciência se baseia na experimentação concreta e, uma vez que Deus é espiritual e invisível, não pode ser “objeto” da ciência materialista e experimentalista. Assim como a mente não pode ser 168
localizada ou mesurada pela psicologia. Para se chegar a compreende-la, estuda-se o comportamento e as obras humanas — os efeitos. Da mesma forma, para se chegar a compreensão sobre Deus, deveríamos estudar os efeitos, ou seja, suas obras visíveis na Terra. Concluímos, portanto, que a ciência experimentalista não pode alcançar Deus diretamente, mas somente por meio das suas obras. Paralelamente, as artes também apresentam essa dicotomia entre artistas espiritualistas e materialistas. Podemos citar a pintura realista e a surrealista ou abstracionista. Qual das duas expressões artísticas produzem melhor sentimento no coração humano? Imagine-se, por exemplo, a pintura realista de Michelangelo na capela Sistina, a pintura surrealista de Picasso ou Dali e os efeitos no espírito humano. Em qual das duas expressões artísticas o homem melhor se compraz? Ou seja, em qual delas sente-se mais naturalmente satisfeito por encontrar maior identificação com os seus protótipos e sentimentos originais? Mesmo que Picasso, sem dúvida um artista de renome, retrate de maneira supra-real a condição e as vicissitudes humanas, o “feeling” que seus quadros provocam no apreciador, realmente destoa daquele sentido através de um Michelangelo, por exemplo. Que me desculpem os apreciadores da chamada “arte moderna”, mas na maioria das vezes, a apreciação desse estilo de arte é muito mais por modismo ou propaganda. Procura-se conhecer a arte moderna “porque é sinal de ignorância e quadradismo ignorá-la. Não que satisfaça espiritualmente, mas é questão de atualidade.” Vejam a escultura da estátua de Moisés ou a Pitá de Michelangelo, comparadas com as atuais esculturas modernistas, disformes e torpes, ou as horríveis montagens de ferro-velho em forma de figuras; na arquitetura, as belíssimas catedrais e os prédios góticos, barrocos ou coloniais, em comparação com os modernos edifícios “quadrados e econômicos”, da atualidade; na poesia, vejam-se as obras de Gonçalves Dias e Castro Alves, comparada com a chamada “poesia modernista”, na literatura, comparemos a obra de José de Alencar e Machado de Assis no romantismo, com a literatura banal ou pornográfica da atualidade. Contracultura Com essa análise, quis tão somente evidenciar ao leitor que somente o chamado “progresso modernista” muito mais parece um retrocesso. Modernamente é o que os comunistas chamam de contracultura (contra a cultura ocidental tal do mundo livre, é claro!).
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Podemos estender essa nossa análise para a música clássica e a música moderna, bem estabilizada no heavy metal, ritmo caracterizado por ruídos estridentes e sons roucos, semelhantes a grunhidos selvagens aliados a todo um visual de desordem, sujeira e terror, envolvidos por um ambiente de fumaça, fogo e destruição. Na arte da costura e na arte das jóias, podemos também perceber essa queda extraordinária. As delicadas e trabalhosas vestimentas da “belle époque”, transformaram-se em trajes desbotados, alguns semelhantes a sacos e outros, semelhantes a pedaços de panos jogados sobre o corpo. Por um lado, podemos ver também as belas vestes sociais masculinas e femininas, com cortes impecáveis e de caimento perfeito. Por outro, a decadência na forma de vestir das novas gerações que culminam no estilo “punk.” Tal é o paradoxo desse século. Outro incrível traço paradoxo está representado pelos vícios de toda natureza. O homem busca originalmente a alegria. Para isso, ele precisa ter saúde física. Entretanto, ainda que tenha consciência disso, o homem avança por um caminho oposto a esse resultado. O alcoolismo e o tabagismo vêm destruindo milhões de seres humanos há séculos; as drogas e a imoralidade, outros milhões; a banalidade e os jogos, outros tantos... Enfim, todo esse comportamento auto-destrutivo é outro traço do declínio do homem para sua destruição total. Será que ele não tem consciência de seu futuro? Creio que sim; no entanto, parece não ter forças internas para deter essa queda. Como acabamos de ver há um conjunto de ideias e atitudes que dão origem a um conjunto de efeitos paradoxais. A quem devemos atribuir a queda da cultura mundial? A Deus, ao homem ou a uma terceira personagem oculta? Deus e antideus A cada dia torna-se mais patente que a única explicação plausível para a atual estado humano é uma força má superior, que o está arrastando à destruição total, contra sua vontade mais íntima, utilizando uma arma sutil — a mentira e a ignorância —, aliada aos desejos mais indignos da natureza humana (não original). E aí estaria a grande força: de uma posição invisível aos olhos carnais do homem! Sem essa antítese de Deus — esse antideus —, como se poderia explicar a origem de todo esse lado oposto da história da arte. Filosofia, da religião e da ciência? Como se explicaria o comportamento paradoxal do homem toda a história em todo lugar? Como vimos anteriormente, o marxismo, tanto no aspecto ideológico quanto no aspecto governamental, é o oposto do Cristianismo. Vimos em 170
detalhe que a cada ideia do marxismo corresponde uma ideia cristã. O pastor Wurmbrand nos conta em seu livro que assim como há uma igreja de Deus, há também uma “igreja de Satanás” — o antideus. O Cristianismo e o Satanismo seriam opostos, com finalidades opostas. O que caracteriza o satanismo é o que chamamos de “Princípio da Inversão”, tudo é feito às avessas. As palavras e as cerimônias são executadas às avessas. Naturalmente, suas finalidades também são opostas. Nada da ética ou da moral cristã deverá ser respeitado. O que existe deverá ser destruído. A ordem, a higiene, a verdade, a arte, a moral, a bondade, enfim... Tudo! Tudo deverá ser invertido; posto de penas para o ar. Esse seria o ideal supremo do antideus para a humanidade. Mesmo que não queria, não posso deixar de ver aqui a sombra do marxismo e do seu ideal. Quero lembrar ao leitor que o marxismo está destruindo não apenas o mundo livre, mas também o mundo comunista. Exagero? Infelizmente não, amigo, se assim fosse seriamos mais felizes hoje. Essa é a mais nua realidade. Na obra O 18 Brumário, Marx revelou sua admiração pelas palavras de Mesfistófeles no drama Fausto; “Tudo que existe é digno de ser destruído.” Stálin destruiu todos os velhos camaradas e até a própria família. Lênin disse certa vez em uma carta de 1921 (Lênin. Obras em Francês — Vol.36 pág. 572): “Todos nós merecemos ser enforcados em uma corda suja”**. Após toda uma vida de dedicação ao marxismo, foram essas suas palavras final dos seus dias. Esse princípio da inversão é um dos traços mais visíveis no marxismo, também no aspecto ideológico. Exemplificamos: na natureza tudo é dialético. Os aspectos contrários acham-se em luta no interior dos seres e é por isso que eles existem e se movimentam. A esse princípio conflitante o marxismo chama “Lei da Unidade e Luta dos Contrários.” Já vimos que essa afirmação é um sofisma. Na realidade, os elementos dos quais se compõem todos seres não são contrários, e nem se acham em luta. São complementares e acham-se em ação harmoniosa no interior dos seres duais. Se o próton e o elétron estivessem em luta no interior do átomo, o que existiria? Tal princípio harmonioso é chamado, no pensamento Deusista, “Lei da Reciprocidade.” A “Lei” da Unidade e Luta dos Contrários” é uma inversão da verdade. O mesmo raciocínio aplicaremos oportunamente a uma análise exclusiva do marxismo.
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Capítulo 14 O SENTIMENTO COMUNISTA
O poeta Pablo Neruda em seu poema Os Comunistas, fala sobre a “Família Comunista.” Neste Poema, os comunistas são retratados como vítima de perseguição e acusação injustas. O que mais me impressionou porém, foi o modo carinhoso como Neruda fala dos comunistas apresentando-os como bons membros de uma grande e fraterna família mundial, cheios de nobres objetivos e com uma determinação intrépida diante dos obstáculos lançados pelo mundo capitalista e imperialista contra eles. Neruda queixa-se da culpa pelo caos internacional atribuído aos comunistas, defendendo-os como vítimas perseguidas pela maldade do resto do mundo. Lênin escreveu: “Marchamos formando um grupo compacto ao longo de um caminho escarpado e difícil, firmemente presos pelas mãos. Estamos rodeados por todos os lados e sob um ataque quase constante. Temos nos unido voluntariamente com o propósito determinado de lutar contra o inimigo e não empreender a retirada para as regiões vizinhas, cujos habitantes, desde o mesmo princípio, nos reprovaram por termos nos separados em um grupo exclusivo e termos escolhido o caminho da luta.”(Que Fazer? Editora Hucitec, 1979. São Paulo-SP). O escritor venezuelano Carlos Rangel no seu livro Do Bom Selvagem ao Bom Revolucionário, descreva de uma forma precisa o sentimento comunista. Rangel apresenta os guerreiros latino-americanos como 172
românticos libertadores, definindo-os como “um elemento à procura da selvageria nobre” perdida com a chegada do imperialismo colonialista. Carlos Rangel diz ainda que os guerrilheiros crêem plenamente que só por meio da revolução armada. A nobre selvageria da América Latina será restaurada e as culturas nativas da América retornarão ao antigo estado místico de inocência. Vejamos outra referência: “Quando os comunistas chineses ocuparam Pequim, após anos de combater nas forças de Chiang Kai Chiek, começaram a aparecer histórias sobre a atitude dos saldados de Mao. Uma se referia aos participantes da “Longa Marcha”que não tinham nada para comer. Supostamente esses soldados foram até Mao-Tsé-Tung e explicaram sua situação, Mao respondeu: ‘cozinhem as solas dos seus sapatos e comam’. Foi o que fizeram. Quando essas tropas finalmente marcharam vitoriosas em Pequim, Mao os reuniu e lhes disse: ‘Não pesem que suas vidas agora serão fáceis. Elas não serão mas prometo a vocês uma coisa: as vidas de seus filhos serão mais fáceis’. (Comunismo.Promessa e Prática. The Freedam Leadership Foundation,1975). Como se vê, os comunistas expressam uma espécie de sentimento familiar internacional semelhante ao sentimento familiar internacional semelhante ao sentimento familiar do Cristianismo. Em todas as obras de cunho marxista, os seus autores deixam transparecer esse sentimento. A ideologia marxista possui o poder de despertar um forte sentimento de unidade em torno do ideal que defende. Para a grande maioria dos jovens marxistas, os comunistas são os mais leais e corajosos homens; são os mais fiéis justiceiros e os mais ardentes e românticos defensores da paz e do bem. Pode-se perceber esse sentimento transcrito numa frase famosa estampada em um pôster de Che Guevara, de sua autoria: ‘Hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamas’. Todos o órgãos de divulgação dos partidos comunistas esforçam-se com esmero e ‘devoção’ para despertar no povo um patriótico sentimento familiar. Um exemplo estarrecedor dos resultados desse sentimento está simbolizado pelo garoto Pawlick Molozov, que denunciou seus pais às autoridades comunistas, levando —os à morte, por sua fidelidade à causa comunista. Stálin mandou erigir uma estátua de Pawlick, como exemplo de fidelidade e amor comunista. Os casos semelhantes ao de Pawlick são fartos em qualquer literatura contramarxista. Mas o que pretendo destacar aqui não é um relevo de tais casos e frases, mas tão somente evidenciar o “sentimento comunista.” Este, mais que qualquer outro fator, constitui o poder real do comunismo, que pinta um guerrilheiro comunista como um Robin Hood da atualidade. Um alegre e 173
bondoso justiceiro que rouba dos ricos para distribuir aos pobres. Essa imagem, ainda que não seja claramente definida — o que quebraria a força de seu mistério —, acha-se amplamente difundida no pensamento e nas artes comunistas. O ex-líder soviético Constantin Chernenko determinou o retorno da arte à figura do “herói comunista”, que constituiu principal fonte de inspiração das artes nos tempos de Stálin. É esse “sentimento familiar” — se assim o podemos chamar —, a origem da força e da aparente unidade do comunismo. O sentimento marxista pode perfeitamente ser comparado àquele despertado por Hitler no coração do povo alemão. No livro Minha Luta, Hitler deixou transparecer o ideal utópico de um império paradisíaco que duraria mil anos. As suas palavras possuíam uma poderosa força carismática, que conduziu o povo alemão para fora da realidade. Hitler de modo semelhante a Jesus anunciou que o povo alemão era o povo “eleito” para governar o reino que nascia, e cuja supremacia seria estendida ao resto do mundo. Hoje, o novo povo “eleito” para os marxistas é o russo. O marxismo criou o sentimento propício a essa crença, despertando a fidelidade e a responsabilidade pela “salvação do mundo”, das guerras do imperialismo, no coração dos russos e a certeza de que governarão o mundo eternamente. O marxismo dá aos comunistas poderosas razões para viver ou morrer, do mesmo modo que a crença religiosa deu aos cristãos primitivos, aos pilotos kamikazes e aos iranianos sob o domínio do Ayatolá Khomeini. A força mística que o marxismo exerce sobre seus seguidores em nada é diferente daquela que o Cristianismo despertou nos cristãos primitivos, e também na época da Reforma. Antonio Gramsci, comunista italiano, escreveu que para suprimir a religião é necessário substituí-la por outra coisa semelhante que possa satisfazer a natureza mística do homem. Podemos seguramente afirmar que o marxismo possui tal poder místico. E por quê? Porque contém em seu corpo ideológico as partes fundamentais da religião cristã — uma teoria da Criação, uma teoria da Queda Humana e uma teoria da restauração do estado original —, possuindo, em essência, a força mística de uma religião. Mas, de que tipo? Uma verdadeira religião se baseia na fé de Deus, no amor e na verdade, e os apresenta como o caminho para a religação do homem ao seu criador. Serão estes os ideais do marxismo? Incrivelmente, eles são exatamente opostos! O que dizer então? Que o marxismo nada possui de místico ou que ele é uma religião às avessas? Admitir a primeira assertiva, a esta altura da exposição, não seria lá muito honesto. Resta, portanto, a segunda hipótese à pesquisa do leitor.
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Contramarxismo Uma imagem igualmente humana, bondosa e científica é atribuída a Karl Marx. Em qualquer país comunista, Marx, Engels e Lênin são os modelos para todos os cidadãos. Eles vêem Marx como um homem inteligente e humanista que, por tanto amar a humanidade, dedicou e sacrificou sua vida para libertá-la da miséria e da opressão. Pôsteres de Marx são vendidos nas livrarias, suas obras são vistas como preciosidades, pintores o retratam e escultores o esculpem com capricho e respeito.Enfim, é o “Pai do Homem Comunista.” Um gênio precoce; um homem extraordinário; um escritor prolífero e um pai de família exemplar! Estes são apenas alguns dos valorosos títulos atribuídos a Marx pelos seus admiradores. Por outro lado, para um contra-marxista, Marx é bem diferente. É um psicopata. Uma criança traumatizada, um homem degenerado desde a adolescência; revoltado pelo seu fracasso artístico, seco e insensível com relação aos seus parentes, cheio de ódio por Deus e pela humanidade, imbuído de espírito estranhamente místico e perverso. Escreveu poemas revelando seu estado de alma e suas estranhas intenções destrutivas, que deram origem a um sistema de pensamento falso e anticientífico, negando a origem divina do Universo, denegrindo o valor do homem... Enfim, é o primeiro responsável pelo assassinato implacável de 150 milhões de seres humanos! Esse é o outro rosto de Marx; o lado desconhecido de sua vida e de sua obra, que aqui procuramos expor e complementar. Analisando os efeitos do marxismo no mundo, após seus 138 anos de existência teórica e seus 68 anos de existência prática, qual das duas personalidades de Marx corresponde à verdadeira? Se ele fosse o gênio bondoso que se procura divulgar, produziria tais frutos? Marxistas ou não, o leitor não poderá simplesmente rejeitar todos esses dados. Rudolf Allers, notável figura da terceira escola vienense de psicologia, afirmou que o freudismo representava “o triunfo do erro.” O marxismo, agora ideologicamente ultrapassado e praticamente abandonado pela China, após décadas de frustrantes tentativas, representa também o triunfo de um erro. Um erro pelo qual a humanidade pagou um elevadíssimo preço. Dentro de mais alguns anos, Marx será visto pelo mundo como um outro Hitler. O que há de verdadeiro em sua obra, além das aberrantes acusações contra os erros cristãos e as injustiças humanas, aliadas às poderosas palavras de incitação ao ódio e à violência? Sua teoria da Criação (o materialismo Dialético) é falsa; sua teoria da história (O Materialismo Histórico) é falsa e a sua solução (a destruição da família, da religião, do
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Estado, da propriedade), bem como os métodos propostos (o ódio e a violência), também o são. Se o marxismo corresponde a uma pseudo-religião, naturalmente, sua revelação é uma pseudoverdade (e isto ela é). Assim sendo, posta em prática, ao invés de construir um “céu”, construirá um “inferno” na Terra. Seguramente, não podemos chamar as sociedades comunistas de paraísos terrestres.
Capítulo 15 O C OMPORTAMENTO O CULTISTA
Para o Cristianismo a palavra “Luz” e a palavra “Trevas” simbolizam, respectivamente, Verdade e Ignorância. Estar na Luz é estar em unidade com Deus e no caminho. Para todas as religiões, o caminho de Deus é o da verdade, do amor, da paz e do bem. Naturalmente, o caminho oposto é a o da mentira, do ódio, da luta e do mal. Curiosamente, a Bíblia afirma que há um antideus e que ele é o pai da mentira, do ódio, da violência e do mal (João 8:44). Em todas as religiões o antideus possui estes mesmos atributos. Vimos anteriormente que a possibilidade da existência real de um antideus é tão provável quanto a de Deus, pala presença real na Terra de obras opostas, as quais não correspondem às humanas, haja vista a sua grandeza e bondade por um lado, e sua baixeza e maldade por outro. Vemos, entretanto, que o homem tem sido o instrumento dessa extrema bondade — atualizada na figura do líder comunista. As fontes de inspiração desses comportamentos opostos são Jesus e Marx. Ou seja: a afirmação e a negação de Deus. Deusistas e antideusistas A história registra que quando se pretendeu praticar um ato de maldade, procurou-se ocultá-lo da luz dos olhos de outras pessoas. Toda traição e conspiração são planejadas ocultamente, o roubo, o crime e o adultério são 176
sempre cometidos ocultamente. A traição de Judas, de Silvério do Reis, o assassinato de Júlio César, a invasão de Tróia, a traição de Dalila... Enfim, o mal, ou os atos para a destruição, são sempre executados nas trevas. O antídoto para a picada de uma cobra venenosa é preparado a partir do seu próprio veneno. Do mesmo modo, a destruição do mal através da história, também tem sido efetuada ocultamente; em segurança, longe dos “olhos” do próprio mal. Assim foi a conspiração que derrubou Nero e elegeu o general de Galba; assim foi planejada a Inconfidência Mineira, a Revolução de 31 de Março... Dentro dessa visão, tais conspirações, longe de serem atos de maldade — uma vez que lutavam contra o mal — foram atos de bondade. Mas convém lembrar que o bem, mesmo atuando ocultamente, não planeja o mal, mas busca, simplesmente, proteção contra ele. Exemplo claro desse fato foi a derrubada de Napoleão e a revolução gloriosa da Inglaterra, que ocorreu sem violência. Bem contrária a esta foi a Revolução Francesa, que apesar de falar em paz degenerou-se, após a vitória, em um reino de terror, conforme Restif de la Bretone. O mesmo sucedeu à Revolução Russa e a Chinesa. Por que isto aconteceu? Porque tais atos estavam inseridos nos ensinamentos que os inspiravam, e os levaram a efeito. Porque antevi um contra-argumento para essa questão é que transcrevi algumas linhas. Mas o que distingue e separa completamente o bem e o mal são as motivações básicas dos atos. Um ataque e uma defesa são duas formas semelhantes de combate. Porém, uma das partes é a agressora; a outra, está combatendo para tentar sobreviver. Aparentemente, ambas estão guerreando. Mas de fato, uma delas está tão somente tentando sobreviver. Por isso, embora pareça um ataque, não o é. De modo semelhante, é a utilização do comportamento ocultista por parte do Bem e do Mal. Como representantes mundiais do Bem e do Mal, atualmente, podemos apontar os deusistas e os antideusistas. Ou seja, aqueles que acreditam na existência de Deus, em Sua ética e moralidade, e os que negam juntamente com a Sua ética e moralidade. Poderíamos ainda separar o mundo atual em dois: o mundo Deusista e o mundo Comunista, a partir de uma análise de comportamentos de ambos. Concluiremos, então, que o mundo comunista é o representante do lado mal. Lênin disse: “Um comunista deve estar preparado... para dirigir toda sorte de estratagemas, empregar métodos ilegítimos, ocultar a verdade... para conduzir o trabalho revolucionário...” (Lênin — Obras Escolhidas, vol. 17 — pág. 142-145). Noutra ocasião Lênin escreveu: 177
“Em qual sentido nós repudiamos a ética e a moralidade? No sentido em que ela foi pregada pela burguesia, que declarou que a ética e a moralidade eram mandamentos de Deus... não acreditamos em Deus e sabemos perfeitamente que o clero, o proprietários e os burgueses falavam em nome de Deus para preservar seus próprios interesses de exploração. Nós repudiamos toda e qualquer moralidade que seja tomada fora dos conceitos de luta de classe... isso é uma decepção, uma fraude... Nós afirmamos que nossa moralidade é inteiramente subordinada aos interesses de classe do proletariado.” Vimos anteriormente que o marxismo, à medida que a análise avança, parece ser uma antítese do Cristianismo: o Cristianismo às avessas. Assim sendo, podemos ver no comportamento ocultista do comunismo através da infiltração, subversão, espionagem, destruição e expansão, todo o conjunto de atividades que parecem caracterizar os atos de maldade ao longo da história. Pelos efeitos do marxismo no mundo atual, não precisaremos nos deter para avaliar se os seus frutos são de bondade ou de maldade. Quando o presidente Ronald Reagan declarou certa vez — e isto com todo o considerável montante de informação de que dispõe —, que a União Soviética é o “Império do Mal”, apesar de ser ridicularizado por “todo o mundo” parece estar afinal, com alguma razão. Prosseguimos na análise do aspecto ocultista do marxismo, podemos constatar que o satanismo, ou os chamados “cultos de magia negra”, também são caracterizados por um comportamento ocultista, ou seja, tudo é feito às escondidas; todas as suas motivações são más, e igualmente os seus resultados. Nikita Khurschev disse certa vez à John Kennedey: “Esta é uma grande nação, mas nós os destruímos com uma arma que vocês desconhecem: as nossas ideias. Nós os enterramos debaixo da imoralidade, das drogas e da corrupção.” Diversos psicólogos e fisiologistas ilustram a emoção “medo” mais ou menos como se segue: “Medo é um estado mental episódico; uma conscientização desagradável, perturbadora e prevalecente, conhecida em primeira mão por seu possuidor. É despertado por certos objetos, eventos ou ideias; e é expressado pelas diversas modificações “voluntárias” e “involuntárias” no comportamento... Na sua forma extrema: o terror, sua expressão é altamente dramática. Os olhos e a boca se arregalam; a pele empalidece, 178
esfria a sua, há falta de ar e o coração bate de encontro com as costelas; a saliva pára de fluir e a boca se torna seca e pegajosa; a voz fica rouca e indistinta, quando não se perde, as pupilas dos olhos se dilatam e os cabelos ficam de pé na cabeça e na superfície do corpo. As funções digestivas normais se interrompem e o controle dos intestinos e da bexiga pode perder-se; pode haver fuga, tremores e paralisação no mesmo lugar, como se o indivíduo estivesse petrificado.”
Como é possível alguém sentir-se bem criando situações em que os seus semelhantes são postos em estado de tão alto pavor e humilhação *? O leitor há de convir, em sue bom senso, que alguém que apresente tal comportamento e se divirta com ele, é, no mínimo, psiquicamente desequilibrado. Tal comportamento se distancia demasiadamente dos padrões de normalidade. Marx declarou em seu desejo de derrubar a sociedade ocidental pela violência (também revelou tais intenções em seus poemas místicos); Lênin afirmou que nada lograriam os comunistas, a menos que estabelecessem o terror na União Soviética após a Revolução; Stálin criou um clima de insegurança e terror por volta de 1936, o qual levou 20 milhões de cidadãos russos à morte; Mao-Tsé-Tung na sua chamada “Revolução Cultural” também engendrou esse mesmo clima por toda a China. Enfim, o medo, e a sua expressão máxima — o terror - têm sido a tática marxista mais constante. O terrorismo internacional de hoje é o fruto da expansão mundial do marxismo. Procurando compreender o coração comunista, não posso deixar de me perguntar: o que foi feito dos sentimentos desses homens? O que os deixou tão cegos e embrutecidos e de forma tão cruel? Como é possível um ser humano fazer da dor e da destruição de seres humanos motivos de honra e prazer? Posso apenas responder para mim mesmo que, seguramente, não foi a fé em Deus de amor! Teria então sido os próprios homens? Ora, eles lutam desesperadamente para escaparem uns dos outros! Não. Também não foram os próprios homens. Quem então os teria conduzido, conclusão de que os próprios comunistas precisam ser libertados do cativeiro e inferno em que estão, quase um século e meio. A batalha contra o marxismo é religiosa; uma batalha do amor contra o ódio, da verdade contra a mentira; do perdão contra o ressentimento... De Deus contra alguma coisa ou alguém que se opõe a Ele e os homens. *
Repetindo Robespierre e sua hipótese do terror-virtude (a virtude nasce do terror), Lênin expressou: “Nada lograremos a menos que estabeleçamos o máximo terror.”
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Capítulo 16 AS ESCRITURAS “SAGRADAS” MARXISTAS
Todas as religiões da história possuem um Livro Sagrado, no qual se acham registrados os princípios éticos e morais que norteiam a sua prática e estimulam a fé em seu deus. O comunismo, como uma pseudo-religião — o anticristianismo —, também possui um Messias e a sua revelação — su “Escrituras Sagradas. Esta são os escritos de Marx, Engels e Lênin, os quais representam, respectivamente, Jesus, João Batista e Paulo. Os três primeiros são as figuras centrais “sagradas” do santuário comunista e os seus escritos, a verdade ultima acerca da natureza, do homem e da história. Dentre as muitas obras escritas por Marx, Engels e Lênin, gostaríamos de citar que, pelo tema enfocado, merecem maior importância. 1. Manuscritos Econômicos e Filosóficos — Karl Marx Neta obra, Marx afirma ter descoberto a raiz do problema humano — a alienação engendrada pela propriedade privada — e, a única e final solução: a destruição da propriedade privada através da revolução “proletária violenta.” 2. O Capital (3 volumes) — Karl Marx Nesta obra Marx procurou provar suas conclusões miséria humana com a propriedade, apontar os capitalistas, os religiosos e os soberanos -, bem intelectuais e proletários da absoluta inevitabilidade
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acerca da relação da responsáveis — os como convencer os da vitória comunista.
Marx procurou demonstrar que o comunismo é o destino final da humanidade independentemente de quaisquer outros fatores. 3. A Dialética da Natureza — F. Engels Este livro foi escrito por Engels após a morte de Marx. Mas ele representa tão somente uma ampliação e um aperfeiçoamento dos manuscritos deixados pelo próprio Marx sobre o tema. Através da Dialética, Engels procurou demonstrar a inexistência de Deus, a origem do movimento e do desenvolvimento do Universo.
4. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado — F. Engels Quando ainda vivia, Marx leu um livro de um antropólogo materialista chamado Lewis H. Morgan. O livro chamava-se A Sociedade Antiga, ou Pesquisa do Rumo, do Progresso Humano da Selvageria através do Barbarismo para a Civilização. Morgan relacionou nesse livro a origem da família primitiva com a origem da propriedade privada, dentro de uma perspectiva materialista. Marx interessou-se porque encontrou nele os fundamentos teóricos para engendrar sua teoria ateísta quanto à origem da família. Marx leu o livro e rabiscou-o por inteiro. Mas morreu pouco tempo depois. Engels, de posse do livro de Morgan rabiscado por Marx, resolveu concluir o desejo de Marx e, com base nas anotações do mesmo, escreveu A Origem da Família, Da Propriedade Privada e do Estado, no qual declarou:...“de certo modo, o livro é a execução de um testamento.” Neste livro Engels nega a origem divina da família, nega os valores morais absolutos, a espiritualidade humana e aponta a civilização como responsável pela miséria humana, negando-a em defesa do barbarismo. Acusa a família monogâmica de ser a causa da prostituição e do heterismo, defendendo a sua destruição e a volta do sexo grupal da idade primitiva. Tudo isso, sob uma grossa camada de dados aparentemente científicos do séc. XVIII. 5. Que Fazer? — V. Lênin Neste livro, Lênin cria o partido comunista e defende a formação de uma vanguarda de intelectual revolucionário — o terrorismo. 6. O Estado e a Revolução. V. Lênin Neta ocasião, Lênin defende a clandestinidade e a sabotagem. Nega toda moralidade que não contribua com a causa comunista. 181
Este livro é uma defesa e um enaltecimento disfarçado do crime, em todas as suas expressões. 7. Imperialismo.O Estágio mais Avançado do Capitalismo. V. Lênin Este livro é uma defesa de Marx e suas ideias básicas, expostas em O Capital. Marx e Engels criaram as ideias. Lênin elaborou as táticas para a sua aplicabilidade. O Marxismo é a causa, a teoria. O Leninismo é efeito, a prática. Vimos até aqui uma breve citação de 7 obras comunistas que contêm os seus princípios essenciais e que, sem dúvida, constituem as “Escrituras Sagradas” dos comunistas, às quais eles rendem fiel obediência e dão a vida em sua defesa. Estas 7 obras já inspiraram a prodição de mais de 40.000 (quarenta mil) novos títulos em todas as línguas da Terra. Este fatonos dá uma ideia aproximada do alcança do poder do ocultismo. Conforme citação do livro de Richard Wurmbrand Cristo em Cadeias Comunistas, um professor marxista ensinava nas suas aulas, que “Deus deu três revelações: a primeira a Moisés. A segunda a Jesus. E a terceira a Marx.” Tal atitude e muitas outras nos revelaram o valor “sagrado” que as obras de Marx possuem para os marxistas. Para finalizar, gostaria de dedicar especial atenção a uma obra publicada em Moscou no ano de 1961 — O Manual do Ateísta — fartamente estudada e criticada por Richard Wurmbrand, em se livro intitulado Resposta à Bíblia de Moscou, inteiramente escrito sobre o tema. O Manual do Ateísta O manual do Ateísta foi editado pala Academia de Ciências de Moscou com aproximadamente 600 páginas, em 1961 (Casa Publicadora do Estado para a Ciência Política). O Manual contém um resumo das crenças ateístas. Foi produzida por uma equipe de especialistas, composta pelos historiadores Beliaiev e Belinova e pelos filósofos Tchanishev, Elshina e Emeliah. Seu atual redator é o professor universitário S. Kovalek. Foi editado em muitas línguas várias vezes, e distribuído em massa em todos os países comunistas. As ideias contidas no Manual do Ateísta são propagadas nas escolas, universidades, rádio e televisão; em filmes, comícios, etc. Até mesmo o discurso fúnebre de um ateísta é baseado no seu manual. Diz-se à família entristecida que: “Os mortos estão mortos para sempre; 182
Não há conforto para os tristes; Uma vez separados, nunca mais estarão juntos; Não existe Deus; Não há vida eterna.” Na mesma linha de pensamento, Feuerbach escreveu: 'É claro como o sol, e evidente como o dia, que não existe Deus.” Para os comunistas a inexistência de Deus é algo mais que evidente. Entretanto, quando o óbvio seria ignorá-lo, eles gastam anos e fortunas, elaborando, publicando e distribuindo livros contra Deus — algo que, mais que certo, não existe! Ora, essa atitude ao invés de fortalecer a negação de Deus, afirma-o espetacularmente e desmascara a guerra serrada que os comunistas (ou alguma coisa, através deles) travam contra Deus. O mesmo fenômeno pode ser notado também nas palavras de Nietzsche, o autor de O Anticristo. “Até nós, devotos do conhecimento sem Deus e antimetafísicos, ainda hoje recebemos também o calor de um chama que, uma fé, há milhares de anos acendeu: essa fé cristã que foi também a fé de Platão, de que Deus é a verdade, que essa Verdade é divina...” Outro caso é o Barão Holbach, um renomado ateísta do século XVIII, que considerou Deus seu inimigo pessoal. Para ele só a natureza existia e era criadora. A exaltação que Holbach faz à natureza, é semelhante a uma fé e uma adoração. Assim, o seu ateísmo era mais ódio e aversão do que propriamente uma negação. Outra estranha curiosidade é o esforço dos “especialistas” que, por meses a fio, põem-se a estudar a origem das religiões do mundo, bem como seus livros sagrados, especialmente a Bíblia. Em diversas citações bíblicas, afirmam ter descoberto “falhas e contradições.” Mais importante do que as citadas “contradições” por ele descobertas, é fato de terem as dado ao esforço de estudar detalhadamente a Bíblia. Tais estudos nos indagar o porquê da importância que os comunistas dispensam à tentativa de desacreditar um livro tão antigo(?). Poderíamos avançar em tal averiguação, e sem dúvida descobriríamos inúmeros casos semelhantes. Não obstante, o que convém ressaltar e analisar aqui é exatamente essa atitude obsessiva de combater e negar algo “inexistente” — Deus! Ainda que inconscientemente, os comunistas revelam a natureza mística do marxismo, com uma atitude obsessiva e sádica. Eles não se dão conta de que estão combatendo o que afirmam inexistir e assim procedendo, caem na contradição de afirmar a realidade de Deus, pela necessidade de 183
combatê-lo. Tal fato vem corroborar a tese de que o comunismo não representa meramente um movimento humanista-ateísta. Mas sim, um movimento equipado com ideias e armas para combater a Deus e as religiões, sendo portanto, um movimento sob o disfarce do mero ateísmo.
Capítulo 17 A A UTODESTRUIÇÃO INCONSCIENTE
Na obra O 18 Brumário, Marx citou as seguintes palavras: “Tudo o que existe é digno de ser destruído.” No poema Oulanem escreveu: .”.Pulo para ser engolido, embora deixado o mundo em ruínas — este mundo que se avoluma entre mim e o abismo —, eu o reduzirei a pedaços com as minhas contínuas maldições...” Estas frases sinistras encontram similaridade nas palavras de Lênin: “Todos nós merecemos morrer enforcados em uma corda suja.” O comportamento de Stálin revela o mesmo tipo de pensamento: ele executou a própria família, ao seu lado, a revolução russa de 1917. Richard Wurmbrand, em seu livro Cristo em Cadeias Comunistas, relata uma curiosa história sobre Stálin: “No primeiro aniversário da vitória do bolchevismo, os novos governantes realizaram uma caçada nas florestas perto de Moscou. Lá pelas tantas repousaram junto a uma fogueira e Lênin perguntou: Digamme, camaradas, o que é que vocês consideram o maior prazer da vida?” “A guerra”, disse Trotsky. “Mulheres”, acudiu Zinoviev. “A oratória — a força de manter vasta multidão presa aos nossos lábios”, disse Kamanev por sua vez. Stálin, como sempre, ficou taciturno, mas Lênin insistiu: “diga-me a sua opinião!” Por fim, Stálin falou: “Nenhum de vocês 184
sabe o que é um verdadeiro prazer. Vou dizer: É odiarmos uma pessoa e, durante anos, fingir que a estimamos, até que um dia ela reclina confiantemente a cabeça em nosso peito. Nesse ponto, cravamos-lhe um punhal nas costas. Não há na vida maior prazer do que este!”Fez-se lóngo silêncio. As revelações de Kruschev após a morte de Stálin, provaram a veracidade da história arrepiante. (Cristo em Cadeias Comunistas. Richard Wurmbrand, página 79). Afinal, por que os cientistas (como se auto-denominam os marxistas) diriam coisas desse tipo e teriam tais atitudes? Os pontos básicos do ataque marxista são contra a propriedade, a família e o Estado. Isto, de forma declarada. De uma maneira mais discreta, porém não menos eficaz, atacam a Deus, a religião, a sociedade, a economia e a política! Quando Stálin pôs em prática as ideias de Engels sobre a destruição da família, rapidamente percebeu o caos social que estava adentrando a União Soviética, e de imediato suspendeu o ataque. Hoje a União Soviética comemora festivamente o “Dia da Família.” Naturalmente, os ensinamentos de Engels continuaram a ser exportados para o resto do mundo! Eles também defendem a destruição de um poder central e o estabelecimento do poder das massas. Essas ideias nunca saíram do papel. Nunca as massas tiveram qualquer direito em uma sociedade comunista e o mundo nunca conheceu centralismo e autoritarismo semelhante ao marxista. Comparadas às outras nações do mundo, de 1917 aos nossos dias, a União Soviética estagnou! Alain Besanson em seu livro Anatomia de um Espectro, revela a situação real da economia soviética em contraste com os dados oficiais divulgados. A China, depois de um logo e penoso caminho de tentativas improdutivas e, após massacrar 60 milhões de habitantes, resolveu deixar a arrogância de lado e abrir as fronteiras ao mundo, deixando ver claramente que os princípios econômicos de Marx são falsos e destrutivos. Todas as nações que os aplicaram, inclusive a União Soviética, há muito os abandonaram (só não o declararam publicamente). Vimos que na economia a aplicação do marxismo é um fracasso. Os economistas ensinam que a lutas enrijece o homem, fortalecendo-o em todos os sentidos. Para Mao-TséTung, o verdadeiro homem é aquele treinado na luta. A sociedade comunista do futuro será completamente baseada na ideologia marxista. Ora, se o
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marxismo propõe destruir a família, a economia, a política e a religião *, em que se baseará tal sociedade? As guerras deixaram atrás de si grupos de inválidos, neuróticos e feras-humanas implacáveis. Será mesmo através da guerra que surgirão os homens mansos e bondosos do futuro? É óbvio que não. Marx o sabia muito bem, no entanto sua intenção não era construir a sociedade em que vivia. Era preciso destruir as bases da sociedade burguesa. Ou seja, a religião (a base ética e moral), a economia (a base material) e a política (a base hierárquica organizacional). É certo que havia erros e injustiças tremendas. Mas nada havia de bom na sociedade ocidental do século XIX? Hoje, os progressos do mundo ocidental demonstram que Marx estava equivocado. Sem dúvida, se não fossem os ataques incessantes do comunismo em todas as bases da sociedade ocidental, muito mais unida e próspera estaria ela hoje. Os marxistas, com propagandas mentirosas, distorcem a verdade, apresentando o mundo como um celeiro fétido e miserável, e o mundo comunista como um reino da paz, prosperidade e felicidade. Os massacres e os êxodos das populações dos países comunistas comprovam a falsidade dessas propagandas. Existem três pontos na teoria marxista aos quais gostaria de retornar e analisar aqui. Trata-se da teoria da alienação, das leis do movimento econômico e da teoria da história. Utopia eAlienação Em 1844, Marx escreveu alguns manuscritos sobre economia e filosofia, nos quais, apresentava, pela primeira vez, uma análise da natureza humana e das causas do sofrimento humano. Marx concluiu que a causa real da miséria humana era a alienação, que por sua vez era gerada propriedade privada. Descreveu quatro tipos de alienação: do trabalho em si, do produto do trabalho, da essência-espécie humana e, finalmente, do semelhante humano. Segundo ele, a sociedade capitalista burguesa arrebata ao proletário o seu trabalho puro, aliena-o de tudo o que produz; submete-o a situações de humilhação e desumanidade, destruindo-lhe a própria essênciaespécie humana, e ainda o separa de seus semelhantes privando-o do seu lar e dos familiares. Enfim, o capitalismo, com sua sede gananciosa, destrói completamente o homem. Observou ainda que a raiz do capitalismo era a propriedade privada; a real liberdade e felicidade humana. *
O escritor cubano José Martin escreveu: “Uma nação sem religião morrerá, porque nada lhe alimentará a virtude.”
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Esse é o sonho utópico dos marxistas: ver o raiar do dia em que o mundo estará definitivamente livre da propriedade privada! Foi embalados por esse sonho que os corações dos chineses, russos, alemães-orientais, norte-coreanos e outros povos, arderam em chamas revolucionárias. Hoje, após décadas de prática, foram concretizados os seus sonhos? Qualquer mero observador notará a tristeza e a pobreza existentes nos países comunistas! Nunca o homem esteve tão humilhado e alienado quanto nesses países. O sonho socialista transformou-se no pesadelo do Capitalismo-deEstado e na mais cruel tirania da história. Os jovens e românticos líderes comunistas tornaram-se bestas ferozes, que se voltam contra seus próprios povos. O comunismo alienou o homem do seu trabalho (o Estado é o único patrão e aquele que não o aceitar será enviado para os campos de trabalhos forçados como escravos) e dos frutos de seu trabalho (confiscou todos os bens e todas as colheitas). O homem, sob esse domínio, é completamente dependente até nas necessidades mais elementares. Também alienou o homem de sua natureza humana: o homem é um ser originalmente manso e bom. O marxismo distorce essa natureza sentimental ensinando o ressentimento e o ódio, distorce a mente condicionando-a à lavagem cerebral nos campos de concentração ou nos hospitais psiquiátricos, ou ainda, por meio de uma propaganda tendenciosamente filtrada e mentirosa. Porém, o mais chocante desses ataques destrutivos, é a negação da natureza divina do homem, a negação de seu corpo espiritual e de sua vida eterna. É exatamente nesse ponto que o marxismo se revela intrinsecamente antideusista! Finalmente, o marxismo aliena o homem dos seus semelhantes aprisionado-os, escravizando-os, ou separando-os de seus familiares pelo exílio ou pela morte; ainda que este não represente o aspecto mais nocivo. É quando o marxismo nega a existência de Deus, perseguindo e destruindo as religiões, que caracteriza a verdadeira barbárie. Esta é a verdadeira alienação do homem. A alienação da sua alma, da esperança e do amor do Seu criador! Como um homem deusista, não posso deixar de sentir um amargo pesar, não só por aqueles que estão sob o jugo dos comunistas, mas também por eles próprios. Eles também foram enganados e traídos! Hoje, os velhos marxistas recordam-se dos anos de juventude e olham, amargamente decepcionados, os frutos do marxismo no mundo. Foram conduzidos por uma longa marcha a lugar nenhum. Envelhecidos e mortos em vida, em um inferno de sofrimento espiritual abre-se diante deles. Quanto às leis do movimento econômico, Marx predisse que na economia capitalista a introdução de maquinário novo provocaria a competição e uma queda nos lucros, o que levaria à falência todos os pequenos empresários. Isto ocasionaria a concentração das riquezas nas 187
mãos de uns poucos homens ricos de um lado, e uma imensa massa miserável de outro. Essa situação, finalmente, tornar-se-ia insuportável e os trabalhadores, esfomeados, unir-se-iam e destruiriam o sistema capitalista juntamente com as forças que o sustinham em pé: o Estado e o clero. São quase quarenta o número de países sob o regime comunista hoje. Praticamente todos tinham economias agrícolas! Os países ricos do ocidente capitalista, ao invés de entrarem em colapso, prosperaram enormemente atingindo alto nível tecnológico e de comodidade; deram origem média (nunca mencionada por Marx) e a uma gradual distribuição da renda e descentralização do capital através do sistema de ações. Sem dúvida, o homem ocidental é injusto e egoísta e muito ainda há que se mudar para que a prosperidade e a paz se realizem, e seja melhor equilibrado o padrão de vida social. Há muitos ricos egoístas e muitos pobres famintos no mundo ocidental, mas tais desníveis poderão ser amenizados por meio de uma acentuada moralização e por leis governamentais. A fama e a fortuna pelo caminho político E nos países comunistas? O que aconteceu com eles em relação às leis do movimento econômico? Aí está outro fato estranho que fortalece a tese da natureza mística do marxismo: as leis do movimento econômico que Marx predisse para o sistema capitalista ocorreram exatamente como previra, só que... Nas sociedades comunistas! Mais uma vez foram enganados e traídos por suas intrincadas e místicas ideias. Lênin escreveu certa vez: “após meio século, nem sequer um dos marxistas compreendeu Marx.” Ele tinha razão. Michael Voslensky, na sua grande obra A Nomenklatura (Editora Record-1980), escreveu ao final de 440 páginas: “Lênin e Stálin criam uma ‘Nova Classe’, cuja base foi a organização dos revolucionários profissionais. Depois que essa organização se apoderou do poder, viu-se aparecer a Nomenklatura de Stálin, que se tornou a classe dirigente da União Soviética. A Nomenklatura é uma classe de exploradores e de privilegiados. Foi o poder que lhe permitiu ascender à riqueza e não a riqueza que lhe permitiu ascender ao poder.” Milovan Djilas em seu alto brado de alerta para o mundo ocidental chamado A Nova Classe (Editora Munique-1957), escreveu: “O comunismo moderno não é somente um partido de tipo novo ou uma burocracia nascida da propriedade estatal ou da intervenção do Estado em toda a economia. Mais do que qualquer outra coisa, o aspecto
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essencial do comunismo moderno é a existência de uma nova classe de possuidores e exploradores.” A lei da queda dos lucros, a lei da concentração do capital e a lei do crescimento da pobreza concretizaram-se exatamente nos países comunistas. Apareceu uma massa miserável de operários-escravos (aos quais Sojenítsin chamou Zeks e uma altíssima classe-proprietária de toda a economia nacional: a Nomenklatura; o patrão-Estado). A economia comunista estagnou em todos os países. Não fosse a invasão e domínio de outros países, a espionagem econômica, a transferência das suas riquezas até mesmo com a desmontagem e transporte de industrias inteiras para a União Soviética, mais a ingênua ajuda ocidental, o mundo comunista a muito teria entrado em colapso. Contrariamente à burguesia, que ascendeu ao poder pela riqueza, os comunistas ascenderam à riqueza pelo poder. Nisto, os burgueses foram mais nobres. O povo russo, o povo alemão oriental e o povo cubano, entre outros, sonharam com o paraíso da igualdade que o marxismo lhes prometeu. Ao invés de verem a chegada desse paraíso, foram privados até mesmo da liberdade de pensamento. Não há de fato nenhum exagero no 1984 de George Orwell, quanto ao total controle dos povos pelo totalitarismo comunista, figurativamente representado pelo Grande Irmão. A sociedade ocidental está minada pelas drogas, pela degenerescência moral e pela corrupção econômica. Conforme prometeu Khruschev: “Nós os enterraremos nas drogas, na imoralidade e na corrupção.” Muitos dos problemas das sociedades ocidentais são provocados pelos próprios comunistas através da subversão, sabotagem e terrorismo, movidos por uma frieza e crueldade, muito além da imaginação do homem ocidental comum. Trata-se, portanto, de uma moderna guerra-de-conquista efetuada com alta maestria e cerebralismo. Revolução: Do sistema social ou do homem? Vejamos agora a análise da teoria marxista da história. No segundo capítulo deste livro, fizemos uma análise paralela da ideologia marxista e da ideologia cristã. Já ali, pudemos constatar a incrível “coincidência” (se é que assim podemos dizer), entre as duas teorias. Quero agora tecer um pequeno comentário sobre a teoria marxista da história, propriamente dita. O Materialismo Histórico afirma que a história humana teve início com uma sociedade comunal primitiva onde não havia família, Estado ou propriedade 189
privada. Os homens viviam livres seguindo, naturalmente, a lei única da natureza. Quando surgiu a propriedade privada, o homem foi arrastado para o caminho do egoísmo e das guerras. Assim, a história da humanidade é o resultado do esforço humano através da luta, para recriar outra vez a sociedade comunal primitiva. A história humana tem atravessado os seguintes estágios: sociedade escravista, sociedade feudal, sociedade capitalista, sociedade socialista, e está chegando outra vez à sociedade comunitária primitiva, só que em um nível mais elevado — a sociedade comunista científica. Nessa sociedade final não mais haverá guerras ou opressões de espécie alguma. Será um verdadeiro paraíso na Terra. Um céu sem leis, sem normas sociais ou morais, sem famílias monogâmicas (que, segundo Engels na Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, foram a causa e a origem da prostituição e do heterismo!) e sem deuses! Desde 1936, a sociedade soviética é definida como uma sociedade sem antagonismos. O programa do Partido Comunista da União Soviética prometeu que antes de 1980 uma sociedade sem classes teria sido edificada na União Soviética. Onde está tal sociedade? Ela nunca apareceu e, certamente, nunca parecerá. Perguntam os velhos comunistas (que são extremamente idealistas e utópicos); o que houve? Estudando sob o prisma da tese da natureza mística, percebemos um outro detalhe que sem dúvida estarrece, e nos deixa perplexos: na realidade a sociedade comunista, ao invés de estar marchando para frente, está retrocedendo! Está voltando ao barbarismo primitivo. Isto é incrível! Segundo a teoria Deusista da História, Deus tem trabalhado através das religiões para restaurar o homem caído e, gradualmente, tem provocado a Revolução do Homem elevando-o do estado bárbaro ao escravo; do escravo ao servil; do servil ao liberal; do liberal ao coletivo; do coletivo ao familiar. Na ordem: Barbarismo — Escravismo — Servilismo — Liberalismo — Coletivismo — Familismo. É o homem que está sendo mudado; melhorado e, como conseqüência, a sociedade está sendo transformada e elevada de uma sociedade bárbara para uma sociedade familiar. Por esse ângulo vemos que a sociedade comunista retrocedeu do estado de homens livres, para o estado de semi-escravidão e, ao que tudo indica, a direção final é o retorno ao barbarismo primitivo!Ou seja, ao estado em que não havia leis morais ou legais de espécie alguma. Numa palavra: a meta final do marxismo é a destruição de todos os traços da civilização! Foi o próprio Engels que expressou esse fato, em seu livro sobre a necessidade de destruir a família monogâmica, a propriedade e o Estado:
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“O Estado é um organismo para a proteção dos que possuem contra os que não possuem... Portanto, o Estado não existiu eternamente. Houve sociedades que se organizaram sem ele, não tiveram a menor noção do Estado ou do seu poder... a divisão da sociedade em classes tornou o Estado uma necessidade... As classes vão desaparecer, de maneira tão inevitável como surgiram no passado. Com o desaparecimento das classes, desaparecerá inevitavelmente o Estado... De tudo o que dissemos, infere-se, pois, que a civilização é o estágio da sociedade em que a divisão do trabalho... atinge seu pleno desenvolvimento e ocasiona uma revolução em toda sociedade anterior.” “A escravidão atingiu seu mais alto grau de desenvolvimento sob a civilização. Com ela veio a primeira grande sociedade com uma classe que explorava e outra era explorada. Esta cisão manteve-se através de todo o período civilizado... A civilização fez-se sempre acompanhar da escravidão... A ambição mais vulgar tem sido a força motriz da civilização, desde os seus primeiros dias até o presente; seu objetivo determinante é a riqueza, e sempre a riqueza... Desde que a civilização se baseia na exploração de uma classe por, todo o seu desenvolvimento se processa numa constante contradição... Quanto mais progride a civilização, mais se vê obrigada a encobrir os males que traz necessariamente consigo... elabora-se uma hipocrisia convencional desconhecida pelas primitivas formas da sociedade...” Naturalmente, tive de efetuar uma seleção dos trechos de Engels, para poder oferecer ao leitor uma visão geral dos seus pontos de vista sobre a civilização. Como pode Engels elogiar e destacar a importância da ciência, e ao mesmo tempo pregar a destruição da civilização? Ele faz isto em meio às linhas de seu livro, como se tais pontos de vista fossem compatíveis um com o outro. Quando a sociologia destaca a importância fundamental da família como tijolo básico da sociedade humana, e quando a antropologia nada possui que possa comprovar a existência da “sociedade comunitária primitiva paradisíaca”, como é possível alguém de livre consciência defender a destruição da família, a destruição da civilização e o retorno ao barbarismo?! Se o leitor é um atencioso pesquisador descobrirá, em praticamente todas as obras marxistas originais, verdadeiros equívocos contra a lógica e o bom senso. Compreenderá talvez o significado das estranhas palavras de Marx:
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“Palavras eu ensino todas misturas em uma confusão demoníaca. Assim qualquer um pode pensar exatamente o que quiser pensar.”(Extraídas do poema de Marx sobre Hegel)** Quando Marx escreveu o poema Oulanem, tinha apenas dezoito anos. Com ele, Marx parece expressar clara mente o seu desejo de triturar a humanidade e arrastá-la com ele para o abismo, enquanto lança-lhe maldições. O pastor Wurmbrand lembra oportunamente: como é possível que um jovem normal tenha desejos tão estranhos numa idade tão juvenil? Poucos foram os cristãos que já leram a Bíblia de capa-a-capa. De igual modo, poucos foram os marxistas que já leram inteiramente O Capital de Marx. O Capital é um livro confuso e enfadonho. Geralmente os marxistas preferem pequenos textos sobre o marxismo. (Eu próprio tenho tido essa experiência nas minhas pesquisas das obras dos autores marxistas originais). Ao se terminar a leitura de uma obra marxista, apenas uma ou duas ideias centrais permanecem clara em nossa mente. Ao terminar a leitura do livro de Engels sobre A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, notei que Engels procurou dar uma impressão altamente científica da sua obra, baseando-a numa imensidão de dados e fontes pesquisadas (usadas inadequadamente e conduzidas a aberrantes conclusões). Entretanto, aqui e ali deixou cair afirmações falsas com uma certa naturalidade, e, ao mesmo tempo, com um cinismo extraordinário; se não, notem-se as afirmações: ..”. a família monogâmica é a origem da prostituição e do heterismo, ou “a civilização é a origem da exploração.” Tais afirmações cínicas, propositadamente, desprezam toda beleza do amor que é a verdadeira causa da família monogâmica, bem como ignoram completamente os benefícios que a família e a civilização trouxeram para os indivíduos, e para a sociedade como um todo. Ao invés de apresentar a família monogâmica como a mais perfeita expressão familiar, Engels a apresenta como um mal que deve ser extirpado, enquanto defende a volta da sociedade humana à sexualidade grupal; à promiscuidade generalizada! O cinismo e a indiferença, mas ao mesmo tempo,a força carismática e convincente com que Marx, Engels, Lênin, Stálin, Mão, Fidel e outros falaram, é outro traço da natureza mística do marxismo. Concluí que eles acreditavam estar de posse da última e mais absoluta verdade. Esta convicção atingiu um tal grau que tudo para o marxismo era verdadeiro, legal e legítimo, desde que fosse pró-marxista. Diria mesmo que seu ódio os cegou, do mesmo modo que o amor parece cegar os amantes.
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Pesquisando algumas biografias de Marx, notei que todo esse lado incomum de sua vida e de suas obras é sumariamente omitido. Concluo esse tópico lembrando que os marxistas provavelmente ignoram esse seu lado místico. Com seus corpos, mentes e corações completamente envolvidos pelo marxismo, já não são livres para sentir, pensar ou agir. Estão, portanto, completamente dependentes do mundo livre para a sua própria libertação. Assim, mais uma vez, será a força da fé, do perdão e do amor — a força da religião — que, oportunamente, atuará. Noutros termos: somente Deus, através das religiões, poderá atuar na inteligência do homem, levando-o a suplantar a inteligência má que o está arrastando para a total auto-destruição.
Capítulo 18 A IGREJA MARXISTA INSTITUÍDA
Nesse tópico apresentaremos ao leitor o resultado final do marxismo; o que resultou como produto definitivo — para surpresa geral — em uma “igreja”! Depois de ocultar-se, quase um século e meio, sob uma capa de política, economia, filosofia e ciência, o marxismo revelou-se como uma “religião”, porém uma religião às avessas do Cristianismo (aí estaria a causa misteriosa por que o marxismo combateu tão frontal e especialmente o Cristianismo e seus filósofos)
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Iniciamos a apresentação dos argumentos para esta tese a partir de um artigo muito estranho publicado pelo jornal O Estado de São Paulo no dia 16 de março de 1983, pág. 8. Transcrevemos o texto na íntegra para apreciação do leitor: Os rituais “Religiosos” dos cidadãos Comunistas (Serge Schmemann. Publicado no New York Times) Kies, URSS — Karl Marx disse que a religião é o ópio das massas, e portanto, é o lógico que, na sua luta contra ela, os herdeiros de Marx recorram a drogas sucedâneas. A Ucrânia lidera o movimento, tendo instituído complicados “ritos socialistas” para assinalar as datas importantes da vida de um cidadão, que vão do nascimento até o casamento e a morte.Não são simples cerimônias cívicas. Em toda cadeia de “palácios de acontecimentos” existentes em Kiev e no resto da Ucrânia há oficiantes do sexo feminino, usando vestidos longos e correntes brilhantes, prontas para oficiar os novos rituais, em mesas semelhantes a altares, tendo ao lado o busto de Lênin. As cerimônias são acompanhadas de música executada em um órgão, e por um coro.Há uma “tocha perene” queimando em uma sala adjacente, na qual oficiantes acendem suas tochas cerimoniais. Uma empresa do governo, chamada SVYATO, fornece todo o material necessário. As Ministras do novo ritual insistem em afirmar que eles não tiveram origem nos rituais religiosos, e não se destinam a substituí-los. “As cerimônias religiosas estão desaparecendo por si” — comentou Galina Menzheres, vice-prefeita de Kiev e presidente da Comissão pa a Composição e Implementação de Novos Ritos.” O povo precisa de novas cerimônias para assinalar as ocasiões importantes, e examinamos o folclore e os costumes nacionais, para determinar o que foi confirmado pela experiência. Em seguida, examinamos a vida contemporânea e escolhemos o que o povo queria.” Transferência de Funções A evolução dos rituais faz parte de uma tentativa soviética de transferir para o Estado algumas das funções simbólicas e cerimoniais da Igreja. Porém seus novos rituais geralmente parecem pálidas imitações e mesmo paródias das cerimônias que supostamente deveriam substituir. A cerimônia de registro do recém-nascido, por exemplo, imita muito o batismo cristão. Os padrinhos foram substituídos pelos “pais convidados”, velas e tochas são acesas são na calma da tocha perene e, em lugar da cruz de batismo, a 194
criança recebe a “estrela do nome” que simboliza a Grande Revolução Socialista de Outubro de 1917 — data que, de acordo com o Calendário Juliano usado na época, corresponde a 25 de outubro. Ao colocar a estrela no pescoço da criança, a oficiante dirige uma execução aos pais: “Que esta estrela ilumine o caminho do seu filho como a Estrela de Outubro ilumina o caminho do mundo inteiro.” O ponto alto do ritual é o momento em que a criança, no colo de um dos “pais convidados”, recebe o nome , a oficiante declara: “Por um ato da República Socialista da Ucrânia, o filho da família Popov, nascido no dia 1º. de março de 1983, recebe o nome da grande família dos povos soviéticos, como da URSS, são confirmados.” O nome constante do parágrafo acima e a data do nascimento são fictícios. Mas o texto foi copiado de um manual oficialmente aprovado. Na sua maioria, os oficiantes são do sexo feminino. Seu traje cerimonial de inverno é uma capa guarnecida de pele, um vestido comprido, com uma insígnia distintiva do cargo e uma grossa corrente. Na medida em que decorrem suas vidas, os cidadãos devem ir ao Palácio dos Acontecimentos Festivos, para celebrar o primeiro e o último dia de aula; o recebimento de um passaporte interno — ou documento de identidade — aos 16 anos; o primeiro emprego, simboliza o “ingresso na classe trabalhadora”, o casamento; a incorporação ao exército; as bodas de ouro, e na ocasião da morte. A cerimônia mais popular é a de casamento. Lyudmila Panomarev, assessora da prefeitura de Keiv para assuntos relacionados dos com festivais e cerimônias, afirmou que virtualmente todos os casamentos da cidade são celebrados de acordo com os novos rituais. No ano passado por ocasião do aniversário da fundação de Kiev, foi inaugurado um novo e moderno Palácio Central de Acontecimentos festivos, onde o grande número de casamentos segue a última palavra em simbolismo socialista. Recentemente, havia no palácio uma fila de casais que aguardavam a sua vez de preencher os formulários, ouvir um conselheiro e, examinar, no salão da SVYATO, os preços do aluguel de trajes de casamento, aluguel de automóveis ornamentados, etc. Também há um sucedâneo para os Dez Mandamentos, no Código Moral dos fundadores do comunismo, adotado pelo 22º Congresso do Partido Comunista em 1961. O preceito básico é esse: “O homem deve ser, para outro homem, um amigo, um camarada e um irmão.” O Estado de São Paulo 16.03.83. Pág. 8. Rituais pseudocristãos
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Agora, vamos deter um pouco para analisar alguns pontos desse texto. Primeiro, o estabelecimento desses novos ritos e as cerimônias vêm comprovar a tese de que é impossível suprimir a mística humana. Como comentamos anteriormente, os homens são seres espirituais transcendentais. Portanto, a sua natureza mística somente se satisfaz com atividades místicas. Nessa análise, contataremos que o estabelecimento dessa “igreja” comunista não é uma novidade, mas tão somente a substituição do Cristianismo original por um “pseudo-cristianismo”, sem os fundamentos básicos da fé cristã. Ou seja, sem Deus, sem Jesus, sem a Bíblia e sem nenhum dos pontos essenciais do Cristianismo. É o Cristianismo às avessas e descentralizado. Segundo, o texto fala de comemorações que vão desde o nascimento à morte dos cidadãos. O Cristianismo instituiu cerimônias que vão desde o batismo às cerimônias fúnebres. Faremos agora uma analogia entre os “novos ritos” comunistas e os ritos e instituições do Cristianismo.
Instituição Marxista Palácio Central Comemorações Festivas
Instituição Cristã de Corresponde à matriz ou catedral
Palácio de Comemorações Festivas
Estes correspondem às igrejas cristãs
As oficiantes do sexo feminino
Corresponde aos padres e pastores cristãos
As cerimônias festivas da vida Os trajes longos e as correntes
As cerimônias sagradas e os sacramentos Corresponde aos paramentos cristãos
As mesas especiais
Os altares e púlpitos religiosos
O busto de Lênin ou outros
O Cristo ressuscitado e os outros santos
As cerimônias ao som de coro e órgão
As missas e cultos cristãos
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A “tocha Perene”
Corresponde à luz perene das velas que simboliza a vida eterna e o Santíssimo
A tocha cerimonial e as velas da oficiante
As velas especiais das missas
A cerimônia de registro de Representa o batismo cristão nascimento Os pais convidados
Representam os padrinhos de batismo
A “Estrela do nome” colocada Corresponde ao crucifixo no pescoço das crianças O manual oficial para orientação das cerimônias Todo o cerimônias
palavreado
a Corresponde ao catecismo
das Corresponde ao palavreado litúrgico do Cristianismo
A insígnia distintiva presa a Corresponde à cruz dos ortodoxos ou uma corrente usada pela católicos oficiante A cerimônia do casamento Corresponde ao matrimônio sagrado do Cristianismo O preceito básico do Código Moral dos Dez Mandamentos Comunistas: o homem deve ser, para outro homem, um amigo, um camarada e o irmão
Corresponde ao mandamento fundamental do Cristianismo: Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo
Como o leitor pôde ver, trata-se de uma versão exata para substituir o Cristianismo. Todas essas observações não podem ser consideradas meras coincidências. Isto seria um cinismo defensivo. O que realmente seria interessante saber (apesar de isto parecer evidente), é se os líderes comunistas conhecem exatamente o significado místico desses atos, ou seja, se os instituem com um sentido religioso consciente, ou se são levados inconscientemente a isso. Para o pastor Wurmbrand, muitos desses atos são 197
conscientes. A revista comunista Nauka i Religiya (Ciência e Religião), publicou: “A Religião é incompatível com o comunismo. Ela lhe é hostil... O Conteúdo do programa do Partido Comunista é um golpe de morte na religião... É um programa para a criação de sociedade ateística na qual o povo se livre, para sempre, da escravidão religiosa.” Torturado por Amor a Cristo. R. Wurmbrand, pág.97. Seja o que for, a instituição dessa pseudo-religião, é, no mínimo, uma flagrante contradição. Deixo ao leitor a análise e a avaliação. O “Pai Nosso” e o “Decálogo” Comunista Continuaremos a expor outros interessantes pontos místicos existentes na teoria e na prática marxista. “O jornal soviético Sovietskaia Moladioj, de 14.05.76, descreve como os comunistas militantes do regime czrista tumultuavam as igrejas e zombavam de Deus e da fé cristã. Para este fim, usavam uma versão própria da oração cristã “Pai Nosso”: “Pai nosso, que estás em Petisburgo Amaldiçoado seja o teu nome, Possa o teu reino despedaçar-se Possa a tua vontade não feita, Sim, nem mesmo no inferno. Dá-nos o pão que nos roubaste, E paga nossas dívidas, assim como Pagamos as tuas até agora, Não nos deixe cair em tentação — a política de Plevhe —, E põe um fim neste maldito governo. Mas, como tu és fraco e pobre de espírito, Poder e autoridade, Fora contigo por toda a eternidade. Amem.”** O jornal O Falcão na sua edição de 06.05.84, publicou documentos que foi distribuído aos saldados americanos pelos comunistas alemães, em 1918, após o término da I Guerra Mundial. O documento chamava-se “O 198
Decálogo Comunista.” Trata-se de uma espécie de tábua-de-lei semelhante aos Dez Mandamentos mosaicos. Vejamos o texto: 1. Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual; 2. Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação de massas; 3. Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais mesmo que não relacionados com a causa comunista; 4. Destrua a confiança das populações nos seus líderes; 5. Fale sempre sobre a democracia e em Estado de direito, mas assuma o poder, sem qualquer escrúpulo, tão logo se apresente a oportunidade; 6. Colabore para o esbanjamento dos dinheiros públicos; coloque em descrédito a imagem do país especialmente no exterior; provoque o pânico e o desassossego nas populações através da inflação; 7. Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do país; 8. Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não os coíbam; 9. Contribua para a derrocada dos valores morais, a honestidade e a crença nas promessas dos governantes; nossos parlamentares infiltrados nos partidos diversos, especialmente nos frágeis partidos democráticos, devem acuar os não-comunistas, obrigando-os, sob pena de expor-lhes pechas, a votar somente o que for de interesse da causa comunista; 10. Procure catalogar todos aqueles que possuem armas de fogo para que as mesmas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência a nossa causa.
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Sem dúvida estes “Dez Mandamentos” sintetizam a práxis marxista do mesmo modo como os Dez Mandamentos mosaicos sintetizam a práxis cristã. A intenção desse livro é apresentar dados para fortalecer uma tese: que a força do marxismo está em sua natureza mística ainda desconhecida. Se o leitor encontrar sentido nos dados que apresento, muito bem. Se não, deverá encontrar em contra-argumento para cada dado que apresento aqui. De outro modo, a não aceitação é preconceituosa, pois trata-se de uma defesa sem defesa, o que configura muito mais uma reação inconsciente do que uma defesa real. Ora, por que o marxismo apresenta essa tendência geral a copiar tudo o que o Cristianismo instituiu? Por que compor um Pai Nosso, um Decálogo, uma Igreja, Sacramento, etc? O que me intriga aqui não é bem o conteúdo das instituições marxistas, mas o porquê dessa luta para suplantar e substituir a religião por uma coisa que é, em tudo, cópia e semelhança da mesma. Não me parece um ato coerente com a posição ateísta. Se uma das metas centrais do marxismo é eliminar todos os vestígios das religiões, por que essa tendência mística, no seu comportamento, em querer e insistir na preservação de todas as instituições religiosas, despojadas de sua essência? É como preservação um objeto e sua forma externa, e substituir seu caráter interno. Por exemplo: substituir a veneração da cruz, pela veneração da estrela. Mesmo sendo marxista, o leitor compreenderá que não tenciona agredi-lo. Mas revelar-lhe um lado do marxismo que desconhece. Há da achar tudo isso, no mínimo, pouco comum e perfeitamente verossímil.
Capítulo 19 A C RUELDADE DESUMANA
Aqui foi abordado o tema da crueldade, que tem caracterizado os regimes marxistas. Naturalmente, não será feito um minucioso relato de todas 200
atrocidades que os comunistas já cometeram no mundo. Serão analisados apenas os sentimentos cruéis que se escondem por trás dos atos e suas origens. Qualquer leitor interessado nos atos cruéis do comunismo basta conhecer O Arquipélago Gulag de Alexandre Soljenítsin, prêmio Nobel de literatura de 1970; dois enormes calhamaços somando aproximadamente 1.500 páginas de impressionantes relatos contados por um ex-comunista de partido e capitão do exército vermelho. Enfim, um russo que está acima de qualquer suspeita (Editora Difel-1976). Esta é apenas uma das centenas de obras que denunciam a crueldade comunista. Todos os refugiados de qualquer país comunista, contam suas experiências pessoais com lágrimas nos olhos e cheios de saudade de suas pátrias que, voluntária ou involuntariamente, foram obrigados a abandonar. Serão apresentados também alguns dos estranhos atos místicos da crueldade comunista — a fim de evidenciar que por trás dela parece haver algo que extrapola os limites humanos. Violência e dsequilíbrio psíquico O romancista austríaco L. Sacher Masoch (1985), e o escritor conde Donatien-Alphonse-François — mais conhecido como Marquês de Sade (1740-1814), tiveram ambos um comportamento caracterizado pela excentricidade. Masoch sentia prazer na dor; no próprio sofrimento. Do seu nome originou-se a palavra masoquismo, que é definida como uma perversão sexual em que a pessoa somente tem prazer ao se maltratada física e moralmente. Por sua vez, o marquês de Sade sentia satisfação sexual através da prática de atos de violência e crueldade física ou moral infligidas ao seu parceiro sexual. Do nome de Sade originou-se sadismo. Atualmente, como produto da conjugação desses dois comportamentos anormais, surgiu a palavra sadomasoquismo. O sadomasoquismo aparentemente se caracteriza por sua relação com a sexualidade. Naturalmente, Masoch e Sade foram os primeiros casos mundialmente conhecidos, mas são milhões (certamente), os “Sades” e “Masochs” espalhados por todos os tempos e cantos do mundo. Apesar de se enfatizar bem mais a relação do sadomasoquismo com a sexualidade, convém destacar que o que essencialmente caracteriza o sadomasoquismo, é a violência. Não necessariamente dirigida apenas à sexualidade, mas a qualquer outro fator ou elemento. O sadomasoquismo pode ser dirigido contra a natureza, contra os animais, os homens, a sociedade e até mesmo contra as divindades (naturalmente, expresso verbal ou emocionalmente, ou manifesto contra outrem na condição de objeto de vingança). 201
Sob este ângulo, todos os grandes criminosos da história foram psicopatas sadomasoquistas. A crueldade como e de Cambises, Nero, Hitler, Stálin, jamais poderá ser considera como aspectos normais do comportamento humano. Todas essas observações revelam-se de alta gravidade quando se sabe que quase 50% da população mundial, distribuídas em aproximadamente 35 países, estavam sob o domínio dos marxistas. Quando estudamos no primeiro capítulo deste livro sobre a personalidade de Marx pudemos notar o que realmente se esconde por trás de sua retórica. Ele se inspirou nas ideias e nos ideais da Revolução Francesa e, conforme os relatos de Restif la Bretonne (As Noites Revolucionárias) a revolução se degenerou numa brutal barbaridade. Vejamos alguns trechos desse depoimento, publicado em 1794, em seis volumes: “Grupos tumultuosos contam enfurecidos os episódios do dia, bandos armados de espadas e paus andam pelas ruas ameaçando matar — sem saber muito bem a quem. Na rua de Roule saqueia-se um depósito de armas: o verdadeiro povo, artesões e operários, observa-se à parte, assustado. Na noite de 13 de julho — a terrível noite que precedeu um dia ainda mais terrível -, a desordem atingiu o auge. Os civis formam patrulhas armadas para defender-se, enquanto falsas patrulhas penetram nas casas, para roubar e violentar mulheres...” (Esse trecho foi selecionado por não conter a descrição de fatos da crueldade chocante que caracteriza a obra de Restif). São nestes termos que Restif inicia seus relatos contando tudo o que viu de 1789 a 1793, época áurea do terror da Revolução Francesa. Os relatos de Restif, conforme ele mesmo escreveu, “seriam os documentos mais importantes sobre a revolução francesa no futuro.” E, de fato, o são. Nesses relatos podemos compreender a desumana crueldade inspirada pelas ideias e pelos nobres ideais dos iluministas franceses. Os ideais de Igualdade, Liberdade e Fraternidade, transformaram-se num pesadelo em que milhares de inocentes perderam suas vidas. Resta-nos agora perguntar: por que ideais tão nobres e ideias tão belas, deram origem a um tal reino de terror? Recordo-me que os assírios, quando invadiam um reino na antiguidade, instalavam em praça pública, patíbulos onde furavam os olhos e arrancavam a pele humana com a única finalidade de dominar pelo terror. A Revolução Francesa se deu sob a poderosa influência das ideias de Nicolau Maquiavel que em seu livro O Príncipe, negou o valor do perdão, do amor e da bondade, estimulando os príncipes a usarem o terror como meio de preservar o trono. A sua célebre frase: o fim justifica os meios, 202
ainda hoje parece estar em plena atualidade entre os comunistas. Provavelmente, o terror estabelecido nos anos que se seguiram à Revolução Francesa, tiveram essa finalidade. Paralelamente, logo após a Revolução Russa (que foi inspirada nas mesmas ideias e ideais), degenerou-se desde os seus primeiros dias em um pavoroso reino de terror. Tal reino, atingiu seu ponto culminante nos tempos de Stálin. O saldo desse terror para a União Soviética foi de 66 milhões de mortes. O mesmo poderemos estender para a Revolução Cultural Chinesa nos tempos de Mao-Tsé-Tung, que produziu um saldo de outros 60 milhões de vidas. No Cambodja, sob o governo de Pol Pot, registraram-se 3,5 milhões de mortos, em uma população de 7 milhões. Como é possível tais sentimentos coexistirem ao lado de outros tão opostos, como a igualdade e a fraternidade? Será que as revoluções degeneram-se em terror por vontade daqueles que a conduziram, ou simplesmente ela lhes escapou ao controle? Talvez as duas hipóteses sejam verdadeiras. O próprio Lênin confirmou-as: “O Estado não funciona como o desejamos. Como funciona? O carro não obedece. Um homem está ao volante e parece dirigi-lo, porém o corre na direção desejada. Ele avança conforme o desejo de uma outra força” (Lênin. Obras em Francês,Vol. 26. Pág. 284).** Em outro texto de sua autoria, já citado anteriormente Lênin escreveu: “Não se pode fazer omeletes sem quebrar os ovos; não se pode fazer revolução sem banho de sangue.” Como podemos ver, duas hipóteses parecem ser confirmadas inconscientemente por eles próprios. Muitos ex-marxistas contam que ao “despertarem”, em um momento súbito, ficaram horrorizados com essas atrocidades. Muitos se suicidam, outros erguem-se, com Soljenítsin, para lutar contra. O marxismo atual é o produto final que sintetiza toda uma corrente de pensamento e ações fundamentadas no ateísmo e no materialismo, naturalmente, aético e amoral. Tive oportunidade de conversar com um marxista militante e constatei, meio perplexo, a fé, a convicção e a força que o marxismo lhe dava. Com efeito, ele pareia possuir a verdade última. Percebi que sua mente estava completamente entremeada de ideias marxista, que pareciam exercer um total domínio e fascínio sobre ele. Seus olhos brilham ao falar. Senti que era praticamente impossível demovê-lo por meios intelectuais; somente por meios emocionais ou espirituais seria possível quebrar a espécie de “encanto” que cobria sua visão e compreensão. Para cada argumentos que lhes lançava, denunciando a crueldade e os erros do comunismo prático, e seus equívocos ideológicos, 203
ele como se não tivesse sido tocado, ignorava e contra-argumentava a esmo acusando o Imperialismo Americano. Quando lhe falei da Expansão Imperialista Soviética, olhou-me com um estranho sorriso de malícia. Compreendi que ficaria feliz ao ouvir falar do Expansionismo Soviético. Óbvio, tal expansionismo é tido o que deseja. Talvez, sem saber ao certo o porquê. Praticidade Vejamos agora alguns dos estranhos atos dos comunistas que nos revelarão o lado místico de seu comportamento. Serão utilizadas para isto várias obras de autores diversos, mas especialmente a obra do pastor Wurbrand, por ela própria já conter vários textos coletados de diversas obras marxistas e nãomarxistas no exato estilo que será necessário aqui. Burkharin, secretário geral da internacional comunista, aos doze anos de idade, depois de ler o livro do apocalipse, passou a desejar ser o anticristo. Uma vez que a Bíblia dizia que o anticristo deveria ser filho da grande prostituta, Burkharin, insistia que a sua mãe confessasse ter sido uma prostituta. (O Julgamento de Burkharin, George Katkhov, Stein Day, N.Y.1969) Considerando que Burkharin ainda é considerado por muitos marxistas como um dos grandes teóricos deste século, um comportamento desses é no mínimo invulgar. Tal comportamento revela, mais que a fé na Bíblia, a fé no suposto anticristo e, por extensão no próprio Cristo como a figura de amor, paz e bondade. Burkharin portanto, almejava tornar-se oposto de tudo isto. Burkharin escreveu sobre Stálin que “ele não é um homem, e sim um demônio.” Posteriormente, Stálin mandou prender e executar Burkharin. Em suas últimas palavras escritas em uma carta decorada por sua esposa, ele diz: “Minha vida termina. Inclino minha cabeça sob o machado do carrasco. Sinto a minha total falta de poder ante essa máquina infernal.” (Stalinismo. R. Medredev. Seuil França). ** Depois de toda uma vida dedicada fervorosamente à causa comunista, Burkharin viu-se repentinamente traído e executado por um dos seus mais antigos camaradas. Uma estranha recompensa por seus muitos serviços prestados à causa comunista. “Os primeiros pseudônimos sob os quais Stálin escreveu foram: “Demonoshvili, algo como o Demoníaco, e Besoshvili, algo como Diabólico’ (A Origem da Partocracia. A. Avtorhanov. Posev, Alemanha).** Ora, por que um intelectual ateu utilizaria pseudônimos tão místicos? Tal 204
atitude revela dois pontos de vista opostos: a) um cinismo irônico contra a religião, que crê e diz combater a figura do mal denominada demônio ou diabo; e b) um estranho desejo inconsciente de assemelhar-se a tais figuras perversas. As atitudes de Stálin nos expurgos cruéis no exército e no partido, sua palavra cínica e mentirosa que assinou 200 tratados e quebrou 199 (o 200 o foi assinado com Hitler, que o quebrou primeiro), sua crueldade nos campos de trabalho e extermínio deu morte a vinte milhões de russos, sua insensibilidade a própria família, a desconfiança e a vingança incomuns que estendeu-se para assassinar Trotsky no México, são características de uma personalidade excepcionalmente sadomasoquista ou “demoníaca” que tem o mérito de ser superado Nero e Hitler juntos! Se fôssemos nos deter em enumerar as atrocidades dos grandes líderes comunistas, certamente iríamos necessitar de muitas páginas. A Verdade última sobre o marxismo virá à tona somente quando as muralhas do Kremlin forem derrubadas e abertos os seus segredos. Antes disso, temos de nos contentar com os relatos dos refugiados. Certa vez Mao-Tsé-Tung escreveu: “Desde a idade de oito anos eu odiava Confúcio. Em nossa vila havia um templo confucionista. De todo o coração, eu desejava apenas uma coisa: destruí-lo até os fundamentos.” Afinal, o que que Confúcio ensinou ou fez de tão ruim para que uma criança em uma fase ainda de pouca compreensão o odiasse a tal ponto? Vejamos algumas palavras de Confúcio: “Somente haverá paz na Terra Quando os homens amarem Igualmente tanto a beleza quanto a virtude.” “Com beleza no caráter, haverá paz no indivíduo Com paz no indivíduo, haverá paz na família Com paz na família, haverá paz na nação Com paz na nação, haverá paz no mundo.” Como todos estudiosos das religiões bem o sabem o Confucionismo é um sistema de ensinamento moral e ético centralizado na família. Confúcio, bem mais que um asceta ou profeta foi um filósofo-educador; místico e crente por um lado, e culto e fino por outro. O Confucionismo produziu belíssimos frutos em todo o oriente, especialmente nos seus 1500 anos na Coreia, onde engendrou uma tradição familiar das mais belas e respeitosas. Para Confúcio, a família era o princípio da paz e da felicidade mundial. 205
Que o marxismo condene alguns clérigos feudais corruptos e abastados, é compreensível. Mas entre isto e uma criança odiar cegamente um sistema de pensamento que praticamente desconhecia, há uma grande diferença! Principalmente quando se sabe que hoje que, sem a família monogâmica, a sociedade se desagregará. Odiar o Confucionismo equivale a odiar a família, odiar a família é odiar a sociedade humana! Concluímos portanto, que o ódio de Mao-Tsé-Tung contra o Confucionismo era originado por outros fatores, muito mais místico e emocionais do que intelectuais. Por extensão, o ataque contra todas as religiões indiscriminadamente revela-nos um outro aspecto místico do marxismo. Este, mais que qualquer outro, parece-nos constituir a finalidade mais essencial do marxismo. Todo homem de livre consciência não precisará de muitos argumentos para reconhecer o valor, a beleza a importância dos sistemas de pensamentos religiosos para a humanidade. Vejamos alguns outros versos: A essência do pensamento cristão: “Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.” “Perdoai aos vossos inimigos e mais àqueles que nos odeiam.” A essência do ensinamento budista: “Assim como a abelha pousa sobre as flores para delas lhes extrair o néctar, sem danificá-las,Assim seja o homem sobre a Terra.” Pergunto ao leitor: o que há de mal nestes ensinamentos? Negar a sua beleza, seu valor e sua necessidade entre os homens, não é um tanto quando misterioso e arbitrário? No Arquipélago Gulag Alexandre Soljenítsin escreveu que Yágoda, ministro do interior da União Soviética, tinha por hobby atirar em imagens de Jesus e outros santos cristão. Por que essa atitude obsessiva contra a religião se ela não ensina a violência nem a vingança? Talvez seja exatamente por esse motivo: ela se opõe frontalmente ao marxismo e aos seus métodos “soteriológicos.” Mao-Tsé-Tung disse certa vez que a religião podia admitida, o que era inadmissível era o perdão. O perdão simplesmente anularia o marxismo. Vemos aí que a causa dessa perseguição não é por se considerar a religião essencialmente ma, mas porque ela é o maior obstáculo á sua expansão mundial pela violência.
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Dar tiros em imagens religiosas é mais que um ato divertido; é um ritual anti-religioso. Citarei agora uma coletânea de textos extraídos da obra do pastor Wurmbrand: “Na prisão romena de Piteshti, pastores e padres foram forçados celebrar missas e cultos sobre excrementos e urina. Muitos cristãos foram torturados e obrigados a tomarem comunhão com esses mesmos elementos.” Retorno do Inferno. I. Cirja; e Piteshti; de D. Bacu. “Roman Braga, sacerdote da Igreja Ortodoxa Romena, teve seus dentes arrancados um por um com uma barra de ferro, par ser obrigado a blasfemar. Os comunistas explicaram: se nós o matarmos, vocês cristãos serão coroados mártires... Vocês primeiros devem amaldiçoar a Deus...” “O escritor comunista romeno Paul Goma, aprisionado por seus próprios camaradas, descreve em seu livro “Gherla” algumas torturas criadas pelos comunistas especialmente para os religiosos. Foçaram um prisioneiro muito religiosos a ser “batizado” diariamente, colocando sua cabeça em um barril onde os outros prisioneiros satisfaziam suas necessidade, obrigando ao mesmo tempo os outros prisioneiros a cantarem o serviço batismal. Durante as festas, principalmente na quaresma, missas blasfêmias eram organizadas. Vestiam um prisioneiro com um roupão sujo de excremento, tendo ao redor do pescoço, em vez da cruz, um falo (representação do pênis, adorado pelos antigos como símbolo de fecundidade na natureza) feito de sabão pelos antigos e DDT. Todos os prisioneiros tinham que beijá-lo e dizer as palavras sagradas para os ortodoxo: Cristo Ressuscitou.” O jornal O Estado de São Paulo publicou (17 de novembro de 1984), uma curiosa noticia sobre um grupo de padres que organizou um ato de “protesto contra o sistema.” Eis o artigo: “Na presença de oito mil pessoas e oito bispos, inclusive o presidente da CNBB — Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil —, um grupo de nove padre seguidores da teologia da libertação, acompanhado de 60 integrantes das CEBs — Comunidades Eclesiais de Bases —, apresentaram a cruz como símbolo do “Sistema Capitalista” responsável por todas as injustiças contra o povo. E a uma certa altura, jogaram-na no chão e, numa estranha histeria, pisotearam-na com violência, enquanto atiravam sobre elas enxadas, panelas e outros instrumentos que carregavam. Tal ato ocorreu no Rio Grande do Sul. Ao explicar o que os assistentes chamaram 207
de malhação do Judas com a cruz: sacrilégios e profanação do Cristianismo”, os padres disseram que a cruz simbolizava o sofrimento de todas as pessoas e que era preciso retirar o sofrimento para se libertar.” O que representa a cruz para o Cristianismo? Opressão ou salvação? Foi de seu sacrifício na cruz que Jesus trouxe a redenção espiritual à humanidade. Renegar o valor simbólico da cruz, é o mesmo que renegar o valor do sacrifício de Jesus e o próprio Cristianismo. Como o leitor pôde ler e, creio eu, também sentir, algumas das atitudes e das palavras dos marxistas (no passado e no presente), acham-se impregnadas de uma mística antideusista para não há nenhuma explicação filosófica ou cientifica. Por que estudiosos intelectuais humanistas teriam tais atitudes barbaras e misteriosas, que deixam transparecer o oposto de tudo o que dizem e escrevem? O que obscenos e desmoralizantes contra os rituais religiosos e os próprios crentes, tem a ver com ciência ou filosofia? De Moses Hess a Marx e de Marx aos falsos religiosos marxistas, as atitudes não mudaram. O ataque desmoralizante contra a religião tem para os marxistas um significado especial que parece produzir uma certa satisfação e prazer estritamente místico. Essa atitude de rebelião contra toda religião e religiosidade, bem como aos seus resultados — éticas e moral —, não possui nenhuma outra razão a não ser a da satisfação de um estranho e misterioso prazer. Jamais os marxistas encontrarão justificativas científicas ou filosóficas para elas. Enquanto for possível, eles sempre procurarão ocultar esse lado misterioso de Marx, do marxismo e do comunismo prático. Vejamos outros textos que parecem revelar que o marxismocomunismo-socilaismo possui uma relação íntima com o ocultismo: “Nós não lutamos contra os crentes. Nem mesmo contra os ministros. Lutamos contra Deus para arrebatar-lhes Os seus crentes.” (Vertchernaia Moskva Jornal Cominista).** “Himmler, o ministro do interior da Alemanha Nazista não era materialista e descrente, estava convicto de ser a reencarnação d rei Henry, o Caçador. Acreditava ser possível utilizar forças ocultas a serviço do exercito comunista.”** Espiritualismo na União Soviética Todo o mundo ocidental já tomou conhecimento de que os países comunistas diversos institutos de estudos parapsicológicos. As escritoras Lyn Schereder e Sheyla Ostrander escreveram um livro chamado Experiências Psíquicas atras da Cortina de Ferro, em que analisam as 208
descobertas e os avanços no campo oculto da União Soviética. Também nos Estados Unidos esses estudos estão enormemente avançados. Sabemos que a parapsicologia é uma nova ciência que procura estudar os chamados fenômenos do espirito. Ou seja, a existência de um ouro ambiente e um outro corpo humano, espiritual e eterno, que a cada dia mais está sendo cientificamente comprovado. No ocidente, os resultados, dessas pesquisas são divulgados abertamente. Por que os países comunistas não fazem o mesmo? Se eles descobrirem a existência do espirito humano, serão constrangidos a admitir o seu clamoroso erro e seu crime contra Deus e contra a humanidade. Por isso, mesmo que se efetuem descobertas extraordinárias, não as revelarão publicamente. Isso anularia o marxismo e o sonho comunista, subitamente. Como vimos nas palavras de Marx, no inicio da formulação da sua ideologia, tudo parece indicar que ele não era ateu, mas sim antideus. Todos os seus amigos compartilhavam desse modo de ser e de pensar. Ainda hoje podemos ver nas atitudes antideusista e revoltada. É claro que não é uma atitude ateísta. Hitler era ateu, mas expressava seu ateísmo praticamente ignorando a existência de Deus. Ateísmo não implica necessariamente em crueldade e obscenidade contra os crentes. Conhecemos muitos ateus não marxistas e sua atitude é de indiferença e humanismo. O ateísmo marxista possui características muito especiais. Ele é agressivamente contra Deus, a religião e os religiosos. Para o marxismo, ser religioso é crime de morte. Apesar das propagandas e disfarces que atualmente tem utilizado, a sua essência ainda é a mesma. Sabemos perfeitamente que o comunismo está chegando ao fim. Sua ideologia está esfacelada, a economia arrasada, e a unidade quebrada. Mas a desilusão marxista ainda se restringe à Europa, à América do Norte e parte da Ásia. Toda a África, América central e América do Sul, ainda se encontram sob o ataque comunista. Totalistarismo O totalitarismo é outra característica dos selvagens e dos bárbaros d antiguidade. O chefe ou cacique da tribo era o senhor absoluto da vida e da morte de todo o restante da tribo. Do mesmo modo, o e reis bárbaros eram senhores absolutos sobre todos os seus súditos e guerreiros. Esse espirito totalitário alcançou seu ponto mais absurdo sobre com os imperadores romanos que, provavelmente por influência da mitologia grecoromana, declaram-se deuses, mandaram erigir estátuas suas e exigiram que as massas lhes prestassem cultos tais homens eram, via de regra, elementos degenerados e criminosos; sem fé, ética ou moral alguma. Entretanto, se 209
auto-proclamavam imperadores-deuses. Muitos homens de fé e justo foram assassinados por não reconhecerem tal “divindade”, especialmente, judeus e cristãos. Este fenômeno sobreviveu ao longo de toda a idade antiga e da idade média. Nesta última, um outro fator veio acrescentar novas cores ao quadro: a Igreja católica entrava em cena. Os papas governavam lado a lado com o e reis e os grandes senhores feudais toda a igreja era vista como sagrada e com poder sobre a vida e a morte dos fiéis. A igreja podia excomungar, prender, torturar e matar livre e absoluta. Por outro lado, os reis absolutos também passaram a ver-se como santos e a proclamaram que o seu poder provinha da Deus. Mesmo depois de Reforma Protestante e da Renascença, o absolutismo continuou em pleno vigor. A Revolução Francesa representou a queda do absolutismo na França e o estabelecimento da República. Os pensadores e revolucionários franceses, proclamando-se democratas humanistas em luta contra o totalitarismo, ao chegarem ao poder, estabeleceram um totalitarismo terrorista e sanguinário, cem vezes pior que o reinado de Luis XVI. A esperança de igualdade, fraternidade e liberdade do povo francês transformou-se no Tétrico pavor das guilhotinas. Posteriormente, Napoleão se auto-coroando imperador, daria prosseguimento à Segunda etapa do totalitarismo — o imperialismo. Com o nazismo a historia uma repetição paralela. Hitler era a esperança e o senhor absoluto da Alemanha Nazista. O “Rei do III Reich”, o “mentor e o pai do reino milenar.” Gostaria de chamar a atenção do leitor para outra estranha tendência dos tiranos totalitários. Todos eles, uma vez em posição de comando supremo, apresentaram um a tendência à auto-divinização. Uma espécie de narcisismo místico ou uma tendência a “tomar o lugar de Deus”, a ser o único e central objeto de culto e adoração. Dos selvagens primitivos aso bárbaros assírios, dos faróis egípcios aos imperadores romanos; dos reis medievais aos revolucionários franceses, dos chefes-presidentes das pequenas nações africanas aos lideres marxistas. De todo esses tiranos totalitários que a historia registrou, os comunistas são os mais bárbaros e cruéis*. Os lideres comunistas, domesmo modo que os tiranos do passado, como demonstra a tese central deste tópico, apresentam a mesma “tendência à auto-divinização”, a “tomar o lugar de Deus” e a se transformarem em “objeto central de culto e adoração.” *
É incrível ver como são débeis as reações do mundo livre contra o imperialismo comunista. Talvez por comodismo, covardia, ignorância, ou pelo efeito da psico-político. O fato é que, se não despertarem a tempo. Serão reduzidos a escravos.
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Certamente o leitor não havia observado esse lado do totalitarismo. Eis o seu lado místico, e a mística oculta por trás do totalitarismo comunista. Espionagem A espionagem é um fato histórico bem antigo. O Rei Dario I, em virtude da extensão do seu império, foi orientado pelos conselhos a criar uma rede de informantes de sua confiança que o ,mantivesse a par d tudo o que se passa no império, e par a que pudesse conservar o seu domínio. Dario chamou à sua rede de espiões de “os olhos e ouvidos do rei.” A espionagem foi um fato real em todos os impérios do passado. É uma tática de guerra. Ainda que atue com a informação, não é uma tática inofensiva. Pelo contrário. É altamente destrutiva e eficaz, especialmente pela discrição e sutileza de sua atuação. O que nos interessa destacar na espionagem é sobretudo sua relação direta com a questão da confiança. Do medo, da traição, e do domínio. A analise da relação destes elementos com espionagem evidenciará o aspecto místico que interessa a essa obra. Por que os reis e soberanos desconfiam de seus súditos? Porque os temem. É por que os temem? Porque duas razoes; ou os súditos devem ao rei, ou o rei deve aos súditos. Noutros termos: um ou outro tem algo a temer. Há um ditado que diz: “quem não deve, não teme.” Por que Dario temia os seus súditos? Porque os havia dominado e usurpado suas terras e riquezas. Em praticamente todos os casos da história, os reis-tiranos temiam e espionavam os súditos. De um mofo geral, as massas sempre confiaram em seus lideres, quase nunca desconfiaram dele ou os temeram e perseguiram. Lamentavelmente, quase sempre os lideres se corromperam, traíram e passaram a temer e a perseguir as massas. Esse fato escandaloso tornou-se o mais poderoso argumento dos comunistas que, geralmente injustamente, jogam as populações contra os lideres de todos os setores das sociedades ocidentais. É também apoiado-se sobre a traição dos lideres contra as populações, que o marxismo fundamente suas teorias quanto à abolição do domínio por um líder — monarquia, presidencialismo, etc —, e defende o domínio pelas massas — a ditadura do proletariado. O pseudo-praternalismo dos lideres, contribuiu para denegrir até mesmo o sentido original do sincero e sacrificial paternalismo. Entretanto, apesar de falar sobre o “proletariado no poder”, em nenhum dos países invadidos pelo comunismo os proletários chegaram ao poder. Em todos os comunista, estabeleceu-se um ditador absoluto (Lênin, Stálin, Mao, Kim II
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Sung, Fidel, etc), cercado por uma super-elite — a Nomenklatura* — que , juntos se tornaram os novos proletários das terras, das industrias e do comercio. Por outro lado, todo o restante da população converteu-se em escravos — operários, sem direitos ou garantias, dependentes por completo do Estado-padrão, que por sua vez detém nas mãos todo o poder da vida ou morte das populações “confinadas” dentro das próprias fronteiras. Reduzidos à condição de escravos-operários (em parte, por sua livre vontade e por suas próprias mãos, haja vista que ajudaram afazer a revolução), as populações insatisfeitas representam um constante perigo para os tiranos comunistas que os mantêm cativos. Dessa forma, baseado em sua teoria do poder**, os tiranos comunistas criariam verdadeiros exércitos invisíveis de espiões para delatar qualquer indivíduo insatisfeito com a ditadura e o ditador. Os espiões podem ser crianças ou adultos, esposo ou esposa, pais ou filhos, professores ou alunos... Em todos os países comunistas, conforme os milhões de refugiados e dissidentes, existe um constante clima de desconfiança e medo, inclusive dentro das famílias. Mas o aparato de espionagem par a auto-defesa dos tiranos não pára por aqui. A Psicopolítica é largamente utilizada para domesticar as populações através das comunicações e dos hospitais psiquiátricos (para os mais “rebeldes”). O Império comunista assumiu funções muito peculiares, a espionagem ali não se restringiu apenas à auto-defesa do tirano e à manutenção de seus domínios, ela foi e tem sido ampla e internacionalmente utilizada par roubar toda a tecnologia bélica e industrial dos países democratas (ou como eles dominaram: sociedade estúpidas e decadentes). Assim, com a nossa convivência (por estupidez), o império comunista expandiu-se e fortaleceu. O marxismo criou tiranos, ladrões se criminosos da história*. Conseqüentemente, teve que criar o maior e mais traiçoeiro sistema de espionagem. O jornalista e escritor Patrick Meney, em seu livro Kleptocracia. A Corrupção na União Soviética (Record, 1982) e o jornalista Michael S. Voslenky, em seu livro Nomenklatura, Como vivem as classes oprivilegiadas na União Soviética (Record, 1980) revelam a escandalosa corrupção e decadência moral do governo e do povo russo. Voslenski revela *
Tal estrutura — ditador + nomeklatura -, em tudo se assemelha a um rei e a sua corte. A teoria do poder comunista vê ¾ da população como maus, logo, para se conquistar e conservar o poder, tem-se que subjugar os maus, que são apenas subjugados através da força e da violência. * Qualquer tentativa de mudança por parte das populações é coibida com violência, como ocorreu na Hungria, Tchecoslováquia e Polônia. **
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a corrupção dos líderes das elites soviéticas. Estes dois livros retratam o quadro terrível a que foi reduzido a União Soviética sob o marxismo. Tal estado generalizado de degradação é, pura e simplesmente, o efeito natural da visão ateísta e anti-religiosa do marxismo, que desmarca o ressurgimento de um novo tipo de império bárbaro, o “barbarismo pseudo-científico.” Eis a que foi reduzido o ideal do comunismo cientifico; eis para onde conduzem os passos dos homens, quando ousam prescindir de Deus e de Sua educação ético-moral. Terrorismo O terrorismo foi um das marcas registradas dos povos bárbaros. As tortura aplicadas pelas tribos primitivas (ainda hoje) aos prisioneiros adversários eram as mais cruéis. Os assírios entraram para a historia como os “bárbaros terroristas.” Terror era uma característica principal dos assírios. A crueldade do nazismo contra os judeus é um outro marcante exemplo de terrorismo. Os povos primitivos, os bárbaros e algumas tribos selvagens africanas e ameríndias eram até canibais, mas eram bárbaros do passado! Aí está a grande diferença entre o terrorismo dos antigos bárbaros e o terrorismo dos neobárbaros marxistas-comunistas-socialistas: os neobárbaros se se dizem civilizados e científicos! Como então explicar o terrorismo bárbaro que praticamente no mundo inteiro? Como então é sabido, os comunistas são contra a civilização ocidental e tudo fazem para destruí-la e tudo o que dela se originou, ou seja, todos os sistemas políticos, econômicos, ideológicos e instruções sociais. Na teoria, dizem que o homem deve retornar ao estado de pureza primitivo e retornar ao nível da espécie. A aplicação mais radical dessa teoria aconteceu no Cambodja, quando Pol Pot obrigou toda a população a abandonar as cidades, assassinou 3.500.000 (três milhões e quinhentas mil pessoas — 50% da população) e transformou todos os demais em agricultores primitivos de arroz. Literalmente destruiu todos os traços da civilização cambodjana. Tudo isto, note-se bem, em nome científico! Mas a coisa não para por aí. Em todos os países dominados pelos comunistas a história se repediu: na Rússia, na China, na Coreia do Norte, em Cuba... Enfim, todos os países o terror e o massacre constitui uma norma geral. O jornal O Estado de São Paulo (01de outubro de 1985) publicou o seguinte artigo: URSS acusada de treinar terrorista
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WASHINGTON — O diretor da Agência Central de Inteligência, Willian Casey, acusou ontem a União Soviética de treinar cerca de 600 terroristas por ano e de atuar “em uníssono “com o terrorismo internacional. Segundo o responsável pela CIA, a URSS e seus aliados permitem a grupos terroristas manter refúgios na Europa do Leste e viajar livremente por seus territórios, para ir praticar ações em outras áreas. As acusações foram publicadas ontem pelo jornal The Washington Times. Segundo Caey, Moscou “importa” anualmente cerca de 600 jovens de diversas regiões do mundo para doutriná-los e dar-lhes treinamentos para ações de terrorismo e para operações paramilitares. “Há instalações de treinamentos não somente na União Soviética, como na Bulgária, Tchecoslováquia, Alemanha Oriental, Iêmen do Sul, Cuba e, cada vez mais na Nicarágua, assim como nos países árabes de linha radical, Síria, Líbia e Irã.” Cassey disse que a “rede terrorista internacional” declarou uma “guerra psicológica” para criar na opinião publica mundial a impressão de que “os terroristas são onipotentes e o publico é impotente.” O diretor da CIA também fez um apelo aos meios de informações ocidentais para que dêem cobertura” de forma mais discreta” às ações do terrorismo internacional”, e pediu “editoriais mais fortes a fim desacreditar essas ações.” Cabe-nos agora perguntar: qual a diferença entre os bárbaros selvagens, os bárbaros da antigüidade e os comunistas? Pelo modo como agem, não há nenhuma diferença entre os três tipos de barbarismo. Os seus sentimentos têm o mesmo nível. As teorias marxistas são um rol de equívocos teóricos. Poderíamos, entretanto, observar alguma diferença entre os antigos bárbaros e os neo-bárbaros comunistas; os antigos bárbaros andavam nus ou vestidos de pele e usavam armas primitivas; os neobárbaros vestem ternos e gravatas, utilizam-se de armas nucleares e das comunicações, e ainda possuem um justificativa teórica par o terrorismo e o crime; a filosofia marxista. De resto, apenas trocaram as vestes e as armas; seus corpos, seus sentimentos, suas ideais e os seus ideais são os mesmo de cinco ou seis mil anos atrás; dos tempos em que não existia ética ou moral, porque não havia religiões par lhes dar consciência de Deus. Psicopolítica
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A revista Visão (no 49, de 11de novembro de 1985, páginas 42, 43 e 44), publicou um artigo intitulado: Excepcionais: A Grande Luta. Recursos. Nesse artigo o diretor da Sociedade Pestalozzi de São Paulo, o psicólogo Jairo Vieira de Souza, que há mais de dez anos trabalha com crianças e adolescentes com deficiência psíquica, diz que “segundo a Organização mundial de Saúde, 7% da população brasileira — 8 a 10 milhoes de habitantes — sofre de distúrbios mentais, e que as autoridades deveriam preocupar-se mais em prevenir essa deficiência, do que em implantar unidades de internamento especifico.” Diz ainda o artigo que noanode1984, cada deficiente mental custou à Sociedade Pestalozzi 250 mil cruzeiros mensais. Para se ter uma ideia da gravidade desse problema num futuro próximo, calcule-se o potencial desses 10 milhões de brasileiros em termos de despesas, produtividade e defesa nacional. Avaliemos a questão apenas quanto às despesas. Adotado a média da Sociedade Pestalozzi — 250 mil cruzeiros por deficiente —, esses 10 milhões de doentes mentais custam ao Brasil 300 bilhões de cruzeiros anuais. Isso, note-se bem, apenas em despesas. Imagine-se esses valores somados com as perdas em produtividade ou em relação à defesa nacional futura, e calcule-se os custos totais em 10anos ! É um escândalo assustador. Esse quadro tétrico se amplia ainda quando o estendemos aos demais países do mundo livre*. É como se estivéssemos sendo transformados em uma raça de vivos-mortos, complemente dependente e indefesos! Este é um fato gravíssimo. Onde estaria a causa dessa calamidade mundial? Estaria relacionada com as viagens especiais, ou com o ritmo da vida contemporânea? Com a má ou sub-alimentaçao, ou com a má ou automedicação? Pensando nesta séria questão, cheguei à conclusão de que o fenômeno da raça sub-humana, formada por excepcionais, tem um pouco a ver com todas estas causas. Mas, há uma forte razão para desconfiarmos de tais causas como primordiais ou preponderantes: a Psicopolítica. Tomei conhecimento da Psicopolítica através de um pequeno livro chamado Psicopolítica: Ciência e Arte Fundamental do Comunismo (Editorial Nova Ordem, 1966, Buenos Ares. 3a ed.). O livreto, segundo as palavras do prefaciador, era Manual Comunistas de Adestramento para a Guerra Psicológica. Era a primeira vez que estava lendo alguma cisa sobre a Psicopolítica. Por mais cruel que fosse os relatos dos dissidentes e dos refugiados *
Tomando-se por base a taxa percentual do Brasil — 7% — e aplicando-a no calculo estimativo da população mundial — 4,5 bilhões —, teremos um contigente de 315 milhões de excepcionais. Quinze vezes a população da América Central!
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comunistas russos, ucranianos, lituano, chineses, cambojnos, nicaragüenses, norte-coreanos, etc, a psicopolítica superou minha própria imaginação, as mentes elaboraram tamanha crueldade contra a humanidade não deviam ser humanas. O que é Psicopolítica? Segundo as palavras dos próprios comunistas: “a ciências da domesticação dos povos.” Conforme o escritor Fred Schwarz, em seu livro Você Pode Confiar nos Comunista! (no sentido de que eles não fazem o que dizem em público, mas o que está esscrito em seus livros), o Comunismo Internacional declarou abertamente seus planos de conquista mundial. Certa ocasião, Laurenti Béria, poderoso policial russo, disse: “A burguesia é estúpida e pensa que a guerra é sempre a utilização de metralhadoras, tanques e bomba. Mas a verdadeira guerra é a guerra psicopolítica. Conquistaremos nossos inimigo dentro de suas próprias fronteiras.” Segundo uma definição citada no livro: “A Psicopolítica é a arte e a ciência de obter e manter o domínio sobre o pensamento e as convicções dos homens, dos funcionários, dos organismos e das massas de conquistar as reações inimigas por meio do tratamento mental.” Esta definição coincide plenamente com as palavras do General Sun Tzu (500 a.C), em seu livro A Arte da Guerra: “A mais alta arte da guerra é não chegar a lutar, mas subverter os valores do inimigo até que sua percepção da realidade se deteriore a tal ponto que ele não mais perceba o invasor como inimigo. Este é o propósito final da guerra subversiva.” Pelo que se pode entender no pequeno livro a Psicopolítica é a arma fundamental com a qual o comunismo espera dominar o mundo. Baseandose nas teorias dos reflexos condicionados de Ivan Pavlov e nas teorias de Freud (especialmente, a teoria do inconsciente), os comunistas elaboraram uma técnica para debilitar a capacidade mental do ocidente. Utilizando Viena como base, infiltraram-se na psicologia, psiquiatria e psicanálise e deflagraram uma campanha internacional de “saúde mental.” Criaram o eletrochoque e a lobotomia (psicocirurgia), não para curar os desequilibrados mentais, mas para criá-los e inutilizá-los definitivamente. Abriram clinicas especializadas em todas as partes do mundo e decidiram desmoralizar todas as instituições religiosas de saúde mental (porque estas, 216
segundo eles, curam de fato), para que todo e qualquer tratamento mental ficasse por contada medicina alopática, nesse caso, pseudo-medicina. Os ex-comunistas Kenneth Goff disse que foi adestrado em vários tipos de lutas, psicológicas e físicas para aniquilar o mundo ocidental, e também estudou a Psicopolítica. Depois que abandonou o comunismo, observou horrorizado uma imensa campanha pró-saúde mental nos Estado Unido, e o rápido crescimento da guerra psicopolítica contra o povo americano. O livro cita o nome de um deputado americano — John Schmitz, que por volta de 1960, havia denunciado a existência e nefasta atuação da Psicopolítica em milhares de crianças hiperativas, com o pretexto de “normalizá-las.” Mas a aplicação da Psicopolítica não restringe apenas aos hospitais psiquiátricos, mas aos meios de comunicações, às instituições de ensino e a outros setores da sociedade, segundo o tal livro, a verdadeira arma da guerra comunista contra a civilização crista é a Psicopolítica. De acordo com o pensamento comunista é melhor subjugar uma nação pela debilitação mental, do que jogar bombas sobre ela (as bombas reduziriam o país a ser conquistado em ruínas de um cemitério). Os comunistas diziam que, se a Psicopolítica falhar, o comunismo também cairá. Por isso, onde quer que aparecesse qualquer livro ou comentário sobre a Psicopolítica este deveria ser desacredita do imediatamente. Quando conheci a Psicopolítica fiquei muito preocupado com o futuro da humanidade e do Brasil, e me senti responsável. E procurei livros sobre psicopolítica. As pessoas que me atendiam sequer conheciam a palavra. Não existiam livros sobre o assunto. Nas diversas partes do Brasil que visitei, procurei por estes livros, mas jamais os encontrei. Os únicos escritos que conheci sobre o assunto estavam naquele pequeno livro. Talvez observando o caos psicológico do mundo atual, o vazio existencial da juventude mundial e a desagregação das instituições possamos encontrar as provas da realidade da Psicopolítica. Tal é a mais terrível arma que os comunistas desenvolveram e a mais cruel e traiçoeira guerra que a humanidade já enfrentou. Recentemente, em um programa de televisão de grande audiência foi apresentado um quadro que se referia à Guerra da Mente, mostrando como os Estados Unidos e a União Soviética estão desenvolvendo e aperfeiçoando técnicas parapsicológicas com finalidade bélica. No já citado livro Experiências Psíquicas atrás da Cortina de Ferro, as escritoras Lyn Shreder e Sheyla Ostrander, revelam o grau de desenvolvimento dessas pesquisas na União Soviética. Considerando o grau
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de desenvolvimento das pesquisas psíquicas, que nível terá atingido a Psicopolítica nos dias atuais? É do conhecimento da opinião publica mundial o processo de lavagem cerebral aplicado nos soldados americanos aprisionados na Coreia do Norte. Também são famosos os “hospitais psiquiátricos” para dissidentes políticos*. Relacionando esses fatos — técnicas de lavagem cerebral comunista e os hospitais psiquiátricos —, com o fenômeno da ‘raça subhumana” de excepcionais, podemos afirmar, quase com certeza, a terrível realidade da Psicopolítica. Para completar este tópico, transcreverei um trecho de uma carta do professor de matemática Vasile Ivanovitch, prisioneiro do hospital psiquiátrico de Leningrado (citado no livro): “Não tenho medo da morte e prefiro que me fuzilem! É repugnante e terrível pensar que mancharam e esmagaram minha alma!... o homem aqui perde a sua individualidade, seu espírito se dilui, suas faculdades emotivas se destroem, sua memória desaparece. Mas o mais terrível do ‘tratamento’ é que ele faz desaparecer tudo o que construi o caracter pessoal próprio. É a morte da criatividade. Os que estão submetidos à ação da aminazina não podem nem ler depois assimilá-la; convertem-se intelectualmente em seres nulos e primitivos.” Tal é a mística e a desumana crueldade que o marxismo inspirou no coração do homem. Para finalizar este tópico, gostaria de dizer uma última palavra sobre o ser humano. Quando observamos o comportamento da natureza, em sua bondade em nos ofertar naturalmente o ar, as águas frescas, as flores e os frutos, bem como os cereais, os animais e toda a beleza ao deleite dos sentidos e do nosso espirito; quando observamos os animais e vemos neles o seu amor sacrificial pelos seus filhotes, as abelhas que produzem e nos ofertam os frutos do seu trabalho, ou os pássaros que nos alegram com um suave canto; quando observamos a Terra a girar trazendo os dias e as noites, desvelando o encanto e a beleza das estações, não podemos deixar de pensar, com certa amargura, em nós mesmos — os seres Humanos. Por que somos os criadores das artes, das filosofias, das religiões e das ciências? Por que temos o maior grau de emotividade, racionalidade e liberdade e, paralelamente a tudo isso, produzimos tanto mal? Por que deixamos atrás de nós um rastro de violência e devastação. Como nem, mesmo o mais feroz dos animais o faz? Por que não conseguimos deter esse impulso violento e sanguinário que habilita em nossa natureza e, contra a nossa vontade, nos *
“GUIAS DA URSS. Avraham Shifrin — Publicações Europa-América, 1985.
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conduz à destruição recíproca? Onde está a nossa liberdade? O que há de errado conosco, que nos torna tão diferentes e inferiores aos animais mais ferozes da natureza, quando deveríamos ser os mais bondosos? A violência não é um traço original da personalidade humana. É por isso que lutamos contra ela. E não descansaremos enquanto não a derrotarmos.
Capítulo 20 MITOLOGIA & MARXISMO
O escritor Raphael Patai em seu livro O Mito e o Homem Moderno (Editora Cultrix), analisa a influencia dos mitos nas sociedades contemporâneas, especialmente as industrializadas. Patai define o mito de duas formas: a) “O mito... é um instrumento religioso tradicional, que opera validando leis, costumes ritos, instituições e crenças ou explicando situações socioculturais e crenças, ou explicando situações socioculturais ou fenômenos naturais, que assumem a forma de historias, que se acreditam verdadeiras, acerca de seres divinos e heróis.” b) “Os mitos são histórias dramáticas que constituem um instrumento sagrado, quer autorizado a continuação de instituições, costumes ritos e crenças antigas na área em que são comuns, quer aprovando alterações.”
Destacaremos na obra de Patai o aspecto que se presta ao enfoque geral dessa obra-o lados místico. O mito, nos dias atuais e em certo sentido, é um instrumento de pressão intelectual e emotiva que é geralmente utilizado para exacerbar ou falsear a realidade de um indivíduo ou de fato social. Isto é, um instrumento de pressão utilizando para gerar uma opinião e manter uma determinada situação. Vejamos um exemplo. Atualmente, milhões de pessoas de todas as idades e raças sonham com a liberdade absoluta. Isto é um mito pois, a liberdade é limitada pela responsabilidade imprescindível à convivência social. Embalados por esse mito, jovens dos anos 60 e 70 abandonaram a vida social e mergulharam no submundo das drogas e da promiscuidade. 219
Milhões deles se auto-destruiram. Um outro exemplo atual é O Mito da Sociedade Comunista. Este será o objeto de estudo desse capítulo. Diversos são os fatores que influenciam nossas vidas. O primeiro deles é fator crença. Para que os mitos influenciem as pessoas, elas precisam crer na “verdade” que eles afirmam. Para tanto, a “verdade” do mito requer repetição até a interiorização e auto-identificação com ela. Ao ser absorvida, a “verdade” do mito assume novas funções. Produz a satisfação sob forma: diminuição da ansiedade, satisfação de sentir aumentada a autoconfiança, eliminadas as dúvidas e incertezas, por sentir-se na posse da verdade suprema ou, ainda, pela experiência de algo divino. O mito da sociedade comunista tem engendrado todos esses fatores no homem contemporâneo, razão por que ele tem se entregado — como em um transe louco — ao sacrifício maior de doar a própria vida pelo sonho comunista.
Mito e Ritual Wilhelm Wundt, em sua obra Volkerpsychologie, (publicada em 1908), escreveu um capítulo intitulado Mythus und Kultus (Mitos e ritual), em que defende a tese de que o mito é correlativo do rito, por ele representado. Wundt escreveu: “Os atos (ritos), que decorrem de motivos mitológicos... são expressões da inusitada intensidade das emoções pertencente ao terreno do mito e da religião. Os atos atinentes a esse terreno são denominados Cultus, nome dado pelos romanos ao seu sistema de festas e sacrifício religiosos... o Cultus compreende os atos que a comunidade acredita terem sido criados para assegurar-lhe a proteção e a ajuda dos deuses... Praticamente, o valor do ritual reside na confiança que se tem na força protetora e favorecedora dos deuses, ou na suspensão de algum castigo que os deuses desejem lançar sobre a comunidade... Um testemunho dessa forma de crença, intensificada, reside nos próprios atos rituais... e que, amiúde, constituem na entrega dos bens mais preciosos e até da própria vida...” Noutros termos: ao serem influenciados ou amedrontados por um mito, os povos criam rituais correspondem àquele mito, com a finalidade de preservá-lo — quando enaltece e envaidece —, ou protege-se, quando ameaça e amedronta. Inferimos daí as raízes místicas da “tendência à 220
mitologização dos líderes em mitos, aquietar, amedrontar os povos e preservar a sobrevivência do regime. A Leninolatria e o Mito do Super-homem Marxista Quando discorremos sobre a questão do totalitarismo, demonstramos que todos os tiranos imperialista apresentavam uma tendência à autodivinização e o desejo de “tomarem o lugar de Deus e tornarem-se objeto central de culto e adoração.” A relação do mito com ritual revela o porquê do comportamento comunista quanto ao culto da personalidade, e quanto à tendência à mitologização do líder. Raphael Patai, no capítulo cinco de seu livro, abordou esse tema. Vejamos algumas das suas considerações: “Além do mito marxista da sociedade do futuro, o mundo marxista ministra... uma necessidade irreprimível de possuir seus próprios mitos. O exemplo que tenho na mente é a proliferação irresistível do mito de Lênin e sua utilização, muito além do ponto de saturação, em conexão com as comemorações mamúticas e maratônicas das Rússia Soviética do centenário de Lênin em 1970. A dimensão mística das celebrações não escapou às observações ocidentais. Na revista Times, Neal Ascherson, compara Lênin a Maomé e Moscou ao Califado... e dá às observâncias propriamente ditas o nome de Leninolatria.” “Lênin tem sido uma figura ancestral mística par a Rússia desde a sua morte, 1924... A não aceitação — ou negação — da sua morte na forma do sempre repetido encantamento ‘Lênin Vive!’ tornou-se parte da “religião” soviética, equiparando-se em grau notável à negação crista da morte de Jesus: ‘Jesus Vive!’... Assim como sucedeu a inúmeros heróis míticos verdadeiros, quanto mais tempo se passou desde a morte de Lênin, maior se tornou ele, mais sacrossantos os seus ensinamentos, mais ‘divina’ a sua imagem... Fosse quem fosse o homem chamado Lênin, está esquecido há muito tempo, porque o Lênin que ‘vive’ não é a lembrança de um ser humano, mas imagem sobre-humana mística e divinizada...” O caso de Stálin foi também um caso excepcional. Enquanto vivo, Stálin foi transformado (talvez, por ele mesmo), num dos mais extraordinários mitos soviéticos. O geneticista Lysenko, disse em uma 221
conferência sobre Genética, Ciência e Seleção, realizada em Moscou em 1939: “A ciência biológica progressista deve aos gênios da humanidade, Lênin e Stálin, a adição dos ensinamentos de I.V. Michurin ao tesouro dos nossos conhecimentos. Gloria ao grande amigo e protagonista da ciência, nosso líder e mestre, camarada Stálin!” A publicação soviética Questões de Economia trazia, em seu sétimo numero, um artigo de InnoKentii Pisarev, que incluía as seguintes afirmações: “Criada por Lênin e Stálin, a estatística soviética assinala uma mudança radical na tradição da metodologia cientifica, na organização, na prática, no conteúdo e nas tarefas da estatística... Lênin e Stálin resolveram os problemas nodais da ciência estatística.” Vemos por essas citações que Stálin foi uma lenda enquanto vivia. Curiosamente, apesar de possuir todos os elementos necessários para ser transformado num grande mito, após sua morte, foi complemente destruído e relegado ao esquecimento. O guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara é um outro típico exemplo da mitologização comunista. Daniel James em sua biografia de Che Guevara Morte de um Revolucionário, Nascimento de um Mito, descreveu a incredulidade de milhares de jovens ante a morte de Che Guevara, apesar de todos as provas fornecidas pelas autoridades bolivianas. Queriam continuar crendo que “Che está Vivo!.” O governo cubano de Fidel Castro, tão logo as notícias de sua morte chegaram a Cuba, empenhou-se em uma campanha orgíaca par imortalizar o “guerrilheiro heróico.” Num ato extravagante Fidel proclamou Che como “o novo homem que a mocidade, dali em diante, deveria imolar” e instalou-o no panteão dos comunistas imortais ao lado de Marx e Lênin. A Accion Revolucionaria Peronista proclamou solenemente que “jamais a causa das libertações humana pago um preço tão alto: a imolação do Cristo da nossa era.” Che Guevara foi considerado em muitas outras partes do mundo “o Cristo rebelde crucificado.” Os tolos jovens esquerdistas do mundo ocidental proclamaram o “Che Vive!.” Estranhamente, apenas o bloco soviético, a quem Che Guevara serviu como uma avestruz sorridente, ignorou-o e também a sua morte por completo. Luís J. Gonzalez e Gustavo A. Sanchez Salazar, concluem a narrativa da morte de Che Guevara com estas palavras:
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“Che Guevara já não era, passara da lenda para o mito... Che Guevara era uma combinação de guerreiro e apóstolo, de aventureiro e profeta... Em Valle Grande, onde Che Guevara, onde morreu, já se formou uma espécie de lenda em torno dos milagres de São Che Guevara, cujo retrato pode ser freqüentemente encontrado em choças compensas, entre imagens católicas...” Geoffrey Gossell, escrevendo no Christian Science Monitor, diz: “O Santo padroeiro do movimento revolucionário estudantil na Europa Ocidental é Che Guevara.” Daniel James no último capítulo de seu livro, escreveu: “Que é que os estudantes radicais da Nova Esquerda vêem ou procuram em Che? Qual a origem da sua influência? Por que adoram alguém que, afinal de contas, foi quase um perfeito fracasso?” Seja qual for a posição do leitor quanto o marxismo, isso não quer dizer muito ante análise fiel dos fatos. O professor Adolph Norow, em seu trabalho O Sociopata (ainda em edição preliminar), expôs de modo claro e cientifico, que os violentos revolucionários e tantos outros tipos sociais, aparentemente normais, são sociopatas. Homens doentes que desconhecem o seu estado patológico. Marx, Lenin, Stálin, Che, Mao e Ortega não são diferentes. Todos esses sociopatas foram mitologizados e transformados em modelos sociais. Esse fenômeno, considerado seu efeito destrutivos sobre as camadas mais jovens das sociedades, evidencia sua face desumana e nela, um outro aspecto da natureza mística do marxismo. O Mitro do “Céu” Marxista Outro importante tema a ser abordado, refere-se à visão marxista da sociedade do futuro. Também aqui o livro de Raphael Patai fornece alguns interessantes dados. Em primeiro plano, convém destacar que o marxismo, como um “Cristianismo às avessas”, também possui uma teoria escatológica. Quando para o Cristianismo a redenção da humanidade e a construção de Céu
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caberão a Deus, para o marxismo, caberão à Dialética *. Sobre esse ponto Patai escreveu: “No entender de Edmundo Wilson, a dialética de Hegel com a sua tríade tese-antítese-síntese, assumiu a forma da antiga trindade da teologia cristã... Sem duvida, a tríade dialética exerceu sobre os marxistas um efeito tão irresistível, que seria impossível justificá-lo por meio da razão.” .”.. O que Marx e Engels fizeram foi apropriar-se do principio hegeliano da interpretação da história e projetá-lo no futuro. Ao fazê-lo, criam o grande mito em que se notam, indisfarçáveis, reverberações dos antigos mitos escatológicos judaico-cristão quanto ao futuro... A tese era a sociedade burguesa. A antítese, o proletariado. Quando à síntese, encontrase toda no futuro. Nela se unem o apocalipse e a escatologia, pois Marx revela o que “aconteceria” no fim dos tempos: a unificação dos trabalhadores, o conflito global com os proprietários (ecos da guerra prémessiânica de Gog e Magog), e o domínio final pela classe trabalhadora. Como em todas as verdadeiras escatologias, não se perde tempo pensando no futuro do lado derrotado, pois é tácita a presunção de que a demolição precederá a ereção da nova estrutura. Isto faz parte da doutrina marxista original e ainda é fielmente repetido, sem a menor discordância, pelos mais jovens e modernos discípulos de Marx, que pregam o que hoje constitui a Religião Marxista Ortodoxa do Revolucionismo...” “Além da ortodoxia teológica que transparece nos pronunciamentos marxistas, há também uma rígida ortodoxia estilística e terminológica.” “A parte final do mito marxista que descreve a nova ordem social ideal também apresenta a mesma terminologia escatológica, familiar desde os tempos bíblicos... A imprecisão desse quadro generalizado de bemaventurança social torna-se mais evidente quando lhe reconhecemos a similaridade com o quadro idealizado do futuro desenvolvimento da ‘noosfera’ pressuposto por Teilhard de Chardin; para surpresa de todos (...), as utopias projetadas por Marx, o pensador católico radical, e por Teilhard de Chardin, o padre e pensador católico profundamente religioso, se assemelham tanto que as suas características principais são quase intercambiáveis... No século que se passou desde que Marx criou a sua *
Do mesmo modo que o Cristianismo explica a origem do Universo e a redenção do homem pelo dogma da Santíssima Trindade, o marxismo o faz pelo dogma da tríade dialética (tese-antítese-síntese).
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visão do futuro, praticamente não se acrescentou nenhum detalhe concreto a essa visão. A mesma imprecisão, mítica e paradisíaca, que caracterizou o pensamento do próprio Marx nesse ponto, ainda envolve as celebrações marxistas...” Raphael Patai cita o escritor português Mircea Eliade, que descreveu a a influência do mito escatológico judaico-cristão sobre Marx “Com efeito, a sociedade sem classe de Marx e o conseqüente desaparecimento de tensões históricas encontrarmos seus precedentes mais próximo no mito da Idade De Ouro, que muitas tradições colocam no princípio e no fim da história. Marx enriqueceu esse mito venerável com uma completa ideologia messiânica judaico-cristã: de um lado , papel profético e a função soteriológica que ele atribui ao proletariado; de outro, a batalha final entre o Bem e Mal, facilmente comparável à batalha apocalíptica entre o Cristo e o Anticristo...” Concluindo, podemos perceber que o marxismo sofreu uma acentuada influencia do Cristianismo em praticamente todos os seus fundamentos. Cabe ainda uma observação final referente ao “céu marxista.” Ele é um mito. Em teoria, ele era definido como o fruto que brotaria do conflito proletário-burguês nas nações super-industrializadas. Após quase sete décadas de aplicabilidade da teoria marxista, ela demonstrou-se falsa e, ruindo, arrastou consigo o mito social que engendrou *.
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Quanto ao “céu cristão”, conforme abordamos no capítulo 10, página XXX, ele corresponde ao Jardim do Éden (Jardim das Delicias = Terra). Ou seja, é uma representação do ideal social e humano universal, que deverá ser estabelecido concretamente na Terra. Por outro lado, a expressão “céu”, refere-se também à dimensão espiritual do cosmos.
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Capítulo 21 OS SÍMBOLOS DO MARXISMO
Este será um dos mais curiosos tópicos abordados nessa crítica. Carl Jung, em seu famoso livro O Homem e os Seus Símbolos, destacou a imensa importância dos símbolos para o homem. Em tudo o que se faz, ele usa símbolos. Desde o alvorecer da civilização, os símbolos vêm despenhando um papel fundamental no progresso humano. Das letras às cores; dos números às figuras, eles marcam, caracterizam e perpetuam os personagens e os fatos históricos, não pretendemos fazer uma exposição ou uma analise exaustiva dos símbolos e seus significados, mas somente dos símbolos utilizados pelo marxismo, e o que supostamente significam. Veremos assim que, como uma autentica religião adota místicos dirigidos à natureza mística dos seus seguidores, para que possam sentir orgulho e estimulo de perseverem a coesão grupal, o marxismo também o faz. O símbolo é um distintivo de identidade características, indispensável à identificação dos grupos sociais. Ele é um fenômeno natural resultante da tendência associativa humana. Por exemplo: os cristãos primitivos na época das perseguições adotaram a figura de um peixe e da cruz suástica (apontando para a direita) como símbolos da cristandade. Porque seus grandes líderes foram pescadores-adotaram o peixe; porque a cruz os identificava, revolveram alterá-la para melhor se protegerem. Depois da primeira Guerra Mundial, a Alemanha estava arrasada política-econômica, social e moralmente. Hitler, com a criação do Partido Nacional Socialista (abreviado 226
para Nazista), engendrou um místico fervor “religioso” no povo alemão, com um ideal utópico de Reino milenar e feliz, através da sua personalidade e carisma místicos Curiosamente, Hitler adotou para o nazismo, o mesmo símbolo dos cristãos primitivos, quando um estímulo místico era imprescindível ao espírito de sacrifício e esperança de época: a cruz suástica. Só que voltada para a esquerda. Passaremos agora analisar os símbolos adotados pelo marxismo e seus significados místicos. Do mesmo modo que o hitlerismo, que combatia a injustiça, defendia os empobrecidos com ardor místico e messiânico e adotou cores e símbolos, assim fez também o marxismo. Ao procurar identificar e estudar os símbolos do marxismo senti-me profundamente impressionado; vi neles, de imediato, mais um, se não o mais impressionante dos aspectos místicos do marxismo. São eles. A — As Cores B — A Estrela C — A Foice e o Martelo D — O Punho Fechado As cores O escritor C. W. Leadbeater, em seus livros O Homem Visível e Invisível e Formas de Pensamento (Editora Pensamentos — São Paulo), analisa as cores e o seu significado. Diz-nos Leadbeater que a cor preta significa ódio e maldade, o amarelo razão e intelectualidade, e o vermelho indica cólera e atividade física. O preto é uma cor sinistra que luto e tristeza; na física ela significa a ausência de cor, em que toda a luz é absorvida; o que simboliza o máximo egoísmo. O preto inspira o medo e o terror, sendo uma cor comumente utiliza pela magia negra nas vestimentas e na cor das aves por eles utilizadas, como por exemplo, o corvo (uma ave uma ave traiçoeira que bica os olhos dos animais presos em quaisquer lugares). Na Umbanda e na Quimbanda, que são expressões da magia africana, utilizam-se também animais e aves pretas. A cor preta possui um significado místico direta mente associado com o mal. Por outro lado, a cor preta é também simples e discreta e significa nobreza, requinte, sabedoria e justiça. A nobreza dos carros pretos; os requintes das veste de gala; a sabedoria representada pelos trajes de formatura e a justiça, pelas togas dos juízes. Poderíamos dizer que a cor preta, originalmente, não teria um significado voltado mais para o Bem ou mais para o Mal. Estranhamente, porém, a história a mostra mais dirigida e muito utilizada como símbolo do mal, do sofrimento e da tristeza.
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Quanto ao amarelo, é uma cor indica exteriormente. É uma cor imprecisa, que estimula, vacila e confunde. Também é quente. É largamente utilizada como meio de chamar a atenção. Por ser quente, o amarelo irrita e inquieta. O amarelo indica divagação, vulgaridade e irresponsabilidade. O amarelo escuro indica inteligência voltada para par o egoísmo e o inferior. Também na Umbanda o amarelo é abundante. O amarelo é a cor da exibição, do boçalismo soberbo. Por outro lado, a cor amarela indica intelectualidade, luz, calor sol, e fogo. É uma cor para as ocasiões alegres das tardes. Assim como o preto, e todas as outras cores, o amarelo apresenta também essa significação dúbia. Por fim analisaremos a cor vermelha. O vermelho em toda a sua escala, segundo Leadbeater, indica a cólera e a brutalidade. Significa ódio, violência e morte. É uma cor ultradominante, atrativa, estimulante e motivadora que indica calor e energia; acentua as formas e se impõe pelo impacto visual e emocional. O infravermelho significa perversidade; o vermelho-escarlate opaco significa sensualidade; o vermelho-terra significa avareza; o vermelho-carmesin significa o amor; e o vermelho-escuro terroso, nobreza e dignidade. O vermelho escuro indica paixão e animalidade. Também indica perigo nos semáforos e cuidado, na cruz vermelha das ambulâncias; é a cor do sangue, indicando vida ou morte; é a cor nobre dos mantos das misses e dos mantos cruéis dos toureiros. Muitos estranhamente, o vermelho tem sido utilizado para simbolizar a cor da figura simbólica do diabo, dos sacis, e dos exus (representantes do mal na Umbanda). Por ser uma cor quente, irritante e inquietante, a psicologia recomenda o seu uso mínimo, e restrito a lugares e ocasiões especiais. Tal conclusão coincide perfeitamente com a distribuição das cores na própria natureza, onde a cor predominante é o verde em variados tons, pois é uma cor repousante e tranqüilizante, enquanto o vermelho aparece em proporção mínima “apenas para embelezar e alegrar a face da Terra.” Em contraste com essa lei da natureza; o marxismo impõe o vermelho de uma forma berrante e exagerada como “apenas para irritar e despertar cólera.” Hans Holzer, um dos seguidores da conhecida feiticeira inglesa Sybil Leek, escreveu um livro chamado A Verdade sobre a Bruxaria (Editora Record), em que escreveu: “A comunidade feiticeira também usa quatro raminhos amarrados juntos com uma fita vermelha e colocados ao lado morte do altar...Os bruxos sempre estiveram dentro de círculos vermelhos desenhados ao chão. Achavam que assim se protegiam dos espíritos que invocavam...” Cf. O Diabo sem Preconceito. José Alberto de Queiros. Editora Monterry, 1974). 228
Ao analisarmos essas três cores e conhecermos a sua significação à luz da Psicologia, podemos compreender por que o marxismo as adotou: por um lado, o aspecto lógico, para a violência, que é a sua meta, e para estimular e manter acesa a chama da revolução. Por outro lado, o aspecto místico, a utilização dessas cores significam uma pomposa oferta de vida, amor, alegria dignidade, fama, riqueza e todos os outros desejos que cores despertam, consciente ou inconscientemente na mente e no coração dos seres humanos. Nesse ponto estaria o aspecto místico das cores adotadas pelo marxismo: tocar os sentimentos humanos por oferta indireta da realização de todos os seus desejos externos. Quanto aos desejos internos, de vida eterna, eterna juventude, plena saúde, pleno conhecimento e plena experiência no Universo — os desejos reais do espírito —, são completamente desprezados, como sequer existissem. Aqui estaria a maior traição do marxismo contra a humanidade que, neste século, teve a sua natureza espiritual definitivamente comprovada. Para finalizar a análise das cores como símbolo místico do marxismo, queremos recordar ao leitor a existência de um réptil cuja cor se compõe das três anteriormente analisada: a cerasta. A cerasta é uma serpente rubra que possui duas protuberâncias na cabeça e costuma morder os pés dos cavalos para derrubar os cavaleiros por trás, para mordê-los também. Esta serpente parece ter sido citada na Bíblia, quando Jacó referiu-se a Dan, seu 7° filho: “Dan será serpente junto ao caminho; uma cerasta junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz o seu cavalheiro cair por detrás. A tua salvação espero, ó Senhor!” (Gênesis 49) Por essa atitude a cerasta é considerada o símbolo da astúcia e da traição. Dessa forma, as cores utilizadas pelo marxismo parecem possuir uma finalidade semelhante: atrair os desatentos para uma armadilha mortal. A foice e o martelo Aparentemente, a foice e o martelo são meros instrumentos de trabalho e nada têm a ver com qualquer misticismo. Mas analisando-os sob o prisma dessa obra, eles apresentam completamente revestidos por uma capa mística surpreendente. O profeta Jeremias, nos capítulo 50-23 e 26, diz: “Como foi partido e quebrado o martelo de toda a Terra!” O salmo 7 de Davi, diz:
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“Os três inimigos, braman no meio das tuas sinagogas; põem pelas as suas insígnias por sinais; quebram com machucados e martelos toda a obra entalhada; queimaram todas as sinagogas de Deus na Terra.” No século V da era cristã Atila (o huno), que veio do norte da Ásia, pelas terras da Rússia, e quis arrasar toda a Europa cristã, foi cognominado “O Martelo do Universo.” O martelo, por outro lado, é um mero instrumento de trabalho. Mas por outro — pelo lado místico —, é um instrumento contundente utilizado pelo ferreiro para moldar o ferro, um metal resistente, por meio de golpes fortes e contínuos. O martelo é um instrumento para bater e quebrar, para demolir e destruir pela força. No sentido em que foi usado por Jeremias a palavra martelo significa “aquele que agredia e arrasava com toda a Terra.” Ou seja, Lúcifer, o rebelde satanás. Átila foi um guerreiro invasor e cruel; um bárbaro que liderando os humos, seu povo, espalhou a devastação e o terror por onde passou. Assim sendo, o martelo é um símbolo de agressão e de destruição. Na mitologia grega, o martelo aparece como uma arma de luta. Por outro lado, ele é utilizado pelo juiz para estabelecer a ordem e silêncio nos tribunais de justiça. Parece haver também aqui aquele curioso significado dúbio observado. Tudo isso, porém, não modifica a finalidade básica do martelo: bater e forçar a mudança. Mesmo quando nas mãos do juiz, o martelo impõe; nas mãos do ferreiro, molda e impõe à força; nas mãos do marceneiro, pressiona, racha e abre um caminho forçado. Por sua vez, ao nos voltarmos à analise da foice, encontramos no livro do profeta Joel 3:13, a seguinte expressão: “Lançai a foice ao trigo, por que já está madura a seara.” Do mesmo modo, encontramos em diversos outros trechos da Bíblia a palavra foice empregada no sentido de ceifar e cortar o trigo. Jesus disse: “Eu sou o pão da vida.” Nesse sentido, o trigo é a vida. Cortar o trigo, portanto, simbolicamente representa cortar a vida, matar. Ora, todos nós conhecemos a figura sinistra de “uma caveira envolta em uma túnica e um capuz preto, trazendo na mão uma foice...” Tal figura representa a morte! Marques da Cruz, na página 246 do seu livro (já citado) escreve “a foice simboliza a morte.” Pela análise que fizemos até aqui o leitor deve ter chegado à mesma conclusão. Mas a analogia não termina por aí. A foice é um instrumento utilizado para decepar. É um instrumento cortante semelhante à espada (símbolo da guerra; símbolo do satanismo mencionado por Moses Hess e por Marx como instrumento de vingança) e o machado (símbolo da morte nas mãos do carrasco, guilhotina manual anterior à época da revolução francesa). Portanto, a foice e o martelo possuem aspectos místicos associados a eles desde os tempos remotos. 230
Unindo-se os dois em que resultará? O leitor se surpreenderá: no símbolo do marxismo! E não haveria algo de místico em um símbolo formado pela união de dois outros objetos tão místicos quanto a foice e o martelo? É de se esperar, logicamente, que sim vemos, por exemplo, que a bandeira indiana ostenta o símbolo da revolução pacífica de Gandhi: a roda da roca de fiar. Era através da fiação manual que Gandhi esperava desenvolver a Índia de então. Por esse motivo, a roda da roca de fiar, figurando na bandeira da Índia. Independente, simboliza a Revolução Indiana, a identidade e a própria dignidade dos indianos. Na bandeira comunista vemos, além das cores, o símbolo da foice do martelo cruzado e também uma estrela (analisaremos a estrela a seguir). Vimos que a foice e o martelo simbolizam, separadamente, destruição (o martelo) e morte (a foice). Juntos, eles compõem a figura de um tridente (?). Antes de dizer qualquer coisa, sugiro ao leitor que faça um desenho do símbolo do marxismo ao lado de uma tridente, suprima o cabo da foice a cabeça do martelo e os observe. Quer queira ver ou não, lá estará traçado o desenho de um “garfo” com três pontas exatamente. O símbolo maior do satanás bíblico. Será isso mera coincidência? Talvez sim. Mas observe-se que existe uma vasta simbologia mística associada ao tridente. Vejamos alguns exemplos: a)
Na Bíblia (Apoc.19:15), a palavra “mar”, simboliza um mundo de homens impuros. Na mitologia grega existe a figura de Netuno, o deus do mar. Como anteriormente expusemos, há uma íntima similaridade entre a historiografia bíblica e a mitologia grega. Naturalmente, essa similaridade se estende às suas simbologias. Desse modo, o tridente está associado a um deus de homens impuros. Portanto, um falso deus.
b)
Um outro interessante dado refere-se a uma figura folclórica e mística, vestindo vermelho e preto, com dois cornos na cabeça, uma cauda-deflecha e um tridente na mão: o diabo. Nas mãos dessa figura (também chamada Satanás), o tridente representa um cetro. Obviamente, o cetro de um “rei do mal”, ao qual Jesus se referiu como “o príncipe das trevas” e dizendo que “o deus desse mundo cegou a inteligência dos incrédulos.” Lembramo-nos de que os comunistas são incrédulos ateus. Vemos pois, que o tridente, de alguma forma, acha-se associado ao ‘deus do mal”, ao ateísmo e o símbolo do comunismo.
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c)
O tridente está também direta e claramente relacionado com a umbanda e a magia negra. É um dos objetos mais utilizados nos rituais e representa sempre as forças do mal. É comum observar-se o tridente nas mãos dos exus, os espíritos do mal. Por outro lado, os dentes-deanzol do tridente compõem um objeto perfurante altamente destrutivo: uma vez introduzido no corpo da presa, torna-se praticamente impossível a sua retirada. Por esse motivo é empregado nas flechas, anzóis e arpões. Ao analisarmos o comportamento cruel dos comunistas e conhecendo o fato de que nenhuma nação invadida por eles jamais se libertou (com exceção da ilha de Granada que foi libertada pelos estados Unidos), não poderemos ignorar uma provável associação do tridente com a foice e o martelo do símbolo comunista.
Quando estive na Inglaterra, visitando o Palácio de Buckinghan, fiquei muito interessado em duas estátuas de uma praça localizada em frete ao palácio; as estátuas de um ferreiro com um martelo, e de uma camponesa com uma foice nas mãos. Pensando naquelas estátuas e tentando encontrar nelas alguma relação com os símbolos marxistas da foice e do martelo, percebi que o martelo está relacionado com o masculino; e a foice, com o feminino. Lembrei-me também que a Rússia é simbolizada por uma imensa estátua feminina à qual os russos chamam “Mãe Rússia.” Na psicologia freudiana caracterizada por um forte simbolismo, todos os objetos curvos simbolizam a vulva, e todos os objetos retilíneos, o falo (ainda que não corresponde à verdade. Há aí uma comparação coerente). A foice possui uma forma convexa, o que indica feminilidade. O martelo é retilíneo, o que denota a sua relação com a masculinidade. Há, inclusive, um dito popular “bater o martelo”, que significa copular. O que vem fortalecer essa análise. Recordemos que ao analisarmos a foice e o martelo separadamente, ficou demonstrado que representam o masculino e o feminino. Relacionando o que foi dito, com símbolo marxista da foice e do martelo, podemos deduzir que ele também significa (misteriosamente), um ato sexual! O retilíneo e o curvo interpenetrados. Se tal analogia for verossímil, o símbolo da foice e o martelo revelariam um ser masculino e uma figura feminina em um ato sexual centralizados no deus do tridente! A Bíblia fala, no livro do Apocalipse, de uma mulher vestida de vermelho e sentada sobre muitas águas, que são povos, nações e reis. Marques da Cruz em seu livro (já citado), afirma que a Europa tem a forma de uma mulher assenta sobre uma massa tosca — a Rússia, que é 232
simbolizada por uma imensa estátua feminina com uma espada na mão; o povo russo costuma chamá-la de “Mãe Rússia.” Arnold Toynbee, em seu livro Humanidade e a Mãe Terra, clarifica a figuração de que a Terra é nossa mãe. Esse mesmo modo de pensar é encontrado em vários sistemas de pensamento orientais. Enfim, de tudo o que foi dito podemos perceber que a palavra “mãe” está associada à Terra, e concluímos que os russos consideram a terra russa como a sua terra-mãe; o lado feminino. Por outro lado, sabemos que a palavra “martelo” simboliza o lado masculino. Jeremias disse que o “o martelo que arrasava a Terra foi quebrado.” O martelo aqui representa um personagem masculino que dominava e massacrava a Terra. Em outro trecho, a Bíblia diz que “foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente que dominava a Terra.” Parece-nos que o martelo e a serpente são símbolos de um mesmo personagem masculino. O apocalipse cap. 12 nos diz que a serpente recebe o nome de Satanás. O livro de Jó, cap. I, nos informa que o Satanás é um personagem mau que causa dor e devastação na Terra. Logo, martelo = masculino = serpente = Satanás! Deixo o questionamento ao critério do leitor. Temos então: foice = feminina = Rússia = mãe; e martelo = masculino = satanás = pai! A macrobiótica e outros sistemas de pensamento orientais costumam afirmar que Deus é nosso Pai. O Cristianismo também possui o mesmo ensinamento. Em conclusão, se para o Cristianismo a Terra simboliza a Nossa Mãe Verdadeira, e Deus o Nosso Pai Verdadeiro, para o marxismo, a Rússia simboliza a mãe, e satanás, o pai. Sei parece absurdo, mas pelos frutos se conhecem as árvores. As obras do comunismo nos 70 anos em que vigorou como sistema social na Terra massacraram mais de 150 milhões de pessoas inocentes, criando um rio de suor, lágrimas e sangue como jamais se viu na história humana. Tais atos podem ser classificados como o leitor quiser, mas jamais poderão ser classificados como humanos ou divinos. A estrela O leitor já deve ter notado que a estrela á um outro importante símbolo do marxismo. Curiosamente, este símbolo é deixado um pouco na sombra; numa posição meio discreta, como se não significasse muita coisa. Acontece, porem, que a historia não é bem assim. A estrela é um dos mais importantes símbolos místicos do marxismo. O leitor já viu nas boinas dos guerreiros, nas bandeiras dos paises comunistas (especialmente da União Soviética), nas torres do Cremilin e, conforme o artigo Os Novos Ritos dos 233
cidadãos Soviéticos, nos pescoços das crianças russas. Naturalmente, para que essa estrela apareça tanto no comportamento comunista, deve haver algum motivo sub-reptício envolvido com ele.” Vamos ver. A estrela também aparece na umbanda, nas chamadas “guias’. Rudolfh Koch (editora Renes-Rio), no Livro dos Símbolos, define o significado de várias estrelas. Vejamos alguns dos trechos do seu livro: “Algumas estrelas desconhecem-se o seu significado. A estrela de oito pontas feitas com dois quadrados é o seu símbolo da destruição e desordem, onde toda concórdia desaparece e confusão toma o lugar da harmonia...” “A estrela de cinco pontas pertence aos tempos mais primitivos da humanidade. É mais antigo que os caracteres escritos. Os sacerdotes celtas, chamavam-na ‘O Pé da Feiticeira’; na Idade Media era conhecida como ‘Selo de Salomão’ (rei judeu que teve 1.000 mulheres); entre druidas, era ‘o sinal da divindade’; era considerado entre os babilônicos como talismã...” Hans Holzer em seu livro A Verdade sobre a Bruxaria (Editora Record), dá as fórmulas para a cerimônias de iniciação, o que ele chama de “velha religião”: “O primeiro passo é a arrumação do altar. Neste caso é simplesmente uma pequena mesa coberta de tecido preto, com os lados maiores apontando o norte e sul... Em seguida um pentagrama, uma estrela de cinco pontas, é desenhado no interior de um circulo de uns 30 centímetros de diâmetro e colocado no centro do altar. O pentagrama — a estrela de cinco pontas —, há muito tempo, é o símbolo da feitiçaria. São muitos os atributos simbólicos e as explicações referentes a esta estrela. É, antes de mais nada, o ideograma, como dizem os orientais, da Antiga Religião, da mesma maneira que a cruz o é para o Cristianismo... Existe uma maneira particular de desenhá-lo, apontando para leste esquerda), com uma abertura deixada na porção inferior esquerda do símbolo... Põe-se uma espada no lado oeste do altar e uma segunda vela acesa no centro da estrela...” “ O uso de pedras, amuletos e talismãs, os chamados “objetos de poder”, sempre foi utilizado pela tradição mágica de todas as civilizações... Representam o elo concreto entre o ser humano e as forças sobrenaturais... o lado mais íntimo da constituição psíquica do homem reage à música e à poesia, mas sua manifestação inconsciente se faz através de imagens e símbolos. Os ocultistas acham que as imagens dos objetos têm poder em si 234
mesmo... A estrela de cinco pontas — pentagrama —, é um dos mais carismáticos. Pitágoras lhe atribuía uma série de propriedades místicas e míticas. Na Idade Média ela já aparecia nos anéis dos magos e era considerada o símbolo fundamental para a inovação de espírito...” Como se pode ser, a estrela é um símbolo remoto que traz em si um profundo mistério. Representa ao mesmo tempo uma “divindade” e um símbolo satânico. Em alguns casos representa destruição e discórdia. Remontando à Bíblia como um livro místico da antiguidade, encontramos referencias às estrelas e ao sol. O livro de Malaquias 4,5, diz: “Mas para que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça e salvação trará debaixo de suas asas...” Neste e em vários outros trechos bíblicos a palavra sol indica alguém; um salvador. O livro de Miqueias 5, 1 diz que esse salvador nasceria em Belém. Logo, o “Sol da Justiça” simboliza um ser humano. No livro de Isaías 14, 12-15, está escrito: “Como caíste do céu, estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançada por terra, tu que debilitava as nações! E tu dizias no teu coração: eu subirei ao céu, acima das estrela de Deus, exaltarei o meu trono e acenar-me-ei no alto da congregação, da banda dos lados do norte. Subirei acima das nuvens mais altas e serei semelhantes ao Altíssimo. Contudo, levado serás ao abismo. Os que te virem te contemplarão, e dirão: é este o varão que fazia estremecer a Terra, e que fazia tremer os reinos? É este o varão que punha o mundo como um deserto,e assolava as suas cidades sob o seu cativeiro? Eis que és lançado por terra como um renovo abominável; como as vestes dos mortos atravessados à espada...” Neste texto bíblico vê-se claramente que a expressão “estrela da manhã” refere-se a um varão, a um ser masculino que dominava a Terra e humanidade; que aspirou subir acima das “estrelas de Deus” (os homens); sentar-se no alto norte e torna-se igual ao Altíssimo (Deus); torna-se um deus. Retomando alguns dos trechos anteriores, vimos que a estrela de cinco pontas entre os druidas era símbolo da divindade. O novo rito soviético de trocar a cruz pela estrela no pescoço das crianças e dizer-lhes “que esta estrela guie todos os seus passos...” é realmente intrigante. Quando a estrela aparece sendo venerada sendo na umbanda, em que diversos ritos incluem velas e animais pretos, imagens de seres com chifres, vestidos de vermelho e preto e portando tridentes es espadas (os exus), onde o tabagismo e o alcoolismo são bem vistos; quando a estrela aparece como talismã entre os babilônicos (povos depravado, invasor e idólatra, símbolo da perseguição religiosa); quando ela aparece como símbolo da desordem, da desarmonia e da destruição, tudo que se relaciona com a estrela simbólica do marxismo, 235
que tanta desordem e destruição tem na Terra, torna-se por demais importante para ser ignorada. Se vista como um deus, a estrela representa, sem dúvidas, um deus do mal; um antideus. Voltando à Bíblia, devemos esclarecer que a “estrela da manhã” que caiu do céu (desceu do bem para o mal) é um varão, um ser masculino. Vimos anteriormente que a astuta “serpente” também simboliza um ser masculino que, conforme o livro do Gênesis, cap. 3, enganou a mulher fazendo-a provar de um certo fruto, corrompendo-a e afastando-a de Deus, da alegria e da paz. Vimos já que a serpente é satanás. Logo, serpente = Satanás = estrela. Dessa forma a estrela aparece como símbolo da falsa divindade. Ou seja, de um antideus (Jesus disse: “O deus desse mundo cegou a inteligência doa ateus — incrédulos”). Bastará ao leitor uma simples pesquisa quanto aos ensinamentos práticos e frutos do marxismo na Terra, e essa conclusão não parecerá tão distante da realidade contemporânea. O punho fechado Sobre esse tópico não serão necessárias muitas palavras. Ele, por si só, é evidente. O punho fechado simboliza força, luta, agressão e violência. Para Marx e os principais lideres marxistas, a violência era a única forma de transformar a sociedade. Por outro lado, o martelo é uma imagem-cópia do próprio punho humano fechados. Os imperadores romanos possuíam uma forma especial de cumprimento, no qual os seus súditos estendiam a braços para frente na altura dos ombros e, de mão aberta, diziam: “Ave César!”, trazendo em seguida a mão fechada até o peio esquerdo acima do coração. Este gesto simbolizava respeito e amor. Os imperadores romanos consideravam-se divinos até a época do imperador Constantino. Curiosamente, Hitler instituiu um cumprimento semelhante, no qual os seus subalternos estendiam o braço para frente, à altura da cabeça, com a mão estirada e rija e gritavam: “Hei, Hitler!.” Em seguida, desciam as mãos para a posição de sentido. O punho fechado é um gesto de impaciência e irritação, de desobediência e rebelião. Por vezes chega a tomar um sentido obsceno ou de atrevimento. Seja como for, o punho fechado é um gesto negativo. Punho fechado é o mesmo que mão fechada, o que significa egoísmo, avareza, opressão, aprisionamento e brutalidade. É um gesto feio, negativo, indelicado e desagradável, que parece simbolizar todos os valores antihumanos. Naturalmente, não é um gesto muito apreciado que venha inspirar coisas para a paz e a felicidade humanas, nem tampouco poderá ser 236
defendido pelo marxismo como um gesto simbólico para a confiança, o estímulo e a vitória, pois com os seres humanos, o que os impulsiona é basicamente a emoção. O punho fechado simboliza mais característica a força, a agressão e a violência. Atitudes que, para serem tomados, requerem a fúria e o ódio como forças antecedentes e propulsoras. Isto, nós já pudemos comprovar, o marxismo é capaz de gerar.
Capítulo 22 O MARXISMO SEGUNDO N OSTRADAMUS
Faremos agora uma demonstração de alguns trechos das profecias de Nostradamus, comentadas por seu mais importante e famoso intérprete, o francês Jean Charles de Fontbrune, em sua grande obra Nostradamus — Historiador e Profeta (Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro — 1980). Muitos estudiosos contempo-râneos, ao tomarem conhecimento das palavras de Nostradamus, ficaram impressionados com a precisão com que se vêm cumprindo ao logo dos séculos. Eu próprio empreendi esse estudo e pesquisa, orientado pela busca dos aspectos místicos das profecias sobre os destinos da humanidade e, especialmente, pelas palavras sobre o marxismo, escritas por volta do ano 1550, quando contava 44anos. Michel de Nostradame, nasceu a 14 de dezembro de 1503, em Saint-Rémy de Provence, uma pequena cidade entre Avignon e Arles, no sudeste da França. 237
Foi um cristão. Obteve seu bacharelado de medicina e doutourou-se na Universidade de Montpelier. Creio que as maiores autoridades do mundo que o estudaram, respeitam-no como um místico extraordinário. Provavelmente, ele possuía alta capacidade de comunicação metafísica que lhe permitiu prever com precisão cientifica a história da humanidade a partir do século XVI. A importância de Nostradamus aparece na medida em que foi capaz de prever com detalhes o aparecimento e comportamento do marxismo. Por tratar da relação marxismo e ocultismo, e por Nostradamus ter citado o marxismocomunismo-sopcialismo desde a segunda metade do século XVI, é que o incluímos nessa obra. Estudemos às centúrias de Nostradamus sobre o marxismo. “Eis o mês notável pelas desgraças que trará. Todos aqueles da bandeira vermelha trarão a morte, a doença, a fome e a guerra civil. Os seus oponentes serão condenados ao exílio e não será possível controlar a morte dos grandes que permanecerá secreta.”(Presságio 89) Dessa forma Nostradamus, traduzindo por Fontbrune, previu a revolução russa em outubro de 1917. Houve de fato morte, doença, fome e guerra civil. Os oponentes de Lênin tiveram que se exilar, e até hoje não se sabe com certeza o que aconteceu com a família imperial russa. “O poder será mudado na Hungria pela vida e pela morte. A lei será mais impiedosa que os costumes. A Grande Cidade ficará cheia de gemidos e gritos. Os irmãos serão inimigos no teatro da luta.” (quadra 90, segunda centúria) A 23 de outubro de 1956, em Budapeste, capital da Hungria, estoura uma revolução contra o poder ditatorial da União Soviética. O governo húngaro decide se desligar do Pacto de Varsóvia e pede è Organização das Nações Unidas que reconheça a Hungria como um estado Neutro. Três dias depois, os tanques soviéticos cercaram Budapeste, 25mil pessoas morreram na Hungria e foi instalado um governo fiel a Moscou. “No ano de 1999, sete meses (julho), virá pelos ares um grande chefe apavorante — que fará reviver o grande conquistador Angolmois —, antes e depois da guerra reinará a felicidade.” (quadra 72, décima centúria) O grande conquistador de Angolmois foi Átila, o huno; fato que que mais uma vez confirmaria a tese de que o anticristo seria um líder político militar e não-cristão. Outra curiosidade relacionada a essa quadra: desde a Bíblia, sabe-se que o numero da chamada besta do apocalipse é 666, número que foi usado por Aleister Crowlev como seu próprio símbolo. O número 238
1999 e 666 são algarismo, no mínimo, parecido. Cabe lembrar aqui o filosofo ateu Nietszche, e sua obra principal O Anticristo, na qual anuncia a morte de Deus e defende que, para surgir o Super-Homem, cada homem deverá se tornar um anticristo. Nierszche é um dos filósofos prediletos dos marxistas. “O movimento das forças russas — os ventos do norte: o império do norte — fará o papa deixa Roma. Lançará por Terra, reduzindo-os a cinzas, os muros de gessos, cal e poeira. Mas a revolução que virá em seguida será para eles uma armadilha. Um último socorro irá ao seu encontro, em suas fronteiras.” (quadra 99, nona centúria) Para Fontbrune a seqüência do fim do papado está diretamente relacionada com os comunistas. João Paulo II fugirá para a França e surgirá um cometa que será o sinal (Halley?). O Vaticano será destruído, suas riquezas roubadas e o papa assassinado pelos comunistas. “Papa romano, não te aproximes da cidade que é banhada por dois rios (Lyon — França). Teu sangue e dos teus correrá perto desse lugar, quando a esquerda subir ao poder.” (quadra 97, segunda centúria) “Quando o socialismo estiver no poder no meio dos burgueses, o sangue do povo correrá por causa de novos atos. Para dizer a verdade, a liberdade de expressão desaparecerá.” (quadra 96, quinta centúria) Fontbrune interpretou a quadra acima significando que a subida do comunismo ao poder traria guerra à Europa. “No ano em que estiverem preste a se afastar do engano, as duas maiores potencias da Ásia — URSS e países árabes — chegarão até o Danúbio. Haverá então, gritos e choro em Malta e no golfo de Gênova.” (quadra 68, quarta centúria) Nesta quadra Nostradamus, segundo Fontbrune, previu uma invasão russo-mulçumana na Europa. Todos esses fatos deverão ocorrer durante o reinado do papa atual e serão o início da III Guerra. “O choro, os gritos, as lamentações, os clamores de terror se farão ouvir por causa de um personagem desumano, cruel, odioso e terrível; na Suíça, nas ilhas britânicas e entre os dirigentes da Itália. Onde ele fará correr sangue. Trará frio e fome ele não terá misericórdia de ninguém.”(quadra 81, sexta centúria) Esse líder terrível, frio e desumano que sugira para destruir a civilização que deu origem ao ocidente e à Europa, Nostradamus não 239
esclarece quem será. O certo é que virá para tentar destruir tudo o que representa o mundo ocidental. Provavelmente, trata-se de um líder comunista. “A Grande Cidade será devastada. Nenhum dos seus habitantes permanecerá. Os edifícios, as igrejas, serão destruídos, as mulheres e as moças serão violadas pelo ferro da guerra, o fogo, a doença, a artilharia, o povo da Grande Cidade morrerá.” (quadra 84, terceira centúria) Para Fontbrune, a “Grande Cidade” é Paris. Todos os outros intérpretes discordam dele. Sabe-se porem que as ideias inglesas conduziram à fundação da América e Washingtom — A Nova Londres. Do mesmo modo, as ideias francesas inspiraram a revolução comunista russa. Assim, a “grande Cidade” poderá ser Moscou — a Nova Paris. Nostradamus foi um fiel e ardoroso cristão que viu o amanha com séculos de antecedência. Em suas visões ele viu o marxismo-comunismosocialismo como um fenômeno místico relacionado com a negação de Deus, da religião e caracterizado pela crueldade. Sem duvida, as centúrias de Nostradamus fornecem mais um impressionante dado sobre a face mística do marxismo. Nsotradamus previu com precisão extraordinária o aparecimento e as características do comunismo 440 anos atrás! Este fato vem nos confirmar que o aparecimento do marxismo é daqueles fenômenos aos quais as religiões se referem e que ocorrerão nos últimos dias — no tempo do julgamento da humanidade, segundo os cristãos.
Capítulo 23 MARXISMO & CRISTIANISMO
Conforme abordado na Introdução, retomamos agora o tema marxismo vs Cristianismo. Iremos utilizar para tanto a excelente obra Marxismo e Religião do professor Heraldo Barbuy, porque julgamos que tão preciosa abordagem deveria ser mais lida e amplamente conhecida do grande público brasileiro. Sem contar o seu significativo valor no combate à “fé marxista.” Anticristianismo O marxismo adquiriu força e expansão devido à sua pretensão de ser a última e a única explicação do Cosmos e da história humana. Ocorre, 240
porém, que longe de ser uma nova visão, o marxismo é uma cópia ateia do Cristianismo. É aí que entra em cena o ponto de interesse que pretendemos destacar nesse capítulo: por que um anticristianismo? Por que não um antibudismo, um anticonfucionismo ou um antibramanismo? Por que não um somatório desses três últimos, haja vista que os três possuem visões mais propícias à identificação com o materialismo? A saber: o Budismo enfatiza a autoperfeição; o Confucionismo, a ética familiar; enquanto o Bramanismo retém elementos do animismo materialista primitivo. Marx conhecia muito bem as religiões. Ele foi um estudioso sagaz. Queria uma religião que possuísse uma visão universalista, pois queria atingir a sociedade e o homem por inteiro. O Cristianismo, com a visão da Origem. Do Universo, Queda Humana e da Historia da Restauração, era o modelo apropriado para a construção da pseudo-religião que pretendia criar. Sabia que um simples sistema filosófico não poderia resolver o problema. Teria que utilizar a poderosa força das religiões. Assim como Augusto Comte que, concordando com as ideias de Saint-Simom quanto à criação de uma Nova Religião da Humanidade, procurou conscientemente criar a tal religião. Marx, também materialista e ateísta, foi um estudioso e admirador de Sainr-Simom, e provavelmente procurou fazer o mesmo. A filosofia é o pensamento voltado par aa busca da verdade. As mensagens religiosas são o pensamento voltado para a vida prática. E era exatamente isto que Marx desejava: não apenas pensar o mundo, mas transformá-lo. Por esses motivos, não cremos que o fato de o marxismo tomar uma forma tão similar ao Cristianismo tenha sido produto de mera casualidade, e independente da vontade de Marx. Do modo como não foi com SaintSimom, Augusto Comte e Antonio Gramsci, entre outros. O professor Barbuy escreveu: “O marxismo se revela, desde o primeiro exame, como heresia típica do Cristianismo. É, no seu conjunto, a versão herética mais recente dos dogmas básicos do Cristianismo, a partir do dogma cristão da existência da Humanidade e da concepção do homem... No marxismo, tanto as proposições inverificáveis, quanto as que foram refutadas pela prática, funcionam como um sistema religioso. As críticas racionais e a contestação do marxismo pelos fatos, têm sido completamente inúteis em face da eficiência que o sistema tira dói seu caráter religioso. Não se dá com o marxismo o que se dá com os sistemas científicos, que perderam a vigência desde que não mais coincidiram com realidade. Os grandes credos coletivos não vivem pela força de suas supostas verdades ou erros científicos, e sim pela fé que despertam. O marxismo é uma religião modernizada — isto é — que se apresenta como cientifico — e o seu 241
principal autor é uma espécie de profeta bíblico, que retorna certos temas do Antigo e do Novo Testamento: tem suas noções próprias da catástrofe purificadora, do Juízo Final e da Redenção da Humanidade. É uma religião que, ao contrario das demais (que se fundam em elementos divinos e transcendentais), está centrada exclusivamente no Homem e cuja finalidade é a ação revolucionária redentora. Suas mensagens consistem em pregar a revolução total, que deve expurgar do mundo todas as alienações que o infelicitam. Para tanto, esse novo credo deve fornecer ao adepto e ao iniciado um método seguro de ação, apoiado numa visão “científica” da natureza, da história e da sociedade.” Citando Vilfredo Pareto, na obra Lês Systèmes Socialista, o professor Barbuy escreveu: “Pareto, depois de mostrar as contradições e as inanidades de O Capital, argumento que o marxismo prospera, não como filosofia da historia, nem como sociologia, nem como teoria econômica, e sim como uma forma de religião.” A seguir transcreveremos alguns trechos da obra do professor Babuy, a fim de evidenciar sua opinião quanto à semelhança marxismoCristianismo. Para ele, assim como para nós esse fato foi mera casualidade. Foi antes um plano articulado. Se consciente ou inconsciente, se por Marx ou por alguém através dele, são questões subjetivas que competem aos leitores. Vamos aos trechos. “Essa nova religião, denominada’ socialismo científico’ tem, nas obras de Marx e Engels, com suas omissões sobre pontos importantes da doutrina, e com suas obscuridades emocionantes, a sua Escritura Santa, a sua nova revelação, cujo centro é O Capital.” Sertillanges, entre outros (Lê Christianisme et lês Philophes, Aubier, 2a. ed., vol. II, pág. 218 a 224), estabelece alguma correlação entre o marxismo e o Cristianismo. E tudo leva a crer que o marxismo, efetivamente, não é apenas uma nova religião , em sentido genérico, e sim uma heresia típica de certos dados fundamentais do Cristianismo.” “Quando justamente a Igreja (o Cristianismo) na soube cooptar as massas operarias recém-constituídas, o marxismo pôde vingar como sucedâneo e como heresia da mesma religião cujos pressupostos explora” (pág. 48).
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“O marxismo não quer ser uma religião que engane as massas... no fundo, quer ser uma correção dos erros praticados pelo Cristianismo. Condenando o Cristianismo como religião que aliena o homem, o marxismo quer ocupar o seu lugar” (pág. 49). “O Cristianismo deu às noções de Homo e Humanistas os seus caracteres essenciais, que são intrínsecos à visão cristã. A noção de Humanidade era provavelmente estranha aos povos, raças e grupos humanos primitivos. Quando dizemos que o marxismo é a última versão herética da religião cristã, queremos dizer que ele desenvolve ideias tipicamente cristãs; que seu poder de sedução não vem do seu caráter cientifico, e sim de que está decalcado sobre as imagens do subconsciente cristão.” (págs. 81 e 82) “Nas religiões pré-cristãs, os homens se faziam deuses; no Cristianismo é Deus que se faz homem e redime a espécie inteira... O Cristianismo é realmente, de todas as religiões que vieram a dominar o mundo, a primeira e única religião que se dirige a todos os homens, acima das raças, culturas, classes e cestas.” “O marxismo não somente foi o único progressismo do século XIX que sobreviveu, como ainda encampou todas os ideais utópicos da filantropia, do socialismo e do comunismo que existiram antes dele, dandolhes uma direção única. Conseguiu ser a religião de todos aqueles que se debruçavam sobre as misérias do mundo, e de todos aqueles que negam a existência de Deus, pondo a Humanidade no Seu lugar..”. (pág. 85). Ao longo das páginas deste livro, fundamentado em uma farta bibliografia de mais de 100 obras e centenas de artigos, creio haver demonstrado que o marxismo verdadeiramente assumiu a forma da “Nova Religião da Humanidade” tão ardorosamente desejada expressamente por Saint-Simon, Comte e tantos outros pensadores materialista ateus. Como religião da humanidade, o marxismo não poderia ser a religião dos indivíduos. No Cristianismo a ideias de Humanidade sempre foi considerado um conceito abstrato. Uma representação coletiva dos seus humanos como indivíduos, que são a única e verdadeira realidade. A crença na individualidade humana como ser dual espírito-matéria. Com valores absolutos acima do social, econômico e político, como imagem individual visível e finita do Criador, provem dos mais íntimos fundamentos da concepção cristã do Universo. Essa esplendorosa realidade do ser humano 243
como filho de Deus, feito à imagem e semelhança do Seu Pai, é completamente desprezada pela pseudo-religião marxista. Esta, cultuando a humanidade — um coletivo irreal —, investe contra o homem e contra Deus, propondo a substituição do Culto a Deus como criador e pai dos homens, pelo Culto à Humanidade. Este detalhe pode parecer insignificante se olharmos de passagem, mas se nos detivermos para analisar as suas implicações, desceremos mais uma das cortinas que encobrem a natureza mística do marxismo. Se não vejamos. O deus-proletariado e a história Para o marxismo-comunismo-socialismo o proletariado ocupa a posição de um messias puro, ingênuo e libertador. No marxismo o proletário é o único agente socialcapaz de redimir a humanidade porque nunca fez parte da burguesia capitalista corrompida. Obviamente, o marxismo mente, pois a chamada burguesia capitalista se originou precisamente das atibvidades mercantilistas dos servos nos burgos (feiras-livres) medievais. Todavia, isto não parece importar aos marxistas, pois sua meta é o poder políticoeconômico absoluto. O Cristianismo concebe a história humana como o caminhar do homem apartado de Deus. Sem a orientação divina, o homem não construiu sua verdadeira história. Em seu lugar, construiu uma história de sofrimentos, violências e ateísmo. Portanto, o vivemos ate o presente é ainda uma fase pré-histórica. A verdadeira história humana começará quando o homem for religado a Deus; o que ocorrerá, especialmente, através do Cristianismo com sua visão messiânica e apocalíptica. A entrada de Deus na história, um elemento totalmente novo, modificará radicalmente todos os comportamentos e instituições humanas. Assim, a história que vai surgir a partir desse acontecimento, será uma história de fé, amor e verdade. Em união com Deus, os homens construirão o céu onde hoje ergue-se o inferno. Paralelamente, o marxismo faz essa mesma afirmação com relação ao proletariado. Marx vê o proletariado como um elemento puro e incorruptível. Ele é uma classe completamente nova que jamais pertenceu à burguesia, ao clero ou à nobreza; estando portanto, livre das suas impurezas. O proletariado é o homem quase ao nível de espécie. Vejamos algumas palavras do professor Heraldo Barbuy sobre o tema: “Porque o proletariado, de acordo com o Manifesto Comunista, não é uma classe como as demais, que lutam pela sua predominância da 244
história, é a negação de tudo, a negação total... o proletariado não é apenas a antítese ou contradição da burguesia. É também a classe que pela sua falta de caráter e inserção, instaurará uma ordem de coisas em que não mais haverá história, pelo menos no sentido em que habitualmente falamos de história. Marx disse mais de uma vez que o que nós chamamos de história não passa de pré-história... E o que ele chama de história, será tudo menos a nossa história: a sua história, não há de ser uma história de lutas de classes, nem de batalhas, nem de impérios que vão e vêm, nem de Estados, nem de heróis. Há de estar, certamente, fora do que nós chamamos tempo e temporalidade. Essa história marxista há de ser uma história extratemporal, posta num reino místico, fabuloso, fora de todos os tempos conhecidos e cognoscíveis... E o proletariado, classe messiânica, negação de tudo quanto existiu até hoje, há de instaurar esse reino edênico..”. Vemos assim que, do mesmo modo como o Cristianismo concebe a entrada de Deus na história seguida de uma transformação radical na ordem mundial, o marxismo apresenta uma concepção semelhante com relação à entrada do proletariado na história. Podando, podemos concluir que para o marxismo, o proletariado é uma outra manifestação de Deus (a outra é o trabalho). Poderíamos ainda, a partir dessa conclusão, extrair uma inferência bem mais importante: a de que, uma vez que o proletariado é Deus, a democracia — o governo do povo, do proletariado — é uma forma substituta menos em partes, as razoes místicas pela quais os comunistas ateus utilizam tanto a palavra povo (ela é como a palavra Deus para os cristãos) Todas essas conclusões nos levam a recordar as revoluções de caráter puramente humanista (Revolução Francesa, Revolução Comunista, Revolução Nazista, etc), resultaram sempre em totalitarismo e terrorismo anti-religioso (antideusista) e anti-humano. Foram, portanto, falsas revoluções. Por outro lado, as revoluções de caráter teísta-humanista (Reforma Protestante, Revolução gloriosa, Revolução Puritana, Revolução Americana, etc), sempre produziram resultados positivos. Por quê? Talvez pudéssemos dizer que sem amor e sem verdade — sem Deus —, não há verdadeira revolução, porque não há revolução no homem. Assim, como o leitor pôde ver, a substituição do culto ao Deus bíblico pelo culto à humanidade revela mais uma das faces da relação marxismo versus ocultismo.
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Capítulo 24 O MARXISMO, A R ÚSSIA E A B ÍBLIA
Até aqui ficou demonstrada a incrível semelhança e “coincidência” entre o Cristianismo e o marxismo. Dando segmento à nossa análise, iremos tentar encontrar alguma relação entre o marxismo e alguns trechos especiais da Bíblia.
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Iniciaremos analisando o livro do Gênesis. No capítulo III, o Gênesis fala acerca de uma serpente traiçoeira, que trazia induzido a mulher a desobedecer a e a trair o Seu Criador. Vejamos o trecho: “Ora a serpente era mais astuta que todas os seres que o Senhor Deus havia criado. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda arvores do jardim? E disse a mulher à serpente: Não, do fruto das arvores do jardim comeremos; mas do fruto da arvore que está nomeio do jardim, disse Deus: Não comerei dele, nem tocarei para que não morrais. Então disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos e sereis como Deus, sabendo o Bem o Mal.” (Gen. 3, 1-5). Vamos analisar mais detidamente essa estranha narrativa. Afinal sabemos que serpentes não são racionais, nem dotadas de tão alto grau de emotividade a ponto de falar e expressar vontades. Isto pressupõe a presença de inteligência e motivação sentimental semelhante aos seres humanos. Portanto, a serpente é uma figura de linguagem que representa um ser dotado de inteligência, emoção e vontade. Mais ainda, superior à inteligência humana, haja vista que conseguiu enganar a mulher. Esclarecido esse ponto, analisemos as palavras e a motivação sentimental da tal “serpente.” Um primeiro detalhe pode ser observado nas suas palavras “é assim que Deus disse: “Não comereis de toda a árvore do jardim?” Ao analisar o modo como a mulher lhe respondeu: Não! Apenas de uma árvore” notamos que a tal “serpente” exagerou em sua acusação. Destacaremos esse detalhe: a acusação exagerada. Esta foi a primeira atitude estranha da tal “serpente.” Numa segunda etapa a “serpente” disse novamente à mulher: “Certamente não morrereis.” O que ele quis dizer com essa frase? Simplesmente que Deus era um mentiroso e estava tentava enganá-lo! Ora, com essa frase a “serpente” fez nascer a desconfiança no coração da mulher contra Deus. Destaquemos mais um detalhe: despertar a desconfiança. Essa foi a segunda atitude da ‘serpente.” Ela continuou e disse à mulher: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, conhecedores do Bem e do Mal.” A essência dessas palavras esconde um significado profundamente místico. Com elas a “serpente” conseguiu despertar um poderoso sentimento de revolta no coração da mulher e levá-la à desobediência e rebelião contra Deus, o Ser que havia criado ofertado tudo que a rodeava. Nessas palavras a “serpente” insinuou que Deus era esperto, egoísta e queria as boas coisas 247
apenas para ele, enquanto que para a mulher ficava apenas a ignorância e a proibição. Deus estava ocultando a verdade por algum motivo mesquinho, inclusive lhe tirando a liberdade. Portanto, só lhe restava o caminho da revolta, da força e da violência! “Que Deus permita ou não, violarei o Seu mandamento. Comerei do fruto, desobedecerei e não me importam as conseqüências! Não quero ser enganada e escravizada. Quero liberdade e direito!” A essa altura o leitor deve estar se perguntando: o que tal narrativa tem a ver com o marxismo? Escrevo para crentes ou não. Assim sendo, ainda que o leitor não aceite a Bíblia como um documento histórico, mas como um livro lendário, épico ou mitológico, não haverá problema algum. Eu próprio poderia criar uma historieta semelhante à narrativa bíblica da Queda Humana, para ilustrar e exemplificar o que pretendo expor. Ocorre porém, que a Bíblia é um livro incomum que alterou decisivamente a história da humanidade. Um livro com 3.600 anos de idade que deve ser visto com o devido senso de ponderação e valor. Não se trata, portanto, de uma mera historieta inventada por individuo qualquer. O que me levou a descrever e a analisar a narrativa bíblica anterior foi a estranha coincidência e semelhança no comportamento da “serpente” bíblica e o comportamento comunista. Nessa semelhança está um dos aspectos místicos do marxismo. Se não, vejamos: ao que parece, todas as palavras de “serpente” dirigidas à mulher tinham a finalidade de separá-la de Deus. Nos três detalhes destacamos: a Acusação Exagerada, o Semeio da Desconfiança e o Semeio da Revolta. O resultado foi a desconfiança e a rebelião. Ao analisarmos o comportamento de um marxista militante, vemolo comportar-se de modo similar ao comportamento da “serpente.” Ao infiltrar-se em uma fábrica qualquer, a finalidade desse comunista profissional é semear a desconfiança, provocar separação criando grupos antagônicos e induzindo-os à rebelião contra os proprietários da fábrica. E como criam essa situação? Acusação exageradamente os proprietários das fábricas de serem injustos, despertando a total desconfiança dos trabalhadores por seus empregadores, levando-os à errônea ideia de que estão sendo enganados por parasitas egoístas e, finalmente, incitando-os à rebelião e à greve geral! O mesmo processo se aplica em relação a um país. Aos olhos dos trabalhadores, os comunistas são indivíduos justos e humanistas interessados unicamente no bem estar dos fracos e oprimidos. Na verdade, porém, os trabalhadores, para os comunistas, não passam de “inocentes úteis” na realização de seus propósitos subversivos voltados para a desestabilização e conquista do mundo ocidental cristão. Na narrativa 248
bíblica, a “serpente”, para a mulher, era boa e estava lutando pela sua felicidade e libertação do “jugo de Deus.” Todavia, a “serpente” na realidade a conduzia para a autodestruição. Tarde demais os camponeses e operários russos chineses e tantos outros, acordaram para a traiçoeira armadilha a que foram conduzidos por suas próprias mãos. Conforme as palavras de Lênin: “os ocidentais trabalharão arduamente pelo seu próprio suicídio.” Exatamente assim lhes sucedeu. Por que essa incrível coincidência entre o comportamento pernicioso e traiçoeiro da antiga “serpente”, citada no livro do Gênesis e o comportamento dos comunistas modernos? Estaria vendo coisas onde nada existe? Pode ser. Mas o fato está exposto à analise da razão Que cada um colha a sua conclusão pessoal. Prossigamos com nossa análise. O pastor Wurmbrand citou em seu trabalho uma estranha narrativa bíblica, e uma não menos estranha conclusão: “A Bíblia menciona alguma coisa muito misteriosa sobre uma certa igreja de Pérgamo. No apocalipse 2.13, há a seguinte narrativa: ‘conheço as tuas obras, e o lugar onde habitas, que é onde está o trono do Satanás...’ O mundialmente famoso Guia Turístico de Berlim, o livro Baedeker, dizia até 1944 que o museu Island possuía o altar de Pérgamo. Ele havia sido escavado por arqueólogos alemães e estivera no centro da capital nazista durante o Reich de Hitler. O jornal Svenska Dagbladet, de 27 de janeiro de 1948, conta que o exército vermelho soviético, após a conquista de Berlim, transportou o altar de Pérgamo para Moscou, e que o arquiteto Stjusev, que construiu o Maudoléu de Lênin, conheceu o altar em Berlim em 1924 e o tomou como modelo para a construção do sepulcro de Lênin. Surpreendentemente, esse altar não tem sido exibido em nenhum museu soviético... Ora, peças de tão alto valor arqueológico geralmente não desaparecem misteriosamente, mas são um orgulho para os museus que as exibem!” Lançamos um desafio aos leitores: com que finalidade o altar de Pérgamo foi transportado para a União Soviética? (Pois parece não possuir grande valor econômico); onde está atualmente e qual a relação existente entre a narrativa bíblica que fala sobre o altar de pérgamo e aquele do museu Island, que está escondido em algum lugar da sombria União Soviética? Os fatos aí estão para mais uma apreciação do leitor. Como já disse, as conclusões são pessoais. O livro Isaías 14:12-4 contém as seguintes palavras: “Então, caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançada por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: 249
Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, da banda dos lados nortes. Subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo abismo.” No seu já citado poema Invocação de Alguém em Desespero, Marx cita algumas estranhas palavras como :”desejo construir-me um trono...” Em um outro poema chamado Oulanem, escreveu coisas mais curiosas ainda: “Enquanto para nós ambos, o abismo se abre nas trevas... Arruinado, arruinado. Meu tempo esgotou-se... Este mundo que se avoluma entre mim e o abismo, eu o reduzirei a pedaços.. Você afundará, e eu seguirei gargalhando, sussurrando aos seus ouvidos: Desça, venha comigo amigo... E então mergulhará no nada absoluto...” Num trecho de Invocação de Alguém em Desespero, Marx escreveu: “Assim um deus tirou de mim tud. Na maldição e suplício do destino. Todos os meus mundos foram-se sem retorno! Nada me restou a não ser a vingança”** No poema A Donzela Pálida: “Assim, eu perdi o direito ao céu,sei disso perfeitamente. Minha alma,outrora fiel a Deus, Está destinada ao inferno.”** No poema citado no livro Marx antes do Marxismo: “Com desdém lançarei meu desafio bem na face do mundo,E verei o colapso deste gigante pigmeu cuja queda não extinguirá meu ardor. Então vagarei semelhante a um Deus, vitorioso, pelas ruínas do mundo. E, dando às minhas palavras uma força dinâmica, sentir-me-ei igual ao Criador.”** Todas essas palavras de Marx foram escritas no período mais confuso da sua vida; o período em que perdia a fé em Deus. Como é possível os trechos dos poemas marxista serem tão incrivelmente semelhante aos trechos Bíblicos anteriormente citados? O capítulo 14 do livro de Isaías fala de um personagem que perdera o direito ao céu e cheio de revolta, ódio e vingança, sentia prazer e alegria causando sofrimentos imensos à humanidade (Jó 1:3). Este alguém que perdeu o direito ao céu no mais profundo abismo, sonhava com um trono celeste acima das estrelas de Deus e que desejava tornar-se igual ao Altíssimo,
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parece estar falando através dos poemas de Marx durante a sua grande crise de fé e revolta. No trecho do livro de Isaías, o personagem chamado pelo pseudônimo de “estrela da manhã” fala sobre “as bandas do lado norte.” Curiosamente, os comunistas conquistaram o lado norte de várias nações: o Vietnam do Norte, a Coreia do Norte... A União Soviética fica situada no alto norte da Europa Oriental. Outro fator notável é o cognome de “esquerdistas” dado aos comunistas. O lado oriental do mundo fica localizado do hemisfério esquerdo. O lado oriental da Alemanha foi invadido pelo comunismo. Na Bíblia constam diversos trechos que se refere ao lado esquerdo como o lado negativo e do mal. No capítulo 48 do Gêneses, Jacó abençoa os filhos de José, Efraim e Manasses, invertendo as mãos e pousando a sua mão direita sobre a cabaça do filho mais novo e mão esquerda sobre o filho mais velho. Esta história bíblica parece indicar que o lado direito (o mais novo) acha-se mais próximo de Deus. Em toda a Bíblia, os grandes personagens possuem dois filhos especiais. Caim e Abel, Sem e Cam, Ismael e Isaque, Esaú e Jacó, Efraim e Manassés, etc. Em todos esses pares, o irmão mais agressivo. Em todos esses detalhes não podemos deixar de entrever aspectos místicos do marxismo. Por que o marxismo de declara esquerdista? A Bíblia apresenta esse lado como violento e agressivo; a agressão e a violência são traços essenciais do marxismo? Serão meras coincidências esses fatos? A mística Rússia Analisaremos agora alguma coisa sobre a Bíblia e a Rússia, primeiro país comunista da história. O escritor Marques da Cruz, no seu livro Profecias de Nostradamus (Editora Pensamento, São Paulo), ainda algumas profecias bíblicas que falam de ascensão e queda do comunismo na Rússia. Velamos alguns interessantes trechos: “A Bíblia diz que haverá muitos anticristos, os perseguidores da religião; mas destaca ‘o que se assentará como Deus no templo de Deus, querendo parecer Deus’, o que é singular, o Anticristo, o pior, o fim. Essa besta que subiu do mar parece ser um símbolo de todos imperialismo anticristão dos séculos XIX e XX, surgidos na Europa, que está cercada de muitos mares...” Diz o capítulo 13 do Apocalipse: “E vi subir no mar um besta que tinha sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia. E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e seus pés como de urso e sua boca como de leão (o leopardo é astucioso e cruel; o urso tem 251
garras enormes para bater e agarrar; o leão ruge altivamente), e o dragão (a antiga serpente-Satanás, segundo a exegese bíblica) deu-lhe o seu poder, o seu trono e grande poderio... E adoraram o dragão que deu à besta seu poder; e adoraram a besta... E deu-lhe boca para falar grandes coisas e blasfêmias... E abriu sua boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome, e do seu templo e dos que habitam no céu. E deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, língua e nação...” “E vi subir da terra outra besta (semelhante ao cordeiro — com face de bondade) e falava como o dragão... “Esta segunda besta que subiu da Terra, parece ser o símbolo do principal Anticristo, o filho do Pecado, o chefe Gog de que fala a Bíblia e que irá à frente de um numerosíssimo exército que, “subindo das bandas do norte, cairá sobre o povo eleito... Para a batalha final do Armagedon, virão muitos povos, mas o grande é o terrível Gog. Ezequiell no capítulo 38, fala contra Gog, “chefe dos povos do norte...Armagedom é uma palavra derivada de monte de Magedo, Cidade da Síria antiga, onde foi derrotado o exército de Jabin, opressor de Israel (Israel = crentes)...Nesta batalha haverá a derrota dos grandes exércitos de Gog que oprimiam os eleitos...; que essa guerra será travada contra a ideia de Deus no mundo (não apenas contra a religião especifica).” Marques da Cruz continua: “Reparemos na descrição da queda da ‘nova Babilônia’ europeia, feita por João nos capítulos 17, 18 e 19 do Apocalipse.” “Vem mostrar-te-ei a dura condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águias; com a qual fornicaram e os reis da Terra.. E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor escarlate... que estava cheia de nomes de blasfêmias.. E a mulher estava vestida de púrpura e escarlate... e na sua testa o nome: Mistério: A grande Babilônia, a mãe das fornicações e abominações da Terra. E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos.. E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da Terra.” “A Europa Ocidental tem a forma, um tanto imperfeita, de uma mulher (cujo coração é Paris), assentada sobre uma massa tosca —A Rússia.” (o poeta Fernando Pessoa no seu livro “Mensagens.” Já em 1934, definiu a Europa como uma figura de mulher em um dos seus poemas).” “A Rússia representa a besta, em que a prostituta está assentada (as linhas fronteiriças da Europa traçam a figura de um a mulher assentada 252
sobre a Rússia). A Rússia intitulou-se URSS — União das Repúblicas Socialista Soviéticas. URSS é uma palavra latina — urso. A Rússia é chamada de urso moscovita. As setes cabeças da besta, parecem representar os setes montes principais que a Europa possui.” (de acordo com E. Ruir. Citado por Marques da Cruz). O livro de Marques da Cruz apresenta, à página 242, um capítulo de grande interesse para o enfoque dessa obra. O capítulo chama-se Gog e a Batalha do Armagedom. Procurarei transcrever o máximo possível desse capítulo, por ter encontrado nele excelentes traços quando à origem místicas do marxismo e da Rússia, em relação à Bíblia. Dan. A origem dos povos orientais No capítulo 49 do livro do Gênesis, Jacó abençoa seus doze filhos, diz-lhes: “Anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos derradeiros dias.” Ao chegar o Dan, (o 7o. filho), disse: “Dan julgará o seu povo; Dan será serpente junto ao caminho; uma cerasta junto à vereda, que morde os calcanhares do cavalo, e faz o seu cavalheiro por detrás. A tua salvação espero, ó Senhor!” A cerasta é ruiva, isto é, tem uma cor que representa o conjunto de três cores do movimento comunista: vermelho, amarelo e preto. É vermelha como os germanos, a suástica de Hitler e o marxismo, amarelo como os povos orientais, a fome e o desespero; e preta como os africanos, o luto, o tom sombrio e a cor da tristeza. A cerasta é o símbolo da astúcia, porque morde o calcanhar do cavalo para derrubar o cavaleiro e mordê-lo. Muitos vêem nesta víbora um símbolo da besta de dois cornos que representa o anticristo no Apocalipse; ou um símbolo do lado norte da Europa onde há muitos povos ruivos, devido à mistura violenta da raça morena hebraica de Dan, e a morena eslava com a raça ariana. Ezequiel no capítulo 48, ao marcar as regiões onde se estabeleceriam as doze tribos, diz que “Dan teria uma porção, desde o fim do norte ao termo de Damasco; teria a banda do oriente e do ocidente.” Foi daí que eles emigraram para o oriente e o norte da Europa. Como se sabe, a civilização vai do oriente par ao ocidente; os povos arianos asiáticos emigram par aa Europa, formando as grandes civilizações gregas, romana e oriental; a tribo de Dan se estabeleceu em todo o norte e oriente da Europa; conquistou a Dinamarca (Danemark = a marca de Dan), a força,e outros terras do norte, batizando rios e regiões com o nome de Dan.
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Quando a Palestina foi dividida em dois reinos (Israel e Judá), a tribo de Dan ficou no reino de Israel, o reino dos rebeldes, cuja capital foi Samaria (dos Samaritanos). A tribo de Dan foi a primeira que caiu na idolatria, revoltando-se contra a lei de Deus e de Moisés. A tribo de Dan sempre foi violenta e rebelde. João, no apocalipse 7: 48, ao analisar os israelitas fieis, que são servos de Deus,cita apenas onze tribos, mas não cita a tribo de Dan, está é rejeitada como infiel. Amós, no capítulo 8, ao falar de fim dos tempos, diz que haverá muitas desgraças para “os que juram pelo delito de Samaria (capital do reino rebelde de Israel), e dizem: Viva o teu deus ó Dan! (Esse deus era um bezerro d ouro, ao qual se prestava culto numa religião ocupada pela tribo de Dan, de mesmo nome). A raiz Dan está em palavras de varias línguas, quase sempre com um sentido negativo ou pejorativo: -Em latim: Dannum — dano; prejuízo. -Em português: dano, daninho, danoso, etc. -Em espanhol: daño. -Em italiano: danno. -Em francês antigo: dam. -Em francês atual: danger (Danton, foi um dos chefes -do terror da revolução francesa). -Em inglês: há o verbo to danm = Deus te destrua. -Há ainda danger = perigo; dangerous = perigoso. - O rei Danm chamadao o “magnífico”, filho de Dag, construiu a muralha de Danewirk contra seus inimigos; deu nome à Dinamarca: Danemark. - Dantzig, cidade livre, foi uma das causas da II Guerra Mundial. - Danúbio — grande rio, junto do qual Hitler nasceu. - Dnavitza — rio da Romênia. - Duna, Duina ou Dvina; Doneetz; Dnieper ou Daniester — são nomes de vários rios da Rússia, onde a raiz original da palavra foi alterada. - Dan I, Dan II, Dan III, reis da Romênia. - Danilov — classe da Rússia. Danilov é o nome comum na Rússia. - Danischemed — nome de duas dinastias orientais. - Dannerjold Sonsoe — família nobre da Dinamarca. (Sansão foi um juiz danita que acabou destruído por sua deslealdade e Deus — Livro dos Juízes). (todas essas citações são do livro As 4 Babilônias. Marius Coeli; citado por Marques da Cruz). 254
Há uma estranha curiosidade: Dan apresenta-se como fonte de maldade e de bondade a um tempo. Por exemplo, os povos anglo-saxões que saíram da Dinamarca, invadiram a Bretanha (Inglaterra) e fundaram o reino inglês, em 827, d.C. A América do Norte foi fundada por ingleses e constituiu-se no berço mundial da liberdade religiosa; e isto foi bom. Segundo o dicionário Bíblico de John Davis, a palavra Dan significa juiz. “Dan julgará o seu povo”, predisse Jacó. A palavra Jutlândia (Dinamarca), vem de Land = terra em alemão , e de judex icis =,juiz em latim Logo, Denamark = Terra do Juiz. No oriente da Europa. Miguel Cerulário, patriarca de Constantinopla, numa questão com o papa Leão IX, foi excomungado em 1054, formando a religião cismática ortodoxa (iniciada já em 867 pelo patriarca Fócio), separando-se assim da Igreja Católica romana e dos povos do oriente europeus. Devemos com justiça reconhecer que a Igreja Ortodoxa mantevese mais estritamente fiel ao Cristianismo original. No início do século XVI, as nações do noroeste da Europa, guiadas por Lutero, Calvino, Henrique III, Zwinglio, João Knox e outros, rebelaramse contra a Igreja Católica e deram origem ao Protestantismo, um movimento de reforma ao Cristianismo original. Como vimos, os povos descendentes da Dan tornaram-se fontes de Bem e do Mal, como se tivessem sido providencialmente divididos. Cabe pequenos comentário sobre esse ponto porque existe uma observação muitíssimo importante a ser feita sobre Dan. Note-se que Jacó disse que Dan julgaria o seu povo disse: “O Pai não julga ninguém, mas entregou todo julgamento ao filho. O Apocalipse ao falar do Messias, diz que “da sua boca sairá um a espada para julgar as nações pagãs.” Ora, para se ser juiz é preciso que se possua alguma características para tal. Jesus é chamado “O Leão da tribo de Judá.” Dan também é chamando por Moisés de “O Leãozinho (Deut. 33,22); Jesus é simbolizado pela serpente celeste que Moisés levantou no deserto. Dan também é simbolizado por uma serpente. O profeta Ezequiel 48 diz que dan possuiria uma porção de terra do oriente e do ocidente. Isto indica que Dan parece estar posição dúbia, entre o Bem e o Mal, (exatamente como o sentimento de Caim antes de se dirigir para o Bem ou para o Mal, quando finalmente foi contra seu irmão Abel — Gen. 4:6-7). Assim sendo, é justo notar-se que as rebeliões dos povos do norte do oriente, que através do patriarca Miguel Cerulário originaram a Igreja Ortodoxa, bem com as nações cristãs do noroeste da Europa, que através do monge Martinho Lutero originaram a Igreja Evangélica, não podem ser 255
vistas como rebeliões injustas. Na época da origem da Igreja Ortodoxa, os papas e os reis se batiam pelo poder total. É o chamado período do Cesaropapismo. Do mesmo modo, à época da Reforma Protestante, a anarquia e os desmandos imperavam na Igreja católica. Desse ponto de vista, ambas as rebeliões representaram a busca por uma maior fidelidade a Deus e aos seus mandamentos. O reino inglês foi fundado pelos anglo-saxões dinamar- queses. Da Inglaterra originou-se a América do Norte, e nela, a liberdade religiosa; os alemães são descendentes diretos dos francos, povo bárbaro europeu, que primeiro se uniu ao Cristianismo. As I e II Guerras Mundiais foram iniciadas pelos alemães (ou germanos). Por outro lado, A Grande Reforma do Cristianismo em 1517, bem como os maiores filósofos idealistas teístas, foram alemães. Do que foi dito, talvez possamos concluir que os russos sãos descendentes de Dan, e que os povos orientais apresentam uma certa propensão para o Bem e para o Mal com igual intensidade. Os orientais do norte uma maior propensão para o Mal; os orientais do sul, pra o Bem. O profeta Ezequiel, capítulo 38 diz: “Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: filho do homem, dirige teu rosto contra Gog, Terra de Magog, príncipe de Ross e de Tubal e Profetiza contra ele dizendo: Assim diz o Senhor Deus: Eis que estou contra ti, ó Gog, e te farei voltar... E todo o teu exército... manejando todas as espadas e todas as tuas tropas, à casa de Thogarma, a banda do norte..” O profeta Jeremias 6:22, diz “Vem da Terra do norte um povo; uma nação grande se levantará dos últimos confins da Terra (do norte e do oriente asiáticos).” Vejamos os significados dos nomes próprios do Texto de Ezequiel, conforme os escritos de Marques da Cruz, extraídos de Fillion, grande comentador da Bíblia, e Driscoll, The Catholic Encyclopedia, que dão opiniões sobre a origem desses nomes. Gog — Designação geral dos inimigos dos judeus e cristãos. Também pode ser um título de dignidade real (como rei ou presidente). Magog — Alguns identificam Gog como o rei lídio, chamado Gyges pelos gregos e que aparece nas inscrições assírias como Gutgu. Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século, diz que Magog era a Cítia, na Ásia Menor. Na antiguidade, 256
Magog designava vagamente qualquer população nórdica. Fillion diz que Magog é a região entre o Mar Cáspio e o Mar Negro; a região dos citas, povos brutal, que no século VII, antes de Cristo, invadiu a Ásia ocidental, e fico na memória dos povos segundo Heródoto, como “símbolo de pânico e de terror.” Magog é pois, o sul da Rússia. Príncipe de Rosh — Esta expressão encontra-se na edição original da Bíblia em hebraico. A Vulgata (tradução latina de São Jerônimo), a omitiu, Rosh, segundo Fillion, parece designar um povoado dos Citas, que habitavam os arredores de Tauro. Outros, guiados pela filosofia, afirmam que Rosh quer dizer Rússia: que este nome passou a designar a região ao norte do Mar Negro e Cápio sendo, portanto, a Rússia. Baedeker diz que os normandos fundaram o império russo e fundiram-se com os eslavos. Russos derivam do finês ruotsem = remadores, pois vieram da Suécia por mar. Chefe de Mossoque e Tubal — Diz o Gêneses, cap. 10, que os filhos de Jafé (filho de Noé) foram Gomer, Magot, Tubal, Mossoque e outros. Ezequiel fala desses quatros nomes. Noé teve três filhos: Jafé, Sem e Cam. Jafé deu origem à raça jafética, ariana ou indo-europeia — que emigrou da Ásia Central para o Ocidente, a Europa. Por isso Hitler dizia os louros germanos (de Gomer) eram arianos puros, raça superior: os super-homens, segundo Nietzsche, que deveriam guiar a humanidade. Mossoque — Fillion diz: região ao Norte do Rio Tigre. O escritor Caio de Cicco, em seu livro A Dinâmica da História, revela que ao norte da Mesopotâmia — ao norte do Rio Tigre —, floresceu a civilização assíria; cruel e invasora, que combatia a civilização caldeia, do lado sul, mansa e pacífica. Guiados pela filosofia, dizem alguns que os imigrantes de Mossoque batizaram côo seu nome e sua nova região. Mossoque = Moscou. Tubal — Fillon diz: região ao sul do mar Negro. Talvez desta região emigrasse alguma colônia para o norte, a Rússia, fundando, alguma terra com nome, pois Tubal ou tobol é o rio na 257
Sibéria que banha a cidade de Tobbolak, junto aos montes Urais. A Sibéria é russa. Gomer — Esta palavra indica a raiz da palavra germânica. Os germanos (ou alemães) são um povo das bandas do norte, descendentes dos francos bárbaros. Como o leitor pôde acompanhar há uma imensa gama de dedos que dão uma clara indicação da origem racial dos russos. Note-se — e isso é o mais importante aqui —, que a etnia do povo russo é misteriosamente bíblica. O fato de ser descendente de Dan não significa que o povo russo deva ser classificado como “lado mau.” Já demonstramos fartamente que dos descendentes de Dan poderiam brotar “bons ou maus frutos.” Estou buscando apresentar dados e argumentos que demonstrem a origem e caráter místico da Rússia, por ser o primeiro país dominado pelo comunismo, onde primeiramente foi implantado o marxismo, e tem sido sua base de expansão mundial. Já nas origens, a Rússia apresenta as condições propícias por seu caráter rebelde e em suas raízes éticas; bem como parece estar indicada nas profecias bíblicas, nos estudos sobre sua origem e nas palavras de outros místicos do passado, como a “Terra Predestinada” para a reunião, organização e expansão da rebelião. Os russos são descendentes dos bárbaros do noroeste europeu. O que caracterizou esse povo no passado foi a guerra-de-conquista. Não podemos negar que o fato da presença russa no Afeganistão e em outras regiões do mundo inteiro, contra a vontade das populações nativas, configura claramente uma guerra-de-conquista. Não tivessem as tropas norte-coreanas invadido a Coreia do Sul (com o apoio da China e da Rússia) e claramente revelado suas intenções de guerra-deconquista, através dos vários túneis escavados sob o paralelo 38 para invadir o lado sul, provavelmente as tropas da ONU não estariam estacionadas na Coreia do Sul; não fosse a agressividade da Rússia, desde 1917, através de espionagem, sabotagem, ataques morais através das drogas, imoralidade e da corrupção e a propaganda anti-americana estimulada e financiada por todo o mundo pela Rússia e outros países comunistas, os Estados Unidos são estariam defesa anti-aérea chamado “Alta Fronteira” *, para interceptar os mísseis russos. Fica bem claro que a Rússia no passado foi uma nação agressiva, e que, de 1917 até nossos dias, por força da ideologia marxista violenta, aliada ao seu caráter rebelde e agressivo, tornou-se mais agressiva ainda. Na antiga *
Mais comumente conhecido como “Guerra nas Estrelas.”
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Mesopotâmia, habitavam os assírios, lado norte; e os caldeus, do lado sul. Não fossem os ataques constantes dos assírios para conquistar toda a Mesopotâmia, não haveria guerras da historia daquela região. Não fosse Hitler, provavelmente a II Guerra Mundial não teria acontecido. Podemos concluir que há dois lados distintos no mundo: um lado agressivo e um outro defensivo, e que essa luta remonta aos primórdios da história. O caráter russo Vejamos mais alguns aspectos místicos da Rússia. – Vê-se na literatura e na música russa (o que melhor retratam o caráter de um povo), que eles são, ao mesmo tempo, um povo alegre e triste, apresentando um sentimento alternado entre uma grande emoção e uma grande fúria. – O povo russo é ao mesmo tempo irrequieto (temperamento que caracteriza os rebeldes), perquiridor de coisas novas além de ser também muito místico. – A Rússia foi a nação que mais intensamente viveu a época do fervor místico medieval (possui o maior contingente da ortodoxia cristã). – O povo russo é altamente emotivo. Explode em riso ou choro muito facilmente. – A raça eslava ama profundamente a música, a mais sublime das artes. Veja-se por exemplo, a nacionalidade dos grandes compositores clássicos. – Os russos chamavam O Czar de “paizinho”, também chamaram Stalin de “paizinho”, e costumavam chamar a Rússia de “Mãe Rússia” (há uma estátua feminina imensa, representando-a). – O escritor russo Gogol, em seu livro Almas Mortas, diz que “o russo nos instantes críticos, resolve quase sem se refletir.” Ou seja, movido mais pela emoção. – Karl Marx disse que a Rússia, devido ao seu atraso e caráter, seria o primeiro país comunista (citado no livro de Marques da Cruz). Notemos que, do czarismo absolutista, somente mudou-se a cor. Há um ditado nas Rússia que diz ‘o russo ama o absolutismo feérico, porque só assim obedece.” Portanto, um reflexo da sua inquieta rebeldia. – Quando em 1453 os trucos tomaram Constantinopla, Ivan III, o grão duque de Moscou, disse que seria o sucessor de Constantino XII (o Protetor da Igreja Ortodoxo), e que Moscou serias a Terceira Roma (a Igreja Ortodoxa predomina em toda Rússia).
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Ivan II casou-se com a sobrinha de Constantino XII, o que revela a sinceridade de suas palavras de apoio ao Cristianismo ortodoxo. Ainda hoje, há uma crença mística, bastante popular na Rússia, de que “Moscou é a Terceira Roma” — o foco de onde sairá a luz que iluminará os outros povos. Gostaria de lembrar que os revolucionários franceses pensavam da mesma forma: estabeleceram o terror na França e exportaram a semente da rebelião e do ateísmo por todo o mundo. A Rússia fez exatamente a mesma coisa. ― Moscou é chamada pelos russos de “A Cidade Santa.” ― Vishinsky, embaixador russo na ONU, disse: “Ataquem e ocupem a Rússia, se forem capazes.” ― Todo os que a atacaram desde Ciro da Pérsia, 500 anos antes de Cristo, foram vencidos: Ciro, os Humes, Carlos XII (da Suécia), Napoleão, Hitler... ―Disse Bismatk: “Quem se deita na cama da Rússia acorda com percevejos.” ― Disse Napoleão: Grattez le russe; vous trouverez le tartare (Arranhai o russo, acharei o tártaro). (Tópicosextraídos da obra de Marques da Cruz, já citada). Rasputin. Quem o enviou? É óbvio que não poderíamos deixar de abordar nesse capítulo sobre a Rússia, a intrigante figura de Gregori Efimivich Rasputin (1870-1916). Não apenas por ele ter se tornado uma personalidade dominante na Rússia nos anos que antecederam a revolução comunista, ou pelo modo célere como emergiu, influenciou e dominou a corte do czar Nicolau II, bem como toda a Rússia. Mas principalmente, pelo seu caráter místico. Rasputin nasceu em Pokrovskoe (Sibéria Ocidental), filho de camponeses siberianos. Era um simples carroceiro. Casou-se aos 19 anos com uma mulher quatro anos mais velha, que deu uma filha — Maria. Era um degenerado: bebia muito, brigava e envolvia-se acintosamente com outras mulheres. Conta-se que certa ocasião ao transportar um jovem ao mosteiro onde este cumpria o noviciado, Rasputin, impressionado, entrou no mosteiro e só saiu quatro messes depois com seu pensamento e sua vida modificados. Dizia ter visto a Virgem acenando para ele. A partir de então tornou-se um místico fanático. Após uma peregrinação ao mosteiro do Monte Atos, na Grécia, construiu uma espécie de oratório no fundo do quintal de sua casa, onde constantemente realizava um misterioso ritual. Algum tempo depois aderia à 260
seita Khysty (“os manipuladores de serpentes”). A partir dessa época Rasputin adquiriu um poderoso “magnetismo pessoal.” Exercia um extraordinário fascínio sobre as pessoas e dizia-se capaz de realizar milagres. Costumava assegurar, especialmente para as mulheres, que o seu contato físico era benéfico, levando as pessoas a acreditarem que nele tocassem recuperariam a saúde. Na verdade, isso tudo não passava de uma tática para satisfazer seu grande apetite sexual. A Igreja Católica Ortodoxa o acusou de heresia e iniciou um longo processo contra ele. Todavia, por razoes não esclarecidas, o processo foi sumariamente abandonado e jamais se tornou conhecimento do seu paradeiro. O misticismo era o principal modismo na Rússia do início do século. Aos 30 anos de idade, sempre interpretando o papel de santo, Rasputin foi a São Petersburgo (atual Leningrado) e estabeleceu amizade com prelados da alta hierarquia, penetrando na roda da alta sociedade russa. Entrou em contato com czar Nicolau II e a czarina Alexandra em 1905. a czarina, impressionada com tudo o que ouvira falar do “mago”, pediu-lhe que tratasse de seu filho Alexei. O herdeiro do trono sofria de hemofilia. A czarina sentia que “Deus enviaria Rasputin para salvar a dinastia russa.” O escritor inglês Colin Wilson, cinta em seu livro Mysterious Powrs, que certa vez o pequeno Alexei sofreu uma grave hemorragia interna, em virtude de uma queda. Com uma febre assustadora, os médicos da corte já haviam desistido de salvar-lhe a vida. Rasputin foi então chamado às pressas. Tão logo olhou o menino, disse: “não amolem o menino. Ele vai ficar bom.” Sentou-se ao lado da cama, pôs-se a falar com a voz branda com a mão sobre a cabeça de Alexei. Em seguida ajoelhou-se e rezou. Em poucos minutos Alexei adormeceu. A crise estava vencida. Em duas outras ocasiões, Rasputin conseguiu controlar as fortes crises de Alexei, com resultados positivos. Com estes feitos, sua posição e o seu prestígio aumentaram enormemente perante toda a corte e, especialmente diante do czar e da czarina Alexandre. Para ela, Rasputin era um enviado do céu. Na corte, o comportamento de Rasputin era exemplar, como compete a um homem santo, mas fora dali levava uma vida devassa. Gabava-se da posição que ocupava na corte, e da intimidade e influencia sobre a família imperial. Como o misticismo estava na moda em toda a Rússia, tornou-se o alvo preferido das atenções femininas sobre quem exercia extraordinária atração. Qualquer jornal que o criticasse era imediatamente confiscado. Quando alguns membros do clero acusaram-no de charlatão e impostor, foram punidos rapidamente. Um monge chamado Illiador, ex-amigo de
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Rasputin, tornou-se o seu maior inimigo. Rasputin o acusou de ser homossexual, e a pudica czarina repudiou o sacerdote. Illiador acusou Rasputin de devassidão, embriaguez e perversão sexual, o que o obrigou a justificar-se perante o bispo Hermogem, de Saratova. Rasputin queixou-se ao czar e este degredou o monge Illiador e o bispo Hermogem imediatamente. Foi um escândalo tão intenso que Rasputin chegou a ser enviado de volta à cidade natal (onde sofreu um atentado do qual curou-se a si mesmo). Em 1914, retornou a São Petersburgo a chamado da corte, sendo recebido com honras e festas. Quando estourou a I Guerra Mundial em Agosto de 1914, o czar entrou ao lado dos aliados assumindo o comando geral, ficando a czarina e Rasputin na direção total dos assuntos internos do país. Entretanto, a czarina não era popular e muitos consideravam-na traidora pró-alemã. Desse modo, Rasputin passou a dirigir, absoluto, toda a Rússia. Aproveitando-se da sua grande influencia, o “monge” nomeou e promoveu seus amigos a elevados postos dentro da corte. Como seus amigos em geral eram pessoas corruptas e inescrupulosas, houve muita insatisfação. O que foi completamente ignorando por Rasputin. Com um governo desse tipo, a Rússia conheceu um período de profunda anarquia e degeneração moral. O historiador inglês Sir Bernard Pares descreve Rasputin como um conspirador diabólico. O estranho fascínio e atração que Rasputin exercia, aliados à sua capacidade de hipnotizar as pessoas, dizem, alguns, eram utilizados apenas para curar. Entretanto, Rasputin jamais curou o pequeno Alexei da hemofilia. Há um ponto indiscutível com respeito a Rasputin: ele exercia uma poderosa influência em todos que dele se aproximavam. Fascinados por sua personalidade, alguns o adoravam e outros o odiavam. O escritor Colin Wilson diz que Rasputin pressentiu que morreria antes do dia 1o. de janeiro de 1917, e acertou: foi assassinado no dia 29 de dezembro de 1916. Antes de morrer, em uma carta entregue à czarina, Rasputin diz que se fosse morto pelo campesinato russo, o país conservaria sua próspera monarquia durante centenas de anos. Mas se fosse assassinado pela aristocracia, não sobraria nobre algum na Rússia. Previu também a morte do czar e da czarina num prazo de dois anos. Rasputin foi assassinado por um grupo de aristocratas russos — o príncipe Felix Yussupov, o grão-duque Dimitri, o deputado Pourichkevitch e o medico Lazoverta, em 29 de dezembro de 1916, à noite, no apartamento do príncipe Yussupov, envenenado com cianureto, rasputin chegou depois das 23 horas e sentando-se à mesa, comeu bolo e bebeu vinho envenenado e nada sentiu. Era 2h 30 da manhã e o veneno não surtira efeito. Rasputin queria até sair para divertirem-se em outro lugar. Desesperado, o príncipe 262
começou a fixar um crucifixo e, pedindo forças a Deus, sacou seu revólver e disparou varias vezes sobre Rasputin. Enquanto os outros membros do grupo saíram disfarçados com a manta e o capuz do morto, fingindo estarem acompanhado Rasputin para casa, o príncipe voltou à sala e abaixou-se sacudindo o corpo, para verificar se Rasputin estava mesmo morto. Subitamente Rasputin abriu o olho esquerdo, depois o direito e saltou sobre o príncipe. Só com muito esforço este conseguiu desvencilhar-se dele e correr à procura do grão-duque. Quando ambos estavam voltando, viram Rasputin sair correndo. O grão-duque então disparou quatro tiros e matou Rasputin. Bem, agora que finalizaremos essa biografia de Rasputin, iremos proceder à análise desse curioso personagem. Pela simples narrativa biografia, o leitor deve ter observado o lado místico do mago Rasputin. Naturalmente, deve também ter observado que ele, por seu caráter degenerado, não era nenhum santo. Vamos analisá-lo a partir da sua origem.É muito estranho que um personagem destes aparecesse na Rússia e alcançasse o poder de forma tão rápida e fácil. Uma outra observação é quanto à época. Nos primeiros anos do século XX, a Rússia estava imersa em uma onda de misticismo muito propício à influência de um homem como Rasputin. Os comunistas já atuavam, e havia uma forte indiferença religiosa. O sexualismo encoberto por uma capa de falsa moral era estimulado, até mesmo pelo clima russo. Poderíamos dizer, com relativa segurança, que a Rússia dormia e que havia um espaço vazio para grandes acontecimentos. Este poderia ser um “despertar religioso”, segundo de uma volta aos valores éticos, morais e religiosos, ou um “abandono total da religião”, segundo por uma profunda degeneração moral. Tudo parecia de pender da influência da Igreja e da Posição do czar Nicolau II. Talvez o seu grande erro tenha sido apoiar Rasputin e perseguir a Igreja. Na juventude, Rasputin foi um degenerado. Bebia, brigava e vivia rodeado por muitas mulheres, segundo suas palavras, foi nessa época que permaneceu quatro messes em um mosteiro onde disse ter visto a Virgem acenando para ele. Logo, em seguida, tornou-se místico fanático. Em todos os casos da história da religião crista, sempre que a Virgem apareceu dirigiu-se a pessoas muito puras como, por exemplo, aos irmãos Lucia, Jacinta e Francisco, em Fátima; ou Bernadete Soubirous, em Londres. Por que agora iria aparecer acenando para um individuo degenerado como Rasputin? Por que um monge cristão (afinal, ele ficou quatro meses em um mosteiro cristão!) se filaria a uma seita de “manipuladores de serpentes” e realizaria estranhos rituais à noite, no fundo do quintal da própria casa, ao 263
invés de ir às igrejas iluminadas? Rasputin ficou famoso por seu apetite sexual e costumava viver cercado de mulheres, as quais convencia de que se tocassem em seu corpo ficariam puras e saudáveis. Ele, na verdade, nada fez de tão extraordinário a ponto de ser protegido pelo czar e pela czarina que, em sua defesa, puniu e condenou até mesmo bispos e monges ortodoxos. Rasputin sequer curou o pequeno Alexei. Entretanto, a czarina o considerou “um homem enviado por Deus para salvar a dinastia russa.” Ironicamente, ele profetizou a destruição do czar, da czarina e de toda a nobreza russa. E foi profetizou a destruição do czar, da czarina e de toda nobreza russa. E foi exatamente o que aconteceu. Rasputin tinha um comportamento falso diante do czar e da czarina. Longe deles, era um outro homem. Levava uma vida indecente. Seus amigos eram pessoas corruptas que ele trouxe para dentro da corte e os fez poderoso. Esses homens, liderados por Rasputin (uma vez que a czarina era dominada e o obedecia pelo seu carisma), que tipo de orientação deram à Rússia? Afinal qual o papel que coube a Rasputin na história da Rússia e na queda desta para o comunismo? De onde o poder, místico que o Rasputin possuía, e que foi utilizado por ele como trampolim para sua ascensão à alta sociedade e ao poder, na corte do czar Nicolau II? De Deus ou da “serpente” que Rasputin cultuava? Quem o enviou para levar a Rússia à anarquia, ao caos e a à imoralidade no momento em que os comunistas buscavam criar exatamente essa situação? As circunstancias misteriosas de sua morte, precedida por uma série de profecias sobre o seu próprio futuro, sobre o futuro da dinastia e da aristocracia russa, são fatos, no mínimo, altamente suspeito haja vista que ele jamais mencionava a palavra deus ou Jesus Cristo, e pertencia à seita dos “manipuladores de serpentes.” Rasputin, com efeito, era qualquer, coisa menos um homem de Deus. Somente o tempo nos trará as respostas sobre esse estranho personagem russo que, de certa forma, como um falso João Batista, “preparou a Rússia para o comunismo.” A Rússia na profecia de Fátima Além dos diversos dados apresentados para demonstrar a natureza mística do marxismo e da Rússia, ainda um riquíssimo veio a explorar: as palavras proféticas de santos e videntes cristãos sobre o futuro da humanidade e sobre o papel do comunismo. Selecionei dentre eles o mais expressivo e que melhor tratou a questão: as revelações de Fátima de 1917.
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“Em 13 de maio de 1917 (mesmo ano em que o comunismo invadiu a Rússia), no alto da serra D’Aire, no distrito de Leiria, num planalto chamado Cova da Ìria (Fátima), andavam duas meninas e um menino a pastorear ovelhas. Era meio dia em ponto começaram a ver relâmpagos em céu claro. Prepararam-se para retornar à sua casa numa aldeia ali perto, quando tiveram uma visão: Viram sobre um arbusto a figura de uma senhora que lhes disse: “Não tenham medo; não lhes faço mal!” Disse-lhes que fossem ali todo dia 13 de cada mês ao meio dia em ponto e contou-lhe um segredo que não deveriam contar a ninguém. Disse as aparições durariam seis meses, e no dia 13 de outubro, faria um grande milagre e ninguém duvidaria da sua missão divina. O dia 13 de outubro amanheceu em temporal. Milhares de pessoas dirigiram-se a Fátima. Aproximadamente 70.000 pessoas, de todos os lugares, raças e níveis. Jornalistas dos grandes diários de Lisboa e cientistas, também presentes. A chuva caía. Ao meio dia em ponto, Lúcia a irmã mais velha, de 10 anos, que estivera conversando com a senhora, levanta-se e diz: — “Fechem os guarda chuvas, e olhem para o céu!” A chuva parou de repente e o céu ficou azul. O sol apareceu como uma leve nuvem branca. Não feria a vista. O povo espantado olhava. De súbito, o sol começou a girar, vertiginosamente, com todas as cores do arco-íris, como uma roda de fogo. Foi um deslumbramento! O sol como que balanceia e parece aproximar-se da terra. O fenômeno durou 15 minutos. O povo percebeu que suas roupas estavam secas.” Os grandes jornais portugueses dos dias 14 e 15 de outubro de 1917 relataram, todos estes fenômenos expostos acima, com fotografia. Portanto, trata-se de um fato histórico. Por que foi narrado isto ao leitor? Porque analisando as origens e os aspectos místicos da Rússia, deparemos com um bem claro: nas palavras que a senhora disse às três crianças. Duas partes foram divulgadas em 1941. A terceira foi lacrada e deveria ser aberta em 1960. E foi. No segundo texto Lúcia escreveu as seguintes palavras: “Se os homens não pararem de ofender a Deus, outra guerra começará (A II Guerra)... Mas se eles se arrependerem a Rússia se converterá e haverá paz; se não, a Rússia espalhará seus grandes erros pelo mundo, suscitando guerras e perseguições religio-sas...”
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(Dias depois, 25 de outubro de 1917, Lênin libertou a tomada da Rússia pelo marxismo, e iniciou a exortação da revolução comunista par todo o mundo, tendo a Rússia como plataforma e base de apoio total). Em 1963, seis meses antes da sua morte, o Papa João XXIII foi interrogado sobre a convivência de divulgar a terceira parte da Mensagem de Fátima. Ele respondeu: “Continuará segredo de Estado. Não é possível dar-lhe publicidade, porque seu texto autêntico causará imenso pânico no mundo inteiro.” O Papa Paulo VI, sucessor de João XXIII, leu a carta de Lúcia e, profundamente impressionado com o seu conteúdo, procurou uma solução parcial para pó problema. Assim, resolveu formular uma Redação Diplomática da Terceira Parte da Mensagem de Fátima. Este resumo diplomático foi enviado em cópias para o Preseidente Jonh Kennedy, o Primeiro Ministro da Inglaterra. MacMilan e para o líder comunista Nikita Kruschev. Faremos agora um breve resumo do conteúdo do referido documento diplomático do Vaticano. “Em lugar nenhum há ordem. Mesmo nos mais elevados postos, o antideus reina e determina o desenrolar dos acontecimentos. Ele saberá penetrar até nos mais elevados postos da Igreja. Cardeais se oporão e cardeais; bispos a bispos. O antideus penetrará em suas fileiras... Ele conseguirá deslumbrar a inteligência dos grandes cientistas, fazendo-os descobrir armas capazes de destruir, em poucos minutos, metade da humanidade. Ele dominará os poderes da terra fazendo-os produzir tais armas em grandes quantidades... Terrível miséria cairá sobre a humanidade na Segunda Metade do Século XX... A realmente Grande Guerra se sucederá na segunda metade do século XX... De uma hora para outra, milhões de pessoas morrerão... Perecerão tanto os grandes, quando os pequenos... Em todas as partes reinará o antideus, levando ao triunfo por homens insanos, seus escravos, será o único “Senhor da Terra..”. Chegará o momento que ninguém mais espera, mas pela Vontade do Pai, para que haja justiça.. Os que resistirem a tudo, chamarão novamente por Deus e lhe servirão como outrora quando o mundo não estava tão perdido.” Este estranho acontecimento historicamente documentado e envolvendo as mais altas autoridades mundiais, os documentos escritos e o seu nome conteúdo autêntico, que retratou, em 1917, os fatos da história e da ciência contemporânea (bombas nucleares e o marxismo católico), revestem-se de um caráter altamente valioso par o enfoque desta obra, uma 266
vez que envolve diretamente a Rússia e o comunismo, e a América e o Cristianismo. Este é, convenhamos, mais um aspecto da mística que envolve o marxismo. Do que foi exposto, se não comprova cabalmente o caráter e a origem mística da Rússia, pelo menos fornece algumas informações curiosas que, temos quase certeza, os leitores não estão acostumados a encontrar. Para concluir, transcreveremos um trecho do livro Da Democracia na América, dos grandes historiador e político Alexis de Tocqueville, escrito em 1835: “Atualmente existem duas grandes nações no mundo, as quais, começando de diferentes pontos, parecem estar avançando em direção ao mesmo objetivo: os russos e os americanos. Ambos crescem na obscuridade e, enquanto a atenção do mundo estava voltada em outra direção, eles rapidamente tomaram seu lugar entre as nações lideres, fazendo o mundo tomar conhecimento de seus nascimentos de suas grandes quase a um tempo. Todos os outros povos parecem ter alcançado seus limites naturais e de nada precisam, senão preserva-los; mas esses dois estão crescendo. Todos os demais avançaram através de grandes sacrifícios. Eles marcharam sozinhos e rapidamente entraram num caminho, cujo fim, ninguém ainda poderá prever. As lutas americanas dirigiram-se contra os obstáculos naturais; as lutas russas, dirigiram-se contra os seres humanos, os primeiros combaterem a selvageria e o barbarismo; o último, a civilização. As conquistas americanas são feitas com a ajuda do arado; as russas, com a ajuda da espada. Para atingir seus objetivos, os americanos contam com o interesse pessoal, a livre iniciativa e o senso comum dos indivíduos. Os russos cotam com a concentração de poder e a negação do interesse individual. O primeiro, tem a liberdade como principal objetivo da ação o segundo, o servilismo.Seus pontos de partilha são diferentes e seus caminhos diversos, entretanto, cada um deles parece chamado por algum desígnio secreto da província a deter em suas mãos os destinos das duas metades do mundo. Alexis de Tocqueville. A Democracia na América,1835
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POSFÁCIO
Qual foi minha intenção original ao realizar esse trabalho? Naturalmente, ele foi inspirado por uma posição de claro contramarxismo. Note bem, não anti-humana ou anti-comunista. O marxismo é um dos mais estranhos fenômenos que a história registrou. Sua força mística conquistou milhões de seres humanos, despertando neles sentimentos altruístas e sacrificiais de uma forma somente comparável a uma religião. O comunismo rapidamente espalhou-se como um rastilho de pólvora por todo o mundo e, aparentemente, coisa alguma foi capaz de detê-lo. Diplomacia, boicotes, ameaças, confrontos... Nada. O marxismo parece invencível. Todos os marxistas acreditam, com suposta base cientifica, que o futuro da humanidade será a comunicação global. O comunismo se propôs a destruir a sociedade cristã ocidental, acabar com todas as religiões, com toda propriedade e com todo o sistema liberal de produção, prometendo paz, liberdade, trabalho e pão. Falhou em todas as suas promessas e instituiu o supremo totalitarismo. Seus líderes tornaram-se neo-bárbaros que massacraram as populações que confiam neles, de uma forma semelhante aos bárbaros assírios da antiguidade. A Humanidade percebeu que tinha sido traída. Mas, como deter o avanço da “fera”? Nenhuma arma ou meio utilizado mostraram-se eficazes. Somente a força os conteve, mas nos arrefeceu o seu ímpeto, nem impediu seu avanço. Os escândalos se espalharam pelo mundo causando pânico e preocupação. Mas, onde estaria o calcanhar-de-Aquiles do comunismo? Este trabalho sugere uma tática de combate pouco convencional: o combate religioso. A Natureza Mística do Marxismo é seu calcanhar-de-Aquiles e seu cabelo-deSansão. É em sua capacidade de atrair o coração e a mente humana, que reside o poder real do marxismo. Se o marxismo é uma pseudo-religião, somente poderá ser detido por uma religião verdadeira. Se ele possui, intrinsecamente em suas teorias e praticas, os elementos capazes de destruir o mundo o religioso, uma verdadeira e poderosa religião é uma necessidade urgentíssima para fortalecer os valores absolutos que sustêm a sociedade ocidental. O comunismo é uma ideia e um ideal. Portanto, somente poderá ser detido por uma arma semelhante. O ataque incessante do marxismo contra as religiões vem comprovar o fato de que os valores absolutos, herdados do pensamento religioso, são os pilares do mundo ocidental. 269
Destruí-los é destruir a nossa sociedade. Preservá-los, é igualmente, preservar essa sociedade. Presenciamos hoje os sinais avançados do abandono do marxismo e da queda final do regime comunista. A China, na Ásia; Moçambique, na África; a Hungria, na Europa Oriental, seguem na dianteira dos países semi ou ex-comunistas. Pouco a pouco resolveram assumir o fato: o marxismo é uma relíquia do passado com quase 150 anos de idade, superado pela ciência atual, pelos fatos sociais e completamente obsoleta para resolver os problemas do século XX. Os regimes comunistas utópicos, que ele inspirou, jamais existiram. Em seu lugar instalaram-se a tirania absoluta e a mais escandalosa sociedade de classes da história. Um Estado-proprietário superpoderoso, ema massa humana semi-escravizada, sem identidade e sem direitos. Soljenítsin declara que o comunismo está morto. Como se pôde ler nestas linhas, o marxismo está verdadeiramente em decadência. Ele começa a morrer de forma mais acelerada, do mesmo modo e no mesmo lugar onde nasceu — França*. O comunismo nasceu e expandir-se com base na ideologia marxista. Morto o marxismo, a queda das sociedades comunistas, bem como o esfriamento generalizado em sua expansão, serão automáticos. É apenas uma questão de tempo. Mas e daí? Devemos sentar, cruzar os braços e esperar sua queda? Na Europa há um ditado que diz: Melhor vermelho que morto. Esquecem-se tais povos de que a vitória do comunismo é o triunfo da mentira e da crueldade, e que o tal ditado deveria sofrer uma pequena alteração: Uma vez vermelho, definitivamente escravizado e morto. O marxismo é uma falsa visão do Cosmo. Sua pratica gera a miséria, o ódio e a destruição. É precisamente por isto que ele deve ser denunciado, e sua natureza intrinsecamente má, desmascarada. O marxismo se disfarçou de filosofia, política e ciência. Apoiou-se na velha e ultrapassada ciência do século XVIII. O século XX — O Século das Luzes — trouxe os elementos científicos capazes de suplantar definitivamente o ateísmo e o materialismo do comunismo. O comunismo está morrendo. Mas o mundo ocidental acha-se em total colapso moral e ético. O sistema liberal em todos os sentidos foi executado e responsabilidade social, praticamente destruída. A religião passou a ser vista como uma mera traição perfeitamente dispensável e, quiçá, inútil e dispendiosa. Paralelamente a tudo isso — a essa queda geral das sociedades e o avanço do comunismo e do ateísmo — notamos o desprezo às religiões e *
O marxismo inspirou-se nas .”ideias e nos ideais liberais dos iluministas e da Revolução Francesa.
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aos seus princípios éticos e morais. Para elaborar esse trabalho, inspirei-me nas ideias do Deusismo, uma expressão filosófica e cientifica atualizada do pensamento cristão, que propõe A Revolução do Homem, a mudança geral nas prioridades dos valores, como meio de deter pacificamente o comunismo e construir o Familismo, a sociedade ideal na qual todos os homens sonham estar com a esposa, filhos e parentes. Sendo o homem um ser divino e possuidor de uma natureza dual — espírito e matéria —, a sociedade atual deverá sofrer uma radical transformação, Ana qual o materialismo da sociedade industrial (brilhantemente analisa e criticada pelo escritor Alvin Toffer em seu “best-seller” A terceira Onda, que fez da matéria um fim e do homem uma mera peça), venha a tornar-se um simples meio para a realização da alegria material da humanidade; sendo o seu supremo fim, a vida espiritual eterna em unidade com Deus, o Nosso Pai. O Deusismo* propõe uma grandiosa e pacifica revolução. Os instrumentos dessa revolução são Deus, o amor e a verdade. Provavelmente, os mais estranhos instrumentos já utilizados em uma revolução. Mas por certo, os únicos capazes de verdadeiramente nos revolucionar.
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Deusismo — Teoria Geral. A Arma Ideológica do Mundo Ocidental. Editora Il Rung, São Paulo, 1986, 195p.
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NOTAS B IOGRÁFICAS A DICIONAIS DE MARX E ENGELS
KARL MARX 1. “Marx é um homem extremamente desorganizado: não tem hora para levantar nem para se deitar. Freqüentemente, passa as noites em claro. Depois, ao meio dia, deita-se num sofá e dorme ate o anoitecer, sem se preocupar com as pessoas que estão sempre entrando em sua casa. Sua esposa é uma mulher culta e simpática, que se acostumou à miséria e a essa vida boêmia. Tem duas filhas e um filho, menino muito bonito. Quando as pessoas entram na sua casa, são envolvidos por uma nuvem de fumaça e se vêem obrigadas a caminhar cautelosamente como se estivessem numa caverna. Nada disso o constrange, nem à sua mulher; os dois recebem os visitantes com amabilidade, trazendo-lhes fumo e alguma coisa para beber. Uma conversa inteligente e amável sua falta de conforto.” (Relatório escrito por um agente policial que freqüentou a casa de Marx em Londres, em 1852. Ele termina dizendo que a descrição é “um quadro fiel da vida familiar do comunista Karl Marx”). 2. Marx foi o segundo filho de uma família burguesa bem situada financeiramente. Entretanto, quatro de seus irmãos morreram tuberculosos ainda jovens. 3. O governo absolutista de Frederico Guilherme III perseguia os judeus. Por isso, seu pai Heinrich Marx, converteu-se ao protestantismo. Marx recebeu batismo evangélico e se tornou antijudeu. Alegava que o sistema bancário era o monopólio judaico circunciso tem o culto ao dinheiro. 4. Marx quase nascia francês. Três anos antes de seu nascimento, Trier era de Sarre. Seu pai, portanto, era um judeus-francês do século XVIII que sabia de cor Rouseau e Voltaire. Por isso Marx era visceralmente prussiano, não obstante dizer-se internacionalista desde a mocidade. Durante a guerra de 1870 Marx escreveu: “os franceses precisam ser castigados.” Marx tinha um certo ressentimento dos franceses. Para ele o socialismo cientifico era o socialismo alemão, a fim de enfrentar o socialismo utópico dos franceses. 272
Por esse motivo, seu pensamento e seu estilo possuem características alemãs. 5. Iniciou seus estudos elementares no Liceu de Trier. Estudou direito, mitologia, história, arte e literatura na universidade de Bonn. Levava uma vida desregrada contra a vontade de seu pai, que o transferiu para a universidade de Berlim onde estudou antropologia, direito penal, metafísica e filosofia. 6. Marx era muito calado. Um de seus poucos amigos era Edgar Von Westphalen. Freqüentando a sua casa, conheceu sua irmã Jenny com quem casou-se em 1843, em Bad Kreuznach, após sete anos de noivado, embora toda a família dela fosse contraria ao casamento. Jenny foi sua amiga de infância. Quatro anos mais velha que ele, a bela baronesa Jenny Von Westphalen era conhecida nos meios sociais de Trier como “a princesa encantada.” Era filha de um conselheiro da regência prussiana e descendente de uma grande família escocesa, os Argyll-Campbell. O pai de Jenny chamava-se Ludwing Von Westphalen, foi sub-prefeito do departamento francês de Elba. Jenny teve um irmão (Ferdinand) que foi ministro do interior do reino da Prússia. 7. Marx afastou-se do meio aristocrático e burguês que freqüentava. Talvez por não ser aceito ao seu orgulho, par evitar a submissão e a vergonha da dependência. 8. Teve uma vida miserável. A doença e a fome o atormentava e a toda sua família. Numa carta a Engels de 1852, escreveu: “minha mulher esta doente. Minha filha Jenny esta doente. Heleninha (a fiel criada de sua mulher) está com uma espécie de febre nervosa. Não pude e não posso chamar o medico, por falta de dinheiro. Há oito dias sustento minha família com pão e batata, mas pergunto a mim mesmo se poderei comprar pão e batata amanhã.” Noutra ocasião contraiu empréstimos para comprar o berço de uma filha, o ataúde para a mesma filha. Oficiais de justiça penhoraram os móveis de sua casa. Marx vendeu a baixela de prata de sua esposa e chegou a empenhar até mesmo o seu sobretudo para fugir da fome. Leuchen, a governanta, jamais recebeu um centavo pelos serviços. 9. Na época em que residia em Londres, morava em sua casa uma jovem alemã chamada Helena Demuth (Heleninha). Helena é nove anos mais nova que Jenny e cinco mais nova de Marx. Posteriormente, descobriu-se que 273
Helena e Marx apaixonaram-se tiveram um filho que veio a chamar-se Fritz Demuth. 10. Marx chegou a pedir a nacionalidade inglesa. Os ingleses negaram e o tratavam como prussiano. 11. A 21 de janeiro de 1858, Marx escreveu a Engels sua opinião sobre o casamento com uma certa ironia: “Levo a vida mais triste que se possa imaginar. Muito pior! Não há tolice maior para quem tem aspirações sociais, do que casar-se e vender-se às pequenas misérias da vida domestica.” 12. Aos trinta e três anos defende a sua tese doutoral A Filosofia em Demócrito e Epicuro e a dedica a seu sogro Ludwing Von Westphalen. Na tese pronuncia-se a favor de Epicuro, “campeão da liberdade de consciência contra o determinismo de Demócrito.” Escreve muito nessa época. 13. Desejava conseguir um lugar catedrático e lecionar filosofia. Defende sua tese brilhante, mas não é nomeado por motivos políticos: as universidades não admitiam mestres que seguissem as ideias de Hegel. 14. Começa a dedicar-se ao jornalismo. Escreve artigos para os Anais Alemães dirigidos por um amigo seu chamado Arnold Ruge. A censura impede a publicação da matéria. Colabora com Reinisch Zeitung da cidade de Colônia. Torna-se diretor do jornal em 1842, mas devido a um violento artigo seu contra absolutismo russo, o governo fecha o jornal. 15. Muda-se para Paris, une-se outra vez a Arnold Ruge e funda a revista Anais Franco-Alemães. A revista não passa do primeiro número no qual aparecem dois artigos de Engels, também prussiano e hegeliano de esquerda dois anos mais novo que Marx. Esse foi o primeiro contato entre ambos. 16. Em fins de 1844, escreve para a revista Vorwaerts em Paris, as opiniões da revista irritam o governo de Frederico Guilherme IV, imperador da Prússia. Pressionado, o governo francês expulsa os principais colaboradores da revista. Marx e Engels são expulsos da França em 1845. seguem para Bélgica; em Bruxelas, Marx instala-se com a família. 17. Em Bruxelas fundaram a Sociedade dos Trabalhadores Alemãs. Adquirem um seminário. Entram para Liga dos Justos, sociedade secreta de operários alemães, com filiais por toda a Europa. Em 1847, no II Congresso 274
da Liga, recebem a incumbência de redigir o Manifesto Comunista. Baseando-se num Trabalho de Engels chamado Os Princípios do Comunismo, Marx escreve o Manifesto e o envia par Londres em 1848. 18. Pouco tempo depois Marx e Jenny são presos e expulsos da Bélgica. Em maio de 1848, viajam para Colômbia de onde são novamente expulsos em 1849. Marx, Jenny e três filhos viajam para Londres na mais negra miséria. 19.Sobrevivem colaborando com jornais. Inclusive, o New York Tibrune. Nesse período morrem três de seus filhos: Guido, Francisco e Edgar. Escreve: “só agora sei que é mesmo uma verdadeira desgraça.” Candidatase a uma vaga de escriturário na Companhia de Estrada de Ferro (lembremos que Marx era um intelectual doutorado), mas a vaga lhe foi negada devido à sua péssima letra. 20. Apesar da crise consegue publicar, com a ajuda de Engels, o primeiro volume de O Capital. 21. Em 1864, funda a Associação Internacional dos Trabalhadores (A I Internacional). As dissidências internas e o seu terrível gênio a dissolvem em 1876. 22. No final de sua vida escreve o seu gênero Paul Lamargue: “Eu não sou marxista.” 23. Diminuem suas atividades. Morre Jenny, sua esposa em 1881. Em 1883, morre a outra Jenny, sua Filha. Seu estado de saúde de agrava. Marx escreve: “Como a vida é insípida e vazia. Mas como é desejável...” um edema pulmonar o consome. Uma inflamação na garganta o impede de falar e de se alimentar. Morre a 14 de março de 1883, aos 65 anos em Londres, em extrema miséria. FRIEDRICH ENGELS 1. Engels era um burguês refinado. Seu pai, um grande industrial de tecidos de Ruhr. Era Lutero e desejava que Engels se tornasse um homem de negócios. Sob a influência do romantismo, engels percebeu o espetáculo da miséria operaria em Ruhr. Seu pai o envia para Manchester, Inglaterra, a fim de administrar uma de suas manufaturas de algodão. Entretanto, sendo um burguês, nada faz. 275
2. Em sua mocidade Engels entrou para a Universidade de Berlim, mas nunca de diplomou. 3. Conheceu Marx em Colônia. Nessa época, engels já era comunista. 4. Casa-se com Mary Burns, uma operaria militante. Escreve artigos no Vorwaerts, os quais reúne no seu livro A Situação da Classe Operaria na Inglaterra. 5. Encontrou-se pela segunda vez com Marx em 1844, em Paris, onde Marx morava à rua Vaneau. Nessa época, tinha vinte e quatro anos e Marx, vinte e seis. 6. Começa a ajudar Marx financeiramente. Marx escreve nessa época: “Graça a ti, somente tenho podido fazer tudo isso.” Estabeleceram algum pacto desconhecido. Marx escreve: “A única ideia que me encoraja nesta situação, é que nós somos sócios no mesmo negócio.” Elaboram vários panfletos juntos. Viajam juntos para estudar o capitalismo na Inglaterra. Fundam um centro de propaganda comunista. Vive entre Paris e Bruxelas de 1845 a 1846, trabalha intensamente. Participa do I Congresso da Liga dos Justos de tendência Babeufista (de Babeuf). 7. m 1848 publica o New Reinisch Zeitung. Após o malogro das revoluções alemães, refugiou-se na Suíça. 8. m 1850 assume a gerencia da industria paterna em Manchester. Até 1870 vive essa dupla atividade. Torna-se o principal acionista da firma “Ermen e Engels.” Paralelamente, com sua mulher Mary Burns e alguns militares ingleses, atuam em prol da emancipação operária. Continua a correspondência e ajuda financeira a Marx. 9. Mary Burns morre em 1869. Engels abandona a sociedade “Ermen e Engels” e vai juntar-se a Marx em Londres, tornando-se seu vizinho. É aí que suas ideias e seus trabalhos se completam. 10. Quando Marx morreu, Engels abandonou muito dos seus próprios trabalhos para dedicar-se quase exclusivamente à publicação de O Capital. 11. Em 1883 escreve sobre Marx: “Essa cabeça genial parou de pensar.” 12. Engels morre em 1895. 276
AGRADECIMENTOS
Nenhuma obra humana é produto de um só homem. Esse fato é maravilhoso porque nos proporciona a alegria de agradecer. Eis porque fiz questão de externar meus agradecimentos: – Ao amigo e irmão Daniel Consulino, por suas valiosas críticas e sugestões durante os trabalhos de revisão dos originais deste texto; – Ao professor Cesário Morey Hossri, por sua gentil atenção ao aceitar prefaciar o trabalho de um aprendiz, bem como por suas agradáveis e estimulantes palavras; – À equipe da CAUDA International e da CAUSA Brasil, pela concessão para utilização de seus textos exclusivos e inéditos sobre o Deusismo, como também tenho sido convidado como conferencistas ou como assistente. Não posso, ainda que o deseje, agradecer nominalmente a todos quantos trabalharam comigo neste livro, especialmente os escritores da bibliografia, cujas obras fortalecem-lhe os fundamentos. Assim, sendo, meus sinceros agradecimentos a todos, e que este livro venha a representar um degrau a mais, conquistado na nossa luta pela paz de Deus e da Humanidade. Muito obrigado. Léo Villaverde
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BIBLIOGRAFIA
GRUPO A — MÍSTICOS
BESANT, A. e LEADBEATHER, C.W. Formas de Pensamento S. Paulo, Editora Pensamento, 1969
LEADBEATER, C. W. O Homem Visível e Invisível S. Paulo, Editora Pensamento, 1969
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FONTBRUNE, Jean-Charles de Nostradamus. Historiador e Profeta R. de Janeiro,, Ed. Nova Fronteira, 1980
LEE, Sang Hun. O Pensamento da Unificação S.Paulo. Editora IL Rung, 1985., 985, 426p.
KOCK, Rudolfh. O livro dos Símbolos (493 símbolos) R. de Janeiro. Editora Renes
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BISHOP, Jourdain. Os Teólogos da Morte de Deus S. Paulo, Editora Herder, 1969
REICH, Wilhelm. O Assassinato de Cristo R. de Janeiro, Ed. Martins Fontes, 1982
OSTRANDER, Sheila e SCHROEDER, Lynnn Experiências Psíquicas além da Cortina de Ferro 3a. ed., S. Paulo, Ed. Cultrix, 458p.
OLIVEIRA, Plínio Corrêa de. A Igreja ante a Escalada da Ameaça Comunista. S.Paulo, Ed. Vera cruz, 1976, 223p.
LEPP, Ignace. Itinerário de Marx a Cristo 3a. ed., R. de Janeiro, Livraria Agir Editora, 1984, 233p.
PENNA, J. O. de Meira. O Evangelho Segundo Marx S. Paulo, Ed Convívio, 1982, 196p.
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WURMBRAND, Richard. A Resposta à Bíblia de Moscou S.Paulo, Ed. “A Voz dos Mártires”, 163p.
WURMBRAND, Richard. Torturado por Amor a Cristo 5ª ed., S. Paulo, Ed. “A Voz dos Mártires”, 1976, 156p.
WURMBRAND, Richard. Cristo em Cadeias Comunistas R. de Janeiro, Casa Publicadora das Assembleia de Deus, 1980, 240p.
BARBUY, Heraldo. Marxismo e Religião 2a. ed., S. Paulo, Editora Convívio, 1977, 103p.
GRUPO B PSICOLOGIA E PSICANÁLISE
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MEZAN, Renato. Sigmund Freud 3ª. Ed., S. Paulo, Ed. Brasiliense, 1983, 116p.
CORRÊA, Paulo Dias (Tradutor). Freud R. de Janeiro, Ed. Imago, 1973
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KELLER, Fred S. e SCHOENFELD, Willian N. Princípios de Psicologia 6a. ed., S. Paulo, Ed. Pedagógica e Universitária Ltda., 1973, 451p.
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GRUPO C — ECONOMIA
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HEILBRONER, R.L. Introdução à História das ideias Econômicas 4a. ed., R. De Janeiro, Zahar Editores, 1974, 321p.
BESANÇON, Alain. Anatomia de um Espectro R. de Janeiro, Editora Presença, 1984
BESANÇON, Alain. Breve Tratado de Sovietologia R. de Janeiro, Ed. Nova Fronteira, 1978
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SHIFRIN, Avrahan. Guia da URSS Portugal, Publicações Europa-América, 1985
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