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A IMPORTANCIA DO JUDO NA ESCOLA
DUARTE, Wesley Carlos Fragozo 1 ARCA, Mario Augusto 2
RESUMO: O presente estudo foi feito através de uma revisão bibliográfica, aonde vem mostrar a importância do judô como ferramenta para Educação Física, um esporte que foi inserido nas aulas de Educação Fisica pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN`S). O judô que desde criado pelo mestre Jigoro Kano tem a finalidade de ser um esporte onde crianças e adolescentes possam praticar e também aprender através de princípios que fazem do judô um esporte tão relacionado à disciplina e ao respeito. Este estudo evidencia os benefícios e o porquê do judô ser um esporte que possa estar ajudando na melhoria do aluno não só na escola, escola, mas também no seu dia a dia. O ensino do judô abrange abrange características morais, intelectuais e físicas, fazendo com que a luta não seja apenas uma prática física, mas sim uma fonte de aprendizagem aprendizagem e desenvolvimento humano.
Palavras-chave: Educação Física Escolar. investigação. psicomotor. aprendizagem. aprendizagem.
1. INTRODUÇÃO As lutas estão intrinsecamente inseridas na humanidade, pois a história nos mostra, que a necessidade de sobrevivência, na busca de alimentos, de defesa da própria vida e de seus semelhantes, o homem se viu obrigado a desenvolver técnicas de combates, que hoje podem ser importantes instrumentos para formação corporal e intelectual, tornando-se parte da Educação Física, tanto na escola, quanto fora dela. O conhecimento de como ocorrem às aulas de Educação Física poderá oferecer abertura para que se trabalhem conteúdos diferenciados como as lutas, que são parte integrante dos PCNs (Parâmetros Curriculares 1
Graduando em Licenciatura em Educação Física. FIRA – Facudades Facudades Integradas Regionais de Avaré – 18700-902 - Avaré – SP SP – Brasil Brasil –
[email protected] 2 Orientadora Professora Titular da FIRA – Facudades Facudades Integradas Regionais de Avaré – 18700-902 18700-902 Avaré – SP SP – Brasil Brasil – Especialista Especialista em tecnicas desportivas Basquetebol pela Universidade de São Paulo – USP -
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Nacionais) e pouco utilizados. A luta se manifesta como uma prática de atividade física interessante para a escola e é um conteúdo oficial da disciplina de Educação Física, apresentado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, que as colocam como conteúdo a ser trabalhado auxiliando o professor na aplicação desta proposta. A presente pesquisa mostra que através do judô consegue-se o aprimoramento técnico, físico e espiritual, uma vez que o judô não é apenas aperfeiçoar as técnicas para ser imbatível nos campeonatos. Ele envolve a formação espiritual do praticante, tornando o judoca apto a enfrentar todos os obstáculos da vida. A meta final da pratica do judô é ensinar o respeito pelos princípios da eficiência máxima e do bem estar e benefício mutuo, Kano (2008)
1.1 Histórico do judô “Segundo Shinohara 2000:” O judô teve sua origem quando o Professor Jigoro Kano procurou sistematizar as técnicas de uma arte marcial japonesa, conhecida como “Ju Jitsu”, e fundamentar sua prática em princípios filosóficos bem definidos, afim de torna
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um meio eficaz para o aprimoramento do físico, intelecto e do caráter, num processo de aperfeiçoamento do ser humano. O porquê de chamar de Judô ao invés de Ju Jutsu a razão por essa mudança, devese buscar a interpretação no processo histórico que envol ve o cultivo do “Budo” nas antigas formas de artes marciais do Japão. Essas formas de auto- proteção, que constituíram as artes marciais, nasceram da qualidade de vida que o povo japonês impôs a si próprio, diante da necessidade que tinha de se defender, formando uma casca de guerreiros conhecidos como, os “samurais”, a serviço dos senhores feudais.
Durante o período medieval japonês, do século XIV ao XVII, as artes marciais tiveram grande importância por seu uso militarista, apresentando evidente progresso técnico, destacando-se os grandes talentos em todas as formas de luta pela preservação da vida, utilizando-se de armas como sabres, lanças e outros instrumentos, bem como métodos de combates como as mãos nuas ao mesmo tempo em que aprimoravam o físico para adquirir destreza na arte marcial “Samurai” desenvolvia formas de dominar seus próprios impulsos e controlar sua vontade, em alto grau, para poder enfrentar as adversidades corajosamente “até a morte”. Essa filosofia de vida era a alma das artes marcia is e entendiam os samurais, que ela só poderia ser atingida através de árduo treinamento para desenvolver o espírito do “Budo”
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através da busca da serenidade, da simplicidade e do Fortalecimento do caráter, qualidades próprias da doutrina ZEN. Um código de honra, ética e moral, o “Bushido”, conhecido como a via do guerreiro, foram elaborados com forte influência do Budismo, alicerçando-se na preservação do caráter máximo, tal como honra determinação, integridade, espírito de fé, imparcialidade, lealdade e obediência, preconizando uma forma de viver pela conduta de cavalheirismo, respeito, bondade, desprezo pela dor e sofrimento. Como uma das formas de arte marcial surgiu o Ju Jitsu, luta corporal sem uso de armas, não tendo porém, registro preciso de sua origem. Algumas citações encontradas no “Nohon Shoki”, que é uma crônica crítica do Japão, fazem referência ao início do sumo que
teria alguma relação com o Ju Jutsu naquele tempo. Houve, então, evolução desses dois tipos de lutas corporais, em que o Sumô estabeleceu-se à base do uso da força e do peso, sendo orientado no sentido de espetáculo a o Ju Jitsu na base da habilidade, da astúcia e da ética, foi consagrado como combate real. A prática do Ju Jitsu levou à criação de inúmeras escolas, cujas características eram a especialização dos professores em determinadas técnicas, adotando estilos próprios e secretos, cujos princípios de ensinamentos se apoiavam no conhecido axioma empregado pelos “Samurais”. Na suavidade está a força (Ju = suavidade; Jutsu= Arte ou prática). Dentre essas escolas, duas delas foram especialmente estudadas pelo Professor Jigoro Kano, “Kito” e
Tensihinshinyo-Ryu”. A abertura dos portos japoneses em 1895 provocou intensas transformações do ponto de vista político-social, marcando a e ra “Meiji”, quando foi abolido o sistema feudal, com rejeição da cultura das artes instituição antiga, introduziram-se os conhecimentos dos países ocidentais, ocorrendo acentuado declínio das artes marciais, em completo desuso nos pais. O Ju Jutsu não foi exceção, pois as escolas ficaram privadas das subvenções dos clãs e ainda as modernizações das forças armadas levaram essa arte marcial a ser considerada parte do passado e em total decadência. Jigoro Kano, um jovem franzino, graduado em filosofia pela universidade imperial de Tóquio, tendo conhecimento do Ju Jutsu, observou que as técnicas poderiam ter valor educativo na preparação dos jovens, no sentido de oferecer ao indivíduo oportunidade de aprimoramento do seu autodomínio para superar a própria limitação. Assim, passou a ter como meta transformar, aquela tradicional arte marcial num esporte que pudesse trazer benefícios para o homem, ao invés de utilizá-la como arma de defesa pessoal simplesmente. Aprofundou seus estudos, pesquisando e analisando novas técnicas conhecidas, o Professor Kano organizou-as de forma a constituir um sistema adequado aos métodos
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educacionais, como uma disciplina de Educação Física, evitando as ações que pudessem ser lesivas e prejudiciais à sua pratica por qualquer leigo. Com esse intuito, em 1882 fundou a sua própria escola e para distinguir, de maneira evidente, de forma que identificavam o antigo Ju Jutsu, denominou de JUDÔ KODOKAN, destinada à formação e preparação integral do homem através das atividades físicas de luta corporal e do aperfeiçoamento moral sustentado pelos princípios filosóficos e exaltação do caráter, que era a essência do espírito marcial dos samurais, o “Budo”. Jigoro Kano transformou a arte marcial do antigo Ju Jutsu no “caminho da suavidade” em que
através do treinamento dos métodos de ataque e defesa pode-se adquirir
qualidades mais favoráveis a vida do homem, sob três aspectos: condicionamento físico, espírito de luta e no que daremos maior enfoque atitude moral autêntica. A primeira qualidade, condição física é obtida pela prática do esporte que exige esforços físicos atenuantes, de forma ordenada e metódica para proporcionar um corpo forte e saudável. Pois todas as funções corporais tornam - se melhor adaptadas pela atividade que promove aumento de força muscular geral, da resistência, da coordenação, da agilidade e do equilíbrio. Devido ao treinamento rigoroso, o indivíduo tende a tomar mais cuidado com a sua saúde, prevenindo doenças e condicionando a reagir reflexivamente para evitar acidentes. A segunda qualidade, espírito de luta, significa que pela prática das técnicas do judô e pela incorporação dos princípios filosóficos durante os treinamentos, o indivíduo se torna mentalmente condicionado a proteger seu próprio corpo em circunstâncias difíceis, defendendo-se quando ameaçado perigosamente. Com o treinamento, adquire autoconfiança, não para fugir do perigo, mas para adotar medidas e iniciativas em qualquer situação. Em outras palavras, o Judô é uma arte para a auto - proteção total. Por último, a atitude moral autêntica é concebida através do rigor do treinamento, que introduz a humildade social, a perseverança, a tolerância, a cooperação, a generalidade, o respeito, a coragem, a compostura e a cortesia. As experiências obtidas durante o treinamento, por tentativas e erro e pela aplicação das regras de luta, impõem mudanças de atitudes, elevando o poder mental da imaginação, redobrando a atenção e a observação e firmando a determinação. Quando falhas do conhecimento social e de moralidade constituem - se em problemas, um método de ensinar a cortesia entre as pessoas e melhorar a atitude social tornase importante e, por isso, o Judô, desempenha papel relevante nesse contexto, como instrumento de formar e lapidar os verdadeiros caracteres morais do ser humano.
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1.2 Princípios filosóficos do judô O judô foi fundamentado entre duas máximas de extrema importância para constituição de bases para suas estruturas técnicas e filosóficas dessa arte marcial tais princípios propostos por Peruca: Seiryoku-zenyô: princípio filosófico caracterizado pela concentração e máxima utilização de todos os esforços na promoção desenvolvimento moral, intelectual, físico e técnico do ser humano. Consciente de seu potencial, de sua força física e mental, o judoca aprende com o professor e veteranos toda a ética e cerimonial do judô e a sua aplicação na sua pratica cotidiana. A busca da vitória na competição significa o seu fortalecimento espiritual. Jitakyôei: principio filosófico caracterizado pelo desenvolvimento corporal e formação moral em continuo processo de interação com a comunidade. O desenvolvimento individual interação com a comunidade enseja não apenas vivenciar uma intensa felicidade, como propiciar um conviver harmônico e solidário, fim maior da filosofia do judô.
1.3 Aspectos lúdicos aplicados no judô Para que haja o desejo de se praticar qualquer atividade, o fator motivação é de suma importância, principalmente em crianças. A ludicidade alternada com as técnicas específicas na realização dos métodos judoístas são necessários, para que não se torne monótono e repetitivo, causando o desprazer na prática, já que não se pode visar somente o rendimento para a competição, pois a prática na Educação Física deve ser mais educativa possível. Torna-se mais fácil o aprendizado pela ludicidade. (Pagani,Andreola e Souza,2012) Judô pode ser um caminho importante para o desenvolvimento da mobilidade, procurado além do aspecto competitivo também pelo complemento recreativo, físico, mental e filosófico que o mesmo pode oferecer, porque, valoriza muito a inteligência e o culto a verdade. Torna-se uma arte de evolução espiritual com mais importância do que vencer lutas. Além dos exercícios físicos, busca atingir pontos fracos, como medo, nervosismo, falta de confiança, falta de vontade, ansiedade, construindo um ser humano mais aprimorado, indicado por psicólogos, educadores e psiquiatras, como terapia para crianças irrequietas ou complexadas. (Rufino,2010) Dallabona(2004) conclui, que o lúdico proporciona um desenvolvimento sadio e harmonioso, sendo uma tendência instintiva da criança. Ao brincar, acriança aumenta a
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independência estimula sua sensibilidade visual e auditiva, valoriza a cultura popular, desenvolve habilidades motoras diminui a agressividade, exercita a imaginação e a criatividade, aprimora a inteligência emocional, aumenta a integração, promovendo assim, o desenvolvimento sadio, o crescimento mental e a adaptação social. Vygotsky(1984) Atribui relevante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento
infantil.É
brincando,
jogando,
que
a
criança
revela
seu
estado
cognitivo,visual,auditivo,tátil,motor, seu modo de aprender e entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos,pessoas ,coisas e símbolos. Dallabona(2004) ,descreve que é por meio da atividade lúdica que a criança se prepara para a vida, assimilando a cultura do meio em que ,vive, a ela se integrando, adaptando-se as condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a competir, cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser social.Alem de proporcionar prazer e diversão , o jogo,o brinquedo e a brincadeira podem representar um desafio e provocar o pensamento reflexivo da criança.Assim, uma atitude lúdica efetivamente oferece aos alunos experiências concretas necessárias e indispensáveis as abstrações e operações cognitivas. Tanto para Vygotsky(1984) como para Piaget (1975), o desenvolvimento não é linear mas evolutivo e, nesse trajeto, a imaginação se desenvolve. Uma vez que a criança brinca e desenvolve a capacidade para determinado tipo de conhecimento, ela dificilmente perde esta capacidade. A ludicidade é a ponte facilitadora da aprendizagem. O professor de judô repensa e questiona sobre sua forma de ensinar. Utiliza a corrente da motricidade que prega o uso do lúdico como fator motivante de qualquer tipo de aula, esportiva ou não. (Ruffino,2010) DELIBERADOR (1996) diz que, o lúdico tem o caráter de jogo, brincadeira, de ação seria a ser vivida com alegria. O lúdico está presente no judô, onde as brincadeiras fazem parte do processo de aprendizagem, e os alunos aprendem brincando. Os professores de judô inseriram o lúdico nas suas aulas, fazendo com que as suas aulas não sejam monótonas aonde eles vão conquistando os alunos e fazendo que eles não enjoem de suas aulas. Um método utilizado pelo autor citado acima é de relacionar os gestos e maneiras de se locomover-se dos animais, eles nos auxiliam nas aulas onde o aluno imitando o animal ele vai aprender movimentos que fazem parte da aprendizagem do judô de maneira lúdica e de fácil percepção para criança. BAPTISTA (2003) diz que quanto maior a motivação, maior à vontade e a facilidade de aprender. Que aulas devem ser recreativas com o objetivo de ser mais atraente, fazendo com que o aluno sinta prazer em participar. Ele nos cita que a recreação pode ser feita
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em qualquer período da aula tanto para os mais novos como para os mais velhos variando o tempo da recreação dependendo do tempo de pratica da turma, quanto mais nova a turma, maior a necessidade de inserir as técnicas motivadoras. Nas aulas de judô o lúdico está presente em todas as partes da aula, onde ele proporciona para o aluno uma aula mais alegre onde ele aprende brincando. Como muitos alunos têm dificuldades em memorizar os nomes das técnicas que são em japonês, o professores utilizam os nomes das técnicas relacionando-as com os animais. Nas brincadeiras é onde também que as crianças se soltam, se comunicam e começam a vivenciar o judô.
1.4 O Judô na educação Como tive grande sucesso em aplicar o princípio da máxima eficiência nas técnicas de ataque e defesa, eu me perguntei se o mesmo princípio poderia ser aplicado na melhoria da saúde, ou seja, na educação Fisica. Onde após conversar com diversas pessoas que conheciam o assunto sobre qual o objetivo da educação física conclui que é tornar o corpo forte e saudável e ao mesmo tempo formar caráter através da disciplina mental e moral. (Kano,2008). Peruca(1996) cita que depois de solidificar a pratica do judô, o passo seguinte de Jigoro Kano foi introduzi-lo como pratica educativa em todos os graus da escolaridade japonesa.Tornou-se uma matéria como ocorre com o português, matemática ou estudos sociais aqui no Brasil. O judô procura facilitar a passagem do ser humano pela vida, sempre com melhor nível de qualidade. E por isso preconiza a substituição da agressividade pelo prazer, como cita DELIBERADOR (1996) a intenção de JIGORO KANO era gerar prazer, facilitar a interação entre os povos. Como nem sempre a escola gera prazer, o judô procura auxiliar a escola, pois tem a consciência que aluno precisa da escola para interagir em sociedade. O prazer de praticar o judô pode levar ao aluno a ter mais interesse e atenção durante as aulas. O judô como componente educacional tem grande poder socializador, alem de abordar valores éticos e morais. Desta forma podemos trabalhar através dele conceitos atitudinais como companheirismo, o espírito de luta, o saber ganhar ou perder, o respeito pelas normas estabelecidas. (Carvalho, 2012). Segundo Virgílio 1986: Após conhecimento aprofundado da filosofia do judô e dos ensinamentos deixados pelo próprio Jigoro Kano, descreve nove princípios que explicam a teoria da luta e direcionam o processo de ensino e a progressão filosófica do Judô. São eles:
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conhecer-se e dominar-se é triunfar; quem teme perder já está vencido; somente se aproxima da perfeição quem a procura com constância, sabedoria e sobretudo, humildade;quando verificares com tristeza que nada sabes, terás feito teu primeiro progresso no aprendizado;nunca te orgulhes de ter vencido um adversário, ao que venceste hoje, poderá derrotar-te amanhã. O treinamento de Judô é árduo como as dificuldades que enfrentamos no nosso dia-a-dia. Portanto, o bem-estar dos praticantes é gratificante e compensador, levando-os, pelos treinamentos de ataque e defesa, a se aperfeiçoarem e a contribuir com algo para seu próximo, sendo útil à sociedade. Esta é a meta final da disciplina do Judô, isto é, o que realça a verdadeira beleza e que valoriza o Judô como educação. (Ichikawa)
1.5 A escola de hoje Escolas estão adotando modalidades esportivas alternativas como o Judô, em suas atividades visando desenvolver no aluno, além de qualidades físicas características éticas e aprender com as dificuldades que acontecem no tatame a enfrentar situações na vida cotidiana. ( Andreola,2012). Na escola de hoje podemos verificar que os alunos não têm interesse nas aulas e não pensam no quanto o estudo é importante para seu futuro. Podemos dizer que a falta de interesse dos alunos deriva de um conjunto de acontecimentos que vêem tornando difícil ministrar aulas, hoje o aluno ele é mais crítico se não gosta do esporte ou da matéria ele simplesmente fala que não vai fazer. No judô como cita Peruca (1996) tal situação não acontece o professor sempre perguntara o porquê dele não querer fazer e com isso ele modificara a brincadeira para que esse aluno possa vivenciar a aula ou brincadeira. As crianças, principalmente as que vivem em centros urbanos e moram em apartamentos tem poucas opções de áreas de lazer. Desta forma obrigam-se a permanecer muito tempo em frente à televisão ou computador, prejudicando o seu desenvolvimento físico. Outros fatores podem ser as distâncias, o trânsito caótico e a falta de tempo dos pais. ( Andreola,2012). Essa falta de tempo dos pais pode levar as crianças a ficar mais vulneráveis a falta de atenção ou até indisciplina escolar. Para Longarezi (2003), a indisciplina é apontada como um dos principais obstáculos enfrentados por pais e professores em relação educação das crianças, sendo limites por parte das crianças. Isso reforça a relação que se estabelece entre o comportamento
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indisciplinado da criança e sua formação moral, indicando, portanto, que a raiz desse problema está, também, no tipo de educação moral que as crianças vêm recebendo A Violência é um caráter social, a crianças muitas vezes não sabem como se expressar com o colega e acaba descarregando sua resposta com agressão, é nosso dever, canalizar essa resposta utilizando o judô e suas brincadeiras em si regulamentadas, com regras de boa convivência não só em casa, mas em todos os lugares onde houver convívio social para que essa resposta com agressão seja substituída com outra resposta que não vá fazer mal ao outro, mas sim o bem. (SANTOS,2009)
1.6 A competição no judô Peruca (1996) cita que: Vários são os valores que envolvem a competição, como respeito, lealdade, responsabilidade, perseverança, liberdade, autonomia e autoconhecimento. Além de tudo, a competição é um momento de avaliação de todo o processo de desenvolvimento iniciado. Isso não quer dizer que significa que o objetivo foi ou não alcançado, se o trabalho realizado está certo ou errado. O que de fato interessa é a qualidade da participação, pois vitória ou derrota são fatos circunstanciais e imprevisíveis. (Peruca, 1996). O resultado para o judoca não é o mais importante. Vencer, ele vai sempre, porque ao treinar aprende a respeitar os seus limites e, quando possível, a romper com esses limites; aprende até aonde pode ir, aprende com a própria vida. E todo o aprendizado é aplicado na vida em comunidade. Ele sabe interagir com a comunidade, sabe o que pode oferecer e o que pode receber. Essa é a vida do judoca. Essa é a filosofia do judô. (Peruca, 1996).
1.7 A educação e o respeito no judô Paulo Duarte (2010) cita que: Quando o professor Jigoro Kano introduziu a saudação formal, utilizada pelo povo japonês, em sua metodologia de ensino do judô, sabia que seria capaz de expressar todo o conteúdo filosófico de sua doutrina. Por meio do gestual correto- sentado sobre os calcanhares (Seiza)ou em pé(Ritsu-rei)-curvamos o corpo á frente, lentamente, em sinal de profundo respeito ao que ou a quem estamos reverenciando. Seiza é o modo correto de sentar no tatami Za-rei é o ato de cumprimentar ajoelhado sobre os calcanhares Ritsu-rei é o ato de cumprimentar na posição em pé
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Para os orientais as pessoas que se curvam diante da magia da vida, da beleza da natureza, da sacralidade do espaço que ocupam, e da presença do outro como fonte de aprendizado são possuidoras de muito conteúdo, de muitos frutos. São pessoas que compreendem o seu pertencimento a algo maior do que elas mesmas- enquanto seres da natureza-,em busca de aperfeiçoamento. A dádiva que lhes é dada para o desenvolvimento da sensibilidade capaz de detectar o bem que esse entendimento lhes traz exige delas o comprometimento com a demonstração correta do ato de curvar o corpo. A humildade do curvar-se exprime a total rendição daquele que se coloca em estado de receptividade diante de tudo e de todos, para absorver as trocas culturais tão importantes ao seu desenvolvimento. Ao reverenciarmos a vida damos sentido á nossa existência como seres espirituais que somos, reconhecendo, em seu pulsar, a obra do criador. Ao reverenciarmos a natureza nos curvamos diante dessa grande mãe, desse grande útero, capaz de gerar tudo de que necessitamos para nos mantermos vivos. Ao reverenciarmos o sensei estamos reconhecendo a sua sabedoria e agradecendo a transmissão de seus conhecimentos, que tão gentilmente nos cede. Ao reverenciarmos o parceiro de treino estamos reconhecendo o seu desprendimento em nos ceder o seu corpo para que possamos treinar. Ao reverenciarmos o dojô estamos reconhecendo a sacralidade de um espaço onde – numa analogia com o
mundo- vivemos nossas experiências e aprendemos a nos conduzir co
elegância, sempre. Segundo Shinohara( 2000): Nos dia atuais, normalmente quando se fala em cumprimento, refere-se às etiquetas do dia-a-dia (um certo tipo de regras sociais que se vê no cotidiano, tratando-se de um ato,um compromisso, na qual reverencia e agradece ao outro), mais quando trata-se de Judô, o cumprimento se refere à regra de cumprimentar oficializada em “As regras de cumprimentos nas lutas de Judô”.
Trusz e Dal Bosco (2010) descrevem: A saudação ao colega, tanto na vitória como na derrota, proporciona uma vivência de respeito. A criança na fase heterônoma do seu desenvolvimento moral ainda não entende o significado real do cumprimento. Para ela, o cumprimento funciona como uma regra do judô, e, observando que o adulto e também crianças mais velhas o fazem, entende que aquilo é o certo a fazer de quem é judoca e, portanto, repete o gesto. O princípio básico da saudação é a demonstração de respeito e
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confiança que as pessoas têm uma pela outra. Ao curvar-se em saudação a outro judoca, a criança heterônoma vai aos poucos incorporando o gesto à sua consciência, e gradualmente a criança aprende a ter confiança e também a demonstrar confiança no outro. O importante na saudação é que seja desenvolvida a consciência das regras e a internalização do que é certo e errado, e que aos poucos se perca a necessidade da figura de autoridade determinando o tempo todo o que deve ser feito. Para tanto, é importante que o sensei sempre trabalhe o sentido da saudação. Faz-se a saudação ao entrar no dojô por respeito ao espaço de treino; se faz saudação ao sensei por respeito ao professor, por tudo que ele aprendeu e está disposto a repassar aos alunos; se faz saudação ao retrato do Sensei Jigoro Kano em respeito à memória da pessoa que idealizou o judô que hoje se pratica; se faz saudação aos colegas em respeito às pessoas que compartilham dos mesmos interesses. Peruca (1996) discorre que a hierarquia facilita a transmissão da filosofia, a aplicação no treinamento, o desenvolvimento das qualidades e capacidades motoras do judoca.Os judocas aprendem que fora do tatame eles devem são tidos como exemplo.
1.8 Os benefícios do judô na vida escolar “Nada abaixo do Sol é maior do que a
educação. Educando uma pessoa e
mandando – a para a sociedade, ele contribuirá na extensão de uma centena de gerações à sua frente”. (Kano, 2008) “(...) informações que contribuem para a valorização da luta como instru mento
pedagógico dentro da escola, pode trazer benefícios que transcendem a educação física atingindo também outras esferas educacionais. Esses ganhos podem reafirmar não somente a importância de seu uso como atividade esportiva extracurricular, mas principalmente na aula de educação física como instrumento pedagógico, através de uma tomada de consciência por parte do profissional de educação física.” (ROSA; RUFFONI; LUNA, 2011,
p. 1)
O Judô pode atuar como uma via determinante para a autodescoberta, bem como, um meio de desenvolvimento da mobilidade. A prática do Judô tem despertado interesse, não só pelo seu aspecto competitivo, mas, sobretudo, pelos benefícios recreativo, físico, mental, entre outros.
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O Judô é mais que um esporte do físico, ele pretende ser também uma filosofia, que valoriza a inteligência e o culto a verdade. Assim o desenvolvimento espiritual desta arte deverá ser tão ou mais importante que o objetivo de vencer as lutas (RUFFONI, 2010). Como descreve o autor acima o judô não é só competitivo ele é uma filosofia de vida, onde o judoca aprende a viver em sociedade sempre respeitando as diferenças individuais das pessoas. O fato de o Judoca ter que respeitar a área de treinamento, seu professor e colegas por meio da saudação cada vez que entra e sai do tatame, são uns dos benefícios que podem contribuir para um melhor desempenho escolar. Outro aprendizado no judô é aprender a cair, onde ele aprende que na vida aparecem obstáculos e se ele cair vai saber levantar, após aprender a cair ele vai aprender a derrubar sabendo que sempre derrubando de maneira que preserve a integridade de seu colega tendo humildade. (Pagani,Andreola e Souza,2012). Segundo Villamón e Brousse (2002), além de ser uma atividade de relaxamento e de prazer, o judô é uma prática esportiva que desenvolve no aluno a concentração e a possibilidade de analisar e conviver com situações de sucesso e fracasso. Como benefícios cognitivos citam-se a formulação de estratégias, o raciocínio, a atenção, bem como no aspecto afetivo e social, a interação, a perseverança, respeito e determinação. ( Andreola, 2012). Frente a todos esses benefícios, podemos afirmar que o Judô é de suma importância no processo de formação educacional da criança. Vale ainda ressaltar, que o mesmo tem sido declarado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), como o esportes mais aconselhado na fase que compreende desde a infância até os quatorze anos de idade, pois, segundo a mesma, ele permite mediante o jogo e a diversão, conjugar fatores essenciais para o desenvolvimento do indivíduo, como por exemplo, a coordenação de movimentos, a psicomotricidade, o equilíbrio, a expressão corporal e a situacão espacial (percepção cinestésica). Carvalho (2012) considera que: Com a pratica do judô ,os atletas se desenvolvem corporalmente
devido
aos
treinos
que
buscam
aprimorar
suas
técnicas
ao
máximo.Paralelamente aos treinos os atletas são disciplinados, são leais consigo e com os outros,humildes independente dos resultados e colaboram com o grupo nas atividades propostas buscando sempre o respeito e harmonia. Um judoca é um ser sereno, equilibrado, educado e tem sensibilidade de pensar no próximo sendo esses os atributos indispensáveis para o individuo fazer a diferença na sociedade em que vive.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a presente revisão bibliográfica podemos considerar que o judô inserido na escola com suas filosofias e regras bem definidas, pode auxiliar sim na formação da criança. As regras e os valores empregados pelo judô tais como: disciplina, respeito, educação, para assim ser um cidadão de bem e ter melhor relação com a sociedade em que está inserido. Sendo assim o judô na escola pode ajudar nesse convívio com o outro e na assimilação de regras por intermédio de brincadeiras usadas e convividas pela prática do judô.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PERUCA, Ângelo. Judô: Metodologia da Participação . Londrina: Lido 1996. SHINORAHA, Massao. Manual de Judô, São Paulo : Edição Independente, 2000 BAPTISTA, C. F. S. Judô: da escola a competição . 3. Ed. Rio De Janeiro: Sprint, 2003. KANO, Jigoro:Judô Kodokan/Jigoro kano ;publicado sob a supervisão do kodokan Editorial Committee; traduzido por Wagner Bull.-São Paulo : Cultrix, 2008 Vírgilio,Stalei.A Arte do Judô. São Paulo : Papirus.1986 DUARTE, Paulo: Manual de Nage no Kata. São Paulo: Ed. Global Soccer, 2010 : BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais
Educação Física. 1998.
3.1 Artigos de revistas ANDREOLA, Remi: Lutas na Escola. Revista Cientifica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente 3(2): 40-56, jul-dez,2012 TRUSZ, Rodrigo Augusto; DELL ´AGLIO, Débora Dal Bosco: A Pratica do Judô e o
Desenvolvimento Moral de Crianças . Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, São Paulo,v.3,n°2, julho/dezembro 2010
3.2 Material da internet SANTOS, H. S. Características sociais do judô na escolar . Universidade Bandeirante de São Paulo.< http://www.fpj.com.br/artigos/2009_artigo_csje.pdf > Acesso em:15 agosto 2013 RUFFONI, Ricardo. Lutas na Infância. http://www.equipeRuffoni.com.br> Acesso em Set.2013
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DALLABONA,Sandra Regina.O lúdico na educação Infantil:jogar,brincar,uma forma de
educar. Acesso em Out. 2013 CARVALHO, Luciano Fontoura. A Pratica do judô e o desenvolvimento dos valores.
Acesso
em
Básicas
.
Out.2013 ICHIKAWA,O:Judo,
ler,
ver,
aprender;
Noções
Acesso em Set.2013