A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA IDADE MODERNA
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A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA IDADE MODERNA ..
Roque Lúcio (*) A tomada de Constantinopla pelos Turcos , em 1453, marca simbolicamente o inicio dos t e m p o s modernos. No final da Idade Média começ ou a aparecer uma civilização distinta, marcando, pa p a u l a t i n a me n t e , a f u s ã o d a c i v i l i z a ç ã o G r e c o romana com o Cristianismo. Nasce o Humanismo, que reconcilia a educaçãointelectual, moral e física. O Humanismo significa a cultura voltada
pa p a r a o h o m e m , “ a m e d i d a d e t o d a s a s coisas”, segundo a sabedoria grega.Com a adoção das idéias clássicas, no Ocidente, manifesta-se o interesse pela vida natural e osexercícios são empregados como agentes da educação, embora de maneira teórica e empírica. Não tendo sido criado um corpo de doutrina, não foi solucionado, objetivamente, o problema doexercício físico. Porém, os novos dados pedagógicos, fisiológicos e técnicos preconizados, preconiza dos, lançando luzes paraa questão, serviram de base, mais adiante, para o apuro e a sistematização da ginástica racional. Em virtude daligação entre exercício natural e cultura, pouco a pouco, começou a marcha progressista da Educação Física. Na França quatro educadores merec em destaque especial : Rabelais ( 14941 5 5 3 ) c o m s u a obra Gargântua e Pantagruel , Montaigne ( 1533-1592) que escreveu
Ensaio , Fenelon (1615-1715) queescreveu Educação dos Jovens , Rousseau (1712-1778) autor de Emilio ou Da Ginástica . Todos preconizarama renovação da educação e levantaram problemas no campo do exercício físico. Eles influíram muito nasreflexões dos criadores dos métodos clássicos da educação física. No século XVI, Rabelais, nas suas obras Gargântua e Pantagruel pregou a necessidade dos exercíciosnaturais. Segundo Ramos ( 1982) era amigo da natureza, rebelou-se contra o ensino escolástico e defendeu, demaneira tenaz, o direito de o homem viver ao ar livre e desenvolver ao máximo, suas qualidades física eespirituais.Montaigne expressou o valor do exercício: “não é bastante endurecer a alma, é preciso também enrijecer os músculos”. Imaginou o entrelaçamento do espírito e do corpo.Fénelon considerava a prática do espírito como “dever de cada individuo para com a Pátria e das nações para o bem-estar da república universal”, palavras que Conde Baitlet Latour, sucessor de Coubertin no ComitêOlímpico Internacional (COI), aplicou na exaltação dos Jogos Olímpicos Contemporâneos.Para Jean Jacques Rousseau “A natureza é b oa, a civilização é
má”, conceito que condensa, em últimaanálise, a filosofia de Rousseau. Até Goethe, conservador por excelência, reconheceu o caráter revolucionárioe as conseqüências sociais do novo modo de vida imaginado por esse grande pensador na sua obra Emilio.Rousseau baseia seu método
educacional nestes quatro princípios:“1 - O menino deve ser educado pela e para a liberdade.2 – A infância na criança deve ser amadurecida.3 – A Educação do sentimento deve preceder a educação da inteligência.4 – O saber importa menos que o exercício do juízo”.Pelo primeiro principio Rousseau assevera que a liberdade é um direito inerente ao homem e o únicoque permite adaptar a educação à Natureza. O menino necessita não apenas de liberdade física, isto é, demovimentos, mas, sobretudo, de liberdade em
seus atos. Ele , no entanto, ressalta: “É preciso não confundir licenciosidade com liberdade, nem o menino a quem se faz feliz com o menino a quem se mima”E l e esclarece que os exercícios do corpo, não p e r t u r b a m a s o p e r a ç õ e s d o e s p í r i t o , m a s , muito a o contrário, servem para facilitá-las. Na Inglaterra citamos Francis Bacon ( 1561-1626) com sua
obra “ Investigação Científica
”, onde afirmaque somente se pode tirar conclusões em fatos recolhidos e estudados. Afirmava que a atividade física podiacorrigir qualquer tendência ao mal e ao enfraquecimento e propunha, conseqüentemente, todos aquelesexercícios físicos que favoreciam a conservação da saúde e o prolongamento da vida humana.John Locke ( 16321704) foi influenciado por Montaigne e i nspirado em Rousseau. Em seu “ Pensamento sobre a educação
” dedicou longas páginas sobre o problema da saúde, da higiene pessoal, dovestuário, do sustento, e da educação física da juventude. Ele estava convencido das estreitas relações entreeducação
física e psíquica. Os jovens, segundo ele, devem observar, escrupulosamente, a higiene, umaalimentação simples e sadia, ter livre iniciativa no trabalho e no jogo, observar as normas higiênicas etreinando os músculos para os esforços, o corpo enrobustece e torna-se resistente à dor e às fadigas.Thomas Morus ( 1478-1592) com a obra Utopia, pregou a vida na natureza, criticando o sistemaeducacional vigente, enfatizou a importância dos exercícios que mantêm e cultivam “a beleza, o vigor e a agilidade do corpo, os dons mais agradáveis da natureza
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