A Gênese Reconstruída - Dr. Jorge Adoum.pdf

August 6, 2017 | Author: Phileas del Montesexto | Category: Faith, Hebrew Language, Garden Of Eden, Bible, Adam And Eve
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A GÊNESE RECONSTRUÍDA Hoje em dia a Ciência Materialista é a maior aliada da Espiritualista Os Sacerdotes da Ciência Espiritual souberam sentir, conscientemente, o Intimo Princípio da Vida ao penetrarem profundamente no estudo e na prática dos Sete Princípios Herméticos emanados da Lei Universal. Viram a sua trajetória e a sua ação, tocaram e desvendaram os Pequenos e Grandes Mistérios. Agora, os autênticos cientistas da matéria, sinceros pesquisadores da Verdade, estão dia a dia penetrando nos arcanos destes Sete Princípios em direção ao mais íntimo da Vida e comprovando tudo aquilo que os Sacerdotes do Espírito viram e disseram. Hoje sabemos, conscientemente, que as Grandes Forças Volitivas, impulsionadas pelo pogo Invisível do Princípio da Vida, receberam outrora nomes de pessoas, como Adão e Eva (IEOVHA), Salomão (SOL-MAN!, etc., a fim de que pudessem ser aceitas pela mentalidade humana daquelas épocas, em processo de desenvolvimento. Na obra A Gênese Reconstruída, escrita pela mão do Dr. Adoum e ditada pelo seu Espírito Iluminado, ele mostra o caminho e a atuação perfeita das Forcas Cósmicas formadas "por inteligências atômicas diversas e infinitas’', para nos levar a compreender a profunda Mensagem do Nazareno quando disse "Eu e o Pai somos Um", logo, "Eu Sou Ele, Ele É Eu" isto é Eu Vida individual Sou parte e Uno com a Vida Universal, Eu Sou Vida Eterna, Imortal, Infinita, A Vida que está em mim, Sou Eu. Comissão Divulgadora Jorge Adoum Santos Dumont — MG Caixa Postal 64 DR. JORGE ADOUM (Mago Jefa)

SUMÁRIO Introdução Capítulo I — O Princípio Capítulo II — A Diferenciação Capítulo III — A Expulsão Capítulo IV — A Transformação Capítulo V — As Faculdades Características Capítulo VI — A Medida Proporcional Capítulo VII — A Consumação das Coisas Capítulo VIII — A Feitura das Espécies Capítulo IX — A Restauração Consolidada Capítulo X — O Poder Formador Capítulo XI Capítulo XII Capítulo XIII Capítulo XIV Capítulo XV Capítulo XVI Capítulo XVII Capítulo XVIII Capítulo XIX Capítulo XX Bibliografia

INTRODUÇÃO O Livro dos Livros é, ainda em nossos tempos, a Bíblia. Diante desse monumento que sobreviveu através das idades, encontramos a Humanidade dividida em três setores: 1) Os que têm fé cega na Bíblia e se acham convencidos de que esse livro é a base da civilização, além de ser o fundamento do Cristianismo, tal como hoje o conhecemos. 2) Os cientistas, que escarnecem da Bíblia, em cuja divina inspiração nenhum homem culto acredita. Muito pelo contrário, zombam dos ingênuos que a tomam como um livro revelado e histórico. 3) Os poucos seres que procuraram penetrar os mistérios da Bíblia Sagrada, a fim de compreendê-la e de entregar ao mundo seu verdadeiro sentido. Encontra-se em nossas mãos um folheto escrito por Carlos Brandt, intitulado O FANATISMO RELIGIOSO e, em seu prólogo, encontramos a seguinte passagem: "A fé é um parasita que só floresce no estéril campo da ignorância e da indolência". Não somos polêmicos, nem tampouco podemos repetir aqui tudo o que foi dito por Cristo e por São Paulo sobre a fé. No entanto, gostaríamos de perguntar o seguinte a esse autor: "Que seria do homem, se perdesse sua fé? Que teria acontecido às ciências antigas e modernas, se não fossem guiadas pela fé?" A ciência, disse Lovel, foi, certa vez, a própria fé. Passou-se acreditar que a palavra fé significa uma forma simples de crença, baseada principalmente na ignorância e na superstição. Por tal motivo, os que acreditaram que as aquisições atuais da intelectualidade eram a mais alta forma de inteligência que se podia alcançar, preferiram chamar de FÉ CEGA a tudo aquilo que melhor convém às mulheres, às crianças e aos ministros religiosos. Algumas pessoas, por meio do intelecto já não querem crer em nada, senão naquilo que possam ver, tocar ou explicar intelectualmente. São Paulo define a fé desta maneira: "A fé é, pois, a substância das coisas que se esperam e a demonstração das coisas não vistas". Um pastor protestante, durante seu sermão sobre a fé, dirigiu-se a um casal que se encontrava na igreja e disse: "Sr. Janson, o senhor tem fé que seus cinco filhos são seus, mas sua senhora não precisa ter essa fé, pois já tem certeza e segurança". Deste sábio exemplo podemos deduzir que as coisas que vemos não foram feitas a partir das coisas visíveis e sim das invisíveis. Disso podemos inferir que qualquer coisa que desejamos encontra-se na substância invisível, sendo a fé o poder de trazer essa coisa à nossa realidade.

"Que mais direi?" — ensina São Paulo — "Porque faltar-me-á tempo contando a partir de Gedeão, de Barac, de Sansão, de David, de Samuel e dos profetas, os quais, pela fé, ganharam reinos, trabalharam com justiça, alcançaram promessas e taparam a boca dos leões. E, também, houve quem dissesse: "Àquele que tem fé tudo é possível". Certamente existe uma fé cega, paralelamente a uma fé inteligente. A fé cega consiste numa confiança instintiva, do-dotada de poder mais alto do que nós mesmos. A fé inteligente acha-se baseada num princípio imutável. Devemos, no entanto, saber que a fé não depende de fatos físicos, nem da evidência dos sentidos, porque nasce da intuição ou do Espírito Imortal da Verdade, no centro de nosso ser e que nela se fundamenta. A fé é um raio de luz que brota do sol central — a Verdade Única — e que atinge diretamente a consciência. Embora o intelecto não possa apoderar-se dele, sentimos, intuitivamente, que na outra extremidade se encontra todo o Bem. Devemos, no entanto, diferenciar entre a fé cega e a fé inteligente. O mais interessante é que essas duas espécies de fé não podem contradizer-se em sua essência, porque ambas conduzem ao mesmo fim, que é a crença. Mas, infelizmente, os que têm fé cega no que tange a assuntos religiosos, estão acostumados a não raciocinar nunca e vêem no Deus da Bíblia um homem cheio de cólera e de caprichos, como veremos na refutação levantada pelos cientistas intelectuais que consideram a fé, sob todos os seus aspectos, como "um parasita que só floresce no campo estéril da ingnorância e da indolência". Observando essa segunda categoria, composta de cientistas intelectuais que zombam da Bíblia, compreendemos que aparentemente eles têm razão até certo ponto. Eles negam a criação do Universo, porque — dizem — "do nada só pode vir o nada", o que é uma verdade. Também negam que Deus tenha feito o homem do barro da terra e a mulher de uma costela sua; que a serpente tenha tentado a mulher e que, por causa de Adão, toda a raça humana deva sofrer, etc. Também isto é absurdo. Podemos dizer, com toda a franqueza, que se tomarmos a Bíblia ao pé da letra ou se acreditarmos na sua letra morta, essa letra nos matará. Observando a Bíblia desde o primeiro versículo da Gênese, nada mais vemos nela senão absurdos, com exclusão dos preceitos higiênicos de Moisés, alguns ensinamentos filosóficos de Isaías e Jó, os cânticos e provérbios de Salomão e de David e, sobretudo, a doutrina de Jesus. Se quisermos, porém, tirar somente aquilo que de valioso a Bíblia contém e compará-lo com a mixórdia de sua letra morta formada por puerilidades, torpezas,

contradições absurdas e imoralidades de que está salpicada, obteremos um caos de superstições antigas da Palestina, fábulas hindus e persas, imitações de ritos e doutrinas egípcias mal compreendidos, crônicas tanto insultuosas como historicamente inadmissíveis, além de poesias eróticas de mau gosto ou de afrontosa sensualidade. As Tábuas da Lei ou Decálogo já existiam muitos séculos antes de Moisés, pois haviam sido desenterradas em escavações feitas na Babilônia. Tampouco as bases do Novo Testamento são originais. O amor entre as criaturas e a todas as coisas já tinha também sido pregado por Osíris, Zoroastro, Buda, Confúcio, Sólon, Pitágoras, Tales e outros. Isto vem, apenas, demonstrar que a Verdade sempre existiu desde a formação dos homens, ou seja, desde aquele princípio a que chamamos de Criação. Criticar a Bíblia, como fazem os cientistas, constituiria tarefa infindável. Até mesmo os próprios padres da Igreja duvidaram daqueles textos e da letra que mata. A história de Adão e Eva e da cobra foi tomada dos babilônios, que, por sua vez, a tinham tomado dos egípcios, os quais a tinham extraído dos hindus, estes dos persas e estes últimos dos chineses, etc, etc. Adão é o Adimão do sânscrito ou o primeiro homem. Eva é Heva, o complemento da vida, que aparece no Vedanta, no Avesta e no Livro dos Mortos dos egípcios, fontes nas quais beberam os confeccionadores da Bíblia. Também nos Vedas encontramos o Paraíso, o fruto da Árvore Proibida, etc. A cobra é um símbolo egípcio. O Dilúvio Universal foi descrito em todos os livros sagrados, porém em data muito anterior à existência da Bíblia. Assim, de acordo com a Bíblia, os três seres humanos únicos que existiram no princípio do mundo foram Adão, Eva e seu filho Caim (porque Abel foi assassinado e Set nasceu depois). Como foi que Caim pôde encontrar uma mulher para casar-se em terras distantes, com ela ter um filho e, depois, construir uma cidade que recebeu o nome desse filho? Acaso pode um homem sozinho construir uma cidade? E quem foram os habitantes dessa cidade? Depois, quando Deus terminou sua obra e verificou que era muito boa, logo viu que era má, porque os homens haviam saído maus e arrependeu-se de tê-los feito (Gênese VI-6), dizendo: "Estou cansado de arrepender-me" (Jeremias 15-6), ocorrendoLhe, em seguida, enviar à Terra um Dilúvio Universal, para acabar com todos os seres vivos, exceção feita a Noé e a seus filhos, que se salvaram numa Arca que não tinha mais do que trezentos codos de comprimento por cinqüenta de largura (Gênese VI-15), aonde foi colocado um casal de cada uma das espécies animais da Criação.

Na Gênese (VII-8-9), a Bíblia afirma que Noé introduziu na arca dois animais de cada espécie. Porém na mesma Gênese (VII-2) afirma-se que foram introduzidos 7 de cada espécie. Crocodilos e anfíbios, como foi que eles se arrumaram na Arca? E Matusalém, como se salvou do Dilúvio? Terá também sido recolhido à Arca? De que outra maneira poderia ter vivido 996 anos? Se quisermos analisar a Gênese, versículo por versículo, não encontraremos um só que seja lógico e racional. Não são apenas os profanos que encontram disparates na Bíblia. Muitos santos da Igreja Católica reconheceram que esse livro está cheio de sandices atribuídas a Deus e que não se pode tomá-lo ao pé da letra. Santo Agostinho declara que "os três primeiros capítulos da Bíblia são inverossímeis, não se podendo crer neles sem cometer impiedade ao atribuir-se a Deus coisas indignas d'Ele". Tertuliano, não querendo negar os absurdos da Bíblia e não desejando tampouco abandonar sua fé naquele livro, exclamou: "Creio nela porque é absurda". Também Orígenes (Philos. pág. 12) afirma que, se tomarmos a Gênese Bíblica ao pé da letra, o resultado será absurdo e contraditório. Chegados a este ponto, resta-nos perguntar: "Que partido se deve tomar com relação à Bíblia?" Enumeramos uma milésima parte das refutações formuladas pelos cientistas, concordando com eles e refutando os absurdos que nos foram trazidos pelo mencionado livro. Cedamos, agora, a palavra a uma grande autoridade em Hebraico, Fabre d'Olivet, cujo trabalho sobre a Bíblia é realmente formidável. Fabre d'Olivet quis continuar o trabalho começado por São Jerônimo e por tantos outros exegetas empenhados em trazer à tona o sentido verdadeiro do livro da Gênese, porém logo se deu conta de que as palavras hebraicas haviam perdido, pouco a pouco, sua significação primitiva, conservando apenas ligeira sombra da mesma, expressa por uma mesma palavra das línguas semitas. A Gênese original, ao ser traduzida para o Grego e deste para o Latim e para os idiomas modernos, com base num hebraico mal compreendido, trouxe ao texto termos não entendidos. Para saber o que a Gênese queria dizer, Fabre d'Olivet teve de restituir o sentido primitivo às raízes e às palavras hebraicas, a fim de poder traduzir um novo Livro da Gênese. Para tanto, ele teve de escrever a obra intitulada "A LÍNGUA HEBRAICA RESTITUIDA”, em dois volumes. Nessa obra, o autor explicou quais eram as raízes hebraicas perdidas, traduzindo em seguida a Gênese em seu verdadeiro sentido.

Aqueles que dominam bem um idioma semita, percebem com facilidade que o ilustre Fabre d'Olivet acertou em toda a orientação que emprestou às suas explicações, embora, por necessidade de maior clareza, se tenha estendido no texto, para fazer-lhe melhor compreendido. Este autor é desconhecido pelo mundo profano e o grande público, como dissemos no início desta Introdução, é composto ou de crentes religiosos ou de cientistas incrédulos, tornando-se impossível mostrar o erro em que incidem essas duas categorias. A Gênese tem um significado totalmente diferente daquele que normalmente se lhe atribui. Os personagens humanos da Gênese nunca existiram e todo escritor religioso ou mestre de escola ocultista que procura afirmar a existência real de algum ou de alguns desses personagens assemelha-se a alguém que pretenda demonstrar a existência física do dragão, da fênix e de todos os personagens fabulosos da Mitologia. Os personagens da Gênese são meras forças espirituais ou enteléquias e a criação do mundo material fica absolutamente convertida na criação de um mundo espiritual que registra a passagem ou o trânsito do Absoluto para o Relativo, do Uno para o Múltiplo, da Imanifestação para a Manifestação. Todos os personagens da Gênese não são, porém, fases nem materiais, nem humanas dessa evolução. Esse é o verdadeiro significado da Gênese de acordo com as doutrinas de Valentino, Platino e demais filósofos gnósticos. Corroborando o afirmado pela famosa autoridade em Hebraico, que foi Fabre d'Olivet, também podemos afirmar que as línguas antigas do Oriente têm som vogal inerente às consoantes, o qual as acompanha sem ser escrito e sem ser dela distinto, coisa que não acontece com as modernas línguas européias. Para que o leitor possa compreender facilmente esta explicação, fornecemos um exemplo: Temos diante de nós a seguinte palavra árabe formada por três letras (MLK), a qual, de acordo com a vogal, os acentos ou pontos vocais que receba em cada letra toma significados distinto. Essa vogal e esse acento, contudo, não são, à miúde, escritos e sim intuídos e interpretados. Por essa razão, certo sábio ocidental de cujo nome não recordo afirmou: "0 ocidental lê para aprender, enquanto o oriental aprende para poder ler". Voltemos, agora, à palavra Mlk. Se pronunciarmos Malek ela significará "rei". Se pronunciarmos Malak ou Malk seu significado será anjo e se dissermos Mulk significa origem. Em tal espécie de idioma foi a Gênese escrita, ou seja, com palavras que têm vogais pronunciadas ou subentendidas, mas não escritas.

O povo hebreu não tinha alfabeto. Os caracteres que passaram a usar eram de origem caldaica. O próprio nome o demonstra, pois o dito nobre Catibah Ashourith significa Escritura Assíria, epíteto conhecido por todos os rabinos. Foi Esdras, homem genial, quem, pouco depois do retorno dos judeus do cativeiro a Jerusalém, reviveu o Livro Sagrado de sua nação, transcrevendo nele todos os caracteres assírios, acompanhados de suas respectivas vogais e acentos vocais, enquanto os Samaritanos, apegados aos caracteres antigos, acabaram por desfigurar o texto original através de uma contínua alteração de pronúncias, com acentos vocais vagos. A língua hebraica, já corrompida por um povo rude, perdeu, com o tempo e depois com o cativeiro, o sentido real do texto sagrado. Tal texto estava completamente confuso em seus caracteres, dos quais só a tradição oral conservava a verdadeira interpretação. A mencionada tradição oral, denominada Cabala, era patrimônio dos Essênios, que a transmitiam secretamente aos iniciados. Esse sentido verdadeiro, no entanto, foi totalmente perdido depois do cativeiro da Babilônia. Assim, os hebreus, transformados em judeus durante seis séculos antes de Cristo, já não falavam, nem compreendiam sua língua original. Usavam um dialeto aramaico, formado da fusão de vários idiomas da Assíria e da Fenícia, os quais, segundo d'Herbelot, era o caldeu puro. Jesus ensinou sua doutrina em aramaico, embora o tivesse feito entre os judeus. Os detentores do Livro tiveram, por sua vez, violentas discussões no que tange à interpretação que deviam dar à Gênese. Uns pretendiam possuir a lei oral ditada em segredo por Moisés, enquanto outros negavam a existência dessa lei, jogando fora tradições de qualquer espécie, atendo-se apenas às mais literais e materiais explicações. De tais disputas nasceram as diferentes seitas. A primeira, composta pelos Fariseus, foi a mais numerosa, admitindo o sentido espiritual da Gênese. A segunda, formada pelos Saduceus, considerava todas as tradições como fábulas, negando a imortalidade da alma e acreditando que ela fosse, apenas, uma conseqüência da organização do corpo, desaparecendo com ele. Em meio a essas duas seitas, formou-se uma terceira, menos numerosa, porém muito mais instruída. Essa conservou a letra e o sentido: a letra para o exterior e o sentido da tradição e da lei oral para o Santuário. A terceira seita era formada pelos Essênios, que viviam longe das sociedades particulares, assim como das cidades, empenhando-se em grande estilo, ao cultivo da Moral e ao estudo da Natureza. Eles se instalaram no Egito e muitos de seus membros freqüentavam as reuniões judaicas. Seu retiro ficou situado nos arredores de Alexandria, na direção do lago e do monte Moria (nome bastante conhecido e familiar a místicos e ocultistas).

Assim, a lei oral de Moisés ficou conservada entre os Essênios, enquanto os Fariseus contentavam-se com seus targumes (comentários) bastante distanciados do sentido interno, o que Jesus lamentava a todos os instantes. Novamente o idioma de Jerusalém sofreu outra mudança a partir dos Seleucidas, após a morte de Alexandre e de seus capitães. Essa mudança o afastava cada vez mais do Hebraico, e a língua grega foi levada pelos conquistadores a todas as partes. O Livro de Moisés, já desfigurado pelos comentários, desaparece totalmente na versão grega. Depois disso, a História, sempre generosa de dons, presenteia-nos com a famosa versão dos judeus-helenistas, vulgarmente chamada de a versão dos Setenta. Ninguém nos assegura que os setenta intérpretes estivessem ou não em celas separadas enquanto trabalhavam na mencionada obra ou se, enfim, tais intérpretes seriam profetas ou meros tradutores. Fabre d'Olivet assim se expressa: "É muito duvidoso que tenham sido setenta para terminar esse trabalho. O nome Versão dos Setenta procede de outra circunstância a que me reportarei. O Talmud assegura que só foram cinco os intérpretes, o que é quase provável, pois sabe-se que Ptolomeu não mandou traduzir senão os cinco livros de Moisés. O sinédrio acolheu a demanda e como esse antigo tribunal encontrava-se, então, formado por setenta juizes, essa versão recebeu, por parte dele, o nome de Versão dos Setenta, ou seja, uma versão por eles aprovada. Mas, como disse Bossuet, o resto dos livros sagrados foi traduzido para o grego para uso expresso dos judeus disseminados pelo Egito e pela Grécia, exatamente aqueles que haviam esquecido os idiomas hebraico e caldeu". Essa é, pois, a origem da Bíblia: uma cópia em idioma grego das escrituras hebraicas, aonde foram conservadas as formas materiais para aqueles que nada podiam ver além disso, nem poderiam suspeitar da existência de formas espirituais. Só os Essênios é que se converteram nos únicos a possuir o verdadeiro sentido do Serfer de Moisés. Foi devido a esse estado de ignorância que a Providência, querendo transformar a face do mundo, enviou Jesus. Nasceu um novo culto. O Cristianismo expandiu-se, elevou-se e invadiu a Ásia, a África e a Europa. Mergulhados na doutrina de Cristo, os cristãos anatematizaram as formas grosseiras e exteriores do texto bíblico. Entre eles podemos citar os nomes de Valentim, Basílio, Marcião, Apeles, Bardesão e Manes, o mais terrível inimigo da Bíblia. Todos chamavam de ímpio ao autor de um livro em que o Ser-Bom-Por-Excelência era representado pela autoria de todo o Mal, além de criar sem objetivo, fazendo escolhas arbitrárias, arrependendo-se, irritando-se e castigando a posteridade inocente por culpa de um só, que teria preparado a queda. Alguns patriarcas acusaram os judeus de haverem salpicado os livros de Moisés de coisas falsas e injuriosas à Divindade.

Santo Agostinho afirmava que o sentido literal dos três primeiros capítulos da Gênese atribuíam coisas indignas a Deus. Orígenes acreditava que a história da Criação, desde que tomada ao pé da letra, era absurda e contraditória. São Jerônimo também sentiu a horrível imperfeição da versão helênica da Bíblia e quis remediá-la, mas, embora pudesse tê-lo feito, teve medo de causar um escândalo semelhante aos causados por Marcião e Manes. Freqüentou, assim, um mestre rabino da Escola de Tiberíades e começou a estudar o hebraico verdadeiro, a fim de recorrer ao texto original da Gênese. A Igreja, então, lançou o seu grito de indignação. Santo Agostinho e Rufino atacaram São Jerônimo sem qualquer cerimônia, o qual, vendo-se alvo de tais tempestades, arrepende-se de haver dito que a Versão dos Setenta era má e tergiversa, dizendo que o texto hebraico estava corrompido. Santo Agostinho reconhece que a Versão dos Setenta é, com freqüência, incompreensível, dizendo que a Providência Divina permitiu tais traduções para as nações que deviam abraçar a religião cristã. A tradução latina da Bíblia recebeu o nome de Vulgata. O Concilio de Trento declarou que essa tradução era autêntica, sem fazê-la infalível. No entanto, a Inquisição a apoiou com toda a força de seus argumentos convincentes que lhe eram próprios. Em seguida Martinho Lutero, que dizia que os helenistas eram ignorantes, copiou São Jerônimo e não pôde, assim, desprender-ser da origem grega do texto, nem do Latim, antes e depois da Reforma. A Bíblia contém 4.000 erros segundo os inimigos e amigos do Livro, mas ninguém conseguiu corrigir esses deslizes porque o texto original perdeu-se junto com a língua hebraica há 25 séculos e o sentido da Gênese continua obscuro em qualquer das línguas em que seja vertida, pois é sempre a versão helênica que se traduz. É impossível sair desse círculo vicioso, porque existem muitos motivos para não se poder conduzir a língua hebraica perdida a seus princípios originais. Dessa forma, permanecem ocultos, há mais de 3.000 anos, os tesouros acumulados pela sabedoria dos egípcios. Estamos convencidos, como declaramos em nossa obra RASGANDO VÉUS ou O DESVELAMENTO DO APOCALIPSE, que a Gênese representa a iniciação descendente, enquanto o Apocalipse representa a iniciação ascendente. A Gênese é o processo de desenvolvimento das forças espirituais no homem e não a criação do mundo material, em que pese a opinião de todos os exegetas reformadores e de todas as pseudo-escolas, que pretendem haver encontrado a chave dos mistérios. Os personagens da Gênese não representam fases materiais, nem humanas da evolução, mas um resumo simbólico da Evolução.

Seguindo as pegadas de Fabre d'Olivet e de São Jerônimo e desconhecendo o hebraico, tivemos de recorrer a um sábio rabino para a execução de nosso trabalho. Depois de travar amizade com ele, houve entre nós a seguinte conversa: — Vou pedir-lhe um grande favor, que é o seguinte: que me traduza a Gênese de Moisés, palavra por palavra, sem buscar sentido. O Rabino respondeu: — Essa tarefa será inútil, porque, mediante a tradução literal, nada se pode tirar a limpo. — Não importa — retruquei. Interessa-me este assunto para um fim preconcebido e desejado. O bom rabino não quis discutir mais; tomou da Bíblia Hebraica e começamos a tradução. Para que o leitor se possa dar conta do que foi essa tarefa, vamos traduzir o primeiro versículo, palavra por palavra, e, em seguida, julgar a diferença existente entre o original e o texto traduzido, procedendo assim, sucessivamente, até algumas dezenas de capítulos. O primeiro versículo do texto hebraico diz assim: Bera — Shit — Bara — Alohim — Ath Shemain — Ath Aretb (ou Hashame 'yem v 'ath Had 'retz). Sua tradução literal seria a seguinte: No princípio — Seis — Determinou — os Deuses-Substância — Céus — substância — terra. A tradução textual da Bíblia é como segue: No princípio. Deus criou o Céu e a Terra. Nossa tradução é a seguinte: No princípio, por meio de seis (construtores), em seis épocas, determinou o Ser dos Seres (ou Ele-Eles) a existência potencial dos céus e da terra. (Seu símbolo é representado por dois triângulos entrelaçados com um ponto no meio). No entanto, acontece, muitíssimas vezes, que da tradução literal de um versículo não se possa extrair um sentido claro. Nessas instâncias, tivemos de recorrer à tradução de Fabre d'Olivet e reduzimos as palavras do texto original.

Para facilitar ao leitor o estudo da obra, copiamos textos da Bíblia Católica e, depois de cada versículo, inserimos a tradução hebraica original, mantendo a máxima fidelidade à interpretação de seu sentido. Em suma, a Gênese demonstra ser um ensinamento oculto e velado. Saint Yves e Fabre d'Olivet interpretaram-na exatamente assim: IEVE é masculino e feminino como Adão, que significa o Reino Hominal e não uma pessoa, como os teólogos interpretaram. Adão é um hierograma do Princípio Universal e representa a alma inteligente do próprio Universo. É o Verbo Universal que anima o conjunto de sistemas solares nos mundos visíveis e invisíveis. Foi isto que Moisés quis dizer ao mencionar Adão, isto é, Naab, sombra de IEVE, pensamento vivente e lei orgânica dos Elohim. Adão é a essência celeste donde emanam todas as humanidades passadas, presentes e futuras, não somente aqui em baixo, mas também através da imensidão dos céus. Portanto, Adamah é a alma universal da Vida. Tal Adão é o Adão dos santuários de Tebas e Bereshit, o Grande Homem Celeste de todos os antigos templos (Saint Yves d'AI-veydre). "A famosa serpente do pretenso Jardim das Delícias (a ação de si para si), Nahash, representa a atração original, cuja expressão hieroglífica era uma cobra desenhada de um determinado modo”. Haroum, o legislador dos hebreus, é o famoso Hariman do primeiro Zoroastro e representa o treinamento universal da Natureza naturada que origina o princípio precedente". O Éden é o organismo da Esfera Universal do Tempo. Os famosos rios, em número de quatro em um, são o quaternário orgânico, fluidos universais que, partindo de Gan, a Potência Orgânica por excelência, inundam a Esfera Temporal (Heden), ou seja, o tempo situado entre duas eternidades. Eliphas Levi, em sua obra História da Magia, afirma: "Não nos compete explicar as Sagradas Escrituras do ponto de vista religioso ou dogmático . . . deixemos aos doutores da Igreja e à Teologia essa interpretação. Não estamos dogmatizóndo, mas submetendo às autoridades legítimas nossos estudos e observações . . A primeira coisa que nos assombra no livro sagrado de Moisés é a história do gênero humano. A descrição do Paraíso Terrestre pode ser resumida na figura de um pentáculo perfeito. É circular e quadrado, porque o regam, de igual modo, quatro rios dispostos em cruz e em cujo centro encontram-se as duas árvores que representam a Ciência e a Vida, a inteligência estável e o movimento progressivo, a Sabedoria e a Criação.

Em volta da Árvore da Ciência enrosca-se a serpente de Asclépias e de Hermes, enquanto, ao pé da mesma, encontram-se o homem e a mulher, o ativo e o passivo, a inteligência e o amor. A serpente, símbolo da atração original e do fogo central da Terra, tenta a mulher, que é mais fraca, e esta arrasta o homem à tentação, sem contudo ceder à serpente, a não ser para dominá-la depois. Um dia ela esmagará sua cabeça para dar um Salvador ao mundo. A Ciência inteira encontra-se simbolizada neste admirável quadro. O homem abdica o domínio da inteligência ao ceder f solicitações da parte sensitiva. Ele profana o fruto da Ciê ic a, feito para alimentar a alma, ao utilizá-lo para satisfa ões injustas e materiais, perdendo assim o sentimento de justiça e a percepção da Verdade. Cobre-se com a pele de um animal, porque a forma física identifica-se, mais cedo ou mais tarde, com as disposições morais e é, então, expulso do círci o irrigado pelos quatro rios da Vida, enquanto um querubim com sua espada flamejante impede-o de entrar no domínio da Unidade. Voltaire, que havia descoberto que em hebraico a palavra rube significa boi, achou muita graça dessa estória. Teria rido menos, se tivesse visto no anjo com cabeça de touro a imagem do simbolismo obscuro, e, na espada flamejante e móvel, o fulgor da Verdade mal concebida e enganadora, à qual tanto crédito foi dado, após o pecado original, pela idolatria das Nações. A espada flamejante representava, também, a luz que o homem já não sabia dominar, sofrendo suas fatais conseqüências, ao invés de controlar o seu poder. A Grande Obra Mágica, considerada sob um ponto de vista absoluto, resume-se na conquista e no comando da espada flamejante do querubim. Ele é o anjo ou alma da Terra, representado nos antigos Mistérios sob a forma de um touro. O pecado de Eva provocou a morte de Abel. Ao separar o amor da inteligência, Eva separou-o da força. Esta, escravizada pelas ambições terrestres, inveja o amor e mata-o. Em seguida, os filhos de Caim perpetuaram o crime paterno. Deram ao mundo filhos de fatal beleza, filhos sem amor, nascidos para a condenação dos anjos e para escândalo da descendência de Set. O Dilúvio foi a conseqüência da prevaricação de Caim. Os filhos do homens quiseram levar avante um projeto insensato: construir um pentáculo e um palácio universal. Gigantesco ensaio de Socialismo, esse. Um ensaio de protesto contra a Hierarquia da Ciência: a Torre de Babel, uma fortaleza construída à prova de inundações e raios. Mas a Ciência não pode chegar por escadarias de pedra. Os graus hierárquicos do Espírito não são construídos com cal, areia e cascalho como os andares de uma torre. A anarquia protesta contra a hierarquia materializada. Daí em diante, os homens não conseguiram mais se entender. Lição fatal, bastante incompreendida ainda pelos homens que, em nossos dias, sonham com outra Torre de Babel. A doutrina brutal e materialmente hierárquica responderam as negociações da igualdade.

Cada vez que se construir uma torre, haverá discussões com relação à cúpula e a tendência da multidão será demolir a base. Para satisfazer as ambições é necessário fazer a cúpula mais larga do que a base, o que seria impossível, pois, à menor rajada de vento, tudo viria por terra. A dispersão do homens foi o primeiro efeito da maldição lançada contra os profanadores, descendentes de Caim. No entanto, a raça de Ham foi, em especial, a mais terrivelmente alcançada pelo peso dessa maldição, a qual deveria fazer com que sua posteridade fosse anatematizada. (História da Magia: Livro II) Capítulo I O PRINCIPIO Texto n.° 1 — No princípio Deus criou o Céu e a Terra. Original n.° 1 — Em primeiro lugar, em seis épocas, Ele-Eles determinou a existência potencial da entidade dos Céus e da Terra. Texto n.° 2 — E a Terra estava nua e vazia e as trevas jaziam sobre a face do abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Original n.° 2 — E a existência potencial da Terra era latente e as trevas da imanifestação envolviam o espaço, fonte infinita da existência potencial, e o Espírito Divino vivifica-dor gerava movimento sobre a passividade Universal. Texto n.° 3 — E Deus disse: "Faça a Luz!" e a luz se fez. Original n.° 3 — E, expressando Sua vontade, o Ser dos Seres disse: "Será feita a manifestação e (da manifestação ele-mental inteligível que só existe na idéia) a luz foi feita. Texto n.° 4 — E Deus viu que a luz era boa e separou-a das trevas. Original n.° 4 — E considerou, o Ser dos Seres, que essa manifestação era conforme e fez uma separação entre a manifestação (inteligível) e a força obscura compreensiva da imanifestação. Texto n.° 5 — E chamou Deus de dia, à luz, e, à treva, de noite. E foi a tarde e a manhã do primeiro dia.

Original n.° 5 — E Ele-Eles chamou essa luz da expressão Dia e a essa manifestação obscura e negativa, de Noite. Tal foi o término e a origem da primeira manifestação fenomênica. Texto n,° 6 — E disse Deus: "Seja feito o firmamento em meio às águas e haja separação entre águas e águas. Originai n.° 6 — Expressou Ele-Eles Sua vontade: Haja uma força etérea dilatadora, que separe as faculdades opostas da positividade universal. Texto n.° 7 — E Deus fez o 'firmamento e dividiu as águas que estavam em baixo do firmamento, e assim foi feito. Original n.° 7 — E determinou Ele-Eles, no espaço etéreo, uma divisão entre as faculdades inferiores e superiores da passividade universal e assim foi feito. Texto n.° 8 — E chamou Deus o firmamento de Céu e foi a tarde e a manhã do segundo dia. Original n.° 8 — Ele-Eles designou como Céu ao espaço etéreo das faculdades elevadas e foi o termo e o começo da segunda manifestação fenomênica. Texto n.° 9 — Também disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo do Céu num lugar e apareça a porção seca. E assim foi feito. Original n.° 9 — Ele-Eles, expressando Sua Vontade, disse: Que as ondas das vibrações inferiores ajuntem-se num ponto único e que sua aridez seja descoberta. E assim se fez. Texto n.° 10 — E Chamou Deus à porção seca, Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares. E viu Deus que era bom. Original n.° 10 — E Ele-Eles deu o nome de Terra ao elemento inferior e finito da aridez; e à manifestação passional da passividade universal chamou de Mares. E EleEles considerou isto conforme a Sua vontade. Texto n.° 11 — E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie. cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. Original n.° 11 — E, expressando Sua Vontade, Ele-Os Deuses, disse: Os elementais da terra vegetarão com a substância frutuosa que produz o fruto segundo sua espécie que tenha semente. E assim foi feito.

Texto n.° 12 — E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. Originai n.o 12 — E o Espírito Elemental da Terra fez nascer uma erva vegetal segundo seu gérmen inato e sua espécie, e também uma substância frutuosa, dotada de semente e espécie próprias. E o Ser dos Seres considerou isto conforme a sua vontade. Texto n.° 13 — E foi a tarde e a manhã do terceiro dia. Original n.° 13 — E foi o termo e o princípio da terceira manifestação. Texto n.° 14 — E disse Deus: Haja luminares na expansão dos Céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. Original n.° 14 — Sempre declarando Sua vontade, Ele-Os Deuses disse: Existirão, na expansão etérea, luzes sensibilizadoras para dividir e medir entre o dia e a noite e para servir de marcos para as divisões temporais. Texto n.o 15 — E sejam para que luzam no firmamento dos céus e para que iluminem a Terra. E assim foi feito. Originai n.° 15 —Para que essas luzes sensibilizadoras, na expansão etérea, ativem com seu brilho a luz intelectual sobre a Terra. E assim foi feito. Texto n.° 16 — E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia e o luminar menor para governar a noite. E fez as estrelas. Original n.° 16 —E Ele-Os Deuses fez a dualidade nas claridades exteriores (positivo e negativo): a maior para presidir a manifestação positiva universal e a menor para presidir à negatividade, e as estrelas para as faculdades aparentes do Universo. Texto n.° 17 — E Deus os pôs na expansão dos Céus para iluminar a Terra. Original n.° 17 — E ordenou-os na expansão etérea dos Céus para excitar a luz da inteligência quando brilhassem sobre a Terra. Texto n.° 18 — E para governar o dia e a noite e para fazer a separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que era bom. Original n.o 18 — E para representar a positividade da manifestação e a negatividade da imanifestação; e para fazer a divisão entre a luz sensível e a obscuridade negativa; e o Ser dos Seres considerou isto em conformidade com a Sua Lei.

Texto n.o 19 — E foi a tarde e a manhã do quarto dia. Original n.° 19 — E foi o termo e a origem da quarta manifestação. Texto n.° 20— E disse, também, Deus: Produzam as águas, abundantemente, répteis de alma vivente e voem as aves sobre a Terra debaixo dos Céus. Original n.° 20 — E Ele-Eles, expressando Sua vontade, disse: Que os elementais das águas emitam os germens vermi-formes e voláteis de um espírito vital móvel sobre a terra e na expansão etérea dos céus. Texto n.° 21 — E Deus criou as grandes baleias e todo réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme suas espécies; e toda a ave de asas conforme sua espécie. E viu Deus que isso era bom. Original n.° 21 — E Ele-Eles determinou a existência das legiões de monstros marinhos e de toda alma animada de movimentos reptiformes, cujo princípio elemental foi emitido das águas segundo suas próprias espécies; e toda ave que voa segundo o seu gênero. E Ele-Eles considerou isto conforme. Texto n.° 22 — E Deus os abençoou, dizendo: Crescei e multiplicai-vos e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra. Original n.o 22 — E os abençoou, declarando sua vontade: Propagai e multiplicai-vos e ocupai as águas dos mares; e a espécie volátil se multiplicará na terra. Texto n.o 23 — E foi a tarde e a manhã do quinto dia. Original n.° 23 — E foi o meio e o princípio da quinta manifestação. Texto n.° 24 — E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; bestas, répteis e animais da terra conforme a sua espécie. E assim foi. Original n.° 24 — E Ele-Os Deuses, executando Sua vontade, disse: A terra emitirá de seu seio um sopro devida que animará todo quadrúpede e réptil segundo sua espécie, vivendo na terra. E assim foi feito. Texto n.° 25 — E fez Deus os animais da terra segundo suas espécies, as bestas e todo o réptil da terra conforme a sua espécie. E viu Deus que isso era bom. Orginal n.° 25 — E Ele-Os Deuses, por Sua vontade, fez emanar da terra essa animalidade segundo sua espécie, a do gênero quadrúpede segundo a sua espécie e considerando essas coisas como boas.

Texto n.o 26 — E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança; e domine sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus e sobre as bestas e sobre toda a terra e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. Original n.° 26 — E sempre declarando a Sua vontade, Ele-Eles determinou: Seja manifestado o Elemento Adâmico, o Homem Universal, reflexo de nossa imagem, conforme a Lei da Ação Assemelhadora; que tenha império universal sobre os peixes dos mares e sobre as aves do céu; e sobre todo ser vivo que se move sobre a terra. Texto n.° 27 — E criou Deus o homem à Sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou. Original n.o 27 — E o Ser dos Seres emanou de Si a existência potencial de Adão, o Homem Universal, reflexo Seu e conforme Sua imagem o emanou identificando-o como Macho-Fêmea. Texto n.o 28 — E Deus os abençoou e lhes disse: — Crescei e multiplicai-vos e enchei a terra e sujeita-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves do céu e sobre todo animal que vive sobre a terra. Original n.o 28 — E, declarando Sua lei e bendizendo a existência universal deles, disse: Crescei e multiplicai-vos, povoai a terra e subjugai-a; guardai o império universal e dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo o animal vivo sobre a terra. Texto n.° 29 — E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente, que está sobre a face da terra; e toda a árvore, que tem fruto de árvore que dá semente, ser-vos-á alimento. Original n.° 29 — E Ele-Eles manifestou como lei Sua vontade: Seja dada toda erva que germina de sua semente inata sobre a terrra, assim como toda a árvore que leva seu próprio fruto de seu gênero, para que sirva de alimento. Texto n.o 30 — E a todo animal da terra e a toda a ave dos céus e a todo réptil da terra, que há alma vivente, toda a erva verde será alimento. E assim foi. Original n.° 30 — E a toda a animalidade terrestre e a todas as espécies voláteis que se movem sobre a terra, que possuem sopro de vida, foi dado que tivessem o que comer. E assim se fez. Texto n.° 31 — E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom: e foi a tarde e a manhã do sexto dia.

Original n.o 31 — Declarando Sua Vontade-Lei, com tudo o já feito em potencial e como presentes n'Ele, o Ser dos Seres considerou tudo conforme suas medidas. Tal foi o termo e a origem da sexta época de manifestação fenomênica. Capítulo II A DIFERENCIAÇÃO Texto n.° 1 — Assim os céus e a terra e todo o seu ornamento foram acabados. Original n.° 1 — Foi, assim, terminada a existência potencial dos céus e da terra e determinada a lei harmônica reguladora que deveria presidir ao seu desenvolvimento. Texto n.° 2 — E havendo Deus acabado no dia sétimo a Sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia, de toda a sua obra, que tinha feito. Original n.° 2 — O Ser dos Seres, havendo terminado a sétima manifestação fenomênica, voltou a Seu inefável estado, ao Intimo, depois da completa expressão de Sua obra. Texto n.o 3 — E abençoou Deus o dia sétimo e o santi-ficou, porque nele descansou de toda a Sua obra, que Deus criara e fizera. Original n.o 3 — E o Ser dos Seres abençoou esta sétima manifestação fenomênica, santificou sua existência potencial e retornou à inefável paz dentro da realização de Seu ato soberano e eficiente. Texto n.o 4 — Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados, no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus. Original n.° 4 — Tal foi o sinal pelo qual foram gerados os céus e a terra, o dia em que o Ser dos Seres, desfechando sua força, fez, em princípio, os céus e a terra. Texto n.o 5 — E toda planta do campo antes que nascesse na terra e toda a erva do campo que ainda não brotava, porque ainda o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra e não havia homem para lavrar a terra. Original n.o 5 — E toda a concepção da Natureza Potencial antes que esta existisse na terra e sua força negativa antes de germinar. Pois o Ser dos Seres não tinha feito chover sobre a terra e o Homem Universal ainda não existia de forma atuante para trabalhar o elemento adâmico. Texto n.° 6 — Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra. Original n.o 6 — Uma única força virtual emanava do seio da terra na potência do ser e empapava todo o Elemento Adâmico.

Texto n.o 7 —E formou o Senhor Deus o homem do barro da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida e o homem foi feito alma vivente. Original n.° 7 — Depois o Ser dos Seres determinou a substância de Adão a partir das partes mais sutis do Elemento Adâmico, infundido em seu ser a essencialidade da vida, tendo sido assim feito o homem universal, imagem da Alma Vivente Universal. Texto n.o 8 — E plantou o Senhor Deus um Paraíso de deleite desde o princípio, e pôs ali o homem que tinha formado. Original n.o 8 — Em seguida, o Ser dos Seres dispôs um recinto orgânico na esfera sensível temporal, extraída da anterioridade dos tempos e dentro desses limites colocou Adão, que Ele havia formado para a Eternidade. Texto n.o 9 — E o Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agradável á vista e boa para comida e a Árvore da Vida no meio do jardim, e a Árvore da Ciência do Bem e do Mal. Original n.o 9 — Declarando sua Vontade-Lei, o Ser dos Seres fez com que se desenvolvessem nos elementos toda substância vegetativa bela para a vista e agradável ao gosto. Fez também desenvolver, ao mesmo tempo, o princípio substancial da vida no centro do corpo. Com a matéria própria do bem e do mal. Texto n.° 10 — E saía um rio do Éden para regar o jardim; e ali se dividia e se tornava em quatro braços. Original n.o 10 —E uma emanação luminosa fluía, como um rio, da esfera sensível para vivificar o corpo, esfera orgânica; e dali dividia-se para o exterior sob quatro princípios. Texto n.° 11—0 nome do primeiro é Phison: este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro. Original n.° 11 — O nome do primeiro desses princípios emanantes foi o físico que circunda a energia vital, origem da reflexão luminosa ou luz criadora. Texto n.o 12 — E o ouro dessa terra é bom: ali há o be-delium e a pedra sardônica. Original n.o 12 — E o reflexo luminoso daquele físico era bom. Era, também, o lugar da divisão misteriosa e aonde se encontra a sublimação universal. Texto n.° 13 — E o nome do segundo rio é Gehón:este é o que rodeia toda a terra de Ethiopia.

Original n.° 13 — E o nome da segunda emanação é o movimento determinante, aquele que circunda o princípio íg-neo ou fogo criador. Texto n.° 14 — E o nome do terceiro rio é Tigris: este é o que vai para a Assiria; e o quarto é o rio Eufrates. Original n.° 14 — E o nome da terceira emanação é a propagação do princípio primitivo da harmonia e do poder. E a quarta emanação é a fonte da fecundidade e da procriação. Texto n.° 15 — E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no Paraíso para o lavrar e o guardar. Original n.o 15 — E o Ser dos Seres determinou sua vontade pondo o homem universal no corpo orgânico e sensível para elaborá-lo e guardá-lo. Texto n.° 16 — E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do Paraíso comerás livremente. Original n.016 — E, declarando Sua vontade, disse: De toda substância vegetativa do corpo, te alimentarás. Texto n.o 17 — Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comas; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. Original n.° 17 — Mas, da substância Luz própria do conhecimento do bem e do mal;da substância íntima não deves consumir, porque no dia em que te deleitares em consumi-la, te volverás mudável e passarás a outro estado. Texto n.o 18 — E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só: farlhe-ei ajuda semelhante a ele. Original n.° 18 — E declarou o Ser dos Seres a Sua vontade: Não é conforme à Lei que Adão esteja só. Ser-lhe-á dada uma força auxiliar a sua imagem. Texto n.° 19 — Havendo pois o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como os chamaria; e tudo que Adão chamou a toda alma vivente, isso foi o seu nome. Original n.° 19 — Como Ele-Eles havia coordenado os elementos de toda a animalidade terrestre e todas as espécies voláteis, fez com que o Homem Universal desse nome a cada espécie; e todos os nomes por este dados às espécies foram expressão de suas relações com o Espírito vivo universal.

Texto n.° 20 — E Adão pôs os nomes a todos os animais e às aves dos céus e a todas as bestas da terra; mas não havia para Adão ajuda semelhante a ele. Original n.° 20 — E o homem universal designou nomes para as espécies completas de quadrúpedes, para as aves e para toda a animalidade da terra. Porém o homem universal não dispunha de força elemental auxiliar como imagem refletida da sua luz. Texto n.° 21 — Então o Senhor Deus fez um sono pesado cair sobre Adão e este adormeceu: e tomou uma de suas costelas, e encheu de carne em seu lugar. Original n.° 21 — Assim, o Ser dos Seres declarou Sua vontade. Deixou tombar um sono misterioso e profundo sobre o Homem Universal, que adormeceu e, rompendo a uni-de de seus envoltórios exteriores, tomou de um deles, revestindo-o de forma e beleza corporal astral. Texto n.° 22 — E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher; e levou-a a Adão. Original n.° 22 — Em seguida consolidou o envoltório que havia extraído da matéria sutil de Adão, para que servisse de cobertura ou corpo de desejos exterior, como base para Aishah, a vontade, e dotou Adão dela. Texto n.° 23 — E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne de minha carne: esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Original n.° 23 — E Adão declarou seu pensamento: esta é a substância da minha substância e forma da minha forma. E a chamou de Aishah, a vontade eficiente, porque havia sido tomada do princípio volitivo intelectual Aish. Texto n.° 24 — Portanto, deixará o varão o sçu pai e a sua mãe e apegar-se-á a sua mulher, e serão ambos uma só carne. Original n.° 24 — Portanto, o homem mental Aish abandonará seu pai e sua mãe para seguir aos ditames da sua vontade e não serão mais do que um único ser sob uma mesma forma. Texto n.° 25 — E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonharam. Original n.° 25 — E estavam completamente desnudas suas concepções mentais, Adão e sua vontade Aisha, e não sentiam vergonha entre si.

Capítulo III A EXPULSÃO Texto n.° 1 — Mas a serpente era o mais astuto de todos os animais da Terra que o Senhor Deus tinha feito. E ela disse à mulher: Por que vos mandou Deus que não comesseis de toda árvore do Paraíso? Originai n.° 1 — Porém, a paixão cega e interna era a porção mais dominadora da natureza elemental, que era obra d'Ele-Os Deuses, e esta insinuou a Aishah, a potência volitiva de Adão: Por que motivo recomendou Deus que não consu-mísseis de toda matéria existente na esfera organizada? Texto n.° 2— Respondeu-lhe a mulher: Nós comemos dos frutos das árvores que estão no Paraíso. Original n.° 2 — E a vontade respondeu a este desejo cego: Podemos consumir do fruto primordial do corpo. Texto n.° 3 — Mas do fruto da árvore que está no meio do Paraíso, Deus nos mandou que não comêssemos e nem a tocássemos, para que não suceda que morramos. Original n.° 3 — Porém o fruto da substância em si que se encontra no meio do corpo fechado nos mandou o Ser dos Seres: Não comais dele e deixai de desejá-lo, a fim de que não sofrais uma transformação. Texto n.° 4 — Porém a serpente disse à mulher: Vós de nenhum modo morrereis. Original n.° 4 — Então, Nahash, o desejo cego e tentador, prosseguiu: Não será com a transformação com que sereis castigados. Texto n.o 5 — Mas Deus sabe que, em qualquer dia que comerdes dele, se abrirão os vossos olhos e sereis como deuses, conhecendo o Bem e o Mal. Original n.° 5 — Porém Sabe o Senhor dos Senhores que no dia que comerdes desse fruto vossos olhos abrir-se-ão para a Luz e sereis como Ele, conhecendo o Bem e o Mal (E não sereis expulsos). Texto n.° 6 — Viu, pois, a mulher que o fruto da árvore era bom de comer e de aspecto agradável; e tirou do fruto e comeu; e deu a seu marido, que também comeu. Original n.° 6 — E Aishah, a vontade, sentindo que o fruto era desejado pelos sentidos do paladar e da visão e querendo universalizar sua inteligência, comeu o fruto e deu parte dele a seu princípio intelectual Aish, ao qual estava unida, que também o consumiu.

Texto n.o 7 — E os olhos de ambos se abriram; e tendo conhecido que estavam nus, ajuntaram folhas de figueira e fizeram aventais para cobrirem-se. Original n.° 7 — E seus olhos foram abertos igualmente e deram-se conta de que estavam despidos de virtude e formados por um princípio obscuro. Criaram, então em torno deles, um véu sombrio de tristeza como roupa de viagem. Texto n.° 8 — E, tendo ouvido a voz do Senhor Deus, que passava pelo Paraíso, à hora da brisa, depois do meio dia, Adão e sua mulher esconderam-se da face do Senhor Deus no meio das árvores do Paraíso. Original n.o 8 — E tendo ouvido a voz do Deus-lntimo em ação no recinto organizado, segundo o sopro espiritual do dia, Adão, o Homem-Universal, escondeu-se com sua potência volitiva em si mesmo da presença do Senhor. Texto n.o 9 — E o Senhor Deus chamou por Adão e disse-lhe: Onde estás? Original n.° 9 — O Intimo Deus fez que Adão ouvisse sua voz da consciência: Aonde conduziu-te a vontade? Texto n.° 10 — E ele respondeu: Ouvi tua voz no Paraíso e tive medo, porque estava nu, e escondi-me. Original n.° 10 — Adão respondeu: Ouvi tua voz dentro de mim e vendo que estava despido de virtude e obscurecido em meu princípio, escondi-me. Texto n.° 11 — Disse-lhe Deus: Mas quem te fez conhecer que estavas nu, senão o ter comido da árvore que eu havia ordenado que não comesses? Original n.° 11 — E a voz Intima de Deus disse: Quem te deu a conhecer que estavas nu, senão o teres comido da única fruta que te mandei não comer? Texto n.° 12 — Adão disse: A mulher, que me deste por companheira, deu-me do fruto da árvore e comi. Original n.° 12 — E Adão respondeu: A vontade que me deste entregou-me o fruto e eu o comi. Texto n.°13 — E o Senhor Deus disse para a mulher: Por que fizeste isso? Ela respondeu: A serpente enganou-me e comi. Originai n.° 13 — E a voz do Senhor Intimo chegou à Vontade: Por que fizeste isso? E Aishah, a vontade, manifestou-se: Nahash, a paixão ambiciosa, provocou o meu erro e comi o fruto.

Texto n.° 14 — E o Senhor Deus disse à serpente: Por que fizeste isto, és maldita entre todos os animais e bestas da terra; andarás de rastos sobre o teu peito e comerás terra todos os dias de tua vida. Original n.o 14 — E o Ser Intimo fez chegar Sua vontade a Nahash, o desejo ambicioso atrativo original: Por haveres enganado, serás uma paixão maldita entre todos os desejos naturais do corpo; por tua pérfida atuação, procederás de modo baixo e te alimentarás, durante toda a tua vida, das mais inferiores emanações do físico. Texto n.° 15 — Porei inimizades entre ti e a mulher e entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça e tu armarás traições ao seu calcanhar. Original n.° 15 —Criarei antipatia entre tu, paixão baixa, e Aisha, a Vontade, bem como entre tuas tentações e as defesas e esforços daquela. Ela restringirá em ti o princípio venenoso do erro e tu imprimirás nela as conseqüências do teu erro. Texto n.° 16 — Disse, também, à mulher: Multiplicarei os teus trabalhos e teus partos. Darás à luz com dor a filhos e estarás sob o poder do marido. Original n.° 16 — E insinuou à Vontade: Multiplicarei os obstáculos existentes à realização dos teus desejos. Darás à luz teus produtos mediante trabalho penoso e irás ao intelecto por inclinação, sofrendo o domínio deste sobre ti. Texto n.° 17 — E disse a Adão: Porque deste ouvido à voz da tua mulher e comeste da árvore, de que te tinha ordenado que não comesses, a terra será maldita por tua causa. Tirarás dela o sustento com trabalhos penosos, todos os dias da tua vida. Original n.° 17 — E a Adão revelou: Por haveres ouvido a voz de tua débil vontade e haveres comido do fruto que te havia proibido comer e fazer uso, maldito háde ser o elemento adâmico por tua obra; com fadiga ficarás obrigado a consumir esse elemento semelhante a ti mesmo, durante os momentos da tua vida. Texto n.° 18 — Ela te produzirá espinhos e abrolhos e tu comerás a erva da terra. Original n.o 18 — Dolorosas e desordenadas serão tuas criações para ti mesmo; alimentar-te-ás do ásperos germens da Natureza mais elementar e inferior. Texto n.o 19 — Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra da qual foste tomado, porque tu és pó e em pó te hás de tornar.

Original n.o 19 — Com a agitação de teu espírito, comerás de tuas ásperas criações até que ressuscites no Elemento semelhante a ti mesmo; e, por procederes dele, por emanação, novamente nele serás integrado. Texto n.° 20 — E Adão pôs à sua mulher o nome de Eva, porque ela era a mãe de todos os viventes. Original n.° 20 — E assinalou o Adão Universal à sua vontade o nome de Eva, existência elemental, porque é mãe e causa de toda a existência. Texto n.° 21 — Fez também o Senhor Deus para Adão e sua mulher umas túnicas de peles e os vestiu. Original n.o 21 — Fez também o Deus-lntimo para Adão e sua vontade roupagens de carne protetoras e individualizadoras, com as quais os vestiu. Texto n.° 22 — E disse: Eis que Adão se tornou como um de nós, conhecendo o Bem e o Mal. Agora, pois, (expulsemo-lo do Paraíso), para que não suceda que ele estenda a sua mão e tome também da Arvore da Vida e coma e viva eternamente. Original n22 — E Ele, os Deuses, declarou sua vontade: Eis aqui o Homem Universal transformado em nosso semelhante por conhecimento do Bem e do Mal. Porém, para que não se apodere do elemento substancial da vida e consuma dele e viva segundo o período infinito em detrimento da vida física. Texto n.° 23 — E o Senhor Deus lançou-o fora do Paraíso de Delícias, para que cultivasse a terra de que tinha sido tomado. Original n.° 23 — E o Deus-lntimo separou-o do mundo interior, Paraíso de Deleite, para trabalhar no corpo físico em que havia sido posto. Texto n.° 24 — E expulsou Adão e pôs diante do Paraíso de Delícias querubins brandindo uma espada de fogo, para guardar o caminho da Arvore da Vida. Original n.° 24 — E expulsou o verdadeiro Adão do Paraíso Interno e fê-lo morar na esfera temporal e colocou um ser coletivo chamado Querubim, armado da chama exterminadora que flameja sem cessar, a fim de defender o caminho que conduz à fonte da vida. Capítulo IV A TRANSFORMAÇÃO Texto n.° 1 — E Adão conheceu sua mulher Eva, a qual concebeu e deu à luz Caim, dizendo: Possuí um homem por Deus.

Original n.o 1 — E Adão, Homem Universal, conheceu Eva, a Vontade Elemental e eficiente e esta concebeu e engendrou Caim, o poder centralizador, egoísta. E eladisse: Formei um princípio intelectual de minha natureza. Texto n.° 2 — E, depois deu à luz a seu irmão Abel. E Abel foi pastor de ovelhas e Caim lavrador. Original n.° 2 — E o outro parto foi o do irmão Abel, o pacífico liberador que foge do centro; Abel altruísta, dirigia o desenvolvimento do físico, e Caim cuidava do elemento adâ-mico (como subconsciente). Texto n.° 3 — Passado muito tempo, aconteceu oferecer Caim, em oblação, ao Senhor, frutos da terra. Original n.o 3 — E nesse plano, Caim fez e levou ao Se-nhor-fntimo uma oferenda de seus próprios frutos e desse mesmo elemento. Texto n.° 4 — Abel também ofereceu dos primogênitos do seu rebanho e das gorduras deles; e o Senhor olhou para Abel e para os seus dons. Original n.° 4 — Abel ofereceu também oblações das premissas do mundo altruísta que ele dirigia e das virtudes mais eminentes de suas criações; tendo-se Deus mostrado propício a Abel e a sua oferenda. Texto n.o 5 — Não olhou, porém, para Caim, nem para os seus dons. E Caim irou-se extremamente e o seu semblante ficou abatido. Original n.° 5 — Mas a Caim, o princípio egoísta, sua oferenda não aceitou, o que causou ira àquele poderoso envolvedor, que decaiu em seu físico. Texto n.° 6 — E o Senhor disse-lhe: Por que estás irado? E por que está abatido o teu semblante? Original n.° 6 — Então o Intimo revelou sua Lei: Por que tal desgosto de tua parte? E por que teu abatimento? Texto n.° 7 — Porventura, se obrares bem, não receberás teu galardão; e, se obrares mal, não estará logo o pecado à tua porta? Mas sob ti está o seu desejo e tu o dominarás. Original n.o 7 — Não é verdade que, se fizeres o Bem, transportarás em ti o sinal do Bem? E se tu não o fizeres, o vício se desenhará em teu rosto? Teu apetite e teu desejo estão em tuas mãos e serás o reflexo de tuas inclinações.

Texto n.° 8 — Caim disse a seu irmão Abel: Saiamos fora. E, quando estavam no campo, investiu Caim contra seu irmão Abel e matou-o. Original n.° 8 — Em seguida, Caim, o egoísmo, revelou a Abel, o altruísmo, seu pensamento e sua vontade. E enquanto se encontravam juntos na Natureza, Caim, o poderoso e violento egoísmo, levantou-se com veemência contra Abel, o doce libertador, oprimiu-o com suas forças e imolou-o. Texto n.°9-E o Senhor disse a Caim: Aonde está teu irmão Abel? E ele respondeu: Não sei. Porventura sou o guarda de meu irmão? Original n.°9 — E a voz do Intimo chamou Caim, o egoísmo: Aonde está teu irmão Abel, o altruísmo? Ao que Caim respondeu: Não sei. Serei eu seu guardião? Texto n.° 10 — E o Senhor disse-lhe: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão clama da terra por mim. Original n.o 10 — E a voz prosseguiu: Que fizeste? A voz das gerações que deveriam emanar de teu irmão e ser-lhe semelhantes emergem do Elemento Adâmico e vêm até mim. Texto n.° 11 — Agora, pois, serás maldito sobre a terra, que abriu a sua boca e recebeu da tua mão o sangue de teu irmão. Original n.° 11 — Agora, pois, maldito serás por este elemento cuja ansiedade egoísta absorveu, por obra de tua ambição, as emanações altruístas que deveriam proceder de teu irmão. Texto n.° 12 — Quando a cultivares, ela não te dará os seus frutos; serás vagabundo e fugitivo sobre a terra. Original n.° 12 — Quando trabalhares esse elemento, não obterás dele sua força virtual; agitado e vacilante, errarás pela terra. Texto n.° 13 — E Caim disse ao Senhor: A minha iniqüidade é muito grande para que eu mereça perdão. Original n.° 13 — E Caim disse ao Intimo: Grande é a minha perversidade para a purificação. Texto n.° 14 — Eis que tu, hoje, me expulsas desta terra e eu me esconderei da tua face e serei vagabundo e fugitivo sobre a terra; portanto, todo aquele que me achar me matará.

Original n.° 14 — Com efeito, tu me afastas hoje do Elemento Adâmico. Eu me ocultarei de tua presença luminosa e viverei agitado de medo sobre a terra e aquele que me encontrar, esse me entregará. Texto n.° 15 — E o Senhor disse-lhe: Não será assim, mas todo aquele que matar Caim será castigado sete vezes mais. E o Senhor pôs um sinal em Caim, para que o não matasse ninguém que o encontrasse. Original n.° 15 — E o Intimo declarou sua vontade: Todo ser que acreditar poder matar Caim, o poderoso transformador, aumentará sete vezes suas próprias forças. Em seguida, o Íntimo pôs um sinal em Caim, o sinal do instinto, para que de nenhum modo pudessem eliminá-lo após encontrá-lo no Elemento Adâmico. Texto n.° 16 — E Caim, tendo-se retirado de diante da face do Senhor, andou errando sobre a terra e habitou o país que está ao nascente do Éden. Original n.o 16 — E quando Caim, o egoísmo, afastou-se da presença de Deus, foi habitar no deserto do terror e da discórdia, no oriente, princípio da sensibilidade intelectual e temporal. Texto n.o 17 — E Caim conheceu sua mulher, a qual concebeu e deu à luz Henoc. E edificou uma cidade que chamou Henoc, o nome de seu filho. Original n.o 17 — E conhecendo Caim, o egoísmo, sua própria mulher, a vontade ambiciosa, esta concebeu e deu à luz a força central. Em seguida, construiu um círculo de retiro dentro do corpo, ao qual deu o nome de sua criação: Henoc. Texto n.° 18 — Henoc gerou Irad e Irad gerou Maviavel e Maviavel gerou Matusael e Matusael gerou Lamec. Original n.° 18 — E Henoc, a força central, deu existência à causa excitadora do movimento. O movimento deu origem à manifestação física e a manifestação física deu origem à morte; e a morte gerou a geração-renascimento que detêm a desintegração. Texto n.° 19 — E este tomou duas mulheres, uma chamada Ada e outra Sela. Original n.° 19 — E Lamec — a geração — tomou para si duas faculdades físicas: o nome da primeira era Whada, a evidência, e o da segunda Tyilla, a velada. Texto n.° 20 — E Ada deu à luz Jabel, que foi pai dos que habitam sob tendas e aos pastores.

Original n.° 20 — Whada deu à luz o princípio aquoso — a fertilidade física — criadora dos elementos que habitam os lugares fixos da força concentradora e apropriadora. Texto n.° 21 — E o nome de seu irmão foi Jubal, que foi o pai dos que tocam citara e órgão. Original n.° 21 — E Jabel teve Jubal por irmão, o princípio aéreo que transmite o som e a alegria e que foi o gerador das concepções luminosas: a ciência e todas as artes. Texto n.° 22 — Sela também deu à luz Tubalcain, que manejou o martelo e foi artífice em toda qualidade de obras de cobre e de ferro. E a irmã de Tubalcain foi Noema. Original n.° 22 — E Tyilla, a faculdade velada, deu origem a Tubalcain, princípio mercurial e mineral que ensinou os trabalhos mecânicos e como forjar o ferro. E a irmã de Tubalcain foi Nauhoma, o princípio do auxílio e da associação entre os povos. A sociedade. Texto n.° 23 — E Lamec disse a suas mulheres Ada e Sela: Ouvi a minha voz, mulheres de Lamec, escutai minhas palavras. Eu matei um homem por minha ferida e um adolescente por minha contusão. Original n.° 23 — E Lamec — a afinidade, geração que detém a dissolução — manifestou suas duas faculdades físicas: a evidente e a velada. Ouvi minha voz, esposas de Lamec: Eu destruí o intelecto individualizado por sua faculdade volitiva e do mesmo modo destruí o espírito da raça no corpo do povo para edificar-me. Texto n.o 24 — Caim será vingado sete vezes, mas Lamec setenta vezes sete. Original n.° 24 — Sete vezes será exaltado aquele que mata Caim, o egoísmo poderoso e transformador. Porém, aquele que matar Lamec, o destruidor do espírito da raça, terá seu poder unificador aumentado setenta vezes sete. Texto n.o 25 — E Adão conheceu outra vez sua mulher, a qual deu à luz um filho e pôs-lhe o nome deSet, dizendo: o Senhor deu-me outro filho no lugar de Abel, que Caim matou. Original n.° 25 — Em seguida o Homem Universal conheceu novamente sua vontade e esta conferiu-lhe um novo poder fundamental a que chamou Seth, a base das coisas, dizendo: Assim o I ntimo deu-me a semente de outra geração para substituir a de Abel, o doce altruísmo, o qual Caim, o egoísmo, havia morto.

Texto n.° 26 —E nasceu também um filho a Set, que ele chamou Enós. Este começou a invocar o nome do Senhor. Original n.° 26 — E a Seth, o fundo das coisas, foi concedido o poder de gerar um filho a que chamou de Aenosh, o homem corpóreo mutável; e desde então começou a esperar o alívio para seus males, invocando o nome do Senhor Interno. Capítulo V AS FACULDADES CARACTERÍSTICAS Texto n.° 1 — Este é o livro da geração de Adão. No dia em que Deus criou o homem, fê-lo à semelhança de Deus. Original n.o 1 — Este é o livro das faculdades características do Homem Universal. Desde o dia em que Deus o formou segundo as leis da Sua ação e determinou sua existência potencial. Texto n.o 2 — Criou-os varão e fêmea e abençoou-os. E deu-lhes o nome de Adão no dia em que foram criados. Original n.° 2 — Macho-Fêmea, causa e meio o formou e abençoou-o, dando-lhe o nome universal de Eles-Adão no mesmo dia em que foi universalmente formado. Texto n.o 3 — E Adão viveu cento e trinta anos; e gerou um filho à sua imagem e semelhança e pôs-lhe o nome de Set. Original n.° 3 — E Adão existia há três rondas décuplas e há uma centena de mutações temporais ontológicas, quando lhe foi dado o poder de criar a existência de Seth, imagem sua (arquétipo), ao qual estava reservado ser a origem das coisas. Texto n.° 4 — E foram os dias de Adão, depois que gerou Set, oitocentos anos, e gerou filhos e filhas. Original n.° 4 — E foram os períodos de manifestação do Homem Universal, depois de engendrar o corpo, em número de oitocentas centenas de mutações, dando origem a outros seres emanados dele. Texto n.° 5 — E todo o tempo que Adão viveu foi de novecentos e trinta anos e morreu. Original n.o 5 — E o número de manifestações fenomênicas do Homem Universal foi de nove centenas inteiras e três épocas décuplas de mutação temporal. Fez-se latente ou terminou a primeira época ontológica. Texto n.o 6 — E Set viveu cento e cinco anos e gerou Enós.

Original n.o 6 — E Set, a base das coisas, levava consigo cinco mutações fenomênicas e uma centena de mutações quando engendrou Aenosh, o homem corpóreo mutável. Texto n.° 7 — E, depois que gerou Enós, Set viveu oitocentos e sete anos e gerou filhos e filhas. Original n.o 7 — E, depois de procriar o corpo mutável. Sete viveu sete mutações e oito centenas de mutações temporais, engendrando uma multidão de emanações. Texto n.o 8 — E toda a vida de Set foi de novecentos e doze anos, e morreu. Original n.° 8 — E os períodos completos das manifestações foram: duas mutações temporais, um décuplo e nove centenas inteiras de mutação. Logo terminou seu período feno-mênico e ele se fez subconsciente. Texto n.° 9 — E Enós viveu noventa anos e gerou Cainam. Original n.° 9 — E Aenosh, o homem corpóreo, já vivia há nove épocas décuplas de mutação temporal quando deu o ser a Cainam, o que abarca e invade a generalidade das coisas. Texto n.° 10 — Depois de cujo nascimento viveu oitocentos e quinze anos, engendrando filhos e filhas. Original n.° 10 — E o homem corpóreo, depois dessa geração, viveu cinco mutações temporais, um décuplo e oito centenas inteiras de mutação, engendrando a outros seres que dele emanaram. Texto n.o 11 — E todo o tempo da vida de Enós foi de novecentos e cinco anos e morreu. Original n.o 11 — 0 número total dos períodos daquele corpo eleva-se a cinco mutações temporais e nove centenas completas de mutações. Em seguida terminou sua função, convertendo-se em potencial. Texto n.° 12 — E Cainam viveu setenta anos e engendrou Mahalael. Original n.o 12 — Cainam levava em si o abarcamento geral, então com sete décuplos de mutações temporais, quando engendrou Mahalael, o poder da exaltação ou o aumento da atividade. Texto n.° 13 — E depois de ter gerado Mahalael, viveu Cainam oitocentos e quarenta anos e gerou filhos e filhas.

Original n.° 13 — E Cainam, depois desta geração, viveu quatro décuplos de mutação temporal e oito centenas inteiras de mutações, produzindo outros seres dele emanados. Texto n. o 14 — E todo o tempo da vida de Cainam foi de novecentos e dez anos, e morreu. Original n.° 14 — E os períodos fenomênicos da atração ocuparam dez mutações e nove centenas de mutação; e terminou seu período fenomênico, convertendo-se em potência instintiva. Texto n.° 15 — E Mahalael viveu sessenta e cinco anos e gerou Jared. Original n.° 15 — E Mahalael, a exaltação, existia desde cinco mutações e seis décuplos de períodos temporais para constituir o movimento perseverante. Texto n.° 16 — E depois de haver gerado Jared, Mahalael viveu oitocentos e trinta anos e gerou filhos e filhas. Original n.° 16 — E a exaltação continuava manifestando depois de engendrar o movimento, três décuplos e oito centenas de mutações temporais; e engendrou uma multidão de manifestações emanadas. Texto n.° 17 — E todo o tempo da vida de Mahalael foi de oitocentos e noventa e cinco anos, e morreu. Original n.° 17 — E foram as manifestações fenomênicas completas da exaltação cinco e nove décuplos e oito centenas de mutações temporais, transformandose numa potência do ser. Texto n.° 18 — E Jared viveu cento e sessenta e dois anos e engendrou Henoc. Original n.° 18 — 0 movimento perseverante continuava existindo por duas mutações e seis décuplos e uma centena completa de mutação quando engendrou Henoc, o movimento central de contrição dolente que consolida o Bem e o Mal. Texto n.° 19 — E, depois que engendrou Henoc, Jared viveu oitocentos anos e gerou filhos e filhas. Original n.° 19 — E, depois de engendrar Henoc, o movimento contínuo, Jared, o movimento centralizador, pôs em ação oito centenas inteiras de períodos temporais, fazendo dele emanar uma multidão de manifestações. Texto n.° 20 — E todo o tempo da vida de Jared foi de novecentos e sessenta e dois anos, e morreu.

Original n.° 20 — E os períodos de manifestação do movimento perseverante, em exaltação ou em decadência, foram em número de duas mutações, seis décuplos e oito centenas inteiras de mutação; e converteu-se em potência do ser ou subconsciente. Texto n.° 21 — E Henoc viveu sessenta e cinco anos e gerou Matusalém. Original n.° 21 — Henoc, o movimento centralizador, havia existido desde cinco mutações e seis décuplos de períodos temporais quando deu existência a Matusalém, a emissão da morte ou transformação. Texto n.° 22 — E Henoc andou com Deus e, depois de ter gerado Matusalém, viveu trezentos anos e gerou filhos e filhas. Original n.° 22 — E Henoc, o movimento de centralização ou sentimento de contrição dolente, seguiu o Deus Intimo depois de causar a transformação ou a morte, e engendrou outros sentimentos ou seres dele emanados. Texto n.o 23 — E todo o tempo de vida de Henoc foi de trezentos e sessenta e cinco anos. Original n.o 23 — E todos os períodos da manifestação de Henoc foram de cinco mutações temporais, seis décuplos e três centenas de mutação. Texto n.° 24 — E andou com Deus e desapareceu porque Deus o levou. Original n.° 24 — E como Henoc, o espírito contrito, continuou em direção ao Senhor, deixou de existir sem deixar de ser, pois o Deus Intimo levou-o consigo. Texto n.o 25 — E Matusalém viveu cento e oitenta e sete anos, engendrando Lamec. Original n.° 25 — Matusalém, por sua vez, simbolizando a morte ou a transformação, já existia há sete mutações temporais, oito décuplos e uma centena inteira, quando foi engendrado Lamech, a geração ou reprodução que detém a dissolução. Texto n.° 26 — E, depois que engendrou Lamech, Matusalém viveu setecentos e oitenta e dois anos, engendrando filhos e filhas. Original n.° 26 — E Matusalém continuou, no entanto, depois da transformação regeneradora, durante duas mutações temporais, oito décuplos e sete centenas inteiras de mutações, produzindo muitas emanações de si próprio.

Texto n.° 27 — E toda a vida de Matusalém foi de novecentos e sessenta e nove anos, e morreu. Original n.° 27 — E os períodos da emissão da morte foram nove mutações temporais, seis décuplos e nove centenas de mutação, terminando o seu poder pelo reconhecimento instintivo. Texto n.° 28 — E Lamech viveu cento e oitenta e dois anos e engendrou um filho. Original n.° 28 — Ao passo que Lamech, a regeneração que paralisa a dissolução, já existia desde duas mutações temporais, oito décuplos e uma centena inteira de mutações, quando engendrou uma emanação de si próprio. Texto n.° 29 — Ao qual chamou Noé, dizendo: Este nos consolará nos trabalhos e nas fadigas das nossas mãos nesta terra que o Senhor amaldiçoou. Original n.° 29 — E confirmou-lhe o nome de Noé, o repouso da Natureza Elemental, considerando: Este dulcificará nossa existência e aliviará nosso trabalho cansativo por causa da maldição obtida pelo fato de o Elemento Adâmico haver desobedecido à Lei ou ao Senhor. Texto n.° 30 — E Lamech, depois de haver gerado Noé, viveu quinhentos e noventa e cinco anos, engendrando filhos e filhas. Original n.o 30 — E Lamech, o poder regenerador que paralisa a dissolução, continuou depois de engendrar o repouso da Natureza Elemental durante cinco mutações temporais, nove décuplos e cinco centenas de mutações, dele emanando muitas manifestações. Texto n.° 31 — E toda a vida de Lamech foi de setecen-tos e setenta e sete anos, e morreu. Original n.° 31 — O número total dos períodos de manifestação do Poder Regenerador foi sete mutações temporais, sete décuplos e sete centenas inteiras (777) de mutação e de repouso; e ele se fez natural e latente. Texto n.° 32 — E Noé, tendo de idade quinhentos anos, engendrou Sem, Cam e Jafet. Original n.°32 — E sendo Noé, o repouso da Natureza, filho ou emanação de cinco centúrias de mutações temporais e ontológicas, deu vida a Sem, o Elevado (espiritual), a Cam, o Ardente (passional) e a Jafet, o Propagado (a mente).

Capítulo VI A MEDIDA PROPORCIONAL Texto n.° 1 — E havendo os homens começado a multiplicar-se sobre a Terra gerando filhos. Original n.° 1 — E tendo o Homem Universal caído, profanado e se afastado do Paraíso Intimo, engendrou formas sensíveis e corpóreas sobre a Terra. Texto n.° 2 — Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram por suas mulheres as que dentre todas lhes agradaram. Original n.° 2 — E as emanações espirituais do Senhor Intimo, achando que as faculdades físicas eram agradáveis, uniram-se a elas preferencialmente para sua geração. Texto n.° 3 — E Deus disse: O meu espírito não permanecerá para sempre no homem, porque é carne; e os seus dias serão cento e vinte anos. Original n.° 3 — E o Deus Intimo declarou a Sua vontade: O espírito vivificador não permanecerá para sempre no Homem Universal, porque ele se tornou corpóreo. Seus períodos de manifestação não serão mais do que uma centena e dois décuplos de mutação temporal. Texto n.° 4 — Naquele tempo havia gigantes sobre a Terra. Porque depois que os filhos de Deus entrelaçaram-se com as filhas dos homens, e elas geraram filhos, estes foram homens possantes e desde há muito afamados. Original n.° 4 — E, naquele tempo, os eleitos existiam sobre a Terra, fruto da união dos Seres emanados de Deus com as produções corporais do Adão Universal, os famosos Gibóreos Hiperbóreos que foram célebres na imensidade dos tempos. Texto n.° 5 — Deus, vendo que era grande a malícia dos homens sobre a Terra e que todos os pensamentos do seu coração estavam continuamente aplicados ao Mal. Original n.° 5 — E considerando o Senhor intimo que a maldade e a perversidade do Homem Univesal aumentava cada vez mais sobre a Terra, porque tal ser não concebia senão maus pensamentos, de acordo com seu coração corrompido, estendendo-se o mal por todo aquele período. Texto n.° 6 — Arrependeu-se de haver criado o homem sobre a Terra. E tocado de íntima dor de coração.

Original n.° 6 — Sua Lei decretou a transformação do homem na Terra, em tal estado, porque sua desobediência causou a severidade da Lei do Espírito. Texto n.° 7 — Disse: Exterminarei da face da Terra o homem que criei, desde o homem até os animais, desde bs répteis até as aves do céu; porque me arrependo de os ter feito. Original n.° 7 — E, declarando sua vontade, disse: Da face do Elemento Adâmico será apagado o Homem Universal de que foi determinada a sua existência; será transformado desde o reino hominal até os dos quadrúpedes; desde o réptil até os pássaros do céu, pois a Lei renuncia à tarefa de cuidar e sustentar a tergiversação e a desobediência. Texto n.° 8 — Porém Noé encontrou graça (favor) diante do Senhor. Original n.° 8 — Somente Noé, o repouso da Natureza Elemental, mereceu graça diante da vontade do Senhor. Texto n.° 9 — Esta é a posteridade de Noé. Noé foi um homem justo e perfeito em suas generações e andou com Deus. Original n.° 9 — Assim foram as emanações simbólicas e características de Noé. Noé foi o princípio justo e virtuoso da vida que sempre obedece às leis do Senhor. Texto n.° 10 — E gerou três filhos: Sem, Cam e Jafet. Original n.° 10 — Noé, o repouso da Natureza, engendrou uma tríade de seres emanados de si próprio: Sem, o Elevado; Cam, o Ardente e Jafet, o Propagado. Texto n.° 11— A Terra estava corrompida diante de Deus e cheia de iniqüidade. Original n.° 11 — E a Terra envilecia-se diante das leis do Senhor, revestindo de um tenebroso ardor passional. Texto n.° 12 — Vendo, pois, Deus que a Terra estava corrompida, porque toda a carne tinha corrompido seu caminho sobre a Terra. Original n.° 12 — E o Senhor Intimo considerando a degradação da Terra como fruto da desobediência da Lei. Texto n.° 13 — Disse a Noé: O fim de toda a carne chegou diante de mim; a terra, por suas obras, está cheia de iniqüidades e eu as exterminarei com a terra.

Original n.° 13 — Decretou Sua vontade a Noé: Chegado é o fim de todo corpo vivo ante as leis; a terra está povoada de um ardor depravado, devorador, cujo envilecimento leva à destruição do corpóreo. Texto n.o 14 — Faze uma arca de madeiras lavradas; fa-rás na arca apartamento e a calafetarás com betume por dentro e por fora. Origina! n.° 14 — Habitarás uma Matriz (Thebah) por grato retiro, de uma matéria elemental conservadora, com câmaras e canais de comunicação e unirás sua circunferência interior e exterior com matéria corporizante. Texto n.° 15 —E hás de fazê-la do seguinte modo: o comprimento da arca será de trezentos côvados, a largura de cinqüenta côvados e a altura de trinta côvados. Original n.° 15 — Assim farás tua vivenda sagrada e misteriosa: tal matriz, a farás com três cêntuplos da unidade de medida de comprimento, cinco décuplos de latitude e três décuplos de grossura. Texto n.° 16 — Farás na arca uma janela e darás um côvado de alto à sua cobertura; porás a porta da arca do outro lado e farás nela um andar em baixo, e três moradas. Original n.° 16 — Farás a perfuração orbicular neste retiro sagrado em sua parte superior, acessível à luz e, dirigindo-a, colocarás sua dilatação na parte oposta, fazendo as partes inferiores duplas ou triplas. Texto n.° 17 — Eis que estou para derramar as águas do Dilúvio sobre a Terra para fazer morrer toda a carne em que há espírito de vida debaixo do céu. Tudo o que há sobre a Terra perecerá. Original n.° 17 — E eis-me aqui conduzindo sobre a terra o grande fluxo intumescente das águas para nelas lavar toda a matéria corpórea que tem em si o sopro da vida. Tudo o que existe debaixo dos céus e sobre a terra será depurado. Texto n.° 18 — Mas contigo estabelecerei minha aliança; e entrarás na arca, tu e teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos contigo. Original n.° 18 — E minha força criadora permanecerá junto a ti; e irás para a Matriz tu e tuas produções, tua vontade e tuas faculdades corporais, com os seres emanados por ti junto contigo. Texto n.° 19 — E de cada espécie de todos os animais, farás entrar na arca dois, macho e fêmea, para que vivam contigo.

Original n.° 19 — Conduzirás à Matriz do Repouso, ao refúgio, os seres de todas as espécies e de todas as formas, par a par, a fim de que continuem existindo contigo. Todos esses seres deverão ser macho e fêmea. Texto n.° 20 — Das aves, segundo a sua espécie, e das bestas, segundo a sua espécie, de todos os répteis da terra, segundo a sua espécie; de todos entrarão dois contigo, para que possam viver. Original n.° 20 — Do gênero volátil e do gênero quadrúpede, segundo sua espécie, e de todo animal reptiforme do Elemento Adâmico; um par de cada espécie entrará junto contigo para ali conservar a sua existência. Texto n.° 21 — Tomarás também contigo de todas as coisas que se podem comer e as levarás junto de ti e servirão de alimento a ti e aos animais. Original n.° 21 — E retirarás para ti todos os alimentos que possam nutrir, recolhendo-os contigo, a fim de que sejam alimento para ti e para os demais. Texto n.° 22 — Fez, pois, Noé tudo o que Deus lhe tinha ordenado. Original nP 22 — E o repouso da Natureza Elemental obedeceu a tudo que havia sido sabiamente determinado pelo Deus Intimo. Capítulo VII A CONSUMAÇÃO DAS COISAS Texto n.° 1 — E o Senhor disse-lhe: Entra na arca tu e toda a tua casa, porque te reconheci justo diante de mim no meio desta geração. Original n.° 1 — E o Senhor determinou ao repouso da Natureza e sua passividade: Vem com todo o teu interior para o refúgio mútuo, pois, neste tempo, tua existência mostrou-se boa para as leis desta geração. Texto n.° 2 — Toma de todos os animais puros sete pares, macho e fêmea, e dos animais impuros um par, macho e fêmea. Original n.° 2 — Do gênero quadrúpede puro retirarás em ti, retirarás para ti sete pares compostos do princípio e da faculdade volitiva, e dois pares de cada espécie impura, em si mesmos igualmente, do princípio de faculdade instintiva eficiente. Texto n.° 3 — Toma também das aves dos céus sete pares, macho e fêmea, para se conservar a raça sobre a face de toda a terra.

Original n.o 3 — Também do gênero volátil dos céus, to-marás sete pares do princípio de cada espécie, macho e fêmea, conservar sua semente sobre a terra. Texto n.o 4 — Porque daqui a 7 dias farei chover sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites e exterminarei da superfície da terra todos os seres que fiz. Original n.° 4 — Porque no sétimo período atual das manifestações fenomênicas o elemento aquoso será movimentado sobre a terra durante quatro décuplos de dias e quatro décuplos de noite, a fim de lavar completamente o Elemento Adâmico, ou seja, a natureza substancial e plástica de que foi formada. Texto n.° 5 — Fez, pois, Noé tudo o que o Senhor lhe tinha ordenado. Original n.o 5 — E o repouso da natureza obedeceu com exatidão à sabedoria do Senhor Intimo. Texto n.° 6 — E era de seiscentos anos quando as águas do dilúvio inundaram a terra. Original n.° 6 — E o repouso da Natureza era o resultado de seis centenas completas de períodos fenomênicos ontológicos quando a grande intumescência das águas caiu sobre a terra. Texto n.° 7 — Noé entrou na arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos por causa das águas do dilúvio. Original n.o 7 — E o repouso da existência, juntamente com suas emanações e sua vontade eficiente, além das faculdades físicas de suas criações, entrou na vivenda secreta, matriz íntima da Natureza, a fim de evitar a intumescência das águas. Texto n.o 8 — E também dos animais puros e impuros, e das aves, e de tudo que se move sobre a terra. Original n.o 8 — Do gênero quadrúpede puro e impuro, do gênero volátil e de tudo que está animado e se move sobre o Elemento Adâmico. Texto n.° 9 — Entraram na arca com Noé, dois a dois, macho e fêmea, conforme o Senhor tinha mandado a Noé. Original n.o 9 — Pares de toda espécie, macho e fêmea, entraram no repouso da existência da Matriz da Natureza, segundo a vontade do Senhor. Texto n.° 10 — E, passados os sete dias, as águas do dilúvio inundaram a terra.

Original n.° 10 — E, na sétima manifestação fenomênica, a grande inundação das águas lançou-se sobre a terra. Texto n.° 11 — No ano seiscentos da vida de Noé, no segundo mês, aos dezessete do mês, romperam-se todas as fontes do grande abismo e abriram-se as cataratas do céu. Original n.° 11 — Na sexta mutação ontológica do repouso da existência, na segunda renovação lunar, na décima sétima manifestação temporal desta renovação, nesse dia foram soltas todas as fontes da potência universal e desatadas nos céus as forças quaternárias multiplicadoras, entregues a sua natural expansão. Texto n.o 12 — E caiu chuva sobre a terra durante quarenta dias e quarenta noites. Original n.o 12 — E a caída da atmosfera aquosa em massa sobre a terra teve lugar durante quatro décuplos de dias e quatro décuplos de noite. Texto n.o 13 — Naquele mesmo dia entrou Noé na arca com seus filhos Sem, Cam e Jafet, sua mulher e as três mulheres de seus filhos. Original n.o 13 — No princípio desta sétima manifestação fenomênica, o repouso da existência elemental havia-se retirado para a Matriz da Existência, juntamente com Sem, o Espírito, Cam, a Inclinação Tenebrosa ou Corpo de Desejos e Jafet, a morte, gerações que haviam emanado dele, de sua vontade e das três faculdades físicas de sua geração. Texto n.° 14 — E com eles entraram todos os animais segundo a sua espécie, todas as bestas segundo sua espécie e tudo que se move sobre a terra segundo a sua espécie, e tudo que voa segundo a sua espécie, todas as aves e pássaros. Original n.° 14 — E com eles foi a vida determinada da Natureza Animal e segundo a sua espécie: todo quadrúpede. todo réptil, todo volátil, cada um segundo a sua espécie, todo ser que corre, todo ser que voa. Texto n.° 15 — Entraram com Noé na arca, dois a dois, de toda espécie em que havia sopro de vida. Original n.° 15 — Todos, par a par, foram juntamente com o repouso da existência para o retiro inacessível de toda forma que tem em si o sopro de vida. Texto n.o 16 — E os que entraram eram macho e fêmea de toda a espécie, conforme Deus tinha mandado a Noé;e o Senhor aí os fechou por fora.

Original n.° 16 — E entraram, macho e fêmea, de todas as formas e aparências, obedecendo à prescrição do Ser dos Seres, de entrar para o alojamento; e sua vontade os preservou pelo lado de fora. Texto n.° 17 — E veio o dilúvio sobre a terra durante quarenta dias; e as águas cresceram e elevaram a arca muito alto por cima da terra. Original n.° 17 — E a intumescência abateu-se sobre a terra durante quatro décuplos de dias, até quadruplicar-se, mantendo o refúgio elevado acima do Elemento Adâmico. Texto n.° 18— Inundaram tudo com violência e cobriram tudo na superfície da terra; a arca, porém, era levada sobre as águas. Original n.° 18 — E a intumescência aquosa invadiu toda a terra, quadruplicando-se; e Thebah, o refúgio, movia-se sobre a superfície do intumescimento aquoso. Texto n.° 19 — E as águas engrossaram prodigiosamente sobre a terra; e todos os mais elevados montes que há sob todo o céu ficaram cobertos. Original n.° 19 — E as águas prevaleceram sobre todas as suas forças e foram cobertas as mais altas elevações debaixo do céu. Texto n.° 20 — A água elevou-se quinze côvados acima dos montes, que tinha coberto. Original n.° 20 — Ultrapassaram o pico dos montes em cinco unidades e um décuplo. Texto n.° 21 — Toda a carne que se movia sobre a terra foi consumida: as aves, os animais, as feras e todos os répteis que andam de rastros sobre a terra, e todos os homens. Original n.° 21 — E foi lavada toda a forma corpórea que se movia sobre a terra, na ave, no quadrúpede, em existência animal, na vida original e vermiforme saída da terra, assim como o reino hominal. Texto n.° 22 — Tudo o que respira e tem vida sobre a terra, tudo morreu. Original n.° 22 — E tudo aquilo que possuía um sopro do espírito da vida foi lavado e dissolvido.

Texto n.° 23 —E foram exterminados todos os seres que havia sobre a terra, desde o homem até as bestas, tanto os répteis como as aves do céu, tudo foi exterminado da terra; ficou somente Noé e os que estavam com ele na arca. Original n.° 23 — E todas as formas foram apagadas do Elemento Adâmico, desde o reino hominal até o quadrúpede, desde o réptil até as aves do céu. Todos foram apagados da terra e não restou senão o repouso da existência elemental, juntamente com os que estavam com ele, dentro do sagrado retiro. Texto n.° 24 — E as águas cobriram a terra durante cento e cinqüenta dias. Original n.° 24 — E as águas prevaleceram sobre a terra cinco décuplos e uma centena de períodos de manifestação. Capítulo VIII A FEITURA DAS ESPÉCIES Texto n.° 1 — E Deus lembrou-se de Noé e de todos os animais e de todas as bestas que estavam com ele na arca e fez soprar um vento sobre a terra, e as águas diminuíram. Original n.°1 — E o Senhor, tendo presente a existência do repouso de toda a existência terrestre e a de todo o gênero animal, que se encontram no Seu refúgio, fez passar um sopro de vida de uma extremidade à outra da terra, e o entumesci-mento aquoso foi devolvido a seus próprios limites. Texto n.° 2 — Fecharam-se as fontes do abismo e as cataratas do céu, e foram retidas as chuvas do céu. Original n.o 2 — E foram fechadas as fontes do entumescimento indefinido do abismo potencial e a atmosfera se esgotou. Texto n.° 3 — E as águas indo e vindo de uma parte a outra, retiraram-se de cima da terra e começaram a diminuir depois de cento e cinqüenta dias. Original n.° 3 — E o entumescimento voltou para o seu lugar, depois de cinco décuplos e uma centena inteira de manifestação. Texto n.° 4 — E, no sétimo mês, no vigésimo sétimo dia do mês, parou a arca sobre os montes da Armênia. Original n.° 4 — E na sétima renovação lunar, na décima sétima manifestação do mesmo, o refúgio repousou nos primeiros fulgores do curso, reflexo da Luz.

Texto n.o 5 — Entretanto, as águas iam diminuindo até o décimo mês; e no décimo mês, no primeiro dia do mês, apareceram os cumes dos montes. Original n.° 5 — E o entumescimento aquoso continuava agitado pelo fluxo e pelo refluxo até a décima renovação lunar. E no primeiro da décima renovação apareceram os princípios das procriações naturais e as premissas dos elementos. Texto n.° 6 — E, tendo-se passado quarenta dias, abriu Noé a janela, que tinha feito na Arca, e soltou um corvo. Original n.° 6 — E quando foi determinado o grande quádruplo de dias, o Repouso da Natureza abriu a janela que havia feito em sua matriz. Texto n.o 7 — 0 qual saiu e não voltou mais até que as águas secaram sobre a terra. Original n.o 7 — Soltou o Érebo, a obscuridade acidental, que partiu com o desejo periódico de sair e entrar, e que continuará como desejo periódico até que as águas sequem sobre a terra. Texto n.° 8 — Mandou também uma pomba depois dele para ver se as águas teriam já cessado de cobrir a face da terra. Original n.° 8 — E, em seguida, deixou partir Jona, a . pomba geradora da Natureza, para longe dele, a fim de ver se as águas do desejo ainda se estendiam sobre a superfície do Elemento Adâmico. Texto n.° 9 — E ela, não encontrando onde pousar o seu pé, tornou a vir a ele para a Arca; porque ainda as águas estavam sobre a terra; e Noé estendeu a mão e, tendo-a tomado, a recolheu na Arca. Original n.o 9 — A mensageira geradora não encontrou, porém, nenhum lugar para imprimir o seu movimento e voltou ao repouso da existência por causa do entumescimento que estava sobre a face do Elemento Adâmico. O repouso natural desprendeu sua força e a recolheu novamente em seu refúgio. Texto n.o 10 — Depois de ter esperado outros sete dias, novamente deitou a pomba fora da Arca. Original n.° 10 — E esperou outros setenários de períodos de manifestação, mandando de novo a força geratriz para fora do refúgio. Texto n.° 11 — E ela voltou a ele pela tarde, trazendo no bico um ramo de oliveira, com as folhas verdes. Entendeu, pois, Noé que as águas tinham cessado sobre a terra.

Original n.°11 — E a pomba geradora voltou fugindo da obscuridade com a sublimação da energia ignea tomada como força conceptiva; assim o repouso da existência considerou que a intumescência aquosa diminuirá sobre o elemento finito. Texto n.o 12 — Contudo, esperou outros sete dias, e mandou a pomba que não tornou mais a ele. Original n.° 12 — No entanto, esperou outro setenário de manifestações e em seguida enviou novamente a energia geradora que, desta vez, não tornou ao refúgio. Texto n.° 13 — Portanto, no ano seiscentos e um, no primeiro mês, no primeiro dia do mês, as águas diminuíram sobre a terra; e Noé, descoberto o teto da Arca, olhou e viu que a superfície da terra estava seca. Original n.° 13 — Foi na seiscentésima primeira mutação temporal, no primeiro começo, no primeiro novilúnio, que a intumescência aquosa terminou no Elemento Finito. Então, o repouso da existência abriu o teto da Matriz da Natureza, porque verificou que a entumação se afastara do Elemento Adâmico. Texto n.° 14 — No segundo mês, no vigésimo dia do mês, a terra ficou seca. Original n.° 14 — Assim foi crescendo o Elemento Adâmico, no segundo novilúnio, no vigésimo sétimo do mesmo. Texto n.° 15 — E Deus falou a Noé, dizendo: Original n.o 15 — Declarando o Senhor ao repouso da existência: Texto n.° 16 — Sai da Arca, tu e tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos contigo. Original n.o 16 — Sai da Matriz, tu e tua vontade, e as e-manações e as faculdades físicas de tuas gerações. Texto n.° 17 — Faze sair contigo todos os animais que estão contigo, de todas as espécies, tanto de aves como de bestas, e de todos os répteis, que andam de rastos sobre a terra e sai para a terra; crescei e multiplicai-vos sobre ela. Original n.o 17 — E faz sair toda a vida animal de todas as formas corpóreas, pássaros, quadrúpedes ou espécie de réptil que se arrasta sobre a terra e que nela se multipliquem e cresçam. Texto n.o 18 — Saiu, pois, Noé com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos.

Original n.o 18 — 0 repouso da existência saiu da Matriz da Natureza com todas as gerações que dele tinham emanado, seu instinto e sua vontade, bem como com as faculdades físicas de suas emanações. Texto n.° 19 — E também saíram da Arca todos os animais, bestas e os répteis, que andam de rastos sobre a terra, segundo suas espécies. Original n.o 19 — Toda espécie animal, réptil ou volátil, tudo o que se move na terra, saíram da Matriz da Natureza e se instalaram no Elemento Adâmico, segundo suas várias tribos. Texto n.o 20 — E Noé edificou um altar ao Senhor e, tomando de todos os animais e de todas as aves puras, ofereceu-os em holocausto sobre o altar. Original n.o 20 — Porém, o repouso da existência concebeu um altar para o I ntimo, dedicando-o a todas as suas emanações puras; e fez dele sair, em direção ao Alto, uma exalação santa nesse lugar de sacrifício. Texto n.° 21 — E recebeu o Senhor um suave odor e disse: Não amaldiçoarei mais a terra por causa dos homens, porque os sentidos e os pensamentos do coração do homem são inclinados para o mal desde a sua mocidade; não tornarei, pois, a ferir todos os seres vivos como fiz. Original n.° 21 — E o Senhor, considerando o hálito desta suave oferenda, declarou Sua vontade: O Elemento Adâmico não será castigado por causa de Adão, o Homem Universal, pois o sentido e o pensamento de seu coração conceberam o erro dos primeiros impulsos e a Lei não acrescentará correções tão violentas no que há de vir, em toda a existência ele-mental, como foi feito. Texto n.° 22 — Durante todos os dias da terra, a sementeira e a messe, o frio e o calor, a noite e o dia não mais cessarão. Original n.° 22 — Para as manifestações fenomênicas, o plantio e a colheita, o frio e o calor, o verão e o inverno, o dia e a noite não cessarão. Capítulo IX A RESTAURAÇÃO CONSOLIDADA Texto n.° 1 — E Deus abençoou Noé e seus filhos. E dis-se-lhes: Crescei e multiplicai-vos e povoai a terra. Original n.° 1 — E a bendita presença do Senhor no repouso daNaturezaeem suas emanações declarou sua vontade: Frutificai e multiplicai-vos habitando toda a superfície da Terra.

Texto n.o 2 — Temam e tremam em sua presença todos os animais da terra, todas as aves do céu e tudo o que se move sobre a terra; todos os peixes do mar estão sujeitos ao vosso poder. Original n.° 2 — Que vossa deslumbrante luminosidade e o respeito que vos cerca recaiam sobre toda a animalidade terrestre desde a ave do céu até o réptil que tem o movimento original do Elemento Adâmico, bem como todos os peixes do mar, eis que todos foram postos sob o vosso domínio. Texto n.° 3 — Tudo o que se move e vive será vosso alimento; eu vos dou todas estas coisas como vos dei os legumes e ervas. Original n.° 3 — E tudo o que se move e vive servir-vos-á de alimento. Assim como os legumes e as ervas, dou-vos todas essas coisas. Texto n.° 4 — Somente não comereis carne com sangue. Original n.° 4 — Não consumireis, no entanto, a forma corpórea que possua em sua própria alma homogeneidade da assimilação sangüínea. Texto n.o 5 — Porque o sangue de vossas almas, demandarei da mão de todas as bestas, e da mão dos homens, e da mão de varão, e, de seus irmãos demandarei a alma do homem. Original n.° 5 — Porque pedirá contas da assimilação sangüínea cujo princípio reside em vossas almas da mão de todo o ser vivo assim será castigado o homem universal e seu irmão, o homem individualizado pela alma adâmica assimilada. Texto n.° 6 — Todo o que derramar o sangue humano será castigado com a efusão do seu próprio sangue; porque o homem foi feito à imagem de Deus. Original n.° 6 — Todo aquele que derramar a assimilação sangüínea do homem universal verá seu próprio sangue vertido por meio do próprio Elemento Adâmico, pois é sua imagem refletida, como determinou o Senhor a existência do Homem Universal. Texto n.° 7 — Crescei, pois, e multiplicai-vos e espalhai-vos sobre a terra e povoai-a. Original n.° 7 — E vós, Existência Universal, crescei e multiplicai-vos e, entrando no Elemento Adâmico, povoai-o. Texto n.° 8 — Disse também Deus a Noé e a seus filhos com ele: Original n.o 8 — E o Senhor declarou Sua vontade-Lei no Repouso da Existência e aos outros seres d'Eie emanados:

Texto n.° 9 — Eis que vou fazer minha aliança convosco e com a vossa posteridade depois de vós. Original n.o 9 — Aqui estabeleço substancialmente a força criadora da Lei em vós e nas gerações depois de vós. Texto n.° 10 — E com toda alma vivente que está convosco, tanto as aves, como animais domésticos e campestres da terra que saíram da Arca e com todas as bestas da terra. Original n.o 10 — Igualmente será estabelecida em toda alma viva que se encontra em vós, tanto volátil, como quadrúpede, em toda a animalidade terrestre e entre todos os seres procedentes da Matriz da Natureza segundo sua animalidade terrestre. Texto n.° 11 — Farei a minha aliança convosco e não tornará mais a perecer toda a carne pelas águas do dilúvio, nem haverá mais o futuro dilúvio que destrua a terra. Original n.° 11 — Existirá a Lei Criadora na ordem física e não haverá mais o Entumescimento Aquoso que pode destruir a forma corpórea, nem haverá um dilúvio que venha a degradar completamente o Elemento Adâmico. Texto n.o 12 — E Deus disse: Eis o sinal da aliança que faço entre mim e vós e com todos os animais viventes que estão convosco por todas as gerações futuras: Original n.° 12 — Sempre declarando Sua vontade-Lei, disse: Eis aqui o sinal característico da Lei Criadora que se estabelece entre Eu e vóse todas as almas vivas, Lei que perdurará pela imensidade do Tempo: Texto n.° 13 — Porei o meu arco nas nuvens e ele será o sinal da aliança entre mim e a terra. Original n.° 13— 0 arco do Poder Positivo que cobre desde o espaço a Passividade da Natureza será o sinal característico desta força criadora existente entre a terra e EU SOU. Texto n.° 14 — E quando eu tiver coberto o céu de nuvens, o meu arco aparecerá nas nuvens. Original n.° 14 —E quando as nuvens da degeneração obscurecerem a terra, cobrindo o céu, esse arco regenerador aparecerá no espaço nebuloso. Texto n.° 15 — E me lembrarei de minha aliança convos-co e com toda a alma vivente que anima a carne; não voltarão as águas do dilúvio a exterminar toda a carne.

Original n.° 15 — E estarei nessa Lei Criadora, em toda alma viva, sob forma corpórea; e não haverá mais entumesci-mento que desagregue totalmente a forma corpórea. Texto n.o 16 — E o arco estará nas nuvens, e eu o verei, e me lembrarei da aliança eterna que foi feita entre Deus e todas as almas viventes de toda a carne que existe sobre a terra. Original n.o 16 — O arco da Lei Criadora será estabelecido entre o Ser dos Seres e toda a alma vivente da terra. Texto n.o 17 — E Deus disse a Noé: Este será o sinal da aliança que eu constituí entre mim e toda a carne sobre a terra. Original n.° 17 — E, sempre declarando Sua vontade, disse: Este será o sinal da força criadora que existirá substancialmente entre o Poder Emissor e o Poder Receptor. Texto n.o 18 — Os filhos de Noé, que saíram da arca, foram Sem, Cam e Jafet; e Cam é o pai de Canaã. Original n.o 18 — E as emanações do repouso da existência elemental que saíram da Matriz dessa Natureza foram: Sem, o espírito sublime, Cam, o corpo de desejo apaixonado e Jafet, a mente ou aquilo que se propaga. E Cam foi o pai de de Canaã, o corpo denso. Texto n.o 19 — Estes são os três filhos de Noé e por eles se propagou todo o gênero humano sobre toda a terra. Original n.° 19 — Assim, os seres emanados do Repouso da Natureza foram três princípios por meio dos quais a terra foi dividida. Texto n.° 20 — Noé, que era agricultor, começou a cultivar a terra e plantou uma vinha. Original n.° 20 — E foi o Repouso da Natureza que extraiu do Elemento Adâmico o princípio volitivo intelectual, devolvendo-o ao homem, cultivando assim as elevadas criações do espírito. Texto n.°21 — E, tendo bebido vinho, embriagou-se e apareceu nu na sua tenda. Original n.o 21 — Porém, tendo-se embriagado em demasia com o espírito dessa criação, exaltou este pensamento é-brio, revelou-se no próprio centro e no local mais secreto de seu tabernáculo.

Texto n.° 22 — E Cam, pai de Canaã, tendo visto a nudez de seu pai, saiu fora a dizê-lo a seus dois irmãos. Original n.° 22 — E Cam, o corpo de desejo, pai do corpo denso, considerando os próprios segredos misteriosos de seu pai, revelou-os a seus irmãos, profanando-os no exterior. Texto n.° 23 — Porém Sem e Jafet puseram uma capa sobre seus ombros e, andando para trás cobriram a nudez de seu pai, tendo seus rostos voltados, e assim não viram a nudez de seu pai. Original n.° 23 — 0 espírito e a razão elevaram suas próprias auras por sobre eles e retrocederam para cobrir os mistérios secretos do Repouso da Existência, para não provocá-los, e estando seus rostos voltados para o corpóreo, não viram os mistérios que deviam permanecer ocultos do emanador. Texto n.° 24 — E quando Noé, despertando da embriaguez, soube o que lhe tinha feito o seu filho mais novo. Original n.° 24 — E o Poder Passivo da Natureza voltou de sua exaltação espirituosa, sentiu o que havia intentado ao menor de suas produções. Texto n.° 25 — Disse: Maldito seja Canaã, ele será escravo dos escravos de seus irmãos. Original n.o 25 — E declarou sua Lei: O corpo físico, filho dos desejos, será submetido, escravo e servidor de seus irmãos e dos servidores de seus irmãos. Texto n.° 26 —E acrescentou: Bendito seja o senhor Deus de Sem; seja Canaã seu escravo. Original n.° 26 — Bendito seja o Senhor no Espírito e que Canaã, o corpo, seja seu servidor escravo de suas gerações. Texto n.° 27 — Dilate Deus a Jafet e habite Jafet nas tendas de Sem e Canaã seja seu escravo. Original n.° 27 — Que o Senhor estenda seus domínios da razão e a faça habitar em Seus tabernáculos do Espírito e que o físico o sirva em suas descendências. Texto n.° 28— Noé viveu ainda depois do dilúvio trezentos e cinqüenta anos. Original n.° 28 — E o Repouso da Existência durou, depois da entumescência das águas, três centenas completas de mutação temporal ontológica e oito décuplos de mutação.

Texto n.o 29 — E todo o tempo da sua vida foi de novecentos e cinqüenta anos, e morreu. Original n.° 29 — Assim, os perídos manifestados do Repouso da Natureza Elemental foram um total de nove centenas de mutação temporal e cinco décuplos de mutação, ficando depois latente. Capítulo X O PODER FORMADOR Texto n.° 1 — Eis a posteridade dos filhos de Noé: Sem, Cam e Jafet; e a estes nasceram filhos depois do dilúvio. Original n.o 1 — Estas foram as gerações características dos seres emanados do Repouso da Natureza: Sem, o reto, o elevado; Cam, o desejo ardente e Jafet, a mente, e, as criações deles emanadas depois da grande entumescência das águas. Texto n.o 2 — Filhos de Jafet: Gomer e Magog e Madai e Javan e Tubal e Mosoc e Tiras. Original n.° 2 — As produções emanadas da mente, a extensão absoluta, foram: a Acumulação Elemental, a Elasticidade, a Divisibilidade, a Ductilidade Geradora, a Difusibilidade, a Perfeição e a Modalidade ou faculdade de aparecer sob uma determinada forma. Texto n.° 3 — Filhos de Gomer: Arcenez e Rifat e .To-gorna. Original n.° 3 — E as produções da Acumulação Elemental foram: o Fogo Calórico Latente, o Poder Expansivo e a Densidade. Texto n.° 4 — Filhos de Javan: Elisa e Tarsis, Cetim e Dodanim. Original n.o 4 — Os filhos da Ductibilidade Geradora foram: a força dissolvente e amansadora e o princípio simpático das repulsões e afinidades naturais. Texto n.° 5 — Por estes foram repartidas as ilhas com seus habitantes em seus territórios, cada um segundo a sua língua e suas famílias nas diversas nações. Original n.o 5 — Através dessas últimas faculdades, a repulsão e a atração, os centros da vontade foram diferenciados sobre a terra nas organizações sociais, cada princípio atuando segundo sua própria língua, assim como para a sociedade em geral, inteligíveis ou naturais.

Texto n.o 6 — Filhos de Cam: Cus e Mesraim, e Fut e Canaã. Original n.o 6 — As emanações de Cam, o corpo do desejo ardente e de inclinação tenebrosa, foram: A Força ígnea ou combustão das Faculdades Subjugantes e Cativantes, a Exalação e a Existência Física e Material. Texto n.° 7 — Filhos de Cus: Saba e Hevila e Sabata e Rema e Sabataca. Filhos de Rema: Sabá e Dadan. Original n.o 7 — E as emanações da Força Ignea foram: a Humidade Radical do Sabor, a Energia Natural, o Movimento causador do raio e o Movimento-Efeito. O raio deu origem à volta ao repouso e à Eletricidade. Texto n.° 8 — Cus gerou Nemrod, o qual começou a ser poderoso na terra. Original n.o 8 — E a Força Ígnea deu origem ao princípio da vontade desordenada, princípio do despotismo de toda a potência, tanto particular, como geral, a qual, obedecendo a seus próprios impulsos, procurou dominar a Terra. Texto n.o 9 — Era um robusto caçador diante do Senhor. Daqui veio este provérbio: Robusto caçador diante do Senhor como Nemrod. Original n.° 9 — O qual, soberbo adversário da Lei do Senhor, deu origem a este provérbio: "Parecido com o princípio da vontade anárquica, soberbo adversário das leis do Intimo". Texto n.° 10 — 0 princípio do seu reino foi Babilônia e Arac e Acad e Calane na terra de Senaar. Original n.° 10 — E a origem do seu domínio foi o seio das revoluções civis, a vaidade, a malícia e a relaxação dos costumes, bem como o egoísmo e a ambição. Texto n.o 11 — Daquela terra foi para Assur e edificou N ínive, e as praças da cidade, e Cale. Original n.o 11 — Porém, do seio dessas revoluções civis saiu o Princípio Harmônico do governo e da ordem, que estabeleceu o que diz respeito ao desenvolvimento externo e às instituições internas da cidade, bem como o concernente ao aperfeiçoamento das leis; a congregação dos anciãos, o senado. Texto n.° 12 — E também Resen, a grande cidade entre N ínive e Cale.

Original n.o 12 — E entre o desenvolvimento externo e o aperfeiçoamento interno estabeleceu-se o Poder Legislativo ou das rendas do Estado, que foi a salvaguarda da sociedade. Texto n.o 13 — E Mesraim gerou Ludim e Anamim e La-bim e Neftuim. Original n.°13 — E as forças subjugantes nascidas da Força Ignea geraram as propagações físicas, os entorpecimentos materiais, as exalações inflamadas e as cavernosidades. Texto n.° 14 — E Fetrusim e Casluim, dos quais saíram os Filisteus e os Caftoreus. Original n.° 14 — Também criaram as rupturas e as provas da expiação, donde sairam os infiéis e os fiéis. Texto n.° 15 — Canaã gerou Sidônio, seu filho primogênito e Heteu. Original n.° 15 — E a existência f ísicae material criou seu primeiro filho, a Astúcia, e, a seguir, o relaxamento moràl. Texto n.o 16 — E Jesubeu, Amoreu e Gergeseu. Original n.° 16 — E gerou as degradações interiores, as manifestações exteriores e as reiteradas deliberações. Texto n.o 17 — E Heveu, Araceu e Samareu. Original n.° 17 — Deu nascimento às vidas animalizadas, às paixões brutais e às paixões odiosas. Texto n.° 18 — E Araceu, Sineu e Amateu; e, depois disto, espalharam-se os povos dos Cananeus. Original n.° 18 — E criou os desejos da usura, a sede do poder, a avareza insaciável. Em seguida, as existências físicas foram dispersas. Texto n.° 19 — E os limites de Canaã eram desde Sidô-nia, na direção de Gerara, até Gaza e, na direção de Sodoma e Gomorra e Adaman e Seboim até Lesa. Original n.° 19 — Tais foram os limites alcançados pelos engendros da existência física e material, por meio da astúcia: a força de convulsões intestinas em prol das afirmações, a força de obscuros manejamentos, das intrigas, da tirania, da insensibilidade, das guerras, que se converteram no sumidouro das riquezas.

Texto n.o 20 — Estes são os filhos de Cam, segundo suas famílias, línguas, gerações, países e nações. Original n.° 20 — Estas foram as emanações de Cam, o ardente corpo de desejos, segundo suas tribos, I ínguas, regiões e organizações diversas. Texto n.° 21 — De Sem, pai de todos os filhos de Heber, e irmão mais velho de Jafet, nasceram também filhos. Original n.° 21 — A Sem, a culminação brilhante, irmão mais velho de Jafet, o Intelecto, foi concedida a graça de ser pai de todas as criações terrestres. Texto n.° 22 — Filhos de Sem: Elam e Assur e Arfaxad e Lud e Arão. Original n.° 22 — Emanações do espiritual: a duração infinita, a eternidade, o princípio do poder legal, a ordem, a harmonia e a felicidade como resultante; o princípio mediador da Providência, a propagação intelectual e a dispersão universal. Texto n.° 23 — Filhos de Arão: Us e Hul e Geter e Mes. Original n.° 23 — E as emanações do Princípio Universal de dispersão dos Elementos foram a Substanciação, o Trabalho Virtual, a Pressão Abundante e a colheita dos frutos. Texto n.° 24 — E Arfaxad gerou Salé, de quem nasceu Heber. Original n.° 24 — E o Princípio Mediador da Providência produziu a Graça Divina Eficaz. E a Graça Divina produziu aquilo que se passa para além do mundo terrestre, ultraterres-tre. Texto n.° 25 — E a Heber nasceram dois filhos: um chamou-se Faleg, porque em seu tempo foi dividida a terra, e seu irmão chamava-se Jectan. Original n.° 25 — E o Ultraterreno gerou dois filhos: o nome do primeiro foi Faleg, adialetação, porque seu aparecimento coincidiu com a época em que a terra foi dividida em diferentes classes e dialetos; e o nome de seu irmão foi Jac-tan, a atenuação do Mal. Texto n.° 26 — Este Jectan gerou Elmodad e Salef e Adramot e Jaré. Original n.° 26 — E a Atenuação do Mal deu origem à mensuração probatória e divina, à Emissão Refletida e à Cisão operada pela morte; e a manifestação radiante e fraterna. Texto n.° 27 — E Adurão e Usai e Decla.

Original n.o 27 — E o esplendor, o fogo divino e o enraizamento etéreo e sonoro. Texto n.° 28 — E Ebal e Abimael e Saba. Original n.o 28 — E gerou o Orbe Infinito, o Pai da Plenitude e da Redenção. Texto n.° 29 — E Ofir e Hévila e Jobab, todos estes são filhos de Jectan. Original n.° 29 — E, por fim, o fim elemental, a virtude e o júbilo celestial. Texto n.o 30 — O país aonde eles habitaram estendia-se desde Messa até Sefar, monte que está ao oriente. Original n.o 30 — E assim foi a repetição de suas criações desde a colheita dos frutos espirituais pela força do trabalho do Espírito até o princípio da anterioridade dos tempos. Texto n.° 31 — Estes são os filhos de Sem, segundo suas famílias e suas línguas, e as suas regiões, e os seus povos. Original n.o 31 — Estas foram as emanações do Espírito, segundo suas tribos, suas línguas, suas terras e suas organizações universais. Texto n.° 32 — Estas são as famílias de Noé, segundo os seus povos e as suas nações. Delas saíram todas as nações da terra depois do dilúvio. Original n.° 32 — Tais foram as emanações dos filhos do Repouso da Natureza Elemental, segundo suas gerações características e suas organizações constitucionais e, por seu intermédio, as organizações particulares e gerais foram disseminadas pelo Elemento Adâmico na terra depois da grande entu-mescência das águas do desejo. Capítulo XI Mesmo tendo antecipado, no Prólogo desta obra, que não temos a intenção de reconstruir a totalidade da Bíblia, mesmo porque seria tarefa que transcende nossa capacidade, não seria excessivo sintetizar mais alguns capítulos dela, a fim de que o leitor possa orientar-se melhor. O Capítulo IX conta-nos que a raça adâmica, no princípio, era homogênea no modo de sentir e na concepção dos próprios desejos, já que era guiada pelo instinto, como animais de nossos dias. Quando, porém, os homens partiram do Oriente para o Ocidente, afastando-se portanto do instinto, começaram a conceber pensamentos pessoais e individuais. Quiseram, então, por meio do pensamento, construir uma torre e atingir, por meio da imaginação, a divindade que haviam abandonado. A Lei do

Absoluto, porém, inclinava-se a fazer do homem-indivíduo uma personalidade livre, capaz de pensar por si mesma, motivo pelo qual os homens vieram a separar-se, já que seus pensamentos tornaram-se confusos e diferentes os seus desejos. Babel não significa confusão, mas a porta de Deus ou a cidade de Deus e a verdade é exatamente essa porque o corpo é a cidade de Deus ou o templo do espírito. Sem, o elevado, teve em seu corpo, cidade de Deus, outras gerações ou faculdades do espírito. Capítulo XII Jamais existiu qualquer ser chamado Abraão. Thareh, suposto pai de Abraão, é a síntese científica e social doscal-deus ortodoxos. AB-RAM é renovação ou o pai do organismo social do Carneiro pela intelectualidade de RAM. ABRAHAM ou Ba-Ram ou Brahma é o símbolo do iniciado solar que busca refazer a unidade social depois da confusão de Babel. Então, apresenta-se Sa-Ray no Egito, representando sua lei (embora os teólogos dela tenham feito uma mulher de carne e osso). O Faraó, que temia os assírios, não aceitou aquele código religioso e manda embora o iniciado solar, que, abandonando o Egito, introduz-se com sua doutrina no seio do povo, formando uma seita, à qual, mais tarde, Moisés confere uma instituição sinárquica e uma Bíblia. Capítulo XIII E expressando Sua vontade, o Ser dos Seres alude que Bar-Am, síntese da iniciação solar, abarcará toda a Terra desde o Setentrião até o Meio-Dia, em direção ao Oriente e ao Poente e que sua linhagem será como o pó da terra. Se algum ser humano puder contar o pó da terra, poderá também contar seus descendentes (de Abraão), Vers. 17: "Levanta-te e percorre a terra em toda a extensão e largura, porque a tenho de dar a ti". Tal alusão refere-se às gerações espirituais da raça adâmica no corpo ou mundo físico. Capítulo XIV Melquisedec é o iniciado e sacerdote do Altíssimo em Espírito e não nasceu nem de pai, nem de mãe, nem é de carne e osso. Isto quer dizer que o sacerdócio é uma arte divina que nasce com o homem, tal como a arte musical e poética. 0 artista nasce artista e ninguém o faz. Assim como ninguém pode ordenar sacerdotes aos que não nasceram iniciados ou sacerdotes, assim também ninguém pode fazer um artista.

Capítulo XV Neste capítulo demonstra-se que o Monoteísmo podia ser encontrado, naquele tempo, no deserto e que dentro da unidade vibrava a dualidade Masculino-Feminino. O Monoteísmo Esotérico do Egito jamais saiu dos santuários. Agar foi o símbolo da feminilidade ou o segundo pólo do binário que também surgia na unidade. Tinha por objetivo a demonstração da unidade trina do homem. A palavra ou nome IS-MA-EL significa Pai, Mãe e Filho. Os filhos de Abraão não foram seres de carne e osso, mas os homens de bem e de boa vontade. Capítulo XVI Este capítulo revela a união de duas correntes místicas: a Egípcia e a Solar. AGAR juntamente com Abraão gerou IS-MA-EL, ou seja, Mãe, Pai e Filho. Igual sentido tem a palavra IS-RA-EL, ou seja, mãe, pai e filho. Também o termo SA-RAY, a lei solar, que gera um filho trinamente uno: IS-A-AC. Do Egito, o iniciado solar Abraão adquiriu os Elohim e, no deserto, formou-se JEVE ou JEHOVA ou ADÃO-EVA. Capítulo XVII A antiqüíssima lei da circuncisão foi novamente estabelecida. Os iniciados egípcios tinham de circuncidar-se para pertencer à classe dos sacerdotes. A circuncisão é o oferecimento do anel fálico à Divindade, pois essa é a parte mais sagrada do homem. Eles ofereciam o prepúcio do órgão criador ao Criador. Capítulo XVIII A lei tinha de dar os seus frutos e isso foi simbolizado por Isaac, que representa a trindade consubstanciada pelos três anjos ou atributos da Divindade. Uma vez iniciado, possuidor da Lei, ele tem de queimar Sodoma e Gomorra dentro de si mesmo, representando essas cidades o Instinto Animal e a Natureza Inferior. Capítulo XIX Os Sodomitas foram queimados, não se salvando senão aquele nobre desejo que aspira à superação. A própria mulher de Loth, a Natureza Inferior, foi convertida em estátua de sal, ou seja, em algo estéril e impotente para turbar a paz do iniciado.

Capítulo XX Novamente o Iniciado Solar oferece sua lei a Abimalech, o fenício, e este, como faraó, quis utilizá-la para satisfação de seus próprios objetivos. Não conseguindo seu intento, teve de afastar-se dela e livrar-se de seus efeitos, advindos de seu mau uso.

BIBLIOGRAFIA O Sefer de Moisés, de Fabre d'Olivet. A Língua Hebraica Reconstituída, de Fabre d'Olivet. O Arqueômetro, de Saint Yves d'Alveydre. A História da Magia, de Eliphas Levy. O Fanatismo Religioso, de Carlos Brandt. Rasgando Véus, de J. Adoum.

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