A Gaia Ciência - Excertos

April 30, 2017 | Author: Debora S. Londero | Category: N/A
Share Embed Donate


Short Description

Download A Gaia Ciência - Excertos...

Description

pr<

O pa ca el as a;

jal UI

dr

COLEÇÀO DAS OBRAS DE

IETZSCHE

Coordenação de Paulo César de Souza

~FRIEDRICH NIETZSCHE

Além do bem e do mal- Prelúdio a uma filosofia do futuro O nascimento da tmgédia - ou Helenismo e pessimismo Ecce homo - Como alguém se torna o que é Genealogia da moml- Uma polêmica O caso Wagner - Um problema para músicos e Nietzsche contra Wagner- Dossiê de um psicólogo Humano, demasiado humano - Um livro para espíritos livres A gaia ciência



A GAIA CIÊNCIA

ó

Tradu ção, no tas e posfáciO.:

pj

PAULO CÉSAR DE SOUZA

p, A 5 L J

1 ª reimpressão

A

GAIA

Clí':NCIA

'xtraordinários: e quem sente tais energias em si mesmo tem d cultivá-las, defendê-las, honrá-las, promovê-las contra um mundo oposto e diverso: e assim ele se torna um grande bo mem ou um excêntrico e doido, desde que não pereça logo Outrora essas mesmas características eram habituais, e portan to eram tidas por comuns: não sobressaíam. Talvez fossem requeridas, pressupostas: era impossível tornar-se grande COI11 elas, já pelo fato de não haver o perigo de com elas tornar-s também louco e solitário. - É sobretudo nas linhagens e cas tas mantenedoras de um povo que sucedem tais retornos '2 dl' velhos impulsos, não havendo possibilidade desse atavismo quando raças, hábitos, avaliações mudam rápido demais. Pois, para as forças de desenvolvimento dos povos, o tempo significa tanto quanto na música; em nosso caso, um andante do desenvolvimento é necessário, como o tempo de um espírito lento e apaixonado: - e dessa espécie é, afinal, o espírito das linhagens conservadoras.

11.

A consciência. - A consciência é o último e derradeiro desenvolvimento do orgânico e, por conseguinte, também o que nele é mais inacabado e menos forte. Do estado consciente vêm inúmeros erros que fazem um animal, um ser humano, sucumbir antes do que. seria necessário, "contrariando'o destino'; como diz Homero. li Não fosse tão mais forte o conservador vínculo dos instintos, não servisse no conjunto como reguladOI; a humanidade pereceria por seus juízos equivocados e seu fantasiar de olhos abertos, por sua credulidade e improfundidade, em suma, por sua consciência; ou melhor: sem aquele, há muito ela já teria desaparecido! Antes que uma função esteja desenvolvida e madura, constitui um perigo para o organismo: é bom que durante esse tempo ela seja tiranizada! Assim a consciência é tiranizada - e ,e m boa parte pelo,orgulho que s tem dela! Pensam que nela está o âmago do ser humano, o C]U nele é duradouro, derradeiro, eterno, primordial! Tomam a 'ons iência por uma firme grandeza dada! Negam seu cresci[62]

L

I

V

R

o

111' II, IS intermitências! Vêem-na como "unidade do orgaI "" I I Essa ridícula superestimação e má-compreensão da II I, I Hi:1tem por corolário a grande vantagem de que assim II/IIII/Ir/lr/o o seu desenvolvimento muito rápido. Por acrediI III \, I 1\ 'I" (.\ consciência, os homens não se empenharam em I plll 1.1 - e ainda hoje não é diferente! A tarefa de incor, 1/ fi '\(/ber e torná-lo instintivo é ainda inteiramente nova, II I m meça a despontar para o olho humano, dificilmenI I" II VI tível - uma tarefa vista apenas por aqueles que . 1111 1ll ll'm m que até hoje foram incorporados somente os nosI I " /'(IS, c que toda a nossa consciência diz respeito a erros! I

I..!.

I ii) objetivo da ciência. - Como? O objetivo último da ciênI I I Ilroporcionar ao homem o máximo de prazer e o mínimo " ,II 'SI razer possíveis? E se prazer e desprazer forem de tal 111111 11) 'ntrelaçados, que quem desejar o máximo de um tenha ii 11 '1' igualmente o máximo do outro - que quem quiser II ii' I KI ' I" a "re jubilar-se até o céu" tenha de preparar-se também I'1I I " 'star entristecido de morte"?" E assim é, talvez! Ao menos , ,'~ I
View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF