A Doutrina de Deus

May 28, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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DEUS E SUA TRIUNIDADE

 JOELSON GOMES

“Quem compreende a Trindade Onipotente? E quem não fala dela, ainda que a não compreenda?” 1

I – O CONHECIMENTO DE DEUS

É

fato que Deus não pode ser plenamente conhecido por ninguém (Sl. 139: 6;

145: 3; Rm. 11:33), tudo que podemos conhecer de Deus é porque Ele quis nos manifestar (Mt. 11: 27; Rm. 1:19). Não é a sabedoria humana que faz Deus

conhecido, mas a revelação (1 Co. 1:21; 2: 14; 2 Co. 4: 3-4). Isto porque o finito não pode compreender o infinito. Para alcançar o conhecimento de Deus dependemos das Escrituras Sagradas. O reformador João Calvino considerava que para o homem é impossível investigar as profundezas do Ser de Deus. “ Sua essência,” diz ele, “ é 

incomp incompre reens ensíve ívell de tal maneir maneiraa que sua divind divindade ade escap escapaa comple completam tament entee aos sentid sentidos os humanos”. Não é que os Reformadores Protestantes negassem que o homem pode

saber algo da natureza de Deus por meio da criação, mas afirmavam que o homem só Revelação Especial Especial, sob a pode pode adquir adquirir ir verdad verdadeir eiroo conhe conhecim ciment entoo de Deus Deus pela pela Revelação

iluminadora influência do Espírito Santo.

2

Sem a revelação o ser humano jamais

seria capaz de adquirir qualquer conhecimento de Deus, pois só o Espírito Santo pode dar esse conhecimento (1 Co. 2:11). Assim, só com a Bíblia podemos conhecer coisas verdadeiras acerca de Deus, e essa é a glória do ser humano (Jr. 9: 23-24). Portanto, é, sobretudo pelas Escrituras, que nos guiaremos neste estudo. Mas, por que conhecer Deus? O conhecimento de Deus se faz necessário, porque é só conhecendo o objeto da nossa adoração, que saberemos como nos relacionar corretamente com Ele, como obedecê-lo e adora-lo (Vd. Jo. 4: 19-24).

1

* Joelso Joelson n Gomes Gomes é pastor pastor reforma reformado, do, formado formado em Teologia eologia (Th.B.) (Th.B.) pelo Seminário Seminário

 Teológico  Teológico Congregacional do Nordeste (órgão filiado a ASTE e a AETAL), pós graduado em Hist Histór ória ia,, faz faz part parte e do quadr quadro o de Mini Minist stro ros s da ALIA ALIANÇ NÇA A das das Igrej Igrejas as Evan Evangé géli lica cas s Congregacionais do Brasil, e do corpo de liderança da Igreja Evangélica Congregacional da Vitória- PE.

AGOSTINHO, Santo. Confissões (XIII, 11). BERKHOF, L. Teologia Sistematica, 3ª d. (Grand (Gr and Rapids: T.E.L.L., 1976), p. 32.

2

Se Deus não é conhecido, não pode ser obedecido; porque a obediência é sempre baseada sobre o conhecimento. Quando a alma é abençoada com o conhecimento de Deus, descobre que este conhecimento é vida (João 17:3), e vida é poder; e quando se tem pode-se agir. 3

II-A EXISTÊNCIA E O SER DE DEUS. a)

 A existência de Deus .

Uma primeira coisa a ser notada é que a Bíblia não se preocupa em tentar provar que Deus existe. A Bíblia já pressupõe que uma pessoa de sã consciência, não negará a existência do Ser criador, e que a criação é um testemunho incontestável dEle (Gn. 1:1; Sl. 19: 1-2; 14:1; Rm. 1: 18-20). a.1) As provas tradicionais da existência de Deus.

Durante a história algumas pessoas se viram compelidas a desenvolver argu argume ment ntos os raci racion onai aiss para para expl explic icar ar a exis existê tênc ncia ia de Deus Deus,, faze fazend ndoo fren frente te aos aos incrédulos. Os argumentos mais conhecidos são: 

Argumento Ontológico – Este argumento diz que o ser humano tem a

idéia de um ser absolutamente perfeito, e que a existência é uma característica essencial da perfeição, ou seja, um ser para ser perfeito tem que existir. E esse ser perfeito seria Deus. 

Argumento Cosmológico – Declara este argumento que tudo o que

existe no mundo tem uma causa, sendo assim, também o universo inteiro (o cosmos) deve ter uma causa, e uma causa infinitamente grande, portanto essa causa seria Deus.

3

MACKINTOSH, C.H. Estudos no Livro do Êxodo,2ª ed. (Lisboa: Depósito de Literatura Cristã, 1978). P. 67.



Argumento Teleológico4 – Este argumento afirma que todo o universo

uma ordem, uma inteligência, uma harmonia e um desígnio / objetivo. Isto mostraria então a existência de um ser inteligente que planejou tudo isto que os nossos olhos contemplam, portanto, Deus.



Argumento Moral – Diz este argumento que o reconhecimento pelo ser

humano de um bem supremo, e sua busca do ideal moral exige e nece necess ssit itaa da exis existê tênc ncia ia de um Deus Deus que que conv conver erta ta esse esse idea ideall em realidade. 

Argumento Histórico – Este argumento diz que em todas as tribos e

povos do mundo se encontra um sentimento do divino, uma forma de culto, e isto deve pertencer a natureza própria do homem. E se a natureza humana tem essa inclinação para a adoração religiosa, isto só se explica com a existência de um ser superior que deu ao ser humano uma natureza religiosa.

b) O SER SER (a nature natureza) za) de Deus Deus.. “Deus, o Soberano Proprietário do Universo, é espírito, eterno, infinito e imutável em sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade”. 5

É claro que não se pretende aqui dissecar a natureza divina, isso seria impossível, apenas vamos dar uma olhada em como a Bíblia revela um pouco da natureza da Divindade, sem querer ser exaustivo.

A palavra grega télos tem entre os seus significados o de: realização, realização, cumprimento, meta (RUSCONI, Carlo. Docionário do Grego do Novo Testamento. Testamento. São Paulo: Paulus, 2003), p. 453. 5 Arti Artigo go 4° da   Breve (Confi fiss ssão ão de Fé dos dos Breve Exposição Exposição das Doutrinas Doutrinas Fundamenta Fundamentais is do Cristianis Cristianismo mo (Con Congregacionais brasileiros). 4



Deus é Infinito (Ex. 3: 14-15; Sl. 90:2). 6 Ele é um ser absoluto. Não provém,

nem é condicionado por coisa alguma. É a causa de tudo, e é livre de qualquer fronteira / limitação. 

Deus é espírito (Jo. 4:24). Por ser um espírito Ele não é um ser corpóreo,

material. Deus não possui as propriedades da matéria 7, porque um espírito não tem estas propriedades (Lc. 24: 37-39) e, portanto, jamais pode ser discernido pelos sentidos físicos (Jo. 1:18). Por esta causa, é expressamente proibido na Bíblia, fazer imagens e representações de Deus (Êx. 20: 4; Rm. 1:23-25). 

Deus é Pessoal 8 (Jo. 1:18; 10:30; 1Jo. 4:8). Isto significa que Deus tem mente,

vontad vontade, e, é inteli inteligen gente, te, possui possui razão, razão, autoc autocons onsciê ciênci ncia, a, indivi individua dualid lidade ade,, autodeterminação. Por isso, erra todo movimento que confunde Deus com uma força, uma energia, um poder, ou coisas semelhantes.9 

Deus é puro / santo (Lv. 11:44; Is. 6:1-3; 1Jo. 1:5-6). Isto significa que Ele é

essencialmente (na sua natureza) puro, não existe mal em seu ser. Ele é completamente santo (Sl. 77: 13).

III – OS ATRIBUTOS (QUALIDADES) DE DEUS.

Passaremos a considerar a revelação das qualidades de Deus dividindo-as em duas seções: atributos INCOMUNICÁVEIS INCOMUNICÁVEIS e COMUNICÁVEIS. COMUNICÁVEIS.

Para detalhes sobre o nome de Deus revelado em Ex. 3: 14-15, vd.: DEISSLER, Alfons. O Anúncio do Antigo do Antigo Testamento (São Paulo: Paulinas, 1984), pp. 43-46. 7 Os Mórmons têm a esse respeito um ensino que contraria frontalmente as Escrituras, segundo as suas “revelações” modernas eles dizem que Deus Pai tem um corpo de carne e osso como Jesus Cristo teve (Vd.: O  Livro de Mórmon, Guia Para Estudo das Escrituras , tópico Trindade). 8 “Quem se sente ligado à Palavra da Bíblia, embora reconhecendo a necessidade de adaptar sua mensagem à mentalidade moderna, não pode deixar de ‘representar-se’ Deus de forma pessoal, e, portanto, ele mesmo deve relacionar-se com este Deus-pessoa”.DEISSLER, Alfons. p. 41. 9 Vd. LLOYD-JONES, Martyn. Deus o Pai, Deus o Filho (São Paulo: PES, 1997), pp. 74-79. 6

a)

 Atributos Incomunicáveis . Estas são aquelas qualidades que só Deus tem. São

as seguintes: Deus é eterno (Sl. 90: 2; 1 Tm. 6:16). Ele é sem começo nem fim. É

autô autôno nomo mo,, inde indepe pend nden ente te,, e não não prec precis isaa de nada nada para para exis existi tirr e se satisfazer (At. 17: 24-25). Mesmo assim, Ele se alegra com o bom serviço de Suas criaturas (Is. 43:7; Ef. 1:11-12; Ap. 4:11). Sendo eterno Deus percebe o tempo com igual realismo, para Ele sempre é presente, não tem passado, nem futuro (90: 4; 2 Pd. 3:8). Deus é imutável (Sl. 102: 25-27; Is. 46: 9-11; Tg. 1: 17). Ele é invariável,

não pode ser diferente na sua essência: “Eu sou o que Sou” (Ex. 3:14). O seu caráter não muda, agora, o seu procedimento com as pessoas pode muda mudarr (Gn. (Gn. 6:6; 6:6; Jn. Jn. 3:3: 3:3:10 10). ). Mas, Mas, tudo tudo isso isso que que para para nós nós pare parece ce mudança, já está previsto no Seu eterno conselho, Sua vontade (Ef. 1:11). Desde toda a eternidade, e pelo sapientíssimo e santíssimo conselho de sua própria vontade, Deus ordenou livre e imutavelmente tudo quanto acontece; porém, de modo tal que nem é Deus o autor do pecado, nem se faz violência à vontade das criaturas, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes são estabelecidas.10

E os textos como Gn 6:6; Ex. 32:9-14; Is. 38: 1-6; Jn. 3: 4,10, que parecem mostrar que Deus muda de idéia, se arrepende? Sim, parece, mas, não é isso que acontece. Estes textos mostram a atitude de Deus diante da situação que existe naquele momento. O autor bíblico não está sondando o secreto conselho de Deus, os seus decretos, ele esta vendo a situação no momento que está acontecendo naquele instante, e usa uma linguagem que se chama antropomórfica, isso isso para para fazer o ser humano entender como Deus se sentia com a rebeldia das pessoas naquele momento.

Confissão de Fé de Fé de Westiminster  (Cap. III, séc. I). Para detalhes sobre esta confissão vd.: KERR, Guilherme.  A  Assembléia de Westiminster , 2ª ed. (São Paulo: FIEL, 1992). 10

Textos assim não podem ser interpretados literalmente, como também as passagens seguintes: Ex. 33:20; Dt. 8:3; Is. 30:27; Hb. 4:13. 

Deus é onisciente (Jó 37: 16; Pv. 15:3, Hb. 4:13). Ele conhece todas as

coisas ao mesmo tempo. A. A. Hodge explica como isso se dá: Conhecemos as coisas sucessivamente, como elas se nos apresentam e quando passamos inferencialmente do conhecido para o antes desconhecido; Deus conh conhec ecee toda todass as cois coisas as eter eterna name ment ntee por por uma uma intu intuiç ição ão dire direta ta e toda toda compreensiva. Nosso conhecimento é dependente; o de Deus é independente. O nosso é fragmentário; o de Deus é total e completo. 11



Deus é onipotente (Gn. 17:1; Lc. 1:37; 2Co. 6:18; Ef. 1:11). Ele faz

acontecer tudo o que quiser, sempre! 

Deus Deus é onipr onipresen esente te (Sl. 139: 7-10; Jr. 23:23,24; Am. 9:1-4). Isto

significa que Deus está presente em toda parte. O ser humano não pode se esconder de dEle, pois já vimos que Ele é onisciente (sabe tudo), e vemos que Ele é onipresente, Sua presença enche todos os lugares, para Deus não existem dimensões espaciais. b)

  Atributos Atributos Comunicáve Comunicáveis is. Essa Essass qual qualid idad ades es de Deus Deus as pess pessoa oass tamb também ém

podem ter em menos grau, são qualidades de Deus que somos exortados a imitar. 

Santidade (Lv. 11:44-45; Is. 40:25). A pureza de Deus é elevada a

grau infinito (1Jo.1:5), mas os seus servos também são chamados a serem santos (1Ts. 5: 23; Hb. 12:14; 1Pd. 1:13-16). 

 Justiça (Dt. (Dt.32 32:4 :4;; Rm.3 Rm.3:2 :255-26 26). ). Todos odos os ato atos de Deus Deus são

corretos,mas os seus servos também são exortados a buscarem a  justiça ((Ef. 6:14; Fp. 1:9-11).

11

HODGE, A. A. Confissão de Fé de Westiminster Comentada (Os Puritanos, 1999), p. 81.



Amor (1Jo. 4:8). Deus é amor, e manifesta isso em sua bondade e

misericórdia. Os seus servos também são aconselhados a amar (Mt. 22:37-39; 1Jo. 4:7-21). 

Sabedoria (Sl.104: 24; Rm. 16:27). Deus é perfeito em sabedoria, mas

os seus servos podem ter sabedoria também (Tg. 1:5). 

Fidelidade (Nm. 23: 19; Sl. 145: 13; 1Jo. 1:9). Deus é perfeito em

fidelidade, mas os seus servos também podem ser fiéis (Pv. 12: 22; Ef.4: 25; Cl. 3: 9-10). 

Bondade (Lc. 18:19). Deus é perfeito em bondade, mas os seus

servos também podem ser bons (Gl. 6:10. Observe o seguinte:  Misericórdia, graça e paciência (Ex.34:6; Sl.103:8; Rm. 15:5; 1Pd. 5:10).

Estas qualidades de Deus podem ser aspectos particulares de Sua bondade. 1- Misericórdia é a bondade de Deus para com os angustiados e

aflitos; 2- Graça é a bondade de Deus para com os que mereciam castigo; castigo; 3- Paciência é a bondade de Deus quando tira a punição dos que a

merecem. Devemos, pois, imitar a misericórdia (Mt. 5:7), a graça (2Co. 8:7) e a paciência (Gl. 5:22) do Senhor. 

Paz (ou ordem, 1Co. 14:33). Deus é o Deus da paz, e os seus servos

devem ser de paz também (Mt. 5:9; Gl. 5:22); 

Zelo (Ex. 34:14). Deus é um Deus zeloso, e os seus servos também

devem sê-lo (2Co. 11:2); 

Ira (Rm. 1:18). Deus se ira contra o pecado, e os seus servos devem

também odiar o pecado (Sl. 97: 10; Pv. 8:13);



Perfeição (Dt. 32: 4; Mt. 5: 48). Deus é perfeito em grau infinito, mas

os seus seus serv servos os tamb também ém são são exor exorta tado doss a busc buscar arem em a perf perfei eiçã çãoo nEle(2Co. 13:11). 12

IV-OS NOMES DE DEUS.

Nós conhecemos Deus por ‘ Deus’, mas será que é assim que Ele é chamado na Bíblia? O nome de Deus é Jeová como dizem os “Testemunhas de Jeová”? Nesta seção nós teremos a oportunidade de ver que o Senhor nosso Deus é muito grande para ser contido em um só nome. As Escrituras do Antigo Testamento nos apresenta vários nomes pelos quais o Senhor é chamado. E estes nomes sendo conhecidos nos fazem compreender mais acerca do agir de Deus.13 Dividiremos esta seção em: nomes GENÉRICOS e nomes ESPECÍFICOS de Deus. a) O Antig Antigoo Testa Testamen mento to (A.T. (A.T.). ). a.1) Os nomes GENÉRICOS :  El, El Elyom, Elohim. Estes nomes são chamados

genéricos porque são também aplicados a divindades falsas no A.T. Isto acontece por causa da língua; povos de uma mesma língua chamam seus deuses pelos mesmos nomes. 

 El (Gn. (Gn. 33:20) 33:20).. O Geseniu’s Hebrew and Chaldee Lexicon nos dá para esta

palavra a significação de: forte, poderoso, poder, força (Gn. 31: 29; Is. 9:5;

12

Para detalhes sobre os atributos de Deus, vd.: GRUDEM, Wayne. pp. 105-164; LLOYD-JONES, Martyn. pp. 80-107. 13 Vd.: GRUDEM,Wayne.   pp. 106-109. “O conhecimento de Deus no Antigo Testamento brota não só da história, palavra, criação e teofania, mas também da revelação do nome Javé ... entre os povos primitivos e em todo o Antigo Oriente, o nome denota a essência de algo”. SMITH, Ralph L. Teologia do Antigo do  Antigo Testamento (São Paulo: Vida Nova, 2001), p. 111. “No Antigo Testamento o nome denota a essência do ser. “Em ti confiam os que conhecem o teu nome” (Sl. 9:10). Uma mudança de nome indica uma mudança de caráter (P. ex. Gn. 32: 28)”. BALDWIN, J. G. Ageu, Zacarias e Malaquias (São Paulo: Vida Nova/Mundo Cristão, 1991), p. 191.

Ez. 31: 11). E diz que a palavra é usada em geral para nome do Deus do céu, mas pode ser também aplicada a ídolos (p.ex. ( p.ex. Sl. 81:10; Dn. 11: 36). 36) .14 

 Elohim (Gn. 1:1). Esta palavra pode ser o plural do nome divino El, que

provavelmente deriva da raiz ‘wl, com o significado de preeminência preeminência..15 Alguns autores dizem que esta palavra é o plural de  Eloah16 É usado também para designar uma divindade, uma aparição divina (1Sm. 28:13), ou homens com autoridade (Êx. 21: 6; Sl. 8:5; 82: 6). Com o artigo definido significa o Deus único e verdadeiro (1Rs. 18: 21, 37). 17 

 El Elyom (Gn. 14: 19-20, Nm. 24:6; Is. 14:14) Significa aquele que é sublime, exaltado.

a.2) Os nomes ESPECÍFICOS : Adonay, El-Shaday, Iahweh . Estes são nomes que nas

Escrituras aparecem aplicados somente ao Deus verdadeiro. 

 Adonay (Gn. 18: 3; Is. 3: 18; 6:1). Significa o Senhor ; o Soberano , a quem

tudo está sujeito, e com quem o ser humano se relaciona como servo. 

 El-Shaday (Gn 17:1; Ex. 6:3). Descreve Deus como o possuidor de todo poder na terra e no céu. A natureza, a criação, tudo está sob seu controle.



 IHWH  ( ‫( )יהוה‬Ex. 6:3). Este é o nome que mais vezes aparece na Bíblia

aplicado a Deus (6.828 vezes na Bíblia Hebraica de Kittel e na Bíblia Hebraica Stuttgartensia ). O hebraico bíblico do A.T. é composto apenas de

cons consoa oant ntes es não não tend tendoo voga vogais is,, e YHWH YHWH são são as letr letras as hebr hebrai aica cass que que TREGELLES, Samuel Prideaux. Geseniu’s Hebrew and Chaldee Lexicon (Grand Rapids: Eerdmans, 1954), p. 45. 15 Associação Laical para o Estudo da Bíblia. Vademecum para o Estudo da Bíblia (São Paulo: Paulinas, 2000),  p. 279. 16 BERKHOF,L. p. 54. 17 TREGELLES, Samuel Prideaux. pp. 49-50. 14

compõem o nome pessoal de Deus no A.T. Temendo descumprir o terceiro mandamento: “Não tomarás o nome do Senhor (YHWH), teu Deus em vão ” (Ex. 20:7), os leitores antigos da Bíblia evitavam pronunciá-lo, substituindo o mesmo na leitura pala palavra  Adonay (Senhor ).). Os sinais vocálicos da palavra Adonai eram colocados entre as consoantes que representavam o nome divino: YHWH. Com esta prática a pronúncia do nome de Deus se perdeu. Os eruditos bíblicos hoje, em sua maioria, usam a palavra  Iahweh  Javé ), ( Javé  ), e dando a razão histórica para isso diz a Comissão de Tradução,

Revisão e Consulta da Sociedade Bíblica do Brasil: Teodoreto, pai da igreja, da escola de Antioquia, falecido em 457 d. C. afirma que os samaritan samaritanos, os, que tinham o Pentateuco Pentateuco em comum com os judeus como Escrituras Escrituras Sagradas, pronunciavam o nome o nome de Deus assim: Iabé (trocando o V pelo B). Clemente, da escola de Alexandria, falecido antes de 216 d.C. transliterava “a palavra de quatro letras” por Iaové. Também os papiros mágicos egípcios, que são do final do terceiro século d.C., dão como cera a pronúncia cima referida, a de Teodoreto (Iabé).18

Assim, mesmo com a incerteza que há para a pronúncia deste nome, o que se pode afirmar com segurança é que  Jeová nunca foi a transliteração ou tradução do nome de Deus (YHWH) no A.T., esta palavra é uma invenção da Idade Média.

Portanto, o grupo religioso chamado “Testemunhas de Jeová” é fundamentado sobre um nome falso, nome que não aparece nas Escrituras Sagradas 19. Sobre esta palavra  Jeová, diz a Comissão de Tradução, Revisão e Consulta: Esse (Jeová) não é, portanto, o nome do Deus de Israel. O  Jerome Biblical Comentary chama “Jeová” de um “não-nome” (77:11), e o Interpreter’s Dictionary of the Bible o chama de “nome artificial”(s.v Jehovah). O Lexicon in Veteris Testamenti Libros, de Kochler – Baumgartner (s.v YHWH), chama a grafia “Jeová” de “errada”, e defende como “correta e original’ a pronúncia “Yahweh”. “Yahweh”.20 18

Termo “Jeová” na Bíblia Sagrada ” em A Bíblia no Brasil  (São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, n° 188, “O Termo (Jul/Set. 2000), p. 24. Vd. tb. TREGELLES, Samuel Prideaux, p. 337. 19 Os próprios livros das Testemunhas de Jeová reconhecem que a palavra Jeová não é o nome de Deus que aparece na bíblia. “O hebraico era escrito sem vogais. Assim, não existe maneira de saber com exatidão como Moisés, Davi ou outros dos tempos antigos pronunciavam as quatro consoantes ... que constituem o nome divino. Alguns eruditos sugerem que o nome de Deus possa ter sido pronunciado “Javé” ou “Iavé”, mas eles não  podem ter certeza. A pronúncia portuguesa “Jeová” ou “Jehovah” já é usada há séculos, e o equivalente em muitos idiomas amplamente aceito hoje” (Conhecimento Que Conduz a Vida Eterna. São Paulo: Sociedade Torre de Vigia de Bíblia e Tratados, 1986), p. 24. Observe que o argumento usado por eles para usar o nome Jeová, é  porque este é um nome muito aceito no mundo, e porque está ele baseado nas Escrituras, nem na língua hebraica. 20 “O Termo “Jeová” na Bíblia Sagrada”. p.23.

Portanto, as Escrituras não aprovam transliteração  Jeová, os judeus nunca pronunciaram esse nome, e a história nos mostra que a pronúncia mais provável  Javé ). seria Iahweh ( Javé  ). Não sendo esta, Jeová está completamente fora de cogitação. 21

a.2.1) Este nome  Javé (vamos chamar assim) aparece unido a outros termos

qualificativos de Deus, formando assim nomes compostos, como por exemplo: 

 Javé-Jireh: O SENHOR proverá (Gn. 22:14);



 Javé-Tsebaôt: O SENHOR dos exércitos (1Sm. 1:3);



 Javé-Ropheh: OSENHOR que sara (Ex. 15:26);



 Javé-Nissi: O SENHOR é a minha bandeira (Ex. 17:15;



 Javé-Shalom: O SENHOR envia a paz (Jz. 6:24);



 Javé-Roeh: O SENHOR é meu pastor (Sl. 23:1);



 Javé-Tsidkenu: O SENHOR é a nossa justiça (Jr. 23:6);



 Javé-Shammah: O SENHOR está presente (Ez. 48: 35). 22

b) O Novo Novo Testamen Testamento to (N.T.) (N.T.) e os os nomes nomes de Deus. Deus.

O N.T. tem alguns equivalentes gregos (a língua do N.T.), para os nomes de Deus que aparecem em hebraico no A.T.



Para El, Elohim e Elyom o N.T. usa a palavra  Deus, que é também uma palavra genérica. O equivalente de Elyom (Deus altíssimo) encontra-se

21

Para uma lista de livros que desaprovam a grafia Jeová vd.: SILVA, Ezequias Soares. Como Responder  as Testemunhas de Jeová. 3ª ed. (São Paulo: Candeia, Candeia, 1995). pp. 148-150. 148-150. E Ralph L Smith nos informa informa que a  pronúncia Jeová nunca foi usada pelos judeus (Op. Cit .,., p. 115). Confira também o que diz sobre o caso a Enci Encicl clop opéd édia ia Juda Judaic ica a em: e > Acesso em 10/03/08. 22

Sobre este assunto vd.: LLOYD-JONES, Martyn. pp. 108-112.

na expressão Theou tou Hupsistou (Mc. 5:7; At. 16:7; Hb.7:1). Shadday e Todo-Poderoso roso,, Onipotente Onipotente) é traduzido no N.T. por El-Shadday (Todo-Pode

 Pantokrator; Theos-Pantokrator  (2Co. 6:18; Ap. 1:8; 4:8: 11:17; 15:3;

16:7.14); 

Quanto ao nome Yahweh o N.T. segue a Septuaginta (O A.T. em grego ) que traduz esta expressão por  Kyrios (Senhor) , que deriva de  força,  poder . Este nome não tem exatamente a mesma conotação de Yahweh;

mas designa Deus como o Poderoso , o Senhor , o Possuidor , o Regente que tem autoridade e poder legal (Hb. 1:10; 8: 8-11), Cristo também recebe este nome (Jo. 20:28; 1Co. 8:6; Ap. 17:14). 

Também encontramos Deus sendo chamado de Pather (Pai) no N.T. O A.T. já chamava Deus assim para designar a relação de Deus com Israel (Dt. 32:6; Sl. 103: 13), e o N.T. usa a expressão para demonstrar Deus como o Originador ou Criador de tudo (1Co. 8:6; Ef. 3:14-15; Tg. 1: 17). 23

Bem, pelo que acabamos de estudar podemos ver que Deus é identificado por vários nomes nas Escrituras, e cada nome de Deus nos mostra uma das características características do Senhor. Reflita nessas características, pois elas juntas vão nos revelando quem Deus é e o seu caráter.

V-DEUS E SUA TRIUNIDADE.

“ Embora Embora seja um grande mistério que existam diversas pessoas pessoas em um só Ente, é  verdade que na divindade há uma distinção de pessoas, indicadas nas Escrituras pelos nomes Pai, Filho e Espírito Santo e pelo uso dos pronomes Eu, Tu e ele, empregados por elas mutuamente entre si”. 24 23

Para todo este assunto vd.: BERKHOF, BERKHOF, L. pp. 54-58. Artigo 5° da Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo (Confissão de Fé dos Congregacionais brasileiros).

24

A Confissão de Fé de Westiminster  (1649), uma das mais antigas confissões de fé protestante afirma:

Na unidade da Deidade há três pessoas, de uma só substância, poder, e eternidade: Deus o Pai, Deus o Filho e o Deus Espírito Santo. O pai não é de ninguém: não é gerado nem proce proceden dente; te; o Filho Filho é etern etername amente nte gerad geradoo do Pai; Pai; o Espíri Espírito to Santo Santo é eterna etername mente nte cap. II, seç. III  procedente do Pai e do Filho ( ).).

Veremos agora como as Escrituras trabalham este assunto. a)  A Triunidade no Antigo Testamento (A.T.). A doutrina da Triunidade de

Deus não é completamente revelada no A.T., ali temos claramente Deus como o Deus único (Dt. 4: 35,39), o Espirito Santo como seu agente pessoal (Gn. 1:2; Ne. 9:20; Sl.139:7; Is. 63:10-14), e a Palavra (o verbo) como seu pronunciamento criativo (Gn. 1:26; Sl. 33:6, 9). a.1) Como Como já foi dito na parte parte IV encont encontram ramos os no A.T. A.T. nomes genéri genéricos cos e

nomes específicos sendo aplicados a Deus, e estes nomes nos ajudam a compreender mais um pouco sobre o Senhor e sobre a doutrina da Triunidade. Observe, por exemplo, Gn 1:1, onde no hebraico temos as seguintes palavras: Bereshit bará  Elohim (no principio criou Deus ). A palavra que é traduzida por Deus aqui é Elohim, e

é uma palavra plural. Então, para ficar correto gramaticalmente, uma tradução literal de Elohim seria: deuses. Mas há um problema, pois o verbo bará (criar ) está no singular. Assim, a palavra  Elohim (Deus) vindo no plural revela não que haja muitos deuses, mas que Deus é uma unidade composta : Pai, Filho, e Espírito Santo. Em vários lugares Deus confira isso usando o verbo no plural para se referir a Si próprio (desçamos, façamos), ou o pronome nós (Gn. 1:26; 3:22; 11:7; Is. 6:8).

Ali, no momento da criação (Gn. 1:1) Deus é chamado de  Elohim porque criava o mundo: o Pai, o Filho (a palavra, o verbo) e o Espírito Santo (Gn. 1:2; Sl. 33: 6-9; 104:30; Jó 33:4-6; Jo. 1: 1-3). a.2) Para os judeus do A.T. a grande confissão sobre o seu Deus era Dt. 6:4. 25 E

é interessante notar a  palavra hebraica que é traduzida por único no texto . Em nota sobre a passagem nos informa a Bíblia Vida Nova: “ Único Senhor . A palavra hebraica aqui empregada empregada “único” “único” (‘ehadh) signi signific ficaa uma unidad unidadee comp compost osta.. a.... A palavr palavraa hebraica que expressa unidade absoluta é Yahidh, e nunca é usada para expressar a unidade da Deidade”. Deidade”.26 A palavra Yahidh (unidade absoluta) nós encontramos em Gn. 22:2, porque Isaque era o único filho de Abraão, e vamos encontrar ‘ehadh (unidade composta) em Gn.2:24, porque Adão formaria uma unidade composta com Eva (vd.tb. Ex. 24:3; 13:23).27 Mesmo sabendo que yahidh e ‘ehadh são usadas as vezes como sinônimas, yahidh é mais enfática quando se quer expressar unidade absoluta , e é interessante que

 justamente na confissão mais importante do povo de Israel sobre a unidade de seu Deus, é usada na Bíblia a palavra ‘ehadh. A pergunta que se faz é: por que o escritor que conhecia muito bem o idioma hebraico, usa essa palavra se queria mostrar uma unidade absoluta para Deus? Não, ele sabia que Deus era uma unidade composta: Pai, Filho e Espírito Santo. a.3) Além destes fatos o A.T. já prenunciava o Pai e o Filho como um único

Deus em outros lugares. Observe: 

 Is. 9:6. A profecia chama Cristo de Pai da eternidade e Deus forte. Sabe-

se que eternidade só tem quem não tem começo nem fim, portanto “6:4. Ouve Israel. Este versículo, frequentemente chamado de Shemá, com base na palavra hebraica inicial que significa “ouve”, tornou-se a grande confissão da fé monoteísta de Israel, sendo recitada todas as manhãs e finais de tarde pelos judeus (cf. Mc. 12:29)”.  Bíblia de Estudo de Genebra ( A.T   A.T .) .) (São Paulo: Cultura Cristã, 1999), p. 209. 26 SHEDD, Russel (ed). Biblia Vida Nova (A.T.). (São Paulo: Vida Vida Nova, 1997), p. 200. 27 Nos seguintes textos aparece ‘ehadh com o significado de unidade composta : Jz. 20:8; 1Sm. 11:7; Ed. 2:64. Para yahidh como unidade absoluta veja: Gn. 22: 1,12, 16; Sl.25:16; 68:6; Pv. 4:3; Zc. 12:10. Uma coisa que deve ser notada é que ambas as palavras trazem em sua raiz o significado de uma unidade composta, reunião,  junção. Vd.: TREGELLES, Samuel Prideaux. pp. 28-29, 345. 25

Cristo sendo o Pai eterno, não poderia ter tido começo. Ele é também declarado como Deus. Sabendo-se que o próprio Deus afirma sua singularidade (Is. 43: 10-13), Cristo tem que ser um com Ele, senão Ele seria outro deus. 

 Is. 40:3. É anunciado na profecia que um homem viria para preparar o

caminho do SENHOR (YHWH). Quando João Batista começou seu ministério anunciando o Messias (Jesus), disse que essa profecia se cumpriu em sí próprio. João diz que era ele a “ voz que clama no deserto ”, e que o SENHOR (YHWH) profetizado era Cristo (Jo. 1:19-27). Uma declaração mais clara da unidade de Deus e Cristo impossível. 

Sl. 102:25 . Esse versículo é retomado em Hb.1:10, onde é claramente

aplicado a Jesus Cristo, ou seja, o Deus referido no Sl.102:25 era Cristo. 28 

Zc 12:10. Esta passagem é mais uma prova do A.T. de que Cristo e Deus

Pai Pai são são inex inexpl plic icav avel elme ment ntee o mesm mesmoo Deus Deus.. Obse Observ rve. e. O SENH SENHOR OR (YHWH) (veja o versículo 7), diz pela boca do profeta que em um tempo futuro, pessoas iam olhar pra Ele se lamentando,até aqueles que o tran transp spas assa sara ram. m. Isso Isso segu segund ndoo a próp própri riaa Bíbl Bíblia ia se cump cumpri riu u na crucificação de Jesus. João, ao relatar a cena da crucificação, diz que esta profecia se cumpre ali, onde um soldado perfura o lado de Jesus com uma lança e as pessoas olham Jesus transpassado (Jo.19: 34-37). Ali estav stavaa o pró própri prio Deus eus send endo trans ranspa pass ssad adoo em Jesu Jesuss Crist ristoo (Vd.At.20:28).

b)A Triunidade no Novo Testamento (N.T.). É no N.T. que esta doutrina é

revelada mais claramente. Nós temos o Pai, o Filho e o Espírito Santo Para um bom comentário desta passagem de Hebreus vd.: CALVINO, João.  Hebreus (São Paulo: Paracletos, 1997), pp. 46-47. 28

apresentados lado-a-lado, como co-iguais (Mt. 28:19, note que Jesus relaciona os três com apenas um nome: em nome. Vd.: 2Co.13:13; Jd.20-21). Esta unidade é bem expressa também no seguinte fato: em Jo. 14: 15-23 Jesus diz que na conversão Ele e o Pai farão morada no crente, e Paulo nos diz que quem faz morada no salvo é o Espírito Santo, e que nós somos templo de um, e não de três (1Co. 6:18-19; Ef. 1:13-14), então Deus, Jesus e o Espírito Santo são um. b.1)Textos-prova importantes do Novo Testamento . 

 Jo. 1:1. Temos neste texto Cristo (o verbo) claramente declarado

como igual a Deus. As “Testemunhas de Jeová”, que não aceitam a divindade de Jesus, dizem que o texto deveria ser traduzido: “a palavra (verbo) era [um] deus”, com um artigo indefinido ( um). Isto porque no grego (a língua do N.T.) não existe o artigo definido antes da palav palavra ra Deus (pre (predi dica cati tivo vo do suje sujeit ito) o) e assi assim, m, segu segund ndoo a gramática grega, o substantivo Deus ficaria indefinido ( um deus). Será que estão certos? Não. Realmente isto é uma regra da gramática grega, mas não em todos os lugares. Pois no mesmo capitulo 1 deste evangelho de João, tem frases que não tem o artigo definido antes do predicativo do sujeito e mesmo assim o artigo indefinido não é exigido, pois não caberia ali. Observe: a)  Jo. 1:6,o

artigo indefinido não aparece antes da palavra Deus, mas a

frase não é: “houve um homem enviado por UM Deus”, mas “ por Deus”. b)  Jo.1:14,

não existe o artigo indefinido antes da palavra carne, mas a

frase não é: “a palavra se fez UMA carne, mas “ se fez carne”. c)  Jo.1:18,

não existe artigo indefinido antes da palavra Deus, mas a

frase não é: “UM Deus nunca foi visto por ninguém”, mas “ Deus nunca foi visto por ninguém”.

O Dr. D. A. Carson observa “que o interprete deve ser cuidadoso com respeito as conclusões tiradas a partir da mera presença ou ausência de um artigo”. 29 Assim, está correto traduzir “e o verbo era Deus”, mesmo sendo esta frase anartra (sem a presença do artigo definido). Esta é mais uma prova da unidade na divindade. 

Em  Jo. 14:26 é o Pai quem envia o Espírito Santo, ao passo que em Jo. 16:7 quem envia é o Filho. Por isso as Escrituras dizem que o Espírito Santo é o Espírito de Deus e igualmente o Espírito de Cristo (R. 8:9; 1Pd.1:11).



 Hb. 10: 15 faz uma citação de Jr.31: 31-33. No texto de Jeremias

diz que quem está falando é o SENHOR (YHWH), mas o autor de Hebreus diz que quem está falando é o Espírito Santo. 

  Em Em Is. Is. 6:16:1-3, 3, 9-19 9-19, Isaias diz que viu e ouviu o SENHOR

(YHWH), dos Exércitos. Mas como poderemos conciliar isso com  Jo. 1:18; 1Tm. 6:16, que afirmam que Deus jamais foi visto por alguém? A Bíblia responde e nos mostra que este é um dos maiores exemplos da unidade composta de Deus. A resposta está em At. 28:25-27 , onde Paulo diz que quem falou com Isaias foi o Espírito Santo, e em  Jo. 12: 37-41, onde o autor bíblico diz que Aquele SENHOR (YHWH) que Isaias viu era na verdade Jesus Cris Cristo to em sua sua glór glória ia. Esta Esta é uma uma das maiore ores prov provas as da

Triunidade na Bíblia. 

 Em Mt. 1:18-21 é anunciado que o Espírito Santo desceria sobre

Maria para engravidá-la, mas em Lc. 1:35, está escrito que o Filho de Maria é o Filho de Deus. Só há uma explicação: Deus e o Espírito Santo são o mesmo Deus. CARSON, D. A. Os Perigos da Interpretação Bíblica, 2ª ed. (São Paulo: Vida Nova, 2000), p.77.Vd. do mesmo autor: O Comentário de João (São Paulo: Shedd Publicações, 2007), p.117. 29



 Em Hb. 7: 25 temos a informação de que a obra intercessória

pertence a Jesus Cristo (Vd. tb.: Jo.15: 16b; 16:23), mas em Rm. 8: 26-27, é dito que é o Espírito Santo quem intercede pelos cristãos.

Mais uma vez unidade entre Jesus e o Espírito. 

 At. 20: 28. Este é um texto desconcertante, pois diz que quem

pagou o resgate, derramou o sangue na cruz pela Igreja, foi o própri próprioo Deus Deus (YHWH) (YHWH).. Esta Esta afirma afirmação ção só pode pode indica indicarr que Cristo e Deus são o mesmo. 

 Mt.21: 15-16. Temos aqui Jesus fazendo uma citação do Sl. 8: 2,

onde onde no hebr hebrai aico co o suje sujeit itoo das das decl declar araç açõe õess é o SENH SENHOR OR (YHWH), e Jesus aplica as declarações deste salmo a Si próprio , como se ele, Cristo, que naquele momento recebe o louvor das crianças, fosse o YHWH do salmo citado. 

 Fp. 2: 6. Nesta passagem o apóstolo Paulo diz que Jesus antes de

vir ao mundo tinha a  forma (gr.  Morphê ) de Deus. Esta palavra (morphê ) que Paulo usa aqui é muito sugestiva, pois significa: “ a natur natureza eza ess essenc encial ial e inalte inalteráv rável el do ego ego ”,30 então, Paulo está

afir afirma mand ndoo aqui aqui que que Cris Cristo to ante antess de vir vir a este este mund mundoo era era essencialmente essencialmente Deus. 

Em  Hb. 1:3 está escrito que Jesus é a “ expressão exata da essência ” de Deus.31 A palavra traduzida por “ expressão exata ” é charakter  (que significa: imagem, representação ), e a palavra traduzida por

Veja BARCLAY, William. Romanos- Comentario ao Nuevo Testamento (Barcelona: CLIE, 1995). p. 189. Gerhard Barth escreve sobre este versículo: “O primeiro par de linhas fala do preexistente que já antes de sua existência terrena vivia em subsistência divina. Isto não se refere a seu aspecto ou a sua aparência, nem (como em Gn. 1: 26) a que tenha tido a imagem de Deus, mas, conforme se conclui do paralelismo da segunda linha, o seu ser igual a Deus, a sua essência divina”. ( A Carta aos Filipenses . São Leopoldo: Sinodal, 1983, p. 45). Para a definição de morphê  vd.: RUSCONI, Carlo.  Dicionário do Grego do novo Testamento (São Paulo: Paulus, 2003), p. 313. 31 Segundo o Novo Testamento Interlinear Grego-Português Grego-Português (São Paulo: SBB, 2004), na passagem citada. 30

“essência” é hypostasis (significa: essência, substância ).32 Sobre Signif ifica icand ndoo que que Deus Deus Filh Filhoo isso isso obse observ rvaa Wayn Waynee Grud Gruden en:: “Sign reproduziu reproduziu o Ser ou a natureza de Deus Pai em todos os aspectos: todos os atributos ou poderes que Deus Pai tem, Deus Filho também os têm”.33



1Pd. 2:8- Pedro cita Is. 8: 14 onde se diz que O SENHOR

(YHWH) seria uma pedra de tropeço para os que não cressem nEle, e diz que esta pedra era Jesus . Pedro afirma que isto se cumpriu em Cristo.

Enfim, se poderiam multiplicar aqui textos mostrando a identificação de Deus Pai, Pai, Filho Filho e Espíri Espírito to Santo, Santo, uma unidad unidadee compos composta, ta, mi miste sterio riosam sament entee revela revelada. da. Observe mais uma vez esta identificação nos seguintes exemplos: a)

Na Bíblia o Pai, o Filho e o Espírito Santo são revelados r evelados como DEUS. O Pai (At. 17: 24); O  Filho (Mc. 2:5-7; Jo. 1:1-3,18; 20: 28); O  Espírito Santo (Mc. 3: 29; At. 5: 3-4; 28: 25-27 comparado com Is. 6: 9-10).



Se não aceitarmos a Triunidade divina, como explicar textos como Dt. 4: 35, 39; Is. 44: 6, 8; 45: 5, 21; 46: 9? Os textos mostram que só existe UM Deus.

b)

Na Bíblia também encontramos o Pai, o Filho e o Espírito Santo revelados como SENHOR. O Pai (Mt. 22:37); o  Filho (At. 10: 36; Fp. 2:11); o Espírito (2Co. 3: 16-17).

32 33

Vd.: RUSCONI, Carlo. Na definição das palavras citadas. Teologia Sistemática, p. 172.



Se não não acei aceita tarm rmos os a Triu Triuni nida dade de de Deus Deus como como expl explic icar ar esta estass passagens se a própria Bíblia diz que só Deus é o Senhor (Mc. 12:29)?

c)

Também encontramos na Bíblia o Pai, o Filho, e o Espírito sendo tratados como SANTOS. O  Pai (Is. 6:3); o  Filho (At. 3:13-14); o  Espírito (Is. 63:10; Rm. 15:16).



Como conciliar estes textos se a Bíblia diz que só Deus é santo (ISm. 2:2)? Isto só se explica com a Triunidade divina.

(d) Encontramos na Bíblia também o Pai, o Filho sendo tratados como ONISCIENTES. O Pai (1Cr. 28:9); o  Filho (Jo. 2:24,25; 21:17; Cl. 2:2-3); o

 Espírito (1Co. 2:10-11).

Toda Todass esta estass pass passag agen enss só pode poderã rãoo ser ser expl explic icad adas as com com a doutr outrin inaa da Triunidade divina, sem ela tudo viraria uma confusão. Não é preciso entender, mas sim aceitar o que a Bíblia revela. Nem sempre entendemos tudo que Deus faz, por isso Ele é Deus.

VI-JESUS CRISTO, DEUS CONOSCO.

A Bíblia é uma testemunha indubitável de que só se deve adorar a Deus (Mt. 4:10). Pois, bem, E se encontrássemos outra pessoa sendo adorada e incentivada a sua adoração, o que deveríamos concluir? Ou essa pessoa seria o mesmo Deus e não outro, ou seria um Deus falso. Observe como a Bíblia trata deste assunto. 

Mt. 21:15-16 21:15-16. Nest Nestee text textoo Jesu Jesuss rece recebe be ador adoraç ação ão de um grup grupoo de

crianças. E ainda, para confirmar que o que se estava fazendo ali era adoração Ele cita o Sl. 8:2, onde no hebraico aparece a palavra ’oz, que

esple plendo ndor, r, majes majestad tade, e, glória, glória, louvor  louvor .34 Assi significa: es Assim m Jesu Jesuss está está

confirmando que as crianças estavam adorando a Ele. 

 Jo. 5: 23. Jesus afirma explicitamente que a mesma honra, reverência

que é dada ao Pai, deve ser dada a Ele também. Assim Ele se iguala ao Pai se fazendo um Deus com Ele. 

 Jo. 16: 14. Cristo aqui diz que a missão do Espírito Santo na terra é levar

as pessoas a glorificá-Lo. Em grego é usada a palavra doxa, que significa: glória, honra, aplausos 35 (Vd. Jo. 4:24; Rm. 1:9; Fp. 3:3, onde a mesma palavra significa adoração). 

Jo. 20:28. Tomé, explicitamente adora a Jesus chamando-o de “ Deus meu”. Mais claro impossível. E o interessante é que Jesus não recrimina

Tomé, como se ele estivesse errado, mas aceita as suas palavras. 

Fp. 2: 5-11. Nesta passagem a Bíblia explica o processo da encarnação

de Jesus, Sua condição como ser humano na terra enquanto cumpria a obra da redenção, e Sua exaltação após a morte e ressurreição para ser adorado por todos (11). 

Hb. 1: 1-14. Este texto é claro em afirmar a adoração de Jesus e todas as

criaturas são conclamadas a adorar a Jesus. 

Ap. 5: 11-14; 22: 8-9. Não têm no NT passagens mais claras que estas

que mostram o cordeiro que é Cristo (Jo. 1:29; 1 Pd. 1:18-20) sendo claramente adorado por todos, e em todos os lugares. É isso. Jesus Cristo é apresentado na Bíblia como um com o Pai e o Espírito Santo. F. F. Bruce diz que já em 112 d.C., Plínio Segundo, governador da Bitínia, 34 35

TREGELLES’ Samuel Prideaux. p. 616. Para o significado desta palavra vd. RUSCONI, Carlo. 136.

escreveu ao imperador Trajano falando sobre os cristãos, e afirmava que eles tinham o costume de se reunir e cantar hinos à Cristo como a um Deus. 36 Não podemos esquecer que tudo isso é um tremendo mistério (1Tm. 6:16), todos que tentaram explicar racionalmente a Triunidade de Deus cometeram erros. Deixemos, pois como está, nos conformando com o que a Palavra de Deus revela, e ela revela que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.

VII-O ESPIRITO SANTO.

Em toda discussão sobre Deus não se pode deixar de fora o tema do Espírito Santo. Espírito é a tradução da palavra hebraica ruach e da palavra grega pneuma. Estes termos derivam de raízes cujo significado é respirar. Por isso as palavras também podem ser traduzidas por vento (Ez. 37: 5-6; Jo.3: 8). Vamos então procurar nas Escrituras a revelação sobre o Espírito do Senhor, isto para desfazer alguns enganos de grupos tais como: Testemunhas de Jeová, Judeus Messiânicos, e grande parte dos Adventistas do Sétimo Dia, que se apresentam contra a personalidade do Espirito Santo e contra a Triunidade divina. Sobre quem é o Espírito Santo, R. C. Sproul escreve: A Bíblia revela o Espírito Santo não como uma força abstrata, um poder ou uma coisa, mas como “ele”. O Espírito Santo é uma pessoa. Uma personalidade inclui inteligência, vontade e individualidade. Uma pessoa age por intenção. Nenhuma força abstrata pode tencionar fazer qualquer coisa. Boas ou más intenções são limitadas aos poderes dos seres pessoais. 37

As Escrituras apóiam esta declaração do Espírito Santo como uma pessoa divina. 

Em  Jo. 14:26;15:26; 16:13-14, o Espírito Santo é tratado pelo pronome pessoal masculino “ aquele” ( ekeinos), isto não seria de se esperar pois a

36 37

Merece Confiança o Novo Testamento? 2ª ed. (São Paulo: Vida Nova, 1999), p. 154. O Mistério do Espírito Santo (São Paulo: Cultura Cristã, 1997), p. 17 ( Grifo meu).

palavra espírito em grego ( pneuma) é uma palavra neutra, e exigiria um pronome neutro (ekeino) para combinar. 

Em At. 15:28, o Espírito Santo é colocado lada a lado com os apóstolos; em Jo. 16:14 com Jesus Cristo; e em Mt. 28: 19; 2Co. 13:13; 1Pd. 1:1-2; Jd. 20,21, com o Pai e com o Filho. Isto requer a plena personalidade do

Espírito Santo senão Ele não poderia ser tratado como uma pessoa. Nas Escrituras encontramos várias características de uma pessoa aplicadas ao Espírito Santo. Observe: 

Consolo (Jo. 14: 26;15:26;16:7); 26;15:26;16:7);



Intercessão (Rm. 8: 26-27);



Pode-se mentir a Ele (At. 5:3-4);



Tristeza (Is. 63:10; Ef. 4:30);



Poder  (Rm.15:13; Lc.4:14, em grego dúnamis que significa  força, poder ), ),

salienta-se aqui que o Espírito Santo tem poder, poder, não é um poder; 

 Amor (Rm.15:30);



Ofende-se (Hb. 10:29);



Decide (At. 15:28);



Escolhe (At. 13:2);



Conhece (1Co. 2:10, inteligência);



Envia (Is. 48:16; At. 10:19-20);



Conduz as pessoas à glorificação de Cristo (Jo. 16:14);



Concede os dons a quem quer  (vontade própria, individualidade ) (1Co.

12:1-11). Aqui Aqui temos temos no Espíri Espírito to Santo Santo todas todas as caract caracterí erísti sticas cas essenc essenciai iaiss de uma personalidade; vontade própria, inteligência e individualidade, assim não se têm base escriturística nenhuma para despersonalizá-Lo. despersonalizá-Lo.

Além disso, o Espírito Santo é apresentado em uma unidade intrínseca com o Pai e o Filho em toda a Bíblia. Veja estes exemplos: 

Porque o Espírito Santo habita na Igreja , ela é chamada de templo de Deus (1Co.3:17; 6:19; 2Co.6:16);



O Espírito é criador  com o Pai e com o Filho (Gn. 1:1-2; Hb.1:2,10; Gn.1:2;Jó 26:13; 33:4; Sl.104:30);



O Espírito é Deus com o Pai e com o Filho (Jo. 17:3; Rm. 9:5; At:3-4);



O Espírito é Senhor  com o Pai e com o Filho (At. 17:24; 2Co. 3:17; Fp.2:11);



O Espírito é eterno com o Pai e com o Filho (Sl. 90: 2; Is. 9:6; Mq. 5:2; Hb. 9:14);



O Espírito é  justificador  com o Pai e com o Filho (Rm. 3:21-24; 1Co.6:11);



O Espírito é onisciente com o Pai e com o Filho (1Cr. 28:9; Mt. 9:3-4; Jo. 16:30,31; Ez. 11:5; 1Co. 2:10-11);



O Espírito é onipresente com o Pai e com o Filho (Hb. 4:13; Sl. 139: 7-8; Mt. 18: 20; 28:20).

Conclui-se inevitavelmente inevitavelmente que a Bíblia não apresenta três deuses, mas uma só essência divina, que se nos mostra como Pai, Filho e Espírito Santo. Importante notar que na revelação não se pode confundir as funções . Ao Pai pertence à vontade divina , a formação dos propósitos.  Ao Filho a mediação e a execução do plano do Pai. E ao Espírito pertence à revelação , a preparação para toda a obra do Filho (Vd. Ef. 1:11;

1Tm.2:5; Jo. 16:8-11). Sproul escreve sobre o caso: Vemos, pois, que quando a Igreja cristã confessa sua fé em um Deus triúno, ela tenciona transmitir a idéia de que existe uma só essência ou ser e não três; mas que existem três personalidades subsistentes distintas na deidade. Os nomes Pai, Filho e Espírito Santo indicam distinções pessoais na deidade, mas não divisões es senciais em Deus. Deus.38

 Ibid , p. 73.

38

APÊN APÊNDI DICE CE11- DIST DISTOR ORÇÕ ÇÕES ES HIST HISTÓR ÓRIC ICAS AS SOBR SOBRE E A DOUT DOUTRI RINA NA DA TRIUNIDADE.

Na tentat tentativa iva de racion racionali alizar zar este este mistér mistério io que é esta esta doutri doutrina na surgir surgiram am algumas distorções, ou heresias cristológicas cristológicas ao longo da história da Igreja. a) Sabelianismo/ Modalismo/ Monarquianismo . Doutrina popularizada por

um bispo chamado Sabélio (186-250 d.C.). Ele afirmava que Jesus e o Espírito Santo não eram eram pessoa pessoass distin distintas tas,, mas mas apenas apenas manif manifest estaçõ ações es de Deus Deus tempor temporári árias as e sucessivas. Seu ensino foi condenado pela Igreja como heresia em 261 d.C. d.C .39 Esta sta dout doutri rina na erra erra porqu orquee faz faz de Jes Jesus e do Espí Espíri rito to Sant Santoo apena penass manifestações de Deus, e não pessoas individuais. Assim, a Igreja teria sido salva por uma manifestação/ aparição apenas. O próprio Cristo destrói esta idéia ao afirmar sua personalidade distinta do Pai (Jo. 8: 16-18). E as Escrituras apresentam os três ao mesmo tempo (Mt. 3:13-17). Assim, deve-se considerar as distinções das pessoas, salientando-se que quando se usa o termo pessoa aqui, apenas se faz por não ter um termo melhor. Quando se diz que em Deus há três pessoas, não se quer dizer que existem três indivíduos, mas que existem distinções pessoais dentro da essência divina, que é uma só em gênero e número .

b) Arianismo. Esta doutrina foi popularizada por um presbítero chamado Ário, de Alexandria, entre fins do terceiro e inicio do quarto século de nossa era. Ele

afirmava que Jesus e o Espírito Santo eram criaturas de Deus. Por suas afirmações heréticas Ário foi excomungado pelo seu bispo por volta de 320 a.C. 40 Que Jesus é apen apenaas uma uma cri criatur aturaa de Deus Deus tam também bém é ens ensina inado modern dernam ameente nte pelas elas “Testemunhas de Jeová”. 41 As idéias de Ário foram condenadas no Concílio de Vd.: HÄGLUND, Beng. História da Teologia. 7ª ed. (Porto Alegre: Concórdia, 2003), pp. 59-60.  Ibid .,., p. 63. 41 “Jesus foi chamado de “Filho unigênito” de Deus porque Jeová o criou diretamente.” Conhecimento Que Conduz à Vida Eterna (São Paulo: Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1986), p. 39. 39 40

Nicéia (325 d.C.), onde foi aprovado o credo que afirmava que Jesus Cristo era da

mesma substância de Deus Pai. Dizia o Credo de Nicéia: “Cremos em um só Deus, Pai, Todo-poderoso, Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em um só Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado pelo Pai antes de todos os séculos, Luz da Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado não criado, de uma só substância com o Pai, pelo qual todas as coisas forma feitas...”42

A controvérsia com Ário estava baseada em duas palavras que terminaram mesmaa natu nature reza za) e fica ficand ndoo famo famosa sass na Hi Hist stór ória ia da Teol Teolog ogia ia:: homoousios (da mesm

homoiousios (de natureza semelhante, mas não a mesma ). Ári Árioo aceit aceitava ava Cristo Cristo como como

apenas semelhante ao Pai, mas não de mesma natureza. Os concílios de Nicéia (325) e Constantinopla (381) confessaram que Cristo não apenas semelhante, mas igual ao Pai, Pai, da mesma natureza.

43

Isto porque a Bíblia confirma a eternidade de Jesus e do

Espírito Santo, logo sendo eternos, são iguais (Is. 9:6; Jo. 1:1-3; Hb.9:14). c) Adocianismo . Este ensino concebia Jesus como um homem até seu batismo

depo depoiis dis disso Deus Deus o teri teriaa adot adotaado com como Filho ilho,, e lhe lhe conce oncedi did do pode podere ress sobrenaturais. Jesus não era eterno, mas apenas um homem sublime. Foi condenado no Concílio de Constantinopla (381 d.C). d) Subordinacionismo . Orígenes (c.185-254 d.C.), um escritor do começo do

cristianismo, cristianismo, advogava que o Filho era de alguma forma inferior ao Pai. Ele dizia que o lado físico de Cristo foi progressivamente absorvido pelo divino, de modo que ele deixou de ser homem. Seu método não foi muito consistentemente explicado e terminou desembocando no Arianismo. 44

42

Vd. GRUDEN, Wayne. p. 996.  Ibid, pp. 179-180. 44 Para uma discussão detalhada sobre a doutrina da Trindade e sua história, vd. BRAATEN, BRAATEN, Carl E. e JENSON, Robert W. (eds) Dogmática Cristã , v.1. (São Leopoldo: Sinodal, 1999), pp. 103-174. HÄGLUND, Beng. pp. 5788. BERKHOF, L. Teologia Sistematica 3ª ed. (Grand Rapids: T.E.E.L., 1976), pp. 96-98. 43

e) A controvérsia em torno da palavra FILIOQUE . Esta controvérsia se deu

em 1054 d.C, sobre a colocação da expressão “filioque” no Credo de Nicéia, isso acabou gerando uma divisão entre o cristianismo Ocidental (Católico Romano) e o cristianismo Oriental (Hoje em várias ramificações como Igreja Ortodoxa Grega, Igreja Ortodoxa Russa). “Filioque” é uma expressão latina que significa “e do Filho”. Até então o Credo de Nicéia da primeira versão (325) e da segunda (381), diziam apenas que o Espírito Santo procedia do Pai. Mas, em um Concílio regional, na cidade de Toledo, Espanha, acrescentou-se a frase: “e do Filho” (filioque) baseada em  Jo.15:26 e 16:7. Muitas lutas políticas políticas dentro da Igreja complicaram complicaram a disputa entre os que aceitavam e os que não esta expressão. Chegou-se assim a divisão ocorrida entre a Igreja Ocidental e a Igreja Oriental, Oriental, em 1054 d.C. Sobre o tema a posição correta parece ser a dos que aceitavam a expressão “filioque”, pois os textos citados mostram que o Espírito Santo tanto procede do Pai como do Filho. 45

APÊNDICE II- TEXTOS DIFICEIS EXPLICADOS. 

  Jo. 14:28. Cristo faz uma declaração que aparentemente lhe coloca

numa posição inferior inferior ao Pai. Mas, não é isso isso o que acontece. Quando Quando Cristo faz uma afirmação assim, Ele está falando em sua condição 45

Vd. GRUDEN, Wayne. pp. 181-182.

humana assumida por Ele livremente no mistério da encarnação (Fp. 2:6-11). Na terra, o Senhor tinha todas as limitações da encarnação, para leva levarr ao cabo cabo o seu seu prop propós ósit itoo de morre morrerr como como subs substi titu tuto to do ser ser humano. humano. Portanto, ele tinha que ser humano, não apenas apenas parecer parecer com um humano. Após sua ressurreição, Jesus reassumiu todo seu poder (Mt. 28:18), e é Deus Todo-Poderoso (Ap. 1:8). Se essa afirmação tirasse a divindade de Cristo e o fizesse inferior ao Pai, a afirmação de Hb. 2:9 o colo coloca cari riaa em infe inferi rior orid idad adee aos aos anjo anjos, s, e Lc. Lc. 2:51 2:51,, o colo coloca cari riaa em inferioridade aos seus pais. Mas, sabemos que não é assim, essas são afirmações feitas dentro de um contexto (o da humanidade de Jesus) que que deve deve ser ser obse observ rvad adoo para para a corr corret etaa inte interp rpre reta taçã çãoo de toda todass as passagens que parecem colocar Jesus como inferior. 

 Mt. 3:11; At. 2:14; Tt. 3:5-6. Às vezes estes textos são citados para tentar

desp desper erso sona nali liza zarr o Espí Espíri rito to Sant Santo. o. Mas, Mas, o que temo temoss aqui aqui é um a linguagem figurada aplicada a pessoa do Espírito. Veja os exemplos:

a) Lc. 22:3 - Satanás é uma pessoa espiritual, mas entrou em Judas e encheu

o coração de Ananias (At. 5:3). Cristo é uma pessoa, mas é dito que Ele enche o universo (Ef. 1:20-23). b) Mt. 3:11 - O Espírito é uma pessoa e os crentes podem ser batizados nele

não existe problema com isso, pois Moisés era uma pessoa e Paulo diz que os judeus no deserto foram batizados nele (1Co. 10:2). Como também a Bíblia fala que os salvos foram batizados em Cristo (Rm. 6:3; Gl. 3:27). Mais uma vez o que se usa aqui é linguagem figurada. c)Tt. 3: 5-6- O fato de o Espírito ser derramado não tira sua personalidade,

pois Paulo era uma pessoa e diz que “estava sendo derramado” (Fp. 2:17; 2Tm. 4:6).

Pois bem, chegamos ao fim deste curto estudo sobre o que a Revelação diz sobre Deus. Sabendo que isso é um pingo d’água num oceano, pois Deus é muito grande para se deixar explicar. Minha oração é que você tenha aprendido um pouco mais sobre o Deus Pai de Jesus Cristo que você serve e que nós adoremos esse Deus infinito com paixão e fogo renovados. Glória sempre seja dada ao Pai, Glória ao Filho e ao Santo Espírito. Um só Deus, supremo e redentor, Por todos os tempos sem fim. Amém.

(Salmos e Hinos, 35 , o Hinário do povo Congregacional).

Endereço do autor:  [email protected]

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