a-clavicula-de-salomao-completo_b.pdf
Short Description
Download a-clavicula-de-salomao-completo_b.pdf...
Description
A CLAVÍCULA DE SALOMÃO por Fernando H. F. Sacchetto – 25/05 - 21/10/2011
I Tudo começou com um camarada do Paulinho. “Tô te falando, o cara era um zero à esquerda”, ele estava explicando. “No catava mina nem com reza !rava. "... modo de dizer. #$ # $ te explico.” “%xplica o qu&'” Parecia mais uma das hist(rias compridas do Paulinho, e minha paci&ncia estava começando a se encher por antecipaço. “)eixa pra l$. * ne+(cio que ele era o maior man, e no era s( com mulher. Tava sempre duro. %le vivia no *-alle/-s pra pa+ar de !ur+u&s...” “0+ual a voc&, n'” “1aai se ferr “1 ferraar. as as ele s( chu hupi pinh nhav avaa de tod odoo mundo, fazia o poss2vel pra +alera pa+ar a !irita dele. %, quando ele pe+ava al+uma coisa, era s( dra+o.” “3eleza, entendi, era um loser . as e a2'” “42, esse s$!ado eu es!arrei com ele, na festa de uma prima da minha mina. ano, fiquei de cara. *u o malandro en+ana muito !em, ou ele t$ investindo pesado na 3olsa, e +anhando. )iz que, s( semana passada, ele faturou mais de 566 mil no intraday.” intraday.” “7, isso f$cil pra caram!a. 8ue cara essa' 9(+ico que : 8ualquer rid2culo pode encher a cara de !e!ida e dizer numa festa que faturou 566 ou ;66 mil com intraday ou intraday ou sei l$ o que mais.”
“T$, t$, tudo !em, mas o cara tava diferente. Tinha, sei l$, al+uma coisa nele...” “ustamente porque eu tam!m tenho.” “4h, rapaz, p$ra com isso: o+o s( porque o dono da !ola. 8uando encontramos com ele no miniA+olfe, eu >$ sa!ia quem era antes mesmo de o Paulinho nos apresentar. “Cilha da me”, disse eu, quando mandei a !ola para fora da $rea pela terceira vez. Cazia parte do plano. “)eve ter al+uma coisa errada com esse taco.” “o+ada foi razo$vel. 3essa se posicionou para sua tacada. “8ual, no esquenta,” disse ele, “acho que voc& t$ indo !em pra primeira vez.” “T$ !rincando' *ito pontos em tr&s !uracos, e com essa penalidade, >$ tô na quarta tacada pra esse aqui. @ealmente, esse troço no pra mim.” Paulinho sorriu. “?, meu chapa, tô falando. 1oc& como >o+ador de +olfe um (timo f2sico. *u nem isso... no presta nem pra calcular a tra>et(ria da dro+a da !ola:” “KAh, t$ !om. e d$ um feixe laser e um computador que eu resolvo esse pro!lema.” 3essa atravessou dois o!st$culos com sua !ola. “)e repente uma questo de talentos... deve ter outras coisas que voc& faz !em.”
%u sorri enquanto posicionava minha !ola. "avia che+ado meu momento. “* ne+(cio que isso aqui no tem nada a ver com calcular tra>et(ria de coisa nenhuma. ? s( ha!ilidade manual mesmo, +randes coisas.” o+o que precisa de racioc2nio, plane>amento, criatividade, como o xadrez... a2 sim, voc& vai ver o que profissional.” “L, 3essa,” Paulinho disse enquanto alinhava sua tacada, “voc& no tinha um tal dum clu!e de xadrez' Podia levar esse cara pra l$, que aqui ele t$ s( perdendo tempo.” * rapaz ficou meio sem >eito. “7... voc& nunca se interessou pelo clu!e, porque t$ per+untando dele a+ora'” “%u falei pra levar ele, no eu. Tô nem a2 pra xadrez, ô troço chato.” “Ta2, parece le+al,” disse eu, procurando mostrar interesse. “0sso sim, eu topo numa !oa. *nde voc&s >o+am'” “"...” %le parecia procurar al+o para dizer enquanto preparava sua tacada. “4cho que era !om ver com o pessoal l$, a a+enda de >o+os...” “4h, cala a !oca,” disse meu cole+a, com um +esto de a!orrecimento. “4t parece que tem uma fila enorme de +ente querendo entrar pro seu clu!inho.” “Nem que se>a s( pra assistir, at a!rir um >o+o,” ar+umentei. “%u aprecio uma !oa partida. %xiste toda uma !eleza no ato de usar o pensamento pra moldar uma realidade.” Paulinho deu um +runhido de repulsa pela pretenso do que eu disse, mas 3essa sorriu. 4 refer&ncia havia
surtido efeito. “T$ certo... acho que d$ pra voc& frequentar l$ um pouco. =( pra ver se voc& se adapta ao nosso pessoal.” “Tenho certeza que sim.” @etri!u2 o sorriso, mais pela satisfaço de ter conse+uido vencer a primeira !arreira. “%u sinto que vou ter +randes coisas pela frente nesse clu!e.” M M M Na terça se+uinte, l$ estava eu, rodeado por livros mais velhos que anti+osO e um !ando de caras com o mesmo olhar faminto de 3essa. * lu+ar ficava na =anta eito, no tem como avançar a aventura do clu!e de xadrez a+ora. as a aventura da aldeia de Rormund sim, e o tempo valioso.” M M M No dia se+uinte, resolvi ir mais cedo ao se!o para no atrasar e dar vexame, e aca!ei sendo o primeiro a che+ar. *r2+enes, que estava atendendo um fre+u&s, indicou uma das cadeiras no fundo da lo>a, onde hav2amos nos reunido da Bltima vez. Pe+uei um livro a esmo parecia ser al+o so!re a psican$lise so! a (tica da alquimia medievalO e me sentei, tentando em vo me concentrar na leitura. “3oa escolha,” ele me disse al+uns minutos depois, e se diri+iu à frente da lo>a. * fre+u&s >$ havia sa2do. “7m tanto quanto va+o e acad&mico, com certeza, mas uma introduço v$lida à su!lime ci&ncia.” %le desceu o porto de correr, e começou a preparar a porta que o atravessava. “% o elo com a psican$lise... muitos tradicionalistas podem torcer o nariz, mas eu particularmente s( ve>o !enef2cios no di$lo+o entre a ci&ncia dos anti+os tomos e a das universidades. No acha'”
“", acho que sim... afinal, NeHton era alquimista, no' Naquela poca, eles no faziam muito essa distinço.” %le apontou para mim, triunfante. “%xato: uita coisa se perdeu do homem renascentista, que !uscava uma viso completa do 7niverso. as parece que no preciso dizer isso para voc&, ah, no mesmo. o, voc& no trouxe preparativos. $ havia esquecido na se+undaAfeira, quando fui tra!alhar. %u pensei em li+ar, dizendo que estava doente, mas quando me dei conta, >$ estava che+ando ao escrit(rio. Paulinho e )>alma me cercaram, cheios de per+untas so!re o s$!ado, que respondi com +runhidos va+os. %u tinha apenas uma leve noço da presença deles. Ciquei a manh toda analisando um al+oritmo que normalmente no levaria mais que dez minutos, refazendo meu tra!alho um nBmero incont$vel de vezes. 9$ pela quartaAfeira, meu racioc2nio finalmente havia voltado a um n2vel que me permitisse pensar so!re o ocorrido. o+o de @PR, pois no tivera condiçFes psicol(+icas de preparar nada ao lon+o da semana. 4lfredo fez questo de me visitar para conversar so!re o que acontecera no Bltimo s$!adoQ no entanto, insisti que no havia nada de estranho para relatar, e ele eventualmente se rendeu. irna apenas reiterou seu pedido de cuidado. @efleti por muito tempo se eu deveria ou no voltar ao clu!e de xadrez. Por um lado, eu havia prometido a mim mesmo que >amais pisaria l$ de novo... mas por outro, eu sentia que merecia al+um tipo de explicaço da parte deles. %les no podiam simplesmente me dro+ar, hipnotizar, ou se>a l$ o que for que fizeram sem ouvir umas !oas verdades, e eu queria tirar isso a limpo pessoalmente, olho no olho. 4ssim, compareci ao local no s$!ado, novamente che+ando !em mais cedo que o hor$rio previsto D mas desta vez de prop(sito. 8ueria confrontar *r2+enes sozinho, sem seus lacaios por perto. )esta vez, a lo>a estava vazia. %le estava no !alco, fechando suas contas. “*ra, salve:” ele disse, antes que eu
pudesse me expressar. “Cinalmente voc& voltou: ovem ar+umentou, “mas esse ne+(cio de colocar o cara l$ em!aixo da primeira vez no podia prestar:” “%u deixei isso !em claro na semana passada,” o sacerdote disse firmemente. “4 escolha no foi minha.” “T$ !om que no foi...”
“8ue foi, 3essa'” %ra 9Bcio, que havia aca!ado de che+ar com sua namorada. “T$ com ciuminho, s( porque voc& teve que esperar pra caram!a'” “@$: V quem fala, o senhor inse+urança, morre de medo de al+um olhar pra namoradinha...” 9Bcio deu um passo à frente. “T$ maluco' 8uer perder os dentes, ô man'” “Rente, +ente:” *scar suplicou. “4 +ente aqui t$ tudo >unto: Perfeito amor e perfeita confiança:” 3essa virouAse para ele com ar de desprezo. “Pra voc& tudo florido, n, sua !icha'” “o+ar xadrez...” “4h, por favor: No insulte a minha inteli+&ncia. %u sei o que voc& veio procurar aqui. 3em, meu caro, che+ou tarde demais.” “Tarde demais' * que voc& quer dizer'” “? isso mesmo. 4ca!ou tudo. No tem mais clu!e de xadrez, nem concili$!ulo, nem ritual, nem coisa nenhuma. %stou fechando o !oteco.” “Pera2, como assim' =( por causa daquela !ri+uinha do s$!ado' 1ai aca!ar tudo assim, desse >eito, de uma hora pra outra'” “1oc& no sa!e, n'” %le !alançou a ca!eça, pesarosamente. “%sto perdidos, todos. 9iteralmente. )ois mortos, e os outros fora+idos... exceto voc&. % a pol2cia no me deixa em paz.” “"ein':” inha expresso era de horror. “* que c& t$ me dizendo' * que dia!os foi que aconteceu aqui'” “4qui, nada alm do que voc& presenciou, felizmente.” %le voltou a arrumar seu material ritual2stico. “as, para o resto do clu!e, a coisa de+rin+olou radicalmente depois que sa2ram daqui naquela noite. %u mesmo sei muito pouco do que houve, pra minha sorte. 3em, na falta de disc2pulos, eu acho que o c2rculo aca!ou, no'” 1i que ele se diri+ia à porta do poro, e se+urei seu !raço. “as e quanto a... auilo' 1oc& no t$ pensando em simplesmente...” “%stou mais do que pensando, eu vou fazer neste exato momento.”
“as ento espera um pouquinho s(... vamos l$, me d$ dez minutinhos com ele: 8ue diferença vai fazer'” “Toda a diferença do mundo. No temos tempo a perder. 4 qualquer momento eles vo entrar aqui, e quando que!rarem o c2rculo...” 4ntes que eu per+untasse de quem ele estava falando, a resposta veio na forma de uma !atida repentina no porto. “=enhor *r2+enes =alazar:” Ddisse uma voz autorit$ria. “Pol2cia civil:” %le olhou para mim, aterrorizado. “%scuta aqui, no tem tempo de explicar:” %le empurrou os o!>etos que estava carre+ando D al+umas velas, um talism e uma ada+a D para minhas mos. “1oc& tem que invocar nomes divinos. (ehovah $etra+rammaton Anaphaeton @rimeumaton. ? vital que voc& faça isso, t$ me entendendo'” *lhei incrdulo para as ferramentas. “as como que...” “=%N"*@ =4944@:” 4 !atida veio de novo, mais forte. “Temos um mandado >udicial de !usca so!re todas as depend&ncias desse recinto:” “8uieto: No h$ tempo:” %le olhou nervosamente para a entrada da lo>a. “)i+a que ele tem licença para partir, de forma pac2fica e sem causar mal. ostre esse selo D” apontou para o amuleto D “e invoque os nomes. No perca tempo com per+untas. %le tem que ir em!ora antes deles che+arem l$ em!aixo.” 4 voz veio novamente, mais enr+ica. “@epetindo, senhor =alazar, n(s temos mandado: 1amos estar entrando a+ora mesmo:”
*r2+enes me empurrou porta adentro. “* c2rculo no pode ser que!rado:” disse aflitamente, enquanto fechava a porta atr$s de mim. )esci tropeçando os de+raus, com as vozes atr$s de mim cada vez mais distantes. 4 escadaria parecia !em mais escura que da Bltima vez. 8uando che+uei ao final, a luz das velas indicava o t&nue contorno do c2rculo. “RARlas/aA9a!olas'” disse, enquanto me posicionava no centro, voltado para o triEn+ulo. “1oc&... voc& pode partir. ", em nome de Tetra+rammaton. #A #eov$.” “@enato' 1oltou cedo.” 4 voz era fraca e a!afada, mas seu tom de satisfaço era claro. “1eio em !usca de mais conhecimento'” “Pode partir,” repeti, com voz tr&mula. 9evantei o talism. “1$ em paz. =em causar mal. $etra+rammaton.” “* que eu lhe concedi no foi o suficiente'” ais uma vez, um som que aparentava ser uma risada. “as nunca , no mesmo'” “%u... no lem!ro de nada:” ?ro+a =enato, me recriminei. &4o d trela “%u avisei que sua mente no comportaria tudo de uma vez. % voc& no esqueceu. %st$ tudo l$. as... voc& sa!e disso, no'” 4s vozes no andar de cima se aproximaram da porta. *uvi o !arulho da maçaneta. “1oc& precisa ir: %m nome de #eov$:” Se eu pelo menos lemrasse os outros nomes “1oc& diz isso... mas no quer mesmo que eu v$ em!ora, quer'”
“Por favor...” 4pertei o amuleto, molhado de suor, at os n(s de meus dedos ficarem !rancos. “No faz isso comi+o...” “* que voc& realmente quer sa!er'” *lhei para a entrada. 7ma fresta de luz se a!riu. “*... o ue voc&'” “4penas al+um que v& a verdade por tr$s das ilusFes que voc& chama de espaço e tempo.” *uvi passos descendo a escada. “4l+um livre das amarras de um universo linear como o seu.” 4 voz estava ficando mais distante. “=enhor:” *s intrusos estavam se aproximando de mim. “%spere:” disse. “as como que eu faço pra...” 4 Bltima coisa que vi foi a perna do policial derru!ando uma das velas... e, ento, apenas escurido.
EPÍLOGO 4cordei com um tranco. %u estava em um ôni!us malAcheiroso. *lhei pela >anelaQ o lu+ar era desconhecido. Tentei recapitular os eventos que me levaram àquela situaço, mas uma dor de ca!eça lancinante dificultava minha concentraço. 0ma+ens indistintas passavam rapidamente pela minha menteJ um local escuro, um cheiro forte de ervas, v$rias pessoas passando pra l$ e pra c$ por cima de mim. Ce!re e dor. )ecidi avaliar melhor meu estado atual. *lhei para !aixo, e vi que estava su>o, des+renhado, com as roupas um pouco ras+adas. Perce!i que a maior parte do fedor que eu
sentia devia vir de mim mesmo. inha !oca estava seca, com um +osto amar+o, e praticamente todo o meu corpo do2a. e espre+uicei e me esfre+uei um poucoQ no parecia estar ferido, ao menos no +ravemente. %ntretanto, vi marcas nos pulsos e tornozelos, como se tivesse sido amarrado, !em como manchas de san+ue que no parecia ser meu, pois eu no tinha ferimentos que as explicassem. Fui seuestrado, pensei. 1erifiquei os !olsos, e vi que nada tinha sido rou!ado, nem mesmo o dinheiro da minha carteira. "stranho pra carama. eu celular estava desli+adoQ quando o li+uei, perce!i que >$ era quartaAfeira, mais de quatro da tarde. "aviam se passado mais de vinte e duas horas desde minha Bltima lem!rança, no se!o de *r2+enes. “4mi+o,” per+untei para o co!rador. “*nde que a +ente t$ mesmo'” %le me olhou com certa desconfiança. “4venida =apopem!a.” @ut:. ue 7 ue eu tB a:endo num lu+ar desses, “eito, e a+ora dizendo que tava no hospital... eu tam!m fiquei preocupada. =a!e como .” “esmo'” Parei, surpreso. “8uer dizer... no achei que voc& fosse...”
“Pode tirar o cavalinho da chuva,” ela cortou, repentinamente. “No quer dizer nada. ? s( a simples empatia de um ser humano com outro. No todo mundo que vive a vida nem a2 pro que acontece ao seu redor, sa!ia'” “%scuta...” Pausei para >untar meus pensamentos e decidir como eu me sentia em relaço a isso, levantando a mo. “*!ri+ado por se importar, mas no o caso de...” “8ue isso'” %la se aproximou, olhando para meu pulso. “* que aconteceu a2'” “"ein' * qu&'” Tentei esconder as marcas, enver+onhado. “Nada de mais... acho que eles s( apertaram demais a faixa na hora de pôr o soro.” “@enato...” %la me encarou duramente. “%u sei quando voc& t$ mentindo.” “No tô mentindo:” e afastei repentinamente. “1oc& vem aqui de repente, sem nem li+ar pra sa!er se eu posso te rece!er...” “Calou o cara que some o dia todo sem avisar nin+um...” “'oc3 vem aui,” insisti, “do nada, e >$ começa a me ofender' e xin+ar, dizer que eu sou irrespons$vel, isso e aquilo, falar da minha me, e ainda me chama de mentiroso'” “as voc& quer que eu no questione isso,” %la apontou para meu pulso, indi+nada. “*lha s( os seus !raços:” “Pode parar com essa palhaçada.” 4!ri a porta, e antes que ela tivesse tempo para ar+umentar, continuei.
“%ssa a minha casa, e eu no vou admitir isso. 1oc& no quer mais fazer parte da minha vida, ento no faça.” “? assim, '” %la passou pela porta com um ar or+ulhoso. “Cique à vontade. =e voc& quer se pre>udicar, sei l$ como, v$ em frente. No me importo.” “3om sa!er.” 8uando minha exAnamorada finalmente se foi, no me senti satisfeito com isso, como eu achava que me sentiria... mas essa era uma preocupaço para outra hora. Terminei meu lanche, pus uma camisa de man+as compridas para evitar mais questionamentos, e sa2 pra pe+ar meu carro. 4l+o me dizia que ele no estava no meu prdio, o que foi confirmado por uma r$pida olhada. Tentei recordar onde o havia deixado da Bltima vez que o vi. Foi ontem uando eu ui l nauele maldito seo lem!rei. "u deiei na rua. &o mDnimo 9 rouaram. Cui para l$ de metrô, e lo+o achei o lu+ar onde eu tinha estacionado, a umas tr&s quadras do se!o. * carro estava l$ do mesmo >eito. %ntretanto, no fundo, eu sa!ia que no era isso que eu realmente queria ver... eu precisava voltar mais uma vez ao centro de todo esse mistrio. 4o che+ar ao local, vi que a casa onde *r2+enes mantinha sua lo>a estava em ru2nas. %ra uma pilha de escom!ros ene+recidos, envoltos em uma mancha de fuli+em que se estendia para a rua e os prdios vizinhos. 9em!rei do cheiro de fumaça em minhas roupas, e um frio correu por minha espinha. “* ne+(cio a2 foi feio.” %ra o dono de um !ar, do outro lado da rua, em frente ao qual eu tinha parado, enquanto olhava em!as!acado. “)uma hora pra outra
pe+ou fo+o em tudo, c& tinha que ver. Nem deu tempo dos !om!eiros che+arem.” “8uando que foi isso'” per+untei, >$ sa!endo a resposta. “Coi ontem, no fim da tarde. 4 pol2cia tava a2... parece que tinha uns ne+(cios meio esquisitos acontecendo l$, e eles tavam dando !usca. 7ns rituais de ma+ia ne+ra, satanismo, no sei... ouvi dizer que morreu +ente.” %le fez o sinal da cruz. “8uer dizer, antes do inc&ndio. Por isso que !aixou a pol2cia a2.” %n+oli em seco. “%... tinha mais +ente l$ dentro'” “Tinha um rapaz... sei no quem era.” Ainda em, pensei. “%le tinha entrado lo+o antes da pol2cia.” “as... no saiu'” “% deu tempo'” * homem !alançou a ca!eça, pesaroso. “Nin+um saiu. Nem o seu *r2+enes, nem os pol2cias, nem esse moço. 4inda to limpando as coisas l$. 1oc& conhecia'” “%u' No, no:” 3alancei a ca!eça veementemente. “=( tava passando por aqui e vi tudo aca!ado desse >eito... que coisa, n'” 1oltei correndo para meu carro e disparei para casa, tremendo. A+ora a coisa estava ficando esquisita. Como assim n4o saD de l, Dquestionei. Ser ue tinha uma saDda por trs, "u n4o lemro de ter visto nenhuma. " como ue eu ui parar em Sapopema, ?e uem era esse san+ue na minha roupa, % ue realmente aconteceu comi+o, %ssas per+untas queimavam em minha mente como !rasas ardentes. =enti que era inBtil vasculhar os escom!ros
View more...
Comments