A Causa Dos Adolescentes

March 23, 2020 | Author: Anonymous | Category: Adolescência, Relação Sexual, Juventude, Suicídio, Amor
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A Causa dos Adolescentes Françoise Dolto Primeira parte: O purgatório da juventude e o segundo nascimento Capítulo 1: O conceito da adolescência - pontos de referencia, pontos de ruptura. Uma vez que a adolescência é caracterizada por mudanças das quais nem o próprio adolescente consegue explicar é necessário que aqueles que o rodeiam saibam também lidar com essa situação; o que o jovem precisa é sentir-se seguro, é que se abram espaço para que ele possa de alguma forma expressar o que sente, sem medo de ser questionado e/ou criticado. Ele vive uma fase de mutação essencial para o resto de seu desenvolvimento, é nessa fase que ele constrói as bases daquilo que ele será mais tarde, qual quer “trauma” que possa acontecer pode tornar-se uma cicatriz para o resto da vida; todavia, essas mudanças tão acentuadas e estranhas ao que ele estava acostumado além de inseguro o deixam frágil. Essa fragilidade pode mostrar-se por meio de agressões, físicas ou verbais, que seria uma maneira que ele encontra para proteger-se, é mais fácil desafiar antes que te desafiem. Se esse espaço que ele precisa não é aberto, a tendência a juntar-se a um grupo é ainda maior, pois andar em bandos é uma característica dessa fase,  justamente porque reúne vários adolescentes que vivenciam dramas parecidos,  juntos eles se ajudam, encontram um lugar onde se sentem seguros para ir e vir, nessa hora, o que um adulto fala já não tem mais efeito, diferente de quando essa fala parte de membros desse grupo. Com relação a aspectos amorosos, o jovem irá vivenciar isso pela primeira vez; deseja e ao mesmo tempo tem medo. É exatamente o risco desse primeiro amor que é sentido como a morte da infância, de uma época. Na infância inserem-se processos edipianos que levam o individuo a atrair se por um dos pais e afastar-se do outro, passado essa fase ele conserva um carinho idealizado pelos dois, entra no período chamado latência, aos 15 anos então, revelam-se as primícias de uma sexualidade e antes mesmo de perceberem isso, ocorre um amor imaginário pelos “ídolos”.

A saída da adolescência ocorre quando a ansiedade dos pais já não produz mais nenhum efeito inibidor sobre o jovem. Esse fim da adolescência não pode ser visto

antes dos 16 anos porque a própria sociedade não o permite, pois hoje, a passagem para a vida adulta se traduz a partir de uma independência financeira. Capítulo 2: O sonho da eterna juventude - mitos e arquétipos Através de mitos gregos, pode se perceber, de uma maneira simbólica, que a adolescência e a morte são tão íntimas que podem ser comparadas. É com já dito no capítulo anterior, que o risco do primeiro amor representa a morte de uma época, sem que isso, entretanto, represente a garantia de um futuro. No amor jovem não há uma preocupação com a relação a dois, esse medo que ele tem não o deixa arriscar nessa relação e, ao mesmo tempo, a sociedade não aceita totalmente esse relacionamento nessa fase, justamente a época em que o adolescente encontra-se mais ansioso para amar. Há ainda o ciúme dos adultos em relação à adolescência, por mais que tenha toda essa questão de insegurança e crises a adolescência ainda é vista como um ideal cultural dos dias de hoje, é mais fácil ser um jovem inseguro e sem responsabilidades do que um adulto que precisa trabalhar para se sustentar e arcar com as conseqüências de seus atos. Capítulo 3: A imagem do corpo É na Renascença que surgem as primeiras representações da adolescência como tal. Para Rafael, a juventude era sedutora e para Fra Angelico era mística. Capítulo 4: A lenda dos jovens: a literatura efébica Nas palavras de Rousseau a adolescência seria um segundo nascimento - o primeiro serviria para existir, para a espécie e o segundo, para viver, para o sexo; onde a criança não reconhece seu guia, não quer mais ser governada, “não é nem criança nem homem e não consegue assumir a conduta de nenhum dos dois.” O próprio termo “adolescência” é relativamente novo, antes do século XX ou

prolongava-se a infância ou passava- se direto para o estado de “jovem-adulto”.

Philippe Áries demonstrou que ate o final do século XVIII os estudantes eram tidos como crianças, podendo o ser até os vinte e cinco ou mesmo trinta anos. Na corte,os príncipes eram tidos como crianças até o momento de assumirem o trono. Sob o Antigo Regime, uma menina de 14 anos ainda não era uma adolescente e sim uma jovem adulta pronta para ser escolhida para continuar a descendência e se outra aos 7 anos ficasse noiva, a consumação sexual não era antecipada. A partir do momento em que o jovem já não encara seus pais como autoridades, os próprios pais podem então, cair na condição de uma adolescência reencontrada, mostrando que eles próprios não estão totalmente centrados na vida familiar; talvez seja por isso que a adolescência seja tão temida e encarada de modo severo pelos adultos. Em contrapartida, o jovem preferia não um pai adolescente e sim um pai resolvido,forte,que lhe desse uma razão para seu viver, não quer os pais preocupados com ele, mas que estejam dispostos quando ele precisar. Antigamente existiam ritos de passagem marcados para essa transgressão, geralmente por volta dos 14/16 anos, isso tornava as coisas mais fáceis, havia um começo,um meio e um fim, hoje não, há sim alguns ritos de passagem, mas eles não são explícitos e tidos como tal, eles ocorrem, sem que isso dê um propósito ao individuo, conferindo-o um status de mutação. O adolescente de hoje vive essa fase, e acaba ai, ele simplesmente vive visto que não há outra saída, ninguém lhe diz que vai passar ou como é que ele precisa lidar com ela, ele então, vive um humor oscilante entre a depressão e exaltação, típico dessa fase. Capítulo 5: Os heróis e os modelos Passou o tempo de grandes modelos a se seguir, o jovem de hoje tem muitas opções e estas não são nem de longe obrigatórias. O que o jovem procura nesse momento de insegurança é alguma coisa com a qual se identificar, por isso podem surgir as modelações, porque a partir do momento que o jovem sente-se semelhante a outro ele já não se sente mais só. E dentro dessa identificação inserem-se os grupos, as amizades.De todas as épocas, o que permanece comum aos adolescentes é o valor da amizade. É uma amizade amorosa que não se consuma no físico, é como se fosse algo sagrado. O jovem já libertou-se da família mas, para seguir por esse caminho desconhecido ele precisa de alguém do seu lado, a amizade torna-se fundamental. Se essa amizade, entretanto, é traída, ocorre o

anulamento. È nessa hora de solidão e desamparo que o grupo como um todo é capaz de reerguer o individuo, nem que para isso outros meios sejam utilizados como a musica, ou mesmo drogas, qualquer coisa que proporcione uma satisfação parcial.O grupo pode ser um refúgio e um substituto da confiança em si. Capítulo 6: O discurso sobre o efebo pioneiros da hebologia Em uma obra de Lancaster de 1898, ele selecionou várias biografias de pessoas célebres para observar-lhes as tendências da época da adolescência, nem um deles, de forma geral, escapou da tentação do suicídio. A questão do suicídio é outro aspecto dessa fase, e remonta, mais uma vez, ao desejo de se morrer de um fase ( infância) para poder avançar para a outra. Talvez seja essa perturbação no mundo do sujeito que a adolescência provoca que a torne tão rica em termos criativos. O adolescente pode revelar-se um gênio, um artista, porém, o jovem sozinho, não é capaz de desenvolver suas habilidades, daí se dá a importância do apoio e incentivo por parte dos adultos. Capítulo 7: Crescimento e comportamento: a deselegância e a harmonia A deselegância é em relação ao físico, mais voltada aos meninos que ficam visivelmente desproporcionais. Diferente das crianças que acusam e apontam qualquer diferença, é comum encontrarmos adolescentes opostos: um alto e um baixo, um gordo e um magro. Os defeitos de um compensam as virtudes do outros e assim eles se equilibram. Ser dois dá segurança. O jovens tendem a andar em duplas, mesmo dentro dos grupos há dois com mais afinidades, um encoraja o outro. Com relação ao sexo, os meninos prezam mais o status que isso lhes confere, de potencia, de virilidade. Já para as meninas não, elas se ligam ao prazer que isso proporciona, ao tipo de relação entre ela e o menino e também, a uma valorização dela mesma, diferente de outros tempos onde uma relação sexual antes do casamento era um ato vulgar e indesculpável. A partir do momento em que os jovem tem interesses afetivos e sexuais verdadeiros, os atritos entre irmãos desaparece. O jovem já não tem conversa com o pai, ele espera que esse pai faça ao invés de ficar falando, ele tem seus pais como velhos e caretas, mas se tem um pai muito

“descolado” sente-se

deixado pra trás, como se esse adulto quisesse competir com ele, ou então, diante dos colegas, fica envergonhado. A fim de diferenciar-se desse pseudoadolescente o jovem cria alguns artifícios só dele e do seu grupo, por isso o uso de gírias ( cada vez mais diferenciadas) é muito comum. Voltando a questões sexuais, ouve-se muito falar a respeito de métodos contraceptivos, da importância da camisinha, do aborto e de tantas outras coisas relacionadas ao sexo, fala-se pro jovem se cuidar para que abortos não precisem ser feitos mas em momento algum se explica ao jovem a importância que a própria concepção tem. Não que ele deva levar essa importância ao pé da letra e ter filhos, mas que ele entenda o valor que isso tem, que ele consiga ter consciência o suficiente que um filho é pra vida toda, que ele precisa ser capaz de ter condições emocionais e financeiras para prover esse filho o que de fato, ele ainda não tem. Capítulo 8: Rituais de passagem e projetos adolescentes È muito comum, até os dias de hoje, os ritos de passagem nas tribos, lá existem rituais específicos que mostram ao próprio jovem que ele está crescendo, que é hora de deixar a infância de lado. O que se vê hoje, na nossa sociedade, são passagens camufladas pelas quais o adolescente passa e não percebe como de fato sendo passagens, se o percebesse, ou melhor, se lhe contassem, talvez isso facilitasse as coisas. As realizações individualizadas bem como projetos estabelecidos não são iniciáticas para a vida social, elas simplesmente expressam planos e conquistas, não a travessia que a adolescência simboliza; ter um projeto de vida ou realizar algo que se desejava não significar atravessar essa etapa. Segunda parte – O tempo das provas Capítulo 9: Polêmicas da psiquiatria e psicanálise sem palavra Por mais que o ritmo da sociedade venha mudando, e junto a isso a interpretação que se tem de tudo que acontece por ai, ainda é comum que se receitem remédios aos jovens,quando na verdade, talvez bastasse uma conversa.O que o jovem precisa é de alguma forma falar o que acontece, nem que ele fale

dentro dele, mas que se abra espaço pra que, se ele quiser, coloque isso para fora. Uma boa maneira para que isso aconteça, é perguntar sobre os amigos, falar de colegas ajuda a falar de si mesmo. Quando o adolescente fica em silencio porque não encontra espaço para falar ele pode se fechar-se em si cada vez mais, porém, se esse silencio acontece mesmo quando lhe é oportuno falar, como numa terapia por exemplo, talvez ele não encontre palavras para se expressar ou talvez essas mesmas palavras distorçam o que de fato ocorre, mas ter um momento, um lugar para falar permite-lhe organizar-se dentro de si e ele pode sentir-se então como se realmente tivesse colocado tudo para fora, é preciso que esse espaço para o silencio também seja permitido e se, ele fala algo, isso precisa ser ouvido, sem questionamentos, sem criticas, com acolhimento. A idéia de morte é normal, precisa-se morrer para a infância, nessa hora ele precisa de alguém que o ajude, que esteja presente no momento em que em silencio ele pede socorro, é essa morte, da sua maneira, que faz viver. O adolescente torna-se tão dependente do outro justamente pir estar numa fase de mudanças, essas mudanças, entretanto, não podem ocorrer sem riscos de fragilidade - por isso eles tomam remédio sem muitos questionamentos, como se “estar doente” lhes aproximasse da normalidade.

Capítulo 10: Suicídios de adolescentes- uma epidemia oculta As causas que levam um adolescente a suicidar-se em geral são difíceis de determinar, dependem do caso: pode ser uma falta de segurança e identidade devido a mudanças familiares (divorcio); drogas, fracasso escolar,angustia em relação ao futuro. A tentação do suicídio é uma fuga para o interior de si mesmo, é como se sentisse uma espécie de prazer ao desejar o suicídio, uma nostalgia do que ele vai deixar. Quando se fala de morte nessa fase, o adolescente, que se sente sozinho e acha que desejar morrer é um desejo só seu sente-se então compreendido. O que se precisa fazer para prevenir é abrir espaço para esses jovens, conversar, entende-los e proporcionar situações onde eles sintam-se seguros. Medidas mais concretas e extremistas são a criação de centros de prevenção, de pesquisa, programas escolares de prevenção.

Capítulo 11: A cada um sua droga- falso paraíso e pseudo grupos A própria convivência em grupo estabelece certas tendências, entre elas o uso de drogas, nisso, soma-se toda essa carga que a adolescência carrega: angustia, dúvida, insegurança. Cigarro e álcool prejudicam mais que a maconha e cabe aos jovens tomar uma posição quanto ao uso de drogas leves. A questão não é proibir e sim interessar-se pelos motivos que levam o jovem a fazer isso, entender i que o uso ou não delas simboliza.  A utilização de drogas não ocorre só quando o jovem “sente -se mau” é um aspecto do grupo com o qual ele convive, pode sim ser uma maneira de descarregar, de fugir. Porém, o que se observa, são rodas compartilhadas, mesmo que não sejam formadas pelo grupo com o qual se convive diariamente, criam-se então os pseudogrupos, que se reúnem só nessas horas, onde a questão não é livrar-se de problemas e sim aproveitar o momento. O jovem se entedia muito fácil, quando já não se sabe mais o que se fazer com o desejo, transforma-se ele em uma necessidade de algo repetitivo que nos ocupe durante o ócio, essas rodas são então, uma possibilidade. Fumar não significa ser drogado, o jovem pode fazer isso só para acompanhar o grupo; o ato de fumar, visto que é proibido pela sociedade, lhe confere uma afirmação de sua liberdade. Porem, ao contrario do fumo e do álcool, a droga desencoraja, enterra o desejo oculto, debilita e, se nessa fase as alterações de humor são freqüentes, bem como a insegurança a respeito de si, de sua própria identidade, é preciso tomar cuidado para que a droga não simboliza uma fuga dos “problemas” reais, como se seu uso

pudesse resolvê-los. Capítulo 12: O fracasso escolar em xeque O interesse que os pais demonstram pela vida escolar do filho é de grande importância na motivação que leva os jovens a ter bom desempenho em classe, sentir-se apoiado e seguro em relação á família proporciona uma segurança em relação a si mesmo, claro que nesse contexto, aspectos econômicos também devem ser postos em jogo.

Capítulo 13: A família estilhaçada A concepção de família hoje em dia não é mais a do pai provedor e mãe dona de casa, no casal moderno a mãe tira do pai o poder único de decisão e iniciativa no que se refere aos filhos. Ainda há um certo tabu no que se refere à separação dos pais. O adolescente, que já encontra-se confuso a respeito de si mesmo, ao terque enfrentar a angustia da separação pode perder-se mais ainda, mas nem mesmo isso justifica pais que querem se separar permanecerem juntos, mais vale pais divorciados do que uma família destroçada. A harmonia familiar é de suma importância em qualquer etapa da vida, para qualquer individuo, porém, harmonia não é sinônimo de união, a felicidade,o equilíbrio não encontram-se somente na convivência diária sob o mesmo teto, constituem-se na boa convivência em qualquer lugar. Um lar que proporcione a expressão individual daquilo que se sente sem medo de receber criticas ou qualquer outra coisa em troca é um ambiente onde se tem amor, o contrário disso, ao invés do ódio como comumente se pensa, é a indiferença, é virar as costas para o que de fato acontece. Uma gíria comum relacionada aos pais é chamá-los de “meus velhos”, isso, além de dividir bem as faixas etárias entre pais e filhos remete-se à época em que vivem, não pelos pais serem de fato mais velhos, mais por viverem mundos e ideologias diferentes do que seus filhos. Capítulo 14: O novo comportamento amoroso Os jovens encaram as relações diferentemente de pouco tempo atrás, estar  junto não significa estar definitivamente comprometido, significa estar consigo no contato com o outro. E dentro desse relacionamento, poder ir e vir como se bem entende, sem que se precise seguir normas, sem que haja casamento abre portas para um novo tipo de relação.Os próprios métodos contraceptivos dão margem a um relacionamento diferente, onde se pode estar junto sem que isso se torne definitivo. Terceira parte: Um espaço para a nova geração

Capítulo 15: Direitos e deveres Algo importante na vida de cada sujeito é conhecer, legalmente, seus direitos e deveres. No que diz respeito aos jovens, alguns pontos: - A maioridade é atingida ao se completar 18 anos; - O menor pode declarar ser doador de órgão, mas quando morto, os pais podem recusar; - Qualquer adolescente, quando violentada deve denunciar o feitor. A finalidade da tutela é preparar a pessoa para ser independente. Capítulo 16: Quando os jovens têm a palavra Vivemos na era da tecnologia, tudo é fácil e ao alcance, a juventude, mais do que ninguém vive e abusa dessa facilidade, não se precisa ir até alguém para conversar, existem celulares e computadores para isso, não se precisa de companhia, tem-se televisores enormes e vídeo games dos mais avançados. Não se precisa mais criar para passar o tempo, as coisas já vem prontas e desse excesso de facilidade resulta uma falta de motivação. O próprio tipo de relação que se estabelece entre professor e aluno, não muito diferente do modelo que muitas vezes se tem em casa, é o de difícil acesso, é como se o professor só fosse isso, uma profissão a qual se deve ouvir e não uma pessoa que também pode escutar. Muitas vezes, os adolescentes podem sentir-se atingidos pelo pouco contato com professor e pela pouca importância que se da a sua fase, pois, passem quanto anos se queira, a adolescência continua sendo vista sob o mesmo prisma: de uma lado a ingenuidade, a pureza, de outro a rebeldia, a confusão; como se não houvessem alternativas nem “remédios” para isso.

Capítulo 17: Linhas para o futuro – iniciativas e proposições Como já frisado antes, é na adolescência que se deve abrir espaços para que o jovem sinta-se seguro e, se quiser, fale sobre aquilo que desejar falar e da maneira que achar melhor, porém, esse espaço não deve ser aberto somente nessa fase. É preciso que toda criança, desde cedo, seja ouvida, e que sinta que de fato os

outros a escutam. As crianças têm uma criatividade e uma percepção muito afloradas, deixar que elas falem o que pensam, ou mesmo criem coisas novas, é um avanço para qualquer sistema; a começar pelo escolar. Ainda vivemos regimes arcaicos, que continuam nessa relação professor explicando aluno quieto escutando. È preciso que se mude esse sistema, que se aceite o julgamento dos mais jovens, não que tudo que eles dizem é certo e deva virar regra, mas que escutá-los é uma boa maneira de recomeçar, e recomeçar bem. É a critica que dá vida a quem fala e aos outros. O começo do fim traz em si a promessa de uma nova experiência, conscientizarse do atual impulsiona a busca pelo novo. È mudando a maneira de relacionar-se na própria escola desde quando se é criança que se mudam as relações futuras.

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