A AUTOCRACIA BURGUESA E O SERVIÇO SOCIAL

February 6, 2019 | Author: AnaPaula Pereira | Category: Social Work, Bourgeoisie, Sociology, Política, Ciência
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 AUTOCRACIA BURGUESA E O SERVIÇO SOCIAL



- A questão maior que abre o debate: Onde cabe o Serviço Social nesse quadro de autocracia burguesa no Brasil?



-Essa questão nos leva a outra: como se encontrava o Serviço Social brasileiro em sua atuação no Estado autocrático burguês?



- Qual a foi a principal demanda dos profissionais de Serviço Social e quem foi dirigida?



- Pode-se falar de avanços no Serviço Social nesse período?



Responda após analisar o contexto apresentado segundo as considerações de Netto.

* No decorrer dos anos 60 aos 80, a renovação aparece como uma resposta construída pelos assistentes sociais na rede de relações que se colocam na interação profissionalidade e sociedade. Obs.: A vigência do Serviço Social “tradicional” envolve amplíssimas camadas da categoria profissional e uma não desprezível, parcela das agências de formação (Escola de Serviço Social); estas mostram-se inteiramente defasadas em face das requisições sócio-profissionais postas pela dinâmica da sociedade brasileira. O mercado nacional de trabalho aponta para uma extensão quantitativa da demanda por assistentes sociais. Até a década de 50, esse mercado era geograficamente localizado nos dois grandes eixos industriais: RJ/SP. A constituição desse mercado nacional se deu a partir do surgimento de: Organizações de filantropia; Média e grandes empresas monopolistas; Empresas estatais - o maior empregador continua sendo o Estado (municipal/estadual/federal). Mesmo considerando a retração das políticas públicas.

*Mudança de perfil profissional : um novo perfil demandado pelo mercado de trabalho, que as condições novas postas pelo quadro macroscópio da autocracia burguesa ( ditadura militar) faziam emergir; exige-se um assistente social “moderno”, com um desempenho onde traços tradicionais são deslocados e substituídos por  procedimentos “racionais”.

@-- Ressalta-se então, a necessidade de alteração do padrão de formação dos assistentes sociais (política educacional da ditadura): rompimento do confessionalismo / paroquialismo / provencianismo , aspectos que caracterizaram o ensino do Serviço Social. # A laicização (perda progressiva da hegemonia religiosa) é um dos elementos caracterizadores da renovação do Serviço Social sob a autocracia burguesa; nesse movimento renovador é instaurado um pluralismo profissional que se caracteriza através; Da diferenciação da categoria profissional (antes impossibilitado pelo monolitismo religioso);

Da disputa pela hegemonia ( forças profissionais na luta/defesa de seus projetos); Da criação de canais de organização da categoria (canalização dos projetos sócioprofissionais); & O autor vai sublinhar que seu interesse diz respeito a tematização especial da renovação no plano de suas elaborações ideais, destacadamente o esforço realizado para a validação teórica ( literatura profissional difundida nacionalmente entre 65 e 85). Ou seja, Paulo Netto se debruçou sobre as produções elaboradas pelo Serviço Social no decorrer dessas duas décadas para capturar as representações que se fazia sobre a profissão.

 A produção teórica é que revela mais acentuadamente o processo renovador do Serviço Social no Brasil e que contribui para oferecer no plano intelectual, um contrapeso à subalternidade profissional. Um dos traços mais salientes é a ênfase na análise crítica do próprio Serviço Social ( pesquisas que visam a investigação sobre o fazer profissional).

Quatro processos indicativos do processo de renovação :

Instauração de um pluralismo teórico ideológico e político deslocando uma sólida tradição de monolitismo ideal(Se, anteriormente não ocorriam divergências internas no meio profissional, podemos sem dúvida afirmar que essa característica provém da base confessional/ influência religiosa no nascimento da profissão); 

Polêmica teórico-metodológica sintonizadora com as discussões das Ciências Sociais; 



Constituição de segmentos de vanguarda na profissão (investigação / pesquisa).

& O autor aqui assinala uma característica própria das relações sociais: o caráter contraditório dos fenômenos; instaurando condições para uma formulação do Serviço Social de acordo com as suas necessidades e interesses, a autocracia (ditadura) criou simultaneamente um espaço onde se inscrevia a possibilidade de se gestarem alternativas às práticas e às concepções profissionais que ela demandava. ( os fenômenos não se apresentam unilateralmente, eles tem sempre uma outra face, como a moeda, por exemplo). * A renovação do Serviço Social aparece sob todos os aspectos como avanço, mesmo nas vertentes em que as concepções herdadas do passado não são essencialmente colocadas em pauta, registra-se uma articulação que lhes confere uma arquitetura, que procura oferecer mais consistência à ordenação de seus componentes internos.

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