A aplicação do Linho na Indústria Têxtil

February 18, 2019 | Author: guboer | Category: Flax, Textiles, Clothing Industry, Nature
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Trabalho de Fibras têxteis - "A aplicação do Linho na Indústria Têxtil"- ETEC Polivalente de Americana-SP...

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ETEC POLIVALENTE DE AMERICANA

A APLICAÇÃO DO LINHO NA INDÚSTRIA INDÚSTR IA TÊXTIL CURSO TÉCNICO EM TECELAGEM (TÊXTIL (TÊXTIL)) Módulo I – FIBRAS TÊXTEIS.

Gustavo Romano Romano Boer - nº 13 Jhonatas Pellisson - nº 15 Leonardo Pinheiro Costa - nº 17 Mauro Martins - nº 24 Rafael Ferreira - nº 28 Thiago Machado - nº 32 Samuel Alborguete - nº 42 Professores: Paulo Roberto Montrasio David Luis Tonim

ABRIL DE 2012

ÍNDICE

HISTÓRIA -------------------------------------------------------------------------------------- 02 ZONAS DE PLANTIO –--------------------------------------------------------------------- 04 TIPOS –----------------------------------------------------------------------------------------- 04 ESTRUTURA DA FIBRA-–----------------------------------------------------------------- 05 O CULTIVO ----------------------------------------------------------------------------------- 05  A RIPAGEM –----------------------------–---------------- ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 06 CURTIMENTA OU MACERAÇÃO ------------------------------------------------------ 06 PREPARANDO AS FIBRAS -------------------------------------------------------------- 08 CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO LINHO –---------------------------10  A ROCA -------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 11 O FIO E A FIAÇÃO ------------------------------------------------------------------------- 13  A TECELAGEM ------------------------------------------- ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 13 EMPREGO DO LINHO E A PRODUÇÃO NO BRASIL ---------------------------- 13 DICAS DE MANUTENÇÃO PARA O USO DOMÉSTICO ------------------------- 15 BIBLIOGRAFIA ------------------------------------------------------------------------------- 16

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O LINHO

O linho é uma planta herbácea, com flor azul ou branca. Possui caule reto que atinge um metro de altura e pertence à família das lináceas. Compreende um certo número de sub-espécies, associadas pelos botânicos sob o nome de Linum Usitatissimum. Compõe-se essencialmente de uma substância fibrosa da qual se extrai a fibra têxtil para a fabricação de tecidos e de uma substância lenhosa. É produtora de sementes oleaginosas muito utilizada em culinária (o óleo de linhaça é rico em Ómega 3, Ómega 6 e Ómega 9) onde é consumida com casca e a sua farinha é utilizada para cataplasmas de papas, usada para fins medicinais e também usado na indústria de cosméticos.

HISTÓRIA Não se conhece a data e o local em que o homem utilizou pela 1ª vez as fibras flexíveis do linho para confeccionar tecido, nem quando a planta começou a ser cultivada. A cultivada. A fibra que foi descoberta há mais de 8.000 a.C, conforme registros históricos, teve seu uso constatado até em construções de moradias préhistóricas. Há 2.500 anos antes de Cristo o linho era cultivado no Egito - as múmias egípcias eram enroladas em tecido de puro linho e tinha o significado de luz e pureza – a tumba do faraó Ramessés II; morto em 1213 AC foi descoberta em 1881 DC, e o linho que envolvia a múmia estava em perfeito estado de conservação – após 3.000 anos. No Livro de Moisés refere-se à perda de uma colheita de linho como uma “praga” ou desgraça, tal a sua importância na vida das populações. O linho vem também mencionado no Velho Testamento. As cortinas e o Véu do Tabernáculo e as Vestes de Arão como oficiante, eram em “linho fino retorcido”. A túnica de Cristo era de linho sem costuras.

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 A planta aparece, posteriormente, em certas regiões da Grécia Continental, onde o linho foi igualmente um dos mais importantes têxteis. No território que veio a ser Portugal, o cultivo do linho e a sua utilização têxtil provém, dos tempos préhistóricos. Em certas jazidas da província de Almeria que remontam a 2.500 AC, encontraram cápsulas de linhaça, e numa “sepultura”, situada numa propriedade particular junto das Caldas de Monchique, no Algarve (Portugal), considerada da 1.ª fase do bronze mediterrâneo peninsular, recolheu-se um pequeno farrapo de linho (2.500 AC). Estes fatos não só provam que o linho era já então cultivado cultivado e utilizado mas indicam, pela perfeição do seu fabrico, um longo desenvolvimento anterior. Foi também muito difundido através da expansão do Império Romano no período das Cruzadas.

AS ZONAS DE PLANTIO Encontram-se hoje em dia em sua maior parte na Europa. A Bélgica e os Países Baixos fornecem as melhores qualidades de linho. Qualidades insuperáveis obtêm-se na Bélgica, na região do rio Lys, como o linho Courtai. Os maiores produtores, por ordem decrescente, são: China, Rússia, Ucrânia, França, Holanda, Bélgica, Egito, República Checa e Lituânia.

TIPOS Plantam-se três tipos de linho: 

Linho de fibras (linho para debulhar), para a obtenção de

fibras têxteis; 

Da semente, para a obtenção de d e óleo de linhaça;

Linho de cruzamento, conseguido pelo cruzamento do linho de fibras com óleo foi desenvolvido para dar um rendimento suficiente de fibras e óleo. A 

fibra contudo, ainda não satisfaz as esperanças nela depositadas pela indústria.

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Para que o feixe de fibras não sofra interrupção, baixando assim o valor da fibra para a fiação, é indispensável cuidar para que o talo não se ramifique. Consegue-se isso mediante a semeadura compacta. Os talos têm uma altura aproximada de 50 a 100 cm; o comprimento mais comum é 80 cm, com ramificação na parte superior. Das flores, de cor azul-claro, desenvolvem-se cápsulas de sementes com cinco lojas ou células. A semente muito oleosa, chata e arredondada tem um diâmetro aproximadamente de 2 mm. O interesse principal está na obtenção de óleo de linho. A planta baixa ramifica-se muito, origina mais flores, produzindo assim maior quantidade de sementes de óleo. A extração de fibras é desprezada.

ESTRUTURA DA FIBRA Entre a casca e o lenho encontra-se a zona de filaça, formada de feixes de filaça. Os feixes consistem num grande número númer o de fibras individuais ( fibras elementares ou células de filaça), com comprimento aproximado de 25 mm. As fibras individuais são unidas entre si e com as partes vizinhas da planta pela cola vegetal (pectina). O linho dá-se bem em climas temperados. A planta dura um ano e é semeada logo no início da primavera. Após o período de crescimento de aproximadamente cem dias, pode-se começar a colheita.

O CULTIVO

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De uma maneira geral pode dizer-se que a planta dá-se bem em quase todos os climas. No entanto prefere os terrenos silico-argilosos, de solo profundo, de consistências médias, frescas e permeáveis à água. Como a duração do seu ciclo vegetativo é muito curta, a planta deve absorver rapidamente os elementos minerais: Os solos frescos e ricos são-lhe altamente convenientes e nos terrenos pobres, os processos de adubação devem ser cuidadosamente aplicados.  A colheita é manual, arrancada pela raiz, a fim de se aproveitar todo o comprimento dos caules, formando-se em mancheias (pequenos molhos) com a parte da semente toda para o mesmo lado. Inicia-se quando o talo está amarelomaduro, isto é, quando o terço inferior do talo ficou amarelo e ele esta perfeitamente redondo por fora. Na maturação total as sementes alcançam plena maturidade. Neste estado, porém, o talo fornece uma fibra de pouquíssimo valor na fiação. Para o colher, arranca-se do solo o talo juntamente com as raízes. É a colheita do linho. Graças a um trabalho manual são executados pequenos feixes. Hoje já existem máquinas para colher. Obtém-se a secagem e a maturação final das sementes colocando-se os talos, reunidos em feixes, no campo onde formam montes chamados de capelas.

A RIPAGEM O linho é depois sujeito a uma operação que se chama ripagem com o objetivo de separar a baganha (película que envolve algumas sementes). Seguidamente é posta a secar ao sol para serem extraídas as sementes. Com pancadas verticais, faz-se passar por entre os dentes do ripanço (dispositivo para ripar) o topo das plantas. As cápsulas, bem fechadas e rijas, saltam para o chão. Hoje em dia, existem as máquinas ripadoras, fazendo em parte o trabalho:

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 As cápsulas são postas 4 a 5 dias ao sol, para amadurecerem e, desta forma saírem as sementes (linhaça), que serão guardadas num saco de “panolar”, para o ano seguinte.

CURTIMENTA CURTIMEN TA OU MACERAÇÃO Depois do linho apanhado e ripado tem que ser enlagado. A curtimenta é uma das operações mais importantes. A cola vegetal que une a camada de fibras com os tecidos da casca do lenho é removida para que as fibras possam ser  retiradas. Uma maceração excessivamente longa destruiria em parte a cola entre as fibras, o que prejudicaria a resistência destas. Há vários métodos de maceração:

Maceração por orvalho Os talos do linho são espalhados em camada fina em um prado ou campo. O orvalho e a chuva fazem com que se formem cogumelos de tamanho microscópico que irão decompor a cola vegetal. No momento em que se verifica, após acurado o controle, que a cola vegetal foi eliminada em quantidade suficiente, interrompese o processo. A maceração por orvalho é o método mais simples; exige todavia grandes áreas. A sua duração depende das condições climáticas, mas em geral é de quatro semanas. Maceração com água fria Coloca-se a palha de linho, atada em feixes, em água a fluxo lento ou mesmo parada na sua temperatura natural. Para evitar a força ascensional colocam-se

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pesos nos feixes que os conservem sempre debaixo da água. Bactérias de maceração encarregam-se da destruição da cola vegetal. Este processo gasta, conforme a temperatura da água, uns dez a vinte dias.

Maceração em água quente Também chamada de maceração artificial, em contraste com os dois métodos acima mencionados, é executados em bacias de concreto. Aquece-se a água 28 a 30 graus ºC, temperatura propícia para o desenvolvimento de bactérias de maceração. A maceração requer severa fiscalização, porque tempo muito longo de maceração pode prejudicar as fibras. Dura, geralmente, cerca de quatro dias.  A desintegração também é um processo em que a cola vegetal é retirada da fibra mas utiliza-se agentes químicos para tal. Cogumelos e bactérias de maceração não intervêm. Já se trabalhou muito no desenvolvimento deste processo. Até agora porém, não se conseguiu plena aceitação. A maceração não pode ser feita por processo mecânico, pois é um trabalho biológico. Esta operação exige maior  quota das despesas, cerca de dois terços, das despesas com a obtenção de fibras.  A secagem dos talos que restaram da maceração em água fria ou quente é feita de maneira natural, ao ar livre ou artificialmente em secadores mecânicos. Estes secadores possibilitam o funcionamento durante todo o ano.

A secagem deve ser feita cuidadosamente, e a temperatura do ar seco não pode ser muito alta. Excesso de secagem influenciaria a fiabilidade. Depois de seco é atado em “maçadoiras” e levado para o seu destino.

PREPARANDO AS FIBRAS  A preparação das fibras do linho para o uso têxtil consiste na separação das fibras lenhosas e das fibras têxteis. Esta operação é feita por processos diferentes conforme as regiões. A separação das fibras dos talos macerados realiza-se em dois processamentos, que na separação mecânica podem ser feitos numa só máquina. Na trituração o linho é quebrado em pequenos pedaços, “aparas”, mediante a ação perpendicular de uma força sobre o talo. Antigamente a trituração era manual, mas atualmente usa-se já uma máquina, o triturador de linho.

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 As aparas, contudo, aderem ainda em grande parte às fibras. À trituração segue- se a espadelagem. Na espadelagem, o linho quebrado é removido mediante ao trabalho de cardagem e batidas, feitas no sentido dos talos. No trabalho manual é feito no espadelador manual e no mecânico mediante a turbina de espadelagem.

No processo mecânico destacam-se mesmo fibrilas dos feixes paralelos de filaça. Estas fibras curtas, desordenadas, formam a estopa de espadelagem. As fibras longas, paralelas, têm o nome de linho espadelado enquanto as fibras curtas são chamadas de estopa espadelada.

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 A última etapa de todo o processo é a assedagem que consiste na separação das fibras longas, do linho, da estopa, que são mais curtas. A assedagem provoca mais um desmanchamento e uma purificação das fibras paralelas. Essa operação é feita manualmente pelo restelo ou na respectiva máquina, chamada espadela. A finalidade da assedagem é desmanchar mais os feixes de filaça por meio de agulhas, e deixá-los mais finos. Durante este trabalho fibras curtas são removidas mediante a penteagem (estopa de assedagem). É mais fina que a estopa de espadelagem. A fibra longa assedada tem o nome de linho assedado. Pode ser fiada mais fina que a estopa de espedalagem e de assedagem, e os fios apresentam maior resistência. O rendimento da assedagem depende do tipo de linho, conforme se pode ver no quadro seguinte:

TIPOS DE LINHO

TIPOS BONS TIPOS MÉDIOS

LINHO  ASSEDAD O

ESTOPA  ASSEDADA

RESÍDUOS

55%

42%

3%

40%

5%

55%

20%

60%

20%

LINHO TRITURADO ( NÃO ESPADELADO)

CARACTERÍSTICAS CARAC TERÍSTICAS E PROPRIE PROPRIEDADES DADES DO LINHO (CL) COMPRIMENTO DA FIBRA FINURA DA FIBRA

Fibra singela aprox. 25mm, fibra longa 40 a 70 cm, estopa 20 a 35 cm. Na fibra singela, irregular, afinada em 10

SUPERFÍCIE DA FIBRA FINURA DA FIBRA

C OR BRILHO E ASPECTO CONSERVAÇÃO DO CALOR TOQUE TESTE DE COMBUSTÃO

TESTE DE ROTURA  ALONGAMENTO RESISTÊNCIA

ELASTICIDADE E RESISTÊNCIA AO  AMASSAMENTO COMPOSIÇÃO QUÍMICA

DENSIDADE HIGROSCOPICIDADE

 ABSORÇÃO DE UMIDADE E INTUMESCÊNCIA CAPACIDADE DE SER ALVEJADO E TINGIDO

direção da ponta. Lisa. Não se usa indicação para a finura de fibras de filaça, porque esta indicação não tem importância na técnica de fiação. Maceração no orvalho: cinza; maceração na água: amarelada. Quanto mais clara, tanto maior seu valor. A calandragem dá à superfície lisa da fibra um aspecto sedoso. Reduzida, pois é bom condutor de calor   Liso e frio. Chama um tanto amarela, rápida. O pequeno resíduo de cinzas incandesce por pouco tempo. Cheiro de papel queimado. Em fios, som claro; as pontas da rotura são longas, rígidas e se destacam. Muito pequeno; abaixo do alongamento do algodão. A seco: muito alta, em fibras 35 a 60 km, em fios de linho 18 a 28 km, em fios de estopa 9 a 16 km.  A úmido: em fios de linho 130 a 140% da resistência a seco. Muito reduzida. A resistência ao amassamento dos fios fios pode ser  melhorada pelo acabamento ou mistura com outras fibras. Linho (espadelado) compõe-se de 80,8% de celulose, 3,8% de pectina, 1,5% graxa e cera, 3,9% de substância solúvel em água, e 10% água. Cru 1,48 g/ cm ³; alvejado 1,55 g/ cm ³. Absorção de umidade quando a umidade relativa é 100% até 23% do peso seco. Tolerância combinada em fibras de linho até 12 %, em fios de linho 12 % e em fios de estopa 12,5%. Muito alta. A água é otimamente absorvida, mas também liberada depressa. Muito boa; é possível tingidura de máxima garantia.

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LAVABILIDADE E RESISTÊNCIA À FERVURA

COMPORTAMENTO PARA COM O CALOR TEMPERATURA NO PASSAR PLASTICIDADE ESTABILIDADE DA FORMA COMPORTAMENTO PARA COM  ÁCIDOS E LIXÍVIAS

Tecidos de linho resistem à fervura. Tratamento mecânico muito forte nas máquinas de lavar prejudica a durabilidade dos tecido. Usar alvejante não concentrado. A fibra de linho é sensível a fortes lixívias (água com cinza para lavagens de roupas). Por  causa da sua superfície lisa, a fibra de linho repele a sujeira. Os tecidos são facilmente laváveis. O linho, desfia pouco. No calor contínuo a 120ºC, a fibra fica amarela, e no calor contínuo de 150ºC ela decompõe- se. 220 a 245ºC, desde que o tecido esteja bem umedecido. Muito reduzida. Inferior ao algodão.  Ácidos concentrados atacam a fibra, em especial o ácido sulfúrico, clorídrico e nítrico. Lixívia forte ataca igualmente a fibra; lixívia lixívia fraca não prejudica a fibra.

A ROCA  A roca é uma vara com um bojo numa das extremidades onde se enrola a estriga (porção de linho que se põe de cada vez na roca) que se quer fiar.  A difusão da roca no mundo ocidental deu-se sobretudo a partir da antiguidade clássica. De então para cá ela assume ass ume uma grande importância, adquirindo formas variadas e ricas conforme as regiões.  A partir do meio da estriga, é aberta muito suavemente. Os finíssimos filamentos filamentos estão ligados quase por magnetismo. A fiandeira dá uma breve cuspidela sobre as primeiras fibras que tocam na roca. Com movimentos circulares, o objeto gira na mão direita. Com a esquerda, a estriga é enrolada levemente na parte mais larga da roca. Na roca só se põe uma estriga de cada vez.

O FIO E A FIAÇÃO  A fiação tem as suas origens no Mesolítico. Com a descoberta do fuso 12

(instrumento para fiar à roca), a técnica de fiação melhorou consideravelmente. Para além do rendimento de trabalho aumentar já foi possível obter fios mais finos e regulares. Segundo Robert Lowie (Manual d’ Anthropologie), o fuso teria sido inventado pelos povos do mundo antigo.Carregando a roca com a estriga, a fiandeira segura-se com a mão esquerda e com a outra o fuso. Puxa as fibras do linho da estriga e enrola-as com o polegar e o indicador da mão esquerda. Com a saliva e auxílio dos dentes, umedece e estica o fio para que este fique uniforme. O fio assim confeccionado, vai sendo enrolado no fuso com o polegar e indicador  da mão direita formando assim a maçaroca de fio. O fuso tem a particularidade de ter, na parte de cima, uma ranhura em espiral de quatro centímetros, para melhor segurar o torcido. Enquanto fia, sobre o colo caem-lhe as últimas arestas da planta. Mas, ao fiar, sempre surgem fibras mais curtas, que vêm alterar a espessura regular do fio. Para evitar esta situação, o fio é sempre levado á boca e, com os dentes, é retirado o inoportuno capão. Por estas razões, é um fato, o linho, quando retirado do fuso, apresenta-se úmido. Quanto mais torcidas as fibras ficarem, mais resistente ficara o fio. Depois de fiado é sarilhado.

ENSARILHAR: O fio que está enrolado no fuso, vai passar por outro objeto: o sarilho que, seguindo umas voltas inalteráveis, o ordenará em meadas. A DOBAGEM: O fio das meadas tem de ser passado a novelos, quer se destine à urdidura da teia quer a trama do tecido. A passagem do fio a novelos é feita através de um aparelho chamado dobadoira.

A TECELAGEM  A etapa que se segue é a da tecelagem que inclui a urdidura, colocação da teia no tear, e o tecer propriamente dita.

A URDIDURA: A urdideira é um equipamento com o qual se realiza a urdidura. Permite-nos obter um determinado número de fios têxteis, todos com o mesmo comprimento.  A urdidura envolve também uma série de conhecimentos técnicos e espírito de concentração. Só para montar a teia no tear, são precisas três pessoas. Depois de urdido numa “urdideira”, o fio que vai constituir a teia é montado no órgão traseiro do tear. À saída, a teia é cruzada em duas canas vieira – as encruzadeiras, seguindo para os liços (agrupados dois a dois), sendo a sua passagem alternada em cada liço: um fio da teia passa pelo liço traseiro e o outro pelo liço dianteiro. Enfiada nos liços, a teia passa pelo pente (constituído por 

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lâminas de bambú) e por pequenos orifícios chamados puas. Finalmente, os fios da teia são presos ao órgão dianteiro. Os pedais ou “prumideiras” são fixos ao chão numa extremidade, e presos aos liços respectivos. Montada a teia, coloca-se o tempereiro para manter a teia à mesma distância nas ourelas. Este trabalho é realizado de pé, encostada ao descanso do tear – cedoura ou banco. O algodão ou o linho da trama é na “dobadoira” e colocado num “caneleiro” para encher a “canela” que colocada na “lançadeira”. A cada passagem da trama há troca de liços (através do pedais). Estes movimentos repetem-se até concluir a tecedura.

O TEAR: Dum modo geral, os teares eram simples e constituídos por  homens habilidosos que utilizavam madeira de castanho, til ou pinho da terra. Os teares eram compostos por: - Duas prumideiras (pedais) - Dois órgãos de enrolar o fio e de enrolar o tecido; - As apanhas; - Os liços; - A queixa por onde passa o fio; - O pente; - As carrilhas; - Duas pombinhas; - Duas varinhas; - A chave do tear; - Os prumos; - Dormentes.

EMPREGO DO LINHO E A PRODUÇ PRODUÇÃO ÃO NO BRASIL Os fios de linho são usados na confecção de roupa de cama, roupa de mesa, lenços, panos para enxugar copos e louças, e tecidos para roupa em geral.  Além disso, como brim, para colchões, panos para velas e retrós de máxima resistência. Os tecidos de linho e meio linho reconhecem-se pelas marcas de qualidade. Mais vale as normas do MCE (Mercado Comum Europeu) e a lei quanto a caracterização de produtos têxteis. Prescrevem elas que produtos com urdume de algodão e trama de linho puro deverão ser marcadas como meio linho, desde que o linho não seja inferior a 40% do peso total do tecido desengomado. Deve, além disso, constar a indicação da composição “urdume algodão puro – trama linho puro”. 14

O cultivo, assim como o processo de produção da fibra, é muito caro, o que faz com que o tecido tenha um custo elevado. Para solucionar esse problema as indústrias têxteis produzem a fibra de linho misturada a outras fibras tais como: o algodão e a viscose; sem perder as suas características; além disso o linho recebe um banho de resina, dando a ele um aspecto de encerado que faz com que o tecido amasse menos.  A indústria de linho floresceu na Europa no século XVIII. No século XIX, a fibra fibra longa de linho foi ultrapassada pelo algodão como fibra de maior consumo, enquanto que a fibra curta foi substituída em grande parte pela juta. Durante o século XIX, foi utilizado para a confecção de roupas íntimas e só á partir  do século XX , tornou-se popular para blusas, paletós, saias, calças e outras peças do vestuário.  Atualmente no Brasil o único produtor de linho para os mercados de moda e decoração é o Linifício Leslie Fundado em 1951 pelo inglês Ezra Ezra Leslie Schama, teve inicialmente a produção voltada para a fabricação de tecidos de linho para roupa masculina. Na década de 60, expandiu com a produção de fios mais grossos para estabelecer-se no mercado de decoração. No final dos anos 50 a empresa optou pela não dependência da importação de fibra de linho, sua principal matéria prima, e iniciou o cultivo de linho em terras próprias, localizadas em Santa Catarina. Manteve assim o suprimento exclusivo de fibra nacional até meados dos anos 90, quando ficou mais vantajoso importá-la.  Atualmente a fibra é importada da França e da Bélgica, o que resulta em 240 mil metros de tecidos de linho produzidos por mês.  A fibra de linho importada, ao chegar à fábrica, passar por um período de aclimatação para absorver umidade. Em seguida é penteada e conduzida por  passadores de fiação afinando ainda mais as fibrilhas e formando fitas que são sucessivamente sobrepostas e estiradas para obter a regularidade nos fios. Os resíduos da fibra são todos reaproveitados. O Frio é urdido, tecido e acabado na fábrica. Este trabalho resulta em um tecido leve de puro linho sem defeitos O Linifício Leslie produz diferentes titulagens de fios, tece e acaba todos os seus tecidos na fábrica do Rio de Janeiro. Atualmente a empresa exporta 50% de sua produção.

DICAS DE MANUTENÇÃO PARA O USO DOMÉSTICO

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O linho deve ser lavado preferencialmente à seco. No entanto não há muito mistério para lavagem caseira. É um tecido que pode ser facilmente lavado com sabão neutro. Nunca deve ser deixado de moho, deve ser bem enxaguado e centrifugado, porém  jamais torcido. Para secar é importante deixar à sombra e estendido. Não misture com produtos que contenham cloro, pois pode amarelar a roupa. Para as roupas delicadas coloque-as dentro de uma fronha antes da máquina de lavar. Enxágüe bem para evitar manchar oxidadas. Estofados de linho necessitam apenas de uma escovada e aspirador para a limpeza. No caso das cortinas, estofados e carpetes é melhor optar pela lavagem a seco.

BIBLIOGRAFIA 16

FIBRAS TÊXTEIS - volume I / Pedro Pita Curso Técnico Têxtil / Erhardt / Blümcke / Märklin Märklin Manual de Engenharia Têxtil - Volume I Mário de Araújo / E. M. de Melo e Castro http://www.espigueiro.pt/destaque_semanal/35f4a8d465e6e1edc05f3d8ab658c551 .html http://www.cm-calheta-madeira.com/historia-linho.htm http://www.eb1-porto-n38.rcts.pt/linho/ http://www.almanaquedocampo.com.br/imagens/files/%C3%93leo%20de%20Linha %C3%A7a%20linho.pdf  http://www.fashionbubbles.com/moda/linho-antigos-tecidos-historia/ http://www.leslie.com.br/pt/empresa.html http://www.acija.org.br/index.php? option=com_content&view=article&id=177:jacarepagua-tem-a-unica-fabrica-delinho-do-brasil&catid=1:latest-news http://www.texbrasildecor.com.br/empresadetalhe.asp?C%C3%B3digo=13 http://www.citeve.pt/html-cache/writedoc__q1id_obj_--_3D2425229__- _3D_idc0_--_3D64__--_3D_idc1_--_3D35__--_3D_idc2_--_3D0__--_3D_l_- _3D_idc0_--_3D64__--_3D_idc1_-_3D35__--_3D_idc2_--_3D0__--_3D_l_- _3DPT__q20__q30__q41__q5.htm

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