69882409 Dufrenne Estetica e Filosofia
February 4, 2017 | Author: PaulaBraga68 | Category: N/A
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Próximo lançamento O Sistema dos Objetos Jean Baudrillard
A procura de um estatuto do objeto estético leva Mikel Dufrenne a se interrogar não só das relações entre Ciência e Filosofia como a redefinir "natureza" vendo-a prolongada na técnica e na prática humanas. Dufrenne compreende a experiência estética como ponto de partida de todas as rotas que a humanidade percorre: ela abre seu caminho à ciência e à ação. Ela manifesta a aptidão do homem para a moralidade. Arte e Semiologia I Expressividade do Abstrato I Estrutura e Sentido I constituem no livro alguns dos blocos-conceitos situados no cerne da especulação estética e filosófica contemporânea. ISBN 85-273-0136-9
9
788527
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egates e ates e ates
filosofia
mikel dufrenne -ESTÉTICA E FILOSOFIA ----,
Coleção Debates Dirigida por J. Guinsburg
mikel dufrenne ESTÉTICA E FILOSOFIA
SBD-FFLCH-USP
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Equipe de realização - Tradução: Roberto Figurelli; Revisão: Mary Amazonas Leite de Barros; Produção: Ricardo W. Neves e Heda Maria Lopes.
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EDITORA
PERSPECTIVA
Título do original: Esthétique et Philosophie © Editions KJincksieck
DEDALUS - Acervo - FFLCH-FIL
\IMIIII~lli\II!1 21000056131
SUMÁRIO 11/
7
Ir dução à edição brasileira
3' edição - 2' reimpressão
t'rrjácio:
A
'ontribuição da Estética à Filosofia
23
.........
A lgemeen Nederlands Tijdschrift voor Wijsbegeerte en Psychologie, Assen, 56-5, dez. 1962. Direitos reservados em língua portuguesa EDITORA PERSPECTIVA S.A. Av. Brigadeiro Luís Antônio, 3025 01401-000 - São Paulo - SP - Brasil Telefax: (O--ll) 3885-8388 "www.editoraperspectiva.com.br
à
I.
PROBLEMAS
FlLOSOFlCOS
DA ESTETICA'
35
() Belo NQ especial
da Revue
A. S. FI. DE PHI., iun-out.
1961
2002
5
Os Valores Estéticos Encvclopédie
..............
[rançaise,
tomo
XIX:
Filosofia.
48 Re-
ligião.
A Experiência
Intencionalidade Revue
li.
de Philosophie,
e Estética.
philosophique,
A "Sensibilidade Revue
Bruxelas, 1955.
.................
P. U. F., Paris, Paris,
89
1960, XIII,
2.
1966, XIX,
1.
E SEMIOLOGIA
A Arte é Linguagem? Revue
103
d'Esthétique , Paris,
Formalismo
Lógico e Formalismo
Annales
d'Esthétique,
A Crítica Literária: Revue
d'Esthétique,
Atenas,
Estrutura Paris,
Estético
150
1964.
e Sentido
169
1967, XX, 1.
Crítica Literária e Fenomenologia Revue internationale 68, 2-3.
A Propósito Revue
78
1954, 1-3.
Generalizadora"
d'Esthétique,
ARTE
60
Estética da Natureza
Revue intcrnationa!e XXX, 1.
'
de philosophie,
204
de Píndaro
d'Esthétique,
Paris,
187
Bruxelas, 1964,
1957, X, 2.
INTRODUÇÃO À Edição Brasileira
A ARTE
lIl.
Mal do Século? Revue
HODIERNA Morte da Arte?
d'Esthétique,
Objeto Estético
I,
Paris,
. . . . . . . . . . . ..
1964, XXII,
and Art criticism, eleve-
Da Expressividade do A bstrato. A propósito uma exposição de Lapoujade Revue d'Esthétique,
6
238
e Objeto Técnico
The Journal of Aesthetics land, 1964, XXIII, 1.
Paris,
215
3-4.
1961, XIV, 2.
de
257
Embora sem igualar a importância da fenomeno'ia no panorama da filosofia contemporânea, a esté11 'U Ienornenológíca é, hoje, uma das correntes de maior ('onsi tência no âmbito da estética. Sua história é rervntc. O ponto de partida, obviamente, deve ser provurudo na obra de Edmund Husserl. Apesar de Husserl 11 10 ler escrito uma estética, sua vasta obra contém ('h'Ill ~ uma qualidade que atribuímos ao objeto para expnrnir a experiência que fazemos de certo estado de nossa subjetividade atestada pelo nosso prazer: "como se, ao. chamarmos uma coisa bela, se tratasse de uma propriedade do objeto nele determinada por conc nos e, contudo, a beleza, separada do sentimento do sujeito, não é nada em Si"4. Será essa a última palavra de Kant? E por ser o belo St?1 conceito será necessário concluir que ele é d:sprovldo de toda objetividade? Afinal o prazer esteuco nos ~ d~d? E é o objeto que o desperta. Se·longe dos indivíduos se pautarem pelo objeto para julgarem sua beleza - "o juízo de gosto consiste precisamente em chamar uma coisa bela somente através da qualidade pela qual ela se acomoda ao nosso modo de tomá-la"~, ~ont,udo. é. a coisa que manifesta essa qualidade: S-,JUIZ.O~ .obJetlvo registrando-a, mesmo se ele se r fere a subjefivi ade. O fato de o belo não ser experimenta..do s:m que haja essa relação não significa que ele nao seja dado numa experiência irrecusável. Há um fat~ do belo, mesmo se esse fato é sempre um fato para nos. . . É esse fato, precis~mente, que interessa '~ @ e tnsplr~ o .seu empreendimento. Mas o que o interessa, \ c.~ ~nmel~~ lugar é, sem dúvida, o apoÍo que a expenencia estética pode dar à experiência moral. Há uma {1fima~ e entre essas uas experiências, testemunhada pela linguagem comum, visto que "designamos objetos belos com nomes que parecem fundados numa apre.iação mo.ral"6: falamos de um edifício majestoso, de uma campina ridente, de uma cor inocente ou modesta. , assim que as idéias estéticas que a poesia sugere, "estas representações da imaginação que dão muito a pensar sem que nenhum conceito lhes seja adequado" • em que ,tradução alguma seja possível na linguagem da prosa, tem algum parentesco com as idéias racionais suscitadas pela prática moral: o belo é o símbolo dO\ I cIlli ele não nos ensina o qüe é o 6em, pois o bem, 'orno a so uto, so pódé ser realizado e não concebido. Mas ele no-Ia sugere. E, so retudo, o belo insinua que somos ca azes de realizar o bem; pois o desinteresse, ~
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(4) (5) (6i
lbid., § 9. lbid., § 32. lhid., § SR.
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próprio do prazer esteuco, é o índice de nossa VOCJçao mora. 0- sentimento estético anuncia e prepara o sentimentà -moral: _"Eu concordo, de bom grado, que o interesse que se atribui ao belo na arte não seja prova de um .espírito vinculado ae bem moral. Mas, ao contrário, eu sustento que ter um interesse imediato pela beleza da natureza> é sempre o sinal uma alma boa ... "7 Observamos ue Kant, aqui, exalta o belo da natureza. E sendo isso constante em sua rcfl~recon uz-nos à objetividade do belo: ,t,ncontramos objetos na natureza que estimulam, em nós, a experiência esetica. E' essa experiência não interessa à filosofia transcendental só porque nos instrui sobre o sujeito, scbre o jogo de suas faculdades c, indiretamente, sobre sua aptidão para a mcralidade mas também porque nos esclarece sobre a natureza, sobre aquilo que Kant chama de "a possibilidade externa de uma natureza concordante", isto é, sobre o fato de.J!-Ilatur.eza se Rrestar à atividade intelectlli!." ôQ:SUjeito. Entre o diverso da in ulção "e a unidade de conceito, é possível o acordo requerido peio con eClmenta: o mundo é pensado porque é pensável. Isso no-Ia prova a experiência do belo. Assim a filosofia transcendental pode se completar graças a uma fi os afia da natureza ou, ao menos, graças a um tema que esboça uma filosofia da natureza. E o privilégio cencedido à natureza repercute, ao mesmo tempo, a teoria a arte: "a arte deve ter a a arência da natureza, aina que se tenha consciência de que se trã a de a íe'"; e, sobretudo, na teoria do artista: se a obra de arte deve ter a aparente liberdade de um produto da natureza é porque a regra que preside à sua produção é dada pela natureza, a qual se manifesta através do homem com gênio pois o gênio é esta espontaneidade cega "dada pe a regra enquanto natureza"; o que se chama, algumas vezes, de uma força da natureza. Assim, junto com as obras de gênio, também é a natureza ue testemunha e que nos torna participantes de sua disponibilidade. ' . Não há po tanto idéia do belo como não há regra d~finitiy.a para Rroduzit 0 obje o 5elo. ~O ófijêío natural (7) (R)
42
Ihid., l bid ..
*
42. § 45.
ou a obra de gênio é que são belos, modelos-a mesmo rernpo exemplares e inimitáveis. Poderá ege ajudarn s a ir mais longe? Para dizer a verdade, nós já nos (IV nturamos em suas paragens. É em Hegel ue se i: plicita a idéia apenas esboçada por Kant de 11l11areconciliação ntre a natureza c o espírito. ,egel, ~im duvida, se interessa antes de tudo pela arte. Ele não elabora como Kant, uma teoria do juízo estético mas ma teoría da arte e do seu devir. Do seu devir, porque, com Hegel, uma nova idéia conquistou direito d cidadania em filosofia: a idéia de história. Ficamos saben o que os semblantes do be o são múltiplos e sua diversidade é irredutível afravés do tempo. Mas isso nâ nos deve conduzir a um relativismo ou a um ceticismo superficiais, pois o devir é pensado por Hegel sob os auspícios da dialética: obedece a uma necessidade lógica, gue o orienta e o racionaliza (a tal ponto que quase deixa de ser devir: é um problema momentoso - que não será por nós aqui abordado - saber em que medida a dialética pode recuperar a história e se o lógico não corre o risco de suprimir, de alguma forma, o cronológico por ele suscitado e ilustrado). Mas se esse devir é um devir lógico, é, por acaso, ~ um devir da idéia? Não. Não há mais idéia do BelO\~'-ot em Hegol; ffi•• o belo ê a idêiaffie
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