6569 - Noções Gerais Sobre a Pele e Sua Integridade
Short Description
manual da ufcd 6569 - noções de pele e sua integridade...
Description
Noções gerais sobre a pele e sua integridade Código IEFP: 6569 Autor(a):
1
Conteúdo DESENVOLVIMENTO....................................................................................... 3 1.
A ESTRUTURA DA PELE.............................................................................. 3
2.
AS FUNÇÕES DA PELE................................................................................ 7
3.
O ENVELHECIMENTO DA PELE...................................................................8 a.
Alterações na estrutura da pele e alterações na capacidade funcional da pele..............8
b.
Implicações para a prestação de cuidados de saúde..............................................8
c. A integridade cutânea e compromisso da integridade cutânea e as implicações para a saúde e qualidade de vida do indivíduo...................................................................9 4.
CUIDADOS A TER PARA MANUTENÇÃO DA INTEGRIDADE CUTÂNEA..........10 a.
Cuidados de higiene e conforto....................................................................10
Produtos de higiene e hidratação e a sua adequação aos diferentes tipos de pele..............10 b.
Alimentação e hidratação: a importância de uma boa alimentação e hidratação....16
c.
A mobilidade e alternância de posicionamentos................................................17
d.
O vestuário: a utilização do vestuário adequado................................................19
e.
A manutenção de um ambiente seguro: redução de risco de queda e de acidentes.......19
5.
FACTORES DE RISCO PARA O APARECIMENTO DE FERIDAS E ÚLCERAS......21
6.
FERIDAS AGUDAS E FERIDAS CRÓNICAS: CONCEITOS...............................22
7.
ÚLCERAS DE PRESSÃO............................................................................. 22
8.
A FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO.............................................................24
9. TAREFAS QUE EM RELAÇÃO A ESTA TEMÁTICA SE ENCONTRAM NO ÂMBITO DE INTERVENÇÃO DO/A TÉCNICO/A AUXILIAR DE SAÚDE................................25 2
a. Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão directa........................................................................................... 25 b. Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode executar sozinho/a...................................................................................................... 25 BIBLIOGRAFIA.............................................................................................. 26
DESENVOLVIMENTO 1. A ESTRUTURA DA PELE
A pele forma um envoltório para as estruturas do corpo e substâncias vitais (líquidos), formando assim o maior órgão do corpo. A pele é composta de: Epiderme: camada celular superficial. Derme: camada de tecido conectivo profunda.
Epiderme A epiderme, ou cutícula, não é vascularizada, consiste de epitélio estratificado, amolda-se perfeitamente sobre a camada papilar da derme, e varia 3
de espessura em diferentes partes. Em alguns lugares como na palma da mão e planta dos pés, ela é espessa, dura e de textura córnea. O epitélio estratificado da epiderme compõe-se de várias camadas denominadas de acordo com diversas categorias, tais como o aspecto das células, textura, composição e posição. Essas camadas são, de superficial para profundo: estrato córneo, estrato lúcido, estrato granuloso, estrato espinhoso e estrato basal. O estrato córneo é remanescente das células que contém uma proteína fibrosa, a queratina.
A coloração da pele se deve aos pigmentos nas células da epiderme. Este pigmento é mais distinto nas células da camada basal. O pigmento (melanina) consiste em grânulos muito pequenos, marron-escuro ou pretos, intimamente 4
agrupados,
dentro
das
células.
Derme A derme, cório, cútis verdadeira ou pele verdadeira é rija, flexível e elástica. É mais espessa na superfície dorsal do corpo que na ventral e na parte lateral mais que na medial dos membros. Nas pálpebras, escroto e pênis é excessivamente fina e delicada. A pele consiste em um tecido conjuntivo com quantidade variável de fibras elásticas e numerosos nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. O tecido conjuntivo se dispõe em duas camadas: uma profunda ou reticular e a outra superficial ou papilar. A camada reticular consiste de tecido conjuntivo fibroelástico, composto sobretudo de feixes colágenos. As células desta camada são principalmente fibroblastos e histiócitos. Nas camadas mais profundas da camada reticular encontram-se glândulas sudoríparas, sebáceas, folículos do pêlo e pequenos acúmulos de células. A camada papilar consiste em numerosas eminências vasculares altamente sensitivas, as papilas. As papilas são pequenas eminências cônicas de extremidades
arredondadas
ou
dilatadas.
5
Tecido Subcutâneo A derme está situada sobre a tela subcutânea. Esta última camada não é considerada como pertencente à pele e por isso é chamada de tela ou tecido subcutâneo ou hipoderme. O tecido subcutâneo é composto principalmente por tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo. Ela desempenha duas funções principais: auxilia a isolar o corpo das variações extremas do meio ambiente e fixa a pele às estruturas subjacentes. Poucas áreas do corpo não possuem esse tecido; nestes locais, a pele está fixada diretamente no osso. A pele das articulações e dos dedos apresenta dobras e é enrugada porque está aderida ao osso.
Anexos da Pele Os anexos da pele são as unhas, os pêlos e as glândulas sudoríparas e sebáceas com seus respectivos ductos. 6
Unhas: são estruturas achatadas, elásticas, de textura córnea, aplicadas sobre a superfície dorsal das falanges distais. Cada unha está implantada por uma porção chamada raiz em um sulco da pele; a porção exposta é denominada corpo e a extremidade distal, borda livre. A unha é firmemente aderente ao cório e exactamente moldada sobre a superfície; a parte de baixo do corpo e da raiz da unha é chamada matriz da unha porque é esta que a produz. Próximo a raiz da unha o tecido não está firmemente aderido ao tecido conjuntivo, mas apenas em contacto com o mesmo; por isso esta porção da unha é esbranquiçada e chamada lúnula devido a sua forma.
7
2. AS FUNÇÕES DA PELE O tegumento ou pele cobre a superfície do corpo protegendo-o das influências ambientais danosas. Como a pele é facilmente acessível, ela é importante nos exames físicos. A pele tem como funções: Proteção do corpo contra o meio ambiente, abrasões, perda de líquido, substâncias nocivas e microorganismos invasores. Regulação do calor através das glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos. Sensibilidade por meio dos nervos superficiais e suas terminações sensitivas.
8
3. O ENVELHECIMENTO DA PELE
a. Alterações na estrutura da pele e alterações na capacidade funcional da pele A pele apresenta, com o avançar da idade, diminuição da espessura epiderme-derme; redução da elasticidade e da secreção de sebo pelas glândulas sebáceas; resposta imunológica comprometida; decréscimo do número de glândulas sudoríparas; diminuição do leito vascular com fragilidade dos vasos sanguíneos. Assim, evidencia-se a necessidade de cuidados específicos para a pele do idoso que atendam às alterações do sistema tegumentar. Divide-se o envelhecimento cutâneo em:
Intrínseco ou cronológico;
Extrínseco ou fotoenvelhecimento.
A diminuição de espessura da epiderme e derme e a diminuição da gordura subcutânea manifesta-se fisicamente em rugas. O envelhecimento intrínseco é caracterizado por atrofia da pele, traduzindo-se em rugas finas. Cerca de 85% das rugas na pele envelhecida deve-se ao envelhecimento extrínseco. Estas caracterizam-se por serem profundas.
9
b. Implicações para a prestação de cuidados de saúde. A higiene e conforto (gestão de factores internos externos de conforto/desconforto) De acordo com Mota et al (2011), as causas, associadas ao trauma mecânico, mais comuns incluem os movimentos da pessoa ou cuidador associados aos produtos de apoio (ajudas técnicas), equipamentos médicos, mobiliário ou fatores ambientais. Sendo assim, os mais comuns são:
Um traumatismo, como por exemplo ao bater nas grades da cama, cadeira de rodas, mobiliário ou outros equipamentos;
Transferência da cama ou cadeira;
Quedas
Durante os cuidados de higiene, e ao vestir e despir a roupa;
Imobilizações (membros superiores e inferiores);
Remoção de pensos ou de outro material adesivo;
Entre outros
c. A integridade cutânea e compromisso da integridade cutânea e as implicações para a saúde e qualidade de vida do indivíduo
Simples actos permitem manter a integridade cutânea do doente, sendo que destes destacam-se os seguintes:
Cumprir os princípios de transferências e mobilizações dos doentes, minimizando as forças de fricção e torção; 10
Evitar os cuidados de higiene por rotina. De acordo com LeBlanc et al (2008), para grupos de risco é recomendável o banho a cada 2 dias;
Lavar a pele com água morna e sabão com pH ácido (LEBLANC e BARANOSKI, 2011);
Evitar a fricção, como modo de secagem da pele;
Não massajar a pele com risco de quebra cutânea;
Utilizar emolientes hipoalergénicos, para lubrificação da pele, pelo menos 2 vezes por dia. Aplicar depois do banho com o corpo ainda húmido, mas não molhado (LEBLANC e BARANOSKI, 2011);
Manter as unhas cortadas (MOTA et al, 2011);
Promover um ambiente seguro, e remover prováveis causas de trauma;
Acolchoar equipamentos que possam causar trauma (MOTA et al, 2011);
Evitar produtos adesivos e se se utilizar pensos secundários, dar preferência
a
não
aderentes
ou
com
silicone
(LEBLANC
e
BARANOSKI, 2011);
11
4. CUIDADOS A TER PARA MANUTENÇÃO DA INTEGRIDADE CUTÂNEA
a. Cuidados de higiene e conforto Produtos de higiene e hidratação e a sua adequação aos diferentes tipos de pele Objetivo do Banho Proporcionar higiene e conforto; Estimular a circulação, a respiração da pele e o exercício; Manter a integridade da pele; Fazer observação física da pessoa; Favorecer / estimular a independência da pessoa.
ATENÇÃO! Algumas pessoas idosas, doentes ou com incapacidades podem, às vezes recusar tomar banho. Pode ser que a pessoa tenha dificuldade para mover-se e tenha medo da água ou de cair, pode ainda estar deprimida, sentir dores, tonturas ou mesmo sentir-se envergonhada de ficar exposta à outra pessoa, especialmente se o cuidador for do sexo oposto. É preciso que o cuidador tenha muita sensibilidade para lidar com essas questões. Respeite os costumes da pessoa cuidada e lembre que confiança conquista-se com carinho, tempo e respeito. 12
Tipos do Banho Banho de chuveiro Banho de banheira (emersão) Banho na cama
Banho no chuveiro O banho de chuveiro pode ser feito com a pessoa sentada numa cadeira de plástico com apoio lateral colocada sobre tapete antiderrapante, ou em cadeiras próprias para banhos, disponíveis no comércio.
Cuidados Básicos Verificar
indicações
e
precauções
específicas
em
relação
ao
movimento e posicionamento;
13
Verificar entubações e localização dos cateteres e sondas (soros, algálias); Avaliar a necessidade do banho. Ter sempre à mão: Material para a higiene genital: gel de banho, gazes ou esponja, urinol ou aparadeira Saco plástico para roupa suja; Roupa limpa para o idoso, e fralda, caso seja necessário;
Material Roupa de cama
Luvas
Roupa da pessoa
Desodorizante
Toalhas de banho
Creme hidratante
Esponjas de banho
Fralda
Bacia com água Material de higiene oral Sabão Escova de cabelo
descartável
(se
necessário) Saco de sujos Saco para a roupa suja Tesoura Avental plástico
14
Princípios básicos Organizar o material Ajustar a altura da cama
Diminui a tensão sobre os músculos do dorso do prestador de cuidados
Lavar as mãos
Diminui a transmissão de microorganismos
Calçar as luvas Posicionar a pessoa em decúbito dorsal
Manter a pessoa confortável durante o banho
Procedimento 1 Mover a pessoa na direção do prestador de cuidados a
Auxilia o profissional a ter acesso à pessoa
b
O profissional ao não curvar-se sobre a cama está a reduzir a tensão sobre os músculos do dorso
2
Soltar a roupa de cima da cama, nos pés e retirar coberta e cobertores a
A remoção da roupa evita que esta se suje ou molhe
b
Facilita a intervenção do profissional 15
c
Usa-se o lençol de cima para cobrir a pessoa caso não haja toalha de banho
3
Despir a pessoa a
Se a pessoa tiver pijama vestido, despir em primeiro lugar a parte superior do corpo
4
Colocar a toalha longitudinalmente sob o membro a lavar, bem acima sob a axila a
Garante que a base da cama se mantenha seca
b
Iniciar a lavagem pelo lado mais afastado evitando tocar a área limpa
5
Lavar/secar os membros superiores a
Lavar com água e sabão
b
O sabão facilita a remoção de resíduos e bactérias
c
Fazer movimentos longos e firmes da parte distal para a proximal, na direção do ombro
d
Os movimentos firmes e longos estimulam a circulação
e
Levantar a apoiar o braço acima da cabeça enquanto lava cuidadosamente a axila
6
f
Secar cuidadosamente e com especial cuidado a axila
g
O excesso de humidade causa maceração da pele
Lavar/secar as mãos 16
7
Colocar
toalha
sobre
o
tórax,
desdobrando-a
em
simultâneo com o lençol até ao umbigo
8
a
Evita a exposição desnecessária
b
Proporciona calor e mantém o lençol seco
Lavar/secar o pescoço, o tórax e o abdómen a
Levantar a toalha ligeiramente
b
Manter o tórax da pessoa coberto entre os períodos de lavagem
c
Dar especial atenção à zona infra-mamária na mulher
d
Secreções e sujidade acumulam-se facilmente nas áreas de pregas cutâneas
e 9
Secar bem – a humidade causa maceração
Colocar a toalha longitudinalmente debaixo do membro inferior a lavar a
Garante que a base da cama se mantenha seca
b
Evita a exposição desnecessária
c
Verificar se o períneo está coberto
d
Iniciar a lavagem do lado mais afastado
e
Ao lavar usar movimentos longos e firmes
f
Estimula a circulação 17
10 Lavar/secar pés a
Colocar a bacia na cama sobre a toalha, elevar o pé e colocá-lo na bacia
b
O pé pode ficar imerso durante algum tempo para amaciar calosidades e pele
c
Secar o pé com especial atenção entre os espaços interdigitais
11
d
Impede o crescimento de fungos
e
Evita a maceração da pele
Lavar/secar genitais
12 Posicionar a pessoa em decúbito lateral a
Colocar toalha longitudinalmente, dobrando o lençol até às coxas
b
Evitar a exposição desnecessária e manter o calor
13 Lavar/secar o dorso, região nadegueira e perianal, do pescoço para as nádegas a
Movimentos longos e firmes
b
No sentido da parte limpa para a mais suja
c
Ter atenção às pregas cutâneas próximas às nádegas e ânus
d
Podem conter secreções fecais 18
14 Retirar as luvas 15 Mudar roupa da cama a
Base da cama
b
Colocar roupa suja em saco próprio
c
Manter a pessoa em decúbito lateral e se necessário colocar fralda
d
Colocar pessoa em decúbito dorsal
16 Aplicar loção hidratante e vestir a pessoa… a
Se uma extremidade está lesada (p. ex. paralisia por AVC)
b
Vestir primeiro o lado afetado
b
Alimentação e hidratação: a importância de uma boa alimentação e hidratação
A pele é o maior órgão do corpo humano, sendo formada por duas
camadas: epiderme e derme. A sua função está relacionada à protecção contra danos mecânicos, microrganismos e radiação. Além disso, a pele mantém o equilíbrio com o meio externo, para garantir a manutenção vital interna.
A deficiência de certos nutrientes pode acarretar manifestações
cutâneas. A alimentação tem papel fundamental, pois fornece substâncias necessárias às células, nutrindo-as. 19
A nutrição interna reflecte no meio externo (pele). Para ter uma
pele saudável, bem hidratada e nutrida, a dieta deve ser equilibrada: rica em fibras, cereais integrais e vegetais crus. Também é necessário reduzir o consumo de doces e gorduras. E o mais importante: tomar muita água para hidratar a pele de dentro para fora.
Vitamina C (síntese de colagénio), vitamina A, complexo B e
zinco melhoram o aspecto da pele e dão integridade ao epitélio. Fontes de carotenóides (vegetais alaranjados) hidratam a pele, deixando-a macia, combatem radicais livres e protegem contra os raios solares. Outros nutrientes necessários são o ômega-3 e a vitamina E, por terem funções anti-inflamatórias e impedirem a peroxidação dos lipídeos.
c
A mobilidade e alternância de posicionamentos
Com alterações da mobilidade, é fundamental que o profissional
de saúde tenha atenção redobrada com a pele da pessoa cuidada e a alternância de posicionamentos.
Para que haja um correcto posicionamento, existem determinadas
técnicas de posicionamento dos doentes: Evitar arrastar o doente –levantar! Distribuir o peso do doente no colchão, evitando zonas de pressão. Colocar o doente em posições “naturais”. (respeitando o alinhamento corporal). Reposicionar doentes em intervalos de 3-4 20
Posicionamentos
Decúbito Dorsal
Decúbito lateral 21
Cuidados a ter na prevenção do pé equino
Consiste numa flexão plantar do pé, arqueamento da articulação do tornozelo na
direcção do solo, pé descaído, arqueando-o e impedindo-o de tocar no chão na tentativa da marcha; marcha sobre os dedos do pé (o pé não pode ser mantido na posição normal nem em dorsiflexão), associada a repouso prolongado na cama sem o alinhamento adequado e à pressão sobre o pé de roupa de cama pesada.
d
O vestuário: a utilização do vestuário adequado
O vestuário a utilizar em doentes dependentes, especialmente em
doentes acamados, deve ter como princípio a não formação de zonas de pressão excessiva nem “vincos” no seu vestuário.
Aconselha-se ainda o corte da parte posterior da roupa do
acamado para que permita um contacto apenas com os lençóis e resguardos da cama.
A roupa deve ter como principais características o facto de ser
composta na sua maioria por algodão (evita a transpiração e a irritação da pele) e 22
tecidos maleáveis (especialmente importante para doentes acamados com alterações da mobilidade ou paralisias).
e
A manutenção de um ambiente seguro: redução de risco de queda e de acidentes
As quedas são uns dos principais problemas que as instituições de saúde e os familiares em casa têm com os idosos. A dificuldade em prevenir as quedas em pessoas com características especiais tanto pela sua debilidade física como mental aumenta a problemática. a. Fatores de risco i. Fraqueza muscular ii. Problemas de equilíbrio iii. Problemas visuais iv. Necessidade de urinar frequentemente v. Movimentos e reflexos mais lentos vi. Andar cambaleante vii. Calçado mal ajustado viii. Roupas inadequadas (p.ex. camisas de dormir) ix. Má utilização de cadeiras de rodas de andarilhos x. Manobras para chamar a atenção b. Causas i. Alterações da visão 23
ii. Alterações da audição iii. Alterações nas articulações iv. Alterações na tensão arterial v. Efeito de medicamentos vi. Ambiente desconhecido vii. Pavimento e calçado viii. Mobiliário e escadas c. Prevenção i. Prática de exercício ii. Vigilância da medicação para evitar erros e possíveis excessos iii. Sapatos bem ajustados e antiderrapantes iv. Evitar o uso de chinelos v. Não usar camisas de noite nem robes compridos vi. Cobertores e colchas não devem ser compridos vii. Limpar o chão caso haja algum derrame e não permitir que o idoso ande sobre superfícies húmidas viii. Usar tapetes que cubram o chão todo ou com antiderrapante ix. Mobília sem rodas e sem arestas aguçadas x. Camas e sofás não muito altos xi. Todas as cadeiras com apoio de braços xii. Interruptores acessíveis xiii. Usar barras de apoio junto a sanitas e banheiras xiv. Usar tapete antiderrapante na banheira
24
5. FACTORES DE RISCO PARA O APARECIMENTO DE FERIDAS E ÚLCERAS
Os principais factores de risco para o aparecimento de feridas e úlceras de pressão são os seguintes:
Intensidade da pressão: Quanto maior é intensidade da pressão, maior é o risco de desenvolver úlcera Duração da pressão: Quanto mais tempo durar a pressão, maior é o risco de úlcera Tolerância dos tecidos para suportarem a pressão: Quanto menor for a tolerância da pele para suportar a pressão maior é o risco de úlcera Humidade da pele: Quanto mais húmida for a pele maior é o risco de úlcera Perda de sensibilidade: Quanto menor for a sensibilidade maior é o risco de úlcera Diminuição da força muscular: Quanto menor for a força muscular maior é o risco de Úlcera Diminuição da mobilidade: Quanto menor for a mobilidade maior é o risco de úlcera. Incontinência: A presença de incontinência (urinária e fecal) aumenta o risco de úlcera Hipertermia: Aumenta o risco de úlcera Anemia: Aumenta o risco de úlcera Desnutrição proteica: Aumenta o risco de úlcera Tabagismo: Aumenta o risco de úlcera Idade avançada: Aumenta o risco de úlcera 25
6. FERIDAS AGUDAS E FERIDAS CRÓNICAS: CONCEITOS
Ferida aguda:
As feridas agudas podem ser traumáticas ou cirúrgicas e “geralmente” cicatrizam por 1ª intenção. Ferida crónica:
As feridas crónicas demoram mais tempo do que o esperado e geralmente estão associadas a problemas como diabetes e/ou insuficiência venosa, etc (cicatrizam por 2ª intenção). São exemplos de feridas crónicas as úlceras de pressão, da perna, feridas do pé diabético, feridas neoplásicas, feridas infectadas, queimaduras 4º grau, entre outros.
7. ÚLCERAS DE PRESSÃO
“As Úlceras de Pressão são áreas da superfície corporal localizadas que sofreram exposição prolongada a pressões elevadas, fricção ou estiramento, de 26
modo a impedir a circulação local, com consequente destruição e/ou necrose tecidular.” (DGS, 2007). a
Classificação das úlceras de pressão
Grau I
Presença de eritema cutâneo que não desaparece ao fim de 15 min de alívio da pressão. Apesar da integridade cutânea, já não está presente resposta capilar.
Grau II
A derme, epiderme ou ambas estão destruídas. Podem observar-se flictenas e escoriações.
Grau III
Ausência da pele, com lesão ou necrose do tecido subcutâneo, sem atingir a fáscia muscular.
Grau IV
27
Ausência total da pele com necrose do tecido subcutâneo ou lesão do músculo, osso ou estruturas de suporte (tendão, cápsula articular, etc.).
Os locais mais frequentes de desenvolvimento de úlceras de pressão
encontram-se ilustrados na figura. Os locais onde é mais frequente surgirem úlceras de pressão são a região do sacro, região trocantérica e calcanhares. Qualquer zona do corpo que esteja sujeita a uma pressão não aliviada é passível de desenvolver úlcera de pressão (cabeça, orelhas, braços, pernas, etc.)
8. A
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO 28
Factores locais
São factores ligados à ferida, que podem interferir no processo cicatricial,
tais como a dimensão e profundidade da lesão, grau de contaminação, presença de secreções, hematoma e corpo estranho, necrose tecidular e infecção local. Factores sistémicos
São fatores relacionados com o doente, como, por exemplo:
Faixa etária:
A idade avançada diminui a resposta inflamatória.
Estado Nutricional:
O estado nutricional interfere em todas as fases da cicatrização.
A hipoproteinemia diminui a resposta imunológica, síntese de colagénio
e função fagocitica.
Doenças Crónicas:
Enfermidades metabólicas sistémicas podem interferir no processo
cicatricial.
Terapia Medicamentosa Associada:
A associação medicamentosa pode interferir no processo cicatricial,
como, por exemplo:
- anti-inflamatórios,
- antibióticos,
- esteróides e
- agentes quimioterápicos.
Cuidados do profissional 29
O Técnico Auxiliar de Saúde deve, ao realizar prestação de cuidados ao
doente, ter em atenção a não conspurcação dos pensos e eventualmente ou consequentemente da ferida, bem como manter a zona do penso limpa e seca.
9. TAREFAS QUE EM RELAÇÃO A ESTA TEMÁTICA SE ENCONTRAM NO ÂMBITO DE INTERVENÇÃO DO/A TÉCNICO/A AUXILIAR DE SAÚDE
a
Tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão directa Sob a supervisão directa de um profissional de saúde, o Técnico Auxiliar
de Saúde deve promover boas práticas de prestação de cuidados de saúde e auxilio ao enfermeiro na realização de tratamentos a feridas ao doente. b
Tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode executar sozinho/a
O Técnico Auxiliar de saúde pode executar sozinho tarefas de
hidratação, massagem e limpeza da pele do doente. Por outro lado, deve ainda, através dos conhecimentos adquiridos estar alerta para situações de risco ou presença de ferida ou úlcera de pressão, avisando o enfermeiro da situação. 30
BIBLIOGRAFIA Manual para prevenção de lesões de pele : recomendações baseadas em evidências. Rio de Janeiro : Rubio, 2012. Fisioterapia do Sistema Tegumentar : melhores práticas. Ed. lit. Marilyn Moffat. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2007 VIVIER, Anthony du - Atlas de dermatologia clínica. 2ª ed. Sao Paulo : Manole,
1997
31
View more...
Comments