50 Manual Do Ministério de Música Reformado - D. Martins

September 24, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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1 M Manual   anual do Ministério de Música Reformado, D. Martins, 2018. Proibida a reprodução por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos, xerográficos, fotográficos), fotográficos), a não ser em citações com indicação de fonte. Todas as citações bíblicas, salvo indicação contrária, foram extraídas da versão Genebra Revista e Atualizada, publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil e Editora Cultura Cristã. Manual do Ministério de Música Reformado. Este material é parte do trabalho acadêmico de D. Martins - Princípios Reformados aplicados à música eclesiástica. Este trabalho busca a excelência da adoração musical. Somos reformados, logo, queremos desenv desenvolver olver uma música que carreque em seu conteúdo e desenvolvimento o mesmo zelo, amor e alegria que a teologia ortodoxa. Oro para que Deus levante músicos que desempenhem com excelência sua função. Clamo por uma

 

reforma musical dentro da Igreja Reformada. Que o Senhor nos abençoe. A ele, toda a glória pelo séculos dos séculos. Amém. D. Martins  Martins Brasília, 2018

 

MÚSICA REFORMADA ESTÁ DEFORMADA? O diagnóstico é lamentável: há Igrejas Reformadas com música deformada. Muitas denominações renderam-se ao atual mercado fonográfico gospel, consomem irrefletidamente suas músicas, são cânticos saturados de conceitos arminianos, com ênfase na psicologia moderna, teologia da libertação e da prosperidade, além de conceitos da batalha espiritual 1. Ao importar essas músicas para o culto reformado, empobrece-se o ensino, descaracteriza-se a liturgia, oferta -se um culto menos bíblico. A atual música eclesiástica traz distorções, abusos e até incita a ridicularização do evangelho da cruz. Um dos marcos da Reforma Protestante foi a coerência entre a teologia e a música. Logo no seu início, em toda a Europa Medieval, o movimento reformado impactou o mundo com sua

 

produção musical. O historiador Noll relatou que 1 LOPES, Augustus Nicodemus. Conselhos a um jovem pastor sobre o grupo de louvor da sua igreja. Disponível em: http://tempora-mor http://tempora-mores.blogspot.com es.blogspot.com/2006/07/conse /2006/07/conselhos-um-jovem lhos-um-jovem-pastor-sobre -pastor-sobre-o.html. -o.html. Acesso em 10 de Abril de 2018. [...] nós, reformados, já perdemos a batalha por um culto simples, espiritual, teocêntrico e equilibrado. O movimento gospel veio para ficar. [...] São cânticos permeados de conceitos arminianos, neopentecostais, da teologia da prosperidade e da batalha espiritual, característicos daquilo que é produzido pelos músicos e cantores gospel da atualidade .4

“a enxurrada de hinos protestantes que inundou a Europa juntamente com as primeiras crises da Reforma criou dificuldades incomuns para a Igreja Católica Romana”2. A adoração por meio da música eclesiástica tornou-se uma das marcas do antigo movimento protestante. “O canto congregacional estava associado ao protestantismo de maneira tão profunda e os protestantes foram tão eficazes na utilização dos hinos que alguns personagens importantes da Igreja Católica por breve tempo consideraram a proibição da música nas missas” 3. Atualmente, a música utilizada no culto público carece desta condescendência teológica, necessita urgentemente de um amoldamento aos princípios reformados. Muito das músicas atuais são antibíblicas, futilmente recreativas, performáticas, acéfalas e apelativamente sensitivas. A música eclesiástica deve carregar em sua letra, melodia e expressão a mesma vitalidade, afeição e significância que a Teologia Reformada. Afinal, um culto reformado requer uma música reformada 4. A música segundo o refor 2 NOLL, Mark A. Momentos decisivos na história do Cristianismo. São Paulo: Cultura Cristã, 2000. p. 206. 3 Ibidem. 4 “O fato de a fé reformada exigir adoração reformada não deveria nos surpreender.” JOHN

mador João Calvino tem poder de inculcar e reforçar valores, como também de corromper costumes e silenciar a moral. Platão considerando o poderoso recuso pedagógico da música, afirmou: “Deixe-me escrever as canções de uma nação, e não me preocuparei com quem faz as suas leis. 5” Vanhoozer, sobre o efeito da música, afirmou que ela “forma nossa

 

imaginação e, como consequência, nossa sensibilidade relativa ao que se encaixa na ordem criada (e redimida).6” E completou: “A imaginação, em particular nas artes, é o meio vital para perceber e recomendar o bom, verdadeiro e o belo ocultos e revelados em Cristo. 7” A arte musical tem ingerência na construção da cosmovisão da Igreja, conscientes dessa capacidade reconstituíram a música como instrumento de transmissãoos daReformadores fé bíblico-reformada. A necessidade de reforma musical é urgente, não trata-se de um preciosismo estético ou de um requinte excessivo e artificial. A SON, Terry. Adoração Reformada. Brasília: Monergismo, 2014. p.14. 5 ASMSTRONG, Jonh H. Ministério Pastoral segundo a Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2007 6 VANHOOZER, Vin J. Quadros de uma exposição teológica. Brasília: Monergismo, 2018. p. 133. 7 Idem.5

música eclesiástica não pode ser reduzida à mera arte, ela não é um elemento anódino ou um embromo litúrgico. Antes, a música eclesiástica é o espelho da espiritualidade coletiva, o retrato radiográfico do corpo de Cristo. Por esta razão, precisamos orar, estudar e desenvolver com zelo e paixão a música eclesiástica reformada. O presente trabalho apresentará os elementos necessários para esta reforma. No primeiro capítulo o leitor será conduzido a uma teologia bíblica da música, lançando as bases de uma construção ortodoxa. No segundo capítulo uma metodologia musical será desenvolvida com o objetivo de instrumentalizar os reformados do século XXI na correta adoração a Deus.

D. Martins Brasília, 2018

 

CAPÍTULO 1 UMA PERSPECTIVA BÍBLICA DA MÚSICA  A MÚSICA NO ANTIGO TESTAMENTO Amúsica é um tema recorrente na Escritura Sagrada, a primeira menção encontra-se em Gênesis 4.21, onde Jubal é denominado como o “pai de todos que tocam harpa e flauta”. Esta referência musical remonta a uma era antes da formação da nação de Israel, expressa um sentindo funcionalmente neutro, pois, não está associado à religião nem à adoração 8. Existem citações bíblicas a respeito da música nos diversos aspectos da vida 9

do antigo povo hebreu como no banquetes, 10. trabalho, militares, na corte e nos, haréns Destaca-se, porém, afestas, músicaincursões cultíca, pois tanto no Antigo como no Novo Testamento há porções relevantes que abordam este tema. Introdutoriamente, neste capítulo serão estudadas algumas perícopes que descrevem a natureza, conteúdo e forma da música utilizada na adoração judaico-cristã.

DEFINIÇÃO 8 Enciclopédia da Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. p. 409-424. 9 Dicionário Ilustrado da Bíblia. Co editores: F.F. Bruce e R.K. Harrison. São Paulo: Vida Nova, 2004. p. 10993 Cf. Gn 31.27, Ex 32. 17,18, Nm 27.17, Jz 11.34,35; Is 16.10, Jr 48.33, Is 5.12, 24.8-9.

A palavra música deriva do termo grego mousikós mousikós que  que significa “a arte das musas”. Segundo a mitologia grega Euterpe, uma das nove musas, criou os instrumentos de sopro e como seu nome sugeria ela promovia prazer e alegria aos homens, sendo considerada a musa da música. Entretanto, a palavra música com o decorrer do tempo, semanticamente, perdeu sua conotação pagã, referindo-se apenas a arte de organizar coerentemente os sons e o silêncio, usando o princípio da melodia, harmonia e ritmo.

 

No Antigo Testamento há alguns termos que designam nuances da arte musical, um dos principais é hallu [   ‫ ]ה‬que significa júbilo, exultação, louvor. Acompanhada da contração Yah [   ‫ ]י‬que deriva do nome divino Yahweh [‫]יהוה‬, ambos os termos conotam a atitude sincera em elogiar os atributos de um ser superior. Pela construção halluyah [   ‫ה‬  ‫ ]י‬alguns aspectos do louvor por meio da arte musical são levantados. Primeiro, o louvor é um imperativo, halluyah literalmente significa “louvai vós ao Senhor”. O adorador recebe a ordem de reconhecer as perfeições da pessoa de Deus. Segundo, o louvor é coletivo, este termo em alguns salmos implica na convocação do culto público de Israel (Salmo 136). Terceiro, o louvor é volitivo, pois o piedoso expressa sua intenção sincera em louvar a Deus. E quarto, o louvor é objetivo, pois, o único ser digno de receber elogios é Yahweh, por meio de coros, instrumento musicais (Salmo 69.30) e declarações (Jeremias 31.7) . Outros termos devem ser destacados, o termo ngan [   ‫]נ‬, ocorre 15 vezes no Antigo Testamento e é traduzido por tanger, mas pode indicar a função de produzir sons, como músico ou menestrel11, o substantivo ngnât [   ‫]נ‬ ocorre 13 vezes no AT e refere-se a música, cântico ou canção satírica. Especialmente nos salmos 4, 6, 54, 55, 61, 67, 76 o termo aparece no sobrescrito direcionando o uso de instrumentos de cordas. O verbo cantar shîr [   ‫ ]שׁ‬ocorre 87 vezes no Antigo Testamento 12. Este verbo sugere o ato de 11 O termo no qal16:17, aparece em Salmo 68.25, no piel19: aparece em 133:3, Samuel 16.16, 16.23, Isaías 38.20, 1 Samuel 1 Samuel 18:10, 1 Samuel 9, Salmos Isaías 23:16, 2 Reis 3:15. 12 Cf. Este termo aparece em Salmos 7.1, Êxodo 15.1; Números 21.17, Jó 33.27, Juízes 5.1, Êxodo 15.21, 1 Samuel 18.6, Provérbios 25.20; 2 Samuel 19.36, 2 Samuel 19.36, Amós 8.3, Isaías 42.10; Salmo 33.35; Êxodo 15.1; Números 21.17, Isaías 5.1; Provérbios 25.20; Salmo 137; Salmos 7.1, Salmos 106.12; Salmo 59.17; Salmos 89.2; Juízes 5.1; 1 Samuel 18.6; Salmo 13.6; Salmos 96.1; Salmos 96.2; 1 Crônicas 16.23; Êxodo 15.1,21; Jeremias 20.13; Salmo 68.5; Salmo 68.33; Salmos 101.1; Salmos 104.33; Salmo 105.2; 1 Crônicas 16.9;

entoar canções religiosas em adoração a Deus ou indica apenas o coro dos levitas com acompanhamento musical. O termo salmodiar [   ‫ ]ז‬possui 46

 

ocorrências, no acadiano seu cognato é zamaru que significa “cantar” ou “tocar um instrumento”, este termo também pode ser interpretado como a classificação de um gênero musical. O raro termo yedîdot [   ‫ ]יּ‬aparece apenas no salmos 45.1 e 84.1, ele designa um gênero nupcial, uma canção de amor, provavelmente entoada na cerimônia do casamento. O termo mizmôr, salmos, aparece no título de 57 poemas da salmodia. O termo yada [   ‫ ]י‬ocorre mais de 114 vezes e significa confissão de louvor. Ela é uma das palavras-chaves para o ato de louvar. Continuamente, o termo é encontrado na poesia hebraica em paralelo com os termos halal “louvar”, zamar “louvar com instrumentos musicais”, rum “exaltar”, zakar “lembrar”, kabad “glorificar”, nagad “anunciar”. Existe uma variedade de termos equivalentes, tais como ranan “gritar de alegria” (Sl 71.23, 98.4), Juízes10.12; 5.3; Salmo 57.8; 108.2,2 Salmos 27.6; Salmos 65.14; 33.27;138.5; 2 Samuel 19.36; 1 Reis 2 Samuel 19.36; Crônicas21.14; 35.25;Salmo Eclesiastes 2.8; Amós 8.3;JóSalmo Jó 36.24; Sofonias 2.14, 1 Crônicas 6.18; 2 Crônicas 29.28; Esdras 2.65, Sofonias 2.14; Jó 36.24; 1 Crônicas 6.18; 1 Crônicas 9.33; Esdras 2.65, Neemias 7.67, Isaías 26.1.

zimrâ “cântico, música” (98.5), zamîr “cântico” (2 Samuel 23.1), ‘anâ “cantar” (Jr 51.14), zemar, zamar ou dahawa “música” (Daniel 6.18), massa “t “tri ribut butoo de de músi música ca”” [[11) [   ‫מ‬ Cr 15.22), o termo qînâ “lamentações” denota a atividade de pranteadores ao cantarem num único tom um poema de luto (Am 8.10) e naîm que significa melodioso, suave melodia ou musical (salmo 81.1). Todos os termos supracitados mostram a utilização da música como expressão cultíca do antigo Israel. HISTÓRIA Durante alguns atos específicos de Deus a música foi executada. No período do declínio das muralhas de Jericó as trombetas foram tocadas (Js 6), durante a entronização de reis o povo tocava flautas e ção de reis o povo tocava flautas e 14) , nas celebrações e festas nacionais (Is 5.12), durante os discursos proféticos (2 Reis 3.15) e durante o alívio psicológico de Saul a música foi praticada (1 Sm 16.14-23). No entanto, nenhum destes episódios referem-se ao contexto de culto público solene.

 

Os patriarcas cultuavam por meio de sacrifícios de gratidão (Gn 4.1-6; 8.20) e de expiação de pecados (Jó 1.5), tanto Noé (Gn 8.20), como Abraão (Gn 12.7) e Jó (1.5) levantaram altares ao Senhor Deus. Durante o período mosaico e monárquico o culto é minuciosamente prescrito por Deus. O local (Êx 25.8) de culto, os seus objetos, como: a arca (Êx 37.1), o propiciatório (Êx 37.6-9), a mesa (Êx(Êx ciatório (Êxa 37.6-9), a mesa (Êx 24), oosaltar 38.1-8). Os sacerdotes 28.1,2), vestimenta (Êx 39.1-31), ritos(Êx (Lv 8. 1-36), o dia e o imperativo para da adoração (Êx 20.8, Dt 5.14,15) foram instituídos por Deus. O Tabernáculo ou a Tenda do Encontro (Lv 1.1) foi um santuário portátil de Israel durante sua peregrinação no deserto até a construção do Templo por Salomão. O culto israelita no santuário estava baseado no conceito da confissão, consagração e comunhão. Primeiro, eram realizados sacrifícios expiatórios obrigatórios, como as Ofertas pelo pecado (Lv 4) e pela culpa (Lv 5.14-6.7), o adorador por meio deste rito confessava seus pecados para receber o perdão divino. Depois eram realizados sacrifícios de consagração e dedicação ao Senhor, voluntariamente, como o Holocausto (Lv 1) e as Ofertas de Cereal (Lv 2). E por fim, eram apresentados os sacrifícios de comunhão (Lv 3), neste ato voluntário o adorador reconhecia a bondade e providência divina, cumpria seus votos e expressava sua gratidão. “Quatrocentos e oitenta anos depois que os Israelitas saíram do Egito, no quarto ano do reinado de Salomão em Israel, [...] ele começou a construir o templo do Senhor.” (1 Rs 6.1) “Salomão levou sete anos para construí-lo.” (1 Rs 6.38). No período da monarquia, o culto no Templo preservou todos os ritos mosaicos. O Templo, agora, estava num lugar fixo, estabelecido em Jerusalém e ali o povo adorava a Deus (2 Cr 7.3), buscava-o em oração (Is 56.7, Lv 16.15,16; 1 Cr 16.39,40; 2 Cr 6.21-31) e ouvia suas santas instruções (2 Cr 34.30). O Rei Davi organizou Israel política (1 Cr 27.16-33), militar (1 Cr 27.1-15) e religiosamente. Sobre este último aspecto, observa-se que ele conquistou Jerusalém (1000 a.C), fez dela capital do reino (2 Sm 5.6-15), transferiu para ela arca da aliança (2Sm 6), articulou a edificação do Templo (2 Sm 7, 1Cr 28.2-3), entregou para Salomão a planta (1Cr 28.11-20), arrecadou o material para construção (1 Cr 29.1-21) e ainda definiu as divisões dos sacerdotes e

 

levitas as divisões dos sacerdotes e levitas 26; 28.21). Quatro mil levitas foram separados para o serviço da música (1 Cr 23.5). Alguns da família de Asafe, Hemã e Jedutum (1 Cr 25.1), os levitas-chefes das divisões de músicos, foram escolhidos para executar a música do templo, untos totalizavam duzentos e oitenta e oito “capazes e preparados para o ministério de louvor do Senhor [...] (1 Cr 25.7). Estes foram subdivididos em 24 grupos (1 Cr 25.9-31). Os levitas-chefes estavam sobre a supervisão do Rei (1 Cr 25.6). A música empregada no templo era realizada com variados instrumentos musicais (1 Cr 23.5). Alguns instrumentos eram de natureza idiofônica, feitos de materiais naturalmente sonoros, como os címbalos. Outros eram membrofônicos, feitos de peles, como os tambores, adufes, pandeiros, tamboril e tambor. Os aerofônicos ressoavam mediante o sopro, como a trombeta e a buzina e haviam os cordofônicos, feitos de cordas, como os alaúdes, harpas, liras e cítaras. Depois da destruição do templo, a música instrumental caiu em desuso. O canto durante o culto israelita era comunitário, responsivo e antífonal. Os regentes e os coros, faziam leituras intercaladas com música para a nação participar da adoração, este responsivo era feito com divisões de vozes. O livro das Crônicas mais do que qualquer outro da Escritura Sagrada, possui uma forte ênfase sobre a música do culto 13. O cronista descreve a responsabilidade e o privilégio daqueles que estão à serviço da música no templo. Sobre aà responsabilidade, o cronista enfatiza as atribuições de cada família quanto regência, instrumentação e canto. Destaca as habilidades individuais e as técnicas dos levitas -músicos, trata sobre o treinamento dos mesmos (1 Cr 15.22; 25.7; 2 Cr 34.12) e do rodízio de suas responsabilidades. O cronista observa que Deus soberanamente capacita e designa cada levita-músico para um dever especial (1 Cr 25.8), considera a variedade dos instrumentos musicais usados na adoração pública (1 Cr 13.8; 15.16) e descreve com detalhes quanto ao modo e ocasião que a música é executada no culto (2 Cr 5.11-14; 7.6; 23.18; 29.27,28; 30.21). Sobre o privilégio da música, o cronista realça a prerrogativa da alegria da

 

adoração (1 Cr 15.16, 2 Cr 29.25-30), do serviço espiritual (2 Cr 5.12), de honrar o Senhor com os dons (30.21) e de ser sustentado para executar suas tarefas (35.15). O cronista por meio das responsabilidades e privilégios procurou responder algumas questões, tais como: Quem é o respon 13 PRATT, Jr. Richard L. Comentário de 1 e 2 Crônicas. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. p. 35

sável pela música cultíca? Quando e como ela deve ser executada? Quais instrumentos usar? Qual a nível de organização, de técnica e responsabilidade que os músicos devem ter? A resposta destas perguntas implicavam na excelência do serviço musical prestados no culto israelita. Em 1 Crônicas 15.16-24, o chefe dos levitas foi orientado a constituir os cantores “para que, com instrumentos músicos, com alaúdes, harpas e címbalos se fizessem ouvir e levantassem a voz com alegria.” (v.16). Nota-se que pessoas específicas foram instituídas para este serviço v.15), que instrumentos musicais específicos foram estabelecidos (shîr(at, [‫]אָשיר‬,“música”, rum [   ‫ ]ל‬que indica o ato de produzir som vocálico alto, v.15) e que a motivação específica devia ser expressada, a alegria [   ‫]שׂ‬. O detalhamento da execução musical neste texto, possivelmente era o apelo do cronista para a restauração do culto no período pós-exílio. O cronista aborda sobre o conteúdo das músicas. A música do templo era doxológica, eles cantavam: “Rendei graças ao Senhor, porque ele é bom; porque sua misericórdia dura para sempre.” (1 Cr 16.34). A mesmas palavras são cantadas em 2 Cr 5.13 e em 2 Cr 7.3,6. Amúsica do templo, também era bíblica: O rei Ezequias ordenou que os levitas louvassem a Deus “com as palavras de Davi e Asafe” (2Cr 29.30), isto é, os Salmos.

A MÚSICA NO NOVO TESTAMENTO Uma análise no Novo Testamento nas passagens sobre música é consideravelmente mais simples, pois comparado ao Antigo Testamento há um número menor de alusões ao tema. Contudo, ressalta-se que as poucas referências são suficientes para estruturar uma reflexão bíblico-teológica do assunto.

 

DEFINIÇÃO Alguns termos neotestamentários indicam a utilização da arte musical como uma forma de adoração na igreja primitiva, tais como ódén [ᾠδὴν], psallo [ψάλλω] e hymneo [ὑμνέω] . A palavra ódén [ᾠδὴν] ocorre 7 vezes e indica a emissão notas7 vezes num padrão melódico, ou cantar seja, olouvores canto. Ocom termo psallo [ψάλω] odecorre e descreve o ato de acompanhamento instrumental, uma possível indicação dos salmos do Antigo Testamento. O termo hymneu [ὑμνέω] ocorre 2 vezes e indica um cântico religioso14. Estes termos são encontrados nos principais textos do Novo Testamento, em 1 Coríntios 14.26, nos correlatos Colossenses 3.16 e Efésios 5.19-20, e em Tiago 5.13, onde a música é prescrita como forma de adoração. Sobre 1 Coríntios 14.26: A igreja de Corinto foi profundamente exortada pelo apóstolo Paulo a respeito da divisão dos seus membros (1 Co 1.10-24), da imoralidade (1 Co 5; 6.12-20), dos litígios judiciais (1 Co 6.1-8), da impropriedade na ceia do Senhor (1 Co 11.17-34) e especificamente, no capítulo 14 de 1 Coríntios, Paulo faz uma exposição exortando-os à respeito da ordem e decência na execução dos dons durante o culto público. Segundo o apóstolo, o culto coletivo acontece funcionalmente mediante a execução ordenada dos dons individuais que objetivam a edificação do corpo de Cristo. Paulo afirma: Que fazer então irmãos? Quando estiverdes reunidos cada um de vós tem um salmo/hino, tem 14 Observa-se que estes termos do Novo Testamento possuem correspondência com algumas das palavras veterotestamentária. veterotestamentária. Os equivalentes de ódé [ᾠδή] são higayon [   ‫]ה‬, mizmor [   ‫]מ‬, massá [   ‫]מ‬, neguinar [   ‫]נ‬, shigayon [   ‫ ]שׁ‬e o shiyr [   ‫]שׁ‬. O equivalente de psallo [ψάλλω] e hymneo [ὑμνέω] é o verbo zamar [   ‫]ז‬.

ensino, tem língua, tem revelação, tem interpretação. Que tudo se faça para a edificação (1 Co 14.26). A respeito da prescrição paulina, verifica-se que ψαλμὸν (psalmon) legitima a música como um elemento do culto. Como Morris declarou: “Aqui o sentido é que alguém terá um cântico, presumivelmente de sua própria composição, para trazer perante os adoradores”15. Por meio desta carta, Paulo não

 

desestimula a utilização dos dons, apesar dos equívocos e ênfases cúlticas deturpadas, os elementos do culto assim como a música deveriam ser usados com ordem e propósito. Sobre Efésios 5.19-20: A música eclesiástica é um aspecto da teologia prática. A rica habitação da Palavra de Deus e do Espírito no coração do fiel são a propulsão para o viver e o cantar. Efésios 5.19-20 afirma: “Falando uns aos outros com salmos e hinos e canções espirituais, cantando e fazendo melodia no seu coração para o Senhor”. A igreja em Éfeso foi ensinada que os Salmos [ψαλμοῖς], hinos [ὕμνοις] e cânticos [ᾠδαῖς] devem ser continuamente o fundamento das relações cristãs, suas palavras e atos são compassadas pelos lou 15 MORRIS, Leon. Introdução e comentário de 1 Coríntios. São Paulo: NV e Mundo Cristão, 1983. pág. 162

vores a Deus. Conforme descreveu Hendriksen, o termo salmos refere -se ao Saltério Judaico, o termo hinos aos cânticos de louvor a Deus e a Cristo, e a expressão cânticos espirituais especificam o gênero musical que trata de outros assuntos religiosos16. Todos estes termos representam modos onde a Palavra de Deus foi profundamente absorvida e vividamente expressada. Em segundo, o apóstolo exorta os fiéis a cantar [ᾄδω] e a produzir melodias [ψάλλω] que fluam do coração para o Senhor. A música cristã deve ser intensa, veemente, entusiástica e cheia de paixão, pois ela é a melodificação da fé e a poetização da teologia prática. No texto correlato, Colossenses 3.16, Paulo acrescenta: “louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração.” O termo gratidão no original é charis [χάρις] ocorre 157 vezes no Novo Testamento, ele expressa o ato de ser gratuitamente bondoso com alguém. A palavra χάρις17 implica num canto que seja intelectivo e afetivo, mediado pelo reconhecimento da imerecida graça de Deus. Tanto em Efésios 5.19 como em Colossenses 3.16 a fé é sonoramente amplificada e propagada por meio da música. Costa asseverou: “O nosso

 

cântico não visa ser simplesmente agradável e, de modo algum, ter um tom de alegria jovial e frívola; antes deve estar repleto de sentimento espiritual. 18” E disse mais: “O enchimento do Espírito evidencia-se no louvor a Deus com cânticos, os quais expressam a integridade e biblicidade da nossa fé. 19” 16 HENDRIKESEN, William. Comentário do Novo Testamento: Efésios. São Paulo: CEP, 1992. p. 299. 17 O termo χάρις encontra-se no dativo, indicando a posição de um objeto ou de uma ação.

Sobre Tiago 5.13: A epístola de Tiago à igreja da dispersão objetivou o consolo e orientação daqueles que estavam sofrendo perseguição. A epístola está cheia de orientações pastorais práticas aos que estão fracos, exaustos e oprimidos. No último capítulo, Tiago exorta a respeito da oração, meio pelo qual o crente recebe graça e perseverança em meios às adversidades. Neste cenário, a música surge como uma reação natural daqueles que alegremente experimentaram a benevolência de Deus. Tiago afirma: εὐθυμεῖ  τις; ψαλλέτω, que literalmente significa: Há alguém alegre? Salmodiai. O verbo ψαλλέτω é um imperativo para que haja empatia de 18 COSTA, Hermisten P. Maia. Princípios Bíblicos da Adoração Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2009. p.284-85. 19 Idem.

afetos entre os cristãos. O ato de salmodiar, tocar e cantar louvores ao Senhor, equivale-se a postura de alegrar-se. A música, segundo Tiago, é uma meio de ombrear e encorar os irmãos da fé.

HISTÓRIA O Novo Testamento é um período da história da salvação que irrompeu em cânticos. Como Pratt Jr. afirmou: Maria cantou com alegria quando se conscientizou de que seu filho era o Messias (Lc 1.46-55). Anjos anunciaram cantado o nascimento do Rei (Lc 2.13,14). Sob diversos aspectos, a primeira vinda do reino de Cristo foi um evento musical [...] 20. A igreja neotestamentária é herdeira do padrão de adoração existente no templo nas sinagogas. Como Martin asseverou, cristianismo edificoue sobre as doutrinas fundamentais judaicas,o tão marcantes“também para os se

 

convertidos àquela fé, a saber: a crença no Deus único e justo e o chamado dele a seu povo.21” Assim também, a igreja tomou emprestado os cânticos anti 20 PRATT. Comentário do Antigo Testamento: 1 e 2 Crônicas. p. 35. 21 MARTIN, Ralph P. Adoração na Igreja Primitiva. São Paulo: Vida Nova, 2012. p. 29. Para um estudo mais profunda da influência judaica no culto cristão, ler o capítulo 2 do referido livro.

fônicos, comuns na adoração pré -exílica, e responsivos, conforme a prática pós-exílica, acompanhados de instrumentos harmônicos e rítmicos. Uma evidência deste legado é a vasta citação direta do Antigo Testamento no Novo Testamento, 283 referências sendo 116 (41%) extraídas do Saltério. Jesus Cristo aludiu aos Salmos mais de cinquenta vezes. O mestre cantou os salmos de Hallel segundo a tradição da páscoa (Mt 26.30), falou por meio dos salmos antes de sua morte: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Por que se acham longe de minha salvação as palavras de meu bramido?” Salmo 22.1 (conf. Mateus 27.46). Conforme os evangelistas, os Salmos referiam-se à pessoa e obra de Cristo, descrevem sua natureza: “Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei.” Salmo 2.7 (conf. Mateus 3.17), descrevem o seu sofrimento: “Cães me cercam; uma súcia de malfeitores me rodeia; traspassaram-me as mãos e os pés.” Salmo 22.16 (conf. João 20.25, 27), sua humilhação: “Repartem entre si as minhas vestes e sobre a minha túnica deitam sortes.” Salmo 22.18 (conf. Mateus 27.35-36), “Até o meu amigo íntimo, em quem eu confiava, que comia do meu pão, levantou contra mim o calcanhar.” Salmo 41.9 (conf. Lucas 22.47). E a respeito de sua missão: “Bendito o que vem em nome do SENHOR. A vós outros da Casa do SENHOR, nós vos abençoamos.” Salmo 118.26 (conf. Mateus 21.9). O salmo mais citado no Novo Testamento é o 110 e o mais referido pelos evangelhos é o 22. A música cristã tem características dos escritos poéticos do Antigo Testamento. O Magnificat (Lucas 1.46-47) de Maria segue o modelo do cântico de Ana (1 Samuel 1.11; 2.1-10), o salmo de Zacarias chamado Benedictus (Lucas 1.68-79), o curto tributo angelical chamado Gloria in

 

excelses (Lucas chamado Gloria in excelses (Lucas 32), o qual tornou-se o hino vespertino da liturgia da igreja cristã primitiva, possuem correspondência à hinódia israelita. Estudiosos acreditam que as porções de Romanos 11.33-35, Efésios 5.14, 1 Timóteo 1.17 e judaicos-cristãos 3.16, Filipenses 2.6-11, Colossenses 1.15-20 e Hebreus 1.3 são fragmentos de louvores em forma de hinos. A similaridade temática destas canções é a ênfase cristocêntrica, o historiador Plínio no segundo século refere-se aos cristãos como o grupo de pessoas que cantavam hinos sobre a divindade de Cristo. O apóstolo João em sua visão escatológica descreve a adoração cristã por meio do saltério Judaico como encontra-se em Apocalipse 4.8; 4.11; 5.9-10, 12, 13; 15.3-4. O Novo Testamento como referido possui alusões históricas sobre utilização da música, citações diretas de cânticos da salmodia, fragmentos da música cristã primitiva e alguns textos prescritivos a respeito da música no culto público e privado, como encontra-se em: 1 Coríntios 14.26, nos correlatos Colossenses 3.16 e Efésios 5.19,20, e em Tiago 5.13. e forma, na sua atividade de impressão e expressão 22. E mesmo na consumação do Reino, quando tudo se findar, salvos e redimidos entoarão um novo cântico ao Senhor (Ap 5.9), a música será um meio de adoração durante a eternidade. O Antigo Testamento descreve a música nos âmbitos sociais e religiosos de Israel. Sobre a música cultíca, havia um zelo quanto a sua natureza, conteúdo e forma, quanto àquele que iria cantar, tocar ou reger e, quanto a qualidade técnica e espiritual (Am 5.23).

CONSIDERAÇÕES O Novo Testamento apresenta-nos a igreja cristã no seu primórdio expressando-se com entusiasmo por meio dos cânticos. Amúsica neste contexto é caracterizada pela alegria (Tiago 5.13), profundidade bíblica e cristocêntrica (Filipenses 2.6-11), pela diversidade do gênero musical (Colossenses 3.16) e sua função de edificar (1 Co 14.26) e compatibilizar (Tiago 5.13). Estes princípios são supraculturais e norteiam o desenvolvimento musical da igreja no decorrer da história.

 

Amúsica está presente na vida e na expressão cultíca cristã, sendo indispensável o zelo e a dedicação aplicados a sua natureza, conteúdo 22 Sobre o papel da música, Módulo descreve dois aspectos funcionais da música no culto, a impressão e expressão. Amúsica de impressão “tem a finalidade de alcançar os presentes emocionalmente, criando um ambiente preparatório, suposta ou verdadeiramente litúrgico.” A música de expressão tem o objetivo de sustentar o texto, enfatizar sua poesia. Sobre este aspecto Módulo descreve o perigo que a música carrega em chamar atenção para si, desviando a atenção da Palavra de Deus, a capacidade de inebriar os adoradores com sua beleza, removendo o eixo central do culto. A premissa adotada neste trabalho é que a música eclesiástica deve ser composta de impressão e expressão. A ênfase de uma função em detrimento de outra, desconfigura a linguagem musical que é a naturalmente integração da emoção e da reflexão. Para um estudo mais aprofundando do tema, leia o artigo de Párcival Módulo: Disponível em: http://tede.mackenzie.b http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/ r/jspui/bitstream/ tede/2404/1/Parcival%20Modolo tede/2404/1/Parcival%20Modolo.pdf .pdf

Atualmente, desde a composição, escolha do repertório, dinâmica de ensaio e principalmente na forma de condução das músicas durante o culto público, percebe-se uma amalgama de valores, técnicas e teologias que foram costuradas, afim de construir um momento musical sensitivo, individual e extravagante. Infelizmente, muitas Igrejas Reformadas aderiram a essa tendên

 

CAPÍTULO 2 cia cultíca.   presente livro propõe uma me O UMA METOLOGIA todologia para a música, resgatanREFORMADA PARA do a expressão bíblico-reformada A MÚSICA CÚLTICA de adoração. O presente trabalho é melhor compreendido como uma súmula dos princípios bíblicos que devem ser aplicados à musica eclesiástica. “O que fazer antes, durante e depois do culto?”  Como deve ser a

preparação, a execução eque até ampare a reverberação da música? Abordaremos a de seguir uma metodologia todo processo musical do Ministério Música. O QUE FAZER ANTES?

...fazei tudo para a glória de Deus.” 1 Co 10.31

  QUE FAZER ANTES? O A preocupação comosa reformadores música eclesiástica inicia-se antes do culto público. A história revela que empreenderam esforços para produzir, selecionar e ensinar cânticos que fossem adequados ao culto público. A igreja reformada pós-moderna não está isenta desta atividade preparatória, a realização de uma exegese musical, a formação de repertório, o direcionamento, alinhamento, arranjo instrumental e vocal, dinâmica e outros, devem ser feitos com diligência e zelo.

EXEGESE MUSICAL A exegese é uma ferramenta indispensável na análise de um documento

 

textual. Do grego, eksegesis eksegesis,, composto por ek+hegeomai, o termo significa “conduzir para fora”, o ato de lançar luz sobre a interpretação e explicação de um determinado texto. A música eclesiástica é composta de melodia e poesia, sobre esta faz-se necessária a qual permite uma identificação da sua ênfase teológica. Aa análise exegética, exegética musical deve considerar algumas premissas, veja: Primeiro: a música eclesiástica não é um tratado sistêmico teológico, ela não possui uma linguagem denotativa ou prosaica, mas possui versos, estrofes, rima, métrica, linguagem conotativa, metafórica, prosopopeica, eufêmica, antitética, a saber: poética. A música eclesiástica é doutrina melodificada, isto significa afirmar que ela possui abstrações teológicas e como tal, ela descreve apenas uma parte do todo. Segundo: a música eclesiástica não deve salvaguarda-se na “licença poética”

como meio de justificar expressões ambíguas ou erros doutrinários. A licença poética é um erro proposital, onde o autor revela seu domínio sobre determinado tema, mostrando-se capaz de usar algo de maneira indevida, para atingir seu objetivo de expressão . Este recurso exige ciência, o seu uso é adequado apenas quando tenciona a clara, simples, objetiva transmissão de uma mensagem.  E em terceiro: a música eclesiástica não é canônica (exceto aquela que

metrifica ipsis littris porções da Sagrada Escritura), logo sua poesia não possui o caráter de inspiração divina. O texto musicalizado não é inerrante e autoritativo, sendo contudo passível de avaliação, correção ou rejeição. A exegese esmiúça a poesia musical. Esta tarefa não deve ser exercida de forma indolente, requer proficiência e perspicuidade. O crivo exegético musical está pautado nas questões: quinta

Possui vícios de linguagem? Barbarismo, arcaísmo, neologismo, solecismo, ambiguidade, cacófato, eco, pleonasmo?  sexta

Respeita a prosódia e a ortopéia? E por fim,

 

to ao conteúdo e forma. Sobre o conteúdo, a música cultíca deve ser bíblica, cristocêntrica e doxológica. Quanto à forma, a música deve ser didática e acessível. Essas características são fundamentais tanto para novas composições como para a escolha de um reportório. rimeira

Qual é a temática da música? Adoração, louvor, consagração ou confissão.  segunda

Como a temática se adequa a narrativa canônica? O conceito criação-quedaredenção é a estrutura narrativa de toda a Escritura logo, toda composição musical precisa refletir esta formulação. terceira

Quais termos conceituais ela apresenta? São conceitos humanistas, marxistas, arminianos, liberais ou reformados. quarta

Que tipo de linguagem ela apresenta? A linguagem é formal ou coloquial, teológica ou popular, infantil ou madura, complexa ou simples.  sétima

onde ela se encaixa na liturgia? No início, no meio ou fim; antes da oração, depois do ofertório ou durante o sacramento. A exegese musical propiciará unicidade e integridade à todos os elementos que compõe o culto reformado. Amúsica eclesiástica não pode destoar da teologia de sua comunidade, não deve ser introjetada em qualquer circunstância litúrgica, tão menos pode introduzir conceitos perniciosos, banalizar o divino e promover uma linguagem grosseira. Esta árdua tarefa

 

possibilitará a confecção de um repertório musical.

REPERTÓRIO E COMPOSIÇÃO Existem  Existem alguns critérios para avaliar a música eclesiástica quan 1) A música eclesiástica deve ser bíblica. O reformador Martinho Lutero

acreditava que: [...] a música revela o texto. Ela o explica (explicatio textus). Neste sentido ela deverá ser uma espécie de exegese, uma explanação do texto, um “sermão em sons” (praedicatio sonora) 1. Segundo Lutero, “Deus mesmo fez com que o evangelho fosse anunciado com música2. A música eclesiástica é uma expressão da fé cristã e precisa conduzir o adorador à palavra de Deus . Esta característica apresenta-se de forma explícita ou implícita. A biblicidade explícita, por exemplo, caracteriza-se pela metrificação de porções bíblicas como os salmos e outras perícopes escriturísticas. A biblicidade implícita caracteriza-se pela intertextualidade, bricolagem, paráfrase, paródia e alusão aos textos ou à temas escriturísticos. 1 MÓDULO, Parcival. Música: Explicatio textus, praedicatio Sonora. Fides Reformata. Vol. I. nº 1, 1996. 2 Idem.

Alguns objetam. Asseveram que a criatividade musical é empedernida pela compulsoriedade desta característica. Contudo, a biblicidade musical foi orientada pelo Apóstolo Paulo objetivando a edificação (Cl 3.16) e admoestação (Ef 5.19) da Igreja. Segundo Costa, “fora da Palavra não há edificação nem crescimento espiritual3”. A música eclesiástica reformada não é uma mera arte pós -moderna, ela não tem como premissa o entretenimento, não está obrigada a carregar o estigma da originalidade, criatividade e da novidade; o seu conteúdo é supracultural e atemporal, não caduca, nem desatualiza, tornandose então, uma arte eterna. A Escritura é a revelação daquele que é Eterno, logo cantar as Escrituras é cantar a eternidade. O salmista declarou: “Os teus decretos são motivo dos meus cânticos...” (Sl 119:54). E conclui-se que uma música destituída de um conteúdo bíblico pode ser agradável, e moderna, mas servirá apenas comopara um placebo, um entorpecente da alegre alma, alucinógeno da consciência e terapia o ego. O

 

músico cristão deve escrever ou selecionar músicas que melodiam 3 COSTA, Hermisten M P. Princípios Bíblicos de adoração Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2009. p. 284.

porções bíblicas ou se orientam por elas.  2) A música eclesiástica deve ser cristocêntrica. O historiador romano

Plínio, no segundo século, descreveu para o Imperador Trajano que os cristãos da Bitínia recorrentemente cantavam um hino à Cristo como Deus 4. Esse hábito de exaltar Cristo, sua pessoa e obra, claramente é percebido no Antigo Testamento através dos salmos reais e messiânicos , como também no Novo Testamento por meio dos fragmentos hínicos 5. O Dr. W. Robert Godfrey relembrou que: Os Salmos são cristocêntricos. Jesus testificou que os Salmos foram escritos sobre Ele (Lc. 24:44-45). Martinho chamou o Salmo de “uma pequena Bíblia” achou cheio de Cristo. Lutero Um ditado antigo da Igreja declara: “Sempre in oree opsalmus, sempre in corde Christus ” (“sempre um salmo na boca, sempre Cristo no coração”) . Infelizmente, a música eclesiástica contemporânea é antropocêntrica, deixouse de louvar o Eterno, Alto e Sublime, para can 4 MARTIN, Ralph P. Adoração na Igreja Primitiva. São Paulo: Vida Nova, 2012. p. 69-70. 5 João 1.1-14, Efésios 5.14, 1 Tm 3.16, Filipenses 2.6-11, Colossenses 1.15-20, Hebreus 1.3, 1 Pedro 1.18-21, 2.21-25, 3.18-22 e Apocalipse 5.9,10,12; 12.10-12; 19.1

tar sobre e para o homem. O mercado fonográfico brasileiro gospel se especializou e oferece músicas antropocêntricas que podem ser agrupas em três grandes grupos com referência ao seu conteúdo, a saber: o grupo de músicas triunfalistas, outro com apelo psicológico e o que se destaca quanto ao sentimentalismo. As músicas triunfalistas possuem ênfase na ascensão social e na riqueza material. Oriundas da teologia da prosperidade e da confissão positiva elas estão repletas de verbos no imperativo como: declare, decrete, receba, conquiste, entre outros. Seguindo essa linha, elas propagam a ideia de que o fiel não pode passar por problemas, que dificuldades é sinônimo de falta de fé

 

e que o Diabo é o culpado último de seus infortúnios sociais. A música psicologizada busca despertar o potencial humano, melhorar seu desempenho, resgatar sua autoestima, autoconfiança e o amor próprio. Geralmente esse tipo de canção carrega uma cosmovisão pelagiana , pois nela não háamenção da Cristo necessidade arrependimento e tão menos falam respeitodo dapecado, pessoa de como de Salvador. E a música sentimentalizada, também denominada de afeminada, possui ênfase na centralidade dos afetos e das emoções. Este tipo de música é caracterizada pelo abandono das verdades doutrinarias objetivas em detrimento de músicas que expressam as experiências subjetivas . Permeadas dos verbos: sentir, ver, tocar, abraçar, beijar, entre outros, elas geralmente possuem uma linguagem infantilizada e acentuadamente feminilizada. Alguns objetam. E interpretando equivocadamente alguns dos salmos, asseveram que Davi legítima um modelo de música subjetivamente experiencial. As expressões que indicam o estado emocional de Davi, tais como: “Tem compaixão de mim”, “eu me sinto debilitado”, “os meus ossos estão abalados.” (Sl 6.2), “Estou cansado de tanto gemer”, “todas as noites faço nadar o meu leito” (Sl 6.6) “Até quando, SENHOR?” (Sl 13.1), “Emudeci em silêncio”, “minha dor se agravou.” (Sl 39.2) “Por que estás abatida, ó minha alma?” (Sl 42.5) entre outras, incontestavelmente estes são fragmentos subjetivos. Certamente a música eclesiástica cultíca conterá elementos experienciais, os quais estarão acomodados, e rendidos uma compreensão objetiva da pessoa de Deus.submetidos O inverso sempre seráàdanoso. Por exemplo, diante de um sentimento de abandono e tristeza causados pelo pecado, o salmista não clamou para ver, sentir ou tocar a pessoa de Deus, ele conhecia a doutrina que afirmava: “...homem nenhum verá a minha face e viverá.” (Ex 33.20) logo, a sua teologia parametrizou sua expressão subjetiva, ele submeteu sua dor à objetividade da Revelação de Deus e clamou apenas pela presença confortante do Senhor, dizendo: “Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito.” (Sl 51.11). Os salmos não nosporções afetos,subjetivas, emoções e mas sentimentos. Certamente, háestão ricas centrados e profundas é a objetividade

 

teológica que conduz cada poema. Calvino, acertadamente descreveu o saltério como: ‘Uma Anatomia de Todas as Partes da Alma ”. E completou: “...não há sequer uma emoção da qual alguém porventura tenha participado que não esteja aí representada como num espelho. Ou, melhor, o Espírito Santo, aqui, extirpa da vida todas as tristezas, as dores, os temores, as dúvidas, expectativas, preocupações, as perplexidades, enfim, todas as emoções as perturbadas comasque a mente humana se agita. ” Diante disso, conclui-se: A experiência pessoal não é doutrina (a música eclesiástica reformada sempre será uma doutrina cantada) . Certamente, a música reformada não deve ser sentimentalizada. Estes argumentos não determinam que a música Cristocêntrica seja abstrata, impessoal e indiferente ao ser humano, antes corrobora com a necessidade de uma Antropologia Bíblica que embase as composições e revele o verdadeiro estado da humanidade, como fora dito: “..que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites?” (Sl 8.4), “Eu sou pobre e necessitado” (Sl 40.17), “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Sl 51. 5). Afinal, quais são as particularidades de uma música cristocêntrica? A música Cristocêntrica é toda composição que rende a Cristo, “a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!” (Ap 1.6). A música Cristocêntrica possui como premissa a divindade e preexistência de Cristo: “Ele é a imagem do Deus invisível...” (Cl 1.15), “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser” (Hb 1.3), “o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim.” (Ap 22.13). A música Cristocêntrica também possui como premissa a encarnação e redenção de Cristo: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós,...” (Jo 1.14), “...a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Fl 2.7-8). E por fim, a música Cristocêntrica possui uma premissa glorificada e consumada de Cristo: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor...” (Fl 2. 9-11).  3) A música eclesiástica deve ser doxológica. Do grego, δόξαλογία,

 

composto por δόξα [doxa] “glória” e λογία [logia] “palavra”, o termo significa literalmente “palavra de glória”, tratando-se de uma fórmula aclamativa, onde uma pessoa era honrada. A música doxológica é aquela que rende louvores a Deus, seu ser e obra. Os salmos, os evangelhos, as cartas paulinas e pastorais estão repletos de declarações doxologicas . A doxologia revela um profundo senso de admiração, trata-se de uma declaração teológica, não de uma compreensão subjetiva de Deus, mas de um conhecimento objetivo, revelado e entusiasticamente testemunhado. A doxologia é exclamativa, afirmativa e descritiva. Carl Treuman chegou a afirmar que doxologia é assertiva, um protesto contra todos os pretendentes ao trono de Deus. “Não se engane: louvor é protesto. Se não é protesto, não é louvor.6”, completou o autor.  4) A música eclesiástica deve ser didática. A música educa, esse princípio

pedagógico é usado direta ou indiretamente por cristãos e não-cristãos. Contudo, a música cultíca deve uma ter um forte apelo didático cristão , objetivando a fixação dos princípios, valores e moral cristãos. Arius, presbítero em Alexandria, é um dos personagens da Igreja Cristã Antiga que suscitou uma dissensão no Concílio de Nicéia em 325 d.C.. Naquele tempo, ele propagou uma música que continha a seguinte expressão: “Houve tempo quando ele não existiu7”, referindo a Jesus. Arius tinha o intuito de educar o povo a não aceitar a doutrina da divindade de Cristo e a 6 http://canteasescrituras.com.br/2016 http://canteasescrituras.com.br/2016/03/louvor-e-pr /03/louvor-e-protesto/ otesto/ 7 MCCOMMON, Paul. A Batista,1963. música na Bíblia. Tradução de Paulo de Tarso Prado da Cunha. Rio de Janeiro: Casa Publicadora

música foi o meio para disseminar a heresia que recebeu seu nome, arianismo. Os músicos reformados não podem ignorar a característica didática da música. No Antigo Testamento, os levitas músicos buscavam repetidamente inculcar verdades a respeito de Deus, por inúmeras vezes encontra-se nos salmos afirmações como: “porque ele é bom” Sl 136.1, “a sua misericórdia dura para sempre.” Sl 148.1, e até mesmo “o Senhor Reina” (Sl 99.1). Igualmente a música eclesiástica contemporânea deve gravar verdades

 

eternas na mente e no coração dos cristãos. 5) A música eclesiástica deve ser acessível. No culto, a composição musical

empresta-se como oração nos lábios da comunidade. Neste caso, a música emprega as palavras e as afeições que o adorador não é capaz de expressar coloquialmente. caráter acessível da músicae eclesiástica leva em consideraçãoOque as construções poéticas harmônicasreformada, de uma canção deve primar por uma identificação comunitária. A poesia musical deve evitar arcaísmos, termos que caíram em desuso ou que deixaram de existir. A oração-cantada presume a uti “O culto é no espirito e pelo Espírito Santo. O homem foi criado para prestar culto e isto o distingue dos animais. O culto deve ser dentro da iluminação do Espírito, com o dinamismo que lhe é próprio, em harmonia com a Palavra de Deus registrada conforme a inspiração do mesmo Espírito.”  H. M. Costa

 co deve ser retificada.  SCRIPT PREPARATÓRIO SCRIPT Depois da exegese musical e da avaliação do conteúdo e forma para a elaboração de um repertório, a concentração se direciona para o culto dominical. A resposta da pergunta: O que fazer antes? Será respondida neste processo. lização de palavras acomodadas ao tempo cultural da comunidade. Alguns objetam. Apegados a um neoclassicismo poético descriminam a necessidade de uma atualização linguística musical e por fim, acabam promovendo um canto irracional, onde a comunidade desconhece o sentido daquilo que é declarado. Amúsica eclesiástica evita um Primeiro, deve-se orar. A racionalidade do culto reformado não exclui o fato de que o Espírito Santo guia a congregação pelas veredas da sua divina vontade. Não existe casualidade no culto, mas direcionamento espiritual. Costa afirmou: “Por mais impressionante que seja a adoração planejada pelo homem, se ela não for dirigida por Deus, mediante seu Espírito, não arranjo provincial, complexo e res

 

tritivo. O objetivo não é impressio nar. O ritmo, a harmonia e o tom de cada oração-cantada destacam-se por sua singeleza. A beleza da mú sica cultíca está na sua expressão comunitária, deve simples, não simplista,ela deve serser excelen te, não anancástica. Diante disso, qualquer composição musical que interrompa a acessibilidade, diri mindo a identificação e a participa ção da comunidade no culto públi

será aceita...8” Em Efésios 5.18-21, o canto é precedido pelo enchimento do Espírito Santo, somente Ele gera a vida, a alegria, o conhecimento de Deus, a disposição no trabalho, a transformação das afeições, a comunhão e a gratidão necessárias na adoração comunitária . Orar é buscar a direção do Senhor, implica em dependência; sendo portanto, a primeira tarefa do músico reformado. Segundo, oriente-se alinhando a temática. A exposição bíblica baliza o enredo do culto. Logo, toda expressão musical deverá alinhar -se a temática da pregação. Desde a música do prelúdio ao poslúdio, tudo deverá reforçar, imprimir, inculcar sobre comunidade a mensagem prédelimitada. E em terceiro,torna-se organize-se preparando as músicas. Depois daa divulgação oração e do alinhamento, indispensável a escolha das músicas,

 

antecedente das mesmas para o grupo musical responsável, o ajuste da tonalidade e da dinâmica. Esta tarefa é deliberadamente prática, exemplifica o princípio de ordem e decência (1 Co 14.40) para o culto. Toda preparação litúrgico-musical minimizará erros como: a falta de integração temática dos elementos de culto, 8 Costa. Pag. 226

  QUE FAZER DURANTE? O Como deve ser a execução da música eclesiástica durante o culto reformado? Antes de responder essa questão é necessário fazer duas ponderações, a primeira trata -se de uma análise do ambiente de culto onde a música está inserida, o culto público, a segunda trata-se de uma delimitação do papel do músico reformado dentro do culto. Depois de esclarecidas estas questões, responderse á a questão: O que fazer durante? O QUE FAZER durante?

Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”  Rm 11.36

 28 O CULTO PÚBLICO 28 O culto foi instituído por Deus . O Senhor segundo a Sua Santa Vontade revelou o modo aceitável para Sua adoração1. Deve-se depreender que o culto não pode ser orientado “segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás nem sob qualquer representação visível ou de qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras. 2” O culto é prestado ao Deus triúno pela mediação de Cristo Jesus. Existe distinção clara entre o cul 1 Confira os textos bíblicos: Rom. 1:20; Sal. 119:68, e 31:33; At. 14:17; Deut. 12:32; Mat.

to privadopela (Mtparticularidade 6.6, Jó 1.5) e culto público (Is 56.7; Hb 10.25). O primeiro é marcado do ambiente, pela singeleza do comportamento

 

e despojamento da expressão corporal, o último é marcado pela formalidade corporativa e padronização litúrgica3. 3 Para aprofundamento leia: JOHNSON, Terry L. Adoração Reformada: adoração Segundo as Escrituras. Brasília: Monergismo, 2014. p. 15-18.

O culto presbiteriano segue a seguinte estrutura de culto: adoração (chamada a adoração), contrição (confissão de pecados), louvor (ação de graças, cânticos, ofertas e dízimos), edificação (leitura e exposição da palavra) e consagração (dedicação, santa ceia). A Carta Pastoral e Teológica sobre liturgia na IPB detalha quais são os elementos apropriados para o culto público como: orações; leitura da Palavra de Deus; pregação da Palavra de Deus; cantar salmos, hinos e cânticos espirituais ou sagrados; celebração da Ceia (quando houver); ministração do batismo (quando houver); juramentos religiosos; votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais; ofertas. Ver mais em: COSTA, Hermistem Maia P. Teologia do Culto. São Paulo: Casa Editora I5:9, e 4:9, 10; João 4:3, 24; Exo. 20:4-6. Presbiteriana,1987. p. 34.; e na Carta Pastoral 2 Confissão de Fé de Westminster. Cap. 21. 1 e Teológica sobre liturgia na IPB.29 SOMOS ARTISTAS?

A mentalidade pós-moderna sobre o que é um artista é altamente estereotipada. O artista geralmente é identificado como uma pessoa melancólica, cheia de si, buscando holofotes e de difícil trato. Na era medieval e até mesmo no início do Renascimento o cargo de artista era ocupado por artesãos, pintores, escultores, poetas, músicos, atores e outros. A arte medieval não objetivava lançar luz sobre a personalidade do próprio artista, antes, ela era o extrato da contemplação daquilo que era profundo, absoluto, imanente e transcendente. A concepção de arte e artista foi completamente mudada e na atualidade a arte é meramente uma expressão máxima do “eu”, uma exposição deificada do próprio artista. Este mal, encarnou-se na música produzida pela subcultura cristã contemporânea, o gospel é caracterizado pela superficialidade. O artista deixou

 

Sobre o culto público, afirma  -se: -se: O culto público é um ato religioso, através do qual o povo de Deus adora o Senhor, entrando em comunhão com Ele, fazendo-lhe confissão de pecados e buscando, pela mediação de Jesus Cristo, o perdão, a santificação da vida e o crescimento espiritual. É ocasião oportuna para proclamação da mensagem redentora do Evangelho de Cristo e para doutrinação e congraçamento dos crentes. O culto público consta ordinariamente de leitura da Palavra de Deus, pregação, cânticos sagrados, orações e ofertas. A ministração dos sacramentos, quando realizada no culto público, faz parte dele4. Diante disso, percebe-se a necessidade de fixar a relação dos elementos apropriadas para a adoração dentro do contexto do culto público. Algumas atividades convenientes à adoração privada e cotidiana, como “comer e beber” (1 Co 10.31), tornam-se inadequadas para a circunstância restrita da adoração comunitária (1 Co 11.22). O culto público possui catolicidade, seus princípios e elementos são supraculturais e atemporais, pois conectam a igreja do passado, presente e do futuro em uma adoração corporativa e una5. Assim sendo, conclui-se que a leitura da Palavra de Deus, a pregação, os cânticos, orações, ofertas e os

 

sacramentos, são os únicos elementos deste caráter católico do culto público 6. 4 Princípios de Liturgia. Capítulo III, Art. 7º. 5 HYDE, Daniel. O Que é um Culto Reformado: Por que em uma igreja Reformada o culto é tão diferente da maioria das outras igrejas? Os Puritanos. Edição do Kindle. 6 As funções católicas, também são chamados de elementos de culto. O culto presbiteriano

O PAPEL DO MÚSICO NO CULTO Dentro do culto público contemporâneo, uma figura singular foi introduzida na liturgia, o chamado “levita”, “adorador” ou “artista ”. O levita pósmoderno é tido como um verdadeiro sacerdote, ele canta, ora, prega, profetiza, doutrina e até disciplina a igreja, quando esta se encontra “fria” e “insensível” durante os momentos de música. No contexto do Antigo Testamento, existiam homens habilitados para a execução da música no templo, os verdadeiros levitas (1 Cr 25), e no período do Novo Testamento, alguns cristãos estavam habilitados para conduzir a música durante o culto (1 Co 14.26). Con segue a seguinte estrutura de culto: adoração (chamada a adoração), contrição (confissão de pecados), louvor (ação de graças, cânticos, ofertas e dízimos), edificação (leitura e exposição da palavra) e consagração (dedicação, santa ceia). A Carta Pastoral e Teológica sobre liturgia na IPB detalha quais são os elementos apropriados para o culto público como: orações; leitura da Palavra de Deus; pregação da Palavra de Deus; cantar salmos, hinos e cânticos espirituais ou sagrados; celebração da Ceia (quando houver); ministração do batismo (quando houver); juramentos religiosos; votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais; ofertas. Ver mais em: COSTA, Hermistem Maia P. Teologia do Culto. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana,1987. p. 34.; e na Carta Pastoral e Teológica sobre liturgia na IPB. de fazer, tocar e cantar uma música que tenha o intuito de elevar a humanidade à contemplação de algo ou alguém que lhe seja maior, estes artistas são poços rasos, vivem à procura de originalidade e neutralidade para compensar a falta de conteúdo, mendigam holofotes e expõe o que há de mais baixo, degradante e ultrajante da humanidade. Apesar da desvirtuação nominal e funcional do ser artista, torna-se imprescindível o resgate deste termo. O músico cristão precisa compreender-se como artista, aquele que é habilidoso (Sl 45.1), criativo (Sl 98.1) e faz com “com arte e com júbilo” (Sl 33.3) a sua tarefa. Para aprofundar no tema Leia a obra de Rookmaaker, H.R. A arte não precisa de Justificativa

 

tudo, não há correspondência de função daquele que executa a música eclesiástica na atualidade para aqueles que conduziam os salmos no período veterotestamentário. O músico cristão é erroneamente tratado como levita. Os ‫ל‬ (lêvıy) eram da tribo de Levi (Êx32:26), possuíam o ofício sacerdotal, cuidavam do tabernáculo e eram agrupados em funções tais como: porteiros, guardas, padeiros e músicos. O conceito levita aplicado ao músico contemporâneo ignora a realidade do sacerdócio universal (1 Pe 2.9) e fomenta uma divisão de classe espiritual. Todo aquele que assiste a assembleia por meio da arte musical, sendo profissional ou amador, instrumentista ou vocalista, compositor ou arranjador, exerce a função de músico-regente. O músico-regente é aquele que seleciona as músicas, as estuda, ensina e dirige todos na execução da mesma. Ele é o responsável para dá o tom, andamento e dinâmica de cada canção. Músico-regente não é um ofício eclesiástico7. Nas listas de dons espirituais, como em Efésios 4.11, Romanos 12.6-8 e 1 Coríntios 12.8-10, 28, não há nem menção a um dom específico de músico. A habilidade para música é um talento natural, uma competência que pode ser desenvolvida e aperfeiçoada por meio de técnica e prática.

 

O Apóstolo Paulo associa a execução da música eclesiástica aos atos de ensinar e admoestar com sabedoria (Cl 3.16). Ensino e exortação são dons espirituais , logo, conclui-se que a função do músico é semelhante ao de mestre. Ele não deve usurpar o ofício pastoral (Ef 4.11-12) e deve-se lembrar que o caráter pedagógico e 7 Segundo a tradição presbiteriana/reformada. Art.25 - A Igreja exerce as suas funções na esfera da doutrina, governo e beneficência, mediante oficiais que se classificam em: a) ministros do Evangelho ou presbíteros docentes; b) presbíteros c) diáconos. Capítulo 4, Manual presbiteriano.

admoestativo de sua atividade está implícita na sua atuação como músico. A obviedade surpreende, mas deve-se ratificar que o papel do músico durante o culto publico é de músico-regente (1 Co 14.26). Essa redefinição não enquadra apenas os “líderes de louvor” ou “ministros de adoração8”, mas destina-se a todo e qualquer indivíduo que desenvolve a arte musical em sua congregação, implicando na responsabilização individual a respeito da execução de uma música eclesiástica que seja biblicamente orientada e excelentemente executada.

REORIENTANDO A POSTURA AIgreja Cristã em toda sua diversidade étnica, social, econômica, cultural, sexual e intelectual no decorrer da história apropriou-se de corinhos, hinos, peças, oratórios, odes, salmos e outros tipos no culto a Deus. A música é um meio 8 Em sentido lato o único “ministro de adoração” ou “líder de louvor” é Cristo (Hb 13.15). O louvor e adoração da Igreja só ascendem ao trono da graça por intermédio da pessoa e obra de Cristo. Neste sentido, estes designativos evocam a ideia de usurpação na mediação entre Deus e os homens. Se determinado grupo de música, para fins de organização, possui um líder, o melhores designativos são: dirigente ou regente.

de adoração e não o fim do culto, ela não possui primazia sobre os demais elementos e não deve impor o curso do culto. A música é serva da palavra de Deus. Aexecução musical deve conformar-se ao modo do culto bíblico. O culto deve ser prestado de modo alegre e reverente (Sl 100.4, Hb 12.28), espiritual e verdadeiro (Jo 4.24), serviçal e excelente (1 Co 14.26), ordeiro e decente (1

 

Co 14.40). A música eclesiástica deve expressar este estado de espírito no decorrer do culto público.  execução da música deve ser alegre e reverente. Alegria e reverência não

são posturas antagônicas, o salmo 2.11 considera a união destas atitudes: “Servi com temor e alegrai-vos cometerna tremor.” Aalegria respostaaoaoSENHOR reconhecimento da graça de Deus,nele de sua bondade e éa misericórdia. Ela não é expressão de um coração irrefletido e impulsivo, mas é a apreensão deslumbrante e fascinante da pessoa e obras de Deus. A reverência, o “temor a Deus”, não implica em terror, mas na consciência respeitosa, obediente e honrada de Deus. Atitudes como tremer (Ex 19.16), silenciar (Hb 2.20), prostrar, ajoelhar, tirar as sandálias dos pés (Êx 3:5; Js 5:15) revelam uma profunda percepção da Santidade de Deus e da cepção da Santidade de Deus e da 14). A música eclesiástica deve ser executada com uma postura reverente, isto é, com consciência corporal a respeito da glória de Deus (Is 6).  execução da música deve ser serviçal e excelente. É adequado ressaltar

que o culto público é resultante de serviços corporativos. Como afirmou o Apóstolo Paulo: “Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ainda outro, interpretação.” Todo serviço cultíco deve promover um benefício corporativo. Paulo completou: “Seja tudo feito para edificação.” (1 Co 14.26). Apropriedade serviçal do culto público leva a uma redefinição do termo liturgia. Atualmente, liturgia é reduzida a um conjunto de elementos e práticas no culto, um programa religioso. Porém, o termo grego λειτουργία, formado por λειτ (laós, povo) e ουργία (urgia, trabalho), indica o ato de serviço público e religioso. Neste sentido, liturgia é mais que um roteiro é um modo de agir sacerdotalmente (1 Pe 2.9). Semelhantemente, o conceito inglês de culto é servisse, compreende um importante aspecto da adoração pública onde cada cristão é integrado e responsabilizado quanto a sua tarefa de cultuar, ou seja, servir. Liturgia é um serviço religioso e este serviço é culto a Deus. A música é performática, serviço. Compreender este easpecto serviçal eliminará a construção exibicionista espetacular durante a execução das

 

músicas, os pequenos shows transvertidos de culto. Amúsica como serviço cultíco não deve ser amplificada ao ponto de sobrepor-se à voz da congregação, ela é serve como guia para o tom, ritmo e melodia durante a adoração coletiva. A música como serviço não promove a passividade, não reduz o adorador à expectador, antes, promove a participação de toda a congregação. A noção de serviço aplicado à música necessariamente conduz ao conceito de excelência. A excelência implica em qualidade, perícia, maestria e primor. A música no culto deve ser executada com excelência, isto não pressupõe a profissionalização da atividade musical cultíca9, tão menos é um apelo ao 9 Não estamos negado a possibilidade de contratação de músicos profissionais cristaos, mas na mentalidade de alguns voluntaries que insistem na mediocridade musical, sob a desculpa de não ser profissioional.

perfeccionismo. musical é deve a execução correta da melodia, harmonia e ritmo,Aaexcelência música eclesiástica ser afinada, dinâmica, criativa, porém moderada. O objetivo deste serviço é a edificação da igreja para a glória exclusiva de Deus. Tanto a música mal executada, como aquela que foi complexamente elaborada, ambas, conseguem desviar o foco da congregação, sobre o tema DeYoung afirmou:  Na adoração corporativa, o foco deve ser no evangelho evangelho e na glória suprema de Jesus Cristo. Se as guitarras estão desafinadas, o sistema se som está com microfonia, o prega- dor gagueja em cada frase e quem conduz as músicas dei- xa todo mundo meio nervoso, então nosso foco estará no lugar errado. Como fazer as coisas com decência e ordem ajuda os outros e é agradável a  Deus, devemos buscar buscar adorar com excelência (1 Coríntios 14.40). 14.40). [...] Ma Mass essa excelên- cia não pode ser algo que dis- trai (para usar uma expressão do John Piper). Se o guitarris- ta começa um solo fantástico, o sistema de som possui um sub-woofer embaixo de cada assento, o pregador exala eloquência estética e os que con- duzem as músicas parecem fazer você se sentir aprovei- tando uma performance, então nosso foco estará igualmente no lugar errado. O objetivo é liderar de tal forma que não somos nem desastrados nem espertos demais para que não nos esqueçamos da glória de

 

 Deus10. A excelência não distrai11. H. R. Rookmaaker, comentando sobre as artes, exemplificou: “A melhor comparação talvez seja com um encanamento. Embora ele seja algo totalmente indispensável em nossas casas, raramente nos damos conta de sua existência.12” Guardadas devidas proporções, o mesmo pode-se afirmar da música eclesiástica que é executada com excelência, ela não atrairá atenção para si, nem desvirtuará o amago do culto. Ela apenas servirá discretamente a comunidade na sua expressão de adoração. 10 Por: Kevin DeYoung. Copyright © The Gospel Coalition 2015. Original: A Theology of Worship. Tradução: Filipe Schulz. © Reforma21.org 2015. https://adorando.co https://adorando.com.br/uma m.br/uma -teologia-da-adoracao/ 11 Idem. 12 H.R. Rookmaaker. Aarte não precisa de justificativa. Ultimato, 38, viçosa, 2010.

 execução da música deve ser ordeira e descente. Contudo, em nome da

espontaneidade, liberdade e informalidade estimula-se uma desordem cultíca. A ausência de organização e regularidade exterioriza-se na execução de cada um dos elementos do culto, quanto à música eclesiástica, o desequilíbrio apresenta-se no tempo dedicado aquele serviço em detrimento dos outros elementos, revela-se também no estímulo anárquico e libertino de manifestações corporais arrítmicas e de emoções desgovernadas.

REORIENTANDO A AÇÃO A música pode ser executada no pós, inter ou prelúdio. Não existe um roteiro inamovível, o pastor orienta e supervisiona o programa litúrgico de sua igreja dispondo flexivelmente os elementos do culto público. Há dois modelos litúrgicos majoritariamente usados em igrejas cristãs. O primeiro possui hinos e cânticos empregados espaçadamente em sua liturgia, mas dedica um período nobre para a execução de inúmeras músicas13. O 13 As posições litúrgicas descritas na obra de Paul Basden Adoração ou Show? são derivações do primeiro modelo de liturgia. As linhas adoração litúrgica formal, tradicional com hinos, contemporânea, carismática, combinada,

segundo modelo de liturgia, possui aderência mínima, pois preza pelo fracionamento musical durante o programa litúrgico.

 

O primeiro modelo de liturgia aplicado sem a devida cautela, pode promover um ambiente de culto com características de um show. Este modelo promove a superioridade da música cultíca sobre os elementos não-cantados, incitando uma descontinuação litúrgica - quando o período da música é superestimado como o “momento de louvor” e tudo que antecede ou precede esse ato não possui a mesma relevância cultíca. O segundo modelo favorece o continuísmo litúrgico, delimita a atuação do músico cristão, alimenta uma adoração objetiva e unificada. Conquanto, exista diferentes modelos litúrgicos, existe apenas uma forma de atuação cultíca. E, em se tratando de música, o modo verossímil de executar a música eclesiástica dentro do contexto do culto público reformado, deve respaldar-se nas seguintes posições: 1) Priorize o canto congre - gacional. A música empregada no Antigo Testamento era realizada com inúmeros instrumentos musicais (1Cr 23.5). Os instrumen emergente dedicam um período nobre em sua liturgia para a execução de músicas.

tos idiofônicos, membrofônicos, aerofônicos e cordofônicos, todos exerciam a função de acompanhamento, a adoração musical tinha o objetivo de extrair declarações verbais da fé israelita. A música cultíca era caracteristicamente comunitária, responsiva e antífonal. A execução da música no culto reformado deve priorizar a participação corporativa, na equalização e moderação no métrica volume de doscada instrumentos,isto na implica observação do andamento, do tom e da música. Johnson afirmou: “Ao liderar a adoração, procure o tom e o andamento certo. Não se apresse. Não se arraste. Seja reverente, não frívolo; alegre, não miserável.14” O músico cristão deve evitar a extensa utilização de solo vocal e/ ou instrumental, este recurso é legítimo, contudo poderá prejudicar a concepção sobre adoração coletiva15. O músico não deve encorajar uma experiência privativa de adoração no contexto público. Ao reger a música eclesiástica o músico deve eduzir palavras de sua congregação. sical. No culto público, a música tem o caráter de oração-cantada, nela o

 

homem fala a Deus. O músico deve considerar essa “relação vertical”, o período da música é definitivamente a comunidade cantando diante de Deus e para Deus – em essência, nisto se resume a ação de louvar e adorar. A execução da música eclesiástica não deve ser caracterizada pela por essapregar, razão,disciplinar o músico-regente deve evitaruma a “ministração”  –horizontalidade, o ato de testemunhar, e exortar durante música. Avulta-se que essa posição não gera frieza e indiferença entre os músicos e a assembleia. Ressalta-se também que o músico deve considerar as orações, leituras dos salmos e de outras porções bíblicas como atos legítimos para uma fluidez da atividade musical. A música de conteúdo bíblico, cristocêntrico e doxológico é suficiente para promover encorajamento e consolação. É dispensável a “ministração”. A tarefa do músico é promover uma verticalidade musical comunitária. 2) Priorize a verticalidade mu14 JOHNSON. Adoração Reformada. p. 90. 15 DEVER, Mark. Disponível: http://www. ministeriofiel.com. ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes br/artigos/detalhes/384/ /384/ Musica. Acesso em 30 de Setembro de 2018.

 3) Priorize o equilíbrio equilíbrio racio - nal-emotivo.A nal-emotivo.A execução da música eclesiástica no contexto do culto reformado deve ser intensa, veemente, entusiástica, cheia de paixão. Ela não é morta ou embrutecida, mas sensata, controlada e ajuizada. Impreterivelmente, há emoção (1 Co 14.15). O mesmo afirma-se a respeito da racionalidade. A adoração reformada não é movida por uma espiritualidade acéfala, nem infantilizada e afeminada, mas busca melodiar sua fé de forma objetiva, profunda e intelectiva. Impreterivelmente, há entendimento (1 Co 14.15). Razão e emoção não são excludentes. O culto reformado não deve afeiçoar-se a um e relegar o outro, ambos os aspectos, equilibradamente, devem direcionar o formato da música. Algumas expressões físicas de emoção encontram lugar no culto público, como: o elevo das mãos (lTm 2.8), o erguer os olhos para o alto (lRs 8.54), o ajoelhar-se (2Cr 6.13), as lágrimas, o sorriso e o bater palmas . O culto reformado não suprime a emoção, embora não a incite, antes,

 

propicia uma exteriorização moderada e comedida dos afetos. Neste cenário, o músico não deve apropriar-se de métodos psicológicos na condução das músicas, nem aferir o fervor da assembleia constrangendo-os a representar uma pseudo espiritualidade através das expressões corporais, esse tipo de manipulação, contrário ao que se pensa, não é espiritual, mas mecânico e irrefletido. O músico reformado não desumaniza sua execução musical, mas a realiza com naturalidade e espontaneidade dentro dos limites do culto público 16. Nota-se que em alguns casos a emoção somática pode até prejudicar a atuação do músico cristão. O choro, a alegria, o fechar dos olhos e outras ações, sem domínio próprio, pode leva o músico a interromper a adoração pública, contrariando a natureza de sua função. A sua tarefa é servir a assembleia com seus dons e talentos, ele não pode comprometer, nem embaraçar a adoração pública. O músico adora enquanto serve. Estas diretrizes não engessam, mas evitam excessos e desgastes, silenciando os apelos sensuais da carne, eliminando a teatralidade e toda a artificialidade. 4) Priorize a operacionalidaoperacionalida16 “Há a música certa para cada momento da celebração: Momento de alegria, exultação, tristeza, confissão etc.” Sua execução no culto reformado deve ser intencional. “Além disso, a música pode mexer conosco o suficiente para que assimilemos uma ideia e entendamos o que está acontecendo de forma mais clara.” A música deve preparar a assembleia no aspecto racional-emotivo para o momento da exposição da Palavra. Leia mais sobre o assunto em: https://musicaeador https://musicaeadoracao.com.br/202 acao.com.br/20237/a37/amusica-na-igreja/. Baseado em Parcival Módulo.

de. O serviço musical exige múltipla atenção. Requer concentração quanto ao de. O ritmo, melodia, harmonia e a letra. Carece de contato visual entre vozes, instrumentistas, sonoplastia, projeção e a assembleia. A operacionalidade musical aparelha todas as ações durante a execução da música, excluindo hiatos, repetições demasiadas e o excesso do tempo dedicado às canções. A música eclesiástica mesmo tendo um conteúdo reformadamente orientado, pode ser irritante, desagradável e tediosa, por faltar uma execução intencionalizada. Sobre os hiatos. É comum a cena, onde ao termino de uma canção, a igreja

aguarda em pé, pacientemente, os músicos regularem a respeito de qual é a

 

próxima música, o seu tom e seu andamento. Hiatos refletem desorganização e despreparo. Amúsica eclesiástica deve ser feita com perícia. Sendo assim, torna-se indispensável durante a execução das músicas uma sequência litúrgica com delimitação de andamento, e letra, para““Mantra” todos os músicos. com moderação. Módulo, a tom respeito do distribuídos tema, afirmou: nada mais é do que uma pequena melodia repetida tantas vezes que se torna um ritmo. Excesso de ritmo leva as pessoas a parar de pensar. 17” O Músico precisa estabelecer a dinâmica da música, dispor uma ordem coerente de sua estrutura: introdução, estrofe, refrão e ponte. Essa atividade promoverá uma execução equilibrada da música eclesiástica. Sobre o excesso de tempo. Hiatos, repetições, improvisos, repertório extenso

e outras ações podem deixar o período de música enorme comparado ao momento dedicado à exposição da palavra. O período de música não é um parêntese dentro do culto, não é um concerto, não possui proeminência, mas é uma parte que deve estar liturgicamente integrada e deve ser objetivamente realizada. A assertividade musical é um aspecto essencial da operacionalidade. A música é arte de impressão, contudo, também é ciência, exigindo precisão e clareza. Sobre as repetições demasia - das. Arepetição é uma propriedade musical que

precisa ser utilizada 17 MÓDULO, Parcival. Disponível em: https://musicaeadoracao.com.br https://musicaeadoracao.com.br/20237/a-musica/20237/a-musica-na-igreja/. na-igreja/. Acesso em 30 de Setembro de 2018.

A IDENTIDADE MUSICAL REFORMADA A música eclesiástica reformada não deve ter como premissa, ser uma antítese da atual música evangélica. Alguns asseveram: Se a música atual é extravagante, a reformada será sóbria, se emocional, a reformada racionalista, se experiencial, reformada abstrata, se extravagante, esta singular reverente,e curta. se triunfalista, esta arealista, se repetitiva e longa, a reformada

 

Aidentidade da música eclesiástica reformada não pode ser construída às custas das carências e dos excessos da música pentecostal e neopentecostal. A adoração reformada é uma reação à pessoa de Deus. Isaías quando teve a visão do alto e sublime trono, ele pode contemplar “o Rei, o SENHOR dos Exércitos!” (Is 6.5). Reconhecendo-se pecador, ele adorou o Senhor; se ao chamado de Deus. Semelhantemente, a música reformada deve rendeuser em conteúdo e forma uma reação à auto-revelação de Deus. Em reflexão, Valdeci Santos afirmou: “uma teologia corrompida produzirá uma adoração distorcida...”18. Isso aplica-se principalmente aos reformados. Uma 18 SANTOS, Valdeci. Refletindo sobre adoração e culto cristão. 2008

ortodoxia fria é o resultado da apreensão distorcida da pessoa e obra de Deus19. A música tanto20na sua impressão, como na sua expressão faz declarações teológicas . Importa o conteúdo, bem como a forma como é executada a música reformada. É um erro acreditar que alegria (Sl 47.1), emoção (Sl 103.1) e repetição (Sl 136) são características únicas e exclusivas do pentecostalismo, essas qualidades são bíblicas, indispensáveis na adoração comunitária. A adoração reformada é bíblica. E, a adoração bíblica é equilibrada. A ânsia pelo que é novo, dinâmico, criativo é um perigo demoníaco quando aplicado ao que culto, mas quandoespiritual canalizado na elaboração de uma eclesiástica seja simples, e reverente, torna-se umamúsica arma poderosa para a edificação e consolo da congregação. A música eclesiástica reformada não está amarrada à cultura, a uma forma canônica melódica, harmônica, rítmica, poética, métrica e afins. A palavra parametriza a música, mas não inibe a arte, apenas o erro. Diante disso, a orientação 19 COSTA. Princípios Bíblicos de Adoração Cristã. Fides Reformata. p. 285 20 VANHOOZER; Vin J. Quadros de uma exposição teológica. p. 125.

do salmista deve ser o lema dos músicos reformados: “Cantai ao SENHOR

 

um cântico novo!” (Sl 96.1). Amúsica pode ser nova, mas a sua mensagem é antiga. O QUE FAZER depois?

...a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!  p 1.6

  QUE FAZER DEPOIS? O Avaliar. Se a preparação e a execução da música eclesiástica refletiu o caráter reformado de adoração, o músico eficazmente cumpriu com sua responsabilidade. O músico-regente deve avaliar o desenvolvimento da música eclesiástica à luz das Escrituras. Deve -se também buscar um feedback da assembleia e da liderança eclesiástica, buscando produzir e executar canções que sirvam à educação e ao consolo corporativo. A tarefa de produzir e conduzir músicas eclesiásticas reformadas é árdua. O processo envolve uma reeducação teológica, histórica e metodológica dos músicos e da assembleia, abandono de algumas práticas, eliminação de algumas músicas, confecção de um novo repertório, ensaios e reorientação da postura e da ação durante o período musical no culto público. O processo poderá suscitar dificuldades, falhas execução e até mesmo o desânimo, contudoopositores, o músico resilientemente devenapersistir numa adoração musical reformada. Diante dos problemas o músico-regente não pode rende-se ao pragmatismo ou ao purismo21. A mudança litúrgico-musical deve 21 JOHNSON. Adoração Reformada. p. 89

ser empreendida com cautela, sensibilidade e discernimento. O pragmatismo avalia tudo pela eficácia do resultado, se uma técnica ou mesmo um método produz o resultado desejado, a utilização de tal recurso é validado. A música

 

cultíca não deve ser empreendida de forma pragmática, o músico-regente precisa ignorar as técnicas antropocêntricas que tencionam fabricar um ambiente de adoração. O purismo avalia a adoração musical dos séculos XVI e XVII, sacramentam a sua forma e buscam transportá-la para opara século XXI. Tanto o purismo, como o pragmatismo são alternativas dolosas a igreja. O processo de reformar a adoração musical será penoso, o resgate da coerência entre a ortodoxia e ortopraxia musical favorecerá uma adoração fidedigna. O músico deve avaliar a preparação. As músicas foram bem escolhidas? Coadunaram com o tema da mensagem? Eram simples, objetivas e profundas? Deve-se também avaliar a execução. Houve participação da assembleia, engajamento? Houve perícia na execução instrumental e vocal? Houve objetividade? E, por fim, a maior avaliação será a resposta da pergunta: “Durante a execução da música eclesiástica reformada Deus achou uma adoração espiritual e verdadeira?” A avaliação conduzirá o músicoregente a uma implementação sólida da música eclesiástica reformada. CONSIDERAÇÕES FINAIS A palavra - “Só ela pode sustentar e alimentar a fé e a piedade reformada. 22” Assim, a música eclesiástica reformada tanto em seu conteúdo como em sua forma não caducará, não será leviana, carnal e trivial, se estiver pautada nas Escrituras Sagradas. Respaldados pela 23 Palavra os puritanos ensinavam a “cantar salmos com graças no coração ”; o reformador João Calvino compôs, ensinou, incentivou o cantocongregacional confeccionando o Saltério de Genebra; Issac Watts, poeta inglês, empenhou-se na composição de inúmeros hinos e salmos; os reformados presbiterianos no Brasil empenharam-se na construção de um hinário que melodiava sua fé. A herança Reformada de adoração está pautada na palavra. As Escrituras fundamentam o conteúdo musical. Os salmos são paradigmas para a composição musical contemporânea, eles são a confissão de fé dos udeus, teo

 

22 Idem. 23 Confissão de Fé de Westminster. Cap. 21.5

logia musicalizada, entremeados de experiência subjetiva e reflexão doutrinária. Os salmos refletem a piedade do povo da antiga aliança. Igualmente, a nova aliança fomentou a adoração musical através dos salmos, hinos e cânticos espirituais. Cristo, sua pessoa e obra, tornou-se o conteúdo e o destinatário da música cristã. Arevelação escrita amparou a poesia musical. As Escrituras fundamentam a forma musical. Verdadeira, didática, acessível, reverente, serviçal, excelente, ordeira e decente são as características formais da música segundo a Palavra. A música era entoada com espírito e com entendimento (1 Co 14.15), com gratidão (Co 3.16) e com alegria (Tg 5.13). A revelação escrita coordenou a exteriorização musical. No passado, a Palavra regia a manifestação musical dentro do contexto cultíco reformado, não pode ser diferente. O movimento contemporâneo temhoje urgente necessidade de canções que sejamreformado bíblicas, cristocêntricas e doxologicas, músicas que condescendam à sua teologia e a seu tempo. A música eclesiástica reformada deve enriquecer o culto comunitário, precisa escoar para a adoração cotidiana, encontrar expressão nas experiências da vida, dar sentido e voz à fé, dar vazão a uma adoração fervorosa e factual. Alguns desafios persistem. No decorrer da história, continuamente, a Igreja precisou repensar e incentivar a composição de novas músicas. Quando ignorou-se essa responsabilidade, inúmeros conflitos penetraram a liturgia, deturpações teológicas instauraram-se no consciente coletivo e a música passou a financiar as “guerras de adoração”. A indiferença para com o desenvolvimento da música eclesiástica reformada resultou em uma adoração hibrida, herética e combalida. Amúsica é uma linguagem da razão e dos afetos, dominá-la trará mais benefícios que resisti-la. A Igreja Reformada deve empreender recursos humanos e financeiros para o desenvolvimento musical de suas comunidades, deve estimular uma produção musical que seja excelente e exequível, impulsionar uma metodologia litúrgico-musical ortodoxa. Terminantemente, a música reformada precisa amoldar-se à Reforma.

 

Infelizmente, falta labor. Muito esforço é empreendido para criticar a produção musical evangélica contemporânea. Contudo, onde estão as alternativas musicais reformadas? É certo que elas existem. Mas obstinadamente o erro e a carência musical são mais prestigiados que a solução. O desenvolvimento teológico e metodológico da música eclesiástica reformada requererá paciência, humildade e esforço. BIBLIOGRAFIA BALLARINI, Teodorico, REALI, Venanzio. A Poética hebraica e os salmos. Petrópolis: Vozes, 1985. BEEKE, Joel R. Por Que Devemos Cantar Os Salmos? Editora Os Puritanos, 2016. Edição do Kindle. BIÉLER, André. O pensamento econômico e social de Calvino. São Paulo: Editora Cristã, 2015. BOND, Douglas. O Encanto Poético de Isaac Watts. São Paulo: Fiel, 2015. Edição Kindle. mos. Vol. II. São José dos Campos: Editora Fiel, 2011. CALVINO. Comentário dos Salmos. Vol. I. São José dos Campos: Editora Fiel, 2011. CARDOSO, Dario de Araújo. O papel da música na reforma e a formação do saltério de Genebra. Fides Reformata XXII-2 (2017): 23-41. CHAMBERS, James. Sacred Poetry. The church of England Magazine: Inglaterra e Islândia. Vol. VII, 1839. BOYER, Orlando. Pequena enciclopédia bíblica. Ed. 2. São Paulo: Editora Vida, 2006. BUCKLAND, A. R. Dicionário bíblico universal. Ed. 2. São Paulo: Editora Vida, 2007. CAIRNS. EARLE E. O Cristianismo através dos séculos – Uma história da Igreja Cristã. 3ª Ed. São Paulo: Vida Nova, 2008.

 

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