5 - RESUMO LINFÓCITO B (GERAÇÃO, ATIVAÇÃO e PRODUÇÃO ANTICORPOS)

December 14, 2018 | Author: ImunoResumo | Category: B Cell, Antibody, Antigen, Complement System, Lymphocyte
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RESUMO IMUNOLOGIA (baseado no livro: Imunologia Celular e Molecular 6ºEd Abbas) SUGESTÃO PARA ESTUDO: Leia primeiramente o capítulo original do livro para depois fazer uso deste resumo, pois é necessário o conhecimento prévio sobre imunologia para melhor entender os conceitos utilizados neste resumo.

O LINFÓCITO B Desenvolvimento LB  O desenvolvimento dos linfócitos B ocorre na medula óssea, sendo divididos em estágios caracterizados por diferentes padrões de rearranjos e expressão dos genes da Ig. Nos precursores iniciais, durante a transição de célula pró-B para pré-B, ocorre à recombinação dos genes V(D)J do lado de cada cadeia pesada da Ig. Após este processo é expresso um RNA primário contendo a cadeia pesada µ recombinada mais a região constante, que codifica um pré-BCR, juntamente com as moléculas de sinalização Igα e Igβ na membrana. A expressão deste pré-receptor é importante, pois sua ativação gera sinais de sobrevivência e proliferação para célula continuar seu desenvolvimento.  Após este primeiro ponto de verificação, as células B maduras começam a expressar o receptor BCR completo (IgD/IgM) e passam pelo processo de seleção negativa e positiva na medula, sendo que aqueles LB que não possuem receptores funcionais ou com alta afinidade para antígenos próprios são induzidos à re-editar os genes do seu receptor ou são eliminados.  As células B maduras que expressam uma IgM funcional deixam a medula óssea e migram para os tecidos linfoides periféricos onde completam o seu desenvolvimento. Sendo que os linfócitos B circulantes nos linfonodos são chamados de B foliculares e os que residem somente no baço são chamados de linfócito B da zona marginal. Linfócitos B-1: Se desenvolvem a partir de células tronco hematopoiéticas no fígado fetal, possuindo diversidade limitada, migram para o peritônio e mucosas onde se tornam uma população auto-renovável que produzem continuamente os chamados anticorpos naturais.

Ativação da célula B e produção de anticorpos  Processo Geral: As respostas imunes humorais são iniciadas pelo reconhecimento direto do antígeno (que pode ser a parte de uma proteína, polissacarídeos, lipídio ou outras macromoléculas) pelo BCR (IgM/IgD de membrana do LB) que entram nos órgãos linfoides pela linfa ou no baço pelo

sangue ou ainda, antígenos que são reciclados pelas células dendríticas e expostos intactos nas suas membranas para reconhecimento pelo LB. O reconhecimento do antígeno leva a ativação do LB de modo dependente ou independente da célula T. Após ativação, ocorre a expansão clonal das células B específicas para o antígeno e a diferenciação em plasmócitos secretores de anticorpos e em células B de memória.

Respostas contra antígenos proteicos (T dependentes)   A resposta do linfócito B a antígenos proteicos requer a participação dos LT, pois esta classe de antígenos não é capaz de fornecer sinais bastante fortes para ativação completa do LB. O inicio da resposta ocorre nas zonas LT e nos folículos primários, resultando na ativação do LT e LB, proliferação e secreção inicial de anticorpos e mudança da classe de Ig. A fase tardia da resposta humoral T dependente ocorre no centro germinativo dentro dos folículos linfoides e resulta na maturação da afinidade dos anticorpos, geração de células B de memória e muito mais mudanças de isótipo da Ig.  A sequência de eventos para ativar a resposta do LB dependente de LT iniciase quando o antígeno proteico é capturado e apresentado pelas APC’s ao LT nas zonas de LT dentro do linfonodo. As células T ativadas migram em direção as células B (no folículo) seguindo gradiente de citocinas. Por sua vez, as células B também encontram o mesmo antígeno, que pode estar solúvel ou sendo exibido intacto pelas células dendríticas foliculares. As células B também endocitam o antígeno e migram em direção aos LT para apresentar o antígeno na borda do folículo primário. Neste local, as células B que conseguem apresentar o antígeno aos LT ativados, recebem sinais de ativação via interação CD40-CD40L e citocinas, isto estimula a proliferação da célula B ativada e a formação do centro germinativo, que é o local onde irá ocorrer a maturação de afinidade dos anticorpos e a troca de isótipos das Ig’s. Maturação de afinidade dos anticorpos: As células B que foram ativadas por LT são induzidas a proliferar no interior do folículo primário, formando uma zona escura, onde ocorre um processo acelerado de mutações nos genes IgV destas células B onde então, migram para a zona clara, dentro deste mesmo folículo, onde encontram células dendríticas foliculares exibindo o antígeno intacto. As células B que possuem receptores Ig de maior afinidade aos antígenos exibidos pelas células foliculares são selecionadas para sobreviver e diferenciam-se em células secretoras de anticorpos e em células B de memória.

Processo de mudança de isótipos da cadeia pesada da Ig: A mudança de isótipo dos anticorpos ocorre sob a influência dos linfócitos T ativados dentro do centro germinativo, onde os LT efetores produzem citocinas e interagem com os LB via CD40-CD40L, induzindo a expressão do gene AID no LB ativado, que irá controlar o processo de mudança de isótipo da Ig. Assim, LB que são ativados na presença de IFNy (que são produzidos pelo linfócito T efetor do perfil Th1 em resposta a vírus e bactérias) produzem mudanças de classe de Ig para IgG’s opsonizantes e fixadoras fixadoras do complemento, que auxiliam na resolução de infecções bacterianas e viróticas. Já LB que são ativados (ou estimulados) por IL-4 (produzida pela população de LT do perfil Th2 frente a helmintos e alérgenos) produzem IgE, que se ligam aos receptores de alta afinidade presente nos mastócitos e eosinófilos, participando das reações de hipersensibilidade imediata e nas respostas a parasitos extracelulares. As células B de sítios da mucosa, preferencialmente produzem IgA em respostas aos antígenos, devido neste local haver fontes de TGFβ que induzem a produção deste tipo de anticorpo, que também é mais eficientemente transportado pelo epitélio para as secreções nas mucosas.

Respostas contra antígenos não proteicos (independente de LT)  São respostas frente a antígenos como polissacarídeos e glicolipídeos que não podem ser apresentados via MHC ao LT, mas que são capazes de realizar  várias ligações cruzadas com o BCR (antígenos polivalentes) amplificando o sinal de ativação do LB. Este tipo de resposta é iniciado no baço, na medula, na cavidade peritonial e nos sítios mucosos, gerando anticorpos de baixa afinidade (IgG e IgM), porém oferecem imunidade protetora prolongada.

Vias de sinalização para ativação do LB   A ligação cruzada dos antígenos com o BCR leva a f osforilação osforilação dos ITAM’s presentes nas cadeias citoplasmáticas de Igα e Igβ pela enzima SRC (cinases) recrutadas.  A cauda de Igα e Igβ fosfolirada é sitio de ligação para SyK, que quando ativada promove a fosforilação de varias proteínas citoplasmáticas levando a ativação das vias de sinalização RAS-MAP cinases, fosfolipase C e tirosina cinase PKC que culminam na ativação de fatores de transcrição como Fos, Jun e NFκB. Os sinais estimuladores para LB são provenientes do receptor do complemento (CR2  – lembrando que geralmente as proteínas do sistema Complemento opsonizam os micro organismos extracelulares que ativam o LB), reconhecimento de PAMP’s pelos PRR presentes no LB e principalmente via interação CD40-CD40L com LT efetores e as citocinas produzidas por essas

células. As células B ativadas por antígenos aumentam a expressão de MHC-II, moléculas B7 e se tornam eficientes apresentadoras de antígenos aos LTCD4+

Vias de atenuação da ativação do LB   Além de expressarem moléculas inibitórias como o CTLA-4, PD1 e FosL, o principal mecanismo de atenuação de LB ocorre através do feedback negativo de anticorpos que se ligam ao receptor Fc do LB o que suprime a produção de anticorpos.

Mecanismos Efetores da Imunidade Humoral   A imunidade humoral é mediada por anticorpos, cuja principal função é as defesas contra micro organismos extracelulares e toxinas.

Função dos anticorpos:  Neutralização: única função mediada somente pela porção FAB e não requer a participação da região Fc ou de outras células do Sistema Imune, sendo importantes para evitar infecções virais e a ação de toxinas. Opsonização: IgG’s opsonizantes promovem a fagocitose mediada pelo receptor Fcγ que estimula a atividade microbicida dos fagócitos além de ativarem o complemento. Citoxicidade mediada por células dependente de anticorpos: células revestidas por anticorpos ativam a desgranulação de células NK e a fagocitose por outros leucócitos mediada pelo receptor Fc.  Anticorpos IgA e IgE que revestem helmintos podem ativar a desgranulação de eosinófilos que é importante para destruição destes parasitos. Mastócitos revestidos por IgE podem ser ativados pela ligação ao antígeno e iniciar respostas da hipersensibilidade hi persensibilidade imediata. IgG: opsonização de antígenos para fagocitose mediada por receptor Fc, ativação da via clássica do complemento, citoxidade mediada por células dependente de anticorpo, imunidade neonatal e feedback negativo para produção de anticorpos pro células B. IgM: receptor de antígeno LB, ativação do complemento via clássica. IgA: Imunidade mucosas (o transporte pelo epitélio é mediada pela ligação da cadeia J no receptor de Ig das células da lamina própria que realiza o transporte para o lúmen do TGI e TR. IgE: desgranulação de mastócitos IgD: receptor LB

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