40A República Das Espadas
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HISTÓRIA PRÉ-VESTIBULAR LIVRO DO PROFESSOR
© 2006-2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
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IESDE Brasil S.A. / Pré-vestibular / IESDE Brasil S.A. — Curitiba : IESDE Brasil S.A., 2008. [Livro do Professor] 696 p.
ISBN: 978-85-387-0574-1
1. Pré-vestibular. 2. Educação. 3. Estudo e Ensino. I. Título. CDD 370.71 Disciplinas
Autores
Língua Portuguesa
Francis Madeira da S. Sales Márcio F. Santiago Calixto Rita de Fátima Bezerra Fábio D’Ávila Danton Pedro dos Santos Feres Fares Haroldo Costa Silva Filho Jayme Andrade Neto Renato Caldas Madeira Rodrigo Piracicaba Costa Cleber Ribeiro Marco Antonio Noronha Vitor M. Saquette Edson Costa P. da Cruz Fernanda Barbosa Fernando Pimentel Hélio Apostolo Rogério Fernandes Jefferson dos Santos da Silva Marcelo Piccinini Rafael F. de Menezes Rogério de Sousa Gonçalves Vanessa Silva
Literatura Matemática
Física Química Biologia História
Geografa
Duarte A. R. Vieira
Enilson F. Venâncio Felipe Silveira de Souza Fernando Mousquer
Produção
Projeto e Desenvolvimento Pedagógico
A República Velha (1889-1930)
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A expressão República Velha é utilizada para denominar a primeira etapa da vida republicana do Brasil. Para melhor compreensão do tema, a República Velha foi dividida em duas partes: a República das Espadas (1889-1894), em que os militares exerceram o comando direto do Executivo Federal e a República Oligárquica (1894-1930), fase em que os cafeicultores estavam diretamente ligados à política do Estado, de acordo com seus interesses particulares. Vimos no módulo anterior que o Exército acreditava que a república brasileira deveria ser comandada por seus membros de maneira autoritária e centralizadora, capaz de estabelecer a ordem e zelar pelo progresso no Brasil. Esta perspectiva, denominada de República Positivista, vigorou na primeira fase da República Velha. Porém, existiam outras perspectivas condizentes com os interesses de grupos variados. A República Liberal era o projeto da aristocracia rural que articulou a proclamação da república. Defendia a construção de um Estado republicano federalista, que garantisse a autonomia das então províncias (posteriormente serão transformadas em Estados). A base social desta corrente era composta pelos cafeicultores paulistas que defendiam a criação de três poderes autônomos e independentes, a defesa de garantias, a separação entre Igreja e Estado, a instauração de eleições e a adoção de um Legislativo bicameral, composto por uma Câmara dos Deputados e por um Senado, ambos eleitos. A descentralização das decisões era defendida pelos cafeicultores, pois estes pretendiam gozar de sua supremacia administrativa e econômica local, sem a intervenção do governo federal.
O projeto de República Jacobina era defendido por setores da população urbana, entre eles membros da classe média, comerciantes, funcionários públicos e intelectuais. Defendiam uma maior participação popular nas decisões do Estado, além da realização de reformas sociais. Veremos como estas propostas conviveram nestes primeiros anos da República brasileira.
O governo provisório de Deodoro da Fonseca (1889-1891) Após a proclamação da República, em 1891, formou-se um governo provisório sob o comando de Deodoro, para resolver os problemas mais urgentes do Brasil. Ao assumir o Governo, Deodoro se cercou de oficiais positivistas como o então Ministro da Guerra Rui Barbosa, dando mostras de sua política centralizadora. Uma das primeiras medidas do governo provisório foi o decreto de banimento da Família Real , no dia 16 de novembro de 1889. Este ato foi revogado no ano de 1921, quando os restos mortais de Dom Pedro II e de sua esposa voltaram à cidade de Petrópolis no Rio de Janeiro, onde estão sepultados. As primeiras medidas de Deodoro da Fonseca foram a dissolução das Assembleias Provinciais, das Câmaras Municipais e da Câmara dos Deputados, a extinção da vitaliciedade do Senado, a transformação das províncias em Estados, a extinção do Conselho de Estado, a criação da bandeira republicana nacional contendo o lema positivista “Ordem e Progresso”, a separação entre o Estado e a Igreja, a liberdade de culto e a implantação do casamento e do registro de nascimento civil. Outra importante medida foi o
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projeto de naturalização para estrangeiros residentes no Brasil, que passariam a ser cidadãos brasileiros, caso manifestassem tal desejo. . o c i l b ú p o i n í m o D
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Primeira bandeira republicana. •
a instituição de um regime republicano presidencialista (o presidente, eleito pelo voto direto era o chefe de Estado e de governo); autonomia estadual para elaborar sua própria constituição, organizar forças policiais e militares, eleger seus governadores (chamados de presidentes), formar sua Assembleia Legislativa, contrair empréstimos externos e criar impostos; sufrágio universal direto e descoberto para todo cidadão maior de 21 anos, exceto analfabetos, mulheres, mendigos, militares sem patente e religiosos de ordem monástica; instituição de três poderes de Estado: Executivo, Legislativo e Judiciário; mandato de quatro anos para presidente e vice, sem direito a reeleição;
Na área econômica, surgiu o Encilhamento, elaborado em 1890 pelo então Ministro da Fazenda mandato de nove anos para senadores e de Rui Barbosa. O nome tem origem no ato de encilhar três anos para deputados; o cavalo em corridas, momento onde as apostas atingiam o auge. A intensa especulação financeira igualdade perante a lei e liberdade religiosa. nas bolsas de valores lembrava a agitação das corPodemos perceber a continuidade no cenário ridas de cavalo. político brasileiro, dividido em propostas federalistas Essa política econômica pretendia realizar uma e centralistas. reforma financeira por meio do aumento das tarifas alfandegárias, estímulos à importação de matérias-primas, além de grandes emissões de moeda para ampliar a oferta de crédito. O objetivo da política, enquadrada na lógica positivista de progresso, era promover a industrialização e a independência ecoSeguindo determinação constitucional, a eleição nômica do Brasil, através do crédito livre aos invesdo primeiro presidente seria feita por via indireta, timentos industriais. Entretanto, o Encilhamento acabou provocando por meio do voto da Câmara. Na época, os candidatos montavam chapas que continham presidente uma intensa inflação, devido à desvalorização da moe vice-presidente, sendo que ambos deveriam ser eda motivada pelas grandes emissões que muitas vezes não possuíam lastro-ouro correspondente. Além escolhidos, de maneira que poderiam ser de chapas diferentes. O vice-presidente da chapa de Deodoro disso, surgiu uma grande onda de especulações, era o almirante Wandenkolk, enquanto a chapa oposiem que empresários abriam “empresas fantasmas” para obtenção de crédito junto ao governo. Conse- tora era formada pelo cafeicultor Prudente de Morais e pelo marechal Floriano Peixoto, respectivamente quentemente, o Encilhamento acabou gerando uma candidatos a presidente e vice. grande oposição ao governo militar, concentrada nas Apesar da impopularidade de Deodoro, este oligarquias rurais. acabou sendo eleito, diante de suas pressões soEm novembro de 1890, instalou-se a primeira bre o Congresso, enquanto a vice-presidência foi Assembleia Constituinte do Brasil-República, no ocupada por Floriano Peixoto, com o apoio da arisRio de Janeiro. A assembleia era composta por uma tocracia cafeeira. Em meio a grave crise econômica, maioria de deputados contrários a Deodoro, tal era Deodoro envolveu-se ainda numa crise ministerial, a sua impopularidade diante da crise econômica após indicar o Barão de Lucena, histórico defensor e do centralismo. A Constituição elaborada pela da monarquia e seu amigo, como chefe do gabinete assembleia foi promulgada em 1891, baseando-se ministerial, elevando ainda mais os protestos da na constituição dos Estados Unidos de 1787, e tinha aristocracia cafeeira. como princípios: Esses problemas geraram uma grande instabia adoção do nome Estados Unidos do Brasil lidade e desgaste governamental, a partir do antacomo denominação oficial; gonismo entre o governo e o Congresso, dominado •
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O governo constitucional de Deodoro da Fonseca (1891)
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pelas oligarquias estaduais opositoras do governo. O Congresso passou a atacar o Ministério do Barão de Lucena, motivado por alguns negócios considerados obscuros como a construção do porto de Torres no Rio Grande do Sul e a concessão da Estrada de Ferro Central do Brasil. Em represália, o Congresso aprovou a Lei das Responsabilidades do Presidente, com o objetivo de decretar o impeachment de Deodoro da Fonseca. Deodoro vetou a lei e dissolveu o Congresso no dia 3 de novembro de 1891, decretando o estado de sítio e censura à imprensa. Contra a tentativa de golpe de estado, se levantaram vários setores, a exemplo da greve dos trabalhadores da Estrada de Ferro Central do Brasil. Com o apoio dos cafeicultores, Floriano Peixoto pensava em um plano para derrubar Deodoro da Fonseca. A resposta ao centralismo de Deodoro não tardou: o almirante Custódio de Melo, ameaçado de prisão pelo presidente, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro com navios ancorados na Baía da Guanabara, caso Deodoro não renunciasse imediatamente. No dia 23 de novembro de 1891, Deodoro renunciou, entregando a presidência a Floriano Peixoto.
O governo de Floriano Peixoto (1891) A base de sustentação política de Floriano era as oligarquias cafeeiras, que viam no centralismo moderado de Deodoro a força necessária para consolidar a república, diante da presença de monarquistas na política brasileira. Outros setores que apoiaram seu governo foram as camadas médias urbanas e a ala militar florianista.
fosse afastado do cargo antes de ter completado pelo menos dois anos de seu mandato, o vice-presidente deveria convocar novas eleições. Como Deodoro governou como presidente eleito apenas nove meses, Floriano era obrigado, por lei, a convocar novas eleições presidenciais. Floriano não convocou eleições, alegando que não estava contrariando a Constituição, pois fora eleito vice-presidente indiretamente. Contra a possível “ilegalidade” do governo de Floriano, ocorreram revoltas nos fortes de Santa Cruz e de Lajes no Rio de Janeiro, sufocadas com rigor por meio do fuzilamento dos envolvidos. O Manifesto dos Treze Generais exigia a convocação imediata de no vas eleições e a resposta de Floriano era clara – a exoneração dos envolvidos. Contra Floriano ocorreram duas importantes revoltas: a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul e a Revolta da Armada no Rio de Janeiro, ambas no ano de 1893.
Revolta da Armada (RJ-1893) A Revolta da Armada foi um movimento da Marinha, cuja oficialidade era constituída por elementos da elite aristocrática, que não admitia que o governo republicano fosse chefiado por um militar do Exército, originário das classes médias. Além disso, o almiran te Custódio de Melo, líder da revolta, não só se sentia preterido por Floriano em sua pretensão de sucedê-lo na Presidência da República, como temia que o presidente cancelasse as eleições presidenciais. . l i s a r B o d a h n i r a M a d o c i f á r g o t o f o v r e c A
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Revolta da Armada.
Custódio de Melo sublevou a Marinha contra o presidente, fazendo com que o governo reagisse As primeiras medidas da administração de Flo- ao bombardeio, utilizando-se do Exército e de forriano foram a reintegração do Congresso que havia talezas em terra que responderam prontamente. sido dissolvido por Deodoro, a suspensão do estado Ao mesmo tempo, Floriano contou com o apoio de de sítio e a substituição dos governadores que ha- populares e de navios encomendados às pressas viam apoiado o golpe de Deodoro. dos Estados Unidos. Porém, logo se colocou uma questão no governo Custódio de Melo e seus liderados fugiram de Floriano: a legitimidade de seu governo. De acor- para o Sul e se aliaram aos federalistas, ampliando do com o artigo 42 da Constituição Republicana de o movimento e conquistando a cidade de Desterro 1891, se o presidente da República se afastasse ou (Florianópolis). Na Baía da Guanabara, o almirante Floriano Peixoto.
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Saldanha da Gama assumiu a liderança da Armada e o movimento se propagou com a invasão do Paraná e o ataque a São Paulo. A repressão de Floriano não tardou com a deposição dos governos implantados pelos rebeldes no Paraná e Santa Catarina, e fuzilamentos maciços.
Revolução Federalista (RS-1893)
os rebeldes em Inhanduí e os obrigam a se refugiar no Uruguai. A revolução federalista foi derrotada em junho de 1895 após ter expandido para Santa Catarina e Paraná. O saldo foi de aproximadamente dez mil mortos.
Política econômica e social de Floriano
Floriano adotou várias medidas que favoreceEntre os motivos desta revolta podemos des- ram principalmente a nascente burguesia brasileira tacar as tensões políticas devido à legalidade do e as camadas médias e populares urbanas. O objegoverno de Floriano e o seu autoritarismo, além das tivo das medidas incluia a busca de apoio político, lutas partidárias no Rio Grande do Sul entre facções diante dos questionamentos feitos a legalidade de políticas que disputavam o poder (federalistas e cas- seu mandato. tilhistas). Os federalistas eram liderados por Silveira O presidente adotou uma nova política proteMartins sendo conhecidos como “maragatos”. Defen- cionista alfandegária, isentando de pagamento de diam a instalação de um poder central forte — sem taxas as importações de máquinas, equipamentos e Floriano — e a adoção do Parlamentarismo, além da matérias-primas com o objetivo de estimular a induspredominância do poder federal sobre o estadual e trialização do Brasil. Concedeu ainda empréstimos a reforma da Constituição Gaúcha (de caráter posi- aos industriais e realizou uma reforma bancária que tivista e que possibilitava a instituição da ditadura proibia a emissão de dinheiro por bancos particulado Poder Executivo no Rio Grande do Sul). res, fazendo com que a partir de então as emissões Já os Castilhistas eram adeptos do presidente se tornassem responsabilidade do governo central. do Estado Júlio de Castilhos, aliado político de FloPara obter o apoio popular, Floriano reduziu os riano Peixoto. preços do aluguel das casas operárias, da carne e . o do pescado, além de aprovar a lei de construção de c i l b casas populares e o congelamento dos aluguéis e ú p o i dos gêneros alimentícios. n í m o Para se manter no poder, Floriano selou um D pacto com a aristocracia cafeeira – apoio a Floriano em troca de realização de eleições no fim de seu mandato, que acabaram fazendo com que o cafeicultor Prudente de Morais fosse eleito à presidência do Brasil.
República Oligárquica (1894-1930) A partir de 1894, representantes dos cafeicul tores passaram a exercer o controle direto sobre a vida política no Brasil. Defendendo seus interesses, procuraram marginalizar a participação política da população por meio de esquemas como a Política dos Governadores e a Política do Café-com-leite, sustentada pela ação local do coronelismo. Em vários Em fevereiro de 1893, os maragatos que se momentos a estabilidade foi ameaçada tanto por reencontravam exilados no Uruguai e na Argentina voltas populares quanto por disputas políticas entre retornaram ao Rio Grande do Sul para derrubar Júlio os membros das oligarquias. de Castilhos da presidência do Estado, tomando as De qualquer maneira, os latifundiários buscacidades de Alegrete e Dom Pedrito. Porém, os cas tilhistas, contando com forças do Exército, bateram vam incessantemente a consolidação de seus inte4
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resses econômicos, encontrando no Estado a forma de garanti-los. A população ficava à margem, diante de um sistema eleitoral que excluía mulheres e analfabetos das eleições (a maior parte da população).
O governo de Prudente de Morais (1894-1898) Prudente de Morais foi o primeiro presidente da história do Brasil eleito pelo voto direto da população. Do ponto de vista econômico, Prudente de Morais acabou herdando uma forte inflação. . o c i l b ú p o i n í m o D
feicultores no poder, a chamada Política dos Governadores. Esta consistia numa troca de favores entre a presidência da república e os governos dos Estados brasileiros, pois o presidente exigia dos governadores a garantia de que só seriam indicados deputados fiéis às propostas do governo federal, de maneira que se o presidente quisesse aprovar alguma medida, todos os deputados teriam de concordar com ele. Em troca, Campos Sales prometeu apoiar as oligarquias estaduais, que governariam com autonomia de acordo com o projeto de República Liberal. A eleição de deputados e senadores fiéis à polí tica oligárquica seria garantida por fatores como: Comissão Verificadora de Poderes (Comissão da “Degola”) – os candidatos eleitos precisavam passar pela cerimônia da diplomação e, nesse momento, o eleito tem que dizer quais são os seus planos de governo, se ele é favorável ao governador, ao presidente etc. Caso ele não se enquadre no projeto político oligárquico, ele é cassado, sendo vítima de um processo conhecido como “degola”. •
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Prudente de Morais.
Muitos consideram o governo de Prudente de Morais um governo de transição, na medida que apenas no próximo governo, o de Campos Sales, ocorrerá a consolidação dos interesses dos oligarcas. No governo de Prudente de Morais ocorreu ainda a Guerra de Canudos.
O governo de Campos Sales (1898-1902) O governo de Campos Sales lançou as bases políticas que garantiriam a estabilidade do regime, além da superação da crise econômica que se arrastava desde Deodoro da Fonseca e do Encilhamento. Com o Funding Loan, Campos Sales conseguiu reverter temporariamente a crise financeira que afetava o Brasil. . o c i l b ú p o i n í m o D
Coronelismo – os coronéis eram latifundiários que realizavam o controle político e social a nível municipal. Muitos latifundiários receberam a patente de coronel da Guarda Nacional, durante o Brasil Império. O controle eleitoral dos coronéis se dava pelo voto de cabresto, em que o curral eleitoral do coronel era obrigado por jagunços a votar nos candidatos de sua escolha. Por outro lado, a prática do clientelismo era muito comum – em épocas de eleição, o coronel ensinava seus eleitores próximos a assinarem o próprio nome (critério de alfabetização utilizado nas eleições), fazendo com que estes votassem em seus candidatos muitas vezes em troca de favores.
Para impedir a briga entre as duas maiores oligarquias (São Paulo e Minas Gerais), Campos Sales criou a Política do Café-com-leite, em que se alternavam na presidência um presidente mineiro e outro paulista. São Paulo era o centro econômico do Brasil e maior produtor de café, enquanto Minas Gerais possuía o maior colégio eleitoral, o que fazia dos dois Estados os centros políticos da República Oligárquica.
O governo de Rodrigues Alves (1902-1906) 3 3 0 _ S I H _ V _ M E
Campos Sales.
No campo político, Campos Sales criou um dispositivo que possibilitou a permanência dos ca-
O governo de Rodrigues Alves é muito conhecido pelo conjunto de obras realizadas para modernizar a capital federal, o Rio de Janeiro, que também era 5
a principal porta de entrada de turistas no país. No transmitiam a peste bubônica, obtendo sensível início do século XX, o Rio de Janeiro crescia de ma- redução nas taxas de contaminação da população neira desordenada, agregando no centro da cidade carioca. Alguns estudiosos afirmam a existência de tanto pessoas da alta sociedade brasileira quanto uma pressão modernizadora sob o governo brasileiro pobres, que precisavam morar próximo ao centro da época visando melhorar os espaços urbanos atradevido à proximidade dos locais de trabalho, numa vés da contratação de serviços internacionais. época em que os meios de transporte não eram deAinda no governo de Rodrigues Alves, há a senvolvidos. questão da compra do Acre. O governo brasileiro . o comprou o Acre da Bolívia porque na região havia c i l b muitos seringais e os brasileiros já estavam extraindo ú p o i o látex (borracha) da região. Para evitar um incidente n í m internacional, o barão do Rio Branco, do Ministério o D das Relações Exteriores, negociou a compra do Acre a partir da assinatura do Tratado de Petrópolis, de 1903. O Acre foi comprado da Bolívia por 2 milhões de libras mais a construção da ferrovia Mamoré-Madeira, que traria uma saída oceânica para a BolíRodrigues Alves. via através de uma estrada de ferro próxima aos rios da Bacia Amazônica. Como morar no centro da cidade era caro, a opção da população carente era abrigar-se em cortiços, casarões antigos e abandonados, sem qualquer infraestrutura sanitária para abrigar tamanho contingente de pessoas. Esgoto correndo a céu aberto, excreções de animais jogadas nas apertadas ruas do centro do Rio de Janeiro, tudo isso contribuía para a difusão de epidemias como a febre amarela e a varíola, que Ao contrário dos três primeiros presidentes, matavam cariocas e muitos estrangeiros, fazendo todos paulistas, Afonso Pena era mineiro, e foi rescom que o Rio de Janeiro ganhasse o título de “ce- ponsável por uma importante medida no campo ecomitério de turistas”. nômico, o Convênio de Taubaté. Afonso Pena faleceu Para superar esses problemas, Rodrigues em 1909 vítima de um ataque cardíaco, dando lugar a Alves indicou o engenheiro Pereira Passos como seu vice, o cafeicultor fluminense Nilo Peçanha, que prefeito do Rio de Janeiro, encarregado de realizar criou o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), entregue a reformas urbanas na capital federal. Pereira Passos Cândido Rondon. Ao completar o mandato de Afonso inspirou-se nas obras de modernização de Paris Pena, Nilo Peçanha presenciou uma acirrada disputa realizadas pouco antes pelo então prefeito Barão eleitoral, algo pouco comum na República Oligárquide Haussman e começou por um audacioso proje- ca, mas que promoveu o primeiro abalo na Política to: o Bota Abaixo. Tal projeto pretendia demolir os do Café-com-leite. . cortiços, efetuando um processo conhecido como . o o c i c l i l segregação espacial do espaço urbano, uma vez b b ú ú p p que a população mais carente foi deslocada para a o i o i n í n í periferia e para encostas de morros, dando origem m m o o D D a várias favelas no Rio de Janeiro. Pereira Passos também foi responsável pela abertura da Avenida Central (atual Rio Branco), rua larga que permitiria ampla circulação de automóveis. Mas o projeto mais polêmico esteve relacionado à Afonso Pena. Nilo Peçanha. campanha de erradicação da varíola, comandada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, que instituiu a vaO militar e político gaúcho marechal Hermes da cinação obrigatória, gerando a Revolta da Vacina Fonseca buscou o apoio de Nilo Peçanha, do Partido no ano de 1904. Oswaldo Cruz liderou ainda uma campanha de combate ao mosquito transmissor da Republicano Mineiro e do influente senador gaúcho febre amarela, além da perseguição aos ratos que Pinheiro Machado para sua candidatura à presidên-
O governo de Afonso Pena (1906-1909) e de Nilo Peçanha (1909-1910)
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cia. Porém, os paulistas se opuseram a escolha de mais um presidente militar, e passaram a apoiar a candidatura do baiano Rui Barbosa, que organizou a Campanha Civilista, considerada a primeira campanha eleitoral moderna da História do Brasil. Apesar da agitação, entre outros fatores, a máquina coronelistica, vinculada a Nilo Peçanha, acabou dando a vitória ao marechal gaúcho.
O governo de Hermes da Fonseca (1910-1914) Quando Hermes da Fonseca chegou ao poder procurou realizar a chamada Política das Salvações. Na verdade, constituía numa intervenção do Governo Federal e do Exército nos governos estaduais e municipais, procurando derrubar os políticos que apoiaram a Campanha Civilista de Rui Barbosa. Con tra a Política das Salvações, insurgiu-se a Revolução Cearense de 1914. Hermes da Fonseca ainda viu em seu mandato a eclosão da Revolta da Chibata (1910) e da Guerra do Contestado (1912-1916). . o c i l b ú p o i n í m o D
Hermes da Fonseca.
O governo Venceslau Braz (1914-1918)
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A principal característica do governo do mineiro Venceslau Braz foi a eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Navios brasileiros que comercializavam com os países da Entente foram afundados por submarinos alemães, o que levou o Brasil a declarar guerra à Tríplice Aliança. Entretanto, a participação do Brasil no conflito foi tímida, limitada ao patrulhamento do Atlântico e ao envio de uma missão médica à França. A Primeira Guerra Mundial teve profundas repercussões na economia brasileira, como um acelerado processo industrializante, motivado pela substituição de importados por manufaturadas produzidas no Brasil.
Venceslau Braz.
O governo Delfm Moreira
(1918-1919) e Epitácio Pessoa (1919-1922) Para suceder Venceslau Braz foi eleito novamen te Rodrigues Alves, que, no entanto, faleceu vítima da epidemia de gripe espanhola que vitimou cerca de 300 mil brasileiros. Seu vice era Delfim Moreira, que convocou novas eleições vencidas pelo paraibano Epitácio Pessoa. . o c i l b ú p o i n í m o D
Delfim Moreira.
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Epitácio Pessoa.
Epitácio deu extrema atenção ao Nordeste, construindo açudes, poços e estradas de ferro. Mas o que mais se destacou no governo de Epitácio Pessoa foi a sucessão presidencial, mostrando um novo abalo na estabilidade política da República Oligárquica. Para as eleições de 1922, São Paulo e Minas Gerais lançaram a candidatura do mineiro Artur Bernardes. Porém, os estados do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro resolveram desafiar as principais oligarquias do Brasil, formando a Reação Republicana, que lançou a candidatura do ex-presidente Nilo Peçanha. A Reação Republicana passou a pregar a moralização política, agregando boa parte do eleitorado urbano brasileiro. Mas a maior tensão surgiu quando, em outubro de 1921, o jornal Correio da Manhã publicou uma série de cartas atribuídas a Artur Bernardes,
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com denúncias de corrupção dentro da instituição. O episódio das cartas falsas foi o estopim do levante tenentista dos 18 do Forte de Copacabana em 1922, acirrando ainda mais a disputa eleitoral. Apesar da oposição, a máquina eleitoral fraudulenta garantiu a vitória de Artur Bernardes. Em outubro de 1922, ainda em seu governo, iniciava-se um dos principais movimentos culturais do Brasil, a Semana da Arte Moderna, que revelou expoentes das artes e da cul tura, além de contestações políticas que contribuíram para desgastar a República Oligárquica.
vernar é abrir estradas”, Washington Luíz enfrentou os efeitos nocivos na crise de 1929. Em seu governo, os levantes operários e a presença da Coluna Prestes fizeram com que Washington Luís lançasse a Lei Celerada em 1927, que censurou os meios de comunicação e o direito de reunião, procurando frear a propaganda destes dois movimentos de contestação à República Oligárquica. Mais adiante, analisaremos como seu governo contribuiu para a eclosão da Revolução de 1930, que sob a liderança de Góis Monteiro e de Getúlio Vargas, pôs fim à República Oligárquica. . o c i l b ú p o i n í m o D
O governo de Artur Bernardes (1922-1926)
Esse período foi caracterizado por intensa agitação militar, fazendo com que o presidente reeditasse a Política das Salvações, intervindo nos Estados que Washington Luís. não o apoiaram nas eleições, principalmente o Rio de Janeiro e a Bahia. Seu governo ocorreu praticamente em estado de sítio, diante das agitações do Movimento Tenentista e de movimentos de trabalhadores, incluíndo operários, com a limitação do habeas corpus , e a perseguição de estrangeiros suspeitos de comporem as lideranças operárias. A República Oligárquica foi o tempo em que O agitado governo de Artur Bernardes conviveu os cafeicultores se beneficiaram do controle sobre o ainda com a Revolução Gaúcha de 1923, comandada aparelho estatal, para garantir seus interesses. No pelos “maragatos” gaúchos liderados por Assis Bra- entanto, com o decorrer dos anos, a economia brasisil. O estopim do conflito foi a reeleição pela quinta leira sofreu importantes modificações, que fizeram vez consecutiva, via fraudes eleitorais, de Borges de com que se fortalecessem o operariado urbano e a Medeiros, político ligado ao Partido Republicano Rio- classe média, grupos que a partir de vários movimen-grandense. A revolução foi finalizada após a assinatu- tos passaram a contestar as autoridades federais. ra do Pacto de Pedras Altas, que proibiu as reeleições Se no início o objetivo era, de fato, superar a para governador no Estado. Tal medida foi responsável crise econômica do Encilhamento, posteriormente o pelo aparecimento de importantes políticos gaúchos obstáculo foi o controle sobre o preço do café diante como Oswaldo Aranha e Getúlio Vargas. da superprodução brasileira. E não só de café vivia o . o c Brasil, a borracha foi um produto que despontou na i l b ú República Oligárquica, diversificando nossa pauta p o i n de exportações. í
Aspectos econômicos da República Oligárquica
m o D
O Funding Loan Artur Bernardes.
O governo de Washington Luís (1926-1930) Conhecido pela criação de um programa para construção de estradas de rodagem e pelo lema “go8
Em 1898, o presidente Campos Sales partiu para a Europa, com o objetivo de estabelecer negociações com os bancos credores da dívida externa brasileira. Surgia assim o Funding Loan , que tinha como princípios: a concessão de um empréstimo para pagamento dos juros da dívida externa brasileira dos próximos três anos; •
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a concessão de um prazo de dez anos, além dos três iniciais, para que o Brasil começasse a pagar a nova dívida;
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a penhora de toda a receita da alfândega do porto do Rio de Janeiro, além de, em caso de necessidade, das receitas da Estrada de Ferro Central do Brasil e de outros serviços, como garantia do pagamento dos juros da dívida.
A suspensão temporária do pagamento da dívida externa acabou por sanear as contas do governo, que cortou gastos em várias áreas, fazendo com que o Brasil superasse a crise financeira provocada pela política emissionista de Rui Barbosa, com o Encilhamento.
A superprodução e o convênio de Taubaté de 1906 A expansão da lavoura cafeeira gerou um grave problema: a superprodução de café. A produção de café elevou-se a níveis superiores a demanda mundial, de maneira que os preços caíam gradativamente. Diante de tal problema, São Paulo, Minas Gerais e o Rio de Janeiro selaram, em 1906, o convênio de Taubaté, no qual o Estado se comprometeria a realizar empréstimos estrangeiros que pudessem garantir a compra do excedente da produção de café, mantendo-o estocado até o aquecimento do mercado consumidor, o que elevaria o preço do produto, de acordo com uma política de valorização do café. . o l ê b e R o d n a n r e F
Plantaçao cafeeira.
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O convênio de Taubaté foi inicialmente apresen tado a Rodrigues Alves, que se recusou a aceitá-lo. Somente o presidente Afonso Pena legitimaria o convênio com um pedido de empréstimo de 15 milhões de libras para a compra dos estoques de café. A manutenção artificial dos preços do café garantiu os lucros dos cafeicultores, porém, socializou os prejuízos com o restante da população brasileira, que sustentava com seus impostos o convênio de Taubaté. A dívida externa brasileira crescia, à mesma proporção dos estoques que conviviam com o apodrecimento de toneladas de café.
Duas tragédias
“Quando o café chegou ao oeste de São Paulo duas tragédias ocorreram: primeiro, amplas áreas de florestas virgens foram devastadas – por queimadas ou pelo desmatamento braçal, feito por imigrantes. Mais tarde, quando foi construída a estrada de ferro que desbravou a região, os índios Kaingang, que ocupavam a área, foram massacrados. Suas terras se tornaram imensas fazendas de café”. (BUENO, Eduardo. Brasil: uma história – a incrível saga de um país. 2. ed. São Paulo: Ática, 2003. p. 282.)
“É hora da borracha!” A selva amazônica é rica em seringais de onde é extraído o látex, matéria-prima fundamental para a fabricação da borracha. A procura pelo látex se acentuou ainda no século XIX, quando as indústrias bélicas e automobilísticas da Segunda Revolução Industrial precisaram do látex para a fabricação de seus produtos. A valorização internacional do látex fez com que uma legião de pessoas, incluindo imigrantes e migrantes, muitas vezes fugindo da seca e da exclusão social no Nordeste, migrasse para a Amazônia, contribuindo fortemente para a ocupação da Região Norte e de cidades como Manaus e Belém. A exploração do látex foi tão intensa, que nos primeiros anos do século XX, sua exportação atingiu o segundo lugar, perdendo apenas para o café. Apesar dos lucros, as técnicas de exploração aplicadas eram extremamente precárias. Assim como as condições de vida dos trabalhadores, uma vez que os lucros sustentavam os luxos de uma restrita classe de organizadores da extração, que vão passar a ser os proprietários da terra, muitas vezes através de falsos títulos de propriedade. Surgia, para esta restrita classe, iluminação nas casas, telefone, água encanada e até um suntuoso Teatro de Manaus, para abrigar espetáculos europeus.
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Os investimentos estrangeiros e o surto industrial
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Coleta de látex.
As técnicas rudimentares inutilizavam muitas árvores, fazendo com que os seringueiros se deslocassem cada vez mais em direção à Amazônia boliviana, em busca do látex. Quando as autoridades bolivianas perceberam a presença de brasileiros em seu território, gerou-se um mal-estar diplomático superado pelo barão do Rio Branco, que anexou o território do Acre através do Tratado de Petrópolis de 1903.
Um dos objetivos do Imperialismo adotado pelas potências europeias seguidas pelos Estados Unidos era a exportação para países periféricos do excedente de mercadorias e capitais, garantindo sua reprodução. No Brasil, muitos setores passaram a ser controlados pelo capital estrangeiro, como transporte ferroviário, bondes, fornecimento de eletricidade, água encanada e outros serviços, acentuando a dependência de nossa economia em relação ao capital internacional. Neste período, instalaram-se no Brasil importantes empresas como a Light & Power, os frigoríficos Wilson, Swift e Anglo, além da General Motors, Ford e Belgo Mineira. A Primeira Guerra Mundial alterou profundamente a economia brasileira ao promover um rápido crescimento industrial motivado pela substituição de importações. Porém, com a Primeira Guerra Mundial em 1914, as indústrias europeias passaram a se dedicar à produção bélica, reduzindo a oferta de produtos no mercado internacional. . o c i l b ú p o i n í m o D
. A . S l i s a r B E D S E I
Trabalho Industrial – mulher trabalhando em fábrica.
Questões territoriais.
O ciclo da borracha foi extremamente rápido. A partir de 1910, as técnicas precárias e a concorrência da produção inglesa no Ceilão e na Malásia fizeram com que a produção de borracha no Brasil entrasse em decadência.
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Com isso, o Brasil passou a produzir principalmente bens de consumo não-duráveis como têxteis e alimentos processados. Boa parte dos capitais aplicados na industrialização era oriundo do café, fazendo com que São Paulo concentrasse boa parte das atividades industriais nesse período. A mão-de-obra era recrutada principalmente entre os imigrantes, conhecedores de técnicas produtivas, em detrimento do ex-escravo e seus descendentes, mais uma vez alijados socialmente.
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A industrialização não foi uma política concreta do Estado com o objetivo de modernizar a economia brasileira. As oligarquias que exerciam o comando político nacional estavam vinculadas à agroexportação, e os investimentos foram canalizados para esta atividade. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a produção norte-americana passou a abastecer o Brasil de produtos industrializados, fazendo com que muitas empresas não conseguissem sobreviver à concorrência estrangeira. Apesar da brevidade, este surto industrial contribuiu para o desenvolvimento de importantes classes sociais. Os setores urbanos ligados à classe média, ao mesmo tempo em que se desenvolviam, passavam a questionar a predominância política do meio rural, enquanto o operariado se manifestava contra o Estado, exigindo melhores condições de trabalho. Ainda a respeito da industrialização, a crise de 1929 influenciou na sua expansão a partir da mesma lógica de substituição das importações, diante da “quebradeira” de várias empresas estrangeiras, o que motivou empresários brasileiros a novamente investir na produção industrial.
Essa política cou conhecida como: a) Plano de Metas. b) Convênio de Taubaté. c) Funding Loan . d)
e) Encilhamento. `
Solução: E
3.
(Adaptado) “A exclusão dos analfabetos pela Constituição republicana (de 1891) era particularmente discriminatória, pois, ao mesmo tempo retirava a obrigação do governo de fornecer instrução primária, que constava do texto imperial, e exigia para a cidadania política uma qualidade que só o direito social da educação poderia fornecer... .” (CARVALHO, José Murilo de. Os Bestializados.).
a)
Que relação o texto estabelece entre Ensino Público e exercício da cidadania política durante a Primeira República (1889 - 1930)?
b) O que a atual Constituição dispõe a respeito desta relação? `
Solução:
1. (PUCPR) O estudo comparativo das Constituições Bra sileiras de 1824 (Carta Outorgada, Imperial) e de 1891 (Carta promulgada, Republicana) não permite armar:
a) O Ensino Público não era gratuito, impedindo que grande parcela da população fosse alfabetizada e, portanto, tivesse direito ao voto.
A Carta Imperial criou quatro poderes, mas o docu mento republicano estabeleceu somente três.
b) Na atual constituição a alfabetização não é impecí- lio para o direito/dever do voto.
b) Enquanto o estatuto Imperial recebeu uma emenda, o Ato Adicional, um progresso rumo à federação, a Carta republicana foi emendada em 1926, com for-
4. (Fuvest) “Diante do meu charuto muito doutor de lei cou menor do que um anão de circo de cavalinho”
a)
talecimento do Poder Central. c)
A Carta de 1891 estabeleceu a Federação como forma de Estado.
d)
A Carta Republicana teve inspiração europeia, ao passo que a lei maior imperial buscou seguir o mo delo norte-americano.
e)
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Salvacionismo.
A Carta de 1824 criou o Unitarismo como forma de Estado, mesmo porque as Províncias eram destituí das de preparo político.
`
Solução: D
2.
(PUCRS) Durante o Governo Republicano Provisório (1889- 1891), o Ministro da Fazenda, Rui Barbosa, põe em prática uma política econômica caracterizada pela emissão de papel-moeda e pelo aumento das tarifas alfandegárias para os produtos estrangeiros, visando promover o crescimento industrial.
(Ponciano de Azeredo Furtado, personagem criado por José Candido de Carvalho, em O Coronel e o Lobisomem.)
Tomando o texto como referência, identifique o fenômeno nele retratado e explique suas raízes e permanências.
5. (PUC–Campinas) Considere os excertos a seguir. I. “[...] a classe dos fazendeiros de café se conservava e se eternizava no Governo graças a uma máquina eleitoral que se estendia por todo o país, mergu lhando suas raízes na terra[...]” II. “[...] o Estado [...] é todo ele marcado pelo arbítrio dos governantes contra setores populares que se organizavam para reduzir a exploração[...]” III. “[...] a política dos governadores permitia as classes dominantes dos Estados mais poderosos [...] pre servar e fortalecer o poder do grupo que dominava o aparelho estatal[...]”
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Os governos da Primeira República Brasileira caram conhecidos como oligárquicos, em virtude de apenas um grupo estar ali representado. Esses governos estão corretamente identicados em: a) apenas II.
a permanência de setores da elite cafeeira no poder
durante a 1.ª República. e) autonomia dos Estados, sancionada com a Consti-
tuição de 1891, estabeleceu várias interpretações sobre as formas de participação do analfabeto e da mulher, possibilitando a candidatura de analfabetos em alguns estados.
b) apenas I e II.
`
c)
apenas I e III.
d)
apenas II e III.
`
Solução: D
e)
I, II e III.
7.
(Unicamp) “A Amazônia selvagem sempre teve o dom de impressionar a civilização distante. Desde os primeiros tempos da Colônia, as mais imponentes expedições e solenes visitas pastorais rumavam de preferência às suas plagas desconhecidas. Para lá os mais veneráveis bispos, os mais garbosos capitães-generais, os mais lúcidos cientistas.”
Solução: E
Trata-se do “coronelismo” praticado principalmente na Pri- meira República. Grandes produtores rurais tornaram-se chefes políticos locais e determinavam por meio de diver- sos métodos quais deveriam ser os candidatos eleitos.
6.
(CUNHA, Euclides da. À Margem da História. São Paulo: Cultrix, 1975. p. 32.)
(Unirio)
a)
Explique como ocorreu a ocupação da Amazônia desde o período colonial até o século XIX.
b) Caracterize a principal atividade econômica da Amazônia, entre o nal do século XIX e as primeiras décadas do século XX, mencionando as razões de sua importância internacional. `
NOVAES. Carlos Eduardo; LOBO, César. História do Brasil para Principiantes. São Paulo: Ática, 1997. p. 198.
Considerando a charge acima e a Constituição Republi cana de 1891, podemos armar que a: a) consolidação da 1.ª República, em torno dos pro jetos agroexportadores, disseminou a economia cafeeira por todo o Brasil e garantiu um pacto de poder que satisfez aos diversos setores do merca do de trabalho emergentes. b) expansão da economia cafeeira garantiu uma es tabilidade política para as elites agroexportadoras, que se utilizaram do papel centralizador do Estado para atender às demandas sociais vigentes e não houve demanda pelo voto popular. c)
Solução:
a) Desde o período colonial até meados do século XX, a ocupação da Amazônia esteve vinculada às atividades extrativistas e à ação de missionários religiosos, tendo na hidrografa a via de acesso ao interior. No período do colonial destacaram-se a exploração das drogas do sertão e a ação, sobretudo, dos jesuí- tas na fundação de núcleos de povoamento. b) Entre 1880 e 1920, a região viveu o “Ciclo da Bor - racha”, favorecido pela demanda do produto em decorrência da Segunda Revolução Industrial. Se de um lado a exploração da borracha enriquecia seringalistas e atravessadores, de outro fez prolife- rar na Amazônia uma massa pauperizada, formada principalmente por migrantes do Nordeste.
permanência de grandes setores sociais marcados pelo analfabetismo favoreceu o avanço da eco nomia brasileira na 1.ª República, uma vez que os trabalhadores se identicaram com os projetos da elite cafeeira.
d)
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exclusão, pelo voto, de grande contingente da população brasileira adiou o processo histórico de compromisso com a educação do país e favoreceu
8. (UFV) No carnaval carioca de 1997, o júri escolheu como melhor samba-enredo o da “Acadêmicos do
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Grande Rio”, cuja letra foi inspirada em um fato his tórico importante. Leia o trecho da letra do samba a seguir e responda: “Sonha, a Grande Rio é um sonho Em águas claras eu quero sonhar Enfeitar a vida de alegria Pra quem um dia o sol quis despertar Chegaram cheios de esperança Não sabiam dos mistérios que teriam que enfrentar Essa mata tem segredos que o homem não consegue desvendar É um mundo de encanto e magia, perfume e fantasia Cicatriz que a Amazônia fez chorar Olha o índio no caminho, é caçador Meu cavalo é de fogo, eu vou que vou Se a selva é perigosa, meu amor Rondônia é alegria, esqueça a dor (Foi assim) Era o eldorado do látex no Brasil A riqueza que a cobiça alimentou Nessa história o Tio Sam também entrou No tratado de Petrópolis tudo começou O Acre da Bolívia ganhei E a borracha para o mundo exportei Cada dormente é uma vida, a vida em or Na Maria Louca delirando eu vou Em sucata o meu sonho terminou
Vou voltar para onde não fui...”. (Autores: SABARÁ, MURALHA, JARBAS da CUÍCA e GRAJAÚ)
a)
Qual é o fato histórico abordado no trecho acima?
b) Transcreva duas passagens, da letra acima, em que ca bem caracterizado esse fato histórico. `
Solução:
a) Ciclo da Borracha, iniciado no século XIX e que atingiu o auge em 1912. b) “Cicatriz que a Amazônia fez chorar”; “E a bor- racha para o mundo exportei”.
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1. (UFRJ) Em 1891 foi promulgada a primeira Carta Consti tucional da República. Esta constituição caracterizava-se pela eleição direta em todos os níveis, todavia a alguns segmentos sociais foi negado o direito do voto.
Estavam impedidos de votar: a) os analfabetos, as mulheres, os pobres (voto censi tário) e os religiosos. b) os analfabetos, as mulheres, os soldados e os me nores de idade. c)
os analfabetos, as mulheres, os soldados e os me nores de dezesseis anos.
d)
os religiosos, as mulheres, os camponeses e os me nores de idade.
e)
os religiosos, os camponeses, os menores de idade e os soldados.
2. (Mackenzie) “Policarpo era um patriota; monarquista conservador, foi ardoroso defensor do governo (forte) de Floriano a favor do qual engajou-se na luta contra a Armada rebelada. Acabou preso, condenado e executado. Teve um triste m.” (BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma .)
O período da República referido no texto é: a) a República da Espada. b) o Estado Novo. c)
a República dos Coronéis.
d)
a República Nova.
e) a Fase Populista.
3. (PUCPR) “(...) Concidadãos – o Governo Provisório, simples agente temporário da Soberania Nacional, é o governo da paz, da liberdade, da fraternidade e da ordem.
No uso das atribuições e faculdades extraordinárias de que se acha investido (...): promete e garante a todos os habitantes do Brasil, nacionais e estrangeiros, a segurança da vida e da propriedade, o respeito aos interesses individuais e políticos, salvas as limitações exigidas pelo bem da prática e legítima defesa do governo proclamado pelo Povo, pelo Exército e pela Armada Nacional”. O texto acima inaugurou no Brasil: a) a República – 1889. b) o Governo Militar – 1964. c)
a Independência – 1822.
d)
o Segundo Reinado – 1831.
e)
o Reino do Brasil – 1815.
4. (UFRJ) “A cidadania moderna – ou seja, a integração das pessoas no governo, via participação política; na socie dade, via direitos individuais; e no patrimônio coletivo, via justiça social – continua sendo aspiração de quase todos os países, sobretudo, os que se colocam dentro da
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tradição ocidental (...) Simplicando muito, pode-se dizer que o processo histórico de formação da cidadania, no Ocidente, seguiu dois caminhos, um de baixo para cima, pela iniciativa dos cidadãos, outro de cima para baixo, por iniciativa do estado e de grupos dominantes”.
ter acontecido. Tão preparado estava o nosso país para a República, tão geral foi o consenso do povo a essa reforma, tão unânimes as adesões que ela obteve, que a rua do Ouvidor, onde toda a nossa vida, todas as nossas perturbações se reetem com intensidade, não perdeu absolutamente o seu caráter de ponto de reunião da moda.
(CARVALHO, J. Murilo de. Cidadania, Estadania e Apatia. In : Jornal do Brasil. 24 jun. 2001. p. 8.)
(THOME, J. Crônica do Chic – 1889. Apud PRIORE, M. D. et al . Documentos de História do Brasil de Cabral aos Anos 90. São Paulo: Scipione, 1997. Adaptado.)
A instauração do regime republicano no Brasil representou para muitos a possibilidade de democratização da sociedade por meio da armação dos direitos civis, políticos e sociais. No entanto, já em seu nascedouro, a república brasileira impunha restrições ao exercício da
“Em frase que se tornou famosa, Aristides Lobo, o propagandistada República, manifestouseudesapontamento com a maneira pela qual foi proclamado o novo regime. Segundo ele, o povo, que pelo ideário republicano deveria ter sido protagonista dos acontecimentos, assistira a tudo bestializado, sem compreender o que se passava, julgando ver uma parada militar.”
plena cidadania.
5.
Cite um limite ao exercício da cidadania que conste da legislação eleitoral dos primórdios da República. (UERJ)
(CARVALHO, J. M. Os Bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.)
PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA NO BRAZIL
Nos textos apresentados, encontram-se as opiniões de dois observadores do m do século XIX – José Thome e Aristides Lobo – a respeito da Proclamação da República. A divergência entre as posições dos autores sobre o evento refere-se ao seguinte aspecto: a) ideário republicano.
GLÓRIA À PÁTRIA! HONRA AOS HERÓIS DO DIA 15 DE NOVEMBRO DE 1889. “HOMENAGEM DA REVISTA ILUSTRADA”
( Apud FAUSTO, Boris.
História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995.)
“Glória à pátria!”, dizia a “Revista Illustrada”, um dia após a proclamação da República no Brasil, numa comemoração que representava o desejo de mudanças que trouxessem ampliação dos direitos políticos e da cidadania.
No que se refere ao exercício dos direitos políticos, a primeira Constituição republicana – de 1891 – tem como uma de suas características: a) o direito de cidadania às mulheres, pela introdução do voto feminino.
7.
c)
caráter elitista do movimento.
d)
caracterização política do regime.
(Fuvest) Com a instalação da República no Brasil, algu mas mudanças fundamentais aconteceram. Entre elas, destacam-se: a)
a militarização do poder político e a universalização da cidadania.
b) a descentralização do poder político e um regime presidencialista forte.
b) a exclusão das camadas populares, com a institui ção de sistema eleitoral direto.
c)
o aumento do colégio eleitoral, pela atribuição do direito de voto aos analfabetos.
um poder executivo frágil e a criação de forças pú blicas estaduais.
d)
a possibilidade do controle dos eleitores pelos pro prietários rurais, pelo voto aberto.
a aproximação entre o Brasil e os Estados Unidos e a instituição do voto secreto.
e)
a fundação do Banco do Brasil e a descentralização do poder político.
c) d)
6. (UERJ) Um dos documentos mais curiosos para a história da grande data de 15 de novembro, consiste, a nosso ver, no aspecto inalterável da rua do Ouvidor, nos dias 15, 16 e 17, onde, a não ser a passagem das forças e a maior animação das pessoas, dir-se-ia nada 14
b) reação da população.
8. (FGV) Apesar da profunda rivalidade existente entre os grupos no interior do exército no início da República, eles se aproximavam em um ponto fundamental:
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a)
expressavam os interesses de uma classe social, defendendo uma República liberal com o Poder Executivo descentralizado.
b) expressavam a opinião segundo a qual o Império deveria ser preservado, devendo entretanto sofrer algumas reformas levemente descentralizadoras.
9.
c)
não expressavam os interesses de todo um seg mento social, pregando o estabelecimento de uma forma de Poder Executivo descentralizado e adap tado às peculiaridades regionais.
d)
expressavam os interesses de algumas oligarquias do Império, defensoras da autonomia das províncias.
e)
não expressavam os interesses de uma classe so cial, posicionando-se como adversários do liberalis mo e defendendo a República, dotada de um Poder Executivo forte.
(UERJ) A superposição do regime representativo, em base ampla, a uma inadequada estrutura econômica e social, havendo incorporado à cidadania ativa um volumoso contingente de eleitores incapacitados para o consciente desempenho de sua missão política, vinculou os detentores do poder público, em larga medida, aos condutores daquele rebanho eleitoral. Eis ai a debilidade particular do poder constituído, que o levou a compor-se com o remanescente poder privado dos donos de terras no peculiar compromisso do “coronelismo”.
agora estado do Rio de Janeiro. A implantação da Re pública Federativa do Brasil coincidiu, no estado do Rio, com sérias diculdades econômicas e nanceiras que, em ns da década de 1890, chegaram a uma situação limite, muito embora esse quadro de crise tenha sido entremeado por breves conjunturas de recuperação. Além desses problemas de ordem econômica, o exercí cio, pelos uminenses, da autonomia que o federalismo oferecia, foi dicultado, mais uma vez, pela proximidade da capital federal, a ponto de se tornar voz corrente que a política estadual era decidida na rua do Ouvidor.” (FERREIRA, Marieta de M. Política e Poder no Estado do Rio de Janeiro na República Velha. In : Revista Rio de Janeiro. UFF, dez. 1985.)
O estado do Rio de Janeiro, apesar da nova estrutura política decorrente da Proclamação da República, apresentou, na virada do século XIX, características que o distinguiam dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Uma dessas características, destacada no texto acima, é: a) enfraquecimento do poder político local. b) retomada do poder econômico das elites locais. c)
controle do governo da União pelos políticos locais.
d)
subordinação à crescente intervenção econômico-nanceira do poder central.
12. (UERJ) (LEAL, Vitor Nunes. Coronelismo: enxada e voto.1975.)
Os elementos do texto acima permitem caracterizar um importante pacto político, desenvolvido na República Velha, no Brasil, denominado de: a) Política dos Governadores. b) Pacto de Pedras Altas. c)
Convênio de Taubaté.
d)
Funding Loan.
10. (UERJ) A chamada República dos Governadores, que caracterizou a Primeira República no Brasil, tinha por objetivo a manutenção da estrutura agroexportadora. Um dos mecanismos utilizados, naquela época, para preservar a oligarquia predominantemente cafeeira foi: a)
a utilização do voto aberto.
b) a revalidação do Poder Moderador.
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c)
a instituição da Guarda Nacional.
d)
o estabelecimento da Lei de Terras.
e)
a adoção de uma política abolicionista.
11. (UERJ) “A proclamação da República em 1889, ao promover a descentralização político-administrativa do país, gerou expectativas de uma efetiva autonomia no
(STORNI, 1927. In : LEMOS, Renato. Uma História do Brasil Através da Caricatura. Rio de Janeiro: Bom Texto, Letras e Expressões, 2001.)
A dominação dos grandes proprietários rurais durante a República Velha deu origem à expressão popular “voto de cabresto”, mecanismo eleitoral que resulta de: a) inuência política das oligarquias regionais. b) adaptação do campesinato à realidade do mundo urbano. 15
c)
inconformismo do eleitor nas pequenas cidades do interior.
d)
submissão dos trabalhadores rurais aos valores so beranos das cidades.
13. (Unirio) No período da história brasileira denominado de República Velha (1889-1930), os grupos oligárquicos exerceram pleno domínio sobre o processo político, o que pode ser exemplicado na(o): a)
predominância dos grandes estados, principalmen te os ligados à economia agroexportadora.
b) política dos governadores, que isolou os estados das decisões políticas concentradas no governo federal. c)
aliança política entre os ociais mais jovens, inuen ciados pelo Positivismo, e os grandes chefes políti cos rurais.
d)
participação permanente da oligarquia gaúcha no pacto café-com-leite.
e)
apoio popular aos movimentos eleitorais de oposi ção como a Reação Republicana.
14. (Cesgranrio) Clientelismo e política de favores são características da vida política brasileira na República Velha, e ligam-se ao fenômeno: a) coronelismo.
b) caudilhismo. c) federalismo. d) populismo. e) messianismo.
15. (Cesgranrio) A implantação da República no Brasil teve como consequência a consolidação de um processo de dominação política por parte das oligarquias, que pode ser expresso nas opções a seguir, exceto em uma. Assinale-a. a)
Garantia da hegemonia dos grupos dominantes em cada estado, por meio da “Política dos Governadores”.
b) Manipulação do processo eleitoral, principalmente nas zonas rurais. c)
Crescente predomínio do eleitorado, em especial dos setores populares.
d)
Instituição do Federalismo, com transferência de amplos poderes aos Estados.
e)
Papel preponderante dos “coronéis” no controle da política municipal.
16. (UERJ) Eleição dá despesa: registro de nascimento, que a criançada vai nascendo e só se registra quando chega a hora de votar, meia dúzia de retratos, lanche, 16
passagem. Fora a distribuição de máquinas de costura, empréstimos de vaca com cria pra quem tá carecendo de leite, ainda tem matuto querendo ver direito o nome dos candidatos. Pode não, oxente! (...) (RIBEIRO, Marcus Venício et al . Brasil Vivo. Petrópolis: Vozes, 1992.)
O mecanismo político existente na “República oligárquica” no Brasil e caricaturado no trecho acima é: a) Lei de Terras. b) voto de cabresto. c)
política dos governadores.
d)
Comissão de Vericação de Poderes.
17. (UERJ) O Convênio de Taubaté, de 1906, consolidou, com a garantia do governo, a política econômica agrícola da primeira República. O governo deveria comprar a safra agrícola não exportada e estocar. Tal acordo rmou a política de valorização do seguinte produto: a) erva-mate. b) borracha. c)
algodão.
d) cacau. e)
café.
18. (Unirio) A economia brasileira, nas primeiras décadas do século XX, no período conhecido como República Velha, pode ser sintetizada em duas características: a perma nência do café como principal atividade econômica do país e o avanço do processo de industrialização. Assinale a opção que expressa uma ação dos governos republicanos relacionada às características apontadas. a) Adoção de sucessivos mecanismos de sustentação e valorização dos preços do café. b) Política de diversicação produtiva e regional, be neciando os estados cafeeiros. c)
Decretação de medidas de protecionismo alfande gário, a favor da indústria.
d)
Livre-cambismo favorecendo a inversão maciça de capitais estrangeiros nas atividades produtivas.
e)
Intervencionismo estatal no setor industrial de bens de consumo.
19. (Cesgranrio) Industrializar o Brasil e realizar a indepen dência econômica frente ao capitalismo europeu eram
os objetivos da política econômica formulada por Rui Barbosa, Ministro da Fazenda, nos primeiros anos da República. Assinale a única das medidas listadas a seguir que está relacionada com essa política econômica:
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a)
facilitar as exportações de máquinas e equipa -
d)
mentos.
b) aumentar os empréstimos à lavoura, principalmente a do café. c)
impor austeridade aos gastos públicos.
d)
enxugar o meio circulante.
e)
estimular a produção interna de bens de consumo duráveis.
20. (Cesgranrio) A identicação dos governos da República
nacional. e)
a)
nanciamento, através do Banco do Brasil, para o plantio de novas lavouras, no Encilhamento.
encarecimento da produção em decorrência da ca rência da mão-de-obra após a Abolição.
23. (Cesgranrio) O processo de industrialização, entre o nal do século XIX e o nal da República Velha, foi parte da modernização geral do país e sobre ele é correto armar que: a)
Velha com os interesses da economia cafeeira pode ser
expressa pelo(a):
incentivo à expansão da lavoura em áreas novas, em face da conjuntura favorável do mercado inter -
sua produção estava pulverizada em estabeleci mentos pequenos de natureza familiar.
b) foi favorecido pela implantação da república através da facilidade de crédito do Encilhamento. c)
sofreu grande impulso no período da Primeira Guerra Mundial, beneciado pelas diculdades de importação.
d)
teve o desenvolvimento paralelo da agroindústria possibilitado pela entrada do capital estrangeiro na lavoura de exportação.
e)
isenção de tributos assegurada no programa de es tabilização de Campos Sales.
teve o mercado consumidor para seus produtos ampliados pela transferência da população de exescravos para a cidade.
21. (Cesgranrio) A industrialização brasileira no início do século XX é denida como um “processo de substituição de importações”, como pode ser observado na:
24. (UFMG) Todas as alternativas a seguir apresentam armações corretas sobre a economia cafeeira no Brasil, exceto:
b) estatização das exportações, com o objetivo de ga rantir os preços, durante a Primeira Guerra Mundial. c)
adoção de uma política de valorização, reduzindo a oferta do produto, a partir do Convênio de Taubaté.
d)
controle da mão-de-obra camponesa e apoio à imi gração, com a Lei Adolfo Gordo.
e)
a)
relação entre o crescimento da indústria e o declínio das vendas do café, após o Convênio de Taubaté.
b) instalação de empresas multinacionais no Brasil, desde o século XIX, atraídas pelo m da escravidão. c)
adoção de políticas protecionistas, desde o Impé rio, tornando proibitivas as importações.
d)
transferência maciça de mão-de-obra industrial e capitais norte-americanos para o Brasil.
e)
expansão industrial, durante a Primeira Guerra Mundial, quando caram restritas as importações pelo Brasil.
a)
ao longo do século XVIII, a produção de café servia apenas para consumo local e não tinha expressão comercial.
b) no nal do século XX, os grandes cafezais encon tram-se nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais. c)
no início do século XX, a diminuição dos cafezais gerou uma política de valorização articial do pro duto.
d)
por volta da metade do século XIX, o café passou a ocupar o primeiro lugar na pauta de exportações brasileiras.
22. (Cesgranrio) O café, apesar de manter a condição de principal produto de exportação do Brasil, enfrentou su cessivos problemas nas primeiras décadas do século XX, reetidos em diversas políticas do governo, como a(o): a)
compra e estocagem de excedentes para garantir o preço do produto no mercado internacional.
b) estatização do comércio do café e controle da pro dução através do Departamento Nacional do Café. 3 3 0 _ S I H _ V _ M E
c)
erradicação dos cafezais para controlar o avanço das pragas e liberar terras para novas culturas.
1. (Unirio) Desde o ano de 1993, vários eventos vêm sendo realizados em rememoração da Revolta da Ar mada e da Revolução Federalista, as quais podem ser consideradas como: a)
representativas dos movimentos monárquicos res tauradores do início da República.
b) projeção das diversas concepções republicanas existentes no país.
17
2.
c)
reações contra o Federalismo republicano, que de fendia a eliminação da autonomia dos Estados.
d)
reações de segmentos sociais emergentes do do mínio oligárquico no Estado Republicano.
e)
exemplo do confronto civilismo x militarismo, que caracterizaram o início da República.
(Fuvest) Caracteriza o processo eleitoral durante a Primeira República, em contraste com o vigente no Segundo Reinado, a)
a ausência de fraudes, com a instituição do voto secreto e a criação do Tribunal Superior Eleitoral.
b) a ausência da interferência das oligarquias regio nais, ao se realizarem as eleições nos grandes cen tros urbanos. c)
d)
o crescimento do número de eleitores, com a ex tinção do voto censitário e a extensão do direito do voto às mulheres.
e dizem respeito às profundas transformações que ocorriam na cidade há cem anos atrás. a) Qual a principal transformação nas atividades eco nômicas de São Paulo naqueles anos, responsável por essas mudanças apresentadas no relatório? b) Relacione essas mudanças ao crescimento da po pulação, indicando sua composição e origem.
5. (UFV) A ideologia republicana ganhou forçar a partir de 1870, porque o desenvolvimento das relações de produção capitalista em andamento no Brasil exigia mudanças que o Império não podia realizar. Todavia, o Movimento Republicano não foi homogêneo; ele con gregou diferentes segmentos sociais que, defendendo interesses especícos, opunham-se à continuidade do Império e ao atraso por ele representado. Dentre estes segmentos sociais não se encontrava: a)
a possibilidade de eleições distritais e a criação de novos partidos políticos para as eleições pro -
b) parte da ocialidade do Exército, ligada à ideologia positivista e que propunha a consolidação de uma república autoritária.
porcionais. e)
3.
a maior participação de eleitores das áreas urbanas ao se abolir o voto censitário e se limitar o voto aos alfabetizados.
(Unicamp) No nal do século XIX, monarquistas e republicanos disputavam sobre a criação de datas e personagens signicativos que simbolizassem o “nasci mento da nação”. Para os monarquistas, o Brasil-nação nascia com o “grito” de D. Pedro I. Para os republicanos, Tiradentes executado pela monarquia portuguesa era o verdadeiro herói nacional. ( Registros, n.º 15, DPH, 1992. Adaptado.)
a)
Explique os motivos da divergência entre monarquis tas e republicanos apontados no texto anterior.
18
(Unicamp) “São Paulo é uma cidade moderna, com todos os defeitos e qualidades inerentes às cidades que se de senvolvem muito rapidamente. Desigualdades nas edica ções e nos arruamentos, irregularidades nas construções realizadas sem plano premeditado. Grandes superfícies habitadas sem os indispensáveis melhoramentos recla mados pela higiene. Grandes espaços desocupados ou muito irregularmente utilizados, e a par de tudo isso uma população que triplicou em dez anos. Grande movimento, muito comércio, extraordinária valorização do solo e das edicações e clima naturalmente bom.” Essas informações estão no Relatório da Comissão de Saneamento das Várzeas, São Paulo 1890-1891
c)
a burguesia industrial, ligada à produção ainda in cipiente de bens de consumo e interessada em ga rantir mais industrialização.
d)
a burguesia cafeeira do oeste paulista, interessada em promover a descentralização política como for ma de garantir a ampliação do seu poder.
e)
a classe média dos centros urbanos, representada por ideólogos liberais, defensores de um sistema federati vo nos moldes da Constituição Norte-Americana.
6. (Unicamp) Após a proclamação da República, uma nova bandeira nacional foi criada para substituir a antiga bandeira do Império. O lema da nova bandeira é Ordem e Progresso. a)
b) Por que, a partir da República, a imagem esquarte jada de Tiradentes é abandonada e substituída por sua imagem viva e de corpo inteiro.
4.
o operariado, representado por líderes sindicais e políticos, que viam na consolidação da República a possibilidade de fortalecimento da sua organização.
Por que o governo republicano determinou que se substituísse a antiga bandeira?
b) Explique por que, naquele momento, era importan te para o governo republicano demonstrar sua pre ocupação com a ordem pública e seu compromisso com o progresso.
7.
(PUCPR) O estudo da Carta Outorgada de 1824, Ato Adicional de 1834 e Constituição Republicana de 1891 mostra, no Brasil, notável evolução política. Assinale a alternativa correta:
3 3 0 _ S I H _ V _ M E
a)
o Ato Adicional de 1834 atribui às províncias a mesma autonomia estabelecida pela Constitui ção de 1891.
b) enquanto a Carta Outorgada de 1824 inspirou-se nos Estados Unidos, a Constituição de 1891 baseou-se em modelo europeu. c)
d)
e)
a Carta Outorgada de 1824 estabelecia quatro poderes, reduzidos a três na Constituição de 1891, com a supressão do Poder Moderador. a Religião Católica Apostólica Romana, ocial no Império, assim continuou na República, com base em artigo especíco na Constituição de 1891. o Ato Adicional de 1834 transformou a forma de Estado do Brasil de unitária em federativa.
8. (Mackenzie) “Não posso mais suportar este Congresso; é mister que ele desapareça para a felicidade do Brasil.” (Deodoro da Fonseca)
A afirmação anterior, que antecedeu o golpe do Marechal Deodoro, ocorreu porque: a) tanto quanto Fernando Henrique Cardoso, Deodoro não conseguia aprovar as reformas administrativa e da previdência.
O “Mestre” da charge ao lado era Artur Bernardes, que presidiu o Brasil entre 1922 e 1926. A crítica exposta na capa da revista Careta dizia respeito ao fato de: a) Bernardes ter-se recusado a entregar o cargo ao nal do mandato, tendo sido necessário um movi mento militar para demovê-lo. b) o governo de Bernardes ter características fascistas como o governo de Mussolini então na Itália. c)
Bernardes, em visita ao Velho Continente, receber de seus governantes homenagens por seu exce lente governo.
d)
a força econômica do café impor aos governantes europeus um grande respeito pelo ex-presidente brasileiro.
e)
o governo Bernardes ter sido exercido sob Estado de Sítio e forte repressão aos movimentos militares ocorridos na época.
10. (Cesgranrio) “28 de junho de 1908 Desembarcou hoje no porto de Santos, a primeira leva de imigrantes japoneses que optaram pelo Brasil. A bordo do navio Kasato Maru, vieram 168 famílias, com 781 pessoas que deverão dirigir-se principalmente às fazendas de café do Oeste paulista e do Norte do Paraná.”
b) o Congresso aprovara a Lei de Responsabilidade, que reduzia as atribuições do presidente, criticado
(BRENE R, Jayme. Jornal do Século XX. São Paulo: Moderna, 1998. p. 48.)
pelo autoritarismo. c)
o governo de Deodoro, marcado por atitudes de mocráticas e lisura administrativa, gerava a oposi ção de grupos oligárquico.
d)
eleito pelo povo em pleito direto, Deodoro da Fon seca sofria forte oposição do Legislativo.
e)
as bem-sucedidas reformas econômicas de seu governo provocaram a insatisfação de grupos atin gidos em seus privilégios.
9. (UERJ)
3 3 0 _ S I H _ V _ M E
A partir do texto acima, é correto armar que: a) antes mesmo de 1908, já havia japoneses no Brasil, como aqueles que, na Amazônia, se dedicavam ao cultivo da juta. b) muitos japoneses que vieram para o Brasil eram camponeses que perderam a terra ou o trabalho, desde o início da Era Meiji, que marcou a industria lização do Estado japonês. c)
a imigração japonesa foi proibida pelo governo Var gas, após a publicação da obra Memórias de um Colono no Brasil , relatando a crueldade a que eram submetidos os imigrantes.
d)
a derrota japonesa na guerra contra a Rússia, em 1904, foi um dos fatores que favoreceu a vinda dos imigrantes para o Brasil.
e)
o contingente de japoneses que entrou no Brasil desde 1908 foi determinado pelo sistema de co tas, que, desde o início da república, regulava a imigração.
19
11. (UERJ)
d)
a consideração da Antropofagia como um processo de devoração cultural das técnicas autenticamente nacionais, visando a reelaborá-las.
e)
a acentuação do caráter de busca da identidade nacional do modernismo pela valorização das raízes brasileiras.
13. (Cesgranrio) Durante a República Velha (1889-1930), desenvolveu-se a chamada “política dos governadores”, cujas características eram: a)
a articulação do coronelismo à política nacional, mediante da ideologia do favor, assegurando a he gemonia das oligarquias paulistas e mineiras sobre o poder central.
b) a organização constitucional republicana em função do predomínio dos interesses agroexportadores do café, representados por São Paulo.
Nem tudo foram ores no modernismo brasileiro. A Semana de Arte Moderna, ocorrida em 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, mostrou a inquietude de um grupo de intelectuais diante do “atraso” brasileiro. A partir desta interpretação do Modernismo, explique o signicado da Semana de 22 para o processo de modernização brasileiro e aponte um de seus efeitos. 12. (UFF) “Só a antropofagia nos une(...) Tupi, or not Tupi that is the question (...) Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida (...). Nunca fomos catequizados. Fizemos foi Carnaval. O índio vestido de senador do Império (...) Peste dos chamados povos cultos e cristianizados, é contra ela que estamos agindo. Antropófagos.” (ANDRADE, Oswald. Manifesto Antropofágico.)
O trecho revela alguns dos princípios orientadores do modernismo brasileiro iniciado em 1922 com a Semana de Arte Moderna. Sua interpretação sugere: a) a expressão do Modernismo como aceitação dos padrões estéticos classicistas e da arte acadêmica e convencional. b) uma declaração de princípios nacionalistas que criticam a incorporação da cultura americana e o Estado Novo. c)
20
a associação da Antropofagia ao Modernismo como uma das correntes em que este se dividiu, internamente, opondo-se ao Romantismo.
c)
a representação majoritária dos estados, cujos governadores eram solidários com o poder central, tanto no Senado quanto na direção dos órgãos federais.
d)
a participação de todos os governadores estaduais na denição da política externa do país e a garantia da União aos empréstimos externos dos estados.
e)
a distribuição dos recursos federais entre os muni cípios, segundo a inuência dos coronéis, favorá veis aos respectivos governadores estaduais.
14. (UFRJ) “Espero que a representação mineira, cor respondendo aos nobres intuitos de V.Ex.a., virá trazer o importante concurso do seu apoio para a realização da grande obra que o meu governo tem em mãos e que, felizmente, para levá-lo a conclusão, não carece senão da rmeza dos bons elementos que constituírem o futuro Congresso. (...) O Estado de Minas acha-se destinado a representar o mais importante papel na vericação dos poderes da futura Câmara. A reforma do regimento, ao ndar-se a passada legislatura, deu ao Dr. Vaz de Melo, deputado mineiro, a investidura da presidência interina desta casa do Congresso na próxima sessão. A ele caberá formar a comissão, à qual incumbe o início, a base dos trabalhos na vericação dos poderes. É deste ponto de partida que dependerá essencialmente a constituição legítima do mais importante ramo do Congresso, principalmente se, como presumo, o presidente interino firmar o
prestígio da sua ação preliminar no apoio decidido e resoluto da poderosa representação mineira, da qual ele faz parte”. (Carta de Campos Sales a Silviano Brandão - 08 fev.1900, citada em Manuel Ferraz Campos Sales, Da Propaganda à Presidência. Brasília: Ed. Univ. de Brasília, 1983.)
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“Nesta república monstruosa, onde não há justiça, nem instrução, nem eleição, nem responsabilidades, a bandeira da federação é a bandeira negra do corso cobrindo todas as depredações da pirataria política”. (SOARES, Martim. O Babaquara: subsídio para a história da oligarquia no Ceará. Rio de Janeiro: s/ed., 1912.)
Estes são dois documentos relativos à organização política da Primeira República. No primeiro documento, o presidente Campos Sales promove entendimentos com o governador de Minas Gerais, no sentido de interferir no processo de vericação de poderes para a composição da Câmara dos Deputados. Estabelecido o acordo do governo federal com Minas Gerais e outros importantes estados, entrava em vigor um dos mais importantes acordos políticos da Primeira República - a política dos governadores. O segundo documento é um pequeno trecho de um vigoroso libelo contra o predomínio das oligarquias na Primeira República. a) Explique de que forma a política dos governadores contribuiu para o fortalecimento das oligarquias estaduais.
b) Justique a indignação do autor do segundo documento por meio de dois exemplos.
15. (UFF) A chamada crise dos anos 1920 resultou da convergência de múltiplos questionamentos de ordem econômica, política, social e cultural. Considere os seguintes processos: I. estruturação do jacobinismo orianista. II. consolidação do anarco-sindicalismo. III. eclosão do Modernismo na Semana de 1922. IV. constituição do Partido Comunista Brasileiro. V.
mergência do populismo.
VI. fortalecimento do movimento tenentista. Dentre esses processos, os que expressam o contexto histórico da crise mencionada estão indicados por: a) I, III e VI b) II, IV e V
3 3 0 _ S I H _ V _ M E
c)
III, IV e V
d)
III, IV e VI
e)
IV, V e VI
16. (UERJ)
DE MAIO DE 1922 O Escravocrata - Como lhes hei de dar a liberdade, si elles tem a volupia do captiveiro. ( Careta, 13/05/22)
Artur Bernardes – retratado acima – ocupou a presidência da República entre 1922 e 1926. Aponte uma característica do governo Artur Bernardes que possa ser relacionada à charge.
17. (UERJ) “Se de meus ensinamentos colherdes algum fruto, descansarei satisfeito de haver cumprido a minha missão. Entre esses ensinamentos, avulta o do patrio tismo. Quero que consagreis sempre ilimitado amor à região onde nascestes, servindo-a com dedicação absoluta, destinando-lhe o melhor da vossa inteligência, os primores do vosso sentimento, o mais fecundo da vossa atividade, – dispostos a quaisquer sacrifícios por ela, inclusive o da vida. (...) Que a vossa geração exceda a minha e as precedentes, senão em semelhante amor, ao menos nas ocasiões de o comprovar. Quando disserdes: “Somos brasileiros!” levantai a cabeça, transbordantes de nobre ufania. Convencei-vos de que deveis agradecer quotidianamente a Deus o haver Ele vos outorgado por berço o Brasil.” (CELSO, Affonso (1900). Porque me Ufano do meu País. Rio de Janeiro: Briguiet, 1943.)
21
Um chefe, um povo, uma nação: um Estado nacional e popular, isto é, um Estado em que o povo reconhece o seu Estado, um Estado em que a Nação identica o instrumento da sua unidade e da sua soberania. Ai está o Novo Estado Brasileiro. Um Estado que é isto não é uma simples mecânica de poder. É também uma alma ou um espírito, uma atmosfera, uma ambiência, um clima. (...) (...) somos todos fundadores [da Nação]. Fundar é dedicar o pensamento, a vontade e o coração (...) Não haveria pátria, família, igreja, se não renovasse, pelo pensamento ou pelo espírito, o ato de sua fundação (...).
19. (UFF) O quadro mostra a situação da malha ferroviária brasileira e indica as desigualdades regionais observadas na economia do país, decorridos vinte anos da República.
(CAMPOS, Francisco. O Estado Nacional. Rio de Janeiro: José Olympio, 1940. Discurso proferido em 10 de maio de 1938. Adaptado.)
A partir dos textos de Affonso Celso – no período de consolidação da República oligárquica – e de Francisco de Campos – produzido durante o Estado Novo, diferencie os conceitos de “nação brasileira” de cada um dos autores.
(LINHARES, Maria Yedda (Org.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1990, p. 219.)
Assinale a opção que apresenta um comentário correto e coerente com as informações referentes ao início do século XX, fornecidas na tabela acima. a) Na região Sul, a pecuária e a produção agrícola eram desenvolvidas, exclusivamente, por imigrantes e en contravam-se em completo abandono. Isso justica a menor incidência de ferrovias no sul do país. b) A tecnologia ferroviária esteve ausente da região Norte, em função da total inexistência de produtos para exportação. c)
A expansão da cafeicultura no estado do Rio de Janeiro, devida à incorporação de terras virgens para o plantio do produto, determinou a concentração da malha ferroviária na região Sudeste.
d)
O desenvolvimento da expansão cafeeira sobre o Oeste paulista explica a concentração de ferrovias construídas na região Sudeste.
e)
A agroindústria açucareira e a produção algodoeira do nordeste viviam um momento de apogeu inau gurado pelo início do novo século, mas, o escoa mento desses produtos era dicultado pela ausência de ferrovias na região.
18. (UFF) O Convênio de Taubaté, em 1906, inaugurou a primeira política de valorização do café. Considere tal política e analise as ocorrências enumeradas a seguir: I. manutenção dos lucros em todo o setor cafeeiro na cional e seu reinvestimento na própria cafeicultura. II. descompasso entre os padrões de desempenho da cafeicultura nas distintas regiões produtoras do centro-sul do país. III. manutenção dos lucros da cafeicultura paulista e diversicação agrícola das demais regiões produ toras de café. IV. fortalecimento do Partido Republicano uminense e mineiro.
Dentre estas ocorrências, as que são consequências da política mencionada estão indicadas por: a) I e II. b) I e III.
22
c)
I e IV.
d)
II e III.
e)
III e IV.
20. (UFRJ) “A prosperidade econômica, motivada sobretudo pela economia cafeeira de exportação, incentivava o crescimento econômico urbano e aumentava a diferen ciação da sociedade brasileira em classes e camadas sociais. Os estados do Rio de Janeiro (...) e de São Paulo (...), em 1920, eram os centros desse desenvolvimento (...). O desenvolvimento brasileiro era desigual, típico do modo de produção capitalista, onde quer que ele exista. Mas, no caso da sociedade brasileira, que se erguia sobre uma economia subordinada a poderosos grupos capitalistas internacionais - uma economia dependente,
portanto - essa desigualdade era mais aguda e tinha aspectos peculiares”. (ALENCAR, Chico; CAPRI, Lúcia; RIBEIRO, Marcus V. História da Sociedade Brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1996, p. 277.)
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Uma das principais consequências do processo de transformações econômicas, apresentado acima, foi a mudança do perl rural/urbano no Brasil. a) Cite duas das principais transformações ocorridas nas maiores cidades brasileiras, no início desse século. b) Explique uma das características da economia bra sileira das três primeiras décadas do século XX.
21. (UFRJ) O mil e novecentos foi, em Manaus, (...) época de um esplendor artístico em desproporção com a paisagem agrestemente tropical que rodeava a um tanto postiça capital do Amazonas. Já Manaus tivera, com efeito, bonde elétrico, praças asfaltadas, porto eletricado – tudo antes de outros estados. O Teatro Amazonas já era o mais belo e o mais imponente teatro de todas as Américas. (FREYRE, Gilberto. Ordem e Progresso. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959. p. 408-411. tomo 2.)
Nas últimas décadas do século XIX e no início do século XX, o surgimento do pneumático e o desenvolvimento da indústria automobilística zeram crescer a demanda internacional pela borracha. Nesta mesma época, o Brasil detinha praticamente 100% do mercado mundial do produto, desfrutando assim de uma situação privilegiada no mercado internacional.
a)
Que produto caracterizou a riqueza dessa região, e qual era sua utilização?
b) O que explica a decadência de sua produção a par tir da década de 1920? c)
Por que a construção de um teatro tão luxuoso era importante naquele momento?
23. (UEL) O Convênio de Taubaté, rmado pelos gover nadores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, em 27 de fevereiro de 1906, resultou para a economia cafeeira nas seguintes medidas: I. garantia de preços mínimos para os produtores. II. avaliação e critérios para exportação do produto; sendo que o café inferior ao tipo 7 deveria ser con sumido no país. III. diminuição dos impostos para facilitar a ampliação das áreas de cultivo. IV. compra e retenção, pelo governo, de toda a produ ção cafeeira e responsabilidade total do governo na exportação do produto. V.
organização de serviço permanente de propaganda da produção e comercialização do café.
Pode-se armar que são corretas somente: a) I, II e V. b) I, III e V. c)
II, III e IV.
d)
II, IV e V.
e)
III, IV e V.
24. (Fuvest) Em 1872, a cidade de São Paulo possuía 31 385 habitantes. Em 1920, havia 579 033 pessoas na capital.
Cartão Postal da vista panorâmica de Manaus, c. 1900.
Tendo por base o texto de Gilberto Freyre, explique uma consequência interna à Amazônia da expansão da atividade seringueira. 22. (Unicamp) Inaugurado em 1896, o Teatro Amazonas, em Manaus, foi construído com materiais e ornamentos quase todos importados da Europa. Com 700 lugares e uma luxuosa decoração com mármores, espelhos e estátuas, o teatro era uma prova da riqueza dessa região durante o nal do século XIX e a primeira década do século XX. 3 3 0 _ S I H _ V _ M E
Explique esse extraordinário crescimento no período. 25. (UFSCar) A industrialização brasileira foi um processo que, no século XX, atravessou momentos favoráveis e desfavoráveis a seu desenvolvimento. Explicite os vínculos entre a economia cafeeira na Primeira República, a Primeira Guerra Mundial e a industrialização ocorrida no período. 26. (UERJ) “O futuro crescimento intelectual vai irradiar de São Paulo (...). O século XVI pertenceu a Pernambuco, o XVII à Bahia, o XVIII a Minas Gerais, o XIX ao Rio de Janeiro, o século XX é o século de São Paulo.” (LIMA. A. A. ln : MARTINS, W. História da Inteligência Brasileira. São Paulo: Edusp, 1978.)
23
População (1 000 hab.) Município de São Paulo Município do Rio de Janeiro
1872 1890 1900 1920 32
63
240
579
275
523
811
1 158
(CANO, W. ln: LOREN ZO, H. C.; COSTA, W. P. A Década de 20 e as Origens do Brasil Moderno. São Paulo: Unesp, 1997.)
Os dados sobre o período de 1872–1920 podem indicar que o aumento da inuência intelectual da cidade de São Paulo, apontada pelo autor do texto, acompanhou a aceleração do seu crescimento demográco em relação ao da capital do país. A explicação para tal aceleração pode ser encontrada no processo de: a) formação de uma nova elite paulista de origem imi grante. b) auxo de trabalhadores oriundos da crise da eco nomia açucareira. c) decadência da capital associada aos interesses das elites comerciais. d)
desenvolvimento dos setores urbanos ligados à economia cafeeira.
27. (UFF) O fato de a hegemonia da agroexportação cafeeira coexistir, durante a República Velha, com o desenvol vimento industrial no Sudeste do Brasil é considerado, por alguns autores, como uma expressiva contradição da economia e da sociedade brasileiras no período. Explique por que essa contradição é aparente, por meio da análise de duas situações geradas pela mencionada coexistência de atividades.
24
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13. A 14. A 1. B 2. A 3. A 4. A exclusão, como votantes, dos menores de 21 anos, dos analfabetos, praças de pré (militares sem patente de ocial), das mulheres, religiosos de ordens monásticas e, mesmo, dos mendigos, e o voto a descoberto. 5. D 6. B 7.
B
8. E
15. C 16. B 17. E 18. A 19. B 20. C 21. E 22. A 23. C 24. C
9. A 10. A 11. A 3 3 0 _ S I H _ V _ M E
12. A
1. D 2. E 25
dominantes em cada estado em contrapartida ao apoio assegurado por esses grupos ao governo federal no congresso nacional.
3. a)
A Incondência Mineira tinha um caráter repu blicano, enquanto que Dom Pedro I instalou a monarquia.
2- a política dos governadores foi baseada em um acordo político que resultou no reconhecimento nas duas casas legislativas federais de parlamentares vinculados diretamente aos gru pos oligárquicos dominantes dos estados.
b) Porque até então Tiradentes era tido como um ho mem a ser usado como castigo exemplar e foi res taurado.
4. a)
Recém-proclamada a República, o país vivia um quadro de mudanças. Decadência das velhas oli garquias, abolição, imigração e uma incipiente in dustrialização e urbanização.
b) O país viveu uma grande imigração, principalmente de italianos que trabalhavam no campo e nas áreas urbanas.
5. A 6. a)
Para assinalar a mudança do regime.
b) Para diferenciar os dois regimes, demonstrando as vantagens do novo regime e garantir que essa mu dança ocorresse sem perturbações.
7.
C
8.
B
9.
E
constantemente presentes nos pleitos.
15. D 16. A charge mostra a submissão do legislativo ao executivo, especialmente forte no período mencionado. Pode-se re lacionar esta característica à Política dos Governadores, marcante no Brasil da Velha República. 17. No primeiro texto, observa-se a concepção de nação romântica, onde esta é anunciada como produto do patriotismo ufanista e do amor de cada brasileiro ao território onde nasceu.
No segundo, de perl autoritário, a nação é produto do Estado e é concebida como o todo que relega o indivíduo a um segundo plano, cujo compromisso com a nação deve ser total, incluindo o pensamento e o espírito.
18. D 19. D
10. B 11. A Semana de Arte Moderna produziu uma ruptura com a tradição, dando início ao processo de mudanças culturais e políticas que renovaram as condições da vida nacional. Um dentre os efeitos:
20. a)
O remodelamento e saneamento das áreas centrais das cidades brasileiras; melhoria nos serviços de transporte; expansão nos serviços de água e esgo to e coleta de lixo.
•
valorização de uma linguagem brasileira;
b) Caracterizaram a economia do Brasil durante a Velha República à subordinação econômica: parte dos lu -
•
reforço da relação entre cultura e nação;
cros eram apropriados pelos representantes do ca-
•
crítica política ao domínio das oligarquias rurais;
•
armação de uma cultura essencialmente brasileira;
•
intensicação dos estudos sobre o folclore e a cultura popular;
•
recepção de tendências modernistas na arquitetura e nas artes.
12. E 13. A 14. a)
26
b) a falta de independência do poder judiciário frente às pressões dos grupos oligárquicos dominantes; a fraude e a violência eleitoral
1- a política dos governadores assegurou ampla liberdade de ação aos grupos oligárquicos
pital estrangeiro; a concentração regional de renda no Sudeste com elevação de níveis de investimento; a diversicação da economia e progresso das cida des; o aumento das desigualdades econômicas e sociais com o enriquecimento da burguesia urbana e rural e o empobrecimento do proletariado.
21. A atividade seringueira na Amazônia, designada como Ciclo da Borracha na economia do Brasil durante a passagem do século XIX para o XX, foi responsável pelo processo de modernização ocorrido em Manaus por meio dos investimentos de capitais provenientes dos lucros da borracha na melhoria dos transportes urbanos, na difusão da eletricidade e no desenvolvimento arquite tônico e paisagístico, bem como das atividades culturais em que se destaca o Teatro Amazonas.
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22. a)
A borracha, utilizada principalmente para a fabricação de pneus.
b) A concorrência com as plantações surgidas no sudeste asiático. c)
Para evidenciar a prosperidade da região, bem como a armação da elite local, enriquecida com a exploração da borracha.
23. B 24. O crescimento da população de São Paulo no período de 1872-1920, justica-se pelo processo de industrialização associado à imigração, sobretudo italiana, que inicial mente abasteceu a lavoura cafeeira do Oeste Paulista e depois a própria indústria. 25. Durante a República Velha (1889-1930), a economia cafeeira gerou a infraestrutura para a lenta expansão do setor industrial da região Sudeste. A grande empresa exportadora de café determinou a acumulação de capi tais, a formação do mercado consumidor, o fornecimento da mão-de-obra – predominantemente de imigrantes – para as fábricas e a criação de uma rede ferroviária que permitia a integração desse mercado. Ao mesmo tempo, a eclosão da Primeira Grande Guerra (1914-18) desar ticulou o comércio internacional. O Brasil tinha grande diculdade para importar manufaturados das fábricas inglesas, o que estimulou a criação de milhares de in dústrias de substituição de importações, especialmente em São Paulo e sobretudo têxteis e alimentícias. 26. D
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27. A aparente contradição prende-se ao fato de que a produção cafeeira, apesar de continuar respondendo pelo grosso das exportações brasileiras, uma vez que se baseava no trabalhador livre (ou colono italiano ou de outra nacionalidade) – sobretudo em São Paulo – criou um mercado de consumo interno que estimulou a industrialização. O uso de trabalhadores livres, pela cafeicultura, gerou um excedente de mão-de-obra disponível para proletarização, mediante baixa remu neração, o que também favoreceu a industrialização. Os investimentos realizados para agilizar o transporte e exportação do café – sobretudo em ferrovias, portos e mercados – promoveram uma especialização de funções e o desenvolvimento urbano, propiciando a industriali zação. Os vultosos lucros, obtidos pelos cafeicultores com a exportação de seus produtos, geraram capitais disponíveis para outros tipos de investimento de cunho urbano-industrial. A maior produtividade da cafeicul tura paulista maximizou as exportações do café, o que também produziu divisas necessárias à importação de máquinas para a industrialização do país. 27
28
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