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May 14, 2019 | Author: Moacir Rocha | Category: Baptism, Mediumship, Godparent, Spiritism, Rituals
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Sacramentos e rituais de umbanda...

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Por Fernando Aparecido

Sacramentos e Rituais de Umbanda

Sacramentos e Rituais de Umbanda Da Iniciação ao Sacerdócio

Autor

Fernando Aparecido Permitida á reprodução dessa obra, mediante prévia autorização do autor Todos os direitos reservados.

São Paulo - SP  –  Brasil  Brasil 1ª Edição - 2015

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Sacramentos e Rituais de Umbanda

Índice Palavra do autor .......................................................................5 Introdução .................................................................................6 Sobre o autor .............................................................................8 O batismo .................................................................................11 Os padrinhos ...........................................................................13 O amaci ....................................................................................14 Preparando o amaci ................................................................14 Amaci dos Orixás ....................................................................15 Entrega das guias ....................................................................16 Assentamento dos Orixás na Umbanda ................................17 Assentamento de Exu .............................................................17 Assentamento de Ogum ..........................................................20 Assentamento de Xangô .........................................................22 Assentamento de Iansã ...........................................................24 Assentamento de Oxossi .........................................................26 Assentamento de Oxum ..........................................................29 Assentamento de Yemanjá .....................................................30 Assentamento de Obaluayê ....................................................32 Assentamento de Nanã ...........................................................34 Assentamento de Oxalá ..........................................................35 A coroação ...............................................................................38 A preparação da cerimônia ...................................................38 A coroação do Ogã ..................................................................39 Casamento na Umbanda ........................................................40 A cerimônia matrimonial .......................................................41 O ato fúnebre na Umbanda ...................................................42 Camarinha ...............................................................................44 O Reforço de santo .................................................................45 Hierarquia na Umbanda ........................................................45 3

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Defumação ...............................................................................50 Banhos ......................................................................................51 Recomendações finais .............................................................56 Pontos cantados, rezas, preces e orações ..............................62 Rezas,preces e orações ............................................................64 Ponto riscado ...........................................................................76 Signos & Orixás ......................................................................94 Homenagem a Mãe Menininha............................................101

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Palavra do Autor

“A Umbanda é verdadeiramente as

portas abertas da oportunidade para se evoluir como pessoa e como espírito” (Fernando D’Ogum)

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Introdução Essa é uma obra instrutiva de conceitos básicos da religião Umbanda. Escrita de modo pragmático para todo tipo de publico, seja ele (a) um simpatizante, médium e até para sacerdotes. Pois conhecimento é indispensável indispensável para uma base sólida de toda fundação. Construída através de uma longa pesquisa junto às comunidades comunidades Umbandista, Umbandista, Espírita e Candomblecista. Revelações e ensinamentos com o intuito de desmistificar vários conceitos da religião. Destacando um estudo completo sobre os assentamentos dos Orixás na Umbanda. Um detalhado detal hado monólogo sobre os  principais rituais e sacramentos da Umbanda, como  batismo, amaci, casamento e ato fúnebre.  Nessa obra o leitor também terá em posse, um compilado de instruções sobre defumação, banhos de ervas, banhos naturais e banho de sal grosso, como  proceder com toda parte ritualística, antes, durante e após o banho. Com um capitulo exclusivo para explicar toda a hierarquia na Umbanda, mostrando que toda peça é de extrema importância para elevação de um todo grupo. 6

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Também vamos retratar toda ritualística que envolve os pontos riscados, toda uma explicação dos fundamentos, com uma apresentação de mais de 70  pontos riscados da linha de Exu e Pomba-Gira. Concluindo o raciocínio, uma estrutura de símbolos e suas associações nas escritas sagradas dos Orixás. Com uma apresentação da relação entre os signos do zodíaco e os sagrados Orixás, planetas regentes, características e tudo que envolve esse tema.

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Sobre o Autor Fernando Assis é um médium Umbandista, nascido em 1992, no estado de São Paulo- Capital. Teve contato com os espíritos ainda muito jovem, foi por volta dos seus nove anos de idade, quando teve o que muitos espíritas chamam de “o despertar” para o

mundo extra-físico. Momento qual começa ser mais freqüente a ligação com o mundo espiritual, período em que somos destacados por diversos motivos, para completar junto ao universo espiritual, missões que ao longo do tempo ficam cada vez mais evidentes. Aos dezesseis anos de idade, ainda continua e cada vez mais notável sua ligação com o mundo espiritual, até então desconhecido. Uma Constancia de sentimentos e sentidos mistos, de medo, curiosidade e incompreensão. Órfão de Pai, terceiro filho de quatro irmãos, sua mãe Pernambucana, mas de descendência indígena e de muitos saberes místicos que trouxe da Umbanda de Caboclo, que mais tarde foram passados á Fernando.

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Fernando então é levado por seu irmão mais velho, á um centro de Umbanda cujo qual ele freqüentava. Centro qual mais tarde Fernando é iniciado ao culto de Umbanda, e logo acontece sua  primeira incorporação, o Preto-Velho Sebastião, desde então muitas foram às explicações e definições do que aconteceria com ele. Fernando se dedicou a seu desenvolvimento, sempre buscado conhecimentos religiosos, nesse meio tempo, se deparou com a Quimbanda, o Candomblé, santeria, espiritismo e o terrecô. Buscou o saber até em filosofias de extrema complexidade como a rosa cruz, cabala, e maçonaria. Também é conhecedor da quiromancia, cartomancia, merindinlogun, cristaloterapia e magia egípcia. Fernando Atualmente possui sete anos dedicados á Umbanda em liturgia e estudos. É pesquisador teólogo e teosófico, em especial de religiões de matrizes africanas, fez diversos cursos de especialização e complementares sobre religião, trabalha com entidades das sete linhas de trabalho de Umbanda, é fundador de uma entidade filantrópica reconhecida na comunidade Umbandista, e se dedica integralmente a disseminação do estudo e liturgia da Umbanda no Brasil. 9

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O batismo O batismo é um dos primeiros sacramentos que é realizado para todo aquele que deseja seguir algum tipo de doutrina religiosa. Está presente dentro de vários conceitos religiosos, e na Umbanda o batismo é fundamental. O Batismo na Umbanda, assim como em outros seguimentos religiosos, só pode ser realizado por aqueles que tenham o alto cargo dentro do grupo religioso e saiba como proceder com a cerimônia. No caso da Umbanda ele é realizado real izado por um Babalorixá ou Yalorixá. O batismo na Umbanda é semelhante a qualquer  batismo, tem sua base fundamentaria fundamentaria no batismo cristão. Ocorre com a imersão do iniciado em água  pura, para assim representar um rito de passagem,  purificação e renovação, reconhecendo reconhecendo os pecados e falhas, e assim diante de Deus e os Orixás passaram  para uma nova vida, assumidamente assumidamente uma nova doutrina religiosa. Esse sacramento é indispensável  para todo aquele que deseja ter uma vida plena de religiosidade, seja qual seguimento for.

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Os batismos na Umbanda podem ser realizados em cerimônias dentro do Templo, em uma cerimônia mais fechada e reservada, ou ao ar livre, nas cachoeiras ou até na praia. Isso pode variar de acordo com a doutrina do responsável pela cerimônia. Embora seja uma das principais cerimônias e sacramentos, costuma ser bem singela, são necessários  para a realização alem da vontade do médium, uma vela especifica de batismo e um pano branco. A vela de batismo representa o anjo da guarda, e ao ser  batizado ela fica acesa representando a presença do anjo da guarda, (a proteção) no momento do batismo, e um pano branco sobre a coroa do médium, o  protegendo de quaisquer influencias negativas. Geralmente essa vela fica com a pessoa que foi  batizada. E tem total liberdade para acendê-la sempre que achar necessário, pois essa vela esta ligada ao chakra coronário do médium, e sempre que ele necessitar de um alívio mental ele pode acender a vela, e colocar o pano sobre a cabeça, e por alguns minutos ele pode canalizar boas energias e meditar um pouco sobre suas ultimas ações, serve como uma válvula de escape do mundo exterior. E sempre ao final de seu momento de reflexão ele deve apagar a vela sempre com os dedos, nunca assoprando.

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Os padrinhos Geralmente é o médium que escolhe seus  padrinhos, um homem e uma mulher, não necessariamente precisam ser um casal, podem ser as  pessoas de sua total preferência. Obviamente Obviamente que eles também terão que aceita-lo como afilhado. Os padrinhos, quando assumem tal responsabilidade, estão não somente assumindo uma responsabilidade com o médium, e sim um compromisso com seus pais, Deus e os Orixás. A eles compete à posição de segundo pai no caso do padrinho, e segunda mãe no caso de madrinha, são eles que deveram lhe orientar e zelar por sua trajetória espiritual. Também temos os padrinhos espirituais. São os Orixás adjuntos, mas esses são revelados pelo Babalorixá ou Yalorixá. E tem a mesma função dos  padrinhos carnais. Os Orixás adjuntos também chamados de (padrinhos) zelam e orientam junto aos Orixás de frente (os pais de Cabeça) do médium. Lembrando que a coroa de um médium pode ser constituída por até quatro Orixás, (o pai e mãe de cabeça, e os padrinhos, podem ser dois ou apenas um Orixá) observando que Oxalá rege todos nós. 13

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O Amaci O amaci é um dos principais rituais de Umbanda,  pois o mesmo consiste consiste em um banho de purificação, de determinadas ervas correspondentes ao Orixá do médium, um banho aplicado exclusivamente no Ori (cabeça) para preparar ou tornar receptivo a cabeça do médium, alinhando assim a vibração do médium para que ele possa incorporar seu Orixá.

Preparando o Amaci. O amaci é preparado pelo dirigente, e deve ser feito da seguinte forma. O dirigente qual fica a cargo da preparação do amaci, deve sempre tomar preceito antes mesmo da colheita das folhas. Abster-se de relações sexuais, bebida alcoólica e carne vermelha.  Na preparação do amaci, o dirigente deve estar com seu anjo da guarda firmado, e ter as mãos imantadas com alfazema. Na preparação, o dirigente deve observar se as folhas estão com caule, pois eles não servem para o banho, sendo assim devem ser

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retirados antes do preparo, o banho só é preparado com as folhas.  Na hora do preparado as folhas já devidamente devidamente lavadas em água corrente, devem ser colocadas em uma bacia de louça branca ou em uma bacia de ágata. A água utilizada na preparação deve ser colhida nos  pontos de força da natureza, cachoeira, mar, minas e fontes. Depois de preparado o amaci, ou seja, a bacia com as ervas já maceradas, deve ser colocada próximo ao conga, e firmado com determinado números de velas de cores correspondentes ao Orixá, e coberto com um pano branco, e deixar-lo em repouso até a hora da cerimônia.

Amaci dos Orixás Amaci Oxalá  –  Água   Água de fonte, tapete de Oxalá (boldo) e flor de laranjeira maceradas, curtidas por 24 horas. Amaci Oxum  –   Água de cachoeira, colônia, rosa  branca e malva branca macerada e curtida por 24 horas. Amaci Oxossi  –   Água de rio, guine e alecrim, macerada e curtida por 3 dias. Amaci Ogum  –   Água de rio, e folhas de mangueira, macerada e curtida por 7 dias.

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Amaci Iansã  –   Água de rio, cachoeira ou da chuva, com rosas branca, guine e alecrim macerada e curtida  por 7 dias. Amaci Nanã  –   Água de rio ou lago, com crisântemo lilás ou branco, e folhas de guine, macerada e curtida  por 3 dias. Amaci Obaluayê  –   Água de rio ou lago, com crisântemo branco, macerada e curtida por 24 horas. Amaci Xangô  –   Água de cachoeira, com folhas de manjericão roxo, macerada e curtida por 24horas.

Entrega das guias Geralmente ocorre um singelo ritual que chamamos de entrega das guias. Esse ritual ocorre logo após o amaci, e basicamente consiste em o Babalorixá entregar as guias já preparas ao filho (a) após o amaci. Anteriormente ao amaci, o filho já deve deixar em posse do Babalorixá as contas, que serão lavadas, imantadas e cruzadas pelo sacerdote, e posteriormente ao amaci são entregues ao filho. Geralmente essas guias são as guias do Pai e Mãe de cabeça e uma guia de Oxalá (a qual seja filho ou não todos os médiuns devem ou podem portar essa guia) as demais guias e fios de contas, serão adquiridos 16

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durante a caminhada espiritual e conforme forem às solicitações dos guias espirituais.

Assentamentos dos Orixás Na Umbanda Os assentamentos ou igbas nos Candomblés são um agregado de elementos e objetos de determinado Orixá, construídos na finalidade de assentar as forças do Orixá naquele local 24 horas por dia. São construídos com diversos elementos e objetos consagrados. Cada assentamento é uma representação material das forças e domínios do Orixá. Os assentamentos na Umbanda derivam dos assentamentos no Candomblé, são apenas adaptados á doutrina Umbandista, mas sem perder a tradição e raiz dos Orixás africanos.

Assentamento de Exu 1 alguidar de barro nº 3. Forrado com folhas de Exu. Também se pode fazer esse assentamento em uma  panela de ferro. 17

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Uma ferramenta de Exu (pode ser um ponto especifico de um Exu de sua preferência). 7 punhados de terra, de 7 encruzilhadas diferentes. E sempre ao retirar essa terra, pedir licença antes, e deixar uma oferenda ao Exu daquele local. A oferenda  pode ser um copo de cachaça, um charuto, uma caixa de fósforos e uma vela branca acesa. Com essa terra mistura-se um pouco de enxofre em pó, pó de ferro, pó de ouro. E o pó de 21pembas, sendo sete brancas, sete  pretas e sete vermelhas. vermelhas. 1 Otá, 7 chaves, 21 búzios, 21 moedas correntes, corrente s, 70 cm de corrente e 7 punhais. 3 quartinha médias de barro s/alça.

Armação do assentamento.  No local onde vai ficar o assentamento, assentamento, antes de assentá-lo deve-se fazer o que chamamos de “dar um fogo”, ou seja, limpar a área do assentamento de Exu

com álcool, procedendo da seguinte maneira, atira-se um pouco de álcool comum no local do assentamento assentamento e  põe fogo e espera até que ele acabe isso serve para limpar as impurezas no local. E antes de começar a montar o assentamento deve-se lavar todos os elementos de metal do assentamento, eles são lavados com uma infusão de cachaça e sumo das ervas do 18

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Orixá. Depois coloque no alguidar já forrado com as folhas todos os elementos na seguinte ordem, primeiro a terra já preparada, depois firma-se a ferramenta de Exu, logo após coloque na terra na base da ferramenta o Otá, em seguida as chaves, os búzios, as moedas, a corrente e os sete punhais.Tudo deve ser colocado um a um. Depois encha as quartinhas, uma com água de  poço com o sumo de sete ervas do Orixá, uma com marafo e uma com azeite de dendê.

(dependendo da doutrina o assentamento pode ser “selado” com tabatinga) Ainda com as quartinhas sem tampas, deve-se bater o  paó, e logo em seguida se se deve fazer a seguinte seguinte oração: “Divinos Orixás, sagradas manifestações da natureza,  peço humildemente que permita que as forças de Exu  se firmem e assentem nesse lugar sagrado, para que  possa vir em meu auxilio e proteção, que seu Axé consagre este lugar. Diante de ti reconheço minhas  falhas e peço maleime. E Humildemente peço a vós  Exu que me proteja noite e dia, dia e noite, e esteja comigo hoje e sempre”

Depois todos que estivem ali presentes deveram saudar três vezes o Orixá. 19

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Geralmente os assentamentos são tratados (renovados) uma vez por mês. E sempre antes de rezarmos no assentamento devemos bater o paó, para ai sim fazermos a reza de firmamento firmamento do assentamento.

Assentamento de Ogum 1 alguidar de barro nº 3 forrado com folhas de mangueira . Uma ferramenta de Ogum (Exemplo nas imagens abaixo)

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3 favas de Ogum 7 búzios 7 moedas de prata 1 (Otá) 7 pregos de trilho de trem 7 punhados de terra, de 7 estradas diferentes. Ao retirar essa terra deve-se pedir licença, e deixar uma singela oferenda de uma garrafa de cerveja branca, um charuto com uma caixa de fósforos e uma vela vermelha acesa. Com essa terra mistura-se o pó de 14  pembas, sendo 7 brancas e 7 vermelhas.(esse é um modo adaptado á doutrina Umbandista, mas dependendo da doutrina da casa o assentamento de Ogum, pode conter alem da ferramenta principal, outros objetos de ferro, por exemplo, facões, correntes,  pedaços de trilho de trem, bigornas, ferraduras, pregos, martelos, tenazes e outros instrumentos de ferro) 3 quartinhas médias de barro s/alça.

Armação do assentamento.  No local do assentamento de Ogum, não é necessária a  purificação com álcool, apenas uma limpeza com as ervas do Orixá já é o suficiente. Logo em seguida deve-se lavar as ferramentas em uma infusão de ervas do Orixá. Em seguida coloca-se a terra já preparada no alguidar, depois firma-se a ferramenta, e na base da 21

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ferramenta coloca-se o Otá, em seguida, as favas, os  búzios, as moedas e os pregos, lembrando que todos os elementos devem ser colocados um a um. Depois vá enchendo as quartinhas, uma com água de rio e o sumo de sete ervas do Orixá, uma com azeite de dendê e uma com cerveja branca. Ainda com as quartinhas sem tampa, deve-se bater o  paó para Ogum e em seguida deve-se fazer a seguinte oração de assentamento: assentamento: “Divinos Orixás, sagradas manifestações da natureza,  peço humildemente que permita que as forças de Ogum se firmem e assentem nesse lugar sagrado, para que possa vir em meu auxilio e proteção, que seu Axé consagre este lugar. Diante de ti reconheço minhas  falhas e peço maleime. E Humildemente peço a vós Ogum que me proteja noite e dia, dia e noite, e esteja comigo hoje e sempre”

Assentamento de Xangô 1 gamela de madeira forrada com folhas de Xangô, por exemplo folhas do fogo. 1 pilão 22

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12 favas de Xangô 2 oxés, machado de duas laminas pode ser de cobre,  pedra ou madeira. madeira. 1 coroa de cobre 12 búzios africanos 12 moedas de cobre 1 (Otá) 3 quartinhas médias de barro s/alça.

Armação do Assentamento.  No local do assentamento assentamento de Xangô também pode se fazer a purificação com álcool devido sua ligação com o fogo, mas só uma limpeza com as ervas do Orixá já é o bastante. Logo em seguida deve-se lavar as ferramentas de Xangô com uma infusão de ervas do Orixá. Em seguida são colocados na gamela de madeira já forrada com as folhas do Orixá, todos os elementos, na seguinte ordem, bem ao centro da gamela coloca-se a coroa de cobre, ao redor da coroa, as favas e o Otá, em seguida as moedas e os búzios todos ao redor da coroa, os Oxés são colocados nas extremidades da gamela. Feito isso, a gamela é colocada em cima do pilão com a mão do pilão na base dele. Em seguida vá enchendo as quartinhas, uma com água de cachoeira cachoeira e o sumo sumo de sete ervas do Orixá, Orixá, uma com azeite de dendê e uma com cerveja preta. As quartinhas são colocadas em volta a base do pilão. (é 23

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normal o assentamento de Xangô conter diversas  pedras do tipo aerólitos e meteoritos de diversos tamanhos). Com as quartinhas ainda sem tampas deve-se bater o  paó, e logo em seguida fazer a seguinte oração de assentamento: “Divinos Orixás, sagradas manifestações da natureza,  peço humildemente que permita que as forças de  Xangô se firmem e assentem nesse nesse lugar sagrado, sagrado, para que possa vir em meu auxilio e proteção, que seu Axé consagre este lugar. Diante de ti reconheço minhas  falhas e peço maleime. E Humildemente peço a vós  Xangô que me proteja noite e dia, dia e noite, e esteja comigo hoje e sempre”

Assentamento de Iansã Uma terrina de louça na cor amarela ou branca (exemplo na imagem abaixo)

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9 moedas de cobre ou ouro 9 búzios 9 favas de Iansã 1 (Otá) 1 espada espada de cobre cobre em forma de raio 1 eruexim 1 par de chifres de búfalo 1 quartinha de louça c/alça amarela ou branca.

Armação do assentamento.  No local do assentamento, assentamento, antes de assentar Iansã é  preciso purificá-lo, no caso de Iansã também pode ser com álcool se for o caso de ser em um ambiente externo, ou um preparado de ervas do Orixá, em um ambiente interno. Logo em seguida lavamos todas as ferramentas com uma infusão de ervas do Orixá, depois colocamos na terrina os elementos na seguinte ordem, o Otá, as favas, os búzios, as moedas, em seguida completamos a terrina com azeite de dendê, mel e manteiga de karité. Depois enchemos a quartinha com água de rio ou água da chuva, com sete tipos de ervas do Orixá maceradas. A espada e o eruexim são colocados próximos da terrina um de cada lado, e os chifres de búfalo são colocados acima da terrina. Ainda com a terrina e a quartinha destampadas, devese bater o paó, e logo em seguida fazer a seguinte oração de assentamento: assentamento: 25

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“Divinos Orixás, sagradas manifestações da natureza,  peço humildemente que permita que as forças de Oya  se firmem e assentem nesse lugar sagrado, para que  possa vir em meu auxilio e proteção, que seu Axé consagre este lugar. Diante de ti reconheço minhas  falhas e peço maleime. E Humildemente peço a vós Oya que me proteja noite e dia, dia e noite, e esteja comigo hoje hoje e sempre”

Assentamento de Oxossi 1 alguidar de barro nº 3. Forrado com folhas de Oxossi. Por exemplo, (folhas de samambaia ou guiné). 3 quilos de terra da mata. Essa terra deve ser retirada de uma mata fechada. E ao retirar essa terra, é necessário pedir licença antes de entrar na mata, e após retirar a terra, deixa-se uma oferenda de uma garrafa de vinho tinto servido em um coité, um charuto e uma vela verde ou branca acesa. (ao acender a vela, tome cuidado para que ela fique em um local onde não possa p ossa  provocar incêndios). Com essa terra mistura-se o pó de 14 pembas, sendo 7 brancas e 7 verdes.

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1 ferramenta de Oxossi (Exemplo nas imagens abaixo)

6 búzios 6 favas de Oxossi 1 ofá (arco e flecha) 6 moedas de cobre ou douradas 1 eruexim 1 (Otá)

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2 quartinhas médias de barro s/alça.

Armação do assentamento. O local do assentamento é lavado com um preparado de ervas do Orixá, antes de assentá-lo. As ferramentas devem ser lavadas com uma infusão de ervas do Orixá, logo em seguida os elementos são colocados no alguidar na seguinte ordem, primeiro a terra preparada, depois firma-se a ferramenta, o Otá é colocado na base da ferramenta, em seguida são colocadas as favas, os  búzios e as moedas. Depois encha as quartinhas uma com água de rio e sete tipos de ervas do Orixá maceradas, e uma com vinho tinto. O eruexim e o ofá são colocados do lado do alguidar. Ainda com as quartinhas destampadas, destampadas, deve-se bater o paó, e logo em seguida fazer a oração de assentamento: assentamento: “Divinos Orixás, sagradas manifestações manifesta ções da natureza,  peço humildemente que permita que as forças de Odé  se firmem e assentem nesse lugar sagrado, para que  possa vir em meu auxilio e proteção, que seu Axé consagre este lugar. Diante de ti reconheço minhas  falhas e peço maleime. E Humildemente peço a vós Odé que me proteja noite e dia, dia e noite, e esteja comigo hoje e sempre”

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Assentamento de Oxum Uma terrina de porcelana, de cor amarela ou dourada. 5 búzios 5 favas de Oxum 5 moedas de ouro ou cobre 1 (Otá) 1 abebé de Oxum 1 vidro grande de alfazema 1 quartinha de porcelana amarela ou dourada c/alça. E outros objetos de ouro em numero simbólico de Oxum 5 ou 8

Armação do assentamento. O local do assentamento de Oxum deve ser lavado com um preparado de ervas do Orixá. Em seguida os objetos também deveram ser lavados com um preparo de ervas do Orixá. Depois na terrina devem ser colocados os objetos consagrados na seguinte ordem,  primeiro o Otá, depois as favas, os búzios e as moedas, e demais objetos de ouro se for o caso. Em seguida complete a terrina com azeite de oliva, mel e manteiga de karité. Depois encha a quartinha com água de cachoeira e sete tipos de ervas do Orixá maceradas. 29

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O abebé fica próximo da terrina e o vidro de alfazema do lado da terrina. Ainda com a terrina e a quartinha destampadas, devese bater o paó, e logo em seguida deve-se fazer a oração de assentamento: assentamento: “Divinos Orixás, sagradas manifestações da natureza,  peço humildemente humildemente que permita permita que as forças forças de Oxum  se firmem e assentem nesse lugar sagrado, para que  possa vir em meu auxilio e proteção, que seu Axé consagre este lugar. Diante de ti reconheço minhas  falhas e peço maleime. E Humildemente peço a vós  Mamãe Oxum que me proteja noite e dia, dia e noite, e esteja comigo hoje e sempre”

Assentamento de Yemanjá Uma terrina de porcelana de cor branca ou azul e  branca. 1 (Otá) 4 favas de Yemanjá 4 conchas 4 búzios 4 perolas 4 moedas de prata 30

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1 vidro de alfazema 1 abebé de Yemanjá 1 quartinha de porcelana branca c/alça.

Armação do assentamento. O local do assentamento deve ser limpo com um  preparado de ervas do Orixá. Logo em seguida devem ser colocados na terrina todos os elementos na seguinte ordem, primeiro o Otá, as perolas, as favas, as conchas, os búzios e as moedas, tudo isso conservado em azeite de oliva, mel, e manteiga de karite. Logo em seguida deve-se encher a quartinha com água salgada e sete tipos de ervas do Orixá maceradas. O vidro de alfazema deve ficar de um lado da terrina, e o abebé fica do outro lado. Ainda com a terrina e a quartinha destampadas, devese bater o paó, e logo em seguida fazer a oração de assentamento: “Divinos Orixás, sagradas manifestações da natureza,  peço humildemente que permita que as forças de Mãe Yemanjá se firmem e assentem nesse lugar sagrado,  para que possa vir em meu auxilio e proteção, que seu  Axé consagre este lugar. Diante de ti reconheço minhas falhas e peço maleime. E Humildemente peço a 31

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vós Mãe Yemanjá que me proteja noite e dia, dia e noite, e esteja comigo hoje e sempre”

Assentamento de Obaluayê 1 alguidar de barro nº 3, forrado com folhas do Orixá. Orixá. Com um cuscuzeiro (exemplo na imagem abaixo)

7 búzios 7 moedas de prata 7 favas de Obaluayê 32

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1 (Otá) 1 xaxará 3 quilos de areia da praia 1 quartinha média de barro s/alça.

Armação do assentamento. O local do assentamento deve ser limpo com um  preparo de ervas do Orixá. Logo em seguida são colocados no alguidar já com areia e forrado com as folhas, todos os elementos na seguinte ordem, bem ao centro o Otá, e ao redor do Otá, vão às favas, os búzios e as moedas. A quartinha deve ser cheia com água de  poço, e sete tipos de ervas do Orixá maceradas, Geralmente esse assentamento é ornado com muita  palha da costa e muitos búzios, além dos que vão dentro do assentamento. Ainda com a quartinha destampada, deve-se bater o paó e fazer a oração de assentamento: “Divinos Orixás, sagradas manifestações da natureza,  peço humildemente que permita que as forças de Obaluayê se firmem e assentem nesse lugar sagrado,  para que possa vir em meu auxilio e proteção, que seu  Axé consagre este lugar. Diante de ti reconheço minhas falhas e peço maleime. E Humildemente peço a vós Senhor Obaluayê que me proteja noite e dia, dia e noite, e esteja comigo hoje e sempre” sempre” 33

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Assentamento de Nanã 1 terrina de porcelana ou de barro, com um cuscuzeiro. Forrada com folhas do Orixá. 13 búzios 1 (Otá) Lama do fundo de rio 13 favas de Nanã 7 colheres de pau 1 ibiri 2 quartinhas de barro c/alça.

Armação do assentamento. O local do assentamento deve ser limpo com folhas do Orixá, logo em seguida os objetos do assentamento também devem ser lavados com um preparo de ervas do Orixá. Em seguida coloque na terrina todos os elementos na seguinte ordem, primeiro a lama, logo no centro o Otá, ao redor do Otá, as favas e os búzios. Encha uma quartinha com água de rio com sete tipos de ervas do Orixá maceradas, e uma com azeite de oliva. As colheres de pau são colocadas uma uma a uma nas fissuras em cima do cuscuzeiro. O ibiri vai ao lado.

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E ainda com a quartinha sem tampa, deve se bater o  paó, e logo em seguida fazer a oração de assentamento: assentamento: “Divinos Orixás, sagradas manifestações da natureza,  peço humildemente que permita que as forças de Nanã  se firmem e assentem nesse lugar sagrado, para que  possa vir em meu auxilio e proteção, que seu Axé consagre este lugar. Diante de ti reconheço minhas  falhas e peço maleime. E Humildemente peço a vós  Nanã que me proteja noite e dia, dia e noite, e esteja comigo hoje e sempre”

Assentamento de Oxalá 1 terrina de porcelana branca, forrada com folhas do Orixá. 16 moedas de prata 16 búzios 16 favas de Oxalá 1 (Otá) 1 quartinha de porcelana branca s/alça. (ao redor do assentamento de Oxalá, também é normal colocarmos objetos de marfim) 35

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Armação do assentamento. O local do assentamento deve ser limpo com ervas do Orixá. Os objetos também são lavados com um preparo de ervas do Orixá. Logo em seguida são colocados na terrina os elementos na seguinte ordem, primeiro o Otá no centro, ao redor do Otá são colocados os búzios, as favas e as moedas, todos esses itens conservados em azeite de oliva e mel. Em seguida encha a quartinha com água de mina e sete ervas do Orixá maceradas. Ainda com a terrina e a quartinha destampadas, bata o  paó, e faça a oração oração de assentamento: assentamento: “Divinos Orixás, sagradas manifestações da natureza,  peço humildemente que permita que as forças de Pai Oxalá se firmem e assentem nesse lugar sagrado, para que possa vir em meu auxilio e proteção, que seu Axé consagre este lugar. Diante de ti reconheço minhas  falhas e peço maleime. E Humildemente peço a vós Pai Oxalá que me proteja noite e dia, dia e noite, e esteja comigo hoje e sempre”

Esses assentamentos foram elaborados e adaptados de acordo com a doutrina Umbandista, mas respeitando seu preceito africano. Com tudo essa base de conhecimento é uma idéia difundia, ou seja, esses assentamentos foram modelados a partir de uma idéia geral, e que podem conter ou não outros objetos de acordo com o Orixá que se assenta, e a doutrina que o 36

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aplica. Valer notar que todo assentamento só deve ser feito por um Babalorixá ou Yalorixá capacitado para essa fundação.

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A coroação A coroação na Umbanda é uma importante cerimônia qual o médium de Umbanda, já passado por todos os processos de iniciação e demais obrigações, esse se torna apto á coroação. Já ciente de seu Orixá de cabeça, e de seu guia protetor ou de frente. Tecnicamente não existe um tempo determinado para esse processo de graduação. Dizer quando um médium está ou não preparado para a coroação cabe somente aos Babalorixás e Yalorixás. (há doutrinas que o médium fica em estado “probatório” e cumprindo suas

obrigações durante 3 anos até o sacerdote responsável analisar se o médium esta preparado a coroação.Outras doutrinas o médium fica por 7 anos cumprindo obrigações ate ser coroado, mas isso é muito relativo).

A preparação da cerimônia A preparação é muito importante e consiste com a colaboração de todos na casa, geralmente as cerimônias de coroação são preparadas com sete dias de antecedência, pois requisita do médium á ser coroado uma devida preparação, pois o mesmo deve 38

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tomar preceito para coroação e correr atrás dos objetos ritualísticos para a cerimônia. c erimônia.  No momento da coroação, em um ato simbólico si mbólico é colocada sobre sua cabeça uma coroa confeccionada com flores e ervas correspondentes ao Orixá do Médium. Essa coroa é colocada no Ori do médium, já incorporado pelo seu Orixá de cabeça, e geralmente após o sacerdote coroar o médium, o Orixá dança pelo terreiro fazendo a firmeza do médium. É um momento muito importante e especial para o médium, pois é mais um degrau na imensa escada de evolução em nossas vidas.

A coroação do Ogã A coroação do Ogã ou atabaqueiro é muito similar a coroação de um médium rodante (de incorporação), pois consiste em um mesmo processo de avaliação, e posteriormente a coroação. A diferença desse tipo de coroação para uma coroação de um médium de trabalho, esta no processo de avaliação,  pois os aspirantes a Ogã, são avaliados avaliados pelo Babalorixá Babalorixá e pelo Ogã chefe ou primeiro Ogã, esse que dará o aval ao Babalorixá para prosseguir com a coroação do aspirante a Ogã á Ogã oficial da casa. E 39

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conseqüentemente o Ogá já coroado não mais irá tocar no Lé (o atabaque menor) passará a ser o responsável  pelo Rumpi (o atabaque médio), pois o Lé ficará reservado aos novos aspirantes a Ogã. E o Rum de responsabilidade responsabilidade do Ogã chefe.

Casamento na Umbanda O casamento Umbandista é semelhante ao casamento católico, mas apenas no fundamento, a cerimônia ritualística é diferente. A cerimônia matrimonial pode ocorrer de diversos modos de acordo a orientação dos Guias chefes do sacerdote que tem a responsabilidade responsabilidade de conduzir a cerimônia. cerimônia. Sendo assim o casamento Umbandista é um ritual muito transparente e sem mística nem uma. O casamento Umbandista preserva os mais valorosos conceitos de caráter e integridade humana,  pregando a monogamia, monogamia, a fidelidade e o respeito mutuo. Ensinando que os bons relacionamentos  provem de relações dinâmicas e que sua harmonia só  pode ser alcançada com amor, respeito, dedicação e maturidade.

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A cerimônia matrimonial Um dia antes da realização da cerimônia, os noivos tomam um banho de ervas para purificar o corpo e espírito, se preparam, e usam vestes brancas, e os pés descalços, lembrando nossa ligação com a terra. Geralmente no casamento Umbandista não há  padrinhos ou madrinhas, pois todos ali presentes (pessoas e espíritos) são testemunhas da união. O casamento pode ser realizado na praia, na cachoeira, na mata ou no próprio templo, geralmente o local é escolhido em uma decisão do dirigente em conjunto os noivos. Iniciando-se a cerimônia adentram o terreiro, o sacerdote responsável pela cerimônia, em seguida entram outros sacerdotes convidados, e em seguida os médiuns, homens de um lado e mulheres do outro, inclusive os noivos. São cantados diversos pontos, por exemplo, salve a pemba, hino da Umbanda, e mais alguns pontos com o intuito de convocar a presença das forças da natureza, para então se dar inicio a cerimônia. O noivo já em posição diante do sacerdote, com sua permissão, vai até o lugar onde esta a noiva e ele mesmo a conduz ate o altar, diferente de outras condutas religiosas em que o pai da noiva a conduz ao 41

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altar. E diante de Deus, os Orixás e demais presentes, o sacerdote incumbido faz algumas belas citações, logo em seguida o sacerdote dá espaço a entidade que a  partir daquele momento fica encarregada de conduzir a cerimônia e sacralizar a união do corpo, mente e espírito de ambos. E logo em seguida os noivos atravessam um lindo corredor de flores, sobrepostos um teto com espadas de Ogum, simbolizando a  proteção dos Orixás. Orixás. Lembrando que o casamento Umbandista é reconhecido por uma lei federal, podendo ser lavrada uma certidão oficial.

O ato fúnebre na Umbanda O ato fúnebre é muito comum em todas as religiões, um ritual simbolizando a passagem desse mundo para outro plano. Na Umbanda se dá início após o desencarne de uma pessoa, e tem todo um  processo de realização para que o espírito do desencarnado possa prosseguir corretamente a o seu devido plano. È importante salientar que esse ritual só é  procedido por por um sacerdote ou sacerdotisa. O ritual se inicia ainda com o velório, nesse  período é feito diversas orações, em uma corrente de 42

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energia, onde todos dão as mãos, médiuns ou não, sempre com o Babalorixá iniciando as orações e os demais que souberem a oração o acompanham. Logo em seguida é cantando um ponto do Orixá do filho que desencarnou, em sua homenagem. Em volta do caixão ficam quatro velas brancas, mas não nas pontas como é de comum acontecer, e sim uma vela acima da cabeça, uma aos pés, e uma de cada lado do caixão, simbolizando a cruz, e os pontos cardiais. Ainda na capela, o sacerdote que conduz o velório, deve fazer algumas citações e palavras de encaminhamento do espírito. No cortejo do caixão até a sepultura, todos trajando roupas brancas (simbolizando a pureza do espírito) deve-se jogar  pipocas brancas no caminho, essas pipocas são jogadas em respeito ao campo santo, que é de domínio de Obaluayê. No local da sepultura, o sacerdote faz mais algumas citações, e cantam mais alguns pontos para Oxalá e OBaluayê, logo em seguida o sacerdote encaminha o espírito á Obaluayê para que Obaluayê  junto a Iansã possa encaminhar o espírito. Ao final já com o caixão na cova, o sacerdote joga por toda superfície do caixão uma camada de pó de pemba  branca, simbolizando a proteção do espírito. Ao final o sacerdote sacramenta o ritual com algumas palavras finais. 43

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Camarinha As camarinhas na Umbanda são rituais iniciáticos que tem como objetivo o desenvolvimento mediúnico, aprendizagem e doutrinação do médium e entidades. Essas camarinhas podem ter duração de 3, 7 ou até 21 dias de acordo com a obrigação. Nesse período em que o médium está recolhido a camarinha, é acompanhado, e orientado junto ao Babalorixá em todas as ações. Ainda nesse contexto de camarinha podem ocorrer às chamadas deitadas, são obrigações geralmente destinadas àqueles que têm confirmação de Babalorixá ou Yalorixá. Nessas deitadas o médium literalmente deita na esteira de palha e perante os Orixás, faz as rezas ensinadas pelo Babalorixá, e arria comida de todos os Orixás e Exu. Com o objetivo de fortalecer á ligação com os Orixás, geralmente essas deitadas tem duração de 7 ou 21 dias de acordo com a doutrina da casa. Essas obrigações implicam em muita dedicação do médium, pois o mesmo tem que tomar  preceito muito antes antes de se dar inicio á obrigação, pois pois é uma fase de muita elevação espiritual.

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O reforço de santo Também ocorre nas camarinhas, o que chamamos de reforço de santo. Esse procedimento ocorre devido a necessidade de um filho (a) reaver a ligação com o Orixá, pode ser feita anualmente ou de 3 em 3 anos ou de 7 em 7 anos, isso pode variar de acordo com a doutrina e necessidade.

Hierarquia na Umbanda A hierarquia denota o cargo a cada membro de uma determinada cúpula, para sua organização e reconhecimento. Em toda a cúpula religiosa tem uma hierarquia,  para uma melhor organização, no caso da Umbanda Umbanda não é diferente, existe uma hierarquia, que dependendo da quantidade de membros podem se dividir em dois grupos hierárquicos, um administrativo e um espiritual.

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Babalorixá (homem) Yalorixá (mulher) É o responsável por toda atividade espiritual que ocorre no terreiro, responsável por iniciar, conduzir e encerrar os trabalhos (giras). São os responsáveis por zelar pela vida espiritual do médium, também são os responsáveis por estabelecer as ordens e doutrinas,  passadas pelo astral. Comumente chamados de Pai ou Mãe de santo.

Babakekere (homem) Yakekere (mulher)  –   Pai ou Mãe pequena São os primeiros a tomar conta na ausência dos chefes (Pai ou Mãe) tem os mesmo ensinamentos e conhecimentos, participam de praticamente todos rituais junto aos chefes do terreiro, são seus auxiliares diretos.

Ogã, curimbeiro ou atabaqueiro É o responsável pelo toque e canto nas giras, o  primeiro Ogã é o que tem mais responsabilidade, responsabilidade, é seu dever puxar tanto o toque como o canto, esse tem o conhecimento de todos os toques e pontos da casa, e também é de sua responsabilidade zelar pelo 46

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aprendizado dos Ogãs novos, os ensinando a tocar, cantar os pontos e tratar do atabaque.

Cambono O cambono é o médium designado a ser o auxiliar da entidade em terra. Tem um fundamental papel na Umbanda, trabalha como um interprete, esclarecendo tudo que a entidade diz ao consulente, e independente de qualquer coisa é uma pessoa com sigilo absoluto, ou seja, o que se fala ali morre ali. Essa posição é tão importante quanto a qualquer outra, é uma posição de honra, pois o cambono trabalha desincorporado desincorporado ao lado da entidade, e aprende e se desenvolve muito. Em alguns terreiros a própria entidade escolhe seu cambono, outras vezes pelas falta de médiuns, o Babalorixá designa alguém para essa posição.

Médium de trabalho (médium feito, ou coroado) São médiuns que já dão consultas, já passaram por quase todos os preceitos e obrigações (batismo, amaci e coroação). As entidades desses médiuns já se apresentam, já estão doutrinadas, e na maioria das vezes já riscam seu ponto. 47

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Médium em desenvolvimento Como o próprio nome já diz, são médiuns que estão em processo de desenvolvimento. Alguns terreiros  permitem,  permitem, que quando incorporados incorporados eles possam dar  passes, outros terreiros apenas permitem que as entidades fiquem em terra apenas se adaptando a doutrina e conversando com os próprios filhos da casa, até eles se apresentarem e riscarem seu ponto, e estivem firmes suficientes para poder trabalhar nas giras de atendimento. atendimento.

Médium iniciante São médiuns que estão ingressando na vida espiritual, e ainda não incorporam. Alguns terreiros os colocam como cambonos para adquirirem experiência junto a entidade, e para que suas próprias entidades vão se adaptando a doutrina da casa. E geralmente auxiliam em todos os serviços do terreiro para irem entrando na rotina da casa (essa fase é apenas para o médium conhecer tudo que diz respeito ao terreiro).

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Transa ou porteira É o responsável por distribuir as fichas de atendimento nos terreiros, geralmente essa pessoa fica na entrada orientando e auxiliando os que chegam ao terreiro. É importante deixar bem claro que todas as funções e cargos, são importantes dentro da organização do terreiro, e que nem uma posição é melhor ou pior que a outra, o respeito e disciplina são elementos básicos da convivência de todos os seres, e devemos tomar cuidado com a vaidade e a inveja, sentimentos de total reprovação que devem ser repudiados por todo e qualquer Umbandista.

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Defumação A defumação é um dos principais ritos na Umbanda, consiste na queima de ervas às vezes com resinas, para diversos fins como limpar o campo astral de uma pessoa, limpar o ambiente (descarregar o ambiente) atrair bons fluidos... Vale notar que as defumações para fins de limpeza e descarrego devem ser feitas dos fundos para saída. E as defumações atrativas devem ser feita da entrada para os fundos. Defumação para limpeza (descarrego)  –   café em pó, casca de coco seco, palha de alho, pimenta da costa e  benjoim. Defumação para descarrego  –  Cominho   Cominho em pó, açúcar mascavo, arruda, alecrim, fumo desfiado, mirra e incenso. Defumação contra eguns  –  Folhas   Folhas de bambu, alecrim, cravo da índia, barba de velho, mirra, incenso e  benjoim. Defumação para prosperidade  –   açúcar, semente de girassol, noz moscada em pó, folha de louro e canela em pó. 50

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Defumação para prosperidade  –   Palha de milho seca, folha de louro, canela em pó e noz moscada em pó. Defumação contra eguns - Incenso, mirra, benjoim, cravo da índia, folha de pessegueiro, folha de bambu,  pichuri moído, moído, café em pó pó e alecrim. Defumação para prosperidade  –   Folha de louro, cominho em pó, aniz estrelado, arroz em casca, malva  branca e incenso. incenso.

Banhos Os banhos de ervas são fundamentais na Umbanda no Candomblé e qualquer outro culto com ligação a natureza. Nos cultos de Umbanda tem  principal atuação nas fases inicias do médium, por essa razão é um fundamento extremamente necessário, e todos Babalorixás e Yalorixás devem conhecer os fundamentos e aplicações de cada folha, erva, fruto, casca e raiz. O banho de ervas serve para diversas finalidades, descarregar, energizar, tirar cansaços físicos e mentais, 51

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harmonizar corpo e alma, em geral para purificar e renovar todo o ser. Os banhos sagrados são antigos, muito antes de qualquer religião já se usada banho com essas intenções, desde a Ásia até todo continente Africano, America e até Europa. Para uma facilitação vamos dividir os banhos por efeito... Existem os banhos de limpeza (descarrego) e os banhos de energização (fixação)

Banho de descarrego Os banhos de descarrego são muito usados tanto  por médium, como por consulentes, e costumam ser os mais receitados pelas entidades. Basicamente esse tipo de banho serve para limpar o campo astral, eliminando qualquer precipitação de fluidos negativos. Esse tipo de banho também suprime os males físicos externamente, causados por ondas negativas. Uma boa observação a se fazer, é que todo banho seja de limpeza ou fixação deve ser seguido à risca, respeitando todas as recomendações passadas pelo Babalorixá, Yalorixá ou Entidade.

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Banho de energização São indicados para fortalecer a ligação com os Orixás ou anjo da guarda. Esse tipo de banho atua no médium ativando e revitalizando as energias cósmicas, ajudando na sintonia com os Orixás e entidades. Esse banho ativa o campo energético, e ativa o teor positivo da áurea. É um banho que pode ser tomado por qualquer  pessoa, mas é mais indicado para os médiuns de trabalho, pois como sabemos esses médiuns estão em  plena atividade espiritual, em constantes variações de energias, o que conseqüentemente acaba os desequilibrando, daí surge à necessidade de se tratar  periodicamente  periodicamente com banhos de fixação, para manter um melhor equilíbrio vibracional.

O amaci É o banho mais conhecido pelas pessoas que estão sendo iniciadas ao culto de Umbanda. É o banho que é derramado da cabeça aos pés, pois é preparado de acordo com o Orixá do médium.  Normalmente  Normalmente quando o filho esta em duvida ou o Babalorixá não consegue identificar quem seja seu 53

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Pai ou Mãe de Cabeça, usa-se um Amaci de Oxalá, o qual rege a cabeça de todos nós. O banho de ervas (amaci) age como um neutralizador de correntes negativas, e como um energizador, dando a pessoa força suficiente, para que ela possa sair do estado em que se encontra.

Banho de sal grosso Esse é o banho mais comumente usado devido sua simplicidade e eficiência. Pois o sal grosso é um condutor elétrico por essa razão, ele absorve com muita facilidade os átomos carregados de energias negativas, que são conhecidos como íons. O sal grosso atua aliviando toda ou quase toda energia negativa que esteja empregada a áurea do médium. É um banho de fácil preparo basta colocar um  punhado de sal grosso na água fria ou morna, e pronto seu banho esta preparado. E após o banho não deve se enxugar. Algumas pessoas ao tomar esse banho pisam sobre pedaços de carvão vegetal ou mineral, com a intenção de que as energias negativas se fixem no carvão, que é absorvedor de energia negativa. Algumas pessoas preferem substituir o banho de sal grosso, por água do mar, mas isso é relativo. 54

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É importante mencionar que o banho de sal grosso embora seja simples é muito forte e não se deve tomar com freqüência esse tipo de banho, seja médium ou não. Pois esse banho tira toda energia negativa,  porem leva a positiva também. também. Ou seja, deixa a áurea totalmente desprovida de energia alguma. E outra coisa, sempre que tomar esse banho, após três dias aproximadamente tome outro banho, mas de energização para restabelecer sua faixa vibracional.

Banho natural (chuva) São os banhos não preparados, que podemos tomar da cabeça aos pés, por se tratar de energia pura da natureza. No caso do banho de chuva é um ótimo descarregador, esta associado à Nanã.

Banho natural (chuva) São os banhos não preparados, que podemos tomar da cabeça aos pés, por se tratar de energia pura da natureza. No caso do banho de chuva é um ótimo descarregador. Está associado à Nanã.

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Banho do Mar É ótimo tanto para descarrego como fixação. Está associado à Yemanjá.

Banho de Cachoeira Tem a mesma função do banho de mar. E ao cair em nosso corpo provoca uma espécie de choque, dissipando qualquer energia negativa que esteja em nossa áurea. Está associada a Oxum.

Recomendações finais 





Os banhos derramados sobre a cabeça, só devem ser aplicados sobre orientação e recomendação, de um Babalorixá, Yalorixá ou um guia espiritual. O banho de sal grosso só em ultimo caso, e sempre depois se deve tomar um banho de energização. Banhos com amônia jamais, nunca. A amônia é um ótimo descarregador, mas apenas para ambientes. Pois o mesmo pode trazer graves  problemas na na saúde física e espiritual. espiritual. 56

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Banhos para descarregado, geralmente são feitos com quantidades de ervas em numero nu mero impar. Banhos para energização são feitos com quantidades de ervas numero par, ou o numero do Orixá. Ervas que são ligadas somente a Exu, geralmente não são usadas para banho, por exemplo, folha de pimenta, folha de bananeira, urtiga e pinhão roxo, essas folhas em especial são usadas apenas para energização de assentamento de Exu. As folhas e ervas colhidas para o banho, antes do preparado devem ser lavadas com cautela em água corrente, e as folhas devem permanecer o mais intactas possíveis. Os banhos com ervas frescas devem ser feitos logo após a colheita, pois o prana existente nas folhas vai se dispersando após o corte da planta e o banho acaba por perder o efeito. Os banhos não devem ser feito nas horas abertas como 6 horas da manhã, 12 horas do dia, ou meio dia, 18 horas do dia, ou 24 horas meia noite. Pois essas horas é o período que há muita circulação de energias, é o período chamado de horas “livres”. Geralmente os banhos que são feitos nessas horas, são banhos de descarrego e 57

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geralmente prescritos por uma entidade, que normalmente normalmente é Exu. Os banhos feitos com ervas secas, são feitos pelo abafamento e não pela fervura. Procedendo assim, quando a água estiver em ponto de fervura, apague o fogo e deposite as ervas e tampe o recipiente, e deixe em abafamento de 10 a 15 minutos. Após o banho é importante desfazer-se corretamente das ervas que ficaram no chão, essas ervas devem ser colhidas e depositadas em algum ponto de força na natureza, uma praça, um rio ou uma mata. Após o banho é importante não se esfregar com a toalha, pois isso pode causar cargas elétricas ou estáticas que podem acabar anulando o efeito do banho. Após o banho o ideal é entrar em repouso por 24horas no mínimo, vestir roupas brancas ou as mais claras que tiver, não sair de casa e não ingerir bebida alcoólica. Por que é necessário deixar a energia do banho fazer efeito, e nesse  período pós  –   banho entre mais ou menos 24 horas pode acontecer o que chamamos de cruzamento de energia e anular o efeito do  banho. Então é preciso se resguardar até a energia do banho se estabelecer na áurea. 58

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Ao retirar as folhas na natureza não use objetos cortantes metálicos, dê preferência para retirá-las com as próprias mãos, pois o corte com facas,  por exemplo, pode diminuir o poder energético das folhas. Banho contra feitiços- Espada de São Jorge (cortada com as mãos, em sete pedaços) comigo ninguém pode, quebra demanda, levante, eucalipto, guine e arruda. Banho para afastar egum  –  Folha   Folha de mangueira, arruda, aroeira, cravo da índia, casca de manacá, abre caminho e canjica branca. Banho de proteção  –   Espada de São Jorge, Espada de Santa Barbara (ambas cortadas com mãos, em sete pedaços) e capim limão. Banho para prosperidade  –   Folha de louro, levante, folha da fortuna, guine, folha de laranjeira, girassol e três colheres de mel. Banho calmante  –   Melissa, camomila, folha de laranjeira, alfazema, malva branca e aniz estrelado. 59

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Banho de Oxalá  –   Tapete de Oxalá (boldo), Saião, colônia, flor de laranjeira, alfazema e rosa  branca. Banho de Ogum  –  Espada  Espada de São Jorge (cortada com as mãos, em sete pedaços) abre caminho, comigo ninguém pode e quebra demanda. Banho de Xangô  –   Quebra pedra, erva de São João, levante e manjericão roxo. Banho de Oxum  –   Colônia, macaça, jasmim, rosa amarela, folha da fortuna e calendula. Banho de Iansã  –   Espada de Santa Barbara (cortada com as mãos, em nove pedaços) folha de louro e folha do fogo. Banho de Oxossi  –   Guine, quebra demanda, alecrim e abre caminho. Banho de Yemanjá  –   Folha de laranjeira,  jasmim, rosa branca, branca, colônia e manjericão. Banho de Obaluayê  –  Erva   Erva de passarinho, cravo da índia, barba de velho e milho de pipoca. 60

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Banho de Nanã  –   Colônia, manjericão roxo, cipreste e assa peixe. Banho de Ibejis - Jasmim, alecrim, tapete de Oxalá e balas de mel.

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Pontos Cantados, Rezas, Preces e Orações  Na Umbanda, um dos principais fundamentos são os pontos cantados, o louvor ao Orixá é fundamental para sua saudação e evocação aos trabalhos. Por assim dizer o velho ditado “quem canta, reza duas vezes”.

Os pontos não são cantados aleatoriamente, eles compõem uma ordem de introdução, melhor dizendo cada ponto é cantado conforme o andamento das giras de trabalho, em uma seqüência lógica, por exemplo... Os pontos de abertura de gira gi ra (também momento da prece de abertura) Os pontos de saudação ao Babalorixá ou Yalorixá Os pontos de saudar o peji (bater cabeça) Os pontos de defumação Os pontos de louvação e chamada de Exu ( para a firmeza do terreiro) Depois dessa ordem inicial ocorre a saudação às sete linhas de Orixás, mas isso é 62

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relativo, pois a saudação vai depender das linhas que a casa cultua... Logo em seguida são cantados os pontos de chamada da linha de trabalho do dia, ao final da gira são cantados os pontos de subida dos guias espirituais. E logo em seguida o ponto de encerramento da gira. (também momento da  prece de encerramento) encerramento) Inicialmente a Umbanda possuía apenas um toque, o chamado de Umbanda angola, mas com o passar do tempo outros ritmos foram sendo introduzidos como...

Samba cabula Congo de ouro Ijexá Barra –  vento  vento

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Rezas, Preces e Orações As rezas, preces e orações, são presenciais em qualquer seguimento religioso no mundo, esse conceito esta ativo desde a criação da humanidade. Essa é uma das maiores se não á maior herança divina, umas das  principais manifestações manifestações de Fé. O poder das palavras está em cada letra, em cada silaba cada som reproduzido. Pois cada palavra  provoca uma vibração, e quando as deferimos, as  palavras se deslocam como ondas e se agregam aos campos mais sutis do astral, e se manifestam no campo astral chamado de Akasha, que por sua vez terá reflexos emanados diretamente em nossas vidas, seja  benéfico ou maléfico, maléfico, tudo de acordo acordo com as palavras. palavras. As civilizações mais antigas pregam o poder da  palavra, como fonte de todo potencial humano, os  budistas, hindus, hindus, hebreus, egípcios, africanos... africanos...  Nos rituais é indispensável indispensável ás citações de preces, conjurações, evocações, saudações, orações e rezas,  para dar inicio conduzir conduzir ou concretizar concretizar qualquer tipo de ritual ou procedimento onde ocorre a manipulação de energias.

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A palavra é a consolidação de qualquer  pensamento ou ou ato intuitivo. A palavra restitui todo corpo e todo espírito. Seja em corpo celeste, ou vital. A palavra é a fonte construtora e destrutiva do universo.

Prece de Cáritas Deus Nosso Pai, que sois todo poder e bondade, dai forças aqueles que passam pela provação, dai luz aqueles que procuram a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade. Deus!...Dai ao viajante a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso. Pai!...Dai ao culpado o arrependimento, arrependimento, ao espírito a verdade, a criança o guia, ao órfão o pai. Senhor!...Que a Vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes. Piedade, Senhor para aqueles que não vos conhecem, esperança para aqueles que sofrem. 65

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Que a Vossa bondade permita aos espíritos consoladores, derramarem por toda a parte a paz, a esperança e a fé! Deus!... Um raio, uma faísca do Vosso amor pode abrasar a terra; deixai-nos beber nas fontes águas dessa  bondade fecunda fecunda e infinita e todas todas as lágrimas lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão. Um só coração, um só  pensamento, subirá até Vós Vós como um grito de reconhecimento reconhecimento e de amor. Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos. Oh, bondade, oh beleza, oh perfeição! E, queremos de alguma sorte merecer a Vossa misericórdia. Deus!...Dai-nos Deus!...Dai-nos a força de ajudarmos o progresso, a fim de subirmos até Vós. Dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão. Dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se deve refletir a Vossa Santa e Bendita imagem. Que assim seja!

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Prece de abertura Pai Misericordioso e Justo Criador do Universo lançai as vossas bênçãos sobre os trabalhos que os vossos filhos, em Vosso sagrado nome vão executar neste terreiro, em beneficio dos seus irmãos, também vossos filhos. Pai Misericordioso e Justo, dái permissão aos espíritos de luz, superiores, aos Anjos, Santos, Orixás e chefes de falanges e seus comandados, comandados, aos caboclos e pretos velhos, espíritos do mar, dos rios, fontes e cachoeiras, a todos os espíritos puros ou purificados, que lancem sobre este terreiro suas irradiações salutares, seus fluidos regeneradores em beneficio dos que vem aqui em busca de alivio, socorro e cura para suas dores morais e físicas. Oxalá poderoso e cheio de bondade, derramai sobre nós, os vossos eflúvios infundindo em todos nós a resignação, a boa vontade, para desempenharmos bem a nossa tarefa. 67

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Anjos de guarda, guias e protetores nossos, derramai vossa influencia sobre os médiuns aqui presentes, a fim de que possuídos da vossa energia possam transmitir aos irmãos necessitados de amparo. Espíritos de luz, dai aos médiuns médiuns a vossa força, para que estes a transmitam aos irmãos que dela necessitam, necessitam, que as energias do universo sobre a ação dos espíritos de luz , guias e protetores, anjos da guarda, derramemse luminosas, benéficas e fortes neste ambiente,  purifiquem-no, iluminem-no, iluminem-no, afastando os maus maus elementos do espaço e da terra. Espíritos Superiores, defendei este terreiro, impedindo a aproximação dos espíritos perturbadores. Pai Misericordioso e Justo, louvado seja o vosso nome  para todo sempre. sempre. Assim seja.

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Pai nosso Umbandista Pai nosso que estais nos céus, nas matas, nos mares e em todos os mundos habitados. habitados. Santificado seja o teu nome, pelos teus filhos, pela natureza, pelas águas,  pela luz e pelo ar que respiramos. Que o teu reino, reino, reino do bem, do amor e da fraternidade, nos una à todos e a tudo que criastes, em torno da sagrada Cruz, aos pés do divino salvador e redentor. Que a tua t ua vontade nos conduza sempre para o culto do amor e da caridade. Dai-nos hoje e sempre a vontade firme para sermos virtuosos e úteis aos nossos semelhantes. Dainos hoje o pão do corpo, o fruto das matas e a água das fontes para o nosso sustento material e espiritual. Perdoa, se merecermos, as nossas faltas e dá o sublime sentimento do perdão para os que nos ofendam. Não nos deixeis sucumbir, ante a luta, dissabores, ingratidões, tentações dos maus espíritos e ilusões  pecaminosas da da matéria. Enviai-nos, Enviai-nos, pai, um um raio de tua divina complacência, luz e misericórdia para os teus filhos pecadores que aqui habitam, pelo bem da humanidade, humanidade, nossa irmã. Assim Seja !

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Credo Umbandista Creio em Deus, Onipotente e Supremo; Creio nos Orixás e nos Espíritos Divinos Divinos que nos trouxeram para a Vida por Vontade de Deus. Creio nas Falanges Espirituais, orientando orientando os homens na vida terrena; Creio na reencarnação das almas e na Justiça divina, segundo a Lei do Retorno; Creio na comunicação dos Guias Espirituais, encaminhando-nos encaminhando-nos para a Caridade e a prática do Bem; Creio na invocação, na Prece e na Oferenda, como como atos de fé e creio na Umbanda, Umbanda, como religião redentora, capaz de nos levar pelo caminho da evolução até o nosso Pai Oxalá.

Prece ao Anjo da Guarda Santo Anjo do Senhor, meu zeloso ze loso guardador  já que a ti me me confiou a piedade piedade divina, sempre me rege, me guarda, me governa e ilumina. Amem.

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Oração as Sete Linhas Que meu Pai Oxalá me conduza sempre no caminho da fé racional. Que minha Mãe Yemanjá conduza meu coração para o amor incondicional zelando pela vida e pela manutenção do seu fluxo. Que meu Pai Oxossi dirija sempre minha mente para o conhecimento ou lembranças das coisas que ficaram esquecidas ou adormecidas em meu passado. Que meu Pai Xangô me ajude para não ser injusto com meu semelhante. Que meu pai Ogum me reconduza no caminho do bem com suas espadas da lei sempre atuante, sempre em defesa dos necessitados. Que a Senhora dos Ventos, Mãe Iansã, leve todas as magoas com seus ventos, fazendo a paz renascer…

E que meu Pai Obaluay Obaluayêê nesse instante me leve à evolução em todos os sentidos dando tudo que humildemente humildem ente eu tenha merecimento. Assim Seja!

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Prece a Exu Oh! Glorioso mensageiro do céu e da terra; Mistério que vitaliza e ativa os seres s eres em todos os sentidos da vida; Protetor das almas encarnadas e desencarnadas; Vós que paralisa e esgota os carmas coletivos e individuais;  Nós vos invocamos invocamos humildemente, humildemente, para que nos ajudes; Executai a Lei e o carma nas trevas sob a regência de nosso Pai Ogum; Esgotai todos os vícios e desvios humanos geradores do ódio e da vingança; Encoraja-nos a Vencer toda a adversidade adversidade e a feitiçaria dos homens da terra; Que vossa sagrada linha de trabalho na nossa amada Umbanda seja sempre Fonte de aconselhamento, orientação e defesa que ajuda a superar nossas dificuldades materiais, espirituais, sentimentais, familiares e profissionais. Vós que ocupa o "Trono Neutro", que não é bom nem mau, e responde segundo a invocação; Dá-nos a segurança em nossos pedidos também diante de Tua natureza feminina; Oh! Senhor das encruzilhadas encruzilhadas da vida humana. 72

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Luz que tira o homem das trevas; Através de vossa corrente vibratória, Pedimos humildemente sob as invocações de Exu, Pomba-Gira, Lebara e Aluvaiá; Que envie a Vossa Luz a esta Casa Santa para a  promoção da Paz, da Fraternidade, Fraternidade, do Amor Amor ao  próximo e da Verdade. Laroyê!

Prece aos Preto-Velhos Preto Velho Carreteiro de Oxalá Bastão bendito de Zambi Mensageiro de Obatalá Meu pensamento eleva-se ao teu espírito e  peço Agô. Que tuas guias sejam o farol que norteie minha vida. Que vossa pemba trace o caminho certo para todos os meus atos. Que vossas palavras, tão cheias de compreensão e  bondade, iluminem iluminem minha minha mente e meu meu coração. Que teu cajado me ampare em meus tropeços. 73

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Ontem te curvastes aos senhores... Hoje, ajoelho-me aos teus pés pedindo que intercedas junto a Oxalá por mim e por todos que neste momento clamam por vós. Maleime e paz sobre meu lar e que a luz divina de Obatalá se estenda pelo mundo. E que o grito de todos os orixás sejam o sinal de vitória sobre todas as demandas de minha vida. Maleime as almas. Maleime para todos os meus inimigos, para que saiam do negrume da vingança. E encontrem fonte fecunda e clara do amor e caridade. Que assim seja !

Prece ao Caboclo Do sabiá, ao primeiro trinado, Ergue-se o homem, ainda cansado, Do sono dormido e que não descansou. Caminha até a porta, com muito vagar, E olhando o infinito, se põe a rezar, A oração do caboclo (dizer o nome do caboclo) 74

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Que a terra ensinou. Do sol que renasce, o primeiro clarão, Clareia o caboclo, que de pé no chão, Vai outra batalha, sozinho enfrentar. E assim o caboclo, na luta sem fim, Caminha ao perfume da flor de jasmim, Rezando a oração que a terra t erra ensinou.

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Ponto Riscado Os pontos riscados basicamente representam a origem, como a falange ou linha a qual aquela entidade  pertence, o tipo de trabalho, e atuação do ser espiritual. Cada entidade possui seu ponto riscado, ele é como se fosse uma assinatura da entidade, uma espécie de identificação, porém as entidades e guias espirituais só o apresentam quando necessário, e geralmente só o Babalorixá ou Yalorixá conseguem decifrar toda aquela grafia dos pontos riscados. r iscados.  Não existe um tempo estimado para a entidade riscar seu ponto, ela só o fará, quando for realmente necessário e quando o médium tiver firmeza suficiente  para que a entidade possa riscar seu ponto sem interferências do próprio médium. médium.

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Existem os pontos de apresentação ou de firmeza da entidade, cujo qual ela se apresenta através dos símbolos do ponto. E existem os pontos de “trabalho”

ou pontos de puxada de energias, são pontos com símbolos específicos, para finalidades como, quebra de demanda, quebra de feitiços, descarrego... Esse tipo de  ponto, também pode ser definido como uma ordem escrita em um espaço sagrado, e quando a entidade o faz, ela está mobilizando toda sua falange para um determinado trabalho. E todos esses comandos estão “desenhados” nos pontos, cada traço, cada pontinho,

cada mínimo símbolo tem um significado e faz parte de uma ordenança. Juntos com os pontos riscados são colocados e firmados, diversos elementos e objetos, a fim de  potencializar a função do ponto, e concretizar sua finalidade. Geralmente são firmadas velas de varias cores, copos com água, folhas e pedras. A pemba é uma pedra de calcário, que nossos guias utilizam para riscar seu ponto de energia de acordo com a sua vibração. Ela é parecida com um giz, e pode apresentar várias cores de acordo com a vibração ou linha da entidade.

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A pemba consagrada pode ser ralada e utilizada  para cruzar o ambiente e filhos de santo. Desta forma ela é soprada nos pontos cardeais do ambiente para que se de a firmeza. Essas imagens são algumas demonstrações de alguns pontos da linha de Exu e Pomba-gira para um melhor entendimento... entendimento... 78

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Geralmente os pontos riscados são riscados no  próprio chão, mas o ideal seria ter uma tabua própria  para riscar os pontos. pontos.

Os pontos riscados devem ser apagados de forma que ao apagarmos o ponto, não interfiramos com o trabalho mágico do ponto. Há casas que apagam os  pontos com água do mar, pois a água salgada anula tanto as energias positivas como as negativas, e nesse 83

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caso ela fecharia o portal que foi aberto pelo ponto, sem cometer danos ou interferir no intuito mágico do  ponto. Nas giras de esquerda os pontos podem ser apagados com cachaça, em outras casas o ponto riscado é apagado apenas com uma bucha vegetal seca. Algumas casas á própria entidade revela ou recomenda com o que e como o ponto deve ser apagado. Essa questão é muito variável. Essas são apenas algumas das diversas formas desse procedimento. procedimento.

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Os pontos riscados são de uma imensa simbologia, uma grande quantidade de símbolos, formas e signos que combinados dão forma a os pontos riscados com os mais vastos significados. Aqui vão alguns símbolos e descrições que aparecem comumente nas grafias sagradas, os pontos riscados... Um ponto –  Associado  Associado ao ser supremo Deus (Oxalá). Espada curva –  Associado  Associado a Ogum. Bandeira com cruz grega no meio  –   Associada a Ogum. Tridente com a base reta (quadrada)  –   Associado aos Exus. Esse símbolo também está associado aos Exus de rua. Tridente com a base curva (redonda)  –   Associada à Pomba-Gira. Esse símbolo também está associado aos Exus de cemitério. Coração com Cruz no interior –  Associada  Associada à Nanã. Traços pequenos na vertical (chuva)  –   Associada à  Nanã. Folhas –  Associadas  Associadas à Ossãe. 90

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Espada reta –  Associada  Associada à Iansã. Raios –  Associados  Associados à Iansã. Seta reta ou curva –  Associado  Associado a Oxossi. Arco e flecha –  Associada  Associada aos Caboclos. Machado e nuvem –  Associado  Associado a Xangô. Cruz grega com pedestal  –   Associado à Obaluayê e almas. Caveiras  –   Associadas aos espíritos da calunga  pequena (cemitério). (cemitério). Três estrelas –  associadas  associadas aos velhos e almas. Estrela branca –  Associada  Associada ao Povo do Oriente. Ondas na horizontal  –   Associada à Yemanjá e povo das águas. Ondas na vertical –  Associada  Associada a Oxum e povo dos rios. Coração –  Associado  Associado a Oxum. Estrela de seis pontas Hexagrama Hexagrama –  Associada  Associada a Oxalá.

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Cruz latina branca –  Associada  Associada á Oxalá. Estrela de cinco pontas Pentagrama  –   Associada ao Povo do Oriente. Palmeiras e coqueiros coqueiros –  Associados  Associados aos velhos e linhas dos Baianos. Circulo –  Representa  Representa o universo. Círculos pequenos e semicírculos  –   Representam as fazes da lua. Associada a Yemanjá. Uma linha reta –  Representa  Representa o mundo material. Duas linhas retas  –  Representam   Representam o principio masculino e principio feminino. Uma linha curva –  Representa  Representa a polaridade. Duas linhas curvas  –  Representam  Representam as duas polaridades o positivo e o negativo. Triangulo –  Representa  Representa trindade. Um quadrado  –  Representa  Representa os quatro elementos (água, terra, ar e fogo).

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Espiral para fora  –   Representa o chamamento de energia para descarrego ou retirar demanda. Também está associada aos Boiadeiros. Rosa dos ventos  –   Chamamento de força ou descarrego. Traço ou linha curva com círculos nas pontas  –  símbolo de força, amarração e descarrego.

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Signos & Orixás Podemos verificar que existe certa relação entre os signos e os Orixás, pois da mesma forma como estes são vibrações, cada astro do sistema solar, regente de um dos signos também nos envia uma imantação magnética. Não queremos dizer, porém, que essa relação é definitiva. Há realmente uma correspondência entre os astros e os Orixás, mas isso não significa que todos os nascidos em um determinado signo, sob a influência de um planeta, sejam filhos ou tenham como vibração mais favorável ao Orixá correspondente a esse astro. Cada signo do zodíaco é marcado por algumas características de personalidade, algumas delas podem ser consideradas positivas e outras negativas. São elas respectivamente:

Signo (Áries) Planeta regente (Marte) Orixá regente (Ogum)  Nascidos de 21 21 de março a 20 de abril 94

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Arianos geralmente são aventureiros, enérgicos,  pioneiros e valentes. São rápidos, dinâmicos, seguros de si e demonstram entusiasmo para as coisas. No entanto também muitas vezes apresentam características negativas como egoísmo e um gênio difícil, e são muito orgulhosos. Os arianos são impulsivos e às vezes têm pouca paciência. Tendem a se arriscar demais.

Signo (Touro) Planeta regente (Terra e Venus) Orixá regente (Oxossi, Oxum e Oxalá)  Nascido de 21 de abril a 20 de maio Pessoas do signo “Touro” apresentam características como paciência, persistência, objetividade e confiança. Eles gostam muito de se sentir seguros e adoram demonstrar seu carinho. Por serem tão apegados ao carinho, muitas vezes podem ser também demasiadamente zelosos e possessivos, além de inflexíveis. Um de seus maiores pecados é a cobiça. Em geral são tranqüilos, mas não devem ser desafiados, se tornam pessoas vingativas e sem meias  palavras.

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Signo (Gêmeos) Planeta regente (Mercúrio) Orixá regente (Ibejis)  Nascidos 21 de maio a 20 de junho Geminianos são adaptáveis e versáteis. Geralmente intelectuais, eloqüentes, carinhosos, comunicativos e inteligentes. Têm muita energia e vitalidade. No entanto constantemente se apresentam superficiais e inconstantes. Muitas vezes ficam nervosos por pouca coisa e as pessoas deste signo costum costumam am ser ansiosas.

Signo (Câncer) Planeta regente (Lua) ( Lua) Orixá regente (Oxum, Yemanjá e Nanã)  Nascidos 21 de junho a 21 de julho julho Cancerianos são emotivos, carinhosos, protetores e simpáticos. Características deste signo que se destacam são a imaginação e intuição. Quando necessário são  bem cautelosos. Têm uma tendência ao mau humor. São calculistas, desordenados e auto compassivos. Mudam de humor facilmente, são muito suscetíveis e muitas vezes teimosos. 96

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Signo (Leão) Planeta regente (Sol) Orixá regente (Xangô)  Nascidos 22 de julho a 22 de agosto agosto Pessoas do signo “Leão” costumam ser generosos,

 bondosos, fieis e carinhosos. Além de criativos, entusiastas e compreensivos. No entanto também são  prepotentes e mandões. Podem ser intolerantes, dogmáticos e às vezes enxeridos.

Signo (Virgem) Planeta regente (Mercúrio) Orixá regente (Obaluayê e Oxossi)  Nascidos 23 de agosto a 21 de setembro setembro Virginianos costumam apresentar características como modéstia, inteligência e timidez. Os de signo Virgem são meticulosos, práticos e trabalhadores. Têm grande capacidade analítica e são fiáveis. Além dessas, ainda apresentam características como perfeccionismo e conservadorismo. Também são muito exigentes

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consigo e com os outros, o que acaba gerando algumas situações complicadas e mágoas.

Signo (Libra) Planeta regente (Venus) Orixá regente (Oxum)  Nascidos 23 de setembro a 22 de outubro outubro Do signo de Libra são diplomáticos, encantadores e sociáveis. Muitas vezes idealistas, pacíficos, otimistas e românticos. Têm um caráter afável e equilibrado. No entanto também são indecisos e facilmente influenciados por terceiros. Podem mudar de opinião e lealdade facilmente e ser muito condescendentes. condescendentes.

Signo (Escorpião) Planeta regente (Plutão) Orixá regente (Exu)  Nascidos 23 de outubro a 21 de novembro novembro Pessoas do signo escorpião costumam ser emotivas, decididas, poderosas e apaixonadas. Escorpião é um signo com muito magnetismo, porém pelo lado negativo, é ciumento, compulsivo e obsessivo. Os escorpianos podem ser ressentidos e teimosos. 98

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Signo (Sagitário) Planeta regente (Júpiter) Orixá regente (Xangô e Iansã)  Nascidos 22 de novembro novembro a 21 de dezembro dezembro De sagitário são normalmente intelectuais, honestos, sinceros e simpáticos. São conhecidos pelo seu otimismo, modéstia e bom humor. São tão otimistas que às vezes chegam a ser irresponsáveis. Muitas vezes superficiais descuidados e inquietos.

Signo (Capricórnio) Planeta regente (Saturno) Orixá regente (Obaluayê e Oxossi)  Nascidos 22 de dezembro dezembro a 20 de janeiro janeiro O capricorniano é ambicioso, disciplinado, prático,  prudente, tem paciência e é até cauteloso quando  preciso. Tem um bom senso de humor e é reservado. O capricorniano tende a ser pessimista e, diante as situações difíceis, é um pouco fatalista. Não costumam fazer favores de forma altruísta.

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Signo (Aquário) Planeta regente (Urano) Orixá regente (Iansã)  Nascidos 21 de janeiro a 19 19 de fevereiro O aquariano é simpático e humanitário. É honesto e totalmente leal, original, brilhante, independente e intelectual. No entanto o signo aquário é imprevisível e tende a contrariar. É pouco emocional e não compreende a complexidade emocional de algumas  pessoas e a traição traição entre amigos.

Signo (Peixes) Planeta regente (Netuno) Orixá regente (Yemanjá e Nanã)  Nascidos 20 de fevereiro a 20 20 de março Características do signo Peixes são imaginação e sensibilidade. É amável e tem compaixão. É intuitivo e  pensa nos demais. Pelo lado negativo, não assumem a realidade. É idealista, mantém segredos e deixa-se levar pelos demais.

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Homenagem á Mãe Menininha Escolástica Maria da Conceição Nazaré, mais conhecida como “Mãe Menininha do Gantois”, nasceu no dia 10 de fevereiro de 1894, na cidade de São Salvador, Bahia. Descendente de nigerianos, mãe menininha pode ser considerada a mais famosa Yalorixá do país. Com sua popularidade, ela ajudou a tornar mais aceita à religião herdada de seus ancestrais africanos, o Candomblé. “Menininha” foi o apelido que a avó deu a menina  pobre da periferia de Salvador, que dava aos bonecos improvisados os nomes das divindades do Candomblé: Oxossi, Ogum, Oxum e outros. Era bisneta de Maria Júlia da Conceição Nazaré, que havia fundado, em meados do século 19, o Ilê Iyá Omin Axé Iyamassê, mais conhecido como terreiro do Gantois (nome do antigo proprietário francês do terreno). O Candomblé também estava presente nos sonhos de Maria da Conceição Nazaré. Num deles, uma garotinha de pele clara e cabelo loiro perguntava: “Vamos brincar?”. “Brincar de quê?”, dizia ela. “De  jogar búzios, menininha!”, era a resposta. E lá iam as 101

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duas brincar com os búzios na areia. Foram necessários muitos anos até que Menininha compreendesse o sentido daquele sonho. “Só depois de adulta ela

 percebeu que aquilo era um sinal. Eram os orixás lhe mandando mensagens”, diz a mãe -de-santo Carmem Oliveira da Silva, sua filha caçula. Sob a orientação da avó, das tias e da mãe, Menininha foi iniciada nos segredos da religião africana. Sendo, deste modo, preparada para o cargo, que assumiria anos depois, de Yalorixá   Menininha completou o curso primário e logo tratou de aprender um ofício. Escolheu ser costureira e não demorou a arrumar emprego num ateliê de Salvador. Então, Aos 29 anos, casou com o advogado Álvaro McDowell de Oliveira, descendente de ingleses, e com ele teve duas filhas, Cleusa e Carmem. Mãe Menininha seria a sucessora direta de Mãe Pulchéria na função de Yalorixá do Gantois. Mas, com a morte repentina de Mãe Pulchéria em 1918, o  processo de sucessão foi acelerado, pois Gantois não  poderia ficar sem um dirigente. Então, através do jogo de búzios, os orixás Oxóssi, Xangô, Oxum e Obaluayê escolheram e confirmaram Menininha, então com 28 anos, para assumir a função de dirigente do Candomblé do Gantois, em 1922.

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Assim, em 1924, prestes há completar 30 anos, Menininha mudou-se para o Gantois junto com o marido e a filha mais velha. Abandonou seu trabalho como costureira e assumiu a liderança do terreiro fundado por sua família, passando a ser conhecida como Mãe Menininha do Gantois. 103

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 Na época em que Mãe Menininha se tornou Yalorixá, os tempos não eram fáceis para os adeptos do Candomblé. Além do preconceito, os filhos e mães-desanto sofriam muitas perseguições e violência. Segundo a lei, as festas só poderiam ser realizadas em determinados horários e mediante uma autorização por escrito. Mas, isso não impedia que os policiais invadissem os terreiros de forma violenta. Mãe menininha chegou até a ser presa por resistir à polícia, cultuando os orixás no candomblé de Gantois. Referindo-se aos tempos sombrios do violento  preconceito e perseguições perseguições ao culto afro-brasileiro, assim ela disse: “Eu tinha 22 anos no tempo da

 perseguição violenta da polícia aos candomblés, candomblés, não era Orixá nem Mãe-de-santo. Foi uma época dura.” Os anos de opressão só terminaram em 1976, quando Roberto Santos, o então governador da Bahia, sancionou um decreto liberando as casas de Candomblé da obtenção de licença e do pagamento de taxas à delegacia de Jogos e Costumes. Até esse  período, porém, não há registros de que o Gantois tenha sido alvo das batidas policiais, tampouco de violências e agressões. Sob o comando de Mãe Menininha, o Gantois logo se tornou um dos terreiros mais procurados e respeitados da Bahia. Filha de Oxum, divindade 104

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relacionadas às águas doces e ao amor, a líder religiosa tinha  várias características de seu Orixá. Muitos que a conheceram a descrevem como uma mulher amorosa, generosa e sempre disposta a aconselhar quem a  procurava. Com o passar do tempo, Mãe Menininha foi formando cada vez mais filhos-de-santo e sua  popularidade não parou de crescer. “Nos anos 80, assiste-se a sua veneração. A imagem de Menininha do Gantois já adquire ares de mitificação”, escreveu o

antropólogo Jocélio Teles em Caminhos

.

da Alma 

“Ser abençoado por Mãe Menininha era um desejo de

todo mundo que visitava a Bahia. Para receber a  bênção da sacerdotisa, turistas de todas as partes do  país lotavam ônibus e se amontoavam na entrada do terreiro. Políticos, artistas, intelectuais e acadêmicos a  procuravam constantemente em busca de conselhos, orientações ou informações para suas pesquisas. Mas, a Yalorixá também recebia as pessoas humildes e sempre oferecia café ou comida aos visitantes, fossem eles pobres ou chefes-de-Estado. Mesmo com sua aversão à fama, Mãe Menininha recebeu diversas homenagens, especialmente de artistas e amigos ilustres. Entre elas, a mais conhecida é a música “Oração a Mãe Menininha”, que Dorival 105

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Caymmi compôs em 1972. Apesar de ser ogã de outro terreiro, o compositor visitava freqüentemente Mãe Menininha, a quem pedia conselhos e tratava como a uma mãe. Mãe Menininha faleceu de causas naturais em 13 de agosto de 1986, aos 92 anos de idade. “Me sinto sinto honrado em prestar essa homenagem á Mãe  Menininha, é com total certeza e confiança, de quem  foi e o que representa hoje Mãe menininha, menininha, que digo que sua imagem é um dos principais pilares em defesa a religiosidade e respeito mútuo. Uma verdadeira  pregadora da paz, Obrigado Escolástica Maria da Conceição Nazaré, a nossa queria e amada Mãe  Menininha do Gantois...” Gantois...”  Descanse em paz Mãe Menininha, Que Oxum nos abençoe sempre!

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