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326 DICAS DE PORTUGUÊS 1 - "Custas só se usa na linguagem jurídica" para designar despesas feitas no processo. Portanto, devemos dizer: "O filho vive à custa do pai". No singular. 2 - Não existe a expressão "à medida em que". Ou se usa à medida que correspondente a à proporção que, ou se usa na medida em que equivalente a tendo em vista que. 3 - 'O certo é "a meu ver" e não ao meu ver. 4 - "A princípio" significa inicialmente, "antes de mais nada": Ex: A princípio, gostaria de dizer que estou bem. "Em princípio" quer dizer "em tese". Ex: Em princípio, todos concordaram com minha sugestão. 5à toa
[De à1+ toa.] Adjetivo de dois gêneros e de dois números. 1. Impensado, irrefletido: um gesto à toa. 2. Sem préstimo; inútil: É um indivíduo à toa. 3. Que não exige trabalho ou esforço; fácil: um servicinho à toa. 4. Desprezível, abjeto, vil: É incapaz de uma boa ação; é mesmo um sujeito à toa. 5. Sem importância, insignificante; de nada: um problema à toa; “Ribeirãozinho à toa, corguinho de nada, que mal-mal escorria por causa dos plainos sem mudança do chapadão.” (Mário Palmério, Chapadão do Bugre, p. 291.) 6. Diz-se de pessoa que se prostitui. [Cf. à toa, loc. adv., e atoa, do v. atoar.]
6 - Com a conjunção se, deve-se utilizar acaso, e nunca caso. O certo: "Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe..." Mas podemos dizer: "Caso o veja por aí...". 7 - 'Acerca de' quer dizer 'a respeito de'. Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático. Mas há cerca de é uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido, equivalente a faz. Veja: Há cerca de um mês que não a vejo. 8 - Não esqueça: alface é substantivo feminino. A Alface está bem verdinha. 9 - Além pede sempre o hífen: 'além-mar', 'além-fronteiras', etc. 10 - Algures é um advérbio de lugar e quer dizer 'em algum lugar'.
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Já alhures significa 'em outro lugar'. 11 - Mantenha o timbre fechado do o no plural dessas palavras: 'almoços', 'bolsos', 'estojos', 'esposos', 'sogros', 'polvos', etc. 12 - O certo é 'alto-falante', e não auto-falante. 13 - O certo é 'alugam-se casas', e não aluga-se casas. Mas devemos dizer precisa-se de empregados, trata-se de problemas. Observe a presença da preposição (de) após o verbo. É a dica pra não errar. 14 - Depois de ditongo, geralmente se emprega x. Veja: 'afrouxar', 'encaixe', 'feixe', 'baixa', 'faixa', 'frouxo', 'rouxinol', 'trouxa', 'peixe', etc. 15 - Ancião tem três plurais: 'anciãos', 'anciães', 'anciões'. 16 - Só use ao 'invés de' para significar 'ao contrário de', ou seja, 'com ideia de oposição'. Veja: Ela gosta de usar preto ao invés de branco. Ao invés de chorar, ela sorriu. Em vez de quer dizer em lugar de. Não tem necessariamente a ideia de oposição. Veja: Em vez de estudar, ela foi brincar com as colegas. (Estudar não é antônimo de brincar). 17 - Ainda se vê e se ouve muito aterrisar em lugar de aterrissar, com dois s. 'Escreva sempre com o s dobrado'. 18 - 'Não existe preço barato ou preço caro'. Só existe preço alto ou baixo. 'O produto, sim, é que pode ser caro ou barato'. Veja: Esse televisor é muito caro. O preço desse televisor é alto. 19 - Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão bem vindo (sem hífen) e até benvindo. As duas estão erradas. Deve-se escrever 'bem-vindo', sempre com hífen. 20 - Atenção: 'nunca empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa, etc'. O nome fica sempre coladinho. O Sport se tornou tetracampeão no ano 2000. O Náutico foi hexacampeão em 1968. O Brasil foi bicampeão em 1962. 21 - Veja bem: 'uma revista bimensal é publicada duas vezes ao mês', ou seja, 'de 15 em 15 dias'. 'A revista bimestral só sai nas bancas de dois em dois meses'. Percebeu a diferença? 22 - Hoje, tanto se diz 'boêmia' como 'boemia'. Nelson Gonçalves consagrou a segunda, com a tonacidade no mia. 23 - Cuidado: 'Eu caibo' dentro daquela caixa. A primeira pessoa do presente do indicativo assim se escreve porque o verbo é irregular. 24 - Preste atenção: 'o senador Luiz Estêvão foi cassado'. Mas 'o leão foi caçado' e nunca foi achado. Portanto, 'cassar' (com dois s) quer dizer tornar nulo, sem efeito.
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25 - Existem palavras que 'só devem ser empregadas no plural'. Veja: os óculos, as núpcias, as olheiras, os parabéns, os pêsames, as primícias, os víveres, os afazeres, os anais, os arredores,os escombros, as fezes, as hemorróidas, etc. 26 - Pouca gente tem coragem de usar, mas o plural de caráter é 'caracteres'. Então, Carlos pode ser um bom-caráter, mas os dois irmãos dele são dois maus-caracteres. 27 - 'Cartão de crédito e cartão de visita não pedem hífen'. 'Já cartão-postal exige o tracinho'. 28 - 'Catequese se escreve com s', mas 'catequizar é com z'. Esse português... 29 - O exemplo acima foge de uma regrinha que diz o seguinte: os verbos derivados de palavras primitivas grafadas com s formam-se com o acréscimo do sufixo -ar: análiseanalisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar, paralisia-paralisar, etc. 30 - 'Censo é de recenseamento'; 'senso refere-se a juízo'. Veja: O censo deste ano deve ser feito com senso crítico. 31 - 'Você não bebe a champanhe. Bebe o champanhe'. É, portanto, palavra masculina. 32 - 'Cidadão só tem um plural: cidadãos'. 33 - Cincoenta não existe. 'Escreva sempre cinquenta'. 34 - Ainda tem gente que erra quando vai falar gratuito e dá tonicidade ao i, como de fosse gratuíto. 'O certo é gratuito', da mesma forma que pronunciamos intuito, circuito, fortuito, etc. 35 - E ainda tem gente que teima em dizer rúbrica, em vez de rubrica, com a sílaba bri mais forte que as outras. 'Escreva e diga sempre rubrica'. RÚBRICA é na língua espanhola. 36 - 'Ninguém diz eu coloro esse desenho'. Dói no ouvido. Portanto, o verbo colorir é defectivo (defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira pessoa do singular do presente do indicativo. 'A mesma coisa é o verbo abolir'. Ninguém é doido de dizer eu abulo. Pra dar um jeitinho, diga: Eu vou colorir esse desenho. Eu vou abolir esse preconceito. 37 - 'Outro verbo danado é computar'. Não podemos conjugar as três primeiras pessoas: eu computo, tu computas, ele computa. A gente vai entender outra coisa, não é mesmo? Então, para evitar esses palavrões, decidiu-se pela proibição da conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam as outras três do plural: computamos, computais, computam. 38 - Outra vez atenção: os verbos terminados em -uar fazem a segunda e a terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo afirmativo em -e e não em -i. Observe: Eu quero que ele continue assim. Efetue essas contas, por favor. Menino, continue onde estava.
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39 - A propósito do item anterior, devemos lembrar que os verbos terminados em uir devem ser escritos naqueles tempos com -i, e não -e. Veja: Ele possui muitos bens. Ela me inclui entre seus amigos de confiança. Isso influi bastante nas minhas decisões. Aquilo não contribui em nada com o progresso. 40 - 'Coser significa costurar'. 'Cozer significa cozinhar'. 41 - 'O correto é dizer deputado por São Paulo', 'senador por Pernambuco', e não deputado de São Paulo e senador de Pernambuco. 42 - 'Descriminar' é absolver de crime, inocentar. 'Discriminar' é distinguir, separar. Então dizemos: Alguns políticos querem descriminar o aborto. Não devemos discriminar os pobres. 43 - 'Dia a dia (sem hífen) é uma expressão adverbial que quer dizer todos os dias, dia após dia'. Por exemplo: Dia a dia minha saudade vai crescendo. Atualmente os dois DIA A DIA se usam sem o tracinho.
44 - 'A pronúncia certa é disenteria', e não desinteria.
45 - A palavra 'dó (pena) é masculina'. Portanto, 'Sentimos muito dó daquela moça'. 46 - 'Nas expressões é muito, é pouco, é suficiente, o verbo ser fica sempre no singular',sobretudo quando denota quantidade, distância, peso. Ex: Dez quilos é muito. Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente. 47 - 'Há duas formas de dizer': é proibido entrada, e é proibida a entrada. Observe a presença do artigo a na segunda locução. 48 - Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: 'televisão em cores', e não a cores. 49 - Cuidado: 'emergir é vir à tona', vir à superfície. Por exemplo: O monstro emergiu do lago. Mas 'imergir é o contrário': é mergulhar, afundar. Veja o exemplo: O navio imergiu em alto-mar. 50 - A confusão é grande, mas 'se admitem as três grafias': 'enfarte, enfarto e infarto'. 51 - Outra dúvida: nunca devemos dizer estadia em lugar de estada. Portanto, a minha estada em São Paulo durou dois dias. Mas a estadia do navio em Santos só demorou um dia. Portanto, 'estada para permanência de pessoas, e estadia para navios ou veículos'. 52 - E não esqueça: 'exceção é com ç', mas 'excesso é com dois ss'. 53 - Lembra-se dos 'verbos defectivos'? Lá vai mais um: 'falir'. No presente do indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: nós falimos, vós falis.
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Já pensou em conjugá-lo assim: eu falo, tu fales...Horrível, não? 54 - Todas as expressões adverbiais formadas por 'palavras repetidas dispensam a crase': 'frente a frente', 'cara a cara', 'gota a gota', 'face a face', etc. 55 - Outra vez tome cuidado. Quando for ao supermercado, 'peça duzentos ou trezentos gramas' de presunto, 'e não duzentas ou trezentas'. Quando significa unidade de massa, grama é substantivo masculino. 'Se for a relva, aí sim, é feminino': não pise na grama; a grama está bem crescida. 56 - É frequente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: Há muitos 'anos atrás...' Talvez nem saibam que estão construindo uma frase redundante. Afinal, há já dá ideia de passado. Ou se diz simplesmente 'há muito anos...' ou 'muitos anos atrás...' Escolha. Mas não junte o há com atrás. 57 - Cuidado nessa arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas em -n recebem acento gráfico, mas as terminadas em -ns não recebem: 'hífen', 'hifens'; 'pólen', 'polens'. 58 - Atenção: 'Ele interveio' na discórdia, 'e não interviu'. Afinal, 'o verbo é intervir, derivado de vir'. 59 - 'Item não leva acento'. Nem seu plural itens. 60 - O certo é 'a libido', feminino. Devo dizer: 'Minha libido' hoje não tá legal. 61 - Todo mundo gosta de dizer 'magérrima', 'magríssima', mas o superlativo de magro é 'macérrimo'. 62 - Antes de particípios não devemos usar melhor nem pior. Portanto, devemos dizer: os alunos mais bem preparados são os do 2o grau. E nunca: os alunos melhor preparados... 63 - Essa história de 'mal com l', e 'mau com u', até já cansou: É só decorar: 'Mal' é antônimo de bem, e 'mau' é antônimo de bom. É só substituir uma por outra nas frases para tirar a dúvida. 64 - Pronuncie 'máximo', como se houvesse dois ss no lugar do x. (mássimo) 65 - Toda vez que disser: 'É meio-dia e meio você estará errando. 'O certo é: meio-dia e meia', ou seja, meio-dia e meia hora.
66 - Não tenho 'nada a ver' com isso, e 'não haver' com isso. 67 - 'Nem um nem outro' leva o verbo para o singular: Nem um nem outro conseguiu cumprir o que prometeu. 68 - Toda vez que usar o 'verbo gostar' tenha cuidado com a ligação que ele tem com a preposição de. Ex: a coisa de que mais gosto é passear no parque. A pessoa de que mais
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gosto é minha mãe. 69 – Se escreve assim a sem-teto, os sem-terra. 70 - Onde – verbos de repouso; Aonde – verbos de movimento. Onde está meu livro: aonde vais depois da aula? 71 – Perda é substantivo (perda de confiança, perda de crédito, perda da eleição, perda de poder aquisitivo). Perca é a primeira pessoa do singular do presente do subjuntivo do verbo perder: Talvez ela perca o emprego quando a empresa pedir concordata. 72 - Ainda tem mais uma palavra com acento diferencial: 'pôde', terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo poder. É para diferenciar de 'pode', a forma do presente. Então dizemos: Ele até que pôde fazer tudo aquilo, mas hoje não pode mais. Percebeu a diferença? 73 - 'Pôr só leva acento quando é verbo': "Quero pôr tudo no seu devido lugar". Mas 'se for preposição, não leva acento': Por qualquer coisa, ele se contenta. 74 - Fique atento: nunca diga, nem escreva 1 de abril, 1 de maio. Mas sempre: 'primeiro de abril', 'primeiro de maio'. Prevalece o ordinal. 75 - É chato, pedante ou parece ser errado dizer quando eu 'vir' Maria, darei o recado a ela. Mas esse é o emprego correto do 'verbo ver' no futuro do subjuntivo. Se eu o vir, quando eu o vir. Mas quando é o verbo vir que está na jogada, a coisa muda: quando eu 'vier', se eu 'vier'. 76 - Só use 'quantia' para somas em dinheiro. Para o resto, pode usar 'quantidade'. Veja: Recebi a quantia de 20 mil reais. Era grande a quantidade de animais no meio da pista. 77 - O prefixo 'recém' sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve ser pronunciado como oxítona: recém-chegado de Londres. 78 - Não esqueça: 'retificar é corrigir', e 'ratificar é comprovar, reafirmar': "Eu ratifico o que disse e retifico meus erros. 79 - Quando disser 'ruim', diga como se a sílaba mais forte fosse - im. Não tem cabimento outra pronúncia. 80 - Fique atento: só empregamos 'São' antes de nomes que começam por consoante: 'São Mateus', 'São João', 'São Tomé', etc. Se o nome começa por vogal ou h, empregamos 'Santo: 'Santo Antônio','Santo Henrique', etc. 81 - E lembre-se: 'seção, com ç', quer dizer 'parte de um todo, departamento': a seção eleitoral, a seção de esportes. Já 'sessão, com dois ss', significa intervalo de tempo que dura uma reunião, uma assembleia, um acontecimento qualquer: 'A sessão do cinema demorou muito tempo'. 82 - Não confunda: 'senão', (juntinho), quer dizer "caso contrário" e 'se não', (separado), equivale a "se por acaso não". Veja: Chegue cedo, senão eu vou embora. Se não chegar cedo, eu vou embora. Percebeu a diferença?
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83 - Tire esta dúvida: quando 'só' é adjetivo equivale a sozinho e varia em número, ou seja, pode ir para o plural. Mas 'só' como advérbio, quer dizer somente. Aí não se mexe. Veja: Brigaram e agora vivem sós (sozinhos). Só (somente) um bom diálogo os trará de volta. 84 - É comum vermos no rádio e na tv o entrevistado dizer: O que nos falta são 'subzídios'. Quer dizer, fala com a pronúncia do z. Mas não é: pronuncia-se 'ss'. Portanto, escreva 'subsídio' e pronuncie 'subssídio'. 85 - 'Taxar' quer dizer 'tributar', 'fixar preço'. 'Tachar' é 'atribuir defeito', 'acusar. 86 - E nunca diga: 'Eu torço para o Flamengo'. Quem torce de verdade, 'torce pelo Flamengo'. 87 - Todo mundo tem dúvida, mas preste atenção: 50% dos estudantes passaram nos testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% do eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições. Mais exemplos: 10% estão aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das urnas. Quer dizer, concorde com o mais próximo e saiba que essa regra é bastante flexível. 88 - 'Um dos que' deixa dúvidas, mas, pela norma culta, devemos pluralizar. Há gramáticos que aceitam o emprego do singular depois dessa expressão: Eu sou um dos que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio. 89 - 'Veado' se escreve com e, e não com I. 90 - Esse português da gente tem cada uma: 'tem viagem com G e viajem com J' . Tire a dúvida: viagem é o substantivo: A viagem foi boa. Viajem é o verbo: Caso vocês viajem, levem tudo. 91 - O prefixo 'vice' sempre se separa por hífen da palavra seguinte: vice-prefeito, vicegovernador, vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc. 92 - Geralmente, se usa o 'x depois da sílaba inicial en': enxaguar, enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc. Mas cuidado com as exceções: encher e seus derivados (enchimento, enchente, enchido, preencher, etc.) e quando -en se junta a um radical iniciado por ch: encharcar (de charco), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro), etc. 93 - Não adianta teimar: 'chuchu' se escreve mesmo é com 'ch'. 94 - 'Ciclo vicioso' não existe. O correto é 'círculo vicioso'. 95 - E qual a diferença entre 'achar' e 'encontrar'? Use 'achar' para definir aquilo que se procura, e 'encontrar' para aquilo que, sem intenção nenhuma, se apresenta à pessoa. Veja: Achei finalmente o que procurava. Maria encontrou uma corda debaixo da cama. Jorge achou o gato dele que fugiu na semana passada. 96 - 'Adentro' é uma palavra só: meteu-se porta adentro. A lua sumiu noite adentro.
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97 - Não existe 'adiar para depois'. Isso é redundante, porque adiar só pode ser para depois. 98 - 'Afim' (juntinho) tem relação com afinidade: gostos afins, palavras afins. 'A fim de' (separado) equivale a para: veio logo a fim de me ver bem vestido. 99 - Pode parecer meio estranho, mas pode conjugar o 'verbo aguar' normalmente: eu águo, tu águas, ele água, nós aguamos, vós aguais, eles águam. 100 - 'Centigrama' é uma palavra masculina: dois centigramas. Lendo Mais... sobre "100 Erros comum em Redação" Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como ocorrem com maior frequência, merecem atenção redobrada. Veja os cem mais comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles. 101 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar. 102 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias. 103 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais. 104 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam ideias. 105 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer. 106 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti. 107 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás. 108 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido. 109 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter. 110 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique
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por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado. 111 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes. 112 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória. 113 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias. 114 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinquenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro). 115 - Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias. 116 - Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me. 117 - Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama. 118 - "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados. 119 - "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Contase com os amigos. 120 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo. 121 - Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
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122 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão. 123 - Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres. 124 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo. 125 - A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso. 126 - Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc. 127 - "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente e a partir de. 128 - Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão. 129 - A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã. 130 - Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro. 131 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho). 132 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos? 133 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo. 134 - O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos etc. 135 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
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136 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui. 137 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você. 138 - A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais. 139 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas. 140 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano. 141 - Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória. 142 - "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram. 143 - Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa. 144 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado. 145 - Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas. 146 - Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em matériaprima, primeira-dama, vale-refeição etc. 147 - Queria namorar "com" a colega. O com não existe: Queria namorar a colega. 148 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon. 149 - As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
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150 - Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me"). 151 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias. 152 - Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira. 153 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos. 154 - Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala. 155 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador. 156 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu. 157 - O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por. 158 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem. 159 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam). 160 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem. 161 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
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162 - Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc. 163 - Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
164 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos. 165 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto. 166 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores. 167 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia. 168 - Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos"). 169 - Vou sair "essa" noite. É este que designa o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 21). 170 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero quilômetro, zero hora. 171 - A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria. 172 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu. 173 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos. 174 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
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175 - Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas apenas quelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc. 176 - Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc. 177 - Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc. 178 - Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos. 179 - O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue. 180 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa ideia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que... 181 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados. 182 - Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outro: fôrma. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.. 183 - "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu. 184 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito). 185 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado). 186 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
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187 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores. 188 - "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras). 189 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas"). 190 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido. 191 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas. 192 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc. 193 - É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido... 194 - Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si"). 195 - Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite. 196 - A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg. 197 - "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas ideias... 198 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás. 199 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.
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Não existe ULTILIZAR, mas utilizar; ESCULTAR, mas escutar; PREOCULPADO/PREOCULPAÇÃO, mas preocupado/preocupação; DISCURSÃO/DISCURSSÃO/DISCURÇÃO, mas discussão. 200 - elo (é) [Do lat. annellu, pela f. *aelo.] Substantivo masculino. 1. Argola de cadeia (1): “Eis-me livre, qual ave nos espaços! / Quebrei os elos da fatal cadeia!” (João Penha, Rimas, p. 35). 2. Bot. V. gavinha. 3. Fig. Ligação, união, continuação. 4. Inform. Em hipertextos ou sistemas de hipermídia, remissão de um documento (ou ponto de um documento) a outro, que permite fácil acesso a eles e deslocamento entre eles (p. ex., por meio de cliques de mouse sobre termos grifados e ícones). [Corresponde aos voc. ingl. hyperlink e (f. red.) link.] [Cf. elo (ê) e o top. Helo.] Elo perdido. Elemento que falta para completar uma série, numa classificação científica. [Na teoria evolucionista de Darwin, é, particularmente, o espécime que seria o intermediário entre o macaco e o homem — o Pithecanthropus erectus (v. pitecantropo).] Outras Polêmicas Elo de ligação "A expressão 'elo de ligação' é um dos mais famosos exemplos de pleonasmos utilizados na língua portuguesa. Conceitualmente, conforme os dicionários de língua portuguesa Priberam e Larousse, elo significa literalmente cada um dos anéis de uma corrente ou cadeia e figuradamente ligação, laço e união. Pleonasmo, sinônimo de redundância, tautologia e perissologia, é a repetição na mesma frase de palavras ou ideias com o mesmo sentido. Vejamos que elo e ligação possuem o mesmo sentido, de tal forma que são palavras sinônimas. Portanto, a expressão 'elo de ligação' certamente é um pleonasmo. Elo de ligação ser um pleonasmo decorre de que todo elo é de ligação. Não existe elo de separação, ou elo que não seja de ligação. A comunicação possui três objetivos: informar, persuadir e divertir. Em uma comunicação cuja mensagem contenha a expressão 'elo de ligação', se o objetivo do emissor for divertir o receptor, certamente alcançará o objetivo. Se o objetivo for outro, vai depender do emissor e receptor e da relação entre eles. Há algumas hipóteses que explicam a frequente utilização da expressão 'elo de ligação': O emissor ignora o fato de elo e ligação serem sinônimos, ou considera que o receptor é tão ignorante a ponto de não saber que todo elo é de ligação, a ponto de ter de dizer a mesma coisa duas vezes para evitar que o receptor não compreenda a mensagem. Você fala 'elo de ligação'? Com que objetivo? Não sabia que elo e ligação são a mesma coisa? Agora já sabe. Considera o ouvinte ignorante? Eu não sou. Quer diverti-lo. Vai conseguir. Apenas gosta da expressão? você tem um
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péssimo gosto." 06/09/2011 - Leandro Ferreira Ramos.
Pegadinha 01 Desculpem o transtorno. O verbo desculpar é transitivo direto e indireto, isto é, ele possui dois objetos: um direto e outro indireto. A ordem em que esses objetos figuram na oração é indiferente. Pode vir primeiro o objeto direto, depois o indireto, ou vice-versa. Trocando em miúdos, quem desculpa, desculpa alguém por alguma coisa. O objeto direto é sempre uma pessoa e o indireto é alguma coisa. Seria muito desagradável, neste caso, procurar o transtorno para desculpá-lo por alguma coisa que tenha feito de errado. Será que foi o transtorno quem escreveu essa frase? O correto seria escrever:
Desculpem-nos pelo transtorno.
Pegadinha 2 Agradecemos a preferência. Vamos aprender a agradecer em bom português. Muita gente boa agradece mal aos seus clientes por falta de conhecimento de transitividade verbal. O verbo agradecer, nessa construção, possui outra regência, que o transforma num transitivo indireto acompanhado de um adjunto adverbial de causa. Na frase errada, acima, o agradecimento é dirigido à causa (= a preferência) e não ao seu agente (= o cliente ou os clientes). Para agradecer, corretamente, deve-se escrever assim:
Agradecemo-lhes pela preferência. ou
Agradecemos aos nossos clientes pela preferência. Pegadinha 3 São os banqueiros que acabam lucrando. Neste tópico de dicas de português para concursos, a expressão é que não é genuinamente um verbo. Trata-se simplesmente de uma locução de realce, que a usamos, evidentemente, para dar destaque à ideia expressa na frase. Por tratar-se de um mero adorno frasal, essa locução é totalmente dispensável sem prejuízo para o sentido da oração. Exemplo: É os banqueiros que acabam lucrando. = Os banqueiros acabam lucrando. (A igualdade é de significação, é lógico.) Mais exemplos: Só nós dois é que sabemos o quanto nos queremos bem. (Letra de canção portuguesa.) Seria ridículo dizer: Só nós dois somos que sabemos o quanto nos queremos bem. A frase original pode ser escrita, sem nenhum prejuízo para a sua significação: Só nós dois sabemos o quanto nos queremos bem. É eles que representarão o presidente. Essa frase está correta. Estaria incorreta se fosse escrita assim: São eles que representarão o presidente. Se eliminarmos do contexto a expressão de realce é que, veremos que o sentido é o mesmo: Eles representarão o presidente. Muito cuidado! Nas questões de português, sobre concordância verbal, as organizadoras de vestibulares e concursos públicos costumam usar, de vez em quando, frases desse tipo, induzindo o vestibulando ou concursando a considerá-las incorretas. Concluindo, indicamos como escrita correta da frase do topo a seguinte construção:
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É os banqueiros que acabam lucrando. - ou Os banqueiros é que acabam lucrando. Lembrar: é que – é uma locução de realce. Pegadinha 4 Gostaria de colocar minha opinião. Opiniões não se colocam, se expõem ou se dão. Há também quem gosta de, ao final de um discurso, fazer uma colocação em vez de fazer uma exposição, que é muito mais coerente e elegante. O correto seria escrever:
Gostaria de expor minha opinião. ou
Gostaria de dar minha opinião. Pegadinha 5 Vou explicar nos mínimos detalhes. Veja como, às vezes, o excesso atrapalha. Há expressões, em nossa língua, classificadas como pleonasmos viciosos, que revelam a precariedade linguística de quem os escreve ou assim fala. Nesta dica de português, estamos diante de uma dessas excrescências. Pleonasmo é a repetição de palavras ou expressões de mesmo sentido. A expressão viciosa "nos mínimos detalhes" equivale a aberrações como "subir pra cima", descer pra baixo, chutar com os pés etc. Em detalhe já está contida a ideia de mínimo. Detalhe significa pormenor, minúcia, no mínimo. Se se pretendesse fazer a explicação em suas mínimas partes, seria suficiente fazê-la em detalhes, ou em seus pormenores, ou ainda em minúcias. Então escrevamos corretamente: Vou explicar em detalhes. – ou –
Vou explicar detalhadamente. Pegadinha 6 Inglaterra confirma invasão ao Iraque. Jamais poderá ocorrer invasão a lugar algum. Porém, o que é possível acontecer é invasão de algum lugar. Escreve-se com correção, assim:
Inglaterra confirma invasão do Iraque. Veja, a seguir, outros exemplos corretamente escritos: Invasão de privacidade. Invasão de domicílio. A invasão do estádio pela polícia deu-se às 20 horas de ontem.
Pegadinha 7 O acidente aconteceu porque o motorista dormiu no volante. Para que alguém consiga dormir no volante, é necessário que este seja, no mínimo, do tamanho de uma cama. Convenhamos, volantes desse tamanho ainda não foram fabricados. Então, melhor seria dormir no banco do automóvel ou, mais adequadamente, em uma cama com mais conforto. Quem dorme bem, dorme em algum lugar. Já "dormir próximo" ou "junto" significa dormir a (preposição) com o respectivo artigo (o ou a). O correto seria escrever:
O acidente aconteceu porque o motorista dormiu ao volante.
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A seguir, outros exemplos de frases corretamente grafadas: A moça dormiu ao computador. O marinheiro dormiu ao timão. Romeu dormia à janela de Julieta.
Pegadinha 8 Marcos é um parasita da mulher. Parasita, com a final, é denominação exclusiva de certas plantas. Para pessoas e animais, usa-se parasito. O correto seria escrever:
Marcos é um parasito da mulher. Eis outros exemplos de frases corretamente grafadas: Raquel age como um parasito da mãe. Há sujeitos que são autênticos parasitos da sociedade. A pulga é um parasito, como também o é o carrapato. Precisamos exterminar as parasitas que estão nessa árvore. As parasitas debilitaram nosso pomar.
Pegadinha 9 Confesso que me simpatizei com ela. O verbo simpatizar, como também seu antônimo antipatizar não são empregados com pronomes. Portanto, escreve-se correto, grafando-se assim:
Confesso que simpatizei com ela. Abaixo, seguem outros exemplos de frases corretamente escritas: Você simpatizou com a moça, mas ela antipatizou com você. Antipatizo com políticos em geral. Simpatizamos com a nova professora. Eles antipatizam conosco.
Pegadinha 10 Ela quer se aparecer. Isso é o fim da estrada da ignorância. Daí em diante, só resta adentrar no campo da bestialidade. Certos verbos são essencialmente pronominais como suicidar-se, por exemplo. Outros, porém, jamais podem ser usados com pronomes, como os verbos da dica anterior, simpatizar ou antipatizar. Trazemos um desses verbos que jamais são usados com pronome, que é o verbo aparecer. Esse é um típico verbo intransitivo. Não admite voz reflexiva, objetos de espécie alguma. Não se pode aparecer ninguém e, também, aparecer a si mesmo. Escreve-se corretamente, assim:
Ela quer aparecer. Pegadinha 11 Começou nevar hoje cedo em Urubici. Certas notícias são dadas de modo negligente, sem nenhuma preocupação com as regras do idioma. O verbo começar forma locução com outro verbo, no infinitivo, por intermédio da preposição a. Exemplos: Nice começou a chorar. Naquela hora, Eliane começou a rir. Começou a chover.
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Eis a frase do topo corretamente escrita:
Começou a nevar hoje cedo em Urubici. Pegadinha 12 Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare a desorganização. O verbo reparar assume dois significados. O que irá determiná-los é a presença ou não da preposição em. Veja, a seguir: Com a preposição em significa notar, observar: Repare nos exemplos que damos nesta lição de gramática. Entre, mas não repare na bagunça. Posso escrever, porém não reparem em meus erros de português. Sem a preposição em, significa consertar, indenizar: O técnico reparou o computador que estava avariado. A empresa reparou os danos causados. O juiz condenou o prefeito a reparar os prejuízos sofridos pelos camelôs. O mecânico reparará o motor do carro. Então escreve-se corretamente a frase original da seguinte maneira:
Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare na desorganização. Pegadinha 13 Residente à Rua Joana Sartóri. As palavras residente, morador, situado e sua forma reduzida sito não admitem a preposição a para ligar-se ao respectivo logradouro, mas, sim, a preposição locativa em. Não se diz, por exemplo, que um imóvel está situado a Campinas, porém em Campinas. Veja os exemplos que seguem: O escritório, sito na Rua Filisbina, recebe seus clientes de segunda a sexta-feira. O prédio está situado na Avenida Duque de Caxias. Márcio, morador na Travessa Cotia, prestou depoimento ontem. Resido na Alameda Tabajara. A frase do topo escrita corretamente fica assim:
Residente na Rua Joana Sartóri. Pegadinha 14 Costuma se fazer bons negócios nesta feira. O verbo concorda com o seu sujeito, na voz passiva. Observe que temos dois verbos, um auxiliar e outro, principal. Veja outros exemplos de uso da voz passiva em situações semelhantes: Não se podem prever essas situações. (Não podem ser previstas essas situações.) Devem-se devolver os crachás ao final do evento. (Devem ser devolvidos os crachás ao final do evento.) A frase inicial estaria corretamente escrita da seguinte maneira:
Costumam se fazer bons negócios nesta feira. Pegadinha 15 Não exceda da dosagem alcoólica permitida. O verbo exceder não admite preposição. Outros exemplos: O motorista foi multado porque excedeu os limites de peso de carga de seu caminhão. (Errado: O motorista foi multado porque excedeu dos limites de peso de carga de seu caminhão.)
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Lotação: 42 passageiros. Não exceda este limite. (Errado: Lotação: 42 passageiros. Não exceda deste limite.) O certo seria escrever a frase original do seguinte modo:
Não exceda a dosagem alcoólica permitida. Pegadinha 16 Não estacione! Sujeito a guincho. Nada pode estar sujeito a um objeto que, neste caso, é o guincho, mas sim a uma ação, que seria a de guinchamento. Em outras hipóteses, os que transgridem a lei penal estão sujeitos a prisão, mas não a preso; se a transgressão for grave, podem até estar sujeitos a banimento, mas não a banido; como também, uma latinha de cerveja, no freezer, está sujeita a congelamento, mas não a gelo. A frase inicial, corretamente grafada, ficaria assim:
Não estacione! Sujeito a guinchamento. Pegadinha 17 Não fiz o dever de matemática. Para muitas pessoas, há uma confusão muito grande, envolvendo os significados das palavras dever e deveres. Inicialmente, determinemos suas semânticas, conforme os bons dicionários: dever: obrigação; deveres: tarefas (sempre no plural). O exemplo seguinte economiza muita explicação e esclarece a questão: O dever de cada estudante é fazer seus deveres escolares. Talvez, esta regrinha ajude a estabelecer com mais clareza a distinção: deveres (tarefas) se fazem; dever (obrigação) se cumpre. Outros exemplos: Ele cumpriu o dever de pai. O dever de todo militar é servir o seu país. Deixei de fazer os deveres de geografia. Ela não dá conta de realizar os deveres domésticos. Precisa de uma empregada. A frase original, corrigida, fica assim:
Não fiz os deveres de matemática. Pegadinha 18 Pare de atazanar os outros! Eis uma pérola da linguagem popular. Se formos a um dicionário e chegarmos à excrescência atazanar, teremos como significado a remissão ao vocábulo atenazar, que significa torturar, aborrecer, irritar, apertar com tenaz. Atazanar é uma palavra sem origem, é uma anomalia resultante da pronúncia atrapalhada de atenazar. Fica-se, portanto, com esta grafia, que é a correta. A frase original deve ser reescrita, assim:
Pare de atenazar os outros. Pegadinha 19 O comandante nos disse que ficássemos alertas. Aqui está uma dica de português para vestibular e concurso, a qual tem gerado muita
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controvérsia. A palavra alerta pertence à classe dos advérbios e, como tais, é invariável. Não se flexiona para indicar gênero (Ele está alerta.), como também para indicar número (Permaneço alerta. Permanecemos alerta. Eles permanecem alerta.). Só se admite variação, quando substantivada, isto é, quando a palavra estiver acompanhada de artigo (Esqueci os alertas do comandante.). Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
O comandante nos disse que ficássemos alerta. Pegadinha 20 Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuidade ao jogo. Esta seção de dicas de português para concursos expõe um grande equívoco de uso das palavras continuidade e continuação, conforme se explica a seguir. continuidade — propriedade física da superfície dos corpos; continuação — prosseguimento; Exemplos: A continuidade do grande espelho do salão foi afetada por uma rachadura na parte superior direita. A continuidade do leito da ponte foi interrompida por uma trinca de uns dez centímetros, de lado a lado. Em continuação a esta exposição de razões, falarei, agora, sobre os meninos de rua. Precisamos dar continuação àquela partida de xadrez, no prazo máximo de cinco dias contados de sua interrupção. Depois que o aluno alterado retirou-se da sala, o professor deu continuação à aula. Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuação ao jogo. Pegadinha 21 A polícia não pode prendê-lo porque ele é de menor. Eis uma seção de dicas de português para vestibulares e concursos cuja sutileza muita gente boa não percebe. O predicativo dessa frase liga-se ao sujeito com auxílio de verbo de ligação sem preposição. O povo é que construiu essa anomalia. Veja outros exemplos de predicativo: Ele é sargento do exército. Ela é maior de 14 anos. Ela é a rainha do colégio. Ele é menor de 6 anos. Meu pai é professor. Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
A polícia não pode prendê-lo porque ele é menor de idade. Pegadinha 22 Sou difícil de fazer amizade. Neste tópico de dicas de português para concursos, a frase já se inicia por uma incoerência, pois ninguém é difícil ou fácil de coisa alguma. Pelo menos, assim se espera. O que é difícil não é a pessoa, mas sim a ação de fazer amizade. O sujeito dessa frase é oracional — fazer amizade — e o predicativo é difícil. O verbo é de
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ligação — ser. Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: É-me difícil fazer amizade. – ou - Fazer amizade me é difícil. – ou –
Fazer amizade é difícil para mim. Pegadinha 23 Já comuniquei o chefe que a mercadoria chegou. Esta pegadinha de português para vestibular e concurso aborda um deslize sutil e corriqueiro, ideal para uma questão de concurso. Não devemos, jamais, comunicar uma pessoa, seja ela quem for. O que se comunica é o objeto da comunicação, isto é, o assunto, o fato ocorrido. Comunica-se, sim, à pessoa um determinado fato. O verbo comunicar possui dois objetos. Um deles é o objeto indireto, que é a pessoa que recebe a comunicação. A esse objeto o verbo se liga sempre por meio de preposição. O outro complemento verbal é o objeto direto, que representa o fato comunicado. Veja os seguintes exemplos: Daniel comunicou ao Mário a demissão da antiga secretária . O presidente comunicou ao povo a decisão que tomara quando decidiu o caso. O marido comunicou à mulher que naquele dia não iria almoçar em casa.
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
Já comuniquei ao chefe que a mercadoria chegou. Pegadinha 24 A rapariga está meia aborrecida. Mais um exemplo de pegadinha que tirou preciosos pontos para a aprovação de muitos vestibulandos e concursandos. Meia, modificando substantivo, é adjetivo e varia em gênero e número. Exemplos: Meio litro de água. (metade do litro) Meia xícara de café. (metade da xícara) Ele fala em meias palavras. (metade das palavras, como metáfora de "não dizer tudo") Ele se expressa em meios termos. (idem, explicação acima) Meio, modificando adjetivo, é advérbio e, como tal, não varia. Exemplos: Ela está meio triste. As duas moças permanecem meio confusas. Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim:
A rapariga está meio aborrecida. Pegadinha 25 Mais de um artista cantarão. Este caso exige-nos atenção redobrada. Embora saibamos que a expressão "mais de um artista" representa, no mínimo, duas pessoas, devemos levar o verbo à forma da terceira pessoa singular cantará, fazendo a concordância gramatical com o numeral um da expressão "mais de um". Veja outros exemplos: Mais de um automóvel foi sorteado. Mais de uma mulher assistiu à cena. Do mesmo modo, é feita a concordância de frases do tipo Menos de dois alunos fizeram a prova. Nessa frase, embora compreendamos que a expressão "menos de dois alunos" representa, quantitativamente, um aluno; a concordância também é gramatical, com base no numeral dois da expressão "menos de dois alunos", e não ideológica, isto é, com a idéia ou sentido que a frase puder sugerir. Outros exemplos:
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Menos de dois livros, foram queimados no incêndio. Menos de duas moças saíram antes de o espetáculo se findar. Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim:
Mais de um artista cantará. Pegadinha 26 Eu nasci há trinta e cinco anos atrás. Esta pegadinha nos lembra uma famosa música dos anos setentas — Eu nasci há dez mil anos atrás. Há excesso nessa frase! Quando ocorre excesso desse tipo, dizemos que existe redundância, isto é, repetição viciosa, que só empobrece a linguagem de quem a comete. O verbo haver, por si só, já representa "tempo transcorrido", a palavra atrás é redundante. Deve-se, portanto, escolher — ou se escreve há, do verbo haver, ou atrás. Então, depois de corrigida a frase inicial, poderia ser escrita de duas maneiras:
Eu nasci há trinta e cinco anos. ou Eu nasci trinta e cinco anos atrás. Pegadinha 27 Viemos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor que nos fizeram. Neste caso, apresenta-se um verbo comumente usado de maneira errada em algumas de suas formas. Nesta oportunidade falaremos apenas sobre um desses deslizes cometidos com o uso indevido do verbo vir. Ninguém diz: "estivemos aqui, nesta hora." Diz-se, porém, no tempo certo: "estamos aqui, nesta hora." Se é "nesta hora" que o fato ocorre, então, o verbo deve estar no presente. Então, depois da correção, tem sua frase inicial assim escrita:
Vimos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor que nos fizeram. Pegadinha 28 O político que se pode confiar ainda não nasceu. Este é erro próprio da fala popular, linguagem que não está nem aí para a regência verbal. Erros desse tipo são muito explorados em provas de vestibulares e concursos públicos. Esteja alerta, caro leitor. A regência do verto confiar exige a preposição em, pois quem confia, confia em alguém, e não confia alguém. Este tópico, depois da correção, tem sua frase inicial escrita assim:
O político em que se pode confiar ainda não nasceu. Pegadinha 29 Traze-me uns pastelzinhos. Neste tópico, focalizamos um aspecto muito explorado em provas de vestibulares e concursos públicos - o plural dos diminutivos em -zinho -, que é feito do seguinte modo: A - leva-se o substantivo ao plural em seu grau normal: pastéis; B - retira-se o s final: pastei; C - acrescenta-se -zinhos, e pronto: pasteizinhos. Outros exemplos: pãezinhos carreteizinhos limõezinhos
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caracoizinhos aneizinhos Depois da correção, a frase correta fica assim:
Traze-me uns pasteizinhos. Pegadinha 30 O relógio marcou meio-dia e meio. Esta pegadinha que, de vez em quando, figura em provas de vestibular e concurso, sempre acaba tirando candidatos do páreo. A palavra que se refere a horas é meia e não meio. Diz-se nove horas e meia, vinte horas e meia e assim por diante. Então, depois da correção, temos a seguinte frase:
O relógio marcou meio-dia e meia. Pegadinha 31 Ao comer, tenha cuidado com os espinhos de peixe. Esta pegadinha apresenta mais uma popularização errônea de uma palavra. Peixe não tem espinhos. Isso é próprio de certas plantas e, quando muito, do porco-espinho. Peixe tem espinhas. É bom estar preparado para a ocorrência de casos como o desta dica, em provas de vestibular e concurso. Então, depois da correção, temos a seguinte frase:
Ao comer, tenha cuidado com as espinhas de peixe. Pegadinha 32 Nossa situação está russa. Esta pegadinha nos adverte para não confundir estado físico ou mental com estado político. Russa refere-se à Rússia. Quando se quer dizer que a situação está feia, diz-se que está ruça (com ç), que significa a cor pardacenta, escura. Em provas de vestibular e concurso, não é raro questões desse gênero. Então, depois da correção, temos a seguinte frase:
Nossa situação está ruça. Pegadinha 33 O juiz leu os 3º, 4º e 5º parágrafos. Eis um tema frequentemente cobrado em provas de vestibular e concurso — a concordância nominal. A frase em destaque, acima, está mal formulada quanto ao aspecto da concordância nominal. Mesmo que haja uma lista ou uma série de elementos antes do artigo, este deve concordar com o elemento mais próximo. O artigo deve ficar no singular, diante de palavra no singular. Exemplos: Este cartório serve a 2ª e 3ª varas de família. A revogação atingiu o 4º, 5º, 6º e 7º artigos da antiga lei. Estamos discutindo o I e II itens do contrato. A 1ª, 2ª e 3ª séries terão aulas de educação física. Então, depois da correção, temos a seguinte frase:
O juiz leu o 3º, 4º e 5º parágrafos. Pegadinha 34 O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregue o relatório.
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Nesta pegadinha, temos que considerar que existem duas línguas faladas no País — a culta e a popular. Esta é falada sem nenhuma preocupação com o idioma, enquanto aquela cujo conhecimento é exigido em provas de vestibular e concurso, subordina-se às normas da língua portuguesa falada no Brasil. O verbo entregar possui dois particípios — entregue e entregado. Com os verbos ter e haver, usa-se entregado. Por outro lado, a forma entregue é usada com os verbos ser e estar. Exemplos: A moça não havia entregado o bilhete. João já tinha entregado as passagens. Uma lista nova é entregue todas as manhãs. Não se preocupe, a encomenda foi entregue. A mercadoria está entregue. A frase acima, depois de corrigida, fica assim:
O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregado o relatório. Pegadinha 35 Ele se acorda às seis horas todos os dias. Nesta frase o pronome se está tornando a frase incoerente, isto é, o emprego desse pronome é inadequado. Em provas de vestibular e concurso público, esse tipo de ocorrência provoca a chamada incoerência textual ou linguagem inconsequente. Ninguém acorda a si mesmo! Cada indivíduo, simplesmente, acorda ou, então, é acordado por alguém, algum som alto, um terremoto etc. Agora, decididamente, acordar a si mesmo é proeza que escapa à habilidade humana. A frase equivocada, depois de corrigida, fica assim:
Ele acorda às seis horas todos os dias. Pegadinha 36 O governo vai criar novos impostos. A expressão criar novos é da mesma família de subir pra cima, descer pra baixo, chutar com os pés etc. Já que não é viável criar nada velho, escreva-se, pois, apenas criar, e pronto! A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
O governo vai criar impostos. Pegadinha 37 Não me importo que o Palmeiras perca. Faz-se três construções com o verbo importar-se, sempre pronominal no sentido de ter importância ou interesse: 1 - quando o sujeito for uma oração introduzida pela conjunção integrante que, o verbo importar deve estar no subjuntivo (exclusivamente para casos como o da presente dica). Exemplos: Não me importa que você discorde. Não me importa que o partido perca. 2 - quando o sujeito não for uma oração, usa-se somente importa, sem a conjunção que: Não me importa a derrota da Argentina. 3 - se ao verbo seguir a preposição com, emprega-se importo, forma do presente do indicativo. Exemplos:
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Não me importo com tuas lamúrias. Não me importo com frescuras. Outros exemplos em outros tempos verbais: Não me importará que ele vença a competição. Não me importaria que Márcia dissesse a verdade. Naquela época, não me importava que a economia fosse mal. Não me importaram os elogios baratos. Não me importou a vitória inglesa. Não me importarei com divertimentos banais. Não me importava com coisa alguma. Depois da correção, a frase fica assim:
Não me importa que o Palmeiras perca. www.softwareebookecia.com Página 22
Pegadinha 38 A palestra agradou os congressistas. Esta é uma questão de transitividade verbal. O verbo agradar, usado como transitivo direto, significa fazer carinho, mimar, enfim fazer as vontades. Exemplos: A mãe agrada o filho recém-nascido, a fim de que ele pare de chorar. A namorada agrada o rapaz, com elogios e atenções desmedidos. Conforme exposto acima, palestra nenhuma poderá agradar os congressistas ou quem quer que seja. Uma boa palestra, mas só se for boa mesmo, poderá agradar aos congressistas (note a preposição a); pois o verbo agradar, usado como transitivo indireto, significa corresponder à expectativa, satisfazer, produzir agrado. Veja outros exemplos de frases com o verbo agradar, empregado como transitivo indireto. Exemplos: O filme agradou aos estudantes. A prova agradou aos candidatos. O resultado não agradou a mim. A frase inicial, depois da correção, se apresenta assim:
A palestra agradou aos congressistas. Pegadinha 38 Ganho apenas um mil reais por mês. Não se mistura um (singular) com mil (plural). Com mil só se usam os numerais dois, três, quatro e os que exprimirem valor superior. Exemplos: Comprei mil quilos de farinha. Vendemos mil quilos de peixe, Transportamos dois mil suínos para o Nordeste. Trouxemos seis mil sacas de cimento. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Ganho apenas mil reais por mês. Pegadinha 39 O time perdeu porque seu centroavante não chutou em gol durante toda a partida. Neste caso, quem acaba perdendo, verdadeiramente, é quem diz ou escreve uma frase dessas, desperdiçando a oportunidade de calar-se. O verbo chutar admite as seguintes regências: chutar a, chutar para, chutar contra ou, simplesmente, chutar. Exemplos:
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O jogador chutou a gol. O jogador chutou para o gol. O jogador chutou contra o gol. O goleiro chutou para fora. O jogador chutou acima da trave. (E não: ... em cima da trave.) A expressão dar chutes pode ser usada, também, com a preposição em. Exemplos: O jogador deu chutes na bola contra o gol adversário. A criança dava chutes na porta. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O time perdeu porque seu centroavante não chutou a gol durante toda a Partida Pegadinha 40 Ninguém sabe aonde eu moro! Aonde somente se emprega com verbos e expressões que indicam movimento: E agora! Vamos aonde? Determinaram sua ida aonde? Já, para designar um local, usa-se onde: Trabalho onde poucos teriam coragem de trabalhar. A frase inicial, devidamente corrigida, fica assim:
Ninguém sabe onde eu moro! Pegadinha 41 A obrigação do preenchimento da guia é do próprio contribuinte! A palavra obrigação exige um tipo de preposição, conforme o elemento ao qual se refere. Referindo-se a nomes, no sentido de fazer uma determinada ação, obrigação exige a preposição a. Referindo-se a verbos, exige a preposição de. Já, referindo-se a nomes, usada sempre no plural (obrigações), no sentido de compromisso, exige a combinação das preposições para com. Exemplos: A obrigação ao alistamento militar é intransmissível. (fazer o alistamento) A obrigação de pagar as custas é do requerente. Todo técnico de futebol tem obrigação para com seus jogadores. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
A obrigação ao preenchimento da guia é do próprio contribuinte! Pegadinha 42 Toda a mulher casada deveria saber dirigir automóvel. Toda a (note a presença do artigo) significa inteira. Depois desse entendimento, a frase parece esdrúxula da cabeça aos pés! Toda (note a ausência do artigo) significa qualquer. Agora, sim, a frase passa a ter sentido, pois se quer referir, na frase inicial, a qualquer mulher, e não à mulher inteira. Veja os seguintes exemplos: Todo homem deveria falar uma língua além da materna. (qualquer homem) Todo o homem tremia de frio. (o homem inteiro) Toda a cidade festejou a vitória do time. (a cidade inteira) Toda cidade tem problemas com drogas. (qualquer cidade) A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Toda mulher casada deveria saber dirigir automóvel.
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Pegadinha 43 Se você ver o Marcos, diga-lhe que a data do concurso foi adiada! Esta frase representa uma pedra no sapato para muitos candidatos. O futuro do subjuntivo do verbo ver faz-se assim: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Se você vir o Marcos, diga-lhe que a data do concurso foi adiada! Pegadinha 44 Depois que ouvi a notícia, fiquei curioso por conhecer aquela cidade. Eis um equívoco no uso da regência nominal. Curioso e curiosidade pedem a preposição de para unirem-se a seus complementos. Algumas vezes, ficamos curiosos de ou temos curiosidade de alguma coisa, porém jamais por alguma coisa. Exemplos: Curioso de saber por que errava tanto, resolvi ler mais e estudar português. Curioso de vê-lo chegar àquela hora, quis saber onde estivera. A curiosidade infantil de entender como o rádio funcionava levou-o à faculdade de engenharia, na qual destacou-se como o mais qualificado aluno. A palavra curioso pode ser usada sem complemento. Algumas pessoas são levadas a confundir a regência nessa construção, achando, erroneamente, que curioso pede a preposição por. Exemplo: Sou curioso por estar sempre inquieto. Levando a frase acima à ordem direta, comprova-se que a preposição não é exigida pela palavra curioso, mas apenas é parte integrante do adjunto adverbial de modo: Por estar sempre inquieto, sou curioso. A frase correta seria:
Depois que ouvi a notícia, fiquei curioso de conhecer aquela cidade. Pegadinha 45 Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolverem. A presente frase apresenta erro no uso do infinitivo. Não se flexiona o infinitivo que vem depois das expressões difíceis de, fáceis de, bons de, gostosos de etc. Exemplos: Filmes difíceis de compreender. As explicações da professora são fáceis de entender. São trabalhos bons de realizar. Bolos gostosos de saborear. A frase acima estará correta, se assim for escrita:
Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolver. Pegadinha 46 O preço do quilo da laranja varia entre um a dois reais. Esta frase é de relativa importância para quem vai prestar provas de concursos. Entre se relaciona com e, e não com a: O espetáculo começará entre vinte e vinte e uma horas. Se na frase não constar a palavra entre, tudo bem! Nesse caso, usa-se a preposição a: A altura da fogueira oscilava de trinta a quarenta metros. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O preço do quilo da laranja varia entre um e dois reais.
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Pegadinha 47 O touro investiu no capataz. Nesta pegadinha, aborda-se a diferença de significado de um verbo, conforme a preposição que o acompanha. Veja, a seguir, os possíveis significados do verbo investir: 1 - usado com a preposição em, significa empossar, aplicar dinheiro: O presidente do tribunal investiu Márcio no cargo de analista. O corruptos investem em bolsas estrangeiras. 2 - no sentido de atacar é usado com as preposições contra ou sobre: A onça investe contra (ou sobre) o caçador. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
O touro investiu sobre (ou contra) o capataz. Pegadinha 48 Fiquem absolutamente tranquilos, eu ressarço os acionistas. Nesta pegadinha falaremos sobre um verbo com certas anomalias. Trata-se do verbo ressarcir. Esse verbo só é conjugado nas formas em que o acento tônico não incide no radical. Desse modo, o presente do indicativo só possui as formas: ressarcimos e ressarcis. Quando não existe uma determinada forma verbal, substituímos por outra de mesmo significado. Em nosso caso, podemos permutar pelas correspondentes formas dos verbos compensar, indenizar ou outro equivalente. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Fiquem absolutamente tranquilos, eu indenizo os acionistas. Pegadinha 49 Estou sem nenhuma moral para fazer a prova. O vocábulo moral (a moral, no feminino) quer dizer relativo à moralidade, aos bons costumes, que procede conforme à honestidade e à justiça, que tem bons costumes, dizse de tudo que é decente, educativo e instrutivo (Dic. Michaelis).. Um indivíduo sem nenhuma moral é um devasso. Já, no masculino (o moral) quer dizer disposição do espírito, energia para suportar as dificuldades, os perigos; ânimo. Um indivíduo sem nenhum moral é alguém desanimado, desmotivado. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Estou sem nenhum moral para fazer a prova. Pegadinha 50 A pessoa cuja a vida é tumultuada, certamente, não consegue concentrarse em nada. Não se pospõe artigo ao pronome cujo. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
A pessoa cuja vida é tumultuada, certamente, não consegue concentrar-se em nada. Pegadinha 51 Aos 14 anos, Emília resolveu ser fleira.
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Algumas pessoas pronunciam e escrevem fleira incorretamente. A grafia correta é freira, e também é assim que se pronuncia. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Aos 14 anos, Emília resolveu ser freira. Pegadinha 52 Estou defronte ao portão. Não existe essa construção na língua portuguesa. Faz-se somente defronte de. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Estou defronte do portão. Pegadinha 53 As inscrições para o concurso encerrar-se-ão amanhã. Veja, a seguir, as corretas regências de inscrição, inscrito e inscrever. 1 - Inscrição a: Fiz minha inscrição ao concurso do TRT. As inscrições ao vestibular iniciam-se amanhã. 2 - Inscrito em, para: Você está inscrito no (ou para o) vestibular. Estão inscritos para o (ou no) concurso do TRE. 3 - Inscrever em: Para inscrever-se neste concurso é necessário falar inglês fluentemente. Ele se inscreveu no vestibular. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
As inscrições ao concurso encerrar-se-ão amanhã. Pegadinha 54 O professor está para Salvador. Quem está, está em algum lugar, e não está para algum lugar. Só se admite estar para no cálculo de proporções: dois está para três, assim como nove está para x. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O professor está em Salvador. Pegadinha 55 A pizza será servida na porta. Para se servir pizza na porta, esta precisa antes ser retirada de seu caixilho e, depois, usada como uma grande bandeja ou tampo de mesa. Aí, sim! A pizza será servida na porta, como usualmente é servida no prato, na pedra, ou na superfície de outro utensílio de cozinha próprio para servir refeições. Exemplos: A pizza foi servida no prato. A pizza foi servida na mesa de mármore branco. Agora, quando se desejar que a pizza seja servida próximo ou junto a um determinado local, usa-se a preposição a contraída com o artigo a ou o. Exemplos: Sirva-nos à mesa! A pizza foi servida ao balcão da lanchonete. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
A pizza será servida à porta.
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Pegadinha 56 O bandido passou desapercebido pela praça, sem que a polícia o notasse. Quando a intenção é dizer "sem ser notado", usa-se despercebido, e não desapercebido. Esta palavra (desapercebido) significa despreparado, desprevenido. Exemplos: O ladrão entrou, foi à sala, pegou o relógio e saiu despercebido. (despercebido: sem ser notado; sem que o notassem) Não comprei o relógio porque estava desapercebido de dinheiro. (desapercebido: desprevenido de dinheiro, sem dinheiro) A frase inicial, reescrita com correção, fica assim:
O bandido passou despercebido pela praça, sem que a polícia o notasse. Pegadinha 57 O deputado Chico Rapina está engajado à campanha eleitoral de seu filho. Engajar pede a preposição em, e não a. Exemplos: Resolvi engajar no exército. Samuel está engajado na luta sindical. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O deputado Chico Rapina está engajado na campanha eleitoral de seu Filho Pegadinha 58
A reunião era somente para professores do 2º e 3º grau. Eis uma importante questão de concordância nominal em que deslizaram muitos concursandos. A chave para o entendimento desse caso é a presença ou não do artigo. A presença do artigo, antes de cada numeral de uma série, torna optativa a pluralização do substantivo ao qual se relaciona. Exemplos: Os alunos do 1º e do 2º grau farão a prova de português. (Frase correta.) Os alunos do 1º e do 2º graus farão a prova de português. (Frase correta.) Agora, se não houver repetição do artigo, é obrigatório o uso do plural. Exemplo: Os moradores do 6º e 7º andares pagarão condomínio em dobro. (Frase correta.) Os moradores do 6º e 7º andar pagarão condomínio em dobro. (Frase ERRADA.) A frase inicial, depois da correção, fica assim>
A reunião era somente para professores do 2º e 3º graus. Pegadinha 59 Vou dar um palpite para o jogo de domingo. Palpite não se dá para coisa alguma. Somente se dá palpite sobre ou a respeito de alguma coisa. Exemplos: Preciso de um palpite sobre a luta de hoje à noite. Vou arriscar um palpite a respeito do paradeiro do Chico. Sobre aquilo não dou palpites. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Vou dar um palpite sobre o jogo de domingo. Pegadinha 60 O ministro destinou vultuosa quantia para a execução do projeto. A sutil inclusão de uma letra — o u que sucede o t em "vultuoso — produz uma
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expressiva alteração de sentido em relação a vultoso. Vultuoso quer dizer inchado, volumoso. Exemplos: Pálpebras vultuosas. Rosto vultuoso. Vultoso significa muito grande, de grande vulto, elevado, enorme. Exemplos: Verba vultosa. Cheque de valor vultoso. Silhueta vultosa. Receita vultosa. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O ministro destinou vultosa quantia para a execução do projeto. Pegadinha 61 A esquadra de Cabral aportou na Bahia em 1500. Aportar quer dizer chegar, chegar ao porto, chegar ao aeroporto etc. Pela sua regência, aportar exige a preposição a. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
A esquadra de Cabral aportou à Bahia em 1500. Pegadinha 62 Ele bebeu todo o aguardente que havia na garrafa. Aguardente é palavra do gênero feminino e, por isso, usa-se com palavras também no feminino. Nesta página de dicas de português para concursos, reescreve-se a frase inicial com correção do seguinte modo:
Ele bebeu toda a aguardente que havia na garrafa. Pegadinha 63 Se sentirem sede, utilizem o bebedor que está na sala de recepção. Bebedor é aquele que bebe. O sufixo dor designa o agente da ação de beber. Já bebedouro é o lugar onde se bebe. O sufixo douro informa o lugar, o local. Essa troca indevida de sufixos é muito comum na língua popular. Citem-se como exemplos: babador em vez de babadouro matador em vez de matadouro escorregador em vez de escorregadouro A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Se sentirem sede, utilizem o bebedouro que está na sala de recepção. Pegadinha 64 Todas as vezes em que penso naquele acontecimento, sinto um aperto no coração. A grafia correta da locução é todas as vezes que (sem a preposição em). Nessa locução, por ser temporal, não se usa a preposição em, que é locativa, isto é, própria para referirse a lugar, local. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Todas as vezes que penso naquele acontecimento, sinto um aperto no
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Coração Pegadinha 65 Antes de mais nada, devo manifestar o meu apoio a você por sua bela atitude. Mais nada é uma expressão que, por si só, indica inexistência de qualquer coisa, ou seja, negação total. É muito esquisito escrever antes de qualquer coisa que não existe. O correto e, por conseguinte, coerente seria usar expressões do tipo antes de qualquer coisa, antes de tudo etc. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Antes de qualquer coisa, devo manifestar o meu apoio a você por sua bela Atitude Pegadinha 66 O ministro disse que é na educação onde estão os mais difíceis problemas nacionais. Esta pegadinha nos traz um discreto obstáculo, em que tropeçam muitos concursandos. O pronome relativo onde só pode referir-se a lugar físico ou assim considerado como se o fosse, local. Exemplos: A cidade, onde moro, é distante da sua. (onde refere-se a "cidade", que é um local, um lugar físico) Esta é a rua onde a vi pela última vez. (onde refere-se a rua, que é lugar físico) O teatro, onde ela se apresentou, estava lotado. (onde refere-se a teatro, que é lugar físico) Mas, na frase: Isso aconteceu numa época onde a superstição fervilhava na cabeça do povo. (CONSTRUÇÃO CONDENÁVEL. Onde está se referindo a época, que NÃO é lugar físico. Empregam-se os pronomes relativos no qual, na qual, nos quais, nas quais, em que sempre que o referente não for um lugar físico, um local, para evitar o uso indevido do pronome onde. A frase correta fica assim grafada:
O ministro disse que é na educação em que estão os mais difíceis problemas nacionais. Pegadinha 67 Confundiu-me de modo excessivo as informações. Esta pegadinha nos mostra como aumentam as chances de errarmos, quando se coloca o verbo na frente do sujeito. Sempre que se encontrar uma oração iniciada por verbo, deve-se, antes de qualquer análise, se possível, colocá-la em ordem direta, isto é, distribuí-la nesta ordem: sujeito, predicado, complementos e adjuntos. Neste caso, a frase ficaria assim: As informações confundiu-me de modo excessivo. Agora, com a oração em ordem direta, ficou mais fácil de perceber o erro de concordância entre o verbo e o seu sujeito. Então, corrigindo o erro em questão, ter-seia: As informações confundiram-me de modo excessivo. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
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Confundiram-me de modo excessivo as informações. Pegadinha 68 A famosa modelo pousou durante toda a tarde de ontem. Só se fosse passarinho, avião ou outra coisa que voa. A modelo faz pose para o fotógrafo fotografá-la. Se faz pose, o verbo certo é posar. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
A famosa modelo posou durante toda a tarde de ontem. Pegadinha 69 O homem sequer foi admitido no emprego. Sequer é uma palavra que deve sempre ser antecedida de negativa. Exemplos: Tomou a decisão sem sequer nos avisar. (INCORRETO: Tomou a decisão sequer nos avisar.) Não fez sequer o mínimo que havíamos combinado. (INCORRETO: Fez sequer o mínimo que havíamos combinado.) O contribuinte nem sequer foi notificado. (INCORRETO: O contribuinte sequer foi notificado.) Nesta seção de dicas de português para concursos, o correto seria escrever a frase inicial da seguinte maneira:
O homem nem sequer foi admitido no emprego. Pegadinha 70 É hora dele aparecer. O sujeito não pode ser preposicionado. Frase com sujeito preposicionado é muito comum na linguagem inculta com sujeitos de verbos no infinitivo. Veja os exemplos a seguir: CERTO — É hora de eu aparecer. ERRADO — É hora deu aparecer. CERTO — No dia de ela chegar, vou ficar muito contente. ERRADO — No dia dela chegar, vou ficar muito contente. CERTO — Chegou a hora de a onça beber água. ERRADO — Chegou a hora da onça beber água. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
É hora de ele aparecer. Pegadinha 71 Tratam-se de assuntos que não me interessam. O sujeito da frase é indeterminado. Neste caso, a indeterminação do sujeito é feita, justapondo-se o pronome se — que funciona como índice de indeterminação do sujeito — ao verbo na terceira pessoa do singular. Portanto, o verbo está flexionado de modo ERRADO. A forma verbal correta é no singular "Trata". Propositadamente, colocaramse os demais elementos no plural, tentando confundir o leitor, levando-o a fazer a concordância verbal com a palavra assuntos. Assuntos é complemento do verbo tratar, e complemento não influencia na concordância verbal. O verbo só varia para concordar com o sujeito, e como este é indeterminado pelo pronome "se", o verbo não poderá sofrer flexão para fazer qualquer tipo de concordância, uma vez que se sabe que existe sujeito, mas não se sabe quem é, nem quantos são. Observe outros exemplos
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semelhantes que seguem: Precisa-se de carpinteiros. Nesta hora, apela-se para todos os meios. Discordou-se dos fatos. Falava-se de muitas coisas na assembleia. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Trata-se de assuntos que não me interessam. Pegadinha 72 O aluno estava aguardando o professor há mais de três horas. O verbo haver deve concordar com o verbo estar. Se este estiver no imperfeito ou no mais-que-perfeito do indicativo, a concordância será feita com a forma havia. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
O aluno estava aguardando o professor havia mais de três horas. Pegadinha 73 Não consegui dar conta do trabalho que levei para mim fazer em casa. Mim não pode ser sujeito. Os pronomes que assumem a função de sujeito são os chamados pronomes do caso reto — eu, tu, ele, nós, vós, eles. Veja os exemplos seguintes: Este casaco é para eu usar nos dias frios. (eu, sujeito do infinitivo "usar") Ela gosta de mim. (mim, objeto indireto da forma verbal "gosta") A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Não consegui dar conta do trabalho que levei para eu fazer em casa. Pegadinha 74 A perca daquele patrimônio transformou-o numa pessoa cética e amarga. Perca é a forma verbal da primeira e terceira pessoas do singular do presente do subjuntivo. Perda é substantivo, que, obviamente, admite ser precedido de artigo. Exemplos: Mesmo que eu perca de início, não desanimarei. (perca é verbo) Não me importa que o governo perca. (perca é verbo) A perda de um ano de estudos não o abalou. (perda é substantivo) Não entro nesse negócio porque quero evitar a perda de meu dinheirinho. (perda é substantivo) A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
A perda daquele patrimônio transformou-o numa pessoa cética e amarga. Pegadinha 75 Você paga o valor do apartamento e eu o mobilio. Assim se conjuga o verbo mobiliar, no presente do indicativo: eu mobílio, tu mobílias, ele mobília, nós mobiliamos, vós mobiliais, eles mobíliam. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Você paga o valor do apartamento e eu o mobílio. Pegadinha 76 O motorista do ônibus deu uma freiada brusca, assustando os
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passageiros. Freiada é um grupo de religiosos denominados freis. Já, o ato de parar o carro é frear e essa ação chama-se freada. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O motorista do ônibus deu uma freada brusca, assustando os passageiros. Pegadinha 77 Evite trabalhar em regime de excessão. Eis um erro de ortografia. Este tipo de questão é muito explorado em provas de concurso. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Evite trabalhar em regime de exceção. Pegadinha 78 Não lhe disse nada porque o encontrei mau-humorado. Esta pegadinha nos adverte do risco de errarmos ao confiarmos no som das palavras. Embora homófonas na maior parte do Brasil, mau e mal têm significados e empregos diferençados. Mau faz oposição a bom, e mal se opõe a bem. Veja os exemplos a seguir: mau humor ~ bom humor mau cheiro ~ bom cheiro mau-caráter ~ bom caráter mal-estar ~ bem-estar mal-afamado ~ bem-afamado mal-intencionado ~ bem-intencionado A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Não lhe disse nada porque o encontrei mal-humorado. Pegadinha 79 Prefiro um emprego humilde do que trabalhar com aqueles corruptos. Deve-se preferir uma coisa a outra, e, jamais, uma coisa do que outra. Exemplos: Prefiro laranja a goiaba. Preferimos ir a ficar. Ela preferiu falar a ficar calada. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Prefiro um emprego humilde a trabalhar com aqueles corruptos. Pegadinha 80 Cientistas provam que existe vestígios de vida em Marte. O verbo existir flexiona-se, como outro verbo qualquer, para concordar com seu sujeito, que, neste caso, é vestígios de vida. Muitas pessoas, erroneamente, dão o mesmo tratamento do verbo haver ao verbo existir. Realmente, o verbo haver, no sentido de existir é impessoal. Mas, o verbo existir é pessoal e varia, normalmente, para concordar com o sujeito. A frase acima, depois da correção, fica assim:
Cientistas provam que existem vestígios de vida em Marte.
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Pegadinha 81 A negligência nos estudos implicou em sua reprovação. O verbo implicar, no sentido de ter como consequência, acarretar, é transitivo direto, isto é, não se liga ao seu complemento por meio de preposição, mas, sim, diretamente. Exemplos: A sua dedicação aos estudos implicou a sua aprovação. O amor implica muitas renúncias. A transgressão implica multa. A frase acima, depois da correção, fica assim:
A negligência nos estudos implicou sua reprovação. Pegadinha 82 O concurso está em vias de anulação. Só existe uma locução prepositiva na forma plural, que é a expensas de. Portanto, o correto é em via de. Exemplos: O cadastramento já está em via de descontrole administrativo. Esse planeta encontra-se em via de extinção. A frase acima, depois da correção, fica assim:
O concurso está em via de anulação. Pegadinha 83 Prenderam-no só porque furtou trezentas gramas de queijo. A grama é vegetal que embeleza o solo do jardim. O grama é medida de massa, cuja unidade é o quilograma. Exemplos: Comprei um quilo e duzentos gramas de mortadela. Um diamante de dois gramas. Quero quatrocentos gramas de farinha. A frase acima, depois da correção, fica assim:
Prenderam-no só porque furtou trezentos gramas de queijo. Pegadinha 84 Ela tem péssimos hábitos. Porisso, evito a sua companhia. Essa locução deve ser escrita com duas palavras: por isso. Da mesma forma, escreve-se de repente, e não derrepente. A frase acima, depois da correção, fica assim:
Ela tem péssimos hábitos. Por isso, evito a sua companhia. Pegadinha 85 Não tenho nenhum óculos para proteger meus olhos. Nenhum se flexiona no plural para concordar com a palavra a que se refere. Exemplos: Nenhumas pessoas deixaram tantas saudades quanto aquelas. Apesar de nenhuns alunos quererem compor a comissão, o caso prosseguiu. A frase acima, após a correção, fica assim:
Não tenho nenhuns óculos para proteger meus olhos. Pegadinha 86 Este assunto não tem nada haver contigo.
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Não se usa o verbo haver nessas expressões. O correto é nada a ver, com o verbo ver. Também, estaria correto escrever não tem nada que ver. Escreve-se corretamente a frase inicial do seguinte modo:
Este assunto não tem nada a ver contigo. Pegadinha 87 Tereza deu à luz a uma linda criança. O verbo dar possui dois objetos. Um objeto direto e outro indireto. Exemplos: Dei à Helena uma linda bicicleta. (Objeto direto: uma linda bicicleta; objeto indireto: à Helena) O boêmio dá à noite um significado fantasioso. (Objeto direto: um significado fantasioso; objeto indireto: à noite) A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Tereza deu à luz uma linda criança. Pegadinha 88 A operação durou cerca de uma hora e vinte e três minutos. A expressão cerca de denota aproximação, arredondamento. É inadequado seu uso para introduzir informações numéricas exatas, precisas. Exemplos: CERTO: Cerca de "vinte" pessoas estavam presentes. ERRADO: Cerca de "dezessete" pessoas estavam presentes. CERTO: O livro tinha cerca de "duzentas" páginas. ERRADO: O livro tinha cerca de "cento e noventa e sete" páginas. CERTO: Ele fez cerca de mil gols em toda a sua carreira. ERRADO: Ele fez cerca de mil e novecentos e noventa e oito gols em toda a sua carreira. A frase acima, depois de corrigida, fica assim:
A operação durou cerca de duas horas. Pegadinha 89 Estávamos em cinco naquela embarcação. Caro leitor, por gentileza, responda: O título do famoso romance de Maria José Dupré é "Éramos em seis" ou "Éramos seis"? É claro, a resposta certa é "Éramos seis". A preposição em não pertence à expressão em análise. Veja os exemplos: Fomos cinco naquele fusquinha. Vieram oito no helicóptero. Ficamos vinte até o final da festa. A frase inicial apresenta-se corretamente grafada da seguinte maneira:
Estávamos cinco naquela embarcação. Pegadinha 90 Preparem-se! A prova será daqui há vinte dias. Na indicação de tempo futuro, usa-se apenas a. Exemplos: Estamos a dois dias da decisão do campeonato, a qual se dará domingo pela manhã. Tomarei posse daqui a dez dias. Na indicação de tempo passado, usa-se há ou a forma verbal faz. Exemplos: Ele saiu há duas horas. ou Ele saiu faz duas horas.
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Eu voltei há três dias. ou Eu voltei faz três dias. A frase acima, após a correção, fica assim:
Preparem-se! A prova será daqui a vinte dias. Pegadinha 91 A reação surpreendente do time adversário, não mexeu com a torcida. Esta é uma pegadinha muito frequente em provas de português. Não se deve separar com vírgula o sujeito do seu verbo. Então, a frase inicial, depois de corrigida, escreve-se assim:
A reação surpreendente do time adversário não mexeu com a torcida. Pegadinha 92 O homem polue os rios, os mares e as florestas. Verbos cujo infinitivo termina em UIR possuem as formas UI ou OI: evolui, atribui, constrói, destrói. Já, os que têm o infinitivo em UAR, fazem UE: continue, atenue, jejue, recue. Este tipo de questão é muito comum em provas de concurso. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
O homem polui os rios, os mares e as florestas. Pegadinha 93 Haja visto os insistentes apelos do povo, o rei fez a concessão tão esperada. Há erro de grafia. O certo é haja vista. Ambas as palavras da expressão terminam com a letra a. A frase acima, depois da correção, fica assim:
Haja vista os insistentes apelos do povo, o rei fez a concessão tão esperada. Pegadinha 94 Espero que vocês viagem com conforto e segurança. Viagem, com g, é substantivo: Tenham uma boa viagem. A viagem durou seis horas. Viajem, com j, é verbo: O juiz não quer que vocês viajem desacompanhadas de um responsável. Mesmo que eles viajem amanhã, ainda chegarão dentro do prazo. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Espero que vocês viajem com conforto e segurança. Pegadinha 95 Temo que o barril de pólvora exploda a qualquer momento. O verbo explodir somente é conjugado em algumas pessoas. Precisamente, naquelas em que a letra d é sucedida por e ou i. Assim: A bomba explode. (CORRETO) O carro explodiu. (CORRETO) Quero que ela expluda. (ERRADO) Quero que ela exploda. (ERRADO)
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A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Temo que o barril de pólvora venha a explodir a qualquer momento. Pegadinha 96 Quando soubemos da notícia, ficamos todos fora de si. Si é pronome das terceiras pessoas (do singular e do plural). O pronome próprio da primeira pessoa do plural é nós. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Quando soubemos da notícia, ficamos todos fora de nós. Pegadinha 97 Ontem, fizeram três anos que nos conhecemos. O verbo fazer, na indicação de tempo, é impessoal. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Ontem, fez três anos que nos conhecemos. Pegadinha 98 Hoje, aquele menino é um homão. Quem diz homão, em lugar de homenzarrão, também deve dizer murão, arvão, pão,casão em lugar, respectivamente, de muro, árvore, pé, casa. Os aumentativos desses substantivos são, na ordem apresentada acima, muralha, arvorezão, pezão, casarão. Se preferir, pode-se também dizer: homem grande, muro grande, árvore grande, pé grande, casa grande. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Hoje, aquele menino é um homenzarrão. ou, se preferir:
Hoje, aquele menino é um homem grande. Pegadinha 99 Encontrei o livreto no porta-luva. A grafia porta-luva é errada. Construções desse tipo fazem-se com o verbo mais um substantivo no plural, sempre que seja possível a ocorrência, no plural, desses substantivos. Veja outros exemplos: porta-aviões porta-cabos porta-cigarros porta-guardanapos porta-revistas porta-seios A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Encontrei o livreto no porta-luvas. Pegadinha 100 O ônibus passa na porta de minha empresa. Passar na porta é passar sobre a porta. Isso, de alguma forma, seria um despropósito, se pudesse ocorrer habitualmente. Exceto os casos acidentais, normalmente, diz-se que os
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veículos passam à porta, ao portão etc. Escreveremos a frase original da seguinte maneira:
O ônibus passa à porta de minha empresa. Pegadinha 101 O jogador virou a cabeça para o outro lado. Essa frase é de um famoso locutor esportivo de TV. Seria impossível para alguém conseguir virar a cabeça para o mesmo lado. Partindo dessa óbvia constatação, melhor seria virar a cabeça para a esquerda ou para a direita. Escreveremos a frase original da seguinte maneira:
O jogador virou a cabeça para o lado direito. Pegadinha 102 O jogo transcorreu debaixo de chuva. Essa pérola, como a anterior, é do mesmo autor, um insigne locutor esportivo de TV. Esse destaque do célebre comunicador nos remete a um quadro um tanto bizarro: Assistir a uma partida de futebol, em que os times joguem em cima de chuva. Sejamos menos extravagantes, dizendo apenas na chuva. Por acaso, o leitor já assistiu ao filme "Dançando na chuva", "Cantando na chuva". A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O jogo transcorreu na chuva. Pegadinha 103 Senha cadastrada com sucesso! A frase acima não contém nenhum erro de português. Trouxemo-la para dar ao leitor uma ideia de excesso textual, que não deixa de ser, em nível mais brando, a utilização do recurso "enchimento de linguiça", acrescido de certa dose de incoerência. Por acaso, o leitor já ouviu falar em alguma senha que tivesse sido cadastrada "sem sucesso"? Cremos que isso não tenha acontecido, pois se foi cadastrada, já se conseguiu o que queria. Tudo que vier depois disso é excesso e, como toda extravagância na escrita, só serve para cansar o leitor e empobrecer o texto. Fato que deve ser levado em conta quando se faz uma redação. Escreve-se corretamente:
Senha cadastrada. Pegadinha 104 O presidente decidiu visitar os gaúchos, desembarcando ao norte do Rio Grande do Sul! Manchete como essa nos deixa perplexos diante das incertezas de uma decisão. Ao norte do Rio Grande do Sul, fica Santa Catarina. Para visitar os gaúchos, melhor seria desembarcar no norte do Rio Grande do Sul. Quem desembarca bem, desembarca em algum lugar. Já, os que não sabem o que querem, talvez por não conhecerem a língua que falam, desembarcam a algum lugar, que não deixa de ser um modo ridículo e errado de desembarcar. Sejamos coerentes e escrevamos assim com correção:
O presidente decidiu visitar os gaúchos, desembarcando no norte do Rio Grande do Sul.
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Pegadinha 105 As ruas estão molhadas posto que choveu. Posto que é conjunção subordinativa concessiva e equivale a embora. Alguns, por desconhecerem a língua que falam, usam-na com valor de coordenativa explicativa, em lugar de porque. Ninguém, em perfeito juízo e conhecedor do Português, dirá "Não atravessem a rua fora da faixa de pedestre, embora (= posto que) podem se machucar"; mas sim, "Não atravessem a rua fora da faixa de pedestre, porque podem se machucar" A frase inicial, depois da correção, fica assim:
As ruas estão molhadas porque choveu. Pegadinha 106 Em confirmação à sua teoria, manifesto minha aprovação. Deve-se dizer que não se faz confirmação a nenhuma teoria. O correto seria fazer confirmação de teoria, tese etc. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Em confirmação de sua teoria, manifesto minha aprovação. Pegadinha 107 Dá-se aulas particulares de piano. Os que anunciam dessa forma a sua disposição em dar aulas de piano podem ser notáveis mestres do instrumento, mas estão desafinando do Português. O verbo "dar", que está na voz passiva, deve concordar com seu sujeito "aulas". A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Dão-se aulas particulares de piano. Pegadinha 108 Manter o mais absoluto sigilo. Há redundâncias agasalhadas pela língua, como, por exemplo, antídoto contra, concordar com. Há outras chamadas redundâncias viciosas, condenadas pela língua culta, cujo exemplo pode ser a redundância ilustrada na frase evidenciada acima. Quando se diz absoluto, aí já está o mais, o infinito, o ilimitado, e, logicamente, não há lugar para aumentativo. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Manter absoluto sigilo. Pegadinha 109 Ela já se habituou com o trabalho. É melhor habituar-se, primeiramente, à regência correta desse verbo. O correto é habituar-se a. Note a preposição a. Habituar-se a trabalhar, habituar-se ao trabalho. Alguém precisa habituar-se a escrever com correção. A frase inicial, após a correção, fica assim:
Ela já se habituou ao trabalho. Pegadinha 110 Esse rapaz sai com cada besteira!
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No sentido de atrever-se, ousar, o correto é escrever sair-se. Usa-se sair-se também com o significado de escapar-se, livrar-se. Veja os exemplos abaixo: Às vezes ela se sai com cada uma! O político ouviu a ofensa e saiu-se com muita criatividade, como sempre. Ao ver que haviam depositado o dinheiro em minha conta, procurei sair-me da incômoda dívida.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
Esse rapaz sai-se com cada besteira! Pegadinha 111 Minha filha está grávida, mas ela não quer uma filha mulher. Abaixo a discriminação! Todavia, os gostos devem ser respeitados. O que não merece respeito é a negligência no uso do idioma, principalmente quando se deixa margem à dúvida ao determinar o sexo da filha por intermédio de uma redundância viciosa, como se fosse possível exitir uma filha "homem", mesmo admitindo certas tendências. A frase inicial, após a correção, fica assim:
Minha filha está grávida, mas ela não quer uma menina. Pegadinha 112 O discurso, visto sob esse prisma, chega a ser uma afronta. Prisma é um cristal com duas faces planas inclinadas, que decompõe a luz. A luz, portanto, passa através do prisma ou, também, pelo prisma. Não seria correto dizer que a luz passa sob o prisma. A frase inicial, após a correção, fica assim:
O discurso, visto através deste prisma, chega a ser uma afronta. ou
O discurso, visto por este prisma, chega a ser uma afronta. Pegadinha 113 Residente na rua das goiabeiras. Os nomes de logradouros públicos são grafados com iniciais maiúsculas. Avenida Getúlio Vargas, Bosque das Mansões, Jardim das Acácias etc. A frase inicial, após a correção, fica assim:
Residente na Rua das Goiabeiras. Pegadinha 114 No quintal, havia um pé de laranjeira. A palavra pé possui vários significados em português. Aqui, ela está sendo usada no sentido de exemplar individual de uma planta. Nesse significado, dizer pé de goiabeira, por exemplo, pode-se imaginar a bizarra imagem de uma árvore com dezenas de outras menores dependuradas de seus ramos. Naturalmente, diz-se pé de goiaba. Pé de café em vez de pé de cafeeiro, e por aí se vai. A frase inicial, após a correção, fica assim:
No quintal, havia um pé de laranja. Pegadinha 115 Aquela moça é tal qual suas amigas. O problema, aqui, é de concordância. Tal concorda com o termo antecedente moça.
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Qual deveria concordar com o consequente amigas. Veja os exemplos: Esse menino é tal quais os pais. Aqueles discípulos são tais qual seu mestre. Percebe-se que os garotos são tais quais seus pais. O correto é escrever:
Aquela moça é tal quais suas amigas. Pegadinha 116 Encontrei bastante pessoas na praia. A palavra bastante pode ser adjetivo ou advérbio. Para classificá-la corretamente devese substituí-la por muito ou muita. Se uma destas palavras variar, bastante é adjetivo; se não sofrer variação, é advérbio. Veja os dois blocos de frases abaixo: Se adjetivo, sofre variação: Trouxeram bastantes frutas para o lanche da manhã. (bastantes = muitas) Compareceram bastantes moças na festa. (bastantes = muitas) No inverno passado, colhi bastantes frutos neste pomar. (bastantes = muitos) Na caravana presidencial, viam-se bastantes mordomos. (bastantes = muitos) Nem sei quantos livros há na minha biblioteca, mas sei que li bastantes. (bastantes = muitos) Se advérbio, NÃO sofre variação: Eles estudaram bastante, por isso foram aprovados no concurso. (bastante = muito) As pessoas que dormem cedo e acordam cedo vivem bastante. (bastante = muito) As moças eram bastante bonitas. (bastante = muito) Li bastante em minha vida. (bastante = muito) Nesta página de dicas de português para concursos, escreve-se corretamente:
Encontrei bastantes pessoas na praia. Encontrei muitas pessoas na praia. Pegadinha 117 O réu está em lugar incerto e não sabido. Estamos diante de umas das "pérolas" do judiciário, para nenhum cartorário botar defeito. O réu que está numa situação como a expressa pela frase acima, em destaque, está duas vezes em lugar incerto ou duas vezes em lugar não sabido. Na realidade, isto é, fora da hermenêutica judiciária, uma expressão exclui a outra porque a segunda retifica a primeira. Então, usar-se-á, neste caso, a conjunção ou. Escreve-se corretamente:
O réu está em lugar incerto ou não sabido. Pegadinha 118 Dirija-se ao Departamento Pessoal. Poucas pessoas, no ambiente corporativo, poderão se interessar por uma partícula tão reduzida como a preposição de, uma vez que a moda em gestão empresarial é pensar grande. Pois é, é nisso que dá! Por que não escrevem também Departamento Relações Humanas em vez de Departamento de Relações Humanas, que é o correto; ou, então, Departamento Compras em vez de Departamento de Compras, que é o certo. Escreve-se corretamente:
Dirija-se ao Departamento de Pessoal. Pegadinha 119
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Nós, que trabalhamos com o público, às vezes, engulimos sapos. E nós não engolimos esse erro de português, uma vez que o verbo engolir, no presente do indicativo, assim é conjugado: engulo, engoles, engole, engolimos, engolis, engolem. Escreve-se com correção:
Nós, que trabalhamos com o público, às vezes, engolimos sapos. Pegadinha 120 Dei a ela um ramalhete de flor. O substantivo, precedido de palavra que exprime valor de coletivo, deve estar sempre na forma plural. Exemplos: Caixa de fósforos. Balaio de roupas. Maço de cigarros. Por um punhado de dólares. Par de sapatos. Escreve-se com correção:
Dei a ela um ramalhete de flores. Pegadinha 121 O quarto em que ele dormira, três horas depois, ainda cheirava cachaça. O quarto não cheira nada porque não tem olfato. O verbo cheirar é transitivo indireto e exige a preposição a, no sentido de exalar cheiro. Exemplos: Está cheirando a queimado. A Praia de Imbituba cheirava a maresia, depois da ressaca. Aquelas flores cheiravam a perfumes estranhos. Escreve-se corretamente:
O quarto em que ele dormira, três horas depois, ainda cheirava a cachaça. Pegadinha 122 Ao invés de jantar, saiu para caminhar. Há muita confusão no uso das expressões ao invés de e em vez de. Ao invés de indica situação oposta, diretamente contrária. Em vez de assinala permuta, simples troca, escolha. Exemplos: Ele encontrou a porta entreaberta e, ao invés de fechá-la, decidiu abri-la mais ainda. (abrir é diretamente oposto a fechar) Ao invés de sorrir, ela chorou. (chorar é diretamente oposto a sorrir) Resolvi ir caminhar, em vez de jogar sinuca. (caminhar não é o oposto de jogar sinuca; é apenas uma escolha, entre tantas outras ações) Escreve-se corretamente:
Em vez de jantar, saiu para caminhar. Pegadinha 123 Nomearam Pedro no cargo de supervisor. Eis, aqui, uma nomeação inadequada. Pelo menos, do ponto de vista gramatical. A correta nomeação dá-se com as preposições como, para, por. Exemplos: Resolveu-se nomeá-lo para chefe do setor. Ontem, fui nomeado para investigar o caso.
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Nomearam Cláudia para a chefia do departamento. O presidente nomeou-o por secretário. O ministro nomeou-o como superintendente. Escreve-se com correção:
Nomearam Pedro para o cargo de supervisor. Pegadinha 124 Carlos apaixonou-se por Judite, por isso namora com essa moça. Isso é “coisa” que jamais irá acontecer. Namorar com é namorar em companhia de alguém. Antigamente, nossos avós namoravam com alguém que vigiava o namoro. Hoje, os tempos são outros. Namora-se alguém, a sós, simplesmente. Os namorados não se sentem à vontade quando namoram com qualquer pessoa na sala, no jardim etc. O bom é que estejam sozinhos; pelo menos para os namorados. Escreve-se corretamente:
Carlos apaixonou-se por Judite, por isso namora essa moça. Pegadinha 125 Houveram problemas de difícil solução. O verbo haver, no sentido de “existir”, é impessoal, ou seja, não tem sujeito e deve aparecer sempre na terceira pessoa do singular. Portanto, a forma correta é Houve problemas, sendo problemas o complemento (objeto) do verbo, não seu sujeito. A flexão indevida de haver é muito frequente no Brasil, mas nunca ocorre quando o verbo se encontra no presente, só em outros tempos. Com efeito, ninguém diria “Hão dificuldades”, mas dizem, equivocadamente, “Haviam” ou “Haverão dificuldades”. Atenção: se se tratar de locução verbal, o verbo auxiliar será afetado pela mesma impessoalidade, ou seja, deverá sempre ser flexionado no singular: Deve haver mais candidatos, Poderá haver outras exigências. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Houve problemas de difícil solução. Pegadinha 126 Moro naquele conjunto de casas germinadas. As casas só podem ser "geminadas", pois a palavra é derivada de gêmeos. "Germinadas" nem pensar! Germinar significa brotar, abrolhar, grelar, crescer, difundir-se, gerar, produzir : Os grãos germinaram nos campos. De uma boa palavra germina o bem. A leitura do texto germinou a controvérsia. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Moro naquele conjunto de casas geminadas. Dicas extras Sobre a Vírgula Vírgula pode ser uma pausa... ou não. Não, espere. Não espere. Ela pode sumir com seu dinheiro. 23,4.
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2,34. Pode criar heróis. Isso só, ele resolve. Isso só ele resolve. Ela pode ser a solução. Vamos perder, nada foi resolvido. Vamos perder nada, foi resolvido. A vírgula muda uma opinião. Não queremos saber. Não, queremos saber. A vírgula pode condenar ou salvar. Não tenha clemência! Não, tenha clemência! Uma vírgula muda tudo. Detalhes Adicionais: SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA. * Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER... * Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM...
Sobre as maneiras diferentes de se grafar o porquê: 1) Porquê (junto, com acento): É um substantivo, portanto deverá ser usado, quando surgir, antes dele, uma palavra modificadora – artigo (o, os, um, uns), pronome adjetivo (meu, esse, quanto) ou numeral (um, dois, três, quatro). Como é um substantivo, admite plural: porquês. Exemplos: — Ninguém sabe o porquê de tanto desdém. — Quantos porquês! Pare de fazer-me perguntas.
2) Por quê (separado, com acento): É a junção da preposição por com o substantivo quê, que só é usado em final de frase. Aliás, sempre que a palavra "que" for usada em final de frase, deverá ser acentuada, independentemente do elemento que surja antes. Exemplos: — Você não me telefonou ontem por quê? — Nem eu sei por quê. — Você está rindo de quê? — Você procurou-me para quê? Nota 1: A palavra "que" será acentuada, quando estiver antecedida por uma palavra modificadora, ou quando for uma interjeição que designa espanto. Exemplos: — Ela tem um quê de mistério. — Quê? Ela esteve aqui, e você não me avisou? Nota 2: Quando, anteriormente ao "que", surgir a palavra "o", "a", "os" ou "as", teremos pronome demonstrativo (o, a, os, as), com o mesmo valor de "aquele, aquela, aquilo", e pronome relativo (que). No caso de "a que", também pode ser a preposição "a". Exemplos: — Não entendi o que você falou = Não entendi aquilo que você falou. — Dos concorrentes, o vencedor será o que mais votos obtiver = Dos concorrentes, o vencedor será aquele que mais votos obtiver. — A peça a que assisti é maravilhosa. (Esse "a" é preposição).
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3) Por que (separado, sem acento): a) É a junção da preposição por com o pronome interrogativo que; significa por que motivo, por qual razão. Exemplos: — Por que o professor faltou hoje? = Por qual razão o professor faltou? — Não sei por que o professor faltou hoje = Não sei por qual motivo o professor faltou hoje. b) É a junção da preposição por com o pronome relativo que; pode ser substituído por pelo qual, pelos quais, pela qual, pelas quais ou por qual. Exemplos: —O aperto por que passei foi terrível = O aperto pelo qual passei foi terrível. — A causa por que luto é nobilíssima = A causa pela qual luto é nobilíssima.
4) Porque (junto, sem acento): É uma conjunção, portanto estará ligando duas orações, indicando causa (= já que), explicação (= pois) ou finalidade (= para que). Exemplos: — O espetáculo não ocorreu, porque o cantor estava gripado = O espetáculo não ocorreu já que o cantor estava gripado. — Estudem, porque consigam a aprovação = Estudem para que consigam a aprovação. — Pare de falar, porque está atrapalhando-me = Pare de falar, pois está atrapalhandome.
Usos da palavra “que” Agora veremos todas as possibilidades de ocorrência da palavra “que”. Depois desta dica, não restará dúvida quanto à classificação desse complicado vocábulo que tantas dificuldades traz aos vestibulandos e estudantes em geral. Vamos à teoria. A palavra “que” pode ser o seguinte: Substantivo: Quando o “que” for substantivo, terá o sentido de qualquer coisa ou alguma coisa, será modificado geralmente pelo artigo indefinido um e será sempre acentuado. Ex. Esta menina tem um quê de mistério. = Esta menina tem alguma coisa de mistério. Advérbio: Quando o “que” for advérbio, intensificará adjetivos e advérbios e poderá ser substituído por quão ou muito. Em geral, é usado em frases exclamativas. Ex. Que linda é essa garota! = Quão linda é essa garota! Que doido fui eu não aceitando aquela proposta! = Quão doido fui... Que longe fica sua casa! = Quão longe fica sua casa. Preposição: Quando o “que” funcionar como preposição, equivalerá à preposição de, sendo usado em locuções verbais que têm, como auxiliares, ter ou haver. Ex. Tenho que trazer meus documentos até amanhã. = Tenho de trazer meus documentos até amanhã. Interjeição: Quando o “que” for interjeição, exprimirá emoção, estado de espírito e será sempre exclamativo e acentuado. Poderá ser substituído por outra interjeição. Ex. Quê! Jusperino suicidou-se? = Meu Deus! Jusperino suicidou-se? Quê! Você por aqui também? = Uai! Você por aqui também?
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Partícula Expletiva ou de Realce: Quando o “que” for partícula expletiva, será empregado para realçar ou enfatizar. Sua retirada não alterará o sentido da frase. Poderá também ser usado na locução expletiva é que. Ex. Por pouco que a gente não brigou com ele. = Por pouco a gente não brigou com ele. Nós é que trouxemos o material. = Nós trouxemos o material. Pronome 6.1. Pronome Interrogativo Quando o “que” for pronome interrogativo, substituirá, nas frases interrogativas, o elemento sobre o qual se desejar resposta. Ex. Que você disse? = Você disse algo. Gostaria de saber que homem me procurou. = O homem procurou alguém. * Nota: É inadequado o uso da palavra "o", antes do pronome interrogativo que, ou seja, a língua culta não admite perguntas como “O que você disse?”, apesar de ser expressão corrente em nosso país. 6.2. Pronome Indefinido Quando o “que” for pronome indefinido, aparecerá antes de substantivos em frases geralmente exclamativas e poderá ser substituído por quanto, quanta, quantos e quantas. Ex. Que sujeira havia naquele quarto. = Quanta sujeira havia naquele quarto. Que miséria há no Brasil! = Quanta miséria há no Brasil! 6.3. Pronome Adjetivo Quando o “que” for pronome adjetivo, aparecerá antes de substantivo, apenas modificando-o. Não o confunda com o pronome indefinido. Ex. Que mulher linda aquela! (Perceba que não há a possibilidade de substituí-lo por quanto, quanta, quantos ou quantas; ele apenas modifica o substantivo, a fim de tornar a frase exclamativa. Por isso mesmo, é também denominado de pronome exclamativo.) 6.4. Pronome Relativo Quando o “que” for pronome relativo, aparecerá após o substantivo substituído por ele e poderá ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais. Ex. Achei muito bela a garota que você me apresentou. = Achei muito bela a garota a qual você me apresentou. Conjunção 7.1. Conjunção Coordenativa 7.1.1. Conjunção Coordenativa Aditiva Quando o “que” for conjunção coordenativa aditiva, iniciará oração coordenada sindética aditiva, aparecerá sempre entre duas formas verbais iguais e terá valor bastante próximo da conjunção e. Ex. Falava que falava, mas não convencia ninguém. Bebia que bebia, ignorando o risco que corria. 7.1.2. Conjunção Coordenativa Explicativa Quando o “que” for conjunção coordenativa explicativa, iniciará oração coordenada sindética explicativa e poderá ser substituída por pois ou porque, que também são conjunções coordenativas explicativas.
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Ex. Venha até aqui, que preciso falar-lhe. = Venha até aqui, pois preciso falar-lhe. 7.1.3. Conjunção Coordenativa Adversativa Quando o “que” for conjunção coordenativa adversativa, iniciará oração coordenada sindética adversativa, indicará oposição, ressalva e apresentará valor equivalente a mas. Ex. Outra pessoa, que não eu, deveria cumprir essa tarefa. = Outra pessoa, mas não eu... 7.2. Conjunção Subordinativa 7.2.1. Conjunção Subordinativa Integrante. Quanto o “que” for conjunção subordinativa integrante, iniciará oração que exerce função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto não iniciado por pronome relativo. A oração iniciada pela conjunção integrante será chamada de oração subordinada substantiva. Ex. Acho que você está equivocado. (A oração “que você está equivocado” funciona como objeto direto do verbo achar, denominada oração subordinada substantiva objetiva direta) Ela só pensa em uma coisa: que seu filho seja aprovado. (A oração “que seu filho seja aprovado” funciona como aposto, denominada oração subordinada substantiva apositiva) 7.2.2. Conjunção Subordinativa Consecutiva Quando o “que” for conjunção subordinativa consecutiva, iniciará oração subordinada adverbial consecutiva e aparecerá, em geral, nas expressões tão... que, tanto... que, tamanho... que e tal... que. Ex. Ele gritou tanto que ficou rouco. = A consequência de ele ter gritado muito foi ter ficado rouco. 7.2.3. Conjunção subordinativa Comparativa Quando o “que” for conjunção subordinativa comparativa, iniciará oração subordinada adverbial comparativa e aparecerá nas expressões mais... que, menos... que. Ex. Ele é mais inteligente que o irmão. Este E-Book é uma cortesia da www.softwareebookecia.com Esperamos que você tenha gostado deste material.
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