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INSTITUTO BRASILEIRO DE GESTÃO DE NEGÓCIOS FACULDADE IBGEN DIRETORIA DE GRADUAÇÃO
CADERNO DE REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann
Organizadoras:
Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann Profa. Me. Márcia Rodrigues Gonçalves
APRESENTAÇÃO
O Caderno de Redação e Expressão Oral do IBGEN é o resultado da pesquisa e do trabalho em parceria das professoras de Língua Portuguesa do IBGEN – Instituto Brasileiro de Gestão de Negócios. Este Caderno reúne alguns dos textos e das atividades que serão desenvolvidos em sala de aula, por isso é importante que você o traga consigo durante as aulas de Redação e Expressão Oral. Bom trabalho. As organizadoras.
SUMÁRIO A FALA ........................................................................................................................ 4 Exercícios de Apoio ..................................................................................................... 5 EXERCÍCIO DE DICÇÃO ............................................................................................ 6 EXERCÍCIO EM (SS) .................................................................................................. 7 EXERCÍCIO DE RITMO .............................................................................................. 8 EXERCÍCIO COM DITONGOS, TRITONGOS E HIATOS ...................... ......... .......................... .................. ..... 10 TÉCNICAS DE LEITURA ORAL ............................................................................... 11 EXERCÍCIO DE INTERPRETAÇÃO ......................................................................... 12 Texto: Escrever bem ................................................................................................. 13 PONTUAÇÃO NÃO É IMPORTANTE? ......................... ............. ......................... ......................... ......................... ................... ...... 14 PONTUAÇÃO: PRINCÍPIOS BÁSICOS SOBRE O USO DA VÍRGULA ................... ..... .............. 15 AVISO ....................................................................................................................... 17 Texto: Os meninos da capa preta ............................................................................. 18 VERBOS GENÉRICOS ............................................................................................. 19 TREINO DE RACIOCÍNIO LÓGICO-CAUSAL .......................................................... 21 Modificando o texto: resumo, resenha e paráfrase ............................... .................. .......................... .................... ....... 22 PARÁFRASE ............................................................................................................. 26 Texto: Quem não lê não escreve .............................................................................. 27 Atividade de Língua Portuguesa ............................................................................... 28 Não compliquem o nosso idioma .............................................................................. 30 ATA ........................................................................................................................... 32 COESÃO E COERÊNCIA – NÓS LINGÜÍSTICOS ................................................... 33 OS NÍVEIS DE LEITURA DO TEXTO ........................ ............ ......................... .......................... .......................... ..................... ........ 35 30 Dicas para escrever bem...................................................................................... bem ...................................................................................... 37 O classificado através da história ........................ ............ ......................... ......................... ......................... ......................... ................ .... 38 EXERCÍCIOS DE REESCRITA ......................... ............. ......................... ......................... ......................... .......................... .................. ..... 39 LINGUAGEM DISSERTATIVA – Características básicas ........................... .............. .......................... ............... 40 ............. ......................... ......................... ......................... ......................... ............... 42 AMPLIAÇÃO DE VOCABULÁRIO.......................... ARGUMENTAÇÃO .................................................................................................... 43 O peso do preconceito .............................................................................................. 44 Liberdade. Um raro prazer ........................................................................................ 46 ATIVIDADES PARA ARGUMENTAÇÃO........................ ........... ......................... ......................... .......................... .................. ..... 48 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 52
REDAÇÃO E EXPRESSÃO EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann A FALA FA LA
Luis Fernando Verissimo
O homem de Neandertal tinha uma caixa craniana maior do que a nossa e, presumivelmente, um cérebro mais desenvolvido. Mas não tinha uma linguagem. Usava instrumentos de pedra, dominava o fogo, enterrava os seus mortos e vivia em comunidades como as nossas, talvez um pouco menos selvagens. Mas só se comunicava com os outros com grunhidos e tapas no ouvido. Pela aparência, estava mais bem preparado para dominar o planeta do que nós. Além do crânio, tinha ombros maiores, mais músculos e ossos mais fortes. Mas não falava, embora tivesse todo o equipamento necessário. Hoje se especula que era o cérebro que atrapalhava. A gestação na mulher de Neandertal durava mais tempo, o que significava que o cérebro já nascia pronto, e, em vez de ter a infância prolongada e protegida que literalmente faz a nossa cabeça, o guri de Neandertal recebia seu tacape na saída do útero e já ia caçar. Sabe-se que o embrião humano reproduz, no ventre, toda a evolução da espécie e tem um momento na gestação em que nosso cérebro fica tão completo quanto o do feto de Neandertal. Mas aí começa um processo de depuração, de eliminação de células e modificação de circuitos, que continua no período pós-natal, e é esta adaptação que nos permite falar. Ou seja, a linguagem é o produto de uma carência programada do cérebro, o poder da fala é uma compensação pelos neurônios perdidos. O homem de Neandertal era evoluído demais, tinha o cérebro tão acabado que não precisava da linguagem, mas sem a linguagem foi um fracasso social. Não durou nem oitenta mil anos, e com aqueles ombros. Aceitando-se a tese evolucionista, nós descendemos dos débeis mentais de Neandertal, dos que nasceram com o cérebro incompleto, dos fraquinhos que ficaram em casa aprendendo besteira. Foi a linguagem que permitiu o modelo seguinte dos préhomens se organizar, conceitualizar e transmitir informações e mentir. Isto é, civilizar-se. Ou então – se você prefere a tese de que a Natureza sabe o que quer, e o próprio Darwin estava sendo usado como despiste quando propôs que tudo era por acaso – o objetivo da evolução era dar uma voz ao mundo. Dar um nome às coisas e uma retórica aos elementos, que antes da linguagem rugiam de frustração com a incapacidade da fala. Tudo na Natureza – os vulcões, os vendavais, os terremotos e as bestas – seria uma dificuldade de expressão. Tentando e errando (o homem de Neandertal, alguns deputados de Roraima), tudo o que a Natureza quer é que falem por ela, que sejam os poetas que ela, por mais que se esforce, não consegue ser. No fim é que será a Palavra. Nem que a palavra seja “Fim”. VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias da vida pública. Porto Alegre: L&PM, 1995.
REDAÇÃO E EXPRESSÃO EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann Exercícios Exercícios de Ap oio
Inspirar e ler sem parar 1
A gata branca capenga que gostava de pegar camundongos na copa da casa de campo do Conde Guatinguetacal corre atrás da bola que rebola e bate no peito do papagaio que grita e depois no bico do galo pedrês que bebe água no balde da bica do quintal e também no pato pintado que dá bicadas na pata do pacato boi preto e branco que estava no gramado.
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João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos Tereza foi para o convento Raimundo morreu de desastre Maria ficou para tia Joaquim suicidou-se e Lili casou-se com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história. (Quadrilha, Carlos Drummond de Andrade)
VIEIRA, Lila. Curso de expressão vocal. Porto Alegre: Teatro Escola de Porto Alegre, 2005. Apostila.
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann
EXERCÍCIO DE DICÇÃO
Loureiro era goleiro do Cruzeiro e frangueiro costumeiro. O mandingueiro macumbeiro rezava cobreiro. O leiteiro era barateiro, mas o padeiro era caloteiro. Pinheiro contava dinheiro com açougueiro mexeriqueiro. O cozinheiro disse ao escudeiro que o costureiro era alcoviteiro. O beijoqueiro esqueceu o chaveiro com o bicheiro. Monteiro era bombeiro, borracheiro e cachaceiro. O carneiro saiu no aguaceiro e caiu no atoleiro perto do despenhadeiro. O joalheiro mineiro ganhou um faqueiro do amigo engenheiro. O marinheiro tomou lombrigueiro e ligeiro correu para o banheiro.
VIEIRA, Lila. Curso de expressão vocal. Porto Alegre: Teatro Escola de Porto Alegre, 2005. Apostila.
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EXERCÍCIO EM (SS)
Altíssimo e audacíssimo generalíssimo Rebeldíssimo, ferocíssimo, crudelíssimo Muitíssimo amicíssimo do juveníssimo Rapacíssimo baixíssimo gaguíssimo. Cortesíssimo cristianíssimo sagacíssimo Pertinacíssimo sapientíssimo singularíssimo Utilíssimo ao nobríssimo e soberbíssimo Procacíssimo vadiíssimo pugnacíssimo. Felicíssimo afabilíssimo beneficentíssimo Benevolentíssimo habilíssimo capacíssimo Loquacíssimo prodigalíssimo nobilíssimo Notabilíssimo sensibilíssimo saníssimo Simplicíssimo tenacíssimo terribilíssimo Soberbíssimo vivacíssimo voracíssimo Sozicíssimo salacíssimo seríssimo Singularíssimo propriíssimo rusticíssimo Aeríssimo agilíssimo agradabilíssimo Agudíssimo amarguíssimo antiqüíssimo Asperíssimo atrocíssimo alegríssimo Apressadíssimo afoitíssimo aflitíssimo Boníssimo brevíssimo comuníssimo Credibilíssimo descortesíssimo diviníssimo Dulcíssimo docílimo eficacíssimo Exemplaríssimo facilíssimo falacíssimo Indelebilíssimo fidelíssimo fraquíssimo Frigidíssimo grandessíssimo humildíssimo Imensíssimo incredibilíssimo infinitíssimo Inimicíssimo irregularíssimo magnificentíssimo
VIEIRA, Lila. Curso de expressão vocal. Porto Alegre: Teatro Escola de Porto Alegre, 2005. Apostila.
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EXERCÍCIO DE RITMO
CRAVO CAVO CAVO CRAVO CLAVE CAVE CAVE CLAVE CLAVE CAVO CRAVO CAVE CAVE CRAVO CLAVE CAVO PORTA POTRA POTRA PORTA PARTO PRATO PRATO PARTO PARTO PORTA POTRA PRATRO PARTO PRATO PORTA POTRA PROLE PÓLEN PÓLEN PROLE PLOTA PORTA PORTA PLOTA PROLE PLOTA PLOTA PROLE PROLE PÓLEN PLOTA PORTA PLEBE POVO POVO PLEBE PROVA PARA PARA PROVA PROVA PLEBE PARA POVO POVO PROVA PARA PLEBE GROTA GRETA GRETA GROTA FRESCA FRIA FRIA FRESCA GROTA FRESCA GRETA FRIA FRIA GROTA FRESCA GRETA BRUNA BANDA BANDA BRUNA SACO SACRO SACRO SACO BANDA SACRO SACO BRUNA BRUNA SACO SACRO BANDA CROSTA CASCA CASCA CROSTA COBRE CLORO CLORO COBRE CROSTA CLORO CASCA COBRE CLORO COBRE CASCA CLARA LIVRO LITRO LAVRO LAVO LAVO LITRO LAVRO LIVRO LITRO LAVRO LAVO LIVRO LAVRO LAVO LIVRO LITRO MAGA MAGRA MAGRA MAGA MARTE MATRE MATRE MARTE MAGRA MATRE MARTE MAGA MATRE MAGA MARTE MAGRA 8
MESCLA MECHA MECHA MESCLA MECHA MESCLA MESCLA MECHA MESCLA MECHA FLECHA FRESTA FRESTA MESCLA FLECHA MESCLA CRAQUE DRIBLA DRIBLA CRAQUE COBRA BRILHA CRAQUE DRIBLA BRILHA DRIBLA CRAQUE COBRA DRIBLA COBRA BRILHA CRAQUE BRUXA BLUSA BRUSCA BLOCO BLUSA BRUXA BLOCO BRUSCA BRUSCA BLOCO BRUXA BLUSA BLOCO BRUXA BLUSA BRUXA GLOMO GROSA GOMO GROTA GOMO GROTA GLOMO GOMO GROTA GLOMO GOMO GROSA GROSA GOMO GLOMO GROTA
VIEIRA, Lila. Curso de expressão vocal. Porto Alegre: Teatro Escola de Porto Alegre, 2005. Apostila.
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EXERCÍCIO COM DITONGOS, TRITONGOS E HIATOS
/ AI / - A gaita do pai de Adelaide está embaixo da caixa. / ÃI / - A faina de debulhar paina dá cãibras. / EU / - O apedeuta plebeu leu com fleuma no Ateneu. / ÉU / - Leléu fez um escarcéu por causa do chapéu do réu. / IU / - Titio viu quem caiu, riu e fugiu. / OI / - O doido afoito comeu de noite dezoito biscoitos. / OU / - O roubo do tesouro numa trouxa de couro. / UI / - Fui colher flores ruivas e azuis nos pauis. / ÃE / - Os cães da mãe dos capitães levam-lhe pães. / ÃO / - O cristão leva no gibão lição e pão. / ÕE / - Põe os botões nos cordões sobre os corações. / UI / - As fuinhas são ruins e causam muito prejuízo. / EM / - Ninguém vem a Belém sem vintém / UA / - Quatro guardas esquálidos aguardavam a esquadra. / UO / - O quorum pagará uma quota quotidiana. / UO / - O contínuo do Frutuoso é impetuoso. / UA / - Enquanto os guanacás guampeiam os guanas comem guandos. / ÜE / - O delinqüente agüentará dois qüinqüênios seqüentes. / ÜE / - O seqüestro de uma seqüela de rastaqüeras. / IA / - O pária não vê as glórias da pátria. VIEIRA, Lila. Curso de expressão vocal. Porto Alegre: Teatro Escola de Porto Alegre, 2005. Apostila.
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TÉCNICAS DE LEITURA ORAL
FRASES PARA INTERPRETAÇÃO O que era aquilo, meu Deus? Quero ver! Deixa de ser chato! Ah, é assim? Não interessa! Vem cá! Ah, bom! Eu me saí bem, não? Ei! Que negócio é esse? Puxa, que transformação! Está quase perfeito... Você é tão inteligente! A senhora me dá licença? Então, aceita? É mesmo? Mas isto é maravilhoso! Ele fala francês? Não vejo necessidade... Que é que você acha? Não importa que lhe faça algumas perguntas? Não pode ser outra coisa! Fica bem assim? Se eu tivesse o dinheiro... Como agir, então? Pra criar problemas? Isso ele disse... E a verdade? Mas por que iria ele fazer tal coisa? Meu amigo, do que se trata? Fez boa viagem? Jóias? Para que eu quero jóias? Segui-los para onde? Isso é pura idiotice! O que você faria em meu lugar? Saia, já disse! Tem alguém em casa? Então!... Você nunca se importou comigo! Espere...quem é você? Que lugar tenebroso! Você está bem mesmo? Outra vez? Oh, meu Deus! O quê? Puxa, desculpe! Afinal, que espécie de pai é o senhor? Entre! Você está bêbado? Minha nossa! Oh, não! Que é que ele tem? Coitadinho....Isso não se faz! Que boas notícias! Vamos almoçar? Sabe o que eu disse? Há quanto tempo! Que foi? Acordei você? Não seja infantil! E então? Você vai aceitar? Acho bom! Bobagem! Você?? Como? É um louco! E se eu não conseguir? É a vida! Qual é? Estás a fim de quê? Você não pode falar assim! Quem vem para jantar? Não admito ofensas! Você vai demorar muito? Incrível...! Como dorme... Parece uma eternidade! É grave? Nunca pensei que ele fosse tão grosseiro! Posso dizer uma coisa? Eu te amo...Logo depois...Eles quem? Qual é a idéia? Já escreveu alguma coisa inteligível? Pronto! Vai começar tudo de novo... Será que ela não se cansa de ficar nessa apatia? Quero ver isso! Sim, senhor!.... Estou com uma fome!... Posso espiar? Acho que já sei do que se trata! Eu não lhe disse? O que foi que ele disse? Eu não ouvi. Não vou ouvir mais nada, vou é sair! Você vai me ouvir até o fim... Volte já aqui! Vou para fora, fora, fora! Pare com esses gritos! Será que você ficou louco de repente? Fiquei sim. O que é que você tem, seu... idiota? Eu não tenho nada, está ouvindo? Fale mais baixo! Meu Deus, que frio medonho...! Então? Fale de uma vez! Isto por acaso lhe pertence? Sim, é meu. Não diga! Que novidade é essa? É seu por quê? Como “por quê”? Acho que você não compreendeu bem... Desde quando isso lhe pertence? Como “desde quando”? Desde sempre! Ah! Isso é que não... Pare com isso! E não grite! O que foi que houve? Por que estão gritando? Você é um intrigante! O quê? Eu, um intrigante?? Cale-se! In-tri-gan-te! Puxa, que alívio... Quem lhe botou esta idéia na cabeça? Você conhece aquela rua? Heim?... O quê? ... Desculpe, estava falando comigo? Bem... eu... acho que sim... Deixa eu ver... Ah, conheço sim! Que coisa! Que coisa...O que? É revoltante! É... horrível! O que é que você acha? Eu... não sei... não sei mesmo! Por que você não me contou tudo isso? Eu não entendi nada. Mentira!! Não, não é mentira! Não quero ouvir mais nada, pronto! VIEIRA, Lila. Curso de expressão vocal. Porto Alegre: Teatro Escola de Porto Alegre, 2005. Apostila.
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EXERCÍCIO DE INTERPRETAÇÃO
Variar as inflexões das frases seguintes, de acordo com o sentimento sugerido: Orgulho Humildade Revolta Cólera Reflexão Excitação Calma Aversão Castigo Perdão Alvoroço Tranqüilidade Desejo Renúncia Angústia Alívio Respeito Desprezo Amor Ódio Alegria Tristeza Comando Pedido Admiração Horror Remorso Inconsciência Espanto Indiferença Promessa Ameaça Triunfo Derrota Altruísmo Egoísmo Impolidez Polidez
Quem manda aqui sou eu! Quem sou eu ao seu lado... Isto não fica assim! Sai da minha frente! Vamos ponderar... Vamos, depressa! Tem tempo, já vou... Não suporto esse cheiro. O senhor está preso! Por essa vez, vai em paz. Incêndio! Fujam rápido! É boato... Quero morrer na minha terra... Partirei em paz. O médico não chega... Graças a Deus... Receba as minhas homenagens. Você não sabe o que diz... Como te quero, amor! Maldito sejas pelo ideal perdido. Como estou contente! Que coração magoado... Silêncio! Por favor, silêncio. Que maravilha! Que cena deprimente. Como lastimo o mal que fiz... O que está feito, está feito. Onde é que você andou? Já esperava por você... Terás um bom prêmio. Se não estudar, será reprovado! Meu time venceu! Perdemos... Tudo o que é meu, é seu. Ganhei com o meu suor. Espere lá fora! Faça o favor de entrar, seja bem-vindo.
VIEIRA, Lila. Curso de expressão vocal. Porto Alegre: Teatro Escola de Porto Alegre, 2005. Apostila.
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Texto: Escrever bem
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PONTUAÇÃO NÃO É IMPORTANTE? Observe o poema que fala de três atraentes irmãs. Dependendo da pontuação empregada, o poeta declara seu amor por Soledade, por Lia ou por Íria ou, ainda, confessa estar indeciso.
Três belas que belas são Querem que por minha fé Eu diga qual delas é Que adora o meu coração Se consultar a razão Digo que amo Soledade Não Lia cuja bondade Ser humano não teria Não aspiro à mão de Íria Que não tem pouca beldade.
A escolhida é Soledade Três belas que belas são ! Querem que por minha fé Eu diga qual delas é Que adora o meu coração . Se consultar a razão , Digo que amo Soledade. Não Lia, cuja bondade Ser humano não teria . Não aspiro à mão de Íria , Que não tem pouca beldade .
A escolhida é Lia
Três belas que belas são ! Querem que por minha fé Eu diga qual delas é Que adora o meu coração . Se consultar a razão , Digo que amo Soledade ? Não. Lia, cuja bondade Ser humano não teria . Não aspiro à mão de Íria , Que não tem pouca beldade .
A escolhida é Íria Três belas que belas são ! Querem que por minha fé Eu diga qual delas é Que adora o meu coração . Se consultar a razão , Digo que amo Soledade ? Não. Lia cuja bondade Ser humano não teria ? Não. Aspiro à mão de Íria Que não tem pouca beldade .
Nenhuma delas é escolhida
Três belas que belas são ! Querem que por minha fé Eu diga qual delas é Que adora o meu coração . Se consultar a razão , Digo que amo Soledade ? Não. Lia cuja bondade Ser humano não teria ? Não aspiro à mão de Íria , Que não tem pouca beldade .
____________________ PARA QUEM FICARÁ A HERANÇA? Um homem rico, sentindo-se morrer, pediu um papel e pena e escreveu assim: Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.
Não teve tempo de pontuar e morreu. A quem deixava ele a sua riqueza?
Eram quatro concorrentes:
os
a
Chegou o sobrinho e fez a seguinte pontuação em uma cópia do bilhete: Deixo meus bens à minha irmã ? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres. A irmã do morto chegou e, em seguida, outra cópia do escrito e pontuou deste modo: Deixo os meus bens à minha irmã, não ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta do alfaiate . Nada aos pobres . Surgiu o alfaiate que, pedindo a cópia do original, fez estas pontuações: Deixo os meus bens à minha irmã ? Não! A meu sobrinho ? Jamais ! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres. O juiz estudava o caso quando chegaram os pobres da cidade e, um deles, o mais sabido, tomando outra cópia, pontuou-a assim: Deixo meus bens à minha irmã ? Não! A meu sobrinho ? Jamais ! Será paga a conta do alfaiate ? Nada! Aos pobres!
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann
PONTUAÇÃO: PRINCÍPIOS BÁSICOS SOBRE O USO DA VÍRGULA 1- ENUMERAÇÃO: usa-se vírgula para separar os elementos que desempenham a mesma função sint ática. Exemplo: Os réus, os advogados, os repórteres e os funcionários da comarca ficaram perplexos com as manifestações populares. Apresente exemplo semelhante: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ A defesa argumentou, esclareceu dúvidas, interpelou a acusação, analisou criteriosamente os fatos. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ O réu confessou o crime, as atrocidades cometidas e os atos terroristas. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 2 - INTERCALAÇÃO: usa-se vírgula para separar elementos, palavras ou expressões intercaladas na frase. Exemplo: Todos os presentes, exceto os repórteres, vestiam trajes escuros. Apresente exemplo semelhante: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Pronunciou, durante todo o julgamento, palavras desabonatórias em relação ao réu. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ Explicitou, digo, argumentou em favor do réu. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ O advogado de defesa, que sempre esperava a vez de falar, não apresentou argumentos claros. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ A esposa de um dos acusados tentou, embora sem êxito, agredir um dos jurados. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ O julgamento, de repente, virou piada. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ O juiz, aquele homem respeitável e admirado por todos, ficou estarrecido com os depoimentos prestados pelas testemunhas. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ A esposa do réu, desesperada, correu em socorro do marido. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 15
Observe, por exemplo, como as manifestações da platéia têm sido fortes. ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 3 - ANTECIPAÇÃO: usa-se vírgula para separar os elementos antecipados na oração. Exemplos: Durante todo o julgamento, os réus beberam água. Obs.: A ordem natural dos elementos da oração é: Os réus beberam água durante todo o julgamento. Apresente exemplo semelhante: ____________________________________________________________________________ Quando todos os presentes levantaram, o juiz saiu do recinto. ____________________________________________________________________________ 4 - OMISSÃO: usa-se vírgula para marcar a omissão de um elemento na frase (geralmente um verbo). Exemplos: O advogado de defesa foi de ônibus ao tribunal e o juiz, de carro oficial. Apresente exemplo semelhante: ____________________________________________________________________________ O promotor só resolve questões simples; o juiz, complexas. ____________________________________________________________________________ USE A VÍRGULA ONDE FOR NECESSÁRIO E COLOQUE NOS PARÊNTESES O NÚMERO DO ITEM QUE A JUSTIFICA. 1 Uma duas três quatro havia muitas estrelas havia mais de cinco estrelas no céu. (Graciliano Ramos). ( )
2 Se dois vizinhos brigavam por terra Seu Ribeiro chamava-os estudava o caso traçava fronteira e impedia que os contendores se grudassem. (Graciliano Ramos). ( ) ( ) 3 Os tamanduás apesar de inofensivos sabem se defender (F. de S.P.) ( ) 4 Com muita paciência ele conversou com o velho ouviu-lhe as queixas e de acordo com as possibilidades atendeu-o em alguma coisa. ( ) ( ) ( ) 5 Observe além disso a paisagem a salubridade do clima a alegria do povo. ( ) ( ) 6 José Bonifácio o Patriarca da Independência orientou a educação do jovem príncipe herdeiro.( ) 7 Aquela criança se lhe permitíssemos fazer tudo o que quisesse nos deixaria loucos. ( ) 8 Devido à sua profissão viajou muito e com o passar do tempo foi-se habituando a conhecer os povos e a discernir seus costumes mas nunca esqueceu suas origens. ( ) ( ) 9 Primeiro quando menina esperou o pai; depois o marido. (E.V.) ( ) ( ) 10 A menina correu chorosa em direção ao pai. ( )
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann AVISO De: Diretor Presidente Para: Gerente Na próxima terça-feira, aproximadamente às 17 horas, o Cometa Halley estará nesta área. Trata-se de um evento que ocorre a cada 78 anos. Assim, por favor, reúnam os funcionários no pátio da fábrica, todos usando capacete de segurança, quando explicarei o fenômeno a eles. Se estiver chovendo, não poderemos ver o espetáculo a olho nu, sendo assim, todos deverão se dirigir ao refeitório, onde será exibido um filme documentário sobre o Cometa Halley. De: Gerente Para: Supervisor Por ordem do Diretor Presidente, na sexta-feira, às 17 horas, o Cometa Halley vai aparecer sobre a fábrica. Se chover, não haverá filme. Por favor, reúnam os funcionários, todos de capacete de segurança, e os encaminhem ao refeitório, onde o raro fenômeno terá o lugar, o que acontece a cada 78 anos a olho nu. De: Supervisor Para: Chefe de Produ ção A convite do nosso querido Diretor, o cientista Halley, 78 anos, vai aparecer às 17 horas, nu, no refeitório da fábrica, usando capacete, pois vai ser apresentado um filme sobre o problema da chuva na segurança. O Diretor levará a demonstração até o pátio da fábrica. De: Chefe de Prod ução Para: Mestre Na sexta-feira, às 17 horas, o Diretor, pela primeira vez em 78 anos, vai aparecer no refeitório da fábrica para filmar o Halley nu, o cientista famoso e sua equipe. Todo mundo deve estar lá de capacete, pois vai ser apresentado um filme sobre segurança na chuva. O diretor levará a banda para o pátio da fábrica. De: Mestre Para: Funcionários Todo mundo nu, sem exceção, deve estar com os seguranças no pátio da fábrica na próxima sexta-feira, às 17 horas, pois o manda-chuva (o diretor) e o Sr. Halley, guitarrista famoso, estarão lá para mostrar o raro filme Dançando na chuva . Caso comece a chover mesmo, é para ir para o refeitório de capacete na mesma hora. O show será lá, o que ocorre a cada 78 anos. AVISO DO LÍDER PARA TODOS Na sexta-feira, o chefe da diretoria vai fazer 78 anos e liberou geral para a festa, às 17 horas no refeitório. Vai estar lá, pago pelo manda-chuva, Bill Halley e seus Cometas. Todo mundo deve estar nu e de capacete, porque a banda é muito louca e o rock vai rolar solto no pátio, mesmo com chuva.
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Texto: Os meninos da capa preta
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann
VERBOS GENÉRICOS1 DAR # O turismo naquela cidade deu bons frutos. (produziu) # Era necessário dar uma solução. (apresentar) # Eles deram atenção ao menor abandonado. (dedicaram) # Os jornais deram a notícia. (publicaram) # Os investimentos em educação nunca deram bons resultados. (produziram, causaram) # O inquérito policial deu quase 500 páginas. (chegou a, rendeu, perfez) # Governo deu uma nova visão à economia. (criou, estabeleceu, imprimiu) # A imprensa deu a culpa do incidente aos sem-terra. (atribuiu, imputou) # A mulher, hoje em dia, dá razões à sociedade das qualidades intrínsecas desse trabalho. (expõe, mostra) FAZER # O sistema capitalista faz suas vítimas. (produz, cria) # Um sistema educacional forte faz uma nação. (constrói, forma) # A pobreza faz o desemprego. (ocasiona, produz, origina) # Enquanto não fizermos a nossa parte, a violência continuará a existir. (realizarmos) SER # Tirar o menor da rua é imprescindível. (torna-se) # O governo é incompetente. (resume-se em) # O problema fundiário é a distribuição das propriedades. (consiste na) # A reforma agrária não é apenas um problema do governo. (pertence) TER # O governo não tem alternativas. (possui) # Todo cidadão tem direito a ter suas horas de lazer. (possui, merece); (obter, gozar). # Qualquer cidade tem seus ídolos. (consagra, tributa) # Tinha de encontrar uma solução. (deveria, necessitaria, precisaria) # A violência tem estreita relação com o desemprego. (mostra, traz) # Tinha dito que a natalidade deveria baixar. (disse, afirmou) # Apesar disso, tinha um problema. (existia, havia)
SUBSTITUA AS PALAVRAS SUBLINHADAS 1. O lado privilegiado tem uma situação econômica em que as pessoas têm muito conhecimento. _____________________________________________________________________ 1
RUSSO, Ricardo. Segredos da redação no vestibular . Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1977.
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2. Contudo, tem uma grande parcela da população que não tem contato com a riqueza. _____________________________________________________________________ 3. A sociedade da parte desenvolvida do Brasil detém a tecnologia e tem grande poder aquisitivo. Porém, a parte pobre e arcaica do Brasil tem vida primitiva, não tendo nenhum grau de instrução. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 4. Sabe-se que o lazer é necessário, assim como o trabalho é uma necessidade. É nos momentos de descontração que se pode conviver com as pessoas das quais se gosta.
_____________________________________________________________________ 5. O problema dos sem-terra tem-se agravado. _____________________________________________________________________ 6. As pessoas têm preconceito. _____________________________________________________________________ 7. É necessário frisar que todos têm perdas. Enquanto a sociedade se fragiliza ao ter de conviver com profissionais irritadiços e menos produtivos, encontramos profissionais que não têm um ritmo de vida equilibrado capaz de dar-lhes uma vida saudável. A incansável busca de sucesso faz do homem sua própria vida. _____________________________________________________________________ A DOENÇA DO QUEÍSMO Uma das pragas do texto é a repetição do quê. A substituição pelo qual nem sempre funciona bem, logo precisamos encontrar recursos mais simples.
SUBSTITUA OS QUÊS ABAIXO 1. Logo que terminou a reunião, os assessores retiraram-se. ___________________________________________________________________ 2. Assim que fizeram as contas, constatou-se que havia um pequeno saldo. ___________________________________________________________________ 3. Eles pensavam que estavam preparados para o vestibular. ___________________________________________________________________ 4. A imprensa esperou que o ministro voltasse. ___________________________________________________________________ 5. Bastaria que se anunciasse mais um recurso. ___________________________________________________________________ 6. É absolutamente necessário que se implante mais um plano. ___________________________________________________________________ 7. Sustentou que João ajudaria. ___________________________________________________________________ 8. “Ainda que lhe façam tantas promessas, a menor não estranha que continue em perigo. Ela, que se acostumou às mentiras da sociedade, continua sendo mais uma menor que foi abandonada.” (O Estado de São Paulo ) _____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann
TREINO DE RACIOCÍNIO LÓGICO-CAUSAL2 Um exercício interessante para desenvolver sua capacidade de argumentação é o de estabelecer não só causas e conseqüências daquilo que se afirma, mas também causas das causas e conseqüências das conseqüências, criando, assim, um contexto mais amplo e mais complexo de raciocínio. Esse processo pode servir como técnica de rascunho, de levantamento de idéias possíveis para a arquitetura de sua argumentação. Depois de estabelecidas várias causas e conseqüências, escolhem-se as mais pertinentes, as mais adequadas ao texto a ser desenvolvido. Em se tratando de redações curtas, entre 25 e 30 linhas, lembre-se de que é melhor apresentar um número menor de idéias e de argumentos – adequados, coerentes, inter-relacionados – do que muitos elementos mal desenvolvidos e mal relacionados. Eis um exemplo do exercício de causas das causas e conseqüências das conseqüências: A falta de leitura entre os jovens Causas possíveis: Causas das causas: (a) a forma de a escola propor sua leitura: o caráter não obrigatório; (b) falta de incentivo dos pais; (c) banalização da cultura pela mídia de massa; (d) o caráter predominantemente visual da cultura de massa (substituição da palavra pela imagem).
(a) o método de ensino da instituição escolar; (b) a ausência dos pais e a pouca educação; (c) o consumismo da indústria cultural; (d) a “coisificação” de tudo - tudo é visto como mercadoria a ser consumida.
Conseqüências possíveis:
Conseqüências das conseqüências:
(a) a dificuldade de exercer a capacidade da imaginação; (b) limitação do raciocínio abstrato; (c) o desinteresse por coisas que não sejam imediatistas, utilitárias.
(a) o empobrecimento espiritual; (b) o empobrecimento intelectual; (c) o empobrecimento do humano em sentido profundo.
Dados os temas abaixo, siga o mesmo modelo de raciocínio (no mínimo três para cada item): 1. Violência no Brasil. 2. Aquecimento global. 3. A corrupção dos políticos.
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AMARAL, Emília et al. Novas palavras: literatura, gramática, redação e leitura. São Paulo: FTD, 1997. (Coleção Novas Palavras).
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann
Modifi cando o texto: resumo, resenha e paráfrase Podemos considerar que, a partir do Ensino Médio, a leitura é um dos meios mais importantes na escola para a consecução de novas aprendizagens, afirma Isabel Solé3. A leitura, entretanto, não se resume apenas em decifrar o código escrito do idioma. Unir sílabas, palavras e frases não é garantia para que a mensagem seja entendida e um exemplo disso é quando lemos textos técnicos que não pertencem à nossa área de atuação, pois seu vocabulário especializado prescinde de conhecimentos prévios. Conforme Elisa Guimarães 4, o receptor considerará “entendido” o texto quando for capaz de partir para a elaboração de resumos ou de processos de recriação sob diversas formas (paráfrases, comentários, resenhas, recensões etc). Complementa ainda que, nessa “condensação semântica”, o leitor faz um caminho contrário ao do produtor, ou seja, o escritor procede o desenvolvimento do tema, expandindo-o, a fim de fazer-se entender pelo seu receptor. Aquele que lê e entende o texto faz o processo inverso ao condensá-lo – reduzindo as informações que lhe são transmitidas, limitando-se ao fundamental, até chegar ao núcleo informativo. Dentre as várias modificações passíveis de serem feitas pelo leitor proficiente – o que gerará um novo texto – estão o resumo, a resenha e a paráfrase. 1 Resumo Resumo, segundo Aurélio, é 1. exposição abreviada de uma sucessão de acontecimentos, das características gerais de algo, etc.; síntese, sinopse, sumário. 2. apresentação concisa do conteúdo de artigo, livro, etc., entretanto não devemos confundir essa modalidade com o que é prescrito na NBR 6028:1990 – Resumos – procedimento no qual se presta exclusivamente de como elaborar as idéias principais de um trabalho acadêmico. Embora com a mesma nomenclatura, e basicamente a mesma definição, o resumo de que se tratará aqui é o que permite delimitar as idéias de um texto qualquer (um filme, um capítulo de novela, capítulo de livro, artigo, livro na íntegra, etc.) sem definição quanto ao número de palavras e/ou de linhas. Não se pode, igualmente, confundir resumo com resenha, paráfrase, esquema ou mapa mental. Essa modalidade de condensação do texto se presta a elencar as idéias principais que o autor quis mostrar, mas redigida em forma de texto, sem enumerações. Não existe técnica específica para se resumir um texto, deve-se, entretanto, primeiramente, observar alguns fatores a fim de elaborar uma apresentação concisa o mais fiel possível. Um cuidado primeiro ao elaborar a condensação do texto é não alterar a idéia que o autor quis passar, por mais que se discorde dela . Deve-se, sempre, respeitar a autoria e opinião do escritor tanto que, caso haja modificação no 3 4
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: ARTMED, 1998. p. 36 GUIMARÃES, Elisa. A articulação do texto. 9. ed. São Paulo: Ática, 2004. (Série Princípios). p. 17. 22
conteúdo, o texto não será mais classificado como resumo e sim como resenha ou paráfrase, dependendo das alterações feitas pelo elaborador do texto. 1.1 Passos inici ais para a feitura de um resum o 5 (a) ler atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as idéias que forem parecendo significativas à primeira leitura; (b) identificar o gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto opinativo, uma receita, um discurso político, um relato cômico, um diálogo, etc.). (c) identificar a idéia principal (às vezes, essa identificação demanda seleções sucessivas, como nos concursos de beleza...); (d) identificar a organização – articulações e movimento – do texto (o modo como as idéias secundárias se ligam logicamente à principal); (e) identificar as idéias secundárias e agrupá-las em subconjuntos (por exemplo: segundo sua ligação com a principal, quando houver diferentes níveis de importância; segundo pontos em comum, quando se perceberem subtemas); (f) identificar os principais recursos utilizados (exemplos, comparações e outras vozes que ajudam a entender o texto, mas que não devem constar no resumo formal, apenas no livre, quando necessário); (g) esquematizar o resultado desse processamento; (h) redigir o texto. 2 Resenha Embora muito semelhante ao resumo, pois contempla as idéias principais do texto lido, a resenha diferencia-se por apresentar uma análise crítica e exige que o resenhista tenha conhecimentos prévios acerca do tema tratado pelo autor. Pode e deve trazer, também, a intertextualidade – outros textos que servem como suporte para apoiar suas argumentações. A resenha, portanto, é um texto de informação e de opinião, também denominado de recensão crítica. Embora a resenha seja largamente empregada em periódicos a fim de divulgar objetos de consumo cultural – livros, filmes peças de teatro, etc. –, é também utilizada nos meios acadêmicos como avaliação da capacidade do aluno de emitir juízos de valor acerca de determinado autor ou conteúdo ministrado. É comum os discentes serem convidados a resenharem um texto à luz de determinada teoria e/ou autor. 2.1 O que deve const ar em uma resenha 6 2.1.1 O título – que pode ser diferente do da obra original. Exemplo: Título da resenha: Com os olhos abertos sobre o livro Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago) – Veja, 25 de outubro, 1995.
2.1.2 A referência bibliográfica da obra que se compõe por: (a) Nome do autor; (b) Título da obra; (c) Nome da editora; 5
Manual de redação – PUCRS. Disponível em: . Acesso em: 26 maio 2006. 6
Guia de produção textual – PUCRS. Disponível em: . Acesso em: 26 maio 2006. 23
(d) Data da publicação; (e) Lugar da publicação; (f) Número de páginas; (g) Preço – Obs.: Às vezes não consta o lugar da publicação, o número de páginas e/ou o preço; 2.1.3 Alguns dados bibliográficos do autor da obra resenhada; 2.1.4 O resumo, ou síntese do conteúdo que consta em uma resenha, apresenta os pontos essenciais do texto e seu plano geral. Pode-se resumir agrupando num ou vários blocos os fatos ou idéias do objeto resenhado. 2.1.5 A avaliação crítica; 2.2 Exemplo de resenha TEMPOS MODERNOS – Evor a Chamberlaim 7
Comédia clássica do inglês Charles Chaplin que se tornou uma das produções mais respeitadas em Hollywood e um dos maiores clássicos do cinema. Tempos Modernos é apenas uma deliciosa sátira à vida em uma sociedade industrial em plena depressão americana. Roteirizado, produzido e dirigido por Chaplin, Tempos Modernos é o último filme sem diálogos de Chaplin, marcando também a última aparição do personagem Carlitos, além de ser seu primeiro filme a utilizar efeitos sonoros em cinema mudo. Como sempre, há sincronização entre a trilha sonora e os movimentos dos atores. Em uma simples história mostra a vida do operário Trump (Chaplin) confrontando-se com todas as invenções desumanas de uma grande indústria, que o levam à loucura durante a depressão dos anos 30. A crítica não é só à mecanização, mas também a outras questões sociais da época: Trump é preso a toda hora; por acaso é confundido com um líder grevista; seu romance com uma jovem órfã é impedido pelas autoridades; para todo esforço parece haver um empecilho por parte do governo ou da sociedade. Na verdade, Trump é um idealista em busca do próprio destino. Desde o trabalho, a prisão e o romance com uma simples moça, o roteiro é bem narrado e construído tendo ao fundo uma boa fotografia em preto e branco retratando bem a época em que a história é passada. A trama vai sendo levada de modo leve e sutil mantendo sempre o bom humor graças ao carisma de Chaplin, que é um dos mais influentes artistas na história do cinema, além de tudo, aquele que mais fez pela comédia, elevando esse gênero à categoria de Arte Um bom elenco, apesar de dar mais ênfase para Charlie Chaplin, é composto por Paulette Goddard (interpreta a órfã na história, que na vida real é a esposa de Chaplin), Henry Bergman, Chester Conklin, Hank Mann, Louis Natheaux e Allan Garcia. Há algumas cenas antológicas que valem a pena serem lembradas: Carlitos trabalhando em uma linha de montagem, o que o faz enlouquecer; em um cabaré, dançando e cantando Titina (uma velha canção cuja a letra é um amontoado de palavras desconexas); confundido com um líder grevista ao carregar uma bandeira vermelha que cai de um caminhão; andando de patins na loja de departamentos, além da clássica e memorável cena onde seu personagem é engolido pela máquina mostrando uma sátira à produção industrial em série É triste e simbólica a imagem final, o vagabundo e a órfã andando pela estrada solitária cheios de esperança. A música é a famosa Smile, que diz que se deve sorrir mesmo que o coração esteja doente. Depois deste filme, o personagem Carlitos nunca mais retornaria, mostrando que o vagabundo não estaria sozinho O filme foi um grande sucesso, mas, na época de seu lançamento deu prejuízo. Foi proibido na Itália e na Alemanha, onde Hitler e Mussolini o consideravam “socialista”. Apesar da fraquíssima edição do DVD que só fornece biografia e filmografia, vale a pena assistir a essa obra-prima de Chaplin em que, em um contexto social, vemos uma crítica violenta ao sistema capitalista, sendo satirizado por uma pessoa que é, no mínimo, memorável. O mais interessante disso tudo é que a sátira sobre a industrialização selvagem tem mais relevância hoje do que quando foi feita.
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Disponível em: . Acesso em: 21 jan. 2007. 24
2.3 Comentários sobr e a resenha Observa-se que a resenha do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, não se ocupa em reduzir a história, aliás, não se sabe realmente o resumo do filme. Evora Chamberlaim extrapolou o texto, ou seja, buscou dados que perpassam o filme para compor seu comentário: trouxe elementos do elenco, como foi feito (último filme mudo do produtor), situou-o no tempo cronológico (anos 30) e contextualizou-o para que se entendam as mensagens implícitas que uma mera e inocente comédia quis passar. O resenhista não poupa adjetivos para compor seu texto, palavras que comprometem e enfatizam a opinião individual (obra-prima, pessoa memorável, deliciosa sátira e muitos outros), posição oposta à feitura do resumo, que deve limitarse a elencar as idéias mais importantes, sem qualificações. Esse tipo de produção textual, diferentemente do resumo, exige do autor informações adicionais – intertextualidade – a fim de que se cumpra a finalidade da resenha: um comentário crítico baseado no texto em questão. 3 Paráfrase A paráfrase é uma técnica amplamente utilizada, pois é uma reescritura de texto sem alterar o seu conteúdo. Diferencia-se do resumo por não suprimir informações e manter o tamanho original – não há preocupação com a diminuição do texto; da resenha, por não trazer consigo comentários adicionais que emitam juízo de valor acerca do que foi dito. Exemplo: O filme foi um grande sucesso, mas, na época de seu lançamento, deu prejuízo. Foi proibido na Itália e na Alemanha, onde Hitler e Mussolini o consideravam “socialista”.
Paráfrase:
Tempos Modernos obteve grande aceitação, quando de seu lançamento, entretanto não obteve lucro. Foi vetado nos países europeus dominados pelo fascismo e nazismo, cujos líderes o consideravam portador de idéias comunistas.
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann PARÁFRASE Há várias maneiras de enriquecer o vocabulário e uma das mais eficazes é a paráfrase. Parafrasear permite incorporar novas estruturas lingüísticas (diversificar construções) e também dominar o sentido das palavras. Parafrasear é reescrever um texto sem alterar-lhe o s entido. Não é preciso reduzir o tamanho, apenas dar outra forma, usar outras construções, a fim de preservar o significado original. FAÇA O EXERCÍCIO DE PARÁFRASE, UTILIZANDO OS TEXTOS ABAIXO: O CASAMENTO Eram comuns os casamentos por conveniência. A literatura romântica está cheia de pobres moças obrigadas a se sujeitar a velhos com gota e mau hálito para salvar uma fortuna familiar, um nome ou um reino, sonhando, sempre, com um príncipe encantado que as arrebataria. O sonho era sempre com um príncipe encantado. Nenhuma sonhava com um cavalariço ou com um caixeiro-viajante encantado. Mais tarde, veio a era do bom partido. As moças não eram mais negociadas, grosseiramente, com maridos que podiam garantir seu futuro. Eram condicionadas a escolher o bom partido. [.. .] A era do bom partido acabou quando a mulher ganhou sua independência. Paradoxalmente, foi quando abandonou a velha idéia romântica do ser frágil e sonhador que a mulher pôde realizar o ideal romântico do casamento por amor. Luís Fernando Verissimo
O SEGREDO DO CASAMENTO Meus amigos separados não cansam de me perguntar como eu consegui ficar casado trinta anos com a mesma mulher. As mulheres, sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo. [...] Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade, já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que me casei três vezes com a mesma mulher. Minha esposa, se não me engano, está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes do que eu. [...] O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arrancarabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher. O segredo, no fundo, é renovar o casamento, e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal. De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos, é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, voltar a se vender, seduzir e ser seduzido. [...] Portanto, descubra o novo homem ou a nova mulher que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo e interessante par. Tenho certeza de que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças. Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso, de vez em quando é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par. Stephen Kanitz
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Texto: Quem não l ê não escreve Quem não lê não escreve Wander Soares | 17.3.2003 | 16h55min É alarmante o fato de que apenas 1% dos alunos brasileiros da 3ª série do ensino médio (ou seja, os que se preparam para ingressar na universidade) tenha domínio adequado do idioma português. O resultado, expresso em pesquisa do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), deve servir de alerta para os responsáveis pela gestão do ensino, professores e pais de alunos. Não é sem razão que os estudantes brasileiros tenham reagido de forma tão contundente ao “Provão” instituído pelo Ministério da Educação, que expõe o despreparo com que nossos alunos saem das universidades. O problema apontado pela pesquisa, que inclui outras áreas do conhecimento, como a matemática, poderia ser simplesmente atribuído, numa análise mais simplista e superficial, à má qualidade do ensino público. O estudo, entretanto, também abrange os alunos das escolas particulares, nas quais, em tese, pratica-se ensino de melhor nível. Fica claro que a questão é mais abrangente e grave, merecendo a atenção de toda a sociedade e das autoridades neste final de século. Seria ingenuidade, para não falar em omissão histórica, imaginar que possamos conquistar o desenvolvimento sem preparar adequadamente nossos jovens para um mundo em que a informação, em todas as áreas do conhecimento humano, será um diferencial decisivo para delimitar o grau de independência e competitividade dos países, empresas, instituições e, sobretudo, do indivíduo. Não basta tecnologia de ponta, redução de custos, programas de qualidade e produtividade. Para participar da globalização com vantagens competitivas, o Brasil precisa de valores humanos, cujo talento, cultura, criatividade e preparo são requisitos fundamentais ao desenvolvimento. Observa-se no País, contudo, uma perigosa desvalorização da cultura básica, da erudição e do conhecimento. A informação científica e humanística é “pelletizada” em apostilas, na “indústria” do vestibular ou na realidade virtual da multimídia eletrônica. A grande maioria dos cursos de ensino médio e os “cursinhos” preparatórios aos vestibulares preparam o aluno apenas para realizar a prova, mas não desenvolvem nele o raciocínio, o senso crítico e o conhecimento de base. Obras literárias importantes são resumidas de forma pobre e descaracterizada, em poucos parágrafos. As apostilas são confeccionadas sem estudos prévios, ao contrário do que ocorre com os livros, que demandam anos de pesquisa por profissionais, especialistas, intelectuais, escritores e cientistas, contendo ilustrações detalhadas e informações completas. Já sem cultura básica, nossos jovens também não são estimulados à leitura dos jornais e revistas, que também se constituem em fonte imprescindível de informação e formação. Os estudantes sabem manipular com habilidade os microcomputadores, em casa, e, de forma crescente, também nas escolas, públicas ou privadas. “Navegam” com fluidez na Internet, mas são incapazes de interpretar um texto de Machado de Assis; são verdadeiros ases das artes marciais dos jogos eletrônicos virtuais, mas não conseguem redigir um texto com princípio, meio e fim, estilo, forma e linguagem; “conversam” com colegas de outros continentes, via modem, mas atentam contra o idioma, com seu pobre vocabulário. Nossos jovens têm acesso a todos os canais da era da informação, mas não têm informação. Por isso, no ano decisivo de disputar uma vaga na universidade, recorrem a cursos especializados em vestibulares, que treinam, mas não ensinam. As escolas brasileiras não possuem bibliotecas. As raras existentes são incompletas e, o que é pior, pouco freqüentadas. Em casa, a leitura de livros, igualmente, não é estimulada. Nada contra a informática, a multimídia e a realidade virtual. É inadmissível, porém, a ausência de formação intelectual e a alienação diante da realidade tangível. Para reverter esse quadro - uma responsabilidade inalienável das autoridades, educadores, professores e pais - não basta oferecer aos alunos os imprescindíveis livros didáticos. É preciso oferecer-lhes incentivos e meios de lerem os principais autores nacionais e estrangeiros, da literatura de ficção e não-ficção, jornais, revistas e obras científicas humanísticas. Essa é a forma de construirmos uma sociedade inteligente, culta e capaz de conduzir o Brasil a um destino melhor. Como reflexão, fica o alerta de Bill Gates, o multimilionário gênio da informática, que, sem nenhum constrangimento, afirmou: “Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros”. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever – inclusive, a sua própria História! Artigo public ado no Jornal Gazeta Mercantil em 17/dez/1996. ABRELIVROS: Associação Brasileira de Editores de Livros. Fonte: http://www.abrelivros.org.br/abrelivros/texto.asp?id=276. Data de Acesso: 19 de julho de 2007. 27
REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann Atividade de L íngua Port uguesa
Corrija as frases abaixo, se necessário:
1. Daqui à três semanas a verei. _____________________________________________________________________ 2. Isso é para mim ler. _____________________________________________________________________ 3. Entre tu e eu reina a paz. _____________________________________________________________________ 4. Haverão paralizações. _____________________________________________________________________ 5. Seja benvindo a essa cidade. _____________________________________________________________________ 6. Existe privilégios inaceitáveis. _____________________________________________________________________ 7. Assistimos uma cena inédita. _____________________________________________________________________ 8. Obedeci o regulamento e a lei. _____________________________________________________________________ 9. Vim comprimentá-lo apenas. _____________________________________________________________________ 10. Aonde estava o professor? _____________________________________________________________________ 28
11. Onde vamos agora? _____________________________________________________________________ 12. Houveram muitas questões adversas. _____________________________________________________________________ 13. Saiu por que o chamaram. _____________________________________________________________________ 14. Sei o por quê da tua felicidade. _____________________________________________________________________ 15. Chegarão às 10:20hs. _____________________________________________________________________ 16. Manoel conhece toda cidade. _____________________________________________________________________ 17. A polícia interviu no caso. _____________________________________________________________________ 18. Os meninos se enterteram com o palhaço. _____________________________________________________________________ 19. O candidato têm melhorado dia-a-dia. _____________________________________________________________________ 20. Nas férias de verão vou a Bahia. _____________________________________________________________________
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann Não compli quem o nosso idiom a
Se existe "enviarei", por que dizer "vou estar enviando"? Por Dad Squarisik
EXAME Na bolsa, só cheque e cartão de crédito. Cadê dinheiro para pagar o estacionamento? Recorri ao personal banking. No drive thru, a primeira máquina estava out of order. Fui à segunda. Nada feito: sistema off line. Liguei para o hot line. Expliquei meu aperto à operadora. "Vamos estar providenciando o conserto do caixa. A senhora pode acessar sua conta em outro terminal. O mais próximo fica no shopping." Fui lá. O sistema estava on line. Embolsei R$ 100 cash. O inglês invadiu as instituições bancárias. Antes, timidamente. Restringia-se ao traveller s check, ao Credicard e a aplicações inacessíveis aos comuns dos mortais. Depois, ficou atrevido. Foi deixando o português pra trás. Para chegar lá, trilhou dois caminhos. Um cuidadosamente traçado pelo marketing. Os bancos passaram a oferecer produtos na linguagem do cliente. Ou melhor: na linguagem que impressiona o cliente. Embalar o serviço na língua do Tio Sam valoriza a oferta. Dá-lhe status. Telemarketing, personal manager, phone banking & cia. são filhotes dessa estratégia. Deu a mão? A gringa avançou pro braço. Sem convite, foi além das meras palavras. Chegou à estrutura da língua. Fincou pé nos verbos. Exemplos não faltam. Um deles: substituir o futuro "providenciarei" pelo "vamos estar providenciando". Outro: trocar o pretérito "foi desligado" pelo "tem sido desligado". De onde vêm os monstrengos? Das traduções malfeitas. O inglês tem muitas formas verbais compostas. É o caso do "I ll be sending". Três verbos para dizer nosso simples "enviarei", traduzido por "vou estar enviando". Há também o past perfect. "The telephone has been desconected" quer dizer, simplesmente, "o telefone foi desligado". Não tem nada a ver com "tem sido desligado", que indica uma ação que começou no passado e continua no presente. Com o avanço da informática e do marketing a coisa piorou. A literatura dessas novidades é praticamente em língua inglesa. Nós consumimos as traduções. Invasão de língua estrangeira tem várias razões. Uma é o prestígio. O inglês avançou nas nossas fronteiras porque é falado pela maior potência do planeta, que vende como ninguém sua música, seu cinema, sua televisão, sua literatura, sua tecnologia e o american way of life. Outra é a receptividade. Nós, já dizia Glauber Rocha, temos complexo de vira-lata. O que vem de fora é melhor. O inglês deita e rola. O disque virou disk. Do disk-pizza. ao disk-entulho, passando pelo disk-sushi e disk-bombeiro. Liquidação é sale. Moda, fashion. Camiseta, t-shirts. Relatório, paper. Acampar, camping. Revisão médica, check-up. Por que os bancos ficariam pra trás? Fundo se naturalizou fund. Taxa de risco, spread. Loan, empréstimo. 30
O inglês na vida tupiniquim não é novidade. Vem de longe. Mas se firmou graças a Hollywood, à Segunda Guerra Mundial e ao avanço tecnológico. Ava Garner, Greta Garbo, Clark Gable, Rodolfo Valentino, James Dean, Elvis Presley e cia. deram asas à imaginação deste país colonizado. Bom ser bonito e famoso como eles. Mascar chicletes, tomar Coca-Cola, fumar Camel e usar óculos Rayban viraram obsessão. A guerra trouxe os gringos até aqui. Vivíamos a política da boa vizinhança com os Estados Unidos. Natal, Recife, São Luís, Belém foram invadidas pelo povo do norte em nome da sagrada aliança contra Hitler, Mussolini e todas as forças do mal encarnadas no Eixo. Inventaram que aí nasceu a palavra forró. Os gringos promoviam festas para si. Eram privacy. Volta e meia, abriam. Aí era for all, para todos. Nossos caboclos, analfabetos em português e duplamente em inglês, simplificaram a pronúncia. For all virou o nordestíssimo forró. Puro folclore. Forró é redução de forrobodó. Mas a versão tem sido tão insistentemente repetida que virou verdade. A familiaridade com o inglês deixou-nos ousados. Hoje aportuguesamos termos que nem sonhavam figurar no Aurélio. Muito menos no Vocabulário Ortográfico. A informática serve de exemplo. Com ela, nossa criatividade alça vôos. E ultrapassa os limites da máquina. Deletar tomou a vez do velho apagar. Printar expulsou o imprimir. Startar cassou o começar. É isso. Quem não aderiu se tornou out. Que corra atrás do prejuízo. Peça help. E vire in. *Dad Squarisi (
[email protected]), ex-professora de língua portuguesa do Instituto Rio Branco, é editora de Opinião do Correio Braziliense. Portal EXAME - Negócios Tecnologia | 18.11.1998
Economia
Marketing
Finanças
Carreira
Disponível em: http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/s/sumario0897.html. Acesso em: 19 jul. 2007.
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann ATA É um documento que registra resumidamente e com clareza as ocorrências, deliberações, resoluções e decisões de reuniões ou assembléias. Deve ser redigida de maneira que não seja possível qualquer modifi cação posterior. Para isso, deve ser escrita: (a) sem parágrafos ou alíneas (ocupando todo o espaço da página); (b) sem abreviaturas de palavras ou expressões; (c) números por extenso; (d) sem emendas ou rasuras; (e) sem uso de corretivo líquido; (f) com emprego do verbo no Pretérito Perfeito do Indicativo: falou, falaram; discutiu,
discutiram; comentou, comentaram. (g) com verbo de elocução para registrar as diferentes opiniões. Quem redige a Ata não põe os participantes da reunião a falar diretamente, mas faz-se intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram. Exemplo: Em vez de Inicialmente, eu Manuel de Araújo, presidente do Centro, determino a Senhora vice-presidente, que apresente o calendário que fizemos para que os presentes o conheçam . Deve ser redigida assim: Inicialmente o Sr. Manuel de Araújo solicitou à vice-presidente, Sra. Maria de Souza, que apresentasse o calendário elaborado para que os presentes tivessem seu conhecimento. (h) Se o relator (secretário) cometer um erro, deve empregar a partícula retificativa digo entre vírgulas, como neste exemplo: "Aos dez dias do mês de dezembro, digo, de janeiro, de dois mil e quatro...". (i) Quando se constatar erro ou omissão depois de lavrada a ata, usa-se em tempo. Exemplo: "Em tempo: Onde se lê janeiro, leia-se fevereiro".
MODELO DE ATA Aos vinte e três dias do mês de janeiro de dois mil e quatro, com início às vinte horas, na sala de reuniões do Centro Amigos da Criança, sito na Rua Euclides de Oliveira, número trezentos e vinte e cinco, Canoas, realizou-se uma reunião administrativa da diretoria do Centro, com o objetivo de preparar o calendário de atividades para o ano de dois mil e quatro. A reunião foi presidida pelo presidente do Centro, Sr. Manuel de Araújo, tendo como secretária a Sra. Joaquina da Silva. Contou com a participação de doze diretores e três conselheiros. Inicialmente, o Sr. Manuel de Araújo solicitou à vice-presidente, Sra. Maria de Souza, que apresentasse o calendário elaborado para que os presentes tivessem seu conhecimento. Foi esclarecido que a meta, do ano em curso, é divulgar por todos os meios as atividades voluntárias, tanto em atividades internas como externas. Depois de ouvidas variadas sugestões, o presidente da reunião solicitou que fosse votado o calendário apresentado, submetido às sugestões oferecidas, para que se chegasse a um consenso, o qual seria, posteriormente, divulgado no próprio Centro, bem como no Jornal Verdade e Luz, mantido pelo órgão de unificação dos trabalhadores voluntários da cidade e região de Canoas. Depois de debatidas as sugestões apresentadas, obteve-se, democraticamente, uma conclusão considerada excelente. Nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente ata, assinada por mim, Joaquina da Silva, secretária, pelo presidente da reunião e pelos demais presentes. ATIVIDADE Elabore uma ata oriunda de uma reunião da qual você foi o relator. Para tanto, baseie-se no modelo acima. Escolha uma das propostas abaixo para compor seu texto: a) Reunião realizada no Céu, com a participação de anjos e santos a fim de debater o problema da falta de solidariedade dos homens na Terra. b) Reunião realizada na Floresta com a participação dos animais para discutirem o final trágico que se prenuncia se o Homem não alterar suas atitudes em relação a eles e à natureza. c) Reunião realizada na comunidade dos telespectadores a fim de serem levantadas sugestões aos donos de emissoras televisivas para melhorarem a programação dominical. 32
REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann COESÃO E COERÊNCIA – NÓS LINGÜÍSTICOS8 ESPIÕES DE CRISTO O mineiro Serafim Lanna tem três diplomas universitários e fala quatro idiomas, mas trabalha vendendo queijo em uma feira e mora em uma favela da Grande São Paulo. Um de seus colegas é o filósofo e teólogo, Remy Felisaz, que sobrevive de bicos de marcenaria. Eles se encontram nessas condições não por falta de oportunidades profissionais. Ao contrário, atingiram o auge da carreira. Os dois fazem parte das Fraternidades de Foucalt, uma ordem católica pouco conhecida que surgiu na Argélia em 1933. Existem atualmente 1.800 membros da congregação espalhados pelo mundo – trinta deles estão no Brasil. Como os demais integrantes da comunidade, Serafim e Remy são uma espécie de agente secreto de Cristo. Esses religiosos acreditam que a maneira mais eficiente de pregar a palavra de Deus é agindo no anonimato, por isso aboliram o uso da batina e costumam infiltrar-se nas favelas e nas empresas. Veja, 23 de maio de 2001. A COESÃO de um texto se faz por intermédio de conectores (conectivos, síndetos, conjunções, articuladores, nexos) que dão encadeamento ao texto fazendo-o progredir. Quando os elementos coesivos são utilizados de maneira equivocada, o leitor ficará confuso e desorientado. Cada elemento responsável pela coesão textual funciona como um pequeno nó, que serve para “amarrar” duas ou mais idéias. A COERÊNCIA textual está relacionada ao conteúdo, aos significados, ao encadeamento das idéias, situações ou acontecimentos que são veiculados ao texto. Tem a ver, basicamente, com as condições para o estabelecimento de um sentido em um contexto determinado.
COESÃO e COERÊNCIA – Ambas as noções referem-se, portanto, a propriedades de ligações entre as partes de um texto: a coerência resulta da relação harmoniosa entre conceitos no interior de um texto e entres estes e a realidade exterior. Já a coesão é a propriedade de ligação entre os elementos lingüísticos. 1. O uso de elementos de ligação inadequados nas sentenças abaixo provoca efeito de incoerência. Procure reescrevê-las de modo a eliminar quaisquer problemas identificados.
a) O escritor, apesar de ser autor de vários livros didáticos, chega freqüentemente atrasado para suas palestras. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ b) Na verdade, a televisão é um passatempo mortificante, pois, além de proporcionar às famílias alguns momentos de distração, reduz-lhes o tempo que poderiam dedicar à conversa, que cada vez se torna mais rara entre pais e filhos. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 8 ABAURRE,
Maria Luiza; PONTARA, Marcela Nogueira; FADEL, Tatiana. de texto. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004.
: língua, literatura e produção
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c) Juan e Peter não se entendem, mas um fala inglês e o outro espanhol. _____________________________________________________________________ d) O livro é muito interessante porque tem 570 páginas. _____________________________________________________________________ e) Carmem mora no Rio de Janeiro há cinco anos, portanto não conhece ainda o Corcovado. _____________________________________________________________________ f) O livro indicado pela professora já está esgotado, já que foi publicado há menos de três semanas. _____________________________________________________________________ g) João, o pintor, foi despedido, mesmo que tenha se negado a pintar a casa, apesar de estar chovendo. _____________________________________________________________________ 2. A ambigüidade é fator que compromete a compreensão dos textos tornando-os incoerentes. Faça o que for necessário, então, para desfazê-la.
a) Desde os quatro anos minha mãe me ensinava a ler a escrever. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ b) Vendo televisão nos Estados Unidos, as propagandas me chamaram a atenção. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ c) Andando pela calçada, o ônibus derrapou e pegou o funcionário quando entrava na livraria. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ d) Chegando ao aeroporto, o avião já decolava vôo. _____________________________________________________________________ e) Depois da consulta, a ginecologista lhe disse que estava esperando um bebê. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ f) Ouvindo sua resposta, o carro parou e Márcia saiu sem que pudesse lhe responder. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ g) O celular tocou quando entrava em casa para pegar a chave do carro. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ h) Para não ser atacado, o cão teve que ficar preso. _____________________________________________________________________ i) Durante o noivado, Joana pediu que Eduardo casasse com ela várias vezes. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ j) Alugam-se quartos para moças com banheiro anexo no segundo andar. _____________________________________________________________________
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann OS NÍVEIS DE LEITURA DO TEXTO
Segundo Ana Zandwais*, (“As estratégias necessárias à *Ana Zandwais é decodificação de textos”, Revista Ciências e Letras, nº 7, 1986) todo professora de Lingüística da UFRGS. texto pode ser lido sob dois aspectos distintos: uma leitura horizontal e uma leitura vertical . 1 – Sob a perspectiva horizontal , o texto é considerado como um objeto acabado e ao mesmo tempo fechado às suas condições de produção, pois aos leitores não interessa em que circunstâncias o texto é produzido. Este, enquanto produto, revela-se através de sua estrutura l exical , isto é, nas suas relações de encadeamento intra e interfrasais (princípio de coesão ) ou por suas relações semânticas internas (princípio de coerência). Desse modo, na leitura horizontal , cada enunciado pode Estrutura lexical: maneira como são dividir-se em dois níveis: a) o nível do posto e b) o nível do dispostas as palavras na frase. pressuposto . Ao afirmar-se explicitamente que (1) Pedro voltou de Coesão: a palavra coeso significa ligado. Coesão textual são as Brasília, afirmamos implicitamente que ele foi a Brasília. Ao afirmar- articulações gramaticais existentes entre palavras, orações, frases, se que (2) Maria foi à festa de José, informamos implicitamente que parágrafos de um texto que garantem sua conexão seqüencial. José deu uma festa. Relações semânticas internas: 2 – Sob a perspectiva vertical, a leitura está centrada na conexão dos significados das palavras na frase ou entre as intersecção entre o texto e as condições de sua produção. Isto frases. significa que a leitura pode ser simultaneamente parafrásica e Coerência: coerência textual é o resultado da articulação das idéias polissêmica , já que, sendo resultante de um processo de interação de um texto; é a estruturação lógico-semântica das frases do entre produto e condições de produção, remete, em primeiro lugar, a texto e a adequação ao contexto extraverbal, ou seja, àquilo o que o textos anteriores que contribuem para solidificar a compreensão do texto faz referência. leitor acerca do tema analisado. Em segundo lugar, possibilita a Paráfrase: nova apresentação de um texto. decodificação de múltiplos sentidos, os quais são determináveis Polissemia: multiplicidade de pelos contextos diferentes extralingüísticos em que os mesmos sentidos de uma palavra ou locução. foram produzidos. 35
Na leitura vertical , o leitor apropria-se, em primeiro lugar, dos contextos situacionais em que os textos foram produzidos, e, logo a seguir, dos significados explícitos e implícitos dos enunciados. A partir disso, o sentido passa a ser resultado de uma acidentalidade que resulta das relações estabelecidas entre o lingüístico e o social. Acrescenta-se, ainda, que o processo de decifração semântica vertical resulta de um estabelecimento de relações entre dois conjuntos de conhecimento distintos: a) um componente lingüístico ; b) um componente retórico . Enquanto o componente lingüístico ocupa-se com o tratamento de questões semânticas intralingüísticas, o componente retórico atua como um conjunto de conhecimentos extralingüísticos acrescentados ao componente lingüístico, interferindo dessa forma nos limites da significação. 3 – A leitura vertical torna-se efetivamente mais complexa do que a horizontal , já que ela remete a uma análise do léxico dentro de situações comunicativas específicas que funcionam como précondições necessárias às tentativas de decodificações textuais empreendidas pelo leitor. Resumindo, pode-se dizer que (a) se apreendem efeitos significativos tanto no plano da leitura horizontal quanto no plano da leitura vertical; (b) em se tratando de aprender os sentidos implícitos, é importante lembrar que a própria natureza da linguagem não é inteiramente lingüística e, portanto, na tentativa de decodificála, o leitor precisa dominar simultaneamente as normas lingüísticas e as convenções sociais de que este se utiliza para a produção textual.
Enunciado: frase ou parte de um discurso.
Processo de decifração semântica: maneira de interpretar o significado das palavras.
Retórica: conjunto de regras que constituem a arte do bem dizer. Arte da eloqüência, da palavra. Questões semânticas intralingüísticas: pontos relativos ao significado das palavras em relação a elas mesmas. Conjunto de conhecimentos extralingüísticos: tudo aquilo que sabe além do conhecimento da língua. Léxico: vocabulário.
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann 30 Dicas para escrever bem 9 1. Deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc. 2. É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico. 3. Anule aliterações altamente abusivas. 4. não esqueça as maiúsculas no início das frases. 5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz. 6. O uso de parêntesis (mesmo quando for relevante) é desnecessário. 7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in. 8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou??... então valeu! 9. Palavras de baixo calão, porra, podem transformar o seu texto numa merda. 10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações. 11. Evite repetir a mesma palavra pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida. 12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os outros não tem idéias próprias". 13. Frases incompletas podem causar 14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma idéia várias vezes. 15. Seja mais ou menos específico. 16. Frases com apenas uma palavra? Jamais! 17. A voz passiva deve ser evitada. 18. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula, pois a frase poderá ficar sem sentido especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação. 19. Quem precisa de perguntas retóricas? 20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas. 21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação. 22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!" 23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha. 24. Não abuse das exclamações! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!!!! 25. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da idéia nelas contida e, por conterem mais que uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, desta forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas. 26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza. 27. Seja incisivo e coerente, ou não. 28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e estar causando ambigüidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando desta maneira irritante. 29. Outra barbaridade que tu deves evitar chê, é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras, carajo!... nada de mandar esse trem... vixi... entendeu, bichinho? 30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá agüentar já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar. Fonte: http://www.senado.gov.br/sf/senado/portaldoservidor/jornal/jornal64/dicas_escreverbem.aspx. Acesso: 31/7/2007. 9
Data
de
Professor João Pedro, UNICAMP
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann
Complete o texto, fazendo (e justificando) suas hipóteses. Após a atividade, confira suas respostas: O classificado através da hi stória 1
Luís Fernando Verissimo 1. SÍTIO – Vendo. Barbada. Ótima localização. Água à vontade. Árvores frutíferas. Caça abundante. Um paraíso. Antigos ocupantes despejados por questões morais. Ideal para casal de mais idade. Negócio de Pai para filhos. Tratar com _____________________. 2. CRUZEIRO – Procuram-se casais para um cruzeiro de 40 dias e 40 noites. Ótima oportunidade para fazer novas amizades, compartilhar alegre vida de bordo e preservar a espécie. Trazer guarda-chuva. Tratar com _________________. 3. ORGÃO – Compro qualquer um. À vista. Também a audição. O sistema linfático, etc. Tratar com _______________, no Castelo. 4. TORRO TUDO. Toco cítara. Tratar com _____________. 5. TELEFONE – Pouco usado. Prefixo 1. Tratar com _________________. 6. CORRESPONDÊNCIA – Quero me corresponder com qualquer pessoa em qualquer lugar. Escrever para ______________, com urgência. 7. TRIPULANTES – Preciso para excursão marítima. Jogo tudo nesta empreitada. Tentaremos provar que se pode chegar à Índia viajando para o oeste. Se conseguirmos, seremos famosos. Se não, a história nos esquecerá. Tratar com __________________.
_______________________________________________________ Respostas: 1. Deus/ 2. Noé/ 3. Dr. Frankenstein/ 4. Nero/ 5. A. G. Bell/ 6. Robson Crusoé/ 7. Cristóvão Colombo.
1
VERISSIMO, Luís Fernando. O classificado através da história. In: VERISSIMO, Luís Fernando. A mulher do Silva. Porto Alegre: LP&M Editores Ltda., 1984. (p. 21 e 22)
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Redação e Expressão Oral Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann EXERCÍCIOS DE REESCRITA Ajuste as frases, se necessário, e indique o erro apresentado: 1) Fazem dez dias que não vejo ele. 2) Haviam muitos alunos na sala. 3) Existe muitas espectativas em relação a esse trabalho. 4) Obrigado disse a moça sorridente. 5) Estava meia adoentada. 6) Ela mesmo o convidou. 7) O termômetro marcou zero graus. 8) A dedicação dos filhos servem de exemplo. 9) Chegue ao meio-dia e meio. 10) Não vi ela, ela passou desapercebida por mim. 11) Ela sempre encara de frente os desafios. 12) O livro é para mim ler. 13) Não lhe conheço direito. 14) É claro que trata-se de um engano. 15) A vizinha é o elo de ligação com seu cunhado. 16) Deixei ele no serviço. 17) Joana preferia roupas em tons pásteis. 18) Não admito previlégios com ninguém. 19) Vou pro cabelereiro, porisso não me ligue. 20) Marcos chegou no Brasil dia 30 de abril. 21) Marília não para nunca de trabalhar. 22) Esbanjava tranquilidade por onde passava. 23) O arbitro favoreceu ao campeão. 24) Merece a promoção, aja visto seu bom desempenho. 25) Dinheiro não trás felicidade. 26) Você deve tomar duas gramas de vitamina C. 27) Ela gostava muito de tomar uma guaraná no almoço de domingo. 28) Ricardo detesta peixe com espinhos. 29) A calda do piano ocupava esta sala inteira. 30) Ele houve muito mau. 31) O atleta bateu o récorde. 32) O ingresso é gratuíto para crianças. 33) Ela começou à ter alucinações. 34) Nada revelei à ela. 35) É pesado, mais tem agilidade. 36) Porque ele tanto demorou? 37) Andar à pé é mais saudável que de carro. 38) Os críticos não deram importância a esta obra. 39) Vou à Paris no verão passado. 40) Levamos à mercadoria à uma firma.
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann
LINGUAGEM DISSERTATIVA – Característi cas b ásicas Os dois mundos – o da oralidade e o da escrita – interpenetram-se sempre, influenciam-se mútua e profundamente, mas apresentam diferenças importantes. As dissertações (texto científico) devem, necessariamente, ser escritas de acordo com a norma culta e utilizar os recursos da linguagem lógico-expositiva. 1. ADEQUAÇÃO A redação deve ser redigida de acordo com a norma culta escrita, evitando repetições inexpressivas, gírias, vocabulário impreciso. Exemplo de impropriedade a ser evitada: Tem um negócio ruim que a gente sente que é uma coisa tipo quando você sente dor no peito. Reescreva as frases seguintes, adequando-as à norma escrita: a) O homem tem um troço que é o que o separa dos animais, a liberdade. b) Com tantos problemas que tem, a televisão fica aí, como uma vaca no meio da sala. 2. CLAREZA O texto deve ser inteligível, evitando ambigüidades e obscuridades. Exemplo de ambigüidade a ser evitada: Família muda vende tudo. Reescreva as frases seguintes, resolvendo as ambigüidades: a) Moradores reivindicam centro de saúde com criatividade. b) Museu reúne quadros com mulher de Picasso. c) A sociedade não percebe o mal que a televisão faz a si própria. d) Proibido entrar na loja de patins. 3. CONCISÃO A linguagem deve ser precisa; palavras e frases podem ser utilizadas com economia, evitando-se as redundâncias inexpressivas. É preciso cuidar também com a prolixidade, o excesso de palavras desnecessárias. Exemplo de redundância e prolixidade a evitar: Os dois fizeram o trabalho. Seu amigo tinha convidado para fazerem um trabalho. Os dois fariam o trabalho e dividiriam o dinheiro ganho com o trabalho. Reescreva as frases seguintes, dando concisão à linguagem: a) Tenho o sentimento do mundo, quero fazer um mundo só para mim, mas ao mesmo tempo vivo num mundo que é de todo mundo. b) Novidade inédita na área de informática agita o mercado. c) Compre uma calça e ganhe grátis um brinde. d) Um córtex grande não determina necessariamente inteligência. Mas um córtex pequeno também não determina a falta de inteligência. 4. COESÃO O texto deve ser organizado por nexos lógicos adequados, com a seqüência de idéias encadeadas logicamente, evitando frases e períodos desconexos. Exemplo de confusão a ser evitada: Deve existir uma forma de avaliar os candidatos; e isso não é possível apenas fazendo uma prova, onde os candidatos poderiam talvez ter ido melhor no dia seguinte ou anterior por questões psicológicas, mentais ou o que for. Reescreva as frases seguintes, com linguagem organizada e coesa:
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a) Sabemos que o ministério gasta demais com o tratamento que nós podemos evitar as doenças, as moléstias contagiosas exatamente pela ausência de tratamento. b) Às vezes as idéias aparecem de repente, mas aquelas boas idéias são as planejadas antes de se concluir algum ato ou podem surgir horas exatas a utilizá-las. 5. EXPRESSIVIDADE Quem redige deve buscar uma elaboração própria e expressiva da linguagem, evitando os clichês, as frases feitas e os lugares-comuns. Exemplo de chavão ou clichê: O homem de hoje não vive, ele vegeta na selva de pedra da cidade grande. Reescreva as frases abaixo, utilizando uma linguagem sem clichês: a) As crianças são a esperança, o futuro do Brasil. b) As pessoas viraram máquinas frias e insensíveis, viraram peças de engrenagem, robôs que não sabem que só o amor constrói. c) O dinheiro não traz felicidade, pois dessa vida nada se leva. TREINO DE REESCRITA Reescreva as frases, resolvendo os problemas que elas apresentam: 1. Essa dor é muito dolorosa, mas vamos superar isso, porque a nossa força não é fraca, a nossa força é forte. 2. Ele quer que eu veja o filme, porque insiste que se eu ver o filme vou gostar. 3. Os alunos reclamaram que a Universidade exige a leitura de um livro que entrará no exame inexistente no Brasil. 4. Só achei lamentável a diretoria da empresa jogar a culpa da decisão de retirar com o patrocínio das jogadoras. 5. O homem deve ser a natureza o único, ou o animal que mais sonha. E a maior diferença entre ele e os outros animais é que ele sempre sonha com mais e nunca com menos. 6. Piloto deixa o circuito irritado. 7. AIDS mata. Então, não esqueça: seringa descartável e camisinha na relação sexual. 8. Vende-se casa aqui. 9. Muita gente vive pregada na frente da televisão. A televisão forma burros, não informa os desinformados e deforma ainda mais os já deformados. 10. Coreano passa trinta anos só no quarto. 11. Por favor, aproximem-se um pouco para lá: separem-se juntos em um grupo. E não se juntem muito em grupos pequenos. 12. Podemos abordar um tema que, creio eu, todos pensam e dissertam sobre o próprio. A juventude e a velhice. A meu ver, entre essas duas faixas etárias cria-se uma certa antagonização de desejos e interesses, que são idéias e sentimentos muito duvidosos para corrigi-los e determina-los ou não. 13. O sonho é essencial para as vidas. Sem o sonho é impossível conseguir as coisas, é o mesmo que não comer, não respirar. O sonho é tão necessário como qualquer outra atividade humana. 14. O jogador nunca passou por outra cirurgia do joelho em nenhuma outra parte do corpo.
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL PROFA. ME. VIVIANE VIEBRANTZ HERCHMANN AMPLIAÇÃO DE VOCABULÁRIO LOCUÇÕES ADJETIVAS 1. Dê o adjetivo correspondente à locução adjetiva. Siga o exemplo:
de abdôm en – abdominal com pus da alma da fábrica da Idade Média da Lua da maioria da minoria da moeda da Páscoa da terra da Terra de abelha de aluno de amor de anjo de aquisição de asas de asno de audição de bispo de boca de cabelo de cabra
de campo de cão de cavalo de chumbo de chuva de cidade de cobra de coração de criança de dedo de diamante de estômago de estrela de farinha de fera de fezes de fígado de filho de fogo de garganta de gato de gelo de guerra de homem de intestino de inverno de irmão de lago de leão de leite de lobo de macaco de mãe de manhã de monge de morte de nádegas de nariz
de olho de osso de ouro de pai de paixão de pele de Platão de porco de prata de professor de rim de rio de sal de selos de sentido de sonho de tarde de tórax de umbigo de veias de verão de vidro de visão de voz do lado do mestre do pâncreas do som do Sul dos astros dos patrões sem pavor sem sal
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann ARGUMENTAÇÃO 10 Argumentar é defender uma idéia, procurando apresentar razões para que as pessoas com quem estamos argumentando aceitem nossa idéia como a melhor, a mais equilibrada, ou a mais verdadeira. Em outras palavras, sempre que argumentamos, temos o objetivo de convencer alguém a pensar como nós. Um aspecto essencial, no momento da construção da argumentação, é a escolha do argumento. Argumento [Do lat. argumentu] S. m. 1. razão, raciocínio que conduz à indução ou à dedução de algo; 2. prova que serve para afirmar ou negar um fato; 3. recurso ara convencer al uém ara alterar-lhe a o inião ou o com ortamento
Existem diferentes tipos de argumento, mas os principais deles são: a) Argumentação por citação Todas as vezes que recorremos à autoridade de outrem, geralmente um autor consagrado, teremos argumentação por citação. Exemplo: Como afirma René Girard, em seu livro A violência e o sagrado, “a violência é de todos e está em todos [...]”. Talvez o autor tenha razão, quando afirma que a violência está em todos, principalmente se constatarmos ser verdade a prática social de utilizarmos a violência (castigos, punições, torturas, prisões) para punir aqueles que a manifestam. [...]. b) Argumentação por comprov ação Nesse caso, a sustentação do argumento será dada pelas informações objetivas (dados, estatísticas, percentuais) que o acompanham. Esse tipo de argumentação é muito utilizado quando se deseja demonstrar inequivocamente um ponto de vista, visto que o leitor a entende como a comprovação da opinião emitida pelo autor do texto. Exemplo: [...] O tráfico oferece aos jovens de escolaridade precária (nenhum dos entrevistados havia completado o Ensino Fundamental) um plano de carreira bem estruturado, com salários que variam de R$400,00 a R$12.000,00 mensais. Para uma base de comparação, convém notar que, segundo dados do IBGE de 2001, 59% da população brasileira com mais de dez anos que declara ter uma atividade remunerada ganha no máximo o ‘piso salarial’ oferecido pelo crime. Dos traficantes ouvidos pela pesquisa, 25% recebiam mais de R$2.000,00 mensais; já na população brasileira essa taxa não ultrapassa 6%.[...]
Editorial. Folha de São Paulo , 15 jan.2003.
c) Argumentação por raciocínio lógico A criação de nexos causais – ou relações de causa e efeito – é o recurso utilizado pelo autor para demonstrar que a conclusão a que chegou é necessária, e não fruto de um entendimento pessoal facilmente interpretável. O argumento é a defesa de uma idéia, portanto ele só surgirá do conhecimento que temos sobre a questão proposta para análise. Os recursos aqui 10
ABAURRE, M. L.; PONTARA, M. N.; FADEL, T. Português . 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004.
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apontados exigem, todos, fundamentação para poderem ser utilizados. Se você contar com as informações pertinentes, com a citação perfeita, ou souber elaborar um raciocínio analítico sustentado, faça-o: o poder de convencimento do seu texto depende disso.
O peso do preconceito
“Mesmo que não queira emagrecer, o obeso tem o direito de ser respeitado.” Por Flávio Fernandes Consultor financeiro e administrativo
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Há uma minoria no país que é altamente discriminada e que sequer é reconhecida e organizada como uma minoria. Estou falando dos obesos mórbidos. Considerada atualmente uma doença pela medicina, é fácil identificar a obesidade mórbida. Basta dividir o peso da pessoa por sua altura elevada ao quadrado. Se o número encontrado estiver acima de 39, a obesidade mórbida existe – e com ela os possíveis problemas de saúde relacionados. Mas há um mal ainda pior e pouco falado quando o assunto é obesidade: o preconceito. O obeso sente que a sociedade, quando não o ignora, o agride. A começar pelo rótulo: quem conviveria bem com a alcunha de “mórbido”? Não há proteção legal ou qualquer mecanismo de defesa aos vexames pelos quais o obeso passa nas ruas diariamente. Você já imaginou o que é ir ao cinema ou viajar de avião e não encontrar uma simples cadeira adequada ao seu tamanho? Ou perceber as risadas das pessoas quando você não consegue passar pela roleta de um ônibus? Enquanto o preconceito racial não é muitas vezes explícito, a maioria das pessoas não se intimida em rir diante de um obeso. como se ele fosse assim apenas porque é preguiçoso, relapso e comilão. Logo, merece ser motivo de todo tipo de piada. claro que a ciência não vê assim a obesidade e encara o problema como uma doença. Os médicos sabem que, por mais que lutem por meio de dietas ou temporadas em spas, nem sempre essas pessoas conseguem emagrecer. Há casos de obesos que comem até menos que pessoas “exemplares” em sua dieta. Mesmo assim, a sociedade simplesmente ignora as evidências e faz os seus julgamentos movida pela ignorância. Esse é o caso de uma das maiores consultorias de recrutamento e seleção de altos executivos em São Paulo. Em uma entrevista no rádio, que ouvi há algumas semanas, o representante dessa empresa confessou que 90% dos seus clientes não querem obesos contratados. “Afinal, quem não cuida de si mesmo não cuidará a contento dos negócios da empresa.” Como é possível alguém dizer isso no rádio em um país que se diz democrático e contrário a todos os preconceitos? Como julgar a capacidade, a inteligência e a força de vontade de um ser humano apenas por sua aparência física? Ou simplesmente por não se enquadrar fora dos padrões aceitos pela maioria das pessoas? Será que essa empresa de recrutamento e as outras que trabalham com a mesma visão tacanha estão, de fato, prestando bons serviços aos seus clientes? Será que excelentes profissionais não são preteridos em relação a outros “visualmente mais corretos” e as empresas não acabam perdendo por seu preconceito? 44
É como se o obeso tivesse apenas duas opções: emagrecer ou se matar. Pelo menos é dessa forma que a mídia trata o problema. Em uma reportagem sobre a cirurgia bariátrica (diminuição do estômago), a apresentadora do programa Fantástico, da Rede Globo, levanta o tema com a seguinte frase: “O que fazer quando todas as dietas falharam?” Parte-se do pressuposto de que ninguém pode ser feliz obeso. E quem não consegue ou não quer ter um corpinho dentro do “padrão global” de aparência? Tem que passar o resto da vida atormentado – por si mesmo e pelos outros – por causa da sua forma física? Essa perseguição faz com que os obesos se sintam culpados. Alguns terminam adotando para si o mesmo preconceito que sofrem de outras pessoas. Resultado: em vez de se unir em busca dos seus direitos, tratam de seus problemas como uma vergonha – como já aconteceu com outras minorias como os gays e os negros, por exemplo. Mesmo que essa causa não tenha a mesma simpatia da luta de outras minorias, os obesos precisam buscar o respeito que merecem. Muito além da reivindicação de espaço físico adequado para o nosso corpo, é hora de conquistarmos um espaço de verdade na sociedade para que a nossa voz seja levada em consideração em qualquer debate público. Não estou aqui fazendo uma apologia da gordura e dos problemas de saúde que podem estar correlacionados a ela. Mas acho que somente unidos os obesos poderão garantir para si o direito elementar de serem felizes: amarem e serem amados, terem sucesso profissional, irem ao cinema ou simplesmente poderem caminhar tranqüilamente pela rua sem receber olhares de julgamento de outras pessoas. Copyright © Abril S.A.
Superinteressante, outubro, 2001
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Liberdade. Um raro prazer
Por Jardel Sebba 16/08/2003 A campanha contra os fumantes transformou o mundo num lugar intolerante. Eu fumo, com muito prazer. Há 12 anos, o cigarro é parte fundamental do meu dia. Minhas pequenas rotinas só estão completas depois de algumas baforadas. Não tenho a menor vontade de parar de fumar. O cigarro me concentra, me acalma, me faz companhia, me consola e alivia a minha tensão. Fumar é um prazer. Um prazer destrutivo, inútil e arriscado, alguém há de apontar. Sim, como só os grandes prazeres da vida podem ser. Como caminhar pela cidade de madrugada ou amar uma mulher. Não existe prazer sem risco. Eu sustento o meu vício, pago meus impostos e consumo um produto legal, regulamentado e taxado. Mas sou tratado como um cidadão de segunda classe em função de um patrulhamento humilhante e abusivo que avança justamente sobre duas coisas que me são tão caras: o cigarro e, em especial, o direito a uma vida menos chata e sem graça. Nos últimos anos, essa esquadra dos bons hábitos transformou o mundo num lugar insuportável. É proibido fumar em avião. É proibido fumar em restaurante. Os maços de cigarro vêm com aquelas imagens ameaçando: “Se você fumar, eu te pego lá fora”. Basta! Hoje eles proíbem o cigarro, amanhã vão querer banir o açúcar, o café, o doce de coco, a Fanta Uva, o cine-privê dos motéis, até o dia em que todo mundo vai acordar tomando açaí na tigela e fazendo 50 abdominais. Viver mais, assim, para quê? Posso ser acusado de ser um idiota sujeito a câncer de boca e de pulmão, mau hálito, perda dos dentes e impotência sexual. Mas alguém que preza, acima de tudo, o direito de ser o idiota que quiser ser. A fumaça do meu cigarro incomoda. Mas esse não pode ser um argumento definitivo para que o direito alheio prevaleça sobre o meu. Isso não pode servir para justificar a intolerância, porque há uma convivência possível entre as partes que exige apenas um ambiente arejado e boas doses de bom senso. Se o meu cigarro incomoda, há uma série de coisas que também não me agradam muito, como pessoas que falam sem parar, axé music ou mulheres vestidas em desacordo com a sua faixa etária. Mas parto do pressuposto de que somos adultos o suficiente para sermos ridículos cada qual à sua maneira, falando sem parar, requebrando de modo frenético atrás de um trio elétrico, ou se vestindo de forma caricata. Ou fumando. “Crianças começam a fumar ao verem os adultos fumando.” É verdade. Mas crianças também começam a agredir quando vêem os adultos agredindo e a beber quando vêem os adultos bebendo. Seria o caso de confinar a realidade que não nos agrada num fumódromo do lado de fora? Ou de educar nossos filhos apropriadamente, para que eles olhem o mundo com o devido juízo de valor? A responsabilidade pelo discernimento do que é certo ou errado das crianças que começam a fumar é de seus respectivos pais. Não é minha, nem da Souza Cruz ou da Phillip Morris. Pouco me importa se o meu filho será fumante ou não-fumante. Me importa, sim, a compreensão que ele vai ter de valores como a tolerância e o convívio com as diferenças. Tão em falta em hordas antitabagistas. Nas propagandas de cigarro enganam o consumidor. A lei nº10.167, de dezembro de 2000, proíbe a propaganda de cigarro, mesmo sendo este um produto legal. Supostamente para evitar a má influência dessas peças publicitárias sobre os mais jovens. Seguindo esse raciocínio brilhante, seria importante prestar alguns esclarecimentos que, espero, não estraguem o dia de ninguém: energético não faz voar, cerveja não atrai mulher bonita e panetone não reata laços familiares rompidos. 46
Se o governo tem problemas com propaganda enganosa, poderia ter começado a resolvê-los no próprio quintal há três anos, quando lançou uma propaganda desrespeitosa em que a figura de um traficante estabelecia um paralelo absurdo entre o cigarro e as drogas ilícitas. O tráfico de entorpecentes, até onde eu sei, não gera 5,5 bilhões de dólares aos cofres públicos por ano em impostos, dinheiro que, ao que parece, não faz mal à saúde financeira de nenhum Estado. A partir do ano que vem, de acordo com essa mesma lei, eventos culturais patrocinados pela indústria do cigarro também estarão proibidos. Vistos como meras peças publicitárias (bobagem, todo mundo sabe que o que menos se fumava no Hollywood Rock era cigarro...), festivais relevantes como o Carlton Dance e o Free Jazz estão com os dias contados. Mas festival patrocinado por marca de uísque pode. Há diferença? Claro. No décimo cigarro, você sente um leve pigarro. Na décima dose de uísque, você está sujeito a não ir trabalhar, a bater na mulher, a entrar na contramão... E depois nós, fumantes, é que somos os ignorantes. Superinteressante, maio, 2002.
ATIVIDADES 1. Com base na leitura dos textos acima, faça o que se pede, nos dois itens abaixo, como tarefas argumentativas: a) Redija um texto dissertativo-argumentativo defendendo o ponto de vista de um empresário que não aceita que pessoas obesas sejam contratadas em sua empresa. b) Redija um texto dissertativo-argumentativo defendendo o ponto de vista de que a propaganda de um produto legalmente comercializado é um direito que deve ser garantido. 2. Partindo da seguinte proposição Se o seu amigo usa drogas e você não fala nada, que droga de amigo é você?, escreva um texto argumentativo que tenha poder de persuasão forte o bastante para fazer que um amigo, colega ou familiar, que esteja experimentando algum tipo de droga, desista da idéia. Lembre-se de que somente argumentos adequados darão sustentação ao seu texto.
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann ATIVIDADES PARA ARGUMENTAÇÃO
Questões para argumentação e contra-argumentação: 1) Você chega em casa tarde, suado. Seu "Bem" está muito bravo com você. Argumente por que você não buscou os filhos na escola e está chegando àquela hora em casa. 2) Você, depois de muitos anos no funcionalismo público, resolve mudar de vida radicalmente. Teve uma grande idéia, tornar-se artista circense. Argumente que função você pode desempenhar e por que merece ser contratado pelo dono do circo. 3) Você é estagiário em uma empresa. Exerce a mesma função que outros três funcionários. Após um ano, você reclama por sua efetivação. Argumente por que você deve ser contratado. 4) Um homem de 50 anos, qualificado para o trabalho, procura por um emprego; no entanto, o gerente de uma empresa não quer contratá-lo. Argumente por que este homem deve ser contratado. 5) Você tem 10 anos de empresa e nunca foi promovido. O estagiário é efetivado e, após 1 ano, ganha promoção. Argumente por que o procedimento do gerente foi inadequado e por que você deveria ser promovido primeiro. 6) Você quer muito casar. Convença o parceiro da sua idéia. 7) Você troca de operadora celular e faz um plano de R$ 70,00; no entanto, por motivos de trabalho, sua conta excedeu 80% o valor ajustado. Em uma de suas viagens de trabalho, percebe que o celular está impossibilitado de completar chamadas. Em contato com a operadora, você descobre que apenas na cidade natal da compra do celular você pode desbloqueá-lo. Argumente por que seu celular deve voltar a funcionar antes mesmo de sua viagem chegar ao fim. 8) Você vai a uma loja comprar chocolates para seus filhos para a Páscoa. Quando abre a embalagem, percebe que estão mofados. Volta à loja para efetivar a troca, mas a loja argumenta que os chocolates estão no prazo da validade e com as embalagens lacradas. Argumente por que você deve trocar os chocolates na loja.
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann
Apreciação da Apresentação de ________________________________
O orador...
0,5 pontos
0,4 pontos
Sempre (Sim)
Frequentemente
0,3 pontos Geralmente (Às vezes)
0,2 pontos
0,0 ponto
Raramente
Nunca (Não)
... pronunciou as palavras de forma adequada? ... imprimiu uma velocidade de fala que contribuiu de forma positiva para a compreensão da mensagem? ... apresentou uma postura adequada e gestos condizentes com seu discurso? ...manteve a voz em uma altura adequada, de forma que sua fala foi compreensível e não irritou? ... manteve o contato visual com a platéia? ... expôs o assunto de forma a torná-lo interessante? ... não apresentou vício de linguagem que desviou a atenção do ouvinte? ... apresentou material de apoio sem problemas gramaticais e de modo a contribuir com sua apresentação. ... respeitou o tempo máximo e mínimo estabelecido? ... expôs e detalhou o conteúdo específico indicado na proposta do trabalho e de forma clara e objetiva, alcançando o objetivo de sua comunicação: ser compreendido pelos ouvintes? Pontuação Total da pontuação: __________________________
Ponto(s) positivo(s): ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Recomendação(ões): ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ 49
REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann
Apreciação da Apresentação de ________________________________
O orador...
0,5 pontos
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Sempre (Sim)
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0,3 pontos Geralmente (Às vezes)
0,2 pontos
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Raramente
Nunca (Não)
... pronunciou as palavras de forma adequada? ... imprimiu uma velocidade de fala que contribuiu de forma positiva para a compreensão da mensagem? ... apresentou uma postura adequada e gestos condizentes com seu discurso? ...manteve a voz em uma altura adequada, de forma que sua fala foi compreensível e não irritou? ... manteve o contato visual com a platéia? ... não apresentou vício de linguagem que desviou a atenção do ouvinte? ... apresentou material de apoio sem problemas gramaticais e de modo a contribuir com sua apresentação. ... expôs o assunto de forma a torná-lo interessante? ... respeitou o tempo máximo e mínimo estabelecido? ... expôs e detalhou o conteúdo específico indicado na proposta do trabalho e de forma clara e objetiva, alcançando o objetivo de sua comunicação: ser compreendido pelos ouvintes? Pontuação Total da pontuação: __________________________
Ponto(s) positivo(s): ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Recomendação(ões): ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________
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REDAÇÃO E EXPRESSÃO ORAL Profa. Me. Viviane Viebrantz Herchmann
Apreciação da Apresentação de ________________________________
O orador...
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Sempre (Sim)
Frequentemente
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Raramente
Nunca (Não)
... pronunciou as palavras de forma adequada? ... imprimiu uma velocidade de fala que contribuiu de forma positiva para a compreensão da mensagem? ... apresentou uma postura adequada e gestos condizentes com seu discurso? ...manteve a voz em uma altura adequada, de forma que sua fala foi compreensível e não irritou? ... manteve o contato visual com a platéia? ... não apresentou vício de linguagem que desviou a atenção do ouvinte? ... apresentou material de apoio sem problemas gramaticais e de modo a contribuir com sua apresentação. ... expôs o assunto de forma a torná-lo interessante? ... respeitou o tempo máximo e mínimo estabelecido? ... expôs e detalhou o conteúdo específico indicado na proposta do trabalho e de forma clara e objetiva, alcançando o objetivo de sua comunicação: ser compreendido pelos ouvintes? Pontuação Total da pontuação: __________________________
Ponto(s) positivo(s): ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ Recomendação(ões): ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________
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