Newslatter da Sociedade de Estudos Thelêmicos....
Fundado a Serviço da A A ∴
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CORRENTE93 INFORMATIVO
No. 08
An V3, Q in 10° , R in 21° An. CXIII da Era Thelêmica ________________________________________________________________________________________________________
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Publicação em Classe B Imprimatur N. Fra: A A ∴
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Editorial Imagens & Oráculos de Nicolas Furlan, Furlan, Nicolas Furlan Moraes Projetando o Corpo de Luz, Luz, Fernando Liguori A Magia & o Misticismo dos Tattvas, Tattvas, Fernando Liguori Notícias da Linha de Frente Colegiado da Luz Hermética
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Expediente: Informativo Corrente 93 No. 8. © 2017 Fernando Liguori © 2017 Sociedade de Estudos Thelêmicos Realização: Sociedade de Estudos Thelêmicos Av. Barão do Rio Branco, 3652/14 Passos – Juiz de Fora – MG 36 025020 (32) 3026 0638 | 9112 3590 E-mail:
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[email protected] Conselho Editorial: Fernando Liguori (Juiz de Fora) Nícolas Furlan Moraes (Rio Grande do Sul) Priscila Pesci (Juiz de Fora) Publicação registrada sob o nº 135.749 no Escritório de Direitos Autorais do Ministério da Cultura/Biblioteca Nacional. Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9610 de 19/02/1998. Nenhuma parte desta publicação pode ser utilizada ou reproduzida – em qual- quer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc. – nem apropriado ou estocado em sistema de banco de dados ou mídia eletrônica, sem a expressa autorização do editor. Contribuições e comunicações com o editor podem ser enviadas para Sociedade de Estudos Thelêmicos. A Sociedade de Estudos Thelêmicos é uma organização da sociedade civil com sede em Juiz de Fora, Minas Gerais. Tem como objetivo promover o desenvolvimento humano através das atividades realizadas por seus movimentos organizados. Através de nosso trabalho, promovemos atividades para elevação da consciência por meio da realização de projetos sociais sustentáveis, pesquisas, aulas
extensivas, seminários e cursos intensivos, preparação e divulgação de estudos e relatórios, edições e publicações. Corrente 93 93 é uma publicação da SETh, Sociedade de Estudos Thelêmicos, em nome da A A , que aborda temas sobre Magia, Tarot, Qabalah, Filosofia de Thelema, Tradição Tântrica, Yoga, Āyurveda e temas e temas conectados como Ocultismo Thelêmico. Os recursos gerados com a venda de exemplares são integralmente reinvestidos no projeto, promovendo seu desenvolvimento organizacional e técnico, buscando sempre oferecer melhor conteúdo. Citações de trechos desta publicação podem ser usadas, desde que mencionada à fonte e que tenham autorização escrita dos autores. O copyright © de todo material de autoria de Aleister Crowley pertence à O.T.O. – (http://oto.org/). Imagem de capa: O Neófito por Neófito por Nícolas F. Moraes. ∴
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Care Frateres et Sorores, Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei. Lei .
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em vindo a edição No. 14 do J ORNAL CORRENTE 93. Esse é um projeto do Outer College Brasil , linha da A A transmitida por Frater ON120 e Colegiado da Luz Hermética através Hermética através da SETh, órgão oficial de divulgação divulgação dos trabalhos desses dois Colegiados Thelêmicos. A presente edição traz dois estudos em progresso: 1. uma avaliação pormenor do trabalho mágico do Neófito 1°=10 da A A e do Colegiado da Luz Hermética. Hermética. 2. uma introdução ao trabalho mágico da Mulher Escarlate. Eu pretendo desenvolver esses dois temas nesta e nas próximas edições do J ORNAL CORRENTE 93. O assunto é muito extenso e envolve o estudo de instruções paralelas escritas por mim na forma de epístolas e instruções oficiais da A A e O.T.O. escritas por Mestre Therion. Essas instruções dão suporte ao estudo que estamos propondo neste momento. Quando fui admitido como Neófito da A A por Frater S.S. (Tarcísio de Oliveira Araújo), ele me enviou algumas palavras escritas em uma carta de 21 março de 1999, ano novo thelêmico. Eu costumo enviar essas mesmas palavras escritas por ele a todo Neófito admitido por mim na A A . Como nesta edição do J ORNAL CORRENTE 93 estamos abrindo com um estudo sobre o Grau do Neófito, decidi publicar as palavras de meu Superior. Que elas possam ajudá-lo da mesma maneira que no passado me proveram um incrível conforto espiritual. Ao anotar em meu diário mágico, entrada feita em 22 de março de 1999 às 9:00, eu escrevi: Tamano conforto espiritual encontrei nas palavras de Frater S.S. A sensação que tenho é que depois de muitas lutas, cheguei em minha Casa . A expressão muitas lutas nessa tas nessa entrada se referia aos três anos que permaneci Probacionista Probacionista da A A . ∴
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Care Frater, Faze o que tu queres há de ser tudo da Lei. Lei . Sei que o único objetivo de vossa vida é servir a Fraternitas A A , mas não vos esqueçais de que existem Graus superiores diante de vós e que o progresso na Senda requer atenta vigilância. Não só deveis estar sempre pronto para servir, mas também estar vigilante por oportunidades, ou melhor, criando oportunidades para serdes úteis nas pequenas coisas, a fim de que, quando vos chegue a obra maior, não deixeis de percebê-la. Jamais, por um momento, vos esqueçais de vosso relacionamento oculto. Deve servos uma inspiração sempre presente, não só como um escudo contra os néscios pensamentos que flutuem em torno de vós, mas também como um estímulo constante á atividade espiritual. A vacuidade e mesquinharia da vida comum hão de ser impossíveis para nós, conquanto não fora de nossa compreensão e paixão. Ainda não é vossa a inefável bem-aventurança do Adeptado, mas lembrai-vos de que já estais unidos àqueles que vivem essa vida superior; sois difusores de sua luz neste mundo inferior; assim vós, também, em vosso nível, haveis de ser um exemplo de Amor, Vida, Luz e Liberdade. Ainda que o mundo não aprecia nem compreenda, vosso dever é brilhar: Cada homem e cada mulher é uma estrela. estrela . ∴
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Não descanseis em vossa escalada. Há picos ainda mais altos a conquistar. Não se deve olvidar a necessidade de desenvolvimento intelectual; e devemos cultivar em nós a simpatia, afeição e tolerância. Cada qual tem de compreender que há outros pontos de vista além do seu, e que igualmente merecem atenção. Devem desaparecer toda acrimônia e rudeza de palavra, toda tendência de sofisticação; quem tenha propensão deve refrear-se ao despontar tal impulso; deve falar pouco, e sempre com delicadeza e cortesia. Nunca falar sem primeiro pensar se o que vai dizer é amável e sensato. Quem procurar desenvolver o amor em si mesmo estará livre de muitos equívocos. O amor é a maior das virtudes; sem ele, todas as demais qualidades serão apenas areia. Os pensamentos e sentimentos de natureza indesejável devem ser rigorosamente eliminados; deveis combatê-los até se tornarem impossíveis para vós. Toques de irritabilidade agitam o mar calmo da Santa Ordem. O orgulho deve ser excluído, pois é um entrava sério para o progresso. É mister a esquisita delicadeza de pensamento e palavra; o raro aroma do tato perfeito que jamais magoa ou ofende. Essa é a conquista dif ícil de se conseguir; todavia, podeis consegui-la se o quiserdes. Serviço definido, e não mero divertimento, deve ser vossa meta; pensai, não no que desejais fazer, mas no que podeis fazer em auxílio de outrem, àqueles que a partir de agora seguirão suas instruções; não esquecei-vos completamente de vós, mas considerais os demais. O discípulo há de ser constantemente afável e prestativo; não de vez em quando, mas sempre. Lembrai-vos, para nós é perdido todo tempo não empregado no serviço (ou não empregado em preparar-se para o serviço a Santa Ordem). Quando verificardes certos males em vós, enfrentai-os de maneira viril e efetiva. Perseverais, e sereis bem-sucedido. É uma questão de força de Vontade. Vigiai por oportunidades e sugestões; sede eficiente. Eu estou sempre pronto para ajudar-vos, mas não posso fazer o serviço por vós; o esforço deve vir de sua parte. Procurai aprofundar-vos sob todos os aspectos e viver uma vida inteiramente devotada ao serviço a santa Ordem A A . Tendes feito bem, mas desejo que façais ainda melhor. Tenho-vos testado, dandovos oportunidades para ajudar; e até agora as tendes aproveitado nobremente. Portanto, eu vos oferecerei mais e maiores oportunidades, e vosso progresso dependerá da maneira como as reconhecerdes e aproveitardes. Lembrais-vos de que a recompensa de um trabalho bem executado é sempre a oportunidade de executar outra maior, e que a fidelidade no desempenho de misteres que vos pareçam humildes conduz ao vosso emprego em obras da mais alta importância. Espero que logo vos aproximareis cada vez mais de mim, e com isso podereis ajudar vossos irmãos na Senda que conduz ao topo da Montanha. Quando procurais realizar a unidade, não basta atrair os outros para vós, envolvelos em vossa aura, unifica-los convosco. Fazer isso é um largo passo, mas cabe-vos ir ainda mais além, e unificar-vos com cada um deles; deveis penetrar nos próprios corações de vossos Irmãos, e compreende-los, jamais por curiosidade, pois o coração de um Irmão que aspira com dignidade a Grande Obra é um lugar secreto e sagrado. Não se deve intrometer nele, argüi-lo, mas, antes, esforçar-se reverentemente por compreender, simpatizar, ajudar. É fácil criticar outros, de seu próprio ponto de vista; é mais difícil procurar conhece-lo e amá-los, mas esta é a única maneira de atrai-los a vós. Desejo que progridas rapidamente, dou-vos minha bênção e te aceito como um Neófito nessa casa, sob minha instrução e sob os auspícios e a autoridade Mestre Therion. Deves exercer tua influência a partir de agora para civilizar, até onde te for possível, os toscos elementos que te rodeiam, e auxiliar as outras almas puras em sua caminhada para o topo da montanha. Esse labor será sempre uma brilhante estrela em tua coroa de glória. Continua a auxilia-las, e vê se não nenhuma outra estrela que possas presentemente acrescentar a essa coroa. O auxílio aos outros permite aproximar-te de mim muito mais cedo do que de outro modo o seria possível. Não existe método mais certo de progresso rápido do que dedicar-se a ajudar a avançar na Senda que vem logo abaixo de ti. Continua a seguir a mesma diretriz com presteza e segurança. Estou satisfeito contigo, mas desejo que faças mais ainda. Porque tu tens a capacidade de fazer progresso rápido, e eu desejo que ponhas isto diante de ti, como uma ∴
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meta que estás determinado a realizar a todo custo. Alguns dos obstáculos que te instruíram para vencer podem parecer-te sem importância, mas em realidade não o são, porque são as indicações superficiais de uma condição interior que deve ser alterada. Isso significa uma transformação radical, que não te será fácil realizar, mas o esforço recompensa o tempo empregado. Algumas regras que desejo que cumpras como Neófito a serviço da Santa Ordem:
1. Não lembre-se apenas de ti e dos desejos de tua personalidade, lembra-te 2. 3. 4. 5.
também do serviço prestado aos Probacionistas, dedicando a isso tua energia, teu pensamento e teu entusiasmo. Não ofereças uma opinião sobre qualquer assunto, a não ser que diretamente solicitada. Mantenha um Silêncio rigoroso sobre tuas conquistas espirituais e as compartilhe apenas comigo. Antes de falar, considera o quanto o que vais dizer afetará outros. Nunca divulgue, nem comentes, a fraqueza de um Probacionista. Lembra-te que tens ainda muito que aprender e, portanto, podes frequentemente errar; fala, pois, com conveniente modéstia. Mesmo no ensino de alguns mais novos, tu ainda vós soi apenas um aluno ainda. Ensine, portanto, como tal.
Desejo aproximar-te mais de mim, e se quiseres observar estas regras e àquelas de seu Juramento e Tarefa de Neófito, logo poderei fazê-lo. Enquanto isso, que minha bênção esteja contigo.
Amor é a lei, amor sob vontade. Frater S.S. 2°=9 A A
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Talvez muitos se surpreendam pela extrema simplicidade das palavras de Frater S.S. que acabei de citar e isto pode leva-los a pensar que essas instruções não sejam suficientes para guiar e auxiliar a ninguém na obtenção do Adeptado. Contudo, aqueles que assim pensarem, esquecem-se de que é da essência da vida do Neófito que ele ponha de lado toda esta complexidade e, assim, penetre num mundo de pensamento em que a vida é simples e a direção retilínea, em que o certo e o errado estão claramente definidos e no qual as perspectivas que se abrem diante de nós são corretas e inteligíveis. É a vida simples que o Neófito deve viver, é a própria simplicidade que ele alcança que lhe torna possível o progresso superior. O homem fez de sua vida um emaranhado de incertezas, de confusão, uma tormenta de correntes cruzadas, em que os fracos caem e naufragam. Mas cabe ao verdadeiro Neófito ser forte e são, deve tomar sua vida nas próprias mãos e torna-la simples como a divina simplicidade. Deve o Neófito tirar de sua mente tudo o que ocasiona confusão e ilusão e dirigir-se como uma flecha para o seu alvo, o Sagrado. Portanto, compete ao Neófito eliminar os primeiros obstáculos à sua ascensão espiritual: a complexão e a ilusão; e a confusão delas decorrentes. A irritabilidade é um outro obstáculo muito frequente. Vivemos numa época em que a tensão constante desequilibra o delicado equilíbrio nervoso. É normal que as pessoas com um elevado grau de sensibilidade, após experimentarem os efeitos do ambiente da cidade, voltarem às suas casas completamente exaustas e alquebradas. O contato com várias pessoas, muitas delas extremamente desequilibradas em seu modo de pensar e viver, leva o indivíduo, que pela natureza do estudo que desenvolve são mais suscetíveis, a um desgaste emocional maior, gerando um elevando grau de irritabilidade. Mesmo sendo esta irritação algo superficial, sem uma penetração profunda, deve-se evita-la, pois seus efeitos perduram mais do que se costuma imaginar. Em razão da maté6 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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ria do corpo astral ser leve, as vibrações que se produzem em sua massa penetram mais profundamente e geram, portanto, efeitos mais duradouros. Um leve pensamento sinistro, que só permaneça na mente por 10 minutos, pode produzir no corpo astral um efeito que persista 48h. Estas vibrações não se acalmarão senão depois de passado muito tempo ou através do sādhanā, a prática espiritual devotada e sistemática. Portanto, se o iniciado constatar essa característica em si, o primeiro passo para elimina-la é não lhe dar atenção, mas esforçar-se para desenvolver um comportamento oposto. Uma das melhores maneiras seria em manter firmemente o pensamento contra ela, mas não resta dúvida que esta prática suscita oposição nos planos astral e mental, razão pela qual sugiro, a fim de evitar os efeitos deletérios da irritação, que o Neófito nutra pensamentos de consideração pelas pessoas, baseando seu sentimento em seu amor por eles, pois o indivíduo que esteja com seu interior repleto de amor, cria ao seu redor um círculo protetor que impedirá qualquer tipo de desgaste no seu emocional, preservando seu equilíbrio. Assim, para que você não retarde seu progresso em direção ao adeptado, mantenha em mente um profundo sentimento de amor. As preocupações são igualmente um fator retardatário da evolução individual. Quem se preocupa em demasia com determinado problema e o remói repetidamente sem conseguir resolve-lo, provoca uma espécie de tormenta em sua mente que o impede de progredir. Cabe ao Neófito confiar seus problemas no Sagrado. Pegue seus problemas, analiseos, disseque-os completamente e, em seguida, os confie ao Sagrado, na certeza de que uma solução lhe será dada. Não os fique remoendo, conservando-os em sua mente. A partir do momento em que você colocar tal procedimento em prática, você verificará que todo problema que parecia insolúvel, surpreendentemente trará consigo a sua própria solução. A linguagem do Neófito é outro aspecto importantíssimo e que não posso ignorar. O Neófito deve sempre estar atento à sua maneira de falar, assim como deve ter cuidado com o assunto tratado. Ele deve ser amável, polido e correto, na utilização das palavras que utiliza para expressar seus pensamentos. Suas palavras devem ser bem escolhidas e bem pronunciadas. Uma de suas tarefas mágicas é aprender a diligentemente entoar as Palavras de Poder. Gradualmente o Neófito aprende que a Palavra é um instrumento de Poder através do qual ele opera sua magia e, portanto, com ela aprende a ter cuidado e relação intima de sacralidade. Infelizmente, as pessoas comuns pensam que, no seu dia-a-dia, não seja necessário dar-se ao incômodo de falar clara e corretamente. Estas pessoas encontram-se totalmente equivocadas em seu modo de pensar, pois, com as palavras, estamos construindo, a todo instante, nosso próprio ambiente que, por sua vez, reage sobre nós. Ao falarmos, nossas palavras conduzem e expressam nossos sentimentos que impregnam o ambiente em que nos encontramos. Estes sentimentos ali permanecem e nós somos ‘obrigados a conviver com eles. É muito comum pessoas sensitivas que penetram em lugares onde vivem pessoas que se deixaram vencer pela depressão, sentir a diminuição da vitalidade do local. Esta diminuição da vitalidade, em menor escala, atinge o sensitivo e, em maior grau, retorna para o indivíduo que a produziu e que vive naquele cômodo, afetando-o constantemente, o que dificulta o indivíduo de sua liberação. Da mesma forma, ocorre com o indivíduo que se envolve de uma atmosfera de formas sonoras desagradáveis engendradas por uma linguagem descuidada e inculta, produzindo uma atmosfera onde estas formas reagem constantemente sobre ele. Se este indivíduo não tomar cuidado, reproduzirá estas formas desagradáveis, construindo o hábito de falar áspera e grosseiramente. Pode parecer que a linguagem não tenha tamanha importância; não se engane; palavras repetidas constantemente produzem um enorme efeito. Seguramente, é melhor que 7 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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nos envolvamos de beleza do que de fealdade, mesmo que seja de matéria éterica. É de suma importância falar com correção, clareza e beleza, pois isso o conduzirá tanto ao refinamento interno quanto externo. Se falamos de uma maneira grotesca e desalinhada, degradamos o nível de nosso pensamento, e tal maneira de falar repelirá e desagradará as pessoas que gostaríamos de ajudar. Aqueles que não podem ser exatos no empregado de palavras não podem ser precisos em seu raciocínio e, assim, negligentes em sua magia. Governa os teus lábios, pois são os portais do palácio do rei interno; tranquilas e formosas e corteses sejam todas as palavras ditas naquela presença permanete do Sagrado. Na produção dessas instruções aos Neófitos, estou intercambiando livremente tanto os trabalhos da A A quanto do Colegiado da Luz Hermética. Nesta edição inclui também algumas instruções antigas: uma lição sobre a projeção astral que escrivi em 2000 E.V. ainda quando Neófito 1°=10 A A e uma lição sobre os tattvas que escrevi em 2004 E.V. para o Curso de Probacionistas da Sociedade de Estudos Thelêmicos. Cada uma dessas lições vem com nota de introdução para que o leitor possa contextualizá-la. Bom estudo! ∴
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Amor é a lei, amor sob vontade. Frater ON120 6°=5 A A Imperator
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Frater 8 Nícolas Furla Moraes ∵
Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei. em-vindos, caros leitores! Nesta edição de Solstício de Inverno preparamos duas ilustrações que tratam dos principais assuntos presentes nos capítulos do caderno de estudos deste mês e que serão trabalhados também nos próximos números do JORNAL CORRENTE 93. As ilustrações foram inspiradas no Trabalho do Neófito e no Ofício da Sacerdotisa dentro de Thelema, a Mulher Escarlate. A ilustração O Neófito foi feita a partir dos escritos que falam dos aspectos gerais e também dos temas mais profundos e sutis do primeiro grau da Astrum Argentum, o início da caminhada na iniciação em Malkuth na Árvore da Vida. Em Malkuth, o Iniciado toma consciência do trabalho essencial a ser desenvolvido sobre os seus aspectos brutos. Até o momento ele se encontrava ignorante de sua natureza que estava oculta, porém o domina com grande força e influencia o seu inconsciente, que agora no Caminho, precisa ser observada e lapidada com cuidado, equilibrada com sabedoria no decorrer de toda iniciação. A natureza mais bruta de nós pode ser equiparada, de acordo com a Tradição Oculta Ocidental, com os Quatro Elementos (Fogo, Água, Ar e Terra) e estes devem ser equilibrados e possuírem um regente adequado (o quinto elemento, o Espírito, a Luz) e bem estabelecido para poder agir positivamente sobre os outros. Estes Elementos se encontram em nós, o microcosmo. Nós vemos com a Visão, ouvimos com a Audição, sentimos o gosto com o Paladar, sentimos as coisas ao tocá-las com o Tato e sentimos os cheiros com o Olfato. No macrocosmo, os Elementos estão em constante mudança (de certa forma, isso se assemelha a maneira que é vista a relação das Gunas entre si) e/ou misturados nas coisas no Universo, principalmente em Malkuth que é o produto final e que contém todos eles, vemos aí a correspondência entre Malkuth/Terra com o nosso corpo. Cada elemento é atribuído a um sentido, e em cada sentido há uma tarefa a ser feita pelo Neófito e que se resumem pelo nome dado ao Ordálio da Esfinge. A esfinge nas pinturas e esculturas antigas é representada com membros de diferentes animais e uma cabeça humana. Essa representação em si já demonstra os Quatro Elementos em união com o Quinto, porém na constituição do neófito, que está embotado pela ignorância de Si mesmo e de seus Poderes, todos os elementos estão desorganizados. Portanto, a esfinge interna deve ser equilibrada, pois se encontra difusa, dispersa, em desarmonia e é exatamente a cabeça que deve reger o restante do corpo, os outros elementos, posta, assim, no seu devido lugar. Os Poderes que o Neófito deve adquirir controle referem-se aos Poderes de cada Elemento: Saber (Ar), Querer (Fogo), Fazer (Água) e Calar (Terra) que, quando purificados, atuam em harmonia, podendo desenvolver suas qualidades específicas corretamente auxiliando, dessa forma, o neófito no caminhar da jornada. Para um entendimento mais profundo sobre isso, recomendo a leitura presente nesta edição chamado de O Trabalho do Neófito.
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Na ilustração estes Elementos são vistos na representação das paredes do Templo de Iniciação do Neófito, o Templo para o Deus Oculto, ou seja, o seu próprio Corpo, são essas paredes que levantadas cuidadosamente tornarão possível o Espírito, a Luz, residir iluminando todos os aspectos internos do Magista. Essa Luz vem do alto, da região além do Abismo, da Sephira Kether na Árvore da Vida. No templo do neófito a ferramenta mágica que representa a Luz vindo do alto é a lâmpada mágica que deve estar próximo do teto, acima da cabeça do neófito, ou exatamente no teto. Essa luz da cor amarela rasga a escuridão de dentro do templo, trazendo simbolicamente o conhecimento ao neófito dos seus aspectos ocultos e inconscientes, tendo um papel de conhecimento de si mesmo importantíssimo para os próximos passos na iniciação, assim como o Espírito tem o papel de regulador para guiar o neófito na sua vida cotidiana, dando força para que ele não seja escravo dos seus vícios, sempre presentes quando ainda não foi obtido o controle de si mesmo e dos seus aspectos mais baixos. Aí é feita também uma referência ao trabalho da Quadratura no Círculo. Essa referência é vista na postura do neófito, onde vemos ele como Baphomet balanceando e direcionando os Raios de Luz do Espírito que invade a sua constituição interna dos elementos, ou seja, os Raios do Círculo, o espiritual e sutil, adentrando com sua luz o Quadrado, onde habitam os elementos consagrando, elevando eles para novos estados sutis, não mais a simples visão ignorante e profana de si mesmo. Da mesma forma como foi dito no JC93 da edição no. 11, na ilustração do Homem da Terra, vimos que essa tarefa é essencial não só para o Grau de Homem da Terra, no qual reside o Grau de Neófito, mas que esse Ordálio se segue nos outros Graus da Ordem da Astrum Argentum, onde o solo vai mudando, porém o ponto de vista deve sempre ser o do Sagrado, sendo necessário o constante equilíbrio no decorrer de cada Grau na Árvore da Vida. O equilíbrio e direcionamento deve ser feito para que, assim o neófito permaneça, da melhor forma possível, no seu próprio Eixo, sendo o Senhor de Si mesmo, viajando com os olhos abertos na sua própria Órbita. O Círculo e o Quadrado foram pintados nas mesmas cores que o Hexagrama Sagrado, onde o Triângulo Ascendente é Azul, simbolizando toda a aspiração do neófito pelo Sagrado, o estado passivo, aguardando a chegada de Hadit como Nuit, para ser coroado e elevado em União com o Sagrado simbolizado pelo Triângulo Descendente Vermelho. As correspondências são basicamente as mesmas que a Quadratura no Círculo, pois visa representar a correta orientação para que todo o trabalho seja Sacralizado, porque está oferecendo a si mesmo para o Sagrado, já que todo o trabalho que ocorre é estritamente interno, apresentando os seus reflexos no externo, na vida do Iniciado. Vemos o neófito dentro do Círculo Mágico de Malkuth, na encruzilhada dos elementos ou Cruz dos Elementos, o X de NOX, rodeado pelos Nomes Sagrados de Thelema: Therion (Leste), Nuit (Norte), Babalon (Oeste) e Hadit (Sul). Essa configuração é basicamente utilizada em grande parte nos rituais thelêmicos. Podemos perceber o círculo zodiacal, essa constituição representa a visão de Universo do neófito, onde ele deve enxergar o seu lugar, onde ele deve se fixar para poder efetuar o seu trabalho mágico, saber onde ele se encontra, ainda que não seja fácil de se dizer no primeiro momento, o neófito deve se esforçar para que possa descobrir e organizar sua perspectiva no melhor modelo, ou mapa que irá guia-lo na sua Iniciação. Vale ressaltar que sua percepção sempre estará se modificando durante a sua caminhada, portanto não deve haver necessariamente um apego as formas e sim a abertura do ponto de vista de forma flexível, para sempre adaptar a sua visão de mundo conforme sua experiência e sua evolução na vida interna e também externa, e isso possui um laço bem estreito com a criação do Pantáculo no Grau de Probacionista. Seu círculo é branco para denotar a Luz daquilo que ele conhece, seu consciente, o seu universo cônscio, por outro lado, fora do círculo o chão do templo é negro simbolizando o inconsciente. Conforme foi dito mais acima, como sua percepção sempre estará sendo expandida, da mesma forma, o seu círculo acabará se expandindo, talvez não fisicamente, 10 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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mas no Plano Astral, assim seu domínio do Universo Interno tomará cada vez mais força, o preenchendo a Escuridão com a Luz Divina. No centro do Círculo Mágico o altar está equipado com as armas mágicas do Magista, eles são as extensões dos elementos internos do neófito e através dele que são feitos os trabalhos de purificação e consagração da sua constituição interna. Na parte superior do altar a cor dourada está presente simbolizando a Luz solapando os aspectos saturninos e densos do quadrado de Malkuth posicionados logo abaixo. Em certo ponto, abaixo do altar, há um outro altar, dentro do tronco da árvore que o altar superior se transformou. Esse altar é erigido para os ancestrais do Neófito, as suas Bestas, os ancestrais do reino mineral, vegetal e animal, conforme a evolução da consciência do mundo ocorreu, sendo o Neófito o produto de milhões e milhões de anos de evolução de constante aprimoramento e mudanças na Terra. Essas raízes buscam se aprofundar cada vez mais, no sentido de se afirmarem mais e mais para que consiga receber a força destes ancestrais, assim como é dito: “nenhuma árvore com raízes fracas e rasas consegue crescer firmemente sem o risco de cair e ainda sim acender nas alturas a luz do sol”. Isso quer dizer que através do Poder das suas Bestas, dos seus ancestrais, é possível para o Neófito elevar-se cada vez mais na sua Iniciação alcançando e experimentando novos estados de consciência. Entrar em contato com seus ancestrais é essencial para o início do trabalho mágico, pois sem o seu auxílio de seus poderes fica impossível trabalhar magicamente, pois esse contato estabelecido das próprias raízes se assemelha ao trabalho de uma antena que recebe sinais de cima e transmite para outros pontos mais abaixo. Em outras palavras, o Neófito busca receber os sinais superiores, ou seja, de Kether e que irá aterrar esses sinais sutis para os seus aspectos mais profundos e brutos, os aspectos das suas Bestas, ocorrendo uma conexão do Acima com o Abaixo – a famosa máxima Hermética “Assim como é acima, é abaixo”. É o papel do Neófito se transformar nessa antena e trazendo a Gnose do Alto para Iluminar seus Elementos e suas Bestas internas, seus órgãos dos sentidos e assim sua vida exterior para que seja feita corretamente a conexão com os Planos sutis superiores que é o trabalho principal neste ponto da sua jornada de iniciação. A segunda ilustração, por fim, A Mulher Escarlate . Essa ilustração foi inspirada na Soror MiaH56, Grã-Sacerdotisa do Colegiado da Luz Hermética. Vemos na ilustração que a Sacerdotisa está posicionada sobre o altar da Missa Gnóstica, porém há um detalhe a ser levado em consideração. Geralmente quando nos devotamos a nossa prática nos dirigimos ao nosso altar, pois direcionamos a energia e nossa devoção a ele, já que ele é a representação do divino, mas aí reside a diferença. O ponto de vista thelêmico, inspirado no Tantra (característica tal que faz Thelema ser visto como o Tantra do Ocidente), nesse caso, é que a Sacerdotisa é a encarnação da Deusa Babalon, o próprio Avātar da Deusa, nossa devoção será dirigida a ela, pois sua imagem nos arremete a Grande Deusa, a Mãe Divina. Levando em conta que todos devemos nos dedicar a consagrar nossos trabalhos, nossa energia, nossa vida de devoção a Babalon, que é a Guardiã da Cidade das Pirâmides, além do Abismo, assim podemos nos unificar com o Sagrado, receber o Santo Graal logo depois de demonstrarmos nossa dedicação como Cavaleiros do Santo Graal, derramando assim o nosso Sangue na Taça de Babalon. A Sacerdotisa é a detentora do Cálice Sagrado, a Vulva da Deusa, é ela que pode nos oferecer com justiça o Santo Graal. Continuando nessa simbologia, podemos vincular o Atu XVII, a Estrela do Tarot, atribuída ao signo de Aquário, onde vemos uma jovem nua, uma sacerdotisa, segurando dois cálices, um deles posicionado ao alto e outro para baixo. O cálice mais ao alto derrama as águas saturninas de Binah, Sephira de Saturno, onde reside a Grande Mãe, o Sagrado Feminino na Árvore da Vida. O signo de Aquário é o signo do Aeon atual, o Aeon de Aquário, onde a Filha, a Sacerdotisa, é entronada e dado todo o poder, onde a Mulher recebe a Liberdade que lhe foi retirada nos últimos dois Aeons, que possuíam essencialmente um caráter patriarcal e restritivo a mulher. 11 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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Conforme é dito no capítulo A MULHER ESCARLATE & A ERA DE AQUÁRIO, escrito pelo Frater ON120: O simbolismo deste Atu ensina a mulher a como se transformar em um avātar para a corrente mágica da Era de Aquário. A carta mostra uma jovem mulher ajoelhada frente a uma piscina ou um lago, enquanto segura dois cálices de poder. Um dos cálices ela derrama água no lago, que representa seu inconsciente ou Eu Superior. O outro cálice ela derrama na terra seca, criando cinco filetes de água. Um cálice representa o Círculo, o outro representa a Quadratura. Um de seus pés se encontra no lago, o que representa sua conexão com o Sagrado (°), o outro permanece em terra seca, o que representa sua conexão com a Terra ( ). Utilizando seu corpo de maneira apropriada, ela se torna um canal de poder através do qual é possível acessar o Sagrado enquanto permanece encarnada no Plano dos Discos. [...] No Tarot de Thoth de Aleister Crowley, a sacerdotisa nua segura um Vaso Dourado (°) em sua mão direita bem acima de sua cabeça, derramando a água do Grande Mar de Binah (Babalon) diretamente sobre seu corpo. Em sua mão esquerda ela segura um Vaso de Prata ( ), derramando a água sobre a terra, abaixo do Abismo, auxiliando o trabalho da sacerdotisa. O Símbolo de Aquário é , que significa que a Água acima é como a Água abaixo. Isso implica que a água está fluindo através dela, seu líquido ou emanação vaginal sendo o Orvalho Sagrado que flui diretamente do Sagrado, produzindo abaixo do Abismo àquilo que os gregos chamavam de ambrosia e os hindus de amṛ ta. Kenneth Grant (1924-2011) popularizou esse aspecto da Mulher Escarlate no seu argumento sobre os kālas da deusa ao propor equivalência entre Thelema e o Culto de Kālī na Índia. Na ilustração este Arcano está presente no ato da Sacerdotisa levantar o cálice onde ela recebe o Sangue, em sincronia com o objetivo de todo Thelemita Iniciado que deve derramar todo o seu sangue na Taça de Babalon, também simbolizando as águas saturninas de Binah, isso reflete ao primeiro cálice localizado no alto do Atu da Estrela. O segundo cálice está presente já no corpo da Sacerdotisa. A sua vulva derrama a sua menstruação sobre o altar, este sangue está carregado com os kalas da Deusa. A própria menstruação já é reflexo dos aspectos femininos atribuídos a lua, pois a menstruação, quando se encontra em acordo as fases lunares, age da mesma forma que os ciclos da Lua. Abaixo, o sangue da menstruação cobre o espaço onde está a Estrela de Babalon, a estrela de sete pontas, ou a Estrela de Prata, quis demonstrar que esse é o sinal que mostra a energia de Babalon consagrando a secreção feminina, pois foi carregada magicamente no trabalho mágico, assim como na Missa Gnóstica. Estes dois pontos onde o Sangue percorre, suas extremidades formam um Lámen. Sua forma se assemelha a Vulva, propositalmente. Acima podemos interpretar como a representação do clitóris que, quando estimulado durante as práticas de Magia Sexual, recebe as energias da Deusa, possuindo um grande poder mágico que pode ser usado para diversos fins mágicos. O canal de Prazer é o clitóris, assim como é também o Canal, ou Portal, onde se pode viajar astralmente, conforme Kenneth Grant discorre nos seus escritos. O ponto mais abaixo representa exatamente a saída da menstruação no canal vaginal. Assim percebemos que a Mulher em si, sabendo trabalhar suas energias femininas, do seu Sagrado Feminino, tomando o Ofício de Mulher Escarlate, consegue ser adequadamente um portal mágico onde pode se receber lampejos dos Planos Sutis, lembrando o papel das mulheres que trabalhavam como Oráculo nos templos antigos da nossa história. Agora, neste Aeon, há um retorno a essas características sagradas e místicas que envolvem a sexualidade feminina, intrínseco na constituição física da mulher. Ao fundo vemos faixas negras, faixas verdes e um círculo amarelo entre as duas velas do altar. Utilizando essas cores, busquei trazer as energias específicas da Árvore da Vida microcósmica da mulher. A cor negra é a cor de Binah (Saturno), a cor verde é de Netzsach (Vênus), por último, a esfera amarela representa Tiphereth (Sol), onde a Sacer
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dotisa pode trabalhar com mais segurança estando já criando contato mais com o seu Sagrado Anjo Guardião. Espero que vocês, leitores, tenham compreendido o que tentei transmitir, seja com as ilustrações, assim como com este texto. Comprometo de continuar me esforçando na compreensão de mais aspectos sobre estes assuntos presentes no Jornal Corrente 93 de forma que seja possível sempre estar oferecendo em forma artística os Arcanos que fascinam todo Buscador e que sem eles caminhamos cegos na Rota da Iniciação. Agradeço a atenção e desejo para todos um ótimo estudo! Amor é a lei, amor sob vontade.
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A Mulher Escarlate, por Nicolas Furlan Moraes.
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FERNANDO LIGUORI Nota: Esse texto foi escrito em 2000 E .V como uma tarefa do Grau de Neófito. Frater S.S. pediu que eu escrevesse um texto sobre projeção astral baseado nas minhas experiências pessoais e nas anotações de meus diários enviados a ele. Ele sugeriu que esse texto poderia iluminar muitos Probacionistas que já estavam sob a minha supervisão. O título original do texto era, no entanto, P ROJEÇÃO ASTRAL OU P SÍQUICA. O leitor notará certa dicotomia com os meus escritos atuais, pois optei por não rever o texto, uma vez que eu o escrevi ainda como um Neófito. Aconselho dessa forma aos leitores aproveitarem o que for conveniente, sincronizando com as instruções que ministro nos dias de hoje. Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.
A
projeção é o ato de liberar o Eu psíquico, com todas as suas funções, transcendendo as limitações de tempo e espaço. As projeções têm como finalidade fazernos entrar em contato com aqueles que necessitam de ajuda, ou de quem desejamos receber assistência ou orientação. Com algum treinamento adequado e específico, poderemos projetar o corpo psíquico à vontade; todavia, podem ocorrer durante o sono projeções espontâneas. Então, mesmo dormindo, temos plena consciência da dualidade.1 Através da vontade, o poder da mente pode ser aplicado para expandir a consciência a lugares distantes, com pleno conhecimento. A expansão da consciência para a mente de outrem pode levar consigo todas as características da personalidade, de forma que o receptor pode sentir uma espécie de materialização ou visão de quem está expandindo a consciência. O processo de harmonização de duas imagens pode ser comparado com a ressonância de dois diapasões do mesmo tom. Assim sendo, a criação de uma imagem clara na consciência é indispensável à perfeita harmonização e ao contato com o objeto com que estamos nos harmonizando. A título de experimento, procuremos criar uma imagem mental de um objeto que já tenhamos desejado. Deixemos que isso seja uma experiência total ou plena para nós. As vibrações que se irradiarem dessa visualização entrarão em contato com o objeto real e se 1 Eu omiti aqui a
introdução do texto onde reflito sobre a dualidade e a não-dualidade. 15
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harmonizarão com sua frequência vibratória. Convém salientar a necessidade de colocarmos detalhe após detalhe no desenvolvimento de uma imagem mental. Um dos princípios psicológicos aqui compreendidos é o de que, para a transmissão da imagem mental ou visualizada, é preciso que ela seja formada lenta e minuciosamente na tela mental. A coisa ou cena que visualizamos deverá despertar nossas emoções. Devemos senti-la, ter consciência vívida da mesma, como se estivéssemos realmente tomando conhecimento dela através de nossos sentidos físicos de visão, audição, olfato, paladar e tato. Na comunicação com pessoas a distância, sem contato pessoal, a Mente Cósmica ou Consciência Cósmica é usada para transmitir vibrações. Na projeção da nossa presença de um local para outro, a Consciência Cósmica é usada, assim como as ondas de luz na projeção de um filme. Aquilo que uma mente pensa, sente ou sabe, pode ser liberado para a Mente Cósmica e, dessa forma, transmitido pelo espaço, de modo a entrar em contato com qualquer outra mente. É como se a Consciência Cósmica fosse uma central telefônica e todas as mentes humanas, como ramais, estivessem ligadas a essa central. Em condições normais, é fácil para qualquer ser humano desenvolver certos atributos e adquirir certos poderes ou aptidões, pelo conhecimento das leis e sua aplicação prática. O Neófito segue determinados princípios e leis que aprendeu, tais como os princípios da respiração, aos quais é acrescentado a emissão de determinados sons de poder, a concentração do pensamento, o desenvolvimento e o uso do poder da vontade, nos momentos oportunos. Através desse conhecimento e dessa prática, o Neófito é capaz de se expandir em ilimitados campos de visão, audição, tato, olfato e paladar. Chamamos a isso perceber além da mente objetiva ou consciente. É assim que um ocultista sente Deus, a energia psíquica e as coisas ocultas ou veladas da existência. Do ponto de vista oculto, é muito importante nos conscientizarmos de que toda vez que respiramos, durante a vida inteira, estamos praticamente regenerando o sistema. Quase se poderia dizer que, desse ponto de vista, cada respiração profunda é uma nova introdução de vida no corpo e, portanto, que estamos renascendo de segundos em segundos. Isso deve ser indicação para nós, de que há um poder misterioso, criativo, regenerador, no ar que respiramos, o qual pode ser usado para outros fins além da mera vitalização do corpo. Os Iniciados chamam esse poder de Força Vital, que penetra no corpo no nascimento, com a primeira inalação. Uma vez que tenhamos infundido em nossa mente a ideia de que Força Vital penetra no corpo com o primeiro alento, através da respiração, teremos dominado um dos princípios mais importantes do nosso estudo, do qual depende o trabalho de cura e o de projeção no plano psíquico, além de muitos outros fenômenos mágicos. Uma questão pode ser levantada: de fato, projetamos nosso corpo psíquico ou nossa consciência para um determinado local, ou é esse local projetado para a nossa consciência, mediante nossa harmonização com o Cósmico? Em eventos Cósmicos e psíquicos não há movimento no sentido em que o compreendemos no plano terreno, assim como não há distância, ou, mesmo, tempo. Na realidade, em todo trabalho de projeção ocorre, simplesmente, que nos harmonizamos com o local, de modo que, nem vamos para esse lugar, nem ele vem até nós. O que se dá é uma expansão de consciência de tal forma que nos tornamos cientes daquilo que se passa a distância. É como se momentaneamente utilizássemos um telescópio que amplia nossa percepção e, deste modo, poderemos ver coisas que, normalmente, nos escapam à atenção. A harmonização Cósmica, todavia, não se destina a liberar-nos das obrigações terrenas; ela deve proporcionar ao Eu psíquico o mesmo desenvolvimento, o mesmo poder, a mesma alegria, o mesmo conhecimento e a mesma oportunidade de servir e evoluir que proporcionamos à nossa mente objetiva, ao nosso Eu material.
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A mente inconsciente não é escrava do cérebro; a mente objetiva não é senhora dos poderes subconscientes. A mente objetiva, nosso Eu Consciente, pode atribuir, sugerir ou transferir ao subconsciente certas coisas a serem feitas, mas o inbconsciente não pode ser forçado, não pode ser ludibriado a fazer quaisquer coisas que desejamos, até que certa relação de confiança se estabeleça entre a mente objetiva e a mente inbconsciente. A mente inbconsciente é, desde o nascimento, a principal diretora do corpo, ao passo que a objetiva é um aprendiz inexperiente e que, na maioria das vezes, ignora a existência da outra. Essa ignorância, que pode causar um conflito entre o Eu objetivo, exterior, em processo de maturação, e o Eu inbconsciente, interior, deverá ser superada e a harmonia e a confiança devem ser estabelecidas entre eles, em decorrência de consonância de propósito e melhor compreensão da natureza e das funções um do outro. A mente inbconsciente é capaz de comunicar-se com todas as outras mentes e com o plano cósmico; todavia, é suscetível à sugestão e sua tendência é raciocinar dedutivamente. A mente externa raciocina dedutiva e indutivamente; entretanto, desde que o Eu mat erial permaneça humilde, tolerante, bondoso, amoroso, altruísta e elevado em seus ideais, ser-lhe-á suficiente pedir o auxílio do plano interior, espiritual e isso lhe será dado. Projetando-se psiquicamente A chave para a projeção astral está em despertar a consciência psíquica de cada célula de seu corpo. Para isto, é necessário relaxar todo o corpo e levar o ar, a força vital a cada célula de seu organismo. 1. Sente-se confortavelmente, coluna ereta. O ambiente deverá estar escuro ou com pouquíssima luminosidade. Agora, entoe o som vocálico KHEI, na nota Mi, 7 vezes. Lembrando-se que este som exerce um efeito calmante, repousante e que produz paz. 2. Leve sua consciência aos pés. Inspire lentamente, dirigindo o ar, isto é, a força vital presente nele para os seus pés. Retenha o ar, sem sentir desconforto, enquanto percebe a energia que chega a seus pés e os faz vibrar, encher de vitalidade, produzindo uma sensação de calor e/ou formigamento. Exale lentamente. Faça isto com as pernas, coxas, genitais, costas até chegar ao alto cabeça. 3. Este processo de relaxamento, acompanhado da respiração, por todo o corpo poderá ser repetido mais vezes até sentir que todo o seu ser vibra. Normalmente, fazê-lo 2 ou 3 vezes seguidas dá bons resultados. Não podemos ter pressa na execução de um experimento deste nível. 4. Agora, concentre-se na glândula timo, no centro de seu peito. A timo é a glândula que primeiro atrai o cordão místico de prata que liga a alma ao corpo antes que a personalidade-alma reencarne em um corpo físico. A projeção a partir deste ponto é mais fácil. Para ativar esta glândula, visualize uma esfera de luz amarela sobre o peito. Enquanto se concentra nela, entoe 7 vezes o som EHM (êêêmmm), entoado em Si. 5. Projetar o corpo psíquico ao lado do corpo físico. Isso será fácil, após algumas tentativas. Visualizando e exercendo a força de vontade, poderá fazer o corpo psíquico sair do corpo físico e colocar-se ao lado ou à frente do corpo físico. Veja que seus pés, mãos, braços, cabeça, se soltam, se desprendem do corpo ao comando de sua vontade. 6. Tão logo se desprenda, perceberá também a dualidade, os dois corpos, a dupla consciência, mas não deverá pensar nisso, nem tentar analisá-lo ou fazer outra coisa além de manter a mente concentrada na ideia de conservar a consciência psíquica fora do corpo físico. Após manter essa condição por alguns minutos, deverá 17 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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lentamente permitir que os dois corpos se fundam novamente, voltando ao estado normal. Poderá, então, permanecer passivo, por algum tempo, quando terá aguda percepção do que o corpo psíquico sentiu quando se encontrava ao lado ou na frente. Não deverá pensar nisso enquanto estiverem fazendo o experimento, mas poderão fazê-lo em seguida. Depois de várias tentativas, verá que, durante a projeção, seu corpo psíquico estará estabelecendo contato com o plano cósmico e a iluminação resultante trará um influxo de conhecimento. Poderá sentir uma grande esfera se formando ao redor, como se estivessem dentro de uma bola de cristal, e vai sentir grande redução de peso, contudo não tente analisar tudo isso senão após o término do experimento. Quando dizemos que projetamos o corpo psíquico para um local fora do corpo físico, não devemos entender que o corpo psíquico, como se fosse uma espécie de corpo material, lenta e silenciosamente flutuará pelo espaço, para o local desejado. O que realmente se projeta é uma espécie de consciência ou inteligência, que chamamos de corpo psíquico. Às vezes, essa projeção psíquica se apresenta apenas como uma névoa de forma oval, como a aura que circunda o corpo humano; ou como uma grande bola branca de luz, flutuando no espaço; algumas vezes apenas a cabeça ou parte do corpo é visível. A projeção não tem, absolutamente, natureza material. É radiante e apresenta um suave tom branco-violeta, ou violeta-branco que, às vezes, parece ser somente branco e, noutras, azul-branco. Naturalmente, somente a prática poderá nos conduzir ao êxito na projeção. No início, o medo poderá bloquear ou impedir a projeção, todavia, nada temos a temer. O medo pode ser classificado como uma reação psicológica negativa diante do desconhecido e, como tal, é fácil superá-lo, especialmente nos exercícios com expansão da consciência. A aura humana é o resultado de radiações de energia que emanam do ser humano. Essas radiações provêm do corpo físico e da alma, em seu interior. A aura, portanto, é o campo magnético, ao redor do corpo, formada pelas radiações dos corpos físico e psíquico. Ela é muito importante nas projeções, visto que é sua qualidade magnética que permite a expansão de nossa consciência, para longe do corpo. É na qualidade da aura que reside a força das projeções, motivo pelo qual devemos desenvolvê-la ao máximo. Neste particular, os exercícios e rituais são de fundamental importância. Um verdadeiro ocultista nunca se descuida de seus exercícios, de leituras sublimes e de uma vivência ética. Lembre-se disto. Nas práticas, estamos lidando com princípios psíquicos, não relacionados com a ilusão dos sentidos. As coisas para as quais dirigimos psiquicamente a consciência serão percebidos como parte de nós mesmos. Se não tivermos conhecimento do controle do corpo psíquico, em nossas comunhões, ou períodos de concentração, personalidades e forças indesejáveis poderão perturbar nossa consciência. Nem toda personalidade psíquica com as quais possamos entrar em contato durante as projeções será de alguém que já tenha deixado o plano material. Além disso, devemos lembrar que, na projeção, poderemos aparecer com a personalidade da última encarnação. Pessoas afetadas por drogas ou de algum outro modo induzidas a um estado inconsciente, podem, inadvertidamente, liberar seu corpo psíquico e, em consequência, não ter sobre ele o menor controle. Outrossim, devemos ter em mente que a visualização é essencial à projeção correta e controlada. A verdadeira visualização consiste em termos consciência da atualidade em nosso estado de concepção mental ou, em outras palavras, em formarmos a imagem mental de algo até que ela exerça sobre nós todos os efeitos e as sensações de uma experiência real. A projeção de nós mesmos depende da perfeição com que nos visualizarmos na cena; devemos nos sentir como parte do local em que desejamos nos projetar. Um bom método consiste em escolher um local do quadro visualizado, onde seria natural nos colocarmos e concentrarmo-nos nesse ponto até sentirmo-nos ou vermo-nos ali. 18 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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Muitos Neófitos, às vezes, têm êxito na visualização, mas não na projeção. Após analisarmos seus métodos, verificamos que a dificuldade reside em sua falta de habilidade para se identificarem ou se relacionarem verdadeiramente com a cena visualizada. Vêem a cena em sua visão mental, como a pintura de uma paisagem, porém não conseguem se colocar nessa paisagem; conseqüuentemente, falham na projeção. Portanto, como pudemos perceber, a projeção depende da natureza positiva da aura, bem como da correta visualização e um poder de vontade vigoroso. Para se projetar a um determinado lugar, visualize uma paisagem bem familiar. Formar um quadro com todos os detalhes conhecidos (cheiro das flores, ruído da água, canto dos pássaros, silêncio, etc.), sentindo sua presença no local, como se lá estivesse. A projeção psíquica permite ainda a transmissão do aroma de flores ou incenso, de melodias e harmonias musicais, além de inumeráveis cenas e condições. Em nossas projeções, devemos ter em mente o código de ética e a consideração com as outras pessoas, da mesma forma como em nossa vida cotidiana. Tão logo estejamos em presença da pessoa a quem nos dirigimos, devemos aguardar e escutar o que tem a dizer o Guardião do Umbral, nosso sentinela interior. Ele informará se recebeu algum aviso do Guardião da outra pessoa. Ele nos dirá se estamos violando a ética ou as normas de delicadeza e consideração. Devemos ter em mente, também, que sinceridade é fator necessário ao domínio, em qualquer empreendimento. Se ao nos projetarmos não tivermos em mente o aspecto com que nos apresentaremos ao receptor, provavelmente apareceremos em uma névoa branca e com a personalidade de encarnação anterior. Se ao nos determinarmos projetar a personalidade atual, estabeleceremos um princípio e, as futuras projeções, inconscientemente, assumirão essa mesma personalidade. Caso tenhamos dificuldade em visualizar-nos, é conveniente praticar diante de um espelho, refletindo-nos em diversas posições e aparentando vários estados emocionais, até podermos reter uma boa imagem de nós mesmos. Para tornar a projeção efetiva, devemos converter a realidade visualizada em uma realidade imaginada. Isto é, devemos agir como faríamos na presença física de alguém, conferindo assim atualidade à realidade da projeção. Quando nossa consciência e nossos sentidos são expostos a uma experiência, determinadas células do cérebro, certos centros do sistema nervoso e células específicas de consciência são estimulados pela experiência. A repetição da experiência, estimulando periodicamente as células e os centros específicos assim afetados, faz com que os mesmos se desenvolvam, no sentido físico, e evoluam, no sentido psíquico. Um centro nervoso após o outro, célula após célula, o Eu psíquico se desenvolve e evolui até que, finalmente, alcança a consciência total. O verdadeiro ocultista é o indivíduo que julga seu processo em função da evolução psíquica, que vem ciente e, gradativamente, ocorrendo no âmago de sua alma, de sua mente, a despeito da compreensão intelectual. Assim sendo, somos levados a concluir que as experiências psíquicas, resultantes de exercícios, fazem mais pelo desenvolvimento de nossa consciência do que o mero entendimento intelectual dos ensinamentos. Naturalmente, a compreensão das instruções também é necessária, pois capacita-nos a aplicar concretamente os princípios apresentados que, por sua vez, possibilitam-nos as necessárias experiências. Amor é a lei, amor sob vontade.
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FERNANDO LIGUORI
Nota: Esse texto foi escrito em 2004 E .V para o Curso de Probacionista a Sociedade de Estudos Theêmicos. O Leitor notará algumas diferenças neste escrito em relação aos meus ensaios mais recentes. Como fiz com o ensaio anterior, P ROJETANDO O C ORPO DE LUZ , eu procurei não alterar o texto. Eu penso, no entanto, em escrever um novo texto sobre este tema, abordando nuances importantes que in felizmente não tive acesso antes de escrever este ensaio. Que o leitor leve isso em consideração. Decidi publicar essa antiga lição do Curso da SETh pois nas minhas notas sobre a projeção do Corpo de Luz que fiz nos meus comentários acerca de LIBER O V EL M ANUS ET S AGITTAE , mencionei que os tattvas podem ser tutili zados como portais para projeção e também como instrumentos na prática de dhāraṇā. Veja acima, O T RABALHO M ÁGICO DO N EÓFITO , Capítulo 2. Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.
E
stamos prestes a encerrar nossos estudos sobre o Tantra. Esperamos que tenham retido o essencial a respeito desta tradição e que releiam as lições para uma melhor fixação. A diferença em se estudar numa Escola como a SETh e de ler um livro é dupla: em uma escola de iniciação, nosso objetivo é ler para aprender, para transformar teoria em prática; além da sequência que é criteriosamente pensada para que você possa assimilar melhor os conteúdos. Quando se lê um livro, o objetivo é mais voltado à informação do que à formação. Assim, valorize sua formação, invista tempo para ler e praticar as lições que vem recebendo. Não se deixe vencer pela preguiça ou pelo cansaço. Lembre-se: tempo é uma questão de prioridade. Nesta oportunidade, abordaremos um tema muito importante que são os tattvas (tátuas). Daremos uma teoria e, em seguida, uma prática. O trabalho com os tattvas é uma ponte para acessarmos e contatarmos os Quatro Elementos (ou princípios) e sua fonte, o Éter ou ākāśa. Os tattvas são símbolos para as 05 qualidades primárias da Natureza. No mundo ocidental, eles correspondem aos chamados elementos aristotélicos da filosofia mágica. Eles
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também estão relacionados com as Sephiroth (esferas) elementais da Árvore da Vida. Assim, temos: TATTVA Pṛtivī Vāyu Āpas Tejas Ākāśa
ELEMENTO Terra Ar Água Fogo Éter
SEPHIROT Malkut Daath Yesod Tiphereth Kether
Esses símbolos são portais que, mediante a meditação e estados alterados de consciência, se abrem para o iniciado explorar a realidade que velam. Ākāśa- yantra (Éter, Energia Espírito ou Nous): Uma forma ovóide na cor índigo.
Vāyu-yantra (Ar): Um círculo de cor azul.
Tejas-yantra (Fogo): Um triângulo vermelho.
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Āpas-yantra (Água): Um semicírculo ou uma lua crescente na cor prateada.
P ṛtivī -yantra (Terra): Um quadrado amarelo.
Devemos desenhar estes símbolos, fazendo-os com cerca de 10 cm cada. Estes devem ser utilizados pelos membros da SETh para fins de clarividência, isto é, para investigar os Elementos da Natureza no Plano Astral. Esta é a finalidade maior dos tattvas e o Ritual dos Tattvas muito lhe ajudará.
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Os tattvas simbolizam as correntes elementais ou subplanos da Luz Astral que influenciam as múltiplas operações da Natureza. Cada tattva prevalece sobre os outros durante certas horas do dia. O ākāśa prevalece por cerca de 2 horas, a partir do nascer do Sol. Em seguida, ele se funde com o elemento v ā yu que, então, se funde com o elemento tejas e este, por sua vez, se funde com ā pas, para, finalmente, este se fundir com pṛ tiv ī . Após isso, o ciclo inteiro se repete. Em síntese, a sequência de fusionamento é: ākāśa-vāyu-tejas-ā pas- pṛ tiv ī. A influência de cada tattva rege os outros quatro pelo espaço de 02 horas, até ele se fundir no tattva seguinte. Será muito valioso para o Sethiano investigar cada um dos tattvas durante a sua hora específica. Além disso, os cinco tattvas se subdividem em 25 subelementos porque cada tattva contém em si os elementos constituintes dos outros quatro. Assim, cada um deles tem uma natureza quíntupla, compondo-se também dos outros quatro subelementos além do seu. Cada um dos 25 subelementos prevalece por, aproximadamente, de 24 minutos durante o período de 02 horas em que um tattva específico prevalece sobre os outros durante o dia. Antes de encerrarmos esta lição, gostaríamos de tecer algumas importantes considerações sobre os elementos. Para isso, fizemos uma adaptação do livro M AGIA PRÁTICA: O CAMINHO DO ADEPTO de Franz Bardon que, aliás, deve ser lido por todo estudante sério do ocultismo por conter preciosas informações e práticas. Sobre os elementos Tudo o que foi criado, o macrocosmo e o microcosmo, ou seja, o grande e o pequeno mundos, se formaram através dos elementos. Por causa disso, nos deteremos nessas forças e focalizaremos, especialmente, suas profundidades e seus múltiplos significados. Fala-se muito pouco sobre as forças dos elementos. Por isso, iremos tratar desse assunto e procurar erguer os véus que encobrem suas leis e aplicações. O universo todo se iguala ao mecanismo de um relógio, com engrenagens mutuamente dependentes. Até mesmo o conceito da divindade como a entidade de alcance mais elevado pode ser classificado de modo análogo aos elementos, em certos aspectos. Cabe relembrar que nos escritos orientais mais antigos, os elementos são definidos pelo termo tattvas. Sobre esse grande conhecimento secreto dos elementos já se escreveu no mais antigo livro da sabedoria esotérica, o Tarot, cuja segunda carta (dentro de nossa linhagem de estudos), o Mago, representa o conhecimento e o domínio dos elementos. Nessa a carta, os símbolos são: a espada, que simboliza o elemento Fogo; o bastão, que simboliza o elemento Ar; o cálice, o elemento Água; as moedas, o elemento Terra. Pela carta do mago, percebemos que nos antigos mistérios aquele que se candidatasse à condição de mago teria que dominar/controlar os elementos como primeiro ato da iniciação. Em homenagem a essa tradição, dedicaremos a maior atenção a esses elementos pois, como veremos adiante, a chave para os elementos é um meio universal com o qual se pode solucionar todos os problemas que surgem. De acordo com os indianos, a seqüência dos tattwas é a seguinte:
Ākāśa : o princípio etérico superior. Tejas: o princípio do fogo; Vāyu: o princípio do ar. Āpas: o princípio da água. P ṛt iv ī : o princípio da terra.
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De acordo com a doutrina hindu, os quatro tattwas mais densos formaram-se a partir do quinto Tattwa, o princípio akásico. Por isso o ākāśa é o princípio original, e é considerado como a quinta força, a assim chamada quintessência. O princípio do Fogo Como tivemos oportunidade de mencionar, o ākāśa, ou Princípio Etérico, é a origem da criação dos elementos. O primeiro elemento que de acordo com os escritos orientais nasceu do ākāśa, é tejas, o princípio do Fogo. Esse elemento, como todos os outros, não age só em nosso plano denso, material, mas em tudo o que foi criado. As características básicas do princípio do fogo são calor e expansão. É por isso que no começo da criação tudo era fogo e luz. A bíblia também diz: Fiat lux (faça-se a luz). Naturalmente, a base da luz é o fogo. Cada elemento, inclusive o fogo, possui duas polaridades, a positiva e a negativa, isto é, Plus e Minus (mais e menos). A Plus é construtiva, ativa, geradora, enquanto que a Minus é a desagregadora, passiva, exterminadora. Sempre se deve considerar essas duas características básicas de cada elemento. As religiões atribuem o bem ao lado ativo, o mal ao lado passivo; mas em princípio o bem e o mal não existem. Eles são, apenas, conceitos criados pela condição. No Universo não existem coisas boas ou coisas más pois tudo foi criado segundo leis imutáveis. É justamente nessas leis que se reflete o princípio divino, e só na posse do conhecimento dessas leis é que podemos nos aproximar do divino. A explosão é inerente ao princípio do fogo, e será definida como fluido elétrico para fins de formação de urna imagem. Sob esse conceito nominal compreende-se não só a eletricidade material, densa, mas sua contraparte éterea que atua em condições análogas à primeira. Torna-se claro para qualquer pessoa que a característica da expansão é idêntica à da extensão. Esse princípio do elemento fogo é ativo e latente em tudo o que foi criado; portanto, em todo o Universo, desde o menor grão de areia até as coisas visíveis e invisíveis mais elevadas. O princípio da Água Assim como o Fogo, o princípio Água também se formou a partir do ākāśa, o princípio etérico. Em comparação com o fogo porém, ele possui características totalmente opostas; suas características básicas são o frio e a retração. Aqui também se tratam de dois pólos: o pólo ativo, que é nutriente e preservador; e o negativo, igual ao do fogo: desagregador, fermentador, decompositor, dissipador. Como o elemento água possui em si a característica básica da retração, ele deu origem ao fluido magnético. Tanto o fogo quanto a água agem em todas as regiões. Segundo a lei da criação, o princípio do fogo não poderia existir se não contivesse um pólo oposto, ou seja, o princípio da água. Esses dois elementos, fogo e água, são aqueles elementos básicos com os quais tudo foi criado. Por causa disso é que em todos os lugares sempre ternos que contar com dois elementos principais como polaridades opostas, além do fluido magnético e elétrico. O principio do Ar Outro elemento que se formou a partir do ākāśa é o Ar. Os iniciados encaram esse princípio não como um elemento real, mas colocam-no numa posição intermediária entre o princípio do fogo e o da água; o princípio do ar, como meio, por assim dizer, produz um equilíbrio neutro entre os efeitos passivo e ativo do fogo e da água, toda a vida criada tornou-se movimento. Em seu papel intermediário, o princípio aéreo assumiu do fogo a característica do calor, e da água a da umidade. Sem essas duas características a vida não seria possível; 24 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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além disso elas também conferem ao princípio aéreo duas polaridade: no efeito positivo a da doação da vida, e no negativo, a exterminadora. O princípio da Terra O princípio do ar não representa, propriamente, um elemento em si mesmo, e essa afirmação vale para o princípio da terra. Significa que, do efeito alternado dos 03 elementos mencionados (Fogo/Água/Ar), o elemento terra formou-se por último, pois sua característica específica, a solidificação¸ ela integra em si todos os outros três. Foi justamente essa característica que conferiu uma forma concreta aos três elementos. Ao mesmo tempo, porém, foi introduzido um limite ao seu efeito, o que resultou na criação do espaço, da dimensão, do peso e do templo. Em conjunto com a terra, o efeito recíproco dos outros três tornou-se quadripolar. O fluido na polaridade do elemento terra é eletromagnético. Como todos os elementos são ativos no quarto elemento, terra, toda a vida criada pode ser explicada. Foi através da materialização da vida nesse elemento que surgiu o Fiat , o Faça-se. A Luz O princípio do fogo é a base da luz; sem ele a luz jamais poderia existir. Por isso ela é um dos aspectos do fogo. Todos os elementos do fogo podem ser convertidos em luz e viceversa. É por isso que a luz contém todas as características específicas: é luminosa, penetrante, expansiva. O oposto da luz é a escuridão, que surgiu do princípio da água, e possui as características específicas opostas às luz. Sem a escuridão a luz não só seria irreconhecível, como não poderia existir. Assim podemos perceber que a luz e a escuridão surgiram a partir da alternância de dois elementos, ou seja, do fogo e da água. Em seu efeito, a luz possui a característica positiva e a escuridão a negativa. Essa alternância ocorre em todas as regiões. Ākāśa: o princípio éterico
Todos os elementos ou princípios de que falamos antes tem sua origem no ākāśa. Por isso ele é o mais elevado de todos, o mais poderoso e inimaginável; ele é a origem, o fundamento de todas as coisas e de toda a criação. O ākāśa é isento de espaço e tempo. Ele é o não criado, o incompreensível, o indefinível. As religiões chamam-no de Deus. Ela é a quinta força, a força primordial; é aquilo que contém tudo o que foi criado e que mantém tudo em equilíbrio. É a origem e a pureza de todos os pensamentos e idéias, é o mundo das coisas primordiais no qual se mantém tudo o que foi criado, desde as esferas mais elevadas até as mais baixas. É a quintessência dos alquimistas. É tudo em todas as coisas.
Magia não é algo que você faz. Magia é algo que você é. Para ser, de fato, um mago é necessário que seus pensamentos/emoções/palavras e atos estejam totalmente centrados na magia. Significa que não importa o que esteja fazendo, pensando ou dizendo, pois está sempre em sua mente a ideia de como tudo está relacionado magicamente. Exemplo: se você está conversando sobre política, você deve estar pensando como um político é hábil em convencer as pessoas para votar nele. Certamente, isso é uma forma poderosa de magia, convencer as pessoas a fazer as coisas sem nenhuma razão aparente. Um segundo exemplo: enquanto você cozinha deve estar pensando como o
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elemento fogo afeta os alimentos e assim sucessivamente. Quando a magia se transforma em sua maneira de pensar, de agir, de respirar... então, você será um mago. O Ritual dos Tattvas Antes de iniciarmos a prática, é importante que tenha em mãos o cartão com o desenho ou a forma do tattvas, na sua respectiva cor. Ele deve ser fixado na altura dos olhos, quando você estiver sentado. O ambiente deve estar pouco iluminado, apenas o suficiente para você conseguir visualizar o tattva. Além disso, será de ajuda conhecer algumas atribuições. Hierarquias elementais Elemento Terra Ar Água Fogo
Direção Norte Leste Oeste Sul
Nome Divino Adonai Ha Aretz Shadai El Raí Elohim Tzabaoth Iod He Vav Tzabaoth
Arcanjo Ôriel Rafael Gabriel Michael
Anjo Phorlakh Chassan Taliahad Aral
Dirigente Kerub Ariel Tharsis Seraph
Rei Ghob Paralda Nichsa Djin
Elementais Gnomos Silfos Ondinas Salamandras
Formas de traçar o pentagrama para cada elemento Cada ponta do pentagrama é atribuída a um elemento. Assim, precisamos traçar os pentagramas de acordo com o elemento que estamos prestes a contatar. Além disso, esse pentagrama deve ter a cor do quadrante. Por exemplo: Leste = amarelo; Sul = vermelho; Oeste = azul; Norte = verde. Pentagramas do Ar
Banimento
Invocação
Banimento
Invocação
Pentagramas do Fogo
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Pentagramas da Água
Banimento
Invocação
Banimento
Invocação
Pentagramas da Terra
Nota musical chave de cada elemento A fusão de sons e cores é fundamental para entrarmos em contato com os elementos. Além disso, essências ou incensos relacionados aos elementos, bem como certos instrumentos musicais ajudam na sintonização com os elementos. Tattva/elemento Pṛthvī/Terra
Som Oṃ
Nota Mi
Aroma Benjoim, florais
Vāyu/Ar
Oṃ
Sol sustenido
Olíbano, mirra, alecrim, violeta
Apas/Água
Oṃ
La sustenido
Mirra, camomila, sândalo
Tejas/Fogo
Oṃ
Do
Olíbano, canela, cravo, flor de laranjeira
Instrumentos Baterias e todos os instrumen-tos de percussão. Flautas, todos os instrumentos de sopro. Piano, teclados, cravo, sinos. Violão e outros instrumentos de corda.
Ritual dos Tattvas: Elemento Fogo-Tejas Estágio 1: Preparação De pé, frente a seu altar ou no centro do círculo mágico. Realize o Ritual Menor do Pentagrama (banindo).1 Execute o Pilar do Meio e a Circulação da Luz. Durante alguns segundos, visualize poderosamente o Pilar de Luz, de Kether a Malkuth, do alto da cabeça até os pés ( pausa). Estágio 2: Tejas-dṛṣṭ i Dirija-se ao quadrante Sul. 1 Você
deve utilizar o pentagrama do fogo. Nas futuras lições você irá aprender a utilizar os pentagramas elementais através do Ritual Maior do Pentagrama, também conhecido como Supremo Ritual do Pentagrama. 27 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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De frente para o Sul, sente-se confortavelmente em uma cadeira. Mantenha as costas eretas e as mãos descansando sobre as pernas. Por alguns minutos, execute trāṭ aka no símbolo de tejas ( pausa). Durante 60 fôlegos, entoe o mantra agni, concentrando-se no símbolo de tejas ( pausa). Transfira a imagem do símbolo de tejas para uma superfície branca e então você verá, por ação reflexa ótica, o símbolo de tejas em sua cor complementar ( pausa). Feche seus olhos e visualize o símbolo de tejas à sua frente, aumentando-o até que atinja o tamanho de uma porta. Entoe o mantra oṃ, três vezes, na nota Do ( pausa). Estágio 3: Investigação astral Visualize-se saindo do seu corpo físico e penetre no plano do Elemento Tejas através do quadrante executando o Sinal do Entrante. Para isto, você deverá estar vestido na cor apropriada ao Elemento ( pausa). Uma vez dentro do plano do Elemento Tejas, entoe por onze fôlegos cada um dos nomes divinos e permaneça imóvel até que seja abordado pelo Guia Responsável do Elemento: Iod He Vav Tzabaoth, Mihael, Aral e Seraph ( pausa). Quando o guia surgir, teste-o dando-lhe o Sinal do Elemento e, se ele for verdadeiramente do Elemento, ele lhe responderá com o mesmo Sinal. Do contrário, você deve bani-lo com o Pentagrama elemental apropriado e continuar vibrando os nomes Divinos até que um Guia autêntico do Elemento apareça e, então, este irá guiá-lo através da visão ( pausa). Estágio 4: Encerramento Quando você tiver completado a visão de tejas, o Guia do Elemento o conduzirá de volta à porta por onde entrou. Você deve agradecer-lhe, retornar pela porta em questão e voltar ao seu corpo físico pelo Sinal do Silêncio. Encerre a visualização vagarosamente. Visualize o Pilar Central, uma coluna de luz prístina e brilhante. Execute nesse momento a Circulação da Luz. Tenha absoluta certeza de que circula a luz em seu complexo áurico. Sinta sua aura carregada de energia ( pausa). Quando sentir sua aura carregada de energia e não antes, execute o Ritual Menor do Pentagrama. Algumas considerações sobre o ritual Em L IBER O VEL MANUS ET SAGITTAE, Crowley, a respeito do Ritual de Banimento do Pentagrama, diz: O sucesso no banimento é percebido por uma sensação de limpeza na atmosfera; o sucesso é percebido por uma sensação de uma presença sagrada. É pena que estes termos sejam tão vagos. O tattva do Éter «ākāśa» não pertence a um ponto cardeal específico, mas, sobretudo, está presente no centro de cada um dos Quatro Elementos. Entretanto, pode-se estar de frente para o Leste para se contatar com o ākāśa, baseando-se na sua conexão mágica com o Ele-mento Ar. O símbolo do tattva deve ser colocado no seu quadrante (ponto cardeal) antes de se iniciar o Ritual, contra uma superfície branca (pode ser uma folha de papel ou parede branca).
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O curso de meditação da SETh ainda está com as inscrições abertas. Sua participação no curso requer algumas condições: 1. Caso você seja aluno direto de Frater ON120 na A A , sua participação no curso está liberada sem ônus algum. 2. Caso você seja membro do Colegiado da Luz Hermética, sua participação no curso está liberada sem ônus algum. 3. Caso você tenha adquirido as obras de Frater ON120, sua participação no curso está liberada sem ônus algum. 4. Caso você não se enquadre nas três condições acima, será necessário pagar uma taxa de R$93 para participar do curso. ∴
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Para fazer seu cadastro ou para se inscrever como ouvinte no curso, entre em contato com o editor do Corrente 93.
A Sociedade de Estudos Thelêmicos disponibiliza robes de qualidade para os Irmãos da A A , Ordo Templi Orientis e outras organizações thelêmicas. ∴
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Robe do Probacionista R$280. Robe do Neófito: R$230. Robe do Zelator: R$230.
Robes com características distintas podem ser encomendados. Entre em contato com o editor do Corrente 93 e faça um orçamento sem compromisso. Os robes são em alta qualidade, de brim e bordados bem detalhados.
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Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei. ais curioso do que possa parecer, uma análise acurada do R ITUAL SAFIRA ESTRELA ou LIBER XXXVI1 – publicado pela primeira vez em 1913 em O LIVRO DAS MENTIRAS, também conhecido como L IBER CCCXXXIII – ainda não foi produzida. Seu Arcano continua oculto para muitos thelemitas. A publicação dessa instrução oficial da A A provocou uma reviravolta na jornada espiritual de Aleister Crowley (18751947): ele foi admitido ao IX° Grau da Ordo Templi Orientis, O.T.O. Este evento iria definir seu caminho daquele momento em diante. Para um magista isso não se trata de mera coi ncidência. Crowley considerava cada livro seu publicado um talismã mágico de poder e por conta disso ele levava em consideração as melhores conjunções astrológicas para a publicação de seus livros. Nós podemos dizer com segurança que O LIVRO DAS MENTIRAS encantou Theodor Reuss. Eu discorri bastante sobre esses eventos no primeiro volume das C RÔNICAS DA O.T.O. e ao leitor eu recomendo estudo.2
M
∴
∴
1 36
= 62 = a expressão perfeita do hexagrama. 6 = Tiphereth-Sol, assim, 6x6 significa o Sol multiplicado por si mesmo. O simbolismo do número seis tem uma conexão poética com este ritual. 2 RITUAIS, DOCUMENTOS & A MAGIA SEXUAL DA O.T.O. (Vol. I), Fernando Liguori. 30 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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Por volta de 2001 a O.T.O. promoveu no Brasil o I° ENOTO, Encontro Nacional da Ordo Templi Orientis na cidade de Parati, Rio de Janeiro. Na época eu usava o nome mágico de Khaled Khan 777, como I° Grau da Ordem. Na véspera da viagem, eu me encontrava na sede do Oásis Quetzalcoatl, hoje uma Loja estabelecida da Ordem, conversando com alguns irmãos, todos sentados em cadeiras formando um círculo na frente do altar da MISSA GNÓSTICA. Nessa ocasião, uma irmã perguntou: O que o Crowley quis dizer com a frase «estando o adepto armado com sua vara mágica e munido com sua rosa mística» no L IBER XXXVI ? Um irmão mais antigo prontamente respondeu: Isso está além do seu grau! Me lembro que pensei na hora: E do seu também.... Nós continuamos a conversa e eu comecei a discorrer sobre o simbolismo sexual contido nesse ritual e o significado da fórmula mágica ARARITA. Este irmão mais antigo se levantou, andou pela sala, subiu as escadas e quando voltou, cinco minutos depois, ele disse: Meu anjo me disse que vocês não estão nem um pouco pre parados para falar sobre esse assunto. Bem, desde que a relação do Adepto com seu Anjo só diz respeito a ele mesmo, depois do ocorrido passei a não levar em consideração as ponderações desse irmão. Desde então eu venho praticando a fórmula mágica do R ITUAL SAFIRA ESTRELA. Quem primeiro me instruiu nesse ritual foi Frater S.S., na época um Zelator da A A e meu Superior na Ordem. Durante muitos anos este ritual foi peça chave no meu entendimento das fórmulas mágicas thelêmicas, principalmente o sistema de magia sexual proposto por Crowley. O presente livro é, assim, uma crônica concisa acerca de L IBER XXXVI que nasce desse trabalho de publicação do RITUAIS, DOCUMENTOS & A MAGIA SEXUAL DA O.T.O. Quando procuramos compreender o simbolismo do R ITUAL SAFIRA ESTRELA , talvez a pergunta mais óbvia que se levante é: por que safira? A safira é uma pedra preciosa que, como seu irmão, o rubi, é uma espécie de coríndon. A safira é uma pedra consagrada a esfera de Binah na Árvore da Vida, a Mãe Negra. Binah é identificada como um grande mar negro, um menstruum ou fluído de possibilidades. A safira, dessa maneira, trata-se de uma pedra de água preciosa.1 Essa é a primeira pista do ritual. Tanto o rubi quanto a safira têm um asterismo em seu corpo que provoca no olho de quem vê um efeito que se parece com uma estrela de seis raios. Por conta disso, existe nesses dois rituais thelêmicos, o R UBI ESTRELA e S AFIRA ESTRELA , o simbolismo do hexagrama. No RUBI ESTRELA , os pentagramas são invocados para produzir no centro-coração o hexagrama. Mas no SAFIRA ESTRELA é diferente. A segunda pergunta óbvia acerca desse ritual é: para que serve o SAFIRA ESTRELA? Ele é considerado um ritual do hexagrama. Genericamente, a informação que todos transmitem é que Crowley o escreveu para suplantar o Ritual Menor do Hexagrama, da mesma maneira que fez com o R UBI ESTRELA , formulado para suplantar o Ritual Menor do Pentagrama. Dessa forma, considera-se que o SAFIRA ESTRELA esteja para o RUBI ESTRELA como o Ritual Menor do Hexagrama está para o Ritual Menor do Pentagrama. Mas diferente do pentagrama, que é um símbolo utilizado para manipular, unir e encarnar as forças elementais, o hexagrama é um símbolo que une o micro com o macrocosmo. Dessa maneira é seguro dizer que o ritual do pentagrama atua no eixo horizontal da encruzilhada vibracional e o ritual do hexagrama no eixo vertical: e na coluna flameja o esplendor de seis raios.2 No RITUAL SAFIRA ESTRELA , dessa maneira, é possível ver a ascensão do magista e a materialização do divino, encerrando o processo da dualidade, quando o Adepto encarna a Luz mais Oculta. Isso pode ser inferido como o trabalho do Sagrado Anjo Guardião operando em Tiphereth – e este é o simbolismo transmitido pelo hexagrama cujo número é seis – caminhando em direção ao Macroprosopus nas Supernas, onde cessa toda dualidade pro∴
∴
1 LIBER AL, III:66. Considere, nesse contexto, que 66 é um
número associado ao reino das Qliphoth, associado ao Abismo. 2 Veja LIBER REGULI, LIBER XXV e o Ritual Menor do Pentagrama. 31 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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duzindo a singularidade, velada na fórmula ARARITA. Sobre o hexagrama, Crowley escreveu: mas o Hexagrama é em sua maior parte um detalhe da Fórmula da Rosa e da Cruz .1 O R ITUAL SAFIRA ESTRELA, em uma primeira análise, consiste do alinhamento entre o micro e o macro ou a reconciliação dos opostos que produz, através do casamento místico, algo novo. Mas para entender a relevância desse processo, nós teremos de dissecar o RITUAL SAFIRA ESTRELA. Amor é a lei, amor sob vontade.
1 Aleister Crowley, L IBER ALEPH,
cap. 108. 32
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Faz o que tu queres há de ser tudo da Lei.
O
livro EM NOME DA BESTA (Vol. I) é uma coleção de ensaios publicados no Primeiro Volume do J ORNAL CORRENTE 93, um projeto do Outer College Brasil , linha da A A transmitida por Frater ON120 e Colegiado da Luz Hermética através da SETh, órgão oficial de divulgação dos trabalhos desses dois Colegiados Thelêmi∴
∴
cos. Este livro contém a essência de um ano de trabalho construindo os onze primeiros números do JORNAL CORRENTE 93. O leitor encontrará nessa obra os temas mais relevantes da cultura thelêmica: Conhecimento & Conversação com o Sagrado Anjo Guardião, aspectos ocultos da iniciação de Adepto Menor e Adepto Maior na A A , as Fórmulas Mágicas de Iniciação de Abrahadabra (418) e Babalon (156), a espiritualidade feminina thelêmica, a função da Mulher Escarlate, Verdadeira Vontade, história da vida de personagens importantes e celebrados, magia sexual thelêmica, Tarot e Qabalah, Alta Magia etc., uma introdução profunda no universo mágico de Aleister Crowley e uma imersão no sis tema de iniciação da Astrum Argentum (A A ) e Ordo Templi Orientis (O.T.O.), organizações espirituais chefiadas por Crowley, as quais ele utilizava como veículo para difusão da Lei de Thelema. ∴
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Estes ensaios também contam a história da evolução de minha compressão sobre os Arcanos iniciáticos de Thelema. Até 2014 E.V. eu acreditava veementemente que o Sagrado Anjo Guardião era uma parte de minha consciência ou a Chispa Divina do Espírito. Mas devido algumas experiências que aconteceram em 2014 e 2015 E.V. eu fui levado a uma conclusão muito distinta: o Sagrado Anjo Guardião não é uma parte de minha consciência, o Eu Superior, mas uma criatura espiritual objetiva. Essas experiências me conduziram a uma pesquisa mais profunda na obra de Crowley em busca de respostas e eu as encontrei. No ocultismo moderno, inúmeros autores têm utilizado o termo Eu Superior em conexão com o Sagrado Anjo Guardião, o que dificulta a compreensão de ambos. Àqueles que afirmam que o Sagrado Anjo Guardião é o Eu Superior, reforçam o entendimento equivocado de que o Anjo representa simbolicamente uma parte silente de nós que permanece oculta, esperando o momento ou evento correto para despertar . Quer dizer, o Anjo representa a Chispa Divina no interior de cada homem e de cada mulher e ter acesso a essa Chispa Divina através do Conhecimento & Conversação com o Sagrado Anjo Guardião é uma metáfora para a conquista da consciência cósmica solar. Mas não é nada disso! O termo Sagrado Anjo Guardião não teria sido conhecido e utilizado na magia moderna se não fosse por Aleister Crowley. O material de peso e relativamente significante sobre o tema tem sido produzido por thelemitas que aprenderam diretamente com Crowley ou com seus discípulos mais íntimos. Ele decidiu utilizar o termo Sagrado Anjo Guardião para se distinguir dos ocultistas de sua época que usavam termos como Eu Superior , Adonai, daimon, augoeides ou Verdadeiro Eu indiscriminadamente e, às vezes, negligentemente. Crowley deplorava o ocultismo aguado dos teósofos que diziam que quando a humanidade alcançasse o Eu Superior ela se tornaria imortal. Ele também acreditava que a filosofia promulgada pela Ordem Hermética da Aurora Dourada, da qual ele fez parte, também falhava nesse mesmo ponto. Quando um Neófito desta Ordem, Crowley estudou o documento intitulado Z1: O ENTRANTE NO UMBRAL. Nessa instrução ele aprendeu que o objetivo mais importante da iniciação era levar o Neófito ao Conhecimento de seu Eu Superior .1 Ele lamentou que essa superstição levava os membros da Ordem a agirem como idiotas na iniciação, fazendo com que muitos deles falhassem completamente em realizar o verdadeiro objetivo iniciático da Grande Obra. Isso o levou a revolta. Crowley teve a ideia de utilizar toda estrutura da Ordem Hermética da Aurora Dourada em seu sistema, no entanto, ele percebeu que teria de gastar muito tempo e energia explicando os erros de seus antecessores. Mas para evitar isso bastaria construir um sistema genuinamente original, no entanto, ele não estava em condições para isso. Assim, ele decidiu fazer mudanças na estrutura original da Ordem. Um dos pontos foi este: usar o termo Sagrado Anjo Guardião – e seu obscuro conceito – ao invés de usar o termo Eu Superior para vestir o ponto de vista que ele defendia. No entanto, ao utilizar o termo Sagrado Anjo Guardião parece que ele não levou suas considerações históricas e culturais que envolviam o ponto de vista da tradição grega, neoplatônica e cristã-primitiva acerca do daimon. O que Crowley fez de verdade foi pegar emprestado o termo Sagrado Anjo Guardião da tradução de Mathers do L IVRO DA MAGIA SAGRADA DE ABRAMELEIN, O MAGO, fazendo também uma má utilização dele. No entanto, em nenhum lugar do L IVRO DA MAGIA SAGRADA DE ABRAMELEIN, O MAGO existe a expressão Conhecimento & Conversação com o Sagrado Anjo Guardião. Essa expressão foi cunhada por Crowley. Isso não significa que o conceito por trás da frase não esteja no livro. A ideia de Conhecimento dos Anjos Sagrados está presente no livro, no sentido de conhecimento de que eles existem. O termo conversação também é encontrado no livro e 1 Israel Regardie, A URORA DOURADA. Madras, 2008.
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implica em estabelecer um diálogo com os Anjos. O próprio Abramelin relata o seu contato com os Anjos e como gozava de sua companhia. Crowley se inspirou nas palavras de McGragor Mathers que em sua introdução do L IVRO DA MAGIA SAGRADA DE ABRAMELEIN , O MAGO diz: através dessa arte sagrada é possível obter o conhecimento e a conversação com o Anjo Guardião. Portanto, quando Crowley decidiu usar o termo Sagrado Anjo Guardião, ele o fez pensando em expressar suas ideias e concepções sobre o Eu Superior . Quando ele optou por utilizar esse nome, Crowley não concebia uma entidade objetiva independente da consciência humana. Ele só veio a mudar de ideia sobre isso no fim de sua vida. Contudo, a Magia de Abramelin trata da experiência com uma entidade independente, o Anjo que pode auxiliar o magista a executar com eficiência sua Verdadeira Vontade ou objetivo por trás da encarnação. Na fraseologia do L IVRO DA MAGIA SAGRADA DE ABRAMELEIN, a obtenção do auxílio de um Anjo para auxiliar o magista a seguir a Vontade de Deus ao invés dos ditames dos demônios malignos. Portanto, a visão de Crowley sobre o Sagrado Anjo Guardião é completamente distinta da visão da Magia de Abramelin. A visão de Crowley implica um objetivo subjetivo concernente ao Eu Superior enquanto que a visão de Abranelin implica no contato com uma entidade objetiva, independente da consciência humana. Assim, infelizmente nós temos de agradecer a Aleister Crowley por ter fomentado essa confusão e ter levado muitos thelemitas e outros praticantes da magia moderna a cair nesse mesmo erro por confundir o Sagrado Anjo Guardião com o Eu Superior. Isso irá deixar muitos seguidores de Aleister Crowley que pensam que não existem falhas em seus escritos furiosos. Mas é uma ignorância medonha pensar que Crowley não errava e que todos os seus escritos, desde o dia que começou a escrever até sua morte, são pérolas que refletem todo e qualquer ângulo da verdade absoluta. Como qualquer um de nós, o pensamento de Crowley sobre muitos temas evolui, se transformou. Este aqui é um caso notório: no início ele pensava que o Sagrado Anjo Guardião era o Eu Superior, mas depois mudou de ideia. No entanto, inúmeros thelemitas e comentadores famosos muitas vezes citam Crowley fora do contexto ou mesmo não entendem o que ele queria transmitir. Em 1901 Crowley publicou uma coleção de poemas conhecida como A ALMA DE OSÍRIS. Um dos poemas dessa coleção chamava-se O ATANOR e incluía a seguinte linha: O Anjo de meu desejo espiritual . Quando esse poema foi reimpresso em suas OBRAS COMPLETAS alguns anos depois, ele adicionou uma nota a essa linha explicando que o Anjo se refere ao Gênio de Sócrates, o Sagrado Anjo Guardião de Abramelin e o Eu Superior dos teósofos . No início de sua carreira ela reunia termos como Eu Superior, Verdadeiro Eu etc. sobre a alcunha de Sagrado Anjo Guardião. Mas isso se parece mais como uma abreviação do que com um erro, pois quando ele diz que o Sagrado Anjo Guardião é apenas uma parte de nossa consciência, a Chispa Divina que vem de Eu Sou, ele tentava aproximar o termo ao conceito grego de mikro kosmos que com referência na Árvore da Vida, se encontra dentro de cada um de nós e representa o foco de nossas aspirações mais sinceras. No período da Abadia de Thelema, Crowley ainda acreditava que o sagrado Anjo Guardião era o Eu Superior. Foi nessa época que ele escreveu seu comentário mais popular sobre O LIVRO DA LEI. Em seu livro M AGIA CERIMONIAL, Israel Regardie, que por um tempo foi amigo e secretário de Crowley, disse: Crowley sempre colocava ênfase no significado do termo Sagrado Anjo Guardião. Em seu comentário sobre O LIVRO DA LEI , publicado com o nome de A LEI É PARA T ODOS , não existem equívocos. O Eu Superior é o Sagrado Anjo Guardião, é isso! Não existe ambiguidade ou qualquer outra interpretação. É um fato claro que se apresenta. Por volta de 1929, quando apareceu sua magna obra, o M AGIA EM TEORIA & PRÁTICA, sua visão sobre o assunto permanecia a mesma. Nas linhas que abrem o Capítulo 1 ele diz: Existe uma única definição geral do propósito de qualquer Ritual Mágico: é a união do Microcosmo com o Macrocosmo. O Supremo e Completo Ritual é, portanto, a Invocação do Sa35 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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grado Anjo Guardião; ou na linguagem do misticismo, União com Deus. Embora profundo, quando levamos toda a obra em consideração, Crowley acreditava que o sucesso com o Sagrado Anjo Guardião se tratava de conquistar o contato ou alcançar o Eu Superior, quer dizer, alcançar a Consciência Solar. Nesse mesmo livro, o MAGIA EM TEORIA & PRÁTICA , Crowley publicou um ritual poderoso que ele construiu – ou restaurou – na Abadia de Thelema conhecido como LIBER SAMEKH, que ele dizia ser o ritual para se obter o Conhecimento & Conversação com o Sagrado Anjo Guardião. O objetivo deste ritual, portanto, é colocar o Adepto em contato com o Eu Superior e não invocar o Sagrado Anjo Guardião ou daimon como entidade objetiva a parte da consciência humana. No entanto, Crowley deu um salto quântico no fim de sua vida. Não se sabe ao certo quando aconteceu, mas ele percebeu que o Eu Superior não era o Sagrado Anjo Guardião, pois se tratava de duas aspirações espirituais distintas. É possível que Crowley tenha percebido isso quando se devotou com mais atenção ao seu próprio Sagrado Anjo Guardião, Aiwass, questionando se ele era o seu Eu Superior ou uma entidade objetiva a parte. Embora ambíguo em muitas passagens sobre essa questão, é possível notar que quando ele escreveu o EQUINÓCIO DOS DEUSES Crowley já acreditava que Aiwass como seu Sagrado Anjo Guardião era uma entidade objetiva e não seu Eu Superior. É nesse livro que ele levanta a questão da autoria de O LIVRO DA LEI com a indagação: quem escreveu essas palavras? Ele responde dizendo: Eu mesmo as escrevi, é claro, com tinta no papel, no sentido material; no entanto não eram minhas palavras, a menos que consideremos Aiwaz como uma parte de meu subconsciente. Neste caso, minha consciência sendo completamente ignorante da Verdade do Livro e hostil a maior parte da ética e filosofia dele, Aiwaz seria uma parte severamente suprimida de mim. Essa teoria deveria implicar que eu sou, embora inconsciente disso, possuidor de toda sorte de conhecimento e poder sobrenatural . O que Crowley não conseguiu perceber é que aceitando a condução e inspiração de seu Sagrado Anjo Guardião, ele lhe dotou com extraordinário poder criativo e discriminação intelectual, o que os romanos da antiguidade chamavam de o despertar do gênio. Como afirmei no Capítulo 2 de meu livro C ORRENTE 93: A CORRENTE SOLAR DO NOVO AEON, os romanos acreditavam que o contato com esta entidade, o Gênio, dotava o homem com capacidade além da mente humana condicionada. Essa capacidade além da mente humana condicionada nós chamamos de Verdadeira Vontade. Aiwass como seu Sagrado Anjo Guardião atuou, dessa maneira, como um mensageiro intermediário que possibilitou Crowley a alcançar a condição dos deuses, exatamente como os antigos gregos previam. Já em MAGICK WITHOUT TEARS, pouco antes de sua morte, Crowley escreveu: Nós podemos concluir que o Augoeides, o Gênio de Sócrates e o Sagrado Anjo Guardião de Abranelin são idênticos. Mas não podemos incluir aqui o Eu Superior, pois o Anjo é um indivíduo objetivo com seu próprio universo, da mesma maneira que o homem. Ele não é uma mera abstração, seleção ou exaltação das qualidades inerentes em uma pessoa como o Eu Superior parece ser . Ele continua: Ele [o Anjo] é algo mais do que um homem, possivelmente um ser que já passou pelo estágio de humanidade. E sua relação peculiarmente íntima com o seu cliente é o da amizade, da comunidade. De fraternidade, ou paternidade. Ele não é, deixe-me dizer com ênfase, uma mera abstração de si mesmo, e é por isso que tenho insistido antes fortemente que o termo Eu Superior implica uma heresia condenável e uma ilusão perigosa. E se assim não fosse, não haveria nenhum ponto em A M AGIA S AGRADA DE ABRAMELIN , O M AGO. No mesmo livro, M AGICK WITHOUT TEARS, Crowley diz mais: lembre-se disso, acima de qualquer coisa: ele [o Anjo] é objetivo, não subjetivo, ou eu não gastaria boa magia nele . No entanto, mesmo chegando a essa conclusão no fim de sua vida, Crowley não esclareceu o papel do Anjo nas duas Árvores da Vida, a interna e a externa.
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E embora ele tenha percebido que o Sagrado Anjo Guardião não era o Eu Superior, ele ainda não considerou a própria dualidade do Anjo ou a possibilidade de um Anjo subjetivo de tipo inferior ou daimon que, neste caso, muito provavelmente era Aiwass. O importante aqui, chegando no fim de nossa jornada nessa apresentação é considerar o fato de que a mesma pessoa que disse que o Sagrado Anjo Guardião é o Eu Superior trata-se da mesma pessoa que disse que não: Aleister Crowley. E os thelemitas se dão conta disso? Não! Eles continuam citando os primeiros escritos de Crowley quando ele fazia confusão entre os termos e conceitos, como se sua obra fosse um evangelho sagrado. Se o próprio Crowley mudou seu ponto de vista, por que não os thelemitas? Preguiça para se esforçarem e compreenderem direito a tradição! Embora nós possamos dizer acertadamente que o Eu Superior não é o Sagrado Anjo Guardião, ainda sim os teósofos e a Ordem Hermética da Aurora Dourada não estavam completamente errados. O Eu Superior é a Chispa Divina presente em cada um de nós e ao entrarmos em contato com ele conquistamos a Consciência Solar. Assim, nasce outra indagação: se existem três complexos distintos, o Eu Superior e o Sagrado Anjo Guardião microcósmico e macrocósmico, qual a relação entre eles? A resposta é simples: o Eu Superior é a ponte natural ou conexão entre eles. Karl Germer (1885-1962), o sucessor natural de Crowley tanto na A A quanto na O.T.O., em uma instrução a Jane Wolfe (1875-1958) datada de 17 de janeiro de 1951 E.V., disse: Adonai é um estado que somente pode ser conquistado através do Sagrado Anjo Guardião como um intermediário. Aqui Germer se refere a Adonai – que ele menciona apenas como «65» – como o Eu Superior. Nessa mesma instrução ele diz: O mais importante que você precisa saber sobre o Sagrado Anjo Guardião é (1) ele não é o Eu Superior, mas uma entidade separada e distinta de nós mesmos; (2) é uma entidade que opera em altos planos de existência. Aleister Crowley analisou a questão inúmeras vezes e em uma carta enviada a mim ele disse que sempre sentiu a interferência do Sagrado Anjo Guardião vinda de fora de sua individualidade. Note que essa instrução de Germer a Jane Wolfe é datada de 1951, bem antes da publicação de MAGICK WITHOUT TEARS. Isso significa que Crowley já disseminava essa ideia anteriormente a publicação do livro, o que nos leva a perceber que sua compreensão acerca do Sagrado Anjo Guardião passou por profundas mudanças no curso de sua carreira iniciática. Sobre a evolução na compreensão do Sagrado Anjo Guardião, em uma instrução enviada a Phyllis Seckler (1917-2004) datada de 7 de julho de 1952 E.V., Germer escreveu: Na medida em que você progride na datilografia de L IBER 418, descobrirá que a compreensão do Sagrado Anjo Guardião cresce mais e mais. [...] Sua visão e conclusões sobre ele hoje não serão as mesmas que você terá no futuro. Você acha mesmo que a compreensão de Aleister Crowley sobre o assunto quando ele tinha 50 anos era a mesma compreensão quando ele tinha 70? «Empenhe-se sempre por mais! e se tu és verdadeiramente meu - e não duvides disso, e se tu estás sempre prazeroso! - morte é a coroa de tudo.»1 E na mesma instrução a Jane Wolfe de 1951 Germer escreveu: Eu resolvi esse problema em minha mente há vinte anos atrás ou mais. No início eu fazia muitas perguntas a Aleister Crowley sobre o Sagrado Anjo Guardião, mas eu quase nunca compreendia suas respostas. Você deve procurar com preender o assunto de dentro para fora; cada um de nós «cresce no bosque dos horrores». A solução vem por si mesma no fim das aspirações [...]. Karl Germer não escreveu nenhum livro, no entanto, suas instruções pessoais na forma de cartas enviada a seus alunos e correspondentes são uma fonte rica de ensinamentos thelêmicos e demonstram de forma muito clara que ele tinha uma compreensão acerca dos LIVROS SAGRADOS DE THELEMA que poucos possuíam. Sua maior contribuição so∴
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1 Aqui
Germer citou L IBER AL, II:72. A referêncoia ao LIBER 418 se tratava da cópia datilografada do manuscrito que Phyllis Seckler estava produzindo e que posteriormente foi publicada por Germer. 37 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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bre o tema Sagrado Anjo Guardião é, quem sabe, seus apontamentos sobre a importância de desde cedo na caminhada thelêmica aprender a escutar o Sagrado Anjo Guardião. Ele cita as vezes que Crowley não escutou seu Sagrado Anjo Guardião quando deveria e fala também de sua própria experiência: embora ele tenha entrado em contato com seu Anjo ainda em 1927, ele só foi escutá-lo por volta de 1946. Em suas explicações sobre o assunto, Germer diz que ele não compreendia as mensagens de seu Anjo pelo fato de não ter desenvolvido a capacidade de escutá-lo. Dessa maneira, Germer insistia que cada um de nós deve desenvolver as faculdades ideais que nos possibilitam escutar o Anjo, caso contrário continuaremos o ignorando, mesmo sabendo de sua existência. Em suas instruções a Jane Wolfe Germer cita que o Anjo pode utilizar de vários artifícios para chamar nossa atenção e que nós devemos estar atentos para os seus sinais nas coisas mais triviais do dia-a-dia. EM NOME DA BESTA chega em um momento muito especial. Estamos entrando no Equinócio de Áries – Outono – e um novo ciclo se renova na era thelêmica do Novo Aeon. Nas edições do JORNAL CORRENTE 93 eu venho me empenhando em publicar um outro livro que estou escrevendo, o C ORRENTE 93, cujo objetivo é explicar a experiência central da mística thelêmica: o Conhecimento & Converesação com o Sagrado Anjo Guardião. Essa coletânea de ensaios nasce no meio desse movimento espiritual e sua intenção é esclarecer muitos pontos obscuros da Filosofia de Thelema, tanto nos Arcanos da O.T.O. quando nos Mistérios da A A . ∴
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Amor é a lei, amor sob vontade.
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A magia sexual de Aleister Crowley opera através de duas forças conhecidas como Caos e Babalon. Caos é a Força ou Energia Criadora Paterna primordial representada pelo Falo no homem. Ele é idendificado ao astro Sol como o Senhor na Missa Gnóstica. Babalon é a Força ou Energia Materna geratrix primordial representada pelos símbolos do Útero, a Vulva, a Mulher e a Terra. No sistema thelêmico de magia sexual, a Mulher é o veículo que nutre a Palavra do Genitor com seu Poder Gerador. Através da União de Caos e Babalon, nasce a Criança Mágica Baphomet. Nós estamos entrando no Equinócio de Primavera de 2016 e.v. O ano 2012 e.v. foi muito importante para muitos iniciados, pois marcou o início de uma reificação na Terra das forças espirituais do Novo Aeon. No entanto, o resgate espiritual dessas forças dentro de cada um de nós depende da aplicação de certas chaves ou fórmulas mágicas. Uma dessas fórmulas, conhecida como Corrente Ofidiana, tem sido considerada das mais eficazes no estabelecimento das forças do Novo Aeon na consciência humana. O livro A Lança & o Graal cumpre o objetivo de agregar em uma só publicação os textos acerca do sistema de magia sexual proposto por Aleister Crowley previamente publicados nas edições do Jornal Corrente 93 da Sociedade de Estudos Thelêmicos.
Entre os Ocultistas nos últimos cinquenta anos tem havido uma tentativa em estabelecer uma equivalência entre as Sephiroth da Árvore da Vida e os cakras da cultura tântrica. Se a Árvore da Vida contém tudo em nosso Universo, tanto acima quanto abaixo, deve haver algum lugar nela que os represente. Uma vez que tenha se aceitado que existe uma equivalência entre as Sephiroth e os cakras, logo nasce a indagação acerca da relação entre os vinte e dois Caminhos – os Atus de Tahuti – e as Sephiroth ou zonas de poder . Estes Caminhos, entretanto, foram relacionados às nāḍīs dos ensinamentos tântricos. Nāḍī é um termo sânscrito que significa torrente ou fluxo, quer dizer, aquilo que flui livremente. Este é o nome dado aos canais por onde circula o prāṇa ou energia vital. Eles conectam os cakras e levam energia as diversas partes do corpo psíquico e sua contraparte física. Os cakras são casas de energia e literalmente a palavra significa roda. No entanto, toda a doutrina do Tantra acerca da estrutura psíquica « cakras, nāḍīs, kuṇḍalinī » e a maneira correta de manipulá-la envolve o conceito de Śakti, a Deusa. Śakti é 39 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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uma palavra sânscrita que significa poder , mas para todos os efeitos, em estado potencial. Existe uma parábola nos tantras que diz que no Infinito, antes da criação, a Deusa dividiuse em dois estados conhecidos como Mente e Corpo. A essência da Deusa repousa eternamente no ājñā-cakra, de onde ela começa a se projetar para baixo, vibrando « spandana» em direção a terra na busca por seu Corpo. Nesse processo, a Śakti cria diferentes estados de realização, os cakras, começando pelo viśuddhi, atribuído ao Espírito, o anāhata, atribuído ao Elemento Ar, o maṇipūra, atribuído ao Elemento Fogo, o swādhisṭhāna, atribuído ao Elemento Água e o mūlādhāra, atribuído ao Elemento Terra. Ao fazer de sua morada o mūlādhāra-cakra, o processo de criação se encerra e a Śakti se recolhe em sono profundo. É neste estado que ela é conhecida como kuṇḍalinī -śakti. Uma possível tradução desse termo que se enquadra na descrição do tema é poder recolhido e na Tradição Esotérica Ocidental ela é identificada apenas pelo nome de Serpente de Fogo ou Fogo Serpentino. Quando aprendemos a manipular essa força em nosso interior, fazendo-a acordar de seu sono no fosso da terra, é o momento de aprendermos com ela em um processo de ascensão a fim de redescobrirmos o paraíso perdido. Este trabalho consiste em erguê-la do mūlādhāra-cakra aos cakras superiores através de um sistemático programa de treinamento. Nos dias de Aleister Crowley (1875-1947) muito pouco material sobre o tema cakras havia sido traduzido do sânscrito para o inglês. Fora as especulações teosóficas, pouquíssimos ocultistas no Ocidente produziram material de peso realmente relevante. Por anos a maior fonte de pesquisas sobre os cakras utilizada pelos ocultistas da Tradição Ocidental foi o livro Os Chakras de W.C. Leadbeater (1854-1934), considerado um grande clarividente. No entanto, seu livro tem muito pouco ou quase nada a oferecer quando comparado aos próprios śāstras do tantrismo ou obras de mestres tânt ricos de calibre como Swāmi Satyānanda Saraswatī, fundador da Bihar School of Yoga, a organização mais tradicional da Índia em ensino superior de Yoga e Tantra. Por volta de 1920, o autor mais celebrado sobre Tantra no Ocidente foi Sir John Woodroffe (1865-1936). Ele foi o responsável por apresentar ao Ocidente, através de inúmeras traduções e material próprio o profundo, vasto e rico oceano de conhecimento contido nos tantras, principalmente a Tradição Kaula e suas práticas obscuras de despertar da kuṇḍ alinī -śakti e a manipulação dos cakras. Mas por incrível que pareça, Crowley parece ter dado pouca atenção à obra de Woodroffe, seja por despeito ou falta de conhecimento. Mas existe um problema ao tentar estabelecer uma equivalência entre a doutrina dos cakras contida nos tantras e a Árvore da Vida. Inúmeras interpretações equivocadas foram difundidas amplamente pela Sociedade Teosófica e a Ordem Hermética da Aurora Dourada, estabelecendo um desserviço a Tradição Esotérica Ocidental. Um exame acurado sobre as teorias estabelecidas por essas organizações revela verdadeiras anomalias e uma falta de compreensão absurda sobre os cakras. Nos dias de hoje existe muito material a disposição, no entanto, a grande maioria dos livros escritos no Ocidente sobre o tema cakras ainda continua perpetuando as desinformações disseminadas por essas duas organizações. Por outro lado, o Oriente vem produzindo material seguro nessa área e as escrituras que nos dias de Crowley quase eram impossíveis de serem encontradas, agora abundam em traduções, o que nos permite ter um vislumbre mais amplo do assunto. Portanto, eu sempre aconselho aos meus alunos da A A a procurarem a fonte original desses estudos, ou seja, os śāstras do tantrismo. Ao elaborar o sistema de iniciação da A A , Aleister Crowley se debruçou amplamente sobre o Yoga, produzindo pérolas do misticismo thelêmico nas instruções da Ordem. No entanto, parece que ele deu pouca atenção à doutrina dos cakras, deixando a cargo da Ordo Templi Orientis, O.T.O., a produção do material necessário à instrução dos membros. Os primeiros Graus da O.T.O. operam enfaticamente com os ṣaṭ -cakras, mas infelizmente até os dias de hoje estamos a espera que a Ordem nos apresente instruções ∴
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precisas sobre como manipular e direcionar as energias dos cakras. Até lá, ofereço esse pequeno opúsculo de meditação a comunidade de thelemitas do Brasil.
Os Mistérios de Babalon têm sido guardados a Sete Chaves, pois Sete são suas Chaves ou as Chaves de seu Palácio. Das divindades que configuram no panteão thelêmico, Babalon é a mais arredia: não é mencionada em O Livro da Lei; embora ali se fale da sacerdotisa como sendo a Mulher Escarlate. Babalon é um aspecto particular de Nuit. O verso 22 do primeiro capítulo d’O Livro da Lei nos fala que no futuro o Profeta conheceria o nome secreto de Nuit. Este nome secreto é a pronúncia correta de Babalon que ele recebeu enquanto trabalhava com o 12° Aethyr . Antes disto, ele utilizava a forma bíblica Babylon. Babalon soma 156 e para Crowley esta numeração representa a copulação ou samādhi constante com toda a coisa vivente. Ele ainda A considerava como sendo equivalente (e não mero complemento) ao deus Pã e essa não é uma ideia isolada; ela também registra presença nos escritos de Parsons. O termo Mulher Escarlate é encontrado em O Livro das Revelações ou Apocalipse: a mulher vestida com púrpura e escarlate, e adornada de ouro [...] tinha na mão um cálice cheio de abominações; são as impurezas de sua prostituição (Apocalipse – Capítulo 17). Essa menção à Mulher Escarlate levou Crowley ao nome de Babilônia, que ele retificou para Babalon (o Portal do Sol), conforme lemos no parágrafo em epígrafe. Em complemento a essa inter-relação, no Capítulo 49 de O Livro das Mentiras, Crowley descreve quais seriam as Sete Cabeças da Besta sobre a prostituta estaria montada: Sete são as cabeças da Besta sobre a qual Ela monta. A cabeça de um Anjo; a cabeça de um Santo; a cabeça de um Poeta; a cabeça de uma Mulher Adúltera; a cabeça de um Homem de Valor; a cabeça de um Sátiro e a cabeça de um Leão-Serpente.
Para os thelemitas, de um modo geral, Babalon configura uma energia de cunho sexual e de caráter mágico. Babalon é um Arcano Arcanorum muito profundo que o próprio Crowley, no 11° Capítulo de Magick , diz que os mistérios Dela só seriam transmitidos particularmente a seus diletos pupilos. Ela sempre foi conhecida, embora por outros nomes: Grande Mãe, Diana, Ishtar, Kālī, Lilith, Inana, Deméter, Ísis, Afrodite e Hécate; mas independentemente do nome que A chamarmos, ela sempre será a expressão livre e irrestrita de nossa própria natureza sexual-mágica. Babalon em O Livro de Thoth, Atu XI: Luxúria, é a abundante Fonte de Vida do Universo. Este arcano corresponde ao caminho entre Chesed e Geburah, fonte das energias da Corrente 93, insinuando uma das faces do Novo Aeon que é a capacidade de trazer à tona 41 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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instintos primitivos para serem incorporados, de forma consciente, à nossa estrutura psíquica. Conforme O Livro de Thoth ressalta: Existe nesta carta uma embriaguez ou êxtase – a Volúpia, que é outro nome que se dá a esse arcano. Um dos Arcanos que envolve Babalon é sua força libertadora do cárcere sexual predominante no Velho Aeon. Nas palavras de Crowley: A Mulher Escarlate, a Grande Puta, basicamente representa um conceito feminino: o conceito de liberdade sexual e de ação e poder da mulher, oprimida no Aeon de Osíris e soberana do Aeon de Ísis. A característica de liberdade não é feminista e sim de igualdade ao homem. Isto é muito importante e deve ser compreendido sem que reste quaisquer dúvidas. A mulher tem os mesmos direitos dos homens, mesmo em relação ao sexo. Eu venho insistindo na similaridade entre a tradição de Thelema e o Tantra. O Culto de Śakti-Babalon na fórmula da Mulher Escarlate ilustra o fato. Embora o Tantra seja muitas vezes confundido com sexo no Ocidente, a fórmula da Mulher Escarlate não tem apenas conotações sexuais – embora elas existam, como demonstrado acima. Antes – assim como na cultura tântrica – a fórmula se refere a uma atitude diferente em relação ao mundo, a vida, ao dia-a-dia. Tradicionalmente, a Mulher Escarlate é ilustrada na forma de uma prostituta que simbolicamente permite tudo e todos em si mesma. A contraimagem da Mulher Escarlate é a mulher casta que se fecha e não permite nenhum tipo de contato íntimo com nada ao seu redor. Nos Comentário d’O Livro da Lei (III:55), Crowley observa que O inimigo é esse fechamento em relação as coisas. Fechar a Porta é uma prevenção quanto a Operação da Mudança, i.e. o Amor [...]. Este «fechamento» é hediondo, a imagem da morte. É o oposto do Ir, que é Deus. Como a imagem da Operação de Mudança, a prostituta abraça a tudo e todos sem distinção, na medida em que a mulher casta é a imagem da estagnação e separação entre todas as coisas. Nesse caminho, a mulher casta também é a imagem do ego que se recusa a ceder sua suposta realeza clamando ser o Rei da Montanha. O Rei da Montanha é o que nós chamamos de Sagrado Anjo Guardião e o ego, seu ministro no mundo, embora ele pense ser o próprio Rei. Da mesma maneira que a mulher casta se fecha para não ter relações íntimas com os outros, o ego se fecha em si mesmo para não ceder lugar ao verdadeiro Rei, o Sagrado Anjo Guardião. A fórmula da Mulher Escarlate ou o Culto de Śakti-babalon é a fórmula tântrica, quer dizer, aceitar o mundo como ele é, sem recusar nada, crescendo a partir da assimilação de todas as coisas. No Velho Aeon a mulher casta era exaltada, pois a castidade era tida como uma virtude. No Novo Aeon a prostituta é exaltada em virtude, pois ela é um símbolo de crescimento e mudança. É o apego ao Velho Aeon que macula sua imagem, associando sensualidade e promiscuidade a uma atitude pecaminosa. No Livro das Mentiras (cap. 4), Crowley diz: [...] é um conselho para aceitar todas as impressões, é a fórmula da Mulher Escarlate; mas não se deve permitir dominar-se por impressão alguma, apenas frutificar-se; como o artista que, vendo um objeto, não o reverencia, mas produz uma obra-prima a partir dele. Este processo é mostrado como um aspecto da Grande Obra. Em Liber A’ash (28) é dito: Todas as coisas são sagradas a mim. E no Comentário Djeridensis (I:51) Crowley observa: Eu insisto para que você tome cuidado com o orgulho de espírito, do pensamento a respeito de qualquer coisa como sendo pecaminosa ou impura. Faça com que todas as coisa lhe sirvam na sua Magia [causando mudança em conformidade com sua Vontade] como armas. Portanto, o Culto de Śakti-babalon é a fórmula do abraço ao mundo, aceitando tudo sem distinção de impuro ou profano. Os Eremitas de Thelema não desistem ou se afastam do mundo ou vêm as coisas como mundanas ou não-espirituais. Ao contrario, cada Thelemita se encontra imerso no Céu, como uma Estrela entre as Estrelas. No AL vel Legis (II:24) encontramos: Eis aí! estes são graves mistérios. Pois existem, além disso, meus amigos que são eremitas. Atualmente não pense encontrá-los na floresta ou sobre a montanha; mas em camas de púrpura, acariciados por suntuosas bestas de mulheres com 42 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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grossos membros, e fogo e luz em seus olhos, e volumes de cabelos flamejantes sobre eles; lá vós devereis encontrá-los. Vós devereis vê-los no governo, em exércitos vitoriosos, em todo modo o prazer; e deverão estar neles um prazer um milhão de vezes maior do que isto. Acautelai-vos a fim de que algum não force um outro; Rei contra Rei! Amai-vos uns aos outros com corações ardentes; sobre os homens submissos, desprezai-os na feroz luxúria de vosso orgulho, no dia de vossa cólera.» No Novo Aeon não consideramos o Mundo como uma prisão ou um vale de lágrimas, mas um Templo onde o sacramento da Vida pode ser promulgado; o corpo não é considerado corrupto e impuro, mas um Ornamento puro para expressão da Energia; o sexo não é considerado pecaminoso, mas um misterioso canal de poder e a imagem da natureza extasiante de todas as Experiências de Vida, Amor, Luz e Liberdade. Existência é puro prazer (AL II:9). Devido ao estilo de vida tóxico da atual civilização globalizada, tem sido cada vez mais difícil para as mulheres terem acesso a vox-babalonis, o empoderamento da ŚaktiBabalon. Aliado a isso, o sistema thelêmico têm dado pouca ou quase nenhuma atenção aos Mistérios de Babalon. Esse projeto, Śakti-Babalon: Magia Tāntrika Thelêmica, é uma tentativa de corrigir essa ponta solta. No Colegiado da Luz Hermética, cada associada a partir do Grau de Neófito empreende um sādhanā que culmina no Grau de Filósofo. Tratase da construção do Templum-Babalonis. Nesse processo, a subida na Árvore da Vida pelas mulheres é distinta da subida dos homens, que têm de construir o Santuário da Besta. Neste curso, Frater ON120 e sua Mulher Escarlate, Soror Miah, apresentam alguns dos Mistérios de Babalon contidos no Templum-Babalonis. A intenção neste curso é oferecer um programa através do qual cada mulher possa invocar o poder da Deusa Babalon e entroná-la no Palácio da Alma.
O Colegiado da Luz Hermética é a Ordem Externa da SETh, Sociedade de Estudos Thelêmicos. Representa o Seis primeiros Graus da Ordem. A SETh foi estabelecida a Serviço da A A , constituindo um Colegiado Iniciático formulado para prover treinamento aos Candidatos que aspiram Iniciação na A A . O trabalho é individual, mas é dada a opção de trabalho coletivo e a formação de Grupos de Estudo, Santuários e Templos. ∴
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HOMEMDATERRA Colegiado da Luz Hermética
Probacionista 0°=0
O Probacionista é qualquer pessoa adulta, livre, acima de 21 anos que tenha concordado em executar uma prática espiritual diária e sistemática pelo período de um ano, mantendo um diário mágico detalhado sobre a prática. Os Sinais do Probacionista são os de Hórus e
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Hoor-paar-Kraat. O Probacionista se encontra no Umbral da Ordem e após um ano de período probatório ele pode requerer admissão ao Primeiro Grau de Neófito. Sendo admitido, ele assina o Juramento. Neófito 1°=10 O Neófito é um Iniciado do Primeiro Grau do Colegiado da Luz Hermética. Este Grau representa Malkuth na Árvore da Vida e o Elemento Terra. O Sinal de Neófito é o Sinal da Besta ou Baphomet. Currículo do Neófito: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Formulação, construção e consagração do Pantáculo da Terra. Ritual Maior do Pentagrama da Terra. Assunção de forma divina da deidade egípcia da Terra. Ritual da Saída do Umbral. Ascensão nos planos obtendo a visão do Espírito da Terra. Pathworking: Caminho 32 (Tav). Scrying no Aethyrs 30 (TEX).
Zelador 2°=9
O Zelador é um Iniciado do Segundo Grau do Colegiado da Luz Hermética. Este Grau corresponde a Yesod na Árvore da Vida e o Elemento Ar. O Sinal de Zelador é o Sinal de LilithAstaroth. Currículo do Zelador : 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Formulação, construção e consagração da Adaga do Ar. Ritual Maior do Pentagrama do Ar. Assunção de forma divina da deidade egípcia do Ar. Ritual do Khu Perfeito. Ascensão nos planos obtendo a visão do Espírito do Ar. Pathworking: Caminho 31 (Shin) e 30 (Resh). Scrying nos Aethyrs 29 (RII) e 28 (BAG).
Prático 3°=8
O Prático é um Iniciado do Terceiro Grau do Colegiado da Luz Hermética. Este Grau corresponde Hod na Árvore da Vida e o Elemento Água. O Sinal do Prático é o Sinal de Ísis a Mãe das Estrelas. Currículo do Prático: 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Formulação, construção e consagração do Cálice da Água. Ritual Maior do Pentagrama da Água. Assunção de forma divina da deidade egípcia da Água. Ascensão nos planos obtendo a visão do Espírito da Água. Pathworking: Caminho 29 (Qoph), 28 (Tzaddi) e 27 (pé). Scrying nos Aethyrs 27 (ZAA) e 26 (DES).
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Corrente 93 No. 12
Filósofo 4°=7
O Filósofo é um Iniciado do Quarto Grau do Colegiado da Luz Hermética. Este Grau equivale Netzach na Árvore da Vida e o Elemento Fogo. O Sinal de Filósofo é o Sinal de Tifon. Currículo do Filósofo: 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Devoção a alguma deidade - iṣtā-devatā (bhakti-yoga). Formulação, construção e consagração da Baqueta do Fogo. Ritual Maior do Pentagrama do Fogo. Assunção de forma divina da deidade egípcia do Fogo. Ascensão nos planos obtendo a visão do Espírito do Fogo. Scrying nos Aethyr 25 (UTI).
Dominus Liminis (Senhor do Umbral) O Dominus Liminis é um Iniciado do Quinto Grau do Colegiado da Luz Hermética que está no período probatório para entrar na Segunda Ordem R.R. et A.C. Este Grau corresponde ao Caminho de Pé na Árvore da Vida, conhecido na Ordem como O Portal . O Sinal do Dominus Liminis é o Sinal da Caveira de Ossos Cruzados. Currículo do Dominus Liminis: 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Formulação, construção e consagração de um talismã planetário. Ritual Supremo de Invocação do Pentagrama. Ascensão nos planos da Estrela que regula o Sol (signo ascendente). Ritual Enochiano do Elixir da Vida Pathworking: Caminho 26 (Ayin), 25 (Samekh) e 24 (Nun). Scrying no Aethyrs 24 (NIA).
Caso tenha interesse em participar da Ordem, envie uma carta em PDF seguindo as instruções: 1. 2. 3.
Faça um breve relato sobre sua busca espiritual. Estudos, práticas e a relevância desse processo na magia e no ocultismo. Faça uma lista de vinte livros que já estudou na área da magia e ocultismo em geral; cite os mais relevantes em sua iniciação e faça uma breve resenha do livro mais importante para você. Na carta, coloque todos os seus dados: endereço (físico e eletrônico), data de nascimento, afiliação, profissão, telefone e anexe uma cópia de seu CPF, RG e comprovante de residência.
Toda a comunicação da Ordem se dá através de documentos em PDF via e-mail e por correio convencional. Após o envio de sua aplicação de afiliação, a Ordem irá notificá-lo em cinco ou dez dias, após a avaliação de seu pedido. Se ele atender os nossos requisitos, você será admitido ao período probatório, devendo manter uma prática espiritual sistemática por um período de um ano, com entradas diárias no diário mágico. 45 Sociedade de Estudos Thelêmicos
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