2013 Livro Analise de Risco e Credito

August 6, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Érico Eleutério da Luz José Luís de Castro Neto Renata Sena Gomes Sérgio

Análise de Risco e Crédito

IESDE BRASIL S/A Curitiba 2013

 

© 2009 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

 ______  ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____  __  L994a   Luz, Érico Eleutério da   Análise de risco e crédito / Érico Eleutério da Luz, José Luís de Castro Neto, Renata Sena Gomes Sérgio - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2013. 204p. il. ; 24 cm. Inclui bibliografa

 

ISBN 978-85-387-3693-6

  1. Administração de crédito. 2. Avaliação de riscos. 3. Finanças. I. Neto, José Luís de Castro. II. Sérgio, Renata Sena Gomes. III. Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino. IV. Título. 13-01942 CDD: 658.88   CDU: 658.15  ____  __ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____ ____  __  10/06/2013 10/06/2013

Capa: IESDE BRASIL S/A Imagem da capa: Shutterstock 

Todos os direitos reservados.

IESDE BRASIL S/A Al. Dr. Carlos de Carvalho, Car valho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br

 

Érico Eleutério da Luz Mestre em Contabilidade e Controladoria pela Universidade Norte do Paraná (Unopar). Especialista em Auditoria pela Faculdade de Administração e Economia (FAE). Especialista em Finanças pela FAE. Bacharel em Ciências Contábeis pela Fundação de Estudos Sociais do Paraná (FESP). Bacharel em Direito pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Leciona disciplinas relacionadas a finanças e direito em cursos de graduação e pós-graduação, pós-graduação, nas modalidades presencial e a distância em diversas instituições. Trabalha Trabalha como consultor na área á rea contábil e jurídica. jurí dica.

José Luís de Castro Neto Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP), com formação complementar na University Of Illinois at Urbana Champaign, UIUC, Estados Unidos. Mestre em Controladoria e Contabilidade pela USP. Graduado em Ciências Ciên cias Contábeis pelo Centro Unificado de Brasília (CEUB), em Brasília. Atualmente é professor assistente graduado da Faculdade Trevisan Ltda, e professor assistente associado da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Tem experiência na área de Contabilidade, com ênfase em Contabilidade Internacional, atuando principalmente nos seguintes temas: convergência as normas contábeis internacionais, diferenças culturais na prática da contabilidade, governança corporativa, evidenciação contábil e negócios internacionais.

Renata Sena Gomes Sérgio Mestre em Ciências Contábeis com ênfase em Gestão Empresarial pela Fundação Visconde de Cairu (FVC). Especialista em Contabilidade Gerencial pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Especialista em Controladoria pela FVC. Bacharel em Ciências Contábeis pela FVC. Atualmente é coordenadora pedagógica do curso de Ciências Contábeis na União Metropolitana de Ensino (Unime). Tem Tem experiência na área de Ciências Contábeis, atuando principalmente nos seguintes temas: contabilidade financeira, gerencial, tributária, hospitalar, estratégias competitivas e microempresas. mi croempresas.

 

Sumário Intermediação financeira ...................................................................................13 Introdução ..................................................................................................................................................13 Moeda ..........................................................................................................................................................14 Intermediários financeiros .................................................................................................................... 14 Sistema Financeiro Nacional (SFN).....................................................................................................16 Conceito e relevância do crédito ........................................................................................................ 20 Introdução ao risco de crédito.............................................................................................................21

Os “4 Cs do crédito” (Caráter; Capacidade; Capital; Condições) Condições)............31 ............31 Introdução ..................................................................................................................................................31 Caráter ..........................................................................................................................................................32 Capacidade ................................................................................................................................................. 33 Capital ..........................................................................................................................................................36 Condições ...................................................................................................................................................38 Consideraçõess finais ................................................................................................................................ 42 Consideraçõe

Garantias ..................................................................................................................49 Introdução ..................................................................................................................................................49 Formalização.............................................................................................................................................. 52 Garantias pessoais ...................................................................................................................................53 Garantias reais ...........................................................................................................................................57 Conclusão....................................................................................................................................................61 Conclusão ....................................................................................................................................................61

Risco e crédito ........................................................................................................69 Introdução ..................................................................................................................................................69 Conceito e classificação .........................................................................................................................70 Diversificação de riscos ..........................................................................................................................75 Rating ............................................................................................................................................................78 Conclusão....................................................................................................................................................79 Conclusão ....................................................................................................................................................79

 

Análise de crédito .................................................................................................89 Introdução e conceitos........................................................................................................................... 89 Análise subjetiva..................................................................................................................................... .........................................................................................................................................89 89 Análise econômico-financeira ............................................................................................................. 92 Conclusão ...................................................................................................................................................97

Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras I ............. ......................... ............ 103 Introdução ................................................................................................................................................103 Relatórios contábeis ..............................................................................................................................104

Análise das Demonstrações Contábeis e Financeiras II........................119 II........................119 Demonstração do fluxo de caixa caixa (DFC) .........................................................................................119 Demonstração do Valor Adicionado Adicionado (DVA) (DVA) ..................................................................................122 Auditoria ....................................................................................................................................................123 Notas explicativas ..................................................................................................................................125 Análise vertical vertical e horizontal ..............................................................................................................126 .. ............................................................................................................126 Escolha de indicadores indicadores ........................................................................................................................130 ........................................................................................... .............................130

Análise do Capital de Giro ...............................................................................147 Estrutura e formação do Capital de Giro........................................................................................147 Prazos médios ..........................................................................................................................................155

Controle e qualidade do crédito........... crédito..................... ..................... ...................... ...................... ...................... ...............165 165 Introdução ................................................................................................................................................165 Monitoramento do crédito .................................................................................................................165 Deterioração dos créditos concedidos ...........................................................................................166 Causas de créditos problemáticos ...................................................................................................167 Meios legais para recuperação de crédito ....................................................................................172 Conclusão..................................................................................................................................................176

Processo de cobrança .......................................................................................185 Introdução ................................................................................................................................................185 Alertas de risco ........................................................................................................................................186

 

Medidas preventivas .............................................................................................................................187 O processo de cobrança ......................................................................................................................187 Renegociação ..........................................................................................................................................188 Recuperação judicial .............................................................................................................................190 Recuperação extrajudicial ...................................................................................................................191 Falência Falên cia ......................................................................................................................................................192 ............................................................................................................ ..........................................192 Conclusão..................................................................................................................................................195 Conclusão ..................................................................................................................................................195

 

Apresentação A disciplina “Análise de Risco de Crédito” tem o escopo de fornecer informações básicas e essenciais essenciai s sobre as atividades de análise do risco de crédito feitas pelas instituições financeiras para seus clientes. Para isso, este livro está estruturado em 10 capítulos, organizados de forma sequencial e lógica para que o aluno tenha bom aproveitamento. O capítulo 1 fala sobre a intermediação financeira mostra o cotidiano das instituições que manipulam e intermediam papel-moeda, a moeda metálica e os títulos financeiros eo de crédito. O assunto do capítulo 2 é os “4 (quatro) (quatro ) Cs do d o crédito” crédi to”.. Este capítulo pretende fornecer condições para a identificação de alguns critérios subjetivos e financeiros, geralmente adotados pelas instituições financeiras, na análise do eventual tomador de empréstimos. O que se pretende destacar são os diferentes critérios que são aplicados às propostas de negócio pelos gerentes das instituições financeiras. O capítulo 3 trata das garantias. Esse capítulo mostra que todo estabelecimento que concede crédito ao consumidor exige uma garantia do seu cliente, como forma de minimizar o risco do não recebimento do valor emprestado. As instituições financeiras que concedem crédito a seus clientes exigem, igualmente, uma garantia para fazer face ao risco da operação. Caso o devedor não pague a obrigação, a instituição tem, na execução da garantia, um ressarcimento de parte ou do total do valor emprestado. O capítulo 4, sobre risco de crédito, explica que o conceito do risco está relacionado à possibilidade de perigo de não se receber o valor emprestado. No mundo

 

empresarial, mais especificamente em relação ao risco de crédito, o conceito está relacionado às incertezas e às possibilidades de perda em determinadas determin adas operações. capítulo 5, “Análise de crédito”, compreende a aplicaçãoO de técnicas subjetivas, financeiras e se refere às medidas estatísticas comumente utilizadas para avaliar a capacidade de pagamento do tomador de recursos, que é o proponente ao crédito. Neste capítulo são abordados alguns critérios subjetivos, financeiros e estatísticos geralmente adotados pelas instituições financeiras na análise de crédito. O capítulo 6, “Análise das demonstrações contábeis e financeiras I”, mostra as demonstrações contábeis que são instrumentos comumente usados pelos analistas de crédito para investigar a saúde financeira das empresas. Neste capítulo são apresentados o conceito, finalidade e estrutura dos Relatórios Contábeis, em destaque o Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. O capítulo 7, “Análise das demonstrações contábeis e financeiras II”, traz os conceitos, finalidade e estrutura dos demais relatórios contábeis, como a DFC, DVA, Relatórios de Auditoria e as Nota Explicativas. Estuda, ainda, a análise econômico-financeira, através das análises vertical, horizontal e por meio de índices aplicados sobre as demonstrações contábeis. A partir dessas demonstrações é possível obter informações relevantes sobre o negócio e se há algum indício de risco nas operações contratadas pela empresa. O capítulo 8, “Análise do capital de giro”, estuda seu principal objetivo, que é avaliar a capacidade da empresa em honrar compromissos prazo. Para“para tanto, o cálculo dos os índices de liquidezde nãocurto são suficientes “para avaliar a capacidade da empresa de pagar seus compromissos

 

imediatos”. Portanto, os analistas recorrem a outras técnicas imediatos”. para obter informações e, assim, ter uma visão mais precisa sobre a liquidez da empresa e sua estrutura de capital. O capítulo capítu lo 9, “Controle e qualidade qual idade dopara cr édito”, crédito” , mostra que as empresas necessitam de recursos atenderem às suas necessidades de investimento e suprimento de capital de giro. Cabe às instituições financeiras financiar esses recursos, desde que as empresas atendam às exigências normativas dos bancos. O crédito aparece para avaliar o risco e apoiar na decisão e formalização da operação. E por último, o capítulo 10, “Processo de cobrança”, mostra como ele deve ser precedido por ações que deixem a cobrança judicial para último caso, devido à lentidão burocrática excessiva que costuma acompanhar os processos. Devem as instituições responderem aos alertas de risco de inadimplência do devedor com ações firmes, mas cordatas, rumo à renegociação para reaver o montante emprestado.

 

Intermediação financeira Introdução No cotidiano de nossas vidas, necessitamos de instituições i nstituições que nos ajudem a manipular e a intermediar o papel-moeda, a moeda metálica e os títulos financeiros e de crédito. Existem tipos de entidades que servem como intermediários financeiros, colocando-se entre nós e o dinheiro. Essas entidades são úteis na Economia, pois fazem circular a riqueza. Para Silva (2000, p. 26), a satisfação das necessidades fundamentais como alimentação, saúde, habitação e segurança é facilitada pelos serviços financeiros, e eles são proporcionados pelos intermediários que são os bancos e outras entidades que fazem parte do Sistema Financeiro Nacional. Fortuna (1999, p. 12) faz fa z uma conceituação abrangente para o sistema financeiro: “con“con junto  jun to de insti institui tuiçõe çõess que se se dedica, dedica, de algu alguma ma forma, forma, ao ao trabal trabalho ho de propi propiciar ciar cond condiçõ ições es satisfatórias para a manutenção de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores” i nvestidores”. A atividade principal das instituições financeiras é a intermediação de recursos, pois é ela que viabiliza a captação de recursos de seus clientes, do mercado financeiro etativa de capitais, repassando-os, de auferirem ganhos. posteriormente, sob a forma de empréstimos, na expec“Banco” é umas das instituições financeiras componentes do Sistema Financeiro Nacional (SFN), organizada para intermediar recursos. Esses são expressos principalmente sob forma de moeda e títulos, sendo a moeda o facilitador de trocas entre os agentes econômicos. Quando se pensa em moeda, imagina-se, logo, que o dinheiro seja em moeda-papel (nota simples) ou em moedas metálicas (frações de papel-moeda), mas quando fazemos depósitos em dinheiro na nossa conta em determinado banco, tais recursos nos habilitam a emitir cheques para pagar compras diversas, nessa situação, tais cheques desempenham a mesma função do dinheiro. Assim, por uma questão de lógica, devemos incluir no conceito de moeda os depósitos à vista. Segundo a teoria econômica existem outros conceitos de moeda, mas não serão abordados neste curso.

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Moeda A moeda é um bem de aceitação geral que tem várias funções, sendo as principais de servir de intermediário de trocas, medida de valor e reserva de valor. Como intermediária de trocas, a moeda superou a economia do escambo (simples troca, sem moeda) e passou, então, a ser utilizada para troca entre as pessoas, representando bens e mercadorias. Na fase do escambo e na ausência de moeda, os povos trocavam bens entre si, avaliando cada um pelo valor relativo que eles apresentavam para as partes. Como medida de valor , a moeda serve como padrão de medida. Assim, todos os bens e serviços que são avaliados por ela serve de denominador comum de preços. Como reserva de valor , a moeda constitui-se em reservatório de poder e de compra. Em diversos povos, a quantidade menor ou maior de moeda confere ao seu titular determinada posição na sociedade. No entanto, existem outros ativos que também desempenham o papel de reserva de valor como: ouro, diamantes, terras etc.

Intermediários financeiros O mercado financeiro pode ser classificado classifica do como elemento dinâmico no processo de crescimento econômico. Ele também é o responsável pelo controle das taxas de poupança e investimento i nvestimento.. O mercado financeiro opera através dos intermediários financeiros e agentes econômicos. Os intermediários financeiros são instituições financeiras, como os bancos, que negociam moeda, ou tomando-a São aos autorizados a emitir títulos acontra si emprestando-a mesmos para obterem recursosemprestado. (moeda) junto agentes econômicos (SILVA, 2000, p. 31). O intermediário financeiro aproxima-se dos ofertadores e tomadores de recursos, cobrando spreads e taxas de prestação de serviço. Definição corrente de mercado informa que spread é a    a    r     i    e    c    n    a    n     fi    o     ã    ç    a     i     d    e    m    r    e    t    n     I

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[...] diferença entre a taxa média de juros que os bancos pagam ao captar recursos e aquela que recebem ao aplicá-los - seja emprestando ao governo ou ao setor privado (pessoas físicas e jurídicas). No entanto, o Inepad (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração) considera nos cálculos do “spread ” total também as taxas de serviços cobradas pelas instituições financeiras. (BALBI, 2006)

Os ofertadores de recursos são os agentes econômicos que acumularam poupança, apresentando situação orçamentária de excesso de recursos.

 

Os tomadores de recursos são os agentes econômicos que necessitam de volume determinado de moeda para realizar objetivo de interesse próprio, quer seja saldando dívidas, ou realizando investimentos lucrativos.

Custo da intermediação financeira aspectoEla relevante quando se trataà de financeira é o custo dessaUm atividade. está diretamente ligada taxaintermediação de juros praticada pela instituição financeira e balizada pelo Banco Central. As instituições financeiras e o mercado criaram mecanismo através do qual os recursos fluem entre poupadores e investidores. O nível do fluxo desses fundos pode afetar significativamente o crescimento econômico do país. A taxa de juros atua como um regulador que controla o fluxo de recursos entre poupadores e investidores. Sobre o assunto, Gitman pondera: “[...] quanto mais baixas as taxas de juros, maior será o fluxo de fundos e, consequentemente, consequentemente, maior será o crescimento econômico; quanto mais altas as taxas de juros, menor será o fluxo de fundos e menor será o crescimento econômico”. (GITMAN, 2004, p. 41)

Segundo o mesmo autor, a taxa de juros é a compensação paga pelo tomador dos fundos ao credor; do ponto de vista do tomador de fundos, é o custo de tomar emprestado os recursos. A taxa de juros (ou preço do capital emprestado) está baseada na escassez dos bens e destina-se, também, a remunerar o emprestador pelo risco assumido no caso de não receber as parcelas do empréstimo concedido na data acordada. A taxa de juros ou o retorno requerido representa o custo do dinheiro que é o aluguel que um tomador de recursos deve pagar a um fornecedor pelo uso dos recursos no prazo acordado. Assim, podemos dizer que:  Quando os fundos são emprestados, o custo de tomar os fundos é a taxa de  juros;  Quando os fundos são obtidos através da venda de um direito de propriedade – como na vendas de ações – o custo do emissor é normalmente chamado de retorno requerido, o qual reflete o nível de retorno esperado pelo fornecedor de fundos. Outra conceituação atribuída ao juro é dada por Assaf Neto (2008, p. 98) “para quem o juro é a remuneração que o tomador (captador) de um empréstimo paga a um doador (aplicador) de recursos”.

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A taxa de juros está ligada às operações de intermediação financeira por representar o preço de troca dos ativos disponíveis em diferentes momentos ou períodos de tempo. Ela também reflete o preço pago pelo sacrifício de poupar, poupar, ou seja, é a remuneremune ração de um agente econômico ao decidir postergar o próprio consumo, transferindo seus recursos a outro agente.

Sistema Financeiro Nacional (SFN) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é formado por “um conjunto de instrumentos e instituições que funcionam como meio para realização da intermediação financeira [...]” (SILVA, 2000, p. 42). Aproximando os agentes superavitários – ofertadores de recursos – dos agentes deficitários – tomadores de recursos –, o SFN viabiliza a realização dos objetivos de ambos os grupos, fazendo com que contribuam para a circulação da riqueza no país. As entidades que formam o SFN podem ser subdivididas em dois subsistemas: a) Normativo; e b) Operativo. O subsistema normativo é responsável pela normatização e controle das instituições que operam no mercado. É formado pelo Conselho Monetário Nacional, Banco Central do Brasil, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e pela Comissão de Valores Mobiliários (SILVA, 2000, p. 42). Essas instituições encontram-se descritas abaixo:   Conselho Monetário Nacional (CMN) – órgão responsável pela fixação de

diretrizes das políticas monetária, creditícia e cambial do país.  Banco Central do Brasil (BACEN) – órgão encarregado de fazer cumprir as

disposições que regulam o funcionamento do SFN e as normas expedidas pelo CMN. Outra função do Banco Central é a de controlar a oferta de dinheiro no mercado.

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Se o BACEN deseja estimular a economia, ele aumenta a oferta de dinheiro. Uma forma de fazer isso é reduzindo a taxa de juros. No entanto, a grande oferta de dinheiro pode levar a um aumento da taxa de inflação, cabendo ao próprio BACEN servir de balizador nesse processo. Além do CMN e do BACEN existem as autoridades de apoio ao SFN, que são:   Comissão de Valores Mobiliários (CVM)  –  o órgão normativo do Sistema Financeiro Nacional, especificamente voltado para o desenvolvimento, dis-

ciplina e fiscalização do mercado de valores mobiliários (títulos). Seu poder

 

de normatizar abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores mobiliários.  Banco do Brasil – considerado um conglomerado financeiro que atua como

banco múltiplo tradicional, embora ainda opere como agente financeiro do governo federal, sendo o principal executor da política financeira do governo.   Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social   (BNDES) – res-

ponsável pela política de investimentos de longo prazo do governo federal.  Caixa Econômica Federal (CEF) – responsável pela operacionalização das po-

líticas do governo federal para a habitação ha bitação popular e saneamento básico. De modo geral, as instituições financeiras são responsáveis pela transmissão e manutenção da política monetária nacional, além de manter a economia em plena capacidade produtiva. A figura a seguir mostra um organograma que evidencia eviden cia a relação do CMN com os principais órgãos do SFN. Conselho Monetário Nacional CMN

Banco Central do Brasil BCB

Comissão de Valores Mobiliários   CVM

Sociedades Corretoras

    )  .    o     d    a    t    p    a     d     A  .     6     0     0     2  ,     A     P     S     E     V     O     B (

Bolsa de Valores

Figura 1 – Organograma dos principais órgãos vinculados ao Sistema Monetário Nacional (SMN). ( SMN).

O subsistema operativo é formado pelas instituições financeiras (bancárias e não bancárias) que operam diretamente na intermediação financeira. As instituições que fazem parte desse subsistema são compostas por bancos comerciais, caixas econômicas estaduais, bancos de desenvolvimento, bancos de investimentos, sociedades de crédito, financiamento e investimento (financeiras), sociedades corretoras, sociedades distribuidoras, sociedades de arrendamento mercantil (leasing), sociedades de crédito imobiliário e bancos múltiplos. A descrição dessas instituições encontra-se a seguir:  Bancos Comerciais – têm como objetivo proporcionar o suprimento opor-

tuno e adequado dos recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas. Para tanto, os bancos comerciais podem descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente (contas

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garantidas), realizar operações especiais, inclusive crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e a prazo fixo, obter recursos  junto às instituições oficiais para repasse aos clientes, obter recursos externos para repasse, efetuar prestação de serviços, ser viços, inclusive mediante convênio com outras instituições e outros.  Bancos de Investimento – têm como principal objetivo o aumento do prazo

de operações de empréstimos e financiamentos, sobretudo para fortalecer o processo de capitalização das empresas, através da compra de máquinas e da subscrição de debêntures e ações. Esses bancos estão impedidos, legalmente, de manter contas correntes em outras instituições financeiras. Elas captam recursos pela emissão de Certificados de Depósitos Bancários (CDB) e Recibos de Depósitos Bancários (RDB) através de captação e repasse de valores de origem interna ou externa, ou pela venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados. Fortuna (2008, p. 33) sintetiza as operações ativas que podem ser praticadas pelos bancos de investimento:   empréstimos a prazo mínimo de um um ano para financiamento de capital fixo; fixo;   empréstimos a prazo mínimo de um um ano para financiamento de capital de giro; giro;   aquisição de ações, obrigações ou quaisquer quaisquer outros títulos evalores mobiliários para investimento investimento ou revenda no mercado de capitais (operações ( operações de underwriting);   repasses de empréstimos obtidos obtidos no exterior;   repasses de de recursos recursos obtidos no país;   prestação de garantia de empréstimos empréstimos no país e provenientes provenientes do exterior. exterior.

 Bancos de Desenvolvimento – são instituições responsáveis pela política de

investimento de médio e longo prazo do Governo Federal, sendo o BNDES o seu principal representante para financiar em médio e longo prazo os setores primário, secundário e terciário.  Caixas Econômicas – sua atividade principal integra o Sistema Brasileiro de    a    r     i    e    c    n    a    n     fi    o     ã    ç    a     i     d    e    m    r    e    t    n     I

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Poupança e Empréstimo e o Sistema Si stema Financeiro de Habitação. Podem ser equiparadas aos bancos comerciais por captar depósitos à vista, realizar operações ativas (empréstimos, financiamentos etc.) e efetuar prestação de serviços, na maioria das vezes para pessoas físicas. Também realiza atividades de financiamento de bens de consumo, empréstimo sob garantia de penhor industrial e caução de títulos, e operações de empréstimo sob penhor de bens pessoais e

 

sob consignação. Atua como centralizadora do recolhimento e aplicação dos recursos depositados no Fundo de Garantia por Tempo Tempo de Serviço Ser viço (FGTS).  Sociedades de Crédito Imobiliário – foram criadas pelo Governo para finan-

ciar o mercado imobiliário, utilizando os recursos da caderneta de poupança.  Associações de Poupança e Empréstimo – são constituídas na forma de so-

ciedades civis, restritas a determinadas determin adas regiões, sendo de propriedade comum de seus associados. Suas operações são semelhantes às sociedades de crédito imobiliário.   Sociedades Corretoras  – são sociedades típicas do mercado acionário e

operam na compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (inclusive ouro) por conta de terceiros. Elas operam nas bolsas de valores e de mercadorias, e efetuam lançamentos públicos de ações, administram carteiras car teiras e custodiam valores mobiliários, instituem, organizam e administram fundos de investimento, operam no mercado aberto e intermediam operações de câmbio.  Sociedades de Arrendamento Mercantil  – a operação de leasing asseme-

lha-s e a uma locação, tendo o cliente, ao final do contrato lha-se contrato,, as opções de renová-la, adquirir o equipamento pelo valor residual fixado em contrato, ou ainda devolvê-lo à empresa. As empresas de leasing geralmente captam recursos de longo prazo, como por exemplo, através da emissão de debêntures. A debênture é um valor mobiliário emitido por sociedades anônimas, representativo de dívida que assegura o direito de crédito de seus detentores contra a companhia emissora.

 Bancos Múltiplos – têm o objetivo de racionalizar a administração das insti-

tuições financeiras. De acordo com Fortuna (2008, p. 41), permite que instituições, empresas de um mesmo grupo, constituam-se em uma única instituição in stituição financeira com personalidade jurídica própria e, portanto, com um balanço único, um único caixa e, consequentemente, significativa redução de custos. Em tese, mantêm as mesmas funções de cada instituição i nstituição em separado, com as vantagens de contabilizar as operações como uma só instituição. Por normas legais, as carteiras de um banco múltiplo envolvem a carteira comercial (regulamentação do BACEN), carteira de investimento (regulamentação dos bancos de investimentos), carteira de crédito imobiliário (regulamentação das sociedades de crédito imobiliário), carteira de aceite (regulamentação das sociedades de crédito, financiamento e investimento) e carteira de desenvolvimento (regulamentação dos bancos de desenvolvimento) e a carteira de leasing.

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Conceito e relevância do crédito Schrickel (2000, (20 00, p. 24) escreve que “crédito “crédito é todo ato de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte do seu patrimônio a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte a sua posse integralmente após decorrido o tempo estipulado”. O patrimônio referido deve ser próprio e pode estar na forma de dinheiro (empréstimo monetário) ou bens (empréstimo para uso, ou venda com pagamento parcelado). Silva (2000, p. 63) conceitua “crédito, em sentido restrito e específico, como consistindo na entrega de um valor presente mediante uma promessa de pagamento”. Assim, em uma loja de produtos de informática, uma venda a crédito é caracterizada pela entrega da mercadoria (computador, por exemplo) ao cliente, mediante promessa de pagamento do comprador à loja, em uma ou mais parcelas, em um prazo futuro estabelecido de comum acordo entre as partes. par tes. Embora existam empréstimos gratuitos, não onerosos, no caso de operações entre pessoas físicas, entre membros de mesma família, por exemplo, normalmente o vendedor estipula uma taxa a ser paga pelo comprador pelo pagamento dos valores no futuro, e não à vista. No comércio e na indústria, o crédito geralmente assume o papel de facilitador da venda (SILVA, (SILVA, 2000, p. 64). O crédito possibilita que o cliente veja atendida sua necessidade, e que o comerciante aumente suas receitas de venda. O crédito deve ser visto como um “produto “produto”” para para as instituições financeiras. Assim, negociar “crédito” “crédito” pressupõe um adequado ade quado sistema de cadastro com informações dede talhadas seus clientes, e um sistema de avaliação donorisco que, além de avaliá-los pelo riscosobre de não devolverem os recursos emprestados prazo acordado, calcule o limite de crédito máximo e mínimo para cada um. Enquanto que, em empresas comerciais e industriais, é possível vender à vista ou a prazo, em bancos não há como fazer empréstimo ou financiamento à vista (SILVA, (SILVA, 2000, p. 65).

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Deve-se atentar para o fato de que, quando o banco está captando recursos (acolhendo depósitos ou aplicações), quem assume o risco de crédito é o cliente. O banco nessa condição, não costuma exigir cadastro de seus clientes, mas eles poderiam (se quisessem) exigir o “cadastro” “cadastro” do banco na forma de demonstrações contábeis e outras informações que o gerente pudesse fornecer para provar que a instituição é idônea. O crédito está inserido no contexto da intermediação financeira, sendo parte relevante da geração de receita do banco.

 

O crédito cumpre relevante papel econômico e social, pois viabiliza a circulação da riqueza e o atendimento às necessidades dos agentes econômicos. Silva (2000, p. 68) escreve que o crédito a) possibilita que as empresas aumentem o seu nível de atividade; b) estimula o consumo, influenciando na demanda; c) ajuda as pessoas a obterem moradia, bens e alimentos; d) facilitam a execução de projetos para os quais as empresas não dispõem de recursos próprios suficientes.

Introdução ao risco de crédit créditoo Intuitivamente, “risco” significa “incerteza”, “imprevisibilidade”, um fato que pode acontecer e contrariar as expectativas iniciais. “Risco de crédito” pode ser definido defini do como a probabilidade de que o recebimento não ocorra, ou seja, é igual a 1 menos a probabilidade de recebimento. O risco está presente nas decisões de crédito e está vinculado à “saúde financeira” do tomador de empréstimo. Para avaliar o risco do tomador de empréstimo, a instituição financeira deverá possuir funcionários capacitados, além de softwares e aplicativos específicos para estimar o risco de cada cliente. A importância da análise de risco nas decisões de crédito pode ser avaliada pela seguinte citação de Schrickel (2000, p. 36) “a imprevisibilidade quanto ao futuro e ao risco,  deve ser adequada e suficientemente ponderada, a fim de minimizar os riscos expostos do banco” b anco”.. A gestão do risco de crédito é motivo de preocupação do sistema financeiro internacional, que criou o Comitê da Basileia para reestruturar a “indústria” bancária, gerenciando e emitindo normas reguladoras do Sistema. O Comitê de Supervisão Bancária da Basileia congrega autoridades de supervisão supervi são bancária e foi estabelecido pelos presidentes dos Bancos Centrais dos países do então, “Grupo dos 10 (G-10)”, em 1975. É constituído por representantes de autoridades de supervisão bancária e pelo Banco Central, reunindo-se no Banco de Compensações Internacionais (BIS), na Basileia, Suíça, onde se localiza a sua secretaria permanente. Em 1997, o Comitê da Basileia declarou que os mais sérios problemas bancários continuam se originando diretamente de problemas de administração de crédito. (CATTANI; (CATTANI; STADUTO, 2003). O Banco Central do Brasil vem implementando relevantes medidas com o intuito de estimular as instituições financeiras a melhorar seus procedimentos de avaliação e acompanhamento do risco de clientes, garantindo o funcionamento sem sobressaltos do SFN.

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As instituições financeiras tiveram de se adequar às novas normas que lhes foram dirigidas pelo Banco Central, em um cenário de baixa inflação e aumento das disponibilidades para empréstimos. A Resolução 2.682, de 21 de dezembro de 1999, do Banco Central do Brasil, complementadas por resoluções posteriores, estabelece os critérios que devem ser observados pelas instituições financeiras na avaliação do risco de seus clientes e operações, para fins do cálculo e constituição de provisão para risco de crédito. Silva (2000, p. 75) escreve que os riscos de crédito de um banco podem ser classificados em quatro grupos: a) risco do cliente ou risco intrínseco; b) risco da  operação; c) risco de concentração; e d) risco da administração do crédito. a) Risco do cliente ou risco intrínseco Esse tipo de risco independe da vontade do cliente-tomador de empréstimos/financiamentos do banco. Ele existe devido à possibilidade do não pagamento do valor ao banco devido a conjunto de fatores associados ao a o devedor. O crédito consiste em colocar à disposição do tomador determinado valor sob a forma de empréstimo ou financiamento mediante medi ante promessa de pagamento. Essa promessa de pagamento, em forma de documento, obriga o devedor a devolver os recursos tomados. Silva (2000, p. 78-79) informa que os chamados “Cs do crédito” (Caráter, Capacidade, Condições, Capital e Conglomerado) contêm as variáveis relacionadas ao risco do cliente (intrínseco), as quais poderão fornecer a base para a classificação do risco (rating). b) Risco da operação Silva (2000, p. 80) escreve que os principais elementos integrantes de uma operação são: (I) produto; (II) montante; (III) prazo; (IV) forma de pagamento; (V) garantias; e (VI) preço. Segundo Silva, acima, cada um desses elementos apresenta um potencial de risco. Assim, a inadequação da especificação do produto, ou em seu valor, pode levar o cliente-tomador a descumprir a promessa de pagamento, ocasionando a inadimplência.

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Se o montante emprestado for acima da capacidade de pagamento do cliente-tomador, existe aí, também, risco de inadimplência. O mesmo raciocínio vale para o prazo no caso de ele ser muito longo, num contexto de crescente alta de juros, aumenta-se o risco do não pagamento do empréstimo/financiamento concedido. A forma de pagamento, associado ao prazo, pode constituir-se em fonte de risco adicional, na medida em que dificulta o acesso do cliente-tomador aos recursos para fazer o pagamento.

 

A garantia exigida do banco ao cliente-tomador tem influência significativa no risco da operação. Assim, quanto maior for a garantia exigida, menor é o risco, pois pressupõe-se que a garantia é executável (seu valor recuperável por venda ou utilização) em valor suficiente para ressarcir o banco pelos recursos não devolvidos. c) Risco de concentração Silva (2000, p. 80) escreve que o risco de concentração decorre da composição da carteira de recebíveis do banco quanto ao maior ou menor volume de recursos aplicados em um só produto ou em uma mesma área geográfica. Uma carteira de recebíveis é o volume de títulos a receber que o banco possui derivados de operações firmadas com clientes-tomadores e outras contas. A operação de endividamento de uma instituição dando como garantia títulos a receber de clientes que ela têm em sua carteira car teira leva o nome de securitização de recebíveis. As operações com recebíveis têm sua origem nos Estados Unidos e Europa. Essa operação visa captar recursos no mercado, via emissão de títulos próprios, dando-se como garantia as contas a receber que a instituição possui. Tais operações oferecem grandes vantagens tanto para o investidor quanto para o tomador de recursos financeiros. A estruturação destas operações faz com que haja uma venda dos recebíveis a uma entidade neutra (Trust ) que os usa como lastro para a emissão de endividamento de tal modo que o comprador destes títulos não fique exposto ao risco do gerador do seu lastro. O Trust , além de isolado do grupo comercial gerador dos recebíveis, tem seu fluxo de caixa monitorado pelo ”) o que assegura uma boa liquidação dos títulos independentemente Trustee (supervisor do “Trust ”) da necessidade do acionamento jurídico das garantias constituídas. (PAVAR (PAVARINI, INI, 2008)

A concentração de operações em um só cliente aumenta o risco da empresa. Assim, quanto maior for a concentração de empréstimos para capital de giro a poucos clientes, maior será o risco do não recebimento de valores dessa carteira. Silva (2000, p. 80) acrescenta que o risco de uma carteira de crédito é diferente dos riscos de suas operações individuais, em razão das correlações que possa haver entre os diversos segmentos. Correlação é uma medida estatística padronizada da relação entre duas variáveis. Seu valor varia de –1 a +1. A correlação nunca pode ser maior do que 1 ou menor do que –1. Uma correlação próxima a zero indica que as duas variáveis não estão relacionadas. Sendo cada variável um segmento de negócio do banco (industrial, comercial, d uas variáveis (segmentos) movem leasing etc.), uma correlação positiva indica que as duas  juntas, e a relação fica fi ca forte quanto mais a correlação se aproxima de um. Uma correcorre lação negativa indica que as duas variáveis movem-se em direções opostas, e que a relação também fica mais forte quanto mais próxima de menos 1. Duas variáveis que estão perfeitamente correlacionadas positivamente (r=1) movem-se essencialmente

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em perfeita proporção na mesma direção, enquanto dois conjuntos que estão perfeitamente correlacionados negativamente movem-se em perfeita proporção em direções opostas. Exemplificando: suponha que o Banco Y conceda empréstimos para clientes do segmento industrial e de leasing em determinado período. Alguns desses clientes são os mesmos para as duas modalidades de operação e, por isso, as variáveis (empréstimos) deverão apresentar correlação positiva, próximo de 1 (um), estando popo sitivamente correlacionadas. O valor do índice de correlação é apurado através de uma planilha estatística (Excel, SPSS, SAS e outras). Silva (2000, p. 80) acrescenta: “[...] se um banco distribuir suas aplicações em segmentos econômicos que tenham alta correlação positiva, isto, do ponto de vista de risco, não representará diversificação”, diversificação”, portanto por tanto apresentará maior risco. r isco. d) Risco de administração de crédito É o risco derivado da gestão indevida dos créditos concedidos. Os recursos humanos e materiais têm papel relevante nos índices de inadimplência apresentados pelo banco. Schrickel escreve sobre o assunto: “Se decapacitação um lado a incerteza quanto aode futuro torna a análise depende de créditoprimordialmente extremamenteedesafiadora extremamente e exige técnica específica, outro, tal atividade primordialment do elemento humano, do profissional da instituição financeira, que, mais que certamente, não poderá ser suficientemente substituído por qualquer instrumento cibernético, por mais avançado que seja [...]”. [...]”. (SCHRICKEL, 2000, p. 36)

A instituição financeira deve munir-se dos melhores recursos humanos disponíveis, assim como estrutura material e logística para reduzir o nível de risco de suas operações.

Texto complementar

Banco fica com parcela maior do “ spread ” (BALBI, 2006)

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Os cinco maiores bancos do país que já divulgaram os balanços de 2005, exibindo lucros recordes, aumentando seu spread  nos  nos últimos cinco anos, segundo estudo realizado pelo Inepad (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração) com exclusividade para a Folha. Bradesco, Itaú, Unibanco, Banespa e o estatal Banco do Brasil obtiveram spread   total de 12,2% no ano passado, enquanto em 2001 essa taxa era de 11%. Ao mesmo

 

tempo cresceu a parcela do lucro na composição do spread  nesse  nesse período. Em 2001, 15,6% do spread  total  total eram destinados aos resultados (lucros); no ano passado, essa mesma parcela chegou a 21,9%. Em 2005, o Itaú foi o banco com o maior spread  total,  total, segundo o Inepad, seguido pelo Banespa, o Unibanco e o Bradesco. O menor spread  verificado  verificado foi o do Banco do Brasil, que opera com crédito agrícola a taxas de juro mais baixas. Spread , na definição corrente no mercado, é a diferença entre a taxa média de

 juros que os bancos pagam ao captar recursos e aquela que recebem ao aplicá-los – seja emprestando ao governo ou ao setor privado (pessoas físicas e jurídicas). No entanto, o Inepad considera nos cálculos do spread  total  total também as taxas de serviços cobradas pelas instituições financeiras. “No caso do Brasil, como há mais demanda por crédito do que oferta, os bancos condicionam a concessão de empréstimos à aquisição de outros produtos como seguros, títulos de capitalização ou planos de previdência. Assim, na taxa de juro paga pelo cliente estátambém embutida a prestação desses produtos. o spread    deve incluir as também receitas de serviços dos bancos, afirmaPortanto Alberto Borges Matias, presidente do Inepad e professor da Faculdade de Economia da USP de Ribeirão Preto Preto.. O instituto reconhece que adota um conceito polêmico de spread . Por isso, também calculou o chamado spread  financeiro  financeiro dessas instituições nos últimos cinco anos. Essa taxa é a diferença entre o juro pago na captação e o recebido na aplicação. Em 2001, a taxa média do spread  financeiro   financeiro dos cinco maiores bancos era de 7,5% e, no ano passado, foi de 8,4%. Todos os cálculos foram feitos com base nos balanços das instituições financeiras.

Formação do spread  Entram na formação do spread  bancário,  bancário, a taxa de inadimplência, as despesas estruturais – pessoal e administrativas –, os gastos com impostos e os resultados do banco, segundo informa o Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração. Ao analisar esses quatro componentes, o Inepad concluiu que o crescimento do spread  total  total dos bancos ocorreu para sustentar os resultados das instituições financeiras e o aumento dos gastos com impostos, segundo informa Edson Carminatti, analista financeiro do instituto e responsável pelo levantamento. levantamento.

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“Os bancos conseguiram aumentar o spread  reduzindo  reduzindo os custos de captação, pois estão conseguindo levantar recursos a taxas mais baixas no mercado externo e aplicando aqui a taxas altas”, altas”, afirma o analista. Em 2001, as instituições financeiras captavam a uma taxa média de juros de 9% ao ano e, no ano passado, a 6,7%. Nesses cálculos estão incluídos desde a captação mais barata – que é a da caderneta de poupança e a parcela do saldo das contas correntes que fica no banco sem remuneração – até as taxas dos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários). “Os resultados dos bancos é um dos formadores do spread  que  que mais cresceu. Só perde para o crescimento dos impostos” impostos”,, observa Carminatti. Em 2001, eles representavam 15,6% dos spread  total  total e pularam para 21,9% no ano passado. Já a parcela do spread  total   total que ia para impostos subiu de 8,1% para 16,5% no mesmo período. “Isso é preocupante, pois o peso dos impostos cresceu muito”, afirma Carminatti.

Despesas A maior parte da formação do spread  bancário,  bancário, entretanto, ainda é decorrente das despesas estruturais – como a de pessoal e as administrativas. As despesas responderam por 45,8% do spread  total   total em 2005 – um forte recuo ante os 61,8% que representavam em 2001. Segundo Carminatti, os bancos ganharam eficiência conseguindo operar melhor com a mesma estrutura. Para Borges Matias, a redução das despesas é consequência do aumento da escala na operação bancária. “Os bancos aumentaram suas carteiras de crédito e sua base de clientes, enxugaram a estrutura e hoje conseguem ter lucros maiores e despesas menores”, menores”, afirma o presidente do Inepad.    a    r     i    e    c    n    a    n     fi    o     ã    ç    a     i     d    e    m    r    e    t    n     I

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Já a inadimplência – à qual sempre os bancos atribuem a responsabilidade pelos juros e spreads elevados – cresceu pouco no período analisado. Em 2001, ela representava 14,5% do spread  e,  e, no ano passado, chegou a 15,8%. “Como as operações de crédito cresceram muito, era de se esperar um aumento da inadimplência. Mas não foi ela que fez o spread  crescer”,  crescer”, diz Carminatti.

 

Atividades 1. O que é risco de crédito? 2. Para o autor Silva (2000) qual é a definição de crédito em sentido estrito e es-

pecífico? 3. “São instituições responsáveis pela política de investimento de médio e longo

prazo do governo federal”. federal”. Esse conceito refere-se a qual alternativa abaixo? a) Bancos comerciais. b) Bancos de investimento. c) Caixas econômicas. d) Bancos de desenvolvimento desenvolvimento.. 4. Qual dessas instituições permite que empresas de um mesmo grupo consti-

tuam-se em uma única instituição com personalidade jurídica própria e balanço único? a) Sociedades corretoras. b) Sociedades de arrendamento mercantil. c) Bancos múltiplos. d) Associações de poupança e empréstimo.

Ampliando conhecimentos  SILVA, José P. Gestão e Análise de Risco de Crédito. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000. O autor aborda todas as fases da gestão e análise de crédito, sendo leitura útil no acompanhamento dos capítulos. Sugere-se sua consulta quando tiver dúvidas sobre pontos abordados no capítulo.  SCHRICKEL, Kurt W. Análise de Crédito – concessão e gerência de empréstimos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

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Obra clássica em Análise de Crédito. Sugere-se que sua leitura complementarmente à obra de Silva, acima.  FORTUNA. Eduardo, Mercado Financeiro: produtos e serviços. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999. O autor aborda o funcionamento do mercado financeiro como um todo e apresenta um resumo dos principais órgãos responsáveis pela manutenção da política monetária nacional.  ASSAF NETO, Alexandre. Mercado financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008. O autor apresenta o funcionamento e as funções do mercado financeiro e trata de como a compreensão da economia permite que se estabeleçam relações entre os resultados agregados e o desempenho dos agentes econômicos (indivíduos, empresa e governo).  Wall Street – Poder e Cobiça O filme ambienta o espectador numa trama em que estão presente o dinheiro, a negociação, o poder conferido pelo dinheiro e a procura por prestígio. É um filme útil para ambientar o leitor leitor..

Referências ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2008. BALBI, Sandra. Banco Fica com Parcela Maior do “Spread”. Publicado em: 27 fev. 2006. Disponível em: . Acesso em: ago. 2008. BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO. A Bovespa: quem somos. Disponível em: . Acesso em: set. 2008. BOLSA DE VALORES VALORES DE SÃO PAULO AULO.. Dicionário de Finanças. São Paulo: Bovespa, 2008. Disponível em: . Acesso em: 15 fev. 2009.    a    r     i    e    c    n    a    n     fi    o     ã    ç    a     i     d    e    m    r    e    t    n     I

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CATTANI, Inácio; STADUTO, Jefferson Andronio R. A Nova Sistemática de Risco de Crédito: uma avaliação da cooperativa de crédito – Sicredi Costa Oeste. Revista Teoria e Evidência Econômica, Passo Fundo, v. 11, n. 21, artigo 6, nov. 2003. CEPEAC. Disponível em:
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