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MICROBIOLOGIA Ágar sangue (AS) .............................. 189 Ágar chocolate (AC).......................... 189 HISTÓRIA .............................................. 178 Ágar Macconkey (MC) ...................... 189 Ágar Salmonella-Shigella (SS) .......... 189 DIVERSIDADE DA VIDA......................... 179 Meio Mtlyer Martin .......................... 190 Classificação dos seres ..................... 179 Ágar DNAse ...................................... 190 Sistemas biológicos .......................... 179 Conceito de espécie .......................... 179 COPROCULTURA ................................. 190 Especiação ................................. ........... 179 SEMEADURA EM MEIO DE CULTURA ... 190 Técnica ............................................. 190 Taxonomia ........................................ 179
DEFINIÇÃO ........................................... 178
Grupos taxonômicos ta xonômicos...................... ....... 179
Estria simples ....................................... 190
2012 2º SEMESTRE Mycobacterium tuberculosis ............ 205 Tuberculose.................... ...................... 205
Mycobaterium leprae le prae....................... 206 Hanseníase ..................... ...................... 206
BACILLUS ............................................. 207 Bacillus antracis ............................... 207 Brucella ................................................ 207
HAEMOPHILUS .................................... 207 Diagnóstico........................................... 207
BORDETELLA ....................................... 208 Bordetella pertussis .......................... 208
Técnica de Gram............................... Gram............................... 191 Nomenclatura................................... 180 Características dos animais .............. 180 PROVAS BIOQUÍMICAS BIOQUÍMI CAS .........................192 FUNGOS............................................... 209 Simetria .......................... ...................... 180
REINOS ................................................ 180 Reino monera ................................... 180 Reino protista ................................... 180 Reino fungi ....................................... 180 Reino plantae ................................... 180 BACTÉRIAS ........................................... 181
PROVAS FERMENTATIVAS........................... 192 Glicose e lactose ............................... 192 VM (Vermelho de Metila) ................. 192 VP (Voges Proskauer) ....................... 192 Teste de citrato ................................ 193 FONTES DE NITROGÊNIO ............................ 193 Teste de fenilalanina ........................ 193 Teste lisina descarboxilação ............. 193 Teste indol ........................................ 193 Teste de uréase ................................ 194 Teste de catalase .............................. 194
REPRODUÇÃO ..................................... 209 MICOSES SUPERFICIAIS ....................... 210 Pitiríase versicolor ............................ 210 MICOSES CUTÂNEAS ........................... 211 Dermatófitos .................................... 211 MICOSES SUBCUTÂNEAS..................... 212 esporotricose linfocutâneo linfoc utâneo ............... 212 Cromoblastomicose .......................... 212 Micetoma eumicótico ...................... 213 MICOSES SISTEMICAS.......................... 214 Blastomicose .................................... 214 Cocoidioidomicose ........................... 214
Gonorreia ............................................. 200 Meningite.................... ...................... ... 200 Meningococcemia...................... .......... 200
Liberação .......................................... 216 VIRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA ..................................... 217 PAPILOMAVIRUS ................................. 218
CLASSIFICAÇÃO BACTERIANA .............. 181 Macroscópicas e microscópicas........ 181 Diferenciação metabólica ................. 181 Diferenciação antigênica .................. 181 FORMAS E ARRANJOS .......................... 181 BACTÉRIAS CAUSADORAS DE Cocos ................................................ 181 DOENÇAS ........................................195 VIRUS .................................................. 215 Bacilos .............................................. 181 ESTRUTURA ......................................... 215 Espiral ............................................... 181 STAPHYLOCOCCUS .............................. 195 Ácido nucleico .................................. 215 Staphylococcus aureus ..................... 195 ESTRUTURAS BACTERIANAS ................ 182 Capsídeos e envelope ....................... 215 Doenças causadas por toxinas ............. 196 Citoplasma ........................................ 182 Vírus helicoidais ................................... 215 Infecções Supurativas .......................... 196 Parede celular c elular ................................... 182 Vírus poliédricos ..................... .............. 215 Staphylococcus epidermidis ............. 197 Gram-positiva ................................ ....... 182 Vírus envelopados ..................... ........... 215 Gram-negativas ...................... .............. 182 STREPTOCOCCUS ................................ 198 Vírus complexo..................................... complexo..................................... 215 Streptococcus agalactiae ................. 198 BAAR 182 MULTIPLICAÇÃO ................................. 216 Streptococcus pneumoniae .............. 198 Nucleoide .......................................... 182 Bacteriófago..................................... 216 Endósporos ....................................... 183 VIBRIO ................................................. 199 Adsorção .............................................. 216 Vibrios cholerae ................................ 199 CRESCIMENTO BACTERIANO ............... 183 Penetração ........................................... 216 NEISSERIA ............................................ 199 Fatores físicos ................................... 183 Biossíntese........................................ 216 N. gonorrhoeae e N. meningitidis .... 199 Fatores químicos .............................. 183 Maturação ....................................... 216 PRODUÇÃO DE TOXINAS ..................... 184 DIVISÃO BACTERIANA.......................... 184 Fases de crescimento ........................ 184 TRANSFERÊNCIA DE GENES ................. 185 Transformação ................................. 185 Conjugação ....................................... 186 Transdução ....................................... 186 MEIOS DE CULTURAS ............................187 TIPOS DE MEIOS DE CULTURA ............. 187 TRANSPORTE E CONSERVAÇÃO ........... 188 Ágar nutriente (AN) .......................... 188 Cary Blair .......................................... 188 CRESCIMENTO E ISOLAMENTO............ 189
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ENTEROBACTÉRIAS ............................. 201 Escherichia coli ................................. 201 Meningite neonatal ............................. 201
Shigella ............................................. 202 Salmonella ........................................ 202 Pseudômonas aeruginosa ................ 203 BACTÉRIAS ANAEROBIA....................... 204 Clostridium ....................................... 204 Clostridium tetani ................................ 204 Clostridium botulinum ...................... ... 204
MICOBACTÉRIAS ................................. 205
DEFINIÇÃO É a ciência que estuda os organismos que somente podem ser observados ao microscópio. Os também chamados de micróbios, microrganismos, são formas de vida diminutas, individualmente muito pequenaS para serem vistas a olho nu. O grupo inclui bactérias, fungos (leveduras e fungos filamentosos), protozoários e algas microscópicas. Neste grupo também estão os vírus, entidades acelulares, algumas vezes consideradas a fronteira entre seres vivos e não vivos.
Eles chamavam esse processo de geração espontânea. As pessoas acreditavam que sapos, cobras e ratos poderiam nascer do solo úmido. O alemão Rudolf Virchow criou o conceito da biogênese, que dizia que células vivas poderiam surgir apenas de células vivas pré-existentes. Pasteur forneceu evidências de que os microrganismos não podem originar de forças místicas presentes em seres não vivos.
HISTÓRIA A microbiologia microbiologia é uma ciência relativamente nova, com apenas 200 anos, porém, com a recente descoberta do DNA da Mycobacterium tuberculosis, numa múmia egípcia de 3000 anos, indica que os microrganismos estão pelo mundo há muito tempo. Os ancestrais das bactérias foram às primeiras células a aparecerem na terra. O período de 1857 a 1914 foi chamado de a idade de ouro da microbiologia. Durante esse período, liderados por Robert Koch, levaram ao estabelecimento da microbiologia como ciência. O primeiro a descobrir o mundo microbiológico foi Antonie Von Leeuwenhock, em 1674 quando olhava através de lentes de microscópio, um mundo de milhões de minúsculos animalículos. 100 anos depois o biólogo Otto Friedrich Mullerampliou os estudos de Van Leeuwenhoek e organizou as bactérias em gêneros e espécie de acordo com os métodos de classificação de Carolus Linnaeus, para provar que os microrganismos eram causadores de doenças em seres humanos. Robert Koch e Louis Pasteur confirmavam esta teoria. A quimioterapia começou em 1910, quando o químico Paul Ehrlich descobriu o primeiro agente antibacteriano, um composto eficaz contra espiroqueta causadorA da sífilis.
Fig ura 1: A A ) ( ) Otto Friedrich Muller (1730-1778) Naturalista dinamarquês, em 1769, foi eleito membro estrangeiro da academia real sueca de ciência; ( B ) C arolus Linnaeus (1707-1778) Botânico, zoólogo e médico sueco criou a nomenclatura binominal e a classificação cientifica. Nos s eus últimos anos s ofria ofr ia de g ota e dores de dente; ( C ( C ) Paul E hrlich ( 1854-1915) 1854-1915) Bacteriologista alemão recebeu o Nobel de fis iolog ia de 1908. Er a de uma uma família família judia, foi s enador da soc iedade K ais er Wi lhelm.
Após Antonie Van Leeuwenhoek Leeuwenhoek descobrir o mundo antes invisível dos microrganismos, muitos cientistas da metade do séc. 19 acreditavam que algumas formas de vidas poderiam surgir espontaneamente espontaneamente da matéria morta. 178
DEFINIÇÃO É a ciência que estuda os organismos que somente podem ser observados ao microscópio. Os também chamados de micróbios, microrganismos, são formas de vida diminutas, individualmente muito pequenaS para serem vistas a olho nu. O grupo inclui bactérias, fungos (leveduras e fungos filamentosos), protozoários e algas microscópicas. Neste grupo também estão os vírus, entidades acelulares, algumas vezes consideradas a fronteira entre seres vivos e não vivos.
Eles chamavam esse processo de geração espontânea. As pessoas acreditavam que sapos, cobras e ratos poderiam nascer do solo úmido. O alemão Rudolf Virchow criou o conceito da biogênese, que dizia que células vivas poderiam surgir apenas de células vivas pré-existentes. Pasteur forneceu evidências de que os microrganismos não podem originar de forças místicas presentes em seres não vivos.
HISTÓRIA A microbiologia microbiologia é uma ciência relativamente nova, com apenas 200 anos, porém, com a recente descoberta do DNA da Mycobacterium tuberculosis, numa múmia egípcia de 3000 anos, indica que os microrganismos estão pelo mundo há muito tempo. Os ancestrais das bactérias foram às primeiras células a aparecerem na terra. O período de 1857 a 1914 foi chamado de a idade de ouro da microbiologia. Durante esse período, liderados por Robert Koch, levaram ao estabelecimento da microbiologia como ciência. O primeiro a descobrir o mundo microbiológico foi Antonie Von Leeuwenhock, em 1674 quando olhava através de lentes de microscópio, um mundo de milhões de minúsculos animalículos. 100 anos depois o biólogo Otto Friedrich Mullerampliou os estudos de Van Leeuwenhoek e organizou as bactérias em gêneros e espécie de acordo com os métodos de classificação de Carolus Linnaeus, para provar que os microrganismos eram causadores de doenças em seres humanos. Robert Koch e Louis Pasteur confirmavam esta teoria. A quimioterapia começou em 1910, quando o químico Paul Ehrlich descobriu o primeiro agente antibacteriano, um composto eficaz contra espiroqueta causadorA da sífilis.
Fig ura 1: A A ) ( ) Otto Friedrich Muller (1730-1778) Naturalista dinamarquês, em 1769, foi eleito membro estrangeiro da academia real sueca de ciência; ( B ) C arolus Linnaeus (1707-1778) Botânico, zoólogo e médico sueco criou a nomenclatura binominal e a classificação cientifica. Nos s eus últimos anos s ofria ofr ia de g ota e dores de dente; ( C ( C ) Paul E hrlich ( 1854-1915) 1854-1915) Bacteriologista alemão recebeu o Nobel de fis iolog ia de 1908. Er a de uma uma família família judia, foi s enador da soc iedade K ais er Wi lhelm.
Após Antonie Van Leeuwenhoek Leeuwenhoek descobrir o mundo antes invisível dos microrganismos, muitos cientistas da metade do séc. 19 acreditavam que algumas formas de vidas poderiam surgir espontaneamente espontaneamente da matéria morta. 178
DIVERSIDADE DA VIDA A diversidade diversidade dos seres vivos também conhecidos como biodiversidade. Diz respeito ao estudo dos seres vivos e das características que os tornam diferentes uns dos outros. O termo biodiversidade além de ser aplicável para geografia e ecologia, também se refere à geologia. Dessa forma a biodiversidade deve sempre referir a um determinado local e um intervalo de tempo específico. Os seres vivos podem ser postos em grupos distintos. Por exemplo, os mamíferos designam um grupo especifico de seres vivos que possuem glândulas mamárias. Esse grupamento mamífero pode ser subdividido em subgrupos. Roedores, primatas e quirópteros são grupos componentes do grupo maior dos mamíferos.
Clas Clas s ificaçã ificação o dos dos s eres eres
Inicialmente, com base no modo de vida, direção da evolução e tipo da organização de seu corpo, os seres vivos foram divididos em dois grandes reinos: Animal e Vegetal. Mais tarde, com o desenvolvimento do microscópio, tornou-se obvio que muitos organismos não se encaixavam em nenhum desses reinos. Outro sistema proposto e também mais usado foi o de três reinos: Protista, Plantae e Animalia. Nesse sistema, reuniam-se no reino protista organismos com características vegetais. Depois, surgiu um novo sistema de classificação agrupando os organismos em quatro reinos: Monera, Protista e Animalia ou Metazoa. Um sistema de classificação mais recente compreende cinco reinos e foi proposto por Whittaker . É composto por um reino Procariótico, Monera, e outros quatro reinos eucarióticos. Tais grupos, nas maiorias multicelulares, diferem fundamentalmente no seu modo nutricional.
S is temas temas biológ bi ológ i cos
Todos os seres vivos podem ser classificados como sistemas biológicos. Existem algumas particularidades dos sistemas biológicos quando comparados com outros tipos de sistemas físicos ou químicos. Os sistemas biológicos diferenciamse pela capacidade de autorreplicação. Isso é ter a capacidade de produzir copias de si mesma. Tais copias são chamadas de descendentes e as originais são chamadas de ancestrais. Esse elo de parentesco que liga o ancestral a seus descendentes define as linhagens ancestraldescendentes.
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C onceito de espécie es pécie
Espécie em latim significa tipo. As espécies são, no sentido mais simples, os diferentes tipos de organismos. Podem ser definidos como um grupo de organismos que cruzam entre si, sem cruzar com representantes de outros grupos. Os organismos pertencentes a uma espécie devem apresentar semelhanças estruturais e funcionais, similaridades bioquímicas e mesmo cariótipo, além da capacidade de reprodução entre si.
Especiação É o processo pelo qual as espécies vivas se diferenciam em outras espécies, ou o processo de transformação de uma espécie ancestral em duas espécies descendentes. descendentes. Um evento de especiação dá origem a duas espécies, ditas descendentes, a partir de uma única espécie, dita ancestral. Todas as espécies modernas e todas as que já habitaram a terra são evolutivamente relacionadas, elas têm uma espécie ancestral em comum. No processo de especiação, uma espécie se transforma em duas, essa duas mais tardes irão se transformar em quatro, essas quatro em oito, e assim por diante, teremos toda a diversidade biológica.
Taxonomia
Estuda, descreve e classifica todos os organismos em grupos taxonômicos. A taxonomia surgiu no século 17, quando Linei criou um sistema hierárquico de nomenclatura, a taxonomia descreve e classifica os organismos vivos.
Grupos taxonômicos O reino é a maior unidade usada em classificação biológica. Entre o nível do reino e o gênero, foram adicionadas várias categorias. Temos então, os gêneros agrupados em família, as famílias agrupadas em ordens, as ordens agrupadas em classes e as classes em filos, seguindo um padrão hierárquico. Há diversos níveis de classificação são agrupados hierarquicamente da seguinte forma: domínios, reinos, filos, classes, ordens, famílias, gêneros e espécie. Um gênero contém várias espécies; da mesma forma, uma família contém vários gêneros; uma ordem várias famílias e assim por diante. O nome específico deve sempre estar enfatizado no texto, itálico ou sublinhado, isso não se aplica a outras categorias como famílias, ordens e etc.
Nomenclatura
Os nomes científicos são latinizados porque o latim era uma língua usada pelos estudantes e por ser uma língua morta, não sofrerá modificações. A nomenclatura cientifica designa para cada organismo dois nomes, o gênero é o primeiro nome, sempre sendo iniciado com letra maiúscula; o segundo nome é o da espécie, escrito sempre em letra minúscula. Ambos, os nomes são escritos em itálicos ou sublinhados. Por convenção, após um nome cientifico ter sido mencionado, ele pode ser abreviado com a inicial do gênero seguido pelo nome da espécie. Salmonella Salmonella typhimurium (bactéria); Streptococcus pyogenes (bactéria); Saccharomyces cerevisiae (levedura); Penicillium chrysogenum (fungo); Trypanosoma cruzi (protozoário).
REINOS
R eino monera monera
Compreende organismos procariontes, unicelulares, apresentando os ribossomos como uma única organela. É representado pelas bactérias e cianobactérias. cianobactérias.
R eino protis protis ta
Compreende as algas e os protozoários. As algas são organismos eucariontes fotossintetizantes. Os protozoários são organismos unicelulares, eucariontes e heterótrofos (saprófitos, parasitas ou mutualistas).
C aracterís racterís ticas dos anima animais
Inclui uma grande variedade de animais reunidos em mais de 35 filos. Podemos reunir os animais que compartilham um plano básico de organização corporal no mesmo grupo, pode ser dividido em dois grupos: Parazoário, constituídos pelas esponjas que não apresentam tecidos propriamente ditos, mas apenas conjunto de células diferenciadas; Eumetazoário, constituídos por todos os demais filos onde animais apresentam tecidos verdadeiros.
R eino fung fung i
Representado pelos fungos, eucariontes, heterotróficos e pluricelulares.
organismo geralmente
R eino planta plantaee
Reúnem as plantas ou vegetais, organismos eucariontes, pluricelulares pluricelulares e fotossintetizan f otossintetizantes. tes.
Simetria Divisão imaginária do corpo de um organismo em metades iguais e simétricas. Existem dois tipos de simetria, a saber: Simetria radial: Ocorrem algumas esponjas, nos cnidários e nos equinodermos adultos. Os animais de simetria radial não apresentam cabeça e cauda nem possuem lado direito e esquerdo; seu eixo corporal vai da região onde se encontra a boca até a região oposta. Simetria bilateral: nesse caso, há só um plano de simetria dividindo o corpo em duas metades iguais, iguais, direita direita e esquerda. Por estar estar relacionado a uma movimentação mais ativa, é característica de animais que nadam, cavam, rastejam, andam ou voão.
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BACTÉRIAS São organismos simples e de uma única célula. São seres procariotos, do grego pré-núcleo. As bactérias apresentam formas de bacilos, cocos e os epirilos, essas são as formas mais comuns. As bactérias podem formar pares, cadeias, grupos ou outros agrupamentos; tais características são de um gênero particular ou uma espécie de bactéria. As bactérias são envolvidas por um complexo de carboidratos e proteína chamada de peptidoglicano.
CLASSIFICAÇÃO BACTERIANA São classificadas por aspectos microscópicos, pelas características de crescimento e propriedades metabólicas, pela antigenicidade e, pelos genótipos.
Macros cópi cas e mic ros cópicas
Aspectos microscópicos incluem o tamanho, forma e configuração dos organismos, e a capacidade de reter corantes de Gram são as formas iniciais de diferenciação bacteriana. A diferenciação entre as bactérias pode ser realizada pelas características do crescimento em diversos meios de nutrientes seletivos.
são chamados de sarcinas; os que se dividem em múltiplos planos e formam agrupamentos tipo cacho de uva são chamados de estafilococos.
Fig ura 2: A ) ( A divis ão em um plano produz diplococ os e estreptococos; ( B ) A divis ão em dois planos produz tétrades; ( C ) A div is ão em três planos produz s arci nas e ( D ) A di visão em múltiplos planos pr oduz es tafilococos .
Bacilos
Dividem-se ao longo de seu eixo curto; a maioria dos bacilos apresenta-se como bastonetes simples. Os diplobacilos se apresentam em pares após a divisão e os estreptobacilos ocorrem em cadeias. Alguns bacilos são ovoides e parecidos com cocos, são chamados de cocobacilos.
Di ferenciação metabólica
É baseado no perfil metabólico da bactéria, que inclui as exigências de ambientes anaeróbicos ou aeróbicos, exigência por nutrientes específicos e produção de metabólitos característicos e de enzimas especificas.
Di ferenciação antig ênica
Estas técnicas incluem hibridização de DNA, amplificação pela reação em cadeia de polimerase (PCR). Estas técnicas não exigem bactérias viáveis ou em crescimento, podendo ser empregadas para detecção e identificação de microrganismos d crescimento lento.
FORMAS E ARRANJOS As bactérias têm vários tamanhos e formas: há algumas formas básicas: Cocos: esféricos; Bacilos: bastões; Espiral.
Figura 3: ( A ) B acilo is olado; ( B ) Di plobacilos. Na micrografia do alto, alguns pares de bacilos unidos servem como exemplo de diplobaci los; ( C ) E streptobacilos e ( D ) Cocobacilos .
Espiral
Possuem uma ou mais curvaturas, as bactérias parecidas a bastões curvos chamados de vibriões. Os espirilos têm uma forma helicoidal, outro grupo de espiral tem forma helicoidal e flexível, são chamados de espiroqueta.
Cocos
Os cocos são redondos, podem ser ovais, alongados e achatados numa extremidade. Quando se dividem, podem permanecer ligados uns aos outros. Os cocos que permanecem aos pares são chamados de diplococos; os que se dividem e permanecem ligados uns aos outros em formas de cadeia são chamados estreptococos; os que se dividem em dois planos e permanecem em grupos de quatro são chamados como tétrades; os que se dividem em três planos e permanecem unidos em cubo, com oito bactérias, 181
Fig ura 4: A ) ( Vi briões ; ( B ) E s pirilos ; ( C ) E spir oquetas.
ESTRUTURAS BACTERIANAS
Citoplasma
Contém o DNA, RNAm, ribossomos, proteínas e metabolitos. Os cromossomos bacterianos são únicos, de dupla fita circular não contida num núcleo, mas numa localização definida conhecida como núcleóide. Não tem histonas e o DNA não forma nucleossoma. O citoplasma pode conter plasmidios estruturas circulares de DNA extracromossomal. O ribossomo bacteriano é constituído de subunidade 30S + 50S, formando o ribossomo 70S.
Gram-negativas São mais complexas do que as células grampositivas, tanto do ponto de vista estrutural quanto químico. Estruturalmente, as paredes celulares de gram-negativas contêm duas camadas externas à membrana citoplasmáticas. As paredes celulares gram-negativas não contêm ácidos teicoicos. Como as paredes celulares das bactérias gramnegativas contêm somente uma pequena quantidade de peptideoglicana, são mais suscetíveis ao rompimento mecânico.
Figura 5: ( A ) Uma subuni dade menor 30S ; ( B ) uma subuni dade maior 50S ; ( C ) o ri bos s omo proc arióti co completo 70S .
Parede celular
A estrutura, componentes e funções das paredes celulares diferenciam as bactérias gram-positivas das gram-negativas.
Gram-positiva Tem uma parede celular espessa em múltiplas camadas constituídas de peptidoglicano envolvendo a membrana citoplasmática. O peptidoglicano da célula é suficientemente poroso para permitir a difusão de metabólitos para a membrana plasmática. O peptidoglicano é essencial para a estrutura, para a duplicação e para a sobrevivência em condições hostis nas quais as bactérias crescem. As paredes celulares das bactérias gram-positivas contêm ácidos teicoicos, que consistem principalmente de um álcool ( como o glicerol ou ribitol) e fosfato. Existem duas classes de ácidos teicoicos: ácido lipoteicoico, que atravessa a camada de peptideoglicana e está ligado à membrana plasmática, e ácido-teicoico da parede, que está ligado à camada de peptideoglicano.
Figura 7: parede celular gram-negativa. ( A ) lipopolisacarídeos; ( b ) polis sacarídeo O; ( b ) ceme polis s acarídeo; ( c ) lipídeo A; ( B ) parede celular; ( d ) membrana externa; ( e ) peptideog licana; ( f ) membrana plasmátic a; g ) ( peri plasma; ( h ) proteína; ( )i fos folipi deo; j ( ) lipoproteína; ( l ) proteína perina; ( m ) partes do LPS ; ( n ) lipídeo A; ( o ) ceme polis s acarídeo; ( p ) polis s acarídeo O.
BAAR A coloração álcool ácido resistente é usada para identificar bactérias do gênero Mycobacterium e espécies patogênicas de nocardia. Bactérias alcool-acido resistentes retêm a cor vermelha da carbolfucsina. Se a parede for removida, estas bactérias irão se corar, pela coloração de gram, como gram-positivas.
Figura 8: ( A ) flagelo; ( B ) cor pús culo de inclus ão; ( C ) cápsula; ( D ) ri bos somo; ( F ) cromos somo; ( G ) proteína; ( H ) membrana externa; ( )I camada de peptidog licano; J ( ) proteí nas por ina; ( L ) espaço periplasmátic o.
Nucleoide
Figura 6: parede celular bacteriana. ( 1 ) estrutura de peptideog licanas em bactéri as g ram-pos itivas ; ( a ) Nacetilglicosamina (NAG); ( b ) ácido N-aceti lmuranico (NAM); ( c ) cadeia lateral de aminoáci do; ( d ) ponte cruzada de aminoácido; ( e ) lig ação peptídica f ( ) cadeia lateral tetrapeptica; ( g ) ponte cruzada peptídica; ( h ) esqueleto de carboidrato; ( )i peptideog licano; j ( ) ácido lipotecoico; ( l) proteína; ( m ) membrana plasmática; ( n ) parede celular; ( o ) ácido telcoic o da parede. (2) parede celular Gram-positiva.
Contém uma única molécula longa e contínua de DNA de fita dupla, chamada cromossomo bacteriano. Os cromossomos bacterianos não são circundados por envelopes nucleares e não tem histonas. As bactérias possuem fitas duplas aos cromossomos e replicar-se independentemente do DNA cromossômica.
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Endósporos
Quando os nutrientes esgotam-se, algumas bactérias gram-positivas formam células especializadas de repouso, chamadas endósporos. Os endósporos são células desidratadas muito duráveis, com parede espessas e camadas adicionais. São formadas dentro da membrana celular bacteriana. Quando liberadas no ambiente, pode sobreviver à temperatura extremas, falta de água e exposição a muitas substâncias químicas tóxicas e radiação. O processo de formação de endósporos dentro de uma célula vegetativa é conhecido como esporulação ou esporogenese.
CRESCIMENTO BACTERIANO Os fatores necessários para o crescimento microbiano é dividido em duas categorias: físicos e químicos. Os fatores físicos incluem temperatura, ph e pressão osmótica. Os fatores químicos incluem fontes de carbono, nitrogênio, enxofre, fósforo e oxigênio.
Fatores fís icos
1. Temperatura: Certas bactérias crescem em temperaturas extremas, e outras crescem nas temperaturas ideais para os seres humanos. Os microrganismos podem ser classificados de acordo com a sua temperatura preferida em: crescem em baixas Psicófoilos: temperaturas; Mesófilos: crescem em temperatura moderadas; crescem em altas Termófilos: temperaturas. 2. pH: a maioria das bactérias crescem melhor numa faixa estreita de pH perto da neutralidade, entre 6,5 e 7,5. Poucas bactérias crescem no pH ácido, algumas bactérias chamadas de acidófilas, são resistentes à acidez. 3. Pressão osmótica: Quando uma bactéria está numa solução cuja concentração de soluto é mais elevada que dentro da célula, a água atravessa a membrana celular para o meio com a concentração mais elevada de soluto. A perda osmótica pode causar uma plasmólise, ou encolhimento do citoplasma celular.
Figura 9: ( A ) parede celular; ( B ) membrana plasmática; ( C ) ci toplasma; ( D ) cr omos s omo; ( E ) s epto. ( 1 ) o septo do esporo começa a isolar o DNA; recém-replicado e uma pequena porç ão de citoplasma. ( 2 ) a membrana plasmátic a começa a c ir cundar o DN A, o c itoplas ma e a membrana is olados na etapa (1); ( F ) duas membr anas; ( 3 ) o septo do esporo circunda a porção isolada do préesporo em formação; ( 4 ) a camada de peptidog licano s e forma entre duas membranas; ( 5 ) a capa de esporos s e forma; ( 6 ) o endos poro é liberado da célula.
Fatores químicos
Carbono: Ele e a água são elementos essenciais para o crescimento microbiano. O carbono é o esqueleto estrutural da matéria viva; a metade do peso seco de uma bactéria é composta de carbono. Nitrogênio, enxofre e fósforo: A síntese de proteínas requer muito nitrogênio e enxofre. A síntese de DNA e RNA requer nitrogênio e algum fósforo que também é essencial para a síntese de ATP. O nitrogênio corresponde a 14% do peso de uma bactéria, o enxofre e o fósforo juntos tem 4%.
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PRODUÇÃO DE TOXINAS São substancias venosas produzidas por microrganismos, são frequentemente os fatores que contribuem para as propriedades patogênicas desses microrganismos. As toxinas podem ser de dois tipos principais, com base em sua posição relativa às células microbianas: exotoxinas e endotoxinas. Exotoxinas: São produzidas no interior de algumas bactérias, como parte de seu crescimento e metabolismo, sendo secretadas pela bactéria no meio circundante ou liberadas após a lise celular. As bactérias que produzem exotoxinas podem ser gram-positivas ou gram-negativas. As exotoxinas agem destruindo determinadas partes das células do hospedeiro ou inibindo certas funções metabólicas. Endotoxinas: Diferem das exotoxinas de diversas formas. A endotoxinas para a patogenicidade, a aderência entre patogenos, chamado adesinas, que se liga a receptores complementares de superfície nas células de certos tipos de tecidos do hospedeiro. Os microrganismos possuem a habilidade de se agrupar e grandes quantidades, aderir a superfícies e compartilhar os nutrientes disponíveis.
DIVISÃO BACTERIANA O crescimento bacteriano refere-se ao aumento do número de bactérias e não ao aumento no tamanho individual das bactérias. As bactérias podem reproduzir-se por divisão binária ou por brotamento. Na divisão binária a divisão de uma bactéria produz duas células, a divisão dessas duas bactérias produz quatro, e assim por diante.
Figura 10: diagrama da sequência da divisão celular. ( 1 ) parede celular; ( 2 ) membrana; ( 3 ) DN A (nuc leoide). ( a ) a célula alonga-se e o DNA é replicado; ( b ) a parede c élula e a membrana plasmática começam a se dividir; ( c ) paredes intermediári as s e formam, separando completamente as duas copias do DNA; ( d ) as células s e separam.
Fases de cres cimento
Há quatro fases básicas de crescimento: a fase lag, a fase log, a fase estacionária e a fase de morte celular. Fase lag: Durante um tempo, a quantidade de bactéria muda pouco, pois ela não se reproduz imediatamente num novo meio. Esse período de pouca ou nenhuma divisão é chamado de fase lag. A população bacteriana passa por um período de intensa atividade metabólica, envolvendo a síntese de enzimas e várias moléculas. Fase log: As células começarão a se dividir e entram num período de crescimento, ou aumento. A reprodução celular é mais ativa durante esse período, e o tempo de geração atinge um valor constante. A fase log é o momento de maior atividade metabólica. Fase estacionária: Caso a fase de crescimento continue sem controle, ocorre a formação de um grande número de células. No final do crescimento, a velocidade de reprodução se reduz, o número de mortes microbianas é equivalente ao número de células novas, e a população se estabiliza. A causa da interrupção pode ser, pelo esgotamento dos nutrientes, e acúmulo de resíduos e mudanças no pH danosas à células podem ser os motivos. Fase de morte celular: O número de bactérias mortas supera o número de novas formadas, e a população entra na fase de declínio.
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Figura 11: curva de crescimento bacteriano. ( 1 ) log do número de bactérias; ( 2 ) tempo ( a ) fase lag, intensa atividade de preparação para o crescimento populaci onal, mas sem aumento da população; ( b ) fase log, aumento logarítmico ou exponencial da população; ( c ) fase es tacionár ia, período de equilíbri o as mortes microbianas são equilibradas pela produção de novas colônias; ( d ) fas e de morte c elular, a população s e reduz em uma taxa log arítmica.
TRANSFERÊNCIA DE GENES As bactérias desenvolveram mecanismos para adaptarem-se às mudanças e desafios do meio ambiente. A troca de DNA e entre as bactérias permite a transferência de genes e pode ser vantajosas para as bactérias receptoras, especialmente se o DNA transferido codifica a resistência a antibióticos. Os plasmidios são elementos genéticos, que se replicam de forma independente do cromossomo bacteriano os plasmidios são moléculas circulares, de fita dupla. A transferência do material genético bacteriano pode ocorrer de três formas: conjugação, transformação e transdução.
Transformação
Resulta na aquisição de novos marcadores genéticos pela incorporação de DNA exógenos ou estranhos; a transformação pode ser identificada como um processo em que a bactéria captura fragmentos de DNA livre e incorporam eles em seus genomas. A maioria das bactérias não exibe capacidade de capturar DNA.
Figura 12: mecanismo de transformação genético em bactérias. ( a ) célula receptora; ( b ) DN A cromos sômic o; (c) fragmentos de DNA da célula doadora; ( 1 ) célula receptora capta o DNA doador; ( 2 ) D NA doador alinha-se com bases complementares; ( 3 ) a r ecombi nação ocorr e entre o DNA doador e o DNA receptor; ( d ) DN A não recombinado degradado; ( e ) célula g eneticamente transformada,
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Conjugação
É a transferência por contato direto ou transferência quase sexual de informação genética de uma bactéria para outra. A conjugação ocorre quase sempre em bactérias da mesma espécie, o DNA transferido por conjugação não é uma dupla-hélice, mas uma molécula de fita simples.
Transdução
É a transferência de informação genética de uma bactéria para outra por um bacteriófago. Essa transferência é mediada por um vírus bacteriano, que capturam fragmentos de DNA e os colocam, de forma condensada, em partículas de bacteriófagos. O DNA é liberado para a célula infecta e se torna incorporado nos genomas bacterianos.
Figura 13: conjugação bacteriana. ( a ) pilus s exual; ( b ) ponte de conjug ação.
Fi g ura 14: conjug ação bacteriana. ( 1 ) quando um plasmi deo é transferi do de um doador para um receptor a célula receptora é convertida em célula doadora. ( a ) plasmideo; ( b ) cromoss omo bacteriano; ( c ) junção conj ug al; ( d ) replicação e transferência do plasmideo. ( 2 ) quando o plasmi deo torna-se integ rado no cromos s omo de uma célula doadora, transforma s e numa célula de alta frequência de recombinação. ( a ) a recombinação entre o plasmídeo e o cromossomo ocorre num sítio especifico em cada um deles; ( b ) ins erção do plasmi deo no cromos s omo; ( c ) o plasmideo é integ rado.
Figura 15: quando um doador passa uma porção do seu cromossomo para um receptor, o resultado é uma célula recombinante. ( a ) replicação e trans ferênc ia de partes do cromoss omo; ( b ) no r eceptor a rec ombinação oc orr e entre o frag mento de cromos s omo do doador e o cromos s omo do receptor.
Figura 16: transdução bacteriófago, ( 1 ) um fago infec ta a célula bacteriana doadora; ( a ) caps ídeo protetor do fago; ( b ) DNA do fago; ( c ) cromos somo bacteri ano; ( 2 ) o DN A e as proteí nas do fag o são produzidas e o cromos somo bacteriano é quebrado em fragmentos; ( 3 ) ocas ionalmente, durante a montagem do fago, fragmentados do DNA bacteriano são empacotados no capsi deo do fag o, então, a célula doadora é ligada, e as partículas do fago contendo o DNA bacteriano s ão li berados ; ( e ) DN A do fag o; ( f ) DN A bacteri ano; ( 4 ) um fag o carr eg ando o DN A bacteri ano infecta a nova célula hos pedeira, a célula receptora; ( g ) célula receptora;( 5 ) a recombinação pode ocorrer, produzindo uma célula recombinante com um g enótipo diferente da célula doadora e da célula receptora; ( h ) DN A bacteri ano no doador; ( )i DN A bacteriano receptor; ( j ) a célula recombinante se reproduz normalmente; ( l) muitas di vis ões c elulares.
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MEIOS DE CULTURAS Algumas bactérias podem crescer em qualquer meio de cultura, outras precisam de meios especiais. Microrganismos introduzidos num meio de cultura são chamados de inóculos. Os microrganismos que crescem e se multiplicam dentro ou sobre um meio de cultura são denominados cultura. Os meios de culturas devem conter os nutrientes adequados para os microrganismos de interesse. O meio deve ser inicialmente estéril. Meio de cultura é uma mistura de nutrientes que possibilitam o crescimento in-vidro de microrganismos. A maioria das bactérias cresce em meios de cultura. As exceções são as ricketsias, clamídias, Mycobacterium leprae e Treponema, que são parasitas intracelulares obrigatórios. Neste caso, estes microrganismos podem ser cultivados em culturas de células e ovos embrionados. Inoculação: é a contaminação proposital de um meio de cultura, ou seja, é a transferência de um determinado número de microrganismos para um meio de cultura a fim de que estes se desenvolvam e permitam a sua identificação. A inoculação das bactérias em diferentes meios envolve várias técnicas de semeadura.
TIPOS DE MEIOS DE CULTURA Placa de Petri: É assim chamado em homenagem ao seu inventor, são placas rasas com uma tampa que as recobre até o fundo para evitar contaminação; quando preenchidas, são chamadas de culturas sólidas. Meios de pré-enriquecimento: Permitem a dessensibilização de microrganismos injuriados, para amostras que sofreram algum tipo de tratamento. Ex.: Água peptonada, caldo lactosado (isolamento de salmonelas de leite em pó). Quando Meios de Enriquecimento: proporcionam nutrientes adequados ao crescimento de microrganismos presentes usualmente em baixos números ou de crescimento lento, bem como microrganismos exigentes e fastidiosos. Esses meios têm a propriedade de estimular o crescimento de determinados microrganismos. Meios diferenciais: Facilita a diferenciação das colônias de um microrganismo desejada em relação a outras colônias, crescendo na mesma placa. O ágar sangue é um meio usado com frequência para identificar bactérias que destroem hemácias.
Figura 18: As colônias de bactérias no meio diferencial têm uma aparência diferente. Esse meio é o ágar hipertônico manitol, e as bactérias nas colônias capazes de fermentar o manitol do meio em ácidos levam a uma mudança na coloração. Na realidade, esse meio também é seletivo por causa da alta concentração de s al que previne o c res cimento da maioria das bactérias , exceto os S taphylococcus s pp. Figura 17:método de esgotamento usado para isolar uma cultura pura de bactérias.; ( 1 ) as setas indic am a diferenciação da semeadura por esgotamento. A série de estrias ( a ) é feita com a cultur a orig inal, a alça de inoculação é esterilizado após c ada série de estrias. N as s éries ( b ) e ( c ) a alça retira bactérias da série anterior, reduzindo cada vez mais o número celular. ( 2 ) na séri e ( c ) obs erva-se que foram obtidas colônias bacterianas bem isoladas de dois tipos diferentes tipos vermelho e amarelo. ( d ) colôni as.
O crescimento dos microrganismos nos diferentes meios de cultura usados fornece as primeiras informações para a sua identificação. É importante conhecer o potencial de crescimento de cada meio de cultura e adequar ao perfil bacteriano esperado para cada material. Alguns procedimentos são essenciais na hora da preparação de cada meio de cultura para a obtenção de melhores resultados e evitar contaminações.
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Meios seletivos: Contém substâncias que inibem o desenvolvimento de determinados grupos de microrganismos, permitindo o crescimento de outros. Ex.: meios com telurito de potássio, ágar Salmonella-Shigella (SS) e ágar MacConkey, meios com sais biliares e verdes brilhantes para isolamento seletivo de Salmonella , meios com 7,5% de cloreto de sódio, meio Baird-Parker, para isolamento de Staphylococcus aureus , meios com antibióticos para isolamento de diversos microrganismos. A maioria deles é também diferencial, permitindo diferenciar as colônias dos microrganismos. Meios de triagem: Meios que avaliam determinadas atividades metabólicas permitindo caracterização e identificação perfunctória ou presuntiva de muitos microrganismos (ágar tríplice açúcar e ferro, ureia, etc.);
TRANSPORTE E CONSERVAÇÃO Identificação: Presta-se para a realização de provas bioquímicas e verificação de funções fisiológicas de organismos, submetidos à identificação (meios Oxidação/Fermentação, Ágar Citrato, Caldo nitrato, meio semi-sólido, caldo triptofano, meio de Sulfito Indol Motilidade, etc). Dosagem: Empregados nas determinações de vitaminas, antibióticos e aminoácidos; Contagem: Empregados para a determinação quantitativa da população microbiana. Estocagem ou manutenção: Utilizados para conservação de microrganismos no laboratório, garantem a viabilidade dos microrganismos. Quanto à composição: Os diversos meios de cultura existentes podem ser classificados de diversas formas: Naturais: São aqueles encontrados na natureza, de origem vegetal (ex.: pedaço de batata, de abóbora) ou animal (ex.: gema de ovo, pedaço de carne). Artificiais: São aqueles fabricados em laboratório, constituídos de substâncias químicas, podendo ser definidos ou indefinidos: a) Definidos: Possui composição definida, ou seja, se conhece qualitativa e quantitativa sua composição. b) Indefinidos: A sua composição real não é conhecida, apenas é feita uma estimativa qualitativa. Por exemplo, meios suplementados com sangue, gema de ovo, alimentos. Quanto ao estado: a) Líquido: São desprovidos de Agar - à caldo; b) Físico: Semi-sólidos apresentam em sua composição até 1% de Agar; c) Sólido: Apresentam em sua composição de 1,5 a 2,5% de Agar.
Á g ar nutri ente (A N)
Meio relativamente simples, de fácil preparo e barato, muito usado nos procedimentos do laboratório de microbiologia. Utilidade: Análise de água, alimentos e leite como meio para cultivo preliminar das amostras submetidas a exames bacteriológicos e isolamento de organismos para culturas puras, conservação e manutenção de culturas em temperatura ambiente. Interpretação: Cor original do meio: branco opalescente a) Positivo: Crescimento na superfície do ágar; b) Negativo: Ausência de crescimento.
Fi g ura 19: ag ar nutrientes .
Cary B lair
Formulado a partir do meio de Stuart, uma vez que micro-organismos patogênicos e outros coliformes fecais sobrevivem bem nesse meio. A carência de uma fonte de nitrogênio impede consideravelmente a multiplicação de microorganismos e a composição nutritiva garante a sobrevivência deles. Utilidade: Transporte de material fecal e consequente conservação dos microorganismos. Interpretação: Cor original do meio: Branco opalescente, como esse é um meio de transporte, não há evidência de crescimento bacteriano.
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Á g ar Macconkey (MC )
CRESCIMENTO E ISOLAMENTO
Á g ar s ang ue (A S )
O meio oferece ótimas condições de crescimento à maioria dos microrganismos. As conservações dos eritrócitos íntegros favorecem a formação de halos de hemólise nítidos, úteis para a Streptococcus spp diferenciação de e Staphylococcus spp. Utilidade: Isolamento de microrganismos não fastidiosos, verificação de hemólise dos Streptococcus spp e Staphylococcus spp. É usado na prova de satelitismo. Interpretação: Cor original do meio, vermelho. a) β-hemólise: presença de halo transparente ao redor das colônias semeadas (lise total dos eritrócitos). b) α-hemólise: presença de halo esverdeado ao redor das colônias semeadas (lise parcial dos eritrócitos). c) γ-hemólise (sem hemólise): ausência de halo ao redor das colônias (eritrócitos permanecem íntegros).
O cristal violeta inibe o crescimento de microrganismos Gram-positivos especialmente enterococos e estafilococos. A concentração de sais de bile é relativamente baixa em comparação com outros meios, por isso não é tão seletivo para Gram-negativos como, por exemplo, o ágar SS. Utilidade: Isolar bacilos Gram negativos e verificar a fermentação ou não da lactose. Interpretação: a) Cor original do meio: rosa avermelhado. b) Crescimento de bacilos Gram negativos Colônias cor de rosa: fermentadoras de lactose. c) Colônias incolores: não fermentadoras de lactose. Não há crescimento de cocos Gram positivos.
Fig ura 22: A g ar Macconkey.
Á g ar S almonella-S hig ella (S S )
Fig ura 20: agar s angue.
Á g ar chocolate (A C)
Amplamente utilizado para o cultivo de microrganismos exigentes, embora cresçam neste meio quase todos os tipos de microrganismos. À base do meio, é adicionado sangue de cavalo, carneiro ou coelho em temperatura alta, o que faz as hemácias lisar, liberando hemina e hematina, compostos fundamentais para o crescimento dos microrganismos exigentes. Utilidade: Crescimento de microrganismos exigentes Haemophilus spp, Neisseria spp., Branhamella catarrhalis e Moraxella spp. Interpretação: Cor original do meio castanho escuro (chocolate). Colônias de tamanho pequeno a médio, com pigmento amarelo: sugestivo de Neisseria spp, Branhamellacatarrhalis ou Moraxella spp. Colônias pequenas e delicadas, com pigmento creme claro: sugestivo de Haemophilus spp.
Fi g ura 21: agar chocolate.
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Possui componente que inibem microrganismos Gram positivos. A incorporação de lactose ao meio permite diferenciar se o microrganismo é lactose positiva (bactérias que fermentam a lactose produzem ácido que na presença do indicador vermelho neutro resultam na formação de colônias de cor rosa), e bactérias que não fermentam a lactose formam colônias transparentes. Disulfato de sódio e o Citrato férrico permitem a detecção de H2S evidenciado por formação de colônias de cor negra no centro. Utilidade: Selecionar e isolar espécies de Salmonella e Shigella, em amostras de fezes, alimentos e água. Interpretação: a) Cor original do meio: vermelho alaranjado. b) Colônias com centro negro (H 2S) ou colônias incolores: suspeita de Salmonella. c) Colônias incolores: suspeita de Shigella spp. d) Colônias cor de rosa ou vermelho: suspeita de Escherichia coli ou Klebsiella spp. As bactérias não fermentadoras de lactose são incolores. As bactérias fermentadoras de lactose aparecem na cor rosa.
Fig ura 23: Ag ar S almonela-Si g ella.
Meio Mtlyer Martin
É um meio de crescimento e isolamento para N. gonorreae e N. meningitidis. É constituída por sangue de carneiro desfibrinado, antibiótico e fatores de crescimento.
Fig ura 24: meio de cultura posi tivo para N-menig itidis .
Á g ar DN A s e
Cepas de alguns micro-organismos produzem DNase e endonuclease termoestável. Essas enzimas hidrolisam ácido desoxirribonucleico (DNA) contido no meio de cultura após um período de incubação. Posteriormente esse meio é acidificado com HCl 1N para a revelação da prova. Prova de identificação que separa os principais micro-organismos de importância Clínica, entre eles: DNAse-positivos: Staphylococcus aureus; Serratia spp; Proteus spp. DNase-negativos: Staphylococcus coagulase negativa, demais enterobactérias, demais bacilos Gram-negativos não fermentadores.
Coleta de amostras Coletar em recipientes estéreis, de boca larga e que possam ser hermeticamente fechados. Para isolar Shiguella spp e Neisseria gonorrhoeae, utilizar Swab retal, sendo que para a N. gonorrhoeae tocar o Swab apenas no esfíncter anal tendo o cuidado de não entrar em contato com as fezes. Para o isolamento de bactérias patogênicas é bom colocar as fezes em um conservante como o tampão fosfato de sódio ou potássio a 0,033 M mais glicerol. Se a suspeita for de Salmonella, spp ou Shiguella, spp, colocar em caldo selenito ou caldo GN. SEMEADURA EM MEIO DE CULTURA
Técnica
Fazer a desinfecção da área de trabalho, e assepsia das mãos antes e depois de qualquer trabalho. Trabalhar sempre na área de segurança: uma área de aproximadamente 10 cm ao redor da chama do bico de bunsen.
COPROCULTURA Este exame é destinado a isolar os microrganismos causadores das diarreias, disenterias purulentas, sanguinolentas e mucosas e dores abdominais. As fezes podem se apresentar sólidas, líquidas ou pastosas; normalmente, as fezes líquidas e pastosas são características de agentes gastrointestinais patogênicos. Quando as fezes do paciente estão sólidas e ele está apresentando dores abdominais, o médico pode administrar um laxante para facilitar o trabalho da coprocultura; se as fezes estiverem líquidas ou pastosas há necessidade de se fazer uma suspensão em salina estéril. A semeadura é feita num caldo de enriquecimento, podendo ser utilizado o caldo selenito, caldo tetrationato ou caldo GN, ou em meios seletivos. As espécies que podem ser encontradas causando gastroenterites são: Campylobacter pylori, Camppylobacter jejuni, Salmonella, spp; Shiguella, spp; E. coli,Vibrio cholerae, Vibrio, spp; Yersinia enterocolitica, Clostridium difficile e Staphylococcus aureus.
Fig ura 25: área de seg urança ao redor do bico de Buns en.
Esterilizar adequadamente todo material (ex.: alças e agulhas bacteriológicas) antes e depois de seu uso sempre aquecer da base para a ponta, evitando a formação de aerossóis. Flambar a boca dos frascos e tubos antes e depois das inoculações, evitando a contaminação da cultura/material a ser analisado e garantindo que somente o microrganismo desejado será inoculado.
Estria simples Transferir uma alçada da cultura para meio sólido em placa e estriar com a alça bacteriológica sobre o meio. A estria pode ser realizada em movimento de zig-zag (estria sinuosa) ou como uma linha reta sobre o meio (estria reta).
Fi g ura 26: técnicas de semeadura em placa de pedri.
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Técnica de Gram
Cubra o esfregaço com violeta-de-metila e deixe por aproximadamente 15 segundos; O Cristal violeta, cora as células gram-positivas e gramnegativas de púrpura, pois penetra no citoplasma de ambos os tipos celulares. Adicione igual quantidade de água sobre a lâmina coberta com violeta-de-metila e deixe agir por mais 45 segundos; Escorra o corante e lave em um filete de água corrente; Cubra a lâmina com lugol diluído e deixe agir por aproximadamente 1 minuto; Quando o lugol, solução iodo-iodetada, é aplicado, forma cristais com o corante que são muito grandes para escapar pela parede celular . Escorra o lugol e lave em um filete de água corrente; Adicione álcool etílico sobre a lâmina; descorando-a, até que não desprenda mais corante; A aplicação de álcool desidrata a peptideoglicana das células gram-positivas para torná-la mais impermeável ao cristal violeta-iodo. O efeito nas células gram-negativas é bem diferente; o álcool dissolve a membrana externa das células gram-negativas, deixando também pequenos buracos na fina camada de peptideoglicana, pelos quais o cristal violeta-iodo se difunde. Como as bactérias gram-negativas ficam incolores após a lavagem com álcool, a adição de safranina torna as células cor-de-rosa. Lave em um filete de água corrente; Cubra a lâmina com safranina e deixe agir por aproximadamente 30 segundos; A safranina fornece a cor contrastante à coloração primária. Embora as células gram-positivas e gramnegativas absorvam a safranina, a coloração rosa da safranina é mascarada pelo corante roxoescuro previamente absorvido pelas células grampositivas. Lave em um filete de água corrente; Deixe secar ao ar livre, ou seque suavemente, com o auxílio de um papel de filtro limpo; Coloque uma gota de óleo de imersão sobre o esfregaço; Leia em objetiva de imersão (100 X)
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Fi g ura 27: c oloração de Gram. legendas: ( a ) cr is tal violeta; ( b ) iodo; ( c ) álcool; ( d ) safranina. ( 1 ) aplicação do cris tal violeta púrpu ra; ( 2 ) aplicação de iodo (mordente); 3 ( ) lavagem com álcool (descoloração); ( 4 ) aplicação de safranina (contracorante). ( a ) g ram-pos itiv o; ( b ) g ram-neg ativo.
PROVAS BIOQUÍMICAS
Provas fermentativas São reações bioquímicas produtoras de energia em que moléculas orgânicas servem como aceitadores e doadores de elétrons. A capacidade dos microrganismos de fermentarem hidratos de carbono e os tipos de produtos formados é útil na sua identificação. Na fermentação, substratos como hidratos de carbono e alcoóis sofrem uma desassimilação anaeróbia, podendo ocorrer produção de compostos orgânicos ácidos que podem ser acompanhados por gases, como hidrogênio ou CO2. A degradação fermentativa faz-se habitualmente num meio líquido que contém nutrientes para suporte do crescimento do microrganismo, o hidrato de carbono específico que serve de substrato para determinar a sua capacidade fermentativa e um indicador de pH. Após incubação, a libertação de compostos ácidos, resultantes da fermentação do hidrato de carbono, faz descer o pH o que conduz à mudança da cor original do meio, pois está presente um indicador de pH. São exemplos de provas para identificação de microrganismos às fermentações da glicose, lactose, sacarose, manose, inositol, sorbitol, arabinose, etc.
G licose e lactos e
Um determinado carboidrato pode ser fermentado originando diferentes produtos finais, o que depende do microrganismo envolvido. Isso pode gerar gás e ácidos orgânicos (que pode ser detectado pela mudança de cor do indicador). As leituras devem ser feitas no máximo 24h, pois podem ocorrer reações alcalinas sobre outros substratos. Utilizam-se meios básicos (pH 7,2) e o indicador Andrade para ácidos. As bactérias são inoculadas em tubos contendo glicose, um indicador de ph e um aminoácido específico.
VM (Vermelho de Metila)
Teste que avalia se as bactérias fermentam a glicose pela via ácida-mista, com a produção de vários ácidos (ácido fórmico, lático, acético), o que prova o abaixamento do pH a menos 4,4, que é o limite de viragem do indicador de pH. Embora todas as enterobactérias fermentem glicose, alguns microrganismos, durante a fase final de incubação, convertem esses ácidos a produtos não ácidos como o etanol e a acetoína, resultando num pH mais elevado (pH 6). O indicador de pH é o vermelho de metila que em pH abaixo de 4,4 é vermelho e acima de 6 é amarelo.
Figura 29: ( A ) G licos e; ( B ) Áci do pir úvi co; ( C ) fermentação mista; ( D ) ácido acético, fórmico e áci do lático; ( E ) [pH]= 4,4 vermelho de metila; ( F ) vermelho.
VP (Voges Pros kauer)
Há bactérias que usam a fermentação butilenoglicólica. Fermentam a glicose produzindo acetil-metil-carbinol (acetoína), butilenoglicol e pequenas quantidades de ácidos. Quando KOH é adicionado, e na presença de O 2 atmosférico, a acetoína é oxidada a diacetil. A adição de α-naftol nesta reação catalisa a produção de um anel vermelha tijolo, após 10 ou15 minutos.
Fig ura 30: A ) ( G licos e; ( B ) áci do pirúvico; ( C ) fermentação via butilenog licólica; ( D ) Acetoína; ( E ) K OH; ( F ) O 2 ; ( G )diacetila; ( H ) alfa; ( )I anel vermelho
Figura 28: ( A ) Os indic ador de pH s e torna amarelo quando a bactéria produz ácido a partir da glicose; ( B ) produtos alcalinos da des carboxilação tornam o indicador púrprur a.
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Tes te de citrato
Determina se a bactéria é incapaz de usar o citrato de sódio como única fonte de carbono para o metabolismo e crescimento. Devemos usar o meio citrato de simons contendo citrato de sódio, fosfato de amônio e azul de bromotimol. Com a facilidade do transporte de citrato pelo citratopermeases, há sua utilização pela citrase, com produção de hidróxido de amônia que eleva o pH, fazendo com que a reação se torne azul. O CO 2 produzido reage com o sódio do citrato formando carbonato de reação alcalina.
Tes te lis ina des carboxilação
Algumas bactérias possuem a lisina descarboxilase que atua sobre a porção carboxila dos aminoácidos, com a formação de aminas, de reação alcalina ( cadaverina), e CO2. A reação ocorre em condições anaeróbicas e pouco ácidas, inicialmente ocorre uso de glicose do meio para o enriquecimento da cultura. O meio contém o indicador bromecresol púrpura, nas etapas iniciais de incubação é descarboxilados e o meio retorna à cor púrpura. A reação se processa em anaerobiose, podendo-se cobrir o meio com óleo mineral para agilizar o processo.
Figura 31: ( A ) ci trato de s ódio; ( B ) fos fato de amônia; ( C ) fermentação do citrato; ( D ) hidróx ido de amônio; ( E ) azul de bromocresol; ( F ) azul.
Fontes de nitrogênio
Tes te de fenilalanina
Há bactérias que produzem enzimas que removem o grupo amina da fenilalanina presente no meio, originando o ácido fenil pirúvico, que reage com o cloreto férrico adicionando ao meio formando uma cor verde.
Figura 33: ( A ) lis ina; ( B ) LDC ; ( C ) cadaverina; ( D ) CO 2 ; ( E ) púrpu ra de bromoc res ol; ( F ) rox o.
Teste indol
É produzido pela ação da triptofanase sobre o triptofano existente no meio de cultura, ocorrendo, a produção de ácido pirúvico e amônia. O indol pode ser detectado pela formação de um anel rosa na parte superior do tubo, após a adição de p-dimetilaminobenzoaldeido.
Figura 32: ( A ) Feni lalanina; ( B ) FAD; ( C ) ácido penilpi rúvic o; ( D ) clor eto férri co; ( E ) verde. Fig ura 34: A ) ( triptofano; ( B ) triptofanas e; ( C ) i ndol; ( D ) áci do pir úvi co; ( E ) amônia; ( F ) P -dimetilaminobenzaldeído; ( G ) anel rosa;
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Tes te de uréas e
Algumas bactérias possuem a enzima uréase que garante a capacidade de degradar a ureia presente no meio liberando amônia, CO 2 e H2O. a amônia reage formando carbonato de amônia que alcaliniza o meio. O indicador de pH e o vermelho de fenol que em meio alcalino toma a coloração magenta. Uma coloração meio rosa é suficiente para considerar a reação positiva.
Fig ura 35: A ) ( uréia; ( B ) 2H 2O; ( C ) urease; ( D ) C O 2 ; ( E ) H 2O; ( F ) 2NH 3 ; ( G ) vermelho de fenol; ( H ) ros a.
Tes te de catalas e
Determina a capacidade dos microrganismos de produzir a enzima catalase para degradar a peróxidos de hidrogênio. Na respiração aeróbica, os microrganismos produzem peróxidos de hidrogênio (H 2O2). A acumulação destas substâncias leva à morte das células, a não ser que aquelas possam ser enzimaticamente degradadas. Os microrganismos com capacidade para produzir catalase ou peroxidase degradam o peróxidos de hidrogênio a água e oxigenios. A produção de catalase pode ser determinada adicionando o substrato H 2O2 a uma cultura, incubada previamente. Se a catalase for produzida pelo microrganismo ocorre liberação de bolhas de gás e a prova é positiva na ausência de formação de bolhas de gás é uma prova negativa.
Figura 36: Escherichia coli, Observe a formação de bolhas. Catalase positiva.
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BACTÉRIAS CAUSADORAS DE DOENÇAS As infecções bacterianas tem tido papel importante na história da humanidade há muito tempo, vários agentes bacterianos tem sido responsáveis por doenças que tiveram efeitos devastadores sobre as sociedades humanas. Com o crescimento do comércio internacional a partir da idade média, doenças como cólera e a peste, frequentemente dizimava populações. No final do séc. 19 melhorias nas condições de vida associadas ao saneamento básico e durante o séc. 20, o surgimento dos antibióticos, e das vacinas fizeram as pessoas acreditarem que tínhamos controle sobre as doenças, mas estamos muito longe de tal possibilidade. As doenças bacterianas são causadas pelos danos produzidos pelas bactérias, e as consequências das respostas imunes à infecção. Sinais e sintomas das doenças são determinados pela função e importância do tecido afetado. Tempo de incubação é o tempo requerido pela bactéria ou respostas hospedeiras para causar dano suficiente e iniciar o desconforto ou interferir com funções essenciais. O corpo é colonizado por inúmeros micróbios, muitos apresentando importantes funções para seus hospedeiros. As bactérias da flora normal ajudam na digestão dos alimentos, produzem vitaminas e podem proteger o hospedeiro da colonização contra micróbios patogênicos. As bactérias da flora normal causam doenças se elas entram em sítios normalmente estéreis do corpo. Dividimos infecções bacterianas em dois grupos: Exógenas: são infecções que os agentes atingem hospedeiros aparti de um reservatório. Endógenas: infecções causadas por agente da flora normal do próprio hospedeiro. A doença só ocorre quando a bactéria expressa efeitos patogênicos e provoca manifestações clínicas, a patogenicidade e características básicas dos agentes, para se expressar, depende das condições do hospedeiro.
STAPHYLOCOCCUS O nome Staphylococcus refere-se ao fato das células destes cocos gram-positivos crescerem com um perfil semelhante a cachos de uvas. Em materiais clínicos podem aparecer como células únicas, em pares ou cadeias curtas, são imóveis, anaeróbios facultativos. Estas bactérias estão presentes na pele e nas mucosas dos seres humanos. O diagnóstico da infecção é feita com o isolamento de S. aureus em cultura confirmatória. Os S. aureus em cultura estão relacionados à intoxicação alimentar de ingestão de algum alimento especifico. Os estafilococos formam aglomerados quando crescem em meios com agar. Os Estafilococos crescem em meios não seletivos incubados aerobicamente ou anaerobicamente, apresentando colônias grandes e lisas vistas em 24h. Quase todos os S. aureus e alguns Estafilococos coagulase-negativas produzem hemolisinas na placa de agar, contendo sangue de carneiro.
S taphylococ cus aureus
A maioria das amostras possui uma cápsula polissacarídica, cuja função principal é proteger a bactéria contra a fagocitose. Eles produzem várias toxinas que atuam através de diferentes mecanismos. Os S. aureus tem como principais toxinas as citotoxinas e superantigenas cutâneas. Entre as citotoxinas, as mais conhecidas são a αtoxina e a leucocidina, a primeira tem a capacidade de formar poros na membrana celular dos leucócitos promovendo a saída do conteúdo celular, com a morte da célula.
Fi g ura 37: S. aureus. Obs erva-se os agr egados em forma de cacho de uva dess es cocos g ram-positivos .
É um dos agentes patogênicos mais importantes, porque atua como agente de uma grande quantidade de infecções, variando de localização. Geralmente, suas infecções podem ser classificadas como superficiais invasivas ou tóxicas, e apresentam características mistas, tóxico-invasivo. A lesão celular causada pela αtoxina pode promover liberação de citosinas, que podem contribuir para o desenvolvimento de choque séptico.
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As principais doenças causadas por S. aureus podem ser divididas em três tipos: Infecções superficiais: tais como os abscessos cutâneos e as infecções de feridas; Infecções sistêmicas: como osteomielite, miosite tropical, endocardite, pneumonia e septicemia; Quadros tóxicos: tais como síndrome do choque tóxico, síndrome da pele escaldada e a intoxicação alimentar. Causam doenças pela produção de toxina ou por invasão direta e destruição tecidual. Em sua maioria mede de 0,5 a 1,5 µm de diâmetro, são imóveis, aeróbios facultativos, ou seja, são aeróbio e anaeróbio. Para uma bactéria o corpo humano é um conjunto de nichos ambientais que fornece calor, umidade, e os alimentos necessários para o seu crescimento. As doenças por S. aureus dependem da habilidade da bactéria de escapar da fagocitose, produzir proteínas de superfícies que medeiam à aderência da bactéria aos tecidos do hospedeiro e da elaboração de toxinas específica e enzimas hidroliticas.
Doenças causadas por toxinas Síndrome da pele escaldada: descamação disseminada do epitélio em crianças; bolhas sem microrganismos ou leucócitos. Intoxicação alimentar : após consumo de alimento contaminado com a toxina termoestável, início abrupto de vômitos, diarreia e cólicas abdominais, com resolução em 24h. Choque tóxico: intoxicação multi-sistêmica caracterizada, inicialmente por febre, hipotensão e uma erupção eritematosa macular difusa; alta mortalidade na ausência de antibiótico-terapia rápida e eliminação apropriada do foco da infecção.
Infecções Supurativas infecção cutânea localizada, Impetigo: caracterizada por uma vesícula cheia de pus sobre uma base eritematosa; Foliculite: impetigo envolvendo o folículo piloso; Furúnculo: nódulos cutâneos cheios de pus, grandes e dolorosos; Carbúnculo: coalescência de furúnculos com extensão nos tecidos subcutâneos e evidência de doença sistêmica (febre, calafrios, bacteremia); Bacteremia e endocardite: a bacteremia é disseminação da bactéria no sangue a partir de um foco de infecção; a endocardite é caracterizada pelo dano no revestimento endotelial do coração; Pneumonia e epiema: consolidação e formação de abscesso nos pulmões; diagnosticada em muitos jovens e idosos e pacientes com doença pulmonar de base ou recente; uma forma grave de pneumonia necrosante com choque séptico e alta mortalidade vem sendo identificada; destruição dos ossos, Osteomielite: principalmente da área de metáfise nos ossos longos; Artrite séptica: articulações eritematosas doloridas com material purulento nos espaços articulares.
Figura 39: ( A ) impetig o bolhos o, forma localizada de s índr ome da pele es caldada por es tafilococ os ; ( B ) síndrome do choque tóxico. É mostrado um caso de infecção fatal com envolvimento cutâneo e de tecidos moles; ( C ) impetig o pos tular, ves ícula em diferente es tági o de des envolvimento, incluindo vesículas cheias de pús sobre uma base eritematosa e lesões secas com crosta; ( D ) carbúnculo por S taphylococ cus aureus . E s te s e desenvolveu na nádeg a durante um período de 7 a 10 dias é preciso drenagem cirúrg ica juntamente com terapia antibiótica. Fi g ura 38: S índrome da pele escaldada
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O sucesso da detecção deste organismo depende do tipo de infecção e a qualidade do material submetido à análise. O diagnóstico do S. aureus é feito pelo seu isolamento em cultura confirmativa. As amostras devem ser inoculadas em meio contendo Agar nutricional enriquecido e suplementado com sangue de carneiro. As colônias do S. aureus gradualmente se tornam amarelas. Testes bioquímicos relativamente simples como, a coagulase e a fermentação do manitol podem ser usados para a identificação do S. aureus.
Figura 40: ( A ) color ação G ram-pos itiva de S taphylococ cus aureus; ( B ) meio de cultura agar s ang ue pos itivo para S taphylococ cus aureus ; ( C ) teste de coag ulase para S taphylococ cus aureus .
S taphylococ cus epidermidis
É a espécie que pertence à categoria dos estafilococos coagulase negativo mais encontrado na microbiota normal. Está regularmente presente na pele e nas mucosas. O S. epidermidis é uma espécie menos virulenta do que o S. aureus. Não apresentam a produção de coagulase e algumas cepas apresentam a produção muito tímida de certas enzimas proteolíticas. O seu sucesso é relacionado com sua capacidade de aderir às superfícies de polímeros. Os S. epidermidis produzem δ-toxina, uma hemoglobina, que tem a capacidade de formar poros na membrana dos eritrócitos e outras células do hospedeiro, levando a lise celular. O S. epidermidis é um risco para pacientes imunocomprometidos e para usuários de drogas intravenosas, podendo causar endocardite e infecções generalizadas nãopiogênicas. S. epidermidis pode causar septicemia, endocardite, peritonite, ventriculite e infecções em locais com prótese.
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STREPTOCOCCUS S treptococcus pneumoni ae Englobam os cocos gram-positivos, catalaseCocos gram-positivos que se apresenta aos negativa, eles compreendem um conjunto pares ou em pequenas cadeias. A cápsula do S. diversificado de cocos que se dividem em um pneumoniae protege da fagocitose sendo plano, dispostos em pares e agrupando-se e considerado o principal fator de virulência. As cadeias. Seu metabolismo é fermentado e o ácido doenças mais associadas a essa bactéria são láctico é o produto final predominante da pneumonia, meningite, bacteremia, otite e sinusite. fermentação da glicose. a maioria da espécie é A pneumonia ocorre quando o pneumococo anaeróbia facultativa e algumas crescem em meio sobrevive à fagocitose, proliferando nos alvéolos, enriquecido com dióxido de carbono, necessitam sofre e libera as substâncias que provocam de um meio enriquecidos com sangue ou soro inflamação. S. pneumoniae, é a principal para o isolamento. representante dos Streptococo beta-hemoliticos e forma cadeias relativamente longas quando cultivada em caldo. A faringe pode ser causada por S. pyogenes, a transmissão ocorre por gotículas infectadas de pacientes doentes. Suas manifestações clínicas: Pneumonia, sinusite, otite; Fi g ura 41: S treptococcus pneumoniae Meningite; S treptococcus agalactiae Bacteremia. Em 1935, foi identificado na secreção vaginal de mulheres, anos depois foi isolado em casos fatais de febre puerperal. O S. agalactiae possui características morfológicas comuns ao gênero Streptococcus. A cápsula é considerada o principal fator de virulência do S. agalactiae, pois, ela interfere com a fagocitose até que o paciente desenvolva anticorpos específicos. S. agalactiae Fig ura 43: coloração de G ram Streptococcus pneumoniae. possuem uma enzima chamada hemolisina que forma poros nas membranas de diferentes células. O diagnóstico de escarro deve ser inoculado num Podem colonizar a vagina e causar infecções meio nutricionalmente rico, suplementado com graves em recém-nascidos, uma etapa crítica na sangue. doença do recém-nascido é a colonização retovaginal da mulher grávida. Suas manifestações clínicas são: Doença neonatal precoce; Sepse materna fulminante pós-parto; Meningite neonatal; Síndrome da angustia respiratória. Formam cadeias curtas quando visualizadas nas amostras e cadeias mais longas quando vistos em culturas. Crescem em meios nutricionalmente ricos, produzindo colônias após 24h de incubação. Uma identificação preliminar de uma cepa isolada pode ser realizada pela demonstração de um teste para catalase negativa, positiva para o teste do CAMP.
Figura 42: teste de CAMP. Os estreptococos produzem uma proteí na difusível e es tável ao calor que aumento a βhemolise de S . aureus.
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VIBRIO algumas espécies estão associadas a doenças humanas, mas apenas três são importantes. eu citarei apenas uma a Vibrio cholerae.
Vibrios cholerae
os V. cholerae é um bacilo Gram-negativo, curvo. fermentadores anaeróbicos facultativos precisam de sal para seu crescimento. os V. cholerae produzem uma toxina colérica. A cólera é transmitida pelo consumo de água e alimentos contaminados, por causa do inoculo elevado que é preciso para estabelecer a infecção numa pessoa com acides gástrica normal. Indivíduos expostos ao V. cholorae tem infecções assintomáticas as diarreias autolimitadas, alguns indivíduos desenvolvem diarreia grave e fatal. A manifestação clinica da cólera começa em torno de 2 a 3 dias após a ingestão da bactéria, com uma diarreia aquosa abrupta e vômito. a medida que ocorre a perda de fluido, as fezes se tornam sem cor, sem odor, sem proteínas e com muco. A grave perda de eletrólito e fluidos pode levar à desidratação, dolorosas câimbras musculares, acidose metabólica, hipocalemica e choque hipovolêmico, com arritmia cardíaca e falha renal. Seu diagnóstico é realizado através de culturas de feridas e sangue.
NEISSERIA A espécie da Neisseria são bactérias gram negativas, aeróbicas, na forma de cocos e dispostas em pares. São móveis e não formam endósporos. Todas as espécies são positivas para oxidase e a maioria produz catalase, N. gonorrhoeae produzem ácido através da oxidação da glicose e N. meningitidis oxida glicose e maltose. A N. gonorrhoeae não cresce em agar sangue, mas cresce em agar chocolate e outros meios enriquecidos. A temperatura ótima de crescimento é de 35 ºC a 37 ºC. Consiste de 10 espécies encontradas em humanos, tendo duas N. gonorrhoeae e N. meningitidis . As espécies de Neisseria são bactérias Gram-negativas, aeróbias, tipicamente na forma de cocos e dispostas em pares com os lados adjacentes achatados. Todas as espécies são positivas para oxidase e a maioria produz catalase, propriedades que combinadas com a coloração de Gram e a morfologia permitem a identificação rápida e presuntiva de um isolado clínico. A oxidação de carboidratos induz à produção de ácidos. As cepas de N. gonorrhoeae produzem ácido através da oxidação da glicose e N. meningitidis oxida glicose e maltose
Fig ura 44: Neis s eria meningi tidis é uma G ram-negative
N. g onorrhoeae e N. mening itidis
A bactéria é um diplococo gram negativo, fastidioso, oxidase e catalase positiva, produz ácido de glicose por via oxidativa. Os gonococos aderem às mucosas celulares, penetram nas células, se multiplicam e passam através das células para o espaço subepitelial, onde a infecção se estabelece. O antígeno de parede celular lipo-oligossacarídeo (LOS) estimula a liberação da citocina pró-inflamatório, que causa a maioria dos sintomas associados a doenças gonocócicas. Os portadores podem ser assintomáticos, particularmente mulheres. É transmitido por contato sexual. Seu diagnóstico é através de coloração de gram de espécimes uretrais é adequada para homens sintomáticos. Todos os espécimes genitais, retais e da faringe, devem ser inoculados em meios não seletivos (agar chocolate) e meios seletivos que inibem o crescimento de microrganismos contaminantes, como organismo comensais que colonizam a superfície dessas mucosas. 199
Gonorreia A infecção nos homens é restrita à uretra. Após 2 a 5 dias, ocorre um corrimento uretral purulento e disúria. O sítio primário de infecção em mulheres é o cérvix (colo uterino), pois a bactéria infecta as células do epitélio colunar do endocervix.
Fig ura45:(A)G onorreia-vag inal; ( B ) G onorrei a retal; ( C ) G onorrei a ocular; Neis s eria gonorreae.
Gonococcemia: Infecção disseminada com septicemia e infecção da pele e articulações ocorrem 1% à 3% das mulheres infectadas e em muitos menos proporção nos homens infectados. As manifestações clinicas de doenças disseminadas incluem febre, artrologia migratória, artrite supurativa nos punhos, joelhos e tornozelos e exantema postular numa base eritematosa sobre os membros, preservando a cabeça e o tronco.
Fig ura 46: lesão postular de g onococcemia dis seminada.
Meningite A meningite é uma inflamação das meninges, caracterizada por pleocitose células no líquido cerebrospinal. Manifesta sintomas como dor de cabeça, febre, meningismo, convulsões, déficits neurológicos focais e distúrbios de consciência. A doença começa abruptamente com dor de cabeça, sinais menígeose febre. Porém, crianças menores podem apresentar sintomas não específicos como febre e vômitos.
Figura 47: ( A ) cérebro normal e medula es pinhal; ( a ) cérebro normal; ( b ) dura-máter; ( c ) medula espinhal; ( B ) cérebro e medula espinhal com meningite bacteriana; ( a ) mening ite bacteriana avançada; ( b ) medula espinhal infectada com mening ite bacteriana.
Figura 48: meningite bacteriana, ( a ) pres são; ( b ) contagem total e diferencia de leucócito; ( c ) g licos e; ( d ) proteína; ( e ) punção lombar; ( f ) cultura; ( g ) es freg aço (color ação de G ram) ( h ) diag nós tico.
Meningococcemia Septicemia com ou sem meningite é uma doença fatal. A manifestação clinica são trombose de pequenos vasos sanguíneos e o comprometimento de vários órgãos. A bacterimia pode persistir por dias ou semanas e os únicos sintomas da infecção são febre baixa, artrite e petéquias.
Figura 49: Púrpura fulminante resultante de meningococcemia ou streptococcemia provoca necrose cutânea irr egular em muitas s uperfíci es corporais.
O diagnóstico é realizado com a coloração de gram é muito sensível e específica para a detecção de infecção gonocócica em homens com uretrite purulenta. A coloração de gram também é útil para o diagnóstico precoce de artrite purulenta, mas sem sensibilidade e especificidade para a detecção de N. gonorreae em pacientes com lesões cutâneas, infecções anorretais ou faringite. N. meningitidis pode ser facilmente visualizada no líquido cefalorraquidiano (LCR) de pacientes com meningite, a menos que o paciente tenha sido previamente tratado com antibióticos.
Figura 50: Coloração de Gram positiva para Neisseria meningites.
O diagnóstico da meningite é realizado por punção lombar. É importante anotar a pressão de abertura e a aparência do LCE deve ser enviado para a contagem celular em todos os casos.
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ENTEROBACTÉRIAS Os membros da família Enterobacteriaceae são bacilos Gram negativos de tamanho moderado. São móveis com flagelos peritríqueos ou não são móveis e nem formam esporos. Todos os membros desta família podem crescer rapidamente, aerobicamente e anaerobicamente, em uma variedade de meios seletivos e não seletivos. As Enterobacterias têm necessidades nutricionais simples, fermentam glicose, reduzem o nitrato, são catalase positiva e oxidase negativa. Essa família pertence o ser vivo mais conhecido a E. coli e outros patógenos humano. As enterobactérias são bacilos gram-positivos, suas células apresentam membrana, espaço perioplasmático, peptidoglicano e membrana externa. A maioria tem flagelos e produzem fatores de virulência muito diversificados.
E s cherichia coli
Este microrganismo está associado a uma variedade de doenças, incluindo gastroenterite e infecções extraintestinais como infecções do trato urinário, meningites e sepses. São bacilos Gramnegativos anaeróbios facultativos e fermentadores, oxidase negativo. Seu principal fator de virulência é a fimbria BFP, uma proteína chamada de intimina, um aparelho de secreções e varias proteínas secretadas. Depois que atravessam a barreira gástrica adere à mucosa do intestino delgado e grosso, determinando alterações que levam a diarreia. Suas manifestações clínicas são: Gastroenterite de 5 cepas diferentes: E. coli enterotoxinogênica (ETEC) Diarreia do viajante, com a presença de enterotoxinas LT-1 causando náusea, vômito, diarreia aquosa. E. coli enteroinvasora (EIEC) Invasão e destruição do epitélio do cólon com febre e dor, fezes com sangue e leucócitos. E. coli enteropatogênica (EPEC) Os locais com maior riscos são os berçários e enfermarias pediátricas, adesão ao enterócito e destruição de microvilosidades causando diminuição de capacidade de absorção e diarreia. E. coli enterohemorrágica ( EHEC) Diarreia sem complicações a colite hemorrágica, febre e síndrome urêmica hemolítica com falência renal aguda, trombocitopenia e anemia hemolítica. E. coli enteroagregativa ( EAEC) Diarreia aquosa persistente com vômito e desidratação muito comum em crianças.
Meningite neonatal As cepas de E. coli e estreptococos do grupo B causam a maioria das infecções do sistema nervoso central (SNC) em crianças com menos de 1 mês de idade. Aproximadamente 75% das cepas de E. coli possuem o antígeno capsular K1. Este sorogrupo também está presente no trato gastrointestinal de mulheres grávidas e crianças recém-nascidas.
Fig ura 51: E . coli em coloração de Gram.
Esses microrganismos crescem rapidamente na maioria dos meios de cultura. Patógenos entéricos, com exceção de EHEC, são detectados somente em laboratórios de referência ou de pesquisa.
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Figura 52: ( A ) C oloração de G ram para E . c oli; ( B ) Ag ar C ary Blair para E. coli positivo; ( C ) Ag ar Macg onkey para E . coli pos itivo; ( D ) Ag ar sangue para E . coli pos itivo.
S hig ella
Bacilos Gram-negativos, anaeróbios facultativos, fermentadores, oxidase negativo. São móveis e infectam o homem e alguns macacos e chimpanzés, causando shigelose ou disenteria. É uma bactéria altamente infecciosa. Shigella causa doença invadindo e se multiplicando nas células que revestem o cólon. Caracterizando-se por invasão e destruição da camada epitelial da mucosa, com intensa reação inflamatória em consequência o paciente apresenta leucócito, muco e sangue em suas fezes. Causam Enterite com incubação de 6 a 48 horas após consumo. Os principais sintomas são: náusea, vômitos, diarreia não sanguinolenta, febre baixa, dores abdominais, mialgia, dor de cabeça. Sua resolução é espontânea entre 2 à 7 dias.
Fig ura 53: Shi g ella flexinarii
Isolamento dos espécimes de fezes requer uso de meio seletivo.
Fig ura 54: Meio SS positivo para S hig uella.
S almonella
Bacilos Gram-negativos, anaeróbios facultativos, fermentadores, oxidase-negativos. Pode sobreviver no macrófago e se espalhar a partir do intestino para outros sítios do corpo. A maioria das infecções é adquirida pelo consumo de alimentos contaminados (aves, ovos e laticínios são as fontes mais comuns de infecção). As salmonelas infectam o homem e praticamente todos os animais até mesmo os insetos, nos homens elas causam febre tifoide e outras doenças. A febre tifoide é uma infecção sistêmica que se inicia na mucosa intestinal e vai progredindo. Suas manifestações clínicas são: Colonização assintomática em poucos pacientes causa disenteria bacteriana de forma grave. Podem-se obter três tipos clínicos: 1. Gastroenterites: diarreia de leve a fulminante, febre baixa, náuseas e vômitos; 2. Bacteremia ou septicemia: febre alta com hemoculturas positivas; 3. Febres entéricas: febra amena e diarreia. Pode ser causada por qualquer espécie de Salmonella , exceto a Salmonella typhi que causa constipação. Após a ingestão e passagem pelo estômago, a Salmonella adere à mucosa do intestino delgado e invade as células M (micropregas) localizadas nas placas de Peyer, bem como os enterócitos. As bactérias permanecem em um vacúolo endocítico, onde se multiplicam e podem ser transportadas através do citoplasma, sendo liberadas na circulação sanguínea ou linfática.
Figura 55: Salmonella
Isolamento dos espécimes de fezes requer uso de meio seletivo.
Fig ura 56: Meio S S pos itivo para Salmonella
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Ps eudômonas aeruginos a
São bacilus gram-negativos retos ou curvos, não formadores de esporos. Estas bactérias são móveis através de flagelos polares. Apresentam metabolismo oxidativo, mas não por metabolismo fermentativo e usam poucos carboidratos para seu crescimento. O trato respiratório é um sítio comum de colonização, principalmente em paciente que apresentam fibrose cística associada à doença subjacente.
Figura 57: Pseudômonas aeruginosa. Essa imagem mostra flagelos polares , que são caracterís ticas do g ênero.
O crescimento das pseudômonas aeroginosa pode ser realizada em meio de cultivo comum como Agar sangue ou Agar MacConkey, ou em meios de cultivo seletivos que inibem o crescimento de outros microrganismos como meio Pseudomas Agar. O crescimento é rápido apresentando colônias de coloração azulesverdeada, podendo ser ou não mucoides, e um odor característico semelhante à uva. Existem vários testes de suscetibilidade como disco difusão microdiluição em caldo, Etest e alguns métodos automatizados.
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BACTÉRIAS ANAEROBIA O oxigênio é letal para o anaeróbio porque ao reduzir o oxigênio forma intermediários tóxicos que são eventualmente removidos por enzimas superóxido e peroxidase, sendo assim os anaeróbios precisam de um ambiente com pouco oxigênio.
Clostridium
Seu habitat é o solo e o intestino, poucas espécies são responsáveis por infecções no homem e me animais. São bacilos Gram-positivos esporulados. Os endoporos ovais ou esféricos usualmente são maiores do que as células vegetativas. As células vegetativas são bacilos retos ou curvos, variando de pequenas formas bastonetes cocóides a formas longas, filamentosa com extremidades arredondadas ou retas.
Clostridium tetani É um bacilo com endósporo terminal é encontrado no solo de todo o mundo. Ele produz duas proteínas, a neurotoxina TeNT e uma hemolisina.
Figura 59: espasmos facial e riso sardônico num paciente com tétano.
O tétano localizado resulta de espasmos dolorosos nos músculos adjacentes aos sítios da lesão
Clostridium botulinum É um bacilo que apresenta esporos ovais, seu habitat é o solo, poeira, sedimentos marinhos e uma grande variedade de agroprodutos. O botulismo em seres humanos apresentam quatro formas: Botulismo infantil; Botulismo clássico; Botulismo de lesão; Botulismo pós-colonização em adultos. Após a germinação e consequente produção da neurotoxina no intestino grosso, BoNT é absorvida pela corrente sanguínea sendo levada para Às terminações nervosa periférica, principalmente as junções neuromusculares dos neurônios motores ligando, a membrana pré-sináptica, causando paralisia aguda flácida. As formas de botulismo manifestam-se como paralisias simétricas flácidas e com possíveis sequelas neurológicas. A BoNT é considerada uma das toxinas mais potentes que se conhece. Essa potência vem de sua habilidade em bloquear transmissões neuromusculares e levar à morte por paralisia da musculatura envolvida na respiração.
Figura 58: ( a ) Clos tridi um tetani. Os endos poros dos clos trídios g eralmente deformam a parede celular; ( b ) C élulas individuais de M. pneumoniae. As setas indicam estruturas terminais que provavelmente auxiliam na adesão às células eucariótic as, que s e tornam então infectadas .
A doença ocorre após a introdução dos esporos na lesão, a toxina liberada após a lise celular, ligase a junções neuromusculares dos neurônios motores para ser endocitada. Usando o sistema de transporte retrógrado, através dos axônio, a toxina chega ao SNC, impedindo a liberação de neurotransmissores do tipo δ -aminobutírico e glicina pelos neurônios, e assim bloqueando os impulsos inibitórios aos neurônios e consequentemente bloqueando os impulsos inibitórios dos neurônios motores, levando a uma paralisia espática. O tétano pode ser local ou generalizado, o tétano generalizado é conhecido pelo trismo (espasmos do masseter) e pelo riso sardônico.
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MICOBACTÉRIAS São vários os tipos de bactérias do gênero Mycobacterium, mas as que merecem maior destaque são duas: Mycobacterium turbeculosis e Mycobacterium leprae. As micobactérias são aeróbias, consideras grampositivas, pequenas e em forma de bastão e não possuem cápsulas. São organismos intracelulares que infectam e proliferam-se no interior de macrófagos. Consistem em bacilos aeróbios, Figura 61: colônia de Mycobacterium tuberculosis em agar imóveis, não formadores de esporos. Os bacilos Lowenstein-Jens en após s emanas de incubação. formam filamentos ramificados que podem ser interrompidos. A parede celular é rica em lipídios, A maioria dos laboratórios usa uma coloração com o que torna a superfície hidrofóbica e a fluorescência que permite a visualização das micobacteria resiste a vários desinfetantes e micobacterias num microscópio de florescência. coloração comuns de laboratório. Uma vez corados, os bacilos não podem ser descorados com soluções ácidas por isso são chamados de bactérias acido resistentes.
Mycobacterium tuberculos is
Agente etiológico da tuberculose no homem, é um agente patógeno intracelular de macrófago, estabelece sua infecção nos pulmões.
Tuberculose Conhecida como peste branca, foi causadora de mortes no final do séc. 19 e início do séc. 20, ainda hoje é uma infecção que causa muitas mortes em adultos no mundo todo. Descrito pela primeira vez em textos indianos, ela já era conhecida nos tempos de Hipócrates e na idade média. Robert Koch realizou um dos estudos mais significativo desta doença, pois ele isolou pela primeira vez o agente causador da tuberculose, o Mycobacterium tuberculosis , que ficou conhecido como bacilo de Koch. A resposta imune do hospedeiro está associada aos danos teciduais, devido a formação de granulomas e necrose, os sintomas da tuberculose inclui a destruição tecidual que liquefaz porções infectada do pulmão.
Fi g ura 60: complexo i nicial da tuberculose. (a) infecção inic ial de tuberculose. Pequeno infiltrado branco pneumático no lobo superior direito com linfonodos hílares e traqueobronquiais muito aumentados; (b) com o tempo, o foco pulmonar cic atriza, formando uma lesão de Ghon.
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Figura 62: método de coloração de Ziehl-Neelsen. ( a ) esfregaço de escarro colocado sobre uma lâmina e comprimido contra outra lâmina; ( b ) lâmina molhada com carbolfusina e em seguida aquecida; ( c ) lâmina enxaguada com água, descolorida com álcool ácido e novamente enxaguada; ( d ) lâmina c ontracorada com azul de metileno ou verde malagueta por 30 segundos, enxaguadas novamente e s eca; ( e ) lâmina de escarr o cor ado c om carbolfucs ina, vis ta s ob óleo de imer são, mos trando B AAs como bastões vermelhos brilhantes.
Fig ura 63: ( 1 ) por tador. ( a ) expulsão de gotículas c ontendo Mtuberculosis expuls os com a toss e ou com espirr os no ar; ( b ) as g otículas permanecem sus pens as no ar por uma ou duas horas; ( c ) mic obacteri as infec cios as pres ervadas na escuridão e na umidade de horas e meses; ( 2 ) R eceptor, implantação. ( a ) inalação; ( b ) ing estão; ( c ) pulmões ; ( d ) tonsilas; ( e ) linfonodos ; ( f ) dedos ; ( g ) intestino.
Mycobateri um leprae
São as bactérias causadoras da lepra, essa bactéria multiplica-se lentamente, os sintomas se desenvolvem, em até 20 anos após a infecção. As manifestações clínicas da lepra dependem das reações imunes do paciente.
Hanseníase Lepra termo que vem do latim lepro que é o ato de suja ou poluir. Em 1400 A.C já era conhecido e descrito em escrituras indianas, foi descrita no velho e novo testamento, Aractus e Galeno a estudaram por volta de 150 A.C, no primeiro século soldados romanos levaram a doença para a Itália, após batalhas na índia, disseminando-a por todo continente europeu. Pessoas com lepra passaram a ser isoladas, encaminhadas a leprosários, eram tratados como se já estivessem mortas. Os tratamentos eram humilhantes tinham que andar apenas em um lado da estrada sempre na direção do vento, em alguns lugares era obrigado a vestir roupas especiais carregar um sinal em volta do pescoço que indicava que estava com a doença e tinha que usar um sino para alertar as outras pessoas que uns leprosos estavam próximos. Em 1873, ainda na época que se acreditava que a lepra era uma punição divina,o cientista Gerhard Henrik Armauer Hansen, associou o microrganismo Mycobacterium leprae à doença humana.
Figura 66: lepra lepromatosa. Infiltração difusa da pele por múltiplas nódulos de vários tamanhos, cada um deles com muitas amostras bacterianas.
Técnica de Ziel Neelsen: É uma técnica de coloração de bactéria mais agressiva que a técnica de gram. Ela é usada em bactérias que coloram mal com o gram, como os bacilos da lepra e da tuberculose. Nesta técnica a fucsina fenicada, vai corar todas as células bacterianas e outras estruturas presentes no esfregaço de vermelho. O ácido diluído em álcool aplicados vãos descorar todos as bactérias exceto as ácido-alcoolresistentes, que permanecem coradas de vermelho pela fucsina. Assim, ao serem observadas após a coloração e contraste, com azul de metileno, encontraremos as bactérias, Ácido-alcool-resistentes corados de vermelho, não ácido-álcool-resistentes: corados de azul.
Figura 67: Bacilo álcool-ácido resistentes em esfregaço de tecido (Ziehl-Neelsen)
Figura 64: Gerhard Henrik Armauer Hansen (1841-1912) Médico bacteriologista e dermatologista Norueguês. Sua pesquisa ajudou a estabelecer os princípios fundamentais da imunologia, da medici na bacteriológ ica e política de saúde pública.
A Lepra é uma doença, infectocontagiosa, afeta a pele, as vias aéreas superiores, o sistema nervoso periférico e os olhos. A colonização no SNP causa modificações como degeneração axonal, fibrose e desmilinização, por falta de produção de mielina pelas células do Schwann, infectadas, e sua destruição mediada por reações imunes induzem lesões nervosa, perda sensorial e desfiguração.
Figura 65: coloração de ácidorresistente de biopsia de pele de paciente com ( a ) lepra tuberculoide; ( b ) lepra tubercu losis bordeline; ( c ) lepra lepromatos a bordeline; ( d ) lepra lepromatos a.
Meio Lowenstein Jensem: É um meio de cultura uso no isolamento inicial de micobactérias. Constituídos por ovos integrais e uma série de outros componentes sua positividade é indicada por um crescimento de bom a excelente. Sua cor normal é verde claro e o crescimento de colônias amareladas é indicativo de positividades. Não existindo crescimento de colônias o resultado da cultura é negativa. Este meio contém glicerol, fécula de batata, sais e ovos. O verde malagueta é adicionado para inibir o crescimento de bactérias gram-positivas. Teste de Mitsuda: É um teste cutâneo não específico que mede a reação â lepromina. O teste é negativo na hanseníase virchoviana e positivo na hanseníase tuberculóide. Esta reação consiste na formação de um nódulo eritematoso infiltrado.
Fi g ura 68: (a) Meio Lowenstein J ensem, positivo ;(b)Tes te de Mits uda
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BACILLUS Consiste em uma variedade de bactérias que crescem aeróbica ou anaerobicamente, em forma de cocos ou bacilos, gram positivos ou gram negativos.
B acillus antracis
Patógeno humano conhecido em 1887 ao ser descrito por Koch como agente do antraz ou carbúnculo. Nos últimos anos, sua importância sofreu grande impulso por ter seu uso como arma de guerra. Ele é uma bactéria gram-positiva esporulada. A contaminação do homem se dá através da aspiração do esporo bacteriano, no organismo, o esporo germina, dando origem a forma vegetativa da bactéria
HAEMOPHILUS Os membros dessa família são bastonetes gramnegativos pequenos, anaeróbios facultativos. São responsáveis por um amplo espectro de doenças. O crescimento da maioria das espécies de Haemophilus requer suplementação do meio com um ou ambos das seguintes fatores de estimulação de crescimento hemina e nicotinamida adenina dinucleotídeo. As espécies de Haemophilus estão presentes em quase todos os indivíduos. O Haemophilus influenza é a espécie mais associada à doença, com infecções mais frequentemente observadas em pacientes pediátricos antes da introdução da vacina contra H. influenza.
Diagnóstico O escarro produzido nas vias aéreas inferiores é usada no diagnóstico de pneumonia. Os espécimes não devem ser coletados a partir da faringe posterior em pacientes com suspeitas de epiglote pois o procedimento pode estimular a tosse e obstrução das vias aéreas. Fi g ura 69: B acillus anthracis no sang ue de um paciente com A cultura, o isolamento de H. influenza é a partir antraz por inalação. de espécimes clínicos inoculados em meios de E produz uma toxina letal (letx) e outra culturas suplementados com fatores de edemaciante (edtx). A Letx é responsável pelo crescimento adequado agar chocolate e agar choque e morte, devido a sua interação com os Levinthal são usados na maioria dos laboratórios. macrófagos, a qual resulta na interação e lise destas células.
Figura 71: fenômeno de satelitismo: Staphylococcus aureus excreta adenina nicotinamida dinucleotídeo no meio de cultura, proporcionando o fator de crescimento necessário para H. influenz a. Figura 70: Lesão por antraz. O inchaço e a formação de uma casca preta ao redor do ponto de infecção são características do antraz cutâneo.
Brucella É constituída de cocobacilus ou bacilos, gramnegativo, são encontrados em animais. A brucelose é uma doença humano causada pela brucella. As brucellas são transmitidas ao homem através de contato direto da pele com tecidos de animais infectados, ingestão de carnes, ou produtos lácteos contaminados, e através da via respiratórias. As brucellas são parasitas intracelulares, com elevada capacidade de invasão e resistência contra a fagocitose. Ao atingir os nodos linfáticos, as bactérias sobreviventes multiplicam-se no interior dessas células provocando bacteremia e invadem as células do sistema reticulo endotelial dos nódulos linfáticos, baço, fígado, medula óssea e outros órgãos, formando nódulos granulosos que podem virar abscesso. 207
BORDETELLA O gênero Bordetella consiste em cocobacilos Gram-negativos pequenos (0,2 a 0,5 µm) e aeróbios estritos. São conhecidos oito espécies, com quatro espécies responsáveis por doenças humanas: Bordetella pertussis, o agente responsável pela coqueluche; Bordetella para pertussis, responsável por uma forma branda de coqueluche. Bordetella bronchiosentica, responsável por doenças respiratórias em cães, suínos e animais de laboratório e Bordetella homelsii, um agente raro de sepse. As espécies de Bordetella apresentam exigências nutricionais simples mas algumas espécies são altamente suscetíveis a substâncias e metabólitos tóxicos em meios de cultura comuns de laboratórios. Esses microrganismos são imóveis e oxidam aminoácidos, mas não fermentam carboidratos. Sua infecção e o desenvolvimento da coqueluche requer a exposição ao microrganismo, adesão bacteriana às células epiteliais ciliadas do trato respiratório e toxicidade sistêmica. A coqueluche é uma doença humana sem nenhum reservatório animal ou ambiental reconhecido. A infecção é iniciada quando aerossóis são inalados, e a bactérias se adere e prolifera nas células epiteliais ciliadas.
Figura 72: Bordetella
bronchiseptica
B ordetella pertuss is
Após o período de incubação de 7 a 10 dias, a doença é caracterizada pelo estágio catarral, progredindo para o estágio paroxístico, e então para o estágio convalescente. O espécime ótimo para diagnostico é o aspirado nasofaringe. Swab contendo alginato de cálcio ou fibra Dacron podem ser usados. O espécime deve ser inoculado na beira do leito do paciente em meio de cultura recentemente preparado e enviado para o laboratório. O uso tradicional do meio de cultura Borgetgengou tem sido substituído pelo meio de agar Carvão regan-lowe, suplementado com glicerol, peptona e sangue de cavalo.
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FUNGOS O ramo da biologia que estuda os fungos é a Micologia (myco=fungo). São organismos pluricelulares ou unicelulares, destituídos de pigmentos fotossintetizantes. Tem parede celular e possuem células revestidas por quitina. A parede é uma estrutura rígida protegendo a célula de choques osmóticos. A membrana citoplasmática atua como uma barreira semipermeável, no transporte ativo e passivo dos materiais, para dentro e fora da célula. Os fungos mais complexos apresentam septos entre as células. Armazenam glicogênio e apresenta nutrição heterótrofa, os fungos lançam enzimas sobre o material e absorve as moléculas resultantes dessa digestão celular extracorpórea. Os fungos são compostos de um emaranhado de filamentos, as Hifas, cujo conjunto se chama Micélio. Eles apresentam um conjunto de características que diferenciam das plantas: Eles não sintetizam clorofilas nem outros pigmentos fotossintéticos, não possuem celulose na parede celular e não armazenam amido como substância de reserva. Os fungos originam-se de uma única célula ou fragmento da hifa. Eles são enquadrados em um reino só deles o reino Fungi. O ser humano descobriu as mais variadas aplicações para o uso dos fungos, alguns são comestíveis e outros são usados na fabricação de bebidas, álcool, bebidas alcoólicas, pães, queijos e antibióticos. Os fungos são encontrados nos mais variados ambientes preferencialmente em lugares úmidos e ricos em matéria orgânica.
Figura 73: características das hifas dos fungos. ( 1 ) hifas s eptadas com parede celular, ou septos , dividindo as hifas em unidades tipo células; ( 2 ) hi fa cenoc ítica (s em septo); ( a ) parede celular; ( b ) poro; ( c ) núcleos; ( 3 ) cresci mento das hifas por alongamento da extremidade; ( e ) es poro.
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REPRODUÇÃO Eles reproduzem-se de modo assexuado e sexuado na reprodução sexuada do bolor o esporo evolui por sucessivas mitoses e forma as hifas que se multiplicam para originar o micélio e os esporângios do novo fungo. Com menos frequência o bolor preto pode reproduzir-se sexuadamente quanto à outra, de modo que a fusão dos núcleos origina o zigoto (2N) este por meiose, forma o esporo (N), uma estrutura que germina e constitui o novo fungo.
Fi g ura 74: c iclo de vida de um fungo. ( 1 ) repr odução sex uada; ( e ) g ameta s e forma na extremidade da hifa; ( f ) plas mog amia; g ) formação do zig os poros ; ( h ) cari og amia e meios e; ( )i o ( zig omoto produz um es porâng io; ( j ) os es poros são liberados; ( l) os es poros g erminam para produzi r as hifas; ( 2 ) reprodução ass exuada; ( a ) a hi fa área pr oduz o esporâng io; ( b ) o es porâng io se rompe para liber ação dos esporos ; ( c ) os esporos germinam para produzir hifas; ( d ) cres cimento vegetativo do micélio.
MICOSES SUPERFICIAIS São produzidas por um grupo de fungos de relação entre saprofitismo e parasitismo, provocando alterações na ordem estética, micoses de pele são caudadas pela, Malassezia Spp e Phaeoamelomyces werneckill: piedra negra e branca.
Pitiríase versicolor
É uma infecção fungica superficial que ocorre em todo o mundo. é causada pela levedura lipofílica Malassezia spp. Aparece como grupo de células, parecidas a leveduras com paredes espessas, esféricas ou ovais.
Seu diagnóstico é feito pela visualização direta dos elementos fúngicos no exame de microscópio das escamas epidérmicas em KOH a 10%. A cultura pode ser feita usando-se meio micológico sintético suplementado com óleo de oliva como fonte de lipídio. O crescimento de colônias leveduriformes aparece após incubação a 30 ºc por 5 a 7 dias. As colônias são compostas de células leveduriformes com brotamento e hifas ocasionais.
Figura 75: Pitiríase versicolor. Escamas de pele coradas com PAS mostrando hifas curtas e curvas e blastoconidios em cachos.
Fi g ura 76: Micr og rafia por v arredura eletrônica de Malass ezia s pp. demons trando o colarete semelhante a um lábio ao redor do ponto do iní cio do broto na célula-mãe.
Suas lesões são pequenas máculas hipo ou hiperpigmentadas. A parte superior do corpo é a mais afetada. As lesões são irregulares, com manchas pigmentadas bem delimitadas, que podem confluir e serem cobertos por uma escama fina. Como a m. Spp tende a interferir na produção de melanina, as lesões são hipopigmentadas em pessoas de pele escura, em pessoas de pele clara, as lesões são rosadas.
Figura 77: Pitiríase versicolor. Manchas hiperpigmentadas múltiplas, c astanho-claro no tórax e ombros .
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MICOSES CUTÂNEAS
Dermatófitos
Refere-se a um grupo de fungos filamentosos relacionados aos gêneros Trichophyton, microsporum e epidermophyton. O gênero Microsporum é identificado pela observação de seus microconídio enquanto os microconídios são estruturas características de gênero Trichophyton. O epidermophyton floccosum não produz microconidios, porem seus macroconidio de parede lisa que nascem em cachos de 2 ou 3 bastonetes característicos.
Figura 78: ( a ) T. tons urans produz mi croconídi os de forma e tamanho variados, com conídios esféricos relativamente g randes , muitas vezes localizados paralelamente ao lado de conídios pequenos e outros microconídios de vários tamanhos e formas; ( b ) E pider mophyton flocc os um. E m lactofenol azul-alg odão mostrando macroc onídios de paredes lisas; ( c ) Mic ros porum canis . E m lactofenol azul-algodão mostrando macroconídios (s eta preta) e microconí dios (s eta vermelha) de parede rug os a.
Também chamadas de dermatomicose produzidas pelos dematófitos que provocam lesões na pele, pêlos e unhas por espécie de cândida, provocando lesões na pele, unhas e mucosas. São produzidos por grupos de fungos especializados denominados dertófitos com habilidade de degradar a queratina e transformá-la em material nutritivo para seu crescimento. No pelo os dermatófitos atacam a camada superficial avançando até o folículo piloso fazendo o pelo perder brilho e ficar quebradiço caindo. Na pele causam lesões com propagação radiais, circulares, as infecções iniciam-se pela borda livre, superfície e a área subunqueal. Tornando a unha branco-amarelada, porosas e quebradiças.
Figura 79: micoses subcutâneas. ( a ) Tinha capitis caus ada por M. c anis ; ( b ) Ti nha barbae causada por T. verruc os um; ( c ) Onicomicos e causada por T. r ubrum.
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O diagnóstico laboratorial é baseado na demonstração das hifas septadas pela microscopia direta de pele, pelos e unhas e no isolamento dos microrganismos em cultura. As culturas são úteis e podem ser úteis, são obtidos por raspagem das áreas afetadas e semeadura da pele, pelos ou pedaços de unha em meio micológico padrão, como Agar Sabouraud. As colônias se desenvolvem entre 7 a 28 dias.
MICOSES SUBCUTÂNEAS Seus agentes vivem em estado saprofítico no solo, nos vegetais e nos animais de vida livre são parasitas acidentais do homem e dos animais que se infectam por ocasião de um traumatismo na pele, com material contaminado. Elas localizam-se na pele e no tecido subcutâneo próximo ao ponto de inoculação e é rara sua disseminação. As principais infecções fúngicas subcutânea incluem esporotricose linfocutânea, cromoblastomicose, micetoma eumicótico.
esporotricose linfocutâneo
É causada pelo Sporothix Schenchii, um fungo dimorfico ubiquitario no solo e na vegetação em decomposição. as culturas em forma filamentosa crescem rapidamente e têm uma superficie membranosa rugosa que gradualmente se torna castanha, marrom ou escura.
O diagnóstico requer cultura do pus ou do tecido infectado. S. Schenkii cresce em 2 a 5 dias numa variedade de meios micológicos e aparece como levedura com brotamento a 35 ºC e com um fungo filamentoso a 25 ºC.
Cromoblastomicose
É uma infecção fúngica crônica que afeta a pele e os tecidos subcutâneos. É caracterizado pelos aparecimentos de nódulos ou placas verrucosas de crescimento lento. Os fungos associados com a cromoblastomicose são fungos pigmentados dos gêneros Fonsecaea, Cladosporium, Exophiala, Cladophialiphora, Rhinocladiella e Phialophora. A espécie de Exophiala pode crescer como fungos filamentosos e formar células produtoras de conídios chamados anelídios e também como levedura que pode aparecer em colônias recentemente isoladas. Os fungos que causam a cromoblastomicose forma caracteristicamente células muriformes que são castanhos devido à melanina em suas paredes celulares.
Figura 80: ( a ) Fase filamentosa do S porothr ix s chenck ii ; ( b ) Fase de levedura de Sporothrix s chenckii em tecido.
Sua infecção é cronica e caracterizada por lesões Figura 82: Célula muriforme pigmentada de marrom, da nodulares e ulcerativa que se desenvolvem ao cromoblastomicose longo dos linfáticos que drenam o sítio primário da inoculação. o local da infecção aparece como Tende a ser crônica, muriginosa, progressiva, nódulo pequeno, que pode ulcerar. depois os indolores e resistente ao tratamento. As lesões nódulos linfáticos aparecem em cerca de 2 iniciais são pequenas e resistentes ao tratamento. semanas após o aparecimento da lesão primária As lesões iniciais são pequenas pápulas que consistem de uma cadeia linear de nódulos verrugosas que, aumentam lentamente. Há formas subcutâneos indolores que se estendem ao longo morfológicas diferentes da doença, variando do curso da drenagem linfática da lesão primária. desde lesões verrugosas a placas planas. As com o tempo, os nódulos podem se ulcerar e infecções estabelecidas se apresentam com liberar pus. várias verrugas grandes, parecida com um couveflor, geralmente agrupados dentro da mesma região. As lesões grandes não apresentam hiperqueratose, e o membro é grosseiramente distorcido devido à fibrose e ao linfoedema secundária.
Figura 81: Forma linfocutânea clássica da esporotricose demonstrando uma cadeia de nódulos subcutâneos ao longo da drenagem linfática do braço.
Fi g ura 83: Cr omoblas tomicos e do pé e da perna.
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Os achados histológicos das células muriformes castanhas e o isolamento em cultura de um dos fungos causais confirmam o diagnóstico. Os raspados obtidos da superfície das lesões verrugosas, em que pequenos pontos negros são observados podem resultar na demonstração das células características. Amostras de biopsia corada com H&E também mostraram o organismo presente na epiderme em microabscesso contendo macrófagos e células gigantes.
Micetoma eumicótico
São causados por fungos verdadeiros. que são causados por Actinomicetos aeróbicos (bactérias). Um micetoma é definido, como um processo infeccioso localizado, crônico e granulomatoso que envolve os tecidos cutâneos e subcutâneos. é caracterizado pela formação de múltiplas granulomas e abscessos que contem grandes agregados de hifas fúngicas, conhecidas como grânulos ou grãos. O processo pode ser bastante extenso e deformativo, com destruição do músculo, TC e ossos. Seus agentes etiológicos incluem: Phaeoacremonium. curvalaria, fusarium, mordurella etc. Os grânulos das micetomas eumicóticos são compostos por hifas septadas dependendo do agente etiológico. as hifas são frequentemente distorcidas e irregulares em relação à forma e ao tamanho, clamidoconídios grandes, esféricos e de parede espessa estão presentes. as hifas podem estar inseridas numa substância amorfa parecida a cimento.
Fig ura 84: ( a ) G rânulo de mic etoma por C urvularia g enic ulata; ( b ) hifas demáceas compactas e clamidoc onídios ins eridos no tecido.
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Figura 85: História natural do ciclo do fungo filamentoso (saprofita) e da levedura (parasita) de Blastomyces dermatitidis.
MICOSES SISTEMICAS Apresentam varias características em comum, sua distribuição geográfica é limitada principalmente, nas Américas. Os agentes etiológicos são encontrados no solo e em dejetos de animais, e as vias aéreas superiores são sua principal porta de entrada. A patogenicidade não é essencial para sua sobrevivência ou disseminação celular é um processo granulomatoso semelhante aquela da tuberculose. os patogenos dimórficos influem Blastomyces dermatitidis, Coccidioides immitis e C. posadasii.
Cocoidioidomicose
É uma micose endêmica causada por qualquer uma das espécies C. immitis e C. posadagin. a doença é causada pela inalação de artroconídios infecciosos podendo variar de uma infecção assintomática para uma infecção progressiva e morte.
O C. immittis é um fungo dimórfico existe como um fungo filamentosos na natureza e quando cultivado no laboratório a 25 ºC. Como esférulo endosporolada no tecido e sob condições especificas in-vidro. o crescimento inicial é branco Blastomicose a cinza, úmido, glabroso ocorrendo de 3 a 4 dias. É uma infecção fúngica causada pelo fungo As colônias maduras se tornam, acastanhadas a dimorfico Blastomyces dermatitidis. Está infecção marrom ou lavanda. é confinada a região geográfica especifica, muita infecção tem sido diagnosticada em outras partes do mundo, incluindo África, Europa e Oriente médio. ele produz células leveduriformes não encapsuladas no tecido e em cultura em meio enriquecido a 37 ºC e colônias de fungo filamentosos branco a acastanhado em meio micológico padrão a 25 ºC. A forma de levedura do B. Dermatitidis é vista no Figura 87: ( a ) Fas e filamentos a de Cocc idi oides immitis ; ( b ) E s férula de Coc cidioides immitis. tecido e em cultura a 37 ºc, esta forma é bastante distinta. As células leveduriformes são esféricas, hialinas, multinucleadas e com paredes espessas A C. immittis é o mais virulento de todos os e de contorno duplo. O citoplasma é fungos que afetam o homem. A inalação de frequentemente retraído da rígida parede celular poucos artroconídios produz a coccidioidomicose como resultado do encolhimento durante o primária que pode influir doença pulmonar processo de fixação. As células leveduriformes se assintomática ou uma doença autolimitada reproduzem pela formação do brotamento ou parecida com resfriado com sintomas de febre, tosse, dor torácica e perda de peso. blastoconídios.
Figura 86: ( a ) Fas e de fung o filamentos o de B lastomyc es dermatitidis; ( b ) Coloração de Giems a de B lastomyc es dermatitidis mostrando leveduras com brotamento de base larga.
A via comum de infecção é a inalação de conídios. A gravidade dos sintomas e o curso da doença dependente da extensão da exposição e o grau de imunidade do hospedeiro. A blastomicose pulmonar pode ser assintomática ou se apresentar como doença branda parecida com resfriado. O diagnóstico da blastomicose baseia-se na detecção microscópica do fungo no tecido ou outro material clinico e com confirmação pela cultura. As amostras mais adequadas para o diagnóstico incluem escarro, lavado bronco alveolar ou biopsia de pulmão.
Figura 88: História natural do ciclo do fungo filamentoso (s aprofita) e da esférula (parasita) de Cocc idioides immitis .
O diagnóstico da Coccidioidomicose envolve o uso de exames histopatológico do tecido ou outro material clinico, isolamento do fungo em cultura e teste sorológico.
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VIRUS A palavra vírus vem do latim que significa veneno. Em 1935 Wendeli Stanley, químico norteamericano, isolou o vírus do mosaico do tabaco, tornando possível, o desenvolvimento do estudo químico e estrutural com um vírus purificado. Um vírus pode ser considerado um agregado complexo de elementos químicos ou um microrganismo simples. Os vírus são entidades que: contêm um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA; Contêm um invólucro proteico que envolve o ácido nucleico; Multiplicam-se no interior de células ias usando a maquinaria de síntese celular; Induzem a síntese de estruturas especializadas na transferência do ácido nucleico viral para outras células. Os vírus possuem poucas ou mesmo nenhuma enzima própria para seu metabolismo. Os vírus devem se apossar da maquinaria metabólica da célula hospedeira para sua multiplicação. Os vírus causam doenças quando atravessam a barreira de proteção natural do corpo, escapam do controle imune e matam as células de um tecido importante ou desencadeiam uma resposta imune inflamatória destruidora. O tecido visado pelo vírus define a natureza da doença e seus sintomas.
ESTRUTURA um virion é um partícula viral completa e infecciosa composta por um ácido nucleico envolto por uma cobertura de proteína, que o protege e serve como um veículo de transmissão de uma célula hospedeira para outra. os vírus são classificados de acordo com as diferenças na estrutura desses envoltórios.
Á ci do nucleico
Os vírus podem possuir tanto DNA como RNA, mas nunca ambos. O ácido nucleico dos vírus pode ser de fitas simples ou dupla. Assim, existe vírus com DNA de fita dupla, DNA de fita simples, RNA de fita dupla e RNA de fitas simples. dependendo do vírus, o ácido nucleico pode ser linear ou circular.
Dependendo do vírus, os envelopes podem ou não apresentar espículas, constituídas por complexos carboidrato-proteína que se projetam da superfície do envelope.
Figura 89: Morfolog ia de um vírus
poliédrico não envelopado. ( 1 ) Di agrama de um vírus poliédr ico (icosaédrico). ( a ) caps ômero; ( b ) ácido nuclei co; ( c ) capsídeo. ( 2 ) Microfotog rafia do Mastadenovirus , um adenovírus. São visíveis os capsômeros individuais do capsídeo.
Vírus helicoidais O genoma viral está no interior de um capsídeo cilíndrico e oco com estruturas helicoidal. Os vírus que causam raiva e febre hemorrágica são helicoidais. Vírus poliédricos O capsideo da maioria dos vírus poliédricos tem a forma de um icosaedro, um poliedro regular com 20 fases triangulares e 12 vértices. Os capsômeros de cada face formam um triângulo equilátero. Vírus envelopados São relativamente esféricos. Os vírus helicoidais e os poliédricos envoltos por um envelope são chamados vírus helicoidais envelopadas ou vírus poliédricos envelopados. Um exemplo de vírus envelopado é o vírus influenza. Vírus complexo Um bacteriófago é um exemplo de um vírus complexo. Alguns bacteriófagos possuem capsideos com estruturas adicionais aderidas.
Caps ídeos e envelope
O capsideo protege o ácido nucleico dos vírus. A estrutura do capsideo é determinada pelo genoma viral e constitui a maior parte da massa viral, especialmente em partículas pequenas. Cada capsideo é composto por subunidade proteica chamadas de capsômeros. A organização dos capsômeros é caracterizada para cada tipo de vírus. em alguns vírus, o capsideo é coberto por um envelope, que normalmente consiste numa combinação de lipídeos, proteínas e carboidratos. 215
Fig ura 90: ( a ) Vír us helicoidais ; ( b ) Vírus poliédr icos ; ( c ) Vírus envelopados; ( d ) Ví rus complexo.
MULTIPLICAÇÃO O ácido nucleico de um vírus contém apenas uma pequena quantidade dos genes precisos para síntese de novos vírus. Entre eles estão os genes que codificam os componentes estruturais do vírus, como as proteínas do capsídeo, e os genes que codificam algumas enzimas usadas no ciclo de multiplicação viral. Para que um vírus se multiplique, ele precisa invadir a célula hospedeira e assumir o comando da sua maquinaria metabólica. Um único vírus pode dar origem, a alguns milhões de partículas virais iguais. A multiplicação de um vírus pode ser demonstrada com uma curva de ciclo único. Os dados podem ser obtidos por infecção de todas as células de uma cultura e posterior teste do meio de cultura e das células quanto à presença do vírus, proteínas e ácidos nucleicos virais.
Bacteriófago
O mecanismo básico de multiplicação viral é similar para todos os vírus. Os bacteriófagos podem se multiplicar por dois mecanismos alternativos: O ciclo lítico: termina com a lise e a morte da célula hospedeira; O ciclo lisogênico: a célula hospedeira contínua viva. Como exemplo usaremos uma infecção viral da E.coli. o ciclo de multiplicação viral ocorre em cinco etapas distintas: Adsorção; Penetração; Biossíntese; Maturação; Liberação.
Adsorção Nesse processo um sítio de adsorção no vírus se liga ao sítio do receptor complementar na parede da célula bacteriana, os bacteriófagos possuem fibras na extremidade da cauda que servem como sítios de adsorção. Os receptores complementares estão na parede da célula bacteriana.
Biossíntese
Assim que o DNA do bacteriófago alcançar o citoplasma da célula hospedeira ocorre a biossíntese do ácido nucleico e da proteína virais. a síntese proteica do hospedeiro é interrompida pela degradação do seu DNA induzida pelo vírus, pela cão de proteína virais que interferem com a tradução, ou pela ação de proteína viria que interem com a tração, ou pela inibição da tradução. Inicialmente, o fago usa varias enzimas e os nucleotídeos da célula hospedeira para sintetizar cópias de seu DNA do fago para a síntese da enzima viral e das proteínas do capsideo viral. Os ribossomos, as enzimas. e os aminoácidos da célula hospedeiro são usadas na tradução. Durante o ciclo de multiplicação do fago, o controle gênico regula a transcrição de regiões diferentes do DNA.
Maturação
Nesse processo, vírus complexos são formados a partir do DNA e dos capsideos. os componentes virais se organizam espontaneamente formando a partícula viral e eliminando a necessidade de muitos genes não estruturais e de outros produtos gênicos. as cabeças e as caudas dos fagos são montados separadamente a partir de subunidades de proteína, a cabeça recebe o DNA viral e se liga à cauda.
Liberação
O estágio final da multiplicação viral é a liberação dos vírus da célula hospedeira. A lisozima codificada por um gene viral é sintetizada dentro da célula. Essa enzima destrói a parede celular bacteriana, liberando novos bacteriófagos, produzidos. os fagos liberados infectam outras células sucetivas, vizinhas, e o ciclo de multiplicação viral é repetida dentro dessas células.
Penetração Após adsorção, os bacteriófagos injetam seu DNA dentro da bactéria. para isso, a cauda do bacteriófago libera uma enzima, a lisozima que destrói uma porção da parede celular bacteriana. Durante o processo de penetração, a bainha da cauda do fago se contrai, e o centro da cauda atravessa a parede da célula bacteriana. Quando o centro alcança a membrana plasmática, o DNA do lúmen da cauda e da membrana plasmática. O capsideo permanece do lado de fora.
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Fi g ura 91: cic lo lítico de um bacteriófago, ( 1 ) ads orç ão, o fago adere à célula hospedeira; ( 2 ) penetração, o DN A do fag o é injetado na célula hospedeira; ( 3 ) bios s íntes s e, o DN A do fag o dir eciona a s íntes e do compon ente vir al pela célula do hospedeiro; ( 4 ) maturação, os componentes virais s ão montados formando novos vírus; ( 5 ) liberação, a célula hospedeira sofre lise e novos vírus são liberados. ( a ) parede da célula bacteriana; ( b ) cr omos somo bacteri ano; ( c ) capsideo; ( d ) DN A; ( e ) caps ídeo (cabeça); f ( ) bainha; ( g ) fibras da cauda; ( h ) placa basal; ( )i parede celular; ( j ) membrana plasmátic a; ( l) bainha contraída; ( m) núcleo da cauda; ( n ) cauda; ( o ) DN A; ( p ) caps ídeo; ( q ) fibr as da cauda.
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VIRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA O principal determinante na patogênese do HIV é o tropismo do vírus por células T e macrófagos que expressam CD 4. Durante a transmissão sexual, o HIV infecta uma superfície mucosa, entra e infecta células do tecido linfoide associado a mucosa. os estágios iniciais são mediados pelos vírus M-tropicos que se ligam ao CD 4 e ao receptor de quimiocinas CCRS e infectam células dendriticas e outras células da linhagem de monócitos-macrofagos, assim como células T do sangue periférico. a mutação do gene env para o gp120 muda o tropismo do vírus de M-trópico para T-trópico. A gp120 do vírus T-trópico se liga ao CD 4 e ao receptor de quimiocinas CXCR4. Mais tarde, com a progressão da doença. A redução de número de células TCD 4 pode resultar da citolise direta induzida pelo HI, citolise imune induzida por células T citotóxicas, levando a uma rápida diferenciação terminal e morte de células T. o desenvolvimento dos sintomas da AIDs se relacionam com a liberação dos vírus no sangue, um aumento do vírus T-tropico e uma diminuição das células TCD 4. o HIV induz vários efeitos citopatológicos que podem destruir a célula T infectada. esses incluem um acumulo de cópias da permeabilidade da membrana plasmática, formação de sincícios e indução de apoptose. A resposta imune contra o HIV restringe a infecção viral, mas contribui para a patogênese. Anticorpos neutralizantes são gerados contra gp120 e participam da resposta de citotoxicidade celular dependente de anticorpos. O vírus recoberto por anticorpos é infeccioso e é capturado por macrófagos, as células TCD 8 são fundamentais para o controle da progressão da doença. Entretanto, as células TCD 8 requerem ativação por células TCD 4. O HIV compromete todo o sistema imune por atacar as células TCD 4. a infecção persistente de macrófagos e células TCD 4 em repouso mantém o vírus em células e tecidos imunologicamente privilegiados ex. o SNC e órgãos genitais. A evolução da doença é paralela à redução de células TCD4 e ao aumento da carga viral no sangue. Após a transmissão o HIV infecta e elimina as células TCD 4 do tecido linfoide associado ao intestino. Além da imunossupressão, o HIV pode causar anormalidades neurológicas. As células da microglia e macrófagos são os tipos celulares mais infectados pelo HIV no cérebro. a maioria dos pacientes com Hiv apresentam inicialmente uma doença sintomática, incluido febre, fadiga, faringite, náusea vômitos e diarréia. depois desses síntomas de doença aguda remitirem pacientes infectados pelo HIV permanecem assintomáticos por alguns anos.
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