1960 Observação sobre o relatório de Daniel Lagache - ~Psicanálise e estrutura da personalidade~ in Escritos Jacques Lacan OCR
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Escritos, Jacques Lacan, 1966...
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1960 OBSERVAÇÃ SBRE REATÓRI DE ANE AGACHE
EscRITos Jacques Lacan CAMPO FREUDIANO NO BRASIL
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache: "Psicanálise e estrutura da personalidade Este texto foi redigido com base na gravação de uma interenção que uma falha no ncionamento inicial do aparelho privou de seu exórdio Foi desse acidente que tiramos proveito para reformular nosso discurso, de um modo que modca sensivel mente sua improvisação Mas resta ainda indicar a intenção disso, disso, que qu e é condensar conden sar em sua articulaçã art iculaçãoo da época época uma u ma posição que permanece essencial para nós sso nos levou a suprimir ainda mais do discurso: precisa mente aquilo que, no calor de uma atualização, antecipa-se ao que só seria desenvolvido mais tarde Assim é que, deixando de lado nossa predileção de autor, não retomamos o apólogo do pote de mostarda, cuja lembrança, no entanto, não é anedótica, já que de desd sdee então lhe demos demos pleno impulso impulso Exceto por lhe garantirmos aqui sua certidão de nascimento, com seu tema nos ágapes que nolo foeceram ao menos aparentemente, deixamos a nosso auditório a tarefa de reencon trar nas entrelinhas o pote de mostarda, mostarda, em gus mais m ais aces síveis ao leitor e menos submetida su bmetidass aos signcantes signca ntes dapresença. prese nça. Além do mais, um texto que não foi comunicado antes sob nenhuma foa documental só é atestável a partir do momento de sua redação denitiva, ou seja, aqui, na Páscoa de 1960 I A estrutura e o sueto O termo estrutura que dará ao relatóro de Daniel Lagache2 sua palavra-chave, é, com c om efeto, efeto, enuncado como co mo prncípo de muas
Especialmente em nosso seminário do ano de 1959-1960 sobre a ética da psicanálise I.
[6 7] 7]
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Escritos Escritos Écrits Écrits - acques acques Lacan Lacan
endêncas conemporâneas da investigação sobre o homem, se é esse o sentido amplo que Lagache confere, pensamos, ao termo anropologia. A referência à socologia se nos afiguraria melhor, atualmene, para suar o esruuralismo Pois ele é objeo de um debae ão acalorado que nem Claude Lév-Srauss escapa aos aaques que os esruralisas desferem uns contra os outros, parecendo que a noção de estrura que um deles tem não é mas que uma aberração para ouro. Como nós mesmos fazemos do ermo estrtura um emprego que cremos poder pauar no de Claude LéviSrauss, é para nós uma razão pessoal, cabe dizê-lo aqui, não omar esse emprego como genericamene confuso O que só nos deixa mais interes sados em submetêlo ao ese da elaboração que Danel Lagache organiza A categoria do conjunto, para ntroduzila, obém nossa con cordânca, uma vez que evita as implicações da oalidade ou as depura. Mas isso não quer dizer que seus elemenos não sejam isolados nem somáves, pelo menos se buscarmos na noção de conjuno alguma garana do rigor que ela tem na eoria mae mática. " Que suas suas própras par pares es eseja esejam m esruuradas esruuradas sgni sgni fcará, por consegunte, que elas mesmas são passíves de sim bolzar odas as relações definíveis para o conjuno, as quais vão basane paraalém de sua disnção e sua reunão, ainda que inauguras. De fato, os elemenos se definem ali pela possibil dade de serem colocados, na função de subconjunos, como recobrindo uma relação rel ação qualquer definida definida para o conju conjunto, nto, endo essa possibildade como raço essencial o não esar limiada por nenhuma hierarquia natural. Eis por que o ermo ermo " parte parte nos parece ter ter que ser descartado descartado de sada, e, com mas razão ainda, qualquer dado de campo que inclua incógnas ão emíveis quano um organismo, porquano, já ao organizar organi zar o círculo de relações (com a famosa amos a " suação que esá sempre a nos esprear), al campo inroduz em oda
com conjunos cujas próprias partes esão esruuradas"
D.
Lagache,
L psy-
[ 8] 8]
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bservação sobre o relatório de Daniel Lagache 190 -
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consideração estrutural esta limitação mínima que Danel Laga ce logo dscee, pertinentemente ser geométrico. 3 Ora, a estrutura não é a forma, como nsistimos noutro contexto, 4 e a questão é justamente abrir o pensamento para uma topologa, exigda pela simples estrutura. Sustentamos que a estética transcendental está por ser refeta, desde o momento em que a lingüístca introduzu na ciênca seu status ncontestável: com a estrutura defnda pela artculação sgnificante como tal. Portanto, quando Daniel Lagace parte da escolha que nos propõe, entre uma estrutura como que aparente (que implcaria a crítca daqulo que o caráter descritivo comporta de natural) e uma estrutura que ele pode declarar dstante da experiência á que que se s e trata trata do " modelo teórco teórco que ele reconece na metapsicologia analítica), essa antnoma desconece um modo da estrutura que, por ser tercero, não deve ser excluído, ou seja, os efeitos que a combinatóra pura e smples do sgnificante determina na realidade em que se produz. Pos, é ou não o estruturalsmo aqulo que nos permte situar nossa experiência como o campo campo em que sso fala? Em caso cas o afirmativ afirmativo, o, " a distânca da experiência experiência da estrutura desaparece, desaparece, já que q ue opera nela não como modelo teórco, mas como a máquina orignal que nela põe em cena o sujeito. O que Daniel Lagace atribu ao ponto de vista econômico dinâmco, ou seja, a seu ver, o material e sua nterpretação, é precsamente aquilo em que vemos a incidênca da estrutura despontar em nossa experiência, e é disso que uma pesquisa estruturalsta deve buscar os efeitos, ilustrando-se o alcance econômico-dinâmco destes por uma comparação que equvale à sua razão: a saber, saber, aqulo que uma turbina, turbina, isto is to é, é , uma máquina montada segundo uma cadeia de de equações, ntroduz n troduz numa cascata natural para a realização da energa.
3 "O campo psicológico o conjunto das relações do organismo com o meio
( ... ) Não há organismo org anismo que não esteja situado, em tampouco ta mpouco situação situ ação senão senã o
[ ] ]
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Como nos surpreendermos, portanto, ante o fato de o crtéro genético haver resultado em fracasso na verficação das tópicas freudanas, na medda mesma em que os sstemas delas são estruturais? Quanto ao crtéro de adaptação, talvez seja preciso rejeitar seu emprego até nova ordem, a nova ordem que a própra psicanálse terá instaurado a menos que enveredemos pelo chamado mpasse do problema pós-revoluconário. Os sistemas, com efeito, dos quais Danel Lagache sabe valorizar tão delicadamente as relações de interdependência (proporíamos: paranomias) em cada uma das duas tópcas de Freud, distingundo-os de suas funções, nem por isso são a estrutura no sentdo estrito: como se vê pela espéce de quasmo que ele não explca, segundo o qual é pela identdade dos pensamentos que o processo prmáro (como procedente do inconscente) inco nscente) encontra sua regra, e é na dentidade das percepções que o processo secundário (como ordenador do prmeiro com a realidade realidade)) encontra encontra seu crtéro crtéro ao passo passo que a percep percepção ção é mais primára na estrutura, no sentido como Lagache a entende, e mas próxma do princípio do prazer com que se assegura o mpéro do primáro do que tudo aquilo que, por ser pensamento, parece haver repercutido repercutido a partr de de uma conscênca escl e sclaarecida Por sso, não é nútil lembrar que Freud recusou na origem, a todo sistema de qualquer de suas tópcas, a menor realidade como aparelho dferenciado no organismo Pois há quem esqueça de extrair dsso este coroláro o de que ao mesmo tempo ele nos recusa o dreto de forçar algum desses sstemas a ngressar na realidade fantasiada fantasiada de qualquer qualqu er "totalidad " totalidade e do organsmo Em suma, a estrutura de que falamos nada tem a ver com a idéa de estrutura do organsmo, tal como sustentada pelas consta tações mas bem fundamentadas da Gestalt. Não que a estrutura propriamente dita não tire proveito das hâncias da Gestalt orgânca para servirse dela. Mas, a partir das conjunções de ambas, que revelariam ser de fissão ou de fissuras, afrma-se uma heterogenedade entre duas ordens, que procuraremos mas carar menos para captar seu princípio. Assm é que, sendo menos desconhecda, a distribução tópica da consciênca, tão impres sionante em sua dspersão que se podera dzê-la estilhaçada,
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache
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natureza da consciência, desde que, na revisão desta que ele havia toado necessária, Freud só voltava ao assunto para lamenar er se quedado aí Seja como for, não consiui dificuldade que o organismo seja depenado" , ou, dito de oura maneira, que ceda este ou aquele de seus tentáculos mais ou menos amovíveis como penhor de uma dada dada estr estrutu utura ra a de de proibição proibição social, por por exemplo em que, como indivíduo, possa ser apanhado Para enrar no âmago do assuno com Daniel Lagache, ren damo-lhe graças por denunciar de passagem a simples falsificação que Heinz Hartmann tenta impor à hisória, ao desconhecer que, na época da Intrdução ao narcisismo, Freud interessou-se realmene pela instância do Eu, a única e mesma que continuaria a promover. Quano à adverência com que o dito auor e seus acólios, Kris e Loewenstein, crêem dever prevenir-nos contra uma chamada concepção antropomórfica da segunda tópica, susentaremos, com Daniel Lagache, que seu objeto não é mais consis con sistene tene do que a parvoíce de puro fingimeno que eles ele s supõem em nós. Mas isso não equivale a aceitar a impertinência da oura que eles nos imputam, bastante real, contando com nossa vaidade de sermos daqueles que não se deixam enganar, para nos empurrar furivamene a carta marcada5 de uma chamada chamada concepção causal c ausal 6 do Eu E porventura ainda negará Lagache a influência nefasa da aninomia de Jaspers, nesse truque de baralho com que pretendem ofuscarnos a visão, acenando promissoramente com o brilho da fisiologia na porta do depósito de quinquilharias de onde nos tiram, para explicar o Eu de Freud, o manequim cuja rejeição é a descobera da pólvora de toda experiência psicológica, esse sujeito verbal apontado como suporte da síntese das mais heteróclitas funções? Daniel Lagache mostra ainda melhor o que é esse bezerro de não sei quantas patas,7 esse monstro
5 Lacan usa carte forcée expressão que denota a carta que o ilusionista nos
obriga a escolher deixando-nos uma aparência de liberdade de escoha. (N.E.) 6 A acreditar nesses autores Freud teria no segundo modelo "tomado como critério a nção dos sistemas ou subesuturas no conflito, e o modelo que o inspira é fsiológico; o papel dos conceitos estruturais é favorecer as explicações
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Escritos Escritos Écrits Écrits - acques acques Lacan Lacan
cujas soldas, representadas, evocariam uma colagem desprovda de arte, mas que combna com o gabinete de curiosdades onde o charlatão não detona Mas, afinal, que tem essa concepção barroca a ver com a pscanálise, a não ser por degradar sua técnica à exploração dos mais obscuros preconceitos? A verdade é que, como assinala com vigor Daniel Lagache, a própria exstência de enclaves animistas" , e até de de alternâncas alternâncas vividas como pessoas em nosso assentimento, não atrapalha em nada a compreensão da segunda tópica como um modelo teórco, o importante não sendo, com efeto, que se possa diferenciar os sstemas sste mas por suas funçõe funções" s" , mas que se reconheça, reconheça, como faz faz ele, que o conceto de função não é um conceto exclusivamente fisiológco" O que ntroduzmos nesse debate facilitará acredtarem que a nosso ver sera impossível falar de maneira mas excelente. Vêse, no entanto, com que objeções rá deparar, de nossa parte, a tentativa de Daniel Lagache, na medida em que é à sua formação na intersubjetividade que ele tenciona referir aqulo a que chama estruturação da personaldade (o que é o próprio título de seu capIV) Em nossa opnão, seu método não é suficentemente radical, e dremos em quê Não é, por ora, em vrtude de não consentirmos na estocada que ele desfere contra o idealismo exorbitante que andam exer cendo, ao pretender fazer derivar da conscência conscên cia pessoal a gênese do mundo pessoal, ou seja, contra a moderna voga de uma psicanálise que já não querera fundamentar-se senão na obser vação da criança Mas é que ele também nos parece otimista ao nos considerar livres desse preconceito: porventura estaria es quecido de que o sr. Piaget nos habitua a interrogar na consciência pessoal a gênese do mundo comum, a ponto de inclur nela as categorias do pensamento científco?
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache
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por ourem; já é um pólo de expecaivas, projeos projeos e arbuos arbuos . Mas isso seria apenas apenas formular formular um ruísmo, ruísmo, se ele não enfaizasse o meo pelo qual anas expecaivas e projeos se fazem senr no inconsciene da crança quando ela vem ao mundo, já que não é por as arbuos, ermo que, basane insólio em al aposição, vem como que nsinuarse no correr de sua frase no momeno em que ela se encerra. Arbuos: deenho-me nesse pequeno ermo de Daniel Lagache. Esperava ele que ela me escapasse? Não sendo assim, por que não lhe conferir ele mesmo sua imporância? Um pólo de aribuos, es o que é o sujeo anes de seu nascmeno (e alvez seja sob o acúmulo deses que rá claramene sufocar). De aribuos, iso é, de signficanes mais ou menos lgados num discurso, será preciso nos lembrar mos denro em pouco, quando se raar da esruura do Isso. Mas, Mas , por po r ora, ora, não n ão esará Daniel Lagache prof professando a mesma coisa que o que ensno, quando defino o inconscene como o discurso do Ouro? Pois, para que Daniel Lagache possa, com base na exisência da crança " em si, si , por si e para si , conferir conferir a " essa ess a exisência por por e para para our ourem em , senão a precedênc precedênca, a, ao menos uma precessão lógica, sua relação neiramene fuura com o crculo de semelhanes que a espera e que a desna ao lugar que ela ocupa nos projeos deles não é suficiene É que, na dmensão maginária que aí se manifesa, essa relação de exisência é nversa, na medda em que o não nascido permanece bascamente fechado à visão dela. Mas o lugar que a crança ocupa na linhagem segundo a convenção das relações de paren esco, o prenome, alvez, que já a idenifica com o avô, os funcionários do regsro cvil e aé o que nela denoará seu sexo, aí esá algo que se preocupa muo pouco com o que ela é em si: pois ela que apareça hermafroda, para ver só! Isso, como se sabe, va muio mais longe, ão longe quano
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Escritos Escritos Écrits Écrits - ]acques ]acques Lacan Lacan
só é precso buscar o efeto e o campo da fala e da lnguagem com os níves ótmos que poderíamos apontar num esquema topológco, vendo de quebra que eles só passam estatstcamente para a realdade. Anda mas profundamente profundamente repercute aqu cosa de que temos a experênca segura, o desejo dos pas. Mas essa é precsamente a questão que nós mesmos descortnamos como sabem alguns dos presentes da determnaç determnação ão do desej desej o pelos efetos, efetos, no su s uj eto do sgncante. Se o própro Danel Lagache não fzesse ressoar al mnha promoção do Verbo tera ele tanta certeza de que sua belíssma referênca à encação seduzra seu audtóro ao dzer que " no curso da exstênca prénatal o ser para outrem outre m se modf modfca ca e se enrquece pela encaação ? Sm " o ser para para outrem outrem ; ele el e não dz o ser em s, e prossegue: " mas ou menos em meados da gestação Nã Não o será porque, porque, por " suas prmeras manfestaç manfestações ões de atvdade, atvdade, o feto começa come ça a fazer com que se fale dele? Sm, com que se fale dele es o que defne aqulo a que Danel agache chama, chama, aqu " esses ess es prmeros prmeros momentos momentos de uma exstênca ex stênca (nós dríamos dríamos ex- sstênca), e de manera anda mas mpressonante na medda em que a qualfca qualfca de " autô utônom noma a . Por que nesse caso não artcular a anteriordade da relação com o dscurso do Outro com qualquer diferencação prmára,8 na qual Lagache admte admte que o sujeto funcona " sem exstr exstr como estrutura estrutura cogntva cogntva ? Sete lnhas antes, antes, no entanto entanto ele afr afrma ma que " se nega a evdênca ao alegar que o recémnascdo não tem experênca conscente, embora ele altee entre o sono e a vgíla vgíla B astará astará essa vgíla observável observável para lhe assegurar assegurar " a exstênca de de um sujeto sem estrutur estruturaa cogntv cogntva a ?
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache- 190
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Para nós, a realdade da dferencação prmára dexa em suspenso seu uso propramente sgnfcante, do qual depende o advento do sujeto. Para defnla em s, dríamos que ela é uma relação de ob o bjeto no real, com sso pensando pens ando comprovar o caráter robusto, em sua smplcdade, das dvsões de que nos servmos para stuar nossa experênca entre smbólco, magnáro e real É precso que à necessdade que sustenta essa dferencação prmára venha somarse a demanda, para que o sujeto (antes de qualquer estrutu estrutura ra cogntva" cogntva" ) faça sua entrada no real, enquanto a necessdade transformase em pulsão, uma vez que sua realdade se obltera ao se toar símbolo de uma satsfação amorosa. Essas exgêncas concetuas, que nos permtam regstrá-lo, têm, entre outras, a vantagem de relegar metáforas detestáves, como a da participação simbiótica da crança na mãe (será que elas formam um líquen?), de nos dexar descontentes com uma refer referênca ênca desenvolta dese nvolta ao funconamento funconamento conjunto conju nto da maturação maturação e da aprendzagem" aprendzagem" para explcar explcar uma dentfcação dentfcação no conflto ntersub ntersubjj etvo" etvo" , mesmo tomando tomando por certo certo que a predomnânc predomnânca a de sua passvdade faz com que ela receba da stuação seu personagem temporár temporário" io" , e de não nos lvrarmos lvrarm os da dfer dferencação encação entre o corpo e os objetos conotandoa como sncrétca, pos sso é dexar de lado a dssmetra essencal entre projeção e ntrojeção. Quanto a sso, Danel Lagache contnua clássco. Mas pare ce-nos que ele não pode acentuar, como fez aqu, a prematuração smbólca pela qual a crança se nscreve no ser para outrem (para nós, o dscurso do Outro), e tomar o retardo formal regstrado por sua aprendzagem da sntaxe (o momento em que a criança fala de s tal como os outros lhe falam) como decsvo sej a lá do que for na conjun conjunção ção que se opera entre o ser para para
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Escritos Escritos Écrits Écrits - ]acques ]acques Lacan Lacan
onde eles não aparecerão tão cedo, esses momentos, não antes que um filme tenha captado a estrutura da falha como constitutiva do jogo de xadrez É por proteger desse momento de falta falta que uma imagem chega à condição de sustentar todo o valor do desejo: projeção, função do imaginário Inversamente, vem instalar-se no coração do ser, para apontar um furo, um indicador: introjeção, relação com o simbólico. Os progressos observados da objetivação, em seus estádios precoces, realmente parecem não ter outro interesse, como dá a entender Daniel agache, senão o de mascarar de nós os tempos inconscientes das projeções e das introjeções na seqüência de seu desenvolvimento. Deternosemos no mesmo ponto que Daniel Lagache, para ali fazer o balanço de nossa divergência. Ela se acha na própria função que ele confere à intersubjetividade. Pois esta se define, para ele, numa relação com o outro do semelhante, relação simétrica em princípio, como se vê pelo fato de Daniel Lagache formular que, através do outro, o sujeito aprende a se tratar como um objeto. Para nós, o sujeito tem que surgir do dado dos significantes que o abarcam num Outro que é o lugar transcen dental destes, através do que ele se constitui numa existência em que é possível o vetor manifestamente constitutivo do campo freudiano da experiência: ou seja, aquilo a que se chama desejo. Assim, longe de ser preciso que o Eu-sujeito se esforce por repelir o Euobjeto Euobjeto para se se fazer fazer "tr " transcendente anscendente a ele, o sujeito verdadeiro, para não dizer o bom sujeito, o sujeito do desejo, tanto no esclarecimento da fantasia quanto em seu refúgio fora do disceimento, não é nada além da Coisa, 9 que é dele o que há de mais próximo, embora mais lhe escape. s que me acompanham saberão também É por isso
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache
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produz na suspensão do desejo, por eclipsarse o sujeito no significante significante da da demanda demanda e na fixação fixação da fantasia, fantasia, por po r toarse o próprio sujeito o corte que faz brilhar o objeto parcial de sua indizvel vacilação.
II.
Isso onde onde ?
A reconstrução que Daniel Lagache leva a cabo, no entanto, deve ser acompanhada, sem prejuízo das objeções precedentes; pois, se o vemos guiar-se nela por seu postulado da estrutura pessoal, esse postulado, como de costume, só se esclarecerá por seu uso. Esse uso, à primeira vista, é heurstico, com Daniel Lagache como que pedindo a cada um dos sistemas (o termo é dele), Isso, Eu e Supereu, explicações sobre o que lhe falta para ser uma pessoa. Quanto a isso só nos resta observar que a denomi nação de instância é afastada, muito embora, solidária à formu lação freudiana dessa tópica, chamada segunda, pareça favorecer o que Daniel Lagache denomina de seu estilo personalista Através desse método vêm comporse ante nossos olhos, de heteronomias limitadas a autonomias relativas (sugeriramos: em sua paranomia), esses sistemas, sem que nada de preconcebido lhes imponha formarem, todos juntos, uma pessoa completa, já que,, além que além disso disso e por por qu quee não, não, s e é essa essa sua final inalid idad ade? e? ,
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É preciso conservar juntos três ditos já pouco anados entre si, ao que parece, e conseguir fazêlo a partir do próprio escândalo que cada um constitui em si mesmo O primeiro é que o Isso é não organizado, só podendo o assombro dele deternos no advento, no Es alemão, dessa ins tância, caso ela tenha que reunir em sua perspectiva a indestru tibilidade inicialmente afirmada (e mantida) do recalcado que ali se encontra e o automatismo, ulteriormente questionado, da repetição que daí deve decorrer (conceito de Wiederholungs zwang, postulado no limiar do Além do princípio do prazer). A esse dito ligase outro, constantemente reiterado por Freud em sua época. Ele concee aos próprios elementos cujas leis ele articulou inicialmente no inconsciente, para mais tarde com por nas pulsões sua estrutura propriamente dita: ou seja, que eles não abrangem a negação. Sem dúvida essa foraclusão foi corrigida, desde A ciência dos sonhos, pela análise dos desvios que sustentariam seu equiva lente: o adiamento temporal, a inibição e a representação pelo contrário. Mas, seguindo os textos de Freud, constatase que ela se mantém na formulação mais concisa de que não há, entre as pulsões que habitam o Isso, nenhuma contradição que tenha valor, isto é, que assuma o efeito da exclusão lógica O terceiro comentário destacase dos aforismos em cuja pe numbra concluise o estudo sobre O Eu e o Isso (Das ch und das Es), surgindo sob a denominação do silêncio que as pulsões
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache
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indestrutível que se manifesta (na dacrona), fundamentandose esse rigor associativo de que ele é capaz, na segunda dimensão, na própra comuatividade que ele exbe, por ser ntercambável na prmeira. Sua subsisência de conotação não pode ser suspensa por lhe serem lgados sgnos conraditóros, só podendo se exercer uma exclusão proveniente desses signos enquano as como condição de consisênca numa cadeia a ser constuída; acrescentemos que a dimensão em que se conrola essa condição é apenas a radução de que tal cadeia é capaz. Deenhamo-nos por mas um nsane nessa loteria: para consderar que é a não organização real pela qual seus elementos se misuram no ordnal, ao acaso, que, por ocasião de sua extração, nos faz rar a sorte, ao passo que é sua organização estruural que, permitindolhes ao sabor do jogo serem ldos como um oráculo, dexa que, prosseguindo sua exração, exração, eu possa pos sa afirmar que falam alguns no cardinal. É mesmo para o supore do sgnifcante, portano, que somos dirgdos pelas proposições de Freud, e desde a prmeira. Será porventura preciso sublnhar que os volteios em que se enreda a segunda marcam, pelos referenciais sempre gramaicas que Freud dá a suas reomadas, que de fao se raa de uma ordem dscursiva? A partir daí, não deixaremos de ficar mpressonados com a indiferença combnaória, que se demonsra, efetivamente, pela
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o que nele se produz de prece ou de denúncia remetidas lhe vem de fora e, se ele as acumula em si, é para dormir sobre elas. Dissipa-se aqui a opacidade do texto que enuncia sobre o Isso que o silêncio impera nele: porquano não se raa de uma metáfora, mas de uma antítese a ser buscada na relação do sujeio com o significane, que nos é expressamente designada como a pulsão de more Mas, reenconremos Daniel Lagache no eixo da quesão sobre a pessoa, para lhe admitir que, se Freud afirma que não há no sisema do inconsciene "nem negação, nem dúvida, nem grau de certeza , não é para nos fazer imaginar que ele compora compora uma certeza irresria, nem tampouco o grau zero de cereza. Como agiríamos de ouro modo, se há muito empo formulamos que é somente a ação que gera a cereza no sujeio? Mas cremos que o erro de Lagache, aqui, é confundir afir mação com cereza. Com o que, endo esvaziado a segunda, ele acredia livrar-se da primeira pelo mesmo processo, embora de fama duvidosa, a que se liga a imagem do bebê desesperado no escoamento da banheira. Enretanto, como haveria de ser assim, se enre afirmação e cereza se esabelece aquele vínculo, senão de precedência, ao menos de precessão lógica, no qual têm lugar jusamente as incerezas geradas pela ação em sua trilha de verificação? E não seria isso dar pouca importância ao cuidado, como de hábio incrível pela presença de espírio de que dá provas, com
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache 190 -
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psicanálise, dos números escolhidos ao acaso, um capítulo por demais esquecido da Psicopatologia da vida cotidiana Esse é o exemplo, tido como o menos favorável, por sua abstração, com que tencionamos mostrar que é numa duplicidade fundadora do significante que o sujeito encontra desde logo o regato secreto por onde flui antes de brotar, veremos por qual fenda. Mas, se nos permitirem recorrer, inversamente, à calorosa animação do Witz, nós o ilustraremos em sua máxima opacidade pelo talento que guiou Jarry na descoberta da condensação de um simples fonema suplementar na interjeição ilustre: merdra. Banalidade requintada de lapso, de devaneio e de poema, uma letra bastou para dar ao mais vulgar dardejamento Uaculation] em francês o valor joculatório, 10 que atinge o sublime, do lugar que ela ocupa na epopéia de Ubu: o da Palavra anterior ao começo Onde não chegaríamos com duas letras, já que a grafia " Meirdre Meirdre nos foeceria, por intermédio intermédio da gematria, gematria, tudo o que de promessa o homem jamais ouvirá em sua história, e já que " Mairdre Mairdre é o anagram anagramaa d o verbo verbo em que se baseia o admirável? 11 Que não se veja nessa pequena extravagância na seriedade de nossa exposição senão nossa preocupação de lembrar que foi ao fool, oh! Shakespeare!, tanto na vida quanto nas letras, que ficou
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Escritos Escritos Écrits Écrits - ]acques Lacan Lacan
ser o tormento deste. Aprovo ainda mais sua prudência, na medida em que a pergunta não pode partir do Isso, mas responde a ele A inquietação mais característica do Eu, sabemos, no entanto, desde Hemmung Symptom und Angst, é apenas o sinal de alerta alert a que faz entrarem entrarem em jogo as defesa defesass contra cont ra a afirmaç afirmação ão do Isso, e não sua pergunta Na verdade, Daniel Lagache tem todo esse trabalho aqui por querer que a função do juízo seja privilégio do Eu. Posso eu dizer-lhe que ao meu ver todo o movimento da experiência freudiana inscrevese contra isso, e quando hei de poder, de texto na mão, demonstrarlhe que o famoso Entwu dedicado a Fliess, tem por objetivo não acessório deixar claro que, no nível do sistema das facilitações primeiras do prazer, já se constitui uma forma fundamental do juízo, 1 2 que ele designa apropriadamente pela expressão juízo primário? pri mário? Não podemos, de nossa parte, entender de outro modo a fórmula a que Daniel Lagache confia o extremo de seu latim: a de que as pulsões existem.
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache 190 -
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uma nova cítica do juízo, que consideramos instaurada nesse texto. Até o momento, à parte a publicação do diálogo do qual fizemos o relato, essa iniciativa, como acontece em mais de um caso, beneficiouse tão pouco de outro tipo de comentáio quanto se se tratasse de uma embriaguez de Noé. Admitese Admitese relevar relevar que o pai Freud Freud se contentasse com o juízo de atrbuição e com o juízo de existência, e até desse ao primeiro a vantagem de uma antecedência lógica em relação à negação em que se basearia o segundo Não somos nós, na psicanálise, que iremos nos oferecer à chacota dos lógicos, nem tampouco nos arriscarmos no ensino de Brentano, o qual, no entanto, sabemos que brlhava em Viena e que até Freud o freqüentou. O j uízo de atr atrbuição, buição, ele o concebe, conceb e, pois, poi s, como instaurando-se pela simples Bejahung, com sua cadeia desenvolvendo uma primeira condensação ou sincretismo em que já se manifesta uma estrutura combinatóra que nós mesmos ilustramos. 13 Com esse tipo de afirmação de justaposição, o que refutar em algum momento, a não ser por efeto de obstução? É
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Escritos Escritos [Écrits [Écrits - ]acques ]acques Lacan Lacan
ou de relação que seria o caso de superar. Isso ainda nos será mosrado pelo exemplo daquilo que é preciso mobilizar para que uma pesquisa propriamene esruural se susene em seu nível quando virmos o obsáculo com que ela depara numa dificuldadezinha ão pequena quano o ne cujo emprego em francês em "je "j e crains crains qu'il qu' il ne vienne [ eu receio qu quee ele ele venha] é qualificado pelos gramáicos de ne expressivo sem que nunca nin guém armado dos mais aperfeiçoados óculos enha sabido desvendar de que ele pode ser expressivo Mediane o que gramáicos gramáicos muio informados e muio prevenidos conra conra qualquer outra outra auoridade que não a do uso como os srs. Bruno e Bruneau em seu Précis de grammaire historique (Masson 933, p.587) consideram a rabalheira que a odos em dado esse ne como sendo de " pálido ineresse a preexo de " que as regras regras esabelecidas para ele são variáveis variáveis e conradiórias conradiórias . Gosaríamos que se raçasse um gráfico das zonas em que essas parculas subsisem como que em suspensão. Promovemos ese ano um que é de nossa lavra14 onde cremos poder designar
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache- 190
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lugar senão no ne cuj cuj o valor valo r deve ser buscado numa n uma precipiação precipiação como lógica é assim que chamarem chamaremos os a função função a que se prend prendee seu emprego emprego em " avan avan qu qu'i 'ill ne vienne vienne [ " anes anes que ele venha ] . A dia estrutura não deixa dei xa de er um correlao energé tico, na medida em que o que poderemos poderemos definir definir como " a fadiga fadiga do suj suj eio manifestamanifesta-se se na neurose como distina distin a da da fadiga fadiga muscular Evocase aqui um bedelhudo, a objetar que isso não pode ser o inconsciene, já que, como todos sabem, ese desconhece o tempo. Ele que reoe às aulas de gramática para distinguir o tempo da cronologia, para disinguir as " formas de aspeco , que consideram na enunciação aquilo que acontece com o sujeio, daquelas que siuam o enunciado na linha dos aconecimentos. Enão Enão ele não confundi confundirá rá o suj eito do consumado co c o m a presença do passado. Desperará, sem dúvida, para o entendimeno de que a tensão comporta empo e de que a idenificação se faz no rimo de uma escansão. Mas esse ne, em sua caducidade incera, sugere a idéia de
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Escritos Escritos Écrit Écrits s - acque acques s Lacan
experênca. Trata-se Trata-se,, em outras palavras, da articulação articulação da defesa defesa com a pulsão Do carrossel enlouquecido em que os autores batem cabeça uns com os outros, ou até nádegas, correndo atrás de seus impulsos, Danel Lagache aponta precisamente a penosa caco fonia. Somente os psicanalistas podem apreciar a experiênca que sustenta essa lteratura: e que possamos buscar a aresta que se marca realmente em tal impasse desse dscurso O que Danel Lagache sublinha da contradção que há em atribuir a uma defesa seu sucesso deixa em suspenso a questão de em que ela pode ter êxito. Distinguir as relações do sujeto com a estutura, concebida como estutura do significante, é restabelecer a própria possib ldade dos efetos da defesa. Há quem nos mpute sustentar o poder mágico da linguagem. Muito pelo contráro, professamos que esse poder se obscurece ao ser remetido a uma suposta abeação prmária do psquismo, e que é acumplicar-se com ele o conferrlhe, assim, a consistência de um fato mpensável.
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache
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Nós é que o sublinhamos aqui, para distinguir também sua possibilidade de uma multiplicidade sem agrupamento puro reexo cambiante de Todo-Uns, os quais, apesar de cada um abranger uma alteância, nem por isso estão engastados em nenhum leque. Seja como for, essa união do sujeito com o objeto, como podemos reconhecê-la, é o ideal evocado desde sempre como princípio de uma teoria clássica do conhecimento, fundamentada na conaturalidade pela qual o conhecedor, em seu processo, vem a co-nascer15 no conhecido. Como não ver que é precisamente contra isso que se ergue toda a experiência psicanalítica, na fragmentação que ela revela ser original na combinatória do delas".
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como existente Crença que se pode demonstrar que está no princípio do desenvolvimento galileano da ciência. Digamos apenas que esse lugar não invoca nenhum ser su premo, já que, lugar de Mais-Ninguém, só pode ser de alhures que se faz ouvir o é do impessoal, do qual, no devido tempo, 16 nós mesmos mesm os articulamos a questão questão quanto ao Isso. Iss o. Ela não depara, depara, essa questão cujo significante o sujeito pontua, com outro eco senão o silêncio da pulsão de morte, que foi preciso que entrasse em jogo para provocar o fundo de depressão reconstituído pela sra Melanie Klein no talento que a guia ao longo das fantasias. Ou então ela se reitera no susto da resposta de um Ulisses mais esperto que o da fábula: aquele, divino, que faz de bobo
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache 190 -
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no entanto, ele sabe que só se produz no encontro do sujeito com a imagem narcísica, e acrescento, à luz do que acabo de introduzir: quando o sujeito depara com essa imagem em con dições que lhe evidenciam que ela usurpa seu lugar. No princípio das verdadeiras resistências com que se lida nos dédalos do que oresce de teórico sobre o Eu na psicanálise, existe a simples recusa a admitir que o Eu seja ali, por direito, aquilo que revela ser na experiência: uma função de desconhe cimento. Essa Ess a resistência apóiase no fato fato de que é preciso conhecermos algo da realidade para subsistir nela, e de que é obviamente prático que a experiência acumulada no Eu, especialmente no
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Escritos Escritos Écrits Écrits - ]acques ]acques Lacan Lacan
das relações do Eu com o Isso, Iss o, 7 à qual chamaremo chamaremoss ovonoolho ovon oolho.. Figura célebre a encher as cacholas, onde é privilegiada por condensar num signif sig nificante icante sugestivo de sabe-se lá que dopagem dopagem lecitínica da nutrição a metáfora da mancha embrionária, na protuberância protuberância mesma que se supõe representar representar ali a dife diferenciação renciação " supe superf rfici icial al , há qu quem em se rejubi rejubile le com isso qu quee lhe é trazida do mundo exteo. No que se lisonjeia, pelas vias da surpresa (em todos os sentidos da palavra) próprias do incons ciente, um u m geneticismo em que se prolongam num uso de primata primata os antigos engodos do conhecimento amoroso. Não é que desses engodos devamos desdenhar, por menos
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache - 1960
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um engaste e alguns berloques para que nos vejamos providos do chocalho dos doidos varridos, antídoto do humanismo e reconhecido desde Erasmo como lhe dando seu sabor É da própria rotina de nosso ensino fazer a distinção entre o que a função do Eu impõe ao mundo em suas projeções imagi nárias e os efeitos de defesa que elas retiram de mobiliar o lugar onde se produz o juízo E, afinal, não é tudo isso sabido e rebatido desde sempre? E por que precisa Freud acrescentar à sua indicação que um juízo deve vir no lugar do recalque, senão porque o recalque já está no lugar luga r do juízo? E, quando quando contestam a função função que definimo definimos, s, segundo Freud, como sendo a da Verweung (fora (foraclusão clusão), ), acaso
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Escritos Escritos [Écrits [Écrits - ]acques ]acques Lacan Lacan
solidez de fundameno da ese pela qual seu esudo se conduz numa via personalisa? Se com efeito a pscanálise não rouxesse para o problema da pessoa alguma transformação por que enar enquadrar seus dados numa perspeciva que no fm das conas quase não se
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache
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é nem um pouco viscoso. Ou será que cabe entender que sua tópica não é personalisa? Dexo de lado o que os vislumbres de Nunberg, de um lado, e de Fromm, do ouo, êm de mais ou menos estrutural ou personalsa, bem como a arbragem de Fenchel, neles encon
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Escritos Escritos [Écrits [Écrits - ]acques ]acques Lacan Lacan
a caixa precisamente do gargalo A do citado vaso onde a imagem B' se realiza nitidamente a despeito de uma certa deformação que a forma irregular do objeto deve toar bastante tolerável
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache - 190
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simbólico. Distinção cuja importância ensinamos para a cons trução do sujeito, a partir do momento em que é preciso pen sarmos o sujeito como o sujeito em que isso pode falar, sem que ele nada saiba a respeito (e do qual até convém dizer que nada sabe a seu respeito enquanto fala)
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Escritos Escritos Écrits Écrits - acques acques Lacan Lacan
enconre fora de um campo ortogonal à superfície do espelho, cf a figur figuraa 2 e a linha pontilhada pontilhada � ) que sua próp própria ria imagem, dizíamos, venha, no espaço real (ao qual corresponde pono a pono o espaço virual gerado por um espelho plano), siuar-se no inerior do cone que delimita a possibilidade da ilusão campo
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Observação sobre o relatório de Daniel Lagache
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1960
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os [Écrits [Écrits
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s [Écrits [Écrits -
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