100 Anos Clube Desportivo Feirense Parte 3

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100 Anos Clube Desportivo Feirense Parte 3...

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CLUBE DESPORTIVO FEIRENSE CEM ANOS DE HISTÓRIA FUNDAÇÃO DO FEIRENSE PARTE 3

Roberto Carlos Reis* OUTRAS FIGURAS DO CLUBE DESPORTIVO FEIRENSE O critério usado para falarmos de várias figuras que enriqueceram e de que maneira a História do Clube Desportivo Feirense, foi a relação entre o Clube e os chamados 3 grandes (Futebol Clube do Porto, Sport Lisboa e Benfica e Sporting Clube de Portugal): ACÁCIO CARNEIRO Acácio António Duarte Carneiro, nasceu a 30 de Setembro de 1944 e jogava defesa. Efetuou 67 jogos e marcou 3 golos na 1.ª Divisão. Representou o Futebol Clube do Porto (3), Feirense (1), Tirsense (3), Varzim (1)Chaves (1) e Sporting de Espinho (3). Realizou 67 jogos na 1.ª Liga e marcou 4 golos. *Técnico Superior de História Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. Historiador. Investigador CEGOT - Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território -Unidade de Investigação e Desenvolvimento das Universidades de Coimbra, Porto e Minho. DEA em Turismo, Lazer e Cultura Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Doutorando Turismo, Lazer e Cultura Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Professor Convidado Universidad Rey Juan Carlos – Madrid.

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 ARLINDO

1 - Feirense na época de 1973/1974: No 1.º plano: Germano, Arlindo, Armando Oliveira, Acácio, Brites, Nery e Henrique. No 2.º plano: Arsénio, Oliveira, Jaime, Eduardo, Calix, Cândido, Teixeira, damas e Garupa 1

João Arlindo Gonçalves nasceu a 27 de Fevereiro de 1948, em Santa Luzia - Funchal Representou Repres entou o F.C Porto (4, uma das quais nas 10

reservas); Braga (4), Belenenses 1) Feirense (1), Sacavenense (1) Nacional (3) União da Madeira (1) e Barreirense (2)

ARTUR BAETA3 2

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2 MAGALHÃES, Júlio. Memorial F.C.Porto 100 Glórias 3 Campeanato de Juniores 1952-53 .Porto Académica, 1-0 no Estádio Mário Duarte. Na foto da esquerda para a direita. Artur Baeta (treinador) Rogério (guarda-redes Pereira, Gonçalves (não jogou por estar lesionado) Oliveira e Sebastião Silva (Chefe de secção) da Académica), Sá Pereira,

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Nasceu a 29 de Julho de 1912 no Barreiro e faleceu na Senhora da Hora a 29 de Janeiro de 1999. Artur Baeta foi um jogador de craveira média ao serviço do Boavista do Barreiro e do FC Barreirense que representou oficialmente até aos 18 anos. Mas foi como técnico da modalidade que no mesmo clube se revelou e se projetou. Em 1940 frequentou em Lisboa o primeiro curso oficial de treinador sob a orientação de Cândido dos Reis. Formou, no Barreirense, uma ativa Escola de Jogadores abrangendo – o que não era comum na época – jovens de 15/16 anos. Foi o primeiro a dar grande relevo às aulas teóricas. Da sua escola rapidamente começaram a brotar excelentes  valores. Artur Baeta assumiu-se como um homem exemplar, moderno, “avant la lettre”, célere, de vida trepidante. Ainda nos anos trinta, com os transportes públicos insuficientes, amiúde ele se encarregava de, na sua famosa mota e em enorme velocidade, ir buscar os jovens futebolistas para os treinos! Outra faceta que o distinguia era a de índole cultural. Foi, de facto, figura da cultura tendo, para além de outras actividades, participado em representações teatrais e sendo autor de algumas peças. No futebol, em 1945 aceitou orientar as primeiras categorias do Barreirense. Funcionário público, transferido para o Porto, intensificou então a sua actividade de técnico do futebol. Na última metade da década de 40 ingressou no F.C.Porto encetando um trabalho tr abalho de formação em escola que seria um alforge de futebolistas. Foi no Futebol Clube do Porto que as suas enormes capacidades de formação alcançaram elevadíssimo prestígio. Guindando a exigência profissional ao expoente máximo, muniu-se de um gabinete técnico integrando corpo de colaboradores que, ao longo do tempo, o auxiliou e de 12

que fez parte, por exemplo, o ex-internacional Feliciano. Com honra e glória, pela mão do competente e dedicado treinador Artur Baeta a equipa de Juniores do FC Porto conquistou o título Nacional de Juniores, na época 1952-53, o seu primeiro título título oficial de Campeão Nacional, com uma equipa que daria alguns “ases” ao futebol portista e português: António Morais, Ferreirinha, os irmãos Sarmento (Albano e Ângelo), Sá Pereira... E havia, ainda, Freitas, Baltazar, Baltazar, Oliveira, Vítor Gonçalves, Avelino, Resende... Futuros campeões nacionais, alguns internacionais, uns quantos treinadores. Foi o culminar de um notável e profícuo trabalho desenvolvido pelo Clube na preparação dos seus  jovens atletas. Uma tarefa que haveria de ter natural continuidade com repercussão de grande sucesso no escalão sénior. Em Abril de 1952, o Feirense contratou o treinador Artur Baeta, elemento do F.C.Porto, que treinaria a equipa um dia por semana!...

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Em Janeiro de 1953, Cândido de Oliveira (até então selecionador nacional) assumiu o comando técnico da equipa principal do FC Porto numa oportunidade esperada há algum tempo. Substituiu o discípulo e amigo Fernando Vaz e escolheu para seus auxiliares Pinga e Artur Baeta. 4 Equipa que conquistou o título nacional ao derrotar o Beleneses por 2-0 na final. Em cima da esquerda para a direita: Resende, Sacramento II, Sá Pereira, Pereira, Sacramento I, José Oliveira Oliveira,, Valdemar  Valdemar e  e Martins. Em baixo, da esquerda para a direita: Freitas, Morais, Avelino, Ferreirinha e Óscar. O treinador era Artur Baeta.

Artur Baeta ficou no Porto até 1957, saindo com a entrada de Yustrich, que quis o ex-futebolista argentino José Valle à frente dos juniores, despro despromovendo movendo o velho mestre barreirense para os juvenis. Não, obrigado, disse Artur Baeta. E foi à sua vida. Artur Baeta cumpriu depois um périplo por outros clubes, tendo passado por Guimarães, Estarreja, BeiraMar, Varzim, Feirense, Boavista, Salgueiros, Aves e Oliveirense. Em Junho de 1960, como treinador do Salgueiros, saiu derrotado pelo Barreirense na finalíssima da 2.ª Divisão (0-1). 13

Na carreira deste homem discreto e sabedor sabedor,, com uma forte componente componente humana no relacionamento com os miúdos - para Artur Baeta, e segundo os seus conselhos, o estudo era, sempre, prioritário inscreveram-

se, mais tarde, o Varzim (subida à 1 .ª  Distrital), o Boavista (subida à 1 .ª Nacional), o Salgueiros (subida à 1.ª Nacional) e o Feirense (na 1 .ª Divisão Nacional).

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5 Em 2.º plano: Magalhães (massagista), Marciano, Dinis, Aurélio, Campanhã, Jambane e Martim. No 1.º Plano: Medeiros, Barroca, Brandão, Rui Maia, Ramalho e Eduardo. Equipa do Feirense em 1962-63, que foi orientada por Rui Araújo, Artur Baeta e Rui Maia.

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Regressou ao FC Porto e à escola que continuou a forjar gerações de ases portistas (p. ex. Fernando Gomes). O saudoso Pavão era ainda juvenil quando veio

para o FC Porto pela mão do “mestre” Artur Baeta que  viu nele qualidades irrefutáveis. Foi integrado na equipa de juniores, ganhando o Campeonato da categoria em 1964-65. Por essa altura o “mestre” trabalhava nos  juniores e ajudava sempre que que preciso nos seniores. Por duas vezes o nosso celebrado desempenhou as funções de treinador da equipa principal portista, substituindo Kalmar (1963) e António Teixeira (1971).  Também  T ambém foi monitor de cursos de treinadores da Federação e integrou delegações nacionais à UEFA. Artur Baeta revelou-se ainda um perspicaz e muito apreciado jornalista desportivo. Na imprensa, destaque para a colaboração no “Mundo Desportivo”, no “Norte Desportivo” e no “Jornal de Notícias”. Em 1973, a convite de Afonso Pinto de Magalhães, regressa ao F. C. Porto para desempenhar o cargo de secretário-técnico - o primeiro do futebol português. por tuguês.  Trabalhou  Trab alhou com Armelino Bentes, Virgílio Mendes, António Feliciano. A entrada de Pedroto para treinador principal implicou uma remodelação na estrutura da secção, ficando Artur Baeta com os juniores. E no clube se manteria manteria até aos 75 anos de idade, o que é dizer muito da competência, da capacidade de trabalho, da fidelidade de um homem. O bem-aventurado Campo da Constituição foi privilegiado palco da formação ministrada pelo “mestre” Baeta. Em Setembro de 2008 o velhinho recinto converteu-se num moderno Centro de Formação, o “Vitalis Park”, dispondo de um campo de futebol de 11 (descoberto e em piso sintético), um campo coberto de futebol de sete (também em piso sintético), balneários, um café e o espaço “Artur Baeta”.

Quando se fala em “escola” do F.C.Porto, Artur Baeta é o Mestre6 Foi dos primeiros a especializar-se no futebol. Fez cursos, atravessou a fronteira para se valorizar, foi professor e acabaria por ser ele próprio o fundador da escola de jovens do F.C. Porto. Corria o ano de 1952 e Artur Baeta criava o maior património que um clube de futebol pode ter: os jovens, garante de todos os futuros. Competente, rigoroso, conhecedor, conhecedor, Artur Baeta logo foi tentado para ser ele o “condutor” de equipas seniores. Por isso em 1956 saiu do clube para só regressar em 1973, outra vez para dar sentido às camadas jovens do F. C. do Porto. Foi como um “pai” para todos os atletas que cedo se iniciaram no futebol, a maioria de “parcos” recursos financeiros. Jovens a quem Artur Baeta ensinava não só a arte do futebol como os encaminhava para uma vida segura, na qual os conhecimentos e aforma de enfrentar a dura realidade do dia-a-dia faziam parte do sucesso de qualquer homem. O Clube deve-lhe a formação de centenas de talentosos jogadores e sobretudo uma sólida ação social. Todos aqueles que passaram pelas mãos de Artur Baeta não esquecem certamente os ensinamentos deste homem que se tornou no primeiro secretário-técnico de uma equipa de futebol sénior. sénior. Fica para sempre ligado ao F. C. Porto. É um pedaço importante da história do clube.

6 MAGALHÃES, Júlio. Memorial FC Porto : 100 Glórias

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BRITO

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Baltemar José Oliveira Brito Brito,, mais conhecido como Baltemar Brito, Brito, nasceu no Recife a 9 de janeiro de 1952), é um treinador e ex-

7 Baltemar Brito, o primeiro em pé da esqueda para a direita.

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futebolista brasileiro, que atuava como defesa. Durante alguns anos adjunto de José Mourinho é irmão, por parte de pai, do artista plástico Romero Brito. Atualmente é adjunto do Espérance. Baltemar Brito iniciou sua carreira de jogador no Sport, em 1972. E depois jogou os dois anos seguintes

no Santa Cruz, quando depois foi para Portugal, onde atuou no Vitória de Guimarães (1), Paços Ferreira (3), Feirense (2), Rio Ave (4), Vitória Setúbal (1), até encerrar a carreira de jogador no Varzim (3), em 1988. Aqui começou sua carreira como treinador. treinador. Em seguida treinou o modesto Macedo de Cavaleiros e o Barrosas. Na temporada 2001-02, no União de Leiria, iniciou uma ligação com José Mourinho, de quem foi onde foi adjunto. Durante 7 temporadas (2003 a 2010) foi responsável por uma parte importante do êxito de José

Mourinho no Porto Porto (3), Chelsea (3) e Inter de Milão (2), (2), uma vez que tinha tarefas específicas de análise aos adversários e de prospeção detalhada de jogadores. Em 2010, foi convidado para treinar do Belenenses, mas devido a divergências com a nova direção do clube, foi demitido sem começar a época. Ainda esse ano, comandou o Al-Ittihad da Líbia (2)e devido a crise interna no país, saiu do clube. Depois treinou o Al Dhafra (1). Em 2013, estará no comando do Grémio Osasco (1). Desde 2015 é adjunto do Espérance Sportive de Tunis.

BRUNO COSTA

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8 https://cdnimages0 https://cdnimages01.azureedge.net/renascenca/br 1.azureedge.net/renascenca/bruno_costa_fc_porto12385 uno_costa_fc_porto1238548f.jpg  48f.jpg 

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Natural de Oliveira de Azeméis, deu os primeiros toques na bola na Escola Es cola de Futebol “Os Milheirinhos”, em Santa Maria da Feira, antes de rumar às escolas do Feirense. Contudo, o salto maior deu-se em 2009, para o FC Porto, onde progrediu entre o futebol e os estudos, no curso superior de Engenharia Informática. Ao transferir-se do Feirense para o FC Porto, tomando-se numa das pérolas do clube azul e branco. Ajudou o escalão de Juniores a conquistar dois Campeonatos Nacionais e a equipa B a vencer a Segunda Liga. Com características ofensivas, começou a despontar a extremo, mas foi adaptando-se a terrenos

mais interiores. Tem no passe o melhor atributo. Gosta de assumir e organizar o jogo e não teme em arriscar com os dois pés. Tem como hábito despejar o esférico esfé rico nas costas das linhas defensivas, mas não hesita em galgar metros com a bola controlada. Estreou-se, em 2018, na Liga dos Campeões. Bruno Costa cedo começou a aparecer nas seleções  jovens de Portugal. Fez Fez a primeira internacionalização a 5 de junho de 2012 e conta 23 presenças pela camisola das «quinas», entre sub-15, sub-16, sub-17, sub-19 e sub-20.  

CAMILO

Camilo Alves Barros foi um defesa que passou pelo Futebol Clube do Porto nas décadas de 30 e 40, desconhecendo-se a sua naturalidade. Épocas : 6 (30-32), (34-35) e (43-46) Estreia: 22-3-1931 na vitória por 6-1 frente ao progresso. Treinador: Joseph Szabo (húngaro).   Palmarés: 6 Campeonatos do Porto Depois de ter estado largos anos no S.C. Espinho, e de ter passado pelos Açores, ingressou no F.C. Porto na temporada de 1930/31. Camilo estreou-se com a camisola dos Dragões no dia 22 de Fevereiro de 1931 numa partida a contar para a 6ª jornada do Campeonato do Porto da temporada de 1930/31, em que os portistas venceram a formação do Sport Progresso por 1-0. Nessa época de 1930/31, Camilo venceu o Campeonato do Porto, competição que voltou a ganhar na temporada seguinte, antes de deixar o F.C. Porto, no entanto regressou aos Dragões em 1934/35 para ser utilizado apenas numa partida a 18

contar para o Campeonato do Porto, prova que mais uma vez ajudou a conquistar. Pouco depois viu-se obrigado a ser submetido a uma operação a um joelho que o impediu de praticar futebol durante bastante tempo, mais tarde recuperou e começou por dar o seu contributo na equipa de reservas. Na temporada de 1943/44, Camilo voltou a fazer parte do plantel principal do F.C.Porto, numa época onde  voltou a vencer mais um Campeonato do Porto. Na época seguinte voltou a sagrar-se Campeão do Porto.

Em 1945/46, com a lesão do habitual titular titular,, Vitor Guilhar, Camilo teve um papel ainda mais importante na defesa dos portistas, que voltaram a conquistar o Campeonato do Porto. No final da tempora temporada da de 1945/4 1945/46 6 deixou o F.C. Porto. Em 1952/1953 Camilo Alves Barbosa, elemento do F.C. Porto treinou o Feirense tendo ten do renovado o respectivo respect ivo contrato em Maio de 1953, até 1954

CARLOS CARNEIRO Carlos Alberto Alberto Silva Carneiro nasceu em São João de Ver a 14 de Janeiro de 1970. Na primeira pessoa Carlos Caneiro  sublinha “corri no porto nas épocas de 1987/88 na categoria de  juniores, nestas 2 épocas que corri no porto, tive várias vitórias (mais de 20) individuais e coletivas, tais como, Campeão Nacional de Pista “Perseguição Individual”, “Bi” Campeão Nacional por Equipas em Estrada, Bi Campeão Nacional de Rampa, vários vezes Campeão Regional em vários vertentes, Estrada Pista, vários Grandes Prémios, por exemplo de Gondomar, de Esposende, Prémio de Gião (Vila do Conde), entre outros 2º e 3º e outros bons lugares em muitas provas que estive presente. Posso sentir-me orgulhoso pelas 2 Grandes Épocas que tive como ciclista do F. C. Porto”. Carlos Carneiro representou a equipa do FeirenseRuquita em 1991, Feirense-Philips em 1992, FeirenseImporbor em 1993, Sicasal-Acral em 1994 e 1995, Boavista-Recer em 1996 e 1997, Maia-Cin 1998 e 1999, Maia-MSS em 2000, Milaneza-MSS em 2001, 2002 e 2003, ASC-Vila do Conde 2004 e Madeinox em 19

2005 e 2006. Foi o último ciclista natural do Concelho da Feira que representou o Futebol Clube do Porto e o Feirense. Ciclista com várias vitórias de relevo, foi duas vezes Campeão Nacional Estrada Elite em 1988 e 1999, em 2000 foi Campeão Nacional por Equipas, venceu  vários GP assim como várias várias etapas e Circuitos. Foi realmente um atleta com um grande desempenho, quer a nível pessoal como contribuindo para as vitórias coletivas. PALMARÉS 1988: 3º na Classificação Final do Tour de la Yonne França; 1991: 1.º no Circuito das Doze Voltas á Gafa; 1º no Circuito de São João de de Ver; 1º na 1.ª etapa do GP Correio da Manhã; 1.º na Classificação Final do GP Correio da Manhã; 1.º na 4.ª etapa do GP a Capital; 1.º na Classificação Final do GP Internacional Costa Azul; 1992: 1.º na Classificação Final do GP Correio da Manhã; 1.º na Classificação Final da Volta a Santa Maria da Feira; 1.º nas 2.ª e 5.ª etapas da Volta a Murtosa; 1993: 3.º na 3.ª etapa do GP o Jogo; 1994; 1.º na 2.ª etapa do GP Lacticoop; 1.º na Classificação Final da Volta a Santa Maria da Feira ; 1.º na 1.ª etapa da Volta a Santa Maria da Feira; 1.º na 1.ª etapa da Volta ao Alentejo e 1.º na Classificação Final da Volta ao Alentejo; 1995: 1.º no Circuito da Malveira; 1.º na 8.ª etapa do Rapport Toer Africa do Sul; 1.º na Classificação Final da Volta a Santa Maria da Feira e 1.º na 1.ª etapa da Volta a Santa Maria da Feira; 1996: 1.º na 1.ª etapa da Volta a Portugal e 1.º na 1.ª etapa do GP Correio do Douro;1997: 3.º na Classificação Final da Volta a Santa Maria da Feira; 1998: 1.º no Circuito da Moita; 1.º no Prólogo do GP do 20

Minho; 1.º na 2ªetapa da Volta a Trás os Montes; Campeão Nacional Estrada Elite; 1999: 1.º na 1.ª etapa da Volta dos Descobrimentos; Campeão Nacional Estrada Elite. 2000: Campeão Nacional Estrada Elite por Equipas; 1.º no Circuito da Moita; 1.º na Classificação Final por Pontos do GP Abimota; 1.º na 1ª etapa do GP Mosqueteiro s; 1.º na Classificação Final do GP Mosqueteiros; 1.º na Classificação Final por Pontos do GP Mosqueteiros;

2001: 3.ª na Clássica Primavera; 2005: 1.º no Circuito da Moita  

DIAS

Ricardo Jorge dos Santos Dias, nasceu a 25 de Fevereiro de 1991, em Esgueira – Aveiro. Joga a Médio Representou o Beira-Mar (12), F.C.Porto (5), Padroense (1), Tourizense (1), Santa Clara (1), Belenenses (3) Feirense (1) e Académica (1). Nos seniore senioress do F.C. Porto: Estrei Estreiaa a 17-10-2 17-10-2009 009 na vitória por 4-0 frente ao Sertanense. Treinador: Jesualdo Ferreira. Ficou ligado à epopeia do Feirense na 1.ª Liga em 2016-2017, participando do plantel que obteve a melhor classificação de sempre no escalão máximo do futebol nacional. DIESTE José Martínez Dieste, nasceu em Noia, Galiza, Espanha a 19 Mar.1929 e morreu em Santo Tirso. Formado no Desportivo da Corunha, jogou ali entre 1948 e 1950. Depois veio para Portugal tendo passado por diversos clubes, destacando-se o Clube Desportivo Feirense. Saiu do Tirsense para ingressar no FC Porto. A sua estreia ocorreu a 17-10-1954 na vitória frente à Académica de Coimbra, em Coimbra por 3-1, tendo como treinador, Fernando Vaz. Futebolista de qualidade, em Espanha atuava na posição de médio. Chegou ao FC Porto para ocupar um lugar na linha avançada, mas não se impôs num plantel recheado de valores. Fez 11 jogos na época 1954-55 (9 no Campeonato, 2 na Taça de Portugal) e não concretizou nenhum golo. Abandonou o FC Porto no final da referida temporada de 1954-55, tendo jogado depois noutras equipas. De 1959 a 1961 foi treinador-jogador do Feirense. Casou com uma senhora de Santo Tirso onde  viveu durante muitos anos e onde faleceu. 21

Jogador de fama e de valor, Dieste pertence àquele número de jogadores estrangeiros cuja vinda para o nosso país não pode ser mal-encarada por aqueles que criticam cri ticam a invasão do nosso’ futebol por atletas de valor duvidoso. O que Dieste vale ou valia como jogador jo gador ficou demonstrado com eloquência eloquência na n a sua passagem passa gem pelo F. F. C. do Porto. Porém, o correto jogador espanhol enveredou pela carreira de treinador ingrata e mal compreendida, e é compreensível, compreensível, que muitos olhos tenham seguido o antigo atleta azul e branco, branco, aguardando os êxitos ou as desditas da sua nova carreira. Começando a treinar o Tirsense, não foi Dieste totalmente feliz, porque, em casos análogos, o que conta acima de tudo são as vitórias estrondosas e, no caso, Dieste deixou até de ser o treinador treinador da equipa negra. Poucos, porém, souberam ou quiseram saber, sa ber,

que o motivo de afastamento de Dieste foi por uma questão de disciplina da sua parte, coisa que sabemos fazer parte, e muito bem, da sua bagagem de homem de futebol. Com inegáveis qualidades e re recursos cursos ainda acima da média normal, normal, o famoso dianteiro espanhol, apareceu um dia em Espinho no clube local. No ano seguinte surge-lhe sur ge-lhe nova oportunidade. Para diminuir as despesas o Espinho dispensa-o e o C. D. Feirense, a pensar em  voos altos, contrata-o para treinador-jogador treinador-jogador.. O que foi a carreira da equipa guiada com mão segura e hábil, sabem-no os nossos leitores atra vés do nosso jornal. O epílogo des desse se trabalho insano e competente, está ainda no eco dos foguetes que anunciaram a subida do C. D. Feirense à 2.ª Divisão Nacional. Nacio nal.

9 Na foto, em cima, da esquerda para a direita: Zeferino, Dinis, Aurélio, Licínio, Casimiro, Campanhã e Garupa. Em baixo: Leite, Dieste (treinador-jogador), Brandão, Ramalho e Eduardo. 1959/60 22

O nome José Martinez Dieste tem, pois, de ficar inteiramente ligado ligado aos êxitos do C. D. Feirense, nesta sua época de oiro de 1959/60 em que conquistou o título distrital distrital e logo a seguir ascendeu à divisão Imediata. Conhecedor profundo da técnica do futebol moderno, Dieste soube dar à equipa do Feirense uma coesão, coe são, alma ligação Invulgar em equipas distritais, de tal modo que todos os adversários se acharam acha ram obrigados a enaltecer e a evidenciar evidenciar a valia técnica do Feirense. Feirense. Bom preparador físico, e muito consciente, Dieste foi ainda um bom condutor de atletas, pela sua correção, pela sua educação, lealdade, pelo seu trato afável embora disciplinado. Trabalhador incansável, Dieste soube dirigir com mão firme a sua equipa através duma prova duríssima, em que a grande e esmagadora maioria das equipas perde as esperanças logo na primeira fase. Soube, além disso, já então acompanhado de Alfredo Valadas como orientador orien tador técnico, segurar moralmente os jogadores nas duas fases finais em que a juntar ao superior desgaste desgaste físico havia uma multo maior quebra psicológica, princi palmente após o jogo em Penafiel, em que a equipa jogou multo abai xo  xo das suas possibilidades e que poderia ter sido o desmoronar de todas as esperanças. A equipa, porém, continuou a bater-se pelo Objetivo maior, a subida de di visão,  visão, como se aquele jogo, que poderia ter resolvido todas as dú vidas, tivesse tido um desfecho favorável. Férrea moral sustentou os atletas até ao fim. E ali também se pode avaliar,, em muito, a missão do treinador. avaliar Dieste continuou à frente da equipa do Feirense como seu responsável, responsável, tendo sido substituído por Valadas. Em 1959/60 e 1960/61 passou pelo C.F. Feirense onde para além de jogador desempenhou também a função de treinador. 23

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10 Equipa do Feirense, que tinha como treinador-jogador treinador-jogador,, Dieste, na deslocação a Noya em Setembro de 1960

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Clube Desportivo Feirense em Espanha11 910 91 0

Às 9 horas de Domingo foi a partida, pouco desejada por visitados visitados e visitantes, diga-se em abono abono

Uma inesquecível jornada de amizade e de boa propaganda do futebol FEIRENSE, 3 - NOYA, 2 Converteu-se numa verdadeira embaixada de amizade e de simpatia simpatia a visita dos atletas e dirigentes dirigentes do Clube Desportivo Feirense Feirense à bela vila de Noya, no norte de Espanha. Os noyanos foram inexcedíveis na arte de receber, receber, verdadeiramente fidalgos, numa palavra. A graça e a vivacidade viva cidade da sua juventude, os requintes requintes de amabilidade dos dirigentes dirigentes desportivos vincaram profundamente no espirito dos feirenses que tiveram a felicidade de visitar Noya sentimentos de gratidão gratidão e admiração e..., porque não dizer dizer,, de saudade! Esperada a caravana na fron fronteira teira de Valença, pelos dirigentes desportivos do Noya C. F., Srs. Manolo Hermida, presidente, José Brenlla, secretário, e Cesar Perez,- secretário técnico, foram estes convidados a almoçar, com os feirenses feirenses em Valença. Após o almoço, atravessaram a fronteira dirigindo-se dirigindo-se em autocarro espanhol para Noya. Aí foram instalados em bom hotel e, à noite, brindados com um baile animado por centenas de pares. No sábado, às 18 horas, realizou-se o encontro de futebol entre o C. D. Feirense e o Noya C. F. de que damos curta resenha noutro noutro local. A noite foi dedicada aos visitan visitantes tes novo baile em que predominou o encanto das jovens e graciosas “señoritas” que sempre envolveram envolveram os seus hóspedes com todo o carinho e cortesia.

da verdade, pois não sabemos se melhor diremos que Noya conquistou a Vila da Feira ou se a Vila da Feira conquistou Noya. Mais umas quantas palavras de afeto e de simpatia e um amargo amargo «Adeus até ao ano». Integrado no programa das fes festas tas da Vila de Noya realizou-se o encontro de futebol entre as equipas de Vila da Feira e de Noya. Perante a expectativa de numerosa assistência, os portugueses com a bandeira de Espanha Espanha e os espanhóis com à bandei bandeira ra de Portugal entraram a par no retângulo dando uma volta sempre  vibrantemente aplaudidos. Antes do início do jogo os ca capitães pitães das duas equipas trocaram lembranças, oferecendo os espanhóis um primoroso galhardete; os portugueses uma artística miniatura do Castelo da Feira que foi também muito apreciada. Sob a direção duma equipa de arbi arbitragem tragem de S.  Tiago de Compos Compostela tela os grupos alinharam:  Jorape (Julit); Ares, Cândido e Marin; NOYA F. C.: C.: Jorape Rama e Freire (Astray);Chuchú (Freire), Pépino, Juan António, Petisco Petisco e Roberto (Caeiro): C. D. FEIRENSE FEIRENSE:: Gonçalves; Dinis, Licínio e Aurélio; Dieste, e Campanhã (Ernesto); Rui, Brandão, Bran dão, Rui Maia,

11 Notícias, 5 de Setembro 1960

Ramalho e Eduardo. 25

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Pertenceu aos noyanos o pri primeiro meiro golo da partida marcado por Pepino. Os feirenses não se ressentiram res sentiram com o desaire e lançaram-se lançaram-se esforçadamente ao ataque e acercando-se perigosamente das redes de Jorape. Dois golos viriam a premiar o seu bom trabalho, marcados por Dieste e Ramalho, na primeira parte, que terminou com o marcador em 2-1. Na segunda metade do encontro os espanhóis procuraram anular anular a desvantagem mas Licínio em

12 Os atletas do Noya F. C. e do C. D. Feirense com a equipa de arbitragem

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mais uma tarde de inspiração fazia fazia gorar todas as investidas ad versárias. Foram ainda os portugueses que movimentaram mais uma vez o marcador com um bonito bonito golo de Rui Maia. Parecia estar encontrado o resultado final mas o árbitro entendeu que devia mandar marcar um penalty quase no fim do desafio e, deste modo, Caeiro reduziu o «score» para 3-2. Ainda se jogou durante mais alguns alguns minutos, más não foi possí vel  vel alterar o resultado.

 TERMINADO O ENCONTRO A ASSIS TÊNCIA  APLAUDIU DEMORADAMENTE DEMORADAMENTE OS VENCEDORES. VENCEDORES.

Pelo Sr Sr.. D. Carlos Santamaria, foi entregue ao capitão “da equipa, Licínio, a artística taça «Centenário «Centenário  v Ferry» que estava destinada desti nada ao vencedor dá partida. Os atletas feirenses deram uma volta ao campo com o troféu, sendo, mais uma vez muito aplaudidos. Jogo

brilhantemente disputado e com muita correção. Dieste voltou na temporada de 1967/68 ao clube de Santa Maria da Feira para assumir o comando técnico, lugar que ocupou até Abril de 1968.

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EDUARDO GONZALEZ Eduardo Rodríguez Faustino González nasceu a 12 de Fevereiro de 1936 13 Campeão Distrital 1967-1968 .Na segunda metade da década de 60 o Feirense conquistou o seu terceiro título de Campeão Distrital de Aveiro, na época de 1967/68. Dieste (treinador ), ), José Oliveira, Oliveira, Eduardo, Ramalho, Lopes, Mário João, Dinis, Amadeu, Vasco, Quinzinho, Zeferino, Garupa e Magalhães (massagista). Em baixo: Brandão, Noé, Octávio, Grilo, Carlos Oliveira,, Germano, Jorge e Chupa. Oliveira

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Foi defesa central do Feirense entre 1959-1970. Assumiu o cargo de treinador em 1977-1978. O treinador Gonzalez foi substituído e na 5ª jornada já estava o treinador João Mota até ao final da época.

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EMÍDIO PINTO

Emídio Pinto nasceu em 29 de Março de 1932 em Santa Marinha e faleceu a 24 de Dezembro de 2011, no Candal. Como ciclista representou o Sangalhos e o F. C. Porto, tendo sido considerado, pelos seus adversários, um corredor temível durante a sua carreira de 1950 a 1962. Destacou-se como diretor-desportivo do F.C.Porto, Coimbrões, Sporting C.P., Canidelo, Ruquita/  Feirense, Madeinox e Louletano, ao serviço das quais ganhou muitas provas e sendo ainda hoje, 30

conjuntamente com Manuel Zeferino, o treinador que mais Voltas a Portugal ganhou. Como diretor-desp diretor-desportivo ortivo venceu a Volta a Portugal por cinco vezes, além de ter conseguido outros três triunfos como diretor-desportivo adjunto, e orientou a equipa do Sporting que participou na Volta a França de 1984, na qual Paulo Ferreira ganhou uma etapa. Foi ainda selecionador nacional e muitas vezes comparado a José Maria Pedroto, pelo estilo e pela argúcia.

No final da carreira foi adjunto de José Santos na equipa Madeinox-Boavista e, num dos intervalos da actividade como técnico, foi motorista das organizações de ciclismo do Jornal de Notícias, factos que são demonstrativos da sua “grande humildade”.  

FALCÃO

António Vital B. Falcão Oliveira foi um futebolista português que esteve ao serviço do Futebol Clube do Porto durante a década de 40 do século passado. Jogador que atuava no meio-campo, António Falcão ingressou nos Dragões no início da temporada de 1944/45. Estreou-se Estreou -se com a camisol camisolaa do F.C. Porto no dia 4 de Fevereiro de 1945, no jogo da 10ª jornada do Campeonato Nacional, quando os portistas foram a Lisboa defrontar o Sporting C.P. Apesar de ter estado três épocas no F.C. Porto, entre 1944/45 e 1946/46, apenas conquistou o Campeonato do Porto de 1946/47, isto porque não fez nenhum jogo nos campeonatos regionais das duas primeiras temporadas em que vestiu a camisola azul e branca. Ainda assim deixou o seu nome na história do clube e também do Campeonato do Porto já que o F.C. Porto conseguiu a sua maior goleada nesta competição no dia 15 de Setembro de 1946, quando recebeu no Campo da Constituição o S.C. Salgueiros e venceu por 18-0 com António Falcão a apontar um golo. No final da temporada de 1946/47 António Falcão deixou o F.C. Porto. Ingressou no Feirense na época de 1959/60 fruto da relação de amizade que mantinha com o treinador-jogador, Dieste, onde viriam a conquistar o Campeonato Distrital de Aveiro, dando início a uma caminhada triunfal que culminaria na subida do Feirense à 1. Divisão em 1961/1962. 31

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  Palmarés: 1 Campeonato do Porto e 1 Campeonato de Aveiro  

FELICIANO

António Feliciano, antigo internacional português, ex-jogador do Belenenses e do FC Porto, nasceu em 19 de Janeiro de 1922 na Covilhã e faleceu a 14 de Outubro de 2010 em Maceda - Ourense, veio ainda muito jovem para Lisboa, onde aos 17 anos começou a jogar no Casa Pia Atlético Clube e cedo se fixou na equipa principal 14 Feirense: Campeão Distrital de Aveiro na época de 1959/60. No 1.º Falcão,, Eduardo, Ramalho, Carlos e Dieste Plano: Brandão, Rocha, Alcobia, Falcão (treinador- jogador) e sua filha, Armando. No 2.º plano: Américo Ribeiro (director), Alcides Branco (Presidente), José Luiz Bastos (director), Zeferino, Rui,, Gonçalves, Magalhães (massagista) e Aurélio, Licínio, Dinis, Campanhã, Rui Domingos Ribeiro (director).

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como defesa-central de grandes recursos, dando nas  vistas sendo contratado pelos azuis de Belém, clube que representou durante mais de uma década ao mais alto nível. Foi internacional A por 14 vezes.  Terminada  T erminada sua ligação ao Belenenses, ingressou no Desportivo de Chaves na época de 1957-58, onde exerceu as funções de jogador-treinador durante três (3) épocas consecutivas, ou seja, até 1959-60. Depois de duas épocas (2) por outras paragens, novo regresso Chaves, desta vez já retirado como jogador, exercendo apenas as funções de treinador, 1962-63 e 1963-64 e 1975 e 1976. Em relação a Feliciano, vamos contar uma História em que depois de tudo acertado com o Feirense, Feliciano acabou por não ser o treinador principal.

Assim a Direção do Clube D. Feirense, sob a presidência do Sr. António Lamoso, efetuou perante o técnico Feliciano num Hotel de Braga, Braga, a assinatura de um contrato que ligava Feliciano ao Feirense na época 1963/64, que tinha a seguinte redação 15, 13

15 Notícias. 17 de Junho de 1963

Declaro que recebi a quantia de 10.000$00 (Dez mil escudos), do Clube Desportivo Feirense, por conta do contracto realizado hoje, que consta das seguintes condições, para a época de 1963-64, com início em 1 de Agosto do corrente ano, até 31 de Julho do próximo ano de 1964. 1.º — O meu vencimento mensal será da importância de Quatro mil escudos (Esc. 4.000$00); 33

2.º — As luvas serão da importância de 28.000$00 (Vinte e oito mil escudos). 3.º — Terei prémios iguais aos dos jogadores. 4.º — O pagamento das luvas será feito em mais duas prestações, a primeira primeira de 10.000$00, na assinatura do contracto definitivo e os restantes 8.000$00, ou seja a 2. a prestação no dia 5 de Fevereiro do próximo ano cie 1964. 5.º — A minha residência durante o período do contracto será na Vila da Feira. 6.º — Tomo o compromisso de trei treinar nar todas as categorias de jogadores do Clube Desportivo Feirense. 7.º — No caso de o Clube subir à 1.ª Divisão, o Clube Desportivo Feirense pagar-me-á a quantia de 20.000$00 (Vinte mil escudos). a) — António Feliciano Em 6 de Junho o Sr. Antó António nio Lamoso, recebe uma carta em que Feliciano renuncia ao contrato assumido alegando “pressão no bom sentido dos dirigentes do Chaves; o facto de ser professor de ginástica na Escola Técnica, desta cidade, tendo todas as probabilidades de conservar este lugar durante longos anos, o que para ele era importantíssimo, dada a incerteza da profissão de treinador de futebol. O outro motivo, aliás também muito importante, é da sua noiva residir em Espanha, a 80 quilómetros desta cidade, e não querer de maneira al guma  guma ir para longe, visto ter interesses inte resses na terra natal, onde lhe convém ir com frequência 16”.  A esta carta remeteu o cheque N.º 497.341, da Agência do Banco N. Ultramarino Ultramarino em Ovar, de Esc. 10.000$00, que tinha sido entregue a Feliciano. 14

16 Idem

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Evidentemente que o Presidente do Feirense António Lamoso, não ficou nada agradado com a situação sublinhando em carta dirigida a Feliciano que ”Todos os outros argumentos invocados invo cados na sua carta não interessam pois V. Ex. a devia vê-los antes da assinatura do seu compromisso, pois teve muito tempo  para pensar neles. António Lamoso, adianta ainda que “enviarei fotocópias de todos os documentos trocados entre nós a todas as entidades enti dades oficiais, publicarei em todos os  jornais a notícia da sua recusa e as razões que nos assistem e por último entregarei o caso a um advogado  para,  pa ra, no caso de haver direitos, exigir-lhe uma indemnização”17. Lograda a contratação de Feliciano, o treinador escolhido foi o argentino Júlio Pereyra durante todo o campeonato que foi substituído por Licínio Milheiro no final da época a partir de Maio de 1964. Em 1964-65 Feliciano foi convidado para treinador das camadas jovens do Futebol Clube do Porto, onde permaneceu no cargo durante vários com imenso sucesso, mas como não há duas sem três, novo regresso a Chaves na época de 1975-76, fixando residência na zona de Orense em Espanha. Ao serviço do FC Porto, onde permaneceu durante muitos anos, destacou-se como treinador e mais tarde coordenador nas camadas jovens e também foi treinador tr einador principal por uma ocasião em 1971-1972, onde obteve 17 jogos e 7 vitórias 5 1

17 ibidem

FERNANDO DUARTE

Em 1982, Pinto da Costa venceu as eleições presidenciais do F. C. Porto e promoveu o regresso de Pedroto ao estádio das Antas. Apesar de já saber da

doença que o viria a vitimar vitimar,, José Maria Pedroto aceitou o desafio Pinto da Costa para regressar ao clube do coração depois de uma passagem de duas épocas no Vitória de Guimarães e integrou na sua equipa técnica,  jovens como Fernando Fernando Duarte. Fernando Ferreira da Silva Duarte, nasceu a 23 de Março de 1961, integrou a equipa técnica de José Maria Pedroto. Na primeira pessoa sublinhava «Passar a pertencer aos quadros técnicos do F. C. Porto representa para mim duas coisas muito importantes: impor tantes: valorização como treinador e consequente possibilidade de conquista de  prestígio no desempenho desempenho da função; e a chance de trabalhar num clube com a grandeza do P. C. Porto, com técnicos com a craveira daqueles que constituem os meus atuais colegas e com um conjunto de futebolistas do mais elevado nível — em suma, entrar no F. C. Porto permite-me fazer um valio síssimo valio síssimo estágio e ficar em melhores condições para continuar como técnico ao serviço do futebol. Quanto ao futuro, não poderei perspectivar outra coisa que não seja a conquista de grandes êxitos. E quem não pensa ria assim, conhecendo a estruturação do Departamento Sénior; a perspicaz e com petente com petente direção técnica de José Maria Pedroto, a que nós, técnicos-adjuntos, tentaremos dar o melhor apoio; e o «plantel», valioso e bastante bas tante equilibrado que pos suímos? pos suímos? Estou convicto de que os bons resultados apa recerão, pelo que não posso deixar de acreditar total mente no futuro». Na época de 1986-1987, Silva Morais iniciou a época como treinador do Feirense, tendo sido substituído por Fernando Duarte a partir de Novembro de 1986 concluiu a época. Treinou Trofense (3), Felgueiras (1) e Esposende (3). 35

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FERNANDO MENDES

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Fernando Mendes dos Reis Dias Dias,, natural de Rio Meão – Feira, onde nasceu em 1946. Começou a praticar ciclismo em 1963. Natural de Rio Meão. Homem simples que um dia en veredou pela prática do ciclismo envergando a camisola duma coletividade que foi, sem favor, dos mais prestigiados no meio velocipédico nacional — A Ovarense. Ova rense. Mais tarde transferiu-se o Benfica onde se notabilizou como um dos melhores corredores corre dores do nosso ciclismo. A pro vá-lo, está a cobiça de equipas 18 http://memoriapo http://memoriaporto.blogspot. rto.blogspot.pt/  pt/ 

estrangeiras, pelos quais disputou disputou muitíssimas provas internacionais inter nacionais e várias voltas a Espanha Espanha e França. Devido às conhecidas transfor transformações mações socioeconómicas operadas operadas no nosso país, após o 25 de Abril de 1974, Fernando Mendes ao regressar ao ciclis mo lusíada é forçado a abandonar abandonar o ciclismo profissional para regressar a um amadorismo que de verdade apenas tem o nome! O próprio Fernando Mendes diria: Não sou profissional mas vivo do ciclismo! Ao ingress ingressar ar no F. C. Porto, muita gente lhe chamou velho. Todavia, o valoroso estradista acabou de desmentir tamanho descrédito. A sua vinda para o F. C. do Porto partiu do mo momento mento em que determinado número número de associados e simpatizantes azuis-brancos tudo fizeram fizeram pois que ingressasse no clube, após a saída do Benfica. Fernando Mendes sublinhava que “São clubes que se assemelham asse melham quer em condições de trabalho quer na sua grandeza. O mesmo não acontece, porém, no especto de camaradagem. No Porto há, de facto, boa camaradagem. Há um outro  pormenor inte interessante ressante que eu gostaria de focar. fo car. Sou  simpatizante do F. C. do Porto desde criança (teria eu 10 anos) enquanto do Benfica passei a sê-lo, também, devido a ter envergado a cami sola  sola encarnada durante dez anos”. Neste ano ao serviço do Futebol Clube do Porto, Fernando Mendes venceu o Circuito de Santarém, o Grande Prémio Duas Rodas, o Grande Prémio Clock, 2.º classificado na Volta ao Algarve, e foi Campeão Nacional de Estrada. Conquistou a 40.ª Volta a Portugal – 1978 mas suposto Doping de Mendes dá a Vitória a Belmiro 19. Fernando Mendes também perdeu a vitória na Volta a 7 1

19 JUNIOR, Guita. História da Volta

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Portugal, embora não tenha tido um controlo positivo na 40.ª edição da prova. A Volta a Portugal de 1978 terminou em ambiente am biente de suspeições em torno da vitória de Fernando Mendes, por alegadas irregularidades cometidas no processo de recolha da urina para a análise anti doping no controlo efetuado no final da 16 3  e antepenúltima antepenúltima etapa, em Mangualde. Todas essas suspeitas se confirmaram quanto aos resultados finais da Volta, e não só em relação ao vencedor, pois além de Fernando Mendes (que apanhou ainda um mês de suspensão), também foram desclassificados Américo Silva e Joaquim Colaço. A vitória na Volta foi, assim, atribuída atri buída ao segundo classificado, Belmiro Silva, que teve este comentário: ‘Preferia ter ganho na estrada’. Fenando Mendes era um ciclista as astuto, tuto, bom estratego que sabia estar na corrida e pressentia, com rara sensibilidade, sensibilidade, as reações e as motivações do pelotão, enquanto espreitava a melhor me lhor ocasião para se lançar à conquista da vitória. Foi com esses atributos que, em representação representação do FC Porto, chegou ao final da prova no primeiro lugar, mas desta feita os seus planos não tiveram o resultado positivo que ele procurava, porque a sua recusa em comparecer ao controlo sanitário, no plano disciplinar, correspondia a um ‘doping’ positivo, e a vitória veio, por isso, a serlhe retirada retirada e atribuída a Belmiro Silva, do Coimbrões, um corredor completo, que se desempenhava muito bem nos terrenos terrenos montanhosos, embora o rei dos trepadores nesta Volta tenha sido Firmino Bernardino, então ao serviço do Lousa. Belmiro, ciclista da escola bairradina, teve o mérito irrecusável de manter uma assinalável regularidade que lhe valeu a ‘repescagem’ 38

para o primeiro lugar do pódio. Além disso venceu duas etapas de características características antagónicas: a ligação de Castelo Branco para Seia, com a travessia da serra da Estrela, e o contra-relógio final final em Águeda. Embora a 4m 07s de Fernando Mendes, Mendes, que na etapa de montanha, de Macedo de Cavaleiros para a Guarda, desferiu um poderoso ataque, retirando a camisola amarela a Belmiro Silva e envergando-a nos quatro últimos dias, as contingências da luta contra o ‘doping’ ‘doping’  veio a restituir-lhe a vitória com que sonhou sonhou de Espinho até à Guarda.

Participou em várias competições internacionais:  TOUR (França); GIRO (Itália); VUEL VUELTA TA (Espanha); Volta ao Luxemburgo; Bélgica, África do Sul; Angola, Nocal (Angola), Rodésia, etc. Em 1974 foi o grande vencedor da Volta a Portugal, foi Campeão Nacional, e triunfou na clássica PortoLisboa. É recordista desta prova, nela saindo vencedor em 1972, 73 e 74. Ganhou ainda muitos outros Grandes Prémios em provas nacionais (Robialac; Philips; Clok; Casal; Abimoto) etc.

O vencedor da Volta a Portugal de 1974, Fernando Mendes (Benfica) despediu-se do mundo velocipédico, aos 55 anos. A rivalidade com o seu amigo Joaquim Agostinho (Sporting) foi transposta para as estradas despertando em todos os portugueses a enorme paixão pelo ciclismo. Agora, Fernando Mendes juntou-se, na eternidade, ao compadre e amigo de sempre 20. Ao serviço dos encarnados, foi o grande rival de Joaquim Agostinho e juntos marcaram uma geração de ciclistas ciclistas que fizeram história no ciclismo nacional. 8 1

20 Superciclismo, n.º 22 dezembro 2001

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Por essa altura a modalidade vivia envolvida numa mística imposta pela presença do Benfica, Sporting e F.C.Porto nas estradas nacionais, a qual tanto se reclama nos dias de hoje. A rivalidade entre Fernando Mendes e Joaquim Agostinho era sã e só existia na estrada, fora dela a amizade sempre prevaleceu, prevale ceu, pois também Agostinho era padrinho de Pedro Agostinho Mendes, um dos filhos de Fernando Fernando Mendes. Equipas representadas: Ovarense (durante 3 anos); Benfica (11 anos); nesta equipa, teve licença para 40

correr também em equipas estrangeiras. E efetivamente alinhou na FLANDRIA (BÉLGICA); FRISOL (Holanda); CAS (Espanha); SEM (França); TEKA (Espanha). Representou ainda o F. C. do Porto, ZALA (Felgueiras), Coimbrões, Coelima. Representou a seleção nacional em vários campeonatos do mundo. Depois de ter abandonado a competição, em 1980, ano em representava a equipa dos Calçados Zala,

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Fernando Mendes manteve-se ligado Fernando ligado ao mundo das rodas, tendo tendo sido treinador de várias equipas. A sua maior conquista, conquista, como treinador, aconteceu em 1990, ao ser viço  viço da Ruquita-Feirense, com a qual venceu a Volta a Portugal por intermédio de Fernando Carvalho. Depois de concluir a carreira como ciclista e treinador profissional profissional,, revelou uma certa predileção pelas camadas mais jovens e aquando do seu falecimento era

Car valho  valho criara, na qual as suas palavras palavras continuavam continuavam a ser ouvidas com bastante apreço apre ço por todos os alunos.

Francisco Pereira Baptista, nasceu em 1-4-1942 em Mafamude, Vila Nova de Gaia. jogava a médio e representou o Vilanovense (2), o Futebol Clube do Porto, onde venceu uma Taça de Portugal (5), Braga (1), Tirsense (Campeão Nacional da 2.ª Divisão (3), Boavista, Salgueiros e União de Lamas (1)). 9 1

um dos monitores da escola de ciclismo que Fernando

21 Francisco Baptista como treinador do Feirense em 1983-84

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FRANCISCO BAPTISTA

O Feirense na época 1982-1983, conheceu diversos treinadores: Joaquim de Sousa que iniciou a época, Artur Brandão numa fase de transição, Joaquim Queirós a partir de Dezembro de 1982 e Francisco Baptista que a partir de Abril de 1983 concluiu a época. Completou a 42

época seguinte. Em 1984-85 Francisco Baptista iniciou a época sendo substituído por Francisco Nóbrega a partir de Janeiro de 1985. Treinou ainda Vilanovense, o Salgueiros, o União de Lamas (7) o Esmoriz (6), Lusitânia de Lourosa (1) São João de Ver (7).

FRASCO22 0 2

António Manuel Frasco Vieira nasceu no dia 16 de Janeiro de 1955 em Leça da Palmeira. Foi no Leixões S.C. (6) que Frasco iniciou a sua carreira de futebolista com 14 anos de idade. Fez a sua estreia na 1ª Divisão Nacional na temporada de 1973/74 com apenas 18 anos de idade pelo Leixões S.C. treinado em primeiro lugar por António Teixeira e mais tarde por Haroldo de Campos. 22 http://estrelas-do-f http://estrelas-do-fcp.blogspot.p cp.blogspot.pt/2009/03/frasco. t/2009/03/frasco.html html

Nesta altura, Frasco ainda ocupava preferencialmente a posição de avançado e só mais tarde foi recuado para a posição que se notabilizou como meio campista. Na primeira época na 1ª Divisão Nacional, num campeonato em que o Leixões S.C. se classificou na 14ª posição da geral, Frasco foi utilizado apenas em 10 ocasiões sem ter apontado qualquer golo. Mas seria na temporada seguinte que Frasco se irá afirmar definitivamente na equipa de Matosinhos, já ocupando a posição de médio, disputando o nacional maior da época de 1974/75 onde o Leixões S.C. treinado inicialmente por Haroldo de Campos e Raul Oliveira e mais tarde por Filpo Nuñez, terminou a prova num honroso 9º lugar. Frasco foi dos jogadores mais preponderantes nesta equipa do Leixões, pois atuou em 27 partidas oficiais no Campeonato Nacional concretizando 3 golos. A partir daí passou a ser dos jogadores mais importantes na equipa do Leixões S.C. que nas épocas de 1975/76 e 1976/77 disputou a 1ª Divisão Nacional. Nesta última época de 1976/77 o Leixões S.C. acabou por descer à 2ª Divisão Nacional pois não conseguiu ir além do penúltimo lugar na prova não evitando dessa forma a despromoção. Nesta altura, Frasco era já um  jogador altamente pretendido por clubes de maior nomeada e que jogaria no primeiro escalão, mas o certo é que ainda permaneceria durante mais uma temporada ao serviço do clube da sua terra, desta feita, disputando a Zona Norte da 2ª Divisão Nacional na época de 1977/78. No início da temporada de 1978/79 transferiuse para o Futebol Clube do Porto ((11) treinado por José Maria Pedroto, ingressando assim num dos mais importantes clubes nacionais. O certo é que, ao serviço dos Dragões, Frasco iria projetar-se definitivamente 43

no futebol português, conquistando títulos nacionais e internacionais, passando ainda a representar a Seleção Nacional com regularidade. Seriam 11 épocas consecutivas ao serviço dos azuis e brancos onde integrou equipas recheadas de grandes jogadores e treinadas por técnicos de renome nacional e internacional. Integrou uma geração de jogadores do F.C. Porto, como João Pinto, Lima Pereira, Jaime Pacheco, Sousa, André, Gomes, Futre, entre outros, que ficaram para sempre ligados à história do principal clube da cidade invicta. Ao nível da Seleção o ponto mais alto da sua carreira foi naturalmente a presença no Europeu de França de 1984 onde Portugal espalhou o perfume do futebol luso pelos relvados de terras gaulesas. Frasco figura assim no quadro de honra da equipa de Portugal que se classificou num brilhante 3º lugar na principal prova de seleções na Europa. Ao serviço dos azuis e brancos, Frasco conheceu  vários treinadores, dos quais se destacam evidentemente o mestre José Maria Pedroto, Artur Jorge e Tomislav Ivic, com quem ganhou diversos títulos, ou ainda com António Morais, Herman Stessl. Em 1983/84 conquistou o seu segundo título no palmarés individual com a vitória do F.C. Porto na Taça de Portugal e na época seguinte venceu novamente o Campeonato Nacional da 1ª Divisão já com Artur Jorge ao leme do conjunto azul e branco. Entretanto, ao nível internacional, destaca-se, desde logo, a presença na final da edição de 1983/84 da Taça das Taças frente aos italianos da Juventus F.C. Em jogo disputado no 16 de Maio de 1984, no Estádio St. Jakob, em Basileia na Suíça e arbitrado pelo juiz Adolf Prokop da antiga RDA, o F.C. Porto foi derrotado pela Juventus F.C. F.C. por 1-2 naquela que seria a primeira 44

final europeia da equipa portista. Mais tarde, na época de 1986/87, o F.C. Porto venceu a Taça dos Campeões Europeus de Clubes na final no Estádio do Prater em Viena de Áustria frente ao Bayern de Munique, numa partida em que Frasco foi suplente utilizado. Faz parte ainda das conquistas da Supertaça Europeia frente ao Ajax F.C. de Amesterdão e da Taça Intercontinental contra o A.C. Penarol. Em termos de títulos nacionais, Frasco ainda conquistaria a dobradinha na época de 1987/88 quando o FC Porto treinado por Tomislav Ivic juntou o título de Campeão Nacional à vitória na final da Taça de Portugal frente ao Vitoria de Guimarães. Frasco acabou por fazer a sua última época de azul e branco na temporada de 1988/89 numa altura em que  já não era titular na equipa portista portista integrando o plantel essencialmente pela sua preponderância no espírito de grupo. Abandonou as Antas e já com 34 anos de idade jogou ainda uma temporada ao serviço do Leixões S.C. o seu primeiro clube, na 2ª Divisão Nacional Zona Norte, contribuindo de alguma forma para o acesso da equipa matosinhense à 2ª Divisão de Honra do futebol português. Terminada a carreira de futebolista profissional, Frasco manteve a sua ligação ao futebol, concretamente como treinador em equipas dos escalões secundários. Foi adjunto de António Sousa no S.C. Beira Mar e atualmente integra os quadros de treinadores das camadas jovens do F.C. Porto. Por último, a história pela qual é mais lembrado entre os adeptos portistas: apesar da morte recente do pai no alto mar, aceitou jogar o desafio contra o S.C. Covilhã que daria o título 1985/86 ao F.C. Porto.

Palmarés: 1 Taça Intercontinental; 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus; 1 Supertaça Europeia; 4 Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal); 2 Taças de Portugal; 4 Supertaças Cândido de Oliveira e 2 Taças Associação de Futebol do Porto

Treinador: Feirense (1 – 1992-1993), Leça (1), Treinador: Desportivo das Aves (1), Ermesinde (2), Sandinenses (Juniores B), Beira-Mar (adjunto), F.C Porto (10 – adjunto)

GABRIEL 

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Gabriel Azevedo Mendes nasceu no dia 30 de Maio de 1954 em Miragaia no Porto. Estreou-se na equipa principal do Futebol Clube do Porto (14) na temporada de 1974/75. Esteve ao serviço dos Dragões durante nove épocas onde foi sempre (á exceção do ultimo ano), o dono do sector direito da defesa portista. Conquistou a Taça de Portugal em 1976/77 e sagrouse Bicampeão Nacional em 1977/78 – 1978/79. Ainda  venceu mais duas Supertaças Cândido Cândido de Oliveira. Em 1980/81 conquistou a Taça Associação de Futebol do Porto. Na época de 1982/83 perdeu a titularidade para o jovem João Pinto e apenas realizou 8 jogos. No final dessa temporada optou por sair do F.C. Porto para jogar no Sporting C.P. C.P. (4), clube que representou repr esentou por quatro qu atro épocas, no entanto sem nunca conhecer o sucesso que viveu nas Antas, tendo apenas vencido uma Taça Associação de Futebol de Lisboa, em 1984/85. Em 1987/88 transferiu-se para o S.C. Covilhã (1), onde disputou nove partidas e no final do campeonato saiu para o Ermesinde (1). Colocou um ponto final na carreira no Torres Novas (2). Gabriel vestiu também a camisola da Seleção Nacional por 20 vezes. Palmarés: Campeonatos Nacionais da 1ª Divisão (Portugal); 1 Taça de Portugal; 2 Supertaças Cândido de Oliveira; 1 Taça Associação de Futebol do Porto; 1 Taça Associação de Futebol de Lisboa Treinador: Treinado r: Sanjoanense (1), Peniche (1), Feirense (2 épocas: Henrique Nunes iniciou a época de 19992000, sendo substituído pelo brasileiro Chiquinho Carioca a partir de Novembro de 1999. Gabriel Mendes em Janeiro de 2000 assumiu e concluiu a época. 46

Em 2000-2001Gabriel Mendes iniciou a época, sendo substituído por Edmundo Duarte a partir de Outubro de 2000 que por sua vez deu o lugar de treinador a António Caetano partir de Fevereiro de 2001.) Oliveira do Bairro (2) e Recreio de Águeda (1). GRAÇA

António Lamoso na sua publicação Factos Fac tos e Personalidades da Feira do Concelho, 1917 a 1950 revela que um dos momentos mais importantes para o Clube Desportivo Feirense, na década de 30 foi tentar encontrar encontr ar um treina treinador. dor. Com a colaboraç colaboração ão do Dr. Paulo de Sá23 contrataram “um senhor que veio do Futebol Clube do Porto, o doutor Graça. Vinha de au tocarro, do Porto até ao lugar dos 17. Eu encontrava-me com ele nes se lugar. Ia de bicicleta, que ele de pois levava para o treino, enquanto enquan to eu vinha a pé a pé. Fiz muitas vezes este trajeto, porque sentia que estava a nascer uma coisa nova e esta foi uma das muitas medidas que as  pessoas começaram a implementar para fazer cres cer o clube”. O primeiro capitão do Feirense lembrou também na Revista Feirense Magazine a dedicação que Carlos Graça tinha para com o Feirense “dado o grande carinho que este treinador tinha para com o grupo grupo chegou a vir a pé de Espinho até à Feira, só para treinar a equipa.” No jornal Correio da Feira de 16 de abril de 1932 vinha publicada a seguinte notícia, fazendo referência a um grande desafio de foot-ball, mas de carácter particular, neste artigo nota-se a grande expectativa em relação a este encontro, porque o Feirense estava a ser treinado pelo técnico do F.C.Porto, Sr. Graça! Vejamos então o que nos diz este artigo assinado por um Feirense. “Amanhã; às 16 horas, no magnífico campo desta  vila realiza-se um desafio desafio de foot-ball entre os grupos de de honra do Sporting Club de Albergaria-a-Velha Albergaria-a-Velha e o Clube Desportivo Feirense.

23 Paulo de Sá, Presidente da Assembleia Geral do Clube.

É de esperar que o jogo decorra cheio de técnica  por parte do Feirense, Feirense, pois pois dos dois encontros que que estes  grupos já realizaram, saiu vencedor o de Albergaria: o  primeiro em sua casa, pelo score de 4-0 e o segundo nesta Vila pela mínima diferença de 2-1. O Feirense, devido a bastantes treinos que tem recebido, tem progredido, graças ao seu treinador Sr. Graça, do F.C.Porto, notando-se contudo por parte de alguns elementos muita falta de entusiasmo, visto  julgarem-se já uns internacionaes, e por isso, nem ao campo aparecem, e se lá vão nem se dignam equipar.

Feira – Oliveira24 1 2

Conforme estava anunciado, realizou-se no domingo passado, o desafio de futebol Club Desportivo Feirense - Escola Livre de Oliveira de Azemeis em homenagem ao mestre dos rapazes feirenses, Carlos Graça. [Homenagem simples mas que significou bem o quanto os rapazes e a Direção do Feirense estavam gratos ao esforço do sportman Carlos Graça. Pena é que esse esforço não fosse um bocadinho mais aproveitado…. Perante uma assistência que soube re presentar a hospitalidade feirense os grupos gru pos entraram galhardos procedendo-se logo à escolha de campo. A princípio notou-se certo equilíbrio mas o Feirense numas fugidas perigosas tocou duas vezes as redes do adversário.  Aí por intermédio do Barbosa e a segunda num formidável pontapé ao canto da baliza por D. Toscano. Ainda antes de terminar a primeira parte os oliveirenses conseguiram

24 Democrata Feirense. Outubro 1932

47

enfiar uma bola, bola, bola um pouco duvidosa no realimento.

Quando os grupos alinharam para a segunda parte Joaquim Toscano, capitão do grupo, que não jogou, o Sr.. Dr. Eugénio Cadillon, presidente do club e a menina Sr Maria Eduarda, Eduarda, descendo da tribuna tribuna da assistência entraram no campo levando a última um lindo ramo de flores que os jogadores do C.D.F. ofereciam ao Sr. Carlos Graça. Este agradeceu comovido e de desejando sejando o progresso e a boa ordem nos nos rapazes que envergavam á camisola que ele também defendia pela última vez. O jogo continuou marcando-se os restan restantes tes pontos. Notou-se o cansaço de parte à parte deixando o jogo

JACINTO MESTRE

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de ser tão movimentado movimentado como durante os primeiros minutos e assim terminou uma das melhores tardes futebolísticas que temos tido no nosso campo.  A

arbitragem, embora

regular,, regular

teve

algumas al gumas

deficiências, mas agradou no entan to pela imparciali imparcialidade. dade. Já noite, num porto, o Sr. Carlos Graça agradeceu a homenagem que lhe prestaram desejando as prosperidade do nosso club e depois do Sr. Sr. Dr. Dr.

Eugénio

Cadillon e Dr. Paulo de Sá lhe mostraram mos traram o quanto agradeciam o gesto de sportman do Sr. Graça vindo do Porto, graciosamente, treinar os nossos rapazes.

Em 1955/1956, Jacinto Mestre participou como treinador jogador 

Só com a Chegada do treinador Jacinto Mestre ao Feirense foi possível iniciar uma escola de juniores.

Em Março de 1956 o diretor Américo Ribeiro anunciara no jornal “Correio da Feira” que o treinador Jacinto Mestre

Treinadorr (1957-58 e 1971-1972) Treinado

iria iniciar uma escola de juniores no clube.

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Na foto, em cima, cima , da esquerda para a direita: Jacinto Mestre (treinador), Gonçalves, Licínio, Manuel Marques, Angelo, Ramalho, Jacques, Fandino, baixo: Regedor, Monteiro, Domingos, Correia, Ilídio, Pinho e Aleixo. Barros, Barbosa, Cuco e Couto. Em baixo: Regedor,

A propósito de Jacinto Mestre, contaremos duas histórias vivenciadas por  António Ferreira Maia Maia:: Estava Jacinto Mestre ainda há meia dúzia de dias na Feira, para treinar os «azuis», quando António Ferreira Maia, se encontra com o reputado técnico. E, sem rodeios, dispara: Já foi visitar o nosso lindo castelo? Ainda não tive tempo. Olhe que é um ingrato! Ingrato, eu? Porquê? Porque os operários estiveram a acabá-lo, à pressa, a fim de estar pronto antes de você chegar... chegar... Outra história foi sublinhada pelo saudoso Dr. Diogo Vaz de Oliveira: 50

Num fim de tarde encontrava-se a cavaquear cavaquear,, junto da Estalagem, com o jornalista de «A Bola», Álvaro Andrade, (sobrinho do Dr. Vaz Ferreira) que costumava deslocar-se, nas férias de Verão até à Feira, para gozo de duas semanas semanas de descanso. Presente, ainda, o Sr Sr.. Diamantino Silva, proprietário da Pensão Avenida que funcionava na esquina da rua Dr.. Santos Carneiro, ao lado da Igreja Matriz. Dr A certa altura passou por eles determinada pessoa que, pelos vistos, só o Dr. Diogo conhecia. O então jovem universitário de Direito, foi interpelado pelo Sr. Valentim, motorista motori sta do Sr. Sr. Américo Alves Ferreira Ferrei ra de Andrade «Cerrado» que, entretanto, descia a actual Rua dos Descobrimentos e que pretendia saber quem era o «ilustre» «ilustre» visitante.

O Dr Dr.. Diogo, aparentando um ar pesaroso, observou: Então o Sr Sr.. Valentim passa por esta personalidade e não lhe tira o chapéu? Mas se nem o conheço! Na dúvida deve sempre salvar-se qualquer pessoa.

Dá uma boa imagem da terra. Se o fizesse teria cumprimentado um «Mestre». Um Mestre? Mestre de quê? Um «Mestre» da bola. O novo treinador do Feirense, um tal Jacinto Mestre!

JOÃO LUÍS João Luis Garcês Esteves, nasceu a 18 de Março de 1962, em Viseu. Começou a sua carreira no Lusitano de Vildemoinhos (7 épocas), ingressando no Mangualde (3 épocas), seguindo-se o Académico de Viseu. Uma época apenas nesta equipa, onde efetuou 33 jogos e marcou 20 golos na Primeira Divisão, despertou o interesse do Sporting onde atuou durante 2 épocas, com um empréstimo ao Feirense durante meia época.  Todavia  T odavia a sua passagem por Santa Maria da Feira marcou de forma indelével uma geração de atletas, dirigentes e associado, devido à sua elevada cultura e formação académica. Jogou durante 2 anos no Estrela da Amadora e concluiu a sua carreira no Académico de Viseu (mais 4 épocas), efetuando 194 jogos, marcando 50 golos na Primeira Liga. João Luis abraçou uma brilhante carreira académica, possuindo o Doutoramento em Ciências do Desporto pela FADE-UP, Mestrado em Treino de Alto Rendimento (Futebol) pela pel a FADE-UP, Pós-Graduação em Gestão do Desporto pelo I.P. I.P. Viseu e exerce as funções de Professor  Adjunto do Departamento Departamento de Desporto Desporto da ESEV-I.P ESEV-I.P.Viseu nas disciplinas e Metodologia do Treino; Opção de Futebol; Coordenador dos Estágios em Treino Desportivo.  Tem  T em ainda o Curso Curso de Treinador Treinador UEFA UEFA Nível – B. 51

JOÃO MOTA

O professor João Mota, nasceu a 12 de Novembro de 1942. Como treinador principal orientou o Leixões (1) e o Feirense (2 épocas em 1977-1978: Eduardo Gonzalez foi o treinador na fase inicial do campeonato, Licínio Milheiro numa fase de transição. João Mota foi o treinador partir de Outubro de 1977 concluindo a época. João Mota iniciou a época de 1978-79, sendo 52

substituído por Eduardo Soares numa fase de transição e ainda David Costa a partir de Dezembro de 1978.) Depois desta experiência como treinador principal, a convite de José Maria Pedroto integrou durantes várias épocas as equipas técnicas do Futebol Clube do Porto, estando ligado às conquistas do clube.

A propósito do regresso ao clube de sempre, João Mota sublinhava “Voltar ao Futebol Clube do Porto origina em mim uma dupla alegria. Por um lado, permite-me voltar a exercer a minha actividade  profissional  profissio nal numa grande coletividade e, sobretudo, na coletividade de que fui adepto desde sempre; por outro lado, dá-me a oportunidade de integrar uma equipa técnica téc nica de grande valia, equipa superiormente dirigida  por José Maria Pedroto, e que vinha projetando o clube para êxitos nacionais e internacionais. Quanto ao futuro? Antes do mais, gostaria gosta ria de referir que aguardo com total serenidade serenidade e com firme determinação, predi-

cados que tenho como indis pensáveis para a conquista dos êxitos que desejamos que estão perfeitamente ao nosso alcance. Somar triunfos atrás de triunfos é, obviamente, ob viamente, e em termos mais concretos, a minha aspiração primeira, como seria a de qualquer mortal. Mas não queria deixar de dizer uma palavra especial à melhor me lhor massa associativa do Mundo, que é a nossa — no futuro, igualmente me encheria de satisfação voltar a vê-la unida, domingo a do mingo, em torno da equipa, comungando o mesmo sentimento. sen timento. Adiantaria mesmo, mes mo,  sem receio de errar, errar, que já já sinto essa união, a despeito despeito da época oficial ainda não ter principiado”.

Foi deputado pelo Porto nas listas do PSD nas VI (4-11-1991 a 26-10-1995) e VII legislaturas (27-10-1995 a 24-10- 1999)

25 De pé: Manuel, Gilberto, Serginho, Cipó, Professor João Mota, Pinto, Seminário, Baltemar Brito, Babalito, Coelho, Zé Domingos e Magalhães. Sentado: Acácio, Silva Morais, Parra, Bites, Zeca, Portela e Henrique 53

JOAQUIM ANDRADE

Joaquim Pereira de Andrade, nasceu no dia 14 de Junho de 1945, em Travanca, Santa Maria da Feira. Casado, tem três filhos. Todos praticaram ciclismo. O filho mais velho, também Joaquim Andrade é o recordista do Guiness Book com mais Voltas nacionais concluídas. O 2.º filho, o José Andrade e a mais nova, Liliana Andrade tiveram também um percurso interessante no ciclismo. 54

Joaquim A andrade venceu a Volta a Portugal em 1969, competindo com o saudoso Joaquim Agostinho. Joaquim Andrade na primeira pessoa refere que desde 1964 que pratiquei o ciclismo. Gostava imenso deste desporto, porque eu era admirador de  Sousa Cardoso e Alves Barbosa. Aqui na terra, havia o José Vieira, que depois do brilharete que vez na

Volta a Portugal em que venceu algumas etapas, foi homenageado na terra. Isso despertou o meu interesse  pelo ciclismo”. Joaquim de Andrade iniciou-se na Ovarense, onde se encontrava o José Vieira. Era treinador o Sousa Santos. Para além da Ovarense, esteve no Sangalhos, no F. C. do Porto, Coelima, Fagor (Angola), Coimbrões, Águias de Alpiarça. Marcou ainda presença na Gitane e Flandria (França) onde alcançou algumas vitórias. Participou no  Tour  T our (França), em duas Vueltas (Espanha), na Volta ao Luxemburgo, Normandia, no Midi Libre (França), na Dauphinée Liberée (provas de preparação para o Tour), Tour), e noutras clássicas. Participou no Campeonato do Mundo de Profissionais de 1972. Joaquim Andrade, foi também campeão nacional de rampa, pista, e fundo, várias vezes. Ganhou o Grande Prémio do Comércio do Porto, quase já no fim da sua carreira. Venceu também a Volta do Nordeste  Transmontano.  Transmo ntano. Na volta ao Brasil, triunfou em duas etapas. Em Angola, ganhou os Prémios Fagor e o Nocal. “Gastávamos o material em treinos. Presentemente, o ciclista tem muita prova, e por si não treina mais do que nós o fazíamos”. Participou em 17 Voltas a Portugal, e que continua a ser o que sempre foi: afável, atencioso, e bem-disposto. Ao serviço do Futebol Clube do Porto 1972: Campeão Nacional de Perseguição Individual; Campeão do Porto, 1.º na 2.ª e 3.ª provas; Campeão do Porto de Montanha; 1 etapa no Midi Libre; 1.º no Prémio do Porto; 2.º no Campeonato de Portugal; 2.º no Campeonato Nacional de Montanha; 2.º no LisboaCoimbra-Lisboa; 3.º no GP Nocal; 5.º na Volta a Portugal. 1973: Campeão Nacional de Perseguição Individual; Campeão Nacional de Perseguição por Equipas;

Campeão do Porto; 1.º no Prémio de Coelima; 1.º no Prémio do Porto; 2.º no Campeonato Nacional de Montanha; 5.º na Volta a Portugal; 6.º no Campeonato de Portugal; 64.º no Tour de France. 1974: 1.º no Porto-Póvoa (c/relógio); 1.º no GP Papéis do Vouga, 1 etapa; 1.º no GP Couto, 1 etapa; 1 etapa na Volta a Portugal; 2.º no Campeonato Nacional de Perseguição Individual; 3.º no Campeonato de Portugal; 3.º no Campeonato Nacional de Montanha; 26.º na Vuelta a España. 1975: 2.º no Campeonato Nacional de Montanha; 2.º no GP de Lisboa; 4.º no Campeonato de Portugal; 24.º na Vuelta a España e 27.º na Vuelta ao País Basco.

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JOAQUIM SOUSA SANTOS (Filho)

Joaquim Sousa Santos, nasceu no dia 13 de Outubro, de 1955, no lugar da Giesteira, Freguesia de S. João de Ver (Feira) e faleceu a 17 de Agosto de 2012. Era filho do famoso Joaquim Sousa Santos, que obteve dois segundos lugares na Volta a Portugal e que foi vencedor da Clássica Porto/Lisboa. Era médico, licenciado pela universidade de Coimbra, sendo “praticante-estudante, atingindo o máximo no 5.º e 6.º ano de Medicina”. Sousa Santos na primeira pessoa sublinha “foi  precisamente nesta altura que ganhou a Volta a 56

Portugal. Tinha 23 anos. Reconheço que o conciliar o estudo com o ciclismo não é fácil; mas porque  gostava de desporto e porque tinha como objetivo obter o máximo, complementando o palmarés do meu  pai, a quem apenas faltava ganhar a Volta a Portugal e o Campeonato Nacional, categoria de amadores séniores, consegui, com espírito de sacrifício e muita vontade, e porque não com alguma emoção controlada,  pois consegui os objetivos propostos. propostos. “Quanto a treinos e a estudo, procurava ter um horário para poder treinar. Nos fins de semana, deslocava-me de Coimbra a  S. João de Ver Ver em bicicleta, servindo-me isso de treino. Ida e Volta eram 200 quilómetros. Era tudo uma questão de MÉTODO E DISCIPLINA”. Joaquim Sousa Santos salienta ainda que “Em Coimbra, cidade que nunca esquecerei, ganhei muitas amizades, muito calor, muito carinho. Quando comecei a ser conhecido, a minha bicicleta era motivo de ambição e cobiça. Por vezes, encontrei-me com a “grata…”… surpresa chegar ao local onde a deixara, e a bicicleta mudara de lugar e dono…” Lembrava ainda que “Desde os meus quinze anos que pratiquei o ciclismo de competição. Antes, fazia o ciclismo que toda a gente faz. Tinha sete anos quando o meu professor do Ensino Primário me levou à Volta a Portugal em miniatura, realizada em Espinho, tendo obtido o 2.º lugar. Como prémio recebi uma panela e uma cafeteira (…) Quando tinha 16 anos, estando ao  serviço do Fogueira/Sangalhos, fui campeão nacional. No ano seguinte, participei na Volta a Portugal”. “Representei o Sangalhos (duas Voltas a Portugal), União de Coimbra (uma Volta a Portugal e 4.º lugar), Bombarralense (duas Voltas); e o F. F. C. Porto (uma volta a Portugal).

2

26

Ao serviço do do F. C. Porto, venci a Volta a Portugal. Participei ainda na Volta a Catalunha (13.º (1 3.º lugar); Volta a Málaga (3.º lugar); e Perpignan (França). Tive vários convites das Ex-Colónias, Brasil, Venezuela, África do

 Sul, para para além além de Espanha. Não pude aceitá-los, devido a ser estudante. A época de exames (Junho-Julho) coincidia com muitas dessas provas, o que não me  permitia nelas poder participar”. participar”.

Foi médico do Clube Desportivo Feirense

26 João Costa, João Duarte, João Marta, Fernando Fernandes, José Sousa Santos Joaquim Sousa Santos, Vasco Vasco Monteiro, e Afonso Henriques ques

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JORGE AMARAL 

Treinador: Vizela (4), Penafiel (3), Ovarense (1) Maia Treinador: (2), Feirense (1 época, 1998-1999: José Dinis iniciou a época, Júlio Sérgio orientou a equipa em apenas em alguns jogos, Jorge Amaral a partir de Novembro de 1998 sendo susbtituido por Henrique Nunes a partir de Janeiro de 1999.), Oriental (1), Paredes (2), Bragança (1), Chaves (1), Lousada (1) e Amarante (1). Foi treinador do Feirense JOSÉ CUNHA

Jorge Amaral, nasceu a 20 de Junho de 1955, em Lisboa. Representou o Dramático de Cascais (1), o Benfica (3), Sintrense (1), Marítimo (3, Vitória de Setúbal (3), Futebol Clube do Porto (4), Farense (1), Penafiel (2), Varzim (1), Recreio de Águeda (1), Louletano (2) e  Tirsense (1) Teve a sua Estreia a 21 de Agosto de1982 (vitória frente ao Portimonense por 2-1 em Portimão). Treinador: Treinador: José Maria Pedroto. 58

Nasceu em 24 de Dezembro de 1910 em Ponte Lima. Era ajudante de farmácia até que aos 18 anos foi para o Brasil, onde exerceu as funções de Delegado de Propaganda Médica, representante da Bayer. Por razões de saúde regressou a Portugal, para exercer a função de agente de seguros, representando 15 companhias de seguros. Faleceu com apenas 58 anos, no entanto José Cunha foi uma da figuras mais carismáticas do Futebol Clube do Porto, uma vez que juntamente com o Presidente Urgel Horta, conseguiram convencer o treinador Brasileiro Dorival Yustrich a ingressar no Futebol Clube do Porto. Porto. As razões da vinda do treinador brasileiro para o Futebol Clube do Porto derivam da amizade existente entre José Cunha e Yustrich, porque  viveram juntos no Rio de Janeiro, quando o brasileiro defendeu as redes do Clube Regatas Vasco da Gama, em 1944-45, clube onde regressaria como treinador também pelo intermédio de José Cunha, apos ter saído do Futebol Clube do Porto. Seria determinante com o Presidente Paulo Pombo, para o regresso ao Futebol Clube do Porto na época de 1957-58 O técnico brasileiro passava grande parte do seu tempo na quinta de familia de José Cunha que para além de amigo era o homem da estrita confiança de  Yustrich. A quinta dos Braganças em Santa Maria da Feira era o lugar do descanso do guerreiro e para isso acontecer foi desenhada por um arquiteto da família uma cama que foi feita à medida de Yustrich, devido ao seu enorme tamanho. O filho de José Cunha Bragança Cunha, que deu o pontapé de saida no jogo Feirense-Porto realizado a 20 de Janeiro de 1958, é o carismatico enfermeiro do Feirense há 38 anos, que é o proprietário da referida cama.

De sublinhar que este jogo se deveu a um acordo entre o presidente do Feirense, Marcolino de Catro, José Cunha e Yustrich para o empréstimo do guardaredes Zeferino. O “empréstimo”duraria 10 anos. JÚLIO PEREYRA

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O argentino Júlio Pereyra veio para Portugal como futebolista do FC Porto, mas a sua marca no futebol nacional não ficou somente como jogador, visto que radicou-se em terras lusas e foi treinador de diversas equipas ao longo de vários anos (começando na Ovarense quando ainda era jogador), entre as quais o Sporting da Covilhã na temporada 1973/1974. Júlio Pereyra chegou ao emblema serrano proveniente do S.C. Braga, encontrando o nosso clube a disputar a Série B da 3.ª Divisão Nacional, com o objetivo de regressar ao escalão secundário, só que tal desejo acabou por não se concretizar,, pois, a formação covilhanense não foi além concretizar do 2.º lugar da classificação, a escassos dois pontos do promovido Alba. Júlio Pereyra era um estudioso do futebol, com destaque para a área da preparação física, revolucionando alguns dos métodos de treino utilizados naquela altura. Em 1963/64 júlio Pereyra treinou o Feirense durante todo o campeonato tendo sido substituído por Licínio Milheiro no final da época a partir de Maio de 1964. JÚLIO SÉRGIO Nasceu a 14 de Agosto de 1968 no Porto. Jogava a médio-centro. Representou o Infesta (2), F.C. Porto (5), Varzim (1), Chaves (4), União da Madeira (1)Boavista (1) Feirense (9), Aves (1) e Penafiel (1) Esteve na época de 1983-84, no plantel principal do Futebol Clube do Porto. Realizou 2 jogos. Estreou-se no Estádio das Antas no dia 15 de Janeiro de 1984 frente ao Boavista numa vitória de 4-0. Era treinador António Morais27. Treinador: Treinado r: Feirense (1), Serzedelo (1), Ermesinde (1), Esposende (2) 3 2

27 Almanaque do Futebol Clube do Porto. 1893-2011

60

MIGUEL BRUNO

Miguel Bruno Pereira Cardoso, nasceu a 8 de Dezembro de 1971 em Arada, Ovar. Miguel Bruno na primeira pessoa diz diz:: “Tudo começou na minha terra Arada (Ovar) onde estive dois anos, um nos iniciados outro nos juvenis, e onde fiz grandes amizades que perduram até aos dias de hoje……seguiu-se o CD Feirense onde joguei 2 anos, um como juvenil e outro como júnior ….este foi o ano que tudo aconteceu de uma forma abrupta  pois comecei a treinar com os seniores tinha eu 16 anos o que me ajudou imenso como homem e como futebolista….no meu último ano de júnior fui para o FC PORTO onde me sagrei campeão nacional e onde tenho amigos que todos os anos nos encontramos para confraternizar essa amizade que vai ficar para a vida. Estive 5 anos ligado ao F.C. PORTO fui emprestado à Ovarense(1) sagrando-me campeão nacional da 2.ª divisão.  Seguiu-se o FEIRENSE (2), Paços de Ferreira (1), Beira-Mar

(1),

Belenenses

(1),

Gil

Vicente

(1),

 Salgueiros (1), Académica de Coimbra (2), Espinho (1), Varzim (1) e novamente a Ovarense (2) onde terminei

a

minha

carreira.

Joguei

ainda

pelas

 seleções nacionais nacionais de sub 18, sub sub 20 e Esperanças. Esperanças.

Este foi o meu currículo como atleta profissional de futebol”.

Realizou 199 jogos e marcou 35 golos na 1.ª Liga. Pelos seniores do Futebol Clube do Porto jogou apenas jogo frente ao Barreirense tendo marcado aos 27 minutos. 61

 

MOREIRA

José Manuel Lopes Moreira da Silva, nasceu a 23 de Agosto de 1964, no Porto. Defesa Central. Representou o Futebol Clube do Porto (6), Trofense (1), Sanjoanense  

4 2

MORGADO

28

Mário Jorge de Castro Morgado, nasceu a 31 de Dezembro de 1969 em Santa Maria da Feira. Jogou no Feirense (4), Futebol Clube do Porto (4) Gil Vicente (1)

28 Na foto, em cima, da esquerda para a direita: Marcelino, Costa, Miguel, Morgado, Quitó e Rufino. Em baixo: Couto, João Luís, Artur, Resende e Pedro Martins.

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(1), Feirense (1), Salgueiros (2), Oliveirinha (2), Leça (2), Canelas (1) e Aliados de Lordelo (1). Efetuou 8 jogos na 1.ª Divisão.

Rio Ave (1), Famalicão (1), Beira-Mar (2), Varzim (1), Desportivo de Chaves (1), União da Madeira (1), Leça (1) e Felgueiras (1) Jogou 2 épocas nos seniores do Futebol Clube do Porto (90-92). A estreia foi em 4 de Novembro de 1990 (vitória por 1-0 frente ao Braga no Estádio 1.º de Maio).  Treinador:  Treinad or: Artur Jorge.

 Títulos 3 (1 Campeonato Nacional, 1 taça de Portugal e 1 Supertaça. foi 31 vezes internacional português, tendo conquista o Campeonato Do Mundo de Sub-20, em 1989 em Riade, no qual realizou 6 jogos. É adjunto de Pedro Miguel: Feirense, Leixões e atualmente Oliveirense.  

NÓBREGA

Francisco Lage Pereira Nóbrega29 nasceu no dia 14 de Abril de 1942 em Vila Real. Faleceu no dia 28 de Abril de 2012, no Porto com 70 anos. Representou o Futebol Clube do Porto durante 12 épocas, tendo tido a sua estreia em 26 de Setembro de 1962 (derrota por 2-0 no Bonfim, frente ao Vitoria de Setúbal). Efetuou 277 jogos. Marcou 44 golos. Palmarés: 1 títul títuloo (Taça de Portugal); 4 Taças Associação de Futebol do Porto e 4 internacionalizações. Jogou nas camadas jovens do Futebol Clube do Porto e quando foi promovido a sénior, na temporada de 1961/62, foi emprestado ao F.C. F.C. Tirsense, para regressar em definitivo aos Dragões na temporada seguinte. A estreia foi bastante promissora já que Nóbrega, com apenas 21 anos, acabou o campeonato com 10 golos apontados e com a conquista da Taça Associação de Futebol do Porto. A sua segunda temporad temporadaa com a camisol camisolaa do F.C. Porto já foi a época em que se afirmou como um dos titulares indiscutíveis, tendo voltado a vencer a Taça Associação de Futebol do Porto. Em 1964 foi pela primeira vez chamado a representar a Seleção Nacional num jogo contra a Espanha, em que Portugal venceu por 2-1. Viria ainda a vestir a camisola das quinas por mais 3 ocasiões, tendo-se despedido no dia 12 de Novembro de 1967 numa partida contra a Noruega, com o resultado a ser favorável a Portugal por 2-1. Em 1964/65 e 1965/66 repetiu a vitória na Taça Associação de Futebol do Porto. 25

29 http://estrelas-do http://estrelas-do-fcp.blogspot -fcp.blogspot.pt/2009/11/no .pt/2009/11/nobrega.html brega.html

63

No dia 16 de Setembro de 1964 foi um dos titulares da formação portista que venceu o Olimpique de Lyon por 3-0 no Estádio das antas, um jogo a contar para a 1ª mão da 1ª eliminatória da Taça dos Vencedores das Taças e que marcou a primeira  vitória dos portistas nas competições competições europeias. Na temporada de 1967/68 viveu o ponto alto da sua carreira ao conquistar a Taça de Portugal. Os portistas foram à Final do Jamor vencer o Vitória de Setúbal por 2-1, com Nóbrega a ser o autor de um dos golos. No final da temporada de 1973/74 deixou o F.C. Porto e ingressou no clube da sua terra, o S.C. Vila Real. Em 1975/76 ajudou os vila-realenses a subirem para a II Divisão. Nessa temporada começou por ter como treinador Joaquim Teixeira (que passou pelo F.C. Porto na equipa técnica comandada por António Oliveira), seguiu-se depois Luis Miguel no comando do S.C. Vila Real. Na temporada seguinte passou a ser treinado pelo seu amigo e ex-colega do F.C. Porto, Custódio Pinto. Só que num jogo em Chaves, um desentendimento entre o treinador e o presidente, Taveira da Mota, ditou o afastamento de Custódio Pinto do comando técnico da equipa de Vila Real. Nóbrega em solidariedade com o seu amigo abandonou também o clube e regressou à cidade do Porto Passou depois mais tarde a treinador tendo orientado o C.D. Feirense, entre outros clubes de divisões secundárias. Francisco Nóbrega foi treinador do Clube Desportivo Feirense nas épocas de 1984/85 (a partir de Janeiro) e 1985/86, onde esteve muito perto de alcançar a subida de divisão. Regressou na época de 1987/88 mas acabou substituído por Henrique Nunes a partir de Janeiro de 1988. 64

Agora vamos encontrar uma situação inédita no Futebol Clube do Porto, penso que caso único na história do Futebol Clube do Porto, três irmãos terem representado ao mais alto nível o clube, com diversas conquistas bem como clubes de Santa Maria da Feira. Falamos de José Oliveira, Carlos Oliveira e Armando Oliveira. 630 2 630

OLIVEIRA, José 731 2 731

30 Estádio da Antas. 23-10-1955

31 Três irmãos que jogaram no Porto e no Feirense, Armando Oliveira, José Oliveira e Carlos Oliveira 65

José Oliveira nasceu a 14 Janeiro de 1934 e começou aos 12 anos no Arrifanense, Porto (8 épocas como júnior e sénior), Boavista (2 épocas), Sagueiros (2 épocas), Arrifanense (sénior, 2 épocas), Feirense (2 épocas), Sanjoanense (2 épocas), Vilanovense (2 épocas), Marco 2 épocas e de novo Arrifanense (2 épocas onde terminou a carreira como treinador  jogador aos 38 anos anos de idade. Curiosamente começou como interior direito, mas quando foi para o Porto, quem ocupava esse lugar era o Morais, e assim Artur Beta, colocou a defesa esquerdo,

posição que ocupou ao longo de 26 anos de carreira. Foi industrial de sapataria e resido em São João da Madeira, aliás a minha região. Palmarés: Campeão Nacional de juniores em 1952/52 e seniores 1958/59 ao serviço do F.C. Porto. Subidas à 1.ªDivisao no Boavista, Salgueiros e Feirense. 832 2 832

Treinou camadas jovens e seniores do Arrifanense, Treinou camadas jovens do Feirense e da Sanjoanense e Seniores do Valecambrense.

32 Campeão Nacional de Juniores. No 1.º plano: Freitas, Morais, Avelino, Ferreirinha, Waldemar e Óscar. Óscar. No segundo plano: Resende, Baltasar,, Oliveira, Sarmento I, Gonçalves, Sá Pereira, Sarmento II e Vitor Gonçalves. Baltasar 66

Esta equipa era orientada, tecnicamente, por Artur Baeta — nome grande do futebol ju venil ju venil — e, dela, faziam parte, entre outros jogadores, António Morais, Ferreirinha, Avelino, José Oliveira, para além de mais diversos nomes que atingiram atingiram plano saliente no nosso futebol, primeiro como futebolistas futebo listas e, depois, como treinadores, treinado res, neste caso, Morais e Ferreirinha.

33 9 2

0 3

Em 1954 uma equipa de futebol futebol júnior do F. C. do Porto marcou presença dilatada no respectivo campeonato nacional e ganhou-o de modo brilhante.

33 Torneio Octagonal no Estadio do Lima. Beleneses 1, Porto, 3. Américo e Oliveira 34 Jaburu, Paula e Oliveira

34 67

68

Dentre os atletas daquela inesquecível inesquecível equipa, há a destacar o nome de José Oliveira que, durante quase duas décadas, pode atuar como elemento nimbado por  valor que nunca feneceu.

Depois de júnior do F. C. do Porto e de jogar nas suas equipas de seniores,transitou seniores,transitou para outros clubes.

35

Pereira, Sarmento II, Albasini e Oliveira Oliveira.. De joelhos da esquerda: Hassane Aly; Eleutério, Noé, Quim e Zé Maria. Campo 35 De pé da esquerda: Acúrsio, Gonçalves, Sá Pereira, da Constituição.

69

Na primeira pessoa José Oliveira revelou” Primeiramente, fui para o Boavista que ajudei a subir à 1.ª Divisão, em 1959, com Artur Baeta a dirigir a equipa. Comigo, Comigo, Mário Campos, Alcino, Guilherme e outros. Foi uma época e um campeonato, o da II Divisão, magníficos. No jogo decisivo, no antigo Campo do Bessa, num jogo decisivo com o Barreirense, logrou o Boavista o seu objetivo: ascender à divi são  são maior. maior. Depois ingressei no Sal gueiros  gueiros e novamente com  Artur Baeta como técnico, esta equipa ganhou o «Nacional» da II Divisão e subiu à 1.ª. Era excelente esse agrupamento e isto verifi cou-se cm 1960. Perdemos a «final», para o título, em Lei ria, frente ao Barreirense, mas isso não invalidou a bela carreira car reira que o Salgueiros realizou nessa época”. A seguir, continuei a Jogar, pois tenho te nho entranhado o «vício» do futebol. fu tebol. Deste modo conheci outros ou tros clubes: Sanjoanense, Feirense, Marco... No Feirense foi outro êxito: ascendemos à 1.ª Divisão Di visão e fizemos CARLOS OLIVEIRA

36 Inauguração Desportivo de Portugal, como capitão de juniores 70

um campeonato notável. Era nos tempos de Martin, um guarda-redes espanhol, espa nhol, Ramalho, Eduardo, Lopes Campanhã e outros. Ganhou o Feirense a sua série, com um ponto de avanço sobre o Braga, depois de luta acérrima com os minhotos. Na «final», em Leiria,  perdemos com o Barreirense, ingressámos na 1.ª Divisão, em 1962/63. Acrescento que, na Sanjoanense também tive magníficas épocas.” Treinadores Treinad ores que o marcaram: Iládio Passarin (espanhol), Reboredo (argentino), Vascheto (Argentino), Janos Zorgo (húngaro), Artur Baeta (português), Jose Vale (argentino), Dorival Yustrich (brasileiro), Flávio Costa (brasileiro), Malhado, Quintino, Rui Araújo, Monteiro e Jesus (portugueses). Manteve uma enorme actividade, nomeadamente na dinamização de encontros Como das «velhas guardas», e foi dirigente, dirigente, como chefe da secção desportiva da Sanjoanense.

Carlos Oliveira, nasceu a 18 de Julho de 1942, em Arrifana. Extremo direito. É da geração de Rui, Vasconcelos, Monteiro, Apolinário, Vidal, Bernardino, Ramos de Sousa, Moura, Serafim, Nóbrega, Castro, Amadeu, Gabriel entre outros. Profissão: industrial De 1955 a 1962 – Futebol Clube do Porto, onde teve como treinadores Francisco Reboredo e José Maria Pedroto. Na primeira pessoa, Carlos Oliveira refere que “foi no Futebol Clube do Porto com apenas 14 anos, que iniciei a minha carreira de futebolista. Era o treinador o argentino Francisco Reboredo que de imediato me 1 3

marcou, pelo facto de ser estrangeiro, o que era raro na altura, e ainda por ter sido ele a convocar-me pela  primeira vez, para a equipa de seniores numa deslocação  para defrontar o Benfica na Taça Taça de Portugal”. Nessa deslocação, partilhou o quarto de hotel com Virgílio Mendes, capitão da equipa e da Seleção Nacional, a quem chamavam o “Leão de Génova” pela brilhante prestação no jogo da Seleção disputado naquela cidade italiana. Para Carlos Oliveira, esta atitude foi o reconhecimento do meu valor, uma vez que naquela época havia um grande distanciamento entre os jogadores novos e os que como Virgílio, Monteiro da Costa, Hernâni “mandavam” na equipa.

37 Da esquerda da direita em cima, juniores do Futebol Clube do Porto convocados para seleção do Porto: Vasconcelos, Vasconcelos, Moura e Serafim. Em baixo: Carlos Oliveira, Apolinário e Nóbrega 71

38

Ainda com Francisco Reboredo à Frente da equipa, obtivemos o resultado mais insólito até hoje verificado em competições do género. 31-0, foi o resultado desse  jogo. É justo no entanto que se diga que este resultado só foi possível graças à fragilidade da equipa adversária bem assim como a falta de equipamentos adequados, para jogos em relva. Falamos do Bragança. 237 3 237

38 Bernardino, Amadeu, Castro, Vidal, Barros,Monteiro, Vasconcelos e Rui. Oliveira, Gabriel, Moura, Serafim, Em baixo da esquerda para a direita: Carlos Oliveira, Nóbrega e Nóbrega  e Sousa. Juniores

72

C Como sénior e já com José Maria Pedroto, como treinador,, Carlos Oliveira revela “Pedroto treinador muito treinador evoluído, e passou-se um episódio que achei engraçado,  pelo inesperado da situação. Durante um jogo com o  Salgueiros apliquei aquilo a que se chama pontapé-depontapé-debicicleta. Pedroto não era amante desse tipo de jogo e disse-me ao intervalo que queria que jogasse a bola rente ao solo, salvo se o adversário fosse violento aí  sim: “vê se lhe acertas nos cornos”. Gargalhada Geral.” 3

4 3

39

De 1962-1965. Interrupção por motivo de doença. De 1965 a 1966: jogou no Tirsense, devido à enorme amizade que tinha com Dieste, desde os tempos

do Futebol Clube do Porto. Depois jogo no Feirense, integrando a geração de ouro dos anos 60 e no Valecambrense.

Coimbra, Cristóvão, 39 Em cima: Coimbra,  Cristóvão, Gastão, Perico, Vieira e Rui. Em baixo: Carlos Oliveira, Morais, Oliveira,  Morais, Vasconcelos, Serafim e Rui Correia

73

OLIVEIRA, Armando

5 3

40

Armando Dias de Oliveira, nasceu a 18 de Fevereiro de 1946 em Arrifana. Começou a jogar no Futebol Clube 40 Dois irmãos, José Oliveira e Armando Oliveira, ao serviço do Futebol Clube do Porto

74

do Porto com 16 anos, onde se manteve até aos 20 anos. O ponto alto da carreira na equipa azul e branca foi a conquista do Campeonato Nacional de Juniores em 1963, numa equipa onde pontificavam Artur Jorge, Luis Pinto, Sucena, Ernesto e Sousa. O profissionalismo

ficou pelo caminho uma vez, que com apenas 17 anos  já tinha uma fábrica de calçado! calçado! Efetuada proposta para se dedicar em exclusivo pelo Futebol Clube do Porto, Armando Oliveira exigiu naturalmente contrapartidas salariais para abandonar a fábrica, mas o clube não conseguiu responder favoravelmente. Armando Oliveira saiu para ser uma das grandes figuras do Feirense (7) na década de 60, com passagem pelo União de Lamas (1), terminando na Sanjoanense (1). Na primeira pessoa Armando Oliveira diz :” Ainda  Ainda hoje há sócios do Feirense que dizem que nunca mais arranjamos um jogador que conseguisse arrancar  grandes penalidades como eu conseguia”.41 D Depois de terminada a carreira, foi dirigente do 36

742 3 742

Feirense durante três anos, nos quais obteve duas subidas, à primeira divisão e à segunda Liga respectivamente com  Artur Brandão Brandão e Rodrigo Nunes Nunes na presidência. presidência. Destes anos de clube, Armando Oliveira tem episódios que normalmente são desconhecidos da “aficcion” feirense.

Recorda-se por exemplo de que na altura em que o Acácio, o Damas e o irmão Carlos Oliveira jogavam no Valecambrense estes terem “alertado o treinador do Valecambrense para o facto de eu conseguir

grandes penalidades com relativa facilidade.  Jogámos com o Valecambrense em S. João de Ver, porque o nosso campo estava interditado, e a verdade é que lá conseguimos ganhar, precisamente com uma grande  penalidade arranjada por mim. O aviso não serviu de nada! Engraçado, ainda hoje há sócios do Feirense que dizem que nunca mais arranjamos um jogador que conseguisse arrancar grandes penalidades como eu conseguia. Marquei vários golos de calcanhar, muito antes do célebre golo de Madjer na final de Viena ”. Outro episódio curioso que se passou com Armando Oliveira foi “quando jogava e o treinador era o Sr. Sr. Licínio, que tinha uma personalidade muito forte e muito rigorosa, o Acácio não cumpriu o que lhe estava a ser pedido, o treinador não esteve com meias medidas, mandou-o tomar banho mais cedo. A mim, estava a ser pedido que fizesse um vai e vem constante. A dada altura dei o “estouro” e disse ao Sr. Sr. Licínio: não posso mais fazer isto porque não tenho nenhum motor, preparando-me  para seguir o mesmo caminho do Acácio. O treinador disse: eu sei que não tens nenhum motor motor,, mas sei que és o único que corresponde positivamente aos meus  pedidos”.

41 CARLOS, Roberto. Feirense Magazine. Fevereiro 2006

42

75

42 Campeão Nacional de Juniores 1963.

76

Outro treinador que marcou Armando Oliveira, foi o Mariano Amaro, que veio do Belenenses para o Feirense: “era um treinador cerebral, um antecessor

daquilo que é hoje o treinador moderno, na linha de  José Mourinho, porque pretendia que os jogadores  soubes sem exatamente aquilo que andavam a fazer 77

dentro de campo, nomeadamente a precisão do passe na transposição da bola da defesa para o ataque. Era efetivamente um treinador de elevado nível.” Gonzalez que foi “um grande defesa central do Feirense e meu treinador dizia-me: Chico ustedes es un craque do c…”- frase essa que se tornou célebre no Feirense. Por último deixa uma palavra para “Artur Brandão, que foi meu colega de equipa, meu treinador e meu  presidente. Era o pronto-socorro do clube, nomeadamente quando se verificava a famosa chicotada  psicológica”. Outra história caricata relaciona-se com um antigo colega, de seu nome João Baptista Cabrinha. Ex-jogador do Sporting, belíssimo jogador, jogador, mas tinha um senão que os companheiros de equipa não apreciavam. Nos dias dos jogos, a equipa do Feirense almoçava toda junta, o Cabrinha escondia debaixo da mesa um garrafão de  vinho para que pudesse beber três ou quatro copos do saboroso néctar. “ Sinceramente não gostávamos muito, muito, mas a verdade é que o Cabrinha entrava em campo e marcava golos que se fartava, e como tal ocultávamos o facto do treinador e da direção, não vá o diabo tecê-las, e ele se não bebesse deixava de marcar golos”. Quanto a histórias mais recentes, Armando Oliveira, recorda-se da época em que o Feirense subiu à  primeira Divisão, só com jogadores portugueses. “No Municipal de Coimbra o Feirense perdeu por um a zero, e viu reduzir a diferença pontual para os estudantes. No final do jogo o falecido presidente da Académica,  Jorge Anjinho, passou pela comitiva feirense com um  sorriso de satisfação. Armando Oliveira não se conteve e disse: “não vale a penas estares com esse sorriso cínico e sarcástico porque nós vamos subir à primeira 78

divisão e vocês vão continuar na segunda, porque tu és um Anjinho!”. Posteriormente, há um outro episódio a registar que foi no jogo em Portalegre, para “onde foram cerca de trinta e tal autocarros com adeptos do Feirense, estava um calor de morrer morrer,, os nossos jogadores ressentiram-se, e perdemos. No final da partida o nosso  presidente, o Eng.º Brandão, Brandão, não gostou e preparava-se preparava-se  para dar uma reprimenda aos jogadores. Eu opus-me, e disse-lhe para deixar o caso comigo, porque eu iria falar com os atletas. Efetivamente assim fiz, fazendolhes ver que dependíamos apenas de nós, ou seja  ganhar em Estarreja e ganhar em casa casa ao Caldas como efetivamente veio a acontecer. De salientar que no ano anterior estivemos quase a subir de divisão, apesar de um início desastroso de campeonato, e só não subimos  porque fomos roubados roubados frente ao União de Leiria” . Armando Oliveira remata dizendo: “ sinto-me um feirense feirense de corpo e alma, apesar de não ter nascido cá, ainda hoje a minha vida é feita de manhã à noite em Santa Maria da Feira, apesar de não residir cá. Quando eu jogava e perdia, ficava doente e ainda hoje se passa o mesmo, quando o Feirense perde ando doente uma semana até vir outro jogo ajudar a esquecer o mau resultado anterior”.

 

PAULO Paulo Manuel Rodrigues Dinis, nasceu a 18 de Abril de 1959. Jogou a Defesa. Representou o Futebol Clube do Porto (3), Feirense (1), Sanjoanense (2), Tirsense (2), Amarante (1) e Ermesinde (3)

PEDRO MARTINS

Pedro Rui Mota Vieira Martins, nasceu a 17 de Julho de 1970 em Santa Maria da Feira. Jogava a médio direito e médio centro. Começou a sua carreira no Feirense (10), Guimarães (1), Sporting (3) Boavista (2), Santa Clara (1) e Alverca (4). Efetuou 246 jogos na 1.ª Liga e marcou 9 golos. Foi internacional português  Treinador:  Treinad or: Começou como Adjunto de José Couceiro em 2004-2005 no Vitória de Setúbal e Futebol Clube do Porto (foi também de Victor Fernandes), seguindose o Belenenses (adjunto de José Couceiro e de Carlos Carvalhal). Como treinador principal começou em 2006/2007 no União de Lamas (1). Seguiram-se Lourosa (2), Espinho (1), Marítimo B (2), Marítimo (4), Rio Ave (2) e Vitória de Guimarães (1) ingressando na próxima época na equipa grega do Olympiakos  

RAFA

Nasceu no Barreiro e iniciou-se como futebolista na União Atlético Povoense, clube da Póvoa de Santa Iria. Com onze anos ingressou no F.C. F.C. Alverca, onde fez a formação, aos 18 anos, juntou-se aos juniores do C.D. Feirense. Rapidamente se evidenciou, subindo ao escalão sénior onde, na primeira época, em 47 jogos, apontou 11 golos. Na época seguinte, já na equipa principal, as suas prestações pelo clube que disputava a Segunda Liga atraíram a atenção de algumas equipas nacionais da Primeira Liga, tendo sido adquirido pelo S.C. Braga. Estreou-se na Primeira Liga em 26 de agosto de 2013, num jogo em que o Braga derrotou o Belenenses por 2-1. O irreverente extremo saltou do Sp. Braga após três épocas, transferindo-se para o Benfica a troco de 16 milhões de euros. Destaca-se 79

pela velocidade, drible e imprevisibilidade, mas tardou em afirmar-se no clube da Luz. Já conquistou conquis tou uma Liga Portuguesa, duas Taças de Portugal e uma Supertaça. Foi chamado por Fernando Santos e ajudou Portugal a conquistar o Campeonato da Europa em2016. Fez a sua estreia nas Seleções em 23 de abril de 2013, num jogo entre os sub-20 de Portugal e do Uzbequistão. 80

Em 2 de junho de 2013, teve a primeira de treze internacionalizações por Portugal sub-21, ajudando a equipa a colocar-se no topo do grupo de apuramento para o Campeonato Europeu de Futebol Sub-21 de 2015 e a sagrar-se vice-campeã do torneio. Atingiu a Seleção A em 28 de fevereiro de 2014, quando foi convocado para um jogo de preparação para o Mundial 2014 contra a Seleção dos Camarões, que se

realizou no dia 5 de março de 2014, jogando a titular. Em 19 de maio de 2014, foi selecionado para fazer parte dos 23 jogadores que representaram Portugal no Mundial 2014. Em 17 de maio de 2016, foi selecionado para fazer parte dos 23 jogadores que representaram Portugal no Euro 2016. Em 10 de julho de 2016 sagrou-se campeão europeu pela seleção nacional portuguesa. Em consequência, a 10 de julho de 2016 foi feito Comendador da Ordem do Mérito. ROMÃO

Américo Ferreira Coelho, conhecido como Romão, nasceu na freguesia de Santa Maria de Lamas do Concelho de Santa Maria da Feira. Ingressou no Futebol Clube do Porto na temporada de 1944/45. Estreou-se com a camisola dos Dragões no dia 26 de Novembro de 1944 no Campo das Salésias em Lisboa onde o F.C. Porto defrontou o C.F. Belenenses na partida da 1ª  jornada do Campeonato Nacional de 1944/45. Romão deixou os portistas no final da época de 1951/52. Nas oito temporadas em que vestiu a camisola azul e branca, Romão venceu por três vezes o Campeonato do Porto (1944/45, 1945/46 e 1946/47) e a Taça Associação de Futebol do Porto em 1947/48. 843 3 843

Romão viveu ainda grandes momentos para além dos títulos conquistados. Foi titular na equipa que venceu por 18-0 o S.C. Salgueiros no dia 15 de Setembro de 1946, num jogo a contar para o Campeonato do Porto. Já em 1947 esteve presente no Estádio do Lima quando os portistas venceram o Real Madrid C.F. por 4-1. Ainda em 1947, foi o campeão espanhol, Valência F.C. a ser derrotado no seu próprio recinto por 1-0. Outra grande  vitória vivida por Romão foi a 6 de de Maio Maio de 1948 quando quando os ingleses do Arsenal F.C. F.C. saíram derrotados do Estádio do Lima por 3-2. Em 1952 Romão fez parte da equipa do F.C. Porto que pisou pela primeira vez a relva do novo Estádio das Antas que foi inaugurado no dia 28 de Maio desse ano. Em jogos oficiais Romão disputou 180 partidas e marcou 7 golos com a camisola do F.C. Porto. Palmarés 3 Campeonatos do Porto 1 Taça Associação de Futebol do Porto. 81

Romão,, Alfredo  Alfredo,, Virgílio, em baixo, pela mesma ordem: Diamantino, Araújo, 43 Em cima da esquerda para a direita: Barrigana, Joaquim, Carvalho, Romão Monteiro da Costa, Costa, José Maria e Vieira

A época de 1950/1951 o início de época esteve carregado de polémica devido à contratação de Américo Romão, pelo Feirense para ser seu treinador jogador. Na sequência deste episódio, vários atletas do Feirense foram abordados pela direção do União de Lamas para ingressarem no clube, e a direção do Feirense acuso Romão de estar envolvido nesta situação burlesca. 82

O caso originou a troca de comunicados entre as duas direções, provocando o despedimento do respetivo atleta e treinador Américo Romão 44. 9 3

44 Clube de Futebol União de Lamas - 81 Anos de História

83

RUBEN GARCIA O Clube Desportivo Feirense teve uma época

Portalegre. Nunca se chegou a saber as razões que

extraordinária em 1976-77. Com a expansão da 2ªDN

levaram a tão abruptatroca de clubes pelo treinador

de duas para três zonas, o C.D. Feirense, devido à sua

argentino. O Feirense seria conduzido por Artur Brandão

localização geográfica, transitou da Zona Norte para a

nos jogos de apuramento do Campeão Nacional da 2.ª

Zona Centro da 2ª DN. Depois de uma luta bem acesa,

Divisão, onde viria a terminar em segundo nesse torneio,

e taco-a-taco com o Estrela de Portalegre, o Feirense

disputado pelos vencedores de cada uma das três

tornou-se no primeiro vencedor da Zona Centro da

zonas da 2ª. Divisão. Contudo, o Feirense até poderia

2ªDN. No final do campeonato, quando as contas

ter sido o vencedor – Campeão Nacional da II Divisão

foram feitas, o Feirense terminou na primeira posição,

– se tivesse conseguido empatar no último jogo, em

e subia à 1ªDN pela segunda vez no seu historial.

casa do Marítimo. Nesse jogo, as coisas não correram

Esse triunfo resultou na segunda subida do clube da,

bem e o Feirense acabaria perdendo por 3-0 para os

então, Vila da Feira ao convívio com os grandes.

novos primodivisionários do Funchal. Aproveitamento:

Pelo meio há que referir os dois pontos do jogo

(no campeonato da 2ª DN, Zona Centro) — 30 jogos,

U. Coimbra – Estrela de Portalegre {onde foi este

21-1-8, 59-30 em golos, 43 pontos, 1.º lugar, com os

 jogo?}, que foram decidios na secretaria em favor do

mesmos pontos do segundo classificado; (no torneio,

Estrela de Portalegre, dias após a 29.ª jornada ter sido

entre três, de apuramento do campeão da 2ª DN) — 4

 jogada. Com esse incidente – a atribuição desses dois

 jogos, 1-2-1, 6-6 em golos, 4 pontos, pontos, 2.º lugar, lugar, de três

pontos ao Estrela de Portalegre –, o Feirense, que havia

possíveis.

pensado ter conquistador a subida à 1ª DN na 29.ª  jornada, teve que ganhar o último jogo jogo para o conseguir conseguir..

RUI DE ARAÚJO ARAÚJO,,

No último jogo, a 15 de Maio, na recepção ao Caldas,

nasceu a 25 de Março de 1910, em lisboa

o Feirense venceu por confortáveis números, três golos

Futebolista (médio e defesa)

sem resposta, e a subida de divisão foi re-confirmada.

Rui Araújo destacou-se a jogar no meio-campo do

Logo após o triunfo no jogo da 30.ª jornada, o treinador

União de Lisboa, chegando então à Selecção Nacional,

Ruben García abalou para o Estrela de Portalegre para

onde se estreou com apenas 21 anos, no dia 31 de

conduzir a equipa do Estrela na liguilha desse mesmo

Maio de 1931, num jogo em que Portugal derrotou a

ano, e trazê-la também à 1ª Diivisão. Contudo, o

Bélgica por 3-2.

sucesso que teve na Feira não o acompanharia em 84

a quem cederia a braçadeira de Capitão, mas também chegou a ocupar o lugar de extremo direito, embora tenha sido como médio que mais se evidenciou, podendo jogar em qualquer posição do meio campo. Jogou Futebol até 1948 no Sporting Clube de Lamego, onde encerrou a sua carreira com treinador  jogador..  jogador Foi quatro vezes internacional, três das quais enquanto jogador do Sporting. O historial do Clube Desportivo Feirense, no campeonato da época 1961/62, reveste-se em 18  vitórias, 3 empates, 5 derrotas, 65 golos a favor favor,, 28 contra, com 39 pontos e a ascenção à I Divisão Nacional. «O seu futebol de fino recorte, técnico e desenvoltura de todos os seus elementos que proficientemente dirige o competente técnico Rui Araújo, colocou o FEIRENSE, sem dúvida, no mais alto pedestal do futebol Nacional».  Treinouu o Feirense em outras  Treino outras ocasiões Em 1932, Rui Araújo com 22 anos de idade, transferiu-se para o Sporting onde conquistou imediatamente um lugar no onze leonino, fruto do seu forte carácter e grande espírito de liderança, ao ponto de um ano depois ser nomeado Capitão de equipa, após o abandono de Faustino No Sporting jogou dez anos, entre 1932 e 1942, realizando 251 jogos oficiais, nos quais marcou 10 golos, contribuindo para a conquista de oito Campeonatos de Lisboa, três Campeonatos de Portugal e um Campeonato Nacional. Nos últimos anos da sua carreira recuou para a defesa, onde passou a jogar ao lado de Álvaro Cardoso,

Em 1989 foi distinguido com o Prémio Stromp na categoria Saudade. Faleceu em 8 de Janeiro de 1998 com 87 anos de idade.

85

RUI CORREIA

0 4

45

Rui Agostinho Antunes Correia, nasceu em S. João de Ver em 28 de Julho de 1938. Ingressou no Futebol Clube do Porto com 14 anos, depois foi emprestado ao Feirense, numplantel que começou a vencer o

45 Seniores: Da esquerda para a direita em cima: Américo, Vidal, Sebastião, Coimbra e Oliveira, Jaime Jaime,, Vasconcelos, Cristóvão, Coimbra  e Vieira. Em baixo: Carlos Oliveira, Perdigão e Rui Correia Correia..

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campeonato regional de Aveiro, e que culminou na 1.ª Divisão. Regressou ao Porto tendo sido emprestado ao Braga. Dai regressou regressou ao Feirense, tendo  jogado ainda no União de Lamas durante duas épocas. Aos 28 anos encerrou a carreira, uma vez que emigrou para a a Alemanha, à semelhança de milhares de portugueses que procurarasm melhores condições de  vida, numa época a que se chamou chamou a sangria da Pátria.

RUI CORREIA

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Rui Manuel da Silva Correia nasceu no dia 22 de Outubro de 1967 em São João da Madeira. Depois de passar pelos escalões de formação do A.D. Sanjoanense (2), Rui Correia ingressou nos Junioress do Sporting Juniore Sportin g C.P. C.P. (4) em 1984. 1984 . Em 1986/87 integrou o plantel principal do clube leonino tendo-se mantido em Alvalade durante duas temporadas. Em 1988/89 transferiu-se para o V. V. Setubal (3) onde disputou apenas um jogo nas três épocas em que representou os sadinos. Na temporada de 1991/92 ingressou no G.D. Chaves (1) , para na época seguinte rumar ao S.C. Braga (6) . No clube da cidade dos arcebispos, Rui Correia tornou-se um dos melhores

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guarda-redes nacionais e isso valeu-lhe a chamada à Selecção Nacional que participou no Campeonato da Europa de 1996 em Inglaterra. Em 1997/98 transferiu-se para o Futebol Clube do Porto (4) . Ao serviço dos Dragões, Rui Correia esteve quatro temporadas, tendo disputado 53 partidas. Conquistou por duas vezes o Campeonato Nacional, ganhou três vezes a Taça de Portugal e conquistou a Supertaça Cândido de Oliveira de 1998, precisamente contra o seu anterior clube. Em 2001/02 ingressou no S.C. Salgueiros (1). Na temporada seguinte rumou ao C.D. Feirense onde esteve durante três épocas (3) .

Em 2005/06 vestiu a camisola do A.D. Ovarense e em 2006/07 transferiu-se para o G.D. Estoril Praia onde terminou a sua carreira de futebolista no final dessa época. Em 2007/08 deu início à carreira de treinador de guarda-redes no Portimonense S.C. Passou depois pelo S.C. Olhanense, Académica de Coimbra, S.C. Braga,

V.S.I. Rio Maior e em 2013/14 treinou os guarda-redes do clube grego do OFI (1), Belenenses (1) e Sandong Luneng (coordenador de formação de guarda-redes). Palmarés: 2 Campeonatos Nacionais 1ª Divisão (Portugal); 3 Taças de Portugal e 1 Supertaça Cândido de Oliveira.

RUPERTO GARCIA

Ruperto García Sánchez, natural de Palma de Maiorca Ruperto é mais conhecido por ter treinado vários clubes em Portugal, tais como Olhanense, União da Madeira e Leixões, entre outros. O recordado foi avançado do Académico de Viseu, tendo apontado 5 golos em 7 jogos. Em 58/59 jogou também no Feirense. Treinador:Penafiel Treinad or:Penafiel Feirense (1959-60), União da Madeira, Olhanense Seixal e Leixões 1959-60

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SÁ PEREIRA

46 Campeões Nacionais que ascenderam à Equipa de Reservas de 1953-54. De pé da esquerda: Manuel Gonçalves, Valdemar, Valdemar, Freitas, Avelino e Vitor Martins. Em baixo: Angelo Sarmento; Sá Pereira e José Oliveira

Henrique Correia Sá Pereira, jogou no Futebol Clube do Porto (4). Leixões 1 e Feirense (1). Estreou-se no Futebol Clube do Porto no dia 26 de Fevereiro de 1956, depois de ter sido campeão nacional 1 4

90

de Juniores com José Oliveira. A estreia decorreu no Estádio das Antas na vitória por 4-0 frente ao Braga. O treinador era Yustrich. Jogava a defesa.

 

SANTOS

Oliveira Hermínio e Gonçalves. Em baixo: Freitas, Morais, 47 Campeões Regionais, 1952-53. Do 1.º Plano de pé: Tavares, Baltazar, Baltazar, Sá Pereira, Oliveira Hermínio Avelino Valdemar e Óscar.

Carlos Alberto da Silva Santos, nasceu em 15-9-1964

em Nampula, Moçambique. Jogava a Ponta de Lança. Representou o S. Felix da Marinha (1), Futebol Clube do

Porto (5), Vizela, 1, Sporting de Espinho (1), Ovarense (1) e terminou no Feirense (1).

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SANTOS, Manuel

48 Equipa-tipo em 1977-78: Fonseca; Gabriel, Simões, Freitas, e Murça; Octávio, Rodolfo, e Duda; Seninho, Gomes, e Oliveira.  Treinador: José Maria Pedroto. Outros Campeões Nacionais: GR: Rui; Defesas: AdelinoTeixeira, Teixeirinha, e Taí; Médios: Celso Matos, Carlos Brandão; Avançados: Jairo, Ademir, González, e Vital. Não utilizados: Joaquim Torres, GR (Campeão em 78-79); Carlos Alberto Silva, GR; Paulo Dinis; João Pereira; Fernando Carvalho (Campeão em 78-79); Manuel dos Santos; e Toninho Metralha.

Manuel Pereira dos Santos, nasceu a 22 de Fevereiro de 1959 em Lourosa. Jogou no Futebol Clube do Porto (1), Académico de Viseu (1), Sporting de Espinho (2), 2 4

92

Sanjoanense (1), Sakgueiros (2), Feirense (4) e Grijós (2). Realizou 50 jogos e marcou 8 golos na 1.ª Liga.

49 Santos está em baixo, sendo o 4.º atleta.

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1

SEMEDO50 2

50 http://bibo-porto-car http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/20 ago.blogspot.pt/2010/11/jose-semedo.ht 10/11/jose-semedo.html ml

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José Orlando Vinha da Rocha Semedo nasceu em Ovar em 5 de Março de 1965 e começou a dar os primeiros pontapés pontapés na bola bola a sério no Esmoriz (1) passando depois pelo Feirense (1)e chegando ao Porto (16) aos 15 anos na época 1980/81, terminou no Salgueiros (2).

Passou pelos juvenis, juniores (onde os seus treinadores lhe foram aprimorando os seus talentos ao mesmo tempo que ia sendo imbuído do estilo e do espírito do grande clube que o recebeu) tendo chegado à primeira equipa do clube na época 1983/84 pela mão do Mestre José Maria Pedroto. 95

Jogador de uma qualidade técnica acima da média, Semedo era, além disso, um jogador muito rápido movimentando-se de uma forma graciosa parecendo por  vezes que pairava acima do terreno de jogo tendo ganho ganho por isso a alcunha de “Gazela de Ovar”. Mas Semedo era muito mais do que um jogador rápido e habilidoso. Era um profissional de corpo inteiro, um jogador muito inteligente que podia jogar em qualquer posição do campo pois tinha uma característica que qualquer treinador gostava: era tacticamente fabuloso.  Talvez  T alvez por isso, Semedo foi sempre um jogador que teve de “lutar” muitas vezes contra a própria massa associativa do Futebol Clube do Porto que o transformou no seu alvo preferido dos assobios. Mas a  verdade é que, depois de ganhar experiência, a partir da época 87/88 passa a ser opção regular para todos os técnicos que chegavam ao Porto e que, pese as críticas, maior parte das vezes injustas, dos adeptos, não abdicaram da sua presença fosse como defesa lateral, médio centro ou extremo e até como avançado. Até à época de 1993/94, apesar de algumas lesões complicadas, Semedo foi sempre um jogador fundamental no plantel azul e branco com um comportamento anti-vedeta sempre pautado pela modéstia e profissionalismo. Em 1994 sofre uma lesão grave que faz com que jogue muito pouco nas 2 épocas seguintes aparecendo envolvido num estranho caso de doping ainda hoje mal explicado. Na época 1996/97, depois de 16 anos ao serviço do Porto, assina pelo vizinho Salgueiros onde permanece durante 3 épocas arrumando as chuteiras no fim da época 1998/99. Semedo fez parte de grandes equipas do Porto nas décadas de 80 e 90 que, definitivamente, transformaram o clube naquilo que hoje existe: o clube mais ganhador 96

de Portugal. Hoje faz parte do quadro de técnicos da formação do clube, tendo sido treinador adjunto de: Vítor Pereira (90 Jogos), Julen Lopetegui (78 Jogos), Nuno Espírito Santo (47 Jogos), Paulo Fonseca (37 Jogos),José Peseiro (22 Jogos), Luís Castro (16 Jogos), Rui Barros (4 Jogos. Actualmete é treinador adjunto de Rui Gomes na equipa B, que disputa a Liga de Honra.  

Palmarés Durante a sua carreira no Futebol Clube do Porto conquistou 8 Campeonatos Nacionais, 4 Taças de Portugal, 7 Supertaças, 1 Taça dos Campeões, 1 Taça Intercontinentale1Supertaça Europeia(tendoalinhadono  jogo da 2ª mão, nas Antas). Vestiu por 21 vezes a camisola da Selecção Nacional tendo marcado 2 golos.

 

SERGINHO

51 Equipa do C.D. Feirense de 1976-77. Trata-se da equipa utilizada no jogo d a penúltima jornada, Ac. Viseu-Feirense, 0-2, no Estádio do Fontelo, em Viseu. Em cima, da esquerda para a direita: Pinto (gr), Cândido, Leão (cap.), Parra, Sobreiro, e Seminário. Em Baixo: Dario, Germano, Serginho, Bites, e Henrique

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Sérgio Cardoso, nasceu a 2 de Maio de 1950, no Brasil. Jogava a extremo-esquerdo. Representou o Chaves (3), Feirense (5), Futebol Clube do Porto (1), Beira-Mar (1), Ermesinde (1), Vilanovense (1) e 3 4

52 Sérginho é o terceiro em baixo, da esquerda para a direita.

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Gondomar (1). Foi campeão nacional pelo Futebol Clube do Porto em 1977/78, sob o comando de José Maria Pedroto.

SOARES DOS REIS53 44

Manuel Soares dos Reis nasceu no dia 11 de Março de 1911 em Penafiel. Foi o primeiro guarda-redes internacional do Futebol Clube do Porto. Embora nunca tenha jogado em Santa Maria da feira, treinava várias  vezes no velho Campo Campo do Clube de Caçadores da Feira, Feira, umna vez que namoriscava uma antiga funcionária dos cocorreiros, conhecida por Sãozinha Rata, que verdade das verdades e talvez fruto dessa paixão assolapada, nunca voltou a casar. O Sr Sr.. Paulo Pereira conta ainda a história das apostas entre Soares dos Reis com o seu velho amigo, jogador da Académica e do Feirense, Domingos Toscano, apostas essas que eram traduzidas na cobrança e defesa de livres à entrada da área, rendendo um bom dinheiro, ora a um ora a outro. Dono da baliza dos Dragões durante oito temporadas, desde 1933/34 a 1943/44. Venceu por nove vezes o Campeonato do Porto e fez parte do plantel portista que venceu o primeiro Campeonato da I Liga em 1934/35 e foi ainda Campeão de Portugal em 1936/37 e Campeão Nacional em 1938/39. Em 1986, quando já contava com 76 anos, contou: “A maior parte dos jogadores não aparecia aos treinos. Uns porque trabalhavam, outros porque se alimentavam mal e não podiam esbanjar as energias que guardavam para os jogos oficiais”.

53 http://estrelas-do http://estrelas-do-fcp.blogspot -fcp.blogspot.pt/2010/05/so .pt/2010/05/soares-dos-reis.html ares-dos-reis.html

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100

“Para mim era terrível jogar fora de casa. O público estava junto de nós e tratava-nos do piorio. Tínhamos de jogar em duas frentes, defendendo os remates dos avançados e os do público. E os destes eram, muitas  vezes, bem mais dolorosos”. dolorosos”.

Depois de deixar o futebol ainda continuou ligar ao F.C. Porto.

“O lugar de guarda-redes foi sempre ingrato. Depois

1 Campeonato da 1ª Liga (Portugal); 1 Campeonato Nacional da 1ª Divisão (Portugal); 1 Campeonato de Portugal; 9 Campeonatos do Porto

dele, só há a baliza, o golo. Uma coisa posso dizer: não havia «frangos» nem «chapéus». O guarda-redes saia mais

Palmarés

da baliza do que sai hoje. Eu era decidido: ou ia ou não ia”. 101

102

 

SOUSA54 1

54 Feirense 1981-82

O Feirense para a época de 1982/83, contratou um novo treinador: Joaquim Sousa Na época de 1982-83 o Feirense contratou Joaquim Sousa. Este técnico de apenas 35 anos, natural de Paços de Brandão, foi guarda-redes do F.C. Porto, Macau, Varzim, Guimarães, Boavista e Sanjoanense. Foi campeão de Futebol da Associação de Macau durante as épocas de 1970/71/72. Nessas épocas pontificava na Seleção o Guarda Redes Joaquim Sousa (1), que foi considerado, pelas suas atuações ao serviço da equipa militar e da seleção de Macau, o melhor guarda-redes

da Ásia. até à data nunca tinha passado por Macau um atleta/guarda-redes com a carreira e o perfil técnico dele. Tinha sido campeão nacional de Juniores pelo F.C. F.C. Porto, onde jogou com Armando Oliveira. De regresso a Portugal a Portugal foi cedido ao Varzim FC (campeão), Guimarães, Boavista (provas da UEFA) e Sanjoanense. Abandonou o futebol ainda jovem, ingressando na carreira de treinador: selecção de Macau, Sanjoanense, Lamego antes de ingressar no Feirense. Um tanto ou quanto prematura prematuramente, mente, Sousa, abandonou as redes, pois nesta altura, com 34 anos 103

de idade, muito poderia dar ainda ao futebol, para mais no seu posto. A mudança, porém, surgiu, brusca, inesperada explicitando, «precisamente na altura em que me encontrava a defender a baliza da Sanjoanense,  por sinal naquela que seria a minha derradeira época, como jogador».Nessa altura, estava a Sanjoa nense a disputar o «Nacional» da III Divisão, e o treinador era  Silva, que, sem eu saber bem porquê, rescindiu com 104

a Direcção do clube, a pouco mais de uma dezena de  jornadas para terminar o campeonato. Como estava habilitado com o curso de treinadores do Sinbol, foi-me feito o convite para assumir o comando da equipa, o que aceitei. Foi um desafio que impus a mim próprio, talvez um pouco cedo demais, mas que acabou por me dar  grande alegria, materiali zada  zada com a subida ao escalão  secundário  se cundário do nosso futebol, paraoque contribuiu (e de

que maneira) a colaboração, cola boração, dedicação, e esforço, de todos os atletas dessa época! E depois «Recebi, logo a seguir, um convite do Paços de Brandão, nessa altura também a militar na III Divisão Nacional, Nacional, efui seu responsável durante uma época, até que surgiu o Feirense Fei rense na «corrida». Clube

com tradições tradições na panorama futebolístico na cional, pois esteve já na divisão maior do nosso futebol, não hesitei em tomar conta dos destinos da equipa sénior do clube,  pois, pensei”. Deixou o futebol profissional para seguir uma carreira como empresário industrial na área do calçado.

SOUSA CARDOSO

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José Sousa Cardoso, nasceu no dia 10 de Janeiro de 1937, no lugar da Lavandeira, freguesia de S. João de Ver – Santa Maria da Feira.. Exerceu a actividade de industrial de cortiça. Como ciclis ciclista, ta, repres representou entou sempre o F. C. Porto. Fê-lo durante 13 anos. Foi também treinador da Juventude F. C. Porto. Tinha 21 anos quando participou na 1.ª Volta a Portugal. Era o ano de 1957. Em 1958 alcançou o 2.º lugar. Em 1959 o azar surgiu-lhe na Serra do Marão.  Tendo-se  T endo-se “esbarrado ”, viu-se forçado a abandonara a prova, ele que andava em 2.º lugar. Em 1960 sagrouse o vencedor da Volta a Portugal. Em 1959 correu na Vuelta (Espanha), tendo ganho uma etapa e três prémios de montanha. Correu com o famosíssimo Bahamontes… participou em mais Vueltas. E no  Tour  T our (França), integrou-se numa equipa formada por corredores de várias nacionalidades. Obteve o 10.º lugar na Volta à França do Futuro. Bélgica e Brasil foram ainda países onde representou Portugal. Foi seis vezes campeão nacional por equipas. Na primeira pessoa dizia “adoro ver ciclismo e

atletismo. São os meus desportos favoritos”. Estas as  preferências de um grande campeão do ciclismo nacional que também foi o campeão nacional do corta-mato.” Realçava ainda que “o nosso ciclismo era muito duro.

Fazíamos duas etapas por dia: uma de manha e outra de tarde. E por vezes ainda tínhamos uma prova de pista à noite. Isto era assim, a fim de se poder angariar mais uns tostões. Mas, essencialmente, corríamos por amor à camisola. O atleta tinha muito pouco descanso” O amor ao ciclismo de acordo com Sousa Cardoso com o contributo de “Sousa Santos e Fernando Moreira

que estão na origem desse meu gosto pela bicicleta. Quero, porém, referir o seguinte: a primeira prova que fiz, 106

fi-la em “pasteleira”, na festa de Paços de Brandão em

1955. Tinha então 18 anos. A partir desta festa comecei a entusiasmar-me mais pelo ciclismo. Seguidamente, realizou-se um despique ciclista entre os lugares de Fonte Seca e Lavandeira, L avandeira, em S. João de Ver. Ver. Organizou-se a prova em que podia participar toda a gente e de todas as idades, desde que viessem de bicicleta. Fui o vencedor. E em premio, o meu pai ofereceu-me uma bicicleta de corrida nova. Então é que correu o meu gosto pelo ciclismo… de salientar, também, que o prémio dessa volta foi 300$00. Nada mau, para esses tempos…”

O atleta, referia Sousa Cardoso, “tem de ter muito repouso e levar uma vida com uma boa alimentação. Hoje há mais vitaminas do que no meu tempo. É muito  grande o esforço de um atleta. Eu cheguei a ter provas em que, em cada etapa, chegava a perder 3 kilos. Só tínhamos a 2.ª feira para nos distrairmos. Na 3.ª feira iniciávamos a rotação ao músculo. Na 5.ª já se puxava a sério… um ciclista tem de ter um espírito de sacrifício muito grande, e amar de verdade a modalidade. Esta, em nada prejudica a saúde. Nos nossos dias as motorizadas têm contribuído para tirar a vontade de andar de bicicleta. E quantos não correm mais depressa  para a morte do que se andassem de bicicleta…” Sousa Cardoso, recordou-se ainda e a propósito de Fátima do seguinte: “Participando no prémio Robialac, recordo-me que ao passar em Fátima, pedi a ajuda a Nossa Senhora, prometendo-lhe 100$00 se  ganhasse essa competição. E a verdade é que ganhei. g anhei. Posteriormente, eu e alguns amigos, o Onofre Tavares, o Sousa Santos, o Emídio Pinto, o Carlos Carvalho, etc., continuámos a deslocar-nos a Fátima, no dia 13 de Maio, em bicicleta”.

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THEMUDO

Pedro Themudo nasceu no dia nasceu no dia 21 de outubro de 1907. Filho de um tenente-coronel da Cavalaria (Afonso da Silveira Brandão Freire Themudo), Pedro Themudo também seguiu a carreira militar onde chegou a oficial do exército.  A sua carreira de futebolista, ao serviço do Futebol Clube do Porto, durou dez temporadas, entre 1924/25 até 1933/34.

A estreia com a camisola dos Dragões Dr agões aconteceu no dia 4 de Janeiro de 1925, numa partida a contar para 108

a 4ª jornada do Campeonato do Porto onde os portistas defrontaram e venceram o Sport Progresso por 3-2. Pedro Themudo conquistou os Campeonatos de Portugal de 1924/25 e 1931/32 e também dez Campeonatos do Porto.  Themudo que era um defesa esquerdo, representou representou ainda a Selecção Nacional. Foi apenas numa partida, contra a Itália num jogo particular no dia 1 de Dezembro de 1929 em Milão, tendo os italianos vencido por 6-1. Em 1932 ocuou o cargo de treinador que pertencia a Graça.

 

TONEL 

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António Leonel Vilar Nogueira de Sousa, nasceu a 13 de Abril de 1980, em Lourosa. Jogava a defesa central.

Representou o Futebol Clube do Porto (7), Sporting de Espinho (3), Académica (6), Marítimo (1), Sporting (6), Dínamo Zagreb (), Beira-Mar, (1), Feirense (2) e Belenenses (1).

Atualmente é o treinador do Lourosa

55 Tonel tornou-se numa referência para as crianças e jovens do Feirense 110

TONITA LOUREIRO OU CRUZ

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Jogou no Feirense e no Futebol Clube do Porto na época de 1943-44, estreando-se no dia 10-10-1943 numa vitória frente ao Leça por 2-0 em jogo realizado na Constituiçao. Era treinador o húngaro Lipo Herczka56. Aos estragos de dolorosa doença que não perdoa e após alguns meses de cruciante sofrimento finou-se no passado dia 13 do corrente (Março de 1946), na 45

6 4

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56 Almanaque do Futebol Clube do Porto. 1893-2011 57 Feirense, anos 40. Em cima da esquerda para a direita Ernesto Almeida, Manuel Gaio, Joaquim Manageira, Tonita, Tonita,   Balbino II e Zinho, Sebastião (Director). Em baixo e pela mesma ordem; Carlos Teixeira, Beta, Jaime da Beatriz, Pinto de Lima e Manuel Marques.

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casa de seus pais, nesta Vila, o jovem desportista António Joaquim da Cruz, o simpático Tonita, como era conhecido na horbe desportiva, valoroso elemento que por algumas épocas enriqueceu a formação do Clube Desportivo Feirense, e por por último alinhava a meio centro “reserva” do Futebol Clube do Porto. Ainda foi campeão regional da época 1943/44

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VALADAS, Alfredo Valadas iniciou a sua carreira de futebolista ainda muito jovem, no Luso Sporting Clube de Beja, que mais tarde deu origem ao Desportivo de Beja, e foi nesse pequeno clube alentejano que começou a dar nas  vistas. 58 Campeão Regional 1.ª Categoria 1943-44

Tinha 19 anos quando veio para Lisboa jogar no Sporting, concretizando um sonho de infância, já que era sportinguista ferrenho. Pegou logo de estaca na equipa principal do Clube, tornando-se no dono do lado esquerdo do ataque leonino, embora pudesse jogar em posições mais interiores. Valadas chegou ao Sporting numa altura em que se vivia uma fase de transição, devido ao fim da vida útil de uma grande equipa que tinha brilhado nos anos 20, e nas duas épocas em que representou o Clube, não festejou nenhum titulo, mas foi o segundo melhor marcador da equipa na temporada de 1932/33. Foi nessa altura que decidiu regressar a casa, pois os dirigentes do Sporting não tinham cumprido a promessa de lhe arranjar um emprego, que lhe garantisse o futuro e lhe permitisse ganhar mais algum dinheiro. Para trás ficaram cerca de 38 jogos oficiais pela equipa principal do Clube, nos quais marcou 24 golos, chegando à Selecção Nacional, que representou duas vezes enquanto jogador do Sporting. Ficou praticamente um ano sem jogar jogar,, embora ainda tenha representado o Sport Lisboa e Beja, até que em 1934 regressou à Capital, mas desta vez para jogar no Benfica, onde se viria a tornar numa das grandes figuras daquele clube. Passou então a receber 750 escudos por mês e mais tarde conseguiu o desejado emprego na Função Publica. Estreou-se precisamente contra o Sporting, num  jogo em que que a sua nova equipa ganhou por 3-2, e seria ainda num “derby”, que conquistaria o seu primeiro titulo, marcando o golo decisivo da Final do Campeonato de Portugal da época de 1934/35. Nos duelos entre os grandes rivais de Lisboa, ficou também para a história uma jogada em que o 113

guarda-redes do Sporting Azevedo, defendeu de forma espantosa um poderoso remate de Valadas, que de imediato o abraçou, cumprimentado-o pela extraordinária defesa que tinha acabado de fazer, e motivando uma uma estrondosa ovação das bancadas repletas de adeptos de ambos os clubes, unidos na exaltação desse grande momento demonstrativo do carácter de Alfredo Valadas. No Benfica Valadas confirmou todas as suas qualidades de futebolista de eleição. Era alto, possante e dono de um pé esquerdo notável e de um forte remate, de que fazia uso depois das suas tradicionais poderosas arrancadas, que animaram os benfiquistas durante 10 anos, nos quais contribuiu para a conquista de vários títulos. Voltou à Selecção Nacional, completando 6 internacionalizações, nas quais marcou 2 golos, um deles numa histórica jornada em que Portugal ganhou por 2-1 em Vigo, naquela que foi a nossa primeira vitória fora de casa, sobre a Espanha.

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Aos 32 anos de idade, encerrou a carreira de futebolista, passando a desempenhar funções de treinador da equipa de juniores do Benfica e de técnicoadjunto na equipa principal. Na sua festa de despedida abrilhantada por um  jogo em que o Benfica defrontou uma selecção de Lisboa, voltou a demonstrar o seu enorme carácter, e fazendo uso do seu prestigio, promoveu as pazes entre o avançado sportinguista Peyroteo e Gaspar Pinto, que estavam desavindos devido aos excessos muitas  vezes utilizados pelo o vigoroso defesa benfiquista, na marcação ao maior goleador da história do futebol português. Mais tarde já como treinador principal, Alfredo Valadas dirigiu as equipas do Boavista, Vitoria de Guimarães, Salgueiros e Feirense. Treinou Treinou o Feirense na época de 1959-60 Alfredo Valadas Mendes faleceu em 1994, com 82 anos de idade.

 VALIDO

Pedro Manuel Valido Franco, nasceu a 13-03-1970 em Lisboa. Destacou-se na posição de defesa central, sendo um dos Campeões do Mundo de Sub-20 na Arábia Saudita em 1989. Começou a sua carreira em Domingos Sávio (3), Atlético (1), Benfica (3), Estoril (1), Feirense (1), Gil Vicente (1), regressou ao Benfica (1), Marítimo (2),

Estrela da Amadora (1), Tirsense (1), Belenenses (1), Felgueiras (1), Alverca (1), Amora (1), Operário da Lagoa (1) , de novo Atlético (1), Seixal e Beira Mar de Monte Gordo (2). Efetuou 150 jogos na 1.ª Liga e marcou um golo. Seguiu a carreira de treinador, estando neste momento como adjunto da equipa Sub19 do Benfica e comentador da Benfica TV. 115

ZEFERINO

59 No 2º plano: Gonzalez, Dinis, Ramalho, Eduardo, António Vasco e Zeferino. Duarte. Zeferino. No 1º plano: Chupa, João Baptista, Silva Pereira, Brandão e Duarte.

Zeferino Miguel Moreira da Silva, nasceu a 20 de Abril de 1940 no Porto. Representou o Futebol Clbe do Porto na formação e na sua equipa de reservas Um jogo ocorrido em 20 de Janeiro de 1958 na sequência de a um acordo entre o presidente do Feirense, Marcolino de Castro, José Cunha e Yustrich ditaria o empréstimo do guarda-redes Zeferino. 859 4 859

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Só que o “empréstimo”duraria 10 anos, integrando a primeira “geração de ouro” do clube de Santa Maria da Feira. Zeferino representou ainda o Tirsense (4) União de Coimbra (1) e o Lourosa (1). Realizou 33 jogos na 1.ª Divisão

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