1 - HUNT, Lynn. Política, Cultura e Classe Na Revolução Francesa. Introdução e Conclusão.

June 28, 2018 | Author: Alex Pizziolo | Category: Revolutions, Sociology, State (Polity), Jean Jacques Rousseau, Politics
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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Aluno: Alexsandro Pizziolo Ribeiro Junior. Período: 5º

HUNT, Lynn. Política, cultura e classe na Revolução Francesa. São Paulo. Cia. das Letras, 2007. Introdução: Uma interpretação da Revolução Francesa O principal objetivo da autora com esse texto é embasar o seu estudo de acordo com a produção historiográfica clássica e contemporânea a respeito da Revolução

Francesa. Através dos conceitos de “vivência da Revolução” e de “cultura política”, Lynn Hunt propõe uma análise que combina esses dois aspectos a fim de dar conta do  processo a partir dos agentes e do evento em si, não só de suas causas e efeitos. P.21-23 → A autora inicia o texto propondo uma análise e um embate à idealização do

conceito de “política” cunhado por Rosseau e o seu pretenso papel na Revolução Francesa e a proporção que ela em si toma com o passar da Revolução. Hunt destaca não só a importância que a política tem de fato, como disse Rosseau, mas também a sua aplicabilidade que se distancia do idealizado por ele, uma vez que as realidades encontradas não foram previstas e a participação crescente do povo pluraliza-a. P.23 → Ao

mesmo tempo que os franceses fizeram fi zeram com que a política se expandisse ex pandisse numa multiplicidade de formas e significados, consideravam tudo explicitamente  político pejorativamente. P.24 → Chama atenção para como a Revolução é considerada um divisor de águas em todos os aspectos da vida social ocidental em 1789, sendo consequentemente superanalisada, mas tendo o foco em suas causas causa s e efeitos a longo prazo e não no evento em si. Tomam o surgimento de uma política revolucionária inevitável. P.24-25 → A escola Marxista tende a analisar o evento a partir da perspectiva em que foca a burguesia como a principal agente da Revolução, uma vez que a mesma significaria a quebra de vez com o mundo feudal e a ascensão  burguesia (e seu modo de  produção capitalista) como classe dominante. P.25-27 → A corrente “revisionista” contesta o caráter social imposto por Marx, indo contra quase todas suas posições, principalmente no que diz respeito à ideia da Revolução como mecanismo de ascensão do capitalismo, muito pelo contrário. Para Cobban (principal expoente) a Revolução é uma crise das eli tes, que abarca tanto nobres quanto burgueses que se veem incapazes de crescer política e economicamente frente ao governo despótico. Seria a partir disso que se eclodiria a revolução tendo como resultado a solidificação dessa elite, de fato.  Num segundo momento, momento, essa corrente analisa a Revolução como o embate dessa elite, devido à falta de canais ca nais de mobilização social, ou seja, nobres e burgueses em lados opostos, mas que no fim percebem que a revolução em si foi um erro. P. 27-28 → Tocqueville não nega o caráter social da revolução, mas enquadra-a como um fenômeno essencialmente político, no que ela representa o engrandecimento do Estado e do poder centralizado. Não há classe vencedora. Também analis a a partir da  perspectiva das origens e resultados e tem seu foco basicamente nos fazeres monárquicos, uma vez que para ele é o autoritarismo que inflama as elites que clamam  por maior ascensão e é esse autoritarismo que triunfa no final. A vivência da Revolução facilita a transição de Luís XVI para Napoleão.

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Aluno: Alexsandro Pizziolo Ribeiro Junior. Período: 5º Theda Skocpol concorda com Tocqueville quanto ao result ado da Revolução ser a ascensão de um Estado autoritário, mas difere dele quanto às origens do processo. Skocpol acredita que a natureza agrária e o aparato militar da monarquia francesa  pereceram frente ao cenário internacional, o que deu espaço para elites revolucionárias emergirem e realizarem através da Revolução a modernização do Estado francês. P.28-31 → A autora resume que as 3 vertentes de análise da Revolução Francesa pecam em não dar ênfase ao processo revolucionário em si , e principalmente, falham em identificar os sujeitos dessa revolução e o que eles representaram. Uns procuram origens e efeitos distantes para justificar suas teorias, outros lançam mão de conceitos vagos e inexoráveis resultantes do processo. Todos perdem, segundo Hunt, a política como objeto de estudo, o que para ela é o principal papel da Revolução. P.31-33 → Hunt faz um panorama dos recentes estudos sobre a revolução e evidencia como é tomado o conceito de política nesses estudos, concluindo que a maioria vai contra as perspectivas marxista ou tocquevilliana de causas e feitos, mas continuam

falhando no que ela chama de “vivência da Revolução” e no que diz respeito à política, embora admitam sua importância erram ao embasa-la dentro de uma perspectiva social. Para Hunt a política revolucionária (ou qualquer uma) não pode ser entendida como simples resultado de práticas, costumes e demandas sociais. P.33-34 → Hunt fala da invenção da ideologia como uma saída par a os desafios que  permeavam a relação Política x Sociedade. A difícil adequação da convicção de Rosseau foi seguida por esse povo, resultou no surgimento de diversas ideologias que davam conta de seus inúmeros desdobramentos. “Portanto, em vez de expressa r uma ideologia, a política revolucionária criou a

ideologia”. (HUNT, p.34) P.34-37 → Hunt conclui sua introdução ao dizer que foca sua análise no que chama de cultura política. Ela pretende analisar a Revolução a partir da criação desse novo universo do pensamento. Sem pensar a política como significante do social e vice-versa, mas tendo os dois como mutualmente significantes, com afinidades ou não. Para ela a cultura política é o que forma e o que fica da Revolução, mesmo que tenha sido abafada com o passar do tempo, mas foi essa consciência que mudou o ocidente a partir de 1789.

HUNT, Lynn. Política, cultura e classe na Revolução Francesa. São Paulo. Cia. das Letras, 2007. Conclusão: Revolução na cultura política.  Nessa conclusão a autora fecha as arestas de seu livro ao pontar a partir da análise da cultura política os desdobramentos da Revolução, que tem como seu principal resultado o surgimento da política como uma força. P.246-247 → Lynn Hunt inicia sua conclusão ao dizer que a Revolução foi essencialmente política, visto que em meio nasceu um pensar político ideal que, como dito antes, significou o âmbito social e prático da Revolução e foi significado também.  Novos pensamentos demandam novas ações. Se trata não de um processo feito por uma elite ou qualquer outra classe dominante, mas sim na insurgência de um ser político republicano.

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Aluno: Alexsandro Pizziolo Ribeiro Junior. Período: 5º P.247 → Os revolucionários tinham fé que os ideais racionais é que serviam para a criação dessa nação, em que todos são iguais e impera a “vontade geral”. Tinham convicção de que essa comunidade (sem precedentes na hist ória) baseava-se no ideal de relações sociais e políticas transparentes.

→ Trata da inexperiência desses revolucionários nos “jogos” do poder, o que reafirma a ideia de que o político e o social se “constroem” juntamente. É através da P.247-249

retórica da renovação e nas formas simbólicas da revolução que se extrai o poder dessa nova classe política, que por ser tão plural e representar tantos interesses se vê carente de uma identidade e busca nesses simbolismos (festivais, selos, etc.) uma identificação que se mostre completamente contrária a tudo que possa ser relacionado com os modelos e padrões de autoridades anteriores.

→ A ascensão de “novos tipos de homens” tal como forasteiros, etc. reforça esse caráter “construtivista”. “Os novos homens e a nova cultura política surgiram juntos. Neste caso é inútil determinar quem chegou primeiro”. (HUNT, p.250) P.249-250

→ Fala da ascen são de considerados novatos nos diversos momentos da Revolução. Tanto os períodos mais “brandos” como os mais violentos são marcados por P.251

lideranças novas, radicais. P.251 → Além da divisão temporal também houve divisão espacial, uma vez que conforma a Revolução foi se radicalizando muitas cidades se declararam dissidentes do movimento revolucionário.

→ Destaca primeiramente o uso errado de termos como “marginal”, “periférico”, etc. para dar conotação negativa aos revolucionários e à Revolução, P.251-255

discordando de tal juízo de valor para com os agentes desse movimento.  Num segundo momento critica as visões dicotômicas a respeito do processo, seja na questão político-social ou na análise causa-efeito e no processo. Embasa seu estudo no consenso entre essas duas visões, tendo um foco estrutural e processual concomitantemente. P.255-258 → Fala do caráter da mudança na Revolução. Não acredita na mudança total da hegemonia econômica, pelo contrário. Diz do enriquecimento dos mais ricos, da nobreza ter reavido suas posses, títulos, etc. Fala também de não haver esquema ou consciência política pré-1789 que previsse a Revolução. P.258-260 → Fala da inimizade entre os grupos pré -revolução e pós-revolução. Fala sobre o estudo de Tocqueville que segundo a autora acerta ao re correr aos costumes, cultura, etc. para compreender as causas da Revolução, mas que não consegue dar conta do porquê a revolução tomou os rumos que tomou. P.260-271 → Faz um apanhado do que sucedeu a Revolução até o governo de  Napoleão, pautando os acontecimentos nas ditas causas e efeitos perpetuados por outros autores. P.271-274 → Conclui destacando o surgimento do republicanismo democrático como fruto dessa política revolucionária, principal herança da Revolução Francesa.

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