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Apocalipse introdução...
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APOCA A POCAL L IPSE
Introduçã ntrodução o - Metodologia
APOCAL APOCA L IPSE E REAVIV REAVIVA A MENTO “O livro do Ap Apo o c al alii p s e ... Quando nós, como um povo,
compreendermos o que este livro significa para nós, verse-á entre nós grande reavivamento . Não compreendemos plenamente as lições que ele ensina, não obstante a ordem que nos é dada é de examiná-lo e estudá-lo” (TM, 113).
APOCALIPSE – AUTORIA Justino Martir , 2º século, disse que o apóstolo João é o autor do Apocalipse, e isso se tornou amplamente aceito.
Marcion, 2º século, questionou essa autoria, além de rejeitar todas as epístolas não-paulinas por causa da influência judaica sobre essas obras. Razões: linguagem diferente do evangelho; erros gramaticais; diferenças teológicas entre João e o Apocalipse.
João: ênfase na graça e amor. Apocalipse: ênfase na ira e no juízo.
APOCALIPSE – AUTORIA Porém, O evangelho também fala de juízo (5:22, 30; 9:39) e o Apocalipse, de arrependimento e graça (9:20-21; 14:6-7; 16:9).
João era um judeu da Palestina, e o grego não era sua língua nativa. É possível que tenha escrito o evangelho em Éfeso com a ajuda de um secretário que editou e burilou sua linguagem. O Apocalipse foi escrito em Patmos.
APOCALIPSE – AUTORIA Porém, Só João e o Apocalipse chamam Jesus de λόγος (Jo 1:1-14; Ap 19:13) e “Cordeiro” (Jo 1:29, 36; Ap 5:6-8)
Ambos são baseados na palavra do testemunho ou testemunhas (Jo 21:24; Ap 1:2). Só os dois usam o verbo σκηνόω (“tabernaculizar ”; Jo 1:14; Ap 7:15; 21:3). Frases comuns: “Se alguém tem sede, venha” ( Jo 7:37), e “quem tem sede venha” (Ap 22:17).
APOCALIPSE – AUTORIA Autor judeu Livro mais judaico de todo o Novo Testamento 2 mil alusões ao AT Ernest Renan: “A linguagem do Apocalipse foi escrita a partir
do hebraico, pensada em hebraico, e dificilmente alguém que não conheça o hebraico pode entendê-lo.” Jacques Doukhan : “Para entender o Apocalipse, é preciso lêlo à luz das Escrituras hebraicas.”
APOCALIPSE – AUTORIA “Um importante testemunho para a autoria apostólica do
Apocalipse veio recentemente dos materiais gnósticos descobertos em 1945, em Chenoboskion, no Alto Egito. Um dos documentos é o Apocryphon of John, que cita Ap 1:19 e afirma ser escrito por ‘João, o irmão de Tiago, ambos filhos de Zebedeu’.”
O Apocryphon foi datado do final do primeiro século ou no máximo do ano 150” (Mounce, 1997, 11).
APOCALIPSE – AUTORIA
Justino Martir : “Certo homem ente nós cujo nome é João, um dos discípulos de Cristo, profetizou em revelação feita a ele, que os crentes em nosso Cristo, terão mil anos em Jerusalém” (Mounce, 1997, 22). “O manuscrito mais antigo do Apocalipse tem o título simples: ‘O Apocalipse de João’.”
O Texto Receptus diz: “O Apocalipse de João, o teólogo.” Consenso: o Apocalipse foi escrito no tempo de Domiciano (81-96 dC); o evangelho foi escrito depois do Apocalipse.
APOCALIPSE – METODOLOGIA Conceito de realidade: Conflito entre Cristo e Satanás
O Apocalipse diferencia bem e mal, como inconciliáveis Contrastes: Luz e trevas, justos e ímpios, santos e impuros, salvação e destruição; selo de Deus e marca da besta, a mulher pura e a meretriz, o fruto da árvore da vida e o cálice da ira de Deus, Jerusalém e Babilônia, o mar de vidro e o lago de fogo. Conceito de cosmos: Céu e Terra Constante relacionamento, numa reprodução vertical da realidade. A história da Terra é retratada numa perspectiva progressiva, que caminha do princípio para o fim dos tempos. Profecia apocalíptica: Abarca as questões universais, desde o surgimento do pecado até sua aniquilação.
APOCALIPSE – METODOLOGIA Conceito de realidade: Conflito entre Cristo e Satanás
Donald Guthrie destaca essas evidências: 1) Joao está exilado em Patmos (1:9). 2) Esmirna terá perseguição (2:10). 3) Antipas morreu em Pergamo (2:13). 4) Filadélfia tem uma hora de tribulação (3:10). 5) Os mártires clamam por vingança sob o altar (6:9-11). 6) A multidão é resgatada da tribulação (7:14). 7) As duas testemunhas são mortas pela besta do abismo (11:7) 8) O filho da mulher é perseguido (12:4). 9) A mulher foge para o deserto (12:6, 13). 10)Miguel e seus anjos lutam contra o dragão (12:7). 11)Os reais guerreiam contra o Cordeiro e seus eleitos (17:14). 12)O Senhor dos senhores luta contra a besta e os reis (19:19).
APOCALIPSE – METODOLOGIA Imagética apocalíptica: Predomina o simbolismo, com uso de cores (preto, branco, vermelho, amarelo), animais e bestas, dragão, serpente, sangue, fúria dos mares e dos ventos. Imagens: comer, beber, lavar, marcar, ferir; extraídas do conteúdo simbólico da cultura judaica, reproduzido no AT. Números: Sete representa perfeição e plenitude; 12 é o número da aliança; 4 indica totalidade; 3 é o número de Deus. Ex. 4 ventos da terra (Dn 7:2); 4 anjos seguram 4 ventos (7:1) em referência à totalidade da Terra. História da Terra é contada com o uso de 4 elementos (a estátua de Dn 2; e os animais de Dn 7). Ênfase: Escatológica, focada no grande dia do Senhor, no juízo final e na restauração da Terra.
APOCALIPSE – METODOLOGIA Formas: João emprega eventos, narrativas, personagens, frases e nomes célebres, imagens que funcionam como arquétipos, tipos, modelos, formas comunicativas.
Dilúvio, Êxodo, Mar Vermelho, Sinai, Carmelo, Megido, Egito, Trono, Santuário, Cordeiro, Trombetas, Selos, Monte, Cidade Moisés, Elias, Jezabel, Acabe, Balaão, Nicolau, Judeus, Jon Paulien: “A mensagem se origina do trono de Deus no Céu e trata do futuro, mas é revelada e comunicada no tempo e lugar do profeta.”
APOCALIPSE – METODOLOGIA Revelação e cultura: Deus se revela dentro do contexto cultural e linguístico do profeta.
A Palavra de Deus se reveste do nível de escolaridade e ciência, do background, do estilo literário e do modo de pensar dos receptores. Ex: Nabucodonosor e Daniel; diferentes perspectivas Jon Paulien: “As palavras e as imagens usadas pelas pessoas são portadoras de sua própria experiência passada, de seu background cultural.”
A Escritura é constituída culturalmente, mas não é condicionada pela cultura.
APOCALIPSE – METODOLOGIA
1. “A Bíblia é o contexto para cada tema a ser estudado, e cada passagem sobre dado tema deve ser considerada.” 2. “Toda a Escritura é necessária e pode ser entendida por diligente e aplicado estudo.” 3. “A Escritura é seu próprio intérprete, uma vez que ela é a regra para si mesma.” 4. “Deus tem revelado coisas que há de acontecer, por meio de visões, figuras e parábolas, e desta maneira as mesmas coisas são reveladas várias vezes, em diferentes visões , ou em diferentes figuras e parábolas. Se você deseja entendêlas, precisa combiná-las em uma só.” William Miller, Views of the Prophecies and Prophetic Chronology, Boston, 1842
APOCALIPSE – METODOLOGIA “Aqueles que estão empenhados em proclamar a terceira
mensagem angélica pesquisam as Escrituras a partir da mesma metodologia adotada pelo pai Miller.”
Ellen White se referiu à lista de princípios de Miller como “simples mas inteligentes e importantes” regras para o estudo e a interpretação da Bíblia. “Nós todos faremos bem em atentar para esses princípios.” Review and Herald, 25/11/1884
APOCALIPSE – METODOLOGIA As Escrituras proveem as chaves para sua hermenêutica
1º PRINCÍPIO: Através da inspiração do Espírito, a Escritura dialoga consigo mesma, num processo de metatextualidade em que uma memória linguística é compartilhada pelos escritores. 2º PRINCÍPIO: A intertextualidade (diálogo entre os textos) revela conjuntos de expressões ou terminologia especializada como uma espécie de mapa provido pela Escritura para sua interpretação. 3º PRINCÍPIO: Os termos e as expressões técnicas que se repetem ao longo da Escritura criam pontes de significado e provêem chaves interpretativas.
APOCALIPSE – METODOLOGIA Apocalipse 1:1 “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos
seus servos as coisas que em breve devem acontecer e que Ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu servo João” (ARA). “The Revelation of Jesus Christ, which God gave unto him, to show
unto his servants things which must shortly come to pass; and he sent and signified it by his angel unto his servant John” (KJV). A forma ἐσήμανεν vem de σημαίνω, que se origina de σήμα
(neutro σημεῖον), que significa “sinal” ou “símbolo” ( Ap 12:1, 3). 1) Semáforo: sinais por luzes. 2) Semântica (tics = texto): relações entre o texto e o significado.
APOCALIPSE – METODOLOGIA
Cristo não se comunicou com João em linguagem literal, mas por meio de sinais e símbolos . Jo 12:33: “Isto dizia, significando [σημαίνων) de que gênero de morte estava para morrer” (cf. Jo 21:18, 19). Origem Dn 2:45: “Deus fez saber [ἐσήμανε] ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho , e fiel, a sua interpretação.” Ap 1:1 faz uma alusão direta a Dn 2:28-30, 45: As palavras “Deus revela ... fez saber ... o que há de ser/acontecer ... futuramente” ocorrem juntas somente nesses dois textos.
APOCALIPSE – METODOLOGIA
Em Dn 2:23, 30 e 45, a palavra é usada para descrever a visão da estátua simbólica vista por Nabucodonosor. Os mesmos fatos foram mostrados a Daniel por meio de outros símbolos : leão, urso, leopardo e um quarto animal. O uso de σημαίνω indica “uma comunicação por meio de símbolos, não meramente uma transmissão de informação”
(Beale, 1998, 297). Há uma arte na composição simbólica do Apocalipse que deve ser desvendada por outra atividade artística para que a mensagem seja entendida na interpretação.
APOCALIPSE – METODOLOGIA
Em combinação com σημαίνω, João usa a forma verbal δεῖξαι (δείκνυμι, “mostrar ”). Ap 1:1: “que Deus lhe deu para mostrar ”.
A coisa mostrada é distinta do que ela significa (Ap 4:1; 17:1, 21:9-10; 22:1, 6, 8). João usa 68 vezes o verbo εἶδον (2 aoristo, ὁράω): “eu vi” (cf. 1:12, 17; 4:1; 6:1; 17:3, 6, 8, 12, 15, 16, 18; 21:22; 22:8). 1) Alguns símbolos são definidos: Ap 1:20; 12: 9; 17: 9-11, 15. 2) A maioria, no entanto, não é explicada.
APOCALIPSE – METODOLOGIA
O Apocalipse se refere ao AT centenas de vezes. Tipos de referência ou intertextualidade:
(1) Eco , quando usa símbolos ou expressões de forma inconsciente, e que são independentes da matriz VT. (2) Alusão direta, quando emprega palavras ou imagens precisas de forma deliberada, presumindo que os leitores conhecem a fonte. Fontes: Texto hebraico; LXX: “Uma análise dessas citações e alusões ao AT deixa claro que João traduziu diretamente do AT hebraico, embora às vezes tenha sido influenciado pela LXX” (CBA, 7:800).
APOCALIPSE – METODOLOGIA Exemplos: Paralelos verbais. Quando duas ou mais palavras significativas são empregadas em comum. Ap 9:2: “a fumaça do abismo subiu como a fumaça de uma fornalha”; Êx 19:18: “a sua fumaça subiu como a fumaça de uma fornalha”. Ap 5:3: “no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra” Êx 20:4: “em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra”.
APOCALIPSE – METODOLOGIA Exemplos: Paralelo estrutural. Quando o Apocalipse usa uma narrativa inteira, mesmo sem reproduzir as mesmas palavras. Ap 9:1-11; Jl 2:1-11: trombeta, trevas, exército de gafanhotos, escurecimento do sol, barulho da carruagens, líder do exército. Outros: Ap 16 = Êx 7-12 Ap 19:11-16 = Is 63:1-6 Ap 4, 5 = Dt 17:18-20; 2Rs 11:12 Ap 1:14 = Dn 7:9
APOCALIPSE – METODOLOGIA Exemplos: Paralelo visual. Quando cenas ou personagens são usados para estruturar a narrativa. Ap 15:2-4: 144 mil, mar de vidro, hino de Moisés e do Cordeiro. Êx 14, 15: Israel no Mar Vermelho, egípcios perecem, o cântico de Moisés. Ap 16:12 –18:24 : A queda da Babilônia mística. Is 44:26 –45:7; Jr 50 –51: Queda de Babilônia sob Ciro. Ap 6:9-10: Almas “debaixo do altar” clamam por vingança. Lv 17:11: sangue dos sacrifícios na base do altar; o sangue de Abel clama desde a terra (Gn 4:10; Hb 12:24).
APOCALIPSE – METODOLOGIA AT provê o pano-de-fundo para o estudo do Apocalipse.
O Apocalipse, porém, é um livro do contexto da nova aliança. Personagem central: o Cordeiro. Mensagem central: vitória no sangue de Cristo. Advertência: “Venho sem demora.” O livro selado é aberto pelo Cordeiro que verteu seu sangue.
Paralelo com Mt 24: Apocalipse descreve com detalhes os eventos escatológicos. Ap Ap Ap Ap
7:14: 13 e 16:13: 6:12-14: 1:7:
A grande tribulação Os falsos cristos e falsos profetas Poderes celestes abalados A vinda do Filho do Homem
APOCALIPSE – METODOLOGIA AT provê o pano-de-fundo para “decodificar” o Apocalipse “Contrariamente à visão popular, o livro de Daniel não é o
único livro-chave para o estudo do Apocalipse. Isaías, Zacarias e Ezequiel são encontrados quase tão frequentemente quanto Daniel no Apocalipse” (Osborne, 2 ).
Gênesis, Êxodo, Levítico, Deuteronômio, Salmos, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, etc. Ap 17: A meretriz reproduz a figura de Jezabel: 1) Ambas praticam prostituição (2Rs 9:22; Ap 17:2, 4, 5). 2) Derramam sangue de santos e profetas (2Rs 9:7; Ap 17:6). 3) Têm a carne comida por cães (1Rs 21:23; 2Rs 9:36; Ap 17:16).
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