05. Investigação Laboratorial das Anemias
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Anemias
Investigação Laboratorial
Cristiano Valério Ribeiro Universidade Vale do Rio Verde Disciplina: Apoio Clínico – Medicina Laboratorial
Aspectos epidemiológicos
Estimativa mundial: 1,2 bilhão (1/3 da população) (Mason et al, 2001) • África: 35 a 56% • Ásia: 37 a 75% • América Latina e Caribe: 37% a 52%
Brasil (MS, 2000):
• •
Gestantes anêmicas - 3 em 10 Crianças: >50%
Dados mais recentes:
•
OMS – 30% população mundial é anêmica, em < 2 anos pode chegar a 50% (FERROPRIVA).
Definição
Anemia – do grego, an = privação, haima = sangue Redução na concentração de hemoglobina ou das células vermelhas no sangue. Considera-se que qualquer uma das medidas, hemoglobina, hematócrito ou concentração de hemácias por unidade de volume pode ser utilizada para estabelecer o diagnóstico. A hemoglobina é a preferida em virtude da maior acurácia e reprodutibilidade comparada com os outros parâmetros.
Definição
Estado de deficiência de hemoglobina no sangue circulante para o transporte do oxigênio requerido para a atividade normal de um indivíduo, causando uma inadequada oxigenação tecidual resultante de uma deficiência na captação, transporte, distribuição e/ou liberação de oxigênio. (Souza & Batista Filho)
Definição
Síndrome clínica e quadro laboratorial caracterizado por: • ↓ Hematócrito • ↓ Hemoglobina • ↓ Hemácias
O hematócrito e níveis de hemoglobina variam: • Tensão de O₂ no ambiente • Sexo • Idade: Na criança, uso de tabelas - variação fisiológica da eritropoese.
Definição
Em relação à massa total de hemácias, as
anemias podem ser classificadas: Relativa: massa total de hemácias normais. Distúrbios da regulação do volume plasmático e não desordens hematológicas - aumento do volume plasmático. Ex: gravidez. Absoluta ou verdadeira: queda da concentração de hemoglobina total com consequente diminuição da massa eritrocitária. Ex: ↓ produção / ↑ destruição ou perda
Definição De
acordo com a resposta medular, as anemias absolutas podem ser: Regenerativas: respondem ao estimulo da eritropoetina, cursam com hiperplasia eritróide medular e reticulocitose em sangue periférico. Ex: perda sanguínea aguda, hemolíticas. Hiporregenerativas e Arregenerativas: não levam a eritropoese a termo, seja por falta de nutrientes, deficiência ou ausência de resposta a eritropoetina. Reticulócitos normais, reticulopenia ou ausência de reticulócitos na circulação. Ex: IRC / carenciais / aplasia MO.
Classificação
Classificação
VALORES HEMATIMETRICOS (indivíduos adultos ao nível do mar)
Classificação Fisiopatogênica das Anemias
•Diminuição ou deficiência de produção das hemácias •Destruição aumentada
•Perdas hemorrágicas agudas
Anemia – Causas
• Perda
aumentada cirurgias);
de
hemácias
(trauma,
• Diminuição
da produção normal de hemácias (deficiência nutricional, infecção por HIV, enfermidade crônica);
• Hemólise
aumentada (malária, infecções bacterianas, drogas, enfermidades auto-imune);
Perdas hemorrágicas
Agudas:
Crônicas:
• Traumas • Cirurgias • Hemorragias nos tratos gastrintestinal e genital • Úlceras • Tumores intestinais • Parasitas intestinais • Menstruações abundantes
Deficiência de produção de eritrócitos
Falta de tecido eritropoiético:
Invasão da medula óssea por elementos malignos.
• Destruição • Congênita
↓ Elementos essenciais à eritropoese:
• Ferro • Folato • Vitaminas B 12, B 6 e C.
Excesso de destruição de eritrócitos (Hemólise)
Agressão ao eritrócito:
Defeito do eritrócito:
Hiperesplenismo.
• Toxinas • Parasitas • Imunológica
• Arquitetura da membrana • Enzimático • Hemoglobina anormal
Classificação Morfológica
Uso de índices hematimétricos é de grande valor. Devem ser tomados como primeiro passo.
Manifestações Clínicas
FUNÇÃO DO GLÓBULO VERMELHO CARREGAR OXIGÊNIO ( OXIHEMOGLOBINA) PARA OS TECIDOS.
Manifestações Clínicas
Dependem de fatores como: Redução da capacidade do sangue carrear oxigênio,
Grau de alteração do volume sanguíneo, Capacidade compensatória do sistema pulmonar e cardiovascular, Manifestações associadas a doença de base.
Diagnóstico Clínico
As manifestações clínicas são decorrentes da redução da capacidade transporte de O₂ no sangue e menor oxigenação dos tecidos (hipóxia): Palidez Tontura Astenia Falta de interesse e atenção Perversão do apetite e anorexia
Irritabilidade Cefaléia Debilidade física Dispnéia aos esforços Taquicardia
CASO CLÍNICO
Paciente sexo masculina, 34 anos, previamente hígido. Acidente moto, amputação MID. Admitido PA. Hematócrito inicial Hemoglobina / Hematócrito – 24 horas após. 5 dias após evento
HEMORRAGIA AGUDA
Perda simultânea de plasma e hemácias – sinais clínicos para avaliar gravidade - Htc inicial Retenção de líquidos/eletrólitos hemodiluição (Hb e Ht ↓)
(ren-ang;
ADH)
=>
Hipóxia renal => EPO => aumento produção pela MO => reticulocitose em torno do 3o-5o dia
Mobilização das reservas para a síntese de Hb
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Microcítica
Anemia Microcítica Produção de hemácias com VCM normal depende: Síntese de hemoglobina (requer mecanismos intactos de formação das moléculas heme e de globina), Suprimento adequado de Ferro, Qualquer interferência na hemoglobinização das hemácias causa ▼ de CHCM e está associada a células microcíticas. Três causa mais frequentes: Deficiência de ferro, Talassemias (redução produção de globina) Anemias Sideroblásticas (redução síntese de molécula heme)
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Microcítica Anemia Ferropriva
Anemia Ferropriva Ferro: Deficiência nutricional mais observada em seres humanos, Anemia – manifestação tardia da carência, microcitose/ hipocromia => processo avançado Micromineral encontrado em todas as células, Transporte de oxigênio Energia – mitocôndria Catalizar reações envolvidas na transferência de elétrons; fixação de Nitrogênio e síntese de DNA.
Anemia Ferropriva Ferro: principal causa de anemia no planeta, efeitos na atividade de inúmeras enzimas, nas crianças alterações do crescimento, altamente reativo com O2, podendo causar toxicidade, normal: 40 a 50 mg/kg (3 – 5 gramas) 80% no compartimentos metabolicamente ativos (hemoglobina, mioglobina, transferrina, citocromooxidades, catalases) 20% nos compartimentos de armazenamento (ferritina, hemossiderina – que se localizam no fígado 30%, medula óssea 30%, baço.
Anemia Ferropriva Ferro: principal causa de anemia na criança, especialmente até 2 anos: o expansão acelerada da massa eritrocítica o alimentação pode não suprir a demanda o perdas sanguíneas gastrointestinais
prematuros, gêmeos e RN baixo peso lactentes com alimentação fundamental baseada no leite não materno lactentes alimentados com leite materno exclusivo após 6 meses perda intestinal crônica adolescentes com alimentação inadequada - sexo feminino,
Anemia Ferropriva Ferro - Compartimentos: Hemoglobina – transporte de oxigênio 65 % ferro corporal
Mioglobina (armazenamento de oxigênio para contração) 10 % ferro corporal
Transferrina transporte
do ferro liberado do catabolismo da Hgb ou absorvido pela mucosa intestinal até a medula para síntese de Hgb 1 % ferro corporal
Anemia Ferropriva Ferro - Compartimentos: Estoque Macrófagos (MO, fígado, baço), sob duas formas ferritina hemossiderina
Para manter a quantidade no limites adequados, a absorção diária de ferro exógeno deve ocorrer em quantidades proximas daquelas que foram perdidas. Não existe mecanismo de excreção fisiológica.
Anemia Ferropriva Ferro - Perdas: 0,9 mg/dia – adultos Trato gastrointestinal – esfoliação das células da mucosa Descamação da pele, epitélio urinário Lactação, menstruação.
Anemia Ferropriva Ferro - absorção: dieta normal: 15 a 30 mg/dia, absorção: 10% da quantidade ingerida; pode aumentar até 20 a 30% na deficiência, local: duodeno e porção superior do jejuno,
Anemia Ferropriva Ferro - absorção: “Ferro Ferroso” / Ferro-heme (Fe2+)
de maior predominância na dieta; encontrado nos alimentos de origem animal; absorção mais fácil. “Ferro Férrico” / Ferro não-heme (Fe3+) encontrados em outras fontes alimentares, reduzido a forma ferrosa para absorção.
Anemia Ferropriva Ferro - absorção: “Ferro Ferroso” / Ferro-heme (Fe2+)
elevada absorção na forma intacta, não sofre influência de associações dietéticas ou fatores endógenos.
Anemia Ferropriva Ferro - absorção: “Ferro Férrico” / Ferro não-heme (Fe3+)
Conversão para forma ferrosa é facilitada por fatores endógenos como o ácido clorídrico (secreção gástrica), e por outros fatores ligados a dieta como o ácido ascórbico. Em gastrectomizados, este ferro não é convertido, resultando em má absorção intestinal ► anemia carencial Fármacos
Absorção do Ferro
Anemia Ferropriva Ferro - Depósitos: O ferro se deposita ligado a duas proteínas: ferritina / hemossiderina A ferritina libera mais facilmente o ferro quando há necessidade de fornecimento aos eritroblastos. A maior parte do ferro em forma de depósito está ligado a ferritina. Armazena: 4.500 átomos de ferro.
A hemossiderina corresponde a agregados grosseiros de ferritina, uma forma mais estável e menos acessível desse ferro de depósito. Formada pela degradação de ferritina nos lisossomos.
Anemia Ferropriva Ferro - Depósitos: O ferro se deposita ligado a duas proteínas: ferritina / hemossiderina Ambas presentes: sistema fagocítico mononuclear Monócitos, macrófagos (medula óssea, fígado e baço)
Ferro
Ciclo do Ferro
Anemia Ferropriva
Carência de Ferro - causas: Fatores associados
Carência Dietética
Maior Prevalência
Crianças Gestantes
Maior demanda fisiológica
Anemia Ferropriva
Carência de Ferro causas:
Anemia Ferropriva
Carência de Ferro causas:
Anemia Ferropriva
Quadro Clínico: A instalação é lenta e progressiva, desde que as perdas não sejam agudas e abundantes. Os sintomas são mais ou menos intensos de acordo com velocidade de instalação da anemia: Palidez – sinal clínico mais comum Cansaço Adinamia Sonolência Cefaléia Tonturas Dispnéia
a
Anemia Ferropriva
Quadro Clínico: Ferropenia pode dar sintomas mais típicos como: glossite atrófica, perversão de apetite (geofagia). Queilite angular, coiloníquias, unhas e cabelos quebradiços. Pode ser acompanhado de disfagia, amenorréia, diminuição da libido. Alterações circulatórias + tardias
Sopros / taquicardia / B3
Anemia Ferropriva Estágios / Alterações Laboratoriais Os exames variam de acordo com o grau de carência do ferro. Entre o estado eutrófico e a anemia, existem situações intermediárias.
Ferritina Sérica Ferro Medular Ferro Sérico Capacidade Total de Ligação do Ferro (CTLF) Índice de Saturação de Transferrina (IST) Volume Corpuscular Médio (VCM) Índice de anisocitose (RDW) Hemoglobina
Anemia Ferropriva Ferritina Sérica o Apesar de não ser uma proteina verdadeiramente extracelular, o nível sérico reflete os estoques de ferro teciduais o métodos (ELISA, quimioluminescência) o VR: 12 a 200 μg/L (sexo, idade e método)
o Apoferritina – forma circulante - proteína de fase aguda ▲ processos inflamatórios, infecciosos ou neoplásicos Visão crítica – contexto clínico epidemiológico
Anemia Ferropriva Ferro Medular o Estudo do depósito de ferro medular por técnicas específicas de coloração com azul da Prússia. o Esfregaço de MO bastante fidedigno na semiquantificação do estoque de ferro. o ▼ ou Ø – anemia ferropriva
o Uso clínico: DD anemias microcíticas superpostas, em que a ferritina não é fidedigna para retratar os estoques (associação de anemia ferropriva + anemia doenças crônicas).
Anemia Ferropriva Ferro Medular
Depósitos normais de ferro indicados pela coloração azul nos macrófagos
Ausência de coloração azul na deficiência de ferro.
Ferro da medula óssea avaliado pela coloração de Perl
Anemia Ferropriva Ferro Medular
Depósitos normais de ferro indicados pela coloração azul nos macrófagos
Ausência de coloração azul na deficiência de ferro.
Ferro da medula óssea avaliado pela coloração de Perl
Anemia Ferropriva Ferro Sérico o Separação das proteínas de ligação e determinação de sua concentração; o VR: 50 a 160 μg/dL (de acordo com método), o variação circadiana (30%); valores mais altos pela manhã o Fatores que podem influenciar: o ▼ infecção, inflamação, neoplasia, def. ác. ascórbico, o ▲ dieta, doença hepática, contaminação (vidraria, reagentes, água) o Sempre realizar e interpretar em conjunto com CTLF, IST e ferritina sérica.
Anemia Ferropriva Capacidade Total de Ligação do Ferro (CTLF) o Medida indireta (funcional) da transferrina, é inversamente proporcional aos estoques de ferro;
o Normalmente 1/3 dos sítios ocupados o Método
(satura-se a transferrina com ferro, depois remove-se o excesso de ferro não ligado – com um absorvente, que mantem intacto o ferro ligado a transferrina. Determina-se o teor de ferro no filtrado)
o VR: 250 a 400 μg/dL (de acordo com método) o Fatores interferentes ~ Fe sérico o ▲ anemia ferropriva
Anemia Ferropriva Índice de Saturação de Transferrina (IST) o Relação: Fe sérico/CTLF x 100 o VR: 20% a 55% o Índice um pouco mais confiável, reflete melhor o conteúde de Fe no organismo o ▼ anemia ferropriva
Anemia Ferropriva Hemograma / Reticulócitos o Inicialmente: anemia normocítica e normocrômica; o RDW ↑ (alteração precoce) o > 20% fortemente sugestivo de ferropriva o Estágios finais: microcitose, anisocitose, poiquilocitose e hipocromia o Reticulócitos N ou ▼ o VCM ▼ o Global leucócitos: N ou ▼ (inversão na relação G:E) o Plaquetas ▲ (frequentemente) ou ▼
Anemia Ferropriva Medula Óssea o Início: hiperplasia eritróide; o Eritropoiese restrita aos níveis basais o Ausência de depósitos de Fe (exame que confirma especificamente a deficiência de ferro)
Anemia Microcítica - Ferropriva Estágios I.
Depleção de Ferro o perda sangue > absorção => balanço negativo => mobilização das reservas => ▼ reservas => ▲ absorção de Fe e CTLF II. Anemia ferropriva inicial o => Fe começa a ▼ => saturação transferrina ▼ (< 15%) => pode ainda não haver anemia III. Anemia ferropriva avançada o anemia, inicialmente normocítica e normocrômica => ▲ RDW => gradualmente microcítica e finalmente hipocrômica
Anemia Microcítica - Ferropriva Estágios I.
Depleção de Ferro o perda sangue > absorção => balanço negativo => mobilização das reservas => ▼ reservas => ▲ absorção de Fe e CTLF II. Anemia ferropriva inicial o => Fe começa a ▼ => saturação transferrina ▼ (< 15%) => pode ainda não haver anemia III. Anemia ferropriva avançada o anemia, inicialmente normocítica e normocrômica => ▲ RDW => gradualmente microcítica e finalmente hipocrômica
Anemia Ferropriva Tratamento
o Identificação e correção da causa o Fe ferroso para reposição o avaliação laboratorial: o reticulócitos - pico máx. 5 a 10 dias; ↓ gradual até normal o Hb - ↑ 0,1 a 0,2 mg / dia após 5º dia e pelo menos 2 g/sem nas 3 semanas subsequentes (melhor parâmetro)
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Microcítica Talassemias
Anemia Microcítica - Talassemias
Introdução Grupo heterogêneo de anemias hereditárias, defeitos na síntese de uma ou mais subunidades das cadeias de globina que formam o tetrâmero da Hb adulta (HbA) grupos étnicos: Mediterrâneo, Sudeste Asiático, africanos e descendentes
Maior importância clínica
Divisão: β - talassemia: ↓ da produção das cadeias β α - talassemia: ↓ da produção das cadeias α
Anemia Microcítica - Talassemias
Introdução Produção inadequada da hemoglobina: microcitose e hipocromia Acúmulo de subunidades de globina, eritropoiese inefetiva ► hemólise Manifestações Clínicas refletem a gravidade variável do defeito primário.
Equilíbrio fisiológico entre produção de α e β.
Anemia Microcítica - Talassemias
Introdução
Grande heterogeneidade de possíveis alterações genéticas α
04 genes
β
02 genes
Talassemias
Fisiopatologia Excesso das cadeias globínicas normais ► precipitar no citoplasma da célula Eritropoese Ineficaz Alterações estruturais na hemácias Destruição precoce das hemácias (hemólise) Em alguns casos, antes do estágio final de maturação, ainda na medula óssea.
Talassemias
Quadro Cínico Extremamente variável, de anemia assintomática a anemia profunda que pode levar a morte intra-útero; depende do número de genes funcionantes na α – talassemia; depende do efeito quantitativo das mutações individuais sobre a síntese da globina; Traço - assintomático
Talassemias
Fisiopatologia // β - talassemia excesso de cadeias α (extremamente insolúveis);
Danos aos precursores e eritrócitos => maturação defeituosa => anemia profunda => ▲ Eritropoetina => expansão da MO inefetiva => graves efeitos no desenvolvimento, formação óssea e crescimento principal causa de morbi-mortalidade: efeitos da deposição de Fe nos tecidos (▲ absorção intestinal e transfusões repetidas)
Talassemias
Fisiopatologia // β - talassemia Talassemia maior ► + grave / dois genes β afetados Transfusões precoces Talassemia intermediária Talassemia menor (traço) ► assintomático
Talassemias
Talassemias
Fisiopatologia // α - talassemia ▲ da produção das cadeias β
acúmulo de moléculas β4 (HbH) => solúveis e não se precipitam na medula, mas instáveis e precipitam no eritrócito mais velho => anemia é mais hemolítica do que diseritropoiética
Talassemias
Talassemias
Quadro laboratorial DD: anemia ferropriva X talassemia menor Anemia microcítica e hipocrômica Alterações estruturais dos eritrócitos ocasionam destruição precoce com consequente estimo medular (hiperplasia eritróide). Pacientes com níveis variados de Hgb e reticulócitos Eritropoese ineficaz
Talassemias
Quadro laboratorial Depósito de Ferro aumentado (ferritina / ferro medular / biopsia hepática) Defeito de hemoglobinização – déficit formação da cadeia SEM déficit Ferro CTLF + IST - NORMAL Normalmente SEM▲ RDW
Talassemias
Quadro laboratorial Eletroforese de Hemoglobina Avaliação quantitativa das Hgb (A, A2, F) As hemoglobinas, por possuírem carga elétrica, movem-se quando submetidas a uma corrente elétrica. Cada tipo de hemoglobina move-se de maneira diferente. Portador silencioso ou traço alfa-talassêmico Estudo molecular - DNA
Talassemias
Talassemias
Talassemias
Tratamento Transfusões
Terapia de quelação do Fe
Esplenectomia
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Microcítica
Anemias Sideroblásticas
Anemia Microcítica – Anemias Sideroblásticas
Introdução São causadas por alterações no transporte e metabolismo do ferro corporal e constituem um grupo heretogêneo de doenças que têm em comum a presença, na medula óssea, de sideroblastos em anel (eritroblastos contendo numerosos grânulos de ferro arranjados em torno do núcleo). São caracterizadas por defeito na síntese da molécula heme, essencial à hemoglobinização das hemácias, levando à formação de células microcíticas e hipocrômicas.
Anemia Microcítica – Anemias Sideroblásticas
Introdução Causa pouco hipocrômica,
frequente
de
anemia
microcítica
e
Defeitos na produção da protoporfirina (oito enzimas envolvidas - varias possibilidades de “defeitos”) => desequilíbrio entre suprimento de Fe e sua incorporação ao heme => sobrecarga de Fe nas mitocôndrias, Achados sugestivos: hiperferremia + saturação quase total da transferrina e anemia microcítica e hipocrômica, Ferritina aumentada.
Anemia Microcítica – Anemias Sideroblásticas
Síntese do Heme Síntese defeituosa - causas: deficiência enzimática anormalidade na estrutura das mitocôndrias – local importante para uma das etapas de sintese do heme
hereditárias (mutações genéticas mitocondriais ou nucleares) ou adquiridas (deficiência de piridoxina - B6.)
Independente de serem genéticas ou adquiridas, todas as formas levam ao acumulo de ferro nos precursores eritroides ► Sideroblastos em anel Confirmação diagnóstica
Anemia Microcítica – Anemias Sideroblásticas Sideroblastos em Anel
Inclusões Eritrocitárias
Corpusculo de Pappenheimer (ou siderossoma): composto de agregados de ferritina. São grânulos de ferro dispersos de modo irregular na periferia do eritrócito, vistos nas anemias sideroblásticas. Coloração do azul da Prússia.
Siderócitos
.
Caso Clínico
Caso Clínico
Caso Clínico
Valores de Referência - Adulto
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Normocítica
Anemia Normocítica Produção de hemácias com VCM normal
Fisiopatologia: ▲ destruição das hemácias Sangramentos Agudos Diminuição eritropoese – fase inicial de outros tipos de anemia
Classificação: Anemias hemolíticas por defeitos intrínsecos do eritrócito. Anemias por déficit de eritropoese associadas às doenças crônicas e à insuficiência renal
Classificação
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Normocítica
Anemias hemolíticas por Defeitos Intrínsecos do Eritrócito
Anemia Normocítica Anemias Hemolíticas por Defeitos Intrínsecos do
Eritrócito Eritrócitos: 90 a 120 dias até remoção (macrófagos – MO, baço e fígado) A sobrevivência depende tanto da garantia de sua atividade metabólica, quanto da sua capacidade de deformabilidade e resistência ao passar por capilares menores ou por microambientes com diferentes osmolaridades. Integridade da membrana e a solubilidade do conteúdo citoplasmático constituem os principais determinantes da maleabilidade.
Anemia Normocítica Anemias Hemolíticas por Defeitos Intrínsecos do
Eritrócito Assim, qualquer alterações na atividade enzimática dos eritrócitos ou na sua maleabilidade, especialmente devido a defeitos na estrutura da membrana ou na solubilidade de seu conteúdo citoplasmático, culmina com sua morte precoce. A membrana do eritrócito normal possui capacidade de
manter constante o volume eritrocitário, mesmo em ambientes osmoticamente inóspitos, por meio de troca de anions e água através de canais específicos.
força, deformabilidade controle eletrólitos e volume forma troca de ânions
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Normocítica
Anemias hemolíticas por Defeitos Intrínsecos do Eritrócito Esferocitose Hereditária
Esferocitose Hereditária Anemia Normocítica Anemias Hemolíticas por Defeitos de Membrana
Celular + Prevalente do grupo 1 / 1.000 a 2.500 nascidos vivos entre os descendentes do norte europeu
Caracteriza-se por hemácias morfologicamente esféricas e osmoticamente frágeis.
Esferocitose Hereditária Anemia Normocítica Anemias Hemolíticas por Defeitos Intrínsecos do
Eritrócito grupo heterogêneo de doenças caracterizadas pelo formato esférico dos eritrócitos principal causa de hemólise por defeito de membrana herança autossômica dominante (2/3 dos casos), autossômica recessiva ou mutação. principal defeito - perda de área da superfície da membrana => forma esférica e ↓ deformabilidade
Esferocitose Hereditária Anemia Normocítica Anemias Hemolíticas por Defeitos Intrínsecos do
Eritrócito Causa básica - defeitos em proteínas estruturais que acoplam o esqueleto protéico à dupla camada lipídica da membrana (principalmente espectrina e anquirina), Grande heterogeneidade clínica, laboratorial, bioquímica e genética Esferócitos: meia vida reduzida (20-30 dias) permeabilidade aumentada ao sódio. A menor deformabilidade resulta em seqüestro nos capilares esplênicos ►► HEMÓLISE
Esferocitose Hereditária
Esferocitose Hereditária Anemia Normocítica Diagnóstico laboratorial Esferócitos no esfregaço de sangue periférico; anemia leve a moderada (maioria) ▲ CHCM (50% dos pacientes) Outros achados indicativos de hemólise reticulocitose, ▲ Bb indireta, ▲ LDH, ▲ urobilinogênio urinário, ↓ haptoglobina
Esferocitose Hereditária Anemia Normocítica Quadro Clínico
Leve (o mais usual) a incompatibilidade com a vida. Evidências de hemólise (anemia, icterícia, reticulocitose, esplenomegalia), história familiar positiva Complicações: litíase biliar (mais freqüente), crises hemolíticas, aplásicas (infecções virais – parvovírus B19) e megaloblásticas (deficiência de folato secundário ao aumento da demanda – hiperplasia eritróide medular)
Ciclo das Hemáceas
Esferocitose Hereditária Anemia Normocítica Quadro Clínico
RDW ▲ (aumento de hemácias jovens circulantes) porém em níveis inferiores a anemia falciforme. Curva de fragilidade osmótica (muito útil p/ diagnóstico): esferócitos - ▲ fragilidade em relação aos eritrócitos normais quando incubados em soluções salinas hipotônicas.
Curva de Fragilidade Osmótica
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Normocítica
Anemias hemolíticas por Defeitos Intrínsecos do Eritrócito Enzimopatias Eritrocitárias
Enzimopatias Eritrocitárias Anemia Normocítica Anemias Hemolíticas por Defeitos Intrínsecos do
Eritrócito Hemácia madura possui um metabolismo peculiar Ausência de núcleo e de organelas citoplasmáticas essenciais para síntese lipídica, protéica e fosforilação oxidativa
Energia necessária para exercer suas funções provem exclusivamente do metabolismo da glicose citoplasmática Assim, qualquer deficiência (qualitativa ou quantitativa) nas enzimas envolvidas no ciclo metabólico da glicose eritrocitária pode levar a morte precoce (hemólise) com espectro clínico muito variado.
Enzimopatias Eritrocitárias Anemia Normocítica Anemias Hemolíticas por Defeitos Intrínsecos do
Eritrócito Deficiência da glicose-6-fosfato-desidrogenase (G6PD) é a mais comum seguida pela deficiência de piruvatoquinase (PK)
Enzimopatias Eritrocitárias
Enzimopatias Eritrocitárias Anemia Normocítica Quadro clínico Muitas variantes Grande maioria assintomáticos Crises - hemólise episódica (infecções, uso de drogas oxidativas). Na maioria dos casos, crises autolimitadas e de resolução espontânea em 3 a 6 semanas, dependendo da proporção de hemácias destruídas. Palidez, icterícia, hepatoesplenomegalia
Enzimopatias Eritrocitárias Anemia Normocítica Quadro clínico
Hemograma – anemia normocítica, normocrômica / anisocitose / poiquilocitose. Reticulócitos - ▲ Medida da atividade enzimática Testes moleculares
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Normocítica
Anemias hemolíticas por Defeitos Intrínsecos do Eritrócito Anemia Falciforme
Anemia Falciforme Anemia Normocítica Introdução Grupo de alterações predomínio da HbS.
genéticas
caracterizadas
pelo
mutação no cromossomo 11 que resulta na substituição do ácido glutâmico pela valina na cadeia ß da globina, dando origem à hemoglobina S, em substituição a hemoglobina A.
Doença hereditária mais prevalente no Brasil; Estima-se 3 a 8%
Mais frequente na população negra;
Anemia Falciforme Anemia Normocítica Introdução Doença autossômica recessiva, caracterizada por: presença da HbS em homozigose (HbSS) HbS em dupla heterozigose com outras hemoglobinas anormais (HbSC) HbS em interação com as talassemias (alfa ou beta);
Anemia Falciforme Anemia Normocítica
Anemia Falciforme Anemia Normocítica Introdução HbS e a HbA oxigenadas são igualmente solúveis, mas a solubilidade da HbS desoxigenada é acentuadamente reduzida. Rigidez e distorção das hemácias (forma de foice ou meia-lua)
Destruição prematura das hemácias ◄ anemia HbF protege contra a polimerização, por não interagir com a HbS quando esta se precipita ⇒ ausência de sintomas no recém nascido (até 5º-6º mês).
A polimerização é proporcional ao período de tempo de desoxigenação. Assim, nas regiões onde a circulação é mais lenta, como nos sinusóides esplênicos, existe maior probabilidade de acontecer.
A polimerização é proporcional ao período de tempo de desoxigenação. Assim, nas regiões onde a circulação é mais lenta, como nos sinusóides esplênicos, existe maior probabilidade de acontecer. Pode ser revertido se houver restauração do aporte de oxigênio.
Na presença de acidose, a afinidade da hemoglobina pelo oxigênio é diminuída, causando desoxigenação intracelular.
A desidratação celular favorece o processo pois aumenta o contato intermolecular da HbS
A recorrência de episódios de falcização, independente dos fatores que a causam, leva a alterações definitivas na membrana do eritrócito
Anemia Falciforme Anemia Normocítica
Fisiopatologia
Vasoclusão
Anemia Falciforme Anemia Normocítica Dactilite Falcêmica – Síndrome Mão-Pé
Anemia Falciforme Anemia Normocítica
Característica da Anemia Falciforme – múltiplos infartos no órgão. Após os 5 meses e pouco comuns após 2 anos
Característica da Anemia Falciforme – múltiplos infartos no órgão. Após os 5 meses e pouco comuns após 2 anos
Anemia Falciforme Anemia Normocítica
Diagnóstico Laboratorial
Teste do pezinho
Anemia Falciforme Anemia Normocítica
Diagnóstico Laboratorial Hemograma com hematoscopia cuidadosa Hemácias falciformes, em alvo Poiquilocitose Corpúsculo de Howell-Jolly
Contagem de reticulócitos ▲
Poiquilócitos
Leptócitos ou target cells – são eritrócitos delgados com excesso de membrana. Ao distender-se na lâmina coram-se mais no centro e na periferia, por este motivo são chamadas target cells (hemáceas em alvo). O excesso de membrana pode ocorrer nas hemoglobinopatias C e S , na ß-talassemia.
Inclusões Eritrocitárias
Corpúsculo de Howell-Jolly – fragmentos de material nucleares remanescentes, vistos principalmente quando há hipofunção esplênica, uma vez que é o órgão responsável pela remoção. Ex. anemia falciforme.
Anemia Falciforme Anemia Normocítica
Diagnóstico Laboratorial Eletroforese de hemoglobina
IMPORTANTE Interferência de transfusão prévia
Anemia Falciforme Anemia Normocítica
Eletroforese de Hemoglobina Normal
Anemia Falciforme
Traço Falcêmico
HbA (22)
97%
-
57%
HbS (2s2)
-
93%
40%
HbA2 (22)
2%
2%
2%
HbF (22)
1%
5%
1%
Caso clínico ID: MVS, 40 anos, sexo masculino, negro, cozinheiro, casado, natural do Rio de Janeiro.
QP: “Dor na perna esquerda” há dois dias. HDA: Relata dor intensa na perna esquerda, com início há dois dias. Tentou alívio com dipirona gotas, sem melhora. Observou desde ontem um abaulamento na região pré-tibial esquerda, muito doloroso, acompanhado de febre alta (39ºC). Hoje, apresenta dor torácica à esquerda, que piora com a inspiração. Sabe ser portador de doença falciforme. AD: Dispnéia aos esforços. Em uma escala de intensidade de 0 a 10, considera a dor = 7. Nega tosse, expectoração, alterações urinárias ou digestivas. HPP: Submetido a esplenectomia aos 5 anos, e a colecistectomia aos 20 anos. Múltiplas internações ao longo da vida devido a crises dolorosas, sendo quatro no último ano. Já recebeu várias transfusões sangüíneas. Nega outras co-morbidades.
Caso clínico ID: MVS, 40 anos, sexo masculino, negro, cozinheiro, casado, natural do Rio de Janeiro.
QP: “Dor na perna esquerda” há dois dias. HDA: Relata dor intensa na perna esquerda, com início há dois dias. Tentou alívio com dipirona gotas, sem melhora. Observou desde ontem um abaulamento na região pré-tibial esquerda, muito doloroso, acompanhado de febre alta (39ºC). Hoje, apresenta dor torácica à esquerda, que piora com a inspiração. Sabe ser portador de doença falciforme. AD: Dispnéia aos esforços. Em uma escala de intensidade de 0 a 10, considera a dor = 7. Nega tosse, expectoração, alterações urinárias ou digestivas. HPP: Submetido a esplenectomia aos 5 anos, e a colecistectomia aos 20 anos. Múltiplas internações ao longo da vida devido a crises dolorosas, sendo quatro no último ano. Já recebeu várias transfusões sangüíneas. Nega outras co-morbidades.
Exame físico Ectoscopia: LOTE, fácies de dor, taquipnéico, acianótico, hipocorado 2+/4+, ictérico 3+/4+, hidratado. Sinais vitais: FR=25 irpm; PA=110x70 mmHg; FC= 110 bpm; Tax=38ºC. CP: Tireóide impalpável, ausência de linfadenomegalia. AR: tórax atípico, som claro e atimpânico à percussão. FTV presente e sem alterações. MVUA, presença de estertores grosseiros em bases. ACV: Ictus visível e palpável no sexto EICE, na LHCE. RCR em 3T, com B4, sopro sistólico 3+/6+, pancardíaco, turgência jugular patológica. Abdome: plano e flácido. Fígado palpável a 3cm do RCD, doloroso, borda romba, hepatimetria = 18cm. Baço impalpável. MMII: Edema 1+/4+, mole, frio e indolor. Presença de úlcera perimaleolar à direita, com tecido de granulação, sem secreção. Abaulamento doloroso na região pré-tibial esquerda.
Exame físico Ectoscopia: LOTE, fácies de dor, taquipnéico, acianótico, hipocorado 2+/4+, ictérico 3+/4+, hidratado. Sinais vitais: FR=25 irpm; PA=110x70 mmHg; FC= 110 bpm; Tax=38ºC. CP: Tireóide impalpável, ausência de linfadenomegalia. AR: tórax atípico, som claro e atimpânico à percussão. FTV presente e sem alterações. MVUA, presença de estertores grosseiros em bases. ACV: Ictus visível e palpável no sexto EICE, na LHCE. RCR em 3T, com B4, sopro sistólico 3+/6+, pancardíaco, turgência jugular patológica. Abdome: plano e flácido. Fígado palpável a 3cm do RCD, doloroso, borda romba, hepatimetria = 18cm. Baço impalpável. MMII: Edema 1+/4+, mole, frio e indolor. Presença de úlcera perimaleolar à direita, com tecido de granulação, sem secreção. Abaulamento doloroso na região pré-tibial esquerda.
Exames complementares Hemácias: 2.531.000/mm3 Hemoglobina: 5,5 g/dL Hematócrito: 22% VGM: 87 fL CHCM: 30,6 g/dL Plaquetas: 663.000/mm3 Leucócitos totais: 20.000/mm3 (1-2-0-0-8-69-15-5) Contagem de reticulócitos: 13% Hematoscopia: anisopoiquilocitose intensa, hemácias em foice, eritroblastos G: 98g/dL
LDH: 550
U: 40
Cr: 0,9
TGO: 60
TGP: 70
Radiografia de tórax: infiltrado homogêneo em base esquerda Radiografia simples de região pré-tibial não evidenciou alteração
Exames complementares Hemácias: 2.531.000/mm3 Hemoglobina: 5,5 g/dL Hematócrito: 22% VGM: 87 fL CHCM: 30,6 g/dL Plaquetas: 663.000/mm3 Leucócitos totais: 20.000/mm3 (1-2-0-0-8-69-15-5) Contagem de reticulócitos: 13% Hematoscopia: anisopoiquilocitose intensa, hemácias em foice, eritroblastos G: 98g/dL
LDH: 550
U: 40
Cr: 0,9
TGO: 60
TGP: 70
Radiografia de tórax: infiltrado homogêneo em base esquerda Radiografia simples de região pré-tibial não evidenciou alteração
Diagnósticos sindrômicos
Síndrome febril Síndrome álgica Síndrome anêmica Síndrome respiratória Síndrome torácica aguda Febre, taquipnéia, dor torácica, leucocitose, infiltrado pulmonar
Classificação da anemia
Valores normais
Paciente
Hemácias (x1000000/mm3)
4,7 – 6,0
2,5
Hemoglobina (g/dL)
13,5 – 16,0
5,5
Hematócrito (%)
42 – 52
22
VCM (fL)
81 – 95
87
CHCM (g/dL)
32 –36
30,6
Anemia normocítica e hipocrômica
Complicações apresentadas
Anemia Síndrome torácica aguda Úlcera perimaleolar Crise álgica em perna esquerda Cardiopatia falcêmica – descompensação Congestão hepática? Hepatite?
No passado...
Colelitíase? Seqüestro esplênico?
Diagnóstico diferencial da dor torácica
Pneumonia Infarto pulmonar Embolia gordurosa TEP Infarto ósseo Isquemia miocárdica Pericardite Esofagite/DRGE
Síndrome torácica aguda
Febre, taquipnéia, dor torácica, leucocitose, infiltrado pulmonar;
O aparecimento de alterações radiológicas pode ser tardio;
É uma forma de doença pulmonar potencialmente muito grave;
Na anemia falciforme, a incidência correlaciona-se com baixos níveis de HbF e altos níveis de leucócitos.
• Nos adultos há comumente crise dolorosa 2-3 dias antes do aparecimento da STA.
• Fatores preciptantes mais comuns: infecção (Chlamydia pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae), infarto pulmonar e embolia gordurosa por infarto de medula óssea. • Tem um bom prognóstico, se devidamente tratada.
Investigação da dor torácica
RX de tórax Hemograma completo Hemocultura Lavado brônquico Cintilografia ventilação-perfusão ECG ECO
Investigação da febre
Hemograma completo RX tórax Hemocultura Urocultura Punção lombar
Tratamento Medidas gerais: - Visitas clínicas de rotina; - Aconselhamento genético; - Ingestão hídrica adequada; - Evitar frio excessivos; - Evitar traumas e estresse; - Ingestão diária de ácido fólico 1mg VO; - Penicilina VO diária ou IM mensal até 6 anos; - Vacinação contra pneumococo, meningococo, H. influenzae;
Tratamento
Hemotransfusão; Tratamento das crises e complicações; Hidroxiuréia;
Tratamento
Crise álgica: hidratação vigorosa, AINE, morfina em casos graves, transfusão em casos extremos; Síndrome torácica aguda: hidratação, oxigenoterapia, hemotransfusão para manter hematócrito > 30 %; Antibioticoterapia; Úlcera: repouso, cuidados locais, antibioticoterapia sistêmica (se infectada).
Indicações para hemotransfusão
Evento neurológico agudo Seqüestro esplênico Pneumonia grave ou infarto pulmonar Anemia grave com descompensação cardíaca Anemia aplásica Pré-operatório
Hidroxiuréia
É uma droga utilizada na terapia do câncer (mielossupresor); Age aumento da concentração de HbF, diminuindo a polimerização da HBS e, conseqüentemente, o afoiçamento.
Indicações do uso da Hidroxiuréia
Episódios álgicos freqüentes; História de síndrome torácica aguda; Eventos vaso-oclusivos diversos, principalmente SNC; Anemia severa.
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Normocítica
Anemia de Doença Crônica
Anemia de Doença Crônica Anemia Normocítica Introdução
É a segunda mais prevalente após ferropriva, exceto em recém-nascidos.
Ocorre em pacientes com ativação imune aguda ou crônica, secundário a processo inflamatório e/ou infecciosos crônicos e neoplásicos.
Anemia de Doença Crônica Anemia Normocítica Fisiopatologia
Mecanismos multifatoriais Doença de base
Infiltração da MO por microorganismos Sangramentos Deficiência de vitaminas Radioterapia / Quimioterapia
células
neoplásicas
ou
Fisiopatologia
Desregulação da homeostase do Ferro
Fisiopatologia
Desregulação da homeostase do Ferro
Fisiopatologia
Desregulação da homeostase do Ferro
Fisiopatologia
Proliferação diminuída das células progenitoras eritróides
Fisiopatologia
Proliferação diminuída das células progenitoras eritróides
Fisiopatologia
Resposta diminuída à eritropoetina
Fisiopatologia
Resposta diminuída à eritropoetina
Fisiopatologia
Anemia de Doença Crônica Anemia Normocítica Manifestações Clínicas Bastante heterogêneo – Doença de Base
Tratamento
Diagnóstico Diferencial
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Normocítica
Anemia da Insuficiência Renal
Anemia da Insuficiência Renal Anemia Normocítica
Importante complicação da doença renal, está associada a piora da qualidade de vida e a maior morbidade e mortalidade nesses pacientes. Normocítica e normocrômica - consequente a várias causas, sendo a deficiência de eritropoetina o fator mais comum. Células justaglomerulares
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Macrocítica
Anemia Macrocítica Introdução
Álcool – cauda mais comum de macrocitose. Mesmo em pequenas quantidades pode elevar o VCM, sem anemia ou qualquer alteração hepática; Mecanismo desconhecido.
Anemia Macrocítica
Dificuldade da célula em concluir o processo mitótico, podendo atingir quase o dobro do tamanho habitual
Reticulocitose – células precusoras com tamanho maior – pode elevar o VCM. Assim qualquer situaçao, com reticulocitose pode estar associada a aumento VCM
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Macrocítica
Anemias Megaloblásticas
Anemias Megaloblásticas Anemia Macrocítica Introdução
Subgrupo das anemias macrocíticas nas quais a medula óssea exibe eritropoese megaloblástica (presença de eritroblastos maiores que o normal com núcleo mais imaturo que o citoplasma); Causadas por vários defeitos na síntese do DNA; Linhagens eritrocítica, granulocítica e mega podem ser afetadas; pancitopenia Reconhecimento da causa é fundamental
Anemias Megaloblásticas Anemia Macrocítica Etiologia
Deficiência de cobalamina Deficiência de folato – causa mais comum Fármacos (inibição de enzimas envolvidas na síntese do DNA) Outras causas (leucemias agudas)
Anemias Megaloblásticas
Vitamina B12 e ácido fólico que são substâncias essenciais para a síntese do DNA , pois participam da formação da timina uma das 4 bases do DNA.
Inter-relação no metabolismo dos folatos e da vitamina B12.
Na ausência de cobalamina, o tetraidrofolato não pode ser liberado, havendo assim acúmulo de sua forma metilada (metiltetraidrofolato)
METABOLISMO DA VITAMINA B12 E DO ÁCIDO FÓLICO
A vitamina B12 ou cobalamina está presente em alimentos de origem animal, especialmente leite, carne e ovos.
A necessidade diária é de 1-2µg/dia, quase sempre inferior a quantidade presente em uma dieta normal.
Existe uma reserva de vitamina B12 de cerca de 3000 µg, suficiente para manter os níveis plasmáticos por muito tempo.
Absorção da Vitamina B12
As células parietais do estômago secretam o fator intrínseco.
A vitamina B12 necessita deste para ser absorvida, formando um complexo F.I. - vit. B12 que será absorvido na mucosa ileal ► possui receptores para este complexo.
A cobalamina liberada do complexo penetra na mucosa unida a uma proteína celular que permite sua interiorização.
Associa-se ao Fator Intrínseco após sofrer a ação das proteases pancreáticas
Causas de deficiência de Vitamina B12
Vegetarianos estritos
Anemia Perniciosa
É uma doença auto-imune que ocorre por ausência do fator intrínseco secretado pelas células da mucosa gástrica.
Anticorpos contra as células parietais do estômago levando a atrofia.
Ácido Fólico
São amplamente distribuídos nos alimentos animais e vegetais, mas podem ser destruídos pelo calor durante a preparação dos mesmos.
A dieta normal deve conter 200-400µg/dia , sendo a necessidade diária de 200-300µg/dia (quantidades maiores são necessárias na gravidez e lactação) Os depósitos no adulto são de 10-20 mg.
Absorção na metade superior do delgado.
Função dos Folatos
Atuam como coenzimas em eventos importantes das células como: - Doador de radical metila para a formação da metilcobalamina - O tetraidrofolato (resultante da perda do radical metila) serve como substrato para a síntese de purina e pirimidina, importantes na síntese dos ácidos nucléicos
Ácido Fólico Causas de Deficiência
Diminuição da ingestão - causa mais comum alcoólatras, idosos, baixo nível socioeconômico Distúrbios da absorção - doenças que afetam a mucosa jejunal (doença celíaca) Demanda aumentada - hipermetabolismo e rápido crescimento celular (hipertireoidismo, gravidez, hemólise crônica) Perda aumentada - hemodiálise
Vitamina B12 e Ácido Fólico
Quadro Clínico
Quadro comum a outras anemias: cansaço, palidez, atrofia de papilas da língua – glossite. Neuropatia periférica (desmielinização – ▼ vitamina B12): Parestesias, hiperreflexia ou hiporreflexia Dificuldade de locomoção, fraqueza, deficiente, demência.
memória
Anemias Megaloblásticas Anemia Macrocítica
Diagnóstico Laboratorial Alterações hematológicas: anemia, reticulocitopenia, ▲ VCM, neutropenia, plaquetopenia hiperssegmentação de neutrófilos, eritrócitos (variação tamanho e forma, pontilhado basófilo, Corp. Howell-Jolly) MO hipercelular, maturação megaloblástica
Anemias Megaloblásticas Anemia Macrocítica
Anemias Megaloblásticas
Triagem inicial Exames adicionais se reduzidos
Anemias Megaloblásticas Anemia Macrocítica
Diagnóstico Laboratorial Exames adicionais: Ácido metil malônico (▲ na def. vit B12) Homocisteína (▲ em ambas) Folato eritrocitário Anticorpos anti-FI Teste de Schilling
Prova Terapêutica
Anemias Megaloblásticas Anemia Macrocítica
Tratamento Identificar causa Vitamina B12 Ácido Fólico
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Macrocítica
Anemias hemolíticas por Defeito Extrínseco do Eritrócito
Anemias hemolíticas por Defeito Extrínseco do Eritrócito Introdução mediada por anticorpos auto-imune
microangiopática – deposição de fibrina na microcirculação CIVD vasculites (raro)
macroangiopática próteses valvares enxertos arteriais
outras (infecções, venenos)
Podem ser classificada como normocítica ou macrocítica dependendo da intensidade da reticulocitose
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Macrocítica
Anemias hemolíticas por Defeito Extrínseco do Eritrócito Anemias Hemolíticas Imunes
Anemia Hemolítica Auto-imune
Introdução Condição clínica na qual anticorpos IgG ou IgM se ligam a antígenos de superficie da hemacia e promovem assim a sua destruição via sistema do complemento ou sistema mononuclear fagocitário. 50% dos pacientes não têm doenças associadas idiopática doenças auto-imunes, malignidades, infecções, anemia, reticulocitose.
Anemia Hemolítica Auto-imune
Diagnóstico Laboratorial Bilirrubina, hemograma, reticulócitos. Teste de Coombs Direto: detecção de anticorpos fixados aos eritrócitos in vivo; Indireto: detecção de anticorpos no soro;
Anemia Hemolítica Auto-imune
Diagnóstico Laboratorial - Coombs direto:
Anemia Hemolítica Auto-imune
Diagnóstico Laboratorial - Coombs indireto:
Anemia Hemolítica Imune
Anemia hemolítica induzida por drogas (ex: penicilina em altas doses)
Anemia hemolítica aloimune (reação transfusional aguda por sangue incompatível)
Investigação Laboratorial do paciente com
Anemia Macrocítica Anemia Aplástica
Anemia Aplástica ou Aplásica
Introdução Transtorno quantitativo de células precursoras caracterizada por comprometimento freqüentemente de todas as linhagens celulares: anemia, leucopenia e trombocitopenia. Classificação
50 a 75% dos casos
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